Daniel Tsukamoto Monteiro: São Paulo (2015)
Daniel Tsukamoto Monteiro: São Paulo (2015)
Daniel Tsukamoto Monteiro: São Paulo (2015)
São Paulo
(2015)
DANIEL TSUKAMOTO MONTEIRO
São Paulo
(2015)
DANIEL TSUKAMOTO MONTEIRO
Área de Concentração:
Engenharia de Transportes
São Paulo
(2015)
Este exemplar foi revisado e corrigido em relação à versão original, sob
responsabilidade única do autor e com a anuência de seu orientador.
Catalogação-na-publicação
The railway track is an essential element in the composition of rail transport and its
performance should be adequate to ensure both safety and comfort. Therefore,
several aspects should be analyzed still in the project phase, through project designs
that compare the response of the track from the point of view of different parameters
and some stablished limits. Thus, the knowledge of the mechanical behavior of the
track due to stresses imposed by the passage of rolling stock becomes essential to
the design of a structure which ensures the necessary requirements, without being
uneconomic. Since this mechanical behavior is very sensitive to vertical stiffness of
the structure, this thesis presents some analyses about the influence of this
parameter in the track response and, consequently, in its design. In this context, the
research covers both the case of ballasted tracks with freight trains and the case of
slab tracks with passenger trains in urban areas. In the first case, parametric studies
are performed by means of classical and mechanistic models with analyses of
bending moments and deflections in rails, as well as the vertical stresses on ballast,
sub-ballast and subgrade layers. In the second, it was analyzed in the parametric
studies the transmission and attenuation of vibrations causing ground borne
vibration. In addition to these, there is also an analysis of the influence of the vertical
stiffness in dynamic amplification of the static loads, which can be applied to both the
mentioned cases and even extrapolated to cases of high-speed railways. The results
showed that stiffness increases result in positive gains from the point of view of
bending moments and deflections in rails, as well as higher strength and dissipation
of vertical stresses on ballast, sub-ballast and subgrade layers. On the other hand,
this increase of stiffness also lead to higher pressures on the layers cited, in addition
to attenuation of vibrations in lower frequency ranges and higher dynamic
amplifications of static loads in the case of high-speed operation. Thus, the influence
of vertical stiffness should not be analyzed in a generic way, because, depending on
the parameter of the track response considered, it can represent a positive or
negative influence.
Keywords: Railway. Railway Track. Ballasted Track. Slab track. Track Superstructure
Design
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 18: Simplificação da área de apoio efetiva entre dormentes e lastro (Adaptado
de Bathurst e Kerr, 1995) .................................................................................................. 41
Figura 19: Arranjo experimental de Talbot para determinação das tensões na camada
de lastro (TALBOT, 1920) .................................................................................................. 43
Figura 30: Via sobre laje flutuante com apoios elastoméricos discretos (GLICKMAN,
2012) ................................................................................................................................... 64
Figura 32: Via sobre laje flutuante com isoamortecedores na Linha 11 da CPTM no
trecho Itaquera - Guaianazes ............................................................................................ 65
Figura 33: Relação entre rigidezes quase estática e dinâmica (Adaptado de Castellani
et al., 1998) ......................................................................................................................... 65
Figura 36: Nós nos trilhos para dormentes de concreto e de madeira (FERROVIA 3.0)
............................................................................................................................................ 74
Figura 38: Momentos fletores máximos calculados em função do módulo de via ....... 76
Figura 39: Diagramas de momentos fletores calculados para diferentes rigidezes de
fixação (dormente de concreto) ........................................................................................ 77
Figura 44: Bacias de deflexões calculadas para diferentes módulos de via ................. 81
Figura 50: Comparação entre bacias de deflexões calculadas para diferentes tipos de
dormentes e modelos ........................................................................................................ 86
Figura 52: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para
diferentes rigidezes de fixação (dormente de concreto)................................................. 89
Figura 53: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para
diferentes rigidezes de fixação (dormente de madeira) .................................................. 89
Figura 54: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para
diferentes módulos de elasticidade do subleito (dormente de concreto) ..................... 90
Figura 55: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para
diferentes módulos de elasticidade do subleito (dormente de madeira) ....................... 91
Figura 56: Carregamento correspondente a uma repetição de carga............................ 93
Figura 58: Cargas dinâmicas calculadas em função do módulo de via (trens de média
e alta velocidade) ............................................................................................................... 98
Figura 61: Atenuação calculada em função da rigidez por comprimento de via ........ 101
Figura 62: Atenuação calculada em função da espessura da laje flutuante ............... 102
Tabela 14: Resumo dos resultados das análises estáticas resultantes do estudo
paramétrico ........................................................................................................................ 96
Tabela 15: Frequências a partir das quais há atenuação de vibrações ....................... 100
Tabela 16: Valores globais calculados para diferentes sistemas ................................ 104
Tabela 17: Resumo dos resultados das análises dinâmicas resultantes do estudo
paramétrico ...................................................................................................................... 106
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
2 OBJETIVO ......................................................................................................... 18
6 MODELOS DINÂMICOS.................................................................................... 50
6.1 CARGA DINÂMICA VERTICAL .................................................................. 50
6.2 TRANSMISSIBILIDADE DE VIBRAÇÕES .................................................. 54
14
para uma melhoria na mobilidade urbana. A Figura 2 mostra as capacidades desses
diferentes modos de transporte, em comparação aos ônibus.
15
- Garantir um alto grau de conforto, no caso de transporte de passageiros;
Tendo em vista as funções listadas, fica claro que o desempenho da via está muito
ligado ao comportamento mecânico da mesma frente aos esforços a que está
submetida. Esse comportamento está diretamente atrelado à resposta da via e,
consequentemente, ao seu dimensionamento, que consiste na escolha da
concepção mais econômica que garanta segurança e conforto dentro de um
horizonte de projeto.
Embora boa parte das funções citadas se aplique tanto aos carregamentos de carga
quanto aos de passageiros, o projeto da via permanente para esses diferentes tipos
de material rodante tem algumas particularidades. Para os trens de carga, típicos em
vias lastradas e em regiões menos urbanizadas, deve-se projetar uma estrutura de
forma que os componentes resistam adequadamente aos esforços atuantes. Para os
trens de passageiros, além desses requisitos também há questões relacionadas ao
conforto dos usuários e ao conforto da população lindeira, quando a linha está
inserida em ambientes urbanos. Esse último problema está ligado aos ruídos e
vibrações nas edificações resultantes da passagem do material rodante e que,
segundo Pichler (2002), leva a uma baixa aceitação de novas vias em áreas
urbanas.
1
Intervalo entre trens.
17
2 OBJETIVO
Dessa forma, de maneira geral, esta pesquisa busca contribuir para um melhor
entendimento da resposta mecânica da via permanente e, assim, servir de base
para dimensionamentos mais racionais, que resultem em vias com menores custos
de construção e manutenção, sem que os requisitos técnicos de segurança e
conforto deixem de ser garantidos.
18
3 CONCEPÇÕES DE VIA PERMANENTE
O dimensionamento das vias lastradas tem de ser feito de forma que a transmissão
de carga ao longo da via não leve a esforços atuantes maiores que os esforços
admissíveis nos diferentes elementos e camadas. Isso se dá através da escolha de
componentes com propriedades e características adequadas ao tipo de
carregamento. Segundo Lichtberger (2011), a contribuição de cada componente no
19
comportamento elástico das vias lastradas pode ser quantificada conforme
apresentado na Figura 4.
Diferentemente das vias sobre lastro, em que a grade ferroviária se apoia em uma
camada granular, nas vias sobre laje, também conhecidas como slab tracks, a grade
se apoia em um elemento com características de laje, com estrutura plana e
monolítica. Lichtberger (2011) cita que o material da laje pode ser concreto com
ligante hidráulico ou material asfáltico e que, comparativamente à via lastrada, esses
materiais são muito mais rígidos que o lastro granular. A substituição do lastro por
um material mais rígido tem grande influência no comportamento mecânico da via,
pois, como se verifica na Figura 4, a camada de lastro é responsável por
aproximadamente 20% do comportamento elástico da via permanente.
20
elásticos podem ser inseridos abaixo do trilho, abaixo dos dormentes ou abaixo da
laje, esse último caso chamado de laje flutuante (Figura 5).
Esse tipo de via permite a não utilização de dormentes, de forma que os trilhos
podem ser fixados diretamente à laje. Essa configuração, comumente chamada de
fixação direta, exige cuidados especiais com relação aos conjuntos de fixação a
serem utilizados e à ancoragem dos mesmos à laje. Segundo Daniels (2004), esse
tipo de fixação é bastante adequado para regiões em túneis, pois há uma redução
da altura da via, gerando menores restrições em relação ao gabarito do túnel, e para
regiões onde a via está sobre alguma estrutura (como viadutos e vias elevadas),
pois há diminuição do peso próprio da via. De forma geral, além das aplicações
citadas, é comum o uso de fixação direta em vias em superfície, como no caso de
VLT´s e vias de alta velocidade.
Um caso específico das vias em laje se refere às vias em túneis. Nessas situações a
estrutura costuma ser assentada em um enchimento de concreto sobre o arco
invertido do túnel. A fim de se aumentar a resiliência da via, é comum a utilização de
elementos elásticos sob a laje flutuante. Esses elementos, por sua vez, são
21
apoiados em uma laje de regularização. Essa configuração típica é mostrada na
Figura 6.
22
No caso de fixação direta, Darr e Fiebig (2011) recomendam que a camada abaixo
dos trilhos seja de concreto (com ligante hidráulico), diferentemente do caso com
dormentes, que permitiria a utilização de uma base asfáltica. Abaixo dessa camada
há uma outra normalmente cimentada, que configura o limite da superestrutura.
Cabe observar que sob essa última recomenda-se a execução de uma camada dita
“anti-congelamento”, que é relevante para locais sujeitos a este tipo de condição
climática (não no caso do Brasil). Essa última camada, juntamente com o subleito e
os possíveis reforços para o mesmo, configuram a infraestrutura. Adicionalmente,
também se verifica que, com o aumento da profundidade, as camadas passam a ter
menores módulos de elasticidade, com a utilização de materiais menos nobres. Essa
configuração, em uma via real, pode ser visualizada na Figura 8.
Figura 8: Via em laje em superfície na ferrovia Hannover - Berlim (Adaptado de Lechner, 2011)
23
4 MODELOS ESTÁTICOS CLÁSSICOS
Nos modelos de viga sobre apoio elástico, a rigidez vertical da via pode ser
representada por diferentes parâmetros decorrentes de uma série de modelos
analíticos. Tais modelos podem diferir entre si pelo fato de alguns levarem em conta
a rigidez individual de cada componente da via (como trilhos, dormentes e lastro, por
exemplo), e outros considerarem a rigidez de forma global, como se os trilhos
estivessem apoiados sobre um único elemento que representaria todos os demais
componentes da infraestrutura e superestrutura. Além disso, existem diferenças
quanto à forma com que os trilhos estão apoiados, discreta ou continuamente.
Dessa maneira, são apresentados a seguir alguns dos principais modelos de viga
sobre apoios elásticos utilizados.
24
4.1.1 MÓDULO DE VIA
A hipótese de Winkler2 (1867) apud Kerr (1977) considera a via como uma viga
apoiada continuamente sobre um meio elástico, como indicado na Figura 9. Em
seguida, tomando um elemento infinitesimal (Figura 10) e impondo o equilíbrio à
flexão se tem a equação diferencial (1).
𝑑4𝑦 (1)
𝐸𝐼 + 𝑝(𝑥) = 𝑞(𝑥)
𝑑𝑥 4
2
WINKLER, E. Vortrage uber Eisenbahnbau. Verlag H. Dominicus. Praga, República Tcheca, 1867.
Em alemão
25
Onde:
Assim, Talbot (1918) utilizou um parâmetro chamado módulo de via (u) que
relaciona a reação do apoio elástico (equivalente à carga transmitida para o mesmo)
com o deslocamento vertical, conforme indicado na equação (2).
De acordo com Bathurst e Kerr (1995), uma solução para a equação (1) foi
apresentada por Schwedler, em 1882, para uma viga infinitamente longa sujeita a
uma carga pontual. Sob o conceito de módulo de via essa solução é apresentada na
equação (3), onde o valor de é obtido segundo a equação (4):
𝑄𝛽 −𝛽|𝑥| (3)
y(x) = 𝑒 [cos(𝛽|𝑥|) + 𝑠𝑒𝑛(𝛽|𝑥|)]
2𝑢
4 𝑢
𝛽= √ (4)
4𝐸𝐼
26
𝑄 −𝛽|𝑥|
M(x) = 𝑒 [cos(𝛽|𝑥|) − 𝑠𝑒𝑛(𝛽|𝑥|)] (5)
4𝛽
Figura 11: Variação do módulo de via em função de propriedades dos componentes da via
permanente (Klincevicius, 2011 adaptado de Li, 1994)
3
A espessura do subleito considera uma camada rochosa abaixo do subleito.
27
Diversos autores propuseram, para fins de dimensionamento, valores de módulo de
via a serem adotados em função de diferentes características da via, conforme
indicado na Tabela 1.
RAYMOND (1985) Plataforma de boa qualidade (via com ótima capacidade portante) 35 - 70
É possível verificar que a maioria dos autores recomenda valores de módulo de via
em função das características do subleito, o que vai ao encontro dos resultados
obtidos por Li (1994). Porém, a AREMA (2013) e o TCRP (2012) recomendam
valores em função de fatores como tipo e espessura de lastro e sub-lastro, além de
tipo e espaçamento de dormentes que, segundo Li (1994), não possuem grande
influência no módulo de via.
Vale ressaltar que a rigidez vertical das fixações não é citada para o caso de vias
lastradas, o que contraria os resultados de Li (1994), que afirma que tal fator possui
28
maior influência dentre outros considerados, como características relativas aos
dormentes, lastro e sub-lastro.
Com relação ao desempenho da via permanente, Ahlf (1975) indica que valores de
módulo de via inferiores a 13,7 MPa levam a um baixo desempenho, valores entre
13,7 e 27,5 MPa a um desempenho médio e valores maiores que 27,5 MPa indicam
um bom desempenho. Apesar de o autor não especificar um limite superior para os
valores de módulo de via, é preciso ressaltar que vias muito rígidas podem ficar
sujeitas a maiores esforços e também resultar em maiores cargas dinâmicas,
conforme será melhor detalhado no estudo paramétrico do presente trabalho. Tal
limite superior é citado por Raymond (1985), que considera um intervalo ideal entre
35 MPa e 70 MPa.
Para o caso de fixação direta, o TCRP (2012) afirma que o módulo de via pode ser
resumido em função do espaçamento (a) e do coeficiente de mola das fixações ( ),
conforme a equação (6).
𝑢= (6)
𝑎
A hipótese de que as vias em fixação direta têm módulo de via dependente apenas
da rigidez vertical e do espaçamento das fixações considera que a laje é um apoio
rígido. Essa simplificação não é válida para o caso de lajes flutuantes, visto que a
inserção de elementos elásticos abaixo da laje impede que esse conjunto (laje +
apoios elásticos) seja considerado rígido.
4
ZIMMERMANN, H. Die berechnung des eisenbahnoberbaues. Verlag W. Ernst & Sohn, 1888 (em
Alemão).
30
𝑃 |𝑥| |𝑥| |𝑥|
−
y(x) = 𝑒 𝐿𝑒 [cos ( ) + 𝑠𝑒𝑛 (𝛽 )] (8)
2𝑏𝐶𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒
4 4𝐸𝐼
𝐿𝑒 = √ (9)
𝑏𝐶
31
Figura 13: Transformação de dormentes longitudinais para transversais (Adaptado de Teixeira,
2003)
𝐴 2𝑙 ∗ 𝐵
𝑏= = (11)
𝑎 𝑎
Somando-se as equações (2) e (7), conclui-se que a relação entre o módulo de via e
o coeficiente de lastro é dada pela equação (12), onde se verifica que o coeficiente
de lastro depende também de características relativas aos dormentes, como
espaçamento, geometria e o apoio efetivo.
𝑎
𝐶= 𝑢 (12)
𝑙∗𝐵
32
Tabela 2: Valores típicos coeficiente de lastro recomendados
Assim como no caso do módulo de via, a maioria dos autores propõe valores de
coeficiente de lastro em função de características do subleito. Outros autores, como
Brina (1979) e Litchberger (2011), incluem características relacionadas ao material
da camada de lastro. Vale ressaltar a relação proposta por López-Pita5 (1976) apud
Rives, Pita e Puentes (1977), em que o coeficiente de lastro varia linearmente em
função da altura de lastro, com expressões dependentes do módulo de elasticidade
do subleito. É preciso considerar que tal relação deve ser aplicada dentro de um
intervalo específico de espessuras de lastro, visto que grandes espessuras, mesmo
que levem a grandes coeficientes de lastro, segundo a equação, não são
recomendadas para que não se tenha grandes espessuras de material granular,
deixando a via instável.
Litchberger (2011) cita que o coeficiente de lastro pode sofrer variações ao longo
das estações climáticas, em função do tipo de dormente utilizado, conforme
apresentado na Tabela 3.
5
LÓPEZ PITA A. El coeficiente de balasto y su aplicacion as estúdio de la mecânica de uma via
férrea. Revista A.I.T. n 12 1976. Pp. 53-68.
33
Tabela 3: Variação do coeficiente de lastro (aumento) em função da estação climática
(Adaptado de Lichtberger, 2011)
𝑝(𝑥) ∗ 𝑎
𝑒𝑞 = (13)
𝑦
34
Alias (1984) sugere os valores de coeficiente de rigidez de apoio indicados na
Tabela 4.
1 1 1 1 1
= + + + (15)
𝑒𝑞 𝑑𝑜𝑟𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜/𝑠𝑢𝑏−𝑙𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜
35
Sendo:
1 1 1
= + (16)
𝑒𝑞 𝑖𝑥𝑎çã𝑜 𝑙𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜+𝑠𝑢𝑏−𝑙𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜+𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜
As mesmas considerações são análogas para o caso de vias sobre laje, havendo
apenas uma substituição da segunda parcela pelo inverso do coeficiente de mola da
laje (equação (17)).
1 1 1
= + (17)
𝑒𝑞 𝑖𝑥𝑎çã𝑜 𝑙𝑎𝑗𝑒
1 1
= ⇒ 𝑒𝑞 = 𝑖𝑥𝑎çã𝑜 (18)
𝑒𝑞 𝑖𝑥𝑎çã𝑜
36
𝑒𝑞
𝑢= (19)
𝑎
Vale ressaltar novamente que essa análise não é válida para vias em fixação direta
1
com lajes flutuantes, pois haveria uma parcela referente ao apoio elástico na
𝑘𝑎𝑒
37
Figura 15: Fixação Vossloh 336 (www.vossloh-fastening-systems.com)
38
𝑄
𝐾= (20)
𝑦
Verifica-se que esse parâmetro está relacionado à resposta da via frente a carga
diretamente aplicada pelo material rodante e não à carga transmitida a um apoio,
como nos casos anteriores.
Coeficiente de
Lastro
p*(x) [kN/m²] 1 𝐾4
p*(x) = C y(x) 𝐶=
C (N/mm³) 𝑏 4𝐸𝐼
Reação Tridimensional
Reação Bidimensional
Coeficiente de
Rigidez de
Apoio F(x) [kN]
𝐾4
k eq (N/mm) F(x) = k eq y(x) 𝑒𝑞 =𝑎
4𝐸𝐼
Reação Unidimensional
Deste modo, a tensão na camada de lastro sob cada dormente (𝜎0𝑛 ) é a relação
entre a força em cada dormente e a área de apoio efetiva (𝐴𝑒 ) do mesmo, como
indicado no expressão (22).
𝐹𝑛 𝑝(𝑛 ∗ 𝑎) ∗ 𝑎
𝜎0𝑛 = = (22)
𝐴𝑒 𝐴𝑒
40
Figura 17: Distribuição de tensões e pressões resultantes nos dormentes (Adaptado de
Bathurst e Kerr, 1995)
É importante ressaltar que, em geral, não se considera que a área carregada sob o
dormente corresponda exatamente à área de contato entre o mesmo e o lastro, com
o carregamento se concentrando na região sob os trilhos (local onde ocorre a
socaria). Assim, pode-se utilizar a simplificação apresentada na Figura 18.
Figura 18: Simplificação da área de apoio efetiva entre dormentes e lastro (Adaptado de
Bathurst e Kerr, 1995)
41
Para o caso específico de dormentes de concreto, a norma NBR 11709 (2009)
apresenta diferentes formulações para o cálculo dessa área de apoio efetiva em
função da geometria dos dormentes, tanto para os do tipo monobloco quanto para
os bi-bloco.
Ainda com relação à questão da área da área de apoio efetiva na interface entre o
dormente e o lastro, cabe citar o uso de palmilhas sob dormentes, também
conhecidas como USP (under sleeper pads). Tais palmilhas são feitas de material
elastomérico e são instaladas na face inferior do dormente, de forma a se melhorar a
distribuição de tensões através de uma maior área de contato com o lastro. Com a
diminuição das tensões de contato, passa a haver menor quebra do lastro e,
consequentemente, há menor contaminação de finos oriundas dessa quebra.
Marques (2012) apresenta algumas análises mecanicistas a respeito do
comportamento da via permanente com a utilização dessas palmilhas.
Uma vez calculada a tensão vertical sobre o topo da camada de lastro, a mesma se
dissipa com o aumento da profundidade ao longo das camadas de lastro, sublastro e
subleito. Para o cálculo dessa dissipação podem ser utilizadas diversas equações,
porém no dimensionamento clássico se utiliza mais comumente as equações
empíricas de Talbot (1920) e da JNR, desenvolvida em 1965, segundo Bathurst e
Kerr (1995).
42
Figura 19: Arranjo experimental de Talbot para determinação das tensões na camada de lastro
(TALBOT, 1920)
53,87
𝜎𝑧 = ∗ 𝜎00 (23)
𝑧1,25
43
É importante ressaltar o fato de que a equação (23) considera apenas a influência
do dormente mais carregado, desprezando a contribuição dos demais. Tal
simplificação é bastante utilizada para fins de dimensionamento, pois a influência
dos demais dormentes só é significativa a grandes profundidades. Esse fato é
exemplificado pelos estudos de Klincevicius (2011), em que são comparados os
métodos de Talbot com um dormente carregado e com cinco dormentes carregados
e só passa a haver diferença nas tensões calculadas a partir de 50 cm de
profundidade.
50
𝜎𝑧 = ∗𝜎 (24)
10 + 𝑧1,35 00
44
Figura 20: Esquematização dos ângulos de espraiamento de tensões verticais
𝑡𝑎𝑛 (𝛼𝑠𝑢𝑏−𝑙𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜 )
𝐶𝐸𝑠𝑢𝑏−𝑙𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜 = = 0,87 (25)
𝑡𝑎𝑛 (𝛼𝑙𝑎𝑠𝑡𝑟𝑜 )
45
5 MODELOS ESTÁTICOS MECANICISTAS
- Os números 1 a 121 da malha referem-se aos pontos nodais (nós) nos dormentes;
- Os números 122 a 167 da malha referem-se aos pontos nodais (nós) nos trilhos;
47
Figura 21: Grade de elementos finitos do programa FERROVIA (Adaptado de Spada, 2003 e
Rodrigues, 1993)
48
Medina e Motta (2015) afirmam que o programa é constituído de sete subprogramas
com as seguintes funções específicas:
Ainda que os modelos estáticos possibilitem análises simples, os mesmos são muito
importantes no que diz respeito ao comportamento mecânico da via permanente,
tanto do ponto de vista das solicitações a que a via está sujeita quanto da resposta
mecânica da mesma. Porém, esses modelos acabam por omitir algumas
particularidades muito significativas, principalmente no caso de vias em laje
submetidas ao tráfego de trens de passageiros.
𝑄𝑑 = 𝑄 ∗ 𝐹𝐴𝐷 (27)
50
Tabela 7: Modelos de fator de amplificação dinâmica utilizados
𝐹𝐴𝐷 = 1 + 𝑡 ∗ 𝑠 ∗ 𝜑
V = Velocidade (km/h)
t = 1 para 68,3% de confiabilidade estatística
V = Velocidade (km/h)
LI e SELIG 0,521𝑉
𝐹𝐴𝐷 = 1 + D = Diâmetro da roda
(1998) 𝐷
(cm)
6
EISENMANN, J. Stress distribution in the permanent way due to heavy axle loads and high speeds.
In: Proceedings of the American Railway Engineering Association (AREA), Vol. 71,1970, pp. 24‐59.
51
- As ligações entre os elementos da via são elásticas;
52
Assim, a formulação passa a ser diferente da utilizada para o FAD, de forma que no
presente modelo de Prud´Homme a carga dinâmica é composta pela carga estática
mais a média quadrática entre os esforços relacionados às massas suspensas
(Qmsusp ) e os relacionados às massas não suspensas (Qmñsusp ). O fator 2 que
multiplica a média quadrática se refere a uma distribuição normal com confiabilidade
estatística de 95,5 %. (LÓPEZ-PITA, 2006).
V
Qmñsusp = f𝑟𝑜𝑑𝑎 f𝑡𝑟𝑖𝑙ℎ𝑜 √K Mñsusp (29)
100
Em que:
V = velocidade (km/h);
53
Qmsusp = 𝑓𝑚𝑟 Qe (30)
Em que:
Carvalho (2015) afirma que o corpo humano responde a uma média de amplitudes,
pois leva algum tempo para perceber a existência de vibrações. Assim, é comum a
utilização de uma amplitude média correspondente à raiz quadrada da média das
amplitudes do sinal ao quadrado, chamada RMS (root mean square).
v
Lv = 20 log (31)
vr
Para a velocidade de referência (vr ) foi adotado o valor de 25,4 x 10-9 m/s, que é o
valor utilizado em algumas normas internacionais, inclusive pela FTA (2006), que é
usualmente adotada como referência em projetos metroferroviários.
𝐿𝑣𝑖
𝑉𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 = 10log(∑ 10 10 ) (32)
55
A FTA (2006) recomenda os seguintes valores limites para diferentes edificações,
em função do tipo de uso (Tabela 8).
Tabela 8: Limites de níveis globais de vibração (Carvalho, 2015 adaptado de FTA, 2006)
56
alguns aspectos relativos aos fenômenos de geração das vibrações e a transmissão
e isolamento das mesmas no caso específico de vias em laje flutuante.
Com relação à geração de vibrações, Hunt e Hussein (2007) consideram cinco tipos
de mecanismos:
2 - Excitação devido ao suporte discreto dos dormentes: faz com que haja diferentes
rigidezes verticais na direção longitudinal;
3 - Imperfeições em juntas dos trilhos: tal mecanismo teve sua importância diminuída
ao longo dos anos, devido à utilização de trilhos longos soldados;
𝑉
𝑓= (33)
λ
58
Figura 26: Modelo massa mola excitado por força harmônica
59
corresponde ao apoio elástico da laje flutuante, e não aos parâmetros estáticos já
descritos (módulo de via, coeficiente de lastro e coeficiente de rigidez de apoio).
𝑤𝑛 1
𝑓𝑛 = = √ (34)
2𝜋 2𝜋 𝑀
Sob o ponto de vista dinâmico, a via permanente deve ser concebida de forma que a
transmissibilidade de vibrações ao longo da mesma seja adequada, para que tais
vibrações, ao se propagarem, não cheguem aos receptores em níveis acima dos
estabelecidos. Nesse contexto, o isolamento das vibrações pode ser quantificado em
termos de força ou de movimento (deslocamento, velocidade ou aceleração),
através do parâmetro de Transmissibilidade (TR), que é a relação entre a amplitude
da força ou movimento aplicados ao sistema e as respectivas amplitudes
transmitidas pelo mesmo. Johnson (2002) mostra que o valor de TR é idêntico em
60
termos de deslocamento, velocidade, aceleração ou força e pode ser calculado
conforme a equação (37).
𝑄𝑡 𝑦𝑡 𝑣𝑡 𝑎𝑡 1 + (2𝜉𝑟)2
𝑇𝑅 = = = = = √ (37)
𝑄0 𝑦0 𝑣0 𝑎0 (1 − 𝑟 2 )2 + (2𝜉𝑟)2
Onde:
𝑤
𝑟= = parâmetro de frequência adimensional;
𝑤𝑛
𝜉 = fator de amortecimento.
4
ξ=1
TR
3 ξ=0,75
ξ=0,5
2
ξ=0,25
1 ξ=0
0
0 1 2 3 4
r
61
O gráfico mostra que, independentemente do fator de amortecimento, TR só é
menor que 1 para valores de r maiores que √2, de forma que só existe atenuação
para frequências de excitação (f) maiores que √2 𝑓𝑛 . Sendo assim, o princípio de
atenuação de vibrações transmitidas pela via permanente está intimamente ligado à
redução da frequência natural do sistema, para que haja atenuação em um maior
intervalo de frequências de excitação. Para tanto, visto que 𝑓𝑛 é dada pela equação
(33), a redução da frequência natural pode ser obtida através da diminuição da
rigidez ou do aumento da massa.
O último pode ser conseguido com o aumento da massa não suspensa ou com o
aumento da massa da via. De acordo com a massa por comprimento de via e a
frequência natural, Pichler (2000) classifica os sistemas massa mola conforme
indicado na Tabela 9.
Figura 28: Instalação de manta elastomérica no VLT de Santos no trecho Barreiros - Porto
(GAVA, MORAIS e KRUK, 2015)
63
isoamortecedores (molas helicoidais de aço), que ficam embutidos na laje, conforme
a Figura 31 e a Figura 32.
Figura 30: Via sobre laje flutuante com apoios elastoméricos discretos (GLICKMAN, 2012)
64
Figura 32: Via sobre laje flutuante com isoamortecedores na Linha 11 da CPTM no trecho
Itaquera - Guaianazes
Carvalho (2015) cita que, para os materiais elastoméricos utilizados como apoios
para lajes flutuantes, a rigidez dinâmica, na maior parte das vezes, é superior à
rigidez quase estática, pois a amplitude das deformações se mantém constante e a
tensão aumenta proporcionalmente com a frequência. Segundo Castellani et al.
(1998), para tais materiais, a partir de uma certa frequência de estabilização a
rigidez tende a se manter constante, conforme Figura 33. Já para os
isoamortecedores, Wagner (2004) afirma que as rigidezes dinâmica e estática são
equivalentes.
Figura 33: Relação entre rigidezes quase estática e dinâmica (Adaptado de Castellani et al.,
1998)
65
Assim, tendo em vista as diferentes concepções de laje flutuante citadas, algumas
frequências naturais típicas de cada sistema são apresentadas na Tabela 10, em
ordem decrescente.
𝑣0 𝑣𝑡 𝑣0
𝐴𝑡 = 𝐿𝑣0 − 𝐿𝑣𝑡 = 20 log ( ) − 20 log ( ) = 20 log ( ) =
𝑣𝑟 𝑣𝑟 𝑣𝑡
(38)
(1 − 𝑟 2 )2 + (2𝜉𝑟)2
= 20 log(1/𝑇𝑅) = 20log(√ )
1 + (2𝜉𝑟)2
𝐴𝑡 = 20log(|1 − 𝑟 2 |) (39)
66
7 METODOLOGIA DO TRABALHO
Para as análises das vias lastradas de carga foi realizado, primeiramente, um estudo
da influência do módulo de via no dimensionamento clássico da grade ferroviária, no
que diz respeito a momentos fletores e deflexões nos trilhos, com variações de
módulos de via entre 15 MPa e 75 MPa. Esse mesmo tipo de análise foi realizado
com o modelo do programa FERROVIA 3.0, com variações de rigidez vertical das
fixações (25.000 kgf/cm a 200.000 kgf/cm), tipo de dormente (madeira e concreto) e
módulo de elasticidade do subleito (200 kgf/cm² a 2.000 kgf/cm²). Os resultados do
modelo mecanicista foram comparados com os obtidos com o modelo clássico para
módulos de via típicos de vias com dormentes de concreto e madeira. Essa
comparação também foi realizada para as tensões verticais nas camadas de lastro,
sub-lastro e subleito, em que os modelos clássicos utilizados foram o de Talbot e da
JNR para a dissipação desses esforços verticais.
67
Para as vias de média e alta velocidade, o modelo de Prud´Homme serviu como
base para análises relativas à influência do módulo de via na amplificação dinâmica
das cargas estáticas, em que as velocidades foram variadas entre 100 km/h e
400 km/h. No caso de 100 km/h os resultados também foram comparados aos
obtidos pela método clássico de Eisenmann para o cálculo de cargas dinâmicas.
Tipo de Via
Modelos
utilizados
Parâmetros variáveis
de entrada
Parâmetros da
resposta da via
analisados
entrada
68
8 ESTUDO PARAMÉTRICO
Figura 35: Trem-tipo para as análises estáticas (Adaptado da Especificação Técnica AN1016-3
da CPTM)
69
A carga considerada para os cálculos foi obtida através da equação recomendada
por Li e Selig (1998), conforme indicado na equação (40), em que V é a
velocidade (em km/h) e D é o diâmetro da roda (em cm).
0,521 V
Qd = Q ∗ 1 + = 15 ∗ 1,27 = 19,07 𝑡 (40)
𝐷
Vale dizer que o cálculo levou em conta a velocidade máxima (45 km/h) e o diâmetro
de roda (86,40 cm) recomendados pela ET AN1016-3 da CPTM, resultando numa
carga dinâmica por roda de 19,07 t.
Como o carregamento crítico é de carga, o estudo tomou como base uma via
permanente em lastro, pois é o caso mais comum para esse tipo de carregamento.
Os parâmetros relativos à via permanente se encontram resumidos na Tabela 11.
Elemento Parâmetros/Propriedades
Largura Área da
Tipo E (kgf/cm²) I (cm^4)
Trilho patim(cm) Seção (cm²)
UIC 60 2.100.000,00 3.055,00 15,00 76,87
Tipo (Rigidez) çã (kgf/cm)
Rígida 200.000,00
Fixação Média 100.000,00
50.000,00
Resiliente/Elástica
25.000,00
Espaçamento E Comprimento Área da
Tipo I (cm^4) Largura (cm)
(cm) (kgf/cm²) (cm) Seção (cm²)
Dormente
Madeira 54,00 150.000,00 9.826,00 24,00 280,00 408,00
Concreto Monobloco 60,00 320.000,00 31.365,15 30,00 280,00 612,50
Ângulo de Coesão
Espessura (cm) E (kgf/cm²) Poisson Subcamadas
Lastro atrito (°) (kgf/cm²)
30 2500 0,35 44 0 10
Ângulo de Coesão
Espessura (cm) E (kgf/cm²) Poisson Subcamadas
Sub-Lastro atrito (°) (kgf/cm²)
20 2000 0,35 44 0 10
Ângulo de Coesão
Espessura (cm) E (kgf/cm²) Poisson
atrito (°) (kgf/cm²)
200 (CBR=2%)
Subleito
500 (CBR=5%)
200 0,4 28 0,15
1000 (CBR=10%)
2000 (CBR=20%)
70
O trilho considerado foi o UIC-60 e os dormentes de madeira e de concreto
monobloco, com seus respectivos parâmetros geométricos e propriedades
mecânicas. Com relação ao espaçamento entre dormentes, foram considerados os
valores tipicamente adotados de 0,54 cm (1.852 dormentes/km) e de 0,60 cm (1.667
dormentes/km) para os dormentes de madeira e de concreto, respectivamente.
71
questão expressa a compressão entre trilho e dormente e no caso de dormentes de
concreto a maior influência é da palmilha do conjunto, enquanto que em dormentes
de madeira também há a influência da compressão do próprio dormente, resultando
em menor rigidez nesse ultimo caso. Porém, caso seja considerada a rigidez
individual do conjunto de fixação, pode ocorrer o contrário, pois em dormentes de
concreto a presença da palmilha elastomérica pode resultar em maior elasticidade.
Rangel; Aragão e Motta (2015) apresentam discussões mais aprofundadas a
respeito dessa questão através de simulações numéricas mais complexas e também
a respeito das limitações da modelagem dos conjuntos de fixação através de molas.
Em alguns casos a rigidez das fixações e o módulo do subleito foram mantidos fixos,
sendo adotados os valores de referência em amarelo na Tabela 11, de forma que,
quando não houver informações sobre a variação de algum desses parâmetros, é
porque tais valores de referência foram utilizados.
Por fim, a utilização de unidades fora do padrão do SI, como kgf/cm e kgf/cm², está
relacionada ao fato de o programa FERROVIA se utilizar dessas unidades. Foram a
analisados 14 casos com diferentes parâmetros de rigidez, conforme a Tabela 12.
72
Tabela 12: Análises realizadas com o programa FERROVIA 3.0
Modulo de
k Fixação
Caso Dormente Resiliência do
(kgf/cm)
Subleito (kgf/cm²)
1 concreto 100000 200
2 concreto 100000 500
3 concreto 100000 1000
4 concreto 100000 2000
5 concreto 25000 1000
6 concreto 50000 1000
7 concreto 200000 1000
8 madeira 100000 200
9 madeira 100000 500
10 madeira 100000 1000
11 madeira 100000 2000
12 madeira 25000 1000
13 madeira 50000 1000
14 madeira 200000 1000
Pontos de Aplicação do
Parâmetro Tipo de Dormente
Carregamento
Pontos nodais 132, 138,
Deflexões (trilhos) Concreto/Madeira
155 e 161
Momentos Fletores Pontos nodais 132, 138,
Concreto/Madeira
(trilhos) 155 e 161
Pontos nodais 133, 139,
Concreto
Tensão Vertical de 156 e 162
contato dormente/lastro Pontos nodais 131, 137,
Madeira
154 e 160
Pontos nodais 133, 139,
Concreto
Tensões Verticais no 156 e 162
pavimento ferroviário Pontos nodais 131, 137,
Madeira
154 e 160
73
Figura 36: Nós nos trilhos para dormentes de concreto e de madeira (FERROVIA 3.0)
Distância ao longo
do trilho (m)
-30,00
-20,00
-10,00 u = 15 MPa
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
u = 30 MPa
Momento (kNxm)
0,00
u = 45 MPa
10,00 u = 60 MPa
20,00 u = 75 MPa
30,00
40,00
50,00
Figura 37: Diagramas de momentos fletores calculados para diferentes módulos de via
75
Os momentos máximos são de grande importância no dimensionamento da via no
que diz respeito à escolha do perfil de trilho a ser utilizado, pois tais valores são
proporcionais às tensões normais máximas de tração e compressão no trilho. A
AREMA (2013) recomenda valores próximos a 125 MPa para as tensões normais
admissíveis no trilho (σadmtrilho ), para que não haja ruptura do trilho, levando em
conta aspectos relativos à fadiga.
50,00
Momento Máximo (kNm)
45,00
35,00
Limite Admissível
30,00 (AREMA, 2013)
25,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Módulo de Via (MPa)
76
corresponde ao limite inferior sugerido por Ahlf (1975), abaixo do qual a via passaria
a ter um desempenho ruim.
-10
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
0
Kf = 50.000 kgf/cm
10
Kf = 25.000 kgf/cm
20
30
u = 41,4 MPa -
40 dormente de
concreto (AREMA)
50
Figura 39: Diagramas de momentos fletores calculados para diferentes rigidezes de fixação
(dormente de concreto)
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
0
Kf = 50.000 kgf/cm
10
20 Kf = 25.000 kgf/cm
30
u = 20,7 MPa -
40 dormente de madeira
(AREMA)
50
Figura 40: Diagramas de momentos fletores calculados para diferentes rigidezes de fixação
(dormente de madeira)
77
O que se verifica é que fixações mais elásticas levam a maiores momentos fletores
nos trilhos e, assim como no caso do módulo de via, o comportamento não é linear,
com o diagrama tendendo a se manter constante com os aumentos de rigidez. De
forma geral, os diagramas não se mostraram muito sensíveis às variações das
fixações.
-10
Momento (kN x m)
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 E = 1000 kgf/cm²
0
E = 500 kgf/cm²
10
20 E = 200 kgf/cm²
30
u = 41,4 MPa -
40 dormente de concreto
(AREMA)
50
78
Distância ao longo do trilho (m)
-30
E = 2000 kgf/cm²
-20
Momento (kN x m)
Por fim, foi analisada a influência do tipo de dormente, conforme a Figura 43.
-20
Dormente de Concreto
-10 (FERROVIA 3.0)
Momento (kN x m)
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
Dormente de Madeira
0
(FERROVIA 3.0)
10 u = 41,4 MPa - dormente
de concreto (AREMA)
20
u = 20,7 MPa - dormente
30 de madeira (AREMA)
40
50
Figura 43: Comparação entre diagramas de momentos fletores calculados para diferentes tipos
de dormente e modelos
79
O gráfico da Figura 43 mostra que o tipo de dormente tem maior influência no caso
do modelo clássico, sendo o modelo mecanicista pouco sensível a esse tipo de
variação. Outro fato que chama atenção é que no caso da viga sobre apoio elástico
os maiores esforços ocorrem com dormentes de madeira, enquanto que no caso do
programa FERROVIA 3.0 ocorre o contrário. No caso de concreto, mesmo com
apoios mais rígidos (o que isoladamente resultaria em menores momentos), o
espaçamento entre apoios é maior, o que faz com que os momentos aumentem
devido ao aumento do “vão” entre apoios. Uma vez que o modelo clássico utilizado
considera a hipótese de que o trilho é continuamente apoiado, o espaçamento entre
dormentes passa a não influir no resultado, que fica condicionado apenas à
diferença de rigidez entre os dois tipos de apoio. Esse fato corrobora os resultados
obtidos por Klincevicius (2011), em que a autora mostra que o espaçamento entre
dormentes não influi nas deflexões e tensões distribuídas nos trilhos, segundo o
modelo de viga sobre apoio elástico contínuo. O problema citado poderia ser
amenizado com a utilização de algum modelo clássico que considere o
espaçamento entre dormentes, como no caso do modelo de Coeficiente de Lastro,
que utiliza tal parâmetro no cálculo da largura do dormente longitudinal teórico ou no
caso do modelo de Coeficiente de Rigidez de Apoio, que já parte da premissa de
que os apoios são discretos.
Ressalta-se também que para todos os casos os momentos máximos obtidos pelo
modelo mecanicista são menores que o limite de 45 kNm discutido anteriormente.
Além disso, os diagramas do programa FERROVIA 3.0 apresentam uma
incompatibilidade no eixo de simetria, uma vez que ocorrem momentos positivos
nessa região, ao invés de momentos negativos. Esse fato muito provavelmente se
deve às condições de vinculação e contorno impostas nesse eixo de simetria.
80
vertical durante a passagem do material rodante e à segurança devido a
mecanismos de degradação relacionados à repetição dessas deflexões, como o
bombeamento de finos e os processos de fadiga.
-1,00
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 Distância ao longo
0,00 do trilho (m)
1,00
u = 15 MPa
2,00
Deflexões (mm)
u = 30 MPa
3,00
u = 45 MPa
4,00
u = 60 MPa
5,00
u = 75 MPa
6,00
7,00
8,00
81
Também foram analisadas as deflexões máximas, que são muito importantes, pois
além de poderem ser consideradas um parâmetro de desempenho da via, devem
ser verificadas em seu dimensionamento, para que estejam dentro de limites
preestabelecidos. Sendo assim, foram considerados alguns limites considerados por
Lundgren et al7. (1970) apud Hay (1982). O primeiro, chamado aqui de “Limite 1”,
estabelece uma deflexão máxima de 5,0 mm para que a via tenha uma vida útil
indeterminada (ou seja, tendendo a infinito). O outro critério utilizado pelo autor,
chamado aqui de “Intervalo 2”, recomenda que as deflexões máximas se
mantenham entre 3,3 e 6,4 mm, de modo a garantir uma adequada relação entre
flexibilidade e rigidez para vias de carga pesada.
10,00
9,00
Deflexão Máxima (mm)
8,00
7,00 Deflexão
Máxima
6,00
5,00 Intervalo 2
4,00 .
3,00
Limite 1
2,00
1,00
0,00
0 20 40 60 80 100
Módulo de Via (MPa)
Conforme já citado, a relação entre deflexões e módulos de via não é constante. Tal
fato pode ser melhor observado no gráfico da Figura 45, em que há grande variação
de deflexões máximas para vias mais elásticas, além de uma tendência de pouca
variação em vias mais rígidas. Essa tendência mostra que os módulos de via devem
ser mantidos acima de um valor mínimo, pois abaixo desse a via passa a ter
grandes deflexões, podendo haver processos de degradação acelerados.
7
LUNDGREN, J. R. et al. A simulation Model of Ballast Support and the Modulus of Track Elasticity.
Civil Engineering Studies, Transportation Series No. 14, University of Illinois, Urbana, Illinois, 1970.
82
Com relação aos limites citados, o intervalo recomendado para que se tenha uma
boa combinação entre flexibilidade e rigidez equivale a módulos de via entre 16 e
33 MPa aproximadamente, enquanto o limite para que a via tenha uma vida útil
indeterminada equivale a um módulo de via mínimo de 20 MPa.
Assim como no caso dos momentos fletores, também foi analisada a influência da
rigidez vertical das fixações na bacia de deflexões com o programa FERROVIA 3.0,
tanto para o caso de dormentes de concreto (Figura 46) quanto para dormentes de
madeira (Figura 47).
2 Kf = 50.000 kgf/cm
3
Kf = 25.000 kgf/cm
4
u = 41,4 MPa
5 (dormente de
concreto - AREMA)
6
Figura 46: Bacia de deflexões calculadas para diferentes rigidezes de fixação (dormente de
concreto)
1 Kf = 100.000 kgf/cm
Deflexão (mm)
2 Kf = 50.000 kgf/cm
3
Kf = 25.000 kgf/cm
4
5 u = 20,7 MPa
(dormente de madeira
6 - AREMA)
Figura 47: Bacias de deflexões calculadas para diferentes rigidezes de fixação (dormente de
madeira)
83
O que se verifica é que fixações mais elásticas levam a maiores deflexões nos
trilhos, porém a relação entre a variação desse parâmetro e as deflexões não é
linear, pois para fixações mais rígidas o aumento de rigidez não apresenta grandes
ganhos do ponto de vista das deflexões (diminuição destas). Por outro lado, é
preciso atentar para o fato de que no caso de fixações mais elásticas, diminuições
de rigidez podem levar a grandes aumentos de deflexão. Essa relação mostra que
fixações muito resilientes utilizadas em vias em laje (rigidez menores que
10.000 kgf/cm) não devem ser utilizadas para o caso de vias lastradas sujeitas a
carregamentos de carga.
Os resultados obtidos vão ao encontro das conclusões obtidas por Rangel; Aragão e
Motta (2015) em que a rigidez das fixações foi variada em um intervalo até maior
(entre 10.000 kgf/cm e 2.000.000 kgf/cm) que o utilizado no presente estudo. Nas
análises realizadas com os programas FERROVIA 3.0 e FTOOL 3.0 a deflexão se
mostrou sensível a fixações mais elásticas, com a tendência de as bacias sofrerem
poucas alterações para fixações mais rígidas. Por outro lado, houve grande
diferença comparativamente aos resultados obtidos pelos autores em análises
realizadas com o programa ABAQUS, em que a variação de rigidez dentro do
intervalo citado resultou em diferenças menores que 5%.
84
Distância ao longo do trilho (m)
-1
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
E = 2000 kgf/cm²
0
1 E = 1000 kgf/cm²
Deflexão (mm)
2 E = 500 kgf/cm²
3 E = 200 kgf/cm²
4
u = 41,4 MPa (dormente
de concreto - AREMA)
5
Figura 48: Bacias de deflexões calculadas para diferentes módulos de elasticidade do subleito
(dormente de concreto)
-1
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 E = 2000 kgf/cm²
0
E = 1000 kgf/cm²
Deflexão (mm)
2 E = 500 kgf/cm²
3 E = 200 kgf/cm²
Figura 49: Bacias de deflexões calculadas para diferentes módulos de elasticidade do subleito
(dormente de madeira)
1 Dormente de madeira
Deflexão (mm)
(FERROVIA 3.0)
2
u = 41,4 MPa
3 (dormente de concreto -
AREMA)
4
u = 20,7 MPa
(dormente de madeira -
5
AREMA)
6
Figura 50: Comparação entre bacias de deflexões calculadas para diferentes tipos de
dormentes e modelos
86
o modelo de viga sobre apoio elástico utilizado ignora o espaçamento entre
dormentes e considera apenas a rigidez do apoio, o que faz com que o caso mais
rígido apresente deflexões muito menores, conforme comentado anteriormente. O
mesmo não ocorre no modelo mecanicista, em que a menor rigidez do dormente de
madeira é compensada por um menor espaçamento.
Após os cálculos da resposta dos trilhos (momentos e deflexões), foi realizada uma
análise relativa à resposta das camadas de lastro, sub-lastro e subleito, cujos modos
de ruptura considerados nos dimensionamentos estão relacionados às tensões
verticais.
0 Dormente de Concreto
(FERROVIA 3.0)
Tensão vertical (Kgf/cm²)
0,5
Dormente de Madeira
1 (FERROVIA 3.0)
1,5
u = 41,4 MPa -
dormente de concreto
2 (AREMA, 2013)
u = 20,7 MPa -
2,5 dormente de madeira
(AREMA,2013)
3
87
É importante dizer que a distribuição apresentada é uma forma esquemática, uma
vez que, diferentemente do que é apresentado no gráfico da Figura 51, os
espaçamentos entre dormentes de concreto e de madeira são diferentes. Mesmo
assim, é possível verificar que a forma das distribuições é similar entre os diferentes
modelos e o programa FERROVIA 3.0 apresenta menores tensões para
praticamente todos os dormentes. Por outro lado, devido ao maior espaçamento
entre os dormentes de concreto, as tensões ficam mais concentradas sob as rodas,
de modo que os dormentes mais externos não são carregados.
Com relação à dissipação das tensões verticais máximas, o modelo de Talbot foi
utilizado com base apenas no dormente mais carregado. Isso se justifica através das
conclusões de Klincevicius (2011) já citadas, que indicam que a influência do
carregamento dos demais dormentes só começa a ser relevante para profundidades
maiores que 50 cm. Sendo assim, foram considerados apenas os carregamentos
máximos, uma vez que a região crítica para o dimensionamento (topo do subleito)
está a uma profundidade de 50 cm.
88
Tensão Vertical (kgf/cm²)
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
0 Kf = 25.000 kgf/cm
Lastro
20 Kf = 50.000 kgf/cm
Profundidade (cm)
40 Sub-lastro
Kf = 100.000 kgf/cm
60
Subleito Kf = 200.000 kgf/cm
80
Talbot (dormente
100 concreto)
JNR (dormente de
120
concreto)
140
Figura 52: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para diferentes
rigidezes de fixação (dormente de concreto)
40 Sub-lastro
Kf = 100.000 kgf/cm
60
Subleito Kf = 200.000 kgf/cm
80
Talbot (dormente
100
madeira)
120 JNR (dormente de
madeira)
140
Figura 53: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para diferentes
rigidezes de fixação (dormente de madeira)
89
e Motta (2015), que consideram que a camada de lastro tem um maior ângulo de
espraiamento das mesmas.
Comparativamente ao programa FERROVIA 3.0, os modelos clássicos resultaram
em tensões no topo da camada de lastro equivalentes a fixações bastante rígidas e
menores para todos os demais valores de rigidez no caso de dormentes de
concreto. Já no caso de dormentes de madeira, as tensões no topo do lastro
equivalem a um valor de rigidez de fixação entre 50.000 kgf/cm 2 e 100.000 kgf/cm2.
Dessa forma, o uso dos modelos clássicos se mostrou mais conservador para todos
os tipos de fixação em dormentes de concreto, mas apenas para as fixações mais
elásticas no caso dos dormentes de madeira.
Com relação à influência da variação do módulo de elasticidade do subleito, os
resultados podem ser verificados a seguir, tanto para dormentes de concreto
(Figura 54) quanto para dormentes de madeira (Figura 55).
Lastro
20 E = 500 kgf/cm²
Sub-lastro
Profundidade (cm)
40 E = 1000 kgf/cm²
60 Subleito E = 2000 kgf/cm²
80
Talbot (dormente
100 concreto)
JNR (dormente de
120 concreto)
140
Figura 54: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para diferentes
módulos de elasticidade do subleito (dormente de concreto)
90
Tensão Vertical (kgf/cm²)
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
0
E = 200 kgf/cm²
Lastro
20
E = 500 kgf/cm²
Profundidade (cm)
40 Sub-lastro
E = 1000 kgf/cm²
60 Subleito
E = 2000 kgf/cm²
80
Talbot (dormente
100 madeira)
JNR (dormente de
120 madeira)
140
Figura 55: Tensões calculadas nas camadas subjacentes à grade ferroviária para diferentes
módulos de elasticidade do subleito (dormente de madeira)
91
obtidas com o modelo de Talbot, que foram superestimadas em todos os casos. Por
fim, as tensões na face superior do subleito calculados por Talbot são muito
próximas às calculadas pelo programa FERROVIA 3.0 para o caso de referência
com módulo de elasticidade de 1.000 kgf/cm², enquanto que o modelo da JNR
resultou em tensões consideravelmente menores.
Conforme visto, subleitos menos rígidos ficam sujeitos a menores tensões verticais,
porém, por outro lado, têm menor resistência. Esse fato pode ser melhor
exemplificado através da fórmula de Heukelom, sugerida por Stopatto (1987) e
largamente utilizada até os dias atuais nos dimensionamentos de reforços para o
subleito e definição de capacidades de suporte mínimas para o mesmo. Tal fórmula
é descrita na equação (42), em que a tensão vertical admissível no subleito
(𝜎𝑎𝑑𝑚𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 ) é função do módulo de elasticidade do subleito (Esubleito) e do número
de repetições de carga (N).
0,00 ∗ E𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜
𝜎𝑎𝑑𝑚𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = (42)
1 + 0,7𝑙𝑜𝑔𝑁
Dessa forma, impondo que as tensões verticais no subleito (𝜎𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 ) sejam iguais
aos limites admissíveis, se tem a equação (43), que permite o cálculo do número de
repetições admissível (𝑁𝑎𝑑𝑚 ).
92
0,006∗E𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜
−1
𝜎𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 (43)
𝑁𝑎𝑑𝑚 = 10 0,7
1,00E+27
Dormente de Concreto
1,00E+24 (FERROVIA 3.0)
1,00E+21
Dormente de Concreto
1,00E+18 (Talbot)
Nadm
Figura 57: Números de repetições de carga admissível calculados para diferentes módulos de
elasticidade do subleito (dormente de madeira e de concreto)
93
Os resultados mostram que, mesmo levando a maiores tensões verticais atuantes, o
aumento da rigidez do subleito leva a ganhos de outra ordem de grandeza no que
diz respeito ao número admissível de repetições de carga. Tal fato é notado na
Figura 57, em que módulos de elasticidade da ordem de 200 kgf/cm² se mostram
praticamente inviáveis do ponto de vista prático, por limitarem o número de
repetições de carga a valores extremamente baixos. Para módulos de elasticidade
da ordem de 500 kgf/cm² já há uma considerável melhora, porém, quando calculado
pelos modelos de Talbot e do programa FERROVIA 3.0, 𝑁𝑎𝑑𝑚 passa a ser da ordem
de 103 repetições, que ainda é um valor baixo tendo em vista tráfegos típicos de
ferrovias brasileiras em um horizonte de projeto minimamente aceitável (da ordem
de 20 anos). Módulos de elasticidade de 1.000 kgf/cm², quando calculados pelos
modelos de Talbot e pelo programa FERROVIA 3.0, levariam a valores de 𝑁𝑎𝑑𝑚 da
ordem de 107 repetições, que é próximo aos números de solicitações em torno 106
sugeridos por Stopatto (1987). Por fim, módulos de elasticidade de 2.000 kgf/cm²
calculados pelos modelos citados anteriormente levam valores de 𝑁𝑎𝑑𝑚 da ordem de
1015 repetições, que é um valor alto, mesmo para vias de passageiros com
headways pequenos.
94
Com relação aos resultados obtidos com a equação da JNR, nota-se que os valores
de 𝑁𝑎𝑑𝑚 são muito maiores quando comparados aos valores resultantes dos outros
modelos e que essa diferença aumenta no caso de subleitos mais rígidos. Essa
desigualdade é resultado da subestimação das tensões verticais no topo do subleito
já verificada nos gráficos anteriores e mostra que a o uso dessa equação pode
superestimar o tráfego admissível, do ponto de vista da ruptura do subleito.
Tabela 14: Resumo dos resultados das análises estáticas resultantes do estudo paramétrico
96
8.2.1 CARGA DINÂMICA
V 4
Qd = Q + 2√(f𝑚𝑟 𝑄)2 + (f𝑟𝑜𝑑𝑎 f𝑡𝑟𝑖𝑙ℎ𝑜 √√ 4𝐸𝐼𝑢3 Mñsusp )2 (44)
100
Quanto à carga estática e à massa não suspensa por roda, foram utilizados os
valores de 8,5 t e 0,85 t, respectivamente. Esses parâmetros foram adotados com
base na norma UNI 11389-1 (2011), que sugere um valor para massa não suspensa
por eixo equivalente a 10% da carga estática por eixo, cujo valor máximo
recomendado pela norma para trens de alta velocidade é de 17 t. Com relação às
velocidades, foram adotados valores representativos de casos de vias de
passageiros de média e alta velocidade. Os resultados obtidos com o modelo de
Prud´Homme também foram comparados à carga estática e à carga dinâmica
calculada pela equação de Eisenmann (1970) para uma velocidade típica de
projetos metroviários nacionais de 100 km/h, em uma situação de máxima
confiabilidade estatística (t = 3) e uma infraestrutura em bom estado (s = 0,1), pois
foi adotado o caso de uma construção de uma via nova. A Figura 58 apresenta os
resultados obtidos nesta análise.
97
25
V = 100 km/h
20
Carga Dinâmica/roda (t)
V = 200 km/h
15
V = 300 km/h
10
V = 400 km/h
5 Eisenmann (V = 100
km/h)
Carga estática
0
0 20 40 60 80 100
Módulo de Via (MPa)
Figura 58: Cargas dinâmicas calculadas em função do módulo de via (trens de média e alta
velocidade)
Nota-se claramente que para velocidades mais altas a carga dinâmica total é muito
mais sensível a alterações de rigidez e que há uma tendência de aumento linear
dessas cargas, principalmente para vias mais rígidas.
Assim, para uma velocidade de projeto da ordem de 100 km/h nota-se que o módulo
de via não possui influência relevante e que a formulação clássica de Eisenmann
(1970) praticamente leva aos mesmos resultados.
5
Transmissibilidae
fn = 5 Hz
4
fn = 10 Hz
3
fn = 15 Hz
2 fn = 20 Hz
Amplificação
Limite de
1 Atenuação
Atenuação
0
1 10 100
f (Hz)
99
60
50
40
Atenuação (dBV)
30 fn = 5 Hz
fn = 10 Hz
20
fn = 15 Hz
10 fn = 20 Hz
Atenuação Limite de Atenuação
0
1 Amplificação 10 100
-10
-20
f (Hz)
100
Para as análises da variação da rigidez por comprimento de via, foi adotado um
valor típico de espessura da laje flutuante de 40 cm, de forma que a massa da via foi
mantida fixa em 3,0 t por comprimento de via. Os resultados obtidos são mostrados
na Figura 61.
50
40
30
k = 5 kN/mm/m
Atenuação (dBV)
20 k = 20 kN/mm/m
k = 35 kN/mm/m
10
Atenuação
k = 50 kN/mm/m
0 k = 65 kN/mm/m
1 Amplificação 10 100
Limite de
-10
Atenuação
-20
f (Hz)
Os resultados mostram que, para vias mais elásticas, diminuições de rigidez geram
ganhos mais significativos do ponto de vista de atenuações. Para o caso analisado,
uma redução de 20 kN/mm/m para 5 kN/mm/m é bastante significativa, visto que no
primeiro caso há atenuação a partir de aproximadamente 15 Hz e no segundo a
partir de aproximadamente 7 Hz. Já para o caso de vias com rigidez maior que 20
kN/mm/m, a diferença não é tão grande, com as curvas tendendo a se manter cada
vez mais próximas umas das outras.
Para a análise da variação da massa da via, foi fixado um valor típico de rigidez da
via de 15 kN/mm/m e, assim como no caso anterior, a massa não suspensa do
material rodante e a largura da laje flutuante foram mantidas constantes. A variação
da massa da via foi analisada através de diferentes espessuras da laje flutuante. Os
resultados dessa análise são mostrados na Figura 62.
101
50
40
30 h = 20cm
Atenuação (dBV)
h = 30cm
20
h = 40cm
10
Atenuação h = 50cm
0
1 Amplificação 10 100 h = 60cm
-10 Limite de
Atenuação
-20
f (Hz)
O que se verifica é que o ganho devido ao aumento de espessura da laje não é tão
significativo, visto que, no caso analisado, uma espessura de 20 cm levaria a
atenuações a partir de aproximadamente 16 Hz e um aumento de 40 cm (portanto
espessura igual a 60 cm) faria com que as vibrações passassem a ser atenuadas a
partir de aproximadamente 11 Hz.
No caso específico de túneis, Cox e Wang (2003) citam que o aumento da massa da
via tende a ser uma solução menos econômica, não apenas devido ao custo da
própria laje, mas também devido à maior seção de túnel necessária para acomodar
a via. Já no caso de vias em elevado, o aumento de massa pode levar a maiores
esforços nas estruturas de sustentação, devido ao maior peso próprio da via
permanente.
102
Outra possibilidade para o aumento de massa seria o incremento da massa não
suspensa, o que pode gerar aumentos da carga dinâmica solicitante, conforme a
formulação apresentada de Prud´Homme.
Por fim, foi realizado um estudo paramétrico com o objetivo de se comparar o efeito
de sistemas massa mola com diferentes frequências naturais num espectro de
vibrações de referência. Para tanto, foram traçados os espectros resultantes (Figura
63) da atenuação de vibrações em diferentes frequências e comparados os
respectivos valores globais. Nesse estudo paramétrico também foi analisado um
sistema com 25 Hz de frequência natural, para subsidiar algumas discussões
apresentadas a seguir.
103
90
80
Velocidade (dBV re 25,4 x 10-9 m/s)
70
Espectro de
60 referência
fn = 5 Hz
50
fn = 10 Hz
40
fn = 15 Hz
30
fn = 20 Hz
20
fn = 25 Hz
10
0
1 10 100
f (Hz)
O que se verifica é uma redução do valor global na maioria dos casos de diminuição
da frequência natural do sistema. Porém, para uma diminuição de f n de 15 Hz para
10 Hz isso não ocorre, de forma que, dependendo do espectro do material rodante,
menores frequências naturais não necessariamente levariam a menores valores
globais. Mesmo que os níveis de vibração sejam reduzidos substancialmente em
104
diversas frequências, o pico obtido apenas na frequência natural do sistema pode
fazer com que o valor global seja maior. Esse fato também permite que até sistemas
com frequências naturais mais altas, como no caso de 25 Hz, resultem em valores
globais maiores que o próprio espectro de referência, representando uma
amplificação do nível de vibrações.
Essa tendência verificada nos modelos de um grau de liberdade mostra que o valor
global é bastante influenciado pelo pico obtido na frequência natural do sistema e a
forma das curvas resultantes se diferencia bastante do espectro de referência, pois
as maiores vibrações passam a ocorrer não mais em torno de 63 Hz, que
corresponde aos maiores níveis de vibração do espectro. Gatzwiller (2015) afirma
que esse valor de 63 Hz é muitas vezes escolhido como a frequência central em que
se é solicitado um nível mínimo de atenuação. Sendo assim, no presente estudo,
menores frequências naturais resultaram em menores níveis de vibração nessa
banda de frequência, com atenuações de até 37 dBV para o caso de sistemas com
frequência natural de 5 Hz.
Vale ressaltar que esse comportamento dos espectros obtidos pelo modelo massa
mola de um grau de liberdade pode superestimar os valores globais, conforme os
resultados apresentados por Carvalho (2015), em que o espectro resultante do
modelo de um grau de liberdade, comparativamente a resultados obtidos
experimentalmente, apresentou diferenças de 5 dBV e 20 dBV para sistemas com
frequências naturais de 10,7 Hz e 6,7 Hz, respectivamente.
Por fim, cabe ressaltar que o dimensionamento da via em laje envolve outros
aspectos, além das questões de ruídos secundários, como o dimensionamento
estrutural da própria laje flutuante, dentre outros. Nesse contexto, a diminuição da
rigidez do apoio das lajes não está atrelada apenas a maiores intervalos de
105
atenuação de vibrações, mas também a alguns possíveis problemas, como uma
menor estabilidade da via, que fica suscetível a maiores deslocamentos verticais.
Tabela 17: Resumo dos resultados das análises dinâmicas resultantes do estudo paramétrico
Parâmetro
verificado/utilizado no Efeito do aumento de rigidez
dimensionamento
Vias com V ≤ 100 km/h Maiores cargas dinâmicas, porém a influência é pequena
Carga Dinâmica
Vias de média/alta Maiores cargas dinâmicas. Quanto maior for a velocidade
velocidade maior é o aumento da carga dinâmica
106
9 CONCLUSÕES
No caso das vias em lastro sujeitas a carregamentos de carga, fica claro que o
aumento de rigidez tem influência positiva nos diagramas de momentos atuantes
nos trilhos. Essa tendência foi verificada para aumentos de módulos de via, rigidezes
de fixação e módulos de elasticidade do subleito, sendo que os últimos mostraram
pouca influência do ponto de vista de momentos fletores. O único caso que contraria
essa tendência foram os resultados do método mecanicista, em que os dormentes
de concreto (mais rígidos) resultaram em maiores momentos. Entretanto, essa
diferença não está ligada à rigidez do dormente em si, e sim ao maior espaçamento
utilizado para esse tipo de dormente.
Com relação às deflexões, assim como no estudo dos momentos fletores, maiores
rigidezes também têm influência positiva, visto que tal fato foi verificado para
aumentos de módulo de via, rigidez das fixações e módulos de elasticidade do
subleito. Em todos os casos a variação dos parâmetros levou a bacias de deflexão
praticamente paralelas, porém, para vias e elementos mais elásticos, a diminuição
da rigidez gerou grandes aumentos de deflexões de forma não linear.
107
rigidez entre os dormentes de concreto e de madeira sendo compensada pelos
diferentes espaçamentos.
Nas análises com o modelo de viga sobre apoio elástico, o limite recomendado por
Lundgren et al. (1970) apud Hay (1982) para que a via tenha uma vida útil
indeterminada só é ultrapassado para módulos de via menores que 20 MPa. Já os
limites recomendados para que uma via tenha uma relação adequada de rigidez e
flexibilidade equivaleram a módulos de via ente 16 e 36 MPa. Verifica-se que os
valores mínimos de módulo de via obtidos, tanto na análise de momentos quanto na
de deflexões, são próximos ao limite inferior de 13,7 MPa recomendado por Ahlf
(1975) para que a via não tenha um desempenho ruim. Já o limite superior de 36
MPa obtido é muito restritivo, inclusive diferindo consideravelmente do limite superior
considerado por Raymond (1985) e Bilow e Randich (2000), que é de 70 MPa e
indiretamente considera o uso de dormentes de concreto inadequado, uma vez que
o valor recomendado pela AREMA (2013) para esse tipo de dormente em via
compactada é de aproximadamente 40 MPa.
Com relação às cargas dinâmicas, fica claro que a influência da rigidez é relevante
apenas para vias com velocidades típicas de trens de alta velocidade. Dessa forma,
conclui-se que para os projetos metroviários nacionais, que costumam ter
velocidades diretrizes em torno de até 100 km/h, a rigidez não é um parâmetro
crítico do ponto de vista do aumento das cargas dinâmicas e um dimensionamento
com base nos fatores de amplificação dinâmica usuais de Eisenmann (1970) levaria
praticamente aos mesmos resultados no caso de vias com infraestrutura em bom
estado.
De forma geral, o estudo paramétrico realizado mostrou que a rigidez vertical da via
como um todo (módulo de via) e de seus elementos deve se manter dentro de um
intervalo ótimo, havendo limites inferiores e superiores para tal parâmetro. Esse fato
indica que uma via mais rígida não necessariamente apresentará melhor
desempenho que uma via menos rígida, pois ao mesmo tempo em que ela fica mais
estável e sujeita a menores deslocamentos verticais, também podem ocorrer
aumentos da carga dinâmica e de tensões verticais em alguns elementos, bem
como a atenuação de vibrações em um menor intervalo de frequências.
110
10 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
111
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Conceito e Estudo de Caso do VLT da Baixada Santista. Trabalho de Formatura.
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119
ANEXO A – SAÍDAS DO PROGRAMA FERROVIA 3.0 PARA DEFLEXÕES
Distancia do centro do Deflexão (mm)
Pontos nodais
carregamento (m) Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Caso 7
122 145 -6,6 0,79984 -0,1093 -0,0306 -0,0206 -0,4519 -0,1421 0,00579
123 146 -6,3 0,84688 -0,1155 -0,0315 -0,0268 -0,3186 -0,1126 -0,0012
124 147 -6 0,89906 -0,119 -0,0302 -0,0312 -0,1802 -0,0796 -0,0068
125 148 -5,7 0,98214 -0,107 -0,0156 -0,0241 -0,0114 -0,0256 -0,0039
126 149 -5,4 1,12196 -0,0617 0,02796 0,00824 0,21897 0,07191 0,01846
127 150 -5,1 1,32432 0,04376 0,12529 0,08945 0,54542 0,24256 0,08131
128 151 -4,8 1,5952 0,23549 0,30129 0,24389 0,99624 0,51335 0,20749
129 152 -4,5 1,96161 0,52768 0,57228 0,48951 1,57213 0,89413 0,41725
130 153 -4,2 2,42712 0,91237 0,93344 0,82401 2,24512 1,37013 0,7124
131 154 -3,9 2,88049 1,30474 1,30407 1,17054 2,89997 1,84524 1,02382
132 155 -3,6 3,14882 1,55653 1,53955 1,38796 3,35951 2,16057 1,21752
133 156 -3,3 3,06086 1,4761 1,44912 1,28606 3,41955 2,12104 1,10469
134 157 -3 2,88512 1,30976 1,27865 1,11021 3,32226 1,97288 0,92896
135 158 -2,7 2,77702 1,22839 1,19603 1,02646 3,24944 1,89296 0,8478
136 159 -2,4 2,79887 1,31082 1,27769 1,10979 3,28967 1,96502 0,92946
137 160 -2,1 2,88737 1,47686 1,4458 1,28393 3,35288 2,10316 1,10495
138 161 -1,8 2,88766 1,55445 1,53121 1,38162 3,25677 2,12877 1,21601
139 162 -1,5 2,53789 1,2966 1,28727 1,15654 2,76261 1,7957 1,01822
140 163 -1,2 2,0173 0,89505 0,90475 0,79857 2,08093 1,30077 0,69988
141 164 -0,9 1,50583 0,50081 0,53088 0,4507 1,40331 0,80951 0,39581
142 165 -0,6 1,12532 0,20383 0,25144 0,19393 0,86391 0,42817 0,17771
143 166 -0,3 0,89826 0,02422 0,08372 0,04171 0,51999 0,19083 0,05209
144 167 0 0,82271 -0,0358 0,0278 -0,0088 0,40323 0,11082 0,01076
0,3 0,89826 0,02422 0,08372 0,04171 0,51999 0,19083 0,05209
0,6 1,12532 0,20383 0,25144 0,19393 0,86391 0,42817 0,17771
0,9 1,50583 0,50081 0,53088 0,4507 1,40331 0,80951 0,39581
1,2 2,0173 0,89505 0,90475 0,79857 2,08093 1,30077 0,69988
1,5 2,53789 1,2966 1,28727 1,15654 2,76261 1,7957 1,01822
1,8 2,88766 1,55445 1,53121 1,38162 3,25677 2,12877 1,21601
2,1 2,88737 1,47686 1,4458 1,28393 3,35288 2,10316 1,10495
2,4 2,79887 1,31082 1,27769 1,10979 3,28967 1,96502 0,92946
2,7 2,77702 1,22839 1,19603 1,02646 3,24944 1,89296 0,8478
3 2,88512 1,30976 1,27865 1,11021 3,32226 1,97288 0,92896
3,3 3,06086 1,4761 1,44912 1,28606 3,41955 2,12104 1,10469
Simetria
3,6 3,14882 1,55653 1,53955 1,38796 3,35951 2,16057 1,21752
3,9 2,88049 1,30474 1,30407 1,17054 2,89997 1,84524 1,02382
4,2 2,42712 0,91237 0,93344 0,82401 2,24512 1,37013 0,7124
4,5 1,96161 0,52768 0,57228 0,48951 1,57213 0,89413 0,41725
4,8 1,5952 0,23549 0,30129 0,24389 0,99624 0,51335 0,20749
5,1 1,32432 0,04376 0,12529 0,08945 0,54542 0,24256 0,08131
5,4 1,12196 -0,0617 0,02796 0,00824 0,21897 0,07191 0,01846
5,7 0,98214 -0,107 -0,0156 -0,0241 -0,0114 -0,0256 -0,0039
6 0,89906 -0,119 -0,0302 -0,0312 -0,1802 -0,0796 -0,0068
6,3 0,84688 -0,1155 -0,0315 -0,0268 -0,3186 -0,1126 -0,0012
6,6 0,79984 -0,1093 -0,0306 -0,0206 -0,4519 -0,1421 0,00579
120
Distancia do centro do Deflexão (mm)
Pontos nodais
carregamento (m) Caso 8 Caso 9 Caso 10 Caso 11 Caso 12 Caso 13 Caso 14
122 145 -5,94 -1,5333 -0,2566 -0,1156 -0,0875 -0,6263 -0,2671 -0,0534
123 146 -5,67 -1,6211 -0,2284 -0,0854 -0,0685 -0,4152 -0,1872 -0,0418
124 147 -5,4 -1,7063 -0,1974 -0,0526 -0,047 -0,1998 -0,1039 -0,0283
125 148 -5,13 -1,7754 -0,1491 -0,0041 -0,0115 0,04202 0,00013 -0,0025
126 149 -4,86 -1,8087 -0,0649 0,07717 0,05382 0,33651 0,14629 0,0492
127 150 -4,59 -1,7703 0,07925 0,21318 0,16989 0,71022 0,3591 0,14701
128 151 -4,32 -1,6288 0,30459 0,4239 0,35641 1,18348 0,65921 0,31027
129 152 -4,05 -1,3847 0,61615 0,71605 0,62186 1,75145 1,04887 0,54896
130 153 -3,78 -1,059 0,99956 1,07764 0,95676 2,3863 1,50971 0,85589
131 154 -3,51 -0,7216 1,37927 1,43497 1,29099 2,99306 1,95947 1,16432
132 155 -3,24 -0,4877 1,63472 1,66904 1,50905 3,43202 2,27096 1,36209
133 156 -2,97 -0,5067 1,62389 1,63861 1,47179 3,5489 2,29849 1,31213
134 157 -2,7 -0,6046 1,52735 1,52436 1,36114 3,51686 2,22065 1,19708
135 158 -2,43 -0,6423 1,47371 1,45321 1,30318 3,46801 2,16777 1,13954
136 159 -2,16 -0,5493 1,5236 1,4852 1,35611 3,46754 2,20223 1,1948
137 160 -1,89 -0,3978 1,61506 1,5641 1,46014 3,45158 2,26036 1,30632
138 161 -1,62 -0,3291 1,61851 1,56877 1,48793 3,29033 2,21119 1,35043
139 162 -1,35 -0,5212 1,35381 1,32671 1,25748 2,81693 1,87807 1,14423
140 163 -1,08 -0,8283 0,96461 0,97133 0,90898 2,19466 1,41056 0,82537
141 164 -0,81 -1,1374 0,57667 0,6187 0,56229 1,57926 0,94496 0,50915
142 165 -0,54 -1,3794 0,27325 0,34465 0,29437 1,08527 0,57583 0,26762
143 166 -0,27 -1,5309 0,08313 0,17387 0,12843 0,76757 0,34145 0,11971
144 167 0 -1,5821 0,01892 0,11628 0,07257 0,65945 0,26198 0,07009
0,27 -1,5309 0,08313 0,17387 0,12843 0,76757 0,34145 0,11971
0,54 -1,3794 0,27325 0,34465 0,29437 1,08527 0,57583 0,26762
0,81 -1,1374 0,57667 0,6187 0,56229 1,57926 0,94496 0,50915
1,08 -0,8283 0,96461 0,97133 0,90898 2,19466 1,41056 0,82537
1,35 -0,5212 1,35381 1,32671 1,25748 2,81693 1,87807 1,14423
1,62 -0,3291 1,61851 1,56877 1,48793 3,29033 2,21119 1,35043
1,89 -0,3978 1,61506 1,5641 1,46014 3,45158 2,26036 1,30632
2,16 -0,5493 1,5236 1,4852 1,35611 3,46754 2,20223 1,1948
2,43 -0,6423 1,47371 1,45321 1,30318 3,46801 2,16777 1,13954
2,7 -0,6046 1,52735 1,52436 1,36114 3,51686 2,22065 1,19708
2,97 -0,5067 1,62389 1,63861 1,47179 3,5489 2,29849 1,31213
Simetria
3,24 -0,4877 1,63472 1,66904 1,50905 3,43202 2,27096 1,36209
3,51 -0,7216 1,37927 1,43497 1,29099 2,99306 1,95947 1,16432
3,78 -1,059 0,99956 1,07764 0,95676 2,3863 1,50971 0,85589
4,05 -1,3847 0,61615 0,71605 0,62186 1,75145 1,04887 0,54896
4,32 -1,6288 0,30459 0,4239 0,35641 1,18348 0,65921 0,31027
4,59 -1,7703 0,07925 0,21318 0,16989 0,71022 0,3591 0,14701
4,86 -1,8087 -0,0649 0,07717 0,05382 0,33651 0,14629 0,0492
5,13 -1,7754 -0,1491 -0,0041 -0,0115 0,04202 0,00013 -0,0025
5,4 -1,7063 -0,1974 -0,0526 -0,047 -0,1998 -0,1039 -0,0283
5,67 -1,6211 -0,2284 -0,0854 -0,0685 -0,4152 -0,1872 -0,0418
5,94 -1,5333 -0,2566 -0,1156 -0,0875 -0,6263 -0,2671 -0,0534
121
ANEXO B – SAÍDAS DO PROGRAMA FERROVIA 3.0 PARA MOMENTOS
FLETORES NOS TRILHOS
Momento (kN x m)
Pontos nodais Distancia x (m)
Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Caso 7
122 145 -6,6 3,37259E-05 4,42818E-06 -2,4906E-06 -3,4541E-06 3,03087E-05 -3,63151E-06 -7,95E-08
123 146 -6,3 -3,75894E-05 -2,3417E-05 8,06229E-07 -1,8828E-06 -5,1948E-05 2,23093E-05 -7,5809E-07
124 147 -6 -2,159199758 -1,08651798 -0,93243825 -0,79909556 -2,12586205 -1,462349015 -0,59302735
125 148 -5,7 -4,318422071 -2,17311736 -1,86487473 -1,59819073 -4,25178392 -2,924713721 -1,18605352
126 149 -5,4 -4,370754278 -4,20518272 -3,75751503 -3,41504132 -6,71399838 -5,112480251 -2,82985105
127 150 -5,1 -4,423674884 -6,23727849 -5,65017397 -5,23187229 -9,17627363 -7,300194804 -4,47364565
128 151 -4,8 -6,678530667 -7,02296081 -6,63983265 -6,3737292 -8,74397885 -7,688871571 -5,84190966
129 152 -4,5 -8,932749018 -7,80874806 -7,62935011 -7,51558218 -8,31121923 -8,077393392 -7,21014132
130 153 -4,2 0,848269831 -0,53745365 -0,66206852 -0,84121728 1,267044677 0,062202179 -1,13690945
131 154 -3,9 10,62845708 6,734240284 6,306003492 5,832910102 10,84508598 8,201576962 4,9361812
132 155 -3,6 34,24832277 32,56488382 32,12359437 31,66284853 37,27728315 34,14745157 30,76857031
133 156 -3,3 1,822487449 2,350575552 1,896935613 1,44759393 7,605100224 4,047369207 0,556514345
134 157 -3 -4,728104681 -5,93960743 -6,14123902 -6,43776368 -1,70992476 -4,770946012 -6,61161303
135 158 -2,7 -11,27924598 -14,2288019 -14,1789155 -14,3236714 -11,025293 -13,58865322 -13,7795004
136 159 -2,4 -4,658841293 -5,8455038 -6,04343044 -6,34796811 -1,60624493 -4,619700991 -6,55901604
137 160 -2,1 1,961135828 2,538487637 2,091152394 1,627110542 7,812384366 4,350535907 0,661684292
138 161 -1,8 33,81207395 32,79040735 32,36393575 31,90421961 37,17720628 34,41438859 30,93186084
139 162 -1,5 9,617328699 6,997165397 6,591741814 6,135529592 10,43832575 8,43320317 5,156243407
140 163 -1,2 -0,63697173 -0,51090666 -0,60432441 -0,70660561 -0,28357605 -0,256378683 -0,99697052
141 164 -0,9 -10,89126549 -8,01894183 -7,8000172 -7,54865707 -11,0059248 -8,946073313 -7,15039332
142 165 -0,6 -10,72738656 -8,20503871 -7,8087814 -7,30806758 -13,6646155 -10,06584957 -6,4642838
143 166 -0,3 -10,56338015 -8,39101202 -7,81757306 -7,06744377 -16,323522 -11,18546499 -5,77815958
144 167 0 10,56333111 8,391023788 7,81758091 7,06745358 16,32359061 11,18542576 5,778147807
0,3 -10,56338015 -8,39101202 -7,81757306 -7,06744377 -16,323522 -11,18546499 -5,77815958
0,6 -10,72738656 -8,20503871 -7,8087814 -7,30806758 -13,6646155 -10,06584957 -6,4642838
0,9 -10,89126549 -8,01894183 -7,8000172 -7,54865707 -11,0059248 -8,946073313 -7,15039332
1,2 -0,63697173 -0,51090666 -0,60432441 -0,70660561 -0,28357605 -0,256378683 -0,99697052
1,5 9,617328699 6,997165397 6,591741814 6,135529592 10,43832575 8,43320317 5,156243407
1,8 33,81207395 32,79040735 32,36393575 31,90421961 37,17720628 34,41438859 30,93186084
2,1 1,961135828 2,538487637 2,091152394 1,627110542 7,812384366 4,350535907 0,661684292
2,4 -4,658841293 -5,8455038 -6,04343044 -6,34796811 -1,60624493 -4,619700991 -6,55901604
2,7 -11,27924598 -14,2288019 -14,1789155 -14,3236714 -11,025293 -13,58865322 -13,7795004
3 -4,728104681 -5,93960743 -6,14123902 -6,43776368 -1,70992476 -4,770946012 -6,61161303
3,3 1,822487449 2,350575552 1,896935613 1,44759393 7,605100224 4,047369207 0,556514345
Simetria
3,6 34,24832277 32,56488382 32,12359437 31,66284853 37,27728315 34,14745157 30,76857031
3,9 10,62845708 6,734240284 6,306003492 5,832910102 10,84508598 8,201576962 4,9361812
4,2 0,848269831 -0,53745365 -0,66206852 -0,84121728 1,267044677 0,062202179 -1,13690945
4,5 -8,932749018 -7,80874806 -7,62935011 -7,51558218 -8,31121923 -8,077393392 -7,21014132
4,8 -6,678530667 -7,02296081 -6,63983265 -6,3737292 -8,74397885 -7,688871571 -5,84190966
5,1 -4,423674884 -6,23727849 -5,65017397 -5,23187229 -9,17627363 -7,300194804 -4,47364565
5,4 -4,370754278 -4,20518272 -3,75751503 -3,41504132 -6,71399838 -5,112480251 -2,82985105
5,7 -4,318422071 -2,17311736 -1,86487473 -1,59819073 -4,25178392 -2,924713721 -1,18605352
6 -2,159199758 -1,08651798 -0,93243825 -0,79909556 -2,12586205 -1,462349015 -0,59302735
6,3 -3,75894E-05 -2,3417E-05 8,06229E-07 -1,8828E-06 -5,1948E-05 2,23093E-05 -7,5809E-07
6,6 3,37259E-05 4,42818E-06 -2,4906E-06 -3,4541E-06 3,03087E-05 -3,63151E-06 -7,95E-08
122
Momento (kN x m)
Pontos nodais Distancia x (m)
Caso 8 Caso 9 Caso 10 Caso 11 Caso 12 Caso 13 Caso 14
122 145 -5,94 0,000221 3,32589E-05 -2,24895E-05 7,99854E-06 -6,3838E-06 -3,46768E-07 -4,14986E-06
123 146 -5,67 -6,2E-05 9,05448E-07 8,99732E-07 2,48909E-06 3,44613E-05 2,45752E-05 2,82664E-06
124 147 -5,4 -1,37958 -1,49147084 -1,358158262 -1,22233028 -2,27236163 -1,785276116 -1,052666405
125 148 -5,13 -2,75954 -2,98297699 -2,716299854 -2,44466153 -4,54471444 -3,570555174 -2,105341636
126 149 -4,86 -6,17945 -5,17107106 -4,724632146 -4,38306162 -6,8381741 -5,751810087 -3,977123192
127 150 -4,59 -9,59931 -7,35917984 -6,732913445 -6,32151369 -9,13178969 -7,933085595 -5,84895182
128 151 -4,32 -8,85021 -7,44043186 -7,027906303 -6,8115363 -8,17495975 -7,727526443 -6,510841855
129 152 -4,05 -8,10066 -7,52161131 -7,323012918 -7,30156087 -7,21836125 -7,521765274 -7,172757388
130 153 -3,78 -1,00822 0,319244802 0,366706732 0,057085539 2,423287939 0,955971463 -0,13024712
131 154 -3,51 6,083901 8,160111504 8,057078916 7,415976037 12,06519014 9,433484412 6,912475167
132 155 -3,24 30,23946 31,3867325 31,23362127 30,44064575 36,21091783 32,91261782 29,78622838
133 156 -2,97 3,954344 4,173920102 3,970899892 3,025954634 9,862793071 5,951062583 2,220235367
134 157 -2,7 -5,20114 -3,70287924 -3,719238698 -4,54592066 1,451092942 -2,153498171 -4,963264225
135 158 -2,43 -14,3567 -11,5789666 -11,40902719 -12,1176067 -6,96023061 -10,25847179 -12,14751697
136 159 -2,16 -5,04892 -3,58805024 -4,049963066 -4,4092748 1,337236755 -2,042763441 -4,855033133
137 160 -1,89 4,258879 4,403336872 3,309502151 3,29804308 9,635357244 6,173536245 2,437605648
138 161 -1,62 30,91098 31,54885604 29,25820892 30,69308853 35,35477767 32,91223536 30,00890798
139 162 -1,35 7,122535 8,25541547 7,413743063 7,648330879 10,58046333 9,211031344 7,138985246
140 163 -1,08 0,171 -0,10796876 -0,236284759 -0,15569155 -0,59283729 -0,16511486 -0,227363356
141 164 -0,81 -6,78022 -8,47121669 -7,886070553 -7,95969496 -11,7657147 -9,54079466 -7,593888281
142 165 -0,54 -7,80628 -9,77749581 -8,912875842 -8,80035728 -15,2139682 -11,62893151 -8,078964417
143 166 -0,27 -8,83241 -11,0838093 -9,939677207 -9,64096861 -18,662202 -13,71711053 -8,564005249
144 167 0 8,832652 11,08381906 9,939647787 9,640976455 18,66220205 13,71704188 8,564002307
0,27 -8,83241 -11,0838093 -9,939677207 -9,64096861 -18,662202 -13,71711053 -8,564005249
0,54 -7,80628 -9,77749581 -8,912875842 -8,80035728 -15,2139682 -11,62893151 -8,078964417
0,81 -6,78022 -8,47121669 -7,886070553 -7,95969496 -11,7657147 -9,54079466 -7,593888281
1,08 0,171 -0,10796876 -0,236284759 -0,15569155 -0,59283729 -0,16511486 -0,227363356
1,35 7,122535 8,25541547 7,413743063 7,648330879 10,58046333 9,211031344 7,138985246
1,62 30,91098 31,54885604 29,25820892 30,69308853 35,35477767 32,91223536 30,00890798
1,89 4,258879 4,403336872 3,309502151 3,29804308 9,635357244 6,173536245 2,437605648
2,16 -5,04892 -3,58805024 -4,049963066 -4,4092748 1,337236755 -2,042763441 -4,855033133
2,43 -14,3567 -11,5789666 -11,40902719 -12,1176067 -6,96023061 -10,25847179 -12,14751697
2,7 -5,20114 -3,70287924 -3,719238698 -4,54592066 1,451092942 -2,153498171 -4,963264225
2,97 3,954344 4,173920102 3,970899892 3,025954634 9,862793071 5,951062583 2,220235367
Simetria
3,24 30,23946 31,3867325 31,23362127 30,44064575 36,21091783 32,91261782 29,78622838
3,51 6,083901 8,160111504 8,057078916 7,415976037 12,06519014 9,433484412 6,912475167
3,78 -1,00822 0,319244802 0,366706732 0,057085539 2,423287939 0,955971463 -0,13024712
4,05 -8,10066 -7,52161131 -7,323012918 -7,30156087 -7,21836125 -7,521765274 -7,172757388
4,32 -8,85021 -7,44043186 -7,027906303 -6,8115363 -8,17495975 -7,727526443 -6,510841855
4,59 -9,59931 -7,35917984 -6,732913445 -6,32151369 -9,13178969 -7,933085595 -5,84895182
4,86 -6,17945 -5,17107106 -4,724632146 -4,38306162 -6,8381741 -5,751810087 -3,977123192
5,13 -2,75954 -2,98297699 -2,716299854 -2,44466153 -4,54471444 -3,570555174 -2,105341636
5,4 -1,37958 -1,49147084 -1,358158262 -1,22233028 -2,27236163 -1,785276116 -1,052666405
5,67 -6,2E-05 9,05448E-07 8,99732E-07 2,48909E-06 3,44613E-05 2,45752E-05 2,82664E-06
5,94 0,000221 3,32589E-05 -2,24895E-05 7,99854E-06 -6,3838E-06 -3,46768E-07 -4,14986E-06
123
124
ANEXO C – SAÍDAS DO PROGRAMA FERROVIA 3.0 PARA TENSÕES NAS
16,5 1,22 1,69 1,77 1,82 1,49 1,62 1,90 1,67 1,71 1,79 1,84 1,53 1,66 1,90
19,5 1,12 1,55 1,64 1,70 1,39 1,51 1,76 1,48 1,54 1,62 1,68 1,39 1,51 1,72
22,5 1,02 1,42 1,52 1,58 1,30 1,40 1,63 1,32 1,39 1,48 1,55 1,28 1,38 1,57
25,5 0,93 1,31 1,41 1,49 1,22 1,31 1,51 1,18 1,28 1,38 1,45 1,20 1,29 1,45
28,5 0,86 1,22 1,32 1,40 1,15 1,23 1,41 1,07 1,18 1,29 1,37 1,13 1,21 1,36
31 0,81 1,15 1,26 1,35 1,10 1,18 1,34 0,99 1,12 1,23 1,31 1,09 1,16 1,29
33 0,77 1,10 1,22 1,31 1,07 1,14 1,29 0,93 1,07 1,19 1,28 1,06 1,13 1,25
35 0,73 1,05 1,18 1,27 1,04 1,11 1,24 0,88 1,04 1,16 1,25 1,03 1,10 1,21
37 0,70 1,01 1,14 1,24 1,02 1,08 1,20 0,84 1,00 1,13 1,22 1,01 1,07 1,17
39 0,68 0,97 1,11 1,21 0,99 1,05 1,16 0,80 0,97 1,10 1,19 0,99 1,04 1,14
41 0,65 0,94 1,08 1,18 0,97 1,02 1,13 0,76 0,94 1,07 1,17 0,97 1,02 1,11
43 0,63 0,91 1,05 1,15 0,95 1,00 1,09 0,73 0,91 1,04 1,14 0,95 1,00 1,08
45 0,61 0,88 1,02 1,13 0,93 0,98 1,06 0,71 0,89 1,02 1,12 0,93 0,98 1,06
47 0,60 0,86 1,00 1,10 0,91 0,96 1,04 0,68 0,87 1,00 1,10 0,92 0,96 1,03
49 0,58 0,84 0,98 1,08 0,90 0,94 1,01 0,67 0,85 0,98 1,08 0,90 0,94 1,01
54 0,56 0,80 0,93 1,03 0,86 0,90 0,96 0,64 0,81 0,94 1,04 0,87 0,91 0,96
64 0,53 0,74 0,85 0,94 0,80 0,82 0,87 0,59 0,74 0,86 0,95 0,80 0,83 0,88
80 0,47 0,64 0,73 0,81 0,70 0,72 0,75 0,53 0,65 0,74 0,82 0,70 0,73 0,76
110 0,38 0,50 0,56 0,61 0,54 0,55 0,57 0,42 0,50 0,57 0,62 0,54 0,56 0,58
150 0,29 0,36 0,39 0,42 0,38 0,39 0,39 0,32 0,36 0,40 0,43 0,38 0,39 0,40
190 0,23 0,28 0,30 0,31 0,29 0,29 0,30 0,26 0,28 0,30 0,32 0,29 0,30 0,30
250 0,20 0,22 0,24 0,24 0,23 0,23 0,24 0,22 0,23 0,24 0,25 0,23 0,24 0,24