O projeto de lei garante aos usuários do sistema de transporte público do DF o direito de resgatar ou revalidar créditos armazenados no Cartão Mobilidade após 1 ano de validade. A justificativa cita recomendação do MPDFT para definir prazo de validade dos créditos e garantir direitos dos usuários.
O projeto de lei garante aos usuários do sistema de transporte público do DF o direito de resgatar ou revalidar créditos armazenados no Cartão Mobilidade após 1 ano de validade. A justificativa cita recomendação do MPDFT para definir prazo de validade dos créditos e garantir direitos dos usuários.
O projeto de lei garante aos usuários do sistema de transporte público do DF o direito de resgatar ou revalidar créditos armazenados no Cartão Mobilidade após 1 ano de validade. A justificativa cita recomendação do MPDFT para definir prazo de validade dos créditos e garantir direitos dos usuários.
O projeto de lei garante aos usuários do sistema de transporte público do DF o direito de resgatar ou revalidar créditos armazenados no Cartão Mobilidade após 1 ano de validade. A justificativa cita recomendação do MPDFT para definir prazo de validade dos créditos e garantir direitos dos usuários.
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CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Fábio Félix - Gab 24
PROJETO DE LEI Nº , DE 2023
(Deputado Fábio Felix) Dispõe sobre o direito de revalidação ou saque de créditos contidos no Cartão de Mobilidade pelos usuários após o decurso de 1 (um) ano.
Art. 1º Fica garantido aos usuários do Sistema de Transporte Público Coletivo do
Distrito Federal - STPC/DF o direito de pessoalmente resgatar em pecúnia ou revalidar os créditos do Cartão Mobilidade após seu vencimento. §1º Nos termos do Decreto nº 43.899, de 31 de outubro de 2022, consideram-se expirados os créditos armanezados na forma de valores monetários do Sistema de Bilhetagem Automática - SBA/DF após o decurso de 01 (um) ano de sua aquisição. §2º Excetuam-se do disposto nessa lei os créditos de titulares que venham a óbito, dado que consta regulamentação diversa pelas autoridades competentes. Art. 2º Decorrido o prazo de validade disposto no artigo 1º, a Secretaria de Mobilidade (SEMOB) deverá enviar notificação por correspondência física ou mensagem de texto, nos contatos fornecidos pelo usuário no contrato, para informar sobre a existência de créditos expirados e a possibilidade de resgatá-los ou revalidados. Art. 3º Deverá ser acrescida cláusula ao contrato do Cartão Mobilidade que informe sobre a validade dos créditos e o direito do usuário pessoalmente resgatar ou revalidar créditos expirados. Parágrafo único. No momento da celebração do contrato, o usuário deverá igualmente ser informado de forma oral pelo atendente sobre seu direito. Art. 4º Os procedimentos de resgate e revalidação dos créditos expirados deverão ser regulamentados em ato próprio pela Secretaria de Mobilidade do Distrito Federal para operacionalização pelo Banco de Brasília-BRB. Art. 5º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
A proposição intenta adequar as medidas adotadas pela Secretaria de Estado de
Mobilidade sobre créditos expirados no Cartão Mobilidade ao que dispõe Recomendação nº 02/2018 da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) ao DFTrans. A Douta Promotoria recomendou que fosse definido prazo de validade para os créditos circulantes no Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal - STPC/DF
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como uma forma de melhorar o controle financeiro e evitar fraudes no sistema e prejuízo ao erário, uma vez que na Operação Trickster, do MPDFT, foi identificado quase R$ 80 milhões em desvios. Na contramão do que previu o Governo do Distrito Federal, a Prodep recomendou expressamente que fosse garantido aos usuários o direito de, pessoalmente, resgatar ou revalidar os créditos após o prazo de vencimento, para conciliar os direitos dos usuários ao interesse público. No Distrito Federal, o cartão de transporte que integra o sistema de bilhetagem automática, chamado Cartão Mobilidade é operacionalizado pelo Banco de Brasília - BRB, e permite a recarga de valores para utilização do sistema de transporte público e integração entre modais de transporte no Distrito Federal. A título informativo, segundo o sítio do BRB, “a recarga pode ser feita pelo aplicativo BRB Mobilidade disponível nas lojas Google Play (android) e Apple Store (IOS) e ainda pelo site BRB Mobilidade.” Além disso, segundo o banco, “é possível realizar recarga presencialmente nos postos de atendimento BRB Mobilidade, nos guichês de atendimento das Estações do Metrô e Lojas BRB Conveniência, totalizando mais de 121 pontos físicos.” Essas informações demonstram que os créditos disponibilizados nos “cartões mobilidade” são adquiridos por meio de transação financeira, em que o usuário dispõe de recursos particulares com o objetivo de usufruir dos serviços prestados, em regime de concessão, pelas empresas devidamente habilitadas por contratação com o Poder Público. Portanto, após adquiridos, tais créditos são de propriedade dos usuários do sistema de transporte público e não podem ser retidos pelo Poder Público sem justificativa contratual para tanto. Nesse sentido, caso o Poder Público retivesse tais créditos, estaria intervindo ilegalmente na propriedade dos usuários, ferindo o direito constitucional à propriedade, cujas possibilidades de intervenção encontram-se previstas na CF/88, mediante ressarcimento e de forma excepcional, como para garantir a função social da propriedade. O que não se aplica ao caso em tela. Pelo contrário, a intervenção na propriedade dos usuários do transporte público, em sua maioria trabalhadores, seria como um confisco de seus créditos. Do mesmo modo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro firmou entendimento no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 0017304-17.2017.8.19.0000, ao declarar a inconstitucionalidade de trechos da Lei Estadual nº 5.628//2009, com redação dada pela Lei Estadual nº 7.506/2016. O acórdão lavrado na referida ADI atestou o entendimento de que a retenção dos valores monetários armazenados no cartão de transporte é intervenção indevida na propriedade, configurando verdadeiro confisco dos valores adquiridos pelo usuário do STPC. Transcreve-se o acórdão:
REPRESENTAÇÃO POR INCONSTITUCIONALIDADE. EXPRESSÕES
“VALE-TRANSPORTE”, “E OS CRÉDITOS ARMAZENADOS NA FORMA DE VALORES MONETÁRIOS” E “DOS CRÉDITOS ARMAZENADOS”, ESSES CONSTANTES NO ARTIGO 19, CAPUT E § 3º, DA LEI Nº 5.628, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009, COM REDAÇÃO DADA PELO ARTIGO 2º DA LEI Nº 7.506, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2016. ARTIGO 72, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, QUE REPETIU O TEOR DO ARTIGO 25, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. HÁ DE SE OBSERVAR A VEDAÇÃO IMPLÍCITA PARA QUE O ESTADO-MEMBRO LEGISLE SOBRE DIREITO TRABALHISTA, DIREITO CIVIL E TRANSPORTE, EIS QUE SE CUIDAM DE MATÉRIAS ATINENTES À COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO (CF, ART. 22, INCISOS I E XI). ARTIGO 9º, CAPUT, DA CERJ, DETERMINANDO QUE O ESTADO GARANTA, INCLUSIVE VIA ATUAÇÃO LEGISLATIVA, “A IMEDIATA E PLENA EFETIVIDADE DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS, MENCIONADOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA”, SENDO CERTO QUE A PROPRIEDADE SE ENCONTRA PREVISTA NO ARTIGO 5º, INCISOS XXII E XXIII, DA CARTA MAGNA. DES SE MODO, AO DETERMINAR QUE, APÓS O PRAZO DE VALIDADE, OS
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VALORES DOS CRÉDITOS ARMAZENADOS SEJAM DESTINADOS AO FUNDO ESTADUAL DE TRANSPORTE (§ 3º DO ART. 19 DA LEI ESTADUAL Nº 5.628, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009), A NORMA ESTADUAL INCORRE EM VERDADEIRO ATO CONFISCATÓRIO, ATINGINDO O PRÓPRIO NÚCLEO ESSENCIAL DO DIREITO À PROPRIEDADE, ESTANDO EM CONFRONTO COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, TANTO EM RELAÇÃO AO SEUS ARTIGOS 5º, INCISO XXII E 170, INCISO II, COMO NO TOCANTE AO SEU ARTIGO 150, INCISO IV QUE, EMBORA TRATE ESPECIFICAMENTE DE IMPOSTO, É EXPRESSO EM SUA MENÇÃO AO PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO. ENTEN DIMENTO PELA EXISTÊNCIA DE ATO CONFISCATÓRIO QUE TAMBÉM FORA CONSIGNADO PELO EXMO. SR. GOVERNADOR, AO VETAR PARCIALMENTE O DISPOSITIVO EM COMENTO, TENDO TAL VETO SIDO DERRUBADO NA ALERJ. COMO OBTER DICTUM, VEJA-SE QUE OS CRÉDITOS ELETRÔNICOS ARMAZENADOS NÃO PODEM SER COMPARADOS A PASSAGENS AÉREAS OU AOS CRÉDITOS DE TELEFONIA CELULAR. NESSES CASOS, O CONSUMIDOR EXPRESSAMENTE REALIZA A COMPRA ANTECIPADA DO SERVIÇO QUE, POR SUA VEZ, ENCONTRA-SE VINCULADO A UM FORNECEDOR ESPECÍFICO. EM CONTRAPARTIDA, NO CASO DESTES AUTOS, O CRÉDITO EM CARTÃO TEM O CONDÃO TÃO SOMENTE DE FACILITAR O PAGAMENTO PELO SERVIÇO, UMA VEZ QUE PODE SER UTILIZADO EM QUALQUER TRANSPORTE URBANO NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, TRATANDO-SE DE VERDADEIRO VALOR MONETÁRIO COMPARÁVEL AOS CARTÕES DE CRÉDITO PRÉ-PAGOS. TANTO É ASSIM QUE HÁ CARTÃO RIOCARD PRÉ-PAGO COM DUPLA FUNÇÃO, PODENDO SER USADO TANTO NO SISTEMA DE BILHETAGEM ELETRÔNICA QUANTO PARA O PAGAMENTO NO COMÉRCIO OU NA INTERNET. PATENTE A INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL ORGÂNICA CONSISTENTE NO VÍCIO DE COMPETÊNCIA, ANTE A OFENSA AOS ARTIGOS 9º, CAPUT, E 72, AMBOS DA CERJ, BEM COMO A INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DAS EXPRESSÕES “VALE- TRANSPORTE”, “E OS CRÉDITOS ARMAZENADOS NA FORMA DE VALORES MONETÁRIOS” E “DOS CRÉDITOS ARMAZENADOS”, ESSES CONSTANTES NO ARTIGO 19, CAPUT E § 3º, DA LEI Nº 5.628, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009, COM REDAÇÃO DADA PELO ARTIGO 2º DA LEI Nº 7.506, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2016, AMBAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO A FIM DE QUE SEJA EXCLUÍDO, DO ARTIGO 19, CAPUT E § 3º, DA LEI Nº 5.628, QUALQUER INTERPRETAÇÃO QUE PERMITA A PERDA DE VALORES INSERIDOS PELOS USUÁRIOS EM BILHETES ELETRÔNICOS NO SISTEMA DE BOLSA DE CRÉDITO. PRECEDENTES DESTE ÓRGÃO ESPECIAL E DO STF. DOUTRINA. PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. Por todo o exposto, apresento o presente projeto de lei para garantir o direito dos usuários do transporte público coletivo do Distrito Federal de resgatar em pecúnia ou revalidar os créditos expirados, processos que deverão ser devidamente regulamentados pelas autoridades competentes. FÁBIO FELIX Deputado Distrital Praça Municipal, Quadra 2, Lote 5, 4º Andar, Gab 24 - CEP: 70094902 - Brasília - DF - Tel.: (61)3348-8242 www.cl.df.gov.br - [email protected]
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