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BANCA EXAMINADORA
Harry Houdini
AGRADECIMENTOS
Chromate based coatings are usually used on galvanized steel, being widely
recognized for their efficiency to protect against corrosion. However, it is known that Cr +6
ions are highly toxic and carcinogenic. For this reason, the assessment of alternatives for its
use is being researched worldwide.
Tannins have already been studied for years for their anti-corrosive properties, but it
is still uncertain that they can act in passivation of galvanized steel, as a possible
replacement for chromate.
This study evaluated the application of tannin coatings on galvanized steel. Two
different commercial tannins, two immersion times (8 and 15 minutes), two solutions pH’s
(2.5 and 4.5) and two tannin solution concentrations (2 and 10 g/L) were tested.
Electrochemical impedance spectroscopy, potentiostatic polarization, salt spray, wet
chamber and weathering tests were performed. The results were compared with chromate
coated and bare galvanized steel.
It was concluded that there is a protective effect of tannin in galvanized steel. The
Weibull tannin samples were superior to Macrospec in all conditions. The immersion time of
15 minutes samples had better results than 8 minutes. The solution of pH 4.5 showed better
results than 2.5. In addition, concentrations of 2 and 10 g / L obtained similar results for the
performed tests.
Tannin coating on galvanized steel showed good results, but lower than the chromate one.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 13
2. OBJETIVO .............................................................................................. 15
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 15
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 16
3.1. Corrosão dos metais................................................................................................................... 16
3.1.1. Proteção por barreira ........................................................................................................ 17
3.1.2. Proteção anódica............................................................................................................... 17
3.1.3. Proteção catódica .............................................................................................................. 18
3.2. Aço galvanizado ..................................................................................................................... 19
3.2.1. Passivação no aço galvanizado .......................................................................................... 23
3.3. Cromatização......................................................................................................................... 24
3.4. Taninos .................................................................................................................................. 25
3.4.1. Taninos hidrolisáveis ......................................................................................................... 26
3.4.2. Taninos condensados ........................................................................................................ 27
3.4.3. Taninos para proteção contra corrosão ............................................................................ 28
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ......................................................... 30
4.1. Materiais utilizados ............................................................................................................... 30
4.2. Preparação das soluções de taninos ..................................................................................... 30
4.3. Limpeza das amostras ........................................................................................................... 31
4.4. Métodos de preparo das amostras ....................................................................................... 31
4.5. Cromatização......................................................................................................................... 32
4.6. Nomenclatura das amostras ................................................................................................. 32
4.7. Verificação da presença do cromo ........................................................................................ 33
4.8. Espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) ................................ 33
4.9. Exposição natural .................................................................................................................. 33
4.10. Ensaios eletroquímicos...................................................................................................... 34
4.11. Polarização ........................................................................................................................ 34
4.12. Ensaio de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) .......................................... 35
4.13. Câmara úmida ................................................................................................................... 36
4.14. Névoa Salina ...................................................................................................................... 37
4.15. Envelhecimento natural das amostras .............................................................................. 37
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 38
5.1. Verificação da presença do cromo no aço galvanizado ........................................................ 38
5.2. Espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier .......................................... 38
5.3. Quantificação de Ácido Gálico .............................................................................................. 40
5.4. Impedância ............................................................................................................................ 42
5.5. Polarização ............................................................................................................................ 48
5.6. Câmara úmida ....................................................................................................................... 50
5.7. Névoa salina .......................................................................................................................... 55
5.8. Intemperismo natural ........................................................................................................... 56
5.9. Impedância envelhecimento do revestimento ..................................................................... 62
6. CONCLUSÕES ........................................................................................ 66
7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 68
8. ANEXOS ................................................................................................ 69
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 79
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo avaliar a possibilidade da utilização de taninos como
uma alternativa à cromatização no aço galvanizado, utilizando dois diferentes taninos
comerciais, também foi avaliada a proteção oferecida ao aço galvanizado em diferentes
condições de concentração, pH e tempo de tratamento e avaliar o envelhecimento do aço
galvanizado tratado por taninos.
15
2. OBJETIVO
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
dos cristais da camada de fosfato, além disso, protegerá o substrato por causa do seu efeito
self-healing (4).
A proteção catódica é usada em diversas áreas industriais como, por exemplo, para
combater a corrosão de instalações metálicas enterradas, submersas e em embarcações.
Existem dois métodos de aplicação em um sistema de proteção catódica, o método de
corrente impressa e o método galvânico também conhecido como ânodos de sacrifício.
Com a utilização da proteção catódica, consegue-se manter as superfícies metálicas
protegidas da corrosão por tempo indeterminado, pois isto dependerá da quantidade de
ânodo de sacrifício e metal base a ser protegido, em comparação com a atmosfera corrosiva.
No caso de revestimentos, a proteção catódica ocorre quando um metal mais ativo
é usado como revestimento de um metal mais nobre. A figura 2 mostra o sistema do aço
galvanizado. Caso ocorra uma falha neste material, um par galvânico fica exposto e, como o
zinco oxida preferencialmente ao ferro, ele funcionará como ânodo e o ferro como cátodo
(11).
19
As primeiras fases formadas durante o tempo de imersão são: Zeta, Delta e Gama 1 e
Gama. A fase Eta mesmo sem estar representada no diagrama de equilíbrio, é uma solução
sólida de ferro no zinco com solubilidade de 0,03% de ferro.
21
A fase Zeta, FeZn13, possui aproximadamente 94% de zinco, é uma fase isomórfica
com uma célula unitária e estrutura atômica contendo um átomo de ferro e um de zinco
cercado por 12 átomos de zinco nos vértices de um octaedro levemente distorcido (15).
A fase Delta, FeZn10, possui uma concentração de ferro de 10% aproximadamente, e
uma única célula hexagonal, na solidificação é formada através de uma reação peritética
entre Gama e a fase Líquida a 665ºC (15).
A fase Gama 1, tem uma estrutura cúbica de face centrada (CFC), Fe5Zn21, a
composição de ferro de aproximadamente 18% a 450ºC, no resfriamento após a solidificação
se forma a 550ºC como resultado de uma reação peritetóide entre a fase Gama e a Delta,
surgindo como uma camada ininterrupta entre estas fases (15).
A fase Gama, Fe3Zn10, possui uma estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC),
com a composição de ferro de aproximadamente 26% a 450ºC. Na solidificação forma-se
como resultado de uma reação peritética entre o ferro alfa e o zinco líquido a 782ºC, e exibe
uma máxima solubilidade do ferro em zinco na temperatura peritética de 665ºC na fase
delta (15). Esta fase é muito fina e geralmente não é visível em revestimentos.
Na figura 4 é mostrada uma micrografia da seção transversal de um revestimento
obtido por galvanização a quente, mostrando as diferentes fases geradas na imersão (13).
Figura 4. Micrografia da camada de zinco formada após 5 minutos de imersão em um banho a 450° C sobre
aço. 1 - fase gama, 2 - fase delta, 3 - fase zeta. (13)
Como esta taxa de formação é mais rápida no inicio, e depois é lenta, para aumentar
a formação da camada, não é necessário que a peça fique muito tempo em imersão,
podendo ser retirada após cinco minutos de banho, ou seja, o processo é rápido. Na retirada
da peça ocorre a formação de uma ultima camada de zinco puro na superfície da peça, isto
22
acontece por arraste do banho (13). A tabela 1 indica as camadas intermetálicas que são
formadas no processo de galvanização e suas respectivas fórmulas estequiométricas,
estruturas cristalinas e durezas.
Figura 5. Vida útil do aço galvanizado em função da camada de zinco para diferentes ambientes. (13)
A camada de zinco formada cria uma barreira que isola a superfície do aço do meio
ambiente (eletrólito), com isto surge a proteção contra a corrosão pela ação da barreira de
zinco, além da proteção catódica exercida pelo zinco sobre o aço agindo como ânodo de
sacrifício (8).
Ademais, o aço galvanizado, quando exposto a atmosferas não muito agressivas,
forma um produto com características protetoras ao entrar em contato com o CO2, deixando
o zinco passivado e fazendo com que perca o seu brilho, deixando-o com aparência opaca.
Porém, até acontecer este processo, é preciso que o aço galvanizado esteja protegido para
que não acelere a formação de produtos de corrosão não passivantes sobre ele. Para isto, é
adotada frequentemente a proteção por cromatização, através do cromo hexavalente,
durante o seu transporte, armazenamento e utilizações (16).
Zn + ½O2 ZnO
3.3. Cromatização
2H+ + 2e H2
H2 2H+ + 2e
Com isso, na interface zinco com a solução irá ocorrer um aumento de pH devido ao
ataque do zinco, a precipitação de hidróxido de cromo trivalente de maneira gelatinosa
devido ao aumento de pH, e consequentemente os sais de cromo hexavalente irão se
incorporar nos compostos gelatinosos de cromo trivalente precipitados (19).
Estudos indicam que o Cr+6 presente no filme possibilita a reparação de defeitos e
trincas das camadas do revestimento através de passivação da superfície exposta, processo
conhecido como self-healing (4). Por estes motivos a cromatização é ainda muito usada nas
industrias devido à sua alta eficiência.
Entretanto, o cromo hexavalente é reconhecido como um composto altamente
cancerígeno, nocivo ao meio ambiente e tóxico (1), muitas vezes os trabalhadores de
fabricas acabam expostos a este mal. Já ocorreram diversos casos envolvendo o cromo
hexavalente e o mal que ele pode fazer ao ser humano, como ocorreu na cidade de Hinkley,
EUA, onde o cromo hexavalente foi encontrado em aguas subterrâneas, sendo o causador
de diversos casos de câncer pela cidade.
Sabendo dos perigos gerados pelo cromo hexavalente, e pensando em reduzir os
resíduos industriais gerados, novos processos de pré-tratamentos têm sido desenvolvidos
com o objetivo de substituir a cromatização.
Atualmente, diversos processos tecnológicos estão sendo estudados com o objetivo
de substituição da cromatização. Exemplo disto, a nanotecnologia empregada com
nanocerâmicos com composição à base de zircônia e/ou titânio (20) (21) e a silanização
utilizando metais de terras raras (Cério e Lantânio) (22). Os revestimentos nanocerâmicos e
de silanização também são estudados atuando em conjunto a materiais não metálicos que
apresentem propriedades anticorrosivas, como exemplo os taninos (21). O uso de
revestimentos a base de taninos é uma alternativa ainda pouco estudada (7).
3.4. Taninos
Eles são encontrados especialmente em casca, madeira, raízes e sementes de plantas como
o pinheiro e acácia, sendo conhecidos por fazerem partes dos mecanismos de defesa das
plantas e possuírem características de alto poder oxidante (24) (25). Os taninos extraídos das
cascas de Acácia Negra são baseados no processo de extração através da água e vapor de
água. A figura 6 mostra os aspectos granulado de taninos de Acácia Negra comercial.
hidrolise, forma pequenas moléculas. Por este motivo a denominação taninos hidrolisáveis.
A figura 7 mostra a estrutura típica de um tanino hidrolisável (7).
pH. Isso possivelmente se deve às reações de competições entre o tanino e o ácido fosfórico
(27). Porém taninos já são usados como inibidores de corrosão no processo de fosfatização,
conseguindo resultados satisfatórios (31), de forma a já existirem patentes do uso de taninos
na fosfatização (32).
O tanino de mimosa, extraído da Acácia Negra, é um tanino condensado que
desempenha um papel importante na indústria de couros, porém é considerado uma
possibilidade promissora de inibidor de corrosão. A figura 9 mostra a estrutura do tanino
condensando de mimosa que tem quatro unidades flavonoides.
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foram utilizadas para teste duas marcas diferentes de taninos, ambos oriundos da
Acácia Negra e do tipo condensado, Weibull e Macrospec. O Weibull tem sua principal
finalidade comercial nas etapas de produção de couros (pré-curtimento, curtimento e
recurtimento). O Macrospec é destinado principalmente para aplicação na indústria química,
como por exemplo: condicionadores de lama para perfuração de poços de petróleo,
defloculantes para concreto, e agentes de suspensão em formulação de agroquímicos.
Inicialmente foi tomada a massa estipulada de tanino e dissolvida em água deionizada. No
trabalho foram utilizadas duas concentrações, 2g/L ou 10g/L (37). Foram medidos e
acertados o pH das soluções para dois valores distintos de 2,5 ou 4,5, tendo como base
trabalhos anteriores (7) e (37). Para o acerto de pH foi utilizado acido nítrico (HNO3), diluído
com concentração 5%. A solução de tanino foi usada após 24 horas do preparo, para
permitir a precipitação de partículas que continuaram suspensas. Foi observado que a
solução de 10g/L apresentou acúmulo de precipitados no fundo, indicando que o limite de
solubilidade foi ultrapassado.
31
As chapas de aço galvanizado foram limpas inicialmente com acetona, lavadas com
detergente e água corrente, e em seguida imersas na solução de desengraxante de
concentração 70g/L a uma temperatura de 70ºC por 10 minutos, sendo lavadas após com
água deionizada. Foi realizado o teste de quebra d’água para verificar se as peças estavam
bem desengraxadas e após elas foram secas com jato de ar quente antes de serem imersas
na solução de tanino.
Figura 10. Aplicação do revestimento de tanino nas chapas a) tanino Weibull b) tanino Macrospec.
32
4.5. Cromatização
O revestimento cromatizado hexavalente (Cr+6) foi obtido por imersão das chapas em
solução cromatizante hexavalente amarelo para zinco por 30s à temperatura ambiente. A
solução cromatizante aquosa utilizada foi fornecida pela Surtec.
Para obtenção do revestimento de cromo trivalente (Cr+3) as chapas foram imersas
por 60s na solução de cromatizante trivalente 680, a uma temperatura de 60ºC.
Visando ter um objetivo mais prático sobre o possível uso do tanino no aço
galvanizado foi realizado um ensaio de intemperismo por exposição ao ambiente natural. O
meio escolhido foi o urbano, local onde é mais empregado o aço galvanizado.
As chapas metálicas foram fixadas num suporte de madeira, de acordo com a norma
ASTM G50-10 (38), referente aos ensaios de corrosão atmosférica em metais. Todas as
chapas ficaram posicionadas com ângulo de 30º apontadas para a direção norte. Foram
34
colhidos dados mensais para as amostras, o período de avaliação foi de seis meses e o
resultado foi obtido através de analise visual. Foi preferido este método de análise e não
diferença de massa, pois de acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, seis meses
não são suficientes para se obter perda significativa em valores de massa (39).
Foram tiradas fotos mensalmente das amostras para verificação dos resultados, e
havia acompanhamento das condições das amostras a cada três dias durante o período
exposto, para verificação de possíveis avarias nas amostras. O local escolhido foi o campus
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, num local exposto, sem abrigo de vento,
chuva ou luz.
4.11. Polarização
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 12. Verificação da presença de cromo na superfície dos aços galvanizados a) aço galvanizado
cromatizado b) aço galvanizado utilizado no trabalho (não cromatizado).
Transmitância
Nº de onda (cm-1)
3400 2900 2400 1900 1400 900 400
Na amostra Weibull existe o aparecimento de pico próximo a 1600 cm-1 e este pico
também é visto na amostra Macrospec, com menor intensidade. Essa região é característica
do grupo aromático que o tanino apresenta, mostrando possivelmente a maior presença do
grupo benzeno na amostra Weibull. O pico 1454 cm-1 aparece na amostra de Weibull com
uma intensidade maior que no tanino Macrospec, e este valor é correspondente às
vibrações do estiramento C=C do anel aromático, reforçando a hipótese apresentada
anteriormente.
Existe uma banda significativa na amostra Macrospec em 1415 cm-1 que aparece com
intensidade menor na amostra Weibull, podendo ser atribuída às deformações angulares C-
O-H dos fenóis.
Na região entre 1045 e 1087 cm-1 se nota uma diferença entre os dois taninos. Na de
Macrospec temos uma banda larga, enquanto na de Weibull diversos picos. Esta região é
atribuída às deformações C-H no anel aromático.
A amostra Macrospec apresenta seus estiramentos mais alargados, apresentando ser
uma amostra mais amorfa em relação ao Weibull que possui estiramentos com menor grau
de alargamento.
Tabela 3. Valores de concentração e absorbância encontrados para plotar a curva de calibração padrão dos
polifenóis.
1
y = 0.0355x
0.8 R² = 0.9975
Absorbância
0.6
0.4
0.2
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Concentração [mg/L]
Figura 14. Curva de calibração de calibração obtida em 280 nm, através do método colorimétrico para
determinação de polifenóis, a partir da solução padrão de ácido gálico.
Com isto, foi verificado que o tanino comercial Weibull possui uma quantidade de
ácido gálico aproximadamente 20% menor do que o tanino Macrospec, indicando que
apresentam estruturas diferentes.
5.4. Impedância
Os ensaios de EIE foram realizados em NaCl 0,1M para todas as amostras, de acordo
com a nomenclatura apresentada na tabela 2. Foram utilizados dois tipos comerciais de
taninos (Weibull e Macrospec), as variações para as amostras foram em função da
concentração e pH da solução e tempo de imersão na confecção do revestimento, além
disso, foram utilizadas amostras tratadas com cromatizante hexavalente e trivalente e
amostras sem tratamentos, para fins de comparação. Os tempos em que foram analisadas as
impedâncias são os seguintes: 3 horas, 24 horas, 48 horas e 72 horas. Todos os diagramas
mostrados são de Nyquist.
O Diagrama de Nyquist em 3 horas de imersão em NaCl 0,1M foi dividido em duas
figuras, a primeira referente as amostras de tanino Macrospec em comparação aos
revestimentos cromatizados e a amostra sem tratamento, a segunda figura é referente as
amostras de tanino Weibull em comparação aos revestimentos cromatizados e a amostra
sem tratamento
A figura 15 mostra o diagrama de Nyquist para o tempo de 3 horas de imersão.
8.0
7.0
6.0
5.0
Z' ( kOhm.cm2)
4.0
3.0
2.0
1.0
0.0
Z'' ( kOhm.cm2)
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0
5 -2
Figura 15. Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência de 10 até 10 Hz, para as
amostras revestidas com tanino Macrospec após 3h imersão em NaCl 0,1M.
43
2.0
1.8
1.6
1.4
1.2
Z' ( kOhm.cm2)
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
Z'' ( kOhm.cm2)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
BRA CRVI CR3 M2-2,5-8 M2-2,5-15 M2-4,5-8 M2-4,5-15 M10-2,5-8 M10-2,5-15 M10-4,5-8 M10-4,5-15
Figura 16. Ampliação da Figura 15 - Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência
5 -2
de 10 até 10 Hz, para as amostras revestidas com tanino Macrospec após 3h imersão em NaCl 0,1M.
8.0
7.0
6.0
5.0
kOhm.cm2)
4.0
3.0
Z' (
2.0
1.0
0.0
Z'' ( kOhm.cm2)
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0
Figura 17. Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência de 105 até 10-2 Hz, para as
amostras revestidas com tanino Weibull após 3h imersão em NaCl 0,1M.
44
Tabela 4. Valores de impedâncias na faixa de frequência de 1 Hz, para as amostras revestidas após 3h
imersão em NaCl 0,1M.
2.0
Z' ( kOhm.cm2)
1.5
1.0
0.5
0.0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0
Z'' ( kOhm.cm2)
5 -2
Figura 18. Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência de 10 até 10 Hz, para as
amostras revestidas com tanino Weibull e amostras cromatizadas, após 24h imersão em NaCl 0,1M.
Tabela 5. Valores de impedâncias na faixa de frequência de 1 Hz, para as amostras revestidas após 24h
imersão em NaCl 0,1M.
2.0
1.8
1.6
W2-4,5-8 W10-4,5-8 W10-4,5-15 BRA W2-4,5-15
1.4
Z' ( kOhm.cm2)
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
Z'' ( kOhm.cm2)
5 -2
Figura 19. Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência de 10 até 10 Hz, para as
amostras revestidas com tanino Weibull pH 4,5 e amostra sem tratamento, após 48h imersão em NaCl 0,1M.
1.2
1.0
Z' ( kOhm.cm2)
0.6
0.4
0.2
0.0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0
Z'' ( kOhm.cm2)
5 -2
Figura 20. Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência de 10 até 10 Hz, para as
amostras revestidas com tanino Weibull pH 4,5 e amostra sem tratamento, após 72h imersão em NaCl 0,1M.
Tabela 6. Valores de impedâncias na faixa de frequência de 1 Hz, para as amostras revestidas após 48h
imersão em NaCl 0,1M.
Tabela 7. Valores de impedâncias na faixa de frequência de 1 Hz, para as amostras revestidas após 72h
imersão em NaCl 0,1M.
5.5. Polarização
-0.6
W2-4,5-15
-0.7 W10-4,5-15
M2-4,5-15
-0.8 M10-4,5-15
E (V)
-0.9
-1.0
-1.1
-1.2
-9.0 -7.0 -5.0 -3.0
Log i (A/cm2)
Figura 21. Curvas de polarização potenciostática para as amostras M2-4,5-15, M10-4,5-15, W2-4,5-15 e W10-
4,5-15. Utilizando o eletrodo de referência de Ag/AgCl com intervalo de varredura partindo de -1,2V até -
0,8V, com velocidade de varredura de 1 mV/s, obtidas após 1,5h de imersão em NaCl 0,1M.
Tabela 8. Valores de Potencial (V) e Log Corrente (A/cm²) no ponto referente às retas de Tafel, para as
amostras W-2-4,5-15, W-10-4,5-15, M-2-4,5-15 e M-10-4,5-15.
-0.6
-0.7 W2-4,5-15
W10-4,5-15
-0.8 BRA
CR6
E (V)
-0.9
-1.0
-1.1
-1.2
-9.0 -7.0 -5.0 -3.0
Log i (A/cm2)
Figura 22. Curvas de polarização potenciostática para as amostras W2-4,5-15, W10-4,5-15, BRA e CR6.
Utilizando o eletrodo de referência de Ag/AgCl com intervalo de varredura partindo de -1,2V até -0,8V, com
velocidade de varredura de 1 mV/s, obtidas após 1,5h de imersão em NaCl 0,1M.
Tabela 9. Valores de Potencial (V) e Log Corrente (A/cm²) no ponto referente às retas de Tafel, para as
amostras W-2-4,5-15, W-10-4,5-15, CR6 e BRA.
O ensaio acelerado em câmara úmida foi realizado em um tempo de 432 horas, durante o
qual foi avaliado o grau de corrosão das amostras pela norma ASTM D 2247. A tabela 10 mostra a
avaliação de todas as amostras.
51
Tabela 10. Resultados das amostras expostas em câmara úmida segunda a norma ASTM D 2247.
Aspecto ou acabamento (V-vermelho, B-branco); Graus de corrosão (0-perfeito, 1-pontos em áreas localizadas,
2-pontos em geral, 3-áreas localizadas, 4-parcial, 5-total).
O tratamento com revestimento de tanino deve ter como objetivo durar tempo
suficiente para que o zinco da camada de galvanizado consiga se passivar, retardando ainda
mais o inicio da corrosão branca do zinco.
As peças galvanizadas sem nenhum tratamento, já com 48 horas, apresentaram áreas
localizadas de corrosão e corrosão total em 240 horas. Já todas as peças com tratamento
(tanino Weibull ou cromatização) apresentaram resultados superiores em comparação as
amostras sem tratamento. As peças com revestimento de tanino apresentaram corrosão em
pontos de áreas localizadas a partir de 192 horas (8 dias) de exposição, ao final do ensaio o
grau 2 foi o máximo de corrosão apresentado nas peças revestidas com tanino.
Os resultados das amostras com as diferentes concentrações, pH e tempo de imersão
não tiveram grande diferenças de resultados entre elas. Mesmo as amostras de pH 2,5 e
com tempo maior de imersão demorando mais para aparecer corrosão, os resultados são
em geral bastante semelhante, pois todos os revestimentos demostraram efeito protetivo
ao aço galvanizado . Os primeiros pontos de corrosão em área localizada apareceram em
192 horas de ensaio, e ao termino das 432 horas, todas as amostras de tanino apresentavam
52
em geral grau de corrosão B1. Foi notado que nas amostras das peças W10-4,5-8 e W10-4,5-
15 ocorreu um regresso no grau de corrosão, de B1 para B0, possivelmente os produtos de
corrosão formados nessas peças foram lixiviados pelo próprio ambiente da câmara úmida.
As amostras cromatizadas com cromo trivalente e hexavalente não apresentaram
nenhuma corrosão até o tempo total de 18 dias em exposição na câmara úmida.
As figuras 23 a 28 mostram os resultados das peças após 432 horas de ensaio na
câmara úmida. Pode-se notar o aparecimento de pontos de corrosão branca em todas as
amostras de tanino, e corrosão total nas peças das amostras sem revestimento.
Figura 23. Amostras sem tratamento, expostas a câmara úmida, após 432 horas, segundo a norma ASTM D
2247.
53
Figura 24. Amostras W2-2,5-8 e W2-2,5-15, expostas a câmara úmida, após 432 horas, segundo a norma
ASTM D 2247.
Figura 25. Amostras W2-4,5-8 e W2-4,5-15, expostas a câmara úmida, após 432 horas, segundo a norma
ASTM D 2247.
54
Figura 26. Amostras W10-2,5-8 e W10-2,5-15, expostas a câmara úmida, após 432 horas, segundo a norma
ASTM D 2247.
Figura 27. Amostras W10-4,5-8 e W10-4,5-15, expostas a câmara úmida, após 432 horas, segundo a norma
ASTM D 2247.
55
Figura 28. Amostras CR6 e CR3, expostas a câmara úmida, após 432 horas, segundo a norma ASTM D 2247.
Todas as peças tiveram os cantos revestidos com parafina antes do ensaio, para não
haver pontos de corrosão preferencial nos cantos. Pode-se notar que nas amostras tratadas
com tanino ocorreu corrosão branca entre a amostra e a parafina, possivelmente devido a
frestas na proteção de parafina utilizada.
Por ser uma corrosão preferencial causada por um fator externo, ela foi
desconsiderada na avaliação, como prevê a norma. Nos anexos (a) a (h) se encontram as
planilhas de acompanhamento dos ensaios.
O ensaio acelerado em névoa salina foi realizado num tempo de 48 horas, de acordo
com a norma ASTM B 117, durante o qual foi avaliado o grau de corrosão das amostras. A
tabela 11 mostra a avaliação de todas as amostras. Para este ensaio foram utilizadas apenas
2 amostras com variações de concentração para serem analisadas nas condições de pH 4,5 e
tempo de imersão 15 minutos, em comparação com o branco e o cromatizado, já que estes
foram os melhores resultados nos ensaios anteriores com a utilização dos taninos.
56
24 horas 48 horas
BRA V0, B5 V0, B5
CR6 V0, B0 V0, B0
W2-4,5-15 V0, B3 V0, B3
W10-4,5-15 V0, B3 V0, B3
Aspecto ou acabamento (V-vermelho, B-branco); Graus de corrosão (0-perfeito, 1-pontos em áreas localizadas,
2-pontos em geral, 3-áreas localizadas, 4-parcial, 5-total).
Foram analisadas as seguintes amostras através deste ensaio: BRA; M10-4,5-15; M2-
4,5-15; W10-4,5-15; W2-4,5-15; CR3; CRVI. As amostras foram expostas como mostrado na
figura 29. Todas as amostras foram expostas ao lado de suas respectivas duplicatas.
O período em que ficaram em exposição foi de outubro de 2014 até março de 2015 e
foi escolhido este período em especial devido às menores taxas de chuvas médias no estado
do RS, que poderiam lixiviar os produtos de corrosão e também devido à menor circulação
de pessoas na área do ensaio para reduzir o risco de dano por vandalismo, comprometendo
assim o ensaio.
57
Figura 29. Foto das amostras expostas no ensaio de intemperismo no tempo zero, em ordem, de baixo para
cima: BRA; M10-4,5-15; M2-4,5-15; W10-4,5-15; W2-4,5-15; CR3 e CRVI.
Figura 30. Foto das amostras BRA expostas após um mês do ensaio de intemperismo.
Figura 31. Foto das amostras M10-4,5-15 expostas após um mês do ensaio de intemperismo.
Após dois meses de ensaio, os pontos de corrosão tiveram um pequeno aumento nas
amostras que já haviam iniciado a corrosão. Além disso, se notou em todas as amostras uma
diminuição do brilho aparente.
As taxas da corrosão nas amostras sem revestimento e Macrospec tiveram uma
significativa redução do terceiro mês em diante, possivelmente pela conversão do produto
de corrosão hidróxido de zinco em carbonato de zinco. Após cinco meses, a amostra W10-
4,5-15 apresentou pequenos pontos de corrosão localizados no canto inferior direito e as
restantes amostras permaneceram iguais, até a sua retirada, após o sexto mês.
59
Figura 32. Foto da amostra BRA exposta após seis meses do ensaio de intemperismo.
60
Figura 33. Foto da amostra M10-4,5-15 exposta após seis meses do ensaio de intemperismo.
Figura 34. Foto da amostra M2-4,5-15 exposta após seis meses do ensaio de intemperismo.
Figura 35. Foto da amostra W10-4,5-15 exposta após seis meses do ensaio de intemperismo.
61
Figura 36. Foto da amostra W2-4,5-15 exposta após seis meses do ensaio de intemperismo.
Figura 37. Foto da amostra CR3 exposta após seis meses do ensaio de intemperismo.
Figura 38. Foto da amostra CRVI exposta após seis meses do ensaio de intemperismo.
62
8.0
W2_3M W10_1S W10_1M W10_3M
7.0
Z' ( kOhm.cm2)
6.0
5.0
4.0
3.0
2.0
1.0
0.0
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
Z'' ( kOhm.cm2)
5 -2
Figura 39. Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência de 10 até 10 Hz, para as
amostras revestidas e envelhecidas (1 semana, 1 mês e 3 meses) com tanino Weibull com concentração 2 e
10 g/L e amostras cromatizadas, após 3h imersão em NaCl 0,1M.
64
Tabela 12. Valores de impedâncias na faixa de frequência de 1 Hz, para as amostras revestidas e
envelhecidas (1 semana, 1 mês e 3 meses) e amostras cromatizadas, após 3h imersão em NaCl 0,1M.
8.0
6.0
Z' ( kOhm.cm2)
W2_3M W10_1S
5.0
4.0
W10_1M W10_3M
3.0
2.0
CR6_3M CR6_1M
1.0
0.0
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0
Z'' ( kOhm.cm2)
5 -2
Figura 40. Diagramas da impedância das curvas de Nyquist, na faixa de frequência de 10 até 10 Hz, para as
amostras revestidas e envelhecidas (1 semana, 1 mês e 3 meses) com tanino Weibull com concentração 2 e
10 g/L e amostras cromatizadas, após 24h imersão em NaCl 0,1M.
65
Tabela 13. Valores de impedâncias na faixa de frequência de 1 Hz, para as amostras revestidas e
envelhecidas (1 semana, 1 mês e 3 meses) e amostras cromatizadas, após 24h imersão em NaCl 0,1M.
6. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos neste trabalho, abaixo estão algumas possibilidades
para futuros trabalhos sobre o assunto.
8. ANEXOS
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8. Alberto Paulo Ribbe. Corrosão e tratamentos superficiais dos metais. São Paulo,
Brasil, 1971.
10. Pierre R. Roberge. Corrosion Engineering, Principles and Practice. EUA: McGraw-Hill
eBooks, 2008.
11. Capiotto, Nelson. Uso do Silano BTSE como protetivo contra a corrosão de laminados
de aço carbono. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Escola Politécnica de São Paulo,
2006.
13. Instituto de metais - ICZ e ferrosos. Guia da galvanização. São Paulo, 2012.
80
15. Marder A. R. The metallurgy of zinc-coated steel. Progress in Material Science, 2000.
24. Jorge F. C; Brito P; Pepino L; Portugal A; Gil H; Costa R. P. Silva lusitana, 2001.
25. Dos Santos, Adriana Souza. Caracterização quimica e tecnológica de taninos da casca
das leguminosas florestais Mora paraensis Ducke e Stryphnodendron guianense
(Aubl.) Benth. Dissertação de mestrado, Manaus: UFAM - 2008.
29. Brown A. G; Ko H. C. Black wattle and its utilisation, rural industries research and
development corporation: Bartion, 1997.
33. Martinez S. Inhibitory mechaism of mimosa tannin using molecular modeling and
substitutional adsorption isotherms. Materials chemistry and physics, 2002.
37. Bastos, Lorenzo Liguori. Revestimento de silano com inibidor a base de tanino para o
aço galvanizado. Trabalho de Conclusão de Curso. Porto Alegre: UFRGS, 2013.
38. Norma ASTM G50-10, 2015, Standard Practice for Conducting Atmospheric Corrosion
Tests on Metals, ASTM International, West Conshohocken, PA,
2015, DOI: 10.1520/G0050-10R15, www.astm.org.
40. Stephan Wolynec. Técnicas Eletroquímicas em Corrosão, São Paulo. EDUSP, 2003.