Doenças Eritematodescamativas (Capítulo de Livro)
Doenças Eritematodescamativas (Capítulo de Livro)
Doenças Eritematodescamativas (Capítulo de Livro)
dermatológicas podem
evoluir para a
eritrodermia?
9.1 PSORÍASE
9.1.1 Introdução
A psoríase é uma doença sistêmica inflamatória crônica, não
contagiosa, que apresenta predominantemente manifestações
cutâneas, ungueais e articulares. De caráter crônico e recidivante,
com lesões cutâneas desfigurantes, é prevalente em todo o
mundo. Na maioria das vezes, as lesões são benignas, mas trazem
importantes alterações psicológicas. Pode variar muito nos tipos
apresentados, desde a psoríase em placas até formas eruptivas
severas, como a psoríase pustulosa e a eritrodermia. Apesar de a
maioria dos pacientes não apresentar altas taxas de morbidade e
mortalidade, a psoríase tem importantes repercussões sociais.
#importante
Estudos com questionários de qualidade
de vida mostram pontuação alta,
apontando impacto negativo no
cotidiano, inclusive maior que doenças
“mais graves”, como hipertensão arterial,
acidente vascular cerebral e insuficiência
cardíaca.
#importante
A idade média dos portadores de
psoríase é de 30 anos.
#memorize
Podemos agrupar os medicamentos na
regra mnemônica BALAACO:
Betabloqueador; inibidores da enzima
conversora de Angiotensina; Lítio;
Antimalárico; Anti-inflamatórios não
esteroides; COrticoide. Os demais fatores
desencadeantes, por sua vez, agrupam-se
na sigla TIMMS: Trauma — Koebner;
Infecções — estreptocócica, estafilocócica
e HIV; Medicamentos; distúrbios
Metabólicos — hipocalcemia; Social —
estresse, tabagismo e alcoolismo.
#importante
O fenômeno de Koebner pode ocorrer
em alguns casos e é descrito como
aparecimento de lesões sobre áreas de
trauma, como ferida cirúrgica ou
escoriação acidental; tal fenômeno
também aparece no vitiligo e no líquen
plano.
9.1.6 Tratamento
Não há cura, e os quadros costumam ser recorrentes, com
frequências variáveis para cada paciente. Logo, o tratamento da
psoríase é considerado por muitos dermatologistas uma “arte”,
pois é necessária boa experiência para o cuidado dos pacientes,
com rodízio das medicações. Antes de indicar o tratamento é
importante estimar a gravidade da psoríase utilizando o Psoriasis
Area and Severity Index (PASI) que leva em conta o número e a
gravidade das lesões em diferentes partes do corpo. Pacientes
com escore PASI maior que 10 merecem tratamentos mais
potentes.
De acordo com a portaria da psoríase de 2019 (Portaria conjunta
nº 10, de 6 de setembro de 2019), o tratamento deve ser indicado
de acordo com a classificação da psoríase em leve, moderada ou
grave. Geralmente inicia-se por medicamentos tópicos e
acrescenta fototerapia ou medicamentos sistêmicos, por via oral
ou injetável.
A primeira conduta é nunca empregar corticoides sistêmicos,
pelo risco de piora após a suspensão (efeito rebote).
Formas mais leves e localizadas podem ser controladas
topicamente; nesses casos, sempre deve ser feita a associação
de drogas antiproliferativas (como derivados do coaltar e o
calcipotriol) a corticoides de média e alta potências
(betametasona e clobetasol); são sempre úteis os ceratolíticos,
como ureia (5 a 20%) e ácido salicílico (3 a 6%) nos cremes
hidratantes. Nas formas mais graves e extensas, deve-se lançar
mão das medicações sistêmicas, como os imunossupressores
(metotrexato e ciclosporina) e os retinoides (acitretina); nesses
casos, pode-se iniciar o tratamento em regime hospitalar e depois
dar continuidade ambulatorialmente, evitando, assim,
complicações graves pelos efeitos colaterais das medicações
(principalmente hepatotoxicidade e nefrotoxicidade).
A fototerapia, associada ou não aos psoralênicos (PUVA), também
é uma modalidade eficaz e segura, sendo possível seu uso com
outras medicações tópicas e sistêmicas — por exemplo, Re-PUVA
= retinoides + PUVA.
Recentemente, houve grande avanço no controle da psoríase
com o uso de imunobiológicos — anticorpos de origem
recombinada ou humana com ação anti-interleucinas, como os
anti-TNF-alfa — por exemplo, infliximabe, adalimumabe,
etanercepte — e anti-interleucinas 12 e 23 — ustequinumabe e 17ª
secuquinumabe. É imprescindível considerar a presença ou não
da artrite psoriásica, pois nesse caso as melhores opções seriam
os imunobiológicos citados e o metotrexato.
Em outubro de 2018, o Ministério da Saúde incluiu os
medicamentos adalimumabe, etanercepte, ustequinumabe e
secuquinumabe para tratamento da psoríase moderada a grave.
Recomenda-se o adalimumabe na primeira etapa de tratamento
após falha da terapia de primeira linha da psoríase, já o
ustequinumabe e o secuquinumabe são indicados para os
pacientes que tenham contraindicação ao adalimumabe.
Figura 9.7 - Decisão terapêutica na psoríase
#importante
A pitiríase rósea se manifesta
classicamente em cerca de 80% dos
casos, com surgimento de lesão única
em placa, cor de salmão e colarete
descamativo, chamada placa-mãe,
seguido do aparecimento de múltiplas
pápulas eritematodescamativas.
Fonte:
Figura 9.9 - Pitiríase rósea: erupção súbita com pápulas eritematodescamativas
isoladas e disseminadas pelo tronco
Fonte: Pityriasis Rosea, 2009.
#importante
Uma característica atípica do quadro
clínico é a presença de áreas de pele sã,
formando ilhas no tegumento.
#importante
Doença crônica, porém mais
preocupante do que a parapsoríase de
pequenas placas, pois tende a evoluir
para linfomas cutâneos de células T —
micose fungoide.
9.4.2.1 Epidemiologia
#importante
Outras causas mais raras seriam
pênfigos, dermatomiosite, líquen plano
etc., mas em muitos casos não se chega
ao diagnóstico, e o paciente acaba
enquadrado com eritrodermia idiopática.
Isso ocorre em até 30% dos afetados.
9.5.3.1 Eczemas
#importante
A dermatite seborreica é a principal
causa de eritrodermia no idoso.
9.5.3.2 Farmacodermias
#importante
O eritema difuso e a descamação fina
são as manifestações dermatológicas
dessa enfermidade e, por definição,
devem acometer mais de 90% da
superfície corpórea.
É
É importante salientar, entretanto, que nenhuma dessas
associações se apresentou com notável força estatística.
9.6.1.3 Quadro clínico
#importante
É o eritema figurado mais cotado como
paraneoplásico, o que sempre leva à
investigação extensa para neoplasia
oculta.
9.6.2.1 Epidemiologia
Quais doenças
dermatológicas podem
evoluir para a
eritrodermia?
Basicamente, podem-se separar as causas em quatro
grandes grupos, relacionados a seguir.