Introducao Luso
Introducao Luso
Introducao Luso
Índice
Capa
Capa Original
Folha de Rosto
Nota Previa
I — A Política, os Políticos e os Outros
II — O Que é a Política
III — Breve Roteiro Histórico das Teorias Políticas em Portugal
IV — O Homem, a Sociedade e o Estado
V — A Organização da Sociedade
VI — Domínios da Organização Social: Estrutura (ou Base) e
Superestrutura
VII — Natureza e Funções do Estado
VIII — Elementos e Aparelhos do Estado
IX — Formas de Estado e Formas de Governo
X — Ideologia, Ideologias e Aparelhos Ideológicos do Estado
XI — A Crise Geral do Capitalismo, O Fascismo e a Demotecnocracia
XII — O Socialismo e Algumas Experiências Socialistas
XIII — Movimento Operário e Socialismo em Portugal
Introdução à Política I
Por fim, escusado seria dizer que este livro traduz os pontos
de vista teóricos e ideológicos do seu autor. É preciso acabar com o
ensinamento neutro, o qual constitui uma forma baixa de
irresponsabilidade. Ao leitor, aos professores e aos alunos, a esses
é que competirá aceitar ou rejeitar este, aquele ou todos os
aludidos pontos de vista expressos neste livro. Numa sociedade
democrática, o verdadeiro estudo não se resume ao ler e repetir. A
prática da reflexão, que pode conduzir à livre discordância, eis a
sanação de que os nossos espíritos tanto necessitam hoje.
I — A Política, os Políticos e os Outros
O programa que o Ministério da Educação e Cultura publicou
recentemente a respeito da disciplina de «Introdução à Política»,
define como objectjvos primaciais a descrição, a informação e a
clarificação dos respectivos problemas, de forma a se propiciar aos
estudantes um panorama de conjunto, uma primeira identificação
com as instituições, as práticas e as ideias correntemente referidas
nos órgãos de comunicação. Mas o programa tem, aliás
justamente, uma ambição maior. Ele pretende suscitar o interesse e
o gosto pela prática da democracia e, portanto, pela política.
Ou ainda:
O que é organização?
Em conclusão:
E ainda:
«Os membros do Governo e os funcionários do Estado
constituem a parte principal da classe média, onde reside a
inteligência cultivada e a consciência jurídica da massa de
um povo» (idem, § 290).
1) território;
2) população;
3) ordenamento político e administrativo («governo» num
sentido muito amplo).
Esta distinção, porem, não nos parece harmónica. Para já,
ela não atende a uma rigorosa noção do que seja um «elemento» e
assim acaba por baralhar coisas distintas. Eis então,
preliminarmente, aquilo de que vamos tentar um breve
esclarecimento, procurando reter duas noções diferentes. Retiro-
me, por um lado, ao conceito de elemento (para vermos depois o
que é isso de elementos do Estado) e por outro ao conceito de
aparelho (para compreendermos o que são e quais são os
aparelhos do Estado).
E logo a seguir:
1) Estado esclavagista
2) Estado feudal
3) Estado capitalista
4) Estado socialista.
Em face do que ficou dito, podemos concluir que
necessariamente o tipo de Estado varia conforme varia o carácter
das relações de produção que lhe estão na base. O tipo de Estado
expressa, consequentemente, o seu carácter de classe. O
esclavagismo, por exemplo, teve no Egipto a forma oriental da
monarquia despótica sob o governo dos Faraós; em Atenas, a
forma da democracia; em Roma, primeiramente a de república
democrática, mais tarde a de império. Pois apesar de semelhante
variedade, a essência de todos estes Estados (o seu tipo) era a
dominação da classe dos esclavagistas sobre os escravos. Em
conclusão, isto será o qué havemos de reter: — que, dentro do
quadro geral de cada tipo de Estado, podem ocorrer diferentes
formas de Estado. Distintamente do que acontece com o tipo (que
tem uma base económica de diferenciação), a forma fala-nos da
ordenação jurídica dos órgãos do poder, do governo, do seu regime
político. E conforme este critério nós poderemos descobrir uma
gama diferenciada ou particularizada das formas que desde há
milénios os pensadores têm ensaiado sistematizar.
E ainda: