PIBIC Cássio
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RELATÓRIO FINAL
(2020– 2021)
Nome Orientador/Unidade/
Campus/Email Gabriel Ivo/FDA/A.C. Simões/[email protected]
Maceió-AL, 15/09/2021
O tema das fontes das receitas públicas constitui um dos assuntos de maior relevância
para a vida do Estado, dado o fato inexorável de que toda atividade estatal necessita de previsão
de recursos financeiros para sua realização (HOLMES e SUNSTEIN, 2019, p. 44).
Em um estado-federal, como o brasileiro, a discussão assume ainda maior relevo, na
medida que é necessário que a repartição de competências tributárias – isto é, de possibilidade
de arrecadação - seja compatível com a repartição de competências administrativas delimitada
pelo texto constitucional (MOREIRA, 2018).
Além do problema da adequada divisão de receitas e competências entre os níveis
federativos, num estado federal cooperativo também surge a necessidade de que a repartição de
competências garanta um adequado nível de prestação de serviços públicos em todos os lugares
do país, que pese a divisão desigual de riquezas (base tributária) no território nacional, que
deverá ser superada, nos termos do art. 3, inciso III e art. 170, inciso VII da CF/88.
Assim, desponta a conexão entre o direito tributário – que estabelece as principais fontes
de receita num estado fiscalista -, e o direito financeiro – que regulamenta como deverá se dar
o dispêndio de recursos públicos. Assim, no presente trabalho, desenvolveu-se um estudo sobre
como se dá a repartição das competências tributárias, e como o direito financeiro, por meio das
transferências intragovernamentais busca equalizar o binômio capacidade de arrecadação e
deveres constitucionais, tanto na perspectiva vertical, buscando garantir maior equidade entre
o governo central e os entes subnacionais, bem como na perspectiva horizontal, equalizando a
capacidade de gasto público por todo o território nacional, dada as grandes diferenças
socioeconômicas existentes no país, característica marcante do federalismo brasileiro.
Desse modo, colocado o problema, surge a necessidade de estudar os problemas
financeiros e federativos, dentro da perspectiva do federalismo fiscal, especialmente em face
do movimento de constante alteração, em tempos de normalidade ou não. O objetivo geral
consiste na aproximação do direito financeiro do direito tributário, tendo como alicerce a
Constituição federal, haja vista que as receitas consistem na outra face dos direitos (despesas).
Considerando a repartição de competências e como decorrência necessária, está a atribuição de
renda própria a cada unidade federada. Desse modo, buscou-se delimitar o atual marco legal
das receitas públicas (originárias, derivadas e transferidas), e seus mecanismos de
melhoramento na perspectiva de fortalecimento do federalismo fiscal.
Bem como, especificamente no âmbito deste plano de atividade, pesquisar o papel das
receitas públicas (derivadas, originárias e transferidas) e quais os mecanismos possíveis para o
seu melhoramento, inclusive cenário de reformas, e como estas irão impactar a atual sistemática
de repartição de recursos intragovernamentais vigentes. Ademais, também buscou-se analisar
as formas de transferências de recursos e participação tributária entre os entes da federação,
especialmente dos fundos constitucionais, notadamente o Fundo de Participação dos
Municípios, perscrutando-se acerca da viabilidade da utilização do novo mecanismo de
repartição instituído pela LC 143/13 para a consecução dos objetivos constitucionais do fundo.
Também será analisado o papel dos fundos de participação, especialmente no concerne a uma
equidade do federalismo brasileiro.
1
No caso da União, estabelecida no art. 21, já no art. 30 se estabelece as atribuições do ente municipal, e no § 1,
do art. 25, de forma residual, as competências do Estado-membro, todos da Constituição Federal.
2
art. 23 da Constituição Federal.