Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
C.I.P.A.
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
APOSTILA 6
SUMÁRIO
23.8. Hemorragia....................................................................................................................
23 PRIMEIROS SOCORROS
23.1 INTRODUÇÃO
A rapidez na adoção das providências pode salvar uma vida: em cerca de três
minutos o cérebro de uma vítima de parada cardíaca começa a apresentar lesões ou
uma hemorragia não controlada pode causar uma parada cardíaca. Uma vez que a
maioria das pessoas desconhece as técnicas de primeiros socorros, como elas
podem ajudar?
Na CLT, o artigo 181 prescreve a necessidade dos que trabalham com eletricidade
de conhecerem os métodos de socorro aos acidentados por choque elétrico. Por
isso, a NR-10 ao tratar de situações de emergência, reforça, em seu item 10.12.2,
uma exigência, bem como inclui um conteúdo básico de treinamento para os
trabalhadores que venham a ser autorizados a intervir em instalações elétricas.
Código penal - Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública.
2º. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver prestando
socorro:
PRIMEIRO EU (o socorrista)
· DEPOIS MINHA EQUIPE
· E POR ÚLTIMO A VÍTIMA
Isto parece ser contraditório a primeira vista, mas tem o intuito básico de não gerar
novas vítimas.
4º. Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no
acidente.
7º. Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão e
se sentirão mais úteis.
9º. Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior risco de
vida como, por exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que estejam
sangrando muito.
23.5 SOCORRISTA
Atributos
Um bom socorrista deve ter alguns atributos básicos inerentes à boa prestação de
socorro:
1 - Autocontrole;
2 - Capacidade de raciocinar sob stress;
3 - Liderança;
4 - Responsabilidade;
5 - Conhecimento.
Responsabilidades
Um socorrista presta primeiros socorros visando sempre à segurança e o bem-estar
da vítima, lidando com emergência médica e as necessidades emocionais da vítima.
Ética
Conjunto de princípios que identificam uma conduta considerada moralmente
desejável. No caso de um socorrista, a ética seria a sua conduta ideal em relação à
vítima que ele atende.
3 - Ser neutro e abster-se de prejulgar as pessoas, e não permitir que isso influencie
na qualidade do socorro;
Durante uma emergência, o socorrista pode se deparar com questões jurídicas, por
tanto comentaremos os principais tópicos penais que podem ser de interesse.
Dos crimes contra a pessoa
Dos crimes contra a vida
Homicídio simples
Nulidade do crime
Parágrafo 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.
23.6.1. Pulso
Freqüência média
Recém-nascido de 130 a 140 BPM (Batidas Por Minuto)
Lactente de 115 a 130 BPM
Criança de 100 a 115 BPM
Adulto de 70 a 80 BPM
Idoso de 60 a 70 BPM
Verificação do Pulso
Os pulsos mais importantes para uma verificação são: carótida interna e radial.
Se a vítima estiver com alguma alteração circulatória recomenda-se que seja
verificado o pulso carotídeo, pois em alguns casos o pulso poderá estar tão fraco
que seria impossível de se perceber o pulso radial.
23.6.2. Respiração
Processo Respiratório
1º - Processo físico - Consta dos movimentos de expiração e inspiração, com a
participação dos músculos respiratórios. A expiração corresponde ao relaxamento
espontâneo destes músculos.
2º - Processo químico - Troca gasosa (hematose)
Tipos de Respiração
Eupnéia movimentos respiratórios normais
Apnéia ausência de movimentos respiratórios
Dispnéia dificuldade ao realizar os movimentos respiratórios
Bradpnéia Freqüência dos movimentos respiratórios reduzida
Taquipnéia Freqüência dos movimentos respiratórios acelerada
Freqüência média
Lactente de 40 a 60 MRPM (Movimentos Respiratórios Por Minuto)
Criança de 20 a 26 MRPM
Adulto de 16 a 20 MRPM
Idoso de 14 a 18 MRPM
Pressão arterial máxima ou sistólica - tensão máxima oferecida pelo sangue quando
o coração está em sístole.
Pressão arterial mínima ou diastólica - tensão mínima oferecida pelo sangue quando
o coração está em diástole, promovido pela resistência periférica das artérias
Variação da PA
Existe uma faixa de normalidade para se medir a pressão arterial, aqueles que estão
abaixo desse faixa podem estar em um quadro hipotensivo, e aqueles que estão
acima dessa faixa podem estar em um quadro hipertensivo.
23.6.4 Temperatura
Definição
Temperatura pode ser definida como a diferença entre o calor produzido e o calor
perdido.
Tipos de Termômetros
Há dois tipos de termômetros, o oral e o retal.
Uma maneira fácil de distinguir entre os dois é
notar que o termômetro oral, usualmente, tem
um bulbo longo e estreito, enquanto que o
retal tem curto e grosso. (alguns fabricantes
usam código colorido).
O socorrista não deve preocupar-se muito com a temperatura a menos que esteja
fora desses índices.
Temperatura Axilar
Este método é o que deve ser usado pelo socorrista. A seguir os procedimentos a
serem seguidos quando tomando a temperatura axilar:
• Desnude o braço deixando exposta a axilar.
• Coloque o bulbo do termômetro diretamente no oco da axila.
• Segure o termômetro pelo topo e mantenha-o no lugar por três minutos, no
mínimo.
• Remova o termômetro segurando-o sempre pelo topo.
• Rode o termômetro até que a coluna de mercúrio possa ser vista claramente. Leia
com cuidado. Se a leitura for questionável cheque a temperatura e/ou o
termômetro novamente.
• Anote a temperatura. Esteja seguro de colocar "(A)" para a temperatura axilar e à
hora da tomada. Ex: 36,6 G (A) 10h45min.
• Limpe o termômetro ou coloque-o em uma caixa para ser limpo mais tarde.
Demonstrando
A Primeira medida que devemos tomar diante de uma vítima que não se comunica é
verificar o grau de consciência.
A íris e a pupila formam um complexo funcional, que age eliminando parte da luz e
originando um preciso feixe incidente sobre retina.
A íris tem dois músculos que tem funções de constrição e dilatação. O tamanho da
pupila varia continuamente sob uma série de estímulos que repercutem sobre o
sistema nervoso simpático (dilatação) e sobre o para simpático (contração). A pupila
exposta a luz se contrai, e quando no escuro se dilata.
Verificação da Pupila
1º prepare a lanterna
2º coloque o dedo sobre a pálpebra da vítima e delicadamente levante-a até que
você visualize o globo ocular
3º usando a lanterna coloque um feixe de luz sobre a pupila e veja qual será a
reação.
A cor e umidade da pele deve ser observadas na face e nas extremidades dos
membros, pois será nesses locais que essas alterações se manifestam primeiro.
É dito que a vítima apresenta cianose, quando esta apresenta as pontas dos dedos
e os lábios azulados, isso é devido ao acumulo de sangue venoso nessas regiões.
Conjunto de medidas não invasivas que são adotadas para retardar a morte cerebral
até que possa instituir as medidas de suporte avançado.
A B
C D
1) Chamar e abanar
Chame e abane delicadamente o ombro da
criança. Se não houver resposta posicione
a criança em decúbito dorsal sobre uma
superfície dura.
4) Dê 30 compressões
5) Continuar
23.8 Hemorragia
Assim, uma pessoa com 70 kg tem por volta de 5 litros de sangue. Na criança, o
volume é calculado em 8% a 9% do peso, cerca de 80 a 90 ml/kg.
O sangue é composto por uma parte líquida chamada plasma ou soro, e outra
sólida, formada pelos glóbulos vermelhos, brancos e as plaquetas. Os glóbulos
vermelhos dão cor ao sangue e têm por função o transporte do oxigênio. Os
glóbulos brancos respondem pela defesa do organismo e as plaquetas são parte
fundamental no processo de coagulação sanguínea.
Definição
Hemorragia é um termo usado para expressar a saída do sangue de
compartimentos – geralmente artérias, capilares ou veias – nos quais normalmente
ele deveria estar contido. A perda de sangue leva à diminuição da oxigenação dos
tecidos podendo levar à morte se não for controlada.
Gravidade da hemorragia
Em muitos casos, a hemorragia externa cessa entre 1 e 3 minutos em virtude dos
mecanismos normais de coagulação sanguínea. Mas em outras situações, quer pelo
diâmetro dos vasos lesados, quer pela extensão dos ferimentos, a hemorragia
prossegue ou por vezes é rápida e muito volumosa, levando a uma sequência de
alterações que podem culminar na morte.
Importante: a hemorragia é severa quando a frequência respiratória aumenta, o
pulso torna-se rápido, a pressão arterial desce e o nível de consciência fica
acentuadamente deprimido.
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Efeitos da hemorragia
Hemorragia Classe I: perda de até 15% do volume sanguíneo. Neste caso os sinais
e sintomas são mínimos. Nas situações menos complicadas, pode ocorrer discreta
taquicardia, ligeira hipotensão arterial, pulso filiforme.
Hemorragia Classe II: perda de 15% a 30% do volume sanguíneo. Num adulto de 70
Kg uma Hemorragia Classe II corresponde à perda de 750 a 1500 ml de sangue.
Ocorre taquicardia (FC > 100 P/min. no adulto), aumento da frequência respiratória.
Há também alterações do Sistema Nervoso Central como ansiedade.
Várias são as formas, simples ou complexas. Algumas requerem muito pouco treino
ou equipamento e outras necessitam de material muitas vezes dificilmente
disponível. Algumas com poucos riscos, outras com sérios riscos e contra-
indicações. São elas:
2) A elevação do membro lesado, desde que não haja nenhum impedimento para
movimentar a região (fatura, por exemplo), deve sempre ser aplicada juntamente
com a primeira técnica (compressão direta). A lesão deve ficar acima do nível
cardíaco. Quanto mais elevado acima do coração, menor será a pressão sanguínea,
melhor será o retorno venoso com conseqüente diminuição da estagnação do
sangue e menor hemorragia. Assim, elevação e compressão constituem juntas, os
modos mais eficientes para se estagnar uma hemorragia. Naturalmente, para
ferimentos nos membros inferiores, o paciente deve ser colocado deitado para que
se possa elevar o membro.
Demonstração: uma pessoa permanece sentada ou em pé, eleva ao máximo uma
das mãos e simultaneamente abaixa ao máximo a outra. Após 15 segundos
compare-as. Verá que a mão mais baixa está muito mais avermelhada, mais cheia
de sangue que a outra, por sua vez mais pálida. Fica evidente que um ferimento
numa mão sangrará muito mais se ela ficar abaixo do nível do coração e muito
menos se ficar acima deste nível.
3) Compressão dos pontos arteriais: muitas artérias podem ser palpadas através da
pele. São os pulsos arteriais. A compressão dos pontos arteriais determinará a
interrupção do fluxo sanguíneo para a área irrigada por aquela artéria.
Os pontos arteriais frequentemente utilizados para interromper uma hemorragia são
os correspondentes aos pulsos braquial, femural, carotídeo, temporal e radial. Mas
qualquer pulso palpável pode ser utilizado para reduzir a hemorragia.
Por vezes, em ferimentos múltiplos num membro, o socorrista pode comprimir uma
artéria, enquanto outro com mais liberdade pode realizar as compressões em cada
um dos ferimentos.
4) Torniquete é uma técnica cada vez mais abandonada. Só deve ser tentada
quando todas as técnicas anteriores já foram tentadas e falharam.
Caso haja hemorragia proceder com as informações dadas para tal. São os
seguintes os casos de ferimentos extensos ou profundos que requerem pronta
atenção médica:
Obs.: Em todos os casos citados, nunca utilize pó de café, pano queimado, teia de
aranha, papel etc. para promover parada do sangramento.
Hemorragias abdominais
4. Não aperte muito o cinto ou a faixa em torno do tórax, para não prejudicar os
movimentos respiratórios da vítima.
23.9 Ferimentos
• Proteja o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo, fixando sem apertar.
• A menos que saiam facilmente, durante a limpeza, não tente retirar farpas, vidros
ou partículas de metal do ferimento.
23.10 Contusões
• Aplique compressas frias ou saco de gelo que a dor e a inchação tenha diminuído.
Causas
Sintomas
• Náuseas e vômitos;
• Mantenha a respiração.
• Caso a vítima vomite, lateralize a cabeça (caso não haja lesão de coluna).
23.12. Queimaduras
São exemplos de queimaduras: contato direto com chama, brasa ou fogo; vapores
quentes; líquidos quentes; sólidos superaquecidos ou incandescentes; substâncias
químicas; biológicas (água-vivas, caravelas etc.); emanações radiativas; radiações
infravermelhas e ultravioletas (em aparelhos, laboratórios ou desvios ao excesso de
raios solares); eletricidade. Queimaduras externas classificam-se em:
CLASSIFICAÇÃO EM GRAUS
PRIMEIRO GRAU
SEGUNDO GRAU
TERCEIRO GRAU
Por radiação
Podem ser causadas por raios ultravioletas (UV), por raio-x ou por radiações
ionizantes. As lesões por raios UV são bem conhecidas, queimaduras solares, e
geralmente superficiais e de pouca gravidade.
Quanto à Causa
Térmicas
São as queimaduras mais comuns. Podem ser causados por gases, líquidos ou
sólidos quentes.
• Se a vítima estiver consciente dê-lhe bastante líquido para beber: água e suco de
frutas.
• Coloque papel alumínio sobre a área queimada, para manter a temperatura e evitar
a contaminação com o meio externo;
Químicas
São causadas por ácidos ou álcalis e podem ser graves; necessitam de um correto
atendimento pré-hospitalar pois o manejo inadequado pode agravar as lesões.
Por eletricidades
Atendimento ao queimado
A primeira preocupação da equipe deve ser com a sua própria segurança, isto se
aplica a qualquer situação mas deve ser reforçado ao se atender vítimas de
queimaduras que estejam em ambientes hostis. Deve-se ter cuidado com as
chamas, gases tóxicos e fumaça, risco de explosões e desabamentos.
Obs.: Queimaduras de 1º, 2º, 3º, graus podem se apresentar no mesmo paciente.
Cabeça e pescoço 9 %
Entorse
• dor intensa, que aumente ao menor movimento ou toque na região; edema local
(inchaço);
Nunca se deve tentar colocar o osso no lugar. Isso deverá ser feito em local e por
pessoal qualificado!
O que Fazer:
com a tala;
• nas primeiras 24 horas, aplicar frio intenso no local com bolsa de gelo ou
compressas frias úmidas; posteriormente, aplicar calor local.;
A vítima somente deverá ser transportada com técnica e meios próprios, nos casos,
onde não é possível contar com equipes especializadas em resgate.
Atenção
Logo que a vítima estiver em cima da prancha, cada socorrista deve se posicionar
em uma das extremidades da prancha (o socorrista A deve colocar-se de costas
para o paciente, e o B, aos seus pés);
O transporte da vítima pode ser feito por maca, que é a melhor forma. Se por acaso
não houver uma disponível no local, ela pode ser improvisada com duas camisas ou
um paletó e dois bastões resistentes, ou até mesmo enrolando-se um cobertor
várias vezes em uma tábua larga.
Veja os métodos disponíveis para transporte com maca ou prancha longa. Esta
técnica deve ser realizada da forma apropriada, tanto para evitar complicações para
as vítimas como danos lombares para os socorristas.
LEMBRETE IMPORTANTES:
Uma Pessoa
c. Nas costas: Dê as costas para a vítima, passe os braços dela ao redor de seu
pescoço, incline-a para frente e levante-a.
Duas Pessoas
Três Pessoas
Uma segura a cabeça e costas, a outra, a cintura e a parte superior das coxas. A
terceira segura a parte inferior das coxas e pernas. Os movimentos das três pessoas
devem ser simultâneos, para impedir deslocamentos da cabeça, coluna, coxas e
pernas.
Quatro Pessoas
* Para erguê-la, você e mais duas pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la
numa tábua ou maca, lembrando que a maca é o melhor jeito de se transportar uma
vítima. Se precisar improvisar uma maca, use pedaços de madeira, amarrando
cobertores ou paletós.