Semiologia Dr. Júlio
Semiologia Dr. Júlio
Semiologia Dr. Júlio
2022 1
SEMIOLOGIA -Júlio
ETIOLOGIA:
Multifatorial (genético, ambiental e social).
MEDIDA DA PA NO CONSULTÓRIO
• PA deve ser medida por todos os profissionais de saúde.
• Esfigmomanômetros auscultatórios (calibração semestral) ou oscilométricos
(calibração anual) são preferenciais.
• PA deve ser aferida nos dois braços (diferença maior que 15mmHg na PAS indica
doença vascular).
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 4
HAS - CLASSIFICAÇÃO
Hipertenso: PA com medidas iguais ou acima de 140/90mmHg.
No mínimo duas visitas ao consultório e considerar a maior.
Diagnóstico na primeira consulta apenas se tiver HAS grau 3.
• sistólica isolada. PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mnHg: HÁ. Comum em idosos.
• diastólica isolada PAS < 140 mmHg e PAD ≥ 90 mmHg: HÁ. Comum em distúrbios
da tireoide.
• PAS entre 130 e 139 e PAD entre 85 e 89 mmHg: pré-hipertensos.
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Cálculo de carga tabágica: numero de cigarros fumados por dia e dividir por 20 (20
cigarros em cada maço), depois x pelo numero de anos. Ex: pessoa fuma 10 cigarros
por dia durante 40 anos -> 10/20=0,5 x 40 = 20 anos/maço.
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GENÉTICA E HIPERTENSÃO
Hipertensão arterial primária é multifatorial com forte componente genético. 30 - 50%
são de herança genética (herança poligênica).
Hipertensão secundária possuem algumas heranças monogênicas como:
Hiperaldosteronismo familiar, síndrome de Liddle, hiperplasia adrenal congênita e as
formas herdadas de feocromocitoma e paraganglioma.
Exames rotina:
CRISE HIPERTENSIVA
Divididas em urgência e emergência hipertensiva.
Urgência é uma emergência em potencial
Urgência hipertensivas: PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 120 mm Hg sem lesão em órgãos-alvo
(LOA) e sem risco iminente de morte. Reduzir de 15-20% a PA.
Emergências hipertensivas: PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 120 mm Hg com LOA aguda e
progressiva, com risco iminente de morte.
Pseudocrise hipertensiva. Quando a pessoa tem PA alta secundária a outra condição,
ex: crise de asma, síndrome adrenérgica que gera a elevação da PA.
A crise hipertensiva responde por 0,45% a 0,59% de todos os atendimentos de
emergência hospitalar.
25% são emergências hipertensivas (edema agudo de pulmão e AVC são as principais).
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 13
Dor torácica que mata: IMA, TEP, pneumotórax, dissecção aguda de aorta, rotura
esofagiana.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 14
Avaliação diagnóstica:
Pseudorresistência:
o Aferição incorreta da PA.
o Má adesão ao tratamento.
o Uso de medicamentos que elevam a PA.
Avaliação de fatores de risco cardiovasculares (CV), lesões de órgãos -alvo (LOA) e
doença CV estabelecida.
Monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e monitorização residencial
da pressão arterial (MRPA).
Causas secundárias!
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AULA 2
HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA
Definição: A hipertensão arterial secundária é a forma de hipertensão arterial (HA)
decorrente de uma causa identificável, que pode ser tratada com uma intervenção
específica, a qual determina a cura ou a melhora do controle pressórico.
Note
2022-08-11 11:31:45
--------------------------------------------
Ex: paciente com edema agudo de pulmão
é
uma emergehncia hipertensiva, após como
investigar os picos de HAS. É obrigação
suspeitar de hipertensão renovascular.
• Diagnóstico:
Padrão-ouro: arteriografia renal convencional (invasiva)**.
Angiografia por RNM Angiotomografia TC
Note
US com Doppler renal é o método não invasivo recomendado para o rastreamento
2022-08-11 11:33:25 com
sensibilidade e especificidade estimadas respectivamente em 75% e 90%.
--------------------------------------------
MAis Usado.
1. US com doppler renal, ele positivo, vai para
a arteografia. se a US for negativo mais
ainda tem suspeita faz
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DISPLASIA FIBROMUSCULAR
Conceito: doença idiopática, segmentar, estenosante, não aterosclerótica e não
Note
inflamatória da musculatura das artérias pequenas e médias.
2022-08-11 11:34:06
• 80% dos acometidos são mulheres. --------------------------------------------
• Doppler de artérias renais é o exame preconizado deEstreitamento
rastreamento.
• A angiografia das artérias renais é o padrão-ouro para a identificação da
lesão na artéria renal.
• Diagnóstico diferencial: aneurismas e dissecções.
Classificação:
Índice de apneia e hipopneia:
• IAH < 5 eventos/h: sem AOS.
• IAH 5-14,9 eventos/h: AOS leve.
• IAH 15-29,9 eventos/h: AOS moderada.
• IAH ≥ 30 eventos/h: AOS grave.
Note
2022-08-11 11:42:34
--------------------------------------------
Principal fator de risco ser homem
Obesidade.
Circunferencia cervical
HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO
Supressão da atividade da renina plasmática e aumento da excreção de aldosterona,
leva a aumento da PA.
Pode estar presente em 22% dos pacientes com hipertensão refratária.
• Causa mais comum: Hiperplasia adrenal cortical bilateral é a causa mais
frequente de HP (50-60%).
• Sinal altamente sugestivo: Hipocalemia**
FELCROMOCITOMA
Tumores de células cromafins do eixo simpático-adrenomedular secretores de
catecolaminas.
De 10% a 15% são extradrenais (paragangliomas). Note
2022-08-11 11:53:33
Tumor endócrino produtor de catecolaminas
--------------------------------------------
➔ Tríade: cefaleia, sudorese profusa e palpitações.**
adrenalina, noradrenalina. pode ser tumores
A concomitância da tríade clássica com crise hipertensiva tem sensibilidade de 89% e
extraGuardar a tríade.
especificidade de 67% para o diagnóstico.
HIPOTIREOIDISMO
• Quadro clínico inespecífico (fadiga, sonolência e ganho de peso).
• Os pacientes com hipotireoidismo apresentam níveis baixos de tiroxina (T4) livre
e elevação do hormônio tireotrófico (TSH).
• No hipotireoidismo subclínico, o T4 livre está normal e o TSH, elevado.
• No hipotireoidismo há aumento da PA diastólica, existe um risco maior de HA
diastólica.
• O hipotireoidismo aumenta a resistência vascular e o volume extracelular, mas a
elevação na PA costuma ser discreta.
HIPERTIREOIDISMO
Eleva o débito cardíaco em consequência do aumento do consumo periférico de
oxigênio e do aumento da contratilidade cardíaca.
Prevalência da hipertensão depende da gravidade do hipertireoidismo.
Ocorre fibrilação atrial em 10-20% dos pacientes com hipertireoidismo.
O quadro clínico é mais proeminente na doença de Graves (palpitação, perda de peso,
exoftalmia, bócio, tremores de extremidades, pele quente e intolerância ao calor, entre
outros sintomas).
O diagnóstico baseia-se na dosagem da tiroxina (T4) livre e do hormônio tireotrófico (TSH).
Tipicamente, o T4L está elevado com o TSH suprimido.
No hipertireoidismo subclínico (sem alterações hormonais do T4), o T4 livre está normal e o
TSH suprimido.
A presença do anticorpo antirreceptor de TSH é diagnóstico da doença de Graves, mas
pode estar ausente em aproximadamente 10% dos casos.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 25
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO
Hipertensão em pacientes com hiperparatireoidismo primário varia Notede 10 a 60%.
A maioria é composta por assintomático. 2022-08-11 11:58:06
Gera elevação da calcemia, paratormônio retira cálcio dos ossos --------------------------------------------
Aumento
Sintomáticos: poliúria e polidipsia, osteoporose, constipação, litíase renaldoe funcionamento
hipertensão da
arterial. Paratireoide eleva calcio e PTH
Os mecanismos envolvidos na HA não estão definidos, não havendo uma correlação
direta entre níveis de PTH e calcemia com a gravidade da hipertensão.
Dosagem de calcemia (cálcio total e/ou iônico), fósforo, PTH e cálcio total em urina de
24h.
É importante dosar e repor vitamina D (principalmente se < 20 ng/dL) para excluir
hiperparatireoidismo secundário a deficiência de vitamina D.
SÍNDROME DE CUSHING
• Aumento de cortisol, corticoides.
• A síndrome de Cushing iatrogênica (pelo uso de corticoide exógeno) é
relativamente comum.
• Síndrome de Cushing endógena é rara.
• Entre as causas endógenas: Doença de Cushing 85% (adenoma hipofisári o
produtor de ACTH). Tumores ou hiperplasia adrenal 15% (causas ACTH
independentes).
OBESIDADE
A distribuição excessiva de gordura visceral é acompanhada de importantes alterações
hormonais, inflamatórias e endoteliais.
Retenção de sódio e água, com consequente hipertensão e aumento do risco CV e
renal.
ACROMEGALIA
• A acromegalia em aproximadamente 98% dos casos, gerada por adenomas
hipofisários secretores do hormônio de crescimento (GH).
• O excesso de GH estimula a secreção hepática de insulin-like growth factor-I
(IGF-1), que causa a maioria das manifestações clínicas.
• São mais comuns entre os 30 e 50 anos e classificam-se como microadenomas
(com menos de 1 cm) ou macroadenomas (com 1 cm ou mais).
• A hipertensão pode ocorrer em aproximadamente 30% dos casos e é de
natureza multifatorial.
• A avaliação laboratorial inicia-se com a dosagem de IGF-1 e GH.
• A dosagem de GH após sobrecarga de glicose (75 g) possibilita a demonstração
da não supressão da secreção de GH. Glicose suprime GH por feedback.
• A RNM de sela túrcica é o melhor exame de imagem para a identificação do
tumor e, se contraindicada, pode ser substituída por TC de sela túrcica.
CAUSAS EXÓGENAS
É causa relativamente comum e subestimada.
Uma anamnese completa de todos os fármacos, drogas e suplementos em uso deve
ser realizada.
AULA 3 - 30/03/2022
LINFADENOPATIA PERIFÉRICA
DEFINIÇÃO
Linfadenopatia é uma condição em que os linfonodos ficam com tamanho,
consistência ou número anormais.
É um desafio diagnóstico.
Linfonodos normais geralmente têm menos de 1 cm de diâmetro e tendem a ser
maiores na adolescência do que mais tarde na vida.
Localizada acomete uma região (ex. cervical) regional e generalizada, mais de uma
região.
Causas clínicas e medicamentosas.
LINFADENOPATIA PRÉ-AURICULAR
LINFONODOS PRÉ-AURICULARES DRENAM: conjuntiva, canal auditivo, couro
cabeludo anterior e temporal. Aumentados na conjuntivite e na doença da
arranhadura do gato.
LINFADENOPATIA SUPRACLAVICULAR
Alto risco de malignidade (40-50% é causa oncológica).
Se for endurecido, pensar em CA.
DIREITA: metástase de câncer de mediastino, pulmão e esôfago.
ESQUERDA ("NÓ DE VIRCHOW"): malignidade abdominal. Exemplo - estômago,
vesícula biliar, pâncreas, rins, testículos, ovários ou próstata.
LINFADENOPATIA AXILAR
Drenagem do braço, parede torácica e mama. Doença da arranhadura do gato.
Metástases (mais comum câncer de mama). Implante de silicone mamário.
LINFADENOPATIA GENERALIZADA
Doenças sistêmicas!
INFECÇÃO PELO HIV: segunda semana de infecção pelo HIV. Linfadenomega lia
indolor e que pode persistir.
Uma semana de incubação do vírus após a infecção, depois entra na síndro m e
monolike: linfadenopatia, odinofagia, febre. Depois fica assintomático, depois só
manifesta sintomas após 10 anos em média. O diagnostico precoce é de difícil
identificação.
Febre vespertina: sugestivo de tb, mas a massa de mediastino não é típico da tb.
Sarcoido se: se fosse mais de uma massa.
Linfonodo que dói após ingerir bebida alcoólica: marca do linfoma de Hodgking
RUBÉOLA: doença viral autolimitada. Transmissão oral ou vertical. Artralgia e artrite são
vistas em 70% dos casos. Febre, conjuntivite, linfadenopatia e exantema (macropapul a r
não descamativo). Diagnóstico sorológico.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
ANAMNESE E EXAME FÍSICO: Localização ou sintomas sugestivos de malignida de.
Exposições: arranhões de gato, carne mal cozida (toxoplasmose), picada de carra pat o
(doença de Lyme).
Comportamento sexual de risco.
Febre e perda ponderal: TB e câncer. Viagens!
ESPOROTRICOSE
Fungo: Sporothrix. Linfadenopatia localizada. Atividades em contato com a terra. Pode
causar doença pulmonar e disseminada. Diagnóstico: cultura e biópsia.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 37
EXAME FÍSICO:
Avaliar todas as cadeias linfonodais (generalizada ou não). Avaliar: simetria,
localização, sensibilidade. Tamanho: nódulos anormais são maiores que 1 cm de
diâmetro. Consistência. Endurecidos: neoplásico ou infecções crônicas com fibrose.
Elástica: linfomas e leucemia crônica. Fixação: linfonodos fixos são via de regra
anormais.
EXAMES COMPLEMENTARES:
Exames laboratoriais. Exames de imagem: US, TC e RNM. Biópsia de linfono do .
Aspiração por agulha (fina ou grossa). Prova tuberculínica.
31/03/2022
CIANOSE
DEFINIÇÃO
Coloração azulada da pele e de membranas mucosas causada por altos níveis de
hemoglobina desoxigenada (ou seus derivados) circulando dentro dos capilares.
Não confundir com hipóxia (falta de oxigenação dos tecidos).
Manifestação cutânea depende da coloração da pele, espessura e saúde dos
capilares.
Melhor avaliada onde a epiderme é fina e o suprimento de vasos sanguíneos
abundante (lábios, nariz, bochechas, orelhas e mucosas orais.
Melhor avaliado em iluminação fluorescente.
FISIOPATOLOGIA
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 38
Ao identificar a cianose:
Classificar em central ou periférica e
4 PERGUNTAS DA CIANOSE
1) Qual é o momento do início da cianose? Cianose desde o nascimento sugere
cardiopatia congênita.
2) É central ou periférica?
3) Há baqueteamento digital presente? Cardiopatia congênita, doença
pulmonar e shunt direito-esquerdo.
4) O que mostra a gasometria arterial e a oximetria de pulso? Avaliar se há
hipoxemia ou não.
CAUSAS
Principais diagnósticos diferenciais:
CIANOSE CENTRAL:
ALTITUDE - VIAGENS AÉREAS:
Aproximadamente 44000 emergências ocorrem em voos por ano. Altitudes entre
30000 e 40000 pés (aprox. 10000 metros).
Importância da avaliação antes das viagens aéreas: Saturação cai cerca de 5% em
viagens aéreas, em pessoas que possuem saturação baixa essa redução pode gerar
complicações.
PiO 2 = FiO 2 x (Patm - PH 2 O)
Redução da PaO2: 20mmHg e da SatO2: 5mmHg aproximadamente.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 39
PNEUMONIAS:
inflamação capaz de preencher os alvéolos pulmonares. Nem toda pneumonia é uma
infecção, pode ser aspirativa – pneumonia química (conteúdo estomacal, que é livre de
bactérias).
Etiologia: bacteriana, viral, fúngica, química, lipoídica (aspira óleo), criptogênica, etc.
TROMBOEMBOLIA PULMONAR:
obstrução da artéria pulmonar ou de um de seus ramos por material que se originou
em outras partes do corpo (trombo, gordura, corpo estranho). 18% das mortes sem
causa aparente e a principal causa de morte em acamados.
• CLASSIFICAÇÃO: Aguda, subaguda ou crônica.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 40
CARDIOPATIA CONGÊNITA:
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 42
TETRALOGIA DE FALLOT:
• tetralogia - obstrução da via de saída do ventrículo direito, defeito do septo
ventricular desalinhado, sobreposição da aorta e hipertrofia concêntrica do
VD.
• Associado à síndrome de Down (trissomia 21), Sd de Alagille (mutação JAG1),
DiGeorge, entre outras.
• Gravidade da cianose e sobrevida se relaciona com o grau de obstruç ão da
saída do VD.
• Sopro - sistólico, crescendo-decrescendo, borda esternal esquerda.
• Diagnóstico – ecocardiograma fetal.
SÍNDROME DE EISENMENGER:
• shunt D-E patente, doença arterial pulmonar (hipertensão pulmonar) e
cianose.
• Diagnóstico diferencial da hipertensão pulmonar.
• Clínica - cianose, baqueteamento digital, turgência de jugular, hiperfonese de
P2, sopro mesosistólico em tricúspide, etc.
• Diagnóstico - ecocardiograma com microbolhas, RNM.
METEMOGLOBINEMIA:
hemoglobina oxidada que alterou sua composição de ferroso (Fe²) para férrico (Fe³).
Não há ligação ao oxigênio.
• Forma congênitas (mutações gênicas – deficiência de G6PD) e adquiridas.
• Metemoglobina total > 1,5 g/dL → cianose.
• Adquiridas - anestésicos tópicos (lidocaína, etc), drogas (cocaína), dapso na
(antibiótico), cloroquina, nitratos, alimentos - raízes, cogumelos, anilina
(corante).
SULFEMOGLOBINEMIA:
condição rara na qual há excesso de sulfemoglobina (SulfHb) no sangue. Anel β -pirrol
da molécula de hemoglobina tem a capacidade de se ligar irreversiv elmente a qual que r
substância que contenha um átomo de enxofre.
Sulfemoglobina > 0,5 g/dl → Cianose.
Causas adquiridas - sulfas e fenazopiridina (Pyridi um ).
Carboxemoglobina não causa cianose verdadeira.
CIANOSE PERIFÉRICA
Toda causa de cianose central pode causar cianose periférica.
Causas cardíacas, vasculares periféricas.
Choques (Cardiogênico, distributivo, anafilático, etc).
Hipotermia.
INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA:
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 43
CHOQUE:
insuficiência circulatória com risco de vida que leva à hipóxia tecidual. Causa deve ser
prontamente identificada e tratada precocemente.
Causas - distributivo (séptico, anafilático e neurogê nico), cardiogênico (SCA,
arritmias), obstrutivo (pneumotórax, TEP), hipovolêmico (hemorragias).
Pneumotórax bilateral
HIPOTERMIA:
temperatura central abaixo de 35°C. Clínica (sepse) ou acidental (ambiente frio).
Classificação - leve - 32 a 35°C, moderada - 28 a 32°C e grave - <28°C (coma).
Clínica - redução do nível de consciência de acordo com a gravidade. Taquipneia,
taquicardia, taquiarritmia, hiperventilação inicial.
06/04/202 2
Deficiência de insulina após a destruição das células beta pancreáticas, na maioria das
vezes essa destruição é autoimune.
25% dos casos são diagnosticados nos adultos, diagnósticos tardios.
Forma de diabetes mais comum na infância (80% dos casos em menores que 18 anos).
PATOGÊNESE
Ocorre uma auto-agressão imunitária determinando a destruição das células β
pancreáticas, produtoras e secretoras de insulina.
Fatores genéticos (HLA-DB e DR) e ambientais.
As infecções virais (coxsackie β, caxumba, sarampo etc) podem deflagrar a resposta
autoimune em pessoas que já possuem a alteração genética.
O pâncreas do diabético tipo 1 não produz insulina. Sem o hormônio, a glicose não
entra nas células e fica acumulada no sangue.
Quando o açúcar no sangue excede o limite, esse excesso é eliminado pela urina,
glicosúria (rim consegue equilibrar até uma glicose sérica de 160 – 180, acima disso,
a glicose é excretada pela urina), junto a isso excreta água, gerando quadros graves de
desidratação.
➔ Paciente hiperglicêmico é um paciente desidratado, deve-se corrigir a glicemia
e a desidratação.
EPIDEMIOLOGIA
As maiores incidências relatadas de DM1 ocorrem na Finlândia e na Sardenha (37 a
65 por 100.000 crianças menores de 15 anos).
Idade: pico entre 4-6 anos e 10 anos.
Mais comum em meninos.
Incidência em aumento em crianças entre 10-12 anos.
FATORES DE RISCO
Infecções virais: particularmente infecções respiratórias ou enterovírus.
Dieta, obesidade.
Status socioeconômico mais alto.
Deficiência de vitamina D.
Fatores perinatais: idade materna, história de pré-eclâmpsia e icterícia
neonatal.
Alto peso ao nascer e a menor idade gestacional ao nascimento.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
ESTÁGIO 1: autoanticorpos anti-ilhotas, glicemia normal e pré-sintomático.
ESTÁGIO 2: autoanticorpos anti-ilhotas, glicemia elevada e pré-sintomático.
ESTÁGIO 3: autoimunidade anti-ilhotas, glicemia elevada e sintomas.
ESTÁGIO 4: DM de longa data.
SINTOMAS (4PS):
Polidipsia, polifagia, poliúria e perda de peso.
Cetoacidose diabética (CAD). Descoberta incidental silenciosa (assintomática).
Poliúria: concentração sérica de glicose aumenta significativamente acima de 180
mg/dL (10 mmol/L). A glicosúria causa diurese osmótica (ou seja, poliúria) e
hipovolemia. Noctúria, enurese noturna ou incontinência diurna em uma criança
previamente continente.
Polidipsia: aumento da osmolaridade sérica.
Perda de peso: hipovolemia e aumento do catabolismo. Redução da glicose no
músculo esquelético e aumenta a quebra de gordura e músculo. Inicialmente o
apetite aumenta (polifagia) mas com o tempo a cetose leva à náusea.
Candidíase (glicose na urina) e catarata (retinopatia diabética).
Cetoacidose diabética: os sintomas são semelhantes, mas geralmente mais graves do
que os de pacientes sem acidose. Hálito cetótico e achados neurológicos (sonolência e
letargia). A frequência relatada de CAD como apresentação inicial para DM1 é de
aproximadamente 30 por cento. Requerem hospitalização, reidratação e terapia de
reposição de insulina.]
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 46
DIAGNÓSTICO
O diabetes mellitus (DM1 e DM2) é diagnosticado com base em um dos quatro sinais:
Glicemia de jejum (8h) ≥126 mg/dL em mais de uma ocasião.
Glicose aleatória ≥200 mg/dL em um paciente com sintomas de
hiperglicemia.
Glicose plasmática ≥200 mg/dL medida 2h após uma carga de glicose de 75
g em um teste oral de tolerância à glicose TTOG.
Hemoglobina glicada (A1C) ≥6,5 por cento.
ANTICORPOS:
o DM1 é sugerido pela presença de autoanticorpos pancreáticos.
• Anticorpos Anti Insulina (IAA).
• Anticorpos Anti Descarboxilase do Ácido Glutâmico 65 (GAD65).
• Anticorpos Anti Proteína 2 Associada ao Insulinoma (IA-2).
• Anticorpos Anti Transportador do Zinco (ZnT8). Novos.
Nem todos os pacientes diabéticos tipo 1 possuem autoanticorpos positivos.
Características mistas: adolescentes com DM2 (16%), adultos obesos com DM1 (20%).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
OUTRAS CAUSAS DE HIPERGLICEMIA: quadros críticos (sepse, trauma, etc),
medicamentos (glicocorticoides, etc), hiperglicemia neonatal.
OUTRAS CAUSAS DE DIABETES: doenças pancreáticas exócrinas (fibrose cística,
hemocromatose hereditária, pancreatite crônica, etc), doença endócrinas (síndrome de
Cushing, etc), doença induzidas por drogas (glicocorticoides, inibidores da
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 48
PATOGÊNESE
Fatores genéticos e ambientais.
Prevalência nos adultos de 9%.
Maior prevalência nas Américas e na China.
Metabolismo anormal da glicose pode ser diagnosticado antes do diabetes.
De 20 a 25% dos pacientes com glicemia de jejum alterada ou resistência insulínica
serão diabéticos em 5 anos.
ESTILOS DE VIDA:
sedentarismo (baixa capacidade aeróbica) mesmo sem ganho de peso eleva o risco
de DM2.
Tabagismo eleva em 1,4 vezes o risco (resistência insulínica e obesidade visceral). Sono
menor que 6 horas e maior que 8,5 horas ou SAHOS. Interrupções do sono eleva o risco.
ALIMENTAÇÃO:
carne vermelha, laticínios com alto teor de gordura e açúcar elevam o risco de
diabetes. Atenção para consumo de refrigerantes nas crianças. Deficiência de
vitamina D. Deficiência de Selênio (não há justificativa para reposição).
ALIMENTOS REDUTORES DO RISCO:
dieta mediterrânea (frutas, vegetais, grãos, nozes e azeite). Laticínios com baixo teor de
gordura. Nozes (mais que 150g/sem). Café (4-6 xícaras ao dia reduz o risco de diabet e s ).
Grãos, fibras e frutas.
DIAGNÓSTICO
NO INDIVÍDUO ASSINTOMÁTICO:
• Glicemia plasmática de jejum, repetida, maior ou igual a 126 mg/dl.
• Glicemia duas horas após uma sobrecarga de 75 g de glicose igual ou superior
a 200 mg/dl.
• HbA1c maior ou igual a 6,5%.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 50
LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS:
A GJ necessita de jejum, sofre interferências decorrentes de condições agudas. O
TOTG é oneroso, desconfortável e consome mais tempo. A HbA1c tem maior custo e
não leva em conta a variabilidade individual no fenômeno de glicação proteica.
*Obs: Se houver sintomas de hiperglicemia, uma glicemia ao acaso de 200 mg/dl já
é considerado diabetes.
Diagnóstico de DM na presença de glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl e HbA1c ≥ 6,5%
em uma mesma amostra de sangue. Sempre considerar fatores que possam interf e ri r
nos resultados.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 51
RASTREAMENTO
Todos os indivíduos com 45 anos ou mais, mesmo sem fatores de risco e indivíd uos
com sobrepeso/obesidade que tenham pelo menos um fator de risco adicional para
DM2.
➔ Obesidade + outro fator de risco
Prevalência aos 45 anos 7,4% e aos 55 anos 17,3%.
Custo do rastreamento é baixo.
Se tiver 2 fatores de risco: rastrear anualmente.
13/04/202 2
Fisiopatologia (teorias):
• Glicosilação do colágeno dos vasos → lesão endolelial → microtrombos.
• Aumento de sorbitol nas células (aldolase redutase).
RETINOPATIA DIABÉTICA:
principal causa de cegueira dos 20 aos 74 anos.
Atinge 100% dos DM1 após 20 anos do diagnóstico e 60% dos DM2.
No DM1 pode aparecer após 5 anos de doença e no DM2 no diagnóstico.
Dividida em: não proliferativa, proliferativa e maculopatia diabética.
Retinopatia não proliferativa em sua fase inicial: Exudato duro e Microaneurismas, não há
proliferação de vasos.
Neovasos
NEFROPATIA DIABÉTICA:
comprom etimento renal ocorre no glomérulo.
Incidência entre 20% e 40% dos diabéticos.
Achado inicial: proteinúria (EAS ou 300mg em urina de 24h).
Causa mais comum de IRC nos EUA e na Europa.
NEUROPATIA DIABÉTICA:
Comprometimento do sistema nervoso periférico.
Acomete 50% dos pacientes com diabetes mellitus tipo 2.
Patogênese não totalmente conhecida.
Teoria - acúmulo de sorbitol nos axônios.
Neuropatia autonômica:
Sintomas mais precoces: disfunção erétil (micro e macrovascular) e hipotensão
postural.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 57
Microbiota:
• bactérias gram-positivas (Estreptococo e Estafilococo);
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COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES
• Doença coronariana.
• Doença cerebrovascular.
• Arteriopatia periférica.
COMPLICAÇÕES AGUDAS
Hipoglicemia, cetoacidose diabética, estado hiperglicêmico hiperosmolar não
cetótico (coma hiperosmolar).
HIPOGLICEMIA:
complicação mais frequente do diabetes mellitus. Principal causa de coma em
diabéticos.
Definida como glicemia capilar abaixo de 70mg/dl.
➔ Toda alteração de nível de consciência – deve-se fazer glicemia capilar
Classificação:
• grave - casos em que há alteração de nível de consciência;
• sintomático - sintomas e glicemia < 70mg/dl;
• assintomáticos - ausência de sintomas, mas glicemia < 70mg/dl;
• sintomático provável - sem confirmação;
• relativa - sintomas com glicemia acima de 70 mg/dl.
CETOACIDOSE DIABÉTICA:
Complicação mais grave do diabetes tipo 1.
Toda cetoacidose mata se não for tratada, leva a parada cardíaca.
Principal causa de mortes em jovens diabéticos
Mortalidade de 100% se não tratada (3% se tratada adequadamente).
Rara no diabetes tipo 2.
Jejum → lipólise → ácido graxo → cetonas
Tríade: hiperglicemia + acidose + cetonemia (AG elevado).
• Hiperglicemia: acima de 250 (causa desidratação e não prediz gravidade).
• Cetonemia: cetona é volátil (hálito cetônico). Metabolismo de AG.
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AG aumentado.
20/04/202 2
SÍNCOPE
Perda transitória do nível de consciência causada por hipofluxo sanguíneo cerebral
(duração 5-10 segundos).
Na síncope verdadeira a recuperação é rápida (diagnóstico diferencial nos casos
prolongados).
É apenas uma causa de perda transitória do nível de consciência.
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência ao longo da vida de 20%.
Idade: pico de incidência na adolescência e outro na idade avançada.
Mais comum em mulheres.
Equivalente a 3% dos atendimentos em pronto atendimento.
Causa: (1º síncope reflexa, 2º síncope ortostática e 3º causas cardiopulmonares).
CAUSAS
Avaliar se o caso é síncope verdadeira.
Causas principais:
• síncope reflexa (50% dos casos),
• síncope ortostática,
• causa cardíaca ou cardiopulmonar.
SÍNCOPE REFLEXA:
reflexo neural altera a frequência cardíaca e a pressão arterial.
• Vasovagal - Hiperestimulação do nervo Vago.
• Síncope do seio carotídeo (idosos). – hipersensibilidade do seio carotídico.
• Gatilhos que geram sincope reflexa: Micção, bocejo, calor, gola apertada, tosse
(pessoa pode tossir muito, fazer valsalva que geram estimulo vasovagal)...
SÍNCOPE ORTOSTÁTICA:
É secundária a hipotensão ortostática: redução em 20mmHg da PAS e 10mmHg na
PAD depois de 3min na postura ereta.
• Imediata ou tardia.
• Fármacos (antidepressivos e anti-hipertensivos).
• Disautonomia. (doenças neurodegenerativas)
• Álcool, envelhecimento, calor.
• Diabetes.
Estenose aórtica: estenoses graves vão causar síncope associada ao esforço (alta
mortalidade).
Cardiomiopatia hipertrófica: até 25% dos pacientes se apresentam com
síncope. Obstrução dinâmica da saída do VE.
Isquemia miocárdica → TV.
Tromboembolism o pulmonar → Insuficiência aguda de VD (VD não se adapta
bem ao aumento de pressão causado pelo TEP).
Doença cerebrovascular
Ocorre quando há insuficiência arterial:
• AVC ou AIT,
• insuficiência vertebrobasilar (vertigem é mais comum),
• insuficiência de carótidas,
• doença vascular grave,
• roubo vascular (ex. exercício de braço...). sequestro de sangue do cérebro
para a região exercitada.
Diagnósticos diferenciais - convulsões, psicogênicas, intoxicação... – são achados mais
comuns que a sincope nas doenças cerebrovasculares.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA:
síncope - perda transitória do nível de consciência.
Pré-síncope - tontura, vertigem, náusea, calafrios, palpitação, dor torácica, dispneia,
sudorese, visão turva, palidez.
Perguntar se o paciente passou mal antes de ter a síncope – achado que sugere causas
reflexas
Pode causar diversos traumas (acidentes...).
Recuperação maior que 5 minutos → diagnóstico diferencial.
Quadro confusional pós síncope → diagnóstico diferencial com convulsões
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 62
AVALIAÇÃO INICIAL:
avaliar diagnóstico, classificar o risco e indicações de internação.
Avaliação –
1. história clínica detalhada, idade (vasovagal e seio carotídeo são mais comuns
nos idosos),
2. exame físico,
3. glicemia capilar (primeira conduta em alteração de nível de consciência),
eletrocardiograma,
4. ecocardiograma transtorácico (doença estrutural e vascular).
5.
Número, frequência e duração dos episódios:
• jovem - identificar doença cardíaca estrutural;
• eventos raros - benigno (ex. vasovagal);
• eventos frequentes - grave (ex. BAVt, TV – taquicardia ventricular sustentada);
• sintomas pré-sincope - mais comum em casos reflexos;
• síncope sem sintomas pré - mais comum em casos cardíacos.
Posição:
• em pé - mais comum causas reflexas;
• após se levantar - hipotensão ortostática;
• decúbito - arritmia (grave).
Fatores provocativos:
• durante o exercício - arritmias,
• estenose aórtica (grave);
• após o exercício - reflexa;
• tosse, urina, calor ou pós-prandial - reflexa;
• estresse emocional.
Sintomas pós-síncope:
• náusea, palidez e sudorese - sugere reflexa;
• confusão mental - sugere convulsão.
Medicamentos:
• diuréticos (hipovolemia e hipocalemia);
• anti-hipertensivos;
• antimicrobianos (ex. quinolonas - precipita arritmias, azólicos – arritmias);
• história familiar (morte súbita, cardiomiopatia hipertrófica...).
Exame físico:
• avaliar pressão arterial sentado e em pé;
• frequência cardíaca punho e precordio;
• frequência respiratória (hiperv entilação, TEP);
• sopros, sinais neurológicos.
ELETROCARDIOGRAMA
Doença cardíaca estrutural, fração de ejeção e hipertensão pulmonar.
Bradicardia sinusal persistente (<40bpm)
BAV de 2º Mobitz II
BAV de 3º (completo)
Bloqueio de ramo direito ou esquerdo
Taquicardia ventricular
Taquicardia supraventricular
TV polimórfica não sustentada
Mal funcionam ento do marca-passo
Síndrome de Wolff-Parkinson-White
Intervalo QT longo ou curto
Repolarização precoce
Síndrome de brugada
Ondas T negativas em precordiais direitas V1 e V2 (doença arritmogênica)
Hipertrofia ventricular esquerda (doença estrutural)
Onda épsilon em V1 e V2
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Bradicardia sinusal
27/04/202 2
HIPOTIREOIDISMO
Prevalência de 0,5 – 2,0% da população.
Deficiência de hormônio tireoidiano.
Doença hipotalâmica-hipofisária ou doença primária da tireoide.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Manifestação clínica varia de acordo com a deficiência hormonal.
Sintomas melhor tolerados em caso de redução gradual da função tireoidiana.
➔ Redução geral dos processos metabólicos.
MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS:
• Deposição de glicosaminoglicanos
• pele fria e pálida (redução do aporte sanguíneo);
• rugosidade (hiperqueratose);
• sudorese, pele amarelada;
• queda de cabelo;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• mixedema (edema endurecido).
• Edema periorbital e oftalmopatia (fraqueza muscular).
• Maior risco de sangramento e síndrome de Von Willebrand adquirida.
• Anemia da inflamação.
• Redução da frequência cardíaca e do débito cardíaco.
• Hipertensão (aumento da resistência vascular periférica).
• Derrame pericárdico (casos graves).
• Aumento do risco cardiovascular.
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL:
Hipotireoidismo primário - alta concentração de hormônio estimulante da tireoide
(TSH) e uma baixa concentração sérica de tiroxina livre (T4).
Doença primária da tireoide (95% dos casos). Inicialmente solicitar TSH e se elevado
solicitar TSH e T4l.
TSH - Valor de referência 3-4 mU/L.
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CAUSAS
Hipotireoidismo autoimune crônico (Hashimoto) causa mais comum de
hipotireoidismo primário.
Formas de bócio e formas atróficas.
Presença do anticorpo anti-peroxidase tireoidiana (TPO) - 90% dos casos.
TRIAGEM
Detectar o hipotireoidismo antes do aparecimento dos sintomas.
Triar com dosagem de TSH!
COMA MIXEDEMATOSO
DEFINIÇÃO: hipotireoidismo grave capaz de reduzir o nível de consciência.
Emergência, alta mortalidade e atualmente rara.
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DIAGNÓSTICO
SOLICITAR: TSH, T4l e cortisol.
T4l estará muito baixo.
TSH pode estar alto.
Cortisol pode estar baixo em caso de insuficiência adrenal associada.
HIPERTIREOIDISMO
DEFINIÇÃO
Aumento da produção de hormônios tireoidianos.
Manifestações clinicas são independentes da causa.
Causa mais comum - doença de Graves.
Sintomas - intolerância ao calor, irritação, sudorese, ansiedade, perda de peso,
aumento das evacuações...
Presença de bócio ao exame físico.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Aumento do débito e da frequência cardíaca.
• Eleva o risco cardiovascular e em casos avançados leva à insuficiência cardíaca.
• Fibrilação atrial ocorre em até 20% dos pacientes.
• Causam redução de massa óssea.
• Redução de colesterol sérico.
• Causa resistê ncia insulínica.
• Dispneia aos esforços.
• Hipoxemia (aumento do consumo) com hipercapnia (fraqueza muscular)
• Fraqueza muscular respiratória.
• Exacerbação de asma e elevação da pressão da artéria pulmonar. Piora
hipertensão pulmonar em pacientes que já possuem.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 69
MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS:
Pele quente (hiperfluxo sanguíneo) e sudoreica. Unhas amolecidas e soltas. Prurido e
urticárias. Hiperpigmentação. Cabelo fino. Dermopatia infiltrativa (pápulas elevadas
e pigmentadas).
MANIFESTAÇÕES OCULARES:
Olhar fixo e pálpebra lentificada. Exoftalmia (disfunção muscular). Pode ocorrer olho
seco e úlcera de córnea.
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL:
Teste inicial é o TSH sérico e se alta suspeita adicionar T3 e T4.
Diagnóstico de dá por redução do TSH e elevação de T3 ou T4.
T3 toxicose: mais comum no Graves e no bócio medular. Elevação apenas de T3 leva
a poucos sintomas.
T4 toxicose: situação em que não há conversão de T4 para T3. Hipertireoidismo
induzido por amiodarona (impede a conversão de t4 para t3).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Pacientes gravemente doentes.
Causas de TSH baixo - hipotireoidismo central, altas doses de glicocorticoides,
gestação e idosos, ingestão de biotina.
Quadro clássico: Hipertireoidismo + oftalmopatia + ausência de nódulo: Doença de
Graves!
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 70
Caso não for clássico de Graves solicitar - anticorpo TRAb, determinação da captação
de iodo radioativo, medição do fluxo sanguíneo na ultrassonografia.
TIREOIDITE:
inflamação do tecido tireoidiano com hipertireoidismo transitório.
• Tireoidite granulomatosa subaguda (Quervain) - quadro viral com febre, mal
estar e dor local, região cervical.
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 71
• Tireoidite pós-parto.
• Tireoidite química (ex. amiodarona, lítio),
• por radiação.
• Pós-vacina COVID19.
HIPERTIREOIDISMO SUBCLÍNICO
Concentração sérica normal de T3 e T4 com TSH abaixo do valor de referência.
Sintomas inespecíficos.
Causas são as mesmas do hipertireoidismo.
• Pode ser transitório (ex. idosos).
• Pode ocorrer: taquicardia, tremores, dispneia...
• Consequências: progredir para hipertireoidismo, perda óssea, elevação do
risco cardiovascular e fibrilação atrial, demência.
28/04/202 2
INSUFICIÊNCIA ADRENAL
CONCEITO
A Insuficiência Adrenal (IA) é uma condição que está associada à baixa produção dos
glicocorticoides e mineralocorticóides, hormônios produzidos no córtex das
glândulas adrenais.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Sintomas dependem do grau da perda de função adrenal.
Quadro pode ser arrastado e passar despercebido por anos.
Diagnóstico pode ser feito em uma crise adrenal.
Deficiência de mineralocorticoide ou glicocorticoide.
CRISE ADRENAL:
Manifestação grave da insuficiência adrenal, principal é o choque!
Sintomas inespecíficos: Anorexia, náusea, vômito, dor abdominal, fraqueza, fadiga,
letargia, febre, confusão ou coma.
• Mineralocorticoide (aldosterona principalmente) - retenção de sódio e
vasoconstrição.
• Glicocorticóides - resposta vascular à angiotensina II e norepinefrina, estimula
renina e inibe prostaciclina (que causa vasodilatação).
Todos esses fatores contribuem para a hipotensão arterial, que pode levar ao choque.
Hiperpigmentação da pele
DIAGNÓSTICO
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 74
CAUSAS:
A abordagem para identificar a causa é diferente na doença primária versus secundá ri a
ou terciária.
INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA:
tomografia computadorizada (TC) da hipófise ou ressonância magnética (RM) do
SNC. Vários outros distúrbios também podem causar doença hipofisária ou
hipotalâmica.
SÍNDROME DE CUSHING
• A síndrome de Cushing iatrogênica (pelo uso de corticoide exógeno) é
relativamente comum.
• Síndrome de Cushing endógena é rara.
• Entre as causas endógenas: Doença de Cushing 85% (adenoma hipofisári o
produtor de ACTH). Tumores ou hiperplasia adrenal 15% (causas ACTH
independentes).
Victória Rodrigues e Maria Eduarda C. Pedroso - XLI. 2022 76
DIAGNÓSTICO
Incidentalona é um achado, pra investigar síndrome de cushing.
1) Excluir corticoides exógenos – boa anmnese
Altas doses de megestrol
Ritonavir
2) Fazer os testes
Cortisol salvar noturno
Cortisol sérico
Teste inicial normal, com baixa suspeita, suspende. Se continua alta, continua.
Pelo menos 1 teste alterado, continua.
A partir do memento que diagnostico que tem hipercotisolismo, preciso ver se,
o quadro é depedente de ACTH OU NÃO?
ACTH
1) Doença adrenal primária
2)