Anatomia Resumos

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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM

S. FRANCISCO DAS MISERICÓRDIAS

RESUMO
ANATOMIA E FISIOLOGIA

Elaborado por:
Filipe Francisco Marques dos Santos

Torres Vedras
Agosto 2005
APRESENTAÇÃO:
Este resumo constitui o meu manual de apoio à disciplina de Anatomia e Fisiologia da
Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das
Misericórdias. O texto tem por base os diapositivos que serviram como base de estudo
durante os anos lectivos de 2004/05, e absorve variados comentários e anotações
produzidos durante as próprias aulas.

ÍNDICE:
PARTE 1 Organização do Organismo Humano
1 O Organismo Humano, 1
2 A Base Química do Vida, 5
4 Histologia: O Estudo dos Tecidos, 8

PARTE 2 Suporte e Movimento


6 Sistema Esquelético: Histologia e Desenvolvimento, 16
7 Sistema Esquelético: Anatomia Geral, 22
8 Articulações e Biomecânica do Movimento Corporal, 38
10 Sistema Muscular: Histologia e Fisiologia, 47
11 Sistema Muscular: Anatomia Geral, 56

PARTE 3 Sistemas de Integração e de Controlo


13 Sistema Nervoso Central: Encéfalo e Medula Espinal, 64
15 Os Sentidos1, 76
16 Sistema Nervoso Autónomo, 84
17 Organização Funcional do Sistema Endócrino, 89
18 Glândulas Endócrinas, 92

PARTE 4 Regular do e Manutenção


19 Aparelho Circulatório: Sangue, 99
20 Aparelho Circulatório: Coração, 105
21 Aparelho Circulatório: Circulação e Regulação Periférica, 109
22 Sistema Linfático e Imunidade, 116
23 Aparelho Respiratório, 121
24 Aparelho Digestivo, 143
26 Aparelho Urinário, 143

PARTE 5 Reprodução e Desenvolvimento


28 Aparelho Sexual e Reprodutor, 149

"O único sitio onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário."


Albert Einstein

1
Com especial atenção para a Visão e Audição
Parte 1 – Organização do Organismo Humano
Capitulo 1 – O Organismo Humano,
Anatomia: Ciência que estuda a estrutura e forma dos corpos, esta estuda o corpo por sistemas
A. Sistémica ou por regiões A. Regional

Fisiologia: Ciência que estuda a função dos organismos vivos

Organização Estrutural e funcional


O corpo Humano pode ser estudado em 7 Níveis estruturais:

Químico: interacções entre os átomos e as combinações que formam para originar moléculas

Organelo: Estrutura de pequenas dimensões, constituinte da célula que apresenta uma ou mais
funções. Ex.: núcleo, mitocôndria, REL

Célula: Unidade básica da vida

Tecido: Conjunto de células com estrutura e


função semelhantes.
Existem 4 tipos: Epitelial, Conjuntivo, Muscular e
o Nervoso

Órgão: Formado por um ou mais tipos de


tecidos com função semelhante. Ex.:
estômago, coração, rim...

Sistema1: Conjunto de órgãos com função


semelhante. Ex.: endócrino, cardiovascular...

Organismo: ou ser organizado, é qualquer


estrutura viva considerada como um todo, quer seja
uni ou multicelular como o Ser humano.

Organismo Humano
A característica comum a todos os organismos é a vida.

Características essenciais da vida são:

Organização:
Metabolismo: Capacidade de usar energia para o desempenho de funções vitais Capacidade
de resposta: Resulta na capacidade de adaptação às condições externas Crescimento:
Capacidade de aumento do número ou do tamanho das células Desenvolvimento: Alterações
que decorrem desde a concepção até à morte.
Implica diferenciação celular, passagem de célula indiferenciada para célula especializada
Reprodução: Formação de novas células ou organismos

1
Denomina-se sistema aos conjuntos de órgãos que tem semelhança estrutural, caso contrário designa-se aparelho
1
Homeostasia:

Existência e manutenção do meio ambiente em condições


constantes dentro do corpo.

Manutenção de uma variável em torno de um valor normal ou


ideal ou um ponto de equilíbrio. O valor da variável oscila em
torno deste, estabelecendo uma amplitude normal de valores

Retroacção Negativa: Mecanismo fisiológico capaz de reduzir ou contrariar qualquer desvio ao


ponto de equilíbrio. Constituído por: receptor, centro de controlo e efector.
Exemplo de Mecanismo de retroacção negativa:

Retroacção Positiva: São reacções não homeostáticas e são raras em indivíduos saudáveis em que
não existe compensação aos desvios do ponto de equilíbrio.
Pode torna-se um ciclo vicioso e resultar na morte do organismo.

Exemplo de Mecanismo de retroacção positiva: Os desvios do ponto de equilíbrio normal


provocam desvios provocam desvios adicionais, a partir do valor normal quer na direcção positiva
quer na direcção negativa.

2
Terminologia e planos do Corpo Humano
Termos descritivos ou de referencia

<= Posição anatómica:


Ser humano em pé
Pés orientados para a frente Braços
suspensos ao lado do corpo
Palmas das mãos orientadas para a frente
Polegar virado para fora

Termos descritivos: =>


Superior/ inferior
Anterior/ posterior
Cefálico/ caudal
Ventral/ dorsal
Proximal/ distal Medial/
lateral Superficial/
profundo

<=Plano do corpo
Plano sagital mediano
Plano parassagital
Plano horizontal ou transversal
Plano frontal ou coronal

Regiões do Corpo
Membros: Superior e Inferior
Tronco: Tórax, Abdómen e Pelve
Zona mediana: Cabeça, Pescoço e Tronco
Subdivisões do abdómen: em 4 Quadrantes ou em Grelha de 9 janelas

3
Cavidades do Corpo
O tronco contém 3 grandes cavidades:
- Cavidade torácica: Anteriormente apresenta o esterno, encontra-se rodeada pelas costelas e está
separada da cavidade abdominal pelo músculo diafragma.
Apresenta no seu interior: Cavidade pericárdica, Cavidades pleurais e o Mediastino
- Cavidade pélvica: Localizada inferiormente à cavidade abdominal e internamente aos ossos ilíacos.
Contém a bexiga, órgãos reprodutores e parte dos intestinos
- Cavidade abdominal: tem como limite: superior o diafragma e Anterior os músculos
abdominais Contém: estômago, baço, pâncreas, intestino, fígado, rins.

Membranas serosas: Cobrem os órgãos das cavidades do tronco e delimitam-nas. A -


Cavidade pericárdica (Pericárdio visceral e parietal)
B - Cavidade pleural (Pleura visceral e parietal)
C - Cavidade abdominopélvica (Peritoneu visceral e parietal)

O peritoneu visceral de alguns órgãos encontra-se ligado ao peritoneu visceral de outros


órgãos abdominopélvicos através de mesentérios.
- Mesentérios: Constituído por duas camadas de peritoneu aderentes uma a outra. Tem como função
segurar os órgãos abdominais à parede posterior da cavidade abdominal e proporcionam uma via para
vasos sanguíneos, linfáticos e nervos alcançarem os órgãos.

Outros órgãos abdominopélvicos, estão localizados junto à parede posterior da cavidade e não
apresentam mesentérios, dizem-se Órgãos retroperitoniais.
- Órgãos retroperitoniais: rins, glândulas supra-renais, parte dos intestinos, pâncreas, bexiga.
4
Parte 1 – Organização do Organismo Humano
Capitulo 2 – A base química da vida
Moléculas Orgânicas
As 4 grandes moléculas orgânicas essenciais aos organismos vivos são os Glúcidos, os Lípidos,
as Proteínas e os Ácidos Nucleicos (ADN e ARN).
Cada um destes grupos tem características estruturais e funcionais específicas.

Glúcidos: Ou Hidratos de carbono, são moléculas polares (solúveis em água),


Compostos por átomos de C, H e O e classificam-se segundo o nº de açucares presentes na estrutura:
Monossacáridos, Dissacáridos e Polissacáridos

Monossacáridos: Podem ser:


Trioses - 3 átomos de carbono
Tetroses - 4 átomos de carbono
Pentoses - 5 átomos de carbono. Ex.:
Ribose e desoxirribose Hexoses - 6
átomos de carbono. Ex.: Glicose,
frutose, galactose
.

Dissacáridos: Moléculas compostas por 2


açucares simples ligados por uma reacção de
desidratação.
Ex.: Glicose + frutose = sacarose + H2O
Glicose + galactose = lactose + H2O
Glicose + glicose = maltose + H2O

Polissacáridos: Moléculas compostas por


vários açucares em cadeias lineares ou
ramificadas.
De origem:
- Animal:
Glicogénio: Constituído por moléculas de
glicose, serve de reserva energética e é
armazenado no fígado e células musculares
esqueléticas
- Vegetal:
Amido: fonte de energia
Celulose: Não serve de fonte de energia, é
eliminada nas fezes e estimula o intestino)

Lípidos: Moléculas apolares (Insolúveis em água), solúveis em solventes orgânicos não polares
(ex.: gorduras, fosfolípidos, esteróides e prostaglandinas), que são compostos por átomos de C, H,
O, P e azoto.

Gorduras: Principal tipo de Lípidos, é fonte de


energia e tem função de isolamento e protecção

Fosfolípidos: Compostos por ácido gordo,


glicerol, fosfato. São um importante
componente da parede celular e são polares na
extremidade do fosfato.
5
Triglicéridos:
Constituem
95% das
gorduras do
corpo, são
formados por
glicerol e
ácidos gordos.

Ácidos gordos: Diferem uns dos


outros conforme as características
da sua cadeia: Comprimento e
Grau de saturação
- Saturado - apresenta apenas
ligações covalentes simples entre
os átomos de carbono
- Insaturados - apresenta uma ou
mais ligações covalentes duplas
entre os átomos de carbono
Proteínas: Todas apresentam C,

H, O e azoto, as unidades
estruturais são 20 aminoácidos. Os
Aminoácidos (a.a.) são compostos
por grupo carboxilo,
grupo amina, H e grupo R, entre os
a.a. são formadas ligações
peptídicas, formam-se assim
dipéptidos, tripéptidos,
polipéptidos.
Ex. de Ligação peptídica:

Estrutura das proteínas:

Primária - sequência de a.a.

Secundária - ligações de ponte


de H entre a.a. Confere função à
proteína

Terciária - ligação covalente


entre átomos de enxofre de
a.a. diferentes

6
Quaternária - relação espacial entre proteínas
Enzimas: São proteínas catalisadoras de reacções
químicas, que não sofrem alteração durante o
processo e diminuem a energia de activação
necessária. São moléculas muito específicas
Os cofactores são moléculas associadas ao centro
activo da enzima, cuja função é tornar a enzima
funcional. Ex.: ião magnésio, ião zinco, vitaminas.
Modelos de junção enzima/ reagente: Chave-
fechadura e Encaixe reduzido.
Exemplo de junção enzima/ reagente, do Modelo
Chave-fechadura = = = = = = = = = = = = = = >

Ácidos nucleicos: São moléculas compostas por C, H, O, P e azoto, constituídos por


nucleótidos, unidos por ligações covalentes.
As bases orgânicas são: Adenina (A), Guanina(G), Citosina(C) e Timina(T) / Uracilo(U)

ADN: (Ácido Desoxirribonucleico)


Formado por 2 cadeias de nucleótidos,
as bases orgânicas são: A, G, C, T.
As cadeias estão ligadas por pontes de
H entre as bases orgânicas, que tem
uma estrutura em hélice e está
associado a histonas para formar a
cromatina
Estrutura do ADN = = = = = = = =>
(Ribose: Monossacárido, Pentose)

ARN: (Ácido Ribonucleico)


Estruturalmente semelhante a uma
cadeia simples de ADN
As bases orgânicas são: C, G, A, U.
(Desoxirribose: Monossacárido, Pentose)

ADENOSINA TRIFOSFATO (ATP):


Constituída por base orgânica:
Adenina, açúcar Ribose e 3 grupos Fosfato.
ATP = ADP + P + Energia
(Para o anabolismo e outras actividades
celulares)

7
Parte 1 – Organização do Organismo Humano
Capitulo 4 – Histologia: O estudo dos Tecidos,
A estrutura das células e a sua matriz extracelular2, são as características usadas para identificar os
4 diferentes tipos de tecido, são eles o Epitelial o Conjuntivo o Muscular e o Nervoso.

O tecido Epitelial e o Conjuntivo são os que apresentam formas mais diversas, são pois
classificados de acordo com a estrutura, forma das células e na relação entre a célula e o material
que constitui a matriz extracelular.

O tecido muscular e nervoso são classificados principalmente pela sua função.

Tecido Epitelial:
As características comuns a todos os tipos de Epitélios são:
- Possui pouco material extracelular
- Apresenta uma membrana basal e uma superfície livre
- Não existem vasos sanguíneos
- Mantém a capacidade de realizar mitoses
- Possume junções celulares especializadas que ligam entre si células

Localização: Tubo digestivo, Exterior do corpo (pele), Vasos sanguíneos e Tracto respiratório... Função

dos epitélios: (ver quadro 4-2 Função e Localização do tecido epetileal, pág. 122 e 123)
- Formar barreira entre superfície livre e tecidos subjacentes
- Segregar, transportar e absorver moléculas
- Proteger

Classificação dos Epitélios:


Em relação
Nº de camadas: Forma das células:
Pavimentoso (células achatadas ou planas)
Simples:
Uma única camada de células, com cada célula estendendo-se desde a Cúbito (forma de cubo)
membrana basal até á superfície.
Cilíndrico (alto e delgado semelhante a um cilindro)
Pavimentoso Húmido
As camadas mais Camada mais exterior constituída por células vivas.
Presente na Boca, esófago, recto, vagina
Estratificado: profundas são
Mais do que uma camada de células, e apenas uma dessas camadas de constituídas por células Ceratinizado
células é adjacente à membrana basal vivas e consoante o Possui camadas de células mortas, contendo a proteína dura –
estado da camada mais queratina. As camadas externas de células mortas com
exterior das é dividido queratina, dotam o tecido de grande resistência e
em: impermiabiliadade. Presente na pele
Cúbito e cilíndrico (raro)
Pseudoestratificado:
Consiste em células epeteliais todas elas ligadas à membrana basal
mas apenas com algumas células atingem a superfície livre.
“pseudo” deve-se a este constituir uma camada de células, que parece
Cilíndrico
constituir várias camadas. O arranjo das células dá uma aparência
estratificada.

Transição: Grosseiramente cúbico ou com muitas superfícies. O n° de


camadas depende se o órgão está distendido ou não, com o órgão distendido as
É estratificado, mas o número de células é variável,
células tornam-se achatadas e diminui o seu nº por camada. Com o órgão não distendido
dependendo se é distendida ou não.
as células são cúbicas.

2
Composição das substancias não celulares que envolvem as células.

8
Classificação dos Epitélios:
Epitelio Localização Estrutura Função Imagem
Pavimentoso Revestiment o Camada única de Difusão,
Simples de vasos células planas filtração,
sanguíneos, secreção e
linfáticos, absorção
alvéolos
pulmonares...

Cúbico Simples Glândulas e Camada única de Absorção,


canais, células cúbicas. secreção,
túbulos Podem apresentar movimento de
renais, cílios. muco
bronquíolos

Cilíndrico Simples Glândulas,br Camada única de Movimentação de


onquíolos , células altas e partículas,
útero, estreitas secreção e
intestinos,be absorção.
xiga

Pavimentoso Boca, Camadas múltiplas de Protecção


Estratificado faringe, células que são
laringe, cúbicas na camada
esófago, ânus, basal e planas na
vagina, Pele superfície
(queratinizad
o)

Estratificado Cúbico Canais de Camadas múltiplas Secreção,


glândulas de células cúbicas absorção e
sudoríparas, protecção
células
foliculares dos
ovários

Cilíndrico Laringe, Camadas múltiplas de Protecção e


Estratificado canais de células delgadas, secreção
glândulas repousando em células
mamárias, cúbicas
uretra
masculina

Cilíndrico Laringe, Camada única de Movimento de líquido


Pseudoestratificado faringe, células altas e
cavidade delgadas
nasal, contactantes com
traqueia membrana basal.
Núcleos a níveis
diferentes

Transição Bexiga,
Células Formação de
ureteres e
estratificadas que barreira
uretra
parecem cúbicas permeabilida e
superior
quando se protecção contra
encontram o efeito caustico
relaxadas e da urina.
parecem
pavimentosas,
quando distendas

9
Junções Celulares:
Função:
- Ligam as células mecanicamente entre si
- Ajudam a formar uma barreira de permeabilidade
- Fornecem um mecanismo de comunicação intercelular

Localização: - Superfície basilar e lateral

As células epeteliais segregam glicoproteínas, que fixam a célula á membrana basal e entre si. Esta
ligação relativamente fraca é reforçada por desmossoamas.

Tipos de junções celulares:


- Desmosssomas: Ponto de adesão entre as células. Cada um contém um disco denso no ponto de
adesão e um material adesivo entre as células.
- Hemidesmossomas: Similar a metade de um desmossoma, liga as células epitelias a
membrana basal.
- Junção de hiato: Pequeno canal proteico ou junção comunicante, que podem ser encontradas nos discos
intercalares
- Zonula aderente: Localizada nos tecidos epiteliais simples. Formam rede de glicoproteínas na superfície
lateral da célula, funciona como uma "cola" fraca que mantém as células juntas
- Zonula ocludente: Perto da superfície livre forma um anel em volta da célula, funciona como um
adesivo forte e também constitui uma barreira de permeabilidade

10
Glândulas
São órgãos de secreção de hormonas, se a glândula matem um contacto aberto com o epitélio a partir do qual se desenvolveu,
existe um canal, denominam-se exócrinas, se não tem canal são endócrinas.

Exócrinas: apresentam canal de excreção e são maioritariamente multicelulares


Endócrinas: Segregam directamente para a corrente sanguínea
As glândulas multicelulares classificam-se quanto a:
Forma dos canais: Simples (canais pouco ramificados) e Compostas (com canis que se ramificam repetidamente) Terminação dos
canais: Túbulos (em forma de pequenos tubos, podem ter a forma recta ou glomerulares), Ácinos (pequenos saco) e Alvéolos
(um saco vazio).

Estrutura das glândulas Exócrinas:


A – Unicelular (Glândulas no estômago e no cólon)
B - Tubulares simples rectas (Células caliciformes no intestino delgado e grosso, e nas vias
respiratórias)
C - Tubulares simples glomerulares (Parte inferior do estômago e do intestino delgado) D -
Acínica Simples (Glândulas sebáceas da pele)
E - Tubular Composta (Glândulas sebáceas da pele)
F – Ramificada acínica simples (Glândulas mucosos do duodeno) G-
Acínica composta (Glândulas mamárias e do pâncreas)

C F

Tipos de glândulas: Glândulas exócrinas e tipos de secreção

A - Glândulas merócrinas: As céluals da


glande produzem vesículas que contém
produtos de excreção e as vesículas
esvaziam os seus conteúdos por
exocitose.
Ex: glândulas sudoríparas, porção exócrina
do pâncreas

B - Glândulas apócrinas: Produtos de


escreção são armazenados na célula perto do
lume do canal. Uma parte da célula perto do
canal que contém os produtos de secreção,
destaca-se da célula e junta-se á secreção.
Ex: glândula mamária

C - Glândulas holócrinas: Os produtos de


secreção são armazenados nas células da
glândula. Células inteiras destacam-se da
glândula fazendo parte da secreção. A
perda das células
é compensada por outras células mais profundas da glândula.

11
Tecido Conjuntivo
A característica essencial que distingue este tecido dos restantes, é este ser formado por células
separadas por abundante Matriz Extracelular3.

São as células especializadas dos vários tecidos conjuntivos produzem a matriz extracelular, esta é
constituída por 3 componentes principais:
- Fibras Proteicas;
- Substancia fundamental
- Liquido.

Células do tecido conjuntivo:


Os nomes das células terminam com sufixos que identificam as funções das células: Blastos:
criam a matriz; Citos: mantêm-na; Clastos: degradam-na para reconstrução

Fibras proteicas da matriz:


As fibras proteicas da matriz ajudam a formar o tecido conjuntivo, existem 3 tipos de fibras:
- Colagénio: Formada por 3 cadeias de polipéptidos, é forte e flexível mas pouco elástico
- Reticulina (Fibras de): São fibras de Colagénio finas e curtas em rede, não são tão fortes como o
Colagénio
- Elastina (Fibras de): É muito elástica, as moléculas têm a forma de uma mola e formam uma rede por
todo o tecido

Outras Moléculas da matriz (moléculas não proteicas):


Existem também 2 tipos de moléculas não proteicas que fazem parte da matriz extracelular:
- Ácido hialurónico: É uma cadeia simples de polissacáridos, oleoso que tem como função
lubrificar.
- Proteoglicanos: Os proteoglicanos armazenam grandes quantidades de água e conferem
elasticidade ao tecido.
O Agregado proteoglicano é uma macromolécula formada por polissacáridos ligados a um centro
proteico, em que o centro proteico liga-se ao ácido Hialurónico.

Classificação do tecido conjuntivo


Existem 3 categorias principais dos tecidos conjuntivos baseados nas seguintes características: 1 - Matriz
em que as fibras são a característica principal
2 - Matriz com fibras proteicas e com substância fundamental 3 -
Matriz predominantemente líquida
Laxo Regular ou ordenado Colagenico
Propriamente dito Elástico
Denso
Irregular ou não cordenadoColagenico
Elástico
Matriz em que as fibras são a característica principal
Adiposo Reticular
Especial Medula Óssea

Hialina Fibrosa
Cartilagem Elastica

Matriz com fibras proteicas e com substância fundamental


Osso Compacto
Esponjoso

Matriz predominantemente líquida Sangue

3 A estrutura da matriz dá aos tecidos a maior parte das suas características principais e serve de base de classificação do tecido conjuntivo em
subgrupos.

12
CLASIFICAÇÃO DOS TECIDOS CONJUNTIVOS

1 - Matriz em que as fibras são a característica principal

Tecido Conjuntivo Localização Estrutura Função Imagem

Células (fibroblastos,
macrófagos e Revestimento de órgãos e
Revestimento entre glândulas,
A Laxo ou celular linfócitos), numa fina tecidos, Liga a pele ao tecido
músculos e nervos
rede de fibras, a maior subjacente
parte de colagénio.

Capacidade para suportar grandes


força de tensão na
Fibras proteícas direcção da orientação das
B Denso regular4 Tendões e liagamentos orientadas numa fibras, grande força de
direcção tensão e resistência á
distensão.

Fibras proteícas
Denso Ordenado Capacidade de se distender e
Cordas Vocais, vértebras e orientadas numa
de se encurtar como uma
C Elástico5 ligamentos da nuca direcção
borracha

D Denso não Ordenado


colagénico Fibras dispostas em Capaz de exercer força em
Derme e cápsulas de órgãos teia todas direcções.

Fibras dispostas em Capaz de exercer força em


Denso não Ordenado
E Artérias Elásticas teia várias direcções.
elástico

F Tecido Adiposo Axilas, pescoço, perto do rim Constituído por Isolar, proteger e armazenar
adipócitos e pouca energia, existem dois tipos,
matriz. a Amarela (idade) e a
castanha (gera calor e é + frequente
nos bebés)

G Tecido Reticular Gânglios linfáticos, medula Rede de fibras de Suporte para os tecidos linfático e
óssea e baço Reticulina tecido hematopoético6
irregularmente
dispostas
H Medula Óssea Nas cavidades medulares dos Estrutura reticular com Produção de novos glóbulos
ossos. muitas células vermelhos
Dois tipos a Medula amarela formadoras de sangue
(formada por tecido adiposo) e a
Medula vermelha

4
Tecido Tendinoso
5
Tecido Elástico

13
6
É a medula vermelha ou tecido formador de sangue

14
CLASIFICAÇÃO DOS TECIDOS CONJUNTIVOS
(cont)

2 - Matriz com fibras proteicas e com substância fundamental

Caixa torácica e
anéis Permite o crescimento de ossos
- Muitas
traqueais. longos, forma o esqueleto
fibras de Colagénio,
I Cartilagem Hialina Forma grande embrionário. Confere rigidez e
uniformemente
parte do flexibilidade a Caixa torácica e
distribuídas,
embrião anéis traqueais
tornando-a
transparente.

Feixes de Colagénio, semelhantes


Tornar flexível e capaz de
Articulação do às fibras de cartilagem hialina. As
suportar pressões
joelho e fibras são mais do que em outras
J Cartilagem Fibrosa conssideráveis. Relaciona
temporomandi cartilagens e dispõem-se em
estruturas sujeitas a grandes
bolar agregados espessos.
pressões

Confere rigidez e maior


Ouvido Semelhante a cartilagem
flexibilidade, as fibras elásticas
K Cartilagem Elástica externo, hialina, mas a matriz contém
voltam a sua forma inicial depois
epiglote. células de hialina.
de distendidas.

Interior dos
ossos do
Suporte e protecção de tecidos e
crânio e nas
L Osso Esponjoso Formado por osteócitos órgãos, sem o peso dos ossos
extremidades
sólidos
de ossos
longos
Grande força e suporte,
Partes
proporciona um revestimento
exteriores de Dura, matriz óssea
M Osso Compacto exterior sólido, impedindo os
todos os predominante.
ossos de serem facilmente
ossos.
fracturados ou perfurados

3 - Matriz predominantemente líquida

Tecido Conjuntivo Localização Estrutura


Função Imagem
N Vasos Vasos sanguíneos e matriz Transporte de oxigénio, dióxido
sanguíneos e líquida de carbono, hormonas,
espaços nutrientes, produtos de excreção e
Sangue intersticiais outras substâncias. Protege o
corpo de infecções e encontra-se
envolvido na regulação da
temperatura

15
Tecido Muscular
A principal característica do tecido muscular e ser contráctil e por isso mesmo é responsável pelo
movimento.

Pode ser classificado de acordo com a sua:


Estrutura: Estriado ou Liso
Função: Voluntário ou Involuntário

Assim existem 3 tipos de músculos:


- Estriado Voluntário ou Esquelético
- Estriado Involuntário ou Cardíaco
- Liso Involuntário ou apenas Liso

Tecido Muscular Localização


Estrutura Função Imagem
Observam-se estrias. As
A Músculo células são grandes, longas
Esquelético Inserido nos
e cilíndricas, com vários Movimento do corpo; sob controlo voluntário
ossos
núcleos periféricos em cada
célula.
Observam-se estrias. As
células são cilíndricas e
ramificadas com um único
B Músculo núcleo centralizado. As células
Cardíaco Coração Bombeia o sangue; sob controlo involuntário
encontram-se ligadas por
junções de hiato denominadas
discos intercalares

Nas paredes dos Sem estrias, as células são Regula o tamanho do órgão, força a passagem de
C Músculo órgãos ocos, íris, fusiformes com um único conteúdos líquidos, através de tubos ou canais,
Liso
pele (inserido nos núcleo central controla a quantidade de luz, que entra no olho e
pelos) e glândulas produz a “pele de galinha” na pele; sob controlo
involuntário

Tecido Nervoso
Caracterizado pela capacidade de conduzir sinais eléctricos, denominados potenciais de acção.
Localiza-se no Cérebro, Medula espinal, Nervos e é constituído por neurónios, que são responsáveis por esta capacidade
condutora e que são suportados por células nevróglia ou glia, que alimentam, protegem e isolam o neurónio.

Os neurónios (ou células nervosas) são compostos por 3 partes principais:


- Corpo celular: possui o núcleo
- Dendritos: receptores de informação
- Axónios: enviam informação

Os neurónios que possuem:


- Só 1 Axónio, são neurónios unipolares
- 1 Dendrito +1 Axónio, são neurónios bipolares
- Vários Dendritos + 1 Axónio, são neurónios Multipolares = = = >

16
2 – Suporte e Movimento
Capítulo 6 – Sistema Esquelético: Histologia e Desenvolvimento

Funções do Sistema Esquelético: Suporte, Protecção, Movimento, Armazenamento e


Produção de elementos sanguíneos

Tendões e ligamentos:
- Tendão: inserção de músculos nos ossos
- Ligamento: fixam ossos a ossos

Tendões e ligamentos
Semelhanças Diferenças (3)
As fibrilhas de Colagénio dos ligamentos são
São compostos por tecido conjuntivo denso regular, têm cor
frequentemente menos compactas
branca.
Algumas fibrilhas de muitos ligamentos são compactas Os
Possuem fibras de Colagénio densamente compactadas.
ligamentos são geralmente mais planos

As células formadoras destes tecidos são os fibroblastos1.

O crescimento de tendões e ligamentos verifica-se através de dois processos diferentes:

Crescimento aposicional: A superfície de fibroblastos divide-se para produzir mais fibroblastos, que
segregam matriz para o exterior das fibras existentes.

Crescimento intersticial: fibrócitos proliferam e segregam matriz no interior do tecido.

Cartilagem Hialina

É formada por uma rede de Colagénio (força) e proteoglicanos2 (resistência) que suporta a matriz,
apresenta crescimento aposicional e intersticial e tem como função o desenvolvimento dos ossos.

As células que produzem matriz nova de cartilagem mais desenvolvida denominam-se


condroblastos3

Quando um condroblasto é envolvido pela matriz, torna-se um condrócito que ocupa as lacunas4

A cartilagem é rodeada por uma baínha de tecido


conjuntivo de duas camadas, o Pericôndrio = = = => Este
é constituído:
- Camada externa constituída por tecido conjuntivo
denso irregular que contém fibroblastos
- Camada interna, mais delicada, com menos fibras e contém condroblastos, que produzem
cartilagem nova
- Vasos sanguíneos e nervos ocupam a camada externa do pericôndrio, mas não entram na matriz.

1
O fibroblasto torna-se um fibrócito quando se encontra completamente rodeado pela matriz.
2
Macromolécula que consiste em numerosos polissacáridos (cap.1) ligados a um núcleo proteico comum. Os proteoglicamos são responsáveis
pelo armazenamento de água.
3
Chondros = cartilagem
4
Um espaço na matriz

17
Osso

Classificação dos ossos: Cada osso pode ser classificado de acordo com a sua forma
em Longos, Curtos, Achatados (ou chatos) e Irregulares.

Anatomia do osso:
Cada osso comprido (ou longo) em crescimento
possui 3 componentes princpais
- Diáfise: Forma o corpo do osso e é constituída por osso
compacto
- Placa epifisária: É constituida por cartilagem hialina e
localiza-se entre epífise e diáfise
- Epífise: Forma a extremidade do osso e é constituída
por osso esponjoso. A superfície externa é composta por
camada de osso compacto e superfície articular é coberta
por cartilagem articular

(Distribuição num individuo adulto)


Um osso é constituído por:
- Medula óssea: Divide-se em medula amarela e vermelha. = = = = = = >
Medula amarela:
Constituída essencialmente por tecido adiposo, encontra-se na diáfise dos
ossos longos maduros
Medula vermelha:
Função da formação de elementos sanguíneos, encontra-se nas epífises dos ossos
longos maduros e na epífise e diáfise dos ossos dos recém- nascidos
- Periósteo: Composto por duas camadas, a interna e a externa
Camada externa: Tecido conjuntivo denso fibroso irregular, que contém vasos
sanguíneos e nervos
Camada interna: Formada por uma única camada de osteoblastos e alguns osteoclastos
- Fibras perfurantes ou de Sharpey: Penetram o periósteo até parte exterior do osso e ajudam a fixação de
tendões, ligamentos e periósteo ao osso
- Endósteo: É formada por uma única camada de osteoblastos e osteoclastos, que reveste as cavidades
internas dos ossos.

Histologia do tecido ósseo


Matriz óssea
Está organizada em finas bainhas ou camadas, denominadas lamelas, constituídas por cerca de 35%
material orgânico - Colagénio e 65% material inorgânico - hidroxiapatite5.
A matriz óssea é produzida por osteoblastos. A partir do momento em que um osteoblasto fica rodeado
por matriz é um osteócito. A matriz óssea e degrada pelos osteoclastos6

Osso esponjoso: É cosntituido por bastonetes ou placas ósseas denominadas trabéculas (do latim
trave). Estas não têm vasos sanguíneos, estão orientadas ao longo das linhas de tensão do osso e têm
uma camada de osteoblastos na sua superfície

5
Cristais de fosfato de cálcio
6
São células grandes com vários núcleos, que segregam ácido cítrico e láctico, que digere o Colagénio. Estas células desempenham um papel
importante na remodelação óssea e na Homeostasia.

18
Osso compacto: É mais denso e possui menos espaços que o osso esponjoso, têm vasos sanguíneos
que penetram no osso, as lamelas, osteócitos e matriz estão orientados em seu torno. Os vasos que correm
paralelos ao eixo do osso encontram-se dentro dos Canais de Havers. Os Canais de Havers são revestidos
por endósteo e contém vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo laxo no seu interior.
As lamelas concêntricas são camadas circulares de matriz em torno de um centro comum, o canal de
Havers.
Um sistema Haversiano consiste num canal de Havers, seus conteúdos e lamelas concêntricas associadas
e osteócitos.
Os osteóscitos recebem nutrientes e eliminam produtos de excreção através do sistema de canais no
interior do osso compacto. Os vasos sanguíneos do periósteo ou do Endósteo entram no osso através
dos canais perfurantes ou de Volkman.
Os canais perfurantes ou de Volkman são perpendiculares ao longo eixo do osso e não se encontram
rodeados por lamelas concêntricas.
Os canais Haversianos recebem vasos sanguíneos dos canais de Volkman

Desenvolvimento dos ossos


A Ossificação consiste na formação de osso pelos osteoblastos, que envolve dois passos: 1º Os
prolongamentos citoplasmáticos dos osteoblastos estendem-se e unem-se a prolongamentos de
outros osteoblastos
2º Os osteoblastos formam uma matriz óssea extracelular contendo principalmente hidroxipatite e
colagénio.
- Quando a matriz óssea se forma inicialmente durante o desenvolvimento fetal ou durante uma fractura,
o osso resultante é denominado osso não laminar7.
- Após formada, esta matriz óssea vai ser destruída pelos osteoclastos e uma nova matriz,
denominada osso laminar8, é formada pelos osteoblastos, este processo é denominado remodelação.9
7
Osso não laminar - tem fibras de Colagénio orientadas em diversas direcções

19
Ossificação membranosa (Ex.: clavícula e ossos do crânio) (pag.185)
Ocorre a partir de membranas de tecido conjuntivo, as células não especializadas existentes no tecido vão
transformar-se em osteoblastos.
Há formação de osso não laminar em locais denominados de, núcleos de ossificação e a
ossificação prossegue a partir dos núcleos, o osso originado é esponjoso.
As células que se encontram nas trabéculas formam medula óssea vermelha As
células que envolvem o osso dão origem ao periósteo
Os osteoblastos em contacto com o periósteo formam osso compacto

Ossificação encondral (Ex.: Maioria dos ossos do corpo e os da base do crânio )


[A] - Ocorre a partir de um "modelo" em
cartilagem
“Um molde cartilagíneo, rodeado por um
Pericôndrio, é produzido condroblastos, que se
tornam condrócitos10 envolvidos na matriz
cartilagínea.”
[B] - As células progenitoras formam
osteoblastos e o Pericôndrio transforma- se
em periósteo.
“O Pericôndrio da diáfise torna-se periósteo e
forma-se uma bainha ou manga óssea.
Internamente os condrócitos atrofiam e forma-se
cartilagem calcificada.”
[C] - A primeira zona de ossificação, é a
periférica que se denomina de baínha óssea,
em simultâneo ocorre a mineralização da
matriz entre as lacunas - cartilagem calcificada
“Um ponto principal de ossificação forma-se á medida
que os vasos sanguínios e os osteoblastos invadem a
cartilagem calcificada. Os osteoblastos depositam matriz
óssea, formando osso esponjoso.”
[D] - Forma-se osso esponjoso na diáfise
- centro primário de ossificação, com a
continuação da ossificação a baínha
estende-se pela diáfise.
“Continua o processo de formação de manga óssea,
calcificação da cartilagem e produção de osso esponjoso.
A cartilagem calcificada começa a formar-se na
epífise.”
Uma cavidade medular inicia a sua formação no
centro da epífise.
[E] - Os osteoclastos removem osso da diáfise
para dar lugar à formação de medula óssea
vermelha.
Nos ossos longos o centro primário de
ossificação está na diáfise enquanto que nas
epífises se encontram os pontos secundários
Na ossificação da epífise não há formação de
medula vermelha
“Pontos de ossificação secundários formam-se nas
epífises de osso longos.”

8
Osso não laminar - As fibras estão organizadas para formar lamelas
9
Remodelação - converte osso não laminar em osso laminar.
10
Condrócitos – célula madura da cartilagem (do grego chondros = cartilagem + kytos = célula)

20
Crescimento ósseo
Ao contrário dos tendões, ligamentos e cartilagens, os ossos não podem ter crescimento intersticial. O
crescimento dos ossos só pode ser aposicional (formação de um osso novo na sua superfície) ou
encondral (crescimento da cartilagem, seguido da substituição da cartilagem pelo osso).

Crescimento aposicional
É responsável pelo aumento do diâmetro do osso.
A camada de osteoblastos origina duas e a interna produz matriz
No osso esponjoso é adicionada mais matriz à superfície das trabéculas No osso
compacto há formação de mais lamelas

Crescimento encondral
É responsável pelo aumento do comprimento dos ossos, este crescimento no interior da
cartilagem articular é responsável pelo crescimento da epífise.
Nos ossos longos o crescimento encondral da placa epifisária resulta no aumento da diáfise, Ex.:
Crescimento do osseo em comprimento. “Num osso longo a cartilagem nova forma-se na placa epifisária da placa à mesma velocidade
que o osso se forma na sua face diafisária. Consequentemente, a placa epifisária mantem a mesma espessura, mas o comprimento da diáfise aumenta”

Análise estrutural do osso

Placa epifisária: Separa a epífise da diáfise dos ossos longos e está organizada em 4 zonas:
- Zona de repouso da cartilagem: Localizada perto da epífise, apresenta condrócitos que não se
dividem rapidamente
- Zona de proliferação: Produzem nova cartilagem por crescimento intersticial e os condrócitos
dividem-se e formam colunas
- Zona de hipertrofia: Os condrócitos já existentes aumentam de tamanho e os condrócitos longe da
zona de proliferação estão mais maduros e hipertrofiados
- Zona de calcificação: É matriz fina e mineralizada, e os condrócitos estão mortos. Vista
ao RX, aparece como uma linha radiotransparente entre a diáfise e a epífise
A diáfise funde-se com as epífises entre os 12 e os 25 anos, esta fusão ocorre por ossificação da placa, à
qual se passa a designar linha epifisária, nesse momento o crescimento ósseo cessou.
Cartilagem articular: Mantém-se na superfície articular dos ossos longos, não sofre ossificação e perde o

pericôndrio.

21
Factores que afectam o crescimento ósseo
Nutricionais
- Doença metabólica que afecte a velocidade de proliferação celular ou a produção de
Colagénio
- Carência de vitamina D, que causa deficiente absorção de cálcio que resulta em ossos pouco
mineralizados originado raquitismo ou asteomalácia (ou “raquitismo adulto”).
- Carência de vitamina C, que causa deficiente síntese de Colagénio, originando escorbuto

Hormonais
- Hormona de crescimento do lobo anterior da hipófise aumenta o crescimento dos tecidos no geral
- Hormona tiróide em falta diminui o tamanho do indivíduo
- Hormonas sexuais aumentam o crescimento ósseo mas também o crescimento das placas epifisárias.
HOMEOSTASIA DO CÁLCIO
O osso é o local de maior armazenamento de cálcio do corpo humano e o cálcio presente no osso está
na forma de cristais, assim sendo quando os níveis séricos de cálcio:
- Diminuem, os osteoclastos destroem osso
- Aumentam os osteoblastos formam osso
A hormona paratiróide (PTH) é a principal reguladora dos níveis séricos de cálcio
↓ Cálcio do sangue → ↑ PTH (Ex.: Tumor11) → ↑ osteoclastos
↑ Cálcio do sangue → ↓ PTH → ↑ osteoblastos
↑ Cálcio do sangue → ↑ Calcitonina → ↓ osteoclastos

Osteoporose: Frequente nas mulheres com idade superior a 40 anos, em que existe uma reabsorção óssea
superior à formação, resultando em diminuição do tecido ósseo, pode levar à perda de ½ do tecido ósseo
da mulher e ¼ do dos homens
- Causas: ↓ Esterogénios (menopausa); ↓ Testosterona; ↓ consumo e absorção de cálcio, vitamina D e
C; Pouco exercício físico
- Tratamento: ↑ consumo de cálcio, vitamina C e D, exercício físico e esterogénios.
11
Os tumores segregam grandes quantidades de PTH

22
2 – Suporte e Movimento
Capítulo 7 – Sistema Esquelético: Anatomia Geral

Considerações Gerais: Nº total de ossos: 206

23
Caixa Craniana

Função de protecção de órgãos: Olhos, Nariz, Língua, Local de implantação dentária

Parietal Direito Temporal Direito Osso Frontal Occipital

Esefenóide Etmóide Maxila Direita Malar Osso Hióide

Osso Hióide: (A -vista anterior; B - vista externa)


- Osso ímpar
- Não faz parte do crânio mas liga-se a este através de
ligamentos e músculos
- Está localizado na parte superior do pescoço.

Crânio

Vista de cima, observa-se o frontal, occipital


e parietal = = = = = = = = = = =>

- A sutura sagital resulta da união entre os dois


parietais
- A sutura coronal entre os parietais e o
frontal
- A sutura lambdóide entre os parietais e o
occipital

<=Vista posterior, observa-se a sutura


lambdóide, o occipital, os parietais

- Ocasionalmente formam-se ao longo da


sutura lambdóide pequenos ossos
supranumerários, chamados ossos
Wormianos

24
Vista lateral do crânio

Vista frontal do crânio

Ossos da Orbita Direita

Ossos que constituem a Órbita =>


Ossos Parte da órbita
Frontal Tecto
Esfenóide Tecto e Parede lateral
Malar Parede lateral
Maxila Pavimento
Lacrimal Parede interna
Etmóide Parede interna
Palatino Parede interna

24
Ossos que formam a cavidade Nasal
Ossos Parte da cavidade Nasal Ossos Parte da cavidade Nasal
Frontal Tecto Corneto Inferior Parede lateral
Nasal Tecto Lacrimal Parede lateral
Esfenóide Tecto Maxilar Pavimento
Etmóide Tecto, Septo e Parede lateral Palatino Pavimento e Parede lateral
Vómer Septo

A – Septo nasal visto da cavidade nasal esquerda B – Parede nasal lateral direita, vista do
interior da cavidade nasal

Seios Perinasais

Seios Perinasais: Frontais, Etmoidais, Esfenoidais e Maxilares

.Vista Lateral Vista Frontal

25
Pavimento da caixa Craniana
(foi removido a abobada do crânio e o pavimento é visto pela sua face superior)

Vista inferior do Crânio

26
Coluna vertebral

Está organizada em cinco regiões: Nº de ossos por grupos:


Cervical 7 vértebras cervicais
Dorsal 12 vértebras torácicas
Lombar 5 vértebras lombares
Sagrada 1 sacro
Coccígea 1 cóccix
A coluna é constituída por 26 ossos no total

Curvaturas da coluna vertebral, da criança ao adulto:


- O feto só apresenta duas curvaturas. Coluna em forma de C.
- Quando a criança levanta a cabeça forma-se uma
curvatura anteriormente convexa.
- Quando se consegue sentar, a porção lombar torna-se
convexa

Existem portanto 4 curvaturas fisiológicas da coluna


vertebral no adulto:
- Curva cervical - anteriormente convexa
- Curva torácica - anteriormente côncava
- Curva lombar - anteriormente convexa
- Curva sagrada - anteriormente côncava

Com a idade e com alguns hábitos posicionais patológicos


pode resultar em alterações nas curvaturas:
- Lordose - curvatura convexa exagerada
- Cifose - curvatura côncava exagerada
- Escoliose - curvatura lateral exagerada

Funções da coluna vertebral:


- Suporte do peso da cabeça e do tronco
- Protecção da espinal-medula
- Permite aos nervos raquidianos saírem na espinal-
medula
- É um local de inserção muscular
- Permite o movimento da cabeça e do tronco

Constituição geral das vértebras: = = = = = = = = = >


- Corpo
- Arco
- Pedículo
- Lâmina
- Apófise transversa
- Apófise espinhosa
- Apófise articular
- Buraco vertebral

27
- É o corpo vertebral que suporta o peso
- Entre duas vértebras adjacentes existe um disco intervertebral
- Os discos proporcionam um suporte adicional e impedem o atrito entre os corpos vertebrais, e são
formados por um anel fibroso e um núcleo pulposo, interior e gelatinoso.
- A espinal-medula, localizada ao longo do buraco vertebral, está protegida pelo arco vertebral e pela
porção dorsal do corpo vertebral
- Os buracos vertebrais das vértebras adjacentes formam o canal vertebral
- O arco pode ser dividido em duas partes, uma direita e uma esquerda
- Ambas são formadas por um pedículo e uma lâmina
- O pedículo forma-se a partir do corpo e a lâmina prolonga-se posteriormente a partir deste e une-se à
lâmina do lado oposto
- No local de união da lâmina com o pedículo encontra-se a apófise transversa, que se projecta
lateralmente de cada lado do arco
- A apófise espinhosa localiza-se na união das duas lâminas e projecta-se posteriormente
- Os nervos raquidianos emergem da espinal-medula e passam pelos buracos de conjugação
- Estes orifícios resultam da justaposição das vértebras
- A chanfradura pedicular inferior, com a chanfradura pedicular superior, da vértebra inferior
formam o canal.
- Encontramos também a apófise articular superior e inferior
- Apresentam uma superfície lisa de articulação
- A apófise articular inferior articula-se com a apófise articular superior da vértebra subjacente

Diferenças regionais nas vértebras

- As vértebras têm uma configuração genérica semelhante existindo, no entanto, algumas


diferenças entre os vários grupos

Vértebras cervicais
- Apresentam corpos
muito pequenos
- As apófises
espinhosas são
parcialmente bífidas
- Em cada apófise
transversa existe um
buraco transversário,
por onde passa as
artérias vertebrais.

28
Atlas: Não apresenta corpo nem apófise espinhosa e tem grandes facetas articulares
superiores, que se articula com os côndilos occipitais da base do Crâneo
Áxis: A principal característica é a presença da apófise odontóide

Atlas Áxis Atlas/Axis

Vértebras torácicas:
- Apresentam apófises espinhosas longas e finas que se dirigem para baixo
- Apófises transversas compridas
- As 10 primeiras apresentam facetas articulares para as tuberosidades das costelas
localizadas nas apófises transversas
- Nos bordos superior e inferior encontramos facetas para a cabeça das costelas

Vértebras lombares: =>

- Apresentam corpos
largos e espessos
- As apófises transversas e
espinhosas são fortes e
rectangulares
- As facetas articulares
superiores estão
convergentes uma com a
outra
- As facetas articulares
inferiores estão
divergentes

29
Vértebras sagradas:
- As cinco vértebras uniram-se num osso único - o sacro
- As apófises transversas uniram-se para formar as asas
- As apófises das quatro primeiras vértebras uniram-se e formaram a crista sagrada
- No lugar da quinta existe o hiato sagrado

- Podemos observar buracos sagrados anteriores e posteriores


- O canal sagrado por onde se continua a espinal-medula
- O promontório sagrado localiza-se na face anterior do corpo da primeira vértebra sagrada

Cóccix:
- É a porção mais inferior da
coluna vertebral
- Formado por quatro vértebras
fundidas
- Tem a forma de um triângulo
com o vértice orientado
inferiormente
- Não apresentam buracos
vertebrais nem apófises

Caixa torácica
- É formada pelas vértebras torácicas, pelas costelas e pelo esterno
- Forma uma estrutura protectora dos órgãos vitais tais como os pulmões e o coração
- Evita o colapso dos pulmões durante a respiração

Caixa torácica (ant.) Caixa torácica (post.)

30
Costelas

- Temos 12 pares de costelas


- As 7 primeiras costelas articulam-se com as
vértebras torácicas e directamente com o esterno
- As 5 restantes articulam-se com as vértebras
torácicas mas indirectamente com o esterno
- As costelas verdadeiras ou vertebrosternais são as 7
superiores
- Às restantes 5 ( da 8ª à 12ª)chamamos de
costelas falsas ou vertebrocondrais
- Da 5 restantes, as três 1ªs, (8ª, 9ª, 10ª) unem-se ao
esterno através de cartilagens costais
- As 2 últimas (11ª e l2ª) costelas são designadas de
flutuantes ou vertebrais porque só se articulam com as
vértebras e apresentam a extremidade anterior livre
- As costelas são considerados osso longos e são
formadas por:
Cabeça, Colo, Tubérculo, Ângulo, Corpo e
Extremidade esternal

As costelas articulam-se em diversos pontos:


- Cabeça - articula-se com os corpos vertebrais e
com o disco vertebral
- Tubérculo - articula-se com as apófises
transversas
- Extremidade esternal - continua-se com a
cartilagem costal que se vai unir ao esterno

Esterno
- Osso ímpar
- Formado por três partes: o
manúbrio, o corpo e o
apêndice xifoideu.
- O manúbrio apresenta
facetas articulares para a 1ª
costela e para a clavícula
- Na linha média do bordo
superior do manúbrio
encontramos a fúrcula
esternal
- O local de união do
manúbrio com o corpo é
designado de ângulo
esternal
- É no ângulo que se dá a
articulação da 2ª costela
- Da 3ª à 7ª costelas a
cartilagem une-se à corpo
- Não existe qualquer
articulação com o apêndice
xifoideu

31
Esqueleto apendicular

- Formado pelos membros inferiores e superiores e pelas cinturas escapulares e pélvicas


- As cinturas ligam os membros ao tronco

Membro superior:

Cintura escapular: Também chamada de espádua, é constituída por dois ossos, Omoplata e Clavícula,
que permitem a ligação e articulação do membro superior ao tronco.

Omoplata: (A - vista anterior e B – vista posterior)


- É um osso par, achatado e triangular
- O vértice do triângulo forma o ângulo inferior
- A base forma o bordo superior
- Temos o bordo externo ou axilar, o bordo interno ou
espinhal
- Podemos observar, na parte postero-externa, o acrómio
que apresenta várias funções: Protecção da articulação,
superfície articular para a clavícula e Inserção muscular.
- A espinha da omoplata, presente na face posterior,
extende-se do acrómio até ao bordo interno e divide a
face em fossa supraespinhosa e fossa infraespinhosa.
- Toda a face anterior se designa por fossa
infraescapular.
- Na porção antero-externa temos a apófise
coracoideia, que é local de inserção muscular
- Na face externa e superior do osso encontramos a
cavidade glenoideia que é o local de articulação com o
úmero
- Podemos ainda observar no bordo superior a
chanfradura coracoideia
- Superiormente à cavidade glenoideia temos o
tubérculo supraglenoideu e inferiormente a faceta
infraglenoideia

Clavícula:
- Osso par e longo
- Apresenta uma curvatura em S
- A extremidade externa articula com o acrómio da omoplata
- A extremidade interna articula com manúbrio esternal

32
Braço:
- É a parte do membro superior que vai
do ombro ao cotovelo
- Contém apenas o osso úmero
- O úmero é um osso par e longo
- Articula-se com a omoplata e com os
ossos do antebraço (rádio e cúbito)

Úmero: = = = = = = = = = = = =>
- A cabeça do úmero articula-se com a
cavidade glenoideia da omoplata
- O colo anatómico está localizado
imediatamente a distal e forma os
limites da cabeça
- O colo cirúrgico encontra-se mais
para distal

- Na face anterior podemos observar duas tuberosidades, em que ambas são locais de inserção
muscular: o troquino e o troquiter.
- Entre as duas tuberosidades encontramos a goteira bicipital, local de inserção do músculo bicípite
- Localizada no corpo do osso temos a impressão deltoideia
- É na extremidade inferior do úmero que se encontra a superfície articular para o rádio e cúbito.
- A parte externa da superfície forma um côndilo e articula com o rádio
- A parte interna forma uma tróclea e articula o cúbito
- São locais de inserção muscular, o epicôndilo, que se encontra externo ao côndilo e a epitróclea que se localiza
internamente à tróclea.
- Na face anterior temos a fosseta radial e a coronoideia e na face posterior a fosseta olecraneana

Antebraço:
- Estende-se desde o cotovelo até ao punho, e éformado pelo rádio e cúbito
- O rádio encontra-se no lado externo e o cúbito interno do antebraço
- Ambos os ossos em proximal se articulam com o úmero e em distal com os ossos da mão Cúbito:
- Osso par e longo
- Na extremidade proximal/ vista anterior apresenta uma
superfície articular em forma de C - grande cavidade
sigmoideia ou incisura troclear - para a tróclea do úmero
- Imediatamente abaixo encontramos a apófise coronoideia
Rádio:
- Na extremidade proximal do rádio temos a cabeça
- A cabeça é côncava e articula-se com o côndilo do úmero
- As paredes laterais da cabeça são lisas e articulam-se com a
pequena chanfradura sigmoideia do cúbito
- Na face posterior encontramos o olecrânio que é a
tuberosidade que forma o cotovelo, o olecrânio é local de
inserção muscular.
- Na extremidade distal do cúbito há uma pequena cabeça para
articular com o rádio e com os ossos do punho
- No lado postero-interno da cabeça observa-se a apófise
estiloideia
- Quando se faz movimentos de supinação e pronação com o antebraço é a extremidade proximal
do rádio que roda sobre o cúbito imóvel
- Abaixo da cabeça temos uma zona de constrição denominada colo
- Numa localização disto-interna do colo temos a tuberosidade bicipital
- Na face externa da extremidade distal temos a apófise estiloideia
Punho (zona de transição entre o antebraço e a mão):
- É a zona localizada entre o antebraço e a mão
- É formado por 8 ossos que constituem o carpo
- Os ossos estão dispostos em duas filas de 4
- No conjunto os ossos são anteriormente côncavos e
posteriormente convexos

O carpo é constituido pelo: Pisiforme, Piramidal, Semilunar,


Escafóide, Trapezóide, Trapézio, Unciforme e Grande osso
Mão (propriamente dita):

- Formada pelos ossos metacárpicos e pelas falanges


- Os ossos metacárpicos são cinco
- Articulam-se com os ossos do carpo a proximal e com as falanges a distal
- São numerados de 1 a 5, de radial para cubital
- Os cinco dedos são formados por falanges
- Podemos observar os ossos sesamóides
- Com excepção do 1º dedo (ou polegar), todos os outros têm três falanges
- Podemos designar as falanges por:
1ª -Proximal, profalange, I falange, falange
2ª -Média, mesofalange/II falange, falanginha
3ª -Distal, metafalange/ III falange, falangeta.

Membro inferior

Cintura pélvica ou anca: = = = = = =>


- Formada por dois ossos ilíacos e um
sacro
- É o local de articulação do membro
inferior com o tronco
- Suporta o peso do corpo e protege
órgãos internos
- Protege o feto em desenvolvimento

Ilíaco
- É formado pela fusão 3 ossos durante o
desenvolvimento: ílion, ísquion e o púbis.
- A fusão destes ossos localiza-se no
acetábulo, onde se encontra a superfície
articular para o fémur
- O ílion tem uma posição anatómica
superior e apresenta a crista ilíaca
- A crista ilíaca termina anteriormente
pela espinha ilíaca antero-superior e
posteriormente pela espinha ilíaca
postero-superior
- A espinha ilíaca postero-superior é
limitada pela grande chanfradura ciática,
localizada no bordo posterior do ílion
- O nervo ciático passa na chanfradura
Ilíaco (vista interna) Ilíaco (face externa)
- No bordo posterior podemos observar a superfície articular para o sacro para formar a
articulação sacro-ilíaca
- Na face interna temos a fossa ilíaca
- O ísquion forma a porção mais inferior e posterior do ilíaco
- Apresenta a tuberosidade isquiática, onde se inserem músculos da coxa
- A púbis é a porção mais anterior e inferior do ilíaco
- Apresenta a sínfise púbica, localizada na linha média e é o local de união com o ilíaco do lado oposto
- Partindo do acetábulo e dirigindo-se para a sínfise temos a linha iliopectínea que termina
anteriormente na crista pectínea

Bacia: = = = = = = = = = = = = = = = = = =>
- A bacia pode ser organizada em grande
bacia/pelve e pequena bacia/pelve
- A grande bacia localiza-se acima da linha
imaginária que se origina no promontório
sagrado e se prolonga pela linha iliopectínea
até à crista pectínea, denominada de estreito
superior da bacia
- A pequena bacia é limitada superiormente
pelo estreito superior da bacia e inferiormente
pelo estreito inferior da bacia
- O estreito inferior da bacia é limitado pelo
cóccix, bordo inferior do púbis e bordo inferior da tuberosidade isquiática

Coxa:
- Formada por um osso único: o fémur Fémur:
- Osso longo e par
- Possui uma superfície articular para o ilíaco na
sua extremidade proximal
- Esta superfície tem uma forma arredondada e é
designada por cabeça do fémur

- Logo a distal da cabeça temos uma estreito


ósseo designado de colo
- Tanto o colo como a cabeça encontram-se num
eixo oblíquo ao longo eixo do osso
- Na extremidade proximal do longo eixo temos
duas tuberosidades: Grande trocanter - externo ao
colo / Pequeno trocanter - inferior e posterior ao
colo
- Na extremidade distal observamos duas superfícies de articulação com a tíbia
- Estas são lisas e arredondadas
- Denominam-se de côndilo interno e côndilo externo
- Localizados proximalmente temos o epicôndilo interno e o epicôndilo externo
- Entre os dois côndilos encontra-se a tróclea, que é o local de articulação com a rótula
- Na face anterior observamos, entre os dois trocanteres, a linha intertrocanteriana
- Na face posterior temos a crista intertrocanteriana a unir os dois trocanteres
- Na face posterior do corpo do fémur podemos observar ao longo do mesmo a linha áspera, que se
inicia a proximal na tuberosidade glútea
- Esta mesma linha bifurca-se a distal em crista supracondiliana interna e externa
- Entre as duas cristas temos a superfície popliteia
- Entre os dois côndilos localiza-se a fossa intercondiliana

Rótula: (zona do joelho, de transição entre a coxa e a perna)


- Osso sesamóide par
- Localizado no tendão do quadricípite
femoral
- Apresenta duas faces, uma anterior e uma
posterior
- A face posterior é lisa e articula-se com a
face anterior da extremidade inferior do fémur

Perna:
- Parte do membro inferior localizada entre o joelho e o tornozelo
- É formada por dois ossos: tíbia e perónio

Tíbia:
- Osso longo e par, localizado
internamente ao perónio
- Na face superior da extremidade superior
da tíbia observamos as superfícies
articulares para os côndilos do fémur,
designadas de cavidades glenoideias da
tíbia
- As eminências intercondilianas
localizam-se entre as cavidades
- Na face anterior da extremidade superior
temos a tuberosidade anterior da tíbia
- Na face interna e externa temos,
respectivemente, a tuberosidade interna e
tuberosidade externa da tíbia
- Na face anterior do corpo observamos a
crista anterior da tíbia
- Na extremidade inferior observamos o
maléolo interno

Perónio:
- Osso longo e par, localizado externamente à tíbia
- Articula-se com a tíbia e com astrágalo
- Apresenta na extremidade superior a cabeça do perónio, que articula com a tíbia
- A extremidade inferior apresenta o maléolo externo, que se articula com a tíbia
Tornozelo e Pé

Tornozelo:
- É formado por 7 ossos társicos: Cuneiforme interno, Cuneiforme intermédio, Cuneiforme
externo, Cubóide, Escafóide, Calcâneo e o Astrágalo
- O astrágalo articula-se com a tíbia e com o perónio e forma a articulação tibiotársica
- O calcâneoforma o calcanhar e suporta o peso do corpo

Pé:
- É côncavo ventralmente
- Os ossos metatársicos são numerados do lado interno para o externo, de Io a 5o
- Também são formados por 3 falanges, excepto o dedo grande (só a I e a III.)
- O 1ª dedo equivale ao polegar
- É formado por: falange; falanginha; falangeta; I, II, III falange; falange proximal média e distal

Pé (vista superior)

Pé (vista lateral)
2 – Suporte e Movimento
Capítulo 8 – Articulações e Biomecânica do Movimento Corporal

Articulações
- Classificação das articulações: Assinovais e Sinovais

Assinoviais (3 tipos): Sinoviais (6 tipos):


- Não aderentes ou sindesmoses - Planas ou artrodias
- Aderentes por bordos – têm 2 subtipos: - Em sela ou epifiartroses
- Suturas - Em roldana ou tróclea
- Sincondroses - Cilíndricas ou trocartroses
- Aderentes por superfícies– têm 2 subtipos: - Esféricas ou enartroses
- Planas ( sínfises ou anfiartroses) - Elipsóides ou condilartroses
- Curvas (gonfoses ougonfartroses)

Articulações assinoviais:

- Características gerais:
- Consistem em 2 ossos
- Aderem por meio de tecido conjuntivo fibroso ou cartilagíneo
- Não têm cavidade articular
- Apresentam pouco ou nenhum movimento
- As suas superfícies articulares podem ser bordos, superfícies planas ou curvas

- Características particulares:
- Características das Articulações Não Aderentes (ou Sindesmoses):
- As superfícies articulares encontram-se afastadas
- Estão unidas através de ligamentos à distância ou por membranas interósseas
- Existe algum movimento devido à flexibilidade dos ligamentos e membranas
- Ex: sindesmose radiocubital e estilo-hioideu Características

das Articulações Aderentes por bordos:

Suturas:
- Articulações completamente imóveis nos adultos
- As superfícies de união interpenetram-se
- Tecido entre os dois ossos é tecido conjuntivo denso regular
- O periósteo prolonga-se sobre a articulação
- Apresentam o ligamento sutural, formado pelo tecido conjuntivo e pelo periósteo
- Na criança as superfícies articulares encontram-se separadas
- Os bordos são locais de contínuo crescimento ósseo
- Com a idade ocorre ossificação do tecido conjuntivo
- Num adulto não ocorre a fusão das suturas coronal, sagital e lambdática do crâneo
- A ossificação dos frontais ocorre logo após o nascimento - sinostose

Sincondroses
- União por meio de cartilagem hialina
- São imóveis quando são temporárias, tal como as uniões dos ossos embrionários do ilíaco
- Na sincondrose costoesternal existe um certo grau de movimento para os movimentos
respiratórios
- Mantêm-se durante toda a vida
Características das Articulações Aderentes por superfície:

Sínfises
- Também designada de anfiartrose
- Consiste em dois ossos de superfície plana unidos por fibrocartilagem
- Algumas são articulações semi-móveis
- Ex: junção do manúbrio com o corpo do esterno, sínfise púbica.

• Gonfoses
- Também designadas por gonfartroses
- As superfícies articulares são curvas
- Consistem em encaixes em cavidades
- São mantidas no lugar por feixes de tecido conjuntivo regular colagénico
- Apresentam mobilidade mínima
- Ex: articulação dos dentes com os alvéolos

Articulações sinoviais:

- Caracterizam-se por apresentar


líquido sinovial no interior da
cavidade articular
- Esta característica permite uma
grande amplitude de
movimento da articulação
- Encontram-se essencialmente no
esqueleto apendicular
- A cartilagem articular ou
hialiana :cobre as superfícies
ósseas das articulações sinoviais
- Esta superfície macia diminui o atrito entre os ossos da articulação
- Na articulação do joelho e da ATM existe uma estrutura fibrocartilagínea entre as duas
cartilagens articulares - o Menisco
- A envolver as superfícies articulares e o líquido sinovial encontra-se a cápsula articular
- A cápsula articular é formada por duas camadas: uma cápsula fibrosa e uma membrana
sinovial
- A cápsula fibrosa é externa e a membrana sinovial interna e contacta directamente com o líquido
sinovial
- A cápsula fibrosa é uma continuação da camada fibrosa do periósteo
- A membrana sinovial forra internamente a cápsula fibrosa mas não cobre as cartilagens
articulares
- É a membrana sinovial que produz o líquido sinovial
- O líquido sinovial é lubrificante e escorregadio, características conferidas pelo ácido
hialurónico
- Em algumas articulações existe um prolongamento da membrana sinovial que se designa por
bolsa
A sua função é diminuir o atrito
- Situações inflamatórias da bolsa designam-se por bursite
- Estas situações levam a dor e limitação dos movimentos articulares
- A nutrição da cartilagem é feita por uma rede de vasos sanguíneos que se encontra externa à
articulação
- A cartilagem articular pode ser nutrida pelo líquido sinovial e pelo próprio osso
- Os nervos entram na cápsula e na membrana sinovial mas não na cartilagen nem na
cavidade articular
Tipos de articulações sinoviais:
- A classificação deste tipo de articulações é feita de acordo com a forma das suas
superfícies articulares.

Existem 6 tipos de articulações


sinoviais: - Cilíndricas ou trocartroses
- Planas ou artrodias - Esféricas ou enartroses
- Em sela ou apifiartroses - Elípticas ou condilartroses
- Em roldana ou trocleartroses

Características particulares:
- O movimento da articulação sinovial pode ser: Monoaxial, Biaxial ou Multiaxial

Articulações Planas:
- Consistem em duas superfícies lisas opostas e de tamanho
idêntico
- São articulações monoaxiais
- O movimento de rotação é limitado
- Ex: apófises articulares entre as vértebras

Articulações em sela:
- Constituidas por duas superfícies articulares em forma de sela
- As duas superfícies articulares estão orientadas
perpendicularmente de forma a que se articulem
- Apresentam movimentos biaxiais
- Ex: articulação carpometacárpica do polegar

Articulações em roldana:
- Formadas por um duplo cone de vértices internos e uma
superfície côncava correspondente
- São articulações monoaxiais
- Ex: articulação do cotovelo e do joelho

Articulações Cilíndricas:
- Consiste numa apófise cilíndrica que
roda num anel parcialmente de osso e de ligamento
- São articulações monoaxiais
- Só apresentam movimento de rotação em torno de um eixo
- Ex: articulação da apófise odontóide de axis com o atlas

Articulações Esféricas:
- Consiste numa superfície articular em cabeça e outra onde se
encaixa parte da cabeça
- São articulações multiaxiais
- Ex: articulação coxo-femural e articulação do ombro

Articulações Elípticas:
- São articulações esféricas modificadas
- As sua superfície é mais próximo da forma elíptica que esférica
- São articulações biaxiais
- Ex: articulação atlantoccipital
Movimentos das articulações:
- É a estrutura da articulação e a forma como as suas superfícies articulares que condiciona os seus
movimentos
- A maioria dos movimentos apresenta um oposto

Em relação à posição anatómica podemos ter:


- Movimento que se afasta da posição - Movimento que se aproxima

Classificação dos movimentos: (Angulares,Circulares e Especiais)

Movimentos angulares:
- Uma parte da estrutura linear dobra-se sobre outra, modificando o ângulo entre as duas partes
- Existe uma parte sólida e outra mais móvel

Os movimentos angulares são: Flexão e extensão / Adução e Abdução Flexão

e extensão
- A flexão move uma parte do corpo numa direcção anterior ou ventral
- A extensão move uma parte do corpo numa direcção posterior ou dorsal
- Existe uma excepção: a articulação do joelho: Enquanto a flexão desloca a perna para
posterior a extensão desloca-a para anterior
- Os movimentos do pé que aproximam os dedos da perna são designados de flexão
- A posição é a de andar com o calcanhar
- Os movimentos do pé que afastam os dedos da perna são considerados de extensão
- A posição é a de uma bailarina em pontas
Abdução e adução:
- Abdução é o movimento que afasta da linha
média
- Movimento de adução é aquele que
aproxima da linha média
- O movimento de afastar os braços é um
movimento de abdução
- O movimento de os colocar ao longo do
corpo é um movimento de adução

Movimentos circulares:

- Consiste na rotação de uma estrutura em torno de um eixo ou no movimento em arco da


estrutura

Os movimentos circulares
são: Rotação e Circundação

Rotação:
- Rodar de uma estrutura em
torno de um eixo
- Existe rotação externa e
interna

- A rotação do antebraço é
uma rotação composta por pronação e
supinação
- Prono significa deitar de cara para baixo
- Na posição anatómica a pronação da mão
volta a palma da mesma para posteior
- Caso o cotovelo esteja flectido a palma da
mão fica virada para baixo
- Na supinação a palma da mão fica para
anterior e se o cotovelo estiver flectido fica
superior

Circundação:
- Consiste no movimento que combina a flexão,
extensão, abdução e adução
- Ocorre nas articulações multiaxiais, tal como a
articulação do ombro
- Neste movimento o braço faz um movimento de
cone com o vértice no ombro

22
Movimentos especiais:
- São movimentos que não se encaixam em nenhum dos anteriormente definidos
- São exclusivos de uma determinada articulação

Os movimentos especiais são:


- Elevação e depressão - Projecção e retracção - Didução (ou lateralidade)
- Oponência (do polegar) - Inversão e eversão

Elevação e depressão (abaixamento) = = =>


- Elevação move uma estrutura para cima
- Depressão move para baixo uma estrutura

Projecção e retracção
- Projecção é o movimento que desloca
uma estrutura no sentido anterior
- Retracção é o movimento que desloca
uma estrutura no sentido posterior
- Ex: mandíbula

Didução (ou lateralidade)


- Também designado de movimento de
lateralidade
- Designa o movimento da estrutura para a
direita ou para a esquerda
- É exclusivo da mandíbula
- A lateralidade direita é contrária à
esquerda

Oponência (do polegar) e retorno à posição


neutra
- É um movimento exclusivo do polegar em
oposição aos restantes dedos

Inversão e Eversão
- Inversão é o movimento do pé que coloca a
sola do pé virada para a linha média (interna)
- Eversão consiste no movimento do pé de
forma a que a superfície plantar seja externa

Movimentos combinados
- A maioria dos movimentos que fazemos no nosso dia-a-dia é uma combinação dos
movimentos de que falámos

23
2 – Suporte e Movimento
Braço:
- É a parte do membro superior que vai do
ombro ao cotovelo
- Contém apenas o osso úmero
- O úmero é um osso par e longo
- Articula-se com a omoplata e com os
ossos do antebraço (rádio e cúbito)

Úmero: = = = = = = = = = = = =>
- A cabeça do úmero articula-se com a
cavidade glenoideia da omoplata
- O colo anatómico está localizado
imediatamente a distal e forma os
limites da cabeça
- O colo cirúrgico encontra-se mais para distal

- Na face anterior podemos observar duas tuberosidades, em que ambas são locais de inserção muscular: o
troquino e o troquiter.
- Entre as duas tuberosidades encontramos a goteira bicipital, local de inserção do músculo bicípite
- Localizada no corpo do osso temos a impressão deltoideia
- É na extremidade inferior do úmero que se encontra a superfície articular para o rádio e cúbito.
- A parte externa da superfície forma um côndilo e articula com o rádio
- A parte interna forma uma tróclea e articula o cúbito
- São locais de inserção muscular, o epicôndilo, que se encontra externo ao côndilo e a epitróclea que se localiza
internamente à tróclea.
- Na face anterior temos a fosseta radial e a coronoideia e na face posterior a fosseta olecraneana

Antebraço:
- Estende-se desde o cotovelo até ao punho, e éformado pelo rádio e cúbito
- O rádio encontra-se no lado externo e o cúbito interno do antebraço
- Ambos os ossos em proximal se articulam com o úmero e em distal com os ossos da mão Cúbito:
- Osso par e longo
- Na extremidade proximal/ vista anterior apresenta uma superfície
articular em forma de C - grande cavidade sigmoideia ou incisura troclear
- para a tróclea do úmero
- Imediatamente abaixo encontramos a apófise coronoideia
Rádio:
- Na extremidade proximal do rádio temos a cabeça
- A cabeça é côncava e articula-se com o côndilo do úmero
- As paredes laterais da cabeça são lisas e articulam-se com a
pequena chanfradura sigmoideia do cúbito
- Na face posterior encontramos o olecrânio que é a tuberosidade que
forma o cotovelo, o olecrânio é local de inserção muscular.
- Na extremidade distal do cúbito há uma pequena cabeça para
articular com o rádio e com os ossos do punho
- No lado postero-interno da cabeça observa-se a apófise
estiloideia
- Quando se faz movimentos de supinação e pronação com o antebraço é a extremidade proximal
do rádio que roda sobre o cúbito imóvel
- Abaixo da cabeça temos uma zona de constrição denominada colo
- Numa localização disto-interna do colo temos a tuberosidade bicipital
- Na face externa da extremidade distal temos a apófise estiloideia

33
Punho (zona de transição entre o antebraço e a mão):
- É a zona localizada entre o antebraço e a mão
- É formado por 8 ossos que constituem o carpo
- Os ossos estão dispostos em duas filas de 4
- No conjunto os ossos são anteriormente côncavos e
posteriormente convexos

O carpo é constituido pelo: Pisiforme, Piramidal, Semilunar,


Escafóide, Trapezóide, Trapézio, Unciforme e Grande osso
Mão (propriamente dita):

- Formada pelos ossos metacárpicos e pelas falanges


- Os ossos metacárpicos são cinco
- Articulam-se com os ossos do carpo a proximal e com as falanges a distal
- São numerados de 1 a 5, de radial para cubital
- Os cinco dedos são formados por falanges
- Podemos observar os ossos sesamóides
- Com excepção do 1º dedo (ou polegar), todos os outros têm três falanges
- Podemos designar as falanges por:
1ª -Proximal, profalange, I falange, falange
2ª -Média, mesofalange/II falange, falanginha
3ª -Distal, metafalange/ III falange, falangeta.

Membro inferior

Cintura pélvica ou anca: = = = = = =>


- Formada por dois ossos ilíacos e um
sacro
- É o local de articulação do membro
inferior com o tronco
- Suporta o peso do corpo e protege
órgãos internos
- Protege o feto em desenvolvimento

Ilíaco
- É formado pela fusão 3 ossos durante o
desenvolvimento: ílion, ísquion e o púbis.
- A fusão destes ossos localiza-se no
acetábulo, onde se encontra a superfície
articular para o fémur
- O ílion tem uma posição anatómica
superior e apresenta a crista ilíaca
- A crista ilíaca termina anteriormente
pela espinha ilíaca antero-superior e
posteriormente pela espinha ilíaca
postero-superior
- A espinha ilíaca postero-superior é
limitada pela grande chanfradura ciática,
localizada no bordo posterior do ílion
- O nervo ciático passa na chanfradura

34
Ilíaco (vista interna) Ilíaco (face externa)
- No bordo posterior podemos observar a superfície articular para o sacro para formar a
articulação sacro-ilíaca
- Na face interna temos a fossa ilíaca
- O ísquion forma a porção mais inferior e posterior do ilíaco
- Apresenta a tuberosidade isquiática, onde se inserem músculos da coxa
- A púbis é a porção mais anterior e inferior do ilíaco
- Apresenta a sínfise púbica, localizada na linha média e é o local de união com o ilíaco do lado oposto
- Partindo do acetábulo e dirigindo-se para a sínfise temos a linha iliopectínea que termina
anteriormente na crista pectínea

Bacia: = = = = = = = = = = = = = = = = = =>
- A bacia pode ser organizada em grande
bacia/pelve e pequena bacia/pelve
- A grande bacia localiza-se acima da linha
imaginária que se origina no promontório
sagrado e se prolonga pela linha iliopectínea
até à crista pectínea, denominada de estreito
superior da bacia
- A pequena bacia é limitada superiormente
pelo estreito superior da bacia e inferiormente
pelo estreito inferior da bacia
- O estreito inferior da bacia é limitado pelo
cóccix, bordo inferior do púbis e bordo inferior da tuberosidade isquiática

Coxa:
- Formada por um osso único: o fémur Fémur:
- Osso longo e par
- Possui uma superfície articular para o ilíaco na
sua extremidade proximal
- Esta superfície tem uma forma arredondada e é
designada por cabeça do fémur

- Logo a distal da cabeça temos uma estreito


ósseo designado de colo
- Tanto o colo como a cabeça encontram-se num
eixo oblíquo ao longo eixo do osso
- Na extremidade proximal do longo eixo temos
duas tuberosidades: Grande trocanter - externo ao
colo / Pequeno trocanter - inferior e posterior ao
colo

35
- Na extremidade distal observamos duas superfícies de articulação com a tíbia
- Estas são lisas e arredondadas
- Denominam-se de côndilo interno e côndilo externo
- Localizados proximalmente temos o epicôndilo interno e o epicôndilo externo
- Entre os dois côndilos encontra-se a tróclea, que é o local de articulação com a rótula
- Na face anterior observamos, entre os dois trocanteres, a linha intertrocanteriana
- Na face posterior temos a crista intertrocanteriana a unir os dois trocanteres
- Na face posterior do corpo do fémur podemos observar ao longo do mesmo a linha áspera, que se
inicia a proximal na tuberosidade glútea
- Esta mesma linha bifurca-se a distal em crista supracondiliana interna e externa
- Entre as duas cristas temos a superfície popliteia
- Entre os dois côndilos localiza-se a fossa intercondiliana

Rótula: (zona do joelho, de transição entre a coxa e a perna)


- Osso sesamóide par
- Localizado no tendão do quadricípite
femoral
- Apresenta duas faces, uma anterior e uma
posterior
- A face posterior é lisa e articula-se com a
face anterior da extremidade inferior do fémur

Perna:
- Parte do membro inferior localizada entre o joelho e o tornozelo
- É formada por dois ossos: tíbia e perónio

Tíbia:
- Osso longo e par, localizado
internamente ao perónio
- Na face superior da extremidade superior
da tíbia observamos as superfícies
articulares para os côndilos do fémur,
designadas de cavidades glenoideias da
tíbia
- As eminências intercondilianas
localizam-se entre as cavidades
- Na face anterior da extremidade superior
temos a tuberosidade anterior da tíbia
- Na face interna e externa temos,
respectivemente, a tuberosidade interna e
tuberosidade externa da tíbia
- Na face anterior do corpo observamos a
crista anterior da tíbia
- Na extremidade inferior observamos o
maléolo interno

Perónio:
- Osso longo e par, localizado externamente à tíbia
- Articula-se com a tíbia e com astrágalo
- Apresenta na extremidade superior a cabeça do perónio, que articula com a tíbia
- A extremidade inferior apresenta o maléolo externo, que se articula com a tíbia

36
Tornozelo e Pé

Tornozelo:
- É formado por 7 ossos társicos: Cuneiforme interno, Cuneiforme intermédio, Cuneiforme
externo, Cubóide, Escafóide, Calcâneo e o Astrágalo
- O astrágalo articula-se com a tíbia e com o perónio e forma a articulação tibiotársica
- O calcâneoforma o calcanhar e suporta o peso do corpo

Pé:
- É côncavo ventralmente
- Os ossos metatársicos são numerados do lado interno para o externo, de Io a 5o
- Também são formados por 3 falanges, excepto o dedo grande (só a I e a III.)
- O 1ª dedo equivale ao polegar
- É formado por: falange; falanginha; falangeta; I, II, III falange; falange proximal média e distal

Pé (vista superior)

Pé (vista lateral)

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2 – Suporte e Movimento
Capítulo 8 – Articulações e Biomecânica do Movimento Corporal

Articulações
- Classificação das articulações: Assinovais e Sinovais

Assinoviais (3 tipos): Sinoviais (6 tipos):


- Não aderentes ou sindesmoses - Planas ou artrodias
- Aderentes por bordos – têm 2 subtipos: - Em sela ou epifiartroses
- Suturas - Em roldana ou tróclea
- Sincondroses - Cilíndricas ou trocartroses
- Aderentes por superfícies– têm 2 subtipos: - Esféricas ou enartroses
- Planas ( sínfises ou anfiartroses) - Elipsóides ou condilartroses
- Curvas (gonfoses ougonfartroses)

Articulações assinoviais:

- Características gerais:
- Consistem em 2 ossos
- Aderem por meio de tecido conjuntivo fibroso ou cartilagíneo
- Não têm cavidade articular
- Apresentam pouco ou nenhum movimento
- As suas superfícies articulares podem ser bordos, superfícies planas ou curvas

- Características particulares:
- Características das Articulações Não Aderentes (ou Sindesmoses):
- As superfícies articulares encontram-se afastadas
- Estão unidas através de ligamentos à distância ou por membranas interósseas
- Existe algum movimento devido à flexibilidade dos ligamentos e membranas
- Ex: sindesmose radiocubital e estilo-hioideu Características

das Articulações Aderentes por bordos:

Suturas:
- Articulações completamente imóveis nos adultos
- As superfícies de união interpenetram-se
- Tecido entre os dois ossos é tecido conjuntivo denso regular
- O periósteo prolonga-se sobre a articulação
- Apresentam o ligamento sutural, formado pelo tecido conjuntivo e pelo periósteo
- Na criança as superfícies articulares encontram-se separadas
- Os bordos são locais de contínuo crescimento ósseo
- Com a idade ocorre ossificação do tecido conjuntivo
- Num adulto não ocorre a fusão das suturas coronal, sagital e lambdática do crâneo
- A ossificação dos frontais ocorre logo após o nascimento - sinostose

Sincondroses
- União por meio de cartilagem hialina
- São imóveis quando são temporárias, tal como as uniões dos ossos embrionários do ilíaco
- Na sincondrose costoesternal existe um certo grau de movimento para os movimentos
respiratórios
- Mantêm-se durante toda a vida

38
Características das Articulações Aderentes por superfície:

Sínfises
- Também designada de anfiartrose
- Consiste em dois ossos de superfície plana unidos por fibrocartilagem
- Algumas são articulações semi-móveis
- Ex: junção do manúbrio com o corpo do esterno, sínfise púbica.

• Gonfoses
- Também designadas por gonfartroses
- As superfícies articulares são curvas
- Consistem em encaixes em cavidades
- São mantidas no lugar por feixes de tecido conjuntivo regular colagénico
- Apresentam mobilidade mínima
- Ex: articulação dos dentes com os alvéolos

Articulações sinoviais:

- Caracterizam-se por apresentar


líquido sinovial no interior da
cavidade articular
- Esta característica permite uma
grande amplitude de
movimento da articulação
- Encontram-se essencialmente no
esqueleto apendicular
- A cartilagem articular ou
hialiana :cobre as superfícies
ósseas das articulações sinoviais
- Esta superfície macia diminui o atrito entre os ossos da articulação
- Na articulação do joelho e da ATM existe uma estrutura fibrocartilagínea entre as duas
cartilagens articulares - o Menisco
- A envolver as superfícies articulares e o líquido sinovial encontra-se a cápsula articular
- A cápsula articular é formada por duas camadas: uma cápsula fibrosa e uma membrana
sinovial
- A cápsula fibrosa é externa e a membrana sinovial interna e contacta directamente com o líquido
sinovial
- A cápsula fibrosa é uma continuação da camada fibrosa do periósteo
- A membrana sinovial forra internamente a cápsula fibrosa mas não cobre as cartilagens
articulares
- É a membrana sinovial que produz o líquido sinovial
- O líquido sinovial é lubrificante e escorregadio, características conferidas pelo ácido
hialurónico
- Em algumas articulações existe um prolongamento da membrana sinovial que se designa por
bolsa
A sua função é diminuir o atrito
- Situações inflamatórias da bolsa designam-se por bursite
- Estas situações levam a dor e limitação dos movimentos articulares
- A nutrição da cartilagem é feita por uma rede de vasos sanguíneos que se encontra externa à
articulação
- A cartilagem articular pode ser nutrida pelo líquido sinovial e pelo próprio osso
- Os nervos entram na cápsula e na membrana sinovial mas não na cartilagen nem na
cavidade articular
39
Tipos de articulações sinoviais:
- A classificação deste tipo de articulações é feita de acordo com a forma das suas
superfícies articulares.

Existem 6 tipos de articulações


sinoviais: - Cilíndricas ou trocartroses
- Planas ou artrodias - Esféricas ou enartroses
- Em sela ou apifiartroses - Elípticas ou condilartroses
- Em roldana ou trocleartroses

Características particulares:
- O movimento da articulação sinovial pode ser: Monoaxial, Biaxial ou Multiaxial

Articulações Planas:
- Consistem em duas superfícies lisas opostas e de tamanho
idêntico
- São articulações monoaxiais
- O movimento de rotação é limitado
- Ex: apófises articulares entre as vértebras

Articulações em sela:
- Constituidas por duas superfícies articulares em forma de sela
- As duas superfícies articulares estão orientadas
perpendicularmente de forma a que se articulem
- Apresentam movimentos biaxiais
- Ex: articulação carpometacárpica do polegar

Articulações em roldana:
- Formadas por um duplo cone de vértices internos e uma
superfície côncava correspondente
- São articulações monoaxiais
- Ex: articulação do cotovelo e do joelho

Articulações Cilíndricas:
- Consiste numa apófise cilíndrica que
roda num anel parcialmente de osso e de ligamento
- São articulações monoaxiais
- Só apresentam movimento de rotação em torno de um eixo
- Ex: articulação da apófise odontóide de axis com o atlas

Articulações Esféricas:
- Consiste numa superfície articular em cabeça e outra onde se
encaixa parte da cabeça
- São articulações multiaxiais
- Ex: articulação coxo-femural e articulação do ombro

Articulações Elípticas:
- São articulações esféricas modificadas
- As sua superfície é mais próximo da forma elíptica que esférica
- São articulações biaxiais
40
- Ex: articulação atlantoccipital

41
Movimentos das articulações:
- É a estrutura da articulação e a forma como as suas superfícies articulares que condiciona os seus
movimentos
- A maioria dos movimentos apresenta um oposto

Em relação à posição anatómica podemos ter:


- Movimento que se afasta da posição - Movimento que se aproxima

Classificação dos movimentos: (Angulares, Circulares e Especiais)

Movimentos angulares:
- Uma parte da estrutura linear dobra-se sobre outra, modificando o ângulo entre as duas partes
- Existe uma parte sólida e outra mais móvel

Os movimentos angulares são: Flexão e extensão / Adução e Abdução Flexão

e extensão
- A flexão move uma parte do corpo numa direcção anterior ou ventral
- A extensão move uma parte do corpo numa direcção posterior ou dorsal
- Existe uma excepção: a articulação do joelho: Enquanto a flexão desloca a perna para
posterior a extensão desloca-a para anterior
- Os movimentos do pé que aproximam os dedos da perna são designados de flexão
- A posição é a de andar com o calcanhar
- Os movimentos do pé que afastam os dedos da perna são considerados de extensão
- A posição é a de uma bailarina em pontas

42
Abdução e adução:
- Abdução é o movimento que afasta da linha
média
- Movimento de adução é aquele que
aproxima da linha média
- O movimento de afastar os braços é um
movimento de abdução
- O movimento de os colocar ao longo do
corpo é um movimento de adução

Movimentos circulares:

- Consiste na rotação de uma estrutura em torno de um eixo ou no movimento em arco da


estrutura

Os movimentos circulares
são: Rotação e Circundação

Rotação:
- Rodar de uma estrutura em
torno de um eixo
- Existe rotação externa e
interna

- A rotação do antebraço é
uma rotação composta por pronação e
supinação
- Prono significa deitar de cara para baixo
- Na posição anatómica a pronação da mão
volta a palma da mesma para posteior
- Caso o cotovelo esteja flectido a palma da
mão fica virada para baixo
- Na supinação a palma da mão fica para
anterior e se o cotovelo estiver flectido fica
superior

Circundação:
- Consiste no movimento que combina a flexão,
extensão, abdução e adução
- Ocorre nas articulações multiaxiais, tal como a
articulação do ombro
- Neste movimento o braço faz um movimento de
cone com o vértice no ombro

43
Movimentos especiais:
- São movimentos que não se encaixam em nenhum dos anteriormente definidos
- São exclusivos de uma determinada articulação

Os movimentos especiais são:


- Elevação e depressão - Projecção e retracção - Didução (ou lateralidade)
- Oponência (do polegar) - Inversão e eversão

Elevação e depressão (abaixamento) = = =>


- Elevação move uma estrutura para cima
- Depressão move para baixo uma estrutura

Projecção e retracção
- Projecção é o movimento que desloca
uma estrutura no sentido anterior
- Retracção é o movimento que desloca
uma estrutura no sentido posterior
- Ex: mandíbula

Didução (ou lateralidade)


- Também designado de movimento de
lateralidade
- Designa o movimento da estrutura para a
direita ou para a esquerda
- É exclusivo da mandíbula
- A lateralidade direita é contrária à
esquerda

Oponência (do polegar) e retorno à posição


neutra
- É um movimento exclusivo do polegar em
oposição aos restantes dedos

Inversão e Eversão
- Inversão é o movimento do pé que coloca a
sola do pé virada para a linha média (interna)
- Eversão consiste no movimento do pé de
forma a que a superfície plantar seja externa

Movimentos combinados
- A maioria dos movimentos que fazemos no nosso dia-a-dia é uma combinação dos
movimentos de que falámos
44
Descrição das articulações corporais principais:
Articulação temporomandibular (ou ATM), Articulação do ombro, Articulação da anca,
Articulação do joelho, Articulação do tornozelo

ATM - Articulação temporomandibular:


- A mandíbula articula-se com osso temporal
- O côndilo mandibular encaixa-se na cavidade glenoideia do temporal
- Esta articulação apresenta, no interior da cápsula articular, um menisco
- Esta fibrocartilagem divide a articulação em cavidade superior e inferior
- Esta articulação designa-se de bicondilomeniscartrose conjugada, Bicondilo
(2 côndilos) + Meniscartrose (é uma condilartrose que apresenta um menisco)
+ Conjugada (movimentos de uma são sempre acompanhados pela outra)
- Em todos os movimentos o menisco acompanha a trajectória condiliana.
- Alterações da posição do menisco condicionam a amplitude dos
movimentos.
Os movimentos da articulação são: Abertura e fecho ou abaixamento e
elevação, Projecção e retracção e Didução ou lateralidade direita e esquerda

Articulação do ombro: (ver outras imagens da página 264)


- Também designada de articulação escapulo umeral
- É uma articulação esférica, que apresenta grande
mobilidade e pouca estabilidade.
- A cabeça do úmero articula-se com a cavidade
glenóideia do úmero
- Esta cavidade é pouco profunda, permitindo assim uma
grande variedade de movimentos.
- Apresenta movimentos de flexão, extensão,
abdução, adução, rotação e circundação
- O debrum glenoideu é um anel de fibrocartilagem que
cobre parcialmente a cavidade glenoideia
- Observa-se a presença das bolsas infra-acromial ou
sub-deltoideia e da subescapular
- Estas bolsas abrem para a cavidade articular
- Esta articulação é mantida no lugar através de ligamentos
e músculos, estes puxam a cabeça do úmero na direcção
superior e interna para a cavidade glenoideia da omoplata
- Os ligamentos que posicionam a articulação são 4 ligamentos mais 1 tendão:
Ligamento gleno-umeral: Tem 3 feixes: superior, médio e inferior e está localizado no lado
anterior da cápsula e insere-se na cabeça do úmero e dirige-se para o bordo anterior da cavidade
glenoideia
Ligamento umeral transverso: Cruza entre o troquino e o troquiter e está localizado no lado lateral-
anterior da cápsula e contém o tendão do bicípite, mantendo-o no lugar contra a goteira bicipital
Ligamento coraco-glenoideu (ou acromial): Também designado por ligamento coraco-
acromial, é um ligamento acessório que passa por cima da articulação. Insere-se na apófise
coracoideia e dirige-se para o acrómio
Ligamento coraco-umeral: Insere-se na apófise coracoideia e dirige-se para o colo do úmero e cruza
anteriormente a cápsula
Tendão do bicipite braquial: Atravessa a cápsula articular e fixa-se no tubérculo supra-
glenoideu

45
Articulação da anca: (ver outras imagens da página 265)

- Também designada de articulação coxo-femural


- As duas superficies de articulação são a cabeça do fémur e o
acetábulo do ilíaco
- A acentuar o rebordo da articulação existe o debrum
cotiloideu, que é um cordão fibrocartilaginoso
- Esta articulação é capaz de um grande leque de movimentos,
tais como: Flexão, extensão, abdução, adução, circundação e
rotação.
- A cápsula articular é reforçada por ligamentos e extende-se
desde o rebordo cotiloideu até ao colo do fémur.
- Os 5 ligamentos que posicionam a articulação da anca são:
- Lig. Transverso do acetábulo: Cruza a chanfradura isquiopúbica no bordo inferior do
acetábulo
- Lig. Iliofemural: Estende-se desde a espinha ilíaca antero-inferior à linha intertrocanteriana
- Lig. Pubofemoral: Estende-se desde a porção púbica do debrum cotiloideu à porção inferior do colo
do fémur
- Lig. Isquiofemoral: Localizado posteriormente à articulação. Estende-se desde a porção púbica
do acetábulo à porção superior do colo do fémur
- Ligamento redondo: Estende-se desde a fóvea capital da cabeça do fémur até ao debrum cotiloideu
e ligamento transverso do acetábulo. Apresenta uma pequena artéria no seu interior para nutrir a cabeça
do fémur

Articulação do tornozelo
- Também designada por articulação tibiotársica
- A tíbia, o perónio e o astrágalo formam a articulação
- É classificada de tróclea altamente modificada
- O maléolo interno da tíbia e o externo do perónio formam
protecções da articulação
- Movimentos articulares: extensão, flexão, inversão e eversão
- Existe uma cápsula e ligamentos para fortalecer a articulação, os
ligamentos do tornozelo são:
- Ligamento lateral interno:
Está localizado na face interna da articulação e origina-se no maléolo
interno da tíbia e dirige-se para o calcâneo, astrágalo e escafóide
- Ligamento lateral externo:
É constituido por dois feixes:
- Feixe peronio-calcaneano: Independente da cápsula e origina-se no maléolo externo e termina
na superfície lateral do calcâneo
- Feixe peronio-astragaliano: ÉFundido com a cápsula e origina-se no maléolo externo e termina
no corpo do astrágalo.

46
Articulação do joelho: (ver outras imagens da página 266)
- É uma articulação troclear entre o fémur e a tíbia, define-se bicondiliana.
- Movimentos articulares: flexão, extensão e rotação (pouco)
- Os dois côndilos da extremidade inferior do fémur são as superfícies articulares deste mesmo osso
- Na tíbia temos as superfícies articulares na extremidade proximal - cavidades glenoideias
- Nas superfícies articulares da tíbia encontramos meniscos de forma semilunar, que acentuam a
concavidade da superfície
- A articulação do joelho é posicionada por ligamentos e complementada por bolsas, os
ligamentos que posicionam a articulação do joelho são:
Asas da rótula: Estende-se dos bordos da rótula às tuberosidades dos côndilos femurais Ligamento
rotuliano: Localizado na face anterior da articulação, estende-se desde a rótula à tuberosidade anterior
da tíbia e faz parte do tendão do quadricípite
Ligamento popliteu oblíquo: É um espessamento da cápsula, localiza-se na face posterior da
articulação e cruza a articulação.
Ligamento popliteu arqueado: Localiza-se na face posterior da articulação e estende-se desde
a cabeça do perónio à cápsula fibrosa
Ligamento lateral interno: Localizado do lado interno da articulação, estende-se desde a
tuberosidade do côndilo interno do fémur ao bordo interno da tíbia
Ligamento lateral externo: Localizado no lado externo da articulação. Estende-se desde a tuberosidade do
côndilo externo do fémur à cabeça do perónio
Ligamento cruzado anterior: Estende-se desde a porção antero-interna da espinha da tíbia, dirige-
se posterior, superior e obliquamente até à face interna do côndilo femural externo Ligamento
cruzado posterior: Estende-se desde a porção posterior da espinha da tíbia, dirige-se anterior e
superiormente, até à face externa do côndilo interno do fémur
Ligamento coronal: Liga os meniscos aos côndilos tibiais
Ligamento transverso: Liga as porções anteriores dos meniscos interno e externo Ligamento
meniscofemoral: Existem dois: um anterior e um posterior. Ligam a parte posteior do menisco
externo ao côndilo interno do fémur. Um cruza anteriormente o ligamento cruzado posterior e outro
posteiormente

Bolsas: Existem várias bolsas na articulação do joelho, são elas: Fundo de saco subquadricipital,
Popliteia, Dos gémeos, Pré-rotuliana subcutânea, Infra-rotuliana subcutânea e Infra-rotuliana profunda.

Articulação do joelho (fémur + tíbia) Tíbia Bolsas

47
2 – Suporte e Movimento
Capítulo 10 - Sistema Muscular: Histologia e Fisiologia
Musculo esquelético:
Estrutura: São fibras musculares esqueléticas
associadas a tecido conjuntivo vasos e nervos As
fibras musculares esqueléticas são células
esqueléticas, cada fibra é uma célula cilíndrica única com
diversos núcleos à periferia, junto à membrana Os
mioblastos são as células embrionárias das fibras
musculares, apresentam multiplos núcleos que resultam da
fusão de várias células precursoras.
O estímulo que transforma estas células em mioblastos é a
presença de proteínas contrácteis no seu citoplasma
- A alteração do tamanho dos músculos após o
nascimento resulta de um aumento do tamanho das fibras e não do aumento do seu número
- As fibras musculares apresentam um aspecto estriado, resultante da alternância das bandas claras e
escuras
- O tamanho da fibra muscular varia de acordo com o tamanho do próprio músculo
- Temos fibras com comprimento de 1 a 40 mm e diâmetro de 10 a 100 jim
- As fibras musculares de um determinado músculo têm todas têm um tamanho aproximado

Tecido conjuntivo (Estrutura Muscular Esquelética)

Lâmina externa: envolve cada fibra muscular, é


composta por fibras reticulares e é produzida pela
fibra muscular.
Sarcolema: é a membrana celular da fibra
muscular, esta é difícil de distinguir da lâmina
externa
Endomísio: Rede de tecido conjuntivo laxo, que
apresenta fibras reticulares, esta envolve cada fibra
muscular e localiza-se por fora da lâmina externa.
Perimísio: Formado por tecido conjuntivo, envolve um
conjunto de fibras e respectivo endomísio.
Feixe muscular: Designa um conjunto de firbras envolvidas pelo seu perimísio
Epimísio: É formado por tecido conjuntivo denso fibroso e colagénico, é uma camada que envolve
vários feixes que formam o músculo.
Fascia: Tecido conjuntivo fibroso, localizado fora do epimísio, que separa os músculos entre si. Pode
envolver grupos musculares.
- Todos estes componentes se continuam uns com os outros Fibras
musculares: Os núcleos das fibras musculares encontram-se à
periferia, imediatamente por baixo do sarcolema, o interior da fibra
está preenchida por miofibrilhas. Entre as miofibrilhas estão
organelos
Sarcolema: É o citoplasma sem as miofibrilhas Miofibrilhas:
Estrutura filamentosa com um diâmetro aproximado de 1 a 3 µm.
Estende-se de uma extremidade do músculo à outra. São formadas
por dois tipos de filamentos proteícos chamados miofilamentos
- Miofilamentos de actina (ou miofilamentos finos): Diâmetro: 8 nm; Comprimento: 1000 nm
- Miofilamentos de miosina (ou miofilamentos grossos): Diâmetro: 12 nm; Comprimento: 1800 nm

48
Sarcómeros: Os
miofilamentos estão
organizados em sarcómeros,
estes juntam- se topo a topo
para formar as miofibrilhas,
é o arranjo dos
miofilamentos que dá um
aspecto estriado à
miofibrilha.
O sarcómero é a unidade
entre duas linhas Z
consecutivas
A linha Z é formada por uma rede de proteínas em forma de disco, é nesta linha que se unem os
miofilamentos de actina.
- Banda I ou isotrópica ou banda clara: Engloba a linha Z e estende-se de cada lado da linha Z até aos
miofilamentos de miosina
- Banda A ou anisotrópica ou banda escura: O seu comprimento é o dos miofilamentos de miosina.
Nas extremidades da banda A os miofilamentos de actina e miosina sobrepõem-se.
- Zona H: Zona estreita composta exclusivamente por miofilamentos de miosina, no meio desta zona
encontra-se uma linha escura, linha M.
- Linha M: Esta linha mantém os miofilamentos de
miosina no lugar

O Miofilamento de actina composto por:


- Duas cadeias de actina fibrosa (ou actina F)
- Moléculas de tropomiosina
- Moléculas de troponina

- As duas cadeias de actina F enrolam-se em dupla


hélice, que se extende a todo o comprimento do miofilamento.
- Cada cadeia de actina F é formada por inúmeras unidades globulares designadas de
monómeros de actina globular ou actina G
- Cada actina G tem um local de ligação para a miosina durante a contracção muscular
- Entre a dupla hélice da actina F encontramos a tropomiosina
- Cada molécula de tropomiosina cobre 7 locais activos de actina G
Troponina, formada por 3 subunidades: Uma que se liga à actina, Uma que se liga à
tropomiosina e outra que se liga a iões de cálcio.
- As moléculas de troponina dispersam-se entre as
cadeias de actina F
- O complexo tropomiosina e troponina regulam a interação
entre os locais activos da actina g e da miosina
- Os miofilametos de miosina são compostos por muitas
moléculas alongadas de miosina
Molécula de miosina: Tem forma de taco de golfe e
compõem-se de duas partes, um corpo e uma dupla
cabeça. Todos os corpos estão juntos e dispõem-se paralelamente.
- As duplas cabeças estendem-se lateralmente e o local de ligação entre a cabeça e o corpo é flexível e
que se dobra durante a contracção muscular
- Na dupla cabeça da molécula de miosina existe ATPase, enzima que converte ATP em energia,
e uma proteína para promover a ligação com moléculas de actina
- Designa-se de ponte à combinação das cabeças da miosina com os locais da actina
- Na zona H não ocorre formação de pontes porque só é formada pelos corpos da miosina e não pelas
cabeças

49
Túbulos T e retículo sarcoplasmático
Túbulos T: Também designados de
transversais, regularmente dispostos.
Projectam-se para dentro das fibras
musculares e enrolam-se em torno dos
sarcómeros, no local de sobreposicão dos
dois filamentos
O lúmen do túbulo está preenchido por
líquido extracelular
Retículo sarcoplasmático: é um retículo
endoplasmático liso suspenso no sarcoplasma
entre os túbulos T
- As cisternas terminais são dilatações
do retículo sarcoplasmático existentes perto
dos túbulos T
- A tríade é formada por um túbulo T e as
duas cisternas terminais adjacentes
- É no lúmen que é armazenado o cálcio, que
foi transportado pelo retículo sarcoplasmático
vindo do sarcoplasma

Teoria do deslizamento dos filamentos


- Durante a contracção muscular ocorre o
deslizamento dos filamentos de actina sobre
os de miosina
- Não há encurtamento dos filamentos
- O que encurta é o sarcómero
- Esta contracção resulta da ligação das
cabeças dos filamentos de miosina com os
locais activos das moléculas de actina G
- Na estrutura do sarcómero a banda I e a zona
H tornam-se mais estreitas
- Banda I - só apresenta actina
- Zona H - só apresenta miosina
- A banda A mantém-se inalterada
- Banda A - apresenta actina e miosina
- Na contracção as linhas Z aproximam- se
e o sarcómero encurta

Fisiologia das fibras do músculoesquelético:


- São as células nervosas que regulam a função das fibras nervosas
- As células nervosas são os neurónios motores
- O neurónio ramifica-se e cada ramo atinge uma fibra muscular
- A zona de "união" do neurónio com a fibra designa-se de sinapse neuromuscular

50
Sinapse neuromuscular
- Formada pela terminação nervosa que se aloja numa invaginação do sarcolema
- A terminação nervosa designa-se de terminal pré-sináptico
- À membrana da célula muscular na zona da junção chamamos de membrana pós-sináptica
- Ao espaço existente entre os dois chamamos de fenda sináptica
- No terminal pré-sináptico encontramos vesículas sinápticas que apresentam no seu interior
acetilcolina (neurotransmissor)
- Um neurotransmissor é uma substância que é libertada na fenda sináptica através de
vesículas existentes no terminal pré-sináptico e que estimula a membrana pós-sináptica

Sequência de acontecimentos:
- Potencial de acção atinge terminal pré-sináptico
- Abertura dos canais de cálcio da membrana
- Entrada de cálcio para o terminal pré-sináptico
- Cálcio estimula a fusão das vesículas sinápticas
- Libertação de acetilcolina para a fenda sinaptica
- Acetilcolina liga-se à membrana pós-sináptica
- Ocorre abertura dos canais de sódio
- Há entrada de sódio no terminal pós-sináptico
- Há produção de um potencial de acção

- A acetilcolina que foi libertada na fenda é degradada pela enzima acetilcolinesterase, esta
enzima degrada a acetilcolina em colina e ácido acético. É importante a sua função porque impede
que a acetilcolina se mantenha na fenda e esteja constantemente a estimular o terminal pós-sináptico.
- Assim sendo um potencial de acção pré-sináptico produz apenas um potencial de acção pós- sináptico
Potencial de acção

- O mecanismo pelo qual o potencial de acção leva à contracção da fibra muscular designa-se de
acopolamento excitação contração
- O potencial de acção que atingiu o terminal pós-sinaptico propaga-se por todo o sarcolema
- Ao atingir os túbulos T, ocorre despolarização
- A despolarização é levada até ao interior da fibra muscular
- Nas tríades, a despolarizaçõa leva à abertura de canais com portão de voltagem de cálcio
- O cálcio é transportado para o interior do retículo sarcoplasmático
- Em repouso a concentração de cálcio é 2000x maior no interior do retículo que no
sarcoplasma
- Quando é necessário o cálcio para a contração muscular, este sai do retículo para o
sarcoplasma
- Os iões de cálcio ligam-se à troponina (dos filamentos de actina)
- Este é o estímulo para que o complexo troponina-tropomiosina se altere e exponha os locais activos da
actina G
- Estes locais são o elo de ligação com as cabeças dos miofilamentos de miosina
- É esta ponte formada entre os dois miofilamentos que condiciona a contração muscular, em que a
actina se desloca sobre a miosina
- Após a contração muscular, a cabeça do filamento de miosina solta-se do local activo da actina,
voltando ao seu lugar, estando assim pronto para outra contracção

51
Fenda sináptica

51
Necessidades energéticas da contracção muscular
- Para a ligação, movimento e libertação da cabeça do miofilamento de miosina é necessária uma
molécula de ATP
- A molécula de ATP encontra-se na cabeça da molécula de miosina
- ATPase transforma ATP em ADP + P
- Durante a contracção muscular ocorrem muitos ciclos de ligação, movimento e libertação dos
miofilamentos
- Quando o potencial de acção atinge a fibra muscular, ocorre libertação de cálcio do retículo
sarcoplasmático.

Sequência de acontecimentos
- Degradação de ATP em ADT + P
- O cálcio libertado pelo retículo sarcoplasmático liga-se à troponina
- Há exposição dos locais activos da actina G
- Ocorre ligação da cabeça da miosina com o local activo da actina
- O grupo fosfato é libertado
- Movimento da cabeça de miosina
- Libertação do ADP
- Uma nova molécula de ATP liga-se à cabeça da miosina
- Desdobramento de ATP em ADP + P
- Retorno da cabeça de miosina à posição inicial

Contracção muscular
- No músculo esquelético existe uma organização em unidades motoras
- A unidade motora é formada por um neurónio motor e por todas as fibras musculares que este
inerva

Fases da Contracção muscular:


- Fase de lactência: Periodo de tempo que decorre desde a aplicação do estímulo até ao início da
contracção muscular
- Fase de encurtamento: Periodo de tempo durante o qual ocorre contracção
- Fase de relaxação: Periodo de tempo durante o qual ocorre relaxamento

Tipos de contração muscular:


- Contracções isométricas: Ocorre aumento da tensão muscular, o comprimento muscular mantém-
se.
- Contrações isotónicas: A tensão muscular mantém-se durante a contracção, o comprimento muscular
varia
- Contrações concêntricas: Ocorre alongamento e encurtamento do músculo, á medida que o músculo
encolhe a tensão aumenta
- Contrações excêntricas: A tensão é mantida quando o músculo aumenta de comprimento
- Tónus muscular: Tensão constante de um músculo durante um período de tempo alargado

Fadiga

- Fadiga é a diminuição da capacidade de efectuar determinado trabalho


- Pode ocorrer em três locais: sistema nervoso, junção neuro-muscular e músculo
- Fadiga psicológica: sistema nervoso
- Fadiga muscular: falta de energia no músculo (ATP)
- Fadiga sináptica: Forma menos comum, ocorre quando há potenciais de acção com muita
frequência. A acetilcolina libertada pelos potenciais de acção é superior à que o organismo tem
capacidade de produzir. Pode acontecer no exercício intenso

52
Respiração anaeróbia
- A respiração anaeróbia dá-se na ausência de oxigénio
- Ocorre desdobramento de 1 molécula de glucose em 2 de ATP e 2 de ácido láctico
- O ácido láctico é originado no ácido pirúvico
- O ácido pirúvico é produzido na aeróbia
- O ácido láctico, ao contrário do ácido pirúvico, entra na circulação sanguínea
- A respiração anaeróbia é menos eficiente que a respiração aeróbia mas mais rápida
- Permite esforço físico intenso por 1 a 3 minutos
- O tempo está limitado pela deposição de ácido láctico nas fibras musculares

Respiração aeróbia
- Para a respiração aeróbia é necessário oxigénio
- A glucose é desdobrada em ATP, dióxido de carbono e água
- A respiração aeróbia é muito mais eficiente que a respiração anaeróbia
- Na respiração anaeróbia por cada molécula de glucose são produzidas duas de ATP
- Em contrapartida, na respiração aeróbia, por cada molécula de glucose são produzidas até
38 moléculas de ATP
- Na respiração aeróbia são usadas outras fontes de energia, tais como, ácidos gordos e
aminoácidos
- O ácido pirúvico é metabolisado nas mitocôndrias dando origem a ATP, CO2 e H2O
- Este tipo de respiração é + eficaz para esforços longos, mas a produção de ATP é + lenta.

Carência de oxigénio:
- Diferença entre a quantidade de oxigénio necessária para a respiração aeróbia durante a actividade
muscular e a quantidade realmente usada
- Para compensar esta carência o ritmo do metabolismo aeróbio permanece elevado mesmo depois de
terminado o esforço
- Este metabolismo aumentado renova as fontes de energia e repõe os níveis de ATP
- O ácido láctico é convertido em ácido pirúvico e depois em glucose e os níveis de glicogénio são
repostos

Fibras lentas e fibras rápidas


Existem dois tipos de fibras musculares
- Fibras lentas: Contraem lentamente e são mais resistentes à fadiga
- Fibras rápidas: Contraem mais rapidamente e não são tão resistentes à fadiga

Fibras musculares lentas (ou intensamente oxidativas):


- Contraem-se mais lentamente, têm um diâmetro menor,têm irrigação sanguínea mais
desenvolvida, apresentam mais mitocôndrias e são mais resistentes.
- Em tecidos com este tipo de fibras o principal meio de síntese de ATP é a respiração
aeróbia. Estas fibras apresentam mioglobina1

Fibras musculares rápidas


- Também designadas de fracamente oxidativas
- Apresentam moléculas de miosina que desdobram o ATP mais rapidamente
- Isto permite que as pontes entre os dois miofilamentos se formem mais depressa
- Músculos que apresentem estas fibras têm uma rede sanguínea pouco desenvolvida
- Os músculos de contracção rápida apresentam menos mioglobina e mitocôndrias
- Estes apresentam muito glicogénio e estão bem adaptados ao metabolismo anaeróbio
- Estes músculos apresentam uma resposta rápida mas cansam-se rapidamente

1Mioglobina: pigmento vermelho que fixa o oxigénio, actuando como reservatório, este pigmento reforça a capacidade da
célula para o metabolismo aeróbio.

53
Distribuição fibras musculares
- A distribuição das fibras musculares lentas e rápidas está relacionada com a função do músculo
em causa
- Nos músculos que têm necessidade de esforços intensos mas rápidos, predominam as fibras rápidas
- As fibras lentas predominam em músculos com capacidade de esforços suaves e longos
- Os músculos que apresentam fibras rápida são mais esbranquiçados devido à falta de irrigação
sanguínea e de mioglobina
- A carne branca (galinha) é composta por fibras rápidas
- Músculos com melhor irrigação e mioglobina são mais escuros No
ser humano esta distinção não é tão notória:
- Todos os músculos apresentam os dois tipos de fibras, noentanto alguns músculos
apresentam maior percentagem de um tipo que de outro
- Nos músculos posturais predominam as fibras lentas
- No membro superior são as fibars rápidas que melhor se adaptam à função
- A distribuição varia de indivíduo para indivíduo, conferindo assim capacidades diferentes
- Um corredor de 100 m tem maior percentagem de fibras rápidas nos seus músculos das pernas,
enquanto que o da maratona terá maior percentagem de fibras lentas

Exercício físico
- O exercício físico não pode alterar o tipo de fibras musculares, ou seja, não pode converter fibras
rápidas em lentas e vice-versa
- Com o exercício pode estimular mais um tipo de fibras e menos o outro, tudo depende do tipo de
exercício
- Um exercício físico que seja aeróbio aumenta a vascularização e estimula as fibras lentas
- Um exercício anaeróbio faz aumentar a força e a massa muscular potenciando as fibras rápidas
- Os músculos de contracção rápida treinados tornam-se resistentes à fadiga
- É a estimulação que desenvolve o músculo
- Músculos muito estimulados aumentam de tamanho e apresentam maior força, estão
hipertrofiados
- Ao contrário, músculos que não são estimulados ou treinados sofrem atrofia, exemplo dos
músculos dos idosos ou dos casos em que há imobilização (fractura)

Músculo liso:
Características: Células com um comprimento de 15 a 200 µm e diâmetro de 5 a 10 µm, que têm a
forma de um fuso com núcleo no centro da célula.
- Apresenta menos miofilamentos de actina e miosina que o músculo esquelético e os
miofilamentos não estão organizados em sarcómeros, não é um tecido estriado
- As células do músculo liso apresentam filamentos não contrácteis, os filamentos
intermédios, estes ligam-se aos corpos densos presentes nas células e à membrana
citoplasmática.

O complexo filamento intermédio/ corpos densos forma o citoesqueleto intracelular


- Aos filamentos intermédios liga-se a actina
- Ausência de túbulos T
- Retículo sarcoplasmático menos abundante
- Apresenta na superfície celular invaginações denominadas de cavernas
- O cálcio necessário entra na célula vindo do líquido extracelular
- Apresenta uma contracção mais lenta
- No músculo liso o cálcio entra na célula e liga-se a uma proteína, a calmodulina
- Ao ligar-se, esta proteína activa uma enzima, a miosina quinase, e esta enzima que vai
degradar o ATP e fornecer um P à miosina para ocorra a ligação com a actina.
- A miosina fosfatase corta a ligação do P ao miofilamento de miosina

54
- Tipos de músculo liso: Músculo liso unitário, Músculo liso multi-unitário
Músculo liso unitário
- Também designado de músculo liso visceral, é mais comum que o multi-unitário
- Forma túnicas envolvendo órgãos
- Encontra-se no tubo digestivo, reprodutor e urinário
- Pode ser auto-rítmico e/ou estimulado
- O tubo digestivo é auto-rítmico mas a bexiga não
- Apresenta muitas fendas sinápticas
- As células todas funcionam como uma unidade única
Músculo liso multi-unitário
- Pode ser encontrado sob a forma de túnicas, camadas, pequenos feixes ou como células isoladas
- Apresenta poucas fendas sinápticas e cada célula é uma unidade independente
Propriedades eléctricas do musculo liso:
- O músculo liso não responde aos potenciais de acção segundo a lei do tudo ou nada
- Vários potenciais de acção podem resultar numa única contracção
- Após a contracção segue-se um período de relaxação lenta
- No útero, ureta e tubo digestivo há potenciais de acção gerados espontaneamente
- Existem células nestes casos designadas de pace-makers que têm a capacidade de gerar potenciais
de acção
- As hormonas também se podem ligar a canais de cálcio da membrana, promovendo assim a entrada de
cálcio e resultar numa contracção
Propriedades funcionais:
- Contracções auto-rítmicas
- Contrair-se em resposta a um brusco estiramento
- Tensão constante por longo período de tempo mesmo com aumento gradual do comprimento
- Amplitude de contracção permanece constante apesar de variar o comprimento
- As células adaptam-se mal ao metabolismo anaeróbio
- Não se desenvolve carência de oxigénio
- A fadiga é rápida na carência de oxigénio
Regulação:
- Apresenta uma regulação involuntária
- É inervado pelo sistema nervoso autónomo
- As hormonas também regulam a sua acção
- A adrenalina é capaz de estimular e inibir alguns dos músculos lisos
- A ocitocina estimula o músculo liso do útero, especialmente durante o parto
- As histaminas e as prostaglandinas também infuenciam o funcionamento do músculo liso

55
2 – Suporte e Movimento
Capítulo 11 – Sistema Esquelético: Anatomia Geral

Movimentos: grupos musculares


- Flexão: Músculos anteriores profundos do pescoço
- Extensão: Músculos da nuca
- Rotação e abdução – músculos laterais e posteriores do pescoço

- Esternocleidomastoideu: Músculo lateral do pescoço com Contracção unilateral (Rotação para lado
oposto) e Contracção simultânea (Flexão da cabeça)
56
Músculos da mímica: Auricular; Bucinador;
Supraciliar; Triangular dos lábios; Quadrado do
mento; Canino; Levantador do lábio superior;
Levantador comum do lábio superior e da asa do
nariz; Levantador da pálpebra superior; Borla do
mento; Nasal; Occipitofrontal; Orbicular das
pálpebras; Orbicular dos lábios; Subcutâneo do
pescoço; Piramidal do nariz

Músculos mastigadores: Temporal ; Masseter;


Pterigoideu interno; Pterigoideu externo.

Músculos da língua: A língua é formada por


músculos intrínsecos e extrínsecos, ao todo são 17 os
músculos da língua.
- Os músculos extrínsecos movem a língua e os
músculos intrínsecos alteram a sua forma.

Músculos do pescoço:
Anterior Posterior Posterior

Músculos supra/infra-hioideus:
Supra-hioideus: Digástrico; Genio-hioideu;
Milo-hioideu; Estilo-hioideu

Infra-hioideus: Omo-hioideu; Esterno-hioideu;


Esterno-tiroideu; Tiro-hioideu

57
Músculos do tronco:
- Função: Extensão da coluna, Abdução da coluna, Rotação da coluna
- Dois grupos: superficiais e profundos
Os músculos profundos estendem-se de vértebra para vértebra Os
músculos superficiais estendem-se de vértebras para costelas

Músculos que actuam na


coluna vertebral:
-Massa comum
- Iliocostal lombar
- Iliocostal dorsal
- Iliocostal cervical
- Pequeno complexo
- Transversário do pescoço
- Longo dorsal do tórax
- Espinhais
- Interespinhosos
- Intertransversnsversários
- Pequeno psoas
- Semi-espinhosos

Músculos da
respiração:

58
59
Músculos parede abdominal:
Grandes rectos do abdómen; Grande
oblíquo do abdómen; Pequeno oblíquo
do abdómen; Transverso do abdómen;
Quadrado dos lombos Função:
- Flexão e rotação da coluna
- Quando a coluna está fixa,
diminuem o volume da cavidade
abdominal e torácica
- Podem ajudar na respiração forçada,
vómito, defecação, micção e parto.
- Linha branca: Estende-se do
apêndice xifoideu até ao púbis,
passando pelo umbigo
- É desprovida de músculos

Pontos fracos da parede abdominal:


- Triângulo de J.L.Petit
- Quadrilátero de Grynfeltt
- Trajecto inguinal
- Linha branca
- Umbigo
- Linha semi-lunar de Spigel

Músculos que actuam na omoplata:

- Angular da omoplata Grande dentado (dentado anterior)


- Pequeno peitoral - Subclávio
- Rombóides - Trapézio
-

60
Músculos que actuam no braço: Coracobraquial; Deltóide; Grande dorsal; Grande peitoral;
Grande redondo; Infra-espinhoso; Infra-escapular; Supra-espinhoso; Pequeno redondo Grande
peitoral: Flexor – braço estendido; Extensor – braço flectido
Deltóide: Flexor – fibras anteriores; Extensor – fibras posteriores; Abdução – fibras laterais
Músculos da manga ou Coifa de rotadores: Função de sustentação da cabeça do úmero na cavidade
glenóideia da omoplata

Músculos que Flexão Extensão Abdução Adução Rotação


Interna Externa
Deltóide X X X X X
Grande Peitoral X X X X
Pequeno Peitoral
Bicípite X
Grande Dorsal X X X X
Tricípite X X
Supra X
-espinhoso
Infra X X
-espinhoso
Grande X X X
Redondo
Pequeno X X X
Redondo

Músculos do braço:
- Bicípite braquial
- Braquial anterior
- Tricípite braquial

Músculos do braço / antebraço:


Músculos do braço:
- Bicípite braquial
- Braquial anterior
- Tricipite braquial
Músculos do antebraço:
- Ancónio
- Longo supinador
- Quadrado pronador
- Redondo pronador

Movimentos do antebraço
- Flexão: Braquial anterior; Bicípite braquial;
Longo supinador
- Extensão: Tricípite braquial; Ancónio
- Supinação: Bicípite braquial; Curto supinador
- Pronação: Quadrado pronador; Redondo
pronador
61
Músculos superficiais do antebraço
que actuam na mão

A:
- Redondo pronador
- Grande palmar;
- Pequeno Palmar
- Cubital anterior

B:
- Longo supinador
- Flexor comum superficial dos dedos

Músculos profundos do antebraço


que actuam sobre o punho

C:
- Curto supinador;
- Longo flexor do polegar
- Flexor comum profundo dos dedos
- Quadrado pronador

D:
- Extensor comum dos dedos
- Extensor próprio do dedo mindinho
- Cubital posterior

Músculos da mão:
- Músculos intrínsecos
- Palmares médios
- Thenares
- Hipothenares

Movimentos do punho/
dedos da mão
- Flexão: Músculos anteriores do
antebraço (ex.: Grande palmar e
cubital anterior)
- Extensão: Músculos posteriores do
antebraço, Longo radial, curto radial e
cubital posterior
- Abdução e abdução dos dedos:
Músculos intrínsecos da mão

62
Músculos posteriores da anca:

Músculos anteriores da anca:

Músculos Posteriores da coxa:

Movimentos da coxa:
- Flexão: Músculos anteriores
(Ilíaco e grande psoas )
- Extensão: Músculos posterolaterais
(Glúteos e tensor da fascia lata)
- Rotadores externos: Músculos profundos
(Gémeos, obturadores, quadrado crural)
- Adutores: Músculos internos

63
Músculos da perna (ant. e lat.)

Movimentos da perna:
- Extensão:
Músculos anteriores da coxa
(Quadricípite crural e
costureiro)

- Flexão:
Músculos posteriores da coxa
(Bicípite crural, Semitendinoso)

- Adução:
Músculos internos da coxa
(Adutores, recto interno e
pectíneo)

Músculos da perna (post.)

Músculos do pé:
Movimentos do pé:
- Flexão do pé e extensão dos dedos:
Músculos anteriores da perna
- Extensão do pé:
Músculos posteriores superficiais da perna
- Extensão e inversão do pé e flexão dos dedos:
Músculos posteriores profundos da perna
- Eversão do pé:
Músculos externos da perna
- Extensão, flexão, abdução e adução do pé:
Músculos intrínsecos do pé
Tendão de Aquiles: Constituído pela união de diversos
tendões
- Músculos superficiais posteriores: Gémeos, Solhar,
Plantar delgado
- O tendão comum insere-se no calcâneo.

64
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento
Capítulo 13 – Sistema Nervoso central: Encéfalo e Medula Espinhal

Sistema nervoso
- O sistema nervosos central: porção intra craniana e porção extra craniana.
- O encéfalo é a porção intra craniana e está organizado em várias secções cada qual com funções
específicas, este é formado por: Cérebro, Diencéfalo (tálamo e hipotálamo), Mesencéfalo,
Protuberância anular ou ponte, Bulbo e Cerebelo.

Cérebro:
- Constitui a porção de maiores dimensões do
encéfalo
- É formado por 2 hemisférios, a hemisfério esquerdo e
direito estão separados ela fenda inter-hemisférica
- A sua superfície apresenta numerosas pregas que se
denominam circunvoluções
- Estas pregas são limitadas por sulcos
- Existem sulcos muito profundos que se designam de
regos
- Rego central ou de Rolando divide o hemisfério em
circunvolução pré e pós-rolândica
- Cada hemisfério está dividido em lobos
- A designação do lobo é feita de acordo com o osso
craniano lhe é adjacente

- Lobos: Frontal, Parietal, Occipital, Temporal, Opérculo


frontoparietal
- O cérebro é formado por substância branca e substância
cinzenta
- A substância cinzenta cobre toda a superfície externa do
cérebro e denomina-se córtex
- Esta substância acompanha todos os sulcos e
circunvoluções
- No interior profundo do cérebro observamos pequenas "ilhas" de
substância cinzenta, designada de núcleos da base
- A restante parte é formada por substância branca
- A sua constituição permite a comunicação entre os dois
hemisférios e entre partes separadas do mesmo hemisfério
- A substância branca está organizada em 3 tipos de fibras:
Fibras de associação, Fibras comissurais e Fibras de projecção

Cérebro - córtex cerebral


- É no córtex cerebral que se localizam áreas funcionais, as áreas sensoriais primárias são zonas de
recepção das vias sensoriais e cada área é específica para determinada sensação ou função
- Áreas sensoriais primárias: Área do gosto, Córtex olfactivo, Córtex auditivo primário, Córtex visual
- Áreas de associação ou secundárias: Área somestésica secundária, Área visual
secundária, Área auditiva secundária.
- Todas as áreas estão interligadas entre si, permitindo acções mais complexas
- A área da linguagem está localizada no córtex esquerdo
- Neste processo estão envolvidas 2 áreas: a área de Wernicke e a área de Broca
- A primeira tem um papel fundamental na compreensão
- A área de Broca é considerada como a coordenadora de acções necessárias para o processo
da fala

65
- Áreas envolvidas no processo de reprodução oral de uma palavra ouvida:
- Córtex auditivo primário - recepção
- Área auditiva secundária - reconhecimento
- Área de Wernicke - compreensão
- Área de Broca - formulação da palavra
- Área pré-motora - programação movimentos
- Córtex motor primário - geração movimentos

Núcleos da base
- São núcleos de substância cinzenta
- Localizados na porção mais inferior do cérebro
- Relacionados funcionalmente
- Estão ligados ao córtex cerebral, com o qual interagem
- Têm um papel importante na organização e coordenação dos movimentos e postura

66
Cerebelo
- Também designado de cérebro pequeno
- Está localizado na zona occipital do crânio
- Apresenta substância branca com núcleos e córtex cinzentos
- É constituído por 3 partes: Lobo floculonodular, Vermis, Hemisférios laterais

Tronco cerebral
- É uma porção do encéfalo
- Constituída por: Bulbo, Ponte e Mesencéfalo
- É um importante meio de conexão do cérebro com a medula espinhal
- É responsável por funções vitais
- Lesão no tronco cerebral com frequência leva à morte
- É o local de origem da maioria dos nervos cranianos

Bulbo
- Constitui a porção mais inferior do tronco cerebral
- Continua-se inferiormente com a medula espinhal
- Apresenta núcleos de substância cinzenta
- Na face anterior encontramos 2 pirâmides
- Estas são aglumerados de feixes nervosos descendentes
- Na sua extremidade inferior estas vão cruzar
- Formam uma estrutura semelhante a um X
- Lado direito do cérebro controla lado esquerdo do corpo, e vice-versa
- As olivas são duas saliências ovais localizadas na face anterior, lateral e superiormente às
pirâmides
- É no bulbo que se localizam os núcleos de alguns nervos craneanos (V, IX, X, XI, XII)
- É uma via de condução de feixes nervosos ascendentes e descendentes
- Alguns reflexos são controlados no bulbo e influenciam mecanismos como: tosse, espirro, vómito,
respiração, deglutição...

Ponte ou protuberância
- É a porção do tronco cerebral localizada logo acima do bulbo
- É também uma via para nervos descendentes e ascendentes
- Apresenta alguns núcleos na sua face anterior
- Estes funcionam como transmissores de informação do cérebro para o cerebelo
- Na porção posterior encontramos núcleos de nervos craneanos (V, VI, VII, VIII, IX)
- Apresenta também centros respiratórios e do sono

Mesencéfalo
- É a porção mais pequena do tronco cerebral
- Está localizada acima da ponte
- Apresenta núcleos de pares craneanos (/III, IV, V)
- É formado por: um tecto, uma porção posterior e uma porção anterior
- No tecto localizam-se os tubérculos quadrigémeos (visão e audição)

Substância reticular
- Dispersa por todo o tronco cerebral
- É constituida por núcleos
- Responsável pela recepção dos
neurónios aferentes da face
- Estes neurónios são importantes no
despertar e na manutenção da
consciência
- A substância reticular está envolvida no
ritmo do sono e vigília
66
Nervos Craneanos
- Existem 12 pares de nervos craneanos
- Estão numerados de I a XII
- Foram enumerados do mais anterior para o mais posterior
- Funções principais: Sensorial ou sensitiva, Motora e Parassimpática
- Os nervos com função sensorial ou sensitiva estão associados à visão, ao tacto e à dor
- A função motora controla os músculos esqueléticos
- A função parassimpática regula glândulas, músculos viscerais e cardíaco

I - Nervo olfactivo
- É o responsável pelo sentido do olfacto
- As suas terminações atingem a mucosa da cavidade nasal
- Apresenta uma função essencialmente sensorial, permitindo a percepção dos cheiros

II - Nervo óptico
- As suas terminações atingem os globos oculares
- Formam uma estrutura designada de Quiasma óptico
- Tem uma função sensorial
- Está envolvido no sentido da visão
- Transmite a informação ao cérebro (centro da visão)

67
III - Nervo motor ocular comum
- Inerva 4 dos 6 músculos do globo ocular e levantador da pálpebra superior
- Apresenta funções motoras e parassimpáticas
- As suas fibras parassimpáticas inervam os músculos lisos do olho, regulam o tamanho da pupila e a
forma do cristalino

IV - Nervo patético
- Inerva 1 dos 6 músculos que movimentam o globo ocular
- Apresenta apenas função motora

V - Nervo trigémeo
- Apresenta 3 ramos na sua constituição:
- Ramo oftálmico (superior): Função sensorial
- Ramo maxilar (médio): Função sensitiva
- Ramo mandibular (inferior): Função sensorial e motora

VI
-

68
Nervo oculomotor externo
- Inerva um dos músculos responsáveis pelo movimento do globo ocular
- Apresenta uma função estritamente motora

VII - Nervo Facial


- Inerva todos os músculos da expressão facial, alguns músculos da garganta e do ouvido médio
- Inerva as glândulas salivares submandibular a sublingual e a glândula lacrimal
- Apresenta função sensorial, motora e parassimpática
- Nos 2/3 anteriores da língua é sensitivo para o paladar

VIII - Nervo estato-acústico


- Apresenta uma função sensorial e está envolvido no sentido da audição e do equilíbrio

VIII - Nervo estato-acústico (vestibulococlear)

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IX - Nervo Glossofaríngeo
- Inerva as glândulas salivares parótidas
- Apresenta função sensorial, motora e parassimpática
- Tem função motora para o músculo da faringe
- No 1/3 posterior da língua é sensitivo para o paladar

X - Nervo Vago
- Inerva os músculos do palato mole, laringe e faringe
- Apresenta função sensitiva, motora e parassimpática
- É sensorial na faringe inferior e na base da língua (paladar)

70
XI - Nervo Espinhal
- Inerva os músculos esternocleidomastoideu e trapézio
- Apresenta função motora
- É constituído por uma componente craniana e uma raquidiana
- Participa na função do vago

XII - Nervo Grande Hipoglosso


- Inerva músculos intrínsecos da língua e supra-hióideus
- Apresenta função motora

71
Medula espinhal
- Porção extracraniana do sistema nervoso central
- Estende-se desde o buraco occipital do crâneo à 2a vértebra lombar
- Extensão inferior à coluna vertebral
- Está organizada em 4 secções: cervical, torácica, dorsal e sagrada
- Os 31 pares de nervos raquidianos têm origem na medula espinhal
- Saem da coluna vertebral através dos buracos intervertebrais
- Os nervos raquidianos vão enervar todo o corpo
- Os nervos raquidianos direitos enervam todo o lado direito do corpo
- A medula espinhal não apresenta um diâmetro uniforme
- O diâmetro é maior junto ao buraco occipital
- Podemos observar duas dilatações: Dilatação cervical e Dilatação
lombar
- As dilatações existentes na medula correspondem às secções de entrada
e saída de nervos para os membros
- Na dilatação cervical localiza-se a emergência dos nervos dos
membros superiores
- A dilatação lombar é o local de emergência dos nervos dos
membros inferiores
- Imediatamente a seguir à dilatação lombar existe um afunilamento, o cone medular
- Para fixar a medula existe um filamento de tecido conjuntivo
- O filo terminal estende-se desde a extremidade distal da medula até ao cóccix
- A medula espinhal propriamente dita termina um pouco antes do termino da coluna vertebral
- Os nervos que emergem na secção final da medula só saem da coluna vertebral em buracos vertebrais
mais inferiores
- A cauda equina é formada pelo cone medular e nervos raquidianos
- A medula espinhal é formada por substância branca e cinzenta
- O centro da medula é formado por substância cinzenta
- Esta está organizada em dois cordões unidos internamente
- Esta estrutura corresponde aos corpos celulares e dendritos
- Cada um dos 2 cordões de substância cinzenta está organizado em cornos: Corno anterior, Corno
posterior e Cornos laterais
- É no corno anterior que se encontra os neurónios
motores, podemos chamá-lo de corno motor
- O corno posterior é designado de sensorial
- Nos cornos laterais estão localizados os corpos
celulares dos neurónios autónomos
- A substância branca periférica é constituída por
cordões nervosos
- Está organizada em 3 cordões: Anterior, Lateral e
Posterior
- Os cordões são agrupamentos de feixes e os feixes são agrupamentos de neurónios
- Os neurónios ascendentes transportam os estímulos até ao cérebro
- Os neurónios descendentes transportam a informação do cérebro até uma zona periférica
- Ao longo da medula espinhal existem raízes de nervos raquidianos
- As raízes posteriores são vias aferentes à medula e
- Transportam a informação da periferia para a medula
- Podemos observar a presença de gânglios nas raízes posteriores
- Estes gânglios correspondem aos corpos celulares dos neurónios aferentes
- As raízes anteriores são eferentes da medula
- Transportam informação para a periferia, a partir da medula
- Os dois tipos de raiz formam, em conjunto, os nervos raquidianos
- O reflexo é uma resposta automática a um estímulo, sem pensamento consciente
- Os reflexos são actos controlados pelo tronco cerebral e medula espinhal

72
- Os principais reflexos medulares são: Reflexo de extensão, Reflexo dos órgãos de Golgi, Reflexo
de retirada.
Reflexo de extensão
- É o reflexo mais simples
- É apenas formado por um
neurónio aferente e um
eferente da medula
- Não há neurónio de conexão
- Este reflexo está associado às
fibras musculares
- Apresenta 2 tipos de
neurónios: neurónio motor
alfa e neurónio motor gama
- Os neurónios gama
originam-se na medula e
enervam pequenos
aglomerados de fibras
musculares
- Os neurónios alfa originam-
se em secções diferentes da
fibra muscular e dirigem-se
para a medula
- É na medula que se observa a
conexão dos dois neurónios

Reflexo dos órgãos de Golgi


- Os órgãos de Golgi são terminações nervosas
- Localizam-se nos tendões, perto da junção com o músculo
- São estimulados na contracção do músculo e tensão do tendão
- O seu objectivo é impedir uma tensão exagerada do tendão
- A contracção muscular e tensão do tendão de forma exagerada estimula a medula
- A resposta é o reflexo dos órgãos de Golgi
- Leva a uma descontracção muscular e protecção do tendão

Reflexo de retirada
- Reflexo medular
desencadeado por um
estímulo doloroso
- Neste reflexo existe uma
retirada de parte do corpo do
estímulo doloroso
- Os receptores sensoriais
recebem o estímulo (dor) e
comunicam com os neurónios
motores que desencadeam o
reflexo
- Nestes casos a acção
muscular causada incide
sobre músculos flexores
- Tal como os outros
reflexos também este tem
como objectivo: Acção
rápida e Protecção do
organismo.

73
Vias espinhais
- Na espinhal medula existem neurónios ascendentes e descendentes
- As vias ascendentes levam a informação da medula para o cérebro
- As vias descendentes transportam a informação do córtex cerebral para a espinhal medula
- A designação da via é feita de acordo com a origem e a terminação
- A primeira parte da palavra define a origem e a segunda parte a terminação
- Ex: Feixe espinotalâmico - Origem - espinhal medula e Terminação – tálamo

Meninges, Ventrículos e Líquido Cefalorraquidiano

Meninges
- As meninges são 3 camadas de tecido conjuntivo que cobrem todo o SNC
- A camada mais externa é a dura-máter
- É a camada mais espessa
- Forma pregas em algumas localizações: Foice do cérebro, Foice do cerebelo, Tenda do cerebelo.
- A dura-máter une-se ao periósteo da caixa craneana
- A nível medular existe um espaço entre a dura-máter e o canal vertebral, espaço epidural
- Este espaço é ocupado pelos nervos raquidianos, vasos, tecido gordo...
- A anestesia epidural é introduzida aqui
- No interior da caixa craneana existem locais de separação da dura-máter e do periósteo
- Na base das pregas as duas camadas separam-se para formar os seios venosos durais
- Estes espaços recebem sangue proveniente do encéfalo e líquido cefalorraquidiano
- Localizada internamente à dura-máter temos a aracnóideia
- Distribui-se como uma verdadeira teia de aranha
- Entre as duas meninges existe um espaço apenas virtual, espaço subdural
- A pia-máter é a meninge mais interna
- Está em estreito contacto com a superfície do encéfalo e espinhal medula
- A aracnóideia é formada por dois folhetos
- Entre os dois existe o espaço subaracnoideu
- Este está preenchido por LCR

Ventrículos
- Os ventrículos são espaços existentes no interior do encéfalo
- Em cada hemisfário cerebral existe um ventrículo lateral, o 3º ventrículo está no centro do
diencéfalo e 4º ventrículo está um pouco mais a baixo, ao nível da base do cerebelo.
- Todos os ventrículos estão ligados entre si
- O 4o ventrículo está em comunicação com 3o ventrículo, com o Canal central da medula espinhal
e com Espaço subaracnoideu
- Os dois ventrículos laterais comunicam com o 3o ventrículo através do buraco de Monro
- O aqueduto de sylvius une o 3o e 4o

74
Líquido cefalorraquidiano: Líquido semelhante ao plasma, que banha o encéfalo e espinhal
medula, serve de amortecedor ou air-bag para o SNC
- 80 a 90% é formado pelas células ependimárias dos ventrículos laterais
- O restante é por células semelhantes no 3 o e 4o ventrículos
- Os plexos coroideus são formados por
- Células ependimárias
- Tecido de suporte
- Vasos sanguíneos
- São invaginações da pia-máter para os ventrículos
- O LCR é produzido nestas estruturas
- O líquido circula até ao 4 o ventrículo
- A passagem do LCR para o espaço subaracnoideu é feita através de 2 buracos existentes neste
ventrículo: Buraco de Magendie e Buracos de Lushka
- Para que o LCR seja renovado, tem de voltar à corrente sanguínea
- É através das granulações de Pacchioni existentes no tecido subaracnoideu
- Estas permitem a passagem do LCR para os seios durais
- Desta forma atingem a corrente sanguínea novamente

75
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento
Capítulo 15 – Sentidos

Sentidos: Olfato; paladar; visão; audição

Olfacto
- Também designado de sentido do cheiro
- Os receptores sensoriais estão localizados na
região superior da cavidade nasal
- Apenas a porção mais superior da cavidade
nasal está envolvida no olfacto
- Todo o resto faz parte do aparelho respiratório
- Esta zona designa-se de recesso olfactivo
- O recesso olfactivo é composto por epitélio
especializado designado de epitélio olfactivo
- Este epitélio apresenta cerca de 10 milhões de
neurónios olfactivos
- Estas células sensitivas apresentam os seus
dendritos e corpo celular no epitélio olfactivo
- Os axónios das mesmas atravessam o osso
etmóide na sua lâmina crivada
- Desta forma comunicam com o bulbo
olfactivo
- Esta estrutura sensitiva está localizada por
cima da lâmina crivada
- Constitui a terminação da fita olfactiva
- Os impulsos transmitidos são conduzidos até ao
córtex cerebral
- Os dendritos dos neurónios olfactivos
modificaram-se e apresentam vesículas
olfactivas
- Estas apresentam pequenos cílios
denominados de pêlos olfactivos
- As partículas do ar entranham-se no muco que
cobre os pêlos olfactivos
- Vão interagir com moléculas quimiorreceptoras
- Os cílios dos neurónios olfactivos geram um
potencial de acção no neurónio
- Os axónios dos neurónios olfactivos sinapsam com
dois tipos de células: Células mitrais e Células tufadas
- Estas células sinapsam com neurónios de
associação no bulbo olfactivo
- Os estímulos são conduzidos ao córtex cerebral
- Cada terminação do bulbo olfactivo termina numa área
do encéfalo denominada de córtex olfactivo
- O córtex está organizado em 3 áreas que são
estrutural e funcionalmente diferentes: Externa,
Média e a Interna
- A área olfactiva externa está envolvida na percepção consciente do cheiro
- A área olfactiva interna é responsável pelas reacções emocionais e viscerais aos odores
- A área olfactiva intermédia tem conexões com o bulbo olfactivo e promove a modulação do
cheiro nesta estrutura

76
O paladar
- Os gomos ou botões gustativos são as estruturas sensoriais que detectam os estímulos
gustativos
- Estas estruturas estão em associação com as papilas
- Estes centros da percepção do paladar estão localizados maioritariamente na língua
- Embora em menor n°, também as podemos encontrar no palato, lábios e garganta
- Podemos distinguir 4 tipos principais de papilas gustativas: Caliciformes ou circunvaladas,
Fungiformes, Foliadas e Filiformes
- As papilas circunvaladas encontram-se no V lingual
- As papilas fungiformes estão irregularmente espalhadas por toda a superfície dorsal da língua
- As papilas foliadas encontram-se nos lados da língua
- O botão gustativo é formado por uma cápsula externa e uma camada interna de células
gustativas
- As células gustativas apresentam pêlos gustativos
- Estes terminam no poro gustativo
- As substâncias dissolvem-se na saliva
- Entram no poro gustativo
- Ligam-se à membrana celular do pêlo gustativo
- Provocam uma despolarização das células do paladar
- Todos os sabores são combinações de 4 tipos básicos de sabores detectados pelos botões gustativos:
Doce, Salgado, Ácido e Amargo.
- O paladar sentido na língua é transportado por vários nervos para o tronco cerebral
- Os pares craneanos envolvidos na transmissão do paladar são: Nervo trigémio (V), Nervo facial
(VII), Nervo glossofaríngeo (IX) e Nervo vago (X).
- O paladar dos 2/3 anteriores da língua são transmitidos pelo nervo facial
- O glossofaríngeo transmite o paladar do 1/3 posterior da língua
- O vago é responsável pela transmissão do paladar da zona da epiglote
- Os nervos transmitem para o bulbo
- Daqui seguem para o tálamo
- Tudo termina na área do paladar no córtex cerebral

77
O olho e a visão
- Sistema visual: Olhos, Estruturas acessórias,
Nervos, Feixes e Vias ópticas
- Estruturas acessórias: Sobrancelhas, Pálpebras,
Pestanas, Glândulas lacrimais, Músculos
extrínsecos do olho e Conjuntivas.
- Função: protecção, lubrificação e
movimentação.

- Sobrancelhas: Protecção da luz directa e da


transpiração da testa
- Pálpebras: Protecção contra objectos
estranhos
- Conjuntiva: Mucosa fina e transparente que
cobre a superfície interna das pálpebras e a
superfície anterior do olho

- Aparelho lacrimal:
- Glândula lacrimal - canto superoexterno
- Canal nasolacrimal - canto inferointerno
- As lágrimas são produzidas na glândula,
atravessam a superfície do olho e recolhidas pelos
canais lacrimais que as levam ao canal
nasolacrimal
- As lágrimas são produzidas a um ritmo constante
(1 ml/dia). A sua função: Humedecer a superfície
do olho, Lubrificar as pálpebras e Transportar
objectos estranhos para fora do sistema.
- Constituição: água, sais, muco e enzimas

- Existem dois canais lacrimais por olho, um


na pálpebra superior e outro na inferior
- É no canto interno de ambas que se localiza a
abertura do canal - ponto lacrimal
- Este, por sua vez, está implantado na papila
lacrimal, uma pequena protuberância
- Os dois canais abrem para o saco lacrimal
que se continua com o canal nasolacrimal

- Músculos extrínsecos do olho: Rectos superior, inferior, interno e externo e Oblíquos superior
e inferior
- Camada externa ou túnica fibrosa: Esclerótica e Córnea (porção anterior)
- Camada média ou túnica coroideia: Corpo ciliar e íris
- Camada interna ou túnica nervosa: Retina
Túnica fibrosa
Esclerótica Córnea
- Camada externa, firme, branca opaca- - Estrutura avascular e transparente
Protege as estruturas internas - Tecido conjuntivo com colagénio, fibras
- Mantém a forma do olho elásticas e proteoglicanos
- É local de inserção dos músculos do olho - A superfície externa está coberta por epitélio
- Continua-se anteriormente pela córnea e pavimentoso estratificado
posteriormente pelo nervo óptico - A superfície interna está coberta por epitélio
pavimentoso simples

78
Camadas constituintes do olho

Túnica coroideia
- Camada vascular de espessura reduzida (0,1 a 0,2 mm)
- Os vasos sanguíneos existentes são ramos das artérias ciliares curtas, ramos da artéria oftálmica
- Anteriormente é constituída pelo corpo ciliar e pela íris
- O corpo ciliar é contínuo à coroideia
- Através dos seus bordos, a íris insere-se no corpo ciliar
- O corpo ciliar serve de ancoragem aos ligamentos suspensores do cristalino
- Os músculos ciliares funcionam como esfíncteres, a sua contracção leva à alteração da forma do
cristalino
- A íris é a porção colorida do olho, diferindo de pessoa para pessoa
- É constituída por um músculo liso que circunda uma abertura, a pupila
- A íris controla a entrada de luz na pupila
- Apresenta um esfíncter pupilar que contrai a íris e o dilatador da pupila que a dilata

Túnica nervosa
- Retina
- Retina pigmentada - externa
- Retina sensorial - interna
- A retina sensorial responde à luz e apresenta células fotorreceptoras: bastonetes e cones
- Na porção posterior da retina podemos observar a mácula lútea e a papila óptica
- A mácula lútea é uma pequena mancha amarela com cerca de 4 mm de diâmetro
- No centro desta existe a fóvea central que corresponde ao ponto de maior acuidade visual, devido à
elevada concentração de células fotorreceptoras
- Internamente à mácula lútea existe uma mancha branca denominada papila óptica
- A papila óptica corresponde à zona de entrada dos vasos sanguíneos
- É uma zona sem células fotorreceptoras, sendo chamada zona
cega do olho

79
Cristalino
- Estrutura transparente e biconvexa
- A parede posterior apresenta maior convexidade
- Esta estrutura está suspensa pelos ligamentos suspensores do cristalino
- Divide o olho em compartimento anterior e compartimento posterior

Compartimentos do olho
- Compartimento anterior localiza-se anteriormente ao cristalino
- É de reduzidas dimensões e está organizado em: Câmara anterior - entre a córnea e a íris e Câmara
posterior - entre a íris e o cristalino. Este espaço está preenchido pelo humor aquoso.
- Funções do humor aquoso: Manutenção da pressão intra-ocular, Refracção da luz e Nutrição da córnea
- O compartimento posterior do olho é: muito maior que o anterior, rodeado pela retina e
preenchido por humor vítreo.
- As funções do humor vítreo são: Refracção da luz dentro do olho, Manutenção da pressão intra-ocular,
Manutenção da forma do globo ocular e Mantém o cristalino e a retina no seu lugar
- Íris - entrada da luz no olho
- Cristalino, córnea e humores - focagem
- Retina - geração de potenciais de acção

Retina
- Retina: Sensorial e Pigmentada
- Retina pigmentada: Camada única - células pigmentares (melanina) e a cor escura reforça acuidade
visual porque diminui a dispersão da luz.
- Retina sensorial: Formada por camadas de corpos celulares de neurónios fotorreceptores, bipolares e
ganglionares. A camada fotorreceptora é a mais próxima da retina pigmentada e é constituída por cones
e bastonetes, mais internamente existe uma camada plexiforme exterior

80
Bastonetes
- Células fotorreceptoras bipolares, envolvidas na visão não cromática e responsáveis pela visão em
condições de luz reduzida. - Localizados na restante extensão da retina (12 milhões)
- A porção do bastonete sensível à luz a apresenta uma forma cilíndrica e um pigmento, a
rodopsina (opsina + retinal)

Cones
- Células receptoras bipolares
- A porção sensível à luz apresenta a forma de um cone - afunilada da base para o ápex
- São responsáveis pela visão cromática e acuidade visual
- Apresentam a iodopsina como pigmento visual (opsina + retinal)
- Estão todos localizados na fóvea (35.000)

Vias neuronais da visão


- As células fotorreceptoras recebem o estímulo visual e enviam para as camadas mais
profundas
- Atingida a camada ganglionar, o estímulo percorre o axónio das células que atravessa todo o interior
da retina com a excepção da fóvea
- Vão convergir na papila óptica e sair do olho como nervo óptico
- A maioria dos axónios termina no núcleo geniculado externo do tálamo
- Alguns axónios terminam no tubérculo quadrigémio superior
- Os neurónios que terminam no núcleo geniculado externo do tálamo formam as fibras das
radiações ópticas que se projectam no córtex visual no lobo occipital

Campos visuais
- Campo visual de um olho corresponde a tudo o que pode ser visto com esse olho aberto e o oposto
fechado
- O campo visual de um olho pode ser dividido em: parte temporal e parte nasal
- A metade temporal do campo visual projecta-se na retina nasal e vice-versa
- As projecções dos campos visuais e a organização das vias nervosas fazem com que as imagens
provenientes da metade direita do olho se projectam para a metade esquerda do encéfalo.
- A metade esquerda de cada campo visual projecta-se para a metade direita do encéfalo
- Os campos visuais direitos e esquerdos sobrepõem-se
- A zona comum denomina-se área de visão binocular e permite a percepção da profundidade.

81
Ouvido e audição

- A estrutura auditiva está organizada em 3 partes distintas:


- Ouvido externo (audição)
- Ouvido médio (audição)
- Ouvido interno ( audição e equilíbrio)

Ouvido externo
- Formado por pavilhão auricular e canal auditivo externo
- Internamente termina na membrana do tímpano
- O pavilhão auricular ou orelha é uma estrutura cartilagínea coberta por pele
- A sua forma permite o encaminhamento do som em direcção ao canal auditivo externo
- Todo o canal auditivo externo é coberto por pêlos e glândulas produtoras de cerúmen
- A separar o ouvido externo do ouvido médio existe a membrana do tímpano
- Apresenta uma forma oval, é delgada semitransparente
- Apresenta uma epitélio pavimentoso cúbico simples na superfície interna e um epitélio
pavimentoso estratificado da face

Ouvido médio
- Encontra-se internamente à membrana do tímpano
- Comunica com o ouvido interno por dois orifícios de pequenas dimensões: a janela redonda e a janela
oval
- Outras duas aberturas introduzem o ar no ouvido médio: a trompa de Eustáquio e uma abertura
para as células mastóideias do temporal
- A sua função é equilibrar a pressão entre o ar
- No seu interior encontramos 3 ossículos: Martelo, Bigorna e Estribo
- Apresentam-se dispostos em sequência e transmitem a vibração vinda da membrana do tímpano
para a janela oval

82
Ouvido interno
- O ouvido interno é formado por uma estrutura denominada de labirinto ósseo
- O labirinto ósseo está organizado em 3 partes: cóclea, vestíbulo e canais semicirculares
- A cóclea está envolvida na audição, enquanto que o vestíbulo e os canais semicirculares são essenciais
no equilíbrio
- No interior do labirinto ósseo encontra-se o labirinto membranoso
- O labirinto membranoso está preenchido por endolinfa
- O espaço existente entre o labirinto ósseo e o membranoso está preenchido por perilinfa, líquido
semelhante ao LCR

Vias neuronais da audição


- Perto da cóclea existe uma estrutura nervosa denominada de gânglio coclear
- Os neurónios do nervo coclear originados no bulbo sinapsam no tubérculo quadrigémio inferior
- Um novo neurónio dirige-se para o tálamo onde sinapsa com um outro que se dirige para o córtex
auditivo, localizado no lobo temporal do encéfalo

Condução do som

Equilíbrio postural
- Existem duas estruturas que controlam o equilíbrio no nosso organismo:
- Ouvido interno: Vestíbulo a canais semicirculares - Desencadeiam reflexos do equilíbrio
- Cerebelo: Controla tónus da postura e movimentos da postura

- No ouvido interno existem duas estruturas que são funcionalmente diferentes: Labirinto estático
e Labirinto cinético
- Labirinto estático - está envolvida na percepção da posição da cabeça, bem como da
aceleração e desaceleração linear
- O labirinto cinético - é constituído pelos canais semicirculares, está relacionado com a avaliação
do movimento da cabeça. Esta avaliação é feita segundo os 3 planos do espaço devido à existência
de um canal semicircular por cada plano

83
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento
Capítulo 16 – Sistema Nervoso Autónomo

- O sistema nervoso autónomo é formado por neurónios pré-ganglionares e pós ganglionares


- O primeiro tem origem na espinhal medula e sinapsa com o segundo
- Esta ligação ocorre na cadeia ganglionar simpática
- A sinapse também pode ocorrer em gânglios pré-viscerais
- O neurónio pós-ganglionar termina no órgão alvo
- Promove acção excitatória ou inibitória
- A sua regulação é maioritariamente consciente

Autónomo Somatomotor
- Órgão alvo: Músculo esquelético - Órgão alvo: Músculo liso, cardíaco e glândulas
- Regulação: Consciente e inconsciente - Regulação: Inconsciente
- Resposta: Contracção - Resposta: Excitatória e inibitória
- N° de neurónios: 1 único - N° de neurónios: 2 neurónios
- Localização corpo celular: Nervos - Localização corpo celular: Nervos craneanos, Espinhal
cranianos e Espinhal medula medula e Gânglio autonómico
- N° de sinapses: 1 - N° de sinapses: 2
- Baínhas axionais: Mielinizadas - Baínhas axionais: Mielinizadas e Não mielinizadas
- Neurotransmissor: Acetilcolina - Neurotransmissor: Acetilcolina e Noradrenalina
- Receptores: Nicotínicos - Receptores: Nicotínicos e Muscarínicos

Sistema Nervoso Autónomo


- Constituição: Sistema Simpático e Sistema Parassimpático
- As diferenças baseiam-se na localização dos corpos celulares, dos neurónios pré- ganglionares do
SNC, dos gânglios autonómicos e no comprimento relativo e relação dos axónios pré e pós-
ganglionares

84
Sistema Simpático = = = = = = = = = = =>
- Corpos celulares dos neurónios pré- ganglionares
localizados na substância cinzenta dos cornos
laterais, entre T1 e L2, também designada por
divisão toracolombar
- Saem da coluna vertebral em conjunto com os
nervos raquidianos
- Abandonam o nervo raquidiano e dirigem-se
para os gânglios autonómicos
- Os gânglios autonómicos unem-se para formar
cadeia ganglionar simpática
- Cadeia localizada ao longo da coluna vertebral
- Os axónios dos neurónios pré-ganglionares têm
um pequeno diâmetro e são mielinizados
- A extensão entre o nervo raquidiano e o
gânglio simpático é feito pelo ramo
comunicante branco
- Os axónios simpáticos saem da cadeia ganglionar por 4 vias diferentes: Nervos raquidianos, Nervos
simpáticos, Nervos esplâncnicos e Inervação da glândula suprarenal.

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Nervos Raquidianos:
- Os axónios dos neurónios pós-ganglionares voltam a entrar num nervo raquidiano pelo ramo
comunicante cinzento
- Estes axónios são não mielinizados
- Os neurónios pós-ganglionares vão através do nervo raquidiano para os órgãos
- Ex: glândulas sudoríparas, músculo liso

Nervos Simpáticos
- Os axónios pós-ganglionares têm origem
na cadeia simpática
- Deixam o gânglio e constituem o nervo
simpático
- Os nervos simpáticos enervam: Órgãos
torácicos, Músculo cardíaco, Músculo liso do
esófago, pulmões e vasos
- Na região cervical formam um plexo em
torno da artéria carótida e acompanham a
artéria até aos órgãos da cabeça
- Inervam áreas da cabeça e pescoço não
inervadas pelos nervos raquidianos
- Ex.: glândulas salivares e olhos
Nervos Esplâncnicos
- Os axónios pré-ganglionares com origem
entre T5 e T12 não sinapsam na cadeia simpática
- Estes axónios constituem os nervos esplâncnicos
- A sinapse com os neurónios pós-ganglionares dá-se nos gânglios pré-viscerais
- Os neurónios pós-ganglionares saem dos gânglios viscerais por pequenos nervos e vão atingir os
órgãos alvos.
- Inervam órgãos abdominopélvicos: Pâncreas, Fígado e Próstata...

Inervação da glândula supra-renal


- A medula supra-renal é uma excepção na inervação simpática
- O neurónio da glândula supra-renal não sinapsa nem na cadeia simpática nem no gânglio visceral,
assim, é o neurónio pré-ganglionar que inerva directamente a glândula supra-renal
- O neurónio termina na medula

Sistema Parassimpático
- Os corpos celulares dos neurónios do sistema
nervoso parassimpático estão localizados
- Núcleos do tronco cerebral
- Cornos laterais da substância cinzenta
- O local de saída dos nervos é entre S2 e S4
- Também é chamada de divisão craniosagrada
- Os axónios dos neurónios pré-ganglionares
seguem os nervos cranianos ou pélvicos
- Estes levam-os até aos gânglios
- Os gânglios estão, geralmente, perto dos
órgãos alvo
- Assim, o comprimento dos axónios pós-
ganglionares é muito reduzido
- Os axónios cujos corpos celulares estão no
tronco cerebral saem pelo: Nervo oculomotor
comum (III); Nervo facial (IV); Nervo
glossofaríngeo (IX) e Nervo vago (X)

86
- O nervo vago transporta a maioria dos axónios de
neurónios parassimpáticos
- O nervo vago transporta fibras para: Coração,
Pulmões, Esófago, Estômago, Pâncreas, Fígado,
Intestino delgado e Parte superior do cólon.
- Os nervos parassimpáticos que têm origem entre S2 e S4
saem pelos nervos pélvicos
- Estes vão inervar: Bexiga, Cólon inferior, Recto e
Órgãos reprodutores

Neurotransmissores
- Nas terminações nervosas simpáticas e parassimpáticas libertam-se neurotransmissores
- Existem 2 neurotransmissores: Acetilcolina e Noradrenalina
- Neurónio colinérgico liberta acetilcolina. Os libertadores de acetilcolina: Neurónios pré-
ganglionares simpáticos, pré-ganglionares parassimpáticos e pós-ganglionares parassimpáticos
- Neurónio adrenérgico liberta noradrenalina. Os libertadores de noradrenalina: Neurónios pós-
ganglionares simpáticos

Receptores Colinérgicos
- Localizados na membrana pós-sináptica
- Local de ligação da acetilcolina
- Receptores colinérgicos: Nicotínicos - Resposta excitatória e Muscarínicos - Resposta
excitatória ou inibitória

Receptores Adrenérgicos
- Localizados na membrana pós-sináptica
- Local de ligação da noradrenalina
- Receptores adrenérgicos: Receptores alfa (α) e Receptores beta (β)
- Resposta excitatória ou inibitória depende do tecido alvo

Regulação do SNA
- Regulação: Reflexos autonómicos e Controlo pelo SNC
- Os reflexos autonómicos implicam: Receptores sensoriais, Neurónios aferentes, Neurónios de
associação, Neurónios eferentes e Células efectoras.
- O SNC pode desencadear reflexos autonómicos, os constituintes do SNC influenciadores dos reflexos
autonómicos são: a Medula espinhal, o Bulbo e o Hipotálamo

Funcionamento do SNA
- Ambos, o Simpático e o Parassimpático, produzem efeitos inibitórios e excitatórios
- A acção de um é sempre contrariada pela acção do outro
- A maioria dos órgãos é inervada por ambos
- Em alguns órgãos a acção de um sistema predomina sobre o outro
- Em algumas situações as 2 partes funcionam em cooperação
- As suas acções complementam-se, apresentando o mesmo objectivo
- O simpático produz efeitos mais generalizados que o parassimpático
- O simpático tem maior influência em condições de actividade física
- O simpático diminui a actividade de órgãos não essenciais à actividade física
- Em repouso mantém tensão arterial e temperatura corporal
- A actividade do parassimpático é aumentada, quando em repouso se dá ingestão, digestão, micção
etc.

87
88
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento
Capítulo 17 – Organização funcional do sistema endócrino

- No sistema endócrino as suas glândulas segregam os seus produtos para o sistema


circulatório
- Os produtos de excreção das glândulas endócrinas são as hormonas
- As hormonas regulam actividades no organismo

- Hormona
- Produzida em quantidades diminutas por um conjunto de células
- Segregada para os espaços intersticiais
- Entra no sistema circulatório e actua em tecidos específicos
- As hormonas apresentam tecidos alvos, nos quais vão ter acção
- A comunicação entre as hormonas e os tecidos alvo é feita através de sinais de amplitude modulada
- Os sinais consistem em variações das concentrações da hormona
- As respostas do sistema endócrino são lentas mas de duração longa
- O sistema endócrino e o sistema nervoso estão intimamente ligados
- O sistema nervoso pode libertar substâncias químicas reguladoras para o sistema circulatório
- Estas substâncias são as neuro-hormonas
- Algumas glândulas são directamente enervadas pelo sistema nervoso, influenciando a sua acção
- Por outro lado algumas hormonas actuam no sistema nervoso
- Existem mensageiros químicos, que são sinais e que têm como função permitir a
comunicação entre diferentes tipos celulares
- Existem vários tipos de mensageiros químicos intercelulares: Hormona, Neuro-hormona,
Neurotransmissor, Neuromodulador, Para-hormona e Feromona.

Estrutura química
Estrutura química das hormonas pode ser: Proteínas, Lípidos e Glicoproteínas
- As hormonas lipossolúveis difundem-se através da membrana celular e ligam-se a receptores do
citoplasma ou do núcleo
- As hormonas proteícas são hidrossolúveis, não se difundindo através da membrana celular. Estas
ligam-se a receptores existentes na membrana celular

Controlo da secreção
- A segregação de uma hormona não é constante
- Esta libertação funciona por feed-back negativo
- Existem 3 modelos de regulação: Acção de outra substância sobre a glândula, Controlo neuronal da
glândula e A hormona de uma glândula endócrina controla a secreção de outra hormona de
- Certas hormonas permanecem a níveis constantes no organismo
- Existem outras que são influenciadas por estímulos, tais como o stress ou o exercício físico
- Outras ainda são cíclicas

Transporte e distribuição
- As hormonas dissolvem-se no plasma sanguíneo e podem-se encontrar livres ou ligadas a proteínas
plasmáticas.
- Só as hormonas na forma livre é que são activas
- Normalmente a proteína é específica para determinada hormona
- As hormonas encontram-se no sangue e vão se difundir através do epitélio dos capilares para o espaço
intercelular
- São as membranas lipossolúveis que passam com maior facilidade

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Metabolismo e excreção
- Semivida - tempo necessário para reduzir a metade a concentração de determinada
substância
- As hormonas hidrossolúveis, como as proteínas, são rapidamente degradadas
- Apresentam tempo de semi-vida curto
- Este tipo de hormonas têm concentrações sanguíneas que aumentam e diminuem
rapidamente
- Regulam actividades de início rápido e duração curta
- As hormonas lipossolúveis circulam ligadas a proteínas plasmáticas
- Esta ligação condiciona um tempo de semi-vida mais longo
- Há dificuldade em atravessar os capilares
- Estas hormonas mantêm níveis sanguíneos constantes
- A remoção das hormonas do sangue é conseguida de 4 formas:
- Excreção – rim/fígado
- Metabolismo – feito por enzimas no sangue, tecido alvo.
- Transporte activo – para o interior da célula e reciclada
- Conjugação – associação de moléculas hidrossolúveis no fígado

Hormona/tecido alvo
- As hormonas, ao atingir as células alvo, ligam-se a receptores da membrana
- Afectam a velocidade de determinadas reacções
- Não desencadeiam novas reacções
- Podem activar ou desactivar enzimas
- A ligação da hormona com o receptor é específica
- A hormona circula por todo o organismo mas nem todas as células apresentam receptores para a
hormona
- Só naquelas em que há receptores é que se verifica a acção
- As células alvo nem sempre respondem da mesma forma à hormona
- Em determinados casos o número de receptores vai diminuindo à medida que o tempo de exposição
aumenta
- Diz-se que há fadiga do tecido alvo
- Este fenómeno é designado de regulação por défice
- Existem dois mecanismos que causam diminuição do número de receptores:
- Diminuição da velocidade de síntese dos receptores
- Aumento da velocidade de degradação dos receptores
- Os tecidos que apresentam regulação por défice estão vocacionados para responder a aumentos
hormonais de curta duração
- Também se pode verificar o fenómeno contrário, designado por regulação por excesso
- Resulta de um aumento da velocidade de síntese da molécula receptora

Receptores hormonais
- Podemos classificar os receptores em dois tipos: receptores de membrana e receptores
intracelulares
- As moléculas hidrossolúveis não atravessam a membrana celular, pelo que se ligam a
receptores da membrana celular
- As moléculas lipossolúveis ligam-se aos receptores intracelulares, visto que facilmente
atravessam a membrana celular

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Receptores de membrana
- Os receptores apresentam uma porção extracelular e outra intracelular
- É na porção extracelular que se liga a hormona
- Esta ligação desencadeia reacções para o interior da célula
- Pode ser formada uma nova molécula mensageira
- Designam-se de primeiros mensageiros, as hormonas que actuam sobre as células e que se ligam aos
receptores da membrana
- Os segundos mensageiros são moléculas que podem ser produzidas pela membrana
citoplasmática
- Estes transmitem o sinal da membrana e atingem estruturas intracelulares
- Existem receptores de membrana que possuem na face intracelular proteína G
- Acções da proteína G: Abre canais celulares e Activa segundos mensageiros

Receptores intracelulares
- São moléculas proteícas no interior da célula
- Podem-se encontrar livremente na célula ou no núcleo
- As hormonas lipossolúveis atravessam a membrana celular e entram no citoplasma
- A hormona pode-se ligar ao receptor que se encontra no citoplasma e formar um complexo receptor-
hormona
- Este complexo desloca-se até ao núcleo
- Também pode acontecer que a hormona se difunda directamente para o interior do núcleo
- Neste caso o complexo receptor-hormona é formado já no interior do núcleo
- O complexo leva à formação de novas proteínas, que representam a resposta à hormona

91
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento
Capítulo 18 – Glândulas endócrinas

Glândulas endócrinas: Hipotálamo, Hipófise, Pineal, Tiróide, Paratiróide, Timo, Glândulas


suprarrenais, Pâncreas, Ovários (mulher) e Testículos (homem).

Hipófise e Hipotálamo
- Estas duas glândulas são o local principal de interacção do sistema nervoso com o endócrino
- É o hipotálamo que regula a actividade secretora da hipófise
- A hipófise secreta 9 hormonas principais

Morfologia da hipófise
- A hipófise está localizada na sela turca do esfenóide, abaixo do infundíbulo, ao qual se liga através
da haste hipofisária
- Esta glândula está dividida em duas partes
- Esta divisão é anatómica e funcional
- Temos o lobo anterior ou adeno-hipófise e o lobo posterior ou neuro-hipófise

Neuro-hipófise
- Está em continuidade com o cérebro, daí vem a designação de neuro-hipófise
- É uma extensão do sistema nervoso
- As secreções da neuro-hipófise são as neuro-hormonas

Adeno-hipófise
- No desenvolvimento embrionário a adeno-hipófise é a bolsa de Rathke
- Esta estrutura nasce para o exterior da cavidade bucal do embrião
- Desenvolve-se na direcção da neuro-hipófise
- Quando se aproxima perde a sua ligação e torna-se lobo anterior da hipófise
- Esta parte da glândula está organizada em 3 partes: Pars tuberalis, Pars distalis e Pars
intermédia
- As hormonas secretadas não são designadas de neuro-hormonas

Hipófise e hipotálamo
- Existe um sistema porta hipotálamo-hipofisário que se extende desde o hipotálamo à
adeno-hipófise
- É formado por uma rede capilar primária e uma rede capilar secundária
- As neuro-hormonas produzidas na neuro-hipófise vão pela rede capilar primária e secundária até à
adeno-hipófise
- As neuro-hormonas podem ser libertadoras ou inibidoras:
- As hormonas libertadoras estimulam a adeno-hipófise a produzir determinada hormona
- As hormonas inibidoras diminuem a secreção da adeno-hipófise
- A hormona produzida pelo lobo anterior entra na circulação sanguínea
- O sistema porta hipotálamo-hipofisário funciona meio pelo qual o hipotálamo regula a acção da
hipófise
- As células da neuro-hipófise não é regulada pelo hipotálamo
- As células da neuro-hipófise têm os seus corpos celulares no hipotálamo
- Estas células apresentam axónios longos que se extendem desde o hipotálamo até à neuro- hipófise
- Estes axónios formam uma via nervosa chamada feixe hipotálamo-hipofisário
- O estímulo vem do corpo celular e resulta numa libertação da hormona na hipófise e que se liberta
para a circulação sanguínea
- Existe uma relação funcional entre o hipotálamo e a hipófise que se designa de eixo
hipotálamo-hipofisário

92
Hormonas da neuro-hipófise
Hormona antidiurética (ADH) ou vasopressina:
- Impede a produção de grandes quantidades de urina
- Provoca a constrição de vasos sanguíneos
- Aumenta a tensão arterial
- O seu órgão alvo é o rim
- É aqui que promove a retenção de água
-Tal como tudo no nosso organismo, também as hormonas são controladas
- Neste caso é pelo mecanismo de feed-back
- Quando a tensão aumenta muito a hormona diminui a sua produção e leva à excreção de água de
forma a baixar a tensão
- O inverso acontece com a tensão baixa, a hormona é estimulada para que a tensão aumente por
retenção de água
Ocitocina:
- Estimula as células do músculo liso uterino
- Tem um papel importante na expulsão do feto durante o trabalho de parto
- Estimula a produção de leite nas mulheres durante o período de aleitamento
- A distensão do útero e a estimulação dos mamilos leva à produção de ocitocina

Hormonas da adeno-hipófise
- O hipotálamo é que controla a libertação ou não das hormonas da adeno-hipófise
- Todas estas hormonas: entram na circulação, apresentam um tempo de semi-vida curto, ligam-se
aos receptores de membrana da célula alvo.
- Algumas das hormonas regulam a função secretora de outras glândulas endócrinas e são
designadas de trofinas
Hormona de crescimento ou somatotrofina:
- Estimula o crescimento da maior parte dos tecidos
- Estimula a degradação de lípidos para serem utilizados como fonte de energia
- Aumenta a síntese e o armazenamento de glicogénio
- Regula os níveis de nutrientes no sangue durante o jejum Esta hormona também está
controlada pelo hipotálamo
- Este produz a hormona libertadora da hormona de crescimento e a hormona inibidora
da hormona de crescimento
- Uma baixa de glicose estimula a hormona de crescimento, assim como uma alta de a.a.
- No sono profundo ocorre libertação da hormona do crescimento
Hormona tirotrofina ou hormona estimuladora da tiróide:
- Estimula a libertação das hormonas tiróideias pela tiróide
Hormona adrenocorticotrópica ou drenocorticotrofina:
- Aumenta a secreção do cortisol do cortex supra-renal
- Na doença de Addison os níveis de ACTH estão cronicamente elevados
Gonadotrofinas e prolactina:
- As gonadotrofinas controlam o crescimento dos ovários e testículos
- Existem duas gonadotrofinas:
Hormona luteinizante (LH):
Hormona fuliculoestimulante (FSH):
- A libertação destas hormonas é controlada pela hormona libertadora das gonadotrofinas
Prolactina:
- Estimula a produção de leite das glândulas mamárias
- É controlada pela hormona libertadora da prolactina e pela hormona inibidora da prolactina

93
Tiróide
- A tiroide é uma glândula formada por dois lobos unidos por um istmo
- Os lobos localizam-se na porção superior da traqueia lateralmente à mesma, imediatamente abaixo da
laringe.
- O istmo cruza a face anterior da traqueia
- Esta glândula apresenta no seu interior diversos folículos
- Os folículos são pequenas esferas com uma parede composta por uma única camada de células
cúbicas,
- No seu interior encontramos a tiroglobulina, esta proteína é local de ligação para a hormona tiroideia.
- Entre os folículos tiroideus encontram-se as células parafoliculares, estas células compõem as
paredes dos folículos
- A calcitonina é a hormona libertada pelas células parafoliculares, esta hormona reduz os níveis de
cálcio no organismo

Hormonas tiroideias
- As hormonas secretadas pela tiróide são a triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4)
- A tiróide produz 90% de T4 e 10% de T3
- A hormona tiroestimulante (TSH), libertada pela adeno-hipófise é fundamental na síntese e secreção
das hormonas tiroideias
- Esta hormona liga-se aos receptores membranares das células dos folículos tiroideus
- É gerado um segundo mensageiro, o AMP cíclico
- É necessária uma dieta com iodo
- Sequência de acontecimentos para produção das hormonas:
- Os iões iodeto são absorvidos activamente para o interior das células do folículo tiroideu
- As tiroglobulinas são sintetisadas
- Formação de iodo por oxidação dos iões iodeto
- Um ou dois átomos de iodo ligam-se à tirosina da tiroglobulina
- A tiroglobulina com a tirosina iodada é libertada no lúmen do folículo
- 2 moléculas de diiodotirosina combinam-se e formam uma molécula de tetraiodotironina(T4)
- 1 molécula de monoiodotirosina e 1 de diiodotirosina formam uma molécula de T3
- A tiroglobulina é levada para o interior das células tiroideias
- As enzimas que actuam sobre a tiroglobulina libertam a T3 e T4
- A T3 e T4 difundem-se para o espaço intersticial e depois para os capilares da tiróide
- As hormonas T3 e T4 circulam no sangue ligadas a proteínas plasmáticas
- Cerca de 70 a 75% ligam-se à globulina transportadora de tiroxina (TGB)
- Esta proteína é sintetizada pelo fígado
- As hormonas em circulação funcionam como um reservatório circulante
- Enquanto estiverem ligadas às proteínas não são activas
- Apresentam o tempo de semi-vida grande, cerca de uma semana, porque não são eliminadas enquanto
estiverem ligadas às proteínas plasmáticas
- A hormona mais a activa e mais potente é T3
- 40% da T4 é transformada em T3
- As hormonas tiroideias difundem-se rapidamente através da membrana celular
- Atingem o núcleo, onde se ligam a moléculas receptoras
- Este complexo hormona-receptor interage com o DNA, levando à formação de novas
proteínas
- As hormonas tiroideias actuam em todo o organismo, noentanto nem todos os tecidos
respondem da mesma forma
- A acção nas células está relacionada com o metabolismo, crescimento e maturação
- Funções da hormona tiroideia
- Estimula o metabolismo da glicose, gorduras e proteínas
- É também esta hormona que controla a temperatura corporal
- Esta hormona também potencia a hormona de crescimento

94
- Pode ocorrer uma hiposecreção ou hipersecreção desta hormona
- A essas situações patológicas designamos de, respectivamente, hipotiroidismo e
hipertiroidismo

- Hipertiroidismo:
Metabolismo aumentado: Metabolismo diminuído:
- Aumento da temperatura corporal - Diminuição da temperatura corporal
- Perda de peso - Ganho de peso
- Aumento do apetite - Redução do apetite
- Taquicardia -HTA - Bradicárdia
- Aumento do volume tiroideu - Hipotensão arterial
- Hipotonia muscular e apatia
- Aumento de volume da glândula

- Quando o hipotiroidismo aparece na fase de crescimento, o resultado numa patologia


caracterizada por atraso mental e estatura baixa, denomina-se Cretina
- É a TSH que regula a secreção das hormonas tiroideias
- Esta hormona não tem níveis iguais durante todo o dia, ocorre um aumento sanguíneo durante a
noite
- Com níveis elevados de TSH ocorre aumento da produção e secreção de T3 e T4, hipertrofia e
hiperplasia
- A regulação das hormonas tiroideias funciona pelo mecanismo de feed-back negativo
- Situações em que ocorre aumento de T3 e T4, verifica-se uma inibição da secreção de TSH a nível da
adeno-hipófise e hipotálamo
- Se as hormonas tiroideias diminuirem a TSH aumenta dramaticamente
- A própria TSH também tem uma hormona que a estimula, é hormona libertadora da tirotrofina (TRH)
- A TRH é estimulada pelo frio e o jejum inibe a produção e libertação da TRH.
Causas de hipotiroidismo
- Deficiência de iodo - Doença de graves
- Substâncias geradoras de bócio (drogas) - Tumores
- Cretinismo - Tiroidite
- Ausência da tiroide - Niveis elevados de TSH
- Insuficiência da hipófise - Libertação súbita de hormonas tiroideias
- Tiroidite de Hashimoto

- Calcitonina:
- O aumento dos níveis de cálcio é o estímulo para a secreção de calcitonina
- O tecido alvo é o osso
- Estimula os osteoblastos e inibe os osteoclastos
- Ocorre deposição óssea, por forma a conservar o cálcio
- Os níveis da hormona diminuem no sangue com a idade
- Essa diminuição é mais frequente no mulher que no homem
- O papel da calcitonina não está bem esclarecido
- Com a remoção da tiroide não se observa um aumento nos níveis de cálcio
- E possivel que outras hormonas compensem a falta da calcitonina

Glândulas paratiroideias:
- São 4 pequenas glândulas
- Estão localizadas na face posterior da tiroide
- Estão internamente organizadas em massa ou cordões
- Secretam a hormona paratiroideia (PTH)

95
Hormona paratiroideia:
- Tem como tecidos alvo o osso, os rins e o intestino
- O seu "objectivo" é aumentar os níveis de cálcio no sangue
- No osso provoca um aumento da actividade osteoclástica
- Pode mesmo levar ao aumento do número de osteoclastos
- O cálcio libertado entra em circulação
- No rim, a PTH aumenta a reabsorção de cálcio, evitando que este seja excretado pela urina
- Também no rin, a PTH leva a um aumento da vitamina D activada
- Esta vitamina é necessária para a absorção de cálcio no intestino delgado
- Todas estas manobras têm como objectivo aumentar os níveis sanguíneos de cálcio
- Em associação com o cálcio está sempre o fosfato
- A PTH promove um aumento do cálcio plasmático mas não dos fosfatos
- Estes são eliminados pela urina
- Tal como as outras hormonas, também a PTH é regulada pelo feed-back negativo
- Quando se verifica uma diminuição dos níveis de cálcio no sangue, esta é estimulada
- Quando os níveis estão elevados esta diminui a sua produção
- Para esta hormona existem também situações patológicas de hipoparatiroidismo e
hiperparatiroidismo
- Hipoparatiroidismo:
- Causa: Idiopática ou Remoção da glândula
- Sintomas: ↓cálcio no sangue, Excitabilidade neuromuscular, Hipotonia do músculo cardíaco e Diarreia
- Hiperparatiroidismo:
- Causas: Tumores da tiróide, Dieta pobre em cálcio, gravidez, lactação
- Sintomas: ↑ Níveis sanguíneos de cálcio, Deposição de sais de cálcio por todo o organismo, Ossos
com reabsoração, Maior força de contracção do músculo cardíaco e Obstipação

Glândulas supra-renais
- Localizadas sobre o pólo superior do rim
- É um órgão retroperitoneal
- Estão envoltas numa cápsula de tecido conjuntivo
- São compostas por duas zonas distintas: a medula e o córtex
- É apartir da cápsula que partem vasos sanguíneos para irrigar a glândula
- A medula é formada por aglomerados de células poliédricas
- O córtex é formado por cordões de pequenas células
- No córtex podemos distinguir três zonas distintas: zona glomerulosa, zona fascicular, zona reticular.
- Estas 3 zonas são funcional e estruturalmente diferentes
- Zona glomerulosa: Localizada imediatamente por baixo da cápsula é composta por pequenos grupos
celulares (glomérulos)
- Zona fascicular: É a zona mais densa do córtex e as células formam colunas que se extendem
da superfície para a medula
- Zona reticular: É a zona mais profunda do córtex é formada por uma estreita camada de cordões
celulares organizados irregularmente

96
Hormonas da medula supra-renal
- 2 Hormonas: Adrenalina (ou epinefrina) e Noradrenalina (ou norepinifrina)
- A secreção da adrenalina ocupa cerca de 80% da produção hormonal
- A adrenalina aumenta os níveis de glicose no sangue
- A adrenalina liga-se a receptores das células hepáticas e leva à produção de AMP cíclico
- Este 2o mensageiro activa enzimas que são responsáveis pela degradação de glicogénio em glicose
- A glicose é libertada para a corrente sanguínea

Acções da adrenalina:
- Aumenta: Libertação de glicose pelo fígado, Libertação de ácidos gordos pelos adipócitos, Ritmo
cardíaco, constrição de vasos sanguíneos viscerais, Tensão arterial, Actividade metabólica, débito
cardíaco e o fluxo sanguíneo dos músculos.
- Diminui: Função dos órgãos viscerais
- A sua função, de uma forma generalista, é preparar o organismo para o esforço físico.
- A duração de acção destas hormonas é curta, visto serem rapidamente metabolizadas,
apresentam tempo de semi-vida de poucos minutos

Hormonas do cortex supra-renal


- O cortex secreta 3 tipos de hormonas: Mineralocorticóides, Glucocorticóides e Androgénios
- Todas derivam do colesterol
- À medida que são produzidas são secretadas
- Circulam no sangue ligadas a proteínas plasmáticas
- São metabolizadas no fígado e excretadas pelo rim
- Mineralocorticóides
- Produzidos na zona glomerulosa~
- Ex: aldosterona:
- ↑ eabsorção de sódio nos rins → ↑ níveis sanguíneos de sódio
- ↑ Absorção de água → ↑ volume sanguíneo
- ↑ Secreção de potássio na urina → ↓ níveis sanguíneos de potássio
- Glucocorticóides
- Produzidos pela zona fascicular do córtex da supra-renal, ex: cortisol.
- As suas acções podem ser classificadas em: Metabólicas, Desenvolvimento, Anti-
inflamatórias.
- Acções metabólicas: metabolismo das gorduras e proteínas, níveis de glicemia e depósito
de glicogénio nas células
- Acções de desenvolvimento: Maturação dos pulmões do feto, Desenvolvimento dos
receptores da adrenalina.
- Acções anti-inflamatórias: ↓ intensidade da resposta inflamatória, ↓ n° de leucócitos e
↓ da libertação de substâncias químicas inflamatórias
- O cortisol é regulado pela ACTH (hormona adrenocorticotrófica), esta é libertada pela adeno- hipófise
e regulada pela CRH (hormona libertadora da corticotrofina).
- Altos níveis de cortisol em circulação inibem a secreção de ACTH e de CRH
- Este mecanismo de feed-back negativo actua, respectivamente, na adeno-hipófise e no
hipotálamo
- O inverso acontece para baixos níveis de cortisol
- Pode ocorrer hipo ou hipersecreção de cortisol
- Hiposecreção: Hipoglicémia, Perda de peso e Depressão do sistema imunitário
- Hipersecreção: Hiperglicémia, Atrofia muscular, Osteoporose e Redistribuição de gordura; na face, no
pescoço e no abdómen.
- Androgéneos:
- Segregados pela zona reticular, ex: androstenodiona é um androgéneo fraco que vai ser
convertido em testosterona
- Esta tem um efeito despresível nos homens, quando comparado com a produção testicular
- Na mulher leva ao aparecimento de pêlos púbicos e axilares

97
Pâncreas
- Órgão retroperitonial de pequenas dimensões
- Localizado entre o estômago e o duodeno
- É uma glândula endócrina e exócrina simultaneamente
- A porção exócrina produz suco pancreático que vai ser transportado até ao intestino delgado

Pâncreas endócrino
- A porção endócrina é formada por ilhéus pancreáticos ou de Langerhans
- Produz hormonas que entram na circulação sanguínea
- Os ilhéus estão dispersos por todo o pâncreas estando envolvidos pelo pâncreas exócrino
- Existem entre 500.000 a 1.000.000 ilhéus
- Cada um é composto por
- Células alfa (20%) - produtoras de glucagon
- Células beta (75%) - produtoras de insulina
- Células delta (5%) - células imaturas, segregam somatostatina
- As hormonas pancreáticas têm um importante papel na regulação dos níveis sanguíneos de açucar e
aminoácidos
- Os tecidos alvo da insulina são o fígado, o tecido adiposo e o hipotálamo
- A insulina aumenta a capacidade dos tecidos alvo para captar e utilizar a glicose e os a.a.
- A glicose que não é necessária é armazenada sob a forma de glicogénio no músculo e fígado
- No tecido adiposo esta é armazenada sob a forma de gordura
- Com excesso de insulina os níveis de glicémia desce drasticamente
- Na presença de pouca insulina os níveis de glicémia aumentam
- O centro de saciedade do cérebro é sensível à insulina
- Sem esta não tem precepção dos níveis altos de glicémia
- Se não houver insulina o indivíduo tem a sensação de fome embora com níveis de glicose
altíssimos
- O glucagon actua mais sobre o fígado que sobre o músculo e tecido adiposo
- O efeito do glucagon é degradar o glicogénio e aumentar a síntese de glicose
- Tem um efeito inverso ao da insulina
- São os níveis sanguíneos de glicose que regulam a secreção de insulina
- Com altos níveis de glicose a insulina tem a sua secreção aumentada
- Com hipoglicémia a insulina diminui a sua secreção
- Após uma refeição a secreção de insulina aumenta e em jejun diminui
- A secreção de insulina também é regulada pelo sistema nervoso autónomo
- A acção parasimpática aumenta a secreção de insulina
- A acção simpática inibe a sua secreção
- Hormonas gastrointestinais, tais como, a gastrina, a secretina e a colecistoquinina aumentam a secreção
de insulina
- Níveis altos de glicémia inibem a secreção de glucagon enquanto que níveis baixos a
estimulam
- A estimulação simpática e alguns a.a. aumentam a secreção de glucagon
- Após a ingestão de uma refeição tanto a insulina como o glucagon são estimulados

98
4 – Regulação e manutenção
Capítulo 19 – Aparelho circulatório: Sangue

Funções do sangue: Transporte, Manutenção e Protecção


- Transporte: O sangue é o meio principal de transporte no corpo, transporta gases, nutrientes, produtos
de degradação, etc.
- Manutenção: Desempenha um papel fundamental na manutenção da homeostase.
- Protecção: É assegurada pelos constituintes do sangue que fazem parte do sistema
imunitário

Plasma:
- É um líquido amarelo pálido
- É composto por 91% de água
- O restante é formado por susbtâncias em suspensão, tais como: proteínas, nutrientes, iões, produtos
de degradação, gases,etc
- Nas proteínas plasmáticas temos a albumina, globulinas e fibrinogénio

Elementos figurados
- São células ou fragmentos celulares” que são componentes do sangue: Eritrócitos ou hemácias
(glóbulos vermelhos), Leucócitos (glóbulos brancos) e Plaquetas (trombócitos)
- Dos elementos figurados do sangue cerca de 95 % são eritrócitos
- Os glóbulos brancos e as plaquetas constituem os restantes 5 %
- A produção de elementos figurados designa-se de hematopoiese
- Este processo ocorre na medula vermelha dos adultos
- Todos os elementos figurados derivam de um tipo de células indiferenciadas chamadas células
estaminais ou hematocitoblastos
- É a partir destas células que se originam os precursores dos elementos figurados:
- Proeritroblastos – eritrócitos; Mioblastos – granulócitos; Linfoblastos – linfócitos; Monoblastos
– monócitos e Megacarioblastos - plaquetas

99
Eritrócitos:
Características dos eritrócitos
- Representam a maior parte dos elementos figurados do sangue
- O número de eritrócitos por milímetro cúbico num adulto do sexo masculino é cerca de 5,2
milhões (4,2 - 5,8)
- Para o sexo feminino o valor médio é de 4,5 milhões por milímetro cúbico (3,6 - 5,2)
- Apresentam a forma de discos bicôncavos com a extremidade mais espessa que o centro
- É um elemento anucleado
Composição dos eritrócitos
- Apresenta na sua constituição a hemoglobina
- Esta proteína é responsável pela coloração vermelha do eritrócito
Funções dos eritrócitos
- Transporte de oxigénio e dióxido de carbono
- Produção de iões de bicarbonato pela anidrase carbónica
- Os iões bicarbonato são a forma de dióxido de carbono transportada no sangue
- Estes iões regulam o pH sanguíneo

Hemoglobina - Composição e funções da Hemoglobina (componente dos eritrócitos)


Composição (da hemoglobina)
- Composta por 4 cadeias de proteínas e 4 grupos heme
- Cada proteína está ligada a um grupo heme
- O grupo heme possui um átomo de ferro
- Das 4 globinas existem 2 cadeias alfa e 2 beta
- O ferro é fundamental porque o oxigénio é transportado em associação com este
- Cada molécula de oxigénio liga-se a um grupo heme
Funções (da hemoglobina)
- A hemoglobina que transporta oxigénio chama-se oxi-hemoglobina e apresenta-se de côr
vermelho vivo
- A desoxi-hemoglobina não transporta oxigénio e apresenta uma côr vermelho escuro Quando
transporta dióxido de carbono ligado à globina chama-se carbamino-hemoglobina
- Eritropoiese é o conjunto de fenómenos que leva à produção de eritrócitos a partir de uma células
precursora – o hemocitoblasto
- Os hemocitoblastos transformam-se em proeritroblastos
- Estes sofrem várias divisões celulares dando origem aos eritroblastos primitivos
- Estes vão originar os eritroblastos intermédios que se vão diferenciando e formar os
eritroblastos finais
- Estes vão perder o seu núcleo e formar os reticulócitos, que são eritrócitos imaturos
- Finalmente, vão-se formar os eritrócitos maduros
- Nesta sequência de acontecimentos é necessário vitamina B12, ácido fólico e ferro
- O estímulo para esta produção é o baixo nível de oxigénio no sangue
- Este estímulo provoca a produção de uma glicoproteína renal, a eritropoietina
- Esta actua na medula vermelha para que ocorra maior produção de eritrócitos
- Isto aumenta dos níveis séricos de oxigénio
- O inverso acontece quando o oxigénio circulante é demasiado
- São necessários apenas 4 dias para a transformação de hemocitoblasto em eritrócito maduro
- O seu tempo de vida é de 120 dias no homem e 110 na mulher
- Passado este tempo são removidos pelos macrófagos (que são glóbulos brancos específicos para estas e
outras funções idênticas)

100
Leucócitos (ou células brancas)
- Não apresentam hemoglobina
- Apresentam núcleo
- A sua função é proteger o organismo de microorganismos invasores
- Podem deslocar-se para o exterior dos vasos sanguíneos por diapedese
- Estes são atraídos para os locais onde estão corpos estranhos por quimiotaxia
- Ao identificarem os seres estranhos vão fagocitá-los
- Existem cinco tipos de leucócitos (divididos em 2 grupos): - Basófilos, Eosinófilos e Neutrófilos
- Linfócitos e Monócitos
- Os glóbulos brancos são classificados segundo a presença / ausência de grânulos no
citoplasma em: granulócitos e agranulócitos
- Os granulócitos (que apresentam grânulos no citoplasma) podem ser classificados de
basófilos, eosinófilos e neutrófilos
- Os agranulócitos (que não apresentam grânulos no seu citoplasma) são os monócitos e os
linfócitos

Granulócitos:
Neutrófilos
- É o tipo mais comum dos leucócitos do sangue
- Apresenta grânulos no citoplasma que coram quer com contrastes ácidos quer básicos
- O núcleo apresenta 3 lóbos
- Estes estão em circulação 10 a 12 horas
- Ao sairem de circulação vivem 1 ou 2 dias
Eosinófilos
- Apresentam grânulos no citoplasma que coram com a eosina
- Deslocam-se para um tecido que está a sofrer uma inflamação
- São frequentes nas pessoas alérgicas
- Reduzem a reacção alérgica
Basófilos
- São os leucócitos menos comuns
- Apresentam grânulos no citoplasma que coram de azul com substâncias básicas
- Actuam em reacções alérgicas e inflamatórias

Agranulócitos
Linfócitos:
- São os leucócitos de menores dimensões
- Apresentam um citoplasma muito reduzido e sem grânulos
- Originam-se na medula óssea mas localizam-se no baço, amígdalas, timo e gânglios linfáticos
- Existem diversos tipos de linfócitos
- Desempenham papel na imunidade
Monócitos
- São os leucócitos de maiores dimensões
- Permanecem em circulação entre 1 a 3 dias
- Depois transformam-se em macrófagos
- Estes vão fagocitar elementos estranhos
- Monócitos em excesso denunciam infecção crónica

Plaquetas (ou trombócitos)


- São fragmentos celulares sem núcleo, só com membrana e citoplasma
- Apresentam a forma de um disco
- Têm um tempo de vida de 5 a 9 dias
- Derivam dos megacariócitos e são produzidas na medula
- Apresentam um papel importante na coagulação

101
Hemostase:
- Sequência de acontecimentos que leva à cessação de uma hemorragia
- Este mecanismo é muito importante para manter a homeostasia
- Uma hemorragia não controlada leva a uma perda de volume sanguíneo que origina a morte
- Este processo engloba 3 estádios: espasmo vascular; formação de agregados plaquetários e coagulação
- Espasmo vascular: Logo após a hemorragia dá-se uma contracção do músculo liso da parede do

vaso com á intenção de diminuir a hemorragia


- Agregação plaquetária: Inicia-se com a exposição do endotélio do vaso após a sua ruptura, as plaquetas
aderem ao endotélio e promovem a ligação de mais plaquetas.
- A acumulação de inúmeras plaquetas forma o rolhão plaquetário, este é fundamental para a
paragem da hemorragia.
- Alterações no número de plaquetas provoca a não correcção de pequenas hemorragias que ocorrem
diariamente
Coagulação
- Mesmo com o espasmo vascular e a agregação plaquetária não é possível eliminar grandes
hemorragias
- É necessário que se forme o coágulo
- Este coágulo é formado por uma rede de fibrina que detém células sanguíneas, plaquetas e líquido
- Para que ocorra a formação de fibrina e a consequente coagulação é necessário que existam factores de
coagulação
- Estas proteínas plasmáticas desenvolvem uma cascata de acontecimentos da qual resulta a formação
da fibrina
- Existem duas vias de
coagulação: via intrínseca
e via extrínseca, que
funcionam em simultâneo

- Para controlar a formação


do coágulo existem vários
anticoagulantes
- Estes estão sempre
presentes
- No local de uma lesão com
hemorragia, a concentração de
factores de coagulação é muito
superior à dos anticoagulantes
- Este equilíbrio entre os
dois é importante para o
bom funcionamento do
sistema

- Exemplos de
anticoagulantes no
sangue: Antitrombina,
Heparina, Prostaciclina
- Também no meio exterior
são importantes para as transfusões e análises clínicas: Heparina, EDTA, e Citrato de sódio

- Dissolução do coágulo: Inicia-se poucos dias após a sua formação, é este processo que leva à
dissolução chama-se fibrinólise, é promovido pela plasmina que destroi a fibrina

102
Grupos sanguíneos

- A classificação dos grupos sanguíneos faz-se segundo o sistema ABO e Rh


- Existem outras classificações: lewis, duffy, kidd, kell....
- Estes grupos referem-se aos antigénios à superfície dos eritrócitos
- Existem cerca de 35 grupos sanguíneos

Sistema ABO
• No sistema ABO:
- O sangue tipo A tem antigénios tipo A e anticorpos tipo B
- O sangue tipo B tem antigénios tipo B e anticorpos tipo A
- O sangue tipo AB tem antigénios tipo A e B e não tem anticorpos
- O sangue tipo O não tem antigénios e tem anticorpos A e B

Sistema ABO - tipos

- A distribuição destes grupos


pela população varia
- Os caucasianos
apresentam 41% tipo A e
9% tipo B
- Os negros apresentam
27% tipo A e 20% tipo B

- Numa transfusão sanguínea


o dador e o receptor devem
ter tipos de sangue
compatíveis para que não
ocorra aglutinação
- Assim pode ser administrado
sangue tipo A a uma pessoa tipo
A
- O mesmo acontece para o
sangue tipo B
- Não se pode administrar
sangue com antigénios
diferentes dos originais,
porque existem anticorpos
para esse antigénio
introduzido

- Assim sendo um receptor


com sangue tipo AB é
considerado como um
receptor universal
- Neste caso o sangue receptor
não tem antigénios e só vai
passar a ter os antigénios do
dador
- Um sangue tipo O é considerado dador universal

103
Sistema Rh
- É outro sistema de classificação e é usado em conjunto com o sistema ABO
- Temos apenas dois tipos de sangue segundo este sistema: positivo e negativo
- Relaciona-se com a existência ou não de antigénios Rh na superfície do eritrócito
- Cerca de 85% da população é Rh positivo
- Os anticorpos para o antigénio Rh normalmente não se desenvolvem
- Apenas se verifica quando ocorre contacto entre um sangue Rh negativo com um positivo
- Isto pode acontecer em duas situações distintas: transfusão sanguínea e gravidez
- No caso de uma grávida Rh negativo ter um feto Rh positivo pode ocorrer mistura do sangue do feto
com o da mãe
- Na primeira gravidez a mãe produz anticorpos Rh mas não em n° suficiente para causar
problemas
- Diz-se que a mãe está sensibilizada para o Rh
- Numa possível segunda gravidez em que o feto seja Rh positivo a mãe já tem capacidade para
formar anticorpos suficientes
- Nestes casos pode-se dar uma situação muito grave designada de doença hemolítica do recém-
nascido
- Tudo isto pode ser evitado se for administrada uma injecção de imunoglobulina anti Rh antes ou
durante a gravidez

104
4 – Regulação e manutenção
Capítulo 19 – Aparelho circulatório: Coração

O Coração
- Apresenta a forma de pêra e é do tamanho de mão fechada
- Localizado na caixa torácica, entre os pulmões, no mediastino
- O apex do coração está orientado para baixo, para frente e para a esquerda
- Composto por 4 cavidades:
2 Aurículas e 2 Ventrículos
- O pericárdio é uma membrana que envolve o coração e que o fixa às estruturas adjacentes
- O pericárdio visceral cobre o coração
- O pericárdio parietal cobre as paredes adjacentes
- Entre os dois pericárdios existe o líquido pericárdico para diminuir o atrito

O pericárdio
- A parede cardíaca é composta por 3 camadas de tecido: Epicárdio, Miocárdio e Endocárdio
- O epicárdio cobre externamente o coração e corresponde ao pericárdio visceral
- O miocárdio é formado por músculo cardíaco
- O endocárdio é constituido por uma camada de tecido conjuntivo envolta em epitélio
pavimentoso simples.

Cavidades cardíacas
- As válvulas cardíacas são formadas a partir do endocárdio
- A porção das aurículas constitui a parte anterior e superior do coração
- Os ventrículos formam a extremidade inferior
- Os apêndices auriculares são saliências existentes na face anterior do coração junto à união da aurícula
com o ventrículo
- As aurículas recebem o sangue de todo o organismo
- À aurícula direita chega o sangue proveniente de todo o organismo através das veias cavas inferior e
superior

105
106
- Os vasos sanguíneos que comunicam com o coração
- A veia cava inferior trás o sangue dos membros inferiores e tronco
- A veia cava superior transporta o sangue dos membros superiores e da cabeça
- As veias pulmonares trazem o sangue arterial dos pulmões até á aurícula esquerda
- O sangue venoso do próprio coração é trazido pelo seio coronário

- Sangue venoso e arterial


- No coração direito apenas circula sangue venoso
- No coração esquerdo só circula sangue arterial
- O sangue arterial chega através das veias pulmonares, vindo dos pulmões
- É o tronco (artéria) pulmonar que leva o sangue venoso do ventrículo direito aos pulmões
- Esta estrutura vai-se ramificar pouco de pois em 2 artérias pulmonares direitas e 2 artérias
pulmonares esquerdas
- O sangue arterial sai do coração através da artéria aorta para todo o organismo
- Na face externa do coração podemos observar um sulco coronário que separa as aurículas dos
ventrículos
- Perpendicular e inferiormente a este temos o sulco interventricular anterior e posterior que se
localizam entre os dois ventrículos
- É nestes sulcos que vão passar as artérias de vascularização do tecido cardíaco
- São as artérias coronárias direitas e esquerda que nutrem o coração propriamente dito
- O sangue venoso proveniente do coração é drenado pelas veias cardíacas
- Estas vão desembocar no seio coronário que vai levar o sangue até à aurícula direita
Face externa - vista posterior Anatomia interna do coração

- A aurícula direita apresenta 3 aberturas para as veias cava inferior, cava superior e seio coronário
- A aurícula esquerda apresenta 4 aberturas para as 4 veias pulmonares provenientes dos pulmões
- A dividir as duas aurículas encontra-se o septo inter-auricular
- É possível ver uma ligeira depressão do lado direito do septo que provem do canal arterial existente
no feto
- À nascença este canal já está fechado
- A comunicação entre a aurícula e o ventrículo é feite pelo canal auriculo-ventricular
- O ventrículo direito tem uma abertura para o tronco pulmonar
- O ventrículo esquerdo tem a abertura da artéria aorta
- A separar os dois ventrículos existe o septo interventricular

107
Valvulares cardíacas
Em cada um dos canais auriculo-ventriculares existe uma válvula auriculo-ventricular
- As válvulas são formadas por cúspides
- As válvulas permitem a passagem de sangue da aurícula para o ventrículo mas não em sentido
contrário
- A válvula do coração direito é formada por 3 cúspides e chama-se tricúspide
- A válvula do coração esquerdo designa-se de mitral ou bicúspide por só apresentar 2 cúspides
na sua constituição
- As pontas das cúspides localizam-se no centro da válvula
- As cordas tendinosa ligam-se às pontas das cúspices e à parede interna do ventrículo
- Estas cordas impedem a passagem de sangue do ventrículo para a aurícula
- Quando o ventrículo está cheio de sangue as válvulas fecham-se para que haja libertação do sangue
para fora
- As válvulas semilunares estão presentes na aorta e no tronco (artéria) pulmonar
- Estas apresentam uma forma semilunar e são formadas por 3 cúspides
- A válvula aórtica e a pulmonar impede o sangue de voltar ao coração

108
4 – Regulação e manutenção
Capítulo 21 – Aparelho circulatório: Circulação e Regulação Periférica

- O sangue arterial sai do coração através de um grande vaso - artéria aorta


- Esta vai distribuir o sangue por todo o organismo através das suas ramificações
- Desta forma todas as artérias são, directa ou indirectamente, originadas da aorta
- A aorta está dividida em 3 porções: Aorta ascendente, Crossa da aorta e Aorta descendente
- A aorta ascendente é a porção mais próxima do coração
- Tem um diâmetro aproximado de 2,8 cm e 5 cm de comprimento
- É nesta secção da aorta que se originam as artérias coronárias direita e esquerda
- Estas artérias são as responsáveis pelo fornecimento sanguíneo ao músculo cardíaco
- Dirigindo-se posteriormente e para a esquerda, a aorta forma a crossa da aorta
- É nesta porção que se vão originar as artérias para a cabeça e membros superiores
- Os ramos aí originados são: tronco arterial braquiocefálico, carótida comum esquerda e
subclávia esquerda
- O segmento seguinte é a aorta descendente, é a a sua secção de maior comprimento
- Origina-se na crossa, atravessa todo o tórax e abdómen, terminando no limite superior da bacia
- A aorta torácica é a sua porção que percorre o tórax do lado esquerdo do mediastino
- Neste trajecto fornece vários ramos
- A aorta abdominal é a extensão da aorta que vai desde o diafragma até à bacia
- É a este nível que dá os seus dois ramos terminais, as artérias ilíacas primitivas direita e esquerda
- Aorta descendente é constituída pela Aorta torácica e Aorta abdominal
- Estas artérias vão irrigar toda a zona da bacia e membros inferiores
- Durante todo o seu trajecto abdominal fornece inúmeros ramos colaterais para órgãos
importantes

109
Artérias da cabeça e pescoço
- O sangue é proveniente dos 3 ramos da crossa da aorta
- A carótida comum esquerda e subclávia esquerda são, respectivamente, o 2o e 3o ramos colaterais
da crossa da aorta
- O tronco arterial braquiocefálico originado da crossa, ramifica-se para formar a artérias carótida
comum direita e subclávia direita
- As artérias carótidas comuns dirigem-se para cima até atingirem o ângulo da mandíbula e
percorrem o lado do pescoço respectivo-
- Ao nível do ângulo mandibular bifurcam-se para originar os seus dois ramos terminais:
carótida interna e carótida externa
Na zona de bifurcação observa-se uma ligeira dilatação, o seio carotídeo
A artéria carótida externa vai irrigar a face e pescoço
A carótida interna penetra na caixa craniana e irriga o cérebro
As artérias subclávias dão ramos que entram na cabeça e formam redes que irrigam o cérebro Os seua
ramos são as artérias vertebrais

Artérias membro superior

Artérias dos membros superiores


- A artéria subclávia vai irrigar o membro superior
- A artéria prolonga-se por todo o membro, apresentando, noentanto, nomes diferentes ao longo do
percurso
- A sua secção que passa pela axila designa-se de artéria axilar
- Esta continua-se com a artéria umeral que percorre o todo o braço
- A artéria umeral divide-se em artéria radial e artéria cubital
- Estas formam uma rede vascular na palma da mão, na qual se originam as artérias digitais
Aorta torácica
- Os seus ramos são ramos viscerais e ramos parietais
- Os ramos viscerais vão vascularizar os pulmões, o esófago e o pericárdio
- Os ramos parietais irrigam a parede do tórax
Aorta abdominal
- Tal como a aorta torácica, também a abdominal tem ramos viscerais e parietais
- Os ramos viscerais irrigam os órgãos abdominais
- Os ramos parietais irrigam o diafragma e a parede abdominal

110
Artérias da bacia
- É a nível da 5 a vértebra lombar que a artéria aorta abdominal se divide nas artérias ilíacas
primitivas
- Estas dividem-se em ilíacas externas e ilíacas internas
- As artérias ilíacas internas irrigam toda a zona da bacia
- Também apresentam ramos viscerais para os órgãos da cavidade pélvica
- Os seus ramos parietais irrigam o períneo a as paredes da cavidade
- As artérias ilíacas externas dirigem-se para os membros inferiores

Artérias dos membros inferiore Artérias do membro inferior (direito)


- Todas as artérias dos membros inferiores
originam-se nas artérias ilíacas externas
- Tal como no membro superior, também esta vai
tomando nomes diferentes ao longo do seu trajecto
- Inicia-se como artéria ilíaca externa, na zona do
joelho designa-se de artéria popliteia
- É nesta zona que se ramifica nas artérias tibial
anterior e tibial posterior
- A artéria tibial anterior torna-se artéria pediosa
- A artéria tibial posterior passa a artéria plantar e
irriga a planta do pé

Rede vascular - veias

Circulação sistémica - veias


- Na generalidade as veias seguem o mesmo curso
das artérias e apresentam o mesmo nome
- As veias são mais numerosas e com um trajecto
ligeiramente diferente
- As 3 principais veias que chegam ao coração são a
veia cava inferior e superior e o seio coronário
- As veias podem ser superficiais ou profundas e
ainda formarem seios
- As veias profundas são de maior calibre no
tronco e abdómen
- Nos membros ocorre o oposto
- Os seios encontram-se na calote craniana e no
coração

Veias do coração
- São as veias coronárias as responsáveis pela
drenagem do sangue venoso da parede do coração
- Estas vão desembocar no seio coronário
- Esta dilatação vai levar todo esse sangue directamente para a aurícula direita

111
Veias da cabeça e pescoço
- O sangue proveniente da cabeça e pescoço
provem das veias jugular interna e externa
- As veias jugulares externas são:de menor
calibre, superficiais ou drenam o sangue da
porção posterior da cabeça e pescoço
- As veias jugulares internas: Têm maior
calibre, são mais profundas, drenam o sangue
da porção anterior da cabeça e pescoço e da
face e originam-se nos seios venosos da calote
craniana
- As veias jugular interna e externa juntam-se à
veia subclávia para formar o tronco
braquiocefálico
- Os dois troncos braquiocefálicos direito e
esquerdo unem-se e formam a veia cava
superior
- Esta vai levar todo o sangue para a
aurícula direita
- As veias subclávias trazem o sangue dos
membros superiores

Veias dos membros superiores


- Existe uma rede venosa na mão
denominada de arcada palmar
- Esta rede recolhe o sangue venoso da zona da
mão e drena-o para as veias superficiais e
profundas do antebraço

Veias do membro superior (direito)


- Na face interna do antebraço temos a veia cubital
- Na face externa temos a veia cefálica
- Na face anterior, entre as duas veias, temos a veia radial
- A nível da face anterior do cotovelo estas 3 veias formam uma estrutura em forma de W
- Ao longo do braço existe a veia basílica na face interna e a veia cefálica na face externa
- Na zona da omoplata, a veia basílica torna-se veia axilar
-Nesta veia axilar vai drenar a veia cafálica
- A veia axilar, por sua vez, vai drenar para a veia subclávia
- Esta, em conjunto com as veias jugulares, vai formar o tronco braquiocefálico que drena na veia
cava superior
- Mais profundamente existem as veias umerais, que acompanham todo o úmero e que se
ramificam em veia radial e cubital

Veias do tórax: - Existem 3 veias principais que levam o sangue do tórax para a veia cava superior:
Tronco venoso braquiocefálico direito; Tronco venoso braquiocefálico esquerdo; Veia ázigos. A veia
ázigos localiza-se do lado direito da coluna vertebral
Veia hemiázigos ou ázigos acessória localizada no lado esquerdo drena para a veia ázigos Estas
duas veias recebem o sangue venoso da parede posterior do tórax
A parede anterior drena para o tronco braquiocefálico
Veias do abdómen: A parede posterior do abdómen drena para as veias lombares ascendentes,
estas continuam-se pela veia ázigos e hemiázigos. Tdos os órgãos e membros inferiores drenam para a
veia cava inferior. As veias ilíacas primitivas unem-se para formar a veia cava inferior

112
• Sistema porta
- É uma rede de capilares venosos provenientes dos órgãos abdominais e que termina no fígado
- A veia porta é a principal veia do sistema porta
- Esta resulta da união das: veias mesentérica superior (intestino delgado), esplénica (baço, cólon e
pâncreas), gástrica (estômago) e Cística (vesícula biliar)
- Estes capilares trazem nutrientes dos intestinos mas também toxinas
- Nas células do fígado o sangue é "filtrado"
- O sangue vai sair do fígado pela veia porta inferior, indo desembocar na aurícula direita

Veias do membro inferior direito

Veias dos membros inferiores


- Apresentam veias superficiais e veias profundas
- As profundas seguem o trajecto das artérias
- As veias tibial anterior e posterior unem-se na
zona do joelho e formam a veia popliteia
- Esta chama-se femural no trajecto na coxa e vai
desaguar na veia ilíaca externa
- Superficialmente encontramos uma rede venosa no
pé designada de arcada venosa dorsal
- A partir desta formam-se as veias dorsais do pé que
se unem para formar a veia safena interna e
safena externa
- A safena interna localiza-se no lado interno da tíbia e a
safena externa do lado externo do perónio

A safena externa une-se à veia popliteia, que vai


tornar-se femural
A safena interna continua-se pela veia ilíaca externa A
veia safena interna também se designa de grande safena,
enquanto que a externa se chama também pequena safena

113
Tensão arterial
- A pressão arterial representa a força exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos sanguíneos
- Esta força é medida em mmhg
- Existem diversos métodos de medição da pressão arterial
- A colocação de uma cânula num vaso é um método muito invasivo e que não pode ser praticado
sistematicamente
- O método mais usado é por auscultação
- É necessário um esfingnomanómetro, uma braçadeira insuflável e um estetoscópio
- O estetoscópio é colocado sobre a artéria umeral
- A braçadeira é colocada na parte superior do braço e insuflada
- Quando a artéria não produzir qualquer ruído começa-se a diminuir a pressão
- O primeiro ruído indica que se retomou a circulação no vaso
- O valor de pressão a que isto acontece corresponde à tensão arterial sistólica
- Durante alguns segundos vão se continuar a ouvir uns ruídos na artéria
- Estes sons são provocados pela passagem do sangue no vaso que ainda está sobre pressão
- Estes ruídos chamam-se Sons de korothoff
- À medida que a pressão vai diminuindo estes vão sendo cada vez mais espaçados e
imperceptíveis
- Chega a um valor de tensão em que já não se detectam os ruídos
- A esta altura o sangue já não encontra resistências à sua passagem
- Este valor de pressão arterial corresponde à tensão arterial diastólica
- O fluxo sanguíneo é o volume de sangue que passa por um vaso num determinado período de
tempo
- Este fluxo depende do gradiente de pressão
- Se em dois vasos houver valores de pressão iguais, então entre eles não se vai gerar nenhum
fluxo
- O fluxo existente nos nossos vasos arteriais é causado pelo fluxo sanguíneo do coração
- Nas veias também existe pressão, mas esta não resulta do fluxo sanguíneo
- Neste caso resulta de gradientes de pressão diferentes em sectores contíguos da veia
- As válvulas permitem o aumento de pressão num segmento

- Factores que alteram o fluxo sanguíneo: - ↑ Resistência - ↓ fluxo


- ↑ Viscosidade - ↓ fluxo
- ↑ Comprimento do vaso - ↓ fluxo
- A viscosidade representa a dificuldade que o coração tem em enviar o sangue por um vaso
- Manifesta-se por uma perda de fluidez
- A viscosidade está directamente relacionada com diversos factores
- A quantidade de água no sangue faz diminuir a viscosidade
- O elevado número de eritrócitos faz aumentar a viscosidade
- Em situações de desidratação e de produção descontrolada de eritrócitos aumentam
drasticamente a viscosidade sanguínea
- A viscosidade exagerada é preocupante devido ao maior risco de patologia cardíaca
- O coração está em esforço para conseguir levar o sangue até aos capilares
- A tensão arterial também depende da capacidade de distensão do vaso
- Se o vaso apresentar capacidade para se distender, então a força que o sangue exerce sobre a parede do
vaso é menor
- Pessoas em que a parede tem pouca capacidade de distenção têm tendência para
hipertensão arterial
- Existem mecanismos no corpo humano que permitem um controle da pressão arterial
- Temos mecanismos rápidos e mecanismos lentos
- Os barroreceptores do seio carotídeo e da crossa da aorta detectam as variações de pressão sanguínea

114
- Se a pressão estiver elevada ocorre o estiramento da parede do vaso e os barroreceptores transmitem
a informação ao
SNC
- Este centro de regulação vai contrariar a situação, causando uma dilatação nos vasos
periféricos
- No caso de a tensão arterial estar baixa vai ocorrer uma vasoconstrição periférica
- Existem também quimioreceptores que detectam alterações nas concentrações de oxigénio e
dióxido de carbono
- Existem receptores no seio carotídeo e crossa da aorta que vão informar o SNC
- Estes receptores causam vasoconstrição no caso de aumento de dióxido de carbono em circulação
- A vasoconstrição vai levar a uma maior perfusão pulmonar da qual resulta o aumento da
concentração de oxigénio
- No caso da pressão arterial descer drasticamente ( abaixo de 5 mm hg) e de se observar um
drecréscimo dos níveis de dióxido de carbono acciona-se a resposta isquémica do SNC
- Esta resposta consiste numa vasoconstrição imediata que vai resolver os dois problemas
- Para além dos factores nervosos, existem também factores hormonais: Medula supra-renal, Renina-
angiotensina-aldosterona, Vasopressina e Hormona natriurética auricular.

- A estimulação da medula supra-renal resulta na produção de epinefrina: Esta hormona:


Aumenta a frequência cardíaca, Aumenta o volume de sangue sistólico, provoca a vasoconstrição
cutânea e visceral e a vasodilatação coronária.
- Sistema renina-angiotensina- aldosterona: A renina é uma enzima libertada pelos rins que tem
a capacidade de activar a angiotensina.
- Esta proteína actua de forma a elevar a tensão arterial por aumento da resistência vascular
periférica
- Também vai estimular a produção de aldosterona que aumenta a captação de água da urina,
aumentando assim a tensão arterial
- Outro efeito é o aumento da sensação de sede e fome, bem como a secreção de ADH
- Estes mecanismos não são tão rápidos como os nervosos mas apresentam uma duração de acção mais
longa
- Mecanismo da vasopressina (ADH):
- A descida da pressão arterial estimula barorreceptores que vão levar à produção de ADH
- Esta hormona provoca vasoconstrição, mas o seu papel principal é diminuir o débito urinário
- Esta diminuição de excreção de água na urina é um mecanismo muito eficaz de aumentar a tensão
arterial
Mecanismo natriurético auricular:
- O estímulo para a sua produção é a HTA
- Este péptido libertado pelas células auriculares do coração actua no rim de forma a aumentar a
excreção de água pela urina
- Também provoca dilatação dos vasos sanguíneos
- Estas duas acções provocam uma diminuição da tensão arterial

• Mecanismos de regulação da pressão arterial a longo prazo


- Os mecanismos a longo prazo actuam em minutos ou horas
- Estes são o sistema renina-angiotensina-aldosterona e a hormona natriurética auricular

115
4 – Regulação e manutenção
Capítulo 22 – Sistema linfático e Imunitário

Sistema linfático:
- É composto por vasos linfáticos, Gânglios linfáticos, Linfócitos, Linfa, Amígdalas, Timo e Baço.
- As 3 funções do sistema linfático são: Equilíbrio hídrico, Absorção de gorduras e Defesa
- Equilíbrio hídrico: Dos capilares sanguíneos saem todos os dias líquidos para o espaço intersticial,
nem toda esta quantidade retorna aos capilares, pois existe uma parte que entra nos capilares
linfáticos, que vai formar a linfa.
- Absorção de gorduras: A envolver o intestino delgado existem vasos linfáticos que absorvem a
gordura, que posteriormente são conduzidas ao sistema venoso
- Defesa: Os linfócitos são células de defesa e o gânglios e o baço removem microorganismos invasores
Tecidos e nódulos linfáticos

- O tecido linfático encontra-se: Sob as membranas, em volta dos nódulos linfáticos e no baço.
- Na sua constituição estão os linfócitos e os macrófagos
- O tecido não apresenta uma forma definida
- Os nódulos linfáticos são arranjos de tecido linfóide numa forma aproximadamente esférica
- Estão localizados no tecido conjuntivo laxo do aparelho digestivo, respiratório e urinário
- Podem estar em associação e formar estruturas complexas como as placas de Meyer no intestino
delgado

Amígdalas
- São formações de tecido e nódulos linfáticos localizados sob a mucosa da cavidade oral e
nasofaringe
- Apresentam dimensões reduzidas no adulto
- Formam um anel protector contra os microorganismos presentes na cavidade nasal e oral Existem 3
grupos de amígdalas
- Amígadalas palatinas: Localizadas bilateralmente na junção da cavidade oral com a faringe
- Amígdala faríngea: No local de união da faringe com a cavidade nasal
- Amígdala lingual: Localizada na face posterior da língua

Gânglios linfáticos
- São pequenas estruturas arredondadas que se distribuem ao longo dos canais linfáticos
- Servem de filtro da linfa
- É o local de aglomeração dos linfócitos e onde desempenha a sua função e proliferam
- Os gânglios podem estar organizados em cadeias ganglionares
São 3 as principais cadeias ganglionares: Cadeia cervical, Cadeia inguinal e a Cadeia axilar
- Os gânglios linfáticos são cobertos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso
- Esta prolonga-se em direcção ao centro do gânglio
- O tecido linfático no interior dos gânglios está organizado em duas zonas distintas: o córtex e a medula
- Estes " centros de filtragem de linfa " possuem vasos aferentes que levam a linfa até eles e vasos
eferentes nos quais é libertada a linfa já tratada
- No gânglios existem macrófagos que removem as bactérias e todos os microorganismos estranhos
da linfa
- As células presentes nos gânglios linfáticos são os linfócitos, os macrófagos e as células
reticulares
- Os linfócitos recém-formados são libertados na linfa e podem atingir o sangue

116
Baço
- Órgão localizado no quadrante superior esquerdo da cavidade abdominal
- Apresenta uma cápsula fibrosa externa
- Podemos distinguir duas zonas: polpa branca e polpa vermelha
- É irrigado pela artéria esplénica
- Esta entra pelo hilo e difunde-se por todo o baço
- Vai-se ramificando até aos capilares
- O sangue venoso é depois recolhido por pequenas vénulas que levam o sangue até às veias esplénicas
- Este órgão destroi objectos estranhos ao organismo
- Destroi os glóbulos vermelhos velhos ou anormais

Timo
- Órgão localizado na porção superior do mediastino
- Apresenta uma forma triângular
- É formado por 2 lobos
- O seu desenvolvimento ocorre até à puberdade
- No idoso pode ser inexistente
- Os dois lobos estão envoltos por uma cápsula
- Internamente o timo está organizado em córtex e medula
- O timo produz linfócitos que entram na corrente sanguínea em direcção a outros tecidos
linfáticos

Sistema linfático – conclusão


- Toda esta rede de gânglios e vasos linfáticos forma uma defesa do organismo
- Existe uma estreita relação entre o sistema circulatório e o sistema linfático
- A linfa circula pelos vasos linfáticos e vai "desaguar" na veia subclávia esquerda
- Esta ligação forma uma crossa que vai terminar no ângulo de Pirogoff esquerdo

117
Sistema imunitário
- Imunidade: Capacidade de resistir às agressões de substâncias estranhas ao organismo A
Imunidade pode ser:
- Imunidade inata ou resistência não específica
- A capacidade de reconhecer e destruir substâncias estranhas já existe
- A capacidade de destruição não aumenta com o número de exposições
- Imunidade adaptativa ou resistência específica
- A capacidade de reconhecer e destruir substâncias estranhas aumenta com a exposição ao agente
agressor
- As diferenças entre imunidade inata e adaptativa baseam-se em 2 conceitos:
- Especificidade: Capacidade que o sistema imunitário apresenta de reconhecer uma
substância
- Memória: Capacidade que o sistema imunitário apresenta de recordar contactos prévios. Permite
uma resposta mais rápida
- Imunidade inata: Sem memória - cada resposta é semelhante em cada contacto da mesma
substância
- Imunidade adaptativa: Com memória, a resposta é melhorada após o Io contacto, pode levar ao
não surgimento de sintomas no 2o contacto. O indivíduo diz-se imune ou imunizado Imunidade inata
Componentes da imunidade inata
- Mecanismos mecânicos: Evitam entrada de microorganismos e Removem
microorganismos da superfície corporal
- Mediadores químicos: Actuam directa ou indirectamente na destruição de
microorganismos
- Células: Envolvidas na fagocitose
- Inflamação: Mobiliza o sistema imunitário, Isola os microorganismos até estes serem
destruídos e eliminados
- Mecanismos mecânicos:
- Barreiras à entrada: Pele e Mucosas
- Mecanismos de expulsão: Lágrimas, Saliva, Urina, Tosse /espirro
- Mediadores químicos: Evitam a entrada de microorganismos na célula e Promovem a
vasodilatação e inflamação. Ex: Complemento, Interferão, Mediadores de superfície, Histamina,
Quininas, Prostaglandinas, Leucotrienos e os Pirogénios
Complemento
- Grupo de 20 proteínas
- As reacções de activação dos vários elementos ocorrem em cascata
- Constituída por uma via clássica e uma via alternativa
- Via clássica faz parte da imunidade adaptativa
- Via alternativa faz parte da imunidade inata
- Acção das proteínas do complemento: Estimulam a lise da membrana celular bacteriana,
Estimulam os macrófagos para fagocitarem as bactérias, Atração de células do sistema imunitário
para o local de infecção, Induzir a inflamação.
Interferão
- Proteínas que protegem o organismo de infecções víricas, produzidas pelas células.
- Ligam-se à superfície das células vizinhas e promovem a produção de proteínas antivirais
Mediadores químicos:
- Mediadores de superfície: Promovem a lise celular, Evitam proliferação microbiana e
sequestra microorganismos.
- Histamina: Promove vasodilatação, Aumenta permeabilidade vascular e Atrai eosinófilos
- Quininas: Promovem vasodilatação, Aumenta a permeabilidade vascular, Atrai neutrófilos, - - -
- Pirogénios e Estimulam a febre.
- Prostaglandinas: Promovem vasodilatação, Aumenta permeabilidade vascular, Estimulam
receptores da dor
- Leucotrienos: Aumenta permeabilidade vascular e Atrai neutrófilos e eosinófilos

118
Células
- Leucócitos e derivados são o componente celular do sistema imunitário
- São produzidos na medula óssea vermelha e tecido linfático
- São libertados no sangue
- Deslocam-se para os locais de infecção
- Respondem à libertação de agentes quimiotácticos (histamina, complemento...)
- Quimiotaxia: Capacidade de deslocamento para a fonte de agentes quimiotácticos
- Fagocitose: Endocitose e destruição de partículas pelos fagócitos
- Neutrófilos e macrófagos são células fagocitárias

Macrófagos
- São monócitos
- Tempo de vida longo
- Grande capacidade de fagocitose
- Chegam ao local de infecção depois dos neutrófilos
- Responsável pela maior parte da fagocitose
- Produzem substâncias que resposta imunitária ( interferão, complemento...)
- Localizam-se na pele, mucosas e à volta de vasos sanguíneos e linfáticos
- Impedem entrada de microorganismos nos tecidos
- Podem ser encontrados no interior dos vasos sanguíneos e linfáticos onde formam estruturas para filtrar
os microorganismos da corrente
Neutrófilos
- São as primeiras células a chegar ao local da infecção
- São destruídas após a fagocitose
- Pús composto por: Neutrófilos, Microorganismos mortos e Tecido necrosado
Basófilos
- Origem na medula óssea vermelha
- São glóbulos brancos móveis
- Apresentam capacidade de entrar em tecidos infectados
Mastócitos
- Origem na medula óssea vermelha
- São células imóveis
- Localizam-se na pele, pulmões, tubo digestivo
- Ambos promovem a libertação de histamina e leucotrienos
Eosinófilos
- Origem medula óssea vermelha
- Células móveis
- Penetram nos tecidos infectados
- Produzem acção inflamatória
Células natural killer:
- São um tipo de lifócitos
- Fazem parte da imunidade inata
- Destroem a célula alvo por lise da membrana

Resposta inflamatória: A inflamação é uma consequência de todas as acções


desencadeadas para a eliminação do microrganismo invasor
- Inflamação local
- Sinais: Calor, Tumor, Rubor e Dor
- A Inflamação sistémica, apresenta sinais e sintomas:
- Aumento de libertação neutrófilos - fagocitose
- Aumento de libertação de pirogénios - febre
- Aumento da permeabilidade vascular → ↓ volume intravascular → choque → morte

119
Imunidade adaptativa
- É a capacidade de reconhecer e responder a determinada substância
- O agente estimulador da imunidade adaptativa é o antigénio
- Os haptenos são pequenas moléculas que se ligam a outras de maior dimensão
- É o exemplo da penicilina que se liga a proteínas plasmáticas e pode estimular uma resposta imunitária
adaptativa

Antigénios: Antigénios estranhos e Auto-antigénios


- Antigénios estranhos: São elementos não produzidos no organismo mas nele introduzidos.
Ex: bactérias, vírus, pólen, medicamentos, tecidos e órgãos transplantados ...
- Auto-antigénios: São moléculas produzidas pelo organismo, Desencadeam uma resposta
imunitária adaptativa. É um tipo de resposta que pode ser simultaneamente benéfica (combate a
tumores) e perniciosa (doenças auto-imunes)
- Tipos de imunidade adaptativa: Imunidade humoral ou mediada por anticorpos, Imunidade celular
- As células B estimulam a produção de anticorpos e são responsáveis pela imunidade humoral
- As células T são responsáveis pela imunidade celular As
Células T:
- Células T efectoras: Células T citotóxicas e Células T de hipersensibilidade retardada
- Células T reguladoras: Células T helper e Células T supressoras
- As células T e B originam-se a partir das células indiferenciadas Stem Cells
- Na medula vermelha são formadas as células pré-T e pré-B
- As células pré-T são percursoras das células T
- As células pré-T deslocam-se para o timo onde sofrem maturação
- As células pré-B formadas na medula sofrem maturação na própria medula óssea vermelha
- Originam as células B
- Ambas as células T maduras são libertadas na corrente sanguínea que as vais transportar até ao sistema
linfático
- A proporção de células T e B é de 5:1

Anticorpos:
- São proteínas produzidas em resposta a um antigénio
- Os anticorpos também podem ser chamados de gamaglobulinas ou imunoglobulinas
- Existem 5 classes de imunoglobulinas: IgG, IgM, IgA, IgE e IgD.
- Os anticorpos têm uma base formada por 4 cadeias polipeptídicas: 2 cadeias leves e 2 cadeias
pesadas, em que cada cadeia leve está ligada a uma cadeia pesada, esta ligação constitui a região
variável, é aqui que se dá a ligação ao antigénio.
- A ligação do anticorpo interfere na capacidade de actuação do antigénio
- Esta acção vai torná-lo mais susceptível à fagocitose
- A ligação do antigénio conduz a uma série de reacções na região constante
- Este é responsável pela activação da cascata do complemento, atracão de células e
inflamação
- Após o primeiro contacto são formados anticorpos para o antigénio identificado
- Designamos de resposta primária
- A resposta de memória ou secundária ocorre nos casos em que já houve contacto prévio
- A resposta secundária dá melhor resposta que a primária
- Após um segundo contacto a resposta é mais rápida e a quantidade de anticorpos produzida é maior, é
por este facto que num segundo contacto os sinais e sintomas não aparecem.
- O indivíduo está imune
Imunidade mediada por células
- Este tipo de imunidade é mediada pelas células T
- É uma forma mais eficaz contra microorganismos intracelulares (vírus, fungos, parasitas...)
- Ao contactarem com o antigénio, as células T diferenciam-se em células T citotóxicas e células
T de memória
- As células T citotóxicas: Lisam as células e Produzem citoquinas

120
4 – Regulação e manutenção
Capítulo 23- Sistema respiratório

- O sistema respiratório está organizado em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores
- As vias aéreas superiores são constituídas pela cavidade nasal e faringe
- A laringe, traqueia, brônquios e pulmões formam as vias aéreas inferiores

Nariz e cavidade nasal


- A cavidade nasal faz parte das vias aéreas superiores
- Continua-se posteriormente pela faringe
- Os orifícios de comunicação entre elas designam-se de coanes internas
- O nariz é formado pelo nariz externo e pela cavidade nasal
- Estes comunicam-se pelas narinas ou coanes externas
- O nariz é anteriormente formado por cartilagem
- A cana do nariz é formada pelo frontal, maxilar e ossos próprios do nariz
- A cavidade nasal é dividida em duas partes pelo septo
- Esta estrutura é formada por cartilagem e osso
- Os ossos que o formam são o vómer e o etmóide
- O pavimento da cavidade nasal é formado pelo palato duro
- Na parede lateral da cavidade existem 3 saliências ósseas - os cornetos
- Entre estes existem meatos, que são orifícios de escoamento
- No meato superior e médio está a abertura dos seios nasais
- No meato inferior está a abertura do canal nasolacrimal

121
Vias aéreas superiores

- É o epitélio cilíndrico pseudoestratificado


ciliado que cobre a superfície da cavidade
nasal
- Neste epitélio encontramos células
especializadas na produção de muco, as
células caliciformes ou de Goblet
- A zona entre o nariz e a cavidade
nasal é o vestíbulo
- É nesta zona que se observam pêlos que
representam a primeira "filtragem" do ar
inspirado
- Também o muco tem a função de
defesa
- Os microorganismos aí retidos são
transportados até ao tubo digestivo,
sendo posteriormente eliminados

Faringe
- A faringe faz parte, simultaneamente, do aparelho respiratório e digestivo
- A sua extremidade superior comunica com a cavidade nasal e oral
- A sua extremidade inferior tem ligação com a laringe e com o esófago
- Podemos dividir a faringe em 3 porções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe
Nasofaringe
- É a porção da faringe mais próxima da cavidade nasal
- Inicia-se nas coanes e Termina na úvula
- O epitélio é semelhante ao da cavidade nasal
Orofaringe
- Estende-se da úvula à epiglote
- É nesta porção que há comunicação com a cavidade oral
- O epitélio presente é estratificado de descamação
Laringofaringe
- Estende-se desde a epiglote até à abertura da laringe e do esófago
- É coberta por epitélio estratificado de descamação

Laringe
- É a primeira secção das vias aéreas inferiores do aparelho respiratório
- É formada por 9 cartilagens, umas pares outras ímpares
- Todas elas estão ligadas entre si por intermédio de ligamentos e músculos
- Cartilagens ímpares da laringe: Tiróideia, Cricóideia, Epiglote.
- Cartilagens pares: Aritnóideias, Corniculadas, Cuneiformes

122
- A epiglote é a cartilagem da laringe que separa o tracto respiratório do tracto digestivo
- Esta desloca-se de forma a encerrar o orifício do esófago quando se está a dar a respiração
- O inverso acontece quando é necessário que passe bolo alimentar ou saliva
- Existem ligamentos entre a cartilagem tiroideia e as aritnoideias
- Os ligamentos superiores formam as cordas vocais falsas
- As cordas vocais verdadeiras são formadas pelos ligamentos inferiores
- A laringe é revestida por epitélio cilíndrico ciliado pseudoestratificado
- A laringite caracteriza-se por uma inflamação do epitélio das cordas vocais
- É a passagem do ar pelas cordas que forma o som
- Quanto mais grossas forem as cordas mais grave é o som produzido

Traqueia
- É o segmento do aparelho respiratório localizado na continuação inferior da laringe
- É formada por 15 a 20 aneis de cartilagem
- Estes apresentam-se em forma de "C"
- A parede posterior da traqueia não é formada por cartilagem
- Em volta destas estruturas cartilaginosas existe músculo liso e tecido comjuntivo
- Internamente a traqueia está coberta por tecido epitelial cilíndrico pseudoestratificado ciliado
- Integradas neste observam-se células caliciformes

Brônquios
- Os brônquios são os "ramos terminais da traqueia"
- Temos dois brônquios principais, um direito e um esquerdo
- Estas estruturas também se ramificam para formar os bronquíolos
- Os alvéolos são os locais de troca gasosa
- São formados por aneis em forma de "C"
- São revestidos internamente por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado
- O brônquio principal direito é mais curto, largo e vertical que o esquerdo

Pulmões
- Os dois pulmões apresentam uma forma cónica com a base inferior acente sobre o diafragma
- O seu vértice localiza-se um pouco acima da clavícula
- São considerados os maiores órgãos do corpo humano
- São os principais órgãos da respiração
- O pulmão direito é maior que o esquerdo e está organizado em 3 lobos
- O direito apenas tem 2 lobos
- A separar os lobos encontramos as cisuras
- Cada um dos lobos divide-se em lóbulos
- Estes encontram-se separados por septos de tecido conjuntivo
- Existem 9 lobúlos no pulmão esquerdo e 10 lóbulos do pulmão direito
- Os brônquios principais dividem-se em brônquios secundários
- O hilo é local de entrada de brônquios, vasos e nervos nos pulmões
- O pulmão direito apresenta 3 brônquios e o esquerdo apenas 2
- Cada brônquio é "responsável" por um lobo
- São os brônquios terciários que fornecem o ar aos lóbulos
- Estas ramificações dos brônquios secundários também originam terminações - os
bronquíolos

123
Lobos/lóbulos pulmonares

• Árvore brônquica: Alvéolos, Saco alveolar, Canais alveolares, Bronquíolos respiratórios,


Bronquíolos terminais, Bronquíolos, Brônquios terciários, Brônquios secundários, Brônquios
principais e Traqueia.

- Os brônquios são revestidos por epitélio cilíndrico pseudoestratificado ciliado


- Apenas os brônquios principais apresentam cartilagens em forma de "C"
- Os ramos são formados por cartilagens irregulares
- Perto das terminações predomina o músculo liso, em vez da cartilagem

- Os bronquíolos são revestidos por epitélio cilíndrico simples ciliado


- Com a diminuição do calibre, o epitélio transforma-se em cúbico simples ciliado
- Chega mesmo a ser epitélio de descamação, na zona dos alvéolos

Pleura
- O pulmão está envolto na pleura visceral
- A nível do hilo esta continua-se pela pleura parietal
- A pleura parietal cobre a face interna da caixa torácica, a face superior do diafragma e o
mediastino, entre as duas pleuras existe líquido pleural

Irrigação sanguínea
- Existem duas vias de condução de sangue aos pulmões
- Tal como todos os órgãos, também os pulmões apresentam artérias de nutrição e veias de drenagem
- As artérias brônquicas irrigam os pulmões
- As veias brônquicas recolhem os sangue venoso e levam-no até à veia ázigos
- Paralela a esta circulação está uma rede de vasos que permite ao pulmão desempenhar a sua
principal função
- As trocas gasosas são efectuadas a nível alveolar
- As artérias pulmonares trazem o sangue venoso do coração

- Depois da "purificação" do ar, o sangue arterial é levado de volta ao coração pelas veias
pulmonares

124
Músculos da respiração
- O principal músculo da respiração é o diafragma
- Existem músculos especializados nas expiração - os músculos baixadores das costelas
- Os elevadores das costelas têm uma acção inspiratória

Trocas gasosas
- As trocas gasosas ocorrem entre os alvéolos e os capilares pulmonares
- A movimentação dos gases resulta de diferentes concentrações
- Estas moléculas deslocam-se do ponto de maior concentração para o de menor
- A pressão parcial representa a concentração de determinado gás numa dada localização

Pressão parcial
- O ar é constituído por diversos gases
- Os principais gases são o azoto, o oxigénio, o dióxido de carbono
- O vapor de água também faz parte do ar
- Existem diferentes tipos de ar
- Em cada um temos proporções diferentes dos constituintes

- O ar como um todo causa uma pressão total que é formada pela soma das pressões parciais dos
diferentes componentes
- A pressão parcial do azoto é a força causada pelo mesmo
- O mesmo acontece com os outros gases
- Existem diversos tipos de ar, cada qual com a sua constituição própria
- O ar seco apresenta pouco dióxido de carbono e nenhum vapor de água
- O azoto é o gás predominante, em todos os outros tipos o azoto mantém-se como gás
predominante, no entanto as outras partes variam
- É no ar alveolar que se observa maior predomínio do dióxido de carbono

Difusão dos gases


- Os gases apresentam grande facilidade de difusão através dos líquidos
- Existem, noentanto, gases com maior afinidade para um líquido que outros
- O dióxido de carbono difunde-se com maior facilidade pela água que o oxigénio
- Mesmo integrado num líquido o gás movimenta-se consoante o gradiente
- A passagem dos gases pela membrana alveolar é feita através de uma fina membrana
respiratória
- Esta membrana respiratória é formada pela: parede do capilar, parede do alvéolo e pequeno espaço
intersticial.
- Vários factores influenciam a passagem dos gases através da membrana:
- Espessura da membrana
- Coeficiente de difusão do gás na substância da membrana
- Área da superfície da membrana
- Diferença da pressão parcial do gás dos dois lados da membrana

Transporte de gases no sangue


- Após a difusão do oxigénio dos alvéolos para os capilares sanguíneos, este vai circular ligado à
hemoglobina
- Ao atingir os capilares dos tecidos, difunde-se para as suas células
- As células fazem o seu metabolismo e libertam dióxido de carbono
- O dióxido de carbono difunde-se para os capilares sanguíneos
- Este gás circula no sangue em associação com a hemoglobina
- Existe sob a forma de ião bicarbonato
- Atinge os capilares alveolares a difunde-se para os alvéolos

125
Gradiente de difusão do oxigénio
- É a diferença nas concentrações de oxigénio que permite a movimentação do mesmo
- A sua pressão parcial é maior nos alvéolos e menor nos capilares
- É ainda menor nas células
- Este gás vai-se difundindo para os locais de menor pressão até atingir o equilíbrio

Gradiente de difusão do dióxido de carbono


- O dióxido de carbono difunde-se exactamente da mesma forma
- É nas células que se observa maior pressão parcial deste gás
- O sangue venoso atinge os capilares nos alvéolos e difunde o dióxido de carbono
- A diferença entre as concentrações deste gás é menor

Difusão de gases

126
Transporte de oxigénio
- A quase totalidade do oxigénio é transportado pela hemoglobina
- Esta ligação é reversível
- Quando existe uma concentração superior este liberta-se
- Diz-se que a hemoglobina está saturada de oxigénio quando todos os grupos heme
apresentam um oxigénio ligado
- Este estado de saturação da hemoglobina é atingido com pressões de oxigénio acima de 80 mm Hg
- Nos capilares alveolares é fácil de ocorrer esta saturação
- Com valores de pressão de oxigénio inferiores, a hemoglobina não está saturada
- Para pressões da ordem dos 40 mm Hg apenas 75% da hemoglobina está saturada
- Os restantes 25% de oxigénio é libertado no sangue
- Quanto menor a pressão de oxigénio, maior é a percentagem que está livre e disponível
- Existem outros factores que afectam a ligação do oxigénio à hemoglobina
- Estes funcionam independentemente da pressão de oxigénio
- O pH do meio é um factor essencial
- Com pH baixo a saturação da hemoglobina diminui
- O inverso ocorre quando o valor de pH aumenta
- O aumento da pressão de dióxido de carbono também diminui a saturação da hemoglobina
- Pela acção da anidrase carbónica, o aumento de dióxido de carbono resulta num aumento dos iões
de hidrogénio
- Quando os níveis de dióxido de carbono diminuem, aumenta o pH, o que faz com que ocorra maior
ligação de oxigénio à hemoglobina
- Vários factores condicionam a ligação de oxigénio à hemoglobina
- As variações existentes no organismo fazem com que a taxa de ligação também varie
- Outro factor que faz variar a ligação do oxigénio à hemoglobina é a temperatura
- A temperatura está directamente relacionada com o metabolismo celular
- O aumento da temperatura promove uma menor ligação do oxigénio à hemoglobina
- Desta forma existe maior oxigénio livre para satisfazer as necessidades das células
- Assim sendo, a hemoglobina apresenta uma variação na ligação do oxigénio
- Esta variação é representada pela curva de dissociação das hemoglobina
- Esta curva mostra a variação da saturação da hemoglobina

Transporte de dióxido de carbono


- Este gás é transportado no sangue de 3 formas: Dissolvido no plasma, Ligado a proteínas
plasmáticas e Sob a forma de iões bicarbonato
- A mesma hemoglobina transporta oxigénio e dióxido de carbono
- Quando a hemoglobina não está saturada de oxigénio, os outros locais de ligação estão ocupados
com dióxido de carbono
- Os locais não ocupados pelo oxigénio estão muito receptíveis ao dióxido de carbono

Ventilação
- Designa-se de ventilação o processo pelo qual o ar se movimenta para dentro e para fora dos pulmões,
este engloba a inspiração e a expiração
- Em ambos os processos existem diferenciais nas pressões gasosas o que provoca uma
movimentação de ar

- Na inspiração existe menor pressão no interior da caixa torácica que no exterior


- Desta diferença resulta a entrada de ar para o aparelho respiratório
- Quando a pressão é superior no interior da caixa torácica dá-se a expiração
- É desta forma que o organismo tenta estar sempre em equilíbrio
- É a alteração do volume torácico que causa os movimentos de ar
- O aumento do volume da caixa torácica faz diminuir a pressão dos alvéolos
- Esta vai provocar uma entrada de ar nos mesmos
- Quando diminuimos o volume torácico a pressão intrapulmonar aumenta e sai ar

127
Volumes a capacidades pulmonares
- Espirometria: é o processo através do qual se realiza a medição dos volumes de ar que se deslocam
de e para o aparelho respiratório
- Espirómetro é o aparelho que se utiliza para a medição dos volumes pulmonares
- Volume corrente: Volume de ar inspirado ou expirado, Cerca de 500 ml
- Volume de reserva inspiratória: Quantidade de ar que pode ser inspirado, forçadamente, após a
inspiração do volume corrente normal, Cerca de 3000 ml
- Volume de reserva expiratória: Quantidade de ar possível de expirar forçadamente após a
expiração do volume de corrente normal, Cerca de 1100 ml
- Volume residual: Volume de ar que permanece nos pulmões após a expiração máxima, Cerca
de 1200 ml
- Capacidade inspiratória: Corresponde à soma do volume corrente com o volume de reserva
inspiratória, é a quantidade máxima que uma pessoa pode inspirar. Cerca de 3500 ml
-Capacidade residual funcional: Corresponde à quantidade de ar que permanece nos pulmões após a
expiração normal, é a soma do volume residual e do volume de reserva expiratória, Cerca de 2300 ml
- Capacidade vital: Corresponde à quantidade de ar que se consegue expelir após uma inspiração
forçada. É a soma do volume de reserva inspiratória, volume de reserva expiratória e o volume corrente.
É cerca de 4600 ml
- Capacidade pulmonar total: É a soma do volume de reserva inspiratória, volume de reserva
expiratória, volume corrente e o volume residual. Cerca de 5800 ml
- Volumes a capacidades pulmonares, VEMS ou volume expiratório máximo por segundo
- Base de um estudo médico importante, que permite avaliar a funcionalidade do aparelho
respiratório, consiste numa inspiração máxima seguida de uma expiração rápida e forçada.
- O espirómetro avalia a quantidade de que sai por segundo
- Este valor pode estar alterado em diversas situações, tais como: Asma, Tumor pulmonar e Fibrose
pulmonar
- Volume respiratório/ ventilação alveolar por minuto
- Volume respiratório por minuto é a quantidade de ar que entra e sai do aparelho respiratório por
minuto, Corresponde ao volume corrente vezes a frequência respiratória
- O volume é cerca de 6 litros por minuto
- Este processo apenas mede o volume de ar que circula
- Não nos dá a quantidade de ar disponível para trocas gasosas
- Existem locais no aparelho respiratório que não promovem as trocas - espaço morto
- Espaço morto anatómico - cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios
- Espaço morto fisiológico . espaço morto anatómico e volume de alvéolos não funcionantes
- Ventilação alveolar minuto - Volume de ar disponível para as trocas gasosas. Corresponde à
diferença entre o volume corrente menos o espaço morto vezes a frequência respiratória

128
4 – Regulação e manutenção
Capítulo 24 - Sistema digestivo

- O aparelho digestivo divide-se em 2 grandes grupos de órgãos:


- Órgãos do tubo digestivo
- Órgãos anexos ao tubo digestivo

- Os órgãos do tubo digestivo, ( órgãos por onde passam os alimentos), são:


A boca, a faringe, o esófago, o estômago, o intestino delgado e o grosso e o ânus .

- Os órgãos anexos (órgãos e estruturas que fornecem secreções que contribuem facilitar a digestão e
o bom funcionamento do aparelho digestivo) são:
- As glândulas salivares
- Fígado com a respectiva vesícula biliar
- Pâncreas.

Órgãos do tubo digestivo

A boca ou cavidade oral


- A cavidade oral é a primeira secção do tubo digestivo
- Nela estão contidos dentes que são elementos essenciais no processo de mastigação
- Cavidade oral é limitada anteriormente (inicialmente, exteriormente) pelos lábios e
posteriormente (atrás, em 2º plano…) pela face
- As bochechas formam as paredes laterais
- Cavidade oral, em termos anatómicos, pode-se dividir em:
- Vestíbulo
- Cavidade oral propriamente dita
Vestíbulo: é a zona da cavidade oral que se encontra entre as bochechas e as arcadas dentárias
Cavidade oral propriamente dita, é formada por: Arcadas dentárias com os dentes, Palato e pela
Língua.

129
- Para dentro das arcadas encontra-se a boca propriamente dita
- As arcadas dentárias superior e inferior apresentam os dentes
- O palato constitui o tecto da cavidade e o pavimento é formado por músculos
- A língua é um músculo móvel localizado na porção posterior da cavidade oral propriamente dita
- Todas estas estruturas ajudam na mastigação
- Os dentes e a língua fazem-no de uma forma mais directa
- As bochechas limitam o movimento do bolo alimentar
- Toda a cavidade é revestida por epitélio de descamação estratificado

Língua:
- A extremidade anterior (inicial, exterior ) da língua é livre mas apresenta um freio
- O freio é uma prega de tecido que se insere na face inferior da língua e no pavimento da cavidade
oral
- A língua apresenta diversas funções tais como: ajudar na mastigação, na fala, e como órgão sensitivo
do paladar.
- É constituída exclusivamente por músculos
- Apresenta grande mobilidade
- Os 2/3 anteriores da língua apresentam papilas gustativas Os
Dentes
- Os dentes são as peças essenciais da trituração dos alimentos e diferenciam-se segundo a sua
função.
- Existem 32 dentes na dentição permanente e 20 na dentição de leite
- As peças dentárias ( ou dentes) estão distribuídas pelo maxilar superior e inferior (ou
mandíbula) de uma forma simétrica.
- Todos estão implantados nos alvéolos dentários
- O dente é formado por uma porção interna formada por tecidos moles
- A sua porção externa é constituída por tecido mineralizado
- Os dentes estão fixados ao alvéolo por meio de ligamentos periodontais

130
Os Músculos envolvidos no processo de mastigação
- Para ajudar ao processo de mastigação temos os músculos
- O masséter, temporal, pterigoideu interno e externo são os músculos envolvidos na
mastigação
- Estes elementos activos permitem a movimentação da mandíbula contra o maxilar superior
- O palato como tecto da cavidade oral é importante como elemento sobre o qual se podem
pressionar os alimentos e separa a cavidade oral da nasal
- A sua porção anterior é óssea e a posterior muscular

As glândulas salivares
- As glândulas salivares podem ser classificadas de minor e major
- As glândulas minor estão espalhadas por toda a cavidade
- As major são de dimensões maiores e estão mais externas à boca
- Existem 3 pares de glândulas salivares:
- As parótidas estão localizadas perto dos ouvidos
- As sublinguais encontram-se debaixo da língua
- As glândulas submaxilares localizam-se, como o nome indica, por baixo da mandíbula
- Todas as glândulas salivares produzem saliva que ajuda na digestão e lubrificação

Faringe
- Em todo o comprimento da faringe existem músculos constritores da faringe (sup., médio e inf.)
- O epitélio que cobre a faringe é de descamação estratificado húmido
- A faringe pode ser dividida em 3 secções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe
- Os alimentos não atravessam a nasofaringe
- A faringe continua-se posteriormente pelo esófago e laringe
- A laringe faz parte, exclusivamente, do aparelho respiratório

Esófago

131
- O esófago localiza-se posteriormente à laringe
- O esófago é um canal com cerca de 25 cm que se estende-se desde a faringe até ao estômago
- Está localizado anteriormente às vértebras e posteriormente à traqueia
- Encontra-se englobado no mediastino e atravessa o diafragma

-Apresenta dois esfíncter, um superior e outro inferior, que limitam a passagem dos alimentos do
estômago para o esófago (refluxo esofágico).
- O esófago é constituído por 4 camadas: Muscular, Adventícia, Mucosa e Submucosa
- As camadas externas ( a 1ª e a 2ª) permitem o movimento ao longo do tubo
- A camada mucosa é formada por tecido epitelial de descamação estratificado húmido
- É na camada submucosa que se encontram glândulas de secreção
- Estas (a 3ª e a 4ª) garantem a lubrificação do tubo

Estômago
- O estômago é um segmento do tubo digestivo que sofreu dilatação
- Está localizado na parte superior esquerda do abdómen e apresenta forma e tamanho variáveis
- É a continuação do esófago e comunica-se com ele através do orifício gastroesofágico

- Apresenta um corpo e um fundo


- O fundo é o local onde se localiza a abertura para o intestino delgado - o orifício pilórico
- O esfíncter é um anel de músculo liso que abre e/ou encerra esse orifício
- No estômago as camadas mucosa e submucosa apresentam numerosas pregas
- São estas pregas que permitem e distenção e contracção deste órgão
- As camadas musculares têm diversas orientações para permitir a movimentação do bolo alimentar
- O interior do estômago é coberto por epitélio cilíndrico simples
- Na mucosa abservam-se diversos orifícios de excreção das glândulas gástricas
- Existem células produtoras de muco, produtoras de ácido clorídrico, segregadoras de
hormonas e outras que produzem enzimas

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Intestino delgado
- O intestino delgado é o segmento do tubo digestivo de maior dimensão com
aproximadamente 6 metros
- Está organixado em 3 porções: Duodeno, Jejuno, íleon

O duodeno
- O duodeno forma uma curvatura na qual a cabeça do pâncreas se encaixa
- Inicia-se no piloro e termina no jejuno
- Nesta porção observa-se a existência de duas saliências: a grande e pequena papila duodenal
- É na grande papila que desemboca a ampola de Vater
- Esta ampola resulta da união dos canais colédoco e pancreático
- O funcionamento da ampola está condicionado pelo esfíncter de Oddi
- No duodeno podemos observar pequenas saliências que têm como função aumentar a exposição
dos alimentos à acção das enzimas
- As pregas presentes orientam-se perpendicularmente ao longo eixo do duodeno
- O epitélio que cobre o duodeno é cilíndrico simples
- Encontramos células de absorção, células caliciformes, células endócrinas e células
granulares

- O jejuno e o íleon são semelhantes ao duodeno


- No íleon não se observa tanta absorção de nutrientes
- As vilosidades vão diminuindo à medida que nos aproximamos do intestino grosso.
- Na mucosa e submucosa do íleon existem nódulos linfáticos - placas de Peyer
- A comunicação entre o íleon e o intestino grosso é feita através da junção íleocecal
- Esta apresenta em esfincter ileocecal com válvula

Intestino grosso
- A porção proximal do intestino grosso é o cego
- Esta porção localiza-se abaixo da união dos dois intestinos
- Nesta depressão podemos observar um pequeno saco tubular designado de apêndice
vermiforme
- A sua localização no abdómen é inferior direita e apresentam vários nódulos linfáticos na sua parede
- O cólon é a porção do intestino grosso que se inicia no cego e termina no anûs
- É formada por 4 partes distintas: Cólon ascendente, Cólon transverso, Cólon descendente e o Cólon
sigmoideu
- O cólon ascendente inicia-se no cego e estende-se até ao ângulo cólico direito
- O cólon transverso vai desde o ângulo cólico direito ao ângulo cólico esquerdo
- O cólon descendente estende-se desde o ângulo cólico esquerdo à abertura superior da pequena
bacia
- O cólon sigmoideu é a porção terminal do intestino grosso, apresenta a forma de "S" e termina
no recto
- O epitélio cilíndrico simples que reveste o intestino grosso não apresenta pregas ou
vilosidades
- A camada muscular longitudinal do intestino grosso está incompleta
- Há predomínio das células caliciformes
- O recto - porção terminal do tubo digestivo - é um canal vertical que se inicia no cólon
sigmoideu e termina no anûs ( abertura externa)
- É revestido por epitélio cilíndrico simples e apresenta uma camada relativamente espessa e simples
na porção superior do canal e de descamação estratificado na porção inferior.
- A abertura externa do canal é o anûs. A camada muscular anal é ainda mais espessa que no recto
- Existe 2 esfincteres anais: um interno e outro externo

133
134
Órgãos anexos:
- Fígado e pâncreas: (as glândulas salivares, apesar de não pertencerem aos órgãos do tubo já foram
referidas quando estes estavam a ser estudados)

Fígado: Órgão localizado no quadrante superior direito do abdómen e encostado à parede inferior do
diafragma, constituido por 2 lobos principais, direito e esquerdo, e por 2 menores, o quadrado e o
caudado e pesa cerca de 1360 gramas ( 1 Kg e 360 g)
- Todos os canais, vasos e nervos entram e saem do fígado pelo hilo hepático
- O hilo está localizado na face inferior do órgão
- Os canais de excreção do fígado são os canais hepáticos direito e esquerdo
- Estes dois unem-se e formam o canal hepático comum
- O canal hepático comum une-se com o canal cístico, da sua união resulta o canal colédoco
- O canal hepático transporta as excreções da vesícula biliar, este, juntamente com outro grande
canal proveniente do pâncreas - o canal pancreático ou de Wirsung, vão-se unir e formar a
Ampola de Vater
- Esta abre-se no intestino delgado a nível do duodeno na grande papila duodenal
- A vesícula biliar armazena a bílis e está localizada na face inferior do fígado
- O fígado é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo que penetra no interior do órgão e divide-o
- Os septos são vias para os vasos, nervos e canais
- Os lóbulos formados apresentam uma forma hexagonal
- Em cada vértice do lóbulo existe um sistema porta formado por 3 vasos: Artéria hepática; Veia porta
hepática e o Ducto hepático.
- No centro do lóbulo existe a veia central
- As veias centrais unem-se e formam as veias hepáticas
- Todas as veias hepáticas saem do fígado e drenam para a veia cava inferior
- O espaço entre a veia central e os vértices é preenchido por hepatócitos e vasos sanguíneos
- Os cordões hepáticos são formados por hepatócitos
- Os vasos sanguíneos são os sinusóides hepáticos

Lóbulo hepático

135
- Funções dos hepatócitos: Síntese da bílis, Armazenamento, Biotransformação e Síntese de
componentes do sangue
- O sangue proveniente de todo o organismo pelo sistema porta atravessa todo o lóbulo até à veia
central
- Desta segue para a veia cava inferior
- A bílis é formada nos cordões hepáticos e circula do centro para a periferia
- Sai do fígado pelos canais hepáticos do sistema porta

Vesícula Biliar
- Pequena estrutura localizada na face inferior do fígado
- Tem a forma de um saco e formada por 3 camadas: mucosa, muscular e serosa
- O canal cístico leva a bílis até ao canal hepático comum. Estes 2 unem-se e formam o canal colédoco
Pâncreas

- Ógão abdominal formado pela cabeça, corpo e cauda, tem 2 porções: endócrina e exócrina
- A porção endócrina é formada pelos Ilhéus de Langerhans
- Estes produzem insulina, glucagon e somatostatina
- A porção exócrina do pâncreas é formada por ácinos. Estes estão organizados em lóbulos
- Cada lóbulo apresenta um canal intralobular.
Todos estes canais se juntam para formar o canal pancreático principal ou canal de wirsung. Este, tal
como já foi referido no fígado, junto com o canal hepático, vão-se unir e formar a Ampola de Vater.
Fisiologia do aparelho digestivo – funções:

- O aparelho digestivo apresenta diversas funções: Ingerir , Mastigar, Propulsionar e Misturar


Ingerir: Introdução dos alimentos no estômago pela via normal - cavidade oral
Mastigar: Corresponde à trituração dos alimentos e é feita pelos dentes, Permite uma melhor acção
das enzimas digestivas
Propulsionar: Corresponde ao movimento dos alimentos ao longo de todo o tubo digestivo
- O tempo necessário para percorrer o tubo é de 24-36 horas
- A deglutição permite a passagem dos alimentos da cavidade oral para o esófago
- Ao longo do resto do tubo digestivo observamos movimentos peristálticos
- Estes resultam de contracções da camada muscular
- A sequência de contracção/relaxamento resulta na progressão dos alimentos
Misturar: Algumas contracções musculares deslocam o bolo alimentar para frente e para trás
- Estes movimentos permitem a mistura dos alimentos e não a sua progressão
- As enzimas libertadas entram em contacto com os alimentos e degradam-os

- Ao longo do trajecto do tubo digestivo são libertadas enzimas que digerem os alimentos
- Os nutrientes e a água resultantes são absorvidos para o organismo
- A corrente sanguínea leva os nutrientes para as células
- O que não é absorvido é eliminado pelas fezes

Fisiologia do aparelho digestivo – Processos:

Secreção: Ao longo do tubo digestivo são libertadas secreções para lubrificar, liquefazer e digerir
os alimentos.
- O muco lubrifica as paredes do tubo e o bolo alimentar
- Protege as paredes contra a acção de ácidos
- A água presente nas secreções liquefaz os alimentos
- Esta acção melhora a digestão e absorção
- As enzimas são libertadas na cavidade oral, estômago, intestino, fígado e pâncreas
- Estas degradam os alimentos em pequenas moléculas que são mais facilmente absorvidas

136
Digestão: É processo pelo qual as moléculas orgânicas são transformadas nos seus componentes:
Proteínas – aminoácidos; Glúcidos – Monossacáridos; Triglicéridos - glicerol e ácidos gordos
- Podemos distinguir a digestão mecânica e a química
- A digestão mecânica é executada pelos dentes e as enzimas fazem a digestão química
- As vitaminas, os minerais e a água não são digeridos antes da absorção
- As moléculas de grandes dimensões são digeridas para que possam ser absorvidas

Absorção: Passagem de moléculas do tubo digestivo para a corrente sanguínea ou linfática

Transporte: Processo pelo qual as moléculas absorvidas são levadas até às células
- Pode ser um processo directo ou indirecto
- Quando são absorvidas directamente para a corrente sanguínea designa-se transporte directo
- No transporte indirecto as moléculas absorvidas passam Io pela circulação linfática

Eliminação: Consiste no processo pelo qual os produtos que não foram absorvidos são
eliminados.
- No intestino grosso a água e os sais são absorvidos para o organismo.
- Consequentemente as fezes tornam-se semi-sólidas

Fisiologia do aparelho digestivo – Nutrientes:

Glúcidos
- Podem ser mono, di ou polissacáridos
- Os polissacáridos são transformados em mono ou dissacáridos
- A sua digestão inicia-se na cavidade oral pela acção da amilase salivar
- Vai terminar no intestino pela acção da amilase pancreática
- A transformação de dissacáridos em monossacáridos é feita pelas dissacaridases presentes no intestino
- Os monossacáridos são levados até ao fígado onde são convertidos em glicose
- A glicose entra nas células e é a sua principal fonte de energia

Lípidos
- Moléculas insolúveis em água
- 1o passo na digestão dos lípidos é a emulsificação
- Neste processo as grandes gotículas de lípidos são transformadas em outras de menores dimensões
- A sua digestão é concluída pelos sais biliares produzidos no fígado
- Lipase: enzima segregada pelo pâncreas que digere moléculas lipídicas

137
- Depois da digestão dos lípidos no intestino, os sais biliares ligam-se à sua superfície
- Os sais apresentam uma extremidade hidrofóbica e outra hidrofílica
- Estes vão formar uma cápsula envolta do lípido
- É desta forma que os lípidos conseguem passar por difusão simples através da membrana do intestino
- Estas partículas vão passar para o sistema linfático depois, para o circulatório e para o tecido adiposo
Proteínas

- As proteínas são degradadas em cadeias polipeptídicas de menores dimensões


- Pepsina - enzima segregada pelo estômago- é a 1a a actuar .
- Peptidases - enzimas do pâncreas presentes na parede do intestino delgado
- A peptidase degrada os polipéptidos em dipéptidos e aminoácidos
- Os dipéptidos e os tripéptidos entram nas células da parede do intestino
- No interior das células existem dipeptidases e tripeptidases
- Estas enzimas degradam os seus produtos em aminoácidos
- Os aminoácidos saem das células e entram na circulação sanguínea que os leva ao fígado

Água
- Cerca de 92% da água ingerida é absorvida no intestino delgado
- Uma pequena parte é absorvida no intestino grosso mas pode difundir-se nos 2 sentidos
- Se o conteúdo do intestino estiver muito diluído esta vai ser absorvida
- O inverso acontece se o conteúdo intestinal for muito concentrado
- A água passa por gradiente de osmose
- À medida que os nutrientes são absorvidos, a pressão osmótica diminui e a água é absorvida

Iões (minerais)
- A maioria dos iões passa pela parede intestinal por transporte activo
- Para o transporte do cálcio é necessária a vitamina D

Funções do aparelho digestivo

Funções da cavidade oral


- Na saliva estão contidas enzimas digestivas
- A amilase salivar degrada os polissacáridos em mono ou dissacáridos
- A mastigação permite destruir o revestimento externo de celulose de alguns alimentos
- A saliva protege a cavidade oral de infecções
- É um excelente lubrificante

- Deglutição: Apresenta 3 fases distintas: - a cefálica, - a faríngea e a esofágica

- Fase cefálica: bolo alimentar é empurrado contra o palato e de seguida para a orofaringe

- Fase faríngea: Palato sobe e encerra a nasofarínge, há contracção dos músculos


constritores da faringe e encerramento da laringe pela epiglote.

- Fase esofágica: Transporte do bolo alimentar desde o esófago até ao estômago


- A movimentação do bolo alimentar pelo esófago leva ao relaxamento do esfíncter esofágico inferior
- As ondas peristálticas e as contracções da musculatura do esófago resultam na
movimentação do bolo alimentar

138
Funções do estômago
- A principal é o armanezamento e mistura do quimo
- Esta mistura semi-sólida resulta da mistura do bolo alimentar com as secreções gástricas
- As suas secreções são: Muco, ácido clorídrico, gastrina, factor intrínseco e pepsinogénio
- As células mucosas e da parede secretam muco que reveste toda a parede interna do estômago
- Esta camada protege contra a acidez do quimo e da acção da pepsina
- As células parietais das glândulas gástricas do piloro secretam factor intrínseco e ácido
clorídrico
- Esta glicoproteína liga-se à vitamina B12
- O ácido clorídrico (funções):
- Baixa o pH gástrico para valores entre 1 e 3
- Destroi bactérias presentes nos alimentos Inactiva a amilase salivar
- Promove a desnaturação das proteínas
- Cria um meio favorável à actuação da pepsina
- Sequência de formação de ácido clorídrico
- CO2 vindo do sangue entra na célula
- Reage com H2O pela acção da anidrase carbónica
- Forma-se ácido carbónico
- Dissocia-se em ião bicarbonato e ião
hidrogénio
- O ião bicarbonato volta à corrente
sanguínea por troca com o ião cloro
- O ião cloro e o ião hidrogénio são
libertados para o estômago

139
Sequência de formação de ácido clorídrico
- Pepsinogénio é o precursor da pepsina
- Esta enzima é formada pela presença de um pH baixo no estômago
- A pepsina actua nas proteínas de forma a desdobrar as suas cadeias
- Todas as secreções do estômago
- São reguladas por processos nervosos e hormonais
- A regulação nervosa é feita por reflexos da medula espinal e por reflexos locais do plexo
intramural do tubo digestivo
- A regulação hormonal é feita pela:
- Gastrina - Secretina - Colecistoquinina ▪Péptido inibidor gástrico
- A regulação da secreção gástrica é dividida em 3 fases:
- Fase cefálica: Sensações, pensamentos, cheiros e tacto estimulam o SNC, hà condução desses
estímulos ao estômago Hà libertação de gastrina
- Fase gástrica: O volume dos alimentos no estômago causa distensão sendo um estímulo para as células
gástricas
- Fase intestinal: Esta fase é controlada pela entrada de quimo no duodeno. Com valores de pH superiores
a 3 ocorre estimulação das secreções gástricas, para valores de pH inferiores a 2 as secreções são inibidas

Funções do estômago as várias fases

140
Mistura do conteúdo gástrico:
- Existem dois tipos de ondas de contracção no estômago
- As ondas de mistura são mais frequentes e permitem a mistura dos alimentos com as secreções
gástricas
- As ondas peristálticas levam o quimo da periferia do estômago em direcção ao piloro
Esvaziamento gástrico:
- Está relacionado com o tipo e o volume do alimento
- Os líquidos são mais rapidamente expelidos para o duodeno, cerca de 1,5 a 2,5 horas Para o
total esvaziamento gástrico são necessárias 3 a 4 horas
- O piloro permite a passagem do quimo para o duodeno durante os movimentos do estômago

Regulação dos movimentos: Os factores reguladores são os mesmos da secreção gástrica

- Factores que inibem a secreção gástrica também: Inibem a motilidade, Aumentam a


constrição do esfíncter pilórico e Diminui a velocidade de esvaziamento gástrico
- Factores estimuladores da secreção gástrica resultam em acções inversas

Funções do intestino delgado


- A absorção e a digestão dão-se, maioritariamente, no intestino delgado
- As secreções do intestino delgado têm como função: Proteger as paredes do pH ácido do quimo ,
Lubrificar a parede intestinal e Manter o quimo líquido para facilitar a digestão
- A secretina e a colecistoquinina libertadas pela parede intestinal estimulam a secreção hepática
e pancreática
- A produção de secreções da parede intestinal é estimulada pela presença do quimo no duodeno
- As microvilosidades do intestino delgado aumentam a superfície de contacto do quimo com enzimas
presentes nas paredes
- Também o intestino delgado apresenta movimentos que permitem a deslocação do quimo ao longo do
mesmo
- As contracções segmentares misturam o conteúdo intestinal
- As contracções peristálticas movimentam o mesmo ao longo do intestino
- A presença da válvula ileocecal na terminação do intestino delgado permite maior tempo de
permanência do quimo no intestino delgado
- Este facto melhora a digestão e absorção do mesmo
- Este esfíncter encontra-se contraído até ser atingido pelas contracções do intestino delgado

141
Funções do fígado: Digestão, Excreção, Armazenamento e produção de nutrientes, Síntese de
novas moléculas e a Transformação de químicos nocivos
- A produção de bílis é feita pelo fígado
- A secreção pode atingir os 1000 ml
- Não apresenta enzimas digestivas mas neutraliza o ácido do estômago
- Os hepatócitos armazenam energia sob a forma de glicogénio
- Podem também armazenar vitaminas, gorduras e ferro
- O fígado pode também transformar um tipo de nutrientes em excesso noutro em falta
- Desempenha também um papel importante na metabolização de determinadas substâncias como os
medicamentos
- Algumas substâncias podem ser alteradas para poderem ser eliminadas pelos rins
- Glóbulos vermelhos e brancos velhos ou defeituosos são fagocitados pelas células de kupffer presentes
nos sinusóides
- A albumina, o fibrinogénio e factores de coagulação são exemplos de substâncias produzidas no fígado
Funções da vesícula biliar

- A vesícula apenas serve de reservatório para a bílis produzida no fígado


- Tem capacidade para 40 a 70 ml
- Liberta a bílis no intestino delgado em resposta à estimulação da colecistoquinina

Funções do pâncreas
- O pâncreas secreta o suco pancreático
- Este líquido é maioritariamente enzimático e digestivo
- Os iões bicarbonato presentes no suco elevam o pH do quimo
- Esta acção inibe a pepsina mas permite a acção das enzimas pancreáticas
- As enzimas produzidas pelo pâncreas são secretadas na forma de precursor
- O tripsinogénio, quimiotripsinogénio e a procarboxipeptidase são os percursores da tripsina,
quimiotripsina e carboxipeptidase
- A enteroquinase é uma enzima presente na parede intestinal que activa as "pro-enzimas"
- Existem outras enzimas pancreáticas, tais como: amilase, lipase, ribonucleases e
desoxirribonucleases
- Também a secreção pancreática está regulada por mecanismos nervosos e hormonais
- A secretina e a colecistoquinina estimulam a secreção pancreática

Funções do intestino grosso


- O intestino grosso também apresenta movimentos para deslocação das fezes
- Estes são mais lentos, o que faz com que demore entre 18 a 24 horas a eliminar as fezes
- Durante todo o trajecto verifica-se a absorção de água, sais minerais, secreção de muco e actividade
bacteriana
- Apenas cerca de 80 a 150 ml de fezes são eliminadas
- As secreções do intestino grosso são quase exclusivamente muco
- A sua parede está revestida por células caliciformes
- A maioria dos movimentos do intestino grosso são ondas peristálticas
- Os movimentos de massa são ondas peristálticas que percorrem grandes segmentos
- Estes são mais frequentes alguns minutos após o pequeno-almoço
- O enchimento do estômago provoca os movimentos do intestino grosso
- A distenção da parede do recto provoca um relaxamento do esfíncter anal interno
- Esta reacção causada pela presença das fezes no local inicia o reflexo de defecação
- O esfíncter anal externo tem controlo voluntário
- Isto impede a expulsão involuntária das fezes

142
4 – Regulação e manutenção
Capítulo 23- Sistema urinário

Constituição:
- Rins - formação
- Bexiga - armanezamento
- Uretéres - transporte do rim à bexiga
- Uretra - excreção para o exterior

Rim
- Órgão par
- Localizado na parede posterior da
cavidade abdominal
- Retroperitoneal
- Localizados de cada lado da coluna
vertebral

Corte horizontal ao nível dos rins – vista superior

- Revestido por uma camada de tecido conjuntivo fibroso, formando a cápsula renal
- No pólo superior existe uma camada de tecido adiposo, gordura peri-renal
- A fáscia renal é uma baínha de tecido conjuntivo que fixa os rins à parede abdominal
- O hilo, localizado no lado interno, é a via de entrada e saída de vasos, canais e nervos
- A artéria renal e os nervos renais entram no rim
- A veia renal e os uretéres saem do rim
- No interior do rim, o hilo forma o seio renal

Estruturas Rim: Zona cortical ou córtex, Tubo contornado proximal e distal, Cápsula de
Bowman, Medula renal, Ansa de Henle e Tubos colectores

- Estruturalmente o rim organiza-se em duas áreas: - Medula renal - zona interna


- Córtex ou zona cortical - zona externa
- Estas duas circundam o seio renal
- Na medula podemos observar estruturas piramidais, as pirâmides renais
- As pirâmides continuam-se em direcção ao córtex pelos raios medulares
- As colunas renais prolongam-se do córtex para a medula
- A pirâmide apresenta uma base externa e um vértice interno, também denominado de papila renal
- Em torno destas estruturas encontramos os pequenos cálices
- Estes organizam-se em grandes cálices

143
- A união dos diversos cálices forma o bacinete
- Esta estrutura encontra-se no seio renal e vai dar origem ao ureter
- É através do ureter que sai a urina para a bexiga
- Todo este trajecto se inicia na unidade estrutural do rim - o nefrónio
- Esta estrutura atravessa as duas camadas da parede renal

Nefrónio
- Unidade estrutural do rim: Cada Rim tem um grande nº de nefrónios e cada nefrónio ocupa sempre o
córtex e a medula renal.
- O nefrónio é constituído por: Cápsula de Bowman, Tubo contornado proximal, Ansa de Henle e Tubo
contornado distal
- O tubo colector leva a urina formada no nefrónio para os cálices

Estrutura do nefrónio e sua distribuição pelo rim Estrutura do Rim

- Glomérulo - conjunto de capilares localizados no interior da cápsula de Bowman


- Capilares formam um "novelo"
- A cápsula e o glomérulo formam o Corpúsculo de Malpighi
- Os capilares que formam o glomérulo são artérias
- A arteríola aferente entra na cápsula
- Os constituintes do sangue vão ser transportados para a cápsula de Bowman
- Pelas arteríolas eferentes sai o sangue do glomérulo
- O filtrado que se encontra na cápsula vai ser transportado ao longo de todo o nefrónio
- À medida que percorre o trajecto vai sofrendo alterações
- O produto final é a urina

144
- O processo de formação da urina inicia-se na cápsula do nefrónio, e continua pelo: Tubo
contornado proximal, Ansa de Henle, Tubo contornado distal, Tubo colector, Pélvis renal ou
bacinete, Uréter, Bexiga e Uretra, que comunica com o exterior.
Tubo contornado proximal: Parede formada por epitélio cúbico simples, apresenta
microvilosidades
Ansa de Henle: Formada por ramo descendente e ascendente. A porção média é formada por epitélio
simples pavimentoso
Tubo contornado distal: Formado por epitélio cúbico simples. Apresenta menos
microvilosidades
Tubo colector: Formado da união dos tubos contornados distais. Revestido por epitélio cúbico simples
- As arteríolas do glomérulo são ramos da artéria renal
- Estas ramificam-se e dão origem a uma rede de arteríolas que envolve todo o nefrónio
- Existe também uma rede venosa que colecta o sangue
- Este vai ser drenado pela veia renal até à veia cava inferior
Estrutura do rim, do nefrónio e dos respectivos vasos sanguíneos
Ureteres: Originam-se no bacinete, dirigem-se para baixo e para a linha média e terminam na

bexiga

Bexiga: Funciona como reservatório, é formado por músculo liso, está localizada na cavidade pélvica,
situada atrás da sínfise púbica e érevestida por epitélio de transicção.

Uretra: Transporta urina para exterior. Epitélio cilíndrico estratificado ou pseudo-estratificado


- Apresenta dois esfíncteres (Anéis musculares que controlam fluxo de urina):
- Esfíncter urinário interno
- Esfíncter urinário externo
- A uretra masculina é maior que feminina

Produção de urina

145
- Três processos levam à formação de urina: Filtração, Reabsorção e a Excreção

Filtração
- Passagem de líquido dos capilares para a cápsula de Bowman
- Resulta da diferença de pressões
- O fluxo sanguíneo renal corresponde a cerca de 21% do débito cardíaco
- Apenas o plasma "sofre" filtração
- Apenas 19% do plasma é filtrado
- Taxa de filtração glomerular é a quantidade de filtrado produzida por minuto
- Cerca de 99% do filtrado é reabsorvido
- O restante é transformado em urina
- A membrana de filtração é selectiva nas moléculas que a atravessam, apenas moléculas com menos de
7 nm de diâmetro e peso molecular inferior a 40 000 daltons, conseguem atravessar a membrana de
filtração.
- Albumina e hormonas proteícas atravessam a membrana

Reabsorção
- O filtrado percorre o tubo contornado proximal, a ansa de Henle e o tubo contornado distal
- Durante o trajecto sofre reabsorção
- O filtrado reabsorvido passa para o espaço intersticial
- Chega às veias renais apartir dos capilares peritubulares
- Substâncias reabsorvidas: Aminoácidos, Glicose, Frutose, Sódio, Potássio, Magnésio, Cloro, etc
Produção de urina/reabsorção pode ser realizada através de diferentes processos: Co- transporte,

Transporte activo, Difusão facilitada e Difusão simples.

Transporte activo secundário


ou co-transporte: = = = = = = = = = = = =>
- Processo de transporte em associação com ião
sódio
- Aminoácidos, cloro, glicose e potássio
- Passagem de substâncias do lúmen do nefrónio
para a parede do mesmo Transporte activo: Iões
potássio, Iões sódio, Iões cloro
Difusão facilitada: Glicose e aminoácidos
Difusão simples: Água e potássio

Glomérulo: Formação de filtrado


Tubo contornado proximal: Reduz em 65% o volume do filtrado.Absorve cloro, sódio, glicose, água
Ansa de Henle
- Porção descendente: Entra sódio e cloro, Sai água e a Urina torna-se hipertónica
- Porção ascendente: Sai sódio e cloro, a Urina torna-se hipotónica e 15% do volume do filtrado é
reabsorvido
Tubo contornado distal:
- Sai sódio
- A saída de água é controlada pela hormona anti-diurética
- A ADH promove maior reabsorção de água
- Entram iões hidrogénio, potássio e amónia
- Estes elementos mantêm o equilíbrio ácido-base no sangue

Tubo colector:

146
- Controlado pela ADH
- Na presença da hormona torna-se permeável à saída de água
- Urina torna-se hipertónica
- Na sua ausência torna-se impermeável, não ocorrendo reabsorção de água
- A urina formada é hipotónica

Excreção tubular
- É através do filtrado renal/urina que são excretados muitas substâncias
- São elementos não produzidos pelo organismo (fármacos)
- Podem ser eliminados por transporte activo ou passivo
- Este processo designa-se de excreção tubular

Mecanismo de concentração de urina


- A concentração de urina varia de acordo com a ingestão de água
- A quantidade de electrólitos e outras substâncias mantém-se independentemente do volume de urina
- Este mecanismo permite a manutenção do equilíbrio hidro-electrolítico

Produção de urina: A produção da urina é controlada por: Mecanismos hormonais e


Mecanismos de autorregulação. Estímulos nervosos simpáticos

Mecanismos hormonais
Hormona anti-diurética
- Actua no tubo contornado distal e tubo colector
- Promove a reabsorção água no nefrónio
- Na hiposecreção verifica-se um aumento do volume de urina
- Pode levar a graves problemas de desidratação e desiquilíbrio electrolíticos
- Diabetes insípida: Maior volume de urina, Muito diluída, Incolor e Sem sabor

Aldosterona: = = = = = = = = = = = = = = = = =>
- Aumenta a reabsorção de sódio e cloro
- Aumenta a excreção de potássio e
hidrogénio
- Promove a reabsorção de água
- Actua no tubo contornado distal e tubo colector
- Liga-se a receptores e promovem a síntese de
proteínas de transporte

Renina-angiotensina
- Actua na produção da aldosterona
- Actua como vasoconstritor
- Os estímulos para a sua secreção são:
Diminuição da pressão sanguínea ou Diminuição de
sódio e cloro no tubo contornado distal

Hormona natriurética auricular:


- Inibe a secreção de ADH
- Consequências: Aumento do volume de urina
produzida, Diminuição da volémia e Diminuição da
pressão arterial
- Segregada pela aurícula direita, Responde ao
aumento de pressão

Hormona anti-diurética, aldosterona e renina: ↑= ↓ Volume urina;

147
↑ Pressão arterial
↓= ↑ Volume urina;
↓ Pressão arterial

Autorregulação: " Mecanismos através dos quais se consegue manter uma taxa de filtração
glomerular independentemente da pressão arterial sistémica"
- A autorregulação consiste na contracção e relaxamento das arteríolas renais.

Inervação simpática
- Estimulação simpática provoca: Vasoconstrição de pequenas artérias, Diminuição do fluxo renal e
Diminuição formação do filtrado
- Esta acção é estimulada em casos de: Choque ou Esforço físico intenso

Trajecto da urina
- A direcção do filtrado no nefrónio resulta da diferença de pressões
- Na cápsula de Bowman a pressão é próxima de 18 mm Hg e no bacinete 0 mm Hg
- Desde o bacinete até à bexiga existem contracções e ondas peristálticas que movimentam a urina
Reflexo de micção

- Reflexo de micção ou eliminação de urina


- É desencadeado pela distensão da parede da bexiga
- Este reflexo é controlado pela medula espinhal e tronco cerebral
- O reflexo de micção controlado pela medula espinhal predomina nas crianças
- Estes estímulos levam à contracção da bexiga e relaxamento dos esfíncteres urinários interno e externo
- Nos adultos é o tronco cerebral que desempenha o papel de regulação da micção
- Estes impulsos controlam o esfíncter urinário externo
- É entre os 2 e 3 anos de idade que surge a capacidade de inibição voluntária da micção
- " Podemos dizer que num adulto o reflexo involuntário de micção da medula espinhal é
controlado pela acção voluntária do tronco cerebral "

148
Parte 5 – Reprodução e Desenvolvimento
Capítulo 28 – Aparelho Sexual e Reprodutor

Aparelho reprodutor masculino:


- Testículos, Epidídimos, Canais deferentes, Uretra, Vesículas seminais, Próstata, Glândulas bulbo-
uretrais, Bolsa escrotal e Pénis

- Bolsa escrotal:
- Também designada de escroto, contém os testículos e está dividida em dois compartimentos através
de um septo. A superfície da bolsa está dividida por uma rafe mediana que se continua posteriormente
até ao anûs e anteriormente até à face inferior do pénis
- O escroto é formado por uma camada de pele e por uma camada muscular lisa que se designa de
dartos escrotal
- Os músculos cremásteres da bolsa são prolongamentos dos músculos abdominais
- Estes dois músculos em conjunto permitem o movimento dos testículos
- Quando a temperatura externa é baixa, os músculos contraem-se, aproximando os
testículos do corpo. Quando a temperatura está elevada, os músculos descontraem-se,
afastando os testículos do corpo de modo a diminuir a sua temperatura
- A regulação da temperatura dos testículos é importante para a formação dos
espermatozóides

Perínio: É a área entre as coxas que está


limitada, à frente pelo púbis, atrás pelo cóccix
e lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas
- Os músculos transversos superficial
e profundo dividem o perínio em dois
triângulos, estes músculos estendem-se de
uma tuberosidade à outra, formando um
triângulo anterior ou urogenital e um
posterior ou anal
- Na área do triângulo urogenital
encontra-se a base do pénis e a bolsa escrotal,
o ânus encontra-se no triângulo posterior

149
Testículos:
- São dois pequenos órgãos ovóides localizados
no interior da bolsa escrotal, são glândulas
endócrinas e exócrinas em simultâneo. A
testosterona é a secreção endócrina e os Descida dos testículos
espermatozóides são a produção exócrina
- A túnica albugínea é uma cápsula de tecido
conjuntivo que reveste exteriormente os
testículos e os septos incompletos
originados desta cápsula divide os testículos em
lóbulos.

Os lóbulos são formados por dois tipos de


estruturas:
- Túbulos seminíferos onde se
desenvolvem os espermatozóides.Os túbulos
seminíferos abrem-se para a rede testicular,
que por sua vez leva os espermatozóides
através dos canais eferentes para o
epidídimo
- Células intersticiais ou células de
Leydig que são secretoras de testosterona

Descida dos testículos: Originalmente os


testículos são órgãos retroperitoniais, estão
ligados ao escroto pelo gubernáculo, a
migração ocorre pelo canal inguinal até à
bolsa escrotal.

150
Espermatogénese:
- Até à puberdade os espermatozóides encontram-se indiferenciados
- Na puberdade as células intersticiais aumentam de volume e tamanho
- Inicia-se a produção de espermatozóides
- Os túbulos seminíferos apresentam dois tipos celulares
- Células germinativas ou espermatoblastos e as células de Sertoli ou nutritivas
- As células nutritivas formam uma barreira hematotesticular que afasta as células
espermáticas do sitema imunulógico
- Os espermatozóides maduros possuem antigénios na sua superfície
- A testosterona produzida pelas células de Leydig passa para as células de Sertoli para se ligar um
receptor à sua superfície
- A testosterona é transformada em dihidrotestosterona e estradiol
- As células de Sertoli produzem uma proteína transportadora para a testosterona e para a
dihidrotestosterona
- Estas são transportadas para o epidídimo
- O estradiol e a dihidrotestosterona fumentam a produção de espermatozóides
- No interior das células de Sertoli encontram-se as células germinativas
- Dispõem-se da periferia para o centro
- Os espermatoblastos localizam-se à periferia e à medida que se vão diferenciando
aproximam-se do centro da célula
- Alguns espermatoblastos originam, através de mitose, os espermatócitos de primeira
ordem
- Estes vão dar origem aos espermatócitos de segunda ordem
- Estes vão originar células de pequenas dimensões denominadas espermátides
- As espermátides dão origem aos espermatozóides

151
Espermotozoide:
- A cabeça onde estão localizados os cromossomas
- O acrossoma na extremidade da cabeça onde se localizam as enzimas necessárias para a
penetração do óvulo
- O segmento intermediário rico em mitocôndrias
- A cauda que permite o movimento
Canais
- As células espermáticas vão sair dos testículos e atravessar uma série de canais eferentes até
atingirem o exterior
- Epidídimo
- É uma estrutura em forma de vírgula localizada na face posterior do testículo
- É constituído pelos canais eferentes do testículo
- É o local onde ocorre maturação dos espermatozóides

Canais deferentes:
- Têm origem no epidídimo
- Dirigem-se superiormente aos testículos
- Unem-se com vasos, nervos e linfáticos para formar o cordão espermático
- Esta estrutura prolonga-se ao longo do canal inguinal
- Entra na cavidade abdominopélvica
- Junto à próstata forma a ampola do canal deferente

Canal ejaculador:
- A vesícula seminal, localizada junto à ampola, apresenta um canal excretor o qual se funde com a
porção terminal do canal deferente, formando o canal ejaculador
- Este canal abre-se para a uretra

Uretra
- Extende-se desde a bexiga até à extremidade distal do pénis
- É uma via comum para a urina e para o esperma
- Pode ser organizada em 3 porções: Uretra prostática, Uretra membranosa, Uretra esponjosa Uretra
prostática:
- É a porção mais próxima da bexiga
- Está envolvida pela próstata
- Local onde os canais ejaculadores libertam os espermatozóides Uretra
membranosa
- É a porção mais curta
- Atravessa o pavimento do períneo
Uretra esponjosa:
- Também designada de uretra peniana
- Está envolvida pelo corpo esponjoso
- É a porção mais longa da uretra
- Termina na extremidade distal do pénis

Pénis
- É constituído por 3 porções longitudinais de tecido eréctil
- A erecção resulta da intensa circulação de sangue pelas partes constituintes
- As colunas laterais designam-se de corpos cavernosos
- A coluna dorsal forma a glande peniana, por dilatação
- A uretra abre-se para o exterior através do orifício uretral, localizado no centro da glande
- Na extremidade proximal surge a raíz do pénis que é formada pelo bulbo peniano e raíz do
corpo cavernoso
- O perpúcio é uma prega de pele inserida na base da glande, cobrindo-a
- Na face dorsal do pénis passam artérias, veias e nervos

152
Glândulas acessórias
Próstata
- Glândula de pequena dimensão
- Localizada na face posterior da sínfise púbica, na base da bexiga
- Envolve a uretra prostática e os canais ejaculadores
- A glândula é formada por uma cápsula de músculo liso e feixes de fibras musculares
- O espaço entre as fibras é coberto por epitélio cilíndrico organizado em pequenos sacos
- É para estes sacos que são excretadas as secreções prostáticas
- É através dos canais prostáticos que as secreções são libertadas na uretra prostática Glândulas
bulbo-uretrais:
- Pequenas glândulas existentes nos jovens e que apresentam um canal excretor para a uretra
membranosa

Secreções
- Sémen, esperma, líquido espermático ou seminal é uma mistura formada por
espermatozóides e secreções de várias glândulas
- 60% do líquido provem das vesículas seminais
- 30% da próstata
- 10% dos testículos e das glândulas bulbo-uretrais
- A emissão de esperma consiste na descarga do esperma para a uretra
- A ejaculação consiste na sua emissão para o exterior do corpo atarvés da uretra

Regulação da secreção das hormonas sexuais


- O hipotálamo, a hipófise e os testículos são
os factores hormonais que infuenciam o aparelho sexual masculino
- A hormona libertadora da gonadotrofina (GnRH) é libertada pelo hipotálamo e leva á secreção pela
adeno-hipófise das gonadotrofinas
- A LH e FSH são gonadotrofinas libertadas pela adeno-hipófise
- A LH liga-se às células de Leydig e potencia o ritmo e secreção da testosterona
- A FSH liga-se às células de Sertoli e promove a formação de espermatozóides
- A testosterona é um androgénio porque estimula as características sexuais secundárias do homem,
bem como o desenvolvimento dos seus órgãos sexuais
- Também infuencia o comportamento sexual e mantém a produção de células espermáticas
- A inibina é secretada pelas células de Sertoli e inibe a secreção de FSH pela adeno-
hipófise

Efeitos da testosterona
- Estimula o crescimento e desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos
- Estimula crescimento capilar
- Torna a pele e o cabelo mais grosso e áspero
- Aumenta a quantidade de melanina na pele
- Aumenta a secreção das glândulas sebáceas, causando acne na face
- Altera a voz por hipertrofia da laringe
- Ritmo metabólico mais acelerado
- N° de glóbulos vermelhos é maior
- Aumento da massa muscular esquelética
- Determina crescimento ósseo rápido
- Aumenta a deposição de cálcio no osso

153
Aparelho reprodutor da mulher
Ovários, Trompas uterinas, Útero, Vagina, Vulva, Seios
Aparelho genital feminino

Ovários
- Pequenos órgãos situados na cavidade pélvica
- Localizados de cada lado do útero
- Ligados às estruturas adjacentes através de 3 pares de ligamentos:
- Ligamento suspensor
- Ligamento largo (mesovário)
- Ligamento ovárico

- A túnica albugínea é uma densa camada de tecido conjuntivo fibroso que reveste o ovário
- Histologicamente podemos dividir o ovário em cortex e medula
- É na medula que entram os vasos, nervos e linfáticos
- No córtex estão localizados os folículos ováricos que contêm os oócitos
154
Oogénese
- Define-se como o processo de formação de um óvulo ou oócito secundário
- As oogónias são as células precursoras dos oócitos
- Estas sofrem meiose e originam oócitos de primeira ordem
- Este está envolvido por células granulosas
- A este conjunto chama-se folículo primordial
- Durante a puberdade, com o aumento da hormona FSH, o folículo primordial é convertido em
folículo primário
- Nesta altura o oócito aumenta de volume e as células granulosas tornam-se cúbicas
- À volta do oócito de primeira ordem forma-se a zona pelúcida
- Alguns folículos primários desenvolvem-se e formam folículos secundários
- As células granulosas desenvolvem-se e formam inúmeras camadas
- Entre as várias camadas surgem vesículas que contêm líquido folicular
- O antro é uma câmara formada pela fusão de diversas vesículas
- Com o crescimento do folículo secundário, as células granulosas desenvolvem-se para formar a
cápsula ou teca
- Esta é formada pela teca externa ou fibrosa e a teca interna ou vascular
- Quando existe um antro único, o folículo designa-se de maduro ou folículo de Graaf
- No folículo maduro observa-se a deslocação do oócito para a periferia
- A zona periférica designa-se de disco prolígero ou cúmulo ovárico
- O oócito de Ia ordem forma um oócito de 2 a ordem e um corpo polar por um processo
meiótico

Ovulação
- Ocorre um aumento do volume do líquido do folículo
- O oócito de 2 a ordem irrompe para o exterior do folículo - ovulação
- Se não ocorrer fecundação o oócito degenera e é eliminado
- É com a fecundação que o oócito completa o processo de meiose que estava interrompido levando a
formação de um 2o corpo polar
- O oócito passa a designar-se de ovo ou zigoto
- Mesmo depois da ovulação o folículo desempenha um papel importante
- Este vai-se transformar em corpo amarelo
- As células granulosas e a teca aumentam o seu volume e segregam hormonas
(progesterona e estrogénios)
- No caso de uma gravidez o corpo amarelo continua a aumentar de tamanho e permanece durante
todo o período gravítico
- Se não ocorrer fecundação este degenera em 10 a 12 dias formando o corpo branco
- Este leva meses ou anos a desaparecer

155
Aparelho genital feminino – ovários, trompas uterinas e útero

Trompas uterinas
- Também designadas de trompas de Falópio
- Estão localizadas lateralmente ao útero e associadas ao respectivo ovário
- Na extremidade ovárica a trompa alarga-se para formar o pavilhão ou infundíbulo
- A abertura do pavilhão designa-se de óstio ou orifício abdominal

As franjas são estruturas finas que limitam o óstio, são cobertas por epitélio mucoso ciliado
- A ampola tubárica é a porção mais longa e dilatada da trompa
- Na extremidade uterina encontramos o istmo que é uma zona mais estreita
- A porção intra-uterina da trompa ou intramural atravessa a parede uterina e termina num
orifício uterino
- A parede da trompa de falópio é formada por 3 camadas: Túnica serosa, Túnica muscular e Túnica
mucosa

- A túnica serosa é a mais exterior e é formada pelo peritoneu


- A túnica muscular é formada por músculo liso disposto de duas formas distintas:
longitudinalmente e em anel
- A túnica mucosa é a camada mais interna e é formada por epitélio cilíndrico ciliado, que
auxilia o movimento do óvulo.

Útero
- O útero é um órgão da cavidade pélvica
- Apresenta a forma de uma pêra
- A sua porção de maior volume é superior e designa-se de fundo
- A porção inferior é designada de colo uterino ou cérvix
- A porção entre o fundo e o cérvix é o corpo
- Entre o colo e o corpo encontramos uma constrição designada de istmo
- O espaço no interior do útero designa-se de cavidade uterina
- Esta continua-se inferiormente pelo canal cervical
- Este abre-se para a vagina através do óstio ou orifício externo do canal cervical
- O útero é suportado por ligamentos uterinos e pelos músculos esqueléticos do pavimento
pélvico
- Ligamentos: Redondos, Largos e Útero-sagrados
156
- A parede uterina é composta por 3 camadas: Túnica serosa ou perimétrio, Túnica muscular ou
miométrio e Túnica mucosa ou endométrio
- Perimétrio: É constituído pelo peritoneu
- Miométrio: Camada muito espessa de fibras musculares lisas e no colo o n° de fibras
musculares diminui e o tecido conjuntivo denso predomina.
- Endométrio:
- Formado por epitélio cilíndrico simples
- Observam-se glândulas uterinas que se abrem para a cavidade uterina
- Este pode ser dividido numa camada basal que é mais profuna e numa outra camada mais
superficial designada de camada funcional

Canal cervical: É revestido por epitélio cilíndrico e apresenta glândulas mucosas


cervicais.
- O muco produzido por estas glândulas serve de barreira para a passagem de substâncias da vagina
para o útero, cgom a aproximação da ovulação o muco torna-se mais fluído para a passagem dos
espermatozóides

Vagina:
- É um canal de cerca de 10 cm, que se estende desde o útero até ao exterior
- Na parede anterior e posterior encontram-se as colunas vaginais, que são saliências
longitudinais.
- Transversalmente e entre as duas colunas estão as cristas ou rugas vaginais
- Na extremidade uterina da vagina encontra-se o fundo de saco vaginal ou fórnix
- A parede vaginal é formada por duas camadas: uma muscular e outra mucosa
- A camada muscular é exterior e é formada por músculo liso
- A camada mucosa é húmida e formada por epitélio de descamação estratificado
- O orifício vaginal é obliterado por uma membrana mucosa, o hímen
- Esta estrutura é, geralmente, perfurada para deixar passar o fluxo sanguíneo durante a
menstruação
- Pode ser uni ou multiperfurada
- Durante a relação sexual o hímen pode ver as suas aberturas aumentadas
- Os órgãos genitais externos são o vestíbulo e estruturas anexas
- O vestíbulo é uma depressão onde se localiza anteriormente o meato uretral e
posteriormente o orifício vaginal
- Os pequenos lábios são pregas cutâneas longitudinais entre os quais está situado o
vestíbulo
- O clitóris é uma estrutura eréctil localizada na zona anterior do vestíbulo
- O perpúcio é uma prega de pele originada nos pequenos lábios e que cobre o clitóris
- Tal como o pénis, também o clitóris apresenta na sua constituição corpos cavernosos
- É um órgão com muitos receptores sensitivos
- Os bulbos vestibulares são estruturas erécteis localizados de cada lado do orifício vaginal
- As glândulas de Bartholin e as para-uretrais estão localizadas de cada lado do vestíbulo e têm
como função a secreção de muco para lubrificação do vestíbulo
- Os grandes lábios acompanham o trajecto dos pequenos lábios
- A união anterior dos grandes lábios forma o monte de vénus
- Toda a área que é delimitada pelos grandes lábios designa-se de fenda vulvar
- Períneo: Tal como no homem, é dividido em 2 triângulos pelos músculos transversos
superficial e profundo
- O triângulo posterior ou anal contém o orifício anal
- O triângulo anterior ou urogenital contém os órgãos sexuais externos
- Na linha média, entre a vagina e o anûs, encontra-se o centro tendinoso do períneo

157
Órgãos genitais externos

158
Glândulas mamárias
- Localizadas internamente nos seios ou mamas
- São órgãos produtores de leite
- São glândulas sudoríparas modificadas
- O mamilo, localizado no centro na mama, é rodeado por uma aréola circular
- O desenvolvimento mamário nas mulheres dá-se na puberdade devido ao aumento dos
estrogénios e da progesterona
- Ginecomastia - aumento do volume mamário no homem
- Internamente a mama é formada por lobos envoltos em tecido adiposo
- Cada lobo possui um único canal galactóforo que termina à superfície do mamilo
- Pouco antes de atingir a superfície do mamilo, o canal dilata-se, formando um seio
galactóforo ou ampola galactófora
- É nesta pequena estrutura que se acumula o leite produzido
- Dentro de cada lobo existem vários lóbulos
- Os lóbulos são formados por alvéolos
- Os alvéolos são constituídos por ácinos
- As mamas são mantidas no lugar por ligamentos suspensores da mama ou ligamentos de
Cooper

159
Ciclo menstrual
- Consiste numa sequência de acontecimento nas mulheres maduras e não grávidas que termina
com a ovulação
- A duração habitual do ciclo é de 28 dias
- A menstruação resulta da descamação do epitélio mucoso da cavidade uterina
- 1° dia ciclo - 1° dia de menstruação
- 4°/5° dia ciclo - fim da menstruação
- 6°/13° dia ciclo - fase proliferativa ou folicular
-14° dia ciclo - ovulação
- 15°/ 28° - fase luteínica ou secretora
- Novo ciclo menstrual

Ciclo ovárico
- O ciclo ovárico compreende os fenómenos que decorrem no ovário durante o ciclo menstrual
- Cerca de 25 folículos iniciam desenvolvimento e maturação
- Apenas 1 chega a libertar o óvulo
- Io - libertação de GnRH pelo hipotálamo
- 2o - estimulação da adeno-hipófise
- 3o - libertação de FSH e LH
- 4o - estimulação do crescimento e maturação folicular
- 5o - os níveis sanguíneos de estrogénios aumentam na fase folicular
- 6o - causam um efeito de feed back negativo sobre a FSH e a LH
- 7o - na fase folicular tardia o estrogénio causa feed back positivo na FSH e LH
- 8o - pico de LH e de FSH
- 9o - ovulação
- 10° - diminui a produção de estrogénio e aumenta a de progesterona
- 11° - Formação do corpo amarelo
- 12° - aumento dos níveis de estrogénio e progesterona
- 13° - diminuição de GnRH, FSH e LH
- 14° - atrofia do corpo amarelo
- Caso ocorra fecundação inicia-se a produção da HCG (gonadotropina coriónica humana) que impede a
degeneração do corpo amarelo

Ciclo uterino
- Ciclo uterino refere-se às alterações que ocorrem quer no útero quer na vagina
- Estas alterações estão relacionadas com as secreções cíclicas de estrogénio e progesterona
- Io - Menstruação
- 2o - Proliferação do endométrio
- 3o - Formação das glândulas espirais
- 4o - Ovulação
- 5o - Endométrio torna-se mais espesso (preparado para receber o ovo)
- 6o - Diminuição dos níveis de estrogénios e progesterona
- 7o - Degeneração das glândulas espirais
- 8o - Expulsão do fluído menstrual
- O estrogénio potencia a proliferação das células do endométrio
- A progesterona inibe as contracções do músculo liso

160
Gravidez Secreção hormonal na gravidez
- Os espermatozoides entram no
canal cervical, atingem o útero e
sobem até às trompas
- Neste precurso os
espermatozóides perdem o
capuz
- Ficam assim disponíveis as
enzimas necessárias para o
movimento e fecundação do
óvulo
- Os espermatozóides
sobrevivemno aparelho
feminino até 72 horas
- Após a ovulação o óvulo só se
encontra em condições de ser
fertilizado por um período de 24
horas
- Para que ocorra
fecundação, o acto sexual
deve decorrer entre 3 dias
antes e 1 dia depois
- Depois da fecundação o ovo
sofre diversas divisões celulares
- Percorre o caminho das
trompas até ao útero
- Após 7/8 dias da ovulação o
endométrio está receptivo
- O futuro embrião ou
blastómero implanta-se
- É segregada a HCG
(gonadotropina coriónica
humana)
- O corpo amarelo mantém-se
funcional
- Aumento dos níveis de
estrogénios e progesterona
- A HCG pode ser detectada na
urina de uma mulher grávida
- Apenas se mantém até à 16 a semana
- Depois do 3 o mês de gravidez o corpo amarelo deixa de ser o principal produtor de hormonas
- É a placenta torna-se um órgão endócrino, produzino as hormonas femininas
- Os níveis sanguíneos aumentam progressivamente durante a gravidez

Menopausa
- A ausência de ciclo menstrual surge por volta dos 40/50 anos e designa-se de menopausa
- A amenorreia é a ausência de ciclo menstrual
- Nesta altura o número de folículos é reduzido
- Durante a menopausa a mulher pode sofrer de afrontamentos, irritabilidade, perturbações
emocionais, etc
- Podem ser administradas pequenas doses de estrogénios durante este período
- Pode previnir os sintomas, a osteoporose mas pode levar ao desenvolvimento do tumores do útero e da
mama
161

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