Pericia Criminal - Ebook

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E-BOOK

Perícia Criminal
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FUNDAMENTOS EM PERÍCIA
Objetivo Principal
➢ Introdução à Pericie Criminal;
➢ Atuação do Perito Criminal;
➢ Elementos da Cena do Crime;
➢ Tipos de Prova;
➢ Tipos de Crime.

Conhecer dentro da área forense noções básicas


para realização de perícia criminal.

O nome FORENSE vem de um adjetivo em latim que significa


“respeitante ao fórum judicial”, ou seja, aquele que ajuda os
tribunais a cumprir sua difícil missão de fazer justiça. A
popularidade do cientista forense surgiu com as séries de TV,
como a popular CSI, mas essa ciência existe desde o século 13.
O primeiro livro sobre ciência forense foi escrito no século
13, por um juiz chinês chamado Song Ci. O “Collected Cases
of Injustice Rectified”, que em português seria algo como
“Coletânea de Casos de Injustiça Retificados”, trata de uma
série de regras para que os médicos legistas não cometam
erros ou sejam corrompidos.

ÁREAS DA PERÍCIA CRIMINAL


Criminalística X Medicina Legal

➢Hans Gross – Austríaco – Juíz e prof de Direito Criou o


termo “Criminalística”.

➢1947 – Brasil - São Paulo – Congresso da Polícia Técnica


Científica (origem da Associação Brasileira de
Criminalística - ABC).

✓ Criminalística: Estudo dos vestígios extrínsecos do


corpo, da vítima ou do criminoso.

✓ Medicina Legal: Estudo dos vestígios intrínsecos do


corpo, da vítima ou do criminoso
ATUAÇÃO DO PERITO CRIMINAL

➢Perito in loco – Profissional que atua na cena do crime,


coletando amostras, reproduzindo oato ilícito(vestígios
extrínsecos);

➢Perito laboratorial - Profissional que atua na análise das


amostras (vestígios extrínsecos);

➢Médico Legista – Profissionalque atua na avaliação e coleta


de elementos dentro do corpo da vítima/criminoso (vestígios
intrínsecos).

Mediante aprovação em concurso público, os peritos oficiais


são:

➢ Médicos Legistas: trabalham noInstituto Médico Legal (IML);


➢ Peritos criminais: trabalham noInstituto de Criminalística
(IC);
➢ Médicos peritos doINSS: realizam suas perícias no
próprioinstituto.
Geralmente os editais dos concursos determinam que para
ser perito criminal é preciso ser formado em áreas diversas,
como Química, Física, Medicina, Farmácia, Enfermagem,
Biomedicina e Engenharias, sempre deacordo com a
demanda dosórgãos públicos.

Perito louvado: (não oficiais) requisitados pela autoridade


judiciária, quando se necessita de um determinado exame o
qual não está disponível via Poder Público.

ELEMENTOS DA CENA DO CRIME


Agente Ativo – Autor do ato ilícito (ato que viole o
ordenamento jurídico ou direito e cause dano);
Agente Passivo – Sujeito que sofreu danos físicos ou
consequências com o ato ilícito;
Agente Lesivo – Instrumento ou Meio utilizado para
promover lesão;
Elemento Subjetivo – Determina dolo ou culpa (classifica o
crime em culposo ou doloso). Causa X Concausa!!!
Conceitos ImportantesVestígio – (dado bruto) qualquer
elemento encontrado nacena docrime, tendoele relação ou
nãorelação com oato ilícito;estígio com o crime, o vestígio
torna- se um indício;
Agente Ativo – Autor do ato ilícito (ato que viole o

Indício – (dado analisado) elemento da cena do crime, tendo


relação com o ato ilícito comprovadamente. Se for
comprovada a relação do vestígio com o crime, o vestígio
torna- se um indício;
Evidência – Qualquer material, objeto ou informação que
esteja relacionado com a ocorrência do fato (vestígio que após
analisado pelo perito se mostra diretamente relacionado com
o caso).

O vestígio é o material bruto que o perito constata no local do


crime. Porém, somente após examiná-lo adequadamente é
que se pode saber se aquele vestígio está ou não relacionado
ao evento periciado.

“A evidência, segundo definição do dicionário, significa:


qualidade daquilo que é evidente, que é incontestável,
que todosvêemou podemvereverificar”.
“O VESTÍGIO ENCAMINHA, O INDÍCIO APONTA”.

Segundo o nosso dicionário,a expressão indício sm (lat


indiciu) significa vestígio, sinal. Indicação. Sinal ou fato que
deixa entrever alguma coisa, sem a descobrir
completamente, mas constituindo princípio de prova
(Gilberto Porto).

A expressão indício foi definida para a fase processual, ou seja,


para um momento pós-perícia, o que quer dizer que a
nomenclatura “indício” engloba, além dos elementos
materiais de que trata a perícia, outros de naturezasubjetiva,
próprios daesfera da polícia judiciária.

Prova – (dado formalizado) demonstração da verdade no


processo investigativo.

TIPOS DE PROVA CRIMINAL


Prova significa verificação, inspeção, exame, confirmação,
reconhecimento por experiência, experimentação, revisão,
comprovação, confronto.

➢Este vocábulo é usado para indicar tudo àquilo que pode nos
convencer de um fato. Logo, a prova seria um instrumento
utilizado para a demonstração da existência dos fatos
pertinentes e/ou essenciais ao processo.
Ação ou um meio que confirmem a existência de um fato, seja
esta confirmação positiva ou negativa, os meios utilizados
devem ser idôneos eo destinatário da prova deve ser
sempreojuíz.

A perícia é responsável por detectar e analisar os elementos da


prova, sendo posteriormente levados ao processo.

A perícia criminal é materializada através do exame pericial,


que é um ato de instrução que poderá ocorrer na persecução
criminal, tanto na fase do inquérito policial, quanto na fase
processual penal.
O Processo Penal Brasileiro admite todas as provas obtidas
através de meio lícito, e, não somente àquelas arroladas no
Código de Processo Penal Brasileiro, se destacando como
exemplos, as filmagens, as interceptações telefônicas, dentre
outras.

É possível fazer a classificação das provas como:

➢Testemunhal – Relatos, acareações, etc.


➢Documental – Escrituras públicas, cartas, etc.
➢Material – Exames laboratoriais, análise da arma do crime,
exame de corpo de delito, etc.
Conceituando Crime!!!

Existem vários tipos de perícias, e não somente a perícia


criminal. Nesta disciplina, Fundamentos da Perícia Criminal
iremos abordar assuntos relacionados apenas ás perícias
provenientes de casos criminais!

O que é considerado Crime?


O Código Penal prevê em seu artigo 1oque não há crime sem
lei anterior que o defina e que não hápena sem prévia
cominação legal. Ou seja, somente são considerados crimes
os fatos que já estejam previamente previstos em lei.
Etimologicamente, a palavra provém do Latim “crimen” e
significaacusação.

Crime por Ação


Exemplo: a lesão corporal, prevista no art. 129 do Código
Penal, que ocorre quando o agressor ofende a integridade
corporal ou a saúde de alguém.

Crime por Omissão


Exemplo: a omissão de socorro, prevista no art. 135 do Código
Penal, ocorre quando a pessoa deixa de prestar assistência,
quando é possível fazê-lo sem risco pessoal.
PRINCIPAIS TIPOS DE CRIME
Crime Simples - Básico, fundamental, que contém os
elementos mínimos e determina seu conteúdo subjetivo sem
qualquer circunstância que aumente ou diminua sua
gravidade. Há homicídio simples (art.121,), furto simples (art.
155), etc.

Uma única infração penal


Crime Qualificado - É aquele em que ao tipo simples, a lei
acrescenta circunstância que agrava a sua natureza,
elevando os limites da pena. Não surge a formação de um
novotipo penal.

Art. 121, §2°. Se o homicídio é cometido


I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe.
II – por motivo fútil.

Crime de apropriação de coisa


achada tem previsão de pena de
até 1ano de detenção e multa.
Crime de Mera Conduta: São crimes simplórios, como no caso
de contravenções penais, como: porte de arma branca,
omissão de socorro ou até abandono intelectual.
Exclusão as armas de fogo: faca, machado, martelo, serrote,
punhais, etc).

Crime Vago: São aqueles em que o sujeito passivo é uma


coletividade destituída de personalidade jurídica, como a
família, amigos. Exemplos são encontrados no impedimento
ou perturbação de cerimônia funerária (art. 209), violação de
sepultura(art. 210).

Crime Hediondo: Tais crimes que, pela sua natureza ou pela


forma de execução, se mostram repugnantes, causando
clamor público e repulsa. Latrocínio (art.157), extorsão
qualificada pela morte (art. 158).

Crime Preterdoloso: Tais crimes caracterizam-se quando o


agente pratica uma conduta dolosa, menos grave, porém
obtém um resultado danoso mais grave doqueo pretendido,
naformaculposa.
EXAME CORPO DE DELITO E HEMATOLOGIA FORENSE

LOCAL DO CRIME
Entendemos por “local de crime” a região do espaço em que
ocorreu um evento delituoso.

Delito: qualquer ato que constitua uma infração às leis


estabelecidas; ato considerado punível pelas leis que regem
umasociedade; crime, infração.

É porção do espaço compreendida num raio que, tendo por


origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de
modo a abranger todos os lugares em que, aparente,
necessária ou presumivelmente, hajam sido praticados, pelo
criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares ou
posteriores, à consumação do delito, e com este
diretamente relacionados.

Podemos segmentar um local de crime, para fins didáticos,


em duas partes:ocorpo de delitoeos vestígios.
Os peritos que atuam no local do crime(in loco):

Deverão ter porte de arma


Tem autoridade para isolar a área, se o agente policial não o
fizer, tendo autorização para adentrar na área isolada;
Deverão atuar em pelo menos 2 agentes (vide
mudança na legislação).

A área do local do crime deve ser isolada por uma


autoridade policial (faixa amarela) Isolamento e
Preservação da cena do crime;

O isolamento da área da cena do crime tem como objetivo


a preservação da cena;

Os vestígios encontrados, tendo a ver ou não com o delito


deverão ser enumerados e fotografados pela perícia
(fotografia forense).

Com relação à sua abrangência, deve-se tentar isolar a


maior área possível em torno do evento! Por exemplo: em
um local de homicídio, com uma vítima caída no chão de
um dormitório, não basta isolar apenas o quarto (a casa
inteira pode ter vestígios).
MAS O QUE DE FATO É O EXAME DE CORPO DE
DELITO??
Exame de corpo de delito é constituído por todos os
elementos materiais do ato ilícito, inclusive os meios ou
instrumentos utilizados pelo criminoso!

Originalmente, como aparece no Código de Processo Penal,


um decreto- lei publicado em 3 de outubro de 1941, a
expressão referia-se apenas ao ser humano. Todavia, do
ponto de vista técnico-pericial atual, entende-se corpo de
delito como qualquer elemento relacionado ao crime e no
qual é possível efetuar um exame pericial.

Sobre o Exame de Corpo de Delito:


“É o delito em sua corporação física.”

Entrada no Local do Crime


O primeiro policial a chegar ao local deve averiguar se de fato


existe a ocorrência que lhe foi comunicada. Para tanto, deve o
policial penetrar no local do crime e dirigir-seatéocorpo de
delito;

A entrada ao local imediato/mediato ao corpo de delito deve ser feita


pelo ponto acessível mais próximo a este, de tal forma que a
trajetória até o mesmo seja uma reta;

Constatado o delito, o policial deverá retornar para a periferia do


local do crime, percorrendo a mesma trajetória que o levou até o
corpo de delito nosentidoinverso.
Exceções:
a) Socorro à vítima;
b) Para conhecimento do fato (forçamento de janelas e
portas);
c) Para evitar mal maior (ocorrência de trânsito - Lei 5970/73);
d) O trabalho dos bombeiros no salvamento e na extinção do
fogo (prioridades inadiáveis nos casos de incêndio).

Constatada a existência da ocorrência deverá o policial


comunicá-la à autoridade competente para o devido
encaminhamento. A função do primeiro policial, entretanto,
ainda não acabou. Ele deverá tomar as
primeiras providências para o isolamento do local de crime
com a finalidade de preservar os vestígios lá existentes.

Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a


autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se


alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos
peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato,


após liberados pelos peritos criminais.
Antes de iniciar as análises o Perito Criminal deve realizar...

✓ Levantamento fotográfico: Iniciado assim que o perito


chega ao local, o mais rápido possível. Tirar fotos globais da
cena logo ao chegar é recomendação baseada em
fundamentos que podem esclarecer qual o estado da cena
quando da chegada da perícia. A etapa fotográfica
permeia todo o trabalho de análise da cena. Não é uma etapa
estanque. Inicia-se com a chegada e continua até a liberação
do local. É uma importante forma de registro;

✓ Croqui: Consiste em realizar um desenho da cena de crime


e registrar a posição dos vestígios no local de crime, de modo
a contextualizá-los parafuturas referências.

O procedimento padrão pode ser assim resumido:

a) Primeiro policial – Verificar a existência da ocorrência;


isolar o local do crime;

b) Demais policiais: Isolar e preservar o local do crime;

c) Autoridade Policial – comparecer ao local; solicitar a


perícia a ser realizada; garantir a segurança dos peritos e sua
equipe; apreender os objetos relacionados com o fato;

d) Peritos: atender à solicitação da autoridade policial,


realizar a perícia e consignar em documento todas as
informações relativas ao trabalho desenvolvido.
A perícia em locais de crime deve ser minuciosa!
E deve seguir os seguintes procedimentos:

Avaliar se o local de crime está devidamente isolado e


preservado;

Observar minunciosamente o local do crime antes de entrar


no espaço;

Reunir com a equipe de peritos para analisarem e definirem a


melhor forma de iniciar o processamento do local. No local do
crime deve haver no mínimo dois peritos para executar o
trabalho;

Escolher o método de busca de vestígios: linha, linha cruzada,


espiral ou quadrante;

Marcar (enumerar) os vestígios encontrados;

Havendo discordância entre os dois


peritos, deve haver o parecer de um
terceiro perito.
Anotar, registrar e documentar todos vestígios
encontrados, por meio de: fotografia, descrição
narrativa(escrita, áudio ou vídeo), e croqui da cena;

Coletar os vestígios de acordo com as técnicas adequadas


para preservar as características de cada item, seja ele
biológico, físico ou químico;

Após a coleta, reunir com a equipe para checar se o trabalho


realizado até então foi suficiente;

Encaminhar o material coletado para análise pericial em


laboratório de criminalística;

Cumprir a cadeia de custódia;

Liberar o local.

A cadeia de custódia tem uma importância fundamental na


perícia em locais de crime, pois a documentação cronológica
dos vestígios poderá ser utilizada como prova.
Impedimento e Suspeição do Perito Motivos clássicos de
escusa, suspeição e impedimento para a execução da perícia
são:

Se for amigo íntimo ou inimigo capital de uma das partes


;
Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente estiver
respondendo a processo por fato análogo, ou se estes (parentes
até 3o grau) respondem a processo que tenha que ser julgado
por qualquer uma das partes;

Se tiver aconselhado qualquer uma das partes;

Se for credor, devedor ou tutor de qualquer uma das partes;

Se for sócio, acionista ou administrados de sociedade


interessada no processo.

Hematologia Ciência Forense

Haima, "sangue" e lógos, Relacionada com


"estudo, tratado, discurso". o desvendamento de crimes.

HEMATOLOGIA FORENSE

Normalmente as manchas recentes são vermelhas e úmidas,


passando de vermelho-castanho a castanho-escuro. As manchas
que estejam bem secas apresentam aspecto fendilhado, com
escamas brilhantes e aspecto esverdeado.

A idade da mancha depende de dois fatores, quais sejam a cor e


o grau de solubilidade. Quanto mais recente, maior a
solubilidade.

O tipo de mancha mais comum encontrada nas cenas de crime é


a mancha de sangue, mas é preciso ter certeza deque o material
ou a mancha é sangue de fato.

A identificação de sangue é feita em 3 etapas:

1- Teste de Orientação
2- Teste de Certeza
3- Identificação de sangue humano
TESTE DE ORIENTAÇÃO PARA SANGUE
Descobre se é sangue determinada mancha.
São 4 tipos:

1. TESTE DE ADLER: A reação é feita com base em água


oxigenada e benzidina. Se for sangue, a mancha ficará azul.

2. TESTE DE AMADO FERREIRA: É feito com benzidina e Ácido


Acético. Se for sangue, a mancha ficará azul intenso.

3. TESTE DE KASTLE-MEYER: É feito com fenolftaleína. Se for


sangue, a mancha ficará rosa/vermelha.

4. TESTE DE VAN-DEEN: É feito com água oxigenada e guaiaco.


Se positiva, pode ser sangue e fica azul-claro.

Atenção!! SE ALGUMA DESSAS REAÇÕES FOREM NEGATIVAS,


NÃO É SANGUE COM CERTEZA!

TESTE DE CERTEZA PARA SANGUE:

Teste que confirmam a presença de componentes do


sangue (em especial a hemoglobina) em determinada
mancha.
São4tipos:

1. ESPECTROSCOPIA
2. CRISTAIS DE TEICHMANN
3. CRISTAIS DE HEMOCROMOGÊNIO
4. LUMINOL
5-amino-2,3-di-hidro-1,4-ftalazinadiona...
Mais conhecido por Luminol.
A eficácia do produto é tão grande que é possível a detecção
de sangue mesmo que já tenham se passado seis anos da
ocorrência do crime. A reação química produzida não afeta a
cadeia de DNA, permitindo o reconhecimento dos criminosos
ou das vítimas.

IDENTIFICAÇÃO DE SANGUE HUMANO

Após a realização do Teste de orientação e Teste de Certeza,


obtendo a confirmação que o material realmente é sangue... É
preciso saber se o mesmo é sangue humano!

Para isso, podem ser feitos 2 testes, são eles:

1- TESTE UHLENHUTH

2- TESTE DE COOMBS

TIPOS DE MANCHAS DE SANGUE


A Forma da Mancha diz muito!
Através da sua forma, pode-se determinar a altura, o ângulo
e a violência que o atingiu.
A mancha de sangue pode ser proveniente de diversas
localizações: Epistaxe (mucosa nasal), menstruação,
corrimento vaginal, cavidade bucal, árvore respiratória, vias
digestivas, etc... O ideal é que o perito consiga identificar o
local proveniente da mancha, assim achando diretrizes para
aresolução do caso criminal
TRAUMATOLOGIA FORENSE

LESÃO CORPORAL - Art. 129 do Código Penal

DEFINIÇÃO
“Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrém...”

Qualquer simples alteração causada à integridade corporal,


seja de maneira culposa ou dolosa, na estrutura anatômica ou
histológica de uma pessoa. Ausência de animus necandi (sem
aintenção de matar).
Forma dolosa(animus laedendi)
Forma culposa(Negligência, Imperícia e Imprudência).

A Lesão Corporal pode ser classificada como:

Lesão Corporal Leve


Lesão Corporal Grave
Lesão Corporal Gravíssima
Lesão Corporal seguida de morte
Lesão Corporal Leve: Aquela que ofende a integridade corporal
ou a saúde, nada mais.

Lesão Corporal Grave: Aquela que além de ofender a


integridade corporal ou a saúde, incapacita para as atividades
habituais por mais de 30 dias ou debilita seus membros,
sentidos ou funções, acelera o parto ou traz perigo de vida.

Lesão Corporal Gravíssima: Aquela que além de ofendera


integridade corporal ou a saúde, incapacita permanentemente
para o trabalho, causa enfermidade incurável, perda ou
inutilização de membro, sentido ou função, deformidade
permanente, provoca aborto.

Lesão Corporal seguida de Morte: Aquela que além de ofender


a integridade corporal ou a saúde, resulta em morte, sem
querer este resultado, nem assumir o risco de produzi-lo.

Qualificadora (agravante): Lesão corporal produzida por meio


de veneno, fogo, explosivo, asfixiaou tortura por
meioinsidioso ou cruel.
Traumatologia Forense
É uma ciência da Perícia Criminal específica para o estudo
dos efeitos na pessoa das agressões físicas e morais, e a
determinação de seus agentes causadores.
Área forense que estuda os aspectos médico-jurídicos das
lesões causadas pelos agentes lesivos.
Trauma
É o resultado da ação vulnerante que possui energia capaz
de produzir a lesão.

Agente Lesivo Mecânico (simples ou associado);


Agente Lesivo Físico;
Agente Lesivo Químico;
Agente Lesivo Bioquímico.

AGENTES LESIVOS MECÂNICOS SIMPLES


Agentes Contundentes – Lesões Contusas
O choque de superfícies pode se dar de 2 diferentes formas:

Ativa(quando o instrumento é projetado contra a vítima)

Passiva(quando a vítima vai ao encontro do objeto) Devido à


elasticidade da pele, esta se conserva íntegra e a lesão se
produz em nível profundo. São várias:

1.Escoriação:quando o atrito do deslizamento lesa a


superfície da pele

2.Equimose: quando há rompimento de vasos e derrame


sanguíneo infiltrando os tecidos

3.Hematomas: parecido com a equimose, porém mais


demorado

4.Bossas: quando o derrame sanguíneo não encontra


condições de se difundir e forma coleções localizada,
próximo a osso por exemplo.
AGENTES LESIVOS MECÂNICOS MISTOS

BALÍSTICA FORENSE

AGENTE PÉRFURO-CONTUNDENTE
O projétil é o mais típico agente pérfuro-contundente
É composto de chumbo e revestido ou não por outros
metais
Possuem formas variáveis: cilíndricas ou ogivais
As munições podem ter carga simples ou única
(revólver) ou múltiplas (cartucheiras)
Em disparo de Arma de Fogo (DAF)...

Critérios de estudo da lesão causada por PAF, são


consideradas:

1. pela distância de disparo do alvo

2. pelas características de seus orifícios:


Orifício de entrada
Orifício de saída

3. pela sua trajetória (ou trajetos)

AGENTES LESIVOS FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS

Visto que os Agentes Lesivos Mecânicos são classificados


como Instrumentos.... Agora falaremos sobre Agentes
Lesivos classificados como Meios!

Agentes Lesivos – Meios


Meio Físico – Ex: Energia térmica (frio, calor), energia
elétrica (cósmica, artificial), pressão atmosférica, som.
Meio Químico – Ex: Substância cáustica e veneno
Meio Bioquímico – Ex: Inanição (falta de alimentação)
Meio Físico-químico (Mistos) – Ex: Asfixia
AGENTES LESIVOS FÍSICOS

Lesões produzidas por uma modalidade de ação capaz de


modificar o estado físico dos corpos e de cujo resultado
podem surgir ofensa corporal, dano à saúde ou morte.

1- TEMPERATURA (Calorou Frio)


2- PRESSÃO ATMOSFÉRICA
3- ELETRICIDADE
4- LUZ (radioatividade)
5-SOM

AGENTES LESIVOS QUÍMICOS

É a lesão promovida por substâncias químicas que em contato


com o organismo possuem ação desidratante, oxidante,
fluidificante e coagulante. As substâncias cáusticas são mais
frequentes nos estados: Sólido (nitrato de prata), líquido
(ácidos) e gasoso (cloro, amoníaco, e vapores nitrosos)

Ação Externa: Substâncias Cáusticas (ácido e base); vitriolagem;

Ação Interna: Envenenamento ou Intoxicação.


AGENTES LESIVOS BIOQUÍMICOS

INTOXICAÇÕES ALIMENTARES
(Salmonelas, botulismo)
INFECÇÕES
Acidentais
Culposas (negligência ou imperícia)
Dolosas (intencionais – EX: DSTs)

TANATOLOGIA FORENSE
Tanatologia Forense é o ramo da Perícia Criminal que estuda
morte e os fenômenos a ela relacionados.

É uma palavra de origem grega: Tanathos - O deus da morte


Logia- Ciência.

O exame realizado pela Tanatologia é a autópsia/necrópsia.

Exame interno e externo de um corpo cadavérico cuja


finalidade é:

Identificar o corpo;
Determinar a causa da morte – Causa Mortis ;
Determinar a causa jurídica da morte – A diagnóstico
diferencial
médico-legal (acidente, suicídio, homicídio ou morte de causa
natural).
Os fenômenos cadavéricos são divididos em:

Fenômenos Abióticos
Imediatos – Antecedem a morte
Consecutivos – Ocorrem logo após a morte

Fenômenos Transformativos
Destrutivos – Decomposição natural
Conservadores – Mecanismos de conservação

FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS


FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

Algo Mortis:

Mais lento: obesos, ambientes sem circulação de ar, vítimas


de insolacão, envenenamento e doenças infecciosas agudas
Mais rápido: crianças e idosos, doenças crônicas e grandes
hemorragias
Uso de termômetro retal Introduzido10cm(1,5°/h)
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS

AUTÓLISE
Destruição Enzimática das Células seguida de acidificação e
decomposição;
PUTREFAÇÃO
Ação de micróbios aeróbios, anaeróbios e facultativos
iniciando pelo intestino);

FENÔMENOS TRANSFORMATIVOSCONSERVATIVOS

Por falta de atuação bacteriana, a autólise não avança no


sentido da putrefação, e os tecidos ficam conservadores
devido a processos físicos ou químicos, como a mumificação,
maceração e saponificação (existem outros métodos
artificiais de conservação como o congelamento, calcificação,
embalsamento entre outros).
ENTOMOLOGIA FORENSE

A capacidade dos insetos de sentirem odores que os humanos


não conseguem sentir, faz com que sejam os primeiros a chegar
no local de um crime ou no local onde tenha um organismo
morto, mesmo que a decomposição seja feita principalmente
por microrganismos, como bactérias.

Os odores que são exalados pelo cadáver vão sendo modificados


no decorrer da decomposição;

Essa mudança no odor vai se tornando maisou menos atrativos


para
as espécies;

A presença de insetos necrófagos no cadáver pode dar pistas


importantes sobre o ocorrido no local da
morte, como acronologia.

A entomofauna encontrada no cadáver, se analisada, pode dar


algumas importantes informações sobre:

Identidade do cadáver
Pode ser feita com a obtenção do sangue e dos tecidos do
cadáver no interior dos insetos e posterior análise de DNA para
identificação.
Causa da morte
Como a velocidade da decomposição é influenciada por alguns
fatores como o local onde a pessoa morreu, pode-se descobrir
se ela foi morta por afogamento, carbonização, envenenamento,
entre outras coisas.
Movimentação do corpo
Como a diversidade de insetos necrófagos é grande até
mesmo dentro de uma mesma região, pode-se deduzir se o
corpo foi movimentado. Isso é possível a partir da coleta e
identificação dos insetos adultos, comparando-os com os
que ainda estão imaturos.

Uso de toxinas ou drogas


As toxinas ou drogas que estiverem presentes no corpo em
decomposição causam mudanças no desenvolvimento dos
estágios da vida dos insetos que se alimentam da matéria
orgânica. Essas substâncias também podem ser identificadas
no organismo do inseto.

A decomposição ocasionada pelos insetos é uma importante


ferramenta para investigações criminais!

Estes insetos são atraídos pelo cadáver logo após a morte e


desde então começam o processo de decomposição, dentre
estes primeiro insetos encontram-se as moscas varejeiras,
que são atraídas pelos odores exalados de um corpo em
decomposição, sendo então um dos insetos de maior
importância nos estudos de entomologia forense.
Assim como a mosca da carne (e suas larvas).

No decorrer do processo, insetos sucedem-se uns aos outros


cada um com preferência por determinada condição do
corpo.
Cada mosca deposita cerca de 250 ovos que eclodem dentro
de 24 horas.
A identificação da espécie auxilia a perícia não apenas na
determinação da hora da morte, mas também em outras
investigação. Exemplo:

Maus Tratos
Investigação de um caso de negligência e maus tratos a uma
criança, com base no desenvolvimento das larvas de
dípteros encontradas nas fraldas para verificação do período
em que foi privada de cuidados de higiene.

Entorpecentes

Casos que envolvem o consumo de drogas lícitas ou ilícitas


por parte da vítima podem indicar a causa da morte,
overdose de
cocaína certamente será encontrada a substância no
organismo dos artrópodes tomados para análise.

Local do crime

Conhecendo a fauna dos insetos, pode-se determinar o local


onde ocorreu a morte Ex: Algumas espécies de moscas são
encontradas em centros urbanos e,a associação dessas
espécies em corpos encontrados nas áreas rurais sugere que
a execução do crime não tenha ocorrido no local onde o
corpo foi achado.
ANTROPOLOGIA FORENSE
Antropologia é a ciência que estuda o ser humano a sua
origem e evolução não somente em seu aspecto físico mas
também no social e cultural. Pode ser:
Antropologia cultural, Arqueologia e Antropologia Física.

A Antropologia Forense é a parte da Antropologia Geral que


interessa à Medicina Legal, especificamente em duas
modalidades: a identificação policial ou judiciária
eaidentificação médico legal.
MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO

Antropométrica
Consiste na medição de ossos, tamanhos, raça, idade do
indivíduo. Identificação por ossadas.

Empírica
Se resume a simplesmente descrever as características mais
evidentes de uma pessoa. Ex. homem, mulher, obeso, magro,
alto,baixo...

Fotográfica
Quando do seu surgimento no séc. XIX, achou-se promissor
todavia logo se percebeu seu pouco valor. Documentos.

Datiloscopia
O de maior credibilidade dentre os métodos usuais, consiste
no estudo das impressões digitais dos indivíduos. Vantagens:
Unicidade (ser único), Imutabilidade (não mudar), Praticidade
(qualidade de ser prático, fácil), Classificabilidade (ser
possível classificar), Perenidade (desde a vida embrionária à
putrefação).

Genética
Testes genéticos, Teste de DNA. Este tipo de identificação é a
mais recente dentre os métodos aqui citados.

Tatuagens,Sinais Individuais e mutilações


Ex: flor de lis na fronte dos ladrões na França, estrela de
David nos judeus pelos nazistas, marcas a ferro quente em
escravos fujões.
Identificação da Espécie: Humana ou Animal

Quando encontra-se um esqueleto completo, não existem


maiores dificuldades para a determinação da espécie, o
problema ocorre quando encontramos apenas fragmentos
ósseos ou sangue.

Distinção entre ossos de animais e ossos humanos pelo


estudo dos Canais de Havers.

IDENTIFICAÇÃO DO SEXO
No vivo ou no morto recente: determinação fácil.
Situações difíceis: Estado avançado de putrefação, esqueleto,
intersexuais/pseudo-hermafroditismo

Cadáver deteriorado ou em fase de putrefação avançada:


“Abrir a cavidade abdominal a procura de útero e ovários ou
de próstata”.

No esqueleto:
“A separação sexual faz-se pela discriminação dos ossos
(crânio, tóraxe pelve).
GENÉTICA FORENSE

A Genética Forense ou DNA Forense é a área do


conhecimento que trata da utilização dos conhecimentos e
das técnicas de genética e de biologia molecular no auxilio
àjustiça.

O 1o caso de identificação criminal ocorreu em 1985 em um


pequeno condado na Inglaterra. O geneticista Alec Jeffreys
comparou as amostras das vítimas com a do suspeito;
comprovando de quem foi a autoria do crime.

Atualmente a identificação humana por DNA Forense já


aceita em processos judiciais em todo o mundo.

Os testes de DNA podemser usados:


➢ Teste de Paternidade (caracterização de vínculosgenéticos);
➢ Desastres em massa(Identificação de fragmentos humanos);
➢ Investigação histórica;
➢ Identificação de pessoas desaparecidas;
➢ Identificação de militares;
➢ Banco de DNA de criminosos;
➢ Comparação de perfisgenéticos de suspeitos;
➢ Banco de evidenciasbiológicas.
Estado da Evidência:
Dependendo do estado físico e / ou químico da evidência, as
análises de DNA se limitam;
No exame de DNA analisam-se: DNA mitocondrial ou DNA
nuclear.

Etapas para AnáliseForense:


➢ Coleta daamostra;
➢ Isolamento do DNA;
➢ Corte do DNA;
➢ Separação dos fragmentos;
➢ Transferência do DNA;
➢ Hibridização deSondas;
➢ Perfil do DNA.
O governo brasileiro, em maio de 2010, estabeleceuum acordo
com o Federal Bureau of Investigation(FBI) para a utilização do
software Codis, já usadoem mais de 30 países. Com isso,
obancobrasileiro, aprincípio, teria os mesmos padrões do
banco norteamericano

Em março de 2013, publicou-se o decreto de nº7.950para


regulamentar a Lei Nº 12.654/2012 e institui obanco nacional de
perfis genéticos e a redeintegrada de bancos de perfis genéticos.
A partirdele ficaestabelecidoquea unidade de períciaoficialdo
Ministério da Justiça é o âmbito de gestão dobanco

OBRIGADA
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com o Professora Dra. Kaline Sousa
para o curso de "Perícia Criminal".

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