Relatório 1 - Preparo de Curvas Analíticas - Mariana Diniz

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA

PREPARO DE CURVAS ANALÍTICAS

Relatório apresentado como parte das


exigências da disciplina Análise Instrumental
Aplicada a Bioprocessos Experimental sob
responsabilidade da professora Ana Maria
de Oliveira

Mariana Maciel Bertolino Diniz – 154200050

OURO BRANCO – MG
MAIO/2021
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RESUMO

A curva analítica nos permite obter vários dados a respeito de uma solução,
dentre eles a concentração de uma substância desconhecida, através da criação de
soluções do mesmo composto, com concentrações conhecidas, traçando se o
gráfico e através da curva fazendo a sua regressão linear, e assim encontram-se os
coeficientes angular e linear, chegando à concentração da solução desconhecida.
Assim sendo a prática realizada teve por objetivo prepara uma curva de calibração e
utilizá-la na quantificação da solução desconhecida de alaranjado de metila. Para a
construção dessa curva, preparou-se uma solução de concentração de 10,3mg/L de
alaranjado de metila e dessa solução criou-se faixas intermediárias de comparação,
para isso optou-se pelas seguintes concentrações: 0mg/L (Branco) 2,0 mg/L;
4,0mg/L; 6,0mg/L e 8,0mg/L, com essas concentrações definidas, pipetou-se os
respectivos volumes para um balão de 50mL a fim de obter as concentrações
anteriormente citadas, na mesma ordem: 9,7mL; 19,4mL; 29,1mL e 38,8mL. Com
esses dados preparou-se o espectrofotômetro com comprimento de onda simples,
para a leitura da absorbância a 460nm e em seguida colocou-se o branco na cubeta,
água destilada e aferiu-se o equipamento, após retirou-se e colocaram-se as
cubetas com as diferentes concentrações, obtendo se os seguintes valores de
absorbância: 0,000 (branco); 0,446; 0,892; 1,310; 1,745; 2,254 e 0,307 da
concentração desconhecida, em seguida fez-se a regressão linear obtendo-se
coeficiente angular igual á 4,5872 e o linear igual á -0,0318, montando a equação e
realizando os caçulos, obteve a concentração da solução de interesse de 1,38mg/L.
Colocando esta solução no espectrofotômetro, com as informações obtidas na
regressão linear, o equipamento indicou que a concentração da solução
desconhecida era de 1,44mg/L, ou seja, 0,06mg/L de diferença para os cálculos
realizados, concluindo se assim que o método é eficaz e eficiente para descobrir
concentrações desconhecidas, devido a diferença do resultado calculado para o do
espectrofotômetro ser muito pequena.
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1- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para se preparar uma solução a partir de uma já pronta a qual não se sabe a
concentração podemos fazer uso de alguns recursos experimentais, atualmente o mais
utilizado e com alta precisão é a de espectrofotometria, um teste rápido, exato e
preciso, onde podemos descobrir a concentração de inúmeras soluções. Muito utilizado
em laboratórios o espectrofotômetro nos informa absorbância, que a partir dela e a
concentração conhecida, podemos montar uma curva de calibração e descobrir a
concentração da substância desconhecida. Harris (1948, p. 107) no explica qual a
finalidade desse método e como utilizar:
Na maioria das análises químicas, o resultado de um procedimento tem
que ser avaliado a partir de quantidades conhecidas do analito (chamadas
padrões), de modo que o resultado com uma quantidade desconhecida
possa ser interpretado. Para essa finalidade, normalmente preparamos uma
curva de calibração... Na maioria das vezes, trabalhamos em uma região
onde a curva de calibração é uma linha reta. Usamos o método dos
mínimos quadrados para encontrar a “melhor” reta que passa através de
um conjunto de pontos dados experimentais que apresentam uma certa
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dispersão e não se encaixam perfeitamente sobre uma linha reta. A melhor
reta é aquela em que alguns pontos se situam acima dela, enquanto outros
se localizam abaixo da mesma.

Para saber a concentração de uma solução pronta, desconhecida, optou-se por


pela preparação de uma curva de calibração, onde analisaremos uma solução de
alaranjado de metila, este é um indicador de pH, utilizado em titulações de ácido, possui
a seguinte fórmula: C14H14N3NaO3S. Sendo assim, o intuito era preparar uma solução
com a concentração de 10mg/L, onde obteve se o valor de pesagem de 10,3mg e
diluindo se em 10000mL de água destilada, obteve-se a concentração de 10,3mg/L
para a amostra de referência, e a partir de diluições dessa amostra, foram criadas faixas
intermediárias de concentração para a construção da curva analítica, a fim de se obter
a concentração desconhecido de uma solução de alaranjado de metila.
Utilizou se um balão de 50mL para preparar as soluções e obter tais concentrações:
2,0 mg/L; 4,0mg/L; 6,0mg/L e 8,0mg/L. Para o cálculo do volume de solução a ser
pipetado foi necessário que se utiliza-se da equação 1 abaixo, onde o número de mols
inicial é igual ao número de mols final, desmembrando até a equação 3 e assim utilizá-
la:
(Equação 1)

(Equação 2)

(Equação 3)
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Cálculo do volume para a concentração de 2mg/L:

O mesmo raciocínio foi seguido para o calculo dos outros volumes e estes podem
ser vistos na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Volume pipetado para reparo das soluções intermediárias

Concentrações Intermediárias (mg/L) Volume Pipetado da amostra (mL)


0,0 (Branco) 0,0
2,0 9,7
4.0 19,4
6,0 29,1
8,0 38,8
Observa-se que quanto menor a concentração, mais clara é a cor da solução
preparada.

Harris (1948) diz que uma curva de calibração mostra a resposta do método
empregado, através de concentrações do analito, e partindo das soluções prontas, com
concentrações conhecidas, o primeiro passo é definir o comprimento de onda simples,
a 460nm e zerar o espectrofotômetro. Após esse passo, mediu-se a absorbância da
amostra desconhecida e as demais. Esses valores estão descritos na Tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Absorbância de cada amostra

Amostra Absorbância (A)


Desconhecida 0,307
Branco 0,000
2mg/L 0,446
4mg/L 0,892
6mg/L 1,310
8mg/L 1,745
10,3mg/L 2,254

Com essas concentrações e valores de absorbância, podemos construir um gráfico


para após obter os coeficientes angulares e lineares e montar a equação da reta, essa
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equação é dada pela fórmula descrita na equação 4 abaixo, onde a letra a corresponde
ao coeficiente angular , a letra b corresponde ao coeficiente linear, x a absorbância
medida da amostra desconhecida e y nos informa a concentração da mesma:

(Equação 4)

O gráfico é construído pela relação A x Concentração, onde os valores de


absorbância ficam no eixo x e os de concentração no eixo y. Este gráfico pode ser
construído em alguma plataforma, como o Excel, onde o mesmo faz a regressão linear,
nos fornecendo a equação da reta e o grau de confiabilidade (R 2), este grau de
confiabilidade tem uma escala de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 maior a
confiabilidade dos resultados obtidos.

A figura 1 abaixo nos mostra o gráfico da curva de calibração experimental do


alaranjado de metila e nos informa a equação da reta e o grau de confiabilidade

Figura 1 – Padronização do Alaranjado de Metila

Essa regressão linear também pode ser feita utilizando a calculadora científica, para
isso basta seguir os seguintes passos:

MANUAL PARA INTERPOLAÇÃO EM CALCULADORA CASIO FX-82MS¹

Observação: A grafia (+) não corresponde à tecla soma, e sim a sequência a ser
formada.

1°PASSO – Apagar a memória da calculadora: Pressionar a tecla SHIFT +


CLR(CLEAR) + 3 e posteriormente duas vezes a tecla =(IGUAL);
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2°PASSO – Entrar com o modo regressão linear: Pressionar a MODE + 3 + 1; Agora


sua calculadora está operando em MODO REGRESSÃO LINEAR;

3°PASSO – Entrada do valore de X (absorbância), posteriormente pressione a tecla


VÍRGULA, depois entrar com o valor de Y (concentração), em seguida pressionar a
tecla M+. Repetir a operação para inserir o próximo conjunto de dados.

4°PASSO – Descobrir a correlação: Teclamos as teclas SHIFT + S-VAR + seta


+seta + 1 OU 2 OU 3 +IGUAL (=) .

1=A corresponde ao coeficiente linear

2=B corresponde ao coeficiente angular

3=R ao parâmetro de confiabilidade

Os valores dados pelo Excel foram iguais aos encontrados na calculadora, onde:

Coeficiente angular (a) = 4,5872

Coeficiente linear (b) = -0,0319

Grau de confiabilidade (R2) = 0,9999

Assim, retomamos a equação 4 e obtemos a seguinte equação da reta:

(Equação da Padronização do Alaranjado de Metila)

Com todos os parâmetros definidos basta substituir o x da equação da padronização


do alaranjado de metila pelo valor da absorbância da amostra de concentração
desconhecida e assim, obter a concentração desta amostra:

A concentração da amostra desconhecida é de 1,38mg/L com alto grau de


confiabilidade. Ao programar o espectrofotômetro para que informasse a concentração
da amostra desconhecida, o valor informado pelo equipamento foi de 1,44mg/L, ou
seja, uma diferença, para mais de 0,06mg/L, o que é considerado muito baixo, por isso
o grau de confiabilidade está tão próximo de 1. Para isso Skoog, et al (2002,p. 210) nos
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fala que na em teoria a absorbância deveria ser inversamente proporcional á


concentração, porém na prática isso não ocorre, há sempre alguns desvios, sendo
indispensável à realização experimental. Vimos isso com a diferença na concentração
teórica e a medida no aparelho.

2- CONCLUSÃO

Com os dados obtidos experimentalmente conclui-se que o valor calculado de


1,38mg/L da solução desconhecida se encontra muito próxima a dada pelo
equipamento, 1,44mg/L, o que nos mostra como a curva de calibração é uma técnica
muito confiável e eficiente para padronizar as soluções, obtendo resultados precisos.
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3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

¹UFPR. Manual para Interpolação em Calculadora CASIO FX-82MS. Disponível


em: http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasalan/manual-interpolacao.pdf. Acesso em:
26 Maio 2021.

HARRIS, D. C. 1948. Análise Química Quantitativa. Trad. Oswaldo Esteves Barcia,


Júlio Carlos Afonso – 8ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

SKOOG, D. A; HOLLER, F.J; NIEMAN, T.A. Princípios de Análise Instrumental.


Trad. Ignez Caracelli, et al – 5ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.

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