Analise
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Arcadismo no Brasil
Lira
Eu, Marlia, no sou algum vaqueiro, que viva de guardar alheio gado, de tosco trato, de expresses grosseiro, dos frios gelos e dos sis queimado. Tenho prprio casal e nele assisto; d-me vinho, legume, fruta, azeite; das brancas ovelhinhas tiro o leite e mais as finas ls, de que me visto. Graas, Marlia bela, graas minha estrela! Eu vi o meu semblante numa fonte: dos anos inda no est cortado; os Pastores que habitam este monte respeitam o poder do meu cajado. Com tal destreza toco a sanfoninha, que inveja at me tem o prprio Alceste: ao som dela concerto a voz celeste nem canto letra, que no seja minha. Graas, Marlia bela. graas minha Estrela! Mas tendo tantos dotes da ventura, S apreo lhes dou, gentil pastora, Depois que o teu afeto me segura Que queres do que tenho ser senhora. bom, minha Marlia, bom ser dono De um rebanho, que cubra monte e prado; Porm, gentil pastora, o teu agrado Vale mais que um rebanho e mais que um trono. Graas, Marlia bela, graas minha estrela. Toms Antnio Gonzaga Entendimento do texto: O arcaico acima contado por um homem e ele fala sobre uma mulher que forte, brava, e que vive na roa, em fim, uma mulher que faz o trabalho que um homem deveria fazer e alm disso, faz esse trabalho ainda melhor do que um homem faria.
Caractersticas do texto :
fugir da cidade - princpios de valorizao da natureza, vista como lugar de perfeio e pureza, em oposio cidade, onde tudo conflito.
Acontecimentos da poca: perto da morte de Toms, em janeiro de 1808, Portugal estava preste a ser invadido pelas tropas francesas comandadas por Napoleo Bonaparte. Sem condies militares para enfrentar os franceses, o prncipe regente de Portugal, D. Joo, resolveu transferir a corte portuguesa para sua mais importante colnia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses.
Lira XXI
Que diversas que so, Marlia, as horas, Que passo na masmorra imunda, e feia, Dessas horas felizes, j passadas Na tua ptria aldeia! Ento eu me ajuntava com Glauceste; E sombra de alto Cedro na campina Eu versos te compunha, e ele os compunha sua cara Eulina. Cada qual o seu canto aos Astros leva; De exceder um ao outro qualquer trata; O eco agora diz: Marlia terna; E logo: Eulina ingrata. Deixam os mesmos Stiros as grutas. Um para ns ligeiro move os passos; Ouve-nos de mais perto, e faz flauta Cos ps em mil pedaos. Dirceu, clama um Pastor, ah! bem merece Da cndida Marlia a formosura. E aonde, clama o outro, quer Eulina Achar maior ventura? Nenhum Pastor cuidava do rebanho, Enquanto em ns durava esta porfia. E ela, minha Amada, s findava Depois de acabar-se o dia. noite te escrevia na cabana Os versos, que de tarde havia feito; Mal tos dava, e os lia, os guardavas No casto e branco peito.
Beijando os dedos dessa mo formosa, Banhados com as lgrimas do gosto, Jurava no cantar mais outras graas, Que as graas do teu rosto. Ainda no quebrei o juramento, Eu agora, Marlia, no as canto; Mas inda vale mais que os doces versos A voz do triste pranto. Toms Antnio Gonzaga Entendimento do texto: Nesse arcaico, o mesmo homem do arcaico anterior fala sobre aquela mulher guerreira, Marlia, ele diz nesse arcaico que quando ele no esta perto de Marlia, ele se sente preso em um lugar escuro, como se ele estivesse em uma masmorras, mas quando ele escreve sobre Marlia, se sente livre e feliz. Basicamente a sua vida se resume em pensar em Marlia. Caractersticas do texto: Oque torna o texto um arcaico so as seguintes caractersticas: simplicidade na forma e no contedo dos poemas; versos curtos; ausncia de rimas em alguns versos; bucolismo (exaltao da vida do campo, uso de cenrios pastoris); desejo de mostrar uma realidade onde nada seja feio, idealizando-a. Acontecimentos da poca: 1789 - INCONFIDNCIA MINEIRA A Inconfidncia Mineira constituiu o mais importante de uma srie de movimentos nativistas que tiveram lugar no Brasil durante o perodo colonial. O grande desenvolvimento da minerao na capitania de Minas Gerais provocou ali o surgimento de centros florescentes, mas com o incremento da economia tornavam-se cada vez mais obsoletas as normas rgidas de controle que a metrpole exercia sobre as mais diversas formas da vida colonial. O descontentamento crescia com a adoo de certas medidas consideradas injustas, como a determinada pelo alvar de 5 de janeiro de 1785, por exemplo, que proibia a existncia, na colnia, de qualquer manufatura de tecidos, exceo feita de fazendas grossas de algodo, que serviam para roupas de escravos ou para empacotar fardos.
Barroco no Brasil
"Esse povo maldito..." [Fugindo da Bahia]
"(...) Ausentei-me da Cidade Porque esse Povo maldito me ps em guerra com todos e aqui vivo em paz comigo. Aqui os dias no me passam, porque o tempo fugitivo, por ver minha solido, para em meio do caminho. Graas a Deus, que no vejo neste to doce retiro hipcritas embusteiros velhacos entremetidos. No me entram nesta palhoa visitadores prolixos, polticos enfadonhos, cerimoniosos vadios. ()" Gregrio de Matos Entendimento do texto: O barroco acima fala sobre um homem que morava em uma certa cidade, s que l ele estava triste, porque ele no tinha paz, nessa cidade tinham pessoas que o desviava de seu caminho para ser uma pessoa melhor, quando ele saio de l finalmente ele pode continuar sua busca a paz e a ser uma pessoa melhor. Caractersticas do texto: Oque torna o texto um barroco so as seguintes caractersticas: CULTISMO ou GONGORISMO o jogo de palavras; o rebuscamento da forma, a obsesso pela linguagem culta, erudita, por meio de inverso da frase (hiprbato), do uso de palavras difceis. o abuso no emprego de figuras de linguagem, especialmente a metfora, a anttese e o hiprbato. Acontecimento da poca:
A bandeira de 1674
Elogiado pelos seus grandes servios pelas cartas rgias de 27 de setembro de 1664, de 3 de novembro de 1674, de 4 de dezembro de 1677 e de 12 de novembro de 1678, o bandeirante preador de ndios se animou empresa. Escreveu ao governador ou lhe
escreveu D. Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendona, senhor e depois primeiro visconde de Barbacena e governador-geral desde 8 de maio de 1671, incentivando-o a buscar regies de prata e esmeraldas. Deu-lhe carta patente de chefe da grande bandeira com o ttulo de "governador das esmeraldas e da conquista dos ndios Mapaxs." Para outros historiadores, como Diogo de Vasconcelos, Ferno Dias Pais Leme se ofereceu ao governador. Diz ele: "Seria chefe de ilustre famlia, senhor de vastos latifndios e milhares de escravos, aldeias de ndios que administrava, e grossos cabedais, alm de corpo de armas numeroso."
A Nossa Senhora da Madre de Deus indo l o poeta Venho, Madre de Deus, ao Vosso monte E reverente em vosso altar sagrado, Vendo o Menino em bero argenteado O sol vejo nascer desse Horizonte. Oh quanto o verdadeiro Faetonte Lusbel, e seu exrcito danado Se irrita, de que um brao limitado Exceda na soltura a Alcide monte. Quem vossa devoo no enriquece? A virtude, Senhora, muito rica, E a virtude sem vs tudo empobrece. No me espanto, que quem vos sacrifica Essa hstia do altar, que vos oferece, Que vs o enriqueais, se a vs a aplica. Gregrio de Matos Entendimento do texto: O Barroco fala sobre a devoo das pessoas a Nossa Senhora, fala tambm sobre a bondade dela e a sua riqueza espiritual, por ela ser tudo isso as pessoas so muito devotas a ela. Caractersticas do texto: Oque torna o texto um barroco so as seguintes caractersticas: CULTISMO ou GONGORISMO o jogo de palavras; o rebuscamento da forma, a obsesso pela linguagem culta, erudita, por meio de inverso da frase (hiprbato), do uso de palavras difceis. o abuso no emprego de figuras de linguagem, especialmente a metfora, a anttese e o hiprbato.
Acontecimentos da poca: Com a extino da Companhia de Jesus, em 1759, as fazendas e engenhos da zona rural, "o serto carioca", comearam a se repartir em pequenas chcaras, vivendas confortveis de arrabaldes que se originavam nas zonas norte e sul da cidade. Era o surgimento de So Cristvo e Botafogo, como reas novas procuradas pela populao. A presena dos vice-reis no Rio de Janeiro estimulou uma vida social mais intensa e, surgem a partir de 1767 os primeiros teatros da cidade: A Casa da pera, do Padre Ventura, e o teatro de Manuel Lus. Os transportes para pequenas distncias aumentam: cadeirinhas, liteiras, serpentinas e palanquins so vistos com freqncia no fim do sculo.