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Acta Veterinaria Brasilica, v.5, n.3, p.

317-324, 2011

PLANTAS TÓXICAS DE INTERESSE PECUÁRIO EM REGIÃO


DE ECÓTONO AMAZÔNIA E CERRADO. PARTE II:
ARAGUAÍNA, NORTE DO TOCANTINS

[Poisonous plants of livestock interest in the Amazonia and Savanna ecotone region Part II: Araguaína, North of
Tocantins state, Brazil]

Ana Maria Dantas Costa, Domenica Palomaris Mariano de Souza, Tânia Vasconcelos Cavalcante, Vera
Lúcia de Araújo, Adriano Tony Ramos, Viviane Mayumi Maruo

Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical, Universidade Federal de Tocantins (UFT), Araguaína, TO

RESUMO - O trabalho objetivou determinar as plantas tóxicas de interesse pecuário na região de Araguaína.
Foram entrevistados 87 produtores rurais em 14 municípios do norte do Tocantins e foram realizadas visitas às
propriedades. Segundo os relatos, a Palicourea marcgravii e a Brachiaria decumbens foram as principais plantas
responsáveis por intoxicações, também apresentaram importância os relatos de surtos causados por Manihot
esculenta, Ipomoea asarifolia, Enterolobium contortisiliquum, Pteridium aquilinum, Dimorphandra mollis,
Stryphnodendron obovatum, Ricinus communis e Palicourea juruana. Outras plantas aparentemente de menor
importância na região foram Ipomoea setifera, Manihot glaziovii, Senna occidentallis, Enterolobium gumiferum,
Crotalaria sp. e Asclepias sp. Dentre as plantas relatadas como tóxicas para bovinos na região, mas que ainda
não tiveram sua toxicidade comprovada destacam-se Buchenavia tomentosa, como causa de abortos e mortes,
Parkia Pendula causando incoordenação, Psychotria colorata e Samanea tubulosa como causa de abortos e
Mucuna pruriens como responsável por dermatite de contato. Conclui-se que na região do ecótono Amazônia e
Cerrado as plantas tóxicas de interesse pecuário, embora guardem certa similaridade com aquelas de outras
regiões, apresentam características peculiares. Em especial, o estudo revelou a presença de plantas cuja
toxicidade ainda não foi comprovada e a ocorrência de surtos vinculados a elas evidencia sua relevância para
pecuária e, portanto, merecem investigação. Ressalta-se ainda que, embora os produtores possuam conhecimento
sobre as principais plantas tóxicas, a aparente incidência elevada dos surtos na região revela a necessidade de
estudos que visem medidas de prevenção e controle, para que os prejuízos econômicos sejam evitados.
Palavras-Chave: Bovino, intoxicação, ruminante, toxicologia.

ABSTRACT - This study aimed to determine the poisonous plants of livestock interest in Araguaína region. A
total of 87 farmers from 14 counties of northern Tocantins were interviewed and the properties were visited.
According to reports, Palicourea marcgravii and Brachiaria decumbens were the main plants responsible for
poisoning, in addition to outbreaks reports caused by Manihot esculenta, Ipomoea asarifolia, Enterolobium
contortisiliquum, Pteridium aquilinum, Dimorphandra mollis, Stryphnodendron obovatum, Ricinus communis,
and Palicourea juruana were also relevant. The apparently less important plants were Ipomoea setifera, Manihot
glaziovii, Senna occidentallis, Enterolobium gumiferum, Crotalaria sp. e Asclepias sp. Among the plants
reported as poisonous to cattle, but without toxicity yet established were mentioned Buchenavia tomentosa as a
cause of abortion and death, Parkia pendula as a cause of incoordination, Psychotria colorata and Samanea
tubulosa as abortive and Mucuna pruriens as responsible for mucosa irritation. It is concluded that the outbreaks
by poisonous plants at the ecotone region of Amazonia and Savanna show particular characteristics although
presents certain similarity to other regions of Brazil. This study revealed the presence of plants with the toxicity
not established yet and the outbreaks occurrence related to them shows the importance to livestock and deserve
to be investigated. Although the farmers have some knowledge of main poisonous plants, the high incidence of
outbreaks in the region shows that there is a lack of studies aimed at prevention and control of poisoning to avoid
economic losses.
Keywords: Cattle, poisoning, ruminant, toxicology.

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INTRODUÇÃO população total estimada de 260.490 habitantes,


ocupando uma área total de 26.493,499 km².
Na pecuária extensiva, as plantas daninhas e tóxicas
trazem grandes perdas econômicas à produção Para determinar a ocorrência das intoxicações por
animal causadas pelas mortes de animais, plantas na região foram sorteadas 87 propriedades
diminuição dos índices reprodutivos, aumento da dos 14 municípios, nas quais foram realizadas
susceptibilidade a outras doenças e diminuição da entrevistas no período de maio de 2007 e novembro
produção de leite, carne e lã (Riet-Correa & de 2008. O contato com os produtores foi mediado
Medeiros, 2001). Particularmente na região Norte do pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do
país, as plantas tóxicas são a principal causa mortis Tocantins (ADAPEC).
de bovinos, sendo responsáveis por mais óbitos do
que a raiva e o botulismo (Tokarnia et al., 2002). Para as entrevistas foram utilizados três formulários
adaptados de Silva et al. (2006). O Formulário 1
Visando o controle das intoxicações por plantas, um continha questionamentos sobre conhecimento de
aspecto relevante a ser considerado é o plantas relatadas na literatura especializada como
desenvolvimento de bons sistemas de informações tóxicas e de importância na região norte do Brasil. O
sobre a ocorrência das enfermidades regionalizadas, procedimento constituiu em apresentar as plantas
incluindo as intoxicações por plantas nos animais de pelo nome comum, acompanhado de fotografia e
produção, para diminuir, em parte, os prejuízos questionar sobre a presença daquela planta na
econômicos ocasionados pelas doenças, servindo de propriedade. Na aplicação do Formulário 2, o
base, também, para discussões referentes às medidas entrevistado era questionado sobre outras plantas
a serem instituídas para o controle e profilaxia das que ele conhecia como sendo tóxicas e que não
mesmas em cada região (Riet-Correa & Medeiros, haviam sido apresentadas no Formulário 1, com o
2001). intuito de detectar novas plantas tóxicas de interesse
específico para a região estudada. Por meio do
Assim, os estudos regionais das plantas de interesse Formulário 3, foram coletadas informações sobre as
na produção animal assumem especial importância e características das intoxicações observadas pelos
vem aumentando o número de plantas incluídas na entrevistados.
categoria de tóxicas (Silva et al., 2006).
Amostras das plantas foram obtidas durante as
Pouco se conhece sobre a ocorrência de plantas visitas às propriedades rurais e submetidas à
tóxicas na região de ecótono Amazônia e Cerrado, identificação botânica realizada pela Empresa
inserida numa zona de transição e localizada a norte Brasileira de Pesquisa Agropecuária Recursos
do Estado do Tocantins onde o clima predominante Genéticos e Biotecnologia situada em Brasília
é tropical úmido, com duas estações bem definidas, (EMBRAPA/Brasília) e pelo Herbário da
uma seca, que vai de maio a setembro, e uma Universidade Federal do Tocantins. As amostras
chuvosa, de outubro a setembro, a primeira com foram depositadas sob números de registros no
temperatura média anual de 26ºC e a segunda 32ºC Herbário do Tocantins (HTO - Número de registro).
(IBGE, 2007). Os dados obtidos foram submetidos à estatística
descritiva.
A bovinocultura de corte em regime extensivo
constitui a atividade econômica predominante nessa
região, concentrando a produção de bovinos para RESULTADOS E DISCUSSÃO
exportação de carne, couro e miúdos para mais de
130 países, com destaque para os países africanos e Os dados obtidos mediante a aplicação do
asiáticos (TOCANTINS, 2003; MAPA, 2007). Formulário 1 aos 87 entrevistados da região de
estudo são apresentados na Tabela 1.
Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo
estudar a ocorrência de plantas tóxicas de Segundo os entrevistados, as principais plantas
importância para a pecuária na região de ecótono responsáveis por surtos de intoxicação durante a
Amazônia e Cerrado, situada ao norte do Tocantins. estação chuvosa foram a Palicourea marcgravii e a
Brachiaria decumbens. De fato, tais plantas estão
relacionadas pela literatura pertinente dentre as
MATERIAL E MÉTODOS principais plantas tóxicas de importância pecuária
não apenas para a região norte do Brasil, mas
A região de estudo compreendeu 14 municípios, também para as demais regiões do país (Tokarnia et
localizados ao Norte do Estado do Tocantins, com al., 2002).

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Tabela 1. Distribuição geográfica das plantas e das intoxicações em animais por elas causadas, distribuídas segundo o
município, na região de Araguaína ao norte do Tocantins, de acordo com informações obtidas de 87 entrevistados entre maio
de 2007 a novembro de 2008.
Plantas Municípios

Palmeiras do Tocantins

Santa Fé do Araguaia

Nº de municípios

Nº de produtores
Total de surtos
Wanderlândia
Babaçulândia

Carmolândia

Darcinópolis

Muricilândia

Nova Olinda
Aragominas

Araguaína

Araguanã

Filadélfia

Xambioá
Piraquê
Arrabidaea bilabiata 0/6a 0/6 0/4 0/6 0/8 0/6 0/7 0/8 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0 0 0
Chibata
Arrabidaea japurensis 0/6 0/6 0/4 0/6 0/8 0/6 0/7 0/8 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0 0 0
Brachiaria decumbens 3/6 4/6 4/4 6/6 2/8 6/6 6/7 5/8 6/6 4/6 2/6 6/6 6/6 6/6 14 7 66
Capim braquiária (4)b (1) (2) (2) (1) (3) (1)
[4]c [1] [2] [2] [1] [3] [1]
Brachiaria radicans 0/6 0/6 0/4 0/6 0/8 0/6 0/7 0/8 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0 0 0
Tannergras
Dimorphandra mollis 0/6 2/6 0/4 3/6 0/8 1/6 1/7 1/8 0/6 1/6 0/6 0/6 0/6 1/6 5 3 10
Fava D´Anta (1) (3) (1)
[1] [3] [1]
Enterolobium 1/6 1/6 4/4 1/6 0/8 1/6 6/7 2/8 0/6 1/6 1/6 6/6 3/6 3/6 4 2 30
contortisiliquum
Tamboril
Ipomoea asarifolia 0/6 4/6 0/4 0/6 0/8 0/6 7/7 0/8 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 1 1 11
Salsa (1)
[1]
Ipomoea carnea subsp. 0/6 0/6 0/4 0/6 0/8 0/6 0/7 0/8 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0 0 0
fistulosa
Manjerana
Lantana camara 0/6 1/6 0/4 0/6 1/8 2/6 2/7 0/8 0/6 0/6 5/6 4/6 0/6 1/6 0 0 16
Chumbinho
Manihot esculenta 6/6 6/6 4/4 6/6 8/8 6/6 7/7 8/8 6/6 6/6 6/6 6/6 6/6 6/6 2 2 87
Mandioca (1) (1)
[1] [1]
Manihot spp. 1/6 1/6 1/4 0/6 1/8 1/6 0/7 2/8 0/6 0/6 1/6 2/6 0/6 1/6 0 0 11
Maniçoba
Palicourea grandiflora 0/6 0/6 0/4 0/6 0/8 0/6 0/7 0/8 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0/6 0 0 0
Palicourea juruana 2/6 1/6 0/4 0/6 1/8 3/6 0/7 1/8 0/6 0/6 1/6 1/6 0/6 1/6 1 1 10
Roxa (1)
[1]
Palicourea marcgravii 6/6 4/6 6/4 2/6 4/8 6/6 4/7 6/8 1/6 0/6 6/6 6/6 6/6 5/6 18 11 62
Erva de Rato (2) (2) (2) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (2) (1)
[2] [2] [2] [1] [3] [1] [1] [2] [1] [2] [1]
Pteridium aquilinum 0/6 6/6 0/4 3/6 2/8 0/6 1/7 0/8 0/6 0/6 2/6 1/6 0/6 0/6 1 1 21
Samambaia (1)
[1]
Ricinus communis 6/6 6/6 4/4 6/6 0/8 6/6 7/7 6/8 6/6 /6/6 6/6 6/6 6/6 6/6 2 1 77
Mamona (2)
[2]
Stryphnodendron 1/6 0/6 1/4 2/6 0/8 2/6 2/8 2/6 2/6 5/6 5/6 2/6 4/6 2 6/7 2 34
obovatum (2)
Barbatimão da folha [2]
miúda
Sorghum vulgare 6/6 4/6 4/4 6/6 2/8 4/6 7/7 3/8 0/6 6/6 6/6 4/6 2/6 1/6 0 0 55
Sorgo
a
nº de produtores que conheciam a planta / nº de produtores entrevistados; b ( ) nº de produtores que assistiram a surtos da
intoxicação; c [ ] nº de surtos que segundo os produtores ocorreram na sua região anualmente.

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Os surtos de intoxicação pela “roxa”, como é Os surtos de intoxicação por “maniçoba” Manihot
conhecida popularmente na região a P. marcgravii, esculenta ocorreram após a invasão da cultura e
acometeram bovinos que pastavam em áreas recém- consumo das folhas da planta por bovinos. Os
desmatadas, os quais apresentaram pelos arrepiados, sintomas descritos incluíram sialorréia, paresia,
depressão, queda ao solo, ataxia, convulsão, poliúria convulsões e morte alguns minutos após o inicio dos
e morte ao se movimentarem para a troca de pasto. sintomas. A intoxicação por M. esculenta ocorre
Embora, a intoxicação pela P. marcgravii seja quando as folhas frescas ou os tubérculos são
amplamente descrita para todas as regiões do Brasil, fornecidos aos animais sem os devidos cuidados
a região norte tem evidenciado o aumento de surtos, quanto à eliminação do ácido cianídrico (HCN)
devido à presença de grandes áreas alagadiças e (Tokarnia et al., 2002). Assim, como na região a
pastos recém formados que favorecem o planta é oferecida para os animais como fonte de
desenvolvimento da planta (Tokarnia et al., 2002). volumoso, principalmente durante a escassez de
Ainda, a importância da intoxicação pela P. foragem, recomendam-se cuidados no uso da forma
marcgravii na região de estudo é demonstrada pela in natura para minimizar os riscos de intoxicação
alta frequência de surtos durante a estação chuvosa, por HCN (Amorim et al., 2005).
período no qual a toxicidade é máxima em todas as
partes da planta (Riet-Correa & Medeiros, 2001). A “salsa“ (Ipomoea asarifolia) promoveu surtos de
intoxicação em bovinos caracterizada por balançar
A ocorrência de intoxicação pela ingestão do “capim da cabeça, tremores musculares e desequilíbrio dos
braquiária” (B. decumbens) em bezerros lactentes e membros posteriores ao caminhar, com recuperação
vacas paridas, foi caracterizada por lesão exsudativa dos animais após a retirada da área infestada pela
com crostas e desprendimento da pele. Os sinais planta. Intoxicações naturais pela I. asarifolia no
regrediram após a retirada dos animais das áreas Brasil foram relatadas em bovinos, ovinos e
infestadas, os quais eram colocados à sombra e caprinos, sendo os tremores e a incoordenação
tratados com antibióticos. De modo similar, ovinos atribuídas à Lectina Tóxica de Salsa, presente nas
adultos e cordeiros lactentes que pastavam em uma folhas frescas da planta (Santos et al., 2004; Mello
área exclusiva de braquiária, apresentaram além dos et al., 2010).
sinais de fotossensibilização hepatógena,
emagrecimento progressivo, apatia, mucosas pálidas, A intoxicação pelo “tamboril “(Enterolobium
icterícia e morte três meses após o inicio dos contortisiliquum) em bovinos na região costuma
sintomas. A fotossensibilização hepatógenea, a ocorrer após o consumo de frutos no período de
susceptibilidade de bezerros e cordeiros e a maior escassez de alimento e foi caracterizada por
sensibilidade de ovinos à toxicose induzida pela inapetência, anorexia e diarréia, sendo esses achados
ingestão espontânea de braquiária, já foram relatadas semelhantes aos relatos de intoxicação em bovinos
por outros autores (Lemos et al., 1996; Mendonça et de diferentes idades (Costa et al., 2009). Como
al., 2008). medida preventiva, os produtores da região evitam o
aceso dos animais às favas, por meio da mudança de
A etiopatogenia da doença não é totalmente pasto ou pelo corte de árvores nas áreas infestadas.
estabelecida, estudos sugerem que a ação
hepatotóxica esteja relacionada às saponinas Surtos associados ao consumo de “samambaia do
esteroidais litogênicas (Smith & Miles, 1991; Cruz campo” (P. aquilinum) foram relatados em bovinos,
et al., 2001) e à presença do fungo Phitomyces os sinais incluíram inapetência, anorexia,
chartarum, produtor da toxina esporodesmina emagrecimento progressivo, andar cambaleante,
(Nobre & Andrade, 1976; Saturnino et al., 2010). diarréia sanguinolenta, tosse, disfagia, regurgitação e
Embora os surtos de intoxicação pelas espécies de halitose. Os bovinos afetados eram provenientes de
Brachiaria sejam relatados com frequência nas propriedades onde a samambaia era abundante nas
regiões do Cerrado, as pastagens constituídas de áreas de pastoreio e nos locais de acesso a água, o
Brachiaria spp ocupam cerca de 51 milhões de que pode contribuir para o estabelecimento de
hectares na região, sendo os benefícios adquiridos à formas crônicas de intoxicação por samambaia
pecuária de corte no Brasil, superiores aos relatados da literatura (Peixoto et al., 2003).
problemas de fotossensibilização (Mendonça et al., Entretanto, na região de estudo não existem dados
2008). que comprovem a prevalência de carcinomas de
células escamosas ou hematúria enzoótica bovina,
Também apresentaram importância os relatos de característicos do consumo de P. aquilinum por
surtos causados por Manihot esculenta, Ipomoea período prolongado. Cabe ressaltar que as diferentes
asarifolia, Enterolobium contortisiliquum, Pteridium formas clínicas de intoxicação por samambaia não
aquilinum, Dimorphandra mollis, Stryphnodendron ocorrem com mesma frequência em diferentes
obovatum, Ricinus communis e Palicourea juruana. regiões (Moreira Souto et al., 2006).

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A ingestão de “Fava d’anta “(Dimorphandra mollis) Lantana spp, Palicourea grandiflora e Sorghum
em bovinos foi associada à ocorrência de cólica, vulgare embora conhecidas pelos entrevistados,
poliúria, oligúria, hematúria e morte em 24 horas. parecem não desencadear surtos de intoxicação na
Segundo a literatura, os surtos de intoxicação região de estudo.
ocorrem quando há escassez de pastagens e os
animais consomem as favas caídas no solo (Féres et Outras plantas mencionadas pelos produtores,
al., 2006). Porém, na região de estudo, os sinais de aparentemente de menor importância na região,
intoxicação foram observados durante o período de foram Ipomoea setifera como causa de
transição de estação, quando as favas estão incoordenação em bovinos, Manihot glaziovii
molhadas e túrgidas pelas chuvas de verão. Ainda, a (mandioca de veado) responsável por morte súbita
ampla distribuição da D. mollis no Cerrado faz com em bovinos, Senna occidentallis (fedegoso) como
que os produtores tenham conhecimento da causadora de miopatia em bovinos, Enterolobium
toxicidade da planta e evitem o acesso dos animais gumiferum (rosquinha) como causa de
aos pastos que tenham frutos maduros no chão. fotossensibilização em ovinos, Crotalaria sp
(crotalária) como causa de hepatopatia em bovinos e
Os surtos de intoxicação por “barbatimão” Asclepias sp. (oficial de sala) responsável por
(Stryphnodendron obovatum) foram caracterizados, tremores musculares em bovinos.
segundo os relatos, por diarréia e leves sinais de
fotossensibilização nos bovinos, achados estes Dentre as plantas relatadas como tóxicas para a
condizentes com os estudos de Brito et al. (2001). região, mas que ainda não tiveram sua toxicidade
Na região de estudo, as intoxicações ocorreram pelo comprovada para a pecuária destacam-se, por ordem
consumo de favas caídas ao chão no período de de ocorrência, Buchenavia tomentosa, Parkia
julho a setembro, época de estiagem. Poucos Pendula, Psychotria colorata, Samanea tubulosa e
produtores tomam medidas preventivas para evitar Mucuna pruriens.
intoxicações, possivelmente pela baixa frequência
dos surtos ou desconhecimento. O consumo de frutos maduros da “mirindiba”
(Buchenavia tomentosa) foi associado à ocorrência
Segundo os produtores, a ingestão de folhas verdes de abortamentos e/ou mortes em bovinos (Figura 1).
ou murchas de R. communis por bovinos, durante o
período crítico de estiagem, entre os meses de agosto
e setembro, promove salivação, excitação, queda ao
solo, decúbito esternal depois lateral, opístotono e
morte em aproximadamente 24 horas, dados que
corroboram aqueles encontrados na literatura (Mello
et al., 2010). A sintomatologia de ordem nervosa é
atribuída ao principio ativo tóxico ricinina presente
nas folhas e no pericarpo da planta (Tokarnia &
Döbereiner, 1997).

Os surtos de intoxicação em bovinos pela


Palicourea juruana foram caracterizados pelos
entrevistados por tontura, andar desequilibrado,
queda brusca ao solo, com tentativas de levantar sem
sucesso, convulsões com eliminação de líquido com
espuma de coloração esverdeada pela boca e narina,
e morte em aproximadamente 10 minutos. De fato, Figura 1. Buchenavia tomentosa - mirindiba.
a ocorrência de mortes de bovinos ocasionadas por
esta planta na região norte é relatada na literatura
(Tokarnia et al., 2002). Por ser bem conhecida pelos Segundo os relatos as intoxicações ocorrem no
produtores na região, medidas preventivas, período de julho a agosto e a frequência é bienal, ou
semelhantes às adotadas com a P. marcgravii, são seja, a cada dois anos, nos anos em que há maior
tomadas para evitar intoxicações. quantidade dos frutos maduros. Surtos de
intoxicação pela planta foram relatados para
A Arrabidaea bilabiata, A. japurensis e Brachiaria caprinos, ovinos e bovinos no norte Piauiense
radicans, relatadas na literatura como importantes (Mello et al., 2010). Ainda, estudo experimental com
plantas tóxicas no Norte do país não eram a B. tomentosa em ratas prenhes comprovaram que a
conhecidas pelos entrevistados na região estudada. administração de 10% da planta na dieta produz
As espécies Ipomoea carnea subsp. fistulosa, diferenças nos parâmetros reprodutivos e no

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desenvolvimento físico da prole (Nunes, et al.,


2010). Essas alterações foram evidenciadas com
base no peso e consumo de ração das mães, e
diferenças de peso encontradas nos filhotes machos,
indicando toxicidade moderada da planta, que
segundo o autor, ocorre possivelmente por
flavonóides presentes na mesma.

A ingestão de frutos molhados e fermentados de


“fava de bolota” (Parkia pendula) por bovinos
produziu inapetência, emagrecimento, pelos
arrepiados e apatia por longo período, com
recuperação espontânea em torno de 45 a 60 dias. A
P. pendula (Figura 2) tem ocorrência natural na
região Norte e Nordeste (Rosseto et al., 2009). O
estudo fitoquímico de folhas da planta levou ao
Figura 2. Parkia pendula (flores) - fava de bolota.
isolamento de substâncias químicas das classes dos
flavonóides, triterpenos, esteróides e ésteres
derivados do ácido chiquímico, compostos químicos
que possuem atividades potencialmente tóxicas e
que podem ser responsáveis pela toxicose relatada
(Souza Filho et al., 2005).

A Psychotria colorata foi responsabilizada pela


ocorrência de abortamentos em vacas (Figura 3).

O gênero Psychotria é muito comum na maioria das


florestas úmidas e desempenha importante papel
ecológico como fonte de néctar e frutos para a fauna
local (Almeida & Alves, 2000). A atividade
analgésica opióide dos alcalóides
pirrolidinoindolínicos presentes nas folhas e flores
da P. colorata tem sido amplamente investigada
(Verotta et al., 1998; Amador et al. 2001). Testes de
toxicidade aguda conduzidos em camundongos,
revelaram que a administração intraperitoneal do
extrato aquoso da planta causa sedação e ptose na
dose de 40 mg/kg, tremores e 30% de letalidade na Figura 3. Psychotria colorata – repolho.
dose de 75 mg/kg e convulsão clônica e 60% de
letalidade na dose de 100 mg/kg (Elisabetsky et al.,
1995). Porém, somente com o isolamento e a
identificação dos demais componentes ativos será
possível estabelecer o perfil terapêutico e
toxicológico desta planta (Verotta et al., 1998;
Amador et al. 2001).

A presença da Samanea tubulosa, conhecida como


“bordão”, foi associada à ocorrência de abortos em
vacas que consumiram frutos da planta molhados
pela chuva, os quais liberaram um óleo de cor
marrom com “cheiro característico” atraindo o gado
a consumi-lo (Figura 4).

A S. tubulosa é uma planta típica de capoeiras, áreas


abertas e mata ciliares onde o solo é bem suprido de
água e de boa fertilidade, sua distribuição abrange os
estados de Mato Grosso do Sul, Pará, baixo Figura 4. Samanea tubulosa - burdão.

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Amazonas e Bahia no vale São Francisco (Giachini


et al., 2010). Os frutos da S. tubulosa são do tipo
vagem e devido ao seu sabor aprazível é consumida
pelo gado, em qualquer época do ano (Mello et al.,
2010). Até o momento pouco se conhece sobre os
efeitos medicinais ou tóxicos da planta, entretanto
investigações fitoquímicas das folhas do gênero
Samanea demonstraram a ocorrêcia de alcalóides,
triterpenóides e compostos fenólicos como taninos,
flavanóides e cumarinas (Ferdous et al., 2010). De
fato, estudos experimentais relatam a ocorrência de
abortos nas diferentes espécies animais devido à
presença destas fitotoxinas (Melo et al. 2001; Santos
& Dantas, 2008).
Figura 5. Mucuna pruriens (frutos) - coir.
A ingestão de folhas de “coir” (Mucuna pruriens)
por bovinos durante o período seco foi relacionada à
ocorrência de dermatite de contato na pele e na
incidência dos surtos na região revela a necessidade
mucosa labial (Figura 5).
de estudos que visem medidas de prevenção e
controle, para que os prejuízos econômicos sejam
No Brasil, as espécies de Mucuna se desenvolvem
reduzidos ou evitados.
em regiões secas e em solos com alta acidez e baixa
fertilidade, e são descritas como sendo altamente
palatáveis para animais. As sementes da planta são
AGRADECIMENTOS
utilizadas em medicina popular para o tratamento de
doença de Parkinson, edema, impotência, verminose
Ao Programa de Pós-Gradução em Ciência Animal
e desconforto intestinal (Sathiyanarayanan &
Tropical, UFT. À CAPES/PRODOC (23038-
Arulmozhi, 2007). Além disso, diversos
039464/2008-40) e ao CNPq (501441/2009-3) pelo
constituintes fitoquímicos foram isolados das
apoio financeiro concedido. À Agência de Defesa
sementes da planta como L-DOPA, alcalóides,
Agropecuária do Estado do Tocantins pelo apoio
esteróides, terpenos, fenóis e taninos (Guerranti et
técnico e logístico necessários ao desenvolvimento
al., 2004). Possivelmente, a dermatite de contato
da pesquisa de campo. À EMBRAPA/Brasília e ao
apresentada pelos animais esteja relacionada à
Herbário do Tocantins – HTO/Porto Nacional pela
presença dos compostos fenólicos presentes na
identificação e registro das plantas.
planta (Correia et al., 2006).

Verifica-se que os relatos de intoxicação por plantas


REFERÊNCIAS
de interesse pecuário na região de ecótono
Amazônia e Cerrado, no Tocantins, são semelhantes
aos relatos da literatura para a região Norte do Almeida E.M. & Alves M.A. 2000. Fenologia de Psychotria nuda
e P. brasiliensis (Rubiaceae) em uma área de Floresta Atlântica
Brasil, contudo, apresentam características
no Sudeste do Brasil. Act. Bot. Bras. 14(3): 335-346.
peculiares. Na região de estudo é muito comum a
introdução do gado em novas áreas de pastejo, o que Amador T.A., Verotta L., Nunes D.S. & Elisabetsky E. 2001.
favorece a exposição às plantas tóxicas e daninhas Involvement of NMDA receptors in the analgesic properties of
psychotridine. Phytomedicine 8(3): 202-206.
(Tuffi Santos et al., 2004). Também merece atenção,
a presença de arbustos, árvores e forrageiras que Amorim S.L., Medeiros R.M.T. & Riet-Correa F. 2005.
crescem associadas às pastagens e se tornam a única Intoxicação experimental por Manihot glaziovii (Euphorbiaceae)
em caprinos. Pesquisa Vet. Brasil. 25(3): 179-187.
fonte de matéria verde durante o período de
estiagem, alguns dos quais, podem ser responsáveis Brito M.F.,Tokarnia C.H. & Peixoto P.V. 2001. Intoxicação
pelo desencadeamento de surtos. experimental pelas favas de Stryphnodendron obovatum (Leg.
Mimosoideae) em bovinos. Caracterização do quadro clínico.
Pesq. Vet. Bras. 21(1): 9-17.
A ocorrência de fotossensibilização, abortamentos e
mortes de bovinos, por plantas cuja toxicidade ainda Correia S.J., David J.P. & David J.M. 2006. Metabólitos
não foi comprovada pela literatura de referência, secundários de espécies de Anacardiaceae. Quim. Nova 29(6):
1287-1300.
evidenciam sua relevância para a pecuária e
merecem investigação. Embora os entrevistados Costa R.L.D., Marini A., Tanaka D., Berndt A. & Andrade, E.
possuam conhecimento em relação às principais F.M.E. 2009. Um caso de intoxicação de bovinos por
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