2007 08 24 - Exercício Do Direito de Petição - Legix

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Exercício do Direito de Petição

Aprovado pelo Lei no 43/90, de 10 de Agosto.

O presente diploma entrou em vigor decorrida a vacatio legis .

A presente versão, aquando da sua realização, teve por base a republicação efectuada pelo Lei no 45/2007, de 24

de Agosto, contemplando todas as alterações aprovadas até à indicada data.

Gerado automaticamente em 29-Jul-2014 referente a 24-Ago-2007 a partir do LegiX.


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Índice
L 43/90 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
CAPÍTULO I – Disposições gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
CAPÍTULO II – Forma e tramitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
CAPÍTULO III – Petições dirigidas à Assembleia da República . . . . . . . . . . . . . . 8
CAPÍTULO IV – Disposição final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12


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Exercício do Direito de Petição


L 43/90
A Assembleia da República decreta, nos termos do artigo 52o , artigo 164o , alínea d), artigo 168o ,
alínea b), e artigo 169o , no 3, da Constituição, o seguinte:

CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1o
Âmbito

1 – A presente lei regula e garante o exercício do direito de petição, para defesa dos direitos dos
cidadãos, da Constituição, das leis ou do interesse geral, mediante a apresentação aos órgãos
de soberania, ou a quaisquer autoridades públicas, com excepção dos tribunais, de petições,
representações, reclamações ou queixas.
2 – São regulados por legislação especial:

a) A impugnação dos actos administrativos, através de reclamação ou de recursos hierár-


quicos;
b) O direito de queixa ao Provedor de Justiça e à Entidade Reguladora para a Comunica-
ção Social;
c) O direito de petição das organizações de moradores perante as autarquias locais;
d) O direito de petição colectiva dos militares e agentes militarizados dos quadros perma-
nentes em serviço efectivo.

Artigo 2o
Definições

1 – Entende-se por petição, em geral, a apresentação de um pedido ou de uma proposta, a


um órgão de soberania ou a qualquer autoridade pública, no sentido de que tome, adopte ou
proponha determinadas medidas.
2 – Entende-se por representação a exposição destinada a manifestar opinião contrária da per-
filhada por qualquer entidade, ou a chamar a atenção de uma autoridade pública relativamente
a certa situação ou acto, com vista à sua revisão ou à ponderação dos seus efeitos.
3 – Entende-se por reclamação a impugnação de um acto perante o órgão, funcionário ou agente
que o praticou, ou perante o seu superior hierárquico.
4 – Entende-se por queixa a denúncia de qualquer inconstitucionalidade ou ilegalidade, bem
como do funcionamento anómalo de qualquer serviço, com vista à adopção de medidas contra
os responsáveis.
5 – As petições, representações, reclamações e queixas dizem-se colectivas quando apresenta-
das por um conjunto de pessoas através de um único instrumento e em nome colectivo quando
apresentadas por uma pessoa colectiva em representação dos respectivos membros.
6 – Sempre que, nesta lei, se empregue unicamente o termo «petição», entende-se que o mesmo


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se aplica a todas as modalidades referidas no presente artigo.

Artigo 3o
Cumulação

O direito de petição é cumulável com outros meios de defesa de direitos e interesses previstos
na Constituição e na lei e não pode ser limitado ou restringido no seu exercício por qualquer
órgão de soberania ou por qualquer autoridade pública.

Artigo 4o
Titularidade

1 – O direito de petição, enquanto instrumento de participação política democrática, pertence


aos cidadãos portugueses, sem prejuízo de igual capacidade jurídica para cidadãos de outros
Estados, que a reconheçam, aos portugueses, em condições de igualdade e reciprocidade,
nomeadamente no âmbito da União Europeia e no da Comunidade dos Países de Língua Portu-
guesa.
2 – Os estrangeiros e os apátridas que residam em Portugal gozam sempre do direito de petição
para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos.
3 – O direito de petição é exercido individual ou colectivamente.
4 – Gozam igualmente do direito de petição quaisquer pessoas colectivas legalmente constituí-
das.

Artigo 5o
Universalidade e gratuitidade

A apresentação de petições constitui direito universal e gratuito e não pode, em caso algum, dar
lugar ao pagamento de quaisquer impostos ou taxas.

Artigo 6o
Liberdade de petição

1 – Nenhuma entidade, pública ou privada, pode proibir, ou por qualquer forma impedir ou di-
ficultar, o exercício do direito de petição, designadamente na livre recolha de assinaturas e na
prática dos demais actos necessários.
2 – O disposto no número anterior não prejudica a faculdade de verificação, completa ou por
amostragem, da autenticidade das assinaturas e da identificação dos subscritores.
3 – Os peticionários devem indicar o nome completo e o número do bilhete de identidade ou,
não sendo portador deste, qualquer outro documento de identificação válido.


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Artigo 7o
Garantias

1 – Ninguém pode ser prejudicado, privilegiado ou privado de qualquer direito em virtude do


exercício do direito de petição.
2 – O disposto no número anterior não exclui a responsabilidade criminal, disciplinar ou civil do
peticionário se do seu exercício resultar ofensa ilegítima de interesse legalmente protegido.

Artigo 8o
Dever de exame e de comunicação

1 – O exercício do direito de petição obriga a entidade destinatária a receber e examinar as peti-


ções, representações, reclamações ou queixas, bem como a comunicar as decisões que forem
tomadas.
2 – O erro na qualificação da modalidade do direito de petição, de entre as que se referem no
artigo 2o , não justifica a recusa da sua apreciação pela entidade destinatária.
3 – Os peticionários indicam um único endereço para efeito das comunicações previstas na pre-
sente lei.
4 – Quando o direito de petição for exercido colectivamente, as comunicações e notificações,
efectuadas nos termos do número anterior, consideram-se válidas quanto à totalidade dos peti-
cionários.

CAPÍTULO II
Forma e tramitação
Artigo 9o
Forma

1 – O exercício do direito de petição não está sujeito a qualquer forma ou a processo específico.
2 – A petição, a representação, a reclamação e a queixa devem, porém, ser reduzidas a escrito,
podendo ser em linguagem braille, e devidamente assinadas pelos titulares, ou por outrem a seu
rogo, se aqueles não souberem ou não puderem assinar.
3 – O direito de petição pode ser exercido por via postal ou através de telégrafo, telex, telefax,
correio electrónico e outros meios de telecomunicação.
4 – Os órgãos de soberania, de governo próprio das Regiões Autónomas e das autarquias locais,
bem como os departamentos da Administração Pública onde ocorra a entrega de instrumentos
do exercício do direito de petição, organizam sistemas de recepção electrónica de petições.
5 – A entidade destinatária convida o peticionário a completar o escrito apresentado quando:

a) Aquele não se mostre correctamente identificado e não contenha menção do seu domi-
cílio;
b) O texto seja ininteligível ou não especifique o objecto de petição.

6 – Para os efeitos do número anterior, a entidade destinatária fixa um prazo não superior a
20 dias, com a advertência de que o não suprimento das deficiências apontadas determina o


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arquivamento liminar da petição.


7 – Em caso de petição colectiva, ou em nome colectivo, é suficiente a identificação completa
de um dos signatários.

Artigo 10o
Apresentação em território nacional

1 – As petições devem, em regra, ser apresentadas nos serviços das entidades a quem são
dirigidas.
2 – As petições dirigidas a órgãos centrais de entidades públicas podem ser apresentadas nos
serviços dos respectivos órgãos locais, quando os interessados residam na respectiva área ou
nela se encontrem.
3 – Quando sejam dirigidas a órgãos da Administração Pública que não disponham de serviços
nas áreas do distrito ou do município de residência do interessado ou interessados ou onde eles
se encontrem, as petições podem ser entregues na secretaria do governo civil do distrito respec-
tivo.
4 – As petições apresentadas nos termos dos números anteriores são remetidas, pelo registo do
correio, aos órgãos a quem sejam dirigidas no prazo de vinte e quatro horas após a sua entrega,
com a indicação da data desta.

Artigo 11o
Apresentação no estrangeiro

1 – As petições podem também ser apresentadas nos serviços das representações diplomáticas
e consulares portuguesas no país em que se encontrem ou residam os interessados.
2 – As representações diplomáticas ou consulares remeterão os requerimentos às entidades a
quem sejam dirigidas, nos termos fixados no no 4 do artigo anterior.

Artigo 12o
Indeferimento liminar

A petição é liminarmente indeferida quando for manifesto que:


a) A pretensão deduzida é ilegal;
b) Visa a reapreciação de decisões dos tribunais, ou de actos administrativos insusceptí-
veis de recurso;
c) Visa a reapreciação, pela mesma entidade, de casos já anteriormente apreciados na
sequência do exercício do direito de petição, salvo se forem invocados ou tiverem ocorrido
novos elementos de apreciação.

2 – A petição é ainda liminarmente indeferida se:


a) For apresentada a coberto de anonimato e do seu exame não for possível a identificação
da pessoa ou pessoas de quem provém;
b) Carecer de qualquer fundamento.


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Artigo 13o
Tramitação

1 – A entidade que recebe a petição, se não ocorrer indeferimento liminar referido no artigo an-
terior, decide sobre o seu conteúdo, com a máxima brevidade compatível com a complexidade
do assunto nela versado.
2 – Se a mesma entidade se julgar incompetente para conhecer da matéria que é objecto da
petição, remete-a à entidade para o efeito competente, informando do facto o autor da petição.
3 – Para ajuizar sobre os fundamentos invocados, a entidade competente pode proceder às ave-
riguações que se mostrem necessárias e, conforme os casos, tomar as providências adequadas
à satisfação da pretensão ou arquivar o processo.

Artigo 14o
Controlo informático e divulgação da tramitação

Os órgãos de soberania, de governo próprio das Regiões Autónomas e das autarquias locais,
bem como os departamentos da Administração Pública onde ocorra a entrega de instrumentos
do exercício do direito de petição, organizarão sistemas de controlo informático de petições, bem
como de divulgação das providências tomadas, nos respectivos sítios da Internet.

Artigo 15o
Enquadramento orgânico

Sem prejuízo do disposto em especial para a Assembleia da República, os órgãos de soberania,


do governo próprio das Regiões Autónomas e das autarquias locais, bem como os departamen-
tos da Administração Pública onde seja mais frequente a entrega de instrumentos do exercício
do direito de petição, organizarão esquemas adequados de recepção, tratamento e decisão das
petições recebidas.

Artigo 16o
Desistência

1 – O peticionário pode, a todo o tempo, desistir da petição, mediante requerimento escrito apre-
sentado perante a entidade que recebeu a petição ou perante aquela que a esteja a examinar.
2 – Quando sejam vários os peticionários, o requerimento deve ser assinado por todos eles.
3 – A entidade competente para o exame da petição decide se deve aceitar o requerimento, de-
clarar finda a petição e proceder ao seu arquivamento ou se, dada a matéria objecto da mesma,
se justifica o seu prosseguimento para defesa do interesse público.


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CAPÍTULO III
Petições dirigidas à Assembleia da República
Artigo 17o
Tramitação das petições dirigidas à Assembleia da República

1 – As petições dirigidas à Assembleia da República são endereçadas ao Presidente da As-


sembleia da República e apreciadas pelas comissões competentes em razão da matéria ou por
comissão especialmente constituída para o efeito, que poderá ouvir aquelas, e pelo Plenário,
nos casos previstos no artigo 24o .
2 – O registo e numeração das petições é feito pelos serviços competentes.
3 – Recebida a petição, a comissão parlamentar competente toma conhecimento do objecto da
mesma, delibera sobre a sua admissão, com base na nota de admissibilidade elaborada pelos
serviços parlamentares, nomeia o Deputado relator e aprecia, nomeadamente:

a) Se ocorre alguma das causas legalmente previstas que determinem o seu indeferimento
liminar;
b) Se foram observados os requisitos de forma mencionados no artigo 9o ;
c) As entidades às quais devem ser imediatamente solicitadas informações.

4 – O peticionário é imediatamente notificado da deliberação a que se refere o número anterior.


5 – O Presidente da Assembleia da República, por iniciativa própria ou a solicitação de qualquer
comissão parlamentar, pode determinar a junção de petições num único processo de tramitação,
sempre que se verifique manifesta identidade de objecto e pretensão.
6 – A comissão parlamentar competente deve apreciar e deliberar sobre as petições no prazo de
60 dias a contar da data da sua admissão.
7 – Se ocorrer o caso previsto no no 5 do artigo 9o , o prazo estabelecido no número anterior só
começa a correr na data em que se mostrem supridas as deficiências verificadas.
8 – Findo o exame da petição, é elaborado um relatório final, que deverá ser enviado ao Presi-
dente da Assembleia da República, contendo as providências julgadas adequadas, nos termos
do artigo 19o .

Artigo 18o
Registo informático

1 – Por forma a assegurar a gestão e publicitação adequadas das petições que lhe sejam reme-
tidas, a Assembleia da República organiza e mantém actualizado um sistema de registo infor-
mático da recepção e tramitação de petições.
2 – O sistema faculta informação completa sobre os dados constantes das petições apresenta-
das, incluindo o seu texto integral e informação sobre cada uma das fases da sua tramitação,
devendo centralizar os dados disponíveis em todos os serviços envolvidos.
3 – O sistema faculta um modelo, de preenchimento simples, para envio e recepção de petições
pela Internet.
4 – Qualquer cidadão que goze de legitimidade nos termos do artigo 4o pode tornar-se peticioná-
rio por adesão a uma petição pendente, num prazo de 30 dias a contar da data da sua admissão,
mediante comunicação escrita à comissão parlamentar competente em que declare aceitar os


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termos e a pretensão expressa na petição, indicando os elementos de identificação referidos no


artigo 6o .
5 – A adesão conta para todos os efeitos legais e deve ser comunicada aos peticionários origi-
nários.

Artigo 19o
Efeitos

1 – Do exame das petições e dos respectivos elementos de instrução feito pela comissão pode,
nomeadamente, resultar:

a) A sua apreciação pelo Plenário da Assembleia da República, nos termos do artigo 24o ;
b) A sua remessa, por cópia, à entidade competente em razão da matéria para a sua apre-
ciação e para a eventual tomada de decisão que no caso lhe caiba;
c) A elaboração, para ulterior subscrição por qualquer Deputado ou grupo parlamentar, da
medida legislativa que se mostre justificada;
d) O conhecimento dado ao ministro competente em razão da matéria, através do Primeiro-
Ministro, para eventual medida legislativa ou administrativa;
e) O conhecimento dado, pelas vias legais, a qualquer outra autoridade competente em
razão da matéria na perspectiva de ser tomada qualquer medida conducente à solução do
problema suscitado;
f) A remessa ao Procurador-Geral da República, no pressuposto da existência de indícios
para o exercício de acção penal;
g) A sua remessa à Polícia Judiciária, no pressuposto da existência de indícios que justifi-
quem uma investigação policial;
h) A sua remessa ao Provedor de Justiça, para os efeitos do disposto no artigo 23o da
Constituição;
i) A iniciativa de inquérito parlamentar;
j) A informação ao peticionário de direitos que revele desconhecer, de vias que eventual-
mente possa seguir ou de atitudes que eventualmente possa tomar para obter o reconhe-
cimento de um direito, a protecção de um interesse ou a reparação de um prejuízo;
l) O esclarecimento dos peticionários, ou do público em geral, sobre qualquer acto do Es-
tado e demais entidades públicas relativo à gestão dos assuntos públicos que a petição
tenha colocado em causa ou em dúvida;
m) O seu arquivamento, com conhecimento ao peticionário ou peticionários.

2 – As diligências previstas nas alíneas b), d), e), f), g), h), j) e l) do número anterior são efectu-
adas pelo Presidente da Assembleia da República, a solicitação e sob proposta da comissão.

Artigo 20o
Poderes da comissão

1 – A comissão parlamentar, durante o exame e instrução, pode ouvir os peticionários, solicitar


depoimentos de quaisquer cidadãos e requerer e obter informações e documentos de outros
órgãos de soberania ou de quaisquer entidades públicas ou privadas, sem prejuízo do disposto


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na lei sobre segredo de Estado, segredo de justiça ou sigilo profissional, podendo solicitar à
Administração Pública as diligências que se mostrem necessárias.
2 – A comissão parlamentar pode deliberar ouvir em audição o responsável pelo serviço da Ad-
ministração visado na petição.
3 – Após exame da questão suscitada pelo peticionário, a comissão poderá solicitar, sob pro-
posta do relator, que as entidades competentes tomem posição sobre a matéria.
4 – O cumprimento do solicitado pela comissão parlamentar, nos termos do presente artigo, tem
prioridade sobre quaisquer outros serviços da Administração Pública, devendo ser efectuado no
prazo máximo de 20 dias.
5 – As solicitações previstas neste artigo devem referir a presente lei e transcrever o número
anterior, bem como o artigo 23o .

Artigo 21o
Audição dos peticionários

1 – A audição dos peticionários, durante o exame e instrução, é obrigatória, perante a comissão


parlamentar, ou delegação desta, sempre que a petição seja subscrita por mais de 1000 cida-
dãos.
2 – A audição pode ainda ser decidida pela comissão parlamentar, por razões de mérito, devida-
mente fundamentadas, tendo em conta, em especial, o âmbito dos interesses em causa, a sua
importância social, económica ou cultural e a gravidade da situação objecto da petição.
3 – O disposto nos números anteriores não prejudica as diligências que o relator entenda fazer
para obtenção de esclarecimento e preparação do relatório, incluindo junto dos peticionários.

Artigo 22o
Diligência conciliadora

1 – Concluídos os procedimentos previstos no artigo 20o e artigo 21o , a comissão parlamentar


pode ainda realizar uma diligência conciliadora, desde que esta seja devidamente justificada.
2 – Havendo diligência conciliadora, o presidente da comissão convidará a entidade em causa
no sentido de poder corrigir a situação ou reparar os efeitos que deram origem à petição.

Artigo 23o
Sanções

1 – A falta de comparência injustificada, a recusa de depoimento ou o não cumprimento das


diligências previstas no no 1 do artigo 20o constituem crime de desobediência, sem prejuízo do
procedimento disciplinar que no caso couber.
2 – A falta de comparência injustificada por parte dos peticionários pode ter como consequência
o arquivamento do respectivo processo, nos termos do no 3 do artigo 16o , não lhes sendo apli-
cado o previsto no número anterior.


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Artigo 24o
Apreciação pelo Plenário

1 – As petições são apreciadas em Plenário sempre que se verifique uma das condições seguin-
tes:

a) Sejam subscritas por mais de 4000 cidadãos;


b) Seja elaborado relatório e parecer favorável à sua apreciação em Plenário, devidamente
fundamentado, tendo em conta, em especial, o âmbito dos interesses em causa, a sua
importância social, económica ou cultural e a gravidade da situação objecto de petição.

2 – As petições que, nos termos do número anterior, estejam em condições de ser aprecia-
das pelo Plenário são enviadas ao Presidente da Assembleia da República, para agendamento,
acompanhadas dos relatórios devidamente fundamentados e dos elementos instrutórios, se os
houver.
3 – As petições são agendadas para Plenário no prazo máximo de 30 dias após o seu envio ao
Presidente da Assembleia da República, nos termos do número anterior.
4 – A matéria constante da petição não é submetida a votação, sem prejuízo do disposto nos
números seguintes.
5 – A comissão competente pode apresentar, juntamente com o relatório, um projecto de resolu-
ção, o qual é debatido e votado aquando da apreciação da petição pelo Plenário.
6 – Com base na petição, pode igualmente qualquer Deputado apresentar uma iniciativa, a qual,
se requerido pelo Deputado apresentante, é debatida e votada nos termos referidos no número
anterior.
7 – Se a iniciativa a que se refere o número anterior vier a ser agendada para momento diferente,
a petição é avocada a Plenário para apreciação conjunta.
8 – Sempre que for agendado debate em Plenário cuja matéria seja idêntica a petição pendente,
que reúna as condições estabelecidas no no 1, será esta igualmente avocada, desde que o peti-
cionário manifeste o seu acordo.
9 – Do que se passar é dado conhecimento ao primeiro signatário da petição, a quem é enviado
um exemplar do número do Diário da Assembleia da República em que se mostre reproduzido o
debate, a eventual apresentação de qualquer proposta com ele conexa e o resultado da respec-
tiva votação.

Artigo 25o
Não caducidade

As petições não apreciadas na legislatura em que foram apresentadas não carecem de ser re-
novadas na legislatura seguinte.

Artigo 26o
Publicação

1 – São publicadas na íntegra no Diário da Assembleia da República as petições:


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a) Assinadas por um mínimo de 1000 cidadãos;


b) Que o Presidente da Assembleia da República mandar publicar em conformidade com
a deliberação da comissão.

2 – São igualmente publicados os relatórios relativos às petições referidas no número anterior.


3 – O Plenário será informado do sentido essencial das petições recebidas e das medidas sobre
elas tomadas pelo menos duas vezes por sessão legislativa.

Artigo 27o
Controlo de resultado

1 – Por iniciativa dos peticionários ou de qualquer Deputado, a comissão parlamentar, a todo o


tempo, pode deliberar averiguar o estado de evolução ou os resultados das providências desen-
cadeadas em virtude da apreciação da petição.
2 – O relatório que sobre o caso for aprovado pode determinar novas diligências e será, em
qualquer caso, dado a conhecer ao peticionário e divulgado na Internet.

CAPÍTULO IV
Disposição final
Artigo 28o
Regulamentação complementar

No âmbito das respectivas competências constitucionais, os órgãos e autoridades abrangidos


pela presente lei devem elaborar normas e outras medidas tendentes ao seu eficaz cumpri-
mento.

Aprovada em 12 de Julho de 1990.


O Presidente da Assembleia da República, Vítor Pereira Crespo.
Promulgada em 24 de Julho de 1990.
Publique-se.
O Presidente da República, MÁRIO SOARES.
Referendada em 26 de Julho de 1990.
O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.


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