Oleos Fixos
Oleos Fixos
Oleos Fixos
Disciplina de Farmacognosia
Óleos fixos
1. INTRODUÇÃO
Óleos fixos, lipídios ou corpos graxos, são substâncias de
reserva ou fonte de energia celular para os vegetais. Neste grupo
estão incluídos também as gorduras e ceras.
A diferença entre óleos, gorduras e ceras baseia-se no seu estado
físico: os primeiros, líquidos à temperatura ambiente; as
gorduras, de consistência mole, fundem abaixo de 45 oC; as ceras
apresentam-se como massas sólidas, relativamente duras, em
geral, fundem a temperaturas superiores a 60 oC.
O critério de classificação baseado unicamente na
fusibilidade, não é adequado, por exemplo: o óleo de coco,
líquido nos países de clima tropical, como o Brasil, mas sólido em
países de clima frio, lá são conhecidos como gordura de coco.
Estes grupos de substâncias naturais mal definidos pelos
seus caracteres físicos, apresentam, todavia, analogias na sua
composição química, como veremos logo em seguida. São muito
utilizados na Indústria farmacêutica e como alimentos.
Prof. José Maria Barbosa Filho
2. DEFINIÇÃO
O
O
Tripalmitina
O
CH OH CH (CH2)7 CH3 O
(Ác. Oléico) 2
CH (CH2)7 COOH CH O C R
CH2 OH
O
3
(Ác. chalmúrgico CH2 O C R
(CH2)12 COOH
O
OH O
9
12 9
1 OH 1 OH
Ác. oléico H
Ác. ricinoléico
O
O
12 9
1 OH 1 OH
Ác, linoléico Ác. estercúlico
12 9 6
1 OH
Ác. linolênico O
O
O
CO2H
14 11 8 5
1 OH Ác. jasmônico
Ác. araquidônico
Os óleos fixos são solúveis nos solventes orgânicos usuais, tais como
clorofórmio, benzeno, e hexano; são insolúveis na água. Os
glicerídios dos ácidos de peso molecular médio e elevado são
praticamente inodoros e insípidos; os dos ácidos de peso molecular
baixo apresentam caracteres organolépticos particulares (cor,
cheiro, sabor, etc.). Devido ao seu alto ponto de ebulição e baixa
pressão de vapor não é possível separá-los por destilação simples,
sem se decomporem, nem são destiláveis pelo vapor de água (como
acontece com os óleos essenciais). Esta propriedade explica o
qualitativo de "óleos fixos" que lhes foi atribuída.
MaSCoA
o r) Incorporação de AcSCoA ao
ia d
1 In ic sistema (Iniciador)
Ácido butírico
oA (
A cSC 3. Redução
CO-CH 2COOH
2
CO 2 Através da coenzim NADPH
S C O -C
H3 4. trans-Desidaratação
C O -C H 2 -
7 6 S Formação ligação dupla
O
PROTEINA 5. Redução
H 3C-H 2C-H 2C-C S 3
Através da coenzima FADH2
S
S CO 6. Condensação
-C H
5 2 -C
H -C
Com outra molécula do
CO
H
3
continuados (MaSCoA) para
-C H
HO
4 ir aumentando a cadeia OU
7. Hidrólise
CH
Para liberar o ácido graxo
H 3C
correspondente
6.1.2. Densidade
A densidade aumenta com o acréscimo da percentagem de glicerídios de
ácidos graxos inferiores, com o grau de insaturação e com a presença de hidroxílas.
Ácidos graxos n−6 (popularmente conhecidos como ácidos graxos ω−6 ou ácidos graxos ômega-6) são
uma família de ácidos graxos insaturados que tem em comum uma terminação carbono–carbono na
posição n−6, ou seja, na sexta ligação, a partir de sua terminação metil.
Ômega 9 são ácidos graxos, ajudam no desenvolvimento humano, assim como os ácidos graxos Ômega 3
e Ômega 6. O nome ômega 9 significa que eles têm uma ligação dupla C=C no nono carbono a partir
da extremidade oposta à carboxila. Podemos encontrá-lo nos óleos vegetais.Os ácidos ômega 9 mais
importantes são: ácido oléico - com 18 carbonos, ácido erúcico - com 22 carbonos e ácido nervônico - com
24 carbonos.
7.3. Sabões e nitroglicerina
Os sabões são feitos pela saponificação de gorduras e óleos.
Qualquer reação de um éster com uma base para produzir um
álcool e o sal de um ácido é chamada de reação de saponificação.
Os sabões e os detergentes são compostos de moléculas que
contêm grandes grupos hidrocarbônicos, os grupos hidrofóbicos
(que têm aversão a água), e um ou mais grupos polares, os grupos
hidrofílicos (que têm afinidade pela água). As partes não polares
de tais moléculas dissolvem-se em gorduras e óleos e as porções
polares são solúveis em água. A capacidade de limpeza dos sabões
e detergentes depende da sua capacidade de formar emulsões com
materiais solúveis nas gorduras. Na emulsão, as moléculas de
sabão ou detergente envolvem a "sujeira" de modo a coloca-la em
um envelope solúvel em água, a micela.
O
CH2 O C R CH2 OH RCOONa
O
1
CH O C R + 3 NaOH CH OH + R1COONa
O
CH2 O C R2 CH2 OH R2COONa
Glicerina Sabões
CH3(CH2)10CH2OSO3 Na+
Lauril-sulfato de sódio
Prof. José Maria Barbosa Filho
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Nos Estados Unidos é ilegal a comercialização de detergentes não-
biodegradáveis. No começo da década de 60 enormes quantidades de
detergentes que continham cadeias alquílicas ramificadas estavam sendo
usados. Estes detergentes não eram degradados pelas bactérias e apareciam
na descarga dos esgotos nos rios, fazendo com que mesmo os grandes rios
como o Mississipi se tornassem imensas bacias de espumas.
Vários detergentes muito eficientes não espumam em água. Embora
os trabalhos de laboratório tenham mostrado que o grau de formação de
espuma tem muito pouco a ver com a eficiência do detergente, as donas-de-
casa geralmente associam a espuma com a eficiência. Por isso, os fabricantes
freqüentemente adicionam agentes espumantes aos seus produtos.
Procedimento
Transferir cerca de 20 g da amostra triturada para um aparelho de soxhlet e extrair
com hexano durante 4 horas. Concluída a extração, aguardar resfriamento e evaporar o
solvente no rotavapor. Calcular a percentagem de óleos fixos na droga com base na
diferença entre a quantidade em peso de óleo obtido e a quantidade de amostra usada
para o ensaio.
Fazer um relatório da aula prática e anexar o questionário abaixo.
Questionário
1. O que você entende por óleo fixo do ponto de vista químico?
2. O que é uma reação de saponificação?
3. Qual a relação dos óleos fixos com as "marganinas" e as "prostaglandinas"?
4. Enumere 10 óleos fixos usados em Farmácia e na Indústria (Nome científico, vulgar
e finalidade).
5. O que é um detergente biodegradável?
Bibliografia
1. Costa, A.F. Farmacognosia, Vol. I. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1977).
2. Bruneton, J. Pharmacognosie Phytochimie Plantes médicinales. 32a. Ed., Paris (2000).
3. Allinger, N.L. et al. Química Orgânica. Guanabara Dois (1978).
4. Simões et al. Farmacognosia da planta ao Medicamento, 5ª Ed. 2007