Estruturas de Aco - Detalhamento - 03

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 51

DETALHAMENTO

DE ESTRUTURAS DE AÇO
Prof. Alberto Leal, MSc.
Grupo HCT
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 2

7.500mm

7.500mm
CAPÍTULO 01
Conceitos fundamentais

1.1 Interação total vs Int. parcial


1.2 Cons escorada vs não esc.
1.3 Largura efetiva
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 3

1. Conceitos fundamentais
1.1 Interação total vs Interação parcial

• A interação depende basicamente das características dos conectores de


cisalhamento e dos esforços solicitantes atuantes na interface aço e concreto.

• A interação total é aquela onde não há deslizamento relativo entre o aço e o


concreto. Neste sentido, o diagrama de tensões atuantes na seção transversal
apresenta uma linha neutra plástica.

• A profundidade da linha neutra pode ser obtida através da equação de


equilíbrio de forças atuantes na seção transversal.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 4

1. Conceitos fundamentais
1.1 Interação total vs Interação parcial

• A interação parcial é aquela onde há deslizamento relativo entre o aço e o


concreto. Neste sentido, o diagrama de tensões atuantes na seção transversal
apresenta duas linhas neutras plásticas: uma no concreto, outra no aço.

• O deslizamento que ocorre entre o aço e o concreto evidencia que a capacidade


resistente dos conectores não é suficiente para garantir que ambos os
materiais estão plenamente solidarizados.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 5

1. Conceitos fundamentais
1.1 Interação total vs Interação parcial

• As vigas mistas com interação parcial evidenciam uma perda de eficiência da


capacidade resistente máxima da seção transversal. Em muitas situações
práticas, a interação parcial é especificada para garantir um consumo
otimizado de aço estrutural.

• Em alguns projetos, por exemplo, com folga de capacidade resistente e com


níveis de deslocamentos afastados em relação aos limites admissíveis, uma
alternativa para reduzir consumo de aço é especificar a interação total.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 6

1. Conceitos fundamentais
1.2 Construção escorada vs não escorada

• Em vigas sem escoramento, a seção de aço é solicitada durante a etapa


construtiva. Neste sentido, deve-se avaliar o comportamento da seção transversal
isolada de aço antes do concreto atingir a capacidade resistente especificada em
projeto. As solicitações incluem peso próprio do concreto fresco e outros
carregamentos do tipo variável.

• A vantagem apresentada pela não utilização do escoramento inclui redução de


custos com tais elementos e possibilidade de trabalho na laje inferior logo após a
concretagem de um dado pavimento.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 7

1. Conceitos fundamentais
1.2 Construção escorada vs não escorada

• A desvantagem é o aumento dos deslocamentos, visto que a seção de aço


trabalha isoladamente até o concreto atingir 75% da resistência característica.
Em muitas situações práticas, os projetos especificam contra flecha para evitar
problemas relacionados aos deslocamentos excessivos.

• Usualmente, os construtores utilizam a solução não escorada em situações


onde há a presença de lajes mistas (Steel Deck, por exemplo).
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 8

1. Conceitos fundamentais
1.2 Construção escorada vs não escorada

• Em relação ao Estado Limite Último (ELU), ambas as situações conduzem ao


mesmo diagrama de tensões com plastificação total da seção transversal para
seções compactas. Neste sentido, mudanças não são observadas em relação ao
momento resistente do elemento.

• Por outro lado, em seções semicompactas, é preciso verificar as tensões finais de


tração na região inferior da viga.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 9

1. Conceitos fundamentais
1.2 Construção escorada vs não escorada

Construção escorada
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 10

1. Conceitos fundamentais
1.2 Construção escorada vs não escorada

Construção não escorada


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 11

1. Conceitos fundamentais
1.3 Largura efetiva

• A largura efetiva é utilizada para determinação das características geométricas


da seção transversal da viga mista. Neste sentido, é um requisito importante
para a conformidade do elemento estrutural em relação aos Estados Limites de
Último e de Serviço.

• A distribuição de tensões é variável ao longo da largura da mesa superior,


formada pela laje de concreto (Efeito Shear Lag).

• A largura efetiva depende, dentre outros fatores, das características do


carregamento atuante.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 12

1. Conceitos fundamentais
1.3 Largura efetiva

• No intuito de simplificação da análise estrutural, as normas técnicas adotam


valores de largura efetiva conservadores, aplicáveis para qualquer situação.

• A largura efetiva é dada pela soma das distâncias 𝑏𝑒1 e 𝑏𝑒2 .

• Uma verificação que deve ser realizada após a determinação das propriedades
geométricas refere-se ao desenvolvimento de tensões de cisalhamento nas
seções A-A.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 13

1. Conceitos fundamentais
1.3 Largura efetiva

• Sabe-se que os valores 𝑏𝑒1 e 𝑏𝑒2 estão limitados à distância 𝑎, em vigas


situadas em regiões intermediárias.

• Por outro lado, no caso de vigas de bordo, os valores de 𝑏𝑒1 e 𝑏𝑒2 devem
estar limitados à distância 𝑒.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 14

1. Conceitos fundamentais
1.3 Largura efetiva

• A figura acima retrata um pavimento composto por lajes treliçadas de concreto


armado apoiadas sobre uma viga metálica.

• Uma alternativa de melhorar o desempenho da viga mista é especificar uma


região maciça de concreto. Neste sentido, havará um aumento na rigidez da
estrutura de aço e concreto.

• Melhorias em relação às verificações relativas ao Estado Limite Último e Estado


Limite de Serviço da viga mista podem ser observadas.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 15

1. Conceitos fundamentais
1.3 Largura efetiva

• A ilustração acima apresenta vigas mistas compostas por perfis “castelados” de


aço e largura colaborante de concreto para atividades de dimensionamento
estrutural.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 16

7.500mm

7.500mm
CAPÍTULO 02
Propriedades elásticas da
viga mista

2.1 Seção homogeneizada


2.2 Deformações lentas
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 17

2. Propriedade elástica das vigas mistas


2.1 Seção homogeneizada

• As propriedades geométricas para desenvolvimento dos cálculos da viga


mista perpassa pela homogeneização da seção. Uma observação importante
é que a zona de concreto tracionada é desprezada para efeito de cálculo.

Es 𝐸𝑠 é o módulo de elasticidade do aço.


α=
Ec
𝐸𝑐 é o módulo de elasticidade do concreto.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 18

2. Propriedade elástica das vigas mistas


2.1 Seção homogeneizada

• Diagrama tensão/deformação do concreto é puramente não linear. No


entanto, para evitar dificuldades durante etapa de cálculo, simplificações são
adotadas.

• O módulo de elasticidade do concreto, considerado para efeito de cálculo, é


dado pelo módulo secante.
Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto.
Ecs = 0,85 ∙ 5.600 fck
fck é a resistência característica do concreto à
compressão, expresso em MPa.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 19

2. Propriedade elástica das vigas mistas


2.2 Deformações lentas

• Em verificações relacionadas ao Estado Limite de Serviço – Deslocamentos


Excessivos, deve-se levar em consideração o efeito de deformação lenta
(fluência) associado ao concreto.

• Neste contexto, é usual considerar uma seção transversal com rigidez


reduzida para contemplar a fluência nos procedimentos de cálculo.

𝜀𝑐 é a deformação plástica do concreto.


𝜀𝑐 = 𝜀𝑐0 ∙ (1 + 𝜑) 𝜀𝑐0 é a deformação elástica do concreto.

𝜑 é o coeficiente de fluência que depende de diversos


fatores. Permite-se adotar um valor igual a 2,0.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 20

7.500mm

CAPÍTULO 03

7.500mm
Vigas mistas com Interação Total

3.1 Considerações iniciais


3.2 Momento resistente – Seção Compacta
3.3 Momento resistente – Seção Semicompacta
3.4 Construções não escoradas
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 21

3. Vigas mistas com Interação total


3.1 Considerações iniciais

• As vigas mistas submetidas a momento fletor positivo não sofrem flambagem


local da mesa. Isto ocorre em função da ligação existente entre o referido
elemento e a laje de concreto.

• A classificação da seção será feita, portanto, a partir da esbeltez da alma (ℎ𝑤 Τ𝑡0 )
e dos limites estabelecidos na literatura técnica para avaliar a susceptibilidade
do referido elemento à flambagem local.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 22

3. Vigas mistas com Interação total


3.2 Momento resistente – Seção Compacta

• Em vigas com seções compactas, o momento fletor resistente é dado em


função da plastificação total da seção.

• O momento resistente é calculado pela condição de equilíbrio de momentos


na seção.

𝐹𝑐𝑑 e 𝐹𝑡𝑑 são as resultantes das forças de compressão


σ M = 0 ∴ MRd = z ∙ Fcd = z ∙ Ftd e tração, respectivamente.

𝑧 é o braço de alavanca.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 23

3. Vigas mistas com Interação total


3.2 Momento resistente – Seção Compacta

R cd = 0,85 ∙ fck ∙ bef ∙ hc Τγc

R td = fy ∙ As Τγα1

Se R cd > R td → LNP na
laje de concreto.

Se R cd < R td → LNP no
perfil metálico.

• Em relação à posição da linha neutra plástica, é possível determiná-la a partir do


valor da força máxima atuante em cada elemento e da equação de equilíbrio de
forças atuantes na seção transversal.

• Sejam as forças máximas no concreto e no perfil metálico dadas, respectivamente,


por R cd e R td .
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 24

3. Vigas mistas com Interação total


3.2 Momento resistente – Seção Compacta

MRd = R td ∙ z

MRd = R cd ∙ z

• Caso a LNP esteja na laje de concreto, a profundidadeda linha neutra e a


expressão que define o momento resistente da seção transversal são dados
pelas equações a seguir.

• O momento resistente pode ser expresso pelo produto entre a força


resultante de tração (ou de compressão) e o braço de alavanca z. Note que z é
igual à distância entre as forças resultantes de tração e de compressão.

fy ∙ As Τγα1 fy ∙ As x
x= < hc MRd = ∙ ys + hp + hc −
0,85 ∙ fck ∙ be Τγc γα1 2
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 25

3. Vigas mistas com Interação total


3.2 Momento resistente – Seção Compacta

• Caso a LNP esteja na seção de aço, haverá uma parcela de contribuição do


perfil (𝐶𝑎𝑑 ) para a resultante de compressão Fcd .

• Nesse sentido, o momento resistente apresenta particularidades em relação ao


caso anterior, onde a linha neutra plástica estava presente na laje de concreto.

Fcd = R cd + Cad Fcd = Ftd → Cad = 1Τ2 (R td − R cd )

Ftd = R td − Cad MRd = R cd ∙ z + Cad ∙ z ′


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 26

3. Vigas mistas com Interação total


3.2 Momento resistente – Seção Compacta

𝑦𝑡 é a posição do centro de gravidade


da seção de aço tracionada, medida a
partir do bordo inferior.

𝑦𝑐 é a posição do centro de gravidade


da seção de aço comprimida, medida a
partir do bordo superior da seção de
aço.

• A expressão a seguir retrata o momento fletor resistente de cálculo para a


situação onde a linha neutra plástica encontra-se no perfil metálico:

h
MRd = R cd ∙ h − yt + hp + + Cad ∙ (h − yt − yc )
2
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 27

3. Vigas mistas com Interação total


3.2 Momento resistente – Seção Compacta

fy ∙ bf ∙ t f
Cad <
γα1

Cad
y=
fy ∙ bf Τγα1

• Em relação à posição da linha neutra plástica, é possível determina-la a partir


do equilíbrio de forças na seção transversal. Neste sentido, é importante
verificar se a linha neutra está na mesa superior ou na alma do perfil de aço.

• Caso a força Cad seja inferior à força de plastificação total da mesa superior,
pode-se afirmar que a LNP está na mesa superior.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 28

3. Vigas mistas com Interação total


3.2 Momento resistente – Seção Compacta

• Por outro lado, caso a força Cad seja superior à força de plastificação total da
mesa superior, pode-se afirmar que a LNP está na alma do perfil.

fy ∙ bf ∙ t f Cad − fy ∙ bf ∙ t f Τγα1
Cad > y= + tf
γα1 fy ∙ t 0 Τγα1
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 29

3. Vigas mistas com Interação total


3.3 Momento resistente – Seção Semicomp

• A verificação da capacidade resistente de vigas mistas semicompactas é


baseada na avaliação das tensões em regime elástico.

 σtd < fy Τγα1

 σcd < 0,85 ∙ fck Τγc

onde σtd e σcd são as tensões de tração na mesa inferior e compressão na laje de
concreto.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 30

3. Vigas mistas com Interação total


3.3 Momento resistente – Seção Semicomp

• As tensões atuantes nas regiões ora citadas podem ser escritas em função
do momento fletor solicitante de cálculo.

 σtd = MSd ΤWinf

 σcd = MSd ΤαWsup

onde Winf e Wsup são os módulos resistentes da seção homogeneizada, levando


em consideração, quando necessário, o efeito da fluência do concreto.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 31

3. Vigas mistas com Interação total


3.4 Construções não escoradas

• Em vigas mistas não escoradas, deve-se verificar a capacidade resistente


durante etapa construtiva.

• Contribuição inicial dada apenas pelo perfil metálico.

• O elemento estrutural puramente metálico deve ser capaz de suportar o


carregamento até o concreto atingir 75% da resistência característica.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 32

3. Vigas mistas com Interação total


3.4 Construções não escoradas

• A capacidade resistente da viga mista compacta em construções não


escoradas é igual ao exposto anteriormente.

• No caso de perfis semicompactos, deve-se verificar as tensões atuantes,


conforme descrito pela expressão abaixo.

 M1d ΤWsup + M2d ΤWinf ≤ fy Τγα1


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 33

3. Vigas mistas com Interação total


3.4 Construções não escoradas

• Admite-se que, em decorrência da mesa inferior ser menos susceptível ao


efeito de fluência, 𝑊𝑖𝑛𝑓 pode ser calculado para α = 2 ∙ α0 .

• Além disso, deve-se verificar as tensões atuantes na laje de concreto,


considerando as características geométricas da seção mista.

 σcd = MSd ΤαWsup


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 34

7.500mm

7.500mm
CAPÍTULO 04
Vigas mistas com interação parcial

4.1 Momento resistente – Seção Compacta


4.2 Momento resistente – Seção Semicompacta
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 35

4. Vigas mistas com Interação Parcial


4.1 Momento Resistente – Seção Compacta

• Nas vigas com interação total, o esforço cisalhante Fhd é o menor


valor entre R cd e R td .

• Se a capacidade resistente dos conectores, dada por σ Q Rd , for inferior


ao esforço cisalhante Fhd , a interação é do tipo parcial.

• O grau de interação das vigas mistas é definido a partir do parâmetro


η = σ Q Rd ΤFhd .
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 36

4. Vigas mistas com Interação Parcial


4.1 Momento Resistente – Seção Compacta

• A profundidade da linha neutra plástica na laje de concreto pode ser obtida


através da expressão a seguir.
Fcd
x= ≤ hL MRd = Cad ∙ z′ + Fcd ∙ z ′
0,85 ∙ fck ∙ bef Τγα1

Fcd = σ Q Rd = η ∙ mín R cd , R td MRd = Cad ∙ h − yt − yc + Fcd ∙ (h − yt + hp + hc − xΤ2)


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 37

4. Vigas mistas com Interação Parcial


4.1 Momento Resistente – Seção Compacta

• O grau de interação deve obedecer os valores mínimos estabelecidos na


literatura técnica e na ABNT NBR 8800:2008.

• Para perfis de aço com mesas de áreas iguais (𝑏𝑓𝑐 ∙ 𝑡𝑓𝑐 = 𝑏𝑓𝑡 ∙ 𝑡𝑓𝑡 ) e com vão
menor ou igual a 25 metros, define-se que:

E OBS: Em vãos superiores a 25


ηinf =1− 0,75 − 0,03 ∙ Le ≥ 0,40 metros, o dimensionamento deve ser
578 ∙ fy
feito com interação total.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 38

4. Vigas mistas com Interação Parcial


4.1 Momento Resistente – Seção Compacta

• Para perfis de aço com mesas de áreas iguais (𝑏𝑓𝑐 ∙ 𝑡𝑓𝑐 = 3 ∙ 𝑏𝑓𝑡 ∙ 𝑡𝑓𝑡 ) e com vão
menor ou iguai a 20 metros, define-se que o grau de interação deve ser expresso
conforma equação a seguir.

• Situações intermediárias podem ser interpoladas entre os valores anteriormente


descritos.
E OBS: Em vãos superiores a 20
ηinf =1− 0,30 − 0,015 ∙ Le ≥ 0,40 metros, o dimensionamento deve ser
578 ∙ fy
feito com interação total.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 39

4. Vigas mistas com Interação Parcial


4.2 Momento Resistente – Seção Semicomp

• A avaliação das seções semicompacta com interação parcial, as considerações


são as mesmas que foram mencionadas anteriormente para situação de
interação total entre a laje de concreto e o perfil metálico.

• Neste sentido, deve-se efetuar uma verificação de tensões normais atuantes na


seção transversal da viga mista de aço e concreto no intuito de verificar as
condições de segurança estabelecidas por normas aplicáveis.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 40

7.500mm

7.500mm
CAPÍTULO 05
Lajes com fôrma de aço incorporada

5.1 Considerações iniciais


5.2 Plastificação total da seção
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 41

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.1 Considerações iniciais

• As lajes com fôrma de aço incorporada, também conhecidas na literatura


estrangeira com Steel Deck, representam um sistema construtivo bastante
utilizado nas construções mistas de aço e concreto.

• Dentre outras vantagens, a laje com fôrma de aço incorporada permite a


redução, ou até a eliminação, dos escoramentos no canteiro de obra. Além
disto, a tradicional fôrma de madeira para conformação da laje de concreto é
dispensada, tendo em vista que a chapa metálica desempenha esta
finalidade.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 42

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.1 Considerações iniciais

• O sistema estrutural é caracterizado pela interação entre o aço e o concreto,


possibilitado através dos dispositivos mecânicos presentes na superfície da
fôrma metálica (mossas e reentrâncias). Além disto, existe uma parcela de
tensões de cisalhamento associadas ao atrito entre ambos os materiais.

• Existem outros dispositivos que podem melhorar a aderência e interação


entre o aço e o concreto. O conector de cisalhamento tipo pino com cabeça,
por exemplo, é uma alternativa.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 43

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.1 Considerações iniciais

• A fôrma de aço incorporada é produzida em chapas finas galvanizadas,


conformadas a frio através de perfiladeiras. Além da conformação, as
perfiladeiras produzem mossas na superfície do aço para melhorar a
aderência junto ao concreto.

• A conformação a frio permite uma melhoria no desempenho da fôrma


metálica durante as etapas construtiva e de serviço, tendo em vista que há
uma elevação no momento de 2ª ordem da seção transversal de aço.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 44

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.1 Considerações iniciais

• A conformação beneficia ainda a estabilidade o steel deck, tendo em vista que


a presença de “enrijecedores” reduz a esbeltez dos componentes de seção
transversal da peça.

• É convencionado na literatura técnica que a fôrma de aço incorporada deve


sustentar todos os carregamentos até o instante onde o concreto atinja 75%
da resistência característica definida em projeto.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 45

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.1 Considerações iniciais

• De maneira similar ao que foi mencionado para as vigas mistas de aço e


concreto, o funcionamento adequado da laje mista requer que os dispositivos
mecânicos e a aderência produzida pelo atrito entre os materiais seja
suficiente para evitar o deslizamento na direção longitudinal e o
descolamento na direção vertical.

• Tendo em vista que a chapa de aço é composta por elementos de pequena


espessura e elevada esbeltez, é importante levar em consideração as
recomendações da ABNT NBR 14.762:2013.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 46

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.2 Plastificação total da seção

• As verificações do Estado Limite Último, aplicáveis às lajes mistas com fôrma


de aço incorporada, envolvem duas etapas: (a) fase construtiva e (b) serviço.

• Durante a fase construtiva, sabe-se que a fôrma de aço deve sustentar os


carregamentos sem a contribuição favorável do concreto. Neste sentido, tendo
em vista que os elementos da seção transversal são compostos por chapas
finas e esbeltas, deve-se observar os requisitos estabelecidos pela norma
brasileira de perfis formados a frio. Não será escopo deste curso tratar sobre
os aspectos teóricos das seções metálicas isoladas.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 47

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.2 Plastificação total da seção

• Uma verificação importante durante a etapa construtiva refere-se ao Estado


Limite de Serviço – Deslocamentos Excessivos. O deslocamento máximo da
fôrma, em consonância com os requisitos da ABNT NBR 8800:2008, deve ser
de LΤ180 ou 20 mm.

• Na verificação do Estado Limite Último, após o concreto alcançar um valor


mínimo de 75% da resistência característica especificada, o momento fletor
resistente deve contemplar a contribuição da fôrma metálica e,
eventualmente, de armaduras adicionais detalhadas em projeto.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 48

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.2 Plastificação total da seção

• A determinação da posição da LNP pode ser obtida através do equilíbrio de


forças atuantes na seção transversal. Neste sentido, costuma-se definir a
força máxima aplicável no concreto e a força máxima aplicável ao aço.

OBS: Caso a força máxima associada ao concreto for


Ncf = 0,85 ∙ fck Τγc ∙ b ∙ t c superior àquela relativa ao aço, pode-se afirmar que a
LNP está posicionada na capa de concreto.
Npa = AF,ef ∙ fyF Τγα1
Ncf > Npa → LNP na capa de concreto
Npa > Ncf → LNP na fõrma de aço
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 49

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.2 Plastificação total da seção

• A capacidade resistente ao momento fletor pode ser obtida através da


equação de equilíbrio de momentos atuantes na seção transversal. Caso a
linha neutra plástica esteja localizada na laje de concreto, é possível escrever:

Npa = AF,ef ∙ fy,Fd


MRd = Npa ∙ (dF − 0,5a)
dF é a distância da face superior da laje de concreto ao
Npa centro geométrico da seção efetiva da fôrma.
a=
0,85 ∙ fck ∙ b 𝑎 e 𝑏 representam a altura do bloco de compressão e a
largura útil (1.000 mm) do concreto.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 50

5. Lajes com fôrma de aço incorporada


5.2 Plastificação total da seção

Mp𝑟 é o momento de plastificação da fôrma de


aço, reduzida pela presença da força normal.
• Caso a LNP esteja posicionada na
fôrma de aço, pode-se escrever o
Mpr = 1,25 ∙ Mpa 1 − Ncf ΤNpa
momento fletor resistente à
plastificação total por:
𝑒 representa a distância entre o centroide da
área efetiva da fôrma e a face inferior da laje.
MRd = Mpr + Ncf ∙ y
𝑒𝑝 representa a distância entre a linha neutra
y = ht − 0,5t c − ep + (ep − e) ∙ Ncf ΤNpa plástica da seção efetiva da fôrma e a face
inferior da laje.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. DETALHAMENTO DE ESTRUTURAS 51

Referências bibliográficas
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT). NBR 8800 – Projetos de
estruturas de aço e de estruturas mistas de
aço e concreto de edifícios. 2008.

• Pfeil, Walter. Estruturas de aço:


dimensionamento prático / Walter Pfeil,
Michèle Pfeil – 8ed. Rio de Janeiro, 2009.

• Bellei, Ildony Hélio. Edifícios industriais em


aço. 2ed. São Paulo : Pini, 1998.

Você também pode gostar