1334798305diretrizes-Aha-2 Parte 001
1334798305diretrizes-Aha-2 Parte 001
1334798305diretrizes-Aha-2 Parte 001
Índice
Principais questões enfrentadas
por todos os socorristas 1
Terapias elétricas 9
AVE/AVC 18
Ressuscitação neonatal 22
Questões éticas 24
Treinamento, implementação
e equipes 25
Primeiros socorros 26
Resumo 28
Editor
Mary Fran Hazinski, RN, MSN
Assistência editorial
Leon Chameides, MD
Robin Hemphill, MD, MPH
Ricardo A. Samson, MD
Stephen M. Schexnayder, MD
Elizabeth Sinz, MD
Colaborador
Brenda Schoolfield
E ENFRENTADAS POR
sta publicação com os “Destaques das Diretrizes”
resume os principais pontos de discussão
e alterações nas Diretrizes de 2010 da TODOS OS SOCORRISTAS
American Heart Association (AHA) para Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular
de Emergência (ACE). Ela foi desenvolvida para que os Esta seção resume as principais questões discutidas nas
Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE, principalmente
profissionais que executam a ressuscitação e os instrutores
aquelas referentes ao suporte básico de vida (SBV) enfrentadas
da AHA possam se concentrar na ciência da ressuscitação
por todos os socorristas, sejam eles profissionais de saúde
e nas recomendações das diretrizes mais importantes ou
ou socorristas leigos. As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e
controversas ou que resultem em mudanças na prática ou no ACE enfatizavam a importância de compressões torácicas de
treinamento da ressuscitação. Além disso, explica o raciocínio alta qualidade (a uma frequência e profundidade adequadas,
adotado nas recomendações. permitindo retorno total do tórax após cada compressão e
Como esta publicação foi concebida como um resumo, com interrupção mínima nas compressões torácicas). Estudos
ela não menciona os estudos de apoio publicados e não publicados antes e desde 2005 demonstram que (1) a qualidade
informa Classes de Recomendações ou Níveis de Evidência. das compressões torácicas continua necessitando de melhoria,
Para obter informações e referências mais detalhadas, embora a implementação das Diretrizes da AHA 2005 para RCP
incentivam-se a leitura das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE tenha sido associada a uma melhor qualidade de RCP
e ACE, inclusive o Resumo Executivo1, publicado on-line na e maior sobrevivência; (2) existe uma variação considerável na
Circulation em outubro de 2010, e a consulta ao resumo sobrevivência à PCR extra-hospitalar entre os serviços médicos
de emergência/urgência (SME); e (3) a maioria das vítimas de
detalhado da ciência da ressuscitação no Consenso Científico
PCR súbita extra-hospitalar não recebe nenhuma manobra de
Internacional de 2010 sobre RCP e ACE, com recomendações
RCP de pessoas presentes no local. As alterações
de tratamento, publicado, simultaneamente, na Circulation2 recomendadas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e
e na Resuscitation.3 ACE tentam dar conta dessas questões e, também, fazem
Este ano marca o 50º aniversário da primeira publicação recomendações para melhorar o resultado da PCR por meio
médica revisada por pares, documentando a sobrevivência de uma nova ênfase nos cuidados pós-PCR.
após compressão torácica fechada para PCR4, e os
Ênfase permanente em RCP de alta qualidade
especialistas e profissionais que trabalham com ressuscitação
se mantêm dedicados a fim de reduzir morte e incapacitação As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE enfatizam, mais
provocadas por doenças cardiovasculares e AVE/AVC. uma vez, a necessidade de uma RCP de alta qualidade,
Pessoas presentes no local, primeiros socorristas e profissionais incluindo:
de saúde desempenham, todos, papéis importantes
• Frequência de compressão mínima de 100/minuto (em vez
na aplicação da RCP em vítimas de PCR. Além disso,
de "aproximadamente" 100/minuto, como era antes).
profissionais especialistas podem fornecer excelentes
cuidados peri e pós-PCR. • Profundidade de compressão mínima de 2 polegadas (5 cm),
em adultos, e de, no mínimo, um terço do diâmetro
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE se baseiam anteroposterior do tórax, em bebês e crianças
em um processo internacional de avaliação de evidências, (aproximadamente, 1,5 polegada [4 cm] em bebês e 2
envolvendo centenas de cientistas e especialistas em polegadas [5 cm] em crianças). Observe que a faixa de
ressuscitação de todo o mundo que avaliaram, discutiram 1½ a 2 polegadas não é mais usada para adultos, e a
e debateram milhares de publicações revisadas por pares. profundidade absoluta especificada para crianças e bebês é
O Quadro 1 contém informações sobre o processo de maior do que nas versões anteriores das Diretrizes da AHA
avaliação de evidências de 2010. para RCP e ACE.
QUADRO 1
Processo de avaliação de evidências
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE se baseiam em uma ampla revisão da literatura sobre ressuscitação e diversos debates
e discussões com especialistas internacionais em ressuscitação e membros do Comitê e Subcomitês de ACE da AHA. O Consenso
Internacional ILCOR 2010 sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, simultaneamente publicado na
Circulation2 e Resuscitation,3 resume o consenso internacional que interpretou dezenas de milhares de estudos de ressuscitação
revisados por pares. Este processo internacional de avaliação de evidências, ocorrido em 2010, envolveu 356 especialistas em
ressuscitação de 29 países, que analisaram, discutiram e debateram a pesquisa em ressuscitação em encontros presenciais,
teleconferências e sessões on-line ("webinars") durante um período de 36 meses, incluindo a Conferência do Consenso Internacional
2010 sobre a Ciência da RCP e ACE com Recomendações de Tratamento, realizada em Dallas, no estado do Texas, no início de
2010. Especialistas em planilhas produziram 411 revisões de evidências científicas de 277 tópicos em ressuscitação e atendimento
cardiovascular de emergência (ACE). O processo incluiu a avaliação estruturada de evidências, análise e catalogação da literatura.
Incluiu, também, uma rigorosa divulgação e gestão de possíveis conflitos de interesse. As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE1
contêm as recomendações dos especialistas para a aplicação do Consenso Internacional sobre a Ciência da RCP e ACE com
Recomendações de Tratamento considerando a eficácia, a facilidade de ensino e aplicação e fatores dos sistemas locais.
Não houve alteração na recomendação referente à relação A maioria das vítimas de PCR extra-hospitalar não recebe
compressão-ventilação de 30:2 para um único socorrista de nenhuma manobra de RCP das pessoas presentes.
adultos, crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos). Existem, provavelmente, muitas razões para isso, mas um
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE continuam empecilho pode ser a sequência A-B-C, que começa com
recomendando que as ventilações de resgate sejam aplicadas os procedimentos que os socorristas acham mais difíceis,
em, aproximadamente, 1 segundo. Assim que houver uma via a saber, a abertura da via aérea e a aplicação de ventilações.
aérea avançada colocada, as compressões torácicas poderão Começar com compressões torácicas pode encorajar mais
ser contínuas (a uma frequência mínima de 100/minuto) e não socorristas a iniciar a RCP.
mais alternadas com ventilações. As ventilações de resgate, O suporte básico de vida, normalmente, é descrito como uma
então, poderão ser aplicadas à frequência de cerca de uma sequência de ações, e isso continua válido para o socorrista
ventilação a cada 6 ou 8 segundos (cerca de 8 a 10 ventilações que atua sozinho. A maioria dos profissionais de saúde,
por minuto). Deve-se evitar ventilação excessiva. contudo, trabalha em equipe, cujos membros, geralmente,
executam as ações de SBV simultaneamente. Um socorrista,
Alteração de A-B-C para C-A-B por exemplo, inicia imediatamente as compressões torácicas,
enquanto outro socorrista busca um DEA/DAE (desfibrilador
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE recomendam uma automático externo) e chama o serviço de ambulância e um
alteração na sequência de procedimentos de SBV de A-B-C terceiro abre a via aérea e aplica ventilações.
(via aérea, respiração, compressões torácicas) para C-A-B
(compressões torácicas, via aérea, respiração) em adultos, Os profissionais de saúde são, novamente, incentivados a
crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos — consulte a adequar as ações de resgate à causa mais provável da PCR.
seção Ressuscitação neonatal). Essa alteração fundamental Por exemplo, se um profissional de saúde testemunhar,
na sequência de RCP exigirá novo treinamento de todos os já sozinho, o colapso repentino de uma vítima, poderá
treinados em RCP, mas o consenso entre os autores das Diretrizes presumir que a vítima sofreu uma PCR primária com um
de 2010 da AHA e os especialistas é de que o benefício valerá ritmo chocável/desfibrilável e deverá acionar imediatamente
o esforço. o serviço de emergência/urgência, buscar um DEA/DAE
e retornar à vítima para aplicar a RCP e usar o DEA/DAE.
Motivo: A vasta maioria das PCRs ocorre em adultos, e as Porém, para uma suposta vítima de PCR asfíxica, como em
taxas mais altas de sobrevivência à PCR envolvem pacientes casos de afogamento, a prioridade seria aplicar compressões
de todas as faixas etárias cuja parada/paragem foi presenciada torácicas com ventilação de resgate por cerca de 5 ciclos
por outras pessoas, com ritmo inicial de fibrilação (aproximadamente 2 minutos) antes de acionar o serviço
ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem pulso. de emergência/urgência.
Nesses pacientes, os elementos iniciais críticos de SBV
são compressões torácicas e a desfibrilação precoce. Duas partes novas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e
Na sequência A-B-C, as compressões torácicas, muitas vezes, ACE são: Cuidados Pós-PCR e Treinamento, implementação
são retardadas enquanto o socorrista abre a via aérea para e equipes. A importância dos cuidados pós-PCR é enfatizada
aplicar respiração boca a boca, recupera um dispositivo de pela inclusão de um novo quinto elo na Cadeia de Sobrevivência
barreira ou reúne e monta o equipamento de ventilação. Com a de Adultos em ACE da AHA (Figura 1). Veja o resumo das
alteração da sequência para C-A-B, as compressões torácicas principais recomendações contidas nessas novas partes nas
serão iniciadas mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo seções Cuidados Pós-PCR e Treinamento, implementação e
(isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro equipes desta publicação.
Figura 1
Cadeia de Sobrevivência de ACE Adulto da AHA
Os elos na nova Cadeia de Sobrevivência
de ACE Adulto da AHA são:
1. Reconhecimento imediato da
PCR e acionamento do
serviço de emergência/urgência
2. RCP precoce, com ênfase nas
compressões torácicas
3. Rápida desfibrilação
4. Suporte avançado de vida eficaz
5. Cuidados pós-PCR integrados
3
2 American Heart Association
R C P D E A D U LT O P O R S O C O R R I S T A L E I G O
RCP DE ADULTO Figura 2
POR SOCORRISTA LEIGO Algoritmo de SBV Adulto
simplificado
Verifique o
(com frequência e profundidade de compressão torácicas ritmo/choque
adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada caso indicado
ez
m
id
or p
f
Recomendações
Sem pulso palpado em 10 segundos, para todas as idades (apenas para profissionais de saúde)
30:2
Relação compressão- Um socorrista
30:2
ventilação (até a colocação
1 ou 2 socorristas
da via aérea avançada) 15:2
2 socorristas profissionais de saúde
Ventilações: quando
socorrista não treinado ou Apenas compressões
treinado e não proficiente
Colocar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as interrupções nas compressões torácicas
Desfibrilação
antes e após o choque; reiniciar a RCP começando com compressões imediatamente após cada choque.
Abreviações: DEA/DAE, desfibrilador automático externo; AP, anteroposterior; RCP, ressuscitação cardiopulmonar; PS, profissional da saúde.
*Excluindo-se recém-nascidos, cuja etiologia da PCR é, quase sempre, asfíxica.
Figura 3
Formas de onda de capnografia
Intervalo de 1 minuto
50
mmHg
37,5
25
12,5
0
Antes da intubação Intubado
A.
Capnografia para confirmar a colocação do tubo endotraqueal. Esta curva de capnografia mostra a pressão parcial do dióxido de
carbono exalado (PETCO2), em mm Hg, no eixo vertical, em função do tempo quando é feita uma intubação. Uma vez que o paciente esteja
intubado, detecta-se o dióxido de carbono exalado, confirmando a colocação do tubo traqueal. O PETCO2 varia durante o ciclo respiratório,
com valores mais altos na expiração final.
Intervalo de 1 minuto
50
mmHg
37,5
25
12,5
0
RCP RCE
B.
Capnografia para monitorar a eficácia dos esforços de ressuscitação. Esta segunda curva de capnografia mostra o PETCO2, em mm Hg,
no eixo vertical, em função do tempo. Este paciente está intubado e recebendo RCP. Observe que a frequência de ventilação é de
aproximadamente 8 a 10 respirações por minuto. As compressões torácicas são aplicadas continuamente a uma frequência ligeiramente
maior que 100/min, mas não são visíveis nesta curva. O PETCO2 inicial é menor que 12,5 mm Hg durante o primeiro minuto, indicando um
fluxo sanguíneo bastante baixo. O PETCO2 aumenta para um valor entre 12,5 e 25 mm Hg durante o segundo e o terceiro minutos, compatível
com o aumento do fluxo sanguíneo com a ressuscitação em andamento. O retorno da circulação espontânea (RCE) ocorre durante o quarto
minuto. O RCE é reconhecido pelo aumento abrupto do PETCO2 (visível logo após a quarta linha vertical) para mais de 40 mm Hg,
compatível com uma melhora substancial no fluxo sanguíneo.
Figura 4
Algoritmo de SAVC Circular
Qualidade da RCP
r $PNQSJNBDPNGPSÉB QPM<DN>
FSBQJEF[ öNJO
FBHVBSEF
PSFUPSOPUPUBMEPUÓSBY
r .JOJNJ[FJOUFSSVQÉ×FTOBTDPNQSFTT×FT
Grite por ajuda/acione o serviço de emergência r EvJUFWFOUJMBÉÈPFYDFTTJva
r "MUFSOFBQFTTPBRVFBQMJDBBTDPNQSFTT×FTBDBEBNJOVUPT
r 4FTFNWJBBÊSFBBWBOÉBEB
SFMBÉÈPDPNQSFTTÈPWFOUJMBÉÈPEF
r $BQOPHSBàBRVBOUJUBUJWBDPNGPSNBEFPOEB
Inicie a RCP m 4FPETCONN)H
UFOUFNFMIPSBSBRVBMJEBEFEB3$1
r'PSOFÉBPYJHËOJP
r 1SFTTÈPJOUSBBSUFSJBM
r"QMJRVFPNPOJUPSEFTàCSJMBEPS
m 4FBQSFTTÈPOBGBTFEFSFMBYBNFOUP EJBTUÓMJDB
NN)H
UFOUF
Retorno da circulação NFMIPSBSBRVBMJEBEFEB3$1
2 minutos espontânea (RCE) Retorno da circulação espontânea (RCE)
r 1VMTPFQSFTTÈPBSUFSJBM
Verifique Parada/paragem, r "VNFOUPBCSVQUPQSPMPOHBEPOP1ETCO OPSNBMNFOUF
öNN)H
&QJOFGSJOBBDBEBBNJOVUPT
ontínua
m TPYJOBT
– HJQPIJQFSDBMFNJB m TSPNCPTFQVMNPOBS
m HJQPUFSNJB m TSPNCPTFDPSPOÃSJB