Fertilizantes Nitrogenados - Douglas Guelfi
Fertilizantes Nitrogenados - Douglas Guelfi
Fertilizantes Nitrogenados - Douglas Guelfi
AGRONÔMICAS
No 157 MARÇO/2017
Desenvolver e promover informações científicas sobre
MISSÃO o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o
ISSN 2311-5904
benefício da família humana
A
nitrogenados quimicamente modificados ou de liberação lenta,
indústria mundial de fertilizantes tem o desafio de como a ciclo diureia (CDU) e a ureia formaldeído (UF), que foram
melhorar as características químicas, físicas e físico- patentadas como fertilizantes na Europa e nos EUa em 1947 e 1955,
químicas dos produtos e a eficiência no uso respectivamente, e ainda despertam grande interesse da pesquisa
dos nutrientes, particularmente do nitrogênio (N). Contudo, no mundo (YamamOtO et al., 2016).
os avanços tecnológicos sempre devem ocorrer associados ao
menor impacto ambiental e à adequada remuneração dos agricul- Na década de 1960, a ureia revestida com enxofre elemen-
tores – os principais responsáveis pela segurança alimentar da tar (s0) foi patenteada pelo tennessee Valley authority (tVa)
população. (BlOUiN; riNDt, 1967) que, posteriormente, abriu caminho para
o aparecimento de uma série de inovações tecnológicas relacionadas
O maior avanço tecnológico no setor de fertilizantes nitro- à produção de fertilizantes de liberação controlada.
genados, considerada como a principal invenção do século XX, foi
a síntese da amônia (NH3) a partir da reação do gás dinitrogênio Na década de 1990 começaram a ser comercializados os
(N2), presente na atmosfera, com o hidrogênio (H), em condições aditivos DmPP (3,4-dimetilpirazolfosfato) e NBPt [N-(n-butil)
de alta pressão e temperatura e na presença de ferro (ErismaN tiofosfórico triamida], duas das principais moléculas utilizadas no
et al., 2008). a patente do processo foi obtida em 13 de outubro mundo com a função de estabilizar o N por meio da inibição da
de 1908 pelos químicos Fritz Haber e Carl Bosch, o que possibi- reação de nitrificação ou da atividade da urease no solo.
litou a diversos países a diminuição da dependência das reservas atualmente, o fertilizante nitrogenado convencional
restritas de N na forma de Guano, existente no Chile, o aumento mais utilizado na agricultura mundial é a ureia. a desvantagem
na produtividade das culturas e a segurança alimentar e nutricio- agronômica da ureia é a elevada perda de N por volatilização
nal da população (ErismaN et al., 2008). Por tal feito, Haber e quando aplicada na superfície do solo e em condições climáticas
Bosch foram agraciados com o prêmio Nobel em 1918 e em 1931, inadequadas.
respectivamente. Portanto, um dos inúmeros desafios das pesquisas relacio-
a partir da síntese da amônia foi possível o desenvolvimento nadas aos fertilizantes nitrogenados é o desenvolvimento de tecno-
de novas rotas tecnológicas e a produção em maior escala de ureia, logias para redução das perdas de N da ureia. algumas tecnologias
nitrato de amônio, nitrato de cálcio, sulfato de amônio, monoamônio começaram a ser desenvolvidas e comercializadas ainda no século
fosfato (maP) e diamônio fosfato (DaP) – principais fertilizantes XX e continuam em constante aperfeiçoamento. muitas delas já
nitrogenados utilizados na agricultura mundial que têm a amônia eram conhecidas, porém pouco utilizadas, principalmente devido
como matéria-prima básica para a sua produção. à sua disponibilidade e custo restritivos.
Abreviações: AAPFCO = Association of American Plant Food and Control Officials; C = carbono; CAGR = taxa de crescimento anual composta; CDU =
ciclo diureia; DAP = diamônio fosfato; IBDU = isobutileno diureia; INPI = Instituto Nacional de Propriedade Intelectual; DMPP = 3,4-dimetilpirazolfosfato;
MAP = monoamônio fosfato; MOS = matéria orgânica do solo; N = nitrogênio; NBPT = [N-(n-butil) tiofosfórico triamida]; NH3 = amônia; N2 = dinitrogênio;
PCF = fertilizantes recobertos por polímeros; S0 = enxofre elementar; SCU = ureia revestida com enxofre; TVA = Tennessee Valley Authority; UF = ureia
formaldeído; UM = ureia metileno.
1
Professor Doutor, Departamento de Ciência do Solo, Universidade Federal de Lavras (DCS/UFLA); email: [email protected]
Tabela 1. Consumo mundial de fertilizantes nitrogenados estabilizados, de liberação lenta ou controlada em 2014.
Data
Tabela 6. Inibidores de nitrificação mais utilizados em fertilizantes nitro- Outra aplicação dos inibidores de nitrificação e de urease é
genados estabilizados. como aditivos para redução de perdas de N dos estercos em siste-
Inibição da nitrificação mas de criação de animais (HaGENKamP-KOrtH et al., 2015;
Tipo de inibidores de nitrificação após 14 dias riCHEs et al., 2016).
(%) Os inibidores de nitrificação são eficientes na diminuição
Nitrapyrin (2-cloro-6-triclorometil piridina) 82 das emissões de óxido nitroso quando adicionados aos fertilizantes
atC (4-amino-1,2,4- triazol HCl) 78 nitrogenados (rUsEr; sCHUlz, 2015). Foram relatadas reduções
nas emissões de óxido nitroso entre 33% e 96% com a utilização
(2,4-diamino-6-triclorometil triazina) 65
de inibidores de nitrificação como Nitrapyrin, DCD, carbeto de
DCD/DDa (Dicianamida) 53 cálcio em diferentes fertilizantes nitrogenados (sNYDEr, 2007).
DmPP (3,4-dimetilpirazol fosfato) 51 as perdas de N na forma de óxido nitroso representam 1%
tioureia 41 ou menos do N total aplicado na forma de ureia (iPCC, 2006). No
am (2-amino-4-cloro-6-metilpirimidina) 31 que se refere à eficiência agronômica, a diminuição das perdas de
N na forma de óxido nitroso não são muito significativas, mas do
ponto de vista ambiental são extremamente relevantes.
a aplicação da ureia com inibidores de nitrificação é realizada em
condições favoráveis à ocorrência de volatilização de amônia. 3.2. FERTILIZANTES NITROGENADOS DE LIBERAÇÃO
Em cultivo de milho adubado com ureia tratada com inibidor LENTA OU QUIMICAMENTE MODIFICADOS
de nitrificação (DMPP), a perda de N por volatilização foi de 78 kg ha-1 a ureia formaldeído começou a ser desenvolvida em 1924 e
de N (52,2% do N aplicado), maior do que a da ureia convencional, foi o primeiro fertilizante do grupo de liberação lenta a ser comer-
de 59 kg ha-1 de N (39,4% do N aplicado) (silVa, 2016) (tabela 5). cializado. atualmente, existem formulações líquidas e sólidas
Os inibidores da nitrificação são particularmente úteis (trENKEl, 2010; azEEm et al., 2014; YamaNOtO et al., 2016).
em condições favoráveis à ocorrência de lixiviação de nitrato e Os fertilizantes de liberação lenta ou quimicamente modi-
desnitrificação. Essas perdas de N podem causar contaminação da ficados, sem revestimento, como a ureia formaldeído, têm como
água e contribuir para as emissões de óxido nitroso – um dos gases princípio a redução da solubilidade das frações N presentes na sua
causadores das mudanças climáticas (rUsEr; sCHUlz, 2015). composição (NEYmaN; DErr, 2002).
Os efeitos dos inibidores de nitrificação na população geral Para sua produção dentro de um reator e em condições con-
de microrganismos-não alvo são contraditórios e não estão claros. troladas de pH, temperatura, proporção molar e tempo de reação,
Em alguns estudos foram reportadas redução na população de são formadas cadeias poliméricas entre o carbono do crotonaldeído,
bactérias-não alvo, enquanto em outros não houve nenhum efeito acetaldeído, isobultiraldeído ou formaldeído e a ureia. O produto final
dos inibidores de nitrificação na biomassa microbiana (rUsEr; é uma mistura de ureia metileno com polímeros com diferentes pesos
sCHUlz, 2015). moleculares, grau de polimerização e solubilidade do N (JaHNs;
Os inibidores de nitrificação tem potencial de uso restrito EVEN; KaltWassEr, 2003; YamamOtO et al., 2016) (Figura 6).
no Brasil. sua aplicação é limitada a áreas de cultivo onde existe a disponibilidade de N dos fertilizantes de liberação lenta
excesso de nitrato no solo suscetível a perdas por lixiviação. Essa depende da decomposição das cadeias dos polímeros em CO2 e NH3
não é uma situação comum na maior parte das áreas de cultivo do pela atividade microbiológica. Por isso, as propriedades do solo e
país (CaNtarElla, 2007). Algumas situações específicas para os fatores ambientais, como teor de argila, pH, umidade e tempe-
sua aplicação seriam em áreas irrigadas, em solos arenosos locali- ratura, afetam a decomposição e a liberação de N dessa categoria
zados em regiões com maior intensidade de chuvas e com elevadas de fertilizantes nitrogenados (JaHNs; EVEN; KaltWassEr,
doses de N aplicadas anualmente. 2003; timilsENa et al., 2014).
Figura 6. Diferentes polímeros com nitrogênio presentes na ureia formaldeído que liberam nitrogênio em função do peso molecular e grau de polimerização.
N insolúvel em água a 25 ºC
N solúvel
em água a 25ºC N solúvel em água N insolúvel em água
a 100º C a 100º C
(I) (II) (III)
Índice de atividade (ia):
[(N insolúvel a 25 ºC + N insolúvel a 100 ºC)/(N insolúvel a 25 ºC)] x 100
Exemplo: ia = [(71 - 22)/71] x 100
ia = 69%
Tabela 8. Valores médios de volatilização (% do N aplicado em 6 adubações) de fertilizantes nitrogenados aplicados no cafeeiro.
1
Dose de 150 kg ha-1 de N aplicados em cada uma das 6 adubações nitrogenadas, totalizando 900 kg ha-1 de N nas duas safras.
Fonte: Dominghetti (2016).
A B
Figura 8. Eletromicrografia por microscopia eletrônica de varredura (MEV) de grânulos de ureia (A) e de MAP (B) revestidos com 16% de enxofre
elementar.
A
Dias
B
Dias
Figura 13. Eletromicrografia por microscopia eletrônica de varredura (MEV) de grânulos de ureia “A” com espessura de revestimento entre 67 e
68 µm (a) e ureia “B” com espessura entre 97 e 99 µm (B) e suas respectivas curvas de liberação de nitrogênio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os fertilizantes nitrogenados estabilizados, de liberação lenta
ou controlada são uma realidade no mundo. Existem diferentes
tipos de tecnologias de produção que influenciam no seu custo.
Em função da tecnologia de produção, os preços dos fertilizantes
aumentam na seguinte ordem: convencionais < estabilizados <
blends < liberação lenta < liberação controlada.
mais de 60 fatores determinam a produtividade das cul-
Dias turas. as tecnologias dos fertilizantes, as condições climáticas
Figura 14. Curva de liberação de nitrogênio de dois tipos de ureia revestida, e de solo, a aplicação do fertilizante, o manejo da correção do
com resina plástica e com poliuretano. solo e da adubação, o sistema de cultivo, a rotação de culturas
Fonte: andrade (2016). e as exigências das culturas são alguns dos principais fatores
que devem ser levados em consideração na escolha da dose de
tipo de cultivo é a utilização das tecnologias de forma integrada na N adequada.
forma de blends. Por exemplo, a mistura física de grânulos de ureia Os fertilizantes nitrogenados estabilizados, de liberação
tratada com NBPt e de ureia revestida com s0 + polímeros é um lenta ou controlada estão dentro do escopo das práticas de manejo
tipo de blend. a fração de ureia tratada com NBPt é solúvel, menos 4C para uso adequado de nutrientes (fonte certa, dose certa, época
suscetível às perdas e atende à demanda imediata de N pela cultura. certa e local certo). as tecnologias para fertilizantes podem reduzir
a outra fração, de ureia + s0 + polímeros, libera o N gradualmente as perdas de N em sistemas agrícolas e levar a melhorias na pro-
em médio e longo prazo. dutividade e qualidade das colheitas. Esse aumento na eficiência
Formulações de blends de ureia + NBPt e de ureia + s0 + da adubação deve sempre estar atrelado a maior rentabilidade
polímeros reduziram as perdas de N por volatilização em compa- econômica e menor impacto ambiental.
Tabela 9. Perdas de nitrogênio por volatilização de blends de fertilizantes nitrogenados aplicados no cafeeiro nas safras 2014/2015 e 2015/2016.
Perdas de N por volatilização 2014/2015
Parcelamento da adubação
Tratamentos1 Perda acumulada
1º 2ª 3ª
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Ureia (3 parcelamentos) 23,2 b 32,8 a 27,4 a 83,4 a
Nitrato de amônio (3 parcelamentos) 0,9 c 0,6 e 0,7 b 2,2 f
Blend “a” - 100% (2 parcelamentos) 38,8 a 21,4 b - 60,2 b
Blend “a” - 70% (2 parcelamentos) 23,1 b 11,6 c - 34,7 d
Blend “b” - 100% (1 parcelamento) 41,9 a 5,5 d - 47,4 c
Blend “b” - 70% (1 parcelamento) 20,0 b 4,3 d - 24,3 e
Perdas de N por volatilização 2015/2016
Parcelamento da adubação
Tratamentos Perda acumulada Total2
1º 2ª 3ª
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1 de N) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Ureia (3 parcelamentos) 41,2 a 22,0 a 19,5 a 82,1 a 166
Nitrato de amônio (3 parcelamentos) 1,2 e 0,2 d 0,3 b 1,8 e 4
Blend “a” - 100% (2 parcelamentos) 42,8 a 11,4 b - 53,7 b 114
Blend “a” - 70% (2 parcelamentos) 22,7 c 5,6 c - 28,4 c 63
Blend “b” - 100% (1 parcelamento) 26,5 b 5,4 c - 31,8 c 79
Blend “b” - 70% (1 parcelamento) 16,5 d 2,9 d - 19,3 d 44
1
100% da dose = 450 kg ha-1 de N por ano; 70% da dose = 315 kg ha-1 de N por ano.
2
somatório das perdas por volatilização dos dois anos agrícolas (2014/2015 e 2015//2016).
Fonte: Chagas et al. (2016).
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A
fornecem quantidades até superiores a 600 kg ha-1 de P2O5, mesmo
batata (Solanum tuberosum l.) é uma das principais em solos com elevada disponibilidade de P (saNGOi; KrUsE,
fontes de alimento no mundo, ocupando atualmente 1994; FErNaNDEs; sOrattO, 2016b). Essas quantidades são
o terceiro lugar entre os alimentos mais consumidos, muito superiores às recomendadas para a cultura (lOrENzi et
atrás somente dos cereais arroz e trigo. A eficiência produtiva al., 1997; riBEirO; GUimarÃEs; alVarEz, 1999) e àquelas
da cultura da batata assegura elevado aproveitamento de áreas utilizadas em culturas como soja, milho e feijão, por exemplo, as
destinadas à produção de alimentos, o que tem aumentado expres- quais normalmente são cultivadas em rotação com a batata.
sivamente o seu cultivo, particularmente em regiões tropicais e
em países em desenvolvimento e muito populosos, a exemplo da No entanto, pelo fato do P se tratar de um recurso finito
China, Índia e Bangladesh (FaOstat, 2016). No Brasil, a área e de alto custo, torna-se de fundamental importância melhorar a
cultivada com batata é de aproximadamente 130.000 ha e nas eficiência de uso do P aplicado e utilizar doses adequadas de ferti-
últimas décadas a produtividade média aumentou consideravel- lizante fosfatado para sustentar os sistemas de produção de batata.
mente, entre outros fatores, graças ao uso de cultivares altamente Com isso, será possível aumentar a produtividade e a qualidade
produtivas. Contudo, a adubação dessa cultura no Brasil evoluiu dos tubérculos produzidos, além de reduzir os custos de produção
pouco nos últimos anos. da cultura e a contaminação ambiental.
a cultura da batata apresenta alta taxa de crescimento,
2. IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO PARA A BATATEIRA
elevada produção por unidade de área e ciclo relativamente curto,
características que fazem com que ela seja exigente quanto à pre- O P é um nutriente essencial para a cultura da batata, pois
sença de nutrientes na forma prontamente disponível na solução do participa de diversos processos metabólicos na planta: tem papel
solo. além disso, devido ao sistema radicular relativamente delicado na transferência de energia celular, respiração e fotossíntese, e
e superficial e às elevadas produtividades obtidas num curto período atua também como componente estrutural de fosfolipídios, ácidos
de tempo, a cultura da batata pode ser altamente responsiva à adição nucleicos, coenzimas e fosfoproteínas (rOsEN et al., 2014).
de nutrientes no solo. Dentre os cultivos comerciais extensivos Um dos benefícios do fornecimento adequado de P é o
no Brasil, a cultura da batata é a que apresenta o maior consumo rápido crescimento da parte aérea e fechamento do dossel da
relativo de fertilizantes (quantidade aplicada por hectare). lavoura de batata, devido ao maior desenvolvimento dos caules
Pelo fato de uma grande proporção do fósforo (P) estar e folhas (Figura 1). Por ser um nutriente importante para a divisão
ligada aos constituintes do solo, formando complexos com bio- celular, o P também tem efeito no crescimento e desenvolvimento
disponibilidade limitada, a deficiência de P é uma das restrições radicular dessa espécie tuberosa (mEsQUita et al., 2011; FEr-
nutricionais mais difundidas e que mais limitam a produtividade NaNDEs; sOrattO, 2012a), o que explica porque plantas de
das culturas nos trópicos (sÁNCHEs; saliNas, 1981; Valla- batata deficientes em P apresentam reduzido crescimento radicular
DarEs; PErEira; aNJOs, 2003). O P não é o nutriente mais (FErNaNDEs; sOrattO, 2012b; FErNaNDEs; sOrattO;
absorvido pela cultura da batata, mas é ele que tem proporcionado CONsalEs, 2014). Dessa forma, quando cultivadas em condição
os maiores incrementos na produtividade de tubérculos, especial- de baixa disponibilidade de P, as plantas de batata apresentam cres-
mente naqueles solos cuja disponibilidade de P é baixa. Pelo fato cimento limitado desde os estádios iniciais, havendo menor desen-
da planta de batata apresentar relativamente baixa capacidade de volvimento das raízes e estolões, menor crescimento da parte aérea
aquisição de P, elevado custo de produção e alto valor agregado, e expansão da área foliar, menor número e tamanho dos tubérculos
normalmente altas doses de fertilizante fosfatado são aplicadas no e, consequentemente, reduzida produtividade (Figura 1 e Figura 2).
momento do plantio, visando aumentar a disponibilidade de P no Os folíolos das plantas de batata deficientes em P não se expandem,
solo e, consequentemente, melhorar os níveis de produtividade. enrugam-se, ficam verde-escuros, sem brilho e curvam-se para cima;
Abreviações: Ca = cálcio; DAP = dias após o plantio; K = potássio; N = nitrogênio; P = fósforo; Zn = zinco.
1
Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA)/Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de
Botucatu, Botucatu, SP. Bolsista do CNPq; e-mail: [email protected]
2
Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador Científico do Centro de Raízes e Amidos Tropicais (CERAT)/UNESP, Campus de Botucatu, Botucatu, SP;
e-mail: [email protected]
0 kg ha-1 de P2O5
A
intensificação da produção para elevar a produti- A
vidade de milho tem aumentado a demanda por
fertilizantes nitrogenados. Considerando que pouco
se conhece a respeito da necessidade de N para a obtenção de altos
tetos de produtividade de milho e que a adubação nitrogenada acidi-
fica o solo, este trabalho foi realizado com os objetivos de (i) avaliar
as alterações químicas do solo relacionadas à acidez e a resposta do
milho em função de doses de N em cobertura e (ii) definir as doses
de máxima eficiência técnica (MET) e econômica (MEE) de N em
cobertura para maximizar a produtividade de milho, cultivado após
aveia-preta, em sistema plantio direto de longa duração. O experi- B
mento foi realizado no município de Candói (Pr), em latossolo
Vermelho de textura argilosa sob plantio direto de longa duração
(30 anos). Os tratamentos, dispostos em blocos ao acaso com quatro
repetições, constaram de cinco doses de nitrogênio (N), na forma de
ureia: 0, 90, 180, 270 e 360 kg ha-1, aplicadas em cobertura no estádio
de desenvolvimento V4. O milho, híbrido P1630, foi cultivado após
aveia-preta, em 2012, com 65 kg ha-1 de N na semeadura.
Resultados e conclusões: C
as doses de N aplicadas em cobertura na cultura do milho
reduziram linearmente o pHCaCl2, os teores de Ca2+ + mg2+ trocá-
veis, a capacidade de troca de cátions (CtC) efetiva e a saturação
por bases do solo (Figura 1). Os resultados mostraram que, para cada
100 kg ha-1 de N, na forma de ureia, aplicados em cobertura,
houve redução de 0,07 unidades no pHCaCl2 (Figura 1a), de
4,4 mmolcdm-3 nos teores de Ca2+ + mg2+ trocáveis (Figura 1B) e na
CtC efetiva (Figura 1C), e de 2,8% na saturação por bases do solo
(Figura 1D), na camada de 0-20 cm. Com base nesses resultados, é D
possível inferir que, para cada 100 kg ha-1 de N, na forma de ureia,
aplicados em cobertura, seriam necessários 440 kg ha-1 de calcário
com poder relativo de neutralização total (PrNt) de 100% para
combater a acidez gerada pela adubação nitrogenada.
Os teores de N nas folhas e nos grãos (Figura 2), a altura das
plantas e da inserção da espiga (Figura 3), o número de grãos por
fileira, a massa de grãos por espiga, a massa de 1.000 grãos (Figura 4)
e a exportação de N pelos grãos de milho (Figura 5) aumentaram
linearmente com as doses de N em cobertura. O número de fileiras
por espiga não foi significativamente alterado com as doses de N, Figura 1. Valores de pH em CaCl2 (a), Ca2+ + mg2+ trocáveis (B), CtC efe-
tendo-se obtido, em média, 18,9 fileiras por espiga. tiva (C) e saturação por bases (D) do solo, na camada de 0-20 cm,
considerando-se as doses de N, na forma de ureia, aplicadas em
a produtividade de milho aumentou com as doses de N, cobertura no sistema plantio direto. as doses de N foram apli-
de acordo com o modelo Linear Response Plateau (Figura 5). cadas no estádio V4 de desenvolvimento da cultura do milho, e
a dose de 209 kg ha-1 de N em cobertura proporciona máxima as amostras de solo foram coletadas após a colheita. **p < 0,01.
1
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Departamento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola, Ponta Grossa, PR.
2
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Curso de Agronomia, Ponta Grossa, PR.
B
A
Figura 3. altura das plantas (a) e da inserção da espiga de milho (B), Figura 5. Produtividade de grãos (a) e exportação de N pela cultura do
considerando-se as doses de N, na forma de ureia, aplicadas milho (B), considerando-se as doses de N, na forma de ureia,
em cobertura no sistema plantio direto. as doses de N foram aplicadas em cobertura no sistema plantio direto. as doses de
aplicadas no estádio V4 de desenvolvimento da cultura do milho. N foram aplicadas no estádio V4 de desenvolvimento da cultura
*p < 0,05 e **p < 0,01. do milho. **p < 0,01.
IPNI PARTICIPA DE DIA DE CAMPO EM REGIÕES VÍDEO EFFICIENT USE OF FERTILIZERS É TRADUZIDO
PRODUTORAS DE SOJA PARA O PORTUGUÊS
Dr. Valter Casarin, Diretor-adjunto do iPNi Brasil, visitou Em um projeto conjunto entre o iPNi Brasil e a iniciativa
diversas propriedades produtoras de soja nos estados do maranhão e Nutrients for life no Brasil, o vídeo Efficient Use of Fertilizers foi
do tocantins. Dr. Casarin foi acompanhado pelos consultores rafael traduzido e adaptado para o português e está sendo promovido por
Pagano de Oliveira e Geovane Barbosa, que discutiram aspectos diferentes veículos de mídia de ambas as instituições. “Os vídeos
nutricionais e formas de controlar pragas e doenças nos cultivos são uma ótima ferramenta para transmitir nossa mensagem a públi-
de soja nessas regiões. Dr. Casarin também participou de um dia cos selecionados e este deve, especialmente, ajudar a destacar a
de campo no maranhão e falou sobre “manejo de nutrientes para importância dos nutrientes na produção das culturas e os princípios
alta produtividade da soja”. Os produtores da região que partici- do uso eficiente dos fertilizantes”, disse Dr. Luís Prochnow, diretor
param do dia de campo puderam observar o poder produtivo e o do iPNi Brasil.
manejo de diferentes variedades de soja. “Esta viagem foi muito
importante para avaliar o manejo da cultura da soja nos estados de
tocantins e maranhão”, disse Dr. Casarin. “alguns aspectos ainda PROJETO MILHO GLOBAL: DIVULGANDO A PESQUISA
merecem cuidado por parte dos produtores dessas regiões, como é Dr. Eros Francisco, Diretor-adjunto do iPNi Brasil, apre-
o caso das medidas de conservação do solo e aquelas que afetam o sentou os resultados do projeto milho Global no Brasil durante um
desenvolvimento do sistema radicular”, acrescentou Dr. Casarin. dia de campo em itiquira, mato Grosso, organizado pela Fundação
de apoio à Pesquisa agropecuária de mato Grosso – Fundação
mt, mais de 750 pessoas, entre produtores, agrônomos, técnicos
e estudantes visitaram a estação experimental da Fundação mt,
onde os pesquisadores apresentaram resultados de vários proje-
tos de pesquisa sobre rotação de culturas, correção do perfil do
solo, ferramentas de agricultura de precisão e manejo eficiente de
nutrientes para as culturas da soja, milho e algodão. “a Fundação
mt tem sido uma parceira importante do iPNi há muitos anos e,
em conjunto, têm produzido informações relevantes sobre o manejo
de nutrientes para a produção agrícola sustentável na região do
Cerrado brasileiro. Frutos dessa parceria são os resultados rele-
vantes do projeto de pesquisa com foco no milho safrinha para
altas produtividades, que foram apresentados neste evento para os
produtores”, disse Dr. Francisco.
FILME PROTETOR CONTRA PRAGAS E DOENÇAS PLANTIO DE MUDA DE CANA PRÉ-BROTADA ELEVA
Um produto eficiente e prático, de fácil aplicação, desen- A PRODUTIVIDADE EM 20%
volvido pela Embrapa Clima temperado (rs), está em fase de Um novo método de plantio de cana-de-açúcar desenvolvido
testes e promete facilitar a vida dos agricultores na hora de proteger pelo Centro de Cana do instituto agronômico de Campinas (iaC),
suas plantações contra pragas e doenças, além de reduzir o uso de em ribeirão Preto, sP, promete melhorar a qualidade do produto
agrotóxicos. Trata-se de um filme protetor à base de quitosana que e aumentar a produtividade nas lavouras em até 20%. Conhecido
é pulverizado sobre a planta. a tecnologia foi testada inicialmente como sistema de mudas pré-brotadas, ou mPB, a técnica tem como
em fruteiras de clima temperado como pêssego, maçã, pera, citros objetivo produzir cana a partir de mudas de alta qualidade, livres de
e também feijão. O filme é fotoprotetor, com bloqueio de raios de doenças e pragas, o que garante taxa de multiplicação muito maior
luz das faixas UV-B e UV-C, biodegradável e de baixo custo. que através do plantio tradicional.
O produto tem apresentado resultados promissores na indução No método tradicional, a cana-de-açúcar é cortada em
da resistência a doenças e pragas das plantas, com a grande vantagem pedaços de 30 a 40 centímetros e enterrada, para que então brote.
de que novas moléculas podem ser adicionadas ao filme para aumen- segundo o diretor do Centro de Cana do iaC, marcos landell,
tar o seu potencial de atuação. a quitosana é a estrutura molecular enquanto o produtor utiliza de 18 a 20 toneladas de cana por hec-
que forma a carapaça de crustáceos como siris e caranguejos. tare no método comum, o plantio por mPB demanda dez vezes
a aplicação é simples e conhecida pelo agricultor. Utiliza-se menos matéria-prima por hectare. “Com essa redução, o produtor
um pulverizador tratorizado que aplica o produto de maneira aérea pode utilizar a quantidade que iria para o plantio, para vender nas
sobre a planta, atingindo as folhas, ramos ou frutos. após secagem usinas, fazer açúcar e etanol. isso reduz o custo do plantio, a partir
rápida, o filme fitoprotetor forma uma película brilhante, flexível e do momento que ele pode vender a sobra da cana”, explica landell,
porosa que mantém íntegras as partes da planta e pode ser ingerida destacando no sistema mPB, as mudas são produzidas em viveiros
pelo consumidor, pois não é tóxica. além disso, não há penetração e, por isso, também apresentam mais qualidade em termos sanitários
do biomaterial no fruto. – não carregam consigo doenças e pragas, facilmente disseminadas
Diferentemente de outras pesquisas tecnológicas com a no plantio tradicional.
utilização de filmes, até o momento esse é o único produto para a produtividade da cana a partir das mPBs também é vista
pulverização foliar, em avaliação a campo. como mais vantajosa em termos de rendimento. Os pesquisadores
Como a película não bloqueia radiação solar nas regiões do estimam que o aumento de produtividade já na primeira colheita
azul e do vermelho, ela não afeta os processos de fotossíntese e pode seja de 20%, mas pode chegar a 40%. “Enquanto a taxa de multi-
ser usada como recobrimento fotoprotetor de folhas em qualquer plicação de uma cana plantada mecanicamente é mais ou menos
tipo de cultura, desde a convencional até a orgânica. a tecnologia de um para quatro hectares, ou seja, com um hectare de muda você
apresenta ainda resistência à chuva e a temperaturas de até 60°C. consegue plantar de três a quatro hectares de cana comercial, com
um hectare de mPB pode chegar a 100 hectares de cana produzida”,
A expectativa é que a utilização desses filmes na agricul- diz landell. (siFaEG)
tura possa aumentar a eficácia dos agrotóxicos, racionalizar seu
uso e manter eficiência no controle de pragas. De acordo com a
pesquisadora Ângela Diniz Campos, uma das responsáveis pelo SUBSTÂNCIAS HÚMICAS DIMINUEM A
desenvolvimento do filme, como a aderência à planta é bastante BIENALIDADE DO CAFEEIRO
resistente, as chuvas não alteram o seu efeito. “Por isso, a neces-
sidade de reaplicações é menor, pois o produto se mantém por até Uma entre tantas tecnologias que ajudam a diminuir a bie-
30 dias aderido à planta”, diz a pesquisadora. (Embrapa Clima nalidade da produção do cafeeiro e melhoram a bebida e a peneira
temperado) é o uso de substâncias húmicas (sH). as substâncias húmicas
(humina, ácido flúvico e ácido húmico) são consideradas a parte
final da decomposição da matéria orgânica do solo e representam
cerca de 70% do carbono presente no solo.
Os benefícios da suplementação com produtos a base de
substâncias húmicas, principalmente os ácidos húmicos, são inú-
meros, entre eles: aumento da CtC e melhora da estrutura física
do solo e, assim, da retenção de água, do enraizamento e da dispo-
nibilidade e absorção de nutrientes; melhor equilíbrio hormonal e
metabolismo enzimático das plantas; ação quelatizante e habilidade
em minimizar a toxicidade e salinidade dos fertilizantes nos solos.
É fácil observar no campo que, após a aplicação de subs-
tâncias húmicas, o primeiro par de folhas do cafeeiro alcança pra-
ticamente o dobro do tamanho do par de folhas anterior e o entrenó
também fica maior. Isso é resultado do melhor aproveitando dos
nutrientes após as adubações. (revista Cafeicultura)
Prêmios individuais de US$ 2,000 (dois mil dólares) serão concedidos pelo IPNI a estudantes de Pós-Graduação
em ciências relevantes relacionadas à nutrição de plantas e ao manejo de nutrientes.
São elegíveis ao prêmio os alunos que cursam Mestrado ou Doutorado em Universi-
dades localizadas nos países contemplados com o Programa IPNI e cujas pesquisas
visam o uso eficiente de fertilizantes e a manutenção da qualidade ambiental, de modo
a garantir a segurança alimentar e nutricional mundial. As áreas incluídas são: agrono-
mia, horticultura, ecologia, fertilidade do solo, química do solo, fisiologia da produção,
ciência ambiental e outras.
PROGRAMA PRELIMINAR
4/OuTuBRO/2017 – QuARTA-FEIRA 14:40-15:20 h População de plantas em taxa variável e uso eficiente
de nutrientes. Dr. Steve Phillips, IPNI EUA
08:30-09:00 h abertura
15:20-16:10 h Otimizando a aplicação dos corretivos e fertilizantes
PERíODO I – INTRODuçÃO E CONCEITOS em taxa variável. Dr. John Fulton, Ohio State University
Moderador: Dr. Luís Ignácio Prochnow, IPNI Brasil 16:10-16:40 h Coffee break
14:00-14:30 h abertura 16:40-17:10 h Softwares e processamento de dados para agricultura
14:30-15:20 h O que a agricultura de precisão pode oferecer de precisão.
visando melhores campos de produção agrícola? 17:10-18:00 h Discussão
Dr. Brian Arnall, OSU
15:20-16:00 h O que faz o desempenho da cultura variar espacial- 6/OuTuBRO/2017 – SEXTA-FEIRA
mente? Dr. Fabricio Povh, Fundação ABC PERíODO I – PROVEDORES DE TECNOLOGIA
16:00-16:40 h Qual o direcionamento da agricultura de precisão Moderador: Em definição
como uma ferramenta para o manejo racional dos 08:20-08:40 h Provedores: Palestra 1 - Yara Fertilizantes
nutrientes das plantas? Dr. Steve Phillips, IPNI EUA 08:40-09:00 h Provedores: Palestra 2 - iNFOaG
16:40-17:10 h Coffee break 09:00-09:20 h Provedores: Palestra 3
17:10-17:40 h Estado da fertilidade do solo e nutrição das plantas 09:20-09:40 h Provedores: Palestra 4
no Brasil. Dr. Vinicius Benites, Embrapa Solos 09:40-10:00 h Provedores: Palestra 5
17:40-18:00 h Conexão entre o conceito 4C e agricultura de preci- 10:00-10:30 h Coffee break
são. Dr. Eros Francisco, IPNI Brasil 10:30-11:10 h Discussão
18:00-18:45 h Discussão 11:10-12:00 h Palestra Motivacional: Valorização da agricultura
(Palestra e Perguntas). Dr. Luis I. Prochnow, IPNI Brasil
5/OuTuBRO/2017 – QuINTA-FEIRA 12:00-14:00 h almoço
PERíODO I – CARACTERIZAçÃO DA VARIABILIDADE PERíODO II – PANORAMA E EXEMPLOS DE APLICAçÃO
Moderador: Dr. Leandro Gimenez, ESALQ/uSP, NO BRASIL
Piracicaba, SP Moderador: Dr. Rilner Alves Flores, universidade
08:30-09:10 h Estratégias para o manejo da variabilidade espacial dos Federal de Goiás, GO
nutrientes das plantas. Dr. Antonio Luis Santi, UFSM
14:00-14:30 h Prestação de serviço em agricultura de precisão no
09:10-09:50 h Estratégias de amostragem para solos e plantas. Brasil. Engo Agro Pedro H. B. Magalhães, ABPSAP
Dr. Lucas Amaral, UNICAMP
14:30-15:00 h Situação geral do serviço de agricultura de precisão
09:50-10:30 h Estratégias de sensores para solos e plantas. Dr. Brian nas cooperativas e exemplo de utilização no Paraná.
Arnall, OSU
15:00-15:30 h Resultados de longa duração do manejo da ferti-
10:30-11:00 h Coffee break lidade do solo utilizando agricultura de precisão.
11:00-11:40 h uso de imagens (VANT/uAV, Satélite). Dr. Francelino 15:30-16:00 h utilização de agricultura de precisão em grandes
Rodrigues, CYMNIT culturas.
11:40-12:15 h Discussão 16:00-16:30 h Coffee break
12:15-14:00 h almoço 16:30-17:00 h Discussão
PERíODO II – APLICAçÃO DE CONCEITOS, SOFTwARES E PERíODO III – Encerramento
FERRAMENTAS Moderador: Dr. Valter Casarin, IPNI Brasil
Moderador: em definição 17:00-18:00 h Agricultura de precisão: situação atual e quais devem
14:00-14:40 h Transformando informações de variabilidade ser os nossos objetivos? Dr. José Molin, ESALQ/USP,
espacial em recomendações. Dr. Leandro Gimenez, Piracicaba, SP
ESALQ/USP, Piracicaba, SP 18:00-18:15 h Considerações finais.
P
elo segundo ano consecutivo, o agronegócio bra- Planta, cultiva, feito as flores que colorem esse chão.
sileiro foi tema de enredo no desfile das escolas de Tudo verdinho e brotado, alimenta tua família com os frutos
samba do rio de Janeiro, porém, de maneira distinta. do meu roçado...
Enquanto em 2016 a Unidos da tijuca homenageou a cidade de
O agronegócio brasileiro jamais deve ser desrespeitado, haja
sorriso, mt, exaltando a agricultura e a ligação do homem com a
vista que há muito tempo é o grande esteio da nossa economia. Em
terra, em 2017 a imperatriz leopoldinense, com o tema "Xingu, o
2016, mesmo em época de crise, atingiu aproximadamente 25%
clamor que vem da floresta", criticou o agronegócio brasileiro e a
do total do PiB. trata-se de um setor que gera oportunidades e
violência sofrida pelos índios.
desenvolvimento. Em muitos quesitos o agronegócio é notável. O
Creio que não cabe aqui questionar o samba enredo da escola setor agropecuário representa 48% das exportações totais do país. O
imperatriz leopoldinense, pois acredito que a maioria dos nossos Brasil é o maior exportador de suco de laranja, açúcar, café, carne
leitores reconhece a importância do agronegócio na sustentação (bovina, frango) e celulose. além disso, é um setor que emprega
da economia brasileira, na geração de empregos e na produção de 19 milhões de pessoas (20% dos empregos do país), dos quais a
alimentos. Da mesma forma, não devo utilizar esse espaço para agricultura familiar responde por 11,5 milhões.
discutir o mérito da demarcação das terras indígenas no país. Da mesma forma, é necessário respeitar os produtores rurais,
Durante muito tempo, a classe agrícola brasileira tem se heróis anônimos que diante das adversidades de clima, solo, logís-
dedicado a esclarecer à sociedade a importância do agronegócio tica e política econômica conseguem transmutar as dificuldades em
no cotidiano de cada cidadão. Esses esforços estão presentes em conquistas para o país.
várias ações de diversas entidades. assim fez a escola Unidos da Por isso, toda campanha que valoriza o setor agrícola é
tijuca em seu enredo, de forma muito positiva, exaltando o homem bem-vinda, como é o caso daquela veiculada em um canal televi-
do campo e o destacando como aquele que provê o alimento para sivo: “agro é tech, agro é Pop, agro é tudo”.
o sustento das famílias:
O agronegócio é o nosso melhor negócio! Ó abre alas, que
...O homem do campo ara a terra com bravia devoção. ele quer passar!!
VALTER CASARIN - Diretor-Adjunto, Engo Agro, Engo Florestal, Doutor em Ciência do Solo
E-mail: [email protected]