PREDESTINAÇÃO
PREDESTINAÇÃO
PREDESTINAÇÃO
PREDESTINAÇÃO
da reprovação é a falta de fé. Mas, quem crê? E quem não crê? A fé e a descrença estão
fundadas em Deus. Estamos às portas do mistério”.
O Autor e os Objetos da Predestinação
O decreto da predestinação é, em todas as suas partes, um ato concomitante das
três pessoas da Trindade, que são uma só sem seu conselho e em sua vontade. Mas, na
economia da salvação, como nos é revelada na Escritura, o ato soberano de
predestinação é atributo mais particularmente do Pai, Jo 17.6,9; Rm 8.29; Ef 1.4; 1Pe1.2.
Todos os homens, bons ou maus.
Os anjos, bons ou maus, a Bíblia não fala somente de anjos santos, Mc 8.38; Lc
9.26, e de anjos ímpios, que não conservaram o seu estado original, 2Pe 2.4; Jd 6; mas
também faz explícita menção de anjos eleitos, 1Tm 5.21, implicando com isso que
também há anjos não eleitos.
Surge naturalmente a questão: Como podemos conceber a predestinação dos
anjos? Para alguns, significa simplesmente que Deus determinou de modo geral que os
anjos que permanecessem santos seriam confirmados num estado de bem-aventurança,
ao passo que os demais estariam perdidos. Mas isto de modo nenhum se harmoniza com
a ideia bíblica de predestinação. Esta na verdade significa que Deus, por razões para ele
suficientes, decretou dar a um certo número de anjos, em acréscimo à graça de que
foram dotados pela criação e que incluía grande capacidade para permanecerem santos, a
graça especial da perseverança; e privar desta os demais. Há pontos de diferença entre
predestinação dos homens e a dos anjos: (1) Enquanto se pode pensar na predestinação
dos homens como infralapsária, a dos anjos só pode ser entendida como supralapsária.
Deus não escolheu certo número de anjos dentre uma multidão de anjos decaídos. (2) Os
anjos não foram eleitos ou predestinados em Cristo como Mediador, mas, sim, como
Chefe, isto é, para estarem em relação ministerial (de serviço) com ele.
Cristo como mediador. Cristo foi objeto da predestinação no sentido de que: (1)
um amor especial do pai, distinto do seu usual amor ao Filho, estava sobre ele, desde
toda eternidade, 1Pe 1.20; 2.4; (2) em sua qualidade de mediador, ele era objeto do
beneplácito de Deus, 1Pe 2.4; (3) como Mediador, Ele foi adornado coma imagem
especial de Deus, à qual os crentes devem conformar-se, Rm 8.29; e (4) o Reino, com
toda a sua glória , e os meios conducentes à sua posse, foram ordenados para ele, para
que ele os passasse aos crentes, Lc 22.29.
As Partes da Predestinação
1. Eleição
A ideia bíblica da eleição. A Bíblia fala de eleição em mais de um sentido. Há (1)
a eleição de Israel como povo, para privilégios especiais e serviço especial, Dt 4.37; 7.6-
3
8; 10.15; Os 13.5. (2) A eleição de indivíduos para algum ofício, ou para a realização de
algum serviço especial, como Moisés, Ex 3, os sacerdotes, Dt 18.5, os reis, 1Sm 10,24;
Sl 78.70, os profetas, Jr 1.5, e os apóstolos, Jo 6.70; At 9.15. (3) A eleição de indivíduos
para serem filhos de Deus e herdeiros da gloria eterna, Mt22.14; Rm 11.5; 1Co 1.27,28;
Ef 1.4; iTs 1.4; 1Pe 1.10. Esta última é a eleição aqui considera como parte da
predestinação.
Pode-se definir como o ato eterno de Deus pelo qual ele, em seu soberano
beneplácito, e sem levar em conta nenhum mérito previsto nos homens, escolhe um certo
número deles par receberem a graça especial e a salvação eterna.
Bibliografia: Teologia Sistemática Louis Berkhof. (até página, 107)
Algumas pessoas estranham o fato de Deus ter escolhido uns para salvação e
rejeitado outros. Os que assim pensam e procedem ainda não descobriram que são
finitas, mortais, limitadíssimas, ínfimas criaturas diante da incomensurável grandeza e
inimaginável soberania do augusto e supremo Criador do universo e do homem. Antes
de qualquer juízo sobre os inquestionáveis atos de Deus, bom seria que ouvíssemos
Isaias:
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos
caminhos os meus caminhos, diz o Senhor; porque assim como os céus são mais altos do
a terra, assim são os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos, e os meus
pensamentos mais altos que os vossos pensamentos ( Is 55.8,9 ).
Assim Deus, Senhor absoluto de nossas vidas, dispõe delas como bem lhe
aprouver, não havendo nisso injustiça como não há, semelhantemente, quando, do
mesmo lote, separamos um animal para reprodução, e destinamos outro ao abate.
Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Pois ele diz
a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer-me-
ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer, ou de
quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia ( Rm 9.14,15 ).
Pelo livre arbítrio natural, elegemos, para a morte ou para a vida, um ser inferior,
sem dar-lhe o mínimo direito de opção. Deus, pela sua infinita misericórdia,
incontestável e inescrutável soberania, elegeu-nos desde a eternidade para sermos seus
filhos, herdeiros das divinas promessas. O que nos resta, a nós, tão ricamente
abençoados, é a permanente gratidão ao nosso Pai Celeste.
PREDESTINAÇÃO E ETERNIDADE
5
Paulo, para demonstrar que na sociedade dos chamados há eleitos e não eleitos,
narra a história do nascimento de gêmeos: Isaú e Jacó, irmãos uni ou bivitelinos, da
mesma raça dos vocacionados, mas Deus amou Jacó e se aborreceu de Isaú. A Igreja não
é diferente: contém trigo e joio (Mt 13.24-30, 36-41) e, portanto, eleito e não eleito; e há
igrejas com mais joio e menos trigo.
ADÃO, O ELEITO?
Não vos teve o Senhor afeição nem vos escolheu porque fósseis mais numerosos
do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos
amava (Dt 7.7,8a).
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido
por nós, sendo nós ainda pecadores ( Rm 5.8).
O amor de Deus a Jacó não foi gerado e movido por nada que houvesse nele ou
expresso por ele, mas segundo a sua eterna eleição, incondicionalmente. Pelos mesmos
motivos, aborreceu-se de Isaú: Amei Jacó, porém, me aborreci de Isaú ( Rm 9.13 cf Ml
1.2,3 ).
Porque Deus não nos destinou para ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso
Senhor Jesus Cristo ( I Ts 5.9 ).
Ele tem misericórdia de quem quer ( ter misericórdia ) e também endurece a quem lhe
Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram
antecipadamente pronunciados para esta condenação ( negrito nosso ), homens ímpios,
que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único
Soberano e Senhor, Jesus Cristo ( Jd 4 ).
Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem (Jo 10.14).
Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim os que praticais
a iniquidade (Mt 7.23).