Filosofia 3

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Filosofia da Educação

Unidade 3
Filosofia e tendências pedagógicas
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
CARMEM SILVIA DA FONSECA KUMMER LIBLIK
AUTORIA
Carmem Silvia da Fonseca Kummer Liblik
Sou formada em Bacharelado e em Licenciatura em História, com
Mestrado e Doutorado em História, pela UFPR. Também sou formada
em Química Ambiental pela UTFPR, com especialização em Tutoria em
EAD pela UNINTER. Tenho experiência profissional na área de ensino e
de produção de material didático há 14 anos. Passei por empresas como
Uninter, PUC-PR e UFPR. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões.
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de
autores independentes. Estou muito feliz por poder ajudar você nesta fase
de muito estudo e de muito trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Filosofia e Tendências Pedagógicas.................................................... 10
Tendência Liberal ........................................................................................ 13
Abordagens pedagógicas tradicionais............................................................................. 14

Pedagogia Renovada Progressista..................................................................................... 17

Pedagogia liberal renovada não diretiva....................................................................... 20

Pedagogia Tecnicista.....................................................................................................................23

Tendência progressista.............................................................................26
Pedagogia Libertadora................................................................................................................28

Pedagogia Libertária..................................................................................................................... 30

Tendência progressista crítico-social dos conteúdos.................. 33


Filosofia da Educação 7

03
UNIDADE
8 Filosofia da Educação

INTRODUÇÃO
Nesta terceira unidade, veremos algumas das vertentes e alguns
dos conceitos pedagógicos que mais estiveram presentes na prática
docente durante o século XX, independentemente do nível educacional
observado, seja Educação Básica, seja Educação Superior. Nossos
objetivos, com isso, são demonstrar como os aspectos metodológicos
de e como os conteúdos de tais vertentes e foram e são influenciados
por teorias filosóficas e por aspectos contextos políticos e sociais que
as subjazem.
Filosofia da Educação 9

OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Interpretar as relações entre Filosofia e as tendências pedagógicas.

2. Identificar, compreender e diferenciar as tendências pedagógicas


da linha liberal.

3. Identificar as tendências pedagógicas da linha progressista.

4. Interpretar e diferenciar as características da tendência pedagógica


crítico-social dos conteúdos.
10 Filosofia da Educação

Filosofia e Tendências Pedagógicas


OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de interpretar


as relações entre Filosofia e as tendências pedagógicas.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

Uma das características mais importantes das práticas pedagógicas


é o fato de depende de apresentar sentidos para os educandos, de modo
que suas finalidades em relação à vida em sociedade estejam, sempre,
muito claras para todos os envolvidos nesses processos. Para isso, então,
é essencial que se conheça as funções da educação na vida em sociedade
e os diversos modos de se direcionar os educandos nesse sentido.

A Educação, enquanto área do conhecimento, sofreu muitas


mudanças durante o século XX, e isso aconteceu em todo o mundo. No
Brasil, além de Paulo Freire, teórico reconhecido como o patrono nacional
da Educação e como um dos estudiosos mais importantes da ciência
moderna, citam-se Maria Lucia de Arruda Aranha e Cipriano Carlos
Luckesi, dentre muitos outros, como indivíduos que construíram com o
desenvolvimento da área.

Na perspectiva de Cipriano Carlos Luckesi (LUCKESI, 1990), a


visão sobre a relação entre Educação e sociedade de três tendências
pedagógicas se destacam de todas as demais. Como essa perspectiva
está de acordo com nosso a nossa própria, veremos as tais três tendências
pedagógicas com mais detalhes (LUCKESI, 1990).

Educação como reprodutora, de acordo com a qual os processos


educacionais se sujeitam às utilidades e às demandas sociais, apesar de
serem analisados criticamente. De fato, é como se, fatalmente, a Educação
não pudesse se desenvencilhar de utilidades e de tais demandas;

Educação como redentora, de acordo com a qual a Educação tem


controle sobre a sociedade, devendo tratar de orientá-la politicamente e
moralmente;
Filosofia da Educação 11

Educação como transformadora, de acordo com a qual a Educação


deve encarar as contradições e os demais aspectos da sociedade e
analisá-los de uma maneira crítica, a fim de que, por intermédio dos
resultados de nossas reflexões, possamos intervir na sociedade.

Para compreender essas tendências; e, em consequência disso,


como a Educação tem o objetivo de conduzir os indivíduos a diferentes
sentidos, estudaremos diferentes correntes filosóficas e pedagógicas que
as influenciaram.

SAIBA MAIS:

Você sabe por que conhecer essas relações é fundamental?


Então, a importância disso está na necessidade que qualquer
professor tem de fundamentar a sua prática docente diária.
Nesse caso, diversas concepções pedagógicas e filosóficas
precisam ser mobilizadas.

Duas orientações ou tipos de abordagens predominam no contexto


mencionado (LUCKESI, 1990; ARANHA, 1996): as pedagogias

Sobre esse assunto, Luckesi (1990) e Aranha (1996) nos direcionam,


em linhas gerais, para duas perspectivas: as tendências pedagógicas
liberais, como a de educação como prática transformadora; e as tendências
pedagógicas progressistas, como a de educação como prática redentora.
No esquema seguinte, veremos como essas tendências se dividem.
Quadro 1 – Divisões das tendências pedagógicas

Tendências pedagógicas liberais Tendências pedagógicas progressistas

Pedagogia Tradicional
Pedagogia Libertadora
Pedagogia Renovada Progressista
Pedagogia Libertária
Pedagogia Renovada não Diretiva
Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos
Pedagogia Tecnicista

Fonte: Luckesi (1990) e de Aranha (1996).


12 Filosofia da Educação

Inicialmente, é muito importante que percebamos que as


características de cada uma das abordagens indicadas não são exclusivas.
Ao contrário, a razão para que sejam agrupadas em tendências é o fato
de que compartilham características. Além do mais, essas abordagens
pedagógicas podem apresentar de maneira diferente a depender do
agente que as mobiliza e da esfera de educação em que são adicionadas.
Por exemplo, escolas e universidades se apropriarão de tais abordagens
pedagógicas à sua maneira, o que pode fazer que com que as suas
práticas ou convirjam ou divirjam.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter
compreendido como interpretar as relações entre Filosofia
e as tendências pedagógicas.
Filosofia da Educação 13

Tendência Liberal
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de identificar,


compreender e diferenciar as tendências pedagógicas
da linha liberal. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

Temos falado de tendências pedagógicas liberais, mas precisamos


definir o que o termo “liberais” significa nesse contexto. Certo? De acordo
com Luckesi (1990), podemos assumir que o termo significa o mesmo que
“democráticas”, palavra que é amplamente empregada em ambientes
em que vigorem discussões filosóficas, sociais, culturais. Para que
compreendamos, integralmente, as tendências pedagógicas, devemos
recorrer à doutrina econômica liberalista, que é descrita do seguinte
modo por Luckesi (1990):
a doutrina liberal apareceu como justificação do sistema
capitalista que, ao defender a predominância da liberdade
de escolha e dos interesses individuais, estabeleceu uma
forma de organização social baseada na propriedade
privada dos meios de produção. A pedagogia liberal,
portanto, é uma manifestação própria desse tipo de
sociedade. (LUCKESI, 1990, p. 54)

Dentre as tendências pedagógicas brasileiras, predominaram,


desde a segunda metade do século XX, as de caráter liberal, como são os
casos das mencionadas no Quadro 1 – Pedagogia Tradicional, Pedagogia
Renovada Progressista, Pedagogia Renovada não Diretiva e Pedagogia
Tecnicista. Como dissemos, essas abordagens podem ser agrupadas em
um único conjunto porque apresentam características comuns. Neste
caso, têm, em comum, os três seguintes aspectos:

1. a função social das instituições formais de educação, que seria


capacitar indivíduos para atuar em sociedade.

2. a adaptação dos indivíduos aos preceitos éticos, morais e legais


da sociedade, preocupação ligada, essencialmente, à anterior.
14 Filosofia da Educação

3. a valorização das habilidades e dos interesses de cada indivíduo,


meio pelo qual se possibilitará que desempenhe alguma das
muitas funções sociais.

Retomando a citação anterior, podemos defender que as


tendências pedagógicas, assim como o liberalismo econômico, destacam
a contribuição das condutas individuais e das determinações do conceito
de liberdade para a construção de prática pedagógicas, tanto no âmbito
teórico (fundamentação das práticas) quanto no âmbito prático (execução
e elementos metodológicos das práticas). Nesse sentido, para cada
uma das diferentes abordagens pedagógicas que estudaremos a seguir,
salientaremos como incorporam a suposição de que o ser humano deve
ser notabilizado, a qual está muito presente nos pensamentos filosófico e
científico ocidentais desde, pelo menos, o movimento iluminista, ocorrido
no século XVIII.

Abordagens pedagógicas tradicionais


O rótulo “abordagens pedagógicas tradicionais” não remete a
apenas uma corrente de pensamento pedagógico. Na verdade, envolve,
de maneira muito mais abrangente, todas as correntes e todas as
abordagens pedagógicas que se desenvolveram entre os séculos XVI
e XXI. Com o século XVI, inaugura-se a Idade Moderna, época em que
a ideia de que os sistemas formais devem ser estratificados de acordo
com certos critérios, como idade. Porém, as mudanças mais importantes
nas tendências tradicionais viriam no século XVIII, visto que, a partir da
consolidação da Revolução Industrial, torna-se premente a capacitação
de mão de obra para o trabalho fabril.

O século XIX, de acordo com Gonçalves (2005), assistiu à inclusão


da oferta de sistemas educacionais nas pautas dos Estados Nacionais, que
surgiam em um ritmo acelerado, sobretudo na Europa. Em consequência
disso, os sistemas de ensino passaram a ostentar características bastante
específicas:
Filosofia da Educação 15

• Abandono das vertentes filosóficas e científicas mais humanistas.

• Promoção de instituições escolares laicas e gratuitas.

• Promoção das vertentes científicas matemáticas e biológicas.

• Separação do público-alvo em função de alguns critérios, como


classes sociais e sexo biológico.

Ao longo do século XX, as abordagens tradicionais foram muito


criticadas. No Brasil, isso foi muito presente na produção de teóricos
alinhados com a Pedagogia Renovada Progressista. Mas qual seria, então,
o foco das abordagens tradicionais?

As abordagens tradicionais primam por viabilizar métodos e


sistemas de ensino voltados às questões humanísticas – ou seja, à
formação do indivíduo como ser racional e social, formação sobre a qual
pesará bastante o seu próprio esforço. Em vista disso, a regra mais geral
é a de que os componentes curriculares não terão relação direta com
o cotidiano dos alunos, mas serão imbuídos das regras e dos costumes
sociais e dos conhecimentos julgados relevantes pelo professor e por
outras autoridades no âmbito da Educação.

Assim sendo, os componentes curriculares visam muito mais à


apresentação e ao reforço de conceitos considerados importantes para
as áreas do conhecimento, sem grandes preocupações com os recursos
didáticos por meio dos quais serão transpostos para os alunos. Não é
surpreendente, portanto, que a abstração e o acúmulo de conhecimento
são os aspectos mais marcantes das abordagens tradicionais (ARANHA,
1996). No quadro 2, adaptado de Aranha (1996), observamos os elementos
principais das abordagens tradicionais.
16 Filosofia da Educação

Quadro 2 – Principais elementos das abordagens pedagógicas liberais tradicionais

A escola deve preocupar-se com as formações intelectuais e


morais de seus alunos, focando a disseminação de conteúdos
Perspectiva sobre
culturais e científicos; e valorizar o esforço individual como a
a função da
única variável capaz de influenciar o desempenho intelectual dos
escola
indivíduos, a despeito de quaisquer outros fatores, incluindo os
econômicos e os sociais.

Baseia-se na exposição oral de conteúdos curriculares. A ênfase


Metodologia maior está na aquisição de conteúdos, mesmo que isso seja feito
somente à base de memorização.

Relação entre
realidade dos A seleção de conteúdos curriculares é fita com base em sua
indivíduos e relevância para as áreas de conhecimento. Não é considerada a
conteúdos relevância que podem ter (ou não) para o seu público-alvo.
curriculares

O professor é considerado o elemento mais importante do processo


de ensino-aprendizagem, uma vez que seleciona os conteúdos
curriculares e que os aborda da forma como julgar mais adequada.
Papel do
Sua autoridade não pode ser contestada pelos alunos, o que torna
professor
sua relação desnivelada. As impressões do professor, mesmo que
sejam falsas, são assumidas como espelhos da realidade e devem
ser memorizadas pelos alunos.

O papel do aluno é passivo: apenas receberá os conteúdos


Papel do aluno curriculares, sem a possibilidade de refletir e de criticar as posições
que lhe forem apresentadas pelo professor.

Como resultado dos fatores anteriores, o processo de ensino-


Processo aprendizagem é mecânico, resumido à memorização da experiência
de ensino- do professor. De modo geral, o caráter dos procedimentos
aprendizagem de avaliação é o de verificar se a memorização ocorreu com
aproveitamento.

Fonte: Aranha (1996).

Segundo Behrns (2003), as abordagens pedagógicas tradicionais


são comuns nas escolas e nas universidades brasileiras, apesar de
muitos as considerarem ultrapassadas. Nesse sentido, muitos teóricos,
durante os séculos XX e XXI, buscaram maneiras de adequar as teorias
e as estratégias pedagógicas às necessidades contemporâneas, como é
o caso da Pedagogia Renovada Progressista, que veremos na próxima
subseção.
Filosofia da Educação 17

Pedagogia Renovada Progressista


A Pedagogia Renovada Progressista apareceu no fim do século
XIX e é fruto das questões e das demandas originadas pela Revolução
Industrial. Como seu nome nos revela, o ideal progressista desse
momento histórico está latente nessa abordagem pedagógica, com o
intuito de resolver problemas relacionados à interação entre indivíduo e
mundo pós-Revolução Industrial.

Ao contrário das abordagens tradicionais, a Pedagogia Renovada


Progressista adota que a cultura, não as preocupações humanísticas, são
o foco do processo de ensino-aprendizagem. Também conhecida como
Escola Nova, a Pedagogia Renovada Progressista aposta que um sistema
de ensino baseado na cultura vigente em seu contexto pode conduzir os
alunos ao desenvolvimento das suas habilidades. Sendo assim, a Educação
seria endógena em relação aos alunos: partiria de suas necessidades e de
seus interesses, negando um dos pilares das abordagens tradicionais.

No quadro 3, estão os elementos mais importantes da Pedagogia


Renovada Progressista.
Quadro 3 – Principais elementos da Pedagogia Renovada Progressista

Perspectiva sobre
A escola deve retratar, nos conteúdos programáticos, as demandas
a função da
do meio social, sobretudo daquele de onde os alunos se originam.
escola

Baseia-se na ideia de “aprender na prática” – ou seja, de acordo


com Montessori, conforme veremos a seguir, o autodidatismo seria
Metodologia preponderante nos processos de ensino-aprendizagem, ao passo
que a habilidade de se educar é uma capacidade de todos as
crianças, provavelmente de base inata.

A experiência dos indivíduos e os desafios da vida cotidiana


Relação entre
são elementos fundamentais da composição dos conteúdos
realidade dos
curriculares. Nesse sentido, o processo de desenvolver o
indivíduos e
autodidatismo seria mais importante do que o conhecimento em si:
conteúdos
uma vez que se “aprende a aprender”, todos os conhecimentos se
curriculares
tornam acessíveis, de certa forma.

O professor deixa de concentrar uma autoridade incontestável e


Papel do
assume as funções de garantidor e de facilitador dos processos
professor
naturais de desenvolvimento dos seus alunos.

No contexto da Pedagogia Renovada Progressista, os alunos


são encarados como partícipes ativos dos processos de ensino-
aprendizagem. Por isso, têm de prezar por boas relações
Papel do aluno interpessoais em sala de aula, tanto com seus colegas quanto com
os professores, a fim de respeitar as regras vigentes no ambiente e
de, como consequência, estabelecer os ideais de liberdade para si
e para os demais, como acontece, de fato, em sociedade.
autodidatismo seria mais importante do que o conhecimento em si:
conteúdos
uma vez que se “aprende a aprender”, todos os conhecimentos se
curriculares
tornam acessíveis, de certa forma.

18 Filosofia
Papel do da OEducação
professor deixa de concentrar uma autoridade incontestável e
assume as funções de garantidor e de facilitador dos processos
professor
naturais de desenvolvimento dos seus alunos.

No contexto da Pedagogia Renovada Progressista, os alunos


são encarados como partícipes ativos dos processos de ensino-
aprendizagem. Por isso, têm de prezar por boas relações
Papel do aluno interpessoais em sala de aula, tanto com seus colegas quanto com
os professores, a fim de respeitar as regras vigentes no ambiente e
de, como consequência, estabelecer os ideais de liberdade para si
e para os demais, como acontece, de fato, em sociedade.

Com todas as transformações incluídas na Pedagogia Renovada


Progressista, o processo de ensino-aprendizagem não é mais visto
como algo mecânico. Em vez disso, trata-se de um processo de
Processo autoconhecimento e de descoberta dos elementos do mundo natural
de ensino- e da realidade social cujo protagonismo é assumido por cada um
aprendizagem e por todos os alunos. Nesse sentido, além do pendor natural para
o conhecimento inerente a todos os alunos, seus interesses, suas
habilidades pessoais e seu empenho serão, também, importantes
para a consolidação de novos conhecimentos.

Fonte: Aranha (1996) e de Luckesi (1993).

De certa forma, a Pedagogia Renovada Progressista contrapôs


o ideário das abordagens tradicionais, por considerá-lo inadequado ao
mundo e às relações sociais que passaram a existir após a Revolução
Industrial. Como sabemos, desde então, a velocidade das transformações,
independentemente do âmbito que ocupem na vida social, intensificou-
se muito.

John Dewey, um dos expoentes da corrente pragmatista, é


reconhecido como um dos mais importantes representantes da
Pedagogia Renovada Progressista. À luz do sistema filosófico de Dewey,
pode-se compreender que o conhecimento é a principal ferramenta
para resolver os problemas surgidos das relações sociais. Por isso,
acumular conhecimento não pode ser o objetivo do processo de ensino-
aprendizagem, como acreditavam as abordagens tradicionais. Em vez
disso, o objetivo do conhecimento seria a experiência.

Além disso, o filósofo estadunidense defendia que a promoção do


bem-estar social dependeria do conhecimento, devido ao fato de que,
por essa via, são propiciados recursos tecnológicos; e são garantidas as
bases dos sistemas de governo democráticos. Portanto, de acordo com
Aranha (1996), Dewey cria que o conhecimento, na forma de ideias e de
hipóteses, é o que guia as ações humanas.
Filosofia da Educação 19

Parte das premissas da Pedagogia Renovada Progressista foram


transformadas em diferentes métodos didáticos, como são os casos dos
de de Maria Montessori e do de projetos, proposto por Dewey.

Os registros históricos apontam que Maria Montessori, nascida em


1870, foi a primeira médica italiana certificada com diploma de graduação.
Porém, em vez de ter sido a Medicina, foi a Pedagogia que a tornou famosa
em todo o mundo. Montessori defendia, dentre outras, a ideia de que o
autodidatismo é preponderante nos processos de ensino-aprendizagem;
e ideia de que a habilidade de se educar é uma capacidade de todos as
crianças, provavelmente de base inata.

Nesse sentido, de acordo com Montessori, o contexto social, não


o esforço individual, seria relevante para que os alunos adquiram novos
conhecimentos, visto que a capacidade de aprender não variara em função
de cada criança. Portanto, pode-se concluir que os diferentes ritmos de
aprendizagem seriam muito mais condicionados pelo contexto social em
que os indivíduos vivem do que por sua capacidade de aprender.

O sistema de Maria Montessori se pauta, então, nas premissas


de que a liberdade e as ações dos alunos são fundamentais para a
consolidação de novos conhecimentos, na medida em que os avalia
como, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo dos processos
de ensino-aprendizagem – ou seja, como desencadeadores e como
receptores de tais processos.

IMPORTANTE:

Um dos nomes mais conhecidos da Pedagogia Renovada


Progressista e da Pedagogia como um todo, Jean Piaget,
psicólogo nascido na Suíça, demonstrou, em sua obra, que
a aquisição de conhecimentos por uma criança apresenta
diferentes etapas. Por exemplo, a primeira seria a chamada
sensório-motora, em que os indivíduos dão mais atenção a
estímulos que necessitem de uma resposta muscular ativa.
Além de via trabalho de Piaget, a Psicologia influenciou
a Pedagogia por outros caminhos, tornando-se muito
importante para a fundamentação das teorias pedagógicas
como um todo.
20 Filosofia da Educação

Em nosso país, como Azevedo, Teixeira e Lourenço Filho (1932)


nos contam, a Pedagogia Renovada Progressista aparece nos anos 1920,
principalmente nas escolas públicas. Nessa obra, chamada Manifesto
dos pioneiros da educação, em conformidade com o espírito da época,
os autores analisam que o cenário industrial brasileiro enfrentava
dificuldades, visto que não havia mão de obra qualificada para assumir
os pontos de trabalho disponíveis. Isso era provocado pelo fato de a
educação, sobretudo a oferecida pelo Estado, não ser adequada às
demandas industriais.

Outro espaço em que a influência da Pedagogia Renovada


Progressista é sentida, mesmo atualmente, é o dos cursos de licenciatura.
É muito comum que nossa atenção seja chamada para a importância
de despertar olhares críticos dos alunos para o contexto social em que
vivem; e para a necessidade de relacionar, sempre, os conhecimentos
teóricos com a dinâmica da prática docente. Essas duas características
se tornaram uma espécie de premissa básica dos cursos de licenciatura,
mas descendem das premissas da Pedagogia Renovada Progressista.

Pedagogia liberal renovada não diretiva


Anteriormente, mencionamos a importância tanto de Piaget,
psicólogo suíço, quanto da Psicologia para as teorias pedagógicas. Com
a Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva, veremos, mais uma vez, o
quanto as duas áreas de conhecimento dialogam e contribuem com as
reflexões sobre os processos de ensino-aprendizagem.

Como Piaget, o estadunidense Carl Rogers transferiu sua experiência


como psicólogo para o campo pedagógico, em busca, também, de
alternativas às abordagens pedagógicas de cunho tradicional. Embora se
possa pensar isto, a Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva se opôs,
sim, a premissas das abordagens pedagógicas de cunho tradicional, mas
não é adversária da Pedagogia Renovada Progressista. Antes, trata-se de
outra via para superar concepções consideradas ultrapassadas a respeito
dos processos de ensino-aprendizagem.
Filosofia da Educação 21

As principais finalidades que Rogers incutiu na Pedagogia Liberal


Renovada Não Diretiva são uma preocupação com o desenvolvimento
pessoal dos alunos, alcançado, em grande parte, por procedimentos
de autorrealização; e uma orientação à boa disposição das relações
interpessoais. Portanto, até este momento, não encontramos nenhuma
diferença substancial quanto à Pedagogia Renovada Progressista.

Contemporaneamente a Rogers, a Psicologia era dominada por


duas vertentes teóricas, a Psicanálise, cujo expoente era Sigmund Freud;
e o Comportamentalismo, cuja figura mais proeminente era Burrhus
Frederic Skinner. Ao mesmo tempo em que combateu as abordagens
pedagógicas de cunho tradicional, Rogers, em seu sistema teórico,
aventou soluções diferentes das dessas vertentes teóricas para uma série
de questões psicológicas.

IMPORTANTE:

Basicamente, a Psicanálise é uma abordagem da psiquê


humana que se volta à explicação dos comportamentos
com base em traços da personalidade dos indivíduos e
em operações internas ao aparato cognitivo. Os conceitos
de pulsão, de inconsciente e de instinto têm destaque na
vertente freudiana.Por sua vez, o Comportamentalismo, a
reboque do Positivismo comtiano que vigia nas abordagens
científicas, pretendia evitar que a Psicologia contivesse
remissões a elementos abstratos, indo às últimas
consequências para explicar o comportamento humano
por meio de processos de estímulo e de reforço.

Em contrapartida às vertentes de Freud e de Skinner, a de Rogers


tinha um caráter humanista muito patente, o que significa que apostava,
otimistamente, em um papel positivo e ativo dos alunos nos processos de
ensino-aprendizagem. Nesse sentido, pode-se afirmar que a Pedagogia
Liberal Renovada Não Diretiva. Mas o que isso significa? Significa,
sobretudo, que o professor deve mobilizar as habilidades cognitivas e as
características afetivas de seu aluno apenas de modo indireto.
22 Filosofia da Educação

Para que isso fique bem claro para todos nós, é importante
compreender que, na perspectiva de Rogers, a função do professor seria
a de apresentar suas experiências aos seus alunos, de modo que, com
base em tais experiências, os alunos sejam capazes de projetar e de dirigir
as próprias. Para isso, a relação entre professor e alunos deveria imbuir-se
de três principais elementos: afetividade, motivação e sensibilização.

Como aconteceu, também, na Pedagogia Renovada Progressista, a


Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva assumia que os processos de
ensino-aprendizagem tinham de ser significativos para os alunos, com a
justificativa de que, se assim for, a consolidação de novos conhecimentos
é facilitada. No quadro 4, a seguir, sistematizamos os principais elementos
da Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva.
Quadro 4 – Principais elementos da Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva

Face às transformações pelas quais os indivíduos passam,


sobretudo nas fases da vida em que frequentam a Educação Básica,
Perspectiva sobre a função da escola seria a de priorizar os aspectos psicológicos
a função da dos processos de ensino-aprendizagem, em detrimento de
escola questões pedagógicas. Desse modo, criar-se-iam as condições
necessárias para a autorrealização e para a consolidação de novos
conhecimentos.

Assume-se que as relações interpessoais e que as habilidades


de comunicação são mais fundamentais do que a transmissão
Metodologia de conhecimento, tendo em vista que direcionem os alunos à
percepção de que os responsáveis pela construção do próprio
repertório de conhecimentos.

Relação entre
Como se afirmou, Rogers presumia que os processos de ensino-
realidade dos
aprendizagem tivessem de ser significativos para os alunos, com
indivíduos e
o intuito de que fossem facilitados. Por isso, a relação entre a
conteúdos
realidade dos alunos e os conteúdos curriculares deve ser direta.
curriculares

Na condição de garantidor e de facilitador dos processos de


Papel do ensino-aprendizagem, o professor deve prezar pela afetividade,
professor pela motivação e pela sensibilização no contato com seus alunos,
estimulando o autoconhecimento e a autorrealização.

Como aconteceu com a Pedagogia Renovada Progressista, a


Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva entende o aluno como o
elemento mais importante dos processos de ensino-aprendizagem.
Por essa razão, em sua prática diária, o professor deve apresentar
Papel do aluno
aos alunos experiências que sejam significativas e que lhes
permitam desenvolver as suas habilidades; e deve, ainda, focar
aspectos psicológicos dos alunos e dos processos de ensino-
aprendizagem.

Na perspectiva da Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva,


motivar os alunos seria, talvez, o elemento mais importante dos
processos de ensino-aprendizagem. Isso ocorre porque a motivação
Processo é proporcional à vontade dos alunos de agir em prol de sua
de ensino- autorrealização. Na medida em que o professor consegue motivar
aprendizagem seus alunos e é capaz de fazê-los perceber a importância de suas
Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva entende o aluno como o
elemento mais importante dos processos de ensino-aprendizagem.
Por essa razão, em sua prática diária, o professor deve apresentar
Papel do aluno
aos alunos experiências que sejam significativas e que lhes
permitam desenvolver as suasFilosofia
habilidades;dae Educação
deve, ainda, focar23
aspectos psicológicos dos alunos e dos processos de ensino-
aprendizagem.

Na perspectiva da Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva,


motivar os alunos seria, talvez, o elemento mais importante dos
processos de ensino-aprendizagem. Isso ocorre porque a motivação
Processo é proporcional à vontade dos alunos de agir em prol de sua
de ensino- autorrealização. Na medida em que o professor consegue motivar
aprendizagem seus alunos e é capaz de fazê-los perceber a importância de suas
condutas para a consecução de objetivos e para a consolidação de
novos conhecimentos, as avaliações de caráter arguidor perdem a
necessidade de existir e cedem lugar a autoavaliações.

Fonte: Luckesi (1993).

Pedagogia Tecnicista
Conforme as críticas às abordagens pedagógicas de cunho
tradicional sobrevieram durante o século XX, alternativas teóricas
surgiram, como estudamos até aqui. Na década de 1950, foi a vez da
Pedagogia Tecnicista, cuja premissa mais básica era a de a Educação
Básica alcançaria sua finalidade se aceitasse a função de preparar mão
de obra para o sistema de produção capitalista. De acordo com Aranha
(1996), a Pedagogia Tecnicista teve, como berço, os Estados Unidos, a
maior potência capitalista do planeta. Posteriormente, espalhou-se para os
países da América Latina, o quais iniciavam, mais ou menos timidamente,
seus processos de industrialização, como foi o caso do Brasil.

A Pedagogia Tecnicista foca a preparação de mão de obra para


o sistema de produção capitalista por um motivo óbvio: qualificando
mão de obra para ocupar postos de trabalho, os sistemas educacionais
respondiam às demandas do desenvolvimento econômico de seus
países e às do sistema capitalista como um todo. Portanto, de certa forma,
existe um retorno à concepção das abordagens pedagógicas de cunho
tradicional de que a relevância dos processos de ensino-aprendizagem
para os alunos não é (ou é menos) importante do que a consolidação de
novos conhecimentos.

A Pedagogia Tecnicista chegou ao Brasil nos anos finais da década


de 1950. O grande responsável por isso foi o chamado Programa Brasileiro-
Americano de Auxílio ao Ensino Elementar (PABAEE). Contudo, a década
seguinte assistiu a como, com grande vigor, a Pedagogia Tecnicista
substituiu a Pedagogia Renovada Progressista na função de fundamentar
os objetivos e as funções da Educação brasileiro.
24 Filosofia da Educação

Mas que isso aconteceu na década de 1960? O motivo é muito


simples: como golpe militar de 1964, apoiado pelos Estados Unidos,
a racionalização e o direcionamento da Educação às demandas do
desenvolvimento econômico e do sistema capitalista foram considerados
parte da agenda do Estado brasileiro.

Na época, o Ministério da Educação, em parceria com o Programa


Brasileiro-Americano de Auxílio ao Ensino Elementar, elaborou as
diretrizes tecnicistas de nosso sistema de educacional, promulgando a lei
5.540/68, cujo foco era o Educação Superior; e a lei 5.692/71, cujo foco
era a Educação Básica.

O principal advento causado pela lei 5.692/71 foi a obrigatoriedade


de oferta de cursos profissionalizantes em concomitância com os
componentes curriculares tradicionais. Contraditoriamente a essa
obrigatoriamente, grande parte das escolas públicas não continha
a infraestrutura necessária para o oferecimento regular de cursos
profissionalizantes. No quadro 5, a seguir, sistematizamos os principais
elementos da Pedagogia Tecnicista.
Quadro 5 – Principais elementos da Pedagogia Tecnicista

Como forma de qualificar mão de obra para o desenvolvimento


econômico dos países, as escolas deveriam focar tecnologias
Perspectiva sobre e resultados científicos relevantes, formando sujeitos com as
a função da competências exigidas pelo mercado de trabalho. Para isso,
escola assumia premissas do Comportamentalismo, como a ideia de
que estímulos e reforços são as variáveis mais importantes da
consolidação de novos conhecimentos.

Os processos de ensino-aprendizagem seriam conduzidos em três


etapas, que deveriam ser seguidas à risca: definição dos objetivos
Metodologia
educacionais; equenciamento das etapas educacionais; execução
das etapas educacionais.

Novamente, o professor é considerado o protagonista dos


processos de ensino-aprendizagem, selecionando, a priori, os
Relação entre conteúdos curriculares. Por sua vez, os conteúdos curriculares
realidade dos focam as tecnologias e os resultados científicos, reduzindo-se,
indivíduos e como desejava o Comportamentalismo, a elementos observáveis.
conteúdos Semelhantemente ao que acontece nas abordagens pedagógicas
curriculares de cunho tradicional, a seleção de conteúdos curriculares não é
feita com base em sua relevância para os alunos. Em vez disso, é
realizada em prol da sua relevância para as demandas econômicas.

Papel do A função do professor é a de transmitir da matéria os conteúdos


professor curriculares de modo eficiente.

Semelhantemente, também, ao que acontece nas abordagens


pedagógicas de cunho tradicional, o alune cumpre o papel de
Papel do aluno receptor dos conteúdos curriculares transmitidos pelo professor.
Nesse sentido, reflexões sobre questões sociais e aspectos afetivos
dos alunos são desencorajados.
Relação entre conteúdos curriculares. Por sua vez, os conteúdos curriculares
realidade dos focam as tecnologias e os resultados científicos, reduzindo-se,
indivíduos e como desejava o Comportamentalismo, a elementos observáveis.
conteúdos Semelhantemente ao que acontece nas abordagens pedagógicas
curriculares Filosofia
de cunho tradicional, a seleção da Educação
de conteúdos curriculares não é
feita com base em sua relevância para os alunos. Em vez disso, é
25
realizada em prol da sua relevância para as demandas econômicas.

Papel do A função do professor é a de transmitir da matéria os conteúdos


professor curriculares de modo eficiente.

Semelhantemente, também, ao que acontece nas abordagens


pedagógicas de cunho tradicional, o alune cumpre o papel de
Papel do aluno receptor dos conteúdos curriculares transmitidos pelo professor.
Nesse sentido, reflexões sobre questões sociais e aspectos afetivos
dos alunos são desencorajados.

Baseando-se no Comportamentalismo, a Pedagogia Tecnicista


entende que os processos de ensino-aprendizagem são
Processo
viabilizados pela manipulação de estímulos e de reforços. Por
de ensino-
essa razão, os processos de ensino-aprendizagem da Pedagogia
aprendizagem
Tecnicista são avaliados como diretivos – ou seja, são avaliados
como processos que controlam as reações dos alunos.

Fonte: Luckesi (1993).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter
compreendido como identificar, compreender e diferenciar
as tendências pedagógicas da linha liberal.
26 Filosofia da Educação

Tendência progressista
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de identificar


as tendências pedagógicas da linha progressista. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

As tendências pedagógicas progressistas também surgiram


como um movimento contrário às abordagens pedagógicas de cunho
tradicional, principalmente devido ao seu ideal autoritarista. Assim sendo,
os teóricos das tendências pedagógicas progressistas propuseram que
os processos de ensino-aprendizagem devem pautar-se em liberdade
e em democracia, para que, assim, sejam formados alunos com ideais
libertários e democráticos.

Uma das marcas registradas das tendências pedagógicas progressistas


é o interesse pelas camadas menos privilegiadas da sociedade, às quais,
de modo geral, são impostos obstáculos quanto ao acesso à educação.
Por essa razão, a preocupação dos processos de ensino-aprendizagem
deve ser a oferta de uma formação baseada no trabalho e voltada para o
trabalho, entendendo que a seleção dos conteúdos curriculares deve ser
relevante para as práticas sociais dos alunos.

De acordo com Aranha (1996), delimitar como as tendências


pedagógicas progressistas surgiram não é algo fácil. Porém, sabe-se que
se consolidam, de uma maneira mais expressiva, na década de 1970. A
própria expressão “tendências pedagógicas progressistas” não é aceita
por todos os teóricos adeptos dessa vertente.

O francês Georges Snyders, um dos principais expoentes das


tendências pedagógicas progressistas, defendeu a superação das
premissas das abordagens pedagógicas de cunho tradicional e das
da Pedagogia Renovada Progressista. Em obras como Pedagogia
Progressista e Para onde vão as Pedagogias Não Diretivas, que são
famosas e reconhecidas em todo o mundo, o autor defendeu a alternativa
às premissas mencionadas estaria na revisão do estatuto dos conteúdos
Filosofia da Educação 27

curriculares, que deveriam transformar-se na fonte (ponto de partida) dos


processos de ensino-aprendizagem.

Além do mais, Snyders defendia que a função do professor seria a


de propor, com base nos conteúdos curriculares, discussões, divergências
e diálogos capazes de conduzir os alunos à reflexão e à crítica, até
que se apropriem de tais conteúdos e desenvolvam as habilidades de
manipulá-los e de reelaborá-los. Nesse sentido, os processos de ensino-
aprendizagem consistiriam na permuta experiências e de conhecimentos
entre professor e alunos, caracterizando-se por uma atitude mediadora,
por parte do professor; e por atitudes ativas e espontâneas, por parte dos
alunos.

Em nosso país, o mais importante representante das tendências


pedagógicas progressistas é Paulo Freire, cujo trabalho pioneiro o
transformou em um dos pensadores mais famosos dos séculos XX e
XXI. A contribuição mais conhecida de Paulo Freire é o seu método de
alfabetização de adultos.

Outros teóricos brasileiros relevantes são Moacir Gadotti, Wagner


Gonçalves Rossi e Carlos Rodrigues Brandão. A respeito de Moacir Gadotti,
vale mencionar o desenvolvimento da Pedagogia do Conflito, que adota
uma concepção de Educação e de processos de ensino-aprendizagem
baseada, fortemente, no poder do diálogo.

Como fizemos com as tendências pedagógicas liberais, cujas


características comuns identificamos, encontramos a convergência das
tendências pedagógicas progressistas no modo como concebem a relação
entre Educação, processos de ensino-aprendizagem e transformação das
relações sociais. Isso significa que, para todas as tendências pedagógicas
progressistas, o ambiente escolar deve democratizar o acesso aos
conhecimentos, garantindo que estejam ao alcance das camadas menos
privilegiadas da sociedade.
28 Filosofia da Educação

IMPORTANTE:

Sabemos, porém, que a realidade das escolas brasileiras


é muito diferente desse ideal democrático. Comumente,
os índices de reprovação e de evasão são muitos altos em
território nacional. Uma explicação plausível para isso é o
fato de que as tendências pedagógicas progressistas são
incompatíveis com as premissas capitalistas, exigindo que
a sociedade se engaje, como um todo, para combater esse
problema.

No conjunto das tendências pedagógicas progressistas, existem


vertentes que restringem sua fundamentação a aspectos psicológicos dos
processos de ensino-aprendizagem, ao passo que outras adotam, como
base, aspectos filosóficos, sociais e políticos. Nesta seção, falaremos
sobre três representantes das tendências pedagógicas progressistas:

• A Pedagogia Libertadora.

• A Pedagogia Libertária.

• A Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos.

Pedagogia Libertadora
Intitulada Pedagogia Libertadora, a abordagem de Paulo Freire
presume que o elemento mais importante da vida humana é a Educação,
embora, sozinha, sem relação com aspectos sociais, não tenha a
capacidade de transformar a sociedade.

Para o teórico brasileiro, um indivíduo torna a sua existência


significante a partir do sentido que atribui à existência dos seus
semelhantes. Por isso, uma Educação alicerçada em demandas sociais
funcionaria como lente por meio da qual poderíamos enxergar o contexto
em que nos inserimos e modificá-lo positivamente.

De acordo com Lima (2014), a função social da Educação, na


perspectiva de Paulo Freire, é a de fazer os indivíduos conscientes de
si, conscientes do mundo que o rodeia e conscientes de seu papel em
relação a esse mundo. Nesse sentido, a Pedagogia Libertadora visa ao
Filosofia da Educação 29

crescimento dos indivíduos no que tange aos seus aspectos formativo


(preceitos éticos e morais que guiam os comportamentos cidadãos) e
informativo (conteúdos curriculares que sejam relevantes para as suas
relações sociais.

A Pedagogia Libertadora também é conhecida pela alcunha


Pedagogia do Oprimido, tendo em vista que vise a tornar os indivíduos
conscientes da posição que ocupam no tecido social. Assim, por intermédio
de processos de ensino-aprendizagem libertadores, camadas oprimidas
da sociedade têm o potencial de superar a sua condição desfavorável e
de, ainda, melhor a de seus semelhantes.

Segundo a Pedagogia Libertadora, os indivíduos devem receber o


que for necessário para desempenhar o papel de senhores da própria
história. Dessa forma, serão capazes de eliminar visões reducionistas
sobre si, sobre seus semelhantes e sobre outros grupos sociais. O
caráter libertador do conhecimento estaria, então, na apropriação que os
indivíduos fazem de suas condições sociais, transformando em sujeitos
críticos e em agentes de mudança da sociedade.

Consequentemente, a concepção libertadora acredita que os


processos de ensino-aprendizagem, de um modo geral, não podem
prescindir de que os professores acolham e propaguem posições
políticas. Isso acontece, para Lima (2014), porque a prática reflexiva crítica
deve começar com os professores, que terão uma função interventiva não
apenas no que tange à aquisição de conhecimentos, mas, também, ao
desenvolvimento social.

Seguindo essa perspectiva, a função do professor não e limitaria


às de ensinar conteúdos curriculares e de ensinar os alunos a aprender
conteúdos curriculares. Para muito além disso, o processo deve aprender
o processo de ensinar em conjunto com seus alunos, construindo suas
práticas a partir das experiências vividas em sala de aula. Portanto, a
democratização dos conhecimentos – entre professor e alunos, entre
alunos e alunos, entre professores e professores, entre os cidadãos como
30 Filosofia da Educação

um todo – deve estar no cerne das relações cotidianas. No quadro 6, a


seguir, sistematizamos os principais elementos da Pedagogia Libertadora.
Quadro 6 – Principais elementos da Pedagogia Libertadora

A escola deve buscar a conscientização dos alunos a respeito do


contexto social em que se inserem, desencadeando o processo
Perspectiva sobre
que levará, no futuro, a transformações sociais. Além do mais,
a função da
deve prezar, sempre, pelo questionamento aspectos sociais
escola
estabelecidos, como maneira de desconstruir a ideia de que
transformações sociais são impossíveis.

Assume que o diálogo é a ferramenta mais importante da relação


entre professor e alunos. Por seu intermédio, todos se mobilizaram
para a busca de conhecimentos e para as reflexões sobre a
sociedade. De modo geral, o professor deve permitir que os alunos
Metodologia
conduzam, em grupos de discussão, seus processos de ensino-
aprendizagem, intervindo somente quando isso se fizer necessário.
É responsável por selecionar os conteúdos curriculares de cada
atividade, adequando-os à realidade dos alunos.

Relação entre
realidade dos Os conteúdos curriculares são abstraídos das práticas sociais dos
indivíduos e alunos, sendo, portanto, muito relevantes para a sua vida fora do
conteúdos ambiente escolar.
curriculares

O professor funciona como mediador e como direcionador dos


Papel do
processos de ensino-aprendizagem, realizando as intervenções
professor
necessárias nas atividades dos alunos.

É ativo durante os processos de ensino-aprendizagem, fazendo


Papel do aluno suas próprias escolhas e desenvolvendo consciência dos
conhecimentos e das funções sociais dos conhecimentos.

Enfatiza a problematização dos conteúdos curriculares. Em geral,


parte-se de problema, solicitando que os alunos o analisem e
Processo
tentem solucioná-lo. Dessa forma, os conhecimentos não são
de ensino-
adquiridos por memorização de experiências do professor, mas,
aprendizagem
sim, por procedimentos de reflexão, de compreensão e de crítica
dos problemas apresntados.

Fonte: Luckesi (1993).

Pedagogia Libertária
A chamada Pedagogia Libertária inclui muitas abordagens
pedagógicas antiautoritárias. Um dos teóricos mais famosos da Pedagogia
Libertária é Maurício Tragtenberg, embora seu foco tenha sido não a
Educação, mas, em vez disso, a ideia de um processo de autogestão das
instituições escolares.
Filosofia da Educação 31

Para Tragtenberg, autogestão é tanto um conteúdo curricular


quanto um método pedagógico; e tem objetivos pedagógicos e políticos.

De modo geral, a Pedagogia Libertária prega que a escolas devem


priorizar, sempre, o desenvolvimento dos alunos nos âmbitos “libertário”
e “autogestionário”. Assim, a interpretação a respeito do papel dos alunos
contém uma nuance política, considerando, ao mesmo tempo, que
são um produto do seu contexto social e que se constroem em meio à
coletividade.

Outro rótulo associado à Pedagogia Libertária é Pedagogia


Institucional, visto que uma de suas metas é combater a burocracia
que assola a Educação e os processos de ensino-aprendizagem. Como
exemplos, dentre outros fatores, podemos citar intervenções do Estado
sobre a dinâmica escolar, posições controladoras de professores e
imposições curriculares. No quadro 7, a seguir, sistematizamos os
principais elementos da Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva.
Quadro 7 – Principais elementos da Pedagogia Libertária

Perspectiva sobre
a função da A escola deve ser organizada por procedimentos de autogestão.
escola

São priorizados, além da autogestão, os seguintes elementos:


Metodologia
trabalho em equipe, autonomia, debate e iniciativa.

Relação entre
A coletividade definirá quais serão os conteúdos curriculares e,
realidade dos
para isso, basear-se-á nos aspectos da vida em sociedade. Nesse
indivíduos e
sentido, nada é tomado como obrigatório, mas, sim, assume-se que
conteúdos
os conteúdos curriculares estão disponíveis para serem aprendidos.
curriculares

Apresenta um estatuto diferente do atribuído ao aluno, mas não é


o protagonista dos Pedagogia Tecnicista e não funciona como uma
Papel do
autoridade. Ao contrário, auxilia o grupo de alunos com as suas
professor
necessidades e orienta as suas novidades. Não é considerado um
modelo a ser seguido.

Ao ajustar-se à coletividade, é visto como um sujeito capaz de


participar da construção de conhecimentos e de combater as
Papel do aluno diversas formas de repressão. Tem, como meta, apoiando-se
nos processos de ensino-aprendizagem, transformar-se em um
indivíduo mais livre das amarras sociais.

Fonte: Luckesi (1993).


32 Filosofia da Educação

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter
compreendido como identificar as tendências pedagógicas
da linha progressista.
Filosofia da Educação 33

Tendência progressista crítico-social dos


conteúdos
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de interpretar


e diferenciar as características da tendência pedagógica
crítico-social dos conteúdos. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

À medida que, na Europa, a partir da segunda metade do século


XX, teóricos de tendências pedagógicas progressistas se dedicavam
mais aos índices de evasão e de repetência escolares do que a outros
assuntos, aqui, no Brasil, desenvolveu-se a corrente conhecida como
Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, conhecida, também, como
Pedagogia Dialética, como Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos e
como Pedagogia Histórico-Crítica.

A abordagem foi proposta por Demerval Saviani, que, para isso,


apropriou-se de conceitos teóricos de várias áreas de conhecimento,
dentre os quais se destacam ideias de Marx, de Snyders, de Gramsci e do
brasileiro Álvaro Vieira Pinto. Todo os conceitos tomados foram adaptados,
por Saviani, aos contextos social e educacional nacionais, tratando-se,
portanto, de uma abordagem focada em nossas demandas.

De acordo com Saviani, até 1973, não se atestava a existência de um


sistema educacional brasileiro robusto. A posição do autor é sustentada em
Educação Brasileira - estrutura e sistema, obra publicada no referido ano, em
que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vigente foi analisada.
Datada de 1948, época de seu anteprojeto, e promulgada em 1961, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional não continha, na perspectiva de
Saviani (1973), nem uma noção de planejamento da prática docente nem a
incorporação de teorias pedagógicas no fazer diário dos professores. Em
consequência disso, em grande parte das escolas brasileiras, os processos
de ensino-aprendizagem eram guiados pelas experiências dos professores
e se dissociavam, com facilidade, de suas funções sociais.
34 Filosofia da Educação

Dentre os temas abordados por Saviani (1973), estão os seguintes, que


se relacionam ao cenário apontado anteriormente: Inoperância da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, visto que, quando era transposta
à realidade do país, não favorecia a transformação dos aspectos sociai;
Ausência de intencionalidade nas ações promovidas pelas instituições de
ensino, principalmente porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional não assumia nenhum tipo de planejamento pedagógico como
norteador de tais ações; Costumeira interrupção de programas públicos
voltados à Educação; Incoerências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional em relação aos aspectos sociais de nosso país.

Com base no que dialogamos até aqui, podemos afirmar que


a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos adotada, como objetivo
principal, elaborar propostas pedagógicas condizentes com a realidades
histórica e social de nosso país, intenção de que surge um de seus nomes,
Pedagogia Histórico-Crítica. Com uma abordagem adequada ao contexto
nacional, seria possível, então, que a Educação desempenhasse a função
de mediar os processos em direção a transformações nas realidades
histórica e social do Brasil.

Sob esse viés, o que significa afirmar que a Educação é uma


prática mediadora? Significa que consiste em uma atividade complexa
que deve ser exercida tanto no âmbito de nossa sociedade quanto com
foco na comunidade global. Para isso, os alunos, mediante participação
ativa e autônoma e mediante ações de intervenção de seu professor,
desenvolvem uma visão mais crítica, mais adequada e mais organizada
da realidade. No âmbito da Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos,
Educação e sociedade são elementos indissociáveis, uma vez que o
conhecimento obtido por meio dos conteúdos curriculares não se encerra
em si mesmo, viando, ao contrário, à preparação dos alunos para a função
de agentes de transformação social.

A Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos abraça preceitos


políticos como algo positivo para os processos de ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, defende-se que não existe Educação neutra: por detrás de
todas as tentativas de esvaziar a Educação de preceitos políticos, há uma
política de educação, a qual, em geral, costuma ter objetivos escusos. Por
Filosofia da Educação 35

outro lado, deve-se cuidar para que o teor político das ações pedagógicas
não distorça as práticas docentes. Por exemplo, não se pode politizar a
Educação ao preço de sacrificar o trabalho pedagógico com os alunos. A
Educação tem, sim, relação estreita com aspectos políticos, mas não se
subordina a esses.

REFLITA:

Quais são as relações possíveis entre Educação e política?


Quais são os riscos de uma abordagem política da
Educação?

No quadro 8, observamos os elementos principais da Pedagogia


Crítico-Social dos Conteúdos.
Quadro 8 – Principais elementos da Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos

A escola deve funcionar em favor dos alunos, facilitando a sua


Perspectiva sobre
aquisição de conhecimentos. O intuito por detrás disso é tornar a
a função da
escola um instrumento de combate às desigualdades e a outros
escola
problemas sociais, fazendo com se seja democrática.

Assume-se que os conteúdos curriculares devem estar associados


Metodologia ao contexto social dos alunos, valorizando as suas experiências e
rejeitando estereótipos.

Relação entre
Em busca de processos de ensino-aprendizagem que sejam
realidade dos
significativos para os alunos, os conteúdos curriculares incluem o
indivíduos e
contexto social e as práticas culturas. Nesse sentido, busca-se uma
conteúdos
aproximação entre a cultura popular e os conhecimentos formais.
curriculares

Tem a função de mediar a relação dos alunos com os conteúdos


Papel do curriculares. Espera-se que oriente os alunos quanto às
professor possibilidades que os conteúdos curriculares podem fazer surgir,
disciplinando as atividades e estimulando a participação dos alunos.

Deve transferir as experiências obtidas em seu contexto social


para os processos de ensino-aprendizagem. Mediante orientação
Papel do aluno do professor, fará relações entre os conteúdos curriculares e o
contexto social e perceberá como a sua participação – seja na
escola, seja na sociedade – pode ser ativa.

Processo
Entende que o contexto social é fundamental para a aquisição
de ensino-
de conteúdos curriculares e valoriza as experiências dos
aprendizagem

Fonte: Luckesi (1993).


36 Filosofia da Educação

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve
ter compreendido como interpretar e diferenciar as
características da tendência pedagógica crítico-social dos
conteúdos.
Filosofia da Educação 37

REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. Filosofia da Educação. São Paulo: Editora Moderna,
1996.

BEHERENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica.


Curitiba: Champagnat, 2003.

GONÇALVES, N. G. Fundamentos históricos e filosóficos da


Educação Brasileira. Curitiba: IBPEX, 2005.

LIMA, P. G. Saberes pedagógicos da educação contemporânea.


Engenheiro Coelho, UNASP, 2013

LIMA, P. G. Uma leitura sobre Paulo Freire em três eixos articulados:


o homem, a educação e uma janela para o mundo. Pro-Posições, Dez
2014, vol. 25, no. 3, p. 63-81.

LUCKESI, C. C. Filosofia da Educação. São Paulo: Editora Cortez,


1993.

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