Apostila Ibama Técnico Ambiental 2021 - 223 PG
Apostila Ibama Técnico Ambiental 2021 - 223 PG
Apostila Ibama Técnico Ambiental 2021 - 223 PG
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Isabella Ramiro
LEGISLAÇÃO E NORMAS AMBIENTAIS (ON-LINE) •Arthur Buava, Rebbeca Costa, Roberta Piuco e Bia
Nogueira
MEIO AMBIENTE • Bianca Capizzani, Roberta Piuco, Flávia Trabuco, Ednilson Silva, Ivanilson Júnior,
Zé Soares, Lucas Afonso e Roberta Piuco
ISBN
978-65-87525-12-9
Edição:
Dezembro/2021
Intensifique ainda mais a sua preparação acessando o conteúdo Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área
complementar disponível on-line para este livro em nossa pla- do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar.
taforma, contendo material de Noções de Informática, Legisla-
ção e Normas Ambientais, bem como Atualidades em videoaulas. Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter
acesso ao conteúdo on-line.
Para acessar, basta seguir as orientações na próxima página.
RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS................................................................... 13 LEI Nº 9.605, DE 1998 E DECRETO Nº 6.514/2008 (CRIMES AMBIENTAIS)...............................139
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL..................................................................... 28 LEI Nº 12.651, DE 2012 (PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA)..................................................158
EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E LEI N° 9.985, DE 2000 (SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA
OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL....................................................................................28 NATUREZA)........................................................................................................................................177
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS....................................................................................................32 LEI Nº 10.650, DE 2003 (ACESSO PÚBLICO AOS DADOS E INFORMAÇÕES EXISTENTES
NOS ÓRGÃOS E ENTIDADES INTEGRANTES DO SISNAMA)........................................................188
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO....................................................... 34
LEI Nº 12.527, DE 2011 (ACESSO A INFORMAÇÃO)......................................................................189
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS........................................................................................................34
LEI Nº 13.709, DE 2018 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS)..................................................200
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO....................................53
RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO...................................53 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO.................................................................................... 207
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO.........................................................................................................55 ÉTICA E MORAL.................................................................................................................................207
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................................58 ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES......................................................................................................208
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.......................................................................................................................62 ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA.....................................................................208
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE..................................................................................................64 ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA..............................................................................................................210
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.........................................................................................................66 ÉTICA NO SETOR PÚBLICO..............................................................................................................210
REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO....................................................................... 66 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO PÚBLICO – DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE
JUNHO DE 1994................................................................................................................................211
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.......................................................................................................................66
LEI Nº 8.112, DE 11 DEZEMBRO DE 1990: REGIME DISCIPLINAR (DEVERES E PROIBIÇÕES,
SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO..........................................................................68 ACUMULAÇÃO, RESPONSABILIDADES, PENALIDADES)..............................................................215
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEXTO............................................69
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992...........................................................................................219
REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE.......................................70 DISPOSIÇÕES GERAIS E ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA........................................................219
ETAPAS E ESTÁGIOS.......................................................................................................................................322
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS............................269
RESTOS A PAGAR............................................................................................................................................323
TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE
DEPARTAMENTALIZAÇÃO..............................................................................................................................269 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES.....................................................................................................324
Administração Direta e Administração Indireta............................................................................................ 276 NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES.......................... 331
GESTÃO DE PROCESSOS.................................................................................................................282 CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, RELAÇÃO COM OS OUTROS SISTEMAS DA ORGANIZAÇÃO....331
CONCEITO........................................................................................................................................................303 LIDERANÇA......................................................................................................................................................336
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS......................................................................................................................304
NOÇÕES DE GEOLOGIA E SOLOS.....................................................................................................359 LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 E DECRETO N° 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002.........................413
NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DA ÁGUA, POLUIÇÃO HÍDRICA E TECNOLOGIAS DE AGENDA AMBIENTAL URBANA.......................................................................................................440
TRATAMENTO DE ÁGUAS E EFLUENTES PARA DESCARTE E (OU) REÚSO................................379
GEOPROCESSAMENTO....................................................................................................................401
SENSORES E PRODUTOS................................................................................................................................403
INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS......................................................................................................................405
FOTOINTERPRETAÇÃO E FOTOGRAMETRIA................................................................................................406
RESTITUIÇÃO...................................................................................................................................................406
GEORREFERENCIAMENTO..............................................................................................................................408
expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes
da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada ção cronológica de um texto. tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
tar seu conhecimento de mundo.
contextuais do próprio texto que induzem o leitor a A propriedade vocabular leva bo-objeto (SVO) etc.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
interpretar essas informações. o cérebro a aproximar as pa- Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimen-
PROCURE SINÔNIMOS conhecimento de mundo que é relevante para a com-
Tratando-se de interpretação textual, os processos lavras que têm maior asso- to linguístico é aquele que “abrange desde o conhe-
de inferência, sejam por dedução ou por indução, par- cimento sobre como pronunciar português, passando preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso
ciação com o tema do texto cérebro associar informações, a fim de compreender
tem de uma certeza prévia para a concepção de uma pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua,
interpretação, construída pelas pistas oferecidas no Os conectivos (conjunções, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” o novo texto que está em processo de interpretação.
texto junto da articulação com as informações acessa- preposições, pronomes) são (2016, p. 15). A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
ATENÇÃO AOS
das pelo leitor do texto. marcadores claros de opi- Um exemplo em que a interpretação textual é pre- cício para atestarmos a importância da ativação do
CONECTIVOS
A seguir, apresentamos um fluxograma que repre- niões, espaços físicos e lo- judicada pelo conhecimento linguístico é o texto a conhecimento de mundo em um processo de interpre-
senta como ocorre a relação desses processos: calizadores textuais 11 12 seguir: tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- A partir dessa imagem, podemos identificar que a Era um garoto que como eu
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que orientação gramatical mantida pelas frases apresenta Amava os Beatles e os Rolling Stones
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predo-
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
Girava o mundo sempre a cantar
minante que o texto deve manter, organizado pelas As coisas lindas da América
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as marcas do gênero textual ao qual o texto pertence.
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de Não era belo, mas mesmo assim Situação inicial: predomínio de equilíbrio
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- Havia mil garotas afim
TIPO TEXTUAL Cantava Help and Ticket to Ride
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). Classifica-se conforme as marcas linguísticas apre- Oh Lady Jane e Yesterday
sentadas no texto. Também é chamado de sequência Cantava viva à liberdade
Agora tente responder as seguintes perguntas textual Mas uma carta sem esperar
sobre o texto: GÊNERO TEXTUAL Da sua guitarra, o separou
Quem é o herói de que trata o texto? Classifica-se conforme a função do texto, atribuída Fora chamado na América Complicação: início da tensão
Quem são as três irmãs? socialmente Stop! Com Rolling Stones
Qual é o planeta inexplorado? Stop! Com Beatles songs
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- Uma última informação muito importante sobre Mandado foi ao Vietnã
Clímax
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- tipos textuais que devemos considerar é que nenhum Lutar com vietcongs
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será texto é composto apenas por um tipo textual; o que Era um garoto que como eu
afetada. O texto se chama “A descoberta da América ocorre é a existência de predominância de algumas Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque sequências em detrimento de outras, de acordo com Girava o mundo, mas acabou
responder às questões; certamente você não terá mais o texto. Fazendo a guerra no Vietnã
as mesmas dificuldades. A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe Cabelos longos não usa mais
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar de tipos textuais, reconhecendo suas principais carac- Não toca a sua guitarra e sim
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do terísticas e marcas linguísticas. Um instrumento que sempre dá
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- A mesma nota,
vio que é essencial para a interpretação de questões. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS ra-tá-tá-tá
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Situação final / Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão
Narrativo Ao seu país não voltará
RECONHECIMENTO DE TIPOS E Pois está morto no Vietnã
Os textos compostos predominantemente por [...]
GÊNEROS TEXTUAIS sequências narrativas cumprem o objetivo de contar No peito, um coração não há
uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man- Moral
CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS Mas duas medalhas sim
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
de algumas estratégias, como a organização dos fatos --
Tipos ou sequências textuais são unidades que a partir de marcadores temporais e espaciais, a inclu- Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.
estruturam o texto. Para Bronckart1, “são unidades são de um momento de tensão (chamado de clímax)
estruturais, relativamente autônomas, organizadas e um desfecho que poderá ou não apresentar uma Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo podem ser resumidas em marcas de organização lin-
em frases”. moral. guística que são caracterizadas por:
Os tipos textuais marcam uma forma de organiza- Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
ção da estrutura do texto, que se molda a depender vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles: z Presença de marcadores temporais e espaciais;
do gênero discursivo e da necessidade comunicativa.
z Verbos, predominantemente, utilizados no passado;
Por exemplo, há gêneros que apresentam a predomi- z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilí- z Presença de narrador e personagens.
nância de narrações (contos, fábulas, romances, his- brio, o que demanda uma situação conflituosa;
tória em quadrinhos etc.). Já em outros, predomina a z Complicação: Desenvolvimento da tensão apre-
argumentação (redação do Enem, teses, dissertações, sentada inicialmente;
artigos de opinião etc.). Importante!
z Ações (para o clímax): Acontecimentos que
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, ampliam a tensão; Os gêneros textuais que são predominantemente narrativos apresentam outras tipologias textuais em sua com-
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a z Resolução: Momento de solução da tensão; posição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamente por uma sequência textual. Por isso, deve-
seguinte figura, que demonstra como podemos identi- z Situação final: Retorno da situação equilibrada; mos sempre identificar as marcas linguísticas que são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
ficar os tipos textuais e suas principais características, z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre
tendo em vista que cada sequência textual apresenta a resolução;
características próprias que pouco ou nada sofrem em z Moral: Apresentação de valores morais que a his- Para sua compreensão, também é necessário saber o que são marcadores temporais e espaciais. São formas
alterações, mantendo uma estrutura linguística quase tória possa ter apresentado. linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físico ou temporal em
rígida que nos permite classificar os tipos textuais em textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da histó-
cinco categorias (Narrativo, Descritivo, Expositivo, ria, além de garantirem a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: Atualmente, naquele
Esses sete passos podem ser encontrados no
LÍNGUA PORTUGUESA
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés;
e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”
Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc.).
A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo utilizado para manter a comunicação entre a Corte
Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,
aos poucos, substituído por outros gêneros, como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos
ver no cardápio a seguir:
O infográfico mostrado apresenta informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água no
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema abordado.
LÍNGUA PORTUGUESA
Para isso, o autor dispõe, além de linguagem compreensível e objetiva, de recursos visuais para atingir o objetivo.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, ser confundidos com textos argumenta-
tivos, uma vez que existem textos argumentativos que são classificados como expositivos, pois utilizam exemplos
e fatos para fundamentar uma argumentação.
Dica
Atente-se a esta importante diferença entre as sequências expositiva e argumentativa: a argumentativa apre-
senta uma opinião pessoal, enquanto a expositiva não abre margem para a argumentação, já que o fato
exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate —
apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-
ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2021. 15 16
Marcas linguísticas do texto expositivo: No exemplo dado, podemos destacar a presença de Ilíada ou de Odisseia, ambas de Homero? Mas o que a adquirir os produtos da marca. No caso do gênero
verbos conjugados no modo imperativo, como baixe, esses textos têm em comum? Inicialmente, pode-se ser anúncio publicitário, usar outros gêneros e modifi-
z Apresenta informações sobre algo ou alguém — toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como levado a pensar que nada, além do fato de terem sido car sua estrutura básica é uma estratégia que é esta-
presença de verbos de estado; instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos escritos pelo mesmo autor. Entretanto, a estrutura belecida a fim de que a principal função do anúncio se
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que textos injuntivos é a enumeração de passos a serem dessas histórias respeita a um padrão textual estabe- cumpra, qual seja: vender um produto.
organizam a informação; cumpridos para a realização correta da tarefa ensina- lecido e reconhecido na época em que foram escritas. A partir desses exemplos, já podemos enumerar
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumera- da e também a fim de tornar a leitura mais didática. De maneira análoga, quando pensamos em gêne- mais uma característica comum a todos os tipos de
tivos; ros textuais, devemos identificar os elementos que gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e o
z Presença de figuras de linguagem como metáfora Argumentativo caracterizam textos, aparentemente, tão diferentes. propósito de um gênero, para alguns autores, como
e comparação; Logo, da mesma forma que comparamos as estru- Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais turas de Ilíada e Odisseia, é preciso buscar as seme- Segundo esse autor, os gêneros têm a função de reali-
final do texto. complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul- lhanças entre uma notícia e um artigo de opinião, por zar um objetivo ou objetivos; por isso, ele sustenta a
dade na identificação, bem como em sua análise. exemplo. posição de que o propósito comunicativo é o critério
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- O texto argumentativo tem por objetivo a defesa Também é fundamental identificar as razões que de maior importância, pois é o que motiva uma ação e
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa nos levam a classificar cada um desses gêneros com é vinculado ao poder do autor.
dade nos leitores, como no exemplo a seguir: de uma tese e a apresentação de argumentos que termos diferentes. Esse ponto de interseção é o que Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex- podemos estabelecer como os principais aspectos de do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIONARAM O tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios classificação de um gênero textual. qual também pode ser reconhecido como estereótipo
MUNDO científicos e filosóficos, dentre outros. Conforme Maingueneau, o ponto de interseção que textual, que resguarda características básicas do gêne-
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 Outro aspecto importante dos textos argumentati- estabelece sobre qual gênero estamos tratando é indi- ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
Hedy Lamarr - conexão wireless vos é que eles são compostos por estruturas linguís- cado por “rotinas de comportamentos estereotipados nado anteriormente, identificamos traços do gênero
ticas conhecidas como operadores argumentativos, e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, mas contos de fadas tanto na porção textual do anúncio
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”
que organizam as orações subordinadas, estruturas que continuam sujeitos a uma variação contínua”3. que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pela
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy La-
marr foi a inventora de uma tecnologia que permitia contro- mais comuns nesse tipo textual. Logo, o primeiro elemento que precisamos iden- imagem, que remete ao conto “Branca de Neve”.
lar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial, A seguir, apresentamos um quadro sintético com tificar para classificar um gênero é o papel social, Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
alterando rapidamente os canais de frequência de rádio para algumas estruturas linguísticas que funcionam como marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas” liam os falantes de uma comunidade a reconhecer
que não fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de operadores argumentativos e que facilitam a escrita e humanas típicas de quem vive em sociedade e, por- o gênero e também a escrever nesse gênero quando
transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimen- a leitura de textos argumentativos: tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto necessitarem. Isso é o que torna a característica da
to de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth. ser compreendido. prototipicidade tão importante no reconhecimento e
Disponível em: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acesso em: 30 ago. 2021. OPERADORES ARGUMENTATIVOS Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife- na classificação de um gênero.
Adaptado. rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos Ademais, os traços estereotipados de um gênero
É incontestável que...
Instrucional ou Injuntivo textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui- devem ser reconhecidos por uma comunidade, reafir-
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O mando o teor social desses elementos e estabelecen-
É mister / é fundamental / é essencial...
fator social dos gêneros textuais também direcionará do a importância de um indivíduo adquirir o hábito
O tipo textual instrucional ou injuntivo é carac-
outros aspectos importantes na classificação desses da leitura, pois quanto mais se lê, a mais gêneros se
terizado por estabelecer um “propósito autônomo”2
Observe o exemplo a seguir: elementos; justamente devido à dinâmica social em é exposto.
que busca convencer o leitor a realizar alguma tarefa.
que estão inseridos, os gêneros são passíveis de alte- Portanto, a partir de todas essas informações sobre
Esse tipo textual é predominante em gêneros como
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais rações em sua estrutura. os gêneros textuais, podemos afirmar que, de manei-
bula de remédio, tutoriais na internet, horóscopos e
no tratamento das mais diversas doenças relacio- Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, ra resumida, os gêneros textuais são ações linguísti-
manuais de instrução.
nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos tornando o gênero completamente modificado, como cas situadas socialmente que servem a propósitos
A principal marca linguística dessa tipologia é a nem de longe compensam o dinheiro gasto com se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem- específicos e são reconhecidos pelos seus traços em
presença de verbos conjugados no modo imperati- essas doenças. Além disso, as empresas têm gran- plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam comum.
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve des prejuízos por causa de afastamentos de tra- a uma finalidade específica e momentânea, como A seguir, apresentamos uma tabela com as caracte-
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e balhadores devido aos males causados pelo fumo. aconteceu com o anúncio apresentado a seguir, da rísticas básicas para a correta identificação dos gêne-
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer loja O Boticário: ros textuais:
Para que possamos identificar corretamente essa propagandas de cigarros em todos os meios de
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- comunicação.”
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
exemplo a seguir: Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/ � Ações sociais
texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021. � Ações com configuração prototípica
Adaptado.
Como faço para criar uma conta do Instagram? � Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
Aplicativo do Instagram para Android e iPhone: � O propósito de uma ação social
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen- � Divididos em classes
Google Play Store (Android). te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor,
ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin-
2. Depois de instalar o aplicativo, toque em para abri-lo. Outra característica importante que devemos
do a estrutura argumentativa desse tipo textual.
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone
reforçar é que os gêneros textuais não são quantifi-
LÍNGUA PORTUGUESA
Relação com aspectos sociais Associação a aspectos linguísticos A reportagem é um gênero textual que, diferentemente da notícia, além de oferecer informações acerca de um
assunto, também apresenta os pontos de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter argumentativo; essa é
Não podem sofrer alteração, sob pena de serem a principal diferença entre os gêneros notícia e reportagem.
Podem ser alterados
reclassificados Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser) imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse gênero a opi-
nião do meio que a divulga. Por isso, nesses textos, as sequências textuais mais encontradas são a narração e a
Estabelecem uma função social Organizam os gêneros textuais
descrição, justamente com a finalidade de evitar apresentar um ponto de vista.
De maneira diferente, a reportagem apresenta as opiniões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões são o prin-
Apesar de não existir um número quantificável de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos gêneros cipal “ingrediente” dos textos desse gênero, representado, predominantemente, pela sequência argumentativa.
mais comuns nas provas de concursos, com o fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo na resolução É importante relembrarmos que o tipo textual argumentativo é organizado em três macropartes: tese, desen-
de questões que envolvam esse assunto. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais gêneros textuais abor- volvimento e conclusão. Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais de ampla reper-
dados por importantes bancas de concursos no país. cussão e interesse do público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia busca apenas a
divulgação da informação.
NOTÍCIA
Diante disso, o suporte de veiculação das reportagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, como tele-
visão, computador, tablet, celular etc. As reportagens têm um caráter de “matérias especiais” em jornais de ampla
A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira
repercussão, mas também podem ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e jornais. Com o avanço do
objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequências textuais narrativas e descritivas na sua composição
linguística; por isso, é fundamental sempre termos em mente as características basilares de todos os principais uso das redes sociais, entretanto, elas têm sido os principais meios de divulgação desse gênero atualmente.
tipos textuais. Conforme a Academia Jornalística (2019), a reportagem apresenta informações mais detalhadas sobre um fato
Como vimos, os gêneros textuais possuem características que os distinguem dos tipos textuais, dentre elas o e/ou fenômeno de grande relevância social. Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados que compõem
fato de terem um apelo a questões sociais, um propósito comunicativo e apresentarem uma configuração mais ou a matéria, a fim de que o leitor construa sua própria opinião sobre o tema.
menos padrão que varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros. A respeito dessas diferenças na construção dos gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guardam seme-
Por ser um gênero, a notícia também apresenta essas características. Seu propósito comunicativo é informar lhanças, como a busca pelas respostas às perguntas:
uma comunidade sobre assuntos de interesse comum; por isso, a notícia deve ser comunicada com imparciali-
dade, ou seja, sem que o meio que a transmite apresente sua opinião sobre os fatos. Outra importante caracte- O quê? Como? Por quê? Onde? Quando? Quem?
rística da notícia é a sua configuração prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhecido por leitores de uma
comunidade. Essas perguntas norteiam a escrita tanto da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da primeira por
Essa configuração própria da notícia é reconhecida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia. Vejamos seu caráter essencialmente informativo.
na prática como reconhecer o esquema prototípico desse gênero:
NOTÍCIA REPORTAGEM
Casal suspeito de assaltos é preso após colidir carro na contramão enquanto fugia da polícia, em
Manchete Apresenta um fato de forma simples e objetiva
Fortaleza Questiona fatos e efeitos de um fato determinado
Objetivo é informar
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato
Foram apreendidos três aparelhos celulares roubados e uma arma de fogo com seis munições Lead Apuração objetiva dos fatos
Apuração extensa
Conteúdo de curto prazo
Um casal suspeito de realizar assaltos foi preso após capotar um carro ao dirigir na contramão Conteúdo sem ordem determinada, pode apresentar en-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida (visto
enquanto fugia da polícia na tarde desde domingo (13), no Bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. trevistas, dados, imagens, etc.
Corpo da anteriormente)
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, disse que os assaltantes dirigiam em alta veloci-
Notícia Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.
dade pelas ruas após abordar de forma fria os pertences. “A mulher estava conduzindo o carro e o
comparsa dela abordava as pessoas colocando a arma na cabeça”, afirmou
É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual. Portanto, a
Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 30 ago. 2021.
reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém pode
apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja seu propósito de informar, é fundamental que o autor do
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais que são objeto de pro-
texto seja guiado por essas perguntas a fim de tornar seu texto imparcial e objetivo:
vas de concurso com um dos gêneros mais comuns em provas: o artigo de opinião.
O que?
ARTIGO DE OPINIÃO
Onde? MANCHETE
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
Quando? para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
CORPO DA Como? No artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, podemos
NOTÍCIA
Por quê? defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor soluções para a
questão controversa.
LÍNGUA PORTUGUESA
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele terá que
usar de informações, fatos e opiniões que serão seus argumentos.
Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:
É importante ressaltar que, com o advento das redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o gênero
notícia seja divulgado por meio de plataformas diferentes, como as redes sociais. O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
Isso democratiza a informação, porém também abre margem para a criação de notícias falsas que se baseiam ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
nesse esquema de organização das notícias para buscar alguma credibilidade do público. Por isso, atualmente, é assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
muito importante atentar-se à fonte de publicação das notícias. constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
O próximo gênero sobre o qual trataremos é a reportagem, que guarda sutis diferenças em comparação com a convencer o interlocutor (2011, p. 305).
notícia, e que também é muito abordada em provas de concursos.
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos saberes, como conhecimentos
19 20 enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que percebemos que nada é por acaso, pois a
EDITORIAL — ESTRUTURA TEXTUAL POR PARÁGRAFOS
cada escolha há uma intenção: “... toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem fundamen-
ta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comunicar-se”4. Apresentação do tema (situando o leitor) e já com um posicionamento definido. Ser didático
Parágrafo 1
ao apresentar o assunto ao leitor
Para darmos uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre ele. Por
isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao escolherem Contextualização do tema, comparando-o com a realidade e trazendo causas e indicativos
Parágrafo 2
um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo assunto e, dependendo concretos do problema. Mais uma vez, posicionamento sobre o assunto
de sua intenção, apoiar ou negar determinadas vozes. Análise e possíveis motivações que tornam o tema polêmico (ou justificativas de especialista
Parágrafo 3
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta e convincente. da área). É preciso trazer dados factuais, exemplos concretos que ilustram a argumentação
Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal; porém, ao esco- Parágrafo 4 Concluir com o posicionamento crítico final, retomando o posicionamento inicial sem se repetir
lher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto, fazendo com que sua
produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
A seguir, apresentamos o último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de gêne-
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte ros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros. Apesar
estruturação: disso, trouxemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse critério,
o próximo gênero estudado é a crônica.
z Identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição — exposição de argumentos de modo a justificar a tese; CRÔNICA
z Reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas e
o texto é concluído. O gênero “crônica” é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se torna-
ram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti.
ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO Também por ser um gênero curto de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de con-
curso para ilustrar questões de interpretação textual e para contextualizar questões que avaliam a competência
Introdução Identificação da questão polêmica alvo de debate no texto
gramatical dos candidatos.
Tese do autor (posicionamento defendido) As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
Desenvolvimento Tese contrária (posicionamentos de terceiros) – aceitação ou refutação argumentativas.
Argumentos a favor da tese do autor do texto
Conclusão Fechamento do texto e reforço do posicionamento adotado CRÔNICA NARRATIVA CRÔNICA ARGUMENTATIVA
Defesa de um ponto de vista, relacionado ao assunto em debate
Limita-se a contar fatos do cotidiano
No processo de escrita de qualquer texto é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do Uso de argumentos e fatos
Pode apresentar um tom humorístico
Também pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa
autor aos seus argumentos. Porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse Foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa
Uso de argumentos de modo pessoal e subjetivo
processo; por isso, atente-se à coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim continuarmos nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem, apresentando outro
gênero frequentemente presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial. Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmente
podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como em vídeo, formato muito divulgado nas redes
EDITORIAL sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação. Neste Apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos sociais mais atuais. Outra característica presente
tópico, nosso foco serão as principais características do gênero editorial e as suas diferenças em relação ao artigo nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença do tom sar-
de opinião. cástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em que pode-
EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS mos identificar as principais características desse gênero:
— Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música,
Marcas linguísticas:
prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de
encontro com nosso núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada um possa abrir
z Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural; a sua.
z Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante; — A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agitam suas
z Linguagem clara, objetiva e impessoal. múltiplas cabeças.
— Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos, conservadas.
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos Disponível em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero.
nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a ambiguidades, ocasionando o efeito oposto e prejudi- foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plás- clusão social de muitas pessoas. A nação
seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos tico e professor brasileiro. Um dos membros do chamado SEM ELIPSE
cando a coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua obteve notoriedade internacional por cau-
Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e
são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”. mulher. sa disso. A pátria, porém, ainda enfrenta
outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste
Não é possível saber qual dos homens estava brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados da década certas adversidades...”
Dica acompanhado. de 1970. “O Brasil evoluiu bastante desde o início do sé-
Em provas de concursos e seleções, ainda se Por fim, destacamos que as classes de palavras Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em: culo XXI e proporcionou a inclusão social de
relacionadas neste capítulo com os processos de coe- COM
encontra a terminologia “expressões referen- 30/09/2020. Adaptado. muitas pessoas, por causa disso obteve no-
ELIPSE
ciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti- toriedade internacional, porém ainda enfrenta
no material. No entanto, é importante salientar va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas Todas as marcações em negrito fazem referência ao certas adversidades...”
que, para linguistas e estudiosos, as anáforas escolares. O interesse das principais bancas de con- nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
são os processos referenciais que recuperam e/ cursos públicos é avaliar a capacidade interpretati- referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
ou apontam para porções textuais. va e racional dos candidatos. A análise de processos 29 30 doras que servem para ligar ideias e construir o texto.
COESÃO SEQUENCIAL orações desenvolvidas, é preciso manter o paralelis-
Se estudarmos, conseguiremos ser CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
CONDICIONAL mo e deixá-las ou somente desenvolvida ou somente
aprovados! Marcar contraste Existem Políticos e políticos.
A coesão sequencial é responsável por organizar a reduzidas.
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu- À proporção que aumentava seus “Agora que sentei na minha No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- PROPORCIONAL horários de estudo, mais forte o can- cadeira de madeira, junto a mesma, porém deixamos de analisar os pares no
mover a evolução do debate assumido pelo autor. didato se tornava à minha mesa de madeira, âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a Estudava sempre com afinco, a fim colocada em cima deste mos o seguinte exemplo:
partir de locuções que marcam tempo, conjunções, FINAL
de ser aprovado assoalho de madeira, olho “Por um lado, os manifestantes agiram correta-
desinências e modos verbais. Neste material, iremos Marcar a continuidade
Quando o edital for publicado, já es- minhas estantes de madei- mente, por outro podem não ter agido errado” – Incor-
nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que TEMPORAL temática
tarei adiantado nos estudos ra e procuro um livro feito reto.
são utilizadas para garantir a progressão textual.
de polpa de madeira para “Por um lado, os manifestantes agiram correta-
escrever um artigo contra mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
Conjunções Coordenativas
o desmatamento florestal” lação” – Correto.
Importante!
Millôr Fernandes. “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
As conjunções coordenativas são aquelas que
Não confundir: foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto.
ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança: Uso de Paráfrase “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
semântico independente. Na construção textual, elas
são importantes, pois, com seus valores, adicionam “Física e Química são disciplinas afins”. foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto.
informações relevantes ao texto. A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
Exemplos de conjunções coordenativas atuando objetivo, com desejo de: “Estou a fim de comer porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata- EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
na coesão: pastel”. do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar
sobre algo utilizando-se de outras palavras. Confor- Tempos
me Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra
Não apenas conversava com os de- vez, em outro ponto do texto, embora com palavras
Conjunções Integrantes O tempo designa o recorte temporal em que a ação
ADITIVA mais alunos como também atrapa- diferentes”.
lhava o professor verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
As conjunções integrantes fazem parte das orações Vejamos o seguinte exemplo:
o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
Eram ideias interessantes, porém subordinadas, na realidade, elas apenas integram,
ADVERSATIVA Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
ninguém concordou com elas ligam uma oração principal a outra, subordinada. Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo a seguir:
Superou o estigma que pregava “ou Como podemos notar, o papel dessas conjunções é Castelão Ceará no Castelão
ALTERNATIVAS estuda, ou trabalha” e conseguiu ser essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são z Presente:
aprovada “peças” que unem as orações. Existem apenas dois Os textos acima poderiam ser manchetes de
Ao final, faça os exercícios, pois é uma tipos de conjunções integrantes: que e se. jornais da capital cearense. A forma como o texto Pode expressar não apenas um fato atual, como
EXPLICATIVA se apresenta indica que a ênfase dada ao nome dos
forma de praticar o que aprendeu também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias
times, em posições diferentes, cumpre um papel im-
O candidato não cumpriu sua pro- Quando é possível subs- portante na progressão temática do texto. no mesmo horário.
Quero que a prova esteja
CONCLUSIVA messa. Ficamos, portanto, desapon- tituir o que pelo pronome Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e
fácil. Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada
tados com ele isso, estamos diante de instala uma ditadura.
Quero. O quê? Isso. pelo uso de expressões textuais bem características,
uma conjunção integrante Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais!
como: em outras palavras, em outros termos, isto (equivalente a estudarei).
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções Sempre haverá conjunção é, quer dizer, em resumo, em suma, em síntese etc.
precisam manter uma relação contextual, estabeleci- integrante em orações Perguntei se ele estava Essas expressões indicam que algo foi dito e passará
da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, substantivas e, conse- em casa. a ser ressignificado no texto, garantindo a informati- z Passado:
orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá- quentemente, em períodos Perguntei. O quê? Isso. vidade do texto.
rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as compostos Pretérito perfeito: Ação realizada plenamente
ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver- Uso de Paralelismo no passado.
sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
COESÃO RECORRENCIAL
As ideias similares devem fazer a correspondência Ex.: Estudei até ser aprovado;
Conjunções Subordinativas entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o
Uso de Repetições
nome de paralelismo. Quando as construções de frases Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que
Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi- e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin-
As recorrências de repetições em textos são comu- pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou
nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre- tático. Quando há sequência de expressões simétricas
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa. durativa.
sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas, no plano das ideias e coerência entre as informações,
estas ligam ideias apresentadas em orações subordi- Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro-
ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de Ex.: Estudava todos os dias;
nadas, ou seja, orações que precisam de outra para fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala-
sentido.
terem o sentido apreendido. vras e expressões!
Exemplos de conjunções subordinativas atuando No entanto, a repetição é um recurso coesivo Pretérito mais-que-perfeito: Ação anterior à
na coesão: essencial para manter a progressão temática do texto, ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS outra mais antiga.
isto é, para que o tema debatido no texto não seja per- JUNTAS
LÍNGUA PORTUGUESA
dido, levando o escritor a fugir da temática. Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não Ex.: Quando notei (passado), a água já transborda-
Como não havia estudado suficiente,
CAUSAL Embora também não recomendemos as repetições tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc. ra (ação anterior) da banheira.
resolvi não fazer essa prova
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
Falaram tão mal do filme que ele quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti- z Futuro:
CONSECUTIVA
nem entrou em cartaz alguns usos comuns dessa estratégia coesiva. ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
COMPARATIVA Trabalhou como um escravo em que houve quebra de paralelismo: Futuro do presente: indica um fato que deve
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” ser realizado em um momento vindouro.
Conforme o Ministro da Economia, CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
CONFORMATIVA – Errado.
os concursos não irão acabar O candidato foi encontra- “É necessário que vocês se ajudem e que estudem” Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
Ainda que vivamos um período de do com duzentos milhões – Correto.
Marcar ênfase
CONCESSIVA poucos concursos, não podemos de reais na mala, duzentos Devemos manter a organização das orações, pois Futuro do pretérito: Expressa um fato poste-
desanimar milhões! 31 32 não podemos coordenar orações reduzidas com rior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado. z Subjuntivo: O modo subjuntivo exprime atitude um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
de dúvida, desejo ou possibilidade. recebeu metade do pagamento.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado. Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
presente, passado ou futuro. isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar z Imperativo: O modo imperativo designa ordem, quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
é o único a sofrer flexões. convite, conselho, súplica ou pedido. Dúzia: conjunto de doze unidades;
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente: Novena: período de nove dias;
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado. Década: período de dez anos;
Flexões Modo-temporais — Tempos Simples Século: período de cem anos;
Bimestre: período de dois meses.
TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO
DOMÍNIO DA ESTRUTURA Um: numeral ou artigo?
Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª
conjugações) MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO A forma um pode assumir na língua a função de
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) * artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª -sse EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS podemos reconhecer cada função? É preciso observar
conjugações) o contexto em uso. Observe:
Artigos
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
z Durante a votação, houve um deputado que se
Futuro -rá e -re -r Os artigos devem concordar em gênero e número posicionou contra o projeto.
Futuro do pretérito -ria * com os substantivos. São, por isso, considerados deter- z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
minantes dos substantivos. cionou contra o projeto.
Essa classe está dividida em artigos definidos e
*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais. artigos indefinidos. Os definidos funcionam como Na primeira frase, podemos substituir o termo um
determinantes objetivos, individualizando a palavra,
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos (Indicativo) já os indefinidos funcionam como determinantes
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
imprecisos.
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio. O artigo definido — o — e o artigo indefinido —
contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
um —variam em gênero e número, tornando-se “os,
por exemplo.
Ex.: Tenho estudado. a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os
Já na segunda oração, a alteração do gênero não
indefinidos. Assim, temos:
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin- pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
cipal no particípio. z Artigos definidos: o, os; a, as;
deputado, marcando a quantidade.
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
Ex.: Tinha passado. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
Os artigos podem ser combinados às preposições.
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio. São as chamadas contrações. Algumas contrações
Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
comuns na língua são:
seguir:
Ex.: Terei saído.
z em + a = na;
z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio. z a + o = ao;
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
z a + a = à;
cordância com palavras femininas é inaceitável
Ex.: Teria estudado. z de + a = da.
pela gramática.
Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo) Dica Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
Toda palavra determinada por um artigo torna- Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + Verbo principal particípio.
-se um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar
etc. z A forma 14 por extenso apresenta duas formas
Ex.: (que eu) Tenha estudado. aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.
Numerais
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin- Substantivos
cipal no particípio.
São palavras que se relacionam diretamente ao
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi- Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
Ex.: (se eu) Tivesse estudado característica básica dessa classe é admitir um deter-
LÍNGUA PORTUGUESA
Igualdade: Compara elementos colocando-os O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto tes regras: 37 38
Advérbios De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância. Grau do Advérbio
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios; porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
concurso. Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras. NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.; GRAU COMPARATIVO Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.; Muito Mais - -
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.; Pouco Menos - -
z Modo: Assim, depressa, devagar etc.
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro- ABSOLUTO ABSOLUTO
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê? NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais. Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios: GRAU -
SUPERLATIVO Superioridade
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo). Mal Pessimamente Muito mal
-
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Locuções Adverbiais Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
Advérbios e Adjetivos
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: A cerveja que desce redondo.
Ex.: Ameaça de colapso. Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passi-
As cervejas que descem redondo.
vidade, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Colapso foi ameaçado. Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Palavras Denotativas
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica. Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.
Dica z Eis: Sentido de designação;
Locuções adverbiais apresentam valor passivo. z Isto é, por exemplo, ou seja: Sentido de explicação;
Locuções adjetivas apresentam valor de posse. z Ou melhor, aliás, ou antes: Sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: Sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: Sentido de inclusão.
LÍNGUA PORTUGUESA
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto. Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
Advérbios Interrogativos sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa. Algumas Observações Interessantes
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova? z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
Onde será realizada a prova? em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
Por que a prova não foi realizada? 39 40 na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi- Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri-
PRONOMES INDEFINIDOS5
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente. bunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie- Outro, outra, outros, outras Outrem
Pronomes rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for- Muito, muita, muitos, muitas Algo
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti- Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem Certo, certa, certos, certas Nada
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções. ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam Vários, várias Cada
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo- reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
Quanto, quanta, quantos, quantas Que
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual, zes, reis, clérigos, entre outras.
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto. Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de Tanto, tanta, tantos, tantas -
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções Qualquer, quaisquer -
Pronomes Pessoais sociais que designam:
Qual, quais -
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu- Um, uma, uns, umas -
sobre eles: ques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais; As palavras certo e bastante serão pronomes
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do gover- indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
no e das Forças Armadas membros do alto escalão; serão adjetivos quando vierem depois.
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo respectivos femininos;
indefinido).
Se, si, consigo z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
3º pessoa do singular Ele/Ela Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
o, a, lhe z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
A palavra bastante frequentemente gera dúvida
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
cerimonioso a comerciantes importantes;
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco do. Por isso, atente-se ao seguinte:
z Vossa Santidade (V. S.): Papa;
Se, si, consigo z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev-
3º pessoa do plural Eles/Elas ma.): Bispos. z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen-
os, as, lhes te ao termo “muito”.
Os exemplos apresentados fazem referência a pro-
Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito. nomes de tratamento e suas respectivas designações Ex.: Elas são bastante famosas.
Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. sociais conforme indica o Manual de Redação oficial
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto. da Presidência da República. Portanto, essas designa- z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo. ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- ao termo “suficiente”.
ro textual abordado for um gênero oficial.
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o Ainda sobre o assunto, veja algumas observações: Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
sobre todas as questões; a festa.
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre- z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele). tamento é importante destacar que o plural de z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, o substantivo, indicando grande, porém incerta,
Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos. como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na quantidade de algo.
Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes maioria das abreviaturas terminadas com a letra
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem. a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento: Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- Pronomes Demonstrativos
z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco (plural); tíssimo Juiz;
z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco (plural); z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s). blica nunca deve ser abreviado. apontam elementos a que se referem as pessoas do
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo, Pronomes Indefinidos da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
textual.
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”. Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa. maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos. pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem
z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
Ex.: Entre mim e ele não há segredos. variar e podem ser invariáveis. Observe a seguinte
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe- isso, atente-se às nossas dicas.
compostos. O particípio formador de tempo
riu beber chá; aquela, refrigerante. Os verbos são palavras variáveis que se flexionam Tu és Foste
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
em número, pessoa, modo e tempo, além da designa- Ele / você é Foi
homem teria realizado sua missão.
Dica ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um
fato. Nós somos Fomos
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun- Classificação dos Verbos
As flexões verbais são marcadas por desinências, Vós sois Fostes
ção demonstrativa referencial. Veja: que podem ser: Eles / vocês são Foram
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo Os verbos são classificados quanto a sua forma
de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
esqueceu de preencher o gabarito. z Número-pessoal: Indicando se o verbo está no
irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, prono- Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- singular ou plural, bem como em qual pessoa ver-
minais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das tam uma forma específica de irregularidade que oca-
ceu de preencher o gabarito. bal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- siona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são
6 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021. 43 44 des de cada um a seguir: classificados como anômalos.
z Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Limpar Eu tinha limpado a casa. Que casa tão limpa!
Vejamos alguns verbos abundantes:
Omitir Dados importantes tinham sido omitidos por ela. Informações estavam omissas.
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Submergir Após ter submergido os legumes, reparou no amigo. Deixe os legumes submersos por alguns minutos.
Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato Suspender Nunca tinha suspendido ninguém. Você está suspenso!
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento z Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
Confundir Confundido Confuso exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Demitir Demitido Demisso Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
Despertar Despertado Desperto latir, bramir, chover.
Dispersar Dispersado Disperso
z Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
Eleger Elegido Eleito te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
Encher Enchido Cheio apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
Entregar Entregado Entregue
PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO
Morrer Morrido Morto
Eu me sento Sentei-me
Expelir Expelido Expulso
Tu te sentas Sentaste-te
Enxugar Enxugado Enxuto
Ele/ você se senta Sentou-se
Findar Findado Findo
Nós nos sentamos Sentamo-nos
Fritar Fritado Frito
Vós vos sentais Sentastes-vos
Ganhar Ganhado Ganho
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
z Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
Inserir Inserido Inserto to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
Isentar Isentado Isento mal. Nós nos cumprimentamos friamente.
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia mui-
Matar Matado Morto tos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Omitir Omitido Omisso
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.
Pagar Pagado Pago O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.
Prender Prendido Preso O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
Romper Rompido Roto
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
Salvar Salvado Salvo O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
Secar Secado Seco natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos
que não vejo Mariana”.
Submergir Submergido Submerso
Suspender Suspendido Suspenso z Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e também nas locuções
Tingir Tingido Tinto verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Torcer Torcido Torto
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo principal determina a
regência estabelecida na oração.
LÍNGUA PORTUGUESA
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes na formação da voz
passiva analítica.
Aceitar Eu já tinha aceitado o convite. O convite foi aceito.
Entregar Aviso quando tiver entregado a encomenda. Está entregue! z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
Morrer Havia morrido há dias. Quando chegou, encontrou o animal morto.
Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advérbio ou adjetivo. Ex.:
Expelir A bala foi expelida por aquela arma. Esta é a bala expulsa. Minha mãe está rezando.
Tinha enxugado a louça quando o programa Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classificado em
Enxugar A roupa está enxuta.
começou. particípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
Findar Depois de ter findado o trabalho, descansou. Trabalho findo!
A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com os
Imprimir Se tivesse imprimido tínhamos como provar. Onde está o documento impresso? 45 46 verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Outras Funções do “se” Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Conjugação de Alguns Verbos
Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Como vimos, o “se” pode funcionar como item z Conjunção: O “se” será conjunção condicional Vamos agora conhecer algumas conjugações de
Infinitivo: Marca as conjugações verbais. essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele- quando sugerir a ideia de condição. A conjunção verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
mento também acumula outras atribuições: “se” exerce função de conjunção integrante, ape- to de questões em concursos.
AR: Verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar, nas ligando as orações, e poderá ser substituído Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
passear); z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética
pela conjunção “caso”.
ER: Verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran- PRESENTE — INDICATIVO
pôr); sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu- Eu Adiro
IR: Verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir, o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
designado partícula apassivadora, nesse contexto. dar, será aprovado). Tu Aderes
sair).
Ele/Você Adere
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — Conjugação de Verbos Derivados
Dica “Se” (partícula apassivadora).
Nós Aderimos
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga- O “se” exercerá essa função apenas: Verbo derivado é aquele que deriva de um ver- Vós Aderis
ção, pois origina-se do verbo “poer”. bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses Eles/Vocês Aderem
O mesmo acontece com verbos que que deste Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI; verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
derivam. Com verbos que concordam com o sujeito; “originários”.
Com a voz passiva sintética. A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu- São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
Vozes Verbais mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
Atenção: Na voz passiva nunca haverá objeto dire-
relevantes em provas diversas: entrepor, supor.
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente.
As vozes verbais definem o papel do sujeito na
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor; PRESENTE — INDICATIVO
z Índice de indeterminação do sujeito: O “se” fun-
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
cionará nessa condição quando não for possível Eu Ponho
identificar o sujeito explícito ou subentendido. z Ver: Antever, rever, prever;
z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação Tu Pões
Além disso, não podemos confundir essa função z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
verbal. do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi- Ele/Você Põe
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- Nós Pomos
Ex.: O policial deteve os bandidos. estar na voz ativa. ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com- Vós Pondes
preensão dessas conjugações verbais.
z Passiva: O sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação Outra importante característica do “se” como índi- Eles/Vocês Põem
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbal. ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou Preposições
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
passiva analítica; estar na 3ª pessoa do singular. ção são, predominantemente, regulares.
São palavras invariáveis que ligam orações ou
Detiveram-se os criminosos — passiva sintética. Ex.: Acredita-se em Deus. outras palavras. As preposições apresentam funções
PRESENTE — INDICATIVO
importantes tanto no aspecto semântico quanto no
z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mes- z Pronome reflexivo: Na função de pronome refle- Eu Crio aspecto sintático, pois complementam o sentido de
mo tempo, pois pratica e recebe a ação verbal. xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci- verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Tu Crias
procidade, auxiliando a construção dessas vozes
Ele/Você Cria sem a presença da preposição, modificando a transiti-
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
menino se agrediu. cipais características são: Nós Criamos sentido de palavras deverbais7.
Vós Criais As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mes- Sujeito recebe e pratica a ação;
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
mo tempo, porém há uma ação compartilhada Funcionará, sintaticamente, como objeto direto Eles/Vocês Criam
te, por, sem, sob, trás.
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti- ou indireto;
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam O sujeito da frase poderá estar explícito ou
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- chamadas pois pertencem a outras classes grama-
e sofrem a ação. implícito.
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga- conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
presente de aniversário (implícito).
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
cumprimentaram. (quando equivaler a “por causa de”).
z Parte integrante do verbo: Nesses casos, o “se” PRESENTE — INDICATIVO
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
será parte integrante dos verbos pronominais, Eu Passeio
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun- plos de uso em diferentes situações:
LÍNGUA PORTUGUESA
“Sob” outras classes gramaticais por meio de dois processos: z Preposição “em”:
“Desde” combinação e contração.
z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D. Combinação: Quando se ligam sem sofrer nenhu- Com artigo definido:
Pedro II; ma redução.
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
z Lugar: Ficar sob o viaduto; a + o = ao em + a(s)= na, nas
z Tempo: Desde ontem ele não aparece.
z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convin- a + os = aos em + o(s)= no, nos
cente. Contração: Quando, ao se ligarem, sofrem
“Em”
redução. Com pronome demonstrativo:
“Sobre” Veja a lista a seguir9, que apresenta as preposições
z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de dólares; que se contraem e suas devidas formas: em + esse(s)= nesse, nesses
z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi z Direção: Ir sobre o adversário; 8 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
bom; z Lugar: Cair sobre o inimigo. 49 50 9 Disponível em: <https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm>. Acesso em: 20 nov. 2020.
em + essa(s)= nessa, nessas VALOR NOCIONAL DAS
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não
em + isso = nisso SENTIDO enxada! tivesse gostado.
PREPOSIÇÕES
em + este(s) = neste, nestes Viva bem, pois isso é o mais importante. Trabalhava, por mais que a perna doesse.
Posse Carro de Marcelo
em + esta(s) = nesta, nestas
Lugar O cachorro está sob a mesa Importante: “Pois” com sentido explicativo ini- z Condicional: Iniciam uma oração com ideia de
em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles Votar em branco / Chegar aos cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
Modo
em + aquela(s) = naquelas gritos saudades. que, a menos que, somente se etc.
em + aquilo = naquilo Causa Preso por agressão “Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi-
Assunto Falar sobre política pois, a subir.
Com pronome pessoal: do sua mensagem.
Origem Descende de família simples Posso lhe ajudar, caso necessite.
Olhe para frente! / Iremos a z Conclusiva: Ligam duas ideias, de forma que a
em + ele(s) = nele, neles Destino
Paris segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo, z Proporcional: Ideia de proporcionalidade. À pro-
em + ela(s) = nela, nelas portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, porção que, à medida que, quanto mais...mais,
destarte, pois (deslocado na frase). quanto menos...menos etc.
z Preposição “per”: Conjunções
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
Com as formas antigas do artigo definido (lo, Assim como as preposições, as conjunções também
aprovado. ser aprovado.
la): são invariáveis e também auxiliam na organização
Está na hora da decolagem; deve, então, Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- apressar-se.
per + lo(s) = pelo, pelos ções. Por manterem relação direta com a organização
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser z Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para
per + la(s) = pela, pelas Dica que, a fim de que etc.
coordenativas ou subordinativas.
z Preposição “para” (pra): As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- Ex.: A professora dá exemplos para que você
Conjunções Coordenativas gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que aprenda!
Com artigo definido: ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso Comprou um computador a fim de que pudesse
As conjunções coordenativas são aquelas que concomitante acarreta em redundância. trabalhar tranquilamente.
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
para (pra) + o(s) = pro, pros
fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, Conjunções Subordinativas
para (pra) + a(s)= pra, pras z Temporal: Iniciam a oração expressando ideia de
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
da oração. As conjunções coordenadas podem ser: Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por logo que, desde que etc.
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
Preposições z Aditivas: Somam informações. E, nem, bem como, apresentadas em um texto. Porém, diferentemente Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
não só, mas também, não apenas, como ainda, daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar do Futuro.
senão (após não só). subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
o que significa Semântica. Semântica é a área do Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
para terem o sentido apreendido.
conhecimento que relaciona o significado da palavra Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
ao seu contexto. z Causal: Iniciam a oração dando ideia de causa.
É importante ressaltar que as preposições podem
Importante!
O gato era o preferido, não só da filha, senão de Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
apresentar valor relacional ou podem atribuir um toda família. uma vez que, como (equivale a porque) etc. Os valores semânticos das conjunções não se
valor nocional. prendem às formas morfológicas desses ele-
As preposições que apresentam um valor rela- z Adversativa: Colocam informações em oposição, Ex.: Como não choveu, a represa secou. mentos. O valor das conjunções é construído
cional cumprem uma relação sintática com verbos contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre- contextualmente, por isso, é fundamental estar
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). z Consecutiva: Iniciam a oração expressando ideia atento aos sentidos estabelecidos no texto.
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- Ex.: Não tenho um filho, mas dois. modo que, de forma que, de sorte que etc. a procura? (Se = causal = já que)
bios, os quais também apresentarão função deverbal. A culpa não foi a população, senão dos vereadores Por que ficar preso na cidade, quando existe tan-
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida (equivale a “mas sim”). Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. to ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo Importante: A conjunção “e” pode apresentar z Comparativa: Iniciam orações comparando ações
complemento nominal). valor adversativo, principalmente quando é antecedi- e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que Conjunções Integrantes
da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior,
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
não deixava. maior), tanto... quanto etc. As conjunções integrantes fazem parte das orações
gida pelo adjetivo).
subordinadas; na realidade, elas apenas integram
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
z Alternativas: Ligam orações com ideias que não Ex.: Corria como um touro. uma oração principal à outra, subordinada. Existem
advérbio).
acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou, Ela dança tanto quanto Carlos. apenas dois tipos de conjunções integrantes: “que” e
LÍNGUA PORTUGUESA
ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.) por mais que, se bem que etc.
RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.
Período Composto por Coordenação z Orações subordinadas substantivas apositivas:
ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO � Orações subordinadas adverbiais condicionais:
funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
de dois-pontos ou entre vírgulas. são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
As orações são sintaticamente independentes. Isso Formado por orações sintaticamente dependentes,
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. contanto que, a menos que etc.
significa que uma não possui relação sintática com ver- considerando a função sintática em relação a um ver-
(aposto) Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
bos, nomes ou pronomes das demais orações no período. bo, nome ou pronome de outra oração.
Só quero uma coisa: que você volte imediata- tal.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Tipos de orações subordinadas:
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.)
(Fernando Pessoa) � Orações subordinadas adverbiais conformati-
Oração coordenada 1: Deus quer z Substantivas; z Orações subordinadas adjetivas: desempenham vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
Oração coordenada 2: o homem sonha z Adjetivas; função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais do, consoante.
Oração coordenada 3: a obra nasce. z Adverbiais. 53 54 raramente, aposto explicativo). São introduzidas Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos.
� Orações subordinadas adverbiais consecuti- Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, � No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma): Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
vas: são introduzidas por: que (precedido na ora- filmes de terror. Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
ção anterior de termos intensivos como tão, tanto, ouvinte. Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma � Para separar palavras ou locuções explicativas,
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, jantar. (oração intercalada)
que, sem que. retificativas
sorvete.
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
anos. � Em enumerações, portarias, sequências: Ponto Final
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
� Para separar datas e nomes de lugar É o sinal que denota maior pausa.
o Procurador-Geral da República;
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985. Usa-se:
o Colégio de Procuradores da República;
um objetivo a ser alcançado. São introduzidas por: � Para separar as conjunções coordenativas, exceto o Conselho Superior do Ministério Público Federal.
para que, a fim de que, porque e que (= para que). e, nem, ou. � Para indicar o fim de oração absoluta ou de período:
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. Dois Pontos Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
tivessem bom estudo. Carlos Drummond de Andrade
� Orações subordinadas adverbiais proporcio- A vírgula também é facultativa quando a expres- Marcam uma supressão de voz em frase que ainda � Nas abreviaturas:
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro- são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, não foi concluída. Ex.: apart. ou apto. = apartamento
porção que, quanto mais, quanto menos etc. mas uma palavra só. Exemplos: Servem para: sec. = secretário
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. a.C. = antes de Cristo
aprecio. Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço � Introduzir uma citação (discurso direto):
em casa. Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
� Orações subordinadas adverbiais temporais: Ontem choveu o esperado para o mês todo. / homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
Dica
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que, Ontem, choveu o esperado para o mês todo. respostas”. Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
depois que, assim que, sempre que, cada vez que, Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono tos químicos não vêm com ponto final:
agora que etc. � Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso, Exemplos: km, m, cm, He, K, C
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor. distributivo ou uma oração subordinada substan-
ficou com sono durante a aula.
tiva apositiva:
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia Ponto de Interrogação
Para separar as orações de um período composto, é Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
amanhã, se não chover.
necessário atentar-se para dois elementos fundamen- sores, jornalistas, médicos.
Marca uma entonação ascendente (elevação da
tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações � Introduzir uma explicação ou enumeração após voz) em tom questionador. Usa-se:
(conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele � Entre o sujeito e o verbo: saber, como:
� Em frase interrogativa direta:
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu- Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?
ções verbais. Exs.: ram a explicação. (errado) Filosofia, Ciências...
Muitas coisas que quebraram meu coração, con- z Marcar uma pausa entre orações coordenadas � Entre parênteses para indicar incerteza:
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª
sertaram minha visão. (errado) (relação semântica de oposição, explicação/causa Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
oração
ou consequência): que havia palavra melhor no contexto.
[para fixar outros] – 2ª oração � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
[que os rodeiam] – 3ª oração dicativo do sujeito: � Junto com o ponto de exclamação, para denotar
homem culto.
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora- Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica- surpresa:
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
ção (M. de Assis) ção. (errado) Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)
cautela.
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo � Marcar invocação em correspondências: � E interrogações retóricas:
dem. (errado)
basta, pertencente à 1ª (oração principal). Os alunos entenderam, toda aquela explicação. Ex.: Prezados senhores: Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém (errado) Comunico, por meio deste, que... que não jogaremos comida fora à toa”).
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
� Entre um substantivo e seu complemento nominal Ponto de Exclamação
Travessão
ou adjunto adnominal:
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida � É empregado para marcar o fim de uma frase com
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de
pelos alunos. (errado) entonação exclamativa:
Uso de Vírgula discurso de interlocutor: Ex.:
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da – Bom dia, Maria! Ex.: Que linda mulher!
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três passiva: – Bom dia, Pedro! Coitada dessa criança!
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele � Aparece após uma interjeição:
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e professor para a feira. (errado) � Serve também para colocar em relevo certas Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
� Entre o objeto e o predicativo do objeto:
qualquer ambiguidade. tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
Quando se trata de separar termos de uma mesma colchetes: Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
LÍNGUA PORTUGUESA
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) � É repetido duas ou mais vezes quando se quer
Uso de Ponto e Vírgula marcar uma ênfase:
� Para separar os termos de mesma função Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta. vamos jantar. (oração intercalada) Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto metros em 20 segundos!!!
e vírgula (;):
z Usa-se a vírgula para separar os elementos de Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
enumeração. na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”. Reticências
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas:
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu,
arrastado pelo tsunami. Parênteses São usadas para:
ficou triste.
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que � No lugar das conjunções coordenativas deslocadas: Têm função semelhante à dos travessões e das � Assinalar interrupção do pensamento:
já apareceu na frase) do verbo Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter- Ex.: ― Estou ciente de que...
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. to, exausto. 55 56 mos, expressões ou orações. ― Pode dizer...
� Indicar partes suprimidas de um texto: Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des- � Nos endereços: plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí- Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232 viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
desceu as escadas apressadamente. (Também pode vel segundo as normas da ABNT) essa questão.
� Na indicação de dois anos consecutivos:
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso. z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
depois desceu as escadas apressadamente.) Asterisco
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
� Para sugerir prolongamento da fala: Ex.: /s/ Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
� É colocado à direita e no canto superior de uma
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias? ver artigo definido antes de uma palavra plura-
palavra do trecho para se fazer uma citação ou
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar... Embora não existam regras muito definidas sobre lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
de rodapé: a existência de espaços antes e depois da barra oblí- artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
� Para indicar hesitação:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- Unidos continuam uma potência.
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
triste acrescido do sufixo -eza*. lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. Estados Unidos continua uma potência.
vergonha.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti- Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- vo, o que origina um novo substantivo. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL de de Santos fica em São Paulo.”)
mente com outras intenções:
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
Concordância Verbal
ou lacuna em um texto, principalmente em substi- Importante!
Uso das Aspas tuição a um substantivo próprio:
É a adaptação em número – singular ou plural – Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
São usadas em citações ou em algum termo que pre- nhado aos responsáveis. verbo fica no singular ou no plural.
sujeito.
cisa ser destacado no texto. Pode ser substituído por itá- Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre- “De todos os povos mais plurais culturalmente, o
lico ou negrito, que têm a mesma função de destaque. senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
Usam-se nos seguintes casos: é, cuja existência é provável, mas não comprovada: insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra- z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
Ex.: Parecer, do latim *parescere. sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros, de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
� Antes e depois de citações: pois houve influências de todos os povos aqui: euro-
� Antes de uma frase para indicar que ela é agrama- obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, peus, asiáticos e africanos.”
tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras Mais de um aluno compareceu à aula.
afirma Dad Squarisi, 64. Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
da gramática: Mais de cinco alunos compareceram à aula.
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor-
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- Ex.: * Edifício elaborou projeto o engenheiro. respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no
mos, gírias e expressões populares ou vulgares, A expressão mais de um tem particularidades:
singular.
conotativas: Uso da Barra Destrinchando o período, temos que os termos se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
que desejava. A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado: “[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Não gosto de “pavonismos”. cado verbal. Mais de um irmão se abraçaram.
Dê um “up” no seu visual. � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
substituída pela conjunção “ou”: Ex.: Prefiro natação a futebol. Mais de um grupo de crianças veio/vieram à fes-
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta. Verbo bitransitivo: Prefiro ta.
às vezes com ironia ou malícia:
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta. Objeto direto: natação Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Objeto indireto: a futebol vam presentes.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
sonoro. ção das conjunções e/ou:
Concordância Verbal com o Sujeito Simples z Quando o sujeito é formado po um número per-
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
� Para citar nomes de mídias, livros etc: centual ou fracionário, o verbo concorda com o
e/ou escritos.
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”. Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do numerado ou com o número inteiro, mas pode
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela- sujeito. concordar com o especificador dele. Se o numeral
Colchetes ção entre si: Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário vier precedido de um determinante, o verbo con-
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número exorbitante. cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
Representam uma variante dos parênteses, porém (plural/singular). das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
tem uso mais restrito. O carro atingiu os 220 km/h. Diferentes situações:
Usam-se nos seguintes casos: � Para separar os versos de poesias, quando escritos Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de viver bem.
� Para incluir num texto uma observação de nature- barras para indicar a separação das estrofes: sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
za elucidativa: multidão gritou entusiasmada. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon- z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver- Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”. te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi- bo posterior ao pronome relativo concorda com o � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
LÍNGUA PORTUGUESA
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
não foi escrita na sua totalidade: chegou. (Duas horas deram...)
que pareça, o texto original é assim mesmo: z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
Ex.: a/c = aos cuidados de; Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
s/ = sem Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
do.” (Machado de Assis) quem resolveu a questão. badaladas soaram)
� Para separar o numerador do denominador nos Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda
números fracionários, substituindo a barra da fração: Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
Fonologia: da escola soou dez badaladas)
Ex.: 1/3 = um terço cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy]
nós quem resolvemos a questão. z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
� Nas datas:
� Para suprimir parte de um texto (assim como verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
Ex.: 31/03/1983
parênteses): z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, dem-se casas de veraneio aqui.
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois � Nos números de telefone: demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
desceu as escadas apressadamente. ou Ex.: 225 03 50/51/52 57 58 de vós, o verbo pode concordar com o pronome no interessada.
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o � Em predicados nominais, quando o sujeito for Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo Casos Facultativos
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa representado por um dos pronomes tudo, nada, com valor genérico)
Majestade está preocupada? isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece- z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
Suas Excelências precisam de algo? dará com o predicativo (preferencialmente) ou dido de preposição de ou para) estádio.
com o sujeito: Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
Ex.: No início, tudo é/são flores. imperativo)
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! fizeram rir.
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for
� Concordância do verbo parecer: z Fui eu quem faltou/faltei à aula.
Concordância Verbal com o Sujeito Composto que ou quem:
Flexiona-se ou não o infinitivo.
Ex.: Quem foram os classificados? z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
Ex.: Pareceu-me estarem os candidatos confiantes.
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama- (o equivalente a “Pareceu-me que os candidatos
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
ticais diferentes: estavam confiantes”, portanto o infinitivo é flexio-
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo: brasileira.
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos. nado de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas.
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com: É frio aqui.
logo o infinitivo será impessoal) ciência. (1,5% corresponde ao singular)
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
garam ontem. � Concordância dos verbos impessoais: z Chegaram/Chegou João e Maria.
� O verbo fica no singular quando precede termos
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
ou nenhum: menos etc. junto a especificações de preço, peso, sempre na 3ª pessoa do singular. aqui.
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- quantidade, distância, e também quando seguido Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia se formado. z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
ter o espírito esportivo. do pronome o:
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo brasileira.
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no auxiliar fica no singular)
Divertimentos é o que não lhe falta. z O problema do sistema é/são os impostos.
singular: Trata-se de problemas psicológicos.
Dez reais é nada diante do que foi gasto.
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- Geou muitas horas no sul. z Hoje é/são 22 de agosto.
davam. (preferencialmente no singular) � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
� Concordância com sujeito oracional: z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
� Gradação entre os núcleos do sujeito: Quando o sujeito é uma oração subordinada, o a aprovação.
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
verbo concordará com o termo não preposiciona- z Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
me acalmar. (preferencialmente no singular) singular.
do entre eles:
� Núcleos do sujeito no infinitivo: Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos. Silepse de Número e de Pessoa
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde. São eles que sempre chegam cedo. Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons- Ficou combinado que sairíamos à tarde. Conhecida também como “concordância irregular,
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu- Urge que você estude.
trução adequada) ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
mitivo (nada, tudo, ninguém): Era preciso encontrar a verdade
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
(construção inadequada) z Silepse de número: usa-se um termo discordando
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, Casos mais Frequentes em Provas
do número da palavra referente, para concordar
nem um nem outro: Concordância do Infinitivo com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui. Veja agora uma lista com os casos mais abordados vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali-
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: em concursos: dade: todas as flores)
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem:
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu � Sujeito posposto distanciado: z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
to esclarecido)
foco nos estudos. Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
brasileira seres estranhos. ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras implícito “nós”)
diversas etnias, somos multiculturais.
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. � Verbos impessoais (haver e fazer):
bem como, assim como, tanto quanto: (dois pronomes implícitos: eu, nós) Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Concordância Nominal
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na final. Até me encontrarem, vocês terão de procurar Havia problemas no setor.
muito. (preposição no início da oração) Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Define-se como a adaptação em gênero e número
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz. vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
(verbos pronominais)
como; não só... mas também etc.): � Verbo na voz passiva sintética: o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta. adjetivos, numerais).
indicando tempo)
popularidade em alta. O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
Estudo para me considerarem capaz de aprova- � Verbo concordando com o antecedente correto
gênero e número com o nome a que se referem.
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) do pronome relativo ao qual se liga:
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
co núcleo, o verbo fica no singular concordando Para vocês terem adquirido esse conhecimento, Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
Muro alto. / Muros altos.
com o núcleo único. Mas, se houver determinante foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com- tinham experiência.
LÍNGUA PORTUGUESA
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
� Sujeito coletivo com especificador plural: Casos com Adjetivos
sujeito passa a ser composto: particípio)
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: z Com função de adjunto adnominal: quando o
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos � Sujeito oracional:
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu- adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
combustíveis aumentaram. Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
ção verbal) ver após os substantivos, poderá concordar com
singular)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono as somas desses ou com o elemento mais próximo.
Concordância Verbal do Verbo Ser
sendo sujeito do infinitivo) � Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
to ou complemento no plural: Encontrei colégios e faculdades ótimos.
� Concorda com o sujeito:
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
Ex.: Nós somos unha e carne.
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o atrito. (verbo no singular) Há casos em que o adjetivo concordará apenas
� Concorda com o sujeito (pessoa): impessoal. com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
Ex.: Os meninos foram ao supermercado. Ex.: Mandei os garotos sair/saírem. 59 60 tencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira. Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. / decreto-lei – decretos-lei;
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho ficar a sós. Conheci crianças as mais belas possíveis. cidade-satélite – cidades-satélite;
público-alvo – públicos-alvo;
� Quite / anexo / incluso
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Plural de Substantivos Compostos elemento-chave – elementos-chave.
Concordam com os elementos a que se referem.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Nestes substantivos também é possível a flexão
Ex.: Estamos quites com o banco. dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: O adjetivo concorda com o substantivo referen-
Seguem anexas as certidões negativas. públicos-alvos, elementos-chaves.
Existem complicadas regras e conceitos. te em gênero e número. Se o termo que funciona
Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
Quando houver apenas um substantivo qualifica- como adjetivo for originalmente um substantivo fica z Nos substantivos compostos preposicionados:
do por dois ou mais adjetivos pode-se: � Meio invariável. cana-de-açúcar – canas-de-açúcar;
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- Quando significar “metade”: concordará com o Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola pôr do sol – pores do sol;
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, elemento referente. também é um substantivo; mantém-se no singular) fim de semana – fins de semana;
francesa e alemã. Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é pé de moleque – pés de moleque.
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar Quando significar “um pouco”: será invariável. um substantivo; mantém-se no singular)
os adjetivos (também no singular), antepor um artigo Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora). Flexão apenas do Segundo Elemento
a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a Plural de Adjetivos Compostos
� Grama
língua inglesa, a francesa e a alemã. � Nos substantivos compostos formados por tema
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
do significar unidade de medida, é masculino. Quando houver adjetivo composto, apenas o últi- verbal ou palavra invariável + substantivo ou
z Com função de predicativo do sujeito mo elemento concordará com o substantivo referente. adjetivo:
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” Os demais ficarão na forma masculina singular. bate-papo – bate-papos;
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará Se um dos elementos for originalmente um subs- quebra-cabeça – quebra-cabeças;
com a soma dos elementos. � É proibido entrada / É proibida a entrada tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável. arranha-céu – arranha-céus;
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados. Se o sujeito vier determinado, a concordância do Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo. ex-namorado – ex-namorados;
Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su- verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o vice-presidente – vice-presidentes.
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- plural, pois ambos são adjetivos.
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos rão com o determinante. � Nos substantivos compostos em que há repeti-
No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
quanto com o nome mais próximo. Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- ção do primeiro elemento:
singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta- nhada está boa. zum-zum – zum-zuns;
Nesse caso, o termo composto não concorda com o
vam abandonados a casa e o quintal. É proibido entrada de crianças. / É proibida a tico-tico – tico-ticos;
plural do substantivo referente, “folhas”. lufa-lufa – lufa-lufas;
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun- entrada de crianças. Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os Pimenta é bom? / A pimenta é boa? reco-reco – reco-recos.
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
substantivos por um pronome: bém pode ser um substantivo. � Nos substantivos compostos grafados ligada-
� Menos / pseudo
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma mente, sem hífen:
São invariáveis.
(substitui-se por “eles”) lógica de “musgo” do exemplo anterior. girassol – girassóis;
Ex.: Havia menos violência antigamente.
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles pontapé – pontapés;
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
existem complicados”. mandachuva – mandachuvas;
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
to é pseudo-objetivo. Dica
fidalgo – fidalgos.
então é um adjunto adnominal. � Muito / bastante Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- � Nos substantivos compostos formados com
Quando modificam o substantivo: concordam com quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são grão, grã e bel:
z Com função de predicativo do objeto ele. sempre invariáveis. grão-duque – grão-duques;
Quando modificam o verbo: invariáveis. O adjetivo composto pele-vermelha tem grã-fino – grã-finos;
Recomenda-se concordar com a soma dos substan- Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito os dois elementos flexionados no plural bel-prazer – bel-prazeres.
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor- irritados.
(peles-vermelhas). Não flexão dos elementos
dância com o termo mais próximo. Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados. tante irritados. � Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
Lista de Flexão dos Dois Elementos
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e Se ambos os termos puderem ser substituídos por formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
seus subordinados. “vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- re em frases substantivadas e em substantivos
� Nos substantivos compostos formados por pala- compostos por um tema verbal e uma palavra
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
vras variáveis, especialmente substantivos e invariável ou outro tema verbal oposto:
Algumas Convenções
� Tal qual adjetivos: o disse me disse – os disse me disse;
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, segunda-feira – segundas-feiras; o leva e traz – os leva e traz;
� Obrigado / próprio / mesmo
com o substantivo posterior. matéria-prima – matérias-primas; o cola-tudo – os cola-tudo.
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os couve-flor – couves-flores;
A própria enfermeira virá para o debate.
pais. guarda-noturno – guardas-noturnos;
Elas mesmas conversaram conosco. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais primeira-dama – primeiras-damas.
quais os pais.
Dica � Nos substantivos compostos formados por Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
Silepse (também chamada concordância
LÍNGUA PORTUGUESA
temas verbais repetidos: relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
O termo mesmo no sentido de “realmente” será figurada)
corre-corre – corres-corres; posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
invariável. pisca-pisca – piscas-piscas; advérbio) exige complemento preposicionado, esse
que está subentendido.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. pula-pula – pulas-pulas. nome é um termo regente, e seu complemento é um
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
Nestes substantivos também é possível a flexão termo regido, pois há uma relação de dependência
linda!)
z Só / sós apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- entre o nome e seu complemento.
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
Variáveis quando significarem “sozinho” / -piscas, pula-pulas. O nome exige um complemento nominal sempre
com o estabelecimento aberto no final de semana.)
“sozinhos”. iniciado por preposição, exceto se o complemento
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
Invariáveis quando significarem “apenas, Flexão apenas do Primeiro Elemento vier em forma de pronome oblíquo átono.
leiros, estamos esperançosos.)
somente”. Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas � Possível z Nos substantivos compostos formados por subs- foram leais.
apenas queriam ficar sozinhas.) Concordará com o artigo, em gênero e número, em tantivo + substantivo em que o segundo termo Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
A locução “a sós” é invariável. frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”. 61 62 limita o sentido do primeiro termo: to (desprovido de preposição)
Pronome oblíquo átono: lhe Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto � Informar: transitivo direto e indireto Preposições Prefixos Verbais
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do direto: Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
sujeito (desprovido de preposição). Ajudei-o muito à noite. coisa: objeto indireto, com as preposições de ou Alguns nomes regem preposições semelhantes a
sobre seus “prefixos”:
Regência Verbal � Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto Informaram o réu de sua condenação.
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- Informaram o réu sobre sua condenação. dependente, dependência de
Relação de dependência entre um verbo e seu sitivo direto com sentido de “angustiar”) Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi- inclusão, inserção em
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com sa: objeto indireto, com a preposição a inerente em/a
retas, isto é, com ou sem preposição. sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” Informaram a condenação ao réu. descrente de/em
como complemento) desiludido de/com
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi- desesperançado de
Há verbos que admitem mais de uma regência reto, com as preposições em e por
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto desapego de/a
sem que o sentido seja alterado. Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- convívio com
vo direto com sentido de “respirar”) � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi- convivência com
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebi-
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo tivo direto e indireto demissão, demitido de
dos.
indireto no sentido de “desejar”) Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran- encerrado em
V. T. D: esquecia
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto sitivo com sentido de “cortejar”) enfiado em
Objeto direto: os favores recebidos.
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo imersão, imergido, imerso em
Aquela moça não se esquecia dos favores recebi- Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
indireto com sentido de “desejar muito”) instalação, instalado em
dos. “prestar assistência”
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar- interessado, interesse em
V. T. I.: se esquecia O médico assistia os acidentados.
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de intercalação, intercalado entre
Objeto indireto: dos favores recebidos. O médico assistia aos acidentados.
“encantar-se”) supremacia sobre
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos Não assisti ao final da série. � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
que, mudando-se a regência, mudam de sentido, Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
alterando seu significado. O verbo assistir não pode ser empregado no Não desobedeçam à sinalização de trânsito. Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da
particípio.
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha- da preposição a + artigo feminino definido a, ou da
(aspiramos = sorvemos) res de pessoas.” tivo direto e indireto
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
V. T. D.: aspiramos le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela
Objeto direto: ar poluídos. � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
marcação (`) + (a) = (à).
Os funcionários aspiram a um mês de férias. direto e indireto indireto)
(aspiram = almejam) Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto) Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
V. T. I.: aspiram A jovem não queria casar com ninguém. (transiti- Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Objeto indireto: a um mês de férias vo indireto) � Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- transitivo direto e indireto Regra geral: haverá crase sempre que o termo
A seguir, uma lista dos principais verbos que to e indireto) Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) antecedente exija a preposição a e o termo conse-
geram dúvidas quanto à regência: A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) quente aceite o artigo a.
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
predicativo do objeto Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
� Abraçar: transitivo direto indireto) Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi-
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. ge preposição).
to com sentido de “convocar”) � Suceder: intransitivo; transitivo direto
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço Vou a Brasília (verbo que exige preposição a +
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre- Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
palavra que não aceita artigo).
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto dicativo do objeto com sentido de “denominar, sentido de “ocorrer”)
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- qualificar”) A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
to com sentido de “acariciar”) de “vir depois”)
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi- dam no momento de identificação:
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
reto; intransitivo
no sentido de “ser agradável a”) Regência Nominal
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo Casos Convencionados
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; indireto com sentido de “ser difícil”)
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- z Locuções adverbiais formadas por palavras
transitivo direto e indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
bios) exigem complementos preposicionados, exceto femininas:
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
personificado) Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
� Esquecer: admite três possibilidades Advérbios Terminados em “mente” Espero vocês à noite na estação de metrô.
personificado)
Ex.: Esqueci os acontecimentos. Estou à beira-mar desde cedo.
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
Esqueci-me dos acontecimentos. Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
LÍNGUA PORTUGUESA
( ) CERTO ( ) ERRADO Não um ódio que me individualizasse mas apenas a falta coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece
de misericórdia. Não, nem ao menos ódio. Foi quando ter contagiado o planeta. Desta vez, Arthur Frommer e dios históricos, lutas e conquistas vividos pelos morado-
7. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Holly Hugues elencam os 500 locais que precisamos res de sua comunidade e do Quilombo de Palmares.
inesperadamente consegui rememorar seu rosto, mas é
claro, como pudera esquecer? Revi o rosto preto e quieto, visitar antes que desapareçam (500 places to see Um exemplo é a escultura que representa pessoas em
Texto CB2A1BBB cima de uma jaqueira e que se tornou uma peça muito
revi a pele inteiramente opaca que mais parecia um de before they disappear). O livro traz lugares naturais e
seus modos de se calar, as sobrancelhas extremamen- históricos, de antigos centros de culto a paisagens em conhecida de dona Irinéia. A jaqueira se tornou objeto
Uma das principais características da sociedade con-
te bem desenhadas, revi os traços finos e delicados que vias de extinção, assim como tesouros culturais úni- de memória, pois remonta a uma enchente, durante
temporânea é a velocidade de suas transformações.
mal eram divisados no negror apagado da pele. cos, como o Fenway Park, de Boston, inaugurado em a qual ela e suas três irmãs ficaram toda a noite em
Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: 1912: um dos últimos estádios norte-americanos que cima da árvore, esperando a água baixar.
a necessidade de conciliar os novos hábitos de sua Clarice Lispector. mantêm sua construção original, diz o Atlanta Journal O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do
população, em constante mutação, com a ocupação Constitution. barro que depois é pisoteado, amassado e moldado.
territorial, ou seja, com as soluções de habitação, de A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009 (com As peças são então queimadas, e ganham uma colo-
localização de equipamentos públicos, de mobilidade. adaptações). 73 74 Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações). ração naturalmente avermelhada.
Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma das mais reconheci- Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos lin- cotidiano era marcado pela opressão, humilhação, e as minhas correrias do tempo recuado. Dentro
das artistas da cerâmica popular brasileira. A história guísticos do texto precedente, julgue o item a seguir. miséria, espoliação econômica e extremas privações, daquela avenida asfaltada,
de dona Irinéia, mestra artesã do Patrimônio Vivo de No trecho “poucos tentam compreender no que exata- sobretudo nos períodos de seca. onde rolam automóveis de luxo,
Alagoas desde 2005, está entrelaçada com a história mente se inscreveram”, a substituição de “no que” por eu busco a minha ruazinha feia e pobre. Procuro ver
do povoado quilombola Muquém, onde nasceu em o que comprometeria a correção gramatical do texto. Internet: <https://www.letrasambientais.org.br> (com nas bonecas de hoje,
1949. O povoado pertence ao município de União dos adaptações). tão lindas, de tranças sedosas, a bonequinha de trapo
Palmares, na zona da mata alagoana, e se encontra ( ) CERTO ( ) ERRADO que eu embalei nos meus braços.
próximo à serra da Barriga que carrega forte simbolis- No que se refere aos aspectos linguísticos do texto Procuro encontrar no rosto das neocomungantes
mo, pois é a terra do Quilombo dos Palmares. 14. (CESPE-CEBRASPE — 2021) 2A2-I, julgue o item que se seguem. traços de minha inocência e a primeira emoção daque-
Por volta dos vinte anos, dona Irinéia começou a aju- A supressão do sinal indicativo de crase empregado la que ficou no tempo.
dar sua mãe no sustento da família, fazendo panelas no trecho “opressão à família de Fabiano” manteria a Procuro descobrir, desesperada, na face ingênua das
Texto 2A2-I
de barro. Entretanto, o costume de fazer promessas correção gramatical do texto, assim como seu sentido crianças,
aos santos de quem se é devoto, quando se está original.
O termo “refugiado ambiental” é utilizado para se refe- a minha pureza perdida.
passando por alguma provação ou doença, fez surgir
rir às pessoas que fogem de onde vivem, em razão de Procuro em vão, pois não encontrarei jamais vestígios
para a artesã outras encomendas. Quando a graça é
problemas como seca, erosão dos solos, desertifica- ( ) CERTO ( ) ERRADO da minha infância feliz,
alcançada, costuma-se levar a parte do corpo curado
representado em uma peça de cerâmica, como agra- ção, inundações, desmatamento, mudanças climáticas, que os anos guardaram no seu abismo.
decimento para o santo. Foi assim que dona Irinéia entre outros. A migração causada por eventos climá- 15. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
ticos não é nova, mas tende a intensificar-se. O tema Anilda Leão. In: Chão de pedras. Maceió: Caetés, 1961.
começou a fazer cabeças, pés e assim por diante.
Até que um dia, uma senhora que sofria com uma forte é bastante atual, mas, na obra Vidas Secas, o escritor Assim como todas as florestas, os trechos arborizados
dor de cabeça encomendou da ceramista uma cabe- Graciliano Ramos já tratava, embora com outras pala- do Ártico às vezes se incendeiam. Mas, ao contrário 16. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A partir da leitura do poe-
ça, pois ia fazer uma promessa ao seu santo devoto. vras, dos refugiados do clima do semiárido brasileiro. de muitas florestas localizadas em latitudes médias, ma precedente, escrito por Anilda Leão, poetisa ala-
A senhora alcançou sua graça, o que fez com que que prosperam ou até mesmo necessitam de fogo goana, julgue o item a seguir, relativo às ideias e aos
Vidas Secas não é um romance de seca, no entanto. para preservar sua saúde, as florestas árticas evoluí- aspectos linguísticos do texto.
dona Irinéia ficasse ainda mais conhecida na região.
Chegou, inclusive, ao conhecimento do SEBRAE de A centralidade dessa obra literária está em um “ano ram para que queimassem apenas esporadicamente. Em “Procuro descobrir, desesperada, / na face ingê-
Alagoas, que foi até dona Irinéia e ofereceu algumas bom”, ou seja, um ano de chuvas na caatinga. O séti- As mudanças climáticas, contudo, estão remodelando nua das crianças, / a minha pureza perdida”, o termo
capacitações que abriram mais possibilidades de pro- mo capítulo, localizado bem no centro da obra, com- essa frequência. Na primeira década do novo milênio, os “desesperada” qualifica o vocábulo “pureza”, o que
dução para a ceramista. O número de encomendas foi posta por 13 capítulos, é intitulado “Inverno”, o que incêndios queimaram, em média, 50% mais área planta- indica que a pureza é retratada no poema como objeto
aumentando e, com ele, sua imaginação e criatividade remete ao período de chuvas na região. Essa visão da no Ártico por ano do que em qualquer outra década de desilusão.
que fizeram nascer objetos singulares. contraria certa leitura superficial da obra. do século XX. Entre 2010 e 2020, a área queimada conti-
Em Muquém, vivem cerca de quinhentas pessoas Graciliano Ramos acreditava em um mundo com mais nuou a aumentar, principalmente no Alasca, tendo 2019 ( ) CERTO ( ) ERRADO
que contam com um posto de saúde, uma escola e justiça social e menos desigualdades no Nordeste, sido um ano ruim em relação aos incêndios na região;
a casa de farinha, onde as mulheres se reúnem para além disso, o ano de 2015 foi o segundo pior ano da his- 17. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A partir da leitura do poe-
para o que era necessário transformar o modelo de
moer a mandioca, alimento central na comunidade, tória do local. Os cientistas descobriram que a frequên- ma precedente, escrito por Anilda Leão, poetisa ala-
sociedade extremamente perverso que caracterizava
assim como de tantos outros quilombos no Nordeste. cia de incêndios atual é mais alta do que em qualquer goana, julgue o item a seguir, relativo às ideias e aos
as relações sociais no meio rural.
No dia a dia do povoado, o trabalho com o barro tam- outro momento desde a formação das florestas boreais, aspectos linguísticos do texto.
bém preenche o tempo de muitas mulheres e alguns Ao mostrar a vida da uma família de sertanejos durante há cerca de três mil anos, e possivelmente seja a maior Infere-se do poema que o eu lírico encontrou uma for-
homens que se dedicam à produção de cerâmica, um ano de “inverno”, com relativa segurança e estabilida- nos últimos 10 mil anos. ma de reaver momentos de sua infância.
enquanto ensinam as crianças a mexer com a terra, de, o escritor alagoano questionou as relações sociais Os incêndios nas florestas boreais podem liberar ain-
produzindo pequenos bonecos. excludentes e tensivas, que impediam essa família de da mais carbono do que incêndios semelhantes em ( ) CERTO ( ) ERRADO
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos viver com mais estabilidade no Nordeste brasileiro. locais como Califórnia ou Europa, porque os solos
do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.
Na obra, quando a família ocupou uma fazenda sob as florestas em latitude elevada costumam ser
O emprego das vírgulas logo depois dos trechos “Por
volta dos vinte anos” (início do quinto parágrafo) e abandonada, no fim de uma seca, o vaqueiro parecia compostos por turfa antiga, que possui carbono em 18. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
“Até que um dia” (início do sexto parágrafo) justifica-se satisfeito. abundância. Em 2020, os incêndios no Ártico libera-
O Prêmio Nobel de Economia de 2017 foi concedido
com base na mesma regra de pontuação. ram quase 250 megatoneladas de dióxido de carbono,
Mas suas esperanças esmoreceram, pois as chuvas ao norte-americano Richard Thaler por suas contribui-
cerca da metade emitida pela Austrália em um ano em
vieram e, com elas, também o proprietário da fazenda, ções no campo da economia comportamental. Thaler
( ) CERTO ( ) ERRADO decorrência das atividades humanas e cerca de 2,5
sob o domínio do qual o vaqueiro passou a viver, sen- é um dos mais destacados economistas na aplicação
vezes mais do que a histórica temporada recordista
do humilhado, enganado, animalizado. da psicologia às análises das teorias econômicas e
13. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A modernidade é um con- de incêndios florestais de 2020 na Califórnia.
das consequências da racionalidade limitada, das pre-
trato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nasce- Somente com muita insistência, Fabiano conseguiu ferências pessoais e da falta de autocontrole. Um
Internet: <www.nationalgeographicbrasil.com> (com
mos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos. ficar trabalhando ali como vaqueiro. Moraria com a desdobramento mais recente dessa área de pesquisa
adaptações).
Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou família pouco “mais de um ano” numa “casa velha” da da economia é a aplicação de insights comportamen-
transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, fazenda. tais às políticas públicas. Compreender os processos
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos
nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde decisórios, os hábitos e as experiências pessoais das
Para o escritor de Vidas Secas, a opressão à família do texto anterior, julgue o item que se seguem.
moramos, quem amamos e como morremos. pessoas em situação de pobreza é essencial para o
de Fabiano era causada por questões sociais, não pela No parágrafo, a forma verbal “podem” está flexionada
À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato processo de elaboração de políticas públicas e a sua
seca. Caso tivesse acesso à terra e à água, a família no plural porque concorda com “florestas boreais”.
extremamente complicado, por isso poucos tentam com- eficácia. É o que sugere o estudo do IPC-IG Insights
LÍNGUA PORTUGUESA
ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dis- Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o
é apresentar um texto com organização lógica das Coesão pode ser considerada a “costura” textual,
ideias. Basicamente um texto em que o autor mos- sertativo trabalha com argumentos, com fatos, com desenvolvimento da tecnologia em campos como o
da educação”: a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos e
tra as suas ideias.1 dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o
Alguns argumentam que é importante reconhecer dos parágrafos que fazemos com palavras.
desenvolvimento de suas ideias.
o papel das redes mundiais de informação para Para garantir uma boa coesão no seu texto, você
Assim, podemos entender a dissertação, diferen- Para atender a esse propósito, a dissertação deve
o favorecimento da construção do conhecimento. deve prestar atenção a alguns mecanismos. Abaixo,
ciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que apresentar uma organização estrutural que conduza
Hoje é possível visitar um museu, consultar uma biblio- em negrito, há exemplos de períodos que podem ser
apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto ao
teca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da melhorados utilizando os mecanismos de coesão:
entendimento lógico sobre o assunto que ele analisou. reconhecimento da verdade proposta como tese. Com-
Por isso dissemos inicialmente que é um texto que preende-se como estrutura básica de uma dissertação internet, muito da sabedoria mundial pode ser alcança-
da por qualquer pessoa que a deseje. Basta estar diante z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo,
apresenta uma ideia, ao que chamamos de tese, isto é, a divisão da exposição da argumentação em três partes
de um computador, ou de posse de um desses modernos isso, ele...
esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvol- distintas: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão:
veu sobre um determinado assunto. A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: aparelhos celulares para se ligar a qualquer momento
ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a São palavras referentes a outras que apareceram
1 Disponível em: https://aguidamonografias.com.br/servicos/dissertacoes/. 81 82 qualquer momento em um desses dispositivos. no texto, a fim de retomá-las.
z Coerência semântica Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto dele. Ex.: Este é
Ela = Dolores seu = Ela meu casaco! – a moça avisou, enquanto o segurava.
Refere-se à relação entre significados dos elemen- Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto do seu ouvinte. Ex.:
Ex.: Dolores e ra beleza única. Ela sabia do seu tos da frase (local) ou entre os elementos do texto Passe-me essa jarra de suco, por favor. – pediu ela ao rapaz que sentara à sua frente.
poder de seduzir e o usava como um todo: Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência será ao ser que está distante do falante e do ouvinte: As duas
Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da no portão não aguentavam de curiosidade, quem seria aquele moço na esquina?
questão. - Não caberia aqui pensar em centro como
z Indicando localização temporal:
o = poder bairro de uma cidade.
É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo.
do vocabulário.
z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como, Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não tivemos Copa do Mundo.
a saber... Esse (passado futuro): A próxima copa será em 2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos acontecerem aqui
z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti- em nosso país.
cos que o autor utiliza para expressar a coerência Aquele (passado distante ou bastante vago): Naquela época, não havia iluminação elétrica.
São palavras referentes a outras que irão aparecer semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não
no texto:
existem técnicas científicas, faz-se de pequenos z Fazendo referências contextuais (funções anafórica e catafórica):
fragmentos...” - como leitor do texto, você deve
entender que o pronome cuja foi empregado para Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este é o
Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o estabelecer posse entre obtenção e felicidade. problema: estou dura. Pode também fazer uma referência de especificação a um elemento já expresso (ref. ana-
xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender! fórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao cinema.
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o Esse: refere-se a um elemento já mencionado no texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina. Esse
emprego dos conectivos. remédio é ótimo.
O pronome demonstrativo este apresenta um ele-
mento do qual ainda não se falou = o xampu. Este: refere-se à última informação antecedente a ele no texto;
z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor, Aquele: refere-se à informação mais distante dele no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é quieta,
z Coesão lexical: são palavras ou expressões esse fala pouco e aquela fala muito.
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei-
equivalentes. tor atento a isso consegue facilmente entender a
Período Composto
estrutura do texto e relacionar bem as informa-
A repetição de palavras compromete a qualidade ções textuais. Além disso, percebendo se a lin-
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. z Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa. Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é ótimo;
guagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio z Quem – refere-se à pessoa, sempre preposicionado. Ex.: Esta é a aluna de quem falei;
Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos:
interpretativo deverá funcionar de uma determi- z Cujo (parecido com o possessivo): estabelece posse. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo;
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase -
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha nada maneira, como podemos ver neste texto de z Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde (em que) moro é movimentada.
vida por umas poucas horas dessa alegria. Fernando Pessoa:
Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni- Atenção:
mo semântico da palavra amor, representando-a. Já sobre a fronte vã se me acinzenta Observar a palavra a que se refere o pronome relativo para evitar erros de concordância verbal. Ex.: Lemos os
O cabelo do jovem que perdi. livros que foram indicados pelo professor (que = os quais → livros)
z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a Meus olhos brilham menos. Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando a preposição exigida quando necessário. Ex.: Este é o livro
omissão de um termo facilmente identificável. Já não tem jus a beijos minha boca. a que me refiro.
Se me ainda amas por amor, não ames: O verbo referir-se pede a preposição a; por isso, ela aparece antes do que. Ex.: Esta á a obra por que tenho
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor Trairias-me comigo. admiração. A preposição por foi exigida pelo substantivo admiração.
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre- (Ricardo Reis/Fernando Pessoa) Os pronomes como, quando e quanto também podem ser relativos.
lações entre as partes: Os relativos compõem as orações subordinadas adjetivas
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não tinha As orações adjetivas podem ser explicativas – cujo conteúdo é explicativo, genérico, uma informação a mais
Elementos importantes de coesão e coerência:
medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também galopava. - ou restritivas – cujo conteúdo é de restrição, especificação, informação importante no contexto.
A interrogação representa a omissão do sujeito para continuarmos o estudo de coesão e coerência,
marechal que fica subentendido na oração. devemos relembrar alguns elementos gramaticais
As Orações Subordinadas Adjetivas e a Semântica
importantes:
z Conectivos principais: preposições e suas locu- As orações adjetivas são iniciadas sempre por pronomes relativos e podem ser de dois tipos:
ções: em, para, de, por, sem, com... z Pronome demonstrativo: indicam posição dos se-
res em relação às pessoas do discurso, situando-o z Explicativa: O homem, que é racional, mata. A oração adjetiva deste caso não tem sentido restritivo, pois
Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para no tempo e/ou no espaço (função dêitica destes todos os homens são racionais;
que, mas... pronomes). Podem também ser empregados fa- z Restritiva: O homem que fuma morre mais cedo. A or. adj. deste caso reporta-se apenas ao homem fumante.
Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos, zendo referência aos elementos do texto (função
pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...
anafórica ou catafórica). São eles: Emprego do cujo e do onde:
Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver
REDAÇÃO DISSERTATIVA
das às informações anteriores e não apenas repetidas. grafo, de maneira organizada, de forma que as ideias
chegou, todas o rodearam. Deve haver a continuidade e a evolução dos concei- 3° Parágrafo sejam apresentadas em uma sequência que deixe cla-
tos já apresentados que podem ser conquistadas por ro ao leitor sobre o que será falado e também qual
Paralelismo intermédio dos elementos de coesão. Além disso, as proteínas da carne no bife que será a sequência de argumentos que será apresentado
Veja uma simulação do projeto de máscaras de comemos servem para repor a massa muscular per-
Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio para dar credibilidade a nossa tese. Veja o modelo do
redação e observe na prática como a progressão tex- dida durante o trabalho. E somando-se a isso, há as
da organização textual, promovendo no texto coe- tual ocorre: primeiro parágrafo:
fibras das verduras e folhas que ajudam no proces-
rência em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, samento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a
Esse mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns
possibilidade de reafirmarmos o valor nutricional do Todos sabem o quanto, em nosso país, _____________
períodos, pois sua redação também deve apresentar fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá,
conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional ____________________. Verifica-se que____________________(,)
uma sequência lógica para que ele tenha sentido cla- blá) são a base do desenvolvimento desse problema. As
e de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa ___________________ além de _____________________ forne-
ro e realmente dê a informação pretendida pelo seu consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só pode- cem (ou - resultam, culminam, têm como consequência...)
cultura culinária.
autor. rão ser avaliadas quando (blá, blá, blá). _________________________________________________________.
2 GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, Editora FGV: 2010. 85 86 4° Parágrafo
Compare agora com o parágrafo preenchido com 3o Parágrafo:
a tese e com os argumentos e veja a amarração que Levando-se em consideração esses aspectos __________ 3o Parágrafo
conseguimos: ________________________ somos levados a acreditar que___
Além disso, ______________________________. E soman- _________________________________________________________ Além disso,________________________________________. E
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida somando-se a isso,________________________________que_____
do-se a isso,_________________________ que _____________. _______________________, mas também____________________.
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam Daí__________________________________________________e Sendo assim ____________________________________________ _____________________________. Daí_________________________
para o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os de______________________________________________________. _________________________________________________________. ____e de__________________________________________________.
carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no bife
com salada além da glicose no cafezinho preto com 4o Parágrafo
açúcar fornecem um completo abastecimento de ener- Teremos, após preencher o modelo:
gia somada ao prazer. Teremos, após preencher o modelo: Levando-se em consideração esses aspectos Ainda convém lembrarmos__________________ (que é):______
Além disso, as proteínas da carne no bife que _______________________. Esse______________________________
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
comemos servem para repor a massa muscular perdida _______________________para_______________________. Essa(s)
seguintes, impondo a eles estruturas programadas ditar que não é apenas por prazer que somos sedu- __________________________________________________________.
durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce-
das verduras e folhas que ajudam no processamento que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. 5o Parágrafo
berá que a continuidade e a progressão textual foram
dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibili- Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao
dade de reafirmarmos o valor nutricional do conjunto tes nos causará debilidade além de insatisfação. Levando-se em consideração esses aspectos____________
texto e aos argumentos. Os aspectos conclusivos presentes nesse último
de alimentos de nosso prato mais tradicional e de jus- somos levados a acreditar que___________________________,
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
tificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa cultura mas também_______________________________________ Sendo
de apresentação que valoriza o primeiro argumento, gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As assim_____________________________________________________.
culinária.
depois fomos completando os espaços em branco que frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
ligavam os argumentos entre si com relações preesta- 4o Parágrafo: conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
belecidas de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; ção para os problemas propostos, ou ainda, podem Muito bem, agora que vimos o processo de criação
gerar simples constatações das verdades idealizadas. das máscaras, você poderá começar também seu traba-
explicação ― com o “que” ― causa ― com a locução
Você também pode contar com uma pequena lista de lho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais
“por causa de”. Veja que, para manter a continuidade Ainda convém lembrarmos_________________________
frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. dois outros modelos de máscaras de redação que você
textual recuperando sempre a ideia central do pará- (que é): ________________________________________________
___________. Esse _________________________________ para
poderá usar como base para suas próprias criações.
grafo, nos preocupamos em acrescentar o pronome Vá observando como as máscaras garantem o
______________________________. Essa (s) _________________ z Em virtude dos fatos mencionados;
demonstrativo “Esse” fechando com uma conclusão _________________________________________________________. encadeamento das ideias, a coesão entre as orações
z Por isso tudo;
sobre esse argumento. e a coerência com as várias possibilidades argumen-
z Levando-se em consideração esses aspectos;
z Dessa forma; tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara:
z Em vista dos argumentos apresentados;
É de fundamental importância o__________________ Teremos, após preencher o modelo: z Dado o exposto; MÁSCARA 02
______________ para_____________________________________.
Ainda convém lembrarmos outro hábito que con- z Por todos esses aspectos;
Podemos mencionar, por exemplo, ______________que____
______________________________, por causa de _____________ tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
1o Parágrafo
___________________________. Esse ________________________ que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições. logo; então.
_________________________________________________________. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece Entre os aspectos referentes a ____________. ___________
nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro- Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão três pontos merecem destaque especial. O primeiro é
cessadores da digestão no momento em que comemos. com as seguintes frases: ________________________; o segundo ________________ e por
Essas substâncias reprimem a sonolência típica da fim________________
Observe como ficou a sequência completa do hora do almoço nos mantendo despertos. z Somos levados a acreditar que;
segundo parágrafo: Para os parágrafos de desenvolvimento, também z É-se levado a acreditar que; 2o Parágrafo
É de fundamental importância o consumo de ali- podemos relacionar frases que você poderá escolher z Entendemos que;
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi- para dar originalidade ao seu texto: z Entende-se que; Alguns argumentam que___________________________
mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por z Concluímos que; para_________________. Isso porque ______________________.
z Conclui-se que;
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece z Ao se examinarem alguns; verifica-se que; Dessa forma______________________________________________.
z É necessário que;
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra- z Pode-se mencionar, por exemplo, z Faz-se necessário que. 3o Parágrafo
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia z Em consequência disso; vê-se; a todo instante;
própria consumida durante o dia. z Alguns argumentam que; Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
z Além disso; Outra preocupação constante é ___________________
como se deu a criação da primeira máscara: ___________________, pois ___________ __________________.
Veja agora uma coletânea de frases que podem z Outro fator existente;
Como se isso não bastasse, ________________________ que
auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais: z Outra preocupação constante;
MÁSCARA 01 __________________________ Daí ____________________________
z Ainda convém lembrar; que ____________e que__________________________________.
É de conhecimento geral que ... Todos sabem que, z Por outro lado;
1o Parágrafo
em nosso país, há tempos, observa- se... z Porém; mas; contudo; todavia; no entanto; entre-
REDAÇÃO DISSERTATIVA
4o Parágrafo
Cogita-se, com muita frequência, que... tanto.
Todos sabem o quanto, em nosso país,_______________
Muito se tem discutido, recentemente, acerca de... ______________Verifica-se que____________________________(,) Também merece destaque ______________________ o (a)
É de fundamental importância o (a).... Lembramos que esses exemplos são apenas __________________________ além de_____________________ qual __________________________________________. Diante dis-
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco- sugestões e que você poderá desenvolver cons- _________ fornecem (ou - resultam, culminam, têm como so ________________________para que _______________________
brir as causas de.... truções que atendam sua necessidade a partir de consequência)_________________________________________. _________________________________.
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual... quando você for adquirindo experiência com a pro-
dução de textos. 2o Parágrafo 5o Parágrafo
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o Tanto quanto podemos criar padrões para a intro-
É de fundamental importância o_________________
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto dução e para o desenvolvimento de nossas redações, Tendo em vista os aspectos observados ________
_____________________ para ______________________________.
às relações de coesão. As conjunções foram posicio- também podemos criá-los para a conclusão de nossa ________________________ só nos resta esperar que
Podemos mencionar, por exemplo,_______________________
nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de dissertação. __________________, ou quem saiba _________________________
que_________________________, por causa de________________
_______. Consequentemente _______________________________.
argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res- Acompanhe a organização de nosso último pará- _______________. Esse______________________________________.
pectivas estruturas vazias: grafo. 87 88
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO Uma definição é um enunciado que descreve um Preenchendo o modelo, teremos:
baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme PARÁGRAFO DISSERTATIVO conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos
forem avançando as aulas, você poderá construir a associados. O silogismo pode ser representado de duas manei-
suas próprias máscaras personalizadas. Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com Vejam como em nosso parágrafo de exemplo ras diferentes: silogismo simples que é formado por um
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba- exploramos o conceito global e generalizado sobre o único núcleo argumentativo e silogismo composto que é
Por fim, preparamos uma máscara de organização
lharemos as várias modalidades de parágrafos que assunto. formado por diversos núcleos argumentativos de elabo-
sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa Vocês perceberão como o modelo vazio que segue ração complexa. Enquanto a primeira teoria se apre-
organizar. este exemplo traz a indução do assunto a ser defini- senta pela estrutura filosófica básica consagrada pela
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição, antiguidade. Esta, por sua vez, realiza-se por inter-
possíveis ao construí-las. a base dessa informação deve sustentar-se em uma médio de vários silogismos desenvolvidos para atender
PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação)
verdade consagrada, diferentemente do que vimos às novas perspectivas de sedução e convencimento.
z Parágrafo de introdução no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
1° Tema: _______________________________________ Alusão histórica: a elaboração de um parágrafo
____________________________________________________ basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
por alusão histórica é um recurso que desperta
O parágrafo de introdução tem como uma de suas sempre a curiosidade do leitor por meio de fatos
2° Tese: ________________________________________ funções mais importantes, a de apresentar a tese que Modelo nº 2 históricos, lendas, tradições, crendices, anedo-
será defendida no decorrer da redação. É também ______________________________ é a denominação tas ou a acontecimentos de que o autor tenha
a) ___________________________ possível e bastante didático que vocês façam uma pré- dada a ________________________. Essa ____________ sido participante ou testemunha (desenvolve-se
via dos argumentos que serão trabalhados na susten- ___________________, mas a hipótese mais aceita é geralmente por meio da comparação com o pre-
3°Argumentos
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado, a de que __________________________________________ sente ou retorno a ele). A vantagem desse méto-
b)____________________________ logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento ______. Outra versão afirma que esse ____________ do é o de podermos mostrar o desenvolvimento
c) ____________________________ de vocês e a sequência das suas argumentações. ____________, que tem origem ____________. O que se cronológico de um assunto, expondo sua evo-
sabe é que _______________________________________. lução no tempo. Lembrem-se de que, ao se ser-
4° (1º parágrafo) tese + argumentos z Tipos diferentes de parágrafos de introdução: virem de um fato histórico para sustentar uma
_________________________________________________ tese, a História é a ciência que estuda o homem
____________________________________________________ Declaração inicial: na declaração afirma-se ou Preenchendo o modelo, teremos: e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à
____________________________________________________ nega-se algo de início para em seguida justifi- Arroz com feijão é a denominação dada a um pra- análise de processos e eventos ocorridos no pas-
____________________________________________________ car-se e comprovar-se a assertiva com exem- to típico da América Latina. Essa receita não tem uma sado - e como ela é uma ciência, tem, por conse-
____________________________________________________. plos, comparações, testemunhos de autores etc. origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de guinte, um grande valor argumentativo.
Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo que seria fruto de uma combinação do arroz (de ori-
5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso aplicado à nossa proposta básica que é o proje- Observem como isso é simples:
gem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com
ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos to arroz-com-feijão. Mais uma vez, colocamos a o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos índios.
(mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme- disposição vazia do parágrafo que poderá ser Outra versão afirma que esse prato foi a união do Modelo nº 4
lhantes ao seu argumento).
utilizada por você sempre que desejar e, em arroz com a feijoada, que tem origem africana ou por- Desde a época da ________________ sabe-se que
seguida, um modelo preenchido. tuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos, ___________________________________________________
6° Construa o parágrafo unindo as informa-
esse prato foi se popularizando por todo o país, passan- para ____________________________________. Principal-
ções anteriores ao argumento “a)”
do a ser uma parte quase que indispensável da refeição mente hoje em dia, reconhece-se que ____________
_________________________________________________ Modelo nº 1
____________________________________________________ dos brasileiros. _____________________________________________, além
____________________________________________________ Divisão: o parágrafo de divisão, processo tam- de________________________________________________
É fato notório que _____________________________
____________________________________________________ ____________________________________________________.
___________________________________________________ bém quase que exclusivamente didático, por
____________________________________________________. ______________. Sabe-se que _______________________ causa das suas características de objetividade
________________________, além da _________________ e clareza, que consiste em apresentar o tópico
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra- Preenchendo o modelo, teremos:
__________________________________________________. frasal (frase que introduz o parágrafo) sob a
fos para os argumentos “b)” e “c)” forma de divisão ou discriminação das ideias
Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
a serem desenvolvidas (normalmente a divisão
_________________________________________________ Preenchendo o modelo, teremos: que a alimentação dada a esses novos brasileiros era
vem precedida por uma definição, ambas no
____________________________________________________ boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir
mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos).
____________________________________________________ os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa Usamos aqui como representação desse modelo
____________________________________________________ principalmente, já se reconhece que os carboidratos
e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgas- o conceito de silogismo (Um silogismo é um ter-
____________________________________________________. do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras
tes de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos mo filosófico com o qual Aristóteles designou
_________________________________________________ fornecem um completo abastecimento de energia soma-
do arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, a argumentação lógica perfeita, constituída de
____________________________________________________ da ao prazer, justificando os hábitos do passado como
além da glicose do cafezinho preto com açúcar forne- três proposições declarativas que se conectam
____________________________________________________ responsáveis pelo tradição alimentar que preservamos.
cem um completo abastecimento de energia somada ao de tal modo que a partir das primeiras duas,
REDAÇÃO DISSERTATIVA
____________________________________________________.
prazer. chamadas premissas, é possível deduzir uma Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por
conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por interrogação é colocada por intermédio de uma
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
Definição: o parágrafo por definição é enten- Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores. pergunta a qual serve mais como recurso retó-
dizendo que, se algum dos argumentos não for
dido como um método preferencialmente rico, uma vez que a questão levantada deve ser
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
didático, pois busca, por intermédio de uma respondida pelo próprio autor. Seu desenvolvi-
tentada, ou que os resultados propostos não serão Modelo nº 3
explicação clara e breve, a exposição do signifi- mento é feito por intermédio da confecção de
atingidos). _____________ pode ser representado de duas
cado de uma ideia, palavra ou de uma expres- uma resposta à pergunta.
maneiras diferentes: ___________ que é ___________
_________________________________________________ são. É a forma de exposição dos diversos lados
____________ e ___________, que é __________________
____________________________________________________ pelos quais se pode encarar um assunto. Pode _______________. Enquanto a primeira ___________se Modelo nº 5
____________________________________________________ apresentar tanto o significado que o termo car- apresenta __________________. Esta, por sua vez, rea- Será possível determinar qual é ______________
___________________________________________________ rega no uso geral quanto aquele que o falante liza-se por intermédio de _________________________ para_____________________________? (Resposta) ______
___________________________________________________. pretende determinar para o propósito do seu ____________________________________________________. ____________________________________________________.
discurso. 89 90
Preenchendo o modelo, teremos: Muitos acreditam que o cafezinho preto com açú- É de fundamental importância o consumo de ali-
Modelo nº 2 car pode causar excitação e ansiedade quando consu- mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
Será possível determinar qual é a melhor combi- No passado, quando pensávamos em __________, mido em excesso, por causa da cafeína e da glicose mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
nação de alimentos para atender às necessidades diá- notávamos que ______________________era _________ presentes nele. Por outro lado, sabe-se também que exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá comparada à que vemos nos nossos atuais. Hoje, essas substâncias fornecem uma carga suplementar a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- por outro lado, ________________ O resultado dis- tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
de energia nos deixando despertos logo após o almo-
teínas devem compor essa alimentação e não há quase so é que ___________ na atualidade, tornou-se própria consumida durante o dia.
ço, quando muitas vezes somos acometidos por uma
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato ______________________________.
sonolência indesejada.
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções z Parágrafo de conclusão
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos Desenvolvimento por exploração de ideias ana-
têm de recomposição de força e de energia. Preenchendo o modelo, teremos:
lógicas e comparação: para organização das ideias, A conclusão de uma dissertação é o momento de
nossos redatores valem-se de expressões que indicam se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi
z Parágrafos de desenvolvimento No passado, quando pensávamos em alimenta-
confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias, atingido. É de fundamental importância que não ocor-
ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto ra contradição com a tese proposta no início de sua
Após o primeiro parágrafo que, como já vimos, era muito maior comparada à que vemos nos nos-
pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo- redação, o que descaracterizaria toda a argumenta-
pode apresentar a tese e também os argumentos prin- sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses
gia e comparação são também espécies de confronto: ção. Vocês, nesse momento, devem fazer uma síntese
cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor- alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio-
geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pon-
dar os elementos que sustentarão essas afirmações nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul-
“A analogia é uma semelhança parcial que sugere tos de partida do raciocínio. Podem também demons-
iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se
trar que uma solução a um problema foi encontrada
recursos argumentativos que articularão o convenci- um ritual de bem viver. uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
ou que uma proposta de solução pode ser alcança-
mento do leitor quanto à tese apresentada. ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
da, ou ainda que uma resposta a uma pergunta foi
Desenvolvimento por exploração de porme- verbal própria, em que entram normalmente os cha-
encontrada.
Tipos diferentes de parágrafos de desenvol- nores ou de enumerações: nesse modelo de mados conectivos de comparação (quanto, como, do
Esse momento pode também gerar um questio-
vimento: as possibilidades de ordenação do parágrafo, vocês têm por objetivo enumerar que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna –
namento final, desde que não concorra com suas
parágrafo são várias: exploração de aspectos características, relacionar aspectos importan- Othon M. Garcia.
exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser
espaciais e temporais, enumeração de porme- tes sobre algum assunto. A apresentação das Por exemplo:
contemplada na conclusão para que ele não se sinta
nores, apresentação de analogia, ou contraste, ideias pode ser ou não ordenada segundo uma
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
citação de exemplos, apresentação de causas e ordem de importância. A ordem depende do
Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
consequências. que vocês pretendem enfatizar. Modelo nº 5
que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza-
No caso das _______________________, porque cada dor da conclusão também colabora para a progressão
Desenvolvimento por exploração espacial: qual tem seus próprios valores __________________.
Modelo nº 3 e continuidade textual.
ao argumentar, vocês podem se servir da expo- Enquanto a __________________________________, as
sição de informações relativas ao lugar em que Entre os aspectos referentes a__________________
________, por sua vez, _____________________________.
os fatos ocorreram. _______________________ três pontos merecem desta- Tipos diferentes de parágrafos de conclusão:
que especial. O primeiro é _________________________ podemos enumerar alguns exemplos de con-
__________; o segundo________________ e por fim ____ clusões satisfatórias que todos poderão usar
Modelo nº 1 ____________________________________________________. Ao preenchermos o modelo, teremos: em seus textos dissertativos.
A cidade (ou região) em destaque é _____________, Conclusão por síntese ou resumo: o primei-
que fica localizada em ____________, região nobre de No caso das proteínas do bife e da salada que ro recurso com que trabalharemos será o do
________ É aí onde se localiza ______________________ Ao preenchermos o modelo, teremos: comemos, seria melhor não generalizar, porque cada resumo ou síntese geral. Nesse caso vocês reto-
_____________ dessa região. Cercada por uma densa qual tem seus próprios valores para a alimentação. mam, resumidamente, aquilo que exploraram
floresta ___________________, foi bem no centro desse Entre os aspectos referentes à alimentação dos Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem as durante o texto:
____________________________________________________. brasileiros, três pontos merecem destaque especial. perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as verdu-
O primeiro é quanto aos carboidratos presentes no ras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxiliam
arroz com feijão; o segundo diz respeito às proteínas Modelo nº 1
Preenchendo o modelo, teremos: no processamento dos alimentos pelo nosso organismo
presentes no bife com salada e por fim a glicose soma- Levando-se em consideração esses aspectos
ajudando na absorção dos nutrientes.
da à cafeína no cafezinho preto com açúcar que forne- __________________ somos levados a acreditar que
A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da cem um completo abastecimento de energia somada ao não é apenas por ____________________________, mas
Serra, que fica localizada em Monte Mole, região Desenvolvimento por exploração de causa
prazer. também _________________________________. Sendo
nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das e consequência: Dentro de uma perspectiva assim_____________________________________________.
mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó lógica e simples devemos compreender causa
Desenvolvimento por exploração de contras-
medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado- como um fator como gerador de problemas e
te de ideias: na ordenação do parágrafo por
res dessa região. Cercada por uma densa floresta consequência como os problemas gerados pela
exposição de contrastes entre si, vocês pode se Ao preenchermos o modelo, teremos:
de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san- causa. Trabalhar com causas e consequências é
servir de comparações, ideias paralelas, ideias
REDAÇÃO DISSERTATIVA
tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou apresentar os aspectos que levaram ao proble-
diferentes e ideias opostas. Levando-se em consideração esses aspectos
uma espécie de centro cultural da região por preservar ma discutido e as suas decorrências.
até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his- práticos do prato do brasileiro, somos levados a acre-
tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
Modelo nº 4
reverenciada pelos devotos naobilicos. Modelo nº 6 zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
Muitos acreditam que __________________________
________________________________________________, por É de fundamental importância o ___________ que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Desenvolvimento por exploração temporal: causa da _____________________________. Por outro ___________________________________________________ Sendo assim, a falta de qualquer um desses ingredien-
nesse modelo o leitor é informado do momen- lado, sabe-se também que _________________________ __________ para___________________. Podemos men- tes nos causará debilidade além de insatisfação.
to em que os fatos ocorreram com a indicação ____________________________________________________ cionar, por exemplo, ____________________________
de datas e outros aspectos temporais. Pode-se ________________, quando muitas vezes _____________ que____________________, por causa ________________. Conclusão por questionamento: nesse mode-
recorrer nesse momento aos artifícios empre- ____________________________________________________. lo vocês partem de um questionamento para
gados no próprio parágrafo de alusão histórica, encerrar seu raciocínio. Mas não se esqueçam
já que este também se serve de referências cro- de que vocês não devem colocar em dúvida os
nológicas como em: Ao preenchermos o modelo, teremos: 91 92 Ao preenchermos o modelo, teremos: argumentos desenvolvidos em sua redação.
z Modelo n° 2: desenvolvimento (pormenores ou Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diver- PROJETO DE TEXTO – ANÁLISE DE PROPOSTAS E
Modelo Nº 2 de enumerações) sas alternativas para a estruturação de nosso projeto, RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS
O que mais há para ser tomado como _________ também nos orientavam dando caminhos a seguir na
_________________________(?) _______________________ argumentação. É como se montássemos realmente Neste assunto trabalharemos com a análise de
acreditar que ____________________________________ Entre os aspectos referentes a ___________________ três um quebra-cabeça. algumas propostas de variadas instituições para mos-
_______________, mas também ____________________ pontos merecem destaque especial. O primeiro é _______ Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos trar as diferenças entre elas. Veremos também como
_______________________________(?) Certamente que ____________________________; o segundo _________________ de desenvolvimento para esse projeto. Por enume- vêm sendo apresentados os temas e como agir dian-
sim, pois _________________________________________. e por fim ________________________. rações, o temporal e o por contraste. Forçamos um te das diferentes exigências feitas nas últimas pro-
pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só vas de concursos. Depois passaremos ao trabalho de
Modelo nº 2: desenvolvimento (temporal)
depois, completar nossa redação. Afinal de contas, orientação de como evitar erros comuns e como bus-
Preenchendo o modelo, teremos: No passado, quando pensávamos em _______, notá- essa é a vantagem do projeto de máscaras. car soluções para alguns problemas que venhamos
vamos que ___________________. era ____________ com- Vejam como ficou: a enfrentar quando estivermos escrevendo a nossa
parada à que vemos recentemente . Hoje, por outro redação durante a prova.
O que mais há para ser tomado como positivo lado, _______________________________ tornaram-se
e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos nos Veja a proposta abaixo:
_____________. O resultado disso é que ______, na atualida-
leva a acreditar que não é apenas por prazer que de, tornou-se _________________________. É fato notório que a comida dos brasileiros é mui-
somos seduzidos pela nossa culinária, mas tam- to boa e tem tudo de que eles necessitam para o seu Prova Discursiva
bém por tudo o que ela nos oferece para a manutenção longo dia de trabalho. Sabe-se que o arroz-com-feijão
de nossa saúde. E a falta desses ingredientes mudará a z Modelo n° 3: desenvolvimento (contraste de nos fornece um completo abastecimento de energia z Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso dese-
ideias) somado ao prazer. je, os espaço para rascunho indicado no presente
saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
Entre os aspectos referentes a esse par con- caderno.Em seguida, transcreva o texto para a
a carência de tais ingredientes nos causará debilidade
siderado completo que é o arroz com feijão, três folha de texto definitivo da prova discursiva,
além de insatisfação.
Muitos acreditam que __________________________ pontos merecem destaque especial. O primeiro no local apropriado, pois não será avaliado frag-
_______________________________________, por causa da está na riqueza de carboidratos presentes nele e que mento de texto escrito em local indevido;
Conclusão por resposta, solução ou propos- z Qualquer fragmento de texto além da exten-
____________________________. Por outro lado, sabe-se tam- nos reabastece repondo a energia consumida duran-
ta: vocês levantam uma (ou mais) hipóteses ou bém que_____________________________________________, são máxima de linhas disponibilizadas será
te o dia; o segundo nos reporta ao sabor exótico e
sugestões do que se deve fazer para transfor- quando muitas vezes _____________. desconsiderado;
marcante que o alimento oferece, tornando-o sem-
mar a história mostrada durante o desenrolar z Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qual-
pre uma escolha positiva quanto ao prazer e por fim
do texto. deve-se levar em conta a vantagem do baixo custo quer marca identificadora no espaço destinado à
z Modelo n° 4: conclusão (síntese ou resumo) dessa combinação se comparado a outros alimen- transição do texo definitivo acarretará a anulação
tos também computados como importantes para a da sua prova discursiva;
Modelo nº 3 composição de uma alimentação rica. z Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00
Tendo em vista os aspectos observados sobre Levando-se em consideração esses aspectos pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuido
_________________, só nos resta esperar que ______________ somos levados a acreditar que não é ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às
____________________________. Ou quem saiba ainda apenas por _________________________________, mas tam- No passado, quando pensávamos em alimen- margens e indicação de parágrafos) e estrutura tex-
que ____________________________________ para que bém____________. Sendo assim________________. tação, notávamos que sua relação com sobrevi- tual (organização das ideias em texto estruturado).
______________________ Consequentemente ________ vência era muito maior comparada à que vemos
__________________________________________________. recentemente. Hoje, por outro lado, a qualidade Inicialmente o candidato é orientado a usar a
desses alimentos e a qualidade da saúde que eles pro- folha de rascunho e depois transcrevê-la para a folha
Nova máscara porcionam tornaram-se o foco desse pensamento.
É fato notório que _______________________________
definitiva.
Preenchendo o modelo, teremos: O resultado disso é que comer, na atualidade, Por quê? Porque muitos candidatos deixam para
______. Sabe-se que ___________________________, além
da ____________________. Entre os aspectos referentes a
tornou-se um ritual de bem viver. fazer suas redações ao término da prova objetiva,
______________________________ três pontos merecem des- Muitos acreditam que a comida presente em quando a prova discursiva ocorre concomitante-
Tendo em vista os aspectos observados sobre
taque especial. O primeiro é ___________________; o segun- nossas mesas é uma das mais saudáveis do mun- mente à esta, e acabam administrando mal o tempo.
nossa alimentação, só nos resta esperar que se
do_____________________ e por fim _____________________ do, por causa da sua variedade e equilíbrio. Por Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações
garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
_______________. No passado, quando pensávamos em outro lado, sabe-se também que poderá engor- diretamente na folha definitiva e têm de assumir os
Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de dar, quando muitas vezes for consumida sem
__________, notávamos que ___________________________ riscos de cometer erros que não podem ser revertidos.
nossa combinação alimentar para que o mundo saiba era ____________ comparada à que vemos recentemente. medida, com inspiração apenas no sabor e no pra- Ou ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e
que no Brasil se come bem. Consequentemente será Hoje, por outro lado, _________________________ tornaram- zer que oferece. esperam que seja corrigido assim mesmo.
possível a qualquer um balancear com eficiência e bai- -se _________________. O resultado disso é que ____________, Levando-se em consideração esses aspectos
xo custo do que se põe na mesa de sua casa. na atualidade, tornou-se __________________________. práticos do prato do brasileiro somos levados a
Muitos acreditam que ________________________________, acreditar que não é apenas por prazer que somos
por causa da __________________________. Por outro lado, Importante!
Agora, pessoal, é começar a criar seus próprios seduzidos pela nossa culinária, mas também por
sabe-se também que _________________, quando muitas
arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda- tudo o que ela nos oferece para a manutenção de Por determinação apresentada geralmente nos
vezes _______________. Levando-se em consideração esses
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer aspectos _________________ somos levados a acreditar que nossa saúde. Sendo assim, concluímos que a falta editais, os rascunhos não serão lidos.
tipo de concurso que peça a vocês um posicionamento não é apenas por _______________________________, mas desse ingrediente em nossa mesa nos causará debili-
específico sobre qualquer tema. também _____________________. Sendo assim ____________ dade além de insatisfação.
Dessa forma, os candidatos perdem a oportuni-
REDAÇÃO DISSERTATIVA
_________________________.
Construindo as Máscaras de Redação dade de disputar a vaga para esse concurso, pois são
desclassificados como se não houvessem feito sua
Com esses modelos apresentados, desejamos mos- redação.
Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja Observe que fizemos a opção por abrir nossa reda- trar como é possível programar e treinar nossos tra-
ção com uma declaração inicial. Como abordamos um Como falam sobre um lugar apropriado para a
como arranjamos os modelos de maneiras diferentes. balhos de redação se exercitarmos essas habilidades.
tema geral, sem uma relevância científica notória e transcrição do texto e declaram que não considera-
Porém, é de fundamental importância que você bus- rão fragmentos de textos escritos em lugar indevi-
z Modelo n° 1: Introdução (declaração inicial) que representa na verdade um conhecimento cultural que ou crie um modelo de máscara com o qual você do, os candidatos deverão ficar atentos às margens
somado às observações de médicos e nutricionistas, mais se identifique. Isso para que, no momento de e ao número de linhas disponibilizado. Ou seja, se
a declaração foi a melhor alternativa, já que não se produção de sua redação, principalmente se ocorrer ultrapassadas as trinta linhas da folha, certamen-
É fato notório que ____________________________ compromete com a obrigatoriedade de recorrência a durante uma prova de concurso, você já esteja orga- te a conclusão ficará fragmentada. Se a margem for
__________________________________________. Sabe-se uma fonte de conhecimento referencial. nizado. Com isso, espera-se que vocês tenham a van- ultrapassada, aquela parte da palavra não será lida.
que _____________________________________________, Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen- tagem de partir direto para a elaboração de seu texto O resultado dessas desatenções prejudicará toda a
além da __________________________________________. volvimento mesclando os vários modelos apresenta- sem ter de ficar parados buscando inspiração em um coerência do texto, além de comprometer a estrutura
dos anteriormente. 93 94 momento em que todo segundo é importante. dissertativa.
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra- A humanização é um movimento com crescente e Para poder denunciar as especulações e a mer- Essa serve para qualquer prova de concurso. Já
fia: que nem sempre aparecem nesse quadro inicial, disseminada presença, assumindo diferentes sentidos cantilização dos serviços médicos e criticar a falamos a respeito disso, mas é importante reforçar.
mas que sempre servem como referência para todas segundo a proposta de intervenção eleita. instituição em sua totalidade e rejeitar proposi- A maioria das bancas exige que os candidatos apre-
as provas. Lembrem-se sempre de que o corretor não Aparece, à primeira vista, como a busca de um ções que não atendam às aspirações populares. sentem uma escrita que permita a leitura clara do tex-
é um perito do serviço de inteligência nacional, que ideal, pois, surgindo em distintas frentes de ativi- to sem a preocupação com o tipo de letra, respeitando
busca meios científicos e investigativos para deco- dades e com significados variados, segundo os seus Agora vamos criar uma tese que se encaixe com apenas questões de caixa alta (letra grande marcan-
dificar informações relevantes de uma mensagem proponentes, tem representado uma síntese de aspi- essas respostas, como por exemplo: do o início de frases e nomes próprios) e caixa baixa
secreta. Por isso, se seu texto tiver problemas quanto rações genéricas por uma perfeição moral das ações Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro (letra pequena compondo o restante da palavra).
à legibilidade, mais pontos serão perdidos, ou pior, e relações entre os sujeitos humanos envolvidos. Cada o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo A segunda parte desse item aborda o respeito às
serão desclassificados caso não se possa ler o que foi uma dessas frentes arrola e classifica um conjunto de como se fosse um coletivo impessoal; como se não res- margens. É de fundamental importância a disposição
escrito. questões práticas, teóricas, comportamentais e afeti- pirassem, nem pensassem; como se fossem um número do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar
Exemplo: vas que teriam uma resultante humanizadora. em um gráfico de estatística e não existissem. os limites impostos pelas margens direita e esquerda,
Nos serviços de saúde, essa intenção humanizado- Agora vamos buscar, nas respostas que elabora- nunca ultrapassando seus limites nem se distancian-
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito ra se traduz em diferentes proposições: melhorar a mos, ações que promovam essa proposta de humani- do demasiadamente delas:
felizes. relação médico-paciente; organizar atividades de zação, como, por exemplo:
convívio, amenizadas e lúdicas, como as brinquedo-
ERROU? CORRIGIU! tecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao Treinar os profissionais de saúde para que
teatro; garantir acompanhante na internação da crian- recepcionam os pacientes com um atendimen-
ça; implementar novos procedimentos na atenção Margens
Como última informação eles alertam para que to mais atencioso nesse momento carência;
psiquiátrica, na realização do parto — parto humani- Unificar as informações sobre o oferecimen-
não se usem parênteses com essa finalidade. Os zado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso
parênteses são elementos gramaticais de pontuação e to de serviços apropriados aos pacientes, bem
— programa da mãe-canguru —; amenizar as condi-
como tal devem ser usados em sua indicação correta, como oferecer meios de locomoção contínua
ções do atendimento aos pacientes em regime de
isolando termos pertinentes ao texto e é dessa forma aos que necessitam de buscar outras unidades Na margem esquerda da folha definitiva de reda-
terapia intensiva; denunciar a “mercantilização” da
que será avaliado seu uso. que possam atendê-los; ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado
medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras
Observe agora os textos motivadores para essa Fiscalizar e avaliar continuamente a qua- da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira
proposições. Internet: <www.scielo.br>
proposta e o tema que deve ser abordado obrigatoria- lidade dos serviços oferecidos expondo os letra e a demarcação da margem;
mente: resultados à população, além de apresentar
A NECESSIDADE DE HUMANIZAÇÃO DOS
cronogramas dos projetos de evolução de
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
Direito à Saúde desenvolvimento científico e tecnológico a
serem implementados em prol da saúde.
z Compreendendo a proposta
O direito à saúde é parte do conjunto de direitos
chamados de direitos sociais, que têm como inspira- Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
O primeiro passo, ao analisar os textos propostos, é
ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil, palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
buscar os principais pontos de maior destaque por eles
esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes disso, Observe:
abordados. Destacamos para vocês as palavras-chave
o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
de cada parágrafo para construir uma síntese sobre as Na margem direita, a preocupação do candidato
trabalhadores com carteira assinada e suas famílias; o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
principais ideias. Essa é uma atitude que também pode aumenta, pois além de se preocupar com as questões
as outras pessoas tinham acesso a esses serviços como ser tomada durante a análise das propostas, pois é assim como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme- de divisão silábica e o correto emprego do hífen para
um favor e não como um direito. Na Constituinte de que poderá se construir a tese em sintonia com o tema.
ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para essa função, ele também deverá se preocupar em não
1988, as responsabilidades do Estado foram repen- O próximo passo é organizar essas informações,
que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se ultrapassar a linha demarcatória da margem;
sadas, e promover a saúde de todos passou a ser seu relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res-
dever: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, ponder a uma pergunta feita a partir do tema. Veja procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
garantido mediante políticas sociais e econômicas uma possibilidade: unificar as informações sobre o oferecimento de
2 cm
que visem à redução do risco de doença e de outros serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e te a qualidade dos serviços oferecidos. Parágrafo
z Como humanizar os serviços públicos de saúde?
serviços para a promoção, proteção e recuperação” Daqui para frente vocês já sabem... é o Arroz-com-
(CF, art. 196). Vamos agora produzir algumas possíveis respostas -Feijão, ou seja, os modelos que apresentamos exten- Margens
A saúde é um direito de todos porque sem ela não com as palavras que destacamos no texto: samente ao longo do material.
há condições de uma vida digna, e é um dever do Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
Estado porque é financiada pelos impostos que são Cobrar dos governantes condições dignas de análise de propostas, mas que compreendem pratica-
pagos pela população. Dessa forma, para que o direi- atendimento por se tratar de um dever do esta- mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
to à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado do reverter em benefícios à população os valo- rentes instituições e diferentes propostas, assim como O último item desse quesito trata da paragrafação,
crie condições de atendimento em postos de saúde, res arrecadados em impostos; dissemos que faríamos. Vamos passar agora para o ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação.
hospitais, programas de prevenção, medicamentos Responsabilizar o governo pela proteção e acabamento de nossa redação, pois alguns aspectos O candidato deverá deixar bem clara a distância em
devem ser observados antes que fechemos a nossa
REDAÇÃO DISSERTATIVA
etc., e, além disso, é preciso que esse atendimento seja recuperação da saúde de todos; que se iniciará a escritura do parágrafo para que se
universal (atingindo a todos os que precisam) e inte- redação. faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar-
gral (garantindo tudo de que a pessoa precise). z Por que é necessário humanizar os serviços gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já
A criação do SUS está diretamente relacionada à públicos? 20 DICAS COM SÍNTESE DE ALGUNS ASPECTOS é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola,
tomada de responsabilidade por parte do Estado. DE GRANDE RELEVÂNCIA pulando dois dedos.
Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve Para garantir a todos o direito à saúde, já que se
promover e recuperar a saúde de todos os brasileiros, trata de uma determinação de nossa constituição, Reunimos aqui algumas informações importantes z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras
independentemente de onde morem, de trabalharem prestando serviços de atendimento ao público; para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas erradas.
ou não e de quais sintomas apresentem. Infelizmente, Para destacar que a humanização dos serviços até já foram trabalhadas anteriormente, mas as reto- Já falamos sobre isso, mas vou trazer esse item de
esse sistema ainda não está completamente organi- públicos não é apenas uma aspiração de perfeição maremos para criar um procedimento de observação volta:
zado e ainda existem muitas falhas, no entanto seus moral, mas, antes de tudo, um programa de melho- geral. Você deve apenas passar um traço sobre a palavra,
direitos estão garantidos e devem ser cobrados para ria nas relações de convívio com os agentes de a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui-
que sejam cumpridos. Internet: <nev.incubadora. saúde, promovendo o desenvolvimento de novos z 1° Estética: grafia / alinhamento / paragrafação / da o respectivo substituto.
fapesp.br> (com adaptações). procedimentos de atendimento aos pacientes; 95 96 respeito às margens. Exemplo:
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito As opiniões pessoais pouco contribuem para a z 19° Observe se não há repetição de ideias, falta de Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças
felizes. sustentação de uma ideia. Por isso as afirmações clareza, construções sem nexo (conjunções mal significativas, tanto na formatação dos documentos
apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem empregadas), falta de concatenação (coesão) de oficiais, quanto na formulação dos aspectos da lingua-
z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por representações gerais de valor coletivo: ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divaga- gem e das normas estruturais.
parágrafo. Acredita-se em vez de Acredito; ção ou fuga ao tema proposto. E o que é Redação Oficial na concepção dos organi-
Com os modelos que lhes apresentamos, vocês Sabe-se em vez de Sei; z 20° Caso você tenha feito uma pergunta na tese zadores desse trabalho? Veja a resposta que foi dada
puderam observar que, para cada parágrafo de apro- ou no corpo do texto, verifique se a argumenta- por eles a essa pergunta:
Ou outras expressões generalizantes como:
ximadamente 5 linhas, usamos pelo menos 3 perío- “Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial
É de conhecimento geral... / Muitos entendem ção responde à pergunta. Se você eventualmente
dos. Com isso conseguimos algumas vantagens como é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
que... / Muito se tem discutido sobre... encerrar o texto com uma interrogação, esta pode
a de ser mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do
estar corretamente empregada desde que a argu-
ponto de vista do Poder Executivo.”
e também a de isolar um possível erro dentro de um z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de mentação responda à questão. Se o texto for vago, Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para
período sem projetá-lo para o resto do parágrafo. vista, o seu posicionamento diante do tema. a interrogação será retórica e vazia. concursos públicos, quais são as principais características
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas normativas cobradas nas provas de concursos públicos?
(1)É de fundamental importância o ........................ Percebam que os três motivos principais da preo-
........................ ........................ ........................ ........................ próprios às funções dos cargos disputados, por isso
cupação da elaboração do Manual e de suas revisões
para........................ ........................./(2) Podemos mencio- preste sempre atenção nos assuntos recorrentes
nar, por exemplo, ................................................................ dos textos da prova. MANUAL DE REDAÇÃO DA são a modernização, a atualização e a eficiência. A
passagem do tempo por si só já pediria essas revisões,
que........................ ........................, por causa .................... z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA haja vista a consequente evolução da linguagem e da
.........................../ (3) Esse ........................ ........................do menos que isso seja uma exigência do edital. sociedade por que passamos.
que........................ ......................... z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni- ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL É justamente esse o ponto que originou a partici-
mos e outros termos de recuperação. pação desse assunto nos concursos públicos. Afinal,
Veremos o manual de redação da presidência da para quem vai trabalhar no setor público, é realmente
z 4° A ordem direta facilita na correta pontuação. Que = o qual / a qual; república da 3° edição, revista, atualizada e ampliada. importante saber comunicar-se com habilidade e usar
Onde = em que , no qual / na qual; Sabe-se da importância de se trabalhar o conteúdo de os meios adequados para isso, se o que se propõe é um
Uma das importantes regras de pontuação que Redação Oficial, já que o tema está presente em mui- serviço eficiente para a sociedade.
determina o correto emprego da vírgula orienta que, z 11° Vocabulário: procure sempre a clareza na tos dos editais de concursos federais. A fonte de pes- Por isso, ao estudar redação oficial, lembrem-se
apropriação vocabular. A linguagem simples torna quisa básica é a 3ª edição de 29 de dezembro de 2018 de que vocês têm de saber as características da lin-
se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo +
o texto mais fluente: pense em explicar seus argu- revista, atualizada e ampliada do Manual de Redação guagem da redação oficial, a formatação e a estrutura
complementos), não se deve usar vírgula para sepa-
Oficial da Presidência da República (MRPR). das redações, especialmente a do padrão ofício, quem
rar termos que se complementam sintaticamente. Ou mentos como se falasse a uma criança de 10 anos.
envia determinadas correspondências, quem as rece-
seja, se estiverem com alguma dúvida quanto ao uso Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga:
be e qual é a finalidade de cada uma delas.
de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais atualmente ou hoje em dia. Retrospectiva Histórica
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto
fácil a compreensão da estrutura. z 12° Interferência positiva: se possível apresen- bem simples e objetivo a ser estudado.
Exemplo: te propostas que deem solução aos problemas Em 11 de janeiro de 1991, o Presidente da Repúbli-
levantados na redação. Não fique apenas fazendo ca autorizou a criação de uma comissão, presidida pelo z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes
constatações óbvias. “Se é para falar bobagem, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira
Ordem com termo deslocado: melhor é ficar quieto.” Mendes, para rever, atualizar, uniformizar e simplificar Prefácio
z 13° Não faça críticas ao governo: essa postura é as normas de redação de atos e comunicações oficiais. É com grande entusiasmo que recebo a incumbên-
pobre e pouco criativa – é o que se chama de lugar Depois de 9 meses, foi apresentada a primeira edição do cia de prefaciar a terceira edição do Manual de Reda-
Termo deslocado Sujeito Verbo
comum. É como se vocês fossem pedir emprego Manual de Redação Oficial da Presidência da República. ção da Presidência da República, vinte e sete anos
Esse Manual foi dividido em duas partes: a primei- após presidir a Comissão encarregada da primeira
Hoje pela manhã, eu comprei um belo carro novo. em uma empresa e criticassem o patrão durante a
ra, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., tratava edição desta obra.
entrevista. Isso é ser muito ingênuo.
das comunicações oficiais, sistematizava seus aspectos (...)
z 14° O rascunho é importante: é a sua garantia de A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada
poder fazer uma revisão eliminando erros, além essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes,
Ordem direta: pelas alterações tecnológicas e legislativas da época.
disso, o acabamento bem feito garante a você até exibia modelos, simplificava os fechos que vinham sen-
Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã. do utilizados desde 1937, suprimia arcaísmos e apresen- (...)
10 % da nota da redação se a estética for um dos A partir de 2003, foram publicadas sessenta emen-
tava uma súmula gramatical aplicada à redação oficial;
critérios de pontuação. Vale sempre a pena capri- das constitucionais, sobre os mais diversos assuntos.
z 5° Colocação pronominal: qualquer palavra atrai a segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes,
char. Lembre-se de que é função de quem escreve (...)
o pronome oblíquo, por isso não inicie orações e ocupava-se da elaboração e redação dos atos normati-
seduzir o leitor e o estímulo visual contribui para Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas
períodos com verbo. vos no âmbito do Executivo, da conceituação e exempli-
que haja uma boa impressão. e legislativas, bem como de maior fiscalização estatal,
ficação desses atos e do procedimento legislativo. instaurou-se um novo método de se fazer administra-
Caso você esteja com qualquer dúvida em relação z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi-
Depois de 10 anos do lançamento da 1ª edição, foi ção pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a terceira
à colocação pronominal, coloque uma palavra antes cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.:
necessário fazer uma adequação das formas de comu- edição do Manual de Redação da Presidência Repúbli-
do verbo e o pronome será atraído para trás do verbo. conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, nicação usadas na administração aos avanços da infor-
REDAÇÃO DISSERTATIVA
“justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc. ca possa refletir as evoluções ocorridas nas últimas
Assim a colocação pronominal sempre ficará correta. mática. Outras alterações decorreram da necessidade duas décadas, repetindo o legado de êxito deixado
z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”, de adaptação do texto à evolução legislativa na matéria pelas edições anteriores na construção de uma cultu-
Falaria-se muito sobre este assunto naquele dia. “incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc; e às alterações constitucionais ocorridas no período. ra administrativa profissional e obediente às normas
(errado) são juízos de valor sem carga informativa, impre- Segundo o apresentador dessa nova edição, Pedro da Constituição da República.
cisos e subjetivos. Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da Repú- Gilmar Ferreira Mendes;
Falar-se-ia muito sobre este assunto naquele dia. z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres- blica do Governo de Fernando Henrique Cardoso,
(certo) sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe- esperava-se que esta nova edição do Manual contri- z Panorama da comunicação oficial
Ou doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios buísse, tal qual a primeira, para a consolidação de
Muito se falaria sobre este assunto naquele dia. da linguagem oral devem ser evitados, bem como uma cultura administrativa de profissionalização A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala,
(sempre certo) o uso de “etc” e as abreviações. dos servidores públicos e de respeito aos princípios quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
z 18° Não se usam entre aspas palavras estrangei- constitucionais da legalidade, impessoalidade, mora- necessários:
z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre ras sem correspondência na língua portuguesa: lidade, publicidade e eficiência, com a consequente
têm maior valor. hippie, status, dark, punk, chips etc. 97 98 melhoria dos serviços prestados à sociedade. Alguém que comunique;
Algo a ser comunicado; Para a obtenção de clareza, sugere-se: Procure perceber certa hierarquia de ideias que z Referência
Alguém que receba essa comunicação. existe em todo texto de alguma complexidade: as
Utilizar palavras e expressões simples, em seu fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem Diz respeito aos termos que se relacionam a outros
No caso da redação oficial, quem comunica é sentido comum, salvo quando o texto versar esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi- necessários a sua interpretação. Esse mecanismo
sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela sobre assunto técnico, hipótese em que se utili- cá-las; mas existem também ideias secundárias que pode dar-se por retomada de um termo, relação com
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi- zará nomenclatura própria da área; não acrescentam informação alguma ao texto, nem o que é precedente no texto, ou por antecipação de um
ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assun- Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen- têm maior relação com as fundamentais, podendo, termo cuja interpretação dependa do que se segue.
to relativo às atribuições do órgão que comunica; e o tar as orações na ordem direta e evitar inter- por isso, ser dispensadas, o que também proporciona- Exemplos:
destinatário dessa comunicação é o público, uma calações excessivas. Em certas ocasiões, para rá mais objetividade ao texto. O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup-
instituição privada ou outro órgão ou entidade públi- evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da A objetividade conduz o leitor ao contato mais ção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
ca, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além ordem inversa da oração; direto com o assunto e com as informações, sem sub- O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi-
disso, deve-se considerar a intenção do emissor e Buscar a uniformidade do tempo verbal em terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra- natura e de identificação no documento.
a finalidade do documento, para que o texto esteja todo o texto; do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
adequado à situação comunicativa. Não utilizar regionalismos e neologismos; expressão ou torna o texto rude e grosseiro. z Substituição
A necessidade de empregar determinado nível de Pontuar adequadamente o texto;
linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decor- Explicitar o significado da sigla na primeira CONCISÃO É a colocação de um item lexical no lugar de
re, de um lado, do próprio caráter público desses referência a ela; outro(s) ou no lugar de uma oração.
atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Utilizar palavras e expressões em outro idioma A concisão é antes uma qualidade do que uma carac- Exemplos:
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de cará- apenas quando indispensáveis, em razão de terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder
ter normativo, ou estabelecem regras para a condu- serem designações ou expressões de uso já con- transmitir o máximo de informações com o mínimo de Executivo federal propôs reduzir as alíquotas.
ta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como O ofício está pronto. O documento trata da exone-
órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado caso, grafe-as em itálico, conforme orientações economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar ração do servidor.
se, em sua elaboração, for empregada a linguagem do subitem 10.2 deste Manual; passagens substanciais do texto com o único objetivo Os governadores decidiram acatar a decisão. Em
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
z Precisão seguida, os prefeitos fizeram o mesmo;
cuja finalidade precípua é a de informar com clareza excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
e objetividade; nada acrescentem ao que já foi dito.
O atributo da precisão complementa a clareza e z Elipse
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto
z O que é redação oficial? caracteriza-se por:
deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
Consiste na omissão de um termo recuperável pelo
Articulação da linguagem comum ou técnica adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
contexto. Exemplo:
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é para a perfeita compreensão da ideia veiculada ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria,
a maneira pela qual o Poder Público redige comunica- no texto; construído, prolixo:
os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão
ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes- Manifestação do pensamento ou da ideia com “Apurado, com impressionante agilidade e preci-
do verbo “regulamenta”).
sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público. as mesmas palavras, evitando o emprego de são, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
Outra estratégia para proporcionar coesão e coe-
A redação oficial não é necessariamente árida e sinonímia com propósito meramente estilístico; população acriana, verificou-se que a esmagadora e
rência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer
contrária à evolução da língua. É que sua finalidade ampla maioria da população daquele distante estado
Escolha de expressão ou palavra que não confi- ligação entre orações, períodos ou parágrafos.
básica – comunicar com objetividade e máxima cla- manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da
ra duplo sentido ao texto. Exemplo:
reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satis-
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do O Embaixador compareceu à reunião, pois identifi-
É indispensável, também, a releitura de todo o tex- feita, inconformada e indignada, com a nova hora legal
texto jornalístico, da correspondência particular etc. cou o interesse de seu Governo pelo assunto.
to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população
Apresentadas essas características fundamentais obscuros provém principalmente da falta da releitu- do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em IMPESSOALIDADE
ra, o que tornaria possível sua correção. Na revisão
de cada um de seus atributos. de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil Greenwich.”
A redação oficial deve caracterizar-se por: Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá- A impessoalidade decorre de princípio constitucio-
compreensão por seu destinatário. O que nos parece
rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio- nal (Constituição, art. 37), e seu significado remete a
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
Clareza e precisão; nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que
que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên-
Objetividade; o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobre- a administração pública proceda de modo a não pri-
cia de nossa experiência profissional, muitas vezes,
Concisão; tudo em texto oficial, que deve primar pela impes- vilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja,
faz com que os tomemos como de conhecimento geral,
Coesão e coerência; soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
Impessoalidade; concisão, harmonia e unidade: pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a
esclareça, precise os termos técnicos, o significado das
Formalidade e padronização; “Apurado o resultado da consulta à população acrea- ação administrativa ser exercida por intermédio de seus
siglas e das abreviações e os conceitos específicos que
Uso da norma padrão da língua portuguesa. na, verificou-se que a maioria da população se mani- servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
não possam ser dispensados.
festou pela rejeição da alteração realizada pela Lei no A redação oficial é elaborada sempre em nome do
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são
CLAREZA E PRECISÃO 11.662, de 2008. Não satisfeita com a nova hora legal vin- serviço público e sempre em atendimento ao interes-
elaboradas certas comunicações quase sempre compro-
culada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje-
mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assun-
tos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de
REDAÇÃO DISSERTATIVA
z Clareza tos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto
fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich.” outra forma que não a estritamente impessoal.
sua indesejável repercussão no texto redigido.
A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex- Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
A clareza e a precisão não são atributos que se
to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que COESÃO E COERÊNCIA que deve ser dado aos assuntos que constam das
atinjam por si sós: elas dependem estritamente das
possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se comunicações oficiais decorre:
demais características da redação oficial, apresen-
concebe que um documento oficial ou um ato nor- tadas a seguir. É indispensável que o texto tenha coesão e coerên-
mativo de qualquer natureza seja redigido de forma cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har- z Da ausência de impressões individuais de quem
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen- OBJETIVIDADE monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o comunica: embora se trate, por exemplo, de um
são. A transparência é requisito do próprio Estado texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se expediente assinado por Chefe de determinada
de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
princípio constitucional da publicidade não se esgota conseguir isso, é fundamental que o redator saiba Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a padronização, que permite que as comunicações
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à de antemão qual é a ideia principal e quais são as coerência de um texto são: referência, substituição, elaboradas em diferentes setores da administra-
necessidade de que o texto seja claro. secundárias. 99 100 elipse e uso de conjunção. ção pública guardem entre si certa uniformidade;
z Da impessoalidade de quem recebe a comuni- Pode-se concluir que não existe propriamente
cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da AUTORIDADE Presidente da República ABREVIATURA V. Exa.
concebido como público, ou a uma instituição pri- norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
vada, a outro órgão ou a outra entidade pública. É claro que haverá preferência pelo uso de determi-
AUTORIDADE Embaixador
Em todos os casos, temos um destinatário concebi- nadas expressões, ou será obedecida certa tradição no Excelentíssimo Senhor Pre-
VOCATIVO
do de forma homogênea e impessoal; emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, sidente da República, ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
z Do caráter impessoal do próprio assunto tra- necessariamente, que se consagre a utilização de uma
TRATAMENTO NO VOCATIVO Senhor Embaixador,
tado: se o universo temático das comunicações forma de linguagem burocrática. O jargão burocráti- Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
oficiais se restringe a questões que dizem respeito co, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sem-
TRATAMENTO NO
ao interesse público, é natural não caber qualquer pre sua compreensão limitada. ABREVIATURA Não se usa Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
tom particular ou pessoal.
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL ABREVIATURA V. Exa.
Não há lugar na redação oficial para impressões Presidente do Congresso
AUTORIDADE
pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma A redação das comunicações oficiais deve, antes Nacional
carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor- de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Oficial-General das Forças
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor AUTORIDADE
nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial “Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há carac- Armadas
deve ser isenta da interferência da individualidade de terísticas específicas de cada tipo de expediente, que Excelentíssimo Senhor Presi-
VOCATIVO ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas- dente do Congresso Nacional,
e a formalidade de que nos valemos para elaborar os sarmos a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a VOCATIVO Senhor + Posto,
expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja quase todas as modalidades de comunicação oficial. TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
alcançada a necessária impessoalidade. CORPO DO TEXTO TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
z Pronomes de tratamento CORPO DO TEXTO
ABREVIATURA Não se usa
FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO
ABREVIATURA V. Exa.
De acordo com a forma como queremos ou deve-
As comunicações administrativas devem ser mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou Presidente do Supremo Tribu-
AUTORIDADE
sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de informal, empregamos determinados pronomes cha- nal Federal
AUTORIDADE Outros postos militares
forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as mados de tratamento. Assim, originalmente, usamos:
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
comunicações feitas em meio eletrônico (por exem- ENDEREÇAMENTO Ao Senhor
plo, o e-mail, o documento gerado no SEI! — O Sistema Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal; Excelentíssimo Senhor Pre-
Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão VOCATIVO Senhor + Posto,
Você (s): para tratamento cerimonioso formal. VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
de documentos —, o documento em html etc.), quanto Federal, TRATAMENTO NO
para os eventuais documentos impressos. Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca- Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
É imperativa, ainda, certa formalidade de trata- ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
mento. Não se trata somente do correto emprego deste o “você” para qualquer pessoa, independentemente de CORPO DO TEXTO ABREVIATURA V. Exa.
ou daquele pronome de tratamento para uma autori- haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer ABREVIATURA Não se usa
dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade dizer nada, afinal por que a língua teria os dois prono-
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima. AUTORIDADE Senador da República
assunto do qual cuida a comunicação. Essa informação nos ajuda a entender por que os AUTORIDADE Vice-Presidente da República
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono- ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
VOCATIVO Senhor Senador,
a administração pública federal é una, é natural que as mes que a ele se referem ficam na 3ª pessoa; ao con- Senhor Vice-Presidente da
comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta- trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias VOCATIVO TRATAMENTO NO
República, Vossa Excelência
belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, são em 2ª pessoa. Afinal, se existe um distanciamento CORPO DO TEXTO
exige que se atente para todas as características da redação entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân- TRATAMENTO NO
Vossa Excelência ABREVIATURA V. Exa.
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. cias devem realmente ser em 3ª pessoa. CORPO DO TEXTO
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes
para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer z Emprego dos pronomes de tratamento ABREVIATURA V. Exa.
AUTORIDADE Deputado Federal
necessária a impressão, e a correta diagramação do
texto são indispensáveis para a padronização. Consul- Modernamente, então, temos: AUTORIDADE Ministro de Estado ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
te o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito
de normas específicas para cada tipo de expediente. Você (s): para tratamento informal; ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Senhor Deputado,
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, Senhor (e flexões): para tratamento cerimo- TRATAMENTO NO
nioso formal. VOCATIVO Senhor Ministro, Vossa Excelência
os atos normativos e os expedientes oficiais requerem CORPO DO TEXTO
o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei- TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
REDAÇÃO DISSERTATIVA
tos da gramática formal e emprega um léxico compar- Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de CORPO DO TEXTO ABREVIATURA V. Exa.
tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
padrão culto é, portanto, imprescindível na redação maneira indireta, para referenciar atributos da pes- ABREVIATURA V. Exa.
oficial por estar definido como padrão para tal ativi- soa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário Ministro do Tribunal de Contas
AUTORIDADE
dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais, atenção para o uso dos pronomes de tratamento em da União
Secretário-Executivo de Minis-
morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos três momentos distintos: no endereçamento, no voca-
AUTORIDADE tério e demais ocupantes ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
vocabulares e as particularidades linguísticas. tivo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se
de cargos de natureza especial
Recomendações: A língua culta é contra a pobre- ao destinatário no início do documento. No corpo do Senhor Ministro do Tribunal de
za de expressão e não contra a sua simplicidade; texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento VOCATIVO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Contas da União,
O uso do padrão culto não significa empregar a lín- em sua forma abreviada ou por extenso. O endereça-
gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de lingua- mento é o texto utilizado no envelope que contém a VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo, TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
gem próprias do estilo literário; correspondência oficial. CORPO DO TEXTO
TRATAMENTO NO
A consulta ao dicionário e à gramática é imperati- A seguir, alguns exemplos de utilização de prono- Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO ABREVIATURA V. Exa.
va na redação de um bom texto. mes de tratamento no texto oficial. 101 102
Grafia de cargos compostos: escrevem-se com Exemplos: O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas
Ministro dos Tribunais hífen. da República pode ser localizado no sítio eletrôni-
AUTORIDADE
Superiores � Senhora [Nome]; co da Presidência da República, na seção Símbolos
Exemplos: Prezado Senhor. Nacionais. Disponível em: http://www2.planalto.gov.
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-ge- br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/
VOCATIVO Senhor Ministro, ral, relator-geral, ouvidor-geral; Em comunicações oficiais, está abolido o uso de
brasao/brasao-da-republica.jpg/view
Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secre- Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
No caso de documento a ser impresso, exclusiva-
TRATAMENTO NO tário, segundo-secretário;
Vossa Excelência mente quando o signatário for o Presidente da Repú-
CORPO DO TEXTO Postos da hierarquia militar: tenente-coronel, ca-
Importante! blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de
pitão-tenente; autarquia, será utilizado timbre em relevo branco,
ABREVIATURA V. Exa.
Nomes compostos com elemento de ligação prepo- Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de
sicionado ficam sem hífen: general de exército, gene- O tratamento por meio de Senhor confere a for- novembro de 1977.
A profusão de normas estabelecendo hipóteses de ral de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de malidade desejada.
tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência” mar e guerra. Exemplos: Nome do órgão principal;
para categorias específicas tornou inviável arrolar Cargos que denotam hierarquia dentro de uma � Senhora [Nome]; Nomes dos órgãos secundários, quando neces-
todas as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor- � Prezado Senhor. sários, da maior para a menor hierarquia;
exemplos mais recorrentes. -chefe, sócio-gerente, diretor-executivo; Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
Cargos formados por numerais: primeiro-minis-
Concordância com os Pronomes de Tratamento tro, primeira-dama; FINALIDADE DO EXPEDIENTES OFICIAIS Exemplo:
Cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”:
Os pronomes de tratamento apresentam certas ex-diretor, vice-coordenador. O padrão Ofício
peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nomi- O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso
de iniciais maiúsculas em palavras usadas reveren- Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
nal e pronominal. Embora se refiram à segunda pes-
cialmente, por exemplo para cargos e títulos (exem- de expedientes que se diferenciavam antes pela finali-
soa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a
plo: o Presidente francês ou o presidente francês). dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
concordância para a terceira pessoa.
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar
Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria
da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a esco- nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
são utilizados para se comunicar diretamente com o
lha para a grafia de todos os elementos hifenizados: chamamos de padrão ofício.
receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presiden- A distinção básica anterior entre os três era:
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira te”, mas não “Vice-presidente”. Aviso: era expedido exclusivamente por Minis-
pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E tros de Estado, para autoridades de mesma
não “Vossa Senhoria designará vosso substituto.”) z Vocativo
hierarquia;
Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono- Ofício: era expedido para e pelas demais
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas
mes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo autoridades;
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que Memorando: era expedido entre unidades [Nome do órgão]
de vírgula.
compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o administrativas de um mesmo órgão. [Secretaria/Diretoria]
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder,
correto é: Vossa Excelência está atarefado. [Departamento/Setor/Entidade]
utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Exce-
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e Os dados do órgão, tais como endereço, telefone,
referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.: lentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de
passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses. endereço de correspondência eletrônica, site eletrô-
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa vírgula.
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão nico oficial da instituição, podem ser informados no
Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente). Exemplos:
ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento rodapé do documento, centralizados;
z Signatário Excelentíssimo Senhor Presidente da República; aparece no documento oficial.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congres- z Identificação do expediente
Partes do Documento no Padrão Ofício
Cargos interino e substituto: na identificação so Nacional;
do signatário, depois do nome do cargo, é pos- Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo z Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na pri- Os documentos oficiais devem ser identificados da
sível utilizar os termos interino e substituto, Tribunal Federal. meira página do documento, centralizado na área seguinte maneira:
conforme situações a seguir: interino é aquele determinada pela formatação (ver subitem “5.2
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas Nome do documento: tipo de expediente por
nomeado para ocupar transitoriamente cargo Formatação e apresentação”).
por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou extenso, com todas as letras maiúsculas;
público durante a vacância; substituto é aque-
Senhora seguido do cargo respectivo. No cabeçalho, deverão constar os seguintes elementos: Indicação de numeração: abreviatura da
le designado para exercer as atribuições de
Exemplos: palavra “número”, padronizada como No;
cargo público vago ou no caso de afastamen-
z Brasão de Armas da República: no topo da pági- Informações do documento: número, ano
to e impedimentos legais ou regulamentares
Senhora Beneficiária; na. Não há necessidade de ser aplicado em cores. (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que
do titular. Esses termos devem ser utilizados
Senhor Contribuinte. O uso de marca da instituição deve ser evitado na expede o documento, da menor para a maior
depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgu-
hierarquia, separados por barra (/);
REDAÇÃO DISSERTATIVA
Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
(29,7 cm x 21 cm)
REDAÇÃO DISSERTATIVA
107 108
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente;
z Exposição de Motivos
z Forma e estrutura
Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso;
Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
tam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
109 110
Exemplo de exposição de motivos:
z Mensagem
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente, as
REDAÇÃO DISSERTATIVA
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
z Forma e estrutura A possibilidade de anexar documentos, planilhas DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº
e imagens de diversos formatos é uma das vantagens 280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando
Um dos atrativos de comunicação por correio do e-mail. A mensagem que encaminha algum arqui- mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL,
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- vo deve trazer informações mínimas sobre o conteú- secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande
sa definir padronização da mensagem comunicada. do do anexo. circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA -
No entanto, devem-se observar algumas orientações Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
quanto à sua estrutura; é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à
no corpo do correio eletrônico. disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados
z Campo “Assunto” Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami- sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo
nhamento de anexos nas mensagens de resposta. qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.
O assunto deve ser o mais claro e específico pos- Os arquivos anexados devem estar em formatos
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal , Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará Quando se tratar de documento ainda em discussão,
rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em
REDAÇÃO DISSERTATIVA
Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
Secretaria de Segurança Pública do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl
, trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.
Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos ar- Manaus, 20 de abril de 2007
quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.
Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP
z Requerimentos
Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
z Circular Nele, podemos observar as seguintes partes:
Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou Nome e qualificação do requerente;
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi- Exposição e solicitação;
recional, e o endereçamento vai no envelope. Pedido de deferimento;
Local e data;
Assinatura.
9 - 40/1
ASSUNTO: Obras no Estacionamento A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos. Termos em que pede
Atenciosamente, deferimento.
Brasília, 25 de setembro de 2006.
REDAÇÃO DISSERTATIVA
É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa, A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
daquilo que se viu, ouviu ou observou. assunto.
Compõe-se de
Vocativo;
Título: relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas); Identificação do especialista;
Vocativo - relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas); Introdução - apresentação do assunto;
Introdução - apresentação do observador e do fato observado; Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
Texto - exposição cronológica do fato observado; Local e data;
Fecho; Assinatura (e identificação do signatário).
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário). Ref. Ação 001/1.01.0000000-0
Sr. Juiz,
RELATÓRIO DO CURSO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO
Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil, como Autor,
Senhor Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal do Distrito Federal – SR/ e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
DPF/DF, Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
No período de 6 a 10 de novembro de 2006 foi realizado o Curso de Inteligência Policial no Combate situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
ao Narcotráfico para policiais do MERCOSUL e países Associados, oferecido pela Academia Nacional de Vistoria
Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL (CCCP). A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e dos
O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participação de procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e (12) do Brasil. Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como: o diretor de Inteligência tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF VALDINHO JACINTO O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
CAETANO;ocoordenadordePolíciaCriminalInternacional,DPFALBERTOLASSERREKRATZFILHO;alémdestasignatária; (identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,
Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do Mercosul, embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos Gabriel Heredia, no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número
da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez, do 1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do Ministério da Justiça do Brasil. de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Discursaram na cerimônia a oficial de ligação do Brasil junto ao CCCP, DPF Mirânjela Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA 8875H
M. B. Leite, que destacou as atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do (AnexoI)existeumaáreaconstruídade137,60m2compostaporduascasas,umaemmadeiraeoutraemalvenaria(Fotografias
Centro, Cel. Hugo Greca; o diretor da ANP; e o diretor de Inteligência Policial. Todos destacaram a 1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
importância da integração entre as forças de segurança pública do MERCOSUL e países associados,
como fundamental para buscar a eficácia no combate a criminalidade em todos os países. Para apreciação de V. Exa.,
Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, Delegado de Respeitosamente,
PolíciaFederal,GetúlioBezerradosSantos,proferiupalestra,deumahora,abordandootema:CrimeOrganizadonoMercosul. Cidade, 7 de abril de 2008.
Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF
Valdinho Jacinto Caetano; o representante da Argentina Omar Aníbal Tabares; o oficial de ligação do Chile Eugênio Da Silva Civil
Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatária. Profissional
Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de Coordenação Engenheiro Civil
e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação continuada
das forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada de
pessoas, o que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países. É muito importante deixar claro que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual de Reda-
Ao final foram entregues certificados a todos os participantes. ção da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação,
Brasília, 3 de janeiro de 2007. oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de
endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão novas regras aplicadas às
redações oficiais realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo Federal.
Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará alteração
Mariângela Margarida da Nata Leite em provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes a esse
decreto, indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou especificando o Decreto n.
Mariângela Margarida da Nata Leite 9.758, de 11 de abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que estão no MANUAL.
Delegada da 89ª Delegacia de Chapecó - AC Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.
REDAÇÃO DISSERTATIVA
Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas de emprego dos pronomes de tratamento.
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da adminis-
tração pública federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição, DECRETA:
Objeto e âmbito de aplicação
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral ou escrita, com agentes
públicos da administração pública federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder Executivo Federal), e sobre a
forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
119 120
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimô-
nias das quais o agente público federal participe.
1. a mera indicação do cargo ou da função e do
setor da administração ser insuficiente para a iden-
ANOTAÇÕES
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto: tificação do destinatário; ou
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo 2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente
efetivo; público específico.
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças
auxiliares; Vigência
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário; Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e de 2019.
aos presidentes de empresas públicas e sociedades Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência
de economia mista; e 131º da República.
6. aos empregados terceirizados que exercem ativi- JAIR MESSIAS BOLSONARO
dades diretamente para os entes da administração
pública federal;
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de fun-
ções de confiança;
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierár-
ANOTAÇÕES
quico, incluídos os Ministros de Estado; e
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
§ 3º Este Decreto não se aplica:
1. às comunicações entre agentes públicos federais
e autoridades estrangeiras ou de organismos inter-
nacionais; e
2. às comunicações entre agentes públicos da admi-
nistração pública federal e agentes públicos do
Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal
de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério
Público ou de outros entes federativos, na hipótese
de exigência de tratamento especial pela outra par-
te, com base em norma aplicável ao órgão, à entida-
de ou aos ocupantes dos cargos.
Endereçamento de Comunicações
AMBIENTE
ve uma atividade típica de Estado, com liberdade para substituição não ocorre de qualquer forma, ela tem qualidade ambiental, à autorização de uso dos
agir nos limites administrativos da lei específica que requisitos estabelecidos pela própria Lei Complemen- recursos naturais e à fiscalização, ao monitoramen-
a criou, ou seja, nos limites estabelecidos pela Lei nº tar para acontecer, estes requisitos estão presentes no to e ao controle ambientais, observadas as diretri-
7.735, de 1989. art. 15, da Lei Complementar nº 140, de 2011: zes emitidas pelo Ministério do Meio Ambiente; e
As finalidades do IBAMA, suas funções enquanto III - executar as ações supletivas da União, em con-
autarquia, estão descritas nos incisos I, II e III do art. Art. 15 Os entes federativos devem atuar em caráter formidade com a legislação ambiental.
LEI Nº 7.735, DE 1989 (CRIAÇÃO DO 2º da Lei, sendo assim, cabe ao IBAMA: supletivo nas ações administrativas de licenciamento
IBAMA) E DECRETO Nº 8.973, DE 2017 e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: Note que o caput do art. 1º da Estrutura Regimental
I - exercer o poder de polícia ambiental;
(ESTRUTURA REGIMENTAL DO IBAMA) I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- acrescenta em relação ao art. 3º da Lei nº 7.735, de 1989,
selho de meio ambiente no Estado ou no Distrito em dois detalhes: estabelece que o IBAMA tem sede
Ao IBAMA cabe exercer o Poder de Polícia Ambien- Federal, a União deve desempenhar as ações admi-
LEI Nº 7.735 DE 1989 em Brasília/DF e sua jurisdição é em todo o território
tal de competência da União, nesse sentido a Lei atri- nistrativas estaduais ou distritais até a sua criação; nacional.
bui ao IBAMA o direito de exercer o Poder de Polícia II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Natu- O art. 2º da Estrutura Regimental estabelece as
Administrativo para fazer valer as normas ambien- conselho de meio ambiente no Município, o Estado
rais Renováveis - IBAMA foi criado pela Lei nº 7.735, de competências que o IBAMA possui para atingir as
tais. Deste modo, o IBAMA tem a competência de deve desempenhar as ações administrativas muni-
1989. O IBAMA é uma autarquia federal que tem como finalidades estabelecidas no art. 3º da Lei nº 7.735, de
realizar a Fiscalização Ambiental e o Licenciamento cipais até a sua criação; e
função executar e fazer executar a Política Ambiental 1989, e no art. 1º da sua Estrutura Regimental.
em esfera federal. Sendo assim, o IBAMA realiza ações Ambiental nos termos da Lei Complementar nº 140, III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con-
como licenciamento ambiental, monitoramento e con- de 2011. selho de meio ambiente no Estado e no Município, a
trole da qualidade ambiental, autorização e fiscaliza- A Lei complementar nº 140, de 2011, estabeleceu União deve desempenhar as ações administrativas
as competências administrativas em matéria ambien- até a sua criação em um daqueles entes federativos.
Importante!
ção de uso dos recursos naturais etc.
Observe que a Lei é de 1989, ou seja, foi publica- tal para a União, os Estados, os Municípios e o Distri- O IBAMA é competente para exercer o Poder de
da depois da Constituição Federal de 1988 (a primei- to Federal regulamentando os incisos III, VI e VII do Diante do que diz a LC nº 140, de 2011, a atuação
Polícia Ambiental em âmbito federal, conforme
ra Constituição a tratar do tema Meio Ambiente) e caput e do parágrafo único do art. 23, da CF. supletiva por parte da União pode ocorrer quando
o inciso I, art. 1º, Anexo I, do Decreto nº 8.973,
da Lei nº 6.938, de 1989 (a Política Nacional do Meio inexistir órgão ambiental capacitado ou conselho
II - executar ações das políticas nacionais de meio de meio ambiente em Estado ou Município, assim, de 2017).
Ambiente). Logo, a criação do IBAMA veio a concreti- O Poder de Polícia Ambiental se refere à ativida-
ambiente, referentes às atribuições federais, rela- o IBAMA (representando a união) pode desempenhar
zar a aplicação tanto do art. 225, da CF, quanto para
tivas ao licenciamento ambiental, ao controle da as ações administrativas (por exemplo: licenciamen- de da administração pública que ao limitar ou
pôr em prática os Princípios, Objetivos e Instrumentos
da Política Nacional de Meio Ambiente previstos na Lei qualidade ambiental, à autorização de uso dos to, fiscalização ou monitoramento ambiental) até que disciplinar direito, interesse ou liberdade regula a
nº 6.938, de 1989. recursos naturais e à fiscalização, monitoramento o respectivo Estado ou Município crie seu conselho de prática de ato ou abstenção de fato em razão de
Vamos, então, para o texto da Lei nº 7.735, de 1989 e controle ambiental, observadas as diretrizes ema- meio ambiente ou órgão ambiental. interesse público de preservar o meio ambiente
que inicia extinguindo dois órgãos: a Secretaria Espe- nadas do Ministério do Meio Ambiente; ecologicamente equilibrado.
Art. 3º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
cial do Meio Ambiente (SEMA) e a Superintendência
No inciso II, a Lei atribui expressamente em rol não Recursos Naturais Renováveis - Ibama, será adminis-
de Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE):
exaustivo ações das Políticas Nacionais de Meio Ambien- trado por 1 (um) Presidente e 5 (cinco) Diretores, desig- Finalidades/Competências do IBAMA
Art. 1º Ficam extintas: te ao IBAMA. Repare que são ações referentes às atribui- nados em comissão pelo Presidente da República.
I - a Secretaria Especial do Meio Ambiente -SEMA, ções federais, ou seja, que são de competência da União. Art. 2º Compete ao IBAMA, ressalvadas as com-
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
órgão subordinado ao Ministério do Interior, insti- Outro ponto é que a Lei nº 7.735, de 1989, se refe- O IBAMA é presidido por 1 (um) presidente e 5
petências das demais entidades integrantes do
tuída pelo Decreto nº 73.030, de 30 de outubro de re às ações das Políticas Nacionais de Meio Ambiente! (cinco) diretores em conjunto, portanto a autarquia é Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, e
1973; Veja bem, aqui o IBAMA não deve observar somente dirigida por um órgão colegiado. observadas as diretrizes emitidas pelo Ministério
II - a Superintendência do Desenvolvimento da Pes- à Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de do Meio Ambiente, as seguintes atribuições em
1981), como também outras Políticas Nacionais que ESTRUTURA REGIMENTAL DO IBAMA – DECRETO
ca - SUDEPE, autarquia vinculada ao Ministério da âmbito federal:
tratem do tema ambiental. Podemos incluir neste rol Nº 8.973/2017
Agricultura, criada pela Lei Delegada nº 10, de 11
de outubro de 1962. a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, O Decreto nº 8.973, de 2017, regulamenta a Lei nº 7.735, Note que as competências do IBAMA são estabeleci-
de 2010), a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei de 1989, ao aprovar a Estrutura Regimental e o Quadro das observando as competências das demais entidades
A partir da extinção da SEMA e da SUDEPE e tam- nº 9.433, de 1997), Política Nacional de Biodiversidade integrantes do SISNAMA, ou seja, dos demais órgãos
Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de
bém da Superintendência da Borracha - SUDHEVEA e (Decreto nº 4.339, de 2002), Política Nacional de Edu- ambientais. Assim, tais competências devem ser exer-
Confiança do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal cação Ambiental (Lei nº 9.795, de 1999), entre outras Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. cidas nos limites estabelecidos pela LC nº 140, de 2011.
– IBDF foi constituído o patrimônio, os recursos orça- normas relacionadas à área ambiental. Com relação ao Decreto, vamos focar no seu Anexo
mentários, extraorçamentários e financeiros, a com-
I - Estrutura Regimental do IBAMA que foi conteúdo I - proposição e edição de normas e padrões de qua-
petência, as atribuições, o pessoal, inclusive inativos e III - executar as ações supletivas de competência da
cobrado nas últimas provas. A estrutura Regimental lidade ambiental;
pensionistas, os cargos, funções e empregos do IBAMA União, de conformidade com a legislação ambiental
aprovada em 2017 é dividida em 7 capítulos, vamos
o qual, ainda, sucedeu os órgãos e autarquias citados vigente.
então estudar cada um deles a seguir: A proposição e edição de normas e padrões de
acima, nos direitos, créditos e obrigações, decorrentes
de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive nas Além do estabelecido acima, o IBAMA ainda deve qualidade ambiental é uma das competências esta-
Da Natureza, da Sede e das Finalidades belecidas pelo Decreto nº 8.973, de 2017. Repare que
respectivas receitas. executar as ações supletivas de competência da União
Portanto, o IBAMA foi criado a partir da fusão des- em conformidade com a legislação ambiental vigente. O Capítulo 1 da Estrutura Regimental do IBAMA é em a competência se restringe à proposta da norma ou
tes 4 diferentes órgãos: SEMA, SUDEPE, SUDHEVEA E Novamente vamos fazer menção à Lei Comple- parte similar à Lei nº 7.735, de 1989, trazendo as mesmas padrão, sendo que compete ao CONAMA estabele-
IBDF. Antes do IBAMA, o meio ambiente era tratado mentar nº 140, de 2011, pois ela é a legislação ambien- finalidades estabelecidas no art. 3º da Lei para a autarquia: cer normas, critérios e padrões relativos ao controle
mais como uma propriedade do Estado que como um tal vigente da qual o inciso III, do art. 2º fala. Por isto, e à manutenção da qualidade do meio ambiente com
direito difuso, ou seja, um direito de toda a sociedade. primeiro, quero que você entenda o conceito de ação Art. 1º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e vistas ao uso racional dos recursos ambientais, princi-
Então, como resposta ao novo entendimento a respeito supletiva de acordo com o disposto no inciso II, art. 2º, dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, autar- palmente os hídricos de acordo com o inciso VII, art.
de meio ambiente, foi criado o IBAMA, na forma do art. 2º: da Lei Complementar nº 140, de 2011: 123 124 quia criada pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 8º, da Lei nº 6.938, de 1981. Portanto, o IBAMA pode
propor normas e padrões de qualidade ambiental Para garantir o cumprimento deste princípio, o z Impactos ambientais decorrentes de acidente que consciência pública sobre a necessidade de preservação
ao CONAMA que pode aprovar ou não tais normas e inciso XI, art. 9º, da Lei nº 6.938, de 1981, trouxe como excedam os limites territoriais nacionais ou que da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico.
padrões. um dos Instrumentos da PNMA a garantia da pres- atinjam mais de 1 Estado da federação;
tação de informações relativas ao Meio Ambiente, z Acidente que envolver material radioativo em XIV - aplicação dos dispositivos e dos acordos inter-
II - avaliação de impactos ambientais; obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando atuação conjunta com a Comissão Nacional de nacionais relativos à gestão ambiental no âmbito
inexistentes. Energia Nuclear – CNEN; de sua competência;
Outra atribuição do IBAMA se refere à Avaliação z Em caráter subsidiário (quando órgão ambiental esta-
de Impactos Ambientais que é um dos instrumentos VII - disciplinamento, cadastramento, licenciamento, dual ou municipal de meio ambiente solicitar apoio). O Brasil é signatário de importantes acordos e con-
da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA. monitoramento e fiscalização dos usos e dos acessos venções internacionais, sua aplicação é essencial para
aos recursos ambientais, florísticos e faunísticos; X - execução de programas de educação ambiental; a conservação de espécies e habitats ameaçados. Entre
III - licenciamento ambiental de atividades, em- estes acordos podemos destacar a Convenção sobre
preendimentos, produtos e processos considerados Além de administrar os CTF’s e realizar o licencia- O IBAMA tem como uma de suas finalidades exe- Espécies Migratórias e a Convenção de Washington
efetiva ou potencialmente poluidores, e daqueles mento ambiental, cabe ao IBAMA o disciplinamento, cutar as Políticas Nacionais de Meio Ambiente, entre sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora
capazes de causar degradação ambiental, nos ter- cadastramento, licenciamento, monitoramento estas políticas está a Lei nº 9.795, de 1999 (Política e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES.
mos da lei; e fiscalização dos usos e dos acessos aos recursos Nacional de Educação Ambiental – PNEA). Com relação à CITES, o Decreto Federal nº 3.607,
ambientais, florísticos e faunísticos. Em razão dis- De acordo inciso III, do art. 3º, da PNEA, incumbe de 2000, que dispõe sobre a implementação da CITES,
Outro instrumento importantíssimo da PNMA to o IBAMA mantém diferentes cadastros e controles aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio determina que o IBAMA é responsável por conduzir
é o licenciamento e revisão de atividades efetiva ou para o monitoramento e fiscalização dos recursos Ambiente - SISNAMA, promover ações de educação os procedimentos necessários ao comércio internacio-
potencialmente poluidoras. Realizar o licenciamento naturais, entre estes cadastros está o Sistema Nacio- ambiental integradas aos programas de conserva- nal de espécies, a forma e a validade das licenças e
ambiental de competência da União é uma das atri- nal de Controle da Origem dos Produtos Florestais – ção, recuperação e melhoria do meio ambiente. dos certificados CITES, as isenções e o comércio com
buições do IBAMA. Sinaflor por meio do qual se obtém o Documento de os países que não são membros da Convenção.
Origem Florestal – DOF que constitui licença obriga- XI - fiscalização e controle da coleta e do transporte
IV - implementação dos Cadastros Técnicos Fede- tória para o transporte e armazenamento de produtos de material biológico; XV - monitoramento, prevenção e controle de des-
rais de Atividades e Instrumentos de Defesa florestais de origem nativa e o Sistema de Controle e matamentos, queimadas e incêndios florestais;
Ambiental e de Atividades Potencialmente Poluido- Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de A fiscalização e controle da coleta e do transporte
ras ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais; Pássaros – SISPASS que constitui sistema de controle de material biológico é essencial para a proteção da Sendo o Brasil um país continental é um desafio
de espécimes de passeriformes mantidos por criado- biodiversidade sendo, portanto, uma das competên- enorme o monitoramento, prevenção e controle de
São também instrumentos da PNMA os Cadastros res amadores (não comerciais). cias do IBAMA. Nesse sentido, o art. 7º da LC nº 140, de desmatamentos, queimadas e incêndios florestais espe-
Técnicos Federais (CTF) de Atividades e Instrumentos 2011, estabeleceu como competências da União, entre cialmente na região da Amazônia Legal. Portanto, para
de Defesa Ambiental e de Atividades Potencialmente VIII - análise, registro e controle de substâncias quí- outras ações, as seguintes: a execução desta competência o IBAMA atua em con-
micas, agrotóxicos e de seus componentes e afins, junto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Poluidoras ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais.
conforme legislação; para o monitoramento que serve de base para as ações
De acordo com a PNMA (Lei nº 6.938, de 1981), a z Controlar a exportação de componentes da biodi-
administração do CTF de Atividades e Instrumentos de prevenção e controle executadas pelo instituto.
versidade brasileira na forma de espécimes silves-
O IBAMA tem a competência de fazer tanto aná- O monitoramento realizado pelo INPE é concreti-
de Defesa Ambiental e do CTF de Atividades Poten- tres da flora, micro-organismos e da fauna, partes
lise quanto o registro e controle de substâncias quí- zado por projetos como o PRODES e o DETER. O PRO-
cialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos ou produtos deles derivados;
micas, agrotóxicos e de seus componentes e afins, DES realiza o monitoramento por satélite para aferir
Ambientais é do IBAMA. Logo, a Estrutura Regimental z Controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre,
conforme legislação. Atualmente o IBAMA, no esco- o desmatamento por corte raso em áreas naturais e o
determinou como competência do IBAMA implemen- ovos e larvas;
po destas competências, realiza a avaliação ambiental DETER é um levantamento rápido, também realizado
tação dos CTF’s. z Proteger a fauna migratória e as espécies inseridas
preliminar para fins de registro especial temporário por meio de satélites, que emite alertas de evidências
de produto técnico, pré-mistura, agrotóxico ou afim e na relação de espécies da fauna e da flora ameaça-
de alteração da cobertura florestal.
V - fiscalização e aplicação de penalidades admi-
ainda avalia e classifica o potencial de periculosidade das de extinção e de espécies sobre-explotadas no
nistrativas ambientais ou compensatórias pelo território nacional;
ambiental de todos os agrotóxicos, seus componen- XVI - elaboração do sistema de informação para a
não-cumprimento das medidas necessárias à pre- z Exercer o controle ambiental da pesca em âmbito
tes e afins a serem registrados (Decreto nº 4.074, de gestão do uso dos recursos faunísticos, pesqueiros
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
servação ou à correção da degradação ambiental, nacional ou regional;
2002). O registro e controle de defensivos (agrotóxi- e florestais;
nos termos da legislação em vigor; z Gerir o patrimônio genético e o acesso ao conheci-
cos) não-agrícolas destinados ao uso na proteção de
florestas nativas, outros ecossistemas ou de ambien- mento tradicional associado, respeitadas as atribui- Como já foi visto, o IBAMA tem como competên-
A realização da fiscalização ambiental é uma das ções setoriais.
tes hídricos é realizado pelo IBAMA. Já o registro e cia o disciplinamento, cadastramento, licenciamento,
competências mais conhecidas do IBAMA. É o exercí-
controle dos defensivos agrícolas são concedidos pelo monitoramento e fiscalização dos usos e dos acessos
cio típico do poder de polícia administrativo por meio Todas as ações acima são medidas de fiscalização
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aos recursos ambientais, florísticos e faunísticos e
da qual o Estado pode sancionar o particular por após a mencionada análise do IBAMA. e controle da coleta e do transporte de material bio- para atuar utiliza diferentes sistemas de informações.
cometer alguma infração estabelecida por Lei causan- lógico de competência da União que tem como braço Atualmente, além do SisPass e do Sinaflor que já falei
do dano à coletividade. Quando falamos em Poder de IX - assistência e apoio operacional às institui- executivo o IBAMA. anteriormente, o IBAMA ainda mantém: o Sistema de
Polícia Ambiental, obviamente falamos infrações que ções públicas e à sociedade em caso de acidentes Cadastro, Arrecadação e Fiscalização – SICAFI; O Siste-
causam danos ao meio ambiente. Tais infrações, em e emergências ambientais de relevante interesse XII - recuperação de áreas degradadas; ma Nacional de Gestão da Fauna Silvestre – Sisfauna;
âmbito federal, foram estabelecidas pela Lei nº 9.605, ambiental; e o Sistema Eletrônico de Requerimento e Análise de
de 1998 (que chamamos de Lei de Crimes Ambientais) A Recuperação das Áreas Degradadas é um tema Registro Especial Temporário – Sisret.
e estão regulamentadas no Decreto Federal nº 6.514, Os órgãos ambientais têm função essencial quando tão importante que a CF, de 1988, no inciso I, § 1º,
de 2008. se trata de emergências ambientais realizando o apoio art. 225, definiu que incumbe ao poder público pre- XVII - elaboração e estabelecimento de critérios,
técnico para a remediação dos danos ambientais ocor- servar e restaurar os processos ecológicos essen- padrões e proposição de normas ambientais para a
VI - geração, integração e disseminação sistemática ridos. Nesse sentido, o IBAMA atua dentro da sua com- ciais e prover o manejo ecológico das espécies e gestão do uso dos recursos pesqueiros, faunísticos
de informações e conhecimentos relativos ao meio petência na remediação de danos ocorridos por: ecossistemas. e florestais;
ambiente;
z Acidente gerado por empreendimento ou ativida- XIII - apoio à implementação do Sistema Nacional Uma vez que cabe ao IBAMA o disciplinamento,
É competência do IBAMA, a geração, integração de licenciado por ele; de Informações sobre o Meio Ambiente - Sinima; cadastramento, licenciamento, monitoramento e fisca-
e disseminação sistemática de informações e conhe- z Acidente que afere bens da união definidos no art. lização dos usos e dos acessos aos recursos ambientais,
cimentos relativos ao meio ambiente de forma a 20 da CF, de 1988 (mar territorial, rios e lagos fede- O Sinima também é um dos instrumentos definidos florísticos e faunísticos (inciso VII, art. 2º, anexo I, do
atender ao Princípios da Informação e Participação rais, cavernas, terras indígenas, Unidades de Con- no art. 9º da PNMA e é essencial para a divulgação de Decreto nº 8.973, de 2017), ele também deve elaborar
Comunitária em temas ambientais. servação Federais etc.); 125 126 dados e informações ambientais e à formação de uma e estabelecer os critérios padrões e proposições em
normas ambientais disciplinar o acesso aos recursos órgãos descentralizados, ou seja, das Superintendências, Órgão Colegiado Art. 7º Ao Conselho Gestor compete:
pesqueiros, faunísticos e florestais. Gerências Executivas e Unidades serão definidas no Regi- I - assessorar o Presidente do IBAMA na tomada
mento Interno do IBAMA de acordo com o quantitativo O Conselho Gestor é o Órgão Colegiado do IBAMA de decisão relacionada à gestão ambiental federal;
XVIII - elaboração do Relatório de Qualidade do previsto no Anexo II do Decreto de cargos em comissão que é composto na forma estabelecida pelo art. 6º da II - apreciar propostas de edição de normas especí-
Meio Ambiente. e das funções de confiança como também de acordo com Estrutura Regimental: ficas de abrangência nacional;
as peculiaridades dos principais ecossistemas brasileiros. III - opinar sobre propostas referentes ao processo
Art. 6º O Conselho Gestor, de caráter consultivo, de acompanhamento e avaliação da execução das
A PNMA (Lei nº 6.938, de 1981) instituiu como
Direção e Nomeação será composto: agendas de gestão ambiental;
um de seus instrumentos o Relatório de Qualidade IV - apreciar planos específicos para as ações do
I - pelo Presidente do IBAMA, que o presidirá;
do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA;
O IBAMA é uma autarquia de Direção Colegiada, sendo II - pelos Diretores; e
IBAMA. V - manifestar-se sobre processos de licenciamento
que sua direção é exercida por seu Presidente e seus Dire- III - pelo Procurador-Chefe.
§ 1º Integram o Conselho Gestor, na condição de ambiental em andamento no IBAMA;
Estrutura Organizacional do IBAMA tores, conforme o art. 4º do Anexo II do Decreto nº 8.973, de
membros convidados, sem direito a voto: VI - manifestar-se sobre parâmetros técnicos, econô-
2017. O art. 5º do Anexo II do Decreto ainda estabelece que
I - o Chefe de Gabinete; micos e sociais para a definição das ações do IBAMA;
O art. 3º da Estrutura Regimental disciplina a estru- nomeações para os cargos e funções comissionadas inte-
II - o Auditor Chefe; e VII - analisar processos de identificação e negocia-
tura organizacional do IBAMA: grantes da estrutura regimental do IBAMA serão efetuadas ção de fontes de recursos internos e externos para
em conformidade com a Lei e os cargos em comissão serão III - os demais assessores da Presidência.
viabilização das ações planejadas do IBAMA; e
Art. 3º O IBAMA tem a seguinte estrutura organizacional: ocupados, preferencialmente, por servidores públicos dos VIII - manifestar-se sobre os assuntos que lhe forem
I - órgão colegiado: Conselho Gestor; quadros de órgãos integrantes do SISNAMA. Na hipótese de impedimento do titular, este será
submetidos pelo Presidente do IBAMA.
II - órgão de assistência direta e imediata ao Presi- representado por seu substituto legal.
dente: Gabinete; Órgão de Assistência Direta e Imediata ao Presidente
III - órgãos seccionais: Importante! CONSELHO GESTOR
a) Procuradoria Federal Especializada; Membros Convidados, sem O órgão que presta assistência direta e imediata ao
b) Auditoria Interna; Os cargos em comissão da estrutura regimental Membros com Direito a Voto Presidente é o Gabinete. Portanto, compete ao Gabi-
Direito a Voto
c) Corregedoria; e do IBAMA serão providos, preferencialmente, por nete conforme o art. 8º da Estrutura Regimental:
d) Diretoria de Planejamento, Administração e servidores públicos dos quadros de pessoal dos Presidente do IBAMA Chefe de Gabinete
Logística; órgãos integrantes do SISNAMA. Diretores Auditor Chefe Art. 8º Ao Gabinete compete:
IV - órgãos específicos singulares: I - assistir o Presidente em sua representação políti-
Demais assessores da
a) Diretoria de Qualidade Ambiental; Procurador-Chefe ca e social e incumbir-se do preparo e do despacho
Presidência
b) Diretoria de Licenciamento Ambiental; De acordo com o art. 23, são atribuições do Presi- de seu expediente pessoal;
c) Diretoria de Proteção Ambiental; dente do IBAMA: II - planejar, coordenar e supervisionar as ativi-
d) Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade O § 2º do art. 6º, do Anexo II, do Decreto nº 8.973, de dades de comunicação social, relações institucio-
e Florestas; e Art. 23 Ao Presidente incumbe: 2017, determina que, além dos membros enumerados nais, apoio parlamentar e internacional e ainda a
e) Centro Nacional de Monitoramento e Informa- I - representar o IBAMA, ativa e passivamente, em acima, a critério do Presidente do Conselho Gestor (que publicação, a divulgação e o acompanhamento das
ções Ambientais; e juízo, por meio de procuradores, ou fora dele, na também é o Presidente do IBAMA, conforme o inciso I matérias de interesse do IBAMA;
V - órgãos descentralizados: qualidade de seu maior responsável; do art. 6º, do Anexo II) poderão ser convidados a partici- III - secretariar as reuniões do Conselho Gestor; e
a) Superintendências; II - planejar, coordenar, controlar, orientar e dirigir par as reuniões do colegiado: IV - supervisionar e coordenar as atividades de
b) Gerências Executivas; e as atividades do IBAMA, zelando pelo cumprimento assessoramento ao Presidente.
c) Unidades Técnicas. das políticas e das diretrizes definidas pelo Ministé- z Os Superintendentes;
rio do Meio Ambiente e dos planos, dos programas Veja que o inciso III, do art. 8º estabelece como
Parágrafo único. A fixação das atribuições específicas z Os Gerentes Executivos;
e dos projetos; competência do Gabinete secretariar as reuniões do
e a jurisdição dos órgãos descentralizados serão defi- z Os gestores e os técnicos do IBAMA, do Ministério
nidas no regimento interno do IBAMA, obedecidos os III - convocar, quando necessário, as reuniões do Conselho Gestor, logo o Gabinete também funciona
do Meio Ambiente e de outros órgãos e entidades
quantitativos previstos neste Decreto e as peculiari- Conselho Gestor e presidi-las; como a Secretaria Executiva do Conselho Gestor.
da administração pública federal, estadual, distri-
dades dos principais ecossistemas brasileiros. IV - firmar em nome do IBAMA acordos, contratos,
convênios, ajustes, termos de ajustamento de con-
tal e municipal; Órgãos Seccionais
duta e instrumentos similares; z Representantes de entidades não-governamentais,
Portanto, a autarquia é organizada da seguinte forma: sem direito a voto.
V - editar atos normativos internos e zelar pelo seu Os órgãos seccionais dão suporte ao exercício
z Órgão Colegiado (Conselho Gestor); fiel cumprimento; LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE Para dar suporte ao Conselho Gestor, foi instituída
da atividade-fim da autarquia, prestando o suporte
z Órgão de Assistência direta e imediata ao Presi- VI - ratificar os atos de dispensa ou de declaração necessário ao funcionamento da entidade para que
de inexigibilidade das licitações, nos casos prescri- a Secretaria-Executiva do Conselho Gestor que funcio- esta atinja seus objetivos institucionais. Desta forma,
dente (Gabinete); na no âmbito do Gabinete da Presidência.
tos em lei; são órgão seccionais têm as seguintes competências
z Órgãos Seccionais; VII - ordenar despesas; e conforme a sua área de atuação:
z Órgãos Específicos Singulares; VIII - delegar competência. COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS
z Órgãos Descentralizados. Procuradoria Federal Especializada junto ao IBAMA
Além da sua composição, a Estrutura Regimental do
Além do Presidente, ainda são atribuídas as seguintes
Desta forma, os Órgãos Seccionais, os Órgãos Espe- IBAMA estabelece também a competência de seus órgãos A análise e manifestação sobre assuntos de cunho
competências para os integrantes do Conselho Gestor:
cíficos Singulares e os Órgãos Descentralizados são definindo seu escopo de atuação da seguinte forma: jurídico no âmbito do IBAMA cabe à Procuradoria
divididos em: Art. 24 Aos integrantes do Conselho Gestor incum- Federal Especializada junto ao IBAMA.
Órgão Colegiado
be manifestarem-se e apresentarem recomenda- A Procuradoria Federal Especializada junto ao IBA-
z Órgãos Seccionais: Procuradoria Federal Especia- ções, quando for o caso, sobre as ações do IBAMA, MA é um órgão de execução da Procuradoria-Geral
lizada, Auditoria Interna, Corregedoria e Diretoria O órgão Colegiado do IBAMA é denominado Conse-
no âmbito das competências definidas neste Decre- lho Gestor, e conforme já estudamos, é composto pelos Federal que é o órgão responsável pela representação
de Planejamento, Administração e Logística; to, respeitada a legislação. judicial e extrajudicial das autarquias e fundações
z Órgãos Específicos Singulares: Diretoria de Qua- membros com direito a voto (Presidente do IBAMA,
Diretores e Procurador-Chefe) e por membros sem direi- públicas federais, pelas respectivas atividades de con-
lidade Ambiental, Diretoria de Licenciamento Am- Para os Diretores as atribuições são as seguintes: sultoria e assessoramento jurídicos e pela apuração da
biental; Diretoria de Proteção Ambiental; Diretoria to a voto (Chefe de Gabinete, Auditor Chefe e Demais
Assessores da Presidência). O Conselho Gestor é o órgão liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza,
de Uso Sustentável de Biodiversidade e Florestas Art. 25 Aos Diretores e aos demais dirigentes inerentes às suas atividades, inscrevendo-os em dívida
e o Centro Nacional de Monitoramento e Informa- auxilia o Presidente na tomada de decisões, desta forma
incumbe planejar, dirigir, avaliar o desempenho, ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial1.
ções Ambientais; coordenar, controlar e orientar a execução das
ele tem as seguintes competências de acordo com o art.
7º, do Anexo II, do Decreto nº 8.973, de 2017: De acordo com o art. 9º da Estrutura Regimental
z Órgãos Descentralizados: Superintendências, Ge- atividades de sua área de competência e exercer compete à Procuradoria Federal Especializada junto
rências executivas e Unidades Técnicas. outras atribuições que lhes forem cometidas pelo
ao IBAMA:
Presidente do IBAMA.
A Estrutura Regimental define que a fixação de atri- 1. Advocacia-Geral da União. PGFAGU. Disponível em: < https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/procuradoria-geral-federal-1 > Acesso em
buições específicas e a jurisdição (área de atuação) dos 127 128 12/05/2021.
Art. 9º À Procuradoria Federal Especializada junto por meio da fiscalização e da avaliação de suas ações referentes ao licenciamento ambiental, nos Além disto, o IBAMA também poderá se relacio-
ao IBAMA, órgão de execução da Procuradoria-Geral condutas funcionais; casos de competência federal. nar com outras instituições integrantes do Sisnama e
Federal, compete: II - analisar a pertinência de denúncias relativas à Art. 15 À Diretoria de Proteção Ambiental com- Sociedade Civil Organizada na forma do art. 28:
I - representar judicial e extrajudicialmente o IBAMA, atuação dos dirigentes e dos servidores do IBAMA pete coordenar, controlar e executar as ações federais
observadas as normas estabelecidas pela Procurado- e promover a instauração de sindicâncias e proces- referentes à fiscalização e às emergências ambientais. Art. 28 O IBAMA atuará em articulação com os
ria-Geral Federal; sos administrativos disciplinares, e encaminhar a Art. 16 À Diretoria de Uso Sustentável da Bio- órgãos e as entidades da administração pública
II - orientar a execução da representação judicial do instauração de processo para tomada de contas diversidade e Florestas compete coordenar,
IBAMA, quando sob a responsabilidade dos demais especial, quando for o caso; federal, direta e indireta, dos Estados, do Distrito
controlar e executar as ações federais referentes à
órgãos de execução da Procuradoria-Geral Federal; III - propor ao Presidente o encaminhamento à Federal e dos Municípios integrantes do Sisnama e
autorização de acesso, manejo e uso dos recursos
III - exercer as atividades de consultoria e assessora- Procuradoria-Geral Federal e à Advocacia-Geral com a sociedade civil organizada, para consecução
florestais, florísticos e faunísticos, e as ações fede-
mento jurídicos no âmbito do IBAMA, e aplicar, no da União de pedido de correição na Procuradoria de seus objetivos, em consonância com as diretri-
rais referentes à recuperação ambiental.
que couber, o disposto no art. 11 da Lei Complemen- Federal Especializada ou apuração de falta funcio- Art. 17 Ao Centro Nacional de Monitoramento zes da política nacional de meio ambiente, emitidas
tar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993 ; nal praticada, no exercício de suas atribuições, por e Informações Ambientais compete coordenar, pelo Ministério do Meio Ambiente.
IV - auxiliar os demais órgãos de execução da Procu- seus membros; e
controlar e executar atividades referentes ao moni-
radoria-Geral Federal na apuração da liquidez e da IV - acompanhar os assuntos pertinentes à gestão Por fim, de acordo com o art. 29, a Estrutura Regi-
toramento e a gestão das informações ambientais,
certeza de créditos, de qualquer natureza, inerentes da ética, em articulação com a Comissão de Ética
por meio do processamento e desenvolvimento de mental abre espaço para a criação de comitês e câma-
às atividades do IBAMA, para inscrição em dívida ati- do IBAMA.
tecnologias, da pesquisa, e da integração de bases ras técnicas setoriais ou temáticas com a participação
va e respectiva cobrança;
de dados e informações ambientais geoespaciais, e da Sociedade Civil Organizada:
V - zelar pela observância da Constituição, das leis e Diretoria de Planejamento, Administração e Logística
prover o acesso e a disponibilidade de informações
dos atos emanados dos Poderes Públicos, sob a orien-
e do conhecimento ao público interno e externo. Art. 29 O IBAMA, em ato de seu Presidente, poderá
tação normativa da Advocacia-Geral da União e da A Diretoria de Planejamento, Administração e
Procuradoria-Geral Federal; criar comitês e câmaras técnicas setoriais ou temá-
Logística promove as ações que dão suporte às ativida-
VI - coordenar e supervisionar, técnica e administrati- Órgãos Descentralizados ticas, com o objetivo de integrar e apoiar processos
des finalísticas do IBAMA, ou seja, é a “área meio” que
vamente, as unidades descentralizadas; e administra o orçamento anual da autarquia, realiza os internos de gestão ambiental, com a participação
VII - encaminhar à Advocacia-Geral da União ou à Os órgãos descentralizados são aqueles presentes da sociedade civil, quando necessário.
pagamentos de servidores, realiza o lançamento con-
Procuradoria-Geral Federal, conforme o caso, pedi- fora da sede do IBAMA, estão distribuídos pelo terri-
tábil de multas de infratores ambientais, entre outras
do de apuração de falta funcional praticada por seus tório nacional executando em nível estadual e local as
funções essenciais ao funcionamento da organização.
membros. atribuições da autarquia. Os órgãos descentralizados
Portanto, a Estrutura Regimental, estabelece as
Parágrafo único. Ato do Presidente do IBAMA, ouvido exercerão suas atividades em conformidade com as
o Procurador-Chefe, definirá a distribuição dos cargos
seguintes competências para a Diretoria de Planeja-
diretrizes do Presidente e, em questões específicas, dos
PORTARIA IBAMA Nº 2.542/ DE 2020
mento, Administração e Logística:
de chefia da Procuradoria Federal Especializada entre órgãos seccionais e específicos singulares do IBAMA. (REGIMENTO INTERNO DO IBAMA)
o órgão seccional e as unidades descentralizadas.
Art. 12 À Diretoria de Planejamento, Administra- Suas competências são as seguintes:
ção e Logística compete: A portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambien-
Auditoria Interna Art. 19 Às Superintendências compete a coorde- te e dos Recursos Renováveis - IBAMA 2534, de 2019,
I - elaborar e propor o planejamento estratégico
do IBAMA, supervisionar e avaliar o desempenho nação, o planejamento, a operacionalização e a exe- denominado Código de Conduta Ética, direcionado
O Controle dos processos de uma organização é dos resultados institucionais, programar, executar cução das ações do IBAMA e a supervisão técnica e aos agentes do IBAMA, surgiu da necessidade de refor-
fundamental para garantir sua eficiência e eficácia, e acompanhar o orçamento, promover a gestão da administrativa das Gerências Executivas e das Uni- çar o compromisso público do Ibama em benefício
neste sentido a Estrutura Regimental do IBAMA pre- tecnologia da informação; e dades Técnicas localizadas nas áreas de sua jurisdi-
viu na sua estrutura organizacional um setor de Audi- da ética, legalidade, moralidade, probidade, impes-
II - coordenar, executar, normatizar, controlar, ção, sendo subordinadas ao Presidente do IBAMA.
toria interna. Suas competências estão previstas no soalidade, transparência e eficiência administrativa,
orientar e supervisionar as atividades inerentes Art. 20 Às Gerências Executivas compete a ope-
art. 10, anexo II, do Decreto nº 8.973, de 2017: aos Sistemas de Pessoal Civil da Administração racionalização e a execução das ações do IBAMA, bem como em promover a valorização e a dignidade
Federal, de Administração dos Recursos de Tecno- em suas respectivas áreas de abrangência, sendo da função pública, além da conveniência de adaptar
Art. 10 À Auditoria Interna compete: logia da Informação, de Serviços Gerais, de Plane- subordinadas à Superintendência que possui juris- o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder
I - assessorar o Presidente e as Diretorias na jamento e de Orçamento Federal, de Contabilidade dição sobre a área em que estejam localizadas. Executivo Federal às atividades de competência insti-
z Ações Administrativas da União (art. 7º) z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)
IV - promover, no âmbito estadual, a integração
I - formular, executar e fazer cumprir, em de programas e ações de órgãos e entidades da
âmbito nacional, a Política Nacional do Meio administração pública da União, dos Estados, VII - organizar e manter o Sistema Municipal de XI - promover e orientar a educação ambiental
Ambiente; do Distrito Federal e dos Municípios, relaciona- Informações sobre Meio Ambiente; em todos os níveis de ensino e a conscientização
dos à proteção e à gestão ambiental; pública para a proteção do meio ambiente;
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) PRESTAR INFORMAÇÕES A OUTROS ENTES
COOPERAÇÃO TÉCNICA, CIENTÍFICA E FINANCEIRA CONTROLE DE SUBSTÂNCIAS DE RISCO
I - executar e fazer cumprir, em âmbito esta- z Ações Administrativas da União (art. 7º) – (Não
dual, a Política Nacional do Meio Ambiente e z Ações Administrativas da União (art. 7º) consta) z Ações Administrativas da União (art. 7º)
demais políticas nacionais relacionadas à pro- z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
teção ambiental; XII – controlar a produção, a comercialização
V – articular a cooperação técnica, científica e
VIII - prestar informações à União para a forma- e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
financeira, em apoio à Política Nacional do Meio
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) ção e atualização do Sinima; que comportem risco para a vida, a qualidade de
Ambiente; vida e o meio ambiente, na forma da lei;
I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
as Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambien-
te e demais políticas nacionais e estaduais rela- VIII - prestar informações aos Estados e à
V – articular a cooperação técnica, científica XII – controlar a produção, a comercialização e o
cionadas à proteção do meio ambiente; União para a formação e atualização dos Sistemas
e financeira, em apoio às Políticas Nacional e emprego de técnicas, métodos e substâncias que
Estadual e Nacional de Informações sobre Meio
Estadual de Meio Ambiente; Ambiente; comportem risco para a vida, a qualidade de
GESTÃO DE RECURSOS AMBIENTAIS
vida e o meio ambiente, na forma da lei;
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) ZONEAMENTO AMBIENTAL
z Ações Administrativas da União (art. 7º)
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)
V – articular a cooperação técnica, científica z Ações Administrativas da União (art. 7º)
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no
âmbito de suas atribuições; e financeira, em apoio às Políticas Nacional, XII – controlar a produção, a comercialização e o
Estadual e Municipal de Meio Ambiente; emprego de técnicas, métodos e substâncias que
IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbi-
comportem risco para a vida, a qualidade de
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) to nacional e regional;
DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PESQUISAS vida e o meio ambiente, na forma da lei;
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
z Ações Administrativas da União (art. 7º) CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE
âmbito de suas atribuições;
EMPREENDIMENTOS LICENCIÁVEIS
IX – elaborar o zoneamento ambiental de âmbi-
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) VI – promover o desenvolvimento de estudos to estadual, em conformidade com os zoneamen-
e pesquisas direcionados à proteção e à gestão tos de âmbito nacional e regional; z Ações Administrativas da União (art. 7º)
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no ambiental, divulgando os resultados obtidos;
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) – XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades
âmbito de suas atribuições;
e empreendimentos cuja atribuição para licen-
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) (Não consta)
ciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à
AÇÕES E FORMULAÇÕES DE POLÍTICAS DE MEIO União;
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
AMBIENTE VI – promover o desenvolvimento de estudos ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE
e pesquisas direcionados à proteção e à gestão PROTEGIDOS
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
z Ações Administrativas da União (art. 7º) ambiental, divulgando os resultados obtidos;
z Ações Administrativas da União (art. 7º) XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades
III – promover ações relacionadas à Política z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) e empreendimentos cuja atribuição para licenciar
Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos nacio- X – definir espaços territoriais e seus componentes ou autorizar, ambientalmente, for cometida
nal e internacional; a serem especialmente protegidos; aos Estados;
VI – promover o desenvolvimento de estudos
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) e pesquisas direcionados à proteção e à gestão z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)
ambiental, divulgando os resultados obtidos;
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito X – definir espaços territoriais e seus compo- XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades
estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente; nentes a serem especialmente protegidos; e empreendimentos cuja atribuição para licenciar
ou autorizar, ambientalmente, for cometida
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) ao Município;
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SOBRE MEIO
III - formular, executar e fazer cumprir a Política AMBIENTE X - definir espaços territoriais e seus componen- RELAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS
Municipal de Meio Ambiente; tes a serem especialmente protegidos;
z Ações Administrativas da União (art. 7º) z Ações Administrativas da União (art. 7º)
PROGRAMAS E AÇÕES DE ÓRGÃOS E ENTIDADES EDUCAÇÃO AMBIENTAL
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VIII - organizar e manter, com a colaboração dos XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e
órgãos e entidades da administração pública dos z Ações Administrativas da União (art. 7º) da flora ameaçadas de extinção e de espécies sobre-
z Ações Administrativas da União (art. 7º) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o -explotadas no território nacional, mediante lau-
Sistema Nacional de Informação sobre Meio XI - promover e orientar a educação ambiental dos e estudos técnico-científicos, fomentando
IV – promover a integração de programas e Ambiente (Sinima); em todos os níveis de ensino e a conscientiza- as atividades que conservem essas espécies in
ações de órgãos e entidades da administração 153 154 ção pública para a proteção do meio ambiente; situ;
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) Os Estados detêm a competência remanescente ou A única atribuição exclusiva dos municípios é a
residual em relação às ações administrativas da União elaboração do Plano Diretor que é um instrumento
XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e XXI - exercer o controle ambiental do transporte e dos Municípios, ou seja: de ordenamento territorial da Lei nº 10.257, de 2001.
da flora ameaçadas de extinção no respectivo fluvial e terrestre de produtos perigosos, ressal- Contudo, o município deve observar na elaboração do
território, mediante laudos e estudos técnico-cien- vado o disposto no inciso XXV do art. 7º; a) promovem o licenciamento ambiental do que não Plano Diretor, os Zoneamentos Ambientais cuja ela-
tíficos, fomentando as atividades que conservem estiver atribuído como função nem da União e nem boração é atribuída em âmbito nacional e regional à
essas espécies in situ; z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) – dos Municípios, conforme o inciso XIV do art. 8º; União e em âmbito microrregional aos Estados.
(Não consta) b) promovem o licenciamento ambiental que ocor-
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) – ra em Unidade de Conservação instituída pelo esta- Regras Gerais e Atuações Supletivas e Subsidiárias
(Não consta) LICENCIAMENTO AMBIENTAL do, exceto APAs.
Os demais dispositivos da LC nº 140, de 2011, abor-
MANEJO E SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO z Distrito Federal (art. 10, da LC 140, de 2011)
As competências materiais para promover o licen- dam regras para diferentes temas, visando a harmoni-
ciamento ambiental são muito cobradas nas provas, zação de competências entre os entes federados. Desta
z Ações Administrativas da União (art. 7º) O Distrito Federal, por sua vez, acumula as compe-
portanto merecem um tópico à parte. forma, são abordadas regras gerais sobre Autorização
A União detém algumas competências exclusivas tências dos Estados e Municípios para realizar o licen- de Manejo, Supressão de Vegetação, Licenciamento
XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, ciamento ambiental em seu território (arts. 8º e 9º da
que merecem atenção, pois limitam a atuação de esta- Ambiental, fiscalização ambiental e ainda define as
de florestas e formações sucessoras em:
dos, municípios e do Distrito Federal na promoção do LC 140, de 2011). hipóteses de atuação supletiva ou subsidiária de um
a) florestas públicas federais, terras devolutas fede-
rais ou unidades de conservação instituídas pela licenciamento ambiental. Portanto, os entes realizam Ente sobre competência de outro.
União, exceto em APAs; e o licenciamento ambiental da seguinte forma: Dispositivos Exclusivos/Particulares à União, aos
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou Estados e aos Municípios Regras Gerais para Autorização de Manejo,
autorizados, ambientalmente, pela União; z União (inciso XIV, art. 7º, da LC 140, de 2011): Supressão de Vegetação e Licenciamento Ambiental
A União dispõe de Ações Administrativas reservadas
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) Empreendimentos ou atividades: a apenas a ela, bem como os Estados e os Municípios: A LC 140, de 2011, deixou aberta aos entes a opção
de criar regras para Autorização de Manejo e Supres-
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Ações Administrativas da União (Art. 7º): são de Vegetação por meio de lei ordinária de forma a
de florestas e formações sucessoras em: Brasil e em país limítrofe; XVII - controlar a introdução no País de espécies atender as especificidades do tema:
a) florestas públicas estaduais ou unidades de con- b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, exóticas potencialmente invasoras que possam
servação do Estado, exceto em Áreas de Proteção na plataforma continental ou na zona econômica ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies Art. 11 A lei poderá estabelecer regras pró-
Ambiental (APAs); exclusiva; nativas; prias para atribuições relativas à autorização
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previs- c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; XX - controlar a apanha de espécimes da fauna sil- de manejo e supressão de vegetação, considera-
tas no inciso XV do art. 7o; e d) localizados ou desenvolvidos em unidades de vestre, ovos e larvas; da a sua caracterização como vegetação primária
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou conservação instituídas pela União, exceto em XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espé- ou secundária em diferentes estágios de regenera-
autorizados, ambientalmente, pelo Estado Áreas de Proteção Ambiental (APAs); cie exótica da fauna e da flora em ecossistemas ção, assim como a existência de espécies da flora ou
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais naturais frágeis ou protegidos; da fauna ameaçadas de extinção.
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) XIX - controlar a exportação de componentes da
Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamen- biodiversidade brasileira na forma de espécimes Com relação às regras gerais para o Licenciamen-
XV - observadas as atribuições dos demais entes fede- silvestres da flora, micro-organismos e da fauna,
to ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, to Ambiental, a LC 140, de 2011, determinou que o
rativos previstas nesta Lei Complementar, aprovar: partes ou produtos deles derivados;
aqueles previstos no preparo e emprego das Forças licenciamento somente pode ser realizado por um
a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inse-
Armadas, conforme disposto na Lei Complementar ente federativo, permitindo aos demais entes apenas
e formações sucessoras em florestas públicas munici- ridas na relação prevista no inciso XVI;
no 97, de 9 de junho de 1999; a manifestação que não vincula a decisão do ente
pais e unidades de conservação instituídas pelo Muni- XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, bene- competente de emitir ou não a licença ou autorização
cípio, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e conhecimento tradicional associado, respeitadas as
ficiar, transportar, armazenar e dispor material ambiental.
b) a supressão e o manejo de vegetação, de flores- atribuições setoriais;
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem
tas e formações sucessoras em empreendimentos XXIV - exercer o controle ambiental sobre o trans-
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
energia nuclear em qualquer de suas formas e apli- Art. 13 Os empreendimentos e atividades são licen-
licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo
cações, mediante parecer da Comissão Nacional de porte marítimo de produtos perigosos;
Município. ciados ou autorizados, ambientalmente, por
Energia Nuclear (CNEN); ou um único ente federativo, em conformidade com
CONTROLE AMBIENTAL DA PESCA h) que atendam tipologia estabelecida por ato do A lei reservou à União competências que visam o as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
Poder Executivo, a partir de proposição da Comis- controle de ações que possam gerar danos ambientais Complementar.
z Ações Administrativas da União (art. 7º) são Tripartite Nacional, assegurada a participa- de impacto internacional, nacional ou/e regional, ou § 1º Os demais entes federativos interessados
ção de um membro do Conselho Nacional do Meio ainda matérias que envolvam o patrimônio genético podem manifestar-se ao órgão responsável pela
XXII - exercer o controle ambiental da pesca em Ambiente (Conama), e considerados os critérios de nacional. licença ou autorização, de maneira não vincu-
âmbito nacional ou regional; porte, potencial poluidor e natureza da atividade Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) lante, respeitados os prazos e procedimentos do
ou empreendimento; licenciamento ambiental.
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da § 2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos
z Munícipios (inciso XIV, art. 9º, da LC 140, de 2011) fauna silvestre; ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador.
XX - exercer o controle ambiental da pesca em XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna § 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento
âmbito estadual; Empreendimentos ou atividades: silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação ambiental e outros serviços afins devem guardar
de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o relação de proporcionalidade com o custo e a com-
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) – a) que causem ou possam causar impacto ambiental disposto no inciso XX do art. 7º; plexidade do serviço prestado pelo ente federativo.
(Não consta) de âmbito local, conforme tipologia definida pelos
respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, Aos estados foi atribuída a competência de gerir O § 2º, do art. 13, reforça a ideia presente no inci-
CONTROLE DO TRANSPORTE DE PRODUTOS considerados os critérios de porte, potencial polui- criadouros da fauna silvestre, assim como controlar a so XV do art. 7º, no inciso XVI do art. 8º e no inciso
PERIGOSOS dor e natureza da atividade; ou apanha de espécies, ovos e larvas da fauna silvestre. XV do art. 9º que atribuem, entre outras competên-
b) que sejam localizados em unidades de conserva- cias, a autorização de supressão de vegetação ao ente
z Ações Administrativas da União (art. 7º) ção instituídas pelo Município, exceto em Áreas de licenciador quando a supressão ocorrer em razão de
Proteção Ambiental (APAs); empreendimento licenciável.
IX - elaborar o Plano Diretor, observando os
XXV - exercer o controle ambiental sobre o O § 3º, do art. 13, visa equacionar as taxas pagas
zoneamentos ambientais;
transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de z Estados (incisos XIV e XV, art. 8º, da LC 140, de em função do poder de polícia administrativo, exer-
produtos perigosos. 2011) 155 156 cido por meio do licenciamento ambiental, de forma
que elas não sejam ínfimas ou abusivas de forma a Art. 15 Os entes federativos devem atuar em cará- para a apuração de infrações à legislação ambien- todos. Essa premissa permite que o direito de pro-
guardar relação entre serviço prestado (complexida- ter supletivo nas ações administrativas de licencia- tal cometidas pelo empreendimento ou atividade priedade sobre terras fique sujeito a limitações
de da análise do órgão ambiental) e o valor cobrado. mento e na autorização ambiental, nas seguintes licenciada ou autorizada. que a legislação em geral e, especialmente, a Lei em
O art. 14, da LC nº 140, de 2011, estabeleceu regra hipóteses: estudo estabelecem. Neste sentido, ações ou omissões
com relação os prazos de análise de licença ambien- I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- Embora a atribuição de fiscalização seja original- contrárias à legislação são consideradas uso irregular
selho de meio ambiente no Estado ou no Distrito mente do ente licenciador, a Lei não exclui a compe- da propriedade.
tal, a fim de evitar que a análise do órgão ambiental se
Federal, a União deve desempenhar as ações admi- tência material de outros entes federativos frente à Outra consideração relevante é que as obrigações
prolongue indefinidamente. Tais prazos estão dispos-
nistrativas estaduais ou distritais até a sua criação; ilícitos ambientais. De acordo com o § 3º, do art. 17,
tos nos art. 14 e 15 da Resolução Conama 237, de 1997, previstas na Lei nº 12.651, de 2012, têm natureza real
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou
e ainda podem ser estabelecidos prazos diferenciados existe a possibilidade de ação de qualquer ente diante e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza,
conselho de meio ambiente no Município, o Estado
pelos entes em função da modalidade de licença e das de infrações ambientais, contudo, em caso de emissão no caso de transferência de domínio ou posse do imó-
deve desempenhar as ações administrativas muni-
peculiaridades da atividade ou empreendimento. cipais até a sua criação; de autos de infração de diferentes esferas, prevalece- vel rural. Isso significa que as obrigações dispostas
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- rá o auto de infração emitido pelo ente responsável nessa Lei têm natureza propter rem.
Art. 14 Os órgãos licenciadores devem observar selho de meio ambiente no Estado e no Município, a pelo licenciamento ambiental do empreendimento ou
os prazos estabelecidos para tramitação dos União deve desempenhar as ações administrativas atividade que causou o dano.
processos de licenciamento. até a sua criação em um daqueles entes federativos.
§ 1º As exigências de complementação oriundas da § 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao Importante!
análise do empreendimento ou atividade devem Na atuação supletiva, um ente substitui o outro constatar infração ambiental decorrente de empreen- A obrigação propter rem é aquela que, tendo
ser comunicadas pela autoridade licenciado- ente originariamente detentor das atribuições por dimento ou atividade utilizadores de recursos ambien- origem no bem, submete o proprietário ao paga-
ra de uma única vez ao empreendedor, ressalva- força de lei, nas seguintes situações: tais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir
mento ou à obrigação que não deriva de mani-
das aquelas decorrentes de fatos novos. representação ao órgão a que se refere o caput, para
§ 2º As exigências de complementação de informa- efeito do exercício de seu poder de polícia. festação de sua vontade, mas de dívida inerente
z Quando há omissão ou inércia do órgão competente ao bem que lhe pertence.
ções, documentos ou estudos feitos pela autoridade § 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de
por não observância dos prazos legais para emissão
licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que degradação da qualidade ambiental, o ente federativo
da licença (§ 3º, art. 14);
continua a fluir após o seu atendimento integral que tiver conhecimento do fato deverá determinar
z Quando há a iminência ou ocorrência de degrada- medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, PRINCÍPIOS
pelo empreendedor.
ção da qualidade ambiental (§ 2º, art. 17); comunicando imediatamente ao órgão competente
z Quando inexiste órgão ambiental capacitado ou O Parágrafo Único do art. 1º-A estabelece os seguin-
O § 1º e 2º, art. 14, no ainda definiu limite para para as providências cabíveis.
conselho de meio ambiente (art. 15). tes princípios para a Lei 12.651, de 2012:
exigências de complementação de estudos ambien- § 3º O disposto no caput deste artigo não impede o
tais a uma única vez, excetuando a existência de fatos exercício pelos entes federativos da atribuição comum Art. 1º-A [...]
A atuação supletiva é possível do ente de maior de fiscalização da conformidade de empreendimentos Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvi-
novos, e também estabeleceu que tais exigências de
alcance territorial para o de menor alcance, desta for- e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou mento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes
complementação suspendem o prazo de análise que
ma ela se concretiza da União para Estados, Distrito utilizadores de recursos naturais com a legislação princípios:
o órgão ambiental tem para emitir a licença até que o
Federal e Municípios e dos Estados para os municípios. ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração I - afirmação do compromisso soberano do Brasil
empreendedor apresente as informações requeridas. ambiental lavrado por órgão que detenha a atribui- com a preservação das suas florestas e demais
Art. 16 A ação administrativa subsidiária dos entes ção de licenciamento ou autorização a que se refere o formas de vegetação nativa, bem como da bio-
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento, federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, caput. diversidade, do solo, dos recursos hídricos
sem a emissão da licença ambiental, não implica científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo e da integridade do sistema climático, para o
emissão tácita nem autoriza a prática de ato de outras formas de cooperação. bem estar das gerações presentes e futuras;
que dela dependa ou decorra, mas instaura a Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solici- II - reafirmação da importância da função estraté-
competência supletiva referida no art. 15. tada pelo ente originariamente detentor da atribui- gica da atividade agropecuária e do papel das
ção nos termos desta Lei Complementar. LEI Nº 12.651, DE 2012 (PROTEÇÃO DA florestas e demais formas de vegetação nativa
O § 3º, do art. 14, elimina a possibilidade de que VEGETAÇÃO NATIVA) na sustentabilidade, no crescimento econômico,
o empreendimento ou atividade seja regularizada Na atuação subsidiária não ocorre substituição na melhoria da qualidade de vida da população
ambientalmente por inércia ou ineficiência do órgão de um ente por outro, mas a cooperação entre eles O inciso I, § 1º, art. 225, da Constituição Federal de brasileira e na presença do País nos mercados
ocupada por unidades de conservação da natu- Reserva Ambiental e outros instrumentos congêneres
reza de domínio público e por terras indígenas O Zoneamento Ecológico-Econômico previstos na Lei, de acordo com o estabelecido em seu Empreendimentos que Não Estão Sujeitos ao
homologadas (§ 4º, art. 12); § 2º, art. 15: Estabelecimento de Reserva Legal
z No caso de formações florestais na Amazônia A formação de corredores ecológicos com outra Reserva
da RL
Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, vamos preparar uma tabela bastante objetiva zes importantes e como meios de aplicação das normas. moral, ou seja, temos uma ciência – a filosofia – e
que vai ajudar nas revisões sobre esse ponto cobrado nas provas. Assim, o direito deve ser interpretado muito além das dentro dela uma grande área – a ética. A moral é um
chamadas normas jurídicas, devendo incorporar a moral campo de estudo dentro da ética. Esse campo reflete
ÉTICA MORAL em voga naquele momento ao ordenamento jurídico. e questiona sobre as regras morais. Uma ação ética
DEFINIÇÃO Estudo filosófico, universal e atemporal, baseado em princípios Sua aplicação está voltada para a prática Os valores podem ser facilmente exemplificados, pode ser um tipo de comportamento regrado por prin-
mas sua definição é mais complexa. Por exemplo, a cípios e valores morais.
Não encontra limitações no tempo ou no espaço. É um estudo Seu alcance está condicionado ao local em que se
ALCANCE vida é um valor muito importante em nossa sociedade, Democracia: Palavra de origem grega formada
filosófico e científico aplica e ao período cultural em que é observada
juntamente com a liberdade e a propriedade. Se vocês por dois vocábulos (demos + kratos) ou (povo + poder).
BASE Fica relacionada à reflexão, com caráter especulativo A Moral Transforma a reflexão em ação repararem, verão que existe uma relação entre os prin- Podemos inferir então que nesse regime governamen-
cípios e as expressões valor, direito, norma e regra. tal o poder de governar emana e é exercido pelo povo.
As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expressões como: “bom compor- Veja só: Cidadania: Quando um indivíduo exerce seus
tamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o candidato na hora de definir se estão tratando de Inicialmente estabelecemos um princípio: impes- deveres e goza de seus direitos dentro do Estado, tal
ética ou moral pois, apesar das distinções que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue. soalidade, por exemplo. Em seguida temos que impes- exercício compreende o que chamamos de cidadania.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos apresentados nas ques- soalidade é a igualdade no tratamento dos cidadãos. A Dessa forma, é importante que fique claro que a cida-
tões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão. 207 208 igualdade é um valor e vamos respeitá-lo. dania se dá pela junção dos deveres e dos direitos.
O exercício da cidadania plena se dá quando o cida- Tal regime de governo garante a soberania popular. Por razões óbvias a democracia indireta é predo- z Leal;
dão tem direitos civis, políticos e sociais. Ou seja, é a Essa soberania visa extrair o melhor de cada cidadão e minantemente adotada no Brasil, e é colocada em prá- z Correto;
capacidade do cidadão de poder exercer o conjunto de por meio dessa reunião buscar a máxima qualidade nas tica por meio do sufrágio universal (direito de todos z Honrado;
direitos e liberdades políticas e socioeconômicas de seu decisões. de votar e de ser votado) e do voto direto e secreto z Justo;
país. O exercício da cidadania é um complexo que abran- com igual valor para todos.
z Impessoal.
ge direitos e deveres de forma constante. O cidadão rece- Cidade-estado ”Polis” Tomada de A respeito da democracia brasileira, expõe Pedro
Democracia Lenza (2010): “estamos diante da democracia semi-
be benesses por fazer parte de uma comunidade, mas se (Tebas, Atenas, decisões pelos
Isso o torna completamente diferenciado de um
Direta
sujeita a mandamentos impostos por essa comunidade. Esparta). cidadãos. direta ou participativa, um ‘sistema híbrido’, uma
trabalhador comum. Quando um servidor, exercendo
Na lição de Nelson Dacio Tomazi (2010): democracia representativa, com peculiaridades e atri-
butos da democracia direta”. sua função, atende um cidadão, todas essas caracte-
O conceito de cidadania foi gerado nas lutas que O regime democrático pode se instalar em um sis- Reparem no texto do art. 14 da CF, de 1988: rísticas precisam se manifestar. Entenda, um servidor
estruturaram os direitos universais do cidadão. tema presidencialista, parlamentarista, republicano público deve compreender e aceitar sua situação, seu
Desde o século XVIII, muitas ações e movimentos ou monárquico – entretanto, deverá ser conferido Art. 14 A soberania popular será exercida pelo encargo, seu ônus. Esse é o motivo de suas obrigações
foram necessários para que se ampliassem o con- aos cidadãos o poder de tomar decisões políticas, na sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, possuírem características morais significativas.
ceito e a prática de cidadania. Nesse sentido, pode- forma de uma monarquia constitucional. De forma com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
A administração pública, por meio dos agentes
-se afirmar que defender a cidadania é lutar pelos direta (como nas Polis da Grécia antiga) ou de forma mediante:
direitos e, portanto, pelo exercício da democracia, indireta (por meio de representantes eleitos) como I - plebiscito; públicos, tem a missão de conduzir o estado para o
que é a constante criação de novos direitos. ocorre no Brasil. II - referendo; alcance de seus objetivos, edificando uma sociedade
Outro ponto que precisa ficar anotado para o enfren- III - iniciativa popular. solidária, de qualidade e justa. Ou seja, o agente públi-
Se nós pudéssemos esquematizar esses concei- tamento das provas objetivas de concurso é o seguinte: co no cumprimento de sua função pública deve, além
tos teríamos que montar um fluxo de eventos que se A organização política brasileira costuma ser cobra- Plebiscito – primeiro se consulta a população e de cumprir as leis, ter condutas éticas, não adiantan-
daria da seguinte forma: da nas provas com alguma incidência, justamente pela depois se toma a decisão política do apenas cumprir a lei, enquanto é antiético na con-
objetividade das questões. Questões com respostas Referendo – primeiro se toma a decisão política e dução de sua função.
profundamente objetivas não ensejam a imposição de depois se consulta a população.
Democracia: Reparem o conceito de Funcionário Público do
muitos recursos e isso é muito interessante para o apli- Lei de iniciativa popular – a população apresenta
Ética: área da filosofia (povo + poder) Decreto 1.171, de 1994:
regime de governo cador da prova. Sendo assim, anota aí! um projeto de lei à Câmara dos Deputados.
Ação popular – qualquer cidadão é parte legítima
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
ORGANIZAÇÃO BRASILEIRA para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ético, entende-se por servidor público todo aquele
Forma de governo República ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
Cidadania: qualidade do participe, à moralidade administrativa, ao meio
Exercício: prática Sistema de governo Presidencialista jurídico, preste serviços de natureza permanente,
reiterada
que o homem ostenta ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Neste
em sua comunidade
Regime de Governo Democrático tipo de ação o cidadão que se manifesta como autor temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
fica liberado dos custos da ação, desde que, comprove ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
Forma de Estado Federação tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
não estar agindo de má-fé.
Moral: conceito as autarquias, as fundações públicas, as entidades
Cidadão: pessoa que faz
parte de uma comunidade,
temporal, limitado e A Democracia Brasileira paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
correspondente a uma
possuindo direitos e de economia mista, ou em qualquer setor onde pre-
realidade - define
deveres concomitantes O Brasil adota um regime democrático e presiden-
valores
cialista. Todavia, sua democracia é direta ou indireta a
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA valeça o interesse do Estado.
(CRFB/88) nos determina que a administração pública Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994: sos valores, todavia seu eixo principal de orientação é tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transfe-
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, o bem comum. rir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe- Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissio- obrigações aos administrados ou a si própria”.
decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo III - A moralidade da Administração Pública não
moralidade, publicidade e eficiência. Federal, que com este baixa. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servi-
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo
A Constituição não impõe limites e definições aos Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração dor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
Pública Federal direta e indireta implementarão, ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem
princípios, mas nós precisaremos destes contornos contrária aos interesses da própria pessoa interes-
em sessenta dias, as providências necessárias à ple- comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalida-
para, mais adiante, estudarmos os procedimentos sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
administrativo disciplinares, o código de ética pro- na vigência do Código de Ética, inclusive mediante de, na conduta do servidor público, é que poderá
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder cor-
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executi- a Constituição da respectiva Comissão de Ética, consolidar a moralidade do ato administrativo. ruptivo do hábito do erro, da opressão ou da men-
integrada por três servidores ou empregados titu-
vo Federal e a Lei de Improbidade administrativa. tira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade
lares de cargo efetivo ou emprego permanente. Sempre que falamos de moralidade ou de moral
Legalidade: faz referência ao respeito estrito da Parágrafo único. A constituição da Comissão de Éti- humana quanto mais a de uma Nação.
lei. Também é chamado de princípio do procedimento ca será comunicada à Secretaria da Administração estamos nos referindo a normas de conduta ou conjunto
formal. Obriga o poder público a atuar em conformi- Federal da Presidência da República, com a indica- de normas e esse conjunto de valores, necessariamente, O servidor tem o dever de dar voz à verdade. Ainda
dade com a lei, na consecução do interesse público. ção dos respectivos membros titulares e suplentes. 211 212 depende do equilíbrio entre a legalidade e a finalidade. que em prejuízo da administração ou do interessado.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem- d) jamais retardar qualquer prestação de con- r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e DAS COMISSÕES DE ÉTICA
po dedicados ao serviço público caracterizam o tas, condição essencial da gestão dos bens, as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa direitos e serviços da coletividade a seu cargo; função, tanto quanto possível, com critério, segu- XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
que paga seus tributos direta ou indiretamen- e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços rança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa tração Pública Federal direta, indireta autárquica
te significa causar-lhe dano moral. Da mesma aperfeiçoando o processo de comunicação e conta- ordem. e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao to com o público; s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços que exerça atribuições delegadas pelo poder públi-
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido f) ter consciência de que seu trabalho é regido por por quem de direito;
ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa co, deverá ser criada uma Comissão de Ética,
princípios éticos que se materializam na adequada t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de encarregada de orientar e aconselhar sobre a
prestação dos serviços públicos;
a todos os homens de boa vontade que dedicaram fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos ética profissional do servidor, no tratamento
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e
sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus usuários do serviço público e dos jurisdicionados com as pessoas e com o patrimônio público, com-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações
esforços para construí-los. administrativos; petindo-lhe conhecer concretamente de imputa-
individuais de todos os usuários do serviço público,
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção ção ou de procedimento susceptível de censura.
espera de solução que compete ao setor em que ção, poder ou autoridade com finalidade estranha
exerça suas funções, permitindo a formação de de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, XVII- Revogado;
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa ao interesse público, mesmo que observando as for-
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
forma, de causar-lhes dano moral; malidades legais e não cometendo qualquer viola-
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati- Comissão de ética — Comissões formadas por três
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum ção expressa à lei;
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas servidores ou empregados com “cargo efetivo ou
temor de representar contra qualquer compro- v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
principalmente grave dano moral aos usuários dos emprego permanente”
metimento indevido da estrutura em que se classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
serviços públicos.
funda o Poder Estatal; mulando o seu integral cumprimento.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
Mais uma vez o Código de Ética demonstra seu i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
quicos, de contratantes, interessados e outros que DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO organismos encarregados da execução do quadro
interesse pelo desempenho do serviço público. Desta
vez, apresentando condutas que demonstram falta de visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- de carreira dos servidores, os registros sobre sua
gens indevidas em decorrência de ações imorais, XV - E vedado ao servidor público; conduta ética, para o efeito de instruir e fundamen-
comprometimento.
ilegais ou aéticas e denunciá-las; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tar promoções e para todos os demais procedimen-
tempo, posição e influências, para obter qualquer tos próprios da carreira do servidor público.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
favorecimento, para si ou para outrem;
ordens legais de seus superiores, velando atenta- Podemos separar algumas expressões chave do XIX - Revogado;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a que vimos até agora e que, se você as memorizar, XX - Revogado;
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e servidores ou de cidadãos que deles dependam;
serão um grande diferencial para seu estudo dessa XXI - Revogado;
o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
matéria. São elas: “a tempo”, “rapidez, perfeição e ren- conivente com erro ou infração a este Código de Éti- XXII - A pena aplicável ao servidor público pela
de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência dimento”, “ser probo, reto, leal e justo”, e “ser cortês,
no desempenho da função pública. ca ou ao Código de Ética de sua profissão; Comissão de Ética é a de censura e sua fundamen-
ter urbanidade”. d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar tação constará do respectivo parecer, assinado por
XII - Toda ausência injustificada do servidor de
seu local de trabalho é fator de desmoralização o exercício regular de direito por qualquer pessoa, todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
do serviço público, o que quase sempre conduz à j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas causando-lhe dano moral ou material; XXIII - Revogado;
desordem nas relações humanas. exigências específicas da defesa da vida e da e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí-
segurança coletiva; ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
Geralmente somos cobrados nesse ponto da maté- atendimento do seu mister; Dica
ria e a expressão “injustificada” é retirada da questão, A conduta de greve é mencionada e defendida pelo f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
Censura é a única penalidade imposta pelo
por isso fique atento! código de ética. E não poderia ser diferente, o direi- caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
to constitucional da greve deve ser exercido, porém interfiram no trato com o público, com os jurisdi- código de ética.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com deve existir equilíbrio entre a busca de direitos e a cionados administrativos ou com colegas hierar-
a estrutura organizacional, respeitando seus cole- manutenção de serviços de saúde e segurança. quicamente superiores ou inferiores; XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
gas e cada concidadão, colabora e de todos pode g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber ético, entende-se por servidor público todo aquele
receber colaboração, pois sua atividade pública l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prê- que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
é a grande oportunidade para o crescimento e o que sua ausência provoca danos ao trabalho orde- mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer jurídico, preste serviços de natureza permanente,
engrandecimento da Nação. nado, refletindo negativamente em todo o sistema; espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
para o cumprimento da sua missão ou para influen-
ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO ciar outro servidor para o mesmo fim;
Novamente o servidor é impelido a demonstrar tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
rendimento e presença no local de trabalho. O exercí- as autarquias, as fundações públicas, as entidades
O código de ética se foca nos deveres do servidor. deva encaminhar para providências;
cio desses valores termina por beneficiar o rendimen- i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces- paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
Novamente vamos separar algumas expressões que to e o ambiente de trabalho e sua ordem. site do atendimento em serviços públicos; de economia mista, ou em qualquer setor onde pre-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
z Levar as irregularidades de que tiver ciência em de benefícios previdenciários ou assistenciais sabilidade administrativa do servidor será afastada no
essas remunerações forem acumuláveis na atividade.
razão do cargo ao conhecimento da autoridade de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou caso de absolvição criminal que negue a existência do
companheiro; Fique atento a esse ponto. Se é licitamente acumu-
superior ou, quando houver suspeita de envolvi- fato ou sua autoria. Esse é um ponto muito importante e
z Receber propina, comissão, presente ou vantagem lável na atividade, segue acumulável na inatividade.
mento desta, ao conhecimento de outra autorida- que merece destaque no seu estudo: a responsabilidade
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; Em regra, o servidor não poderá exercer mais de
de competente para apuração; (Redação dada pela administrativa será afastada no caso de absolvição cri-
z Nesse ponto não temos apenas uma conduta proi- um cargo em comissão! A exceção do caso previsto minal que negue a existência do fato ou de sua autoria.
Lei nº 12.527, de 2011);
bida, mas nos aproximamos rapidamente dos cri- ocorrerá quando um servidor momentaneamente Em 2011 foi inserido o art. 126-A, afirmando que
z Zelar pela economia do material e a conservação
mes de corrupção passiva e ativa. Para o corrupto ocupar dois cargos em comissão: “nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil,
do patrimônio público;
e corruptor, respectivamente; penal ou administrativamente por dar ciência à auto-
z Guardar sigilo sobre assunto da repartição; z Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado Lei 8.112/90, art. 9º: O servidor ocupante de cargo ridade superior ou, quando houver suspeita de envol-
z Manter conduta compatível com a moralidade estrangeiro; em comissão ou de natureza especial poderá ser vimento desta, a outra autoridade competente para
administrativa; z Praticar usura sob qualquer de suas formas; nomeado para ter exercício, interinamente, em apuração de informação concernente à prática de cri-
z Ser assíduo e pontual ao serviço; z A conduta de praticar usura consiste em efetuar outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri- mes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda
z Tratar com urbanidade as pessoas; empréstimos cobrando lucros acima dos valo- buições do que atualmente ocupa, hipótese em que que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
z Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso res praticados pelo mercado. A conduta poderia, deverá optar pela remuneração de um deles duran- função pública. Nesse sentido se cria uma espécie de defe-
de poder. inclusive, tipificar o crime de usura. 215 216 te o período da interinidade. sa ou garantia ao servidor que efetuar a denúncia.
Das Penalidades Art. 131 As penalidades de advertência e de suspen- No prazo de cinco dias, o servidor apresentará a defesa escrita, garantindo vista do processo na repartição.
são terão seus registros cancelados, após o decur- Após a apresentação da defesa, a comissão deverá elaborar relatório respondendo quanto à inocência ou à res-
A lei 8112, de 1990, estabelece penalidades disci- so de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, ponsabilidade do servidor.
plinares e as elenca estabelecendo sua gravidade, são respectivamente, se o servidor não houver, nesse No seu relatório resumirá as peças principais dos autos e opinará sobre a licitude ou não da acumulação. Tudo
elas: período, praticado nova infração disciplinar. deverá ser fundamento e o processo remetido à autoridade instauradora, para julgamento.
Do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão em até 5 dias, aplicando-se, quan-
z Advertência; Atenção! De todas as questões presentes sobre a do for o caso, o disposto no § 3o do art. 167, prazo de 20 dias.
z Suspensão; 8.112, de 1990, nos concursos, as que tratam sobre o Atente-se ao seguinte:
z Demissão; tema demissão precisam de muita atenção. Reparem Caso o servidor faça a opção por um dos cargos ilegalmente acumulados até o último dia de prazo para sua
z Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; nas condutas impostas. defesa, o simples evento da escolha representará a sua boa-fé. Nesse caso, a escolha por um dos cargos representa
z Destituição de cargo em comissão; A demissão será aplicada nos seguintes casos: um pedido de exoneração do outro. Porém, instruído o processo e caracterizada a acumulação ilegal estará pro-
z Destituição de função comissionada. vada a má-fé! Inevitavelmente será aplicada a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou
z Crime contra a administração pública; disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese
Na aplicação das penalidades será o servidor sub- z Abandono de cargo; em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.
metido ao adequado procedimento administrativo e z Inassiduidade habitual; O prazo para conclusão do PAD é de 30 dias e admite prorrogação por até 15 dias!
serão consideradas a natureza e a gravidade da infra- z Improbidade administrativa; Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta puní-
ção cometida, os danos que dela provierem para o z Incontinência pública e conduta escandalosa, na vel com a demissão.
serviço público, as circunstâncias agravantes ou ate- repartição; Atenção! Quando o C.C. praticar infração sujeita às penalidades de suspensão e demissão será imposta a desti-
nuantes e os antecedentes funcionais. z Insubordinação grave em serviço; tuição do cargo em comissão exercido. Ainda que o ocupante do cargo em comissão tenha se exonerado antes da
Toda penalidade imposta será feita através de ato z Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particu- apuração da infração, tal exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão.
fundamentado que mencionará a causa da sanção dis- lar, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; Os casos de demissão ou de destituição de cargo em comissão, embasados nos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132,
ciplinar e seu embasamento legal. A primeira das puni- z Aplicação irregular de dinheiros públicos; implicam a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
ções será a advertência - aplicada por escrito - nos casos z Revelação de segredo do qual se apropriou em
de violação de proibição constante nos incisos I a VIII e razão do cargo; Art. 132 [...]
XIX, do art. 117, e de inobservância de dever funcional z Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri- IV – improbidade administrativa;
previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que mônio nacional; VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
não justifique imposição de penalidade mais grave. z Corrupção; X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
Esse é um ponto relevante, pois em outros estatu- z Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções XI – corrupção. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo
em comissão por infringência do art. 132, incisos IV, VIII, X e XI ou por crime contra a administração pública.
tos a advertência pode ser oral, ao passo que, na lei públicas;
8.112, de 1990, é sempre escrita. z Transgressão dos incisos ix a xvi do art. 117. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comis-
A sanção de suspensão será aplicada em caso de são por infringência do art. 132, incisos IV, VIII, X e XI ou por crime contra a administração pública.
reincidência das faltas punidas com advertência e de Sobre a acumulação ilegal de cargos, empregos ou É importante destacar o seguinte: nenhuma punição poderá ter caráter perpétuo, ou seja, nem mesmo a demissão
violação das demais proibições que não tipifiquem funções públicas, a autoridade que tiver ciência de por um grave motivo poderá ser considerada macula incurável contra o cidadão, esse é o entendimento dos nossos
infração sujeita a penalidade de demissão, não poden- irregularidade no serviço público notificará o servi- tribunais. Todavia, se a pergunta for realizada com o olhar voltado para a letra da lei, deveremos responder unica-
do exceder de 90 (noventa) dias. dor, por intermédio de sua chefia imediata, para apre- mente com base no texto apresentado pelo legislador e nesse caso não poderia retornar ao serviço público o servidor
Ponto muito importante e de grande aplicação prá- sentar opção no prazo improrrogável de dez dias, demitido ou destituído.
tica é a possibilidade de impor ao servidor que se sub- contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117 (condutas proibidas), incisos IX
meta a inspeção médica, vejam só: adotará procedimento sumário para a sua apuração e e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
regularização imediata. Vejamos:
Art. 130 § 1o Será punido com suspensão de até 15 Esse processo administrativo disciplinar se desen-
(quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recu- volverá nas seguintes fases: IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
sar-se a ser submetido a inspeção médica determina- XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previ-
da pela autoridade competente, cessando os efeitos z Instauração, com a publicação do ato que consti- denciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
da penalidade uma vez cumprida a determinação. tuir a comissão, a ser composta por dois servidores
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a Os famosos caso de abandono de cargo e de inassiduidade habitual podem ser de amplo conhecimento, mas
As penalidades de suspensão poderão ser aplica- materialidade da transgressão objeto da apuração; ainda são capazes de motivar muitas questões. O art. 138 determina a figura do abandono de cargo e afirma que
das, quando houver conveniência para o serviço, na z Instrução sumária, que compreende indicação, configura abandono de cargo a ausência proposital do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos. O
forma de multa, na base de 50% (cinquenta por cen- defesa e relatório; art. 139, por sua vez, entende por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta
to) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o z Julgamento. dias, não consecutivos, durante o período de doze meses. Em ambos os casos também será adotado procedimento
servidor obrigado a permanecer em serviço. sumário. Em especial deverá ser observado o seguinte:
A indicação da autoria será dada pelo nome e Indicando a materialidade, em ambos os casos, das seguintes formas:
Na suspensão fica Pena de suspen- matrícula do servidor, e a materialidade da acumu- z No abandono de cargo, pela indicação precisa do período das faltas intencionais e superiores a 30 dias;
“afastado” e sem são de férias! É lação será demonstrada pela descrição dos cargos, z Na inassiduidade habitual, pelo apontamento dos dias de falta ao serviço sem justa causa, em número igual
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
remuneração uma sanção. empregos ou funções públicas em situação de acumu- ou maior que 60 dias e de forma alternada no período máximo de 01 ano.
lação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação,
Dez dias de suspensão das datas de ingresso, do horário de trabalho e do cor- Depois das apresentações será dada a oportunidade de defesa e os argumentos serão apresentados à comissão que ela-
Aplicada na forma serão - havendo con- respondente regime jurídico. Entenderam o processo?
de multa veniência - aplicados
borará relatório conclusivo versando sobre a inocência ou a responsabilidade do servidor. Por fim, remeterá o processo à
como multa.
Observem o esquema: autoridade instauradora para julgamento.
As penalidades disciplinares serão aplicadas nos termos do art. 141 e possuem um escalonamento de compe-
A multa é aplicada no
Autoria: Nome e Matrícula → Materialidade: Lista tências de acordo com a tabela abaixo:
Na razão de 50% valor da metade do dos locais onde trabalha → Materialidade: descrição
vencimento diário. das atividades e ilegalidade da acumulação. LETRA DA LEI PUNIÇÃO
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Ca- Demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilida-
Em até 3 dias após o seu início, a comissão lavrará sas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo de de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou
Considerando que as sanções não podem ser eter- a indiciação com as informações que destacamos no Procurador-Geral da República entidade
nas, da mesma forma os seus registros serão cance- esquema acima. Além disso, será promovida a citação
lados em prazo determinado. Esse cancelamento não pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imedia-
Suspensão superior a 30 (trinta) dias;
será capaz de surtir efeitos retroativos. sua chefia imediata. 217 218 tamente inferior
LETRA DA LEI PUNIÇÃO Em provas é comum que o examinador traga probi- z Entidade Privada para cuja criação ou custeio
dade e moralidade como sinônimos e essa vem sendo o erário haja concorrido ou concorra no seu
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma
Advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias a regra nas provas, mas é importante que você saiba patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci-
dos respectivos regimentos ou regulamentos,
essa sutil diferença caso a banca queira aprofundar. mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação Destituição de cargo em comissão ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
As ações disciplinares possuem prazo de prescrição positiva na 8.112, de 1990: improbidade administrativa tutelará a probidade § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na
Fique atento ao seguinte: o prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido e na organização do Estado e no exercício de suas organização do Estado e no exercício de suas fun-
não da efetiva data de seu acontecimento. funções, como forma de assegurar a integrida- ções e a integridade do patrimônio público e social
de do patrimônio público e social, nos termos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
z 5 anos – quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destitui- desta Lei. bem como da administração direta e indireta,
ção de cargo em comissão; no âmbito da União, dos Estados, dos Municí-
z 2 anos – quanto à suspensão; A primeira mudança importante da lei é que os pios e do Distrito Federal.
z 180 dias – nos casos de advertência. atos de improbidade passam a depender de uma con- § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos
duta dolosa, ou seja, não é mais admitida a modalida- de improbidade praticados contra o patrimônio
Outro ponto muito relevante é o seguinte, os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infra- de culposa nos atos de improbidade. de entidade privada que receba subvenção, benefício
ções disciplinares capituladas também como crime e esse dispositivo tem uma aplicação muito relevante quando O § 2º traz o conceito de dolo. Além disso, é impor- ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou
analisamos as questões sobre demissão. Da mesma forma temos causas interruptivas da prescrição. Tanto a aber- tante que você saiba que o dolo aqui descrito é o dolo governamentais, previstos no § 5º deste artigo.
tura de sindicância, quanto a instauração de processo disciplinar interrompem a prescrição, até a decisão final § 7º Independentemente de integrar a administra-
específico, ou seja, a intenção de alcançar o resultado
proferida por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do ção indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei
dia em que cessar a interrupção. exemplo; um servidor frauda a licitação para benefi-
os atos de improbidade praticados contra o
ciar um amigo.
patrimônio de entidade privada para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrati-
seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressar-
va as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.
cimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de
DISPOSIÇÕES GERAIS E ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e
Com relação às entidades privadas que, mesmo
11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.
No dia 26 de outubro de 2021 foi publicada a Lei 14.230, de 2021, que traz alterações significativas na Lei § 3º O mero exercício da função ou desempenho de não integrando a administração indireta, recebem
de Improbidade Administrativa — Lei 8.429, de 1992. Faremos a análise da Lei de Improbidade apontando tais competências públicas, sem comprovação de ato dinheiro público “criação ou custeio o erário haja con-
alterações. doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade corrido ou concorra no seu patrimônio ou receita” o
A Improbidade Administrativa tem fundamento no princípio da moralidade e no § 4º, art. 37, da Constituição por ato de improbidade administrativa. ressarcimento dos prejuízos será limitado à repercus-
Federal; § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disci- são do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
plinado nesta Lei os princípios constitucionais do Exemplo: uma entidade privada recebe R$
Art. 37 [...] direito administrativo sancionador. 55.000,00 de dinheiro público, então ela poderá plei-
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função públi-
tear em ação de Improbidade Administrativa o ressar-
ca, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível. Quando o legislador diz no § 4º que se aplicam ao cimento dos prejuízos até o limite de 55.000,00.
sistema de improbidade os princípios constitucionais
do direito administrativo sancionador, quer dizer que § 8º Não configura improbidade a ação ou omis-
Dica são decorrente de divergência interpretativa da lei,
serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao
Para memorizar as sanções do mencionado artigo: PARIS direito penal que protejam e beneficiem o réu, como, baseada em jurisprudência, ainda que não pacifica-
Perda da função pública por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica. da, mesmo que não venha a ser posteriormente pre-
Ação Penal Nesse sentido, observe este julgado do Superior valecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos
Ressarcimento Tribunal de Justiça sobre o tema direito administra- tribunais do Poder Judiciário.
Indisponibilidade dos bens tivo sancionador:
Suspensão dos direitos políticos No § 8º a Lei deixa claro que as divergências inter-
[...] o tema insere-se no âmbito do Direito Adminis- pretativas das leis, baseadas em jurisprudências não
Nesse sentido, percebe-se que a Administração Pública, além da legalidade formal, precisa observar, também, trativo sancionador e, segundo doutrina e jurispru- configuram ato de improbidade. Se um agente públi-
os princípios éticos de lealdade, da boa-fé e de regras que assegurem a boa administração. dência, em razão de sua proximidade com o Direito co, por exemplo, efetua a dispensa de licitação em
O art. 1º dispõe que o sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probi- Penal, a ele se estende a norma do artigo 5º, XVIII, uma hipótese na qual há divergência jurisprudencial
dade na organização do Estado. E qual seria a diferença entre probidade e moralidade? Existe diferença ou são da Constituição da República, qual seja, a retroati- a respeito da possibilidade ou impossibilidade de dis-
sinônimos? pensa em tal situação não há que se falar em impro-
vidade da lei mais benéfica” (REsp 1.353.267; e, em
Ambos têm fundamento na ideia de honestidade, mas a moralidade é um conceito jurídico indeterminado tra-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
A responsabilidade sucessória teve alguns acréscimos. Nas hipóteses de dano ao erário e enriquecimento ilíci-
O art. 2º descreve o conceito de Agente Público; podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de agentes to, se houver o falecimento do causador do dano o sucessor ou o herdeiro ficam obrigados à reparação até o limite
públicos em sentido amplo e seriam os: do valor da herança ou do patrimônio transferido.
Essa regra já estava prevista no texto anterior da Lei de Improbidade. A novidade agora é que a responsabili-
z Agentes Políticos; dade sucessória de que trata o art. 8º aplica-se também nas hipóteses de:
z Servidores Públicos;
z Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig- z Alteração contratual;
nação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função; z De transformação;
z O particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de z De incorporação;
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equiva- z De fusão;
lente (Particular Equiparado a Agente Público). z De cisão societária.
Observe que o parágrafo único do art. 8º-A traz uma redação cheia de detalhes importantes e pode ser muito
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
explorado em provas. Abanca examinadora pode usar tal dispositivo para elaborar questões que podem induzi-lo
ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.
ao erro. Por isso, é muito importante memorizar o conteúdo, já que a maioria das provas cobra o texto da lei.
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo
Sendo assim, atente-se para as informações na tabela a seguir.
ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e
benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. FUSÃO E INCORPORAÇÃO
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja tam-
Responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano causado
bém sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.
Até o limite do patrimônio transferido
O art. 3º traz algumas novidades importantes, pois dispõe que: Não aplicando as demais sanções decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação
Exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados
Ementa: Direito Constitucional. Agravo Regimental em Petição. Sujeição dos Agentes Políticos a Duplo Regime San- Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática
cionatório em Matéria de Improbidade. Impossibilidade de Extensão do Foro por Prerrogativa de Função à Ação de de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de
Improbidade Administrativa. 1. Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
sujeitos a um duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indi-
atos de improbidade administrativa, quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de reta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
responsabilidade [...]2 atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou
Ou seja, para os Prefeitos e Governadores temos a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, inclusive imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
com a possiblidade de duplo regime sancionatório (pela Lei de Improbidade e mediante Impeachment) e não há III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou
foro por prerrogativa de função, ou seja, o julgamento será em primeira instância. Já com relação ao Presidente o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
da República não há a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, uma vez que o Presidente da República IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
já tem um sistema próprio de punição dentro da Constituição Federal com uma previsão específica para crimes referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou de terceiros contratados por essas
de responsabilidade. entidades;
Lembre-se sempre de responder de acordo com o comando da questão, se a questão citar “de acordo com V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos
entendimento do Supremo Tribunal Federal” você já terá conhecimento suficiente para responder à questão. Se de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa
ela trouxer apenas o texto da lei, considere o texto legal. de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer
2 Pet 3240 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2018, dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou carac-
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-171 DIVULG 21-08-2018 PUBLIC 22-08-2018. 221 222 terística de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou § 1º Nos casos em que a inobservância de forma- XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente
mandato, de cargo, de emprego ou de função pública, e locação de bem ou serviço por preço superior ao de lidades legais ou regulamentares não implicar em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
em razão deles, bens de qualquer natureza, decorren- mercado; perda patrimonial efetiva, não ocorrerá impo- terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
tes dos atos descritos no caput deste artigo, cujo valor VI - realizar operação financeira sem obser- sição de ressarcimento, vedado o enriqueci- ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à vância das normas legais e regulamentares ou mento sem causa das entidades referidas no art. em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
renda do agente público, assegurada a demonstração aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 1º desta Lei. para o exercício de cargo em comissão ou de con-
pelo agente da licitude da origem dessa evolução; VII - conceder benefício administrativo ou fis- fiança ou, ainda, de função gratificada na adminis-
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da
cal sem a observância das formalidades legais tração pública direta e indireta em qualquer dos
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ativi- atividade econômica não acarretará improbi-
ou regulamentares aplicáveis à espécie; Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
dade de consultoria ou assessoramento para pessoa dade administrativa, salvo se comprovado ato
VIII - frustrar a licitude de processo licitató- e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser doloso praticado com essa finalidade. designações recíprocas;
atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente rio ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou XII - praticar, no âmbito da administração públi-
das atribuições do agente público, durante a atividade; O parágrafo segundo, do referido artigo, reforça a ca e com recursos do erário, ato de publicidade
IX - perceber vantagem econômica para interme- dispensá-los indevidamente, acarretando perda
patrimonial efetiva; ideia de que os atos descritos na lei de improbidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da
diar a liberação ou aplicação de verba pública de qual- Constituição Federal, de forma a promover
IX - ordenar ou permitir a realização de despe- precisam de dolo, ou seja, a vontade livre e consciente
quer natureza; inequívoco enaltecimento do agente público e
sas não autorizadas em lei ou regulamento; de alcançar o resultado ilícito.
X - receber vantagem econômica de qualquer natu- personalização de atos, de programas, de obras, de
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou
reza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
de renda, bem como no que diz respeito à conserva- Dos Atos de Improbidade Administrativa que
providência ou declaração a que esteja obrigado;
ção do patrimônio público; Atentam Contra Os Princípios Da Administração
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri- XI - liberar verba pública sem a estrita obser- O nepotismo passou a ser considerado de forma
mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do Pública expressa como ato de improbidade que atenta contra
vância das normas pertinentes ou influir de
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. qualquer forma para a sua aplicação irregular; princípios. Já existe previsão sobre o nepotismo na Súmu-
1° desta lei; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que Com relação aos atos de improbidade que aten- la Vinculante número 13 do Supremo Tribunal Federal,
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas terceiro se enriqueça ilicitamente; tam contra os princípios, a conduta do agente de mas o legislador resolveu incluir, também, no texto da Lei
ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti- XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço alguma forma vai violar os princípios que norteiam de Improbidade reforçando a vedação ao nepotismo.
dades mencionadas no art. 1° desta lei. particular, veículos, máquinas, equipamentos ou a atividade da administração pública. Como é um rol Tal inclusão se mostra muito importante, pois,
material de qualquer natureza, de propriedade ou à menor, se você memorizar as hipóteses do art. 11 e apesar de já existir uma decisão sumulada a respeito
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam disposição de qualquer das entidades mencionadas da proibição do nepotismo por violar a Constituição
tiver em mente o raciocínio explicado acima nos arts.
Prejuízo Ao Erário no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servi- Federal, a falta de norma expressa sobre o assunto no
9º e 10, fica fácil identificar na questão o que é o enri-
dor público, empregados ou terceiros contratados âmbito da improbidade administrativa poderia levar
Já nos atos que causam prejuízo ao erário, não há quecimento ilícito e o prejuízo ao erário.
por essas entidades. a questionamentos com relação a aplicação de san-
um proveito econômico pelo agente, ocorre um pre- XIV - celebrar contrato ou outro instrumento ções. Agora, o nepotismo caracteriza ato de improbi-
juízo aos cofres públicos. Aqui, o agente vai contri- Art. 11 Constitui ato de improbidade administrativa
que tenha por objeto a prestação de serviços públi- dade que viola princípios e está sujeita às cominações
que atenta contra os princípios da administração
buir para que outro enriqueça às custas do dinheiro cos por meio da gestão associada sem observar legais previstas no art. 12, da Lei de Improbidade.
as formalidades previstas na lei; pública a ação ou omissão dolosa que viole os deve-
público, deixar de observar alguma exigência previs-
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio res de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
ta em lei, e essa inobservância causa algum prejuízo, § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas
público sem suficiente e prévia dotação orça- caracterizada por uma das seguintes condutas: contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº
por exemplo: frustrar a licitude de licitação ou proces-
mentária, ou sem observar as formalidades I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente have-
so seletivo acarretando perda patrimonial etc. Perce-
previstas na lei. 2021) rá improbidade administrativa, na aplica-
ba que com esse raciocínio não dá para confundir as II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, ção deste artigo, quando for comprovado na
duas espécies. de 2021) conduta funcional do agente público o fim de
para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou III - revelar fato ou circunstância de que tem obter proveito ou benefício indevido para si ou
Art. 10 Constitui ato de improbidade administra-
valores públicos transferidos pela administração ciência em razão das atribuições e que deva para outra pessoa ou entidade.
tiva que causa lesão ao erário qualquer ação ou
pública a entidades privadas mediante celebração permanecer em segredo, propiciando beneficia-
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprova-
de parcerias, sem a observância das formali- mento por informação privilegiada ou colocando Outro ponto importante diz respeito à previsão do
damente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
dades legais ou regulamentares aplicáveis à em risco a segurança da sociedade e do Estado; parágrafo primeiro o qual dispõe que somente haverá
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou have-
espécie; IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em improbidade administrativa, quando for comprova-
res das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa físi- razão de sua imprescindibilidade para a seguran- do o fim de obter proveito ou benefício indevido.
notadamente: ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ça da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses Novamente o legislador faz ênfase à proibição de
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, ou valores públicos transferidos pela administração instituídas em lei; haver condutas culposas nos atos de improbidade
para a indevida incorporação ao patrimônio par- pública a entidade privada mediante celebração de V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o cará- administrativa e caberá ao Ministério Público, titu-
ticular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de ren- parcerias, sem a observância das formalidades
ter concorrencial de concurso público, de cha- lar da ação, provar que nas hipóteses descritas nesse
das, de verbas ou de valores integrantes do acervo legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
mamento ou de procedimento licitatório, com artigo o agente tinha a finalidade de obter proveito ou
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta XVIII - celebrar parcerias da administração
vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou benefício indevido para si ou para outra pessoa.
Lei; pública com entidades privadas sem a obser-
II - permitir ou concorrer para que pessoa físi- vância das formalidades legais ou regulamen- indireto, ou de terceiros;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obri- § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que
O procedimento administrativo é realizado internamente com o intuito de investigar o suposto ato praticado por um recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
agente público. O início do processo administrativo pode se dar de ofício, ou seja, pela própria administração ou mediante § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o
representação de qualquer pessoa. Após a representação, a autoridade determinará a apuração dos fatos, observada a montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente, se for um agente federal, por exemplo, o § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida
procedimento observará a Lei 8.112, de 1990. a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
Já o processo judicial é instaurado no judiciário mediante petição apresentada pelo Ministério Público, que é o titular da do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
referida ação, para aplicação das penalidades referidas no art. 12 aos agentes públicos e aos particulares que mesmo não § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
sendo agentes públicos, induzam ou concorram dolosamente para a prática do ato de improbidade. os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de descon-
São procedimentos independentes; no processo administrativo serão aplicadas as sanções de natureza admi- sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
nistrativa podendo inclusive ser aplicada a pena de demissão. O processo administrativo é mais rápido e a decisão § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
de demissão em âmbito administrativo produz efeitos imediatos em decorrência dos princípios da autoexecuto- urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
riedade e da presunção de legitimidade dos atos. Sendo assim, a entidade que sofreu a lesão poderá instaurar um § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
processo administrativo, demitir o agente público e na ação judicial haverá a aplicação das demais penalidades mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
referidas na lei. § 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instau- sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
rada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. § 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as for- acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
malidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos § 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
termos do art. 22 desta lei. efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legis- § 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
lação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente. em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta corrente.
Art. 15 A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência § 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. 227 228 seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
A nova lei trouxe alguns dispositivos que possivelmente vão gerar uma certa discussão entre doutrinadores e II - será instruída com documentos ou justificação que § 15 Se a imputação envolver a desconsideração de
estudiosos do Direito Administrativo e talvez você já tenha até lido algum artigo a respeito ou ouviu algum profes- contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos pessoa jurídica, serão observadas as regras previstas
sor falando sobre isso, mas para provas de concursos, fique com o que está previsto na letra da lei. Para facilitar e do dolo imputado ou com razões fundamentadas nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16
o entendimento deste tópico, veja o fluxograma que segue: da impossibilidade de apresentação de qualquer des- de março de 2015 (Código de Processo Civil).
sas provas, observada a legislação vigente, inclusive § 16 A qualquer momento, se o magistrado iden-
as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº tificar a existência de ilegalidades ou de irregu-
em carácter antecedente ou 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo laridades administrativas a serem sanadas sem
incidente – antes ou no curso da Civil). que estejam presentes todos os requisitos para
ação principal § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as a imposição das sanções aos agentes incluídos
Pedido formulado pelo tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos no polo passivo da demanda, poderá, em deci-
ministério Público termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de 16 de são motivada, converter a ação de improbidade
garantir a integral recomposição março de 2015 (Código de Processo Civil administrativa em ação civil pública, regulada
do erário ou do acréscimo § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
patrimonial resultante de art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Códi-
enriquecimento ilécito go de Processo Civil), bem como quando não preen- A possibilidade de conversão de ação de improbi-
chidos os requisitos a que se referem os incisos I e II dade administrativa em ação civil pública é uma for-
INDISPONIBILIDADE do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamente ma de viabilizar a economia processual. Da decisão de
DE BENS inexistente o ato de improbidade imputado. conversão caberá recurso de agravo de instrumento.
desde que o juiz se convença da
probabilidade dos atos descritos, § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma,
O pedido deve demonstrar após a oitava do réu em 5 (cinco) o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação § 17 Da decisão que converter a ação de impro-
� perigo de dano dias dos requeridos para que a contestem no prazo bidade em ação civil pública caberá agravo de
comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na for- instrumento.
irreparável ou de
ma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 § 18 Ao réu será assegurado o direito de ser
� risco so resultado útil
(Código de Processo Civil). interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e
do porcesso Não incide sobre:
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de a sua recusa ou o seu silêncio não implicarão
� Multa civil
2021) confissão.
� Acréscimo patrimonial § 19 Não se aplicam na ação de improbidade
decorrente de atividade lícita § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021) administrativa:
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões prelimina- I - a presunção de veracidade dos fatos alega-
A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório res suscitadas pelo réu em sua contestação caberá dos pelo autor em caso de revelia;
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomen- agravo de instrumento. II - a imposição de ônus da prova ao réu, na for-
dem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida. § 10 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de ma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16
A lei em seu § 11, art. 16, traz uma ordem para que o Juiz determine a indisponibilidade dos bens, qual seja: 2021) de março de 2015 (Código de Processo Civil);
§ 10-A Havendo a possibilidade de solução consen- III - o ajuizamento de mais de uma ação de
sual, poderão as partes requerer ao juiz a inter- improbidade administrativa pelo mesmo fato,
z Veículos de via terrestre;
rupção do prazo para a contestação, por prazo competindo ao Conselho Nacional do Ministério
z Bens imóveis;
não superior a 90 (noventa) dias. Público dirimir conflitos de atribuições entre mem-
z Bens móveis em geral;
bros de Ministérios Públicos distintos;
z Semoventes; § 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido
IV - o reexame obrigatório da sentença de
z Navios e aeronaves; o autor, o juiz:
improcedência ou de extinção sem resolução
z Ações e quotas de sociedades simples e empresárias; I - procederá ao julgamento conforme o estado do pro-
de mérito.
z Pedras e metais preciosos; cesso, observada a eventual inexistência manifesta do
§ 20 A assessoria jurídica que emitiu o parecer
z Apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado ato de improbidade;
atestando a legalidade prévia dos atos admi-
e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo. II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a
nistrativos praticados pelo administrador públi-
otimizar a instrução processual.
co ficará obrigada a defendê-lo judicialmente,
§ 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz pro-
Além disso, existem hipóteses em que a indisponibilidade de bens será vedada, §§ 13 e 14 do art. 16: caso este venha a responder ação por improbi-
ferirá decisão na qual indicará com precisão a tipifica-
dade administrativa, até que a decisão transite
ção do ato de improbidade administrativa imputável
z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações em julgado.
ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a § 21 Das decisões interlocutórias caberá agra-
financeiras ou em conta corrente; capitulação legal apresentada pelo autor.
z bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida. vo de instrumento, inclusive da decisão que rejei-
§ 10-D Para cada ato de improbidade administrativa, tar questões preliminares suscitadas pelo réu em
deverá necessariamente ser indicado apenas um tipo sua contestação.
PROCESSO JUDICIAL dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei.
§ 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste arti-
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVIL
No texto anterior da Lei 8.429, de 1992, tanto o Ministério Público quanto a Pessoa Jurídica lesada tinham go, as partes serão intimadas a especificar as provas
legitimidade para dar início à ação judicial de improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei 14.230, de 2021, o que pretendem produzir.
A Lei 14.230, de 2021, trouxe de forma mais deta-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Ministério Público passa a ser o único legitimado para propor a ação. § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou par-
cial da ação de improbidade administrativa que: lhada os requisitos para que se possa realizar um
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele defi- acordo de não persecução civil no âmbito da impro-
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e
seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo nido na petição inicial; bidade administrativa. Trata-se de um acordo cele-
o disposto nesta Lei. II - condenar o requerido sem a produção das provas brado entre o Ministério Público e pessoas físicas ou
§ 1º (Revogado). por ele tempestivamente especificadas. jurídicas investigadas pela prática de improbidade
§ 2º (Revogado). § 11. Em qualquer momento do processo, verificada administrativa com o intuito de não prosseguir com
§ 3º (Revogado). a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará a a ação caso o acordo seja aceito e homologado pelo
§ 4º (Revogado). demanda improcedente. judiciário; entretanto, para a aplicação desse acordo,
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou § 12 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de devem ser observados alguns requisitos, veja:
da pessoa jurídica prejudicada. 2021)
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste- § 13 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de Art. 17-B O Ministério Público poderá, confor-
riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 2021) me as circunstâncias do caso concreto, celebrar
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: § 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica acordo de não persecução civil, desde que dele
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das interessada será intimada para, caso queira, intervir advenham, ao menos, os seguintes resultados:
hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamentada; 229 230 no processo. I - o integral ressarcimento do dano;
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da van- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização Ainda, o art. 3º destaca ainda, que as pessoas jurí- DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tagem indevida obtida, ainda que oriunda de objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas dicas serão responsabilizadas independentemente da NACIONAL OU ESTRANGEIRA
agentes privados. pela prática de atos contra a administração públi-
responsabilização individual das pessoas naturais e O art. 5º desta Lei aponta os atos lesivos à Adminis
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput ca, nacional ou estrangeira.
ressalta ser necessária a apuração da culpabilidade tração. Não há segredos, pois são atos muito parecidos
deste artigo dependerá, cumulativamente:
I - da oitiva do ente federativo lesado, em É necessário ter atenção ao fato de que tais respon- dos dirigentes ou administradores, para que possam com os previstos na lei de Improbidade Administrativa.
momento anterior ou posterior à propositura da sabilidades serão incumbidas às empresas nos âmbi- vir a ser responsabilizados por seus atos ilícitos: Constituem atos lesivos à Administração Pública,
ação; tos civil e administrativo. nacional ou estrangeira, aqueles que:
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não
dias, pelo órgão do Ministério Público compe- exclui a responsabilidade individual de seus dirigen- z Atentem contra o patrimônio público nacional ou
Dica estrangeiro;
tente para apreciar as promoções de arqui- tes ou administradores ou de qualquer pessoa natu-
vamento de inquéritos civis, se anterior ao Fique de olho nas questões de prova quanto à ral, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. z Atentem contra princípios da Administração Pública;
ajuizamento da ação; cobrança das partículas e/ou. No art. 1º, por z Atentem contra os compromissos internacionais
III - de homologação judicial, independente- exemplo, pode-se ver que as responsabilidades Do Ato Ilícito assumidos pelo Brasil.
mente de o acordo ocorrer antes ou depois serão civil e administrativa. A banca examina-
do ajuizamento da ação de improbidade
dora pode querer confundir você! Nos termos do art. 186 do Código Civil brasilei- Dica
administrativa.
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo
ro, tem-se a definição do que configura ato ilícito. Mais importante do que “decorar” todos os atos
As empresas as quais a Lei responsabilizará civil Vejamos:
a que se refere o caput deste artigo considerará lesivos é entender que qualquer ato que atente
a personalidade do agente, a natureza, as e administrativamente estão dispostas no parágrafo
contra esses três tópicos anteriores será enqua
circunstâncias, a gravidade e a repercussão único do art. 1º. Vejamos: Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão volun- drado para fins desta lei.
social do ato de improbidade, bem como as tária, negligência ou imprudência, violar direito e
Art. 1º [...]
vantagens, para o interesse público, da rápida causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às São exemplos de atos lesivos:
solução do caso. sociedades empresárias e às sociedades sim- moral, comete ato ilícito.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ples, personificadas ou não, independentemente da Art. 5º Constituem atos lesivos à administração
ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do forma de organização ou modelo societário adota- Os dirigentes e administradores serão responsabi- pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta
Tribunal de Contas competente, que se manifes- do, bem como a quaisquer fundações, associa- lizados por seus atos ilícitos na medida de sua culpabi- Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídi-
tará, com indicação dos parâmetros utiliza- ções de entidades ou pessoas, ou sociedades
dos, no prazo de 90 (noventa) dias.
lidade, ou seja, é necessário que realizem atos ilícitos/ cas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que
estrangeiras, que tenham sede, filial ou repre- atentem contra o patrimônio público nacional
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo sentação no território brasileiro, constituídas de ilegais. Conforme o artigo mencionado, o ato ilícito
será toda ação (agir) ou toda omissão (deixar de agir) ou estrangeiro, contra princípios da administra-
poderá ser celebrado no curso da investigação fato ou de direito, ainda que temporariamente.
ção pública ou contra os compromissos internacio-
de apuração do ilícito, no curso da ação de de forma voluntária, negligente ou imprudente que
Conforme se vê, o dispositivo, em seu parágrafo nais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
improbidade ou no momento da execução da viole e cause dano a outrem. I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamen-
sentença condenatória. único, especifica quais tipos de pessoas jurídicas serão A Lei deixa claro que, além da responsabilização te, vantagem indevida a agente público, ou a tercei-
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a responsabilizadas caso venham a cometer ações que
que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre
da própria empresa (nos âmbitos civil e administrati- ra pessoa a ele relacionada;
causem dano contra a Administração Pública nacio-
vo), ela punirá dirigentes, administradores e todas as II - comprovadamente, financiar, custear, patroci-
o Ministério Público, de um lado, e, de outro, nal ou estrangeira. Ainda, é importante atentar-se
pessoas naturais que agirem como autores, coautores nar ou de qualquer modo subvencionar a prática
o investigado ou demandado e o seu defensor. quanto às palavras “independentemente”, “tempora-
dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo riamente” e “ainda que”. Vejamos o esquema a seguir: ou partícipes. Para exemplificar, imagine que, após
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta
poderá contemplar a adoção de mecanismos ter celebrado um contrato com a Administração Públi- pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
e procedimentos internos de integridade, de ca, desviou-se verbas desse contrato. Nesse caso, os
Sociedades Empresárias seus reais interesses ou a identidade dos beneficiá-
auditoria e de incentivo à denúncia de irregu-
agentes da Administração que colaboraram para tal rios dos atos praticados;
laridades e a aplicação efetiva de códigos de
ato, bem como as pessoas que trabalham na empresa IV - no tocante a licitações e contratos:
ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídi- Personificadas ou não,
independentemente da forma
responderão por suas condutas ilícitas, pois o desvio a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina-
PESSOAS JURÍDICAS
nal, bem como por meio de afixação de edital, pelo dial de computadores.
de de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima O processo administrativo será conduzido por
prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta- de cada órgão ou entidade dos Poderes Executi- comissão designada pela autoridade instaura-
belecimento ou no local de exercício da atividade, vo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou dora, sendo composta por 2 (dois) ou mais ser-
Fatos a serem considerados para a Aplicação das
de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na mediante provocação, observados o contraditório vidores estáveis.
Sanções às Pessoas Jurídicas
rede mundial de computadores. e a ampla defesa.
§ 6º (VETADO).
O art. 7º expõe os fatos que são levados em consi- Prazo
É importante destacar que a instauração e julga-
deração, para que se chegue à aplicação justa, correta
As sanções aplicadas no caso concreto consistirão mento do processo administrativo poderá ser uma
e fundamentada das sanções, quais sejam: O prazo de conclusão do processo administrativo
em multa pecuniária e publicação extraordinária da atividade delegada, porém é vedada a subdelegação.
está estipulado em 180 (cento e oitenta) dias, contados
decisão condenatória, conforme disposição dos inci- Art. 7º Serão levados em consideração na aplica- Vejamos: da data da publicação do ato que instituir o processo
sos. É importante ressaltar, nos termos da disposição ção das sanções: e, ao final, deverá apresentar relatórios sobre os fatos
legal, que as sanções poderão ser aplicadas de forma I - a gravidade da infração; § 1º A competência para a instauração e o julga- apurados e a eventual responsabilidade da pessoa
isolada, ou seja, somente uma das punições ou de for- II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; mento do processo administrativo de apuração de jurídica, sugerindo, de forma motivada, as sanções
ma cumulada, o que resultará na aplicação das duas III - a consumação ou não da infração; responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser a serem aplicadas. Tal prazo poderá ser prorrogado
sanções de forma conjunta. IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; 233 234 delegada, vedada a subdelegação. mediante fundamento da autoridade instauradora.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro- z Seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos
gado, mediante ato fundamentado da autoridade em cooperar para a apuração do ato ilícito; da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
instauradora. z Cesse completamente seu envolvimento na infração II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
investigada a partir da data de propositura do Acordo; III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
Atente-se sempre à letra da Lei. Conforme o § 4º, z Admita sua participação no ilícito e coopere, ple- IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas
vê-se que não importa quantas vezes a prorrogação na e permanentemente, com as investigações e o e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de
do prazo poderá ser realizada. O dispositivo mencio- processo administrativo, comparecendo, sob suas 5 (cinco) anos.
na somente que o prazo poderá ser prorrogado. expensas, sempre que solicitada a todos os atos
A pessoa jurídica terá o prazo de 30 (trinta) dias processuais até seu encerramento. Os órgãos descritos no dispositivo mencionado poderão ajuizar competente ação para a aplicação de sanções
para apresentar sua defesa, prazo este contado a par- às empresas jurídicas. No que concerne ao inciso III, para que ocorra a dissolução compulsória da pessoa jurídica,
tir da data da intimação. O Acordo, desde que preenchidos os requisitos deverá ter sido a personalidade jurídica usada de maneira habitual com o objetivo de facilitar ou de promover a prá-
A instauração de procedimento para que haja a tica dos atos ilícitos ou, ainda, ter sido criada para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade de quem se
exigidos, não eximirá a pessoa jurídica da reparação
beneficiaria com a prática dos atos ilícitos. Vejamos a íntegra do dispositivo:
reparação integral do dano não prejudica as demais integral do dano causado, bem como estipulará as
aplicações imediatas de sanções trazidas por esta Lei. condições necessárias para que seja assegurada a efe-
Art. 19 [...]
Ressalta-se, ainda, que, caso não haja o pagamen- tividade da colaboração e para o resultado útil do pro-
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
to, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da cesso. Ainda, a celebração do Acordo isentará a pessoa I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos;
Fazenda Pública. jurídica da publicação extraordinária da decisão con- ou
denatória e reduzirá em até 2/3 (dois terços) do valor II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica da multa aplicável, nos termos do § 2º do art. 16. praticados
A presente Lei garante, em seu art. 14, a desconsi- Art. 16 [...] As sanções dispostas na letra da lei poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, bem como
deração da personalidade jurídica. Vejamos: § 4º O acordo de leniência estipulará as condições as ações que forem propostas pelo Ministério Público poderão aplicar as sanções dispostas no art. 6º desta Lei
necessárias para assegurar a efetividade da colabo- juntamente com as sanções dispostas no art. 19.
ração e o resultado útil do processo. Em caso de condenação, a obrigação de reparar o dano será certa e o valor deverá ser apurado em liquidação
Art. 14 A personalidade jurídica poderá ser descon-
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão esten- de sentença caso esta não tenha já apurado o valor expressamente.
siderada sempre que utilizada com abuso do direi-
didos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
to para facilitar, encobrir ou dissimular a prática
grupo econômico, de fato e de direito, desde que
dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provo-
firmem o acordo em conjunto, respeitadas as con-
car confusão patrimonial, sendo estendidos todos
dições nele estabelecidas. Importante!
os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
aos seus administradores e sócios com poderes
tornará pública após a efetivação do respectivo
de administração, observados o contraditório e a
acordo, salvo no interesse das investigações e do
ampla defesa. processo administrativo. DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática
A comissão designada dará conhecimento ao MP do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
após a conclusão do Procedimento Administrativo, Será criado, no âmbito do Poder Executivo federal, o CNEP – Cadastro Nacional de Empresas Punidas –, a fim
leniência rejeitada.
para que haja apuração de eventuais delitos. de dar publicidade às sanções que forem aplicadas.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de
leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos Art. 22 Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que
Art. 15 A comissão designada para apuração da
contados do conhecimento pela administração reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judi-
responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclu-
pública do referido descumprimento. ciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei.
são do procedimento administrativo, dará conheci-
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos
mento ao Ministério Público de sua existência, para
às sanções por eles aplicadas.
apuração de eventuais delitos. A celebração de Acordo rejeitada não importará § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:
em reconhecimento de ato ilícito e, caso seja realiza- I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
ACORDO DE LENIÊNCIA do, ocasionará a suspensão do prazo prescricional dos II - tipo de sanção; e
atos dispostos nesta Lei. III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
A lei em estudo dispõe sobre a possibilidade de
ser realizado um Acordo de Leniência com as pes- Dica Posteriormente, após o cumprimento integral do Acordo de Leniência realizado, bem como após a reparação
soas jurídicas que forem responsáveis pelos atos e/ou do dano integral causado, serão excluídos os registros das sanções e os acordos mediante requerimento do órgão
condutas ilícitos contra a Administração Pública. Tal A Administração poderá celebrar o Acordo de ou entidade sancionadora.
Acordo será realizado caso haja a colaboração efetiva Leniência com pessoa jurídica responsável pela
com as investigações a serem realizadas, bem como prática de atos ilícitos realizados nos ditames Art. 25 Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou,
no processo administrativo. da Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações). no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Art. 26 A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu estatuto ou contrato social.
Art. 16 A autoridade máxima de cada órgão ou enti- DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela pessoa a quem couber a administração de
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
de interesses e de informações privilegiadas, conforme parágrafo único do art. 3 da Portaria 2.534, de 2019. questões afetas à saúde;
Atenção: Antes do início do exercício, do estágio ou da prestação de serviços, caberá à chefia imediata orientar ços, inclusive na interpretação de normas. XVI - cientificar, previamente, sobre as situações que
o agente público quanto à obrigatoriedade de leitura e de ciência das prescrições contidas no Código de Conduta O art. 8° da Portaria Ibama 2.534, de 2019, listou os envolvam a designação e a exoneração de cargos em
Ética, conforme § 2, art. 5°, da Portaria 2.534, de 2019. compromissos de conduta ética que devem ser segui- comissão ou dispensa de funções de confiança;
dos por todos aqueles que se encontram no exercício XVII - exercer suas atribuições com rigor técnico, obe-
do cargo, função ou emprego no IBAMA, inclusive os decendo também as normas específicas das respecti-
AGENTES PÚBLICOS DO IBAMA ANTERIORES AO CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA
vas profissões.
que prestam serviços terceirizados.
XVIII - repelir ações ilícitas ou investidas duvidosas,
Os §§ 6 e 7 do art. 5°, da Portaria 2534, de 2019 preveem: criminosas ou contrárias à ética de que tenha sido
Art. 8° da Portaria Ibama 2534/19 - São compromis- alvo, denunciando a seus superiores hierárquicos ou
Art. 5 da Portaria 2534/2019 [...] sos de conduta ética: às autoridades competentes, procedendo da mesma
§ 6º Os agentes públicos que estiverem em exercício de cargo, função ou emprego no Ibama, na data de publica- I - atender demandas com postura ética e de modo forma em relação às tentativas que envolvam outros
ção desta Portaria, deverão assinar o Termo de Adesão ao Código de Conduta Ética, no prazo de até 180 (cento e imparcial, probo e efetivo; agentes públicos;
oitenta) dias, consoante modelo constante do Anexo II, cabendo à Diplan a adoção das medidas necessárias a tal II - atuar com imparcialidade no desempenho das atri- XIX - contribuir com a realização das atividades dos
cumprimento. buições funcionais, não permitindo que convicções de órgãos de controle;
§ 7º Os contratos que envolvam prestação de serviços de natureza continuada ou não, nas dependências do Ibama, ordem político-partidária, religiosa ou ideológica afe- XX - apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
conterão cláusulas que imponham as seguintes obrigações aos contratados: 237 238 tem sua isenção; quadas ao exercício da função;
XXI - denunciar ato de ilegalidade, omissão, assédio ou XII - apresentar-se em estado de embriaguez, volun- Parágrafo único. Qualquer cidadão ou entidade regu- Trata-se de lei federal, aplicável somente no âmbi-
abuso de poder, de que tenha tomado conhecimento, tária ou culposa, ou sob o uso de substâncias psi- larmente constituída, é parte legítima para formular to da União, com incidência no Poder Executivo, e
indicando elementos que possam levar à respectiva coativas, não prescritas no ambiente de serviço ou denúncia a este Instituto sobre violação a dispositivo também nos Poderes Legislativo e Judiciário, no exer-
comprovação, para efeito de apuração em processo fora dele em situações que comprometam a boa deste Código.
cício de suas funções atípicas. Entretanto, o STJ paci-
apropriado; e imagem institucional do Ibama; Art. 27 da Portaria Ibama 2534/19 Os processos
de apuração de violações a este Código de Conduta ficou entendimento de que a referida Lei de Processo
XXII - atuar nas relações com outras instituições e com XIII - manifestar-se em nome da Instituição quando
Ética estão sujeitos, quanto ao acesso às informa- Administrativo pode ser aplicável, subsidiariamente,
o público equilibradamente, não participando de tran- não autorizado pela autoridade competente, nos
sações ou atividades que possam comprometer a dig- ções, às normas da Lei no 12.527, de 18 de novem- às demais entidades federais que não possuam lei
termos da política interna de comunicação social;
nidade profissional ou desabonar a imagem pública, bro de 2011, e do Decreto no 7.724, de 16 de maio de própria versando sobre o tema.
XIV - divulgar estudos, pareceres e pesquisas, ainda 2012, e observarão as formalidades exigidas pelo
bem como a imagem do Ibama. não tornados públicos, sem prévia autorização; Com base nessas considerações, passemos a des-
Decreto no 6.029, de 1º fevereiro de 2007, e pela Lei
XV - agir, em favor de interesses particulares, que tacar alguns pontos importantes da referida legisla-
nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
É notório que a lista de regras de compromisso éti- visem quaisquer favores, benesses ou vantagens ção. De início, o art. 1º, § 2º, da Lei nº 9.784, de 1999,
co a serem seguidas por todos aqueles que se encon- indevidas para si, para familiares, amigos, conhe- Portanto, as ações praticadas pelos agentes públi- procura delimitar três importantes conceitos. Órgão
tram em exercício no IBAMA é pautada na urbanidade cidos ou outros indivíduos, grupos de interesses ou cos do IBAMA, que foram consideradas violações ao é a unidade de atuação integrante da estrutura da
e na prevalência do interesse público, uma vez que entidades públicas ou privadas; Código de Conduta Ética serão apuradas, e caso sejam Administração direta e da estrutura da Administração
se trata de um órgão executor do SISNAMA, que lida XVI - exercer seu cargo, função ou emprego com consideradas lesivas, serão aplicadas as sanções indireta. Entidade é a unidade de atuação dotada de
diretamente com o cidadão. finalidade estranha ao interesse público; e definidas, sem prejuízos de outras previstas em Lei. personalidade jurídica. Temos também autoridade,
XVII - desviar servidor público para atendimento a Lembrando que, qualquer cidadão ou entidade pode que é o servidor ou agente público dotado de poder
DAS VEDAÇÕES APLICADAS AOS SERVIDORES DO interesse particular formalizar a denúncia da conduta do agente. de decisão.
IBAMA Preliminarmente, o art. 1º atribui a principal fina-
DA PARTICIPAÇÃO DO AGENTE NAS REDES lidade da referida Lei.
Não existem apenas regramentos de condutas SOCIAIS
ativas aplicadas aos servidores do IBAMA, mas tam- LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE “Esta Lei estabelece normas básicas sobre o proces-
bém uma lista de condutas que devem ser evitadas no Cada dia mais a tecnologia faz parte da nossa vida, so administrativo, seus atos e procedimentos, no
exercício das funções atribuídas. O art. 9° da Portaria e é impossível pensar em alguém que não utilize. São 1999 (PROCESSO ADMINISTRATIVO âmbito da Administração Pública Direta e Indireta
Ibama 2.534, de 2019, traz essas vedações: diversas as redes sociais disponíveis, porém é neces- DISCIPLINAR) da União, inclusive das pessoas jurídicas controla-
sário ter alguns cuidados ao associar a sua imagem a das ou mantidas pelo Poder Executivo, visando, em
Art. 9º da Portaria Ibama 2534/19 - É vedado aos imagem do IBAMA. A necessidade de se instaurar um processo, isso é, uma especial, à proteção dos direitos dos administrados,
servidores Ibama: Não há problema algum no agente do IBAMA fazer sequência de atos para o exercício da jurisdição, tem seu atendimento do interesse público e melhor cumpri-
I - ser conivente com erro ou infração a este Código uso das redes sociais, porém o agente público, identi- fundamento no princípio constitucional do devido pro- mento dos fins da Administração”.
de Ética; ficado como tal em seu perfil nas redes sociais, deve cesso legal. O devido processo legal pode ser compreen-
II - agir de forma procrastinatória, discriminatória se portar de forma responsável, observando os prin- dido como o “escudo da humanidade” contra a prática Pela leitura do caput do art. 1º, percebe-se que
ou que possa resultar em obtenção de vantagens ilí- de atos abusivos por parte do Estado. Seu fundamento
cípios e as normas de conduta ética e as regras de boa a referida Lei Federal estabelece normas básicas
citas por parte de terceiros; legal está previsto no art. 5º, LIV, da Constituição Federal,
convivência, conforme previsão do art. 20 da Portaria sobre o processo administrativo, com a finalidade
III - fazer uso, divulgar ou facilitar a divulgação o qual assegura que ninguém será privado da liberdade
de informações sigilosas, e das quais tenha toma- Ibama 2.534, de 2019. ou de seus bens sem o devido processo legal. de proteger os direitos dos administrados, promo-
do conhecimento em razão das atividades exerci- A obrigatoriedade do devido processo legal não se ver melhor atendimento do interesse público e o
das no cargo ou função, mesmo após ter deixado Outros aspectos que devem ser observados são a da aplica somente à seara judicial, mas também vincula melhor cumprimento dos fins da Administração.
o cargo; não utilização do e-mail institucional para uso pes- a Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no Os preceitos desta Lei se aplicam também aos
IV - utilizar indevidamente informações obtidas em soal e/ou para criar perfis em suas mídias sociais, moderno Estado de Direito, a validade das decisões Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Públi-
decorrência do trabalho para benefício próprio ou conforme previsão do art. 21 da Portaria IBAMA praticadas por órgãos e agentes governamentais está co, à Defensoria Pública, e ao Tribunal de Contas da
de outrem, sendo imperioso o sigilo quando ainda 2534, de 2019, assim como o cuidado ao utilizar os condicionada ao cumprimento de um rito procedi- União, quando no desempenho de função administra-
não divulgadas ou até o prazo que a lei determinar; textos e imagens produzidas pelo IBAMA, uma vez mental previamente estabelecido. Por isso, é de gran- tiva (art. 1º, § 1º).
V - aceitar ajuda financeira, presentes, privilégios, que são protegidas por direito autorais, conforme de importância o estudo do processo administrativo,
empréstimos, doações ou outra vantagem indevida art. 23 da Portaria IBAMA 2534, de 2019. que visa dar maior transparência e garantia do exer-
para si e seus familiares, quando oriundos de possí- Por fim, sem prejuízo do pensamento crítico e da Dos Princípios do Processo Administrativo e os Atos
cício de uma boa Administração para os particulares.
veis interessados nos serviços institucionais presta- liberdade de expressão, o agente público não deve, do Processo Administrativo
dos, não se considerando presentes os brindes sem de forma deliberada, realizar ou provocar exposi-
Dica O caput do art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, elenca
valor comercial ou aqueles distribuídos por enti- ções nas redes sociais e em mídias alternativas que
dades de qualquer natureza, a título de cortesia, visem causar prejuízos à imagem do IBAMA e de Processo ou procedimento administrativo? Ape- os princípios pelos quais a Administração Pública tem
propaganda ou divulgação, por ocasião de eventos seus agentes públicos, conforme previsto no art. 22 sar de não serem a mesma coisa, ambos possuem o dever de obedecer e que regem o processo adminis-
especiais ou datas comemorativas; da Portaria IBAMA 2534, de 2019. uma forte relação intrínseca. “Processo” é o termo trativo. São eles:
VI - permitir que seja retirado de qualquer setor São condutas mínimas que já são utilizadas em utilizado para designar a relação jurídica estabe-
deste Instituto, sem estar autorizado, processo, toda Administração Pública, uma vez que a atua- lecida entre as partes e, por isso, denomina-se Legalidade: é o dever de atuação conforme a lei e
documento, livro, material ou bem pertencente ao ção dos agentes não é em benefício próprio, e sim processo administrativo o vínculo estabelecido
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de seus próprios atos, quando eivados de vício de legali- pedido de reexame, podendo juntar os documentos vo membro da Administração Direta, sobre alguma
quem se omitiu no atendimento (§§ 1º e 2º do art. 42). dade, e pode revogá-los, por motivo de conveniência que julgar convenientes. entidade da Administração Indireta. Esse tipo de
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito ou oportunidade, em qualquer caso respeitados os Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo, recurso deve possuir previsão legal, uma vez que os
de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo direitos adquiridos, sem precisar de auxílio ou inter- poderes inerentes à tutela não se presumem.
salvo havendo relevante fundamento e justo receio
se outro prazo for legalmente fixado (art. 44).
venção do processo judiciário. de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorren-
Quando um ato é considerado ilegal, significa que te da execução. Nesses casos, a autoridade recorrida Atenção para o conteúdo do art. 65:
Do Dever de Decidir: Motivação e Desistência poderá decretar a suspensão do prazo recursal (art.
houve um julgamento quanto à legalidade do ato. A
palavra da lei é o que importa: se o ato foi praticado 61, parágrafo único). “O órgão competente para decidir o recurso pode-
Segundo o caput do art. 48, a Administração tem Interposto o recurso, o órgão competente para dele rá confirmar, modificar, anular ou revogar, total
o dever de expressamente se pronunciar e emitir fora dos limites legais, deve ser anulado. É esse o ins-
tituto da vinculação. Porém, quando um ato é consi- conhecer deverá intimar os demais interessados para ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria
decisão sobre todos os assuntos da sua competência que, no prazo de dez dias úteis, apresentem alegações. for de sua competência. Se da aplicação do dispos-
que lhes sejam apresentados, nos processos adminis- derado inconveniente e inoportuno (mas ainda assim
O recurso não será conhecido quando interposto: to neste artigo puder decorrer gravame à situação
trativos e sobre solicitações, petições, representações legal e legítimo), aqui o administrador tem a escolha de
do recorrente, este deverá ser cientificado para que,
ou reclamações. Lembre-se que o dever de decidir manter o ato, ou de extingui-lo mediante a revogação. no prazo de dez dias úteis, formule suas alegações
Art. 63 [...]
da Administração tem por fundamento justamente o Há um julgamento com base na discricionariedade. antes da decisão”.
I - fora do prazo;
direito de petição do administrado. 243 244
O referido dispositivo trata do que a doutrina deno- O ato omissivo de João de deixar de realizar cobrança Por ser amigo íntimo de Antônia, Carlos está impedi- 15. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da ética, jul-
mina da “proibição da reformatio in pejus”. De modo de imposto constitui improbidade administrativa que do de atuar no processo, devendo se abster de intervir gue o item a seguir.
geral, a decisão proferida no recurso administrativo causa lesão ao erário. no caso. O exercício da cidadania por meio da eleição de repre-
não pode resultar em gravame, ou em prejuízo para o sentantes pelo voto é um direito, mas não um dever,
administrado. Exemplo: se o servidor foi punido com ( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO do cidadão.
pena de suspensão por 10 dias e decide recorrer da
decisão, a autoridade julgadora do recurso não pode 4. (CEBRASPE-CESPE — 2017) À luz da Lei n.º 10. (CEBRASPE-CESPE — 2016) O Tribunal de Contas de ( ) CERTO ( ) ERRADO
simplesmente decidir que a pena foi muito branda, e 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa —, determinado estado da Federação, ao analisar as con-
aumentá-la para 20 dias. Caso essa possibilidade ocor- julgue o próximo item. tas prestadas anualmente pelo governador do estado, 16. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito da ética, da
ra (o que não deveria), o recorrente precisa de um A aplicação de sanções por atos de improbidade verificou que empresa de publicidade foi contrata- moral, de valores e democracia, julgue o item a seguir.
prazo para fazer suas alegações e se defender dessa da, mediante inexigibilidade de licitação, para divulgar
administrativa que causem prejuízo ao erário depen- O pretorianismo é considerado um fator que favorece
reforma prejudicial da decisão. ações do governo. Na campanha publicitária promovida
de da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho a democracia, por garantir o exercício da cidadania.
pela empresa contratada, constavam nomes, símbo-
de contas. los e imagens que promoviam a figura do governador,
que, em razão destes fatos, foi intimado por Whatsa- ( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO pp para apresentar defesa. Na data de visualização da
HORA DE PRATICAR! intimação, a referida autoridade encaminhou resposta, 17. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o próximo item,
5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) À luz da Lei n.º via Whatsapp, declarando-se ciente. Ao final do proce- relativos à ética no setor público.
1 (CEBRASPE-CESPE — 2021) Na pretensão de celebrar 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, dimento, o Tribunal de Contas não acolheu a defesa do Um código de ética no serviço público não deve ter
contrato administrativo com empresa fornecedora de julgue o item subsequente. governador e julgou irregular a prestação de contas. a pretensão de uso universal, mas, sim, ser dedicado
serviço de mão de obra, João, servidor público com- A configuração de ato de improbidade administrativa A partir da situação hipotética apresentada, julgue o à solução de conflitos morais específicos do grupo
petente de determinado órgão público, elaborou edital dependerá, necessariamente, da existência de dano item a seguir. de servidores que por ele é compreendido, não sen-
de licitação prevendo em uma de suas cláusulas que a efetivo ao erário. É nula a intimação do governador, por ser obrigatório do, necessariamente, um instrumento repressor ou
empresa contratada reserve percentual mínimo de sua que seja feita por ciência no processo, via telegrama disciplinador.
mão de obra a pessoas oriundas do sistema prisional. ( ) CERTO ( ) ERRADO ou por via postal com aviso de recebimento.
Tomando conhecimento do fato, o chefe de João, auto- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ridade máxima do órgão, sem apresentar justificativa, ( ) CERTO ( ) ERRADO
6. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação aos pode-
suspendeu o edital e determinou a contratação direta res da administração pública e ao processo adminis- 18. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o próximo item,
da empresa por dispensa de licitação. Contrariado com 11. (CEBRASPE-CESPE — 2019) À luz das normas perti-
trativo disciplinar, julgue o próximo item. relativos à ética no setor público.
a atitude do seu superior hierárquico, João foi embora nentes à administração pública e com relação a atos
Segundo entendimento do STF, a falta de defesa téc- A existência de regras constitutivas, que indicam
para casa no meio do expediente sem autorização do e contratos administrativos, serviços públicos, impro-
nica por advogado no processo administrativo disci- bidade administrativa e intervenção do Estado na como e o que pode ser feito na atuação dos servido-
seu chefe, coisa que nunca antes fizera. plinar não ofende a Constituição. res públicos, não fere o princípio da legalidade, embo-
propriedade, julgue o item seguinte.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item ra este tenha uma relação mais direta com as regras
A ocorrência da decadência gera a extinção de direito,
que se segue. ( ) CERTO ( ) ERRADO imperativas, que dizem o que não pode ser feito e o
o que, contudo, não impede a administração públi-
Por se ausentar do serviço durante o expediente, sem ca de se manifestar a tempo e modo em processo que deve ser feito.
prévia autorização do chefe imediato, João está sujei- 7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação à organi- administrativo.
to a pena de suspensão. zação administrativa, ao processo administrativo, ao ( ) CERTO ( ) ERRADO
estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade ( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO de economia mista e de suas subsidiárias e à Lei de 19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da ética no
Acesso a Informação, julgue o item a seguir. 12. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Com base na Lei n.º serviço público, da administração pública federal bem
2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) João, servidor público, Um órgão administrativo pode delegar parte de sua 9.784/1999, julgue o seguinte item, acerca de proces- como dos servidores públicos federais e seus direitos
aliciou um dos seus subordinados a se filiar ao sindi- competência a outro, com exceção das matérias que so administrativo. e deveres, julgue o item que se seguem.
cato da categoria a que ambos pertenciam. Em razão sejam de sua competência exclusiva. Decai em cinco anos o direito da administração de De acordo com o Código de Ética Profissional do
desse fato, instaurou-se processo administrativo con- anular os atos administrativos que tenham produzido Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
tra João para apurar sua conduta funcional. Concluído ( ) CERTO ( ) ERRADO efeitos favoráveis aos administrados. ausência de servidor do seu local de trabalho é fator
o procedimento, o chefe da repartição, Antônio, aplicou de desmoralização do serviço público, já que pode
a pena de advertência por escrito pelo ato praticado. 8. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Considerando as normas ( ) CERTO ( ) ERRADO acarretar desordem nas relações humanas.
Considerando a situação hipotética precedente, o de direito administrativo, as disposições normativas
disposto na Lei n.º 8.112/1990, os requisitos do ato relativas ao pregão e a Lei federal n.º 9.784/1999, 13. (CEBRASPE-CESPE – 2021) Acerca de ética, princí- ( ) CERTO ( ) ERRADO
administrativo e os poderes da administração públi- pios, valores e moral, julgue o item que se seguem.
acerca de processo administrativo, julgue o item
ca, julgue o item a seguir. Os princípios da coerência e da universalização são
seguinte. 20. (CEBRASPE-CESPE — 2020) O item a seguir apresen-
A penalidade aplicada a João é incabível, uma vez que suficientes para se definir, diante de um conflito de
É impedido de atuar em processo administrativo o valores, se uma conduta é eticamente aceitável. ta uma situação hipotética, seguida de uma asser-
não há previsão legal expressa para a punição funcio- servidor que tenha amizade íntima com algum dos tiva a ser julgada à luz do disposto no Decreto n.º
nal pelo ato praticado. interessados no processo. 1.171/1994.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
1 ERRADO
2 ERRADO
3 CERTO
4 ERRADO
5 ERRADO
6 CERTO
7 CERTO
8 ERRADO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 ERRADO
12 CERTO
13 ERRADO
14 ERRADO
15 ERRADO
16 ERRADO
17 CERTO
18 CERTO
19 ERRADO
20 ERRADO
ANOTAÇÕES
247 248
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO SINAIS NA DIVISÃO
Principais propriedades da operação de adição: Operações Resultados Operações Resultados
valor, sendo um total de B partes. Agora, vamos estudar todas as operações que
Há quatro operações básicas que podemos efetuar
com estes números são: adição, subtração, multiplica- Multiplicação: a multiplicação funciona como se envolvem as frações. São elas: adição, subtração, mul-
fosse uma repetição de adições. Veja: Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50 tiplicação e divisão.
ção e divisão.
em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere-
z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou A multiplicação 20 x 3 é igual à soma do número 20 mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10 Adição e Subtração de fração
seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25 três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3). consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50. Para somar ou subtrair frações, é necessário olhar-
Veja mais alguns exemplos: Algo que é muito importante e você deve lembrar sem- Algo que é muito importante e você deve lembrar mos para os denominadores, ou seja, para a “base”
Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18 pre, são as regras de sinais na multiplicação de números. 249 250 sempre, são as regras de sinais na divisão de números. das frações. Há duas situações possíveis. Vejamos:
z Denominadores iguais (quando acontece essa situa- Para dividir frações, deve-se repetir a primeira Números Decimais Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2
ção, basta repetir as bases e operar os numeradores) fração e multiplicar pelo inverso da segunda fração. está para 3 assim como 4 está para 6).
Depois, basta realizar a multiplicação normalmente, Os números decimais podem ser fracionados em Os problemas mais comuns que envolvem razão e
1 3
+ = 1+3 = 4 da mesma forma que aprendemos. Veja: somas, veja: proporção é quando se aplica uma variável qualquer
5 5 5 5 dentro da proporcionalidade e se deseja saber o valor
4-2 4-2 2 2,456... = 2 + 0,4 + 0,05 + 0,006 + ... dela. Veja o exemplo:
3 3 = 3 =3 Importante!
Uma representação decimal de um número real 2 x
z Denominadores diferentes (quando acontece Podemos simplificar frações, dividindo o nume- = ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
não negativo x é a soma da forma: 3 6
essa situação, é necessário achar o denominador rador e o denominador pelo mesmo número.
comum, para operar as frações). Veja:
d0 = d-110-1 + ... + d-n10-n + ... = x Para resolvermos esse tipo de problema devemos
1 3 Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
3+4 ria com exercícios comentados de diversas bancas. Sendo d0 um número inteiro não negativo e d-n um ção: produto dos meios pelos extremos.
Vamos lá! número pertencente ao conjunto (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, Meio: 3 e x;
O número 12 é o primeiro múltiplo, ao mesmo 9), onde n = 1, 2, … . Extremos: 2 e 6.
tempo, de 3 e 4. Então, dividiremos 12 pelos denomi- Por construção: Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
nadores e, depois, multiplicaremos o resultado pelos numa igualdade. Observe:
numeradores. 1. (FCC — 2016) Seja A o quociente da divisão de 8 por
x = d0 (parte inteira) + 0, d-1, d-2, d-3, … (parte fracionária)
3. Seja B o quociente da divisão de 15 por 7. Seja C o
3·X=2.6
1 3 4x1 3x3 4 + 9 13 quociente da divisão de 14 por 22. O produto A B C é
3 + 4 = 12÷3 + 12÷4 = 12 = 12 Notação: 3X = 12
igual a:
X = 12/3
Achando o menor denominador comum (mmc): x = d0, d-1 d-2 d-3 … ou x = (d0, d-1 d-2 d-3 ...)10 X=4
A) 3,072072072 . . .
B) 3,636363 . . .
3–4 2 (aqui vamos dividir sempre pelo menor número primo possível) z Exemplos: Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
C) 3,121212 . . .
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro-
D) 3,252525 . . . Representação finita de um número inteiro x1 priedade fundamental. Porém, algumas questões
3–2 2 E) 3,111 . . . = 13: acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser
3–1 3 útil conhecer algumas propriedades para facilitar.
Vamos calcular a multiplicação entre as frações 13 = 13 + 0,0 x1 = (13,0)10 Vamos a elas!
apresentadas:
1–1 mmc: 2 · 2 · 3 = 12
Podemos, ainda, simplificar o 14 com o 7 e o 15 com z Representação racional tipo fração exata x2 = ½: Propriedade das Proporções
o 3.
Todo número que é dividido apenas por ele mes- Ainda é possível dividir 40 por 11. ½ = 0,5 x2 = (0,5)10 z Somas Externas
mo e pelo número 1 é um número primo. Logo, A B C = 3,63... Resposta: Letra B.
z Representação racional tipo dízima periódica x3 = a c a+c
Exemplo: 2. (FGV — 2016) Durante três dias, o capitão de um navio = =
1/3: b d b+d
atracado em um porto anotou a altura das marés alta
3 (apenas por ser dividido por 1 e 3) (A) e baixa (B), formando a tabela a seguir. 1/3 = 0,333… = 0 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + … Vamos entender um pouco melhor resolvendo
13 (apenas por ser dividido por 1 e 13)
x3 = (0,333…)10 uma questão-exemplo:
A B A B A B A B A B A
Multiplicação de Fração Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
1,0 0,3 1,1 0,2 1,3 0,4 1,4 0,5 1,2 0,4 1,0 z Representação na reta numérica: mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
Fazer a multiplicação entre frações é muito sim- 1, 4142
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
ples! Basta multiplicar o numerador de uma das fra- ... –2 –1 0 1 2 3 ...
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
ções pelo numerador da outra fração e fazer o mesmo A maior diferença entre as alturas de duas marés con- está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Quan-
processo entre os denominadores. Veja: secutivas foi –3/2 –0,5 1/2 1,5 5/2 to cada um vai receber?
Pi = 3,14159...
2 5 2x5 10 Resolução:
Reta dos números reais
3 x 4 = 3x4 = 12 A) 1,0. Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
B) 1,1. a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
Ainda não chegamos ao resultado final da opera- C) 1,2. Diego vai receber, temos:
ção, pois é necessário simplificar a fração o máximo D) 1,3.
possível. Para realizar esse procedimento, devemos E) 1,4. PROPORÇÕES E DIVISÃO C
=
D
achar um número que divide, ao mesmo tempo, o PROPORCIONAL 3 2
denominador e o numerador. No caso apresentado Vamos calcular as diferenças entre os valores da
anteriormente, sabemos que é o número 2. Aplicando, tabela. Observe: A razão entre duas grandezas é igual a divisão Utilizando a propriedade das somas externas:
fica assim: 0,3 – 1 = - 0,7 entre elas, veja:
1,1 – 0,3 = 0,8 C D C+D
=
MATEMÁTICA
a c a + 2b c + 2d 120 4x
= = = to é cobrado: = Total de 9x
b d b d 121 5x
Exemplo: x 1.200.000
= = 300.000
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em 4 4 No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
Vejamos um exemplo para melhor entendimento: partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000 dessas partes corresponde a: x
=
1.200.000
= 240.000 a razão em questão passará a ser de 5/8.
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes propor- 5 5
120 4x - 2 5
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na cionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X é pro- x 1.200.000 = =
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. porcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é proporcional a = = 200.000 121 5x + 2 - 1 8
6 6
Resolução: 6, ou seja, podemos representar na forma de razão. Veja: 253 254
4x - 2 5 6x 9x 8x Vamos esquematizar para sabermos quando será Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
= + + = 7.900
5x + 1 8 1 2 3 direta ou inversamente proporcionais: aumento (+), mas, como agora estamos com uma equi-
pe maior, o trabalho será realizado de forma mais
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1) Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos:
DIRETAMENTE rápida. Logo, a quantidade de dias deverá diminuir
36x 27x 16x = 7.900 + / + OU - / -
32x – 16 = 25x + 5 + + PROPORCIONAL (-). Desta forma, as grandezas são inversamente pro-
6 6 6
porcionais e vamos resolver multiplicando na hori-
7x = 21 79x
= 7.900 zontal. Observe:
6 Aqui, as grandezas aumentam ou diminuem juntas
x=3 (sinais iguais)
x = 600 5 (prof.) 12 (dias)
Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio- 30 (prof.) X (dias)
valor de X na primeira equação: nal a: PROPORCIONAL + / - OU - / + 30 . X = 5 . 12
9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse 9x 30X = 60
grupo. 2 X=2
Resposta: Letra D. Aqui, uma grandeza aumenta e a outra diminui
Basta substituirmos o valor de X na proporção.
(sinais diferentes) A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias
9x 9 x 600 para corrigir as provas.
3. (IBADE - 2018) Três agentes penitenciários de um = = 2.700 Agora, vamos esquematizar a maneira que iremos
2 2
país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem resolver os diversos problemas:
(Valor que Sandra irá receber é maior que 2.500). Regra de Três Composta
juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que Resposta: Errado. DIRETAMENTE
PROPORCIONAL
Multiplica cruzado A Regra de Três Composta envolve mais de duas
o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
5. (IESES – 2019) Uma escola possui 396 alunos matri- variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta-
de cada um, em ordem crescente de valores.
culados. Se a razão entre meninos e meninas foi de INVERSAMENTE mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
Multiplica na horizontal
5/7, determine o número de meninos matriculados. PROPORCIONAL cautelosamente levando em conta alguns princípios:
a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00.
b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00. a) 183 z As análises devem sempre partir da variável
c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00. Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco
b) 225 dependente em relação às outras variáveis;
mais como funciona:
d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00 c) 165 z As análises devem ser feitas individualmente, ou
e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00. d) 154 seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
z Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2
mantendo as demais constantes;
Total de alunos = 396 160 tijolos. Caso queira construir um muro de 30
D + A + W = 721 z A variável dependente fica isolada em um dos
Meninos = H metros nas mesmas condições do anterior, quan-
A = D + 36 lados da proporção.
Meninas = M tos tijolos serão necessários?
W = A - 44 H 5x
Substituímos Arley em Wanderson: Razão: + Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
M 7x Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
W= A - 44 como isso tudo funciona:
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
W= 36+D-44 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x proporcional.
12x é igual ao total que é 396 z Se 6 impressoras iguais produzem 1000 panfletos
W= D-8
12x = 396 em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas impres-
Substituímos na fórmula principal: 12 m -------- 2 160 (tijolos)
x = 33 soras produziriam 2000 desses panfletos?
D + A + W = 721 30 m -------- X (tijolos)
Portanto o número de meninos será:
D + 36 + D + D – 8 = 721 Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Da mesma forma que na regra de três simples,
3D + 28 = 721 Resposta: Letra C. Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
3D = 721 - 28 e que para fazermos um muro maior vamos precisar
cada uma delas isoladamente duas a duas.
de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
D = 693/3
(+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais
D = 231 6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:
Substituímos o valor de D nas outras: REGRAS DE TRÊS SIMPLES E 3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
A = D + 36 COMPOSTA 12 m -------- 2 160 (tijolos) Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
A= 231+36= 267
W = A - 44 parte dependente de um lado e igualando as razões da
Regra de Três Simples 30 m -------- X (tijolos)
W= 267-44 seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
12 · X = 30 . 2160 agora, se for inversa, vamos inverter a razão. Observe:
W= 223 A Regra de Três Simples envolve apenas duas 12X = 64800
Logo, os valores em ordem crescente que Wander- grandezas. São elas:
X = 5400 tijolos 40 ? ?
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente, = #
X ? ?
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se
Assim, comprovamos que realmente são necessá-
Resposta: Letra D. deseja calcular a partir da grandeza explicativa;
rios mais tijolos. Analisando isoladamente duas a duas:
z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque-
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de razões, pro- la utilizada para calcular a variação da grandeza 6 (imp.) -------- 40 (min)
dependente. z Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para
3 (imp.) ---- ---- X (min)
MATEMÁTICA
– = - 0,10
para a realização desse trabalho será de 100 200 mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
número de homens que fizeram a prova corresponde a
a) 6 horas e 40 minutos. Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a Como o resultado foi negativo, podemos afirmar uma porcentagem de
b) 6 horas e 58 minutos. parte que corresponde a 10% de 1000. que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
c) 7 horas e 12 minutos. ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está a) 45,2%.
d) 7 horas e 20 minutos. Dica errado ao afirmar que essa redução foi de 20%. b) 46,5%.
e) 7 horas e 35 minutos. Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- c) 47,8%.
Quando o todo varia, a porcentagem também ria com exercícios comentados de diversas bancas. d) 48,4%.
3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas varia! 259 260 Vamos lá! e) 49,3%.
Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a Basta efetuar uma regra de três simples. Para M = 10000 x (1 + 10%)4
prova. JUROS SIMPLES E COMPOSTOS; obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que M = 10000 x (1 + 0,10)4
Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe- CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS é proporcional à taxa de 12% ao ano: M = 10000 x (1,10)4
res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar M = 10000 x 1,4641
o percentual dos homens pelo total: Juros Simples 12% ao ano ----------------------- 1 ano M = 14.641,00 reais
55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou Taxa bimestral ------------------ 2 meses
0,55 x 0,88 = 0,484. A premissa que é a base da matemática financeira Podemos fazer a comparação entre juros simples e
Transformando em porcentagem é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- compostos. Observe a tabela a seguir:
0,484 x 100 = 48,4%. preferem adiantar os seus recebimentos e retardar os xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
Resposta: Letra D. seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente racio- temporal, temos:
JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
nal, é melhor pagar o mais tarde possível caso não haja
4. (FCC - 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevistados incidência de juros (ou caso esses juros sejam inferio- 12% ao ano ---------------------- 12 meses Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1
preferem suco de graviola e 50% suco de açaí. Se 15% res ao que você pode ganhar aplicando o dinheiro). Taxa bimestral ------------------ 2 meses Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1
dos entrevistados gostam dos dois sabores, então, “Juros” é o termo utilizado para designar o “preço Efetuando a multiplicação cruzada, temos:
a porcentagem de entrevistados que não gostam de do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan- Juros capitalizados no final Juros capitalizados perio-
nenhum dos dois é de tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma do prazo dicamente (“juros sobre
12% x 2 = Taxa bimestral x 12
remuneração em cima do valor que ele te emprestou, juros”)
a) 80%. pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei- Taxa bimestral = 2% ao bimestre Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial
b) 61%. ro por um certo tempo. Esta remuneração é expressa Valores similares para Valores similares para
c) 20%. pela taxa de juros. Duas taxas de juros são equivalentes quando são prazos e taxas curtos prazos e taxas curtos
d) 10%. Nos juros simples a incidência recorre sempre sobre capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
e) 5%. o valor original. Veja um exemplo para melhor entender. te final M, após o mesmo intervalo de tempo. z Juros compostos – cálculo do prazo:
Exemplo 1: Uma outra informação muito importante e que
Vamos dispor as informações em forma de conjun- Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um você deve memorizar é que o cálculo de taxas equi- Nas questões em que é preciso calcular o prazo
tos para facilitar nossa resolução: regime de juros simples de 5% ao mês, para um amigo valentes quando estamos no regime de juros simples você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t”
e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo após 5
Graviola Açai pode ser entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% está no expoente da fórmula de juros compostos. A
meses. Então temos o seguinte:
ao semestre ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital propriedade mais importante a ser lembrada é que,
inicial C ao mesmo montante M após o mesmo perío- sendo dois números A e B, então:
CAPITAL do de tempo.
EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO
60% – 15% = 15% 50% – 15% =
(1000,00)
log AB = B x log A
45% 35% 1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00 Importante! Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente
2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00 B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
Nenhum = X No regime de juros simples, taxas de juros
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00 proporcionais são também taxas de juros Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00 equivalentes. mos é a seguinte:
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100% 5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
95% + X = 100%
Juros Compostos
log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
X = 5%. Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais
B
Resposta: Letra E. de juros.
Imagine que você pegou um empréstimo de Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
Fórmulas utilizadas em juros simples
5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- igual à subtração dos logaritmos de cada número.
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. Também é importante ter em mente que “logA”
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez J=C·i·t Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês
significa “logaritmo do número A na base 10”.
meses. O restante foi investido em uma aplicação, será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante não somente sobre o valor inicialmente emprestado. Observe um exemplo:
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas M=C+J
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- No regime de juros compostos com capitalização
no sistema de juros simples. postos. Podemos montar a seguinte tabela: mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles M = C · (1 + i ·J) meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investi-
tiveram: Onde,
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00 do para produzir o montante de R$120.000 é expressa
J = juros por:
a) prejuízo de R$2.800,00. C = capital 1º MÊS 11.000,00
b) lucro de R$3.200,00. i = taxa em percentual (%) 2º MÊS 12.100,00 log2, 1
c) lucro de R$2.800,00.
t = tempo
d) prejuízo de R$6.000,00 3º MÊS 13.310,00 log1, 01 .
M = montante
e) lucro de R$5.000,00. 4º MÊS 14.641,00
Taxas Proporcionais e Equivalentes Temos a taxa j = 1%am, capital C = 100.000 e mon-
3/5 de 20.000,00 = 12.000,00 tante M = 120.000. Na fórmula de juros compostos:
Logo, ao final de 4 meses você deverá devolver
MATEMÁTICA
12.000,00 · 4% = 480,00
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial
480 · 10 (meses) = 4.800 (juros) M = C x (1+j)t
O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli- importante saber a unidade de tempo sobre a qual (R$10.000,00) e de juros de R$4.641,00.
a taxa de juros é definida. Isto é, não adianta saber Fórmula utilizada em juros compostos 120000 = 100000 x (1+1%)t
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
apenas que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber 12 = 10 x (1,01)t
mês, durante 10 meses:
8.000,00 · 5% = 400,00 se essa taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos 1,2 = (1,01)t
400 · 10 meses= 4.000 que duas taxas de juros são proporcionais quando M = C · (1 + i)t
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 - guardam a mesma proporção em relação ao prazo. Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros. Por exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao se- Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem- log1,2 = log (1,01)t
Resposta: Letra C. mestre, e também é proporcional a 1% ao mês. 261 262 plo. Veja: log1,2 = t · log 1,01
log1, 1 240 = 24000 · i Temos uma dívida de C = 150.000 reais a ser paga Temos a taxa de 40% a. a. com capitalização trimes-
t= i = 240 / 24000 após t = 3 meses no regime de juros compostos, com tral, o que resulta em uma taxa efetiva de 40%/4 =
log1, 01
i = 0,01 ou 1% a taxa de j = 3% ao mês. O montante a ser pago é 10% ao trimestre. Em t = 6 meses, ou melhor, t = 2
Resposta: Letra E. dado por: trimestres, o montante será:
Logo, questão errada.
M = C x (1+j)t M = C x (1+j)t
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
4. (VUNESP - 2020) Um capital de R$ 1.200,00, aplicado M = 150.000 x (1+0,03)3 M = 1.000 x (1+0,10)2
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
no regime de juros simples, rendeu R$ 65,00 de juros. M = 150.000 x (1,03)3 M = 1.000 x 1,21
Vamos lá!
Sabendo-se que a taxa de juros contratada foi de 2,5% ao M = 150.000 x 1,092727 M = 1.210 reais
ano, é correto afirmar que o período da aplicação foi de M = 15 x 10927,27 Resposta: Letra B.
1. (FEPESE - 2018) Uma TV é anunciada pelo preço de R$
M = 163.909,05 reais
1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de 159,00. A
a) 20 meses. Resposta: Letra A. 10. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Julgue o item seguinte,
mesma TV custa R$ 1.410,00 para pagamento à vista.
b) 22 meses. relativo à matemática financeira.
Portanto o juro simples mensal incluído na opção par-
c) 24 meses. 7. (FCC - 2017) O montante de um empréstimo de 4 anos Considere que dois capitais, cada um de R$ 10.000,
celada é:
d) 26 meses. da quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros tenham sido aplicados, à taxa de juros de 44% ao
e) 30 meses. compostos de 10% ao ano, será igual a mês — 30 dias —, por um período de 15 dias, sendo
a) Menor que 2%.
b) Maior que 2% e menor que 2,5%. um a juros simples e outro a juros compostos. Nessa
J = c. i. t/100 a) R$ 26.000,00. situação, o montante auferido com a capitalização no
c) Maior que 2,5% e menor que 2,75%.
65 = 1.200 x 2,5 x t/100 b) R$ 28.645,00. regime de juros compostos será superior ao montan-
d) Maior que 2,75% e menor que 3%.
65 = 30t c) R$ 29.282,00. te auferido com a capitalização no regime de juros
e) Maior que 3%.
t = 65/30 x 12 d) R$ 30.168,00. simples.
t = 26 meses e) R$ 28.086,00.
1.908 - 1.410 = 498 (juros durante 12 meses)
Resposta: Letra D. ( ) CERTO ( ) ERRADO
J=C·I·t
498 = 1410 · 12 · i / 100 Temos um prazo de t = 4 anos, capital inicial C =
49800 = 16920i 5. (IBADE - 2019) Juliana investiu R$ 5.000,00, a juros 20000 reais, juros compostos de j = 10% ao ano. O Veja que a taxa de juros é mensal, e o prazo da apli-
i = 49800/16920 simples, em uma aplicação que rende 3% ao mês, montante final é: cação foi de t = 0,5 mês (quinze dias).
i = 2,94%. durante 8 meses. Passados 8 meses, Juliana retirou M = C x (1+j)t Quando o prazo é fracionário (inferior a 1 unida-
Resposta: Letra D. todo o dinheiro e investiu somente metade em uma M = 20000 x (1+0,10)4 de temporal), juros simples rendem MAIS que juros
outra aplicação, a juros simples, a uma taxa de 5% ao M = 20000 x 1,14 compostos. Logo, o montante auferido com a capi-
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Uma pessoa atrasou em mês por mais 4 meses. O total de juros arrecadado por
M = 20000 x 1,4641 talização no regime de juros compostos será infe-
15 dias o pagamento de uma dívida de R$ 20.000, cuja Juliana após os 12 meses foi:
M = 2 x 14641 rior ao montante auferido no regime simples.
taxa de juros de mora é de 21% ao mês no regime de M = 29282 reais Resposta: Errado.
juros simples. a) R$ 1.200,00.
Resposta: Letra C.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o b) R$ 1440,00.
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente. c) R$ 620,00.
8. (FGV - 2018) Certa empresa financeira do mundo
No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é d) R$ 1820,00.
real cobra juros compostos de 10% ao mês para os
equivalente à taxa de 252% ao ano. e) R$ 240,00. TAXAS DE JUROS: NOMINAL, EFETIVA,
empréstimos pessoais. Gustavo obteve nessa empre-
sa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS,
( ) CERTO ( ) ERRADO J=C·i·t
J= 5000 · 0,03 · 8
incluindo os juros, três meses depois. REAL E APARENTE
O valor que Gustavo deverá pagar na data do venci-
No regime simples, sabemos que taxas propor- J= 150 · 8
mento é: Nominal ou Aparente
cionais são também equivalentes. Como temos 12 J = 1200 de lucro
meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am Montante do aplicado com lucro M= C + J
M=5000 + 1200 a) 6.600 reais. As Taxas Aparentes, também chamadas de taxas
é, simplesmente: b) 7.200 reais.
M = 6200 montante inicial e lucro nominais, são aquelas divulgadas pelo mercado. Ima-
21% x 12 = 252% ao ano
Nova aplicação de metade que lucrou 6200 / 2 =3100 c) 7.800 reais. gine uma propaganda sobre uma aplicação financei-
Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também
J=C·i·t d) 7.986 reais. ra a respeito de um CDB com prazo de aplicação de
é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está
J = 3100 · 0,05 · 4 e) 8.016 reais. 2 (dois) anos e rendimento de 10% ao bimestre, capi-
certo.
Resposta: Certo. J = 155 · 4 talizados mensalmente. Esse período corresponde à
J = 620 lucro da nova aplicação Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a m e t = 3 taxa aparente ou nominal. Note que se trata de uma
Somatório dos lucros: meses. Aplicando a fórmula, temos: taxa de juros em que a unidade de tempo da taxa (ao
3. (FUNDATEC - 2020) Qual foi a taxa mensal de uma
aplicação, sob regime de juros simples, de um capital M = 1200 + 620 = 1820 dos lucros M = C x (1 + j)t bimestre) não é coincidente com a unidade de tempo
de R$ 3.000,00, durante 4 bimestres, para gerar juros Resposta: Letra D. M = 6000 x (1,1)³ do período de capitalização (mensal).
de R$ 240,00? M = 6000 x 1,331
6. (FCC - 2017) A Cia. Escocesa, não tendo recursos M = 7986 reais Dica
a) 8%. para pagar um empréstimo de R$ 150.000,00 na data Resposta: Letra D.
b) 5%. do vencimento, fez um acordo com a instituição finan- Nas fórmulas matemáticas de Juros Compostos,
c) 3%. ceira credora para pagá-la 90 dias após a data do 9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Um indivíduo investiu a não se pode utilizar a Taxa Nominal ou Aparente.
d) 2%. vencimento. Sabendo que a taxa de juros compostos quantia de R$ 1.000 em determinada aplicação, com
MATEMÁTICA
e) 1%. cobrada pela instituição financeira foi 3% ao mês, o taxa nominal anual de juros de 40%, pelo período de 6 Real
valor pago pela empresa, desprezando-se os centa- meses, com capitalização trimestral. Nesse caso, ao
J = 240 vos, foi, em reais, final do período de capitalização, o montante será de A Taxa Real representa a remuneração do capital
C = 3.000 em unidades de poder aquisitivo, ou seja, ela repre-
i=? a) 163.909,00. a) R$ 1.200. senta as taxas que despontam após ser efetuado o des-
t = 4 bimestres, ou seja, 4 * 2 = 8 meses. b) 163.500,00. b) R$ 1.210. conto da inflação.
Substituindo: c) 154.500,00. c) R$ 1.331. Para calcular a taxa real, usamos a fórmula:
J=C·i·t d) 159.135,00. d) R$ 1.400.
240 = 3000 · i · 8 e) 159.000,00. 263 264 e) R$ 1.100. (1 + ia) = (1 + ir) + (1 + ii)
Onde, Suponha que a seja o último dígito de um dos CPFs 9. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na disputa entre Carda-
HORA DE PRATICAR! gerados, que b seja o último dígito de outro desses no e Tartaglia pela resolução da equação polinomial
z ia = taxa aparente CPFs e que a e b sejam números ímpares consecuti- do terceiro grau (século XVI), foi que se percebeu
z ir = taxa real 1. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considere os seguintes vos. Nessa situação, a + b é múltiplo de 4. que os números reais eram insuficientes para o tra-
z ii = inflação conjuntos: tamento de equações algébricas. Em busca das raí-
3
( ) CERTO ( ) ERRADO zes da equação x - 15x - 4 = 0, a fórmula de Tartaglia
Exemplo prático: Após 12 (doze) meses, um inves-
P = {todos os policiais federais em efetivo exercício no 3
fornecia a solução x = 2 + - 121 +
3 - -
2 121
tidor teve 25% de rendimento. Sabendo que, nesse 5. (CEBRASPE-CESPE — 2014) Considere que, em um
país} , que evidenciou a necessidade da criação do con-
período, a inflação foi de 7%, calcule a taxa real do conjunto S de 100 servidores públicos admitidos por
P1 = {policiais federais em efetivo exercício no país junto dos números complexos (C). Em 1572, Rafael
investimento. concurso público, para cada x = 1, 2, 3, ..., Sx, seja o
e que têm até 1 ano de experiência no exercício do Bombelli fez a suposição de que (C era um número
cargo} subconjunto de S formado pelos servidores que pres-
(1 + 0,25) = (1 + ir) x (1 + 0,07) conhecido e concluiu que (2+ - 1 )3= 2 + - 121 e
P2 = {policiais federais em efetivo exercício no país taram exatamente x concursos até que no concurso
(1 + ir) = 1,25/1,07
e que têm até 2 anos de experiência no exercício do de número x foram aprovados pela primeira vez; con- que (2 − - 1 ) 3 = 2 − - 121 . Leonhard Euler (1707-
ir = 1,17 – 1
cargo} sidere, ainda, que Nx seja a quantidade de elementos 1783) introduziu a notação i para - 1 e passou a
ir = 0,17
P3 = {policiais federais em efetivo exercício no país de Sx. A respeito desses conjuntos, julgue o item a estudar os números complexos da forma z = a + ib,
ir = 17%
e que têm até 3 anos de experiência no exercício do seguir. em que a e b são números reais e i2 = -1.
Perceba que a taxa real reflete, com maior preci- cargo}
são, o ganho real de um investimento, por considerar e, assim, sucessivamente. Se a e b forem números inteiros positivos e a ≤ b, Tendo o texto anterior como referência inicial bem
a perda com a desvalorização causada pela inflação Com base nessas informações, julgue o item que se então Na ≤ Nb. como fatos históricos da matemática e a teoria dos
do período. seguem. números complexos, julgue o item que se segue. Na
P2 é subconjunto de P1. ( ) CERTO ( ) ERRADO Grécia Antiga, verificou-se a insuficiência dos núme-
Taxas Efetiva ros racionais em medir a diagonal do quadrado de
( ) CERTO ( ) ERRADO 6. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Considerando as pro- lado igual a um.
z Equivalentes priedades e as operações fundamentais dos números
2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Uma pesquisa foi feita inteiros, racionais, irracionais e reais, julgue o item a ( ) CERTO ( ) ERRADO
Taxas Equivalentes são as taxas de juros com uni- seguir.
no aeroporto de Aracaju, na qual foram entrevistados
dades de tempo diferentes que, aplicadas sob o regi-
350 turistas, acerca da apreciação dos seguintes três 10. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Considerando as pro-
me de juros compostos por um mesmo período e a um No conjunto dos números inteiros, o algoritmo da
pratos da culinária sergipana: priedades e as operações fundamentais dos números
mesmo capital, produzem o mesmo montante e, por divisão garante que, dados os números inteiros a e inteiros, racionais, irracionais e reais, julgue o item a
consequência, o mesmo juro. b, com a ≠ 0, existem números inteiros q e r tais que seguir.
prato I: moqueca de camarão;
Exemplo prático: Qual seria a Taxa composta b = q x a + r e 0 ≤ r < |a|. O número q é o quociente e
prato II: carne de sol com pirão de leite; prato III: roba-
bimestral Equivalente a 6% ao mês? A Taxa mensal de r é o resto da divisão de b por a. Já no conjunto dos Todo conjunto não vazio de números inteiros positi-
lo ao molho de camarão.
6% capitalizada por 2 meses (1 bimestre) será igual a números racionais, dados x e y, com x ≠ 0, é sempre vos possui um menor elemento, isto é, se S é um con-
Nessa pesquisa, verificou-se que cada um dos turis-
que Taxa Equivalente bimestral? possível encontrar um número racional z tal que y = junto de números inteiros positivos, não vazio, então
tas entrevistados provou pelo menos um dos pratos
x × z, isto é, o resto da divisão de y por x seja igual a existe s ε S tal que s ≤ x, para todo x ε S. Essa mes-
(1 + imensal)2 = (1 + ibimestral) citados. Também se verificou que 200 deles provaram
zero. ma propriedade é também válida para conjuntos não
(1 + 0,06)2 = (1 + ibimestral) o prato I, 150 provaram o prato II e 100 provaram o
prato III. Além disso, a pesquisa revelou que 50 des- vazios de números reais positivos.
1,062 = 1 + ibimestral ( ) CERTO ( ) ERRADO
1,1236 = 1 + ibimestral ses turistas provaram os pratos I e II, 40 provaram
os pratos II e III e que nenhum deles provou os três ( ) CERTO ( ) ERRADO
ibimestral = 1,1236 − 1 → ibimestral = 0,1236 ou 12,36% 7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) O item a seguir apresen-
pratos.
ta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva 11. (CEBRASPE-CESPE — 2017) A respeito de números
Logo, 6% ao mês é equivalente a 12,36% ao
a ser julgada, com relação a raciocínio lógico. reais e números complexos, julgue o item subsecutivo.
bimestre. Com base nessas informações, conclui-se que, dos
Diferentemente do que ocorre no Regime de Capi- turistas entrevistados, 10 provaram os pratos I e III.
A construtora Gama é capaz de construir uma estrada O resultado da soma dos números reais a e b será
talização Simples, em Juros Compostos, as Taxas Equi-
que ligue as cidades A e B no prazo de 15 meses, e a um número racional se, e somente se, cada um dos
valentes não são proporcionais. ( ) CERTO ( ) ERRADO construtora Delta é capaz de construir essa mesma números a e b for um número racional.
z Proporcionais estrada no prazo de 25 meses. Nessa situação, se as
3. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Há cinco anos, João, duas construtoras forem contratadas para construir a
Paulo e Miguel se associaram para montar uma lan- ( ) CERTO ( ) ERRADO
Taxas Proporcionais são taxas de juros que apre- estrada nos respectivos prazos, de modo que a cons-
chonete. João entrou com R$ 80.000; Paulo, com trutora Gama comece a construí-la a partir da cidade
sentam unidades diferentes de tempo que, quando 12. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Determinado contribuin-
R$ 120.000; e Miguel, com R$ 200.000. A lanchonete A e a construtora Delta comece a construí-la a par-
aplicadas sobre o mesmo capital, produzirão igual te, em débito com a receita estadual, constatou que
foi vendida, hoje, por R$ 3.200.000 e essa quantia foi tir da cidade B, serão necessários mais de 10 meses
montante em regime de juros simples. deve pagar R$ 2.100 para quitar todos os débitos,
dividida entre os três de forma diretamente propor- para concluir a construção da estrada.
Exemplo prático: Uma taxa bimestral de 6% terá após desconto concedido por aquele órgão. Após
cional aos valores que cada um investiu.
sua Taxa de Juros mensal igual a: tal desconto, o pagamento pode ser parcelado em
Pode-se realizar esse cálculo por meio de uma ( ) CERTO ( ) ERRADO até 10 parcelas mensais, sendo a primeira calculada
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a
regra de três simples. Vejamos: pela razão entre o valor da dívida pós- desconto e o
seguir. 8. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Considerando as pro- número escolhido de parcelas, paga no momento do
2 meses -------- 6% Considerando o lucro obtido com a venda, é correto priedades e as operações fundamentais dos números acordo. As demais têm seu valor corrigido em 10% em
1 mês ------------ x% inferir que, enquanto na propriedade dos três, a lan- inteiros, racionais, irracionais e reais, julgue o item a relação à do mês anterior.
MATEMÁTICA
Supondo-se que o contribuinte opte por efetuar o ( ) CERTO ( ) ERRADO 13 CERTO
pagamento em 3 parcelas, então a soma algébrica
14 ERRADO
dos valores por ele pagos será inferior a R$ 2.350. 18. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Há cinco anos, João,
Paulo e Miguel se associaram para montar uma lan- 15 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO chonete. João entrou com R$ 80.000; Paulo, com
R$ 120.000; e Miguel, com R$ 200.000. A lanchonete 16 CERTO
14. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os operadores dos guin- foi vendida, hoje, por R$ 3.200.000 e essa quantia foi
17 CERTO
dastes do Porto de Itaqui são todos igualmente efi- dividida entre os três de forma diretamente propor-
cientes. Em um único dia, seis desses operadores, cional aos valores que cada um investiu. 18 ERRADO
cada um deles trabalhando durante 8 horas, carregam
12 navios. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 19 CERTO
20 CERTO
Com referência a esses operadores, julgue o item Se, há 5 anos, em vez de participar da sociedade,
seguinte. Miguel tivesse investido o seu dinheiro à taxa de juros
compostos de 50% pagos anualmente, então, consi-
Para carregar 18 navios em um único dia, seis des- derando-se 7,6 como valor aproximado para 1, 55 , é
ses operadores deverão trabalhar durante mais de 13 correto afirmar que, hoje, o montante desse investi- ANOTAÇÕES
horas. mento seria maior que aquele que ele recebeu com a
venda da lanchonete.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
15. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os operadores dos guin-
dastes do Porto de Itaqui são todos igualmente efi- 19. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Considerando os símbo-
cientes. Em um único dia, seis desses operadores, los normalmente usados para representar os conec-
cada um deles trabalhando durante 8 horas, carre- tivos lógicos, julgue os itens seguintes, relativos a
gam 12 navios. lógica proposicional e à lógica de argumentação.
Nesse sentido, considere, ainda, que as proposi-
Com referência a esses operadores, julgue o item ções lógicas simples sejam representadas por letras
seguinte. maiúsculas.
16. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Há cinco anos, João, 20. (CEBRASPE-CESPE — 2014) Julgue o próximo item,
Paulo e Miguel se associaram para montar uma lan- considerando os conectivos lógicos usuais ¬, ∧, ∨,
chonete. João entrou com R$ 80.000; Paulo, com →, ↔ e que P, Q e R representam proposições lógi-
R$ 120.000; e Miguel, com R$ 200.000. A lanchonete cas simples. A proposição [P→(Q∧R)]↔{[(¬P)∨-
foi vendida, hoje, por R$ 3.200.000 e essa quantia foi Q]∧[(¬P)∨R]} é uma tautologia.
dividida entre os três de forma diretamente propor-
cional aos valores que cada um investiu. ( ) CERTO ( ) ERRADO
267 268
ESTRUTURA INFORMAL Quanto maior o número de subordinados, temos TIPOS DE ESTRUTURA
assim uma amplitude de controle mais ampla (larga).
Não é representada oficialmente A escolha do melhor desenho estrutural da organi-
No sentido oposto, quando menor o número de subor-
Interação social dinados, a amplitude administrativa será mais estreita. zação é o resultado da análise de diversas variáveis, tais
como: os aspectos da autoridade, da comunicação inter-
NOÇÕES DE Não pode ser controlada
Ênfase nas pessoas
na, do tamanho da empresa e da cultura da organização.
O gestor, ao escolher a estrutura organizacional, define
ADMINISTRAÇÃO Integração (relacionamentos pessoais) os canais por onde fluem a autoridade e a comunicação.
Normalmente, o desenho organizacional tende a ser
PÚBLICA Componentes da Estrutura Formal
Amplitude de controle AMPLA
> Número de subordinados
simples no “nascimento” da empresa, conforme o seu
crescimento, as organizações vão alterando para desenhos
A estrutura organizacional, baseada a partir do pla- mais complexos, de acordo com as suas necessidades.
nejamento, é responsável por definir como ocorrerá a Na figura abaixo, encontramos os principais tipos
Amplitude de controle Estreita
divisão do trabalho, a atribuição de autoridade, os fluxos de estruturas encontrados em uma organização:
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS de comunicação, a coordenação e a tomada de decisão. > Número de subordinados
ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS A escolha da melhor estrutura a ser adotada pela orga-
Estrutura Linear
nização vai depender dos seguintes elementos: cadeia de
comando, amplitude de controle, autoridade, especializa-
TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, Estrutura Funcional
ção do trabalho, centralização e descentralização.
NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Cadeia de Comando A opção por uma amplitude mais ampla ou mais Estrutura Linha-Staff
estreita vai depender de diversos fatores ligados ao
Empreendimentos coletivos, especialmente de
A cadeia de comando é a distribuição de autorida- tipo de ambiente da organização, da sua cultura orga-
grande porte, como as organizações governamentais, Estrutura Divisional
de na estrutura organizacional através da divisão em nizacional, do tipo de tarefa desempenhada, do uso
precisam de administradores para a gestão de seus
níveis hierárquicos, identificando o poder de mando de tecnologia e sobretudo ao nível de qualificação de
recursos (materiais, financeiros, pessoal).
de cada integrante (normalmente, do topo da pirâmi- seus subordinados. Estrutura Matricial
Essas pessoas praticam a atividade administrativa
por meio da ocupação de cargos dentro de uma estru- de até a sua base). Para facilitar o aprendizado, vamos entender
tura organizacional. Sintetizando o conceito: É a demonstração como a como essa escolha funciona na prática! Estrutura em Rede
Nesse sentido, é o que torna essencial por parte autoridade é dividida, quem manda em quem e quem Em uma empresa de call center, onde os subordina-
dos administradores o conhecimento dos diversos responde a quem. dos executam tarefas simples, rotineiras e repetitivas,
conceitos inerentes a estrutura organizacional. E o Na figura abaixo, podemos perceber como funcio- na qual não exijam grande supervisão, o recomendado Estrutura Linear
ponto de partida desse assunto, é saber a existência e na a autoridade de uma cadeia de comando: o gerente é uma amplitude de controle mais ampla. Nesse caso
suas características tanto da estrutura formal quanto de mídias sociais reporta-se ao diretor de marketing, concreto, cada chefe comandará um grande número de É o tipo de estrutura mais simples e frequentemen-
da estrutura informal. que se reporta ao presidente da empresa. subordinados. te utilizada por pequenas organizações em sua fase
Por outro lado, se o ambiente for instável, mutá- inicial, que normalmente atuam em ambientes está-
z Estrutura Formal: Em regra, a estrutura formal vel, dinâmico e com tarefas complexas, ocorrerá uma veis e previsíveis.
é planejada e representada pelo organograma da Presidente maior necessidade de orientação, coordenação e Neste tipo de estrutura, a autoridade está centra-
empresa. É a estrutura oficial da organização, no supervisão. Como exemplo podemos citar o setor de lizada em apenas um cargo, no qual tem autoridade
qual é possível identificar os diversos cargos, as investimentos e contabilidade de uma grande empre- única sobre seus subordinados.
linhas de autoridade, os fluxos de comunicação e o sa, desse modo, cada chefe será responsável por Neste sentido, o “chefe” atua com autoridade
processo decisório; Diretor Diretor poucos colaboradores, permitindo assim uma maior linear e única, baseado no princípio escalar da unida-
z Estrutura Informal: Como o próprio nome diz, Marketing Financeiro atenção e orientação nas tarefas do dia a dia. de de comando com clara definição de suas responsa-
é uma rede de relacionamentos não oficiais, não bilidades e decisões centralizadas no topo.
estabelecida e não reconhecida pela estrutura for- Autoridade
mal. Está presente em todas as organizações, atra-
vés das relações sociais e pessoas dos membros da
Gerente de Gerente de Um dos resultados do processo administrativo de
empresa.
Mídias Sociais Relacionamento organizar, é a criação de figuras de autoridade (dire- Centralização das Presidente Autoridade Linear
decisões
tores, chefes, supervisores, gerentes).
Um dos pontos positivos em “incentivar” a estru-
Em relação a ciência da Administração, você deve
tura informal é a sua capacidade de aumentar os rela-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Por muito tempo, o conceito de cadeia de coman- levar para sua prova, que autoridade é o direito legal Diretores
cionamentos interpessoais, assim proporcionando
uma maior rapidez ao processo decisório. do foi associado ao princípio da unidade de comando, das figuras de autoridade, em um nível, de dirigir e/ou
ou seja, cada subordinado só podia se reportar para comandar o comportamento dos subordinados (cola-
Dica somente um único chefe. boradores em níveis inferiores no organograma).
A atribuição de autoridade está intrinsicamente Gerentes Comunicação
Atualmente, com a evolução das relações pessoais descendente
É impossível (e também não desejável) a eliminação ligada ao processo de organização, mais especificamen-
e com a facilidade da tecnologia, essa premissa de (Top Down/Vertical)
da estrutura informal. te ao conceito de hierarquia e amplitude de controle.
subordinação somente em relação ao um único chefe
está sendo cada vez menos utilizado pelas organiza- Nesse sentido, inferimos, que a autoridade é a con- Supervisores
No quadro abaixo, sintetizamos as diferenças trapartida da responsabilidade. Como os gerentes são
ções modernas.
entre a estrutura formal e informal: responsáveis pelo desempenho de seus colaborado-
Atualmente, as organizações modernas priorizam
res, as organizações dão-lhes autoridades sobre eles. Estrutura Funcional
uma amplitude de comando mais ampla. Esse é nosso
ESTRUTURA FORMAL próximo assunto! Em uma concepção mais ampla, a autoridade tam-
bém pode ser atribuída a unidades de trabalho de É a estrutura mais comum encontrada nas organi-
Representada pelo organograma uma organização. Como exemplo clássico citado pela zações, consiste no agrupamento de tarefas de acordo
Amplitude de Controle
Planejada e formalmente representada literatura especializada, temos a autoridade atribuída com as habilidades, conhecimentos e recursos, cuja
ao departamento de auditoria da empresa. prioridade está na especialização.
Maior controle da organização Também conhecido como amplitude administrati- Normalmente, as organizações iniciam suas ativi-
Ênfase na especialização va, diz respeito ao número de subordinados que cada dades tendo como base a estrutura funcional. Sua uti-
gestor poderá comandar ou supervisionar em uma lização é apropriada a empresas menores que atuam
Distribuição de poder organização. 269 270
em ambientes estáveis e previsíveis, tendo seu foco na No entanto, como desvantagens temos: Estrutura em Rede / Network ou Virtual objetivando à melhor adequação da estrutura organi-
especialização das funções. zacional a sua dinâmica de ação.
No quadro abaixo, sintetizamos as principais van- z A perda da visão macro da organização: pois cada Com a evolução tecnológica e a necessidade de um Nessa esteira, o mestre Chiavenato - um dos maio-
tagens e desvantagens da estrutura funcional: divisão funciona independentemente, comprome- modelo de produção mais flexível, as organizações res especialistas na ciência da Administração e “que-
tendo a integração entre elas; estão cada vez mais optando por uma estrutura hori- ridinho” das bancas examinadoras, nos ensina: “o
z Menor economia de escala: pois cada setor se repe- zontalizada, adaptativa e ágil. Nesse contexto, emer- desenho departamental refere-se à especialização
VANTAGENS DESVANTAGENS giu a estrutura em rede, baseada em parcerias em
te em todas as divisões, assim normalmente ocorre horizontal da organização e o seu desdobramento em
Especialização dos Visão limitada dos objeti- a duplicação das funções, gerando assim maiores torno de projetos e informações, no qual não existem unidades, departamentos ou divisões”.
funcionários vos da organização custos administrativos. fronteiras (global). E quais são os objetivos da departamentalização?
Facilita a comunicação Dificulta a comunicação Nesse tipo de estrutura, as organizações con-
dentro dos departamentos entre os setores centram seus esforços em seus processos essenciais, z Aproveitar a especialização: saber tirar proveito
Presidente
permitindo a delegação (contratação) das demais ati- da qualificação das pessoas da organização, alo-
Diminui a rapidez da to- vidades para parceiros especialistas, formando assim
Centralização das cando cada colaborador em uma função que per-
mada de decisões aos Divisão Divisão “nós”, capazes de se expandir de forma ilimitada.
decisões Divisão Serviços mita o aumento da eficiência de cada um;
desafios externos Eletrônicos Alimentos Essas empresas subcontratadas (entendidas como z Maximizar os recursos disponíveis: com o agru-
Dificulta a responsabili- parceiras) formam uma enorme “teia”, atuando como pamento ou reajustamento das atividades é possí-
Melhor aproveitamento dos Financeiro equipes autônomas, sem controle hierárquico entre
zação pelos problemas Financeiro Financeiro vel maximizar os recursos através da estruturação
recursos os pares, com atribuições e responsabilidades bem
organizacionais das unidades;
Duplicação definidas proporcionando assim uma enorme flexibi- z Controlar: a departamentalização proporciona a
Marketing Marketing Marketing
Estrutura Linha-Staff das Funções lidade e agilidade. clara delimitação de responsabilidades, assim con-
A estrutura em rede está baseada em 3 pilares para sequentemente facilitando o controle;
Esta estrutura é a reunião dos pontos positivos da Produção Produção Produção o seu nascimento, sobrevivência e evolução, são eles: z Coordenar: com os departamentos bem defini-
estrutura linear e funcional, preserva a autoridade de dos, a coordenação torna-se tarefa mais integrada
linha – responsável pelo alcance dos objetivos básicos z Cultura de confiança: Tudo se inicia na confiança e ainda permite maior agilidade, evitando assim
e resultados, e cria a autoridade de staff – responsável Estrutura Matricial mutua, priorizando a relação ganha-ganha. As empre- ajustes posteriores;
pelo apoio, consultoria, suporte e recomendações. sas participantes da rede são vistas como parceiras; z Reduzir conflitos: os conflitos existem, devem
Este tipo de estrutura é muito adotado em empre- A estrutura matricial é recomendada quando há z Cultura de competência: são as competências ser minimizados, pois raramente são eliminados.
sas de médio porte e grande porte, tendo como prin- a necessidade de uma equipe multidisciplinar, cujos essências de cada parceiro; Nesse sentido, com a transparente alocação das
cipal ideia a conservação do comando único com a integrantes poderão dedicar-se concomitantemente z Cultura da Tecnologia da informação: é a utilização responsabilidades, os conflitos tendem a diminuir.
adição da autoridade de staff, funcionando como uma aw sua atribuição funciona e a outros projetos. das novas tecnologias, agilizando assim os fluxos de
consultoria para suporte e inovação. informações vitais para o desenvolvimento de redes. O trabalho de decidir entre as melhores técnicas
de departamentalização vai depender do estudo de
Presidente
diversas variáveis, mas sempre é importante pre-
Autoridade Presidente parar a organização para o crescimento e competi-
Fornecedores
Staff Diretor Diretor Diretor ção, desenvolvendo alternativas estruturais para a
Financeiro Logística Tecnologia organização.
Autoridade Na figura abaixo, encontramos as principais técni-
Assessor
Linear Projeto "Trans- cas de departamentalização:
formação Agência de
Digital" Produtores
Marketing
Departamentalização Funcional
cliente, e não as necessidades internas da empresa. maneira, a descentralização entre departamentos é formal e altera a divisão do trabalho, devido a isso, é mais
Para facilitar o aprendizado, temos como exemplo duradoura e tem um maior alcance que a simples delegação entre pessoas.
É a utilização de 2 ou mais tipos de departamen-
clássico: o atendimento personalizado das instituições Para facilitar o entendimento, no quadro abaixo, sintetizamos as vantagens e desvantagens das organizações
talização, adequando a estrutura organizacional que
financeiras para com seus diferentes tipos de clientes centralizadas e descentralizadas:
mais se adapte à realidade.
(gerência Pessoa Física – cliente Classe “A”, gerência Pessoa Atualmente, as empresas modernas estão optando
Jurídica “grande porte”, gerência para microempresas). por “desenhar” a sua estrutura organizacional con- VANTAGENS
forme as vantagens e desvantagens das diferentes
técnicas de departamentalização, criando assim uma ORGANIZAÇÃO CENTRALIZADA ORGANIZAÇÃO DESCENTRALIZADA
Presidente
estrutura “personalizada” para cada situação.
Uniformidade de procedimentos Gerentes responsáveis por suas decisões
Facilidade de controle Facilidade de avaliar os gerentes
Gerência de Gerência de Gerência ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Rapidez na comunicação Competição positiva entre unidades
Clientes Pessoa Clientes Pessoa de Clientes Acesso rápido à informação Criatividade na busca de soluções
Física Jurídica Governamentais
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO Reduzida duplicação de esforços Agilidade na tomada de decisão
BRASILEIRO
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ão
aç
liz
tra
A concentração é quando o cumprimento das competências administrativas acontece por meio de órgãos ce
n
s
públicos despersonalizados e sem nenhuma divisão interna. De ETC Banco do
IBAMA
(Correios) Brasil
Esta técnica existe na teoria, mas na prática é muito difícil de acontecer. Pois, em regra, os órgãos públicos são
repartidos (secretarias, departamentos) para facilitar a gestão e a divisão de tarefas.
Na concentração, pressupõe-se a ausência completa de divisão de tarefas internamente: é como se fosse um
órgão público sem nenhum departamento e sem nenhuma hierarquia.
Já na desconcentração, as atribuições são alocadas entre os órgãos públicos pertencente a mesma pessoa jurí- z Administração Indireta (Descentralizada):
dica, mantendo a vinculação hierárquica. A informação que você deve levar para a sua prova é que na desconcen-
tração não há a criação de outras pessoas jurídicas, mas simplesmente as competências são distribuídas dentro de Autarquias
Fundação Públicas
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
uma única pessoa jurídica. São exemplos clássicos de desconcentração a transferência de competência e atribui-
ções do Governo Federal para os seus ministérios (exemplos: Justiça, Economia, Cidadania). Empresas Públicas
Percebemos, nos exemplos acima, que se trata de uma divisão das atividades internamente, permanecendo na Sociedade de Economia Mista
mesma pessoa jurídica.
Administração Direta Enfim, terminamos aqui a teoria deste tópico. Vamos agora resolver questões para sabermos como esse assun-
to é cobrado!
Desconcentração União
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO
Presidência da República e dos Ministérios. dores é a classificação dos órgãos quanto a sua posi- descentralizada. (artigo 5º, inciso I).
II - A Administração Indireta, que compreende as Centralizada Descentralizada ção hierárquica. Fazendo uma analogia com a ciência
seguintes categorias de entidades, dotadas de per- da administração, essa classificação funciona como se Para a Administração Pública executar suas ativida-
Conjunto de órgãos liga-
sonalidade jurídica própria: fosse um organograma da organização administrativa des administrativas, por vezes, ela se vale de entidades
dos diretamente às pes- Entidades Administrativas
a) Autarquias; brasileira. que possuam personalidade jurídica própria. denomina-
soas políticas
b) Empresas Públicas; Quanto à posição hierárquica (estatal), os órgãos da na estrutura organizacional de Administração Indi-
c) Sociedades de Economia Mista. Personalidade Jurídica podem ser: reta, representadas pela Autarquia, Fundações Públicas,
d) fundações públicas. Despersonalizados empresas públicas e sociedade de economia mista.
Própria
z Independentes (ou Primários): São os órgãos As autarquias são entidades administrativas que
Conforme o artigo acima, concluirmos, que a Exemplos: Ministérios Exemplos: Autarquias, representativos de poderes que decorrem direta- fazem parte do nosso cotidiano, muitas vezes utili-
Administração Direta é composta pelos órgãos públi- do governo Federal, Fundações Públicas, Em- mente da Constituição e não se subordinam hie- zamos serviços públicos de autarquias e não damos
cos integrantes da sua estrutura interna, desprovi- Secretarias estaduais e presas Públicas e Socie- rarquicamente a nenhum outro. conta (ou nem sabemos) de sua natureza autárquica.
dos de personalidade jurídica própria, enquanto a municipais dades de Economia Mista Exemplos: Chefia do Executivo, as Casas Legislati- Algumas das principais autarquias da Administração
Administração Indireta compreende as autarquias, vas e os Tribunais. Federal são:
Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedade Para facilitar a memorização das entidades admi- z Autônomos: Formam a cúpula da administração e
de Economia Mista, todos dotados de personalidade nistrativas da Administração Indireta podemos utilizar se subordinam, somente, aos órgãos independen- z Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
jurídica própria. o mnemônico F.A.S.E (Fundação Pública, Autarquia, tes, possuem plena autonomia financeira, técnica z Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-
Refinando o conceito de Administração Direta: é Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública). e administrativa. sos Naturais Renováveis (IBAMA);
o conjunto de órgãos que integram as pessoas polí-
ticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e 277 278
z Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodi- Esse grau de liberdade não significa uma indepen- z , de
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Dessa maneira, podemos conceituar as empresas
versidade (ICMBio); dência total, pois elas sofrem um controle finalístico z Agência Nacional de Águas (ANA); estatais como pessoas jurídicas de direito privado per-
z Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrá- chamado de supervisão ministerial. z Agência Nacional de Mineração (ANM). tencentes à Administração Pública Indireta.
ria (INCRA); z Para finalizar o tema das autarquias, não podemos As características comuns das espécies da empresa
z Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa- z Em regra, o regime de contratação é estatutá- deixar de comentar as Autarquias Corporativas. estatal são as seguintes:
cionais (INEP); rio: As contratações de pessoal seguem o rito da
z Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tec- Administração pública, ou seja, a necessidade de As autarquias corporativas também são chamadas z Natureza jurídica: Pessoa Jurídica de Direito Privado;
nologia (Inmetro); realizar concurso público para a escolha de seu de Corporações profissionais ou ainda autarquias pro- z Objeto: prestação de serviço público ou exploração
z Banco Central do Brasil (BACEN). quadro funcional; fissionais. As autarquias corporativas são entidades de atividade econômica;
z Controle pelos tribunais de contas: Devem criadas com o objetivo de exercer o controle e a fisca- z Controle do Tribunal de Contas da União;
Percebemos nos exemplos acima que, na maioria observar as regras da contabilidade pública e con- lização sobre determinadas categorias profissionais, z Obrigatoriedade de licitar;
das vezes, o nome “instituto” caracteriza uma entida- sequentemente sofrem fiscalizações pelos tribu- são os famosos conselhos de classe. z Contratação mediante concursos públicos;
de pública autárquica! nais de contas; Exemplificando: Conselho Regional de Medicina z Não sujeição à falência.
Outras entidades, devido à sua especialidade, as z Obrigatoriedade de licitar: como decorrência da (CRM), Conselho Regionais de Engenharia e Agronomia
quais também foram criadas com a natureza jurídica natureza pública, devem seguir as regras da Lei nº (CREA), Conselho Regional de Administração (CRA). Visto as características comuns, vamos nos apro-
de autarquias são as Universidades Públicas e os Insti- 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações e Contratos); A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio fundar em cada uma das espécies da empresa estatal:
tutos Federais, segue alguns exemplos: z São imunes a impostos: O legislador originário de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF),
optou pela não cobrança de impostos perante as é considerada como uma entidade “sui generis”, ou Empresa Pública
z Universidade de Brasília; autarquias, esse é o teor do artigo 150, parágrafo seja, é um serviço público independente.
z Universidade Federal do Ceará; 2º, da Constituição Federal. Isso significa que a OAB goza de benefícios do regi- São pessoas jurídicas de direito privado, criadas
z Universidade Federal do Rio de Janeiro; me privado, mas não abrindo mão dos privilégios do mediante autorização legal, com capital exclusiva-
z Instituto Federal Baiano; A nossa Lei Ápice menciona somente a imunida- regime público. mente público, para a prestação de serviço público
z Instituto Federal de Brasília; de de impostos para as autarquias. Nesse sentido, as ou a exploração de atividade econômica, podendo se
z Instituto Federal do Ceará; taxas, contribuições de melhoria, empréstimos com- Fundação Pública revestir de qualquer forma de organização empresa-
z Instituto Federal do Espírito Santo. pulsórios e as contribuições especiais são devidos rial, inclusive sociedade anônima.
normalmente. Primeiramente, não se pode confundir com as inú- O conceito legislativo de Empresa Pública está pre-
Conhecer as características jurídicas e entender Como podemos perceber do exposto acima, as autar- meras Fundações do direito privado. Em quase nada visto no Decreto-Lei nº 200, de 1967:
o que significa essa “atividade típica” a ser desempe- quias são criadas com o propósito de prestar um servi- se assemelham! A Fundações Públicas são instituídas
nhada pela autarquia é essencial para seu concurso! ço público específico de forma mais eficiente e racional, por lei específica mediante a afetação de um acervo Empresa Pública - a entidade dotada de persona-
Vamos ao estudo! como forma de descentralização administrativa. patrimonial do Estado a uma dada finalidade pública. lidade jurídica de direito privado, com patrimônio
O conceito da atividade típica vai depender do Nesta esteira, concluímos que, se a entidade polí- O conceito de fundação pública está positivado próprio e capital exclusivo da União, criado por lei
momento histórico da criação da autarquia, pois o tica optar por descentralizar um serviço público tipi- pelo Decreto-Lei nº 200, de 1967: para a exploração de atividade econômica que o
que pode ser atividade típica hoje, pode não ser no camente estatal, o qual não pode ser prestado por Governo seja levado a exercer por força de contin-
futuro. Portanto, para sua prova, as autarquias desen- entidades privadas, deverá, obrigatoriamente, criar Fundação Pública - a entidade dotada de personali- gência ou de conveniência administrativa podendo
volvem atividades típicas da Administração, sejam lá uma autarquia. dade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, revestir-se de qualquer das formas admitidas em
quais forem essas, no momento histórico atravessado. criada em virtude de autorização legislativa, para direito. (Artigo 5º, inciso II)
Caro aluno, vamos internalizar o conhecimento! Autarquias Especiais o desenvolvimento de atividades que não exijam
Pode-se criar autarquia para a exploração de ativi- execução por órgãos ou entidades de direito públi- O capital das empresas públicas é inteiramente
dade econômica? Com as privatizações e a reforma do Estado Bra- co, com autonomia administrativa, patrimônio público (100%), ou seja, não existe dinheiro privado
A resposta é não. As autarquias somente podem sileiro para o modelo Gerencial (esse assunto será próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, integrando o capital social.
e funcionamento custeado por recursos da União e Pela razão de ser 100% capital público, então a
desempenhar as atividades típicas da Administração estudado em profundidade no último tópico) na meta-
de outras fontes. (Artigo 5º, inciso IV) empresa pública terá somente um único dono?
Pública, e não as de mercado. de dos anos 1990, foi introduzida na organização da
Abaixo, vamos entender cada ponto da definição: Administração Pública a figura das agências regulado- A resposta é não! Pois não existe a obrigatoriedade
Inferimos assim do conceito, que as fundações de ser de um único ente público. É possível a criação
ras com o objetivo de fiscalizar e controlar a atuação
públicas podem exercer todas as atividades típicas de empresa pública com a integração do capital entre
z São pessoas jurídicas de direito público: O regi- dos setores privados nas atividades anteriormente
do Estado, como prestar serviços públicos e exercer o dois ou mais entes públicos.
me jurídico aplicável é o público, e não as regras desempenhadas pelo Estado.
poder de polícia. Nesse sentido, a empresa pública pode ser classifica-
do direito privado. As agências reguladoras podem ser conceituadas
São exemplos de fundações no âmbito federal: da como unipessoal se o capital pertencer a uma única
z São criadas e extintas por lei específica: É o que como autarquias sob regime especial, encarregadas
estabelece o artigo 37, inciso XIX, da Constituição do exercício do poder normativo e fiscalizador das entidade pública. Nas situações em que duas ou mais pes-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Federal: “somente por lei específica será criada concessões e permissões de serviço público, bem z Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- soas políticas ou administrativas detiverem o seu capital,
autarquia”. como do poder de polícia sobre certas atividades. tística (IBGE); estaremos diante de uma empresa pública pluripessoal.
Por opção do legislador, as agências reguladoras z Fundação Nacional do Índio (FUNAI);
foram instituídas como autarquias em regime espe- z Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e
Assim, a personalidade jurídica de uma autarquia
cial caracterizadas por um alto grau de especialização Medicina do Trabalho (Fundacentro); Capital: uma única entidade pública
surge com a publicação da Lei específica, pela regra Unipessoal Exemplo: ECT
técnica no setor regulado e dotadas de uma maior z Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
da simetria das formas, sua extinção também só pode- (Correios) = 100% (União)
rá ser feita por Lei específica. autonomia administrativa garantida pela presença de
E o que é uma Lei específica? dirigentes com mandados fixos. Empresas Estatais
Lei específica é aquela que versa sobre temas espe- Atualmente são 11 agências reguladoras no âmbi-
cíficos, neste caso, trata exclusivamente da criação da to Federal, são elas: Preliminarmente, não se pode confundir o conceito
autarquia. de empresa estatal com o conceito de empresa pública. Capital: 2 ou + entidades públicas
Pluripessoal Exemplos: Terracap (51% recursos do
z Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL); Empresa estatal é o gênero que comporta as espécies:
Distrito Federal e 49% recursos da União
z Possuem autonomia gerencial, orçamentária e z Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista.
patrimonial: Esse ponto é de grande incidência z Agência Nacional do Cinema (ANCINE);
nas provas de concurso! z Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); EMPRESA ESTATAL Em relação as demandas judiciais, o foro compe-
z Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ); tente para julgar as causas em que seja parte a empre-
As autarquias possuem capacidade de autogestão z Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); sa pública federal é a Justiça Federal.
z Agência Nacional do Petróleo (ANP); Sociedade de
e não estão subordinadas hierarquicamente à Admi- Empresa Pública
Economia Mista
nistração Pública Direta. z Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); 279 280
As empresas públicas podem assumir qualquer Para a divisão das competências constitucionais Vamos entender como a descentralização funciona Processador
forma empresarial admitida em direito, tais como: entre a Administração Direta e a Indireta, a Adminis- na prática:
sociedade civil, sociedade comercial, sociedade anôni- tração Pública utiliza-se de duas técnicas: (des)centra- A União criou a autarquia Instituto Nacional do É o próprio funcionamento interno do sistema. No
ma ou qualquer outra forma empresarial. lização e (des)concentração. Seguro Social (INSS) com o objetivo de operacionali- processamento é onde ocorre a transformação sobre
Algumas das empresas públicas mais importantes Tanto a descentralização como a desconcentração zar o reconhecimento dos direitos dos segurados do as entradas para proporcionar as saídas. É no proces-
do Governo Federal são: são utilizadas com o objetivo de racionalizar o desen- regime geral de previdência social. sador que encontramos os diversos subsistemas tra-
volvimento e a prestação de atividades do Estado. A União criou a empresa pública Caixa Econômica balhando com relações de interdependência.
z Caixa Econômica Federal (CEF); Federal (CEF) com o propósito de incentivar a poupan- Ex.: recursos tecnológicos, equipamentos, métodos
z Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU); CENTRALIZAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO de gestão e organização do trabalho.
ça e conceder empréstimos sob penhor.
z Empresa Brasil de Comunicação (EBC); ADMINISTRATIVA
z Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); Saídas
z Serviço Federal de Processamento de dados – SERPRO. Primeiramente, chamo a sua atenção para não
confundir (misturar) a centralização administrativa Representa os produtos e/ou serviços que saem do
Sociedade de Economia Mista da Administração Pública (a qual estudaremos nes- GESTÃO DE PROCESSOS sistema para o ambiente, ou seja, tudo que é produzido
se momento) com a centralização estudada no tópico pela organização como resultado de seu processamento.
São pessoas jurídicas de Direito privado, com capi- anterior (a distribuição do poder de decidir na esfera CONCEITOS INICIAIS Ex.: produto acabado, serviço prestado, lucro das
tal público e privado, sendo que o Poder público detém privada). operações, tributos pagos ao governo.
a maioria do capital votante, para prestação de serviço Feito essa importante observação, vamos a Para quem não é da área de Administração ou ini-
público ou exploração de uma atividade econômica. definição: ciou os estudos há pouco tempo, ao se deparar com Retroação
É o conteúdo do Decreto-Lei nº 200, de 1967: A centralização é o cumprimento das competên- o tópico de gestão de processos, logo vem à cabeça a
cias administrativas por uma única pessoa jurídica do gestão de processos judiciais. Vamos desmitificar essa Também chamado de realimentação, é um meca-
Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de Estado Brasileiro. primeira impressão e demonstrar que a gestão de pro- nismo de equilíbrio do sistema, com o objetivo de
personalidade jurídica de direito privado, criada por Na prática, é o que ocorre com as atribuições exer- cessos nada se assemelha com os processos judiciais. regular e ajustar o bom funcionamento. Na prática,
lei para a exploração de atividade econômica, sob a cidas diretamente pela União, Estados, Distrito Fede- Atualmente, todas as organizações, privadas ou é o pós-venda do produto e/ou serviço, captando as
forma de sociedade anônima, cujas ações com direito ral e Municípios. públicas, podem ser vistas como um conjunto de pro- informações (positivas e/ou negativas) e realimentan-
a voto pertençam em sua maioria à União ou a enti- Dessa maneira, quando dissemos que as compe- cessos. A gestão de processos tornou-se uma filoso- do as entradas do sistema para correição.
dade da Administração Indireta. (Artigo 5º, inciso III) tências estão centralizadas no governo Federal, isso fia de gestão organizacional neste novo século. Esse Dessa maneira as organizações funcionam como
indica que a personalidade jurídica da União é res- modelo de gestão tem como objetivo descobrir o que é sistemas abertos, recebendo do ambiente os recursos
A sociedade de economia mista obrigatoriamente, ponsável pelas atribuições impostas pelo ordenamen- feito pela organização, de modo a desenvolver formas necessários, processando-os em seus subsistemas e
por expressa determinação legal, assumirá a forma de to Jurídico. de otimização das atividades. Os modelos de gestão devolvendo-os ao ambiente em forma de produtos e
Sociedade Anônima. Como estudado no item anterior, a Administração são aplicados diretamente na operação. serviços para o consumidor final.
Em relação às demandas judiciais, o foro compe- Pública Direta pode ser dividida em diversos órgãos, A fim de compreender melhor o que é gestão de
tente para julgar as causas em que seja parte a socie- mas ainda continua com a mesma personalidade jurí- processos, primeiramente, vamos entender o que é
dade de economia mista é a Justiça comum estadual. dica, ou seja, da União. um processo. Importante!
As principais Sociedades de Economia Mista na Por outro lado, na descentralização, as competên- De acordo com Hammer e Champy (1993), “proces-
esfera federal são: so é um grupo de atividades realizadas numa sequência As atividades e tarefas estão concentradas no
cias são distribuídas a diferente pessoa jurídica, cria-
das pelo próprio Estado para tal finalidade. lógica com o objetivo de produzir um bem ou um servi- “Processamento” (Throughput).
z Banco do Brasil; Nela pressupõe-se a existência de pelo menos duas ço que tem valor para um grupo específico de clientes”.
z Petrobras; pessoas jurídicas, entre as quais as atribuições são Nesse sentido, para os mesmos autores, os clientes não
Traduzindo o conceito para o nosso cotidiano: é
z Eletrobrás; divididas. estão preocupados e/ou interessados em saber como a
quando você resolve fazer um almoço de domingo
z Banco do Nordeste. Outra característica importante para a sua prova organização está estruturada, mas sim nos resultados
para a sua família! As entradas são os insumos (maté-
é que essas entidades (descentralizadas) respondem dos produtos ou serviços oriundos dos processos.
ria-prima) do seu prato, nesse exemplo: o macarrão, o
No quadro abaixo sintetizamos as diferenças mais judicialmente pelos prejuízos causados por seus agen- Na figura abaixo, temos os elementos dos proces-
molho de tomate, a carne moída, queijo ralado. Com
importantes entre a empresa pública e a sociedade de tes públicos. sos organizacionais e sua sequência:
os ingredientes em mãos, é hora da transformação
economia mista: Exemplificando: Se um cidadão se sentiu lesado
Processamento (agregar valor): é a preparação, conforme a receita da
por alguma decisão do IBAMA (autarquia), na ação (Throughput) “Nona”: cozinhar o macarrão, ralar o queijo, refogar
SOCIEDADE judicial o polo passivo vai ser o próprio IBAMA (e não a cebola, temperar, etc. Como resultado (saída do pro-
EMPRESA a União). Atividades e tarefas
DE ECONOMIA cesso), temos uma bela macarronada para servir!!!
PÚBLICA
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MISTA Mas não para por aí! Após todos se deliciarem com a
Capital público e macarronada, chegou a hora da verdade: o momento
COMPO- privado (maioria
Importante! Entrada Saída
de receber as críticas e elogios (feedback)! No próxi-
100% capital (Input) (Output)
SIÇÃO DO do capital vo- A descentralização pressupõe a criação de pes- mo domingo, com essas informações, será possível
público
CAPITAL tante é do poder soas jurídicas autônomas! ✓ Transformação melhorar seu banquete!
✓ Insumos ✓ Produtos
público) ✓ Agregação de Percebemos que todas essas atividades (de prepa-
✓ Informação ✓ Serviços
Qualquer forma ✓ Energia valor ro) não significam nada para quem vai se deliciar com
Obrigatoriamente E qual são essas pessoas jurídicas autônomas? a macarronada. O que os seus familiares realmente
de organização
FORMAÇÃO devem ter a estru- Nesse ponto devemos nos lembrar do estudo do querem é a macarronada saborosa, quentinha e na
empresarial admi- Retroação (Feedback)
SOCIETÁRIA tura de Sociedade hora certa! Ou seja, o foco é nos desejos e necessida-
tida pelo Direito item anterior, pois o conjunto de pessoas jurídicas
Anônima des dos clientes (nesse caso, sua família).
Empresarial autônomas criadas pelo próprio estado é a Adminis- Entrada
tração Indireta. Diante do exposto, podemos afirmar que toda vez
FORO DE Justiça comum
Justiça Federal Por essa razão, a Administração Indireta é também que tivermos um conjunto de atividades sendo execu-
JULGAMENTO estadual É todo e qualquer recurso que alimenta o sistema
chamada de Administração Descentralizada. tadas de forma integrada e organizada com o objetivo
e que provém do meio ambiente. São basicamente os
Caixa Econômica Banco do Brasil; São exemplos de entidades autônomas criadas de fornecer um serviço e/ou produto que satisfaça as
insumos que o sistema obtém do meio ambiente para
Federal; Petrobrás; pelo Estado para aplicar o instituto da descentraliza- necessidades do cliente, teremos um PROCESSO.
EXEMPLOS Infraero; Eletrobrás; poder funcionar.
ção: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públi- Para internalizar o conhecimento, vamos para
Casa da Moeda; Banco do Ex.: matérias-primas, informação e energia.
cas e Sociedade de Economia Mista. mais um exemplo prático! Dessa vez, analisaremos o
Correios. Nordeste. processo simplificado de produção de vinho:
281 282
Processamento Produto final Satisfação Processos Gerenciais que recebem entradas (insumos), agregam valor e se possa compreender o comportamento dos custos
Insumo
cliente transformam em produtos e/ou serviços finais; e as fontes existentes e potenciais de diferenciação.
São aqueles responsáveis por medir, monitorar e z Subprocesso: refere-se a uma parte específica de Uma empresa ganha vantagem competitiva, execu-
controlar as atividades. São ligados às estratégias e um processo, auxiliando o alcance do objeto do tando estas atividades estrategicamente importan-
utilizados na tomada de decisão, seu papel principal é processo maior. Pode ser considerado um processo te de uma forma mais barata ou melhor do que a
o de coordenar as atividades de apoio e as finalísticas. dentro de outro processo maior; concorrência.
Uva Vinho
Normalmente, são executados pela alta administra- z Atividade: é o conjunto de tarefas que descreve o
Meios de Resultado Nesse sentido, a atuação na maximização da
ção da organização. passo a passo para a execução. A cada atividade
produção pretendido
Como exemplo, podemos citar o planejamento executada, o processo deve agregar valor. A res- cadeia de valores é essencial na diferenciação entre
estratégico de uma montadora de veículos. ponsabilidade de execução da atividade pode ser as organizações e seus processos, estabelecendo assim
Na figura acima, inicia-se com a entrada (uva - Vale ressaltar que os processos gerenciais são a tão aguardada vantagem competitiva.
atribuída a uma pessoa ou departamento;
insumo), perpassa pela transformação (agrega valor), responsáveis pelas decisões no presente e elas irão Desse modo, cada uma dessas atividades deve, ao
z Tarefa: é a menor divisão de trabalho no processo.
saída (vinho – produto final) e alcança o objetivo prin- impactar o futuro da organização. final, entregar (agregar) valor aos processos da orga-
Pode ser uma parte específica da atividade ou uma
cipal (satisfação do cliente). No quadro abaixo, sintetizamos os principais pon- nização. Quanto maior o valor agregado entregue,
subdivisão de algum trabalho.
Assim, podemos sintetizar o conceito de gestão de tos dos tipos de processos: maior será a competitividade da empresa.
processos como sendo a metodologia na qual possi- Na figura abaixo, adaptado de Porter, percebemos
bilita a estruturação da sequência de trabalhos com Dica a interdependência entre as atividades de apoio com
� Primários: Atividades agregam valor para cliente.
o intuito de simplificar as atividades, facilitar a aná- Ex.: Produção de bens e serviços. A tarefa é sempre atribuída e executada por uma as atividades primárias, tendo como resultado “as
lise e sobretudo melhorar os processos, como forma � De suporte: Fornecem condições necessárias aos pro- pessoa. margens” (valor agregado ofertado ao cliente, ou seja,
de promover a permanente busca da melhoria de cessos primários. o lucro esperado).
desempenho. Ex.: Gestão de pessoas, compras. Para facilitar o entendimento desta classificação,
� Gerenciais: Ligados às diretrizes estratégicas. vamos ver como funciona na prática: Infraestrutura
Atividades de Apoio
TIPOS DE PROCESSOS Ex.: Planejamento estratégico, Gestão da informação.
Na figura abaixo, escalonamos o macroprocesso
de Recursos Humanos e qualidade de vida no traba- Gestão de Recursos Humanos
As empresas, com intuito de refinar sua gestão, Os processos acima mencionados também podem lho em processos menores para facilitar e refinar a Desenvolvimento Tecnológico
Margens
classificam os processos de acordo com seu resultado. ser analisados conforme os seus níveis de detalha- gestão, e ainda analisar possíveis gargalos.
Dessa maneira, é possível alocar os recursos neces- mento, em forma de hierarquias.
sários e priorizar os processos que agregam valor ao É o nosso próximo assunto! Aquisição e Compras
✓ Política geral de Recursos Humanos e Qualidade de
produto final. Macroprocesso vida no trabalho
Portanto, em termos de capacidade de geração de NÍVEIS DE DETALHAMENTO DOS PROCESSOS Marketing e
Logística Operações Serviços
valor, os processos podem ser assim classificados: vendas
✓ Recrutamento e Seleção de novos
O nível de detalhamento de um processo é ineren- Processo colaboradores.
Processos Primários te a análise de complexidade do processo. Atividades Primárias
Nesse sentido, quanto maior a complexidade de ✓ Divulgação das vagas
São aqueles que entregam algum bem ou serviço ao um processo, maior será a necessidade de dividi-los Subprocesso para o mercado.
cliente final, representam as atividades essenciais que em partes menores (subprocessos, atividades, tarefas) A utilização da metodologia da cadeia de valor
a organização executa no cumprimento de sua missão. e, consequentemente, facilitar a gestão. ✓ Análise dos candidatos a possibilita à organização a melhora da análise sobre
Normalmente, são processos interfuncionais ou Normalmente, nas organizações baseadas em pro- Atividade seleção. seus processos, alcançando as seguintes vantagens:
interorganizacionais, fornecendo uma visão completa cessos, vão existir todos os tipos de processos: do mais
de ponta a ponta e que no final transformam os recur- complexo até o mais simples. Dessa maneira, essa ✓ Entrar em con- z Possibilidade de verificar os valores agregados em
Tarefa tato para marcar a
sos em serviços ou produtos para o consumidor final. classificação abaixo, em forma de hierarquia, é dema- entrevista. cada um dos seus processos;
Nesse aspecto, seu modelo de serviço é orientado ao siadamente útil no tratamento das prioridades. z A importância das atividades de apoio na execu-
cliente com uma visão outside in (necessidades do A divisão dos processos segue a seguinte lógica: ção das atividades primárias;
cliente para organização, ou seja, de fora para dentro). Analisando a figura acima, percebemos que ao “des- z A integração dos objetivos da estratégia organiza-
Como exemplo, podemos citar a entrega de um veícu- cer” a escada da classificação dos processos, encontra- cional nos processos de execução operacional.
✓ Gera um Impacto considerável na organização
lo (produto final) da montadora para o consumidor final. Macroprocesso e normalmente envolve + de uma área. mos processos mais claros e com melhor definição.
Para fixar lembre-se que os processos primários Assim, no topo da escada encontra-se o macroprocesso Chegou o momento de entender o passo a passo de
também são chamados de processos finalísticos, ou (mais genérico) e no último degrau encontra-se a tarefa como colocar em prática a gestão de processos!
✓ Atividades relacionadas e sequenciais:
ainda, processos chaves, processos essenciais, pro- Processo entradas + transformação + saída. (mais específica, realizada por uma pessoa).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
cessos principais e processos básicos. Como já estudamos, o objetivo principal de um MAPEAMENTO, ANÁLISE E MELHORIA DE
✓ Processo inserido em um
processo é agregar valor ao cliente final. Com isso, PROCESSOS
Processos de Suporte Subprocesso processo maior. torna-se importante conhecer como podemos analisar
e melhorar cada processo, e essa análise é realizada Adentramos agora no trabalho propriamente dito:
São os processos internos indispensáveis para ✓ Trabalhos executados nos pelo estudo da cadeia de valor. implantar uma gestão de processos na organização.
Atividade processos.
que os processos primários possam ser executados, Para que seja possível a melhoria do processo, o
ou seja, auxiliam à execução dos processos primários CADEIA DE VALOR primeiro passo é conhecê-lo!
✓ Menor elemento de um
contribuindo para o sucesso da organização. Tarefa processo: Subdivisão de uma Dessa maneira, precisamos entender como é o fluxo
Em regra, não geram valor direto para os clientes, atividade. Desenvolvido por Michael Porter, a cadeia de valor de trabalho de cada processo e sua interrelação entre os
e sim entregam valor para outros processos. Normal- é o conjunto de atividades primárias e secundárias setores e pessoas envolvidas, para que possamos decidir
mente, são associados às áreas funcionais da organi- que uma organização utiliza para entregar produtos em que pontos e quais decisões necessitam ser tomadas.
z Macroprocesso: normalmente, abrange mais de e serviços para seu consumidor final.
zação, fornecendo e gerenciando recursos. Esse é o trabalho do mapeamento dos processos,
uma área da organização e compreende a visão A cadeia de valor permite identificar os principais flu-
Como exemplo, podemos citar os processos de outra coisa não é, do que visualizar e entender os cami-
geral dos processos. Em regra, é composto por xos de processos, sendo possível um exame das ativida-
recursos humanos em uma montadora. nhos do processo de trabalho e seus pontos críticos.
diversos processos principais e de suporte; des executadas e de como ocorrem a interação entre elas.
Os processos de suporte também são conhecidos Assim, o mapeamento é responsável pela descri-
z Processo: tem seu foco no atendimento das neces- De acordo com Porter (1990):
por processos secundários, ou ainda, processos meios, ção bem detalhada das atividades e tarefas, contendo
sidades do cliente final (interno e externo), é o con-
processos auxiliares e processos de apoio. seus inter-relacionamentos de forma a retratar todo o
junto de atividade relacionadas e sequenciais em A cadeia de valores desagrega uma empresa nas ambiente organizacional.
suas atividades de relevância estratégica para que
283 284
O mapeamento de processo é uma representação Simplificando o conceito: handoff pode ser enten- Para facilitar o entendimento, na figura abaixo, sin- simplificação dos movimentos e minimização do tem-
gráfica que provê uma perspectiva ponta a ponta dos dido como a passagem de uma atividade para a próxi- tetizamos o caminho a ser percorrido para a implan- po necessário para realizar a tarefa.
processos finalísticos, de suporte ou de gerenciamento. ma atividade, nesse ponto, é onde ocorrem os atrasos tação da melhoria dos processos de uma organização: As atividades de racionalização do trabalho são rea-
Para realizar o trabalho de mapeamento do pro- e as desconexões, devido à falta de comunicação entre lizadas por meio de um procedimento com 3 passos:
cesso, normalmente, é utilizado a ferramenta chama- as equipes envolvidas.
da de fluxograma (desenho gráfico do processo que Na figura abaixo, temos uma representação gráfi- Mapeamento Análise Desenho z Uma tarefa é observada e estudada crítica e sis-
demonstra o fluxo das atividades e tarefas). ca do handoff: tematicamente, para permitir a identificação de
Para a compreensão do processo como um todo aprimoramentos necessários;
e a elaboração do fluxograma, o gestor pode utilizar Evento de z Com base na análise crítica, entendimento de sua
diversas técnicas, tais como: iniciação lógica e eventual comparação com outras formas
Detalhar mais eficientes de fazê-la, desenvolve-se uma
Identificar os Propor
atividades e
z Entrevistas e reuniões; Atividade pontos críticos melhorias alternativa mais racional e eficiente;
tarefas atuais
z Observação das atividades in loco; 1 z A alternativa mais eficiente é implantada, por meio
Ponto de
z Análise da documentação; handoff da alteração dos movimentos e eventualmente da
passagem entre
z Coleta de dados e evidências. as atividades
GESTÃO DE PROCESSOS E OS CUSTOS substituição de máquinas e equipamentos.
Atividade
O mapeamento por meio do fluxograma deve con- 2 A importância do custo como fator de competitivi- Reengenharia de Processos
ter a essência do processo, demonstrando como os dade coloca a gestão de processos na lista das priori-
handoff
elementos se relacionam, as entradas e saídas, quem dades da administração da organização. Enquanto a racionalização do trabalho e a elimi-
executa as atividades, os pontos de decisão e os atores Atividade Essa competitividade, utilizando a gestão de proces- nação de desperdícios procuram melhorar continua-
envolvidos (fornecedores, clientes). 3 sos, pode ser obtida com a eliminação de desperdícios, mente um processo existente, a fim de aumentar sua
Com o mapeamento em mãos, o próximo passo é racionalização do trabalho e reengenharia de processos. eficiência, a reengenharia de processos procura criar
análise do processo! Saída do um processo totalmente novo e mais eficiente, com o
A análise do processo visa entender o estado atual do processo uso inteligente da tecnologia da informação.
processo e suas atividades (análise AS-IS, ou em portu- A ideia é a reinvenção da empresa.
Com os processos mapeados (detalhados) e anali-
guês, “como está”) e mensurar quais pontos estão benefi-
sados (estudados), é o momento de desenhar o novo ✓ Eliminação de desperdícios
ciando e/ou atrasando o alcance dos objetivos do negócio. REENGENHARIA
processo, propondo melhorias na sua execução. Gestão de
Essa análise do processo atual permite iniciar a ✓ Racionalização do trabalho
É importante lembrar que a análise de processos é Processos
definição do desenho do novo processo, adotando o A reengenharia de processos é um redesenho radi-
a base para o desenho de processos. ✓ Reengenharia de processos
que está funcionando e eliminando as rupturas que cal com o intuito de implantar mudanças drásticas no
O intuito do desenho de processos é a transforma-
interferem no desempenho do processo. modo de se fazerem as coisas dentro dos processos
ção da situação atual em um novo processo contendo
De acordo com o BPM CBOK V3.0 – Business Pro- organizacionais.
todos os pontos que podem ser melhorados, eliminan-
cess Management / Common Body of Knowledge Ver- Essa visão de reestruturação radical dos proces-
do as atividades e tarefas que não agregam valor.
são 3.0, ou em português, Guia para Gerenciamento Eliminação de Desperdícios sos foi proposta pelos autores Hammer e Champy na
Nesse sentido, é o redesenho do processo original
de Processos de Negócio (considerado a “bíblia” para década de 1990, como uma forma de responder às
com as possíveis melhorias propostas a partir da aná-
a gestão de processos), a informação gerada a partir Eliminar desperdícios significa otimizar os proces- intensas mudanças ocorridas nos cenários econômi-
lise do processo.
da análise de processos inclui: sos, com isso, reduzindo ao mínimo a atividade que cos, tecnológicos e culturais.
Para o sucesso no desenho do novo processo, é fun-
damental por parte do gestor a atenção nas seguintes não agrega valor ao produto ou serviço. Nesse sentido, Partindo do pressuposto de que a maioria das
z Uma compreensão da estratégia, metas e objetivos a agregação de valor é a contrapartida da eliminação organizações criaram seus processos em décadas pas-
atividades:
da organização; de desperdícios. sadas, e assim seus fluxos de trabalho e normas foram
z O ambiente de negócio e o contexto do processo baseados em demandas e desafios que já não existem.
z Desenhar o novo processo nos diversos níveis de
(porque o processo existe); Dessa maneira, a melhor ação para a busca da melho-
detalhe; Agregação de Valor Desperdício
z Uma visão do processo na perspectiva interfuncional; ria dos processos é “começar do zero”, ou melhor, não
z Identificar o fluxo de trabalho futuro com as defi-
z As entradas e saídas do processo, incluindo forne- aproveitar nada do que está sendo feito, e sim dese-
nições das novas atividades; Atividade que
cedores e clientes; Atividade que consome nhar a partir do zero.
z Minimizar os efeitos do handoff; transforma recursos
z Os papéis e handoffs de cada área funcional no recursos, mas não Segundo os autores Hammer & Champy (1993), a
z Definir indicadores e métricas; para atender a
processo; agrega valor ao produto reengenharia é “o repensar fundamental e a reestru-
z Realizar simulações e testes; necessidade de
z Uma avaliação da escalabilidade, utilização e qua- turação radical dos processos empresariais que visam
z Elaborar um plano de implementação. clientes
lificação de recursos; alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
z Uma compreensão das regras de negócio que con- e contemporâneos de desempenho, tais como, custos
Esse novo processo a ser implementado é chamado
trolam o processo; qualidade, atendimento e velocidade”.
de TO-BE, ou seja, a visão do processo futuro. É nesse
z Métricas de desempenho que podem ser usadas O desperdício ocorre quando são utilizados mais
momento que o estado desejado é desenvolvido, seja
para monitorar o processo; recursos do que os necessários para realizar um objetivo, Dica
para um redesenho de processo ou para o desenvolvi-
z Resumo das oportunidades identificadas para consumem-se recursos em atividades que não agregam
mento de um novo processo. A reengenharia é inerente ao princípio da folha
aumentar a eficiência e a eficácia. valor e quando objetivos desnecessários são realizados.
Portanto, a análise AS-IS é a visão do processo no
Com a eliminação total dos desperdícios, o que res- em branco, ou seja, inicia-se do zero como se
momento atual. Já a análise TO-BE, é a visão do proces-
Tenha atenção ao conteúdo que se segue. Um con- ta são as atividades que agregam valor ao produto ou fosse a primeira escrita!
so futuro com as melhorias a serem implementadas.
ceito crucial na análise do processo, e também bas- serviço, consequentemente diminuindo os custos de
tante explorado pelos examinadores, é o do Handoff. produção, sem que a qualidade seja comprometida. O ponto crucial não é a busca de melhorar o que já
AS - IS TO - BE
O Handfoff é qualquer ponto em um processo em que Como resultado, a eliminação de desperdícios existe, e sim em indagar o que é feito, por que é feito,
o trabalho ou informação passa de uma função para diminui os custos de produção, sem que o valor do se é necessário, por quem é feito, para quem é feito.
outra. Essa transferência pode resultar em descone- produto para o cliente fique comprometido. Nesse sentido, a reengenharia não busca consertar
xões, atrasos, gargalos, ineficiência, rupturas e, em nada! Busca melhorias radicais nos processos!
razão disso, devem ser analisadas com cuidado. Racionalização do Trabalho
Em regra, quanto menor for o número de Hand- "Como está" melhorias "Como vai ser"
soff, menor será a vulnerabilidade do processo. A racionalização do trabalho é uma técnica essen-
cial na busca da melhoria contínua dos processos,
285 286 consiste na maximização da eficiência por meio da
Para auxiliar a implantação dessa filosofia, surgi- NOÇÕES DE ESTATÍSTICA APLICADA AO informação bastante útil é o de quantas vezes uma
Melhorias ram os BPMS (Business Process Management Systems)! CONTROLE E À MELHORIA DE PROCESSOS variável aparece. Esse é o conceito de frequência,
Mudanças
Radicais Drásticas O BPMS é o sistema informatizado que dá suporte ou seja, é o número de vezes em que uma variável
para o gerenciamento de processos na organização. Cada vez mais, a utilização das técnicas estatísti- assume um determinado valor.
Esse software dá suporte às atividades como mapea- cas, destinadas à análise de situações complexas ou
mento, modelagem, análise e aprimoramento dos não, tem aumentado e fazem parte do cotidiano do Para facilitar o entendimento, vamos analisar um
processos, integrando a gestão de informação aos pro- administrador. exemplo hipotético de uma pesquisa sobre o número
Reengenharia
cessos de negócios. Neste sentido, a estatística é ferramenta essencial de defeitos na produção de um automóvel:
na análise e na melhoria dos processos organizacio-
nais, permitindo ao administrador obter informações
por meio de uma análise baseada em dados e indica- FREQUÊNCIA
Fazer MAIS Começar do ZERO BPM DEFEITOS
✓ Filosofia de Gestão dores de desempenho. (N° DE DEFEITOS)
com menos (Folha em branco)
Segundo os autores Magalhães e Lima, podemos
(Business Process ✓ Foco nos negócios Defeitos nas Rodas 50
conceituar estatística como: “um conjunto de técnicas
Management)
que permite, de forma sistemática, organizar, descre- Defeitos no Estofado 30
A reengenharia é uma forma de intervenção estra- ver, analisar e interpretar dados oriundos de estudos
tégica para adaptar as organizações às mudanças no ou experimentos, realizados em qualquer área do Defeitos no Chassi 20
ambiente em que atuam, provocando fortes altera- BPM conhecimento”. Assim, a palavra-chave da conceitua-
✓ Software Total 100
ções na sua estrutura. ção acima é “de forma sistemática”, ou seja, faz com
(Business Process ✓ Foco em Tecnologia que o administrador consiga tomar a melhor decisão
da Informação (T.I) A tabela apresentada é uma forma de representação
SISTEMAS DE GESTÃO Management baseado em fatos estudados, afastando assim o famo- dos dados chamada de agrupamento simples, e está mos-
Systems) so “achômetro” e opiniões subjetivas. trando quantas vezes a variável “defeito” assume deter-
O principal modelo para implantar uma gestão de Estudaremos, então, diversos conceitos de ferra- minados valores, ou melhor, a frequência absoluta de
processos em uma organização é a filosofia BPM (Busi- mentas estatística que podem auxiliar o administra- cada um dos “defeitos” na montagem do automóvel;
ness Process Management). Na disciplina de gestão de processos, é possível dor a tomar a melhor decisão cotidianamente.
O BPM (em português: gestão de processos de acertar um grande número de questões, especialmen- Para possibilitar uma melhor análise dos proces- z Frequência Absoluta X Frequência Relativa:
negócio) é considerado a maior inovação gerencial te na banca CESPE, conhecendo as palavras-chave sos, é importante conhecermos os seguintes conceitos A frequência absoluta, como vimos, apresenta a
deste século, possibilitando otimizar a tecnologia em associadas a cada conceito/definição. Eu chamo essa de estatística: quantidade que uma variável aparece em um pro-
benefício de um modelo gerencial amplo e apto para técnica de “palavras-chave associadas”.
cesso. Já a frequência relativa (ou proporção) leva
preparar as organizações no enfrentamento das inú- Segue abaixo, como essa técnica deve ser utilizada! População e Amostra em conta o quanto cada valor assumido pelas
meras mudanças no ambiente atual, de forma inteli- Para facilitar sua memorização, na 1º coluna inserimos
variáveis representa do total.
gente e eficaz. “o conceito”, seguido da “palavra (s)-chave” na 2º coluna: População É o conjunto de todos os elementos
De acordo com Tadeu Cruz (2008), o BPM “é o con- que possuem determinada característica. Por sua
junto formado por metodologias e tecnologias cujo obje- CONCEITO PALAVRA(S)-CHAVE vez, amostra é qualquer subconjunto não vazio da FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA
DEFEITOS
tivo é possibilitar que processos de negócios integrem. população (parte não nula da população). (N° DE DEFEITOS) RELATIVA
Lógica e cronologicamente, clientes, fornecedores, par- Grupos de atividades/ Vejamos como esse assunto é utilizado na prática!
Gestão de Processos Defeitos
sequência lógica Em uma pesquisa de satisfação de um produto, o 50 50/100= 50%
ceiros, influenciadores, funcionários e todo e qualquer nas Rodas
elemento com que possam, queiram ou tenham que Elementos de Gestão Entradas/Processamento/ ideal seria que todos os compradores e usuários des-
interagir, dando à organização visão completa e essen- de processos Saída/feedback te produto fossem consultados, mas isso é impossível, Defeitos no
seja por não conhecer todos os usuários, seja pelo 30 30/100= 30%
cialmente integrada do ambiente interno e externo das Estofado
Processos Primários Entregam valor ao cliente tempo que seria necessário para isso.
suas operações e das atuações de cada participante em
todos os processos de negócios”. Internos/auxiliam/áreas Diante disto, as pesquisam baseiam-se em amos- Defeitos no
Processos de suporte 20 20/100= 20%
Sintetizando o conceito, de uma maneira mais funcionais tras, ou seja, uma parcela que seria representativa da Chassi
simples e direta: O BPM é capaz de interligar todos população total.
Processos Gerenciais Estratégia Organizacional Total 100 100/100= 100%
os processos principais e secundários, com todos
os participantes da cadeia, em prol dos objetivos Visão geral
Macroprocesso Dessa maneira, a frequência relativa permite reali-
organizacionais. (visto como um todo) População
Para a sua prova de concurso, é essencial (e sufi- zar comparações entre tabelas com diferentes quanti-
Processo Atendem os desejos do cliente dades de dados analisados para uma mesma variável.
ciente) conhecer as principais aplicações e facilidades
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
que o BPM oferece na melhoria da gestão de proces- Processo dentro de um A comparação das frequências absolutas entre
Subprocesso duas tabelas não faz sentido, pois estaríamos compa-
sos, são elas: processo
rando 2 números absolutos sem conhecer o quanti-
Atividade Execução Amostra tativo total. Por outro lado, na frequência relativa,
z Possibilidade de representar graficamente todos
Tarefa Parte específica da atividade estaríamos comparando 2 percentuais.
os tipos de processos, fluxos e desvios;
z Facilidade na gestão de pessoas: definição clara Mapeamento Detalhar as atividades
dos responsáveis de cada atividade e tarefa; Medidas Estatísticas na Análise de Processos
z Maximiza a eficiência e produtividade com a Análise Identificar os pontos críticos
padronização dos processos; Neste exemplo, a população seria composta por Para uma melhor análise com o intuito de aperfei-
Desenho Propor melhorias çoar os processos, o administrador utiliza-se de 2 tipos
z Integração entre a tecnologia da informação e todos os usuários, enquanto que a amostra seriam os
pessoas; Ponto de passagem entre indivíduos entrevistados pela pesquisa quanto à sua de medidas estatísticas que são essenciais: Medidas de
Handoff tendência e medidas de Variabilidade. Vamos enten-
z Filosofia de gestão horizontal e flexível; as atividades satisfação do produto.
z Possibilita alcançar os objetivos organizacionais der a sua aplicação!
Análise AS-IS “como está” – momento atual
estratégicos com maior transparência. Organização de Dados
“como vai ser” – momento z Medidas de Tendência Central
Análise TO-BE
Então, O BPM é um sistema de tecnologia da infor- futuro Na organização de dados temos:
mação (software)? A resposta é um sonoro não! Média: A média aritmética dos dados é a soma
Mudança radical – folha em
O BPM é uma filosofia de gestão de processos com Reegenharia z F
requência e Representação Gráfica: Para auxi- dos valores observados, dividida pelo total de
branco
foco no negócio da empresa! liar na análise de um processo organizacional, uma observações. Essa medida é a mais comum e
287 288
também uma das mais utilizadas na análise de Vamos entender melhor como essas medidas esta- DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO para a Administração Pública, o que a doutrina deno-
processos. tísticas podem auxiliar na melhoria de processos ana- ADMINISTRATIVO mina “cláusulas exorbitantes”.
Exemplo: Qual é a média de salários dos direto- lisando um caso prático: Dos requisitos acima elencados, as cláusulas exor-
res da empresa X, de acordo com o rol a seguir? Ao analisar um processo de fabricação de um auto- A Administração Pública necessariamente para bitantes compõem os assuntos mais debatidos pela
móvel, o administrador coletou os seguintes dados, em desenvolver suas atividades cotidianas realiza negó- doutrina e, por essa razão, tornam-se bastante explo-
horas, para o término da produção: 4 + 3 + 10 + 8 + 6 + 8. cios com terceiros. radas pelos examinadores nas questões.
DIRETORES DA Calculando o tempo médio, temos: Quando precisa contratar um serviço de vigilância E o que se entende por Cláusulas Exorbitantes?
SALÁRIOS
EMPRESA X ou limpeza, construir um novo prédio, adquirir bens São verdadeiras cláusulas de privilégio conferidas
para seu funcionamento, em todos esses casos, a Admi- a Administração Pública, que as colocam em um pata-
Recursos Humanos R$ 30.000,00 39 Total
Média: nistração Pública precisará formalizar uma relação mar de relativa superioridade na relação contratual
Financeiros R$ 20.000,00 6 N° de Variáveis negocial com terceiros, através de um contrato admi- com terceiros.
nistrativo, influenciado por normas de Direito Público. Essas cláusulas se justificam, pois, a Administração
Produção R$ 40.000,00 Nesse sentido, a manifestação da vontade da Admi- Pública age em nome de toda a coletividade, de forma
Média: 6,5 nistração Pública para desempenhar as atividades que tais poderes são indispensáveis em busca do inte-
= Soma dos salários/n° de
administrativas e atender o interesse público pode ser resse público na contratação.
Média Aritmética diretores
Assim, é função do administrador adotar medidas classificada como: unilateral (atos administrativos), São exemplos de cláusulas exorbitantes, à luz do
90.000,00 ÷ 3= 30.000,00
para que o valor da média diminua e, consequente- bilateral (Contratos administrativos) ou plurilateral artigo 58 da Lei nº 8.666, de 1993, aquelas que possibi-
M
oda: A moda é o termo que mais se repete em mente, o tempo médio de fabricação seja reduzido, (consórcios e convênios). litam a Administração:
uma sequência de dados. maximizando a eficiência.
Um exemplo prático para alcançar esse resultado z Modificação unilateral dos contratos, para melhor
é contratar mais trabalhadores para a execução dos Administração Pública
Lembre-se do uso comum da palavra: o que está na adequação às finalidades de interesse público, res-
processos. (Manifestação da vontade)
moda, é o que se usa mais entre as pessoas. peitados os direitos do contratado;
Simplificando: é o resultado mais frequente, o que Outro fator a ser analisado é a redução da varia-
bilidade, pois não adianta ter uma boa média se os z Rescisão unilateral dos contratos;
mais aparece.
Vamos a um exemplo prático: Imagine que estamos resultados variam à cada unidade. Neste sentido, a z Fiscalizar a execução do contrato;
analisando o tempo de produção, em horas, de um auto- variabilidade do tempo de produção proporcionará z Aplicações de sanções motivadas pela inexecução
uma maior previsibilidade, auxiliando assim, no pro- Unilateral Bilateral Plurilateral
móvel. Os resultados percebidos são: 3, 4, 4, 4, 5, 5, 6, 8 total ou parcial;
Observe que o resultado que apareceu com maior cesso de planejamento.
z Ocupação provisória, no caso de serviços essên-
frequência é o de 4 horas, assim, essa seria a moda Percebemos que a gestão de processos funciona
cias, de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços
desse rol de dados; como uma cadeia, com a melhora de um elemento, os Ato Contratos Consórcios e vinculados ao objeto do contrato.
seguintes vão se beneficiando e no final ocorre uma Administrativo Administrativo convênios
Mediana: A mediana é uma medida de posição, melhoria geral e contínua.
na qual divide a sequência em 2 partes com a Administração
O objeto de estudo deste tópico é a relação bilateral Pública Terceiros
mesma quantidade de dados. Assim, simplifi- Sintetizando o exemplo:
entre a Administração Pública e terceiros, ou seja, o
cando, é o termo do meio de uma sequência famoso Contrato Administrativo.
de dados. A relação unilateral (ato administrativo) e a rela-
ção plurilateral (consórcios e convênios) são estu- Cláusulas
Dessa maneira, se o rol analisado apontar 9 dados, Produção dadas em profundidade pela disciplina de Direito Exorbitantes
a mediana é o quinto elemento (posição central). Melhoria no � Aumenta a qualidade Administrativo. (Privilégios)
Exemplo: em uma grande empresa, com 9 filiais, � Média planejamento � Diminui o tempo
� Variabilidade de entrega para o
Os contratos administrativos são manifestações de Cláusulas
temos respectivamente no rol a seguir a representa- vontades bilaterais, entre um terceiro e a Administra- Cláusulas
consumidor contratuais
ção dos números de funcionários: (40, 45, 50, 55, 70, Maior previsibilidade
ção Pública. E, como regra, os contratos que envolvam contratuais
80, 80, 90, 110). Portanto, a mediana que representa o obras, serviços, compras e alienações são resultantes
rol acima é de 70 funcionários. Diante do exposto, inferimos que a moderna gestão de um processo licitatório, que assegura igualdade de
Caso ocorra de o número de variáveis de um rol ser de processos tem como foco a busca pela qualidade e condições a todos os concorrentes (art. 37, inciso XXI
par (não tem um termo que seja do meio), tomemos os satisfação do cliente, tendo a aplicação dos ensinamen- da Constituição Federal). O que permite a observância
2 termos centrais (meio) e fazemos a média entre eles. tos da estatística como parte essencial nesta busca. do Princípio da Isonomia e a garantia da ampla con-
Percebemos, na figura acima, que as cláusulas
corrência, prevalecendo o interesse público.
Medidas de Variabilidade exorbitantes são as prerrogativas que alteram a rela-
A principal norma que trata dos contratos adminis-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
que compreende o gerenciamento, o acompanhamen- bunal de Contas da União se debruçou sobre o tema e
uma única exceção: para pequenas compras de pron- to e a fiscalização de sua execução, e o recebimento do entrega única, em que não demandam maiores cuida- decidiu:
to pagamento. objeto contratado. dos, o acompanhamento e fiscalização terá um papel A designação como fiscal de contrato, conforme
mais simples, possibilitando o ateste do objeto com jurisprudência do TCU, não pode ser recusada por não
z Oneroso: A Administração Pública deve remune- uma simples conferência. tratar de ordem manifestamente ilegal.
Gerenciamento
rar o contratado (particular) pela contraprestação Por outro lado, nas contratações que demandam É o teor do Acórdão nº 2.917, de 2010 – Plenário
do objeto do contrato; um maior cuidado, seja por envolver um grande TCU (Tribunal de Contas da União):
z Comutativo: As partes do contrato são compensa- volume de recursos ou devido a sua complexidade,
das reciprocamente. Cabe a Administração Pública Recebimento Gestão de a execução do contrato deverá ser acompanhada e 5.7.7. O servidor designado para exercer o encargo
Contratos Acompanhamento fiscalizada por um representante da Administração
o cumprimento do contrato, já ao particular, rece- do Objeto de fiscal não pode oferecer recusa, porquanto não
ber pela execução; especialmente designado. Esse é o teor do art. 67 da se trata de ordem ilegal. Entretanto, tem a opção
Lei nº 8.666, de 1993, que transcrevo abaixo: de expor ao superior hierárquico as deficiências e
z Mutabilidade: Os contratos administrativos podem limitações que possam impedi-lo de cumprir dili-
ser frequentemente alterados em prol do interesse Fiscalização Art. 67 A execução do contrato deverá ser acom- gentemente suas obrigações. A opção que não se
público; panhada e fiscalizada por um representante da aceita é uma atuação a esmo (com imprudência,
z Cumulatividade: Prerrogativa da possibilidade de Administração especialmente designado, permitida negligência, omissão, ausência de cautela e de zelo
contratar com diferentes partes para a execução O sistema de gestão de contratos constitui em um a contratação de terceiros para assisti-lo e subsi- profissional), sob pena de configurar grave infra-
das mesmas atividades. Não existe a obrigatorie- planejamento. Nele, deve conter de forma clara os diá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. ção à norma legal (itens 31/3 do voto do Acórdão nº
dade de exclusividade; objetivos, processos, responsabilidades, competências 468/2007-P).” (Trecho do Relatório do acórdão do
e atores responsáveis destinados em acompanhar e Min. Valmir Campelo)
291 292
Entretanto, ainda que não possa ser recusada, o fis- Para permitir uma gestão e fiscalização efetiva são FISCAL SETORIAL Em se tratando de compras ou de locação de
cal pode solicitar a capacitação para as atividades, além nomeados fiscais e gestores para que acompanhem equipamentos:
de solicitar que exista uma avaliação da compatibilidade de perto cada momento da execução contratual. De z Avalia aspectos técnicos e administrativos.
z Devem ser recebidos provisoriamente, para veri-
da sua qualificação com aquela exigida para a atividade: forma didática, a Instrução Normativa nº 05, de 2017
ficação da conformidade do material coma especi-
(Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges- Prestação ocorre simultaneamente:
ficação, ou seja, na linguagem popular, atestar se
5.7.6. Acerca das incumbências do fiscal do con- tão) traz quais são as atribuições de cada um deles:
trato, o TCU entende que devem ser designados
não “comprou gato por lebre”.
z Setor distintos.
servidores públicos qualificados para a gestão dos z Devem ser recebidos definitivamente, após verifi-
Art. 40 O conjunto de atividades de que trata o z Unidades desconcentradas.
contratos, de modo que sejam responsáveis pela artigo anterior compete ao gestor da execução dos
car se qualidade e quantidade do material coadu-
execução de atividades e/ou pela vigilância e garan- contratos, auxiliado pela fiscalização técnica, admi- nam com o especificado no contrato.
tia da regularidade e adequação dos serviços (item nistrativa, setorial e pelo público usuário, confor- PÚBLICO USUÁRIO
9.2.3 do Acórdão nº 2.632/2007-P). me o caso, de acordo com as seguintes disposições: Tanto no recebimento provisório, quanto no rece-
z Avalia aspectos qualitativos do objeto por meio de
I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação bimento definitivo, não exclui a responsabilidade
pesquisa de satisfação junto ao usuário.
Esquematizando: das atividades relacionadas à fiscalização técnica, civil do contratado pela solidez e segurança da obra
administrativa, setorial e pelo público usuário, bem ou serviço, nem a responsabilidade ético-profissional
Autoridade como dos atos preparatórios à instrução proces- Para auxiliar, aos fiscais e gestores são previstos pela perfeita execução do contrato.
Portaria Não!
máxima sual e ao encaminhamento da documentação perti- instrumentos de controle que auxiliam na análise da Outro ponto interessante exposto na Lei nº 8.66, de
nente ao setor de contratos para formalização dos execução dos contratos e compreendem a mensuração 1993, é a possibilidade de dispensar o recebimento pro-
designação cabe recusa? procedimentos quanto aos aspectos que envolvam do alcance dos resultados, dos recursos humanos dispo- visório nos casos de compras de gêneros perecíveis, ser-
× a prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, nibilizados, dos recursos materiais utilizados, da ade- viços profissionais e obras e serviços de pequeno vulto.
eventual aplicação de sanções, extinção dos contra- quação dos serviços prestados, da satisfação do público Nestes casos, prevaleceu o bom senso do legislador,
tos, dentre outros; usuário e outras obrigações decorrentes do ajuste. pois tornaria impossível o recebimento provisório de
Fiscal do contrato II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com Diante do exposto, percebemos que para o sucesso um bem ou serviço que já fosse consumido no mesmo
Verificar perfil: o objetivo de avaliar a execução do objeto nos mol- da gestão contratual é necessário o conhecimento da momento. Exemplificando: o recebimento da merenda
z Competência des contratados e, se for o caso, aferir se a quan- legislação e o comprometimento de todos os atores da
z Responsabilidade escolar para pronto consumo, ao receber e servir o ali-
tidade, qualidade, tempo e modo da prestação dos
fiscalização mencionados, além do suporte necessário mento para os estudantes, tornaria impossível a verifi-
serviços estão compatíveis com os indicadores de
que deve prover a Administração Pública. cação da qualidade e quantidade posteriormente.
níveis mínimos de desempenho estipulados no ato
convocatório, para efeito de pagamento conforme
Outra figura de destaque na gestão de contratos é RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO
o resultado, podendo ser auxiliado pela fiscalização Importante!
o representante da empresa contratada denominado de que trata o inciso V deste artigo;
de PREPOSTO. Essa pessoa junto à contratante será o III - Fiscalização Administrativa: é o acompanha- A etapa final da execução do contrato administra- O recebimento provisório é dispensado, mas o
elo entre o fiscal do contrato e a empresa contratada. mento dos aspectos administrativos da execução tivo se concretiza com o recebimento do objeto con- recebimento definitivo é obrigatório, mesmo em
É o que diz o art. 68, da Lei nº 8.666, de 1993: dos serviços nos contratos com regime de dedica- tratado. Esse recebimento é de responsabilidade do se tratando de gêneros perecíveis, serviços pro-
ção exclusiva de mão de obra quanto às obrigações servidor ou comissão e deve atender requisitos de fissionais e em compras de pequeno vulto.
Art. 68 O contratado deverá manter preposto, acei- previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como conhecimento, responsabilidade, competência e fami-
to pela Administração, no local da obra ou serviço, quanto às providências tempestivas nos casos de liaridade com o bem ou serviço entregue.
para representá-lo na execução do contrato. inadimplemento; O recebimento do objeto, conforme especificado Para facilitar a memorização, segue abaixo o
IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento no art. 73, da Lei nº 8.666, de 1993, pode ser provisório esquema com os principais pontos do recebimento do
O preposto indicado pela empresa poderá ser acei- da execução do contrato nos aspectos técnicos ou ou definitivo. objeto contratado:
to ou não pela Administração Pública! administrativos quando a prestação dos serviços O recebimento provisório, como o próprio nome
Já em relação de contratação de serviços sob o regi- ocorrer concomitantemente em setores distintos ou
diz, atesta apenas que o objeto foi entregue e que o
me de execução indireta, devido a sua alta complexi- em unidades desconcentradas de um mesmo órgão RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO
mesmo será submetido a verificação dos requisitos
dade, a Administração Pública Federal refinou a sua ou entidade;
expostos no edital de licitação, termo de referência e OBRAS E SEVIÇOS
fiscalização inovando em alguns pontos específicos. V - Fiscalização pelo Público Usuário: é o acom-
panhamento da execução contratual por pesquisa no próprio contrato.
Entende-se como execução indireta aqueles servi- Caso o objeto esteja em desacordo com o contrata- Provisório:
de satisfação junto ao usuário, com o objetivo de
ços que em vez de executar diretamente por seus ser- do, a Administração Pública poderá rejeitá-lo, no todo
aferir os resultados da prestação dos serviços, os z Responsável pela fiscalização
vidores (admitidos por meio de concursos público), ou em parte. Por outro lado, caso o objeto esteja em
recursos materiais e os procedimentos utilizados
contrata empresa para que esta os realize, com o seu acordo com o especificado, a Administração deverá z Prazo: até 15 dias
pela contratada, quando for o caso, ou outro fator
pessoal e sob a sua responsabilidade. Os exemplos mais determinante para a avaliação dos aspectos quali- lavrar o termo do recebimento definitivo.
frequentes são: serviço de limpeza e serviço vigilância Definitivo:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LICITAÇÃO
indenizar o contratado pelo que já foi executado até Administrativo jando a celebração de um
Exemplificando: é quando a Administração Públi- a data em que foi declarada a nulidade, exceto se o contrato administrativo particulares e a Administração Pública.
ca contrata uma empresa para iniciar as obras em contratado deu causa ao vício. Já o objetivo da proposta mais vantajosa permite a
setembro, contra as enchentes de final de ano. Em Exemplificando: Após o início do contrato admi- Para que todos tenham a pos-
Administração Pública encontrar maior qualidade na
novembro, constatou que as obras ainda não foram nistrativo cujo o objeto é a construção da nova sede, Formal sibilidade de acompanhar a prestação e/ou maior benefício econômico. Percebe-
iniciadas, nesse caso concreto, a Administração Públi- foi constatado que a licitação que resultou o contra- licitação (Transparência) mos que nesse quesito o poder público vai analisar a
ca deverá rescindir o contrato unilateralmente (pelo to foi fraudada. Assim, como a licitação foi declarada relação custo-benefício para decidir qual é mais van-
descumprimento de cláusulas contratuais) sem a nula, por consequência, o contrato também será nulo. tajoso, ou seja, realizando uma ponderação entre o
necessidade de indenizar, e ainda passível de aplica- Sintetizando o entendimento geral do contrato E quem pode instituir “as regras” do procedimento custo e a qualidade do produto.
ção de sanções pelo descumprimento. administrativo, percebemos, que em prol do interesse licitatório? Exemplificando esse objetivo: quando a Adminis-
No caso de rescisão unilateral pelo descumprimen- público, todo o ajuste celebrado entre o Poder Público e Conforme o texto constitucional (inciso XXVII, art. 22), tração Pública vai adquirir canetas de tinta azul, ao
to de cláusulas contratuais, a doutrina denomina de o particular deve ser pautado nos Princípios da Admi- é competência privativa da União legislar sobre normas elaborar o edital de licitação insere-se quesitos de
rescisão com culpa. nistração Pública, fazendo com que os objetivos sejam gerais de licitação, em todas as modalidades. Entende- qualidade, para que quando for analisar as propostas
Outro exemplo de rescisão unilateral, é quando alcançados da melhor forma e com o menor custo. -se por normas gerais aquelas que veiculam princípios, seja possível objetivamente escolher a mais vantajosa.
após contratar uma empresa para execução de uma Tudo isso permite que sempre o interesse público diretrizes e que padronizam os procedimentos. É preferível a compra de uma caneta com o preço de
obra, constatou que não havia mais a necessidade, seja o carro chefe de toda conduta da Administrati- Deste modo, a União promulgou a famosa Lei nº R$1,00 (um real) na qual tem usabilidade de 1 ano, do
pois, o problema já tinha sido resolvido. Assim, por va Pública, não incidindo em qualquer ilegalidade ou 8.666/1993 (também chamada de Lei Geral de Lici- que comprar uma caneta com o preço de R$0.10 (dez
interesse público, cabe a Administração rescindir uni- inconstitucionalidade. tações e Contratos), instituindo as normas gerais centavos), cuja a durabilidade é de apenas 1 dia.
lateralmente, mas, nesse caso em tela, é devido a justa sobre licitações e contratos administrativos de
295 296
Dica somente um fornecedor. Nesses casos, estamos diante O parágrafo 1º do artigo 25 da Lei geral de licita- Desse modo, a contratação direta é uma decisão
das situações denominadas de produto ou fornecedor ções e contratos entende por possuidor de “notória vinculada, ou seja, a realização da licitação está de
A proposta mais vantajosa nem sempre é aquela
exclusivo, o qual não há a opção de escolher a propos- especialização o profissional ou empresa cujo con- antemão excluída, dispensada.
com o menor preço.
ta mais vantajosa, pois só há a possibilidade de con- ceito no campo de sua especialidade, decorrente de Esquematizando:
tratar e/ou comprar com aquele fornecedor único no desempenho anterior, estudos, experiências, publi-
O último objetivo, mas não menos importante, é o
mercado. cações, organização, aparelhamento, equipe técnica,
de promover o desenvolvimento nacional sustentável. DISPENSA DE
Esses casos não podem ser chamados de dispensa ou de outros requisitos relacionados com suas ativi- LICITAÇÃO
A preocupação com a sustentabilidade nas licitações
de licitação, pois só dispensa algo que é possível esco- dades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
objetiva conduzir o poder de compra governamental
lher. Como vimos, a inexigibilidade torna a licitação indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
a indução de comportamentos sustentáveis na produ-
impossível, não existindo a viabilidade de competição. do objeto do contrato”.
ção do mercado nacional.
A inexigibilidade de licitar está prevista no art. 25, Exemplificando: é quando o poder público contra- Dispensável Dispensável
Interessante que este último objetivo só foi inserido (Art.24)
da Lei nº 8.666, de 1993, que nos ensina que é inexigível ta um renomado arquiteto, que já foi responsável por (Art.17)
na Lei nº 8.666, de 1993, com a promulgação da Lei nº
a licitação quando houver inviabilidade de competição, inúmeros projetos em todo mundo, para desenhar o
12.349, de 2010, mostrando assim a preocupação atual z Decisão discricionária z Decisão Vinculada
em especial nos casos elencados de forma exemplificati- projeto de um novo museu.
do desenvolvimento sustentável nacional, seja através z Licitação é possível, z Licitação de antemão é
va em seus incisos, desde que haja justificativa para tal. É proibido contratar por inexigibilidade os servi- mas, por conveniência dispensada.
das preocupações com o meio ambiente, ou também
As hipóteses de inexigibilidade, conforme os inci- ços de publicidade e divulgação. e oportunidade, opta-se
com o estabelecimento de margens de preferências
sos do art. 25, Lei nº 8.666, de 1993, são: pela contratação direta
para produtos manufaturado ou produzidos no Brasil.
z O inciso III refere-se à contratação de profissional
A inserção do vocábulo “sustentável” como uma
Art. 25 [...] de qualquer setor artístico, mas nesse caso é neces-
das finalidades abriu caminho para as compras ver- I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou O gestor público, antes de decidir em qual das hipó-
sário que seja consagrado pela crítica ou pela opi-
des (compras sustentáveis), denominação empregada gêneros que só possam ser fornecidos por produ- teses de contratação direta, deve percorrer o caminho
nião pública.
para as licitações com critérios e exigências de susten- tor, empresa ou representante comercial exclusivo, abaixo esquematizado a fim de verificar se a contrata-
tabilidade ambiental. vedada a preferência de marca, devendo a compro- ção se enquadra em inexigibilidade ou dispensa:
Exemplificando: É quando o prefeito resolve con-
vação de exclusividade ser feita através de atesta- tratar a cantora Anitta para celebração do aniversário
Contratação Direta do fornecido pelo órgão de registro do comércio do
da cidade. Veja que, neste exemplo, o profissional con- Está autorizada
local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o A competição SIM à contratação SIM
tratado é consagrado pela crítica e pela opinião públi- é viável?
Como já visto, o artigo 37, inciso XXI, da Constitui- serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação direta?
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
ca. Se o mesmo prefeito, por gosto próprio e peculiar,
ção Federal estabelece a obrigatoriedade de licitar em NÃO
II - para a contratação de serviços técnicos enu- resolvesse contratar o “Zezinho dos teclados”, um NÃO
casos de obras, serviços e alienações, “ressalvados os
merados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, grande tecladista, mas conhecido somente no seu Dispensa de
casos específicos na legislação”.
com profissionais ou empresas de notória especia- bairro e sem nenhum disco lançado, não seria possí- licitação
Neste trecho acima grifado, o constituinte permi-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de vel (correto) a opção pela inexigibilidade. Inexigibilidade Licitação
tiu que o legislador infraconstitucional estabelecesse
publicidade e divulgação; Esquematizando: delicitação
casos de contratação direta, ou seja, sem licitação.
III - para contratação de profissional de qualquer
Nesse sentido, inferimos que a regra é a licitação,
setor artístico, diretamente ou através de empre- INEXIGIBILIDADE
a exceção abarca os casos de contratação direta pre- sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica Modalidades de Licitação
vistos em lei. especializada ou pela opinião pública.
Os casos em que a licitação não é obrigatória estão Fornecedor Notória As modalidades de licitação dizem respeito aos
Setor Artístico
previstos na Lei nº 8.666, de 1993, mais especificamen- Internalizando o conhecimento, temos: Exclusivo Especialização procedimentos e formalidades no qual deverão ser
te nos arts. 24 e 25 e são classificados em 2 hipóteses: observados pelo poder público em cada licitação.
z O inciso I apresenta as situações em que só é possí- Em outras palavras, é como se fosse o passo a pas-
z Dispensa; Dispensa de Licitação so (manual) de como operacionalizar o procedimento
vel a contratação de um único fornecedor ou pro-
z Inexigibilidade. dutor, pois este detém a exclusividade do objeto. licitatório. Encontramos as modalidades licitatórias
Na dispensa de licitação há a possibilidade de com- nas leis infraconstitucionais do ordenamento jurídico
petição entre os licitantes, mas por opção do legisla- Brasileiro. Atualmente, são 7 modalidades:
Contratação Exemplificando: o exemplo clássico é a aquisição dor, em determinadas razões de interesse público há
Pública
(obras, serviços, Regra Licitação Pública de medicamentos e vacinas. Caso uma farmacêutica a permissão para que o poder público realize a contra- z Concorrência
compras e alienações) tenha desenvolvido uma vacina única e sem similares tação sem a prévia licitação. z Tomada de Preços
Lei nº 8.666/1993
para combater um vírus, o poder público pode reali- As hipóteses de dispensa de licitação encontram-se (artigo 22)
z Convite
z Concurso
zar a aquisição através da inexigibilidade. nos 35 incisos do art. 24 e no art. 17 da Lei nº 8.666, de z Leilão
Ex
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
do Setor Público (CADIN), como o próprio nome nos em juízo pela pessoa jurídica a qual é vinculado. metidas ao poder hierárquico em face dos órgãos da
indica, é um banco de dados no qual contém os nomes administração direta. 7 ERRADO
das pessoas físicas e jurídicas com débitos vencidos e ( ) CERTO ( ) ERRADO
não pagos em relação aos órgãos e entidades da Admi- 8 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
nistração Pública Direta e Indireta. 6. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o item a seguir, 9 CERTO
Os órgão e entidades da Administração Pública acerca de direito administrativo. 12. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o seguinte item,
Federal são responsáveis pela inclusão de devedores As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, relativo à organização administrativa da União. 10 CERTO
em relação ao Poder Público Federal. Quando há a integrantes da administração indireta, que devem obe- As agências reguladoras são autarquias em regime
regularização do débito, há a baixa do nome da pes- 11 ERRADO
diência integral à Lei de Licitações e Contratos e estão especial, o que lhes confere maior autonomia admi-
soa física ou jurídica do CADIN. sujeitas ao controle pelos tribunais de contas. A inves- nistrativa e financeira, contudo, não possuem indepen- 12 CERTO
É uma ferramenta de suma importância no procedi- tidura em seus cargos depende de aprovação prévia dência em relação aos Poderes Executivo, Legislativo
mento licitatório, pois caso conste a inclusão do fornece- em concurso público, ressalvadas as nomeações para e Judiciário. 13 ERRADO
dor no CADIN, este será impossibilitado de ser declarado cargo em comissão declarado em lei de livre nomea-
vencedor da licitação e consequentemente impedido de 14 CERTO
ção e exoneração. ( ) CERTO ( ) ERRADO
contratar com a Administração Pública Federal. 15 CERTO
A administração e disponibilização das informa- ( ) CERTO ( ) ERRADO 13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca da gestão de pro-
ções que compõem o banco de dados do CADIN é de cessos e de projetos em organizações, julgue o item
responsabilidade do Banco Central do Brasil, através 7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Determinado órgão públi- subsequente.
do sistema informatizado chamado SISBACEN. co firmou contrato administrativo com uma empresa 301 302
Em suma, podemos resumir o conceito de orça- Destacam-se três momentos da presença do orçamento-programa no ordenamento jurídico brasileiro: primei-
mento público como a técnica, materializada por meio ro, o seu surgimento quando mencionado no art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964 (ainda sem a obrigatoriedade de sua
de um instrumento formal como a lei, que objetiva a adoção); segundo, por meio do art.16 do Decreto-Lei nº 200, de 1967, tornando o orçamento-programa obrigatório
previsão das receitas e a fixação das despesas. aos órgãos da Administração Pública; e por fim, o terceiro momento, com a edição do Decreto Federal nº 2.829/98,
NOÇÕES DE
considerado o marco da efetiva implementação do orçamento-programa.
Dica Antes de abordarmos os demais tipos de orçamentos, resumiremos o orçamento tradicional e o orçamento-
ADMINISTRAÇÃO
-programa em uma tabela comparativa, pois as diferenças entre ambos é tema frequente nas provas.
O Senado Federal criou um portal chamado
“Orçamento Fácil”, que tem como objetivo dis-
FINANCEIRA
ORÇAMENTO TRADICIONAL
ASPECTO ORÇAMENTO-PROGRAMA
ponibilizar as informações sobre o orçamento (CLÁSSICO)
público de forma mais leve e amigável, e com
ORÇAMENTÁRIA isso ampliar o alcance das informações. Vale a Integração com Planejamento
Não há integração (ou há integração Orçamento vinculado e integrado com
mínima) o planejamento governamental
pena conferir o site: https://www12.senado.leg. Foco na alocação dos recursos Meios, objeto dos gastos Fins, objetivos e metas
br/orcamentofacil.
Ênfase no planejamento, estratégia,
Estrutura orçamentária Ênfase contábil e legal
programas e projetos
ORÇAMENTO PÚBLICO Muito bem! Superados a definição e o conceito de
orçamento público, seguimos com algumas técnicas Principal critério de classificação das
Unidades administrativas Funções e programas
Vamos começar nossos estudos com uma pergun- orçamentárias. despesas
ta: o que seria o orçamento? O termo é frequente- Intensa avaliação dos resultados por
mente utilizado no nosso dia a dia: “acho que aquela Inexistência ou pouca relevância da
TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS Sistemas de acompanhamento e meio de indicadores
viagem dos sonhos terá que ser adiada... o orçamento avaliação dos programas de trabalho.
controle Controle possui foco na eficiência, efi-
está apertado”, ou “vamos comprar aquele carro! As Controle possui foco na legalidade
Antes de avançarmos, cabe esclarecer que em edi- cácia e efetividade
parcelas cabem no orçamento!”. É justamente essa a
ideia. O orçamento é o processo em que realizamos tais de concurso é comum encontrarmos esse tema
um planejamento e programação das entradas (recei- como “Espécies Orçamentárias”, “Tipos de Orçamen- z Orçamento Base Zero (OBZ): as despesas referentes aos programas, projetos ou ações da administração são
tas) e saídas (despesas) dos recursos financeiros, to” ou “Técnicas de elaboração orçamentária”. Apesar detalhadamente justificadas a cada ano. As linhas constantes no orçamento não devem tomar como base os
objetivando a concretização de metas e objetivos. Os de os termos possuírem sutis diferenças, para fins de valores executados em exercícios passados, pois a ideia do OBZ é justamente evitar os gastos incrementais de
orçamentos estão presentes em nossa vida pessoal, concursos públicos, podemos nos referir ao mesmo despesas desnecessárias executadas no passado. As vantagens do OBZ envolvem a necessidade de um esfor-
nas empresas e na área pública e é justamente nessa conteúdo. ço maior no controle orçamentário e dos indicadores de performance, além da promoção de uma disciplina
última que teremos como foco em nossos estudos.
A técnica de elaboração do orçamento não segue orçamentária mais rígida. Em contrapartida, a elaboração do OBZ pode ser mais complexa e demorada, cara e
Antes mesmo de falarmos sobre o orçamen-
to público, vamos compreender o que é a atividade uma única regra e método, pois a eficácia do controle exigente do ponto de vista da maturidade da cultura orçamentária;
financeira do Estado. orçamentário depende da adequação dos instrumen- z Orçamento Incremental: como a própria descrição, nesta técnica o administrador toma como base a estru-
Segundo Baleeiro (1999) a atividade financeira do tos aos fatores internos e externos de um órgão. Por tura orçamentária de exercícios passados e realiza apenas pequenos ajustes dos valores já executados. Por
Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o exemplo, uma determinada técnica orçamentária exemplo, o administrador pode tomar como base uma despesa com serviços de segurança executada no exer-
dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfa- pode ser mais adequada para órgãos com uma matu- cício passado e promover um incremento do percentual relativo à correção inflacionária.
ção o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de ridade e disciplina orçamentária maior do que aque-
direito público. Em linha semelhante, define Paludo Na definição da Secretaria do Tesouro Nacional – STN, o orçamento incremental é aquele realizado mediante
les que estão introduzindo um sistema orçamentário
(2017) que a atividade financeira é exercida pelo Esta- ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa. Note que o conceito é o oposto do OBZ visto anteriormente.
do, visando ao bem comum da coletividade. A ativida- pela primeira vez. Além disso, o nível de controle ao
qual estão submetidos certos órgãos ou programas Dessa forma, tem como vantagem a facilidade na elaboração e as desvantagens o desestímulo às ações de conten-
de do Estado está vinculada à arrecadação de recursos
Elaboração de LOA
Importante!
A autonomia administrativa e financeira:
Ciclo Orçamentário “Estrito” Conforme vimos, os diversos órgãos e Poderes enviam as suas propostas orçamentárias ao Poder Executivo
para consolidação. Tal prática é consoante à autonomia administrativa e financeira garantida pela nossa
constituição nos seguintes dispositivos:
Elaboração � Poder Judiciário: art. 99 da CF, de 1988;
� Ministério Público: art. 127 da CF, de 1988;
� Defensorias públicas: §§ 2º e 3º, art. 134, da CF, de 1988.
Cabe aqui esclarecermos o conteúdo dessas “propostas orçamentárias”. O art. 22 da Lei 4.320, de 1964, nos
Execução Aprovação fornece algumas informações importantes:
Art. 22 A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos esta-
belecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:
Um outro ponto que merece destaque nesta análise inicial do ciclo orçamentário diz respeito aos prazos de
cada ente na elaboração e encaminhamento das peças orçamentárias. Aproveitaremos o nosso esquema dos ins-
trumentos orçamentários distribuídos na linha do tempo apresentado anteriormente para tratar dos prazos da
PPA, LDO e LOA:
Notem que o ciclo estendido engloba as etapas de elaboração da LOA, Lei Orçamentária Anual, em conso-
nância com a LDO e PPA. Há aqui uma visão integrada do processo orçamentário que tem como grande diretriz
o PPA e o resultado da avaliação da LOA como insumos para a elaboração do próximo PPA.
307 308
O Presidente da República poderá também propor O tema de avaliação e controle orçamentário é
modificações nos projetos de lei por meio das men- denso, cabendo seções exclusivas para tratar de seu
sagens. As mensagens poderão ser submetidas ao conteúdo, abrangência, aspectos constitucionais, entre
Congresso Nacional antes do início da votação na outros. Para fins de compreensão do ciclo orçamentá-
comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. rio, destaca-se a importância de compreender a avalia-
Além das vedações às emendas já apresentadas, ção e controle como fornecedora de informações para
destacamos outras hipóteses previstos na art. 33 da “retr
Lei 4.320, de 1964
(Art. 4º)
orçamento dos Ministérios, da
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou Advocacia-Geral da União, da
III - sejam relacionadas: ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO Vice-Presidência e da Casa Civil
a) com a correção de erros ou omissões; ou da Presidência da República
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. Por fim, os processos de avaliação e controle têm
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com
como finalidade acompanhar o cumprimento das metas
o plano plurianual.
e objetivos estabelecidos nas peças orçamentárias.
Nesse sentido, a Administração Pública deverá Órgãos Específicos
Em resumo: as emendas só poderão ser aprovadas se compatíveis com o PPA e LDO, se os recursos destina- implementar as medidas de controle e as estruturas de Vinculados ou subordinados ao
dos às emendas sejam devidamente indicados e sejam oriundos da anulação de despesas, desde que a anulação Órgão Central do Sistema
controle interno necessárias para a avaliação da legali-
não tenha sido sobre despesas com pessoal e encargos, dívida e transferências tributárias. Outra hipótese é a dade dos atos, correta aplicação dos recursos orçamen-
aprovação de emendas no caso de erros, omissões das peças orçamentárias. 309 310 tários e cumprimento do programa de trabalho.
Os Órgãos Setoriais e Específicos ficam sujeitos à Das Finanças Públicas Trataremos em seguida o art. 165, situado na seção Trazendo para o mundo das empresas privadas,
orientação normativa e à supervisão técnica do Órgão II – dos orçamentos. Trata-se de um artigo longo, com podemos nos arriscar em dizer que o PPA é seme-
Central do Sistema (MPOG). Segundo o art. 163, as matérias elencadas nos inci- diversos parágrafos e inciso, de modo que faremos a lhante ao planejamento estratégico das organizações,
Com relação às competências, os arts. 7º e 8º elen- sos I a VII são reservadas à Lei Complementar. Segun- sua análise em partes. guiando todas as ações no horizonte do médio prazo.
do o Supremo Tribunal Federal – STF, tais matérias não O PPA está previsto na Constituição Federal conforme
cam, respectivamente, as atribuições do Planejamento
precisam figurar em um único diploma legal, podendo Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo abaixo:
Federal e do Orçamento Federal. Há certa correspon-
ser veiculadas de forma fragmentada no nosso orde- estabelecerão:
dência entre as competências de ambos, o que auxilia namento jurídico1. A reserva de Lei Complementar é I - o plano plurianual; Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo
na memorização. Atente-se aos verbos que compõem apresentada também nos § 9º, do art. 165: II - as diretrizes orçamentárias; estabelecerão:
cada competência, bem como os objetos envolvidos I - o plano plurianual;
III - os orçamentos anuais.
em cada uma dessas ações: [...] § 1º A lei que instituir o plano plurianual esta- [...]
§ 9º Cabe à lei complementar: § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabele-
belecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
COMPETÊNCIAS DO PLANEJAMENTO FEDERAL I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, cerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti-
os prazos, a elaboração e a organização do plano objetivos e metas da administração pública
(ART. 7º) federal para as despesas de capital e outras delas vos e metas da administração pública federal para
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da
I - Elaborar e supervisionar a execução de planos e pro- decorrentes e para as relativas aos programas de as despesas de capital e outras delas decorrentes
lei orçamentária anual;
gramas nacionais e setoriais II - estabelecer normas de gestão financeira e patri- duração continuada. e para as relativas aos programas de duração
monial da administração direta e indireta bem § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreen- continuada.
II - Coordenar a elaboração dos projetos de lei do PPA,
como condições para a instituição e funcionamento derá as metas e prioridades da administração
metas e prioridades da LDO
de fundos. pública federal, incluindo as despesas de capital Importante salientar, que apesar do caráter
III - Acompanhamento físico e financeiro dos planos e III - dispor sobre critérios para a execução equita- para o exercício financeiro subseqüente, orientará diretivo e estratégico do PPA, ele não tem por função
programas, realizar a avaliação da eficácia e efetividade tiva, além de procedimentos que serão adotados a elaboração da lei orçamentária anual, dis- a redução das desigualdades, sendo essa uma função
para subsidiar o processo de alocação de recursos pú- quando houver impedimentos legais e técnicos, porá sobre as alterações na legislação tributária reservada aos orçamentos fiscal e de investimentos,
blicos, política de gastos e coordenação das ações do cumprimento de restos a pagar e limitação das pro-
e estabelecerá a política de aplicação das agências contemplados na Lei Orçamentária Anual. Veja os
governo gramações de caráter obrigatório, para a realiza-
ção do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. financeiras oficiais de fomento. dispostos no § 5º e § 7º do art. 165:
IV - Assegurar que as unidades administrativas responsá- Art. 163-A A União, os Estados, o Distrito Federal e § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
veis pela execução dos programas, projetos e atividades os Municípios disponibilizarão suas informações e após o encerramento de cada bimestre, relató-
da administração mantém rotinas de acompanhamento e I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da
dados contábeis, orçamentários e fiscais, conforme rio resumido da execução orçamentária.
avaliação da sua programação União, seus fundos, órgãos e entidades da adminis-
periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo § 4º Os planos e programas nacionais, regionais
tração direta e indireta, inclusive fundações insti-
V - Manter sistema de informações relacionados a órgão central de contabilidade da União, de forma e setoriais previstos nesta Constituição serão ela- tuídas e mantidas pelo Poder Público;
indicadores econômicos e sociais, assim como me- a garantir a rastreabilidade, a comparabili- borados em consonância com o plano plurianual e II - o orçamento de investimento das empresas
canismos para desenvolver previsões e informação estra- dade e a publicidade dos dados coletados, os apreciados pelo Congresso Nacional.
quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de em que a União, direta ou indiretamente, detenha a
tégica sobre tendências e mudanças no âmbito nacional maioria do capital social com direito a voto;
e internacional amplo acesso público.
Plano Plurianual [...]
VI - Identificar, analisar e avaliar os investimentos estra- § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste
O art. 163-A foi introduzido recentemente pela
tégicos do Governo O PPA é uma inovação trazida pela Constituição de artigo, compatibilizados com o plano plurianual,
Emenda Constitucional nº 108 de 2020. Note que o dis-
VII - Realizar estudos e pesquisas socioeconômicas e 1988. Trata-se do planejamento estratégico de médio terão entre suas funções a de reduzir desi-
positivo tem estrita relação com o princípio orçamen-
análises de políticas públicas prazo da administração pública e tem por finalida- gualdades inter-regionais, segundo critério
tário da publicidade e da transparência.
VIII - Estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atua- de estabelecer e informar de forma regionalizada as populacional.
Dessa forma, questões relacionando o artigo a
ção das empresas estatais Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM) da adminis-
esses princípios, e a mitigação da publicidade e trans-
COMPETÊNCIAS DO ORÇAMENTO FEDERAL parência dos atos públicos (quando se tratar de infor- tração. Importante destacar qual o significado desses Destacamos na tabela abaixo, outros dispositivos
Se o licitante cumprir devidamente o contrato, o Esta- força princípio da universalidade, estão previstas na por meio da soberania estatal. Decorrem de norma
Origem
do é obrigado a devolver o valor depositado, porém, Lei Orçamentária Anual (LOA). constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de
caso não cumpra, haverá aplicação penalidade, cujo forma impositiva, como, por exemplo, as receitas Espécie
valor será descontado do depósito. Classificação tributárias e as de contribuições especiais.
A Lei nº 4.320, de 1964, regulamenta os ingressos Desdobramento
para identificação de
de disponibilidades de todos os entes da federação Para fins contábeis, as receitas orçamentárias Bom, vamos iniciar o estudo da classificação da peculiaridades
classificando-os em dois grupos: orçamentários e podem ser classificadas quanto ao impacto no Patri- Receita Orçamentária, tópico muito cobrado em pro- Categoria Econômica
extraorçamentários. mônio Líquido do ente federativo como Receita vas de concursos públicos.
Orçamentária Efetiva ou Receita Orçamentária Não 1 1 1 3,01.1 1
Efetiva. Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada Classificação por Natureza De Receita
Ingressos ao Setor Público (2019, p. 31):
extraorçamentários A classificação por natureza de receita é determi- Principal
z Receita Orçamentária Efetiva: é aquela em que nada no § 4º, art. 11, da Lei nº 4.320, de 1964, segundo Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
os ingressos de disponibilidade de recursos não o qual deve ser obedecido o seguinte esquema: Imposto
foram precedidos de registro de reconhecimento Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria
INGRESSO DE VALORES do direito e não constituem obrigações corres- z Receitas Correntes Receita Corrente
AOS COFRES PÚBLICOS pondentes. Desta forma, a Receita Orçamentária Receita Tributária.
Efetiva altera positivamente o Patrimônio Líqui- Impostos. Para um concurso, não há necessidade de saber,
do do ente estatal quando a receita é reconheci- por exemplo, que o código 3.01.1 do Desdobramen-
Taxas.
da, tratando-se de um fato contábil modificativo to para Identificação de Peculiaridades se refere ao
Ingressos Contribuições de Melhoria.
aumentativo. As Receitas Orçamentárias Efetivas Imposto de Renda de Pessoa Física, até porque, mes-
orçamentários Receita de Contribuições.
correspondem às receitas correntes e às transfe- mo que cobrado, valeria mais a pena ao candidato
(Receitas Públicas) Receita Patrimonial.
rências de capital; concentrar seus esforços em outras questões do que
Receita Agropecuária. investir seu precioso tempo em uma que cobra sim-
z Receita Orçamentária Não Efetiva: é aquela em
Receita Industrial. ples memorização de uma tabela de códigos.
Os ingressos extraorçamentários são aqueles que os ingressos de disponibilidades de recursos
Receita de Serviços. No entanto, é importante conhecer as outras classifi-
que, apesar de pertencerem a terceiros, são arreca- foram precedidos de registro do reconhecimento
Transferências Correntes. cações decorrentes da classificação da receita pública por
dados pelo ente público exclusivamente para fazer do direito ou constituem obrigações corresponden-
Outras Receitas Correntes. sua natureza, conforme passamos a apresentar a seguir.
face às exigências contratuais pactuadas para poste- tes, como é o caso das operações de crédito. Assim,
rior devolução. Esses recursos financeiros apresen- a Receita Orçamentária Não Efetiva não altera o
z Receitas de Capital Categoria Econômica
tam caráter temporário e não integram o orçamento Patrimônio Líquido do ente estatal, uma vez que
público, uma vez que o Estado é seu mero depositário há uma simples troca de elementos patrimoniais, Operações de Crédito.
tratando-se de simples fato contábil permutati- Alienação de Bens. Segundo o art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, a Receita
desses valores, que constituem passivos exigíveis e
Amortização de Empréstimos. Pública se classifica nas seguintes categorias econômicas:
ram a sociedade a exigir maior transparência de seus É recorrente as bancas examinadoras pergunta-
da dívida pública, para o exercício a que se referi-
Controle
governantes no trato do dinheiro público. rem qual o tipo de lei que a LOA, LDO e o PPA são.
Essas três leis orçamentárias são leis ordinárias, rem e para os dois seguintes. O anexo contém, ainda,
Embora o art. 163 da CF previsse uma lei com-
enquanto a LRF é uma lei complementar. uma avaliação do cumprimento das metas relativas
plementar, estabelecendo normas gerais acerca de
O PPA tem vigência de quatro anos e tem como ao ano anterior; um demonstrativo das metas anuais,
finanças públicas, dívida pública externa e inter-
objetivo definir o plano de ação do governo, por esta- instruído com memória e metodologia de cálculo que
na, concessão de garantias pelas entidades públicas, justifiquem os resultados pretendidos, comparando-
belecido por meio de programas. Podemos exempli-
emissão e resgate de títulos da dívida pública, fisca- ficar alguns programas do governo federal, como o -as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evi-
lização financeira da administração pública direta e Programa Bolsa Família, o Programa Minha Casa, denciando a consistência delas com as premissas e os
indireta, operações de câmbio realizadas por órgãos Suas disposições abrangem a União, os Estados,
Minha Vida ou o Programa de Erradicação do Traba- objetivos da política econômica nacional; a evolução
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal o Distrito Federal e os Municípios, compreendendo
lho Infantil – PETI, dentre outros. do patrimônio líquido, também nos últimos três exer-
e dos Municípios; compatibilização das funções das o Executivo, o Legislativo, neste abrangidos os Tri-
Segundo Paludo (2020, p. 394), a LRF deu ênfase cícios, destacando a origem e a aplicação dos recur-
instituições oficiais de crédito – apenas em 4 de maio bunais de Contas, o Judiciário e o Ministério Públi- sos obtidos com a alienação de ativos; uma avaliação
e tornou mais clara a obrigatoriedade de elaboração
de 2000, com a edição da LRF, o Brasil passou a contar co, bem como as respectivas administrações diretas do PPA por todos os entes da Federação, incluindo da situação financeira e atuarial dos regimes geral de
com um verdadeiro instrumento de controle na ges- e indiretas, sejam fundos, autarquias, fundações ou também os pequenos municípios, quando estabeleceu previdência social e próprio dos servidores públicos
tão dos recursos públicos. empresas estatais dependentes. que a LOA e a realização de despesas deveriam ter e do Fundo de Amparo ao Trabalhador e dos demais
Embora o § 4º, art. 31, da CF vede a criação de Tri- compatibilidade com o PPA. fundos públicos e programas estatais de natureza
bunais de Contas Municipais, os municípios de São Por outro lado, a LDO e a LOA têm vigência de um atuarial; um demonstrativo da estimativa e compen-
Importante! Paulo e do Rio de Janeiro já possuíam seus tribunais ano e definem os planos de aplicação em estrita corre- sação da renúncia de receita e da margem de expan-
de contas na época da promulgação da CF, e por isso lação com o PPA. são das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Embora a LRF estabeleça normas gerais sobre foram mantidos. O processo legislativo para a aprovação dessas Por outro lado, no Anexo de Riscos Fiscais são ava-
finanças públicas, ela não revogou a Lei nº 4.320, Os demais municípios contam com Tribunais peças orçamentárias é determinado pela CF e será liados os passivos contingentes e outros riscos capazes
de 1964, a qual continua vigente e estudaremos de Contas dos Municípios, órgãos vinculados aos explicado na Seção “Administração Financeira e Orça- de afetar as contas públicas, informando as providên-
mais à frente. estados. 325 326 mentária e a Constituição Federal de 1988”. cias a serem tomadas, caso se concretizem.
Lei Orçamentária Anual (LOA) Ela é apurada somando-se as receitas arrecadadas O ciclo orçamentário, período de tempo em que se
no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas HORA DE PRATICAR! processam as atividades típicas do orçamento públi-
A LOA deve ser elaborada de forma compatível as duplicidades. Além disso, a receita corrente líquida co, é constituído das seguintes fases: planejamento,
com o PPA e com a LDO e pode ser considerada um deve ser deduzida dos seguintes itens: 1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) O orçamento público, elaboração e aprovação.
verdadeiro plano de aplicação do governo, uma vez um instrumento fundamental de governo, constitui o
que é por meio da LOA que o governo determina a z Na União: dos valores transferidos aos Estados e principal documento de políticas públicas. A respeito ( ) CERTO ( ) ERRADO
gestão dos recursos públicos. Municípios por determinação constitucional ou desse assunto, julgue o seguinte item.
Segundo Paludo (2020, p. 85), a LOA é um instru- legal, das contribuições do empregador, do tra- Com base no orçamento público, os governantes 8. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando os princí-
mento de planejamento que operacionaliza no curto balhador e dos demais segurados da previdência selecionam as prioridades e decidem como empregar pios e a execução orçamentários, bem como a com-
prazo os programas contidos no PPA. A LOA contem- social, e das contribuições do PIS/PASEP; os recursos extraídos da sociedade e como distribuí- posição orçamentária do DF, julgue o item a seguir.
pla, conforme selecionado pela LDO, as prioridades z Nos Estados: as parcelas entregues aos Municípios -los entre diferentes grupos sociais, conforme o peso Situação hipotética: Um ente, ao final do exercício,
contidas no PPA e as metas que deverão ser atingi- por determinação constitucional; ou a força política desses grupos. apresenta a seguinte situação financeira:
das no exercício financeiro. A LOA disciplina todas as z Na União, nos Estados e nos Municípios: a contri-
ações do governo e é com base em suas autorizações buição dos servidores para o custeio do seu siste- z Insuficiência de arrecadação (saldo negativo das
( ) CERTO ( ) ERRADO
que as despesas do exercício são executadas. ma de previdência e assistência social e as receitas diferenças acumuladas, ao longo do exercício, entre a
As bancas examinadoras costumam cobrar a pre- provenientes da compensação financeira devida receita prevista e a realizada): R$ 55.000;
entre as receitas de contribuição referentes aos 2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito das técnicas,
visão do conteúdo da LOA previsto na CF e na LRF. z Créditos extraordinários autorizados em agosto e não
militares e as receitas de contribuição aos demais dos princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item
Segundo o § 5º, art. 165, da CF, a LOA deve con- utilizados durante o exercício: R$ 40.000;
regimes. a seguir.
ter o orçamento fiscal, o orçamento de investimento z Déficit financeiro no balanço patrimonial do exercício
A ideia central do orçamento por resultados é que os
das empresas em que a União (e qualquer outro ente anterior: R$ 25.000.
Execução Orçamentária e do Cumprimento das cidadãos devem explicitar quais os resultados que
federativo), direta ou indiretamente, detenha a maio-
Metas querem em contrapartida aos recursos repassados
ria do capital social com direito a voto e o orçamento Assertiva: Nessa situação, o ente deverá reabrir o cré-
ao setor público.
da seguridade social, abrangendo todas as entidades dito extraordinário até o valor de R$ 40.000.
e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou Após a aprovação da LOA, o orçamento precisa ser
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos colocado em execução. Assim, o Poder Executivo deve ( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO
e mantidos pelo Poder Público. estabelecer a programação financeira e o cronograma
Por outro lado, segundo o art. 5º da LRF, a LOA de execução mensal de desembolso em até 30 (trinta) 3. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando os princí- 9. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da receita
deve conter: dias após sua publicação. pios e a execução orçamentários, bem como a com- pública, julgue o item a seguir.
Porém, ao final de um bimestre, se verificarem posição orçamentária do DF, julgue o item a seguir. Os recursos obtidos por meio do pedágio cobrado
z Demonstrativo da compatibilidade da programa- que a realização da receita poderá não comportar Em consonância com o princípio orçamentário da dis- pela utilização de rodovias são classificados como
ção dos orçamentos com os objetivos e metas cons- o cumprimento das metas de resultado primário ou criminação, a lei de diretrizes orçamentárias da União receita derivada.
tante no Anexo de Metas Fiscais da LDO; nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da de 2020 veda a execução orçamentária de programa-
z Demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as LDO, os Poderes e o Ministério Público promoverão, ção que empregue a designação “a definir” bem como ( ) CERTO ( ) ERRADO
receitas e despesas, decorrente de isenções, anis- por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 designações que não permitam sua identificação
tias, remissões, subsídios e benefícios de natureza dias subsequentes, limitação de empenho e movimen- precisa. 10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da receita
financeira, tributária e creditícia, bem como das tação financeira, segundo os critérios fixados pela
pública, julgue o item a seguir.
medidas de compensação a renúncias de receita LDO. ( ) CERTO ( ) ERRADO A classificação orçamentária por natureza da recei-
Apesar da previsão de limitação de empenho,
e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter ta é utilizada por todos os entes da federação e tem
algumas despesas não poderão sofrer limitações: as
continuado; 4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Com relação ao processo como objetivo identificar a origem do recurso confor-
despesas que constituam obrigações constitucionais
z Previsão de reserva de contingência, cuja forma de orçamentário brasileiro, julgue o item subsequente. me o fato gerador.
e legais, inclusive aquelas destinadas ao pagamento
utilização e montante, definido com base na recei- As diretrizes, os objetivos e as metas da administra-
do serviço da dívida, e aquelas ressalvadas pela LDO.
ta corrente líquida, serão estabelecidos na LDO, ( ) CERTO ( ) ERRADO
11 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
12 ERRADO
17. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Para limitar os gastos
do governo, um dos mecanismos utilizados é a publi- 13 ERRADO
cação de decreto que disponha sobre a programação
14 ERRADO
orçamentária e financeira bem como o cronograma
mensal de desembolso. Acerca desse assunto, julgue 15 ERRADO
o item subsequente.
O ato pelo qual determinada unidade orçamentária ou 16 CERTO
administrativa transfere a outras unidades orçamen-
17 CERTO
tárias ou administrativas o poder de utilizar créditos
que lhes tenham sido dotados caracteriza o que se 18 ERRADO
denomina descentralização de créditos.
19 ERRADO
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS trialização a nível mundial e o advento dos países
desenvolvidos. Nesse contexto, as organizações ado-
esse contexto, a estrutura matricial, exibida na figura
a seguir, foi adotada.
ORGANIZAÇÕES
tavam a estrutura organizacional burocrática, confor-
me figura a seguir.
nho, saúde, segurança e qualidade de vida no tra- oportunidades no mercado. Curto prazo
Foco no ambiente interno
balho, entre outros; É fundamental, nessa situação, que a organização
z A GP como profissão inclui aqueles indivíduos que
FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE focalize seus esforços em melhorar o clima organiza-
atuam em profissões estritamente associadas aos PESSOAS cional, bem como propiciar que o ambiente de traba-
Chiavenato (2014) aborda que antigamente as
recursos humanos, tais como os recrutadores, sele- lho seja saudável em termos físicos (temperatura e
iluminação agradáveis e bons equipamentos de traba- informações sobre os recursos humanos da organiza-
cionadores, treinadores, gestores de remuneração, ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E OBJETIVOS
lho como cadeiras específicas e mouse pads, por exem- ção eram disponíveis apenas ao setor de GP. Posterior-
profissionais de segurança do trabalho, entre outros.
De acordo com Chiavenato (2014) a área de gestão plo) e psicológicos (eliminação de fontes de estresse, mente, tais informações passaram a ser divulgadas
IMPORTÂNCIA de pessoas tem seis processos básicos: tais como evitar o envio de um grande número de também para os gestores de cada área ou equipe, para
e-mails e proporcionar atividades agradáveis, como que eles pudessem contribuir na tomada de decisão
A importância da GP é evidenciada pela relação z Agregar pessoas: os processos de agregar pes- um café da tarde com todos do setor, por exemplo). sobre o time que coordena. Hoje, os sistemas de infor-
entre indivíduos e organizações. Pense sobre quanto soas incluem as funções de recrutamento, seleção Quando os processos de Gestão de Pessoas são bem mações gerenciais têm sido compartilhados também
tempo as pessoas despendem, por dia, no ambiente e integração. Ou seja, esse processo tem foco na desempenhados, os objetivos da área são atingidos. com os próprios colaboradores, no intuito de que pos-
organizacional ou em atividades de trabalho. 6 horas? forma como a GP integra novos trabalhadores na De acordo com Bruna Guimarães, da Gupy (startup de sam visualizar informações sobre seu desempenho e
8 horas? Agora multiplique por cinco (ou seis) dias na organização; 333 334 recrutamento e seleção), os objetivos da GP são: até mesmo se autoavaliar.
Para que seja possível armazenar as informações, z Capacidade de adiar recompensas: a recompen- TIPO DE LÍDER CARACTERÍSTICAS
é necessário um banco de dados. Nos bancos de dados, COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL sa pode surgir a longo prazo. Portanto, é importan- Por meio da motivação, procura retirar o
os dados são codificados e organizados de forma a te que o indivíduo seja capaz de adiar recompensas melhor de cada pessoa;
facilitar o acesso futuro e a obtenção de informações De acordo com Robbins (2005, p. 6) “o comporta- e até mesmo trabalhar de forma rotineira, em
mento organizacional é um campo de estudos que A liderança é menos um atributo/fun-
para a tomada de decisão. alguns casos; ção e mais uma relação entre líderes e
investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estru- z Permanente desejo de realização: é o que assegura Transformador colaboradores;
Dados ≠ Informações tura têm sobre o comportamento dentro das organi- o acesso a posições mais elevadas na carreira.
zações com o propósito de utilizar este conhecimento Enxerga o potencial das pessoas e tem
prazer no seu crescimento;
Dados: são conteúdos quantificáveis, tais como para melhorar a eficácia organizacional”. Resumida- LIDERANÇA
números, valores e medições. Sozinhos, os dados não mente, os estudos sobre comportamento organizacio- É um bom treinador e ajuda os outros a
nal se preocupam com o comportamento das pessoas se tornarem líderes.
são fonte de conhecimento. Isso significa que um A liderança, conforme apresentada por Robbins
dado, isoladamente, não contribui para a tomada de no ambiente de trabalho e como esse comportamento (2005), indica traçar metas, comunicar e engajar os Fonte: Hitt (1990 apud MATTAR, 2010).
decisão gerencial. Exemplo: No mês de janeiro de 2020 impacta no desempenho das empresas. trabalhadores de forma que os objetivos sejam alcan-
a Empresa Delta vendeu 200 aparelhos de TV. Perceba MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO
çados. Os líderes inspiram os empregados e os auxi-
que simplesmente saber a quantidade de produtos RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO liam na superação dos obstáculos e dificuldades. Posto
vendidos não tem significância. de uma forma bastante direta, a liderança é a capaci- A motivação é o “[...] processo responsável pela
Informações: são dados tratados. Quando os dados Como já discutido anteriormente, as pessoas pas- dade de um indivíduo influenciar um grupo no alcan- intensidade, direção e persistência dos esforços de
são classificados, armazenados, ordenados e relaciona- sam a maior parte de suas vidas no trabalho. Por essa ce de objetivos pré-estabelecidos. uma pessoa para o alcance de uma determinada
dos, se tornam informações. As informações possuem razão, é importante que as relações entre indivíduo e A liderança pode ser formal ou informal (ROB- meta” (ROBBINS, 2005, p. 132). A intensidade diz res-
significado, são capazes de transmitir uma mensagem. BINS, 2005). Na liderança formal, a influência sobre peito ao esforço empregado por uma pessoa na rea-
organização não sejam fonte de estresse, de tensão ou
Exemplo: No mês de janeiro de 2020 a Empresa Delta um grupo é exercida por alguém que tem um cargo lização de um objetivo. A direção indica “para onde
de doença. Pensando em uma união “perfeita”, indi-
vendeu 200 aparelhos de TV. No mês seguinte, a empre- mais alto na hierarquia da organização. Visto que car- vamos”. Não adianta o trabalhador empregar esforço
víduos e organizações teriam os mesmos objetivos e
sa concretizou a venda de 250 produtos, mesmo tendo gos mais elevados indicam certo grau de autoridade, se não souber em que direção deve caminhar. Por últi-
valores. Por exemplo, a empresa Magazine Luiza pos-
um funcionário afastado durante 15 dias. Nesse caso, o líder consegue a adesão dos subordinados devido mo, a persistência indica quanto tempo um indivíduo
sui a missão de “ser uma empresa competitiva, inova-
os dados foram relacionados e, por isso, tornaram-se ao cargo que ocupa. Alguns exemplos de liderança consegue manter seu esforço, isto é, por quanto tempo
dora e ousada que visa sempre o bem-estar comum”. consegue ficar motivado. A motivação e o desempe-
informações. A partir dessas informações, a empresa Seus valores incluem: respeito, desenvolvimento e formal incluem: gestor de projetos, administrador de
pode criar metas de vendas, por exemplo. recursos humanos, gerente de compras etc. Por outro nho estão intimamente relacionados, pois um pro-
reconhecimento; ética; simplicidade e liberdade de fissional motivado tende a ter melhores resultados e
expressão; inovação e ousadia. Provavelmente, nos lado, a liderança informal, conforme vimos na Escola
Fonte: UNILAB. Entenda a diferença entre dados e informação. de Relações Humanas, surge na organização informal. bom desempenho em suas tarefas.
2019. Disponível em: <https://www.unilab.com.br/materiais- processos de recrutamento e seleção a empresa bus- Apesar de muitos líderes buscarem formas de moti-
ca por profissionais que tenham, ainda que não todas, Robbins afirma que a liderança não sancionada, isto
educativos/artigos/gestao/diferenca-entre-dados-e-informacao/>.
é, que surge fora da organização formal, é tão ou até var os trabalhadores por meio de palestras e treinamen-
Acesso em: 10 nov. 2020. algumas dessas características. Isso porque a gestão tos, por exemplo, a motivação é intrínseca, ou seja, está no
dos recursos humanos pode se tornar uma tarefa mais importante que a liderança formal.
Independentemente do tipo de liderança (formal interior dos indivíduos. É impossível, portanto, que um
O sistema de informação de GP, portanto, “é baseado menos árdua quando as pessoas caminham em dire- gestor ou líder seja capaz de motivar os colaboradores.
em um banco de dados (incluindo um banco de talentos ou informal), é importante destacar que os indiví-
ção aos mesmos objetivos da organização. A teoria mais conhecida sobre motivação é Teoria
ou banco de competências) para disponibilizar, em tempo duos não devem exercer seus papéis de líderes sem
Uma teoria administrativa que abrange esse da Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow.
real, informações sobre pessoas, capital humano e capital considerar os aspectos éticos. Enquanto líderes éticos
aspecto da relação entre indivíduo e organização é De acordo com o autor, as necessidades dos indivíduos
intelectual da empresa” (CHIAVENATO, 2014, p. 438). incentivam os trabalhadores e cobram resultados,
a Teoria Estruturalista. De acordo com Chiavenato estão dispostas como que em uma pirâmide, de forma
As informações inseridas no banco de dados podem líderes antiéticos podem praticar agressões verbais/
(2004), essa teoria ganha destaque a partir da déca- morais com os subordinados. William Hitt (1990 apud que, em um primeiro momento busca-se atender aos
incluir: cadastro dos trabalhadores (como nome, RG, da de 1950 e surge da necessidade de perceber que a objetivos da base da pirâmide e, em seguida, as neces-
CPF e endereço), cadastro de remuneração (progressão MATTAR, 2010) identifica quatro estilos de liderança,
organização é um sistema complexo com interação de que corresponderiam a quatro sistemas éticos distin- sidades vão aumentando. A figura abaixo demonstra
dos salários, além dos benefícios e incentivos recebi- grupos sociais. Esses grupos podem possuir objetivos as necessidades propostas por Maslow.
tos, conforme apresentado no quadro a seguir.
dos), cadastro de treinamento (treinamentos realiza-
10. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Com relação à adminis- de certas tarefas; aptidões para certas formas de tra- 11 CERTO
tração de recursos humanos (RH) nas organizações, balho; comportamentos interpessoais.
12 CERTO
julgue o item que se segue.
Para que a atuação estratégica do administrador de ( ) CERTO ( ) ERRADO 13 ERRADO
RH seja realizada em totalidade e gere resultados de
alto valor para a organização, é necessário que ele 16. (CESPE-CEBRASPE — 2018) A respeito de gestão de 14 ERRADO
tenha conhecimentos normativos ou legalísticos, além pessoas nas organizações, julgue o item a seguir.
15 CERTO
de realizar as funções convencionais de administra- O enriquecimento de cargos com o acréscimo de
ção de RH, tais como, treinamento e desenvolvimento tarefas que tornem o trabalho mais significativo é um 16 CERTO
e avaliação de desempenho. método de redesenho de cargos.
17 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO 18 CERTO
11. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Com relação à adminis- 17. (CESPE-CEBRASPE — 2014) A respeito da gestão e 19 ERRADO
tração de recursos humanos (RH) nas organizações, do comportamento das pessoas nas organizações,
20 CERTO
julgue o item que se segue. julgue o item subsequente. 339 340
A vida de todos os seres depende, direta ou indire- consumidores carnívoros. Herbívoros são aqueles O importante, aqui, é entender que, a cada nível
tamente, da ocorrência de fotossíntese, processo reali- que se alimentam, diretamente, dos produtores e, trófico, a quantidade de energia obtida no alimento
zado por organismos autotróficos (capazes de produzir por esse motivo, são chamados de consumidores é menor que no nível anterior e maior do que o nível
seu próprio alimento), como as plantas, por exemplo. primários. Carnívoros são aqueles que se alimen- posterior. Para facilitar o entendimento sobre a trans-
ferência de energia de um nível para o outro, vamos
MEIO AMBIENTE
Esses organismos utilizam a energia captada da luz tam de outros consumidores. Eles serão conside-
solar (energia luminosa) e a transformam em energia rados consumidores secundários sempre que se supor que, a cada nível, ocorra uma perda de 90% da
química, armazenada nas moléculas de glicose. energia obtida. Você pode observar os resultados dis-
alimentarem de um consumidor primário; consu-
so na figura a seguir:
midores terciários sempre que se alimentarem
de um consumidor secundário; consumidores 1ºnível trófico 2ºnível trófico 3ºnível trófico 4ºnível trófico 5ºnível trófico
NOÇÕES DE ECOLOGIA E quaternários, sempre que se alimentarem de um
Produtor Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor
ECOSSISTEMAS BRASILEIROS Luz Solar consumidor terciário e assim por diante;
100%
primário
10%
secundário
1%
terciário
0,1%
quaternário
0,01%
Energia Luminosa z Os decompositores são seres heterotróficos capa-
Ecologia é a área da biologia que estuda as rela- zes de realizar a ciclagem dos nutrientes. São
ções entre os seres vivos e o ambiente. Os níveis de Glicose representados pelos fungos e pelas bactérias. Eles
organização estudados em ecologia são: população, Energia química utilizam energia de qualquer organismo da cadeia Por este motivo, que é muito difícil encontrar
comunidade, ecossistema e biosfera. alimentar que esteja em processo de decomposi- cadeias alimentares que apresentam organismos ocu-
População: conjunto de indivíduos de uma mes- ção. Dessa forma, eles retornam para o ambiente pando posições acima do 4º nível trófico. A energia
Fotossíntese GLICOSE
ma espécie que vive em um mesmo local, dentro de obtida é muito pequena e não compensa o gasto ener-
diversos elementos químicos que estavam presen-
um mesmo período de tempo. OH H OH OH OH gético para a obtenção do alimento. A figura a seguir
Comunidade: conjunto de indivíduos de diferen- tes nos restos desses seres vivos.
–
–
–
H–C– C – C – C – C–H representa um exemplo de cadeia alimentar:
tes populações que vive em um mesmo local e dentro
–
–
–
–
–
H OH H H H
de um mesmo período de tempo. Podemos dizer que o fluxo de energia se inicia com
C6H12O6
Ecossistema: formado pelos fatores bióticos a captação da energia luminosa pelos produtores e
(vivos) e abióticos (não vivos), além das interações termina na ação dos decompositores, podendo passar,
entre eles. Autótrofos também, pelos consumidores neste caminho.
Biosfera: formada pelo conjunto de todos os ecos- A cada transferência ocorrida de um organismo Produtor Consumidor Consumidor Decompositor
sistemas do planeta. Primário Secundário Consumidor
para outro, ocorrem perdas de energia na forma de
Terciário
Se você está pensando: “mas não são apenas plan- calor. Isso acontece, pois, a cada nível trófico, parte da
FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS tas que fazem fotossíntese?”. É importante lembrar energia contida nas moléculas orgânicas é utilizada 1º Nível trófico
que também existem algas e bactérias capazes de rea- para a realização de trabalho, como a manutenção do 2º Nível trófico
O ecossistema é mantido em constante equilíbrio lizar esse processo. 3º Nível trófico
devido às relações que ocorrem entre fatores biótico metabolismo por exemplo. 4º Nível trófico
A vida de todos os seres depende direta ou indi- Nível trófico pode ser entendido como a posição
e abióticos. retamente da ocorrência de fotossíntese, processo
Os fatores bióticos são a parte viva do ecossiste- ocupada por um organismo dentro da cadeia alimen- TEIA ALIMENTAR
realizado por organismos autotróficos (capazes de
ma, podemos citar as bactérias, os fungos, as algas, tar. Organismos que ocupam um mesmo nível trófico
produzir seu próprio alimento), como as plantas, por
as plantas e os animais. E os fatores abióticos são os possuem hábitos alimentares semelhantes. A teia alimentar nada mais é do que um conjunto
componentes não vivos, representados por elementos exemplo. Esses organismos utilizam a energia capta-
Consumidores ocupam o 1º nível trófico, consumi- de cadeias alimentares que ocorrem dentro de um
físicos, químicos e geológicos. Temos como exemplos: da da luz solar (energia luminosa), e a transformam
dores primários ocupam o 2º nível trófico, consumi- ecossistema. Neste caso, o fluxo de energia e nutrien-
vento, água, solo, ar, temperatura, pH etc. em energia química, armazenada nas moléculas de
dores secundários ocupam o 3º nível trófico e assim tes ocorre de forma multidirecional. O nome dado é
glicose.
por diante. decorrência do emaranhado de cadeias formado, que
HABITAT E NICHO ECOLÓGICO Agora podemos nos perguntar como essa energia
Atenção para não confundir, por exemplo, con- lembra uma teia. A figura a seguir ilustra bem o assunto
produzida pelos seres fotossintetizantes é aproveita-
sumidor primário com 1º nível trófico. O mesmo se A planta sempre será o produtor (1º nível trófico).
Todos os seres vivos possuem um habitat e um da pelos outros organismos? Isso é fácil, ela é transfe-
aplica aos outros níveis dentro da cadeia alimentar. Embora, nessa teia, encontremos apenas uma planta,
nicho ecológico que definem informações importan- rida de um organismo para outro, de maneira linear,
em teias alimentares, é possível encontrar mais de um
tes sobre eles. ao longo das cadeias alimentares. Caso você ainda As plantas são as produtoras de energia e, conse-
organismo produtor. O importante, aqui, é compreen-
Habitat: é o “endereço” do organismo, o local não tenha aprendido o que são cadeias alimentares, quentemente, possuem 100% da energia originalmen-
der que os organismos podem ocupar mais de um
onde ele vive. Exemplo: o habitat da preguiça-de-co- ou apenas precise relembrar o assunto, não se preocu- te produzida. Então, elas gastam cerca de 15% dessa nível trófico e que a definição desse nível depende-
leira (Bradypus torquatus) é a mata atlântica. pe, é só acompanhar atentamente os tópicos a seguir. energia em processos associados ao metabolismo, rá do alimento escolhido por ele. Por exemplo, se um
Nicho ecológico: é a “rotina” do organismo, define Você está pronto? durante a respiração celular. Logo, os organismos que pássaro se alimentar diretamente da planta, ele será
tudo o que ele faz no dia a dia. Que horas ele dorme, consomem essas plantas conseguem obter um máxi- um consumidor primário, ocupando o 2º nível trófico.
do que se alimenta, se mora no solo ou no topo das CADEIA ALIMENTAR mo de 85% da energia que elas produziram. Caso ele escolha se alimentar de um dos insetos dis-
árvores, se ele caça, que horas ele caça etc. Exemplo:
Os herbívoros, entretanto, conseguem aproveitar poníveis, será um consumidor secundário, ocupando
preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) apresenta A cadeia alimentar consiste em um modelo didá-
hábito arborícola, alimenta-se de folhas, apresentam apenas 10% desses 85% consumidos, sendo o restan- o 3º nível trófico, visto que os insetos se alimentam
tico que tem, como objetivo, organizar e exemplificar te eliminado com as fezes. Cerca de 15% a 20% dessa diretamente da planta. Já uma cobra pode se compor-
baixa metabolismo lento, é solitária, etc.
o percurso da energia e da matéria orgânica dentro energia efetivamente aproveitada é utilizada para a tar ora como consumidor secundário, ora terciário e
de um ecossistema, visando as relações existentes ora quaternário. Para treinar, veja se você consegue
MANUTENÇÃO DA VIDA, FLUXO DA ENERGIA E DA realização de processos metabólicos e apenas o res-
entre os organismos que ali vivem. Nessas cadeias, a encontrar todas essas possibilidades na teia apresen-
MATÉRIA tante é armazenado em substâncias específicas asso-
transferência de energia é sempre unidirecional, tada. E, caso não consiga, releia a explicação para
MEIO AMBIENTE
Nº de individuos da população
SUCESSÃO ECOLÓGICA beneficiam pelo menos um dos organismos envolvi- Relação entre organismos de diferentes espécies
curva do dos, sendo benéfica ou nula para o outro organismo. em que um deles produz uma substância capaz de
Sucessão ecológica é o processo de mudanças a potencial Relações desarmônicas prejudicam pelo menos um impedir o crescimento do outro.
capacidade resistência
nível estrutural e de variação dos componentes que biótico dos organismos envolvidos. Exemplos: eucalipto, fungo que mata bactéria
de suporte do meio
formam uma comunidade. O ambiente sofre mudan- (caso da penicilina, um antibiótico).
ças graduais desde o surgimento do primeiro organis- Sociedade x Colônia
mo até o momento em que a comunidade entra em BIOGEOGRAFIA: ECOSSISTEMAS E BIOMAS
curva do
fase clímax. Em ambas ocorre divisão de trabalho e todos os BRASILEIROS
crescimento
O processo pode ser classificado como sucessão real organismos envolvidos se beneficiam. A diferença
primária ou como sucessão secundária. A sucessão entre elas é que na sociedade os organismos são fisica- Quando falamos de ecossistemas, biogeografia e
Tempo mente separados e na colônia são fisicamente unidos. biomas estamos envolvendo áreas como a biologia,
primária ocorre em ambientes onde nunca houve
Exemplos de sociedade: formigas e abelhas. Exem- geografia e a ecologia.
vida antes, em ambientes como rochas, areia, lava. Já
a sucessão secundária ocorre em ambientes onde já plo de colônia: corais.
Disponícel em : https://pir2.forumeiros.com/t128046-uesb- Ecossistemas
existiu vida, porém tudo desapareceu e nasceu nova- dinamica-de-populações. Acesso em; 03 mar.2021 Canibalismo
mente. Normalmente a sucessão secundária ocorre É o conjunto formado pela interação fatores abióti-
após um desastre ambiental por exemplo, após uma O potencial biótico indica que toda população sob cos e comunidades bióticas, havendo transferência de
Um organismo mata outro da mesma espécie e
queimada, em áreas desmatadas ou abandonadas. condições favoráveis tende ao crescimento infinito. No matéria e de energia entre eles.
se alimenta dele. Exemplos: baratas e viúva negra.
A sucessão, tanto primária quanto secundária, é entanto, sempre existirá algum fator limitante que impe- Como exemplos de biomas brasileiros, temos:
É uma relação que ocorre também em alguns rituais Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatin-
dividida em três fases: ecese (ou comunidade pionei- dirá o crescimento em excesso, mantendo o equilíbrio. humanos específicos.
ra), sere (ou comunidade intermediária) e clímax, Esse fator limitante é denominado resistência do meio. ga, Campos, Restingas e Manguezais.
indo da fase mais simples para a mais complexa. Na A capacidade suporte indica o quanto a população Competição Intraespecífica X Competição
pode crescer sob a ação da resistência do meio e, com Biomas Brasileiros
ecese surge a comunidade pioneira, composta por Interespecífica
líquens, gramíneas e insetos. Após, surge a comuni- todos esses fatores, temos a indicação do crescimento
real que a população pode alcançar em um ambiente. São grandes áreas geográficas que apresentam
dade intermediária, chamada de sere, que é composta A competição intraespecífica envolve organismos características ambientais específicas, diversidade de
É importante destacar que o equilíbrio não é
por plantas e animais de pequeno porte. E na última de uma mesma espécie que disputam por espaço, ali- vegetação, interação entre fatores como vegetação,
representado por uma reta constante, sempre existirá
etapa, na comunidade clímax, existe um aumento na mento ou pela fêmea (sexual). Na competição interes- solo, clima, relevo, hidrografia e fauna. Porém, ape-
um equilíbrio dinâmico dentro das populações, ou
biodiversidade (número de espécies) e na biomas- pecífica ocorre disputa entre indivíduos de espécies sar de ser uma região uniforme, é difícil definir seus
seja, ela cresce até o momento que algo impede o seu
sa. As plantas e animais tem um porte maior. É nes- diferentes, por alimento e por espaço, mas nunca pela limites naturais.
crescimento e aí ela diminui até o momento que con-
sa fase que a comunidade se mantém em equilíbrio fêmea (sexual). Como exemplos de biomas brasileiros, temos:
siga aumentar novamente.
com o meio. As teias alimentares apresentam maior Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatin-
Mutualismo X Protocooperação ga, Mata dos cocais, Mata dos pinhais e Vegetação cos-
complexidade e a taxa de fotossíntese é igual a taxa INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS teira (Mangue).
de respiração.
A imagem abaixo ilustra o desenvolvimento da Ambas são relações entre organismos de diferen-
Os seres vivos interagem entre si e, em ecologia,
tes espécies, porém, no mutualismo a relação é obri- Dica
população durante a sucessão ecológica, do início ao essas interações são denominadas relações ecológi-
cas. Elas podem ser resumidas da seguinte forma: gatória para a sobrevivência de ambos, enquanto que O bioma abrange uma classificação mais ampla do
fim do processo.
na protocooperação não existe obrigatoriedade. que o ecossistema, que é mais específico. Um bio-
Exemplo de mutualismo: líquens. ma pode ser formado por mais de um ecossistema.
Como elas podem ser classificadas ?
Exemplo de protocooperação: jacaré e pássaro palito.
MEIO AMBIENTE
Altitude (km)
Atmosfera cem força sobre uma superfície, a atmosfera terrestre
O3 Monte Everest 8,85 km (29,035 ft)
O nitrogênio gasoso (N2) é o composto mais encon- é uma mistura de gases – nitrogênio (78%), oxigênio 250 mmHg (PO2 53 mmHg)
Umidade Relativa
a
ur
Temperatura (ºC)
ça, cálculos renais etc. t
nentalidade, as massas de ar, o tipo de vegetação, ra
pe
entre outros, podem alterar a umidade do ar. Assim, Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS m
Te
em locais próximos ao mar ou aos rios, por exemplo, –, valores de umidade abaixo de 20% oferecem risco à
a evaporação da água tende a ser maior, fazendo com saúde, sendo recomendável a suspensão de atividades
que a umidade do ar seja mais elevada do que em físicas, principalmente das 10 às15 horas. A agência
locais afastados das correntes de água. estabelece os seguintes índices de Umidade Relativa:
Pode-se classificar a umidade do ar de duas for- ideal (entre 50 e 80%), de atenção (20 a 30%), alerta
mas, quais sejam: (12 a 20%) e de alerta máxima (menor que 12%). Há,
porém, os extremos desses valores (Figura 11). AM PM
z Umidade absoluta do ar: quantidade total de vapor
de água existente no ar em um dado momento. Fonte: Universidade Federal do Paraná-UFPR, 2021
Disponível em: < https://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap5/cap5-3-3.html>. Acesso em: 10 de maio de 2021.
A título de conhecimento, a umidade absoluta
do ar máxima é de 4%. A partir desse percentual, as O gráfico exemplifica a variação média horária da umidade relativa do ar versus temperatura. As curvas indi-
gotículas de água entram em ponto de orvalho e pas- cam uma relação inversa entre a umidade relativa e a temperatura.
sam ao estado líquido em virtude de sua saturação.
Conforme Pena (2020), com 4% de umidade absoluta, TEMPERATURA
temos 100% de umidade relativa. Consequentemente,
se falamos que a umidade relativa do ar está em 25%, A temperatura provavelmente é o elemento mais discutido do tempo atmosférico. Mas, afinal, o que é tempe-
significa que a umidade absoluta está em 1%. ratura? Essa é uma pergunta que, às vezes, nos confunde.
Temperatura pode ser definida com base no movimento de moléculas, de modo que quanto mais rápido o
z Umidade relativa do ar: quantidade de água pre-
deslocamento dessas moléculas mais elevada será a temperatura. Para simplificar, pode-se dizer que tempera-
sente no ar em relação ao seu ponto de saturação.
tura é a condição que determina o fluxo de calor que passa de uma substância para outra. Essa transferência e/
ou deslocamento de calor ocorre sempre de um corpo que possui uma temperatura mais elevada para outro com
Alcançando-se 100% de umidade relativa, o ar
atinge o seu ponto de saturação, isto é, atinge a sua uma temperatura mais baixa.
quantidade máxima de vapor de água, ocasionando, Neste sentido, pode-se concluir que a temperatura do ar está relacionada aos efeitos da radiação solar, uma
assim, a precipitação (chuva). Diante disso, pode-se vez que o aquecimento da superfície terrestre ocorre, principalmente, pelo transporte de calor advindo dos raios
dizer que a precipitação ocorre em consequência do solares.
Figura 11: Extremos de Umidade Relativa do Ar Para sabermos o quanto o ar de um local está aquecido ou resfriado pela energia solar e pela superfície, é
excesso de água contido no ar atmosférico.
É importante ter em mente que, para medir a umi- Fonte: Ângela Ruiz, 2020. Disponível em: <https://www.climatempo. necessário medir a sua temperatura através do aparelho chamado termômetro. No Brasil, a unidade de medida
com.br/noticia/2020/06/09/ar-seco-predomina-no-interior-do-
dade relativa do ar, deve-se levar em conta a presença da temperatura é o Celsius (°C), no entanto, há outras escalas, como a Fahrenheit (°F), que é utilizada nos Estados
brasil-4010 >. Acesso em: 10 de maio de 2021.
de vapor d’água na atmosfera. Almeida (2016) salien- Unidos e em alguns países da Europa, e a Kelvin (K).
ta que a quantificação do vapor d’água existente na O aumento da temperatura, isto é, o aquecimento ocorre mediante o processo de condução molecular, o qual
A umidade do ar interfere diretamente no clima de
MEIO AMBIENTE
atmosfera não pode ser feita mediante a extração e ocorre de modo lento a partir da troca de calor sensível pelo contato direto entre as moléculas.
pesagem, como no caso da água nos estados líquido e determinada região/local, bem como modifica a ampli-
tude térmica, por meio de uma relação contrária. Assim, No entanto, o aumento da temperatura pode ocorrer, também, por difusão turbulenta, que é um processo mais
sólido (ALMEIDA, 2016).
à medida que a umidade do ar aumenta, a amplitude rápido de troca de energia, no qual as parcelas de ar aquecidas na superfície se agitam de forma convectiva e
A neblina é o efeito mais visível da umidade do ar
térmica diminui, por isso quanto maior for a umida- conduzem o calor, vapor d’água, partículas de poeira e outras propriedades para as camadas superiores (SENTE-
(Figura 10).
Quando chove, a umidade do ar tende a aumentar, de de um local, em dias chuvosos, por exemplo, menor LHAS, ANGELOCCI, 2012; ALMEIDA, 2016).
por conta da evaporação da água, o que facilita o apa- será a variação da temperatura. A diferença entre a Conforme vimos, a temperatura do ar varia de acordo com o lugar e com o decorrer do tempo em uma deter-
recimento de neblina. Trata-se, portanto, de um fenô- maior e a menor temperatura atingida em determina- minada localidade, sendo que vários fatores podem influenciar a distribuição dessa temperatura sobre a superfí-
meno que emerge através da condensação da umidade do período é chamada de Amplitude Térmica. cie da Terra ou parte dela. A quantia de insolação recebida, a natureza da superfície, a distância a partir dos copos
excessiva do ar em forma de vapor, sendo mais comum Tomemos, como exemplo, os desertos, locais de hídricos, o relevo, a natureza dos ventos predominantes e as correntes marítimas são exemplos desses fatores, os
durante a madrugada e o período da manhã. clima árido, umidade do ar relativamente baixa e 351 352 quais se relacionam a três escalas de fenômenos atmosféricos (vide Quadro 1).
FATORES MACROCLIMÁTICOS FATORES TOPOCLIMÁTICOS FATORES MICROCLIMÁTICOS
Latitude, altitude, correntes oceânicas,
Relacionado à configuração e à expo- Relacionado à cobertura do terreno e
continentalidade/oceanidade, massas
sição do terreno à natureza da superfície
de ar e frentes (frias ou quentes)
Em superfícies claras, como o gelo, os
No Brasil, as regiões sujeitas às gea- Nas Serras, a temperatura nas baixa- raios solares refletem a maior parte da
das compreendem os estados com das é menor que aquela observada no energia solar – ou seja, menos radia-
latitudes maiores que 18° – SE, no topo ou nas meias encostas ção será absorvida pela superfície para
Sudeste, e RS, SC, PR, no Sul. No caso No Hemisfério Sul, os terrenos com a elevação da temperatura – diferente-
desse último (PR), a maior altitude face voltada para o Sul são menos ex- mente de uma superfície mais escura,
também influencia na ocorrência de postos à radiação solar durante o inver- como a cidade, que retém mais calor e,
geadas no e mais propensos à geada de vento consequentemente, será mais quente Figura 14: Posição média do Equador Térmico durante o ano
que as superfícies brancas Fonte: TORRES; MACHADO, 2008. Disponível em: <https://www.
researchgate.net/figure/Figura-34-Posicao-media-do-equador-
Quadro 1: Escala dos Fenômenos atmosféricos termico-durante-o-ano-Adaptado-de-Varejao-Silva_fig2_269222933>.
Acesso em: 11 de maio de 2021.
Fonte: os autores (2021). Figura 13: A variação da temperatura do solo ao longo do dia
(temporal) e da profundidade (espacial)
A distância entre o Equador Térmico e o Geográ-
Variação Temporal e Espacial da Temperatura Fonte: ESALQ/USP – 2012. Disponível em: <http://www.leb.esalq. fico é, normalmente, maior sobre os continentes que
usp.br/leb/aulas/lce306/Aula6_2012.pdf>. Acesso em: 10 de maio
sobre os oceanos. Isso acontece, porque, nos conti-
de 2021.
A variação temporal da temperatura do ar pode ser diária ou anual. Na variação diária, a temperatura do ar nentes, a temperatura amplia-se bastante, principal-
varia conforme a disponibilidade da radiação solar na superfície terrestre, sendo que o seu valor máximo, nor- mente em certas áreas e épocas do ano. Observa-se,
A variação da temperatura do solo ao longo do dia
na Figura 14, que essa oscilação de temperatura chega
malmente, ocorre entre 2 e 3h após o pico de energia radiante e a temperatura mínima, de madrugada, alguns (temporal) e da profundidade (espacial) é estudada a a ultrapassar os trópicos de Câncer e Capricórnio nos
instantes antes do nascer do sol. A variação anual também segue a disponibilidade de energia na superfície, com partir da elaboração dos perfis de variação da tempe- períodos mais quentes do ano.
valores máximos no verão e mínimos no inverno. ratura denominados de Tautócronas. Para fins meteo- Tal fato ajuda a produzir o efeito de continentali-
rológicos e climatológicos, existe uma padronização dade, isto é, quando a superfície continental se aque-
As variações temporal e espacial da temperatura do ar estão relacionadas ao balanço de energia na superfície
para a medição da temperatura do ar, isso permite a ce e se resfria mais rapidamente do que a superfície
e ao aquecimento do solo. A temperatura do ar é medida a uma altura entre 1,5 e 2 m acima do solo, porém há comparação entre locais diferentes. hídrica (oceanos). Geralmente, a água absorve cinco
uma diferença de cerca de duas horas entre a temperatura que ocorre no solo e a essa altura (PEREIRA, 2016, As condições padrão do local em que será feita a vezes mais calor, aumentando a sua temperatura em
SENTELHAS, ANGELOCCI, 2012; ALMEIDA, 2016). medição da temperatura do compreendem área plana quantidade igual à do aumento do solo (continente).
(topoclima) e gramada (microclima). Assim, o valor da Em algumas áreas, o Equador Térmico permanece,
Conforme vimos, a latitude, a altitude, a continentalidade, as correntes oceânicas, as massas de ar etc. são
temperatura local terá, como consequência, apenas o durante todo o ano, ao norte do Equador Geográfico, por
fatores determinantes para a variabilidade espacial (horizontal) (Figura 12). influência de correntes marítimas, cuja posição média
macroclima. A altura da medição é padronizada entre
1,5 e 2 m acima da superfície do solo e os termômetros é observada, por exemplo, no Atlântico Tropical. Assim,
são instalados dentro de um abrigo meteorológico, a temperatura do ar oferece um ambiente propício aos
para, assim, permitir a livre passagem do ar e impe- animais, às plantas e ao próprio homem, onde o cresci-
Thermometer mento e o desenvolvimento ocorrem normalmente.
dir a incidência direta da irradiação solar (ALMEIDA,
Ademais, no hemisfério Norte, os verões são mais
Shelter 2016).
quentes e os invernos mais frios do que no hemisfério
A temperatura média do ar (tmed) não é medida
Sul, conforme mostra a tabela a seguir.
ou registrada e, sim, calculada. O cálculo da tmed será
mais preciso quando houver um número elevado de
Altitude
HEMISFÉRIO HEMISFÉRIO
Air temperature observações no período considerado. A análise da NORTE SUL
oscilação anual da temperatura do ar é feita através
Verão 22, 4 °C 17, 1 °C
das médias mensais das temperaturas máxima, míni-
Inverno 8, 1 °C 9,7 °C
ma e médias. Em geral, as maiores médias de tempe-
ratura do ar acontecem no verão e as menores, no Tabela 1: Temperaturas médias dos hemisférios Norte e Sul
inverno. Fonte: Ayoade, 1996.
Temperature É importante destacar a influência que os fatores
geográficos, como a latitude, a altitude e a continen- FATORES E ELEMENTOS METEOROLÓGICOS E/OU
talidade exercem sobre a amplitude mensal e anual CLIMÁTICOS
Figura 12: Variação Espacial da Temperatura do Ar da temperatura média. Em ambos os hemisférios, a
amplitude da temperatura média do ar à superfície Os elementos meteorológicos são grandezas que
Fonte: ESALQ/USP – 2012. Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula6_2012.pdf>. Acesso em: 10 de maio de 2021. descrevem as condições meteorológicas da atmosfera,
(mensais ou anuais) aumenta do Equador em direção
isto é, a pressão atmosférica, a umidade do ar, a presen-
aos polos. O gradiente horizontal é maior quanto mais
MEIO AMBIENTE
A temperatura do ar também varia espacialmente na vertical. Tanto o aquecimento, quanto o resfriamento do ça nuvens, a precipitação, vento, radiação solar, tempe-
próximo dos polos for o local considerado. Ademais,
ar ocorrem na superfície durante o dia. Assim, a tendência da temperatura do ar é ser maior próximo à superfície ratura, dentre outros. Esses elementos variam no tempo
a temperatura do ar revela uma forte influência do e no espaço e são influenciados pelos fatores geográficos.
e menor com o aumento da altura. Já na madrugada, essa condição é invertida, sendo a temperatura menor pró- movimento aparente do sol. Já os fatores climáticos são elementos naturais (ou
ximo à superfície e maior com o aumento da altura. Neste sentido, a linha que une os pontos corres- não) que exercem influência sobre o clima de uma
pondentes às temperaturas médias mais elevadas é determinada região. São agentes causais, os quais con-
Por outro lado, a temperatura do solo é determinada pelo aquecimento da superfície a partir da radiação solar
denominada Equador Térmico. Fisicamente, essa linha dicionam os próprios elementos, tais como a radiação
e pela condução de calor sensível para seu interior. Durante o dia, a superfície é aquecida, gerando um fluxo de
representa o meio da faixa mais aquecida e sua posi- solar, a latitude, a altitude, a continentalidade e/ou
calor para o interior; à noite, seu resfriamento pela emissão de radiação terrestre (ondas longas) inverte o sentido ção oscila em torno do Equador Geográfico ao longo oceanidade, o tipo de corrente oceânica, a vegetação,
do fluxo, que, agora, passa a ser do interior do solo para a superfície (Figura 13). 353 354 do ano (Figura 14). a urbanização etc.
Como exemplo, pode-se citar a pressão atmosférica, a qual diminui com a altitude e a radiação. No caso dessa Esses efeitos influenciam a constituição de tipos variados de climas no Brasil, sendo, pelo menos, 11 (onze) tipos
última, depende da latitude, da altitude e da época do ano (Figura 15). (Figura 17), conforme o IBGE. A vegetação ajuda a regular a umidade e a temperatura, sendo assim as áreas vegeta-
das apresentam temperaturas mais amenas que os campos. As cidades localizadas nos arredores da floresta Amazô-
nica, por exemplo, costumam ser úmidas pela umidade que é lançada na atmosfera devido à presença de vegetação.
PN
Zona fria
do Norte
Zona temperada
do Norte
Zona
quente ou
intertropical
Zona temperada
do Sul
PS Zona fria
do Sul
A quantidade de energia que chega do Sol em diferentes pontos da Terra é a mesma. No entanto, a radiação em
cada local vai variar em função da área sobre a qual essa energia vai se distribuir, fato que depende da inclinação
dos raios solares naquele lugar, a qual varia com a latitude e com a época do ano. Neste sentido, pode-se dizer que,
se apenas existisse o fator latitude, o clima de todos os locais com a mesma latitude seria igual.
Perceba que, quanto menor forem as latitudes (próximas à linha do Equador), maior serão as temperaturas e, ao
contrário, quanto maior forem as latitudes (distantes da linha do Equador), menor serão as temperaturas. São, portan-
to, variáveis e inversamente proporcionais. Nota-se, na figura, que a maior parte do Brasil está situada entre a linha Figura 17: Tipos de clima no Brasil
do Equador e o Trópico de Capricórnio (hemisfério Sul), por isso tem posição favorável para receber irradiação solar. Fonte: Só Geografia, 2021. Disponível em: <https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Clima//>. Acesso em: 12 de maio de 2021.
Na região Sul do país, a latitude é mais alta, ou seja, fica mais distante da linha do Equador e, com isso, apre-
senta clima mais frio que as demais regiões do país (embora latitudes mais altas tenham mais horas de luz do dia A influência da vegetação sobre o clima é determinada por diversos fenômenos, como o albedo (quantidade de radiação
durante os meses de verão). solar refletida em uma superfície), a umidade do ar, as variações de temperatura, a incidência de chuvas, dentre outros. Isso
Sendo assim, cabe concluir que a escala maior de variação das condições do tempo é a anual, devido ao movi- significa que o desmatamento de grandes áreas de florestas provoca alterações climáticas significativas tanto em âmbito
mento de translação da Terra, responsável pelas estações do ano, cujas diferenças sazonais (anuais) são mais local, quanto em outras partes do planeta.
intensas à medida que se afasta da linha do Equador. Para se ter ideia, uma árvore de 10 metros da Floresta Amazônica é capaz de “bombear” para o ar mais de 300 litros de
água por dia. Esse bioma é responsável pelas chuvas não apenas na região Norte do Brasil, mas em várias partes do país,
visto que, durante parte do ano, as massas de ar (transportando vapor de água) deslocam essa umidade rumo às regiões do
Importante! Centro-Oeste, Sudeste e Sul, além de países vizinhos. Esses “cursos de água atmosféricos” são os chamados “rios voadores”.
Outro fator que influencia diretamente o clima de uma região é a urbanização. Nos grandes centros urbanos, existem
Não confunda irradiância solar com irradiação solar. Irradiância solar é a densidade/quantidade de energia muitas construções, grande concentração de asfalto (ruas, avenidas) e concreto (prédios, casas e outras construções), ele-
solar que incide em uma superfície, por unidade de tempo. É, normalmente, medida em Watt/m2. Já irradia- mentos que aumentam a retenção do calor. Para piorar, as áreas verdes costumam ser em pouca quantidade, em função
ção solar é a irradiância acumulada ao longo do tempo. do adensamento urbano.
Ademais, a grande quantidade de veículos automotores torna a poluição do ar elevada, favorecendo a formação de ilhas
de calor e alterando o clima das grandes cidades.
A vegetação também é um dos fatores que determinam e/ou influenciam no clima. No Brasil, há, pelo menos,
Ilhas de calor é um fenômeno climático que ocorre, principalmente, nas cidades com elevado grau de urbanização. A
11 (onze) tipos de vegetação (Figura 16). As florestas, principalmente as densas, costumam reter muita umidade,
formação e a presença de ilhas de calor, no mundo, são negativas para o meio ambiente, pois favorecem a intensificação do
além de possuírem capacidade de impedir a incidência dos raios solares.
fenômeno do aquecimento global (Figura 18).
Mata Atlântica
Floresta Amazônica
Matas Intermediárias
Manguezais e Restinga
Mata de Araucárias
MEIO AMBIENTE
Mata de Cocais
Caatinga
Campos
Cerrado
Complexo do Pantanal
Pampas
Fonte: https://suportegeografico77.blogspot.com/2017/09/ciclo-da-agua-para-colorir.html
O Ciclo Hidrológico é composto de processos físicos que formam o movimento contínuo da água. Vale ressaltar
que, ao percorrer esse Ciclo, a água sofre alterações na qualidade.
Os processos que compõem parte do Ciclo Hidrológico são:
z Precipitação;
z Evaporação;
z Infiltração.
A água é precipitada sobre o solo e o oceano e, depois, retorna à atmosfera através da evaporação. Uma parte
da água que atinge o solo se transforma em escoamento superficial, outra é armazenada e o restante infiltra-
-se no solo. Sobre o subsolo, age a evaporação. Já a água retirada pelas plantas retorna à atmosfera através da
transpiração.
Figura 19: Região litorânea de Santa Catarina Após encontrar a superfície terrestre, a água proveniente da chuva percorrerá os seguintes caminhos:
Fonte: Sua pesquisa.com, 2020. Disponível em: <https://br.images.search.yahoo.com/>. Acesso em: 12 de maio de 2021.
z Infiltração: é o nome dado ao processo pelo qual a água penetra no solo pela superfície. A infiltração deter-
mina o balanço de água na zona das raízes e, por isso, o conhecimento do processo e suas relações com as
Por ser uma cidade litorânea, o clima de Santa Catarina é muito influenciado pela maritimidade, assim como
propriedades do solo é de fundamental importância para o eficiente manejo do solo e da água.
todo o litoral brasileiro da região Nordeste, Sudeste, Sul e uma pequena porção do território do Norte, nos Estados
do Pará e Amapá, que correspondem a regiões próximas a grandes massas de água (oceanos e mares). Sub-superficial;
Já nas áreas mais distantes dos oceanos, geralmente, o clima é mais seco que o das áreas litorâneas, por conta Alimentação dos aquíferos;
do efeito da continentalidade. Isso ocorre, porque essas regiões sofrem pouca ou nenhuma influência das massas Capacidade de infiltração;
de ar úmidas originárias nos oceanos (ex.: as cidades de Santos, litoral paulista, e Brasília-DF). Assim, pode-se Velocidade de infiltração;
Infiltração acumulada.
dizer que quanto maior a influência da continentalidade, menor será a umidade do ar de uma região.
Cabe destacar que, em regiões de interior e, portanto, distantes dos oceanos, ocorre maior variação de tempe-
z Evaporação: é a passagem da água em estado líquido para o estado gasoso ante o calor de evaporação de 2450
ratura no decorrer do dia. Algumas capitais brasileiras que se encontram inteiramente no continente, como Rio kJ/kg a 20 ºC. Na Hidrologia, incluem-se dois processos distintos: a evaporação do solo, barragens, canais, entre
Branco (AC), Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) sofrem grandes variações de temperatura entre o inverno e o verão. outros, e a transpiração por meio dos estômatos dos vegetais.
Solo;
Superfície livre;
NOÇÕES DE HIDROLOGIA Evapotranspiração.
MEIO AMBIENTE
Hidrologia é a ciência que estuda o comportamento da água na Terra. São analisadas a sua ocorrência, circulação
e distribuição, suas propriedades físicas e químicas, bem como suas relações com o meio ambiente e com a vida. Importante!
A evaporação controla a funcionalidade do ecossistema, porque a transpiração é ligada à atividade fotos-
CICLO HIDROLÓGICO sintética da vegetação. A Floresta Amazônica, pela quantidade de água que possui, alimenta todo um ciclo
de evapotranspiração, o qual devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água. Desta
Denomina-se Ciclo Hidrológico o processo natural de evaporação, condensação, precipitação, detenção e forma, o ar é sempre recarregado com mais umidade, que continua sendo transportada rumo ao oeste para
escoamento superficial, infiltração, percolação da água no solo e nos aquíferos, escoamentos fluviais e interações cair novamente como chuva.
entre esses componentes. Veja a ilustração a seguir: 357 358
z Escoamento escoado superficialmente, considerando-se como per- Para iniciar um estudo pedológico, que analisa o perfil do solo em seu meio natural, é preciso realizar aber-
das intermediárias os volumes de água evapotranspi- turas de trincheiras para que seja possível descrever completamente o solo, levando em consideração algumas
Superficial (riachos e rios); rados e os perdidos por percolação profunda. características como cor, textura, espessura dos horizontes, entre outras, que sejam capazes de definir o tipo de
Sub-superficial (subsolo); solo presente naquele local.
Descarga base (aquíferos). IMPACTOS SOBRE O CICLO HIDROLÓGICO Devem ser observadas tanto características internas (do solo em si), quanto características da paisagem, rele-
vo, presença de morros, o tipo de vegetação e como ela está distribuída, presença de pedras ou matacões etc.
O escoamento superficial é a fase do Ciclo Hidro- O ser humano vem modificando o meio em que Ao expor o perfil do solo, será possível observar a presença de diferentes horizontes que se diferenciam entre
lógico que trata do conjunto das águas que, por efeito vive, de modo a “adequá-lo” às suas necessidades, o que si pela cor, deposição de matéria orgânica etc. Após a coleta, os solos são agrupados de acordo com suas caracte-
da gravidade, se desloca na superfície da Terra. Possui repercute em sensíveis alterações do Ciclo Hidrológico. rísticas e categorizados seguindo os critérios estabelecidos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
grande importância para a Engenharia, pois a maioria Como exemplos podem-se citar o barramento de rios, A figura a seguir mostra a diferenciação de horizontes em um perfil de solo e como a deposição de matéria
dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamen- que modifica o regime de escoamento, aumenta a eva- orgânica influencia na diferenciação dos horizontes.
to da água superficial e à proteção contra os fenôme- poração e eleva o nível das águas subterrâneas (lençol
nos provocados pelo seu deslocamento. freático), além de outras consequências sobre a biota
aquática; a impermeabilização do solo devido à urba-
Vazão; nização, que diminui a parcela infiltrada e aumenta o
Nível d’água. escoamento superficial, causando alagamentos; o des-
matamento, prática que diminui a interceptação, dei-
PRECIPITAÇÃO PLUVIAL xando os solos expostos à ação das gotas de chuva e do
escoamento superficial, o quais erodem o solo e car-
A precipitação é entendida como o conjunto de reiam nutrientes e sedimentos para rios e lagos.
águas originadas do vapor d’água atmosférico que Em suma, a impermeabilização do solo, a retirada da
atinge a superfície terrestre. O conceito engloba a chu- vegetação para a urbanização, o aumento no escoamen-
va, a neblina, a saraiva, o orvalho, a geada e a neve.
to superficial, a redução da infiltração da água no solo e
A chuva ou precipitação pluvial é o fenômeno mais
a redução na evapotranspiração constituem efeitos do
importante para a Hidrologia, devido a sua capacida-
desenvolvimento urbano sobre o Ciclo Hidrológico.
de de produzir escoamento superficial (contribuindo
para a vazão dos rios), por ser facilmente medida e
REFERÊNCIAS
por ser mais comum nas condições brasileiras. Os
principais tipos de chuva são: Fonte: Santos, 2014
CUNHA, M. A. C. Curso de Hidrometria. Agência
z Chuva frontal ou ciclônica; Nacional de Águas, 2011.
A pedologia pode se dividir em:
z Chuva orográfica; NETTO, A. O. A. Noções de Hidrologia. Universi-
z Chuva convectiva. dade Federal de Sergipe, 2011.
z Pedologia descritiva: inicia-se com as observações em campo e nas medições em laboratório. São realizadas
PAZ, A. R. Hidrologia Aplicada. UERGS - Caxias
análises acerca das propriedades físicas e químicas que compõem os solos. Faz parte ainda da pedologia des-
Para calcular a precipitação média numa superfí- do Sul (RS): 2004. critiva: a descrição de agentes atmosféricos e biosféricos do ambiente. É importante para caracterizar o tipo
cie qualquer, faz-se necessário utilizar as observações de solo e sua distribuição;
dentro dessa superfície e nas suas vizinhanças. Acei- z Pedologia dinâmica: busca explicar processos responsáveis pela formação e evolução dos solos.
ta-se a precipitação média como sendo uma lâmina de NOÇÕES DE GEOLOGIA E SOLOS
água de altura uniforme sobre toda a área considera-
GÊNESE E MORFOLOGIA DOS SOLOS
da, associada a um período de tempo dado. O cálculo
A Pedologia é responsável pelo estudo das carac-
pode ser realizado pelo método da Média Aritmética;
terísticas do solo, e possui aplicação em diversas áreas Solo é definido como uma coleção de corpos naturais, constituídos por parte sólida, líquida e gasosa, tridimen-
Método de Thiessen; Método das Isoietas.
como: Agronomia, Geografia, Engenharia, entre outras. sionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial
Além de entender fatores como formação e distribuição das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza, onde ocor-
ELEMENTOS DE HIDROLOGIA
do solo, a pedologia é responsável também por explicar rem. Ocasionalmente podem ter sido modificados por atividades humanas (EMBRAPA, 1999)
suas implicações socioambientais, traçando paralelos A pedogênese, ou seja, o processo de formação do solo é o resultado da ação integrada de fatores como: clima e
As vazões médias diárias em uma seção transver-
que expliquem como o solo é um fator determinante organismos que atuam sobre a rocha de origem, que está distribuída em determinada paisagem em um período.
sal de um rio podem ser determinadas por meio de
para o estabelecimento de atividades econômicas e cul- Os fatores de formação do solo atuam de maneira conjunta no processo de pedogênese.
curvas-chaves, que relacionam o nível do rio com a
turais para uma população.
vazão. Para a medição de vazão em rios com seções
transversais pequenas, é indicado o uso de micromoli- O solo é um recurso natural tão importante quanto a Fatores de Formação do Solo
netes, pois a velocidade de escoamento muda confor- água e o ar, sendo fundamental para o estabelecimento
me a profundidade. Já para representar o escoamento das formas de vida.
em rios e canais, são utilizadas as variáveis: vazão, O solo é responsável por filtrar e armazenar a água Rocha Clima Organismo
velocidade e profundidade de escoamento. que consumimos; é por meio dele que os vegetais con-
seguem adquirir os minerais necessários para se desen-
BACIA HIDROGRÁFICA volverem e, também, é onde se fixam para filtrar o ar e
produzir o oxigênio que respiramos. Para que possamos Tempo Relevo
A expressão “bacia hidrográfica” é usada para deno- assegurar que estes serviços não venham a ser compro-
MEIO AMBIENTE
tar a área de captação natural da água de precipitação metidos, é necessário um estudo criterioso sobre o solo
que faz convergir os escoamentos para um único ponto e seus componentes que, inclusive, podem variar muito O processo de formação envolve perdas, transformações, transportes e adições. São estes processos que irão
de saída, que é chamado de exutório. A bacia é constituí- de acordo com o relevo, rocha, vegetação e o clima. determinar a transformação da rocha original em solo, formando diferentes horizontes em uma sucessão verti-
da por um conjunto de superfícies vertentes — terreno Os estudos pedológicos são de fundamental impor- cal, que são possíveis de serem diferenciados por cor, espessura, granulometria, deposição de matéria orgânica
sobre o qual escoa a água precipitada — e de uma rede tância, pois a partir deles é possível identificar solos e nutrientes. Desta maneira se explica a formação dos diferentes tipos de solos existentes, já que estes processos
de drenagem formada por cursos d’água que confluem apropriados para determinadas culturas e tornar a pro- atuam de diferentes maneiras a depender das condições as quais estarão expostos.
até resultar um leito único no exutório. dução agrícola mais eficaz e otimizada, principalmente A partir dos estudos de Dokuchaev, Jenny (1941) propôs em seu livro Factors of Soil Formation, a equação de
As bacias hidrográficas são áreas definidas e fecha- se forem aplicadas técnicas de melhoramento do solo formação do solo:
das topograficamente cuja principal entrada de água como: neutralizar acidez e/ou melhorar fertilidade natu-
é a precipitação pluvial e a saída é o volume de água ral do solo monitorando teores de matéria orgânica. 359 360 S = f (cl, o, r, p, t...)
Em que: complexas, no quesito evolutivo, do que solos que se desenvolvem em regiões mais frias, visto que a temperatura
é um fator que altera a velocidade das reações, quanto mais altas as temperaturas, mais rápidas são as reações.
S: solo; Esse cenário favorece as reações de intemperismo da rocha e do solo, fazendo com que os solos sofram esses
cl: clima; processos muito mais rápido do que aqueles que estão sob climas mais secos ou mais frios, onde os solos tendem
o: organismos; a ser mais jovens e sofrer menos com intemperismos. Em áreas em que a taxa de evaporação é maior do que as
r: relevo; de precipitação pluviométrica, a formação de solos salinos é favorecida.
p: material parental; Nem sempre o clima no solo corresponde ao clima atmosférico, por isso, é denominado “pedoclima” o conjun-
t: tempo. to hídrico (armazenamento e condutividade de água) e térmico (composição mineralógica, cor etc.) do solo. Tais
características variam de acordo com a atuação dos outros fatores de formação com conjunto e não apenas pela
Por meio desta equação, é possível trabalhar de maneira isolada a influência de cada um desses fatores, enten- ação do clima.
dendo qual deles está sendo o principal no processo de formação do solo. O relevo influencia diretamente nos processos de erosão e infiltração do solo. Vejamos no esquema a seguir:
z Os fatores de formação do solo estão interrelacionados entre si. Por exemplo, o relevo é capaz de ter sua tem-
peratura alterada, seja por meio da alteração das chuvas ou da própria temperatura; ÁREAS
z Quando um fator é considerado constante, é possível avaliar seus efeitos, fazendo com que este seja o principal ÁREAS COM
responsável pelos diferentes tipos de solos do ambiente. Se este fator for o relevo, o estudo é em topossequên- PLANAS DECLIVE
cia; se for a rocha de origem, teremos um estudo em litosequência e assim por diante. Maior Erosão
infiltração maior que a
Vamos entender como funciona cada um desses fatores no processo de pedogênese, infiltração
Pouco
Material de Origem escoamento Pouco água
= Solos para intem-
É o material do qual o solo se forma, pode ser de origem mineral ou orgânica. profundos perismo
Remoção do
z Material de origem orgânica: conhecidos como solos orgânicos, são compostos por matéria orgânica, ori- solo
ginando-se pela decomposição de organismos vivos de animais, vegetais e microrganismos. Formam-se por
meio da adição em uma superfície em que o material menos transformado está mais próximo o mais trans- = Solos
formado está em profundidade. Os solos orgânicos possuem uma função ecológica, podendo originar húmus rasos
ou turfa, que se diferenciam pela presença do oxigênio. O húmus é um material escuro depositado no solo na
presença de oxigênio a partir dos animais, já a turfa é depositada no solo por meio de processos que ocorrem
na ausência de oxigênio por microrganismos. As plantas possuem um bom desenvolvimento em solos com Importante!
presença de matéria orgânica, sendo assim, mais propícios para desenvolvimento da agricultura, além de que
desempenham um importante papel no processo de regulação do ciclo hidrológico e disponibilidade de água; Quanto maior a pluviosidade, maior a lixiviação, alteração dos minerais, atividade biológica e a taxa de acidi-
z Material de origem inorgânica: o solo inorgânico é formado por minerais formados pelas rochas ou mate- ficação dos solos.
riais retrabalhados. Os minerais podem ser formados a partir de materiais herdados pela rocha de origem ou
pela formação de minerais secundários formados por meio da ação do vento, da chuva, ou de mudanças na
temperatura. As características da rocha de origem influenciam na intensidade e no tipo de intemperismo, A água da chuva tem papel fundamental no processo de formação do solo, pois, por meio das reações de
como: composição mineralógica, organização e quantidade dos minerais, dureza, entre outros. Dependem hidrólise é possível modificar o material de origem e remover os solutos por meio da lixiviação. A água atua na
também do tipo de intemperismo, sendo temperatura e umidade os mais importantes. Não são solos reco- translocação, adição ou remoção de materiais no perfil do solo. A temperatura tem efeito indireto, atuando na
mendados para plantio, pois os vegetais não obtêm matéria orgânica suficiente para se desenvolverem, mas velocidade das reações químicas e intemperismo.
podem, juntamente com solos orgânicos, auxiliar na composição de um solo fértil e equilibrado com a presen-
ça de compostos inorgânicos. São solos mais utilizados no setor agropecuário. Organismos
Dica Os ciclos biogeoquímicos que garantem a ciclagem de elementos químicos só são possíveis graças à interven-
ção de organismos vivos que modificam propriedades desses materiais com o intuito de garantir a disponibili-
As principais características das rochas que influenciam nos atributos do solo são: composição química e dade desses elementos na natureza, o que é imprescindível para a manutenção da vida terrestres. A ação destes
mineralogia, cor e textura (Brady e Weil, 2013). organismos ocorre assim que a rocha é exposta à superfície; os líquens são um exemplo claro dessa interação:
estes microrganismos auxiliam na formação do solo participando da degradação das rochas e estabelecendo
Relevo condições para que outros seres vivos possam se fixar no local. As colônias que se estabelecem nas rochas estão
em busca de suporte e elementos químicos para seu desenvolvimento, especialmente as bactérias litotróficas que
O relevo afeta a formação do solo, pois é responsável na determinação do clima, em grandes escalas, e redistri-
utilizam substratos inorgânicos para seu desenvolvimento e são capazes de oxidar elementos químicos, desestabi-
buição de água, em escalas menores. Controlando a lixiviação e atuando em processos erosivos e definindo áreas
lizando-os e influenciando sua alteração. O produto dessas reações é utilizado para formação dos solos, na forma
de drenagem, o relevo redistribui a energia advinda da radiação solar e da água para o solo. Os pontos que estão
de ácidos orgânicos.
mais altos na paisagem e associados à baixas declividades possuem boas condições de drenagem pela distância
À medida que essas colônias vão se estabelecendo, elas começam a criar condições propicias para que outros
maior do lençol freático, já os pontos com maiores declives sofrem uma maior ação do escoamento superficial da
organismos mais complexos possam se instalar no local, obedecendo um estágio de sucessão de acordo com a
água do que de infiltração, aumentando a atividade de erosão no local. Os pontos mais baixos estão mais próxi-
mos do lençol freático e apresentam uma menor taxa de drenagem. complexidade do organismo. Mesmo quando o solo já está formado é importante a ação dos organismos vivos,
MEIO AMBIENTE
assim como a presença da cobertura vegetal, para proteger a superfície do solo, além de ser fonte de matéria
Clima orgânica para o solo, entre outros fatores.
A matéria orgânica depositada no solo pelos vegetais participa de processos como: a agregação de partículas,
O clima atua no processo de formação do solo em: fatores relacionados à precipitação pluviométrica, taxas de alteração de cor do horizonte, infiltração da água, alteração da erosão e retenção de nutrientes para desenvolvi-
evaporação e temperatura, relacionando esses efeitos à influência destes fatores no processo de intemperismo mento das plantas.
e evolução dos solos (Kämpf e Curi, 2012). As reações químicas responsáveis pela decomposição de rochas e for- A mesofauna do solo, ou mesofauna edáfica, é composta por organismos de tamanho intermediário (cupins,
mação de novos minerais são influenciadas por temperatura e presença de água (que representa um meio para formigas, minhocas) que desempenham um papel no desenvolvimento de características do solo por meio da
ocorrência de reações químicas). ciclagem de nutrientes e fluxo de energia.
As variáveis climáticas mais importantes são a temperatura, a precipitação e a evapotranspiração. Os solos que A distribuição tanto da fauna quanto da flora no solo vai depender do clima e das condições ambientais a que
se desenvolvem em climas tropicais com altas temperaturas e alta pluviosidade apresentam características mais 361 362 estarão submetidos, considerando a adaptabilidade de cada um deles a determinado ambiente.
Tempo quimicamente. Possuem uma boa retenção de água, resistem a erosão e são bem estruturados. O perfil do solo é
profundo e homogêneo, são solos fisicamente bons.
Quando falamos em tempo relacionado à formação do solo, estamos falando ao período no qual o clima e
o organismo atuaram sobre o material de origem. Um solo é considerado jovem quando sofreu pouca ação do z Podzolização e lessivagem: a lessivagem é um processo caracterizado pela transferência vertical de colóides inor-
intemperismo, e um solo considerado velho é aquele que já está intemperizado e a pedogênese mais acelerada. gânicos, em sua maioria, e sua deposição em horizontes subsuperficiais. O processo ocorre em três fases: dispersão,
Quanto mais velho o solo, menos características do material de origem ele tem, isso porque já sofreu com as trans- transporte e deposição. O horizonte em que existe perda de material é chamado de eluvial, enquanto no que há
formações causadas pelo intemperismo. ganho de material é chamado iluvial; os solos formados por esse processo podem pertencer a várias classes.
Em ambientes com clima mais seco, que tem uma baixa precipitação pluviométrica, o material de origem ten-
de a sofrer menos com os processos de intemperismo, resultando na formação de solos jovens. Podemos concluir Características de solos onde ocorrem esse processo são: material de origem capaz de formar argila, clima chu-
que as características do solo e sua distribuição estarão relacionados com as condições ambientais a que estes voso e altas temperaturas, relevo ondulado, presença de organismos vivos anaeróbios e ação do intemperismo de
estão expostos. médio a longo prazo. O solo é quimicamente variável, já que os solos em que esse processo ocorre tem mineralo-
gia variada. Possui horizontes superficiais mais arenosos, sendo um solo fisicamente mais frágil.
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO
Os processos pedogenéticos permitem identificar o solo e entender de que maneira ocorreu a sua formação. z Gleização: comum em solos que estão ocorrendo redução e onde há uma saturação por água na maior parte
São esses processos que conferem diferentes feições aos solos em um determinado perfil e descrevem sua morfo- do tempo. Quando há uma situação de excesso de água, as populações de microrganismos aeróbios são substi-
logia. Eles podem ser divididos de duas maneiras: processos básicos de formação do solo e modelos específicos, tuídas por populações anaeróbias, pois há uma baixa disponibilidade de oxigênio. Os organismos anaeróbicos
que considera a atuação de mecanismos específicos para formação das características dos diferentes tipos de solo. tem uma menor eficiência na decomposição de materiais orgânicos, o que gera um aumento da concentração
desses materiais no solo e uma redução de nitrogênio. Esses agentes são pigmentadores do solo, assim, os
Processos Básicos de Formação do Solo solos que sofrem esse processo costumam possuir uma coloração acinzentada. Os solos típicos dessa classe são
Gleissolos e Plintossolos.
z Adição: refere-se a todo processo de inclusão de material externo do perfil ou horizonte do solo. Podem ser:
matéria orgânica, água da chuva, sedimentos ou material de origem antropogênica (adubos, resíduos) que
Vejamos uma tabela que apresenta de forma resumida as características dos diferentes processos pedogené-
tenham sido depositados na superfície do solo em formação;
z Remoção: todo material que for removido do perfil, seja por processos naturais (lixiviação, erosão, fluxo late- ticos específicos.
ral e percolação) ou por meio de ação antrópica, acelerando estes processos (erosão acelerada, queima, colhei-
ta, nivelamento do solo). PROCESSOS PEDOGENÉTICOS PROCESSOS DESCRIÇÃO RESUMIDA DO EXEMPLO DE
z Transformação: quando o material modifica sua natureza química ou mineralógica; ESPECÍFICOS MÚLTIPLOS PROCESSO OCORRÊNCIA
z Translocação: quando há transferência de materiais entre horizontes, mas permanece no mesmo perfil.
Remoção, trans-
Remoção de sílica e concentração Latossolos, Nitossolos,
Ferralitização formação e
de óxidos de Fe e Al caráter ácrico
translocação
São responsáveis por formar solos com características distintas. Os processos podem ocorrer de maneira conjunta. Acumulação de sair por evapora-
Salinização Translocação ção no horizonte superficial ou na Gleissolos sálicos
z Latolização: caracterizada pelo intemperismo químico e lixiviação que ocorreram de maneira intensa ou que superfície do solo
duraram muito tempo, sendo capaz de gerar dessilicação, com formação de um horizonte latossólico.
Para formação de um latossolo, os principais fatores de formação são: material de origem com potencial para Acidificação do solo causada
Transformação
Sulfurização ou tiomorfismo pela oxidação de compostos de Gleissolos Tiomórficos
formação de argila, altas pluviosidades e temperaturas mais altas, relevo plano, atuação de organismos vivos e translocação
enxofre
anaeróbios e longo tempo de intemperismo.
Esses solos são ricos em caulintia e/ou óxidos de ferro e de alumínio e pobres em sílica e base, refletindo um
baixo pH, alto teor de Al trocável, baixa saturação e baixa capacidade de troca de cátions, ou seja, um solo pobre 363 364 Fonte: EMBRAPA, adaptado de Kämpf & Curi (2012).
Fatores e Processos de Formação dos Principais Solos Brasileiros
No Brasil, os Latossolos e Argissolos ocupam aproximadamente 56% do território nacional (Santos et al., 2018).
No caso dos latossolos, o relevo, clima e tempo são os que mais influenciam para sua formação, caracterizados
pela intensa intemperização e elevada profundidade. Ocorrem nos pontos mais altos da paisagem com menor O - Horizonte com predominância de restos orgânicos.
declividade, sendo favorecidos pelo relevo, que leva a uma boa drenagem e maior infiltração da água. A - Horizonte mineral escurecido pela acumulação
de matéria orgânica.
As altas taxas de pluviosidade favorecem as reações de hidrólise, responsável pela transformação dos mine-
rais. Com as altas taxas de drenagem e infiltração, são favorecidos também a lixiviação e a intemperização, levan- E - Horizonte de cores claras, de onde as argilas e
do à formação de solos mais evoluídos. outras partículas finas foram lixiviadas pelas águas
percolantes.
O processo de ferralitização ocorre com a combinação dos fatores relevo, clima e tempo, principal responsável
na formação dos latossolos (Kämpf e Curi, 2012). B - Horizonte de acumulação de materiais provenientes
dos horizontes superiores, nomeadamente argilas.
Para os argissolos, os principais fatores são o relevo e o clima. Sua característica principal é o aumento do con- Pode apresentar cores avermelhadas, devido á pre-
teúdo de argila, ocorrem predominantes em localidades onde há relevos de declive suave e boa drenagem com sença de óxidos e hidróxidos de ferro.
maior infiltração de água que favorece o processo de translocação de partículas de argila dispersas dos horizontes
superficiais para horizontes mais profundos, o que aumenta a quantidade de argila em profundidade. Em pontos
onde a declividade é maior, o escoamento superficial da água é intensificado e há perda das partículas de argila C - Horizonte constituído por material não consolidado.
MORFOLOGIA DO SOLO
Morfologia do solo diz respeito à descrição das características visíveis do solo, de suas partes internas e exter- R - Rocha consolidada.
nas em ambiente natural. Para tanto, é realizada empregando uma metodologia padronizada seguindo o Sistema
Brasileiro de Classificação dos Solos. Normalmente, as características são descritas baseadas para um perfil de solo.
O perfil do solo é uma seção vertical, iniciada na superfície do solo e finalizada na rocha. Pode ser constituído
por um ou mais horizontes (Lima e Melo, 2007). Quando analisamos um perfil, devemos observar se nenhum de Importante!
seus horizontes foi cortado ou perdido por alguma modificação antrópica. Não é obrigatório um solo conter todos os horizontes: isso vai depender do tipo e grau de desenvolvimento
do solo. Cada solo pode ter uma sequência de horizontes própria.
Horizontes
Cor do Solo
O perfil do solo é dividido em horizontes. São camadas distribuídas paralelamente à superfície, com caracte-
rísticas que se diferenciam entre si. Os principais horizontes são: O, A, E, B, C. As distinções entre os horizontes A variação na coloração do solo vai depender não só do material de origem, mas de influências climáticas,
podem não ser claras, havendo pouca diferenciação entre os horizontes com características intermediárias de quantidade de matéria orgânica e mineralogia, estando relacionados aos processos de drenagem, salinização,
cada horizonte, quando isso ocorre, podemos dizer que temos horizontes de transição (miscigenados) ou horizon- eluviação e iluviação.
tes intermediários (mesclados). Normalmente, quanto maior a quantidade de material orgânico, mais escuro o solo será, associado a uma
maior fertilidade e atividade microbiana. No entanto, taxas muito elevadas matérias orgânicas, podem ser atri-
buídas ao retardo da decomposição desse material, por motivos de baixas temperaturas, baixa disponibilidade de
z Horizonte O: é um horizonte orgânico e superficial, formado pelo acúmulo de resíduos vegetais e animais em
nutrientes ou falta de oxigênio. Solos muito escuros tem uma fertilidade baixa. Quando o solo apresenta coloração
estado de decomposição. No Brasil, por conta de as reações de decomposição serem mais aceleradas devido ao mais avermelhada ou amarelada, frequentemente estão relacionadas a óxidos de ferro.
clima, raramente o horizonte O é espesso, exceto em regiões de serra. O horizonte O é muito importante para Os solos com elevada quantidade de quartzo são frequentemente claros. Solos mal drenados podem apresen-
o solo, pois contribui para a redução da erosão, também auxilia na manutenção da umidade. Alguns agricul- tar cor acinzentada, indicando que o ferro foi perdido devido às condições de redução (ausência de oxigênio).
tores utilizam táticas para não destruir o horizonte O, reduzindo a erosão; No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, a cor é considerada para distinção de classes.
z Horizonte A: composto de material mineral, está presente na região superficial do solo e tende a ser mais Ex: Latossolo Vermelho e Argissolo Bruno- acinzentado
A classificação da cor dos solos segue a padronização descrita no Sistema Munsell de Cores.
escuro devido à presença de matéria orgânica neste horizonte. Em regiões mais frias tende a ser mais escuro
e espesso do que nas regiões quentes, onde sua coloração é mais fraca, dificultando a diferenciação com os Consistência do Solo
outros horizontes;
z Horizonte E: é um horizonte mineral, mas diferentemente do horizonte A, ele encontra-se subsuperficial, É perceptível a partir de fatores como: dureza, friabilidade, pegajosidade e plasticidade do solo.
apresenta cores muito claras devido à presença de quartzo, não é muito comum de ser encontrado; Quando um solo está seco, tende a ser mais duro, o que dificulta a penetração das raízes das plantas ou para
processos de construção civil.
MEIO AMBIENTE
z Horizonte B: é um horizonte mineral e subsuperficial. Pode possuir presença de matéria orgânica, no entanto,
A plasticidade pode ser percebida quando há uma facilidade de manipulação e modelação do solo, a plastici-
muito menos do que encontrada no horizonte A, o que confere a este horizonte cores mais claras e homogê- dade pode ser empregada no artesanato para confecção de esculturas.
neas, variando do amarelo e vermelho ao marrom. Em solos mais intemperizados (mais velhos), este horizon- A pegajosidade refere-se à aderência do solo. Um solo pegajoso é difícil de ser manipulado.
te pode alcançar alguns metros de espessura;
z Horizonte C: é um horizonte mineral, considerado o mais jovem dos horizontes do solo. É uma transição entre COMPOSIÇÃO DO SOLO
a rocha principal e o solo propriamente dito (formado pelos horizontes A e B). É comum encontrar cores mis-
O solo é constituído pelas fases líquida, gasosa e sólida. De acordo com o esquema a seguir, temos as seguintes
turadas, resultantes dos minerais primários e secundários; proporções para exemplificar a composição de um solo qualquer: 25% de água, 25% de gases, 45% de material
z Camada R: é a rocha principal que sofreu pouca ou quase nenhuma ação de intemperismo. Não é considerado mineral e 5% de material orgânico, conforme a imagem a seguir. O conteúdo de água e ar dos poros é variável, de
um horizonte, pois ainda não se transformou em solo. 365 366 acordo com a quantidade de poros que estejam sendo ocupados pela água.
MATERIAIS Os nutrientes que entram no solo, produtos do intemperismo e da decomposição de resíduos orgânicos, são
ORGÂNICOS equivalentes às perdas ocasionadas da lixiviação das bases, da assimilação pelas plantas e da mineralização da
matéria orgânica (Folster & Khanna, 1997).
5% A ciclagem de nutrientes ocorre quando as plantas absorvem os nutrientes do solo, os utilizam para seu desen-
MATERIAL volvimento e depositam os resíduos, fazendo com que esses nutrientes voltem ao solo e sejam absorvidos nova-
ÁGUA
MINERAL mente por novas plantas. Se houver desequilíbrio na ciclagem de nutrientes, isso acarretará uma diminuição
na agregação do solo. As principais consequências podem ser: aumento do processo de erosão, diminuição da
25% infiltração e retenção da água, redução da aeração e aumento da temperatura na superfície do solo, causando
uma diminuição na fertilidade do solo. A ciclagem de nutrientes é importante para manutenção das florestas e,
45% na Floresta Amazônica, por exemplo, os solos são pobres em nutrientes e o que permite a manutenção da exube-
rância florestal é justamente o processo de ciclagem de nutrientes.
Matéria Mineral
25% Constituída por fragmentos de rochas e minerais de diferentes tamanhos, o esqueleto do solo é constituído
por partículas maiores que 2mm responsáveis por conferir pedregosidade e rochosidade ao solo. Formado por:
AR z Cascalhos: 2 mm a 2 cm;
Fonte: LEPSCH, 2011 (Adaptado) z Calhaus: 2 a 20 cm;
z Matacão: > 20 cm.
Essas proporções podem variar de acordo com as condições climáticas e o tipo de solo que está sendo anali-
As partículas menores que 2mm compõe a terra fina, a fração mais importante do solo e é formada por:
sado. Em um ambiente no qual o período chuvoso seja mais extenso pode ocorrer um maior acúmulo de água na
forma líquida em detrimento da fase gasosa. Em regiões mais frias, a quantidade de matéria orgânica pode ser z Areia: 2 a 0,05 mm
maior pois as reações de decomposição serão mais lentas. z Silte: 0,05 a 0,002 mm
z Argila: < 0,002mm
POROS DO SOLO
Essa divisão é de acordo com o tamanho da partícula e não com a composição mineral. Em todo solo estarão
A porosidade do solo representa a porção do solo que não está ocupado por partículas sólidas. São classificados presentes as três frações de terra fina, no entanto, cada tipo de solo apresenta uma concentração diferente.
em dois tipos:
z Macroporos: poros com diâmetro maior que 0,05mm; Matação Calhaus Cascalho Areia Silte Argila
z Microporos: poros com diâmetro menor que 0,05m.
A água ocupa os microporos e o ar ocupa os macroporos. Contudo, após uma intensa chuva, a água pode
ocupar tanto macro quanto microporos. Depois de algum tempo, a água armazenada nos macroporos pode ser
drenada até chegar no lençol freático por conta da gravidade. Já a água presente nos microporos não consegue 20 cm 2 cm 2 mm 0,00 mm 0,002 mm
ser levada pela ação da gravidade e fica no solo disponível para plantas e outros organismos, que utilizarão a água
no seu metabolismo para seu desenvolvimento e, após isso, essa água pode ser eliminada por meio do processo Fonte: MELO; LIMA, 2007.
de evaporação.
Esse ciclo faz com que os microporos percam água e sejam preenchidos por ar até que a água ocupe novamen- Areia e Silte
te essa posição, advindo principalmente da chuva.
A água que está presente no solo vem principalmente da chuva, mas a composição da água da chuva é bem Formados por minerais primários advindos das rochas que ao sofrerem intemperismo e começam a dar ori-
diferente da água do solo, isso porque a água que está no solo na fase líquida é chamada de solução do solo, pois gem ao solo. Os minerais primários sofrem apenas intemperismo físico (mudança no tamanho). Nestes minerais
na água estão dissolvidos muitos íons resultantes de diversas reações que ocorreram no solo, principalmente na pode ser encontrada alguma reserva de nutrientes, que podem ser utilizados para as plantas, como: cálcio (Ca),
fase sólida. Dessa forma, esta solução passa por trocas com outros componentes do solo. potássio (K), magnésio (Mg), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), zinco (Zn), entre outros. Estes minerais estão
O ar ocupa os macroporos e sua composição é semelhante ao ar atmosférico, diferenciando apenas a concen- presentes na composição dos minerais, que quando sofrem intemperismo os liberam para o solo.
tração dos gases que o formam. Essa diferença se deve ao fato que, no processo de respiração das plantas, estas O mineral primário mais comum em solos brasileiros é o quartzo, formado por silício e oxigênio, porém, não
consomem oxigênio (O2) e liberam gás carbônico (CO2). Outro fator que influencia nessa diferença de composição possui reserva de nutrientes. A presença do quartzo faz com que as nossas areias tenham uma cor clara, lembran-
é que os poros não são contínuos, o que dificulta a difusão do ar, demorando mais tempo para que ela ocorra por do que essa cor pode ser alterada de acordo com a predominância do mineral que a compõe.
completo. É importante que haja uma boa aeração do solo para que o crescimento das plantas não seja compro-
metido por essa dificuldade da passagem do ar. Argila
FASE SÓLIDA DO SOLO: MATÉRIA ORGÂNICA E MINERAL Formada por minerais secundários resultantes dos processos de intemperismo dos minerais primários, que
podem se recombinar dando origem aos minerais secundários. Os minerais secundários sofrem intemperismo
químico. Apesar de não possuir reservar de nutrientes, a argila possui cargas em sua superfície que são respon-
As partes sólidas do solo podem ser divididas em: sólidos orgânicos (matéria orgânica) e sólidos inorgânicos
sáveis pela capacidade de troca de cátions (CTC) do solo.
(matéria inorgânica).
As cargas são capazes de reter nutrientes por atração eletrostática, retirando-os da solução do solo, evitando
MEIO AMBIENTE
que estes nutrientes sejam lixiviados. Quando esses nutrientes são retirados pelas plantas e organismos, é libera-
Matéria Orgânica do um H+ para a superfície e a superfície libera o nutriente para ela. A CTC é determinada pela presença de cargas
negativas no solo, sendo a maioria dos nutrientes essenciais para as plantas que apresentam cargas positivas.
A matéria orgânica no solo é representada por restos de vegetais e animais que sofrem o processo de decom- Dessa forma, quanto maior a quantidade de cargas negativas na argila e no solo, maior será a retenção de matéria
posição pela ação de organismos. A matéria orgânica é fonte de nutrientes tanto para novos vegetais em desen- orgânica e nutrientes necessários para o desenvolvimento dos seres vivos.
volvimento quanto para organismos. A parte da matéria orgânica que é humificada pelos organismos formam Os minerais mais comuns encontrados na argila são os silicatos e os oxihidróxidos de ferro (Fe) e alumínio (Al).
o húmus, uma estrutura amorfa que é capaz de afetar a densidade do solo e aumentar a retenção de umidade e A presença de determinado mineral vai depender do grau de intemperismo do solo. Em solos mais jovens (rasos)
nutrientes, composto por moléculas orgânicas grandes e complexas. há predominância de minerais como a vermiculita e esmectita na fração argila, possuem uma alta CTC. Já em
A matéria orgânica está concentrada nas primeiras camadas porque são depositadas na superfície do solo. À solos mais velhos (profundos), há predominância dos minerais secundários caulinita, que tem baixa CTC, e óxi-
medida que a profundidade do solo aumenta a concentração de matéria orgânica diminui. O processo de minera- dos de ferro e hidróxido de alumínio que tem uma boa taxa de capacidade de troca de ânions (CTA), pelo grande
lização transforma as moléculas orgânicas em inorgânicas. 367 368 número de cargas positivas. No Brasil, devido ao clima tropical, os solos são mais intemperizados.
POLUIÇÃO DO SOLO A maior diversidade é detectada nas camadas mais z Perfil de solo: formado por horizontes que variam
baixas da atmosfera. em sua composição física, química e biológica;
O solo tem potencial de controlar transporte de contaminantes. Como já vimos, estão presentes na água diversos Na troposfera, os microrganismos são parte de popula- z O número de microrganismos é geralmente supe-
íons que podem infiltrar o solo, sendo alguns benéficos e fornecedores de nutrientes para as plantas, enquanto que ções alóctones (populações que vêm de fora, ou seja, de um rior ao encontrado em ambientes aquáticos;
outros podem ser tóxicos para o ambiente, como chumbo (Pb), cádmio (Cd), arsênio (As), agrotóxicos, entre outros. ambiente terrestre ou aquático), que chegam por ação do z Concentração de matéria orgânica no solo é geral-
Em processo de lixiviação, a solução contaminada pode chegar até ao lençol freático e alcançar os cursos vento associado a partículas de solo, folhas e várias partí- mente elevada, favorecendo o crescimento de
d’água, espalhando os contaminantes de maneira indiscriminada. O solo pode auxiliar na contenção destes culas que estão suspensas no ar. A composição de micror- microrganismos heterotróficos;
poluentes, visto que possuiu cargas que funcionam como uma barreira contra o deslocamento de determinados ganismos na atmosfera sobre o oceano é diferente. z O componente mineral (fonte de micronutrien-
poluentes, retendo-os. Observe a relação entre carga dos solos e cargas dos poluentes: A Aeromicrobiologia é de interesse de estudo, pois é tes) e a matéria orgânica são fatores que afetam
através do ar que existe a possibilidade de identificar os a abundância, a distribuição e a atividade dos
agentes infecciosos. Portanto, grande parte dos estudos microrganismos no solo;
microbiológicos são para identificar microrganismos z Bactérias: encontradas em maior número e com
patogênicos presentes no ar. maior biodiversidade. A abundância de bactérias
anaeróbicas aumenta em profundidade para cada
Cargas positivas Cargas negativas MICROBIOLOGIA DA ÁGUA
zona de solo;
retêm poluentes retêm poluentes z 70% da superfície terrestre são habitats aquáticos, z Fungos (com exceção das leveduras): são aeróbios
de carga negativa de carga positiva sendo 97% marinhos (2 a 3 ºC e sem luz, dos quais 62% e abundantes na maioria dos solos de superfície.
(CTA) (CTC) existem sob pressões elevadas: > 100 atm.); Contribuem, em geral, com uma maior proporção
z Rede alimentar complexa: em extensão superficial e para o total de biomassa microbiana do solo;
profundidade (importância da Alça Microbiana); z Algas fotoautotróficas: predominam nas zonas
PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DO SOLO
z Zonas costeiras: alerta de efeitos da poluição (presen- superficiais do solo, nas quais a luz solar penetra
O solo é constituído por três fases: sólida, líquida e gasosa. ça de contaminantes de origem doméstica e industrial até cerca de 10 cm de profundidade. São pioneiras
na água); de áreas vulcânicas (nuas), de solos de desertos e
z Fase sólida: rocha de origem, material orgânico; z Plâncton: são as formas vivas que se encontram na de superfícies rochosas. Os três principais grupos
z Fase líquida: solução do solo (água mais elementos em solução); coluna d’água, podendo flutuar e ser transportados de algas encontrados em solos são algas verdes,
z Fase gasosa: variável de acordo com as trocas gasosas realizadas por plantas e animais. pela correnteza das águas; algas vermelhas e cianobactérias;
z Fitoplâncton (autótrofos); z Protozoários: são células eucariontes e unicelu-
As propriedades do solo são determinadas pelo relevo, condições climáticas, origem dos minerais, organismos z Bacterioplâncton (bactérias heterotróficas); lares, cujo comprimento pode atingir 5,5 mm. A
vivos e os processos geológicos aos quais foi submetido. O solo pode exibir diferentes frações de seus componen- z Zooplâncton (população de protozoários); maior parte dos protozoários do solo é hetero-
tes e tamanho relativo de grãos a depender dos processos de intemperismo que sofreu. Proporções de areias, siltes z Bentos: englobam a zona do fundo do ambiente aquá- trófica, alimentando-se de bactérias, leveduras,
ou argilas podem sofrer alterações, influenciando na granulometria. tico, acumulam sedimentos vindos da coluna d’água fungos e algas. São considerados o elo da cadeia
São propriedade físicas do solo: textura, estrutura, densidade, porosidade, permeabilidade, fluxo de água, ar e calor. e do ambiente terrestre adjacente (matéria orgânica, alimentar do solo. Os protozoários encontram-se
O tipo de material constituinte e sua granulometria influenciam no transporte de poluentes. Veja na imagem mineral e água); 15 a 20 cm superficiais do solo e concentram-se, de
a seguir o triângulo textural que representa as classes texturais do solo, utilizando os percentuais de areia, argila z Zona de grande aumento de biomassa microbiana; modo geral, em torno das raízes das plantas, onde
e silte encontrados na porção do solo. z Zona com uma comunidade de microrganismos o seu alimento se encontra concentrado. Presentes
aquáticos de grande diversidade fisiológica; nas formas de amebas, ciliados e flagelados, são
z Tapetes microbianos: nos habitats bentônicos, a inter- encontrados no solo, sendo as formas de amebas
face sedimento-plâncton forma um microambiente no as mais numerosas. Microbial Loop - processo de
qual a combinação de atividades aeróbias e anaeróbias reciclagem de nitrogênio pelos protozoários.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA AMBIENTAL
sustenta a existência de uma diversidade de popula-
ções microbianas;
Microbiologia é a ciência que estuda os organismos microscópicos e suas atividades biológicas, isto é, analisa
as diversas formas, estruturas, reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos e seu relacionamento entre si e com
z Rede complexa de inter-relações fisiológicas, dinâmi- Importante!
cas, num espaço temporal e físico reduzido;
o hospedeiro, podendo ser benéficos e prejudiciais. Trata-se de uma investigação sobre os organismos microscó- Os microrganismos têm importante papel no
z Biofilmes: são comunidades biológicas com um eleva-
picos unicelulares, em que todos os processos vitais são realizados numa única célula. solo na formação do solo: na formação do
do grau de organização, nas quais as bactérias formam
comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. húmus, na formação e estabilização de agrega-
MICROBIOLOGIA AMBIENTAL Tais comunidades biológicas se encontram embebidas dos do solo e na estrutura do solo (hifas de fun-
em matrizes poliméricas produzidas por elas próprias; gos interconectam partículas de solo).
A Microbiologia Ambiental surgiu na década de 1960 em um processo de consciência ecológica.
z Desenvolvem-se em superfícies submersas ou úmi-
z Ecologia microbiana: ciência que estuda as inter-relações entre os microrganismos e entre os microrganis- das, adesão e proliferação de bactérias na superfície.
BIORREMEDIAÇÃO
mos e o seu meio envolvente (biótico e abiótico);
z Microbiologia ambiental: ciência que estuda os efeitos dos microrganismos aplicados ao ambiente, às ativi- Dica
Qualquer processo que utiliza microrganismos,
dades humanas, à saúde e ao bem-estar. Você sabia que existe uma grande vantagem na plantas verdes ou suas enzimas, para degradar subs-
formação de biofilmes para as bactérias, pois tâncias poluentes indevidamente presentes no meio
HABITAT MICROBIANO ambiente.
elas podem se tornar ainda mais resistentes a
antibióticos e a desinfetantes, elas podem se ali- Para fazer biorremediação é necessário:
Os habitats naturais microbianos são extremamente diversos.
mentar melhor da matéria orgânica e, além disso,
z Sobrevivência: condições físicas e químicas e recursos nutritivos definem o nicho; z Avaliar o ambiente contaminado;
os biofilmes são considerados filtros biológicos
MEIO AMBIENTE
z Microambientes: em uma partícula de solo de 3 mm de diâmetro em média, diferentes ambientes podem ser z Caracterizar a natureza da contaminação;
(usados no tratamento de água e efluentes). z Fazer planejamento do tipo de biorremediação;
encontrados com características físicas e químicas distintas para um microrganismo.
z Usar microrganismos ou plantas;
MICROBIOLOGIA DO SOLO z Selecionar técnicas e/ou combinar técnicas.
MICROBIOLOGIA DO AR (AEROMICROBIOLOGIA)
atender aos padrões de qualidade exigidos pela Porta- vegetação com o objetivo de limpeza das vias
São locais específicos, como fábricas, aterros e estações de tratamento de esgoto que descartam os poluentes.
ria do Ministério da Saúde nº 2.914, de 2011. públicas e margens de canais e cursos d’água;
z Transporte: é a atividade realizada entre a coleta São bem localizadas, fáceis de encontrar e monitorar.
Posteriormente, a água tratada é transportada dos resíduos sólidos até as estações de transbordo Ex.: Descargas de efluentes a partir de indústrias e de estações de tratamento de esgoto.
pela Adutora de Água Tratada e armazenada nos ou unidades de tratamento ou de disposição final;
reservatórios, os quais têm a finalidade de atender às z Estações de Transbordo: são utilizadas em sistemas Fontes Difusas (Não Pontuais)
variações de consumo da população às demandas de de grande porte, nos quais as unidades de tratamen-
emergência, bem como manter a pressão nas redes de to de disposição final dos resíduos estão localizadas,
distribuição. Por fim, as redes de distribuição condu- a uma distância muito elevada do centro urbano. Espalham-se por toda cidade, difíceis de identificar e tratar.
zem a água para o consumidor final. Deste modo, passa a ser economicamente mais 371 372 Ex.: Escoamento superficial urbano, escoamento superficial de áreas agrícolas e deposição atmosférica.
Óxidos de Nitrogênio (NOx)
Fontes Difusas Centros Urbanos
São formados durante a combustão. Os veículos são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de
nitrogênio. O NO, sob a ação de luz solar, transforma-se em NO2 e tem papel importante na formação de oxidantes
Casas Rurais
fotoquímicos como o ozônio. Pode ocasionar problemas de saúde a depender da sua concentração.
Está associada ao material particulado suspenso na atmosfera proveniente dos processos de combustão.
Ex.: Ozônio (presente em baixas altitudes, troposférico); Ácido sulfúrico (H2, SO4); Nitratos de peroxiacila 24 horas* 150 100
Fumaça Refletância
(PAN). MMA 60 40
PROBLEMA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM ESCALA GLOBAL Partículas 24 horas* 150 150 Separação inercial/
Inaláveis MMA 50 50 filtração
z Mudanças climáticas em escalas de décadas;
Dióxido de 24 horas* 365 100
z Aceleração do aquecimento global; Pararosanilina
Enxofre MMA 80 40
z Intrusão estratosférica de partículas de erupções vulcânicas;
z Emissões antropogênicas de queimadas na África, na América do Sul. Monóxido de 1 hora* 40.000 (35ppm) 40.000 (35ppm) Infravermelho não
Carbono 8 horas* 10.000 (9ppm) 10.000 (9 ppm) dispersivo
POLUENTES ATMOSFÉRICOS MAIS COMUNS1
Ozônio 1 hora* 160 160 Quimiluminscência
Dióxido de Enxofre (SO2)
Dióxido de 1 hora 320 190
Quimiluminscência
Resulta principalmente da queima de combustíveis que contêm enxofre, como óleo diesel, óleo combustível Nitrogênio MMA 100 100
industrial e gasolina. É um dos principais formadores da chuva ácida. O dióxido de enxofre pode reagir com
outras substâncias presentes no ar, formando partículas de sulfato que são responsáveis pela redução da visibi- * Não deve ser excedido mais de uma vez por ano.
lidade na atmosfera. MGA — média geométrica anual.
MMA — média aritmética anual.
Monóxido de Carbono (CO)
PROTOCOLO DE KYOTO
É um gás incolor e inodoro que resulta da queima incompleta de combustíveis de origem orgânica (combustí-
MEIO AMBIENTE
veis fósseis, biomassa etc.). Em geral é encontrado em maiores concentrações nas cidades, emitido principalmente O Protocolo de Kyoto (ou Quioto) é um acordo assinado por diversos países na Convenção das Nações Unidas
por veículos automotores. Altas concentrações de CO são encontradas em áreas de intensa circulação de veículos. sobre Mudanças Climáticas, realizada em Kyoto, Japão, em 1997. Esse foi o primeiro tratado internacional refe-
rente ao controle da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Seus principais objetivos eram diminuir a
Oxidantes Fotoquímicos, como o Ozônio (O3)
emissão de gases de efeito estufa, assim como a criação e aplicação de alternativas de desenvolvimento sustentá-
“Oxidantes fotoquímicos” são a mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os óxidos de vel para preservar o meio ambiente.
nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar, sendo estes últimos liberados na queima Apesar de ser assinado por diversos países, em inúmeras ocasiões, o Protocolo de Kyoto enfrentou muita difi-
incompleta e evaporação de combustíveis e solventes. O principal resultante desta reação é o ozônio. Esse impor- culdade, uma vez que os Estados Unidos e a China, dois dos países que mais emitem gases poluentes no mundo,
estão isentos das responsabilidades legais aplicadas aos demais países, por razões distintas. Importa mencionar
tante grupo foi aprofundado na sessão “smog fotoquímico”.
que cada país tinha a sua meta diferenciada de níveis de redução dos gases de efeito estufa, levando em conside-
1 Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/ar/poluentes/>. Acesso em: 25 nov. 2021. 373 374 ração fatores como o nível de desenvolvimento econômico.
vi. O estímulo a reformas adequadas em seto- A fim de cumprir os compromissos assumidos, O art. 3º da Lei 12.187, de 2009, traz algumas ações
Importante! res relevantes, visando a promoção de políticas e qualquer país signatário do Protocolo de Kyoto pode relacionadas à Política Nacional sobre Mudança do Clima
medidas que limitem ou reduzam emissões de gases transferir ou adquirir, de qualquer outro, unidades de e cita alguns princípios que o norteiam:
Os EUA abandonaram o Protocolo de Kyoto em de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de
2001, alegando que cumprir as metas previstas redução de emissões resultantes de projetos. Em regra,
Montreal; Art. 3º A PNMC e as ações dela decorrentes, executadas
impediria seu crescimento econômico. A China, esse comércio ocorre entre países desenvolvidos que
vii. Medidas para limitar e/ou reduzir as emissões sob a responsabilidade dos entes políticos e dos órgãos
na época considerada país emergente, não tinha não conseguiram atingir sua meta de reduzir suas emis-
de gases de efeito estufa não controlados pelo Pro- da administração pública, observarão os princípios da
obrigações tão rígidas quanto outros países sões de gases de efeito estufa e em países em desenvol- precaução, da prevenção, da participação cidadã, do
tocolo de Montreal no setor de transportes;
desenvolvidos, que emitiam infinitamente menor viii. A limitação e/ou redução de emissões de meta-
vimento que não possuem essa obrigatoriedade. desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades
quantidade de gases nocivos na atmosfera. no por meio de sua recuperação e utilização no Em 2015, 192 países assinaram o Acordo de Paris comuns, porém diferenciadas, este último no âmbito
tratamento de resíduos, bem como na produção, no propondo mudanças na economia global, principal- internacional, e, quanto às medidas a serem adotadas
transporte e na distribuição de energia; mente no setor energético, apostando em um aumen- na sua execução, será considerado o seguinte:
Por que precisamos nos preocupar tanto com a (b) Cooperar com outras Partes incluídas no to do uso de energias limpas, principalmente as de I - todos têm o dever de atuar, em benefício das
emissão dos gases de efeito estufa na atmosfera? A Anexo I no aumento da eficácia individual e combi- baixo carbono. É uma forma de compensar todas as presentes e futuras gerações, para a redução dos
superfície terrestre emite radiação infravermelha, e impactos decorrentes das interferências antrópicas
nada de suas políticas e medidas adotadas segundo toneladas de carbono emitidas na atmosfera nas últi-
esse fenômeno, em termos simples, é importante pois sobre o sistema climático;
este Artigo, conforme o Artigo 4, parágrafo 2(e)(i), mas décadas. Suas metas estão previstas até 2030.
evita com que a Terra perca calor em excesso, man- II - serão tomadas medidas para prever, evitar ou
da Convenção. Para esse fim, essas Partes devem
tendo-a, dessa forma, aquecida e preservando a vida. minimizar as causas identificadas da mudança
adotar medidas para compartilhar experiências e POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO
Ocorre que, os gases de efeito estufa absorvem parte climática com origem antrópica no território nacio-
trocar informações sobre tais políticas e medidas, CLIMA (PNMC)
dessa radiação infravermelha, se mantendo na atmos- nal, sobre as quais haja razoável consenso por parte
fera, potencializando o aquecimento global e provo- inclusive desenvolvendo formas de melhorar sua
comparabilidade, transparência e eficácia. A Confe- dos meios científicos e técnicos ocupados no estudo
cando alterações climáticas. A Lei 12.187, de 2009, instituiu a Política Nacional dos fenômenos envolvidos;
rência das Partes na qualidade de reunião das Par-
tes deste Protocolo deve, em sua primeira sessão ou sobre Mudança do Clima, estabelecendo princípios, III - as medidas tomadas devem levar em consideração
z Os principais gases responsáveis pelo efeito objetivos, diretrizes e instrumentos a serem seguidos os diferentes contextos socioeconômicos de sua apli-
tão logo seja praticável a partir de então, conside-
estufa adicional são: em todo Território Nacional. O art. 2º dessa lei traz algu- cação, distribuir os ônus e encargos decorrentes entre
rar maneiras de facilitar tal cooperação, levando
em conta toda a informação relevante. mas definições importantes para os estudos da matéria: os setores econômicos e as populações e comunidades
Dióxido de Carbono (CO2); interessadas de modo equitativo e equilibrado e sope-
Metano (CH4); sar as responsabilidades individuais quanto à origem
Essa determinação decorre do princípio da coope- Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
Óxido Nitroso (N2O); das fontes emissoras e dos efeitos ocasionados sobre
ração entre os povos, uma vez que o dano ambiental I - Adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vul-
Cleroflurorcabonos (CFCs); o clima;
Ozônio (O3). não encontra barreiras políticas, necessitando, para nerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente
aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima; IV - o desenvolvimento sustentável é a condição
a sua eficácia, da colaboração de todos os países que para enfrentar as alterações climáticas e conciliar o
DECRETO 5.445/2005 assinaram o referido tratado internacional. II - efeitos adversos da mudança do clima: mudanças
no meio físico ou biota resultantes da mudança do cli- atendimento às necessidades comuns e particulares
ma que tenham efeitos deletérios significativos sobre a das populações e comunidades que vivem no território
O Congresso Nacional aprovou o texto do Protoco- 3. As Partes incluídas no Anexo I devem empe- nacional;
lo de Kyoto à Convenção-Quadro das Nações Unidas nhar-se em implementar políticas e medidas a que composição, resiliência ou produtividade de ecossiste-
V - as ações de âmbito nacional para o enfrentamen-
sobre Mudança do Clima, por meio do Decreto Legis- se refere este Artigo de forma a minimizar efeitos mas naturais e manejados, sobre o funcionamento de
to das alterações climáticas, atuais, presentes e
lativo nº 144, de 20 de junho de 2002. O protocolo de adversos, incluindo os efeitos adversos da mudan- sistemas socioeconômicos ou sobre a saúde e o bem-
futuras, devem considerar e integrar as ações promo-
Kyoto entrou em vigor internacional em 16 de feverei- ça do clima, os efeitos sobre o comércio internacio- -estar humanos;
vidas no âmbito estadual e municipal por entidades
ro de 2005, e em 12 de maio de 2005 o Brasil o promul- nal e os impactos sociais, ambientais e econômicos III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou
públicas e privadas;
gou através do Decreto 5.445. sobre outras Partes, especialmente as Partes países seus precursores na atmosfera numa área específica e
O Protocolo de Kyoto define: em desenvolvimento e em particular as identifica- num período determinado; O caput do art. 3º traz alguns princípios importantes
das no Artigo 4, parágrafos 8 e 9, da Convenção, IV - fonte: processo ou atividade que libere na atmos- para a execução da PNMC. Há o princípio da precaução:
Art. 2º levando em conta o Artigo 3 da Convenção. A Con- fera gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás em situações em que verificamos dúvidas, incerteza cien-
1. Cada Parte incluída no Anexo I, ao cumprir seus ferência das Partes na qualidade de reunião das de efeito estufa; tífica sobre uma determinada atividade em relação ao
compromissos quantificados de limitação e redu- Partes deste Protocolo pode realizar ações adicio- V - gases de efeito estufa: constituintes gasosos, natu-
ção de emissões assumidos sob o Artigo 3, a fim de bem-estar do meio ambiente, devemos proferir decisões
nais, conforme o caso, para promover a implemen- rais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e ree- favoráveis ao meio ambiente. Não havendo conhecimen-
promover o desenvolvimento sustentável, deve: mitem radiação infravermelha;
tação das disposições deste parágrafo. to suficiente sobre os danos que serão causados pela ati-
(a) Implementar e/ou aprimorar políticas e medi-
VI - impacto: os efeitos da mudança do clima nos siste-
das de acordo com suas circunstâncias nacionais, vidade, é ideal não a exercer.
tais como: As políticas e medidas às quais se refere o trata- mas humanos e naturais;
O princípio da prevenção impõe que sejam sempre
i. O aumento da eficiência energética em setores do internacional têm o objetivo de minimizar efeitos VII - mitigação: mudanças e substituições tecnológi-
privilegiadas medidas que evitem o dano ambiental,
relevantes da economia nacional; adversos da emissão de gases, que contribuem para o cas que reduzam o uso de recursos e as emissões por
muito antes de pretender repará-lo, de pensar em com-
ii. A proteção e o aumento de sumidouros e reser- aumento do efeito estufa, causando mudanças climáti- unidade de produção, bem como a implementação de
vatórios de gases de efeito estufa não controlados pensá-lo ou em indenizá-lo, pois muitas vezes esses danos
cas e também trazendo efeitos sobre o comércio inter- medidas que reduzam as emissões de gases de efeito
pelo Protocolo de Montreal, levando em conta seus são tecnicamente irreparáveis. Neste caso, já se tem base
estufa e aumentem os sumidouros;
compromissos assumidos em acordos internacio- nacional e impactos sociais, ambientais e econômicos cientifica para prever os danos ambientais decorrentes
VIII - mudança do clima: mudança de clima que pos-
nais relevantes sobre o meio ambiente, a promoção sobre outros países, aqueles em desenvolvimento. de determinada atividade lesiva ao meio ambiente.
sa ser direta ou indiretamente atribuída à atividade
de práticas sustentáveis de manejo florestal, flores- No princípio da participação cidadã, os cidadãos par-
humana que altere a composição da atmosfera mun-
tamento e reflorestamento; CRÉDITOS DE CARBONO ticiparão de forma ativa nas decisões políticas relaciona-
iii. A promoção de formas sustentáveis de agri- dial e que se some àquela provocada pela variabilida-
de climática natural observada ao longo de períodos das ao meio ambiente. Já o princípio do desenvolvimento
cultura à luz das considerações sobre a mudança
O protocolo de Kyoto prevê um Mecanismo de comparáveis; sustentável harmoniza a dicotomia “desenvolvimento
MEIO AMBIENTE
do clima;
iv. A pesquisa, a promoção, o desenvolvimento Desenvolvimento Limpo (MDL), por meio do qual é IX - sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que econômico e meio ambiente”. O crescimento deve ocor-
e o aumento do uso de formas novas e renováveis possível a comercialização entre países signatários remova da atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou rer de tal forma que não se comprometa as necessidades
de energia, de tecnologias de seqüestro de dióxi- do tratado internacional de Créditos de Carbono, precursor de gás de efeito estufa; e presentes, como também a possibilidade de que as gera-
do de carbono e de tecnologias ambientalmente também chamado de Redução Certificada de Emissão X - vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e incapa- ções futuras também possam dispor do meio ambiente
seguras, que sejam avançadas e inovadoras; (RCE), que corresponde a uma unidade de redução cidade de um sistema, em função de sua sensibilidade, equilibrado e sadio.
v. A redução gradual ou eliminação de imperfei- dos gases de efeito estufa equivalente a uma tonela- Finalmente, há o princípio das responsabilidades
capacidade de adaptação, e do caráter, magnitude
ções de mercado, de incentivos fiscais, de isenções
tributárias e tarifárias e de subsídios para todos
da de dióxido de carbono, um dos principais gases do e taxa de mudança e variação do clima a que está comuns, porém diferenciadas, postulando que todos os
os setores emissores de gases de efeito estufa que efeito estufa (GGE). Cada tonelada de CO2 não emitida exposto, de lidar com os efeitos adversos da mudança países têm as mesmas responsabilidades perante o meio
sejam contrários ao objetivo da Convenção e apli- à atmosfera ou reduzida gera um crédito de carbono. do clima, entre os quais a variabilidade climática e os ambiente, porém os países desenvolvidos devem arcar
cação de instrumentos de mercado; Esse crédito é comercializável no mercado. 375 376 eventos extremos. com os custos maiores para o desenvolvimento sustentável.
Art. 4º A Política Nacional sobre Mudança do Cli- b) reduzir as incertezas nas projeções nacionais e São recursos do FNMC: PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE
ma - PNMC visará: regionais futuras da mudança do clima; POLUIÇÃO DO AR
I - à compatibilização do desenvolvimento econô- c) identificar vulnerabilidades e adotar medidas de Art. 6º [...]
mico-social com a proteção do sistema climático; adaptação adequadas; I - até sessenta por cento dos recursos de que trata A poluição atmosférica não é um problema atual,
II - à redução das emissões antrópicas de gases de VII - a utilização de instrumentos financeiros e eco- o inciso II do § 2º do art. 50 da Lei nº 9.478/97; sendo enfrentada há muito tempo, principalmente
efeito estufa em relação às suas diferentes fontes; nômicos para promover ações de mitigação e adap- II - dotações orçamentárias consignadas ao Fundo
III - (VETADO); devido ao acelerado, progressivo e decorrente cresci-
tação à mudança do clima, observado o disposto na Lei Orçamentária Anual da União e em seus cré-
IV - ao fortalecimento das remoções antrópicas por mento urbano e industrial e da frota de veículos auto-
no art. 6°; ditos adicionais;
sumidouros de gases de efeito estufa no território motores, principalmente nas regiões metropolitanas.
VIII - a identificação, e sua articulação com a Polí- III - recursos decorrentes de acordos, ajustes, con-
nacional; Seus reflexos negativos sobre a sociedade, a economia
tica prevista nesta Lei, de instrumentos de ação tratos, convênios, termos de parceria ou outros ins-
V - à implementação de medidas para promover a e o meio ambiente, e as perspectivas de continuida-
governamental já estabelecidos aptos a contribuir trumentos congêneres previstos em lei, celebrados
adaptação à mudança do clima pelas 3 (três) esfe- de dessas condições trouxeram uma necessidade de
para proteger o sistema climático; com órgãos e entidades da administração pública
ras da Federação, com a participação e a colabora- se estabelecer estratégias para controle, preservação
ção dos agentes econômicos e sociais interessados IX - o apoio e o fomento às atividades que efetiva- federal, estadual, distrital ou municipal;
mente reduzam as emissões ou promovam as remo- IV - doações realizadas por entidades nacionais e
e recuperação da qualidade do ar, válidas para todo o
ou beneficiários, em particular aqueles especial-
mente vulneráveis aos seus efeitos adversos; ções por sumidouros de gases de efeito estufa; internacionais, públicas ou privadas; Território Nacional.
VI - à preservação, à conservação e à recuperação X - a promoção da cooperação internacional no V - empréstimos de instituições financeiras nacio- A Resolução CONAMA 05, de 1989, criou o Progra-
dos recursos ambientais, com particular atenção âmbito bilateral, regional e multilateral para o nais e internacionais; ma Nacional de Controle de Qualidade do Ar (PRO-
aos grandes biomas naturais tidos como Patrimô- financiamento, a capacitação, o desenvolvimento, VI - reversão dos saldos anuais não aplicados; e NAR) como um dos instrumentos básicos da gestão
nio Nacional; a transferência e a difusão de tecnologias e proces- VII - recursos oriundos de juros e amortizações de ambiental para proteção da saúde e bem-estar das
VII - à consolidação e à expansão das áreas legal- sos para a implementação de ações de mitigação e financiamentos; populações e melhoria da qualidade de vida. Seu obje-
mente protegidas e ao incentivo aos reflorestamen- adaptação, incluindo a pesquisa científica, a obser- VIII - rendimentos auferidos com a aplicação dos tivo é permitir o desenvolvimento econômico e social
tos e à recomposição da cobertura vegetal em áreas vação sistemática e o intercâmbio de informações; recursos do Fundo Clima; e do país de forma ambientalmente segura, pela limita-
degradadas; XI - o aperfeiçoamento da observação sistemática e IX - recursos de outras fontes. ção dos níveis de emissão de poluentes por fontes de
VIII - ao estímulo ao desenvolvimento do Mercado precisa do clima e suas manifestações no território
Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE. poluição atmosférica.
nacional e nas áreas oceânicas contíguas; Os recursos do FNMC poderão ser destinados às
Parágrafo único. Os objetivos da Política Nacional XII - a promoção da disseminação de informações,
sobre Mudança do Clima deverão estar em conso- seguintes atividades:
a educação, a capacitação e a conscientização
nância com o desenvolvimento sustentável a fim de Melhoria na
pública sobre mudança do clima;
buscar o crescimento econômico, a erradicação da Art. 7º [...] qualidade do ar
XIII - o estímulo e o apoio à manutenção e à pro-
pobreza e a redução das desigualdades sociais. I - educação, capacitação, treinamento e mobiliza-
moção:
ção na área de mudanças climáticas;
a) de práticas, atividades e tecnologias de baixas
As emissões antrópicas são aquelas resultantes da II - ciência do clima, análise de impactos e Objetivos do
emissões de gases de efeito estufa; Atendimento aos
ação humana, lançando grandes quantidades de CO2 vulnerabilidade; Programa Nacional
b) de padrões sustentáveis de produção e consumo de Controle da Polui- padrões estabelecidos
na atmosfera. Os sumidouros de gases são os depósi- III - adaptação da sociedade e dos ecossistemas aos
tos naturais, como as florestas, que absorvem boa par- impactos das mudanças climáticas; ção do Ar
MERCADO BRASILEIRO DE REDUÇÃO DE
te desse CO2, evitando que uma grande quantidade IV - projetos de redução de Emissões de Gases de
EMISSÕES Não comprometi-
fique na atmosfera. O problema é que o desmatamen- Efeito Estufa - GEE;
to causa o efeito reverso. V - projetos de redução de emissões de carbono mento da qualidade
São diretrizes da Política Nacional sobre Mudan- O Mercado Brasileiro de Redução de Emissões pelo desmatamento e pela degradação florestal, do ar em áreas
ça do Clima: (MBRE) será operacionalizado em bolsas de mercado- com prioridade para áreas naturais ameaçadas de consideradas não
rias e futuros, bolsas de valores e entidades de bal- degradadas
destruição e relevantes para estratégias de conser-
Art. 5 [...] cão organizado, autorizadas pela Comissão de Valores vação da biodiversidade;
I - os compromissos assumidos pelo Brasil na Con- Mobiliários (CVM), onde se dará a negociação de títu- VI - desenvolvimento e difusão de tecnologia para Para atingir esses objetivos, viu-se necessário esta-
venção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudan- los mobiliários representativos de emissões de gases mitigação de emissões de GEE; belecer primeiramente padrões de qualidade do ar e
ça do Clima, no Protocolo de Quioto e nos demais de efeito estufa evitadas certificadas, conforme o art. VII - formulação de políticas públicas para solução de emissão na fonte, que deveriam ser buscados em
documentos sobre mudança do clima dos quais vier 9º da Lei 12.187, de 2009. dos problemas relacionados com emissão e mitiga-
a ser signatário; todo território nacional, a implementação da rede
Ele é composto por instituições, regulamentações, ção de emissões de GEE;
II - as ações de mitigação da mudança do clima nacional de monitoramento do ar, que seria a base
sistemas de registro de projetos e centro de negocia- VIII - pesquisa e criação de sistemas e metodologias
em consonância com o desenvolvimento sustentá- para a fiscalização da efetividade e aplicação das polí-
ção, operado no Brasil pela BM&FBOVESPA/BVRJ, de projeto e inventários que contribuam para redu-
vel, que sejam, sempre que possível, mensuráveis ticas de prevenção de deterioração da qualidade do
em convênio com o Ministério do Desenvolvimento, ção das emissões líquidas de gases de efeito estufa
para sua adequada quantificação e verificação a ar, e o desenvolvimento de inventários de fontes e
Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O intuito desse e para redução das emissões de desmatamento e
posteriori; poluentes atmosféricos prioritários.
mercado é estimular o desenvolvimento de projetos alteração de uso do solo;
III - as medidas de adaptação para reduzir os efei- A estratégia básica do PRONAR é limitar a emissão
tos adversos da mudança do clima e a vulnerabili- de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O IX - desenvolvimento de produtos e serviços que
contribuam para a dinâmica de conservação de poluentes permitidos na atmosfera, a nível nacio-
dade dos sistemas ambiental, social e econômico; intuito é organizar de formar transparente o mercado
IV - as estratégias integradas de mitigação e adap- ambiental e de estabilização da concentração de nal, classificando tipos de fontes e poluentes prioritá-
de créditos de carbono no mercado ambiental.
tação à mudança do clima nos âmbitos local, regio- gases de efeito estufa; rios. Os limites máximos de emissão, definidos através
nal e nacional; X - apoio às cadeias produtivas sustentáveis; de Resoluções específicas do CONAMA, serão diferen-
FUNDO NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA
V - o estímulo e o apoio à participação dos governos XI - pagamentos por serviços ambientais às comu- ciados em função da classificação de usos pretendidos
(FNMC)
federal, estadual, distrital e municipal, assim como nidades e aos indivíduos cujas atividades com- para as diversas áreas e serão mais rígidos para as
MEIO AMBIENTE
do setor produtivo, do meio acadêmico e da socie- provadamente contribuam para a estocagem de fontes novas de poluição.
dade civil organizada, no desenvolvimento e na O Decreto 9.578, de 2018, dentre outras providên- carbono, atrelada a outros serviços ambientais;
execução de políticas, planos, programas e ações cias, regulamentou o Fundo Nacional sobre Mudança XII - sistemas agroflorestais que contribuam para
relacionados à mudança do clima; Climática, de natureza contábil, instituído pela Lei nº
VI - a promoção e o desenvolvimento de pesquisas
redução de desmatamento e absorção de carbono Importante!
12.114, de 9 de dezembro de 2009, vinculado ao Minis- por sumidouros e para geração de renda; e
científico-tecnológicas, e a difusão de tecnologias, tério do Meio Ambiente, com o objetivo de assegurar Fontes novas de poluição são aqueles empreen-
XIII - recuperação de áreas degradadas e restau-
processos e práticas orientados a:
recursos para apoiar projetos ou estudos e financiar ração florestal, entre as quais terão prioridade as dimentos que não tenham obtido a licença prévia
a) mitigar a mudança do clima por meio da redu-
ção de emissões antrópicas por fontes e do fortale- empreendimentos que visem à mitigação da mudança áreas de reserva legal, as áreas de preservação per- do órgão ambiental licenciador na data de publi-
cimento das remoções antrópicas por sumidouros do clima e à adaptação à mudança do clima e aos seus manente e as áreas prioritárias para a geração e a cação desta Resolução.
de gases de efeito estufa; efeitos, conforme previsão do seu art. 4º. 377 378 garantia da qualidade dos serviços ambientais.
PADRÕES DE QUALIDADE DO AR PROGRAMAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR Cumpre destacar que as ETAs têm papel funda- Na fase de captação, ocorre a primeira retirada de
POR VEÍCULOS AUTOMOTORES mental no Sistema de Abastecimento, uma vez que impurezas da água por meio de grades e telas para a
realizam a transformação da água bruta (in natura), retirada de materiais grosseiros.
PADRÕES Os veículos automotores são os principais emis-
PADRÕES PRIMÁRIOS que é captada dos mananciais, em água própria para
SECUNDÁRIOS sores de gases poluentes nocivos à saúde e ao meio Adução
o consumo humano. As unidades de tratamento de
São padrões primários de São padrões secundá- ambiente, sendo fontes relevantes de emissão de água são constituídas por sistemas unitários que fun-
monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de Consiste no transporte da água bruta do manan-
qualidade do ar as con- rios de qualidade do ar cionam de modo organizado e eficiente. Além disso,
nitrogênio, fuligem e aldeídos. A emissão de poluentes cial até a estação de tratamento de água; são as tubu-
centrações de poluentes as concentrações de o conjunto de instalações e equipamentos são dimen-
por veículos automotores contribui de forma contínua lações de grande diâmetro as quais a água percorre
que, ultrapassadas, po- poluentes atmosféricos sionados e implementados de modo harmônico e con-
para a deterioração da qualidade do ar, especialmente até a ETA.
derão afetar a saúde da abaixo das quais se pre- trolado, para satisfazer a demanda operacional de
nos centros urbanos. A condução da água bruta pode ser realizada por
população, podendo ser vê o mínimo efeito adver- produção de água potável (água que atenda ao padrão
entendidos como níveis so sobre o bem-estar da O Programa de Controle de Poluição do Ar por recalque (sistema de bombeamento através de um
Veículos Automotores (PROCONVE) foi criado através de potabilidade estabelecido na Portaria GM/MS nº conjunto motor-bomba), gravidade (transporte de um
máximos toleráveis de população, assim como 888 e que não ofereça riscos à saúde), visando ao abas-
concentração de poluen- o mínimo dano à fauna da Resolução CONAMA 18, de 1986, com o objetivo ponto mais alto para um ponto mais baixo) ou mista
de minimizar os efeitos negativos do lançamento de tecimento populacional em pequena, média e grande (uma parte do percurso é feito por recalque e o outro,
tes atmosféricos, cons- e flora aos materiais e
gases poluentes, com a utilização de tecnologias ade- escalas. Ainda, os projetos de engenharia são desen- por gravidade). Neste ponto, cumpre destacar que
tituindo-se em metas de meio ambiente em geral,
curto e médio prazo podendo ser entendidos quadas, de uso comprovado, permitindo atender as volvidos e implementados com o objetivo de atender Estações Elevatórias de Água Bruta (EEAB) são as uni-
como níveis desejados de necessidades de controle da poluição, bem como de a realidade local, levando em consideração o tipo de dades implantadas para fazer a adução da água por
concentração de poluen- economia de combustível. água a ser tratada, isto é, a classe do manancial, de recalque.
tes, constituindo-se em acordo com a classificação apresentada pela Resolu-
meta de longo prazo Objetivos do Programa de Controle da Poluição do Ar ção do CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, além Tratamento
por Veículos Automotores de aspectos econômicos, sociais, entre outros.
Conjunto de instalações e infraestrutura capaz
Resolução CONAMA 05/89 Há, pois, vários tipos de unidades de tratamento,
z Reduzir os níveis de emissão de poluentes por de transformar a matéria-prima água bruta (água
os quais são empregados em todo o mundo. Neste
veículos automotores visando o atendimento aos imprópria para o consumo humano) em água trata-
2.5 GERENCIAMENTO DO LICENCIAMENTO DE tópico, daremos ênfase aos modelos mais utilizados
Padrões de Qualidade do Ar, especialmente nos da própria para o consumo humano, considerando os
FONTES DE POLUIÇÃO DO AR dentro da realidade do país, principalmente os que
centros urbanos; aspectos físicos, químicos e biológicos da água, bem
Considerando que o crescimento industrial e urba- são comumente cobrados em provas de concursos
z Promover o desenvolvimento tecnológico nacio- como seus parâmetros de qualidade.
no, não devidamente planejado, agrava as ques- públicos.
nal, tanto na engenharia automobilística, como
tões de poluição do ar, é estratégico estabelecer
também em métodos e equipamentos para ensaios Reservação
um sistema de disciplinamento da ocupação do FASES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO
e medições da emissão de poluentes;
solo baseado no licenciamento prévio das fontes de
z Criar programas de inspeção e manutenção para Consiste no armazenamento da água pós-tratada,
poluição. Por este mecanismo o impacto de ativi-
veículos automotores em uso; O sistema de abastecimento de água é composto tendo em vista o armazenamento de uma certa quan-
dades poluidoras poderá ser analisado previamen-
z Promover a conscientização da população com por cinco fases, quais sejam: manancial, captação, tidade para fazer análises físico-químicas e bacterio-
te, prevenindo uma deterioração descontrolada da
qualidade do ar.
relação à questão da poluição do ar por veículos adução, tratamento, reservação e distribuição, con- lógicas de rotina, manutenção da pressão mínima na
automotores; forme a ilustração a seguir. rede de distribuição, entre outras finalidades.
z Estabelecer condições de avaliação dos resultados
Para que o Programa Nacional de Controle da
alcançados; Rede de Distribuição
Poluição do Ar (PRONAR) possa surtir efeitos positivos,
z Promover a melhoria das características técnicas 3. Adução
é necessário que haja, juntamente com sua implanta- dos combustíveis líquidos, postos à disposição da Sistema de transporte, por meio de adutoras, tubu-
ção, a capacitação técnica dos órgãos ambientais e o frota nacional de veículos automotores, visando a lações e encanamentos, de água tratada dos reserva-
desenvolvimento tecnológico na área de poluição do redução de emissões poluidoras à atmosfera; tórios para a população. Essa água é direcionada para
ar. Portanto, é importante que haja uma estrutura- 2. Captação 4. ETA
zonas específicas da cidade — para partes baixas por
ção de recursos humanos e laboratoriais a fim de se
gravidade e para partes média alta e alta por recal-
desenvolverem programas regionais que viabilizarão
que, usando conjuntos motor-bomba.
o atendimento dos objetivos estabelecidos, assim como
desenvolvimento científico e tecnológico em questões NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DA ÁGUA, Conforme já mencionado, as Estações Elevatórios
relacionadas à poluição atmosférica envolvendo órgãos POLUIÇÃO HÍDRICA E TECNOLOGIAS de Água Tratada (EEAT) são as unidades implantadas
para fazer a adução da água tratada por recalque.
ambientais, universidades, setor produtivo e demais DE TRATAMENTO DE ÁGUAS E 5. Reservação Além disso, são instalados registros ao longo da rede
instituições afetas à questão; isso deverá ser propicia- 1. Manancial
do pelo PRONAR como forma de criar novas evidências
EFLUENTES PARA DESCARTE E (OU) de distribuição, para efetuarem manobras relaciona-
científicas que possam ser úteis ao Programa. REÚSO das ao direcionamento da água para determinados
bairros, zonas e localidades. Registros de descar-
6. Distribuição ga também são instalados para auxiliar na limpeza
DISPOSIÇÕES GERAIS DA RESOLUÇÃO 05/89 UNIDADES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
periódica das tubulações.
Fonte: Nova Concursos.
4 DISPOSIÇÕES GERAIS O Sistema de Abastecimento de Água para o con-
sumo humano (SAA) é definido pela Portaria GM/MS Manancial ETAPAS DO TRATAMENTO DE ÁGUA
I Compete ao IBAMA o gerenciamento do PRONAR.
II Compete ao IBAMA o apoio na formulação dos nº 888, de 4 de maio de 2021, como sendo uma insta-
Consiste na fonte da qual a água bruta é retirada. O Segundo Di Bernardo (1999), o sistema de trata-
lação composta por um conjunto de obras civis, mate-
MEIO AMBIENTE
turbilhonamento
Entrada areia e antracito, isto é, meio filtrante granular. Ambos
são classificados como filtros rápidos de fluxo descen-
Zona de
z Natureza do coagulante; de água
Fonte: Nova Concursos.
floculada
Zona de dente — a água decantada entra pela parte superior e
z Forma de aplicação desse produto químico; Zona de
decantação ascensão sai pela parte inferior após passar pelo meio poroso.
z Características das partículas que conferem cor e
Pré-Oxidação As figuras a seguir mostram as duas possibilidades
turbidez à água bruta; Zona de
mais usadas em ETAs que operam em ciclo completo.
z Alcalinidade, temperatura e potencial hidrogeniô- repouso
A fase de pré-oxidação consiste na adição de um Vejamos:
nico (pH) associados à água a ser tratada.
agente oxidante forte, capaz de oxidar a matéria orgâ-
Descarga de lodo
nica natural dissolvida de espécies inorgânicas, como Filtro Rápido Descendente em Camada Simples e
Floculação
ferro e manganês; remover sabor e odor pela oxidação Fonte: ARAGÃO, Alexander. Tratamento de água: etapas do sistema Fluxo Descendente
convencional. Disponível em <https://canteirodeengenharia.com.
química; melhorar a eficiência da coagulação e filtração;
Floculação é a aglutinação das partículas que br/2020/07/08/tratamento-de-agua/>. Acesso em: 30 set. 2021.
prevenir o crescimento de algas em decantadores e fil- foram desestabilizadas na etapa de coagulação. A
tros. Os três principais produtos não clorados utilizados unidade de tratamento denominada de floculador Decantador de Fluxo Vertical
para essa finalidade são: peróxido de hidrogênio (H2O2), promove, de forma lenta e gradual, o choque entre
permanganato de potássio (KMnO4) e o gás ozônio (O3). as partículas — à medida que elas vão, lentamente, Areia
Cumpre ressaltar que, quando a pré-oxidação é se chocando, os flocos vão sendo formados. A flocu- Camada Simples
empregada com produtos clorados, é denominada de Seixos
lação consiste, portanto, na composição de estruturas Água floculada
pré-cloração, podendo ser usados o cloro gás, o dióxi- suficientemente densas, capazes de sedimentar, por Entrada de à
do de cloro, o dicloroisocianurato de sódio, hipoclori- Res Fonte: Nova Concursos.
serem mais densas do que a massa líquida. Módulos Tubulares
to de cálcio, entre outros. Esse processo pode ocorrer de duas formas:
Filtro Rápido Descendente em Dupla Camada
MEIO AMBIENTE
hidráulica ou mecânica.
Coagulação Os floculadores hidráulicos são formados por chi- Manto de lodo (flocos)
canas, isto é, barreiras e compartimentos, responsáveis
Coagulação, segundo Howe (2016), é a desestabili- por promover o fluxo e o choque gradual das partículas
zação das forças repulsivas presentes nas partículas formadas a partir da coagulação. A velocidade (gradien- Lodo Antracito
dissolvidas, coloidais e em suspensão, que compõem Lodo
tes de velocidade) e o tempo em que a floculação come- Camada Dupla
as impurezas da água bruta. As forças de repulsão ça e termina são previamente estabelecidos por meio de Areia
Descarga
mantêm essas partículas afastadas uma das outras, projetos de engenharia, sendo determinantes na eficiên- Descarga
então a coagulação, ao desorganizar esse sistema, pos- cia dessa etapa do tratamento. Seixos
Fonte: ARAGÃO, Alexander. Tratamento de água: etapas do sistema
sibilita a posterior aglutinação das partículas a serem Por sua vez, os floculadores mecânicos funcionam convencional. Disponível em <https://canteirodeengenharia.com.
removidas da água in natura. a partir de turbinas verticais que giram através de 381 382 br/2020/07/08/tratamento-de-agua/>. Acesso em: 30 set. 2021. Fonte: Nova Concursos.
Diversas configurações são possíveis e aplicadas Ao adicionar cloro no meio aquoso, há formação Fluoretação Quimicamente, a acidez pode ser neutralizada, uti-
nos fluxogramas das unidades de tratamento, tais de, no mínimo, três espécies químicas que são consti- lizando uma base, como o Ca(OH)2 (hidróxido de cál-
como filtração por membranas (consegue reter micro- tuídas por frações, quais sejam: ácido clorídrico (HCl), A fluoretação, ou fluoração, é o processo de adição cio) e o NaOH (hidróxido de sódio), um sal de caráter
partículas, por apresentarem poros ainda menores); ácido hipocloroso (HClO) e íon hipoclorito (ClO-). Em de flúor na água. O mineral é adicionado por meio de básico, como o Na2CO3 (carbonato de sódio anidro) e o
filtração rápida de fluxo ascendente — no sentido opos- pH fortemente ácido, há predominância da fração produtos químicos, os quais formam o íon fluoreto ao Na2CO3.10H2O (carbonato de sódio hidratado) ou um
to ao da gravidade, como é o caso do tratamento usan- HCl; em pH levemente ácido, há maior formação do ser adicionado em água. Essa etapa tem como objetivo óxido básico, como o CaO (óxido de cálcio). Essas espé-
do filtro Russo (filtração em linha), no qual a floculação HClO; em pH básico, maior constituição do ClO-. fornecer baixas concentrações de flúor na água, auxi- cies químicas reagem de forma diferente, todavia,
ocorre na camada de seixos rolados na parte inferior O ácido hipocloroso apresenta-se mais eficiente liando na prevenção de cárie dentária, uma medida fornecem íons de caráter básico os quais neutralizam
dos filtros e a água filtrada obtida, na parte superior; na desinfecção. Isso ocorre, porque ele possui uma de saúde pública, prevista na Portaria do Ministério excessos de íons H+.
filtração lenta, que é utilizada para água com baixa cor estrutura química capaz de penetrar a estrutura celu- da Saúde, que traz os parâmetros de potabilidade da As análises físico-químicas são fundamentais para
e turbidez, e baixa vazão (pequenas demandas popu- lar dos microrganismos, eliminando ou inativando o água. o monitoramento do pH nas diversas etapas do tra-
lacionais); filtração direta, que dispensa a etapa de patógeno. É necessário o monitoramento da concentração tamento, possibilitando o controle da dosagem do
decantação — a massa líquida passa pelas etapas de O monitoramento da concentração de cloro resi- alcalinizante em função das necessidades relaciona-
de flúor na água tratada, uma vez que concentrações
coagulação e floculação, e segue para a filtração. dual livre e cloro combinado é fundamental no contro- das ao controle operacional da ETA e atendimento aos
elevadas são prejudiciais à saúde, tendo em vista o
le operacional do tratamento de água. A Portaria GM/ padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação
MS nº 888, de 2021, traz expresso o intervalo mínimo e potencial de causar a fluorose dentária, patologia que
Desinfecção vigente. Os nomes cal hidratada, barrilha e cal virgem
o VMP (Valor Máximo Permitido) para esse parâmetro amarela e enfraquece os dentes. Diante disso, a legis-
fazem parte da nomenclatura comercial dos produtos
em toda a extensão do sistema de distribuição (reserva- lação vigente estabelece um valor máximo permitido
Os processos físico-químicos abordados até aqui, químicos mencionados anteriormente.
tório e rede) e nos pontos de consumo. Vejamos: de 1,5 mg/L de F- (fluoreto).
apesar de eliminarem grande parte de microrganismos
Os principais produtos empregados são: ácido
patogênicos, não garantem a eliminação total desses
CONCENTRAÇÃO DE CLORO (MG/L) fluossilícico (H2SIF6), fluorsilicato de sódio (Na2SiF6)
agentes causadores de doenças de veiculação hídrica,
sobretudo a partir da ingestão da água. Nesta perspec-
e fluoreto de sódio (NaF), os quais podem ser comer- Importante!
Mínimo de cloro residual livre 0,2 cializados na forma sólida ou líquida. Quando comer-
tiva, a desinfecção constitui um processo químico fun- Os principais alcalinizantes usados no ajuste do
damental na destruição ou inativação de patógenos, cializados em formato sólido, são dissolvidos em água
Mínimo de dióxido de cloro 0,2 pH para a remoção de acidez são:
tais como bactérias, protozoários, vírus e vermes. em concentrações previamente estabelecidas.
� Base forte: Ca(OH)2 = hidróxido de cálcio = cal
No tratamento de água, a desinfecção ocorre após Mínimo de cloro combinado 2,0 O ácido fluossilícico tem sido bastante empregado
hidratada = cal apagada
a filtração, utilizando agentes químicos. Estes são nos processos de tratamento de água, sendo comercia-
Mínimo de cloro residual livre em carro-pipa 0,5 � Sal básico: Na2CO3 = carbonato de sódio =
denominados de desinfetantes, os quais podem ser lizado em bombonas líquidas de 60 kg, as quais arma-
barrilha
clorados e não clorados. Máximo permitido (VMP) 5,0 zenam a solução líquida do produto, geralmente na
� Oxido básico: CaO = óxido de cálcio = cal vir-
Quando a desinfecção é realizada por um produto concentração de 20% (m/m).
Fonte: Portaria GM/MS nº 888, de 2021. gem = cal viva
químico clorado, é denominada de cloração. Ao empre-
gar cloro na etapa inicial do tratamento, geralmente Correção do pH
antes da adição do coagulante, denomina-se de pré- Subprodutos da cloração, como trihalometanos
(THMs) e ácidos haloacéticos (HAAs), podem ser for- A correção do pH consiste em adicionar um alcali-
-cloração — é bastante comum a adição de cloro tanto
nessa etapa quanto na desinfecção (pós-filtração). mados, principalmente na pré-cloração. Esses sub- nizante fornecedor de íons OH-, para neutralizar íons
produtos, em concentrações acima do permitido pela H provenientes da hidrólise dos sais inorgânicos de
+
NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DO SOLO
Portaria GM/MS nº 888, podem ser prejudiciais à saú- caráter ácido usados como coagulantes. Trata-se de E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
AGENTES DA DESINFECÇÃO COMUNS de, tendo em vista seu potencial carcinogênico. O tri- um processo fundamental no controle de qualidade da
Cloro gás, hipoclorito de sódio, hipo- clorometano é um dos THMs possível de constituir um água. Conceito de Solo
Clorados clorito de cálcio, dicloroisocianurato subproduto nocivo à saúde humana. O VMP para os A equação a seguir ilustra, de forma simplificada, a
de sódio, dióxido de cloro THMs total é 0,1 mg/L e 0,08 mg/L para os HAAs total. reação de neutralização dos íons que conferem acidez O solo é um recurso fundamental para a agricultu-
Outros agentes desinfetantes são previstos na e basicidade ao meio aquoso. Vejamos:
Não clorados Ozônio, radiação UV ra e o ambiente. Este é constituído pelas fases sólida,
legislação brasileira e também são globalmente uti-
líquida e gasosa. A fase sólida é formada por material
lizados, tais como a desinfecção por ozônio (O3) e H+(aq) + OH-(aq) H2O(l) mineral e orgânico, sendo a proporção de cada um
radiação ultravioleta (UV). O ozônio possui elevado
Alguns fatores são determinantes para a eficiência desses componentes, variável de solo para solo.
potencial de oxidação e capacidade para penetrar a Em muitos sistemas de tratamento, o alcalinizante
da desinfecção. São eles: Um solo ideal para o desenvolvimento das plantas
parede celular da bactéria, caracterizando-se como é aplicado após a pré-oxidação e antes da coagulação,
um dos mais eficientes oxidantes. Apresenta como seria aquele que apresentasse: profundidade ade-
tendo como objetivo ajustar o pH para condições óti- quada ao armazenamento de água e ao crescimento
z Espécie e concentração do organismo a ser destruído; vantagem a não formação de subprodutos indesejá-
z Concentração do desinfetante; mas de floculação. Ainda, é adicionado na etapa final das raízes; ser composto por 45% de parte mineral,
veis, porém, como desvantagem, o fato de não deixar do tratamento, possibilitando a correção do pH, que
z Tempo de contato; residual, para reagir ao longo da rede de distribui- 5% de parte orgânica, 25% de parte gasosa e 25% de
z Características químicas e físicas da água, tais evita a distribuição de água fortemente ácida para a parte líquida; ter suprimento adequado de nutrientes,
ção, resultando um alto custo de implantação quando
como pH e temperatura; população e previne a corrosão de tubulações metáli- sem excesso de elementos tóxicos; textura média, boa
comparado à utilização do cloro.
z Grau de dispersão do desinfetante na água. cas presentes na rede de distribuição. estrutura para fácil movimento de ar, água e raízes, e
A Portaria GM/MS nº 888 prevê que, no caso da
ozonização (uso de ozônio) ou aplicação de radiação A seguir, são apresentados os principais alcalini- boa atividade biológica; friabilidade e boa drenagem.
De modo geral, o pH levemente ácido de 5 a 6,5 em UV, é necessário adição de uma certa quantidade de zantes utilizados nas estações de tratamento, confor-
temperatura de 25 ºC possui eficiência considerável cloro ou dióxido de cloro, com o fim de garantir o resi- me Di Bernardo (2011). Manejo do Solo
no processo de desinfecção. dual mínimo de cloro previsto.
MEIO AMBIENTE
A Portaria GM/MS nº 888, de 2021, na sua tabela A desinfecção via radiação UV possui como princi- O manejo, a proteção e uso do solo devem-se
do anexo 3, estabelece que, para uma concentração de pais vantagens: absorção da radiação UV incidente, não Cal hidratada Barrilha basear, primeiramente, no seu potencial produtivo.
cloro residual livre de 2,0 mg/L com pH da água em 6,0 sofre influência do pH, não deixa residual no sistema, Ca(OH)2 Na2CO3 Sendo que para um manejo adequado do solo é neces-
a 25 ºC, é necessário um tempo mínimo de contato de não formação de subprodutos indesejados, penetração sário considerar suas propriedades físicas (aeração,
5 (cinco) minutos, a fim de que ocorra a desinfecção. por toda lâmina d’água. Ela tem sido bastante aplica- retenção de água, compactação, estruturação), quí-
Por outro lado, com pH em 9,0 nas mesmas condições, da em sistemas de tratamento de esgotos domésticos e micas (reação do solo, disponibilidade de nutrientes,
é necessário um tempo mínimo de contato de 14 (qua- lagoas de maturação, as quais possuem baixa profun- interações entre estes) e biológicas (teor de matéria
torze) minutos. O aumento da temperatura eleva a efi- Cal virgem Hidróxido de sódio orgânica, respiração, biomassa de carbono, biomas-
didade, o que possibilita a penetração dos raios solares
CaO NaOH
ciência e, por consequência, diminui o tempo mínimo (luz ultravioleta) na lâmina d’agua e, consequentemen- sa de nitrogênio, taxa de colonização e espécies de
de contato necessário para desinfecção. te, a desinfecção do efluente em tratamento. 383 384 microrganismos).
Um bom manejo do solo é aquele que propicia boa z Porosidade do subsolo: a presença de argila no
produtividade no tempo presente e que, também, pos- solo diminui sua permeabilidade, não permitindo NOÇÕES DE GERENCIAMENTO E Importante!
sibilita a manutenção de sua fertilidade, garantindo a uma grande infiltração;
TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Logística reversa é o instrumento de desenvolvi-
produção agrícola no futuro. z Cobertura vegetal: um solo coberto por vegetação
Entre os fatores a considerar na escolha do sistema é mais permeável do que um solo desmatado; E DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS mento econômico e social caracterizado por um
z Inclinação do terreno: em declividades acentua- conjunto de ações, procedimentos e meios des-
de manejo do solo em um vinhedo estão a conservação
das a água corre mais rapidamente, diminuindo a No Brasil, o inciso XVI, do art. 3°, da Lei 12.305, de tinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
ou o aumento do teor e qualidade da matéria orgâni-
possibilidade de infiltração; 2010, define resíduos sólidos como: material, substân- resíduos sólidos ao setor empresarial para rea-
ca, a proteção do solo contra o impacto das gotas de
z Tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapida- cia, objeto ou bem descartado resultante de atividades proveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
chuva e a economia da água armazenada. humanas em sociedade, cuja destinação final se pro-
mente o solo, ao passo que chuvas finas e demora- produtivos, ou outra destinação final ambiental-
A matéria orgânica ou húmus do solo, desempenha cede, se propõe proceder ou está obrigado a proceder,
das têm mais tempo para se infiltrarem. mente adequada.
papel fundamental para as plantas e para o solo: atua nos estados sólido ou semissólido, bem como gases
como um cimento que faz a união entre as partículas Qualidade das Águas Subterrâneas contidos em recipientes e líquidos cujas particularida-
de solo, formando os agregados. Estes são importan- des tornem inviável o seu lançamento na rede pública MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
tes porque tornam o solo mais poroso, melhorando Durante o percurso no qual a água percola entre de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso
e aumentando a infiltração da água da chuva e da os poros do subsolo e das rochas, ocorre a depuração soluções técnicas ou economicamente inviáveis em O manejo de resíduos sólidos é um conjunto de
irrigação no perfil, e consequentemente, reduzindo a da mesma através de uma série de processos físi- face da melhor tecnologia disponível; ou seja, resíduo atividades relativas aos resíduos que fazem parte do
quantidade da água que vai com a enxurrada. co-químicos (troca iônica, decaimento radioativo, sólido é todo e qualquer rejeito de consumo e ativida- próprio gerenciamento. No Brasil é sempre encontra-
Os agregados estáveis também aumentam a resistên- remoção de sólidos em suspensão, neutralização de de humana. Em geral, estes resíduos são materiais de da junto aos serviços de limpeza urbana, como pode-
cia do solo ao impacto das gotas de chuva. Como resul- pH em meio poroso, entre outros) e bacteriológicos composições químicas diversas e a maior parte deles mos observar ainda na Lei 12.305:
tado, ele estará mais resistente aos processos erosivos. A (eliminação de microrganismos devido à ausência de são passíveis de reciclagem. Porém, se descartados de
forma incorreta, acabam em lixões e aterros sanitá- Art. 18 A elaboração de plano municipal de gestão
matéria orgânica é importante, também, para aumentar nutrientes e oxigênio que os viabilizem), que agindo
rios, gerando problemas. integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos
a capacidade de troca catiônica (CTC), que é a capacida- sobre a água, modificam as suas características adqui-
por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os
de que o solo tem de armazenar nutrientes para as plan- ridas anteriormente, tornando-a particularmente
Municípios terem acesso a recursos da União, ou por
tas, tais como: cálcio, potássio e magnésio. Além disso, a mais adequada ao consumo humano. GERENCIAMENTO RESÍDUOS SÓLIDOS
ela controlados, destinados a empreendimentos e
matéria orgânica é capaz de fornecer nitrogênio, fósforo Sendo assim, a composição química da água sub- serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo
terrânea é o resultado combinado da composição O gerenciamento de resíduos sólidos é um conjun- de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
e enxofre para a nutrição das plantas.
da água que adentra o solo e da evolução química to de procedimentos de planejamento, implementa- incentivos ou financiamentos de entidades federais de
O uso e a conservação de solos de maneira racional
influenciada diretamente pelas litologias atravessa- ção e gestão para reduzir a produção de resíduos e crédito ou fomento para tal finalidade.
são de fundamental importância para a manutenção
das, sendo que o teor de substâncias dissolvidas nas proporcionar coleta, armazenamento, tratamento,
da longevidade do sistema de produção agropecuário águas subterrâneas vai aumentando à medida que transporte e destino final adequado aos resíduos gera- O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é
e para a preservação do meio ambiente. Com relação prossegue no seu movimento. dos com o objetivo de criar soluções para os impactos um documento que lista e descreve as ações do mane-
ao uso e à conservação adequada dos solos do Brasil, o As águas subterrâneas apresentam algumas pro- ambientais. É por meio do plano de gerenciamen- jo dos resíduos sólidos, levando em conta suas carac-
sistema de plantio direto representa uma alternativa priedades que tornam o seu uso mais vantajoso em to que o lixo pode ser transformado em empregos e terísticas e riscos. Baseado na Política Nacional de
de manejo conservacionista, resultando no controle relação ao das águas dos rios: lucro. Essas soluções integram metodologia e tecno- Resíduos Sólidos, que trata da prevenção e da redu-
da erosão hídrica e na melhoria da qualidade do solo logia para atender as exigências legais para a dispo- ção na geração de resíduos com incentivo de consu-
e da água e, por não revolver o solo, favorece a manu- z São filtradas e purificadas naturalmente através sição final ambientalmente adequada dos resíduos. mo sustentável e um conjunto de instrumentos para
tenção e até o acúmulo da matéria orgânica do solo. da percolação, determinando excelente qualidade Estas exigências legais podem variar de acordo com fomentar o aumento de reutilização e reciclagem dos
e dispensando tratamentos prévios; as necessidades de cada município, estado ou país. resíduos sólidos e a destinação adequada dos rejei-
z Não ocupam espaço em superfície; Assim, é necessário fazer o levantamento gravimétri- tos quando não pode ser reciclado para fomentar o
Importante! z Sofrem menor influência nas variações climáticas; co, estudo que aponta a quantidade, gênero e quali- aumento de reutilização e reciclagem dos resíduos
z São passíveis de extração perto do local de uso; dade dos resíduos produzidos em cada localidade. A sólidos e a destinação adequada dos rejeitos quan-
A Resolução Conama n° 420, de 2009, estabelece z Possuem temperatura constante; partir desses dados, o profissional especializado vai do não pode ser reciclado ou reutilizado, garantin-
classes de qualidade de solos conforme a con- z Têm maior quantidade de reservas; desenhar o projeto com as soluções viáveis e neces- do a preservação do meio ambiente e da saúde da
centração de substâncias químicas. A classe 1 z Necessitam de custos menores como fonte de água; sárias. Estas soluções vão desde tratamento de efluen- população.
se refere a solos que apresentam concentrações z As suas reservas e captações não ocupam área tes líquidos até a reintrodução dos resíduos no ciclo
de substâncias químicas menores ou iguais ao superficial; produtivo. GERENCIAMENTO ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Valor de Referência de Qualidade (VRQ). O VRQ z Apresentam grande proteção contra agentes A gestão integrada de resíduos e gerenciamento
poluidores; de resíduos se complementam na lei brasileira. Dessa A água subterrânea é um componente importan-
representa a concentração de determinada subs-
z O uso do recurso aumenta a reserva e melhora a forma, torna eficaz o processo para redução de impac- te no abastecimento público e privado nas cidades
tância, que define a qualidade natural do solo. qualidade; tos ambientais promovendo equilíbrio econômico brasileiras, além de ser parte fundamental do ciclo
z Possibilitam a implantação de projetos de abaste- e social. Vejamos alguns importantes trechos da Lei hidrológico e, por essas razões, deveria ser sempre
cimento à medida da necessidade. 12.305, de 2010: considerada no manejo territorial e nos investimen-
Águas Subterrâneas
tos em infraestrutura.
Água subterrânea é toda a água que ocorre abai- Dica Art. 3° [...] Em todo o mundo as águas subterrâneas estão se
X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de tornando cada vez mais importantes, sendo fonte de
xo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou Você sabia que os principais contribuintes para ações exercidas, direta ou indiretamente, nas eta- abastecimento seguro para o uso doméstico, indus-
vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou o comprometimento da qualidade das águas pas de coleta, transporte, transbordo, tratamento trial e agrícola. No Brasil mais de 50% do abasteci-
as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e superficiais e subterrâneas incluem os efluentes e destinação final ambientalmente adequada dos mento público é feito por água subterrânea.
MEIO AMBIENTE
que sendo submetida à duas forças (de adesão e de domésticos, rurais e industriais. resíduos sólidos e disposição final ambientalmente Dentre as inúmeras vantagens desse recurso, des-
gravidade) desempenha um papel essencial na manu- adequada dos rejeitos, de acordo com plano muni-
taca-se: é uma fonte segura de água em períodos de
tenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e REFERÊNCIAS cipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou
seca, quando as águas superficiais ficam escassas; é
brejos. As águas subterrâneas cumprem uma fase do com plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
exigidos na forma desta Lei; menos vulnerável à contaminação; sua água é de
ciclo hidrológico, uma vez que constituem uma parce- Associação Brasileira de Águas Subterrâneas. excelente qualidade e na maioria dos casos dispensa
XI - gestão integrada de resíduos sólidos: con-
la da água precipitada. <https://www.abas.org/aguas-subterraneas-o-que- qualquer tipo de tratamento; e apresenta uma gigan-
junto de ações voltadas para a busca de soluções
Após a precipitação, parte das águas que atinge o -sao/>. Acesso em 07 dez. 21. para os resíduos sólidos, de forma a considerar as tesca capacidade de armazenamento.
solo se infiltra e percola no interior do subsolo, duran- Embrapa. <http://www.cpatsa.embrapa.br:8080/ dimensões política, econômica, ambiental, cultural Entretanto, a grande importância do recurso
te períodos de tempo extremamente variáveis, decor- sistema_producao/spuva/manejo.html>. Acesso e social, com controle social e sob a premissa do subterrâneo para o desenvolvimento social e econô-
rentes de muitos fatores: em 07 dez. 21. 385 386 desenvolvimento sustentável; mico da população contrasta com a deficiência no
conhecimento do potencial e o estágio de explotação subterrâneas e meteóricas, observadas as seguin- z Mineração; Características das espécies a serem plantadas:
dos aquíferos no país, o que nos coloca diante de gran- tes diretrizes: (...) z Uso intensivo do solo para fins agropecuários (her-
des desafios para a adequada gestão da água. III - Nas outorgas de direito de uso de águas subter- bicidas, salinização do solo, superpastejo etc.); Devem ser de fácil propagação;
De outra parte, o gerenciamento efetivo dos recur- râneas deverão ser considerados critérios que asse- z Queimadas consecutivas; Facilidade de se obter sementes;
sos hídricos subterrâneos pode ser comprometido gurem a gestão integrada das águas, visando evitar z Desmatamento. Facilidade de se propagar a semente;
com a crescente ilegalidade dos poços de captação de o comprometimento qualitativo e quantitativo dos Deve possuir crescimento rápido e fornecer
água. Essa ilegalidade implica em problemas associa- aquíferos e dos corpos de água superficiais a eles CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DEGRADADA cobertura ao solo.
dos à falta de sustentabilidade (ou superexplotação) interligados;
Deve ser uma boa fornecedora de matéria
das extrações de água subterrânea (sobretudo para Art. 4° No caso de aquíferos subjacentes a duas ou A área degradada apresenta algumas característi- orgânica para o solo.
uso no abastecimento público urbano); aos conflitos mais bacias hidrográficas, o SINGREH e os Siste- cas, como:
entre usuários, causando a perda do recurso e aumen- mas de Gerenciamento de Recursos Hídricos dos
Essas espécies podem ser plantadas através de
to dos custos de explotação; e à contaminação de aquí- Estados ou do Distrito Federal deverão promover a z Menor diversidade de espécies;
uniformização de diretrizes e critérios para coleta mudas ou plantadas por sementes diretamente no
feros pela degradação induzida pelo bombeamento z Ausência de estrutura vegetal;
dos dados e elaboração dos estudos hidrogeológi- campo. É interessante possui um viveiro onde possam
não planejado. z Ausência de solo;
cos necessários à identificação e caracterização da ser produzidas as mudas das espécies secundárias e
A gestão trata de princípios como a equidade e z Baixíssima ou ausente capacidade de regeneração
eficiência na alocação dos recursos hídricos, nos seus bacia hidrogeológica. natural. clímax, já que o ambiente degradado pode trazer difi-
serviços e na sua distribuição. Ela também prevê a Parágrafo único. Os Comitês de Bacia Hidrográfica culdades no estabelecimento das sementes.
administração da água com base em bacias hidrográ- envolvidos deverão buscar o intercâmbio e a siste- RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
ficas e a necessidade de abordagens de gestão integra- matização dos dados gerados para a perfeita carac-
da, suscitando, assim, a necessidade de equilibrar o terização da bacia hidrogeológica. Conforme o Ministério do Meio Ambiente, a recu-
uso da água entre as atividades socioeconômicas e o Art. 5° No caso dos aquíferos transfronteiriços ou peração de áreas degradadas está intimamente liga- NOÇÕES DE MONITORAMENTO
meio ambiente. subjacentes a duas ou mais Unidades da Federação, da à ciência da restauração ecológica. Restauração
Além disso, a gestão da água trata da formulação, o SINGREH promoverá a integração dos diversos ecológica é o processo de auxílio ao restabelecimento
DE AMBIENTES AQUÁTICOS E
estabelecimento e implementação de políticas de órgãos dos governos federal, estaduais e do Distrito de um ecossistema que foi degradado, danificado ou TERRESTRES
recursos hídricos, com base na legislação e nas insti- Federal, que têm competências no gerenciamento destruído.
tuições vigentes. O gerenciamento da água subterrânea de águas subterrâneas. Um ecossistema é considerado recuperado e res- CONCEITO
se distingue em vários aspectos daqueles observados § 2° Nos aquíferos transfronteiriços a aplicação taurado quando contém recursos bióticos e abióticos
para a água superficial. O grande problema que gesto- dos instrumentos da Política Nacional de Recursos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem Segundo a Agência Embrapa de Informação Tecno-
res públicos têm se deparado é que a água subterrânea, Hídricos dar-se-á em conformidade com as dispo- auxílio ou subsídios adicionais. lógica, o monitoramento ambiental é um processo de
devido a sua facilidade de acesso e uso com reduzidos sições constantes nos acordos celebrados entre a
coleta de dados, estudo e acompanhamento contínuo
investimentos iniciais e de operação, faz com que a União e os países vizinhos.
e sistemático das variáveis ambientais, com o objetivo
participação do usuário privado seja muito maior que Importante! de identificar e avaliar — qualitativa e quantitativa-
aquele observado nas águas superficiais. REFERÊNCIAS
A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, em seu mente — as condições dos recursos naturais em um
O controle, feito a partir de licenças de exploração, determinado momento, assim como as tendências ao
tem sido o modelo utilizado na Europa e na América AmbScience. <https://ambscience.com/o-que-e-ge- art. 2º, distingue, para seus fins, um ecossiste-
ma “recuperado” de um “restaurado” da seguinte longo do tempo. As variáveis sociais, econômicas e ins-
do Norte para o disciplinamento do uso do recurso. renciamento-de-residuos-solidos/>. Acesso em 09
dez. 21. forma: titucionais também são incluídas nesse tipo de estudo,
Assim, o sucesso do manejo está associado à capaci-
ANA. (Agência Nacional das Águas). Conjuntura Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, enten- já que exercem influências sobre o meio ambiente.
dade dos órgãos estatais, ao comprometimento da
dos recursos hídricos no Brasil. Informe 2012. de-se por: Com base nesses levantamentos, o monitoramen-
sociedade civil e do setor privado. Nesses países, é
ANA. Brasília. [...] to ambiental fornece informações sobre os fatores
clara a tradição e respeito pelo órgão fiscalizador e a
CONICELLI, P. B. e HIRATA, R. Novos paradigmas XIII - recuperação: restituição de um ecossis- que influem o estado de conservação, preservação,
presença do Estado não é meramente formal. Já em
países em desenvolvimento, os órgãos estatais estão na gestão das águas subterrâneas. XIX Congresso tema ou de uma população silvestre degradada degradação e recuperação ambiental da região estu-
se estruturando e a imposição por lei de mecanismos Brasileiro de Águas Subterrâneas. a uma condição não degradada, que pode ser dada. Além disso, subsidia medidas de planejamento,
de controle tradicional não tem surtido efeito, o que Virapuru Training Center. <https://virapuru.com/ diferente de sua condição original; controle, recuperação, preservação e conservação do
explica o grande número de poços ilegais. gerenciamento-de-residuos-solidos/>. Acesso em XIV - restauração: restituição de um ecossiste- ambiente em estudo, além de auxiliar na definição de
Experiências recentes na gestão das águas subter- 09 dez. 21. ma ou de uma população silvestre degradada o políticas ambientais.
râneas têm indicado que o gerenciamento desse recur- mais próximo possível da sua condição original. O monitoramento ambiental permite, ainda, com-
so terá mais sucesso quanto maior for a participação preender melhor a relação das ações do ser humano
do usuário. Somado a isso, outro importante aspecto é com o meio ambiente, bem como o resultado da atuação
que esse usuário tenha também acesso à informações NOÇÕES DE CARACTERIZAÇÃO Neste ponto, cabe elencarmos as observações das instituições por meio de planos, programas, proje-
adequadas dirigidas a ele para ser inserido no ciclo necessárias para se iniciar um projeto de recuperação tos, instrumentos legais e financeiros, capazes de man-
de gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos, E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS de áreas degradadas: ter as condições ideais dos recursos naturais (equilíbrio
uma vez que o conhecimento se transforma em cons- DEGRADADAS ecológico) ou recuperar áreas e sistemas específicos.
ciência e a conscientização por sua vez traz a ação que z Estudo dos remanescentes florestais dos locais a
gera conhecimento. Área degradada é aquela que, após um distúrbio, serem reflorestados (espécies nativas); IMPLANTAÇÃO
teve eliminados, juntamente com a vegetação, os seus z Levantamento das condições ambientais e as pos-
RESOLUÇÃO Nº 15, DE 11 DE JANEIRO DE 2001 - meios de regeneração bióticos e apresenta baixa capaci- síveis causas da degradação (uso de defensivos A Agência Embrapa de Informação Tecnológica
CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS dade de voltar ao seu estado anterior. É, portanto, uma agrícolas, queimadas, passagem de gado etc.);
expõe as formas de implantação de atividades de moni-
z Escolha do modelo de recuperação, de acordo com
MEIO AMBIENTE
área que perdeu toda ou boa parte da sua capacidade toramento ambiental e ressalta a necessidade de uma
Vejamos pontos importantes dessa Resolução: os objetivos e características locais: plantio em
produtiva, reduzindo a quantidade e a qualidade da seleção prévia de indicadores que expressem as condi-
linhas, alternado, sistemas agroflorestais;
capacidade atual e futura do solo para produção vegetal. ções qualitativas ou quantitativas do que será medido e
Art. 2° Na formulação de diretrizes para a imple- z Escolha das espécies a serem plantadas, tendo
Após sofrer distúrbios intensos, a área degradada como base as características da vegetação origi- avaliado. Esses parâmetros devem descrever, de forma
mentação da Política Nacional de Recursos Hídri-
não possui meios de regeneração natural. Isso indica nal, no modelo de reflorestamento escolhido e nas compreensível e significativa, os seguintes aspectos:
cos deverá ser considerada a interdependência das
que as ações do ser humano modificaram o ecossiste- características locais do ambiente (se é mata ciliar
águas superficiais, subterrâneas e meteóricas.
Art. 3° Na implementação dos instrumentos da ma de tal maneira, que os mecanismos naturais são ou não, se a área é sujeita a alagamentos etc.). Num z O estado e as tendências dos recursos ambientais;
Política Nacional de Recursos Hídricos deverão perdidos e, por isso, há necessidade de nova interven- primeiro momento, as espécies devem possuir z A situação socioeconômica da área em estudo;
ser incorporadas medidas que assegurem a pro- ção humana para a reversão do quadro. resistência ao ambiente degradado, além de serem z O desempenho de instituições para o cumprimen-
moção da gestão integrada das águas superficiais, A degradação pode ser fruto de: 387 388 adaptadas ao clima da região. to de suas atribuições.
A escolha dos indicadores depende dos seguintes melhoria e recuperação da qualidade ambiental, asse- Como consequência desses processos, podemos áreas dispersas. De acordo com a Lei nº 9.985, de 18
fatores: gurando um desenvolvimento sustentável ao país. observar os mais diversos efeitos: a erosão que atinge de julho de 2020, os corredores ecológicos podem ser
Segundo a PNMA, entende-se por meio ambiente o as áreas de rios, córregos, lagos e outros reservatórios definidos como:
z Objetivos do monitoramento; conjunto de condições, leis, influências e interações de de água, sejam eles superficiais ou subterrâneos; a
z O que será monitorado; ordem física, química e biológica, que permite, abriga prática da agricultura e da pecuária de forma intensi- “Porções de ecossistemas naturais ou seminaturais,
z Informações que se pretende obter. e rege a vida em todas as suas formas. Ainda, enten- va. Essas atividades têm como consequências a perda ligando unidades de conservação, que possibilitam
de-se por degradação da qualidade ambiental a alte- de recursos hídricos ou até mesmo alterações climáti- entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota,
MONITORAMENTO AMBIENTAL DOS BIOMAS ração adversa das características do meio ambiente. cas provocadas pela perda de áreas naturais ou pela facilitando a dispersão de espécies e a recoloniza-
Desta forma, o monitoramento ambiental é uma grande quantidade de poluentes emitidos e lançados ção de áreas degradadas, bem como a manutenção
BRASILEIROS
das ferramentas mais importantes para a gestão e na atmosfera. Dessa forma, fica evidente o impacto da de populações que demandam para sua sobrevivên-
acompanhamento da qualidade ambiental, dada a natureza sobre a sociedade. cia áreas com extensão maior do que aquela das
O monitoramento da cobertura florestal é uma fer- Como forma de combater os impactos provocados
importância em avaliar os impactos das ações huma- unidades individuais.”
ramenta indispensável aos países que adotam políticas no meio natural por ações antrópicas (do homem),
públicas para a conservação e preservação de suas flo- nas ou, até mesmo, as transformações naturais sobre
surgem vários movimentos sociais e ativistas. No Os seres humanos são causadores de grandes
restas. Desde 1988, a cobertura florestal na Amazônia o meio ambiente.
atual momento do sistema capitalista, os efeitos estão danos ao ambiente natural, por exemplo, a fragmen-
brasileira vem sendo monitorada pelo Instituto Nacio- mais intensos, o que promove preocupações com a
nal de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao tação de habitats anteriores contínuos. Essa fragmen-
problemática ambiental, dentre as quais podemos
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). tação isola plantas e animais nesses ecossistemas,
citar o agravamento do efeito estufa, o aquecimento
podendo até causar a morte de espécies locais. É para
O monitoramento ambiental nos demais biomas NOÇÕES DE ECONOMIA AMBIENTAL global, a poluição e os problemas ambientais urbanos,
esses casos que surge o corredor ecológico, conectan-
começou a ser realizado por meio de projetos, tendo entre outros tipos de impactos ambientais.
sido iniciado em 2002 com o levantamento da cober- Dessa forma, a humanidade precisa desenvolver do duas áreas dispersas e permitindo que animais e
BENEFÍCIOS DA POLÍTICA AMBIENTAL E sementes de plantas possam ter livre circulação.
tura vegetal e uso do solo pelo Projeto de Conserva- AVALIAÇÃO DE USO DE RECURSOS NATURAIS técnicas sustentáveis para um melhor aproveitamento
ção e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica desses recursos naturais, ao invés de extrair todos os Os corredores ecológicos são uma forma de com-
Brasileira. Em 2008, o Ministério do Meio Ambiente recursos de forma indiscriminada, provocando o agra- pensar o impacto negativo do homem sobre o meio
A humanidade, desde a pré-história, realiza a trans- ambiente, garantindo a interligação de áreas disper-
(MMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e vamento da questão ambiental. Cada vez mais é neces-
formação do meio natural em que vive. Nos primórdios, sas. Plantas e animais são diretamente afetados pela
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) firmaram sário discutir ações sustentáveis; só assim será possível
os povos do mundo eram nômades e deslocavam-se cons- fragmentação ambiental. Os animais são impedidos
acordo de cooperação para a realização do Projeto de garantir a preservação e a utilização dos recursos natu-
tantemente de um local para outro na busca de alimen- de se moverem livremente sobre uma grande área,
Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasi- rais para as próximas gerações, e esse é o maior desafio
tos e de locais seguros para a moradia e sobrevivência. para os indivíduos do mundo contemporâneo.
leiros por Satélite (PMDBBS), que contou com o apoio sendo necessário percorrer um ambiente sem seu
Com o desenvolvimento de técnicas para cultivo de A proteção do solo e dos recursos naturais pode ser
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi- habitat natural para chegar a outro fragmento.
vegetais e frutos, além do processo de domesticação, definida como uma série de atividades com múltiplos
mento (PNUD). Esse programa teve como objetivo o As plantas também são danificadas porque sua
confinamento e criação de animais, a agricultura e a significados. Trata-se de uma relação entre as pessoas
monitoramento sistemático da cobertura vegetal do reprodução é danificada. Por exemplo, a polinização
pecuária desenvolveram-se, o que permitiu a sedenta- e o meio ambiente, com o objetivo de reduzir o impac-
Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, e a dispersão de sementes podem não ocorrer, o que
rização dos grupos humanos; ou seja, os homens pude- to ambiental causado pela ocupação e uso do solo.
a fim de quantificar desmatamentos de áreas com torna difícil para a espécie se espalhar para outras
ram se fixar em determinados locais, dando início ao As unidades de conservação (UCs) são áreas naturais
vegetação nativa, para embasar ações e políticas de áreas. Além disso, com o tempo, a fragmentação pode
processo de formação das primeiras civilizações. criadas e protegidas por autoridades públicas, munici-
prevenção e controle de desmatamentos ilegais nes- levar ao surgimento de subgrupos.
Com o passar dos séculos, houve o desenvolvimen- pais, estaduais e federais. São regulamentados pela Lei
ses biomas, além de subsidiar políticas públicas de O desmatamento pode levar à fragmentação
to de técnicas cada vez mais avançadas que não só nº 9.985, de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de
conservação da biodiversidade e de mitigação da ambiental, fazendo com que ambientes anteriormen-
garantiram as necessidades de suas populações, mas Unidades Protegidas (SNUC). De acordo com a definição
mudança do clima. te contínuos apareçam em manchas. Ao conectar essas
também que os seres humanos pudessem exercer do SNUC, uma reserva natural refere-se ao espaço ter-
Entendendo a importância do monitoramento ritorial e aos recursos ambientais com características áreas dispersas, os corredores permitem a transferên-
poder e domínio sobre outros territórios. As técnicas
sistemático da cobertura florestal para as ações de tornaram-se cada vez mais complexas, mas sem dei- naturais estipuladas pelo governo por lei, incluindo as cia de sementes, animais e plantas. Essa transferên-
combate e prevenção do desmatamento, o Ministério xarem de lado o ponto principal desde o surgimento águas jurisdicionais com características naturais rele- cia é essencial para fornecer o fluxo gênico entre as
do Meio Ambiente instituiu o Programa de Monito- dos primeiros aglomerados humanos: a capacidade vantes. Devem ser aplicados os objetivos de proteção e espécies (o movimento dos genes de uma população
ramento Ambiental dos Biomas Brasileiros (PMABB), de utilizar e transformar a natureza. o âmbito limitado das medidas de proteção. para outra). Além disso, corredores ecológicos podem
por meio da Portaria nº 365, de 27 de novembro de Assim, podemos afirmar que o espaço geográfico Existem várias UCs e são permitidos em suas ajudar a recolonizar áreas degradadas.
2015. – resultado das ações e das atividades humanas – está regiões diferentes nomes, diretrizes, finalidades e A zona ecoeconômica (ZEE), também conhecida como
sempre sendo produzido e transformado pela socie- tipos de atividades. De acordo com suas característi- zona ambiental, visa alcançar o desenvolvimento susten-
dade em diferentes momentos da História. Existe um cas e finalidades, são divididas em dois tipos: unida- tável, adaptando o desenvolvimento social e econômico à
Importante! vínculo entre natureza e ação humana, ou seja, entre des de proteção geral e unidades de uso sustentável. proteção ambiental. Esse mecanismo de gestão ambien-
O primeiro tem padrões mais rígidos e se concentra tal inclui a delimitação de áreas ambientais e a atribuição
o espaço natural e o espaço geográfico.
O Projeto de Monitoramento da Floresta Amazô- mais na pesquisa e proteção da biodiversidade. Entre de usos e atividades compatíveis com base nas caracte-
Podemos citar como exemplos dessas ações o pro-
nica Brasileira por Satélite (Prodes) foi o primeiro eles, exceto em certas circunstâncias estipuladas por rísticas (potencialidades e limitações) de cada área. Seu
cesso de extração de matérias-primas do meio ambien-
sistema a ser implantado e foi responsável pela lei, apenas o uso indireto de seus recursos naturais é objetivo é o uso sustentável dos recursos naturais e o
te ou a retirada de matas e florestas para o cultivo de
produção da série histórica da taxa de desma- permitido. A Unidade de Utilização Sustentável está equilíbrio dos ecossistemas existentes. Portanto, a zona
alimentos ou matérias-primas que serão posteriormen- mais voltada para visitas e atividades educacionais e
tamento na Amazônia Legal. A qualidade dos te utilizadas na produção de mercadorias diversas. econômica exclusiva deve ser baseada em uma análise
o uso sustentável de recursos. Seu objetivo é adaptar
dados apresentados pelo Prodes possibilitou a O processo de extração mineral é considerado um detalhada e abrangente da área, levando em considera-
a proteção da natureza ao uso sustentável de alguns
elaboração de um nível de referência de emis- exemplo das diferentes maneiras pelas quais os seres ção o impacto do comportamento humano e a capacida-
recursos naturais.
sões de gases de efeito estufa pelo setor flores- humanos transformam e modificam o ambiente em Corredores ecológicos fazem parte do ecossistema, de de suporte ao meio ambiente.
tal brasileiro, o que possibilitou a captação de que vivem, o processo de apropriação da natureza Com base nessa análise, propõe-se orientações
MEIO AMBIENTE
desenvolve a partir da troca social, do convívio, do que para pensar sociologicamente, Carolina pode ter um
crescimento econômico zero, segundo a qual todas rais, possui terra com boa qualidade para a agricultu-
costumamos chamar de “socialização”. comportamento diferenciado e por isso despertar a
as nações do mundo deveriam pausar seus modelos ra, dando força ao agronegócio, tanto para o consumo Agora é importante pensarmos que não tratamos sensação de ruptura com o velho para o novo, mas as
produtivos com o objetivo de amenizar os efeitos das nacional quanto internacional. A água é uma das então de uma “socialização” apenas, mas várias for- sociedades vão mudando tempo todo e cada mudança
ações antrópicas sobre o meio ambiente. principais, e o Brasil tem 12% das águas superficiais mas de socializações. Isso explica por que existe tanta é fruto de um processo social, sendo esse o alvo das
Essa proposta foi recusada tanto pelas nações disponíveis no planeta. Além disso, 90% do território diversidade cultural, por que a formação do compor- perguntas sociológicas.
pobres quanto pelas ricas. A discussão ambiental tamento dos indivíduos está fortemente ligada às Outro autor muito conhecido na disciplina, Pier-
recebe regularmente chuvas e temos uma das maio-
avança na década seguinte em especial após a minis- experiências sociais que temos. re Bourdieu, também nos ajuda a pensar a tarefa da
tra norueguesa Gro Harlem Brundtland organizar o res reservas de água doce do mundo. As florestas bra- Cristina Costa nos explica também que a cultu- sociologia. Bourdieu afirma que a sociologia tem como
relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente sileiras também têm uma grande biodiversidade em ra humana se dá pela capacidade dos indivíduos de tarefa “revelar o que está escondido”. Ou seja, a socio-
e Desenvolvimento (1987). muitas partes do território. 391 392 organizar, comunicar e compartilhar para o grupo, logia como uma ciência da sociedade não tem como
objetivo discutir obviedades, mas em analisar as rela- samba”. Muitas pessoas de fora se dizem surpreen- que ocorre o que é chamado na sociologia de “sociali- exercem uma função importante ao prepararem os
ções sociais como processos que envolvem questões didas quando percebem que nem todo mundo que é zação primária”. É ali que este bebê vai receber os pri- indivíduos para conviverem em sociedade.
econômicas, políticas e culturais. Isso vai desde discutir brasileiro gosta de samba ou sabe sambar. meiros aprendizados sobre a vida, falados ou por ele
as políticas econômicas entre os países até quais são os Ao contrário do senso comum, a sociologia anali- observado. O modo como as pessoas se vestem, como Conceitualização de Cultura e Contexto
alimentos que encontramos tipicamente nas cafeterias sa as relações sociais detalhadamente para responder chamam as coisas, quem cozinha, horários, o que
brasileiras. Isso quer dizer que a pergunta sociológica questões e não generaliza o comportamento para toda se come, como ele é chamado e como se chamam as Há uma grande confusão quando se debate o que
não está apenas em descrever algum aspecto do coti- a sociedade. Desse modo, o que mostramos aqui nes- outras pessoas. É na experiência do dia a dia que essa seja cultura, o que tende a levar a questionamentos
diano, mas compreender como ele se dá e quais são as te primeiro tópico da apostila não é que nossos com- criança vai aprendendo sobre o mundo, os valores e sobre quem tem cultura ou não, ou mesmo sobre
normas e valores sociais que aprendemos que tornam portamentos são pré-determinados e que agiremos regras, ela vai internalizando tudo isso e elaborando quem possui mais ou menos cultura ou qual cultura
possível que esse fenômeno aconteça. suas emoções e comportamentos. Aspectos como ren-
de forma igual. O que a sociologia faz, na verdade, é é a melhor. Essas discussões, em torno de noções do
O quadrinho abaixo nos ajuda na atividade de ima- da da família, composição familiar, valores religiosos
elaborar questões sobre as relações sociais e, a partir senso comum, buscam retratar a ideia do que seja cul-
ginar o que iremos estudar aqui nessa apostila como ou não, estrutura do ambiente etc. Tudo isso compõe
de uma observação detalhada tanto da relação quan- tura como educação escolar, como diplomas univer-
um óculo que possui lentes que nos possibilitam olhar o “contexto social” que irá influenciar na socialização
o mundo de outras formas. Pensar nessas teorias nos to suas trajetórias históricas e social, elaborar teorias sitários ou mesmo como aquilo que é valorizado em
(ou novas lentes) para olharmos esses fenômenos. primária. Essa primeira experiência é formada, por- dada sociedade. Para se desvencilhar dessa confusão
ajuda deste modo nos ajuda a compreender melhor a tanto, pelos indivíduos que cercam essa criança e o
tarefa da sociologia em nos possibilitar olhar as rela- e compreender melhor o que é cultura será necessário
A Socialização dos Indivíduos: a Internalização das contexto social deles e esse é o único mundo que exis- resgatar a primeira definição do conceito e seu con-
ções que temos com o nosso entorno como algo cons-
Regras Sociais e a Reprodução te, então não há muita divergência. texto histórico. E posteriormente pensar outras defi-
truído desde que nascemos até o final da vida. Mas
A segunda fase desse processo é a chamada “socia- nições mais recentes.
também possibilita que pensemos como o pensamen-
lização secundária”, que seria o contado do indivíduo A primeira definição de cultura data do século
to social vem mudando e como essas “lentes” dos ócu- Como vimos no primeiro capítulo, um dos consen-
com outras possibilidades de mundo, outras visões XIX e foi formulada pelo Inglês Edward Burnett Tylor
los também mudam, o que faz com que possamos ver sos nas ciências humanas é que o comportamento dos
uma determinada coisa sobre outros pontos de vistas. que podem divergir do mundo apresentado a ele na
indivíduos é social e não natural. Ou seja, aprendemos (1832-1917), em uma tentativa de classificar as diver-
socialização primária. Nela ele irá perceber outros
a viver em sociedade de acordo com a experiência que sas sociedades em que os povos europeus haviam
tipos de relação, outros tipos de família, outros modos
vamos vivenciando desde o nascimento. Esse apren- estabelecido contato, sobretudo, nos empreendimen-
de se comportar, modos de falar que são distintos do
dizado é o que chamamos na sociologia (e em outras tos coloniais que se seguiam desde o século XV. O
que ele aprendeu em um primeiro momento.
ciências também) de “socialização”. conceito formulado por Tylor definiu Cultura como:
Para pensarmos nesse processo social, vamos ima- “todo complexo que inclui conhecimentos, cren-
Indivíduos e Instituições Sociais
ginar uma pessoa que vive no Brasil e que não con- ças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras
some muito conteúdo sobre cultura internacional capacidades e hábitos adquiridos como membro
Voltando para questão chave desse capítulo “O que
e, de repente, decide ir para Hong Kong. Apesar de da sociedade” (LARAIA, 2006, p. 25). Nessa definição,
permite o indivíduo viver em sociedade?”, foi possível
vivermos em um mundo globalizado onde o compar- a cultura passa a ser compreendida como esse conjun-
perceber que a socialização é um fator fundamental
tilhamento de cultura entre os países é muito rápido to que representa uma totalidade da vida humana em
para a existência em sociedade. É a partir da sociali-
(tecnologias, alimentação, produtos de higiene) de sociedade, sendo adquirida no processo de aprendi-
zação que os indivíduos vão aprendendo comporta-
modo que encontremos bastante coisas em comum, há zado. A definição de Tylor realiza um afastamento do
mentos, cultura, perspectivas de vida etc. Além disso,
singularidades nos lugares. Uma delas, e que tem local conceito de cultura e o de natureza.
ela é contínua. Ou seja, ela se inicia quando o indiví-
de destacada importância, é a linguagem. Habilidade Ao afastar a ideia de cultura da natureza, a defi-
duo nasce e só acaba quando ele morre. Desse modo, a
essa que vamos aprendendo desde que nascemos e nição de cultura elaborada por Tylor também esta-
socialização acontece em todos os ambientes aos quais
que usamos sempre que queremos nos comunicar temos acesso como a família, a escola, o trabalho etc. beleceu o objeto de conhecimento e estudos da
com outro alguém. Esses espaços de socialização aos quais o indivíduo Antropologia, uma ciência que surge por conta da
Neste caso, ele teria que anteriormente aprender a pertence simultaneamente chamamos de “instituições busca por compreender aquilo que seria comum ao
linguagem para que conseguisse participar de forma sociais” e são essas instituições que irão estabelecer homem. Esse primeiro conceito poderia ser pensado
ativa das trocas culturais do novo país, compartilhan- regras que buscam colocar limites nos comportamen- com um marco para os estudos das culturas em sua
do assim dos significados que aqueles indivíduos atri- tos que são ou não aceitáveis. Se pensarmos, por exem- diversidade. No entanto, ao pensar a cultura, os pri-
buem às relações do cotidiano e aos objetos. plo, na criança que tem na família o seu primeiro local meiros antropólogos, influenciados pelo Darwinismo
Esse processo de “socialização” foi investigado por de socialização, a “instituição familiar” será respon- e pelas perspectivas coloniais da época, classificaram
diversos autores/autoras dentro da sociologia e aqui sável por introduzir algumas regras sociais, compor- as distintas sociedades em etapas evolutivas, naquilo
iremos destacar alguns para que possamos compreen- tamentos que são julgados como adequados ou não. que ficou conhecido como evolucionismo cultural.
der como ele se dá. Essa delimitação de regras vai variar de ambiente para Segundo essa corrente de pensamento, todas as
A primeira questão, que já vimos no primeiro tópi- ambiente, dependendo do contexto social que essa sociedades percorriam um caminho unilinear, ou
co da apostila, é que a realidade é construída social- família pertence. Por exemplo: o ato de falar alto pode seja, um único caminho. Sendo assim, o que dife-
mente pelos indivíduos, que vão incorporando seus ser completamente recriminado em uma casa, enquan- renciava as sociedades outras (não-europeias) das
significados e gerando novos a partir da experiência to em outra é algo habitual entre os familiares. sociedades europeias era a etapa evolutiva. Essa con-
social. Ora, como vimos no exemplo acima, precisa- Desse modo, as instituições sociais têm a função de cepção evolucionista surgiu na superação do determi-
Diferença entre a Sociologia e o Senso Comum mos de trocas com outros indivíduos para que com- criar uma “margem” que irá delimitar e buscar con- nismo biológico, que compreendia que as diferenças
partilhemos e formemos sentidos sobre o mundo trolar quais são os comportamentos aceitos e quais culturais eram resultado de determinações biológicas
Você deve estar se perguntando: se é para pensar em que estamos inseridos, nossas reflexões sobre o são considerados errados. Apesar dessa busca por e geográficas. Em outras palavras, o evolucionismo
outros pontos de vistas, é só conversar com outras pes- mundo, nossos comportamento, nosso modo de ves- controle ou da tentativa de limitar os comportamen- representou a superação das ideias que os comporta-
soas e pronto. Porém, a sociologia é mais complexa que tir, tudo isso é formado a partir da nossa troca com tos, isso não quer dizer que as ações dos indivíduos mentos e práticas humanos eram atos determinados
outras pessoas. Pensando nisso podemos pensar tam- sejam pré-determinadas e que não haja escolha por pela natureza, pelas caraterísticas físicas e pelo clima.
MEIO AMBIENTE
que meninas e meninos recebem a partir do momen- atua. Pensemos em uma criança cuja família tem uma
to em que nascem, lá na socialização primária que renda baixa e vive na baixada fluminense e, em con-
vimos aqui no início da apostila. É muito comum que trapartida, uma criança que vive no centro de São
Fonte: http://contextoshistoricos.blogspot.com/2012/04/saiba-mais-sobre-karl-marx.html
nas lojas de brinquedos haja uma separação entre o
Paulo com uma família de renda alta e que atua como
setor de brinquedos para meninas e outro para meni-
Gênero atriz em uma novela. Apesar de viverem no mesmo
nos. Nessa separação, como na ilustração acima, os
produtos voltados para o público feminino geralmen- contexto histórico a situação papável, o que veem, o
Como terceiro elemento para pensarmos os marcadores sociais da diferença elencamos aqui o gênero. Assim te são relacionados ao cuidado (culinária, bebês) ou que comem, o tipo de escola que frequentam e cultu-
como nos outros marcadores sociais da diferença, o gênero é uma categoria construída que interfere diretamente até mesmo para o embelezamento, enquanto os pro- ra que tem acesso provavelmente são muito distintos,
no modo como as relações sociais são constituídas. Abordaremos aqui, então, alguns teóricos e teóricas que se dutos voltados para o público masculino geralmente fazendo com que a experiência de vida seja também
dedicaram a estudar como as noções de gênero interferem nas dinâmicas sociais. 397 398 estão relacionados a esportes, aventuras, lutas etc. muito diferente.
O estrangeiro do ponto de vista sociológico Assim, há grupos que optam por abdicar de suas Willems (id) definiu como marginalidade cultural Dica
sociedades e comunidades de origem e passam a viver a falta de pertencimento completo a um sistema cultu-
O sociólogo Alemão Georg Simmel (1983), analisou em lugares e com pessoas que até então eram tidos ral, algo que decorre de uma assimilação incompleta. O longa-metragem Central do Brasil (1998),
sob uma perspectiva sociológica um tipo de interação como estranhos, e isso não precisa ser necessariamen- Segundo o antropólogo, a assimilação parcial de uma dirigido por Walter Salles retrata a vida de uma
social específica que foi denominada de estrangeiro. te uma migração de Estado-nação, podendo acontecer nova cultura e a preservação também parcial da cul- professora que ganha a vida escrevendo cartas
O estrangeiro é um tipo de interação, sobre a qual o a partir de uma migração interna, na qual os indiví- tura de origem cria conflitos na constituição da per- para pessoas analfabetas às suas famílias, sem
distanciamento e a proximidade se organizam nas duos migram de municípios, estados ou regiões. sonalidade do indivíduo. As formas de pensar e agir mesmo enviar as cartas. Até que um dia um filho
relações do indivíduo com o grupo. E embora os motivos dessas mudanças sejam os de sua cliente fica sozinho depois que a mãe é
preservam traços de ambas as culturas, que por sua
De tal modo, estrangeiro não assume o sentido mais diversos, há como questão proeminente nesses morta em um atropelamento. Depois de relutar
vez podem ser contraditórios e gerar conflitos de per-
de um inimigo e não tem qualquer valoração nega- deslocamentos o desenraizamento da realidade cultu- para ficar com o menino, ela então compra uma
tiva, caracterizando como um modelo para pensar sonalidade, produzindo uma falta de pertencimento
ral de origem, seja nos casos das migrações forçadas completo a qualquer uma das duas culturas. passagem para levá-lo para procurar o pai no
as relações de distanciamento e proximidade. Essas ou mesmo naqueles em que a mudança é uma opção. Nordeste. Como pano de fundo, o filme aborda
características não são vistas como individualizas, Enquanto a assimilação é compreendida enquanto
Com isso, pensar o tema da diversidade permeado incorporação de um novo sistema cultural a persona- o fluxo de pessoas da região nordeste em bus-
mas como parte de uma forma de ser que é genérica.
pelas migrações é ter em vista que migrar não pode
lidade dos indivíduos, se constituindo enquanto uma ca de oportunidades na região sudeste mais
Sendo assim, qualquer um pode assumir ou assume o
papel de estrangeiro, uma vez que ser o estrangeiro é
ser percebido como um passeio pelo bairro vizinho.
questão subjetiva de incorporação de novos padrões urbanizada, colocando em evidência diversidade
fazer parte de um grupo tendo sua posição definida O desenraizamento do sistema cultural do indivíduo regional e nacional e a desigualdade de oportu-
culturais, já a aculturação é compreendia enquanto
em uma forma genérica e não pessoalizada. O estran- que migra e os choques culturais que decorrem dessas nidades no país.
uma mudança na configuração cultural por meio do
geiro, assim, é concebido como aquele que: novas relações entre grupos, muitas vezes se reflete
contato contínuo e frequente entre duas ou mais cul-
em sofrimento psíquico, na falta de pertencimento e Conceitualizando a Cidadania
turas. A aculturação é um processo de mudança cultu-
Fixou-se em um grupo espacial particular, ou em na sensação de um não-lugar cultural.
O fenômeno das migrações não é novo, mas os ral em termos do mundo objetivo, sendo a assimilação
um grupo cujos limites são semelhantes aos limites O sociólogo inglês Thomas Humphrey Marshall
espaciais. Mas sua posição no grupo é determina- termos que definem os processos migratórios estão um processo complementar e subjetivo.
(1893-1981), será um dos principais autores a se
da, essencialmente, pelo fato de não ter pertencido delimitados em contornos históricos. Etimologica- Em síntese, as mudanças decorrentes do contato debruçarem sobre o conceito de cidadania. Marshall
a ele desde o começo, pelo fato de ter introduzido mente, a palavra imigrar decorre da junção de Migra- entre grupos e indivíduos de diferentes culturas se divide o conceito em três partes ou elementos, sendo:
qualidades que não se originaram nem poderiam se re (enquanto mudar de residência/condição) + in dão de forma expressiva na personalidade dos indi- civil, político e social.
originar no próprio grupo. (SIMMEL, 1983) (para dentro). Nesse sentido, imigrante é aquele que víduos, que ao assimilarem os valores de uma nova O primeiro elemento é constituído pelos direitos
adentra em um território e nele permanece. Emigrar, cultura modificam suas atitudes para se adequar às necessários às liberdades individuais, que consistem
O estrangeiro se caracteriza a partir daquilo que por sua vez, é a realização do movimento oposto, de novas expectativas de comportamentos. Por outro no direito à propriedade, liberdade de imprensa,
é geral, sem preservar necessariamente laços orgâni- saída de determinado território. Essas definições de lado, a aculturação está ligada à materialização das liberdade de ir e vir, pensamento e fé e o direito à jus-
cos. Ele é um intruso, na condição de distante, e ao modificações culturais e por isso é pensada como uma tiça. As instituições relacionadas com os direitos civis
imigração e emigração tem o sentido diretamente
mesmo tempo faz parte do grupo, estabelecendo cer- são principalmente os tribunais de justiça. Um marco
relacionado à ideia de Estado-Nação e a delimitação mudança em termos objetivos.
ta proximidade. A relação estabelecida na forma de importante da história que irá influenciar a conquista
de fronteiras nacionais.
estrangeiro é objetiva, pois há um distanciamento. No
Por sua vez, migrante passa a caracterizar todo A diversidade Nacional e Regional desses direitos será o advento das ideias iluministas,
entanto, esse tipo de interação não deixa de pressupor
aquele que se desloca e movimenta, a partir de fron- que preconiza o homem e reconhece este como porta-
um envolvimento do indivíduo com o grupo.
teiras nacionais, mas também internamente nos ter- A diversidade na sociedade brasileira sempre dor de direitos.
ritórios nacionais. Trata-se de uma reconfiguração suscinta considerar as diferenças étnico-raciais e os O segundo elemento diz respeito aos direitos políti-
A Formação da Diversidade: Migração, Emigração e
da ideia de migração, que busca compreender os processos históricos sobre os quais se desdobram a cos, entendido como o direito a participar e exercer o
Imigração
deslocamentos como fenômenos comuns do universo poder político, seja na condição de eleitor para a esco-
composição dessa mesma sociedade nos dias de hoje.
humano. Uma vez que imigrantes e emigrantes são lha de representantes do povo ou de se candidatar a
Toda pessoa passa por um processo de aprendiza- Ao longo da história, a sociedade brasileira foi atraves-
categorias constituídas a partir da ideia moderna de cargos públicos e exercer o direito à manifestação.
do, a partir dos sistemas culturais do qual faz parte. sada por intensos fluxos migratórios, destacando-se
Estado-Nação, a palavra migrante passa a ser reivin- Esses direitos estão associados às lutas políticas pro-
Esse processo de enculturação, ou socialização, em aquele que é proveniente de um sistema escravista.
dicada e assumir um novo sentido, caracterizando tagonizadas por trabalhadores no final do século XIX,
alguma medida constitui o fornecimento do substra- Estima-se que apenas o sistema escravista/colonial foi
os mais diversos fluxos migratórios e incorporando que exigiam melhores condições de trabalho e que se
to das personalidades humanas, os códigos, a lingua- responsável pelo deslocamento forçado de cerca de 5
as categorias anteriores. Os movimentos migratórios organizavam em organismos como partidos políticos
gem, crenças e tudo mais que é necessário para se a 10 milhões de africanos para o Brasil. e sindicatos para reivindicação de direitos trabalhis-
viver segundo cada cultura particular. evidenciam também os tipos de interação específicos A composição étnica-racial se constituiu também tas. As instituições associadas a esse elemento são o
O processo de socialização/enculturação se dá por de estrangeiros, uma vez que o migrante é aquele que pelos estímulos à emigração Europeia, orientado pela parlamento e os conselhos do governo.
meio dos sistemas e grupos culturais diversos, que não tem um laço orgânico com os grupos e socieda-
ideologia de branqueamento da população brasileira O terceiro elemento está associado aos direitos
podem ser demarcados no Nacionalismo, na ideia des que passa a interagir ao se estabelecer em novos
de culturais nacionais, nos regionalismos, que carac- e na tentativa de promover a assimilação dos valores sociais, compreendidos como o direito ao mínimo
territórios.
terizam os modos de viver das distintas regiões de culturais europeus, com objetivo de formar uma iden- bem-estar econômico e a segurança, direito de parti-
um país, e a partir dos grupos étnico-raciais, dentre tidade nacional a partir de uma concepção eurocên- cipar da herança social e de se viver de acordo com
Assimilação e Aculturação os padrões de vida civilizada operantes na sociedade,
outros, que produzem uma identificação com deter- trica e racista.
minados valores. Neste sentido, os termos assimilação e acultura- como o de se ter educação, moradia e lazer. As ins-
Para o Antropólogo, Emílio Willems (1946), assi- tituições que correspondem a esses elementos são o
As culturas, geralmente, se situam em tempos e ção, se não compreendidos à luz das singularidades
milação é o processo de reajustamento das persona- sistema educacional e os serviços sociais.
espaços determinados por meio das próprias formas históricas, podem escamotear os processos históricos
lidades a novos sistemas culturais. É a substituição do Assim, para Marshall, mesmo que a cidadania não
de significar o tempo e o espaço, experienciados de violentos que se deram com as tentativas de anulação,
conjunto de valores-atitudes socializados na cultura tenha contribuído para a redução da desigualdade
formas distintas pelos mais diversos grupos culturais. apagamento e extinção das culturas e povos afro-bra-
de origem por um novo conjunto de valores-atitudes. social, ela foi fundamental para o desenvolvimento
MEIO AMBIENTE
captação e do registro da energia eletromagnética ÓRBITA Circular 98,2 graus Heliossíncrono Circular 98,7 graus Heliossíncrono Circular 98,5 graus Heliossíncrono
refletida ou emitida da superfície. Existem vários pro-
gramas que executam atividades de processamento PERÍODO 99 minutos 97 minutos 100,467 minutos
digital de imagens, entre eles o Sistema de Processa- ALTITUDE 705 km 832 km 785 km
mento de Informações Georreferenciadas (SPRING) Energia Processador
Coletor
desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Detector 10:30 horas
CRUZAMENTO 9:45 horas 10:39 horas
Espaciais (INPE) e também outro produto que é Produto (desc.)
amplamente utilizado, devido à facilidade de acesso,
é o Google Earth, que permite sobrevoar o planeta uti- z Coletor: recebe a energia através de uma lente, CICLO 16 dias 26 dias 35 dias (SAR)
lizando-se das imagens de satélite. espelho, antenas etc.; 403 404
FOTOINTERPRETAÇÃO E FOTOGRAMETRIA TOMADA, TRANSMISSÃO, ARMAZENAMENTO,
LANDSAT 4 E 5 SPOT 1 E 2 ERS-1
PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
ÓRBITA Fotointerpretação
172 km 108 km 100 km Sistemas de Informações Geográficas (SIG) é um
ADJ.
A fotointerpretação é a técnica de examinar as conjunto de ferramentas para coleta, armazenamen-
ÓRBITA imagens dos objetos na fotografia e deduzir seu signi- to, recuperação, transformação e exibição de dados
2.750 km 2.700 km -
SUC. ficado. A técnica é fundamental para a elaboração de espaciais do mundo real para um conjunto particular
mapas temáticos, por exemplo, geomorfologia, vege- de propósitos voltado à aquisição, análise, armazena-
INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS tação, uso do solo etc. mento, manipulação e apresentação de informações
Elementos básicos de leitura de uma fotografia: referenciadas espacialmente.
Uma imagem digital pode ser definida por uma função bidimensional, da intensidade de luz refletida ou emi- Os SIGs são sistemas cujas principais característi-
z Tonalidade e cor; cas são: integrar, numa única base de dados, informa-
tida por uma cena, na forma I (x,y), em que os valores de I representam, a cada coordenada espacial (x,y), a
z Forma e tamanho; ções espaciais provenientes de dados cartográficos,
intensidade da imagem nesse ponto. Essa intensidade é representada por um valor inteiro, não-negativo e finito.
z Padrão; dados de censo e de cadastro urbano e rural, imagens
A cada ponto imageado pelos sensores, corresponde a uma área mínima denominada “pixel” (picture cell), que z Textura;
deve estar geograficamente identificado, e para o qual são registrados valores digitais relacionados à intensidade de satélite, redes, dados e modelos numéricos de ter-
z Associação; renos; combinar as várias informações, por meio de
de energia refletida em faixas (bandas) bem definidas do espectro eletromagnético. z Sombra.
O processo de digitalização de uma imagem não-digital (“imagem contínua”), corresponde a uma discretização algoritmos de manipulação, para gerar mapeamentos
(ou amostragem) da cena em observação por meio da superposição de uma malha hipotética, e uma atribuição de derivados; consultar, recuperar, visualizar e imprimir
Fotogrametria
valores inteiros (os níveis de cinza) a cada ponto dessa malha (processo chamado de quantização). o conteúdo da base de dados geocodificados.
Em satélites como o Landsat e SPOT, o sinal elétrico detectado em cada um de seus canais é convertido ainda a A fotogrametria é a ciência ou a arte da obten- A utilização da tecnologia de Geoprocessamen-
ção de medições fidedignas por meio da fotografia. É to vem evoluindo de forma significativa nos últimos
bordo do satélite, por um sistema analógico/digital, e a saída enviada para as estações de recepção via telemetria.
uma técnica indispensável para muitos trabalhos da anos, abrangendo diferentes organizações nas áreas
As imagens destes satélites são amostradas com um número grande de pontos (as imagens do sensor “Thematic
Geomática. Para as áreas técnicas, em especial para de administração municipal, de infraestrutura, de ges-
Mapper” do satélite Landsat têm mais de 6000 amostras por linha). Além disso, tais imagens têm a característica
a Engenharia Civil, ela oferece um suporte inestimá- tão ambiental, da educação, dentre outras. Esta evolu-
de serem multiespectrais, no sentido de constituírem uma coleção de imagens de uma mesma cena, num mesmo
vel, reduzindo custos e tempo de trabalho. O principal ção foi certamente favorecida pela evolução paralela
instante, obtida por vários sensores com respostas espectrais diferentes.
obstáculo ao seu uso extensivo ocorre devido ao alto de tecnologias de coleta da Informação Espacial, ou
A formação da imagem envolve três aspecto fundamentais:
custo dos equipamentos e a necessidade da presença das denominadas geotecnologias, tais como:
de técnicos bem treinados para operar os equipamen-
z Aspectos geométricos: as características geométricas das imagens se referem à relação entre a posição dos tos necessários à obtenção de dados e para o trata- z Sensoriamento Remoto, com as imagens de alta
objetos no mundo real e sua respectiva posição no espaço imagem. Considerando que as técnicas de aquisição mento posterior. resolução e a confecção de ortoimagens;
de imagens são reprojeções de um espaço tridimensional para um bidimensional, observa-se uma perda de As imagens aéreas são realizadas a partir do uso de z Sistemas de Posicionamento Global (Global Posi-
informações relativa à coordenada Z. Em relação ao Cadastro Territorial Multifinalitário, este aspecto é impor- câmeras aéreas fotogramétricas especiais colocadas tioning Systems - GPS) que permitem determinar
tante, considerando que em áreas urbanas que apresentam grandes edifícios a perda desta coordenada é sig- adequadamente no interior de um avião. Em seguida, o correto posicionamento de objetos na superfície
nificativa pois vários registros de imóveis (apartamentos, lojas comerciais, consultórios, entre outros) estarão os dispositivos são digitalizados em scanners de alta da terrestre;
registrados com o mesmo par de coordenadas X e Y. precisão e resolução, a partir dos quais se obtêm as z Aerofotogrametria que permite a transformação
z Aspectos radiométricos: aspecto associado à maneira como o brilho ou a energia proveniente de um objeto imagens digitais a serem usadas nos equipamentos de de fotografias aéreas verticais em mapas digitais.
ou superfície é registrado e a fidedignidade de sua representação. Para cada posição no plano da imagem, um restituição digital.
Em função da evolução tecnológica ocorrida na
valor de “brilho” ou “intensidade” é registrado. Este valor dependerá do comprimento de onda da energia A fotogrametria funciona retratando as dimensões
última década, o dado georreferenciado está mais
incidente e da natureza constituinte do objeto que refletirá essa radiação e será definido em função de sua e posições do objeto ou terreno no espaço em que está
acessível ao usuário, o que permite que custos
posição na imagem. localizado. Essas medidas são obtidas por meio da
intersecção de fotografias tiradas por meio da repre- de coleta e processamento da informação espa-
sentação tridimensional. cial fiquem mais compatíveis com os orçamentos
Deve-se notar que cada imagem tem um número finito de bits para representar a radiância da cena para cada públicos dos países em desenvolvimento.
“pixel” Fotointerpretação x Fotogrametria
Radiância é o fluxo radiante que provém de uma fonte, numa determinada direção, por unidade de área. A Existem outros sistemas que também manipu-
quantificação da radiância contínua de uma cena é representada pelos níveis de cinza discretos na imagem digital A fotointerpretação difere na fotogrametria no que lam dados espaciais, como por exemplo os Sistemas
e é dada por um número de bits por “pixel” para produzir um intervalo de radiância. se refere ao tratamento do dado. A fotogrametria está de CAD. Porém, o SIG se caracteriza por permitir ao
Os sensores da nova geração obtêm, normalmente, imagens em 8 ou 10 bits (equivalente a 256 ou 1024 níveis relacionada com a acurácia posicional e geométrica usuário a realização de complexas operações de aná-
digitais). O nível de cinza é representado pela radiância média de uma área relativamente pequena em uma cena. dos objetos, aspecto quantitativo, enquanto a fotoin-
lise sobre os dados espaciais.
Esta área é determinada pela altitude do sistema sensor a bordo do satélite e outros parâmetros como o IFOV terpretação está relacionada com a significância do
Para um melhor entendimento do sistema pode-se
objeto, aspecto qualitativo.
(Instantaneous Field Of View), que é o ângulo formado pela projeção geométrica de um único elemento detetor dividir o SIG nos seguintes elementos:
sobre a superfície da Terra. RESTITUIÇÃO
No caso das imagens multiespectrais, a representação digital é mais complexa, porque para cada coordenada z Dados-Informação;
(x,y), haverá um conjunto de valores de nível de cinza. Representa-se então cada “pixel” por um vetor, com tantas A restituição é o procedimento que pretende obter z Hardware/Software;
dimensões quantas forem as bandas espectrais, que são o intervalo entre dois comprimentos de onda, no espectro de fotografias aéreas ou terrestres as feições planimé- z Recursos Humanos;
eletromagnético. tricas e/ou altimétricas de uma determinada localida- z Procedimentos e Metodologia de Aplicativos.
Resolução é uma medida da habilidade que um sistema sensor apresenta de distinguir entre respostas que são de expressa na projeção ortogonal após restabelecer a
semelhantes espectralmente ou próximas espacialmente. A resolução pode ser classificada em espacial, espectral equivalência geométrica entre a fotografia e o filme. Dado Geográfico e Informação: o Mapa
MEIO AMBIENTE
dos: latitude, longitude e altitude, que são a base de em recuperar, reclassificar, medir, sobrepor, conec- de imóveis rurais. O INCRA determina que qualquer
imóvel rural, seja ele público ou privado, deve ser Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. O INPE
um mapa digital. O Sistema Navstar GPS, que nasceu tar e relacionar os dados gráficos e seus atributos. A
georreferenciado. ainda mantém parcerias para o desenvolvimento de
da junção de dois projetos americanos (Marinha e For- reclassificação envolve operações que reavaliam os
O Decreto n° 4.449, de 2002, que oficializou a Lei n° sistemas com o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
ça Aérea Americanas), é um sistema de navegação por valores temáticos nas categorias do mapa preexisten-
te. Por exemplo, um mapa de solo poderá ser reclas- 5.868, de 1972, acarretou na exigência do georreferen- o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-
sinais de rádio baseado em uma constelação de saté- sos Naturais Renováveis (IBAMA), a Empresa Brasilei-
sificado em um mapa de permeabilidade do solo. A ciamento de imóveis rurais. O mesmo decreto definiu
lites artificiais. O sistema fornece a posição tridimen- ra de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), vinculada
sobreposição (overlay) de dados resulta na criação de que todo imóvel rural deve ser georreferenciado em
sional, dados para navegação e informações sobre o um novo mapa em que os valores referenciados para até dez anos, dependendo do tamanho da proprieda- ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
tempo, atendendo toda a porção do globo terrestre em cada posição são computados com função de valores de. Caso a propriedade não seja georreferenciada, o to (MAPA), e Universidades públicas.
qualquer condição meteorológica, a qualquer horá- independentes, associados com a posição em dois ou proprietário fica impedido de atualizar a sua relação Apresentamos, a seguir, os principais sistemas de
rio, o ano inteiro. mais mapas. 407 408 com o cartório e o cadastro do local. monitoramento em operação:
z PRODES: o projeto PRODES realiza o monitora- SPRING. <http://www.dpi.inpe.br/spring/portu- 5. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item seguinte, no 12. (CESPE-CEBRASPE — 2014) Com relação aos bio-
mento por satélite do desmatamento por corte gues/tutorial/introducao_sen.html>. Acesso em 10 que se refere ao mito e suas relações com a história. mas e fitofisionomias brasileiros, julgue o item
raso na Amazônia Legal e produz as taxas anuais dez. 21. Embora muitos mitos elaborem explicações sobre a subsecutivo.
de desmatamento na região, que oferecem infor- ANTUNES, A. F. B. Iniciando em Geoprocessamen- origem do universo, sobre a origem de determinado A Amazônia é o maior bioma brasileiro, ocupando
mações de grande relevância para a formulação to. <https://docs.ufpr.br/~felipe/sig.pdf>. Acesso em grupo social e sobre fenômenos históricos relevantes grande parte do norte do país. Entre suas fitofisiono-
de políticas públicas brasileiras. O PRODES utili- 10 dez. 21. (como os contatos interétnicos), eles não podem ser mias estão as matas de várzeas, as matas de igapó e
za imagens de satélites da classe Landsat (20 a 30 ROSTIROLLA, E.; MARQUES, G.; ZANON, J.; SOUZA, tomados como fontes para o conhecimento historio- o cerrado amazônico.
metros de resolução espacial), que possibilitam L. de. Descrição detalhada de um projeto de radar gráfico, por se distanciarem da realidade empírica.
mapear polígonos de desmatamento maiores do de abertura sintética. Trabalho final de graduação. ( ) CERTO ( ) ERRADO
que 6,25 hectares. Os dados do PRODES, que tem Universidade Federal de Santa Maria. 2019.
série histórica com início em 1988, foram utili- ( ) CERTO ( ) ERRADO
LEITE, D. de O.; PRADO, R. J. Espectroscopia no 13. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A respeito de riscos
zados na elaboração das submissões brasileiras infravermelho: uma apresentação para o Ensino
sobre REDD+ para o bioma Amazônia. 6. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item seguinte, no ambientais e de possíveis danos ambientais em
Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física. v. 34, que se refere ao mito e suas relações com a história. decorrência da instalação de empreendimento, julgue
z DETER: este sistema realiza a alteração da cober-
n. 2. 2012. Enquanto, no linguajar mais corriqueiro, a palavra o item.
tura florestal com periodicidade quase que diária
NOVO, E. M. L. de M. Introdução ao sensoriamento mito possa significar simplesmente mentira, para a A geração de resíduos sólidos devido à implantação
na Amazônia Legal. As alterações da cobertura
florestal que o DETER mapeia são o corte raso da remoto. 2001. antropologia, esse termo refere-se a uma narrativa de empreendimento tem grande potencial de afetar a
floresta, a degradação florestal preparativa para FREITAS, V. A. L.; BASSO, L. de O.; FERRI, R. Curso fundamental para um grupo social, que reúne para qualidade da água, mas não a qualidade do solo ou do
o desmatamento (“brocagem”) e cicatrizes de de capacitação para implantação de cadastro terri- essa coletividade valores basilares e maneiras de ar, por serem estes pouco suscetíveis à poluição por
incêndios florestais. Os mapas do DETER podem torial multifinalitário nos municípios do sudoeste
compreender o mundo e a vida social. esse tipo de resíduo.
também incluir áreas com atividades de explora- do Paraná. 2015.
ção madeireira. As informações produzidas são TEMBA, P. Fundamentos da Fotogrametria. Depar-
( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO
fundamentais para a eficácia das ações integradas tamento de Cartografia. Universidade Federal de
de fiscalização que combatem o desmatamento na Minas Gerais. 2000.
7. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A respeito de sucessões 14. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Acerca do transporte de
região, orientando o seu planejamento. Sua série
histórica tem início em 2004. ecológicas, julgue o item subsequente. sedimentos em cursos d’água, julgue o item a seguir.
z DEGRAD: sistema desenvolvido pelo INPE para Espécies vegetais que apresentam crescimento lento, Na parte baixa de uma bacia hidrográfica, ocorre a
rastrear a degradação florestal na Amazônia HORA DE PRATICAR! frutos e sementes grandes e maior longevidade são tendência de maior formação de depósitos de sedi-
Legal. O sistema, que produziu dados para o perío- classificadas como r estrategistas e são típicas de mentos, o que corresponde a uma agradação do leito.
do entre 2007 e 2013, tinha como objetivo mapear 1. (CESPE-CEBRASPE — 2019) No que diz respeito a ambientes clímax.
áreas em processo de desmatamento em que a características dos microrganismos e suas relações ( ) CERTO ( ) ERRADO
cobertura florestal ainda não havia sido totalmen- ecológicas, julgue o item subsequente. Organismos ( ) CERTO ( ) ERRADO
te removida. Nos próximos anos, o monitoramento extremófilos são encontrados em hábitats com con- 15. (CESPE-CEBRASPE — 2021) O item que se segue, é
da degradação na Amazônia Legal terá como foco dições extremas de temperatura, pH ou salinidade. 8. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A respeito de sucessões apresentada uma situação hipotética seguida de uma
a degradação por fogo, tomando como base as ecológicas, julgue o item subsequente. assertiva a ser julgada acerca de obras rodoviárias.
informações produzidas pelo Programa de Moni- ( ) CERTO ( ) ERRADO Os chamados distúrbios intermediários afetam a Antônio, engenheiro de obras rodoviárias, sempre que
toramento de Queimadas e Incêndios. dinâmica de sucessão, fazendo estágios finais (clí- possível opta pela utilização de agregado britado a
z Programa de Monitoramento de Queimadas e max) serem atingidos de forma mais acelerada. extração de areia em cava submersa. Com base nes-
Incêndios: o programa monitora a ocorrência de 2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Com relação a procedi-
mentos técnicos necessários para a coleta de amos- sa informação, é correto concluir que o objetivo de
incêndios com a finalidade de fornecer informa-
tras e execução de exames laboratoriais, julgue o item ( ) CERTO ( ) ERRADO Antônio com essa ação é diminuir o assoreamento do
ções diárias sobre focos de incêndio às instituições
que se segue. rio perto de locais de captação de água.
de proteção ambiental por meio de relatórios, grá-
ficos e estatísticas de focos de incêndio. Com as O pH é um fator relevante para o crescimento de 9. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Com base nas caracte-
informações já disponíveis, o INPE está desenvol- microrganismos. Em pH alcalino, os microrganismos rísticas dos biomas brasileiros, julgue o item a seguir. ( ) CERTO ( ) ERRADO
vendo uma metodologia para automatizar o cálcu- são capazes de produzir aminas, responsáveis pelo O pantanal, maior planície inundada do planeta Terra,
lo de estimativas de área queimada. aumento da acidez. apresenta regime de inundações associado à estação 16. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
z TerraClass: levantamento que analisa as áreas chuvosa do bioma.
identificadas como desmatadas para identificar ( ) CERTO ( ) ERRADO
como elas são ocupadas após a remoção da vegeta- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ção nativa. O projeto já produziu 5 levantamentos 3. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Julgue o próximo item,
sobre a Amazônia Legal (2004, 2008, 2010, 2012 e relativo ao descarte de materiais e substâncias quí- 10. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Com base nas caracte-
2014) e um levantamento sobre o bioma Cerrado micas utilizados em laboratório. rísticas dos biomas brasileiros, julgue o item a seguir.
(2013). O TerraClass produz informações valiosas O descarte de substâncias eutrofizantes deve ser pre- Dada a sua distribuição original, a mata atlântica
para a análise e a formulação de políticas relacio- viamente avaliado por profissionais especializados recebeu as primeiras ações de conservação, na forma
nadas ao uso do solo nas regiões em que atua. em biossegurança e, se aprovado, deverá ser realiza- de criação das primeiras áreas ambientais protegidas
do em frascos apropriados, identificados e recolhidos do Brasil, razão pela qual esse bioma se encontra bem
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS por uma equipe responsável pelo descarte de mate- protegido atualmente, com diversos remanescentes
riais químicos. preservados.
h t t p s : / / w w w. u f s m . b r / a p p / u p l o a d s / Internet: <www.ufrgs.br> (com adaptações).
sites/428/2019/12/DESCRIC%CC%A7A%CC%83O- ( ) CERTO ( ) ERRADO
-DETALHADA-DE-UM-PROJETO-DE-RADAR-DE- ( ) CERTO ( ) ERRADO
A crosta terrestre é a camada mais externa da Terra e
MEIO AMBIENTE
12 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
13 ERRADO
18. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
14 CERTO
15 CERTO
16 CERTO
17 ERRADO
18 ERRADO
19 ERRADO
20 CERTO
9 GABARITO
1 CERTO
2 ERRADO
3 CERTO
MEIO AMBIENTE
4 ERRADO
5 ERRADO
6 CERTO
7 ERRADO
8 ERRADO
411 412
educação formal/curricular, bem como na educação instituições, igrejas, empresas, órgãos governamen- Os princípios da Educação Ambiental estão calça-
não formal que ocorre fora das salas de aula. Outro tais, associações de bairros, sindicatos etc. dos no diálogo democrático e participativo voltado à
ponto importante é que a educação ambiental tem Uma vez que a Educação Ambiental deve alcançar integração de diferentes grupos sociais e de diferen-
como propósito capacitar a coletividade para preser- tantos segmentos, a Lei nº 9.795, de 1999, distribui a tes concepções. Sendo o meio ambiente único, não é
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
var e defender o meio ambiente, uma vez que o direito incumbência de sua implementação à diversos seto- possível afastar qualquer segmento social do debate,
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado — pre- res da sociedade, revelando a intenção do legislador pois todos interferem na qualidade ambiental e na
visto no art. 225, da CF, de 1988 — é um direito-dever, de envolver o conjunto da sociedade na difusão da sua manutenção para as gerações futuras. Além dis-
ou seja, o cidadão deve colaborar com a preservação Educação Ambiental: so, é enfatizado o caráter continuado e permanente
ambiental a fim de que tenha direito/possibilidade de da educação ambiental, a necessidade de respeito às
usufruir deste mesmo meio ambiente. Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, pluralidades e diversidades humanas e culturais, bem
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: como a abordagem articulada de questões ambientais
AMBIENTAL LEI Nº 9.795, DE 1999 I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e em âmbitos locais, regionais, nacionais e globais ten-
225 da Constituição Federal, definir políticas públi- do em vista que as questões ambientais ultrapassam
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 E DECRETO Uma vez estabelecida a importância da Educação cas que incorporem a dimensão ambiental, promo- fronteiras.
N° 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002 Ambiental e a obrigatoriedade do Poder Público a ver a educação ambiental em todos os níveis de Como um horizonte a se perseguir, o art. 5º da Lei
ensino e o engajamento da sociedade na conserva- nº 9.795, de 1999, ainda estabelece objetivos funda-
promovê-la, restava estabelecer como seria ensina-
A educação é um processo intrinsecamente ligado ção, recuperação e melhoria do meio ambiente;
da a cidadania ambiental na educação formal e não mentais da Educação Ambiental:
à formação de um cidadão para que este se torne apto II - às instituições educativas, promover a edu-
formal. A fim de estabelecer estes parâmetros, foi cação ambiental de maneira integrada aos
a exercer seus direitos e deveres dentro da sociedade. publicada a Lei nº 9.795, de 1999, que dispõe sobre a Art. 5º São objetivos fundamentais da educação
programas educacionais que desenvolvem;
Desta forma, temos a Educação Ambiental como um Educação Ambiental e institui a Política Nacional de ambiental:
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacio-
instrumento que visa preparar o indivíduo para exer- Educação Ambiental — PNEA. I - o desenvolvimento de uma compreensão inte-
nal de Meio Ambiente - Sisnama, promover
cer a sua cidadania ambiental. ações de educação ambiental integradas aos pro-
grada do meio ambiente em suas múltiplas e com-
A Educação Ambiental consiste em práticas edu- Educação Ambiental plexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
gramas de conservação, recuperação e melhoria do
cativas que têm como objetivo a geração da consciên- psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos,
meio ambiente;
cia social sobre as questões ambientais de forma que científicos, culturais e éticos;
Em seu Capítulo I, a Lei estabelece a definição legal IV - aos meios de comunicação de massa, cola-
a sociedade se torne capaz de promover a melhoria II - a garantia de democratização das informações
para o termo Educação Ambiental, sua abrangência borar de maneira ativa e permanente na dissemi-
do meio ambiente e a defesa da qualidade ambiental. ambientais;
incumbências do Poder Público quanto ao tema, além nação de informações e práticas educativas sobre
Portanto, a educação ambiental deve dar condições III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciên-
dos princípios e objetivos da educação ambiental, meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental
cia crítica sobre a problemática ambiental e social;
à participação comunitária com o fim de preservar e construindo assim as bases para a execução da PNEA. em sua programação;
defender o patrimônio ambiental. V - às empresas, entidades de classe, institui-
Esta formação do indivíduo para o exercício da ções públicas e privadas, promover programas Veja que os três primeiros incisos focam na cons-
Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os trução da consciência ambiental aliando no inciso I a
cidadania ambiental é tão relevante que o tema destinados à capacitação dos trabalhadores, visan-
processos por meio dos quais o indivíduo e a cole- compreensão integrada do meio ambiente envolven-
Educação Ambiental foi considerado nos dois diplo- do à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambien-
tividade constroem valores sociais, conheci-
mas legais mais importantes em matéria ambiental, te de trabalho, bem como sobre as repercussões do do aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos,
mentos, habilidades, atitudes e competências
a Constituição Federal e a Política Nacional do Meio processo produtivo no meio ambiente; sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos, no
voltadas para a conservação do meio ambien-
Ambiente — PNMA: VI - à sociedade como um todo, manter atenção inciso II a democratização das informações ambien-
te, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
permanente à formação de valores, atitudes e habi- tais e no inciso III a formação da consciência crítica.
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
lidades que propiciem a atuação individual e cole- Esse conjunto de objetivos se voltam para a Educação
CF/1988
tiva voltada para a prevenção, a identificação e a Ambiental do indivíduo e da comunidade, pois somen-
Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente eco- Temos no conceito de educação ambiental um solução de problemas ambientais. te a partir do momento em que se detém o conheci-
logicamente equilibrado, bem de uso comum do significado que transcende a construção do conhe-
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon- mento sobre o tema meio ambiente, torna-se possível
cimento intelectual do aluno, pois o objetivo dela é A Educação Ambiental se ergue sobre a necessida-
do-se ao poder público e à coletividade o dever de promover o debate crítico sobre o tema.
constituir a cidadania individual que será exercida de de de conscientizar e capacitar a sociedade para par-
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras Em desdobramento do conhecimento, democratiza-
forma coletiva. Para isso a educação ambiental deve ticipar ativamente da defesa do meio ambiente, sendo
gerações. ção de informações e da consciência crítica, apresenta-
transmitir além de conhecimentos e habilidades, valo- assim, esta modalidade de educação deve possuir ali-
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, -se o Princípio da Participação Comunitária, traduzido
res sociais que dotarão o indivíduo com competências cerces que direcionem de forma articulada a socieda-
incumbe ao poder público: pelo objetivo previsto no inciso IV, do art. 5º.
e atitudes voltadas à conservação do meio ambiente. de para o desenvolvimento humano e ambiental. Tais
[...]
VI - promover a educação ambiental em todos Essa educação com viés coletivo é essencial no tema alicerces são princípios básicos que a Lei nº 9.795, de Art. 5º [...]
os níveis de ensino e a conscientização pública ambiental, pois o direito ao meio ambiente ecologi- 1999, estabeleceu em seu art. 4º para orientar a sua IV - o incentivo à participação individual e coletiva,
para a preservação do meio ambiente; camente equilibrado é um direito de natureza difusa, aplicação: permanente e responsável, na preservação do equi-
consequentemente o seu exercício é necessariamente líbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da
coletivo. Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: qualidade ambiental como um valor inseparável do
Lei nº 6.938, de 1981
Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente tem I - o enfoque humanista, holístico, democrático e exercício da cidadania;
Art. 2º A educação ambiental é um componen- participativo;
por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
te essencial e permanente da educação nacional, II - a concepção do meio ambiente em sua totalida-
da qualidade ambiental propícia à vida, visando A Participação Comunitária está fundamentada no
devendo estar presente, de forma articulada, de, considerando a interdependência entre o meio
assegurar, no País, condições ao desenvolvimen- Princípio 10 da Declaração do Rio da ECO-92 quando
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Tendo a PNEA como referência tanto para o ensino amplo a profissionais de diversos setores, as pesqui- na específica, exceto em cursos de pós-graduação ou termos do art. 13 a educação ambiental não-formal:
formal quanto a educação não formal, os espaços de sas devem tratar do tema meio ambiente de maneira extensão voltados aos seus aspectos metodológicos.
aprendizado para a educação ambiental são amplos interdisciplinar, os materiais educativos devem ser Importante ressaltar que na formação e especia- Art. 13 Entendem-se por educação ambiental
e podem ser desenvolvidos em diferentes linhas de produzidos e difundidos e, por fim, as ações da PNEA lização técnico-profissional, a educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas vol-
deve compor o currículo no que concerne à ética tadas à sensibilização da coletividade sobre
ação interrelacionadas, respeitando os Princípios e os devem ser acompanhadas e avaliadas para promover
profissional. as questões ambientais e à sua organização e
Objetivos fixados na Lei nº 9.795, de 1999, para a Edu- seu constante aperfeiçoamento e atualização.
participação na defesa da qualidade do meio
cação Ambiental (art. 4º e art. 5º). ambiente.
Educação Ambiental no Ensino Formal Art. 11 A dimensão ambiental deve constar
dos currículos de formação de professores, em
Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional
todos os níveis e em todas as disciplinas. Para a concretização da educação ambiental não-
de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na A formação de qualquer cidadão apto a exercer Parágrafo único. Os professores em atividade devem -formal, a Lei nº 9.795, de 1999, estabelece que o Poder
educação em geral e na educação escolar, por meio das direitos e deveres passa também pela educação for- receber formação complementar em suas áreas de Público dos diferentes entes da federação deve atuar
seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: mal. Sendo assim, o exercício da cidadania ambiental atuação, com o propósito de atender adequadamente incentivando as seguintes ações:
I - capacitação de recursos humanos; também começa na escola e por essa razão a Educação 415 416
Art. 13 [...] V - a sensibilização ambiental das populações tradi- Conselho Gestor da Política Nacional de Educação IV - sistematizar e divulgar as diretrizes nacionais
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis fede- cionais ligadas às unidades de conservação; Ambiental definidas, garantindo o processo participativo;
ral, estadual e municipal, incentivará: V - estimular e promover parcerias entre institui-
I - a difusão, por intermédio dos meios de comuni- A permanência de populações tradicionais em O Conselho Gestor foi criado pela Lei nº 9.795, de ções públicas e privadas, com ou sem fins lucra-
cação de massa, em espaços nobres, de programas Unidades de Conservação é admitida nas Reservas 1999, com a finalidade de coordenar a execução da tivos, objetivando o desenvolvimento de práticas
e campanhas educativas, e de informações acerca Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento susten- PNEA. Suas atribuições estão previstas no art. 15 da educativas voltadas à sensibilização da coletivida-
de temas relacionados ao meio ambiente; tável, sendo que o art. 23, da Lei nº 9.985, de 2000, Lei nº 9.795, de 1999: de sobre questões ambientais;
determina que a posse e o uso de Unidades de Con- VI - promover o levantamento de programas e pro-
Aqui se fazem presentes campanhas publicitárias, Art. 15 São atribuições do órgão gestor: jetos desenvolvidos na área de Educação Ambiental
servação por populações tradicionais serão regulados
matérias jornalísticas, documentários, entre outros, I - definição de diretrizes para implementação em e o intercâmbio de informações;
por contrato.
em temas como prevenção de incêndios florestais, âmbito nacional; VII - indicar critérios e metodologias qualitativas e
preservação da fauna, consumo consciente da água, II - articulação, coordenação e supervisão de pla- quantitativas para a avaliação de programas e pro-
Art. 23 A posse e o uso das áreas ocupadas pelas jetos de Educação Ambiental;
gestão de resíduos sólidos etc. populações tradicionais nas Reservas Extrativistas nos, programas e projetos na área de educação
ambiental, em âmbito nacional; VIII - estimular o desenvolvimento de instrumentos
e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão e metodologias visando o acompanhamento e ava-
Art. 13 [...] regulados por contrato, conforme se dispuser no III - participação na negociação de financiamentos
a planos, programas e projetos na área de educa- liação de projetos de Educação Ambiental;
Parágrafo único. [...] regulamento desta Lei.
ção ambiental. IX - levantar, sistematizar e divulgar as fontes de
II - a ampla participação da escola, da universidade
financiamento disponíveis no País e no exterior
e de organizações não-governamentais na formula- Contudo, para possuir e usar uma Unidade de para a realização de programas e projetos de edu-
ção e execução de programas e atividades vincula- Conservação, a população tradicional tem obrigação Quanto à composição do Conselho Gestor, que é
cação ambiental;
das à educação ambiental não-formal; de participar da preservação, recuperação, defesa e o responsável por coordenar a execução da PNEA,
X - definir critérios considerando, inclusive, indicado-
manutenção da unidade, conforme determina o art. o Decreto nº 4.281, de 2002, define que será dirigido res de sustentabilidade, para o apoio institucional e
Tanto a comunidade acadêmica quanto a socie- 23 da Lei nº 9.985, de 2000. Diante da obrigação que pelos órgãos e entidades descritos a seguir, no art. 2º: alocação de recursos a projetos da área não formal;
dade civil organizada são catalisadores de trabalha- essas comunidades assumem, é essencial que elas XI - assegurar que sejam contemplados como obje-
dores e voluntários em ações de educação ambiental sejam formadas e sensibilizadas com vistas à preser- Art. 2º Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do tivos do acompanhamento e avaliação das iniciati-
que podem assumir o formato de seminários, cursos art. 14 da Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, res- vas em Educação Ambiental:
vação do meio que habitam.
de extensão e até de um dia de limpeza em um corpo ponsável pela coordenação da Política Nacional a) a orientação e consolidação de projetos;
d’água. de Educação Ambiental, que será dirigido pelos b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem
Art. 13 [...]
Ministros de Estado do Meio Ambiente e da sucedidos; e,
Parágrafo único. [...]
Art. 13 [...] Educação. c) a compatibilização com os objetivos da Política
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
Parágrafo único. [...] § 1º Aos dirigentes caberá indicar seus respectivos Nacional de Educação Ambiental.
III - a participação de empresas públicas e priva- representantes responsáveis pelas questões de Edu-
Uma propriedade rural atende sua função social cação Ambiental em cada Ministério.
das no desenvolvimento de programas de educação Diante do descrito no art. 3º o Conselho Gestor
quando atende ao bem-estar social e à defesa do meio § 2º As Secretarias-Executivas dos Ministérios do
ambiental em parceria com a escola, a universida- deve estabelecer as linhas gerais para a implementa-
ambiente a partir do cumprimento dos requisitos Meio Ambiente e da Educação proverão o suporte
de e as organizações não-governamentais; ção da PNEA, além de fornecer suporte e consolidar
ambientais para aquela área, contudo, na realidade técnico e administrativo necessários ao desempe-
muitas das obrigações ambientais são ignoradas nas nho das atribuições do Órgão Gestor. informações que sejam relevantes para a implemen-
As empresas, seja pela adoção de políticas de Gover- tação da política.
propriedades rurais, neste sentido é muito importan- § 3º Cabe aos dirigentes a decisão, direção e coorde-
nança Ambiental, Social e Coorporativa (em inglês nação das atividades do Órgão Gestor, consultan- Para assessorar o Conselho Gestor na execução de
te a sensibilização deste público.
ESG — Enviromental, Social and Corporate Gover- do, quando necessário, o Comitê Assessor, na forma suas competências, o Decreto nº 4.281, de 2002, criou
Para isso, é essencial a ação das Entidades de Assis-
nance), seja por obrigações de natureza legal (como a do art. 4º deste Decreto. um Comitê vinculado ao órgão Gestor:
tência Técnica e Extensão Rural — ATER — que fun-
adoção de programas de educação ambiental por con-
cionam em muitos estados como Empresas Públicas
dicionante de processo de Licenciamento Ambiental), O Decreto nº 4.281, de 2002, optou por atribuir a Art. 4º Fica criado Comitê Assessor com o objetivo de
denominadas “Emater”. Essas empresas são o braço
podem adotar programas de educação ambiental de direção da execução da PNEA à alta direção dos Minis- assessorar o Órgão Gestor, integrado por um represen-
executor da Política Nacional de Assistência Técnica
forma conjunta a entidades de ensino, órgãos públi- térios do Meio Ambiente e da Educação, ou seja, os tante dos seguintes órgãos, entidades ou setores:
e Extensão Rural (Pnater) que tem como um de seus
cos e ainda organizações não governamentais. próprios Ministros de Estado são parte do Órgão Ges- I - setor educacional-ambiental, indicado pelas
princípios o “desenvolvimento rural sustentável, com- Comissões Estaduais Interinstitucionais de Educa-
patível com a utilização adequada dos recursos natu- tor o que indica a relevância do assunto Educação
Art. 13 [...] ção Ambiental;
rais e com a preservação do meio ambiente” (inciso I, Ambiental. Ainda que toda a Administração Pública
Parágrafo único. [...] II - setor produtivo patronal, indicado pelas Confe-
art. 3º, da Lei nº 12.188, de 2010). em maior ou menor grau deva ser comprometida com derações Nacionais da Indústria, do Comércio e da
IV - a sensibilização da sociedade para a importân-
ações de educação ambiental, por afinidade ao tema, Agricultura, garantida a alternância;
cia das unidades de conservação;
VII - o ecoturismo. apenas as pastas de Meio Ambiente e Educação com- III - setor produtivo laboral, indicado pelas Cen-
põem o Órgão Gestor na qualidade de dirigentes da trais Sindicais, garantida a alternância;
O estabelecimento de Unidades de Conservação é
O turismo é uma oportunidade de sensibilização política pública. IV - Organizações Não-Governamentais que desen-
essencial para a preservação de espaços naturais. Por
a respeito da fragilidade dos ambientes naturais e de Além da composição do Conselho Gestor, é estabe- volvam ações em Educação Ambiental, indicado
outro lado, a preservação ambiental desses locais está
incentivar o indivíduo a reformular condutas com lecido pelo Decreto nº 4.281, de 2002, o rol de decisões pela Associação Brasileira de Organizações não
condicionada à importância social que se atribuem a
relação à natureza, a refletir a respeito do comporta- que o Conselho deve assumir a partir das competên- Governamentais - ABONG;
eles dentre diferentes conflitos de interesses (agricul-
mento com relação aos resíduos gerados, utilização de cias descritas no art. 3º: V - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
tura, ocupação urbana, infraestrutura etc.). Neste con- Brasil - OAB;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
texto, a educação ambiental é ferramenta essencial veículos automotores etc. Pode ser implementado em
muitos espaços públicos ou privados. Art. 3º Compete ao Órgão Gestor: VI - municípios, indicado pela Associação Nacional
para a formação da consciência social a respeito da I - avaliar e intermediar, se for o caso, programas dos Municípios e Meio Ambiente - ANAMMA;
importância da proteção de ambientes naturais, a fim e projetos da área de educação ambiental, inclusive VII - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciên-
de atender a este propósito o Sistema Nacional de Uni- Execução da Política Nacional de Educação
supervisionando a recepção e emprego dos recur- cia - SBPC;
dades de Conservação (Lei nº 9.985, de 2000) possibili- Ambiental VIII - Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONA-
sos públicos e privados aplicados em atividades
ta a promoção da Educação Ambiental na maioria das dessa área; MA, indicado pela Câmara Técnica de Educação
categorias de Unidades de Conservação ao permitir a Ao tratar da execução da PNEA, a Lei nº 9.795, II - observar as deliberações do Conselho Nacional Ambiental, excluindo-se os já representados neste
visitação pública e incentivar as atividades de educa- de 1999, apresenta-nos o órgão responsável pela sua de Meio Ambiente - CONAMA e do Conselho Nacio- Comitê;
ção e interpretação ambiental. coordenação: o Conselho Gestor. Além disso, a Lei nº nal de Educação - CNE; IX - Conselho Nacional de Educação - CNE;
9.795, de 2000, também define linhas gerais para a III - apoiar o processo de implementação e avalia- X - União dos Dirigentes Municipais de Educação
Art. 13 [...] execução da PNEA que são complementadas em seu ção da Política Nacional de Educação Ambiental - UNDIME;
Parágrafo único. [...] regulamento: o Decreto nº 4.281, de 2002. em todos os níveis, delegando competências quan- XI - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
do necessário; Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
417 418
XII - da Associação Brasileira de Imprensa - ABI; e IV - aos processos de capacitação de profissio- Veja que a Lei nº 9.795, de 1999, atribui responsa- O ProNEA é, acima de tudo, um instrumento de
XIII - da Associação Brasileira de Entidades Esta- nais promovidos por empresas, entidades de bilidade financeira para a execução de ações de edu- participação social que integra segmentos sociais e
duais de Estado de Meio Ambiente - ABEMA. classe, instituições públicas e privadas; cação ambiental para a União, Estados e Municípios. esferas do governo, nos processos de formulação,
§ 1º A participação dos representantes no Comitê V - a projetos financiados com recursos públi- Logo, todos os entes devem alocar recursos para esta execução, monitoramento e avaliação. O incentivo
Assessor não enseja qualquer tipo de remuneração, cos; e finalidade, consoante com a Lei, o Decreto nº 4.281, participação social é uma oportunidade de decidir, de
sendo considerada serviço de relevante interesse VI - ao cumprimento da Agenda 21. de 2002, define em seu art. 6º a seguinte competência forma igualitária, as diretrizes da educação ambiental
público. para o Conselho Gestor: para contribuir na redução das desigualdades socioe-
§ 2º O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria de Note que além da área de educação, os Programas conômicas e fortalecimento das políticas públicas
órgãos, instituições e pessoas de notório saber, na de Educação Ambiental deverão estar presentes nas Art. 6º [...] socioambientais, que se constituem objetivos e princí-
área de sua competência, em assuntos que necessi- atividades ambientais (unidades de conservação, licen- § 2º O Órgão Gestor estimulará os Fundos de Meio pios da Educação Ambiental.
tem de conhecimento específico. ciamento ambiental, gestão de resíduos sólidos etc.), Ambiente e de Educação, nos níveis Federal, Esta- O programa tem como principais objetivos fazer
políticas públicas, setor produtivo, projetos financia- dual e Municipal a alocarem recursos para o desen- com que a educação ambiental seja difundida em
Diante da pluralidade física, cultural e social que dos e também nas ações que envolvem a Agenda 21. volvimento de projetos de Educação Ambiental. todos os espaços formais e informais de educação,
compoem as regiões brasileiras, o legislador deu peso Atualmente o Brasil é adepto da Agenda 2030 assi- integrando projetos multidisciplinares e ações bem-
e representatividade ao Comitê assessor, incluindo nada em 2015 na sede das Nações Unidas onde foram Sendo a Educação Ambiental um componente -sucedidas. O Ministério do Meio Ambiente desen-
amplamente o setor público, o setor privado, organi- decididos os novos Objetivos de Desenvolvimento Sus- essencial e permanente da educação nacional, a Lei volve o projeto Municípios Educativos Sustentáveis a
zações da sociedade civil e entidades de classe. Neste tentável Globais: 1. Erradicação da Pobreza; 2. Fome nº 9.795, de 1999, e o Decreto nº 4.281, de 2002, apre- fim de estimular as organizações civis a participar de
ponto, a participação no Comitê Assessor é um exer- Zero e Agricultura Sustentável; 3. Saúde e Bem-Estar; sentam princípios, objetivos e diretrizes para fazer da decisões em prol da sustentabilidade.
cício cívico, uma vez que não implica em qualquer 4. Educação de Qualidade; 5. Igualdade de Gênero; 6. PNEA um instrumento de longo prazo que visa a for- Os Ministérios do Meio Ambiente e da Educação
remuneração sendo considerado serviço de relevante Água Potável e Saneamento; 7. Energia Limpa e Aces- mação de indivíduos e comunidades capazes de exer- trabalham de forma conjunta para o fortalecimento
interesse público, conforme o § 1º, do art. 4º, do Decre- sível; 8. Trabalho Decente e Crescimento Econômico;
cer sua cidadania ambiental. da educação ambiental, como instrumento da demo-
to nº 4.281, de 2002. 9. Indústria, Inovação e Infraestrutura; 10. Redução cracia e das transformações necessárias.
das Desigualdades; 11. Cidades e Comunidades Sus- A Educação Ambiental aparece como instrumen-
Aspectos Gerais da Execução Política Nacional de tentáveis; 12. Consumo e Produção Responsáveis; 13. to de política pública no Brasil com a Lei nº 6.938, de
Educação Ambiental Ação Contra a Mudança Global do Clima; 14. Vida na 1981, que dispõe do estabelecimento da Política Nacio-
Água; 15. Vida Terrestre; 16. Paz, Justiça e Instituições PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO nal de Meio Ambiente (PNMA), no contexto da Confe-
Tendo em vista o art. 24, da CF, de 1988, a com- Eficazes; e 17. Parcerias e Meios de Implementação. AMBIENTAL rência Intergovernamental de Educação Ambiental
petência legislativa é concorrente tanto para o tema Estabelecidos os temas para os Programas de Edu- de Tbilisi (1977), que trouxe a educação ambiental
ambiental quanto para a educação. Sendo assim, cabe cação ambiental, o § 1º, do art. 6º, do Decreto nº 4.281, A execução do Programa Nacional de Educação como ferramenta integrativa, dinâmica e com poten-
à União editar normas gerais e aos Estados e Municí- de 2002, estabelece que o Poder Público deverá incen- Ambiental — ProNEA — surge com a necessidade de cial transformador para aquisição de conhecimentos
pios complementar tais normas. tivar a aplicação de recursos privados em projetos de refinar a relação do ser humano com o meio ambien- de forma participativa.
Seguindo o preceito constitucional, a Lei nº 9.795, educação ambiental: te, sociedade e economia. Utiliza-se como ferramentas Desde a Constituição Federal de 1988, está assegu-
de 1999, determina que os Estados, Distrito Federal
a sensibilização e conscientização de temas correlatos rado que é direito de todos um meio ambiente ecolo-
e Municípios definirão diretrizes, normas e critérios Art. 6º [...] e a utilização adequada de recursos naturais, median- gicamente equilibrado e caberá ao Estado “promover
para educação ambiental observando para isto os § 1º Cabe ao Poder Público estabelecer mecanis- te o cenário de desenvolvimento sustentável. a educação ambiental em todos os níveis de ensino e
princípios e objetivos da PNEA: mos de incentivo à aplicação de recursos pri-
A educação ambiental pode ser entendida como a conscientização pública para a preservação do meio
vados em projetos de Educação Ambiental.
um processo gradativo, no qual os indivíduos são sen- ambiente” (inciso VI, § 1º, art. 225).
Art. 16 Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
sibilizados e se conscientizam nas dimensões ambien- Na década de 1990, as temáticas de preservação
pios, na esfera de sua competência e nas áreas de Já para o financiamento de Programas de Educa-
tais locais (onde vivem, desenvolvem conhecimentos, ambiental ganharam força e grandes conferências
sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e cri- ção ambiental com recursos públicos, o art. 17, da
térios para a educação ambiental, respeitados os valores e habilidades) e globais (entendendo os prin- para tratar sobre o tema, a exemplo da Rio-92. Esses
Lei nº 9.795, de 1999, estabelece que a sua alocação encontros trouxeram muitos avanços no que diz res-
princípios e objetivos da Política Nacional de Edu- cipais cenários mundiais). Esse desenvolvimento visa
de recursos provenientes dos cofres públicos deverá peito à legislação ambiental, como um conjunto de leis
cação Ambiental. a torná-los cidadãos com melhores entendimentos
respeitar os seguintes critérios: fundamentais à PNMA, a Lei de Crimes Ambientais e
críticos, e idealmente multiplicadores das temáticas.
Em âmbito federal, o Decreto nº 4.281, de 2002, O ProNEA é coordenado pelo órgão gestor da Política de Recursos Hídricos, seguidas pela Política Nacional
Art. 17 A eleição de planos e programas, para fins
estabelece que Programas de Educação Ambiental Nacional de Educação Ambiental, o Ministério do Meio de Educação Ambiental (Lei n° 9.795, de 1999), pos-
de alocação de recursos públicos vinculados à Polí-
integrados devem ser criados, mantidos e implemen- Ambiente. Suas ações objetivam assegurar, através de teriormente regulamentada pelo Decreto n° 4.281, de
tica Nacional de Educação Ambiental, deve ser rea-
tados. Esses programas envolvem tanto a educação medidas educativas, uma integração equilibrada dos 2002, Tratado de Educação Ambiental para Socieda-
lizada levando-se em conta os seguintes critérios:
ambiental formal quanto a não-formal e devem fun- I - conformidade com os princípios, objetivos e dire- diversos setores sociais com a sustentabilidade para o des Sustentáveis e Responsabilidade Global (1992) e a
cionar de maneira integrada aos diversos setores da trizes da Política Nacional de Educação Ambiental; desenvolvimento do país, resultando em uma melhor Carta da Terra (1992).
sociedade: II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e qualidade de vida para toda a população brasileira, com Todas essas iniciativas fizeram com que a educação
do Sistema Nacional de Educação; apoio da sociedade e participação efetiva, para expandir ambiental ganhasse destaque no governo, parlamen-
Art. 6º Para o cumprimento do estabelecido neste III - economicidade, medida pela relação entre a os resultados deste programa a longo prazo. to e sociedade. Isso fez com que a maioria dos Estados
Decreto, deverão ser criados, mantidos e implemen- magnitude dos recursos a alocar e o retorno social Lançada em 1999, a Lei nº 9.795, sancionada pelo instituíssem políticas estaduais, criando a Comissão
tados, sem prejuízo de outras ações, programas propiciado pelo plano ou programa proposto. governo, criou a Política Nacional de Meio Ambiente Estadual Interinstitucional de Educação Ambiental.
de educação ambiental integrados: Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput (PNEA), por meio do Decreto nº 4.281, de 2002, inte-
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
I - a todos os níveis e modalidades de ensino; deste artigo, devem ser contemplados, de forma grado pelo Ministério do Meio Ambiente e Ministério Diretrizes
II - às atividades de conservação da biodiversi- eqüitativa, os planos, programas e projetos das da Educação. Esses ministérios são responsáveis por
dade, de zoneamento ambiental, de licenciamen- diferentes regiões do País. z Transversalidade e Interdisciplinaridade
tomar decisões e desenvolver instrumentos públicos
to e revisão de atividades efetivas ou potencialmente que, coerentes com princípios e práticas pautados na Por meio de espaços de interlocução bilateral e
poluidoras, de gerenciamento de resíduos, de Tendo em vista a necessidade de recursos para a Lei, construam caminhos para a consolidação da edu- múltipla, estimular a educação ambiental no conjun-
gerenciamento costeiro, de gestão de recursos operacionalização da PNEA, a Lei nº 9.795, de 1999, cação ambiental no país. O comitê assessor do PNEA
hídricos, de ordenamento de recursos pesquei- to do governo, nas entidades privadas e no terceiro
ainda prevê que: acompanha e colabora com as decisões do órgão.
ros, de manejo sustentável de recursos ambien- setor; enfim, na sociedade como um todo.
Ficou incumbido ao Órgão gestor a elaboração do Estimular o diálogo interdisciplinar entre as polí-
tais, de ecoturismo e melhoria de qualidade Art. 19 Os programas de assistência técnica e ProNEA. Após sua implementação, foram realizadas
ambiental; ticas setoriais e a participação qualificada nas deci-
financeira relativos a meio ambiente e educação, amplas consultas públicas para definição do progra-
III - às políticas públicas, econômicas, sociais e em níveis federal, estadual e municipal, devem alo- sões sobre investimentos, monitoramento e avaliação
ma que se baseia no Tratado de Educação Ambiental do impacto de tais políticas, para que a atuação do
culturais, de ciência e tecnologia de comunica- car recursos às ações de educação ambiental.
ção, de transporte, de saneamento e de saúde;
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Glo- poder público no campo da educação ambiental possa
419 420 bal, aprovado durante a Rio-92.
viabilizar a articulação entre as iniciativas existentes mecanismos de financiamento que envolvam o poder necessidades locais, atuando de forma transversal e Formação de Educadores e Educadoras Ambientais
no âmbito educativo e as ações voltadas à proteção, público e a sociedade civil. O processo de construção interdisciplinar.
z Devem ocorrer no âmbito formal e não formal
recuperação e melhoria socioambiental. do ProNEA pode e deve dialogar com as mais amplas As ações de educação ambiental devem estar ali-
planos de formação continuada a serem imple-
Propiciar um efeito multiplicador com potencial propostas, campanhas e programas governamentais e nhadas com ações de atenção à saúde e assistência
mentados a partir de parcerias com associações,
de transformação e emancipação para a sociedade — não governamentais em âmbitos nacional, estadual e social, e ações multidisciplinares, envolvendo espe- universidades, escolas, empresas, entre outros.
para isso, faz-se necessária a formulação e implemen- municipal, fortalecendo-os e sendo por eles fortaleci- cialmente: educadores, assistentes sociais e agentes Apoiar a criação de redes de formação de educa-
tação de políticas públicas de educação ambiental que do, agregando a essas reflexões e práticas marcada- de saúde, que desenvolvem oficinas de educação dores e educadoras, com a participação de univer-
fortaleçam essa perspectiva transversal. mente ambientalistas e educacionais. ambiental para demonstrar a relação entre saúde, sidades, empresas, organizações e escola;
A educação ambiental deve se pautar em uma Em conjunto com esses programas, são propos- ambiente e bem-estar social, a serem realizadas em z Produção de material técnico-pedagógico e insti-
abordagem sistêmica, capaz de integrar os múltiplos tas ações educacionais fundadas e voltadas ao ideá- locais acessíveis a comunidade geral. tucional de apoio aos processos formativos, além
aspectos da problemática ambiental contemporâ- rio ambientalista, permitindo a formação de agentes, A educação ambiental deve estar incluída nas ações da realização de seminários anuais sobre o tema
nea. Essa abordagem deve reconhecer o conjunto das editores, comunicadores e educadores ambientais, relacionadas à gestão dos recursos naturais nas bacias Universidade e Meio Ambiente;
interrelações e as múltiplas determinações dinâmi- apoiando e fortalecendo grupos, comitês e núcleos hidrográficas, defesa dos biomas, preservação da bio- z Dar suporte à qualificação de quadros profissionais
cas entre os âmbitos naturais, culturais, históricos, ambientais, em ações locais voltadas à construção de diversidade, unidades de conservação e entorno, ética das gerências, agências e departamentos de educa-
sociais, econômicos e políticos. sociedades sustentáveis. e pluralidade cultural, trabalho e consumo, agricultu- ção ambiental, assim como capacitação tecnológi-
Princípios ra e assentamentos sustentáveis, ciência e tecnologia, ca dos mesmos, através da formação continuada
z Descentralização Espacial e Institucional identidade e patrimônio; áreas fronteiriças e costeiras, de docentes e técnicos, desde a educação pré-esco-
z Concepção de ambiente em sua totalidade, con- entre outras vertentes das políticas públicas. lar ao ensino superior, utilizando tanto metodolo-
Privilegiar o envolvimento democrático dos ato- Deve-se estimular a apoiar a inserção da educa-
siderando a interdependência sistêmica entre o gias presenciais, quanto fazendo uso da educação
res e segmentos institucionais na construção e imple-
meio natural e o construído, o socioeconômico e ção ambiental nas práticas de ecoturismo, visando a a distância para fornecer essa capacitação;
mentação das políticas e programas de educação
o cultural, o físico e o espiritual, sob o enfoque da garantia da sustentabilidade social, ecológica e econô- z Parceria entre escolas públicas e universidades,
ambiental nos diferentes níveis e instâncias de repre-
sustentabilidade; mica das comunidades, possibilitando uma interação facilitando o acesso dos professores de rede públi-
sentatividade social no país.
z Abordagem articulada das questões ambientais dos turistas com os ecossistemas locais. ca do ensino básico aos cursos de pós-graduação
Considerando-se a educação ambiental como um
locais, regionais, nacionais, transfronteiriças e Articulação e mobilização social são instrumentos lato sensu e stricto sensu em educação ambiental,
dos instrumentos fundamentais da gestão ambiental,
globais; de educação ambiental. A realização de eventos sobre incluindo cursos de especialização, mestrado e
o ProNEA desempenha um importante papel na orien-
z Respeito à liberdade e à equidade de gênero; o tema, seminários, festejos populares, com a partici- doutorado.
tação de agentes públicos e privados para a reflexão,
z Reconhecimento da diversidade cultural, étnica, pação de representantes de órgãos públicos, socieda-
a construção e a implementação de políticas públi-
racial, genética, de espécies e de ecossistemas; de civil e especialistas na área fazem com que o tema Comunicação para Educação Ambiental
cas que possibilitem solucionar questões estruturais,
z Enfoque humanista, histórico, crítico, político, atinja grandes proporções e sensibilize a população.
almejando a sustentabilidade socioambiental.
democrático, participativo, inclusivo, dialógico, A cada dois anos ocorre a Conferência Nacional z A comunicação e a tecnologia para educação
cooperativo e emancipatório; de Educação Ambiental; antes dela, ocorrem confe- ambiental devem ser veiculadas em linguagem
z Sustentabilidade Socioambiental
z Compromisso com a cidadania ambiental; rências estaduais ou a inserção da educação ambien- acessível a todos, por intermédio dos meios de
A participação e o controle social destinam-se ao z Vinculação entre as diferentes dimensões do tal nas conferências estaduais e nacional de meio comunicação em geral, estimulando a sensibiliza-
empoderamento dos grupos sociais para intervirem, conhecimento; entre os valores éticos e estéticos; ambiente. Devem ser apoiados e estimulados os Con- ção do público-alvo da comunicação;
de modo qualificado, nos processos decisórios sobre entre a educação, o trabalho, a cultura e as práti- selhos Jovens de Meio Ambiente de ações de educa- z Criar canais de acesso às informações ambientais
o acesso aos recursos ambientais e seu uso. Neste sen- cas sociais; ção ambiental nas escolas públicas, entre outros que que possam ser utilizados na produção de progra-
tido, é necessário que a educação ambiental busque z Democratização na produção e divulgação do mação, veiculação de notícias, debates e outras
atuam de acordo com os objetivos e implementações
superar assimetrias nos planos cognitivos e organiza- conhecimento e fomento à interatividade na formas de comunicação social;
das ações do ProNEA.
tivos, já que a desigualdade e a injustiça social ainda informação; z Divulgação de experiencias bem-sucedidas em
Dentro das ações previstas no programa, está
são características da sociedade. z Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas; educação ambiental, para servirem como modelos
também:
Com isso, a prática da educação ambiental deve z Garantia de continuidade e permanência do pro- para as demais. Inclusive daquelas desenvolvidas
ir além da disponibilização de informações. Essa cesso educativo; z estimular a educação ambiental voltada para com o apoio de instancias governamentais ligadas
perspectiva deve contribuir para a socialização de z Permanente avaliação crítica e construtiva do pro- empreendimentos e projetos do setor produtivo, à educação ambiental;
conhecimentos, inclusive por intermédio do uso de cesso educativo; estimulando ações de educação ambiental para z Socialização de informações por meio das “Salas
tecnologias voltadas, por exemplo, para reciclagem e z Coerência entre o pensar, o falar, o sentir e o fazer; sociedades sustentáveis, especialmente para o Verdes” de secretarias estaduais e municipais de
desenvolvimento de produtos biodegradáveis, desen- z Transparência. meio ambiente.
público alvo das comunidades rurais;
volvidas em universidades, organizações não gover- z colaborar para o desenvolvimento de práticas sus-
namentais e empresas privadas. As linhas de ação para implementação na educa- Inclusão da Educação Ambiental nas Instituições de
tentáveis no campo, como contribuição para a sus-
ção ambiental no país serão traçadas em uma gestão Ensino
tentabilidade da agricultura familiar através da
z Democracia e Participação Social integrada das políticas públicas, programas e projetos
implementação de políticas públicas para o forta-
em articulação com governos estaduais e municipais, z Incentivar a inclusão das temáticas ambientais
Permeiam as estratégias e ações — sob a perspecti- lecimento das instituições de educação e formação
fóruns, comissões e demais segmentos da sociedade, nos projetos políticos pedagógicos das institui-
va da universalização dos direitos e da inclusão social de jovens e adultos no meio rural, a exemplo dos
prezando sempre pelo caráter participativo e descen- ções de ensino, estabelecendo uma reestrutura-
— por intermédio da geração e disponibilização de Centros de Formação de Agricultores em Agroin-
tralizado na divulgação de informações e tomada de ção da educação direcionada a sustentabilidade,
informações que garantam a participação social na dis- dústria (Cefas).
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
decisões, promovendo a transversalidade das ques- adequando a construção de novos currículos nos
cussão, formulação, implementação, fiscalização e ava- tões ambientais. diferentes níveis de ensino, que contemplem a
O ProNEA prevê apoio institucional e financeiro a
liação das políticas ambientais voltadas à construção Cabe aos órgãos gestores estimular e apoiar a cria- temática ambiental estando em sintonia com as
ações de educação ambiental. Destina recursos finan-
de valores culturais comprometidos com a qualidade ção de programas de educação ambiental que sejam propostas do ProNEA e com os Programas de Edu-
ambiental e a justiça social; e de apoio à sociedade na ceiros oriundos de fundos já existentes para a imple-
referência para a elaboração de outros planos e pro- cação Ambiental;
busca de um modelo socioeconômico sustentável. mentação de projetos e ações de educação ambiental,
jetos de políticas públicas; formular e implementar z Incentivar estudos, pesquisas e experimentos
através da criação de linhas de financiamento público
políticas públicas ambientais de âmbito local; incen- em educação ambiental. Fomentar a criação e o
z Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Siste- e privado, específicas para o fomento de programas
tivar a criação e implantação de programas estaduais fortalecimento de núcleos de pesquisa e experi-
mas de Ensino, Meio Ambiente e Outros que e municipais de educação ambiental em consonância e projetos de educação ambiental, desenvolvidos pelo
mentação em educação ambiental, por meio de
Tenham Interface com a Educação Ambiental com as Diretrizes do ProNEA e com a Agenda 21. governo ou sociedade civil junto ao Fundo Nacional
incentivos às instituições de ensino e à implemen-
Devem ser desenvolvidas parcerias locais, com do Meio Ambiente (FNMA). Destina-os, também, aos
É fundamental o apoio à implantação e imple- tação de projetos de extensão universitária com
apoio do governo e sociedade civil para elaborar e fundos estaduais e municipais de educação, de meio
mentação de políticas descentralizadas, no âmbi- enfoque em meio ambiente e educação ambiental;
administrar cursos de capacitação que contemplem ambiente e de recursos hídricos, além de incentivo à
to dos estados e municípios, bem como a criação de 421 422 criação de novos fundos.
z Estímulo e apoio à criação de linhas de pesquisa I - igualdade de condições para o acesso e perma- X - vaga na escola pública de educação infantil z Vaga próxima às residências a partir dos 4 anos
para educação ambiental junto a órgãos de fomen- nência na escola; ou de ensino fundamental mais próxima de sua durante as etapas da educação infantil e ensino
to, como Capes, CNPq, fundações estaduais, entre II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e residência a toda criança a partir do dia em que fundamental (inciso X, art. 4º);
outros. divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; completar 4 (quatro) anos de idade. z Educação aos alunos da educação básica interna-
III - pluralismo de idéias e de concepções Art. 4º-A É assegurado atendimento educacio- dos, a ser realizada no hospital, local congênere ou
pedagógicas; nal, durante o período de internação, ao aluno na residência (art. 4º-A).
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; da educação básica internado para tratamento
V - coexistência de instituições públicas e privadas de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por
Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE de ensino; tempo prolongado, conforme dispuser o Poder
é direito público subjetivo, podendo qualquer
1996 VI - gratuidade do ensino público em estabeleci- Público em regulamento, na esfera de sua compe-
cidadão, grupo de cidadãos, associação comuni-
mentos oficiais; tência federativa.
tária, organização sindical, entidade de classe ou
VII - valorização do profissional da educação
A Lei nº 9.394, de 1996, conhecida como Lei de outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério
escolar; A educação escolar divide-se em:
Diretrizes e Bases (LDB), Lei de Diretrizes e Bases da Público, acionar o poder público para exigi-lo.
VIII - gestão democrática do ensino público, na
Educação Nacional (LDBEN) ou, ainda, como Lei Dar- § 1º O poder público, na esfera de sua competência
forma desta Lei e da legislação dos sistemas de
cy Ribeiro, é uma lei que contém normas gerais que federativa, deverá:
ensino;
disciplinam a educação escolar pública e privada no NÍVEIS ETAPAS I - recensear anualmente as crianças e adolescentes
IX - garantia de padrão de qualidade;
Brasil. em idade escolar, bem como os jovens e adultos que
X - valorização da experiência extra-escolar; Educação infantil: 0 a 5 anos não concluíram a educação básica;
Juntamente com os arts. 205 ao 214, da Consti- XI - vinculação entre a educação escolar, o traba- Divide-se em duas fases: Creche e II - fazer-lhes a chamada pública;
tuição Federal, a LDB é um dos pilares da educação lho e as práticas sociais. Pré-escola III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela fre-
brasileira. XII - consideração com a diversidade
qüência à escola.
étnico-racial.
Educação
Trata-se de uma norma extensa; por isso, vamos Ensino fundamental: anos iniciais e § 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder
XIII - garantia do direito à educação e à aprendiza- básica
nos dedicar aos artigos mais recorrentes em provas. anos finais Público assegurará em primeiro lugar o aces-
Vamos ao estudo! gem ao longo da vida.
so ao ensino obrigatório, nos termos deste arti-
XIV - respeito à diversidade humana, linguística, Ensino médio: Formação Geral
go, contemplando em seguida os demais níveis e
DA EDUCAÇÃO cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-ce- Básica e Itinerários Formativos
modalidades de ensino, conforme as prioridades
gas e com deficiência auditiva.
Educação constitucionais e legais.
Art. 1º A educação abrange os processos formati- superior § 3º Qualquer das partes mencionadas no caput
vos que se desenvolvem na vida familiar, na con- O art. 3º apresenta 14 princípios que se encontram deste artigo tem legitimidade para peticionar no
vivência humana, no trabalho, nas instituições de de acordo com os princípios dispostos no art. 206, da Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e orga- CF. Os arts. 4º e 4º-A apresentam as seguintes garantias: da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito
nizações da sociedade civil e nas manifestações sumário a ação judicial correspondente.
culturais. DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR z A educação infantil (de 0 a 5 anos) é gratuita (inci- § 4º Comprovada a negligência da autoridade
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que so II, art. 4º); competente para garantir o oferecimento do ensino
se desenvolve, predominantemente, por meio do Art. 4º O dever do Estado com educação escolar obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
ensino, em instituições próprias. pública será efetivado mediante a garantia de: responsabilidade.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mun- I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 Dica § 5º Para garantir o cumprimento da obrigato-
do do trabalho e à prática social. (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organiza- riedade de ensino, o Poder Público criará formas
A creche não é obrigatória, mas, quando ofereci-
da da seguinte forma: alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensi-
da pelo Estado, é gratuita. no, independentemente da escolarização anterior.
A LDB trouxe, no caput de seu art. 1º, uma defini- a) pré-escola;
ção de educação em sentido amplo, isto é, a educação b) ensino fundamental;
c) ensino médio; z A educação básica (de 4 a 17 anos) é obrigatória e Caso alguém procure vaga na educação básica da
como um processo abrangente, que inclui a educa-
II - educação infantil gratuita às crianças de até gratuita (inciso I, art. 4º). São obrigatórios e gratui- rede pública e não encontre, o governo do Estado ou
ção que ocorre em diversos espaços sociais, como
5 (cinco) anos de idade; tos, portanto: a pré-escola, o ensino fundamental e do Município pode ser acionado judicialmente.
no âmbito da família, do trabalho, dos movimentos
III - atendimento educacional especializado o ensino médio; Podem acionar o poder público:
sociais e culturais e, também, a educação formal, que
gratuito aos educandos com deficiência, transtor- z Prestação de Atendimento Educacional Especiali-
ocorre nas instituições próprias de ensino e pesquisa.
nos globais do desenvolvimento e altas habilidades zado (AEE) para estudantes com deficiência, estu-
Nos termos do § 1º, do art. 1º, a LDB disciplina
ou superdotação, transversal a todos os níveis, eta- dantes com transtorno global do desenvolvimento
somente a educação escolar, que acontece de forma Cidadão
pas e modalidades, preferencialmente na rede regu- e estudantes super dotados ou com altas habilida-
institucionalizada (em ambiente específico). lar de ensino; des (inciso III, art. 4º);
A educação escolar, por sua vez, deve estar vincu- IV - acesso público e gratuito aos ensinos funda- z Acesso ao ensino público e gratuito aos não con-
lada ao mundo do trabalho e da prática social. mental e médio para todos os que não os concluí- cluintes em idade própria, por meio da Educação
ram na idade própria; de Jovens e Adultos — EJA (inciso IV, art. 4º);
DOS PRINCÍPIOS E DOS FINS DA EDUCAÇÃO V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, Entidade
z Oferta de níveis mais elevados de ensino (gradua-
NACIONAL da pesquisa e da criação artística, segundo a capa-
ção e pós-graduação), de acordo com a capacidade
cidade de cada um;
da pessoa, ou seja, com vagas limitadas, cujo aces- Podem Acionar
Art. 2º A educação, dever da família e do Esta- VI - oferta de ensino noturno regular, adequado
so ocorre mediante processo seletivo (inciso VI,
do, inspirada nos princípios de liberdade e nos às condições do educando;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
VII - oferta de educação escolar regular para jovens art. 4º); Associação
ideais de solidariedade humana, tem por finali-
dade o pleno desenvolvimento do educando, seu e adultos, com características e modalidades ade- z Oferta de ensino regular noturno e educação esco-
preparo para o exercício da cidadania e sua qua- quadas às suas necessidades e disponibilidades, lar regular que atenda às necessidades dos jovens
lificação para o trabalho. garantindo-se aos que forem trabalhadores as e adultos trabalhadores (incisos VI e VII, art. 4º);
condições de acesso e permanência na escola; z Programas suplementares: utilize o mnemônico
Família e Estado têm o dever de proporcionar edu- VIII - atendimento ao educando, em todas as eta- MATA — material escolar, alimentação, transpor- Ministério
cação, dentro dos princípios propostos e visando a pas da educação básica, por meio de programas te e assistência médico-odontológica (inciso VIII, Público
uma tripla finalidade: o desenvolvimento do educan- suplementares de material didático-escolar, art. 4º). Programas suplementares são pagos com
transporte, alimentação e assistência à saúde; recursos da assistência social e não da educação;
do, o seu preparo para o exercício da cidadania e a sua
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, z Padrões mínimos de qualidade, isto é, a garantia Tais ações correm em rito sumário (mais célere) e
qualificação para o trabalho.
definidos como a variedade e quantidade mínimas, do mínimo indispensável ao desenvolvimento do são gratuitas.
por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvol- processo de ensino e aprendizagem (inciso IX, art.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos vimento do processo de ensino-aprendizagem.
seguintes princípios: 4º);
423 424
Caso o poder público não oferte o ensino obrigató- § 4º O disposto neste artigo não se aplica ao ensino instituições de educação superior e os estabele- Cabe, também, aos estados oferecer o ensino fun-
rio ou o faça de forma irregular, por negligência, será militar a que se refere o art. 83 desta Lei. cimentos do seu sistema de ensino. (Vide Lei nº damental em colaboração com os municípios, editar
caracterizado crime de responsabilidade. 10.870, de 2004) normas complementares e prover o transporte estu-
É dever do poder público: O art. 7º-A cuida do exercício do direito de crença. § 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho dantil para a rede estadual.
Caso o aluno não possa participar das atividades esco- Nacional de Educação, com funções normativas e Por fim, cabe aos estados ofertar o ensino funda-
z Fazer chamada dos alunos; lares por motivo religioso, poderá requerer a realiza- de supervisão e atividade permanente, criado por mental e o ensino médio, dando prioridade ao médio.
ção de atividade alternativa. lei.
z Zelar pela frequência junto aos pais ou responsáveis;
§ 2º Para o cumprimento do disposto nos incisos V
z Realizar o recenseamento anual. Art. 11 Os Municípios incumbir-se-ão de:
a IX, a União terá acesso a todos os dados e infor-
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
mações necessários de todos os estabelecimentos e
Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar Importante! órgãos educacionais.
instituições oficiais dos seus sistemas de ensino,
a matrícula das crianças na educação básica a integrando-os às políticas e planos educacionais da
O requerimento para a realização da atividade § 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão
partir dos 4 (quatro) anos de idade. União e dos Estados;
alternativa deve ser prévio. As atividades podem ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal,
II - exercer ação redistributiva em relação às suas
desde que mantenham instituições de educação
Os pais ou responsáveis podem ser responsabiliza- ser uma prova, aula de reposição em horário escolas;
superior.
dos caso não matriculem as crianças e os adolescentes alternativo ou um trabalho escrito. III - baixar normas complementares para o seu sis-
tema de ensino;
entre 4 e 17 anos. A União possui atribuições, descritas no art. 9º, que IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabe-
A possibilidade de atividade alternativa não se não são compartilhadas por outros entes. Basicamen- lecimentos do seu sistema de ensino;
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, te, a União tem papel de coordenação, uma vez que é a
aplica às escolas militares. V - oferecer a educação infantil em creches e pré-
atendidas as seguintes condições: responsável pela Política Nacional de Educação. -escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,
I - cumprimento das normas gerais da educação Além da função de coordenação, à União compete
DA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL permitida a atuação em outros níveis de ensino
nacional e do respectivo sistema de ensino;
a função normativa (estabelecer normas sobre educa- somente quando estiverem atendidas plenamente
II - autorização de funcionamento e avaliação de
ção), redistributiva (por exemplo, fazer o repasse do as necessidades de sua área de competência e com
qualidade pelo Poder Público; Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
salário-educação entre os entes) e supletiva (comple- recursos acima dos percentuais mínimos vincu-
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o Municípios organizarão, em regime de colabora-
mentando as necessidades de estados e municípios). lados pela Constituição Federal à manutenção e
previsto no art. 213 da Constituição Federal. ção, os respectivos sistemas de ensino.
Apesar dessas funções da União, estados e muni- desenvolvimento do ensino.
§ 1º Caberá à União a coordenação da política
cípios têm autonomia para organizar cada sistema de VI - assumir o transporte escolar dos alunos da
O art. 7º dispõe que a iniciativa privada tem liber- nacional de educação, articulando os diferentes
ensino. rede municipal.
dade para ofertar ensino, desde que atenda às normas níveis e sistemas e exercendo função normativa,
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ain-
que regulam a educação e que obtenha autorização redistributiva e supletiva em relação às demais ins- Compete, ainda, à União prestar assistência téc-
da, por se integrar ao sistema estadual de ensino
para tal, devendo ser avaliada em sua qualidade pelo
tâncias educacionais. nica e financeira para estados e municípios, estabe-
ou compor com ele um sistema único de educação
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de orga- lecer as diretrizes curriculares (DCN) em colaboração
poder público. básica.
nização nos termos desta Lei. com os estados e municípios, realizar o cadastro dos
A instituição privada deve, ainda demonstrar Art. 9º A União incumbir-se-á de:
capacidade de autofinanciamento, isto é, capacida- alunos superdotados e com altas habilidades, entre
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em Aos municípios compete a organização, a manu-
de financeira de manter-se funcionando em caso outras atribuições.
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os tenção e o desenvolvimento dos órgãos e instituições
de uma crise inesperada. A prova de capacidade de Municípios; educacionais (como as secretarias municipais de edu-
Art. 10 Os Estados incumbir-se-ão de:
autofinanciamento, nos termos do art. 213, da CF, não II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins- cação, por exemplo), bem como a integração desses
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins-
se aplica a instituições filantrópicas, comunitárias e tituições oficiais do sistema federal de ensino e o órgãos e instituições aos planos federal e estadual.
tituições oficiais dos seus sistemas de ensino;
confessionais. dos Territórios; II - definir, com os Municípios, formas de colabo- Compete, ainda, aos municípios autorizar, reconhe-
III - prestar assistência técnica e financeira aos ração na oferta do ensino fundamental, as quais cer, credenciar e supervisionar as instituições públi-
Art. 7º-A Ao aluno regularmente matriculado em Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para devem assegurar a distribuição proporcional das cas de educação infantil, ensino fundamental e ensino
instituição de ensino pública ou privada, de qual- o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o responsabilidades, de acordo com a população a médio e as privadas de educação infantil dentro do
quer nível, é assegurado, no exercício da liberdade atendimento prioritário à escolaridade obrigató- ser atendida e os recursos financeiros disponíveis âmbito do sistema de ensino municipal.
de consciência e de crença, o direito de, median- ria, exercendo sua função redistributiva e supletiva; em cada uma dessas esferas do Poder Público; Os municípios têm, ainda, a competência de bai-
te prévio e motivado requerimento, ausentar- IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, III - elaborar e executar políticas e planos educa- xar normas complementares, fornecer transporte aos
-se de prova ou de aula marcada para dia em que, o Distrito Federal e os Municípios, competências e cionais, em consonância com as diretrizes e planos alunos da rede municipal e o dever de ofertar educa-
segundo os preceitos de sua religião, seja vedado diretrizes para a educação infantil, o ensino funda- nacionais de educação, integrando e coordenando ção infantil e ensino fundamental, dando prioridade à
o exercício de tais atividades, devendo-se-lhe atri- mental e o ensino médio, que nortearão os currícu- as suas ações e as dos seus Municípios;
los e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar
educação infantil.
buir, a critério da instituição e sem custos para o IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisio-
aluno, uma das seguintes prestações alternativas, formação básica comum; nar e avaliar, respectivamente, os cursos das insti-
nos termos do inciso VIII do caput do art. 5º da IV-A - estabelecer, em colaboração com os Esta- Art. 12 Os estabelecimentos de ensino, respei-
tuições de educação superior e os estabelecimentos tadas as normas comuns e as do seu sistema de
Constituição Federal: dos, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes do seu sistema de ensino;
I - prova ou aula de reposição, conforme o caso, a e procedimentos para identificação, cadastramen- ensino, terão a incumbência de:
V - baixar normas complementares para o seu sis- I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
ser realizada em data alternativa, no turno de estu- to e atendimento, na educação básica e na educa- tema de ensino;
do do aluno ou em outro horário agendado com sua ção superior, de alunos com altas habilidades ou II - administrar seu pessoal e seus recursos mate-
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com riais e financeiros;
anuência expressa; superdotação; prioridade, o ensino médio a todos que o demanda-
II - trabalho escrito ou outra modalidade de ati- V - coletar, analisar e disseminar informações III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e
rem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; horas-aula estabelecidas;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
vidade de pesquisa, com tema, objetivo e data de sobre a educação; VII - assumir o transporte escolar dos alunos da
entrega definidos pela instituição de ensino. VI - assegurar processo nacional de avaliação do IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho
rede estadual. de cada docente;
§ 1º A prestação alternativa deverá observar os rendimento escolar no ensino fundamental, médio Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-
parâmetros curriculares e o plano de aula do dia e superior, em colaboração com os sistemas de V - prover meios para a recuperação dos alunos de
-ão as competências referentes aos Estados e aos menor rendimento;
da ausência do aluno. ensino, objetivando a definição de prioridades e a Municípios.
§ 2º O cumprimento das formas de prestação melhoria da qualidade do ensino; VI - articular-se com as famílias e a comunidade,
alternativa de que trata este artigo substituirá a VII - baixar normas gerais sobre cursos de gradua- criando processos de integração da sociedade com
ção e pós-graduação;
Aos estados compete, resumidamente, elaborar a escola;
obrigação original para todos os efeitos, inclusive
VIII - assegurar processo nacional de avaliação políticas públicas e planos educacionais estaduais, VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com
regularização do registro de frequência
§ 3º As instituições de ensino implementarão pro- das instituições de educação superior, com a coo- sempre de acordo com o Plano Nacional. Compete seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais,
gressivamente, no prazo de 2 (dois) anos, as pro- peração dos sistemas que tiverem responsabilidade aos entes estaduais, ainda, autorizar, reconhecer e sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem
vidências e adaptações necessárias à adequação sobre este nível de ensino; credenciar instituições públicas estaduais, públi- como sobre a execução da proposta pedagógica da
de seu funcionamento às medidas previstas neste IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervi- cas municipais e privadas de ensino fundamental e escola;
artigo sionar e avaliar, respectivamente, os cursos das médio.
425 426
VIII - notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima Art. 16 O sistema federal de ensino compreende:
de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei; I - as instituições de ensino mantidas pela União;
IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a II - as instituições de educação superior mantidas pela iniciativa privada;
intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; III - os órgãos federais de educação.
X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. Art. 17 Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:
XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
de drogas. II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
Art. 13 Os docentes incumbir-se-ão de: III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela iniciati-
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; va privada, integram seu sistema de ensino.
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; Art. 18 Os sistemas municipais de ensino compreendem:
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. III - os órgãos municipais de educação.
Os arts. 12 e 13, respectivamente, cuidam das incumbências das escolas e dos docentes. Resumidamente, as Esquematicamente, as composições de cada sistema de ensino são:
incumbências de ambos são:
SISTEMA FEDERAL SISTEMA ESTADUAL SISTEMA MUNICIPAL
(ART. 16) (ART. 17) (ART. 18)
INCUMBÊNCIA ESCOLAS DOCENTES
Instituições de educação básica
Proposta pedagógica Elaborar e executar Participar na elaboração Instituições mantidas com recursos Instituições criadas e mantidas com
criadas e mantidas com recursos
da União recursos estaduais/distritais (DF)
municipais
Plano de trabalho Zelar pelo cumprimento Elaborar e cumprir
Instituições privadas de ensino Instituições de ensino superior criadas e Instituições privadas de educa-
Recuperação Prover meios Definir estratégias
superior mantidas com recursos municipais ção infantil
Articulação com as famílias e com a Colaborar com as atividades de
Criar atividades de integração Órgãos federais de educação (Minis-
comunidade integração Instituições privadas de ensino funda- Órgãos municipais de ensino (Se-
tério da Educação e Conselho Nacio-
mental e ensino médio cretaria Municipal de Ensino)
nal de Educação)
Especificamente em relação às incumbências da escola, cabe destacar:
Órgãos estaduais/distritais de educação
z A eliminação da violência, em especial do bullying; (Secretaria Estadual de Educação; Dele-
z A promoção de cultura de paz; gacia Regional de Educação etc.)
z A manutenção de um ambiente seguro e a prevenção do uso de drogas.
Categorias Administrativas das Instituições de Ensino
Gestão Democrática
Art. 19 As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas:
Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público;
básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; III - comunitárias, na forma da lei.
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. § 1º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo podem qualificar-se como con-
fessionais, atendidas a orientação confessional e a ideologia específicas.
§ 2º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo podem ser certificadas como
Importante! filantrópicas, na forma da lei.
Art. 20 (Revogado pela Lei nº 13.868, de 2019)
A LDB estabelece que cada sistema de ensino deve criar suas próprias normas, atendendo aos princípios
estabelecidos no art. 14.
Para fins administrativos, as escolas dividem-se em:
Art. 15 Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram pro-
gressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de Públicas
direito financeiro público.
Confessionais
Às escolas de educação básica devem ser garantidos progressivos graus de autonomia: Privadas
ESCOLAS
Filantrópicas
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Autonomia
Educação Básica
Confessionais
Comunitárias
Gestão
Pedagógica Administrativa Filantrópicas
Financeira
Educação Educação do mediante verificação do aprendizado; afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e política, especialmente do Brasil. serão ministrados no âmbito de todo o currículo
indígena campo § 2º O ensino da arte, especialmente em suas
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de escolar, em especial nas áreas de educação artística
preferência paralelos ao período letivo, para os expressões regionais, constituirá componente e de literatura e história brasileiras.
Das sete modalidades mencionadas no texto legal, casos de baixo rendimento escolar, a serem dis- curricular obrigatório da educação básica. Art. 27 Os conteúdos curriculares da educação
ciplinados pelas instituições de ensino em seus § 3º A educação física, integrada à proposta peda- básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
a LDB descreveu somente a educação de jovens e adul-
regimentos; gógica da escola, é componente curricular obri- I - a difusão de valores fundamentais ao interesse
tos, a educação profissional e a educação especial.
VI - o controle de freqüência fica a cargo da esco- gatório da educação básica, sendo sua prática social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de res-
la, conforme o disposto no seu regimento e nas facultativa ao aluno: peito ao bem comum e à ordem democrática;
EDUCAÇÃO BÁSICA I - que cumpra jornada de trabalho igual ou supe-
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a II - consideração das condições de escolaridade dos
freqüência mínima de setenta e cinco por cento do rior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de alunos em cada estabelecimento;
Art. 22 A educação básica tem por finalidades 1º.12.2003)
total de horas letivas para aprovação; III - orientação para o trabalho;
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação II - maior de trinta anos de idade;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir his- IV - promoção do desporto educacional e apoio às
comum indispensável para o exercício da cidadania
tóricos escolares, declarações de conclusão de série 429 430 práticas desportivas não-formais.
Art. 28 Na oferta de educação básica para a popu- z aprovadas pelo CNE; § 3º O ensino fundamental regular será ministrado I - a consolidação e o aprofundamento dos
lação rural, os sistemas de ensino promoverão z homologadas pelo MEC. em língua portuguesa, assegurada às comunida- conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,
as adaptações necessárias à sua adequação às des indígenas a utilização de suas línguas mater- possibilitando o prosseguimento de estudos;
peculiaridades da vida rural e de cada região, Da Educação Infantil nas e processos próprios de aprendizagem. II - a preparação básica para o trabalho e a
especialmente: § 4º O ensino fundamental será presencial, sen- cidadania do educando, para continuar apren-
I - conteúdos curriculares e metodologias apropria- Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da do o ensino a distância utilizado como com- dendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
das às reais necessidades e interesses dos alunos educação básica, tem como finalidade o desen- plementação da aprendizagem ou em situações flexibilidade a novas condições de ocupação ou
da zona rural; volvimento integral da criança de até 5 (cinco) emergenciais. aperfeiçoamento posteriores;
II - organização escolar própria, incluindo adequa- anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelec- § 5º O currículo do ensino fundamental incluirá, III - o aprimoramento do educando como pessoa
ção do calendário escolar às fases do ciclo agrícola tual e social, complementando a ação da família e obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direi- humana, incluindo a formação ética e o desenvolvi-
e às condições climáticas; da comunidade. tos das crianças e dos adolescentes, tendo como mento da autonomia intelectual e do pensamento
III - adequação à natureza do trabalho na zona Art. 30 A educação infantil será oferecida em: diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que crítico;
rural. I - creches, ou entidades equivalentes, para crian- institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, IV - a compreensão dos fundamentos científico-
Parágrafo único. O fechamento de escolas do ças de até três anos de idade; observada a produção e distribuição de material -tecnológicos dos processos produtivos, relacio-
campo, indígenas e quilombolas será prece- II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 didático adequado. nando a teoria com a prática, no ensino de cada
dido de manifestação do órgão normativo do (cinco) anos de idade. § 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será disciplina.
respectivo sistema de ensino, que considerará a Art. 31 A educação infantil será organizada de incluído como tema transversal nos currículos do Art. 35-A A Base Nacional Comum Curricular defi-
justificativa apresentada pela Secretaria de Educa- acordo com as seguintes regras comuns: ensino fundamental. nirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino
ção, a análise do diagnóstico do impacto da ação e I - avaliação mediante acompanhamento e regis- médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional
a manifestação da comunidade escolar. tro do desenvolvimento das crianças, sem o obje- O ensino fundamental é obrigatório a partir dos 6 de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento:
tivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino anos, tem duração de 9 anos e visa à formação básica I - linguagens e suas tecnologias
Os arts. 26 ao 28 apresentam os seguintes destaques: fundamental; do cidadão. Deve ser oferecido presencialmente, sen- II - matemática e suas tecnologias;
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocen- do o ensino a distância utilizado em duas hipóteses: III - ciências da natureza e suas tecnologias
z Os currículos da educação infantil, da educa- tas) horas, distribuída por um mínimo de 200 IV - ciências humanas e sociais aplicadas.
ção fundamental e do ensino médio possuem (duzentos) dias de trabalho educacional; § 1º A parte diversificada dos currículos de que
z Como forma de complementação;
trata o caput do art. 26, definida em cada sistema
uma base comum e uma parte diversificada. A III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (qua- z Em situações de emergência.
tro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) de ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacio-
parte comum, fixada pelo poder público, consiste
horas para a jornada integral; nal Comum Curricular e ser articulada a partir do
no mínimo ministrado em todo o país; já a parte O ensino fundamental é ministrado em Língua contexto histórico, econômico, social, ambiental e
diversificada é construída por cada instituição, IV - controle de frequência pela instituição de edu- Portuguesa, mas é assegurado aos povos indígenas o
cação pré-escolar, exigida a frequência mínima de cultural
tendo em vista as especificidades existentes; uso de suas línguas maternas e processos próprios de te ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estu-
z Os conteúdos curriculares devem conter obriga- 60% (sessenta por cento) do total de horas;
aprendizagem. dos e práticas de educação física, arte, sociologia e
V - expedição de documentação que permita atestar
toriamente o ensino: da Língua Portuguesa, da filosofia.
os processos de desenvolvimento e aprendizagem
Matemática, do Mundo Físico e Natural e da Reali- Art. 33 O ensino religioso, de matrícula facul- § 3º O ensino da língua portuguesa e da matemáti-
da criança.
dade Social e Política, especialmente a brasileira; tativa, é parte integrante da formação básica do ca será obrigatório nos três anos do ensino médio,
z A disciplina de Artes é obrigatória na educação cidadão e constitui disciplina dos horários nor- assegurada às comunidades indígenas, também, a
A educação infantil visa ao desenvolvimento inte-
básica (compreendendo as linguagens da música, mais das escolas públicas de ensino fundamen- utilização das respectivas línguas maternas
gral da criança até 5 anos. Até os 3 anos, a educa- tal, assegurado o respeito à diversidade cultural § 4º Os currículos do ensino médio incluirão, obri-
do teatro, da dança e das artes visuais);
ção infantil é oferecida em creches; dos 4 aos 5, em religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de gatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão
z A disciplina de Educação Física é obrigatória na
pré-escolas. proselitismo. ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter
educação básica, sendo facultativa para alguns
Na educação infantil, não há promoção (portanto, § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo
grupos (quem trabalha 6 horas ou mais, quem tem
não há reprovação); atingindo os 6 anos, a criança procedimentos para a definição dos conteúdos do com a disponibilidade de oferta, locais e horários
doença grave, que tem filhos, quem se encontra
está apta a cursar o ensino fundamental. ensino religioso e estabelecerão as normas para a definidos pelos sistemas de ensino.
prestando o serviço militar inicial obrigatório);
habilitação e admissão dos professores. § 5º A carga horária destinada ao cumprimento da
z A disciplina História do Brasil deve dar ênfase às
Do Ensino Fundamental § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, Base Nacional Comum Curricular não poderá ser
matrizes étnicas e culturais indígena, africana
constituída pelas diferentes denominações reli- superior a mil e oitocentas horas do total da carga
e europeia; horária do ensino médio, de acordo com a definição
Art. 32 O ensino fundamental obrigatório, com giosas, para a definição dos conteúdos do ensino
z A Língua Inglesa é incluída a partir do 6º ano do religioso. dos sistemas de ensino.
duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola
ensino fundamental e está presente em todos os Art. 34 A jornada escolar no ensino funda- § 6º A União estabelecerá os padrões de desempe-
pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade,
anos do ensino médio (pode haver outra língua, mental incluirá pelo menos quatro horas de nho esperados para o ensino médio, que serão refe-
terá por objetivo a formação básica do cida-
optativa, de preferência o espanhol); dão, mediante: trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres- rência nos processos nacionais de avaliação, a
z Os temas transversais devem estar presentes na I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, sivamente ampliado o período de permanência na partir da Base Nacional Comum Curricular.
base comum curricular; tendo como meios básicos o pleno domínio da leitu- escola. § 7º Os currículos do ensino médio deverão consi-
ra, da escrita e do cálculo; § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e derar a formação integral do aluno, de maneira a
Dica II - a compreensão do ambiente natural e social, do das formas alternativas de organização autoriza- adotar um trabalho voltado para a construção de
sistema político, da tecnologia, das artes e dos valo- das nesta Lei. seu projeto de vida e para sua formação nos aspec-
Temas transversais são pertinentes para o apren- res em que se fundamenta a sociedade; § 2º O ensino fundamental será ministrado progres- tos físicos, cognitivos e socioemocionais
dizado de diferentes áreas e contribuem para a III - o desenvolvimento da capacidade de aprendi- sivamente em tempo integral, a critério dos siste- § 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
formação integral dos alunos. São exemplos de zagem, tendo em vista a aquisição de conhecimen- mas de ensino. avaliação processual e formativa serão organiza-
temas transversais: meio ambiente, ética, plura- tos e habilidades e a formação de atitudes e valores; dos nas redes de ensino por meio de atividades teó-
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos ricas e práticas, provas orais e escritas, seminários,
lidade, saúde e cultura, entre outros.
laços de solidariedade humana e de tolerância recí- Importante! projetos e atividades on-line, de tal forma que ao
proca em que se assenta a vida social. final do ensino médio o educando demonstre:
z Deve haver, no mínimo, duas horas mensais de O ensino religioso deve ser obrigatorimente ofe- I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o
exibição de filmes nacionais; recido, mas a matrícula é facultativa. que presidem a produção moderna;
ensino fundamental em ciclos.
z São previstos temas de direitos humanos e de § 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão II - conhecimento das formas contemporâneas de
educação alimentar e nutricional. regular por série podem adotar no ensino funda- linguagem.
mental o regime de progressão continuada, sem Do Ensino Médio Art. 36 O currículo do ensino médio será composto
É importante notar que, nos termos do § 10, art. prejuízo da avaliação do processo de ensino-apren- pela Base Nacional Comum Curricular e por itine-
26, novas disciplinas somente poderão fazer parte da dizagem, observadas as normas do respectivo sis- Art. 35 O ensino médio, etapa final da educação rários formativos, que deverão ser organizados por
base curricular se: tema de ensino. básica, com duração mínima de três anos, terá meio da oferta de diferentes arranjos curriculares,
431 432 como finalidades:
conforme a relevância para o contexto local e a III - atividades de educação técnica oferecidas em matrículas distintas para cada curso, e podendo As Salas Verdes localizam-se, em sua maioria, em
possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: outras instituições de ensino credenciadas; ocorrer: Prefeituras Municipais, Secretarias de Meio Ambiente,
I - linguagens e suas tecnologias; IV - cursos oferecidos por centros ou programas a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se Secretarias de Educação, Institutos Federais e Univer-
II - matemática e suas tecnologias ocupacionais; as oportunidades educacionais disponíveis; sidades, mas também em Unidades de Conservação
III - ciências da natureza e suas tecnologias V - estudos realizados em instituições de ensino b) em instituições de ensino distintas, aproveitan- (UCs) e Organizações Não Governamentais.
IV - ciências humanas e sociais aplicadas nacionais ou estrangeiras; do-se as oportunidades educacionais disponíveis; A gestão do Projeto é capilarizada: ao MMA cabe
V - formação técnica e profissional. VI - cursos realizados por meio de educação a c) em instituições de ensino distintas, mediante direcionar e coordenar as ações em todo o país e a
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput distância ou educação presencial mediada por convênios de intercomplementaridade, visando
implementação e o acompanhamento é feito pelos
e das respectivas competências e habilidades será tecnologias. ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto
órgãos seccionais e locais do Sistema Nacional do
feita de acordo com critérios estabelecidos em cada § 12 As escolas deverão orientar os alunos no pro- pedagógico unificado.
sistema de ensino. cesso de escolha das áreas de conhecimento ou de Art. 36-D Os diplomas de cursos de educação
Meio Ambiete (SISNAMA). Nesse sentido, os principais
I - (revogado); atuação profissional previstas no caput. profissional técnica de nível médio, quando regis- atores envolvidos no Projeto Salas Verdes, são o MMA,
II - (revogado); trados, terão validade nacional e habilitarão ao a instituição responsável pela Sala Verde e a Secreta-
III - (revogado). A duração do ensino médio é de, no mínimo 3 prosseguimento de estudos na educação superior. ria de Estado de Meio Ambiente.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) anos. Suas finalidades são: Parágrafo único. Os cursos de educação profissio- De acordo com a Estratégia de Implementação do
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser com- nal técnica de nível médio, nas formas articulada Projeto Salas Verdes, ao MMA, dentre outras ações,
posto itinerário formativo integrado, que se traduz concomitante e subseqüente, quando estruturados cabe:
z A consolidação e o aprofundamento dos conheci-
na composição de componentes curriculares da Base e organizados em etapas com terminalidade, possi-
mentos do ensino fundamental;
Nacional Comum Curricular - BNCC e dos itinerários bilitarão a obtenção de certificados de qualificação z Coordenar o Projeto Salas Verdes em âmbito
z A preparação do educando para o trabalho e para
formativos, considerando os incisos I a V do caput. para o trabalho após a conclusão, com aproveita- nacional;
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
a cidadania; mento, de cada etapa que caracterize uma qualifi-
z O aprimoramento do educando como pessoa z Enviar material promocional (banner) para identi-
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilida- cação para o trabalho. ficação do Projeto no próprio espaço físico da sala
de de vagas na rede, possibilitarão ao aluno con- humana;
z A compreensão dos fundamentos científicos e ou em eventos, tais como oficinas, seminários e
cluinte do ensino médio cursar mais um itinerário A educação profissional técnica visa à preparação palestras;
formativo de que trata o caput. tecnológicos. do educando para o exercício de profissões técnicas e z Dar visibilidade e promover a integração das ati-
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta é ofertada de duas formas: vidades desenvolvidas pelas Salas Verdes, pro-
de formação com ênfase técnica e profissional As disciplinas estão estruturadas em áreas do
porcionando o amplo acesso e compartilhamento
considerará: conhecimento e o currículo é divido em formação z Articulada: quando é realizada de forma inte-
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no de informações que possam servir de referência
geral básica (formada pela Base Nacional Comum grada (uma só escola, uma matrícula, um diplo-
setor produtivo ou em ambientes de simulação, para outras iniciativas, especialmente por meio da
Curricular e por uma parte diversificada) e itinerários ma e uma proposta pedagógica) ou concomitante
estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando Internet;
formativos. (podendo cursar na mesma escola ou em outra,
aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legis- z Promover a integração das Salas Verdes com os
O padrão de desempenho dos estudantes do ensino com duas matrículas diferentes, dois diplomas,
lação sobre aprendizagem profissional; demais Programas e Projetos do Departamento,
médio é medido por avalições em larga escala (atual- com uma ou duas propostas pedagógicas) com o
II - a possibilidade de concessão de certificados bem como ações de secretarias e departamentos
mente, é medido pelo ENEM). ensino médio;
intermediários de qualificação para o trabalho, do MMA, suas Vinculadas e de outros Ministérios
quando a formação for estruturada e organizada z Subsequente: quando é realizada depois do ensi- com trabalhos afins;
em etapas com terminalidade.
Educação Profissional Técnica de Nível Médio no médio. z Atualizar e disponibilizar, periodicamente, no Por-
§ 7º A oferta de formações experimentais relaciona- tal do Projeto, a relação das Salas Verdes em fun-
das ao inciso V do caput, em áreas que não constem Art. 36-A Sem prejuízo do disposto na Seção IV des-
A educação profissional deve observar as Diretri- cionamento no país;
do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, depen- te Capítulo, o ensino médio, atendida a formação
zes Curriculares Nacionais da Educação Profissional z Dialogar com potenciais parceiros com o intuito
derá, para sua continuidade, do reconhecimento geral do educando, poderá prepará-lo para o exer-
e Técnica de Nivel Médio, tendo suas regras definidas de articular iniciativas e potencializar as ações
pelo respectivo Conselho Estadual de Educação, no cício de profissões técnicas.
Parágrafo único. A preparação geral para o traba- por cada sistema de ensino e por cada instituição. das Salas Verdes. (Ministério do Meio Ambiente,
prazo de três anos, e da inserção no Catálogo Nacio-
lho e, facultativamente, a habilitação profissional 2021)
nal dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos,
contados da data de oferta inicial da formação poderão ser desenvolvidas nos próprios estabeleci-
§ 8º A oferta de formação técnica e profissional mentos de ensino médio ou em cooperação com ins- Ao governo estadual, resumidamente, cabe geren-
a que se refere o inciso V do caput, realizada na tituições especializadas em educação profissional. CIDADANIA AMBIENTAL ciar o processo de implementação e acompanhamen-
própria instituição ou em parceria com outras ins- Art. 36-B A educação profissional técnica de nível to das Salas no âmbito estadual ou distrital.
tituições, deverá ser aprovada previamente pelo médio será desenvolvida nas seguintes formas: Já à instituição responsável pela Sala Verde cabe,
O tema Cidadania Ambiental objetiva sensibili-
Conselho Estadual de Educação, homologada pelo I - articulada com o ensino médio; entre outras funções, a de elaborar, implementar,
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já
zar e conscientizar todas as pessoas sobre as questões
Secretário Estadual de Educação e certificada pelos relacionadas ao meio ambiente. acompanhar, avaliar e revisar o Projeto Pedagógico
sistemas de ensino. tenha concluído o ensino médio. da Sala; a disponibilização do espaço; a disposição e
Parágrafo único. A educação profissional técnica Para alcançar tal objetivo, o Ministério do Meio
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado
Ambiente (MMA) tem dois projetos, o Projeto Salas manutenção dos equipamentos; a gestão, manutenção
com validade nacional, que habilitará o concluinte de nível médio deverá observar:
Verdes e o Circuito Tela Verde. e limpeza dos espaços etc.
do ensino médio ao prosseguimento dos estudos em I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes
Vamos conhecer, logo abaixo, os dois projetos. Não existe um padrão ou formato pré-definido
nível superior ou em outros cursos ou formações curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho
para a Sala Verde, podendo a instituição responsável
para os quais a conclusão do ensino médio seja eta- Nacional de Educação;
II - as normas complementares dos respectivos sis- PROJETO SALAS VERDES organizá-la conforme a identidade institucional e o
pa obrigatória. público-alvo.
temas de ensino;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
encontra-se dividido em seis capítulos, que cuidam, VIII - garantir a acessibilidade nos órgãos públicos o baixo impacto ambiental, a redução no carregamen-
Atividades do Setor procedimento de respectivamente, do seguinte: às pessoas portadoras de deficiência ou com mobi- to das redes, a minimização das perdas com a trans-
Público sustentabilidade lidade reduzida; missão e a diversificação da matriz energética.
z Capítulo I — Disposições Gerais; IX - estimular e apoiar ações de defesa do meio
z Capítulo II — Objetivos da A3P; ambiente; II - gestão adequada dos resíduos gerados:
z Capítulo III — Dos Princípios; X - facilitar o acesso das instituições públicas ao adotar a política dos 5R’s - Repensar, Reduzir, Reu-
Critérios
z Capítulo IV — Dos Eixos Temáticos; Programa A3P; tilizar, Reciclar e Recusar - e, com base na Lei nº
sociambientais
z Capítulo V — Dos Instrumentos; XI - estimular ações de cooperativismo, solidarie- 12.305/10, que estabelece a Política Nacional de
z Capítulo VI — Da Disseminação e Capacitação em dade, respeito, compromisso profissional e ético; Resíduos Sólidos - PNRS, implantar o gerenciamen-
XII - capacitar e sensibilizar os gestores públicos
Dentro da ideia da Agenda de criar uma cultura A3P. to de resíduos sólidos;
quanto à responsabilidade socioambiental;
de responsabilidade socioambiental na administração XIII - colaborar para a melhoria da qualidade de
pública, fundamentada na política dos 5 Rs (Repensar, Vamos, pois, estudar o Anexo da Portaria nº 326, vida dos servidores;
Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e Recusar o consumo de de 2020, do MMA.
435 436
A Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Parágrafo único. Os méritos dos seis Eixos temáti- III - elabore Programa de gestão socioambiental; Rede A3P
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevê a pre- cos constituem um padrão a ser adotado em todas IV - elabore Plano de sensibilização dos servidores
venção e a redução na geração de resíduos, com a as iniciativas e publicações da A3P. para a implantação da A3P; e Art. 11 A Rede A3P é a plataforma na inter-
proposta de propiciar o aumento da reciclagem e a V - monitore e avalie periodicamente a implantação net criada e mantida pelo Ministério do Meio
reutilização de resíduos sólidos. Por “construção sustentável”, compreende-se o do Programa A3P no órgão. Ambiente, sob a coordenação do Programa A3P,
conjunto de medidas adotadas durante as etapas da § 1º A Comissão Gestora da A3P tem por objetivo com o objetivo de promover a troca de expe-
obra de uma edificação que buscam minimizar os coordenar a implantação e a realização de ativida- riências e informações sobre sustentabilida-
Dica des do Programa no órgão. de, entre pessoas físicas e jurídicas, dos setores
impactos negativos sobre o meio ambiente e, ao mes-
§ 2º O diagnóstico socioambiental deve identifi- público e privado.
Por resíduos sólidos, entende-se os resíduos que mo tempo, economizar recursos naturais e melhorar
car pontos críticos, como possíveis desperdícios Art. 12 A participação na Rede é franqueada às pes-
têm valor econômico e que podem ser recicla- a vida dos seus ocupantes. soas físicas integrantes de órgão público e do setor
em relação ao consumo de água e energia, uso do
dos ou reaproveitados. Uma obra sustentável é aquela que leva em consi- privado.
material de expediente e de produtos descartáveis,
deração a sustentabilidade desde o pré-projeto, pas- entre outros. Parágrafo único. A Rede irá divulgar eventos cuja
Um exemplo de gestão adequada dos resíduos gera- sando pela construção até a manutenção da edificação. § 3º O Programa de gestão socioambiental deve temática seja a sustentabilidade, as boas práticas
dos é o Projeto “Coleta Seletiva Solidária”, instituído Dentre as medidas englobadas em uma construção estabelecer objetivos e metas a serem alcançados. desenvolvidas neste campo, notícias e informes.
pelo Decreto Federal nº 5.940, de 2006, que determina sustentável, estão a adoção de um sistema de reapro- § 4º A mobilização e sensibilização dos servidores
a separação na fonte dos resíduos recicláveis que são veitameto e reuso de águas; um sistema de iluminação deve ser permanente e estar associada a cursos, O Programa A3P prevê um sítio na internet, sob
descartados pelos órgãos da administração pública eficiente; o uso de materiais que possuam certificação campanhas e outras ações, envolvendo todos os a denominação Rede A3P, com a finalidade de pro-
federal direta e indireta e os destina a associações e de uma cadeia limpa de produção; e o uso de energia que atuam no ambiente, incluindo os servidores de mover a troca de experiências e informações sobre
cooperativas de catadores de materiais recicláveis. solar, entre outras iniciativas. todas as escalas de atividade, dirigentes, equipes sustentabilidade. Esse intercâmbio de informações
técnicas, pessoal da copa e limpeza, brigadistas, é o mais amplo possível, pois envolve tanto pessoas
III - qualidade de vida no ambiente de trabalho: técnicos e vigilantes, entre outros. físicas quanto jurídicas, dos setores público e privado.
criar meios para que todas as pessoas que circulam Importante! Art. 9º O processo burocrático para formalizar o Ter-
no ambiente se sintam bem e, conforme cada caso, mo de Adesão requer o envio ao Ministério do Meio
Conforme dispõe o art. 2º, da Portaria nº 326, Certificado de Sustentabilidade e do Selo A3P
adotar procedimentos e instalar equipamentos que Ambiente de documentos do órgão e de seu represen-
contribuam para a melhor qualidade de vida; de 2020, a lista de eixos temáticos é meramente tante, como estabelecido pelo Programa A3P.
Art. 13 Quando da assinatura do Termo de
exemplificativa, podendo outros serem incluídos
Adesão, o Programa A3P concederá à instituição o
Parte do pressuposto de que os servidores são mais além dos seis que constam na norma. Os arts. 7º ao 9º cuidam do Termo de Adesão ao
Certificado de Sustentabilidade na Administração
produtivos quando mais satisfeitos e, com base nisso, A3P, que é o documento que formaliza a parceria com Pública.
visa a permanentemente proporcionar as condições o MMA. Como visto anteriormente, a adesão é volun- Parágrafo único. O Certificado terá prazo de vali-
ambientais, a promoção da saúde e da segurança e a DOS INSTRUMENTOS tária e a sua não realização não implica em qualquer dade igual ao do Termo de Adesão.
integração social no ambiente de trabalho da adminis- sanção ao órgão. Art. 14 Anualmente o Programa A3P atribuirá o
tração pública. O Capítulo V, que vai do art. 6º ao art. 28, do Ane- Uma vez firmado, o Termo tem vigência de 5 anos, Selo A3P, com validade para o período de 1º de
xo, cuida de enumerar os instrumentos da Agenda prorrogáveis, desde que haja pedido. janeiro a 31 de dezembro.
A3P: Parágrafo único. Fará jus ao Selo A3P a instituição
IV - sensibilização e capacitação dos servido-
Art. 6º São instrumentos da Agenda Ambiental na Parcerias Institucionais pública que:
res: criar e consolidar nos servidores a consciência
Administração Pública: I - possua o Termo de Adesão vigente;
cidadã quanto à responsabilidade socioambiental,
I - Termo de Adesão; II - preencha e encaminhe os dados do RESSOA
com a adoção de práticas que promovam a susten- Art. 10 O Programa A3P pode formar parcerias
II - Parcerias institucionais; até 31 de março do ano subsequente.
tabilidade e o respeito à vida; com instituições públicas e privadas com os
III - Rede A3P;
seguintes objetivos:
IV - Certificado de Sustentabilidade e Selo A3P;
O processo de sensibilização de servidores busca a I - realização de seminários, palestras, workshops e Os arts. 13 e 14 cuidam, respectivamente, do Certi-
V - Prêmio A3P - Melhores Práticas de Sustentabilidade;
construção de uma nova cultura de gerenciamento de outros eventos, de interesse do Programa A3P; ficado de Sustentabilidade na Administração Pública
VI - Fórum A3P;
recursos públicos baseada na sustentabilidade; por sua II - realização de cursos, capacitação e sensibiliza- e do Selo A3P. Ambos nada mais são do que formas
VII -Publicações ou outros meios de divulgação; e
vez, o processo de capacitação visa à democratização ção em A3P ou de questão associada a um dos seus de reconhecer o empenho das entidades públicas na
VIII - Sistema de Responsabilidade Socioambiental
do acesso às informações relativas à gestão socioam- Eixos Temáticos; implementação do Programa A3P. Note as diferenças
- RESSOA.
III - promoção, mobilização e difusão do Programa quanto aos requisitos e ao prazo de validade:
biental no âmbito da administração pública, permitin-
A3P;
do, com isso, que os servidores possam desempenhar Termo de Adesão IV - produção de livros, livretos, cartilhas, boletins,
suas atividades de forma mais sustentável. jornais, manuais, adesivos, folders e cartazes, em CERTIFICADO DE
SELO A3P
Art. 7º Termo de Adesão é o documento que for- meio impresso ou digital; SUSTENTABILIDADE
V - contratações públicas sustentáveis: adqui- maliza a parceria estabelecida entre o Ministé- V - produção e manutenção de sites e mídias em
rir e contratar com critérios de sustentabilidade, e rio do Meio Ambiente e o órgão público e será Requisitos: possuir
redes sociais; e
considerar a relação custo/benefício no médio assinado por representante do Ministério do Requisito: assinatura do Termo vigente; e
VI - obtenção de recursos visando à promoção de
e longo prazos, e não somente o critério de Meio Ambiente e do órgão que firma a parceria. atividades relacionadas à A3P. Termo de Adesão preencher e encaminhar
menor preço; e § 1º O Termo de Adesão seguirá modelo disponibi- Parágrafo único. Serão considerados parceiros da dados do RESSOA
lizado pelo Programa A3P incluindo, necessaria- A3P os órgãos públicos que formalizaram com o
Veja que a compra sustentável se baseia não mente, um Plano de Trabalho que institui ações Validade: igual à do Validade: de 1º de
Ministério do Meio Ambiente o Termo de Adesão
somente no menor preço, mas em outros critérios e prazos para sua implementação. Termo janeiro a 31 de dezembro
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
outras áreas da instituição com a implantação da Art. 27 O RESSOA, Sistema de Responsabilidade borrachas, metais, vidros, têxteis e papéis, que acabam
iniciativa. Socioambiental, é um sistema de monitoramen- nos oceanos, causando grande impacto ambiental.
to online disponibilizado pelo Ministério do Meio AGENDA AMBIENTAL URBANA Visando a alterar tal cenário, foi adotado, por meio
O Prêmio de Sustentabilidade A3P, promovido pelo Ambiente para os órgãos que fizerem a adesão ao da Portaria do MMA nº 209, de 2019, o Plano Nacio-
MMA, tem a finalidade de reconhecer o mérito das ins- Programa A3P. A Agenda Nacional de Qualidade Ambiental nal de Combate ao Lixo no Mar (PNCLM), que tem os
tituições federais, estaduais e municipais na promo- § 1º O acesso e uso do RESSOA é exclusivo para Urbana consiste em uma atividade estratégica do seguintes objetivos:
ção de ações sustentáveis na administração pública. quem tem o Termo de Adesão à A3P. Ministério do Meio Ambiente (MMA) voltada para a
§ 2º É vetado o envio de relatórios de monitora- população residente nas cidades e tem o objetivo de z Reduzir a quantidade e os impactos do lixo no mar,
Fórum A3P mento impressos para a A3P. melhorar a qualidade ambiental no ambiente urbano,
originado de fontes terrestres;
Art. 28 O Ministério do Meio Ambiente é respon- que concentra cerca de 85% da população do Brasil.
Art. 23 O Fórum da A3P é evento destinado a pro- sável pela administração, manutenção e atua-
mover o debate sobre temas que tratem da gestão lização do sistema RESSOA.
socioambiental na Administração Pública. 1 Disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/centrais-de-conteudo/plano-nacional-de-combate-ao-lixo-no-mar-pdf#:~:text=A%20
439 440 Declaração%20de%20Manila%20(2012,no%20mar%20é%20originária%20de>. Acesso em: 06 dez. 2021.
z Reduzir a quantidade e os impactos de resíduos O eixo 2, que cuida da gestão de resíduos sólidos, O Programa Nacional Lixão Zero está estruturado z Estabelecer diretrizes, indicadores, categorias e
de fontes marítimas, incluindo resíduos sólidos, por sua vez, está ligado à implementação da Política em quatro partes: tipologias para o planejamento, implantação e
cargas perdidas, artefatos de pesca abandona- Nacional de Resíduos Sólidos, visando à diminuição monitoramento de áreas verdes urbanas;
dos, perdidos ou descartados, e embarcações do lixo que chega ao mar. Um exemplo da implemen- z Melhorar a qualidade de vida nas cidades, valori-
abandonadas; tação deste segundo eixo é o fortalecimento da coleta Diagnóstico zando a prestação de serviços ecossistêmicos des-
z Diminuir a quantidade e os impactos de resíduos seletiva por cooperativas de catadores e o fortaleci- sas áreas.
sólidos acumulados na costa e em águas costeiras mento do sistema de logística reversa, isto é, o retorno
e oceânicas; do produto pós-consumo para a indústria. Situação GESTÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
z Impulsionar pesquisas, desenvolvimento de tecno- Já o terceiro eixo, referente à pesquisa e inovação, Plano de ação LIXÃO ZERO
desejada
logias e metodologias para combater o lixo no mar; objetiva a realização de um amplo diagnóstico sobre De acordo com a Lei nº 12.305, de 2010, que ins-
z Realizar atividades de educação ambiental, enga- o problema do lixo no mar, capaz de gerar dados e tituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, áreas
jamento da sociedade e comunicação sobre os informações para o combate dessa questão. Inclui, Indicadores contaminadas são locais ou regiões com concentração
impactos do lixo no mar, e sobre a necessidade da ainda, o fomento ao desenvolvimento de novas tecno- de qualidade de substâncias químicas ou resíduos, introduzidos
melhor gestão de resíduos sólidos. logias de combate ao lixo no mar. ambiental
pelo homem, de forma acidental ou natural, e que
O eixo 4, que cuida de instrumentos de incentivo causem ou possam causar danos à saúde humana, ao
Os cinco objetivos propostos buscam, resumida- e pactos setoriais, visa à articulação com o setor pri- A primeira parte do Programa Lixão Zero consiste meio ambiente ou a outros bens protegidos.
mente, diminuir ao máximo os impactos do lixo no vado e com outos setores da sociedade no sentido de no diagnóstico do problema do lixo no Brasil, isto é, no É importante notar que a contaminação de áreas
mar nos ecossistemas marinhos e costeiros, assim reduzir o lixo que chega ao mar e, também, incentivar levantamento e na consolidação de informações rela- no Brasil dá-se basicamente por três grupos de
como melhorar a qualidade de vida do cidadão iniciativas que visem à reutilização e reciclagem de tivas à gestão dos resíduos sólidos no país. substâncias:
brasileiro. resíduos sólidos. A segunda parte, por sua vez, compreende a situa-
O Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar está O eixo 5, que se refere à normatização e diretrizes, ção desejada no que diz respeito à gestão dos resíduos z Poluentes Orgânicos Persistente (POPs): subs-
intimamente ligado ao Plano Nacional de Resíduos prevê a revisão e elaboração de normas sobre o lixo sólidos urbanos (ou seja, qual seria a situação ideal). tâncias que permanecem no ambiente por longo
Sólidos (PNRS), instituído pela Lei nº 12.305, de 2010, no mar que possam contribuir para a diminuição da Já a terceira parte do Programa apresenta um con- período de tempo, bioacumulando-se nos organis-
que, por sua vez, integra a Política Nacional do Meio quantidade de resíduos e de seus impactos. junto de indicadores de qualidade ambiental que pos- mos vivos. Os POPs têm alta estabilidade e baixa
Ambiente (PNMA) e articula-se com a Política Nacio- Por fim, o eixo 6, que dispõe sobre educação e suem a finalidade de ajudar no monitoramento dos capacidade de degradação química, física ou bio-
nal de Educação Ambiental (PNEA), estabelecida pela comunicação, prevê a conscientização da população avanços da implementação da Política Nacional de lógica. São exemplos de POPs as bifenilas poli-
Lei nº 9.795, de 1999. e do poder público sobre a questão do lixo no mar, Resíduos Sólidos. cloradas (PCBs), o hexaclorociclohexano (HCH) e
De acordo com o PNRS, para que se alcancem medi- realizada por meio da educação ambiental e de um Por fim, a última parte do Programa Lixão Zero diclorodifeniltricloroetano (DDT);
das efetivas em relação ao lixo no mar, é importante trabalho de comunicação. Com tal conscientização, abrange o plano de ação no qual constam as medidas z Mercúrio: substância de grande nocividade à saú-
que se estimule a iniciativa de municípios e estados, espera-se uma mudança nos padrões de consumo e de prioritárias para o enfrentamento da problemática de humana, com alto potencial de gerar danos
além da parceria com o setor privado e do engajamen- produção no Brasil, reduzindo-se, com isso, o volume dos resíduos sólidos urbanos no Brasil. neurológicos;
to da sociedade. de resíduos que se acumula no mar. z Outros contaminantes químicos, tais como com-
O combate ao lixo no mar é, portanto, nos termos ÁREAS VERDES URBANAS bustíveis, petróleo, benzeno etc.
do PNCLM, uma articulação entre diversos atores: RESÍDUOS SÓLIDOS
Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Desen- A Lei nº 12.651, de 2012 (Código Florestal), traz, Nos termos do art. 23, da Constituição Federal, é
volvimento Regional, estados, municípios, iniciati- Os resíduos sólidos urbanos (RSU) são um dos no inciso XX, do art. 3º, a definição de áreas verdes competência comum da União, dos Estados e Municí-
va privada, instituições acadêmicas e de pesquisa e grandes problemas ambientais das cidades brasilei- urbanas: pios o combate à poluição em todas as suas formas. As
sociedade. ras e, por isso, consistem no segundo eixo da Agenda competências das três esferas de governo encontram-
O Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar está Nacional de Qualidade Ambiental Urbana do MMA. Art. 3º [...] -se pormenorizadas na Lei Complementar nº 140, de
organizado em seis eixos estruturantes que resumem A quantidade de RSU gerada diariamente é enor- XX - área verde urbana: espaços, públicos ou pri- 2011.
os objetivos do Plano: me e somente uma pequena parcela desse montante vados, com predomínio de vegetação, preferencial- A Resolução CONAMA nº 420, de 2009, por sua
recebe destino ambiental adequado. A maior parte mente nativa, natural ou recuperada, previstos no vez, disciplina que a gestão de áreas contaminadas é
dos RSU, no Brasil, acaba em lixões. Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e descentralizada e ligada às diferentes atribuições de
Uso do Solo do Município, indisponíveis para cons- cada esfera de governo. Nesse sentido, existem órgãos
Resposta trução de moradias, destinados aos propósitos de
imediata Dica recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental
ambientais competentes para identificar e gerir as
áreas contaminadas nas esferas municipal, estadual
Os lixões são os locais onde se despejam de urbana, proteção dos recursos hídricos, manuten-
e federal.
Gestão de forma indiscriminada os resíduos no solo. São ção ou melhoria paisagística, proteção de bens e
Educação e manifestações culturais.
Dentro de tal contexto, e objetivando a melhoria
resíduos
comunicação locais marcados por não existirem ou serem da qualidade de vida da população brasileira que vive
solídos
poucas as medidas de controle e de proteção ao nas cidades, o Ministério do Meio Ambiente lançou,
A falta ou a degradação de áreas verdes urbanas
meio ambiente. no âmbito da Agenda Nacional de Qualidade Ambien-
representa um grande desafio para os municípios bra-
PNCLM tal Urbana, o Programa Nacional de Recuperação de
sileiros. A maioria das cidades do país apresenta um
Dentro de tal contexto, a Política Nacional de Resí- Áreas Contaminadas, integrado ao Programa Nacio-
cenário de degradação dessas áreas, o que gera uma
duos Sólidos (PNRS) estabeleceu como meta o fim dos nal Lixão Zero.
série de consequências negativas sobre a qualidade
Pesquisa lixões em todos os municípios brasileiros até 2014. No O objetivo geral do Programa é a melhoria da ges-
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
cação ambiental, julgue o item subsequente. ( ) CERTO ( ) ERRADO dos recursos naturais e a gestão adequada dos resí-
A educação ambiental é um componente essencial e duos gerados e a adotar outras práticas de mitigação
HORA DE PRATICAR! permanente da educação nacional e deve estar pre- 12. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Considerando a Política dos impactos antrópicos sobre o meio ambiente.
sente e articulada em todos os níveis e modalidades Nacional de Educação Ambiental (PNEA), julgue o pró-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de educação do processo educativo formal e não formal. ximo item. ( ) CERTO ( ) ERRADO
ambiental, julgue o item subsecutivo. A PNEA deve ser executada exclusivamente pelos
A Política Nacional de Educação Ambiental deve ser ( ) CERTO ( ) ERRADO órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional 18.
(CESPE-CEBRASPE – 2015) Acerca da Agenda
executada pelos órgãos e entidades integrantes do de Meio Ambiente (SISNAMA). Ambiental na Administração Pública (A3P) e do Plano
Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), 7. (CESPE-CEBRASPE – 2017) A respeito da educação de Logística Sustentável no âmbito do Poder Judiciá-
sendo necessária sua articulação com entidades ambiental (EA) proposta na Lei Nacional de Política ( ) CERTO ( ) ERRADO rio (PLS-PJ), julgue o item que se segue.
não governamentais, entidades de classe e meios de Ambiental (Lei n.º 9.795/1999), julgue o item seguinte. A A3P preconiza a adoção da política dos três erres
comunicação. Quanto ao processo de formação de professores, a (reduzir, reutilizar e reciclar) e o foco na reciclagem
Lei Nacional de Política Ambiental faculta a inserção 443 444 dos materiais consumidos nos mais diversos órgãos e
instituições da administração pública. Nessa política,
o primeiro erre (reduzir) refere-se à máxima redução
ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES
possível do resíduo produzido, de modo a facilitar seu
manuseio pelos coletores e o seu transporte para usi-
nas de reciclagem.
19.
(CESPE-CEBRASPE – 2015) Acerca da Agenda
Ambiental na Administração Pública (A3P) e do Plano
de Logística Sustentável no âmbito do Poder Judiciá-
rio (PLS-PJ), julgue o item que se segue.
A agenda em questão constitui uma ação voluntária
que visa promover a responsabilidade socioambiental
como política governamental, contribuindo para a inte-
gração da agenda do crescimento econômico à agen-
da do desenvolvimento sustentável.
9 GABARITO
1 CERTO
2 CERTO
3 ERRADO
4 CERTO
5 ERRADO
6 CERTO
7 CERTO
8 ERRADO
9 ERRADO
10 CERTO
11 ERRADO
12 ERRADO
13 ERRADO
14 CERTO
15 CERTO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
16 ERRADO
17 ERRADO
18 ERRADO
19 CERTO
20 ERRADO
445 446