Apostila Ibama Técnico Ambiental 2021 - 223 PG

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Obra

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Recursos Naturais
Técnico Ambiental

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Isabella Ramiro

REDAÇÃO • Nelson Sartori

NOÇÕES DE INFORMÁTICA (ON-LINE) • Fernando Nishimura

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE • Bia Nogueira e Rebecca Costa


Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Xico Kraemer, Marília Pipino e Fernando Paternostro Zantedeschi

IBAMA MATEMÁTICA • Kairton Batista (Prof. Kaká)

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • Ricardo Reis e Nágila Vilela

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA • Ronaldo Nagai


Técnico Ambiental NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES • Nágila Vilela

LEGISLAÇÃO E NORMAS AMBIENTAIS (ON-LINE) •Arthur Buava, Rebbeca Costa, Roberta Piuco e Bia
Nogueira

MEIO AMBIENTE • Bianca Capizzani, Roberta Piuco, Flávia Trabuco, Ednilson Silva, Ivanilson Júnior,
Zé Soares, Lucas Afonso e Roberta Piuco

EDUCAÇÃO AMBIENTAL • Renato Philippini e Rebecca Costa

ATUALIDADES (ON-LINE) • Carla Kurz

ISBN

978-65-87525-12-9

Edição:

Dezembro/2021

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
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sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro
foi organizado de acordo com os itens do edital 01/2021 do IBA-
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
MA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
rais) para o cargo de Técnico Ambiental. • Noções de Informática
• Legislação e Normas Ambientais
O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário, • Atualidades — Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais,
facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem- nacionais e internacionais em (vídeoaulas)

pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em


uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-
dando os principais itens do último edital e reorganizando-os
quando necessário, de uma maneira didática para que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados
nas provas, além de exercícios gabaritados do CEBRASPE, ban-
ca organizadora do certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


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VERSO DA APOSTILA
SUMÁRIO LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE............................... 123
LEI Nº 7.735, DE 1989 (CRIAÇÃO DO IBAMA) E DECRETO Nº 8.973, DE 2017 (ESTRUTURA
REGIMENTAL DO IBAMA).................................................................................................................123
LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11 PORTARIA IBAMA Nº 2.542, DE 2020 (REGIMENTO INTERNO DO IBAMA)................................130
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS................................ 11 LEI Nº 6.938, DE 1981 E SUAS ALTERAÇÕES (POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE)....133

RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS................................................................... 13 LEI Nº 9.605, DE 1998 E DECRETO Nº 6.514/2008 (CRIMES AMBIENTAIS)...............................139

DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL................................................................................................. 26 LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 2011 (COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS)..................................150

DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL..................................................................... 28 LEI Nº 12.651, DE 2012 (PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA)..................................................158

EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E LEI N° 9.985, DE 2000 (SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA
OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL....................................................................................28 NATUREZA)........................................................................................................................................177

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS....................................................................................................32 LEI Nº 10.650, DE 2003 (ACESSO PÚBLICO AOS DADOS E INFORMAÇÕES EXISTENTES
NOS ÓRGÃOS E ENTIDADES INTEGRANTES DO SISNAMA)........................................................188
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO....................................................... 34
LEI Nº 12.527, DE 2011 (ACESSO A INFORMAÇÃO)......................................................................189
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS........................................................................................................34
LEI Nº 13.709, DE 2018 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS)..................................................200
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO....................................53

RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO...................................53 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO.................................................................................... 207
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO.........................................................................................................55 ÉTICA E MORAL.................................................................................................................................207
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................................58 ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES......................................................................................................208
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.......................................................................................................................62 ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA.....................................................................208
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE..................................................................................................64 ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA..............................................................................................................210
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.........................................................................................................66 ÉTICA NO SETOR PÚBLICO..............................................................................................................210

REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO....................................................................... 66 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO PÚBLICO – DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE
JUNHO DE 1994................................................................................................................................211
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.......................................................................................................................66
LEI Nº 8.112, DE 11 DEZEMBRO DE 1990: REGIME DISCIPLINAR (DEVERES E PROIBIÇÕES,
SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO..........................................................................68 ACUMULAÇÃO, RESPONSABILIDADES, PENALIDADES)..............................................................215
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEXTO............................................69
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992...........................................................................................219
REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE.......................................70 DISPOSIÇÕES GERAIS E ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA........................................................219

LEI Nº 12.846, 1° DE AGOSTO DE 2013 (LEI ANTICORRUPÇÃO).................................................231


REDAÇÃO DISSERTATIVA...............................................................................................79
CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DOS AGENTES PÚBLICOS DO IBAMA (PORTARIA IBAMA
ASPECTOS GERAIS A SEREM CONSIDERADOS NA PRODUÇÃO DE UM TEXTO Nº 2.534/2019)..................................................................................................................................237
DISSERTATIVO.................................................................................................................................... 79
LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999 (PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR)......240
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA............................................................ 98
MATEMÁTICA.................................................................................................................... 249 DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ORÇAMENTO ANUAL NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL...............................................................................................................................313
ÁLGEBRA LINEAR..............................................................................................................................249
ESTRUTURA PROGRAMÁTICA.......................................................................................................................314
CONJUNTO NUMÉRICO: OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS, FRACIONÁRIOS E DECIMAIS............249
CRÉDITOS ORDINÁRIOS E ADICIONAIS.........................................................................................................315
PROPORÇÕES E DIVISÃO PROPORCIONAL...................................................................................252
PROGRAMAÇÃO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA...............................................316
REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA....................................................................................255 DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA..............................................................................316

PORCENTAGEM.................................................................................................................................259 RECEITA PÚBLICA.............................................................................................................................316


JUROS SIMPLES E COMPOSTOS; CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS...........................................261 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA..............................................................................316

TAXAS DE JUROS: NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS, REAL E ETAPAS E ESTÁGIOS.......................................................................................................................................319


APARENTE.........................................................................................................................................264
DESPESA PÚBLICA...........................................................................................................................320

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................. 269 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA..............................................................................320

ETAPAS E ESTÁGIOS.......................................................................................................................................322
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS............................269
RESTOS A PAGAR............................................................................................................................................323
TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE
DEPARTAMENTALIZAÇÃO..............................................................................................................................269 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES.....................................................................................................324

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA.................................................................................................273 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL...............................................................................................325


CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO...................................................................................................274 CONCEITOS E OBJETIVOS..............................................................................................................................325
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO....................................................................................................275 PLANEJAMENTO.............................................................................................................................................326
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO..............................................................................................276

Administração Direta e Administração Indireta............................................................................................ 276 NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES.......................... 331
GESTÃO DE PROCESSOS.................................................................................................................282 CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, RELAÇÃO COM OS OUTROS SISTEMAS DA ORGANIZAÇÃO....331

GESTÃO DE CONTRATOS.................................................................................................................289 FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS.............................................................................333

NOÇÕES DE PROCESSOS LICITATÓRIOS.......................................................................................296 ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E OBJETIVOS..........................................................................................................333

POLÍTICAS E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS.........................................................................334

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA................ 303 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL.........................................................................................335


ORÇAMENTO PÚBLICO....................................................................................................................303 RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO.........................................................................................................335

CONCEITO........................................................................................................................................................303 LIDERANÇA......................................................................................................................................................336

TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS........................................................................................................................303 MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO........................................................................................................................336

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS......................................................................................................................304

CICLO ORÇAMENTÁRIO..................................................................................................................................306 MEIO AMBIENTE.............................................................................................................. 341


O ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL............................................................................................310 NOÇÕES DE ECOLOGIA E ECOSSISTEMAS BRASILEIROS...........................................................341

PLANO PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL....................................................................................311 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS..............................................................................................................345


NOÇÕES DE METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA..........................................................................348 EDUCAÇÃO AMBIENTAL.............................................................................................. 413
NOÇÕES DE HIDROLOGIA................................................................................................................357 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................413

NOÇÕES DE GEOLOGIA E SOLOS.....................................................................................................359 LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 E DECRETO N° 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002.........................413

NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA AMBIENTAL...................................................................................369 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL...................................................................420

LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 .................................................................................423


ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS DO SANEAMENTO..........................................................371
CIDADANIA AMBIENTAL..................................................................................................................434
NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DO AR, POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA,
CONTROLE DE EMISSÕES................................................................................................................372 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P)......................................................435

NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DA ÁGUA, POLUIÇÃO HÍDRICA E TECNOLOGIAS DE AGENDA AMBIENTAL URBANA.......................................................................................................440
TRATAMENTO DE ÁGUAS E EFLUENTES PARA DESCARTE E (OU) REÚSO................................379

NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DO SOLO E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS...........................................384

NOÇÕES DE GERENCIAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E DE ÁGUAS


SUBTERRÂNEAS...............................................................................................................................386

NOÇÕES DE CARACTERIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS..........................387

NOÇÕES DE MONITORAMENTO DE AMBIENTES AQUÁTICOS E TERRESTRES.........................388

NOÇÕES DE ECONOMIA AMBIENTAL.............................................................................................389

BENEFÍCIOS DA POLÍTICA AMBIENTAL E AVALIAÇÃO DE USO DE RECURSOS NATURAIS......................389

MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE.......................................................................................................392

NOÇÕES DE SOCIOLOGIA E DE ANTROPOLOGIA..........................................................................................392

GEOPROCESSAMENTO....................................................................................................................401

PRINCÍPIOS FÍSICOS E ELEMENTOS DE INTERPRETAÇÃO.........................................................................401

SISTEMAS DE SENSORIAMENTO REMOTO...................................................................................................403

SENSORES E PRODUTOS................................................................................................................................403

INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS......................................................................................................................405

FOTOINTERPRETAÇÃO E FOTOGRAMETRIA................................................................................................406

RESTITUIÇÃO...................................................................................................................................................406

TOMADA, TRANSMISSÃO, ARMAZENAMENTO, PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS......406

GEORREFERENCIAMENTO..............................................................................................................................408

APLICAÇÃO DO SENSORIAMENTO REMOTO NO MONITORAMENTO E CONTROLE DE


DESMATAMENTO E INCÊNDIOS FLORESTAIS..............................................................................................408
A DEDUÇÃO
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR

INFERÊNCIA A leitura de um texto envolve a análise de diversos


INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou
de maneira implícita no enunciado.
LÍNGUA PORTUGUESA A partir desse esquema, conseguimos visualizar
Em questões de concurso, as bancas costumam
procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
melhor como o processo de interpretação ocorre. para abordar em suas provas.
Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo No momento de ler um texto, o leitor articula seus
as estratégias que compõem cada maneira de inferir conhecimentos prévios a partir de uma informação
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE informações de um texto. Por isso, vamos apresentar que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS nos tópicos seguintes como usar estratégias de cunho ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nos- forme Kleiman (2016, p. 47):
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE so conhecimento de mundo na interpretação de textos.
INTERPRETAÇÃO Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo
A INDUÇÃO temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema;
A inferência é uma relação de sentido conhecida ele estará também postulando uma possível estru-
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre As estratégias de interpretação que observam tura textual; na predição ele estará ativando seu
interpretação de texto. métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto conhecimento prévio, e na testagem ele estará enri-
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe- quecendo, refinando, checando esse conhecimento.
Dica za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no Fique atento a essa informação, pois é uma das
Interpretar é buscar ideias, pistas do autor do texto e que variam conforme o tipo textual. primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
texto, nas linhas apresentadas. Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos pretação textual: formular hipóteses, a partir da
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020.
identificar uma organização cronológica e espacial no macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
Porém, apesar de parecer algo subjetivo, existem desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
“regras” para se buscar essas pistas. ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode-
A primeira e mais importante delas é identificar a entre outras informações que podem vir como “aces- tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação
orientação do pensamento do autor do texto, que fica sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu-
perceptível quando identificamos como o raciocínio leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor- e entender o que está escrito; assim, o conhecimento
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado
dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma tante é ler as questões da prova antes de ler o texto, linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
da análise de dados, informações com fontes confiáveis ideia/ponto de vista. pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme são algumas estratégias de interpretação em que
ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, No processo interpretativo indutivo, as ideias são um objetivo mais definido. podemos usar métodos dedutivos.
das consequências, a fim de se identificar as causas. organizadas a partir de uma especificação para uma O processo de interpretação por estratégias
Por isso, é preciso compreender como podemos generalização. Vejamos um exemplo: de dedução envolve a articulação de três tipos de Conhecimento Textual
interpretar um texto mediante estratégias de leitura. conhecimento:
Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci-
que é intrigante e de grande profundidade acadêmi- espécie de animal. O que observei neles, no tempo z Conhecimento Linguístico; mento linguístico e se desenvolve pela experiência
ca; neste material, selecionamos as estratégias mais em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- z Conhecimento Textual;
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de
eficazes que podem contribuir para sua aprovação te para não os amar, nem os imitar. São em geral z Conhecimento de Mundo.
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe-
em seleções que avaliam a competência leitora dos de uma lastimável limitação de ideias, cheios de
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque
candidatos. fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura detalhados e impotentes para generalizar, cur- assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
que focam nas formas de inferência sobre um texto. vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir. está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê
Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma
o processo de inferência, que se dá por dedução ou dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo Conhecimento Linguístico reportagem como se lê um poema.
por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo: critério de beleza. Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-
(BARRETO, 2010, p. 21) Esse é o conhecimento basilar para compreensão -se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de
O marido da minha chefe parou de beber. e decodificação do texto, envolve o reconhecimento discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
O trecho em destaque na citação do escritor Lima das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
Observe que é possível inferir várias informa- Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco- Conhecimento de Mundo
ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento nhecimento das regras de uma língua.
enunciador é casada (informação comprovada pela indutivo compõe a interpretação e decodificação de É importante salientar que as regras de reconhe- O uso dos conhecimentos prévios é fundamental
expressão “marido”), a segunda é que o enuncia- um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- cimento sobre o funcionamento da língua não são, para a boa interpretação textual, por isso, é sempre
dor está trabalhando (informação comprovada pela gias usadas para identificar essa forma de interpretar, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras importante que o candidato a cargos públicos reserve
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
LÍNGUA PORTUGUESA

expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes
da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada ção cronológica de um texto. tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
tar seu conhecimento de mundo.
contextuais do próprio texto que induzem o leitor a A propriedade vocabular leva bo-objeto (SVO) etc.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
interpretar essas informações. o cérebro a aproximar as pa- Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimen-
PROCURE SINÔNIMOS conhecimento de mundo que é relevante para a com-
Tratando-se de interpretação textual, os processos lavras que têm maior asso- to linguístico é aquele que “abrange desde o conhe-
de inferência, sejam por dedução ou por indução, par- cimento sobre como pronunciar português, passando preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso
ciação com o tema do texto cérebro associar informações, a fim de compreender
tem de uma certeza prévia para a concepção de uma pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua,
interpretação, construída pelas pistas oferecidas no Os conectivos (conjunções, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” o novo texto que está em processo de interpretação.
texto junto da articulação com as informações acessa- preposições, pronomes) são (2016, p. 15). A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
ATENÇÃO AOS
das pelo leitor do texto. marcadores claros de opi- Um exemplo em que a interpretação textual é pre- cício para atestarmos a importância da ativação do
CONECTIVOS
A seguir, apresentamos um fluxograma que repre- niões, espaços físicos e lo- judicada pelo conhecimento linguístico é o texto a conhecimento de mundo em um processo de interpre-
senta como ocorre a relação desses processos: calizadores textuais 11 12 seguir: tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- A partir dessa imagem, podemos identificar que a Era um garoto que como eu
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que orientação gramatical mantida pelas frases apresenta Amava os Beatles e os Rolling Stones
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predo-
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
Girava o mundo sempre a cantar
minante que o texto deve manter, organizado pelas As coisas lindas da América
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as marcas do gênero textual ao qual o texto pertence.
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de Não era belo, mas mesmo assim Situação inicial: predomínio de equilíbrio
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- Havia mil garotas afim
TIPO TEXTUAL Cantava Help and Ticket to Ride
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). Classifica-se conforme as marcas linguísticas apre- Oh Lady Jane e Yesterday
sentadas no texto. Também é chamado de sequência Cantava viva à liberdade
Agora tente responder as seguintes perguntas textual Mas uma carta sem esperar
sobre o texto: GÊNERO TEXTUAL Da sua guitarra, o separou
Quem é o herói de que trata o texto? Classifica-se conforme a função do texto, atribuída Fora chamado na América Complicação: início da tensão
Quem são as três irmãs? socialmente Stop! Com Rolling Stones
Qual é o planeta inexplorado? Stop! Com Beatles songs
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- Uma última informação muito importante sobre Mandado foi ao Vietnã
Clímax
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- tipos textuais que devemos considerar é que nenhum Lutar com vietcongs
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será texto é composto apenas por um tipo textual; o que Era um garoto que como eu
afetada. O texto se chama “A descoberta da América ocorre é a existência de predominância de algumas Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque sequências em detrimento de outras, de acordo com Girava o mundo, mas acabou
responder às questões; certamente você não terá mais o texto. Fazendo a guerra no Vietnã
as mesmas dificuldades. A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe Cabelos longos não usa mais
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar de tipos textuais, reconhecendo suas principais carac- Não toca a sua guitarra e sim
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do terísticas e marcas linguísticas. Um instrumento que sempre dá
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- A mesma nota,
vio que é essencial para a interpretação de questões. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS ra-tá-tá-tá
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Situação final / Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão
Narrativo Ao seu país não voltará
RECONHECIMENTO DE TIPOS E Pois está morto no Vietnã
Os textos compostos predominantemente por [...]
GÊNEROS TEXTUAIS sequências narrativas cumprem o objetivo de contar No peito, um coração não há
uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man- Moral
CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS Mas duas medalhas sim
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
de algumas estratégias, como a organização dos fatos --
Tipos ou sequências textuais são unidades que a partir de marcadores temporais e espaciais, a inclu- Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.
estruturam o texto. Para Bronckart1, “são unidades são de um momento de tensão (chamado de clímax)
estruturais, relativamente autônomas, organizadas e um desfecho que poderá ou não apresentar uma Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo podem ser resumidas em marcas de organização lin-
em frases”. moral. guística que são caracterizadas por:
Os tipos textuais marcam uma forma de organiza- Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
ção da estrutura do texto, que se molda a depender vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles: z Presença de marcadores temporais e espaciais;
do gênero discursivo e da necessidade comunicativa.
z Verbos, predominantemente, utilizados no passado;
Por exemplo, há gêneros que apresentam a predomi- z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilí- z Presença de narrador e personagens.
nância de narrações (contos, fábulas, romances, his- brio, o que demanda uma situação conflituosa;
tória em quadrinhos etc.). Já em outros, predomina a z Complicação: Desenvolvimento da tensão apre-
argumentação (redação do Enem, teses, dissertações, sentada inicialmente;
artigos de opinião etc.). Importante!
z Ações (para o clímax): Acontecimentos que
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, ampliam a tensão; Os gêneros textuais que são predominantemente narrativos apresentam outras tipologias textuais em sua com-
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a z Resolução: Momento de solução da tensão; posição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamente por uma sequência textual. Por isso, deve-
seguinte figura, que demonstra como podemos identi- z Situação final: Retorno da situação equilibrada; mos sempre identificar as marcas linguísticas que são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
ficar os tipos textuais e suas principais características, z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre
tendo em vista que cada sequência textual apresenta a resolução;
características próprias que pouco ou nada sofrem em z Moral: Apresentação de valores morais que a his- Para sua compreensão, também é necessário saber o que são marcadores temporais e espaciais. São formas
alterações, mantendo uma estrutura linguística quase tória possa ter apresentado. linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físico ou temporal em
rígida que nos permite classificar os tipos textuais em textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da histó-
cinco categorias (Narrativo, Descritivo, Expositivo, ria, além de garantirem a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: Atualmente, naquele
Esses sete passos podem ser encontrados no
LÍNGUA PORTUGUESA

Instrucional e Argumentativo). dia, nesse momento, aqui, ali, então...


seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como
eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, Outro indicador do texto narrativo é a presença do narrador da história. Por isso, é importante aprendermos
GÊNERO TEXTUAL bem como aprender a identificar outros pontos do a identificar os principais tipos de narrador de um texto:
tipo textual narrativo.
Narrador: Também conhecido como foco narrativo, é o responsável por contar os fatos que compõem o texto
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pessoa. O narrador participa dos fatos
FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO
Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém, não
participa das ações
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados na 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não parti-
cipa das ações, porém, o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa
1  BRONCKART, 1999 apud CAVALCANTE, 2013. 13 14
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas são notícia, diário, conto, fábula, Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o leitor a imaginar o
entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem essencialmente narrativos não significa objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc.) com uso
que não possam apresentar outras sequências em sua composição. de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está organizado de
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial atentar-se às marcas forma esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a leitura (o pedido,
que predominam no texto. no caso) do cliente.
Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas
mais importantes da sequência textual classificada como descritiva. Expositivo
Descritivo
O texto expositivo visa a apresentar fatos e ideias a fim de deixar explícito o tema principal do texto. Nesse tipo
textual, é muito comum a presença de dados, informações científicas e citações diretas e indiretas que servem
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse tipo
para embasar o assunto tratado pelo texto. Para ilustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
textual geralmente utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos de textos
cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito de
alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.

“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés;
e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.

Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc.).
A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo utilizado para manter a comunicação entre a Corte
Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,
aos poucos, substituído por outros gêneros, como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos
ver no cardápio a seguir:

Disponível em: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016. Acesso


em: 30 ago. 2021. Adaptado.

O infográfico mostrado apresenta informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água no
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema abordado.
LÍNGUA PORTUGUESA

Para isso, o autor dispõe, além de linguagem compreensível e objetiva, de recursos visuais para atingir o objetivo.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, ser confundidos com textos argumenta-
tivos, uma vez que existem textos argumentativos que são classificados como expositivos, pois utilizam exemplos
e fatos para fundamentar uma argumentação.

Dica
Atente-se a esta importante diferença entre as sequências expositiva e argumentativa: a argumentativa apre-
senta uma opinião pessoal, enquanto a expositiva não abre margem para a argumentação, já que o fato
exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate —
apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-
ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2021. 15 16
Marcas linguísticas do texto expositivo: No exemplo dado, podemos destacar a presença de Ilíada ou de Odisseia, ambas de Homero? Mas o que a adquirir os produtos da marca. No caso do gênero
verbos conjugados no modo imperativo, como baixe, esses textos têm em comum? Inicialmente, pode-se ser anúncio publicitário, usar outros gêneros e modifi-
z Apresenta informações sobre algo ou alguém — toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como levado a pensar que nada, além do fato de terem sido car sua estrutura básica é uma estratégia que é esta-
presença de verbos de estado; instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos escritos pelo mesmo autor. Entretanto, a estrutura belecida a fim de que a principal função do anúncio se
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que textos injuntivos é a enumeração de passos a serem dessas histórias respeita a um padrão textual estabe- cumpra, qual seja: vender um produto.
organizam a informação; cumpridos para a realização correta da tarefa ensina- lecido e reconhecido na época em que foram escritas. A partir desses exemplos, já podemos enumerar
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumera- da e também a fim de tornar a leitura mais didática. De maneira análoga, quando pensamos em gêne- mais uma característica comum a todos os tipos de
tivos; ros textuais, devemos identificar os elementos que gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e o
z Presença de figuras de linguagem como metáfora Argumentativo caracterizam textos, aparentemente, tão diferentes. propósito de um gênero, para alguns autores, como
e comparação; Logo, da mesma forma que comparamos as estru- Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais turas de Ilíada e Odisseia, é preciso buscar as seme- Segundo esse autor, os gêneros têm a função de reali-
final do texto. complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul- lhanças entre uma notícia e um artigo de opinião, por zar um objetivo ou objetivos; por isso, ele sustenta a
dade na identificação, bem como em sua análise. exemplo. posição de que o propósito comunicativo é o critério
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- O texto argumentativo tem por objetivo a defesa Também é fundamental identificar as razões que de maior importância, pois é o que motiva uma ação e
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa nos levam a classificar cada um desses gêneros com é vinculado ao poder do autor.
dade nos leitores, como no exemplo a seguir: de uma tese e a apresentação de argumentos que termos diferentes. Esse ponto de interseção é o que Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex- podemos estabelecer como os principais aspectos de do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIONARAM O tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios classificação de um gênero textual. qual também pode ser reconhecido como estereótipo
MUNDO científicos e filosóficos, dentre outros. Conforme Maingueneau, o ponto de interseção que textual, que resguarda características básicas do gêne-
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 Outro aspecto importante dos textos argumentati- estabelece sobre qual gênero estamos tratando é indi- ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
Hedy Lamarr - conexão wireless vos é que eles são compostos por estruturas linguís- cado por “rotinas de comportamentos estereotipados nado anteriormente, identificamos traços do gênero
ticas conhecidas como operadores argumentativos, e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, mas contos de fadas tanto na porção textual do anúncio
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”
que organizam as orações subordinadas, estruturas que continuam sujeitos a uma variação contínua”3. que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pela
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy La-
marr foi a inventora de uma tecnologia que permitia contro- mais comuns nesse tipo textual. Logo, o primeiro elemento que precisamos iden- imagem, que remete ao conto “Branca de Neve”.
lar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial, A seguir, apresentamos um quadro sintético com tificar para classificar um gênero é o papel social, Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
alterando rapidamente os canais de frequência de rádio para algumas estruturas linguísticas que funcionam como marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas” liam os falantes de uma comunidade a reconhecer
que não fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de operadores argumentativos e que facilitam a escrita e humanas típicas de quem vive em sociedade e, por- o gênero e também a escrever nesse gênero quando
transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimen- a leitura de textos argumentativos: tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto necessitarem. Isso é o que torna a característica da
to de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth. ser compreendido. prototipicidade tão importante no reconhecimento e
Disponível em: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acesso em: 30 ago. 2021. OPERADORES ARGUMENTATIVOS Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife- na classificação de um gênero.
Adaptado. rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos Ademais, os traços estereotipados de um gênero
É incontestável que...
Instrucional ou Injuntivo textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui- devem ser reconhecidos por uma comunidade, reafir-
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O mando o teor social desses elementos e estabelecen-
É mister / é fundamental / é essencial...
fator social dos gêneros textuais também direcionará do a importância de um indivíduo adquirir o hábito
O tipo textual instrucional ou injuntivo é carac-
outros aspectos importantes na classificação desses da leitura, pois quanto mais se lê, a mais gêneros se
terizado por estabelecer um “propósito autônomo”2
Observe o exemplo a seguir: elementos; justamente devido à dinâmica social em é exposto.
que busca convencer o leitor a realizar alguma tarefa.
que estão inseridos, os gêneros são passíveis de alte- Portanto, a partir de todas essas informações sobre
Esse tipo textual é predominante em gêneros como
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais rações em sua estrutura. os gêneros textuais, podemos afirmar que, de manei-
bula de remédio, tutoriais na internet, horóscopos e
no tratamento das mais diversas doenças relacio- Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, ra resumida, os gêneros textuais são ações linguísti-
manuais de instrução.
nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos tornando o gênero completamente modificado, como cas situadas socialmente que servem a propósitos
A principal marca linguística dessa tipologia é a nem de longe compensam o dinheiro gasto com se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem- específicos e são reconhecidos pelos seus traços em
presença de verbos conjugados no modo imperati- essas doenças. Além disso, as empresas têm gran- plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam comum.
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve des prejuízos por causa de afastamentos de tra- a uma finalidade específica e momentânea, como A seguir, apresentamos uma tabela com as caracte-
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e balhadores devido aos males causados pelo fumo. aconteceu com o anúncio apresentado a seguir, da rísticas básicas para a correta identificação dos gêne-
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer loja O Boticário: ros textuais:
Para que possamos identificar corretamente essa propagandas de cigarros em todos os meios de
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- comunicação.”
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
exemplo a seguir: Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/ � Ações sociais
texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021. � Ações com configuração prototípica
Adaptado.
Como faço para criar uma conta do Instagram? � Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
Aplicativo do Instagram para Android e iPhone: � O propósito de uma ação social
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen- � Divididos em classes
Google Play Store (Android). te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor,
ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin-
2. Depois de instalar o aplicativo, toque em para abri-lo. Outra característica importante que devemos
do a estrutura argumentativa desse tipo textual.
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone
reforçar é que os gêneros textuais não são quantifi-
LÍNGUA PORTUGUESA

(Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira seu endereço


de e-mail ou número de telefone (que exigirá um código de O QUE SÃO OS GÊNEROS TEXTUAIS? cáveis, pois existem inúmeros. Justamente pelo fato
confirmação), toque em Avançar. Também é possível tocar em de os gêneros sofrerem com as relações sociais, que
Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua conta do Quando pensamos em uma definição para gêneros são instáveis, não há um número exato de gêneros
Facebook. textuais, somos levados a inúmeros autores que bus- textuais que possamos estudar, diferentemente dos
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone, caram definir e classificar esses elementos, e, inicial- Fonte: https://bit.ly/34yptsR. Acessado em: 12/09/2020. tipos textuais.
crie um nome de usuário e uma senha, preencha as informa-
mente, é interessante nos lembrarmos dos gêneros
ções do perfil e toque em Avançar. Se você se cadastrar com o O gênero anúncio apresenta uma clara referên-
Facebook, será necessário entrar na conta do Facebook, caso literários que estudamos na escola.
Podemos lembrar dos conceitos de tragédia e cia ao gênero contos de fadas; porém, a estrutura
tenha saído dela.
comédia, que se referem aos clássicos da literatura desse gênero, que é, predominantemente, narrativo,
Disponível em: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso grega. Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de foi modificada para que o propósito do anúncio fos-
em: 30 ago. 2021. Adaptado. se alcançado — ou seja, persuadir o leitor e levá-lo
2  CAVALCANTE, 2013, p. 73. 17 18 3  MAINGUENEAU, 2018, p. 71.
REPORTAGEM
GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS

Relação com aspectos sociais Associação a aspectos linguísticos A reportagem é um gênero textual que, diferentemente da notícia, além de oferecer informações acerca de um
assunto, também apresenta os pontos de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter argumentativo; essa é
Não podem sofrer alteração, sob pena de serem a principal diferença entre os gêneros notícia e reportagem.
Podem ser alterados
reclassificados Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser) imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse gênero a opi-
nião do meio que a divulga. Por isso, nesses textos, as sequências textuais mais encontradas são a narração e a
Estabelecem uma função social Organizam os gêneros textuais
descrição, justamente com a finalidade de evitar apresentar um ponto de vista.
De maneira diferente, a reportagem apresenta as opiniões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões são o prin-
Apesar de não existir um número quantificável de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos gêneros cipal “ingrediente” dos textos desse gênero, representado, predominantemente, pela sequência argumentativa.
mais comuns nas provas de concursos, com o fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo na resolução É importante relembrarmos que o tipo textual argumentativo é organizado em três macropartes: tese, desen-
de questões que envolvam esse assunto. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais gêneros textuais abor- volvimento e conclusão. Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais de ampla reper-
dados por importantes bancas de concursos no país. cussão e interesse do público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia busca apenas a
divulgação da informação.
NOTÍCIA
Diante disso, o suporte de veiculação das reportagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, como tele-
visão, computador, tablet, celular etc. As reportagens têm um caráter de “matérias especiais” em jornais de ampla
A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira
repercussão, mas também podem ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e jornais. Com o avanço do
objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequências textuais narrativas e descritivas na sua composição
linguística; por isso, é fundamental sempre termos em mente as características basilares de todos os principais uso das redes sociais, entretanto, elas têm sido os principais meios de divulgação desse gênero atualmente.
tipos textuais. Conforme a Academia Jornalística (2019), a reportagem apresenta informações mais detalhadas sobre um fato
Como vimos, os gêneros textuais possuem características que os distinguem dos tipos textuais, dentre elas o e/ou fenômeno de grande relevância social. Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados que compõem
fato de terem um apelo a questões sociais, um propósito comunicativo e apresentarem uma configuração mais ou a matéria, a fim de que o leitor construa sua própria opinião sobre o tema.
menos padrão que varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros. A respeito dessas diferenças na construção dos gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guardam seme-
Por ser um gênero, a notícia também apresenta essas características. Seu propósito comunicativo é informar lhanças, como a busca pelas respostas às perguntas:
uma comunidade sobre assuntos de interesse comum; por isso, a notícia deve ser comunicada com imparciali-
dade, ou seja, sem que o meio que a transmite apresente sua opinião sobre os fatos. Outra importante caracte- O quê? Como? Por quê? Onde? Quando? Quem?
rística da notícia é a sua configuração prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhecido por leitores de uma
comunidade. Essas perguntas norteiam a escrita tanto da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da primeira por
Essa configuração própria da notícia é reconhecida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia. Vejamos seu caráter essencialmente informativo.
na prática como reconhecer o esquema prototípico desse gênero:
NOTÍCIA REPORTAGEM
Casal suspeito de assaltos é preso após colidir carro na contramão enquanto fugia da polícia, em
Manchete Apresenta um fato de forma simples e objetiva
Fortaleza Questiona fatos e efeitos de um fato determinado
Objetivo é informar
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato
Foram apreendidos três aparelhos celulares roubados e uma arma de fogo com seis munições Lead Apuração objetiva dos fatos
Apuração extensa
Conteúdo de curto prazo
Um casal suspeito de realizar assaltos foi preso após capotar um carro ao dirigir na contramão Conteúdo sem ordem determinada, pode apresentar en-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida (visto
enquanto fugia da polícia na tarde desde domingo (13), no Bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. trevistas, dados, imagens, etc.
Corpo da anteriormente)
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, disse que os assaltantes dirigiam em alta veloci-
Notícia Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.
dade pelas ruas após abordar de forma fria os pertences. “A mulher estava conduzindo o carro e o
comparsa dela abordava as pessoas colocando a arma na cabeça”, afirmou
É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual. Portanto, a
Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 30 ago. 2021.
reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém pode
apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja seu propósito de informar, é fundamental que o autor do
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais que são objeto de pro-
texto seja guiado por essas perguntas a fim de tornar seu texto imparcial e objetivo:
vas de concurso com um dos gêneros mais comuns em provas: o artigo de opinião.
O que?
ARTIGO DE OPINIÃO
Onde? MANCHETE

O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
Quando? para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
CORPO DA Como? No artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, podemos
NOTÍCIA
Por quê? defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor soluções para a
questão controversa.
LÍNGUA PORTUGUESA

A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele terá que
usar de informações, fatos e opiniões que serão seus argumentos.
Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:
É importante ressaltar que, com o advento das redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o gênero
notícia seja divulgado por meio de plataformas diferentes, como as redes sociais. O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
Isso democratiza a informação, porém também abre margem para a criação de notícias falsas que se baseiam ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
nesse esquema de organização das notícias para buscar alguma credibilidade do público. Por isso, atualmente, é assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
muito importante atentar-se à fonte de publicação das notícias. constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
O próximo gênero sobre o qual trataremos é a reportagem, que guarda sutis diferenças em comparação com a convencer o interlocutor (2011, p. 305).
notícia, e que também é muito abordada em provas de concursos.
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos saberes, como conhecimentos
19 20 enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que percebemos que nada é por acaso, pois a
EDITORIAL — ESTRUTURA TEXTUAL POR PARÁGRAFOS
cada escolha há uma intenção: “... toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem fundamen-
ta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comunicar-se”4. Apresentação do tema (situando o leitor) e já com um posicionamento definido. Ser didático
Parágrafo 1
ao apresentar o assunto ao leitor
Para darmos uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre ele. Por
isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao escolherem Contextualização do tema, comparando-o com a realidade e trazendo causas e indicativos
Parágrafo 2
um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo assunto e, dependendo concretos do problema. Mais uma vez, posicionamento sobre o assunto
de sua intenção, apoiar ou negar determinadas vozes. Análise e possíveis motivações que tornam o tema polêmico (ou justificativas de especialista
Parágrafo 3
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta e convincente. da área). É preciso trazer dados factuais, exemplos concretos que ilustram a argumentação
Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal; porém, ao esco- Parágrafo 4 Concluir com o posicionamento crítico final, retomando o posicionamento inicial sem se repetir
lher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto, fazendo com que sua
produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
A seguir, apresentamos o último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de gêne-
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte ros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros. Apesar
estruturação: disso, trouxemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse critério,
o próximo gênero estudado é a crônica.
z Identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição — exposição de argumentos de modo a justificar a tese; CRÔNICA
z Reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas e
o texto é concluído. O gênero “crônica” é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se torna-
ram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti.
ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO Também por ser um gênero curto de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de con-
curso para ilustrar questões de interpretação textual e para contextualizar questões que avaliam a competência
Introdução Identificação da questão polêmica alvo de debate no texto
gramatical dos candidatos.
Tese do autor (posicionamento defendido) As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
Desenvolvimento Tese contrária (posicionamentos de terceiros) – aceitação ou refutação argumentativas.
Argumentos a favor da tese do autor do texto
Conclusão Fechamento do texto e reforço do posicionamento adotado CRÔNICA NARRATIVA CRÔNICA ARGUMENTATIVA
Defesa de um ponto de vista, relacionado ao assunto em debate
Limita-se a contar fatos do cotidiano
No processo de escrita de qualquer texto é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do Uso de argumentos e fatos
Pode apresentar um tom humorístico
Também pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa
autor aos seus argumentos. Porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse Foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa
Uso de argumentos de modo pessoal e subjetivo
processo; por isso, atente-se à coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim continuarmos nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem, apresentando outro
gênero frequentemente presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial. Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmente
podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como em vídeo, formato muito divulgado nas redes
EDITORIAL sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação. Neste Apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos sociais mais atuais. Outra característica presente
tópico, nosso foco serão as principais características do gênero editorial e as suas diferenças em relação ao artigo nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença do tom sar-
de opinião. cástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em que pode-
EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS mos identificar as principais características desse gênero:

Expressa a opinião de um jornal ou revista a respeito de um tema atual


Objetivos: esclarecer ou alertar os leitores sobre alguma temática importante e/ou persuadir os leitores, mobilizando- O que é um livro?
-os a favor de uma causa de interesse coletivo O que é um livro? A pergunta se impõe neste momento em que que a isenção de impostos sobre o objeto primeiro
Estrutura: também baseada em introdução, desenvolvimento e conclusão da cultura e do conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda mais a leitura de
quem tanto precisa dela.
Um livro é:
O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou o pro- — A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de um escritor
blema social a ser debatido no texto; posteriormente, segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e con- é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com harmonia.
clui-se com a retomada da opinião apresentada incialmente. — A nave espacial que nos permite viajar no tempo para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo em que
A principal diferença entre editorial e artigo de opinião é que o editorial representa a opinião de uma corpo- foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do presente, com
ração, empresa ou instituição. todos os conhecimentos adquiridos e as novas maneiras de viver. […]
LÍNGUA PORTUGUESA

— Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música,
Marcas linguísticas:
prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de
encontro com nosso núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada um possa abrir
z Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural; a sua.
z Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante; — A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agitam suas
z Linguagem clara, objetiva e impessoal. múltiplas cabeças.
— Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos, conservadas.
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos Disponível em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero.

4  KOCH, 2011, p. 22. 21 22


Essa crônica trata de um assunto bem atual: o aumento da carga tributária que incide sobre o preço dos livros. A intertextualidade está presente em nosso dia Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e
A autora apresenta sua opinião e segue argumentando sobre a importância dos livros na sociedade com um ponto a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da humorístico que pode variar, dependendo da sua fina-
de vista ladeado pela literatura, o que fortalece sua argumentação. internet e também da publicidade. A seguir, apresen- lidade textual.
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros textuais, é importante fazermos uma observação relevante sobre tamos esse exemplo retirado da aula da professora
o assunto. Para muitos autores, os gêneros não apenas moldam formas de texto, mas formas de dizer marcadas Cátia Colares que resume a ideia de intertextualidade PARÁFRASE
pelo discurso. Por isso, em algumas metodologias, os gêneros serão tratados como “do discurso”. que iremos trabalhar neste material:
Gêneros do discurso marcam o processo de interação verbal. Como todo discurso materializa-se por meio A paráfrase é uma estratégia intertextual que con-
de textos, a nomenclatura gêneros textuais torna-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. Podemos siste em recuperar aspectos do tema do texto-fonte, o
distinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as demandas sociais e culturais de estudo dos gêneros. qual baseia a paráfrase. Dessa forma, é considerada
um tipo de intertextualidade temática.
CARTA ARGUMENTATIVA Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é
a música Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, que
As cartas argumentativas são textos que pretendem advogar pelo ponto de vista de quem escreve e convencer versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I
quem está lendo. São formadas pelas seguintes partes: data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura. carta de São Paulo aos Coríntios” e também dos versos
O corpo do texto possui três elementos: a ideia principal do escritor, o desenvolvimento dos argumentos e a de Luís Vaz de Camões.
conclusão da ideia.
A linguagem utilizada deve ser objetiva, com clareza e formalidade. Usualmente, aparecem verbos no presen- Monte Castelo – Legião Urbana
te do indicativo (as vezes, no imperativo), predominantemente na 1ª ou 3ª pessoa.
Confira o modelo a seguir: Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
Fonte: COLARES, 2020, informação verbal.
seria. É só o amor, é só o amor
Brasília, 30 de julho de 2009. Que conhece o que é verdade
Compreendida a ideia de intertextualidade e apre-
O amor é bom, não quer o mal
Excelentíssimo Senhor Presidente José Sarney, sentada sua importância para a análise textual em
Não sente inveja ou se envaidece [...]
provas, questões e textos, faz-se necessário conhecer
Com as minhas considerações, venho tratar de um assunto bastante recorrente na mídia algumas das principais formas de realização da inter-
I carta de São Paulo aos Coríntios
nos últimos meses, o qual envolve diretamente V. Exa., como Presidente do Senado Federal, Casa textualidade em textos e em gêneros utilizados por
pela qual tenho o maior respeito. Trata-se de denúncias de favorecimento a vários senadores, por bancas de concurso.
Antes, porém, é necessário apontar que, confor- 1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
via de Atos Secretos, inclusive o Senhor, fato que envergonha a todos nós, brasileiros. dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal
me Koch e Elias (2015), todos os textos são, em algu-
A minha visão é de que o Senhor Presidente deveria pedir afastamento do cargo. ma medida, recuperadores de outros. Quando o leitor que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que
acessa as ideias e reconhece essa intertextualidade, tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os
Sem querer fazer um julgamento precipitado, mesmo porque todos são inocentes até que estamos diante de um processo de intertextualidade mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda
se prove o contrário, o fato é que as denúncias existem e não são simples. São muitos os indícios stricto senso. Quando não é possível acessar esse teor a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e
de beneficiamento ilícito, como casos de nepotismo e aumento de verba indenizatória, sem publi- intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato não tivesse amor, nada seria [...]
cação nos devidos órgãos de imprensa oficiais. Vossa Excelência aparece ligado a diversos desses senso. Desenvolvemos o quadro abaixo para tornar
Atos e, por isso, acho que sair, pelo menos temporariamente, seria uma prova de que pretende essa divisão mais didática: 11 Soneto – Luis Vaz de Camões
colaborar com as investigações.
Amor é um fogo que arde sem se ver,
Tais investigações constituem um elemento decisivo para a transparência pública, uma vez INTERTEXTUALIDADE
é ferida que dói, e não se sente;
que a sociedade precisa ter conhecimento de como o dinheiro de seus impostos e tributos estão é um contentamento descontente,
sendo aplicados. Num país em que a educação e saúde, só para citarmos duas áreas, costumeira- é dor que desatina sem doer.
mente vão de mal a pior, é inadmissível aceitarmos que ocorrências dessa natureza sejam con-
Stricto Senso Lato Senso
sideradas normais. Por esse motivo, entendo que o Excelentíssimo Senador deve pedir licença, É um não querer mais que bem querer;
visando sempre ao interesse público. é um andar solitário entre a gente;
Temática é nunca contentar se de contente;
Como cidadão brasileiro, consciente de minhas obrigações e direitos, é este o meu posicio-
Estilística é um cuidar que ganha em se perder.
namento. Se quem não deve não teme, dê-se a chance de esclarecer o que o Senhor mesmo chama Explícita
de denúncias infundadas, e isso só pode ser feito a partir do momento em que não mais ocupar a Implícita
Presidência dessa Egrégia Casa, pois a sua imagem estará desvinculada de toda e qualquer “mano- É querer estar preso por vontade;
bra” que porventura exista para não prolongar o caso. é servir a quem vence, o vencedor;
PARÓDIA é ter com quem nos mata, lealdade [...]
Com os meus respeitos,
A paródia é um tipo de intertextualidade estilística REFERÊNCIA
Povo Consciente. em que o autor recupera o estilo de outro texto, seja
verbal ou não-verbal. É muito comum tanto em tex- A referência é um tipo de intertextualidade explí-
Disponível em: <http://centraldasletras.blogspot.com/2009/08/modelo-de-carta-argumentativa.html>. Acesso em 28 jan. 2021.
tos musicais, nos quais são recuperados a melodia e o cita, muito comum e necessária em trabalhos acadê-
estilo do intérprete original, quanto em textos visuais,
LÍNGUA PORTUGUESA

INTERTEXTUALIDADE micos, pois ao mencionar uma obra ou autor e suas


como no exemplo a seguir: ideias, o pesquisador deverá realizar as devidas refe-
Existem diversos mecanismos que são meios importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à construção de rências, indicando os nomes dos títulos mencionados
sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a intertextualidade. Como vimos neste material, ao nos referirmos à ao final do trabalho.
ideia de construção dos sentidos mediante o uso de gêneros textuais destacamos a estrutura, o propósito comuni- Para realizar esse tipo de intertextualidade, deve-
cativo e a função dos gêneros. Um outro elemento importante para a compreensão textual é a intertextualidade, mos seguir as regras da Associação Brasileira de Nor-
que diz respeito à propriedade de um texto se relacionar com outros. mas Técnicas – ABNT. A seguir, disponibilizamos um
Para se entender melhor a estrutura e a função do termo intertextualidade, pode-se separar a palavra em par- exemplo de referência com a indicação de uma das
tes: “inter” é de origem latina e refere-se à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto, e “textualidade” obras citadas neste material:
tem a noção de conteúdo, palavras. Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir da qual podemos dar
origem a um outro texto.
Fonte: https://bit.ly/3mx0k7X. Acessado em: 12/10/2020.
23 24
(trecho da música Quase sem querer da banda Legião “literatura complexa” por manterem em seus textos
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda Urbana), para iniciar nosso debate sobre intertextua- DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL
expressões tão brasileiras que se tornam difíceis de
Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. lidade e as possibilidades de escrevermos algo com- expressar em outras línguas. É o caso do mineiro de
ed. São Paulo: Contexto, 2015. pletamente inédito em nosso contexto atual. Cordisburgo, Guimarães Rosa, que apresenta uma lin- FONEMA
As referências também são muito comuns em tex- guagem peculiar repleta de neologismos, como os des-
OUTROS POSSÍVEIS PROCESSOS Refere-se ao som produzido pelo falante; é a uni-
tos jurídicos, nos quais é praxe citar leis, decretos e tacados a seguir:
INTERTEXTUAIS MENOS COMUNS EM dade sonora que compõe as palavras de uma língua.
demais documentos que sirvam de embasamento CONCURSOS
teórico. Não é o mesmo que letra, porém, é sua representação
Enxadachim:  Designa um trabalhador do campo, sonora.
Bricolagem que luta pela sobrevivência. A palavra reúne “enxa-
CITAÇÃO Ex.: Hebreu
da” e “espadachim”.
A bricolagem é um tipo de intertextualidade que Taurophtongo:  Significa mugido, sendo a palavra Letras (6): H, E, B, R, E, U
A citação também é um tipo de intertextualidade atua explicitamente no texto, pois se refere à mes-
explícita e diz respeito às formas de citação de uma uma junção de dois termos gregos, relativos a touro Fonemas: (5) /e/, /b/, /r/, /e/, /u/
cla de vários elementos advindos de vários textos ou (táuros) e ao som da sala (phtoggos).
obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quan- O número de letras e fonemas são diferentes pois,
de várias obras de arte, em geral. Assim, a principal Embriagatinhar:  A mistura de “embriagado” e
do utilizamos as palavras de outros autores, devemos característica da bricolagem é o uso de outros frag- nesse caso, a letra H não representa nenhum fonema.
mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição “(en)gatinhar” serve para designar uma pessoa que,
mentos textuais para a formação de uma nova com- de tão bêbada, chega a engatinhar. Ex.: Sexo
fiel das palavras do autor do texto-fonte é chamada posição textual.
de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do Velvo:  Adaptação do inglês  velvet, que significa Letras (4): S, E, X, O
Esse recurso foi utilizado na letra da canção Amor “veludo”. Na linguagem de Guimarães Rosa, é o
autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a I love you, de Marisa Monte, na qual a cantora inseriu Fonemas: (5): /s/, /e/, /k/, /s/, /o/
citação passa a ser indireta. nome dado para uma planta de folhas aveludadas. Nesse caso, o número de fonemas é maior que o de
um trecho da obra O primo Basílio, de Eça de Queiroz, Circuntristeza:  Como a própria palavra sugere,
Independente da maneira como citamos em um para compor a letra da música. letras, pois a letra X tem som de /ks/.
texto, é imprescindível dar os créditos aos autores refere-se à “tristeza circundante”.
das obras citadas, por isso, devemos mencioná-los nas “Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamen- Fonte: https://bit.ly/34DFj5D. Acessado em: 16/10/2020. VOGAIS, SEMIVOGAIS E CONSOANTES
citações que também seguem o padrão estabelecido te! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas
pela ABNT. sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao Diante desse complexo léxico, como traduzir � Vogais: fonemas sonoros produzidos pela corrente
calor amoroso que saía delas, como um corpo res- de ar que sai pela boca, e na língua portuguesa é o
expressões que até para um brasileiro pode ser difícil
z Citação direta: sequido que se estira num banho lépido; Sentia um
compreender? Por isso, a tradução é um texto inter- núcleo das sílabas. Ao serem reproduzidas, a boca
acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe
“A confiabilidade das fontes citadas confere rele- que entrava enfim uma existência superiormente textual, pois cabe ao tradutor adaptar e parafrasear fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:
vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan- interessante, onde cada hora tinha o seu intuito trechos cuja complexidade só poderia ser alcançada „ O rais: o ar sai apenas pela boca.
to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” diferente, cada passo conduzia um êxtase, e a alma por falantes nativos. Ex.: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/;
(BOAVENTURA, 2004, p. 81). se cobria de um luxo radioso de sensações.” „ Nasais: o ar sai pela boca e pelas cavidades
Eça de Queirós – O Primo Basílio Pastiche nasais.
z Citação indireta: Ex.: /ã/ - rã, fã, avelã;
Amor I Love You – Marisa Monte
É um tipo de intertextualidade que ocorre quando /ẽ/: dente, empero, mensagem;
Segundo Boaventura (2004, p. 81), o respeito ao
um modelo estrutural serve para inspirar um novo /ĩ/: lindo, mim, inteligente;
trabalho acadêmico é diretamente proporcional à Deixa eu dizer que te amo
credibilidade das fontes utilizadas, por isso é neces- quadro, texto ou programa de TV. Um exemplo bem /õ/: bonde, congo, ombo;
Deixa eu pensar em você
sário atentar-se para os diversos tipos de citação Isso me acalma, me acolhe a alma típico deste último era o programa de TV “Os trapa- /ũ/ nunca, algum;
aqui mencionados. Isso me ajuda a viver lhões”; o modelo humorístico criado pelo trio “Os três „ Átonas: pronunciadas com menor intensidade.
[...] patetas”, na década de 1960, inspirou programas no Ex.: até, bol;
Dica Meu peito agora dispara mundo todo. „ Tônicas: pronunciadas com maior intensidade.
Vivo em constante alegria O pastiche também é comum em textos imagéticos, Ex.: até, bol.
A citação indireta é um tipo de paráfrase.
É o amor que está aqui como o exemplo a seguir:
Amor, I love you (x8) Ao que diz respeito ao timbre, elas ainda podem
ALUSÃO
ser classificadas como:
Tinha suspirado, tinha beijado o papel
A alusão é um intertexto que faz referência a uma devotamente!
obra de arte, a um fato histórico, a textos de conheci- „ A bertas: pé, pó, casa, lata;
Era a primeira vez que lhe escreviam „ Fechadas: amor, avô, luta;
mento comum. A alusão pode ocorrer de forma explí- Aquelas sentimentalidades
cita ou implícita. „ Reduzidas: aparecem quase sempre ao final da
E o seu orgulho dilatava-se
Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um ver- palavra: dedo, gente.
Ao calor amoroso que saía delas
dadeiro presente de grego. Como um corpo ressequido
A expressão “presente de grego” faz alusão aos Que se estira num banho tépido Ao que diz respeito à zona de articulação, podem
fatos da Guerra de Tróia, em que os gregos fingiram Sentia um acréscimo de estima por si mesma ser, ainda:
presentear os troianos com um cavalo de madeira
LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47268/. Acessado


que fazia parte da estratégia grega para conseguirem em: 12/10/2020. „ A
nteriores/palatais: a língua se eleva em dire-
invadir a cidade de Tróia e destruí-la por dentro. ção ao céu da boca (palato duro).
Tradução Ex.: é, ê, i;
EPÍGRAFE
A tradução é uma espécie de paráfrase para mui- „ P
osteriores/velares: a língua se eleva em dire-
A epígrafe é uma pequena citação colocada no iní- tos autores, pois, como sabemos, há palavras e expres- ção ao véu palatino (palato mole).
cio de capítulos de livros, seções de trabalhos acadê- sões que só existem na língua de origem do escritor
micos ou de outros gêneros para manter uma relação original. Dessa forma, a tradução de textos em línguas
dessa citação com o assunto abordado na obra. Ex.: ó, ô, u
diferentes é uma aproximação de sentidos, construída
Ex.: No início deste capítulo, poderíamos ter colo- a partir das leituras e do ponto de vista do tradutor.
cado a epígrafe: “Sei que às vezes uso palavras repe- „ Médias: língua baixa, quase que “parada”.
Muitos escritores brasileiros são considerados como
tidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas” 25 26 Fonte: https://bit.ly/3e8lV3V. Acessado em: 12/10/2020. Ex.: a.
� Semivogais: são as vogais que, em algumas pala- Emprego do C, Ç, S e SS z Substantivos terminados em “-em”; Percebam que, no plural, essas formas admitem o
vras, aparecem apoiadas em outras vogais, e por � ferrugem, carruagem, passagem, viagem. uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordân-
isso não são o núcleo da sílaba. Por possuírem o mesmo som, o uso de C, Ç, S e SS cia verbal quando usar esses verbos.
Ex.: Papai: Pa – pai costuma causar bastante confusão. Porém, existem O “J” é utilizado:
algumas regrinhas que nos ajudam a saber quando
A letra “I” se apoia na letra “A”, que representa o usar cada uma das letras. Veja: z Em palavras de origem indígena:
núcleo silábico; por isso, nesse caso, a letra “I” é uma DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
semivogal e a letra “A” uma vogal. z O C só é usado com valor de “s” com as vogais “e” e „ Pajé, canjica, jerimum.
“i”: COESÃO TEXTUAL
� Consoantes: Ao serem produzidas, a corrente de „ Ex.: acém, ácido, aceso, macio. z Em palavras de origem africana:
EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO,
ar que é expirada pelos pulmões encontra “difi-
„ Jiló, jagunço, jabá. SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E
culdade” para sair pela boca, fazendo com que se z Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç: OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL
tornem quase que um “barulhinho”, e por isso não „ Ex.: Açougue, açúcar, caçula.
podem ser o núcleo silábico. É importante saber:
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
Ex.: /b/, /t/, /d/, /g/, /q/ etc. m início de palavras, o Ç e o SS não são usados.
z E zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e
z A conjugação do verbo “viajar”, no Presente do
O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-
Subjuntivo, escreve-se com j: Que eles(as) viajem.
Emprego do X e do CH uma das vogais: ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
z Verbos no infinitivo escritos com “G” antes de “e”
„ Ex.: Sapato, segurança, solteiro, sucesso. ou “i” têm o “G” substituído por “J” em algumas fle- é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
O “X” é utilizado: e por que buscar esse padrão é importante.
xões, para manter o mesmo som:
z O
“C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de Os textos não são somente um aglomerado de pala-
� Após os ditongos (encontro de duas vogais). „ Afligir: aflija, aflijo; vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”:
„ Agir: ajam, ajo; das e organizadas harmoniosamente de maneira que
Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo, „ Ex.: Cenoura, cela, cigarro, cinema. „ Eleger: elejam, elejo.
encaixe, paixão, rouxa, frouxo o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho; ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se
z O
“S” tem sempre som de /z/ quando está entre EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA chama de coesão textual. Os articuladores responsá-
vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva-
� Após as sílabas “en” e “me”. veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto
das de uma palavra com “S” no início passam a ser z Palavras monossílabas: Acentuam-se os monossí-
Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, são conhecidos como recursos coesivos que devem ser
escritas com “SS”, mantendo o som de /s/: labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá,
enxugar, mexerica, mexilhão, mexer, mexicano, articulados de forma que garanta uma relação lógica
„ E
x.: Sala – Antessala / Sol – Girassol / Seguir chá; pé, fé, mês; nó, pó, só. entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
enxovalho. – Prosseguir. z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto- gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua- peito disso, temos a coerência textual, que está ligada
Algumas palavras formadas por prefixação (pre- z O “SS” é utilizado somente entre vogais: raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns. diretamente à significação do texto, aos sentidos que
fixo “en” + radical) são escritas com “ch” (enchente, z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto-
„ Ex.: Passagem, pessoa, posse, possível. ele produz para o leitor.
encharcar etc.). nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.:
Exceção: mecha (de cabelo); bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus;
Emprego do C e QU COESÃO COERÊNCIA
abdômen, hímen.
� Em palavras de origem indígena e africana e pala- Utiliza-se de elementos su- Subjacente ao texto, en-
É comum encontrarmos algumas palavras que nos perficiais, dando-se ênfase fatiza-se o conteúdo e a
vras inglesas aportuguesadas. colocam na dúvida: usar C ou QU?
Ex.: xampu, xerife, xará, xingar, xavante; Existem palavras que podem ser escritas tanto de
Importante! na forma e na articulação produção de sentido/rela-
entre as ideias ção lógica
� Outras palavras escritas com “X”: bexiga, laxativo, uma forma, como de outra. Veja: Acentuam-se as paroxítonas terminadas em
caxumba, xenofobia, xícara, xarope, lixo, capixa- Catorze / quatorze; cociente / quociente; cotidiano ditongo. Fonte: Elaborado pela autora.
ba, xereta, faxina, maxixe, bruxa, relaxar, roxo, / quotidiano; cotizar / quotizar. Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília,
graxa, puxar, rixa. As seguintes palavras só podem ser escritas de rádio etc. Podemos usar uma metáfora muito interessante
uma forma: quando se trata de compreender os processos de coe-
Algumas palavras com “CH”: chicória, ficha, chi- Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, são e coerência.
marrão, churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fanto- cinquentona. z Palavras proparoxítonas: A regra mais simples e Essa metáfora nos leva a comparar um texto com
che, penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha, fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem um prédio, tal qual uma boa construção precisa de
brecha, pechincha, inchar, flecha, chute, deboche, Emprego do K, W e Y ser acentuadas! um bom alicerce para manter-se em pé; um texto bem
mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão, construído depende da organização das nossas ideias,
chuchu, charque, cochicho. Símbolos e siglas Porém, esse grupo de palavras divide uma polê- da forma como elas estão dispostas no texto. Isso sig-
mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns nifica que precisamos utilizar adequadamente os pro-
� Há, ainda, algumas palavras homófonas, que � Kg – quilograma; vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por- cessos coesivos, a fim de defendermos nossas ideias.
podem ser escritas das duas formas, porém têm � Km – quilômetro; tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin-
significados diferentes. Veja algumas: � k – potássio; ou proparoxítona. cipais formas de marcação, de processos que buscam
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas
LÍNGUA PORTUGUESA

z Nomes próprios e seus derivados originados de organizar as ideias em um texto, principalmente, os


� Brocha (pequeno prego); palavras apresentam um ditongo crescente no final de
língua estrangeira; processos de coesão que, como dissemos, apresentam
� Broxa (pincel para caiação de paredes); suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser
� Kelly, Darwin, Wilson, darwinismo; um apelo mais forte às formas linguísticas que os pro-
� Chá (planta para preparo de bebida); z Palavras estrangeiras não adaptadas para o considerado hiato. É o que ocorre com as palavras: cessos envolvendo a coerência.
� Xá (título do antigo soberano do Irã); português; No entanto, faz-se necessário mostrar algumas
� Chalé (casa campestre de estilo suíço); � Feedback, hardware, hobby. HIS-TÓ-RIA/ HIS-TÓ-RI-A características da coerência em um texto e como esse
� Xale (cobertura para os ombros); VÁ-CUO/ VA-CU-O processo liga-se não apenas às formas gramaticais,
� Chácara (propriedade rural); Emprego do G e do J PÁ-TIO/ PÁ-TI-O mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em
� Xácara (narrativa popular em versos); Antes de concluir, é importante mencionar o uso vista que a coerência é construída, tal qual o sentido,
� Cheque (ordem de pagamento); O “G” é utilizado em: do acento nas formas verbais TER e VIR: coletivamente, não por acaso, o grande linguista e
� Xeque (jogada do xadrez). estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-
z Palavras terminadas em “–gio”; Ele tem / Eles têm chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico
� Estágio, relógio, refúgio, presságio; 27 28 Ele vem / Eles vêm que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) USO DE PRONOMES OU PRONOMINALIZAÇÃO coesivos visa analisar a capacidade do candidato de USO DE ADJETIVOS
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e reconhecer a que e qual elemento está construindo as
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- Utilizar pronomes para manter a coesão de um referências textuais. Os adjetivos também são considerados expressões
são. A autora afirma que a coerência: texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá- nominalizadoras que fazem referência a uma porção
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como USO DE NUMERAIS textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo
[...] Não está no texto em si; não nos é possível apon- a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor,
tá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói [...] estudo os principais pronomes utilizados em recursos Conforme mencionamos anteriormente, o uso de músico, produtor, artista plástico e professor” apre-
numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, textuais para manter a coesão. categorias gramaticais concorre para a progressão senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
com base em seus conhecimentos sociocognitivos e A pronominalização é a base de recursos anafóri- textual; uma das classes gramaticais que auxilia esse Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações
interacionais e na materialidade linguística, confe- cos e recuperam porções textuais ou ainda um nome processo é o uso de numerais. sobre essa personalidade, referida anteriormente.
re sentido ao que lê. (CAVALCANTE, 2013, p. 31) específico a que o autor faz referência no texto. Veja- Iremos focar no valor coesivo que essa classe pro- É importante recordar que não podemos identifi-
mos dois exemplos: move, auxiliando na ligação de ideias em um texto. car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão Dessa forma, as expressões quantitativas, em algumas que ela está inserida. No exemplo mencionado, as
importantes para uma boa compreensão e elaboração circunstâncias, retomam dados anteriores numa rela- palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
textual. É importante destacar que esses processos de O primeiro debate entre Donald Trump e Joe ção de coesão. ta, professor são substantivos que funcionam como
coesão não podem ser dissociados da construção de sen- Biden foi quente, com diversas interrupções e acu- Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o adjetivos e colaboram na construção textual.
tidos implícita no processo de organização da coerência. sações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi primeiro era para os professores, o segundo para os
a indicação de Trump da juíza conservadora Amy alunos. USO DE VERBOS VICÁRIOS
COESÃO REFERENCIAL Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de As formas destacadas são numerais ordinais que
Ruth Bader Ginsburg. O presidente defendeu que recuperam informação no texto, evitando a repetição O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e
A coesão é marcada por processos referenciais que tem esse direito, pois os republicanos têm maioria significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários
de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
relacionam termos e ideias a partir de mecanismos no Senado [Casa que ratifica essa escolha] e criticou são verbos usados em substituição de outros que já
que inserem ou retomam uma porção textual. Os pro- os democratas, dizendo “que eles ainda não aceita- foram muito utilizados no texto.
USO DE ADVÉRBIOS
cessos marcados pela referenciação caracterizam-se ram que perderam a eleição”. […]. Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós
pela construção de referentes em um texto, os quais O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os esperávamos.
Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse EUA são o país mais atingido pela pandemia - são O verbo “acontecer” foi substituído na segunda
ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode 7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O oração pelo verbo “foi”.
processo de coesão. As formas adverbias que marcam
ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala- âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles
tempo e espaço podem também ser denominadas de
vras, das quais falaremos a seguir. fariam até que uma vacina aparecesse. Biden ata-
marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos: ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
Antes, é necessário reconhecer processos referen- cou o republicano dizendo que Trump “não tem um
Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem... Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
ciais que envolvam o uso de expressões anafóricas e plano para essa tragédia”. Já Trump começou sua
Percebam que esses advérbios só podem ser asso- Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não o
catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), “as expres- resposta atacando a China - “deveriam ter fechado
ciados a um referente se forem instaurados no discur- fizemos”
sões que retomam referentes já apresentados no tex- suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as
so, isto é, se mantiverem associação com as pessoas Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por falta
to por outras expressões são chamadas de anáforas”. estatísticas da Rússia e da própria China e, com pou- de interesse”
que produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê
Vejamos o exemplo a seguir: ca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho” Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”
“hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma
nesse momento dos EUA.
sala compreenderá que a marcação temporal refere-
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bair- Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- -se ao momento em que a leitura foi realizada. Por USO DE ELIPSE
ro, que vivia de suas discretas lutas, no início de debate-025314998.html. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado. isso, esses elementos são conhecidos como dêiticos.
sua carreira. Segundo seu treinador Mickey, Rocky Independentemente de como são chamados, esses A elipse é uma forma de omissão de uma informa-
era um jovem promissor, mas nunca se interessou Após a leitura do texto, é possível notar que a recu- elementos colaboram para a ligação de ideias no tex- ção já mencionada no texto. Geralmente, estudamos
realmente em evoluir, preferiu trabalhar para um peração da informação apresentada é feita a partir de to, auxiliando também a construção da coesão textual. a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de
agiota italiano chamado Tony Gazzo, com quem muitos processos de coesão, porém, o uso dos prono- linguagem de uma gramática; neste material, iremos
manteve uma certa amizade. Gazzo gostava de mes destacados recupera o assunto informado e ajuda USO DE NOMINALIZAÇÃO nos deter a maiores aspectos da elipse também nes-
Rocky por ele ser descendente de italiano e o aju- o leitor a construir seu posicionamento. É importante sa seção. Aqui é importante salientar as propriedades
dou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro-
As expressões que retomam ideias e nomes, já
primeira luta que fez com Apollo Creed. rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal pósito de manter a coesão textual.
apresentados no texto, mediante outras formas de
destacado no texto refere-se ao termo “republicanos”, Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acessado em: expressão, podem ser analisadas como processos
já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir
30/09/2020. Adaptado. nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e
participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên-
outras classes nominais.
pronomes apontam para uma parcela objetiva do tex- cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu-
A partir da leitura, podemos perceber que todos os Essas expressões recuperam informações median-
to, diferente do pronome “essa”, associado ao subs- zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas
termos destacados fazem referência a um mesmo refe- te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
tantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual recuperável por marcas do próprio contexto verbal”.
rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza- uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
maior, fazendo referência ao momento de pandemia Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo:
do foi o uso de anáforas que assumem variadas formas Vejamos um exemplo:
gramaticais e buscam conectar as ideias do texto. em que o mundo passa.
Já os processos referenciais catafóricos apontam O uso de pronomes pode ser um aliado na constru- “O Brasil evoluiu bastante desde o início
para porções textuais que ainda não foram mencio- ção da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior do século XXI. O país proporcionou a in-
LÍNGUA PORTUGUESA

nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a ambiguidades, ocasionando o efeito oposto e prejudi- foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plás- clusão social de muitas pessoas. A nação
seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos tico e professor brasileiro. Um dos membros do chamado SEM ELIPSE
cando a coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua obteve notoriedade internacional por cau-
Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e
são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”. mulher. sa disso. A pátria, porém, ainda enfrenta
outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste
Não é possível saber qual dos homens estava brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados da década certas adversidades...”
Dica acompanhado. de 1970. “O Brasil evoluiu bastante desde o início do sé-
Em provas de concursos e seleções, ainda se Por fim, destacamos que as classes de palavras Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em: culo XXI e proporcionou a inclusão social de
relacionadas neste capítulo com os processos de coe- COM
encontra a terminologia “expressões referen- 30/09/2020. Adaptado. muitas pessoas, por causa disso obteve no-
ELIPSE
ciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti- toriedade internacional, porém ainda enfrenta
no material. No entanto, é importante salientar va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas Todas as marcações em negrito fazem referência ao certas adversidades...”
que, para linguistas e estudiosos, as anáforas escolares. O interesse das principais bancas de con- nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
são os processos referenciais que recuperam e/ cursos públicos é avaliar a capacidade interpretati- referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
ou apontam para porções textuais. va e racional dos candidatos. A análise de processos 29 30 doras que servem para ligar ideias e construir o texto.
COESÃO SEQUENCIAL orações desenvolvidas, é preciso manter o paralelis-
Se estudarmos, conseguiremos ser CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
CONDICIONAL mo e deixá-las ou somente desenvolvida ou somente
aprovados! Marcar contraste Existem Políticos e políticos.
A coesão sequencial é responsável por organizar a reduzidas.
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu- À proporção que aumentava seus “Agora que sentei na minha No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- PROPORCIONAL horários de estudo, mais forte o can- cadeira de madeira, junto a mesma, porém deixamos de analisar os pares no
mover a evolução do debate assumido pelo autor. didato se tornava à minha mesa de madeira, âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a Estudava sempre com afinco, a fim colocada em cima deste mos o seguinte exemplo:
partir de locuções que marcam tempo, conjunções, FINAL
de ser aprovado assoalho de madeira, olho “Por um lado, os manifestantes agiram correta-
desinências e modos verbais. Neste material, iremos Marcar a continuidade
Quando o edital for publicado, já es- minhas estantes de madei- mente, por outro podem não ter agido errado” – Incor-
nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que TEMPORAL temática
tarei adiantado nos estudos ra e procuro um livro feito reto.
são utilizadas para garantir a progressão textual.
de polpa de madeira para “Por um lado, os manifestantes agiram correta-
escrever um artigo contra mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
Conjunções Coordenativas
o desmatamento florestal” lação” – Correto.
Importante!
Millôr Fernandes. “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
As conjunções coordenativas são aquelas que
Não confundir: foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto.
ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança: Uso de Paráfrase “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
semântico independente. Na construção textual, elas
são importantes, pois, com seus valores, adicionam “Física e Química são disciplinas afins”. foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto.
informações relevantes ao texto. A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
Exemplos de conjunções coordenativas atuando objetivo, com desejo de: “Estou a fim de comer porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata- EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
na coesão: pastel”. do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar
sobre algo utilizando-se de outras palavras. Confor- Tempos
me Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra
Não apenas conversava com os de- vez, em outro ponto do texto, embora com palavras
Conjunções Integrantes O tempo designa o recorte temporal em que a ação
ADITIVA mais alunos como também atrapa- diferentes”.
lhava o professor verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
As conjunções integrantes fazem parte das orações Vejamos o seguinte exemplo:
o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
Eram ideias interessantes, porém subordinadas, na realidade, elas apenas integram,
ADVERSATIVA Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
ninguém concordou com elas ligam uma oração principal a outra, subordinada. Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo a seguir:
Superou o estigma que pregava “ou Como podemos notar, o papel dessas conjunções é Castelão Ceará no Castelão
ALTERNATIVAS estuda, ou trabalha” e conseguiu ser essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são z Presente:
aprovada “peças” que unem as orações. Existem apenas dois Os textos acima poderiam ser manchetes de
Ao final, faça os exercícios, pois é uma tipos de conjunções integrantes: que e se. jornais da capital cearense. A forma como o texto Pode expressar não apenas um fato atual, como
EXPLICATIVA se apresenta indica que a ênfase dada ao nome dos
forma de praticar o que aprendeu também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias
times, em posições diferentes, cumpre um papel im-
O candidato não cumpriu sua pro- Quando é possível subs- portante na progressão temática do texto. no mesmo horário.
Quero que a prova esteja
CONCLUSIVA messa. Ficamos, portanto, desapon- tituir o que pelo pronome Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e
fácil. Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada
tados com ele isso, estamos diante de instala uma ditadura.
Quero. O quê? Isso. pelo uso de expressões textuais bem características,
uma conjunção integrante Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais!
como: em outras palavras, em outros termos, isto (equivalente a estudarei).
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções Sempre haverá conjunção é, quer dizer, em resumo, em suma, em síntese etc.
precisam manter uma relação contextual, estabeleci- integrante em orações Perguntei se ele estava Essas expressões indicam que algo foi dito e passará
da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, substantivas e, conse- em casa. a ser ressignificado no texto, garantindo a informati- z Passado:
orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá- quentemente, em períodos Perguntei. O quê? Isso. vidade do texto.
rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as compostos „ Pretérito perfeito: Ação realizada plenamente
ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver- Uso de Paralelismo no passado.
sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
COESÃO RECORRENCIAL
As ideias similares devem fazer a correspondência Ex.: Estudei até ser aprovado;
Conjunções Subordinativas entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o
Uso de Repetições
nome de paralelismo. Quando as construções de frases „ Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que
Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi- e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin-
As recorrências de repetições em textos são comu- pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou
nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre- tático. Quando há sequência de expressões simétricas
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa. durativa.
sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas, no plano das ideias e coerência entre as informações,
estas ligam ideias apresentadas em orações subordi- Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro-
ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de Ex.: Estudava todos os dias;
nadas, ou seja, orações que precisam de outra para fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala-
sentido.
terem o sentido apreendido. vras e expressões!
Exemplos de conjunções subordinativas atuando No entanto, a repetição é um recurso coesivo „ Pretérito mais-que-perfeito: Ação anterior à
na coesão: essencial para manter a progressão temática do texto, ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS outra mais antiga.
isto é, para que o tema debatido no texto não seja per- JUNTAS
LÍNGUA PORTUGUESA

dido, levando o escritor a fugir da temática. Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não Ex.: Quando notei (passado), a água já transborda-
Como não havia estudado suficiente,
CAUSAL Embora também não recomendemos as repetições tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc. ra (ação anterior) da banheira.
resolvi não fazer essa prova
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
Falaram tão mal do filme que ele quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti- z Futuro:
CONSECUTIVA
nem entrou em cartaz alguns usos comuns dessa estratégia coesiva. ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
COMPARATIVA Trabalhou como um escravo em que houve quebra de paralelismo: „ Futuro do presente: indica um fato que deve
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” ser realizado em um momento vindouro.
Conforme o Ministro da Economia, CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
CONFORMATIVA – Errado.
os concursos não irão acabar O candidato foi encontra- “É necessário que vocês se ajudem e que estudem” Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
Ainda que vivamos um período de do com duzentos milhões – Correto.
Marcar ênfase
CONCESSIVA poucos concursos, não podemos de reais na mala, duzentos Devemos manter a organização das orações, pois „ Futuro do pretérito: Expressa um fato poste-
desanimar milhões! 31 32 não podemos coordenar orações reduzidas com rior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado. z Subjuntivo: O modo subjuntivo exprime atitude um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
de dúvida, desejo ou possibilidade. recebeu metade do pagamento.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado. Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
presente, passado ou futuro. isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar z Imperativo: O modo imperativo designa ordem, quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
é o único a sofrer flexões. convite, conselho, súplica ou pedido. Dúzia: conjunto de doze unidades;
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente: Novena: período de nove dias;
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado. Década: período de dez anos;
Flexões Modo-temporais — Tempos Simples Século: período de cem anos;
Bimestre: período de dois meses.
TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO
DOMÍNIO DA ESTRUTURA Um: numeral ou artigo?
Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª
conjugações) MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO A forma um pode assumir na língua a função de
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) * artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª -sse EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS podemos reconhecer cada função? É preciso observar
conjugações) o contexto em uso. Observe:
Artigos
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
z Durante a votação, houve um deputado que se
Futuro -rá e -re -r Os artigos devem concordar em gênero e número posicionou contra o projeto.
Futuro do pretérito -ria * com os substantivos. São, por isso, considerados deter- z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
minantes dos substantivos. cionou contra o projeto.
Essa classe está dividida em artigos definidos e
*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais. artigos indefinidos. Os definidos funcionam como Na primeira frase, podemos substituir o termo um
determinantes objetivos, individualizando a palavra,
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos (Indicativo) já os indefinidos funcionam como determinantes
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
imprecisos.
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio. O artigo definido — o — e o artigo indefinido —
contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
um —variam em gênero e número, tornando-se “os,
por exemplo.
Ex.: Tenho estudado. a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os
Já na segunda oração, a alteração do gênero não
indefinidos. Assim, temos:
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin- pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
cipal no particípio. z Artigos definidos: o, os; a, as;
deputado, marcando a quantidade.
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
Ex.: Tinha passado. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
Os artigos podem ser combinados às preposições.
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio. São as chamadas contrações. Algumas contrações
Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
comuns na língua são:
seguir:
Ex.: Terei saído.
z em + a = na;
z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio. z a + o = ao;
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
z a + a = à;
cordância com palavras femininas é inaceitável
Ex.: Teria estudado. z de + a = da.
pela gramática.

Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo) Dica Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
Toda palavra determinada por um artigo torna- Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + Verbo principal particípio.
-se um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar
etc. z A forma 14 por extenso apresenta duas formas
Ex.: (que eu) Tenha estudado. aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.
Numerais
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin- Substantivos
cipal no particípio.
São palavras que se relacionam diretamente ao
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi- Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
Ex.: (se eu) Tivesse estudado característica básica dessa classe é admitir um deter-
LÍNGUA PORTUGUESA

ção. Os numerais podem ser:


minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle-
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio. z Cardinais: Indicam quantidade em si. Ex.: Dois xionam-se em gênero, número e grau.
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
Ex.: (quando eu) Tiver estudado. meninos eram bons em português; Tipos de Substantivos
z Ordinais: Indicam a ordem de sucessão de uma
Modos série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che- A classificação dos substantivos admite nove tipos
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar; diferentes. São eles:
Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo. z Multiplicativos: Indicam o número de vezes pelo
qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.: z Simples: Formados a partir de um único radical.
z Indicativo: O modo indicativo exprime atitude de certeza. Ele ganha o triplo no novo emprego; Ex.: vento, escola;
z Fracionários: Indicam frações, divisões ou dimi- z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
Ex.: Estudei muito para ser aprovado. 33 34 nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou ção. Ex.: couve-flor, aguardente;
z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo Gênero e Significação z Variam os dois elementos: z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
substantivo. Ex.: pedra, dente; das Crianças;
z Derivado: Formados a partir dos derivados. Ex.: Alguns substantivos uniformes podem aparecer Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes- z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
pedreiro, dentista; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma tres -salas; xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
z Concreto: Designam seres com independência modificação no sentido. Veja, por exemplo: Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- Gabinete da Vice-presidência, Organização das
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde- das -noturnos; Nações Unidas;
pendentemente de sua conotação espiritual ou z A testemunha: Pessoa que presenciou um crime; Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro; z O testemunho: Relato de experiência, associado a Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
-feiras. nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
z Abstrato: Indicam estado, sentimento, ação, qua- religiões.
bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
z Varia apenas um elemento: z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
em função de outros seres. A feiura, por exemplo, Algumas formas substantivas mantêm o radical e
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
depende de uma pessoa, um substantivo concreto a pequena alteração no gênero do artigo interfere no z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora- significado: Substantivo + preposição + substantivo. Ex.:
canas-de-açúcar; Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
gem, liberalismo, feiura; z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
z Comum: Designam todos os seres de uma espécie. Substantivo + substantivo com função adjetiva.
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo; Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
Ex.: navios-escola.
Ex.: homem, cidade; z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.:
z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.: z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão. fados com maiúsculas apenas quando utilizados
abaixo-assinados.
Pedro, Fortaleza; indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas.
z Coletivo: Usados no singular, designam um con- Além disso, algumas palavras na língua causam o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
junto de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, dificuldade na identificação do gênero, pois são usa- do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos
manada. das em contextos informais com gêneros diferentes. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
formados por
Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido; z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
verbo + advérbio
É importante destacar que a classificação de um a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele- Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
verbo + substantivo plural
substantivo depende do contexto em que ele está inse- fonema; o trema. ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha.
rido. Vejamos: Algumas formas que não apresentam, necessaria- Atente-se ao seguinte: Em palavras com hífen,
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no pode-se optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas.
Variação de Grau
pessoa = Próprio); masculino quanto no feminino: O personagem / a per- Portanto, são aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-
O amigo mostrou-se um judas (judas significando -presidente e vice-presidente; porém, é preciso man-
sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox. A flexão de grau dos substantivos exprime a varia- ter a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios
traidor = comum). ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou compostos por hífen devem ser escritos com as iniciais
Flexão de Número uma diminuição. maiúsculas, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.
Flexão de Gênero
Os substantivos flexionam-se em número, de z Grau aumentativo: Quando o acréscimo de sufi- Adjetivos
Os gêneros do substantivo são masculino e maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.: xos aos substantivos indicar um aumento de
feminino. Casa / casas. tamanho. Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-
Porém, alguns deles admitem apenas uma forma Porém, podem apresentar outras terminações: tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni- males, reais, animais, projéteis etc. Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, podem indicar:
formes. Os substantivos uniformes podem ser: Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular fogaréu, boqueirão, poetastro;
das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores; z Qualidade: professor chato;
z Comuns-de-dois-gêneros: Designam seres huma- paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal, z Grau diminutivo: Exprime, ao contrário do z Estado: aluno triste;
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O terminada em L e que tem como plural “males”. aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL do ser.
te / a cliente; O líder / a líder; fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral / Locuções Adjetivas
z Epicenos: Designam geralmente animais que corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
apresentam distinção entre masculino e feminino, Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma pequenina, papelucho. As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor
mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles dos adjetivos, indicando as mesmas características
macho ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; e méis. Dica deles.
onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem Elas são formadas por preposição + substantivo,
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
fêmea; girafa macho / girafa fêmea; plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
z Sobrecomuns: Designam seres de forma geral e Ex.: capelães, capitães, escrivães.
vras, podendo assumir um valor: A seguir, colocamos diferentes locuções adjeti-
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne- Contudo, há substantivos que admitem até três
Afetivo: filhinha / mãezona; vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: formas de plural, como os seguintes:
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. estudo:
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas z Voo de águia / aquilino;
Já os substantivos biformes designam os substan- z Ancião: anciãos, anciões, anciães;
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z Poder de aluno / discente;


tivos que apresentam duas formas para os gêneros z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras z Conselho de professores / docente;
masculino ou feminino. Ex.: professor/professora. z Cor de chumbo / plúmbea;
para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da
Destacamos que alguns substantivos apresentam Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas z Luz da lua / lunar;
inicial maiúscula.
formas diferentes nas terminações para designar for- que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as z Sangue de baço / esplênico;
mas diferentes no masculino e no feminino: órgãos; órfão / órfãos. inicias das palavras que designam: z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré. z Noite de inverno / hibernal ou invernal.
Outros substantivos modificam o radical para Plural dos Substantivos Compostos z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas
designar formas diferentes no masculino e no femini- reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa, É importante destacar que, mais do que “decorar”
no. Estes são chamados de substantivos heteroformes: Os substantivos compostos são aqueles formados Cinderela; formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun-
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. por justaposição. O plural dessas formas obedece às z Nomes de cidades, países, estados, continentes damental reconhecer as principais características de
seguintes regras: etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte, uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
35 36 Ceará, Nárnia, Londres; apresentar valor de posse.
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta; quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos z Invariável:
A abertura de conta pode ser realizada on-line. quanto simplórios;
Quando a locução adjetiva é composta pela prepo- „ Superioridade: Compara, evidenciando um „ Adjetivos compostos por azul-marinho, azul-celeste, azul-ferrete;
sição “de”, pode ser confundida com a locução adver- elemento como superior ao outro. Mais do que, „ Locuções formadas de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui;
bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente
„ Adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.
perceber que a locução adjetiva apresenta valor de do que o dinheiro;
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para „ Inferioridade: Compara, evidenciando um ele-
mento como inferior ao outro. Menos do que, z Varia o último elemento:
ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri- pior do que. Ex.: Homens são menos engajados
do que mulheres. „ Primeiro elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados;
zando o substantivo “abertura”.
Já na segunda frase, a locução destacada é adver- „ Adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con- z Grau superlativo: Em relação ao grau superlati-
vo, é importante considerar que o valor semântico Adjetivos Pátrios
ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
desse grau apresenta variações, podendo indicar:
demonstrando seu caráter adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham fun- Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
„ Característica de um ser elevada ao último
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, e objetos.
grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí-
numerais e orações substantivas. O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar. fluminense, cearense.
ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj. Curiosidade: O adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
Já as locuções adverbiais desempenham função de Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializa-
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e absoluto analítico). vam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em
orações adjetivas com esses valores. O candidato é humílimo (Superlativo absoluto nosso país.
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. sintético);
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv. Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:

„ Característica de um ser relacionada com


Adjetivo de Relação outros indivíduos da mesma classe: Superla-
tivo relativo, que pode ser de superioridade (o
No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer mais) ou de inferioridade (o menos).
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
relação”, muito cobrado por bancas de concursos. Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorren-
Para identificar um adjetivo de relação, observe as tes? (Superlativo relativo de superioridade).
seguintes características: O candidato é o menos preparado entre os concorren-
tes à prefeitura (Superlativo relativo de inferioridade).
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- Importante! Ao compararmos duas qualidades de
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos Ex.: A modelo é mais alta que magra.
de quem o descreve; Porém, se uma mesma característica referir-se
z Posição posterior ao substantivo: Os adjetivos de a seres diferentes, empregamos a forma sintética
relação sempre são posicionados após o substanti- (melhor, pior, menor etc.).
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial; Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
z Derivado do substantivo: Derivam-se do substan-
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal Formação dos Adjetivos
— pai; mundial — mundo;
z Não admitem variação de grau: os graus compara- Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
simples ou compostos.
tivo e superlativo não são admitidos. Ex.: Não pode
ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco mundial”.
z Primitivos: Adjetivos que não derivam de outras
palavras. A partir deles, é possível formar novos
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;
te americano (não é subjetivo; posicionado após o
z Derivados: São palavras que derivam de verbos
substantivo; derivado de substantivo; não existe a ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade, mulhe-
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- rengo etc.;
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; z Simples: Apresentam um único radical. Ex.: por-
roteiro carnavalesco. tuguês, escuro, honesto etc.;
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z Compostos: Formados a partir da união de dois ou


Variação de Grau mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro,
amarelo-ouro etc.
O adjetivo pode variar em dois graus: compara-
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas Dica
respectivas categorias.
O plural dos adjetivos simples é realizado da
z Grau comparativo: Exprime a característica de mesma forma que o plural dos substantivos.
um ser, comparando-o com outro da mesma classe
nos seguintes sentidos: Plural dos Adjetivos Compostos

„ Igualdade: Compara elementos colocando-os O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto tes regras: 37 38
Advérbios De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância. Grau do Advérbio
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios; porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
concurso. Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras. NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.; GRAU COMPARATIVO Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.; Muito Mais - -
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.; Pouco Menos - -
z Modo: Assim, depressa, devagar etc.
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro- ABSOLUTO ABSOLUTO
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê? NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais. Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios: GRAU -
SUPERLATIVO Superioridade
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo). Mal Pessimamente Muito mal
-
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Locuções Adverbiais Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos

Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
Advérbios e Adjetivos
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: A cerveja que desce redondo.
Ex.: Ameaça de colapso. Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passi-
As cervejas que descem redondo.
vidade, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Colapso foi ameaçado. Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Palavras Denotativas
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica. Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.
Dica z Eis: Sentido de designação;
Locuções adverbiais apresentam valor passivo. z Isto é, por exemplo, ou seja: Sentido de explicação;
Locuções adjetivas apresentam valor de posse. z Ou melhor, aliás, ou antes: Sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: Sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: Sentido de inclusão.
LÍNGUA PORTUGUESA

Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto. Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
Advérbios Interrogativos sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa. Algumas Observações Interessantes
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova? z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
Onde será realizada a prova? em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
Por que a prova não foi realizada? 39 40 na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi- Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri-
PRONOMES INDEFINIDOS5
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente. bunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie- Outro, outra, outros, outras Outrem
Pronomes rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for- Muito, muita, muitos, muitas Algo
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti- Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem Certo, certa, certos, certas Nada
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções. ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam Vários, várias Cada
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo- reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
Quanto, quanta, quantos, quantas Que
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual, zes, reis, clérigos, entre outras.
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto. Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de Tanto, tanta, tantos, tantas -
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções Qualquer, quaisquer -
Pronomes Pessoais sociais que designam:
Qual, quais -

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu- Um, uma, uns, umas -
sobre eles: ques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais; As palavras certo e bastante serão pronomes
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do gover- indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
no e das Forças Armadas membros do alto escalão; serão adjetivos quando vierem depois.
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo respectivos femininos;
indefinido).
Se, si, consigo z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
3º pessoa do singular Ele/Ela Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
o, a, lhe z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
A palavra bastante frequentemente gera dúvida
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
cerimonioso a comerciantes importantes;
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco do. Por isso, atente-se ao seguinte:
z Vossa Santidade (V. S.): Papa;
Se, si, consigo z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev-
3º pessoa do plural Eles/Elas ma.): Bispos. z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen-
os, as, lhes te ao termo “muito”.
Os exemplos apresentados fazem referência a pro-
Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito. nomes de tratamento e suas respectivas designações Ex.: Elas são bastante famosas.
Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. sociais conforme indica o Manual de Redação oficial
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto. da Presidência da República. Portanto, essas designa- z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo. ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- ao termo “suficiente”.
ro textual abordado for um gênero oficial.
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o Ainda sobre o assunto, veja algumas observações: Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
sobre todas as questões; a festa.
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre- z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele). tamento é importante destacar que o plural de z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, o substantivo, indicando grande, porém incerta,
Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos. como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na quantidade de algo.
Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes maioria das abreviaturas terminadas com a letra
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem. a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento: Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- Pronomes Demonstrativos
z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco (plural); tíssimo Juiz;
z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco (plural); z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s). blica nunca deve ser abreviado. apontam elementos a que se referem as pessoas do
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo, Pronomes Indefinidos da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
textual.
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”. Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa. maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos. pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem
z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
Ex.: Entre mim e ele não há segredos. variar e podem ser invariáveis. Observe a seguinte
LÍNGUA PORTUGUESA

z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;


tabela:
z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
Pronomes de Tratamento
PRONOMES INDEFINIDOS5
Usamos este, esta, isto para indicar:
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica- Variáveis Invariáveis
mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém z Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
Nenhum, nenhuma, nenhuns, dade de algo ao falante.
z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
Ninguém
nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular. nenhumas
Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
Todo, toda, todos, todas Quem como prova.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
5  Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
z Sua: Designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa). 41 42 quanto-qual.htm>. Acesso em: 14 jul. de 2020.
z Referência ao tempo presente. Pronomes Interrogativos z Modo-temporal: Indica em qual modo e tempo z Regulares: Os verbos regulares são os mais fáceis
verbais a ação foi realizada. de compreender, pois apresentam regularidade no
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, São utilizados para introduzir uma pergunta ao uso das desinências, ou seja, das terminações ver-
pagarei a última prestação da casa. texto. Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais bais. Da mesma forma, os verbos regulares man-
Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais? têm o paradigma morfológico com o radical, que
z Referência ao espaço textual. Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). As formas nominais do verbo são as formas no permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro- Quantos anos tem seu pai? determinados contextos. São chamadas nominais pois PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
curava um presente para o marido (o pronome refere- O ponto de interrogação só é usado nas interroga- funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios. — INDICATIVO — INDICATIVO
-se ao último termo mencionado). tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção Eu canto Cantei
Este artigo científico pretende analisar... (o prono- interrogativa, indicada por verbos como perguntar, z Gerúndio: Marcado pela terminação -ndo. Seu
me “este” refere-se ao próprio texto). Tu cantas Cantaste
indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela. valor indica duração de uma ação e, por vezes,
Usamos esse, essa, isso para indicar: Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo. Ele/ você canta Cantou
são pronomes substantivos, pois substituem os subs- Nós cantamos Cantamos
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- tantivos, dando fluidez à leitura. Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
mento de algo de quem fala. Vós cantais Cantastes
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a compadeceu.
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- Eles/ vocês cantam Cantaram
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você. zação da atividade. O tempo estava instável).6 z Particípio: Marcado pelas terminações mais
comuns -ado, -ido, podendo terminar também em z Irregulares: Os verbos irregulares apresentam
z Indicar distância que se deseja manter. Pronomes Possessivos -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente alteração no radical e nas desinências verbais.
ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con- Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do número e gênero. ocorre irregularmente, seguindo um paradigma
fia nesses políticos. discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir: próprio para cada grupo verbal.
z Referência ao tempo passado. Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas Quando cheguei, ela já tinha partido. Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas Ele tinha aberto a janela. na conjugação do verbo estar, que utilizamos como
estive em São Paulo. 3ª pessoa Seu, sua / seus, suas Ela tinha pago a conta. exemplo. Isso é importante para não confundir os ver-
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas bos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo
z Referência a algo já mencionado no texto / na fala. PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas z Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação estar:
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter nado. Pode ser pessoal ou impessoal: PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nessa — INDICATIVO — INDICATIVO
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
expressão utilizada. „ Pessoal: O infinitivo pessoal é passível de con- Eu estou Estive
a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
jugação, pois está ligado às pessoas do discurso. Tu estás Estiveste
a uma coisa.
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o Ele/ você está Esteve
Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem
pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- que ele ensina. Nós estamos Estivemos
do pronome é com o objeto da posse.
to de quem fala e de quem ouve. „ Impessoal: Não é passível de flexão. É o nome
Outras funções dos pronomes possessivos: Vós estais Estivestes
do verbo, servindo para indicar apenas a con-
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta? jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª Eles/ vocês estão Estiveram
z Delimitam o substantivo a que se referem;
conjugação; Partir - 3ª conjugação.
z Referência a um tempo muito remoto, um passa- z Concordam com o substantivo que vem depois
z Anômalos: Esses verbos apresentam profundas
do muito distante. dele;
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou alterações no radical e nas desinências verbais,
z Não concordam com o referente;
orações reduzidas. consideradas anomalias morfológicas; por isso,
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por- z O pronome possessivo que acompanha o substan-
Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver- recebem essa classificação. Um exemplo bem
tas abertas. Bons tempos aqueles! tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.
bos que funcionam como um verbo. usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de língua portuguesa, apenas dois verbos são classifi-
z Referência a um afastamento afetivo. Verbos cados dessa forma: os verbos ser e ir.
trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos
Ex.: Não conheço mais aquela mulher. Certamente, a classe de palavras mais complexa e Vejamos a conjugação o verbo “ser”:
de encontrar uma solução.
importante dentre as palavras da língua portuguesa é
z Referência ao espaço textual, indicando o pri- o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
meiro termo de uma relação expositiva. e os agentes desses atos, além de ser uma importante Dica
— INDICATIVO — INDICATIVO
classe sempre abordada nos editais de concursos; por Não confunda locuções verbais com tempos Eu sou Fui
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe- isso, atente-se às nossas dicas.
compostos. O particípio formador de tempo
riu beber chá; aquela, refrigerante. Os verbos são palavras variáveis que se flexionam Tu és Foste
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
em número, pessoa, modo e tempo, além da designa- Ele / você é Foi
homem teria realizado sua missão.
Dica ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um
fato. Nós somos Fomos
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun- Classificação dos Verbos
As flexões verbais são marcadas por desinências, Vós sois Fostes
ção demonstrativa referencial. Veja: que podem ser: Eles / vocês são Foram
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo Os verbos são classificados quanto a sua forma
de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
esqueceu de preencher o gabarito. z Número-pessoal: Indicando se o verbo está no
irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, prono- Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- singular ou plural, bem como em qual pessoa ver-
minais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das tam uma forma específica de irregularidade que oca-
ceu de preencher o gabarito. bal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- siona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são
6  Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021. 43 44 des de cada um a seguir: classificados como anômalos.
z Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Limpar Eu tinha limpado a casa. Que casa tão limpa!
Vejamos alguns verbos abundantes:
Omitir Dados importantes tinham sido omitidos por ela. Informações estavam omissas.
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Submergir Após ter submergido os legumes, reparou no amigo. Deixe os legumes submersos por alguns minutos.
Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato Suspender Nunca tinha suspendido ninguém. Você está suspenso!
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento z Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
Confundir Confundido Confuso exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Demitir Demitido Demisso Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
Despertar Despertado Desperto latir, bramir, chover.
Dispersar Dispersado Disperso
z Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
Eleger Elegido Eleito te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
Encher Enchido Cheio apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
Entregar Entregado Entregue
PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO
Morrer Morrido Morto
Eu me sento Sentei-me
Expelir Expelido Expulso
Tu te sentas Sentaste-te
Enxugar Enxugado Enxuto
Ele/ você se senta Sentou-se
Findar Findado Findo
Nós nos sentamos Sentamo-nos
Fritar Fritado Frito
Vós vos sentais Sentastes-vos
Ganhar Ganhado Ganho
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
z Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
Inserir Inserido Inserto to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
Isentar Isentado Isento mal. Nós nos cumprimentamos friamente.
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia mui-
Matar Matado Morto tos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Omitir Omitido Omisso
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.
Pagar Pagado Pago O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.
Prender Prendido Preso O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
Romper Rompido Roto
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
Salvar Salvado Salvo O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
Secar Secado Seco natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos
que não vejo Mariana”.
Submergir Submergido Submerso
Suspender Suspendido Suspenso z Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e também nas locuções
Tingir Tingido Tinto verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Torcer Torcido Torto
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo principal determina a
regência estabelecida na oração.
LÍNGUA PORTUGUESA

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes na formação da voz
passiva analítica.
Aceitar Eu já tinha aceitado o convite. O convite foi aceito.
Entregar Aviso quando tiver entregado a encomenda. Está entregue! z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
Morrer Havia morrido há dias. Quando chegou, encontrou o animal morto.
„ Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advérbio ou adjetivo. Ex.:
Expelir A bala foi expelida por aquela arma. Esta é a bala expulsa. Minha mãe está rezando.
Tinha enxugado a louça quando o programa „ Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classificado em
Enxugar A roupa está enxuta.
começou. particípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
Findar Depois de ter findado o trabalho, descansou. Trabalho findo!
A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com os
Imprimir Se tivesse imprimido tínhamos como provar. Onde está o documento impresso? 45 46 verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Outras Funções do “se” Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Conjugação de Alguns Verbos
Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Como vimos, o “se” pode funcionar como item z Conjunção: O “se” será conjunção condicional Vamos agora conhecer algumas conjugações de
„ Infinitivo: Marca as conjugações verbais. essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele- quando sugerir a ideia de condição. A conjunção verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
mento também acumula outras atribuições: “se” exerce função de conjunção integrante, ape- to de questões em concursos.
AR: Verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar, nas ligando as orações, e poderá ser substituído Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
passear); z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética
pela conjunção “caso”.
ER: Verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran- PRESENTE — INDICATIVO
pôr); sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu- Eu Adiro
IR: Verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir, o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
designado partícula apassivadora, nesse contexto. dar, será aprovado). Tu Aderes
sair).
Ele/Você Adere
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — Conjugação de Verbos Derivados
Dica “Se” (partícula apassivadora).
Nós Aderimos
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga- O “se” exercerá essa função apenas: Verbo derivado é aquele que deriva de um ver- Vós Aderis
ção, pois origina-se do verbo “poer”. bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses Eles/Vocês Aderem
O mesmo acontece com verbos que que deste „ Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI; verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
derivam. „ Com verbos que concordam com o sujeito; “originários”.
„ Com a voz passiva sintética. A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu- São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
Vozes Verbais mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
Atenção: Na voz passiva nunca haverá objeto dire-
relevantes em provas diversas: entrepor, supor.
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente.
As vozes verbais definem o papel do sujeito na
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor; PRESENTE — INDICATIVO
z Índice de indeterminação do sujeito: O “se” fun-
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
cionará nessa condição quando não for possível Eu Ponho
identificar o sujeito explícito ou subentendido. z Ver: Antever, rever, prever;
z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação Tu Pões
Além disso, não podemos confundir essa função z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
verbal. do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi- Ele/Você Põe
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- Nós Pomos
Ex.: O policial deteve os bandidos. estar na voz ativa. ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com- Vós Pondes
preensão dessas conjugações verbais.
z Passiva: O sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação Outra importante característica do “se” como índi- Eles/Vocês Põem
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbal. ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou Preposições
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
passiva analítica; estar na 3ª pessoa do singular. ção são, predominantemente, regulares.
São palavras invariáveis que ligam orações ou
Detiveram-se os criminosos — passiva sintética. Ex.: Acredita-se em Deus. outras palavras. As preposições apresentam funções
PRESENTE — INDICATIVO
importantes tanto no aspecto semântico quanto no
z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mes- z Pronome reflexivo: Na função de pronome refle- Eu Crio aspecto sintático, pois complementam o sentido de
mo tempo, pois pratica e recebe a ação verbal. xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci- verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Tu Crias
procidade, auxiliando a construção dessas vozes
Ele/Você Cria sem a presença da preposição, modificando a transiti-
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
menino se agrediu. cipais características são: Nós Criamos sentido de palavras deverbais7.
Vós Criais As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mes- „ Sujeito recebe e pratica a ação;
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
mo tempo, porém há uma ação compartilhada „ Funcionará, sintaticamente, como objeto direto Eles/Vocês Criam
te, por, sem, sob, trás.
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti- ou indireto;
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam „ O sujeito da frase poderá estar explícito ou
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- chamadas pois pertencem a outras classes grama-
e sofrem a ação. implícito.
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga- conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
presente de aniversário (implícito).
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
cumprimentaram. (quando equivaler a “por causa de”).
z Parte integrante do verbo: Nesses casos, o “se” PRESENTE — INDICATIVO
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
será parte integrante dos verbos pronominais, Eu Passeio
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun- plos de uso em diferentes situações:
LÍNGUA PORTUGUESA

acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-


ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos Tu Passeias
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva “A”
ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá Ele/Você Passeia
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e estar explícito ou implícito.
indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do Nós Passeamos z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
objeto direto. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a Vós Passeais z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
Importante! Não confunda os verbos pronomi- filha. z Destino (em correlação com a preposição de): De
Eles/Vocês Passeiam
nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais Santos à Bahia;
que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei- z Partícula de realce: Será partícula de realce o z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um “se” que puder ser retirado do contexto sem pre- z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00;
pronome que faz parte integrante do seu significado, juízo no sentido e na compreensão global do texto. 7  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
diferentemente das vozes verbais, que acompanham A partícula de realce não exerce função sintática, Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
o pronome “se” com função sintática própria. pois é desnecessária. 47 48 termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
z Direção: Levantar as mãos aos céus; z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as Locuções Prepositivas z Preposição “a”:
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; mãos em concha;
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; z Transformação ou alteração: Transformou dóla- São grupos de palavras que equivalem a uma „ Com o artigo definido ou pronome demonstra-
z Lugar: Ir a Santa Catarina; res em reais; preposição. tivo feminino:
z Modo: Falar aos gritos; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco; Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) /
z Sucessão: Dia a dia; z Fim: Pedir em casamento; Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva) a + a= à
z Tempo: Nasci a três de maio; z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba; A locução prepositiva na segunda frase substitui a + as= às
z Proximidade: Estar à janela. z Modo: Escrever em francês; perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre-
z Sucessão: De grão em grão; positivas sempre terminam em uma preposição (há „ Com o pronome demonstrativo:
“Após” z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos; apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti-
z Especialidade: João formou-se em Engenharia. a + aquele = àquele
do concessivo “não obstante”).
a + aqueles = àqueles
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar; Veja alguns exemplos: a + aquela = àquela
z Tempo: Logo após o almoço descansamos. “Entre”
a + aquelas = àquelas
z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta- a + aquilo = àquilo
“Com” z Lugar: Ele ficou entre os aprovados; ram logo.
z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento; z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito z Preposição “de”:
z Causa: Ficar pobre com a inflação; z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve de finanças.
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos; discórdia. z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu „ Com artigo definido masculino e feminino:
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- nada grave.
nos para o futuro; “Para” z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt, de + o/os = do/dos
z Instrumento: Abrir a porta com a chave; a língua é indispensável para que possamos pen- de + a/as = da/das
z Matéria: Vinho se faz com uva; z Consequência: Você deve ser muito esperto para sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos.
z Modo: Andar com elegância; não cair em armadilhas; z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos, „ Com artigo indefinido:
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferên- não passei no exame.
comigo sempre é assim. cia; z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito de + um= dum
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal; para com os mais velhos. de + uns = duns
z Proporção: As baleias estão para os peixes assim z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa de + uma = duma
“Contra”
como nós estamos para as galinhas; de + umas = dumas
um short.
z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; „ Com pronome demonstrativo:
z Tempo: Para o ano irei à praia; Outros exemplos de locuções prepositivas:
z Direção: Olhar contra o sol;
z Destino ou direção: Olhe para frente! Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho de + este(s)= deste, destes
contra o peito. “Perante” de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; de + esta(s)= desta, destas
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a de + isto= disto
“De” fim de; por meio de; em virtude de. de + esse(s) = desse, desses
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri.
de + essa(s)= dessa, dessas
z Causa: Chorar de saudade; de + isso = disso
“Por”
z Assunto: Falar de religião; Importante! de + aquele(s) = daquele, daqueles
de + aquela(s) = daquela, daquelas
z Matéria: Material feito de plástico; z Modo ou conformidade: Vamos escolher por Algumas locuções prepositivas apresentam de + aquilo= daquilo
z Conteúdo: Maço de cigarro; sorteio; semelhanças morfológicas, mas significa-
z Origem: Você descende de família humilde; z Causa: Encontrar alguém por coincidência; dos completamente diferentes. Observe estes „ Com o pronome pessoal:
z Posse: Este é o carro de João; z Conformidade: Copiar por original; exemplos8:
z Autoria: Esta música é de Chopin; z Favor: Lutar por seus ideais; de + ele(s) = dele, deles
z Tempo: Ela dorme de dia;
A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
z Medida: Vendia banana por quilo; de + ela(s) = dela, delas
z Lugar: Veio de São Paulo; jamento inicial = Concordância.
z Meio: Ir por terra;
z Definição: Pessoa de coragem; As decisões do público foram de encontro à pro-
z Modo: Saber por alto o que ocorreu; „ Com o pronome indefinido:
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Preço: Comprar um livro por vinte reais; posta do programa = Discordância.
z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Quantidade: Chocar por três vezes; Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru- de + outro(s)= doutro, doutros
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Substituição: Comprar gato por lebre; tas = Substituição. de + outra(s) = doutra, doutras
z Meio: Viver de ilusões; z Tempo: Viver por muitos anos. Ao invés de chegar molhado, chegou cedo =
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm; Oposição. „ Com advérbio:
“Sem”
z Modo: Olhar alguém de frente;
z Preço: Caderno de 10 reais; de + aqui= daqui
z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem Combinações e Contrações de + aí= daí
z Qualidade: Vender artigo de primeira;
dinheiro. de + ali= dali
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa
corajosa. As preposições podem se ligar a outras palavras de
LÍNGUA PORTUGUESA

“Sob” outras classes gramaticais por meio de dois processos: z Preposição “em”:
“Desde” combinação e contração.
z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D. Combinação: Quando se ligam sem sofrer nenhu- „ Com artigo definido:
Pedro II; ma redução.
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
z Lugar: Ficar sob o viaduto; a + o = ao em + a(s)= na, nas
z Tempo: Desde ontem ele não aparece.
z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convin- a + os = aos em + o(s)= no, nos
cente. Contração: Quando, ao se ligarem, sofrem
“Em”
redução. „ Com pronome demonstrativo:
“Sobre” Veja a lista a seguir9, que apresenta as preposições
z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de dólares; que se contraem e suas devidas formas: em + esse(s)= nesse, nesses
z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi z Direção: Ir sobre o adversário; 8  Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
bom; z Lugar: Cair sobre o inimigo. 49 50 9  Disponível em: <https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm>. Acesso em: 20 nov. 2020.
em + essa(s)= nessa, nessas VALOR NOCIONAL DAS
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não
em + isso = nisso SENTIDO enxada! tivesse gostado.
PREPOSIÇÕES
em + este(s) = neste, nestes Viva bem, pois isso é o mais importante. Trabalhava, por mais que a perna doesse.
Posse Carro de Marcelo
em + esta(s) = nesta, nestas
Lugar O cachorro está sob a mesa Importante: “Pois” com sentido explicativo ini- z Condicional: Iniciam uma oração com ideia de
em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles Votar em branco / Chegar aos cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
Modo
em + aquela(s) = naquelas gritos saudades. que, a menos que, somente se etc.
em + aquilo = naquilo Causa Preso por agressão “Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi-
Assunto Falar sobre política pois, a subir.
„ Com pronome pessoal: do sua mensagem.
Origem Descende de família simples Posso lhe ajudar, caso necessite.
Olhe para frente! / Iremos a z Conclusiva: Ligam duas ideias, de forma que a
em + ele(s) = nele, neles Destino
Paris segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo, z Proporcional: Ideia de proporcionalidade. À pro-
em + ela(s) = nela, nelas portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, porção que, à medida que, quanto mais...mais,
destarte, pois (deslocado na frase). quanto menos...menos etc.
z Preposição “per”: Conjunções
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
„ Com as formas antigas do artigo definido (lo, Assim como as preposições, as conjunções também
aprovado. ser aprovado.
la): são invariáveis e também auxiliam na organização
Está na hora da decolagem; deve, então, Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- apressar-se.
per + lo(s) = pelo, pelos ções. Por manterem relação direta com a organização
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser z Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para
per + la(s) = pela, pelas Dica que, a fim de que etc.
coordenativas ou subordinativas.
z Preposição “para” (pra): As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- Ex.: A professora dá exemplos para que você
Conjunções Coordenativas gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que aprenda!
„ Com artigo definido: ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso Comprou um computador a fim de que pudesse
As conjunções coordenativas são aquelas que concomitante acarreta em redundância. trabalhar tranquilamente.
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
para (pra) + o(s) = pro, pros
fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, Conjunções Subordinativas
para (pra) + a(s)= pra, pras z Temporal: Iniciam a oração expressando ideia de
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
da oração. As conjunções coordenadas podem ser: Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por logo que, desde que etc.
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
Preposições z Aditivas: Somam informações. E, nem, bem como, apresentadas em um texto. Porém, diferentemente Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
não só, mas também, não apenas, como ainda, daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar do Futuro.
senão (após não só). subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
o que significa Semântica. Semântica é a área do Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
para terem o sentido apreendido.
conhecimento que relaciona o significado da palavra Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
ao seu contexto. z Causal: Iniciam a oração dando ideia de causa.
É importante ressaltar que as preposições podem
Importante!
O gato era o preferido, não só da filha, senão de Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
apresentar valor relacional ou podem atribuir um toda família. uma vez que, como (equivale a porque) etc. Os valores semânticos das conjunções não se
valor nocional. prendem às formas morfológicas desses ele-
As preposições que apresentam um valor rela- z Adversativa: Colocam informações em oposição, Ex.: Como não choveu, a represa secou. mentos. O valor das conjunções é construído
cional cumprem uma relação sintática com verbos contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre- contextualmente, por isso, é fundamental estar
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). z Consecutiva: Iniciam a oração expressando ideia atento aos sentidos estabelecidos no texto.
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- Ex.: Não tenho um filho, mas dois. modo que, de forma que, de sorte que etc. a procura? (Se = causal = já que)
bios, os quais também apresentarão função deverbal. A culpa não foi a população, senão dos vereadores Por que ficar preso na cidade, quando existe tan-
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida (equivale a “mas sim”). Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. to ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo Importante: A conjunção “e” pode apresentar z Comparativa: Iniciam orações comparando ações
complemento nominal). valor adversativo, principalmente quando é antecedi- e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que Conjunções Integrantes
da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior,
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
não deixava. maior), tanto... quanto etc. As conjunções integrantes fazem parte das orações
gida pelo adjetivo).
subordinadas; na realidade, elas apenas integram
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
z Alternativas: Ligam orações com ideias que não Ex.: Corria como um touro. uma oração principal à outra, subordinada. Existem
advérbio).
acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou, Ela dança tanto quanto Carlos. apenas dois tipos de conjunções integrantes: “que” e
LÍNGUA PORTUGUESA

Em todos esses casos, a preposição mantém uma


ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já. “se”.
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
z Conformativa: Expressam a conformidade de
sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença. Ex.: Estude ou vá para a festa. z Quando é possível substituir o “que” pelo pro-
uma ideia com a da oração principal. Conforme,
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la. como, segundo, de acordo com, consoante etc. nome “isso”, estamos diante de uma conjunção
nal é preponderante apresentam uma modificação integrante.
no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são Importante: A palavra “senão” pode funcionar Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
componentes obrigatórios na construção da senten- como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha- Amanhã chove, segundo informa a previsão do tempo. Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê?
ça, divergindo das preposições de valor relacional. marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”). Isso).
As preposições de valor nocional estabelecem uma z Concessiva: Iniciam uma oração com uma ideia
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo z Explicativas: Ligam orações, de forma que em contrária à da oração principal. Embora, conquan- z Sempre haverá conjunção integrante em orações
etc. Vejamos algumas na tabela a seguir: uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, por- to, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que substantivas e, consequentemente, em períodos
que, pois, (se vier no início da oração), porquanto. 51 52 etc. compostos.
Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da Orações Subordinadas Substantivas por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os
quê? Isso). sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis) quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho São classificadas nas seguintes categorias: orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver- Oração coordenada assindética: colei o ouvido à explicativas e restritivas.
bo e uma conjunção integrante. porta da sala de Damasceno z Orações subordinadas substantivas conectivas:
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi z Orações subordinadas adjetivas explicativas:
são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Conjunção adversativa: mas nada não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual integrantes que e se.
tam uma explicação sobre o termo antecedente.
(errado). Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
Orações Coordenadas Sindéticas São consideradas termo acessório no período,
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). impostos.
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
Não sei se poderei sair hoje à noite.
As orações coordenadas podem aparecer ligadas das por vírgulas.
Interjeições z Orações subordinadas substantivas justapos-
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome tas: introduzidas por advérbios ou pronomes cria trinta gatos.
As interjeições também fazem parte do grupo de interrogativos (onde, como, quando, quanto,
palavras invariáveis, tal como as preposições e as sindética. Veremos agora cada uma delas: z Orações subordinadas adjetivas restritivas:
quem etc.)
conjunções. Sua função é expressar estado de espíri- especificam ou limitam a significação do termo
to e emoções; por isso, apresentam forte conotação z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias antecedente, acrescentando-lhe um elemento
semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a simultaneidade. roubadas. indispensável ao sentido. Não são isoladas por
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- Não sei quem lhe disse tamanha mentira. vírgulas.
uma frase. Ex.: Tchau!
bém, mas ainda, bem como, como também, se- Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
As interjeições indicam relações de sentido diver- z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
não também, que (= e). incurável.
sas. A seguir, apresentamos um quadro com os sen- não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
timentos e sensações mais expressos pelo uso de no infinitivo.
Os convidados não compareceram nem explica-
interjeições:
ram o motivo. Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras. Dica
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- z Orações subordinadas substantivas subjetivas: Como diferenciar as orações subordinadas adje-
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO traste ou ressalva em relação ao fato anterior. exercem a função de sujeito. O verbo da oração tivas restritivas das orações subordinadas adje-
Advertência Cuidado! Devagar! Calma! Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, principal deve vir na voz ativa, passiva analítica tivas explicativas?
Alívio Arre! Ufa! Ah! contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe- Ele visitará o irmão que mora em Recife.
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. rir a nenhum termo na oração.
Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva! (restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito) visitar apenas o que mora em Recife)
Desejo Oh! Tomara! Oxalá! Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
Repulsa Irra! Fora! Abaixo! morte.” (Laurindo Rabelo) cional) (or. sub. subst. subje.)
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que
Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena! z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou z Orações subordinadas substantivas objetivas mora em Recife)
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz! se excluem. diretas: exercem a função de objeto direto de um
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... ora), verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi- � Orações subordinadas adverbiais: exprimem
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau! reto da oração principal. uma circunstância relativa a um fato expresso em
(que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez ... tal-
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh! vez). Ex.: Desejo o seu regresso. (OD) outra oração. Têm função de adjunto adverbial.
Ex.: Ora responde, ora fica calado. Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. São introduzidas por conjunções subordinativas
Você quer suco de laranja ou refrigerante? subst. obj. dir.) (exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin-
É salutar lembrar que o sentido exato de cada
interjeição só poderá ser apreendido diante do con- z Orações subordinadas substantivas completi- tes grupos:
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica
texto. Por isso, em questões que abordem essa classe sobre um raciocínio. vas nominais: exercem a função de complemento � Orações subordinadas adverbiais causais: são
de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início da oração principal. que, visto que etc.
expresso no texto. de frase). Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple- Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati- Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima mento nominal) que ficamos sem gasolina.
va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar semana. Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por “Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com- � Orações subordinadas adverbiais comparati-
exemplo, que são interjeições por excelência, mas que, Mendes Campos) pl. nom.) vas: são introduzidas por: como, assim como, tal
dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado. qual, como, mais etc.
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem z Orações subordinadas substantivas predicati- Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, vas: funcionam como predicativos do sujeito da
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras que a importada.
porquanto, pois. oração principal. Sempre figuram após o verbo de
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale ligação ser. � Orações subordinadas adverbiais concessivas:
Ora bolas! Valha-me Deus! a “pois”) Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do indica certo obstáculo em relação ao fato expres-
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos sujeito) so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E com fome. Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que,
LÍNGUA PORTUGUESA

ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.) por mais que, se bem que etc.
RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.
Período Composto por Coordenação z Orações subordinadas substantivas apositivas:
ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO � Orações subordinadas adverbiais condicionais:
funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
de dois-pontos ou entre vírgulas. são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
As orações são sintaticamente independentes. Isso Formado por orações sintaticamente dependentes,
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. contanto que, a menos que etc.
significa que uma não possui relação sintática com ver- considerando a função sintática em relação a um ver-
(aposto) Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
bos, nomes ou pronomes das demais orações no período. bo, nome ou pronome de outra oração.
Só quero uma coisa: que você volte imediata- tal.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Tipos de orações subordinadas:
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.)
(Fernando Pessoa) � Orações subordinadas adverbiais conformati-
Oração coordenada 1: Deus quer z Substantivas; z Orações subordinadas adjetivas: desempenham vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
Oração coordenada 2: o homem sonha z Adjetivas; função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais do, consoante.
Oração coordenada 3: a obra nasce. z Adverbiais. 53 54 raramente, aposto explicativo). São introduzidas Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos.
� Orações subordinadas adverbiais consecuti- Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, � No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma): Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
vas: são introduzidas por: que (precedido na ora- filmes de terror. Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
ção anterior de termos intensivos como tão, tanto, ouvinte. Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma � Para separar palavras ou locuções explicativas,
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, jantar. (oração intercalada)
que, sem que. retificativas
sorvete.
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
anos. � Em enumerações, portarias, sequências: Ponto Final
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
� Para separar datas e nomes de lugar É o sinal que denota maior pausa.
o Procurador-Geral da República;
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985. Usa-se:
o Colégio de Procuradores da República;
um objetivo a ser alcançado. São introduzidas por: � Para separar as conjunções coordenativas, exceto o Conselho Superior do Ministério Público Federal.
para que, a fim de que, porque e que (= para que). e, nem, ou. � Para indicar o fim de oração absoluta ou de período:
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. Dois Pontos Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
tivessem bom estudo. Carlos Drummond de Andrade

� Orações subordinadas adverbiais proporcio- A vírgula também é facultativa quando a expres- Marcam uma supressão de voz em frase que ainda � Nas abreviaturas:
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro- são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, não foi concluída. Ex.: apart. ou apto. = apartamento
porção que, quanto mais, quanto menos etc. mas uma palavra só. Exemplos: Servem para: sec. = secretário
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. a.C. = antes de Cristo
aprecio. Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço � Introduzir uma citação (discurso direto):
em casa. Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
� Orações subordinadas adverbiais temporais: Ontem choveu o esperado para o mês todo. / homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
Dica
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que, Ontem, choveu o esperado para o mês todo. respostas”. Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
depois que, assim que, sempre que, cada vez que, Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono tos químicos não vêm com ponto final:
agora que etc. � Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso, Exemplos: km, m, cm, He, K, C
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor. distributivo ou uma oração subordinada substan-
ficou com sono durante a aula.
tiva apositiva:
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia Ponto de Interrogação
Para separar as orações de um período composto, é Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
amanhã, se não chover.
necessário atentar-se para dois elementos fundamen- sores, jornalistas, médicos.
Marca uma entonação ascendente (elevação da
tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações � Introduzir uma explicação ou enumeração após voz) em tom questionador. Usa-se:
(conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele � Entre o sujeito e o verbo: saber, como:
� Em frase interrogativa direta:
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu- Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?
ções verbais. Exs.: ram a explicação. (errado) Filosofia, Ciências...
Muitas coisas que quebraram meu coração, con- z Marcar uma pausa entre orações coordenadas � Entre parênteses para indicar incerteza:
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª
sertaram minha visão. (errado) (relação semântica de oposição, explicação/causa Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
oração
ou consequência): que havia palavra melhor no contexto.
[para fixar outros] – 2ª oração � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
[que os rodeiam] – 3ª oração dicativo do sujeito: � Junto com o ponto de exclamação, para denotar
homem culto.
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora- Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica- surpresa:
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
ção (M. de Assis) ção. (errado) Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)
cautela.
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo � Marcar invocação em correspondências: � E interrogações retóricas:
dem. (errado)
basta, pertencente à 1ª (oração principal). Os alunos entenderam, toda aquela explicação. Ex.: Prezados senhores: Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém (errado) Comunico, por meio deste, que... que não jogaremos comida fora à toa”).
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
� Entre um substantivo e seu complemento nominal Ponto de Exclamação
Travessão
ou adjunto adnominal:
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida � É empregado para marcar o fim de uma frase com
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de
pelos alunos. (errado) entonação exclamativa:
Uso de Vírgula discurso de interlocutor: Ex.:
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da – Bom dia, Maria! Ex.: Que linda mulher!
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três passiva: – Bom dia, Pedro! Coitada dessa criança!
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele � Aparece após uma interjeição:
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e professor para a feira. (errado) � Serve também para colocar em relevo certas Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
� Entre o objeto e o predicativo do objeto:
qualquer ambiguidade. tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
Quando se trata de separar termos de uma mesma colchetes: Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
LÍNGUA PORTUGUESA

ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) � É repetido duas ou mais vezes quando se quer
Uso de Ponto e Vírgula marcar uma ênfase:
� Para separar os termos de mesma função Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta. vamos jantar. (oração intercalada) Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto metros em 20 segundos!!!
e vírgula (;):
z Usa-se a vírgula para separar os elementos de Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
enumeração. na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”. Reticências
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas:
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu,
arrastado pelo tsunami. Parênteses São usadas para:
ficou triste.
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que � No lugar das conjunções coordenativas deslocadas: Têm função semelhante à dos travessões e das � Assinalar interrupção do pensamento:
já apareceu na frase) do verbo Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter- Ex.: ― Estou ciente de que...
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. to, exausto. 55 56 mos, expressões ou orações. ― Pode dizer...
� Indicar partes suprimidas de um texto: Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des- � Nos endereços: plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí- Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232 viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
desceu as escadas apressadamente. (Também pode vel segundo as normas da ABNT) essa questão.
� Na indicação de dois anos consecutivos:
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso. z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
depois desceu as escadas apressadamente.) Asterisco
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
� Para sugerir prolongamento da fala: Ex.: /s/ Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
� É colocado à direita e no canto superior de uma
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias? ver artigo definido antes de uma palavra plura-
palavra do trecho para se fazer uma citação ou
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar... Embora não existam regras muito definidas sobre lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
de rodapé: a existência de espaços antes e depois da barra oblí- artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
� Para indicar hesitação:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- Unidos continuam uma potência.
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
triste acrescido do sufixo -eza*. lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. Estados Unidos continua uma potência.
vergonha.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti- Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- vo, o que origina um novo substantivo. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL de de Santos fica em São Paulo.”)
mente com outras intenções:
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
Concordância Verbal
ou lacuna em um texto, principalmente em substi- Importante!
Uso das Aspas tuição a um substantivo próprio:
É a adaptação em número – singular ou plural – Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
São usadas em citações ou em algum termo que pre- nhado aos responsáveis. verbo fica no singular ou no plural.
sujeito.
cisa ser destacado no texto. Pode ser substituído por itá- Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre- “De todos os povos mais plurais culturalmente, o
lico ou negrito, que têm a mesma função de destaque. senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
Usam-se nos seguintes casos: é, cuja existência é provável, mas não comprovada: insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra- z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
Ex.: Parecer, do latim *parescere. sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros, de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
� Antes e depois de citações: pois houve influências de todos os povos aqui: euro-
� Antes de uma frase para indicar que ela é agrama- obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, peus, asiáticos e africanos.”
tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras Mais de um aluno compareceu à aula.
afirma Dad Squarisi, 64. Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
da gramática: Mais de cinco alunos compareceram à aula.
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor-
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- Ex.: * Edifício elaborou projeto o engenheiro. respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no
mos, gírias e expressões populares ou vulgares, A expressão mais de um tem particularidades:
singular.
conotativas: Uso da Barra Destrinchando o período, temos que os termos se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
que desejava. A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado: “[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Não gosto de “pavonismos”. cado verbal. Mais de um irmão se abraçaram.
Dê um “up” no seu visual. � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
substituída pela conjunção “ou”: Ex.: Prefiro natação a futebol. Mais de um grupo de crianças veio/vieram à fes-
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta. Verbo bitransitivo: Prefiro ta.
às vezes com ironia ou malícia:
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta. Objeto direto: natação Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Objeto indireto: a futebol vam presentes.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
sonoro. ção das conjunções e/ou:
Concordância Verbal com o Sujeito Simples z Quando o sujeito é formado po um número per-
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
� Para citar nomes de mídias, livros etc: centual ou fracionário, o verbo concorda com o
e/ou escritos.
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”. Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do numerado ou com o número inteiro, mas pode
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela- sujeito. concordar com o especificador dele. Se o numeral
Colchetes ção entre si: Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário vier precedido de um determinante, o verbo con-
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número exorbitante. cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
Representam uma variante dos parênteses, porém (plural/singular). das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
tem uso mais restrito. O carro atingiu os 220 km/h. Diferentes situações:
Usam-se nos seguintes casos: � Para separar os versos de poesias, quando escritos Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de viver bem.
� Para incluir num texto uma observação de nature- barras para indicar a separação das estrofes: sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
za elucidativa: multidão gritou entusiasmada. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon- z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver- Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”. te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi- bo posterior ao pronome relativo concorda com o � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
LÍNGUA PORTUGUESA

� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
não foi escrita na sua totalidade: chegou. (Duas horas deram...)
que pareça, o texto original é assim mesmo: z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
Ex.: a/c = aos cuidados de; Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
s/ = sem Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
do.” (Machado de Assis) quem resolveu a questão. badaladas soaram)
� Para separar o numerador do denominador nos Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda
números fracionários, substituindo a barra da fração: Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
Fonologia: da escola soou dez badaladas)
Ex.: 1/3 = um terço cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy]
nós quem resolvemos a questão. z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
� Nas datas:
� Para suprimir parte de um texto (assim como verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
Ex.: 31/03/1983
parênteses): z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, dem-se casas de veraneio aqui.
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois � Nos números de telefone: demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
desceu as escadas apressadamente. ou Ex.: 225 03 50/51/52 57 58 de vós, o verbo pode concordar com o pronome no interessada.
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o � Em predicados nominais, quando o sujeito for Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo Casos Facultativos
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa representado por um dos pronomes tudo, nada, com valor genérico)
Majestade está preocupada? isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece- z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
Suas Excelências precisam de algo? dará com o predicativo (preferencialmente) ou dido de preposição de ou para) estádio.
com o sujeito: Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
Ex.: No início, tudo é/são flores. imperativo)
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! fizeram rir.
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for
� Concordância do verbo parecer: z Fui eu quem faltou/faltei à aula.
Concordância Verbal com o Sujeito Composto que ou quem:
Flexiona-se ou não o infinitivo.
Ex.: Quem foram os classificados? z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
Ex.: Pareceu-me estarem os candidatos confiantes.
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama- (o equivalente a “Pareceu-me que os candidatos
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
ticais diferentes: estavam confiantes”, portanto o infinitivo é flexio-
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo: brasileira.
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos. nado de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas.
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com: É frio aqui.
logo o infinitivo será impessoal) ciência. (1,5% corresponde ao singular)
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
garam ontem. � Concordância dos verbos impessoais: z Chegaram/Chegou João e Maria.
� O verbo fica no singular quando precede termos
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
ou nenhum: menos etc. junto a especificações de preço, peso, sempre na 3ª pessoa do singular. aqui.
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- quantidade, distância, e também quando seguido Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia se formado. z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
ter o espírito esportivo. do pronome o:
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo brasileira.
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no auxiliar fica no singular)
Divertimentos é o que não lhe falta. z O problema do sistema é/são os impostos.
singular: Trata-se de problemas psicológicos.
Dez reais é nada diante do que foi gasto.
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- Geou muitas horas no sul. z Hoje é/são 22 de agosto.
davam. (preferencialmente no singular) � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
� Concordância com sujeito oracional: z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
� Gradação entre os núcleos do sujeito: Quando o sujeito é uma oração subordinada, o a aprovação.
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
verbo concordará com o termo não preposiciona- z Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
me acalmar. (preferencialmente no singular) singular.
do entre eles:
� Núcleos do sujeito no infinitivo: Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos. Silepse de Número e de Pessoa
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde. São eles que sempre chegam cedo. Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons- Ficou combinado que sairíamos à tarde. Conhecida também como “concordância irregular,
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu- Urge que você estude.
trução adequada) ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
mitivo (nada, tudo, ninguém): Era preciso encontrar a verdade
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
(construção inadequada) z Silepse de número: usa-se um termo discordando
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, Casos mais Frequentes em Provas
do número da palavra referente, para concordar
nem um nem outro: Concordância do Infinitivo com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui. Veja agora uma lista com os casos mais abordados vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali-
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: em concursos: dade: todas as flores)
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem:
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu � Sujeito posposto distanciado: z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
to esclarecido)
foco nos estudos. Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
brasileira seres estranhos. ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras implícito “nós”)
diversas etnias, somos multiculturais.
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. � Verbos impessoais (haver e fazer):
bem como, assim como, tanto quanto: (dois pronomes implícitos: eu, nós) Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Concordância Nominal
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na final. Até me encontrarem, vocês terão de procurar Havia problemas no setor.
muito. (preposição no início da oração) Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Define-se como a adaptação em gênero e número
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz. vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
(verbos pronominais)
como; não só... mas também etc.): � Verbo na voz passiva sintética: o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta. adjetivos, numerais).
indicando tempo)
popularidade em alta. O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
Estudo para me considerarem capaz de aprova- � Verbo concordando com o antecedente correto
gênero e número com o nome a que se referem.
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) do pronome relativo ao qual se liga:
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
co núcleo, o verbo fica no singular concordando Para vocês terem adquirido esse conhecimento, Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
Muro alto. / Muros altos.
com o núcleo único. Mas, se houver determinante foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com- tinham experiência.
LÍNGUA PORTUGUESA

após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
� Sujeito coletivo com especificador plural: Casos com Adjetivos
sujeito passa a ser composto: particípio)
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: z Com função de adjunto adnominal: quando o
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos � Sujeito oracional:
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu- adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
combustíveis aumentaram. Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
ção verbal) ver após os substantivos, poderá concordar com
singular)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono as somas desses ou com o elemento mais próximo.
Concordância Verbal do Verbo Ser
sendo sujeito do infinitivo) � Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
to ou complemento no plural: Encontrei colégios e faculdades ótimos.
� Concorda com o sujeito:
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
Ex.: Nós somos unha e carne.
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o atrito. (verbo no singular) Há casos em que o adjetivo concordará apenas
� Concorda com o sujeito (pessoa): impessoal. com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
Ex.: Os meninos foram ao supermercado. Ex.: Mandei os garotos sair/saírem. 59 60 tencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira. Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. / decreto-lei – decretos-lei;
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho ficar a sós. Conheci crianças as mais belas possíveis. cidade-satélite – cidades-satélite;
público-alvo – públicos-alvo;
� Quite / anexo / incluso
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Plural de Substantivos Compostos elemento-chave – elementos-chave.
Concordam com os elementos a que se referem.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Nestes substantivos também é possível a flexão
Ex.: Estamos quites com o banco. dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: O adjetivo concorda com o substantivo referen-
Seguem anexas as certidões negativas. públicos-alvos, elementos-chaves.
Existem complicadas regras e conceitos. te em gênero e número. Se o termo que funciona
Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
Quando houver apenas um substantivo qualifica- como adjetivo for originalmente um substantivo fica z Nos substantivos compostos preposicionados:
do por dois ou mais adjetivos pode-se: � Meio invariável. cana-de-açúcar – canas-de-açúcar;
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- Quando significar “metade”: concordará com o Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola pôr do sol – pores do sol;
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, elemento referente. também é um substantivo; mantém-se no singular) fim de semana – fins de semana;
francesa e alemã. Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é pé de moleque – pés de moleque.
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar Quando significar “um pouco”: será invariável. um substantivo; mantém-se no singular)
os adjetivos (também no singular), antepor um artigo Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora). Flexão apenas do Segundo Elemento
a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a Plural de Adjetivos Compostos
� Grama
língua inglesa, a francesa e a alemã. � Nos substantivos compostos formados por tema
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
do significar unidade de medida, é masculino. Quando houver adjetivo composto, apenas o últi- verbal ou palavra invariável + substantivo ou
z Com função de predicativo do sujeito mo elemento concordará com o substantivo referente. adjetivo:
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” Os demais ficarão na forma masculina singular. bate-papo – bate-papos;
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará Se um dos elementos for originalmente um subs- quebra-cabeça – quebra-cabeças;
com a soma dos elementos. � É proibido entrada / É proibida a entrada tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável. arranha-céu – arranha-céus;
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados. Se o sujeito vier determinado, a concordância do Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo. ex-namorado – ex-namorados;
Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su- verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o vice-presidente – vice-presidentes.
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- plural, pois ambos são adjetivos.
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos rão com o determinante. � Nos substantivos compostos em que há repeti-
No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
quanto com o nome mais próximo. Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- ção do primeiro elemento:
singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta- nhada está boa. zum-zum – zum-zuns;
Nesse caso, o termo composto não concorda com o
vam abandonados a casa e o quintal. É proibido entrada de crianças. / É proibida a tico-tico – tico-ticos;
plural do substantivo referente, “folhas”. lufa-lufa – lufa-lufas;
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun- entrada de crianças. Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os Pimenta é bom? / A pimenta é boa? reco-reco – reco-recos.
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
substantivos por um pronome: bém pode ser um substantivo. � Nos substantivos compostos grafados ligada-
� Menos / pseudo
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma mente, sem hífen:
São invariáveis.
(substitui-se por “eles”) lógica de “musgo” do exemplo anterior. girassol – girassóis;
Ex.: Havia menos violência antigamente.
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles pontapé – pontapés;
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
existem complicados”. mandachuva – mandachuvas;
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
to é pseudo-objetivo. Dica
fidalgo – fidalgos.
então é um adjunto adnominal. � Muito / bastante Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- � Nos substantivos compostos formados com
Quando modificam o substantivo: concordam com quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são grão, grã e bel:
z Com função de predicativo do objeto ele. sempre invariáveis. grão-duque – grão-duques;
Quando modificam o verbo: invariáveis. O adjetivo composto pele-vermelha tem grã-fino – grã-finos;
Recomenda-se concordar com a soma dos substan- Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito os dois elementos flexionados no plural bel-prazer – bel-prazeres.
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor- irritados.
(peles-vermelhas). Não flexão dos elementos
dância com o termo mais próximo. Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados. tante irritados. � Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
Lista de Flexão dos Dois Elementos
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e Se ambos os termos puderem ser substituídos por formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
seus subordinados. “vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- re em frases substantivadas e em substantivos
� Nos substantivos compostos formados por pala- compostos por um tema verbal e uma palavra
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
vras variáveis, especialmente substantivos e invariável ou outro tema verbal oposto:
Algumas Convenções
� Tal qual adjetivos: o disse me disse – os disse me disse;
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, segunda-feira – segundas-feiras; o leva e traz – os leva e traz;
� Obrigado / próprio / mesmo
com o substantivo posterior. matéria-prima – matérias-primas; o cola-tudo – os cola-tudo.
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os couve-flor – couves-flores;
A própria enfermeira virá para o debate.
pais. guarda-noturno – guardas-noturnos;
Elas mesmas conversaram conosco. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais primeira-dama – primeiras-damas.
quais os pais.
Dica � Nos substantivos compostos formados por Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
Silepse (também chamada concordância
LÍNGUA PORTUGUESA

temas verbais repetidos: relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
O termo mesmo no sentido de “realmente” será figurada)
corre-corre – corres-corres; posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
invariável. pisca-pisca – piscas-piscas; advérbio) exige complemento preposicionado, esse
que está subentendido.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. pula-pula – pulas-pulas. nome é um termo regente, e seu complemento é um
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
Nestes substantivos também é possível a flexão termo regido, pois há uma relação de dependência
linda!)
z Só / sós apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- entre o nome e seu complemento.
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
Variáveis quando significarem “sozinho” / -piscas, pula-pulas. O nome exige um complemento nominal sempre
com o estabelecimento aberto no final de semana.)
“sozinhos”. iniciado por preposição, exceto se o complemento
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
Invariáveis quando significarem “apenas, Flexão apenas do Primeiro Elemento vier em forma de pronome oblíquo átono.
leiros, estamos esperançosos.)
somente”. Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas � Possível z Nos substantivos compostos formados por subs- foram leais.
apenas queriam ficar sozinhas.) Concordará com o artigo, em gênero e número, em tantivo + substantivo em que o segundo termo Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
A locução “a sós” é invariável. frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”. 61 62 limita o sentido do primeiro termo: to (desprovido de preposição)
Pronome oblíquo átono: lhe Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto � Informar: transitivo direto e indireto Preposições Prefixos Verbais
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do direto: Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
sujeito (desprovido de preposição). Ajudei-o muito à noite. coisa: objeto indireto, com as preposições de ou Alguns nomes regem preposições semelhantes a
sobre seus “prefixos”:
Regência Verbal � Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto Informaram o réu de sua condenação.
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- Informaram o réu sobre sua condenação. dependente, dependência de
Relação de dependência entre um verbo e seu sitivo direto com sentido de “angustiar”) Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi- inclusão, inserção em
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com sa: objeto indireto, com a preposição a inerente em/a
retas, isto é, com ou sem preposição. sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” Informaram a condenação ao réu. descrente de/em
como complemento) desiludido de/com
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi- desesperançado de
Há verbos que admitem mais de uma regência reto, com as preposições em e por
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto desapego de/a
sem que o sentido seja alterado. Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- convívio com
vo direto com sentido de “respirar”) � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi- convivência com
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebi-
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo tivo direto e indireto demissão, demitido de
dos.
indireto no sentido de “desejar”) Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran- encerrado em
V. T. D: esquecia
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto sitivo com sentido de “cortejar”) enfiado em
Objeto direto: os favores recebidos.
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo imersão, imergido, imerso em
Aquela moça não se esquecia dos favores recebi- Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
indireto com sentido de “desejar muito”) instalação, instalado em
dos. “prestar assistência”
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar- interessado, interesse em
V. T. I.: se esquecia O médico assistia os acidentados.
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de intercalação, intercalado entre
Objeto indireto: dos favores recebidos. O médico assistia aos acidentados.
“encantar-se”) supremacia sobre
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos Não assisti ao final da série. � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
que, mudando-se a regência, mudam de sentido, Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
alterando seu significado. O verbo assistir não pode ser empregado no Não desobedeçam à sinalização de trânsito. Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da
particípio.
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha- da preposição a + artigo feminino definido a, ou da
(aspiramos = sorvemos) res de pessoas.” tivo direto e indireto
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
V. T. D.: aspiramos le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela
Objeto direto: ar poluídos. � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
marcação (`) + (a) = (à).
Os funcionários aspiram a um mês de férias. direto e indireto indireto)
(aspiram = almejam) Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto) Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
V. T. I.: aspiram A jovem não queria casar com ninguém. (transiti- Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Objeto indireto: a um mês de férias vo indireto) � Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- transitivo direto e indireto Regra geral: haverá crase sempre que o termo
A seguir, uma lista dos principais verbos que to e indireto) Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) antecedente exija a preposição a e o termo conse-
geram dúvidas quanto à regência: A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) quente aceite o artigo a.
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
predicativo do objeto Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
� Abraçar: transitivo direto indireto) Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi-
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. ge preposição).
to com sentido de “convocar”) � Suceder: intransitivo; transitivo direto
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço Vou a Brasília (verbo que exige preposição a +
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre- Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
palavra que não aceita artigo).
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto dicativo do objeto com sentido de “denominar, sentido de “ocorrer”)
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- qualificar”) A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
to com sentido de “acariciar”) de “vir depois”)
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi- dam no momento de identificação:
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
reto; intransitivo
no sentido de “ser agradável a”) Regência Nominal
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo Casos Convencionados
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; indireto com sentido de “ser difícil”)
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- z Locuções adverbiais formadas por palavras
transitivo direto e indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
bios) exigem complementos preposicionados, exceto femininas:
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
personificado) Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
� Esquecer: admite três possibilidades Advérbios Terminados em “mente” Espero vocês à noite na estação de metrô.
personificado)
Ex.: Esqueci os acontecimentos. Estou à beira-mar desde cedo.
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
Esqueci-me dos acontecimentos. Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
LÍNGUA PORTUGUESA

reto: refere-se a coisas e pessoas)


Esqueceram-me os acontecimentos. regência dos adjetivos: z Locuções prepositivas formadas por palavras
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto femininas:
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da análoga / analogicamente a Ex.: Ficaram à frente do projeto.
transitivo direto e indireto
preposição a, rege indiferentemente objeto direto contrária / contrariamente a
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria. z Locuções conjuntivas formadas por palavras
e objeto indireto. compatível / compativelmente com
(transitivo direto com sentido de “acarretar”) femininas:
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo diferente / diferentemente de
Mamãe sempre implicou com meus hábitos. Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão
direto) favorável / favoravelmente a
(transitivo indireto com sentido de “mostrar má aumentando.
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo paralela / paralelamente a
disposição”)
indireto) próxima / proximamente a/de � Quando indicar marcação de horário, no plural
Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, relativa / relativamente a Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
direto e indireto com sentido de envolver-se”)
rege apenas objeto direto: Fique atento ao seguinte: entre números teremos
Ajudaram o ladrão a fugir. 63 64 que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase) A campanha será disponibilizada a toda a Macetes Casos proibidos:
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase) comunidade.
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído „ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou � Antes de demonstrativos
por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra Dá-me esse caderno! (certo).
aquilo: Ex.: Não te dirijas a essa pessoa
a, com a, à moda de, durante a; „ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada � Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase. brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
àquele outono. personalidades históricas
Por favor, entregue as flores àquela moça que está Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase; -se de nada (correto).
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin. „ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
sentada. z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
Dedique-se àquilo que lhe faz bem. � Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos (errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela.
� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
O pacote foi entregue a ti ontem.
de: z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
Ex.: Referimo-nos à que está de preto. � Nas expressões tautológicas (face a face, lado a
lo quando tais pronomes puderem ser substituídos REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS
Referimo-nos à de preto. lado)
por a este, a esta e a isto;
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal DO TEXTO
� Com o pronome relativo a qual, as quais: de justiça. z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou nomes de cidades quando esses termos estiverem
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
de sair. acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
As alunas às quais atribuí tais atividades estão de sem determinante
tância de 200 metros do pico da montanha. Denotação
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
férias.
Astronauta volta a Terra em dois meses.
A compreensão da crase vai muito além da estética
Os pesquisadores chegaram a terra depois da O sentido denotativo da linguagem compreende
Casos Proibitivos gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
expedição marinha. o significado literal da palavra independente do seu
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Vocês o observaram a distância. contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
objetivo e literal associado ao significado que aparece
orientação de quando não usar a crase. pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
Crase Facultativa nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o ênfase à informação que se quer passar para o recep-
� Antes de nomes masculinos Nestes casos, podemos escrever as palavras das
advérbio de instrumento da ação de pintar. tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate- duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender
rial agrada a todos.” (MM) isso, é muito utilizada em textos informativos, como
detalhadamente, observe as seguintes dicas: notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
O carro é movido a álcool. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS
Venda a prazo. ticos, entre outros.
� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo:
Estudo da posição dos pronomes na oração.
� Antes de palavras femininas que não aceitam se tem proximidade chamas)
artigos Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara.
z Próclise: Pronome posicionado antes do verbo. O coração é um músculo que bombeia sangue para
Ex.: Iremos a Portugal. � Antes de pronomes possessivos no singular Casos que atraem o pronome para próclise: o corpo. (coração: parte do corpo)
Ex.: Iremos a/à sua residência.
Macete de crase: „ Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.: Conotação
Se vou a; Volto da = Crase há! � Após preposição até, com ideia de limite
Não me submeto a essas condições.
Se vou a; Volto de = Crase pra quê? Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela- O sentido conotativo compreende o significado
Ex.: Vou à escola / Volto da escola. “Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel. figurado e depende do contexto em que está inserido.
Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza. às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se A conotação põe em evidência os recursos estilísticos
afeto.” (CBr. 1, 67)
apresente como um rico investidor, ele nada tem. dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
� Antes de forma verbal infinitiva „ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e
Casos Especiais
Ex.: Os produtos começaram a chegar. Em se tratando de futebol, Maradona foi um poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase
“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar ídolo. à expressividade da mensagem de maneira que ela
Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.
com franqueza, parecem dar a entender que o „ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na espe-
Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes possa provocar sentimentos ou diferentes sensações
fazem por exceção de regra.” (MM) rança de sermos ouvidos, muito lhe agradecemos.
forem femininos, normalmente a crase não será utili- no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta-
� Antes de expressão de tratamento zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa evitar ambiguidades. publicitários e outros.
Excelência. Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
z Mesóclise: Pronome posicionado no meio do ver-
direto) Você mora no meu coração.
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise:
Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de Quando escolhemos determinadas palavras ou
a regência do verbo exigir preposição instrumento)
„ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos expressões dentro de um conjunto de possibilidades
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes. Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto)
que estejam conjugados no futuro, caso não de uso, estamos levando em conta o contexto que
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de influencia e permite o estabelecimento de diferentes
LÍNGUA PORTUGUESA

haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:


Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos instrumento) relações de sentido. Essas relações podem se dar por
Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
o pacote. dos nossos estudantes. meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio. Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com
mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.
Nomes de Lugares
z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu- que atraem o pronome para ênclise:
z Regidos por preposições de, em, por: não se usa
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha Importante!
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do crase
„ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
contrato. Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana, Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-
to honrada com esse título.
moro em Copacabana, passo por Copacabana) sões de um idioma.
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação „ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por
suspeita de fraude. � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase favor. Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões
Eles estavam conservando a certa altura. Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia, „ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o que cada falante seleciona do léxico para se
Faremos a obra a qualquer custo. passo pela Bahia) 65 66 quanto sou importante. comunicar.
Sinonímia sela (forma do verbo selar; z Cumprimento/comprimento Ex.:
cela (pequeno quarto)
arreio)
São palavras ou expressões que, empregadas em censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo) „ O comprimento do tecido que eu comprei é de z O carro está com algum problema / O automóvel
um determinado contexto, têm significados seme- céptico (descrente) séptico (que causa infecção) 3,50 metros. (tamanho, grandeza) apresentou defeitos.
lhantes. É importante entender que a identidade dos „ Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos Antônimos
cerrar (fechar) serrar (cortar)
uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, z Delatar/dilatar
cervo (veado) servo (criado)
o que pode não acontecer em outras situações. O Como vimos, são palavras que possuem signifi-
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã) „ Um dos alunos da turma delatou o colega que cados diferentes, ou seja, significados opostos que
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti- cheque (ordem de xeque (lance no jogo de chutou a porta e partiu o vidro. (denunciar) podem ser usados para substituir a palavra anterior.
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade pagamento) xadrez) „ Comendo tanto assim, você vai acabar dilatan- Ex.:
de suas significações é diferente. círio (vela) sírio (natural da Síria) do seu estômago. (alargar, estender)
O emprego dos sinônimos é um importante recur- cito (forma do verbo citar) sito (situado)
z O homem estava nervoso e inquieto / O senhor
so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir) z Dirigente/diligente não estava calmo.
revela, além do domínio do vocabulário do falante, a concerto (sessão musical) conserto (reparo)
capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi- coser (costurar) cozer (cozinhar) „ O dirigente da empresa não quis prestar decla- Locução Verbal
vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura exotérico (que se expõe em rações sobre o funcionamento da mesma. (pes-
do texto. esotérico (secreto)
público) soa que dirige, gere) Ao invés de usar a forma única do verbo, é pos-
espectador (aquele que expectador (aquele que tem „ Minha funcionária é diligente na realização de sível substituir o verbo por uma locução verbal e
Antonímia assiste) esperança, que espera) suas funções. (expedito, aplicado) vice-versa.
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito) Exs.:
São palavras ou expressões que, empregadas em espiar (observar) expiar (pagar pena) z Discriminar/descriminar
um determinado contexto, têm significados opostos. espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) z Vou solicitar os documentos amanhã / Solicitarei
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em estático (imóvel) extático (admirado) „ Ela se sentiu discriminada por não poder os documentos amanhã.
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é „ Em muitos países se discute sobre descrimi-
extrato (o que se extrai de Verbo por Substantivo e Vice-versa
casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: estrato (camada) nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar,
algo)
inocentar)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar) Pode-se usar um substantivo correspondente no
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido) lugar de um verbo ou vice-versa, desde que isso faça
Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-
incipiente (principiante) insipiente (ignorante) sentido dentro do contexto.
-par onimas/. Acessado em 17/10/2020.
laço (nó) lasso (frouxo) Exs.:
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) Polissemia (Plurissignificação)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo) z Caminhar: caminho;
z Resolver: resolução;
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa) Multiplicidade de sentidos encontradas em algu-
mas palavras, dependendo do contexto. As palavras z Trabalhar: trabalho;
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre z Necessitar: necessidade;
php. Acessado em: 17/10/2020.
si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis- z Estudar: estudos;
Parônimos semia é encontrada no exemplo a seguir: z Beijar: beijo;
z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar eno-
Parônimos são palavras que apresentam sentido brece o homem.
diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
mos nos exemplos a seguir: Voz Verbal
Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.
É possível mudar a voz verbal sem mudar a men-
z Absorver/absolver
sagem do enunciado.
A relação de sentido estabelecida na tirinha é
Exs.:
construída a partir dos sentidos opostos das palavras „ Tentaremos absorver toda esta água com Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.
“prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes- esponjas. (sorver)
z Eu fiz todo o trabalho / Todo o trabalho foi feito
se contexto. „ Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis Hipônimo e Hiperônimo
por mim.
de seus pecados. (inocentar)
Homonímia Relação estabelecida entre termos que guardam
relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra- Palavra por Locução Correspondente
z Aferir/auferir
Homônimos são palavras que têm a mesma pro- dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos –
carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus... Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locu-
núncia ou grafia, porém apresentam significados dife- „ Realizaremos uma prova para aferir seus ção que corresponda a ela, ou vice-versa.
LÍNGUA PORTUGUESA

rentes. É importante estar atento a essas palavras e a conhecimentos. (avaliar, cotejar)


seus dois significados. A seguir, listamos alguns homô- SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE Ex.:
„ O empresário consegue sempre auferir lucros
nimos importantes: TEXTO
em seus investimentos. (obter) z O amor materno é singular / O amor de mãe é
acender (colocar fogo) ascender (subir) A substituição pode ser realizada por meio de singular.
z Cavaleiro/cavalheiro recursos como sinônimos, antônimos, locução ver-
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação) bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, Conectivos com Mesmo Valor Semântico
„ Todos os cavaleiros que integravam a cava- conectivos, dentre outros.
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
laria do rei participaram na batalha. (homem Os conectivos são palavras ou expressões que têm
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
que anda de cavalo) Sinônimos a função de ligar os períodos e parágrafos do texto.
bucho (estômago) buxo (arbusto)
„ Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito) sempre as portas para eu passar. (homem edu- Como vimos, são palavras ou expressões que pos- advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) cado e cortês) 67 68 suem significados iguais ou semelhantes. uma relação entre os termos conectados.
Por meio da substituição de conectivos, é possí- a correção gramatical foi mantida. Do mesmo modo, também, para poder utilizar o texto-base como sub- z Linguagem Coloquial
vel modificar e reescrever um trecho sem que haja para analisar uma questão de reescritura, é neces- sídio para a escrita, fazendo modificações de alguns
mudança de sentido. sário observar qual elemento foi deslocado e se esse trechos e adaptando-os para a sua escrita. A linguagem coloquial marca formas fora do
deslocamento provocou mudança de sentido ou ina- padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos,
dequação gramatical. REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS existem alguns tipos de variação linguística; dentre
Importante! É possível deslocar os seguintes termos em uma E NÍVEIS DE FORMALIDADE elas, as mais comuns em provas de concurso são:
oração:
Identifique a relação que cada conector indica,
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; z Variação diatópica ou geográfica
pois, ao substituir um conector por outro que não Adjunto Adverbial
possui relação semântica, pode ocorrer mudan- ela pode ser considerada um conjunto de dialetos.
A variação diatópica pode ocorrer com sons dife-
ça no sentido do texto. Alguém já disse que em país algum se fala uma língua
Ex.: Na semana passada, participei de todas as rentes. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu
Ao usar um conectivo para substituir outro, é só, há várias línguas dentro da língua oficial. E no Bra-
aulas da faculdade. Participei de todas as aulas da uma variação diatópica fonética, já que fonética sig-
necessário que ambos estabeleçam o mesmo faculdade na semana passada. sil não é diferente: pode-se até afirmar que cada cida-
nifica aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos
tipo de relação. dão tem a sua. A essa característica da língua damos também o exemplo das variações que ocorrem em
Observando os pontos anteriormente menciona- o nome de variação linguística. De forma sintética, diversas partes do país. Em Curitiba, PR, os jovens cha-
dos, é possível perceber que neste caso não há mudan- podemos dividir de duas formas a língua “brasileira”: mam de penal o estojo escolar para guardar canetas e
A seguir, relembraremos algumas das principais ça de sentido, e que a correção gramatical foi mantida, padrão formal e padrão informal; cada um desses lápis; no Nordeste, é comum usarem a palavra cheiro
relações que os conectores expressam: já que o adjunto adverbial de tempo no final da ora- tipos apresenta suas peculiaridades e espécies deriva- para representar um carinho feito em alguém. O que
ção não precisa de vírgula. das. Vejamos: em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxei-
z Adição: E, também, além disso, mas também;
ra, no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim.
z Oposição: Mas, porém, contudo, entretanto, no Adjetivo Padrão Formal Essa variação denominamos diatópica lexical, já que
entanto;
lexical significa algo relativo ao vocabulário.
z Causa: Por isso, portanto, certamente;
Ex.: Meu novo namorado trabalha com vendas; z Norma Culta
z Tempo: Atualmente, nos dias de hoje, na socieda-
Meu namorado novo trabalha com vendas. z Variação diastrática ou sociocultural
de atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até
que; A norma culta da língua portuguesa é estabelecida
Na frase original, o adjetivo “novo” está antes do pelos padrões definidos conforme a classe social mais A variação diastrática, como também ocorre com
z Consequência: Logo, consequentemente, por con-
substantivo, e na segunda frase, aparece depois. No abastada, detentora de poder político e cultural. As a diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática,
sequência;
entanto, é possível perceber não há mudança de sen- dependendo do que seja modificado pelo falar do indi-
z Confirmação / Reafirmação: Ou seja, nesse sen- pessoas cujo padrão social lhe permite gozar de pri-
tido e que a correção gramatical foi mantida, já que víduo: falar adevogado, pineu, bicicreta, é exemplo de
tido, nessa perspectiva, em suma, em outras pala- vilégios na sociedade têm o poder de ditar, inclusive,
essa mudança não implica necessidade de vírgula variação diastrática fonética. Usar “presunto” no
vras, dessa forma; as regras da língua, direcionando o que é considerado
nem provoca erro gramatical. lugar de corpo de pessoa assassinada é variação dias-
z Hipótese / Probabilidade: A menos que, mesmo permitido e aquilo que não é. trática lexical. E falar “Houveram menas percas” no
que, supondo que;
Pronome Indefinido lugar de “Houve menos perdas” é variação diastráti-
z Semelhança: Do mesmo modo, assim como, bem z Norma Padrão ca sintática.
como;
Ex.: Não quero que alguma situação tire nossa paz;
z Finalidade: Afim de, para, para que, com a finali- A norma padrão diz respeito às regras organizadas
Não quero que situação alguma tire nossa paz. z Variação diafásica ou estilística
dade de, com o objetivo de; nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras
z Exemplificação: Por exemplo, a exemplo de, isto
Neste caso, não há mudança de sentido e a corre- e preceitos que devem ser respeitados na utilização A variação diafásica, como ocorreu com a diató-
é;
ção gramatical foi mantida, pois essa mudança não da língua. Essa norma apresenta um caráter mais abs- pica e com a diastrática, pode ser também fonética,
z Ênfase: Na verdade, efetivamente, certamente,
implica necessidade de vírgula nem provoca erro trato, tendo em vista que também considera fatores lexical e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não
com efeito;
gramatical. sociais, como a norma culta. por morar em determinado lugar nem porque todos
z Dúvida: Talvez, por ventura, provavelmente,
Observe o quadro a seguir para sanar suas dúvidas de sua camada social usem, é usar a variação diafá-
possivelmente;
sobre as diferenças entre os recursos: z Língua Formal sica fonética. Um padre, em um momento de descon-
z Conclusão: Portanto, logo, enfim, em suma.
tração, brincando com alguém, dizer “presunto” para
DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS A língua formal não está, diretamente, associada representar o “corpo de pessoa assassinada”, usa a
Dentro de cada um dos grupos de conjunções aci-
Deslocamento Substituição a padrões sociais; embora saibamos que a influência variação diafásica lexical. E, finalmente, um advo-
ma citados é possível haver substituição entre as con-
gado dizer “Encontrei ele”, também em momento
junções sem que haja prejuízo no entendimento final Substitui determinado termo social exerce grande poder na língua, a língua formal
Muda um termo de lugar den- de descontração, no lugar de “Encontrei-o” é usar a
do trecho reescrito. do trecho, mantendo o mes- busca formalizar em regras e padrões as suas normas
tro do próprio enunciado variação diafásica sintática.
mo sentido a fim de estabelecer um preceito mais concreto sobre
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E Antes Antes a linguagem.
DE PERÍODOS DO TEXTO Ex.: Dessa forma, todos po- Ex.: Dessa forma, todos po- VARIAÇÃO DIAFÁSICA
deremos ir juntos ao local do deremos ir juntos ao local do
Padrão Informal Mudança no som, como veio (pronún-
A reorganização da estrutura textual pode ser feita evento evento
Diafásica cia com E aberto) e more (pronúncia
a partir do processo chamado de deslocamento: recur- Depois z Coloquialismo fonética com E fechado, assemelhando-se qua-
Depois
so utilizado para reescrever determinado trecho, que Ex.: Todos poderemos, dessa
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Assim, todos poderemos se a pronúncia de i)


se baseia em modificar de lugar determinados termos. forma, ir juntos ao local do
ir juntos ao local do evento Diz respeito a qualquer traço de linguagem (foné-
Ou seja: um termo que estava no início pode ir para o evento Ocorre em contextos de informalidade,
tico, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que Diafásica
final do texto e vice-versa. em que há mais liberdade para usar gí-
lexical
apresenta formas informais no falar e/ou escrever. rias e expressões lexicais diferentes
Podemos citar como exemplo os períodos a seguir: Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado
tanto a questões de concursos quanto à produção de Diafásica Ocorre com a alteração dos elemen-
z Faleceu, em São Paulo, o jornalista Ricardo Boe- redações e textos diversos. z Oralidade sintática tos sintáticos, ocasionando erros
chat; Nas questões, é necessário analisar as opções
z O jornalista Ricardo Boechat faleceu em São dadas para encontrar aquela na qual a escrita esteja A oralidade marca as maneiras informais de se z Variação diacrônica
Paulo. gramaticalmente correta e o sentido original do texto comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela
esteja presente, sem mudanças na compreensão. norma formal, e, por isso, são chamadas de registros Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido
Para reescrever frases utilizando o deslocamento, Já nas redações, a reescrita é essencial para corri- orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam reali- estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos.
é necessário observar se há mudança de sentido e se gir erros e escrever de forma mais clara. Ela auxilia, 69 70 zados apenas pela linguagem oral. Podemos citar alguns exemplos comuns, como as
palavras Pharmácia – Farmácia; Vossa Mercê – Você. Um exemplo é a escultura que representa pessoas em as pessoas com índice elevado tomam a bebida com dessas discussões, pois, sem sintonia entre a gera-
Além dessas, a variação diacrônica também marca a cima de uma jaqueira e que se tornou uma peça muito adoçante. A inteligência artificial poderá inferir, assim, ção de conhecimento fundamental e aplicado e entre
presença de gírias comuns em determinadas épocas, conhecida de dona Irinéia. A jaqueira se tornou objeto que o adoçante é o responsável pela obesidade dos o investimento público e o privado, muitos problemas
como broto, chocante, carango etc. de memória, pois remonta a uma enchente, durante usuários, o que nós sabemos, pela nossa inteligência da sociedade ficarão sem solução.
a qual ela e suas três irmãs ficaram toda a noite em humana, que não é bem assim.
cima da árvore, esperando a água baixar. O sistema de aprendizagem de máquina diminui a Internet: <www.embrapa.br> (com adaptações).
ocorrência de falsos positivos e deve contribuir para
HORA DE PRATICAR! O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do
cortes de gastos. Contudo, não podemos deixar de Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o
barro que depois é pisoteado, amassado e moldado.
considerar uma pessoa que esteja por trás do sistema, item que se segue.
1. (CESPE-CEBRASPE — 2018) As peças são então queimadas, e ganham uma colo-
pronta para lidar com casos realmente duvidosos, que A substituição de “o que exigiu” por exigindo manteria
ração naturalmente avermelhada.
Texto mereçam ser mais bem avaliados. a correção gramatical e os sentidos do texto.
Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma das mais reconheci-
O Brasil, durante a maior parte da sua história, mante- das artistas da cerâmica popular brasileira. A história Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações). ( ) CERTO   ( ) ERRADO
ve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de de dona Irinéia, mestra artesã do Patrimônio Vivo de
450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justifi- Alagoas desde 2005, está entrelaçada com a história A respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do 5. (CESPE-CEBRASPE — 2018)
cado em função da prevalência de altas taxas de mor- do povoado quilombola Muquém, onde nasceu em texto, julgue o item que se segue.
talidade, dos interesses da colonização portuguesa, 1949. O povoado pertence ao município de União dos Os vocábulos “trás”, “é” e “nós” recebem acento gráfi- Texto
da expansão da ocupação territorial e do crescimento Palmares, na zona da mata alagoana, e se encontra co em obediência à mesma regra de acentuação.
do mercado interno. próximo à serra da Barriga que carrega forte simbolis- Ciência e tecnologia são potentes motores do desen-
mo, pois é a terra do Quilombo dos Palmares. ( ) CERTO   ( ) ERRADO volvimento da sociedade moderna, pois produzem
Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no
governo de Getúlio Vargas, foram adotados disposi- Por volta dos vinte anos, dona Irinéia começou a aju- conhecimentos e inovações que transformam a vida
4. (CESPE-CEBRASPE — 2018) de bilhões de pessoas. Da Internet à agricultura, da
tivos legais para fortalecer a família numerosa, por dar sua mãe no sustento da família, fazendo panelas
meio de diversas medidas: desestímulo ao trabalho de barro. Entretanto, o costume de fazer promessas automação à indústria farmacêutica, o investimento
Texto em pesquisa científica viabilizou melhorias significa-
feminino; facilidades para a aquisição de casa própria aos santos de quem se é devoto, quando se está
pelos indivíduos que pretendessem se casar; comple- passando por alguma provação ou doença, fez surgir tivas no nosso dia a dia. A revolução nas comunica-
Ciência e tecnologia são potentes motores do desen- ções, na produção de alimentos, na diversificação de
mento de renda dos casados com filhos e regras que para a artesã outras encomendas. Quando a graça é volvimento da sociedade moderna, pois produzem máquinas e equipamentos e na sofisticação da medi-
privilegiavam os homens casados e com filhos quanto alcançada, costuma-se levar a parte do corpo curado conhecimentos e inovações que transformam a vida
ao acesso e à promoção no serviço público. representado em uma peça de cerâmica, como agra- cina atesta avanços extraordinários alcançados pela
de bilhões de pessoas. Da Internet à agricultura, da
decimento para o santo. Foi assim que dona Irinéia sociedade na transição do século XX para o atual.
O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirma- automação à indústria farmacêutica, o investimento
começou a fazer cabeças, pés e assim por diante. em pesquisa científica viabilizou melhorias significa- Além disso, a complexidade dos desafios do mundo
va: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel,
está sob a proteção especial do Estado. Às famílias Até que um dia, uma senhora que sofria com uma forte tivas no nosso dia a dia. A revolução nas comunica- moderno coloca a ciência cada vez mais em evidên-
numerosas serão atribuídas compensações na pro- dor de cabeça encomendou da ceramista uma cabe- ções, na produção de alimentos, na diversificação de cia. A Organização Mundial de Saúde, em 2016, decla-
porção de seus encargos”. Naquele período, além ça, pois ia fazer uma promessa ao seu santo devoto. máquinas e equipamentos e na sofisticação da medi- rou o vírus zika uma emergência de saúde pública
dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia A senhora alcançou sua graça, o que fez com que cina atesta avanços extraordinários alcançados pela internacional. Esse vírus se espalhou de forma muito
uma legislação que proibia o uso de métodos contra- dona Irinéia ficasse ainda mais conhecida na região. sociedade na transição do século XX para o atual. rápida em toda a América do Sul e na América Central
ceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de Chegou, inclusive, ao conhecimento do SEBRAE de e foi detectado em mais de 20 países. À época, não
Além disso, a complexidade dos desafios do mundo
1932, que vedava a prática médica que tivesse por fim Alagoas, que foi até dona Irinéia e ofereceu algumas havia ainda vacina ou cura para a zika, o que exigiu
moderno coloca a ciência cada vez mais em evidên-
impedir a concepção ou interromper a gestação, e a capacitações que abriram mais possibilidades de pro- de governos e autoridades sanitárias enorme esforço
cia. A Organização Mundial de Saúde, em 2016, decla-
Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, dução para a ceramista. O número de encomendas foi para gerir a adversidade, enquanto mais conhecimen-
rou o vírus zika uma emergência de saúde pública
que proibia “anunciar processo, substância ou objeto aumentando e, com ele, sua imaginação e criatividade to sobre o vírus e seu controle fosse produzido. Em
internacional. Esse vírus se espalhou de forma muito
destinado a provocar o aborto ou evitar a gravidez”. que fizeram nascer objetos singulares. momentos como esse, fica claro quão imperativo é o
rápida em toda a América do Sul e na América Central
e foi detectado em mais de 20 países. À época, não investimento em pesquisa científica. Conhecimento
José Eustáquio Diniz Alves O planejamento familiar no Brasil Em Muquém, vivem cerca de quinhentas pessoas
havia ainda vacina ou cura para a zika, o que exigiu novo deveria ser gerado com rapidez para se conter
Internet: <www ecodebate com br> (com adaptações) que contam com um posto de saúde, uma escola e
de governos e autoridades sanitárias enorme esforço a propagação do vírus e de seu vetor — o mosquito
a casa de farinha, onde as mulheres se reúnem para
para gerir a adversidade, enquanto mais conhecimen- Aedes aegypti — em todo o globo.
Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o moer a mandioca, alimento central na comunidade,
item seguinte. assim como de tantos outros quilombos no Nordeste. to sobre o vírus e seu controle fosse produzido. Em Ainda assim, há uma crítica recorrente do setor de
A correção gramatical e o sentido do texto seriam pre- No dia a dia do povoado, o trabalho com o barro tam- momentos como esse, fica claro quão imperativo é o ciência e tecnologia à crescente dificuldade de se
servados caso o trecho “que tivesse por fim impedir bém preenche o tempo de muitas mulheres e alguns investimento em pesquisa científica. Conhecimento garantir mais constância no apoio à pesquisa cientí-
a concepção” fosse assim reescrito: adotada afim de homens que se dedicam à produção de cerâmica, novo deveria ser gerado com rapidez para se conter fica brasileira, seja pela limitação e instabilidade no
impedir a concepção. enquanto ensinam as crianças a mexer com a terra, a propagação do vírus e de seu vetor — o mosquito fluxo dos recursos, seja pela percepção de que pouco
produzindo pequenos bonecos. Aedes aegypti — em todo o globo. uso é feito dos conhecimentos gerados. Quando recur-
( ) CERTO   ( ) ERRADO Ainda assim, há uma crítica recorrente do setor de sos são mais escassos, acirra-se a discussão acerca
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos
ciência e tecnologia à crescente dificuldade de se da efetividade dos investimentos públicos em pesqui-
do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.
2. (CESPE-CEBRASPE — 2021) sa científica e crescem comparações e oposição entre
LÍNGUA PORTUGUESA

garantir mais constância no apoio à pesquisa cientí-


O emprego do acento nas palavras “número” e “cerâ- fica brasileira, seja pela limitação e instabilidade no a pesquisa acadêmica, sem aplicação imediata, e a
Texto CB2A1-I mica” justifica-se com base na mesma regra de fluxo dos recursos, seja pela percepção de que pouco pesquisa aplicada, orientada à solução de problemas
acentuação. uso é feito dos conhecimentos gerados. Quando recur- do mercado e da sociedade. Soma-se a isso o debate
As mãos que criam, criam o quê? sos são mais escassos, acirra-se a discussão acerca sobre os papéis dos setores público e privado na pes-
( ) CERTO   ( ) ERRADO da efetividade dos investimentos públicos em pesqui- quisa científica e tecnológica. As pressões impostas
A ancestralidade de dona Irinéia mostra-se presente sa científica e crescem comparações e oposição entre pelo vírus zika ilustram bem quão estéreis são muitas
em suas peças feitas com o barro vermelho da sua 3. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Não podemos descar- a pesquisa acadêmica, sem aplicação imediata, e a dessas discussões, pois, sem sintonia entre a gera-
região. São cabeças, figuras humanas, entre outras tar a operação humana por trás dos sistemas, muito pesquisa aplicada, orientada à solução de problemas ção de conhecimento fundamental e aplicado e entre
esculturas que narram, por meio da forma moldada no menos a presença de analistas reais. Vamos supor do mercado e da sociedade. Soma-se a isso o debate o investimento público e o privado, muitos problemas
barro, episódios históricos, lutas e conquistas vividos que um sistema de aprendizagem de máquina perce- sobre os papéis dos setores público e privado na pes- da sociedade ficarão sem solução.
pelos moradores de sua comunidade e do Quilombo ba que todas as pessoas com índice de massa cor- quisa científica e tecnológica. As pressões impostas
de Palmares. poral regular tomam café com açúcar, enquanto todas 71 72 pelo vírus zika ilustram bem quão estéreis são muitas Internet: <www.embrapa.br> (com adaptações).
Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o Essas mudanças são um reflexo da inserção das cida- Julgue o item que se segue, relativo às ideias e aos Julgue o item a seguir, relativo aos sentidos e aos
item que se segue. des na economia global, o que aumentou o número de aspectos linguísticos do texto precedente. aspectos linguísticos do texto apresentado.
A substituição da forma verbal “ficarão” por ficam atores (empresas, instituições públicas, associações) No trecho “Quis lembrar-me de seu rosto, e admirada Os sentidos originais do texto seriam preservados
preservaria a coerência e as ideias originais do último envolvidos na condução das políticas públicas. não consegui”, a conjunção “e” está empregada com o caso se inserisse uma vírgula imediatamente após
período do texto. mesmo sentido de porém. “norte-americanos”.
Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar de
( ) CERTO   ( ) ERRADO soluções únicas para a cidade, passou-se a considerar
( ) CERTO   ( ) ERRADO ( ) CERTO   ( ) ERRADO
a segmentação ainda maior de interesses. É cada vez
mais difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
6. (CESPE-CEBRASPE — 2018) O carrinho de compras
aspiração de todos em um único objetivo comum. 9. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
do sítio eletrônico está lotado, e o preço total agrada.
11. (CESPE-CEBRASPE — 2018)
Animado, você digita todas as informações referentes Há de se pensar em sistemas mais ágeis de gover- À procura da infância
ao cartão de crédito e, sem entender, observa a transa- nança urbana, em que os cidadãos sejam chamados
ção ser negada. Mais tarde, descobre que o banco tinha a participar das decisões para ações de pequena ou Procuro ouvir na voz do vento
considerado suspeito aquele seu procedimento virtual, grande escala. Além de todos os desafios impostos
uma vez que tinha características semelhantes às de pela inconstância e pela fragmentação das demandas o eco perdido da minha infância.
uma fraude. Decepcionante, não? E muito comum. sociais, vivemos um divórcio entre política e poder. E no riso franco das criancinhas
A fim de melhorar a experiência dos consumidores Para fazer frente a essas transformações, é necessário eu vislumbro o meu riso antigo.
em compras pela Internet, cientistas do Instituto de um novo tipo de planejamento urbano. Conceitos rígidos
Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos dão lugar à flexibilidade, à análise de cenários alternativos Procuro nas ruas desertas e silenciosas,
da América, desenvolveram um sistema baseado em e à inclusão da sociedade na formulação das políticas. o canto alegre das cirandas
princípios de aprendizagem de máquina.
Nesse contexto novo, o patrimônio histórico tem de e as minhas correrias do tempo recuado.
A aprendizagem de máquina para a detecção de fraude ser integrado ao planejamento da cidade, sob pena
é baseada em equações matemáticas e algoritmos e de ficar à deriva em um mar de interesses puramente Dentro daquela avenida asfaltada,
funciona em duas etapas. Na primeira, o sistema rece- econômicos. onde rolam automóveis de luxo,
be exemplificações de compras legítimas e ilegítimas.
Em seguida, a máquina avalia compras reais, levando Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. eu busco a minha ruazinha feia e pobre.
As transformações da cidade contemporânea. In: Preservando
em consideração os padrões observados. O sistema o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. Procuro ver nas bonecas de hoje,
funciona mais ou menos como nossos neurônios. A São Paulo (com adaptações).
partir de números e fórmulas, une ponto a ponto infor- tão lindas, de tranças sedosas,
mações sobre características de transações já feitas Acerca das ideias e dos aspectos linguísticos do texto a bonequinha de trapo que eu embalei nos meus braços.
pelo usuário — como valores médios gastos, horários CB2A1BBB, julgue o item seguinte.
de compra, uso de celular, pontos usados, principais Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do Procuro encontrar no rosto das neocomungantes
estabelecimentos —, até chegar a uma probabilidade texto, a expressão “Com a” poderia ser substituída
traços de minha inocência
de fraude final. Com cada constatação, o programa pela expressão Devido à.
consegue melhorar os padrões aprendidos. e a primeira emoção daquela que ficou no tempo.
( ) CERTO   ( ) ERRADO Internet:<www.cgu.gov.br> (com adaptações).
Segundo um arquiteto de software de uma empresa Procuro descobrir, desesperada,
não participante do estudo, o modo como a máquina 8. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A lembrança da emprega- Acerca das propriedades linguísticas do texto prece-
na face ingênua das crianças,
aprende os padrões antes de começar a analisar com- da ausente me coagia. Quis lembrar-me de seu rosto, e dente, julgue o item subsequente.
pras interfere diretamente no registro de falsos posi- admirada não consegui — de tal modo ela acabara de me a minha pureza perdida. No trecho “Tentar subornar o guarda para evitar mul-
tivos e fraudes reais. “Se a prepararmos apenas para excluir de minha própria casa, como se me tivesse fecha- tas”, a oração “para evitar multas” expressa a causa, o
Procuro em vão, pois não encontrarei jamais
detectar casos de não fraude, podemos aumentar os do a porta e me tivesse deixado remota em relação à motivo que leva alguém a cometer suborno.
riscos de fraudes que passam. Sendo assim, preci- minha moradia. A lembrança de sua cara fugia-me, devia vestígios da minha infância feliz,
samos aumentar ao máximo o balanço de situações ser um lapso temporário. Mas seu nome — é claro, é cla- ( ) CERTO   ( ) ERRADO
que os anos guardaram no seu abismo.
apresentadas à máquina para não pesar um lado mais ro, lembrei-me finalmente: Janair. E, olhando o desenho
do que o outro”, detalha. hierático, de repente me ocorria que Janair me odiara. Eu A partir da leitura do poema precedente, escrito por 12. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
olhava as figuras de homem e mulher que mantinham Anilda Leão, poetisa alagoana, julgue o item a seguir,
Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações). expostas e abertas as palmas das mãos vigorosas, e relativo às ideias e aos aspectos linguísticos do texto. Texto CB2A1-I
que ali pareciam ter sido deixadas por Janair como men-
Julgue o próximo item, relativo aos sentidos e a aspec- sagem bruta para quando eu abrisse a porta. De súbito, No trecho “vestígios da minha infância feliz”, o termo
tos linguísticos do texto. “vestígios” tem o significado de rastros. As mãos que criam, criam o quê?
dessa vez com mal-estar real, deixei finalmente vir a mim
A substituição da forma verbal ‘podemos’ por podere- uma sensação que durante seis meses, por negligência
mos não prejudicaria a correção gramatical nem alte- ( ) CERTO   ( ) ERRADO A ancestralidade de dona Irinéia mostra-se presente em
e desinteresse, eu não me deixara ter: a do silencioso
raria os sentidos originais do texto. suas peças feitas com o barro vermelho da sua região.
ódio daquela mulher. O que me surpreendia é que era
10. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Saiu a mais nova lista de São cabeças, figuras humanas, entre outras esculturas
uma espécie de ódio isento, o pior ódio: o indiferente.
que narram, por meio da forma moldada no barro, episó-
LÍNGUA PORTUGUESA

( ) CERTO   ( ) ERRADO Não um ódio que me individualizasse mas apenas a falta coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece
de misericórdia. Não, nem ao menos ódio. Foi quando ter contagiado o planeta. Desta vez, Arthur Frommer e dios históricos, lutas e conquistas vividos pelos morado-
7. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Holly Hugues elencam os 500 locais que precisamos res de sua comunidade e do Quilombo de Palmares.
inesperadamente consegui rememorar seu rosto, mas é
claro, como pudera esquecer? Revi o rosto preto e quieto, visitar antes que desapareçam (500 places to see Um exemplo é a escultura que representa pessoas em
Texto CB2A1BBB cima de uma jaqueira e que se tornou uma peça muito
revi a pele inteiramente opaca que mais parecia um de before they disappear). O livro traz lugares naturais e
seus modos de se calar, as sobrancelhas extremamen- históricos, de antigos centros de culto a paisagens em conhecida de dona Irinéia. A jaqueira se tornou objeto
Uma das principais características da sociedade con-
te bem desenhadas, revi os traços finos e delicados que vias de extinção, assim como tesouros culturais úni- de memória, pois remonta a uma enchente, durante
temporânea é a velocidade de suas transformações.
mal eram divisados no negror apagado da pele. cos, como o Fenway Park, de Boston, inaugurado em a qual ela e suas três irmãs ficaram toda a noite em
Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: 1912: um dos últimos estádios norte-americanos que cima da árvore, esperando a água baixar.
a necessidade de conciliar os novos hábitos de sua Clarice Lispector. mantêm sua construção original, diz o Atlanta Journal O manejo da matéria-prima é feito com a retirada do
população, em constante mutação, com a ocupação Constitution. barro que depois é pisoteado, amassado e moldado.
territorial, ou seja, com as soluções de habitação, de A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009 (com As peças são então queimadas, e ganham uma colo-
localização de equipamentos públicos, de mobilidade. adaptações). 73 74 Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações). ração naturalmente avermelhada.
Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma das mais reconheci- Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos lin- cotidiano era marcado pela opressão, humilhação, e as minhas correrias do tempo recuado. Dentro
das artistas da cerâmica popular brasileira. A história guísticos do texto precedente, julgue o item a seguir. miséria, espoliação econômica e extremas privações, daquela avenida asfaltada,
de dona Irinéia, mestra artesã do Patrimônio Vivo de No trecho “poucos tentam compreender no que exata- sobretudo nos períodos de seca. onde rolam automóveis de luxo,
Alagoas desde 2005, está entrelaçada com a história mente se inscreveram”, a substituição de “no que” por eu busco a minha ruazinha feia e pobre. Procuro ver
do povoado quilombola Muquém, onde nasceu em o que comprometeria a correção gramatical do texto. Internet: <https://www.letrasambientais.org.br> (com nas bonecas de hoje,
1949. O povoado pertence ao município de União dos adaptações). tão lindas, de tranças sedosas, a bonequinha de trapo
Palmares, na zona da mata alagoana, e se encontra ( ) CERTO   ( ) ERRADO que eu embalei nos meus braços.
próximo à serra da Barriga que carrega forte simbolis- No que se refere aos aspectos linguísticos do texto Procuro encontrar no rosto das neocomungantes
mo, pois é a terra do Quilombo dos Palmares. 14. (CESPE-CEBRASPE — 2021) 2A2-I, julgue o item que se seguem. traços de minha inocência e a primeira emoção daque-
Por volta dos vinte anos, dona Irinéia começou a aju- A supressão do sinal indicativo de crase empregado la que ficou no tempo.
dar sua mãe no sustento da família, fazendo panelas no trecho “opressão à família de Fabiano” manteria a Procuro descobrir, desesperada, na face ingênua das
Texto 2A2-I
de barro. Entretanto, o costume de fazer promessas correção gramatical do texto, assim como seu sentido crianças,
aos santos de quem se é devoto, quando se está original.
O termo “refugiado ambiental” é utilizado para se refe- a minha pureza perdida.
passando por alguma provação ou doença, fez surgir
rir às pessoas que fogem de onde vivem, em razão de Procuro em vão, pois não encontrarei jamais vestígios
para a artesã outras encomendas. Quando a graça é
problemas como seca, erosão dos solos, desertifica- ( ) CERTO   ( ) ERRADO da minha infância feliz,
alcançada, costuma-se levar a parte do corpo curado
representado em uma peça de cerâmica, como agra- ção, inundações, desmatamento, mudanças climáticas, que os anos guardaram no seu abismo.
decimento para o santo. Foi assim que dona Irinéia entre outros. A migração causada por eventos climá- 15. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
ticos não é nova, mas tende a intensificar-se. O tema Anilda Leão. In: Chão de pedras. Maceió: Caetés, 1961.
começou a fazer cabeças, pés e assim por diante.
Até que um dia, uma senhora que sofria com uma forte é bastante atual, mas, na obra Vidas Secas, o escritor Assim como todas as florestas, os trechos arborizados
dor de cabeça encomendou da ceramista uma cabe- Graciliano Ramos já tratava, embora com outras pala- do Ártico às vezes se incendeiam. Mas, ao contrário 16. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A partir da leitura do poe-
ça, pois ia fazer uma promessa ao seu santo devoto. vras, dos refugiados do clima do semiárido brasileiro. de muitas florestas localizadas em latitudes médias, ma precedente, escrito por Anilda Leão, poetisa ala-
A senhora alcançou sua graça, o que fez com que que prosperam ou até mesmo necessitam de fogo goana, julgue o item a seguir, relativo às ideias e aos
Vidas Secas não é um romance de seca, no entanto. para preservar sua saúde, as florestas árticas evoluí- aspectos linguísticos do texto.
dona Irinéia ficasse ainda mais conhecida na região.
Chegou, inclusive, ao conhecimento do SEBRAE de A centralidade dessa obra literária está em um “ano ram para que queimassem apenas esporadicamente. Em “Procuro descobrir, desesperada, / na face ingê-
Alagoas, que foi até dona Irinéia e ofereceu algumas bom”, ou seja, um ano de chuvas na caatinga. O séti- As mudanças climáticas, contudo, estão remodelando nua das crianças, / a minha pureza perdida”, o termo
capacitações que abriram mais possibilidades de pro- mo capítulo, localizado bem no centro da obra, com- essa frequência. Na primeira década do novo milênio, os “desesperada” qualifica o vocábulo “pureza”, o que
dução para a ceramista. O número de encomendas foi posta por 13 capítulos, é intitulado “Inverno”, o que incêndios queimaram, em média, 50% mais área planta- indica que a pureza é retratada no poema como objeto
aumentando e, com ele, sua imaginação e criatividade remete ao período de chuvas na região. Essa visão da no Ártico por ano do que em qualquer outra década de desilusão.
que fizeram nascer objetos singulares. contraria certa leitura superficial da obra. do século XX. Entre 2010 e 2020, a área queimada conti-
Em Muquém, vivem cerca de quinhentas pessoas Graciliano Ramos acreditava em um mundo com mais nuou a aumentar, principalmente no Alasca, tendo 2019 ( ) CERTO   ( ) ERRADO
que contam com um posto de saúde, uma escola e justiça social e menos desigualdades no Nordeste, sido um ano ruim em relação aos incêndios na região;
a casa de farinha, onde as mulheres se reúnem para além disso, o ano de 2015 foi o segundo pior ano da his- 17. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A partir da leitura do poe-
para o que era necessário transformar o modelo de
moer a mandioca, alimento central na comunidade, tória do local. Os cientistas descobriram que a frequên- ma precedente, escrito por Anilda Leão, poetisa ala-
sociedade extremamente perverso que caracterizava
assim como de tantos outros quilombos no Nordeste. cia de incêndios atual é mais alta do que em qualquer goana, julgue o item a seguir, relativo às ideias e aos
as relações sociais no meio rural.
No dia a dia do povoado, o trabalho com o barro tam- outro momento desde a formação das florestas boreais, aspectos linguísticos do texto.
bém preenche o tempo de muitas mulheres e alguns Ao mostrar a vida da uma família de sertanejos durante há cerca de três mil anos, e possivelmente seja a maior Infere-se do poema que o eu lírico encontrou uma for-
homens que se dedicam à produção de cerâmica, um ano de “inverno”, com relativa segurança e estabilida- nos últimos 10 mil anos. ma de reaver momentos de sua infância.
enquanto ensinam as crianças a mexer com a terra, de, o escritor alagoano questionou as relações sociais Os incêndios nas florestas boreais podem liberar ain-
produzindo pequenos bonecos. excludentes e tensivas, que impediam essa família de da mais carbono do que incêndios semelhantes em ( ) CERTO   ( ) ERRADO
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos viver com mais estabilidade no Nordeste brasileiro. locais como Califórnia ou Europa, porque os solos
do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.
Na obra, quando a família ocupou uma fazenda sob as florestas em latitude elevada costumam ser
O emprego das vírgulas logo depois dos trechos “Por
volta dos vinte anos” (início do quinto parágrafo) e abandonada, no fim de uma seca, o vaqueiro parecia compostos por turfa antiga, que possui carbono em 18. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
“Até que um dia” (início do sexto parágrafo) justifica-se satisfeito. abundância. Em 2020, os incêndios no Ártico libera-
O Prêmio Nobel de Economia de 2017 foi concedido
com base na mesma regra de pontuação. ram quase 250 megatoneladas de dióxido de carbono,
Mas suas esperanças esmoreceram, pois as chuvas ao norte-americano Richard Thaler por suas contribui-
cerca da metade emitida pela Austrália em um ano em
vieram e, com elas, também o proprietário da fazenda, ções no campo da economia comportamental. Thaler
( ) CERTO   ( ) ERRADO decorrência das atividades humanas e cerca de 2,5
sob o domínio do qual o vaqueiro passou a viver, sen- é um dos mais destacados economistas na aplicação
vezes mais do que a histórica temporada recordista
do humilhado, enganado, animalizado. da psicologia às análises das teorias econômicas e
13. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A modernidade é um con- de incêndios florestais de 2020 na Califórnia.
das consequências da racionalidade limitada, das pre-
trato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nasce- Somente com muita insistência, Fabiano conseguiu ferências pessoais e da falta de autocontrole. Um
Internet: <www.nationalgeographicbrasil.com> (com
mos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos. ficar trabalhando ali como vaqueiro. Moraria com a desdobramento mais recente dessa área de pesquisa
adaptações).
Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou família pouco “mais de um ano” numa “casa velha” da da economia é a aplicação de insights comportamen-
transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, fazenda. tais às políticas públicas. Compreender os processos
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos
nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde decisórios, os hábitos e as experiências pessoais das
Para o escritor de Vidas Secas, a opressão à família do texto anterior, julgue o item que se seguem.
moramos, quem amamos e como morremos. pessoas em situação de pobreza é essencial para o
de Fabiano era causada por questões sociais, não pela No parágrafo, a forma verbal “podem” está flexionada
À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato processo de elaboração de políticas públicas e a sua
seca. Caso tivesse acesso à terra e à água, a família no plural porque concorda com “florestas boreais”.
extremamente complicado, por isso poucos tentam com- eficácia. É o que sugere o estudo do IPC-IG Insights
LÍNGUA PORTUGUESA

conseguiria obter o sustento, como resultado do seu


preender no que exatamente se inscreveram. É como se comportamentais e políticas de superação da pobre-
esforço e trabalho. ( ) CERTO   ( ) ERRADO
você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse za, dos pesquisadores Antonio Claret Campos Filho e
assinar um contrato com dezenas de páginas em “juri- A condição climática natural da caatinga era instru- Luis Henrique Paiva.
mentalizada pelos latifundiários para a exploração Texto para a resolução as questões 16 e 17
diquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamen- O estudo defende que pessoas em situações de
te para a última página, tica em “concordo” e esquece o de uma população extremamente vulnerável à seca, escassez, como a pobreza, têm uma maior sobrecar-
assunto. Mas a modernidade, de fato, é um contrato sur- como era o caso da família de Fabiano e sinhá Vitória. À procura da infância ga mental, pois estão sujeitas a preocupações que
preendentemente simples. O contrato interno pode ser não afetam a vida daqueles de maior renda, como a
A concentração fundiária era, e continua sendo, uma Procuro ouvir na voz do vento
resumido em uma única frase: humanos concordam em qualidade da água consumida ou o acesso à alimen-
das formas mais perversas de impedir a autonomia o eco perdido da minha infância. E no riso franco das
abrir mão de significado em troca de poder. tação. Evitar contrair empréstimos a juros altos é um
dos pequenos produtores rurais do semiárido brasilei- criancinhas eu vislumbro o meu riso antigo. exemplo da falta de autocontrole que tende a ser mais
ro. O romance denuncia a realidade social dos serta- Procuro nas ruas desertas e silenciosas
Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. frequente e mais onerosa para os pobres. Decisões
São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações). nejos pobres que viviam no Nordeste da época, cujo o canto alegre das cirandas
75 76 de longo prazo também tendem a ser negativamente
afetadas pelas sobrecargas associadas à escassez,
como retirar os filhos da escola para buscar algum
pelo Monitor das Doações da Covid-19, ferramenta
criada pela Associação Brasileira de Captadores de
ANOTAÇÕES
tipo de trabalho, por conta da perda de emprego dos Recursos (ABCR). O setor da saúde foi o que recebeu
pais, o que acarreta consequências negativas para o maior volume de doações.
toda a vida da criança. “A pandemia proporcionou uma mobilização que se deu
pela população de diversas formas, desde doações de
Internet: <ipcig.org> (com adaptações). empresas até campanhas de financiamento. Grande par-
te das doações foram destinadas a hospitais, pesquisas
No que concerne às ideias veiculadas no texto e a suas científicas, compra de equipamentos e também à assis-
construções linguísticas, julgue o item que se segue. tência social de famílias de baixa renda”, conta Márcia
O texto afirma que, de acordo com os pesquisadores Woods, presidente do conselho da ABCR.
Antonio Claret Campos Filho e Luis Henrique Paiva, a
De acordo com Woods, as doações tomaram diferen-
eficácia das políticas públicas voltadas para o com-
tes arranjos. No entanto, apesar da grande mobiliza-
bate à pobreza tem relação com a compreensão dos
ção, nem todas as causas sociais foram favorecidas.
processos decisórios, dos hábitos e das experiências
A causa da educação, por exemplo, sofreu impactos,
pessoais das pessoas em situação de pobreza.
pois todas as escolas tiveram que fechar as por-
tas. Outra área muito afetada foi a da cultura, já que
( ) CERTO   ( ) ERRADO
as pessoas não puderam assistir aos espetáculos
pessoalmente.
19. (CESPE-CEBRASPE — 2021) O primeiro caso de coro-
navírus foi confirmado no Brasil em 26 de fevereiro de
Internet: <observatorio3setor.org.br> (com adaptações).
2020. Sendo o Brasil um dos países mais desiguais do
mundo, era esperado que a pandemia acentuaria ain-
da mais as desigualdades sociais no país e causaria Julgue o item seguinte considerando as ideias e as
danos irremediáveis. construções linguísticas do texto apresentado.
Com isso, o terceiro setor precisou apresentar uma No segundo período do primeiro parágrafo, a substitui-
resposta imediata. Já no dia 8 de abril de 2020, as ção das formas verbais “acentuaria” e “causaria” por
doações para enfrentar a pandemia ultrapassaram a acentuasse e causasse, respectivamente, manteria a
marca histórica de R$ 1 bilhão. O recorde foi registra- coerência e a correção gramatical do texto.
do pelo Monitor das Doações da Covid-19, ferramenta
criada pela Associação Brasileira de Captadores de ( ) CERTO   ( ) ERRADO
Recursos (ABCR). O setor da saúde foi o que recebeu
o maior volume de doações. 9 GABARITO
“A pandemia proporcionou uma mobilização que se deu
pela população de diversas formas, desde doações de
empresas até campanhas de financiamento. Grande 1 Errado
parte das doações foram destinadas a hospitais, pes-
2 Certo
quisas científicas, compra de equipamentos e também
à assistência social de famílias de baixa renda”, conta 3 Certo
Márcia Woods, presidente do conselho da ABCR.
De acordo com Woods, as doações tomaram diferen- 4 Errado
tes arranjos. No entanto, apesar da grande mobiliza-
5 Certo
ção, nem todas as causas sociais foram favorecidas.
A causa da educação, por exemplo, sofreu impactos, 6 Certo
pois todas as escolas tiveram que fechar as por-
tas. Outra área muito afetada foi a da cultura, já que 7 Certo
as pessoas não puderam assistir aos espetáculos
8 Certo
pessoalmente.
9 Certo
Internet: <observatorio3setor.org.br> (com adaptações).
10 Errado
Julgue o item seguinte considerando as ideias e as
11 Errado
construções linguísticas do texto apresentado.
Conforme o texto, no ano de 2020, houve recorde de 12 Certo
doações no Brasil.
13 Certo
LÍNGUA PORTUGUESA

( ) CERTO   ( ) ERRADO


14 Errado
20. (CESPE-CEBRASPE — 2021) O primeiro caso de coro- 15 Errado
navírus foi confirmado no Brasil em 26 de fevereiro de
2020. Sendo o Brasil um dos países mais desiguais do 16 Errado
mundo, era esperado que a pandemia acentuaria ain-
17 Errado
da mais as desigualdades sociais no país e causaria
danos irremediáveis. 18 Certo
Com isso, o terceiro setor precisou apresentar uma
resposta imediata. Já no dia 8 de abril de 2020, as doa- 19 Certo
ções para enfrentar a pandemia ultrapassaram a mar-
20 Certo
ca histórica de R$ 1 bilhão. O recorde foi registrado 77 78
Também é mostrado como podem ser os parágra- Os candidatos costumam dedicar seu tempo de Caligrafia / Caligrafia / CALIGRAFIA / CaliGrAfia
fos que introduzem, desenvolvem e concluem um estudos à prova objetiva e deixar a redação por últi- É importante sempre se lembrar de respeitar as
texto dissertativo. E só depois de exercitar esses pri- mo. Na maioria das vezes, passam naquela e repro- regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja, maiúscula e
meiros procedimentos é que se passa à produção de vam nesta. Não dá para subestimar a redação, é minúscula devem ser diferenciadas:
preciso exercitar sempre. Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa
REDAÇÃO DISSERTATIVA
um trabalho completo, buscando a eficiência do todo
por intermédio do agrupamento de cada uma das par- <caligrafia>.
tes estudadas até a formação de um bloco contínuo e O que Conta mais para um bom Resultado: Ter bons
completo. Conhecimentos sobre o Assunto Apresentado na O que é Texto em Prosa?
Proposta ou ter bons Conhecimentos em Língua
Portuguesa? Como já dissemos, mas vale a pena repetir, texto
ASPECTOS GERAIS A SEREM em prosa é aquele que naturalmente usamos para
Importante!
CONSIDERADOS NA PRODUÇÃO DE UM Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em escrever um bilhete, uma carta, nos comunicarmos
O truncamento desse trabalho ocorrerá certa- importância. No que diz respeito aos conhecimentos em “e-mail” etc. Ele se constrói em estrutura linear
TEXTO DISSERTATIVO (linha cheia) por meio de parágrafos. É a forma
mente se o aprendiz não se dispuser a praticar de língua portuguesa, estamos nos referindo à estru-
esses conceitos. É aí que começa a frustração tura e à linguagem do texto dissertativo. Subentende- comum de escrever. É contrária ao verso, que exige
Alunos, vamos trabalhar nesse material a redação uma elaboração estrutural e demonstra preocupação
dos potenciais autores, pois muitas vezes só -se que quem domina estes dois aspectos não tenha
discursiva. Você irá estudar algumas características ino- com rimas e arranjos vocabulares alheios à sintaxe.
vão tentar praticar a escritura da sua redação dificuldades com a ortografia e outros aspectos gra-
vadoras no conceito de produção de textos para quem Veja um exemplo de texto em verso:
maticais que, em prova, inclusive, pouco peso tem.
quer atingir um melhor resultado em provas que exijam após terem terminado o estudo do livro didáti-
do candidato a habilidade de produzir um texto. co e sentem muita dificuldade no momento do A rosa de Hiroxima
Qual é a Diferença entre Tema e Título?
Neste material serão apresentados os aspectos agrupamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo Pensem nas crianças
gerais da redação discursiva em sua estrutura textual, que aprendeu a fazer por partes. Se o resultado Mudas telepáticas
Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem
bem como todos os passos para a sua produção com não for satisfatório, eles simplesmente assumi- Pensem nas meninas
caráter geral e abrangente, e propõe questões que
eficiência. Porém, é importante dar atenção às dúvi- rão a dificuldade como uma inabilidade pessoal. Cegas inexatas
devem ser abordadas obrigatoriamente com objeti- Pensem nas mulheres
das que geralmente são apresentadas pelos alunos
vidade pelo candidato. Essa objetividade é um fator Rotas alteradas
para que se possa dar solução aos principais proble-
determinante para que sua composição fique delimita- Pensem nas feridas
mas que eles relatam. Como proposta de solução para essa dificulda- da àquilo que é possível desenvolver em sua redação. Como rosas cálidas
de, vamos partir de um princípio inverso em que se E o que é a delimitação do tema? É simples. É a elabo- Mas oh não se esqueçam
Por que é tão Difícil Produzir um Texto Eficiente? começa da materialização do texto eficiente, satisfa- ração de sua tese que, por sua vez, é seu posicionamen- Da rosa da rosa
zendo os anseios dos nossos alunos: começamos pelo to sobre esse tema. Na maioria das vezes, o número de Da rosa de Hiroxima
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto todo para depois estudarmos as partes. Esse trabalho linhas que é proposto para se desenvolver o tema é limita- A rosa hereditária
às provas que cobram dos candidatos habilidades na consiste na elaboração de máscaras de redação, o que do. Geralmente não passa de 30 linhas, por isso é preciso A rosa radioativa
produção de questões discursivas. Alguns dizem se proporciona a você um ponto de partida concreto na ser claro e direto no desenvolvimento da argumentação. Estúpida e inválida
sentirem tão despreparados que terminam por desis- produção de redações eficientes a partir de modelos Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem a A rosa com cirrose
tir dos concursos que trazem a redação como critério prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados função de apresentar e chamar a atenção sobre o assunto A anti-rosa atômica
de classificação. desenvolvido. Porém, é importante lembrar que são pou- Sem cor sem perfume
para qualquer tema proposto pela banca organizado-
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não Sem rosa sem nada.
ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi- cas as instituições que solicitam que o candidato dê um
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e nalidade e da criatividade de cada autor. título ao texto. Se ele não for pedido, não é para colocá-lo.
(http://www.revista.agulha.nom.br/vm.html/rosa)
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza- Se Tiver de colocar um Título, qual Palavra dele
Agora um exemplo de texto em prosa:
tuais como sites de comunicação e na elaboração de doras dos critérios de correção dos textos, tais como Deve-se Pcolocar em Maiúscula?
e-mail. Nesses expedientes ocorre o que chamam de progressão textual e sequencialização, coesão e conse- Hiroshima ou Hiroxima (em japonês: 広島市) é
“pacto da mediocridade”, sem intenção ofensiva, que quentemente coerência, além de atender naturalmen- Há duas possibilidades: uma cidade japonesa localizada na província de
caracteriza a postura displicente de como se escre-
te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro Hiroshima. Fica no rio Ota (Otagawa), cujos seis
ve e a aceitação mútua de erros e desvios da norma z A primeira forma convencionada diz que só a pri- canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em tor-
ponto importante é o de permitir ao candidato uma
culta escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito meira palavra do título deve ser iniciada por letra no de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o
projeção bem aproximada da extensão do seu texto
para não ser cobrado por ele da mesma forma quando maiúscula, como em: estatuto de cidade em 1589. Serviu de quartel-gene-
em número de linhas.
errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia- ral durante a guerra sino-japonesa (1894-95). Em 6
Outra finalidade dessa proposta é também a de
ções que mais se assemelham a códigos criptografa- É bom fazer redação com o Nélson! de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo
desenvolver uma maior agilidade na projeção e na arrasada por uma bomba atômica: 250 mil pessoas
dos do que à própria língua portuguesa.
construção da redação, otimizando o tempo de sua foram mortas ou feridas.
O maior problema é que isso gera um reforço nega- z A segunda forma permite que você coloque todas
tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática elaboração durante a prova. Então vamos lá:
as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção
ideal da comunicação verbal normatizada. O resul- dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem senti-
tado é que, quando ocorre a exigência da produção DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO
do próprio), como preposições e artigos: Importante!
escrita, a prática que se tem não promove a eficiência PARA CONCURSOS PÚBLICOS
Não se esqueça! Redação para concurso é em
REDAÇÃO DISSERTATIVA

nessa categoria de comunicação. É bom fazer Redação com o Nélson! prosa.


Selecionamos dúvidas que frequentemente apare-
Como, em Pouco Tempo, Desenvolver a Habilidade cem sobre as redações para concursos públicos e que „ Nomes próprios são sempre com iniciais (http://pt.ikipedia.org/wiki/Hiroshima/28cidade/29
da Escrita em Quem tem Dificuldade de Passar para certamente pode ser a sua dúvida. Vejamos: maiúsculas;
o Papel o que tem na sua Cabeça? „ Use pontuação significativa se for necessário, O Que Eu Faço se Errar uma Palavra Quando Estiver
Qual o Peso ou a Importância da Redação em um como interrogação e exclamação. O ponto final Passando a Limpo Minha Redação?
Inicialmente, em um procedimento tradicional de Concurso Público? é dispensável.
produção de textos, começa-se pela apresentação de Erro é erro, não dá para voltar no tempo. Porém,
exemplos de textos bem escritos, mostra-se sua estru- O peso da redação é muito grande, por isso, ela É Preciso usar Letra Cursiva ou Pode ser de Forma? muitas instituições orientam os candidatos a passar
tura, apresentam-se as partes que o compõem. Depois faz a diferença na aprovação. Nos concursos atuais, um traço simples sobre a palavra e continuar escre-
disso, inicia-se a identificação dessas partes e de como a redação se tornou o passaporte para o ingresso em Como já dissemos, a letra cursiva (letra de mão) vendo como se nada houvesse acontecido. Geralmen-
elaborá-las separadamente: como se constrói um grande parte das carreiras públicas, pois de nada vale só será necessária se for uma exigência do edital. De te, nesses casos, o erro não é considerado. Sendo assim,
parágrafo; quais são as fases de sua elaboração; quais um resultado positivo na prova objetiva se não obti- uma maneira geral, o que se pede é a legibilidade. não perca tempo sofrendo e faça como no exemplo a
são os diferentes tipos de parágrafos. ver sucesso em sua redação. 79 80 Nesse caso você pode até misturar tudo: seguir:
Vamos começar nossa dedação redação agora. Além disso, todas as informações que forem apre- Introdução Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o
Entendeu? sentadas sobre o assunto analisado serão os argu- desenvolvimento da tecnologia em campos como o
mentos que representarão a análise feita pelo autor. A introdução do texto dissertativo é a apresenta- dos serviços sociais”:
TIPOLOGIA TEXTUAL Notem que os argumentos são os motivos que levaram ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis- Outro aspecto que merece destaque especial é quan-
o autor a ter um posicionamento, uma ideia, uma tese sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento to ao atendimento oferecido ao cidadão pelos
Em geral os textos são classificados em três modali- sobre o assunto. sobre o tema proposto pela banca. Esse momento órgãos do serviço público. Já é possível registrar
dades distintas quanto à tipologia textual. Dessa forma, Ex.: Não se pode mais tratar a vida humana como é muito importante para o leitor, pois é aí que será um boletim de ocorrências via computador ou ainda
o texto pode ser descritivo, narrativo ou dissertativo. É um simples exemplo de existência biológica. Já está na mostrada a identificação de suas ideias com o tema. É agendar a emissão de passaportes junto às agencias da
comum que um texto se apresente com tipos mistos de hora de se entender que é preciso ter respeito à vida um bom momento para apresentá-lo aos argumentos Policia Federal em qualquer lugar do Brasil. Consultas
modalidades (...), mas a intencionalidade estrutural do como uma atitude existencial que deve ser encarada sequencialmente ordenados de acordo com a progres- médicas podem ser marcadas em hospitais públicos ou
texto deve ser preservada para garantir uma tipologia como essência de nossa natureza, o que vai além das são que você dará a sua redação (progressão textual). privados e os exames realizados podem ser consultados
predominante, isto é, o que importa é qual a intenção próprias leis de um país. A introdução deve ser clara e chamar a atenção diretamente do banco de dados dessas entidades.
do autor que predomina no todo do texto. Atente para o que se pode destacar agora: para dois itens básicos: os objetivos do texto e o pla- Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as
Podemos, então, pensar o seguinte: no do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar inovações em vários outros espaços do cotidiano”:
Se na leitura do texto predomina a imagem de z A verdade geral defendida, o nome do assunto = alguma previsibilidade de seu projeto, você, autor, E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que
alguém ou de algo, assim como acontece quando vida, especificamente a humana; deve expor os caminhos por que percorrerá em sua de muitas outras formas a tecnologia interfere
olhamos uma foto, é porque o texto é descritivo; se z Argumentos que sustentam essa verdade: respei- explanação. Lembre-se de que o leitor, corretor de seu positivamente em nossas vidas. As relações sócias
predomina a revelação de um fato, o autor conta uma to e essência; trabalho, é um professor experiente e é a organização se intensificaram depois do surgimento das várias
história, como uma fofoca, por exemplo, é porque esse que mais o impressionará nesse momento. Por isso, redes de relacionamento tendo início com o Orkut e o
texto é narrativo; se, na leitura, predomina o desen- O substantivo vida representa a palavra-chave não tenha medo de ser objetivo e previamente ilustra- Facebook, permitindo que as pessoas se reencontrem
volvimento de uma ideia, principalmente se o autor quanto à verdade defendida na tese do autor de que tivo quanto aos seus propósitos de trabalho. em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria mui-
quiser convencer-nos de algo, como uma propaganda, “Não se pode mais tratar a vida humana como um sim- Ex.: Parágrafo de introdução: to esforço coletivo para tais eventos. Programas como
o texto é dissertativo. ples exemplo de existência biológica”. Essa verdade é Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple- o Zoom e o Google Meet possibilitam que as pessoas
Para simplificar: sustentada por dois argumentos positivos na defesa mentando novos valores à vida do homem moder- conversem e interajam em diferentes partes do mundo
Descrição  imagem; dessa tese: o respeito à vida e a vida como essência no principalmente no que diz respeito a sua vida sem nenhum custo além dos já dispensados com seus
Narração  fato; de nossa natureza. em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos
Dissertação  ideia. Observem que, nesse texto, não há progressão tem- tecnologia em campos como o da educação (2) e o filhos já pode vê-los ou aos netos, pela tela de um note-
Como já vimos este assunto dentro do programa de poral, pois não há mudança alguma, já que não exis- dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda book ou celular, sempre que sentir saudade.
Língua Portuguesa, vamos nos ater ao que é de maior te uma sequência de fatos; não há também a criação muito além disso, atingindo vários outros espaços
importância: o texto dissertativo. de uma imagem de alguém ou de algo; mas há uma do cotidiano (4) da maioria das pessoas. Conclusão
evolução, um desenvolvimento da ideia apresentada (1) A tese: a tecnologia vem implementando novos
Dissertação no início do texto em relação à vida humana, ao que valores à vida do homem moderno principalmente no
A conclusão é a retomada da ideia principal, que
chamamos de progressão dissertativa, afinal, a ideia que diz respeito a sua vida em sociedade;
agora deve aparecer de forma muito mais convin-
A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser “progrediu”, a ideia inicial foi ficando sólida à medida (2), (3), (4) Os argumentos são levantados a fim
cente, uma vez que já foi fundamentada durante o
cobrado em provas de concurso, tanto na argumenta- que o texto se desenrolou. de sustentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia
desenvolvimento da dissertação. Deve, pois, conter
ção geral sobre temas diversos, quanto na exposição O que caracteriza definitivamente o texto disserta- em campos como o da educação (2) / o dos serviços
de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a
de seus conhecimentos em questões discursivas. tivo, então, é a existência de uma ideia base apresen- sociais (3) / inovações atingindo vários outros espaços
confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argu-
Na dissertação propõe-se uma tese sobre uma tada, a tese e o seu desenvolvimento, culminando do cotidiano (4).
mentação básica empregada no desenvolvimento.
suposta verdade. Tal verdade deve ter existência em seu fortalecimento por meio dos argumentos. Ex.: considerações finais:
substancial, por isso é representada por uma pala- Esse fortalecimento chama-se fundamentação. E, no Desenvolvimento
Tendo em vista esses aspectos observados sobre
vra substantiva. A sustentação dessa verdade, por sua texto bem elaborado, a tese é tida como verdade pela esse admirável mundo de facilidades técnicas, só nos
vez, pode ser ilustrada por outras palavras substanti- fundamentação, portanto podemos reconhecer nele a O desenvolvimento é a parte em que você deve
resta comentar que não foi só o computador que
vas. Veja o texto abaixo: progressão discursiva. expor os elementos que vão fundamentar sua tese que
tornou a vida do cidadão mais simples e confor-
pode vir especificada por intermédio de argumentos,
tável, mas outros campos da tecnologia também
Dissertação é um trabalho baseado em estudo ESTRUTURA DISSERTATIVA – COESÃO, de pormenores, de exemplos, de citações, de dados
contribuíram para isso. Os aparelhos de GPS, que
teórico de natureza reflexiva, que consiste na PARALELISMO E PROGRESSÃO DISCURSIVA estatísticos, de explicações, de definições, de confron-
ordenação de ideias sobre um determinado tema. nos orientam a qualquer direção, ou ainda diver-
tos de ideias e contra argumentações. Você poderá
A característica básica da dissertação é o cunho sos dispositivos médicos portáteis, garantem a
Neste assunto trabalharemos alguns elemen- usar tantos parágrafos quanto achar necessário para
reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, ques- desenvolver suas teorias, porém em redações de cur- melhora da qualidade de vida de todos os homens
tos importantes para iniciarmos nossa produção do nosso tempo.
tionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. ta extensão o ideal é que cada parágrafo apresente
de textos. Começaremos com a estrutura do texto
É desenvolver um raciocínio, desenvolver argu- objetivamente apenas um dos argumentos a serem
mentos que fundamentem posições. É polemizar, dissertativo. ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
Como todos sabem, a dissertação é um tipo de tex- desenvolvidos, ou ainda, que esses argumentos sejam
inclusive, com opiniões e com argumentos contrá- agrupados caso vários deles devam ser apresentados
rios aos nossos. É estabelecer relações de causa e to que se caracteriza pela exposição e defesa de uma Coesão
ideia que será analisada e discutida a partir de um para sustentar sua tese.
consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões,
REDAÇÃO DISSERTATIVA

ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dis- Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o
é apresentar um texto com organização lógica das Coesão pode ser considerada a “costura” textual,
ideias. Basicamente um texto em que o autor mos- sertativo trabalha com argumentos, com fatos, com desenvolvimento da tecnologia em campos como o
da educação”: a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos e
tra as suas ideias.1 dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o
Alguns argumentam que é importante reconhecer dos parágrafos que fazemos com palavras.
desenvolvimento de suas ideias.
o papel das redes mundiais de informação para Para garantir uma boa coesão no seu texto, você
Assim, podemos entender a dissertação, diferen- Para atender a esse propósito, a dissertação deve
o favorecimento da construção do conhecimento. deve prestar atenção a alguns mecanismos. Abaixo,
ciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que apresentar uma organização estrutural que conduza
Hoje é possível visitar um museu, consultar uma biblio- em negrito, há exemplos de períodos que podem ser
apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto ao
teca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da melhorados utilizando os mecanismos de coesão:
entendimento lógico sobre o assunto que ele analisou. reconhecimento da verdade proposta como tese. Com-
Por isso dissemos inicialmente que é um texto que preende-se como estrutura básica de uma dissertação internet, muito da sabedoria mundial pode ser alcança-
da por qualquer pessoa que a deseje. Basta estar diante z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo,
apresenta uma ideia, ao que chamamos de tese, isto é, a divisão da exposição da argumentação em três partes
de um computador, ou de posse de um desses modernos isso, ele...
esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvol- distintas: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão:
veu sobre um determinado assunto. A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: aparelhos celulares para se ligar a qualquer momento
ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a São palavras referentes a outras que apareceram
1 Disponível em: https://aguidamonografias.com.br/servicos/dissertacoes/. 81 82 qualquer momento em um desses dispositivos. no texto, a fim de retomá-las.
z Coerência semântica Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto dele. Ex.: Este é
Ela = Dolores seu = Ela meu casaco! – a moça avisou, enquanto o segurava.
Refere-se à relação entre significados dos elemen- Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto do seu ouvinte. Ex.:
Ex.: Dolores e ra beleza única. Ela sabia do seu tos da frase (local) ou entre os elementos do texto Passe-me essa jarra de suco, por favor. – pediu ela ao rapaz que sentara à sua frente.
poder de seduzir e o usava como um todo: Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência será ao ser que está distante do falante e do ouvinte: As duas
Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da no portão não aguentavam de curiosidade, quem seria aquele moço na esquina?
questão. - Não caberia aqui pensar em centro como
z Indicando localização temporal:
o = poder bairro de uma cidade.
É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo.
do vocabulário.
z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como, Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não tivemos Copa do Mundo.
a saber... Esse (passado futuro): A próxima copa será em 2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos acontecerem aqui
z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti- em nosso país.
cos que o autor utiliza para expressar a coerência Aquele (passado distante ou bastante vago): Naquela época, não havia iluminação elétrica.
São palavras referentes a outras que irão aparecer semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não
no texto:
existem técnicas científicas, faz-se de pequenos z Fazendo referências contextuais (funções anafórica e catafórica):
fragmentos...” - como leitor do texto, você deve
entender que o pronome cuja foi empregado para Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este é o
Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o estabelecer posse entre obtenção e felicidade. problema: estou dura. Pode também fazer uma referência de especificação a um elemento já expresso (ref. ana-
xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender! fórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao cinema.
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o Esse: refere-se a um elemento já mencionado no texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina. Esse
emprego dos conectivos. remédio é ótimo.
O pronome demonstrativo este apresenta um ele-
mento do qual ainda não se falou = o xampu. Este: refere-se à última informação antecedente a ele no texto;
z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor, Aquele: refere-se à informação mais distante dele no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é quieta,
z Coesão lexical: são palavras ou expressões esse fala pouco e aquela fala muito.
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei-
equivalentes. tor atento a isso consegue facilmente entender a
Período Composto
estrutura do texto e relacionar bem as informa-
A repetição de palavras compromete a qualidade ções textuais. Além disso, percebendo se a lin-
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. z Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa. Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é ótimo;
guagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio z Quem – refere-se à pessoa, sempre preposicionado. Ex.: Esta é a aluna de quem falei;
Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos:
interpretativo deverá funcionar de uma determi- z Cujo (parecido com o possessivo): estabelece posse. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo;
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase -
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha nada maneira, como podemos ver neste texto de z Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde (em que) moro é movimentada.
vida por umas poucas horas dessa alegria. Fernando Pessoa:
Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni- Atenção:
mo semântico da palavra amor, representando-a. Já sobre a fronte vã se me acinzenta Observar a palavra a que se refere o pronome relativo para evitar erros de concordância verbal. Ex.: Lemos os
O cabelo do jovem que perdi. livros que foram indicados pelo professor (que = os quais → livros)
z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a Meus olhos brilham menos. Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando a preposição exigida quando necessário. Ex.: Este é o livro
omissão de um termo facilmente identificável. Já não tem jus a beijos minha boca. a que me refiro.
Se me ainda amas por amor, não ames: O verbo referir-se pede a preposição a; por isso, ela aparece antes do que. Ex.: Esta á a obra por que tenho
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor Trairias-me comigo. admiração. A preposição por foi exigida pelo substantivo admiração.
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre- (Ricardo Reis/Fernando Pessoa) Os pronomes como, quando e quanto também podem ser relativos.
lações entre as partes: Os relativos compõem as orações subordinadas adjetivas
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não tinha As orações adjetivas podem ser explicativas – cujo conteúdo é explicativo, genérico, uma informação a mais
Elementos importantes de coesão e coerência:
medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também galopava. - ou restritivas – cujo conteúdo é de restrição, especificação, informação importante no contexto.
A interrogação representa a omissão do sujeito para continuarmos o estudo de coesão e coerência,
marechal que fica subentendido na oração. devemos relembrar alguns elementos gramaticais
As Orações Subordinadas Adjetivas e a Semântica
importantes:
z Conectivos principais: preposições e suas locu- As orações adjetivas são iniciadas sempre por pronomes relativos e podem ser de dois tipos:
ções: em, para, de, por, sem, com... z Pronome demonstrativo: indicam posição dos se-
res em relação às pessoas do discurso, situando-o z Explicativa: O homem, que é racional, mata.  A oração adjetiva deste caso não tem sentido restritivo, pois
Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para no tempo e/ou no espaço (função dêitica destes todos os homens são racionais;
que, mas... pronomes). Podem também ser empregados fa- z Restritiva: O homem que fuma morre mais cedo.  A or. adj. deste caso reporta-se apenas ao homem fumante.
Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos, zendo referência aos elementos do texto (função
pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...
anafórica ou catafórica). São eles: Emprego do cujo e do onde:
Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver
REDAÇÃO DISSERTATIVA

muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu iní-


cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da ESTE (A/S), ESSE (A/S), Têm função de pronome ONDE LUGARES Este é o prédio onde fica o 1º cartório.
sociedade. Como exemplo, podemos citar a chegada AQUELE (A/S) adjetivo.
do homem à Lua, onde os EUA conseguiram com sua Esta é a jovem de
propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, a ISSO, ISTO, AQUILO, O Têm função de pronome cujo pai eu lhe falei.
simpatia de grande parte da população do planeta. (A/S) substantivo. Concorda com o substantivo posterior e indica
SUBS . CUJO SUBS.
MESMO, PRÓPRIO, Quando são demons- que esse substantivo pertence a outro termo
Coerência SEMELHANTE, TAL (E trativos, são pronomes substantivo anterior ao cujo. Este é o pai de cuja
POSSE jovem eu lhe falei.
FLEXÕES). adjetivos.
Coerência textual é uma relação harmônica que se
estabelece entre as partes de um texto, em um contex-
to específico, e que é responsável pela percepção de Empregos do Pronome Demonstrativo
uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais
aspectos envolvidos nessa questão são: z Indicando localização no espaço: 83 84
Conjunções Coordenativas, Locuções Conjuntivas, Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá). Ainda convém lembrarmos outro hábito que
Preposições e Locuções Prepositivas Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa Além de (blá, blá, blá), também se pode especular contribui para o sucesso do nosso bem elaborado
Moderna: que (blá, blá, blá). cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após
z Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain- Ainda convém chamar a atenção para mais um as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
da, tampouco, (não só...) como também. Ex.: A água Se coordenação é, como vimos, um processo de ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá, reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
cristalina brota da terra e busca seu caminho por encadeamento de valores sintáticos idênticos, é blá, blá).
justo presumir que quaisquer elementos da frase órgãos processadores da digestão no momento em que
entre as pedra; O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
z Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, toda- – sejam orações, sejam termos dela–, coordenados é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá).
entre si, devam – em princípio, pelo menos – apre- típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
via, entretanto, no entanto, não obstante. Ex.: Este Sendo assim (blá, blá, blá).
sentar estrutura gramatical idêntica, pois –como,
candidato não estudou muito, mas foi aprovado; aliás, ensina a gramática de Chomsky – não se Você pode perceber que, mesmo não abordando
z Alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja... 5° Parágrafo
podem coordenar frases que não comportem cons- assunto algum, há um encadeamento lógico da estru-
seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova; tituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as tura do texto que conduz a uma eficiência argumen-
z Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), tativa que admite a idealização uma vasta margem de Levando-se em consideração esses aspectos
ideias similares devem corresponder forma verbal
por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode causar similar. Isso é o que se costuma chamar paralelis- desenvolvimentos sobre variados temas. práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
vício, portanto sua venda deve ser considerada ilícita; mo ou simetria de construção.2 ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
z Explicação: que, porque, pois (antes do verbo), TEORIA DAS MÁSCARAS zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arruma- Vejamos agora alguns exemplos de construções que ela nos oferece para a manutenção de nossa saú-
rei toda esta bagunça. que apresentam erros de paralelismo: Depois de observar as dificuldades que as pessoas de. Sendo assim a falta de qualquer um desses ingre-
têm de se expressarem por meio da escrita, colocamos dientes nos causará debilidade além de insatisfação.
Conjunções Subordinativas Adverbiais z Paralelismo semântico: Em sua última viagem pe- aqui soluções para esses problemas, sem a pretensão Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
la América Latina como representante do governo de criar fórmulas mágicas, mas sim de criar um refe- tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasi-
z Causa: porque, como (somente no início do perío- brasileiro, o presidente visitou Havana, a Repúbli- rencial mais concreto e imediato. leiro” e que a partir desse tema tivéssemos que pro-
do), que, já que, visto que, por (+ infinitivo), graças ca Dominicana, Washington e o Presidente Barack O método aqui utilizado refere-se ao método Teo- duzir uma dissertação sobre ele. A primeira coisa a
a, na medida em que, em virtude de (+ infinitivo), Obama. ria das Máscaras fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos
em face de, desde que, uma vez que. Ex.: Como Leia inicialmente o texto piloto desse projeto:
Observem que nesse caso o verbo “visitou” está sen- buscar com objetividade uma tese, dentro desse tema,
estava muito doente, foi ao médico; Projeto de dissertação: Exemplos arroz com
do empregado de maneira a sugerir que se pode visitar sobre a qual fôssemos capazes de argumentar, como
z Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto... feijão.
como, assim como, como. Ex.: Ele sempre se posi- uma cidade da mesma forma como se visita uma pessoa, essa:
Tema: A alimentação do brasileiro.
cionou como um líder; ou seja, está empregado de forma errada, já que ocorre “A comida dos brasileiros é muito saudável e
Tese: A comida dos brasileiros é muito saudável
z Concessão: embora, conquanto, ainda que, mes- um duplo sentido a esse verbo com essa construção. e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia de tem tudo de que ele necessita para seu longo dia de
mo que, se bem que, apesar de (+ infinitivo), em Uma forma correta de representar a ideia pretendida trabalho. trabalho”.
que pese a (+ infinitivo), posto que, malgrado. Ex.: pelo texto é: Em sua última viagem pela América Latina O próximo passo seria o de levantar alguns argu-
Argumentos: carboidratos no arroz com feijão;
Embora não esteja me sentindo bem, assistirei à como representante do governo brasileiro, o presidente mentos que sustentassem a tese proposta com valor
proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do
aula até o final; visitou Havana, a República Dominicana, Washington e
cafezinho preto com açúcar. de verdade. Veja como fizemos. Já que estávamos
z Condição: se (às vezes prevalece a ideia de causa, nesta última cidade foi ver o Presidente Barack Obama.
falando da alimentação dos brasileiros, nada melhor
outras vezes de tempo, ou ainda de oposição), caso, 1° Parágrafo do que falarmos sobre seus pontos positivos, pontos
desde que, a não ser que, a menos que (a ideia pode z Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bas-
tante em todos os jogos, mas conseguiram se tornar estes reconhecidos até por especialistas em alimenta-
ser desdobrada em de concessão), contanto que, uma Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida ção mundial. O valor nutricional que compõe o nosso
vez que. Ex.: Eles não conseguirão vaga para esse ano os campeões este ano.
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi- prato mais popular. Isso mesmo, o “pf”, o “prato feito”
letivo, a menos que haja alguma desistência; tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que
Veja como a conjunção adversativa “mas” foi inde- que encontramos em bares, pequenos restaurantes e,
z Conformidade: conforme, como, segundo, con- os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
soante. Ex.: Tudo aconteceu como eles imaginaram; vidamente empregada dando uma ideia de que ser principalmente, na maioria das mesas do povo brasi-
campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer. bife com salada além da glicose no cafezinho preto leiro: o arroz com feijão, bife e salada, finalizado com
z Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, de com açúcar fornecem um completo abastecimento de
O correto nesse caso seria empregar uma conjunção um cafezinho preto.
maneira que, de sorte que. Ex.: Tanto lutou, que energia somada ao prazer.
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia Decompomos esse prato e identificamos seus prin-
progrediu muito na vida;
da vitória apresentada na segunda oração, como em: cipais ingredientes, aqueles merecedores de destaque
z Finalidade: a fim de que, a fim de (+ infinitivo), que, 2° Parágrafo
Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, por
porque, para que, para (+ infinitivo). Ex.: Faça bem a como boa argumentação a favor de nossa tese. Mar-
isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conse-
sua parte do projeto para que não haja reclamações; camos o “carboidrato”, presente no arroz e no feijão,
guiu se tornar o campeão este ano. É de fundamental importância o consumo de
z Proporcionalidade: à proporção que, à medi- como nosso primeiro ponto positivo. Depois foi a vez
alimentos ricos no fornecimento de energia para a
da que, na medida em que, quanto mais, quanto das “proteínas” presentes no bife com salada e che-
Progressão Textual movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar,
menos, conforme. Ex.: À medida que o progresso gamos, finalmente, à “cafeína” e ao “açúcar” presen-
por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
avança, o romantismo diminui; tes no cafezinho. Pronto, já temos a primeira parte de
A progressão textual é o processo pelo qual o texto abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
z Tempo: quando (a ideia pode ser desdobrada em nosso projeto organizado.
se constrói a partir de elementos semânticos e grama- carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
ideia de condição), enquanto, mal, logo que, assim
ticais. Novas informações devem ser somadas e liga- da energia própria consumida durante o dia. O próximo passo é juntar tudo no primeiro pará-
que, sempre que, desde que, conforme. Ex.: Mal ele
REDAÇÃO DISSERTATIVA

das às informações anteriores e não apenas repetidas. grafo, de maneira organizada, de forma que as ideias
chegou, todas o rodearam. Deve haver a continuidade e a evolução dos concei- 3° Parágrafo sejam apresentadas em uma sequência que deixe cla-
tos já apresentados que podem ser conquistadas por ro ao leitor sobre o que será falado e também qual
Paralelismo intermédio dos elementos de coesão. Além disso, as proteínas da carne no bife que será a sequência de argumentos que será apresentado
Veja uma simulação do projeto de máscaras de comemos servem para repor a massa muscular per-
Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio para dar credibilidade a nossa tese. Veja o modelo do
redação e observe na prática como a progressão tex- dida durante o trabalho. E somando-se a isso, há as
da organização textual, promovendo no texto coe- tual ocorre: primeiro parágrafo:
fibras das verduras e folhas que ajudam no proces-
rência em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, samento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a
Esse mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns
possibilidade de reafirmarmos o valor nutricional do Todos sabem o quanto, em nosso país, _____________
períodos, pois sua redação também deve apresentar fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá,
conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional ____________________. Verifica-se que____________________(,)
uma sequência lógica para que ele tenha sentido cla- blá) são a base do desenvolvimento desse problema. As
e de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa ___________________ além de _____________________ forne-
ro e realmente dê a informação pretendida pelo seu consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só pode- cem (ou - resultam, culminam, têm como consequência...)
cultura culinária.
autor. rão ser avaliadas quando (blá, blá, blá). _________________________________________________________.
2 GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, Editora FGV: 2010. 85 86 4° Parágrafo
Compare agora com o parágrafo preenchido com 3o Parágrafo:
a tese e com os argumentos e veja a amarração que Levando-se em consideração esses aspectos __________ 3o Parágrafo
conseguimos: ________________________ somos levados a acreditar que___
Além disso, ______________________________. E soman- _________________________________________________________ Além disso,________________________________________. E
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida somando-se a isso,________________________________que_____
do-se a isso,_________________________ que _____________. _______________________, mas também____________________.
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam Daí__________________________________________________e Sendo assim ____________________________________________ _____________________________. Daí_________________________
para o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os de______________________________________________________. _________________________________________________________. ____e de__________________________________________________.
carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no bife
com salada além da glicose no cafezinho preto com 4o Parágrafo
açúcar fornecem um completo abastecimento de ener- Teremos, após preencher o modelo:
gia somada ao prazer. Teremos, após preencher o modelo: Levando-se em consideração esses aspectos Ainda convém lembrarmos__________________ (que é):______
Além disso, as proteínas da carne no bife que _______________________. Esse______________________________
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
comemos servem para repor a massa muscular perdida _______________________para_______________________. Essa(s)
seguintes, impondo a eles estruturas programadas ditar que não é apenas por prazer que somos sedu- __________________________________________________________.
durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce-
das verduras e folhas que ajudam no processamento que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. 5o Parágrafo
berá que a continuidade e a progressão textual foram
dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibili- Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao
dade de reafirmarmos o valor nutricional do conjunto tes nos causará debilidade além de insatisfação. Levando-se em consideração esses aspectos____________
texto e aos argumentos. Os aspectos conclusivos presentes nesse último
de alimentos de nosso prato mais tradicional e de jus- somos levados a acreditar que___________________________,
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
tificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa cultura mas também_______________________________________ Sendo
de apresentação que valoriza o primeiro argumento, gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As assim_____________________________________________________.
culinária.
depois fomos completando os espaços em branco que frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
ligavam os argumentos entre si com relações preesta- 4o Parágrafo: conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
belecidas de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; ção para os problemas propostos, ou ainda, podem Muito bem, agora que vimos o processo de criação
gerar simples constatações das verdades idealizadas. das máscaras, você poderá começar também seu traba-
explicação ― com o “que” ― causa ― com a locução
Você também pode contar com uma pequena lista de lho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais
“por causa de”. Veja que, para manter a continuidade Ainda convém lembrarmos_________________________
frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. dois outros modelos de máscaras de redação que você
textual recuperando sempre a ideia central do pará- (que é): ________________________________________________
___________. Esse _________________________________ para
poderá usar como base para suas próprias criações.
grafo, nos preocupamos em acrescentar o pronome Vá observando como as máscaras garantem o
______________________________. Essa (s) _________________ z Em virtude dos fatos mencionados;
demonstrativo “Esse” fechando com uma conclusão _________________________________________________________. encadeamento das ideias, a coesão entre as orações
z Por isso tudo;
sobre esse argumento. e a coerência com as várias possibilidades argumen-
z Levando-se em consideração esses aspectos;
z Dessa forma; tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara:
z Em vista dos argumentos apresentados;
É de fundamental importância o__________________ Teremos, após preencher o modelo: z Dado o exposto; MÁSCARA 02
______________ para_____________________________________.
Ainda convém lembrarmos outro hábito que con- z Por todos esses aspectos;
Podemos mencionar, por exemplo, ______________que____
______________________________, por causa de _____________ tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
1o Parágrafo
___________________________. Esse ________________________ que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições. logo; então.
_________________________________________________________. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece Entre os aspectos referentes a ____________. ___________
nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro- Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão três pontos merecem destaque especial. O primeiro é
cessadores da digestão no momento em que comemos. com as seguintes frases: ________________________; o segundo ________________ e por
Essas substâncias reprimem a sonolência típica da fim________________
Observe como ficou a sequência completa do hora do almoço nos mantendo despertos. z Somos levados a acreditar que;
segundo parágrafo: Para os parágrafos de desenvolvimento, também z É-se levado a acreditar que; 2o Parágrafo
É de fundamental importância o consumo de ali- podemos relacionar frases que você poderá escolher z Entendemos que;
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi- para dar originalidade ao seu texto: z Entende-se que; Alguns argumentam que___________________________
mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por z Concluímos que; para_________________. Isso porque ______________________.
z Conclui-se que;
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece z Ao se examinarem alguns; verifica-se que; Dessa forma______________________________________________.
z É necessário que;
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra- z Pode-se mencionar, por exemplo, z Faz-se necessário que. 3o Parágrafo
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia z Em consequência disso; vê-se; a todo instante;
própria consumida durante o dia. z Alguns argumentam que; Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
z Além disso; Outra preocupação constante é ___________________
como se deu a criação da primeira máscara: ___________________, pois ___________ __________________.
Veja agora uma coletânea de frases que podem z Outro fator existente;
Como se isso não bastasse, ________________________ que
auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais: z Outra preocupação constante;
MÁSCARA 01 __________________________ Daí ____________________________
z Ainda convém lembrar; que ____________e que__________________________________.
É de conhecimento geral que ... Todos sabem que, z Por outro lado;
1o Parágrafo
em nosso país, há tempos, observa- se... z Porém; mas; contudo; todavia; no entanto; entre-
REDAÇÃO DISSERTATIVA

4o Parágrafo
Cogita-se, com muita frequência, que... tanto.
Todos sabem o quanto, em nosso país,_______________
Muito se tem discutido, recentemente, acerca de... ______________Verifica-se que____________________________(,) Também merece destaque ______________________ o (a)
É de fundamental importância o (a).... Lembramos que esses exemplos são apenas __________________________ além de_____________________ qual __________________________________________. Diante dis-
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco- sugestões e que você poderá desenvolver cons- _________ fornecem (ou - resultam, culminam, têm como so ________________________para que _______________________
brir as causas de.... truções que atendam sua necessidade a partir de consequência)_________________________________________. _________________________________.
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual... quando você for adquirindo experiência com a pro-
dução de textos. 2o Parágrafo 5o Parágrafo
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o Tanto quanto podemos criar padrões para a intro-
É de fundamental importância o_________________
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto dução e para o desenvolvimento de nossas redações, Tendo em vista os aspectos observados ________
_____________________ para ______________________________.
às relações de coesão. As conjunções foram posicio- também podemos criá-los para a conclusão de nossa ________________________ só nos resta esperar que
Podemos mencionar, por exemplo,_______________________
nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de dissertação. __________________, ou quem saiba _________________________
que_________________________, por causa de________________
_______. Consequentemente _______________________________.
argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res- Acompanhe a organização de nosso último pará- _______________. Esse______________________________________.
pectivas estruturas vazias: grafo. 87 88
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO Uma definição é um enunciado que descreve um Preenchendo o modelo, teremos:
baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme PARÁGRAFO DISSERTATIVO conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos
forem avançando as aulas, você poderá construir a associados. O silogismo pode ser representado de duas manei-
suas próprias máscaras personalizadas. Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com Vejam como em nosso parágrafo de exemplo ras diferentes: silogismo simples que é formado por um
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba- exploramos o conceito global e generalizado sobre o único núcleo argumentativo e silogismo composto que é
Por fim, preparamos uma máscara de organização
lharemos as várias modalidades de parágrafos que assunto. formado por diversos núcleos argumentativos de elabo-
sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa Vocês perceberão como o modelo vazio que segue ração complexa. Enquanto a primeira teoria se apre-
organizar. este exemplo traz a indução do assunto a ser defini- senta pela estrutura filosófica básica consagrada pela
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição, antiguidade. Esta, por sua vez, realiza-se por inter-
possíveis ao construí-las. a base dessa informação deve sustentar-se em uma médio de vários silogismos desenvolvidos para atender
PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação)
verdade consagrada, diferentemente do que vimos às novas perspectivas de sedução e convencimento.
z Parágrafo de introdução no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
1° Tema: _______________________________________ „ Alusão histórica: a elaboração de um parágrafo
____________________________________________________ basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
por alusão histórica é um recurso que desperta
O parágrafo de introdução tem como uma de suas sempre a curiosidade do leitor por meio de fatos
2° Tese: ________________________________________ funções mais importantes, a de apresentar a tese que Modelo nº 2 históricos, lendas, tradições, crendices, anedo-
será defendida no decorrer da redação. É também ______________________________ é a denominação tas ou a acontecimentos de que o autor tenha
a) ___________________________ possível e bastante didático que vocês façam uma pré- dada a ________________________. Essa ____________ sido participante ou testemunha (desenvolve-se
via dos argumentos que serão trabalhados na susten- ___________________, mas a hipótese mais aceita é geralmente por meio da comparação com o pre-
3°Argumentos
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado, a de que __________________________________________ sente ou retorno a ele). A vantagem desse méto-
b)____________________________ logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento ______. Outra versão afirma que esse ____________ do é o de podermos mostrar o desenvolvimento
c) ____________________________ de vocês e a sequência das suas argumentações. ____________, que tem origem ____________. O que se cronológico de um assunto, expondo sua evo-
sabe é que _______________________________________. lução no tempo. Lembrem-se de que, ao se ser-
4° (1º parágrafo) tese + argumentos z Tipos diferentes de parágrafos de introdução: virem de um fato histórico para sustentar uma
_________________________________________________ tese, a História é a ciência que estuda o homem
____________________________________________________ „ Declaração inicial: na declaração afirma-se ou Preenchendo o modelo, teremos: e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à
____________________________________________________ nega-se algo de início para em seguida justifi- Arroz com feijão é a denominação dada a um pra- análise de processos e eventos ocorridos no pas-
____________________________________________________ car-se e comprovar-se a assertiva com exem- to típico da América Latina. Essa receita não tem uma sado - e como ela é uma ciência, tem, por conse-
____________________________________________________. plos, comparações, testemunhos de autores etc. origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de guinte, um grande valor argumentativo.
Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo que seria fruto de uma combinação do arroz (de ori-
5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso aplicado à nossa proposta básica que é o proje- Observem como isso é simples:
gem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com
ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos to arroz-com-feijão. Mais uma vez, colocamos a o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos índios.
(mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme- disposição vazia do parágrafo que poderá ser Outra versão afirma que esse prato foi a união do Modelo nº 4
lhantes ao seu argumento).
utilizada por você sempre que desejar e, em arroz com a feijoada, que tem origem africana ou por- Desde a época da ________________ sabe-se que
seguida, um modelo preenchido. tuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos, ___________________________________________________
6° Construa o parágrafo unindo as informa-
esse prato foi se popularizando por todo o país, passan- para ____________________________________. Principal-
ções anteriores ao argumento “a)”
do a ser uma parte quase que indispensável da refeição mente hoje em dia, reconhece-se que ____________
_________________________________________________ Modelo nº 1
____________________________________________________ dos brasileiros. _____________________________________________, além
____________________________________________________ „ Divisão: o parágrafo de divisão, processo tam- de________________________________________________
É fato notório que _____________________________
____________________________________________________ ____________________________________________________.
___________________________________________________ bém quase que exclusivamente didático, por
____________________________________________________. ______________. Sabe-se que _______________________ causa das suas características de objetividade
________________________, além da _________________ e clareza, que consiste em apresentar o tópico
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra- Preenchendo o modelo, teremos:
__________________________________________________. frasal (frase que introduz o parágrafo) sob a
fos para os argumentos “b)” e “c)” forma de divisão ou discriminação das ideias
Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
a serem desenvolvidas (normalmente a divisão
_________________________________________________ Preenchendo o modelo, teremos: que a alimentação dada a esses novos brasileiros era
vem precedida por uma definição, ambas no
____________________________________________________ boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir
mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos).
____________________________________________________ os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa Usamos aqui como representação desse modelo
____________________________________________________ principalmente, já se reconhece que os carboidratos
e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgas- o conceito de silogismo (Um silogismo é um ter-
____________________________________________________. do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras
tes de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos mo filosófico com o qual Aristóteles designou
_________________________________________________ fornecem um completo abastecimento de energia soma-
do arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, a argumentação lógica perfeita, constituída de
____________________________________________________ da ao prazer, justificando os hábitos do passado como
além da glicose do cafezinho preto com açúcar forne- três proposições declarativas que se conectam
____________________________________________________ responsáveis pelo tradição alimentar que preservamos.
cem um completo abastecimento de energia somada ao de tal modo que a partir das primeiras duas,
REDAÇÃO DISSERTATIVA

____________________________________________________.
prazer. chamadas premissas, é possível deduzir uma „ Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por
conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por interrogação é colocada por intermédio de uma
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
„ Definição: o parágrafo por definição é enten- Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores. pergunta a qual serve mais como recurso retó-
dizendo que, se algum dos argumentos não for
dido como um método preferencialmente rico, uma vez que a questão levantada deve ser
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
didático, pois busca, por intermédio de uma respondida pelo próprio autor. Seu desenvolvi-
tentada, ou que os resultados propostos não serão Modelo nº 3
explicação clara e breve, a exposição do signifi- mento é feito por intermédio da confecção de
atingidos). _____________ pode ser representado de duas
cado de uma ideia, palavra ou de uma expres- uma resposta à pergunta.
maneiras diferentes: ___________ que é ___________
_________________________________________________ são. É a forma de exposição dos diversos lados
____________ e ___________, que é __________________
____________________________________________________ pelos quais se pode encarar um assunto. Pode _______________. Enquanto a primeira ___________se Modelo nº 5
____________________________________________________ apresentar tanto o significado que o termo car- apresenta __________________. Esta, por sua vez, rea- Será possível determinar qual é ______________
___________________________________________________ rega no uso geral quanto aquele que o falante liza-se por intermédio de _________________________ para_____________________________? (Resposta) ______
___________________________________________________. pretende determinar para o propósito do seu ____________________________________________________. ____________________________________________________.
discurso. 89 90
Preenchendo o modelo, teremos: Muitos acreditam que o cafezinho preto com açú- É de fundamental importância o consumo de ali-
Modelo nº 2 car pode causar excitação e ansiedade quando consu- mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
Será possível determinar qual é a melhor combi- No passado, quando pensávamos em __________, mido em excesso, por causa da cafeína e da glicose mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
nação de alimentos para atender às necessidades diá- notávamos que ______________________era _________ presentes nele. Por outro lado, sabe-se também que exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá comparada à que vemos nos nossos atuais. Hoje, essas substâncias fornecem uma carga suplementar a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- por outro lado, ________________ O resultado dis- tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
de energia nos deixando despertos logo após o almo-
teínas devem compor essa alimentação e não há quase so é que ___________ na atualidade, tornou-se própria consumida durante o dia.
ço, quando muitas vezes somos acometidos por uma
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato ______________________________.
sonolência indesejada.
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções z Parágrafo de conclusão
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos Desenvolvimento por exploração de ideias ana-
têm de recomposição de força e de energia. Preenchendo o modelo, teremos:
lógicas e comparação: para organização das ideias, A conclusão de uma dissertação é o momento de
nossos redatores valem-se de expressões que indicam se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi
z Parágrafos de desenvolvimento No passado, quando pensávamos em alimenta-
confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias, atingido. É de fundamental importância que não ocor-
ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto ra contradição com a tese proposta no início de sua
Após o primeiro parágrafo que, como já vimos, era muito maior comparada à que vemos nos nos-
pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo- redação, o que descaracterizaria toda a argumenta-
pode apresentar a tese e também os argumentos prin- sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses
gia e comparação são também espécies de confronto: ção. Vocês, nesse momento, devem fazer uma síntese
cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor- alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio-
geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pon-
dar os elementos que sustentarão essas afirmações nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul-
“A analogia é uma semelhança parcial que sugere tos de partida do raciocínio. Podem também demons-
iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se
trar que uma solução a um problema foi encontrada
recursos argumentativos que articularão o convenci- um ritual de bem viver. uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
ou que uma proposta de solução pode ser alcança-
mento do leitor quanto à tese apresentada. ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
da, ou ainda que uma resposta a uma pergunta foi
„ Desenvolvimento por exploração de porme- verbal própria, em que entram normalmente os cha-
encontrada.
„ Tipos diferentes de parágrafos de desenvol- nores ou de enumerações: nesse modelo de mados conectivos de comparação (quanto, como, do
Esse momento pode também gerar um questio-
vimento: as possibilidades de ordenação do parágrafo, vocês têm por objetivo enumerar que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna –
namento final, desde que não concorra com suas
parágrafo são várias: exploração de aspectos características, relacionar aspectos importan- Othon M. Garcia.
exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser
espaciais e temporais, enumeração de porme- tes sobre algum assunto. A apresentação das Por exemplo:
contemplada na conclusão para que ele não se sinta
nores, apresentação de analogia, ou contraste, ideias pode ser ou não ordenada segundo uma
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
citação de exemplos, apresentação de causas e ordem de importância. A ordem depende do
Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
consequências. que vocês pretendem enfatizar. Modelo nº 5
que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza-
No caso das _______________________, porque cada dor da conclusão também colabora para a progressão
„ Desenvolvimento por exploração espacial: qual tem seus próprios valores __________________.
Modelo nº 3 e continuidade textual.
ao argumentar, vocês podem se servir da expo- Enquanto a __________________________________, as
sição de informações relativas ao lugar em que Entre os aspectos referentes a__________________
________, por sua vez, _____________________________.
os fatos ocorreram. _______________________ três pontos merecem desta- „ Tipos diferentes de parágrafos de conclusão:
que especial. O primeiro é _________________________ podemos enumerar alguns exemplos de con-
__________; o segundo________________ e por fim ____ clusões satisfatórias que todos poderão usar
Modelo nº 1 ____________________________________________________. Ao preenchermos o modelo, teremos: em seus textos dissertativos.
A cidade (ou região) em destaque é _____________, „ Conclusão por síntese ou resumo: o primei-
que fica localizada em ____________, região nobre de No caso das proteínas do bife e da salada que ro recurso com que trabalharemos será o do
________ É aí onde se localiza ______________________ Ao preenchermos o modelo, teremos: comemos, seria melhor não generalizar, porque cada resumo ou síntese geral. Nesse caso vocês reto-
_____________ dessa região. Cercada por uma densa qual tem seus próprios valores para a alimentação. mam, resumidamente, aquilo que exploraram
floresta ___________________, foi bem no centro desse Entre os aspectos referentes à alimentação dos Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem as durante o texto:
____________________________________________________. brasileiros, três pontos merecem destaque especial. perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as verdu-
O primeiro é quanto aos carboidratos presentes no ras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxiliam
arroz com feijão; o segundo diz respeito às proteínas Modelo nº 1
Preenchendo o modelo, teremos: no processamento dos alimentos pelo nosso organismo
presentes no bife com salada e por fim a glicose soma- Levando-se em consideração esses aspectos
ajudando na absorção dos nutrientes.
da à cafeína no cafezinho preto com açúcar que forne- __________________ somos levados a acreditar que
A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da cem um completo abastecimento de energia somada ao não é apenas por ____________________________, mas
Serra, que fica localizada em Monte Mole, região „ Desenvolvimento por exploração de causa
prazer. também _________________________________. Sendo
nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das e consequência: Dentro de uma perspectiva assim_____________________________________________.
mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó lógica e simples devemos compreender causa
„ Desenvolvimento por exploração de contras-
medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado- como um fator como gerador de problemas e
te de ideias: na ordenação do parágrafo por
res dessa região. Cercada por uma densa floresta consequência como os problemas gerados pela
exposição de contrastes entre si, vocês pode se Ao preenchermos o modelo, teremos:
de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san- causa. Trabalhar com causas e consequências é
servir de comparações, ideias paralelas, ideias
REDAÇÃO DISSERTATIVA

tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou apresentar os aspectos que levaram ao proble-
diferentes e ideias opostas. Levando-se em consideração esses aspectos
uma espécie de centro cultural da região por preservar ma discutido e as suas decorrências.
até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his- práticos do prato do brasileiro, somos levados a acre-
tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
Modelo nº 4
reverenciada pelos devotos naobilicos. Modelo nº 6 zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
Muitos acreditam que __________________________
________________________________________________, por É de fundamental importância o ___________ que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
„ Desenvolvimento por exploração temporal: causa da _____________________________. Por outro ___________________________________________________ Sendo assim, a falta de qualquer um desses ingredien-
nesse modelo o leitor é informado do momen- lado, sabe-se também que _________________________ __________ para___________________. Podemos men- tes nos causará debilidade além de insatisfação.
to em que os fatos ocorreram com a indicação ____________________________________________________ cionar, por exemplo, ____________________________
de datas e outros aspectos temporais. Pode-se ________________, quando muitas vezes _____________ que____________________, por causa ________________. „ Conclusão por questionamento: nesse mode-
recorrer nesse momento aos artifícios empre- ____________________________________________________. lo vocês partem de um questionamento para
gados no próprio parágrafo de alusão histórica, encerrar seu raciocínio. Mas não se esqueçam
já que este também se serve de referências cro- de que vocês não devem colocar em dúvida os
nológicas como em: Ao preenchermos o modelo, teremos: 91 92 Ao preenchermos o modelo, teremos: argumentos desenvolvidos em sua redação.
z Modelo n° 2: desenvolvimento (pormenores ou Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diver- PROJETO DE TEXTO – ANÁLISE DE PROPOSTAS E
Modelo Nº 2 de enumerações) sas alternativas para a estruturação de nosso projeto, RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS
O que mais há para ser tomado como _________ também nos orientavam dando caminhos a seguir na
_________________________(?) _______________________ argumentação. É como se montássemos realmente Neste assunto trabalharemos com a análise de
acreditar que ____________________________________ Entre os aspectos referentes a ___________________ três um quebra-cabeça. algumas propostas de variadas instituições para mos-
_______________, mas também ____________________ pontos merecem destaque especial. O primeiro é _______ Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos trar as diferenças entre elas. Veremos também como
_______________________________(?) Certamente que ____________________________; o segundo _________________ de desenvolvimento para esse projeto. Por enume- vêm sendo apresentados os temas e como agir dian-
sim, pois _________________________________________. e por fim ________________________. rações, o temporal e o por contraste. Forçamos um te das diferentes exigências feitas nas últimas pro-
pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só vas de concursos. Depois passaremos ao trabalho de
Modelo nº 2: desenvolvimento (temporal)
depois, completar nossa redação. Afinal de contas, orientação de como evitar erros comuns e como bus-
Preenchendo o modelo, teremos: No passado, quando pensávamos em _______, notá- essa é a vantagem do projeto de máscaras. car soluções para alguns problemas que venhamos
vamos que ___________________. era ____________ com- Vejam como ficou: a enfrentar quando estivermos escrevendo a nossa
parada à que vemos recentemente . Hoje, por outro redação durante a prova.
O que mais há para ser tomado como positivo lado, _______________________________ tornaram-se
e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos nos Veja a proposta abaixo:
_____________. O resultado disso é que ______, na atualida-
leva a acreditar que não é apenas por prazer que de, tornou-se _________________________. É fato notório que a comida dos brasileiros é mui-
somos seduzidos pela nossa culinária, mas tam- to boa e tem tudo de que eles necessitam para o seu Prova Discursiva
bém por tudo o que ela nos oferece para a manutenção longo dia de trabalho. Sabe-se que o arroz-com-feijão
de nossa saúde. E a falta desses ingredientes mudará a z Modelo n° 3: desenvolvimento (contraste de nos fornece um completo abastecimento de energia z Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso dese-
ideias) somado ao prazer. je, os espaço para rascunho indicado no presente
saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
Entre os aspectos referentes a esse par con- caderno.Em seguida, transcreva o texto para a
a carência de tais ingredientes nos causará debilidade
siderado completo que é o arroz com feijão, três folha de texto definitivo da prova discursiva,
além de insatisfação.
Muitos acreditam que __________________________ pontos merecem destaque especial. O primeiro no local apropriado, pois não será avaliado frag-
_______________________________________, por causa da está na riqueza de carboidratos presentes nele e que mento de texto escrito em local indevido;
„ Conclusão por resposta, solução ou propos- z Qualquer fragmento de texto além da exten-
____________________________. Por outro lado, sabe-se tam- nos reabastece repondo a energia consumida duran-
ta: vocês levantam uma (ou mais) hipóteses ou bém que_____________________________________________, são máxima de linhas disponibilizadas será
te o dia; o segundo nos reporta ao sabor exótico e
sugestões do que se deve fazer para transfor- quando muitas vezes _____________. desconsiderado;
marcante que o alimento oferece, tornando-o sem-
mar a história mostrada durante o desenrolar z Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qual-
pre uma escolha positiva quanto ao prazer e por fim
do texto. deve-se levar em conta a vantagem do baixo custo quer marca identificadora no espaço destinado à
z Modelo n° 4: conclusão (síntese ou resumo) dessa combinação se comparado a outros alimen- transição do texo definitivo acarretará a anulação
tos também computados como importantes para a da sua prova discursiva;
Modelo nº 3 composição de uma alimentação rica. z Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00
Tendo em vista os aspectos observados sobre Levando-se em consideração esses aspectos pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuido
_________________, só nos resta esperar que ______________ somos levados a acreditar que não é ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às
____________________________. Ou quem saiba ainda apenas por _________________________________, mas tam- No passado, quando pensávamos em alimen- margens e indicação de parágrafos) e estrutura tex-
que ____________________________________ para que bém____________. Sendo assim________________. tação, notávamos que sua relação com sobrevi- tual (organização das ideias em texto estruturado).
______________________ Consequentemente ________ vência era muito maior comparada à que vemos
__________________________________________________. recentemente. Hoje, por outro lado, a qualidade Inicialmente o candidato é orientado a usar a
desses alimentos e a qualidade da saúde que eles pro- folha de rascunho e depois transcrevê-la para a folha
Nova máscara porcionam tornaram-se o foco desse pensamento.
É fato notório que _______________________________
definitiva.
Preenchendo o modelo, teremos: O resultado disso é que comer, na atualidade, Por quê? Porque muitos candidatos deixam para
______. Sabe-se que ___________________________, além
da ____________________. Entre os aspectos referentes a
tornou-se um ritual de bem viver. fazer suas redações ao término da prova objetiva,
______________________________ três pontos merecem des- Muitos acreditam que a comida presente em quando a prova discursiva ocorre concomitante-
Tendo em vista os aspectos observados sobre
taque especial. O primeiro é ___________________; o segun- nossas mesas é uma das mais saudáveis do mun- mente à esta, e acabam administrando mal o tempo.
nossa alimentação, só nos resta esperar que se
do_____________________ e por fim _____________________ do, por causa da sua variedade e equilíbrio. Por Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações
garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
_______________. No passado, quando pensávamos em outro lado, sabe-se também que poderá engor- diretamente na folha definitiva e têm de assumir os
Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de dar, quando muitas vezes for consumida sem
__________, notávamos que ___________________________ riscos de cometer erros que não podem ser revertidos.
nossa combinação alimentar para que o mundo saiba era ____________ comparada à que vemos recentemente. medida, com inspiração apenas no sabor e no pra- Ou ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e
que no Brasil se come bem. Consequentemente será Hoje, por outro lado, _________________________ tornaram- zer que oferece. esperam que seja corrigido assim mesmo.
possível a qualquer um balancear com eficiência e bai- -se _________________. O resultado disso é que ____________, Levando-se em consideração esses aspectos
xo custo do que se põe na mesa de sua casa. na atualidade, tornou-se __________________________. práticos do prato do brasileiro somos levados a
Muitos acreditam que ________________________________, acreditar que não é apenas por prazer que somos
por causa da __________________________. Por outro lado, Importante!
Agora, pessoal, é começar a criar seus próprios seduzidos pela nossa culinária, mas também por
sabe-se também que _________________, quando muitas
arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda- tudo o que ela nos oferece para a manutenção de Por determinação apresentada geralmente nos
vezes _______________. Levando-se em consideração esses
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer aspectos _________________ somos levados a acreditar que nossa saúde. Sendo assim, concluímos que a falta editais, os rascunhos não serão lidos.
tipo de concurso que peça a vocês um posicionamento não é apenas por _______________________________, mas desse ingrediente em nossa mesa nos causará debili-
específico sobre qualquer tema. também _____________________. Sendo assim ____________ dade além de insatisfação.
Dessa forma, os candidatos perdem a oportuni-
REDAÇÃO DISSERTATIVA

_________________________.
Construindo as Máscaras de Redação dade de disputar a vaga para esse concurso, pois são
desclassificados como se não houvessem feito sua
Com esses modelos apresentados, desejamos mos- redação.
Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja Observe que fizemos a opção por abrir nossa reda- trar como é possível programar e treinar nossos tra-
ção com uma declaração inicial. Como abordamos um Como falam sobre um lugar apropriado para a
como arranjamos os modelos de maneiras diferentes. balhos de redação se exercitarmos essas habilidades.
tema geral, sem uma relevância científica notória e transcrição do texto e declaram que não considera-
Porém, é de fundamental importância que você bus- rão fragmentos de textos escritos em lugar indevi-
z Modelo n° 1: Introdução (declaração inicial) que representa na verdade um conhecimento cultural que ou crie um modelo de máscara com o qual você do, os candidatos deverão ficar atentos às margens
somado às observações de médicos e nutricionistas, mais se identifique. Isso para que, no momento de e ao número de linhas disponibilizado. Ou seja, se
a declaração foi a melhor alternativa, já que não se produção de sua redação, principalmente se ocorrer ultrapassadas as trinta linhas da folha, certamen-
É fato notório que ____________________________ compromete com a obrigatoriedade de recorrência a durante uma prova de concurso, você já esteja orga- te a conclusão ficará fragmentada. Se a margem for
__________________________________________. Sabe-se uma fonte de conhecimento referencial. nizado. Com isso, espera-se que vocês tenham a van- ultrapassada, aquela parte da palavra não será lida.
que _____________________________________________, Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen- tagem de partir direto para a elaboração de seu texto O resultado dessas desatenções prejudicará toda a
além da __________________________________________. volvimento mesclando os vários modelos apresenta- sem ter de ficar parados buscando inspiração em um coerência do texto, além de comprometer a estrutura
dos anteriormente. 93 94 momento em que todo segundo é importante. dissertativa.
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra- A humanização é um movimento com crescente e „ Para poder denunciar as especulações e a mer- Essa serve para qualquer prova de concurso. Já
fia: que nem sempre aparecem nesse quadro inicial, disseminada presença, assumindo diferentes sentidos cantilização dos serviços médicos e criticar a falamos a respeito disso, mas é importante reforçar.
mas que sempre servem como referência para todas segundo a proposta de intervenção eleita. instituição em sua totalidade e rejeitar proposi- A maioria das bancas exige que os candidatos apre-
as provas. Lembrem-se sempre de que o corretor não Aparece, à primeira vista, como a busca de um ções que não atendam às aspirações populares. sentem uma escrita que permita a leitura clara do tex-
é um perito do serviço de inteligência nacional, que ideal, pois, surgindo em distintas frentes de ativi- to sem a preocupação com o tipo de letra, respeitando
busca meios científicos e investigativos para deco- dades e com significados variados, segundo os seus Agora vamos criar uma tese que se encaixe com apenas questões de caixa alta (letra grande marcan-
dificar informações relevantes de uma mensagem proponentes, tem representado uma síntese de aspi- essas respostas, como por exemplo: do o início de frases e nomes próprios) e caixa baixa
secreta. Por isso, se seu texto tiver problemas quanto rações genéricas por uma perfeição moral das ações Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro (letra pequena compondo o restante da palavra).
à legibilidade, mais pontos serão perdidos, ou pior, e relações entre os sujeitos humanos envolvidos. Cada o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo A segunda parte desse item aborda o respeito às
serão desclassificados caso não se possa ler o que foi uma dessas frentes arrola e classifica um conjunto de como se fosse um coletivo impessoal; como se não res- margens. É de fundamental importância a disposição
escrito. questões práticas, teóricas, comportamentais e afeti- pirassem, nem pensassem; como se fossem um número do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar
Exemplo: vas que teriam uma resultante humanizadora. em um gráfico de estatística e não existissem. os limites impostos pelas margens direita e esquerda,
Nos serviços de saúde, essa intenção humanizado- Agora vamos buscar, nas respostas que elabora- nunca ultrapassando seus limites nem se distancian-
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito ra se traduz em diferentes proposições: melhorar a mos, ações que promovam essa proposta de humani- do demasiadamente delas:
felizes. relação médico-paciente; organizar atividades de zação, como, por exemplo:
convívio, amenizadas e lúdicas, como as brinquedo-
ERROU? CORRIGIU! tecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao „ Treinar os profissionais de saúde para que
teatro; garantir acompanhante na internação da crian- recepcionam os pacientes com um atendimen-
ça; implementar novos procedimentos na atenção Margens
Como última informação eles alertam para que to mais atencioso nesse momento carência;
psiquiátrica, na realização do parto — parto humani- „ Unificar as informações sobre o oferecimen-
não se usem parênteses com essa finalidade. Os zado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso
parênteses são elementos gramaticais de pontuação e to de serviços apropriados aos pacientes, bem
— programa da mãe-canguru —; amenizar as condi-
como tal devem ser usados em sua indicação correta, como oferecer meios de locomoção contínua
ções do atendimento aos pacientes em regime de
isolando termos pertinentes ao texto e é dessa forma aos que necessitam de buscar outras unidades Na margem esquerda da folha definitiva de reda-
terapia intensiva; denunciar a “mercantilização” da
que será avaliado seu uso. que possam atendê-los; ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado
medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras
Observe agora os textos motivadores para essa „ Fiscalizar e avaliar continuamente a qua- da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira
proposições. Internet: <www.scielo.br>
proposta e o tema que deve ser abordado obrigatoria- lidade dos serviços oferecidos expondo os letra e a demarcação da margem;
mente: resultados à população, além de apresentar
A NECESSIDADE DE HUMANIZAÇÃO DOS
cronogramas dos projetos de evolução de
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
Direito à Saúde desenvolvimento científico e tecnológico a
serem implementados em prol da saúde.
z Compreendendo a proposta
O direito à saúde é parte do conjunto de direitos
chamados de direitos sociais, que têm como inspira- Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
O primeiro passo, ao analisar os textos propostos, é
ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil, palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
buscar os principais pontos de maior destaque por eles
esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes disso, Observe:
abordados. Destacamos para vocês as palavras-chave
o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
de cada parágrafo para construir uma síntese sobre as Na margem direita, a preocupação do candidato
trabalhadores com carteira assinada e suas famílias; o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
principais ideias. Essa é uma atitude que também pode aumenta, pois além de se preocupar com as questões
as outras pessoas tinham acesso a esses serviços como ser tomada durante a análise das propostas, pois é assim como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme- de divisão silábica e o correto emprego do hífen para
um favor e não como um direito. Na Constituinte de que poderá se construir a tese em sintonia com o tema.
ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para essa função, ele também deverá se preocupar em não
1988, as responsabilidades do Estado foram repen- O próximo passo é organizar essas informações,
que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se ultrapassar a linha demarcatória da margem;
sadas, e promover a saúde de todos passou a ser seu relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res-
dever: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, ponder a uma pergunta feita a partir do tema. Veja procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
garantido mediante políticas sociais e econômicas uma possibilidade: unificar as informações sobre o oferecimento de
2 cm
que visem à redução do risco de doença e de outros serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e te a qualidade dos serviços oferecidos. Parágrafo
z Como humanizar os serviços públicos de saúde?
serviços para a promoção, proteção e recuperação” Daqui para frente vocês já sabem... é o Arroz-com-
(CF, art. 196). Vamos agora produzir algumas possíveis respostas -Feijão, ou seja, os modelos que apresentamos exten- Margens
A saúde é um direito de todos porque sem ela não com as palavras que destacamos no texto: samente ao longo do material.
há condições de uma vida digna, e é um dever do Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
Estado porque é financiada pelos impostos que são „ Cobrar dos governantes condições dignas de análise de propostas, mas que compreendem pratica-
pagos pela população. Dessa forma, para que o direi- atendimento por se tratar de um dever do esta- mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
to à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado do reverter em benefícios à população os valo- rentes instituições e diferentes propostas, assim como O último item desse quesito trata da paragrafação,
crie condições de atendimento em postos de saúde, res arrecadados em impostos; dissemos que faríamos. Vamos passar agora para o ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação.
hospitais, programas de prevenção, medicamentos „ Responsabilizar o governo pela proteção e acabamento de nossa redação, pois alguns aspectos O candidato deverá deixar bem clara a distância em
devem ser observados antes que fechemos a nossa
REDAÇÃO DISSERTATIVA

etc., e, além disso, é preciso que esse atendimento seja recuperação da saúde de todos; que se iniciará a escritura do parágrafo para que se
universal (atingindo a todos os que precisam) e inte- redação. faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar-
gral (garantindo tudo de que a pessoa precise). z Por que é necessário humanizar os serviços gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já
A criação do SUS está diretamente relacionada à públicos? 20 DICAS COM SÍNTESE DE ALGUNS ASPECTOS é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola,
tomada de responsabilidade por parte do Estado. DE GRANDE RELEVÂNCIA pulando dois dedos.
Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve „ Para garantir a todos o direito à saúde, já que se
promover e recuperar a saúde de todos os brasileiros, trata de uma determinação de nossa constituição, Reunimos aqui algumas informações importantes z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras
independentemente de onde morem, de trabalharem prestando serviços de atendimento ao público; para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas erradas.
ou não e de quais sintomas apresentem. Infelizmente, „ Para destacar que a humanização dos serviços até já foram trabalhadas anteriormente, mas as reto- Já falamos sobre isso, mas vou trazer esse item de
esse sistema ainda não está completamente organi- públicos não é apenas uma aspiração de perfeição maremos para criar um procedimento de observação volta:
zado e ainda existem muitas falhas, no entanto seus moral, mas, antes de tudo, um programa de melho- geral. Você deve apenas passar um traço sobre a palavra,
direitos estão garantidos e devem ser cobrados para ria nas relações de convívio com os agentes de a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui-
que sejam cumpridos. Internet: <nev.incubadora. saúde, promovendo o desenvolvimento de novos z 1° Estética: grafia / alinhamento / paragrafação / da o respectivo substituto.
fapesp.br> (com adaptações). procedimentos de atendimento aos pacientes; 95 96 respeito às margens. Exemplo:
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito As opiniões pessoais pouco contribuem para a z 19° Observe se não há repetição de ideias, falta de Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças
felizes. sustentação de uma ideia. Por isso as afirmações clareza, construções sem nexo (conjunções mal significativas, tanto na formatação dos documentos
apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem empregadas), falta de concatenação (coesão) de oficiais, quanto na formulação dos aspectos da lingua-
z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por representações gerais de valor coletivo: ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divaga- gem e das normas estruturais.
parágrafo. Acredita-se em vez de Acredito; ção ou fuga ao tema proposto. E o que é Redação Oficial na concepção dos organi-
Com os modelos que lhes apresentamos, vocês Sabe-se em vez de Sei; z 20° Caso você tenha feito uma pergunta na tese zadores desse trabalho? Veja a resposta que foi dada
puderam observar que, para cada parágrafo de apro- ou no corpo do texto, verifique se a argumenta- por eles a essa pergunta:
Ou outras expressões generalizantes como:
ximadamente 5 linhas, usamos pelo menos 3 perío- “Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial
É de conhecimento geral... / Muitos entendem ção responde à pergunta. Se você eventualmente
dos. Com isso conseguimos algumas vantagens como é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
que... / Muito se tem discutido sobre... encerrar o texto com uma interrogação, esta pode
a de ser mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do
estar corretamente empregada desde que a argu-
ponto de vista do Poder Executivo.”
e também a de isolar um possível erro dentro de um z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de mentação responda à questão. Se o texto for vago, Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para
período sem projetá-lo para o resto do parágrafo. vista, o seu posicionamento diante do tema. a interrogação será retórica e vazia. concursos públicos, quais são as principais características
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas normativas cobradas nas provas de concursos públicos?
(1)É de fundamental importância o ........................ Percebam que os três motivos principais da preo-
........................ ........................ ........................ ........................ próprios às funções dos cargos disputados, por isso
cupação da elaboração do Manual e de suas revisões
para........................ ........................./(2) Podemos mencio- preste sempre atenção nos assuntos recorrentes
nar, por exemplo, ................................................................ dos textos da prova. MANUAL DE REDAÇÃO DA são a modernização, a atualização e a eficiência. A
passagem do tempo por si só já pediria essas revisões,
que........................ ........................, por causa .................... z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA haja vista a consequente evolução da linguagem e da
.........................../ (3) Esse ........................ ........................do menos que isso seja uma exigência do edital. sociedade por que passamos.
que........................ ......................... z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni- ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL É justamente esse o ponto que originou a partici-
mos e outros termos de recuperação. pação desse assunto nos concursos públicos. Afinal,
Veremos o manual de redação da presidência da para quem vai trabalhar no setor público, é realmente
z 4° A ordem direta facilita na correta pontuação. Que = o qual / a qual; república da 3° edição, revista, atualizada e ampliada. importante saber comunicar-se com habilidade e usar
Onde = em que , no qual / na qual; Sabe-se da importância de se trabalhar o conteúdo de os meios adequados para isso, se o que se propõe é um
Uma das importantes regras de pontuação que Redação Oficial, já que o tema está presente em mui- serviço eficiente para a sociedade.
determina o correto emprego da vírgula orienta que, z 11° Vocabulário: procure sempre a clareza na tos dos editais de concursos federais. A fonte de pes- Por isso, ao estudar redação oficial, lembrem-se
apropriação vocabular. A linguagem simples torna quisa básica é a 3ª edição de 29 de dezembro de 2018 de que vocês têm de saber as características da lin-
se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo +
o texto mais fluente: pense em explicar seus argu- revista, atualizada e ampliada do Manual de Redação guagem da redação oficial, a formatação e a estrutura
complementos), não se deve usar vírgula para sepa-
Oficial da Presidência da República (MRPR). das redações, especialmente a do padrão ofício, quem
rar termos que se complementam sintaticamente. Ou mentos como se falasse a uma criança de 10 anos.
envia determinadas correspondências, quem as rece-
seja, se estiverem com alguma dúvida quanto ao uso Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga:
be e qual é a finalidade de cada uma delas.
de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais atualmente ou hoje em dia. Retrospectiva Histórica
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto
fácil a compreensão da estrutura. z 12° Interferência positiva: se possível apresen- bem simples e objetivo a ser estudado.
Exemplo: te propostas que deem solução aos problemas Em 11 de janeiro de 1991, o Presidente da Repúbli-
levantados na redação. Não fique apenas fazendo ca autorizou a criação de uma comissão, presidida pelo z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes
constatações óbvias. “Se é para falar bobagem, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira
Ordem com termo deslocado: melhor é ficar quieto.” Mendes, para rever, atualizar, uniformizar e simplificar Prefácio
z 13° Não faça críticas ao governo: essa postura é as normas de redação de atos e comunicações oficiais. É com grande entusiasmo que recebo a incumbên-
pobre e pouco criativa – é o que se chama de lugar Depois de 9 meses, foi apresentada a primeira edição do cia de prefaciar a terceira edição do Manual de Reda-
Termo deslocado Sujeito Verbo
comum. É como se vocês fossem pedir emprego Manual de Redação Oficial da Presidência da República. ção da Presidência da República, vinte e sete anos
Esse Manual foi dividido em duas partes: a primei- após presidir a Comissão encarregada da primeira
Hoje pela manhã, eu comprei um belo carro novo. em uma empresa e criticassem o patrão durante a
ra, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., tratava edição desta obra.
entrevista. Isso é ser muito ingênuo.
das comunicações oficiais, sistematizava seus aspectos (...)
z 14° O rascunho é importante: é a sua garantia de A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada
poder fazer uma revisão eliminando erros, além essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes,
Ordem direta: pelas alterações tecnológicas e legislativas da época.
disso, o acabamento bem feito garante a você até exibia modelos, simplificava os fechos que vinham sen-
Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã. do utilizados desde 1937, suprimia arcaísmos e apresen- (...)
10 % da nota da redação se a estética for um dos A partir de 2003, foram publicadas sessenta emen-
tava uma súmula gramatical aplicada à redação oficial;
critérios de pontuação. Vale sempre a pena capri- das constitucionais, sobre os mais diversos assuntos.
z 5° Colocação pronominal: qualquer palavra atrai a segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes,
char. Lembre-se de que é função de quem escreve (...)
o pronome oblíquo, por isso não inicie orações e ocupava-se da elaboração e redação dos atos normati-
seduzir o leitor e o estímulo visual contribui para Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas
períodos com verbo. vos no âmbito do Executivo, da conceituação e exempli-
que haja uma boa impressão. e legislativas, bem como de maior fiscalização estatal,
ficação desses atos e do procedimento legislativo. instaurou-se um novo método de se fazer administra-
Caso você esteja com qualquer dúvida em relação z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi-
Depois de 10 anos do lançamento da 1ª edição, foi ção pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a terceira
à colocação pronominal, coloque uma palavra antes cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.:
necessário fazer uma adequação das formas de comu- edição do Manual de Redação da Presidência Repúbli-
do verbo e o pronome será atraído para trás do verbo. conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, nicação usadas na administração aos avanços da infor-
REDAÇÃO DISSERTATIVA

“justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc. ca possa refletir as evoluções ocorridas nas últimas
Assim a colocação pronominal sempre ficará correta. mática. Outras alterações decorreram da necessidade duas décadas, repetindo o legado de êxito deixado
z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”, de adaptação do texto à evolução legislativa na matéria pelas edições anteriores na construção de uma cultu-
Falaria-se muito sobre este assunto naquele dia. “incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc; e às alterações constitucionais ocorridas no período. ra administrativa profissional e obediente às normas
(errado) são juízos de valor sem carga informativa, impre- Segundo o apresentador dessa nova edição, Pedro da Constituição da República.
cisos e subjetivos. Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da Repú- Gilmar Ferreira Mendes;
Falar-se-ia muito sobre este assunto naquele dia. z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres- blica do Governo de Fernando Henrique Cardoso,
(certo) sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe- esperava-se que esta nova edição do Manual contri- z Panorama da comunicação oficial
Ou doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios buísse, tal qual a primeira, para a consolidação de
Muito se falaria sobre este assunto naquele dia. da linguagem oral devem ser evitados, bem como uma cultura administrativa de profissionalização A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala,
(sempre certo) o uso de “etc” e as abreviações. dos servidores públicos e de respeito aos princípios quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
z 18° Não se usam entre aspas palavras estrangei- constitucionais da legalidade, impessoalidade, mora- necessários:
z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre ras sem correspondência na língua portuguesa: lidade, publicidade e eficiência, com a consequente
têm maior valor. hippie, status, dark, punk, chips etc. 97 98 melhoria dos serviços prestados à sociedade. „ Alguém que comunique;
„ Algo a ser comunicado; Para a obtenção de clareza, sugere-se: Procure perceber certa hierarquia de ideias que z Referência
„ Alguém que receba essa comunicação. existe em todo texto de alguma complexidade: as
„ Utilizar palavras e expressões simples, em seu fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem Diz respeito aos termos que se relacionam a outros
No caso da redação oficial, quem comunica é sentido comum, salvo quando o texto versar esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi- necessários a sua interpretação. Esse mecanismo
sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela sobre assunto técnico, hipótese em que se utili- cá-las; mas existem também ideias secundárias que pode dar-se por retomada de um termo, relação com
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi- zará nomenclatura própria da área; não acrescentam informação alguma ao texto, nem o que é precedente no texto, ou por antecipação de um
ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assun- „ Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen- têm maior relação com as fundamentais, podendo, termo cuja interpretação dependa do que se segue.
to relativo às atribuições do órgão que comunica; e o tar as orações na ordem direta e evitar inter- por isso, ser dispensadas, o que também proporciona- Exemplos:
destinatário dessa comunicação é o público, uma calações excessivas. Em certas ocasiões, para rá mais objetividade ao texto. O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup-
instituição privada ou outro órgão ou entidade públi- evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da A objetividade conduz o leitor ao contato mais ção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
ca, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além ordem inversa da oração; direto com o assunto e com as informações, sem sub- O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi-
disso, deve-se considerar a intenção do emissor e „ Buscar a uniformidade do tempo verbal em terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra- natura e de identificação no documento.
a finalidade do documento, para que o texto esteja todo o texto; do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
adequado à situação comunicativa. „ Não utilizar regionalismos e neologismos; expressão ou torna o texto rude e grosseiro. z Substituição
A necessidade de empregar determinado nível de „ Pontuar adequadamente o texto;
linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decor- „ Explicitar o significado da sigla na primeira CONCISÃO É a colocação de um item lexical no lugar de
re, de um lado, do próprio caráter público desses referência a ela; outro(s) ou no lugar de uma oração.
atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. „ Utilizar palavras e expressões em outro idioma A concisão é antes uma qualidade do que uma carac- Exemplos:
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de cará- apenas quando indispensáveis, em razão de terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder
ter normativo, ou estabelecem regras para a condu- serem designações ou expressões de uso já con- transmitir o máximo de informações com o mínimo de Executivo federal propôs reduzir as alíquotas.
ta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como O ofício está pronto. O documento trata da exone-
órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado caso, grafe-as em itálico, conforme orientações economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar ração do servidor.
se, em sua elaboração, for empregada a linguagem do subitem 10.2 deste Manual; passagens substanciais do texto com o único objetivo Os governadores decidiram acatar a decisão. Em
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
z Precisão seguida, os prefeitos fizeram o mesmo;
cuja finalidade precípua é a de informar com clareza excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
e objetividade; nada acrescentem ao que já foi dito.
O atributo da precisão complementa a clareza e z Elipse
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto
z O que é redação oficial? caracteriza-se por:
deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
Consiste na omissão de um termo recuperável pelo
„ Articulação da linguagem comum ou técnica adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
contexto. Exemplo:
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é para a perfeita compreensão da ideia veiculada ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria,
a maneira pela qual o Poder Público redige comunica- no texto; construído, prolixo:
os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão
ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes- „ Manifestação do pensamento ou da ideia com “Apurado, com impressionante agilidade e preci-
do verbo “regulamenta”).
sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público. as mesmas palavras, evitando o emprego de são, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
Outra estratégia para proporcionar coesão e coe-
A redação oficial não é necessariamente árida e sinonímia com propósito meramente estilístico; população acriana, verificou-se que a esmagadora e
rência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer
contrária à evolução da língua. É que sua finalidade ampla maioria da população daquele distante estado
„ Escolha de expressão ou palavra que não confi- ligação entre orações, períodos ou parágrafos.
básica – comunicar com objetividade e máxima cla- manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da
ra duplo sentido ao texto. Exemplo:
reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satis-
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do O Embaixador compareceu à reunião, pois identifi-
É indispensável, também, a releitura de todo o tex- feita, inconformada e indignada, com a nova hora legal
texto jornalístico, da correspondência particular etc. cou o interesse de seu Governo pelo assunto.
to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população
Apresentadas essas características fundamentais obscuros provém principalmente da falta da releitu- do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em IMPESSOALIDADE
ra, o que tornaria possível sua correção. Na revisão
de cada um de seus atributos. de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil Greenwich.”
A redação oficial deve caracterizar-se por: Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá- A impessoalidade decorre de princípio constitucio-
compreensão por seu destinatário. O que nos parece
rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio- nal (Constituição, art. 37), e seu significado remete a
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
„ Clareza e precisão; nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que
que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên-
„ Objetividade; o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobre- a administração pública proceda de modo a não pri-
cia de nossa experiência profissional, muitas vezes,
„ Concisão; tudo em texto oficial, que deve primar pela impes- vilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja,
faz com que os tomemos como de conhecimento geral,
„ Coesão e coerência; soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
„ Impessoalidade; concisão, harmonia e unidade: pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a
esclareça, precise os termos técnicos, o significado das
„ Formalidade e padronização; “Apurado o resultado da consulta à população acrea- ação administrativa ser exercida por intermédio de seus
siglas e das abreviações e os conceitos específicos que
„ Uso da norma padrão da língua portuguesa. na, verificou-se que a maioria da população se mani- servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
não possam ser dispensados.
festou pela rejeição da alteração realizada pela Lei no A redação oficial é elaborada sempre em nome do
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são
CLAREZA E PRECISÃO 11.662, de 2008. Não satisfeita com a nova hora legal vin- serviço público e sempre em atendimento ao interes-
elaboradas certas comunicações quase sempre compro-
culada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje-
mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assun-
tos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de
REDAÇÃO DISSERTATIVA

z Clareza tos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto
fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich.” outra forma que não a estritamente impessoal.
sua indesejável repercussão no texto redigido.
A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex- Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
A clareza e a precisão não são atributos que se
to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que COESÃO E COERÊNCIA que deve ser dado aos assuntos que constam das
atinjam por si sós: elas dependem estritamente das
possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se comunicações oficiais decorre:
demais características da redação oficial, apresen-
concebe que um documento oficial ou um ato nor- tadas a seguir. É indispensável que o texto tenha coesão e coerên-
mativo de qualquer natureza seja redigido de forma cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har- z Da ausência de impressões individuais de quem
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen- OBJETIVIDADE monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o comunica: embora se trate, por exemplo, de um
são. A transparência é requisito do próprio Estado texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se expediente assinado por Chefe de determinada
de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
princípio constitucional da publicidade não se esgota conseguir isso, é fundamental que o redator saiba Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a padronização, que permite que as comunicações
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à de antemão qual é a ideia principal e quais são as coerência de um texto são: referência, substituição, elaboradas em diferentes setores da administra-
necessidade de que o texto seja claro. secundárias. 99 100 elipse e uso de conjunção. ção pública guardem entre si certa uniformidade;
z Da impessoalidade de quem recebe a comuni- Pode-se concluir que não existe propriamente
cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da AUTORIDADE Presidente da República ABREVIATURA V. Exa.
concebido como público, ou a uma instituição pri- norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
vada, a outro órgão ou a outra entidade pública. É claro que haverá preferência pelo uso de determi-
AUTORIDADE Embaixador
Em todos os casos, temos um destinatário concebi- nadas expressões, ou será obedecida certa tradição no Excelentíssimo Senhor Pre-
VOCATIVO
do de forma homogênea e impessoal; emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, sidente da República, ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
z Do caráter impessoal do próprio assunto tra- necessariamente, que se consagre a utilização de uma
TRATAMENTO NO VOCATIVO Senhor Embaixador,
tado: se o universo temático das comunicações forma de linguagem burocrática. O jargão burocráti- Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
oficiais se restringe a questões que dizem respeito co, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sem-
TRATAMENTO NO
ao interesse público, é natural não caber qualquer pre sua compreensão limitada. ABREVIATURA Não se usa Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
tom particular ou pessoal.
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL ABREVIATURA V. Exa.
Não há lugar na redação oficial para impressões Presidente do Congresso
AUTORIDADE
pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma A redação das comunicações oficiais deve, antes Nacional
carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor- de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Oficial-General das Forças
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor AUTORIDADE
nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial “Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há carac- Armadas
deve ser isenta da interferência da individualidade de terísticas específicas de cada tipo de expediente, que Excelentíssimo Senhor Presi-
VOCATIVO ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas- dente do Congresso Nacional,
e a formalidade de que nos valemos para elaborar os sarmos a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a VOCATIVO Senhor + Posto,
expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja quase todas as modalidades de comunicação oficial. TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
alcançada a necessária impessoalidade. CORPO DO TEXTO TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
z Pronomes de tratamento CORPO DO TEXTO
ABREVIATURA Não se usa
FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO
ABREVIATURA V. Exa.
De acordo com a forma como queremos ou deve-
As comunicações administrativas devem ser mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou Presidente do Supremo Tribu-
AUTORIDADE
sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de informal, empregamos determinados pronomes cha- nal Federal
AUTORIDADE Outros postos militares
forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as mados de tratamento. Assim, originalmente, usamos:
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
comunicações feitas em meio eletrônico (por exem- ENDEREÇAMENTO Ao Senhor
plo, o e-mail, o documento gerado no SEI! — O Sistema „ Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal; Excelentíssimo Senhor Pre-
Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão VOCATIVO Senhor + Posto,
„ Você (s): para tratamento cerimonioso formal. VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
de documentos —, o documento em html etc.), quanto Federal, TRATAMENTO NO
para os eventuais documentos impressos. Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca- Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
É imperativa, ainda, certa formalidade de trata- ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
mento. Não se trata somente do correto emprego deste o “você” para qualquer pessoa, independentemente de CORPO DO TEXTO ABREVIATURA V. Exa.
ou daquele pronome de tratamento para uma autori- haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer ABREVIATURA Não se usa
dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade dizer nada, afinal por que a língua teria os dois prono-
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima. AUTORIDADE Senador da República
assunto do qual cuida a comunicação. Essa informação nos ajuda a entender por que os AUTORIDADE Vice-Presidente da República
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono- ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
VOCATIVO Senhor Senador,
a administração pública federal é una, é natural que as mes que a ele se referem ficam na 3ª pessoa; ao con- Senhor Vice-Presidente da
comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta- trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias VOCATIVO TRATAMENTO NO
República, Vossa Excelência
belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, são em 2ª pessoa. Afinal, se existe um distanciamento CORPO DO TEXTO
exige que se atente para todas as características da redação entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân- TRATAMENTO NO
Vossa Excelência ABREVIATURA V. Exa.
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. cias devem realmente ser em 3ª pessoa. CORPO DO TEXTO
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes
para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer z Emprego dos pronomes de tratamento ABREVIATURA V. Exa.
AUTORIDADE Deputado Federal
necessária a impressão, e a correta diagramação do
texto são indispensáveis para a padronização. Consul- Modernamente, então, temos: AUTORIDADE Ministro de Estado ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
te o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito
de normas específicas para cada tipo de expediente. „ Você (s): para tratamento informal; ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Senhor Deputado,
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, „ Senhor (e flexões): para tratamento cerimo- TRATAMENTO NO
nioso formal. VOCATIVO Senhor Ministro, Vossa Excelência
os atos normativos e os expedientes oficiais requerem CORPO DO TEXTO
o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei- TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
REDAÇÃO DISSERTATIVA

tos da gramática formal e emprega um léxico compar- Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de CORPO DO TEXTO ABREVIATURA V. Exa.
tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
padrão culto é, portanto, imprescindível na redação maneira indireta, para referenciar atributos da pes- ABREVIATURA V. Exa.
oficial por estar definido como padrão para tal ativi- soa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário Ministro do Tribunal de Contas
AUTORIDADE
dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais, atenção para o uso dos pronomes de tratamento em da União
Secretário-Executivo de Minis-
morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos três momentos distintos: no endereçamento, no voca-
AUTORIDADE tério e demais ocupantes ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
vocabulares e as particularidades linguísticas. tivo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se
de cargos de natureza especial
Recomendações: A língua culta é contra a pobre- ao destinatário no início do documento. No corpo do Senhor Ministro do Tribunal de
za de expressão e não contra a sua simplicidade; texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento VOCATIVO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Contas da União,
O uso do padrão culto não significa empregar a lín- em sua forma abreviada ou por extenso. O endereça-
gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de lingua- mento é o texto utilizado no envelope que contém a VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo, TRATAMENTO NO
Vossa Excelência
gem próprias do estilo literário; correspondência oficial. CORPO DO TEXTO
TRATAMENTO NO
A consulta ao dicionário e à gramática é imperati- A seguir, alguns exemplos de utilização de prono- Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO ABREVIATURA V. Exa.
va na redação de um bom texto. mes de tratamento no texto oficial. 101 102
„ Grafia de cargos compostos: escrevem-se com Exemplos: O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas
Ministro dos Tribunais hífen. da República pode ser localizado no sítio eletrôni-
AUTORIDADE
Superiores � Senhora [Nome]; co da Presidência da República, na seção Símbolos
Exemplos: „ Prezado Senhor. Nacionais. Disponível em: http://www2.planalto.gov.
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-ge- br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/
VOCATIVO Senhor Ministro, ral, relator-geral, ouvidor-geral; Em comunicações oficiais, está abolido o uso de
brasao/brasao-da-republica.jpg/view
Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secre- Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
No caso de documento a ser impresso, exclusiva-
TRATAMENTO NO tário, segundo-secretário;
Vossa Excelência mente quando o signatário for o Presidente da Repú-
CORPO DO TEXTO Postos da hierarquia militar: tenente-coronel, ca-
Importante! blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de
pitão-tenente; autarquia, será utilizado timbre em relevo branco,
ABREVIATURA V. Exa.
Nomes compostos com elemento de ligação prepo- Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de
sicionado ficam sem hífen: general de exército, gene- O tratamento por meio de Senhor confere a for- novembro de 1977.
A profusão de normas estabelecendo hipóteses de ral de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de malidade desejada.
tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência” mar e guerra. Exemplos: „ Nome do órgão principal;
para categorias específicas tornou inviável arrolar Cargos que denotam hierarquia dentro de uma � Senhora [Nome]; „ Nomes dos órgãos secundários, quando neces-
todas as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor- � Prezado Senhor. sários, da maior para a menor hierarquia;
exemplos mais recorrentes. -chefe, sócio-gerente, diretor-executivo; „ Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
Cargos formados por numerais: primeiro-minis-
Concordância com os Pronomes de Tratamento tro, primeira-dama; FINALIDADE DO EXPEDIENTES OFICIAIS Exemplo:
Cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”:
Os pronomes de tratamento apresentam certas ex-diretor, vice-coordenador. O padrão Ofício
peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nomi- O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso
de iniciais maiúsculas em palavras usadas reveren- Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
nal e pronominal. Embora se refiram à segunda pes-
cialmente, por exemplo para cargos e títulos (exem- de expedientes que se diferenciavam antes pela finali-
soa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a
plo: o Presidente francês ou o presidente francês). dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
concordância para a terceira pessoa.
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar
Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria
da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a esco- nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
são utilizados para se comunicar diretamente com o
lha para a grafia de todos os elementos hifenizados: chamamos de padrão ofício.
receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presiden- A distinção básica anterior entre os três era:
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira te”, mas não “Vice-presidente”. „ Aviso: era expedido exclusivamente por Minis-
pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E tros de Estado, para autoridades de mesma
não “Vossa Senhoria designará vosso substituto.”) z Vocativo
hierarquia;
Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono- „ Ofício: era expedido para e pelas demais
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas
mes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo autoridades;
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que „ Memorando: era expedido entre unidades [Nome do órgão]
de vírgula.
compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o administrativas de um mesmo órgão. [Secretaria/Diretoria]
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder,
correto é: Vossa Excelência está atarefado. [Departamento/Setor/Entidade]
utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Exce-
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e Os dados do órgão, tais como endereço, telefone,
referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.: lentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de
passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses. endereço de correspondência eletrônica, site eletrô-
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa vírgula.
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão nico oficial da instituição, podem ser informados no
Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente). Exemplos:
ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento rodapé do documento, centralizados;
z Signatário „ Excelentíssimo Senhor Presidente da República; aparece no documento oficial.
„ Excelentíssimo Senhor Presidente do Congres- z Identificação do expediente
Partes do Documento no Padrão Ofício
„ Cargos interino e substituto: na identificação so Nacional;
do signatário, depois do nome do cargo, é pos- „ Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo z Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na pri- Os documentos oficiais devem ser identificados da
sível utilizar os termos interino e substituto, Tribunal Federal. meira página do documento, centralizado na área seguinte maneira:
conforme situações a seguir: interino é aquele determinada pela formatação (ver subitem “5.2
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas „ Nome do documento: tipo de expediente por
nomeado para ocupar transitoriamente cargo Formatação e apresentação”).
por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou extenso, com todas as letras maiúsculas;
público durante a vacância; substituto é aque-
Senhora seguido do cargo respectivo. No cabeçalho, deverão constar os seguintes elementos: „ Indicação de numeração: abreviatura da
le designado para exercer as atribuições de
Exemplos: palavra “número”, padronizada como No;
cargo público vago ou no caso de afastamen-
z Brasão de Armas da República: no topo da pági- „ Informações do documento: número, ano
to e impedimentos legais ou regulamentares
„ Senhora Beneficiária; na. Não há necessidade de ser aplicado em cores. (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que
do titular. Esses termos devem ser utilizados
„ Senhor Contribuinte. O uso de marca da instituição deve ser evitado na expede o documento, da menor para a maior
depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgu-
hierarquia, separados por barra (/);
REDAÇÃO DISSERTATIVA

la e em minúsculo. correspondência oficial para não se sobrepor ao


Na hipótese de comunicação com particular, „ Alinhamento: à margem esquerda da página.
Brasão de Armas da República.
pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a
Exemplos: Diretor-Geral interino;
forma utilizada pela instituição para referir-se ao Exemplo: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT;
Secretário-Executivo substituto;
interlocutor: beneficiário, usuário, contribuinte,
eleitor etc. Exemplos: z Local e data do documento
„ Signatárias do sexo feminino
„ Senhora Senadora; Na grafia de datas em um documento, o conteúdo
Na identificação do signatário, o cargo ocupado „ Senhor Juiz; deve constar da seguinte forma:
por pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no „ Senhora Ministra.
gênero feminino. „ Composição: local e data do documento;
Exemplos: Ministra de Estado; Ainda, quando o destinatário for um particu- „ Informação de local: nome da cidade onde foi
Secretária-Executiva interina; lar, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora expedido o documento, seguido de vírgula. Não
Técnica Administrativa; seguido do nome do particular ou pode-se utilizar se deve utilizar a sigla da unidade da federação
Coordenadora Administrativa; o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”. 103 104 depois do nome da cidade;
„ Dia do mês: em numeração ordinal se for o Ele deve ser grafado da seguinte maneira: Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que
primeiro dia do mês e em numeração cardinal encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há parágrafos de desenvol-
para os demais dias do mês. Não se deve uti- „ Título: a palavra “Assunto” deve anteceder a frase vimento em expediente usado para encaminhamento de documentos.
lizar zero à esquerda do número que indica o que define o conteúdo do documento, seguida de
dia do mês; „ Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
dois-pontos;
„ Nome do mês: deve ser escrito com inicial
„ Descrição do assunto: a frase que descreve o Alinhamento: justificado;
minúscula;
„ Pontuação: coloca-se ponto-final depois da conteúdo do documento deve ser escrita com Espaçamento entre linhas: simples;
data; inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos Parágrafos:
„ Alinhamento: o texto da data deve ser alinha- e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
do à margem direita da página. Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
„ Destaque: todo o texto referente ao assunto,
Numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro pará-
inclusive o título, deve ser destacado em negrito; grafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
Exemplo: „ Pontuação: coloca-se ponto-final depois do as-
Brasília, 2 de fevereiro de 2018. sunto; Dica
„ Alinhamento: à margem esquerda da página.
z Endereçamento Houve alteração das fontes e símbolos de Times New Roman para Calibri ou Carlito.

O endereçamento é a parte do documento que Exemplos: z Fechos para comunicações


informa quem receberá o expediente. Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão
Nele deverão constar os seguintes elementos: julho/2018. O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destina-
Assunto: Aquisição de computadores; tário. Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do Ministério
„ Vocativo: na forma de tratamento adequada da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
para quem receberá o expediente (ver subitem Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos
z Texto do documento
“4.1 Pronomes de tratamento”); diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
„ Nome: nome do destinatário do expediente; Para autoridades de hierarquia superior à do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
O texto do documento oficial deve seguir a seguin- Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
„ Cargo: cargo do destinatário do expediente;
te padronização de estrutura: Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
„ Endereço: endereço postal de quem receberá o
expediente, dividido em duas linhas: tradição próprios.
„ Nos casos em que não seja usado para enca-
minhamento de documentos, o expediente „ O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:
Primeira linha: informação de localidade/logra-
douro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo deve conter a seguinte estrutura: Alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
órgão, informação do setor; Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
Segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede- Introdução: em que é apresentado o objetivo da comuni- Espaçamento entre linhas: simples;
ração, separados por espaço simples. Na separação cação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo e não deve ser numerado;
entre cidade e unidade da federação pode ser substi- o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a
tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso forma direta: Informo, Solicito, Comunico; z Identificação do signatário
de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a infor- Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o
mação do CEP, podendo ficar apenas a informação da Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais
texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem informar o signatário segundo o padrão:
cidade/unidade da federação; devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confe-
re maior clareza à exposição; e „ Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha
„ Alinhamento: à margem esquerda da página.
Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. acima do nome do signatário;
„ Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As pre-
O pronome de tratamento no endereçamento das
posições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas;
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por „ Quando forem usados para encaminhamento „ Alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.
Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Exce- de documentos, a estrutura é modificada:
lência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira
Quando o tratamento destinado ao receptor for para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. Exemplo:
Introdução: deve iniciar com referência ao expe-
Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
(espaço para assinatura)
utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar NOME
Sua Senhoria a Senhora”. com a informação do motivo da comunicação, que é Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
Exemplos: encaminhar, indicando a seguir os dados completos (espaço para assinatura)
A Sua Excelência o Senhor NOME
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas
[Nome] signatário e assunto de que se trata) e a razão pela
REDAÇÃO DISSERTATIVA

Ministro de Estado da Justiça


qual está sendo encaminhado; e
Esplanada dos Ministérios Bloco T z Numeração das páginas
Exemplos:
70064-900 Brasília/DF
A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
À Senhora Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
[Nome] 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril
Diretora de Gestão de Pessoas de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, „ Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior;
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I que trata da requisição do servidor Fulano de Tal. „ Fonte: Calibri ou Carlito.
70070-030 Brasília. DF;
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do z Formatação e apresentação
Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente
z Assunto Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de
projeto de modernização de técnicas agrícolas na re-
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o „ Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
gião Nordeste.
documento, de forma sucinta. 105 106 „ Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
„ Margem lateral direita: 1,5 cm;
„ Margens superior e inferior: 2 cm;
„ Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
„ Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
„ Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
„ Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impres-
são colorida para gráficos e ilustrações;
„ Destaques: para destaques, deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de for-
matação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
„ Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
„ Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preserva-
do para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferen-
cialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no
serviço público, tais como docx, odt ou rtf;
„ Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira:

Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo

Exemplo: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual


A seguir, segue alguns exemplos de Ofício:

(29,7 cm x 21 cm)

REDAÇÃO DISSERTATIVA

107 108
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO

z Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:

„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente;
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente;

z Exposição de Motivos

Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:


propor alguma medida; submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou informá-lo de determinado
assunto.
A exposição de Motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que
o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil;

z Forma e estrutura

As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

„ Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
„ Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso;
„ Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
tam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:

„ Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;


„ Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições
normativas no âmbito do Poder Executivo;
„ Conferir transparência aos atos propostos;
„ Resumir os principais aspectos da proposta; e
„ Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.
REDAÇÃO DISSERTATIVA

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos


ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário;

z Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof)

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.

109 110
Exemplo de exposição de motivos:

z Mensagem

A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente, as
REDAÇÃO DISSERTATIVA

mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

„ Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de lei


complementar e os que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais
e créditos adicionais: os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime normal (Consti-
tuição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1° a 4°). O projeto pode ser encaminhado sob o regime
normal e, mais tarde, ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
111 112
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos „ Encaminhamento das contas referentes ao Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada exercício anterior: o Presidente da República orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5°);
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil tem o prazo de 60 dias após a abertura da ses- Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de
da Presidência da República ao Primeiro-Secretário são legislativa para enviar ao Congresso Nacio- veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8°);
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua nal as contas referentes ao exercício anterior Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição,
tramitação (Constituição, art. 64, caput). (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para art. 188, § 1°). Forma e estrutura:
Quanto aos projetos de lei que compreendem pla- exame e parecer da Comissão Mista permanen-
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos te (Constituição, art. 166, § 1°), sob pena de a As mensagens contêm:
anuais e créditos adicionais, as mensagens de enca- Câmara dos Deputados realizar a tomada de
contas (Constituição, art. 51, caput, inciso II) em
minhamento dirigem-se aos membros do Congresso „ Brasão: timbre em relevo branco;
procedimento disciplinado no art. 215 do seu
Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados „ Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
Regimento Interno;
ao Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão é „ Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário,
„ Mensagem de abertura da sessão legislati-
que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação com o recuo de parágrafo dado ao texto;
va: deve conter o plano de governo, exposição
congressual em sessão conjunta, mais precisamente, „ Texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
sobre a situação do país e a solicitação de pro-
“na forma do regimento comum”. E, à frente da Mesa „ Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
vidências que julgar necessárias (Constituição,
do Congresso Nacional, está o Presidente do Senado
art. 84, inciso XI). O portador da mensagem é o
Federal (Constituição, art. 57, § 5°), que comanda as A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu sig-
Chefe da Casa Civil da Presidência da Repúbli-
sessões conjuntas. ca. Esta mensagem difere das demais, porque natário. Exemplo de mensagem:
vai encadernada e é distribuída a todos os con-
„ Encaminhamento de medida provisória: gressistas em forma de livro;
para dar cumprimento ao disposto no art. 62 „ Comunicação de sanção (com restituição
da Constituição, o Presidente da República de autógrafos): esta mensagem é dirigida aos
encaminha Mensagem ao Congresso, dirigida a Membros do Congresso Nacional, encaminhada
seus Membros, com ofício para o Primeiro-Se- por ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde
cretário do Senado Federal, juntando cópia da se originaram os autógrafos. Nela, se informa
medida provisória; o número que tomou a lei e se restituem dois
„ Indicação de autoridades: nas mensagens que exemplares dos três autógrafos recebidos, nos
submetem ao Senado Federal a indicação de quais o Presidente da República terá aposto o
pessoas para ocuparem determinados cargos despacho de sanção;
(magistrados dos tribunais superiores, minis- „ Comunicação de veto: dirigida ao Presidente
tros do Tribunal de Contas da União, presidentes do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
e diretores do Banco Central, Procurador-Geral mensagem informa sobre a decisão de vetar, se
da República, chefes de missão diplomática, o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e
diretores e conselheiros de agências etc.) têm as razões do veto. Seu texto é publicado na ínte-
em vista que a Constituição, incisos III e IV do gra no Diário Oficial da União, ao contrário das
caput do art. 52, atribui àquela Casa do Congres- demais mensagens, cuja publicação se restrin-
so Nacional competência privativa para aprovar ge à notícia do seu envio ao Poder Legislativo;
a indicação. „ Outras mensagens remetidas ao Legislativo:

O curriculum vitae do indicado, assinado, com a Apreciação de intervenção federal (Constituição,


informação do número de Cadastro de Pessoa Físi- art. 36, § 2º).
ca, acompanha a mensagem. Encaminhamento de atos internacionais que acar-
retam encargos ou compromissos gravosos (Constitui-
„ Pedido de autorização para o Presidente ou ção, art. 49, caput, inciso I);
o Vice-Presidente da República se ausenta- Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis
rem do país por mais de 15 dias: trata-se de às operações e prestações interestaduais e de exporta-
exigência constitucional (Constituição, art. 49, ção (Constituição, art. 155, § 2°, inciso IV);
caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da Proposta de fixação de limites globais para o mon-
competência privativa do Congresso Nacional. O tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52,
Presidente da República, tradicionalmente, por caput, inciso VI);
cortesia, quando a ausência é por prazo inferior Pedido de autorização para operações financeiras
a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas; Convocação extraordinária do Congresso Nacional
(Constituição, art. 57, § 6°);
REDAÇÃO DISSERTATIVA

„ Encaminhamento de atos de concessão e


de renovação de concessão de emissoras de Pedido de autorização para exonerar o Procura-
rádio e TV: a obrigação de submeter tais atos dor-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso
à apreciação do Congresso Nacional consta no XI, e art. 128, § 2°);
inciso XII do caput do art. 49 da Constituição. Pedido de autorização para declarar guerra e decretar
Somente produzirão efeitos legais a outorga mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
ou a renovação da concessão após deliberação Pedido de autorização ou referendo para celebrar
do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
§ 3o). Descabe pedir na mensagem a urgência Justificativa para decretação do estado de defesa
prevista na Constituição, art. 64, uma vez que o ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4°);
§ 1° do art. 223 já define o prazo da tramitação. Pedido de autorização para decretar o estado de
Além do ato de outorga ou renovação, acompa- sítio (Constituição, art. 137);
nha a mensagem o correspondente processo Relato das medidas praticadas na vigência do estado de
administrativo; sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); 113 114
z Correio eletrônico (e-mail) z Saudação inicial/vocativo „ Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens
profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
A utilização do e-mail para a comunicação tornou- O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado „ A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros
-se prática comum, não só em âmbito privado, mas por uma saudação. Quando endereçado para outras documentos oficiais;
também na administração pública. O termo e-mail instituições, para receptores desconhecidos ou para „ O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser
pode ser empregado com três sentidos. Dependendo particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme utilizados;
do contexto, pode significar gênero textual, endereço os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou „ Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das
eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
eletrônica. Senhor”, “Prezada Senhora”. „ Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- Exemplos: agressividade de parte do emissor da comunicação.
rado um documento oficial, assim como o ofício. Por- Senhor Coordenador; „ Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível Prezada Senhora; logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
com uma comunicação oficial. „ Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido- z Fecho destinatário.
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a
extensão “.gov.br”, por exemplo. Atenciosamente é o fecho padrão em comunica- ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO
Como sistema de transmissão de mensagens ele- ções oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor- uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, z Ata
mou-se na principal forma de envio e recebimento de como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
documentos na administração pública; mente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim;
devem ser utilizados em e-mails profissionais.
z Valor documental O correio eletrônico, em algumas situações, aceita z Normas
uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor deve ser formal, como a que se usaria em qualquer tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
documental, isto é, para que possa ser aceito como outro documento oficial; autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
documento original, é necessário existir certificação Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
digital que ateste a identidade do remetente, segundo z Bloco de texto da assinatura tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida- engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra- Sugere-se que todas as instituições da administra- Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
sileira – ICP-Brasil. ção pública adotem um padrão de texto de assinatura. das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O destinatário poderá reconhecer como válido A assinatura do e-mail deve conter o nome completo, O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
o e-mail sem certificação digital ou com certificação o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente. Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- Exemplo: e o secretário.
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio Maria da Silva Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
documento físico assinado ou por meio eletrônico Assessora arquivadas, impossibilitando fraude.
reconhecido pela ICP-Brasil. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público (61)XXXX-XXXX;
impor a aceitação de documento eletrônico que não Comércio de Peças 24 horas Ltda.
atenda os parâmetros da ICP-Brasil; z Anexos

z Forma e estrutura A possibilidade de anexar documentos, planilhas DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº
e imagens de diversos formatos é uma das vantagens 280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando
Um dos atrativos de comunicação por correio do e-mail. A mensagem que encaminha algum arqui- mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL,
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- vo deve trazer informações mínimas sobre o conteú- secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande
sa definir padronização da mensagem comunicada. do do anexo. circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA -
No entanto, devem-se observar algumas orientações Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
quanto à sua estrutura; é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à
no corpo do correio eletrônico. disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados
z Campo “Assunto” Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami- sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo
nhamento de anexos nas mensagens de resposta. qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.
O assunto deve ser o mais claro e específico pos- Os arquivos anexados devem estar em formatos
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal , Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará Quando se tratar de documento ainda em discussão,
rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em
REDAÇÃO DISSERTATIVA

posteriormente, localizar a mensagem na caixa do formato que possa ser editado;


correio eletrônico. z Atestado
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen- z Recomendações
te o conteúdo completo da mensagem para que não Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de determina-
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não „ Sempre que necessário, deve-se utilizar recur- do fato. As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados, e não declarações.
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um so de confirmação de leitura. Caso não esteja O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião disponível, deve constar da mensagem pedido transitórios.
sobre a Reforma da Previdência”; de confirmação de recebimento;
„ Apesar da imensa lista de fontes disponíveis „ Como fazer:
z Local e data nos computadores, mantêm-se a recomenda-
ção de tipo de fonte, tamanho e cor dos docu- O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
São desnecessários no corpo da mensagem, uma mentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, que está pedindo o atestado;
vez que o próprio sistema apresenta essa informação; cor preta; 115 116 O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado; „ Título: DECLARAÇÃO;
„ Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas, residência, domicílio, finali-
„ A redação de um atestado apresenta a seguinte ordem: dade e exposição de assunto;
„ Local e data;
Título, ou seja, a palavra ATESTADO em maiúsculas; „ Assinatura (e identificação do signatário).
Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o nome e identi-
ficação da pessoa que solicitou;
Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;
Assinatura, nome e cargo ou função de quem atesta. DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
Secretaria de Segurança Pública do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl
, trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.

Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos ar- Manaus, 20 de abril de 2007
quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.

São Paulo, 9 de setembro de 2009.


ClarkKent
_____________________
Roberto Dagoberto Super Homem

Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP
z Requerimentos

Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
z Circular Nele, podemos observar as seguintes partes:

Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou „ Nome e qualificação do requerente;
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi- „ Exposição e solicitação;
recional, e o endereçamento vai no envelope. „ Pedido de deferimento;
„ Local e data;
„ Assinatura.

CIRCULAR GERAL Nº 58, Porto Alegre, 17 de dezembro de 1998.


EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

9 - 40/1
ASSUNTO: Obras no Estacionamento A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos. Termos em que pede
Atenciosamente, deferimento.
Brasília, 25 de setembro de 2006.
REDAÇÃO DISSERTATIVA

Fulano de Tal João Paulo Silva


Gerente Comercial
Fulano de Tal
Crotalo Nefasto
Diretor-Geral de Negócios
Importante!
Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo
z Declaração os seus prepostos desde que devidamente credenciados.
Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de:
117 118
z Relatório z Parecer

É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa, A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
daquilo que se viu, ouviu ou observou. assunto.
Compõe-se de
„ Vocativo;
„ Título: relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas); „ Identificação do especialista;
„ Vocativo - relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas); „ Introdução - apresentação do assunto;
„ Introdução - apresentação do observador e do fato observado; „ Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
„ Texto - exposição cronológica do fato observado; „ Local e data;
„ Fecho; „ Assinatura (e identificação do signatário).
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário). Ref. Ação 001/1.01.0000000-0

Sr. Juiz,
RELATÓRIO DO CURSO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO
Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil, como Autor,
Senhor Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal do Distrito Federal – SR/ e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
DPF/DF, Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
No período de 6 a 10 de novembro de 2006 foi realizado o Curso de Inteligência Policial no Combate situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
ao Narcotráfico para policiais do MERCOSUL e países Associados, oferecido pela Academia Nacional de Vistoria
Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL (CCCP). A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e dos
O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participação de procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e (12) do Brasil. Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como: o diretor de Inteligência tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF VALDINHO JACINTO O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
CAETANO;ocoordenadordePolíciaCriminalInternacional,DPFALBERTOLASSERREKRATZFILHO;alémdestasignatária; (identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,
Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do Mercosul, embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos Gabriel Heredia, no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número
da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez, do 1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do Ministério da Justiça do Brasil. de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Discursaram na cerimônia a oficial de ligação do Brasil junto ao CCCP, DPF Mirânjela Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA 8875H
M. B. Leite, que destacou as atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do (AnexoI)existeumaáreaconstruídade137,60m2compostaporduascasas,umaemmadeiraeoutraemalvenaria(Fotografias
Centro, Cel. Hugo Greca; o diretor da ANP; e o diretor de Inteligência Policial. Todos destacaram a 1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
importância da integração entre as forças de segurança pública do MERCOSUL e países associados,
como fundamental para buscar a eficácia no combate a criminalidade em todos os países. Para apreciação de V. Exa.,
Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, Delegado de Respeitosamente,
PolíciaFederal,GetúlioBezerradosSantos,proferiupalestra,deumahora,abordandootema:CrimeOrganizadonoMercosul. Cidade, 7 de abril de 2008.
Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF
Valdinho Jacinto Caetano; o representante da Argentina Omar Aníbal Tabares; o oficial de ligação do Chile Eugênio Da Silva Civil
Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatária. Profissional
Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de Coordenação Engenheiro Civil
e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação continuada
das forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada de
pessoas, o que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países. É muito importante deixar claro que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual de Reda-
Ao final foram entregues certificados a todos os participantes. ção da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação,
Brasília, 3 de janeiro de 2007. oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de
endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão novas regras aplicadas às
redações oficiais realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo Federal.
Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará alteração
Mariângela Margarida da Nata Leite em provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes a esse
decreto, indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou especificando o Decreto n.
Mariângela Margarida da Nata Leite 9.758, de 11 de abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que estão no MANUAL.
Delegada da 89ª Delegacia de Chapecó - AC Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.
REDAÇÃO DISSERTATIVA

Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas de emprego dos pronomes de tratamento.

DECRETO N. 9.758, DE 11 DE ABRIL DE 2019

Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da adminis-
tração pública federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição, DECRETA:
Objeto e âmbito de aplicação

Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral ou escrita, com agentes
públicos da administração pública federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder Executivo Federal), e sobre a
forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
119 120
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimô-
nias das quais o agente público federal participe.
1. a mera indicação do cargo ou da função e do
setor da administração ser insuficiente para a iden-
ANOTAÇÕES
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto: tificação do destinatário; ou
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo 2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente
efetivo; público específico.
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças
auxiliares; Vigência
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário; Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e de 2019.
aos presidentes de empresas públicas e sociedades Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência
de economia mista; e 131º da República.
6. aos empregados terceirizados que exercem ativi- JAIR MESSIAS BOLSONARO
dades diretamente para os entes da administração
pública federal;
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de fun-
ções de confiança;
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierár-
ANOTAÇÕES
quico, incluídos os Ministros de Estado; e
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
§ 3º Este Decreto não se aplica:
1. às comunicações entre agentes públicos federais
e autoridades estrangeiras ou de organismos inter-
nacionais; e
2. às comunicações entre agentes públicos da admi-
nistração pública federal e agentes públicos do
Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal
de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério
Público ou de outros entes federativos, na hipótese
de exigência de tratamento especial pela outra par-
te, com base em norma aplicável ao órgão, à entida-
de ou aos ocupantes dos cargos.

Pronome deTratamento Adequado

Art. 2º O único pronome de tratamento utiliza-


do na comunicação com agentes públicos federais é
“senhor”, independentemente do nível hierárquico,
da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Parágrafo único. O pronome de tratamento é fle-
xionado para o feminino e para o plural.

Formas de Tratamento Vedadas

Art. 3º  É vedado na comunicação com agentes


públicos federais o uso das formas de tratamento,
ainda que abreviadas:
1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
2. Vossa Senhoria;
3. Vossa Magnificência;
4. doutor;
5. ilustre ou ilustríssimo;
6. digno ou digníssimo; e
7. respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos
pronomes de tratamento de que trata o  caput,
mediante invocação de normas especiais referentes
REDAÇÃO DISSERTATIVA

ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor


do mesmo modo.
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente
caso haja erro na forma de tratamento empregada.

Endereçamento de Comunicações

Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigi-


das a agentes públicos federais não conterá prono-
me de tratamento ou o nome do agente público.
Parágrafo único.  Poderão constar o pronome de
tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do
destinatário nas hipóteses de: 121 122
Art. 2º É criado o Instituto Brasileiro do Meio II - atuação supletiva: ação do ente da Federação 1989, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente,
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – que se substitui ao ente federativo originariamen- com autonomia administrativa e financeira, dota-
IBAMA, autarquia federal dotada de personalidade te detentor das atribuições, nas hipóteses definidas da de personalidade jurídica de direito público, com
jurídica de direito público, autonomia administra- nesta Lei Complementar; sede em Brasília, Distrito Federal, e jurisdição em
tiva e financeira, vinculada ao Ministério do Meio
LEGISLAÇÃO GERAL
todo o território nacional, tem como finalidades:
Ambiente, com a finalidade de: Então, a atuação supletiva é quando um ente fede- I - exercer o poder de polícia ambiental em âmbito federal;
rativo (por exemplo a União) substituiu outro ente II - executar ações das políticas nacionais de meio
E DO SETOR DO MEIO Veja que o IBAMA é uma típica autarquia, ou seja,
uma pessoa jurídica de direito público que desenvol-
federativo (o Estado do Mato Grosso, por exemplo) que
originalmente tinha determinada atribuição. Mas esta
ambiente, referentes às atribuições federais, rela-
tivas ao licenciamento ambiental, ao controle da

AMBIENTE
ve uma atividade típica de Estado, com liberdade para substituição não ocorre de qualquer forma, ela tem qualidade ambiental, à autorização de uso dos
agir nos limites administrativos da lei específica que requisitos estabelecidos pela própria Lei Complemen- recursos naturais e à fiscalização, ao monitoramen-
a criou, ou seja, nos limites estabelecidos pela Lei nº tar para acontecer, estes requisitos estão presentes no to e ao controle ambientais, observadas as diretri-
7.735, de 1989. art. 15, da Lei Complementar nº 140, de 2011: zes emitidas pelo Ministério do Meio Ambiente; e
As finalidades do IBAMA, suas funções enquanto III - executar as ações supletivas da União, em con-
autarquia, estão descritas nos incisos I, II e III do art. Art. 15 Os entes federativos devem atuar em caráter formidade com a legislação ambiental.
LEI Nº 7.735, DE 1989 (CRIAÇÃO DO 2º da Lei, sendo assim, cabe ao IBAMA: supletivo nas ações administrativas de licenciamento
IBAMA) E DECRETO Nº 8.973, DE 2017 e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: Note que o caput do art. 1º da Estrutura Regimental
I - exercer o poder de polícia ambiental;
(ESTRUTURA REGIMENTAL DO IBAMA) I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- acrescenta em relação ao art. 3º da Lei nº 7.735, de 1989,
selho de meio ambiente no Estado ou no Distrito em dois detalhes: estabelece que o IBAMA tem sede
Ao IBAMA cabe exercer o Poder de Polícia Ambien- Federal, a União deve desempenhar as ações admi-
LEI Nº 7.735 DE 1989 em Brasília/DF e sua jurisdição é em todo o território
tal de competência da União, nesse sentido a Lei atri- nistrativas estaduais ou distritais até a sua criação; nacional.
bui ao IBAMA o direito de exercer o Poder de Polícia II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Natu- O art. 2º da Estrutura Regimental estabelece as
Administrativo para fazer valer as normas ambien- conselho de meio ambiente no Município, o Estado
rais Renováveis - IBAMA foi criado pela Lei nº 7.735, de competências que o IBAMA possui para atingir as
tais. Deste modo, o IBAMA tem a competência de deve desempenhar as ações administrativas muni-
1989. O IBAMA é uma autarquia federal que tem como finalidades estabelecidas no art. 3º da Lei nº 7.735, de
realizar a Fiscalização Ambiental e o Licenciamento cipais até a sua criação; e
função executar e fazer executar a Política Ambiental 1989, e no art. 1º da sua Estrutura Regimental.
em esfera federal. Sendo assim, o IBAMA realiza ações Ambiental nos termos da Lei Complementar nº 140, III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con-
como licenciamento ambiental, monitoramento e con- de 2011. selho de meio ambiente no Estado e no Município, a
trole da qualidade ambiental, autorização e fiscaliza- A Lei complementar nº 140, de 2011, estabeleceu União deve desempenhar as ações administrativas
as competências administrativas em matéria ambien- até a sua criação em um daqueles entes federativos.
Importante!
ção de uso dos recursos naturais etc.
Observe que a Lei é de 1989, ou seja, foi publica- tal para a União, os Estados, os Municípios e o Distri- O IBAMA é competente para exercer o Poder de
da depois da Constituição Federal de 1988 (a primei- to Federal regulamentando os incisos III, VI e VII do Diante do que diz a LC nº 140, de 2011, a atuação
Polícia Ambiental em âmbito federal, conforme
ra Constituição a tratar do tema Meio Ambiente) e caput e do parágrafo único do art. 23, da CF. supletiva por parte da União pode ocorrer quando
o inciso I, art. 1º, Anexo I, do Decreto nº 8.973,
da Lei nº 6.938, de 1989 (a Política Nacional do Meio inexistir órgão ambiental capacitado ou conselho
II - executar ações das políticas nacionais de meio de meio ambiente em Estado ou Município, assim, de 2017).
Ambiente). Logo, a criação do IBAMA veio a concreti- O Poder de Polícia Ambiental se refere à ativida-
ambiente, referentes às atribuições federais, rela- o IBAMA (representando a união) pode desempenhar
zar a aplicação tanto do art. 225, da CF, quanto para
tivas ao licenciamento ambiental, ao controle da as ações administrativas (por exemplo: licenciamen- de da administração pública que ao limitar ou
pôr em prática os Princípios, Objetivos e Instrumentos
da Política Nacional de Meio Ambiente previstos na Lei qualidade ambiental, à autorização de uso dos to, fiscalização ou monitoramento ambiental) até que disciplinar direito, interesse ou liberdade regula a
nº 6.938, de 1989. recursos naturais e à fiscalização, monitoramento o respectivo Estado ou Município crie seu conselho de prática de ato ou abstenção de fato em razão de
Vamos, então, para o texto da Lei nº 7.735, de 1989 e controle ambiental, observadas as diretrizes ema- meio ambiente ou órgão ambiental. interesse público de preservar o meio ambiente
que inicia extinguindo dois órgãos: a Secretaria Espe- nadas do Ministério do Meio Ambiente; ecologicamente equilibrado.
Art. 3º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
cial do Meio Ambiente (SEMA) e a Superintendência
No inciso II, a Lei atribui expressamente em rol não Recursos Naturais Renováveis - Ibama, será adminis-
de Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE):
exaustivo ações das Políticas Nacionais de Meio Ambien- trado por 1 (um) Presidente e 5 (cinco) Diretores, desig- Finalidades/Competências do IBAMA
Art. 1º Ficam extintas: te ao IBAMA. Repare que são ações referentes às atribui- nados em comissão pelo Presidente da República.
I - a Secretaria Especial do Meio Ambiente -SEMA, ções federais, ou seja, que são de competência da União. Art. 2º Compete ao IBAMA, ressalvadas as com-
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
órgão subordinado ao Ministério do Interior, insti- Outro ponto é que a Lei nº 7.735, de 1989, se refe- O IBAMA é presidido por 1 (um) presidente e 5
petências das demais entidades integrantes do
tuída pelo Decreto nº 73.030, de 30 de outubro de re às ações das Políticas Nacionais de Meio Ambiente! (cinco) diretores em conjunto, portanto a autarquia é Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, e
1973; Veja bem, aqui o IBAMA não deve observar somente dirigida por um órgão colegiado. observadas as diretrizes emitidas pelo Ministério
II - a Superintendência do Desenvolvimento da Pes- à Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de do Meio Ambiente, as seguintes atribuições em
1981), como também outras Políticas Nacionais que ESTRUTURA REGIMENTAL DO IBAMA – DECRETO
ca - SUDEPE, autarquia vinculada ao Ministério da âmbito federal:
tratem do tema ambiental. Podemos incluir neste rol Nº 8.973/2017
Agricultura, criada pela Lei Delegada nº 10, de 11
de outubro de 1962. a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, O Decreto nº 8.973, de 2017, regulamenta a Lei nº 7.735, Note que as competências do IBAMA são estabeleci-
de 2010), a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei de 1989, ao aprovar a Estrutura Regimental e o Quadro das observando as competências das demais entidades
A partir da extinção da SEMA e da SUDEPE e tam- nº 9.433, de 1997), Política Nacional de Biodiversidade integrantes do SISNAMA, ou seja, dos demais órgãos
Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de
bém da Superintendência da Borracha - SUDHEVEA e (Decreto nº 4.339, de 2002), Política Nacional de Edu- ambientais. Assim, tais competências devem ser exer-
Confiança do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal cação Ambiental (Lei nº 9.795, de 1999), entre outras Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. cidas nos limites estabelecidos pela LC nº 140, de 2011.
– IBDF foi constituído o patrimônio, os recursos orça- normas relacionadas à área ambiental. Com relação ao Decreto, vamos focar no seu Anexo
mentários, extraorçamentários e financeiros, a com-
I - Estrutura Regimental do IBAMA que foi conteúdo I - proposição e edição de normas e padrões de qua-
petência, as atribuições, o pessoal, inclusive inativos e III - executar as ações supletivas de competência da
cobrado nas últimas provas. A estrutura Regimental lidade ambiental;
pensionistas, os cargos, funções e empregos do IBAMA União, de conformidade com a legislação ambiental
aprovada em 2017 é dividida em 7 capítulos, vamos
o qual, ainda, sucedeu os órgãos e autarquias citados vigente.
então estudar cada um deles a seguir: A proposição e edição de normas e padrões de
acima, nos direitos, créditos e obrigações, decorrentes
de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive nas Além do estabelecido acima, o IBAMA ainda deve qualidade ambiental é uma das competências esta-
Da Natureza, da Sede e das Finalidades belecidas pelo Decreto nº 8.973, de 2017. Repare que
respectivas receitas. executar as ações supletivas de competência da União
Portanto, o IBAMA foi criado a partir da fusão des- em conformidade com a legislação ambiental vigente. O Capítulo 1 da Estrutura Regimental do IBAMA é em a competência se restringe à proposta da norma ou
tes 4 diferentes órgãos: SEMA, SUDEPE, SUDHEVEA E Novamente vamos fazer menção à Lei Comple- parte similar à Lei nº 7.735, de 1989, trazendo as mesmas padrão, sendo que compete ao CONAMA estabele-
IBDF. Antes do IBAMA, o meio ambiente era tratado mentar nº 140, de 2011, pois ela é a legislação ambien- finalidades estabelecidas no art. 3º da Lei para a autarquia: cer normas, critérios e padrões relativos ao controle
mais como uma propriedade do Estado que como um tal vigente da qual o inciso III, do art. 2º fala. Por isto, e à manutenção da qualidade do meio ambiente com
direito difuso, ou seja, um direito de toda a sociedade. primeiro, quero que você entenda o conceito de ação Art. 1º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e vistas ao uso racional dos recursos ambientais, princi-
Então, como resposta ao novo entendimento a respeito supletiva de acordo com o disposto no inciso II, art. 2º, dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, autar- palmente os hídricos de acordo com o inciso VII, art.
de meio ambiente, foi criado o IBAMA, na forma do art. 2º: da Lei Complementar nº 140, de 2011: 123 124 quia criada pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 8º, da Lei nº 6.938, de 1981. Portanto, o IBAMA pode
propor normas e padrões de qualidade ambiental Para garantir o cumprimento deste princípio, o z Impactos ambientais decorrentes de acidente que consciência pública sobre a necessidade de preservação
ao CONAMA que pode aprovar ou não tais normas e inciso XI, art. 9º, da Lei nº 6.938, de 1981, trouxe como excedam os limites territoriais nacionais ou que da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico.
padrões. um dos Instrumentos da PNMA a garantia da pres- atinjam mais de 1 Estado da federação;
tação de informações relativas ao Meio Ambiente, z Acidente que envolver material radioativo em XIV - aplicação dos dispositivos e dos acordos inter-
II - avaliação de impactos ambientais; obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando atuação conjunta com a Comissão Nacional de nacionais relativos à gestão ambiental no âmbito
inexistentes. Energia Nuclear – CNEN; de sua competência;
Outra atribuição do IBAMA se refere à Avaliação z Em caráter subsidiário (quando órgão ambiental esta-
de Impactos Ambientais que é um dos instrumentos VII - disciplinamento, cadastramento, licenciamento, dual ou municipal de meio ambiente solicitar apoio). O Brasil é signatário de importantes acordos e con-
da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA. monitoramento e fiscalização dos usos e dos acessos venções internacionais, sua aplicação é essencial para
aos recursos ambientais, florísticos e faunísticos; X - execução de programas de educação ambiental; a conservação de espécies e habitats ameaçados. Entre
III - licenciamento ambiental de atividades, em- estes acordos podemos destacar a Convenção sobre
preendimentos, produtos e processos considerados Além de administrar os CTF’s e realizar o licencia- O IBAMA tem como uma de suas finalidades exe- Espécies Migratórias e a Convenção de Washington
efetiva ou potencialmente poluidores, e daqueles mento ambiental, cabe ao IBAMA o disciplinamento, cutar as Políticas Nacionais de Meio Ambiente, entre sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora
capazes de causar degradação ambiental, nos ter- cadastramento, licenciamento, monitoramento estas políticas está a Lei nº 9.795, de 1999 (Política e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES.
mos da lei; e fiscalização dos usos e dos acessos aos recursos Nacional de Educação Ambiental – PNEA). Com relação à CITES, o Decreto Federal nº 3.607,
ambientais, florísticos e faunísticos. Em razão dis- De acordo inciso III, do art. 3º, da PNEA, incumbe de 2000, que dispõe sobre a implementação da CITES,
Outro instrumento importantíssimo da PNMA to o IBAMA mantém diferentes cadastros e controles aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio determina que o IBAMA é responsável por conduzir
é o licenciamento e revisão de atividades efetiva ou para o monitoramento e fiscalização dos recursos Ambiente - SISNAMA, promover ações de educação os procedimentos necessários ao comércio internacio-
potencialmente poluidoras. Realizar o licenciamento naturais, entre estes cadastros está o Sistema Nacio- ambiental integradas aos programas de conserva- nal de espécies, a forma e a validade das licenças e
ambiental de competência da União é uma das atri- nal de Controle da Origem dos Produtos Florestais – ção, recuperação e melhoria do meio ambiente. dos certificados CITES, as isenções e o comércio com
buições do IBAMA. Sinaflor por meio do qual se obtém o Documento de os países que não são membros da Convenção.
Origem Florestal – DOF que constitui licença obriga- XI - fiscalização e controle da coleta e do transporte
IV - implementação dos Cadastros Técnicos Fede- tória para o transporte e armazenamento de produtos de material biológico; XV - monitoramento, prevenção e controle de des-
rais de Atividades e Instrumentos de Defesa florestais de origem nativa e o Sistema de Controle e matamentos, queimadas e incêndios florestais;
Ambiental e de Atividades Potencialmente Poluido- Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de A fiscalização e controle da coleta e do transporte
ras ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais; Pássaros – SISPASS que constitui sistema de controle de material biológico é essencial para a proteção da Sendo o Brasil um país continental é um desafio
de espécimes de passeriformes mantidos por criado- biodiversidade sendo, portanto, uma das competên- enorme o monitoramento, prevenção e controle de
São também instrumentos da PNMA os Cadastros res amadores (não comerciais). cias do IBAMA. Nesse sentido, o art. 7º da LC nº 140, de desmatamentos, queimadas e incêndios florestais espe-
Técnicos Federais (CTF) de Atividades e Instrumentos 2011, estabeleceu como competências da União, entre cialmente na região da Amazônia Legal. Portanto, para
de Defesa Ambiental e de Atividades Potencialmente VIII - análise, registro e controle de substâncias quí- outras ações, as seguintes: a execução desta competência o IBAMA atua em con-
micas, agrotóxicos e de seus componentes e afins, junto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Poluidoras ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais.
conforme legislação; para o monitoramento que serve de base para as ações
De acordo com a PNMA (Lei nº 6.938, de 1981), a z Controlar a exportação de componentes da biodi-
administração do CTF de Atividades e Instrumentos de prevenção e controle executadas pelo instituto.
versidade brasileira na forma de espécimes silves-
O IBAMA tem a competência de fazer tanto aná- O monitoramento realizado pelo INPE é concreti-
de Defesa Ambiental e do CTF de Atividades Poten- tres da flora, micro-organismos e da fauna, partes
lise quanto o registro e controle de substâncias quí- zado por projetos como o PRODES e o DETER. O PRO-
cialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos ou produtos deles derivados;
micas, agrotóxicos e de seus componentes e afins, DES realiza o monitoramento por satélite para aferir
Ambientais é do IBAMA. Logo, a Estrutura Regimental z Controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre,
conforme legislação. Atualmente o IBAMA, no esco- o desmatamento por corte raso em áreas naturais e o
determinou como competência do IBAMA implemen- ovos e larvas;
po destas competências, realiza a avaliação ambiental DETER é um levantamento rápido, também realizado
tação dos CTF’s. z Proteger a fauna migratória e as espécies inseridas
preliminar para fins de registro especial temporário por meio de satélites, que emite alertas de evidências
de produto técnico, pré-mistura, agrotóxico ou afim e na relação de espécies da fauna e da flora ameaça-
de alteração da cobertura florestal.
V - fiscalização e aplicação de penalidades admi-
ainda avalia e classifica o potencial de periculosidade das de extinção e de espécies sobre-explotadas no
nistrativas ambientais ou compensatórias pelo território nacional;
ambiental de todos os agrotóxicos, seus componen- XVI - elaboração do sistema de informação para a
não-cumprimento das medidas necessárias à pre- z Exercer o controle ambiental da pesca em âmbito
tes e afins a serem registrados (Decreto nº 4.074, de gestão do uso dos recursos faunísticos, pesqueiros
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
servação ou à correção da degradação ambiental, nacional ou regional;
2002). O registro e controle de defensivos (agrotóxi- e florestais;
nos termos da legislação em vigor; z Gerir o patrimônio genético e o acesso ao conheci-
cos) não-agrícolas destinados ao uso na proteção de
florestas nativas, outros ecossistemas ou de ambien- mento tradicional associado, respeitadas as atribui- Como já foi visto, o IBAMA tem como competên-
A realização da fiscalização ambiental é uma das ções setoriais.
tes hídricos é realizado pelo IBAMA. Já o registro e cia o disciplinamento, cadastramento, licenciamento,
competências mais conhecidas do IBAMA. É o exercí-
controle dos defensivos agrícolas são concedidos pelo monitoramento e fiscalização dos usos e dos acessos
cio típico do poder de polícia administrativo por meio Todas as ações acima são medidas de fiscalização
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aos recursos ambientais, florísticos e faunísticos e
da qual o Estado pode sancionar o particular por após a mencionada análise do IBAMA. e controle da coleta e do transporte de material bio- para atuar utiliza diferentes sistemas de informações.
cometer alguma infração estabelecida por Lei causan- lógico de competência da União que tem como braço Atualmente, além do SisPass e do Sinaflor que já falei
do dano à coletividade. Quando falamos em Poder de IX - assistência e apoio operacional às institui- executivo o IBAMA. anteriormente, o IBAMA ainda mantém: o Sistema de
Polícia Ambiental, obviamente falamos infrações que ções públicas e à sociedade em caso de acidentes Cadastro, Arrecadação e Fiscalização – SICAFI; O Siste-
causam danos ao meio ambiente. Tais infrações, em e emergências ambientais de relevante interesse XII - recuperação de áreas degradadas; ma Nacional de Gestão da Fauna Silvestre – Sisfauna;
âmbito federal, foram estabelecidas pela Lei nº 9.605, ambiental; e o Sistema Eletrônico de Requerimento e Análise de
de 1998 (que chamamos de Lei de Crimes Ambientais) A Recuperação das Áreas Degradadas é um tema Registro Especial Temporário – Sisret.
e estão regulamentadas no Decreto Federal nº 6.514, Os órgãos ambientais têm função essencial quando tão importante que a CF, de 1988, no inciso I, § 1º,
de 2008. se trata de emergências ambientais realizando o apoio art. 225, definiu que incumbe ao poder público pre- XVII - elaboração e estabelecimento de critérios,
técnico para a remediação dos danos ambientais ocor- servar e restaurar os processos ecológicos essen- padrões e proposição de normas ambientais para a
VI - geração, integração e disseminação sistemática ridos. Nesse sentido, o IBAMA atua dentro da sua com- ciais e prover o manejo ecológico das espécies e gestão do uso dos recursos pesqueiros, faunísticos
de informações e conhecimentos relativos ao meio petência na remediação de danos ocorridos por: ecossistemas. e florestais;
ambiente;
z Acidente gerado por empreendimento ou ativida- XIII - apoio à implementação do Sistema Nacional Uma vez que cabe ao IBAMA o disciplinamento,
É competência do IBAMA, a geração, integração de licenciado por ele; de Informações sobre o Meio Ambiente - Sinima; cadastramento, licenciamento, monitoramento e fisca-
e disseminação sistemática de informações e conhe- z Acidente que afere bens da união definidos no art. lização dos usos e dos acessos aos recursos ambientais,
cimentos relativos ao meio ambiente de forma a 20 da CF, de 1988 (mar territorial, rios e lagos fede- O Sinima também é um dos instrumentos definidos florísticos e faunísticos (inciso VII, art. 2º, anexo I, do
atender ao Princípios da Informação e Participação rais, cavernas, terras indígenas, Unidades de Con- no art. 9º da PNMA e é essencial para a divulgação de Decreto nº 8.973, de 2017), ele também deve elaborar
Comunitária em temas ambientais. servação Federais etc.); 125 126 dados e informações ambientais e à formação de uma e estabelecer os critérios padrões e proposições em
normas ambientais disciplinar o acesso aos recursos órgãos descentralizados, ou seja, das Superintendências, Órgão Colegiado Art. 7º Ao Conselho Gestor compete:
pesqueiros, faunísticos e florestais. Gerências Executivas e Unidades serão definidas no Regi- I - assessorar o Presidente do IBAMA na tomada
mento Interno do IBAMA de acordo com o quantitativo O Conselho Gestor é o Órgão Colegiado do IBAMA de decisão relacionada à gestão ambiental federal;
XVIII - elaboração do Relatório de Qualidade do previsto no Anexo II do Decreto de cargos em comissão que é composto na forma estabelecida pelo art. 6º da II - apreciar propostas de edição de normas especí-
Meio Ambiente. e das funções de confiança como também de acordo com Estrutura Regimental: ficas de abrangência nacional;
as peculiaridades dos principais ecossistemas brasileiros. III - opinar sobre propostas referentes ao processo
Art. 6º O Conselho Gestor, de caráter consultivo, de acompanhamento e avaliação da execução das
A PNMA (Lei nº 6.938, de 1981) instituiu como
Direção e Nomeação será composto: agendas de gestão ambiental;
um de seus instrumentos o Relatório de Qualidade IV - apreciar planos específicos para as ações do
I - pelo Presidente do IBAMA, que o presidirá;
do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA;
O IBAMA é uma autarquia de Direção Colegiada, sendo II - pelos Diretores; e
IBAMA. V - manifestar-se sobre processos de licenciamento
que sua direção é exercida por seu Presidente e seus Dire- III - pelo Procurador-Chefe.
§ 1º Integram o Conselho Gestor, na condição de ambiental em andamento no IBAMA;
Estrutura Organizacional do IBAMA tores, conforme o art. 4º do Anexo II do Decreto nº 8.973, de
membros convidados, sem direito a voto: VI - manifestar-se sobre parâmetros técnicos, econô-
2017. O art. 5º do Anexo II do Decreto ainda estabelece que
I - o Chefe de Gabinete; micos e sociais para a definição das ações do IBAMA;
O art. 3º da Estrutura Regimental disciplina a estru- nomeações para os cargos e funções comissionadas inte-
II - o Auditor Chefe; e VII - analisar processos de identificação e negocia-
tura organizacional do IBAMA: grantes da estrutura regimental do IBAMA serão efetuadas ção de fontes de recursos internos e externos para
em conformidade com a Lei e os cargos em comissão serão III - os demais assessores da Presidência.
viabilização das ações planejadas do IBAMA; e
Art. 3º O IBAMA tem a seguinte estrutura organizacional: ocupados, preferencialmente, por servidores públicos dos VIII - manifestar-se sobre os assuntos que lhe forem
I - órgão colegiado: Conselho Gestor; quadros de órgãos integrantes do SISNAMA. Na hipótese de impedimento do titular, este será
submetidos pelo Presidente do IBAMA.
II - órgão de assistência direta e imediata ao Presi- representado por seu substituto legal.
dente: Gabinete; Órgão de Assistência Direta e Imediata ao Presidente
III - órgãos seccionais: Importante! CONSELHO GESTOR
a) Procuradoria Federal Especializada; Membros Convidados, sem O órgão que presta assistência direta e imediata ao
b) Auditoria Interna; Os cargos em comissão da estrutura regimental Membros com Direito a Voto Presidente é o Gabinete. Portanto, compete ao Gabi-
Direito a Voto
c) Corregedoria; e do IBAMA serão providos, preferencialmente, por nete conforme o art. 8º da Estrutura Regimental:
d) Diretoria de Planejamento, Administração e servidores públicos dos quadros de pessoal dos Presidente do IBAMA Chefe de Gabinete
Logística; órgãos integrantes do SISNAMA. Diretores Auditor Chefe Art. 8º Ao Gabinete compete:
IV - órgãos específicos singulares: I - assistir o Presidente em sua representação políti-
Demais assessores da
a) Diretoria de Qualidade Ambiental; Procurador-Chefe ca e social e incumbir-se do preparo e do despacho
Presidência
b) Diretoria de Licenciamento Ambiental; De acordo com o art. 23, são atribuições do Presi- de seu expediente pessoal;
c) Diretoria de Proteção Ambiental; dente do IBAMA: II - planejar, coordenar e supervisionar as ativi-
d) Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade O § 2º do art. 6º, do Anexo II, do Decreto nº 8.973, de dades de comunicação social, relações institucio-
e Florestas; e Art. 23 Ao Presidente incumbe: 2017, determina que, além dos membros enumerados nais, apoio parlamentar e internacional e ainda a
e) Centro Nacional de Monitoramento e Informa- I - representar o IBAMA, ativa e passivamente, em acima, a critério do Presidente do Conselho Gestor (que publicação, a divulgação e o acompanhamento das
ções Ambientais; e juízo, por meio de procuradores, ou fora dele, na também é o Presidente do IBAMA, conforme o inciso I matérias de interesse do IBAMA;
V - órgãos descentralizados: qualidade de seu maior responsável; do art. 6º, do Anexo II) poderão ser convidados a partici- III - secretariar as reuniões do Conselho Gestor; e
a) Superintendências; II - planejar, coordenar, controlar, orientar e dirigir par as reuniões do colegiado: IV - supervisionar e coordenar as atividades de
b) Gerências Executivas; e as atividades do IBAMA, zelando pelo cumprimento assessoramento ao Presidente.
c) Unidades Técnicas. das políticas e das diretrizes definidas pelo Ministé- z Os Superintendentes;
rio do Meio Ambiente e dos planos, dos programas Veja que o inciso III, do art. 8º estabelece como
Parágrafo único. A fixação das atribuições específicas z Os Gerentes Executivos;
e dos projetos; competência do Gabinete secretariar as reuniões do
e a jurisdição dos órgãos descentralizados serão defi- z Os gestores e os técnicos do IBAMA, do Ministério
nidas no regimento interno do IBAMA, obedecidos os III - convocar, quando necessário, as reuniões do Conselho Gestor, logo o Gabinete também funciona
do Meio Ambiente e de outros órgãos e entidades
quantitativos previstos neste Decreto e as peculiari- Conselho Gestor e presidi-las; como a Secretaria Executiva do Conselho Gestor.
da administração pública federal, estadual, distri-
dades dos principais ecossistemas brasileiros. IV - firmar em nome do IBAMA acordos, contratos,
convênios, ajustes, termos de ajustamento de con-
tal e municipal; Órgãos Seccionais
duta e instrumentos similares; z Representantes de entidades não-governamentais,
Portanto, a autarquia é organizada da seguinte forma: sem direito a voto.
V - editar atos normativos internos e zelar pelo seu Os órgãos seccionais dão suporte ao exercício
z Órgão Colegiado (Conselho Gestor); fiel cumprimento; LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE Para dar suporte ao Conselho Gestor, foi instituída
da atividade-fim da autarquia, prestando o suporte
z Órgão de Assistência direta e imediata ao Presi- VI - ratificar os atos de dispensa ou de declaração necessário ao funcionamento da entidade para que
de inexigibilidade das licitações, nos casos prescri- a Secretaria-Executiva do Conselho Gestor que funcio- esta atinja seus objetivos institucionais. Desta forma,
dente (Gabinete); na no âmbito do Gabinete da Presidência.
tos em lei; são órgão seccionais têm as seguintes competências
z Órgãos Seccionais; VII - ordenar despesas; e conforme a sua área de atuação:
z Órgãos Específicos Singulares; VIII - delegar competência. COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS
z Órgãos Descentralizados. Procuradoria Federal Especializada junto ao IBAMA
Além da sua composição, a Estrutura Regimental do
Além do Presidente, ainda são atribuídas as seguintes
Desta forma, os Órgãos Seccionais, os Órgãos Espe- IBAMA estabelece também a competência de seus órgãos A análise e manifestação sobre assuntos de cunho
competências para os integrantes do Conselho Gestor:
cíficos Singulares e os Órgãos Descentralizados são definindo seu escopo de atuação da seguinte forma: jurídico no âmbito do IBAMA cabe à Procuradoria
divididos em: Art. 24 Aos integrantes do Conselho Gestor incum- Federal Especializada junto ao IBAMA.
Órgão Colegiado
be manifestarem-se e apresentarem recomenda- A Procuradoria Federal Especializada junto ao IBA-
z Órgãos Seccionais: Procuradoria Federal Especia- ções, quando for o caso, sobre as ações do IBAMA, MA é um órgão de execução da Procuradoria-Geral
lizada, Auditoria Interna, Corregedoria e Diretoria O órgão Colegiado do IBAMA é denominado Conse-
no âmbito das competências definidas neste Decre- lho Gestor, e conforme já estudamos, é composto pelos Federal que é o órgão responsável pela representação
de Planejamento, Administração e Logística; to, respeitada a legislação. judicial e extrajudicial das autarquias e fundações
z Órgãos Específicos Singulares: Diretoria de Qua- membros com direito a voto (Presidente do IBAMA,
Diretores e Procurador-Chefe) e por membros sem direi- públicas federais, pelas respectivas atividades de con-
lidade Ambiental, Diretoria de Licenciamento Am- Para os Diretores as atribuições são as seguintes: sultoria e assessoramento jurídicos e pela apuração da
biental; Diretoria de Proteção Ambiental; Diretoria to a voto (Chefe de Gabinete, Auditor Chefe e Demais
Assessores da Presidência). O Conselho Gestor é o órgão liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza,
de Uso Sustentável de Biodiversidade e Florestas Art. 25 Aos Diretores e aos demais dirigentes inerentes às suas atividades, inscrevendo-os em dívida
e o Centro Nacional de Monitoramento e Informa- auxilia o Presidente na tomada de decisões, desta forma
incumbe planejar, dirigir, avaliar o desempenho, ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial1.
ções Ambientais; coordenar, controlar e orientar a execução das
ele tem as seguintes competências de acordo com o art.
7º, do Anexo II, do Decreto nº 8.973, de 2017: De acordo com o art. 9º da Estrutura Regimental
z Órgãos Descentralizados: Superintendências, Ge- atividades de sua área de competência e exercer compete à Procuradoria Federal Especializada junto
rências executivas e Unidades Técnicas. outras atribuições que lhes forem cometidas pelo
ao IBAMA:
Presidente do IBAMA.
A Estrutura Regimental define que a fixação de atri- 1. Advocacia-Geral da União. PGFAGU. Disponível em: < https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/procuradoria-geral-federal-1 > Acesso em
buições específicas e a jurisdição (área de atuação) dos 127 128 12/05/2021.
Art. 9º À Procuradoria Federal Especializada junto por meio da fiscalização e da avaliação de suas ações referentes ao licenciamento ambiental, nos Além disto, o IBAMA também poderá se relacio-
ao IBAMA, órgão de execução da Procuradoria-Geral condutas funcionais; casos de competência federal. nar com outras instituições integrantes do Sisnama e
Federal, compete: II - analisar a pertinência de denúncias relativas à Art. 15 À Diretoria de Proteção Ambiental com- Sociedade Civil Organizada na forma do art. 28:
I - representar judicial e extrajudicialmente o IBAMA, atuação dos dirigentes e dos servidores do IBAMA pete coordenar, controlar e executar as ações federais
observadas as normas estabelecidas pela Procurado- e promover a instauração de sindicâncias e proces- referentes à fiscalização e às emergências ambientais. Art. 28 O IBAMA atuará em articulação com os
ria-Geral Federal; sos administrativos disciplinares, e encaminhar a Art. 16 À Diretoria de Uso Sustentável da Bio- órgãos e as entidades da administração pública
II - orientar a execução da representação judicial do instauração de processo para tomada de contas diversidade e Florestas compete coordenar,
IBAMA, quando sob a responsabilidade dos demais especial, quando for o caso; federal, direta e indireta, dos Estados, do Distrito
controlar e executar as ações federais referentes à
órgãos de execução da Procuradoria-Geral Federal; III - propor ao Presidente o encaminhamento à Federal e dos Municípios integrantes do Sisnama e
autorização de acesso, manejo e uso dos recursos
III - exercer as atividades de consultoria e assessora- Procuradoria-Geral Federal e à Advocacia-Geral com a sociedade civil organizada, para consecução
florestais, florísticos e faunísticos, e as ações fede-
mento jurídicos no âmbito do IBAMA, e aplicar, no da União de pedido de correição na Procuradoria de seus objetivos, em consonância com as diretri-
rais referentes à recuperação ambiental.
que couber, o disposto no art. 11 da Lei Complemen- Federal Especializada ou apuração de falta funcio- Art. 17 Ao Centro Nacional de Monitoramento zes da política nacional de meio ambiente, emitidas
tar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993 ; nal praticada, no exercício de suas atribuições, por e Informações Ambientais compete coordenar, pelo Ministério do Meio Ambiente.
IV - auxiliar os demais órgãos de execução da Procu- seus membros; e
controlar e executar atividades referentes ao moni-
radoria-Geral Federal na apuração da liquidez e da IV - acompanhar os assuntos pertinentes à gestão Por fim, de acordo com o art. 29, a Estrutura Regi-
toramento e a gestão das informações ambientais,
certeza de créditos, de qualquer natureza, inerentes da ética, em articulação com a Comissão de Ética
por meio do processamento e desenvolvimento de mental abre espaço para a criação de comitês e câma-
às atividades do IBAMA, para inscrição em dívida ati- do IBAMA.
tecnologias, da pesquisa, e da integração de bases ras técnicas setoriais ou temáticas com a participação
va e respectiva cobrança;
de dados e informações ambientais geoespaciais, e da Sociedade Civil Organizada:
V - zelar pela observância da Constituição, das leis e Diretoria de Planejamento, Administração e Logística
prover o acesso e a disponibilidade de informações
dos atos emanados dos Poderes Públicos, sob a orien-
e do conhecimento ao público interno e externo. Art. 29 O IBAMA, em ato de seu Presidente, poderá
tação normativa da Advocacia-Geral da União e da A Diretoria de Planejamento, Administração e
Procuradoria-Geral Federal; criar comitês e câmaras técnicas setoriais ou temá-
Logística promove as ações que dão suporte às ativida-
VI - coordenar e supervisionar, técnica e administrati- Órgãos Descentralizados ticas, com o objetivo de integrar e apoiar processos
des finalísticas do IBAMA, ou seja, é a “área meio” que
vamente, as unidades descentralizadas; e administra o orçamento anual da autarquia, realiza os internos de gestão ambiental, com a participação
VII - encaminhar à Advocacia-Geral da União ou à Os órgãos descentralizados são aqueles presentes da sociedade civil, quando necessário.
pagamentos de servidores, realiza o lançamento con-
Procuradoria-Geral Federal, conforme o caso, pedi- fora da sede do IBAMA, estão distribuídos pelo terri-
tábil de multas de infratores ambientais, entre outras
do de apuração de falta funcional praticada por seus tório nacional executando em nível estadual e local as
funções essenciais ao funcionamento da organização.
membros. atribuições da autarquia. Os órgãos descentralizados
Portanto, a Estrutura Regimental, estabelece as
Parágrafo único. Ato do Presidente do IBAMA, ouvido exercerão suas atividades em conformidade com as
o Procurador-Chefe, definirá a distribuição dos cargos
seguintes competências para a Diretoria de Planeja-
diretrizes do Presidente e, em questões específicas, dos
PORTARIA IBAMA Nº 2.542/ DE 2020
mento, Administração e Logística:
de chefia da Procuradoria Federal Especializada entre órgãos seccionais e específicos singulares do IBAMA. (REGIMENTO INTERNO DO IBAMA)
o órgão seccional e as unidades descentralizadas.
Art. 12 À Diretoria de Planejamento, Administra- Suas competências são as seguintes:
ção e Logística compete: A portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambien-
Auditoria Interna Art. 19 Às Superintendências compete a coorde- te e dos Recursos Renováveis - IBAMA 2534, de 2019,
I - elaborar e propor o planejamento estratégico
do IBAMA, supervisionar e avaliar o desempenho nação, o planejamento, a operacionalização e a exe- denominado Código de Conduta Ética, direcionado
O Controle dos processos de uma organização é dos resultados institucionais, programar, executar cução das ações do IBAMA e a supervisão técnica e aos agentes do IBAMA, surgiu da necessidade de refor-
fundamental para garantir sua eficiência e eficácia, e acompanhar o orçamento, promover a gestão da administrativa das Gerências Executivas e das Uni- çar o compromisso público do Ibama em benefício
neste sentido a Estrutura Regimental do IBAMA pre- tecnologia da informação; e dades Técnicas localizadas nas áreas de sua jurisdi-
viu na sua estrutura organizacional um setor de Audi- da ética, legalidade, moralidade, probidade, impes-
II - coordenar, executar, normatizar, controlar, ção, sendo subordinadas ao Presidente do IBAMA.
toria interna. Suas competências estão previstas no soalidade, transparência e eficiência administrativa,
orientar e supervisionar as atividades inerentes Art. 20 Às Gerências Executivas compete a ope-
art. 10, anexo II, do Decreto nº 8.973, de 2017: aos Sistemas de Pessoal Civil da Administração racionalização e a execução das ações do IBAMA, bem como em promover a valorização e a dignidade
Federal, de Administração dos Recursos de Tecno- em suas respectivas áreas de abrangência, sendo da função pública, além da conveniência de adaptar
Art. 10 À Auditoria Interna compete: logia da Informação, de Serviços Gerais, de Plane- subordinadas à Superintendência que possui juris- o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder
I - assessorar o Presidente e as Diretorias na jamento e de Orçamento Federal, de Contabilidade dição sobre a área em que estejam localizadas. Executivo Federal às atividades de competência insti-

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE


garantia da regularidade e no controle da gestão Federal, de Administração Financeira Federal, de Art. 21 Às Unidades Técnicas compete executar tucional do Instituto.
institucional; Organização e Inovação Institucional do Governo as atividades finalísticas do IBAMA, no âmbito de Com a publicação desse Código de Conduta Ética,
II - prestar apoio aos órgãos de controle interno da Federal e de Gestão de Documentos de Arquivo. sua competência, sendo subordinadas à Superin- é de responsabilidade de todo agente público obser-
União no âmbito de suas atribuições; tendência que possui jurisdição sobre a área em var e estimular o seu cumprimento integral. Inclusive,
III - acompanhar, orientar, fiscalizar e avaliar Órgãos Específicos Singulares que estejam localizadas.
os resultados quanto à legalidade, à eficiência, à este código, juntamente com o Código de Ética Profis-
eficácia e à efetividade da gestão orçamentária, Os órgãos específicos singulares coordenam e exe- sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Disposições Gerais
financeira, contábil, patrimonial e dos recursos cutam as atividades-fim do IBAMA, ou seja, aquelas Federal farão parte do conteúdo do curso de formação
humanos do IBAMA; e atividades que põe em prática as competências do de Agentes Ambientais Federais do Instituto Brasileiro
IV - executar as atividades de ouvidoria, no que se As disposições gerais definem que o detalhamento
IBAMA (competências descritas no art. 3º da Estrutura do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
refere ao recebimento, à análise e ao encaminha- da jurisdição, competências dos órgãos integrantes do
Regimental do IBAMA). veis e de outros cursos similares de qualificação pro-
mento das demandas da sociedade para orientação IBAMA e atribuições dos dirigentes deve ser definido
Tais órgãos estão divididos em áreas temáticas e fissional dos agentes públicos em exercício no Ibama.
das ações do IBAMA. em Regimento Interno. Atualmente vigora a Porta-
devem exercer suas atividades em harmonia com as
ria nº 4.396 de 10 de dezembro de 2019 que aprova o
diretrizes emitidas pelo Ministério do Meio Ambiente.
Corregedoria atual Regimento Interno do IBAMA. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À CONDUTA ÉTICA DOS
Suas competências são distribuídas da seguinte maneira:
Os três últimos arts. da estrutura regimental nor- AGENTES PÚBLICOS
A Corregedoria é um órgão voltado à apuração matizam a relação da autarquia com outras institui-
Art. 13 À Diretoria de Qualidade Ambiental Código de Ética Profissional do
de irregularidades praticadas por agentes públicos, compete coordenar, controlar e executar ações fede- ções públicas e da Sociedade Civil de forma o art. 27 O Decreto no 1.171,
ou seja, é um órgão voltado ao exercício das funções estabelece que: Servidor Público Civil do Poder
rais referentes à proposição de critérios, padrões, de 1994
disciplinares, sendo assim, o art. 11, do anexo II apre- Executivo Federal,
parâmetros e indicadores de qualidade ambiental,
senta as seguintes competências para a Corregedoria ao gerenciamento dos Cadastros Técnicos Federais Art. 27 O IBAMA poderá celebrar acordos, contra- A Exposição de
do IBAMA: de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental tos, convênios, termos de parceria e de ajustamento Motivos nº 37, de
e de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utili- de condutas e instrumentos similares com organi- Código de Conduta da Alta
2000, alterada pela
Art. 11 À Corregedoria compete: zadoras dos Recursos Ambientais. zações públicas e privadas, nacionais, estrangei- Administração Federal
Exposição de Moti-
I - acompanhar o desempenho dos servidores e dos Art. 14 À Diretoria de Licenciamento Ambien- ras e internacionais, visando à consecução de seus
vos nº 360, de 2001
dirigentes dos órgãos e das unidades do IBAMA, tal compete coordenar, controlar e executar as 129 130 objetivos.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À CONDUTA ÉTICA DOS de Adesão ao Código de Conduta Ética, no prazo de Art. 8° da Portaria Ibama 2534/19 - São compro- XVII - exercer suas atribuições com rigor técnico,
até 180 (cento e oitenta) dias, consoante modelo missos de conduta ética: obedecendo também as normas específicas das res-
AGENTES PÚBLICOS
constante do Anexo II, cabendo à Diplan a adoção I - atender demandas com postura ética e de modo pectivas profissões.
Resoluções expedidas pela das medidas necessárias a tal cumprimento. imparcial, probo e efetivo; XVIII - repelir ações ilícitas ou investidas duvido-
Em conformidade à II - atuar com imparcialidade no desempenho das sas, criminosas ou contrárias à ética de que tenha
Comissão de Ética Pública da § 7º Os contratos que envolvam prestação de servi-
Constituição Fede- atribuições funcionais, não permitindo que convic- sido alvo, denunciando a seus superiores hierárqui-
Presidência da República ços de natureza continuada ou não, nas dependên-
ral de 1988 ções de ordem político-partidária, religiosa ou ideo- cos ou às autoridades competentes, procedendo da
(CEP/PR) cias do Ibama, conterão cláusulas que imponham
as seguintes obrigações aos contratados: lógica afetem sua isenção; mesma forma em relação às tentativas que envol-
Lei do regime jurídico dos ser- I - exigir de seus empregados a assinatura do Termo III - repudiar atitudes discriminatórias ou precon- vam outros agentes públicos;
vidores públicos civis da União, Lei nº 8.112, de ceituosas de qualquer natureza relativamente à XIX - contribuir com a realização das atividades
de Adesão ao Código de Conduta Ética, consoante
das autarquias e das funda- 1990 etnia, sexo, religião, estado civil, orientação sexual, dos órgãos de controle;
modelo constante do Anexo II; e
ções públicas federais faixa etária ou condição física especial, ou quais- XX - apresentar-se ao trabalho com vestimentas
II - apresentar declaração de que todos os seus
quer outras formas de discriminação; adequadas ao exercício da função;
empregados assinaram o Termo de Adesão ao Códi- XXI - denunciar ato de ilegalidade, omissão, assé-
Código de Conduta Ética do Portaria do IBAMA IV - declarar-se impedido ou suspeito em situações que
go de Conduta Ética e de que os referidos documen- dio ou abuso de poder, de que tenha tomado conhe-
IBAMA nº 2534, de 2019 sua independência ou imparcialidade possam estar ou
tos se encontram sob sua guarda. cimento, indicando elementos que possam levar à
parecer estar prejudicadas para o desempenho de suas
respectiva comprovação, para efeito de apuração
São considerados agentes públicos do IBAMA todo funções, observando-se as hipóteses legais;
Desta forma, os agentes públicos que já se encon- em processo apropriado; e
aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer V - contribuir com o clima institucional, fortalecen-
travam no exercício do cargo, função ou emprego no XXII - atuar nas relações com outras instituições e
outro ato jurídico ou administrativo, preste servi- do as relações de trabalho por meio da confiança
IBAMA, antes da publicação dessa Portaria, tiveram com o público equilibradamente, não participando
ços ao IBAMA, de natureza permanente, temporária, mútua, assertividade e transparência, predispondo- de transações ou atividades que possam compro-
excepcional ou eventual, conforme parágrafo único que assinar um Termo de Adesão ao Código de Condu- -se à solução pacífica de conflitos internos ou con-
ta Ética, acatando o enquadramento às novas normas. meter a dignidade profissional ou desabonar a ima-
do art. 2 da Portaria 2534, de 2019. trovérsias na instituição nas quais esteja envolvido; gem pública, bem como a imagem do Ibama.
Conforme previsão do art. 3 da Portaria 2534, de Os prestadores de serviço terceirizados, de natureza VI - valorizar e promover ambiente de trabalho
2019: continuada ou não, também devem obedecer às nor- harmonioso, primando por atitudes positivas de
É notório que a lista de regras de compromisso éti-
mas de conduta, assinando também o do Termo de respeito pelas pessoas, a fim de evitar práticas que
co a serem seguidas por todos aqueles que se encon-
Art. 3º da Portaria 2534/2019 - No exercício de Adesão ao Código de Conduta Ética. possam configurar qualquer tipo de assédio ou
tram em exercício no IBAMA é pautada na urbanidade
suas funções, o agente público do Ibama deverá discriminação, comunicando a ocorrência de even-
e na prevalência do interesse público, uma vez que
pautar-se pelos padrões relativos a: ética, lega- tuais situações às autoridades competentes;
se trata de um órgão executor do SISNAMA, que lida
lidade, moralidade, probidade, impessoalidade, Importante! VII - zelar pelo uso correto e eficiente do patrimônio
diretamente com o cidadão.
transparência e eficiência administrativa, além de institucional, adotando práticas de economicidade
clareza de posições e decoro, com vista a motivar o A Diretoria de Planejamento, Administração e e sustentabilidade;
respeito e a confiança do público em geral. Logística (DIPLAN) coordena, executa, normati- VIII - utilizar dos recursos e ferramentas de Tecno- DAS VEDAÇÕES APLICADAS AOS SERVIDORES DO
za, controla, orienta e supervisiona as atividades logia da Informação e Comunicação, observando IBAMA
Princípios que regem os Agentes Públicos do IBAMA: inerentes aos sistemas de pessoal da Adminis- as normas internas, sendo vedada a utilização des-
ses recursos para a prática de atos ilegais ou para Não existem apenas regramentos de condutas
tração Federal, da administração dos recursos ativas aplicadas aos servidores do IBAMA, mas tam-
L EGALIDADE propagação e divulgação de conteúdo que atentem
de tecnologia da informação, de serviços gerais, bém uma lista de condutas que devem ser evitadas no
I MPESSOALIDADE contra a moralidade administrativa;
de planejamento e orçamento federal, de conta- IX - desempenhar suas atividades com responsabili- exercício das funções atribuídas. O art. 9° da Portaria
M ORALIDADE
bilidade, de organização e inovação institucional dade social, privilegiando a adoção de práticas que Ibama 2534, de 2019, traz essas vedações:
P ROBIDADE
E FICIÊNCIA e de gestão de documentos. favoreçam a inclusão social e com responsabilida-
E TICA de ambiental, combatendo o desperdício de recur- Art. 9º da Portaria Ibama 2534/19 - É vedado aos
sos materiais; servidores Ibama:
T RANSPARÊNCIA
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PADRÃO DE X - zelar pela imagem e identidade institucional do I - ser conivente com erro ou infração a este Código
CONDUTA Ibama, agindo com cautela em suas manifestações de Ética;
Os padrões éticos de que trata este artigo serão exi-
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
públicas, utilizando seu nome, marcas e símbolos, II - agir de forma procrastinatória, discriminatória
gidos do agente público no exercício de suas funções, ou que possa resultar em obtenção de vantagens ilí-
Art. 6 da Portaria 2534/2019 - São princípios e quando devidamente autorizado, ressalvado o
enquanto representante do Estado-Administração, citas por parte de terceiros;
valores éticos que devem nortear a conduta do exercício da livre manifestação do pensamento;
atendidos os critérios de idoneidade moral e de repu- III - fazer uso, divulgar ou facilitar a divulgação
agente público do Ibama, no exercício de suas fun- XI - tratar todas as pessoas com urbanidade e res-
tação ilibada nas relações que se estabelecem entre de informações sigilosas, e das quais tenha toma-
ções, e que compõem este Código de Ética: peito, considerando as características individuais de
esse e os administrados, de forma a evitar a ocorrên- do conhecimento em razão das atividades exerci-
I - a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a cada um, sobretudo as possíveis limitações pessoais;
cia de conflitos de interesses e de informações privile- XII - zelar pela eficiência no serviço público, nota- das no cargo ou função, mesmo após ter deixado
publicidade, a transparência, a eficiência e o inte-
giadas, conforme parágrafo único do art. 3 da Portaria damente pelo cumprimento de prazos estabelecidos
o cargo;
resse público;
2534, de 2019. IV - utilizar indevidamente informações obtidas em
II - a ética, a idoneidade, a probidade, a dignidade, para prestação de informações ao setor ou à unida-
Atenção: Antes do início do exercício, do estágio decorrência do trabalho para benefício próprio ou
o decoro, o zelo, o respeito, a dedicação, a cortesia, de demandante ou justificar a necessidade de sua
ou da prestação de serviços, caberá à chefia imediata de outrem, sendo imperioso o sigilo quando ainda
a assiduidade, a discrição, a urbanidade, a boa-fé e prorrogação;
orientar o agente público quanto à obrigatoriedade de não divulgadas ou até o prazo que a lei determinar;
a presteza; e XIII - empenhar-se em seu desenvolvimento profis-
leitura e de ciência das prescrições contidas no Códi- V - aceitar ajuda financeira, presentes, privilégios,
III - o zelo permanente pela imagem e integridade sional, buscando capacitações adequadas e regula- empréstimos, doações ou outra vantagem indevida
go de Conduta Ética, conforme § 2, art. 5°, da Portaria institucional do serviço público. res, bem como disseminar o conhecimento obtido para si e seus familiares, quando oriundos de possí-
2534, de 2019. em treinamentos profissionais; veis interessados nos serviços institucionais presta-
Os princípios fundamentais são aqueles que ser- XIV - assegurar aos interessados o acesso às suas dos, não se considerando presentes os brindes sem
AGENTES PÚBLICOS DO IBAMA ANTERIORES AO próprias informações pessoais ou a agentes públi- valor comercial ou aqueles distribuídos por enti-
vem de base para a organização de gestão institucio-
CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA cos legalmente autorizados; dades de qualquer natureza, a título de cortesia,
nal, neste caso em específico, do IBAMA. São eles que
XV - manter o sigilo de informações de natureza propaganda ou divulgação, por ocasião de eventos
ditam as condutas dos agentes na execução dos servi-
Os §§ 6 e 7 do art. 5°, da Portaria 2534, de 2019 confidencial obtidas em função do desempenho das especiais ou datas comemorativas;
preveem: ços, inclusive na interpretação de normas. atividades laborativas, inclusive no que digam res- VI - permitir que seja retirado de qualquer setor
O art. 8° da Portaria Ibama 2534, de 2019, listou os peito a questões afetas à saúde; deste Instituto, sem estar autorizado, processo,
Art. 5 da Portaria 2534/2019 [...] compromissos de conduta ética que devem ser segui- XVI - cientificar, previamente, sobre as situações documento, livro, material ou bem pertencente ao
§ 6º Os agentes públicos que estiverem em exercício dos por todos aqueles que se encontram no exercício que envolvam a designação e a exoneração de patrimônio público;
de cargo, função ou emprego no Ibama, na data de do cargo, função ou emprego no IBAMA, inclusive os cargos em comissão ou dispensa de funções de VII - adotar postura hostil e/ou ofensiva ao público
publicação desta Portaria, deverão assinar o Termo que prestam serviços terceirizados. 131 132 confiança; interno ou externo;
VIII - desqualificar a outrem, seja do público interno DAS VIOLAÇÕES AO CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA Após o objetivo geral, estão enumerados os Prin- a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar
ou externo, por meio de palavras que atinjam a sua cípios da PNMA, que não se confundem com os Prin- da população;
autoestima, imagem ou profissionalismo, acima A não observância do regramento disposto no cípios do Direito Ambiental. Os princípios da PNMA b) criem condições adversas às atividades sociais e
dos limites razoáveis de urbanidade de bom-senso; Código de Conduta Ética acarretará sanções, confor- funcionam como norteadores das ações na consecu- econômicas;
IX - praticar conduta que seja enquadrada como me disposto nos arts. 26 e 27: ção da Política Ambiental, representando, na verda- c) afetem desfavoravelmente a biota;
assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho; de, uma orientação prática à ação governamental. Os d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do
X – atribuir aos servidores ou colaboradores a Art. 26 da Portaria Ibama 2534/19 As condutas Princípios da PNMA estão arrolados nos incisos I a X meio ambiente;
execução de atividades de natureza particular ou que possam configurar em violação a este Códi- e) lancem matérias ou energia em desacordo com
do art. 2º:
abusivas que possam gerar comprometimento de go de Conduta Ética serão apuradas, de ofício ou os padrões ambientais estabelecidos;
ordem física, mental ou emocional; em razão de denúncia fundamentada, pela Comis- IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito
I - ação governamental na manutenção do equilí-
XI - utilizar bens do patrimônio institucional para são de Ética do Ibama e poderão, sem prejuízo de público ou privado, responsável, direta ou indire-
brio ecológico, considerando o meio ambiente como
atendimento de atividades de interesse particular, outras sanções previstas em lei, ensejar a aplicação tamente, por atividade causadora de degradação
um patrimônio público a ser necessariamente asse-
excetuando-se as hipóteses de insignificância; da pena de censura ética ou recomendação sobre a ambiental;
gurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
XII - apresentar-se em estado de embriaguez, volun- conduta adequada. V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas inte-
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da
tária ou culposa, ou sob o uso de substâncias psi- Parágrafo único. Qualquer cidadão ou entidade riores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o
água e do ar;
coativas, não prescritas no ambiente de serviço ou regularmente constituída, é parte legítima para mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
III - planejamento e fiscalização do uso dos recur-
fora dele em situações que comprometam a boa formular denúncia a este Instituto sobre violação a biosfera, a fauna e a flora.
sos ambientais;
imagem institucional do Ibama; dispositivo deste Código. IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação
XIII - manifestar-se em nome da Instituição quando Art. 27 da Portaria Ibama 2534/19 Os processos OBJETIVOS DA PNMA
de áreas representativas;
não autorizado pela autoridade competente, nos de apuração de violações a este Código de Conduta V - controle e zoneamento das atividades potencial
termos da política interna de comunicação social; Ética estão sujeitos, quanto ao acesso às informa- De abrangência ampla, o objetivo geral é delinea-
ou efetivamente poluidoras;
XIV - divulgar estudos, pareceres e pesquisas, ainda ções, às normas da Lei no 12.527, de 18 de novem- do por objetivos específicos descritos pelo art. 4º da
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnolo-
não tornados públicos, sem prévia autorização; bro de 2011, e do Decreto no 7.724, de 16 de maio de Lei nº 6.938, de 1981. Os objetivos específicos, por sua
gias orientadas para o uso racional e a proteção
XV - agir, em favor de interesses particulares, que 2012, e observarão as formalidades exigidas pelo vez, para obterem êxito, necessitam de planos, pro-
dos recursos ambientais;
visem quaisquer favores, benesses ou vantagens Decreto no 6.029, de 1º fevereiro de 2007, e pela Lei gramas e projetos para sua concretização de forma a
VII - acompanhamento do estado da qualidade
indevidas para si, para familiares, amigos, conhe- nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. orientar as ações públicas ou privadas.
ambiental;
cidos ou outros indivíduos, grupos de interesses ou
VIII - recuperação de áreas degradadas;
entidades públicas ou privadas; Portanto, as ações praticadas pelos agentes públi- Art. 4º A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
XVI - exercer seu cargo, função ou emprego com cos do IBAMA, que foram consideradas violações ao I - à compatibilização do desenvolvimento econô-
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino,
finalidade estranha ao interesse público; e Código de Conduta Ética serão apuradas, e caso sejam mico-social com a preservação da qualidade do
inclusive a educação da comunidade, objetivando
XVII - desviar servidor público para atendimento a consideradas lesivas, serão aplicadas as sanções meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
capacitá-la para participação ativa na defesa do
interesse particular definidas, sem prejuízos de outras previstas em Lei. II - à definição de áreas prioritárias de ação gover-
meio ambiente.
Lembrando que, qualquer cidadão ou entidade pode namental relativa à qualidade e ao equilíbrio eco-
DA PARTICIPAÇÃO DO AGENTE NAS REDES formalizar a denúncia da conduta do agente. lógico, atendendo aos interesses da União, dos
SOCIAIS Dica Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
O inciso I, do art. 2º, da Lei nº 6.938, de 1981, Municípios;
Cada dia mais a tecnologia faz parte da nossa vida, III - ao estabelecimento de critérios e padrões de
considera o meio ambiente como um patrimônio
e é impossível pensar em alguém que não utilize. São qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e
público. Com isso, pode parecer que legislador
diversas as redes sociais disponíveis, porém é neces- LEI Nº 6.938, DE 1981 E SUAS manejo de recursos ambientais;
determina o meio ambiente como um bem de pes- IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnolo-
sário ter alguns cuidados ao associar a sua imagem a ALTERAÇÕES (POLÍTICA NACIONAL DO soa jurídica pública, mas não é isso! O meio ambien- gias nacionais orientadas para o uso racional de
imagem do IBAMA. MEIO AMBIENTE) te é entendido na PNMA e na Constituição Federal recursos ambientais;
Não há problema algum no agente do IBAMA fazer
como um bem de uso comum do povo, sendo de V - à difusão de tecnologias de manejo do meio
uso das redes sociais, porém o agente público, identi- A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), interesse e responsabilidade de toda a coletividade ambiente, à divulgação de dados e informações
ficado como tal em seu perfil nas redes sociais, deve
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
instituída pela Lei nº 6.938, de 1981, foi um passo pio- a sua preservação. ambientais e à formação de uma consciência públi-
se portar de forma responsável, observando os prin- neiro na preservação ambiental frente às atividades ca sobre a necessidade de preservação da qualidade
cípios e as normas de conduta ética e as regras de boa econômicas. Antes dela, os diplomas legais relativos ambiental e do equilíbrio ecológico;
CONCEITOS
convivência, conforme previsão do art. 20 da Portaria ao meio ambiente eram dispersos e não havia poder VI - à preservação e restauração dos recursos ambien-
Ibama 2534, de 2019. de polícia que legitimasse a limitação e punição de tais com vistas à sua utilização racional e disponibi-
O art. 3º apresenta conceitos importantes para a
Outros aspectos que devem ser observados são atos ofensivos ao meio ambiente. A lei, além de aper- lidade permanente, concorrendo para a manutenção
aplicação da PNMA, dentre eles, o conceito de Meio
a da não utilização do e-mail institucional para uso feiçoar a proteção ambiental, serviu de ensejo à inclu- do equilíbrio ecológico propício à vida;
Ambiente, trazido pelo inciso I. Esse conceito de Meio
pessoal e/ou para criar perfis em suas mídias sociais, VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obri-
são do meio ambiente na Constituição Federal de 1988 Ambiente estabelecido pela PNMA foi recepcionado
conforme previsão do art. 21 da Portaria IBAMA 2534, gação de recuperar e/ou indenizar os danos causa-
e estimulou a criação de políticas ambientais nos esta- pela Constituição Federal de 1988, que adotou, desse
de 2019, assim como o cuidado ao utilizar os textos dos e, ao usuário, da contribuição pela utilização de
dos e no Distrito Federal. modo, uma ampla definição legal do termo a fim de
e imagens produzidas pelo IBAMA, uma vez que são recursos ambientais com fins econômicos.
criar uma extensa abrangência de aplicação das nor-
protegidas por direito autorais, conforme art. 23 da OBJETIVO GERAL E PRINCÍPIOS DA PNMA mas que compõem o Direito Ambiental.
Portaria IBAMA 2534, de 2019. Os objetivos da PNMA trazem à tona importantes
Outras definições legais muito importantes defini- Princípios do Direito Ambiental, a começar pelo Prin-
Por fim, sem prejuízo do pensamento crítico e da A PNMA faz distinção entre Objetivo Geral, expres- das pela PNMA foram a de degradação (inciso II), de
liberdade de expressão, o agente público não deve, cípio do Desenvolvimento Sustentável – presente
so no caput do art. 2º, e Objetivos Específicos, enume- poluição (inciso III) e de poluidor (inciso IV). Então, no inciso I, do art. 4º da Lei nº 6.938, de 1981 – que
de forma deliberada, realizar ou provocar exposições rados nos incisos I a V do art. 4º. O Objetivo Geral da vejamos os conceitos: define a compatibilização do desenvolvimento econô-
nas redes sociais e em mídias alternativas que visem Política é exposto da seguinte forma: mico-social com a preservação da qualidade do meio
causar prejuízos à imagem do IBAMA e de seus agen- I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, ambiente e do equilíbrio ecológico.
tes públicos, conforme previsto no art. 22 da Portaria Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente tem influências e interações de ordem física, química Outros princípios importantíssimos com previsão
IBAMA 2534, de 2019. por objetivo a preservação, melhoria e recuperação e biológica, que permite, abriga e rege a vida em legal no art. 4º da Lei nº 6.938, de 1981, são os Prin-
São condutas mínimas que já são utilizadas em da qualidade ambiental propícia à vida, visando todas as suas formas; cípios do Poluidor-Pagador e do Usuário-Pagador,
toda Administração Pública, uma vez que a atuação assegurar, no País, condições ao desenvolvimen- II - degradação da qualidade ambiental, a alteração presentes explicitamente no inciso VII.
dos agentes não é em benefício próprio, e sim em prol to socioeconômico, aos interesses da segurança adversa das características do meio ambiente; O princípio do Poluidor-Pagador responsabiliza
da coletividade e da instituição. nacional e à proteção da dignidade da vida huma- III - poluição, a degradação da qualidade ambiental aquele que polui e causa prejuízos ao meio ambiente;
na, atendidos os seguintes princípios: 133 134 resultante de atividades que direta ou indiretamente: essa responsabilização se dá em forma de pagamento
pecuniário ou por atos que poderão recuperar o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências linhas de financiamento em estabelecimentos ofi- Além dos membros citados acima, o Plenário ain-
ambiente. Possui caráter reparatório e punitivo. (IBAMA: Poder de Polícia Ambiental Federal; ICMBIO: ciais de crédito; da conta com um representante do Ministério Público
Já o princípio do Usuário-Pagador reflete o uso conservação ambiental através da gestão de unidades VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões Federal, que é um conselheiro convidado sem direi-
autorizado de recursos naturais; o usuário deverá de conservação federal). nacionais de controle da poluição por veículos to a voto.
suportar os custos da utilização, ou seja, os benefícios Órgãos Seccionais (inciso V, do art. 6º, da Lei nº automotores, aeronaves e embarcações, mediante As reuniões do Plenário do CONAMA ocorrem, em
que o usuário possui em razão dos recursos ambien- 6.938, de 1981): Órgãos ou Entidades Estaduais ou audiência dos Ministérios competentes; caráter ordinário, a cada três meses, no Distrito Fede-
tais deverão ser suportados, sem a imposição de taxas Distritais responsáveis pela execução das políticas VII - estabelecer normas, critérios e padrões rela-
ral, e, extraordinariamente, sempre que convocado
abusivas. Possui caráter remuneratório para direito ambientais, como, por exemplo, a Secretaria de Meio tivos ao controle e à manutenção da qualidade
pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou a reque-
de uso. Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, o Institu- do meio ambiente com vistas ao uso racional dos
rimento de pelo menos dois terços de seus membros.
A PNMA deve ser formulada e executada por todos to Ambiental do Paraná (IAP), a Secretaria de Meio recursos ambientais, principalmente os hídricos.
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente O Plenário será reunido em sessão pública, com a
os entes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), Ambiente da Bahia, o Instituto do Meio Ambiente e presença de pelo menos a metade mais um dos seus
conforme o art. 5º, e também deve orientar as ativida- é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do
Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), a Secretaria de membros e deliberará por maioria simples dos mem-
des empresariais, sejam elas públicas ou privadas. Conama.
Meio Ambiente do Distrito Federal, o Instituto Brasí- bros presentes no Plenário, cabendo ao Presidente da
lia Ambiental (IBRAM) etc. Os órgãos seccionais são sessão, além do voto pessoal, o de qualidade.
Art. 5º As diretrizes da Política Nacional do Meio responsáveis pela execução de programas, projetos e Quanto ao CONAMA, ainda é importante saber que
Ambiente serão formuladas em normas e planos, pelo controle e fiscalização de atividades capazes de a sua estrutura, estabelecida pelo art. 4º do Decreto nº
99.274, de 1990, foi alterada pelo Decreto nº 9.806, de INSTRUMENTOS DA PNMA
destinados a orientar a ação dos Governos da provocar a degradação ambiental.
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Terri- Órgãos Locais (inciso V, do art. 6º, da Lei nº 6.938, 2019. Dessa forma, a estrutura do conselho atualmente
tórios e dos Municípios no que se relaciona com a é composta por: Os instrumentos da PNMA estão elencados no seu
de 1981): Órgãos ou Entidades Municipais, tal como
preservação da qualidade ambiental e manutenção art. 9º, da Lei nº 6.938, de 1981, e têm por função via-
a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Cidade
do equilíbrio ecológico, observados os princípios de São Paulo. Os órgãos locais são responsáveis pelo z Plenário; bilizar a implantação da Política Ambiental. A PNMA
estabelecidos no art. 2º desta Lei. controle e fiscalização de atividades capazes de pro- z Câmara Especial Recursal (REVOGADO pelo Decre- conta com 13 instrumentos, elencados abaixo:
Parágrafo único. As atividades empresariais públi- vocar a degradação ambiental, nas suas respectivas to nº 9.806/2019);
Art. 9º São Instrumentos da Política Nacional do
cas ou privadas serão exercidas em consonância jurisdições. z Comitê de Integração de Políticas Ambientais;
Meio Ambiente:
com as diretrizes da Política Nacional do Meio z Câmaras Técnicas; I - o estabelecimento de padrões de qualidade
Ambiente. z Grupos de Trabalho;
Conselho de ambiental;
z Grupos Assessores. II - o zoneamento ambiental;
SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Governo
III - a avaliação de impactos ambientais;
Órgão Superior O Plenário, citado acima, tem a seguinte representação: IV - o licenciamento e a revisão de atividades efeti-
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) va ou potencialmente poluidoras;
foi estabelecido pelos arts. 6º e 8º da Lei nº 6.938, de V - os incentivos à produção e instalação de equi-
1981. O SISNAMA é composto por órgãos e entidades REPRESENTANTES CONAMA pamentos e a criação ou absorção de tecnologia,
responsáveis pela melhoria da qualidade ambiental Conama MMA
Ministro de Estado do Meio Ambiente: Presidente do voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
integrantes da União, dos estados, dos municípios e Órgão Consultivo e Órgão Consultivo e VI - a criação de espaços territoriais especialmen-
do Distrito Federal. Conama
Deliberativo Deliberativo te protegidos pelo Poder Público federal, estadual e
Os componentes do SISNAMA têm a responsabili- Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente: municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de
dade de implementar a PNMA e estão organizados da Secretário-Executivo do Conama relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
seguinte forma: VII - o sistema nacional de informações sobre o
Órgão Superior (inciso I do art. 6º da Lei nº 6.938, Órgãos
Órgãos Presidente do IBAMA meio ambiente;
de 1981): Conselho de Governo, que é presidido pelo Executivos Órgãos Locais
Seccionais VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e
Presidente da República e composto pelos ministros IBAMA e Múnicípios 1 (Um) representante dos seguintes Ministérios, indi- Instrumento de Defesa Ambiental;
de Estado. Na PNMA, é atribuído ao órgão superior Estados e DF cados pelos titulares das respectivas pastas: IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias
ICMBio
a função de assessorar o Presidente na formulação a) Casa Civil da Presidência da República; ao não cumprimento das medidas necessárias à
da política nacional e nas diretrizes governamentais b) Ministério da Economia; preservação ou correção da degradação ambiental;

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE


para o meio ambiente e os recursos ambientais. A PNMA ainda estabelece no art. 8º as competên- c) Ministério da Infraestrutura; X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio
Órgão Consultivo e Deliberativo (inciso II, do art. cias do CONAMA com relação ao seu poder delibera- d) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Institu-
6º, da Lei nº 6.938, de 1981): Conselho Nacional de tivo; além disso, define que a presidência do conselho e) Ministério de Minas e Energia; to Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Meio Ambiente (CONAMA), que integra a estrutura caberá ao Ministro do Meio Ambiente: f) Ministério do Desenvolvimento Regional; Renováveis – IBAMA;
do Ministério do Meio Ambiente e que tem a finali- g) Secretaria de Governo da Presidência da República;  XI - a garantia da prestação de informações relati-
dade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de vas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Públi-
Art. 8º Compete ao CONAMA:
Governo diretrizes de políticas governamentais para I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, nor- 1 (Um) representante de cada região geográfica do co a produzi-las, quando inexistentes;
o meio ambiente e os recursos naturais; delibera, no País, indicado pelo governo estadual; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades
mas e critérios para o licenciamento de atividades
âmbito de sua competência, sobre normas e padrões potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos
efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser conce-
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente 2 (dois) representantes de Governos municipais, den- recursos ambientais;
dido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. II - determinar, quando julgar necessário, a reali- tre as capitais dos Estados; XIII - instrumentos econômicos, como concessão
Órgão Central (inciso III do art. 6º da Lei nº florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e
zação de estudos das alternativas e das possíveis 4 (quatro) representantes de entidades ambientalistas
6.938, de 1981): Ministério do Meio Ambiente (que outros.
consequências ambientais de projetos públicos de âmbito nacional inscritas, há, no mínimo, um ano
substituiu a antiga Secretaria do Meio Ambiente da ou privados, requisitando aos órgãos federais,
no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas Embora nem todos os instrumentos ainda possuam
Presidência da República), que tem a finalidade de estaduais e municipais, bem assim a entidades
(CNEA), mediante carta registrada ou protocolizada base legal que subsidie a sua implementação, cada
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como privadas, as informações indispensáveis para apre-
junto ao Conama; um possui particularidades na sua aplicação. Vamos,
órgão federal, a política nacional e as diretrizes gover- ciação dos estudos de impacto ambiental, e respec- então, estudar a particularidade de cada instrumento:
namentais fixadas para o meio ambiente. tivos relatórios, no caso de obras ou atividades de 2 (dois) representantes indicados pelas seguintes enti-
Órgãos Executores (inciso IV, do art. 6º, da Lei nº significativa degradação ambiental, especialmente I - O estabelecimento de padrões de qualidade
dades empresariais:
6.938, de 1981): Instituto Brasileiro do Meio Ambien- nas áreas consideradas patrimônio nacional. ambiental
a) Confederação Nacional da Indústria;
te e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) Confederação Nacional do Comércio;
(previsto na PNMA) e o Instituto Chico Mendes de IV - (VETADO); O estabelecimento de padrões de qualidade é
c) Confederação Nacional de Serviços;
Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) (inserido V - determinar, mediante representação do IBAMA, fundamental para estabelecer patamares de qua-
d) Confederação Nacional da Agricultura;
como órgão executor por meio da Lei 12.856, de 2013). a perda ou restrição de benefícios fiscais concedi- lidade e de degradação dos recursos naturais que
Têm a finalidade de executar e fazer executar a políti- e) Confederação Nacional do Transporte.
dos pelo Poder Público, em caráter geral ou condi- são toleráveis e desejáveis pela sociedade e que não
ca e as diretrizes governamentais fixadas para o meio cional, e a perda ou suspensão de participação em 135 136 prejudiquem a manutenção dos ecossistemas. São
indispensáveis para o controle e prevenção das diver- avaliar sistematicamente os impactos ambientais de VIII - O Cadastro Técnico Federal de Atividades e transporte e comercialização de produtos potencial-
sas formas de poluição. uma ação proposta, seja ela projeto, programa, plano, Instrumento de Defesa Ambiental mente perigosos ao meio ambiente, assim como de
Além da União, os Estados, o Distrito Federal e os política ou até mesmo empreendimento, a fim de asse- produtos e subprodutos da fauna e flora.
municípios poderão também criar e fixar padrões de gurar os pressupostos constitucionais do equilíbrio O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instru- O cadastro é administrado pelo IBAMA e decorre do
qualidade ambiental, normalmente mais restritivos, ecológico e da qualidade do meio ambiente. mentos de Defesa Ambiental é um registro obrigató- poder de polícia administrativa. O CTF/AP está regula-
de acordo com os interesses regionais e locais. rio para pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam mentado pela Instruções Normativas IBAMA nº 6, de
Muitos dos padrões de qualidade ambiental, no IV - O licenciamento e a revisão de atividades efetiva à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e 2013 e nº 7, de 2011. É importante mencionar que a
âmbito da união, estão estabelecidos por resoluções ou potencialmente poluidoras ambientais e à indústria e ao comércio de equipamen- realização do cadastro não desobriga as pessoas físicas
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), tos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle ou jurídicas inscritas de obter licenças, autorizações,
de acordo com as seguintes temáticas: O licenciamento ambiental é um instrumento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, permissões, concessões, alvarás e demais documen-
importantíssimo para a Política Ambiental, que con- conforme o inciso I do art. 17 da Lei 6.938, de 1981. tos exigíveis por quaisquer instituições federais, esta-
z Qualidade do ar: Resolução Conama nº 5, de 1989
siste em um procedimento administrativo destinado O cadastro é administrado pelo IBAMA e foi regu- duais, distritais ou municipais para exercer as suas
(Instituiu o Programa Nacional da Qualidade do AR
a licenciar atividades ou empreendimento utilizado- lamentado pela Resolução CONAMA 01, de 1988. atividades.
– PRONAR) e Resolução Conama nº 18, de 1986 (Ins-
res de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
tituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por
poluidores, ou capazes, sob qualquer forma, de cau- IX - As penalidades disciplinares ou compensatórias XIII - Instrumentos Econômicos, como concessão
Veículos Automotores – PROCONVE);
sar degradação ambiental.  ao não cumprimento das medidas necessárias à florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e
z Qualidade das águas: Resolução Conama nº 357, de
2005 (Águas superficiais) e Resolução Conama nº 396, preservação ou correção da degradação ambiental outros
de 2008 (Águas subterrâneas); V - Os incentivos à produção e instalação de
z Qualidade dos Solos: Resolução Conama nº 420, equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, Instrumento da PNMA de caráter claramente repres- Os instrumentos econômicos funcionam como fer-
de 2009 (Critérios e valores orientados da qualida- voltados para a melhoria da qualidade ambiental sivo que remete ao poder de polícia ambiental frente ao ramentas estatais que visam administrar os recursos
de do solo quanto à presença de substâncias quí- ilícito ambiental no qual, diante do princípio da legalida- ambientais de maneira negocial para interferir na
micas e diretrizes para o gerenciamento ambiental Diferente dos instrumentos anteriores, que esta- de, o meio ambiente é tutelado por meio de penalidades Ordem Econômica, a fim de conciliar desenvolvimen-
de áreas contaminadas por essas substâncias em vam baseados em mecanismos de comando-controle disciplinares ou compensatórias. to econômico com sustentabilidade. Para isso, tais
decorrência de atividades antrópicas); da atividade privada, este instrumento visa incentivar
instrumentos se afastam da ação de polícia adminis-
z Ruído: Resolução Conama nº 001, de 1990 (Crité- tanto a produção e a instalação de equipamentos não X - A instituição do Relatório de Qualidade do Meio trativa para conceber ações de caráter bilateral que
rios de padrões de emissão de ruídos decorrentes poluentes quanto a criação ou a absorção de tecnolo-
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto visam incentivar e propiciar a preservação e a repa-
de quaisquer atividades industriais, comerciais, gias da qualidade ambiental.
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais ração do meio ambiente.
sociais ou recreativas) e NBR 10.151. Cabe ressaltar que existe previsão constitucional
Renováveis – IBAMA
no inciso VI, do art. 170, da CF, de 1988, para trata-
mento diferenciado de empresas, uma vez que um z Concessão Florestal
II - Zoneamento Ambiental O Relatório de Qualidade do Meio Ambiente que,
dos princípios da ordem econômica é a defesa do meio
ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado de acordo com a PNMA, deveria ser divulgado anual- A Concessão Florestal, de acordo com o inciso VII,
O Zoneamento Ambiental, também chamado de mente pelo IBAMA, é um instrumento que ainda não
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços do art. 3º, da Lei 11.284, de 2006 (Lei de Gestão de
Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), foi regu-
e de seus processos de elaboração e prestação. foi implementado. A importância deste instrumento Florestas Públicas), é a delegação onerosa, feita pelo
lamentado pelo Decreto 4.297, de 2002. O instrumento
está na disponibilização de dados ambientais para poder concedente, do direito de praticar manejo flo-
tem como função ordenar o território de forma a com-
VI - A criação de espaços territoriais especialmente informar de maneira ampla a população quanto à restal sustentável para exploração de produtos e ser-
patibilizar disponibilidade de recursos ambientais e
necessidade de preservação ecológica com as necessi- protegidos pelo Poder Público federal, estadual e situação ambiental no Brasil, trazendo subsídios para viços em uma unidade de manejo, mediante licitação,
dades de desenvolvimento socioeconômico. A defini- a análise de políticas públicas ambientais e para a à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de
ção legal e o objetivo geral do ZEE estão expressos nos priorização de ações de preservação, recuperação e exigências do respectivo edital de licitação e demons-
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas
arts. 2º e 3º do Decreto 4.297, de 2002: defesa do meio ambiente. tre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
Este instrumento se alinha com a previsão cons- risco e por prazo determinado.
Art. 2º O ZEE, instrumento de organização do ter- XI - A garantia da prestação de informações relativas Ou seja, é um contrato de concessão oneroso que
titucional expressa no inciso III do art. 225 da CF, de
ritório a ser obrigatoriamente seguido na implan- ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a pode ser realizado para a exploração sustentável de
1988, que impõe ao Poder Público o dever de criar
tação de planos, obras e atividades públicas e produzi-las, quando inexistentes uma floresta pública (natural ou plantada) pertencente
espaços especialmente protegidos. Dentre tais espa-
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
privadas, estabelece medidas e padrões de prote- à entidade ou órgão público ou de uma floresta nacional,
ços, enquadram-se as Unidades de Conservação cria-
ção ambiental destinados a assegurar a qualidade A garantia da prestação de informações relativas distrital, estadual ou municipal (categoria de unidade de
ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a con- das pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal,
ao Meio Ambiente é basicamente a aplicação do Prin- conservação estabelecida pela Lei nº 9.985, de 2000).
servação da biodiversidade, garantindo o desenvol- além da Reserva Legal e das Áreas de Proteção Perma-
cípio da Informação, cuja base está fundada no inciso
vimento sustentável e a melhoria das condições de nente definidas pela Lei nº 12.651, de 2012. XIV, do art. 5º, da CF, de 1988. z Servidão Ambiental
vida da população. Visando o atendimento pleno a esse princípio, foi
Art. 3º O ZEE tem por objetivo geral organizar, de VII - O sistema nacional de informações sobre o publicada a Lei nº 10.650, de 2003, que estabelece Espécie de servidão administrativa regulamenta-
forma vinculada, as decisões dos agentes públicos meio ambiente que os órgãos e entidades da Administração Pública, da pelos arts. 9º-A, 9º-B e 9º-C da PNMA. A Servidão
e privados quanto a planos, programas, projetos direta, indireta e fundacional, integrantes do SISNA- Ambiental é uma faculdade do proprietário ou possui-
e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem O Sistema Nacional de Informações sobre o Meio MA, ficam obrigados a permitir o acesso público aos dor rural que pode, por instrumento público ou par-
recursos naturais, assegurando a plena manu- Ambiente (SINIMA) é o instrumento responsável pela documentos, expedientes e processos administrativos ticular ou por termo administrativo firmado perante
tenção do capital e dos serviços ambientais dos organização, integração, compartilhamento e dispo- que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as órgão integrante do SISNAMA, limitar o uso de toda
ecossistemas. nibilização das informações ambientais, de modo a informações ambientais que estejam sob sua guarda, a sua propriedade ou de parte dela para preservar,
Parágrafo único.  O ZEE, na distribuição espacial
disponibilizar informações ambientais no âmbito do em meio escrito, visual, sonoro ou eletrônico, indepen- conservar ou recuperar os recursos ambientais exis-
das atividades econômicas, levará em conta a
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). dentemente da comprovação de interesse específico. tentes, instituindo servidão ambiental.
importância ecológica, as limitações e as fragili-
Regulamentado pelo inciso II, do art. 11, do Decre- Pode ser onerosa ou gratuita, temporária ou per-
dades dos ecossistemas, estabelecendo vedações,
restrições e alternativas de exploração do territó- to 99.274, de 1990, o SINIMA abarca informações mui- XII - O Cadastro Técnico Federal de atividades pétua, devendo atender aos seguintes requisitos:
rio e determinando, quando for o caso, inclusive a to relevantes para os órgãos e entidades do SISNAMA, potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos
relocalização de atividades incompatíveis com suas tais como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que foi recursos ambientais – CTF/AP „ O prazo mínimo da servidão ambiental tempo-
diretrizes gerais. instituído pela Lei nº 12.651, de 2012 (Novo Código rária é de 15 anos;
Florestal), o Cadastro Técnico Federal de Atividades e O Cadastro Técnico Federal de Atividades Poten- „ Devem ser objeto de averbação na matrícula
III - Avaliação de Impacto Ambiental Instrumentos de Defesa Ambiental e o Cadastro Técni- cialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos do imóvel no registro de imóveis competente o
co Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ Ambientais é um registro obrigatório de pessoas físi- instrumento ou termo de instituição da servi-
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) consiste ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais, ambos tam- cas ou jurídicas que se dedicam a atividades poten- dão ambiental e o contrato de alienação, cessão
em um conjunto de procedimentos que se propõem a bém instrumentos da PNMA. 137 138 cialmente poluidoras e/ou à extração, produção, ou transferência da servidão ambiental;
„ A servidão ambiental não se aplica às Áreas fiscalização. Caso seja descumprido o envio do rela- Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e casos que a lei faça alusão à dispositivos como normas
de Preservação Permanente e à Reserva Legal tório de atividades, será configurada infração que preservá-lo para as presentes e futuras gerações. técnicas.
mínima exigida; sujeitará ao pagamento de multa equivalente a 20%
„ A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da TCFA devida, sem o prejuízo da exigência do seu Já no § 3º deste artigo, assegurou a tríplice respon- z Elemento Subjetivo
da área sob servidão ambiental deve ser, no míni- pagamento. sabilidade ambiental ao definir que:
mo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal; Os valores da TCFA estão estabelecidos no ane- A Lei 9.605, de 1998, trouxe para a Responsabilida-
„ É vedada, durante o prazo de vigência da ser- xo IX, da Lei nº 6.938, de 1989, e variam conforme § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas de Penal Ambiental tipos penais que são passíveis de
vidão ambiental, a alteração da destinação da o Potencial de Poluição e/ou Grau de Utilização de ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas consumação pela modalidade culposa, portanto, nos
área, nos casos de transmissão do imóvel a Recursos Naturais e conforme o porte da empresa que físicas ou jurídicas, a sanções penais e administra- crimes ambientais são admitidas tanto condutas cul-
qualquer título, desmembramento ou de retifi- tivas, independentemente da obrigação de reparar
pratica a atividade taxada. posas quanto dolosas.
cação dos limites da propriedade. os danos causados.
O porte da empresa para fins de cobrança da TCFA Para quem nunca estudou Direito Penal é neces-
é baseado na receita bruta do estabelecimento da sário saber: o Crime Doloso ocorre quando o agente
z Seguro Ambiental Portanto, a responsabilidade ambiental em âmbito
seguinte forma: quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo e Cri-
penal, administrativo ou civil tem status constitucional
me Culposo é definido pela doutrina como a conduta
Seguro, de acordo com o art. 757, caput, do Código podendo ser aplicada a pessoas físicas e jurídicas. 
z Microempresa e empresa de pequeno porte: Pes- voluntária (ação ou omissão) que produz resultado
Civil de 2002, é o contrato pelo qual o segurador se Na legislação infraconstitucional, os fundamentos
soas jurídicas que se enquadrem no art. 3º da Lei antijurídico não querido, mas previsível, e excepcio-
obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garan- da responsabilidade administrativa ambiental estão
Complementar 123, de 2006, ou seja, para microem- nalmente previsto, que podia, com a devida atenção
tir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa presentes no art. 70 da Lei nº 9.605, de 1998 - Lei de
presa a receita anual bruta admitida é igual ou infe- ser evitado, ou seja, o agente provoca o resultado por
ou à coisa, contra riscos predeterminados. O Seguro Crimes Ambientais - que define infração administrati-
rior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e imprudência, negligência ou imperícia.
Ambiental não difere desse conceito, apenas se pren- va como “toda ação ou omissão que viole as regras jurí-
para empresa de pequeno porte a receita anual bru- dicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação
de ao objeto segurado: o meio ambiente. ta deve ser superior a R$ 360.000,00 (trezentos e ses- z Sujeito Ativo
A sua finalidade é garantir o atendimento de obri- do meio ambiente”. Além disto, com aplicação em esfe-
senta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 ra federal, foi publicado o Decreto nº 6.514, de 2008,
gações reparatórias em caso de degradação ambiental (quatro milhões e oitocentos mil reais); O Sujeito Ativo, na responsabilidade penal ambien-
e permitir ao mesmo tempo que a atividade econômi- que regulamenta a infração administrativa ambiental
z Empresa de médio porte: Pessoa jurídica que federal. tal, pode ser qualquer pessoa física ou jurídica confor-
ca continue a ser desenvolvida. tiver receita bruta anual superior a R$ 1.200.000,00 me estabelecido no art. 3º, da Lei nº 9.605, de 1998.
Nesse sentido, a Política Nacional de Resíduos Da mesma forma que a responsabilidade adminis-
(um milhão e duzentos mil reais) e igual ou infe- trativa ambiental, a responsabilidade penal ambien- Agora, tenha atenção na condição que a lei esta-
sólidos trouxe um dispositivo sobre seguro ambien- belece para que a pessoa jurídica seja sujeito ativo de
rior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais); tal  encontra  fundamento constitucional  no § 3º, art.
tal. O art. 40 da Lei permite ao órgão licenciador do um processo penal:
z Empresa de grande porte: Pessoa jurídica que 225, da CF, de 1988, e seus tipos penais e sanções são
SISNAMA requerer no licenciamento ambiental de
tiver receita bruta anual superior a R$ 12.000.000,00 descritos na Lei nº 9.605, de 1998.
empreendimentos ou atividades que operem com Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabiliza-
(doze milhões de reais).
resíduos perigosos a contratação de seguro de respon- das administrativa, civil e penalmente conforme o
sabilidade civil por danos causados ao meio ambiente LEI Nº 9.605/1998
A TCFA será devida no último dia útil de cada tri- disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja
ou à saúde pública. cometida por decisão de seu representante legal ou
mestre do ano civil e o recolhimento será efetuado em A responsabilidade penal ambiental, como defen- contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse
conta bancária vinculada ao IBAMA, por intermédio de a doutrina, é a ultima ratio (último recurso) para
TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL ou benefício da sua entidade.
de documento próprio de arrecadação, até o quinto a defesa do bem ambiental, mais gravosa por sinal, Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas
dia útil do mês subsequente (art. 17-G.). uma vez que o Direito Penal se rege pelo princípio da jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras,
A Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental
Quando a empresa que está sujeita ao pagamento intervenção mínima reconhecendo, portanto, que a co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
(TCFA) é um assunto que vem ganhando importância
da TCFA realizar o pagamento de taxa de fiscalização liberdade é direito fundamental e valor supremo do
dentro dos órgãos e entidades que detêm o Poder de
ambiental estabelecida por Estado, Município ou pelo Estado Democrático de Direito e essencial para a con- Portanto, a imputação de crime a pessoa jurídica
Polícia Ambiental em função da sua contribuição para
Distrito Federal, o valor pago constituirá crédito para vivência em sociedade. depende de decisão de seu representante legal ou
o orçamento dessas instituições.
A Taxa foi estabelecida pelos arts. 17-B da Lei nº compensação com o valor devido a título de TCFA, até contratual, direção, órgão colegiado e no interesse
6.938/1989 nos seguintes termos: o limite de 60% e relativamente ao mesmo ano. Pressupostos da Responsabilidade Penal Ambiental ou benefício da entidade.
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
Estão isentas do pagamento da TCFA entidades Outro ponto importante é que, de acordo com o
Art. 17-B Fica instituída a Taxa de Controle e Fis- públicas federais, distritais, estaduais e municipais, z Bem Jurídico Protegido art. 4º da Lei nº 9.605, de 1998, poderá ser desconside-
calização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricul- rada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade
exercício regular do poder de polícia conferido ao tura de subsistência e populações tradicionais. Nos crimes ambientais o bem jurídico protegido for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur- Embora a TCFA componha o orçamento do IBAMA, é o meio ambiente em toda a sua dimensão: natural, à qualidade do meio ambiente.
sos Naturais Renováveis – IBAMA para controle e os recursos arrecadados com a TCFA terão utilização res- cultural e artificial. Por fim, quanto à pessoa jurídica, a Lei de Crimes
fiscalização das atividades potencialmente poluido- trita em atividades de controle e fiscalização ambiental. Atualmente, conforme entendimento dos Tribu- Ambientais também estabelece em seu art. 24 que a
ras e utilizadoras de recursos naturais. Por fim, a Lei nº 6.938/1981 ainda autoriza o IBAMA nais, é possível a aplicação do princípio da insignifi- pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderan-
a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e cância (princípio da bagatela) nos crimes ambientais. temente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a
De acordo com o art. 77 do CTN, taxa é um tributo o Distrito Federal para desempenharem atividades de Esse princípio não está previsto na Constituição Fede- prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua
que tem como fato gerador o exercício regulador do fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parce- ral, porém é amplamente aceito no âmbito jurídico. liquidação forçada, seu patrimônio será considerado
poder de polícia ou a utilização efetiva e potencial de la da receita obtida com a TCFA (art. 17-Q). Trata-se da não incriminação de condutas que são instrumento do crime e como tal perdido em favor do
serviço público específico e divisível. Logo, a TCFA é incapazes de lesar o bem jurídico, ou seja, o resultado Fundo Penitenciário Nacional.
uma taxa cuja cobrança é possível diante do exercício do crime é tão ínfimo que o Direito Penal o trata como Outra possibilidade de responsabilização que
regular do poder de polícia conferido ao IBAMA. causa de exclusão da tipicidade material. merece atenção, mas agora relativa à pessoa física
É sujeito passivo da TCFA, ou seja, está sujeito à É importante você conhecer o informativo 816 do deriva do art. 2° da Lei 9.605, de 1998 e do § 2º, do art.
cobrança da TCFA, todo aquele que exerça atividades LEI Nº 9.605, DE 1998 E DECRETO Nº STF: Aplica-se o princípio da insignificância aos cri- 13 do Código Penal:
potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos 6.514, DE 2008 (CRIMES AMBIENTAIS) mes ambientais.
ambientais conforme a listagem presente no Anexo § 2º A omissão é penalmente relevante quando o
VIII da Lei nº 6.93, de 1981. A Constituição Federal, no art. 225, garantiu a pro- Tipicidade omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
Além do pagamento da taxa, o sujeito passivo teção do meio ambiente, nos termos: O dever de agir incumbe a quem:
da TCFA é obrigado a entregar até o dia 31 de mar- Pela complexidade do bem protegido, o tipo penal a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
ço de cada ano relatório das atividades exercidas no Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecolo- ambiental é, em função da sua amplitude ou da inde- vigilância;
ano anterior, cujo modelo será definido pelo IBAMA, gicamente equilibrado, bem de uso comum do povo terminação da conduta exata a ser incriminada, um b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
para colaborar com os procedimentos de controle e e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 139 140 tipo aberto, ou seja, se faz necessário em determinados impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco Causas de Aumento de Pena § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos
Prestação de serviços à comunidade 
da ocorrência do resultado. atos de pesca.
Multa  O legislador determinou, para os crimes presentes Art. 30 Exportar para o exterior peles e couros de
Dessa maneira, outros possíveis imputados em um na Seção III - Da Poluição e outros Crimes Ambientais anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
processo penal ambiental seriam: diretor, administra- Pessoas Jurídicas – os seguintes casos de aumento de pena: autoridade ambiental competente:
dor, membro de conselho e de órgão técnico, auditor, Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
gerente, preposto ou mandatário de pessoa jurídica, Art. 58 Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, Art. 31 Introduzir espécime animal no País, sem pare-
que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixe Penas Restritivas de Direitos  as penas serão aumentadas: cer técnico oficial favorável e licença expedida por
de impedir a sua prática, quando podia agir para evi- I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversí- autoridade competente:
Suspensão parcial ou total de atividades  vel à flora ou ao meio ambiente em geral; Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
tá-la. Contudo, deve se demonstrar nexo de causalida-
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corpo- Art. 32 Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
de entre a ação/omissão do agente e o dano. Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade  ral de natureza grave em outrem; mutilar animais silvestres, domésticos ou domestica-
Ou seja, além da pessoa física ou jurídica que con-
 Proibição de contratar com o Poder Público, bem como III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. dos, nativos ou exóticos:
tribuiu diretamente para o dano, seja por dolo ou cul- Parágrafo único. As penalidades previstas nes-
pa, a Lei ainda atinge quem por omissão permitiu que dele obter subsídios, subvenções ou doações Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
te artigo somente serão aplicadas se do fato não § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza
o dano acontecesse podendo evitá-lo. resultar crime mais grave.
Prestação de serviços à comunidade  experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
que para fins didáticos ou científicos, quando existirem
Dica Multa  Dos Crimes Ambientais previstos na Lei 9.605/1998 recursos alternativos.
Para prova: é possível a responsabilização da § 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para
Circunstâncias Atenuantes e Agravantes Pela extensão do conteúdo e da pouca incidência as condutas descritas no caput deste artigo será de
pessoa jurídica por crimes ambientais, ainda que
dessa parte da Lei em provas e, tendo em vista tam- reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição
não seja responsabilizada as pessoas físicas. As circunstâncias atenuantes estão presentes no art. bém que já nos familiarizamos com os sujeitos, cir- da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)
14 e as agravantes no art. 15 da Lei nº 9.605, de 1998. cunstâncias atenuantes e agravantes do crime, vou § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se
z Sujeito Passivo apresentar em texto de lei os crimes ambientais, ocorre morte do animal.
z Circunstâncias Atenuantes: observe que para alguns deles a Lei nº 9.605, de 1998 Art. 33 Provocar, pela emissão de efluentes ou car-
O Sujeito Passivo, quando se trata de responsabili- especifica casos de aumento ou redução de pena. Os reamento de materiais, o perecimento de espécimes
dade penal ambiental, é a coletividade, uma vez que a Art. 14 [...] artigos vetados não foram citados. da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes,
CF, de 1988, considera o direito ao meio ambiente eco- I - baixo grau de instrução ou escolaridade do lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo. agente; Dos Crimes contra a Fauna Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
II - arrependimento do infrator, manifestado pela cumulativamente.
Gradação de Penalidade espontânea reparação do dano, ou limitação signi- Art. 29 Matar, perseguir, caçar, apanhar, utili- Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
ficativa da degradação ambiental causada; zar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou esta-
Para imposição e gradação da pena, o juiz levará III - comunicação prévia pelo agente do perigo imi- rota migratória, sem a devida permissão, licença ções de aqüicultura de domínio público;
em conta os requisitos do art. 6º, da 9.605, de 1998: nente de degradação ambiental; ou autorização da autoridade competente, ou em II - quem explora campos naturais de invertebrados
IV - colaboração com os agentes encarregados da desacordo com a obtida: aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autoriza-
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a vigilância e do controle ambiental. Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. ção da autoridade competente;
autoridade competente observará:  § 1º Incorre nas mesmas penas: III - quem fundeia embarcações ou lança detritos
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da z Circunstâncias Agravantes: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou
infração e suas consequências para a saúde pública autorização ou em desacordo com a obtida; corais, devidamente demarcados em carta náutica.
e para o meio ambiente;  Art. 15 [...] II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo Art. 34 Pescar em período no qual a pesca seja proibi-
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumpri- I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; ou criadouro natural; da ou em lugares interditados por órgão competente:
mento da legislação de interesse ambiental;  II - ter o agente cometido a infração: III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adqui-
Pena - detenção de um ano a três anos ou mul-
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa a) para obter vantagem pecuniária; re, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza
ta, ou ambas as penas cumulativamente.
b) coagindo outrem para a execução material da ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
Sanções infração; silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espéci-
produtos e objetos dela oriundos, provenientes
a saúde pública ou o meio ambiente; de criadouros não autorizados ou sem a devida mes com tamanhos inferiores aos permitidos;
As sanções impostas na 9.605, de 1998, são análo- II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; permissão, licença ou autorização da autoridade
gas àquelas propostas no código penal – penas priva- mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou competente.
tivas de liberdade, penas restritivas e direitos e multa. áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre e métodos não permitidos;
Contudo há variações com relação à aplicação em especial de uso; não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, III- transporta, comercializa, beneficia ou industriali-
casos envolvendo pessoa física e pessoa jurídica. f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assenta- considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a za espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca
mentos humanos; pena. proibidas.
Pessoas Físicas g) em período de defeso à fauna; § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
h) em domingos ou feriados; pertencentes às espécies nativas, migratórias e Sobre o art. 34 é importante ressaltar que, caso a
Penas Privativas de Liberdade  i) à noite; quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que pesca, realizada no período no qual esta seja proibido
j) em épocas de seca ou inundações; tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo ou em lugares interditados, for de um único peixe e
Reclusão (Crimes)  l) no interior do espaço territorial especialmente dentro dos limites do território brasileiro, ou águas que este seja devolvido (vivo) ao local em que foi pes-
protegido; jurisdicionais brasileiras. cado, deverá ser aplicado ao caso o princípio da insig-
Detenção (Crimes)  m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é nificância, conforme entendimento dos Tribunais.
captura de animais; praticado:
Prisão Simples (Contravenções)  n) mediante fraude ou abuso de confiança; I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
o) mediante abuso do direito de licença, permissão extinção, ainda que somente no local da infração;
Penas Restritivas de Direitos 
ou autorização ambiental; II - em período proibido à caça;
Importante!
Interdição temporária de direitos  p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou III - durante a noite; Informativo 602 STJ: Não se configura o crime
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada IV - com abuso de licença; previsto no art. 34 da Lei n° 9.605, de 1998, na
Suspensão parcial ou total de atividades  por incentivos fiscais; V - em unidade de conservação;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em rela-
hipótese em que há a devolução do único peixe
VI - com emprego de métodos ou instrumentos
Prestação pecuniária  tórios oficiais das autoridades competentes; capazes de provocar destruição em massa. – ainda vivo – ao rio em que foi pescado. (STJ.
r) facilitada por funcionário público no exercício de § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime 6ª Turma. REsp 1.409.051-SC, Rel. Min. Nefi Cor-
Recolhimento domiciliar 
suas funções. 141 142 decorre do exercício de caça profissional. deiro, julgado em 20 de abril de 2017)
Art. 35 Pescar mediante a utilização de: de licença do vendedor, outorgada pela autorida- I - abandona os produtos ou substâncias referidos Art. 68 Deixar, aquele que tiver o dever legal ou
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a de competente, e sem munir-se da via que deverá no caput ou os utiliza em desacordo com as normas contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de rele-
água, produzam efeito semelhante; acompanhar o produto até final beneficiamento: ambientais ou de segurança; vante interesse ambiental:
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela Detenção, de seis meses a um ano, e multa. II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, trans- Detenção, de um a três anos, e multa.
autoridade competente: Art. 48 Impedir ou dificultar a regeneração natural porta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. de florestas e demais formas de vegetação: resíduos perigosos de forma diversa da estabeleci- ano, sem prejuízo da multa.
Detenção, de seis meses a um ano, e multa. da em lei ou regulamento. Reclusão, de um a quatro Art. 69 Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do
Dos Crimes contra a Flora Art. 49 Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por anos, e multa. Poder Público no trato de questões ambientais:
qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação Se o produto ou a substância for nuclear ou radioa- Detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 38 Destruir ou danificar floresta considerada de logradouros públicos ou em propriedade priva- tiva, a pena é aumentada de um sexto a um terço. Art. 69-A Elaborar ou apresentar, no licenciamen-
de preservação permanente, mesmo que em forma- da alheia: Art. 60 Construir, reformar, ampliar, instalar to, concessão florestal ou qualquer outro procedi-
ção, ou utilizá-la com infringência das normas de Detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ou fazer funcionar, em qualquer parte do territó- mento administrativo, estudo, laudo ou relatório
proteção: Detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. rio nacional, estabelecimentos, obras ou serviços ambiental total ou parcialmente falso ou engano-
ambas as penas cumulativamente. Art. 50 Destruir ou danificar florestas nativas ou potencialmente poluidores, sem licença ou auto- so, inclusive por omissão: Reclusão, de 3 (três) a 6
Art. 38-A Destruir ou danificar vegetação primá- plantadas ou vegetação fixadora de dunas, proteto- rização dos órgãos ambientais competentes, ou (seis) anos, e multa.
ria ou secundária, em estágio avançado ou médio ra de mangues, objeto de especial preservação: Se o crime é culposo:
contrariando as normas legais e regulamentares
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utili- Detenção, de três meses a um ano, e multa. Detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
pertinentes:
zá-la com infringência das normas de proteção: Art. 50-A Desmatar, explorar economicamente ou
Detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas
Detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de DECRETO FEDERAL Nº 6.514/2008
as penas cumulativamente.
ambas as penas cumulativamente. domínio público ou devolutas, sem autorização do
Art. 61 Disseminar doença ou praga ou espécies
Art. 39 Cortar árvores em floresta considerada de órgão competente: A Lei nº 9.605, de 1998 (Lei de Crimes Ambientais)
que possam causar dano à agricultura, à pecuária,
preservação permanente, sem permissão da autori- Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. aborda no Capítulo VI (arts. 70 a 76) a Infração Admi-
à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
dade competente: Art. 51 Comercializar motosserra ou utilizá-la em
Reclusão, de um a quatro anos, e multa. nistrativa em âmbito federal. Dessa forma, o Decreto
Detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as florestas e nas demais formas de vegetação, sem
nº 6.514, de 2008, regulamenta a infração administra-
penas cumulativamente. licença ou registro da autoridade competente:
Detenção, de três meses a um ano, e multa. Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o tiva ambiental federal. Vamos abordar, então, o con-
Art. 40 Causar dano direto ou indireto às Unidades
Art. 52 Penetrar em Unidades de Conservação Patrimônio Cultural teúdo do decreto a seguir:
de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, indepen- conduzindo substâncias ou instrumentos próprios
dentemente de sua localização: para caça ou para exploração de produtos ou Art. 62 Destruir, inutilizar ou deteriorar: Sanções Administrativas
Reclusão, de um a cinco anos. subprodutos florestais, sem licença da autoridade I - bem especialmente protegido por lei, ato admi-
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de competente. nistrativo ou decisão judicial; As sanções administrativas estão elencadas no art.
Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reser- Detenção, de seis meses a um ano, e multa. II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, 2º do Decreto 6.514, de 2008, e no art. 72 da Lei 9.605,
vas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumen- instalação científica ou similar protegido por lei, de 1998, sendo as seguintes:
tos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. Da Poluição e Outros Crimes Ambientais ato administrativo ou decisão judicial:
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies amea- Reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 3° As infrações administrativas são punidas
çadas de extinção no interior das Unidades de Con- Art. 54 Causar poluição de qualquer natureza em Art. 63 Alterar o aspecto ou estrutura de edificação com as seguintes sanções:
servação de Proteção Integral será considerada níveis tais que resultem ou possam resultar em ou local especialmente protegido por lei, ato admi- I - advertência;
circunstância agravante para a fixação da pena danos à saúde humana, ou que provoquem a mor- nistrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor II - multa simples;
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à tandade de animais ou a destruição significativa da paisagístico, ecológico, turístico, artístico, históri- III - multa diária;
metade flora: co, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou IV - apreensão dos animais, produtos e subprodu-
Reclusão, de um a quatro anos, e multa. monumental, sem autorização da autoridade com- tos da fauna e flora e demais produtos e subpro-
Circunstância agravante do crime previsto no art. Se o crime é culposo: Detenção, de seis meses a um petente ou em desacordo com a concedida: dutos objeto da infração, instrumentos, petrechos,
40: se a conduta afetar espécies ameaçadas de extinção. ano, e multa. Reclusão, de um a três anos, e multa. equipamentos ou veículos de qualquer natureza
De acordo com o entendimento do STJ, o crime Se o crime: Art. 64 Promover construção em solo não edifi- utilizados na infração;
de dano às Unidades de Conservação e demais pre- I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria cável, ou no seu entorno, assim considerado em V - destruição ou inutilização do produto;
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
vistos no caput é um crime instantâneo de efeitos para a ocupação humana; razão de seu valor paisagístico, ecológico, artísti- VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
permanentes (os efeitos da conduta se alastram no II - causar poluição atmosférica que provoque a co, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueoló- VII - embargo de obra ou atividade e suas respecti-
tempo, excedendo o momento da consumação). retirada, ainda que momentânea, dos habitantes gico, etnográfico ou monumental, sem autorização vas áreas;
das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à da autoridade competente ou em desacordo com a VIII - demolição de obra;
Art. 41 Provocar incêndio em mata ou floresta: saúde da população; concedida: IX - suspensão parcial ou total das atividades; e
Reclusão, de dois a quatro anos, e multa. III - causar poluição hídrica que torne necessária a X - restritiva de direitos.
Detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 42 Fabricar, vender, transportar ou soltar interrupção do abastecimento público de água de Art. 65 Pichar ou por outro meio conspurcar edifi-
balões que possam provocar incêndios nas flores- uma comunidade; cação ou monumento urbano: Para aplicação das sanções o agente autuante
tas e demais formas de vegetação, em áreas urba- IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. lavrará Auto de Infração observando: I - a gravida-
nas ou qualquer tipo de assentamento humano: V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, de dos fatos, tendo em vista os motivos da infração e
Detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substân- suas consequências para a saúde pública e para o meio
Dos Crimes contra a Administração Ambiental
penas cumulativamente. cias oleosas, em desacordo com as exigências esta- ambiente; II -os  antecedentes do infrator, quanto ao
Art. 44 Extrair de florestas de domínio público ou belecidas em leis ou regulamentos: cumprimento da legislação de interesse ambiental; e III
Reclusão, de um a cinco anos. Art. 66 Fazer o funcionário público afirmação falsa
consideradas de preservação permanente, sem pré- - a situação econômica do infrator (art. 4°).
via autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espé- Art. 55 Executar pesquisa, lavra ou extração de ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informa-
ções ou dados técnico-científicos em procedimentos As sanções podem ser aplicadas isolada ou cumula-
cie de minerais: recursos minerais sem a competente autorização,
de autorização ou de licenciamento ambiental: tivamente e após a lavratura do Auto de Infração esta-
Detenção, de seis meses a um ano, e multa. permissão, concessão ou licença, ou em desacordo
Reclusão, de um a três anos, e multa. rão sujeitas à confirmação de autoridade julgadora.
Art. 45 Cortar ou transformar em carvão madeira com a obtida:
Detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 67 Conceder o funcionário público licença, A sanção de demolição prevista no inciso VIII
de lei, assim classificada por ato do Poder Público,
para fins industriais, energéticos ou para qualquer Art. 56 Produzir, processar, embalar, importar, autorização ou permissão em desacordo com as merece atenção, uma vez que diante da sua gravida-
outra exploração, econômica ou não, em desacordo exportar, comercializar, fornecer, transportar, normas ambientais, para as atividades, obras ou de o art. 19 somente autoriza a sua aplicação após o
com as determinações legais: armazenar, guardar, ter em depósito ou usar pro- serviços cuja realização depende de ato autorizati- exercício do contraditório e da ampla defesa por par-
Reclusão, de um a dois anos, e multa. duto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à vo do Poder Público: te do infrator e ainda a condiciona às seguintes situa-
Art. 46 Receber ou adquirir, para fins comerciais saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo Detenção, de um a três anos, e multa. ções: I- quando verificada a construção de obra em área
ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ambientalmente protegida em desacordo com a legis-
produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição regulamentos: 143 144 ano de detenção, sem prejuízo da multa. lação ambiental; ou II - quando a obra ou construção
realizada não atenda às condicionantes da legislação ETAPAS DO PROCESSO PRAZO apresentarem um conteúdo extenso, recomendo a Multa de R$ 2.500,00. 
ambiental e não seja passível de regularização. leitura para familiarização, contudo a cobrança des- Art. 31 Deixar, o jardim zoológico e os criadouros
Oferecida ou não a defe- se texto acontece esporadicamente em provas mais autorizados, de ter o livro de registro do acervo
Do Processo Administrativo para Apuração de sa, a autoridade julgadora específicas voltadas para a fiscalização ambiental do faunístico ou mantê-lo de forma irregular.
30 dias Multa de R$ 500,00 a R$ 5.000,00. 
Infrações Ambientais julgará o auto de infração IBAMA ou ICMBIO e de órgãos estaduais. No entanto, é
em importante que você conheça as infrações ambientais, Art. 32 Deixar, o comerciante, de apresentar decla-
pois elas podem ajudar na resolução de questões ou ração de estoque e valores oriundos de comércio de
Conforme o § 1º, do art. 70, da Lei nº 9.605, de 1998, Da decisão proferida animais silvestres.
20 dias na argumentação em uma prova discursiva.
são autoridades competentes para lavrar auto de infra- cabe recurso em Multa de R$ 200,00 a R$ 10.000,00.
Além da tipificação da conduta, os artigos trazem
ção ambiental e instaurar processo administrativo os Art.  33  Explorar ou fazer uso comercial
a determinação do valor das multas que variam entre
funcionários de órgãos ambientais integrantes do Siste- Dos Prazos Prescricionais de imagem de animal silvestre mantido
R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$ 10.000.000,00 (dez
ma Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados irregularmente em cativeiro ou em situação
milhões de reais). É interessante também que você
para as atividades de fiscalização, bem como os agentes Quanto aos prazos prescricionais o Decreto nº de abuso ou maus-tratos.
repare que muitas das condutas infracionais são coin- Multa de R$ 5.000,00 a R$ 500.000,00.
das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. 6.514, de 2008, apresenta os seguintes preceitos: cidentes com aquelas previstas na Lei nº 9.605, de
As infrações ambientais são apuradas em processo 1998, contudo no Decreto nº 6.514, de 2008, o rol de Art. 34 Causar degradação em viveiros, açudes ou
administrativo próprio, assegurado o direito de ampla Art. 21  Prescreve em cinco anos a ação da administra- condutas é mais extenso. estação de aqüicultura de domínio público.
defesa e o contraditório, que é iniciado com a lavratura ção objetivando apurar a prática de infrações contra o
Multa de R$ 5.000,00 a R$ 500.000,00.
meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou, Das Infrações Contra a Fauna
do auto de infração do qual deverá ser dado ciência ao Art. 35 Pescar em período ou local no qual a pesca
no caso de infração permanente ou continuada, do dia
autuado, assegurando-se o contraditório e a ampla defesa. seja proibida. Parágrafo único.  Incorre nas mes-
em que esta tiver cessado.  Art. 24 Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar,
A ciência ocorre quando o autuado é intimado da mas multas quem:
§ 1o  Considera-se iniciada a ação de apuração de infra- utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
lavratura do auto de infração das seguintes formas, I -  pesca espécies que devam ser preservadas ou
ção ambiental pela administração com a lavratura do ou em rota migratória, sem a devida permissão, espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;
conforme o art. 96 do Decreto 6.514, de 2008: auto de infração.  licença ou autorização da autoridade competente, II - pesca quantidades superiores às permitidas ou
§ 2o  Incide a prescrição no procedimento de apuração ou em desacordo com a obtida. mediante a utilização de aparelhos, petrechos, téc-
Art. 96 Constatada a ocorrência de infração admi- do auto de infração paralisado por mais de três anos, I - R$ 500,00 por indivíduo de espécie não constante
pendente de julgamento ou despacho, cujos autos nicas e métodos não permitidos;
nistrativa ambiental, será lavrado auto de infração, de listas oficiais de risco ou ameaça de extinção; III  -  transporta, comercializa, beneficia ou indus-
serão arquivados de ofício ou mediante requerimen- II  -  R$ 5.000, por indivíduo de espécie constan-
do qual deverá ser dado ciência ao autuado, asse- trializa espécimes provenientes da coleta, apanha
to da parte interessada, sem prejuízo da apuração da te de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada
gurando-se o contraditório e a ampla defesa. e pesca proibida;
responsabilidade funcional decorrente da paralisação. de extinção, inclusive da Convenção de Comércio
I - pessoalmente; § 3o  Quando o fato objeto da infração também consti- IV - transporte, conserva, beneficiamento, desca-
Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selva-
II - por seu representante legal; tuir crime, a prescrição de que trata o caput reger-se-á racterização, industrialização ou comercialização
gens em Perigo de Extinção - CITES. 
III - por carta registrada com aviso de recebimento; pelo prazo previsto na lei penal.  de pescados ou produtos originados da pesca, sem
Art.  25  Introduzir espécime animal silvestre,
IV - por edital, se estiver o infrator autuado em § 4o  A prescrição da pretensão punitiva da administra- comprovante de origem ou autorização do órgão
nativo ou exótico, no País ou fora de sua área
lugar incerto, não sabido ou se não for localizado ção não elide a obrigação de reparar o dano ambiental. competente;
de distribuição natural, sem parecer técnico
no endereço. V  -  captura, extração, coleta, transporte, comer-
oficial favorável e licença expedida pela
§ 2º Caso o autuado se recuse a dar ciência do auto Ademais, a prescrição do jus puniendi administra- cialização ou exportação de espécimes de espécies
autoridade ambiental competente, quando
tivo federal se encontra previsto na Lei nº 9.873, de ornamentais oriundos da pesca, sem autoriza-
de infração, o agente autuante certificará o ocorri- exigível.
1999: ção do órgão competente ou em desacordo com a
do na presença de duas testemunhas e o entregará Multa de R$ 2.000,00, com acréscimo por exemplar
obtida; e VI  -  deixar de apresentar declaração de
ao autuado. excedente de: I - R$ 200,00, por indivíduo de espé-
Art. 1° Prescreve em cinco anos a ação punitiva da estoque. 
cie não constante em listas oficiais de espécies em
Administração Pública Federal, direta e indireta, no Multa de R$ 700,00 a R$ 100.000,00, com acréscimo
Após a lavratura do Auto de Infração o autuado risco ou ameaçadas de extinção; II  -  R$ 5.000,00,
exercício do poder de polícia, objetivando apurar de R$ 20,00, por quilo ou fração do produto da pes-
por indivíduo de espécie constante de listas oficiais
poderá no prazo de 20 (vinte) dias, contado da ciência infração à legislação em vigor, contados da data da caria, ou por espécime quando se tratar de produto
de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive
da autuação, oferecer defesa contra o auto de infra- prática do ato ou, no caso de infração permanente da CITES. de pesca para uso ornamental. 
ção. Caso a defesa seja apresentada fora do prazo, por ou continuada, do dia em que tiver cessado. Art. 26 Exportar peles e couros de anfíbios e Art. 36 Pescar mediante a utilização de explosivos
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
quem não seja legitimado ou perante a órgão ou enti- § 1o  Incide a prescrição no procedimento adminis- répteis em bruto, sem autorização da autoridade ou substâncias que, em contato com a água, pro-
trativo paralisado por mais de três anos, penden- competente. duzam efeitos semelhantes, ou substâncias tóxicas,
dade ambiental incompetente, esta não será conside-
te de julgamento ou despacho, cujos autos serão Multa de R$ 2.000,00, com acréscimo de: I  -  R$ ou ainda, por outro meio proibido pela autoridade
rada (art. 113). arquivados de ofício ou mediante requerimento da 200,00, por unidade não constante em listas oficiais competente.
Cabe ao autuado a prova dos fatos alegados, sendo parte interessada, sem prejuízo da apuração da res- Multa de R$ 700,00  a R$ 100.000,00, com acrésci-
de espécies em risco ou ameaçadas de extinção;
que, oferecida ou não a defesa, a autoridade julgadora ponsabilidade funcional decorrente da paralisação, mo de R$ 20,00, por quilo ou fração do produto da
ou II - R$ 5.000,00, por unidade constante de listas
apreciará o auto de infração decidindo sobre a aplica- se for o caso. oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, pescaria. 
ção das penalidades (art. 118). Poderá ainda ser ofere- §  2o    Quando o fato objeto da ação punitiva da inclusive da CITES. Art. 37 Exercer a pesca sem prévio cadastro, inscri-
cido recurso à decisão no prazo de 20 (vinte) dias que Administração também constituir crime, a prescri- Art. 27 Praticar caça profissional no País. ção, autorização, licença, permissão ou registro do
poderá ser reconsiderada pela autoridade julgadora ção reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. Multa de R$ 5.000,00, com acréscimo de: I  -  R$ órgão competente, ou em desacordo com o obtido.
500,00, por indivíduo capturado; II - R$ 10.000,00, Multa de R$ 300,00 a R$ 10.000,00, com acréscimo
ou enviada no prazo de 5 (cinco) dias à autoridade Diante do texto da Lei nº 9.873, de 1999, e do Decre- por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de R$ 20,00 por quilo ou fração do produto da pes-
superior para apreciação. to nº 6.514, de 2008, ressalta-se que a prescrição da de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive ca, ou por espécime quando se tratar de produto de
pretensão da Administração Pública em sancionar da CITES pesca para ornamentação. 
ETAPAS DO PROCESSO PRAZO o infrator prescreve em 5 (cinco) anos. O prazo pres- Art.  28  Comercializar produtos, instrumentos e Art. 38 Importar ou exportar quaisquer espécies
cricional é cobrado pelas bancas, então é interessan- objetos que impliquem a caça, perseguição, destrui- aquáticas, em qualquer estágio de desenvolvimen-
Autuação Processual após te memorizá-lo, bem como o texto do § 3º, art. 21, do ção ou apanha de espécimes da fauna silvestre. to, bem como introduzir espécies nativas, exóticas
5 dias
a lavratura do Auto Decreto nº 6.514, de 2008, que equipara a prescrição Multa de R$ 1.000,00, com acréscimo de R$ 200,00 ou não autóctones em águas jurisdicionais brasilei-
administrativa à penal quando o fato objeto da infra- (duzentos reais), por unidade excedente. ras, sem autorização ou licença do órgão compe-
Defesa inicial contra
20 dias contados da ciên- ção constituir crime. Art. 29 Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou tente, ou em desacordo com a obtida.
a lavratura do auto de
cia da autuação mutilar animais silvestres, domésticos ou domesti- Introduzir espécies nativas ou exóticas em águas
infração
Das Infrações Administrativas Cometidas Contra o cados, nativos ou exóticos. jurisdicionais brasileiras, sem autorização do
Encerrada as Instruções, Meio Ambiente Multa de R$ 500,00 a R$ 3.000,00 por indivíduo.  órgão competente, ou em desacordo com a obtida.
o autuado poderá ofere- 10 dias Art.  30  Molestar de forma intencional qualquer Multa de R$ 3.000,00 a R$ 50.000,00,  com acrés-
Será abordado as infrações ambientais do Decre- espécie de cetáceo, pinípede ou sirênio em águas cimo de  R$ 20,00 por quilo ou fração do produto
cer alegações finais em
to nº 6.514, de 2008, e suas respectivas multas. Por 145 146 jurisdicionais brasileiras. da pescaria, ou por espécime quando se tratar
de espécies aquáticas, oriundas de produto de pes- exibição de licença do vendedor, outorgada pela auto- Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por unidade. XV - deixar de manter atualizadas e disponíveis
ca para ornamentação.  ridade competente, e sem munir-se da via que deverá Art. 58 Fazer uso de fogo em áreas agropastoris sem ao órgão municipal competente e a outras autori-
Art. 39 Explorar campos naturais de invertebrados acompanhar o produto até final beneficiamento. autorização do órgão competente ou em desacordo dades informações completas sobre a realização
aquáticos e algas, bem como recifes de coral sem Multa de R$ 300,00 (trezentos reais) por unidade, com a obtida. das ações do sistema de logística reversa sobre sua
autorização do órgão ambiental competente ou em estéreo, quilo, mdc ou metro cúbico aferido pelo méto- Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por hectare ou fração.  responsabilidade;
desacordo com a obtida; do geométrico.  Art. 59 Fabricar, vender, transportar ou soltar balões XVI - não manter atualizadas e disponíveis ao
I - utilizar, comercializar ou armazenar invertebra- Art. 48 Impedir ou dificultar a regeneração natural que possam provocar incêndios nas florestas e demais órgão municipal competente, ao órgão licenciador
dos aquáticos, algas, ou recifes de coral ou subpro- de florestas ou demais formas de vegetação nativa formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer do SISNAMA e a outras autoridades, informações
dutos destes sem autorização do órgão competente em unidades de conservação ou outras áreas espe- tipo de assentamento humano. completas sobre a implementação e a operacionali-
ou em desacordo com a obtida; e cialmente protegidas, quando couber, área de pre- Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil zação do plano de gerenciamento de resíduos sóli-
II  -  fundeiar embarcações ou lançar detritos de servação permanente, reserva legal ou demais locais reais), por unidade.  dos sob sua responsabilidade; e
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou cuja regeneração tenha sido indicada pela autoridade XVII - deixar de atender às regras sobre registro,
corais, devidamente demarcados em carta náutica. ambiental competente. Das Infrações Relativas à Poluição e Outras gerenciamento e informação previstos no § 2º do
Multa de R$ 500,00 a R$ 50.000,00, com acréscimo Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por hectare Infrações Ambientais art. 39 da Lei nº 12.305, de 2010.
de R$ 20,00 por quilo ou espécime do produto.  ou fração. Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)  a R$
Art.  40  A comercialização do produto da pes- Art.  49  Destruir ou danificar florestas ou qualquer Art. 61 Causar poluição de qualquer natureza 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). 
ca de que trata esta Subseção agravará a penali- tipo de vegetação nativa, objeto de especial preserva- em níveis tais que resultem ou possam resultar Art.  63  Executar pesquisa, lavra ou extração de
dade da respectiva infração quando esta incidir ção, não passíveis de autorização para exploração ou em danos à saúde humana, ou que provoquem minerais sem a competente autorização, permis-
sobre  espécies sobre-explotadas ou ameaçadas de supressão. a mortandade de animais ou a destruição são, concessão ou licença da autoridade ambiental
sobre-explotação, conforme regulamento do órgão Multa de R$ 6.000,00 (seis mil reis) por hectare ou significativa da biodiversidade. competente ou em desacordo com a obtida.
ambiental competente. fração.  Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)  a R$ Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$
I - R$ 40,00 por quilo ou fração do produto da pes- Art. 50 Destruir ou danificar florestas ou qualquer tipo 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).  3.000,00 (três mil reais), por hectare ou fração. 
ca de espécie constante das listas oficiais brasileiras de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas, Art. 62 Incorre nas mesmas multas do art. 61 quem: Art.  64  Produzir, processar, embalar, importar,
de espécies ameaçadas de sobreexplotação; ou objeto de especial preservação, sem autorização ou I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria exportar, comercializar, fornecer, transportar,
II - R$ 60,00 por quilo ou fração do produto da pes- licença da autoridade ambiental competente. para ocupação humana; armazenar, guardar, ter em depósito ou usar pro-
ca de espécie constante das listas oficiais brasileiras Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou II - causar poluição atmosférica que provoque a reti- duto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
de espécies sobreexplotadas.  fração.  rada, ainda que momentânea, dos habitantes das saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo
Art. 41 Deixar, os comandantes de embarcações Art. 51 Destruir, desmatar, danificar ou explorar
áreas afetadas ou que provoque, de forma recorren- com as exigências estabelecidas em leis ou em seus
destinadas à pesca, de preencher e entregar, floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa
te, significativo desconforto respiratório ou olfativo regulamentos.
ao fim de cada viagem ou semanalmente, os ou de espécies nativas plantadas, em área de
devidamente atestado pelo agente autuante; Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)  a R$
mapas fornecidos pelo órgão competente. reserva legal ou servidão florestal, de domínio
III - causar poluição hídrica que torne necessária a 2.000.000,00 (dois milhões de reais). 
Multa: R$ 1.000,00. público ou privado, sem autorização prévia do
interrupção do abastecimento público de água de Art.  65  Deixar, o fabricante de veículos ou
órgão ambiental competente ou em desacordo
uma comunidade; motores, de cumprir os requisitos de garantia
Das Infrações Contra a Flora com a concedida.
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias ao atendimento dos limites vigentes de
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou
pelo lançamento de substâncias, efluentes, carrea- emissão de poluentes atmosféricos e de ruído,
Art. 43 Destruir ou danificar florestas ou demais fração.
mento de materiais ou uso indevido dos recursos durante os prazos e quilometragens previstos
formas de vegetação natural ou utilizá-las com Art. 51-A Executar manejo florestal sem autorização
naturais; na legislação.
infringência das normas de proteção em área prévia do órgão ambiental competente, sem observar
V - lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou Multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)  a R$
considerada de preservação permanente, sem autori- os requisitos técnicos estabelecidos em PMFS ou em
detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacor- 1.000.000,00 (um milhão de reais).
zação do órgão competente, quando exigível, ou em desacordo com a autorização concedida.
do com as exigências estabelecidas em leis ou atos Art.  66  Construir, reformar, ampliar, instalar ou
desacordo com a obtida. Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou fração. 
normativos; fazer funcionar estabelecimentos, atividades, obras
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 Art. 52 Desmatar, a corte raso, florestas ou demais for-
VI - deixar, aquele que tem obrigação, de dar des- ou serviços utilizadores de recursos ambientais,
(cinqüenta mil reais), por hectare ou fração.  mações nativas, fora da reserva legal, sem autorização
da autoridade competente. tinação ambientalmente adequada a produtos, considerados efetiva ou potencialmente poluidores,
Art. 44 Cortar árvores em área considerada de
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou fração.  subprodutos, embalagens, resíduos ou substâncias sem licença ou autorização dos órgãos ambientais
preservação permanente ou cuja espécie seja
quando assim determinar a lei ou ato normativo; competentes, em desacordo com a licença obtida
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
especialmente protegida, sem permissão da Art. 53 Explorar ou danificar floresta ou qualquer tipo
de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas, VII - deixar de adotar, quando assim o exigir a ou contrariando as normas legais e regulamentos
autoridade competente.
localizada fora de área de reserva legal averbada, de autoridade competente, medidas de precaução ou pertinentes
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 20.000,00
(vinte mil reais) por hectare ou fração, ou R$ 500,00 domínio público ou privado, sem aprovação prévia do contenção em caso de risco ou de dano ambiental Parágrafo único.  Incorre nas mesmas multas quem:
(quinhentos reais) por árvore, metro cúbico ou fração. órgão ambiental competente ou em desacordo com a grave ou irreversível; e I  -  constrói, reforma, amplia, instala ou faz fun-
Art.  45  Extrair de florestas de domínio público ou concedida. VIII - provocar pela emissão de efluentes ou carrea- cionar estabelecimento, obra ou serviço sujeito a
áreas de preservação permanente, sem prévia auto- Multa de R$ 300,00 (trezentos reais), por hectare ou mento de materiais o perecimento de espécimes da licenciamento ambiental localizado em unidade de
rização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de fração, ou por unidade, estéreo, quilo, mdc ou metro biodiversidade. conservação ou em sua zona de amortecimento, ou
minerais. cúbico. IX - lançar resíduos sólidos ou rejeitos em praias, em áreas de proteção de mananciais legalmente
Multa simples de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ Art.  54  Adquirir, intermediar, transportar ou comer- no mar ou quaisquer recursos hídricos; estabelecidas, sem anuência do respectivo órgão
50.000,00 (cinqüenta mil reais) por hectare ou fração.  cializar produto ou subproduto de origem animal ou X - lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura a gestor; e
Art. 46 Transformar madeira oriunda de floresta ou vegetal produzido sobre área objeto de embargo. céu aberto, excetuados os resíduos de mineração; II - deixa de atender a condicionantes estabelecidas
demais formas de vegetação nativa em carvão, para Multa de R$ R$ 500,00 (quinhentos reais) por quilogra- XI - queimar resíduos sólidos ou rejeitos a céu aber- na licença ambiental. 
fins industriais, energéticos ou para qualquer outra ma ou unidade. to ou em recipientes, instalações e equipamentos Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)  a R$
exploração, econômica ou não, sem licença ou em Art. 55 Deixar de averbar a reserva legal. não licenciados para a atividade; 10.000.000,00 (dez milhões de reais).
desacordo com as determinações legais. Penalidade de advertência e multa diária de R$ 50,00 XII - descumprir obrigação prevista no sistema de Art. 67 Disseminar doença ou praga ou espécies
§ 1º Incorre nas mesmas multas quem vende, expõe à (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por logística reversa implantado nos termos da Lei no que possam causar dano à fauna, à flora ou
venda, tem em depósito, transporta ou guarda madei- hectare ou fração da área de reserva legal. 12.305, de 2010, consoante as responsabilidades aos ecossistemas.
ra, lenha, carvão ou outros produtos de origem vege- Art.  56  Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por específicas estabelecidas para o referido sistema; Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)  a R$
tal, sem licença válida para todo o tempo da viagem qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação XIII - deixar de segregar resíduos sólidos na forma 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). 
ou do armazenamento, outorgada pela autoridade de logradouros públicos ou em propriedade privada estabelecida para a coleta seletiva, quando a referi- Art. 68 Conduzir, permitir ou autorizar a condução
competente ou em desacordo com a obtida. alheia. da coleta for instituída pelo titular do serviço públi- de veículo automotor em desacordo com os limites
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por metro Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$1.000,00 (mil reais) co de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e exigências ambientais previstos na legislação.
cúbico de carvão-mdc.  por unidade ou metro quadrado.  XIV - destinar resíduos sólidos urbanos à recupe- Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez
Art. 47 Receber ou adquirir, para fins comerciais ou Art. 57 Comercializar, portar ou utilizar em floresta ou ração energética em desconformidade com o § 1o mil reais). 
industriais, madeira serrada ou em tora, lenha, car- demais formas de vegetação, motosserra sem licença do art. 9o da Lei no 12.305, de 2010, e respectivo Art.  69 Importar ou comercializar veículo auto-
vão ou outros produtos de origem vegetal, sem exigir a ou registro da autoridade ambiental competente. 147 148 regulamento; motor sem Licença para Uso da Configuração de
Veículos ou Motor - LCVM expedida pela autorida- IV - R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa Art.  86  Realizar pesquisa científica, envolvendo A competência material foi estabelecida pela Cons-
de competente. de médio porte; e ou não coleta de material biológico, em unidade tituição Federal como comum, devendo todos os entes
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000.000,00 V - R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de gran- de conservação sem a devida autorização, quando da federação promover a tutela do meio ambiente na
(dez milhões de reais) e correção de todas as uni- de porte.  esta for exigível. forma do art. 23, da CF, de 1988:
dades de veículo ou motor que sofrerem alterações. Art. 77 Obstar ou dificultar a ação do Poder Público Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
Art. 70 Importar pneu usado ou reformado em no exercício de atividades de fiscalização ambiental. 10.000,00 (dez mil reais). Art. 23 É  competência comum da União, dos
desacordo com a legislação Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ Art. 87 Explorar comercialmente produtos ou sub- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
§ 1º Incorre na mesma multa quem comercializa, 100.000,00 (cem mil reais).  produtos não madeireiros, ou ainda serviços obti-
[...]
transporta, armazena, guarda ou mantém em Art. 78 Obstar ou dificultar a ação do órgão ambien- dos ou desenvolvidos a partir de recursos naturais,
III - proteger os documentos, as obras e outros bens
depósito pneu usado ou reformado, importado tal, ou de terceiro por ele encarregado, na coleta de biológicos, cênicos ou culturais em unidade de con-
de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
nessas condições. dados para a execução de georreferenciamento de servação sem autorização ou permissão do órgão
Multa de R$ 400,00 (quatrocentos reais), por unidade. mentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
imóveis rurais para fins de fiscalização. gestor da unidade ou em desacordo com a obtida,
Art.  71  Alterar ou promover a conversão de arqueológicos; 
Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezen- quando esta for exigível
qualquer item em veículos ou motores novos ou tos reais) por hectare do imóvel. [...]
Parágrafo  único.    Excetuam-se do disposto neste
usados que provoque alterações nos limites e Art. 79 Descumprir embargo de obra ou atividade e IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracte-
artigo as áreas de proteção ambiental e reservas
exigências ambientais previstas na legislação. suas respectivas áreas. rização de obras de arte e de outros bens de valor
particulares do patrimônio natural.
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)  a R$ Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ histórico, artístico ou cultural; 
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais), por veículo, e correção da 1.000.000,00 (um milhão de reais).  [...] 
100.000,00 (cem mil reais).
irregularidade. Art. 80 Deixar de atender a exigências legais ou VI - proteger o meio ambiente e combater a polui-
Art. 88 Explorar ou fazer uso comercial de imagem
Art.  71-A    Importar resíduos sólidos perigosos e regulamentares quando devidamente notificado de unidade de conservação sem autorização do órgão ção em qualquer de suas formas; 
rejeitos, bem como os resíduos sólidos cujas carac- pela autoridade ambiental competente no prazo gestor da unidade ou em desacordo com a recebida: VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
terísticas causem dano ao meio ambiente, à saúde concedido, visando à regularização, correção Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste arti- [...] 
pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que ou adoção de medidas de controle para cessar a go as áreas de proteção ambiental e reservas parti- Parágrafo único.  Leis complementares fixarão nor-
para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou degradação ambiental. culares do patrimônio natural. mas para a cooperação entre a União e os Estados,
recuperação. Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 1.000.000,00 Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 2.000.000,00 o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)  a R$ (um milhão de reais). (dois milhões de reais). o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em
10.000.000,00 (dez milhões de reais). Art. 81 Deixar de apresentar relatórios ou informa- Art. 89 Realizar liberação planejada ou cultivo de âmbito nacional. 
ções ambientais nos prazos exigidos pela legislação organismos geneticamente modificados em áreas
Das Infrações Contra o Ordenamento Urbano e o ou, quando aplicável, naquele determinado pela de proteção ambiental, ou zonas de amortecimen- O alcance da atribuição de cada membro federa-
Patrimônio Cultural autoridade ambiental. to das demais categorias de unidades de conser- do foi delegado pela Constituição à lei complementar,
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 100.000,00 vação, em desacordo com o estabelecido em seus isto é, as competências materiais do art. 23 devem ser
Art. 72 Destruir, inutilizar ou deteriorar: (cem mil reais). respectivos planos de manejo, regulamentos ou reguladas por meio de lei complementar.  
I - bem especialmente protegido por lei, ato admi- Art. 82 Elaborar ou apresentar informação, estudo, recomendações da Comissão Técnica Nacional de Em resposta à Constituição Federal, foi publicada
nistrativo ou decisão judicial; ou laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente Biossegurança – CTNBio. a Lei Complementar nº 140, de 2011, que “fixa nor-
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, falso, enganoso ou omisso, seja nos sistemas ofi- Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ mas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do
instalação científica ou similar protegido por lei, ciais de controle, seja no licenciamento, na conces- 1.000.000,00 (um milhão de reais). parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal,
ato administrativo ou decisão judicial. são florestal ou em qualquer outro procedimento Art.  90  Realizar quaisquer atividades ou adotar para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais)  a R$ administrativo ambiental. conduta  em desacordo com os objetivos da uni-
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ Federal e os Municípios nas ações administrativas
500.000,00 (quinhentos mil reais).  dade de conservação, o seu plano de manejo e
Art. 73 Alterar o aspecto ou estrutura de edifica- 1.000.000,00 (um milhão de reais). decorrentes do exercício da competência comum
regulamentos.
ção ou local especialmente protegido por lei, ato Art. 83 Deixar de cumprir compensação ambiental relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu determinada por lei, na forma e no prazo exigidos proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em
10.000,00 (dez mil reais).
valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, pela autoridade ambiental. Art. 91 Causar dano à unidade de conservação. qualquer de suas formas e à preservação das florestas,
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográ- Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ Multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 100.000,00 da fauna e da flora”.
fico ou monumental, sem autorização da autorida- 1.000.000,00 (um milhão de reais).  (cem mil reais). Portanto, a LC 140, de 2011, veio regulamentar o
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
de competente ou em desacordo com a concedida. Art. 92 Penetrar em unidade de conservação con- art. 23 da Constituição Federal no que se refere à com-
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais)  a R$ Das Infrações Cometidas Exclusivamente em duzindo substâncias ou instrumentos próprios petência material/administrativa comum dos entes
200.000,00 (duzentos mil reais). Unidades de Conservação para caça, pesca ou para exploração de produtos em matéria ambiental.
Art.  74  Promover construção em solo não edifi- ou subprodutos florestais e minerais, sem licença
cável, ou no seu entorno, assim considerado em Art.  84  Introduzir em unidade de conservação da autoridade competente, quando esta for exigível. DEFINIÇÃO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL,
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artísti- espécies alóctones. Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez ATUAÇÃO SUPLETIVA E SUBSIDIÁRIA
co, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueoló- §  1°  Excetuam-se do disposto neste artigo as mil reais).
gico, etnográfico ou monumental, sem autorização áreas de proteção ambiental, as florestas As definições de Licenciamento Ambiental e de
da autoridade competente ou em desacordo com a nacionais, as reservas extrativistas e as reservas atuação supletiva e subsidiária são essenciais para o
Finalizando o tema Responsabilidade Adminis-
concedida. de desenvolvimento sustentável, bem como os entendimento das normas de cooperação entre os dife-
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais)  a R$ trativa Ambiental, vale lembrar que existem outros
animais e plantas necessários à administração e diplomas legais que também trazem infrações admi- rentes entes federados e são muito cobradas nas pro-
100.000,00 (cem mil reais).  às atividades das demais categorias de unidades
Art.75.  Pichar, grafitar ou por outro meio conspur- nistrativas ambientais sob enfoque de matérias mais vas de concursos. Elas estão dispostas no art. 2º da Lei:
de conservação, de acordo com o que se dispuser
car edificação alheia ou monumento urbano. específicas, tais como a Lei nº 9.433, de 1997 (Política
em regulamento e no plano de manejo da unidade. Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar,
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 50.000,00 (cin- Nacional de Recursos Hídricos) e a Lei nº 11.105, de
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 100.000,00 consideram-se: 
qüenta mil reais).  (cem mil reais). 2005 (Política Nacional de Biossegurança).
Art. 85 Violar as limitações administrativas provi- I - licenciamento ambiental: o procedimento
Das Infrações Administrativas Contra a sórias impostas às atividades efetiva ou potencial- administrativo destinado a licenciar atividades ou
Administração Ambiental mente causadoras de degradação ambiental nas LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 2011 empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,
áreas delimitadas para realização de estudos com efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob
Art. 76 Deixar de inscrever-se no Cadastro Técnico vistas à criação de unidade de conservação. (COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS) qualquer forma, de causar degradação ambiental; 
Federal de que trata o art.17 da Lei 6.938, de 1981. Parágrafo único.  Incorre nas mesmas multas quem
I - R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa física; explora a corte raso a floresta ou outras formas de A Constituição Federal, tanto no art. 23 (competência II - atuação supletiva: ação do ente da Federação
II - R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), se microempresa; vegetação nativa nas áreas definidas no caput. material) quanto nos arts. 24 e 30 (competência legislati- que se substitui ao ente federativo originariamente
III  -  R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ va), promove o compartilhamento de responsabilidades detentor das atribuições, nas hipóteses definidas nesta
pequeno porte; 1.000.000,00 (um milhão de reais). 149 150 na questão ambiental entre os entes da federação. Lei Complementar; 
III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação Os objetivos fundamentais estabelecidos no art. § 2º A Comissão Tripartite Nacional será forma- VI - delegação da execução de ações adminis-
que visa a auxiliar no desempenho das atribuições 3º convergem ao propósito de que haja uma real coo- da, paritariamente, por representantes dos Poderes trativas de um ente federativo a outro, respeitados
decorrentes das competências comuns, quando peração entre os entes federados de forma que eles Executivos da União, dos Estados, do Distrito Fede- os requisitos previstos nesta Lei Complementar.
solicitado pelo ente federativo originariamente se relacionem harmonicamente evitando, assim, ral e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a
detentor das atribuições definidas nesta Lei conflitos de competência. Adicionalmente, a lei mira gestão ambiental compartilhada e descentralizada O último inciso do art. 4º trata da delegação de
Complementar. na aplicação uniforme da Política Nacional do Meio entre os entes federativos. ações administrativas, que de forma geral se realiza
Ambiente por meio da atuação definida dos Estados, § 3º As Comissões Tripartites Estaduais serão por meio de convênios, conforme preceitua o art. 5º:
No inciso I, a LC nº 140, de 2011, apresenta um Distrito Federal e Municípios, além da possibilida- formadas, paritariamente, por representantes dos
conceito amplo de licenciamento ambiental que Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante
de de ampliar a Gestão Ambiental Descentralizada, convênio, a execução de ações administrativas a ele
engloba “atividades ou empreendimentos utilizado- Democrática e Eficiente por meio da atuação sistema- Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão
res de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente ambiental compartilhada e descentralizada entre atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente
tizada de todas as esferas de governo. destinatário da delegação disponha de órgão ambien-
poluidores”. O Licenciamento Ambiental é um proce- os entes federativos.
tal capacitado a executar as ações administrativas a
dimento administrativo previsto como instrumento Instrumentos de Cooperação da LC 140/2011 § 4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal
serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938, será formada, paritariamente, por representantes
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental
de 2011) que já havia sido conceituado no inciso I, art. Art 4º Os entes federativos podem valer-se, entre dos Poderes Executivos da União e do Distrito Fede-
capacitado, para os efeitos do disposto no caput,
1º da Resolução CONAMA nº 237, de 1997, contudo de outros, dos seguintes instrumentos de coopera- ral, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental
aquele que possui técnicos próprios ou em consór-
forma mais detalhada. Na LC nº 140, de 2011, optou- ção institucional: compartilhada e descentralizada entre esses entes
cio, devidamente habilitados e em número compa-
-se por adotar um conceito menos restrito de licencia- federativos.
tível com a demanda das ações administrativas a
mento ambiental. A LC 140, de 2011, apresenta um rol exemplifi- serem delegadas.
cativo de instrumentos para promover a cooperação O inciso III, do art. 4º, apresenta como instrumento
No inciso II, é conceituada a atuação supletiva
administrativa entre os entes federados. A Lei insere as Comissões Tripartite e Bipartite que têm por função AÇÕES DE COOPERAÇÃO DA LC Nº 140/2011
que acontece quando há a substituição de determi-
explicitamente mecanismos práticos de forma a via- deliberar sobre as competências materiais ambientais
nado ente da federação por outro no exercício da
bilizar o exercício da competência material ambien- dos entes federativos com o objetivo de fomentar a Art. 6º As ações de cooperação entre a União, os
competência material originalmente atribuída ao
tal pelos entes menos estruturados do ponto de vista gestão ambiental compartilhada e descentralizada. A Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
primeiro.
financeiro e de recursos humanos e ainda tenta lei previu três possibilidades de comissões tripartites ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos
No inciso III, é conceituada a atuação subsidiária previstos no art. 3º e a garantir o desenvolvimento
estabelecer soluções para quando não existe órgão com a seguinte estrutura:
que ocorre quando há auxílio de um ente a outro sustentável, harmonizando e integrando todas as
ente para o exercício da sua competência material. ambiental apto a exercer a competência administra-
tiva ambiental no Estado ou Município. políticas governamentais.
Formada, paritariamente, por re-
As ações de cooperação estão elencadas em rol não
I - consórcios públicos, nos termos da legislação Comissão Tripartite presentantes dos Poderes Exe-
Importante! em vigor; Nacional 
exaustivo nos art. 7º (Competências Administrativas
cutivos da União, dos Estados, do
II - convênios, acordos de cooperação técnica
da União), art. 8º (Competências Administrativas dos
Memorize a diferença entre atuação supletiva e Distrito Federal e dos Municípios 
e outros instrumentos similares com órgãos e Estados), art. 9º (Competências Administrativas dos
atuação subsidiária! Municípios) e art. 10 (Competências Administrativas
entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Comissões Formadas, paritariamente, por re-
Atuação supletiva: quando há a substituição do Distrito Federal).
Constituição Federal; Tripartites presentantes dos Poderes Execu-
de determinado ente da federação por outro no § 1º Os instrumentos mencionados no inciso II do tivos da União, dos Estados e dos Vale destacar que, a princípio, as competências
exercício da competência material originalmente Estaduais
caput podem ser firmados com prazo indeterminado. Municípios  são colocadas de forma a atender a regra básica do
atribuída ao primeiro. império da competência espacial, ou seja: toda maté-
Atuação subsidiária: quando há auxílio de um O primeiro inciso do art. 4º trata dos Consórcios Formada por representantes dos ria local atrai a competência do Município, toda
Comissão Bipartite
ente a outro ente para o exercício da sua compe- Públicos que podem ser celebrados por meio de con- Poderes Executivos da União e matéria microrregional é de competência do Estado
do Distrito Federal 
tência material. tratos administrativos, precedidos de protocolo de do Distrito Federal  e a competência que envolver tema que alcance além
intenções e aprovação legislativa, pelos entes federa- dos limites de um Estado pede o concurso da União.
dos para a consecução de interesses comuns. No caso IV - fundos públicos e privados e outros instru- No entanto, tal regra é superada diante de hipóteses
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da LC nº 140, de 2011, o interesse comum é a proteção, mentos econômicos; legalmente previstas de competência exclusiva (nor-
Além das definições previstas, a LC nº 140/2011 esta-
defesa e conservação do meio ambiente. LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE malmente da União).
O segundo inciso do art. 4º fala dos convênios, acor- Os Fundos Públicos e Privados são um importante Quanto às competências do Distrito Federal, sendo
belece os objetivos a serem perseguidos pelos entes instrumento para financiar a implantação de Políticas
dos de cooperação técnica e outros instrumentos. este um ente sui generis, foi atribuído a ele, cumulati-
da federação ao exercerem a competência material/ Públicas de ações de fiscalização e de gestão ambien-
Convênios são acordos administrativos que vamente, as competências dos arts. 8º (Ações Adminis-
administrativa comum em matéria ambiental: tal. Como exemplo, entre os fundos públicos está o
podem ser celebrados entre pessoas jurídicas de direi- trativas dos Estados) e 9º (Ações Administrativas dos
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei
to público ou entre pessoa jurídica de direito público e Municípios) da LC 140, de 2011.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
entidade privada para o alcance de objetivos comuns, nº 7.791, de 1989, que tem por finalidade desenvolver
cípios, no exercício da competência comum a que se
no caso da LC 140, de 2011, houve a restrição da celebra- projetos que visem ao uso racional e sustentável de Dispositivos Similares
refere esta Lei Complementar:
I - proteger, defender e conservar o meio ção de convênios somente entre órgãos e entidades do recursos naturais. E entre os fundos privados temos o
Poder Público. Fundo de Compensação Ambiental, criado pela Lei nº A maior parte das Competências estabelecidas
ambiente ecologicamente equilibrado, promo- pelos arts. 7º, 8º e 9º da LC 140, de 2011, são idênticas
vendo gestão descentralizada, democrática e A mesma restrição atinge os acordos de coopera- 13.668, de 2018, que autoriza o Instituto Chico Mendes
ção técnica, que se trata de uma espécie de convênio. a selecionar instituição financeira oficial para criar para União, Estados e Municípios ou guardam grande
eficiente;
Os acordos de cooperação técnica não abarcam repas- e administrar fundo privado a ser integralizado com similaridade entre si. Para estas competências o que
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimen-
se de recursos financeiros entre órgãos ou entidades muda é apenas o local em que elas são exercidas, ou
to socioeconômico com a proteção do meio recursos oriundos da compensação ambiental.
que celebram o acordo, tendo como objeto apenas a seja, a competência é a mesma só que exercida segun-
ambiente, observando a dignidade da pessoa
humana, a erradicação da pobreza e a redução das cooperação para alcançar seus interesses convergen- V - delegação de atribuições de um ente federati- do a área de jurisdição do ente federativo. Outro caso
desigualdades sociais e regionais; tes visando o interesse público. vo a outro, respeitados os requisitos previstos nes- de competências similares é a dos incisos XIII e XV
III - harmonizar as políticas e ações adminis- É importante notar que tanto os convênios quanto ta Lei Complementar; dos arts. 7º, 8º e 9º, que tratam de competências bem
trativas para evitar a sobreposição de atuação os acordos de cooperação técnica e instrumentos simi- semelhantes, mas que têm abrangência diferente em
entre os entes federativos, de forma a evitar confli- lares podem ser firmados por tempo indeterminado O inciso V do art. 4º trata da delegação de atribui- função da competência do ente (União, Estado, Muni-
tos de atribuições e garantir uma atuação adminis- conforme o § 1º do art. 4º. ções que consiste na ação de um órgão ou autorida- cípio, Distrito Federal) para a realização do Licencia-
trativa eficiente; de que, sendo titular de certos poderes e atribuições, mento Ambiental.
IV - garantir a uniformidade da política III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tri- transfere a outro órgão ou autoridade – em geral de Para todas as competências, deve se considerar
ambiental para todo o País, respeitadas as pecu- partites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito menor nível de hierarquia – parcela de tais poderes e que o Distrito Federal acumula as competências admi-
liaridades regionais e locais. Federal; 151 152 atribuições. nistrativas reservadas aos estados e municípios.
Logo abaixo, estão apresentadas as atribuições/ pública da União, dos Estados, do Distrito z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
competências materiais similares entre si: Federal e dos Municípios, relacionados à prote-
ção e à gestão ambiental;  VII - organizar e manter, com a colaboração dos XI - promover e orientar a educação ambiental
FORMULAÇÃO E EXECUÇÃO POLÍTICAS DE MEIO órgãos municipais competentes, o Sistema Esta- em todos os níveis de ensino e a conscientização
AMBIENTE z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) dual de Informações sobre Meio Ambiente;  pública para a proteção do meio ambiente; 

z Ações Administrativas da União (art. 7º)  z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) 
IV - promover, no âmbito estadual, a integração
I -  formular, executar  e fazer cumprir, em de programas e ações de órgãos e entidades da
âmbito nacional, a  Política Nacional do Meio administração pública da União, dos Estados, VII - organizar e manter o Sistema Municipal de XI - promover e orientar a educação ambiental
Ambiente;   do Distrito Federal e dos Municípios, relaciona- Informações sobre Meio Ambiente; em todos os níveis de ensino e a conscientização
dos à proteção e à gestão ambiental;   pública para a proteção do meio ambiente;
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) PRESTAR INFORMAÇÕES A OUTROS ENTES
COOPERAÇÃO TÉCNICA, CIENTÍFICA E FINANCEIRA CONTROLE DE SUBSTÂNCIAS DE RISCO
I -  executar  e fazer cumprir, em âmbito esta- z Ações Administrativas da União (art. 7º)  – (Não
dual, a  Política Nacional do Meio Ambiente  e z Ações Administrativas da União (art. 7º)  consta) z Ações Administrativas da União (art. 7º)
demais políticas nacionais relacionadas à pro- z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
teção ambiental;   XII – controlar a produção, a comercialização
V – articular a cooperação técnica, científica e
VIII - prestar informações à União para a forma- e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
financeira, em apoio à Política Nacional do Meio
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  ção e atualização do Sinima; que comportem risco para a vida, a qualidade de
Ambiente;  vida e o meio ambiente, na forma da lei;
I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) 
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
as Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambien-
te e demais políticas nacionais e estaduais rela- VIII - prestar informações aos Estados e à
V – articular a cooperação técnica, científica XII – controlar a produção, a comercialização e o
cionadas à proteção do meio ambiente;   União para a formação e atualização dos Sistemas
e financeira, em apoio às Políticas Nacional e emprego de técnicas, métodos e substâncias que
Estadual e Nacional de Informações sobre Meio
Estadual de Meio Ambiente;  Ambiente; comportem risco para a vida, a qualidade de
GESTÃO DE RECURSOS AMBIENTAIS
vida e o meio ambiente, na forma da lei; 
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  ZONEAMENTO AMBIENTAL
z Ações Administrativas da União (art. 7º) 
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) 
V – articular a cooperação técnica, científica z Ações Administrativas da União (art. 7º)
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no
âmbito de suas atribuições; e financeira, em apoio às Políticas Nacional, XII – controlar a produção, a comercialização e o
Estadual e Municipal de Meio Ambiente;   emprego de técnicas, métodos e substâncias que
 IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbi-
comportem risco para a vida, a qualidade de
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) to nacional e regional;
DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PESQUISAS vida e o meio ambiente, na forma da lei; 

II - exercer a gestão dos recursos ambientais no z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
z Ações Administrativas da União (art. 7º)  CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE
âmbito de suas atribuições; 
EMPREENDIMENTOS LICENCIÁVEIS
IX – elaborar o zoneamento ambiental de âmbi-
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  VI – promover o desenvolvimento de estudos to estadual, em conformidade com os zoneamen-
e pesquisas direcionados à proteção e à gestão tos de âmbito nacional e regional; z Ações Administrativas da União (art. 7º)
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no ambiental, divulgando os resultados obtidos;
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  – XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades
âmbito de suas atribuições; 
e empreendimentos cuja atribuição para licen-
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) (Não consta)
ciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à
AÇÕES E FORMULAÇÕES DE POLÍTICAS DE MEIO União; 
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
AMBIENTE VI – promover o desenvolvimento de estudos ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE
e pesquisas direcionados à proteção e à gestão PROTEGIDOS
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º)
z Ações Administrativas da União (art. 7º)  ambiental, divulgando os resultados obtidos;
z Ações Administrativas da União (art. 7º)  XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades
III – promover ações relacionadas à Política z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  e empreendimentos cuja atribuição para licenciar
Nacional do Meio Ambiente  nos âmbitos nacio- X – definir espaços territoriais e seus componentes ou autorizar, ambientalmente, for cometida
nal e internacional;   a serem especialmente protegidos;   aos Estados; 
VI – promover o desenvolvimento de estudos
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) e pesquisas direcionados à proteção e à gestão z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º) 
ambiental, divulgando os resultados obtidos;
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito X – definir espaços territoriais e seus compo- XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades
estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente;  nentes a serem especialmente protegidos;   e empreendimentos cuja atribuição para licenciar
   ou autorizar, ambientalmente, for cometida
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  ao Município;
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SOBRE MEIO
III - formular, executar e fazer cumprir a Política AMBIENTE X - definir espaços territoriais e seus componen- RELAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS
Municipal de Meio Ambiente; tes a serem especialmente protegidos; 
z Ações Administrativas da União (art. 7º)  z Ações Administrativas da União (art. 7º)
PROGRAMAS E AÇÕES DE ÓRGÃOS E ENTIDADES EDUCAÇÃO AMBIENTAL
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VIII - organizar e manter, com a colaboração dos XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e
órgãos e entidades da administração pública dos z Ações Administrativas da União (art. 7º) da flora ameaçadas de extinção e de espécies sobre-
z Ações Administrativas da União (art. 7º)  Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o -explotadas no território nacional, mediante lau-
Sistema Nacional de Informação sobre Meio XI - promover e orientar a educação ambiental dos e estudos técnico-científicos, fomentando
IV – promover a integração de programas e Ambiente (Sinima);  em todos os níveis de ensino e a conscientiza- as atividades que conservem essas espécies in
ações de órgãos e entidades da administração 153 154 ção pública para a proteção do meio ambiente;  situ; 
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) Os Estados detêm a competência remanescente ou A única atribuição exclusiva dos municípios é a
residual em relação às ações administrativas da União elaboração do Plano Diretor que é um instrumento
XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e XXI - exercer o controle ambiental do transporte e dos Municípios, ou seja: de ordenamento territorial da Lei nº 10.257, de 2001.
da flora ameaçadas de extinção no respectivo fluvial e terrestre de produtos perigosos, ressal- Contudo, o município deve observar na elaboração do
território, mediante laudos e estudos técnico-cien- vado o disposto no inciso XXV do art. 7º; a) promovem o licenciamento ambiental do que não Plano Diretor, os Zoneamentos Ambientais cuja ela-
tíficos, fomentando as atividades que conservem estiver atribuído como função nem da União e nem boração é atribuída em âmbito nacional e regional à
essas espécies in situ; z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  – dos Municípios, conforme o inciso XIV do art. 8º; União e em âmbito microrregional aos Estados.
(Não consta) b) promovem o licenciamento ambiental que ocor-
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  – ra em Unidade de Conservação instituída pelo esta- Regras Gerais e Atuações Supletivas e Subsidiárias
(Não consta) LICENCIAMENTO AMBIENTAL do, exceto APAs.
Os demais dispositivos da LC nº 140, de 2011, abor-
MANEJO E SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO z Distrito Federal (art. 10, da LC 140, de 2011)
As competências materiais para promover o licen- dam regras para diferentes temas, visando a harmoni-
ciamento ambiental são muito cobradas nas provas, zação de competências entre os entes federados. Desta
z Ações Administrativas da União (art. 7º) O Distrito Federal, por sua vez, acumula as compe-
portanto merecem um tópico à parte. forma, são abordadas regras gerais sobre Autorização
A União detém algumas competências exclusivas tências dos Estados e Municípios para realizar o licen- de Manejo, Supressão de Vegetação, Licenciamento
XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, ciamento ambiental em seu território (arts. 8º e 9º da
que merecem atenção, pois limitam a atuação de esta- Ambiental, fiscalização ambiental e ainda define as
de florestas e formações sucessoras em: 
dos, municípios e do Distrito Federal na promoção do LC 140, de 2011). hipóteses de atuação supletiva ou subsidiária de um
a) florestas públicas federais, terras devolutas fede-
rais ou unidades de conservação instituídas pela licenciamento ambiental. Portanto, os entes realizam Ente sobre competência de outro.
União, exceto em APAs; e  o licenciamento ambiental da seguinte forma: Dispositivos Exclusivos/Particulares à União, aos
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou Estados e aos Municípios Regras Gerais para Autorização de Manejo,
autorizados, ambientalmente, pela União; z União (inciso XIV, art. 7º, da LC 140, de 2011): Supressão de Vegetação e Licenciamento Ambiental
A União dispõe de Ações Administrativas reservadas
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) Empreendimentos ou atividades: a apenas a ela, bem como os Estados e os Municípios: A LC 140, de 2011, deixou aberta aos entes a opção
de criar regras para Autorização de Manejo e Supres-
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Ações Administrativas da União (Art. 7º): são de Vegetação por meio de lei ordinária de forma a
de florestas e formações sucessoras em:  Brasil e em país limítrofe; XVII - controlar a introdução no País de espécies atender as especificidades do tema:
a) florestas públicas estaduais ou unidades de con- b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, exóticas potencialmente invasoras que possam
servação do Estado, exceto em Áreas de Proteção na plataforma continental ou na zona econômica ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies Art. 11 A lei poderá estabelecer regras pró-
Ambiental (APAs);  exclusiva; nativas;  prias para atribuições relativas à autorização
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previs- c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;  XX - controlar a apanha de espécimes da fauna sil- de manejo e supressão de vegetação, considera-
tas no inciso XV do art. 7o; e  d) localizados ou desenvolvidos em unidades de vestre, ovos e larvas; da a sua caracterização como vegetação primária
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou conservação instituídas pela União, exceto em XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espé- ou secundária em diferentes estágios de regenera-
autorizados, ambientalmente, pelo Estado Áreas de Proteção Ambiental (APAs);  cie exótica da fauna e da flora em ecossistemas ção, assim como a existência de espécies da flora ou
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais naturais frágeis ou protegidos;  da fauna ameaçadas de extinção.
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  XIX - controlar a exportação de componentes da
Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamen- biodiversidade brasileira na forma de espécimes Com relação às regras gerais para o Licenciamen-
XV - observadas as atribuições dos demais entes fede- silvestres da flora, micro-organismos e da fauna,
to ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, to Ambiental, a LC 140, de 2011, determinou que o
rativos previstas nesta Lei Complementar, aprovar:  partes ou produtos deles derivados; 
aqueles previstos no preparo e emprego das Forças licenciamento somente pode ser realizado por um
a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inse-
Armadas, conforme disposto na Lei Complementar ente federativo, permitindo aos demais entes apenas
e formações sucessoras em florestas públicas munici- ridas na relação prevista no inciso XVI; 
no 97, de 9 de junho de 1999;  a manifestação que não vincula a decisão do ente
pais e unidades de conservação instituídas pelo Muni- XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, bene- competente de emitir ou não a licença ou autorização
cípio, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e  conhecimento tradicional associado, respeitadas as
ficiar, transportar, armazenar e dispor material ambiental.
b) a supressão e o manejo de vegetação, de flores- atribuições setoriais; 
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem
tas e formações sucessoras em empreendimentos XXIV - exercer o controle ambiental sobre o trans-
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
energia nuclear em qualquer de suas formas e apli- Art. 13 Os empreendimentos e atividades são licen-
licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo
cações, mediante parecer da Comissão Nacional de porte marítimo de produtos perigosos;
Município.  ciados ou autorizados, ambientalmente, por
Energia Nuclear (CNEN); ou  um único ente federativo, em conformidade com
CONTROLE AMBIENTAL DA PESCA h) que atendam tipologia estabelecida por ato do A lei reservou à União competências que visam o as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
Poder Executivo, a partir de proposição da Comis- controle de ações que possam gerar danos ambientais Complementar.
z Ações Administrativas da União (art. 7º) são Tripartite Nacional, assegurada a participa- de impacto internacional, nacional ou/e regional, ou § 1º Os demais entes federativos interessados
ção de um membro do Conselho Nacional do Meio ainda matérias que envolvam o patrimônio genético podem manifestar-se ao órgão responsável pela
XXII - exercer o controle ambiental da pesca em Ambiente (Conama), e considerados os critérios de nacional. licença ou autorização, de maneira não vincu-
âmbito nacional ou regional; porte, potencial poluidor e natureza da atividade Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) lante, respeitados os prazos e procedimentos do
ou empreendimento; licenciamento ambiental.
z Ações Administrativas dos Estados (art. 8º) XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da § 2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos
z Munícipios (inciso XIV, art. 9º, da LC 140, de 2011) fauna silvestre; ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador.
XX - exercer o controle ambiental da pesca em XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna § 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento
âmbito estadual; Empreendimentos ou atividades: silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação ambiental e outros serviços afins devem guardar
de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o relação de proporcionalidade com o custo e a com-
z Ações Administrativas dos Municípios (art. 9º)  – a) que causem ou possam causar impacto ambiental disposto no inciso XX do art. 7º; plexidade do serviço prestado pelo ente federativo.
(Não consta) de âmbito local, conforme tipologia definida pelos
respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente,  Aos estados foi atribuída a competência de gerir O § 2º, do art. 13, reforça a ideia presente no inci-
CONTROLE DO TRANSPORTE DE PRODUTOS considerados os critérios de porte, potencial polui- criadouros da fauna silvestre, assim como controlar a so XV do art. 7º, no inciso XVI do art. 8º e no inciso
PERIGOSOS dor e natureza da atividade; ou  apanha de espécies, ovos e larvas da fauna silvestre. XV do art. 9º que atribuem, entre outras competên-
b) que sejam localizados em unidades de conserva- cias, a autorização de supressão de vegetação ao ente
z Ações Administrativas da União (art. 7º) ção instituídas pelo Município, exceto em Áreas de licenciador quando a supressão ocorrer em razão de
Proteção Ambiental (APAs);   empreendimento licenciável.
IX - elaborar o Plano Diretor, observando os
XXV - exercer o controle ambiental sobre o O § 3º, do art. 13, visa equacionar as taxas pagas
zoneamentos ambientais;
transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de z Estados (incisos XIV e XV, art. 8º, da LC 140, de em função do poder de polícia administrativo, exer-
produtos perigosos. 2011) 155 156 cido por meio do licenciamento ambiental, de forma
que elas não sejam ínfimas ou abusivas de forma a Art. 15 Os entes federativos devem atuar em cará- para a apuração de infrações à legislação ambien- todos. Essa premissa permite que o direito de pro-
guardar relação entre serviço prestado (complexida- ter supletivo nas ações administrativas de licencia- tal cometidas pelo empreendimento ou atividade priedade sobre terras fique sujeito a limitações
de da análise do órgão ambiental) e o valor cobrado. mento e na autorização ambiental, nas seguintes licenciada ou autorizada. que a legislação em geral e, especialmente, a Lei em
O art. 14, da LC nº 140, de 2011, estabeleceu regra hipóteses: estudo estabelecem. Neste sentido, ações ou omissões
com relação os prazos de análise de licença ambien- I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- Embora a atribuição de fiscalização seja original- contrárias à legislação são consideradas uso irregular
selho de meio ambiente no Estado ou no Distrito mente do ente licenciador, a Lei não exclui a compe- da propriedade.
tal, a fim de evitar que a análise do órgão ambiental se
Federal, a União deve desempenhar as ações admi- tência material de outros entes federativos frente à Outra consideração relevante é que as obrigações
prolongue indefinidamente. Tais prazos estão dispos-
nistrativas estaduais ou distritais até a sua criação; ilícitos ambientais. De acordo com o § 3º, do art. 17,
tos nos art. 14 e 15 da Resolução Conama 237, de 1997, previstas na Lei nº 12.651, de 2012, têm natureza real
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou
e ainda podem ser estabelecidos prazos diferenciados existe a possibilidade de ação de qualquer ente diante e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza,
conselho de meio ambiente no Município, o Estado
pelos entes em função da modalidade de licença e das de infrações ambientais, contudo, em caso de emissão no caso de transferência de domínio ou posse do imó-
deve desempenhar as ações administrativas muni-
peculiaridades da atividade ou empreendimento. cipais até a sua criação; de autos de infração de diferentes esferas, prevalece- vel rural. Isso significa que as obrigações dispostas
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- rá o auto de infração emitido pelo ente responsável nessa Lei têm natureza propter rem.
Art. 14 Os órgãos licenciadores devem observar selho de meio ambiente no Estado e no Município, a pelo licenciamento ambiental do empreendimento ou
os prazos estabelecidos para tramitação dos União deve desempenhar as ações administrativas atividade que causou o dano.
processos de licenciamento. até a sua criação em um daqueles entes federativos.
§ 1º As exigências de complementação oriundas da § 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao Importante!
análise do empreendimento ou atividade devem Na atuação supletiva, um ente substitui o outro constatar infração ambiental decorrente de empreen- A obrigação propter rem é aquela que, tendo
ser comunicadas pela autoridade licenciado- ente originariamente detentor das atribuições por dimento ou atividade utilizadores de recursos ambien- origem no bem, submete o proprietário ao paga-
ra de uma única vez ao empreendedor, ressalva- força de lei, nas seguintes situações: tais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir
mento ou à obrigação que não deriva de mani-
das aquelas decorrentes de fatos novos. representação ao órgão a que se refere o caput, para
§ 2º As exigências de complementação de informa- efeito do exercício de seu poder de polícia. festação de sua vontade, mas de dívida inerente
z Quando há omissão ou inércia do órgão competente ao bem que lhe pertence.
ções, documentos ou estudos feitos pela autoridade § 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de
por não observância dos prazos legais para emissão
licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que degradação da qualidade ambiental, o ente federativo
da licença (§ 3º, art. 14);
continua a fluir após o seu atendimento integral que tiver conhecimento do fato deverá determinar
z Quando há a iminência ou ocorrência de degrada- medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, PRINCÍPIOS
pelo empreendedor.
ção da qualidade ambiental (§ 2º, art. 17); comunicando imediatamente ao órgão competente
z Quando inexiste órgão ambiental capacitado ou O Parágrafo Único do art. 1º-A estabelece os seguin-
O § 1º e 2º, art. 14, no ainda definiu limite para para as providências cabíveis.
conselho de meio ambiente (art. 15). tes princípios para a Lei 12.651, de 2012:
exigências de complementação de estudos ambien- § 3º O disposto no caput deste artigo não impede o
tais a uma única vez, excetuando a existência de fatos exercício pelos entes federativos da atribuição comum Art. 1º-A [...]
A atuação supletiva é possível do ente de maior de fiscalização da conformidade de empreendimentos Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvi-
novos, e também estabeleceu que tais exigências de
alcance territorial para o de menor alcance, desta for- e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou mento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes
complementação suspendem o prazo de análise que
ma ela se concretiza da União para Estados, Distrito utilizadores de recursos naturais com a legislação princípios:
o órgão ambiental tem para emitir a licença até que o
Federal e Municípios e dos Estados para os municípios. ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração I - afirmação do compromisso soberano do Brasil
empreendedor apresente as informações requeridas. ambiental lavrado por órgão que detenha a atribui- com a preservação das suas florestas e demais
Art. 16 A ação administrativa subsidiária dos entes ção de licenciamento ou autorização a que se refere o formas de vegetação nativa, bem como da bio-
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento, federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, caput. diversidade, do solo, dos recursos hídricos
sem a emissão da licença ambiental, não implica científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo e da integridade do sistema climático, para o
emissão tácita nem autoriza a prática de ato de outras formas de cooperação. bem estar das gerações presentes e futuras;
que dela dependa ou decorra, mas instaura a Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solici- II - reafirmação da importância da função estraté-
competência supletiva referida no art. 15. tada pelo ente originariamente detentor da atribui- gica da atividade agropecuária e do papel das
ção nos termos desta Lei Complementar. LEI Nº 12.651, DE 2012 (PROTEÇÃO DA florestas e demais formas de vegetação nativa
O § 3º, do art. 14, elimina a possibilidade de que VEGETAÇÃO NATIVA) na sustentabilidade, no crescimento econômico,
o empreendimento ou atividade seja regularizada Na atuação subsidiária não ocorre substituição na melhoria da qualidade de vida da população
ambientalmente por inércia ou ineficiência do órgão de um ente por outro, mas a cooperação entre eles O inciso I, § 1º, art. 225, da Constituição Federal de brasileira e na presença do País nos mercados

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE


ambiental, impera, neste caso, antes do interesse do de forma que um auxilia o outro no desempenho 1988, estabeleceu, como uma das incumbências do Poder nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
particular o princípio da precaução. das atribuições decorrentes de competências comuns Público, preservar e restaurar os processos ecológicos III - ação governamental de proteção e uso susten-
através de apoio técnico, científico, administrativo ou essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e tável de florestas, consagrando o compromisso do
§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser financeiro. O auxílio decorre de pedido do órgão ori- ecossistemas. Neste sentido, a Lei nº 12.651, de 2012, veio País com a compatibilização e harmonização
requerida com antecedência mínima de 120 ginalmente competente que continuará detentor das entre o uso produtivo da terra e a preservação
cumprir este papel que é fundamental para os meios
(cento e vinte) dias da expiração de seu prazo da água, do solo e da vegetação;
atribuições e responsável pela condução dos proces- naturais.
de validade, fixado na respectiva licença, ficando IV - responsabilidade comum da União, Estados,
sos para os quais solicitou auxílio. Essa Lei, conhecida por Código Florestal, gerou
este automaticamente prorrogado até a manifesta- Distrito Federal e Municípios, em colaboração com
muitas polêmicas na época da sua publicação, prin- a sociedade civil, na criação de políticas para a
ção definitiva do órgão ambiental competente.
Regras Gerais para Fiscalização Administrativa cipalmente com relação às suas disposições a respeito preservação e restauração da vegetação nati-
Ambiental das ocupações consolidadas em Áreas de Preservação va e de suas funções ecológicas e sociais nas
O § 4º, do art. 14, estabelece a antecedência mínima
Permanente – APP – e em Reservas Legais – RL. Por áreas urbanas e rurais;
(120 dias) que deve ser atendida pelo empreendedor
Assim como para o licenciamento ambiental, a essa razão, a Lei foi objeto da Ação Direta de Inconsti- V - fomento à pesquisa científica e tecnológica
para a apresentação de requerimento de renova- LC nº 140, de 2011, descreveu as competências para tucionalidade nº 4.903 julgada em 28 de fevereiro de na busca da inovação para o uso sustentável do
ção de licença ambiental. Cumprindo este prazo, o o exercício da fiscalização ambiental atribuindo o solo e da água, a recuperação e a preservação das
2018, pelo Superior Tribunal Federal2 – STF.
empreendedor garante a sua regularidade ambiental, procedimento licenciamento ambiental e o procedi- florestas e demais formas de vegetação nativa;
A seguir, iniciaremos o estudo da Lei nº 12.651, de
pois, o prazo da licença a ser renovada fica prorroga- mento fiscalização ambiental de empreendimentos VI - criação e mobilização de incentivos econômi-
2012, bem como das repercussões do julgamento da
do até que o órgão ambiental se manifeste a respeito licenciáveis para o mesmo ente federativo, ou seja, o cos para fomentar a preservação e a recuperação
ADI nº 4.903 sobre ela.
da sua renovação. ente federativo que é competente para licenciar tam- da vegetação nativa e para promover o desenvolvi-
bém é competente para fiscalizar o empreendimento mento de atividades produtivas sustentáveis.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Atuações Supletivas e Subsidiárias na Gestão licenciável.
Ambiental ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
A Lei nº 12.651, de 2012, reconhece as florestas e
Art. 17 Compete ao órgão responsável pelo licen- demais formas de vegetação nativa existentes no ter- O inciso II, art. 3º, da Lei nº 12.651, de 2012, concei-
O art. 15 apresenta duas possibilidades de que um ciamento ou autorização, conforme o caso, de um ritório nacional como bens de interesse comum de tua a Área de Preservação Permanente como:
ente federativo atue nas competências atribuídas a empreendimento ou atividade, lavrar auto de infra-
outro ente: a atuação supletiva e subsidiária. ção ambiental e instaurar processo administrativo 157 158 2  BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADC 42/DF. Relator(a): Min. LUIZ FUX. Julgamento: 28/02/2018. Publicação: 13/08/2019.
Área protegida, coberta ou não por vegetação nati- afirmado no julgamento da ADI nº 4.903 realizado em áreas de APP nessas condições deverão ser adquiri- z APP’s – Ecossistemas Litorâneos:
va, com a função ambiental de preservar os recur- 28 de fevereiro de 2018. das pelo empreendedor, por meio de aquisição, desa-
sos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e propriação ou servidão administrativa e geridas, por VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou
a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e APP CURSOS D’ÁGUA (PERENES OU estabilizadoras de mangues;
meio de Plano Ambiental de Conservação e Uso do
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das INTERMITENTES) VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
populações humanas. Entorno do Reservatório, a ser aprovado por órgão
LARGURA DO CORPO D’ÁGUA competente do SISNAMA no âmbito do Licenciamento A Lei nº 12.651, de 2012, define restinga e manguezal
Note que o objeto protegido é a área/terreno Inferior a 10 m Ambiental, que, por sua vez, deve ser aprovado até como:
independente de possuir cobertura vegetal ou não. 10 a 50 m o início da operação do empreendimento. Cabe frisar
Ou seja, uma vez que a área é caracterizada como de que o uso das faixas marginais de preservação perma- Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
preservação permanente, de acordo com as delimita- 50 a 200 m
nente não pode exceder a 10% da APP. [...]
ções da Lei, ela estará protegida independentemente 200 a 600 m XIII - manguezal: ecossistema litorâneo que ocor-
de possuir vegetação ou não. re em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés,
Superior a 600 m APP LAGOS OU LAGOAS ARTIFICIAIS
As APP’s são uma das espécies de espaços especial- formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às
mente protegidos, os quais estão previstos no inciso APP – FAIXA MARGINAL TIPO DO RESERVATÓRIO/LOCALIZAÇÃO quais se associa, predominantemente, a vegetação
III, § 1º, art. 225, da CF, de 1988, logo, usufruem de pro- 30 m natural conhecida como mangue, com influência
Decorrente de curso d’água natural
teção constitucional. Tal proteção permite que sejam fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões
50 m Decorrente de curso d’água natural para geração de estuarinas e com dispersão descontínua ao longo
estabelecidas limitações administrativas do direito
de propriedade, aplicando-se o princípio da função 100 m energia ou abastecimento em Zona Rural da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de
Santa Catarina;
socioambiental da propriedade. 200 m Decorrente de curso d’água natural para geração de
[...]
Vale dizer que essas limitações administrativas energia ou abastecimento em Zona Urbana
500 m XVI - restinga: depósito arenoso paralelo à linha
são previstas na Lei e existem para limitar o direito Não decorrente do barramento ou represamento de da costa, de forma geralmente alongada, produzido
de propriedade com vistas a assegurar a qualidade cursos d’água naturais por processos de sedimentação, onde se encontram
de vida da coletividade ao garantir que as APP’s cum- z APP’s de Lagos e Lagoas diferentes comunidades que recebem influência
pram suas funções ambientais. Decorrente de acumulação natural ou artificial de água
marinha, com cobertura vegetal em mosaico,
É possível dividir as APP’s em dois gêneros: APP’s Art. 4º [...] com superfície inferior a 1 ha encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e
instituídas por lei (ope legis) ou por ato do Poder Públi- II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, APP – FAIXA MARGINAL depressões, apresentando, de acordo com o estágio
co (APP’s administrativas). em faixa com largura mínima de: sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo,
Faixa definida no Licenciamento Ambiental
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o este último mais interiorizado;
Áreas de Proteção Permanente Instituídas por Lei corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, 30 a 100 m a ser definida no Licenciamento Ambiental
cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; 15 a 30 m a ser definida no Licenciamento Ambiental Tanto as restingas quanto os manguezais são ecos-
O art. 4º, da Lei 12.651, de 2012, estabelece que são b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; sistemas litorâneos muito ameaçados pela ocupação
consideradas APP’s as áreas urbanas ou rurais nas APP não é exigida humana (pressão imobiliária, poluição etc.). Com inú-
seguintes condições: APP LAGOS OU LAGOAS NATURAIS APP não é exigida meras espécies da fauna litorânea e marinha depen-
TAMANHO DO CORPO D’ÁGUA/LOCALIZAÇÃO dentes desses ambientes para a sua reprodução e
z APP’s de Cursos d’Água Naturais
sobrevivência, a Lei conferiu-lhes proteção especial,
Maior que 20 ha/Zona Rural z APP’s de Nascentes e Olhos d’Água
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água tornando-os APP’s. Contudo, observe que somente as
natural perene e intermitente, excluídos os efê- Até 20 ha/Zona Rural restingas fixadoras de dunas ou estabilizadoras de
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos mangues são APP’s, enquanto os manguezais são
meros, desde a borda da calha do leito regular, em Qualquer tamanho/ Zona Urbana olhos d’água perenes, qualquer que seja sua APP’s em toda a sua extensão.
largura mínima de:
APP – FAIXA MARGINAL situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cin-
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos
quenta) metros;
de 10 (dez) metros de largura; 100 m APP’S DE ECOSSISTEMAS LITORÂNEOS
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água
50 m As nascentes são conceituadas pelo inciso XVII, art. ECOSSISTEMA
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura; 30 m 2º, da Lei nº 12.651, de 2012, como afloramento natu- Restinga
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que ral do lençol freático que apresenta perenidade e Manguezais
tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de dá início a um curso d’água. Os olhos d’água, por sua
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água APP
largura; vez, são afloramentos naturais do lençol freático,
artificiais, decorrentes de barramento ou repre-
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que Quando fixadora de dunas ou estabilizadora de
samento de cursos d’água naturais, na faixa defi- mesmo que intermitentes, conforme o inciso XVIII,
tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros mangues
nida na licença ambiental do empreendimento; art. 2º, da mesma Lei.
de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que Essas áreas são fundamentais para a disponibi- Em toda a sua extensão
tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; A Lei nº12.651, de 2012 define, no § 4º, do art. 4º, lidade hídrica dos corpos d’água. Desta forma, o jul-
que, para reservatórios artificiais de água que não gamento da ADI nº 4.903 concluiu pela inclusão, z APP’s por Relevo ou Topografia
Corpos d’água perenes são aqueles nos quais cor- decorram de barramento ou represamento de cursos também, de faixa de proteção para as APP’s de
re água em qualquer período do ano (seco ou chuvo- d’água naturais, não será exigida APP. Já nas acumu- olhos d’água intermitentes. Portanto, configuram V - as encostas ou partes destas com declividade
so); os corpos d’água intermitentes são aqueles em lações naturais ou artificiais de água com superfície superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cen-
APP de nascentes e olhos d’água os seguintes terrenos:
que a água corre nos períodos chuvosos e desaparece inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da to) na linha de maior declive;
temporariamente no período da seca em função do faixa de proteção, vedada nova supressão de áreas de
vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambien- APP NASCENTES E OLHOS D’ÁGUA
rebaixamento do lençol freático; já os corpos d’água As encostas são áreas de declive de alguma ele-
efêmeros são aqueles em que a água somente corre tal competente do Sistema Nacional do Meio Ambien- AFLORAMENTO vação (morro, montanha, colina) que são protegidas
por ocasião de chuva, ou seja, cessando a chuva, tam- te – SISNAMA. Nascente em função de sua condição ambiental, pois, não rara-
bém as águas param de correr, encerrando o que se Para reservatórios artificiais destinados à gera- mente, a ocupação dessas áreas geram a instabilidade
ção de energia ou abastecimento público, é exigida a Olho d’ Água Perene
chama de escoamento superficial da água. dos solos e desastres humanos e ambientais, como o
A Lei nº 12.651, de 2012 considera, para o esta- faixa mínima de APP em seu entorno de 30 (trinta) a Olho d’Água Intermitente deslizamento de encostas. Como exemplo, podemos
belecimento de Área de Preservação Permanen- 100 (cem) metros em área rural e de 15 (quinze) a 30 (Incluído pela ADI nº 4.903) lembrar do caso de deslizamento que ocorreu em
te nas faixas marginais, apenas os corpos d’água (metros) em área urbana, a qual será estabelecida no APP – FAIXA MARGINAL fevereiro, na Avenida Niemayer, na cidade do Rio de
perenes e intermitentes. Os considerados efêmeros, Licenciamento Ambiental do empreendimento, con- Janeiro, em que um ônibus inteiro foi soterrado por
por sua vez, não possuem APP. Esse entendimento foi forme dispõe o art. 5º, da Lei nº 12.651, de 2012. As 159 160 50 m um deslizamento de uma encosta.
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até hidrográficas do Brasil (Bacia Amazônica, do São vedada a concessão de novas autorizações de e internacionais”. Como consequência, essas situações
a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca infe- Francisco e Platina). supressão de vegetação enquanto não cumpridas não configuram utilidade pública que permitam a
rior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; as obrigações previstas no § 1º. intervenção em Áreas de Proteção Ambiental.
IX - no topo de morros, montes, montanhas e APP VEREDA Além disso, o inciso VIII, do art. 3º, também foi
serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e Note que a expressão “realizada após 22 de julho” objeto de análise da referida ADI, pois, apenas na
inclinação média maior que 25º, as áreas delimita- AMBIENTE está taxada. A razão disso é que essa parte do disposi- alínea “e”, utilizou-se a expressão “quando inexistir
das a partir da curva de nível correspondente a 2/3 Vereda tivo foi considerada inconstitucional pelo STF, confor- alternativa técnica e locacional ao empreendimento
(dois terços) da altura mínima da elevação sempre me consta no ADC 42/DF. proposto”. O STF definiu, então, que a comprovação
em relação à base, sendo esta definida pelo plano APP – FAIXA MARGINAL
O proprietário ou detentor da posse de qualquer de inexistência de alternativa técnica e locacional
horizontal determinado por planície ou espelho 50 m a partir do espaço permanentemente brejoso e área, urbana ou rural, é obrigado a manter e/ou recu-
d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela
ao empreendimento proposto deve ser requisito
encharcado perar as Áreas de Preservação Permanente existentes
cota do ponto de sela mais próximo da elevação; para todos os casos de intervenção em APP por uti-
na sua propriedade ou posse. Uma vez que essa manu- lidade pública, ou seja, o requisito deve ser conside-
X - as áreas em altitude superior a 1.800 tenção é uma obrigação propter rem, ela se estende
(mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a Áreas de Preservação Permanentes Estabelecidas rado em todas as alíneas do inciso VIII, do art. 3º.
por Ato do Poder Público aos proprietários ou possuidores que vierem a adqui-
vegetação; O interesse social, por sua vez, foi conceituado pelo
rir, de qualquer maneira, a área. Observe que tal obri-
art. 3º, da Lei nº 12.651, de 2012, nos seguintes termos:
Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação perma- gação não é apenas com a manutenção da APP, mas
Ao preservar locais com relevos diferenciados em também com relação à responsabilidade pela recupe-
nente, quando declaradas de interesse social por IX - interesse social:
função de acidentes topográficos, a Lei nº 12.651, de 2012, ração ambiental da APP degradada.
ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas a) as atividades imprescindíveis à proteção da
determinou a preservação da estabilidade geológica de com florestas ou outras formas de vegetação desti-
ambientes de altitude e declive, de modo a promover a integridade da vegetação nativa, tais como
nadas a uma ou mais das seguintes finalidades: Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação
prevenção, combate e controle do fogo, controle
proteção de bordas dos tabuleiros e chapadas, topos de I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de nativa em Área de Preservação Permanente somen-
da erosão, erradicação de invasoras e proteção de
morros, montes, montanhas, serras e áreas de altitude enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; te ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública,
plantios com espécies nativas;
superior a 1.800 m, além de manter a estabilidade da pai- II - proteger as restingas ou veredas; de interesse social ou de baixo impacto ambien-
b) a exploração agroflorestal sustentável pra-
sagem e preservar os recursos hídricos e a biodiversidade. III - proteger várzeas; tal previstas nesta Lei.
§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de ticada na pequena propriedade ou posse rural
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora
nascentes, dunas e restingas somente poderá ser familiar ou por povos e comunidades tradi-
APP POR RELEVO OU TOPOGRAFIA ameaçados de extinção;
autorizada em caso de utilidade pública. cionais, desde que não descaracterize a cobertura
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de
FEIÇÃO/ELEVAÇÃO/ÁREAS DE ALTITUDE § 2º A intervenção ou a supressão de vegetação nati- vegetal existente e não prejudique a função ambien-
valor científico, cultural ou histórico;
VI - formar faixas de proteção ao longo de va em Área de Preservação Permanente de que tra- tal da área;
Encostas ou parte delas com declividade superior a 45% c) a implantação de infraestrutura pública des-
equivalente a 100% da linha de maior declive rodovias e ferrovias; tam os incisos VI e VII do caput do art. 4º poderá
VII - assegurar condições de bem-estar público; ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde tinada a esportes, lazer e atividades educacio-
Bordas de Tabuleiros e Chapadas VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a a função ecológica do manguezal esteja compro- nais e culturais ao ar livre em áreas urbanas
critério das autoridades militares. metida, para execução de obras habitacionais e de e rurais consolidadas, observadas as condições
Topo de morros, montes, montanhas e serras
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de urbanização, inseridas em projetos de regularização estabelecidas nesta Lei;
Altitude superior a 1.800 m importância internacional. d) a regularização fundiária de assentamen-
fundiária de interesse social, em áreas urbanas con-
APP solidadas ocupadas por população de baixa renda. tos humanos ocupados predominantemente
A Lei ainda disponibiliza ao chefe do Poder Exe- por população de baixa renda em áreas urba-
Toda a encosta nas consolidadas, observadas as condições esta-
cutivo a competência de declarar novas Áreas de Pre- Em regra, as intervenções na APP somente são admi-
Mínimo de 100 m em projeção horizontal servação Permanente como APP’s de interesse social belecidas na Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009;
tidas em casos de utilidade pública, interesse social ou e) implantação de instalações necessárias à
Altura mínima de 100 m e inclinação média maior que 25°, dentro das hipóteses delimitadas pelo art. 6º. É impor-
de baixo impacto ambiental. O art. 3º da Lei nº 12.651, captação e condução de água e de efluentes
a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura tante lembrar que, quando se trata de propriedade de
de 2012, conceituou utilidade pública da seguinte forma: tratados para projetos cujos recursos hídricos são
mínima da elevação sempre em relação à base domínio privado, surge a necessidade de desapropria-
ção por interesse social, a qual deve ocorrer mediante partes integrantes e essenciais da atividade;
Toda a área VIII - utilidade pública: f) as atividades de pesquisa e extração de
justa e prévia indenização em dinheiro, conforme o
a) as atividades de segurança nacional e prote- areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela
inciso XXIV, art. 5º, da CF, de 1988.
ção sanitária; autoridade competente;
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
z APP’s de Veredas: b) as obras de infraestrutura destinadas às
Regime de Proteção das Áreas de Preservação g) outras atividades similares devidamente carac-
concessões e aos serviços públicos de transpor- terizadas e motivadas em procedimento adminis-
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção Permanente
te, sistema viário, inclusive aquele necessário aos trativo próprio, quando inexistir alternativa
horizontal, com largura mínima de 50 (cinquen- parcelamentos de solo urbano aprovados pelos
Como dito anteriormente, as APP’s estão sujeitas a técnica e locacional à atividade proposta, defi-
ta) metros, a partir do espaço permanentemente Municípios, saneamento, gestão de resíduos,
um regime de limitação administrativa estabeleci- nidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
brejoso e encharcado. energia, telecomunicações, radiodifusão, instala-
do na Lei nº 12.651, de 2012. Vejamos o que está dis-
ções necessárias à realização de competições O termo “interesse social” abordado no inciso IX,
A Lei nº 12.651, de 2012, define vereda como: posto em seu art. 7º: esportivas estaduais, nacionais ou internacio-
do art. 3º, também foi objeto de análise da ADI nº
nais, bem como mineração, exceto, neste último
Art. 7º A vegetação situada em Área de Preserva- 4.903, uma vez que, apenas na alínea “g”, utilizou-se a
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho;
ção Permanente deverá ser mantida pelo pro- expressão “quando inexistir alternativa técnica e loca-
[...] c) atividades e obras de defesa civil;
prietário da área, possuidor ou ocupante a cional ao empreendimento proposto”. O STF definiu,
XII - vereda: fitofisionomia de savana, encontrada d) atividades que comprovadamente proporcionem
qualquer título, pessoa física ou jurídica, de então, que a comprovação de inexistência de alter-
em solos hidromórficos, usualmente com a palmei- melhorias na proteção das funções ambientais
direito público ou privado. nativa técnica e locacional ao empreendimento
ra arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, referidas no inciso II deste artigo; (proporcionem
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada proposto deve ser requisito para todos os casos de
sem formar dossel, em meio a agrupamentos de melhorias nas Áreas de Preservação Permanente)
em Área de Preservação Permanente, o proprietá- intervenção em APP por interesse social – ou seja, o
espécies arbustivo-herbáceas; e) outras atividades similares devidamente carac-
rio da área, possuidor ou ocupante a qualquer
terizadas e motivadas em procedimento adminis- requisito deve ser considerado em todas as alíneas do
título é obrigado a promover a recomposição
As veredas são a feição mais simbólica do bioma trativo próprio, quando inexistir alternativa inciso IX, do art. 3º.
da vegetação, ressalvados os usos autoriza-
Cerrado, sendo composta por ambientes de solos técnica e locacional ao empreendimento pro- Por fim, atividades eventuais ou de baixo impacto
dos previstos nesta Lei.
úmidos nos quais emerge a palmeira Buriti (Mauritia posto, definidas em ato do Chefe do Poder Execu- ambiental foi definida no art. 3º, da Lei nº 12.651, de
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real
tivo federal; 2012, da seguinte forma:
flexuosa). Esses ambientes são essenciais para a manu- e é transmitida ao sucessor no caso de transfe-
tenção da disponibilidade hídrica da região central do rência de domínio ou posse do imóvel rural.
Brasil e alimentam os cursos d’água da região, além de O STF, ao julgar a ADI nº 4.903, em 28, de fevereiro X - atividades eventuais ou de baixo impacto
§ 3º No caso de supressão não autorizada de
contribuir para a formação das três principais bacias vegetação realizada após 22 de julho de 20083, é de 2018, definiu, como inconstitucionais, as expressões ambiental:
“gestão de resíduos” e “instalações necessárias à reali- a) abertura de pequenas vias de acesso interno
3  BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADC 42/DF. Relator(a): Min. LUIZ FUX. Julgamento: 28/02/2018. Publicação: 13/08/2019. 161 162 zação de competições esportivas estaduais, nacionais e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à
travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas assentamentos e projetos de reforma agrária, e que I - incluída no perímetro urbano ou em zona urbana pelo plano diretor ou por lei municipal específica;
e animais para a obtenção de água ou à retirada de atenda ao disposto no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de II - com sistema viário implantado e vias de circulação pavimentadas;
produtos oriundos das atividades de manejo agro- julho de 2006. III - organizada em quadras e lotes predominantemente edificados;
florestal sustentável; IV - de uso predominantemente urbano, caracterizado pela existência de edificações residenciais, comerciais, indus-
b) implantação de instalações necessárias à z Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos triais, institucionais, mistas ou voltadas à prestação de serviços; e
captação e condução de água e efluentes trata- fiscais, a prática de aquicultura e a infraestrutura V - com a presença de, no mínimo, três dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados:
dos, desde que comprovada a outorga do direito de física diretamente a ela associada, nos termos do a) drenagem de águas pluviais;
uso da água, quando couber; § 6º, art. 4º. b) esgotamento sanitário;
c) implantação de trilhas para o desenvolvimen- c) abastecimento de água potável;
to do ecoturismo; § 6º Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módu- d) distribuição de energia elétrica; e
d) construção de rampa de lançamento de bar- los fiscais, é admitida, nas áreas de que tratam os e) limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos.
cos e pequeno ancoradouro; incisos I e II do caput deste artigo, a prática da
e) construção de moradia de agricultores fami- aquicultura e a infraestrutura física diretamente a
Áreas Consolidadas em Imóveis Rurais
liares, remanescentes de comunidades qui- ela associada, desde que:
lombolas e outras populações extrativistas e I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo
tradicionais em áreas rurais, onde o abasteci- de solo e água e de recursos hídricos, garantindo Um dos pontos mais relevantes da Lei nº 12.651, de 2012, é o previsto no art. 61-A:
mento de água se dê pelo esforço próprio dos sua qualidade e quantidade, de acordo com norma
moradores; dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; Art. 61-A Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades
f) construção e manutenção de cercas na propriedade; II - esteja de acordo com os respectivos planos de agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.
g) pesquisa científica relativa a recursos bacia ou planos de gestão de recursos hídricos;
ambientais, respeitados outros requisitos previs- III - seja realizado o licenciamento pelo órgão Em função disso, é obrigatório, para os imóveis rurais que possuem áreas consolidadas nessas condições, a
tos na legislação aplicável; ambiental competente; reparação mínima das APP’s, de acordo com os seguintes parâmetros:
h) coleta de produtos não madeireiros para fins IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental
de subsistência e produção de mudas, como semen- Rural - CAR.
V - não implique novas supressões de vegetação
RECUPERAÇÃO DE APP’S EM ÁREAS CONSOLIDADAS
tes, castanhas e frutos, respeitada a legislação
específica de acesso a recursos genéticos; nativa. AO LONGO DE CURSOS D’ÁGUA NATURAIS CONTADOS DA BORDA DA CALHA DO LEITO REGULAR INDEPEN-
i) plantio de espécies nativas produtoras de DENTEMENTE DA LARGURA DO CURSO D´ÁGUA:
frutos, sementes, castanhas e outros produtos Dica Tamanho do Imóvel Tamanho da Faixa Marginal a ser recuperada
vegetais, desde que não implique supressão da
A Lei nº 12.651, de 2012, não admite, em qual- Até 1 módulo fiscal 5m
vegetação existente nem prejudique a função
ambiental da área;
quer hipótese, direito à regularização de futuras
Superior a 1 até 2 módulos fiscais 8 m
j) exploração agroflorestal e manejo florestal intervenções ou supressões de vegetação nati-
va, além das previstas por ela. Superior a 2 até 4 módulos fiscais 15 m
sustentável, comunitário e familiar, incluindo
a extração de produtos florestais não madeireiros, Superior a 4 módulos fiscais Mínimo de 20 m e Máximo de 100 m, conforme determinação do Plano de Recu-
desde que não descaracterizem a cobertura vegetal Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação peração Ambiental.
nativa existente nem prejudiquem a função ambien- Permanente
NO ENTORNO DE NASCENTES E OLHOS D’ÁGUA PERENES E INTERMITENTES:
tal da área;
k) outras ações ou atividades similares, reco- Um dos pontos mais polêmicos da Lei nº 12.651/12 Tamanho do Imóvel Tamanho do raio mínimo a ser recuperado
nhecidas como eventuais e de baixo impacto é a regularização de áreas consolidadas em APP’s. O Qualquer tamanho 15 m
ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio tema foi objeto de debate no julgamento da ADI 4.903
Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos Estaduais NO ENTORNO DE LAGOS E LAGOAS NATURAIS:
e, apesar dos questionamentos quanto à constitucio-
de Meio Ambiente; nalidade dessa regularização, o STF concluiu que os Tamanho do Imóvel Tamanho da faixa marginal a ser recuperada
dispositivos que tratam da regularização de áreas Até 1 módulo fiscal 5m
Além das situações de utilidade pública, interes-
consolidadas em APP’s são constitucionais.
se social e atividades eventuais ou de baixo impacto Superior a 1 até 2 módulos fiscais 8 m
ambiental, a Lei nº 12.651, de 2012, prevê as situa- No novo Código Florestal, a área rural consolidada
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
ções nas quais pode haver uso e/ou alteração em APP. é definida como: Superior a 2 até 4 módulos fiscais 15 m
Vejamos: Superior a 4 módulos fiscais 30 m
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
z Em caráter de urgência, de atividades de seguran- [...] EM VEREDAS, CONTADO EM PROJEÇÃO HORIZONTAL, COM DELIMITAÇÃO A PARTIR DO ESPAÇO BREJOSO E
ça nacional e obras de interesse da defesa civil IV - área rural consolidada: área de imóvel ENCHARCADO:
destinadas à prevenção e mitigação de acidentes rural com ocupação antrópica preexistente a Tamanho do Imóvel Tamanho da faixa marginal a ser recuperada
em áreas urbanas, é dispensada a autorização do 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias
Até 4 módulos fiscais 30 m
órgão ambiental competente para a sua execução ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste
(§ 3º, art. 8º); último caso, a adoção do regime de pousio; Superior a 4 módulos fiscais 50 m
z É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas
de Preservação Permanente para obtenção de água Como curiosidade, a data foi escolhida em razão de Para aferir o tamanho do imóvel, a Lei estabeleceu, como base, a área detida pelo imóvel rural em 22 de julho
e para realização de atividades de baixo impacto que, em 22 de julho de 2008, entrou em vigor o Decreto de 2008. Outro ponto é que, embora a Lei somente faça referência à recuperação de nascentes e olhos d’água
ambiental (art. 9º); Federal nº 6.514, de 2008, o qual dispõe sobre as infra- perenes, a ADI nº 4.903 incluiu, também, faixa de proteção para as APP’s de olhos d’água intermitentes. Conse-
z É admitido, para a pequena propriedade ou pos- ções e sanções administrativas ao meio ambiente. quentemente, a recuperação desses se faz obrigatória.
se rural familiar, o plantio de culturas temporá- A área urbana consolidada, por sua vez, é aquela De acordo com o § 17, do art. 61-A, as delimitações mínimas de recuperação de APP’s previstas no art. 61-A
rias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de que trata o caput do art. 47, da Lei nº 11.977, de 7 de
de terra que fica exposta no período de vazante dos poderão ser majoradas em bacias hidrográficas consideradas críticas. Assim, o Chefe do Poder Executivo poderá,
julho de 2009, conforme o art. 3º, XXVI, Lei nº 12.651, em ato próprio, estabelecer metas e diretrizes de recuperação ou conservação da vegetação nativa superiores às
rios ou lagos, desde que não implique supressão de
de 2012. A Lei nº 11.977, de 2009, foi revogada pela Lei definidas para Áreas Rurais Consolidadas, como projeto prioritário, ouvidos o Comitê de Bacia Hidrográfica e o
novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a
qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna nº 13.465, de 2017. Desta forma, vigora a definição de Conselho Estadual de Meio Ambiente.
silvestre (§ 5º, art. 4°). área urbana consolidada disposta no § 2º, art. 16-C, da Os §§ 10 e 15, do art. 61-A, determinam que o uso das Áreas Consolidadas fora da faixa de recuperação mínima
Lei nº 13.465, de 2017: deve ser informado no âmbito do Cadastro Ambiental Rural – CAR – e deve seguir técnicas de conservação do solo
O art. 3º, inciso V, da Lei nº 12.651, de 2012, defi- e da água que visem à mitigação de eventuais impactos, sendo o proprietário ou possuidor rural responsável pela
ne pequena propriedade rural como aquela explo- Art. 16-C [...] conservação do solo e da água, por meio de adoção de boas práticas agronômicas.
rada mediante o trabalho pessoal do agricultor § 2º Para os fins desta Lei, considera-se área urba- Além da adoção de boas práticas, a utilização de Áreas Consolidadas nas hipóteses do art. 61-A (continuidade
familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os na consolidada aquela: 163 164 das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural) deverá observar os critérios técnicos de
conservação do solo e da água indicados no PRA, Para os imóveis entre 4 e 10 módulos fiscais, não informais ocupados predominantemente por popu- tais como deslizamento, queda e rolamento de blo-
sendo vedada a conversão de novas áreas para houve regulamentação no artigo, havendo uma lacu- lação de baixa renda, assim declarados em ato do cos, corrida de lama e outras definidas como de ris-
uso alternativo do solo nas APP’s, conforme deter- na a respeito desse percentual. Poder Executivo municipal; e co geotécnico;
mina o § 11, do art. 61-A. O art. 63 apresenta uma outra possibilidade para a II - Reurb de Interesse Específico (Reurb-E) - regu- VII - a indicação das faixas ou áreas em que devem
Outro ponto é que o § 12, do art. 61-A, admite a utilização das APP’s com área rural consolidada. larização fundiária aplicável aos núcleos urbanos ser resguardadas as características típicas da Área
manutenção de residências e da infraestrutura asso- informais ocupados por população não qualificada de Preservação Permanente com a devida propos-
ciada às atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e Art. 63 Nas áreas rurais consolidadas nos na hipótese de que trata o inciso I deste artigo. ta de recuperação de áreas degradadas e daquelas
de turismo rural, inclusive o acesso a essas atividades, locais de que tratam os incisos V, VIII, IX e X do art. não passíveis de regularização;
independentemente das determinações de recupera- 4º, será admitida a manutenção de atividades flo- Logo, a Lei florestal apresenta condições de acei- VIII - a avaliação dos riscos ambientais;
ção de APP’s em áreas consolidadas, desde que não restais, culturas de espécies lenhosas, perenes ou de tação para a ocupação de APP’s, tanto para a Reurb-S, IX - a comprovação da melhoria das condições de
estejam em área que ofereça risco à vida ou à inte- ciclo longo, bem como da infraestrutura física asso- quanto para a Reurb-E: sustentabilidade urbano-ambiental e de habitabi-
gridade física das pessoas. Assim, para a manutenção ciada ao desenvolvimento de atividades agrossilvi- lidade dos moradores a partir da regularização; e
dessas estruturas, fica dispensada a recuperação da pastoris, vedada a conversão de novas áreas X - a demonstração de garantia de acesso livre e
Art. 64 Na Reurb-S dos núcleos urbanos informais
APP no local onde elas se encontram. para uso alternativo do solo. gratuito pela população às praias e aos corpos
que ocupam Áreas de Preservação Permanente, a
A situação é diversa das categorias de unidades d’água, quando couber.
regularização fundiária será admitida por
de conservação do grupo de proteção integral criadas § 2º Para fins da regularização ambiental prevista
Sendo assim, vedada a conversão de novas áreas meio da aprovação do projeto de regulariza-
por ato do Poder Público até a publicação da Lei nº no caput, ao longo dos rios ou de qualquer curso
para uso alternativo do solo e condicionada ao uso de ção fundiária, na forma da lei específica de regu-
12.651, de 2012. De acordo com o § 16, do art. 61-A, d’água, será mantida faixa não edificável com
práticas conservacionistas do solo e da água, é admiti- larização fundiária urbana.
as APP’s localizadas dentro dos seus limites não são largura mínima de 15 (quinze) metros de cada
da, pela Lei, a manutenção de atividades florestais, § 1º O projeto de regularização fundiária de inte-
passíveis de ter quaisquer atividades consideradas lado.
culturas de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo resse social deverá incluir estudo técnico que
como consolidadas, ressalvado o que dispuser o Pla- § 3º Em áreas urbanas tombadas como patrimô-
longo, bem como da infraestrutura física associada demonstre a melhoria das condições ambien-
no de Manejo elaborado e aprovado de acordo com nio histórico e cultural, a faixa não edificável de
ao desenvolvimento de atividades agrossilvipastoris tais em relação à situação anterior com a ado-
as orientações emitidas pelo órgão competente do que trata o § 2º poderá ser redefinida de maneira
nas áreas rurais consolidadas nos seguintes locais: ção das medidas nele preconizadas.
SISNAMA, nos termos do que dispuser regulamento a atender aos parâmetros do ato do tombamento.
§ 2º O estudo técnico mencionado no § 1º deverá
do Chefe do Poder Executivo, devendo o proprietário, conter, no mínimo, os seguintes elementos:
Art. 4º [...] RESERVA LEGAL
possuidor rural ou ocupante, a qualquer título, adotar I - caracterização da situação ambiental da área a
V - as encostas ou partes destas com declividade
todas as medidas indicadas. ser regularizada;
superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cento)
Ademais, conforme determina o § 14, do art. 61-A, II - especificação dos sistemas de saneamento A Reserva Legal surgiu no Código Florestal de 1934,
na linha de maior declive;
se o Poder Público verificar a existência de risco de básico; para preservar a vegetação de parte das propriedades
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a
agravamento de processos erosivos ou de inundações, linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior III - proposição de intervenções para a prevenção rurais, com o fim de manter uma reserva de produ-
ele determinará a adoção de medidas mitigadoras que a 100 (cem) metros em projeções horizontais; e o controle de riscos geotécnicos e de inundações; tos madeireiros. A Reserva Legal era chamada, à epo-
garantam a estabilidade das margens e a qualidade da X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oito- IV - recuperação de áreas degradadas e daquelas ca, de “quarta parte”, pois 25% da propriedade rural
água, após deliberação do Conselho Estadual de Meio centos) metros, qualquer que seja a vegetação; não passíveis de regularização; tinha seu uso limitado para esse fim.
Ambiente ou de órgão colegiado estadual equivalente. XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção V - comprovação da melhoria das condições de Em 1989, essa área passou a ser denominada de
Para a recomposição dessas áreas, o § 13, do art. horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) sustentabilidade urbano-ambiental, considerados Reserva Legal e a sua averbação, em escritura públi-
61-A, definiu os seguintes métodos a serem usados iso- metros, a partir do espaço permanentemente brejo- o uso adequado dos recursos hídricos, a não ocupa- ca, passou a ser exigida. Além disso, com o passar do
lada ou conjuntamente: so e encharcado. ção das áreas de risco e a proteção das unidades de tempo, a legislação ambiental foi mudando os con-
conservação, quando for o caso; tornos da Reserva Legal. Desta forma, a área que, até
§ 13 A recomposição de que trata este artigo poderá Ainda, fica permitido o pastoreio extensivo nas VI - comprovação da melhoria da habitabilidade então, era apenas uma reserva de madeira em pé, pas-
ser feita, isolada ou conjuntamente, pelos seguintes APP’s citadas. Contudo, deverão ser adotadas práticas dos moradores propiciada pela regularização pro- sou a ter funções ambientais ainda na vigência da Lei
métodos: posta; e
conservacionistas do solo e da água indicadas pelos nº 4.771, de 1965 (Código Florestal de 1965).
I - condução de regeneração natural de espécies VII - garantia de acesso público às praias e aos cor-
órgãos de assistência técnica rural, além do pastoreio Assim, entendendo a função socioambiental da
nativas; pos d’água.
ficar restrito às áreas de vegetação campestre natural Reserva Legal, a Lei nº 12.651, de 2012, a conceituou
II - plantio de espécies nativas; Art. 65 Na Reurb-E dos núcleos urbanos informais
ou já convertidas para a vegetação campestre, admi- que ocupam Áreas de Preservação Permanente da seguinte forma:

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE


III - plantio de espécies nativas conjugado com a con- tindo-se o consórcio com vegetação lenhosa perene ou
dução da regeneração natural de espécies nativas; não identificadas como áreas de risco, a regu-
de ciclo longo, conforme o § 1º, do art. 63. larização fundiária será admitida por meio Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
IV - plantio intercalado de espécies lenhosas, pere-
da aprovação do projeto de regularização fun- [...]
nes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocor-
Áreas Consolidadas em Áreas Urbanas diária, na forma da lei específica de regularização III - Reserva Legal: área localizada no interior
rência regional, em até 50% (cinquenta por cento)
fundiária urbana. de uma propriedade ou posse rural, delimitada
da área total a ser recomposta, no caso da pequena
Assim como as áreas rurais, as áreas urbanas tam- § 1º O processo de regularização fundiária de inte- nos termos do art. 12, com a função de assegu-
propriedade ou posse rural familiar;
bém sofrem com os avanços sobre áreas de preserva- resse específico deverá incluir estudo técni- rar o uso econômico de modo sustentável dos
ção permanente. Seja por questões de conservação, co que demonstre a melhoria das condições recursos naturais do imóvel rural, auxiliar
O art. 61-B, da Lei nº 12.651, de 2012, possibilita, a conservação e a reabilitação dos processos
para fins de recuperação, uma “faixa de desconto” de seja por questões de segurança, as APP’s são locais ina- ambientais em relação à situação anterior e
ser instruído com os seguintes elementos: ecológicos e promover a conservação da biodi-
APP’s da seguinte forma: dequados à ocupação urbana devido à frequente ins-
I - a caracterização físico-ambiental, social, cultu- versidade, bem como o abrigo e a proteção de
tabilidade geológica ou à inadequabilidade dos solos
ral e econômica da área; fauna silvestre e da flora nativa;
Art. 61-B Aos proprietários e possuidores dos imó- para erguer edificações e equipamentos urbanos.
Contudo, no novo Código Florestal, o legislador II - a identificação dos recursos ambientais, dos
veis rurais que, em 22 de julho de 2008, detinham Delimitação da Reserva Legal
optou por regularizar ocupações em APP’s desde que passivos e fragilidades ambientais e das restrições
até 10 (dez) módulos fiscais e desenvolviam ativida-
a permanência nessas áreas não implique em risco e potencialidades da área;
des agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em
III - a especificação e a avaliação dos sistemas de Diante das funções ambientais da Reserva Legal, o
Áreas de Preservação Permanente é garantido que para a população e possa proporcionar melhorias das
infraestrutura urbana e de saneamento básico implan- novo Código Florestal determinou, em seu art. 12, que:
a exigência de recomposição, nos termos desta Lei, condições ambientais em relação à situação anterior.
somadas todas as Áreas de Preservação Permanen- tados, outros serviços e equipamentos públicos;
A Lei nº 12.651, de 2012, prevê a Regularização
te do imóvel, não ultrapassará: IV - a identificação das unidades de conservação Art. 12 Todo imóvel rural deve manter área com
Fundiária Urbana (Reurb) de áreas consolidadas
I - 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para e das áreas de proteção de mananciais na área de cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva
em APP’s nas duas modalidades existentes na Lei nº
imóveis rurais com área de até 2 (dois) módulos fiscais; influência direta da ocupação, sejam elas águas Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre
13.465, de 2017. Vejamos: superficiais ou subterrâneas; as Áreas de Preservação Permanente, observados
II - 20% (vinte por cento) da área total do imóvel,
para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) e V - a especificação da ocupação consolidada exis- os seguintes percentuais mínimos em relação à
Art. 13 A Reurb compreende duas modalidades: tente na área; área do imóvel, excetuados os casos previstos no
de até 4 (quatro) módulos fiscais; I - Reurb de Interesse Social (Reurb-S) - regula-
III - (VETADO). VI - a identificação das áreas consideradas de risco art. 68 desta Lei:
rização fundiária aplicável aos núcleos urbanos 165 166 de inundações e de movimentos de massa rochosa, I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área rural consolidada, situados em área de flo- Art. 15 Será admitido o cômputo das Áreas de Pre- processo de recuperação, somadas às demais flores-
área de florestas; resta localizada na Amazônia Legal, para até servação Permanente no cálculo do percentual da tas e outras formas de vegetação nativa existentes em
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado 50% (cinquenta por cento) da propriedade, Reserva Legal do imóvel, desde que: imóvel ultrapassarem 80% do imóvel rural localizado
em área de cerrado; excluídas as áreas prioritárias para conservação I - o benefício previsto neste artigo não implique a em áreas de floresta na Amazônia Legal.
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área da biodiversidade e dos recursos hídricos e os cor- conversão de novas áreas para o uso alternativo do
de campos gerais; redores ecológicos; solo; Art. 15 [...]
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vin- II - ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% II - a área a ser computada esteja conservada ou
§ 4º É dispensada a aplicação do inciso I do caput
te por cento). (cinquenta por cento) dos percentuais previstos em processo de recuperação, conforme comprova-
deste artigo, quando as Áreas de Preservação
nesta Lei, para cumprimento de metas nacionais de ção do proprietário ao órgão estadual integrante
Permanente conservadas ou em processo de recu-
Portanto, as propriedades rurais deverão conser- proteção à biodiversidade ou de redução de emis- do Sisnama; e
peração, somadas às demais florestas e outras
var a RL nos seguintes parâmetros: são de gases de efeito estufa. III - o proprietário ou possuidor tenha requerido
formas de vegetação nativa existentes em imóvel,
§ 1º No caso previsto no inciso I do caput , o pro- inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural -
ultrapassarem:
prietário ou possuidor de imóvel rural que man- CAR, nos termos desta Lei.
DELIMITAÇÃO DA RESERVA LEGAL EM IMÓVEIS RURAIS I - 80% (oitenta por cento) do imóvel rural localiza-
tiver Reserva Legal conservada e averbada em
FISIONOMIA DA PERCENTUAL área superior aos percentuais exigidos no referido do em áreas de floresta na Amazônia Legal;
LOCALIZAÇÃO Mesmo que computada a Área de Preservação II - (VETADO).
VEGETAÇÃO DO IMÓVEL inciso poderá instituir servidão ambiental sobre a Permanente para o fim de cumprimento da Reserva
Amazônia Legal Floresta 80% área excedente, nos termos da Lei nº 6.938, de 31 de Legal, o regime de proteção da APP não se altera, ou
agosto de 1981, e Cota de Reserva Ambiental. Reserva Legal em Regime de Condomínio
Amazônia Legal Cerrado 35% seja, a área deverá respeitar as restrições impostas às
Amazônia Legal Campos Gerais 20%
APP, que são, via de regra, mais rigorosas que aquelas
Para atendimento do disposto acima, o § 2º, do art. O art. 16, da Lei nº 12.651, de 2012, prevê que é
para a Reserva Legal, conforme previsto no § 1º, art.
Demais Regiões Qualquer fisionomia 20% 13, da Lei nº 12.651, de 2012, ainda obriga os Estados, possível o estabelecimento de Reserva Legal em regi-
15, da Lei nº 12.651, de 2012.
no prazo de 5 (cinco) anos, a partir da publicação da me de condomínio ou coletiva entre propriedades
Lei, a elaborar e aprovar seus Zoneamentos Ecológicos- rurais, respeitado o percentual previsto no art. 12 em
Com relação ao cálculo da Reserva Legal, o art. 12 -Econômicos, segundo a metodologia unificada, estabe- Dica relação a cada imóvel (percentuais mínimos de Reser-
faz algumas considerações: lecida em norma federal, caso ainda não o tenham. Atente-se ao previsto no § 1º, do art. 15, da Lei va Legal).
nº 12.651, de 2012. Quando a área de APP for
z Caso o imóvel rural seja fracionado por qualquer Localização da Reserva Legal no Imóvel Rural contabilizada para cumprimento do percentual Art. 16 Poderá ser instituído Reserva Legal em
razão, inclusive para assentamentos de reforma regime de condomínio ou coletiva entre proprieda-
de Reserva Legal exigido para a propriedade, seu
agrária, para o cálculo da RL será considerada a O art. 14, da Lei nº 12.651, de 2012, estabelece os des rurais, respeitado o percentual previsto no art.
regime de proteção não se altera. Isso quer dizer
área antes do fracionamento (§ 1º, art. 12); estudos e critérios que devem ser levados em consi- 12 em relação a cada imóvel.
z Para o cálculo da RL em imóveis rurais situados na que, mesmo que a área de APP seja incluída na Parágrafo único. No parcelamento de imóveis
deração para o estabelecimento da localização da Reserva Legal da propriedade, ela continua com
Amazônia Legal que tenham formações florestais, rurais, a área de Reserva Legal poderá ser agrupa-
Reserva Legal no imóvel rural. Essa localização, a ser o mesmo regime de proteção voltado à preserva-
de cerrado ou de campos gerais na mesma pro- da em regime de condomínio entre os adquirentes.
indicada pelo proprietário ou possuidor rural, deve
priedade, o percentual da RL será definido, con- ção dos recursos naturais.
ser aprovada pelo órgão estadual integrante do SIS-
siderando, separadamente, os índices previstos Esse dispositivo facilita a possibilidade de manu-
NAMA ou instituição por ele habilitada após a inclu-
para cada tipo de vegetação (§ 2º, art. 12); O proprietário ou possuidor de imóvel com Reser- tenção da Reserva Legal em assentamentos rurais ou
são do imóvel no CAR.
z No caso de formações florestais na Amazônia va Legal conservada e inscrita no Cadastro Ambiental até condomínios de mini chácaras de recreação, sendo
Legal, o Poder Público poderá reduzir a Reserva Rural, cuja área ultrapasse o mínimo exigido na Lei nº que, nos casos que envolvem o parcelamento de imó-
Legal para até 50%, para fins de recomposição 12.651, de 2012, poderá utilizar a área excedente para veis rurais, a área de Reserva Legal poderá ser agru-
O Plano de Bacia Hidrográfica
quando o Município tiver mais de 50% da área fins de constituição de servidão ambiental, Cota de pada em regime de condomínio entre os adquirentes.
Estudos e Critérios para Localização

ocupada por unidades de conservação da natu- Reserva Ambiental e outros instrumentos congêneres
reza de domínio público e por terras indígenas O Zoneamento Ecológico-Econômico previstos na Lei, de acordo com o estabelecido em seu Empreendimentos que Não Estão Sujeitos ao
homologadas (§ 4º, art. 12); § 2º, art. 15: Estabelecimento de Reserva Legal
z No caso de formações florestais na Amazônia A formação de corredores ecológicos com outra Reserva
da RL

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE


Legal, o Poder Público estadual, ouvido o Conse- Legal, com Área de Preservação Permanente, com Unidade de Art. 15 [...] Alguns empreendimentos são dispensados pela
Conservação ou com outra área legalmente protegida
lho Estadual de Meio Ambiente, poderá reduzir § 2º O proprietário ou possuidor de imóvel com
Lei nº 12.651, de 2012 de reservar parte de seu imóvel
a Reserva Legal para até 50% quando o Estado Reserva Legal conservada e inscrita no Cadastro
As áreas de maior importância para a conservação da para fins de Reserva Legal. Vejamos:
tiver Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e biodiversidade
Ambiental Rural - CAR de que trata o art. 29, cuja
mais de 65% do seu território ocupado por unida- área ultrapasse o mínimo exigido por esta Lei,
poderá utilizar a área excedente para fins de cons- z Os empreendimentos de abastecimento público
des de conservação da natureza de domínio público, As áreas de maior fragilidade ambiental
devidamente regularizadas e por terras indígenas tituição de servidão ambiental, Cota de Reserva de água e tratamento de esgoto (§ 6º, art. 12);
homologadas (§ 5º, art. 12). Ambiental e outros instrumentos congêneres pre- z Áreas adquiridas ou desapropriadas por deten-
vistos nesta Lei. tor de concessão, permissão ou autorização para
A título de esclarecimento, Amazônia Legal abran- Atente-se ao § 2º, do art. 14, que apresenta uma exploração de potencial de energia hidráuli-
ge, de acordo com a Lei, os Estados do Acre, Pará, proteção ao proprietário ou possuidor rural: O § 3º, do art. 15, por sua vez, define que o cômputo ca, nas quais funcionem empreendimentos de
Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso, de APP’s, para o cumprimento da RL, aplica-se a todas geração de energia elétrica, subestações ou
além das regiões situadas ao norte do paralelo 13° S Art. 14 [...] as modalidades, abrangendo a regeneração, a recompo- sejam instaladas linhas de transmissão e de dis-
dos Estados de Tocantins e Goiás e, ao oeste do meridia- § 2º Protocolada a documentação exigida para a sição e a compensação a serem tratadas mais à frente. tribuição de energia elétrica (§ 7º, art. 12);
no de 44° W, do Estado do Maranhão. análise da localização da área de Reserva Legal, z Áreas adquiridas ou desapropriadas com o obje-
O art. 13 permite que, quando indicado pelo Zonea- ao proprietário ou possuidor rural não poderá ser Art. 15 [...] tivo de implantação e ampliação de capacidade
imputada sanção administrativa, inclusive restri- § 3º O cômputo de que trata o caput aplica-se a de rodovias e ferrovias (§ 8º, art. 12).
mento Ecológico-Econômico – ZEE – estadual, realiza-
ção a direitos, por qualquer órgão ambiental com- todas as modalidades de cumprimento da Reserva
do segundo metodologia unificada, o Poder Público
petente integrante do Sisnama, em razão da não Legal, abrangendo a regeneração, a recomposição Art. 17 A Reserva Legal deve ser conservada com
Federal poderá:
formalização da área de Reserva Legal. e a compensação. cobertura de vegetação nativa pelo proprietá-
Art. 13 Quando indicado pelo Zoneamento Ecológico- rio do imóvel rural, possuidor ou ocupante a
-Econômico - ZEE estadual, realizado segundo meto- Outro aspecto importante da Lei e muito cobrado Por fim, atente-se à exceção trazida pelo § 4º, do qualquer título, pessoa física ou jurídica, de
dologia unificada, o poder público federal poderá: pelas bancas é o texto do art. 15, da Lei, que criou a art. 15. Por meio desse dispositivo, a Lei nº 12.651, de direito público ou privado.
I - reduzir, exclusivamente para fins de regu- possibilidade de realizar o cômputo das APP’s pre- 2012, determina que é possível a conversão de novas § 1º Admite-se a exploração econômica da
larização, mediante recomposição, regeneração sentes no imóvel rural no cálculo da área de Reserva áreas para o uso alternativo do solo quando as Áreas Reserva Legal mediante manejo sustentável,
ou compensação da Reserva Legal de imóveis com Legal. Vejamos: 167 168 de Preservação Permanente, conservadas ou em previamente aprovado pelo órgão competente do
Sisnama, de acordo com as modalidades previstas III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a Regularização Ambiental - PRA, de que trata o O art. 66, da Lei nº 12.651, de 2012, estabeleceu a
no art. 20. adoção de medidas que favoreçam a regeneração art. 59. possibilidade de regularização ambiental para o pro-
§ 2º Para fins de manejo de Reserva Legal na de espécies nativas. prietário ou possuidor de imóvel rural que detinha,
pequena propriedade ou posse rural familiar, Art. 23 O manejo sustentável para exploração Após a implantação do Cadastro Ambiental Rural, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em
os órgãos integrantes do Sisnama deverão esta- florestal eventual sem propósito comercial, a supressão de novas áreas de floresta ou outras for- extensão inferior ao estabelecido no art. 12.
belecer procedimentos simplificados de elabo- para consumo no próprio imóvel, independe mas de vegetação nativa apenas será autorizada pelo
ração, análise e aprovação de tais planos de de autorização dos órgãos competentes, deven- órgão ambiental estadual integrante do Sisnama se o Art. 66 O proprietário ou possuidor de imóvel
manejo. do apenas ser declarados previamente ao órgão imóvel estiver inserido no mencionado cadastro, res- rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de
ambiental a motivação da exploração e o volume salvado quando a Reserva Legal já tenha sido averba- Reserva Legal em extensão inferior ao estabeleci-
explorado, limitada a exploração anual a 20 (vinte) da na matrícula do imóvel na forma da Lei. do no art. 12, poderá regularizar sua situação,
Bem como nas APP’s, o proprietário ou deten-
metros cúbicos. independentemente da adesão ao PRA, ado-
tor da posse de qualquer imóvel rural é obrigado
Registro da Reserva Legal tando as seguintes alternativas, isolada ou
a manter e/ou recuperar o percentual de Reserva
Outro dispositivo relevante quanto à Reserva conjuntamente:
Legal exigido para a sua propriedade ou posse. I - recompor a Reserva Legal;
Legal é o § 3º, art. 17, da Lei nº 12.651, de 2012, o qual
Novamente, uma vez que essa manutenção e recupe- O Registro da Reserva Legal deve ser feito confor- II - permitir a regeneração natural da vegetação na
torna obrigatória a suspensão imediata das ativi- me o estabelecido no art. 18, da Lei nº 12.651. de 2012:
ração é uma obrigação propter rem, ela se estende aos área de Reserva Legal;
dades em área de Reserva Legal desmatada irregu-
proprietários ou possuidores que vierem a adquirir, larmente após 22 de julho de 2008. III - compensar a Reserva Legal.
de qualquer maneira, a área. Art. 18 A área de Reserva Legal deverá ser regis-
Contudo, diferente da APP, admite-se, na Reserva trada no órgão ambiental competente por O art. 66 apresenta ao proprietário ou possuidor
Art. 17 A Reserva Legal deve ser conservada com meio de inscrição no CAR de que trata o art. 29,
Legal, a exploração econômica da Reserva Legal cobertura de vegetação nativa pelo proprietário formas de regularização da Reserva Legal. Essa obri-
sendo vedada a alteração de sua destinação,
mediante manejo sustentável com a adoção de prá- do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer gação de manter a Reserva Legal, nos moldes da Lei nº
nos casos de transmissão, a qualquer título,
ticas de exploração seletiva nas modalidades de manejo título, pessoa física ou jurídica, de direito público 12.651, de 2012, tem natureza real e é transmitida
ou de desmembramento, com as exceções pre-
sustentável sem propósito comercial para consumo na ou privado. vistas nesta Lei.
ao sucessor no caso de transferência de domínio
propriedade e manejo sustentável para exploração flo- § 3º É obrigatória a suspensão imediata das ativi- § 1º A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita ou posse do imóvel rural, ou seja, trata-se de obriga-
restal com propósito comercial (art. 20). dades em área de Reserva Legal desmatada irregu- mediante a apresentação de planta e memorial des- ção propter rem. Logo, o produtor ou possuidor rural,
Para elucidação, a Lei conceitua manejo susten- larmente após 22 de julho de 2008. critivo, contendo a indicação das coordenadas geo- ao assumir a responsabilidade de realizar a recupera-
gráficas com pelo menos um ponto de amarração, ção, ele transfere essa responsabilidade aos sucessores
tável como:
Esse dispositivo foi objeto de julgamento nas ADI’s conforme ato do Chefe do Poder Executivo. da propriedade ou posse. Tal determinação está dispos-
nº 4.902 e nº 4.903 quanto à data base da obrigação: 22 § 2º Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada ta no § 1º, do art. 66. Vejamos:
Art. 3º [...]
de julho de 2008. O STF julgou tal dispositivo parcial- por termo de compromisso firmado pelo possuidor
VII - Manejo sustentável: administração da vege-
mente constitucional, pois ponderou, com relação ao com o órgão competente do Sisnama, com força Art. 66 [...]
tação natural para a obtenção de benefícios eco-
marco determinado pela Lei nº 12.651, de 2012 e repre- de título executivo extrajudicial, que explicite, no § 1º A obrigação prevista no caput tem natureza
nômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mínimo, a localização da área de Reserva Legal e
sentado pela expressão “realizada após 22 de julho de real e é transmitida ao sucessor no caso de transfe-
mecanismos de sustentação do ecossistema obje- as obrigações assumidas pelo possuidor por força rência de domínio ou posse do imóvel rural.
to do manejo e considerando-se, cumulativa ou 2008”. Sendo assim, a Suprema Corte, na ADI nº 424, se
pronunciou: do previsto nesta Lei.
alternativamente, a utilização de múltiplas espé- § 3º A transferência da posse implica a sub-rogação O § 2º, do art. 66, determina, ainda, que a recupera-
cies madeireiras ou não, de múltiplos produtos das obrigações assumidas no termo de compromis-
“Em suma, a constitucionalidade dos artigos 7º, § ção da Reserva Legal, nos termos do caput e dos inci-
e subprodutos da flora, bem como a utilização de so de que trata o § 2º.
3º, e 17, § 3º, apenas será restaurada com a exclu- sos I, II e III, do art. 66, deverá:
outros bens e serviços. § 4º O registro da Reserva Legal no CAR desobri-
são da expressão “após 22 de julho de 2008”, em
ga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis,
ambos os dispositivos, como forma de restabelecer a) Atender os critérios estipulados pelo órgão com-
Ainda, de acordo com o art. 21, na Reserva Legal, é sendo que, no período entre a data da publicação
a obrigação dos proprietários, possuidores e ocu- petente do Sisnama;
possível a coleta de produtos florestais: desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou
pantes a qualquer título de preservar e de restaurar b) Ser concluída em até 20 (vinte) anos;
possuidor rural que desejar fazer a averbação terá
o meio ambiente irregularmente desmatado antes c) Abranger a cada 2 (dois) anos no mínimo
Art. 21 É livre a coleta de produtos florestais direito à gratuidade deste ato.
de 22.07.2008. Caso contrário, viola-se a isonomia, 1/10 (um décimo) da área total necessária à sua

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não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e uma vez que aqueles que não desmataram ou que complementação.
sementes, devendo-se observar: o fizeram legalmente estarão equiparados aos des- A Lei nº 12.651, de 2012, inovou ao desobrigar o
I - os períodos de coleta e volumes fixados em regu- matadores ilegais. registro da Reserva Legal, por meio de averbação
Para a execução da recuperação, nesses moldes, o §
lamentos específicos, quando houver; [...] em Cartório de Registro de Imóveis, transferindo
3º, do art. 66, possibilita que a recomposição da reserva
II - a época de maturação dos frutos e sementes; Ex positis, declaro inconstitucional a expressão esse registro para o órgão ambiental competen-
legal seja realizada mediante as seguintes técnicas:
III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevi- “realizada após 22 de julho de 2008”, contida no te, por meio do Cadastro Ambiental Rural. A ação
vência de indivíduos e da espécie coletada no caso art. 7º, § 3º , da Lei nº 12.651/2012, julgando, no não só isentou o proprietário de custas cartoriais,
Art. 66 [...]
de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, ponto, procedentes as ADIs 4.902 e 4.903 e impro- como também incluiu o possuidor rural na obrigação
§ 3º A recomposição de que trata o inciso I do caput
cipós, bulbos, bambus e raízes. cedente a ADC nº 42.” do registro da Reserva Legal, por meio de termo de poderá ser realizada mediante o plantio inter-
compromisso. calado de espécies nativas com exóticas ou
Diante disso, o dispositivo é válido, sendo obriga- A Lei também explicitou a obrigação de regis-
A Lei apresenta diretrizes e orientações a serem frutíferas, em sistema agroflorestal, observa-
tória a suspensão imediata das atividades em área de tro e manutenção de Reserva Legal de imóvel rural dos os seguintes parâmetros:
seguidas no manejo florestal sustentável as quais são
Reserva Legal desmatada irregularmente a qualquer inserido dentro de perímetro urbano definido em lei I - o plantio de espécies exóticas deverá ser
aplicáveis para as áreas de dentro e fora da Reserva
tempo. Conforme o caput, do art. 17, o proprietário municipal, a qual só será extinta concomitantemente combinado com as espécies nativas de ocorrên-
Legal. rural deve realizar a recuperação da reserva legal ao registro do parcelamento do solo, para fins urbanos, cia regional;
desmatada irregularmente, nos termos do § 4º. aprovado segundo a legislação específica e consoante II - a área recomposta com espécies exóticas
Art. 22 O manejo florestal sustentável da
as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1º, do não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento)
vegetação da Reserva Legal com propósito Art. 17 [...] art. 182, da Constituição Federal. da área total a ser recuperada.
comercial depende de autorização do órgão § 4º Sem prejuízo das sanções administrativas,
competente e deverá atender as seguintes diretri- cíveis e penais cabíveis, deverá ser iniciado, nas Áreas Consolidadas em Reserva Legal Para o produtor ou possuidor rural que realizar a
zes e orientações: áreas de que trata o § 3º deste artigo, o processo de recuperação nos moldes previstos nos §§ 2º e 3º, do
I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não pre- recomposição da Reserva Legal em até 2 (dois)
judicar a conservação da vegetação nativa da área; Assim como para as APP’s, a regulamentação legal art. 66, o Código Florestal permite que haja explora-
anos contados a partir da data da publicação
II - assegurar a manutenção da diversidade das das Áreas Consolidadas promovida pela Lei nº 12.651, ção econômica da Reserva Legal recuperada, confor-
desta Lei, devendo tal processo ser concluído
espécies; nos prazos estabelecidos pelo Programa de de 2012, foi declarada constitucional pelo STF. Desta me disposto no § 4º do art. 66:
forma, confirmou-se um regime diferenciado de pro-
4  BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADC 42/DF. Relator(a): Min. LUIZ FUX. Julgamento: 28/02/2018. Publicação: 13/08/2019. Pg. 56. 169 170 teção para a Reserva Legal.
Art. 66 [...] dispensados de promover a recomposição, Áreas com Inclinação entre 25° e 45° Art. 11-A [...]
§ 4º Os proprietários ou possuidores do imóvel que compensação ou regeneração para os percen- § 1º Os apicuns e salgados podem ser utilizados em
optarem por recompor a Reserva Legal na forma tuais exigidos nesta Lei. Art. 11 Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, atividades de carcinicultura e salinas, desde que
dos §§ 2º e 3º terão direito à sua exploração econô- § 1º Os proprietários ou possuidores de imóveis serão permitidos o manejo florestal sustentá- observados os seguintes requisitos:
mica, nos termos desta Lei. rurais poderão provar essas situações consoli- vel e o exercício de atividades agrossilvipas- I - área total ocupada em cada Estado não superior
dadas por documentos tais como a descrição de toris, bem como a manutenção da infraestrutura a 10% (dez por cento) dessa modalidade de fitofisio-
fatos históricos de ocupação da região, registros de física associada ao desenvolvimento das ativida-
Compensação da Reserva Legal nomia no bioma amazônico e a 35% (trinta e cinco
comercialização, dados agropecuários da ativida- des, observadas boas práticas agronômicas,
por cento) no restante do País, excluídas as ocupa-
de, contratos e documentos bancários relativos à sendo vedada a conversão de novas áreas,
Outra forma estabelecida no art. 66, da Lei nº ções consolidadas que atendam ao disposto no § 6º
excetuadas as hipóteses de utilidade pública e
12.651, de 2012, para a regularização da Reserva Legal produção, e por todos os outros meios de prova em deste artigo;
interesse social.
direito admitidos. II - salvaguarda da absoluta integridade dos man-
é a compensação da mesma. A concretização dessa
§ 2º Os proprietários ou possuidores de imóveis guezais arbustivos e dos processos ecológicos
modalidade deve ser precedida pela inscrição da pro- O art. 11, da Lei nº 12.651, de 2012, por sua vez,
rurais, na Amazônia Legal, e seus herdeiros neces- essenciais a eles associados, bem como da sua
priedade no CAR. Vejamos: estabelece limitações para a utilização de áreas de
sários que possuam índice de Reserva Legal maior produtividade biológica e condição de berçário de
que 50% (cinquenta por cento) de cobertura flores- inclinação entre 25° e 45°, permitindo tanto o manejo
Art. 66 [...] recursos pesqueiros;
tal e não realizaram a supressão da vegetação nos florestal sustentável, quanto atividades agrossilvipas-
§ 5º A compensação de que trata o inciso III do III - licenciamento da atividade e das instalações
percentuais previstos pela legislação em vigor à toris desde que adotem práticas sustentáveis que
caput deverá ser precedida pela inscrição pelo órgão ambiental estadual, cientificado o Ins-
época poderão utilizar a área excedente de Reserva conciliem a exploração da área com a conservação
da propriedade no CAR e poderá ser feita tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Legal também para fins de constituição de servidão dos recursos ambientais.
mediante: Naturais Renováveis - IBAMA e, no caso de uso de
ambiental, Cota de Reserva Ambiental - CRA e outros terrenos de marinha ou outros bens da União, rea-
I - aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA; instrumentos congêneres previstos nesta Lei. Apicuns e Salgados
II - arrendamento de área sob regime de servidão lizada regularização prévia da titulação perante a
ambiental ou Reserva Legal; União;
ÁREAS VERDES URBANAS Entre os Biomas protegidos pelo § 4º, art. 225, da IV - recolhimento, tratamento e disposição adequa-
III - doação ao poder público de área localizada
CF, de 1988, está a Zona Costeira e, com base nisso, dos dos efluentes e resíduos;
no interior de Unidade de Conservação de domínio
A Lei nº 12.651, de 2012, ocupa-se das áreas ver- o art. 11-A, da Lei nº 12.651, de 2012, definiu que sua V - garantia da manutenção da qualidade da água
público pendente de regularização fundiária;
des urbanas, estabelecendo instrumentos para a sua ocupação e exploração deve ocorrer de modo ecologi- e do solo, respeitadas as Áreas de Preservação Per-
IV - cadastramento de outra área equivalente
concretização. camente sustentável. manente; e
e excedente à Reserva Legal, em imóvel de mes-
ma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, VI - respeito às atividades tradicionais de sobrevi-
Art. 25 O poder público municipal contará, para o Art. 11-A A Zona Costeira é patrimônio nacio- vência das comunidades locais.
com vegetação nativa estabelecida, em regenera-
estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os nal, nos termos do § 4º do art. 225 da Constituição
ção ou recomposição, desde que localizada no mes-
seguintes instrumentos: Federal, devendo sua ocupação e exploração
mo bioma.
dar-se de modo ecologicamente sustentável.
De acordo com o inciso IV, § 1º, art. 225, da Cons-
§ 6º As áreas a serem utilizadas para compen- I - o exercício do direito de preempção para aquisi- tituição Federal, estão sujeitos à apresentação de
sação na forma do § 5º deverão: ção de remanescentes florestais relevantes, confor- EIA-RIMA os empreendimentos potencialmente cau-
I - ser equivalentes em extensão à área da Reser- me dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001; Logo, a Lei nº 12.651, de 2012, tratou de regula-
mentar a exploração de carcinicultura e salinas em sadores de significativo impacto ambiental.
va Legal a ser compensada; II - a transformação das Reservas Legais em áreas
II - estar localizadas no mesmo bioma da área verdes nas expansões urbanas; Apicuns e Salgados. Para elucidação, a carnicicultura
III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes Art. 225 [...]
de Reserva Legal a ser compensada; é a cultura de crustáceos e salinas são locais de pro-
nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na § 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
III - se fora do Estado, estar localizadas em áreas dução de sal por evaporação da água do mar ou de
implantação de infraestrutura; e incumbe ao poder público:
identificadas como prioritárias pela União ou lago de água salgada, sob a ação conjugada do sol e [...]
IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriun-
pelos Estados. do vento. IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra
dos da compensação ambiental.
A fim de definir os limites desses ambientes, a Lei ou atividade potencialmente causadora de sig-
É importante lembrar que as medidas de compen- nº 12.651, de 2012, conceituou Apicuns e Salgados da nificativa degradação do meio ambiente, estu-
ÁREAS DE USO RESTRITO
sação previstas não poderão ser utilizadas como seguinte forma: do prévio de impacto ambiental, a que se dará
forma de viabilizar a conversão de novas áreas publicidade;
Além das Áreas de Preservação Permanente e das
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
para uso alternativo do solo, conforme estabelece o Art. 3º [...]
Reservas Legais, a Lei nº 12.651, de 2012, criou, para
§ 9º, do art. 66, da Lei nº 12.651, de 2012. XIV - salgado ou marismas tropicais hipersali- O Em consonância com o disposto na CF, de 1988, o
outras áreas, determinado regime especial de uso e as
nos: áreas situadas em regiões com frequências de § 3º, do art. 11-A, determina que os seguintes empreen-
denominou como Áreas de Uso Restrito.
Casos Isentos da Recomposição, Regeneração ou inundações intermediárias entre marés de sizígias dimentos em Apicuns e Salgados devem apresentar
As Áreas de Uso Restrito abrangem os pantanais e
Compensação da Reserva Legal e de quadratura, com solos cuja salinidade varia EIA-RIMA:
as planícies pantaneiras, as áreas de inclinação entre
entre 100 (cem) e 150 (cento e cinquenta) partes por
25° e 45° e os apicuns e salgados. 1.000 (mil), onde pode ocorrer a presença de vege-
A Lei nº 12.651, de 2012, estabelece situações nas Art. 11-A [...]
tação herbácea específica;
quais os proprietários ou possuidores não precisam Pantanais e Planícies Pantaneiras § 3º São sujeitos à apresentação de Estudo
XV - apicum: áreas de solos hipersalinos situadas
realizar a recomposição da Reserva Legal. De acordo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e Rela-
nas regiões entremarés superiores, inundadas ape-
com a Lei, estão isentas de recompor, regenerar ou Art. 10 Nos pantanais e planícies pantaneiras, é tório de Impacto Ambiental - RIMA os novos
nas pelas marés de sizígias, que apresentam salini-
compensar a Reserva Legal as propriedades que se permitida a exploração ecologicamente sus- empreendimentos:
dade superior a 150 (cento e cinquenta) partes por
encontram nas situações dispostas nos arts. 67 e 68: tentável, devendo-se considerar as recomenda- I - com área superior a 50 (cinquenta) hectares,
1.000 (mil), desprovidas de vegetação vascular;
ções técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa, vedada a fragmentação do projeto para ocultar ou
Art. 67 Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de ficando novas supressões de vegetação nativa para camuflar seu porte;
uso alternativo do solo condicionadas à autoriza- Dessa forma, conforme o § 2º, do art. 11-A, os Api- II - com área de até 50 (cinquenta) hectares, se
julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos cuns e Salgados poderão ser utilizados em atividades de
fiscais e que possuam remanescente de vege- ção do órgão estadual do meio ambiente, com base potencialmente causadores de significativa degra-
nas recomendações mencionadas neste artigo. carcinicultura e salinas por meio de licença ambiental, dação do meio ambiente; ou
tação nativa em percentuais inferiores ao
nos com prazo de validade será de 5 (cinco) anos, reno- III - localizados em região com adensamento de
previsto no art. 12, a Reserva Legal será cons-
tituída com a área ocupada com a vegetação No art. 10, a Lei nº 12.651, de 2012, passou a pro- vável apenas se o empreendedor cumprir as exigências empreendimentos de carcinicultura ou salinas cujo
nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas teger, de modo específico, as áreas úmidas denomina- da legislação ambiental e do próprio licenciamento, impacto afete áreas comuns.
novas conversões para uso alternativo do solo. das pantanais e planícies pantaneiras, conferindo ao mediante comprovação anual, inclusive por mídia foto-
Art. 68 Os proprietários ou possuidores de imó- Bioma Pantanal e a outras formações similares (mes- gráfica. Além disto, para que essas atividades sejam O § 4º, do art. 11-A, ainda possibilita que o órgão
veis rurais que realizaram supressão de vege- mo que localizadas em outros biomas) a obrigação de realizadas nos Apicuns e Salgados, devem ser obser- licenciador competente faça a revisão da Licença
tação nativa respeitando os percentuais de adotar práticas sustentáveis de exploração. vados os requisitos do § 1º do art. 11-A: Ambiental. Vejamos:
Reserva Legal previstos pela legislação em
vigor à época em que ocorreu a supressão são 171 172
Art. 11-A [...] Art. 26 A supressão de vegetação nativa para uso Art. 29 É criado o Cadastro Ambiental Rural Parágrafo único. Para que o proprietário se desobri-
§ 4º O órgão licenciador competente, mediante alternativo do solo, tanto de domínio público como – CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Infor- gue nos termos do caput, deverá apresentar ao órgão
decisão motivada, poderá, sem prejuízo das san- de domínio privado, dependerá do cadastramen- mação sobre Meio Ambiente – SINIMA, registro ambiental competente a certidão de registro de imó-
ções administrativas, cíveis e penais cabíveis, bem to do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório veis onde conste a averbação da Reserva Legal ou
como do dever de recuperar os danos ambientais prévia autorização do órgão estadual compe- para todos os imóveis rurais, com a finalidade de termo de compromisso já firmado nos casos de posse.
causados, alterar as condicionantes e as medidas tente do Sisnama. integrar as informações ambientais das proprieda-
de controle e adequação, quando ocorrer: des e posses rurais, compondo base de dados para Outro ponto importante quanto ao Cadastro
I - descumprimento ou cumprimento inadequado De acordo com o § 3º, do art. 26, a supressão deve controle, monitoramento, planejamento ambiental Ambiental Rural, incluído, em 2019, na Lei nº 12.651,
das condicionantes ou medidas de controle previs- ser precedida de requerimento de autorização na for- e econômico e combate ao desmatamento. de 2012, refere-se às suas obrigatoriedade e indeter-
tas no licenciamento, ou desobediência às normas minação de prazo para a inscrição no Cadastro:
ma prevista na Lei:
aplicáveis; Criado no âmbito do Sistema Nacional de Informa-
II - fornecimento de informação falsa, dúbia ou Art. 29 [...]
Art. 26 [...] ção Sobre Meio Ambiente (SINIMA) – que é um dos § 3º A inscrição no CAR é obrigatória e por pra-
enganosa, inclusive por omissão, em qualquer fase § 4º O requerimento de autorização de supres- instrumentos da Política Nacional do Meio Ambien- zo indeterminado para todas as propriedades e
do licenciamento ou período de validade da licença; são de que trata o caput conterá, no mínimo, as te –, o CAR é a porta de entrada para a regularização posses rurais.
ou seguintes informações: ambiental de imóveis rurais no qual são registradas
III - superveniência de informações sobre riscos ao I - a localização do imóvel, das Áreas de Preserva- todas as informações ambientais da propriedade exi- Depois de anos seguidos durante os quais o CAR
meio ambiente ou à saúde pública. ção Permanente, da Reserva Legal e das áreas de gidas pela Lei (áreas de APP, RL, uso restrito, adesão teve prorrogada a sua data limite de inscrição por
uso restrito, por coordenada geográfica, com pelo ao Programa de Regularização Ambiental etc.). medida provisória, em 2019, pela Lei nº 13.887, de
A Lei condiciona o avanço da área de exploração menos um ponto de amarração do perímetro do 2019, o CAR foi, definitivamente, tornado um sistema
Para isso, o CAR é um registro público eletrôni-
de Apicuns e Salgados ao Zoneamento Ecológico-Eco- imóvel; aberto a novas inscrições a qualquer tempo.
co de âmbito nacional, cuja inscrição é obrigatória
nômico da Zona Costeira, na forma do § 5º do art. 11-A: II - a reposição ou compensação florestal, nos ter-
mos do § 4º do art. 33; para todos os imóveis rurais (incluindo proprie-
dades e posses rurais), com a finalidade de integrar EXPLORAÇÃO FLORESTAL
Art. 11-A [...] III - a utilização efetiva e sustentável das áreas já
convertidas; as informações ambientais das propriedades e posses
§ 5º A ampliação da ocupação de apicuns e Além do regime de uso das áreas especialmente
IV - o uso alternativo da área a ser desmatada. rurais, compondo base de dados para controle, monito-
salgados respeitará o Zoneamento Ecológico- protegidas, o novo Código Florestal tratou de fixar
-Econômico da Zona Costeira - ZEEZOC, com a ramento, planejamento ambiental e econômico e com-
regras para o uso de florestas nativa nos arts. 31 a 33,
individualização das áreas ainda passíveis de uso, A reposição ou compensação florestal deverá ser bate ao desmatamento.
da Lei nº 12.651, de 2012.
em escala mínima de 1:10.000, que deverá ser con- realizada conforme determina o § 4º, do art. 33, da Lei A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita
cluído por cada Estado no prazo máximo de 1 (um) nº 12.651, de 2012: nos moldes do § 1º, do art. 29: Art. 31 A exploração de florestas nativas e formações
ano a partir da data da publicação desta Lei. sucessoras, de domínio público ou privado, ressalva-
Art. 33 [...] Art. 29 [...] dos os casos previstos nos arts. 21, 23 e 24, depen-
A disposição da Lei nº 12.651, de 2012, a respeito de § 4º A reposição florestal será efetivada no Estado § 1º A inscrição do imóvel rural no CAR deverá derá de licenciamento pelo órgão competente do
de origem da matéria-prima utilizada, mediante ser feita, preferencialmente, no órgão ambiental Sisnama, mediante aprovação prévia de Plano
Áreas Consolidadas também foi aplicada aos Apicuns
o plantio de espécies preferencialmente nativas, municipal ou estadual, que, nos termos do regula- de Manejo Florestal Sustentável - PMFS que con-
e Salgados, assegurando a continuidade e regulariza- temple técnicas de condução, exploração, reposição
conforme determinações do órgão competente do mento, exigirá do proprietário ou possuidor rural:
ção das atividades e empreendimentos de carcinicul- florestal e manejo compatíveis com os variados ecos-
Sisnama. I - identificação do proprietário ou possuidor rural;
tura e salinas cuja ocupação e implantação tenham II - comprovação da propriedade ou posse; sistemas que a cobertura arbórea forme.
ocorrido antes de 22 de julho de 2008. III - identificação do imóvel por meio de planta e
O art. 27 volta-se à proteção de espécies ameaça-
memorial descritivo, contendo a indicação das coor- Desta forma, definiu que a exploração de flores-
das de extinção.
Art. 11-A [...] denadas geográficas com pelo menos um ponto de tas nativas e formações sucessoras, de domínio
§ 6º É assegurada a regularização das atividades e amarração do perímetro do imóvel, informando a público ou privado, exceto aquela executada na
Art. 27 Nas áreas passíveis de uso alternativo do localização dos remanescentes de vegetação nativa,
empreendimentos de carcinicultura e salinas cuja Reserva Legal, dependerá de licenciamento pelo
solo, a supressão de vegetação que abrigue das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de
ocupação e implantação tenham ocorrido antes de órgão competente do SISNAMA, mediante aprova-
espécie da flora ou da fauna ameaçada de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existen-
22 de julho de 2008, desde que o empreendedor, ção prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentá-
extinção, segundo lista oficial publicada pelos te, também da localização da Reserva Legal.
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
pessoa física ou jurídica, comprove sua locali- vel – PMFS.
órgãos federal ou estadual ou municipal do Sisna-
zação em apicum ou salgado e se obrigue, por
ma, ou espécies migratórias, dependerá da ado- É muito importante saber que o cadastro no CAR
termo de compromisso, a proteger a integrida- ção de medidas compensatórias e mitigadoras PLANO DE MANEJO FLORESTAL
de dos manguezais arbustivos adjacentes. não será considerado para fins de reconhecimento do
que assegurem a conservação da espécie. SUSTENTÁVEL
direito de propriedade ou posse e, também, que ele
não elimina a necessidade de cumprimento do dispos-
Apesar da garantia de continuidade dessas ativi- Por fim, o art. 28, ao aplicar o princípio da Função O Plano de Manejo é um documento de base técni-
to no art. 2º, da Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001
dades, foi vedada a manutenção, o licenciamento ou Socioambiental da Propriedade, é taxativo ao estabe- ca elaborado por profissional devidamente habilitado
(realização do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais –
a regularização de ocupação ou exploração irregular lecer que CNIR), conforme o disposto no § 2º, do art. 29: que orienta a exploração de produtos de origem flo-
em apicum ou salgado, que não tenham sido abriga- restal. O § 1º, do art. 31, estabelece os seguintes que-
dos pela Lei nº 12.651, de 2012: Art. 28 Não é permitida a conversão de vegetação Art. 29 [...] sitos para o Plano de Manejo Florestal Sustentável a
nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural § 2º O cadastramento não será considerado títu- ser apresentado para licenciamento da atividade de
Art. 11-A [...] que possuir área abandonada. lo para fins de reconhecimento do direito de exploração florestal:
§ 7º É vedada a manutenção, licenciamento ou propriedade ou posse, tampouco elimina a neces-
regularização, em qualquer hipótese ou forma, de sidade de cumprimento do disposto no art. 2º da Lei Art. 31 [...]
Dica nº 10.267, de 28 de agosto de 2001.
ocupação ou exploração irregular em apicum § 1º O PMFS atenderá os seguintes fundamen-
ou salgado, ressalvadas as exceções previstas nes- O Princípio da Função Socioambiental da Pro- tos técnicos e científicos:
te artigo priedade determina que o uso da propriedade Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido I - caracterização dos meios físico e biológico;
será condicionado ao bem-estar social e à defe- averbada na matrícula do imóvel, o proprietário deve II - determinação do estoque existente;
SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO PARA USO atender o disposto no art. 30: III - intensidade de exploração compatível com a
sa do meio ambiente.
capacidade de suporte ambiental da floresta;
ALTERNATIVO DO SOLO
Art. 30 Nos casos em que a Reserva Legal já tenha IV - ciclo de corte compatível com o tempo de res-
CADASTRO AMBIENTAL RURAL tabelecimento do volume de produto extraído da
sido averbada na matrícula do imóvel e em que essa
O art. 26, da Lei nº 12.651, de 2012, condicionou averbação identifique o perímetro e a localização da floresta;
a supressão de vegetação à prévia autorização do Com a finalidade de criar um grande cadastro de reserva, o proprietário não será obrigado a fornecer V - promoção da regeneração natural da floresta;
órgão competente do Sisnama e ao prévio cadastro propriedades e posses rurais, foi criado o Cadastro ao órgão ambiental as informações relativas à Reser- VI - adoção de sistema silvicultural adequado;
no Cadastro Ambiental Rural. Ambiental Rural – CAR. 173 174 va Legal previstas no inciso III do § 1º do art. 29. VII - adoção de sistema de exploração adequado;
VIII - monitoramento do desenvolvimento da flores- Art. 33 As pessoas físicas ou jurídicas que utilizam por meio de Sistema Nacional, estabelecido pelo art. § 4º No DOF deverão constar a especificação do
ta remanescente; matéria-prima florestal em suas atividades devem 35, da Lei 12.651, de 2012: material, sua volumetria e dados sobre sua origem
IX - adoção de medidas mitigadoras dos impactos suprir-se de recursos oriundos de: e destino.
ambientais e sociais. I - florestas plantadas; Art. 35 O controle da origem da madeira, do § 5º O órgão ambiental federal do Sisnama regula-
II - PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão carvão e de outros produtos ou subprodutos mentará os casos de dispensa da licença prevista
Conforme o § 5º, do art. 31, da Lei nº 12.651, de 2012, competente do Sisnama; florestais incluirá sistema nacional que inte- no caput.
ainda serão estabelecidas, em ato do Chefe do Poder Exe- III - supressão de vegetação nativa autorizada pelo gre os dados dos diferentes entes federativos,
cutivo disposições diferenciadas sobre os PMFS em esca- órgão competente do Sisnama; coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo Independentemente da origem da madeira (seja
la empresarial, de pequena escala e comunitário. IV - outras formas de biomassa florestal definidas órgão federal competente do Sisnama. por meio de exploração via PMFS, seja por meio da
pelo órgão competente do Sisnama. § 1º O plantio ou reflorestamento com espécies flo- supressão autorizada ou qualquer outra origem permi-
Quando o PMFS tiver, como objetivo, o licenciamen-
restais nativas ou exóticas independem de autori- tida na Lei), deve ser obtido, para os produtos florestais
to para florestas públicas de domínio da União, quem
REPOSIÇÃO FLORESTAL zação prévia, desde que observadas as limitações nativos (madeira, lenha, carvão etc.), o Documento de
deverá aprová-lo é o órgão federal de meio ambiente,
e condições previstas nesta Lei, devendo ser infor- Origem Florestal. O DOF é o principal instrumento de
conforme o § 7º, do art. 31, da Lei nº 12.651, de 2012. controle da comercialização de Madeiras em território
A reposição florestal é a compensação do volume mados ao órgão competente, no prazo de até 1 (um)
O § 2º, art. 31, da Lei, define que a aprovação do nacional desde o produto bruto até a comercialização
de matéria-prima extraído de vegetação natural pelo ano, para fins de controle de origem.
PMFS confere ao seu detentor a licença ambiental em madeireiras para o consumidor final.
volume de matéria-prima resultante de plantio florestal § 2º É livre a extração de lenha e demais produtos
para a prática do manejo florestal sustentável, não se de florestas plantadas nas áreas não consideradas
para geração de estoque ou recuperação da cobertura
aplicando outras etapas de licenciamento ambiental. Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Proibição do Uso de Fogo e do Controle dos
florestal5. Assim sendo, de acordo com o § 1º, do art.
Em contrapartida, o detentor do PMFS encaminhará § 3º O corte ou a exploração de espécies nativas Incêndios
33, da Lei nº 12.651, de 2012:
relatório anual ao órgão ambiental competente com plantadas em área de uso alternativo do solo serão
as informações sobre toda a área de manejo florestal permitidos independentemente de autorização pré- Incêndios Florestais são uma das principais causas
Art. 33 [...]
sustentável e a descrição das atividades realizadas, § 1º São obrigadas à reposição florestal as via, devendo o plantio ou reflorestamento estar de degradação de ecossistemas, além de causar diver-
conforme o § 3º, do art. 31. pessoas físicas ou jurídicas que utilizam maté- previamente cadastrado no órgão ambiental com- sos incômodos à saúde humana e à qualidade ambien-
Ainda assim, conforme determina o § 4º, do art. ria-prima florestal oriunda de supressão de petente e a exploração ser previamente declarada tal. Desta forma, o art. 38, da Lei nº 12.651, de 2012,
31, o PMFS será submetido a vistorias técnicas, para vegetação nativa ou que detenham autoriza- nele para fins de controle de origem. estabeleceu que é proibido o uso de fogo na vegetação,
fiscalizar as operações e atividades desenvolvidas na ção para supressão de vegetação nativa. § 4º Os dados do sistema referido no caput serão trazendo as seguintes exceções para a proibição:
área de manejo. disponibilizados para acesso público por meio da
Visando reduzir as limitações das pequenas pro- Por outro lado, de acordo com o § 2º, do art. 33, estão rede mundial de computadores, cabendo ao órgão Art. 38 É proibido o uso de fogo na vegetação, exce-
priedades ou de posses rurais familiares, o § 6º, do art. federal coordenador do sistema fornecer os progra- to nas seguintes situações:
isentos da obrigatoriedade da reposição florestal:
31, estabeleceu o seguinte: mas de informática a serem utilizados e definir o I - em locais ou regiões cujas peculiaridades
prazo para integração dos dados e as informações justifiquem o emprego do fogo em práticas
§ 2º É isento da obrigatoriedade da reposição
que deverão ser aportadas ao sistema nacional. agropastoris ou florestais, mediante prévia
Art. 31 [...] florestal aquele que utilize:
§ 5º O órgão federal coordenador do sistema nacio- aprovação do órgão estadual ambiental competen-
§ 6º Para fins de manejo florestal na pequena pro- I - costaneiras, aparas, cavacos ou outros resíduos
nal poderá bloquear a emissão de Documento de te do Sisnama, para cada imóvel rural ou de for-
priedade ou posse rural familiar, os órgãos do provenientes da atividade industrial
Origem Florestal - DOF dos entes federativos não ma regionalizada, que estabelecerá os critérios de
Sisnama deverão estabelecer procedimentos sim- II - matéria-prima florestal: monitoramento e controle;
integrados ao sistema e fiscalizar os dados e rela-
plificados de elaboração, análise e aprovação a) oriunda de PMFS; II - emprego da queima controlada em Uni-
tórios respectivos.
dos referidos PMFS. b) oriunda de floresta plantada; dades de Conservação, em conformidade com o
c) não madeireira. respectivo plano de manejo e mediante prévia apro-
Tal sistema enunciado no caput do art. 35 é o Sis-
A Lei isenta, do PMFS, as propriedades ou posses vação do órgão gestor da Unidade de Conservação,
A Lei ainda determina que: tema DOF (Documento de Origem Florestal) que é
rurais que apresentam as situações descritas no art. visando ao manejo conservacionista da vegetação
administrado pelo IBAMA. nativa, cujas características ecológicas estejam
32, da Lei nº 12.651, de 2012:
§ 3º A isenção da obrigatoriedade da reposição O Documento de Origem Florestal é um importan- associadas evolutivamente à ocorrência do fogo;
florestal não desobriga o interessado da com- te registro no qual constam a especificação do mate- III - atividades de pesquisa científica vinculada
Art. 32 São isentos de PMFS:
provação perante a autoridade competente da rial, volumetria e dados sobre sua origem e destino. a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
I - a supressão de florestas e formações sucessoras
para uso alternativo do solo; origem do recurso florestal utilizado. Essas informações são relevantes para o controle da órgãos competentes e realizada por instituição de
§ 4º A reposição florestal será efetivada no comercialização de produtos madeireiros e, conse- pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação
II - o manejo e a exploração de florestas plantadas
Estado de origem da matéria-prima utilizada, quentemente, para o combate ao desmatamento. do órgão ambiental competente do Sisnama.
localizadas fora das Áreas de Preservação Perma-
nente e de Reserva Legal; mediante o plantio de espécies preferencialmente
nativas, conforme determinações do órgão compe- Art. 36 O transporte, por qualquer meio, e o arma- Programa de Apoio e Incentivo à Preservação e
III - a exploração florestal não comercial realizada
tente do Sisnama. zenamento de madeira, lenha, carvão e outros Recuperação do Meio Ambiente
nas propriedades rurais a que se refere o inciso V
do art. 3º ou por populações tradicionais. produtos ou subprodutos florestais oriundos de flo-
Logo, podemos notar que a isenção da obrigação restas de espécies nativas, para fins comerciais ou Os arts. 41 a 46, da Lei nº 12.651, de 2012, apresen-
de repor a vegetação utilizada não libera o consu- industriais, requerem licença do órgão competente tam o Programa de Apoio e Incentivo à Preservação e
O inciso V, do art. 3º, citado refere-se à pequena
midor daquela madeira de comprovar sua origem. do Sisnama, observado o disposto no art. 35. Recuperação do Meio Ambiente, a ser implementado
propriedade ou posse rural familiar ou por popula- § 1º A licença prevista no caput será formali- pelo Poder Público e a Cota de Reserva Ambiental – CRA.
ções tradicionais: O objetivo da determinação legal é evitar fraudes,
zada por meio da emissão do DOF, que deverá De acordo com o caput do art. 41,
envolvendo madeira de origem ilegal.
acompanhar o material até o beneficiamento
Art. 3º [...] Por fim, a reposição florestal deve ser realizada no
final. O Poder Executivo federal deve instituir programa
V - pequena propriedade ou posse rural fami- mesmo Estado de origem da matéria-prima, voltando § 2º Para a emissão do DOF, a pessoa física ou jurí- de apoio e incentivo à conservação do meio ambien-
liar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal a recuperação para a região de onde o produto flores- dica responsável deverá estar registrada no Cadas- te, bem como para adoção de tecnologias e boas
do agricultor familiar e empreendedor familiar tal foi retirado. tro Técnico Federal de Atividades Potencialmente práticas que conciliem a produtividade agropecuá-
rural, incluindo os assentamentos e projetos de Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambien- ria e florestal, com redução dos impactos ambien-
reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. OUTROS TEMAS tais, previsto no art. 17 da Lei nº 6.938, de 31 de tais, como forma de promoção do desenvolvimento
3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006; agosto de 1981. ecologicamente sustentável.
Controle da Origem de Produtos Florestais § 3º Todo aquele que recebe ou adquire, para fins
Por fim, para o uso de matéria-prima florestal em comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão Esse programa deve apresentar ações, como o
escala empresarial, o art. 33 apresenta a seguintes O controle da origem da madeira, do carvão e de e outros produtos ou subprodutos de florestas de pagamento ou incentivo a serviços ambientais (inciso
condições: outros produtos ou subprodutos florestais é realizado espécies nativas é obrigado a exigir a apresentação I, art. 41), compensação pelas medidas de conserva-
do DOF e munir-se da via que deverá acompanhar ção ambiental necessárias (inciso II, art. 41), incenti-
5  Conceito de Reposição Florestal de acordo com o Serviço Florestal Brasileiro – SFB/MAPA. 175 176 o material até o beneficiamento final. vos para a comercialização, inovação e aceleração das
ações de recuperação, conservação e uso sustentável alcançando as atividades de subsistência ou as especialmente protegidos. Tal obrigação imposta, deu XII - extrativismo: sistema de exploração baseado
das florestas e demais formas de vegetação nativa demais atividades realizadas no imóvel não rela- ensejo à publicação da Lei nº 9.985, de 2000, que insti- na coleta e extração, de modo sustentável, de recur-
(inciso III, art. 41), entre outras. cionadas com a infração. tuiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação sos naturais renováveis;
A Cota de Reserva Ambiental – CRA, por sua vez, § 2º O órgão ambiental responsável deverá dispo- da Natureza – SNUC e estabeleceu critérios e normas XIII - recuperação: restituição de um ecossistema
é título nominativo representativo de área com vege- nibilizar publicamente as informações sobre o imó- ou de uma população silvestre degradada a uma
para a criação, implantação e gestão das unidades de
tação nativa, existente ou em processo de recupera- vel embargado, inclusive por meio da rede mundial condição não degradada, que pode ser diferente de
de computadores, resguardados os dados prote- conservação.
ção. A CRA é um meio pelo qual é possível operar o sua condição original;
gidos por legislação específica, caracterizando o XIV - restauração: restituição de um ecossistema
pagamento por serviços ambientais, uma vez que são CONCEITOS
exato local da área embargada e informando em ou de uma população silvestre degradada o mais
títulos verdes que podem ser comercializados entre
que estágio se encontra o respectivo procedimento
propriedades e posses rurais. Vale lembrar que a CRA próximo possível da sua condição original;
administrativo. As Disposições Preliminares, da Lei nº 9.985, de
de uma propriedade conservada pode compensar XV - (VETADO)
§ 3º A pedido do interessado, o órgão ambiental 2000, são reservadas para a apresentação de concei-
déficit de Reserva Legal em outra propriedade. responsável emitirá certidão em que conste a ati- XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas
tos técnicos relevantes para a operacionalização do em uma unidade de conservação com objetivos
vidade, a obra e a parte da área do imóvel que são
Art. 44 É instituída a Cota de Reserva Ambiental - CRA, SNUC. Desta forma, seu art. 2º define: de manejo e normas específicos, com o propósito
objetos do embargo, conforme o caso.
título nominativo representativo de área com vegeta- de proporcionar os meios e as condições para que
ção nativa, existente ou em processo de recuperação: Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: todos os objetivos da unidade possam ser alcança-
Um ponto relevante está no § 1º, do art. 51, que res-
I - sob regime de servidão ambiental, instituída na for- I - unidade de conservação: espaço territorial e dos de forma harmônica e eficaz;
tringe a aplicação do embargo aos locais onde, efetiva-
ma do art. 9º-A da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; seus recursos ambientais, incluindo as águas juris- XVII - plano de manejo: documento técnico
mente, ocorreu o desmatamento ilegal, não alcançando
II - correspondente à área de Reserva Legal instituída dicionais, com características naturais relevantes, mediante o qual, com fundamento nos objetivos
as atividades de subsistência ou as demais atividades
voluntariamente sobre a vegetação que exceder os per- legalmente instituído pelo Poder Público, com obje- gerais de uma unidade de conservação, se estabele-
centuais exigidos no art. 12 desta Lei; realizadas no imóvel não relacionadas com a infração.
tivos de conservação e limites definidos, sob regi- ce o seu zoneamento e as normas que devem presi-
III - protegida na forma de Reserva Particular do Patri- me especial de administração, ao qual se aplicam dir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,
mônio Natural - RPPN, nos termos do art. 21 da Lei nº Agricultura Familiar garantias adequadas de proteção; inclusive a implantação das estruturas físicas
9.985, de 18 de julho de 2000; II - conservação da natureza: o manejo do uso necessárias à gestão da unidade;
IV - existente em propriedade rural localizada no inte- O Código Florestal beneficia a agricultura fami- humano da natureza, compreendendo a preser- XVIII - zona de amortecimento: o entorno de
rior de Unidade de Conservação de domínio público liar ao trazer procedimentos simplificados e gratuitos vação, a manutenção, a utilização sustentável, a uma unidade de conservação, onde as atividades
que ainda não tenha sido desapropriada. para a sua inscrição no CAR, além de permissões de restauração e a recuperação do ambiente natural, humanas estão sujeitas a normas e restrições espe-
uso para os espaços territoriais especialmente prote- para que possa produzir o maior benefício, em cíficas, com o propósito de minimizar os impactos
De acordo com o art. 46, da Lei nº 12.651, de 2012, gidos na Lei nº 12.651, de 2012. bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo negativos sobre a unidade; e
cada CRA equivale a 1 ha (hectare). De acordo com o art. 53, para o registro da Reserva seu potencial de satisfazer as necessidades e aspi- XIX - corredores ecológicos: porções de ecossis-
Legal no CAR, rações das gerações futuras, e garantindo a sobre- temas naturais ou seminaturais, ligando unidades
Art. 46 Cada CRA corresponderá a 1 (um) hectare: vivência dos seres vivos em geral; de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo
I - de área com vegetação nativa primária ou com O proprietário ou possuidor de pequena propriedade III - diversidade biológica: a variabilidade de de genes e o movimento da biota, facilitando a dis-
vegetação secundária em qualquer estágio de rege- ou posse rural familiar apresentará os dados identi- organismos vivos de todas as origens, compreen- persão de espécies e a recolonização de áreas degra-
neração ou recomposição; ficando a área proposta de Reserva Legal, cabendo dendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, dadas, bem como a manutenção de populações que
II - de áreas de recomposição mediante refloresta- aos órgãos competentes integrantes do SISNAMA, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os demandam para sua sobrevivência áreas com exten-
mento com espécies nativas. ou instituição por ele habilitada, realizar a captação
complexos ecológicos de que fazem parte; com- são maior do que aquela das unidades individuais.
§ 1º O estágio sucessional ou o tempo de recompo- das respectivas coordenadas geográficas.
sição ou regeneração da vegetação nativa será ava- preendendo ainda a diversidade dentro de espécies,
liado pelo órgão ambiental estadual competente entre espécies e de ecossistemas; Dica
Ainda, o registro da Reserva Legal, nesses imóveis, IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas
com base em declaração do proprietário e vistoria é gratuito, devendo o Poder Público prestar apoio téc-
de campo. interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, É relevante que você estude os conceitos tra-
nico e jurídico, conforme o Parágrafo Único do art. 53. o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
§ 2º A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambien-
Outro ponto relevante que beneficia as pequenas
zidos pelo SNUC, porque as bancas de concur-
tal competente quando a regeneração ou recomposi- biosfera, a fauna e a flora; sos cobram esses conceitos, especialmente as
propriedades familiares é o disposto no art. 54: V - preservação: conjunto de métodos, procedi-
ção da área forem improváveis ou inviáveis. definições de Unidade de Conservação, Zona de
mentos e políticas que visem a proteção a longo
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
Art. 54 Para cumprimento da manutenção da área Amortecimento e Plano de Manejo.
Para que a CRA seja emitida, é fundamental que a prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além
de reserva legal nos imóveis a que se refere o inciso
área esteja preservada ou tenha o potencial de recupe- da manutenção dos processos ecológicos, prevenin-
V do art. 3º, poderão ser computados os plantios Quanto ao Conceito de Unidade de Conservação (UC)
ração. Neste sentido, áreas submetidas à mineração, de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, do a simplificação dos sistemas naturais;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossiste- – que é o mais cobrado nas provas –, é importante salien-
como cascalheiras por exemplo, dificilmente poderão compostos por espécies exóticas, cultivadas em sis-
mas livres de alterações causadas por interferência tar que os seus requisitos jurídicos e ecológicos são:
constituir CRA. tema intercalar ou em consórcio com espécies nati-
O Decreto nº 9.640, de 2019, regulamenta a Cota de vas da região em sistemas agroflorestais. humana, admitido apenas o uso indireto dos seus
Reserva Ambiental, atribuindo, em seu art. 2º, a emis- atributos naturais; z Relevância natural;
são de CRA’s ao Serviço Florestal Brasileiro. Ou seja, na pequena propriedade ou posse rural VII - conservação in situ: conservação de ecossis- z Caráter oficial (legalmente instituído pelo Poder Público);
familiar, para o cumprimento da manutenção da área temas e habitats naturais e a manutenção e recu- z Delimitação territorial;
Controle do Desmatamento de Reserva Legal, poderão ser computados os plantios peração de populações viáveis de espécies em seus z Objetivo conservacionista;
de espécies voltadas à atividade produtiva da proprie- meios naturais e, no caso de espécies domesticadas z Regime especial de proteção e administração.
O art. 51, da Lei nº 12.651, de 2012, busca instituir dade. Em adição a isso, o Parágrafo Único, do art. 54, ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido
determina que o Poder Público estadual deverá pres- suas propriedades características; SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE
uma medida de combate ao desmatamento por meio
tar apoio técnico para a recomposição da vegetação VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
da regulamentação da sanção administrativa Embar-
da Reserva Legal nesses imóveis. vise assegurar a conservação da diversidade bioló-
go para situações de desmatamento.
gica e dos ecossistemas;
A Lei apresenta os objetivos do SNUC, bem como as
IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo,
Art. 51 O órgão ambiental competente, ao tomar diretrizes pelas quais ele será regido e, ainda, a estru-
coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
conhecimento do desmatamento em desacordo tura e os órgãos que o compõem.
com o disposto nesta Lei, deverá embargar a obra LEI N° 9.985, DE 2000 (SISTEMA X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso,
ou atividade que deu causa ao uso alternativo do NACIONAL DE UNIDADES DE comercial ou não, dos recursos naturais;
XI - uso sustentável: exploração do ambiente Objetivos do SNUC
solo, como medida administrativa voltada a impe-
dir a continuidade do dano ambiental, propiciar a
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA) de maneira a garantir a perenidade dos recursos
regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à ambientais renováveis e dos processos ecológicos, O art. 4º, da Lei nº 9.985, de 2000, apresenta os
recuperação da área degradada. Por determinação constitucional, o Poder Públi- mantendo a biodiversidade e os demais atributos seguintes objetivos para o SNUC:
§ 1º O embargo restringe-se aos locais onde efe- co deve definir, em todas as unidades da Federação, ecológicos, de forma socialmente justa e economi-
tivamente ocorreu o desmatamento ilegal, não espaços territoriais e seus componentes a serem 177 178 camente viável; Art. 4º O SNUC tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a manutenção da diversidade VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabili- O Parágrafo Único, do art. 6º, da Lei nº 9.985, de z Estação Ecológica – ESEC (art. 9º)
biológica e dos recursos genéticos no território dade econômica das unidades de conservação; 2000, ainda admite que podem integrar o SNUC,
nacional e nas águas jurisdicionais; VII - permitam o uso das unidades de conserva- excepcionalmente e a critério do Conama, unidades „ Objetivo: preservação da natureza e a realiza-
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no ção para a conservação in situ de populações das de conservação estaduais e municipais concebidas ção de pesquisas científicas (caput, art. 9º);
âmbito regional e nacional; variantes genéticas selvagens dos animais e plan- para atender a peculiaridades regionais ou locais, que „ Domínio: posse e domínio públicos;
III - contribuir para a preservação e a restauração tas domesticados e recursos genéticos silvestres; não se enquadrem em nenhuma categoria prevista „ Visitação Pública: proibida, exceto com objeti-
da diversidade de ecossistemas naturais; VIII - assegurem que o processo de criação e a ges- no SNUC. Assim, podem ser integrados ao SNUC, por
IV - promover o desenvolvimento sustentável a par-
vo educacional, de acordo com o que dispuser
tão das unidades de conservação sejam feitos de exemplo, os Jardins Botânicos presentes em diferen-
tir dos recursos naturais; o Plano de Manejo;
forma integrada com as políticas de administra- tes unidades da federação ou outras áreas protegidas
V - promover a utilização dos princípios e práti- „ Pesquisa Científica: depende de autorização
ção das terras e águas circundantes, considerando em esfera estadual ou municipal.
cas de conservação da natureza no processo de as condições e necessidades sociais e econômicas prévia do órgão responsável pela administra-
desenvolvimento; locais; ção da unidade e está sujeita às condições e
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas IX - considerem as condições e necessidades das
ÓRGÃO SUPERIOR restrições por este estabelecidas, bem como
de notável beleza cênica; populações locais no desenvolvimento e adaptação � Órgão consultivo e deliberativo àquelas previstas em regulamento (§ 3º, art. 9º);
VII - proteger as características relevantes de na- de métodos e técnicas de uso sustentável dos recur- � Órgão Central
tureza geológica, geomorfológica, espeleológica, sos naturais; � Órgãos Executores ALTERAÇÕES PERMITIDAS
arqueológica, paleontológica e cultural; X - garantam às populações tradicionais cuja
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e CONSELHO DE GOVERNO � Medidas que visem a restauração de ecossistemas
subsistência dependa da utilização de recursos
edáficos; modificados (art. 9º, § 4º, I)
naturais existentes no interior das unidades de � CONAMA
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; � Manejo de espécies com o fim de preservar a diversi-
conservação meios de subsistência alternativos ou � Ministério do Meio Ambiente
X - proporcionar meios e incentivos para ativida- dade biológica (art. 9º, § 4º, II)
a justa indenização pelos recursos perdidos; � ICMBIO, IBAMA (Caráter Supletivo) e órgãos estaduais
des de pesquisa científica, estudos e monitoramento � Coleta de componentes dos ecossistemas com finali-
XI - garantam uma alocação adequada dos recursos e municipais, com a função de implementar o SNUC
ambiental;
financeiros necessários para que, uma vez criadas,
dades científicas (art. 9º, § 4º, III)
XI - valorizar econômica e socialmente a diversida- � Pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente
as unidades de conservação possam ser geridas de
de biológica;
forma eficaz e atender aos seus objetivos;
CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO seja maior do que aquele causado pela simples obser-
XII - favorecer condições e promover a educação e vação ou pela coleta controlada de componentes dos
XII - busquem conferir às unidades de conservação,
interpretação ambiental, a recreação em contato O SNUC dividiu as 12 (doze) categorias previstas de Uni- ecossistemas, em uma área correspondente a no máxi-
nos casos possíveis e respeitadas as conveniências
com a natureza e o turismo ecológico; dades de Conservação em dois grandes tipos: as Unidades mo três por cento da extensão total da unidade e até o
da administração, autonomia administrativa e
XIII - proteger os recursos naturais necessários à de Proteção Integral e as Unidades de Uso Sustentável. limite de um mil e quinhentos hectares (art. 9º, § 4º, IV)
financeira; e
subsistência de populações tradicionais, respeitan- As Unidades de Proteção Integral têm por objetivo
XIII - busquem proteger grandes áreas por meio de
do e valorizando seu conhecimento e sua cultura e
um conjunto integrado de unidades de conservação básico preservar a natureza, sendo admitido apenas
promovendo-as social e economicamente. z Reserva Biológica – REBIO (art. 10)
de diferentes categorias, próximas ou contíguas, e o uso indireto dos seus recursos naturais, com exce-
suas respectivas zonas de amortecimento e corre- ção dos casos previstos na Lei nº 9.985, de 2000. Vale
Dos objetivos do SNUC, destacam-se a preocupação „ Objetivo: preservação integral da biota e demais
dores ecológicos, integrando as diferentes ativida- lembrar que o uso indireto é aquele que não envolve
com os aspectos ecológicos da unidade de conservação, atributos naturais existentes em seus limites, sem
des de preservação da natureza, uso sustentável coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais.
bem como a promoção do desenvolvimento sustentável. interferência humana direta ou modificações
dos recursos naturais e restauração e recuperação Já as Unidades de Uso Sustentável têm por objetivo
dos ecossistemas. básico compatibilizar a conservação da natureza com ambientais, excetuando-se as medidas de recu-
Diretrizes do SNUC o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. peração de seus ecossistemas alterados e as ações
Composição do SNUC de manejo necessárias para recuperar e preservar
O SNUC apresenta diretrizes que devem ser segui- z Unidades de Proteção Integral; o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os
das desde a criação até a gestão das Unidades de A estrutura do SNUC está estabelecida no art. 6º, da processos ecológicos naturais (art. 10, caput);
Conservação, de modo a assegurar a manutenção da Lei nº 9.985, de 2000. O SNUC é composto por órgãos „ Domínio: posse e domínio públicos;
„ Objetivo: preservar a natureza;
identidade ecológica dos ecossistemas, a participação „ Visitação Pública: proibida, exceto aquela com
e entidades responsáveis pela sua implementação, os „ Admite apenas uso Indireto dos recursos naturais.
social (notavelmente, das populações tradicionais objetivo educacional, de acordo com regula-
quais se organizam da seguinte forma:
e locais), a integração regional, a sustentabilidade mento específico;
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
z Unidades de Uso Sustentável;
financeira, entre outros. „ Pesquisa Científica: depende de autorização
Art. 6º O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos,
com as respectivas atribuições: „ Objetivo: compatibilizar a conservação da na- prévia do órgão responsável pela administração
Art. 5º O SNUC será regido por diretrizes que: da unidade e está sujeita às condições e restri-
I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho tureza com o uso sustentável;
I - assegurem que no conjunto das unidades de ções por este estabelecidas, bem como àquelas
Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as „ Admite uso direto de parte dos recursos naturais.
conservação estejam representadas amostras sig- previstas em regulamento (art. 10, § 3º);
atribuições de acompanhar a implementação do
nificativas e ecologicamente viáveis das diferentes
Sistema; Unidades de Proteção Integral
populações, habitats e ecossistemas do território
II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambien- z Parque Nacional – PARNA
nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardan-
te, com a finalidade de coordenar o Sistema; e
do o patrimônio biológico existente; O grupo Unidades de Proteção Integral é composto
III - órgãos executores: o Instituto Chico Men- „ Objetivo: preservação de ecossistemas natu-
II - assegurem os mecanismos e procedimentos pelas seguintes Unidades:
des e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos rais de grande relevância ecológica e beleza
necessários ao envolvimento da sociedade no esta-
estaduais e municipais, com a função de imple- cênica, possibilitando a realização de pesqui-
belecimento e na revisão da política nacional de
mentar o SNUC, subsidiar as propostas de criação
unidades de conservação; Estação Ecológica sas científicas e o desenvolvimento de ativi-
III - assegurem a participação efetiva das popula- e administrar as unidades de conservação federais,
dades de educação e interpretação ambiental,
Unidades De Proteção Integral
ções locais na criação, implantação e gestão das estaduais e municipais, nas respectivas esferas de
de recreação em contato com a natureza e de
unidades de conservação; atuação.  Reserva Biológica
Parágrafo único. Podem integrar o SNUC, excepcio- turismo ecológico (art. 11, caput);
IV - busquem o apoio e a cooperação de organiza- „ Domínio: posse e domínio públicos;
ções não-governamentais, de organizações priva- nalmente e a critério do Conama, unidades de con-
servação estaduais e municipais que, concebidas „ Visitação Pública: está sujeita às normas e
das e pessoas físicas para o desenvolvimento de Parque Nacional
para atender a peculiaridades regionais ou locais, restrições estabelecidas no Plano de Manejo da
estudos, pesquisas científicas, práticas de educação
ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológi- possuam objetivos de manejo que não possam ser unidade, às normas estabelecidas pelo órgão
co, monitoramento, manutenção e outras ativida- satisfatoriamente atendidos por nenhuma catego- Monumento Natural responsável por sua administração, e àquelas
des de gestão das unidades de conservação; ria prevista nesta Lei e cujas características permi- previstas em regulamento (art. 11, § 2º);
V - incentivem as populações locais e as organiza- tam, em relação a estas, uma clara distinção. „ Pesquisa Científica: depende de autorização
ções privadas a estabelecerem e administrarem uni- Refúgio da Vida Silvestre prévia do órgão responsável pela administra-
dades de conservação dentro do sistema nacional; 179 180 ção da unidade e está sujeita às condições e
restrições por este estabelecidas, bem como z Área de Proteção Ambiental – APA criação, em conformidade com o disposto em econômico sustentável de recursos faunísticos
àquelas previstas em regulamento (art. 11, § 3º); regulamento e no Plano de Manejo da unidade. (art. 19, caput);
„ Denominação: as unidades dessa categoria, „ Características: área em geral extensa, com um „ Visitação Pública: permitida, condicionada às „ Domínio: Posse e Domínio Públicos;
quando criadas pelo Estado ou Município, serão certo grau de ocupação humana, dotada de atri- normas estabelecidas para o manejo da unida- „ Visitação Pública: permitida, desde que com-
denominadas, respectivamente, Parque Esta- butos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais de pelo órgão responsável por sua administra- patível com o manejo da unidade e de acordo
dual e Parque Natural Municipal (art. 11, § 4º); especialmente importantes para a qualidade de ção (art. 17, § 3º); com as normas estabelecidas pelo órgão res-
vida e o bem-estar das populações humanas, e „ Pesquisa Científica: permitida e incentivada, ponsável por sua administração (§ 2º, art. 19);
z Monumento Natural – MONA tem como objetivos básicos proteger a diversi- sujeitando-se à prévia autorização do órgão „ Atividades Proibidas: proibido o exercício da
dade biológica, disciplinar o processo de ocupa- responsável pela administração da unidade, às caça amadorística ou profissional (art. 19, § 3º);
„ Objetivo: preservar sítios naturais raros, singu- ção e assegurar a sustentabilidade do uso dos „ Restrições: a comercialização dos produtos e
condições e restrições por este estabelecidas e
recursos naturais (art. 15, caput); subprodutos resultantes das pesquisas obede-
lares ou de grande beleza cênica (art. 12, caput); àquelas previstas em regulamento (art. 17, § 4º);
„ Domínio: posse e domínio públicos e privados; cerá ao disposto nas leis sobre fauna e regula-
„ Domínio: posse e domínio públicos e particu- „ Conselho: consultivo, presidido pelo órgão
„ Limitações da Propriedade Particular: res- mentos (§ 4º, art. 19);
lares desde que seja possível compatibilizar os responsável por sua administração e constituí-
objetivos da unidade com a utilização da terra e peitados os limites constitucionais, podem ser do por representantes de órgãos públicos, de z Reserva de Desenvolvimento Sustentável – RDS
dos recursos naturais do local pelos proprietários estabelecidas normas e restrições para as áreas organizações da sociedade civil e, quando for
com sua aquiescência. Caso não seja possível a privadas localizadas em Área de Proteção o caso, das populações tradicionais residentes „ Características: área natural que abriga popu-
compatibilização, a área deve ser desapropriada; Ambiental (art. 15, § 2º); (art. 17, § 5º); lações tradicionais, cuja existência baseia-se
„ Visitação Pública: está sujeita às condições e „ Visitação Pública: nas áreas sob domínio „ Denominação: a unidade desta categoria, em sistemas sustentáveis de exploração dos
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da público, serão estabelecidas pelo órgão gestor quando criada pelo Estado ou Município, será recursos naturais, desenvolvidos ao longo de
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão da unidade; nas áreas sob propriedade priva- denominada, respectivamente, Floresta Esta- gerações e adaptados às condições ecológicas
responsável por sua administração e àquelas da, cabe ao proprietário estabelecer as condi- dual e Floresta Municipal (art. 17, § 6º); locais e que desempenham um papel funda-
previstas em regulamento (art. 12, § 3º); ções para a visitação pelo público, observadas „ Reserva Extrativista – RESEX mental na proteção da natureza e na manuten-
as exigências e restrições legais; ção da diversidade biológica (art. 20, caput);
„ Características: área utilizada por populações
z Refúgio da Vida Silvestre – RVF „ Pesquisa Científica: nas áreas sob domínio „ Objetivo: preservar a natureza e, ao mes-
extrativistas tradicionais, cuja subsistência
público serão estabelecidas pelo órgão gestor mo tempo, assegurar as condições e os meios
baseia-se no extrativismo e, complementar-
da unidade; nas áreas sob propriedade priva- necessários para a reprodução e a melhoria dos
„ Objetivo: proteger ambientes naturais onde se mente, na agricultura de subsistência e na cria-
da, cabe ao proprietário estabelecer as condi- modos e da qualidade de vida e exploração dos
asseguram condições para a existência ou repro- ção de animais de pequeno porte, e tem como
ções para a pesquisa, observadas as exigências recursos naturais das populações tradicionais,
dução de espécies ou comunidades da flora local objetivos básicos proteger os meios de vida e
e restrições legais; bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar
e da fauna residente ou migratória (art. 13, caput); a cultura dessas populações, e assegurar o uso o conhecimento e as técnicas de manejo do
„ Domínio: posse e domínio públicos e particu- „ Conselho: é presidido pelo órgão responsável sustentável dos recursos naturais da unidade
por sua administração e constituído por repre- ambiente, desenvolvido por estas populações
lares desde que seja possível compatibilizar os (art. 18, caput); (§ 1º, art. 20);
objetivos da unidade com a utilização da terra e sentantes dos órgãos públicos, de organizações „ Domínio: posse e domínio públicos; „ Domínio: posse e domínio públicos;
dos recursos naturais do local pelos proprietários da sociedade civil e da população residente. „ Populações Extrativistas Tradicionais: com „ Populações Tradicionais: com uso concedido
com sua aquiescência. Caso não seja possível a Para as Áreas de Proteção Ambiental, nem o uso concedido às populações extrativistas tra- às populações tradicionais conforme o dispos-
compatibilização, a área deve ser desapropriada; SNUC nem o regulamento da Lei (Decreto nº dicionais, conforme o disposto em contrato e to em contrato e em regulamentação específica
„ Visitação Pública: está sujeita às normas e 4.340/2002) definiram se o Conselho dessa cate- devendo ser considerado o equilíbrio dinâmico
em regulamentação específica;
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da goria de UC é deliberativo ou consultivo. O site entre o tamanho da população e a conservação
„ Visitação Pública: permitida, desde que compa-
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão do ICMBIO informa que a autarquia vem traba- (inciso III, § 5º, art. 20);
tível com os interesses locais e de acordo com o
responsável por sua administração, e àquelas lhando na regulamentação da APA; „ Visitação Pública: permitida e incentivada,
disposto no Plano de Manejo da área (§ 3º, art. 18);
previstas em regulamento (§ 3º, art. 13); „ Pesquisa Científica: permitida e incentivada, desde que compatível com os interesses locais
„ Pesquisa Científica: depende de autorização z Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE
sujeitando-se à prévia autorização do órgão e de acordo com o disposto no Plano de Manejo
prévia do órgão responsável pela administração responsável pela administração da unidade, às da área (inciso I, § 5º, art. 20);
„ Características: área em geral de pequena
da unidade e está sujeita às condições e restri- condições e restrições por este estabelecidas e às „ Pesquisa Científica: permitida e incentivada,
extensão, com pouca ou nenhuma ocupação
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
ções por este estabelecidas, bem como àquelas normas previstas em regulamento (§ 4º, art. 18); voltada à conservação da natureza, à melhor
humana, com características naturais extraor-
previstas em regulamento (§ 4º, art. 12). „ Conselho: deliberativo, presidido pelo órgão relação das populações residentes com seu
dinárias ou que abriga exemplares raros da
biota regional, e tem como objetivo manter os responsável por sua administração e constituí- meio e à educação ambiental, sujeitando-se à
Unidades de Uso Sustentável ecossistemas naturais de importância regional do por representantes de órgãos públicos, de prévia autorização do órgão responsável pela
ou local e regular o uso admissível dessas áreas, organizações da sociedade civil e das popula- administração da unidade, às condições e res-
ções tradicionais residentes na área, conforme trições por este estabelecidas e às normas pre-
Área de Proteção Ambiental de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de
se dispuser em regulamento e no ato de criação vistas em regulamento (inciso II, § 5º, art. 20);
conservação da natureza (art. 16, caput);
da unidade (§ 2º, art. 18); „ Conselho: deliberativo, presidido pelo órgão
„ Domínio: posse e domínio públicos e privados;
Área de Relevante Interesse „ Plano de Manejo: aprovado pelo seu Conselho responsável por sua administração e constituí-
„ Limitações da Propriedade Particular: res-
Ecológico Deliberativo (§ 5º, art. 18); do por representantes de órgãos públicos, de
Unidades De Uso Sustentável

peitados os limites constitucionais, podem ser „ Atividades Proibidas: exploração de recursos


estabelecidas normas e restrições para as áreas organizações da sociedade civil e das popula-
minerais e caça amadorística ou profissional (§ ções tradicionais residentes na área, conforme
Floresta Nacional privadas localizadas em Área Relevante Inte- 6º, art. 18);
resse Ecológico (§ 2º, art. 16); se dispuser em regulamento e no ato de criação
„ Exploração comercial de recursos madeirei- da unidade (§ 4º, art. 20);
ros: só será admitida em bases sustentáveis e em „ Plano de Manejo: definirá as zonas de proteção
Reserva Extrativista z Floresta Nacional – FLONA
situações especiais e complementares às demais integral, de uso sustentável e de amortecimen-
„ Características: área com cobertura florestal atividades desenvolvidas na Reserva Extrativis- to e corredores ecológicos, e será aprovado pelo
de espécies predominantemente nativas e tem ta, conforme o disposto em regulamento e no Conselho Deliberativo da unidade (§ 6º, art. 20);
Reserva de Fauna
como objetivo básico o uso múltiplo sustentá- Plano de Manejo da unidade (§ 7º, art. 18);
„ Atividades Proibidas: exploração de recursos
vel dos recursos florestais e a pesquisa cientí- z Reserva de Fauna minerais e caça amadorística ou profissional;
Reserva de Desenvolvimento fica, com ênfase em métodos para exploração „ Restrições: admitida a exploração de compo-
Sustentável
sustentável de florestas nativas (art. 17, caput); „ Características: área natural com populações nentes dos ecossistemas naturais em regime de
„ Domínio: posse e domínio públicos; animais de espécies nativas, terrestres ou aquá- manejo sustentável e a substituição da cobertu-
Reserva Particular do Patrimônio
„ Populações Tradicionais: admitida a per- ticas, residentes ou migratórias, adequadas ra vegetal por espécies cultiváveis, desde que
Natural
manência das que a habitam quando de sua 181 182 para estudos técnico-científicos sobre o manejo sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e
ao Plano de Manejo da área (inciso IV, § 5º, art. Art. 22-A O Poder Público poderá, ressalvadas Ainda, de acordo com o art. 6º, do Decreto nº 4.340, [...]
20); as atividades agropecuárias e outras atividades de 2002, os limites da UC, em relação ao subsolo, § 7º A desafetação ou redução dos limites de
econômicas em andamento e obras públicas licen- devem ser estabelecidos no ato de sua criação, no caso uma unidade de conservação só pode ser feita
z Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN ciadas, na forma da lei, decretar limitações admi- de Unidade de Conservação de Proteção Integral e, no mediante lei específica.
nistrativas provisórias ao exercício de atividades e ato de sua criação ou no Plano de Manejo, no caso de
empreendimentos efetiva ou potencialmente causa- Unidade de Conservação de Uso Sustentável. Diante da proteção constitucional, a desafetação
„ Características: área privada, gravada com
dores de degradação ambiental, para a realização e redução de Unidade de Conservação somente ocor-
perpetuidade, com o objetivo de conservar a
de estudos com vistas na criação de Unidade de Art. 6º Os limites da unidade de conservação, em re por meio de lei específica motivada pelo interesse
diversidade biológica (art. 21, caput); Conservação, quando, a critério do órgão ambien- relação ao subsolo, são estabelecidos: público.
„ Domínio: privado; tal competente, houver risco de dano grave aos I - no ato de sua criação, no caso de Unidade de
„ Visitação Pública: permitida; recursos naturais ali existentes. Conservação de Proteção Integral; e
„ Pesquisa Científica: permitida; Posse e Uso de Unidades de Conservação por
II - no ato de sua criação ou no Plano de Mane-
„ Plano de Manejo e Gestão: apoiado por órgãos Populações Tradicionais
A consulta pública tem a finalidade de subsidiar jo, no caso de Unidade de Conservação de Uso
integrantes do SNUC, sempre que possível e a definição da localização, da dimensão e dos limites Sustentável.
oportuno, por meio de orientação técnica e O art. 23, da Lei nº 9.985, de 2000, determina sobre
mais adequados para a unidade. Na consulta pública,
científica ao proprietário de Reserva Particu- Com relação ao espaço aéreo, o art. 7º, do Decre- a posse e o uso de Unidades de Conservação por popu-
o Poder Público deve fornecer informações adequadas
lar do Patrimônio Natural para a elaboração de to, define que os limites da Unidade de Conservação lações tradicionais. Tanto o uso quanto a posse de
e inteligíveis à população local e partes interessadas,
um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão são estabelecidos no Plano de Manejo, embasados em UC’s são admitidos nas categorias Reservas Extrati-
sendo que, para a criação de Unidades de Conser-
da unidade (§ 3º, art. 21); estudos técnicos realizados pelo órgão gestor da UC, vistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável.
vação da categoria Estação Ecológica ou Reserva
„ Condições de Criação: mediante Termo de Com- consultada a autoridade aeronáutica competente e de Vejamos:
Biológica, não é obrigatória a consulta pública.
promisso assinado perante o órgão ambiental, A Lei nº 9.985, de 2000, ainda prevê a transformação acordo com a legislação vigente.
que verificará a existência de interesse público, e Art. 23 A posse e o uso das áreas ocupadas pelas
total ou parcial de unidades do grupo de Uso Sustentável Art. 7º Os limites da unidade de conservação, em
será averbado à margem da inscrição no Registro populações tradicionais nas Reservas Extrativistas
em unidades do grupo de Proteção Integral, por instru- relação ao espaço aéreo, são estabelecidos no Plano e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão
Público de Imóveis (§ 1º, art. 21). mento normativo do mesmo nível hierárquico do que de Manejo, embasados em estudos técnicos realiza- regulados por contrato, conforme se dispuser no
criou a unidade, obedecendo ao procedimento de elabo- dos pelo órgão gestor da unidade de conservação, regulamento desta Lei.
IMPLANTAÇÃO, CRIAÇÃO E GESTÃO DE UNIDADES ração de estudos técnicos e consulta pública. Da mesma consultada a autoridade aeronáutica competente e
DE CONSERVAÇÃO forma, deve ocorrer a ampliação dos limites de uma UC, de acordo com a legislação vigente. Contudo, para possuir e usar uma UC, a população
sem a modificação dos seus limites originais, por acrés-
tradicional tem obrigação de participar da preservação,
Da Criação de Unidades de Conservação cimo de área, precedida de estudos técnicos e consulta O Poder Público poderá, ainda, decretar limitações
recuperação, defesa e manutenção da unidade. Ainda,
pública, por meio de instrumento normativo do mesmo administrativas provisórias ao exercício de atividades
no uso do espaço, obedecer às seguintes normas:
Os arts. 22 e 22-A, da Lei nº 9.985, de 2000, tratam nível hierárquico do que criou a unidade – ou seja, se a e empreendimentos efetiva ou potencialmente causa-
dos procedimentos de criação de Unidades de Conser- unidade foi criada por lei, deve ser alterada por lei; se por dores de degradação ambiental, para a realização de
Art. 23 [...]
vação. Trata-se, como vimos, de espaços especialmen- decreto, deve ser alterada por decreto e assim por diante. estudos com vistas à criação de Unidade de Conserva-
§ 1º As populações de que trata este artigo obri-
te protegidos, os quais devem ser criados por ato do ção quando, a critério do órgão ambiental competente,
gam-se a participar da preservação, recuperação,
Poder Público após a elaboração de estudos técnicos e houver risco de dano grave aos recursos naturais ali
Sequência para a Criação da Unidade de Conservação defesa e manutenção da unidade de conservação.
consulta pública que indiquem a localização, a dimen- existentes. Tais limitações administrativas não poderão § 2º O uso dos recursos naturais pelas populações
são e os limites mais adequados para a unidade. recair sobre atividades agropecuárias, outras atividades de que trata este artigo obedecerá às seguintes
Estudos Consulta Ato do Poder Unidade de econômicas em andamento e obras públicas licenciadas. normas:
Art. 22 As unidades de conservação são criadas
Técnicos Pública Público Conservação Durante a limitação administrativa, não são permi- I - proibição do uso de espécies localmente amea-
por ato do Poder Público. tidas atividades que importem em exploração a corte çadas de extinção ou de práticas que danifiquem os
§ 1º (VETADO) raso da floresta e demais formas de vegetação nativa. seus habitats;
§ 2º A criação de uma unidade de conservação deve A limitação administrativa, com o fim de realiza- II - proibição de práticas ou atividades que impe-
ser precedida de estudos técnicos e de consulta ção de estudos para a criação de Unidade de Conser- çam a regeneração natural dos ecossistemas;
De acordo com o Decreto Federal nº 4.340, de 2002, que vação, é extinta em 7 (sete) meses sem a possibilidade
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
pública que permitam identificar a localização, a III - demais normas estabelecidas na legislação, no
dimensão e os limites mais adequados para a uni- regulamenta a Lei nº 9.985, de 2000, o ato de criação de de prorrogação. Plano de Manejo da unidade de conservação e no
dade, conforme se dispuser em regulamento. uma Unidade de Conservação deve apresentar o seguinte contrato de concessão de direito real de uso
§ 3º No processo de consulta de que trata o § 2º, conteúdo: Desafetação de Unidades de Conservação
o Poder Público é obrigado a fornecer informa- Zona de Amortecimento e Corredores Ecológicos
ções adequadas e inteligíveis à população local e a Art. 2º O ato de criação de uma unidade de conser-
vação deve indicar: Em consonância com o regramento constitucional
outras partes interessadas. do inciso II, § 1º, do art. 225, a desafetação ou redução Aqui, vale recordar os dois conceitos elencados no
§ 4º Na criação de Estação Ecológica ou Reserva I - a denominação, a categoria de manejo, os objeti-
vos, os limites, a área da unidade e o órgão respon- dos limites de uma Unidade de Conservação só pode art. 2º, da Lei nº 9.985, de 2000:
Biológica não é obrigatória a consulta de que trata
sável por sua administração; ser feita mediante lei em sentido estrito.
o § 2º deste artigo.
II - a população tradicional beneficiária, no caso Art. 2º [...]
§ 5º As unidades de conservação do grupo de Uso
Sustentável podem ser transformadas total ou par- das Reservas Extrativistas e das Reservas de Desen- Art. 225 [...] XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma
cialmente em unidades do grupo de Proteção Inte- volvimento Sustentável; § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, unidade de conservação, onde as atividades huma-
gral, por instrumento normativo do mesmo nível III - a população tradicional residente, quando incumbe ao poder público: nas estão sujeitas a normas e restrições específicas,
hierárquico do que criou a unidade, desde que obe- couber, no caso das Florestas Nacionais, Florestas [...] com o propósito de minimizar os impactos negati-
decidos os procedimentos de consulta estabelecidos Estaduais ou Florestas Municipais; e III - definir, em todas as unidades da Federação, vos sobre a unidade; e
no § 2º deste artigo. IV - as atividades econômicas, de segurança e de espaços territoriais e seus componentes a serem XIX - corredores ecológicos: porções de ecossis-
§ 6º A ampliação dos limites de uma unidade de defesa nacional envolvidas. especialmente protegidos, sendo a alteração e a temas naturais ou seminaturais, ligando unidades
conservação, sem modificação dos seus limites ori- supressão permitidas somente através de lei, de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo
ginais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser O art. 24, da Lei nº 9.985, de 2000, prevê que o vedada qualquer utilização que comprometa a inte- de genes e o movimento da biota, facilitando a dis-
feita por instrumento normativo do mesmo nível subsolo e o espaço aéreo fazem parte da Unidade de gridade dos atributos que justifiquem sua proteção; persão de espécies e a recolonização de áreas degra-
hierárquico do que criou a unidade, desde que obe- Conservação sempre que tiverem influência na esta- dadas, bem como a manutenção de populações que
decidos os procedimentos de consulta estabelecidos bilidade do ecossistema protegido. Em consonância com o entendimento constitucio- demandam para sua sobrevivência áreas com exten-
no § 2º deste artigo. nal, o art. 22, da Lei nº 9.985, de 2000, determina que: são maior do que aquela das unidades individuais.
§ 7º A desafetação ou redução dos limites de uma Art. 24 O subsolo e o espaço aéreo, sempre que
unidade de conservação só pode ser feita mediante influírem na estabilidade do ecossistema, integram Art. 22 As unidades de conservação são criadas A Zona de Amortecimento é obrigatória para todas
lei específica. os limites das unidades de conservação 183 184 por ato do Poder Público. as UC’s, exceto para as APA’s e RPPN’s. A Lei ainda
requer que, quando conveniente, devem ser estabe- Art. 30 As unidades de conservação podem ser Por fim, o Plano de Manejo poderá dispor a res- conservação, de acordo com o que se dispuser em
lecidos Corredores Ecológicos. Essas áreas são funda- geridas por organizações da sociedade civil de inte- peito de situações que envolvam organismos geneti- regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
mentais, para promover a conservação das unidades resse público com objetivos afins aos da unidade, camente modificados, conforme estabelecido no § 4º, § 2º Nas áreas particulares localizadas em Refúgios
e para conectar diferentes unidades de conservação, mediante instrumento a ser firmado com o órgão do art. 27: de Vida Silvestre e Monumentos Naturais podem ser
com o objetivo de promover o fluxo de genes e movi- responsável por sua gestão. criados animais domésticos e cultivadas plantas con-
§ 4º O Plano de Manejo poderá dispor sobre as ati- siderados compatíveis com as finalidades da unidade,
mento da biota.
Plano de Manejo vidades de liberação planejada e cultivo de orga- de acordo com o que dispuser o seu Plano de Manejo.
Tanto os limites da Zona de Amortecimento, quan-
to dos Corredores ecológicos podem ser definidos no nismos geneticamente modificados nas Áreas de
Art. 2º [...] Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento O art. 32 determina a articulação dos órgãos exe-
ato de criação da UC ou nas normas específicas que XVII - plano de manejo: documento técnico das demais categorias de unidade de conservação, cutores do SNUC com a Comunidade Científica, com
regulamentam a ocupação e o uso dos recursos nesses mediante o qual, com fundamento nos objetivos observadas as informações contidas na decisão o fim de incentivar o desenvolvimento de pesquisas
locais (Plano de Manejo ou Regulamento). gerais de uma unidade de conservação, se estabe- técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegu- sobre a fauna, a flora e a ecologia das Unidades de
O art. 26, da Lei nº 9.985, de 2000, apresenta a pos- lece o seu zoneamento e as normas que devem rança - CTNBio sobre: Conservação e sobre formas de uso sustentável dos
sibilidade de gestão de UC’s em mosaico. Vejamos: presidir o uso da área e o manejo dos recursos I - o registro de ocorrência de ancestrais diretos e recursos naturais, valorizando-se o conhecimento das
naturais, inclusive a implantação das estrutu- parentes silvestres; populações tradicionais.
Art. 26 Quando existir um conjunto de unidades de ras físicas necessárias à gestão da unidade; II - as características de reprodução, dispersão e sobre- Em contrapartida, de acordo com o art. 32, da Lei
conservação de categorias diferentes ou não, pró- vivência do organismo geneticamente modificado;
De acordo com o inciso XVII, art. 2º, da Lei nº 9.985, nº 9.985, de 2000,
ximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas III - o isolamento reprodutivo do organismo geneti-
protegidas públicas ou privadas, constituindo um de 2000, Plano de Manejo é o documento que mapeia camente modificado em relação aos seus ancestrais
e setoriza a Unidade de Conservação, estabelecendo Art. 32 Os órgãos executores articular-se-ão com a
mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de diretos e parentes silvestres; e comunidade científica com o propósito de incenti-
forma integrada e participativa, considerando-se regras de uso para a UC. IV - situações de risco do organismo geneticamente var o desenvolvimento de pesquisas sobre a fauna,
os seus distintos objetivos de conservação, de for- Segundo o art. 27, da Lei nº 9.985, de 2000, modificado à biodiversidade.  a flora e a ecologia das unidades de conservação e
ma a compatibilizar a presença da biodiversidade,
sobre formas de uso sustentável dos recursos natu-
a valorização da sociodiversidade e o desenvolvi- Art. 27 As unidades de conservação devem dispor Conselhos Consultivos e Deliberativos rais, valorizando-se o conhecimento das popula-
mento sustentável no contexto regional. de um Plano de Manejo.
ções tradicionais.
§ 1º O Plano de Manejo deve abranger a área da Todas as Unidades de Conservação do grupo de § 1º As pesquisas científicas nas unidades de
O mosaico consiste em um conjunto de unidades unidade de conservação, sua zona de amortecimen- Proteção Integral têm Conselhos Consultivos que são conservação não podem colocar em risco a
de conservação de categorias diferentes ou não que to e os corredores ecológicos, incluindo medidas presididos pelo órgão responsável por sua adminis- sobrevivência das espécies integrantes dos
são próximas, justapostas ou sobrepostas a outras com o fim de promover sua integração à vida eco- tração e constituídos por representantes de órgãos ecossistemas protegidos.
áreas protegidas, públicas ou privadas (ex.: Reserva nômica e social das comunidades vizinhas. públicos e de organizações da sociedade civil, por pro- § 2º A realização de pesquisas científicas nas
§ 2º Na elaboração, atualização e implementação prietários de terras localizadas em Refúgio de Vida unidades de conservação, exceto Área de Pro-
Legal e Área de Preservação Permanente).
do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, teção Ambiental e Reserva Particular do Patri-
A gestão do mosaico deverá ser feita de forma Silvestre ou Monumento Natural e, quando for o caso,
das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das mônio Natural, depende de aprovação prévia e
integrada e participativa, compatibilizando a bio- pelas populações tradicionais residentes até o seu
Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das está sujeita à fiscalização do órgão responsá-
diversidade, a valorização da sociodiversidade e o reassentamento, conforme dispuser o Regulamento e
Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Inte- vel por sua administração.
desenvolvimento sustentável no contexto regional. resse Ecológico, será assegurada a ampla partici- o Ato de Criação da Unidade.
§ 3º Os órgãos competentes podem transferir para as
Para isso, o art. 9º, do Decreto nº 4.340, de 2002, esta- pação da população residente. Para as Unidades do Grupo Uso Sustentável, a Lei
instituições de pesquisa nacionais, mediante acordo,
belece que o mosaico deverá dispor de um Conselho § 3º O Plano de Manejo de uma unidade de conser- nº 9.985, de 2000, determina Conselhos Deliberativos,
a atribuição de aprovar a realização de pesquisas
de Mosaico, com caráter consultivo e a função de vação deve ser elaborado no prazo de cinco anos para a Reserva de Desenvolvimento Sustentável e científicas e de credenciar pesquisadores para traba-
atuar como instância de gestão integrada das Unida- a partir da data de sua criação. para a Reserva Extrativista. lharem nas unidades de conservação.
des de Conservação que o compõem. Para as demais categorias de Uso Sustentável, não
Assim, toda UC deve ter um Plano de Manejo que foi determinada a modalidade de Conselho. Contudo, Logo, as pesquisas científicas devem ser realizadas
Art. 9º O mosaico deverá dispor de um conselho inclua a área da unidade, sua Zona de Amortecimen- o Decreto nº 4.340, de 2002, reforça a necessidade de de maneira controlada, buscando promover a conserva-
de mosaico, com caráter consultivo e a função de to e os Corredores Ecológicos, bem como as medidas Conselho em todas as categorias de Unidade de Con- ção do ambiente, mesmo que envolvam experimentos
atuar como instância de gestão integrada das uni- para a promoção da integração da UC à vida econômi- servação, conforme o disposto no seu art. 17. que possam causar alguma degradação pontual – por
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
dades de conservação que o compõem. ca e social das comunidades vizinhas. exemplo, pesquisas relacionadas à dinâmica do fogo
Conforme o § 3º, do art. 27, da Lei nº 9.985, de 2000, Art. 17 As categorias de unidade de conservação em ecossistemas naturais devem promover seus expe-
O Decreto nº 4.340, de 2002, ainda define, no seu
o Plano de Manejo deve ser elaborado até 5 (cinco) poderão ter, conforme a Lei no 9.985, de 2000, con- rimentos de forma a não prejudicar a sobrevivência das
art. 11, que os Corredores Ecológicos reconhecidos selho consultivo ou deliberativo, que serão presidi-
em ato do Ministério do Meio Ambiente integram os anos a partir da data da criação da UC. O Parágrafo espécies locais, devendo ser realizados mediante apro-
Único, do art. 28, da mesma Lei, determina que: dos pelo chefe da unidade de conservação, o qual
mosaicos para fins de sua gestão. Quando não hou- vação (exceto em APA’s e RPPN’s) e sempre estarão sub-
designará os demais conselheiros indicados pelos
ver mosaico, os Corredores Ecológicos serão trata- metidas à fiscalização do órgão gestor da UC.
Art. 28 São proibidas, nas unidades de conservação, setores a serem representados.
dos como Zona de Amortecimento das UC’s, as quais quaisquer alterações, atividades ou modalidades de Arrecadação em Unidades de Conservação
fazem a ligação. utilização em desacordo com os seus objetivos, o Gestão do Equilíbrio Ecológico e de Pesquisas
seu Plano de Manejo e seus regulamentos. Científicas Com relação à exploração comercial de produtos,
Gestão de Unidades de Conservação Parágrafo único. Até que seja elaborado o Plano subprodutos ou serviços obtidos a partir de UC’s, exceto
de Manejo, todas as atividades e obras desenvolvi- De acordo com o art. 31, da Lei nº 9.985, de 2000, é APA e RPPN, dependerá de prévia autorização e estará
A Lei nº 9.985, de 2000, apresenta alguns disposi-
das nas unidades de conservação de proteção inte- proibida a introdução nas unidades de conserva- sujeito o explorador a pagamento.
tivos que direcionam a gestão das Unidades de Con-
gral devem se limitar àquelas destinadas a garantir ção de espécies não autóctones, ou seja, a introdu- Os órgãos responsáveis pela administração das uni-
servação, com o fim de alcançar a manutenção da a integridade dos recursos que a unidade objetiva ção de espécies exóticas àquele ecossistema. dades de conservação podem receber recursos ou doa-
qualidade ambiental e dos processos ecológicos nesses proteger, assegurando-se às populações tradi- O § 1º, do mesmo artigo, apresenta exceções à ções de qualquer natureza, conforme dispõe o art. 34, da
espaços territoriais. Neste sentido, foram previstos o cionais porventura residentes na área as condi- regra. Vejamos: Lei nº 9.985, de 2000.
Plano de Manejo, os Conselhos de Unidade de Conser- ções e os meios necessários para a satisfação de
vação, algumas determinações com vistas ao controle suas necessidades materiais, sociais e culturais. Art. 34 Os órgãos responsáveis pela administração
Art. 31 É proibida a introdução nas unidades de
de pesquisas científicas e manutenção do equilíbrio das unidades de conservação podem receber recursos
conservação de espécies não autóctones.
ecológico nas UC’s, mecanismos de arrecadação e rece- Com relação às Reservas Extrativistas, às Reservas § 1º Excetuam-se do disposto neste artigo as Áreas ou doações de qualquer natureza, nacionais ou inter-
bimento de doações em UC’s e, por fim, a Compensação de Desenvolvimento Sustentável, às Áreas de Proteção de Proteção Ambiental, as Florestas Nacionais, nacionais, com ou sem encargos, provenientes de
Ambiental. Ambiental, às Florestas Nacionais e às Áreas de Rele- as Reservas Extrativistas e as Reservas de Desen- organizações privadas ou públicas ou de pessoas físi-
A Lei apresenta, também, a possibilidade das UC’s vante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla volvimento Sustentável, bem como os animais e cas que desejarem colaborar com a sua conservação.
serem geridas por organizações da sociedade civil de participação da população residente na elaboração, plantas necessários à administração e às ati- Parágrafo único. A administração dos recursos obti-
interesse público (OSCIP’s). Vejamos: atualização e implementação do Plano de Manejo. 185 186 vidades das demais categorias de unidades de dos cabe ao órgão gestor da unidade, e estes serão
utilizados exclusivamente na sua implantação, ges- Por fim, o § 4º, do art. 36, estabelece que a Com- - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação
tão e manutenção. pensação Ambiental também poderá ser aplicada em LEI Nº 10.650, DE 2003 (ACESSO da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com
unidades de conservação de posse e domínio públicos PÚBLICO AOS DADOS E INFORMAÇÕES a finalidade de executar e fazer executar a políti-
A Lei restringiu a destinação de recursos arrecada- ca e as diretrizes governamentais fixadas para
dos em Unidades de Conservação de Proteção Integral, do grupo de Uso Sustentável, especialmente as locali- EXISTENTES NOS ÓRGÃOS E o meio ambiente, de acordo com as respectivas
de forma que os recursos somente poderão ser utiliza- zadas na Amazônia Legal. ENTIDADES INTEGRANTES DO competências;
dos em Unidades de Conservação do Grupo Proteção V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades esta-
SISNAMA) duais responsáveis pela execução de programas,
Integral, conforme os critérios do art. 35. Vejamos: RESERVAS DA BIOSFERA
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades
Art. 35 Os recursos obtidos pelas unidades de con- PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE capazes de provocar a degradação ambiental;
servação do Grupo de Proteção Integral median- A Lei nº 9.985, de 2000, incorporou à norma VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades muni-
te a cobrança de taxa de visitação e outras rendas ambiental brasileira a Reserva da Biosfera, a qual é O princípio da publicidade é um dos princípios que cipais, responsáveis pelo controle e fiscalização
decorrentes de arrecadação, serviços e atividades da reconhecida pelo Programa Intergovernamental “O regem o Direito Administrativo e, consequentemente, dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;
própria unidade serão aplicados de acordo com os Homem e a Biosfera – MAB”, estabelecido pela Unes- a Administração Pública. Sua previsão legal encontra-
seguintes critérios: -se no art. 37, da Constituição Federal de 1988: Desta forma, conforme o art. 2º, da Lei 10.650, de
co. A lei a conceituou da seguinte forma: 2003, os órgãos e entidades da Administração Pública,
I - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e
cinco por cento, na implementação, manutenção e Art. 37 (CF/88) A administração pública direta direta, indireta e fundacional, integrantes do Sisnama,
gestão da própria unidade; Art. 41 A Reserva da Biosfera é um modelo, ado- e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos ficam obrigados a permitir o acesso público aos
II - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte tado internacionalmente, de gestão integrada, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe- documentos, expedientes e processos administrativos
e cinco por cento, na regularização fundiária das participativa e sustentável dos recursos naturais, decerá aos princípios de legalidade, impessoalida- que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as
unidades de conservação do Grupo; com os objetivos básicos de preservação da diver- de, moralidade, publicidade e eficiência [...] informações ambientais que estejam sob sua guarda,
III - até cinqüenta por cento, e não menos que quinze sidade biológica, o desenvolvimento de atividades em meio escrito, visual, sonoro ou eletrônico, especial-
por cento, na implementação, manutenção e gestão Esse princípio determina que a Administração mente as relativas a:
de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educa-
de outras unidades de conservação do Grupo de Pública é obrigada a dar publicidade aos seus atos
Proteção Integral. ção ambiental, o desenvolvimento sustentável e a Art. 2º [...]
administrativos internos e externos, uma vez que os
melhoria da qualidade de vida das populações. agentes públicos atuam na defesa dos interesses da I - qualidade do meio ambiente;
Compensação Ambiental [...] coletividade. Desta forma, a sociedade poderá não só II - políticas, planos e programas potencialmente
§ 5º A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Pro- causadores de impacto ambiental;
acompanhar a atividade administrativa, como tam-
Estabelecida pelo art. 36, da Lei nº 9.985, de 2000, III - resultados de monitoramento e auditoria nos
grama Intergovernamental “O Homem e a Biosfera bém fiscalizar e intervir, caso necessário.
a Compensação Ambiental é a obrigação imposta sistemas de controle de poluição e de atividades
– MAB”, estabelecido pela Unesco, organização da O princípio da publicidade é aplicado juntamen-
ao empreendedor de apoiar a implementação e a potencialmente poluidoras, bem como de planos e
qual o Brasil é membro. te com o princípio da transparência, que versa não ações de recuperação de áreas degradadas;
manutenção de Unidades de Conservação do Grupo
apenas sobre tornar públicos dados e informações IV - acidentes, situações de risco ou de emergência
Proteção Integral, de modo a compensar os impactos
A Reserva da Biosfera, assim como as Unidades de referentes aos dados administrativos, como também ambientais;
ambientais não mitigáveis de empreendimento ou de
sobre fazer isso de forma clara e acessível a toda V - emissões de efluentes líquidos e gasosos, e pro-
atividade de significativo impacto ambiental. Conservação, pode ser constituída por áreas de domí-
sociedade. Portanto, publicidade e transparência são dução de resíduos sólidos;
nio público ou privado, tendo uma estrutura diferen- conceitos complementares. VI - substâncias tóxicas e perigosas;
Art. 36 Nos casos de licenciamento ambiental de
empreendimentos de significativo impacto ambien- te das demais categorias de Unidades de Conservação A Lei 10.650, de 2003, consiste na aplicação do VII - diversidade biológica;
tal, assim considerado pelo órgão ambiental com- elencadas no SNUC. princípio da publicidade referente aos dados e infor- VIII - organismos geneticamente modificados.
petente, com fundamento em estudo de impacto mações existentes nos órgãos e entidades integrantes
ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O Conforme é possível observar, a Lei 10.650, de 2003,
Art. 41 [...]
empreendedor é obrigado a apoiar a implantação art. 6º, da Lei 6.938, de 1981, assim define o Sisnama: lista alguns exemplos de informações e documentos
§ 1º A Reserva da Biosfera é constituída por:
e manutenção de unidade de conservação do Grupo que demonstram um determinado grau de periculosi-
I - uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à prote- dade ou um relevante interesse à manutenção do bem-
de Proteção Integral, de acordo com o disposto nes- Art 6º Lei 6.938/1981 Os órgãos e entidades da
te artigo e no regulamento desta Lei. ção integral da natureza; -estar social. Porém, essa lista é apenas exemplificativa,
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Ter-
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
II - uma ou várias zonas de amortecimento, onde ritórios e dos Municípios, bem como as fundações sendo todos os documentos, expedientes e processos
Quanto à aplicação do recurso, conforme o § 2º, do só são admitidas atividades que não resultem em instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela administrativos devem ser de acesso público, exceto
art. 36, cabe ao órgão ambiental licenciador definir as dano para as áreas-núcleo; e proteção e melhoria da qualidade ambiental, cons- aqueles que exigem sigilo (incluindo o sigilo comercial,
unidades de conservação a serem beneficiadas. III - uma ou várias zonas de transição, sem limites tituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SIS- industrial, financeiro ou qualquer outro sigilo protegido
rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo
NAMA, assim estruturado: por lei, bem como o relativo às comunicações internas
§ 2º Ao órgão ambiental licenciador compete defi- I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a dos órgãos e entidades governamentais, conforme pre-
dos recursos naturais são planejados e conduzidos função de assessorar o Presidente da República na
nir as unidades de conservação a serem beneficia- visão do § 2º, art. 2º, da Lei 10.650, de 2003).
de modo participativo e em bases sustentáveis. formulação da política nacional e nas diretrizes
das, considerando as propostas apresentadas no
§ 2º A Reserva da Biosfera é constituída por áreas governamentais para o meio ambiente e os recur-
EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclu-
sive ser contemplada a criação de novas unidades de domínio público ou privado. sos ambientais; Importante!
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
de conservação. Para ter acesso às informações de que trata a
As Unidades do Grupo Uso Sustentável podem Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a fina-
lidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho Lei 10.650, de 2003, não é necessário que o indi-
Há casos em que o licenciamento ambiental só ser geridas por um Conselho Deliberativo, conforme
de Governo, diretrizes de políticas governamentais víduo comprove interesse específico.
poderá ser concedido mediante autorização do órgão pode-se conferir nos §§ 3º e 4º: para o meio ambiente e os recursos naturais e deli-
responsável pela administração da unidade de conser- berar, no âmbito de sua competência, sobre normas
vação afetada. Vejamos a disposição do § 3º, do art. 36: § 3º A Reserva da Biosfera pode ser integrada por uni- e padrões compatíveis com o meio ambiente ecolo- Observe o disposto no § 1º, art. 2º, da Lei 10.650,
dades de conservação já criadas pelo Poder Público, gicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de 2003:
§ 3º Quando o empreendimento afetar unidade de respeitadas as normas legais que disciplinam o mane- de vida;
conservação específica ou sua zona de amorteci- jo de cada categoria específica. III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambien- Art. 2º [...]
mento, o licenciamento a que se refere o caput deste § 4º A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho te da Presidência da República, com a finalidade § 1º Qualquer indivíduo, independentemente da
artigo só poderá ser concedido mediante autoriza- de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, comprovação de interesse específico, terá aces-
Deliberativo, formado por representantes de institui-
ção do órgão responsável por sua administração, como órgão federal, a política nacional e as diretri- so às informações de que trata esta Lei, mediante
e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ções públicas, de organizações da sociedade civil e da zes governamentais fixadas para o meio ambiente; requerimento escrito, no qual assumirá a obriga-
ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das população residente, conforme se dispuser em regula- IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do ção de não utilizar as informações colhidas para
beneficiárias da compensação definida neste artigo. mento e no ato de constituição da unidade. 187 188 Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de
direito autoral e de propriedade industrial, assim V - reincidências em infrações ambientais; acesso a informações guardadas pela administração Os procedimentos previstos na LAI destinam-se a
como de citar as fontes, caso, por qualquer meio, VI - recursos interpostos em processo administrati- pública. assegurar o direito fundamental de acesso à infor-
venha a divulgar os aludidos dados. vo ambiental e respectivas decisões; Ainda com relação ao Acesso à Informação, no mação e devem ser executados em conformidade
[...] VII - registro de apresentação de estudos de impac- âmbito do Poder Executivo Federal, foram estabe- com os princípios básicos da administração pública,
§ 3º A fim de que seja resguardado o sigilo a que se to ambiental e sua aprovação ou rejeição. lecidos procedimentos para a garantia do acesso à ou seja, de acordo com os princípios expressos no art.
refere o § 2º, as pessoas físicas ou jurídicas que for- Parágrafo único. As relações contendo os dados 37, caput, da CF que são: Legalidade, Impessoalidade,
informação e para a classificação de informações sob
necerem informações de caráter sigiloso à Adminis- referidos neste artigo deverão estar disponíveis
restrição de acesso por meio do Decreto nº 7.724, de Moralidade, Publicidade e Eficiência.
tração Pública deverão indicar essa circunstância, para o público trinta dias após a publicação dos
2012. Além de respeitar os princípios que regem a admi-
de forma expressa e fundamentada. atos a que se referem.
nistração pública, a LAI também deve ser executada
A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO - LAI em conformidade com as seguintes diretrizes dispos-
Procedimento de vista ao processo administrati- Atenção: é possível o indeferimento de pedido de
tas no art. 3º da Lei:
vo (§ 4º, art. 2º): informações ou consulta a processos administrativos,
desde que seja motivado, sujeitando-se a recurso hie- A Lei de Acesso à Informação - LAI deve ser obser-
I - observância da publicidade como preceito geral
rárquico, no prazo de quinze dias, contado da ciência vada por todas as esferas de governo, abarcando os
z Pedido de vista ao processo administrativo; e do sigilo como exceção;
da decisão, dada diretamente nos autos ou por meio de três poderes, de acordo com o art. 1º, da Lei nº 12.527,
z Vista no próprio órgão; II - divulgação de informações de interesse público,
carta com aviso de recebimento, ou em caso de devo- de 2011: independentemente de solicitações;
z Consulta feita no horário de expediente;
z Na presença de um servidor público; lução pelo Correio, por publicação em Diário Oficial, III - utilização de meios de comunicação viabili-
conforme o art. 5º, da Lei 10.650, de 2003. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a zados pela tecnologia da informação;
z O servidor público é responsável pela guarda dos
serem observados pela União, Estados, Distrito Fe- IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de
autos;
deral e Municípios, com o fim de garantir o acesso transparência na administração pública;
z No prazo de 30 dias, contado da data do pedido, a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º,
deverá ser prestada a informação ou facultada V - desenvolvimento do controle social da adminis-
no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da tração pública.
consulta à documentação solicitada. LEI Nº 12.527, DE 2011 (ACESSO À Constituição Federal.

Conforme o § 5º, art. 2º, da Lei 10.650, de 2003, o


INFORMAÇÃO)
Importante!
órgão público tem prazo de trinta dias, contado da
data do pedido, para prestar a informação ou autori- O acesso à informação é uma garantia fundamen- A publicidade e a transparência das informações
A LAI se aplica a todas as Municipal, Distrital,
zar a consulta. tal estabelecida pelo inciso XXXIII, art. 5º, da CF nos esferas de Governo Estadual e Federal públicas é a regra e o sigilo é a exceção!
seguintes termos:
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO SOBRE
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos A LAI apresenta algumas definições relevantes
MEIO AMBIENTE (SINIMA)
públicos informações de seu interesse particular, para a aplicação da Lei:
ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
O art. 3º, da Lei 10.650, de 2003, prevê: das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, A LAI se aplica a todos os Executivo, Legislativo e Art. 4° [...]
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível Poderes Judiciário I - Informação: dados, processados ou não, que
Art. 3º Para o atendimento do disposto nesta Lei, à segurança da sociedade e do Estado; Esta garan- podem ser utilizados para produção e transmis-
as autoridades públicas poderão exigir a prestação tia fundamental apresentada pela Constituição são de conhecimento, contidos em qualquer meio,
periódica de qualquer tipo de informação por parte é um instrumento essencial de fiscalização e res- suporte ou formato;
das entidades privadas, mediante sistema específi- ponsabilização do governo, sendo uma ferramenta
Portanto, subordinam-se à LAI: II - Documento: unidade de registro de informações,
co a ser implementado por todos os órgãos do Sis- social que contribui para aumentar a eficiência do qualquer que seja o suporte ou formato;
nama, sobre os impactos ambientais potenciais e Poder Público, diminuir a corrupção e elevar a par-
z Órgãos Públicos da Administração Direta III - Informação Sigilosa: aquela submetida tempo-
efetivos de suas atividades, independentemente da ticipação social. rariamente à restrição de acesso público em razão
existência ou necessidade de instauração de qual-
de sua imprescindibilidade para a segurança da
quer processo administrativo. No campo do meio ambiente, o direito à informa- „ Poder Executivo;
sociedade e do Estado;
ção é essencial para concretizar o Princípio da Partici- „ Poder Legislativo (incluindo Cortes de Contas);
IV - Informação Pessoal: aquela relacionada à pes-
Conforme previsão, foi criado através da Portaria „ Poder Judiciário;
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
pação Ambiental, uma vez que o acesso à informação soa natural identificada ou identificável;
nº 160, de 19 de maio de 2009, MMA — Ministério do é essencial para que o cidadão e a sociedade ajam em „ Ministério Público. V - Tratamento da Informação: conjunto de ações refe-
Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Informação defesa do meio ambiente. rentes à produção, recepção, classificação, utilização,
sobre o Meio Ambiente (SINIMA), sendo um dos instru- A fim de garantir este direito a Constituição Fede- z Administração Indireta acesso, reprodução, transporte, transmissão, distri-
mentos da Política Nacional do Meio Ambiente, previs- ral ainda estabeleceu no inciso II, § 3º, art. 37, que: buição, arquivamento, armazenamento, eliminação,
to no inciso VII, do art. 9º, da Lei nº 6.938, de 1981. „ Autarquias; avaliação, destinação ou controle da informação;
O SINIMA é o instrumento responsável pela gestão § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
„ Fundações Públicas; VI - Disponibilidade: qualidade da informação que
da informação no âmbito do Sisnama, de acordo com usuário na administração pública direta e indireta, „ Empresas Públicas; pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equi-
a lógica da gestão ambiental compartilhada entre as regulando especialmente: „ Sociedades de Economia Mista; pamentos ou sistemas autorizados;
três esferas de governo. Desta forma, os órgãos que II - o acesso dos usuários a registros administrati- „ Demais entidades controladas direta ou indire- VII - Autenticidade: qualidade da informação que tenha
compõem o Sisnama, além de terem plataformas de vos e a informações sobre atos de governo, obser- tamente pela União, Estados, Distrito Federal e sido produzida, expedida, recebida ou modificada por
informações especificas nos seus sites, ainda encami- vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; Além do Municípios. determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
exposto, a Carta Magna ainda reforça o dever da VIII - Integridade: qualidade da informação não modi-
nham suas informações para o SINIMA.
Vejamos o que diz o art. 4º, da Lei 10.650 de 2003: administração de prover o acesso à informação no z No que couber às Entidades Privadas: ficada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
art. 216, § 2º que: IX - Primariedade: qualidade da informação coleta-
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da „ A essas Entidades sem fins lucrativos que rece- da na fonte, com o máximo de detalhamento possí-
Art. 4º Deverão ser publicados em Diário Oficial e
lei, a gestão da documentação governamental e as bam, para a realização de ações de interes- vel, sem modificações.
ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local de
providências para franquear sua consulta a quan- se público, recursos públicos diretamente do
fácil acesso ao público, listagens e relações conten-
tos dela necessitem orçamento ou mediante subvenções sociais, O Decreto nº 7.724, de 2012, que regulamenta o
do os dados referentes aos seguintes assuntos:
I - pedidos de licenciamento, sua renovação e a res- contrato de gestão, termo de parceria, convê- acesso à informação no âmbito do Poder Executivo
pectiva concessão; Logo, para disciplinar o exercício da garantia con- nio, acordo, ajustes ou outros instrumentos Federal apresenta, além dos conceitos já referidos na
II - pedidos e licenças para supressão de vegetação; sagrada no inciso XXXIII, art. 5º, da CF foi publicada a congêneres. A publicidade que estão submeti- LAI, mais duas:
III - autos de infrações e respectivas penalidades Lei nº 12.527, de 2011 (também chamada de Lei de das se refere à parcela dos recursos públicos
impostas pelos órgãos ambientais; Acesso à Informação - LAI) a qual estabelece os pro- recebidos e à sua destinação, se prejuízo das z Informação Atualizada - informação que reúne os
IV - lavratura de termos de compromisso de ajusta- cedimentos a serem observados pela União, Estados, prestações de contas que estejam legalmente dados mais recentes sobre o tema, de acordo com
mento de conduta; Distrito Federal e Municípios com o fim de garantir o 189 190 obrigadas. sua natureza, com os prazos previstos em normas
específicas ou conforme a periodicidade estabeleci- Art. 7° [...] Tais sítios (sites) publicados na internet deverão das informações no Portal (Disponível em: < http://
da nos sistemas informatizados que a organizam; I - orientação sobre os procedimentos para a con- atender, entre outros, os seguintes requisitos: www.portaltransparencia.gov.br/sobre/o-que-e-e-co-
z Documento Preparatório - documento formal uti- secução de acesso, bem como sobre o local onde mo-funciona>. Acesso em: 12 de fev. 2021).
lizado como fundamento da tomada de decisão ou poderá ser encontrada ou obtida a informação Art. 8° [...] A Controladoria-Geral da União – CGU, em esfera
de ato administrativo, a exemplo de pareceres e almejada; I - Conter ferramenta de pesquisa de conteúdo federal, tem papel fundamental para a implementa-
notas técnicas. II - Informação contida em registros ou documen- que permita o acesso à informação de forma obje- ção da LAI. De acordo com o Decreto nº 7.724, de 2012,
tos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou tiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compete à CGU o monitoramento da implementação
entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; compreensão; da LAI nos seguintes termos:
A LAI determina que o Estado tem o dever de
III - informação produzida ou custodiada por pes- II - Possibilitar a gravação de relatórios em
garantir o direito de acesso à informação que será
soa física ou entidade privada decorrente de qual- diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e Art. 68 Compete à Controladoria-Geral da União,
franqueada, ou seja, será permitida mediante proce-
quer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo não proprietários, tais como planilhas e texto, de observadas as competências dos demais órgãos e
dimentos objetivos e ágeis de forma transparente, que esse vínculo já tenha cessado; modo a facilitar a análise das informações; entidades e as previsões específicas neste Decreto:
clara e em linguagem de fácil compreensão. IV - informação primária, íntegra, autêntica e III - Possibilitar o acesso automatizado por siste- I - definir o formulário padrão, disponibilizado em
atualizada; mas externos em formatos abertos, estrutura- meio físico e eletrônico, que estará à disposição no
ACESSO A INFORMAÇÕES E SUA DIVULGAÇÃO V - informação sobre atividades exercidas pelos dos e legíveis por máquina; sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades, de
órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua polí- IV - Divulgar em detalhes os formatos utilizados acordo com o § 1º do art. 11;
Sendo um dever do Estado garantir o direito de tica, organização e serviços; para estruturação da informação; II - promover campanha de abrangência nacional
acesso à informação, os órgãos e entidades do poder VI - informação pertinente à administração do V - Garantir a autenticidade e a integridade das de fomento à cultura da transparência na admi-
público, observadas as normas e procedimentos espe- patrimônio público, utilização de recursos públi- informações disponíveis para acesso; nistração pública e conscientização sobre o direito
cíficos aplicáveis, devem assegurar a: cos, licitação, contratos administrativos; e VI - Manter atualizadas as informações disponí- fundamental de acesso à informação;
veis para acesso;
III - promover o treinamento dos agentes públi-
z Informação relativa à implementação, acompa- VII - Indicar local e instruções que permitam ao
z Gestão transparente da informação, propiciando cos e, no que couber, a capacitação das entidades
interessado comunicar-se, por via eletrônica ou
amplo acesso a ela e a sua divulgação; nhamento e resultados dos programas, projetos e privadas sem fins lucrativos, no que se refere ao
telefônica, com o órgão ou entidade detentora do
ações dos órgãos e entidades públicas, bem como sítio; e desenvolvimento de práticas relacionadas à trans-
Lembrando que, de acordo com a LAI, informação metas e indicadores propostos; VIII - Adotar as medidas necessárias para garan- parência na administração pública;
são dados, processados ou não, que podem ser utili- z Informação relativa ao resultado de inspeções, tir a acessibilidade de conteúdo para pessoas IV - monitorar a implementação da Lei nº 12.527,
zados para produção e transmissão de conhecimen- auditorias, prestações e tomadas de contas reali- com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº de 2011, concentrando e consolidando a publicação
to, contidos em qualquer meio, suporte ou formato. A zadas pelos órgãos de controle interno e externo, 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da de informações estatísticas relacionadas no art. 45;
gestão destes dados deve ser transparente e de amplo incluindo prestações de contas relativas a exercí- Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defi- V - preparar relatório anual com informações refe-
cios anteriores. ciência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, rentes à implementação da Lei nº 12.527, de 2011, a
acesso, sendo fundamental a execução da diretriz pre-
de 9 de julho de 2008. ser encaminhado ao Congresso Nacional;
vista no art. 3º, III, da LAI que determina a utilização
VI - monitorar a aplicação deste Decreto, especial-
de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia A fim de viabilizar a obtenção destas informações,
A obrigatoriedade da divulgação em sítios ofi- mente o cumprimento dos prazos e procedimentos; e
da informação. o art. 8º, da Lei 12.527, de 2011, estabelece que:
ciais da rede mundial de computadores (internet) de VII - definir, em conjunto com a Casa Civil da Pre-
informações públicas de interesse coletivo ou geral é sidência da República, diretrizes e procedimentos
z Proteção da informação, garantindo-se sua dispo- Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas complementares necessários à implementação da
dispensada para os Municípios com população de até
nibilidade, autenticidade e integridade. promover, independentemente de requerimentos, a Lei nº 12.527, de 2011.
10.000 (dez mil) habitantes na forma do § 4º do art. 8º,
divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de Art. 69 Compete à Controladoria-Geral da União e
da LAI.
A informação além de armazenada, também deve suas competências, de informações de interesse cole- ao Ministério da Economia, observadas as compe-
ser protegida pelo poder público, tendo garantida tivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. tências dos demais órgãos e entidades e as previsões
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez
sua disponibilidade (qualidade da informação que mil) habitantes ficam dispensados da divulgação específicas deste Decreto, por meio de ato conjunto:
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equi- Portanto, informações de interesse coletivo ou obrigatória na internet a que se refere o § 2º, manti- I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de
pamentos ou sistemas autorizados), autenticidade geral devem ser prontamente disponibilizadas. Den- da a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, divulgação de informações ao público, fixando pra-
(qualidade da informação que tenha sido produzida, tre estas informações, os órgãos e entidades do poder de informações relativas à execução orçamentária zo máximo para atualização; e
público devem fazer constar, no mínimo, as seguintes: e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. II - detalhar os procedimentos necessários à busca,
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expedida, recebida ou modificada por determinado
73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de estruturação e prestação de informações no âmbito
indivíduo, equipamento ou sistema) e integridade
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). do SIC.
(qualidade da informação não modificada, inclusive
quanto à origem, trânsito e destino). o caput, deverão constar, no mínimo:
I - registro das competências e estrutura organiza- Em âmbito federal, a obrigação imposta por meio Outro ponto fundamental da LAI se refere ao
cional, endereços e telefones das respectivas unida- do § 4º do art. 8º, da Lei nº 12527, de 2011, é concre- atendimento ao público concretizado pelo Serviço
z Proteção da informação sigilosa e da informação tizada por meio do Portal da Transparência (http://
des e horários de atendimento ao público; de Informações ao Cidadão – SIC. O atendimento ao
pessoal, observada a sua disponibilidade, autenti- www.portaltransparencia.gov.br/) que é mantido pela
II - registros de quaisquer repasses ou transferên- público determinado pela Lei 12.527, de 2011, é asse-
cidade, integridade e eventual restrição de acesso. cias de recursos financeiros; Controladoria Geral da União - CGU. De acordo com o
gurado na forma do art. 9º:
III - registros das despesas; sítio:
Novamente a LAI apresenta o dever do Poder IV - informações concernentes a procedimentos
Público de proteger a informação, contudo, agora tra- Art. 9º O acesso a informações públicas será asse-
licitatórios, inclusive os respectivos editais e resul- “Os dados divulgados no Portal são provenientes de
gurado mediante:
tando de informações que não estão livremente dis- tados, bem como a todos os contratos celebrados; diversas fontes de informação, entre as quais estão
os grandes sistemas estruturadores do Governo I - criação de serviço de informações ao cida-
poníveis à sociedade, são as informações sigilosas V - dados gerais para o acompanhamento de progra-
Federal – como o Sistema Integrado de Adminis- dão, nos órgãos e entidades do poder público, em
(submetidas temporariamente à restrição de acesso mas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e
tração Financeira do Governo Federal (Siafi) e o local com condições apropriadas para:
público em razão de sua imprescindibilidade para a VI - respostas a perguntas mais frequentes da a) atender e orientar o público quanto ao acesso a
sociedade. Sistema Integrado de Administração de Recursos
segurança da sociedade e do Estado) e as informa- informações;
Humanos (Siape) –, as bases de benefícios sociais,
ções pessoais (relacionadas à pessoa natural identifi- as faturas de Cartão de Pagamentos do Governo b) informar sobre a tramitação de documentos nas
cada ou identificável). Novamente, esta proteção deve A fim de cumprir o que dispõe a LAI com rela- Federal, as bases de imóveis funcionais, entre diver- suas respectivas unidades;
garantir a disponibilidade, autenticidade e integri- ção à ampla divulgação de informações de interesse sas outras. c) protocolizar documentos e requerimentos de
dade das informações, além de observar eventual coletivo ou geral em locais de fácil acesso e indepen- acesso a informações; e
restrição de acesso, uma vez que a divulgação irres- dentemente de requerimentos, os órgãos e entidades Os órgãos responsáveis por cada fonte de informa- II - realização de audiências ou consultas públi-
trita destas informações pode vir a causar prejuízos públicas deverão utilizar todos os meios e instrumen- ção encaminham seus dados para a CGU, que recebe, cas, incentivo à participação popular ou a outras
ao poder público ou ao particular. tos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a reúne e disponibiliza as informações na ferramenta. A formas de divulgação.
Sendo assim, é garantido pela LAI o direito de ser divulgação em sítios oficiais da rede mundial de periodicidade de envio dos dados depende do assun-
obter de órgãos e entidades do Poder Público: computadores (internet). 191 192 to tratado, assim como a periodicidade de atualização
Logo, a ideia da LAI é que a publicidade seja a Quando não for possível conceder o acesso ime- respectiva documentação. Verificado o extravio, o res- IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou
regra conforme a diretriz n° 3º, estabelecida no inciso diato a informação, o órgão ou entidade que receber o ponsável pela guarda da informação extraviada deve- outros procedimentos previstos nesta Lei.
I, da Lei nº 12.527, de 2011. Contudo, a Lei também pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: rá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar
admite o sigilo, ainda que como exceção. Neste sen- testemunhas que comprovem sua alegação. Mas fique atento, o recurso à CGU somente poderá
tido, a informação pode ser integral ou parcialmente Art. 11 [...] No caso de negativa de acesso à informação, o ser dirigido à CGU após a interposição de recurso à
negada nas hipóteses e formas previstas na Lei. § 1° [...] art. 14 estabelece que: pelo menos uma autoridade hierarquicamente supe-
Desta forma, não se garante o direito de obter I - Comunicar a data, local e modo para se realizar a rior à que exarou a decisão impugnada. Quando a
informações referentes a projetos de pesquisa e consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; Art. 14 É direito do requerente obter o inteiro teor negativa se der nas Forças Armadas, a interposição de
desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo II - Indicar as razões de fato ou de direito da recusa, de decisão de negativa de acesso, por certidão recurso será ao respectivo Comando.
sigilo seja imprescindível à segurança da socieda- total ou parcial, do acesso pretendido; ou ou cópia. Caso o recurso for determinado como procedente
de e do Estado. Neste caso, quando não for autorizado III - Comunicar que não possui a informação, indi- pela CGU, esta determinará ao órgão ou entidade que
acesso integral à informação por ser ela parcialmente car, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entida- adote as providências necessárias da dar cumprimen-
A negativa de acesso às informações objeto de pedi-
de que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a to ao disposto na LAI.
sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por do formulado aos órgãos e entidades do poder públi-
esse órgão ou entidade, cientificando o interessado Caso a decisão de impugnação seja confirmada, ou
meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da co deve ser fundamentada. Quando a decisão não for
da remessa de seu pedido de informação. seja, negado o acesso à informação pela CGU, poderá
parte sob sigilo. fundamentada, sujeitará o responsável a medidas dis-
O direito de acesso aos documentos ou às informa- ciplinares, dispostas no art. 32 da LAI. Sendo assim, o ser interposto recursos à Comissão Mista de Reavalia-
O prazo de 20 dias poderá ser prorrogado por mais ção de Informações.
ções neles contidas utilizados como fundamento da interessado tem direito a obter o inteiro teor da deci-
10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, deven- A Comissão Mista de Reavaliação de Informações
tomada de decisão e do ato administrativo será asse- são de negativa de acesso de forma a ter ciência dos
do o requerente ser cientificado da prorrogação (§ 2°). foi estabelecida pelo art. 35, § 1º, da Lei nº 12.527/2011,
gurado com a edição do ato decisório respectivo. fundamentos/razões da negativa do acesso.
O órgão ou entidade poderá oferecer meios para e tem como função decidir no âmbito da administra-
que o próprio requerente possa pesquisar a infor- A partir do conhecimento do indeferimento de
Procedimento de Acesso à Informação acesso a informações e dos fundamentos da decisão, o ção pública federal sobre o tratamento e a classifica-
mação de que necessitar, contudo, sem prejuízo da ção de informações sigilosas sendo competente para:
segurança e da proteção das informações e do cum- interessado tem a possibilidade de interpor recurso à
Além de estabelecer que os órgãos e entidades do decisão da administração.
primento da legislação aplicável (§ 3°). Art. 35 [...]
poder público deverão oferecer as informações de
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação
interesse coletivo e geral de forma ampla propiciando §4° Quando não for autorizado o acesso por se tra- Art. 15 No caso de indeferimento de acesso a infor- de Informações, que decidirá, no âmbito da admi-
meios de fácil acesso para obtenção de informações, a tar de informação total ou parcialmente sigilosa, mações ou às razões da negativa do acesso, poderá nistração pública federal, sobre o tratamento e a
LAI também estabelece procedimentos para obtenção o requerente deverá ser informado sobre a possi- o interessado interpor recurso contra a decisão no classificação de informações sigilosas e terá com-
da informação de forma que: bilidade de recurso, prazos e condições para sua prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. petência para:
interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a Parágrafo único. O recurso será dirigido à auto- I - requisitar da autoridade que classificar informa-
Art. 10 Qualquer interessado poderá apresentar autoridade competente para sua apreciação. ridade hierarquicamente superior à que exarou a ção como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou
pedido de acesso a informações aos órgãos e enti- decisão impugnada, que deverá se manifestar no conteúdo, parcial ou integral da informação;
dades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer prazo de 5 (cinco) dias. II - rever a classificação de informações ultrasse-
A informação pode ser fornecida em formato digi-
meio legítimo, devendo o pedido conter a iden- tal ou físico. A informação armazenada em formato cretas ou secretas, de ofício ou mediante provoca-
tificação do requerente e a especificação da O recurso se dirige ao indeferimento de acesso a infor- ção de pessoa interessada, observado o disposto no
digital será fornecida nesse formato, caso haja anuên-
informação requerida. mações ou as razões de negativa do acesso que poderão art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
cia do requerente (§ 5°).
Caso a informação solicitada esteja disponível ao ser questionadas em até 10 (dez) dias a contar do momen- III - prorrogar o prazo de sigilo de informação
Para o acesso a informações de interesse públi- to em que o interessado foi comunicado da decisão. classificada como ultrassecreta, sempre por prazo
público em formato impresso, eletrônico ou em qual-
co, a identificação do requerente não pode conter Recebendo o recurso, a autoridade hierarquica- determinado, enquanto o seu acesso ou divulga-
quer outro meio de acesso universal, serão informados
exigências que inviabilizem a solicitação, a fim de mente superior à que emitiu a decisão inicial, tem o ção puder ocasionar ameaça externa à soberania
ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual
que não haja a criação de entraves pelo poder público prazo de 5 (cinco) dias para se manifestar. Por exem- nacional ou à integridade do território nacional
se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida
para que a informação não seja confiada ao cidadão. plo, você solicitou uma informação para a Diretoria ou grave risco às relações internacionais do País,
informação, procedimento esse que desonerará o órgão
Sendo assim, são vedadas quaisquer exigências de Qualidade Ambiental do IBAMA e teve o acesso observado o prazo previsto no § 1º do art. 24.
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento
relativas aos motivos determinantes da solicita- à informação negada pelo respectivo diretor e você
direto, salvo se o requerente declarar não dispor de A comissão tem atribuições importantes no que se
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ção de informações de interesse público. resolveu interpor recurso à decisão, uma vez proto-
meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. refere às informações de natureza sigilosa, as quais
Tanto a busca quanto o fornecimento da informa- colado o seu recurso dentro do prazo de 10 dias, este
estudaremos a frente.
Dica ção são gratuitos, salvo quando houver de reprodução será encaminhado para a autoridade hierarquica-
A Lei ainda estabelece para os Órgãos do Poder
de documentos pelo órgão ou entidade pública consul- mente superior ao Diretor de Qualidade Ambiental,
Qualquer um pode solicitar informações do poder Judiciário e do Ministério Público a obrigação de
tada, situação em que poderá ser cobrado exclusiva- ou seja, ao Presidente do IBAMA que deverá se mani-
público em quaisquer um dos níveis da federação informar Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho
mente o valor necessário ao ressarcimento do custo festar no prazo de 5 dias.
em órgãos e entidades dos três poderes (exe- Nacional do Ministério Público, respectivamente, as
dos serviços e dos materiais utilizados (Art. 12). E se depois de tudo isto o recurso ainda for negado?
cutivo, legislativo e judiciário), bastando que a decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a
Estão isentos da cobrança todo aquele cuja situa- Para órgãos e entidades do Poder Executivo Fe-
requisição seja por meio legítimo, identificada e informações de interesse público.
ção econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuí- deral, como é o caso do IBAMA, o art. 16, da Lei nº
especificada quanto ao conteúdo desejado. Além disto, os procedimentos de revisão de decisões
zo do sustento próprio ou da família, declarada nos 12.527/2011 estabelece que o requerente poderá re-
denegatórias e de revisão de classificação de documen-
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. correr à CGU nos seguintes termos:
Para garantir o acesso à informação pública, os tos sigilosos serão objeto de regulamentação própria
Quando o documento a ser consultado puder ter dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério
órgãos e entidades do poder público devem viabilizar Art. 16 Negado o acesso a informação pelos órgãos
sua integridade prejudicada pela manipulação, a Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso ou entidades do Poder Executivo Federal, o reque-
informação deverá ser oferecida na forma de cópia solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informa-
por meio de seus sítios oficiais na internet. rente poderá recorrer à Controladoria-Geral da
do documento acompanhada da certificação de que do sobre o andamento de seu pedido (Art. 18).
Além de garantir o acesso à informação, o poder União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
a cópia confere com o documento original. Caso seja I - o acesso à informação não classificada como
público ainda deve disponibilizá-la de maneira ime- impossível a obtenção de cópias, o interessado poderá sigilosa for negado; Transparência Ativa e Passiva
diata, conforme o art. 11: solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de ser- II - a decisão de negativa de acesso à informação
vidor público, a reprodução seja feita por outro meio total ou parcialmente classificada como sigilosa Além da máxima de que a Publicidade é a Regra
Art. 11 O órgão ou entidade pública deverá autori- que não ponha em risco a conservação do documento e Sigilo exceção, a LAI ainda apresenta como diretri-
não indicar a autoridade classificadora ou a hie-
zar ou conceder o acesso imediato à informação original (Art. 13). zes: a divulgação de informações de interesse público,
rarquicamente superior a quem possa ser dirigido
disponível. independente de solicitações; a utilização de meios de
Em casos que o interessado seja informado do pedido de acesso ou desclassificação;
extravio da informação solicitada, poderá o interessa- III - os procedimentos de classificação de informa- comunicação viabilizados pela tecnologia da infor-
do requerer à autoridade competente a imediata aber- ção sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem mação; o fomento ao desenvolvimento da cultura de
tura de sindicância para apurar o desaparecimento da 193 194 sido observados; e transparência na administração pública; e, por fim, o
desenvolvimento do controle social na administração VII - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade; Art. 21 Não poderá ser negado acesso à informa- A restrição do acesso à informação se dá a par-
pública (Art. 3°). VIII - contato da autoridade de monitoramento, ção necessária à tutela judicial ou administrativa tir da data da sua produção e ocorrem pelos prazos
Todas as diretrizes citadas acima, são concretiza- designada nos termos do art. 40 da Lei nº 12.527, de de direitos fundamentais. máximos de:
das na aplicação da Transparência na Administração 2011 , e telefone e correio eletrônico do Serviço de Parágrafo único. As informações ou documentos
Pública o que permite à sociedade conhecer as ações Informações ao Cidadão - SIC; e que versem sobre condutas que impliquem violação PRAZO MÁXIMO DE
dos governantes e agentes públicos. Neste sentido, a IX - programas financiados pelo Fundo de Amparo dos direitos humanos praticada por agentes públi- CLASSIFICAÇÃO
RESTRIÇÃO
LAI abriu duas vertentes relacionadas à Transparên- ao Trabalhador - FAT cos ou a mando de autoridades públicas não pode-
cia na Administração Pública: a Transparência Ativa e rão ser objeto de restrição de acesso. Ultrassecreta 25 (vinte e cinco) anos
a Transparência Passiva. z Transparência Passiva
Para a LAI, a Restrição de Acesso à Informação é Secreta 15 (quinze) anos
z Transparência Ativa A Transparência Passiva está concretizada no art. prejudicada frente à defesa de direitos fundamentais,
10, da Lei nº 12.527/2011, que estabelece que qualquer Reservada 5 (cinco) anos
sendo ressaltada a vedação de sigilo no caso de con-
A Transparência Ativa, estabelecida no art. 8º, da interessado poderá apresentar pedido de acesso a dutas danosas aos direitos humanos praticadas por
Lei nº 12.527/2011, é concretizada na obrigação dos informações aos órgãos e entidades da administração Ao classificar a informação em determinado
agentes públicos ou a mando de autoridades públicas.
órgãos e entidades públicas promover, independen- pública por qualquer meio legítimo, devendo o pedi- grau de sigilo (ultrassecreta, secreta ou reservada) a
Além disto, o disposto na LAI não exclui as demais autoridade deverá observar o interesse público da
te de requerimentos, a divulgação em local de fácil do conter a identificação do requerente e a especifica- hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem informação e utilizar o critério menos restritivo
acesso, no âmbito de suas competências, de informa- ção da informação requerida. as hipóteses de segredo industrial decorrentes da possível, considerado a gravidade do risco ou dano
ções de interesse coletivo ou geral por ele produzi- Na Transparência Passiva, o poder público fornece infor-
exploração direta de atividade econômica pelo Estado à segurança da sociedade e do Estado e o prazo
das ou custodiadas. mações mediante requerimento de qualquer interessado.
ou por pessoa física ou entidade privada que tenha máximo de restrição de acesso ou o evento que
Na Transparência Ativa o poder público tem a obri- A Transparência Passiva também foi regulamen-
gação de compartilhar as informações que sejam de qualquer vínculo com o poder público. defina seu termo final.
tada para o Poder Executivo Federal pelo Decreto nº
interesse coletivo ou geral, tendo uma atuação ativa Desta forma, alternativamente aos prazos pre-
7.724/2012 e a sua principal característica está na cria- Classificação da Informação Quanto ao Grau e
neste compartilhamento que acontece principalmente vistos para as informações ultrassecretas, secretas e
ção dos Serviços de Informações ao Cidadão previstos Prazos de Sigilo
por meio de sítios na rede mundial de computadores. reservadas, poderá ser estabelecido como termo
nos artigos 9º e 10 do Decreto.
O Decreto nº 7.724/2012 regulamentou o exercício da final de restrição de acesso a ocorrência de deter-
Outro aspecto fundamental da LAI é o estabeleci- minado evento, desde que este ocorra antes do
Transparência Ativa no Poder Executivo Federal de for- Art. 9º Os órgãos e entidades deverão criar Serviço mento taxativo de que informações podem ser enqua-
ma que estabeleceu as seguintes obrigações no art. 7º: de Informações ao Cidadão - SIC, com o objetivo de: transcurso do prazo máximo de classificação.
dradas como sigilosas, além da definição dos critérios
I - atender e orientar o público quanto ao acesso à
Art. 7º É dever dos órgãos e entidades promover, de classificação de informações quanto ao nível e pra- § 4° Transcorrido o prazo de classificação ou con-
informação;
independente de requerimento, a divulgação em zos de sigilo. sumado o evento que defina o seu termo final, a
II - informar sobre a tramitação de documentos nas
seus sítios na Internet de informações de interesse unidades; e De acordo com o art. 23, da Lei nº 12.527, de 2011, são informação tornar-se-á, automaticamente, de aces-
coletivo ou geral por eles produzidas ou custodia- consideradas imprescindíveis à segurança da socieda- so público.
III - receber e registrar pedidos de acesso à
das, observado o disposto nos arts. 7º e 8º da Lei nº informação. de ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as
12.527, de 2011. informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: Resumidamente, as informações sigilosas seguem
Parágrafo único. Compete ao SIC:
§ 1º Os órgãos e entidades deverão implementar em o seguinte fluxo:
I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que
seus sítios na Internet seção específica para a divul- I - Pôr em risco a defesa e a soberania nacionais
possível, o fornecimento imediato da informação;
gação das informações de que trata o caput. ou a integridade do território nacional;
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrô- Definição de
§ 2º Serão disponibilizados nos sítios na Internet II - Prejudicar ou pôr em risco a condução de Definição do Grau de
nico específico e a entrega de número do protocolo, Informação Sigilosa
dos órgãos e entidades, conforme padrão estabele- negociações ou as relações internacionais do Sigilo (Ultrassecreta,
cido pela Secretaria de Comunicação Social da Pre- que conterá a data de apresentação do pedido; e de acordo com o art.
País, ou as que tenham sido fornecidas em cará- Secreta ou Reservada)
III - o encaminhamento do pedido recebido e regis- 23 da LAI
sidência da República: ter sigiloso por outros Estados e organismos
I - banner na página inicial, que dará acesso à trado à unidade responsável pelo fornecimento da
informação, quando couber. internacionais;
seção específica de que trata o § 1º ; e
Art. 10 O SIC será instalado em unidade física iden- III - Pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde
II - barra de identidade do Governo federal, conten-
tificada, de fácil acesso e aberta ao público. da população;
do ferramenta de redirecionamento de página para
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
§ 1º Nas unidades descentralizadas em que não IV - Oferecer elevado risco à estabilidade finan- Transcorrido o
o Portal Brasil e para o sítio principal sobre a Lei nº Informação se torna
12.527, de 2011. houver SIC será oferecido serviço de recebimento e ceira, econômica ou monetária do País; Prazo de Sigilo
automaticamente
registro dos pedidos de acesso à informação. V - Prejudicar ou causar risco a planos ou opera- ou ocorrência de
§ 3º Deverão ser divulgadas, na seção específica de Pública
determinado evento
que trata o § 1º, informações sobre: § 2º Se a unidade descentralizada não detiver a ções estratégicos das Forças Armadas;
I - estrutura organizacional, competências, legis- informação, o pedido será encaminhado ao SIC VI - Prejudicar ou causar risco a projetos de pes-
lação aplicável, principais cargos e seus ocupan- do órgão ou entidade central, que comunicará ao quisa e desenvolvimento científico ou tecnoló- As informações que puderem colocar em risco
tes, endereço e telefones das unidades, horários de requerente o número do protocolo e a data de rece- gico, assim como a sistemas, bens, instalações ou a segurança do Presidente e Vice-Presidente da
atendimento ao público; bimento do pedido, a partir da qual se inicia o pra- áreas de interesse estratégico nacional; República e respectivos cônjuges e filhos (as) serão
II - programas, projetos, ações, obras e atividades, zo de resposta. VII - Pôr em risco a segurança de instituições ou de classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo
com indicação da unidade responsável, principais altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus até o término do mandato em exercício ou do últi-
metas e resultados e, quando existentes, indicado- Restrições de Acesso à Informação familiares; ou mo mandato, em caso de reeleição.
res de resultado e impacto; VIII - Comprometer atividades de inteligência,
III - repasses ou transferências de recursos Como já estudamos, a LAI estabelece que a publi- bem como de investigação ou fiscalização em Procedimentos de Classificação, Reclassificação e
financeiros; cidade e a transparência das informações públicas é a andamento, relacionadas com a prevenção ou Desclassificação
IV - execução orçamentária e financeira detalhada; regra e o sigilo é a exceção, sendo necessário estabelecer repressão de infrações.
V - licitações realizadas e em andamento, com edi- a cultura da transparência na administração pública. O art. 27, da Lei nº 12.527, de 2011, estabelece que
tais, anexos e resultados, além dos contratos firma- No entanto, há situações em que se faz indispen- a classificação do sigilo de informações no âmbito da
Tendo em vista as situações enumeradas no art. 23,
dos e notas de empenho emitidas; sável o sigilo das informações em razão de que a sua administração pública federal é de competência das
as consideradas sigilosas podem ser enquadradas na
VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupan- seguintes autoridades:
divulgação pode significar prejuízo à segurança da forma do art. 24:
te de cargo, posto, graduação, função e emprego
sociedade ou do estado ou que ainda envolvam infor- z Informações Ultrassecretas:
público, incluídos os auxílios, as ajudas de custo,
os jetons e outras vantagens pecuniárias, além dos mações pessoais. Art. 24 A informação em poder dos órgãos e enti-
proventos de aposentadoria e das pensões daqueles Contudo, existem regras impostas ao sigilo das dades públicas, observado o seu teor e em razão „ Presidente da República;
servidores e empregados públicos que estiverem na informações que foram estabelecidas pela Lei nº de sua imprescindibilidade à segurança da socie- „ Vice-Presidente da República;
ativa, de maneira individualizada, conforme esta- 12.527, de 2011, a primeira delas se refere à proteção dade ou do Estado, poderá ser classificada como „ Ministros de Estado e autoridades com as mes-
belecido em ato do Ministro de Estado da Economia; dos direitos fundamentais, sendo que: 195 196 ultrassecreta, secreta ou reservada. mas prerrogativas;
„ Comandantes da Marinha, do Exército e da Termo de Classificação de Informação - TCI, confor- Na reavaliação descrita no art. 35 deverão ser regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agen-
Aeronáutica; me modelo contido no Anexo, e conterá o seguinte: observados os seguintes critérios: tes públicos autorizados por lei.
„ Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares I - código de indexação de documento; O credenciamento ao qual se refere à Lei é regula-
permanente no exterior. II - grau de sigilo; z O prazo máximo de restrição de acesso à infor- mentado pelo art. 43 do Decreto 7.724, de 2012, sendo
III - categoria na qual se enquadra a informação; mação em conformidade com o estabelecido pelo que:
z Informações Secretas: IV - tipo de documento; art. 24 da Lei nº 12.527, de 2011 (prazos máximos
V - data da produção do documento; das informações classificadas como ultrassecreta,
„ Todas as autoridades citadas acima; VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta Art. 43 O acesso, a divulgação e o tratamento de
secreta e reservada); informação classificada em qualquer grau de sigilo
„ Titulares de autarquias, fundações ou empre- a classificação;
z O prazo máximo de quatro anos para revisão de ficarão restritos a pessoas que tenham necessida-
sas públicas e sociedades de economia mista. VII - razões da classificação, observados os crité-
ofício das informações classificadas no grau ultras- de de conhecê-la e que sejam credenciadas segundo
rios estabelecidos no art. 27;
VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos,
secreto ou secreto; as normas fixadas pelo Núcleo de Segurança e Cre-
z Informações Reservadas:
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo z A permanência das razões da classificação; denciamento, instituído no âmbito do Gabinete de
„ Todas as autoridades citadas acima; final, observados os limites previstos no art. 28; z A possibilidade de danos ou riscos decorrentes da Segurança Institucional da Presidência da Repúbli-
„ Aqueles que exerçam funções de direção, IX - data da classificação; e divulgação ou acesso irrestrito da informação; ca, sem prejuízo das atribuições de agentes públi-
comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou supe- X - identificação da autoridade que classificou a z A peculiaridade das informações produzidas no cos autorizados por lei.
rior, do Grupo-Direção e Assessoramento Supe- informação. exterior por autoridades ou agentes públicos.
riores, ou de hierarquia equivalente, de acordo § 1º O TCI seguirá anexo à informação. O acesso à informação classificada como sigilosa
com regulamentação específica de cada órgão § 2º As informações previstas no inciso VII do caput De acordo com o regulamento, o pedido de desclas-
cria a obrigação para aquele que a obteve de resguar-
ou entidade, observado o disposto na Lei nº deverão ser mantidas no mesmo grau de sigilo que sificação ou de reavaliação da classificação poderá ser
a informação classificada. apresentado aos órgãos e entidades - independente de dar o sigilo, sendo que as autoridades públicas devem
12.527, de 2011. adotar as providências necessárias para que o pessoal
§ 3º A ratificação da classificação de que trata o § existir prévio pedido de acesso à informação - deven-
5º do art. 30 deverá ser registrada no TCI. do ser endereçado à autoridade classificadora, que a elas subordinado hierarquicamente conheça as nor-
Conforme o § 1º art. 27 da Lei nº 12.527, de 2011,
a competência de classificação de informações como decidirá no prazo de trinta dias. mas e observe as medidas e procedimentos de segu-
Os critérios de classificação referidos no art. 31, do
ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela auto- Negado o pedido de desclassificação ou de reavalia- rança para tratamento de informações sigilosas, de
Decreto nº 7.724, de 2012 são os mesmos estabelecidos
ridade responsável a agente público, inclusive em no art. 24, § 5º, da Lei nº 12.527, de 2011, ou seja, ao ção pela autoridade classificadora, o requerente pode- modo a protegê-la contra perda, alteração indevida,
missão no exterior, vedada a subdelegação. classificar a informação a autoridade deverá observar rá apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da acesso, transmissão e divulgação não autorizados.
Dentro do seu poder regulamentador, o Poder Exe- o interesse público da informação e utilizar o crité- ciência da negativa, que decidirá no prazo de trinta dias. Além disto, a pessoa física ou entidade privada
cutivo Federal, anulou a possibilidade de delegação rio menos restritivo possível. Já os limites previstos O recurso será apresentado às seguintes autoridades: que, em razão de qualquer vínculo com o poder públi-
da competência de classificação de informações como citados no art. 31, VIII, do Decreto nº 7.724, de 2012, co, executar atividades de tratamento de informações
ultrassecreta e secreta de forma que o inciso III, § 1º, são os mesmos previstos no art. 24 da Lei nº 12.527, de z Quando administração direta, ao Ministro de Esta- sigilosas adotará as providências necessárias para
art. 30, do Decreto nº 7.724, de 2012, define o seguinte: 2011, para informações sigilosas. do ou à autoridade com as mesmas prerrogativas; que seus empregados, prepostos ou representantes
O inciso III, § 3º, art. 27, da Lei nº 12.527, de 2011, z Quando a autoridade classificadora estiver vincu-
observem as medidas e procedimentos de segurança
§ 1º É vedada a delegação da competência de classi- ainda estabelece quanto à classificação que a autori- lada a autarquia, fundação, empresa pública ou
das informações resultantes da aplicação da Lei nº
ficação nos graus de sigilo ultrassecreto ou secreto. dade ou outro agente público que classificar informa- sociedade de economia mista, o recurso será apre-
12.527, de 2011.
ção como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão sentado ao dirigente máximo da entidade;
Portanto, no âmbito do Poder Executivo Federal, à Comissão Mista de Reavaliação de Informações no z Quando a autoridade compor as Forças Armadas,
a delegação da competência de classificação de infor- prazo previsto em regulamento. o recurso será apresentado primeiramente peran- Informações Pessoais
mações como ultrassecreta e secreta não é admissível. O regulamento, ou seja, o Decreto nº 7.724, de te o respectivo Comandante, e, em caso de negati-
O § 2º do art. 27 da Lei nº 12.527, de 2011, estabe- 2012, estabelece os seguintes termos para o encami- va, ao Ministro de Estado da Defesa; Dentre as garantias fundamentais previstas no art.
lece que a classificação de informação no grau de sigi- nhamento das referidas decisões: z Quando as informações foram produzidas por 5 da Constituição Federal, temos descrito no inciso X
lo ultrassecreto pelos Comandantes da Marinha, do autoridades ou agentes públicos no exterior, o que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
Art. 32 A autoridade ou outro agente público que
Exército e da Aeronáutica e pelos Chefes de Missões requerimento de desclassificação e reavaliação honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
classificar informação no grau ultrassecreto ou
Diplomáticas e Consulares permanente no exterior secreto deverá encaminhar cópia do TCI à Comis- será apreciado pela autoridade hierarquicamente indenização pelo dano material ou moral decorrente
deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de superior que estiver em território brasileiro.
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
são Mista de Reavaliação de Informações no prazo de sua violação.
Estado, no prazo previsto em regulamento. Tal prazo de trinta dias, contado da decisão de classificação Decorre deste direito fundamental, a proteção de
foi estabelecido em 30 (trinta) dias pelo inciso III, § 5º, ou de ratificação. Desprovido o recurso poderá o requerente apre- informações pessoais previstas no art. 31 da Lei de
art. 30, do Decreto nº 7.724, de 2012. sentar novo recurso para reavaliação da classificação à Acesso à Informação.
O art. 28 da LAI define que quando realizada a clas- Após a classificação de informações por autorida- Comissão Mista de Reavaliação de Informações no prazo
sificação de informação, seja qual for o grau de sigilo, de ou agente público ainda existe a possibilidade de de 10 (dez) dias a contar da ciência da decisão (art. 15).
Art. 31 O tratamento das informações pessoais
deverá ser formalizada decisão (que será mantida em reavaliação da classificação mediante provocação ou Na hipótese de se decidir pela redução do prazo de
deve ser feito de forma transparente e com res-
mesmo grau de sigilo da informação classificada) con- de ofício onde deverão ser examinadas a permanência sigilo da informação, o novo prazo de restrição man-
peito à intimidade, vida privada, honra e imagem
tendo, no mínimo, os seguintes elementos: dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decor- terá como termo inicial a data da sua produção.
das pessoas, bem como às liberdades e garantias
rentes do acesso ou da divulgação da informação. individuais.
I - Assunto sobre o qual versa a informação; De acordo com art. 29 da Lei nº 12.527, de 2011, a Proteção e Controle de Informações Sigilosas
II - Fundamento da classificação, observados os cri- classificação das informações será reavaliada pela
térios estabelecidos no art. 24, da Lei nº 12.527/2011; Para garantir o cumprimento do caput do art. 31
autoridade classificadora ou por autoridade hierarqui- Uma vez que informações sigilosas são aquelas
III - Indicação do prazo de sigilo, contado em submetidas temporariamente à restrição de acesso da Lei, as informações pessoais relativas à intimidade,
camente superior, mediante provocação ou de ofício,
anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu nos termos e prazos previstos em regulamento, com público em razão de sua imprescindibilidade para a vida privada, honra e imagem:
termo final, conforme limites previstos no art. 24, segurança da sociedade e do Estado, cabe ao poder
vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de
da Lei nº 12.527/2011; e I - Terão seu acesso restrito, independentemente
sigilo observados os prazos máximos de restrição de público assegurar o controle de acesso e a divulgação
IV - Identificação da autoridade que a classificou. de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de
acesso à informação estabelecidos pelo art. 24 Lei. destas informações.
Neste sentido, o Decreto nº 7.724, de 2012, deter- Deste modo, o art. 29 da Lei nº 12.527, de 2011, 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a
Com o objetivo de atender ao art. 28 da LAI, foi
mina que: determina que é dever do Estado controlar o acesso agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa
criado, no âmbito do Poder Executivo Federal, o Ter-
e a divulgação de informações sigilosas produzidas a que elas se referirem; e
mo de Classificação da Informação - TCI.
Art. 35 A classificação das informações será rea- por seus órgãos e entidades, assegurando a sua prote- II - Poderão ter autorizada sua divulgação ou aces-
O art. 31, do Decreto nº 7.724, de 2012, estabelece
valiada pela autoridade classificadora ou por ção. Portanto, o acesso, a divulgação e o tratamento de so por terceiros diante de previsão legal ou consen-
os seguintes parâmetros para o TCI:
autoridade hierarquicamente superior, mediante informação classificada como sigilosa ficarão restri- timento expresso da pessoa a que elas se referirem.
Art. 31 A decisão que classificar a informação em provocação ou de ofício, para desclassificação ou tos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la
qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada no redução do prazo de sigilo. 197 198 e que sejam devidamente credenciadas na forma do
O consentimento não será exigido quando as ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, Art. 34 Os órgãos e entidades públicas respondem Vejamos:
informações forem necessárias: desde que não tipificadas em lei como crime ou con- diretamente pelos danos causados em decorrên-
travenção penal; ou cia da divulgação não autorizada ou utilização Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de
I - À prevenção e diagnóstico médico, quando a pes- II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de indevida de informações sigilosas ou informações tratamento realizada por pessoa natural ou por
soa estiver física ou legalmente incapaz, e para uti- dezembro de 1990, e suas alterações, infrações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade pessoa jurídica de direito público ou privado, inde-
lização única e exclusivamente para o tratamento administrativas, que deverão ser apenadas, no funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o pendentemente do meio, do país de sua sede ou do
médico; mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela respectivo direito de regresso. país onde estejam localizados os dados, desde que:
II - À realização de estatísticas e pesquisas científi- estabelecidos. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se I - a operação de tratamento seja realizada no ter-
cas de evidente interesse público ou geral, previstos § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o à pessoa física ou entidade privada que, em virtu- ritório nacional;
em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a militar ou agente público responder, também, por de de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou Assim, mesmo que a empresa seja estrangeira, ten-
que as informações se referirem; improbidade administrativa, conforme o disposto entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou do a operação de dados sido realizada dentro do
III - Ao cumprimento de ordem judicial; nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, pessoal e a submeta a tratamento indevido. território brasileiro, a LGPD será aplicada.
IV - À defesa de direitos humanos; ou de 2 de junho de 1992. II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a
V - À proteção do interesse público e geral oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o
preponderante. tratamento de dados de indivíduos localizados no
Importante! território nacional; ou
A restrição de acesso à informação relativa à vida LEI Nº 13.709, DE 2018 (LEI GERAL DE
privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser Uma vez comprovado em Processo Administra- PROTEÇÃO DE DADOS) Nesta hipótese, tem-se que, mesmo que a sede da
invocada com o intuito de prejudicar processo de tivo Disciplinar que o servidor incorreu em infra- empresa seja localizada em outro país, a LGPD será
apuração de irregularidades em que o titular das ção prevista nas condutas previstas pelo art. 32, Cabe destacar que o concurso almejado é para aplicada, já que existe o tratamento de dados de pes-
informações estiver envolvido, bem como em ações Lei nº 12.527/2011, este deverá ser apenado carreira policial e, não, para a área específica de tec- soas situadas dentro do território nacional.
voltadas para a recuperação de fatos históricos de com no mínimo suspensão. nologia da informação. Portanto, será cobrada a lite-
maior relevância. ralidade da Lei Geral de Proteção de dados – LGPD –, III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham
Aquele que obtiver acesso às informações de que ainda mais por se tratar de uma legislação um tanto sido coletados no território nacional.
trata este artigo será responsabilizado por seu uso O art. 33, da Lei nº 12.527, de 2011, ainda prevê quanto peculiar para esse ramo. § 1º Consideram-se coletados no território
indevido. sanções para pessoas físicas ou entidades privadas Neste material, faremos apontamentos sobre os nacional os dados pessoais cujo titular nele se
que detiverem informações em virtude de vínculo de artigos mais relevantes, os quais serão abordados de encontre no momento da coleta.
Responsabilidades qualquer natureza com o poder público e deixar de forma que seja apresentada a letra seca da Lei. Cabe
observar o disposto na Lei. Para estes casos são apli- deixar claro que a leitura dos demais artigos é de Dica
As responsabilidades diante do descumprimento cadas as seguintes penalidades: suma importância aos seus estudos.
da Lei nº 12.527, de 2011, estão descritas nos arts. 32 a Veja que, em todos os casos, é imprescindível
34. De acordo com a Lei, constituem condutas ilícitas I - advertência; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES que haja relação com o território brasileiro. Por-
que ensejam a responsabilidade do agente público ou II - multa; tanto, caso alguma questão da sua prova traga
militar (art. 32, da Lei nº 12.527, de 2011): III - rescisão do vínculo com o poder público; A legislação que será estudada teve, como refe- assertivas que tratem de operação de tratamen-
IV - suspensão temporária de participar em licita- rência, o Regulamento Geral de Proteção de Dados – to exclusivamente de âmbito estrangeiro, tenha
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos ção e impedimento de contratar com a administra- GDPR, o qual foi instituído pela União Europeia. Em
ção pública por prazo não superior a 2 (dois) anos;
em mente que a LGPD não será aplicada.
termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu âmbito nacional, a LGPD tutela tão somente a prote-
fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de e ção de dados pessoais, sendo compreendidos, dentre
forma incorreta, incompleta ou imprecisa; V - declaração de inidoneidade para licitar ou con- Vistas as hipóteses de aplicação, vejamos, agora, o
eles, os disponíveis em meios físicos e digitais.
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des- tratar com a administração pública, até que seja contrário: a vedação à aplicação.
truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total promovida a reabilitação perante a própria autori- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de
ou parcialmente, informação que se encontre sob dade que aplicou a penalidade. Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por
sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimen- pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito dados pessoais:
to em razão do exercício das atribuições de cargo, A advertência, rescisão do vínculo com o poder público ou privado, com o objetivo de proteger os I - realizado por pessoa natural para fins exclusiva-
emprego ou função pública; mente particulares e não econômicos;
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
público e suspensão temporária de participar em lici- direitos fundamentais de liberdade e de priva-
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicita- tação e impedimento de contratar com a administra- cidade e o livre desenvolvimento da personali- II - realizado para fins exclusivamente:
ções de acesso à informação; dade da pessoa natural. a) jornalístico e artísticos; ou
ção pública poderão ser aplicadas juntamente com
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts.
ou permitir acesso indevido à informação sigilosa
a multa, tendo sido disponível para o interessado o
Lei são de interesse nacional e devem ser observadas 7º e 11 desta Lei;
ou informação pessoal; direito de defesa no prazo de 10 (dez) dias (§ 1°).
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. III - realizado para fins exclusivos de:
V - impor sigilo à informação para obter proveito Quando o interessado por sancionado com a decla-
a) segurança pública;
pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ração de inidoneidade para licitar ou contratar com
O art. 2º nos trouxe os fundamentos da LGPD, b) defesa nacional;
ato ilegal cometido por si ou por outrem; a administração pública, a reabilitação somente será c) segurança do Estado; ou
quais sejam:
VI - ocultar da revisão de autoridade superior com- autorizada quando o interessado: d) atividades de investigação e repressão de infra-
petente informação sigilosa para beneficiar a si ou
z O respeito à privacidade; ções penais; ou
a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e z Efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos
z A autodeterminação informativa; IV - provenientes de fora do território nacional e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu- prejuízos resultantes;
z A liberdade de expressão, de informação, de comu- que não sejam objeto de comunicação, uso compar-
mentos concernentes a possíveis violações de direi- z Após decorrido o prazo da sanção de suspensão nicação e de opinião; tilhado de dados com agentes de tratamento brasi-
tos humanos por parte de agentes do Estado.
temporária de participar em licitação impedimen- z A inviolabilidade da intimidade, da honra e da leiros ou objeto de transferência internacional de
to de contratar com a administração pública. imagem; dados com outro país que não o de proveniência,
Atendido os princípios do contraditório e da ampla
z O desenvolvimento econômico e tecnológico e a desde que o país de proveniência proporcione grau
defesa, garantidos nos processos penais e administra-
Além disto, a aplicação da sanção de declaração de inovação; de proteção de dados pessoais adequado ao previs-
tivos, as condutas tipificadas acima serão aplicadas na
inidoneidade para licitar ou contratar com a adminis- z A livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa to nesta Lei.
forma dos parágrafos § 1º e 2º do art. 32, da Lei nº
12.527, de 2011: tração pública é de competência exclusiva da autori- do consumidor;
dade máxima do órgão ou entidade pública, facultada z Os direitos humanos, o livre desenvolvimento da O art. 5º é uma espécie de dicionário para a legis-
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da a defesa do interessado, no respectivo processo, no personalidade, a dignidade e o exercício da cida- lação, o qual recomendo a leitura. Os termos próprios
ampla defesa e do devido processo legal, as condu- prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista (§ 3°). dania pelas pessoas naturais. utilizados ao longo da Lei 13.709, de 2018, são concei-
tas descritas no caput serão consideradas: Por fim, a Lei determina a responsabilidade objeti- tuados nos seus incisos, assim, caso haja algum ter-
I - para fins dos regulamentos disciplinares das va da administração pública pela divulgação indevida Logo em seguida, temos a regulação da aplicação mo que tenha esquecido o significado, recorra a esse
Forças Armadas, transgressões militares médias de informações, sendo que: 199 200 da legislação. dispositivo.
Alguns princípios, além do princípio da boa-fé (já VII - para a proteção da vida ou da incolumida- z Coação Moral: espécie de pressão, como, por exclusivamente meios próprios, ou quando, com
que se trata de dados pessoais), são expressamente de física do titular ou de terceiro; exemplo, uma ameaça potencial; esforços razoáveis, puder ser revertido.
previstos na LGPD, possuindo, inclusive, suas defini- VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em z Estado de Perigo: é quando uma pessoa impõe a si
ções (art. 6º). Vejamos: procedimento realizado por profissionais de saúde, mesma uma obrigação excessivamente onerosa em Em relação ao tratamento de dados de crianças e
serviços de saúde ou autoridade sanitária;
decorrência de um perigo; nesse caso, é necessário que adolescentes, preceitua-se que deverá ser feito em seu
IX - quando necessário para atender aos interesses
z Finalidade: realização do tratamento para propó- legítimos do controlador ou de terceiro, exceto no a parte beneficiada tenha conhecimento da situação; melhor interesse, havendo, no entanto, algumas pecu-
sitos legítimos, específicos, explícitos e informados caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- z Lesão: desproporção entre as obrigações em razão liaridades. Vejamos:
ao titular, sem possibilidade de tratamento poste- mentais do titular que exijam a proteção dos dados de necessidade (excetuada a decorrente de perigo)
rior de forma incompatível com essas finalidades; pessoais; ou ou inexperiência. z O tratamento de dados pessoais de crianças deve-
z Adequação: compatibilidade do tratamento com X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao rá ser realizado com o consentimento específico e
as finalidades informadas ao titular, de acordo disposto na legislação pertinente. § 4º O consentimento deverá referir-se a finali- em destaque dado por, pelo menos, um dos pais ou
com o contexto do tratamento; dades determinadas, e as autorizações genéricas pelo responsável legal;
z Necessidade: limitação do tratamento ao mínimo Observamos, até aqui, a imposição às empresas de para o tratamento de dados pessoais serão nulas. z Com relação ao exposto no item anterior, os con-
necessário para a realização de suas finalidades, requisitos não cumulativos – visto que é suficiente o § 5º O consentimento pode ser revogado a qual- troladores deverão manter pública a informação
com abrangência dos dados pertinentes, propor- atendimento a, pelo menos, um deles – para o trata- quer momento mediante manifestação expressa do sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua
cionais e não excessivos em relação às finalidades mento de dados pessoais. Trata-se, portanto, da base titular, por procedimento gratuito e facilitado, rati- utilização e os procedimentos para o exercício dos
do tratamento de dados; legal para a atividade. ficados os tratamentos realizados sob amparo do direitos a que se refere o art. 18 desta Lei;
z Livre Acesso: garantia, aos titulares, de consulta consentimento anteriormente manifestado enquan- z Poderão ser coletados dados pessoais de crianças
facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do § 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso to não houver requerimento de eliminação, nos ter- sem o consentimento a que se refere o primeiro
tratamento, bem como sobre a integralidade de é público deve considerar a finalidade, a boa- mos do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei. item, quando a coleta for necessária para contatar
seus dados pessoais; -fé e o interesse público que justificaram sua os pais ou o responsável legal, utilizados uma úni-
z Qualidade dos Dados: garantia, aos titulares, de disponibilização. ca vez e sem armazenamento, ou para a sua pro-
Portanto, não há empecilho para a revogação, bas-
exatidão, clareza, relevância e atualização dos § 4º É dispensada a exigência do consentimen-
tando a mera vontade do titular dos dados tratados e teção e, em nenhum caso, poderão ser repassados
dados, de acordo com a necessidade e para o cum- to previsto no  caput  deste artigo para os dados
a formalização da revogação. a terceiro sem o consentimento dos responsáveis
primento da finalidade de seu tratamento; tornados manifestamente públicos pelo titular,
Conforme disposto na parte principiológica da pelo menor;
z Transparência: garantia, aos titulares, de infor- resguardados os direitos do titular e os princípios
LGPD, o art. 9º reforça a ideia de facilitação de acesso z O controlador deve realizar todos os esforços
mações claras, precisas e facilmente acessíveis previstos nesta Lei.
§ 5º O controlador que obteve o consentimento refe- pelo titular dos dados tratados. razoáveis, para verificar que o consentimento a
sobre a realização do tratamento e os respectivos
rido no inciso I do caput deste artigo que necessitar que se refere o primeiro item foi dado pelo res-
agentes de tratamento, observados os segredos
comunicar ou compartilhar dados pessoais Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às ponsável pela criança, consideradas as tecnologias
comercial e industrial;
com outros controladores deverá obter con- informações sobre o tratamento de seus dados, que disponíveis;
z Segurança: utilização de medidas técnicas e admi-
nistrativas aptas a proteger os dados pessoais de sentimento específico do titular para esse fim, deverão ser disponibilizadas de forma clara, ade- z As informações sobre o tratamento de dados de
acessos não autorizados e de situações acidentais ressalvadas as hipóteses de dispensa do consenti- quada e ostensiva acerca de, entre outras carac- crianças e adolescentes deverão ser fornecidas de
ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comuni- mento previstas nesta Lei. terísticas previstas em regulamentação para o maneira simples, clara e acessível, consideradas as
cação ou difusão; atendimento do princípio do livre acesso: características físico-motoras, perceptivas, senso-
z Prevenção: adoção de medidas para prevenir a O art. 8º dispõe sobre o consentimento do titular I - finalidade específica do tratamento; riais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de
ocorrência de danos em virtude do tratamento de de dados. Vejamos: II - forma e duração do tratamento, observados os recursos audiovisuais quando adequado, de forma
dados pessoais; segredos comercial e industrial; a proporcionar a informação necessária aos pais
z Não discriminação: impossibilidade de realiza- III - identificação do controlador; ou ao responsável legal e adequada ao entendi-
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do
ção do tratamento para fins discriminatórios ilíci- IV - informações de contato do controlador; mento da criança.
art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito
tos ou abusivos; V - informações acerca do uso compartilhado de
ou por outro meio que demonstre a manifesta-
z Responsabilização e Prestação de Contas: demons- dados pelo controlador e a finalidade; Haverá o término do tratamento de dados se houver:
ção de vontade do titular.
tração, pelo agente, da adoção de medidas eficazes VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escri-
e capazes de comprovar a observância e o cumpri- tratamento; e I - verificação de que a finalidade foi alcançada
to, esse deverá constar de cláusula destacada

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE


mento das normas de proteção de dados pessoais e, VII - direitos do titular, com menção explícita aos ou de que os dados deixaram de ser necessários
das demais cláusulas contratuais.
inclusive, da eficácia dessas medidas. direitos contidos no art. 18 desta Lei. ou pertinentes ao alcance da finalidade específica
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o
consentimento foi obtido em conformidade com o almejada;
TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS disposto nesta Lei. II - fim do período de tratamento;
Importante! III - comunicação do titular, inclusive no exercício
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente de seu direito de revogação do consentimento con-
Nesse caso, há a inversão do ônus da prova, pois, Ocorrendo alteração quanto às previsões dos
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: forme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguar-
I - mediante o fornecimento de consentimento
se o titular dos dados ingressar com uma ação judicial, incisos I, II, III ou V, o controlador é obrigado a dado o interesse público; ou
pelo titular; não precisará fazer prova acerca do não consentimen- informar ao titular dos dados. IV - determinação da autoridade nacional, quando
II - para o cumprimento de obrigação legal ou to, visto que seria de notória dificuldade a produção houver violação ao disposto nesta Lei.
regulatória pelo controlador; da prova negativa.
III - pela administração pública, para o trata- Mais adiante, tem-se a tratativa dos dados sensí- DIREITOS DO TITULAR
mento e uso compartilhado de dados necessá- § 3º É vedado o tratamento de dados pessoais veis, sendo encaixados, aqui, os dados sobre origem
rios à execução de políticas públicas previstas mediante vício de consentimento.
em leis e regulamentos ou respaldadas em contra-
racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, Os direitos do titular dos dados tratados são regu-
tos, convênios ou instrumentos congêneres, obser- filiação a sindicato ou à organização de caráter reli- lamentados pelos artigos compreendidos entre o 17 e
vadas as disposições do Capítulo IV desta Lei; Apesar de ser um certame de carreira policial (con- gioso, filosófico ou político, entre outros. o 22. Neste capítulo, disciplina a LGPD que:
IV - para a realização de estudos por órgão de forme dito inicialmente), não é dispensável a enume- Na presente temática, muito se fala sobre a trata-
pesquisa, garantida, sempre que possível, a anoni- ração de tais vícios, já que existe, mesmo que mínima, tiva feita de forma anônima. Isso quer dizer que os Art. 17 Toda pessoa natural tem assegurada a
mização dos dados pessoais; a possibilidade da sua cobrança em uma questão de dados pessoais sensíveis serão tratados sem a especi- titularidade de seus dados pessoais e garantidos
V - quando necessário para a execução de contra- prova prática. Vejamos, portanto, os seguintes vícios ficação da titularidade. os direitos fundamentais de liberdade, de inti-
to ou de procedimentos preliminares relacio- de consentimento expostos no CC: midade e de privacidade, nos termos desta Lei.
Sobre os dados anonimizados, tem-se o seguinte:
nados a contrato do qual seja parte o titular, a
pedido do titular dos dados;
VI - para o exercício regular de direitos em pro- z Erro: cometido sem influência externa; ocorre em Art. 12 Os dados anonimizados não serão con- Ademais, o titular dos dados poderá requisitar ao
cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse últi- decorrência de percepção errônea da própria pessoa; siderados dados pessoais para os fins desta Lei, controlador:
mo nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de z Dolo: é o ato de enganar alguém; neste caso, é um salvo quando o processo de anonimização ao
1996 (Lei de Arbitragem) ; erro induzido por terceiro; 201 202 qual foram submetidos for revertido, utilizando z Confirmação da existência de tratamento;
z Acesso aos dados; Os dados tratados pelas pessoas jurídicas de direito requerer à autoridade nacional a avaliação do nível z Proibição parcial ou total do exercício de ativi-
z Correção de dados incompletos, inexatos ou público somente poderão ser fornecidos à pessoa jurídi- de proteção a dados pessoais conferido por país ou dades relacionadas a tratamento de dados.
desatualizados; ca de direito privado, havendo comunicação à autorida- organismo internacional.
z Anonimização, bloqueio ou eliminação de dados de nacional e com o consentimento do titular dos dados.
desnecessários, excessivos ou tratados em descon- Entretanto, como toda regra tem suas exceções, pode- DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
formidade com o disposto nesta Lei; rá haver o compartilhamento sem que haja o consenti- HORA DE PRATICAR!
z Portabilidade dos dados a outro fornecedor de mento do titular nos casos de dispensa de consentimento Os controladores e operadores (agentes de trata-
serviço ou produto, mediante requisição expres- prevista na LGPD, nos casos de uso compartilhado de mento) deverão pautar-se nas medidas de segurança 1. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Um cidadão solicitou
sa, de acordo com a regulamentação da autori- dados e nas exceções previstas no § 1º, do art. 26. de natureza técnica e administrativas, preservando, diretamente ao Tribunal de Contas do Distrito Federal
dade nacional, observados os segredos comercial Quanto à responsabilidade do Poder Público, dis- assim, a segurança dos dados, inclusive após o térmi- (TCDF) relatório completo de auditoria em órgão da
e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de põe os arts. 31 e 32, o seguinte: no do tratamento. administração pública do Governo do Distrito Federal
2019) Vigência (GDF) responsável por infrações de trânsito.
z Eliminação dos dados pessoais tratados com o con- Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em Art. 46 Os agentes de tratamento devem adotar A partir dessa situação hipotética, julgue o item a
sentimento do titular, exceto nas hipóteses previs- decorrência do tratamento de dados pessoais por medidas de segurança, técnicas e administrativas seguir, considerando as disposições da Lei Federal
tas no art. 16 desta Lei; órgãos públicos, a autoridade nacional poderá aptas a proteger os dados pessoais de acessos não n.º 12.527/2011 e da Lei Distrital n.º 4.990/2012, com
enviar informe com medidas cabíveis para fazer autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
z Informação das entidades públicas e privadas com relação ao acesso à informação.
cessar a violação. destruição, perda, alteração, comunicação ou qual-
as quais o controlador realizou uso compartilhado Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a Por ter sido dirigido a órgão do GDF, esse pedido de
quer forma de tratamento inadequado ou ilícito.
de dados; agentes do Poder Público a publicação de relatórios informação deve conter, obrigatoriamente, motivação
Art. 47 Os agentes de tratamento ou qualquer
z Informação sobre a possibilidade de não forne- de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a e comprovação de residência no Distrito Federal, sob
outra pessoa que intervenha em uma das fases
cer consentimento e sobre as consequências da adoção de padrões e de boas práticas para os trata- do tratamento obriga-se a garantir a segurança pena de indeferimento.
negativa; mentos de dados pessoais pelo Poder Público. da informação prevista nesta Lei em relação aos
z Revogação do consentimento. dados pessoais, mesmo após o seu término. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
Os dados fornecidos pelo titular não poderão ser Caso haja risco ou dano relevante, dispõe o art. 48 2. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Acerca da história da
usados em seu prejuízo, conforme o art. 21. Vejamos: Os dados pessoais não poderão, em regra, ser sub- que seguridade social, da política social e das políticas
metidos à transferência internacional. Entretanto, o setoriais, considerando suas respectivas legislações,
Art. 21 Os dados pessoais referentes ao exercício art. 33 estabelece que: Art. 48 O controlador deverá comunicar à autori- julgue o item subsecutivo.
regular de direitos pelo titular não podem ser utili- dade nacional e ao titular a ocorrência de incidente A racionalização do uso do solo, a proteção dos ecos-
zados em seu prejuízo. Art. 33 A transferência internacional de dados pes- de segurança que possa acarretar risco ou dano sistemas e a educação ambiental a todos os níveis de
soais somente é permitida nos seguintes casos: relevante aos titulares. ensino são princípios a serem atendidos pela Política
Por fim, cumpre salientar que as ações que tenham, I - para países ou organismos internacionais que § 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o con- Nacional do Meio Ambiente.
por mérito, a defesa dos direitos elencados neste capí- proporcionem grau de proteção de dados pes- trolador e o operador levarão em consideração, em
soais adequado ao previsto nesta Lei; relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o
tulo, poderão ser propostas tanto de forma individual ( ) CERTO  ( ) ERRADO
II - quando o controlador oferecer e compro-
quanto de forma coletiva: escopo, a finalidade e a probabilidade e a gravida-
var garantias de cumprimento dos princípios,
de dos riscos e dos benefícios decorrentes de trata-
dos direitos do titular e do regime de proteção de 3. (CEBRASPE-CESPE — 2014) No que se refere ao direi-
Art. 22 A defesa dos interesses e dos direitos dos mento de dados do titular.
dados previstos nesta Lei, na forma de: to ambiental, julgue o item a seguir.
titulares de dados poderá ser exercida em juízo, a) cláusulas contratuais específicas para determi- As ações humanas que direta ou indiretamente preju-
individual ou coletivamente, na forma do disposto nada transferência; DA FISCALIZAÇÃO dicam as condições estéticas ou sanitárias do meio
na legislação pertinente, acerca dos instrumentos b) cláusulas-padrão contratuais; ambiente são consideradas poluidoras para fins de
de tutela individual e coletiva. c) normas corporativas globais; Em caso de infringência das disposições contidas responsabilização civil consistente no dever de repa-
d) selos, certificados e códigos de conduta regular- na LGPD, os agentes de tratamentos estarão sujeitos a rar lesões ambientais causadas.
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO mente emitidos; sanções administrativas, sendo elas:
PODER PÚBLICO III - quando a transferência for necessária para a
cooperação jurídica internacional entre órgãos ( ) CERTO  ( ) ERRADO
LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE
z Advertência, com indicação de prazo para adoção
públicos de inteligência, de investigação e de per-
Art. 23 O tratamento de dados pessoais pelas pes- de medidas corretivas; 4. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Um cidadão, por descui-
secução, de acordo com os instrumentos de direito
soas jurídicas de direito público referidas no pará-
internacional; z Multa simples de até 2% do faturamento da pessoa do, iniciou um incêndio em sua propriedade, situada
grafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de IV - quando a transferência for necessária para a jurídica de direito privado, grupo ou conglomera- em área rural coberta pelo bioma campos, o que resul-
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), proteção da vida ou da incolumidade física do titu- do, no Brasil, no seu último exercício, excluídos os tou na destruição da vegetação nativa de outras duas
deverá ser realizado para o atendimento de sua lar ou de terceiro; tributos, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cin-
finalidade pública, na persecução do interesse propriedades vizinhas.
V - quando a autoridade nacional autorizar a quenta milhões de reais) por infração; A respeito da situação hipotética apresentada e de
público, com o objetivo de executar as compe- transferência; z Multa diária, observado o limite total a que se
tências legais ou cumprir as atribuições legais aspectos legais a ela relacionados, julgue o próximo
VI - quando a transferência resultar em compromis- refere o inciso II;
do serviço público, desde que: so assumido em acordo de cooperação internacional; item.
z Publicização da infração após devidamente apu- A Fundação do Meio Ambiente (FATMA), como órgão
VII - quando a transferência for necessária para a rada e confirmada a sua ocorrência;
As pessoas jurídicas aqui mencionadas são as inte- execução de política pública ou atribuição legal do central do SISNAMA, poderá multar o cidadão e
z Bloqueio dos dados pessoais a que se refere a embargar a sua propriedade, considerando a falta de
grantes da Administração Direta (União, Estados e serviço público, sendo dada publicidade nos termos
infração até a sua regularização; autorização para queimadas.
Municípios) e Indireta (autarquias, fundações públicas, do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu con- z Eliminação dos dados pessoais a que se refere a
empresas públicas e sociedades de economia mista). infração;
sentimento específico e em destaque para a trans- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ferência, com informação prévia sobre o caráter z Suspensão parcial do funcionamento do banco
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exer- internacional da operação, distinguindo claramen- de dados a que se refere a infração pelo período
cício de suas competências, realizam o tratamento 5. (CEBRASPE - CESPE — 2019) Considerando os aspec-
te esta de outras finalidades; ou máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual
de dados pessoais, fornecendo informações claras e tos constitucionais relacionados ao direito ambien-
IX - quando necessário para atender as hipóteses período, até a regularização da atividade de trata-
atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. tal, a Lei n.º 6.938/1981, que dispõe sobre a Política
mento pelo controlador;  
procedimentos e as práticas utilizadas para a exe- Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste arti- Nacional do Meio Ambiente, a Lei n.º 12.651/2012,
z Suspensão do exercício da atividade de tra-
cução dessas atividades, em veículos de fácil aces- go, as pessoas jurídicas de direito público referidas que estabelece prescrições acerca do Código Flores-
tamento dos dados pessoais a que se refere a
so, preferencialmente em seus sítios eletrônicos; no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de tal e as resoluções do CONAMA, julgue o item a seguir.
infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
III - seja indicado um encarregado quando realiza- 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informa- O estudo de impacto ambiental e o relatório de impac-
rem operações de tratamento de dados pessoais,
prorrogável por igual período;
ção) , no âmbito de suas competências legais, e res- to ambiental são documentos ambientais obrigatórios
nos termos do art. 39 desta Lei ponsáveis, no âmbito de suas atividades, poderão 203 204
para a realização do procedimento administrativo de 11. (CEBRASPE-CESPE — 2012) Em relação às normas por mais um ano além do máximo previsto, que é de
11 CERTO
licenciamento ambiental. que criam e estabelecem a estrutura regimental do quatro anos, dependendo a declaração de extinção
IBAMA, julgue o item seguinte. da punibilidade de laudo que comprove ter o acusado 12 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO Apesar de o IBAMA integrar o Sistema Nacional do adotado todas as providências inerentes à reparação
Meio Ambiente (SISNAMA), não é exigido, pela norma integral do dano. 13 ERRADO
6. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito de responsabi- que aprova a estrutura regimental da autarquia, que os
cargos em comissão sejam providos, exclusivamen- 14 CERTO
lidade ambiental, de áreas de preservação permanen- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
te e de servidão ambiental, julgue o item a seguir. te, por servidores públicos dos quadros de pessoal 15 ERRADO
É lícito ao detentor de servidão ambiental transferi-la dos órgãos integrantes do SISNAMA. 18. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o item que se
em favor de outro proprietário, ainda que em caráter segue, com base no Código Florestal em vigor, na Lei 16 CERTO
definitivo. ( ) CERTO  ( ) ERRADO de Agrotóxicos (Lei n.º 7.802/1989 e suas alterações)
17 CERTO
e na Lei n.º 9.605/1998 e suas alterações, que dispõe
( ) CERTO  ( ) ERRADO 12. (CEBRASPE — CESPE) Acerca do sigilo bancário, da sobre as sanções penais e administrativas derivadas 18 ERRADO
proteção de dados pessoais e do marco civil da Inter- de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
7. (CEBRASPE-CESPE — 2019) O Serviço de Limpeza net, julgue o item que se segue. São espécimes da fauna silvestre todos aqueles 19 CERTO
Urbana do Distrito Federal (SLU/DF) pretende construir Se a operação de tratamento de dados pessoais for pertencentes às espécies nativas cujo ciclo de vida
20 CERTO
um centro de triagem de resíduos, para tratamento e realizada no território nacional, aplica-se a Lei Geral de ocorra, em parte ou totalmente, dentro dos limites do
destinação de resíduos sólidos urbanos, em local que Proteção de Dados Pessoais (LGPD), ainda que reali- território brasileiro, excetuadas as águas jurisdicio-
abrange parte da área de proteção ambiental do Pla- zada por pessoa jurídica sediada em outro país. nais brasileiras.
nalto Central, unidade de conservação federal.
Considerando a situação hipotética descrita, julgue o ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO ANOTAÇÕES
item subsecutivo.
Em razão de a localização do empreendimento abran- 13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca de privacidade e 19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Cada um dos item a
ger parte da área de proteção ambiental do Planalto proteção de dados pessoais, julgue o item a seguir. seguir apresenta uma situação hipotética seguida de
Central, a competência para o licenciamento será do É indispensável o consentimento do titular ao uso dos uma assertiva a ser julgada. Julgue-os com base na
IBAMA. seus dados pessoais em pesquisas estatísticas que legislação especial.
necessitem de tais informações, mesmo que as pes- Uma pessoa apanhou à noite, em uma unidade da
( ) CERTO  ( ) ERRADO quisas sejam de evidente interesse público ou geral. conservação, um espécime da fauna silvestre brasilei-
ra sem a devida permissão. Nessa situação, a pena
8. (CEBRASPE-CESPE — 2021) O Lago Paranoá, o maior ( ) CERTO  ( ) ERRADO deverá aumentar.
corpo hídrico do Distrito Federal, é resultado do bar-
ramento do ribeirão Paranoá e de seus afluentes para 14. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação às disposi- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
diversos fins. Com relação a esse lago, julgue o item a ções da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), à pre-
seguir. venção e ao tratamento de incidentes e à certificação 20. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Um cidadão, por descui-
Embora a área de proteção permanente ao redor do digital ICP-Brasil, julgue o item que se seguem. do, iniciou um incêndio em sua propriedade, situada
Lago Paranoá corresponda a uma faixa de vegetação De acordo com a LGPD, qualquer entidade que interve- em área rural coberta pelo bioma campos, o que resul-
nativa preservada, as áreas edificadas dentro desse nha em uma das fases do tratamento de dados pes- tou na destruição da vegetação nativa de outras duas
perímetro são excluídas de qualquer tipo de medida soais obriga-se a garantir a segurança da informação propriedades vizinhas.
de preservação ambiental. desses dados, mesmo após o término do tratamento. A respeito da situação hipotética apresentada e de
aspectos legais a ela relacionados, julgue o próximo
( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO item.
Provocar incêndio é crime ambiental passível de res-
9. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o item que se 15. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação às disposi- ponsabilização, mesmo que praticado na modalidade

LEGISLAÇÃO GERAL E DO SETOR DO MEIO AMBIENTE


segue, com base no Código Florestal em vigor, na Lei ções da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), à pre- culposa.
de Agrotóxicos (Lei n.º 7.802/1989 e suas alterações) venção e ao tratamento de incidentes e à certificação
e na Lei n.º 9.605/1998 e suas alterações, que dispõe digital ICP-Brasil, julgue o item que se seguem. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
sobre as sanções penais e administrativas derivadas No contexto do tratamento de incidentes, estão incluí-
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. das no processo de triagem as atividades de coletar, 9 GABARITO
No manejo florestal sustentável da vegetação de examinar e interpretar tráfego de rede para dar apoio
reserva legal, é permitida, independentemente de auto- às investigações de incidentes.
rização do órgão competente, a adoção de práticas de 1 ERRADO
exploração tanto para consumo na propriedade quan- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
to para propósito comercial. 2 CERTO
16. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca de privacidade e 3 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO proteção de dados pessoais, julgue o item a seguir.
Em caso de infração à LGPD cometida por agente de 4 ERRADO
10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando a hipóte- tratamento de dados, um dos critérios para a aplica-
5 ERRADO
se de que um cidadão tenha iniciado a construção de ção da sanção administrativa ao infrator é a sua con-
uma casa sobre nascente perene em área rural do Dis- dição econômica. 6 CERTO
trito Federal, em 2018, julgue o item a seguir.
Caso a obra estivesse concluída e servisse de residên- ( ) CERTO  ( ) ERRADO 7 ERRADO
cia a uma família, sem impor riscos de agravamento
8 ERRADO
do dano ambiental ou graves riscos à saúde, não cabe- 17. (CEBRASPE-CESPE 2012) No que concerne aos
ria a sanção administrativa de demolição, nos termos aspectos processuais das leis penais extravagantes 9 ERRADO
do Decreto n.º 6.514/2008. e às inovações legais havidas no sistema processual
penal, julgue o item a seguir. 10 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO Nos crimes ambientais, é viável e possível a prorroga-
ção do prazo de suspensão condicional do processo, 205 206
Nesse momento só nos faltaria determinar uma nor-
ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES ma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa definição
de valor é feita informando as pessoas dos riscos em des-
Como vimos, o conceito de ética já foi abordado no cumprir a impessoalidade. Ou seja, trazendo esses con-

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO


tópico anterior. Portanto, os estudos terão continuida- ceitos para a prática, desrespeitar a impessoalidade é
de com as explicações sobre princípios e valores. uma improbidade administrativa, que configura crime
e possui pena. Nesse momento temos um princípio con-
OS PRINCÍPIOS sistente, um valor definido e uma norma apresentada.

Podemos conceber os princípios como sendo ali-


ÉTICA E MORAL
cerces, base para formação dos valores que tem sua Impessoalidade é um princípio

origem nos aspectos econômicos, políticos e sociais.


O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa batido: a diferença de ética e
Então, podemos os definir como juízos de valor.
moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar a sua prova.
Eles são abstratos e possuem indefinição, mas
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de estudo são princípios
orientam a intepretação da regra. Vejamos um exem- Igualdade é um valor
fundamentais das ações e do comportamento humano. A moral, por sua vez, é uma construção social. Sendo
plo que a Constituição apresenta:
assim, está condicionada a sociedade que a cerca, que a contém. A moral tem um aspecto muito mais objetivo e
representa um momento e uma cultura.
Art. 37 A administração pública direta e indireta
Alguns autores trazem ética e moral como sinônimos, mas você precisa ter muito cuidado pois, apesar de de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Deriva uma norma de conduta
serem semelhantes e abordarem a “mesma coisa” por perspectivas diferentes, as bancas dos concursos estabele- Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
cem distinções entre esses termos. princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
Pronto! Temos uma distinção clara: de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:   
= descumprir a impessoalidade é improbidade
administrativa. Disso Deriva uma norma de
Princípios A Constituição, no caput de seu art. 37, elenca prin- conduta
Universal,
Ética fundamentais ações cípios, mas não apresenta uma medida para cumpri-
atemporal
do comportamento mento de cada princípio. A norma, nesse momento,
não define quais os limites da legalidade, impessoa- Impessoalidade:
Lei de improbidade
Administrativa:
lidade, publicidade ou eficiência. Por isso, os princí- Princípios
garantia de princípio
pios são abstratos. Esse papel de definir “os limites
Construção Representa um de aplicação” dos princípios e de apresentá-los como
Moral social, ligada a momento e uma valores será exercido em um nível seguinte por meio
sua sociedade cultura das regras ou normas a serem estabelecidas.
Princípio Regra Valor
Os princípios são juízos
� � O papel de definir será � Os princípios são
Nas palavras de Francisco Amaral (2017): de valor, ou seja, são exercido em um nível juízos de valor, ou
abstratos e possuem seguinte através das seja, são abstratos e
indefinição regras possuem indefinição
A ética tem um caráter científico, por isso, suas mudanças e aplicações ocorrem de outra forma. Sua estabilidade é [...] são pensamentos diretores de uma regulamentação
muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em algum momento espera-se que mudanças em concei- jurídica, critérios para a ação e para a constituição de
normas e de institutos jurídicos [...] Como diretrizes
tos éticos ocorrerão, mas para execução de provas de concurso o conceito de universalidade e estabilidade é adequado.
gerais e básicas, servem também para fundamentar e
Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aproveitar o êxito e nos
dar unidade a um sistema ou a uma instituição.
aprofundar um pouco nos seus conceitos. Para fazer isso vamos usar um pouco de etimologia.
É conveniente analisar no estudo da Ética sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que vem do termo grego ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA
ethos, que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. A origem da palavra nos remete instantaneamente para Dica
o cerne de seu conceito que, apesar da dificuldade de estabelecer um significado único, envia-nos a um conjunto
CIDADANIA
Regras são prescrições de conduta claras e objeti-
de princípios morais ou valores que dão condição a convivência humana em sociedade. Em seguida temos a origem
vas. Já os princípios são juízos abstratos de valor Iniciamos um ponto interessante que é a aplicação
do termo moral, que tem origem no latim e seria “mos” que tem o mesmo significado de ethos e que deu origem à
palavra “moral”. que orientam a interpretação e a aplicação das dos conceitos de ética e democracia de forma articula-
regras. da. O nome do conteúdo nos informa que a união da
A distinção entre princípios e regras traduz uma ética com a democracia será o exercício da cidadania.
Dica
distinção entre dois tipos de normas. A democracia é uma palavra de origem grega for-
A Moral varia no tempo, a depender da conjuntura social. Até o Século XIX, por exemplo, considerava-se mada por dois vocábulos (demos + kratos) ou (povo +
normal que crianças trabalhassem em fábricas. Hoje, além de termos uma legislação especial (Estatuto da OS VALORES poder). Dessa forma, o nosso ponto de estudo é o con-
Criança e do Adolescente) que protege essas crianças, a sociedade entendeu a necessidade de tratamento junto da ética, do povo e de seu poder: como forma de
diferenciado a esse grupo vulnerável. O Direito recepciona em nosso ordenamento jurídico exercer a cidadania.
os valores éticos e morais apontando-os como diretri- Ética: A ética é a parte da filosofia que estuda a
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, vamos preparar uma tabela bastante objetiva zes importantes e como meios de aplicação das normas. moral, ou seja, temos uma ciência – a filosofia – e
que vai ajudar nas revisões sobre esse ponto cobrado nas provas. Assim, o direito deve ser interpretado muito além das dentro dela uma grande área – a ética. A moral é um
chamadas normas jurídicas, devendo incorporar a moral campo de estudo dentro da ética. Esse campo reflete
ÉTICA MORAL em voga naquele momento ao ordenamento jurídico. e questiona sobre as regras morais. Uma ação ética
DEFINIÇÃO Estudo filosófico, universal e atemporal, baseado em princípios Sua aplicação está voltada para a prática Os valores podem ser facilmente exemplificados, pode ser um tipo de comportamento regrado por prin-
mas sua definição é mais complexa. Por exemplo, a cípios e valores morais.
Não encontra limitações no tempo ou no espaço. É um estudo Seu alcance está condicionado ao local em que se
ALCANCE vida é um valor muito importante em nossa sociedade, Democracia:  Palavra de origem grega formada
filosófico e científico aplica e ao período cultural em que é observada
juntamente com a liberdade e a propriedade. Se vocês por dois vocábulos (demos + kratos) ou (povo + poder).
BASE Fica relacionada à reflexão, com caráter especulativo A Moral Transforma a reflexão em ação repararem, verão que existe uma relação entre os prin- Podemos inferir então que nesse regime governamen-
cípios e as expressões valor, direito, norma e regra. tal o poder de governar emana e é exercido pelo povo.
As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expressões como: “bom compor- Veja só: Cidadania: Quando um indivíduo exerce seus
tamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o candidato na hora de definir se estão tratando de Inicialmente estabelecemos um princípio: impes- deveres e goza de seus direitos dentro do Estado, tal
ética ou moral pois, apesar das distinções que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue. soalidade, por exemplo. Em seguida temos que impes- exercício compreende o que chamamos de cidadania.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos apresentados nas ques- soalidade é a igualdade no tratamento dos cidadãos. A Dessa forma, é importante que fique claro que a cida-
tões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão. 207 208 igualdade é um valor e vamos respeitá-lo. dania se dá pela junção dos deveres e dos direitos.
O exercício da cidadania plena se dá quando o cida- Tal regime de governo garante a soberania popular. Por razões óbvias a democracia indireta é predo- z Leal;
dão tem direitos civis, políticos e sociais. Ou seja, é a Essa soberania visa extrair o melhor de cada cidadão e minantemente adotada no Brasil, e é colocada em prá- z Correto;
capacidade do cidadão de poder exercer o conjunto de por meio dessa reunião buscar a máxima qualidade nas tica por meio do sufrágio universal (direito de todos z Honrado;
direitos e liberdades políticas e socioeconômicas de seu decisões. de votar e de ser votado) e do voto direto e secreto z Justo;
país. O exercício da cidadania é um complexo que abran- com igual valor para todos.
z Impessoal.
ge direitos e deveres de forma constante. O cidadão rece- Cidade-estado ”Polis” Tomada de A respeito da democracia brasileira, expõe Pedro
Democracia Lenza (2010): “estamos diante da democracia semi-
be benesses por fazer parte de uma comunidade, mas se (Tebas, Atenas, decisões pelos
Isso o torna completamente diferenciado de um
Direta
sujeita a mandamentos impostos por essa comunidade. Esparta). cidadãos. direta ou participativa, um ‘sistema híbrido’, uma
trabalhador comum. Quando um servidor, exercendo
Na lição de Nelson Dacio Tomazi (2010): democracia representativa, com peculiaridades e atri-
butos da democracia direta”. sua função, atende um cidadão, todas essas caracte-
O conceito de cidadania foi gerado nas lutas que O regime democrático pode se instalar em um sis- Reparem no texto do art. 14 da CF, de 1988: rísticas precisam se manifestar. Entenda, um servidor
estruturaram os direitos universais do cidadão. tema presidencialista, parlamentarista, republicano público deve compreender e aceitar sua situação, seu
Desde o século XVIII, muitas ações e movimentos ou monárquico – entretanto, deverá ser conferido Art. 14 A soberania popular será exercida pelo encargo, seu ônus. Esse é o motivo de suas obrigações
foram necessários para que se ampliassem o con- aos cidadãos o poder de tomar decisões políticas, na sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, possuírem características morais significativas.
ceito e a prática de cidadania. Nesse sentido, pode- forma de uma monarquia constitucional. De forma com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
A administração pública, por meio dos agentes
-se afirmar que defender a cidadania é lutar pelos direta (como nas Polis da Grécia antiga) ou de forma mediante:
direitos e, portanto, pelo exercício da democracia, indireta (por meio de representantes eleitos) como I - plebiscito; públicos, tem a missão de conduzir o estado para o
que é a constante criação de novos direitos. ocorre no Brasil. II - referendo; alcance de seus objetivos, edificando uma sociedade
Outro ponto que precisa ficar anotado para o enfren- III - iniciativa popular. solidária, de qualidade e justa. Ou seja, o agente públi-
Se nós pudéssemos esquematizar esses concei- tamento das provas objetivas de concurso é o seguinte: co no cumprimento de sua função pública deve, além
tos teríamos que montar um fluxo de eventos que se A organização política brasileira costuma ser cobra- Plebiscito – primeiro se consulta a população e de cumprir as leis, ter condutas éticas, não adiantan-
daria da seguinte forma: da nas provas com alguma incidência, justamente pela depois se toma a decisão política do apenas cumprir a lei, enquanto é antiético na con-
objetividade das questões. Questões com respostas Referendo – primeiro se toma a decisão política e dução de sua função.
profundamente objetivas não ensejam a imposição de depois se consulta a população.
Democracia: Reparem o conceito de Funcionário Público do
muitos recursos e isso é muito interessante para o apli- Lei de iniciativa popular – a população apresenta
Ética: área da filosofia (povo + poder) Decreto 1.171, de 1994:
regime de governo cador da prova. Sendo assim, anota aí! um projeto de lei à Câmara dos Deputados.
Ação popular – qualquer cidadão é parte legítima
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
ORGANIZAÇÃO BRASILEIRA para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ético, entende-se por servidor público todo aquele
Forma de governo República ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
Cidadania: qualidade do participe, à moralidade administrativa, ao meio
Exercício: prática Sistema de governo Presidencialista jurídico, preste serviços de natureza permanente,
reiterada
que o homem ostenta ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Neste
em sua comunidade
Regime de Governo Democrático tipo de ação o cidadão que se manifesta como autor temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
fica liberado dos custos da ação, desde que, comprove ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
Forma de Estado Federação tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
não estar agindo de má-fé.
Moral: conceito as autarquias, as fundações públicas, as entidades
Cidadão: pessoa que faz
parte de uma comunidade,
temporal, limitado e A Democracia Brasileira paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
correspondente a uma
possuindo direitos e de economia mista, ou em qualquer setor onde pre-
realidade - define
deveres concomitantes O Brasil adota um regime democrático e presiden-
valores
cialista. Todavia, sua democracia é direta ou indireta a
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA valeça o interesse do Estado.

depender do caso. E como isso é possível? Da seguinte Dica


Valores: Oriundos da maneira: Geralmente seguimos um plano de democra- Em cada ponto desta apostila devemos recuperar
Regras jurídicas: são moral são usados para os conceitos de ética e moral. Sendo assim, vamos
as leis, positivadas por cia indireta. Ou seja, efetivamos nossa participação O servidor público deve compreender o dever e a
construir regras relembrar os conceitos:
meio do sistema legislativo jurídicas, morais ou de como cidadãos por meio de nossos representantes elei-
ou dos decretos executivos costume tos. Porém, em alguns momentos exercemos participa- Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, honra que existe em servir à sociedade.
ção direta. Nesses momentos (de participação direta) o universal e atemporal. Seu objeto de estudo são prin-
cípios fundamentais das ações e do comportamento O servidor público é remunerado com recursos
povo é consultado sobre a tomada de decisões.
Como exemplo do exercício da democracia de for- humano. A moral, por sua vez, é uma construção social. do Estado. Por óbvio, está imbuído da prestação de
Regras morais: Sendo assim, está condicionada a sociedade que a cer- serviço de interesse público, interesse coletivo. Exis-
definições de certo ou ma indireta temos, em nosso país, o seguinte: Eleições
errado que não são leis para representantes do poder legislativo; vereadores; ca, que a contém. A moral tem um aspecto muito mais te, entre o servidor e a sociedade um dever ético. Os
no seu sentido formal deputados estaduais; federais; e senadores. objetivo e representa um momento e uma cultura. limites desse dever foram delimitados pelo Código de
Os representantes eleitos vão, então, propor Projetos Iniciamos o tópico analisando o conceito de fun-
ética do servidor federal do poder executivo, decreto
de Lei em suas respectivas esferas de atuação: munici- ção pública, que nada mais é do que a competência,
Dica lei 1.171, de 1994.
pal, estadual ou federal. Assim, os representantes eleitos, atribuição ou encargo para o exercício de determina-
da função que é conferida a alguém pela administra-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

a partir dessa representação indireta, votam e aprovam


Kant (Immanuel Kant) diferencia o direito da REFERÊNCIAS
as leis que se adaptam aos anseios de suas comunidades. ção pública. O interesse público deve ser totalmente
moral de forma bastante objetiva:
De forma simples e resumida, esse é o processo de atendido no exercício desta função. Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Aprova o
� A moral se relaciona com as condutas que
construção da maioria das leis no Brasil. O poder legis- A ideia de ética no setor público tem elementos
respeitam o dever, o amor e o bem. Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
lativo recebe projetos de lei de seus representantes e específicos. A moralidade sem dúvida é um dos prin-
� O direito se preocupa com a conduta e com através de seus membros aprova ou não as temáticas cipais. Quando pensamos em um servidor público do Poder Executivo Federal. Disponível em: http://
seus aspectos exteriores. propostas. Entenda o seguinte, os vereadores, deputa- temos uma construção diversa de um funcionário www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm
dos e senadores representam a população e sendo as de setores privados. A verdade é que o setor público
DEMOCRACIA – ORIGEM leis aprovadas por eles, indiretamente, foram aprova- estabelece normas de conduta para seus servidores e,
das pela população, pelos cidadãos. não bastasse isso, valores e princípios que deverão ser
Podemos usar como marco inicial as cidade-estado, Por outro lado, temos ainda momentos em que o cumpridos com força de lei. Veja o seguinte:
Esparta, Atenas e Tebas. Essas cidades exerciam uma exercício direto da democracia irá ocorrer. São eles:
ÉTICA NO SETOR PÚBLICO
Um servidor público pode ser obrigado, ou seja,
espécie de democracia direta. Considerando que apenas Lei de iniciativa popular; ação popular; plebiscito; tem o dever de ser, entre outros:
uma pequena parcela dos habitantes ostentava o status e referendo. Em todas essas situações a população A ética no serviço público é prescrição de conduta,
de cidadão, era viável a discussão e a tomada de deci- poderá, de forma individual, manifestar-se de acordo z Moral; é teoria aplicada na prática, é ação! A ética no serviço
sões com a participação de todos dessa minoria. com seus interesses. 209 210 z Probo; público é teoria aplicada na prática.
Observe o fluxograma abaixo, ele deve ajudar a Impessoalidade: na Administração Pública não Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua Legalidade
entender o desenvolvimento da matéria. há vontade pessoal, há apenas o condicionamento à publicação.
norma legal. O Administrador Público age em defesa
dos interesses públicos coletivos, e nunca em seu inte- O código inicia suas disposições estabelecendo as
resse pessoal ou de apenas alguns. regras deontológicas. As regras deontológicas são nor-
ÉTICA-ciência,
Moralidade: um dos princípios mais abrangentes, Finalidade
atemporal e mas de conduta de uma determinada profissão. No
MORAL-pessoal, universal
vinculada ao local pois a moral administrativa exige a conformação do caso do decreto 1.171, de 1994, as regras de conduta se
IV- A remuneração do servidor público é cus-
e ao tempo ato com a lei e com o interesse coletivo. aplicam aos servidores do poder executivo federal na teada pelos tributos pagos direta ou indireta-
Publicidade: a publicidade é um princípio necessá- administração direta e indireta. mente por todos, até por ele próprio, e por isso se
rio e que deve ser a todo momento repensado, ou seja,
exige, como contrapartida, que a moralidade
deve ser preparado para que seja presente e funcional.
Órgãos e entidades da administrativa se integre no Direito, como ele-
Desta forma, o cidadão deve ter acesso à informação e Administração Pública mento indissociável de sua aplicação e de sua fina-
essa informação deve ser completa e inteligível. Federal lidade, erigindo-se, como consequência, em fator de
Regras de Eficiência: é mais moderno que os demais. Fruto legalidade.
Código de Ética
conduta da Emenda Constitucional 19, de 1998. É um princípio
Profissional do Administração Pública
importante e legítimo, pois impõe ao servidor dever Servidor Público Essa informação despenca nas provas de concur-
Federal direta e indireta
de executar as condutas de maneira eficiente, ou seja, Civil do Pode so. Fique atento!
o trabalho deve ser desenvolvido com bom rendimen- Executivo Federal
to e poucos erros. Destinatários da
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público
medida
perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
Terminado o texto da lei, vamos nos deter nas
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL trabalho pode ser considerado como seu maior
regras deontológicas que fazem parte do anexo, assim
A Ética profissional é um conjunto de normas que DO SERVIÇO PÚBLICO – DECRETO Nº no capítulo I, seção I temos alguns incisos que mere-
patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercí-
formam a mentalidade do profissional e represen- 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 cem o devido comentário e os demais são de leitura cio profissional e, portanto, se integra na vida
tam ordem para a sua conduta. O profissional ciente obrigatória, são eles: particular de cada servidor público. Assim, os
da sua ética profissional cumpre as atividades de sua O decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994 foi fatos e atos verificados na conduta do dia-a-
profissão, seguindo os valores e princípios impostos sancionado pelo Presidente da República, tendo -dia em sua vida privada poderão acrescer ou
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a
pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho. por base o disposto no art. 37 da constituição e em leis diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
consciência dos princípios morais são primados
Quando pensamos nos funcionários públicos, seja esparsas (8.112/90 e 8.429/92).
maiores que devem nortear o servidor público, seja
qual for seu vínculo com o serviço público, temos pes- Com a aprovação do Código de Ética Profissional do
no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que Nesse ponto o código de ética afirma que a vida
soas obrigadas a aplicar um conjunto de valores éticos e Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ficam
definidos os órgãos e entidades da Administração Públi- refletirá o exercício da vocação do próprio poder privada do servidor é relevante para o desempenho
normas de comportamento para que os cidadãos possam
ca Federal direta e indireta como destinatários da medi- estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes de sua profissão. Note que os atos do profissional em
acreditar na eficiência dos serviços públicos. A própria
lei possui formas de coerção para penalizar o servidor da. O prazo para implementação foi de 60 (sessenta) serão direcionados para a preservação da honra e sua vida privada podem afetar diretamente sua car-
público que age em desacordo com suas atividades. dias, inclusive a Constituição da respectiva Comissão de da tradição dos serviços públicos. reira no serviço público.
Ética que será integrada por três servidores ou emprega-
dos titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. As palavras destacadas são de suma importância VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves-
Dica
tigações policiais ou interesse superior do Estado
para esta primeira parte e precisam ser sempre lem-
Os códigos de ética de cada categoria sinteti- e da Administração Pública, a serem preservados
bradas. É interessante que você as decore!
zam e aplicam os conceitos que apresentamos Código de Ética
em processo previamente declarado sigiloso, nos
aqui. Ou seja, prescrevem condutas, determi- termos da lei, a publicidade de qualquer ato
II - O servidor público não poderá jamais desprezar administrativo constitui requisito de eficácia
nam direitos e deveres, além de regrar como se
o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que e moralidade, ensejando sua omissão comprome-
dariam as punições e qual o seu alcance. Servidores Públicos decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o timento ético contra o bem comum, imputável a
Federais "direta e
Vamos aproveitar o ritmo que estamos adquirindo indireta" injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno quem a negar.
e olhar o texto do art. 37 da CRFB, de 1988. Esses prin- e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto
cípios serão estudados aqui e desdobrados nos estatu- e o desonesto, consoante as regras contidas no art. Dica
Comissões formadas por
tos ou códigos de ética de cada categoria. 3 servidores ou empre- 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
Princípios Constitucionais: Art. 37, da Constituição gados "cargo efetivo ou Segundo Hely Lopes Meirelles: “Ato administrativo
Federal de 1988. emprego permanente"
Nesse ponto estamos tratando do bem comum. é toda manifestação unilateral de vontade da Admi-
A Constituição da República Federativa do Brasil Veja só: o servidor deverá decidir com base em diver- nistração Pública que, agindo nessa qualidade,
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

(CRFB/88) nos determina que a administração pública Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994: sos valores, todavia seu eixo principal de orientação é tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transfe-
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, o bem comum. rir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe- Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissio- obrigações aos administrados ou a si própria”.
decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo III - A moralidade da Administração Pública não
moralidade, publicidade e eficiência. Federal, que com este baixa. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servi-
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo
A Constituição não impõe limites e definições aos Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração dor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
Pública Federal direta e indireta implementarão, ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem
princípios, mas nós precisaremos destes contornos contrária aos interesses da própria pessoa interes-
em sessenta dias, as providências necessárias à ple- comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalida-
para, mais adiante, estudarmos os procedimentos sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
administrativo disciplinares, o código de ética pro- na vigência do Código de Ética, inclusive mediante de, na conduta do servidor público, é que poderá
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder cor-
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executi- a Constituição da respectiva Comissão de Ética, consolidar a moralidade do ato administrativo. ruptivo do hábito do erro, da opressão ou da men-
integrada por três servidores ou empregados titu-
vo Federal e a Lei de Improbidade administrativa. tira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade
lares de cargo efetivo ou emprego permanente. Sempre que falamos de moralidade ou de moral
Legalidade: faz referência ao respeito estrito da Parágrafo único. A constituição da Comissão de Éti- humana quanto mais a de uma Nação.
lei. Também é chamado de princípio do procedimento ca será comunicada à Secretaria da Administração estamos nos referindo a normas de conduta ou conjunto
formal. Obriga o poder público a atuar em conformi- Federal da Presidência da República, com a indica- de normas e esse conjunto de valores, necessariamente, O servidor tem o dever de dar voz à verdade. Ainda
dade com a lei, na consecução do interesse público. ção dos respectivos membros titulares e suplentes. 211 212 depende do equilíbrio entre a legalidade e a finalidade. que em prejuízo da administração ou do interessado.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem- d) jamais retardar qualquer prestação de con- r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e DAS COMISSÕES DE ÉTICA
po dedicados ao serviço público caracterizam o tas, condição essencial da gestão dos bens, as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa direitos e serviços da coletividade a seu cargo; função, tanto quanto possível, com critério, segu- XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
que paga seus tributos direta ou indiretamen- e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços rança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa tração Pública Federal direta, indireta autárquica
te significa causar-lhe dano moral. Da mesma aperfeiçoando o processo de comunicação e conta- ordem. e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao to com o público; s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços que exerça atribuições delegadas pelo poder públi-
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido f) ter consciência de que seu trabalho é regido por por quem de direito;
ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa co, deverá ser criada uma Comissão de Ética,
princípios éticos que se materializam na adequada t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de encarregada de orientar e aconselhar sobre a
prestação dos serviços públicos;
a todos os homens de boa vontade que dedicaram fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos ética profissional do servidor, no tratamento
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e
sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus usuários do serviço público e dos jurisdicionados com as pessoas e com o patrimônio público, com-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações
esforços para construí-los. administrativos; petindo-lhe conhecer concretamente de imputa-
individuais de todos os usuários do serviço público,
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção ção ou de procedimento susceptível de censura.
espera de solução que compete ao setor em que ção, poder ou autoridade com finalidade estranha
exerça suas funções, permitindo a formação de de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, XVII- Revogado;
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa ao interesse público, mesmo que observando as for-
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
forma, de causar-lhes dano moral; malidades legais e não cometendo qualquer viola-
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati- Comissão de ética — Comissões formadas por três
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum ção expressa à lei;
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas servidores ou empregados com “cargo efetivo ou
temor de representar contra qualquer compro- v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
principalmente grave dano moral aos usuários dos emprego permanente”
metimento indevido da estrutura em que se classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
serviços públicos.
funda o Poder Estatal; mulando o seu integral cumprimento.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
Mais uma vez o Código de Ética demonstra seu i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
quicos, de contratantes, interessados e outros que DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO organismos encarregados da execução do quadro
interesse pelo desempenho do serviço público. Desta
vez, apresentando condutas que demonstram falta de visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- de carreira dos servidores, os registros sobre sua
gens indevidas em decorrência de ações imorais, XV - E vedado ao servidor público; conduta ética, para o efeito de instruir e fundamen-
comprometimento.
ilegais ou aéticas e denunciá-las; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tar promoções e para todos os demais procedimen-
tempo, posição e influências, para obter qualquer tos próprios da carreira do servidor público.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
favorecimento, para si ou para outrem;
ordens legais de seus superiores, velando atenta- Podemos separar algumas expressões chave do XIX - Revogado;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a que vimos até agora e que, se você as memorizar, XX - Revogado;
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e servidores ou de cidadãos que deles dependam;
serão um grande diferencial para seu estudo dessa XXI - Revogado;
o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
matéria. São elas: “a tempo”, “rapidez, perfeição e ren- conivente com erro ou infração a este Código de Éti- XXII - A pena aplicável ao servidor público pela
de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência dimento”, “ser probo, reto, leal e justo”, e “ser cortês,
no desempenho da função pública. ca ou ao Código de Ética de sua profissão; Comissão de Ética é a de censura e sua fundamen-
ter urbanidade”. d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar tação constará do respectivo parecer, assinado por
XII - Toda ausência injustificada do servidor de
seu local de trabalho é fator de desmoralização o exercício regular de direito por qualquer pessoa, todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
do serviço público, o que quase sempre conduz à j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas causando-lhe dano moral ou material; XXIII - Revogado;
desordem nas relações humanas. exigências específicas da defesa da vida e da e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí-
segurança coletiva; ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
Geralmente somos cobrados nesse ponto da maté- atendimento do seu mister; Dica
ria e a expressão “injustificada” é retirada da questão, A conduta de greve é mencionada e defendida pelo f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
Censura é a única penalidade imposta pelo
por isso fique atento! código de ética. E não poderia ser diferente, o direi- caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
to constitucional da greve deve ser exercido, porém interfiram no trato com o público, com os jurisdi- código de ética.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com deve existir equilíbrio entre a busca de direitos e a cionados administrativos ou com colegas hierar-
a estrutura organizacional, respeitando seus cole- manutenção de serviços de saúde e segurança. quicamente superiores ou inferiores; XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
gas e cada concidadão, colabora e de todos pode g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber ético, entende-se por servidor público todo aquele
receber colaboração, pois sua atividade pública l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prê- que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
é a grande oportunidade para o crescimento e o que sua ausência provoca danos ao trabalho orde- mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer jurídico, preste serviços de natureza permanente,
engrandecimento da Nação. nado, refletindo negativamente em todo o sistema; espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
para o cumprimento da sua missão ou para influen-
ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO ciar outro servidor para o mesmo fim;
Novamente o servidor é impelido a demonstrar tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
rendimento e presença no local de trabalho. O exercí- as autarquias, as fundações públicas, as entidades
O código de ética se foca nos deveres do servidor. deva encaminhar para providências;
cio desses valores termina por beneficiar o rendimen- i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces- paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
Novamente vamos separar algumas expressões que to e o ambiente de trabalho e sua ordem. site do atendimento em serviços públicos; de economia mista, ou em qualquer setor onde pre-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

são essenciais para o estudo desse ponto.


j) desviar servidor público para atendimento a inte- valeça o interesse do Estado.
m) comunicar imediatamente a seus superiores resse particular;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: XXV - Revogado.
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
público, exigindo as providências cabíveis; te autorizado, qualquer documento, livro ou bem
função ou emprego público de que seja titular; A definição de servidor público feita no decreto
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- pertencente ao patrimônio público;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei- 1.171, de 1994, só se aplica aos servidores do Poder
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
ção e rendimento, pondo fim ou procurando prio-
organização e distribuição; no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró- Executivo Federal na Administração Direta e Indireta.
ritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra o) participar dos movimentos e estudos que se rela- prio, de parentes, de amigos ou de terceiros; Isso se deve ao fato de que o decreto é do Presidente
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo cionem com a melhoria do exercício de suas fun- n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora da República. Caso fosse lei aprovada no Congresso
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de ções, tendo por escopo a realização do bem comum; dele habitualmente; Nacional, teríamos uma abrangência muito maior.
evitar dano moral ao usuário; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade- o) dar o seu concurso a qualquer instituição que
Fique muito atento ao fato de que o decreto não
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando quadas ao exercício da função; atente contra a moral, a honestidade ou a dignida-
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem- q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- de da pessoa humana; abrange os servidores do judiciário ou do legislativo,
pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão p) exercer atividade profissional aética ou ligar o nem mesmo os servidores dos estados, municípios ou
e a mais vantajosa para o bem comum; onde exerce suas funções; 213 214 seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. do Distrito Federal.
Fique atento, a representação de que trata este z Proceder de forma desidiosa; Permanece a remuneração devida pela participação
LEI Nº 8.112, DE 11 DEZEMBRO DE último ponto será encaminhada pela via hierárquica � As condutas desidiosas são condutas descuidadas, em conselhos de administração e fiscal das empresas
públicas e sociedades de economia mista, suas subsi-
1990: REGIME DISCIPLINAR (DEVERES e apreciada pela autoridade superior àquela contra a podendo ocorrer tanto em relação à técnica empre-
diárias e controladas, bem como quaisquer empresas
qual é formulada, assegurando-se ao representando gada no serviço quanto no zelo com os materiais.
E PROIBIÇÕES, ACUMULAÇÃO, ampla defesa. ou entidades em que a União, direta ou indiretamente,
z Utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti- detenha participação no capital social, observado o
RESPONSABILIDADES, PENALIDADES) ção em serviços ou atividades particulares; que, a respeito, dispuser legislação específica.
Das Proibições
z O uso indiscriminado do pessoal ou dos recursos
Nesse ponto da matéria vamos estudar o Regime em atividades ou serviços particulares está previs- Por outro lado, o servidor vinculado ao regime
O art. 117 apresenta condutas proibidas ao servi-
Disciplinar na 8.112, de 1990. Veja só, alguns pontos dor. Algumas são absolutamente óbvias e são da mes- da 8.112, de 1990, que acumular licitamente dois car-
to também na Lei de Improbidade administrativa
devem ficar muito claros antes que você comece a ler ma forma proibidas aos funcionários da iniciativa gos efetivos, quando for investido em cargo de pro-
como causa de enriquecimento ilícito;
os artigos e comentários desta sessão. Antes de tudo, privada, mas concurso é lei seca e, por isso, vamos dar vimento em comissão, ficará afastado de ambos os
z Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargos efetivos. Todavia, nesse ponto também temos
sempre se lembre do seguinte: uma boa olhada nessas condutas. cargo que ocupa, exceto em situações de emergên- uma exceção! É a hipótese de ocorrer a acumulação
z Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem cia e transitórias; havendo compatibilidade de horário e local com o
z O servidor goza de presunção de inocência
prévia autorização do chefe imediato; z Exercer quaisquer atividades que sejam incompa- exercício de um deles, declarada pelas autoridades
(como qualquer pessoa); máximas dos órgãos ou entidades envolvidas.
z Retirar, sem prévia anuência da autoridade compe- tíveis com o exercício do cargo ou função e com o
z O processo precisa apresentar possibilidades
tente, qualquer documento ou objeto da repartição; horário de trabalho;
concretas de ampla defesa e contraditório; Para fixar, temos, então:
z Recusar fé a documentos públicos; z Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando
z O processo se apresenta como uma sequência Acumular cargos: Ok!
z Opor resistência injustificada ao andamento de solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Acumular cargos e C. C.: Não dá!
de atos imutável. Ou seja, cada ato ocorre em
documento e processo ou execução de serviço; Acumular um cargo e um C. C. com compatibilida-
um determinado momento e depois de realiza- z Promover manifestação de apreço ou desapreço Os servidores poderão acumular algumas funções,
do não poderá ser repetido; de de horários e local: Ok!
no recinto da repartição; todavia essas são situações excepcionais. A regra é a
z Sempre existe direito de recurso no processo z Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos vedação da acumulação remunerada de cargos públi- Das Responsabilidades
disciplinar e isso pode ser chamado de duplo casos previstos em lei, o desempenho de atribui- cos. As exceções estão elencadas na Constituição e são
grau de jurisdição; ção que seja de sua responsabilidade ou de seu as seguintes: O servidor responderá civil, penal e administrati-
z As decisões que serão dadas no processo admi- subordinado; vamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
nistrativo são de ordem administrativa e não z Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia- Art. 37 [...] Cada esfera de responsabilidade se apresenta inde-
serão tomadas por um magistrado. rem-se a associação profissional ou sindical, ou a XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos pendentemente das demais.
partido político; públicos, exceto, quando houver compatibilidade A indenização de prejuízo - causada dolosamente -
TÍTULO IV - DO REGIME DISCIPLINAR z Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun- de horários, observado em qualquer caso o dispos- ao erário somente será liquidada na forma prevista no
ção de confiança, cônjuge, companheiro ou paren- to no inciso XI: art. 46 (descontos em folha) na falta de outros bens que
Capítulo I - Dos Deveres te até o segundo grau civil; a) a de dois cargos de professor;
assegurem a execução do débito pela via judicial. Toda-
z Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou via, caso o dano tenha sido causado a terceiros, o ser-
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
O nosso estudo inicia com os deveres do servidor de outrem, em detrimento da dignidade da função vidor responderá perante a Fazenda Pública, em ação
científico;
público. Sempre que tivermos uma lista objetiva no pública; regressiva. Ou seja, primeiro a Administração Pública
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
material de estudo devemos ficar atentos: a banca z Participar de gerência ou administração de socie- responderá pelo dano e, após, caso efetivamente tenha
sionais de saúde, com profissões regulamentadas; indenizado o 3º, daí sim, de forma regressiva realizará
adora questões embasadas em pontos objetivos, pois dade privada, personificada ou não personificada, XVII - a proibição de acumular estende-se a empre- o processo de cobrança contra o servidor.
isso diminui drasticamente a possibilidade do edital exercer o comércio, exceto na qualidade de acio- gos e funções e abrange autarquias, fundações,
ser alterado pelos eventuais recursos. Muito bem, nista, cotista ou comanditário. Mais uma vez, respeitando a obrigação a intrans-
empresas públicas, sociedades de economia mista, cendência, a obrigação de reparar o dano estende-se
vamos observar o que vem disposto no art. 116.  São suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta aos sucessores e contra eles será executada, até o
deveres do servidor: A vedação de que trata o último ponto não se apli- ou indiretamente, pelo poder público;  limite do valor da herança recebida.
ca nos seguintes casos:
z Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; Nos mesmos termos se apresenta a lei 8.112, de 1990: Dica
z Ser leal às instituições a que servir; I – Participação nos conselhos de administração a proibição de acumular abarca cargos, empregos e
z Observar as normas legais e regulamentares; e fiscal de empresas ou entidades em que a União A responsabilidade penal abrange os crimes e con-
funções em autarquias, fundações públicas, empresas
z Cumprir as ordens superiores, exceto quando detenha, direta ou indiretamente, participação no travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
capital social ou em sociedade cooperativa consti- públicas, sociedades de economia mista da União, do
manifestamente ilegais; Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Muni-
tuída para prestar serviços a seus membros; e A responsabilidade civil-administrativa é resulta-
z Atender com presteza: ao público em geral, pres- II – Gozo de licença para o trato de interesses parti- cípios. Ainda que lícita, a acumulação fica condicionada
tando as informações requeridas, ressalvadas as do de ato omissivo ou comissivo praticado no desem-
culares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a à comprovação da compatibilidade de horários.
protegidas por sigilo; à expedição de certidões penho do cargo ou função.
legislação sobre conflito de interesses. A definição apresentada pela lei considera como
requeridas para defesa de direito ou esclarecimen- No art. 125 a lei 8.112, de 1990, reafirma a indepen-
acumulação proibida a percepção de vencimento de dência das instâncias administrativas, sendo assim, as
to de situações de interesse pessoal; às requisições z Atuar, como procurador ou intermediário, jun- cargo ou emprego público efetivo com proventos da sanções civis, penais e administrativas poderão cumu-
para a defesa da Fazenda Pública; to a repartições públicas, salvo quando se tratar lar-se, sendo independentes entre si. Todavia, a respon-
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram
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z Levar as irregularidades de que tiver ciência em de benefícios previdenciários ou assistenciais sabilidade administrativa do servidor será afastada no
essas remunerações forem acumuláveis na atividade.
razão do cargo ao conhecimento da autoridade de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou caso de absolvição criminal que negue a existência do
companheiro; Fique atento a esse ponto. Se é licitamente acumu-
superior ou, quando houver suspeita de envolvi- fato ou sua autoria. Esse é um ponto muito importante e
z Receber propina, comissão, presente ou vantagem lável na atividade, segue acumulável na inatividade.
mento desta, ao conhecimento de outra autorida- que merece destaque no seu estudo: a responsabilidade
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; Em regra, o servidor não poderá exercer mais de
de competente para apuração; (Redação dada pela administrativa será afastada no caso de absolvição cri-
z Nesse ponto não temos apenas uma conduta proi- um cargo em comissão! A exceção do caso previsto minal que negue a existência do fato ou de sua autoria.
Lei nº 12.527, de 2011);
bida, mas nos aproximamos rapidamente dos cri- ocorrerá quando um servidor momentaneamente Em 2011 foi inserido o art. 126-A, afirmando que
z Zelar pela economia do material e a conservação
mes de corrupção passiva e ativa. Para o corrupto ocupar dois cargos em comissão: “nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil,
do patrimônio público;
e corruptor, respectivamente; penal ou administrativamente por dar ciência à auto-
z Guardar sigilo sobre assunto da repartição; z Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado Lei 8.112/90, art. 9º: O servidor ocupante de cargo ridade superior ou, quando houver suspeita de envol-
z Manter conduta compatível com a moralidade estrangeiro; em comissão ou de natureza especial poderá ser vimento desta, a outra autoridade competente para
administrativa; z Praticar usura sob qualquer de suas formas; nomeado para ter exercício, interinamente, em apuração de informação concernente à prática de cri-
z Ser assíduo e pontual ao serviço; z A conduta de praticar usura consiste em efetuar outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri- mes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda
z Tratar com urbanidade as pessoas; empréstimos cobrando lucros acima dos valo- buições do que atualmente ocupa, hipótese em que que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
z Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso res praticados pelo mercado. A conduta poderia, deverá optar pela remuneração de um deles duran- função pública. Nesse sentido se cria uma espécie de defe-
de poder. inclusive, tipificar o crime de usura. 215 216 te o período da interinidade. sa ou garantia ao servidor que efetuar a denúncia.
Das Penalidades Art. 131 As penalidades de advertência e de suspen- No prazo de cinco dias, o servidor apresentará a defesa escrita, garantindo vista do processo na repartição.
são terão seus registros cancelados, após o decur- Após a apresentação da defesa, a comissão deverá elaborar relatório respondendo quanto à inocência ou à res-
A lei 8112, de 1990, estabelece penalidades disci- so de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, ponsabilidade do servidor.
plinares e as elenca estabelecendo sua gravidade, são respectivamente, se o servidor não houver, nesse No seu relatório resumirá as peças principais dos autos e opinará sobre a licitude ou não da acumulação. Tudo
elas: período, praticado nova infração disciplinar. deverá ser fundamento e o processo remetido à autoridade instauradora, para julgamento.
Do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão em até 5 dias, aplicando-se, quan-
z Advertência; Atenção! De todas as questões presentes sobre a do for o caso, o disposto no § 3o do art. 167, prazo de 20 dias.
z Suspensão; 8.112, de 1990, nos concursos, as que tratam sobre o Atente-se ao seguinte:
z Demissão; tema demissão precisam de muita atenção. Reparem Caso o servidor faça a opção por um dos cargos ilegalmente acumulados até o último dia de prazo para sua
z Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; nas condutas impostas. defesa, o simples evento da escolha representará a sua boa-fé. Nesse caso, a escolha por um dos cargos representa
z Destituição de cargo em comissão; A demissão será aplicada nos seguintes casos: um pedido de exoneração do outro. Porém, instruído o processo e caracterizada a acumulação ilegal estará pro-
z Destituição de função comissionada. vada a má-fé! Inevitavelmente será aplicada a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou
z Crime contra a administração pública; disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese
Na aplicação das penalidades será o servidor sub- z Abandono de cargo; em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.
metido ao adequado procedimento administrativo e z Inassiduidade habitual; O prazo para conclusão do PAD é de 30 dias e admite prorrogação por até 15 dias!
serão consideradas a natureza e a gravidade da infra- z Improbidade administrativa; Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta puní-
ção cometida, os danos que dela provierem para o z Incontinência pública e conduta escandalosa, na vel com a demissão.
serviço público, as circunstâncias agravantes ou ate- repartição; Atenção! Quando o C.C. praticar infração sujeita às penalidades de suspensão e demissão será imposta a desti-
nuantes e os antecedentes funcionais. z Insubordinação grave em serviço; tuição do cargo em comissão exercido. Ainda que o ocupante do cargo em comissão tenha se exonerado antes da
Toda penalidade imposta será feita através de ato z Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particu- apuração da infração, tal exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão.
fundamentado que mencionará a causa da sanção dis- lar, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; Os casos de demissão ou de destituição de cargo em comissão, embasados nos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132,
ciplinar e seu embasamento legal. A primeira das puni- z Aplicação irregular de dinheiros públicos; implicam a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
ções será a advertência - aplicada por escrito - nos casos z Revelação de segredo do qual se apropriou em
de violação de proibição constante nos incisos I a VIII e razão do cargo; Art. 132 [...]
XIX, do art. 117, e de inobservância de dever funcional z Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri- IV – improbidade administrativa;
previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que mônio nacional; VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
não justifique imposição de penalidade mais grave. z Corrupção; X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
Esse é um ponto relevante, pois em outros estatu- z Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções XI – corrupção. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo
em comissão por infringência do art. 132, incisos IV, VIII, X e XI ou por crime contra a administração pública.
tos a advertência pode ser oral, ao passo que, na lei públicas;
8.112, de 1990, é sempre escrita. z Transgressão dos incisos ix a xvi do art. 117. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comis-
A sanção de suspensão será aplicada em caso de são por infringência do art. 132, incisos IV, VIII, X e XI ou por crime contra a administração pública.
reincidência das faltas punidas com advertência e de Sobre a acumulação ilegal de cargos, empregos ou É importante destacar o seguinte: nenhuma punição poderá ter caráter perpétuo, ou seja, nem mesmo a demissão
violação das demais proibições que não tipifiquem funções públicas, a autoridade que tiver ciência de por um grave motivo poderá ser considerada macula incurável contra o cidadão, esse é o entendimento dos nossos
infração sujeita a penalidade de demissão, não poden- irregularidade no serviço público notificará o servi- tribunais. Todavia, se a pergunta for realizada com o olhar voltado para a letra da lei, deveremos responder unica-
do exceder de 90 (noventa) dias. dor, por intermédio de sua chefia imediata, para apre- mente com base no texto apresentado pelo legislador e nesse caso não poderia retornar ao serviço público o servidor
Ponto muito importante e de grande aplicação prá- sentar opção no prazo improrrogável de dez dias, demitido ou destituído.
tica é a possibilidade de impor ao servidor que se sub- contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117 (condutas proibidas), incisos IX
meta a inspeção médica, vejam só: adotará procedimento sumário para a sua apuração e e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
regularização imediata. Vejamos:
Art. 130 § 1o  Será punido com suspensão de até 15 Esse processo administrativo disciplinar se desen-
(quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recu- volverá nas seguintes fases: IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
sar-se a ser submetido a inspeção médica determina- XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previ-
da pela autoridade competente, cessando os efeitos z Instauração, com a publicação do ato que consti- denciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
da penalidade uma vez cumprida a determinação. tuir a comissão, a ser composta por dois servidores
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a Os famosos caso de abandono de cargo e de inassiduidade habitual podem ser de amplo conhecimento, mas
As penalidades de suspensão poderão ser aplica- materialidade da transgressão objeto da apuração; ainda são capazes de motivar muitas questões. O art. 138 determina a figura do abandono de cargo e afirma que
das, quando houver conveniência para o serviço, na z Instrução sumária, que compreende indicação, configura abandono de cargo a ausência proposital do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos. O
forma de multa, na base de 50% (cinquenta por cen- defesa e relatório; art. 139, por sua vez, entende por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta
to) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o z Julgamento. dias, não consecutivos, durante o período de doze meses. Em ambos os casos também será adotado procedimento
servidor obrigado a permanecer em serviço. sumário. Em especial deverá ser observado o seguinte:
A indicação da autoria será dada pelo nome e Indicando a materialidade, em ambos os casos, das seguintes formas: 

Na suspensão fica Pena de suspen- matrícula do servidor, e a materialidade da acumu- z No abandono de cargo, pela indicação precisa do período das faltas intencionais e superiores a 30 dias;
“afastado” e sem são de férias! É lação será demonstrada pela descrição dos cargos, z Na inassiduidade habitual, pelo apontamento dos dias de falta ao serviço sem justa causa, em número igual
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remuneração uma sanção. empregos ou funções públicas em situação de acumu- ou maior que 60 dias e de forma alternada no período máximo de 01 ano.
lação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação,
Dez dias de suspensão das datas de ingresso, do horário de trabalho e do cor- Depois das apresentações será dada a oportunidade de defesa e os argumentos serão apresentados à comissão que ela-
Aplicada na forma serão - havendo con- respondente regime jurídico. Entenderam o processo?
de multa veniência - aplicados
borará relatório conclusivo versando sobre a inocência ou a responsabilidade do servidor. Por fim, remeterá o processo à
como multa.
Observem o esquema: autoridade instauradora para julgamento.
As penalidades disciplinares serão aplicadas nos termos do art. 141 e possuem um escalonamento de compe-
A multa é aplicada no
Autoria: Nome e Matrícula → Materialidade: Lista tências de acordo com a tabela abaixo:
Na razão de 50% valor da metade do dos locais onde trabalha → Materialidade: descrição
vencimento diário. das atividades e ilegalidade da acumulação. LETRA DA LEI PUNIÇÃO
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Ca- Demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilida-
Em até 3 dias após o seu início, a comissão lavrará sas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo de de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou
Considerando que as sanções não podem ser eter- a indiciação com as informações que destacamos no Procurador-Geral da República entidade
nas, da mesma forma os seus registros serão cance- esquema acima. Além disso, será promovida a citação
lados em prazo determinado. Esse cancelamento não pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imedia-
Suspensão superior a 30 (trinta) dias;
será capaz de surtir efeitos retroativos. sua chefia imediata. 217 218 tamente inferior
LETRA DA LEI PUNIÇÃO Em provas é comum que o examinador traga probi- z Entidade Privada para cuja criação ou custeio
dade e moralidade como sinônimos e essa vem sendo o erário haja concorrido ou concorra no seu
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma
Advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias a regra nas provas, mas é importante que você saiba patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci-
dos respectivos regimentos ou regulamentos,
essa sutil diferença caso a banca queira aprofundar. mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação Destituição de cargo em comissão ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
As ações disciplinares possuem prazo de prescrição positiva na 8.112, de 1990: improbidade administrativa tutelará a probidade § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na
Fique atento ao seguinte: o prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido e na organização do Estado e no exercício de suas organização do Estado e no exercício de suas fun-
não da efetiva data de seu acontecimento. funções, como forma de assegurar a integrida- ções e a integridade do patrimônio público e social
de do patrimônio público e social, nos termos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
z 5 anos – quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destitui- desta Lei. bem como da administração direta e indireta,
ção de cargo em comissão; no âmbito da União, dos Estados, dos Municí-
z 2 anos – quanto à suspensão; A primeira mudança importante da lei é que os pios e do Distrito Federal.
z 180 dias – nos casos de advertência. atos de improbidade passam a depender de uma con- § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos
duta dolosa, ou seja, não é mais admitida a modalida- de improbidade praticados contra o patrimônio
Outro ponto muito relevante é o seguinte, os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infra- de culposa nos atos de improbidade. de entidade privada que receba subvenção, benefício
ções disciplinares capituladas também como crime e esse dispositivo tem uma aplicação muito relevante quando O § 2º traz o conceito de dolo. Além disso, é impor- ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou
analisamos as questões sobre demissão. Da mesma forma temos causas interruptivas da prescrição. Tanto a aber- tante que você saiba que o dolo aqui descrito é o dolo governamentais, previstos no § 5º deste artigo.
tura de sindicância, quanto a instauração de processo disciplinar interrompem a prescrição, até a decisão final § 7º Independentemente de integrar a administra-
específico, ou seja, a intenção de alcançar o resultado
proferida por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do ção indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei
dia em que cessar a interrupção. exemplo; um servidor frauda a licitação para benefi-
os atos de improbidade praticados contra o
ciar um amigo.
patrimônio de entidade privada para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrati-
seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressar-
va as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.
cimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de
DISPOSIÇÕES GERAIS E ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e
Com relação às entidades privadas que, mesmo
11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. 
No dia 26 de outubro de 2021 foi publicada a Lei 14.230, de 2021, que traz alterações significativas na Lei § 3º O mero exercício da função ou desempenho de não integrando a administração indireta, recebem
de Improbidade Administrativa — Lei 8.429, de 1992. Faremos a análise da Lei de Improbidade apontando tais competências públicas, sem comprovação de ato dinheiro público “criação ou custeio o erário haja con-
alterações. doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade corrido ou concorra no seu patrimônio ou receita” o
A Improbidade Administrativa tem fundamento no princípio da moralidade e no § 4º, art. 37, da Constituição por ato de improbidade administrativa.         ressarcimento dos prejuízos será limitado à repercus-
Federal; § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disci- são do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
plinado nesta Lei os princípios constitucionais do Exemplo: uma entidade privada recebe R$
Art. 37 [...] direito administrativo sancionador. 55.000,00 de dinheiro público, então ela poderá plei-
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função públi-
tear em ação de Improbidade Administrativa o ressar-
ca, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível. Quando o legislador diz no § 4º que se aplicam ao cimento dos prejuízos até o limite de 55.000,00.
sistema de improbidade os princípios constitucionais
do direito administrativo sancionador, quer dizer que § 8º Não configura improbidade a ação ou omis-
Dica são decorrente de divergência interpretativa da lei,
serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao
Para memorizar as sanções do mencionado artigo: PARIS direito penal que protejam e beneficiem o réu, como, baseada em jurisprudência, ainda que não pacifica-
Perda da função pública por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica. da, mesmo que não venha a ser posteriormente pre-
Ação Penal Nesse sentido, observe este julgado do Superior valecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos
Ressarcimento Tribunal de Justiça sobre o tema direito administra- tribunais do Poder Judiciário.
Indisponibilidade dos bens tivo sancionador:
Suspensão dos direitos políticos No § 8º a Lei deixa claro que as divergências inter-
[...] o tema insere-se no âmbito do Direito Adminis- pretativas das leis, baseadas em jurisprudências não
Nesse sentido, percebe-se que a Administração Pública, além da legalidade formal, precisa observar, também, trativo sancionador e, segundo doutrina e jurispru- configuram ato de improbidade. Se um agente públi-
os princípios éticos de lealdade, da boa-fé e de regras que assegurem a boa administração. dência, em razão de sua proximidade com o Direito co, por exemplo, efetua a dispensa de licitação em
O art. 1º dispõe que o sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probi- Penal, a ele se estende a norma do artigo 5º, XVIII, uma hipótese na qual há divergência jurisprudencial
dade na organização do Estado. E qual seria a diferença entre probidade e moralidade? Existe diferença ou são da Constituição da República, qual seja, a retroati- a respeito da possibilidade ou impossibilidade de dis-
sinônimos? pensa em tal situação não há que se falar em impro-
vidade da lei mais benéfica” (REsp 1.353.267; e, em
Ambos têm fundamento na ideia de honestidade, mas a moralidade é um conceito jurídico indeterminado tra-
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idêntico sentido, o RMS 37.031). bidade mesmo que posteriormente a interpretação


zido como princípio constitucional no caput do art. 37, da CF. Segundo Di Pietro, “a moralidade exige basicamente
honestidade, observância das regras de boa administração, atendimento ao interesse público, boa-fé, lealdade.” (DI prevalente seja contrária ao ato praticado pelo agente.
PIETRO, 2020) SUJEITOS PASSIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE Esse dispositivo garante mais segurança jurídica.
Já a probidade é prevista em lei. A improbidade é gênero que alcança atos de ilegalidade, imoralidade e qual-
quer violação a princípios da Administração Pública. Ainda nos ensinamentos de Di Pietro, Os parágrafos 5º, 6º e 7º descrevem os sujeitos SUJEITOS ATIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE
passivos do ato de improbidade, que são aqueles que
Comparando moralidade e probidade, pode-se afirmar que como princípios, significam praticamente a mesma coisa, sofrem o ato. São eles: O sujeito ativo é aquele que pratica o ato descrito
embora algumas leis façam referência às duas separadamente, do mesmo modo que há referência aos princípios da na Lei de Improbidade e segundo dispõe a norma, con-
razoabilidade e da proporcionalidade como princípios diversos, quando este último é apenas um aspecto do primei- z Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem sidera-se sujeito ativo os agentes políticos, servidores
ro. No entanto, quando se fala em improbidade como ato ilícito, como infração sancionada pelo ordenamento jurí- como da Administração Direta e Indireta, no públicos, aqueles que exercem, ainda que transitoria-
dico, deixa de haver sinonímia entre as expressões improbidade e imoralidade, porque aquela tem um sentido muito âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
mais amplo e muito mais preciso que abrange não só atos desonestos ou imorais, mas também e principalmente atos
do Distrito Federal; designação, contratação ou qualquer outra forma de
ilegais. Na lei de improbidade administrativa (lei nº 8.429/92), a lesão à moralidade administrativa é apenas uma das
z Entidade Privada que receba subvenção, bene- investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
inúmeras hipóteses de atos de improbidade previstas na lei.1
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes função. Aqui entra a figura do mesário, do jurado, do
1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo - 33ª Ed.2020. P. 1041-1042. 219 220 públicos ou governamentais citados acima; estagiário etc.
Além deles, temos como sujeito ativo também aqueles que mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao Minis-
concorram dolosamente para a prática do ato de improbidade. tério Público competente, para as providências necessárias.
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos ape-
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que nas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido.
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipótese de alte-
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. ração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obri-
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, gação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicá-
pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, veis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou
termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.

A responsabilidade sucessória teve alguns acréscimos. Nas hipóteses de dano ao erário e enriquecimento ilíci-
O art. 2º descreve o conceito de Agente Público; podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de agentes to, se houver o falecimento do causador do dano o sucessor ou o herdeiro ficam obrigados à reparação até o limite
públicos em sentido amplo e seriam os: do valor da herança ou do patrimônio transferido.
Essa regra já estava prevista no texto anterior da Lei de Improbidade. A novidade agora é que a responsabili-
z Agentes Políticos; dade sucessória de que trata o art. 8º aplica-se também nas hipóteses de:
z Servidores Públicos;
z Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig- z Alteração contratual;
nação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função; z De transformação;
z O particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de z De incorporação;
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equiva- z De fusão;
lente (Particular Equiparado a Agente Público). z De cisão societária.

Observe que o parágrafo único do art. 8º-A traz uma redação cheia de detalhes importantes e pode ser muito
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
explorado em provas. Abanca examinadora pode usar tal dispositivo para elaborar questões que podem induzi-lo
ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.
ao erro. Por isso, é muito importante memorizar o conteúdo, já que a maioria das provas cobra o texto da lei.
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo
Sendo assim, atente-se para as informações na tabela a seguir.
ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e
benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. FUSÃO E INCORPORAÇÃO
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja tam-
Responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano causado
bém sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.
Até o limite do patrimônio transferido
O art. 3º traz algumas novidades importantes, pois dispõe que: Não aplicando as demais sanções decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação
Exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados

DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


Os Sócios, Salvo se, comprovadamente,
Não respondem pelo atoa As hipóteses de improbidade administrativa estão divididas em três espécies; art. 9º: atos que importam enri-
os Cotistas houver participação e
de improbilidade que quecimento ilícito, art. 10: atos que causam prejuízo ao erário e art. 11: atos que atentam contra os princípios da
os diretores e os benefícios diretos, caso em
venha a ser imputado à administração pública.
colaboradores de pessoas responderão nos limites da
pessoa jurídica O art. 10-A, incluído em 2016 que tratava dos atos de improbidade administrativa decorrentes de concessão ou
jurídica de direito privado sua participação
aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário deixou de existir como espécie de ato e foi incorporado
em uma das hipóteses de atos que causam lesão ao erário.
Além disso, o rol de hipótese que antes era exemplificativo agora se tornou rol taxativo. O rol exemplificativo
é aquele que pode ser acrescido por outras hipóteses, já o rol taxativo traz uma relação de situações restritas às
Além disso, as sanções trazidas nessa lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato praticado seja tam- quais não haverá acréscimo.
bém sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei Anticorrupção.
Ainda com relação aos agentes políticos, pode-se citar como exemplos os Chefes do Executivo e seus auxi- Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
liares diretos; membros do Legislativo, membros do Judiciário; membros do Ministério Público; membros dos
Tribunais de Contas e representantes diplomáticos. Da leitura dos artigos você vai perceber que nessa espécie existe um enriquecimento, um aumento patrimo-
A Lei 14.230, de 2021, incluiu expressamente “agente político” como agente público, consolidando o que a nial do agente com a prática dos atos descritos.
jurisprudência já decidia a respeito da aplicação da Lei de Improbidade aos Agentes Políticos. Com relação aos Observe os verbos: receber, perceber, adquirir, usar, incorporar, utilizar para conseguir qualquer tipo de
Chefes do Executivo, é importante ficar atento para a exceção quanto ao Presidente da República. Veja: vantagem patrimonial indevida.

Ementa: Direito Constitucional. Agravo Regimental em Petição. Sujeição dos Agentes Políticos a Duplo Regime San- Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática
cionatório em Matéria de Improbidade. Impossibilidade de Extensão do Foro por Prerrogativa de Função à Ação de de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de
Improbidade Administrativa. 1. Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
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sujeitos a um duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indi-
atos de improbidade administrativa, quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de reta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
responsabilidade [...]2 atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou
Ou seja, para os Prefeitos e Governadores temos a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, inclusive imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
com a possiblidade de duplo regime sancionatório (pela Lei de Improbidade e mediante Impeachment) e não há III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou
foro por prerrogativa de função, ou seja, o julgamento será em primeira instância. Já com relação ao Presidente o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
da República não há a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, uma vez que o Presidente da República IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
já tem um sistema próprio de punição dentro da Constituição Federal com uma previsão específica para crimes referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou de terceiros contratados por essas
de responsabilidade. entidades;
Lembre-se sempre de responder de acordo com o comando da questão, se a questão citar “de acordo com V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos
entendimento do Supremo Tribunal Federal” você já terá conhecimento suficiente para responder à questão. Se de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa
ela trouxer apenas o texto da lei, considere o texto legal. de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer
2 Pet 3240 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2018, dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou carac-
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-171 DIVULG 21-08-2018 PUBLIC 22-08-2018. 221 222 terística de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou § 1º Nos casos em que a inobservância de forma- XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente
mandato, de cargo, de emprego ou de função pública, e locação de bem ou serviço por preço superior ao de lidades legais ou regulamentares não implicar em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
em razão deles, bens de qualquer natureza, decorren- mercado; perda patrimonial efetiva, não ocorrerá impo- terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
tes dos atos descritos no caput deste artigo, cujo valor VI - realizar operação financeira sem obser- sição de ressarcimento, vedado o enriqueci- ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à vância das normas legais e regulamentares ou mento sem causa das entidades referidas no art. em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
renda do agente público, assegurada a demonstração aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 1º desta Lei. para o exercício de cargo em comissão ou de con-
pelo agente da licitude da origem dessa evolução; VII - conceder benefício administrativo ou fis- fiança ou, ainda, de função gratificada na adminis-
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da
cal sem a observância das formalidades legais tração pública direta e indireta em qualquer dos
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ativi- atividade econômica não acarretará improbi-
ou regulamentares aplicáveis à espécie; Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
dade de consultoria ou assessoramento para pessoa dade administrativa, salvo se comprovado ato
VIII - frustrar a licitude de processo licitató- e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser doloso praticado com essa finalidade. designações recíprocas;
atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente rio ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou XII - praticar, no âmbito da administração públi-
das atribuições do agente público, durante a atividade; O parágrafo segundo, do referido artigo, reforça a ca e com recursos do erário, ato de publicidade
IX - perceber vantagem econômica para interme- dispensá-los indevidamente, acarretando perda
patrimonial efetiva; ideia de que os atos descritos na lei de improbidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da
diar a liberação ou aplicação de verba pública de qual- Constituição Federal, de forma a promover
IX - ordenar ou permitir a realização de despe- precisam de dolo, ou seja, a vontade livre e consciente
quer natureza; inequívoco enaltecimento do agente público e
sas não autorizadas em lei ou regulamento; de alcançar o resultado ilícito.
X - receber vantagem econômica de qualquer natu- personalização de atos, de programas, de obras, de
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou
reza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
de renda, bem como no que diz respeito à conserva- Dos Atos de Improbidade Administrativa que
providência ou declaração a que esteja obrigado;
ção do patrimônio público; Atentam Contra Os Princípios Da Administração
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri- XI - liberar verba pública sem a estrita obser- O nepotismo passou a ser considerado de forma
mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do Pública expressa como ato de improbidade que atenta contra
vância das normas pertinentes ou influir de
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. qualquer forma para a sua aplicação irregular; princípios. Já existe previsão sobre o nepotismo na Súmu-
1° desta lei; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que Com relação aos atos de improbidade que aten- la Vinculante número 13 do Supremo Tribunal Federal,
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas terceiro se enriqueça ilicitamente; tam contra os princípios, a conduta do agente de mas o legislador resolveu incluir, também, no texto da Lei
ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti- XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço alguma forma vai violar os princípios que norteiam de Improbidade reforçando a vedação ao nepotismo.
dades mencionadas no art. 1° desta lei. particular, veículos, máquinas, equipamentos ou a atividade da administração pública. Como é um rol Tal inclusão se mostra muito importante, pois,
material de qualquer natureza, de propriedade ou à menor, se você memorizar as hipóteses do art. 11 e apesar de já existir uma decisão sumulada a respeito
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam disposição de qualquer das entidades mencionadas da proibição do nepotismo por violar a Constituição
tiver em mente o raciocínio explicado acima nos arts.
Prejuízo Ao Erário no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servi- Federal, a falta de norma expressa sobre o assunto no
9º e 10, fica fácil identificar na questão o que é o enri-
dor público, empregados ou terceiros contratados âmbito da improbidade administrativa poderia levar
Já nos atos que causam prejuízo ao erário, não há quecimento ilícito e o prejuízo ao erário.
por essas entidades. a questionamentos com relação a aplicação de san-
um proveito econômico pelo agente, ocorre um pre- XIV - celebrar contrato ou outro instrumento ções. Agora, o nepotismo caracteriza ato de improbi-
juízo aos cofres públicos. Aqui, o agente vai contri- Art. 11 Constitui ato de improbidade administrativa
que tenha por objeto a prestação de serviços públi- dade que viola princípios e está sujeita às cominações
que atenta contra os princípios da administração
buir para que outro enriqueça às custas do dinheiro cos por meio da gestão associada sem observar legais previstas no art. 12, da Lei de Improbidade.
as formalidades previstas na lei; pública a ação ou omissão dolosa que viole os deve-
público, deixar de observar alguma exigência previs-
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio res de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
ta em lei, e essa inobservância causa algum prejuízo, § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas
público sem suficiente e prévia dotação orça- caracterizada por uma das seguintes condutas: contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº
por exemplo: frustrar a licitude de licitação ou proces-
mentária, ou sem observar as formalidades I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente have-
so seletivo acarretando perda patrimonial etc. Perce-
previstas na lei. 2021) rá improbidade administrativa, na aplica-
ba que com esse raciocínio não dá para confundir as II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, ção deste artigo, quando for comprovado na
duas espécies. de 2021) conduta funcional do agente público o fim de
para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou III - revelar fato ou circunstância de que tem obter proveito ou benefício indevido para si ou
Art. 10 Constitui ato de improbidade administra-
valores públicos transferidos pela administração ciência em razão das atribuições e que deva para outra pessoa ou entidade.
tiva que causa lesão ao erário qualquer ação ou
pública a entidades privadas mediante celebração permanecer em segredo, propiciando beneficia-
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprova-
de parcerias, sem a observância das formali- mento por informação privilegiada ou colocando Outro ponto importante diz respeito à previsão do
damente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
dades legais ou regulamentares aplicáveis à em risco a segurança da sociedade e do Estado; parágrafo primeiro o qual dispõe que somente haverá
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou have-
espécie; IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em improbidade administrativa, quando for comprova-
res das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa físi- razão de sua imprescindibilidade para a seguran- do o fim de obter proveito ou benefício indevido.
notadamente: ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ça da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses Novamente o legislador faz ênfase à proibição de
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, ou valores públicos transferidos pela administração instituídas em lei; haver condutas culposas nos atos de improbidade
para a indevida incorporação ao patrimônio par- pública a entidade privada mediante celebração de V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o cará- administrativa e caberá ao Ministério Público, titu-
ticular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de ren- parcerias, sem a observância das formalidades
ter concorrencial de concurso público, de cha- lar da ação, provar que nas hipóteses descritas nesse
das, de verbas ou de valores integrantes do acervo legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
mamento ou de procedimento licitatório, com artigo o agente tinha a finalidade de obter proveito ou
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta XVIII - celebrar parcerias da administração
vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou benefício indevido para si ou para outra pessoa.
Lei; pública com entidades privadas sem a obser-
II - permitir ou concorrer para que pessoa físi- vância das formalidades legais ou regulamen- indireto, ou de terceiros;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obri- § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a
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ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas tares aplicáveis à espécie;


gado a fazê-lo, desde que disponha das condições quaisquer atos de improbidade administrativa tipi-
ou valores integrantes do acervo patrimonial das XIX - agir para a configuração de ilícito na
para isso, com vistas a ocultar irregularidades; ficados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a celebração, na fiscalização e na análise das outros tipos especiais de improbidade administrati-
observância das formalidades legais ou regu- prestações de contas de parcerias firmadas pela VII - revelar ou permitir que chegue ao conhe-
va instituídos por lei.
lamentares aplicáveis à espécie; administração pública com entidades privadas; cimento de terceiro, antes da respectiva
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela divulgação oficial, teor de medida política ou categoria de que trata este artigo pressupõe
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou administração pública com entidades privadas sem econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, a demonstração objetiva da prática de ilega-
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patri- a estrita observância das normas pertinentes bem ou serviço. lidade no exercício da função pública, com a
mônio de qualquer das entidades mencionadas no art. ou influir de qualquer forma para a sua apli- VIII - descumprir as normas relativas à celebra- indicação das normas constitucionais, legais
1º desta lei, sem observância das formalidades cação irregular. ção, fiscalização e aprovação de contas de parce- ou infralegais violadas.
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, rias firmadas pela administração pública com
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou de 2021) entidades privadas. A exigência do parágrafo 3º diz respeito à neces-
locação de bem integrante do patrimônio de qual- XXII - conceder, aplicar ou manter benefício IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, sidade de motivação, fundamentação de todas as ale-
quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o de 2021) gações feitas, assim como deve ser feito nas decisões
ainda a prestação de serviço por parte delas, por caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, proferidas pelo judiciário, indicando as normas que
preço inferior ao de mercado; 116, de 31 de julho de 2003. 223 224 de 2021) foram violadas pelo agente público.
Ou seja, se o Ministério Público ingressou com uma A Lei 14.230, de 2021, trouxe algumas alterações § 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do
ação contra um agente público pelo suposto come- com relação às sanções. A suspensão dos direitos polí- réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção
timento de ato de improbidade administrativa que ticos terá prazo máximo de 14 anos e o valor das mul- do ato de improbidade.
atenta contra princípios, não basta citar que cometeu tas diminuiu. Veja: § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções,
tal ato, é preciso demonstrar de forma objetiva e indi- de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.
car as normas constitucionais, legais ou infralegais Art. 12 Independentemente do ressarcimento
que foram violadas. integral do dano patrimonial, se efetivo, e das san- O § 3º respeita os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade que consistem basicamente na adequa-
ções penais comuns e de responsabilidade, civis e ção entre meios e fins e é dividido em três subprincípios:
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este administrativas previstas na legislação específica,
artigo exigem lesividade relevante ao bem está o responsável pelo ato de improbidade sujeito � Adequação: verificar se a decisão ou conduta alcançará o ato/resultados almejados;
jurídico tutelado para serem passíveis de sancio- às seguintes cominações, que podem ser aplicadas � Necessidade: verificar se há um meio menos gravoso e igualmente eficaz para ser adotado;
namento e independem do reconhecimento da isolada ou cumulativamente, de acordo com a � Proporcionalidade em sentido estrito: significa verificar se as restrições decorrentes são compensadas pelos
produção de danos ao erário e de enriqueci- gravidade do fato: benefícios que serão gerados.
mento ilícito dos agentes públicos I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou
§ 5º Não se configurará improbidade a mera valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda
No âmbito da Lei de Improbidade, o objetivo desse parágrafo é que na aplicação das sanções às pessoas jurí-
nomeação ou indicação política por parte dos da função pública, suspensão dos direitos políticos
dicas, deve-se levar em consideração os efeitos econômicos e sociais para não tornar inviável a continuidade das
detentores de mandatos eletivos, sendo neces- até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equi-
valente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
atividades prestadas pela pessoa jurídica.
sária a aferição de dolo com finalidade ilícita
por parte do agente. ção de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta § 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pes- contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de improbidade, observa-
O legislador deixa claro no § 4º, do art. 11, que os dos os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, conforme
soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo pra-
atos de improbidade referidos no artigo exigem lesi- disposto no § 3º deste artigo.
zo não superior a 14 (catorze) anos;
vidade relevante ao bem jurídico tutelado, ou seja,
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens
para que os atos aqui descritos sejam passíveis de Com relação à sanção de proibição de contratar, em regra, será aplicada só no âmbito do ente lesado, por exem-
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
sanção será necessário que o aplicador da norma (o se concorrer esta circunstância, perda da função plo, um servidor municipal cometeu um ato de improbidade que gerou lesão ao erário no respectivo Município. Sen-
Juiz) no caso concreto observe se a conduta praticada pública, suspensão dos direitos políticos até 12 do assim, a proibição de contratar com o poder público será aplicada somente ao Município onde ocorreu a lesão.
foi capaz de causar uma lesividade relevante ao bem (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente No entanto, excepcionalmente e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de con-
jurídico protegido. ao valor do dano e proibição de contratar com o tratar poderá extrapolar o ente público lesado.
Além disso, a aplicação da sanção por violação aos poder público ou de receber benefícios ou incenti- Além disso, outro ponto importante acrescido pela Lei 14.230, de 2021, é a necessidade de a sanção de proibi-
princípios não vai depender da ocorrência de danos ao vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ção de contratação com o poder público constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS)
erário ou de enriquecimento ilícito dos agentes. Se por ainda que por intermédio de pessoa jurídica da observadas as limitações territoriais contidas na decisão judicial.
exemplo um agente público deixar de prestar contas qual seja sócio majoritário, pelo prazo não supe-
quando esteja obrigado a fazê-lo, com vistas a ocultar rior a 12 (doze) anos; § 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à apli-
irregularidades por ele praticadas e ficar provado o dolo III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de cação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso,
da conduta mesmo não havendo um prejuízo ao erário multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor nos termos do caput deste artigo.
ou enriquecimento, o agente será responsabilizado. da remuneração percebida pelo agente e proibição § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o
de contratar com o poder público ou de receber ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire- fatos.
ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão
Importante! pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo observar o princípio constitucional do non bis in idem.
prazo não superior a 4 (quatro) anos; § 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional de
Com relação ao ato de frustrar procedimen- IV - (revogado). Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas as
to licitatório, tome cuidado, pois o examinador § 1º A sanção de perda da função pública, nas limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo.
pode te induzir ao erro, já que tal ato é encontra- hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sen-
do tanto no art. 10 quanto no art. 11 sendo que atinge apenas o vínculo de mesma qualida- tença condenatória.
a diferença é: de e natureza que o agente público ou políti- § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroa-
� Se houver perda patrimonial efetiva → Prejuízo ao co detinha com o poder público na época do tivamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória.
erário; cometimento da infração, podendo o magistra-
do, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e Conforme dispõe o § 6º, se um agente estiver sendo processado pelo mesmo fato nas três esferas (criminal, civil
� Se não houver perda patrimonial efetiva → Atenta
em caráter excepcional, estendê-la aos demais e administrativa) e ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano em sede de improbidade adminis-
contra princípios. vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e trativa deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias referidas.
a gravidade da infração. O § 10 fala sobre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória. A sentença condenató-
DAS PENAS ria transitada em julgado é aquela da qual não caiba mais recurso tornando-se definitiva. Já a decisão colegiada,
O § 1º dispõe que a perda da função pública só é a decisão proferida em 2ª instância. Sendo assim, a contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos
vai alcançar o vínculo que o agente público deti- políticos será a partir da condenação em 2ª instância.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Em decorrência da independência das instâncias, nha ao tempo do cometimento da infração.


as sanções previstas no art. 12 não excluem a possi- Importante lembrar, também, que as sanções trazidas no art. 12 só podem ser executadas após o trânsito
Para facilitar seu estudo, vejamos um exemplo: Um em julgado da sentença condenatória que será proferida após o regular processo judicial que garanta contra-
bilidade de responsabilização do agente em âmbito
servidor público efetivo que ocupa o cargo de Analis- ditório e ampla defesa ao acusado.
criminal, civil e administrativo.
ta no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região na Analisando provas anteriores, percebe-se que a parte das disposições gerais da lei, o capítulo referente aos
Além disso, é importante não confundir o ressar-
cimento integral do dano com a multa, são coisas Comarca de Belo Horizonte foi licenciado para exercer atos de improbidade e o capítulo das penas são os mais cobrados em provas de concursos. É claro que tudo que
diferentes. O ressarcimento integral do dano ocor- o mandato eletivo de Prefeito no Município. No curso está previsto na lei pode ser abordado em provas, mas já que esse é um dos tópicos de maior incidência, segue um
rerá sempre que houver dano, trata-se de uma conse- do mandato eletivo ele comete ato de improbidade, quadro para facilitar a memorização das sanções previstas na lei.
quência lógica decorrente da conduta ilícita. Se, por nessa circunstância, caso ele seja condenado, a perda
exemplo um agente público incorporar, por qualquer da função pública será aplicada apenas ao mandato
forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou eletivo não atingindo seu cargo efetivo de Analista.
valores integrantes do acervo patrimonial das entida- Nas hipóteses previstas no inciso I do caput desse
des referidas na lei esse agente tem o dever de ressar- artigo (os casos que importam enriquecimento ilícito) o
cir o dano que foi causado a essa entidade, seja dano Magistrado poderá, em caráter excepcional, estender a
financeiro ou patrimonial. Já a multa é uma sanção perda da função aos demais vínculos, consideradas as
aplicada pela prática do ato ilícito. circunstâncias do caso e a gravidade da infração. 225 226
Quadro Comparativo das Penas Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre-
sentante para acompanhar o procedimento administrativo.
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO PREJUÍZO AO ERÁRIO ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS
SANÇÃO INDISPONIBILIDADE DE BENS
(ART. 9º) (ART.10) (ART. 11)
PERDA DA A indisponibilidade de bens é uma medida cautelar que pode ser requerida antes ou no curso da ação principal e visa
Sim Sim --- a garantir a futura devolução de dinheiro público em caso de condenação. Imagine que um agente público esteja sendo
FUNÇÃO PÚBLICA
SUSPENSÃO investigado pela possível prática de ato que gerou enriquecimento ilícito, é possível que o indiciado acabe com todo o seu
DOS DIREITOS Até 14 anos Até 12 anos --- patrimônio, transfira para outras pessoas e ao final do processo judicial não seja possível o ressarcimento aos cofres públi-
POLÍTICOS cos. Para evitar que isso ocorra, o Ministério Público irá requerer ao Juiz essa medida cautelar para garantir o ressarcimento
do prejuízo quando for proferida a decisão transitada em julgado.
PERDA DOS BENS Quando essa medida for deferida pelo juiz, o investigado ou indiciado não poderá se desfazer de seus bens. Tal medi-
ACRESCIDOS Sim Sim se houver --- da de certa forma “trava” o patrimônio, bloqueia os bens e ele não poderá, por exemplo, vender imóveis, movimentar
ILICITAMENTE aplicações financeiras, valores em conta bancária etc. Foram acrescidos alguns artigos que regulamentam de forma mais
MULTA CIVIL Valor do acréscimo patrimonial Valor do dano Até 24X o valor da remuneração detalhada a indisponibilidade. Além disso, não existe mais o sequestro de bens na lei.
PROIBIÇÃO DE Art. 16 Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente,
CONTRATAR pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
OU RECEBER Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.
BENEFÍCIOS § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
FISCAIS § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado indepen-
dentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei.
Importante: Ressarcimento integral do dano: Aplicável sempre que houver dano efetivo. § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a inves-
tigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado
DA DECLARAÇÃO DE BENS no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a
Na redação anterior, ou o agente entregava a declaração de bens elaborada por ele mesmo ou poderia se forma demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo,
facultativa entregar a cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza. nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.
Na atual redação, o agente deve entregar a declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal
(Declaração de Imposto de Renda). Tal declaração deve ser atualizada anualmente e na data em que o agente público Importante ressaltar que agora a lei exige a demonstração de perigo irreparável, antes o Superior Tribunal
deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a declaração ou prestá-la falsa sofrerá a pena de demissão. de Justiça entendia que o periculum in mora — perigo da demora — era implícito, presumido no referido disposi-
tivo. Com as alterações, é preciso demonstrar perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo.
Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de imposto Para entender melhor imagine o seguinte. Um agente público está sendo investigado por, supostamente, ter
de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do incorporado ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entida-
Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
des mencionadas na lei. Há fortes indícios da praticado do referido ato e no curso da investigação o Ministério
§ 1º (Revogado).
Público percebe que o agente está começando a dilapidar todo o seu patrimônio gerando o perigo de dano
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, uma vez que a essa conduta poderia inviabilizar o
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar ressarcimento dos valores indevidamente incorporados. No caso hipotético narrado, se o Ministério Público
a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que prestar conseguir convencer o Juiz de que a conduta do investigado gera perigo de dano irreparável (desfazer-se do patri-
declaração falsa. mônio) ou risco ao resultado útil do processo (impossibilitando a futura reparação do dano) a indisponibilidade
§ 4º (Revogado). de bens será deferida.

DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que
O procedimento administrativo é realizado internamente com o intuito de investigar o suposto ato praticado por um recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
agente público. O início do processo administrativo pode se dar de ofício, ou seja, pela própria administração ou mediante § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o
representação de qualquer pessoa. Após a representação, a autoridade determinará a apuração dos fatos, observada a montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente, se for um agente federal, por exemplo, o § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida
procedimento observará a Lei 8.112, de 1990. a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
Já o processo judicial é instaurado no judiciário mediante petição apresentada pelo Ministério Público, que é o titular da do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
referida ação, para aplicação das penalidades referidas no art. 12 aos agentes públicos e aos particulares que mesmo não § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
sendo agentes públicos, induzam ou concorram dolosamente para a prática do ato de improbidade. os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de descon-
São procedimentos independentes; no processo administrativo serão aplicadas as sanções de natureza admi- sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
nistrativa podendo inclusive ser aplicada a pena de demissão. O processo administrativo é mais rápido e a decisão § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
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de demissão em âmbito administrativo produz efeitos imediatos em decorrência dos princípios da autoexecuto- urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
riedade e da presunção de legitimidade dos atos. Sendo assim, a entidade que sofreu a lesão poderá instaurar um § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
processo administrativo, demitir o agente público e na ação judicial haverá a aplicação das demais penalidades mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
referidas na lei. § 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instau- sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
rada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. § 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as for- acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
malidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos § 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
termos do art. 22 desta lei. efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legis- § 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
lação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente. em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta corrente.
Art. 15 A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência § 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. 227 228 seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
A nova lei trouxe alguns dispositivos que possivelmente vão gerar uma certa discussão entre doutrinadores e II - será instruída com documentos ou justificação que § 15 Se a imputação envolver a desconsideração de
estudiosos do Direito Administrativo e talvez você já tenha até lido algum artigo a respeito ou ouviu algum profes- contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos pessoa jurídica, serão observadas as regras previstas
sor falando sobre isso, mas para provas de concursos, fique com o que está previsto na letra da lei. Para facilitar e do dolo imputado ou com razões fundamentadas nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16
o entendimento deste tópico, veja o fluxograma que segue: da impossibilidade de apresentação de qualquer des- de março de 2015 (Código de Processo Civil).
sas provas, observada a legislação vigente, inclusive § 16 A qualquer momento, se o magistrado iden-
as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº tificar a existência de ilegalidades ou de irregu-
em carácter antecedente ou 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo laridades administrativas a serem sanadas sem
incidente – antes ou no curso da Civil). que estejam presentes todos os requisitos para
ação principal § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as a imposição das sanções aos agentes incluídos
Pedido formulado pelo tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos no polo passivo da demanda, poderá, em deci-
ministério Público termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de 16 de são motivada, converter a ação de improbidade
garantir a integral recomposição março de 2015 (Código de Processo Civil administrativa em ação civil pública, regulada
do erário ou do acréscimo § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
patrimonial resultante de art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Códi-
enriquecimento ilécito go de Processo Civil), bem como quando não preen- A possibilidade de conversão de ação de improbi-
chidos os requisitos a que se referem os incisos I e II dade administrativa em ação civil pública é uma for-
INDISPONIBILIDADE do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamente ma de viabilizar a economia processual. Da decisão de
DE BENS inexistente o ato de improbidade imputado. conversão caberá recurso de agravo de instrumento.
desde que o juiz se convença da
probabilidade dos atos descritos, § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma,
O pedido deve demonstrar após a oitava do réu em 5 (cinco) o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação § 17 Da decisão que converter a ação de impro-
� perigo de dano dias dos requeridos para que a contestem no prazo bidade em ação civil pública caberá agravo de
comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na for- instrumento.
irreparável ou de
ma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 § 18 Ao réu será assegurado o direito de ser
� risco so resultado útil
(Código de Processo Civil). interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e
do porcesso Não incide sobre:
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de a sua recusa ou o seu silêncio não implicarão
� Multa civil
2021) confissão.
� Acréscimo patrimonial § 19 Não se aplicam na ação de improbidade
decorrente de atividade lícita § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021) administrativa:
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões prelimina- I - a presunção de veracidade dos fatos alega-
A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório res suscitadas pelo réu em sua contestação caberá dos pelo autor em caso de revelia;
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomen- agravo de instrumento. II - a imposição de ônus da prova ao réu, na for-
dem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida. § 10 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de ma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16
A lei em seu § 11, art. 16, traz uma ordem para que o Juiz determine a indisponibilidade dos bens, qual seja: 2021) de março de 2015 (Código de Processo Civil);
§ 10-A Havendo a possibilidade de solução consen- III - o ajuizamento de mais de uma ação de
sual, poderão as partes requerer ao juiz a inter- improbidade administrativa pelo mesmo fato,
z Veículos de via terrestre;
rupção do prazo para a contestação, por prazo competindo ao Conselho Nacional do Ministério
z Bens imóveis;
não superior a 90 (noventa) dias. Público dirimir conflitos de atribuições entre mem-
z Bens móveis em geral;
bros de Ministérios Públicos distintos;
z Semoventes; § 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido
IV - o reexame obrigatório da sentença de
z Navios e aeronaves; o autor, o juiz:
improcedência ou de extinção sem resolução
z Ações e quotas de sociedades simples e empresárias; I - procederá ao julgamento conforme o estado do pro-
de mérito.
z Pedras e metais preciosos; cesso, observada a eventual inexistência manifesta do
§ 20 A assessoria jurídica que emitiu o parecer
z Apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado ato de improbidade;
atestando a legalidade prévia dos atos admi-
e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo. II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a
nistrativos praticados pelo administrador públi-
otimizar a instrução processual.
co ficará obrigada a defendê-lo judicialmente,
§ 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz pro-
Além disso, existem hipóteses em que a indisponibilidade de bens será vedada, §§ 13 e 14 do art. 16: caso este venha a responder ação por improbi-
ferirá decisão na qual indicará com precisão a tipifica-
dade administrativa, até que a decisão transite
ção do ato de improbidade administrativa imputável
z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações em julgado.
ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a § 21 Das decisões interlocutórias caberá agra-
financeiras ou em conta corrente; capitulação legal apresentada pelo autor.
z bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida. vo de instrumento, inclusive da decisão que rejei-
§ 10-D Para cada ato de improbidade administrativa, tar questões preliminares suscitadas pelo réu em
deverá necessariamente ser indicado apenas um tipo sua contestação.
PROCESSO JUDICIAL dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei.
§ 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste arti-
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVIL
No texto anterior da Lei 8.429, de 1992, tanto o Ministério Público quanto a Pessoa Jurídica lesada tinham go, as partes serão intimadas a especificar as provas
legitimidade para dar início à ação judicial de improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei 14.230, de 2021, o que pretendem produzir.
A Lei 14.230, de 2021, trouxe de forma mais deta-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Ministério Público passa a ser o único legitimado para propor a ação. § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou par-
cial da ação de improbidade administrativa que: lhada os requisitos para que se possa realizar um
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele defi- acordo de não persecução civil no âmbito da impro-
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e
seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo nido na petição inicial; bidade administrativa. Trata-se de um acordo cele-
o disposto nesta Lei. II - condenar o requerido sem a produção das provas brado entre o Ministério Público e pessoas físicas ou
§ 1º (Revogado). por ele tempestivamente especificadas. jurídicas investigadas pela prática de improbidade
§ 2º (Revogado). § 11. Em qualquer momento do processo, verificada administrativa com o intuito de não prosseguir com
§ 3º (Revogado). a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará a a ação caso o acordo seja aceito e homologado pelo
§ 4º (Revogado). demanda improcedente. judiciário; entretanto, para a aplicação desse acordo,
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou § 12 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de devem ser observados alguns requisitos, veja:
da pessoa jurídica prejudicada. 2021)
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste- § 13 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de Art. 17-B O Ministério Público poderá, confor-
riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 2021) me as circunstâncias do caso concreto, celebrar
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: § 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica acordo de não persecução civil, desde que dele
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das interessada será intimada para, caso queira, intervir advenham, ao menos, os seguintes resultados:
hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamentada; 229 230 no processo. I - o integral ressarcimento do dano;
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da van- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização Ainda, o art. 3º destaca ainda, que as pessoas jurí- DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tagem indevida obtida, ainda que oriunda de objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas dicas serão responsabilizadas independentemente da NACIONAL OU ESTRANGEIRA
agentes privados. pela prática de atos contra a administração públi-
responsabilização individual das pessoas naturais e O art. 5º desta Lei aponta os atos lesivos à Adminis­
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput ca, nacional ou estrangeira.
ressalta ser necessária a apuração da culpabilidade tração. Não há segredos, pois são atos muito parecidos
deste artigo dependerá, cumulativamente:
I - da oitiva do ente federativo lesado, em É necessário ter atenção ao fato de que tais respon- dos dirigentes ou administradores, para que possam com os previstos na lei de Improbidade Administrativa.
momento anterior ou posterior à propositura da sabilidades serão incumbidas às empresas nos âmbi- vir a ser responsabilizados por seus atos ilícitos: Constituem atos lesivos à Administração Pública,
ação; tos civil e administrativo. nacional ou estrangeira, aqueles que:
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não
dias, pelo órgão do Ministério Público compe- exclui a responsabilidade individual de seus dirigen- z Atentem contra o patrimônio público nacional ou
Dica estrangeiro;
tente para apreciar as promoções de arqui- tes ou administradores ou de qualquer pessoa natu-
vamento de inquéritos civis, se anterior ao Fique de olho nas questões de prova quanto à ral, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. z Atentem contra princípios da Administração Pública;
ajuizamento da ação; cobrança das partículas e/ou. No art. 1º, por z Atentem contra os compromissos internacionais
III - de homologação judicial, independente- exemplo, pode-se ver que as responsabilidades Do Ato Ilícito assumidos pelo Brasil.
mente de o acordo ocorrer antes ou depois serão civil e administrativa. A banca examina-
do ajuizamento da ação de improbidade
dora pode querer confundir você! Nos termos do art. 186 do Código Civil brasilei- Dica
administrativa.
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo
ro, tem-se a definição do que configura ato ilícito. Mais importante do que “decorar” todos os atos
As empresas as quais a Lei responsabilizará civil Vejamos:
a que se refere o caput deste artigo considerará lesivos é entender que qualquer ato que atente
a personalidade do agente, a natureza, as e administrativamente estão dispostas no parágrafo
contra esses três tópicos anteriores será enqua­
circunstâncias, a gravidade e a repercussão único do art. 1º. Vejamos: Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão volun- drado para fins desta lei.
social do ato de improbidade, bem como as tária, negligência ou imprudência, violar direito e
Art. 1º [...]
vantagens, para o interesse público, da rápida causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às São exemplos de atos lesivos:
solução do caso. sociedades empresárias e às sociedades sim- moral, comete ato ilícito.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ples, personificadas ou não, independentemente da Art. 5º Constituem atos lesivos à administração
ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do forma de organização ou modelo societário adota- Os dirigentes e administradores serão responsabi- pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta
Tribunal de Contas competente, que se manifes- do, bem como a quaisquer fundações, associa- lizados por seus atos ilícitos na medida de sua culpabi- Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídi-
tará, com indicação dos parâmetros utiliza- ções de entidades ou pessoas, ou sociedades
dos, no prazo de 90 (noventa) dias.
lidade, ou seja, é necessário que realizem atos ilícitos/ cas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que
estrangeiras, que tenham sede, filial ou repre- atentem contra o patrimônio público nacional
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo sentação no território brasileiro, constituídas de ilegais. Conforme o artigo mencionado, o ato ilícito
será toda ação (agir) ou toda omissão (deixar de agir) ou estrangeiro, contra princípios da administra-
poderá ser celebrado no curso da investigação fato ou de direito, ainda que temporariamente.
ção pública ou contra os compromissos internacio-
de apuração do ilícito, no curso da ação de de forma voluntária, negligente ou imprudente que
Conforme se vê, o dispositivo, em seu parágrafo nais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
improbidade ou no momento da execução da viole e cause dano a outrem. I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamen-
sentença condenatória. único, especifica quais tipos de pessoas jurídicas serão A Lei deixa claro que, além da responsabilização te, vantagem indevida a agente público, ou a tercei-
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a responsabilizadas caso venham a cometer ações que
que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre
da própria empresa (nos âmbitos civil e administrati- ra pessoa a ele relacionada;
causem dano contra a Administração Pública nacio-
vo), ela punirá dirigentes, administradores e todas as II - comprovadamente, financiar, custear, patroci-
o Ministério Público, de um lado, e, de outro, nal ou estrangeira. Ainda, é importante atentar-se
pessoas naturais que agirem como autores, coautores nar ou de qualquer modo subvencionar a prática
o investigado ou demandado e o seu defensor. quanto às palavras “independentemente”, “tempora-
dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo riamente” e “ainda que”. Vejamos o esquema a seguir: ou partícipes. Para exemplificar, imagine que, após
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta
poderá contemplar a adoção de mecanismos ter celebrado um contrato com a Administração Públi- pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
e procedimentos internos de integridade, de ca, desviou-se verbas desse contrato. Nesse caso, os
Sociedades Empresárias seus reais interesses ou a identidade dos beneficiá-
auditoria e de incentivo à denúncia de irregu-
agentes da Administração que colaboraram para tal rios dos atos praticados;
laridades e a aplicação efetiva de códigos de
ato, bem como as pessoas que trabalham na empresa IV - no tocante a licitações e contratos:
ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídi- Personificadas ou não,
independentemente da forma
responderão por suas condutas ilícitas, pois o desvio a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina-
PESSOAS JURÍDICAS

ca, se for o caso, bem como de outras medidas Sociedades Simples


de organização ou modelo
ção ou qualquer outro expediente, o caráter compe-
em favor do interesse público e de boas práti- societário adotado de verbas é um ato contra a Administração Pública.
cas administrativas. titivo de procedimento licitatório público;
Quaisquer fundações, Encerrando as disposições gerais, o art. 4º dita que b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que associações de entidades ou subsiste, ou seja, permanecerá a responsabilidade
se refere o caput deste artigo, o investigado ou o pessoas qualquer ato de procedimento licitatório público;
das pessoas jurídicas nas hipóteses de alteração con- c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de
demandado ficará impedido de celebrar novo
acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do tratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo
Sociedades estrangeiras, com
societária. Vejamos a literalidade do artigo: d) fraudar licitação pública ou contrato dela
sede, filial ou representação no
descumprimento. território brasileiro, constituídas decorrente;
de fato ou de direito, ainda que Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurí- e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa
temporariamente
dica na hipótese de alteração contratual, transfor- jurídica para participar de licitação pública ou
mação, incorporação, fusão ou cisão societária. celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo frau-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Da Responsabilização § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a res-


LEI Nº 12.846, 1° DE AGOSTO DE 2013 ponsabilidade da sucessora será restrita à obriga-
dulento, de modificações ou prorrogações de contratos
celebrados com a administração pública, sem autori-
(LEI ANTICORRUPÇÃO) A Lei Anticorrupção destaca que as empresas serão ção de pagamento de multa e reparação integral do zação em lei, no ato convocatório da licitação pública
responsabilizadas de forma objetiva no âmbito civil dano causado, até o limite do patrimônio trans- ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
A presente Lei dispõe acerca das responsabiliza- e administrativo. As responsabilidades existentes na ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais san- g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-fi-
ções, no âmbito administrativo e civil, das pessoas doutrina são duas: objetiva e subjetiva, sendo neces- ções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos nanceiro dos contratos celebrados com a adminis-
jurídicas ao praticarem atos contra a Administração sário, para que ocorra essa última, ser apurada, em ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, tração pública;
Pública nacional ou estrangeira e regulamenta provi- processo competente, a existência de dolo ou culpa. V - dificultar atividade de investigação ou fiscali-
exceto no caso de simulação ou evidente intuito de
dências. Essa norma possui 31 (trinta e um) artigos, zação de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou
Conforme se depreende da Lei estudada, a respon- fraude, devidamente comprovados.
dos quais a leitura se mostra imprescindível. intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das
sabilidade das pessoas jurídicas será a objetiva, pois § 2º As sociedades controladoras, controladas, agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização
DISPOSIÇÕES GERAIS não depende da apuração de dolo ou culpa. coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as do sistema financeiro nacional.
Ressalta-se que não se excluirá a responsabilida- consorciadas serão solidariamente responsáveis
O art. 1º dispõe sobre as responsabilidades das de individual de seus dirigentes ou administradores, pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin- Atente-se quanto aos verbos dispostos nos incisos:
pessoas jurídicas, doravante empresas, que realiza- bem como de qualquer pessoa natural, autora, coau- do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamen- prometer, oferecer, dar, obter e outros, pois a banca
rem atos contra a Administração Pública. Vejamos: tora ou partícipe do ato ilícito. 231 232 to de multa e reparação integral do dano causado. examinadora pode querer confundir você.
Constam, no art. 5º, as condutas a serem pratica- Para que tais punições sejam aplicadas, será neces- V - o efeito negativo produzido pela infração; § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Con-
das pelos agentes ou qualquer outra pessoa, as quais sária a fundamentação da decisão, que consiste em VI - a situação econômica do infrator; troladoria-Geral da União - CGU terá competência
consistirão em atos lesivos contra a Administração uma justificativa, com base na Lei, sobre o porquê VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apura- concorrente para instaurar processos administra-
Pública. Ainda, a Lei considera Administração Púbica daquela aplicação sancionatória. ção das infrações; tivos de responsabilização de pessoas jurídicas ou
A Lei ainda estabelece que as sanções serão apli- para avocar os processos instaurados com funda-
estrangeira os órgãos e entidades estatais, bem como VIII - a existência de mecanismos e procedimen-
cadas de acordo com as peculiaridades de cada caso mento nesta Lei, para exame de sua regularidade
representações diplomáticas de país estrangeiro de tos internos de integridade, auditoria e incentivo
ou para corrigir-lhes o andamento.
qualquer nível ou esfera de governo, além de pes- concreto, bem como com a gravidade e a natureza das à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva Art. 5º (CF/88) [...]
soas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, infrações. Nesse último caso, ressalta-se, por exemplo, de códigos de ética e de conduta no âmbito da pes- LV - Aos litigantes, em processo judicial e adminis-
pelo poder público ou estrangeiro. Vale lembrar que que a natureza das infrações poderá ser nos âmbitos soa jurídica; trativo, e aos acusados em geral são assegurados o
a Administração Pública estrangeira é equiparada às civil, administrativo ou penal. IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa contraditório e ampla defesa, com os meios e recur-
organizações públicas internacionais. jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e sos a ela inerentes;
Será considerado agente público estrangeiro todo Dos Valores a serem aplicados como Sanções X - (VETADO).
aquele que, transitoriamente ou sem remuneração, O art. 5º da nossa Carta Magna, estabelece de for-
exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, Os valores a serem considerados para pagamento O referido artigo discrimina as condutas a serem ma expressa os princípios constitucionais da ampla
entidades estatais ou em representações diplomáticas das sanções aplicadas às empresas jurídicas responsabi- defesa e do contraditório, os quais são garantidos aos
consideradas para a correlata aplicação da sanção.
de país estrangeiro, bem como pessoas jurídicas con- lizadas pela prática de ato lesivo contra a Administração processos judiciais e administrativos.
Pública consistirão entre 0,1% (um décimo por cento) a Porém, o inciso X é vetado. Os parâmetros do inciso
troladas, direta ou indiretamente, pelo poder público VIII serão estabelecidos em regulamento do Poder
estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do exercí- Apuração dos Atos Ilícitos praticados em desfavor da
cio anterior à instauração do processo administrativo. Executivo Federal. Administração Pública Estrangeira
O art. 6º da Lei trata sobre as sanções que poderão
Serão excluídos os tributos, não sendo inferiores à van- A gravidade da infração será considerada, visto
ser aplicadas às pessoas jurídicas que forem conside-
tagem auferida quando for possível estimá-los. que os danos à Administração Pública poderão trazer Os atos ilícitos praticados em desfavor da Adminis-
radas responsáveis pela prática de ato lesivo em des-
inúmeras consequências. tração Pública estrangeira serão apurados pela Contro-
favor da Administração Pública. Vejamos:
Dica Quando esta é prejudicada, prejudicam-se, ainda, ladoria Geral da União – CGU –, responsável por apurar
os cofres públicos, os administrados, as pessoas liga- o processo e julgamento, observando-se o disposto no
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas
Nos termos do art. 145, da CF, de 1988, tributos das às empresas etc. Desta forma, é necessário anali- art. 4º da Convenção sobre o Combate à Corrupção de
às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos
são impostos, taxas e contribuição de melhorias. sar a gravidade da infração cometida, a fim de sopesar Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
Comerciais Internacionais, nos termos do art. 9º.
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a sansão na proporção do dano causado.
a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do Caso não seja possível utilizar o critério do valor Como vimos, não somente a pessoa jurídica será
bruto auferido do faturamento ao ano anterior à ins- Dos Trâmites
último exercício anterior ao da instauração do pro- responsabilizada, mas também os dirigentes, adminis-
cesso administrativo, excluídos os tributos, a qual tauração do processo administrativo, a multa aplica-
tradores ou qualquer pessoa natural autora, coautora Art. 10 O processo administrativo para apuração
nunca será inferior à vantagem auferida, quando da poderá ser no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais)
ou partícipe do ato ilícito. Assim sendo, a vantagem da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
for possível sua estimação; e a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). Vale
auferida ou pretendida pelo infrator revelará a duzido por comissão designada pela autoridade
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. ressaltar que será necessária a manifestação jurídica
intenção concreta do prejuízo que estaria disposto a instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamen- elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de vidores estáveis.
te, isolada ou cumulativamente, de acordo com as assistência jurídica ou equivalente do ente público. causar ou que realmente causou, para que, por fim,
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de
peculiaridades do caso concreto e com a gravidade Lembre-se de que, mesmo com a aplicação da sanção possa receber a sanção adequada. representação judicial, ou equivalente, a pedido da
e natureza das infrações. pecuniária, não será excluída a hipótese de haver a repa- A consumação ou não da infração é algo impor- comissão a que se refere o caput, poderá requerer
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo ração integral do dano causado à Administração Pública. tante a ser averiguado. Da mesma forma, é preciso as medidas judiciais necessárias para a investiga-
será precedida da manifestação jurídica elaborada mensurar o efeito negativo da infração, seja aos cofres ção e o processamento das infrações, inclusive de
pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistên- busca e apreensão.
Publicação Extraordinária da Decisão Condenatória públicos, aos administrados, à própria empresa etc.
cia jurídica, ou equivalente, do ente público. § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo autoridade instauradora que suspenda os efeitos
O art. 6º especifica que uma das sanções a serem DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE do ato ou processo objeto da investigação.
não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da
aplicadas às pessoas jurídicas será a publicação RESPONSABILIZAÇÃO § 3º A comissão deverá concluir o processo no pra-
reparação integral do dano causado.
extraordinária da decisão condenatória. Tal publica- zo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja publicação do ato que a instituir e, ao final, apre-
possível utilizar o critério do valor do faturamen- ção ocorre na forma de extrato da sentença da pessoa A Lei trata, ainda, sobre o funcionamento e o pro-
jurídica em meios de comunicação de grande cir- sentar relatórios sobre os fatos apurados e even-
to bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ cedimento a serem realizados no âmbito administra- tual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo
6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessen- culação na área da prática da infração e de atuação tivo, para que se possa apurar a responsabilização das de forma motivada as sanções a serem aplicadas.
ta milhões de reais). daquela. Na ausência destes, a publicação dar-se-á em pessoas jurídicas, bem como dos dirigentes, adminis- § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro-
§ 5º A publicação extraordinária da decisão conde- meio de publicação nacional, bem como por afixação tradores e pessoas naturais que virão a causar danos gado, mediante ato fundamentado da autoridade
natória ocorrerá na forma de extrato de sentença, de edital em um prazo de, no mínimo, 30 (trinta) dias instauradora.
em desfavor da Administração Pública.
a expensas da pessoa jurídica, em meios de comu- no próprio estabelecimento ou no local de exercício
nicação de grande circulação na área da prática da atividade.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo
da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, A publicação deverá ocorrer de modo visível ao
administrativo para apuração da responsabilida-
Importante!
na sua falta, em publicação de circulação nacio- público, bem como em sítio eletrônico na rede mun-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

nal, bem como por meio de afixação de edital, pelo dial de computadores.
de de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima O processo administrativo será conduzido por
prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta- de cada órgão ou entidade dos Poderes Executi- comissão designada pela autoridade instaura-
belecimento ou no local de exercício da atividade, vo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou dora, sendo composta por 2 (dois) ou mais ser-
Fatos a serem considerados para a Aplicação das
de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na mediante provocação, observados o contraditório vidores estáveis.
Sanções às Pessoas Jurídicas
rede mundial de computadores. e a ampla defesa.
§ 6º (VETADO).
O art. 7º expõe os fatos que são levados em consi- Prazo
É importante destacar que a instauração e julga-
deração, para que se chegue à aplicação justa, correta
As sanções aplicadas no caso concreto consistirão mento do processo administrativo poderá ser uma
e fundamentada das sanções, quais sejam: O prazo de conclusão do processo administrativo
em multa pecuniária e publicação extraordinária da atividade delegada, porém é vedada a subdelegação.
está estipulado em 180 (cento e oitenta) dias, contados
decisão condenatória, conforme disposição dos inci- Art. 7º Serão levados em consideração na aplica- Vejamos: da data da publicação do ato que instituir o processo
sos. É importante ressaltar, nos termos da disposição ção das sanções: e, ao final, deverá apresentar relatórios sobre os fatos
legal, que as sanções poderão ser aplicadas de forma I - a gravidade da infração; § 1º A competência para a instauração e o julga- apurados e a eventual responsabilidade da pessoa
isolada, ou seja, somente uma das punições ou de for- II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; mento do processo administrativo de apuração de jurídica, sugerindo, de forma motivada, as sanções
ma cumulada, o que resultará na aplicação das duas III - a consumação ou não da infração; responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser a serem aplicadas. Tal prazo poderá ser prorrogado
sanções de forma conjunta. IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; 233 234 delegada, vedada a subdelegação. mediante fundamento da autoridade instauradora.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro- z Seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos
gado, mediante ato fundamentado da autoridade em cooperar para a apuração do ato ilícito; da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
instauradora. z Cesse completamente seu envolvimento na infração II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
investigada a partir da data de propositura do Acordo; III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
Atente-se sempre à letra da Lei. Conforme o § 4º, z Admita sua participação no ilícito e coopere, ple- IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas
vê-se que não importa quantas vezes a prorrogação na e permanentemente, com as investigações e o e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de
do prazo poderá ser realizada. O dispositivo mencio- processo administrativo, comparecendo, sob suas 5 (cinco) anos.
na somente que o prazo poderá ser prorrogado. expensas, sempre que solicitada a todos os atos
A pessoa jurídica terá o prazo de 30 (trinta) dias processuais até seu encerramento. Os órgãos descritos no dispositivo mencionado poderão ajuizar competente ação para a aplicação de sanções
para apresentar sua defesa, prazo este contado a par- às empresas jurídicas. No que concerne ao inciso III, para que ocorra a dissolução compulsória da pessoa jurídica,
tir da data da intimação. O Acordo, desde que preenchidos os requisitos deverá ter sido a personalidade jurídica usada de maneira habitual com o objetivo de facilitar ou de promover a prá-
A instauração de procedimento para que haja a tica dos atos ilícitos ou, ainda, ter sido criada para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade de quem se
exigidos, não eximirá a pessoa jurídica da reparação
beneficiaria com a prática dos atos ilícitos. Vejamos a íntegra do dispositivo:
reparação integral do dano não prejudica as demais integral do dano causado, bem como estipulará as
aplicações imediatas de sanções trazidas por esta Lei. condições necessárias para que seja assegurada a efe-
Art. 19 [...]
Ressalta-se, ainda, que, caso não haja o pagamen- tividade da colaboração e para o resultado útil do pro-
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
to, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da cesso. Ainda, a celebração do Acordo isentará a pessoa I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos;
Fazenda Pública. jurídica da publicação extraordinária da decisão con- ou
denatória e reduzirá em até 2/3 (dois terços) do valor II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica da multa aplicável, nos termos do § 2º do art. 16. praticados

A presente Lei garante, em seu art. 14, a desconsi- Art. 16 [...] As sanções dispostas na letra da lei poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, bem como
deração da personalidade jurídica. Vejamos: § 4º O acordo de leniência estipulará as condições as ações que forem propostas pelo Ministério Público poderão aplicar as sanções dispostas no art. 6º desta Lei
necessárias para assegurar a efetividade da colabo- juntamente com as sanções dispostas no art. 19.
ração e o resultado útil do processo. Em caso de condenação, a obrigação de reparar o dano será certa e o valor deverá ser apurado em liquidação
Art. 14 A personalidade jurídica poderá ser descon-
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão esten- de sentença caso esta não tenha já apurado o valor expressamente.
siderada sempre que utilizada com abuso do direi-
didos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
to para facilitar, encobrir ou dissimular a prática
grupo econômico, de fato e de direito, desde que
dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provo-
firmem o acordo em conjunto, respeitadas as con-
car confusão patrimonial, sendo estendidos todos
dições nele estabelecidas. Importante!
os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
aos seus administradores e sócios com poderes
tornará pública após a efetivação do respectivo
de administração, observados o contraditório e a
acordo, salvo no interesse das investigações e do
ampla defesa. processo administrativo. DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática
A comissão designada dará conhecimento ao MP do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
após a conclusão do Procedimento Administrativo, Será criado, no âmbito do Poder Executivo federal, o CNEP – Cadastro Nacional de Empresas Punidas –, a fim
leniência rejeitada.
para que haja apuração de eventuais delitos. de dar publicidade às sanções que forem aplicadas.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de
leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos Art. 22 Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que
Art. 15 A comissão designada para apuração da
contados do conhecimento pela administração reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judi-
responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclu-
pública do referido descumprimento. ciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei.
são do procedimento administrativo, dará conheci-
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos
mento ao Ministério Público de sua existência, para
às sanções por eles aplicadas.
apuração de eventuais delitos. A celebração de Acordo rejeitada não importará § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:
em reconhecimento de ato ilícito e, caso seja realiza- I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
ACORDO DE LENIÊNCIA do, ocasionará a suspensão do prazo prescricional dos II - tipo de sanção; e
atos dispostos nesta Lei. III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
A lei em estudo dispõe sobre a possibilidade de
ser realizado um Acordo de Leniência com as pes- Dica Posteriormente, após o cumprimento integral do Acordo de Leniência realizado, bem como após a reparação
soas jurídicas que forem responsáveis pelos atos e/ou do dano integral causado, serão excluídos os registros das sanções e os acordos mediante requerimento do órgão
condutas ilícitos contra a Administração Pública. Tal A Administração poderá celebrar o Acordo de ou entidade sancionadora.
Acordo será realizado caso haja a colaboração efetiva Leniência com pessoa jurídica responsável pela
com as investigações a serem realizadas, bem como prática de atos ilícitos realizados nos ditames Art. 25 Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou,
no processo administrativo. da Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações). no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Art. 26 A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu estatuto ou contrato social.
Art. 16 A autoridade máxima de cada órgão ou enti- DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela pessoa a quem couber a administração de
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

dade pública poderá celebrar acordo de leniência seus bens.


com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática Art. 18 Na esfera administrativa, a responsabilida- § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agên-
dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetiva- de da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de cia ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
mente com as investigações e o processo adminis- sua responsabilização na esfera judicial. Art. 27 A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas nesta Lei, não adotar providên-
trativo, sendo que dessa colaboração resulte: cias para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente nos termos da legislação
I - a identificação dos demais envolvidos na infra- específica aplicável.
Poderão as pessoas jurídicas ser responsabili-
ção, quando couber; e Art. 28 Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração pública
zadas no âmbito judicial, e não somente no âmbito
II - a obtenção célere de informações e documentos estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
administrativo. Art. 29 O disposto nesta Lei não exclui as competências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Minis-
que comprovem o ilícito sob apuração.
tério da Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que constitua infração à ordem econômica.
Art. 19 Em razão da prática de atos previstos no
Da mesma forma, de acordo com o § 1º do art. 16, art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito
para que seja realizado o Acordo de Leniência, será REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Federal e os Municípios, por meio das respectivas
necessário o preenchimento dos requisitos exigidos Advocacias Públicas ou órgãos de representação
nesta Lei de forma cumulada. Isso significa que, para judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 02 de jul. de 2021.
que o Acordo de Leniência seja concretizado, será poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso em: 05 jul. de 2021.
necessário que a pessoa jurídica: seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: 235 236 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 05 jul. de 2021.
I - exigir de seus empregados a assinatura do Termo III - repudiar atitudes discriminatórias ou preconcei-
CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DOS AGENTES PÚBLICOS DO IBAMA (PORTARIA IBAMA de Adesão ao Código de Conduta Ética, consoante tuosas de qualquer natureza relativamente à etnia,
Nº 2.534/2019) modelo constante do Anexo II; e sexo, religião, estado civil, orientação sexual, faixa
II - apresentar declaração de que todos os seus etária ou condição física especial, ou quaisquer outras
empregados assinaram o Termo de Adesão ao Códi- formas de discriminação;
A portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis - IBAMA 2.534, de 2019, denominado IV - declarar-se impedido ou suspeito em situações que
go de Conduta Ética e de que os referidos documen-
Código de Conduta Ética, direcionado aos agentes do IBAMA, surgiu da necessidade de reforçar o compromisso público sua independência ou imparcialidade possam estar ou
tos se encontram sob sua guarda.
do Ibama em benefício da ética, legalidade, moralidade, probidade, impessoalidade, transparência e eficiência adminis- parecer estar prejudicadas para o desempenho de suas
trativa, bem como em promover a valorização e a dignidade da função pública, além da conveniência de adaptar o Códi- funções, observando-se as hipóteses legais;
go de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal às atividades de competência institucional do Instituto. Desta forma, os agentes públicos que já se encon-
V - contribuir com o clima institucional, fortalecendo
Com a publicação desse Código de Conduta Ética, é de responsabilidade de todo agente público observar e travam no exercício do cargo, função ou emprego no as relações de trabalho por meio da confiança mútua,
estimular o seu cumprimento integral. Inclusive, este código, juntamente com o Código de Ética Profissional do IBAMA, antes da publicação dessa Portaria, tiveram assertividade e transparência, predispondo-se à solu-
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal farão parte do conteúdo do curso de formação de Agentes que assinar um Termo de Adesão ao Código de Condu- ção pacífica de conflitos internos ou controvérsias na
Ambientais Federais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e de outros ta Ética, acatando o enquadramento às novas normas. instituição nas quais esteja envolvido;
cursos similares de qualificação profissional dos agentes públicos em exercício no Ibama. Os prestadores de serviço terceirizados, de natureza VI - valorizar e promover ambiente de trabalho har-
continuada ou não, também devem obedecer às nor- monioso, primando por atitudes positivas de respeito
mas de conduta, assinando também o do Termo de pelas pessoas, a fim de evitar práticas que possam
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À CONDUTA ÉTICA DOS AGENTES PÚBLICOS configurar qualquer tipo de assédio ou discriminação,
Adesão ao Código de Conduta Ética.
comunicando a ocorrência de eventuais situações às
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do O Decreto no 1.171, de 1994
autoridades competentes;
Poder Executivo Federal, VII - zelar pelo uso correto e eficiente do patrimônio
Importante! institucional, adotando práticas de economicidade e
Código de Conduta da Alta Administração Federal A Exposição de Motivos nº 37, de 2000, alterada pela Ex-
A Diretoria de Planejamento, Administração e sustentabilidade;
posição de Motivos nº 360, de 2001
VIII - utilizar dos recursos e ferramentas de Tecnologia
Logística (DIPLAN) coordena, executa, normati- da Informação e Comunicação, observando as normas
Resoluções expedidas pela Comissão de Ética Pública da Em conformidade à Constituição Federal de 1988 za, controla, orienta e supervisiona as atividades
Presidência da República internas, sendo vedada a utilização desses recursos
inerentes aos sistemas de pessoal da Adminis- para a prática de atos ilegais ou para propagação e
(CEP/PR)
tração Federal, da administração dos recursos divulgação de conteúdo que atentem contra a morali-
Lei do regime jurídico dos servidores públicos civis da Lei nº 8.112, de 1990 de tecnologia da informação, de serviços gerais, dade administrativa;
União, das autarquias e das fundações públicas federais de planejamento e orçamento federal, de conta- IX - desempenhar suas atividades com responsabi-
lidade social, privilegiando a adoção de práticas que
bilidade, de organização e inovação institucio-
Código de Conduta Ética do IBAMA Portaria do IBAMA nº 2534, de 2019 favoreçam a inclusão social e com responsabilidade
nal e de gestão de documentos. ambiental, combatendo o desperdício de recursos
materiais;
São considerados agentes públicos do IBAMA todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer outro
X - zelar pela imagem e identidade institucional do Iba-
ato jurídico ou administrativo, preste serviços ao IBAMA, de natureza permanente, temporária, excepcional ou ma, agindo com cautela em suas manifestações públi-
eventual, conforme parágrafo único do art. 2 da Portaria 2.534, de 2019. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PADRÃO DE cas, utilizando seu nome, marcas e símbolos, quando
Conforme previsão do art. 3 da Portaria 2.534, de 2019: CONDUTA devidamente autorizado, ressalvado o exercício da
livre manifestação do pensamento;
Art. 3º da Portaria 2534/2019 - No exercício de suas funções, o agente público do Ibama deverá pautar-se pelos Art. 6 da Portaria 2534/2019 - São princípios e XI - tratar todas as pessoas com urbanidade e respei-
padrões relativos a: ética, legalidade, moralidade, probidade, impessoalidade, transparência e eficiência administra- valores éticos que devem nortear a conduta do to, considerando as características individuais de cada
tiva, além de clareza de posições e decoro, com vista a motivar o respeito e a confiança do público em geral. agente público do Ibama, no exercício de suas fun- um, sobretudo as possíveis limitações pessoais;
ções, e que compõem este Código de Ética: XII - zelar pela eficiência no serviço público, notada-
Princípios que regem os Agentes Públicos do IBAMA: I - a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a mente pelo cumprimento de prazos estabelecidos
publicidade, a transparência, a eficiência e o inte- para prestação de informações ao setor ou à unida-
L EGALIDADE resse público; de demandante ou justificar a necessidade de sua
I MPESSOALIDADE II - a ética, a idoneidade, a probidade, a dignidade, prorrogação;
M ORALIDADE o decoro, o zelo, o respeito, a dedicação, a cortesia, XIII - empenhar-se em seu desenvolvimento profissio-
a assiduidade, a discrição, a urbanidade, a boa-fé e nal, buscando capacitações adequadas e regulares,
P ROBIDADE
a presteza; e bem como disseminar o conhecimento obtido em trei-
E FICIÊNCIA
III - o zelo permanente pela imagem e integridade namentos profissionais;
E TICA
institucional do serviço público. XIV - assegurar aos interessados o acesso às suas pró-
T RANSPARÊNCIA
prias informações pessoais ou a agentes públicos legal-
mente autorizados;
Os padrões éticos de que trata este artigo serão exigidos do agente público no exercício de suas funções, Os princípios fundamentais são aqueles que ser- XV - manter o sigilo de informações de natureza con-
enquanto representante do Estado-Administração, atendidos os critérios de idoneidade moral e de reputação vem de base para a organização de gestão institucio- fidencial obtidas em função do desempenho das ativi-
ilibada nas relações que se estabelecem entre esse e os administrados, de forma a evitar a ocorrência de conflitos nal, neste caso em específico, do IBAMA. São eles que dades laborativas, inclusive no que digam respeito a
ditam as condutas dos agentes na execução dos servi-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

de interesses e de informações privilegiadas, conforme parágrafo único do art. 3 da Portaria 2.534, de 2019. questões afetas à saúde;
Atenção: Antes do início do exercício, do estágio ou da prestação de serviços, caberá à chefia imediata orientar ços, inclusive na interpretação de normas. XVI - cientificar, previamente, sobre as situações que
o agente público quanto à obrigatoriedade de leitura e de ciência das prescrições contidas no Código de Conduta O art. 8° da Portaria Ibama 2.534, de 2019, listou os envolvam a designação e a exoneração de cargos em
Ética, conforme § 2, art. 5°, da Portaria 2.534, de 2019. compromissos de conduta ética que devem ser segui- comissão ou dispensa de funções de confiança;
dos por todos aqueles que se encontram no exercício XVII - exercer suas atribuições com rigor técnico, obe-
do cargo, função ou emprego no IBAMA, inclusive os decendo também as normas específicas das respecti-
AGENTES PÚBLICOS DO IBAMA ANTERIORES AO CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA
vas profissões.
que prestam serviços terceirizados.
XVIII - repelir ações ilícitas ou investidas duvidosas,
Os §§ 6 e 7 do art. 5°, da Portaria 2534, de 2019 preveem: criminosas ou contrárias à ética de que tenha sido
Art. 8° da Portaria Ibama 2534/19 - São compromis- alvo, denunciando a seus superiores hierárquicos ou
Art. 5 da Portaria 2534/2019 [...] sos de conduta ética: às autoridades competentes, procedendo da mesma
§ 6º Os agentes públicos que estiverem em exercício de cargo, função ou emprego no Ibama, na data de publica- I - atender demandas com postura ética e de modo forma em relação às tentativas que envolvam outros
ção desta Portaria, deverão assinar o Termo de Adesão ao Código de Conduta Ética, no prazo de até 180 (cento e imparcial, probo e efetivo; agentes públicos;
oitenta) dias, consoante modelo constante do Anexo II, cabendo à Diplan a adoção das medidas necessárias a tal II - atuar com imparcialidade no desempenho das atri- XIX - contribuir com a realização das atividades dos
cumprimento. buições funcionais, não permitindo que convicções de órgãos de controle;
§ 7º Os contratos que envolvam prestação de serviços de natureza continuada ou não, nas dependências do Ibama, ordem político-partidária, religiosa ou ideológica afe- XX - apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
conterão cláusulas que imponham as seguintes obrigações aos contratados: 237 238 tem sua isenção; quadas ao exercício da função;
XXI - denunciar ato de ilegalidade, omissão, assédio ou XII - apresentar-se em estado de embriaguez, volun- Parágrafo único. Qualquer cidadão ou entidade regu- Trata-se de lei federal, aplicável somente no âmbi-
abuso de poder, de que tenha tomado conhecimento, tária ou culposa, ou sob o uso de substâncias psi- larmente constituída, é parte legítima para formular to da União, com incidência no Poder Executivo, e
indicando elementos que possam levar à respectiva coativas, não prescritas no ambiente de serviço ou denúncia a este Instituto sobre violação a dispositivo também nos Poderes Legislativo e Judiciário, no exer-
comprovação, para efeito de apuração em processo fora dele em situações que comprometam a boa deste Código.
cício de suas funções atípicas. Entretanto, o STJ paci-
apropriado; e imagem institucional do Ibama; Art. 27 da Portaria Ibama 2534/19 Os processos
de apuração de violações a este Código de Conduta ficou entendimento de que a referida Lei de Processo
XXII - atuar nas relações com outras instituições e com XIII - manifestar-se em nome da Instituição quando
Ética estão sujeitos, quanto ao acesso às informa- Administrativo pode ser aplicável, subsidiariamente,
o público equilibradamente, não participando de tran- não autorizado pela autoridade competente, nos
sações ou atividades que possam comprometer a dig- ções, às normas da Lei no 12.527, de 18 de novem- às demais entidades federais que não possuam lei
termos da política interna de comunicação social;
nidade profissional ou desabonar a imagem pública, bro de 2011, e do Decreto no 7.724, de 16 de maio de própria versando sobre o tema.
XIV - divulgar estudos, pareceres e pesquisas, ainda 2012, e observarão as formalidades exigidas pelo
bem como a imagem do Ibama. não tornados públicos, sem prévia autorização; Com base nessas considerações, passemos a des-
Decreto no 6.029, de 1º fevereiro de 2007, e pela Lei
XV - agir, em favor de interesses particulares, que tacar alguns pontos importantes da referida legisla-
nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
É notório que a lista de regras de compromisso éti- visem quaisquer favores, benesses ou vantagens ção. De início, o art. 1º, § 2º, da Lei nº 9.784, de 1999,
co a serem seguidas por todos aqueles que se encon- indevidas para si, para familiares, amigos, conhe- Portanto, as ações praticadas pelos agentes públi- procura delimitar três importantes conceitos. Órgão
tram em exercício no IBAMA é pautada na urbanidade cidos ou outros indivíduos, grupos de interesses ou cos do IBAMA, que foram consideradas violações ao é a unidade de atuação integrante da estrutura da
e na prevalência do interesse público, uma vez que entidades públicas ou privadas; Código de Conduta Ética serão apuradas, e caso sejam Administração direta e da estrutura da Administração
se trata de um órgão executor do SISNAMA, que lida XVI - exercer seu cargo, função ou emprego com consideradas lesivas, serão aplicadas as sanções indireta. Entidade é a unidade de atuação dotada de
diretamente com o cidadão. finalidade estranha ao interesse público; e definidas, sem prejuízos de outras previstas em Lei. personalidade jurídica. Temos também autoridade,
XVII - desviar servidor público para atendimento a Lembrando que, qualquer cidadão ou entidade pode que é o servidor ou agente público dotado de poder
DAS VEDAÇÕES APLICADAS AOS SERVIDORES DO interesse particular formalizar a denúncia da conduta do agente. de decisão.
IBAMA Preliminarmente, o art. 1º atribui a principal fina-
DA PARTICIPAÇÃO DO AGENTE NAS REDES lidade da referida Lei.
Não existem apenas regramentos de condutas SOCIAIS
ativas aplicadas aos servidores do IBAMA, mas tam- LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE “Esta Lei estabelece normas básicas sobre o proces-
bém uma lista de condutas que devem ser evitadas no Cada dia mais a tecnologia faz parte da nossa vida, so administrativo, seus atos e procedimentos, no
exercício das funções atribuídas. O art. 9° da Portaria e é impossível pensar em alguém que não utilize. São 1999 (PROCESSO ADMINISTRATIVO âmbito da Administração Pública Direta e Indireta
Ibama 2.534, de 2019, traz essas vedações: diversas as redes sociais disponíveis, porém é neces- DISCIPLINAR) da União, inclusive das pessoas jurídicas controla-
sário ter alguns cuidados ao associar a sua imagem a das ou mantidas pelo Poder Executivo, visando, em
Art. 9º da Portaria Ibama 2534/19 - É vedado aos imagem do IBAMA. A necessidade de se instaurar um processo, isso é, uma especial, à proteção dos direitos dos administrados,
servidores Ibama: Não há problema algum no agente do IBAMA fazer sequência de atos para o exercício da jurisdição, tem seu atendimento do interesse público e melhor cumpri-
I - ser conivente com erro ou infração a este Código uso das redes sociais, porém o agente público, identi- fundamento no princípio constitucional do devido pro- mento dos fins da Administração”.
de Ética; ficado como tal em seu perfil nas redes sociais, deve cesso legal. O devido processo legal pode ser compreen-
II - agir de forma procrastinatória, discriminatória se portar de forma responsável, observando os prin- dido como o “escudo da humanidade” contra a prática Pela leitura do caput do art. 1º, percebe-se que
ou que possa resultar em obtenção de vantagens ilí- de atos abusivos por parte do Estado. Seu fundamento
cípios e as normas de conduta ética e as regras de boa a referida Lei Federal estabelece normas básicas
citas por parte de terceiros; legal está previsto no art. 5º, LIV, da Constituição Federal,
convivência, conforme previsão do art. 20 da Portaria sobre o processo administrativo, com a finalidade
III - fazer uso, divulgar ou facilitar a divulgação o qual assegura que ninguém será privado da liberdade
de informações sigilosas, e das quais tenha toma- Ibama 2.534, de 2019. ou de seus bens sem o devido processo legal. de proteger os direitos dos administrados, promo-
do conhecimento em razão das atividades exerci- A obrigatoriedade do devido processo legal não se ver melhor atendimento do interesse público e o
das no cargo ou função, mesmo após ter deixado Outros aspectos que devem ser observados são a da aplica somente à seara judicial, mas também vincula melhor cumprimento dos fins da Administração.
o cargo; não utilização do e-mail institucional para uso pes- a Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no Os preceitos desta Lei se aplicam também aos
IV - utilizar indevidamente informações obtidas em soal e/ou para criar perfis em suas mídias sociais, moderno Estado de Direito, a validade das decisões Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Públi-
decorrência do trabalho para benefício próprio ou conforme previsão do art. 21 da Portaria IBAMA praticadas por órgãos e agentes governamentais está co, à Defensoria Pública, e ao Tribunal de Contas da
de outrem, sendo imperioso o sigilo quando ainda 2534, de 2019, assim como o cuidado ao utilizar os condicionada ao cumprimento de um rito procedi- União, quando no desempenho de função administra-
não divulgadas ou até o prazo que a lei determinar; textos e imagens produzidas pelo IBAMA, uma vez mental previamente estabelecido. Por isso, é de gran- tiva (art. 1º, § 1º).
V - aceitar ajuda financeira, presentes, privilégios, que são protegidas por direito autorais, conforme de importância o estudo do processo administrativo,
empréstimos, doações ou outra vantagem indevida art. 23 da Portaria IBAMA 2534, de 2019. que visa dar maior transparência e garantia do exer-
para si e seus familiares, quando oriundos de possí- Por fim, sem prejuízo do pensamento crítico e da Dos Princípios do Processo Administrativo e os Atos
cício de uma boa Administração para os particulares.
veis interessados nos serviços institucionais presta- liberdade de expressão, o agente público não deve, do Processo Administrativo
dos, não se considerando presentes os brindes sem de forma deliberada, realizar ou provocar exposi-
Dica O caput do art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, elenca
valor comercial ou aqueles distribuídos por enti- ções nas redes sociais e em mídias alternativas que
dades de qualquer natureza, a título de cortesia, visem causar prejuízos à imagem do IBAMA e de Processo ou procedimento administrativo? Ape- os princípios pelos quais a Administração Pública tem
propaganda ou divulgação, por ocasião de eventos seus agentes públicos, conforme previsto no art. 22 sar de não serem a mesma coisa, ambos possuem o dever de obedecer e que regem o processo adminis-
especiais ou datas comemorativas; da Portaria IBAMA 2534, de 2019. uma forte relação intrínseca. “Processo” é o termo trativo. São eles:
VI - permitir que seja retirado de qualquer setor São condutas mínimas que já são utilizadas em utilizado para designar a relação jurídica estabe-
deste Instituto, sem estar autorizado, processo, toda Administração Pública, uma vez que a atua- lecida entre as partes e, por isso, denomina-se Legalidade: é o dever de atuação conforme a lei e
documento, livro, material ou bem pertencente ao ção dos agentes não é em benefício próprio, e sim processo administrativo o vínculo estabelecido
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

o direito positivado, fruto da própria noção de Esta-


patrimônio público; em prol da coletividade e da instituição. entre o Poder Público e o particular para a toma- do de Direito.
VII - adotar postura hostil e/ou ofensiva ao público
da de uma decisão. “Procedimento”, por sua vez, Impessoalidade: tem por objetivo vedar a promo-
interno ou externo; DAS VIOLAÇÕES AO CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA
VIII - desqualificar a outrem, seja do público interno refere-se a uma sequência ordenada de atos que ção pessoal de agentes e autoridades
ou externo, por meio de palavras que atinjam a sua culminam na tomada da decisão. Procedimento é Moralidade: a atuação dos agentes públicos deve
A não observância do regramento disposto no o meio pelo qual se atende aos fins do processo. seguir os padrões de lealdade, decoro e boa-fé.
autoestima, imagem ou profissionalismo, acima
dos limites razoáveis de urbanidade de bom-senso; Código de Conduta Ética acarretará sanções, confor- Publicidade: é o dever de publicar os atos admi-
IX - praticar conduta que seja enquadrada como me disposto nos arts. 26 e 27: A LEI FEDERAL Nº 9.784/1999 nistrativos de relevante interesse para a população,
assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho; gerando maior transparência.
X – atribuir aos servidores ou colaboradores a Art. 26 da Portaria Ibama 2534/19 As condutas que Com o objetivo de regulamentar a disciplina consti- Eficiência: envolvem as ideias de profissionalismo
execução de atividades de natureza particular ou possam configurar em violação a este Código de Con- tucional do processo administrativo, a Lei nº 9.784, de e boa gestão, gerando resultados positivos e cor-
abusivas que possam gerar comprometimento de duta Ética serão apuradas, de ofício ou em razão de 1999, denominada “Lei do Processo Administrativo”, tando ao máximo os custos,
ordem física, mental ou emocional; denúncia fundamentada, pela Comissão de Ética do dispõe sobre normas básicas sobre o referido processo Razoabilidade e proporcionalidade: exige uma
XI - utilizar bens do patrimônio institucional para Ibama e poderão, sem prejuízo de outras sanções pre- no âmbito da Administração Federal direta e indireta, linha lógica e adequação entre o fim almejado e o
atendimento de atividades de interesse particular, vistas em lei, ensejar a aplicação da pena de censura visando a proteção dos direitos dos administrados e ao meio utilizado para tal fim, abstendo-se de praticar
excetuando-se as hipóteses de insignificância; ética ou recomendação sobre a conduta adequada. 239 240 melhor cumprimento dos fins da Administração Pública. exageros.
Obrigatória motivação: as decisões tomadas Dos Direitos e Deveres dos Administrados Quanto à legitimidade para a instauração do pro- A delegação é o fenômeno pelo qual uma autori-
pelas autoridades devem conter pressupostos de cesso, o art. 9º elenca um rol taxativo de interessados: dade distribui suas competências para uma entidade
fato e de direito que justifiquem as mesmas. Apesar de não haver uma expressa menção, para ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha
Duração razoável do processo: não significa que os efeitos da Lei, considera-se como “administrado” Art. 9º [...] hierárquica ou não. Salvo impedimento legal, a com-
o processo administrativo deva ser célere e rápido, todo aquele que não possui vínculo com a Administra- I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
ção Pública, é o cidadão particular, sujeito de direitos petência poderá ser parcialmente delegada a outros
mas ele também não pode ser demasiadamente lon- titulares de direitos ou interesses individuais ou no
e deveres exercidos pela Administração. órgãos ou titulares, mesmo sem subordinação hierár-
go. Existem processos na esfera judicial que perdu- exercício do direito de representação;
ram por mais de cinco anos! Mesmo não estabelecendo uma definição de admi- II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm quica, em razão de fatores técnicos, sociais, econômi-
Segurança jurídica: exige que a interpretação nistrado, a Lei Federal busca proteger alguns direitos direitos ou interesses que possam ser afetados pela cos, jurídicos ou territoriais.
das normas administrativas seja sempre a que do administrado. Os seus direitos estão dispostos no decisão a ser adotada; O art. 22 apresenta, contudo, algumas matérias que
melhor atenda aos interesses dos administrados, art. 3º, in verbis: III - as organizações e associações representativas, não podem ser objeto de delegação, sendo indelegáveis:
sendo vedada sua aplicação retroativa, pois isso no tocante a direitos e interesses coletivos;
feriria o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e Art. 3°  O administrado tem os seguintes direitos IV -as pessoas ou as associações legalmente consti- Art. 22 [...]
a coisa julgada. perante a Administração, sem prejuízo de outros tuídas quanto a direitos ou interesses difusos. I - a edição de atos de caráter normativo;
Contraditório e ampla defesa: para cada ato e que lhe sejam assegurados:
II - a decisão de recursos administrativos;
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e ser- Ainda sobre as pessoas dentro do processo admi-
cada alegação feita no processo em questão, é asse- III - as matérias de competência exclusiva do órgão,
vidores, que deverão facilitar o exercício de seus nistrativo, a referida Lei estabelece algumas hipóteses
gurado o direito de manifestação da parte contrá- entidade ou autoridade;
direitos e o cumprimento de suas obrigações; de suspeição e de impedimento.
ria, principalmente nos processos em que resultem IV - as atribuições recebidas por delegação, salvo auto-
II - ter ciência da tramitação dos processos admi-
em sanções e nas situações de litígio. Impedimento é uma qualidade que uma pessoa rização expressa e na forma por ela determinada.
nistrativos em que tenha a condição de interessa-
Supremacia e indisponibilidade do interesse do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos tem que, como o próprio nome diz, impede essa pessoa
público: são os princípios únicos e basilares de neles contidos e conhecer as decisões proferidas; de participar do processo administrativo. As causas de
A avocação, por sua vez, traduz-se na absorção de
Direito Administrativo, que fundamentam o fato III - formular alegações e apresentar documentos impedimento estão dispostas no art. 18, in vebis:
competências, hipótese em que o órgão ou o titular
desse ramo jurídico ser de Direito Público. O inte- antes da decisão, os quais serão objeto de conside-
resse público deve, sempre, se sobrepor aos inte- Art. 18 É impedido de atuar em processo adminis- chama para si atribuições de competência de órgão
ração pelo órgão competente;
resses particulares, o que garante à Administração IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advoga- trativo o servidor ou autoridade que: hierarquicamente inferior. É uma hipótese excepcio-
Pública uma série de prerrogativas para perseguir do, salvo quando obrigatória a representação, por I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; nal e temporária no processo administrativo, confor-
esse fim. Por outro lado, o interesse público é indis- força de lei. II - tenha participado ou venha a participar como me dispõe o art. 24.
ponível, não pode o agente público praticar atos perito, testemunha ou representante, ou se tais Em relação a forma, a Lei citada não atribui nenhum
com desvios de finalidade Como se depreende da leitura do dispositivo, esse situações ocorrem quanto ao cônjuge, companhei- requisito solene para o processo administrativo, apenas
não é um rol taxativo de direitos. A lei de processo ro ou parente e afins até o terceiro grau;
exige que os atos processuais deverão ser produzidos por
administrativo não precisa prever todos os direitos do III - esteja litigando judicial ou administrativa-
Além da obediência desses princípios, o processo escrito, em vernáculo, com data e local de sua realização
administrado para garantir sua proteção. mente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
administrativo também deve observar, alguns critérios e assinatura da autoridade responsável (art. 22, § 1º). Os
Por outro lado, o art. 4º aponta os deveres do companheiro.
previstos nos incisos do parágrafo único do art. 2º: atos são realizados em dias úteis, no horário de funciona-
administrado perante o processo administrativo.
Sem prejuízo de outros deveres previstos em ato nor- A autoridade ou servidor que incorrer em impedi- mento da repartição na qual tramita o processo.
I - atuação conforme a lei e o Direito; Sobre o tempo, dispõe o art. 24 que, inexistindo
mativo, o artigo apresenta cinco deveres: I - expor os mento deve comunicar o fato à autoridade competen-
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a
fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, te, abstendo-se de atuar. A omissão em comunicar tal disposição legal específica, os atos do órgão ou auto-
renúncia total ou parcial de poderes ou competên-
urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; impedimento é considerada uma falta grave. ridade responsável pelo processo e dos administrados
cias, salvo autorização em lei;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e Mas a Lei do Processo Administrativo também pre- que dele participem devem ser praticados no prazo de
III - objetividade no atendimento do interesse
colaborar para o esclarecimento dos fatos. vê algumas hipóteses de suspeição. São hipóteses em cinco dias úteis, salvo motivo de força maior.
público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
que a pessoa não está obrigada, mas é recomendável Sobre o lugar, os atos do processo devem reali-
autoridades;
Do Início do Processo: Instauração, Legitimidade, que ela não participe do processo administrativo. As zar-se por meio eletrônico ou físico, neste último caso
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade,
Impedimento e Suspeição causas de suspeição estão previstas no art. 20, in verbis:
decoro e boa-fé; preferencialmente na sede do órgão (art. 25). Os atos
V - divulgação oficial dos atos administrativos, praticados em processos eletrônicos não dispensam o
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na A Administração Pública apresenta uma dinamici- Art. 20 Pode ser arguida a suspeição de autoridade
dade muito maior do que o Judiciário, uma vez que ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade comparecimento do interessado quando necessário,
Constituição; devendo observar as regras procedimentais do órgão
pode agir de ofício, isso é, sem a provocação do inte- notória com algum dos interessados ou com os res-
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi-
ressado (art. 5º). pectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins ou entidade aos quais se destina.
ção de obrigações, restrições e sanções em medida
É possível, evidentemente, que o processo admi- até o terceiro grau. Sobre a comunicação dos atos, é importante des-
superior àquelas estritamente necessárias ao aten-
dimento do interesse público; nistrativo possa ser instaurado a requerimento, hipó- tacar o conteúdo do art. 27, in verbis:
tese em que deve ser formulado por escrito e conter os Interessante observar que o próprio servidor ou
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
seguintes dados conforme o art. 6°: autoridade julgadora do processo pode se autodecla- Art. 27 O desatendimento da intimação não importa
que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à
rar suspeita. o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renún-
Art. 6º [...] Qual seria a diferença de julgamento de impedi- cia a direito pelo administrado.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

garantia dos direitos dos administrados;


I - órgão ou autoridade administrativa a que se mento e uma suspeição? A resposta é bem simples: o Parágrafo único. No prosseguimento do processo,
IX - adoção de formas simples, suficientes para pro-
dirige; impedimento são ordens legais, o que significa que
piciar adequado grau de certeza, segurança e res- será garantido direito de ampla defesa ao interessado.
II - identificação do interessado ou de quem o o seu julgamento está vinculado à palavra da lei. Já
peito aos direitos dos administrados; represente;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen- o julgamento da suspeição, como não há um manda- O parágrafo único desse dispositivo trata de um
III - domicílio do requerente ou local para recebi-
tação de alegações finais, à produção de provas e mento para se declarar a suspeição (é recomendado
mento de comunicações; assunto bem simples: é assegurado no processo admi-
à interposição de recursos, nos processos de que que tais pessoas não participem do processo), há uma
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos nistrativo o contraditório e a ampla defesa, igual a o
possam resultar sanções e nas situações de litígio; e de seus fundamentos; certa margem de liberdade no julgamento da suspei-
que acontece no processo judicial.
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, V - data e assinatura do requerente ou de seu repre- ção, o que evidencia uma maior discricionariedade.
Porém, o caput do referido artigo traz uma novi-
ressalvadas as previstas em lei; sentante (art. 6º).
Da Competência, da Forma, do Tempo e do Lugar dade: a falta de defesa técnica, pelo desatendimento
XII - impulsão, de ofício, do processo administrati-
vo, sem prejuízo da atuação dos interessados; Quando os pedidos de uma pluralidade de inte- da intimação, não torna o réu revel. Isso porque a
XIII - interpretação da norma administrativa da ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, Nos termos do art. 20, a competência é irrenun- revelia não existe no processo administrativo. Os
forma que melhor garanta o atendimento do fim poderão ser formulados em um único requerimento ciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que efeitos da revelia (no processo judicial) importam no
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa ou reunidos por decisão motivada da autoridade com- foi atribuída como própria, salvo os casos de delega- reconhecimento da verdade de todos os fatos alegados
de nova interpretação. petente, salvo preceito legal em contrário (art. 8º). 241 242 ção e avocação legalmente admitidos. e que não foram contestados pela outra parte.
Da Instrução: Produção de Provas, Testemunhas, O art. 50, por sua vez, dispõe sobre a motivação O direito da Administração de anular os atos admi- II - perante órgão incompetente;
Depoimento, Citação das decisões do processo administrativo. Os atos nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os III - por quem não seja legitimado;
administrativos deverão ser motivados, com indica- destinatários decai em cinco anos, contados da data IV - após exaurida a esfera administrativa.
A fase de instrução é a etapa do processo adminis- ção dos fatos, dos fundamentos jurídicos e atos proba- em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
trativo em que temos a produção de provas. As ativida- No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo Os prazos contam-se em dias úteis e começam a
tórios, especialmente quando:
des de instrução destinadas a averiguar e comprovar de decadência contar-se-á da percepção do primeiro correr a partir da data da cientificação oficial, excluin-
os dados necessários à tomada de decisão se realizam pagamento (§ 1º do art. 54). do-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do
Art. 50 [...]
de ofício, sem prejuízo do direito dos interessados de Em decisão na qual se evidencie não acarretarem vencimento.
propor atuações probatórias. A atuação do interessado, I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os O órgão competente para decidir o recurso pode-
quando exigida ou necessária na fase de instrução, deve atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser rá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
ser realizada de modo menos oneroso para ele (art. 29). sanções;
III - decidam processos administrativos de concur- convalidados pela própria Administração (art. 56). parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de
Os atos de instrução podem ocorrer de forma física
so ou seleção pública; sua competência. Se da aplicação do disposto neste
ou por meio eletrônico. Nessa última hipótese, tais atos
serão documentados nos autos do respectivo processo. IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de Dica art. puder decorrer gravame à situação do recorren-
É absolutamente vedada a obtenção de provas por processo licitatório; te, este deverá ser cientificado para que formule suas
V - decidam recursos administrativos; Para saber quais atos podem ser sanáveis, é alegações antes da decisão (art. 64, parágrafo único).
meios ilícitos. Exemplo: a confissão de um servidor importante relembrar quais são os elementos
policial sobre apuração de uma transgressão discipli- VI - decorram de reexame de ofício; Uma vez vistos os aspectos gerais dos recursos
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada dos atos administrativos: competência, obje- administrativos, é importante, também, conhecer
nar, mediante tortura.
Quando a matéria do processo envolver assunto de sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, to, forma, motivo e finalidade. Os atos podem cada um deles em espécie:
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante propostas e relatórios oficiais; ser convalidados, se o seu vício recair sobre a
despacho motivado, abrir período de consulta pública VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou competência ou a forma do ato administrati- z R epresentação: é uma denúncia formal de irregu-
para manifestação de terceiros, antes da decisão final, convalidação de ato administrativo. vo. Contudo, se o vício recair no motivo, objeto laridade, feita por qualquer indivíduo, com previ-
se não houver prejuízo para a parte interessada e ao e a finalidade, por serem vícios insanáveis, não são no inciso III, do § 3º , do art. 37, da CF, de 1988, e
eficaz andamento do processo (art. 31). A motivação deve ser explícita, clara e congruen- podem ser convalidados. que gera à Administração o dever-poder de apurar
A consulta pública é um instrumento de comu- te, podendo consistir em declaração de concordância a irregularidade, se houver. Trata-se, por isso, de
nicação entre a administração e a sociedade, pois com fundamentos de anteriores pareceres, informa- Dos Recursos Administrativos ato vinculado.
os cidadãos podem apresentar sugestões, críticas ções, decisões ou propostas, que, neste caso, serão z Reclamação administrativa: É o ato pelo qual
e comentários acerca do objeto do processo, ainda parte integrante do ato. Na solução de vários assuntos Todas as decisões adotadas em processo adminis- o administrado, particular ou servidor público,
que não sejam a parte diretamente interessada. Não da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecâni- trativo são passíveis de recurso, caso em que haverá deduz uma pretensão perante a administração
é obrigatória (discricionariedade), ou seja, somen- co que reproduza os fundamentos das decisões, desde um reexame quanto às questões de legalidade (vincu- pública, visando obter o reconhecimento de um
te será utilizada quando for conveniente e oportuno lação) e de mérito (discricionariedade) dos atos admi- direito ou a correção de um ato que lhe cause ou
que não prejudique direito ou garantia dos interessa-
para a Administração e para o processo em questão. nistrativos objeto do litígio. na iminência de causar lesão. A interposição da
dos (§§ 1º e 2º do art. 50).
Quando for necessária a prestação de informações O recurso será dirigido à autoridade superior por reclamação não impede a apreciação do pleito
ou a apresentação de provas pelos interessados ou O art. 51 apresenta a desistência, que é uma
das formas de extinção do processo administrativo. intermédio da autoridade que proferiu o ato recorrido, e pelo Judiciário, mas a reclamação interposta den-
terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, esta poderá reconsiderar sua decisão no prazo de cinco tro do prazo de 1 ano, contado da ocorrência do
mencionando-se data, prazo, forma e condições de O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devida- ato, suspende a prescrição quinquenal deste.
atendimento (art. 39). Essas intimações são indispen- desistir total ou parcialmente do pedido formulado
mente informados (§ 1º do art. 56). Salvo exigência legal, z Pedido de reconsideração: é uma solicitação feita à
sáveis para que os interessados e terceiros tenham ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. Quando
a interposição de recurso independe de caução. autoridade que expediu o ato, para que o modifique
conhecimento do processo que está correndo. múltiplos os interessados, a desistência de um não
Existem três instâncias administrativas pelas quais ou o invalide, nos moldes do requerente. A reconsi-
O art. 42 dispõe sobre os pareceres, que podem afeta o prosseguimento do processo para os demais (§ os recursos podem tramitar (art. 57). deração não suspende a prescrição do Judiciário.
ser obrigatórios ou facultativos, conforme sejam ou 1º do art. 51). A desistência ou renúncia do interessa- Os legitimados para interpor recurso estão previs- z Recurso hierárquico próprio: é aquele endere-
não exigidos por lei. Os pareceres obrigatórios são do, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento tos no art. 58. São eles: çado a autoridade superior à que praticou o ato
vinculantes ou não vinculantes, quando suas conclu- do processo, se a Administração considerar que o inte-
sões devam ou não ser necessariamente observadas recorrido. Pode ser interposto sem a necessida-
resse público assim o exige. Art. 58 [...] de de previsão legal, uma vez que a revisão dos
nas decisões proferidas por autoridade competente. O art. 52, por sua vez, dispõe sobre outra hipóte- I - os titulares de direitos e interesses que forem atos pela autoridade hierarquicamente superior
Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
se de extinção do processo administrativo: quando parte no processo; àquela que praticou o ato é uma de suas tarefas
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no pra- II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indire-
exaurida a sua finalidade ou o objeto da decisão se inerentes. Vale ressaltar que o recurso hierárquico
zo máximo de quinze dias úteis, salvo norma especial tamente afetados pela decisão recorrida;
ou comprovada necessidade de maior prazo. Se um tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato independe de caução ou qualquer tipo de garantia
superveniente. III - as organizações e associações representativas,
parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emi- no tocante a direitos e interesses coletivos; em dinheiro, conforme dispõe a Súmula Vinculan-
tido no prazo fixado, o processo não terá seguimento IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos te nº 21 do STF.
até a respectiva apresentação, responsabilizando-se Da Anulação, Revogação e Convalidação ou interesses difusos. z Recurso hierárquico impróprio: é aquele dirigido
quem der causa ao atraso. Se um parecer obrigatório e a autoridade que não ocupa posição de hierarquia
não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, O art. 53 prevê o que a doutrina denomina de auto- O recurso é interposto por meio de requerimento em relação ao ente que praticou o ato. É o caso, por
o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido tutela administrativa. A Administração deve anular no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do exemplo, de recurso interposto para o ente federati-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de seus próprios atos, quando eivados de vício de legali- pedido de reexame, podendo juntar os documentos vo membro da Administração Direta, sobre alguma
quem se omitiu no atendimento (§§ 1º e 2º do art. 42). dade, e pode revogá-los, por motivo de conveniência que julgar convenientes. entidade da Administração Indireta. Esse tipo de
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito ou oportunidade, em qualquer caso respeitados os Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo, recurso deve possuir previsão legal, uma vez que os
de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo direitos adquiridos, sem precisar de auxílio ou inter- poderes inerentes à tutela não se presumem.
salvo havendo relevante fundamento e justo receio
se outro prazo for legalmente fixado (art. 44).
venção do processo judiciário. de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorren-
Quando um ato é considerado ilegal, significa que te da execução. Nesses casos, a autoridade recorrida Atenção para o conteúdo do art. 65:
Do Dever de Decidir: Motivação e Desistência poderá decretar a suspensão do prazo recursal (art.
houve um julgamento quanto à legalidade do ato. A
palavra da lei é o que importa: se o ato foi praticado 61, parágrafo único). “O órgão competente para decidir o recurso pode-
Segundo o caput do art. 48, a Administração tem Interposto o recurso, o órgão competente para dele rá confirmar, modificar, anular ou revogar, total
o dever de expressamente se pronunciar e emitir fora dos limites legais, deve ser anulado. É esse o ins-
tituto da vinculação. Porém, quando um ato é consi- conhecer deverá intimar os demais interessados para ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria
decisão sobre todos os assuntos da sua competência que, no prazo de dez dias úteis, apresentem alegações. for de sua competência. Se da aplicação do dispos-
que lhes sejam apresentados, nos processos adminis- derado inconveniente e inoportuno (mas ainda assim
O recurso não será conhecido quando interposto: to neste artigo puder decorrer gravame à situação
trativos e sobre solicitações, petições, representações legal e legítimo), aqui o administrador tem a escolha de
do recorrente, este deverá ser cientificado para que,
ou reclamações. Lembre-se que o dever de decidir manter o ato, ou de extingui-lo mediante a revogação. no prazo de dez dias úteis, formule suas alegações
Art. 63 [...]
da Administração tem por fundamento justamente o Há um julgamento com base na discricionariedade. antes da decisão”.
I - fora do prazo;
direito de petição do administrado. 243 244
O referido dispositivo trata do que a doutrina deno- O ato omissivo de João de deixar de realizar cobrança Por ser amigo íntimo de Antônia, Carlos está impedi- 15. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da ética, jul-
mina da “proibição da reformatio in pejus”. De modo de imposto constitui improbidade administrativa que do de atuar no processo, devendo se abster de intervir gue o item a seguir.
geral, a decisão proferida no recurso administrativo causa lesão ao erário. no caso. O exercício da cidadania por meio da eleição de repre-
não pode resultar em gravame, ou em prejuízo para o sentantes pelo voto é um direito, mas não um dever,
administrado. Exemplo: se o servidor foi punido com ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO do cidadão.
pena de suspensão por 10 dias e decide recorrer da
decisão, a autoridade julgadora do recurso não pode 4. (CEBRASPE-CESPE — 2017) À luz da Lei n.º 10. (CEBRASPE-CESPE — 2016) O Tribunal de Contas de ( ) CERTO  ( ) ERRADO
simplesmente decidir que a pena foi muito branda, e 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa —, determinado estado da Federação, ao analisar as con-
aumentá-la para 20 dias. Caso essa possibilidade ocor- julgue o próximo item. tas prestadas anualmente pelo governador do estado, 16. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito da ética, da
ra (o que não deveria), o recorrente precisa de um A aplicação de sanções por atos de improbidade verificou que empresa de publicidade foi contrata- moral, de valores e democracia, julgue o item a seguir.
prazo para fazer suas alegações e se defender dessa da, mediante inexigibilidade de licitação, para divulgar
administrativa que causem prejuízo ao erário depen- O pretorianismo é considerado um fator que favorece
reforma prejudicial da decisão. ações do governo. Na campanha publicitária promovida
de da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho a democracia, por garantir o exercício da cidadania.
pela empresa contratada, constavam nomes, símbo-
de contas. los e imagens que promoviam a figura do governador,
que, em razão destes fatos, foi intimado por Whatsa- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO pp para apresentar defesa. Na data de visualização da
HORA DE PRATICAR! intimação, a referida autoridade encaminhou resposta, 17. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o próximo item,
5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) À luz da Lei n.º via Whatsapp, declarando-se ciente. Ao final do proce- relativos à ética no setor público.
1 (CEBRASPE-CESPE — 2021) Na pretensão de celebrar 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, dimento, o Tribunal de Contas não acolheu a defesa do Um código de ética no serviço público não deve ter
contrato administrativo com empresa fornecedora de julgue o item subsequente. governador e julgou irregular a prestação de contas. a pretensão de uso universal, mas, sim, ser dedicado
serviço de mão de obra, João, servidor público com- A configuração de ato de improbidade administrativa A partir da situação hipotética apresentada, julgue o à solução de conflitos morais específicos do grupo
petente de determinado órgão público, elaborou edital dependerá, necessariamente, da existência de dano item a seguir. de servidores que por ele é compreendido, não sen-
de licitação prevendo em uma de suas cláusulas que a efetivo ao erário. É nula a intimação do governador, por ser obrigatório do, necessariamente, um instrumento repressor ou
empresa contratada reserve percentual mínimo de sua que seja feita por ciência no processo, via telegrama disciplinador.
mão de obra a pessoas oriundas do sistema prisional. ( ) CERTO  ( ) ERRADO ou por via postal com aviso de recebimento.
Tomando conhecimento do fato, o chefe de João, auto- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ridade máxima do órgão, sem apresentar justificativa, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
6. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação aos pode-
suspendeu o edital e determinou a contratação direta res da administração pública e ao processo adminis- 18. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o próximo item,
da empresa por dispensa de licitação. Contrariado com 11. (CEBRASPE-CESPE — 2019) À luz das normas perti-
trativo disciplinar, julgue o próximo item. relativos à ética no setor público.
a atitude do seu superior hierárquico, João foi embora nentes à administração pública e com relação a atos
Segundo entendimento do STF, a falta de defesa téc- A existência de regras constitutivas, que indicam
para casa no meio do expediente sem autorização do e contratos administrativos, serviços públicos, impro-
nica por advogado no processo administrativo disci- bidade administrativa e intervenção do Estado na como e o que pode ser feito na atuação dos servido-
seu chefe, coisa que nunca antes fizera. plinar não ofende a Constituição. res públicos, não fere o princípio da legalidade, embo-
propriedade, julgue o item seguinte.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item ra este tenha uma relação mais direta com as regras
A ocorrência da decadência gera a extinção de direito,
que se segue. ( ) CERTO  ( ) ERRADO imperativas, que dizem o que não pode ser feito e o
o que, contudo, não impede a administração públi-
Por se ausentar do serviço durante o expediente, sem ca de se manifestar a tempo e modo em processo que deve ser feito.
prévia autorização do chefe imediato, João está sujei- 7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação à organi- administrativo.
to a pena de suspensão. zação administrativa, ao processo administrativo, ao ( ) CERTO  ( ) ERRADO
estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade ( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO de economia mista e de suas subsidiárias e à Lei de 19. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da ética no
Acesso a Informação, julgue o item a seguir. 12. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Com base na Lei n.º serviço público, da administração pública federal bem
2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) João, servidor público, Um órgão administrativo pode delegar parte de sua 9.784/1999, julgue o seguinte item, acerca de proces- como dos servidores públicos federais e seus direitos
aliciou um dos seus subordinados a se filiar ao sindi- competência a outro, com exceção das matérias que so administrativo. e deveres, julgue o item que se seguem.
cato da categoria a que ambos pertenciam. Em razão sejam de sua competência exclusiva. Decai em cinco anos o direito da administração de De acordo com o Código de Ética Profissional do
desse fato, instaurou-se processo administrativo con- anular os atos administrativos que tenham produzido Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
tra João para apurar sua conduta funcional. Concluído ( ) CERTO  ( ) ERRADO efeitos favoráveis aos administrados. ausência de servidor do seu local de trabalho é fator
o procedimento, o chefe da repartição, Antônio, aplicou de desmoralização do serviço público, já que pode
a pena de advertência por escrito pelo ato praticado. 8. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Considerando as normas ( ) CERTO  ( ) ERRADO acarretar desordem nas relações humanas.
Considerando a situação hipotética precedente, o de direito administrativo, as disposições normativas
disposto na Lei n.º 8.112/1990, os requisitos do ato relativas ao pregão e a Lei federal n.º 9.784/1999, 13. (CEBRASPE-CESPE – 2021) Acerca de ética, princí- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
administrativo e os poderes da administração públi- pios, valores e moral, julgue o item que se seguem.
acerca de processo administrativo, julgue o item
ca, julgue o item a seguir. Os princípios da coerência e da universalização são
seguinte. 20. (CEBRASPE-CESPE — 2020) O item a seguir apresen-
A penalidade aplicada a João é incabível, uma vez que suficientes para se definir, diante de um conflito de
É impedido de atuar em processo administrativo o valores, se uma conduta é eticamente aceitável. ta uma situação hipotética, seguida de uma asser-
não há previsão legal expressa para a punição funcio- servidor que tenha amizade íntima com algum dos tiva a ser julgada à luz do disposto no Decreto n.º
nal pelo ato praticado. interessados no processo. 1.171/1994.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

( ) CERTO  ( ) ERRADO


Raul é visto habitualmente embriagado fora de seu
( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO horário de expediente, sendo, inclusive, conheci-
14. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca de ética, princí-
pios, valores e moral, julgue o item que se seguem. do pelas pessoas mais próximas como pé inchado;
3. (CEBRASPE-CESPE — 2021) João, servidor público 9. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Antônia, de sessenta porém, cumpre suas atividades com zelo durante o
Dado que, ao longo das últimas décadas, certas
estável da SEFAZ, por negligência deixou de realizar anos de idade, requereu a certo órgão público a emis- práticas sociais inovadoras têm sido desenvolvi- horário de trabalho, não se atrasa e tampouco falta
cobrança de ICMS de determinada empresa. são de documento de caráter pessoal. Em razão da das principalmente por meio de atores políticos que ao serviço. Nesse caso, a conduta de Raul não fere a
Messias, chefe de João, tendo tomado conhecimen- negativa do pedido, Antônia interpôs recurso admi- compõem um campo dito progressista e que a con- ética do serviço público.
to do fato, resolveu instaurar processo administrati- nistrativo dirigido a Carlos, autoridade competente do testação de ideais conservadores tem tido uma maior
vo, ao final do qual foi aplicada pena de suspensão referido órgão para julgar o recurso. No entanto, por aceitação social, por meio, por exemplo, da organi- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
a João. Inconformado com a punição, João interpôs ser amigo íntimo de Antônia, Carlos delegou sua atri- zação de movimentos sociais, essa realidade que se
recurso administrativo, visando reverter a decisão. buição julgadora para Marcos, com o qual não possui constitui representa um atual estado de amoralidade
Após análise do recurso, a instância superior decidiu qualquer relação de subordinação hierárquica. e de descrédito do discurso ético, por não buscar a
revogar a punição, por motivo de ilegalidade. A partir da situação hipotética precedente, julgue o manutenção dos valores e costumes tradicionais.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item a seguir, considerando as disposições da Lei de
item. Processo Administrativo (Lei n.o 9.784/1999). 245 246 ( ) CERTO  ( ) ERRADO
9 GABARITO

1 ERRADO

2 ERRADO

3 CERTO

4 ERRADO

5 ERRADO

6 CERTO

7 CERTO

8 ERRADO

9 ERRADO

10 ERRADO

11 ERRADO

12 CERTO

13 ERRADO

14 ERRADO

15 ERRADO

16 ERRADO

17 CERTO

18 CERTO

19 ERRADO

20 ERRADO

ANOTAÇÕES

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

247 248
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO SINAIS NA DIVISÃO
Principais propriedades da operação de adição: Operações Resultados Operações Resultados

z Propriedade comutativa: a ordem dos números + + + + + +


MATEMÁTICA não altera a soma.
- - + - - +
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115. + - - + - -

z Propriedade associativa: quando é feita a adição - + - - + -


ÁLGEBRA LINEAR de 3 ou mais números, podemos somar 2 deles,
primeiramente, e a depois somar o outro, em qual-
CONJUNTO NUMÉRICO: OPERAÇÕES COM z A multiplicação de números de mesmo sinal tem
quer ordem, que vamos obter o mesmo resultado.
NÚMEROS INTEIROS, FRACIONÁRIOS E DECIMAIS Se liga! resultado positivo.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10 � A multiplicação de números de mesmo sinal
Números Inteiros
tem resultado positivo. z A multiplicação de números de sinais diferentes
z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99
Os números inteiros são os números naturais e tem resultado negativo.
adição, pois qualquer número somado a zero é � A multiplicação de números de sinais diferen-
seus respectivos opostos (negativos). Veja: Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
igual a ele mesmo.
Z = {..., -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...} tes tem resultado negativo.
O símbolo desse conjunto é a letra Z. Uma coisa Ex.: 27 + 0 = 27; 55 + 0 = 55.
Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75 Esquematizando:
importante é saber que todos os números naturais
são inteiros, mas nem todos os números inteiros são z Propriedade do fechamento: a soma de dois núme- Dividendo
As principais propriedades da operação de Divisor
naturais. Logo, podemos representar através de dia- ros inteiros sempre gera outro número inteiro.
gramas e afirmar que o conjunto de números naturais multiplicação.
30 5
está contido no conjunto de números inteiros ou ain- Ex.: a soma dos números inteiros 8 e 2 gera o 0 6
da que N é um subconjunto de Z. Observe: z Propriedade comutativa: A x B é igual a B x A, ou
número inteiro 10 (8 + 2 = 10).
seja, a ordem não altera o resultado. Quociente
Resto
� Subtração: subtrair dois números é o mesmo que
diminuir, de um deles, o valor do outro. Ou seja, Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40.
Dividendo = Divisor × Quociente + Resto
subtrair 7 de 20 significa retirar 7 de 20, restando 30 = 5 · 6 + 0
13: 20 – 7 = 13. z Propriedade associativa: (A x B) x C é igual a (C x B)
x A, que é igual a (A x C) x B.
As principais propriedades da operação de divisão.
Veja mais alguns exemplos: Propriedade comutativa: a divisão não possui essa
Subtrair 5 de 16: 16 -5 = 11 Ex.: (3 x 4) x 2 = 3 x (4 x 2) = (3 x 2) x 4 = 24.
propriedade.
Z N 30 subtraído de 10: 30 – 10 = 20
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
z Propriedade associativa: a divisão não possui essa
As principais propriedades da operação de tro da multiplicação, pois ao multiplicar 1 por
propriedade.
subtração: qualquer número, este número permanecerá z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
inalterado. tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
z Propriedade comutativa: como a ordem dos núme- por 1, o resultado será o próprio número.
ros altera o resultado, a subtração de números não Ex.: 15 x 1 = 15.
possui a propriedade comutativa.
Ex.: 15 / 1 = 15.
z Propriedade do fechamento: a multiplicação de
Podemos destacar alguns subconjuntos de núme- Ex.: 250 – 120 = 130 e 120 – 250 = -130. números inteiros sempre gera um número inteiro. z Propriedade do fechamento: aqui chegamos em uma
ros. Veja: diferença enorme dentro das operações de números
z Propriedade associativa: não há essa propriedade Ex.: 9 x 5 = 45 inteiros, pois a divisão não possui essa propriedade.
z Números Inteiros não negativos = {4,5,6...}. Veja na subtração.
Uma vez que ao dividir números inteiros podemos
que são os números naturais. z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da z Propriedade distributiva: essa propriedade é obter resultados fracionários ou decimais.
z Números Inteiros não positivos = {… -3, -2, -1, 0}. subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer
exclusiva da multiplicação. Veja como fica: Ax(B+C)
Veja que o zero também faz parte deste conjunto, número, este número permanecerá inalterado.
= (AxB) + (AxC) Ex.: 2 / 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto dos
pois ele não é positivo nem negativo. números inteiros).
z Números inteiros negativos = {… -3, -2, -1}. O zero Ex.: 13 – 0 = 13.
Ex.: 3x(5+7) = 3x(12) = 36
não faz parte. Usando a propriedade: Numeros Fracionários
z Números inteiros positivos = {5, 6, 7...}. Novamen- z Propriedade do fechamento: a subtração de dois
números inteiros sempre gera outro número 3x(5+7) = 3x5 + 3x7 = 15+21 = 36
te, o zero não faz parte. Frações nada mais são do que operações de divisão.
inteiro.
z Divisão: quando dividimos A por B, queremos 4
Operações com Números Inteiros Podemos, por exemplo, tanto escrever 4 ÷ 8 quanto .
repartir a quantidade A em partes de mesmo 8
Ex.: 33 – 10 = 23.
MATEMÁTICA

valor, sendo um total de B partes. Agora, vamos estudar todas as operações que
Há quatro operações básicas que podemos efetuar
com estes números são: adição, subtração, multiplica- Multiplicação: a multiplicação funciona como se envolvem as frações. São elas: adição, subtração, mul-
fosse uma repetição de adições. Veja: Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50 tiplicação e divisão.
ção e divisão.
em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere-
z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou A multiplicação 20 x 3 é igual à soma do número 20 mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10 Adição e Subtração de fração
seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25 três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3). consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50. Para somar ou subtrair frações, é necessário olhar-
Veja mais alguns exemplos: Algo que é muito importante e você deve lembrar sem- Algo que é muito importante e você deve lembrar mos para os denominadores, ou seja, para a “base”
Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18 pre, são as regras de sinais na multiplicação de números. 249 250 sempre, são as regras de sinais na divisão de números. das frações. Há duas situações possíveis. Vejamos:
z Denominadores iguais (quando acontece essa situa- Para dividir frações, deve-se repetir a primeira Números Decimais Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2
ção, basta repetir as bases e operar os numeradores) fração e multiplicar pelo inverso da segunda fração. está para 3 assim como 4 está para 6).
Depois, basta realizar a multiplicação normalmente, Os números decimais podem ser fracionados em Os problemas mais comuns que envolvem razão e
1 3
+ = 1+3 = 4 da mesma forma que aprendemos. Veja: somas, veja: proporção é quando se aplica uma variável qualquer
5 5 5 5 dentro da proporcionalidade e se deseja saber o valor
4-2 4-2 2 2,456... = 2 + 0,4 + 0,05 + 0,006 + ... dela. Veja o exemplo:
3 3 = 3 =3 Importante!
Uma representação decimal de um número real 2 x
z Denominadores diferentes (quando acontece Podemos simplificar frações, dividindo o nume- = ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
não negativo x é a soma da forma: 3 6
essa situação, é necessário achar o denominador rador e o denominador pelo mesmo número.
comum, para operar as frações). Veja:
d0 = d-110-1 + ... + d-n10-n + ... = x Para resolvermos esse tipo de problema devemos
1 3 Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
3+4 ria com exercícios comentados de diversas bancas. Sendo d0 um número inteiro não negativo e d-n um ção: produto dos meios pelos extremos.
Vamos lá! número pertencente ao conjunto (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, Meio: 3 e x;
O número 12 é o primeiro múltiplo, ao mesmo 9), onde n = 1, 2, … . Extremos: 2 e 6.
tempo, de 3 e 4. Então, dividiremos 12 pelos denomi- Por construção: Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
nadores e, depois, multiplicaremos o resultado pelos numa igualdade. Observe:
numeradores. 1. (FCC — 2016) Seja A o quociente da divisão de 8 por
x = d0 (parte inteira) + 0, d-1, d-2, d-3, … (parte fracionária)
3. Seja B o quociente da divisão de 15 por 7. Seja C o
3·X=2.6
1 3 4x1 3x3 4 + 9 13 quociente da divisão de 14 por 22. O produto A B C é
3 + 4 = 12÷3 + 12÷4 = 12 = 12 Notação: 3X = 12
igual a:
X = 12/3
Achando o menor denominador comum (mmc): x = d0, d-1 d-2 d-3 … ou x = (d0, d-1 d-2 d-3 ...)10 X=4
A) 3,072072072 . . .
B) 3,636363 . . .
3–4 2 (aqui vamos dividir sempre pelo menor número primo possível) z Exemplos: Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
C) 3,121212 . . .
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro-
D) 3,252525 . . . „ Representação finita de um número inteiro x1 priedade fundamental. Porém, algumas questões
3–2 2 E) 3,111 . . . = 13: acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser
3–1 3 útil conhecer algumas propriedades para facilitar.
Vamos calcular a multiplicação entre as frações 13 = 13 + 0,0  x1 = (13,0)10 Vamos a elas!
apresentadas:
1–1 mmc: 2 · 2 · 3 = 12
Podemos, ainda, simplificar o 14 com o 7 e o 15 com z Representação racional tipo fração exata x2 = ½: Propriedade das Proporções
o 3.
Todo número que é dividido apenas por ele mes- Ainda é possível dividir 40 por 11. ½ = 0,5  x2 = (0,5)10 z Somas Externas
mo e pelo número 1 é um número primo. Logo, A B C = 3,63... Resposta: Letra B.
z Representação racional tipo dízima periódica x3 = a c a+c
Exemplo: 2. (FGV — 2016) Durante três dias, o capitão de um navio = =
1/3: b d b+d
atracado em um porto anotou a altura das marés alta
3 (apenas por ser dividido por 1 e 3) (A) e baixa (B), formando a tabela a seguir. 1/3 = 0,333… = 0 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + … Vamos entender um pouco melhor resolvendo
13 (apenas por ser dividido por 1 e 13)
x3 = (0,333…)10 uma questão-exemplo:
A B A B A B A B A B A
Multiplicação de Fração Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
1,0 0,3 1,1 0,2 1,3 0,4 1,4 0,5 1,2 0,4 1,0 z Representação na reta numérica: mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
Fazer a multiplicação entre frações é muito sim- 1, 4142
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
ples! Basta multiplicar o numerador de uma das fra- ... –2 –1 0 1 2 3 ...
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
ções pelo numerador da outra fração e fazer o mesmo A maior diferença entre as alturas de duas marés con- está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Quan-
processo entre os denominadores. Veja: secutivas foi –3/2 –0,5 1/2 1,5 5/2 to cada um vai receber?
Pi = 3,14159...
2 5 2x5 10 Resolução:
Reta dos números reais
3 x 4 = 3x4 = 12 A) 1,0. Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
B) 1,1. a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
Ainda não chegamos ao resultado final da opera- C) 1,2. Diego vai receber, temos:
ção, pois é necessário simplificar a fração o máximo D) 1,3.
possível. Para realizar esse procedimento, devemos E) 1,4. PROPORÇÕES E DIVISÃO C
=
D
achar um número que divide, ao mesmo tempo, o PROPORCIONAL 3 2
denominador e o numerador. No caso apresentado Vamos calcular as diferenças entre os valores da
anteriormente, sabemos que é o número 2. Aplicando, tabela. Observe: A razão entre duas grandezas é igual a divisão Utilizando a propriedade das somas externas:
fica assim: 0,3 – 1 = - 0,7 entre elas, veja:
1,1 – 0,3 = 0,8 C D C+D
=
MATEMÁTICA

10÷2 5 0,2 – 1,1 = - 0,9 2 3 2 = 3+2


12÷2 = 6 1,3 – 0,2 = 1,1 5
Pronto! Chegamos no resultado final, pois não há 0,4 – 1,3 = - 0,9 Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
mais como simplificar. 1,4 – 0,4 = 1 Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está então podemos substituir na proporção:
0,5 – 1,4 = -0,9 para 5).
Divisão de Fração 1,2 – 0,5 = 0,7 Já a proporção é a igualdade entre razões, veja: C D C+D 10.000
= = = 2.000
0,4 – 1,2 = -0,8 3 2 3+2 = 5
Vou te ensinar uma maneira bem simples para 1,0 – 0,4 = 0,6 2
=
4
resolver esse tipo de operação. Note que a maior diferença é 1,1. Resposta: Letra B. 251 252 3 6 Aqui cabe uma observação importante!
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B o X Y Z Logo, as partes dividas inversamente proporcio-
Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, temos:
= = = constante de proporcionalidade. nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente, 300K,
4 5 6
partes dentro da proporção. Veja: A
=
B 240K e 200K.
2 3 Usando uma das propriedades da proporção, Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
C somas externas, temos: ria com exercícios comentados de diversas bancas.
= 2.000
3 Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 Vamos lá!
funcionários na categoria B, podemos escrever que a X+Y+Z 900.000
C = 2000 x 3 soma total dos prêmios é igual a R$13.000. = 60.00 1. (FAEPESUL – 2016) Em uma turma de graduação em
C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
4+5+6 15 0
Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos
2A + 3B = 13.000 que a razão entre o número de mulheres e o número
D
= 2.000 A menor dessas partes é aquela que é proporcional
total de alunos é de 5/8. Determine a quantidade de
2 a 4, logo:
Agora multiplicando em cima e embaixo de um homens desta sala, sabendo que esta turma tem 120
D = 2.000 x 2 lado por 2 e do outro lado por 3, temos: alunos.
X
D = 4.000 (esse é o valor de Diego) = 60.000
4
2A 3B a) 43 homens.
= X = 60.000 x 4
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece- 4 9 b) 45 homens.
X = 240.000
ber R$4.000. c) 44 homens.
Aplicando a propriedade das somas externas, d) 46 homens.
z Inversamente Proporcional
z Somas Internas podemos escrever o seguinte: e) 47 homens.
É um tipo de questão menos recorrente, mas, não
a c a+b c+d 2A 3B 2A + 3B A razão entre o número de mulheres e o número
= = = = = menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
b d b d 4 9 4+9 total de alunos é de 5/8:
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
quinhão inversamente proporcional a três números. M
=
5
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno- Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- Vejamos um exemplo: T 8
minador ao efetuar essa soma interna, desde que porção, temos: Exemplo: A turma tem 120 alunos, então: T = 120
o mesmo procedimento seja feito do outro lado da Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
proporção. 2A + 3B Fazendo os cálculos:
2A
=
3B
= = 13.000 = 1.000 inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
4 9 4+9 13 Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis- M 5
=
a c a+b c+d tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res- T 8
= = =
b d a c Logo, pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao M 5
=
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso 120 8
Vejamos um exemplo: 2A cálculo, veja: 8 x M = 5 x 120
= 1.000
4
8M = 600
x 2 2A = 4 x 1.000 X
+
X
+
X
= 740.000
= 600
14 - x 5 2A = 4.000 4 5 6 M=
8
A = 2.000
x + 14 - x 2+5 Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl- M = 75
= Fazendo a mesma resolução em B: tiplo comum) entre os denominadores para resolver- A quantidade de homens da sala:
x 2
mos a fração.
3B 120 - 75 = 45 homens.
14 7 = 1.000
= 9
4–5–6|2 Resposta: Letra B.
x 2 3B = 9 x 1.000 2–5–3|2
3B = 9.000 1–5–3|3 2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
7 . x = 2 · 14 B = 3.000 com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
1–5–1|5
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60 de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
x=
14 · 2
=4 Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa 21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
7 receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3 Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
anos de casa receberão R$3.000 de bônus. multiplicando o resultado pelo numerador temos: pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
Portanto, encontramos que x = 4. O total pago pela empresa será: ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000. 15x 12x 10x
+ + = 740.000
60 60 60 a) 30.
Importante! Regra da Sociedade b) 29.
37x c) 28.
Vale lembrar que essa propriedade também ser- = 740.000
z Diretamente Proporcional 60 d) 27.
ve para subtrações internas. e) 26.
Um dos tópicos mais comuns em questões de pro- X = 1.200.000
va é “dividir uma determinada quantia em partes A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o
z Soma com Produto por Escalar
proporcionais a determinados números. Vejamos um Agora, basta substituir o valor de X nas razões para número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
exemplo para entendermos melhor como esse assun- achar cada parte da divisão inversa.
MATEMÁTICA

a c a + 2b c + 2d 120 4x
= = = to é cobrado: = Total de 9x
b d b d 121 5x
Exemplo: x 1.200.000
= = 300.000
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em 4 4 No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
Vejamos um exemplo para melhor entendimento: partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000 dessas partes corresponde a: x
=
1.200.000
= 240.000 a razão em questão passará a ser de 5/8.
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes propor- 5 5
120 4x - 2 5
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na cionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X é pro- x 1.200.000 = =
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. porcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é proporcional a = = 200.000 121 5x + 2 - 1 8
6 6
Resolução: 6, ou seja, podemos representar na forma de razão. Veja: 253 254
4x - 2 5 6x 9x 8x Vamos esquematizar para sabermos quando será Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
= + + = 7.900
5x + 1 8 1 2 3 direta ou inversamente proporcionais: aumento (+), mas, como agora estamos com uma equi-
pe maior, o trabalho será realizado de forma mais
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1) Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos:
DIRETAMENTE rápida. Logo, a quantidade de dias deverá diminuir
36x 27x 16x = 7.900 + / + OU - / -
32x – 16 = 25x + 5 + + PROPORCIONAL (-). Desta forma, as grandezas são inversamente pro-
6 6 6
porcionais e vamos resolver multiplicando na hori-
7x = 21 79x
= 7.900 zontal. Observe:
6 Aqui, as grandezas aumentam ou diminuem juntas
x=3 (sinais iguais)
x = 600 5 (prof.) 12 (dias)
Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio- 30 (prof.) X (dias)
valor de X na primeira equação: nal a: PROPORCIONAL + / - OU - / + 30 . X = 5 . 12
9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse 9x 30X = 60
grupo. 2 X=2
Resposta: Letra D. Aqui, uma grandeza aumenta e a outra diminui
Basta substituirmos o valor de X na proporção.
(sinais diferentes) A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias
9x 9 x 600 para corrigir as provas.
3. (IBADE - 2018) Três agentes penitenciários de um = = 2.700 Agora, vamos esquematizar a maneira que iremos
2 2
país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem resolver os diversos problemas:
(Valor que Sandra irá receber é maior que 2.500). Regra de Três Composta
juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que Resposta: Errado. DIRETAMENTE
PROPORCIONAL
Multiplica cruzado A Regra de Três Composta envolve mais de duas
o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
5. (IESES – 2019) Uma escola possui 396 alunos matri- variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta-
de cada um, em ordem crescente de valores.
culados. Se a razão entre meninos e meninas foi de INVERSAMENTE mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
Multiplica na horizontal
5/7, determine o número de meninos matriculados. PROPORCIONAL cautelosamente levando em conta alguns princípios:
a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00.
b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00. a) 183 z As análises devem sempre partir da variável
c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00. Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco
b) 225 dependente em relação às outras variáveis;
mais como funciona:
d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00 c) 165 z As análises devem ser feitas individualmente, ou
e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00. d) 154 seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
z Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2
mantendo as demais constantes;
Total de alunos = 396 160 tijolos. Caso queira construir um muro de 30
D + A + W = 721 z A variável dependente fica isolada em um dos
Meninos = H metros nas mesmas condições do anterior, quan-
A = D + 36 lados da proporção.
Meninas = M tos tijolos serão necessários?
W = A - 44 H 5x
Substituímos Arley em Wanderson: Razão: + Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
M 7x Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
W= A - 44 como isso tudo funciona:
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
W= 36+D-44 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x proporcional.
12x é igual ao total que é 396 z Se 6 impressoras iguais produzem 1000 panfletos
W= D-8
12x = 396 em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas impres-
Substituímos na fórmula principal: 12 m -------- 2 160 (tijolos)
x = 33 soras produziriam 2000 desses panfletos?
D + A + W = 721 30 m -------- X (tijolos)
Portanto o número de meninos será:
D + 36 + D + D – 8 = 721 Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Da mesma forma que na regra de três simples,
3D + 28 = 721 Resposta: Letra C. Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
3D = 721 - 28 e que para fazermos um muro maior vamos precisar
cada uma delas isoladamente duas a duas.
de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
D = 693/3
(+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais
D = 231 6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:
Substituímos o valor de D nas outras: REGRAS DE TRÊS SIMPLES E 3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
A = D + 36 COMPOSTA 12 m -------- 2 160 (tijolos) Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
A= 231+36= 267
W = A - 44 parte dependente de um lado e igualando as razões da
Regra de Três Simples 30 m -------- X (tijolos)
W= 267-44 seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
12 · X = 30 . 2160 agora, se for inversa, vamos inverter a razão. Observe:
W= 223 A Regra de Três Simples envolve apenas duas 12X = 64800
Logo, os valores em ordem crescente que Wander- grandezas. São elas:
X = 5400 tijolos 40 ? ?
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente, = #
X ? ?
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se
Assim, comprovamos que realmente são necessá-
Resposta: Letra D. deseja calcular a partir da grandeza explicativa;
rios mais tijolos. Analisando isoladamente duas a duas:
z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque-
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de razões, pro- la utilizada para calcular a variação da grandeza 6 (imp.) -------- 40 (min)
dependente. z Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para
3 (imp.) ---- ---- X (min)
MATEMÁTICA

porções e inequações, julgue o item seguinte. corrigir as provas de um vestibular. Considerando


Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam a mesma proporção, quantos dias levarão 30 pro- Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
Existem dois tipos principais de proporcionalida-
R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham, fessores para corrigir as provas? o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ),
des que aparecem frequentemente em provas de con-
para ser divido entre elas, de forma inversamente pro- cursos públicos. Veja a seguir: pois agora teremos menos impressoras para realizar
porcional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
Assertiva: Nessa situação, Sandra deverá receber z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumen- montar a relação e analisar: inverter a razão.
menos de R$ 2.500. to de uma grandeza implica o aumento da outra;
z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen- 5 (prof.) --------- 12 (dias) 40
=
3
#
?
( ) CERTO  ( ) ERRADO. to de uma grandeza implica a redução da outra; 255 256 30 (prof.) -------- X (dias) X 6 ?
Analisando isoladamente duas a duas: 6 2 1 3. (VUNESP - 2020) Uma pessoa comprou determinada 5 . 28=7 . X
= #
X 3 2 quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2 7X = 140
1000 (panf.) -------- 40 (min)
guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar X = 140/7
2000 (panf.) ------ -- X (min) 6 2 15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guar-
= X = 20 dias .
X 6 danapos por dia. O número de guardanapos compra-
Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle- Resposta: Letra C.
tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá 2X = 36 dos foi
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve- 6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado equipamen-
mos manter a razão. X = 18 a) 60. to é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, fun-
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto b) 70. cionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa situação,
respeitando as novas condições é igual a 18. c) 80.
40
=
3
#
1000 a quantidade de páginas que esse mesmo equipamen-
X 6 2000 Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria d) 90.
to é capaz de digitalizar em 3 dias, operando 4 horas e
com exercícios comentados de diversas bancas. Vamos e) 100.
30 minutos diários para esse fim, é igual a
Agora, basta resolver a proporção para acharmos lá!
o valor de X. x = dias
3 guardanapos por dia -------- x a) 2.666.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item seguinte apresenta b) 2.160.
2 guardanapos por dia -------- x+15
40 3000 uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser c) 1.215.
X
= 12000 julgada, a respeito de proporcionalidade, porcentagens e
São valores inversamente proporcionais, quanto
mais guardanapos por dia, menos dias durarão. d) 1.500.
3X = 40 x 12 descontos. e) 1.161.
Assim, multiplicamos na horizontal:
3X = 480 No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula comprou
3x = 2 . (x+15)
X = 160 alimentos em quantidades suficientes para que eles
3x = 30+2x Primeiro vamos passar para minutos:
e seus dois filhos consumissem durante os 30 dias do
3x-2x = 30 5h = 300min.
As três impressoras produziriam 2000 panfletos em mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos chegou de
x = 30 4h30min= 270min.
160 minutos, que correspondem à 2 horas e 40 minutos. surpresa para passar o restante do mês com a família.
Podemos substituir em qualquer uma das duas min.-----Dias-----Pag.
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento, Nessa situação, se cada uma dessas seis pessoas con-
situações: 300 -------4-------1800
vamos analisar mais um exemplo. sumir diariamente a mesma quantidade de alimentos, os
3 guardanapos x 30 dias= 90 270 -------3-------X
alimentos comprados pelo casal acabarão antes do dia
2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90. Resolvendo temos:
„ Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas cada 20 do mesmo mês.
Resposta: Letra D.
uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha. 300 (Simplifica por 30)
Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o ( ) CERTO  ( ) ERRADO 4. (FUNDATEC - 2017) Cinco mecânicos levaram 27 1800 4
= # 270 (Simplifica por 30)
número de linhas por página e para 40 o núme- minutos para consertar um caminhão. Supondo que X 3
ro de letras (ou espaços) por linha. Consideran- 4 Pessoas ------- 24 Dias fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e 1800 4 10
6 Pessoas ------- x Dias = #
do as novas condições, determine o número de ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan- X 3 9
páginas ocupadas. Temos grandezas inversas, então é só multiplicar na tos minutos levariam para concluir o conserto desse
horizontal: 4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9
mesmo caminhão?
6x = 4 . 24 X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
6x = 96 a) 20 minutos. capaz de digitalizar.
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
x = 96/6 b) 35 minutos. Resposta: Letra C.
x = 16 c) 45 minutos.
6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
Como já haviam comido por 6 dias é só somar: d) 50 minutos. 7. (VUNESP - 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas
X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por e) 55 minutos. operando com a mesma capacidade de produção,
6 ?
= #
? 6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril). fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
X ? ? Resposta: Errado. Mecânicos ------ Minutos horas por dia. O número de dias necessários para que
5 ---------------- 27 4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
Analisando isoladamente duas a duas: 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O motorista de uma empre- 3 ---------------- x quem dois lotes dessas peças é
sa transportadora de produtos hospitalares deve viajar Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gas-
6 (pág.) -------- 45 (linhas) de São Paulo a Brasília para uma entrega de mercado- tarão para finalizar o trabalho, logo a grande- a) 11.
X (pág.) -- ----- 30 (linhas) rias. Sabendo que irá percorrer aproximadamente 1.100 za é inversamente proporcional. Multiplica na b) 12.
km, ele estimou, para controlar as despesas com a via- horizontal: c) 13.
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor gem, o consumo de gasolina do seu veículo em 10 km/L. 3x = 27.5 d) 14.
diminui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar Para efeito de cálculos, considerou que esse consumo é 3x = 135 e) 15.
( + ). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver- constante. x = 135/3
ter a razão. Considerando essas informações, julgue o item que x = 45 minutos. 5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas
segue. Resposta: Letra C.
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
6 30 ? Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de
= # Quanto mais dias para entrega do lote, menos
X 45 ? gasolina. 5. (IESES - 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa em
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumentado para
( ) CERTO  ( ) ERRADO nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
Analisando isoladamente duas a duas: sete, em quantos dias essa mesma casa ficaria pronta?
serem entregues (direta).
MATEMÁTICA

Com 1 litro ele faz 10 km a) 18 dias. Resolvendo:


6 (pág.) -------- 80 (letras) 8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
X (pág.) ------- 40 (letras) Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos b) 16 dias.
dizer que com 1dm³ ele faz 10km c) 20 dias. 8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5
Portanto, d) 22 dias. 8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2)
Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui
10 km -------- 1dc³ 8/x = 8/15
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo,
1.100 km --------- x 5 (pedreiros) ---------- 28 (dias) 8x = 120
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão.
10x = 1.000 7 (pedreiros) ------------- X (dias) x = 120/8
6
=
30
#
40 x = 110dm³ (a gasolina que será consumida). Perceba que as grandezas são inversamente propor- x = 15 dias.
X 45 80 Resposta: Errado. 257 258 cionais, então basta multiplicar na horizontal. Resposta: Letra E.
8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No item a seguir é apre- 2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x Veja um exemplo: 1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja, uma
sentada uma situação hipotética, seguida de uma Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira. bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida- que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e Sabendo que o curso que ele comprou possui um total vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$
de, divisão proporcional, média e porcentagem. se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas 920 com vencimento para o mês seguinte. Caso queira
Todos os caixas de uma agência bancária trabalham menos máquinas trabalhando (inversa). por Roberto? antecipar o crédito correspondente ao valor da parcela,
com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12 4 5000 2 O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, a lojista paga para a financeira uma taxa de antecipa-
= #
clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai- X 6000 3 devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração. ção correspondente a 5% do valor da parcela.
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos. 2·X·5 = 4·6·3 Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
10X = 72 2
=
1 Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
( ) CERTO  ( ) ERRADO x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 × 8 4 ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
60 min = 7 horas e 12 minutos)
3 caixas - 12 clientes - 10 minutos OBS: Para transformar horas em minutos, basta Precisamos transformar em porcentagem, ou seja, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
5 caixas - 20 clientes - x minutos multiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas vamos multiplicar a fração por 100:
10 5 12 Valor da bicicleta =1720,00
= # = 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min. Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
X 3 20 Resposta: Letra C. 1 x 100 = 25%
5 · 12 · X = 10 · 3 · 20 4 Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
60x = 600 (entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)
X = 10. Soma e Subtração de Porcentagem No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos. 800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
Não em menos de 10 como a questão afirma. PORCENTAGEM As operações de soma e subtração de porcentagem (juros) e dividir por 800,00 resultado:
Resposta: Errado. são as mais comuns. É o que acontece quando se diz 120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
A porcentagem é uma medida de razão com base que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
9. (VUNESP - 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi- rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial está errada.
ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan- nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou Resposta: Errado.
do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida- como podemos representar um número porcentual. subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
car pelo valor da grandeza. 2. (CESPE-CEBRASPE - 2019) Na assembleia legislati-
des de determinado produto. Para a fabricação de 400
Exemplo 1: va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas, 30% =
30
(forma de fração)
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula. entre homens e mulheres. Em determinada sessão
trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima- 100
do para a realização do serviço é de Porém, com a publicação do edital, a escola precisou plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7
30
30% = = 0,3 (forma decimal) horas-aula do curso ao final? parlamentares presentes à sessão.
a) 5 horas e 54 minutos 100
b) 6 horas e 06 minutos. Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
c) 6 horas e 20 minutos. de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o bleia legislativa, havia
30 3
d) 6 horas e 40 minutos. 30% = = (forma de fração simplificada) aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% +
100 10 a) 10 deputadas.
e) 7 horas e 06 minutos. 15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total
de horas-aula do curso será: b) 14 deputadas.
Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de (1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula c) 15 deputadas.
Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min várias maneiras: d) 20 deputadas.
360 min ------ 5 maquinas ----- 600 unidades (corta os
Dica e) 25 deputadas.
zeros iguais) 30 3
x ------------- 3 maquinas ---- 400 unidades (corta os 30% = = 0,3 =
100 10 A avaliação do crescimento ou da redução per- 50 parlamentares
zeros iguais) Deputadas = X
360 3 6 centual deve ser feita sempre em relação ao
= # Também é possível fazer a conversão inversa, isto valor inicial da grandeza. Deputados = 50-X
X 5 4
é, transformar um número qualquer em porcentual. - Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
x·3·6 = 360·5·4 Variação percentual = Final Inicial
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: Inicial parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de
x·18 = 7.200 cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o
x = 7200/18 Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor. valor de X.
x = 400 25 x 100 = 2500% Exemplo 2:
0,35 x 100 = 35% 20% x + 10% (50-x) = 7
Logo, transformando minutos para horas novamen- Juliano percebeu que ainda não assistiu a 200 20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
te temos: 0,586 x 100 = 58,6% aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de 2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
X = 400min aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se 2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
X = 6h40min Número Relativo Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá 2x + 50 - x = 70
Resposta: Letra D. caído 20%? 2x - x = 70 - 50
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e A variação percentual de uma grandeza corres-
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia
10. (VUNESP - 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3 um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres- ponde ao índice:
Legislativa.
máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima, ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
Resposta: Letra D.
ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de que estamos especificando. Para descobrir a quanto Final - Inicial 180 - 200
Variação percentual = = =
refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000. Inicial 200 3. (VUNESP - 2016) Um concurso recebeu 1500 ins-
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen- crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da
to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado 10% de 1000 =
10 x 1000 = 100 20 prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram
MATEMÁTICA

– = - 0,10
para a realização desse trabalho será de 100 200 mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
número de homens que fizeram a prova corresponde a
a) 6 horas e 40 minutos. Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a Como o resultado foi negativo, podemos afirmar uma porcentagem de
b) 6 horas e 58 minutos. parte que corresponde a 10% de 1000. que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
c) 7 horas e 12 minutos. ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está a) 45,2%.
d) 7 horas e 20 minutos. Dica errado ao afirmar que essa redução foi de 20%. b) 46,5%.
e) 7 horas e 35 minutos. Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- c) 47,8%.
Quando o todo varia, a porcentagem também ria com exercícios comentados de diversas bancas. d) 48,4%.
3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas varia! 259 260 Vamos lá! e) 49,3%.
Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a Basta efetuar uma regra de três simples. Para M = 10000 x (1 + 10%)4
prova. JUROS SIMPLES E COMPOSTOS; obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que M = 10000 x (1 + 0,10)4
Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe- CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS é proporcional à taxa de 12% ao ano: M = 10000 x (1,10)4
res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar M = 10000 x 1,4641
o percentual dos homens pelo total: Juros Simples 12% ao ano ----------------------- 1 ano M = 14.641,00 reais
55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou Taxa bimestral ------------------ 2 meses
0,55 x 0,88 = 0,484. A premissa que é a base da matemática financeira Podemos fazer a comparação entre juros simples e
Transformando em porcentagem é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- compostos. Observe a tabela a seguir:
0,484 x 100 = 48,4%. preferem adiantar os seus recebimentos e retardar os xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
Resposta: Letra D. seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente racio- temporal, temos:
JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
nal, é melhor pagar o mais tarde possível caso não haja
4. (FCC - 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevistados incidência de juros (ou caso esses juros sejam inferio- 12% ao ano ---------------------- 12 meses Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1
preferem suco de graviola e 50% suco de açaí. Se 15% res ao que você pode ganhar aplicando o dinheiro). Taxa bimestral ------------------ 2 meses Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1
dos entrevistados gostam dos dois sabores, então, “Juros” é o termo utilizado para designar o “preço Efetuando a multiplicação cruzada, temos:
a porcentagem de entrevistados que não gostam de do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan- Juros capitalizados no final Juros capitalizados perio-
nenhum dos dois é de tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma do prazo dicamente (“juros sobre
12% x 2 = Taxa bimestral x 12
remuneração em cima do valor que ele te emprestou, juros”)
a) 80%. pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei- Taxa bimestral = 2% ao bimestre Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial
b) 61%. ro por um certo tempo. Esta remuneração é expressa Valores similares para Valores similares para
c) 20%. pela taxa de juros. Duas taxas de juros são equivalentes quando são prazos e taxas curtos prazos e taxas curtos
d) 10%. Nos juros simples a incidência recorre sempre sobre capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
e) 5%. o valor original. Veja um exemplo para melhor entender. te final M, após o mesmo intervalo de tempo. z Juros compostos – cálculo do prazo:
Exemplo 1: Uma outra informação muito importante e que
Vamos dispor as informações em forma de conjun- Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um você deve memorizar é que o cálculo de taxas equi- Nas questões em que é preciso calcular o prazo
tos para facilitar nossa resolução: regime de juros simples de 5% ao mês, para um amigo valentes quando estamos no regime de juros simples você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t”
e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo após 5
Graviola Açai pode ser entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% está no expoente da fórmula de juros compostos. A
meses. Então temos o seguinte:
ao semestre ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital propriedade mais importante a ser lembrada é que,
inicial C ao mesmo montante M após o mesmo perío- sendo dois números A e B, então:
CAPITAL do de tempo.
EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO
60% – 15% = 15% 50% – 15% =
(1000,00)
log AB = B x log A
45% 35% 1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00 Importante! Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente
2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00 B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
Nenhum = X No regime de juros simples, taxas de juros
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00 proporcionais são também taxas de juros Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00 equivalentes. mos é a seguinte:
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100% 5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
95% + X = 100%
Juros Compostos
log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
X = 5%. Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais
B
Resposta: Letra E. de juros.
Imagine que você pegou um empréstimo de Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
Fórmulas utilizadas em juros simples
5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- igual à subtração dos logaritmos de cada número.
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. Também é importante ter em mente que “logA”
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez J=C·i·t Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês
significa “logaritmo do número A na base 10”.
meses. O restante foi investido em uma aplicação, será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante não somente sobre o valor inicialmente emprestado. Observe um exemplo:
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas M=C+J
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- No regime de juros compostos com capitalização
no sistema de juros simples. postos. Podemos montar a seguinte tabela: mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles M = C · (1 + i ·J) meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investi-
tiveram: Onde,
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00 do para produzir o montante de R$120.000 é expressa
J = juros por:
a) prejuízo de R$2.800,00. C = capital 1º MÊS 11.000,00
b) lucro de R$3.200,00. i = taxa em percentual (%) 2º MÊS 12.100,00 log2, 1
c) lucro de R$2.800,00.
t = tempo
d) prejuízo de R$6.000,00 3º MÊS 13.310,00 log1, 01 .
M = montante
e) lucro de R$5.000,00. 4º MÊS 14.641,00
Taxas Proporcionais e Equivalentes Temos a taxa j = 1%am, capital C = 100.000 e mon-
3/5 de 20.000,00 = 12.000,00 tante M = 120.000. Na fórmula de juros compostos:
Logo, ao final de 4 meses você deverá devolver
MATEMÁTICA

12.000,00 · 4% = 480,00
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial
480 · 10 (meses) = 4.800 (juros) M = C x (1+j)t
O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli- importante saber a unidade de tempo sobre a qual (R$10.000,00) e de juros de R$4.641,00.
a taxa de juros é definida. Isto é, não adianta saber Fórmula utilizada em juros compostos 120000 = 100000 x (1+1%)t
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
apenas que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber 12 = 10 x (1,01)t
mês, durante 10 meses:
8.000,00 · 5% = 400,00 se essa taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos 1,2 = (1,01)t
400 · 10 meses= 4.000 que duas taxas de juros são proporcionais quando M = C · (1 + i)t
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 - guardam a mesma proporção em relação ao prazo. Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros. Por exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao se- Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem- log1,2 = log (1,01)t
Resposta: Letra C. mestre, e também é proporcional a 1% ao mês. 261 262 plo. Veja: log1,2 = t · log 1,01
log1, 1 240 = 24000 · i Temos uma dívida de C = 150.000 reais a ser paga Temos a taxa de 40% a. a. com capitalização trimes-
t= i = 240 / 24000 após t = 3 meses no regime de juros compostos, com tral, o que resulta em uma taxa efetiva de 40%/4 =
log1, 01
i = 0,01 ou 1% a taxa de j = 3% ao mês. O montante a ser pago é 10% ao trimestre. Em t = 6 meses, ou melhor, t = 2
Resposta: Letra E. dado por: trimestres, o montante será:
Logo, questão errada.
M = C x (1+j)t M = C x (1+j)t
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
4. (VUNESP - 2020) Um capital de R$ 1.200,00, aplicado M = 150.000 x (1+0,03)3 M = 1.000 x (1+0,10)2
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
no regime de juros simples, rendeu R$ 65,00 de juros. M = 150.000 x (1,03)3 M = 1.000 x 1,21
Vamos lá!
Sabendo-se que a taxa de juros contratada foi de 2,5% ao M = 150.000 x 1,092727 M = 1.210 reais
ano, é correto afirmar que o período da aplicação foi de M = 15 x 10927,27 Resposta: Letra B.
1. (FEPESE - 2018) Uma TV é anunciada pelo preço de R$
M = 163.909,05 reais
1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de 159,00. A
a) 20 meses. Resposta: Letra A. 10. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Julgue o item seguinte,
mesma TV custa R$ 1.410,00 para pagamento à vista.
b) 22 meses. relativo à matemática financeira.
Portanto o juro simples mensal incluído na opção par-
c) 24 meses. 7. (FCC - 2017) O montante de um empréstimo de 4 anos Considere que dois capitais, cada um de R$ 10.000,
celada é:
d) 26 meses. da quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros tenham sido aplicados, à taxa de juros de 44% ao
e) 30 meses. compostos de 10% ao ano, será igual a mês — 30 dias —, por um período de 15 dias, sendo
a) Menor que 2%.
b) Maior que 2% e menor que 2,5%. um a juros simples e outro a juros compostos. Nessa
J = c. i. t/100 a) R$ 26.000,00. situação, o montante auferido com a capitalização no
c) Maior que 2,5% e menor que 2,75%.
65 = 1.200 x 2,5 x t/100 b) R$ 28.645,00. regime de juros compostos será superior ao montan-
d) Maior que 2,75% e menor que 3%.
65 = 30t c) R$ 29.282,00. te auferido com a capitalização no regime de juros
e) Maior que 3%.
t = 65/30 x 12 d) R$ 30.168,00. simples.
t = 26 meses e) R$ 28.086,00.
1.908 - 1.410 = 498 (juros durante 12 meses)
Resposta: Letra D. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
J=C·I·t
498 = 1410 · 12 · i / 100 Temos um prazo de t = 4 anos, capital inicial C =
49800 = 16920i 5. (IBADE - 2019) Juliana investiu R$ 5.000,00, a juros 20000 reais, juros compostos de j = 10% ao ano. O Veja que a taxa de juros é mensal, e o prazo da apli-
i = 49800/16920 simples, em uma aplicação que rende 3% ao mês, montante final é: cação foi de t = 0,5 mês (quinze dias).
i = 2,94%. durante 8 meses. Passados 8 meses, Juliana retirou M = C x (1+j)t Quando o prazo é fracionário (inferior a 1 unida-
Resposta: Letra D. todo o dinheiro e investiu somente metade em uma M = 20000 x (1+0,10)4 de temporal), juros simples rendem MAIS que juros
outra aplicação, a juros simples, a uma taxa de 5% ao M = 20000 x 1,14 compostos. Logo, o montante auferido com a capi-
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Uma pessoa atrasou em mês por mais 4 meses. O total de juros arrecadado por
M = 20000 x 1,4641 talização no regime de juros compostos será infe-
15 dias o pagamento de uma dívida de R$ 20.000, cuja Juliana após os 12 meses foi:
M = 2 x 14641 rior ao montante auferido no regime simples.
taxa de juros de mora é de 21% ao mês no regime de M = 29282 reais Resposta: Errado.
juros simples. a) R$ 1.200,00.
Resposta: Letra C.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o b) R$ 1440,00.
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente. c) R$ 620,00.
8. (FGV - 2018) Certa empresa financeira do mundo
No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é d) R$ 1820,00.
real cobra juros compostos de 10% ao mês para os
equivalente à taxa de 252% ao ano. e) R$ 240,00. TAXAS DE JUROS: NOMINAL, EFETIVA,
empréstimos pessoais. Gustavo obteve nessa empre-
sa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS,
( ) CERTO  ( ) ERRADO J=C·i·t
J= 5000 · 0,03 · 8
incluindo os juros, três meses depois. REAL E APARENTE
O valor que Gustavo deverá pagar na data do venci-
No regime simples, sabemos que taxas propor- J= 150 · 8
mento é: Nominal ou Aparente
cionais são também equivalentes. Como temos 12 J = 1200 de lucro
meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am Montante do aplicado com lucro M= C + J
M=5000 + 1200 a) 6.600 reais. As Taxas Aparentes, também chamadas de taxas
é, simplesmente: b) 7.200 reais.
M = 6200 montante inicial e lucro nominais, são aquelas divulgadas pelo mercado. Ima-
21% x 12 = 252% ao ano
Nova aplicação de metade que lucrou 6200 / 2 =3100 c) 7.800 reais. gine uma propaganda sobre uma aplicação financei-
Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também
J=C·i·t d) 7.986 reais. ra a respeito de um CDB com prazo de aplicação de
é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está
J = 3100 · 0,05 · 4 e) 8.016 reais. 2 (dois) anos e rendimento de 10% ao bimestre, capi-
certo.
Resposta: Certo. J = 155 · 4 talizados mensalmente. Esse período corresponde à
J = 620 lucro da nova aplicação Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a m e t = 3 taxa aparente ou nominal. Note que se trata de uma
Somatório dos lucros: meses. Aplicando a fórmula, temos: taxa de juros em que a unidade de tempo da taxa (ao
3. (FUNDATEC - 2020) Qual foi a taxa mensal de uma
aplicação, sob regime de juros simples, de um capital M = 1200 + 620 = 1820 dos lucros M = C x (1 + j)t bimestre) não é coincidente com a unidade de tempo
de R$ 3.000,00, durante 4 bimestres, para gerar juros Resposta: Letra D. M = 6000 x (1,1)³ do período de capitalização (mensal).
de R$ 240,00? M = 6000 x 1,331
6. (FCC - 2017) A Cia. Escocesa, não tendo recursos M = 7986 reais Dica
a) 8%. para pagar um empréstimo de R$ 150.000,00 na data Resposta: Letra D.
b) 5%. do vencimento, fez um acordo com a instituição finan- Nas fórmulas matemáticas de Juros Compostos,
c) 3%. ceira credora para pagá-la 90 dias após a data do 9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Um indivíduo investiu a não se pode utilizar a Taxa Nominal ou Aparente.
d) 2%. vencimento. Sabendo que a taxa de juros compostos quantia de R$ 1.000 em determinada aplicação, com
MATEMÁTICA

e) 1%. cobrada pela instituição financeira foi 3% ao mês, o taxa nominal anual de juros de 40%, pelo período de 6 Real
valor pago pela empresa, desprezando-se os centa- meses, com capitalização trimestral. Nesse caso, ao
J = 240 vos, foi, em reais, final do período de capitalização, o montante será de A Taxa Real representa a remuneração do capital
C = 3.000 em unidades de poder aquisitivo, ou seja, ela repre-
i=? a) 163.909,00. a) R$ 1.200. senta as taxas que despontam após ser efetuado o des-
t = 4 bimestres, ou seja, 4 * 2 = 8 meses. b) 163.500,00. b) R$ 1.210. conto da inflação.
Substituindo: c) 154.500,00. c) R$ 1.331. Para calcular a taxa real, usamos a fórmula:
J=C·i·t d) 159.135,00. d) R$ 1.400.
240 = 3000 · i · 8 e) 159.000,00. 263 264 e) R$ 1.100. (1 + ia) = (1 + ir) + (1 + ii)
Onde, Suponha que a seja o último dígito de um dos CPFs 9. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na disputa entre Carda-
HORA DE PRATICAR! gerados, que b seja o último dígito de outro desses no e Tartaglia pela resolução da equação polinomial
z ia = taxa aparente CPFs e que a e b sejam números ímpares consecuti- do terceiro grau (século XVI), foi que se percebeu
z ir = taxa real 1. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considere os seguintes vos. Nessa situação, a + b é múltiplo de 4. que os números reais eram insuficientes para o tra-
z ii = inflação conjuntos: tamento de equações algébricas. Em busca das raí-
3
( ) CERTO  ( ) ERRADO zes da equação x - 15x - 4 = 0, a fórmula de Tartaglia
Exemplo prático: Após 12 (doze) meses, um inves-
P = {todos os policiais federais em efetivo exercício no 3
fornecia a solução x = 2 + - 121 +
3 - -
2 121
tidor teve 25% de rendimento. Sabendo que, nesse 5. (CEBRASPE-CESPE — 2014) Considere que, em um
país} , que evidenciou a necessidade da criação do con-
período, a inflação foi de 7%, calcule a taxa real do conjunto S de 100 servidores públicos admitidos por
P1 = {policiais federais em efetivo exercício no país junto dos números complexos (C). Em 1572, Rafael
investimento. concurso público, para cada x = 1, 2, 3, ..., Sx, seja o
e que têm até 1 ano de experiência no exercício do Bombelli fez a suposição de que (C era um número
cargo} subconjunto de S formado pelos servidores que pres-
(1 + 0,25) = (1 + ir) x (1 + 0,07) conhecido e concluiu que (2+ - 1 )3= 2 + - 121 e
P2 = {policiais federais em efetivo exercício no país taram exatamente x concursos até que no concurso
(1 + ir) = 1,25/1,07
e que têm até 2 anos de experiência no exercício do de número x foram aprovados pela primeira vez; con- que (2 − - 1 ) 3 = 2 − - 121 . Leonhard Euler (1707-
ir = 1,17 – 1
cargo} sidere, ainda, que Nx seja a quantidade de elementos 1783) introduziu a notação i para - 1 e passou a
ir = 0,17
P3 = {policiais federais em efetivo exercício no país de Sx. A respeito desses conjuntos, julgue o item a estudar os números complexos da forma z = a + ib,
ir = 17%
e que têm até 3 anos de experiência no exercício do seguir. em que a e b são números reais e i2 = -1.
Perceba que a taxa real reflete, com maior preci- cargo}
são, o ganho real de um investimento, por considerar e, assim, sucessivamente. Se a e b forem números inteiros positivos e a ≤ b, Tendo o texto anterior como referência inicial bem
a perda com a desvalorização causada pela inflação Com base nessas informações, julgue o item que se então Na ≤ Nb. como fatos históricos da matemática e a teoria dos
do período. seguem. números complexos, julgue o item que se segue. Na
P2 é subconjunto de P1. ( ) CERTO  ( ) ERRADO Grécia Antiga, verificou-se a insuficiência dos núme-
Taxas Efetiva ros racionais em medir a diagonal do quadrado de
( ) CERTO  ( ) ERRADO 6. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Considerando as pro- lado igual a um.
z Equivalentes priedades e as operações fundamentais dos números
2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Uma pesquisa foi feita inteiros, racionais, irracionais e reais, julgue o item a ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Taxas Equivalentes são as taxas de juros com uni- seguir.
no aeroporto de Aracaju, na qual foram entrevistados
dades de tempo diferentes que, aplicadas sob o regi-
350 turistas, acerca da apreciação dos seguintes três 10. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Considerando as pro-
me de juros compostos por um mesmo período e a um No conjunto dos números inteiros, o algoritmo da
pratos da culinária sergipana: priedades e as operações fundamentais dos números
mesmo capital, produzem o mesmo montante e, por divisão garante que, dados os números inteiros a e inteiros, racionais, irracionais e reais, julgue o item a
consequência, o mesmo juro. b, com a ≠ 0, existem números inteiros q e r tais que seguir.
prato I: moqueca de camarão;
Exemplo prático: Qual seria a Taxa composta b = q x a + r e 0 ≤ r < |a|. O número q é o quociente e
prato II: carne de sol com pirão de leite; prato III: roba-
bimestral Equivalente a 6% ao mês? A Taxa mensal de r é o resto da divisão de b por a. Já no conjunto dos Todo conjunto não vazio de números inteiros positi-
lo ao molho de camarão.
6% capitalizada por 2 meses (1 bimestre) será igual a números racionais, dados x e y, com x ≠ 0, é sempre vos possui um menor elemento, isto é, se S é um con-
Nessa pesquisa, verificou-se que cada um dos turis-
que Taxa Equivalente bimestral? possível encontrar um número racional z tal que y = junto de números inteiros positivos, não vazio, então
tas entrevistados provou pelo menos um dos pratos
x × z, isto é, o resto da divisão de y por x seja igual a existe s ε S tal que s ≤ x, para todo x ε S. Essa mes-
(1 + imensal)2 = (1 + ibimestral) citados. Também se verificou que 200 deles provaram
zero. ma propriedade é também válida para conjuntos não
(1 + 0,06)2 = (1 + ibimestral) o prato I, 150 provaram o prato II e 100 provaram o
prato III. Além disso, a pesquisa revelou que 50 des- vazios de números reais positivos.
1,062 = 1 + ibimestral ( ) CERTO  ( ) ERRADO
1,1236 = 1 + ibimestral ses turistas provaram os pratos I e II, 40 provaram
os pratos II e III e que nenhum deles provou os três ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ibimestral = 1,1236 − 1 → ibimestral = 0,1236 ou 12,36% 7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) O item a seguir apresen-
pratos.
ta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva 11. (CEBRASPE-CESPE — 2017) A respeito de números
Logo, 6% ao mês é equivalente a 12,36% ao
a ser julgada, com relação a raciocínio lógico. reais e números complexos, julgue o item subsecutivo.
bimestre. Com base nessas informações, conclui-se que, dos
Diferentemente do que ocorre no Regime de Capi- turistas entrevistados, 10 provaram os pratos I e III.
A construtora Gama é capaz de construir uma estrada O resultado da soma dos números reais a e b será
talização Simples, em Juros Compostos, as Taxas Equi-
que ligue as cidades A e B no prazo de 15 meses, e a um número racional se, e somente se, cada um dos
valentes não são proporcionais. ( ) CERTO  ( ) ERRADO construtora Delta é capaz de construir essa mesma números a e b for um número racional.
z Proporcionais estrada no prazo de 25 meses. Nessa situação, se as
3. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Há cinco anos, João, duas construtoras forem contratadas para construir a
Paulo e Miguel se associaram para montar uma lan- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Taxas Proporcionais são taxas de juros que apre- estrada nos respectivos prazos, de modo que a cons-
chonete. João entrou com R$ 80.000; Paulo, com trutora Gama comece a construí-la a partir da cidade
sentam unidades diferentes de tempo que, quando 12. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Determinado contribuin-
R$ 120.000; e Miguel, com R$ 200.000. A lanchonete A e a construtora Delta comece a construí-la a par-
aplicadas sobre o mesmo capital, produzirão igual te, em débito com a receita estadual, constatou que
foi vendida, hoje, por R$ 3.200.000 e essa quantia foi tir da cidade B, serão necessários mais de 10 meses
montante em regime de juros simples. deve pagar R$ 2.100 para quitar todos os débitos,
dividida entre os três de forma diretamente propor- para concluir a construção da estrada.
Exemplo prático: Uma taxa bimestral de 6% terá após desconto concedido por aquele órgão. Após
cional aos valores que cada um investiu.
sua Taxa de Juros mensal igual a: tal desconto, o pagamento pode ser parcelado em
Pode-se realizar esse cálculo por meio de uma ( ) CERTO  ( ) ERRADO até 10 parcelas mensais, sendo a primeira calculada
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a
regra de três simples. Vejamos: pela razão entre o valor da dívida pós- desconto e o
seguir. 8. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Considerando as pro- número escolhido de parcelas, paga no momento do
2 meses -------- 6% Considerando o lucro obtido com a venda, é correto priedades e as operações fundamentais dos números acordo. As demais têm seu valor corrigido em 10% em
1 mês ------------ x% inferir que, enquanto na propriedade dos três, a lan- inteiros, racionais, irracionais e reais, julgue o item a relação à do mês anterior.
MATEMÁTICA

2x = 6 chonete teve uma valorização média anual inferior a seguir.


x = 6/2 = 3% ao mês. R$ 600.000. Com base nessa situação hipotética, julgue o item a
O produto de dois números racionais é sempre um seguir.
A taxa de juros, em regime de capitalização sim- ( ) CERTO  ( ) ERRADO número racional. O mesmo é válido para números Se o valor a ser pago tiver sido resultante de um des-
ples, comporta-se de maneira linear em relação ao irracionais: o produto de dois números irracionais é conto de 30% sobre a dívida, então o valor da dívida
tempo. Sendo assim, para calcular a taxa proporcio- 4. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Suponha que sejam sempre um número irracional. inicial era inferior a R$ 2.800.
nal, basta fazer uma simples regra de três. gerados 5 números válidos de CPF para serem atri-
Perceba que, nesse regime, a Taxa Equivalente é buídos a 5 indivíduos distintos. Com base nessas ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO
igual à Taxa Proporcional. informações, julgue o item a seguir. 265 266
13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Determinado contribuin- 17. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Com relação a matemá-
te, em débito com a receita estadual, constatou que tica financeira, cada um dos item a seguir apresenta 5 ERRADO
deve pagar R$ 2.100 para quitar todos os débitos, uma situação hipotética seguida de uma assertiva a 6 CERTO
após desconto concedido por aquele órgão. Após ser julgada.
tal desconto, o pagamento pode ser parcelado em 7 ERRADO
até 10 parcelas mensais, sendo a primeira calculada Um capital C foi aplicado, no regime de juros simples,
pela razão entre o valor da dívida pós- desconto e o 8 ERRADO
à taxa de juros i% ao mês, por um período de t meses,
número escolhido de parcelas, paga no momento do em que t > 2. Outro capital, de mesmo valor C, foi apli- 9 CERTO
acordo. As demais têm seu valor corrigido em 10% em cado, no regime de juros compostos, também à taxa
relação à do mês anterior. de i% ao mês, pelo mesmo período t. Nesse caso, o 10 ERRADO
montante auferido no regime de juros compostos é
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a maior que o montante auferido no regime de juros 11 ERRADO
seguir. simples. 12 ERRADO

Supondo-se que o contribuinte opte por efetuar o ( ) CERTO  ( ) ERRADO 13 CERTO
pagamento em 3 parcelas, então a soma algébrica
14 ERRADO
dos valores por ele pagos será inferior a R$ 2.350. 18. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Há cinco anos, João,
Paulo e Miguel se associaram para montar uma lan- 15 ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO chonete. João entrou com R$ 80.000; Paulo, com
R$ 120.000; e Miguel, com R$ 200.000. A lanchonete 16 CERTO
14. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os operadores dos guin- foi vendida, hoje, por R$ 3.200.000 e essa quantia foi
17 CERTO
dastes do Porto de Itaqui são todos igualmente efi- dividida entre os três de forma diretamente propor-
cientes. Em um único dia, seis desses operadores, cional aos valores que cada um investiu. 18 ERRADO
cada um deles trabalhando durante 8 horas, carregam
12 navios. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 19 CERTO

20 CERTO
Com referência a esses operadores, julgue o item Se, há 5 anos, em vez de participar da sociedade,
seguinte. Miguel tivesse investido o seu dinheiro à taxa de juros
compostos de 50% pagos anualmente, então, consi-
Para carregar 18 navios em um único dia, seis des- derando-se 7,6 como valor aproximado para 1, 55 , é
ses operadores deverão trabalhar durante mais de 13 correto afirmar que, hoje, o montante desse investi- ANOTAÇÕES
horas. mento seria maior que aquele que ele recebeu com a
venda da lanchonete.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
15. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os operadores dos guin-
dastes do Porto de Itaqui são todos igualmente efi- 19. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Considerando os símbo-
cientes. Em um único dia, seis desses operadores, los normalmente usados para representar os conec-
cada um deles trabalhando durante 8 horas, carre- tivos lógicos, julgue os itens seguintes, relativos a
gam 12 navios. lógica proposicional e à lógica de argumentação.
Nesse sentido, considere, ainda, que as proposi-
Com referência a esses operadores, julgue o item ções lógicas simples sejam representadas por letras
seguinte. maiúsculas.

Em um mesmo dia, 8 desses operadores, trabalhando A expressão (¬ P) ∧ ((¬ Q) ∨ R) ⇔ ¬ ( P ∨ Q) ∨ ((¬ P) ∧


durante 7 horas, carregam mais de 15 navios. R) é uma tautologia.

( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO

16. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Há cinco anos, João, 20. (CEBRASPE-CESPE — 2014) Julgue o próximo item,
Paulo e Miguel se associaram para montar uma lan- considerando os conectivos lógicos usuais ¬, ∧, ∨,
chonete. João entrou com R$ 80.000; Paulo, com →, ↔ e que P, Q e R representam proposições lógi-
R$ 120.000; e Miguel, com R$ 200.000. A lanchonete cas simples. A proposição [P→(Q∧R)]↔{[(¬P)∨-
foi vendida, hoje, por R$ 3.200.000 e essa quantia foi Q]∧[(¬P)∨R]} é uma tautologia.
dividida entre os três de forma diretamente propor-
cional aos valores que cada um investiu. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

A partir dessa situação hipotética, julgue o item a 9 GABARITO


seguir.
MATEMÁTICA

A taxa mensal de juros simples que, aplicada ao valor 1 ERRADO


inicial da lanchonete, pelo período de 5 anos, fornece-
2 CERTO
ria juros iguais ao lucro obtido com a venda da lan-
chonete é superior a 11%. 3 CERTO

( ) CERTO  ( ) ERRADO 4 CERTO

267 268
ESTRUTURA INFORMAL Quanto maior o número de subordinados, temos TIPOS DE ESTRUTURA
assim uma amplitude de controle mais ampla (larga).
Não é representada oficialmente A escolha do melhor desenho estrutural da organi-
No sentido oposto, quando menor o número de subor-
Interação social dinados, a amplitude administrativa será mais estreita. zação é o resultado da análise de diversas variáveis, tais
como: os aspectos da autoridade, da comunicação inter-
NOÇÕES DE Não pode ser controlada
Ênfase nas pessoas
na, do tamanho da empresa e da cultura da organização.
O gestor, ao escolher a estrutura organizacional, define
ADMINISTRAÇÃO Integração (relacionamentos pessoais) os canais por onde fluem a autoridade e a comunicação.
Normalmente, o desenho organizacional tende a ser
PÚBLICA Componentes da Estrutura Formal
Amplitude de controle AMPLA
> Número de subordinados
simples no “nascimento” da empresa, conforme o seu
crescimento, as organizações vão alterando para desenhos
A estrutura organizacional, baseada a partir do pla- mais complexos, de acordo com as suas necessidades.
nejamento, é responsável por definir como ocorrerá a Na figura abaixo, encontramos os principais tipos
Amplitude de controle Estreita
divisão do trabalho, a atribuição de autoridade, os fluxos de estruturas encontrados em uma organização:
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS de comunicação, a coordenação e a tomada de decisão. > Número de subordinados

ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS A escolha da melhor estrutura a ser adotada pela orga-
Estrutura Linear
nização vai depender dos seguintes elementos: cadeia de
comando, amplitude de controle, autoridade, especializa-
TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, Estrutura Funcional
ção do trabalho, centralização e descentralização.
NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Cadeia de Comando A opção por uma amplitude mais ampla ou mais Estrutura Linha-Staff
estreita vai depender de diversos fatores ligados ao
Empreendimentos coletivos, especialmente de
A cadeia de comando é a distribuição de autorida- tipo de ambiente da organização, da sua cultura orga-
grande porte, como as organizações governamentais, Estrutura Divisional
de na estrutura organizacional através da divisão em nizacional, do tipo de tarefa desempenhada, do uso
precisam de administradores para a gestão de seus
níveis hierárquicos, identificando o poder de mando de tecnologia e sobretudo ao nível de qualificação de
recursos (materiais, financeiros, pessoal).
de cada integrante (normalmente, do topo da pirâmi- seus subordinados. Estrutura Matricial
Essas pessoas praticam a atividade administrativa
por meio da ocupação de cargos dentro de uma estru- de até a sua base). Para facilitar o aprendizado, vamos entender
tura organizacional. Sintetizando o conceito: É a demonstração como a como essa escolha funciona na prática! Estrutura em Rede
Nesse sentido, é o que torna essencial por parte autoridade é dividida, quem manda em quem e quem Em uma empresa de call center, onde os subordina-
dos administradores o conhecimento dos diversos responde a quem. dos executam tarefas simples, rotineiras e repetitivas,
conceitos inerentes a estrutura organizacional. E o Na figura abaixo, podemos perceber como funcio- na qual não exijam grande supervisão, o recomendado Estrutura Linear
ponto de partida desse assunto, é saber a existência e na a autoridade de uma cadeia de comando: o gerente é uma amplitude de controle mais ampla. Nesse caso
suas características tanto da estrutura formal quanto de mídias sociais reporta-se ao diretor de marketing, concreto, cada chefe comandará um grande número de É o tipo de estrutura mais simples e frequentemen-
da estrutura informal. que se reporta ao presidente da empresa. subordinados. te utilizada por pequenas organizações em sua fase
Por outro lado, se o ambiente for instável, mutá- inicial, que normalmente atuam em ambientes está-
z Estrutura Formal: Em regra, a estrutura formal vel, dinâmico e com tarefas complexas, ocorrerá uma veis e previsíveis.
é planejada e representada pelo organograma da Presidente maior necessidade de orientação, coordenação e Neste tipo de estrutura, a autoridade está centra-
empresa. É a estrutura oficial da organização, no supervisão. Como exemplo podemos citar o setor de lizada em apenas um cargo, no qual tem autoridade
qual é possível identificar os diversos cargos, as investimentos e contabilidade de uma grande empre- única sobre seus subordinados.
linhas de autoridade, os fluxos de comunicação e o sa, desse modo, cada chefe será responsável por Neste sentido, o “chefe” atua com autoridade
processo decisório; Diretor Diretor poucos colaboradores, permitindo assim uma maior linear e única, baseado no princípio escalar da unida-
z Estrutura Informal: Como o próprio nome diz, Marketing Financeiro atenção e orientação nas tarefas do dia a dia. de de comando com clara definição de suas responsa-
é uma rede de relacionamentos não oficiais, não bilidades e decisões centralizadas no topo.
estabelecida e não reconhecida pela estrutura for- Autoridade
mal. Está presente em todas as organizações, atra-
vés das relações sociais e pessoas dos membros da
Gerente de Gerente de Um dos resultados do processo administrativo de
empresa.
Mídias Sociais Relacionamento organizar, é a criação de figuras de autoridade (dire- Centralização das Presidente Autoridade Linear
decisões
tores, chefes, supervisores, gerentes).
Um dos pontos positivos em “incentivar” a estru-
Em relação a ciência da Administração, você deve
tura informal é a sua capacidade de aumentar os rela-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por muito tempo, o conceito de cadeia de coman- levar para sua prova, que autoridade é o direito legal Diretores
cionamentos interpessoais, assim proporcionando
uma maior rapidez ao processo decisório. do foi associado ao princípio da unidade de comando, das figuras de autoridade, em um nível, de dirigir e/ou
ou seja, cada subordinado só podia se reportar para comandar o comportamento dos subordinados (cola-
Dica somente um único chefe. boradores em níveis inferiores no organograma).
A atribuição de autoridade está intrinsicamente Gerentes Comunicação
Atualmente, com a evolução das relações pessoais descendente
É impossível (e também não desejável) a eliminação ligada ao processo de organização, mais especificamen-
e com a facilidade da tecnologia, essa premissa de (Top Down/Vertical)
da estrutura informal. te ao conceito de hierarquia e amplitude de controle.
subordinação somente em relação ao um único chefe
está sendo cada vez menos utilizado pelas organiza- Nesse sentido, inferimos, que a autoridade é a con- Supervisores
No quadro abaixo, sintetizamos as diferenças trapartida da responsabilidade. Como os gerentes são
ções modernas.
entre a estrutura formal e informal: responsáveis pelo desempenho de seus colaborado-
Atualmente, as organizações modernas priorizam
res, as organizações dão-lhes autoridades sobre eles. Estrutura Funcional
uma amplitude de comando mais ampla. Esse é nosso
ESTRUTURA FORMAL próximo assunto! Em uma concepção mais ampla, a autoridade tam-
bém pode ser atribuída a unidades de trabalho de É a estrutura mais comum encontrada nas organi-
Representada pelo organograma uma organização. Como exemplo clássico citado pela zações, consiste no agrupamento de tarefas de acordo
Amplitude de Controle
Planejada e formalmente representada literatura especializada, temos a autoridade atribuída com as habilidades, conhecimentos e recursos, cuja
ao departamento de auditoria da empresa. prioridade está na especialização.
Maior controle da organização Também conhecido como amplitude administrati- Normalmente, as organizações iniciam suas ativi-
Ênfase na especialização va, diz respeito ao número de subordinados que cada dades tendo como base a estrutura funcional. Sua uti-
gestor poderá comandar ou supervisionar em uma lização é apropriada a empresas menores que atuam
Distribuição de poder organização. 269 270
em ambientes estáveis e previsíveis, tendo seu foco na No entanto, como desvantagens temos: Estrutura em Rede / Network ou Virtual objetivando à melhor adequação da estrutura organi-
especialização das funções. zacional a sua dinâmica de ação.
No quadro abaixo, sintetizamos as principais van- z A perda da visão macro da organização: pois cada Com a evolução tecnológica e a necessidade de um Nessa esteira, o mestre Chiavenato - um dos maio-
tagens e desvantagens da estrutura funcional: divisão funciona independentemente, comprome- modelo de produção mais flexível, as organizações res especialistas na ciência da Administração e “que-
tendo a integração entre elas; estão cada vez mais optando por uma estrutura hori- ridinho” das bancas examinadoras, nos ensina: “o
z Menor economia de escala: pois cada setor se repe- zontalizada, adaptativa e ágil. Nesse contexto, emer- desenho departamental refere-se à especialização
VANTAGENS DESVANTAGENS giu a estrutura em rede, baseada em parcerias em
te em todas as divisões, assim normalmente ocorre horizontal da organização e o seu desdobramento em
Especialização dos Visão limitada dos objeti- a duplicação das funções, gerando assim maiores torno de projetos e informações, no qual não existem unidades, departamentos ou divisões”.
funcionários vos da organização custos administrativos. fronteiras (global). E quais são os objetivos da departamentalização?
Facilita a comunicação Dificulta a comunicação Nesse tipo de estrutura, as organizações con-
dentro dos departamentos entre os setores centram seus esforços em seus processos essenciais, z Aproveitar a especialização: saber tirar proveito
Presidente
permitindo a delegação (contratação) das demais ati- da qualificação das pessoas da organização, alo-
Diminui a rapidez da to- vidades para parceiros especialistas, formando assim
Centralização das cando cada colaborador em uma função que per-
mada de decisões aos Divisão Divisão “nós”, capazes de se expandir de forma ilimitada.
decisões Divisão Serviços mita o aumento da eficiência de cada um;
desafios externos Eletrônicos Alimentos Essas empresas subcontratadas (entendidas como z Maximizar os recursos disponíveis: com o agru-
Dificulta a responsabili- parceiras) formam uma enorme “teia”, atuando como pamento ou reajustamento das atividades é possí-
Melhor aproveitamento dos Financeiro equipes autônomas, sem controle hierárquico entre
zação pelos problemas Financeiro Financeiro vel maximizar os recursos através da estruturação
recursos os pares, com atribuições e responsabilidades bem
organizacionais das unidades;
Duplicação definidas proporcionando assim uma enorme flexibi- z Controlar: a departamentalização proporciona a
Marketing Marketing Marketing
Estrutura Linha-Staff das Funções lidade e agilidade. clara delimitação de responsabilidades, assim con-
A estrutura em rede está baseada em 3 pilares para sequentemente facilitando o controle;
Esta estrutura é a reunião dos pontos positivos da Produção Produção Produção o seu nascimento, sobrevivência e evolução, são eles: z Coordenar: com os departamentos bem defini-
estrutura linear e funcional, preserva a autoridade de dos, a coordenação torna-se tarefa mais integrada
linha – responsável pelo alcance dos objetivos básicos z Cultura de confiança: Tudo se inicia na confiança e ainda permite maior agilidade, evitando assim
e resultados, e cria a autoridade de staff – responsável Estrutura Matricial mutua, priorizando a relação ganha-ganha. As empre- ajustes posteriores;
pelo apoio, consultoria, suporte e recomendações. sas participantes da rede são vistas como parceiras; z Reduzir conflitos: os conflitos existem, devem
Este tipo de estrutura é muito adotado em empre- A estrutura matricial é recomendada quando há z Cultura de competência: são as competências ser minimizados, pois raramente são eliminados.
sas de médio porte e grande porte, tendo como prin- a necessidade de uma equipe multidisciplinar, cujos essências de cada parceiro; Nesse sentido, com a transparente alocação das
cipal ideia a conservação do comando único com a integrantes poderão dedicar-se concomitantemente z Cultura da Tecnologia da informação: é a utilização responsabilidades, os conflitos tendem a diminuir.
adição da autoridade de staff, funcionando como uma aw sua atribuição funciona e a outros projetos. das novas tecnologias, agilizando assim os fluxos de
consultoria para suporte e inovação. informações vitais para o desenvolvimento de redes. O trabalho de decidir entre as melhores técnicas
de departamentalização vai depender do estudo de
Presidente
diversas variáveis, mas sempre é importante pre-
Autoridade Presidente parar a organização para o crescimento e competi-
Fornecedores
Staff Diretor Diretor Diretor ção, desenvolvendo alternativas estruturais para a
Financeiro Logística Tecnologia organização.
Autoridade Na figura abaixo, encontramos as principais técni-
Assessor
Linear Projeto "Trans- cas de departamentalização:
formação Agência de
Digital" Produtores
Marketing
Departamentalização Funcional

Diretor Diretor de Diretor Projeto "Novas


Inovações" Organização Departamentalização por produtos ou serviços
Financeiro Marketing Logística

Como podemos perceber na figura acima, a equipe Departamentalização por clientes


Estrutura Divisional da estrutura matricial é composta por colaboradores
das áreas funcionais “emprestados” a específico projeto Departamentalização por processo
A estrutura divisional é adequada para quando por períodos determinados, até ao término do projeto. Empresa
as empresas possuem uma diversidade de produ-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Nesse sentido, temos a chamada autoridade dual, ou Vendas Distribuidor


tos e presença em diferentes mercados (nacional e Departamentalização por projetos
seja, existe uma dupla subordinação (o funcionário res- Externas
internacional). ponde a 2 chefes: gerente funcional e o gerente do projeto).
Normalmente, as organizações iniciam suas ativi- Departamentalização Mistas ou Combinada
dades baseadas nas estruturas linear e funcional, com
o seu crescimento migram para a estrutura divisional.
Dica DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Nessa estrutura, as organizações agregam suas Na estrutura matricial não há unidade de Departamentalização Funcional
atividades e recursos em divisões, em conformidade comando. A departamentalização é o nome dado à especiali-
com as características de seus produtos, especificida- zação horizontal nas empresas por meio da criação de A departamentalização funcional, ou ainda por
des dos mercados e necessidades de seus clientes. Entretanto, essa violação ao princípio da unidade departamentos com o intuito de cuidar das atividades funções, é a mais simples e mais utilizada técnica de
Tem como característica a existência de diversos de comando pode ocasionar conflitos entre as chefias organizacionais. estruturação entre as organizações.
departamentos funcionais agrupados em cada divi- e assim dificultar a coordenação e comunicação. Além Atualmente, parte da literatura especializada, Consiste no agrupamento das atividades conforme a
são, com isso criando verdadeiras divisões autôno- de muitas vezes ocasionar “dúvidas” aos subordina- prefere a nomenclatura “Estruturação” pois estas semelhança das tarefas, conhecimento e uso de recursos,
mas, independentes e autossuficientes. dos, em não saber distinguir as prioridades. criam unidades, frações organizacionais, podendo ser para execução de cada função específica (especialização).
Sintetizando o conceito: é como se fossem diversas Atualmente, pelo fato de as mudanças no ambiente divisões, gerências, superintendências, conselhos e Como vantagem principal, haverá um grande
empresas dentro de uma só organização, dessa forma, de negócios serem cada vez mais dinâmicas, a estrutu- departamentos. aproveitamento do potencial de cada um colaborador
cada divisão tem seu próprio setor de produção, mar- ra matricial é uma tentativa de conciliar uma estrutu- Nesse sentido, podemos conceituar estruturação na sua especialidade.
keting, recursos humanos etc. ra rígida e hierárquica a uma com maior flexibilidade. (departamentalização) como uma forma sistematiza- Por outro lado, com a especialização, ocorre um
da de agrupar atividades em frações organizacionais distanciamento entre as funções, prejudicando, dessa
271 272 definidas conforme algum critério pré-determinado,
maneira, a integração entre todos os colaboradores e Departamentalização por Processo principais características da Administração Direta e Indireta, bem como os institutos da Centralização, Descentra-
a gestão dos processos interdepartamentais. lização, Concentração e Desconcentração.
Na figura abaixo, temos um exemplo da departa- Frequentemente utilizado em indústrias, a depar- A organização administrativa envolve o estudo da estrutura interna da Administração Pública, ou seja, os
mentalização por funções: tamentalização por processos consiste no agrupa- órgãos e pessoas jurídicas que a compõem. Trata-se de assunto relevante para a compreensão da “máquina públi-
mento das atividades e recursos nos processos-chave ca” e seus possíveis mecanismos de planejamento, gestão e controle.
específicos da organização. Esse tema é visto com maior profundidade na disciplina de Direito Administrativo. Sabendo disso, nosso obje-
Presidente Este tipo de estruturação, nada mais é do que a tivo não é esgotar todo o assunto e sim trazer os principais pontos que são cobrados pelos examinadores na dis-
“quebra” do produto em partes sequenciais, no qual ciplina de Administração Pública.
se vão ocupar as pessoas na sua execução. O tema em tela é positivado na Constituição federal de 1988, mais especificamente no famoso art. 37, o qual nos
Como exemplo podemos citar a indústria automobi- informa os princípios da administração Pública que todos os entes públicos (de todas as esferas) devem seguir:
Departamento lística, na qual encontramos setores específicos para cada
Departamento
de Gestão de
Departamento de Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Financeiro Marketing processo, tais como: montagem, pintura, testes finais.
Pessoas
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Departamentalização por Produtos ou Serviços Indústria
Automobilística
Dica
Como o próprio nome nos indica, consiste no agru-
pamento das funções conforme o tipo de produto e/ou As iniciais dos princípios da Administração Pública formam o famoso mnemônico: limpe.
serviço a ser ofertado. Setor de Setor de Setor de
Podemos citar como vantagens: as facilidades Montagem Pintura Testes Finais Na esfera federal, esse assunto é disciplinado pelo Decreto nº 200, de 1967, que dispõe sobre a organização da
de mensurar os resultados, possibilitar um melhor Administração Federal trazendo conceitos inerentes a ciência da Administração.
conhecimento do produto e melhor coordenação das Vamos agora conhecer como é realizada essa estruturação da Administração Pública Brasileira!
atividades fins da fabricação do produto. Departamentalização por Projetos
Entretanto, neste tipo de departamentalização, CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
encontramos várias seções com a mesma especialida- Este tipo de departamentalização normalmente
de, dificultando a padronização e o treinamento. utiliza a estrutura matricial, na qual implica a utiliza-
ção de pessoal de alta qualificação técnica trabalhando De forma didática e simples, centralização significa a concentração do poder de decidir no topo da hierarquia.
No exemplo abaixo, percebemos a divisão dos depar-
concomitantemente nas suas funções administrativas Do lado oposto, a descentralização implica na distribuição do poder de decidir entre os níveis mais baixos da
tamentos conforme as classes de produtos ofertados:
e em projetos específicos. hierarquia.
Dessa maneira, uma das vantagens deste tipo de A autoridade ou tarefa (atividade) é descentralizada através do processo de delegação, ou seja, os ocupantes de deter-
Presidente estruturação, é o alto grau de flexibilidade e adaptabi- minados cargos transferem parte de suas atribuições e sua autoridade para ocupantes de outros cargos.
lidade a novas ideias, além de permitir a maximização Em regra, essa transferência de autoridade é do nível hierárquico mais elevado para o mais baixo (Top-Down).
da mão-de-obra (pois, muitas vezes, os colaboradores Os dois modos de divisão de poder terão seus pontos positivos e negativos e a escolha dependerá da análise da
participam de diversos projetos ao mesmo tempo, situação concreta, não existindo assim uma melhor forma para todas as possíveis situações.
Divisão Divisão Divisão
Computadores Celulares Televisores minimizando assim, o tempo ocioso de cada um).
Centralização Descentralização

Departamentalização por Clientes Produção Financeiro Marketing


Autoridade para
Este tipo de departamentalização consiste no agru- Poder de decisão disperso
Projeto X decidir está no topo
pamento das atividades conforme as necessidades dos Grupo Grupo
da organização
clientes.
A departamentalização por clientes é essencial Projeto Y
Grupo Grupo
quando a organização possui clientes com necessi-
Decisão na alta cúpula Decisão nos níveis
dades diferentes, assim justificando o atendimento mais baixos
Projeto Z
personalizado a cada tipo de clientela, além de possi- Grupo Grupo
bilitar ao gestor alocar recursos e pessoas específicos
para a demanda de cada tipo de cliente. Analisando a centralização e a descentralização sob a ótica da empresa, em escala mais ampla, a delegação
Nesse tipo de estruturação, o foco principal é o Departamentalização Mista ou Combinada de atribuições e autoridade são realizadas entre cargos e departamentos, e não de uma pessoa para outra. Dessa
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cliente, e não as necessidades internas da empresa. maneira, a descentralização entre departamentos é formal e altera a divisão do trabalho, devido a isso, é mais
Para facilitar o aprendizado, temos como exemplo duradoura e tem um maior alcance que a simples delegação entre pessoas.
É a utilização de 2 ou mais tipos de departamen-
clássico: o atendimento personalizado das instituições Para facilitar o entendimento, no quadro abaixo, sintetizamos as vantagens e desvantagens das organizações
talização, adequando a estrutura organizacional que
financeiras para com seus diferentes tipos de clientes centralizadas e descentralizadas:
mais se adapte à realidade.
(gerência Pessoa Física – cliente Classe “A”, gerência Pessoa Atualmente, as empresas modernas estão optando
Jurídica “grande porte”, gerência para microempresas). por “desenhar” a sua estrutura organizacional con- VANTAGENS
forme as vantagens e desvantagens das diferentes
técnicas de departamentalização, criando assim uma ORGANIZAÇÃO CENTRALIZADA ORGANIZAÇÃO DESCENTRALIZADA
Presidente
estrutura “personalizada” para cada situação.
Uniformidade de procedimentos Gerentes responsáveis por suas decisões
Facilidade de controle Facilidade de avaliar os gerentes
Gerência de Gerência de Gerência ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Rapidez na comunicação Competição positiva entre unidades
Clientes Pessoa Clientes Pessoa de Clientes Acesso rápido à informação Criatividade na busca de soluções
Física Jurídica Governamentais
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO Reduzida duplicação de esforços Agilidade na tomada de decisão
BRASILEIRO

Neste tópico estudaremos a organização adminis-


trativa do Estado Brasileiro. Serão apresentadas as
273 274
DESVANTAGENS Os órgãos públicos pertencem às pessoas jurídicas, mas não são pessoas jurídicas!
Outro ponto bastante cobrado nas provas é a impossibilidade, em regra, de órgão públicos figurarem no passi-
ORGANIZAÇÃO CENTRALIZADA ORGANIZAÇÃO DESCENTRALIZADA vo de ações judiciais, ou melhor, não são acionados diretamente perante o poder judiciário.
Dessa maneira, exemplificando, caso o cidadão tenha alguma pendência judicial contra a Receita Federal do Bra-
Dependência (hierárquica) para tomada de decisões Perda de uniformidade
sil, a ação judicial será proposta contra a União. As bancas examinadoras “adoram” explorar as diferenças entre a
Uniformidade impede competição Tendência ao desperdício e duplicação descentralização e desconcentração, desse modo, o quadro abaixo é de suma importância para sua aprovação:
Dependência da hierarquia para avaliar gerentes Comunicação dispersa
Desestímulo à criatividade Dificuldade de localizar responsáveis DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
Ineficiência no uso dos recursos Dificuldade de controle e avaliação
Competências atribuídas a órgão públicos sem perso- Competências atribuídas a entidades com personalidade
Vamos integrar a teoria com um caso prático: nalidade própria jurídica autônoma
O hotel “X” tem como política de qualidade ofertar uma diária gratuita nos casos em que o cliente não tenha
Administração Direta (ou centralizada) Administração Pública Indireta (ou descentralizada)
tido uma hospedagem satisfatória.
Nesse hotel, o poder de decisão em decidir sobre a gratuidade da hospedagem estava centralizado no gerente
Em regra, os órgãos não podem ser acionados direta-
do hotel. Em um domingo, dia de folga do gerente, um hóspede reclamou da falta de limpeza de seu quarto. Assim, Podem responder judicialmente pelos seus atos.
mente perante o Poder Judiciário
o recepcionista conhecendo a política de qualidade do hotel, anotou a reclamação e informou ao cliente que enca-
minharia a situação para o gerente decidir sobre a aplicação da política de qualidade do hotel (a gratuidade da
Exemplos: Ministérios da União, Secretarias esta- Exemplos: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públi-
diária). O cliente efetuou o check-out e partiu ainda muito descontente com os serviços prestados naquela ocasião.
duais e municipais, Polícia Federal, Receita Federal cas e Sociedade de Economia Mista.
Na segunda-feira pela manhã, o recepcionista informou o ocorrido para o gerente. Após 2 semanas, analisando
o caso, o gerente decidiu em ofertar a diária gratuita ao cliente.
Nessa situação descrita, podemos perceber a morosidade da centralização do poder de decisão na cúpula da Antes de iniciarmos as questões comentadas, e para finalizar a teoria deste tópico, vamos sintetizar em uma
organização (nesse caso: o gerente). Desse modo, os colaboradores dos níveis hierárquicos inferiores (nesse caso: o mesma figura os institutos da descentralização e da desconcentração!
recepcionista) não tem o poder formal de decisão, e assim necessita sempre da autorização das esferas superiores.
Esse mesmo hotel percebendo a necessidade em agilizar as decisões, resolveu aplicar uma política de des- Administração Direta
centralização de poder. Com isso, todos os colaboradores passaram a ter autoridade de decidir no momento do Desconcentração (Centralizada)
problema, sem precisar da autorização do gerente.
Após a implantação desta nova política, aconteceu uma situação parecida com o relatado anteriormente, um Órgãos
União
hóspede reclamou que em seu quarto não funcionava o chuveiro e nem o ar condicionado.
Como o recepcionista já estava capacitado para resolver a situação, no mesmo momento da reclamação, ofertou a
diária gratuita para o hóspede, explicando que o objetivo principal do hotel é a satisfação do cliente, e assim não iria
Ministério Ministério Ministério Ministério
cobrar a diária daquela hospedagem.
Meio Ambiente Justiça
Percebemos então, que a descentralização do poder de decidir pode trazer para organização uma maior agili- Economia Defesa
dade nas resoluções dos problemas que acontecem na linha operacional do empreendimento. P.R.F
Deste caso prático, podemos concluir:
Muitas vezes a descentralização das decisões cria um ambiente rápido nas soluções dos problemas e ainda Receita
promove um enriquecimento de tarefas e responsabilidades nos níveis operacionais da organização. Federal

CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ão

liz
tra
A concentração é quando o cumprimento das competências administrativas acontece por meio de órgãos ce
n
s
públicos despersonalizados e sem nenhuma divisão interna. De ETC Banco do
IBAMA
(Correios) Brasil
Esta técnica existe na teoria, mas na prática é muito difícil de acontecer. Pois, em regra, os órgãos públicos são
repartidos (secretarias, departamentos) para facilitar a gestão e a divisão de tarefas.
Na concentração, pressupõe-se a ausência completa de divisão de tarefas internamente: é como se fosse um
órgão público sem nenhum departamento e sem nenhuma hierarquia.
Já na desconcentração, as atribuições são alocadas entre os órgãos públicos pertencente a mesma pessoa jurí- z Administração Indireta (Descentralizada):
dica, mantendo a vinculação hierárquica. A informação que você deve levar para a sua prova é que na desconcen-
tração não há a criação de outras pessoas jurídicas, mas simplesmente as competências são distribuídas dentro de „ Autarquias
„ Fundação Públicas
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

uma única pessoa jurídica. São exemplos clássicos de desconcentração a transferência de competência e atribui-
ções do Governo Federal para os seus ministérios (exemplos: Justiça, Economia, Cidadania). „ Empresas Públicas
Percebemos, nos exemplos acima, que se trata de uma divisão das atividades internamente, permanecendo na „ Sociedade de Economia Mista
mesma pessoa jurídica.
Administração Direta Enfim, terminamos aqui a teoria deste tópico. Vamos agora resolver questões para sabermos como esse assun-
to é cobrado!
Desconcentração União
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO

Administração Direta e Administração Indireta


Ministério Ministério Ministério Ministério
Economia Defesa Educação Justiça A administração (organização administrativa) é o instrumento disponibilizado ao Estado que permite a divi-
são das competências para pôr em prática as opções do governo, isto é, buscar a satisfação dos interesses essen-
ciais da coletividade.
Polícia
Federal
Nesse sentido, a Administração Pública tem o poder de criar órgãos e entidades públicas para execução de suas
Receita
Federal
políticas governamentais.
Inferimos, então, que a Administração é o instrumento de que o Estado se vale para pôr em prática as opções
políticas do Governo.
Mesma pessoa jurídica (no caso, União)
275 276
Tal atuação se dará por intermédio de entidades Municípios), de forma centralizada, e que foram atri- Agora que já conhecemos como é dividida a orga- Exemplos: Ministérios, Secretarias Estaduais e
(pessoas jurídicas), órgãos (centro de competência) buídas as competências para o exercício de atividades nização administrativa da Administração Federal, Municipais e Advocacia Geral da União.
e de agentes públicos (pessoas investidas em cargos, administrativas. vamos nos aprofundar nas características e peculiari- z Superiores: São os órgãos encarregados do con-
empregos e funções). Já a Administração Indireta é composta por enti- dades de cada uma delas: trole, da direção, chefia e soluções técnica em
E qual a diferença entre órgãos e entidades públicas? dades administrativas, dotadas de personalidade geral. São subordinados aos órgãos Autônomos ou
Órgão é uma unidade de atuação constituída na jurídica própria, cuja competência é o exercício de Órgão de hierarquia superior, e não gozam de autonomia
estrutura interna de determinada entidade política ou atividades administrativas, de forma descentralizada. financeira e administrativa.
administrativa, e, por isso, não possui personalidade Os órgãos públicos, em regra, pertencem a estrutu- Exemplos: as inspetorias, as diretorias, coordena-
jurídica própria. Em regra, faz parte da Administra- ra da Administração Direta e são inerentes ao prin- ções, divisões, departamentos.
ção Direta do Estado. EXECUTIVO cípio da centralização. z Subalternos: Também chamados de subordinados,
O órgão é um elemento despersonalizado por FEDERAL A teoria adotada no Brasil na conceituação do são os órgãos de execução e encarregados dos servi-
não possuir personalidade jurídica própria. papel dos órgãos é a teoria do órgão, também chama- ços rotineiros, despidos de função de comando.
De acordo com a doutrinadora Maria Sylvia Zanel- da de teoria da imputação volitiva, no qual estabelece Exemplos: Atendimento ao público, seções de
la Di Pietro, os órgãos públicos podem ser entendidos que o Estado manifesta a sua vontade por meio dos expediente e protocolos.
como uma “unidade que congrega atribuições exerci- órgãos que integram a sua estrutura. Por esse ângulo,
das pelos agentes públicos que o integram, com o obje- quando um agente público manifesta a sua vontade,
Administração Direta: Administração Indireta: Não há subordinação
tivo de expressar a vontade do Estado”. esta é atribuída ao Estado. Posição
Independentes Hierárquica
Estatal
Por outro lado, a Entidade é uma unidade de atua- z Presidência da z Autarquias; De acordo com a doutrina de Hely Lopes Meirelles, Ex.: Chefe executivo
ção dotada de personalidade jurídica, ou seja, uma República; z Fundações Públicas; os órgãos públicos podem ser considerados como “cen-
Subordinados aos
pessoa jurídica, pública ou privada, abrangendo tan- z Ministérios da União z Empresas Públicas; tros de competência instituídos para o desempenho órgãos Independentes
Autônomos
to as entidades políticas (autonomia política) como as z Sociedades de Econo- de funções estatais, através de seus agentes, cuja atua- Ex.: Ministérios
entidades administrativas (capacidade de gerir seus mia Mista ção é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.”
No âmbito federal, a administração direta é com- Encarregados do
próprios negócios).
posta pelos órgãos da “Presidência da República” e Superiores controle e direção
Desse modo, percebemos, que a principal diferen- Ex.: Departamentos
ça entre o órgão e a entidade é em relação a sua per- A criação de entidades da Administração Indireta seus ministérios.
é em respeito ao princípio da especialidade, ou seja, A Presidência da república é o órgão máximo do Encarregados dos
sonalidade jurídica:
são criadas para servir uma finalidade específica. poder executivo, composto pelo chefe da administra- Subalternos serviços rotineiros
Ex.: Protocolo
Entidade Em relação à natureza jurídica das entidades da ção (Presidente da República) e ainda diversos outros
Órgão
Administração Indireta, as autarquias e as fundações órgãos essenciais de consulta e assessoramento (Advo-
públicas possuem o regime jurídico público, já as esta- cacia Geral da União, Casa Civil, Gabinete de seguran- Já estudamos as principais características da
tais, isto é, empresas públicas e sociedades de econo- ça institucional, Secretaria de governo). Administração Direta (órgãos), chegou o momento
mia mista, são regidas pelo direito privado. Já os ministérios são responsáveis pelo auxílio da de aprofundarmos nosso estudo com as entidades da
Elemento gestão e execução das políticas públicas, cada qual em Administração Indireta.
Despersonalizado Personalidade ADMINISTRAÇÃO INDIRETA suas especialidades. O ministro de estado é escolhido
(sem personalidade Jurídica Própria pelo Presidente da República e seu principal objetivo Autarquia
jurídica própria) Direito público Direito privado é liderar as ações dos diversos órgãos, secretarias,
departamentos, conselhos pertencentes a estrutura Autarquias são pessoas jurídicas de direito público
Autarquias Empresas Públicas interna de seu ministério. interno, criadas por lei específica para prestação de ativi-
Prosseguindo no tema, é de suma importância dades típicas da Administração Pública, com autonomia
Sociedades de Economia
conhecer como são inseridos (divididos) os órgãos Fundações Públicas administrativa e pertencentes à Administração Indireta.
Mista
públicos e as entidades administrativas na organiza- Importante! Sobre o tema, vejamos o conceito legislativo de
ção da Administração Federal! autarquia apresentado pelo Decreto-Lei nº 200, de
Encontramos a resposta no Decreto-Lei nº 200, de Na tabela abaixo, recapitulamos as principais dife- O departamento da Polícia Federal e da Polícia 1967:
1976, mais especificamente no artigo 4º, transcrito renças entre a Administração Direta e a Administração Rodoviária Federal fazem parte da estrutura inter-
abaixo: Indireta: na do Ministério da Justiça, este sendo o mais Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei,
antigo dentre os ministérios do governo federal. com personalidade jurídica, patrimônio e receita
Art. 4º A Administração Federal compreende: ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO próprios, para executar atividades típicas da Admi-
I - A Administração Direta, que se constitui dos ser- DIRETA INDIRETA nistração Pública, que requeiram, para seu melhor
viços integrados na estrutura administrativa da Outro assunto bastante explorado pelos examina- funcionamento, gestão administrativa e financeira
Administração Administração
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Presidência da República e dos Ministérios. dores é a classificação dos órgãos quanto a sua posi- descentralizada. (artigo 5º, inciso I).
II - A Administração Indireta, que compreende as Centralizada Descentralizada ção hierárquica. Fazendo uma analogia com a ciência
seguintes categorias de entidades, dotadas de per- da administração, essa classificação funciona como se Para a Administração Pública executar suas ativida-
Conjunto de órgãos liga-
sonalidade jurídica própria: fosse um organograma da organização administrativa des administrativas, por vezes, ela se vale de entidades
dos diretamente às pes- Entidades Administrativas
a) Autarquias; brasileira. que possuam personalidade jurídica própria. denomina-
soas políticas
b) Empresas Públicas; Quanto à posição hierárquica (estatal), os órgãos da na estrutura organizacional de Administração Indi-
c) Sociedades de Economia Mista. Personalidade Jurídica podem ser: reta, representadas pela Autarquia, Fundações Públicas,
d) fundações públicas. Despersonalizados empresas públicas e sociedade de economia mista.
Própria
z Independentes (ou Primários): São os órgãos As autarquias são entidades administrativas que
Conforme o artigo acima, concluirmos, que a Exemplos: Ministérios Exemplos: Autarquias, representativos de poderes que decorrem direta- fazem parte do nosso cotidiano, muitas vezes utili-
Administração Direta é composta pelos órgãos públi- do governo Federal, Fundações Públicas, Em- mente da Constituição e não se subordinam hie- zamos serviços públicos de autarquias e não damos
cos integrantes da sua estrutura interna, desprovi- Secretarias estaduais e presas Públicas e Socie- rarquicamente a nenhum outro. conta (ou nem sabemos) de sua natureza autárquica.
dos de personalidade jurídica própria, enquanto a municipais dades de Economia Mista Exemplos: Chefia do Executivo, as Casas Legislati- Algumas das principais autarquias da Administração
Administração Indireta compreende as autarquias, vas e os Tribunais. Federal são:
Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedade Para facilitar a memorização das entidades admi- z Autônomos: Formam a cúpula da administração e
de Economia Mista, todos dotados de personalidade nistrativas da Administração Indireta podemos utilizar se subordinam, somente, aos órgãos independen- z Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
jurídica própria. o mnemônico F.A.S.E (Fundação Pública, Autarquia, tes, possuem plena autonomia financeira, técnica z Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-
Refinando o conceito de Administração Direta: é Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública). e administrativa. sos Naturais Renováveis (IBAMA);
o conjunto de órgãos que integram as pessoas polí-
ticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e 277 278
z Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodi- Esse grau de liberdade não significa uma indepen- z , de
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Dessa maneira, podemos conceituar as empresas
versidade (ICMBio); dência total, pois elas sofrem um controle finalístico z Agência Nacional de Águas (ANA); estatais como pessoas jurídicas de direito privado per-
z Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrá- chamado de supervisão ministerial. z Agência Nacional de Mineração (ANM). tencentes à Administração Pública Indireta.
ria (INCRA); z Para finalizar o tema das autarquias, não podemos As características comuns das espécies da empresa
z Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa- z Em regra, o regime de contratação é estatutá- deixar de comentar as Autarquias Corporativas. estatal são as seguintes:
cionais (INEP); rio: As contratações de pessoal seguem o rito da
z Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tec- Administração pública, ou seja, a necessidade de As autarquias corporativas também são chamadas z Natureza jurídica: Pessoa Jurídica de Direito Privado;
nologia (Inmetro); realizar concurso público para a escolha de seu de Corporações profissionais ou ainda autarquias pro- z Objeto: prestação de serviço público ou exploração
z Banco Central do Brasil (BACEN). quadro funcional; fissionais. As autarquias corporativas são entidades de atividade econômica;
z Controle pelos tribunais de contas: Devem criadas com o objetivo de exercer o controle e a fisca- z Controle do Tribunal de Contas da União;
Percebemos nos exemplos acima que, na maioria observar as regras da contabilidade pública e con- lização sobre determinadas categorias profissionais, z Obrigatoriedade de licitar;
das vezes, o nome “instituto” caracteriza uma entida- sequentemente sofrem fiscalizações pelos tribu- são os famosos conselhos de classe. z Contratação mediante concursos públicos;
de pública autárquica! nais de contas; Exemplificando: Conselho Regional de Medicina z Não sujeição à falência.
Outras entidades, devido à sua especialidade, as z Obrigatoriedade de licitar: como decorrência da (CRM), Conselho Regionais de Engenharia e Agronomia
quais também foram criadas com a natureza jurídica natureza pública, devem seguir as regras da Lei nº (CREA), Conselho Regional de Administração (CRA). Visto as características comuns, vamos nos apro-
de autarquias são as Universidades Públicas e os Insti- 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações e Contratos); A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio fundar em cada uma das espécies da empresa estatal:
tutos Federais, segue alguns exemplos: z São imunes a impostos: O legislador originário de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF),
optou pela não cobrança de impostos perante as é considerada como uma entidade “sui generis”, ou Empresa Pública
z Universidade de Brasília; autarquias, esse é o teor do artigo 150, parágrafo seja, é um serviço público independente.
z Universidade Federal do Ceará; 2º, da Constituição Federal. Isso significa que a OAB goza de benefícios do regi- São pessoas jurídicas de direito privado, criadas
z Universidade Federal do Rio de Janeiro; me privado, mas não abrindo mão dos privilégios do mediante autorização legal, com capital exclusiva-
z Instituto Federal Baiano; A nossa Lei Ápice menciona somente a imunida- regime público. mente público, para a prestação de serviço público
z Instituto Federal de Brasília; de de impostos para as autarquias. Nesse sentido, as ou a exploração de atividade econômica, podendo se
z Instituto Federal do Ceará; taxas, contribuições de melhoria, empréstimos com- Fundação Pública revestir de qualquer forma de organização empresa-
z Instituto Federal do Espírito Santo. pulsórios e as contribuições especiais são devidos rial, inclusive sociedade anônima.
normalmente. Primeiramente, não se pode confundir com as inú- O conceito legislativo de Empresa Pública está pre-
Conhecer as características jurídicas e entender Como podemos perceber do exposto acima, as autar- meras Fundações do direito privado. Em quase nada visto no Decreto-Lei nº 200, de 1967:
o que significa essa “atividade típica” a ser desempe- quias são criadas com o propósito de prestar um servi- se assemelham! A Fundações Públicas são instituídas
nhada pela autarquia é essencial para seu concurso! ço público específico de forma mais eficiente e racional, por lei específica mediante a afetação de um acervo Empresa Pública - a entidade dotada de persona-
Vamos ao estudo! como forma de descentralização administrativa. patrimonial do Estado a uma dada finalidade pública. lidade jurídica de direito privado, com patrimônio
O conceito da atividade típica vai depender do Nesta esteira, concluímos que, se a entidade polí- O conceito de fundação pública está positivado próprio e capital exclusivo da União, criado por lei
momento histórico da criação da autarquia, pois o tica optar por descentralizar um serviço público tipi- pelo Decreto-Lei nº 200, de 1967: para a exploração de atividade econômica que o
que pode ser atividade típica hoje, pode não ser no camente estatal, o qual não pode ser prestado por Governo seja levado a exercer por força de contin-
futuro. Portanto, para sua prova, as autarquias desen- entidades privadas, deverá, obrigatoriamente, criar Fundação Pública - a entidade dotada de personali- gência ou de conveniência administrativa podendo
volvem atividades típicas da Administração, sejam lá uma autarquia. dade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, revestir-se de qualquer das formas admitidas em
quais forem essas, no momento histórico atravessado. criada em virtude de autorização legislativa, para direito. (Artigo 5º, inciso II)
Caro aluno, vamos internalizar o conhecimento! Autarquias Especiais o desenvolvimento de atividades que não exijam
Pode-se criar autarquia para a exploração de ativi- execução por órgãos ou entidades de direito públi- O capital das empresas públicas é inteiramente
dade econômica? Com as privatizações e a reforma do Estado Bra- co, com autonomia administrativa, patrimônio público (100%), ou seja, não existe dinheiro privado
A resposta é não. As autarquias somente podem sileiro para o modelo Gerencial (esse assunto será próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, integrando o capital social.
e funcionamento custeado por recursos da União e Pela razão de ser 100% capital público, então a
desempenhar as atividades típicas da Administração estudado em profundidade no último tópico) na meta-
de outras fontes. (Artigo 5º, inciso IV) empresa pública terá somente um único dono?
Pública, e não as de mercado. de dos anos 1990, foi introduzida na organização da
Abaixo, vamos entender cada ponto da definição: Administração Pública a figura das agências regulado- A resposta é não! Pois não existe a obrigatoriedade
Inferimos assim do conceito, que as fundações de ser de um único ente público. É possível a criação
ras com o objetivo de fiscalizar e controlar a atuação
públicas podem exercer todas as atividades típicas de empresa pública com a integração do capital entre
z São pessoas jurídicas de direito público: O regi- dos setores privados nas atividades anteriormente
do Estado, como prestar serviços públicos e exercer o dois ou mais entes públicos.
me jurídico aplicável é o público, e não as regras desempenhadas pelo Estado.
poder de polícia. Nesse sentido, a empresa pública pode ser classifica-
do direito privado. As agências reguladoras podem ser conceituadas
São exemplos de fundações no âmbito federal: da como unipessoal se o capital pertencer a uma única
z São criadas e extintas por lei específica: É o que como autarquias sob regime especial, encarregadas
estabelece o artigo 37, inciso XIX, da Constituição do exercício do poder normativo e fiscalizador das entidade pública. Nas situações em que duas ou mais pes-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Federal: “somente por lei específica será criada concessões e permissões de serviço público, bem z Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- soas políticas ou administrativas detiverem o seu capital,
autarquia”. como do poder de polícia sobre certas atividades. tística (IBGE); estaremos diante de uma empresa pública pluripessoal.
Por opção do legislador, as agências reguladoras z Fundação Nacional do Índio (FUNAI);
foram instituídas como autarquias em regime espe- z Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e
Assim, a personalidade jurídica de uma autarquia
cial caracterizadas por um alto grau de especialização Medicina do Trabalho (Fundacentro); Capital: uma única entidade pública
surge com a publicação da Lei específica, pela regra Unipessoal Exemplo: ECT
técnica no setor regulado e dotadas de uma maior z Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
da simetria das formas, sua extinção também só pode- (Correios) = 100% (União)
rá ser feita por Lei específica. autonomia administrativa garantida pela presença de
E o que é uma Lei específica? dirigentes com mandados fixos. Empresas Estatais
Lei específica é aquela que versa sobre temas espe- Atualmente são 11 agências reguladoras no âmbi-
cíficos, neste caso, trata exclusivamente da criação da to Federal, são elas: Preliminarmente, não se pode confundir o conceito
autarquia. de empresa estatal com o conceito de empresa pública. Capital: 2 ou + entidades públicas
Pluripessoal Exemplos: Terracap (51% recursos do
z Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL); Empresa estatal é o gênero que comporta as espécies:
Distrito Federal e 49% recursos da União
z Possuem autonomia gerencial, orçamentária e z Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista.
patrimonial: Esse ponto é de grande incidência z Agência Nacional do Cinema (ANCINE);
nas provas de concurso! z Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); EMPRESA ESTATAL Em relação as demandas judiciais, o foro compe-
z Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ); tente para julgar as causas em que seja parte a empre-
As autarquias possuem capacidade de autogestão z Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); sa pública federal é a Justiça Federal.
z Agência Nacional do Petróleo (ANP); Sociedade de
e não estão subordinadas hierarquicamente à Admi- Empresa Pública
Economia Mista
nistração Pública Direta. z Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); 279 280
As empresas públicas podem assumir qualquer Para a divisão das competências constitucionais Vamos entender como a descentralização funciona Processador
forma empresarial admitida em direito, tais como: entre a Administração Direta e a Indireta, a Adminis- na prática:
sociedade civil, sociedade comercial, sociedade anôni- tração Pública utiliza-se de duas técnicas: (des)centra- A União criou a autarquia Instituto Nacional do É o próprio funcionamento interno do sistema. No
ma ou qualquer outra forma empresarial. lização e (des)concentração. Seguro Social (INSS) com o objetivo de operacionali- processamento é onde ocorre a transformação sobre
Algumas das empresas públicas mais importantes Tanto a descentralização como a desconcentração zar o reconhecimento dos direitos dos segurados do as entradas para proporcionar as saídas. É no proces-
do Governo Federal são: são utilizadas com o objetivo de racionalizar o desen- regime geral de previdência social. sador que encontramos os diversos subsistemas tra-
volvimento e a prestação de atividades do Estado. A União criou a empresa pública Caixa Econômica balhando com relações de interdependência.
z Caixa Econômica Federal (CEF); Federal (CEF) com o propósito de incentivar a poupan- Ex.: recursos tecnológicos, equipamentos, métodos
z Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU); CENTRALIZAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO de gestão e organização do trabalho.
ça e conceder empréstimos sob penhor.
z Empresa Brasil de Comunicação (EBC); ADMINISTRATIVA
z Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); Saídas
z Serviço Federal de Processamento de dados – SERPRO. Primeiramente, chamo a sua atenção para não
confundir (misturar) a centralização administrativa Representa os produtos e/ou serviços que saem do
Sociedade de Economia Mista da Administração Pública (a qual estudaremos nes- GESTÃO DE PROCESSOS sistema para o ambiente, ou seja, tudo que é produzido
se momento) com a centralização estudada no tópico pela organização como resultado de seu processamento.
São pessoas jurídicas de Direito privado, com capi- anterior (a distribuição do poder de decidir na esfera CONCEITOS INICIAIS Ex.: produto acabado, serviço prestado, lucro das
tal público e privado, sendo que o Poder público detém privada). operações, tributos pagos ao governo.
a maioria do capital votante, para prestação de serviço Feito essa importante observação, vamos a Para quem não é da área de Administração ou ini-
público ou exploração de uma atividade econômica. definição: ciou os estudos há pouco tempo, ao se deparar com Retroação
É o conteúdo do Decreto-Lei nº 200, de 1967: A centralização é o cumprimento das competên- o tópico de gestão de processos, logo vem à cabeça a
cias administrativas por uma única pessoa jurídica do gestão de processos judiciais. Vamos desmitificar essa Também chamado de realimentação, é um meca-
Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de Estado Brasileiro. primeira impressão e demonstrar que a gestão de pro- nismo de equilíbrio do sistema, com o objetivo de
personalidade jurídica de direito privado, criada por Na prática, é o que ocorre com as atribuições exer- cessos nada se assemelha com os processos judiciais. regular e ajustar o bom funcionamento. Na prática,
lei para a exploração de atividade econômica, sob a cidas diretamente pela União, Estados, Distrito Fede- Atualmente, todas as organizações, privadas ou é o pós-venda do produto e/ou serviço, captando as
forma de sociedade anônima, cujas ações com direito ral e Municípios. públicas, podem ser vistas como um conjunto de pro- informações (positivas e/ou negativas) e realimentan-
a voto pertençam em sua maioria à União ou a enti- Dessa maneira, quando dissemos que as compe- cessos. A gestão de processos tornou-se uma filoso- do as entradas do sistema para correição.
dade da Administração Indireta. (Artigo 5º, inciso III) tências estão centralizadas no governo Federal, isso fia de gestão organizacional neste novo século. Esse Dessa maneira as organizações funcionam como
indica que a personalidade jurídica da União é res- modelo de gestão tem como objetivo descobrir o que é sistemas abertos, recebendo do ambiente os recursos
A sociedade de economia mista obrigatoriamente, ponsável pelas atribuições impostas pelo ordenamen- feito pela organização, de modo a desenvolver formas necessários, processando-os em seus subsistemas e
por expressa determinação legal, assumirá a forma de to Jurídico. de otimização das atividades. Os modelos de gestão devolvendo-os ao ambiente em forma de produtos e
Sociedade Anônima. Como estudado no item anterior, a Administração são aplicados diretamente na operação. serviços para o consumidor final.
Em relação às demandas judiciais, o foro compe- Pública Direta pode ser dividida em diversos órgãos, A fim de compreender melhor o que é gestão de
tente para julgar as causas em que seja parte a socie- mas ainda continua com a mesma personalidade jurí- processos, primeiramente, vamos entender o que é
dade de economia mista é a Justiça comum estadual. dica, ou seja, da União. um processo. Importante!
As principais Sociedades de Economia Mista na Por outro lado, na descentralização, as competên- De acordo com Hammer e Champy (1993), “proces-
esfera federal são: so é um grupo de atividades realizadas numa sequência As atividades e tarefas estão concentradas no
cias são distribuídas a diferente pessoa jurídica, cria-
das pelo próprio Estado para tal finalidade. lógica com o objetivo de produzir um bem ou um servi- “Processamento” (Throughput).
z Banco do Brasil; Nela pressupõe-se a existência de pelo menos duas ço que tem valor para um grupo específico de clientes”.
z Petrobras; pessoas jurídicas, entre as quais as atribuições são Nesse sentido, para os mesmos autores, os clientes não
Traduzindo o conceito para o nosso cotidiano: é
z Eletrobrás; divididas. estão preocupados e/ou interessados em saber como a
quando você resolve fazer um almoço de domingo
z Banco do Nordeste. Outra característica importante para a sua prova organização está estruturada, mas sim nos resultados
para a sua família! As entradas são os insumos (maté-
é que essas entidades (descentralizadas) respondem dos produtos ou serviços oriundos dos processos.
ria-prima) do seu prato, nesse exemplo: o macarrão, o
No quadro abaixo sintetizamos as diferenças mais judicialmente pelos prejuízos causados por seus agen- Na figura abaixo, temos os elementos dos proces-
molho de tomate, a carne moída, queijo ralado. Com
importantes entre a empresa pública e a sociedade de tes públicos. sos organizacionais e sua sequência:
os ingredientes em mãos, é hora da transformação
economia mista: Exemplificando: Se um cidadão se sentiu lesado
Processamento (agregar valor): é a preparação, conforme a receita da
por alguma decisão do IBAMA (autarquia), na ação (Throughput) “Nona”: cozinhar o macarrão, ralar o queijo, refogar
SOCIEDADE judicial o polo passivo vai ser o próprio IBAMA (e não a cebola, temperar, etc. Como resultado (saída do pro-
EMPRESA a União). Atividades e tarefas
DE ECONOMIA cesso), temos uma bela macarronada para servir!!!
PÚBLICA
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

MISTA Mas não para por aí! Após todos se deliciarem com a
Capital público e macarronada, chegou a hora da verdade: o momento
COMPO- privado (maioria
Importante! Entrada Saída
de receber as críticas e elogios (feedback)! No próxi-
100% capital (Input) (Output)
SIÇÃO DO do capital vo- A descentralização pressupõe a criação de pes- mo domingo, com essas informações, será possível
público
CAPITAL tante é do poder soas jurídicas autônomas! ✓ Transformação melhorar seu banquete!
✓ Insumos ✓ Produtos
público) ✓ Agregação de Percebemos que todas essas atividades (de prepa-
✓ Informação ✓ Serviços
Qualquer forma ✓ Energia valor ro) não significam nada para quem vai se deliciar com
Obrigatoriamente E qual são essas pessoas jurídicas autônomas? a macarronada. O que os seus familiares realmente
de organização
FORMAÇÃO devem ter a estru- Nesse ponto devemos nos lembrar do estudo do querem é a macarronada saborosa, quentinha e na
empresarial admi- Retroação (Feedback)
SOCIETÁRIA tura de Sociedade hora certa! Ou seja, o foco é nos desejos e necessida-
tida pelo Direito item anterior, pois o conjunto de pessoas jurídicas
Anônima des dos clientes (nesse caso, sua família).
Empresarial autônomas criadas pelo próprio estado é a Adminis- Entrada
tração Indireta. Diante do exposto, podemos afirmar que toda vez
FORO DE Justiça comum
Justiça Federal Por essa razão, a Administração Indireta é também que tivermos um conjunto de atividades sendo execu-
JULGAMENTO estadual É todo e qualquer recurso que alimenta o sistema
chamada de Administração Descentralizada. tadas de forma integrada e organizada com o objetivo
e que provém do meio ambiente. São basicamente os
Caixa Econômica Banco do Brasil; São exemplos de entidades autônomas criadas de fornecer um serviço e/ou produto que satisfaça as
insumos que o sistema obtém do meio ambiente para
Federal; Petrobrás; pelo Estado para aplicar o instituto da descentraliza- necessidades do cliente, teremos um PROCESSO.
EXEMPLOS Infraero; Eletrobrás; poder funcionar.
ção: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públi- Para internalizar o conhecimento, vamos para
Casa da Moeda; Banco do Ex.: matérias-primas, informação e energia.
cas e Sociedade de Economia Mista. mais um exemplo prático! Dessa vez, analisaremos o
Correios. Nordeste. processo simplificado de produção de vinho:
281 282
Processamento Produto final Satisfação Processos Gerenciais que recebem entradas (insumos), agregam valor e se possa compreender o comportamento dos custos
Insumo
cliente transformam em produtos e/ou serviços finais; e as fontes existentes e potenciais de diferenciação.
São aqueles responsáveis por medir, monitorar e z Subprocesso: refere-se a uma parte específica de Uma empresa ganha vantagem competitiva, execu-
controlar as atividades. São ligados às estratégias e um processo, auxiliando o alcance do objeto do tando estas atividades estrategicamente importan-
utilizados na tomada de decisão, seu papel principal é processo maior. Pode ser considerado um processo te de uma forma mais barata ou melhor do que a
o de coordenar as atividades de apoio e as finalísticas. dentro de outro processo maior; concorrência.
Uva Vinho
Normalmente, são executados pela alta administra- z Atividade: é o conjunto de tarefas que descreve o
Meios de Resultado Nesse sentido, a atuação na maximização da
ção da organização. passo a passo para a execução. A cada atividade
produção pretendido
Como exemplo, podemos citar o planejamento executada, o processo deve agregar valor. A res- cadeia de valores é essencial na diferenciação entre
estratégico de uma montadora de veículos. ponsabilidade de execução da atividade pode ser as organizações e seus processos, estabelecendo assim
Na figura acima, inicia-se com a entrada (uva - Vale ressaltar que os processos gerenciais são a tão aguardada vantagem competitiva.
atribuída a uma pessoa ou departamento;
insumo), perpassa pela transformação (agrega valor), responsáveis pelas decisões no presente e elas irão Desse modo, cada uma dessas atividades deve, ao
z Tarefa: é a menor divisão de trabalho no processo.
saída (vinho – produto final) e alcança o objetivo prin- impactar o futuro da organização. final, entregar (agregar) valor aos processos da orga-
Pode ser uma parte específica da atividade ou uma
cipal (satisfação do cliente). No quadro abaixo, sintetizamos os principais pon- nização. Quanto maior o valor agregado entregue,
subdivisão de algum trabalho.
Assim, podemos sintetizar o conceito de gestão de tos dos tipos de processos: maior será a competitividade da empresa.
processos como sendo a metodologia na qual possi- Na figura abaixo, adaptado de Porter, percebemos
bilita a estruturação da sequência de trabalhos com Dica a interdependência entre as atividades de apoio com
� Primários: Atividades agregam valor para cliente.
o intuito de simplificar as atividades, facilitar a aná- Ex.: Produção de bens e serviços. A tarefa é sempre atribuída e executada por uma as atividades primárias, tendo como resultado “as
lise e sobretudo melhorar os processos, como forma � De suporte: Fornecem condições necessárias aos pro- pessoa. margens” (valor agregado ofertado ao cliente, ou seja,
de promover a permanente busca da melhoria de cessos primários. o lucro esperado).
desempenho. Ex.: Gestão de pessoas, compras. Para facilitar o entendimento desta classificação,
� Gerenciais: Ligados às diretrizes estratégicas. vamos ver como funciona na prática: Infraestrutura

Atividades de Apoio
TIPOS DE PROCESSOS Ex.: Planejamento estratégico, Gestão da informação.
Na figura abaixo, escalonamos o macroprocesso
de Recursos Humanos e qualidade de vida no traba- Gestão de Recursos Humanos
As empresas, com intuito de refinar sua gestão, Os processos acima mencionados também podem lho em processos menores para facilitar e refinar a Desenvolvimento Tecnológico

Margens
classificam os processos de acordo com seu resultado. ser analisados conforme os seus níveis de detalha- gestão, e ainda analisar possíveis gargalos.
Dessa maneira, é possível alocar os recursos neces- mento, em forma de hierarquias.
sários e priorizar os processos que agregam valor ao É o nosso próximo assunto! Aquisição e Compras
✓ Política geral de Recursos Humanos e Qualidade de
produto final. Macroprocesso vida no trabalho
Portanto, em termos de capacidade de geração de NÍVEIS DE DETALHAMENTO DOS PROCESSOS Marketing e
Logística Operações Serviços
valor, os processos podem ser assim classificados: vendas
✓ Recrutamento e Seleção de novos
O nível de detalhamento de um processo é ineren- Processo colaboradores.
Processos Primários te a análise de complexidade do processo. Atividades Primárias
Nesse sentido, quanto maior a complexidade de ✓ Divulgação das vagas
São aqueles que entregam algum bem ou serviço ao um processo, maior será a necessidade de dividi-los Subprocesso para o mercado.
cliente final, representam as atividades essenciais que em partes menores (subprocessos, atividades, tarefas) A utilização da metodologia da cadeia de valor
a organização executa no cumprimento de sua missão. e, consequentemente, facilitar a gestão. ✓ Análise dos candidatos a possibilita à organização a melhora da análise sobre
Normalmente, são processos interfuncionais ou Normalmente, nas organizações baseadas em pro- Atividade seleção. seus processos, alcançando as seguintes vantagens:
interorganizacionais, fornecendo uma visão completa cessos, vão existir todos os tipos de processos: do mais
de ponta a ponta e que no final transformam os recur- complexo até o mais simples. Dessa maneira, essa ✓ Entrar em con- z Possibilidade de verificar os valores agregados em
Tarefa tato para marcar a
sos em serviços ou produtos para o consumidor final. classificação abaixo, em forma de hierarquia, é dema- entrevista. cada um dos seus processos;
Nesse aspecto, seu modelo de serviço é orientado ao siadamente útil no tratamento das prioridades. z A importância das atividades de apoio na execu-
cliente com uma visão outside in (necessidades do A divisão dos processos segue a seguinte lógica: ção das atividades primárias;
cliente para organização, ou seja, de fora para dentro). Analisando a figura acima, percebemos que ao “des- z A integração dos objetivos da estratégia organiza-
Como exemplo, podemos citar a entrega de um veícu- cer” a escada da classificação dos processos, encontra- cional nos processos de execução operacional.
✓ Gera um Impacto considerável na organização
lo (produto final) da montadora para o consumidor final. Macroprocesso e normalmente envolve + de uma área. mos processos mais claros e com melhor definição.
Para fixar lembre-se que os processos primários Assim, no topo da escada encontra-se o macroprocesso Chegou o momento de entender o passo a passo de
também são chamados de processos finalísticos, ou (mais genérico) e no último degrau encontra-se a tarefa como colocar em prática a gestão de processos!
✓ Atividades relacionadas e sequenciais:
ainda, processos chaves, processos essenciais, pro- Processo entradas + transformação + saída. (mais específica, realizada por uma pessoa).
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cessos principais e processos básicos. Como já estudamos, o objetivo principal de um MAPEAMENTO, ANÁLISE E MELHORIA DE
✓ Processo inserido em um
processo é agregar valor ao cliente final. Com isso, PROCESSOS
Processos de Suporte Subprocesso processo maior. torna-se importante conhecer como podemos analisar
e melhorar cada processo, e essa análise é realizada Adentramos agora no trabalho propriamente dito:
São os processos internos indispensáveis para ✓ Trabalhos executados nos pelo estudo da cadeia de valor. implantar uma gestão de processos na organização.
Atividade processos.
que os processos primários possam ser executados, Para que seja possível a melhoria do processo, o
ou seja, auxiliam à execução dos processos primários CADEIA DE VALOR primeiro passo é conhecê-lo!
✓ Menor elemento de um
contribuindo para o sucesso da organização. Tarefa processo: Subdivisão de uma Dessa maneira, precisamos entender como é o fluxo
Em regra, não geram valor direto para os clientes, atividade. Desenvolvido por Michael Porter, a cadeia de valor de trabalho de cada processo e sua interrelação entre os
e sim entregam valor para outros processos. Normal- é o conjunto de atividades primárias e secundárias setores e pessoas envolvidas, para que possamos decidir
mente, são associados às áreas funcionais da organi- que uma organização utiliza para entregar produtos em que pontos e quais decisões necessitam ser tomadas.
z Macroprocesso: normalmente, abrange mais de e serviços para seu consumidor final.
zação, fornecendo e gerenciando recursos. Esse é o trabalho do mapeamento dos processos,
uma área da organização e compreende a visão A cadeia de valor permite identificar os principais flu-
Como exemplo, podemos citar os processos de outra coisa não é, do que visualizar e entender os cami-
geral dos processos. Em regra, é composto por xos de processos, sendo possível um exame das ativida-
recursos humanos em uma montadora. nhos do processo de trabalho e seus pontos críticos.
diversos processos principais e de suporte; des executadas e de como ocorrem a interação entre elas.
Os processos de suporte também são conhecidos Assim, o mapeamento é responsável pela descri-
z Processo: tem seu foco no atendimento das neces- De acordo com Porter (1990):
por processos secundários, ou ainda, processos meios, ção bem detalhada das atividades e tarefas, contendo
sidades do cliente final (interno e externo), é o con-
processos auxiliares e processos de apoio. seus inter-relacionamentos de forma a retratar todo o
junto de atividade relacionadas e sequenciais em A cadeia de valores desagrega uma empresa nas ambiente organizacional.
suas atividades de relevância estratégica para que
283 284
O mapeamento de processo é uma representação Simplificando o conceito: handoff pode ser enten- Para facilitar o entendimento, na figura abaixo, sin- simplificação dos movimentos e minimização do tem-
gráfica que provê uma perspectiva ponta a ponta dos dido como a passagem de uma atividade para a próxi- tetizamos o caminho a ser percorrido para a implan- po necessário para realizar a tarefa.
processos finalísticos, de suporte ou de gerenciamento. ma atividade, nesse ponto, é onde ocorrem os atrasos tação da melhoria dos processos de uma organização: As atividades de racionalização do trabalho são rea-
Para realizar o trabalho de mapeamento do pro- e as desconexões, devido à falta de comunicação entre lizadas por meio de um procedimento com 3 passos:
cesso, normalmente, é utilizado a ferramenta chama- as equipes envolvidas.
da de fluxograma (desenho gráfico do processo que Na figura abaixo, temos uma representação gráfi- Mapeamento Análise Desenho z Uma tarefa é observada e estudada crítica e sis-
demonstra o fluxo das atividades e tarefas). ca do handoff: tematicamente, para permitir a identificação de
Para a compreensão do processo como um todo aprimoramentos necessários;
e a elaboração do fluxograma, o gestor pode utilizar Evento de z Com base na análise crítica, entendimento de sua
diversas técnicas, tais como: iniciação lógica e eventual comparação com outras formas
Detalhar mais eficientes de fazê-la, desenvolve-se uma
Identificar os Propor
atividades e
z Entrevistas e reuniões; Atividade pontos críticos melhorias alternativa mais racional e eficiente;
tarefas atuais
z Observação das atividades in loco; 1 z A alternativa mais eficiente é implantada, por meio
Ponto de
z Análise da documentação; handoff da alteração dos movimentos e eventualmente da
passagem entre
z Coleta de dados e evidências. as atividades
GESTÃO DE PROCESSOS E OS CUSTOS substituição de máquinas e equipamentos.
Atividade
O mapeamento por meio do fluxograma deve con- 2 A importância do custo como fator de competitivi- Reengenharia de Processos
ter a essência do processo, demonstrando como os dade coloca a gestão de processos na lista das priori-
handoff
elementos se relacionam, as entradas e saídas, quem dades da administração da organização. Enquanto a racionalização do trabalho e a elimi-
executa as atividades, os pontos de decisão e os atores Atividade Essa competitividade, utilizando a gestão de proces- nação de desperdícios procuram melhorar continua-
envolvidos (fornecedores, clientes). 3 sos, pode ser obtida com a eliminação de desperdícios, mente um processo existente, a fim de aumentar sua
Com o mapeamento em mãos, o próximo passo é racionalização do trabalho e reengenharia de processos. eficiência, a reengenharia de processos procura criar
análise do processo! Saída do um processo totalmente novo e mais eficiente, com o
A análise do processo visa entender o estado atual do processo uso inteligente da tecnologia da informação.
processo e suas atividades (análise AS-IS, ou em portu- A ideia é a reinvenção da empresa.
Com os processos mapeados (detalhados) e anali-
guês, “como está”) e mensurar quais pontos estão benefi-
sados (estudados), é o momento de desenhar o novo ✓ Eliminação de desperdícios
ciando e/ou atrasando o alcance dos objetivos do negócio. REENGENHARIA
processo, propondo melhorias na sua execução. Gestão de
Essa análise do processo atual permite iniciar a ✓ Racionalização do trabalho
É importante lembrar que a análise de processos é Processos
definição do desenho do novo processo, adotando o A reengenharia de processos é um redesenho radi-
a base para o desenho de processos. ✓ Reengenharia de processos
que está funcionando e eliminando as rupturas que cal com o intuito de implantar mudanças drásticas no
O intuito do desenho de processos é a transforma-
interferem no desempenho do processo. modo de se fazerem as coisas dentro dos processos
ção da situação atual em um novo processo contendo
De acordo com o BPM CBOK V3.0 – Business Pro- organizacionais.
todos os pontos que podem ser melhorados, eliminan-
cess Management / Common Body of Knowledge Ver- Essa visão de reestruturação radical dos proces-
do as atividades e tarefas que não agregam valor.
são 3.0, ou em português, Guia para Gerenciamento Eliminação de Desperdícios sos foi proposta pelos autores Hammer e Champy na
Nesse sentido, é o redesenho do processo original
de Processos de Negócio (considerado a “bíblia” para década de 1990, como uma forma de responder às
com as possíveis melhorias propostas a partir da aná-
a gestão de processos), a informação gerada a partir Eliminar desperdícios significa otimizar os proces- intensas mudanças ocorridas nos cenários econômi-
lise do processo.
da análise de processos inclui: sos, com isso, reduzindo ao mínimo a atividade que cos, tecnológicos e culturais.
Para o sucesso no desenho do novo processo, é fun-
damental por parte do gestor a atenção nas seguintes não agrega valor ao produto ou serviço. Nesse sentido, Partindo do pressuposto de que a maioria das
z Uma compreensão da estratégia, metas e objetivos a agregação de valor é a contrapartida da eliminação organizações criaram seus processos em décadas pas-
atividades:
da organização; de desperdícios. sadas, e assim seus fluxos de trabalho e normas foram
z O ambiente de negócio e o contexto do processo baseados em demandas e desafios que já não existem.
z Desenhar o novo processo nos diversos níveis de
(porque o processo existe); Dessa maneira, a melhor ação para a busca da melho-
detalhe; Agregação de Valor Desperdício
z Uma visão do processo na perspectiva interfuncional; ria dos processos é “começar do zero”, ou melhor, não
z Identificar o fluxo de trabalho futuro com as defi-
z As entradas e saídas do processo, incluindo forne- aproveitar nada do que está sendo feito, e sim dese-
nições das novas atividades; Atividade que
cedores e clientes; Atividade que consome nhar a partir do zero.
z Minimizar os efeitos do handoff; transforma recursos
z Os papéis e handoffs de cada área funcional no recursos, mas não Segundo os autores Hammer & Champy (1993), a
z Definir indicadores e métricas; para atender a
processo; agrega valor ao produto reengenharia é “o repensar fundamental e a reestru-
z Realizar simulações e testes; necessidade de
z Uma avaliação da escalabilidade, utilização e qua- turação radical dos processos empresariais que visam
z Elaborar um plano de implementação. clientes
lificação de recursos; alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

z Uma compreensão das regras de negócio que con- e contemporâneos de desempenho, tais como, custos
Esse novo processo a ser implementado é chamado
trolam o processo; qualidade, atendimento e velocidade”.
de TO-BE, ou seja, a visão do processo futuro. É nesse
z Métricas de desempenho que podem ser usadas O desperdício ocorre quando são utilizados mais
momento que o estado desejado é desenvolvido, seja
para monitorar o processo; recursos do que os necessários para realizar um objetivo, Dica
para um redesenho de processo ou para o desenvolvi-
z Resumo das oportunidades identificadas para consumem-se recursos em atividades que não agregam
mento de um novo processo. A reengenharia é inerente ao princípio da folha
aumentar a eficiência e a eficácia. valor e quando objetivos desnecessários são realizados.
Portanto, a análise AS-IS é a visão do processo no
Com a eliminação total dos desperdícios, o que res- em branco, ou seja, inicia-se do zero como se
momento atual. Já a análise TO-BE, é a visão do proces-
Tenha atenção ao conteúdo que se segue. Um con- ta são as atividades que agregam valor ao produto ou fosse a primeira escrita!
so futuro com as melhorias a serem implementadas.
ceito crucial na análise do processo, e também bas- serviço, consequentemente diminuindo os custos de
tante explorado pelos examinadores, é o do Handoff. produção, sem que a qualidade seja comprometida. O ponto crucial não é a busca de melhorar o que já
AS - IS TO - BE
O Handfoff é qualquer ponto em um processo em que Como resultado, a eliminação de desperdícios existe, e sim em indagar o que é feito, por que é feito,
o trabalho ou informação passa de uma função para diminui os custos de produção, sem que o valor do se é necessário, por quem é feito, para quem é feito.
outra. Essa transferência pode resultar em descone- produto para o cliente fique comprometido. Nesse sentido, a reengenharia não busca consertar
xões, atrasos, gargalos, ineficiência, rupturas e, em nada! Busca melhorias radicais nos processos!
razão disso, devem ser analisadas com cuidado. Racionalização do Trabalho
Em regra, quanto menor for o número de Hand- "Como está" melhorias "Como vai ser"
soff, menor será a vulnerabilidade do processo. A racionalização do trabalho é uma técnica essen-
cial na busca da melhoria contínua dos processos,
285 286 consiste na maximização da eficiência por meio da
Para auxiliar a implantação dessa filosofia, surgi- NOÇÕES DE ESTATÍSTICA APLICADA AO informação bastante útil é o de quantas vezes uma
Melhorias ram os BPMS (Business Process Management Systems)! CONTROLE E À MELHORIA DE PROCESSOS variável aparece. Esse é o conceito de frequência,
Mudanças
Radicais Drásticas O BPMS é o sistema informatizado que dá suporte ou seja, é o número de vezes em que uma variável
para o gerenciamento de processos na organização. Cada vez mais, a utilização das técnicas estatísti- assume um determinado valor.
Esse software dá suporte às atividades como mapea- cas, destinadas à análise de situações complexas ou
mento, modelagem, análise e aprimoramento dos não, tem aumentado e fazem parte do cotidiano do Para facilitar o entendimento, vamos analisar um
processos, integrando a gestão de informação aos pro- administrador. exemplo hipotético de uma pesquisa sobre o número
Reengenharia
cessos de negócios. Neste sentido, a estatística é ferramenta essencial de defeitos na produção de um automóvel:
na análise e na melhoria dos processos organizacio-
nais, permitindo ao administrador obter informações
por meio de uma análise baseada em dados e indica- FREQUÊNCIA
Fazer MAIS Começar do ZERO BPM DEFEITOS
✓ Filosofia de Gestão dores de desempenho. (N° DE DEFEITOS)
com menos (Folha em branco)
Segundo os autores Magalhães e Lima, podemos
(Business Process ✓ Foco nos negócios Defeitos nas Rodas 50
conceituar estatística como: “um conjunto de técnicas
Management)
que permite, de forma sistemática, organizar, descre- Defeitos no Estofado 30
A reengenharia é uma forma de intervenção estra- ver, analisar e interpretar dados oriundos de estudos
tégica para adaptar as organizações às mudanças no ou experimentos, realizados em qualquer área do Defeitos no Chassi 20
ambiente em que atuam, provocando fortes altera- BPM conhecimento”. Assim, a palavra-chave da conceitua-
✓ Software Total 100
ções na sua estrutura. ção acima é “de forma sistemática”, ou seja, faz com
(Business Process ✓ Foco em Tecnologia que o administrador consiga tomar a melhor decisão
da Informação (T.I) A tabela apresentada é uma forma de representação
SISTEMAS DE GESTÃO Management baseado em fatos estudados, afastando assim o famo- dos dados chamada de agrupamento simples, e está mos-
Systems) so “achômetro” e opiniões subjetivas. trando quantas vezes a variável “defeito” assume deter-
O principal modelo para implantar uma gestão de Estudaremos, então, diversos conceitos de ferra- minados valores, ou melhor, a frequência absoluta de
processos em uma organização é a filosofia BPM (Busi- mentas estatística que podem auxiliar o administra- cada um dos “defeitos” na montagem do automóvel;
ness Process Management). Na disciplina de gestão de processos, é possível dor a tomar a melhor decisão cotidianamente.
O BPM (em português: gestão de processos de acertar um grande número de questões, especialmen- Para possibilitar uma melhor análise dos proces- z Frequência Absoluta X Frequência Relativa:
negócio) é considerado a maior inovação gerencial te na banca CESPE, conhecendo as palavras-chave sos, é importante conhecermos os seguintes conceitos A frequência absoluta, como vimos, apresenta a
deste século, possibilitando otimizar a tecnologia em associadas a cada conceito/definição. Eu chamo essa de estatística: quantidade que uma variável aparece em um pro-
benefício de um modelo gerencial amplo e apto para técnica de “palavras-chave associadas”.
cesso. Já a frequência relativa (ou proporção) leva
preparar as organizações no enfrentamento das inú- Segue abaixo, como essa técnica deve ser utilizada! População e Amostra em conta o quanto cada valor assumido pelas
meras mudanças no ambiente atual, de forma inteli- Para facilitar sua memorização, na 1º coluna inserimos
variáveis representa do total.
gente e eficaz. “o conceito”, seguido da “palavra (s)-chave” na 2º coluna: População É o conjunto de todos os elementos
De acordo com Tadeu Cruz (2008), o BPM “é o con- que possuem determinada característica. Por sua
junto formado por metodologias e tecnologias cujo obje- CONCEITO PALAVRA(S)-CHAVE vez, amostra é qualquer subconjunto não vazio da FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA
DEFEITOS
tivo é possibilitar que processos de negócios integrem. população (parte não nula da população). (N° DE DEFEITOS) RELATIVA
Lógica e cronologicamente, clientes, fornecedores, par- Grupos de atividades/ Vejamos como esse assunto é utilizado na prática!
Gestão de Processos Defeitos
sequência lógica Em uma pesquisa de satisfação de um produto, o 50 50/100= 50%
ceiros, influenciadores, funcionários e todo e qualquer nas Rodas
elemento com que possam, queiram ou tenham que Elementos de Gestão Entradas/Processamento/ ideal seria que todos os compradores e usuários des-
interagir, dando à organização visão completa e essen- de processos Saída/feedback te produto fossem consultados, mas isso é impossível, Defeitos no
seja por não conhecer todos os usuários, seja pelo 30 30/100= 30%
cialmente integrada do ambiente interno e externo das Estofado
Processos Primários Entregam valor ao cliente tempo que seria necessário para isso.
suas operações e das atuações de cada participante em
todos os processos de negócios”. Internos/auxiliam/áreas Diante disto, as pesquisam baseiam-se em amos- Defeitos no
Processos de suporte 20 20/100= 20%
Sintetizando o conceito, de uma maneira mais funcionais tras, ou seja, uma parcela que seria representativa da Chassi
simples e direta: O BPM é capaz de interligar todos população total.
Processos Gerenciais Estratégia Organizacional Total 100 100/100= 100%
os processos principais e secundários, com todos
os participantes da cadeia, em prol dos objetivos Visão geral
Macroprocesso Dessa maneira, a frequência relativa permite reali-
organizacionais. (visto como um todo) População
Para a sua prova de concurso, é essencial (e sufi- zar comparações entre tabelas com diferentes quanti-
Processo Atendem os desejos do cliente dades de dados analisados para uma mesma variável.
ciente) conhecer as principais aplicações e facilidades
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

que o BPM oferece na melhoria da gestão de proces- Processo dentro de um A comparação das frequências absolutas entre
Subprocesso duas tabelas não faz sentido, pois estaríamos compa-
sos, são elas: processo
rando 2 números absolutos sem conhecer o quanti-
Atividade Execução Amostra tativo total. Por outro lado, na frequência relativa,
z Possibilidade de representar graficamente todos
Tarefa Parte específica da atividade estaríamos comparando 2 percentuais.
os tipos de processos, fluxos e desvios;
z Facilidade na gestão de pessoas: definição clara Mapeamento Detalhar as atividades
dos responsáveis de cada atividade e tarefa; Medidas Estatísticas na Análise de Processos
z Maximiza a eficiência e produtividade com a Análise Identificar os pontos críticos
padronização dos processos; Neste exemplo, a população seria composta por Para uma melhor análise com o intuito de aperfei-
Desenho Propor melhorias çoar os processos, o administrador utiliza-se de 2 tipos
z Integração entre a tecnologia da informação e todos os usuários, enquanto que a amostra seriam os
pessoas; Ponto de passagem entre indivíduos entrevistados pela pesquisa quanto à sua de medidas estatísticas que são essenciais: Medidas de
Handoff tendência e medidas de Variabilidade. Vamos enten-
z Filosofia de gestão horizontal e flexível; as atividades satisfação do produto.
z Possibilita alcançar os objetivos organizacionais der a sua aplicação!
Análise AS-IS “como está” – momento atual
estratégicos com maior transparência. Organização de Dados
“como vai ser” – momento z Medidas de Tendência Central
Análise TO-BE
Então, O BPM é um sistema de tecnologia da infor- futuro Na organização de dados temos:
mação (software)? A resposta é um sonoro não! „ Média: A média aritmética dos dados é a soma
Mudança radical – folha em
O BPM é uma filosofia de gestão de processos com Reegenharia z F
requência e Representação Gráfica: Para auxi- dos valores observados, dividida pelo total de
branco
foco no negócio da empresa! liar na análise de um processo organizacional, uma observações. Essa medida é a mais comum e
287 288
também uma das mais utilizadas na análise de Vamos entender melhor como essas medidas esta- DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO para a Administração Pública, o que a doutrina deno-
processos. tísticas podem auxiliar na melhoria de processos ana- ADMINISTRATIVO mina “cláusulas exorbitantes”.
Exemplo: Qual é a média de salários dos direto- lisando um caso prático: Dos requisitos acima elencados, as cláusulas exor-
res da empresa X, de acordo com o rol a seguir? Ao analisar um processo de fabricação de um auto- A Administração Pública necessariamente para bitantes compõem os assuntos mais debatidos pela
móvel, o administrador coletou os seguintes dados, em desenvolver suas atividades cotidianas realiza negó- doutrina e, por essa razão, tornam-se bastante explo-
horas, para o término da produção: 4 + 3 + 10 + 8 + 6 + 8. cios com terceiros. radas pelos examinadores nas questões.
DIRETORES DA Calculando o tempo médio, temos: Quando precisa contratar um serviço de vigilância E o que se entende por Cláusulas Exorbitantes?
SALÁRIOS
EMPRESA X ou limpeza, construir um novo prédio, adquirir bens São verdadeiras cláusulas de privilégio conferidas
para seu funcionamento, em todos esses casos, a Admi- a Administração Pública, que as colocam em um pata-
Recursos Humanos R$ 30.000,00 39 Total
Média: nistração Pública precisará formalizar uma relação mar de relativa superioridade na relação contratual
Financeiros R$ 20.000,00 6 N° de Variáveis negocial com terceiros, através de um contrato admi- com terceiros.
nistrativo, influenciado por normas de Direito Público. Essas cláusulas se justificam, pois, a Administração
Produção R$ 40.000,00 Nesse sentido, a manifestação da vontade da Admi- Pública age em nome de toda a coletividade, de forma
Média: 6,5 nistração Pública para desempenhar as atividades que tais poderes são indispensáveis em busca do inte-
= Soma dos salários/n° de
administrativas e atender o interesse público pode ser resse público na contratação.
Média Aritmética diretores
Assim, é função do administrador adotar medidas classificada como: unilateral (atos administrativos), São exemplos de cláusulas exorbitantes, à luz do
90.000,00 ÷ 3= 30.000,00
para que o valor da média diminua e, consequente- bilateral (Contratos administrativos) ou plurilateral artigo 58 da Lei nº 8.666, de 1993, aquelas que possibi-
„ M
oda: A moda é o termo que mais se repete em mente, o tempo médio de fabricação seja reduzido, (consórcios e convênios). litam a Administração:
uma sequência de dados. maximizando a eficiência.
Um exemplo prático para alcançar esse resultado z Modificação unilateral dos contratos, para melhor
é contratar mais trabalhadores para a execução dos Administração Pública
Lembre-se do uso comum da palavra: o que está na adequação às finalidades de interesse público, res-
processos. (Manifestação da vontade)
moda, é o que se usa mais entre as pessoas. peitados os direitos do contratado;
Simplificando: é o resultado mais frequente, o que Outro fator a ser analisado é a redução da varia-
bilidade, pois não adianta ter uma boa média se os z Rescisão unilateral dos contratos;
mais aparece.
Vamos a um exemplo prático: Imagine que estamos resultados variam à cada unidade. Neste sentido, a z Fiscalizar a execução do contrato;
analisando o tempo de produção, em horas, de um auto- variabilidade do tempo de produção proporcionará z Aplicações de sanções motivadas pela inexecução
uma maior previsibilidade, auxiliando assim, no pro- Unilateral Bilateral Plurilateral
móvel. Os resultados percebidos são: 3, 4, 4, 4, 5, 5, 6, 8 total ou parcial;
Observe que o resultado que apareceu com maior cesso de planejamento.
z Ocupação provisória, no caso de serviços essên-
frequência é o de 4 horas, assim, essa seria a moda Percebemos que a gestão de processos funciona
cias, de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços
desse rol de dados; como uma cadeia, com a melhora de um elemento, os Ato Contratos Consórcios e vinculados ao objeto do contrato.
seguintes vão se beneficiando e no final ocorre uma Administrativo Administrativo convênios
„ Mediana: A mediana é uma medida de posição, melhoria geral e contínua.
na qual divide a sequência em 2 partes com a Administração
O objeto de estudo deste tópico é a relação bilateral Pública Terceiros
mesma quantidade de dados. Assim, simplifi- Sintetizando o exemplo:
entre a Administração Pública e terceiros, ou seja, o
cando, é o termo do meio de uma sequência famoso Contrato Administrativo.
de dados. A relação unilateral (ato administrativo) e a rela-
ção plurilateral (consórcios e convênios) são estu- Cláusulas
Dessa maneira, se o rol analisado apontar 9 dados, Produção dadas em profundidade pela disciplina de Direito Exorbitantes
a mediana é o quinto elemento (posição central). Melhoria no � Aumenta a qualidade Administrativo. (Privilégios)
Exemplo: em uma grande empresa, com 9 filiais, � Média planejamento � Diminui o tempo
� Variabilidade de entrega para o
Os contratos administrativos são manifestações de Cláusulas
temos respectivamente no rol a seguir a representa- vontades bilaterais, entre um terceiro e a Administra- Cláusulas
consumidor contratuais
ção dos números de funcionários: (40, 45, 50, 55, 70, Maior previsibilidade
ção Pública. E, como regra, os contratos que envolvam contratuais
80, 80, 90, 110). Portanto, a mediana que representa o obras, serviços, compras e alienações são resultantes
rol acima é de 70 funcionários. Diante do exposto, inferimos que a moderna gestão de um processo licitatório, que assegura igualdade de
Caso ocorra de o número de variáveis de um rol ser de processos tem como foco a busca pela qualidade e condições a todos os concorrentes (art. 37, inciso XXI
par (não tem um termo que seja do meio), tomemos os satisfação do cliente, tendo a aplicação dos ensinamen- da Constituição Federal). O que permite a observância
2 termos centrais (meio) e fazemos a média entre eles. tos da estatística como parte essencial nesta busca. do Princípio da Isonomia e a garantia da ampla con-
Percebemos, na figura acima, que as cláusulas
corrência, prevalecendo o interesse público.
Medidas de Variabilidade exorbitantes são as prerrogativas que alteram a rela-
A principal norma que trata dos contratos adminis-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ção da Administração Pública com os terceiros, con-


trativos é a Lei 8.666/1993, que regulamenta o art. 37,
As medidas de variabilidade são utilizadas para ferindo verdadeiros privilégios em prol do interesse
inciso XXI, da Constituição Federal e institui normas
apontar quanto que os dados estão dispersos em rela- GESTÃO DE CONTRATOS para licitações e contratos da Administração Pública.
da coletividade, pois o contrato administrativo vai
ção à média. Neste sentido, quanto mais espalhados, atender as necessidades de todos, e assim, deve estar
Veja que alguns requisitos serão obrigatórios para
maior será a sua variabilidade. A gestão dos contratos administrativos é um dos em um patamar mais elevado do que os contratos
que o contrato seja considerado um “contrato admi-
Essas medidas visam tornar a avaliação do conjunto assuntos essenciais à gestão pública, esse tema vai privados.
nistrativo”, são eles:
de dados mais próximas da realidade, facilitando assim estar presente no seu dia a dia como servidor.
a observação e entendimento na tomada de decisão. Para o desenvolvimento de suas atividades e o z Participação da Administração Pública em pelo
As medidas de variabilidade mais utilizadas na pleno funcionamento da máquina pública, a Adminis- menos uma das partes;
Importante!
análise de processos são: a amplitude, variância e o tração Pública precisa contratar bens e/ou serviços de z Existência de cláusulas que coloquem a Adminis- As cláusulas exorbitantes são estabelecidas
desvio padrão. terceiros e o instituto que formaliza essa contratação tração em posição de superioridade (cláusulas pela Lei, em favor da Administração Pública, e
é o famoso contrato administrativo. exorbitantes);
Ao completar o estudo deste tópico, você será não cabe ao gestor sua ampliação arbitrária.
Melhoria dos Processos Utilizando a Estatística z Reciprocidade nas obrigações, que devem ser per-
capaz de compreender os seguintes assuntos: concei- tinentes a obras, serviços, compras;
O administrador, utilizando as ferramentas da to e a natureza jurídica, características, as famosas z Reequilíbrio Econômico-Financeiro. Já o reequilíbrio Econômico-Financeiro funcio-
estatística, tem como objetivo melhorar a média, cláusulas exorbitantes, gestão dos contratos admi- na como uma restrição a atuação da Administração
aumentar ou diminuir de acordo com o caso concreto nistrativos (gerenciamento, fiscalização e acompa- Pública, pois garante ao particular que, caso haja algu-
Regido precipuamente por normas de Direito
e sempre reduzir sua variabilidade. nhamento), recebimento do objeto e a extinção do ma alteração unilateral que implique maiores ônus ao
Público, nele estão previstas prerrogativas especiais
contrato administrativo.
289 290
contrato, a Administração Pública deverá ajustar eco- z Intuitu Personae: Os contratos administrativos fiscalizar o contrato, garantindo assim o alcance dos O artigo acima citado é de grande incidência nas
nomicamente o acordo. são contratos pessoais, com isso, exige que a execu- resultados pretendidos. provas de concurso, em que o examinador explora se
É importante lembrar que é possível a alteração ção do contrato seja efetuada pela mesma pessoa Desse modo, entende-se como gerenciamento o é possível a contratação de terceiros para a fiscaliza-
unilateral das cláusulas regulamentares ou de servi- (pessoa física ou jurídica) que aceitou a obrigação dever da Administração Pública de estruturar uma ção contratual.
ço, por outro lado, as cláusulas inerentes aos aspec- perante a Administração Pública. Em regra, não se supervisão responsável pelas atribuições gerais ine- A resposta é clara: Não é permitido a contratação
tos econômico financeiros não podem ser alteradas pode subcontratar; rentes aos contratos, tais como: controlar prazos, de terceiros para exercer o papel de fiscal do contrato,
unilateralmente. Exemplificando: Caso uma empresa seja vencedo- atualizar os documentos, prorrogações, estabelecer o e sim somente para auxiliar a fiscalização.
Exemplificando: Caso a Administração Pública assi- ra de uma licitação para fornecimento de mate- reequilíbrio econômico-financeiro, auditar pagamen- Internalizando o conhecimento e para você nunca
ne um contrato prevendo o pagamento de R$10.000,00 riais de escritório, não poderá subcontratar outra tos, entre outros. mais errar na sua prova, temos o esquema abaixo:
ao mês para uma empresa de vigilância, não é permi- empresa para o fornecimento. Essa atribuição de responsabilidades pode recair
tido a Administração no mês seguinte “querer” (alte- sobre um setor específico, ou até mesmo um único z Representante da Administração Pública
z Finalidade pública: O objeto do contrato admi- Fiscal do (servidor público)
rar) pagar R$6.000,00 pelo mesmo serviço. servidor designado, a depender do tamanho e com-
nistrativo será sempre um bem, direito ou serviço Contrato z Fiscalização do objeto
Nesse sentido, apesar de o contrato administrativo plexidade da gestão.
destinado a atender uma necessidade pública;
ter como objetivo o interesse público, há também de Outras providências de suma importância para o
ser interessante financeiramente ao particular, sob o z Contratos de adesão: Embora o contrato admi- bom gerenciamento dos contratos devem ser adota-
Auxiliar de z Permitida a contratação de terceiros
risco de não encontrar nenhuma empresa que queira nistrativo seja consensual na opção de aceitar ou das pela Administração Pública são:
Fiscalização z Assistência e subsídios de informações
contratar com o poder público. não a sua assinatura, não há espaço para discutir
Vamos agora estudar as principais características as cláusulas impostas previamente (na licitação). z Capacitação dos servidores responsáveis pela ges-
do contrato administrativo! A Administração Pública impõe a outra parte o tão, com vistas a assegurar o entendimento das
contrato final, cabendo somente a opção de aderir Após a sua posse e entrada em exercício, caso você
normas legais;
(assinar) ou rejeitar o contrato; seja alocado no setor administrativo, é bem provável
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO z Elaboração, em forma de manual, das orientações
sua designação para ser gestor (fiscal) de contratos.
z Precedidos de licitação: Em regra, todos os con- gerais para gerenciamento dos contratos;
Assim, esse assunto, além de despencar nas provas,
Primeiramente, vamos relembrar as duas prerro- tratos administrativos são precedidos de um proce- z Designação dos fiscais responsáveis pelo gerencia-
vai ser de extrema utilidade nas suas atribuições
gativas que estarão presentes em todos os contratos dimento licitatório em que devem ser respeitados mento dos contratos, respeitando a sua expertise;
como servidor público (somente por curiosidade, foi
administrativos: os princípios da Administração Pública; z Designar comissões de recebimento dos objetos
o que aconteceu comigo quando tomei posse no meu
contratados;
primeiro cargo público: após 1 mês de entrar em exer-
z Participação da Administração Pública em uma Vale ressaltar que as contratações diretas (dispensa
cício, fui designado como fiscal de contrato).
das partes; e inexigibilidade) é exceção a esta característica. Nesse A estruturação de um bom sistema de gerenciamento Portanto, vamos entender as atribuições e compe-
z Objeto sempre atrelado a uma finalidade pública, caso, a contratação não é precedida de uma licitação. de contratos é condição essencial na busca pela otimiza- tências da figura do fiscal de contrato!
destinado a atender a coletividade. ção do dinheiro público, sendo capaz de evitar possíveis Como já vimos, é obrigação da Administração
danos e garantindo a continuidade dos serviços. manter, desde o início até o final do contrato, servidor
Devido ao seu caráter público e respeitando o CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
público especialmente designado com conhecimentos
dever de transparência, todo contrato administrativo ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DA e experiência suficientes para o acompanhamento e
deve conter cláusulas que expressem com clareza e EXECUÇÃO DOS CONTRATOS fiscalização do objeto contratado. Assim, é de respon-
objetividade as condições da contratação, definindo Onerosos sabilidade da autoridade competente verificar se o
Formais Comutativos
os direitos, os deveres e as responsabilidades das par- Após a contratação, inicia-se a execução do contra- servidor escolhido para este mister tem um perfil ade-
tes, seguindo os mandamentos da lei. to. Nessa fase, é dever da Administração Pública o seu quado, competência e responsabilidade para exercer
A maioria das características dos contratos admi- Intuitu
acompanhamento e fiscalização. essa importante função.
nistrativos encontramos dispersas nos artigos da Lei Cumulatividade Mutabilidade Entende-se por acompanhamento o monitoramen-
Personae
nº 8.666/1993, que nos ensina que todo contrato admi- to em tempo real da execução, ou seja, estar presente
nistrativo deve ser: na sua execução.
Dica
GESTÃO DE CONTRATOS Já a fiscalização significa verificar se os requisitos A designação do fiscal do contrato normalmente
z Formal: Todos os contratos administrativos devem contratados estão sendo obedecidos em sua execução. é realizada através de portaria publicada no bole-
ser formais, produzidos por escrito no idioma por- Analisando os artigos referente ao contrato admi- A fiscalização da execução dos contratos é uma obri- tim de serviços local do próprio órgão.
tuguês. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver- nistrativo (artigo 54 até artigo 80) da Lei Geral de Lici- gação da Administração Pública, não cabe ao gestor a
bal com a Administração Pública. tações e Contratos, de forma implícita, o legislador escolha se deve ou não fiscalizar. É um dever imposto Muito se debatia se essa designação para exercer
impôs a Administração Pública o dever de organizar e pela Lei e pelos princípios da Administração Pública. a função de fiscal de contrato era passível de recusa
Vale ressaltar que de acordo com o artigo 60, pará- implantar um eficiente sistema de gestão de contratos, É importante registrar que para aquelas pequenas por parte do servidor, para dirimir essa dúvida o Tri-
grafo único, da Lei nº 8.666, de 1993, existe apenas compras ou simples contratações de serviços, com
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

que compreende o gerenciamento, o acompanhamen- bunal de Contas da União se debruçou sobre o tema e
uma única exceção: para pequenas compras de pron- to e a fiscalização de sua execução, e o recebimento do entrega única, em que não demandam maiores cuida- decidiu:
to pagamento. objeto contratado. dos, o acompanhamento e fiscalização terá um papel A designação como fiscal de contrato, conforme
mais simples, possibilitando o ateste do objeto com jurisprudência do TCU, não pode ser recusada por não
z Oneroso: A Administração Pública deve remune- uma simples conferência. tratar de ordem manifestamente ilegal.
Gerenciamento
rar o contratado (particular) pela contraprestação Por outro lado, nas contratações que demandam É o teor do Acórdão nº 2.917, de 2010 – Plenário
do objeto do contrato; um maior cuidado, seja por envolver um grande TCU (Tribunal de Contas da União):
z Comutativo: As partes do contrato são compensa- volume de recursos ou devido a sua complexidade,
das reciprocamente. Cabe a Administração Pública Recebimento Gestão de a execução do contrato deverá ser acompanhada e 5.7.7. O servidor designado para exercer o encargo
Contratos Acompanhamento fiscalizada por um representante da Administração
o cumprimento do contrato, já ao particular, rece- do Objeto de fiscal não pode oferecer recusa, porquanto não
ber pela execução; especialmente designado. Esse é o teor do art. 67 da se trata de ordem ilegal. Entretanto, tem a opção
Lei nº 8.666, de 1993, que transcrevo abaixo: de expor ao superior hierárquico as deficiências e
z Mutabilidade: Os contratos administrativos podem limitações que possam impedi-lo de cumprir dili-
ser frequentemente alterados em prol do interesse Fiscalização Art. 67 A execução do contrato deverá ser acom- gentemente suas obrigações. A opção que não se
público; panhada e fiscalizada por um representante da aceita é uma atuação a esmo (com imprudência,
z Cumulatividade: Prerrogativa da possibilidade de Administração especialmente designado, permitida negligência, omissão, ausência de cautela e de zelo
contratar com diferentes partes para a execução O sistema de gestão de contratos constitui em um a contratação de terceiros para assisti-lo e subsi- profissional), sob pena de configurar grave infra-
das mesmas atividades. Não existe a obrigatorie- planejamento. Nele, deve conter de forma clara os diá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. ção à norma legal (itens 31/3 do voto do Acórdão nº
dade de exclusividade; objetivos, processos, responsabilidades, competências 468/2007-P).” (Trecho do Relatório do acórdão do
e atores responsáveis destinados em acompanhar e Min. Valmir Campelo)
291 292
Entretanto, ainda que não possa ser recusada, o fis- Para permitir uma gestão e fiscalização efetiva são FISCAL SETORIAL Em se tratando de compras ou de locação de
cal pode solicitar a capacitação para as atividades, além nomeados fiscais e gestores para que acompanhem equipamentos:
de solicitar que exista uma avaliação da compatibilidade de perto cada momento da execução contratual. De z Avalia aspectos técnicos e administrativos.
z Devem ser recebidos provisoriamente, para veri-
da sua qualificação com aquela exigida para a atividade: forma didática, a Instrução Normativa nº 05, de 2017
ficação da conformidade do material coma especi-
(Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges- Prestação ocorre simultaneamente:
ficação, ou seja, na linguagem popular, atestar se
5.7.6. Acerca das incumbências do fiscal do con- tão) traz quais são as atribuições de cada um deles:
trato, o TCU entende que devem ser designados
não “comprou gato por lebre”.
z Setor distintos.
servidores públicos qualificados para a gestão dos z Devem ser recebidos definitivamente, após verifi-
Art. 40 O conjunto de atividades de que trata o z Unidades desconcentradas.
contratos, de modo que sejam responsáveis pela artigo anterior compete ao gestor da execução dos
car se qualidade e quantidade do material coadu-
execução de atividades e/ou pela vigilância e garan- contratos, auxiliado pela fiscalização técnica, admi- nam com o especificado no contrato.
tia da regularidade e adequação dos serviços (item nistrativa, setorial e pelo público usuário, confor- PÚBLICO USUÁRIO
9.2.3 do Acórdão nº 2.632/2007-P). me o caso, de acordo com as seguintes disposições: Tanto no recebimento provisório, quanto no rece-
z Avalia aspectos qualitativos do objeto por meio de
I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação bimento definitivo, não exclui a responsabilidade
pesquisa de satisfação junto ao usuário.
Esquematizando: das atividades relacionadas à fiscalização técnica, civil do contratado pela solidez e segurança da obra
administrativa, setorial e pelo público usuário, bem ou serviço, nem a responsabilidade ético-profissional
Autoridade como dos atos preparatórios à instrução proces- Para auxiliar, aos fiscais e gestores são previstos pela perfeita execução do contrato.
Portaria Não!
máxima sual e ao encaminhamento da documentação perti- instrumentos de controle que auxiliam na análise da Outro ponto interessante exposto na Lei nº 8.66, de
nente ao setor de contratos para formalização dos execução dos contratos e compreendem a mensuração 1993, é a possibilidade de dispensar o recebimento pro-
designação cabe recusa? procedimentos quanto aos aspectos que envolvam do alcance dos resultados, dos recursos humanos dispo- visório nos casos de compras de gêneros perecíveis, ser-
× a prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, nibilizados, dos recursos materiais utilizados, da ade- viços profissionais e obras e serviços de pequeno vulto.
eventual aplicação de sanções, extinção dos contra- quação dos serviços prestados, da satisfação do público Nestes casos, prevaleceu o bom senso do legislador,
tos, dentre outros; usuário e outras obrigações decorrentes do ajuste. pois tornaria impossível o recebimento provisório de
Fiscal do contrato II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com Diante do exposto, percebemos que para o sucesso um bem ou serviço que já fosse consumido no mesmo
Verificar perfil: o objetivo de avaliar a execução do objeto nos mol- da gestão contratual é necessário o conhecimento da momento. Exemplificando: o recebimento da merenda
z Competência des contratados e, se for o caso, aferir se a quan- legislação e o comprometimento de todos os atores da
z Responsabilidade escolar para pronto consumo, ao receber e servir o ali-
tidade, qualidade, tempo e modo da prestação dos
fiscalização mencionados, além do suporte necessário mento para os estudantes, tornaria impossível a verifi-
serviços estão compatíveis com os indicadores de
que deve prover a Administração Pública. cação da qualidade e quantidade posteriormente.
níveis mínimos de desempenho estipulados no ato
convocatório, para efeito de pagamento conforme
Outra figura de destaque na gestão de contratos é RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO
o resultado, podendo ser auxiliado pela fiscalização Importante!
o representante da empresa contratada denominado de que trata o inciso V deste artigo;
de PREPOSTO. Essa pessoa junto à contratante será o III - Fiscalização Administrativa: é o acompanha- A etapa final da execução do contrato administra- O recebimento provisório é dispensado, mas o
elo entre o fiscal do contrato e a empresa contratada. mento dos aspectos administrativos da execução tivo se concretiza com o recebimento do objeto con- recebimento definitivo é obrigatório, mesmo em
É o que diz o art. 68, da Lei nº 8.666, de 1993: dos serviços nos contratos com regime de dedica- tratado. Esse recebimento é de responsabilidade do se tratando de gêneros perecíveis, serviços pro-
ção exclusiva de mão de obra quanto às obrigações servidor ou comissão e deve atender requisitos de fissionais e em compras de pequeno vulto.
Art. 68 O contratado deverá manter preposto, acei- previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como conhecimento, responsabilidade, competência e fami-
to pela Administração, no local da obra ou serviço, quanto às providências tempestivas nos casos de liaridade com o bem ou serviço entregue.
para representá-lo na execução do contrato. inadimplemento; O recebimento do objeto, conforme especificado Para facilitar a memorização, segue abaixo o
IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento no art. 73, da Lei nº 8.666, de 1993, pode ser provisório esquema com os principais pontos do recebimento do
O preposto indicado pela empresa poderá ser acei- da execução do contrato nos aspectos técnicos ou ou definitivo. objeto contratado:
to ou não pela Administração Pública! administrativos quando a prestação dos serviços O recebimento provisório, como o próprio nome
Já em relação de contratação de serviços sob o regi- ocorrer concomitantemente em setores distintos ou
diz, atesta apenas que o objeto foi entregue e que o
me de execução indireta, devido a sua alta complexi- em unidades desconcentradas de um mesmo órgão RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO
mesmo será submetido a verificação dos requisitos
dade, a Administração Pública Federal refinou a sua ou entidade;
expostos no edital de licitação, termo de referência e OBRAS E SEVIÇOS
fiscalização inovando em alguns pontos específicos. V - Fiscalização pelo Público Usuário: é o acom-
panhamento da execução contratual por pesquisa no próprio contrato.
Entende-se como execução indireta aqueles servi- Caso o objeto esteja em desacordo com o contrata- Provisório:
de satisfação junto ao usuário, com o objetivo de
ços que em vez de executar diretamente por seus ser- do, a Administração Pública poderá rejeitá-lo, no todo
aferir os resultados da prestação dos serviços, os z Responsável pela fiscalização
vidores (admitidos por meio de concursos público), ou em parte. Por outro lado, caso o objeto esteja em
recursos materiais e os procedimentos utilizados
contrata empresa para que esta os realize, com o seu acordo com o especificado, a Administração deverá z Prazo: até 15 dias
pela contratada, quando for o caso, ou outro fator
pessoal e sob a sua responsabilidade. Os exemplos mais determinante para a avaliação dos aspectos quali- lavrar o termo do recebimento definitivo.
frequentes são: serviço de limpeza e serviço vigilância Definitivo:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

tativos do objeto. O fiscal do contrato (ou comissão designada) é res-


patrimonial. No âmbito federal, temos a Instrução ponsável pelo ateste do recebimento definitivo, que z Servidor ou comissão
Normativa do Ministério do Planejamento, Desenvol- No quadro abaixo, sintetizamos os principais pontos: se tratando de um bem, poderá ser incorporado ao z Prazo máximo: 90 dias
vimento e Gestão n.º 05 de 26 de maio de 2017, a qual patrimônio.
dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento Resta claro na Lei Geral de Licitação e Contratos
de contratação de serviços sob o regime de execução FISCAL TÉCNICO (Lei nº 8.666/1993) a diferenciação do recebimento em
indireta. RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO
Avalia a execução do objeto: casos de obras e serviços com o recebimento de com-
Tal normativa deve ser observada para fins da pras ou locação de equipamentos. COMPRAS E LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
adequada gestão e fiscalização contratual, fixando Em se tratando de obras e serviços:
regras de suma importância para aqueles que têm a z Quantidade, qualidade, tempo e modo. Provisório:
responsabilidade sobre contratos  de serviços para a z Indicadores de desempenho. z Devem ser recebidos provisoriamente, mediante ter-
z Subsidia pagamento com base no resultado. mo circunstanciado, pelo responsável por seu acompa- z Para verificação da conformidade do material
realização de tarefas executivas sob o regime de exe-
cução indireta. Isto com o objetivo de verificar o cum- nhamento e fiscalização, assinado pelas partes em até
FISCAL ADMINISTRATIVO 15 dias da comunicação escrita do contratado; Definitivo:
primento dos resultados previstos pela Administração
para os serviços contratados, a regularidade das obri- z Devem ser recebidos definitivamente, por servidor z Após verificar: qualidade + quantidade
z Avalia aspectos administrativos ou comissão designada pela autoridade competen-
gações previdenciárias, fiscais e trabalhistas, eventual
z Obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas. te, mediante termo circunstanciado, assinado pelas
aplicação de sanções, extinção dos contratos, visando
a assegurar o cumprimento das cláusulas avençadas e partes, após o decurso de observação, ou vistoria
a solução de problemas relativos ao objeto. que comprove a adequação do objeto ao contrato.
293 294
RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO indenização. Essa decisão obrigatoriamente deve ser aplicabilidade obrigatória às Administrações Públi-
motivada e assegurada a prévia defesa do contratado. NOÇÕES DE PROCESSOS cas Diretas, Autárquicas e Fundacionais da união, dos
DISPENSA O RECEBIMENTO PROVISÓRIO Outra forma de rescisão contratual é a bilateral, LICITATÓRIOS Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
também chamada de rescisão amigável ou ainda Vamos agora entender a importância da licitação
z Gêneros perecíveis consensual, ocorre mediante acordo entre as partes, pública no desenvolvimento do mercado nacional
Iniciamos agora o tópico teórico sobre Licitações
z Serviços profissionais quando for conveniente a Administração fazê-lo. Em conhecendo as suas finalidades impostas pela Lei.
Públicas, um dos assuntos mais temido pelo concursando.
z Obras e serviços de pequeno vulto regra, não gera indenização. Trabalharemos os principais assuntos cobrados
Exemplificando: é quando na execução do contra- em provas de Administração Pública. FINALIDADES DA LICITAÇÃO
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS to administrativo de prestação de serviços de segu- Ao final deste tópico, você será capaz de entender
rança, as partes em comum acordo, por motivo de e gabaritar as seguintes ideias sobre o procedimento Respeitando o regramento constitucional, em
O contrato administrativo, em regra, tem uma conveniência da Administração (ex: o posto de servi- licitatório: Conceito e sua natureza jurídica, a licita- regra, a Administração Pública deve observar previa-
sequência lógica: início – meio - fim. Mas, como quase ços vai ser desativado) e com concordância da parte ção como procedimento em que seleciona a proposta mente as contratações do procedimento licitatório,
tudo na vida, existe a possibilidade de ocorrer impre- contratada, resolvem que a partir da data X não mais mais vantajosa, objetivo do desenvolvimento nacio- diferentemente dos particulares que têm liberdade
vistos e seu término ser antecipado ou até mesmo haverá qualquer obrigação entre elas. nal sustentável, hipótese de contratação direta (sem para contratar.
anulado. Já a rescisão judicial, como o próprio nome nos licitação), modalidades licitatórias e as ferramentas Ao ordenar a necessidade de licitação para reali-
Vamos agora estudar as formas possíveis de extin- indica, é determinada pelo poder judiciário em razão tecnológicas de gestão da administração Pública. zar as contratações públicas, a Constituição Federal
ção do contrato administrativo! do inadimplemento do contratante (Administração enfatiza que seja assegurada igualdade de condições
O contrato administrativo pode ser extinto em Pública) ou contratado. CONCEITOS INICIAIS E NATUREZA JURÍDICA DA a todos os concorrentes. (inciso XXI, art. 37, da CF, de
decorrência da conclusão de seu objeto, rescisão uni- Normalmente, essa rescisão se dá mediante ação LICITAÇÃO 1988).
lateral, rescisão bilateral, rescisão judicial ou median- ajuizada pelo contratado (particular) em face a Admi- Já a Lei Geral de Licitações e Contratos foi mais deta-
te anulação motivada por defeito. nistração Pública por descumprimento de cláusulas A Administração Pública, em regra, para celebra- lhista, ordenando que o procedimento licitatório aten-
contratuais. ção de contratos administrativos é obrigada a realizar desse os princípios da isonomia e da competitividade.
Exemplificando: é quando a Administração Públi- um procedimento administrativo formal pelo qual é Nesse sentido, nos termos do art. 3, da Lei nº 8.666,
EXTINÇÃO CONTRATUAL
ca atrasa os pagamentos devidos ao serviço prestado possível selecionar a proposta mais vantajosa entre de 1993, o procedimento licitatório serve para alcan-
Conclusão Rescisão Rescisão Rescisão por mais de 90 dias, nesse caso, cabe ao particular as oferecidas, respeitando os princípios da isonomia çar 3 finalidades (objetivos) fundamentais:
Anulação
do objeto Unilateral Bilateral Judicial ajuizar ação de rescisão contratual. e da competitividade. Esse procedimento é chamado
Por último, como forma de extinção do contrato de Licitação Pública. Art. 3º A licitação destina-se a garantir a obser-
A forma mais natural da extinção dos contratos administrativo, temos a anulação. Nesse sentido, a natureza jurídica da licitação é vância do princípio constitucional da isonomia,
administrativos é pela conclusão do objeto ou o fim A anulação implica desconstituição do contrato e de procedimento administrativo formal, pois envolve a seleção da proposta mais vantajosa para a
do período de contratação. Esse tipo de extinção ocor- suspensão dos seus efeitos. Nesse caso de extinção, os um encadeamento de atos cronologicamente ordena- administração e a promoção do desenvolvimento
re automaticamente, dispensado qualquer ato formal, efeitos operam retroativamente, impedindo os efeitos dos e que objetivam chegar na celebração do contrato nacional sustentável. (grifos meus)
pois uma vez cumprido o contrato e entregue, o objeto jurídico que ainda iriam produzir (para frente), além administrativo.
do contrato se encerra. de desconstituir os já produzidos (para trás). Mas não se pode dizer que todo contrato admi- Princípio da
Exemplificando: é quando a Administração Públi- Esse é o teor do artigo 59 da Lei nº 8.666, de 1993, nistrativo é vinculado a um procedimento licitatório, isonomia
ca contrata uma empresa para a construção de uma no qual transcrevo abaixo: pois apesar da licitação ser a regra geral, a própria Lei
escola, após finalizada a obra, ocorre o recebimento nº 8.666, de 1993, previu circunstâncias excepcionais
definitivo por parte da Administração e o pagamento, Art. 59 A declaração de nulidade do contrato admi- de contratação direta (hipóteses de dispensa e inexigi-
com isso, o contrato se encerra automaticamente. nistrativo opera retroativamente impedindo os bilidade, estudadas mais adiante).
efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria Finalidades
Já a rescisão unilateral é uma prerrogativa da Diante do exposto, podemos definir a licitação da Licitação
produzir, além de desconstituir os já produzidos.
Administração Pública, sem a necessidade de autori- como sendo o procedimento administrativo formal
Parágrafo único - A nulidade não exonera a Adminis-
zação judicial, decorre do descumprimento de obri- em que a Administração Pública convoca, através da
tração do dever de indenizar o contratado pelo que este Desenvolvimento
gações contratuais pelo contratado, por motivo de houver executado até a data em que ela for declarada
abertura de um edital (ou carta-convite, na modalida- Proposta mais
Nacional
interesse público, ou quando se tratar de caso fortuito e por outros prejuízos regularmente comprovados, de convite), todos os interessados na apresentação de Vantajosa Sustentável
ou força maior. contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a propostas para oferecimento de bens e serviços.
Havendo culpa do contratado, não é devida a responsabilidade de quem lhe deu causa. Esquematizando:
indenização e ainda deve-se aplicar as sanções cabí- O princípio da isonomia assegura a igualdade de
veis. Por outro lado, se não houver culpa do contra- Entretanto, percebemos no parágrafo único acima Sucessão de atos, relacio- oportunidades para todos que queiram contratar com
tado, por razões de interesse público, é devida a justa citado, que a Administração Pública tem o dever de Procedimento nados racionalmente, alme- o poder público, afastando assim o arbítrio e o favo-
indenização. recimento infundado nos contratos firmados entre os
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

LICITAÇÃO
indenizar o contratado pelo que já foi executado até Administrativo jando a celebração de um
Exemplificando: é quando a Administração Públi- a data em que foi declarada a nulidade, exceto se o contrato administrativo particulares e a Administração Pública.
ca contrata uma empresa para iniciar as obras em contratado deu causa ao vício. Já o objetivo da proposta mais vantajosa permite a
setembro, contra as enchentes de final de ano. Em Exemplificando: Após o início do contrato admi- Para que todos tenham a pos-
Administração Pública encontrar maior qualidade na
novembro, constatou que as obras ainda não foram nistrativo cujo o objeto é a construção da nova sede, Formal sibilidade de acompanhar a prestação e/ou maior benefício econômico. Percebe-
iniciadas, nesse caso concreto, a Administração Públi- foi constatado que a licitação que resultou o contra- licitação (Transparência) mos que nesse quesito o poder público vai analisar a
ca deverá rescindir o contrato unilateralmente (pelo to foi fraudada. Assim, como a licitação foi declarada relação custo-benefício para decidir qual é mais van-
descumprimento de cláusulas contratuais) sem a nula, por consequência, o contrato também será nulo. tajoso, ou seja, realizando uma ponderação entre o
necessidade de indenizar, e ainda passível de aplica- Sintetizando o entendimento geral do contrato E quem pode instituir “as regras” do procedimento custo e a qualidade do produto.
ção de sanções pelo descumprimento. administrativo, percebemos, que em prol do interesse licitatório? Exemplificando esse objetivo: quando a Adminis-
No caso de rescisão unilateral pelo descumprimen- público, todo o ajuste celebrado entre o Poder Público e Conforme o texto constitucional (inciso XXVII, art. 22), tração Pública vai adquirir canetas de tinta azul, ao
to de cláusulas contratuais, a doutrina denomina de o particular deve ser pautado nos Princípios da Admi- é competência privativa da União legislar sobre normas elaborar o edital de licitação insere-se quesitos de
rescisão com culpa. nistração Pública, fazendo com que os objetivos sejam gerais de licitação, em todas as modalidades. Entende- qualidade, para que quando for analisar as propostas
Outro exemplo de rescisão unilateral, é quando alcançados da melhor forma e com o menor custo. -se por normas gerais aquelas que veiculam princípios, seja possível objetivamente escolher a mais vantajosa.
após contratar uma empresa para execução de uma Tudo isso permite que sempre o interesse público diretrizes e que padronizam os procedimentos. É preferível a compra de uma caneta com o preço de
obra, constatou que não havia mais a necessidade, seja o carro chefe de toda conduta da Administrati- Deste modo, a União promulgou a famosa Lei nº R$1,00 (um real) na qual tem usabilidade de 1 ano, do
pois, o problema já tinha sido resolvido. Assim, por va Pública, não incidindo em qualquer ilegalidade ou 8.666/1993 (também chamada de Lei Geral de Lici- que comprar uma caneta com o preço de R$0.10 (dez
interesse público, cabe a Administração rescindir uni- inconstitucionalidade. tações e Contratos), instituindo as normas gerais centavos), cuja a durabilidade é de apenas 1 dia.
lateralmente, mas, nesse caso em tela, é devido a justa sobre licitações e contratos administrativos de
295 296
Dica somente um fornecedor. Nesses casos, estamos diante O parágrafo 1º do artigo 25 da Lei geral de licita- Desse modo, a contratação direta é uma decisão
das situações denominadas de produto ou fornecedor ções e contratos entende por possuidor de “notória vinculada, ou seja, a realização da licitação está de
A proposta mais vantajosa nem sempre é aquela
exclusivo, o qual não há a opção de escolher a propos- especialização o profissional ou empresa cujo con- antemão excluída, dispensada.
com o menor preço.
ta mais vantajosa, pois só há a possibilidade de con- ceito no campo de sua especialidade, decorrente de Esquematizando:
tratar e/ou comprar com aquele fornecedor único no desempenho anterior, estudos, experiências, publi-
O último objetivo, mas não menos importante, é o
mercado. cações, organização, aparelhamento, equipe técnica,
de promover o desenvolvimento nacional sustentável. DISPENSA DE
Esses casos não podem ser chamados de dispensa ou de outros requisitos relacionados com suas ativi- LICITAÇÃO
A preocupação com a sustentabilidade nas licitações
de licitação, pois só dispensa algo que é possível esco- dades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
objetiva conduzir o poder de compra governamental
lher. Como vimos, a inexigibilidade torna a licitação indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
a indução de comportamentos sustentáveis na produ-
impossível, não existindo a viabilidade de competição. do objeto do contrato”.
ção do mercado nacional.
A inexigibilidade de licitar está prevista no art. 25, Exemplificando: é quando o poder público contra- Dispensável Dispensável
Interessante que este último objetivo só foi inserido (Art.24)
da Lei nº 8.666, de 1993, que nos ensina que é inexigível ta um renomado arquiteto, que já foi responsável por (Art.17)
na Lei nº 8.666, de 1993, com a promulgação da Lei nº
a licitação quando houver inviabilidade de competição, inúmeros projetos em todo mundo, para desenhar o
12.349, de 2010, mostrando assim a preocupação atual z Decisão discricionária z Decisão Vinculada
em especial nos casos elencados de forma exemplificati- projeto de um novo museu.
do desenvolvimento sustentável nacional, seja através z Licitação é possível, z Licitação de antemão é
va em seus incisos, desde que haja justificativa para tal. É proibido contratar por inexigibilidade os servi- mas, por conveniência dispensada.
das preocupações com o meio ambiente, ou também
As hipóteses de inexigibilidade, conforme os inci- ços de publicidade e divulgação. e oportunidade, opta-se
com o estabelecimento de margens de preferências
sos do art. 25, Lei nº 8.666, de 1993, são: pela contratação direta
para produtos manufaturado ou produzidos no Brasil.
z O inciso III refere-se à contratação de profissional
A inserção do vocábulo “sustentável” como uma
Art. 25 [...] de qualquer setor artístico, mas nesse caso é neces-
das finalidades abriu caminho para as compras ver- I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou O gestor público, antes de decidir em qual das hipó-
sário que seja consagrado pela crítica ou pela opi-
des (compras sustentáveis), denominação empregada gêneros que só possam ser fornecidos por produ- teses de contratação direta, deve percorrer o caminho
nião pública.
para as licitações com critérios e exigências de susten- tor, empresa ou representante comercial exclusivo, abaixo esquematizado a fim de verificar se a contrata-
tabilidade ambiental. vedada a preferência de marca, devendo a compro- ção se enquadra em inexigibilidade ou dispensa:
Exemplificando: É quando o prefeito resolve con-
vação de exclusividade ser feita através de atesta- tratar a cantora Anitta para celebração do aniversário
Contratação Direta do fornecido pelo órgão de registro do comércio do
da cidade. Veja que, neste exemplo, o profissional con- Está autorizada
local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o A competição SIM à contratação SIM
tratado é consagrado pela crítica e pela opinião públi- é viável?
Como já visto, o artigo 37, inciso XXI, da Constitui- serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação direta?
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
ca. Se o mesmo prefeito, por gosto próprio e peculiar,
ção Federal estabelece a obrigatoriedade de licitar em NÃO
II - para a contratação de serviços técnicos enu- resolvesse contratar o “Zezinho dos teclados”, um NÃO
casos de obras, serviços e alienações, “ressalvados os
merados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, grande tecladista, mas conhecido somente no seu Dispensa de
casos específicos na legislação”.
com profissionais ou empresas de notória especia- bairro e sem nenhum disco lançado, não seria possí- licitação
Neste trecho acima grifado, o constituinte permi-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de vel (correto) a opção pela inexigibilidade. Inexigibilidade Licitação
tiu que o legislador infraconstitucional estabelecesse
publicidade e divulgação; Esquematizando: delicitação
casos de contratação direta, ou seja, sem licitação.
III - para contratação de profissional de qualquer
Nesse sentido, inferimos que a regra é a licitação,
setor artístico, diretamente ou através de empre- INEXIGIBILIDADE
a exceção abarca os casos de contratação direta pre- sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica Modalidades de Licitação
vistos em lei. especializada ou pela opinião pública.
Os casos em que a licitação não é obrigatória estão Fornecedor Notória As modalidades de licitação dizem respeito aos
Setor Artístico
previstos na Lei nº 8.666, de 1993, mais especificamen- Internalizando o conhecimento, temos: Exclusivo Especialização procedimentos e formalidades no qual deverão ser
te nos arts. 24 e 25 e são classificados em 2 hipóteses: observados pelo poder público em cada licitação.
z O inciso I apresenta as situações em que só é possí- Em outras palavras, é como se fosse o passo a pas-
z Dispensa; Dispensa de Licitação so (manual) de como operacionalizar o procedimento
vel a contratação de um único fornecedor ou pro-
z Inexigibilidade. dutor, pois este detém a exclusividade do objeto. licitatório. Encontramos as modalidades licitatórias
Na dispensa de licitação há a possibilidade de com- nas leis infraconstitucionais do ordenamento jurídico
petição entre os licitantes, mas por opção do legisla- Brasileiro. Atualmente, são 7 modalidades:
Contratação Exemplificando: o exemplo clássico é a aquisição dor, em determinadas razões de interesse público há
Pública
(obras, serviços, Regra Licitação Pública de medicamentos e vacinas. Caso uma farmacêutica a permissão para que o poder público realize a contra- z Concorrência
compras e alienações) tenha desenvolvido uma vacina única e sem similares tação sem a prévia licitação. z Tomada de Preços
Lei nº 8.666/1993
para combater um vírus, o poder público pode reali- As hipóteses de dispensa de licitação encontram-se (artigo 22)
z Convite
z Concurso
zar a aquisição através da inexigibilidade. nos 35 incisos do art. 24 e no art. 17 da Lei nº 8.666, de z Leilão
Ex
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ce 1993, em um rol taxativo, ou seja, estabelece uma lista


çã z O inciso II mostra as situações das contratações
o determinada não cabendo margem para uma inter- Pregão:
Contratação Direta dos serviços técnicos profissionais especializados, Modalidades de z Presencial
pretação extensiva. Lei nº 10.520/2002
que de acordo com o rol taxativo do art. 13, da Lei Licitação z Eletrônico
Essas situações previstas no art. 24 da Lei Geral de
nº 8.666, de 1993, são os trabalhos relativos a: Licitações e Contratos são denominadas pela doutri- Específica
Dispensa Inexigibilidade na como licitação dispensável, são situações em que para Agências
Lei nº 9.986/2002 Reguladoras
„ estudos técnicos, planejamentos e projetos a competição é possível, mas a sua realização pode (artigo 37)
básicos ou executivos; não ser conveniente e oportuna para a Administração z Consulta
Inexigibilidade „ pareceres, perícias e avaliações em geral; Pública. Nesses casos é uma decisão discricionária
„ assessorias ou consultorias técnicas e audito- pela efetivação da contratação direta.
rias financeiras ou tributárias; De acordo com o art. 22, parágrafo 8º da Lei Geral
A licitação tem como premissa a disputa entre con- Na licitação dispensável é possível realizar o proce-
„ fiscalização, supervisão ou gerenciamento de de Licitação e Contratos, é vedado ao gestor público a
correntes. Existem casos em que ocorrem a inviabili- dimento licitatório, mas, por decisão discricionária da
obras ou serviços; criação de outras modalidades licitatórias ou a com-
dade de licitar, nesses casos a doutrina denomina de Administração Pública, opta-se pela contratação direta.
„ patrocínio ou defesa de causas judiciais ou binação das modalidades previstas. Esse artigo é de
hipóteses de inexigibilidade. Já os casos de dispensa de licitação previstos no art.
administrativas; grande incidência em provas de concursos, normal-
17, da Lei nº 8.666, de 1993, a doutrina denomina de
„ treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; mente é cobrado na sua literalidade, assim, transcre-
E quais são essas hipóteses? licitação dispensada, onde não envolvem a possibili-
„ restauração de obras de arte e bens de valor vo abaixo:
dade discricionária de o poder público escolher entre
Essas hipóteses são quando o objeto a ser contrata- histórico. promover a licitação ou realizar a contratação direta. § 8º É vedada a criação de outras modalidades de
do for único, sem equivalente e/ou for disponível em licitação ou a combinação das referidas neste artigo.
297 298
Vamos agora estudar as principais características z Concorrência Neste caso concreto, a comissão de licitação deve- À luz da Lei nº 8.666, de 1993, temos:
de cada uma das modalidades: rá optar pela modalidade concorrência, pois além
Iniciaremos pelas modalidades da Lei nº 8.666, de A concorrência é a modalidade de licitação que de ser uma obra de engenharia, o valor ultrapassa Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
1993: possui maiores formalidades, pois é exigida, normal- R$3.300.000,00. interessados para escolha de trabalho técnico, cien-
Ressalte-se que as 3 primeiras modalidades previs- mente, para contratações de grande vulto. tífico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
tas na Lei de Licitações (concorrência, tomada de Pre- É frequente a cobrança do conceito da modalida- z Tomada de Preços ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
ços e Convite) são exigidas, em regra, de acordo com de, conforme a “letra da lei”, a qual transcrevo abaixo: constantes de edital publicado na imprensa oficial
o vulto econômico estimado para o futuro contrato. A tomada de preços é a modalidade de licitação com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco)
A regra é simples: quanto maior for o valor do con- Concorrência é a modalidade de licitação entre dias (artigo 22, parágrafo 4º, da Lei nº 8.666/1993).
exigida para contratações de médio vulto econômico.
trato, maiores serão as formalidades exigidas para quaisquer interessados que, na fase inicial de habi- Conforme a Lei nº 8.666, de 1993, temos:
a escolha da modalidade. Com isso, inferimos, que a litação preliminar, comprovem possuir os requisi- A utilização do concurso não depende do valor
concorrência é a modalidade mais formal, a tomada tos mínimos de qualificação exigidos no edital para Tomada de preços é a modalidade de licitação estimado do contrato. Ademais, é permitida a partici-
de preços possui formalidade moderada, e o convite é execução de seu objeto (artigo 22, parágrafo 1º, da entre interessados devidamente cadastrados ou pação de todos os eventuais interessados.
a modalidade menos formal. Lei nº 8.666/1993). que atenderem a todas as condições exigidas para
Outro ponto importante é a possibilidade de utili- cadastramento até o terceiro dia anterior à data do z Leilão
zação de modalidade mais formal no lugar de modali- Para facilitar o entendimento, vamos analisar um recebimento das propostas, observada a necessá-
dade menos formal, mas o inverso é proibido. É o teor caso prático: O Instituto Nacional do Seguro Social ria qualificação (artigo 22, parágrafo 2º, da Lei nº O leilão, previsto no § 5º, art. 22, da Lei de Licitações,
do parágrafo 4º, art. 23, da Lei nº 8.666, de 1993: (INSS) resolve construir uma nova sede para a Gerên- 8.666/1993). é a modalidade de licitação adotada para alienação
cia Executiva da Região Sul. Após estudos prelimina- (venda) dos seguintes bens: a) bens móveis inservíveis;
§ 4º Nos casos em que couber convite, a Adminis- res, o novo prédio foi orçado no valor de 3.500.000,00 z Convite b) produtos legalmente apreendidos ou penhorados; c)
tração poderá utilizar a tomada de preços e, em (três milhões e quinhentos mil reais). Qual é a modali- alienação de bens imóveis adquiridos em procedimen-
qualquer caso, a concorrência. dade de licitação que deve ser escolhida? O convite é a modalidade menos formal de licitação tos judiciais ou mediante dação em pagamento.
exigida para contratações de menor vulto econômico. De acordo com a Lei nº 8.666, de 1993, temos:
É a famosa regra do “Quem pode o mais, pode o z 1º passo: verificar se o procedimento licitatório é De acordo com a Lei nº 8.666, de 1993, temos:
menos”, ou seja, sempre que for possível a utilização do obrigatório. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
convite, será possível a tomada de preços e concorrência Convite é a modalidade de licitação entre interessa- interessados para a venda de bens móveis inserví-
e, em todos os casos em que for possível a tomada de Nesse caso concreto, como se trata de uma autar- dos do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados veis para a administração ou de produtos legalmen-
preços, também será admitida a concorrência. O racio- quia federal (INSS) e o objeto é a construção de uma ou não, escolhidos e convidados em número míni- te apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
cínio inverso, no entanto, não é admitido, de forma que nova sede (obra), conforme o inciso XXI, art. 37, da mo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer
a modalidade convite não pode ser utilizada para a con- Constituição Federal, é obrigatória a realização do afixará, em local apropriado, cópia do instrumento o maior lance, igual ou superior ao valor da avalia-
tratação de valor compatível com a concorrência. convocatório e o estenderá aos demais cadastrados ção (artigo 22, parágrafo 5º, da Lei nº 8.666/1993).
procedimento licitatório.
Desse modo, a escolha da modalidade em relação na correspondente especialidade que manifestarem
ao valor do objeto ocorre da seguinte forma: seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e O bem a ser leiloado deve ser avaliado previa-
Art. 37. A administração pública direta e indi-
quatro) horas da apresentação das propostas (arti- mente para definir o valor mínimo de arrematação,
reta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
Obras e Serviços de Engenharia go 22, parágrafo 3º, da Lei nº 8.666/1993). sagrando-se vencedor aquele que oferecer o maior
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- lance, igual ou superior ao valor da avaliação (arts.
R$0 Até R$ 330.000,00 Até R$ 3.300.000,00 Na tabela abaixo, encontramos os limites para a 22, § 5º, e 53, § 1º, da mencionada Lei).
de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...) escolha da modalidade de licitação, conforme o Decre-
XXI - ressalvados os casos especificados na legis- to Presidencial nº 9.412, de 2018: z Pregão
Convite lação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licita- O pregão é a modalidade de licitação prevista na Lei
ção pública que assegure igualdade de condições a OBRAS E DEMAIS
Tomada de preços MODALIDADE SERVIÇOS DE COMPRAS E nº 10.520, de 2002, para aquisição de bens e serviços
todos os concorrentes, com cláusulas que estabele- comuns, tendo como finalidade incrementar a compe-
çam obrigações de pagamento, mantidas as condi- ENGENHARIA SERVIÇOS
titividade e a agilidade nas contratações públicas, inde-
Concorrência ções efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual pendentemente do valor estimado do futuro contrato.
Mais de Mais de
somente permitirá as exigências de qualificação Concorrência
Menor Valor MaiorValor R$ 3.300.000,00 R$ 1.430.00,00 O pregão poderá ser empregado somente para aqui-
técnica e econômica indispensáveis à garantia do
Menos Complexa Mais Complexa sição de bens e serviços comuns, conforme o artigo 1º,
cumprimento das obrigações. (grifos meus) Tomada de Até Até parágrafo único da Lei do Pregão, consideram-se bens e
preços R$ 3.300.000,00 R$ 1.430.000,00 serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho
z 2º passo: Escolha da modalidade de licitação.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Compras e outros Serviços e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo


Até Até
Convite edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Até R$ 176.000,00 Até R$ 1.430.000,00 Analisando o valor orçado da obra, percebemos R$ 330.000,00 R$ 173.000,00
R$0 O conceito (indeterminado) de “bem ou serviço
que se enquadra na modalidade concorrência.
Dispensa de Até Até comum” possui as seguintes características básicas:
Obras e Serviços de Engenharia Licitação R$ 33.000,00 R$ 17.600,00 disponibilidade no mercado (o objeto é encontrado
Convite facilmente no mercado), padronização (predetermina-
ATÉ R$ 330.000,00 ATÉ R$ 3.300.000,00 z Concurso ção, de modo objetivo e uniforme, da qualidade e dos
R$0
Tomada de preços
atributos essenciais do bem ou do serviço) e casuísmo
O concurso é a modalidade de licitação para moderado (a qualidade “comum” deve ser verificada
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, em cada caso concreto e não em termos abstratos).
Concorrência Convite
Valor orçado: mediante a instituição de prêmios ou remuneração
Menor Valor MaiorValor R$ 3.5000.000,00 aos vencedores, conforme critérios constantes de edi- z Consulta
Menos Complexa Mais Complexa Tomada de preços
tal publicado na imprensa oficial com antecedência
mínima de 45 dias. A consulta é a modalidade prevista no art. 37,
Concorrência Diferentemente das 3 modalidades estudadas aci- caput e parágrafo único, da Lei nº 9.986, de 2000, para
Os valores que delimitam a escolha das modalidades ma, o concurso não tem como objeto a aquisição de licitações realizadas pelas agências reguladoras.
licitatórias são definidos através de Decreto Presiden- bens e serviços, e sim a escolha de um trabalho espe- Segundo a Lei citada, quando não for possível a
cial. Atualmente, o Decreto vigente é o nº 9.412, de 2018. cífico e especializado, proporcionando a participação utilização do pregão, deve ser utilizada a modalidade
de todos da sociedade. consulta pelas agências reguladoras.
299 300
Vale ressaltar que a modalidade consulta é exclusi- de reconhecida especialização no mercado, para a Gerenciamento de programas e gestão da maturidade
va para as licitações das Agências reguladoras. HORA DE PRATICAR! prestação de serviços de treinamento de pessoal de organizacional são exemplos de atividades contem-
natureza singular aos seus servidores. Durante a exe- pladas na gestão de projetos no nível operacional.
Sistema de cadastramento Unificado de 1. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca de governo cução do contrato, a empresa descumpriu uma das
Fornecedores (SICAF) eletrônico, transparência da administração pública, cláusulas contratuais. A administração pública, então, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
accountability, gestão por resultados e gestão de aplicou multa por inexecução parcial do acordado.
Com o objetivo de padronizar e facilitar o cadas- redes organizacionais, julgue o item seguinte. Insatisfeita, a empresa impetrou mandado de seguran- 14. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Julgue o item, acerca de
tramento dos fornecedores que tenham interesse em Por meio da avaliação dos resultados dos serviços ça no Poder Judiciário em face do ato administrativo elaboração, análise e avaliação de projetos.
fornecer materiais ou prestar serviços para Adminis- públicos, é possível identificar falhas e redefinir estra- que aplicara a penalidade sem prévia oitiva. Na estrutura matricial balanceada como forma de ges-
tração Pública Federal, o Governo Federal criou um tégias para a melhoria das inciativas. Considerando essa situação hipotética, julgue o item tão de um projeto destinado à capacitação de pessoas
sistema informatizado de informações chamado SICAF. que se seguem. para o trabalho em coleta seletiva, o gerente de proje-
O Sistema de cadastramento Unificado de Fornece- ( ) CERTO  ( ) ERRADO Órgão público é ente descentralizado da administra- to não é detentor de autoridade total sobre a equipe,
dores (SICAF) compreende o registro cadastral de for- ção indireta que possui personalidade jurídica de direi- sobre os recursos envolvidos nem sobre o orçamento
necedores, possibilitando a interação junto ao Governo 2. (CEBRASPE-CESPE — 2020) A respeito de orçamento to público. do projeto.
para aqueles que tenham interesse em participar de participativo, governo eletrônico, gestão por resulta-
licitações públicas e formalizações de contratos. dos na produção de serviços públicos e comunicação ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO
O sistema é mantido por órgão e entidades que na gestão pública, julgue o item subsecutivo.
compõem o Sistema de Serviços gerais do Governo Com a gestão por resultados na produção de serviços 8. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que concerne à orga- 15. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o item que se
Federal, no qual são responsáveis pelo cadastramento públicos, os controles passo a passo dos processos, nização administrativa, julgue o próximo item. segue, relativo a gestão de projetos.
dos fornecedores no SICAF, que abrange os seguintes característicos do estado burocrático, têm sido funda- Um banco estadual que organiza sua estrutura interna Situação hipotética: A estrutura organizacional de
níveis: credenciamento, habilitação jurídica, regula- mentais para as políticas públicas. em departamentos ou seções com atribuições pró- um instituto de desenvolvimento combina dois tipos
ridade fiscal e trabalhista federal, regularidade fiscal prias e distintas entre si, a fim de melhor desempenhar de estrutura: a funcional e a por projetos, o que carac-
municipal e estadual, qualificação técnica e qualifica- ( ) CERTO  ( ) ERRADO suas funções institucionais de controle interno, apre- teriza uma estrutura matricial, na qual há comparti-
ção econômico-financeira. senta uma desconcentração da função administrativa. lhamento de recursos entre as duas estruturas, bem
O SICAF tornou-se ferramenta essencial tanto para 3. (CEBRASPE-CESPE — 2017) No que se refere a aspec- como a tomada de decisão por ambas. Para o geren-
o poder público, quanto para os participantes do pro- tos históricos da administração pública brasileira, jul- ( ) CERTO  ( ) ERRADO ciamento dos projetos estratégicos do instituto, adota-
cedimento licitatório, trazendo uma maior transpa- gue o item a seguir. -se o modelo de estrutura matricial forte.
rência e agilidade nas licitações públicas A gestão por resultados foi adotada na década de 90 9. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Com relação a conceitos Assertiva: Nesse caso, de acordo com o guia PMBOK
do século passado como estratégia representativa de e disposições inerentes ao direito administrativo, jul- (project management body of knowledge), os geren-
um Estado mínimo. gue o item subsequente. tes de projetos têm maior autoridade sobre os projetos
A desconcentração pode ser entendida como um des- que os gerentes funcionais, além de poderem atuar,
( ) CERTO  ( ) ERRADO membramento de estruturas administrativas que visa juntamente com suas equipes de administração, em
a uma melhoria organizacional. tempo integral no projeto, cabendo aos gerentes de
4. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Acerca das característi- projetos a administração do orçamento dos projetos.
cas das organizações formais modernas, das conver- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
gências e diferenças entre gestão pública e privada, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
da gestão de resultados e da gestão de desempenho, 10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da administra-
julgue o item. ção pública direta e indireta e da responsabilidade civil 9 GABARITO
Nas organizações, para que a gestão por resultados do Estado, julgue o item seguinte.
alcance a eficiência desejada, o planejamento deve A desconcentração administrativa caracteriza-se pela
ser realizado de maneira vinculada ao orçamento. divisão de competências entre órgãos de uma mesma 1 CERTO
pessoa jurídica de direito público.
( ) CERTO  ( ) ERRADO 2 ERRADO
Fonte: Portal SICAF. Disponível em: <www.comprasnet.gov.br>.
Acessado em 28 de nov. de 2020. ( ) CERTO  ( ) ERRADO 3 ERRADO
5. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o item a seguir,
Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do acerca de direito administrativo. 11. (CEBRASPE-CESPE — 2021) No que diz respeito aos 4 CERTO
Setor Público (CADIN) Órgãos públicos, por não terem personalidade jurídica poderes da administração pública, julgue o próximo
5 ERRADO
própria, não possuem capacidade processual, razão item.
O Cadastro Informativo de Créditos não quitados por que devem, necessariamente, ser representados As agências reguladoras exercem atribuições sub- 6 CERTO
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

do Setor Público (CADIN), como o próprio nome nos em juízo pela pessoa jurídica a qual é vinculado. metidas ao poder hierárquico em face dos órgãos da
indica, é um banco de dados no qual contém os nomes administração direta. 7 ERRADO
das pessoas físicas e jurídicas com débitos vencidos e ( ) CERTO  ( ) ERRADO
não pagos em relação aos órgãos e entidades da Admi- 8 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
nistração Pública Direta e Indireta. 6. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Julgue o item a seguir, 9 CERTO
Os órgão e entidades da Administração Pública acerca de direito administrativo. 12. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o seguinte item,
Federal são responsáveis pela inclusão de devedores As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, relativo à organização administrativa da União. 10 CERTO
em relação ao Poder Público Federal. Quando há a integrantes da administração indireta, que devem obe- As agências reguladoras são autarquias em regime
regularização do débito, há a baixa do nome da pes- 11 ERRADO
diência integral à Lei de Licitações e Contratos e estão especial, o que lhes confere maior autonomia admi-
soa física ou jurídica do CADIN. sujeitas ao controle pelos tribunais de contas. A inves- nistrativa e financeira, contudo, não possuem indepen- 12 CERTO
É uma ferramenta de suma importância no procedi- tidura em seus cargos depende de aprovação prévia dência em relação aos Poderes Executivo, Legislativo
mento licitatório, pois caso conste a inclusão do fornece- em concurso público, ressalvadas as nomeações para e Judiciário. 13 ERRADO
dor no CADIN, este será impossibilitado de ser declarado cargo em comissão declarado em lei de livre nomea-
vencedor da licitação e consequentemente impedido de 14 CERTO
ção e exoneração. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
contratar com a Administração Pública Federal. 15 CERTO
A administração e disponibilização das informa- ( ) CERTO  ( ) ERRADO 13. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca da gestão de pro-
ções que compõem o banco de dados do CADIN é de cessos e de projetos em organizações, julgue o item
responsabilidade do Banco Central do Brasil, através 7. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Determinado órgão públi- subsequente.
do sistema informatizado chamado SISBACEN. co firmou contrato administrativo com uma empresa 301 302
Em suma, podemos resumir o conceito de orça- Destacam-se três momentos da presença do orçamento-programa no ordenamento jurídico brasileiro: primei-
mento público como a técnica, materializada por meio ro, o seu surgimento quando mencionado no art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964 (ainda sem a obrigatoriedade de sua
de um instrumento formal como a lei, que objetiva a adoção); segundo, por meio do art.16 do Decreto-Lei nº 200, de 1967, tornando o orçamento-programa obrigatório
previsão das receitas e a fixação das despesas. aos órgãos da Administração Pública; e por fim, o terceiro momento, com a edição do Decreto Federal nº 2.829/98,

NOÇÕES DE
considerado o marco da efetiva implementação do orçamento-programa.
Dica Antes de abordarmos os demais tipos de orçamentos, resumiremos o orçamento tradicional e o orçamento-

ADMINISTRAÇÃO
-programa em uma tabela comparativa, pois as diferenças entre ambos é tema frequente nas provas.
O Senado Federal criou um portal chamado
“Orçamento Fácil”, que tem como objetivo dis-
FINANCEIRA
ORÇAMENTO TRADICIONAL
ASPECTO ORÇAMENTO-PROGRAMA
ponibilizar as informações sobre o orçamento (CLÁSSICO)
público de forma mais leve e amigável, e com
ORÇAMENTÁRIA isso ampliar o alcance das informações. Vale a Integração com Planejamento
Não há integração (ou há integração Orçamento vinculado e integrado com
mínima) o planejamento governamental
pena conferir o site: https://www12.senado.leg. Foco na alocação dos recursos Meios, objeto dos gastos Fins, objetivos e metas
br/orcamentofacil.
Ênfase no planejamento, estratégia,
Estrutura orçamentária Ênfase contábil e legal
programas e projetos
ORÇAMENTO PÚBLICO Muito bem! Superados a definição e o conceito de
orçamento público, seguimos com algumas técnicas Principal critério de classificação das
Unidades administrativas Funções e programas
Vamos começar nossos estudos com uma pergun- orçamentárias. despesas
ta: o que seria o orçamento? O termo é frequente- Intensa avaliação dos resultados por
mente utilizado no nosso dia a dia: “acho que aquela Inexistência ou pouca relevância da
TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS Sistemas de acompanhamento e meio de indicadores
viagem dos sonhos terá que ser adiada... o orçamento avaliação dos programas de trabalho.
controle Controle possui foco na eficiência, efi-
está apertado”, ou “vamos comprar aquele carro! As Controle possui foco na legalidade
Antes de avançarmos, cabe esclarecer que em edi- cácia e efetividade
parcelas cabem no orçamento!”. É justamente essa a
ideia. O orçamento é o processo em que realizamos tais de concurso é comum encontrarmos esse tema
um planejamento e programação das entradas (recei- como “Espécies Orçamentárias”, “Tipos de Orçamen- z Orçamento Base Zero (OBZ): as despesas referentes aos programas, projetos ou ações da administração são
tas) e saídas (despesas) dos recursos financeiros, to” ou “Técnicas de elaboração orçamentária”. Apesar detalhadamente justificadas a cada ano. As linhas constantes no orçamento não devem tomar como base os
objetivando a concretização de metas e objetivos. Os de os termos possuírem sutis diferenças, para fins de valores executados em exercícios passados, pois a ideia do OBZ é justamente evitar os gastos incrementais de
orçamentos estão presentes em nossa vida pessoal, concursos públicos, podemos nos referir ao mesmo despesas desnecessárias executadas no passado. As vantagens do OBZ envolvem a necessidade de um esfor-
nas empresas e na área pública e é justamente nessa conteúdo. ço maior no controle orçamentário e dos indicadores de performance, além da promoção de uma disciplina
última que teremos como foco em nossos estudos.
A técnica de elaboração do orçamento não segue orçamentária mais rígida. Em contrapartida, a elaboração do OBZ pode ser mais complexa e demorada, cara e
Antes mesmo de falarmos sobre o orçamen-
to público, vamos compreender o que é a atividade uma única regra e método, pois a eficácia do controle exigente do ponto de vista da maturidade da cultura orçamentária;
financeira do Estado. orçamentário depende da adequação dos instrumen- z Orçamento Incremental: como a própria descrição, nesta técnica o administrador toma como base a estru-
Segundo Baleeiro (1999) a atividade financeira do tos aos fatores internos e externos de um órgão. Por tura orçamentária de exercícios passados e realiza apenas pequenos ajustes dos valores já executados. Por
Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o exemplo, uma determinada técnica orçamentária exemplo, o administrador pode tomar como base uma despesa com serviços de segurança executada no exer-
dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfa- pode ser mais adequada para órgãos com uma matu- cício passado e promover um incremento do percentual relativo à correção inflacionária.
ção o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de ridade e disciplina orçamentária maior do que aque-
direito público. Em linha semelhante, define Paludo Na definição da Secretaria do Tesouro Nacional – STN, o orçamento incremental é aquele realizado mediante
les que estão introduzindo um sistema orçamentário
(2017) que a atividade financeira é exercida pelo Esta- ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa. Note que o conceito é o oposto do OBZ visto anteriormente.
do, visando ao bem comum da coletividade. A ativida- pela primeira vez. Além disso, o nível de controle ao
qual estão submetidos certos órgãos ou programas Dessa forma, tem como vantagem a facilidade na elaboração e as desvantagens o desestímulo às ações de conten-
de do Estado está vinculada à arrecadação de recursos

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


destinados à concretização dos objetivos e à satisfação da administração podem requerer um grau maior ou ção de gastos e redução de custos.
de necessidades públicas básicas. menor de precisão das informações, o que impactará
Em ambas as definições destacamos os aspectos diretamente a técnica adotada. z Orçamento de Desempenho: também chamado de orçamento de realizações. Trata-se de uma evolução do
de “obter” (a arrecadação de receita pública), “criar” Vejamos quais são esses tipos (ou técnicas) de orçamento tradicional, onde “o que o governo compra” dá lugar, em relevância, a “o que o governo faz”. É um
(créditos / empréstimos públicos), “gerir” (gestão do processo orçamentário que apresenta duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto e um programa de tra-
orçamento:
orçamento público) e “despender” (a aplicação em des- balho contendo as ações desenvolvidas. Neste tipo de orçamento, as unidades gestoras são contempladas com
pesas públicas), ou seja, todo o ciclo de atividades típico recursos orçamentários conforme o desempenho de períodos anteriores;
na gestão orçamentária pelo Estado. Por fim, podemos z Orçamento Tradicional (ou clássico): o orçamen-
z Orçamento Participativo: trata-se da técnica que contempla a sociedade no processo de discussão e elabo-
dizer que, em sentido estrito, a atividade financeira to tradicional ou clássico surgiu na Inglaterra por
ração da peça orçamentária, por meio de lideranças, realização de audiências públicas, representantes de
está ligada ao exercício da soberania do Estado. volta de 1822 e possui um caráter extremamente
classe, entre outros. Tem como vantagem o caráter democrático do processo, mas em contrapartida enfrenta
prescritivo e rígido: o processo orçamentário se
alguns desafios como a necessidade de um alto grau de mobilização social e a disposição do poder público em
CONCEITO restringe a prever receitas e autorizar despesas, é
descentralizar o poder.
formulado hierarquicamente, e é pouco alinhado
Orçamento público é um instrumento de planeja- com programas e projetos dos órgãos, pois a ênfa-
mento governamental que envolve o gerenciamento Compreendidas as técnicas ou tipos de orçamento, passaremos à discussão dos princípios orçamentários. É
se está no objeto do gasto. Ademais, no orçamento um tema de grande importância e frequentemente cobrado nos certames.
e controle dos recursos públicos, além do monitora-
tradicional temos o foco no controle da legalidade
mento dos gastos governamentais. É um instrumento
que os administradores públicos usam para organizar dos gastos em detrimento da efetividade, eficácia e PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
os seus recursos financeiros. eficiência das ações governamentais;
Segundo Giacomoni (2010), o orçamento público z Orçamento-programa: trata-se de uma concep- Princípios são relevantes na medida que representam o alicerce, ou a base fundamental de um ordenamento
constitui-se, no curto prazo, em um instrumento para ção gerencial de orçamento público, pois não se jurídico. A partir dos princípios temos o direcionamento e orientação das normas jurídicas e, por esse motivo, os
operacionalizar os programas setoriais e regionais restringe ao objeto do gasto, promove o vínculo mesmos servem como integradores da interpretação normativa. Os princípios orçamentários, dessa forma, esta-
de médio prazo, que por sua vez cumprem o marco do instrumento orçamentário com o planejamento belecem as diretrizes para a elaboração, execução, monitoramento e avaliação do orçamento público.
fixado pelos planos nacionais em que estão definidos
das ações governamentais e dá ênfase nos impac- Conforme definição do Poder Legislativo Brasileiro, os princípios orçamentários são as “regras que cercam a
os grandes objetivos e metas. Na definição de Baleei-
ro (2010), trata-se do ato pelo qual o Poder Legislati- tos que as ações governamentais geram à socie- instituição orçamentária, visando a dar-lhe consistência, principalmente no que se refere ao controle pelo Poder
vo prevê e autoriza ao Poder Executivo as despesas dade. As despesas são classificadas com base em Legislativo”.
destinadas ao funcionamento da máquina pública e uma lógica funcional e programática das despesas Trataremos em seguida dos princípios orçamentários mais comuns citados pela doutrina. Destaca-se que este
as receitas já criadas em lei. públicas. 303 304 tema é um dos mais frequentes em concursos públicos.
Princípio da Legalidade Qual o objetivo de se determinar o orçamento em Princípio da Publicidade / Transparência z Exceção ao princípio: as chamadas reservas de
um período de tempo? A fixação temporal contribui contingência (dotações orçamentárias para even-
Trata-se de um princípio não exclusivo da admi- para que os investimentos e gastos tenham uma pro- Tal como o princípio da publicidade, não se trata tos incertos), por suas próprias características,
nistração orçamentária e financeira e presente em gramação, facilitando o seu controle, mensuração e de uma exclusividade da administração financeira e podem ensejar descrições mais globais, assim
todos os ramos do Direito. A legalidade encontra sede comparação. Veja que alguns gastos (investimentos) orçamentária. como os chamados Programas Especiais de Tra-
no inciso II do art. 5º da Constituição de 1988 – “nin- que ultrapassam um exercício financeiro (por exem- O princípio da publicidade está presente em quase balhos (PET) que não terão suas despesas discri-
guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma plo, um gasto em infraestrutura) demandam uma todos os ramos do Direito e norteia a obrigatoriedade minadas sob risco de perderem a sua finalidade
coisa senão em virtude de lei”. Nessa seara, o princípio apresentação diferenciada nas peças orçamentárias. da divulgação dos atos, contratos e demais instrumen- (programas confidenciais, de segredo de Estado,
da legalidade orienta que o planejamento orçamentá- tos celebrados pela Administração. A publicidade está de segurança nacional, por exemplo).
rio seja realizado por leis. O orçamento público, PPA, z Exceção ao princípio: alguns créditos especiais prevista no art. 37 da Constituição:
LDO e LOA, é uma lei formal, passa pelo exame do autorizados nos últimos quatro meses do exercício Princípio da Clareza
Poder Legislativo, blindando-as das arbitrariedades poderão ser reabertos no próximo exercício finan- Art. 37 A administração pública direta e indireta
da Administração Pública. ceiro. Esta exceção mitiga o princípio da anualida- de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do O princípio da clareza sugere que o orçamento
Os três próximos princípios são dispostos explici- de. Fique tranquilo, pois trataremos dos créditos Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos deve apresentar as informações com uma linguagem
tamente na Lei 4.320, de 1964, em seu art. 2º, in verbis: especiais e suas regras mais à frente. Por hora, é princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- clara e acessível, sem ambiguidades, de modo a per-
importante compreendermos que os princípios de, publicidade e eficiência [..] mitir um alcance mais abrangente a toda a sociedade.
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discrimina- não são absolutos.
Na prática, trata-se de um grande desafio, haja vista
ção da receita e despesa de forma a evidenciar a
No que se refere especificamente à disciplina de que a matéria orçamentária possui característica
política econômica financeira e o programa de tra- Princípio da Exclusividade administração financeira e orçamentária, o princípio extremamente técnica.
balho do Gôverno, obedecidos os princípios de uni-
dade universalidade e anualidade. da publicidade está presente no § 3º do art. 165 da
Este princípio está fundado no § 8º do art. 165, da Constituição Federal: Princípio da não Afetação ou não Vinculação da
Constituição Federal:
Princípio da Unidade ou Totalidade Receita de Impostos
Art. 165 [...]
[...] § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias
Segundo este princípio, não devem existir orça- § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispo- Por este princípio, está vedada à Administração
mentos paralelos. Cada ente da Federação deve ela- após o encerramento de cada bimestre, relatório Pública a vinculação de receita de impostos à fundos,
sitivo estranho à previsão da receita e à fixa-
borar e aprovar uma única lei orçamentária, apesar resumido da execução orçamentária. órgãos e despesas. Veja que, originalmente, a Consti-
ção da despesa, não se incluindo na proibição a
de possuírem em sua estrutura diversos órgãos com autorização para abertura de créditos suplemen- tuição, nos termos do art. 67, foi categórica em deter-
autonomia financeira. Por exemplo, um ente federa- tares e contratação de operações de crédito, ainda O art. 48 da LRF também tratou da questão da minar que apenas a arrecadação dos impostos não
tivo poderá possuir autarquias com autonomia finan- que por antecipação de receita, nos termos da lei. transparência, estabelecendo os instrumentos de deve possuir vinculação. Isso significa que os demais
ceira e administrativa, mas seu orçamento autárquico transparência orçamentários: tributos, via de regra, estariam afastadas da regra de
deverá integrar uma única peça consolidada pelo Exe- Ou seja, impede que o legislador inclua na lei vinculação.
cutivo daquele ente. orçamentária matérias não relacionadas ao tema de Art. 48 São instrumentos de transparência da ges-
Note que o fato do orçamento possuir uma uni- orçamento, mais especificamente dispositivos que tão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,
z Exceção ao princípio: a não vinculação não opera
dade, não significa que não seja multidocumental. A não sejam relativos à previsão da receita e fixação de inclusive em meios eletrônicos de acesso público:
nas hipóteses previstas pela própria Constituição:
LOA é composta por três documentos que represen- despesas. os planos, orçamentos e leis de diretrizes orça-
repasses de recursos da União para os Estados e
tam os orçamentos fiscal, da seguridade social e dos Trata-se de uma previsão importante, pois caso mentárias; as prestações de contas e o respectivo
Municípios – FPE e FPM; recursos para as ações e
investimentos. não existisse, a lei orçamentária estaria “recheada” de parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as
serviços de saúde; manutenção e desenvolvimento
temas “carona”, aproveitando a tramitação especial e do ensino – Fundeb; recursos destinados às ativi-
Princípio da Universalidade aprovação mais célere da lei orçamentária. versões simplificadas desses documentos.
dades da administração tributária; recursos para

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


Princípio da Especificação ou Especialização prestação de garantia às operações de crédito por
Apesar da semelhança entre os termos, universa- z Exceção ao princípio: a autorização para abertu- antecipação de receita; recursos destinados à pres-
lidade não se confunde com unidade. Se na unidade ra de créditos suplementares e a autorização para tação de contragarantia à União e para pagamento
tratamos da peça única do orçamento, este princípio contratação de operações de crédito, previstos Trata-se de um princípio explícito na legislação:
de débitos para com esta; fundo de financiamento
determina que a peça orçamentária englobará todas explicitamente no § 8º, art. 165, da Constituição
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e
as receitas e despesas referentes a todos os Poderes Federal. Créditos suplementares e operações de
dotações globais destinadas a atender indiferen- Centro-Oeste.
e órgãos da administração. Em outras palavras, den- crédito são temas bem específico dentro da disci-
tro do universo possível de receitas e despesas de um plina orçamentária e serão tratados em capítulos temente a despesas de pessoal, material, serviços
de terceiros, transferências ou quaisquer outras, Muito bem! Tendo em vista os princípios mais
órgão, nada pode ser excluído ou omitido na peça exclusivos!
orçamentária. ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo importantes e mais cobrados em prova, veremos
Ainda que essa omissão não tenha impacto líquido único. [...] como isso pode aparecer em seu concurso:
Princípio do Orçamento Bruto
financeiro no orçamento, se um órgão, por exemplo, Art. 15 Na Lei de Orçamento a discriminação da
omitir R$ 1 milhão em receitas e o mesmo montan- despesa far-se-á no mínimo por elementos. CICLO ORÇAMENTÁRIO
As receitas e despesas devem ser apresentadas na
te em uma previsão de receitas, todas as informações § 1º Entende-se por elementos o desdobramento da
lei orçamentária pelos seus valores totais, sem dedu-
devem ser apresentadas na Lei Orçamentária, para despesa com pessoal, material, serviços, obras e O ciclo orçamentário pode ser compreendido como
ções ou compensações. Este princípio pode ser verifi-
o melhor controle e acompanhamento da gestão dos outros meios de que se serve a administração públi- uma série de processos desencadeados no tempo, que
cado no art. 6º da Lei 4.320, de 1964:
recursos públicos. ca para consecução dos seus fins. contempla desde a elaboração das leis até a avaliação
Exceção ao princípio: orçamentos das empresas Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da e controle da execução.
estatais, por seu caráter de exigência do mercado, Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas Os arts. 5º e 15 da Lei 4.320, de 1964, determinam Antes de adentrarmos no ciclo orçamentário pro-
estarão fora do escopo da lei orçamentária. quaisquer deduções. que as receitas e despesas no orçamento devem possuir priamente dito, cabe esclarecer que ciclo orçamentá-
um nível razoável de especificação ou detalhamento. rio e exercício financeiro não se confundem! O ciclo
Princípio da Anualidade ou Periodicidade O exemplo que evidencia de forma clara o princí- Evita-se, dessa forma, a existência de generalida- orçamentário envolve um período mais amplo e pode
pio do orçamento bruto estão nas transferências de des na peça orçamentária, que dificultam a atividade envolver mais de um exercício financeiro. O exercício
O orçamento deve ser elaborado por um período recursos. Um recurso transferido de um órgão para de monitoramento, avaliação e fiscalização do orça- financeiro, por sua vez, é definido pelo art. 34, da Lei
determinado de tempo. No Brasil, esse período é de o outro será demonstrado duas vezes no orçamen- mento. Do ponto de vista social, a pormenorização das nº 4.320, de 1964:
um ano, coincidindo com o ano civil, conforme dispõe to: como despesa no órgão que transferiu o recurso receitas e despesas permite à sociedade que se possa
o art. 34, da Lei nº 4.320: “O exercício financeiro coinci- e como receita no órgão receptor, ainda que o efeito conhecer com precisão as origens e aplicações dos Art. 34 O exercício financeiro coincidirá com o ano
dirá com o ano civil”. monetário líquido da receita e despesa seja nulo. 305 306 recursos por parte do gestor público. civil.
Que no caso brasileiro é o período compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de cada ano civil. Feitas as considerações acima, vamos passar para o estudo das fases. Vamos nos basear no processo federal,
Em termos didáticos, podemos considerar o ciclo orçamentário como estrito e estendido. O ciclo estrito pode mas podemos “transportar” o processo para os demais níveis da federação.
ser representado em quatro etapas e o ciclo estendido em sete, conforme os esquemas que apresentamos abaixo:
Elaboração
Ciclo Orçamentário “Estendido”
A fase de elaboração se desencadeia com a iniciativa, que sempre deve ser de responsabilidade do Poder
Executivo:
Elaboração da PPA
Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
Execução, controle III - os orçamentos anuais.
e avaliação Elaboração de
orçamentária outros planos
Nesta fase de elaboração cada órgão da administração envia a sua proposta orçamentária à Secretaria de Orçamento
Federal para consolidação e posterior envio ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, que por sua vez
enviará ao Presidente da República. Neste processo, os demais Poderes, o Ministério Público e a Defensoria também
enviarão as suas propostas ao executivo, que fará a alocação dos recursos no orçamento seguindo as etapas de fixação
da meta fiscal, projeção das receitas, projeção das despesas obrigatórias, e apuração das despesas discricionárias.
O envio será de responsabilidade do Presidente da República, nos termos do art. 84, XXIII da Constituição Federal:
Apreciação,
Aprovação, sanção
Elaboração da LDO Art. 84 Compete privativamente ao Presidente da República: [...]
e publicação
LOA XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
de orçamento previstos nesta Constituição;

Elaboração de LOA
Importante!
A autonomia administrativa e financeira:
Ciclo Orçamentário “Estrito” Conforme vimos, os diversos órgãos e Poderes enviam as suas propostas orçamentárias ao Poder Executivo
para consolidação. Tal prática é consoante à autonomia administrativa e financeira garantida pela nossa
constituição nos seguintes dispositivos:
Elaboração � Poder Judiciário: art. 99 da CF, de 1988;
� Ministério Público: art. 127 da CF, de 1988;
� Defensorias públicas: §§ 2º e 3º, art. 134, da CF, de 1988.

Cabe aqui esclarecermos o conteúdo dessas “propostas orçamentárias”. O art. 22 da Lei 4.320, de 1964, nos
Execução Aprovação fornece algumas informações importantes:

Art. 22 A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos esta-
belecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com
Sanção/ demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromis-
Veto sos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômica-financeira do Govêrno; justificação da
receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;
II - Projeto de Lei de Orçamento;
Para compreendermos quais as diferenças entre os dois ciclos, apresentamos a figura abaixo, que esquematiza III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas distintas
cada um dos instrumentos orçamentários em uma linha do tempo: e para fins de comparação:
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;
c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;
d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;
e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e
f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em têrmos de metas
visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de
justificação econômica, financeira, social e administrativa.
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta
de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.

Um outro ponto que merece destaque nesta análise inicial do ciclo orçamentário diz respeito aos prazos de
cada ente na elaboração e encaminhamento das peças orçamentárias. Aproveitaremos o nosso esquema dos ins-
trumentos orçamentários distribuídos na linha do tempo apresentado anteriormente para tratar dos prazos da
PPA, LDO e LOA:
Notem que o ciclo estendido engloba as etapas de elaboração da LOA, Lei Orçamentária Anual, em conso-
nância com a LDO e PPA. Há aqui uma visão integrada do processo orçamentário que tem como grande diretriz
o PPA e o resultado da avaliação da LOA como insumos para a elaboração do próximo PPA.

307 308
O Presidente da República poderá também propor O tema de avaliação e controle orçamentário é
modificações nos projetos de lei por meio das men- denso, cabendo seções exclusivas para tratar de seu
sagens. As mensagens poderão ser submetidas ao conteúdo, abrangência, aspectos constitucionais, entre
Congresso Nacional antes do início da votação na outros. Para fins de compreensão do ciclo orçamentá-
comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. rio, destaca-se a importância de compreender a avalia-
Além das vedações às emendas já apresentadas, ção e controle como fornecedora de informações para
destacamos outras hipóteses previstos na art. 33 da “retr
Lei 4.320, de 1964

Art. 33 Não se admitirão emendas ao projeto de Lei


de Orçamento que visem a: O ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL
a) alterar a dotação solicitada para despesa de cus-
teio, salvo quando provada, nesse ponto a inexati- Nesta unidade, trataremos da Lei 10.180, de 6 de
dão da proposta; fevereiro de 2001, que disciplina os Sistemas de Pla-
b) conceder dotação para o início de obra cujo pro- nejamento e de Orçamento Federal, de Administra-
jeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes; ção Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de
c) conceder dotação para instalação ou funcio- Controle Interno do Poder Executivo Federal. Apre-
namento de serviço que não esteja anteriormente
sentaremos, a seguir, cada um desses sistemas.
criado;
Para a realização do seu exame, uma dica impor-
d) conceder dotação superior aos quantitativos
previamente fixados em resolução do Poder Legis- tante é memorizar, a cada sistema abordado, a sua
lativo para concessão de auxílios e subvenções. finalidade, competência e seus integrantes, uma vez
que as questões de concursos, em sua grande maioria,
Caso os prazos acima não sejam respeitados (por exemplo, por uma omissão do Poder Executivo em enviar a Findo o processo de discussão, os projetos são abordam esses temas.
proposta orçamentária), o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente, conforme apreciados pelo Plenário do Congresso Nacional. Caso Segundo o art. 2º, da Lei 10.180, de 2001:
disposto no art. 32, da Lei 4.320, de 1964: alcance o quórum de maioria simples em cada uma
das casas do Poder Legislativo (Câmara dos Deputa- Art. 2º O Sistema de Planejamento e de Orçamento
Art. 32 Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Muni- dos e Senado Federal), são encaminhados ao Presiden- Federal tem por finalidade:
cípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente. te da República para sanção ou veto. I - formular o planejamento estratégico nacional;
II - formular planos nacionais, setoriais e regio-
Discussão e Aprovação Execução Orçamentária nais de desenvolvimento econômico e social;
III - formular o plano plurianual, as diretrizes orça-
A fase de discussão e aprovação tem início com o recebimento das peças orçamentárias pelo Congresso mentárias e os orçamentos anuais;
Orçamento aprovado, passa-se para a etapa de exe-
Nacional. Os projetos de PPA, LDO e LOA são examinados por uma Comissão Mista, que é responsável pela emis- IV - gerenciar o processo de planejamento e orça-
cução. De pronto, destacamos o art. 8º da Lei de Res-
são de parecer sobre os projetos e as contas apresentadas pelo Presidente da República. mento federal;
ponsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 2000):
V - promover a articulação com os Estados, o Distri-
to Federal e os Municípios, visando a compatibiliza-
Art. 166 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orça- ção de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas,
créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. mentos, nos termos em que dispuser a lei de diretri- nos planos federal, estadual, distrital e municipal.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: zes orçamentárias e observado o disposto na alínea
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente c do inciso I do art. 4°, o Poder Executivo estabe-
pelo Presidente da República; lecerá a programação financeira e o cronogra- ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constitui- ma de execução mensal de desembolso. � De planos, programas e orçamentos

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


ção e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do � Realização de estudos e pesquisas socioeconômicas
Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. Caberá ao Poder Executivo publicar a programa-
ção financeira e o cronograma de desembolso dos
Os três verbos que demarcamos, formular, geren-
Outro processo importante nesta etapa de aprovação e discussão do orçamento (e que rende muitas nego- recursos em até 30 (trinta) dias após a aprovação da
ciar e promover, são peças-chave, para compreender
ciações) envolve a apresentação de emendas. LOA. Além disso, a LRF é cuidadosa em estabelecer
as finalidades do SPO. Atente-se, também, aos órgãos
mecanismo de cumprimento da execução orçamentá-
As emendas são utilizadas para modificar os itens dos projetos de lei, para que necessidades ou compromissos que integram o SPO, quais sejam:
ria, como a necessidade de apresentação das metas de
políticos sejam atendidos. Em outras palavras, neste processo os parlamentares brigam para alocar os recursos
arrecadação dos recursos orçamentários. Veja o que
aos projetos de seus interesses. Há, contudo, regras para a aprovação de tais emendas. Essas regras estão dispostas diz o art. 13 da LRF:
no § 3º, art. 166:

Integrantes Do Sistema De Planejamento De Orçamento Federal


Art. 13 No prazo previsto no art. 8°, as receitas pre- Órgão Central
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser apro- vistas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em Ministério do Planejamento,
vadas caso: Orçamento e Gestão (MPOG)
metas bimestrais de arrecadação, com a especifica-
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; ção, em separado, quando cabível, das medidas de
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que combate à evasão e à sonegação, da quantidade e
incidam sobre: valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida
a) dotações para pessoal e seus encargos; ativa, bem como da evolução do montante dos crédi- Órgãos Setoriais
b) serviço da dívida; Unidades de planejamento e
tos tributários passíveis de cobrança administrativa.

(Art. 4º)
orçamento dos Ministérios, da
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou Advocacia-Geral da União, da
III - sejam relacionadas: ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO Vice-Presidência e da Casa Civil
a) com a correção de erros ou omissões; ou da Presidência da República
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. Por fim, os processos de avaliação e controle têm
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com
como finalidade acompanhar o cumprimento das metas
o plano plurianual.
e objetivos estabelecidos nas peças orçamentárias.
Nesse sentido, a Administração Pública deverá Órgãos Específicos
Em resumo: as emendas só poderão ser aprovadas se compatíveis com o PPA e LDO, se os recursos destina- implementar as medidas de controle e as estruturas de Vinculados ou subordinados ao
dos às emendas sejam devidamente indicados e sejam oriundos da anulação de despesas, desde que a anulação Órgão Central do Sistema
controle interno necessárias para a avaliação da legali-
não tenha sido sobre despesas com pessoal e encargos, dívida e transferências tributárias. Outra hipótese é a dade dos atos, correta aplicação dos recursos orçamen-
aprovação de emendas no caso de erros, omissões das peças orçamentárias. 309 310 tários e cumprimento do programa de trabalho.
Os Órgãos Setoriais e Específicos ficam sujeitos à Das Finanças Públicas Trataremos em seguida o art. 165, situado na seção Trazendo para o mundo das empresas privadas,
orientação normativa e à supervisão técnica do Órgão II – dos orçamentos. Trata-se de um artigo longo, com podemos nos arriscar em dizer que o PPA é seme-
Central do Sistema (MPOG). Segundo o art. 163, as matérias elencadas nos inci- diversos parágrafos e inciso, de modo que faremos a lhante ao planejamento estratégico das organizações,
Com relação às competências, os arts. 7º e 8º elen- sos I a VII são reservadas à Lei Complementar. Segun- sua análise em partes. guiando todas as ações no horizonte do médio prazo.
do o Supremo Tribunal Federal – STF, tais matérias não O PPA está previsto na Constituição Federal conforme
cam, respectivamente, as atribuições do Planejamento
precisam figurar em um único diploma legal, podendo Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo abaixo:
Federal e do Orçamento Federal. Há certa correspon-
ser veiculadas de forma fragmentada no nosso orde- estabelecerão:
dência entre as competências de ambos, o que auxilia namento jurídico1. A reserva de Lei Complementar é I - o plano plurianual; Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo
na memorização. Atente-se aos verbos que compõem apresentada também nos § 9º, do art. 165: II - as diretrizes orçamentárias; estabelecerão:
cada competência, bem como os objetos envolvidos I - o plano plurianual;
III - os orçamentos anuais.
em cada uma dessas ações: [...] § 1º A lei que instituir o plano plurianual esta- [...]
§ 9º Cabe à lei complementar: § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabele-
belecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
COMPETÊNCIAS DO PLANEJAMENTO FEDERAL I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, cerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti-
os prazos, a elaboração e a organização do plano objetivos e metas da administração pública
(ART. 7º) federal para as despesas de capital e outras delas vos e metas da administração pública federal para
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da
I - Elaborar e supervisionar a execução de planos e pro- decorrentes e para as relativas aos programas de as despesas de capital e outras delas decorrentes
lei orçamentária anual;
gramas nacionais e setoriais II - estabelecer normas de gestão financeira e patri- duração continuada. e para as relativas aos programas de duração
monial da administração direta e indireta bem § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreen- continuada.
II - Coordenar a elaboração dos projetos de lei do PPA,
como condições para a instituição e funcionamento derá as metas e prioridades da administração
metas e prioridades da LDO
de fundos. pública federal, incluindo as despesas de capital Importante salientar, que apesar do caráter
III - Acompanhamento físico e financeiro dos planos e III - dispor sobre critérios para a execução equita- para o exercício financeiro subseqüente, orientará diretivo e estratégico do PPA, ele não tem por função
programas, realizar a avaliação da eficácia e efetividade tiva, além de procedimentos que serão adotados a elaboração da lei orçamentária anual, dis- a redução das desigualdades, sendo essa uma função
para subsidiar o processo de alocação de recursos pú- quando houver impedimentos legais e técnicos, porá sobre as alterações na legislação tributária reservada aos orçamentos fiscal e de investimentos,
blicos, política de gastos e coordenação das ações do cumprimento de restos a pagar e limitação das pro-
e estabelecerá a política de aplicação das agências contemplados na Lei Orçamentária Anual. Veja os
governo gramações de caráter obrigatório, para a realiza-
ção do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. financeiras oficiais de fomento. dispostos no § 5º e § 7º do art. 165:
IV - Assegurar que as unidades administrativas responsá- Art. 163-A A União, os Estados, o Distrito Federal e § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
veis pela execução dos programas, projetos e atividades os Municípios disponibilizarão suas informações e após o encerramento de cada bimestre, relató-
da administração mantém rotinas de acompanhamento e I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da
dados contábeis, orçamentários e fiscais, conforme rio resumido da execução orçamentária.
avaliação da sua programação União, seus fundos, órgãos e entidades da adminis-
periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo § 4º Os planos e programas nacionais, regionais
tração direta e indireta, inclusive fundações insti-
V - Manter sistema de informações relacionados a órgão central de contabilidade da União, de forma e setoriais previstos nesta Constituição serão ela- tuídas e mantidas pelo Poder Público;
indicadores econômicos e sociais, assim como me- a garantir a rastreabilidade, a comparabili- borados em consonância com o plano plurianual e II - o orçamento de investimento das empresas
canismos para desenvolver previsões e informação estra- dade e a publicidade dos dados coletados, os apreciados pelo Congresso Nacional.
quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de em que a União, direta ou indiretamente, detenha a
tégica sobre tendências e mudanças no âmbito nacional maioria do capital social com direito a voto;
e internacional amplo acesso público.
Plano Plurianual [...]
VI - Identificar, analisar e avaliar os investimentos estra- § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste
O art. 163-A foi introduzido recentemente pela
tégicos do Governo O PPA é uma inovação trazida pela Constituição de artigo, compatibilizados com o plano plurianual,
Emenda Constitucional nº 108 de 2020. Note que o dis-
VII - Realizar estudos e pesquisas socioeconômicas e 1988. Trata-se do planejamento estratégico de médio terão entre suas funções a de reduzir desi-
positivo tem estrita relação com o princípio orçamen-
análises de políticas públicas prazo da administração pública e tem por finalida- gualdades inter-regionais, segundo critério
tário da publicidade e da transparência.
VIII - Estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atua- de estabelecer e informar de forma regionalizada as populacional.
Dessa forma, questões relacionando o artigo a
ção das empresas estatais Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM) da adminis-
esses princípios, e a mitigação da publicidade e trans-
COMPETÊNCIAS DO ORÇAMENTO FEDERAL parência dos atos públicos (quando se tratar de infor- tração. Importante destacar qual o significado desses Destacamos na tabela abaixo, outros dispositivos

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


(ART. 8º) mação estratégia, afeto à segurança nacional, por conceitos: relevantes relacionados ao PPA:
I - Coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração dos exemplo) poderão ser explorados em seu exame.
projetos da LDO, e Leis Orçamentárias z Diretrizes: normas e orientações de caráter geral DISPOSITIVO NA CF/88 CONTEÚDO
Art. 164 A competência da União para emitir moe- e estratégico para o Governo; PPA será apreciado pelas
II - Estabelecer normas e procedimentos necessários à da será exercida exclusivamente pelo banco central.
elaboração e à implementação dos orçamentos federais, z Objetivos: o que deve ser feito, concretizado, Art. 166, caput duas Casas do Congresso
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta
harmonizando-os com o plano plurianual ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacio- durante o período do PPA, em linha com as dire- Nacional
nal e a qualquer órgão ou entidade que não seja trizes traçadas; Caberá a uma Comissão
III - Realização de estudos e pesquisas concernentes ao
desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo or- instituição financeira. z Metas: alcance do objetivo, de natureza quantita- Mista Permanente de sena-
çamentário federal § 2º O banco central poderá comprar e vender títu- tiva ou qualitativa Art. 166, § 1º, inciso I dores e deputados exami-
los de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo nar e emitir parecer sobre
IV - Acompanhar e avaliar a execução orçamentária e de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. Podemos representar o DOM como o triângulo da o PPA
financeira § 3º As disponibilidades de caixa da União
figura abaixo: as diretrizes sendo apresentadas de for- Emenda dos parlamenta-
V - Estabelecer classificações orçamentárias, tendo em serão depositadas no banco central; as dos Esta-
dos, do Distrito Federal, dos Municípios e dos ma ampla, abrangente, de caráter geral, seguido dos res relativas ao PPA serão
vista as necessidades de sua harmonização com o plane- objetivos que especificarão as diretrizes em um nível Art. 166, § 2º
órgãos ou entidades do Poder Público e das empre- apresentadas na Comissão
jamento e o controle
sas por ele controladas, em instituições financei- de concretude maior. As metas traduzem os alcances Mista
VI - Propor medidas que objetivem a consolidação das ras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. dos objetivos de forma mais específica, apresentando
informações orçamentárias das diversas esferas de O Presidente da República
medidas, indicadores e referências.
governo poderá enviar mensagem
Em relação ao art. 164, destacamos à vedação do
banco central na concessão de empréstimo e sua pre- Art. 166, § 5º ao Congresso Nacional
visão constitucional de vender títulos de emissão do para propor modificação
PLANO PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL no PPA
Tesouro Nacional. O § 3º merece destaque, pois pode
ser cobrado no exame. Trata das instituições autori- O projeto de lei do PPA será
Antes de falarmos especificamente da PPA, LDO e zadas para receber o dinheiro dos entes da federação. enviado pelo Presidente da
LOA, cabe analisarmos os artigos que abrem o capítu- No caso da União, o banco central. Os demais entes Art. 166, § 6º e art.135, § República ao Congresso
lo das Finanças Públicas na Constituição, destacando realizarão o depósito das disponibilidades nas insti- 2º, inciso I, da ADCT Nacional até quatro meses
os pontos relevantes para o seu concurso. tuições financeiras oficiais. antes do encerramento do
1. STF, ADI 2.238-MC 311 312 exercício financeiro
LOA – Lei Orçamentária Anual A ideia imprimida neste parágrafo é o seguinte: “se Em relação à LOA, originalmente fixa a despesa
DISPOSITIVO NA CF/88 CONTEÚDO
você está prevendo uma queda de arrecadação por para o exercício a que se refere, mas o § 14 traz uma
Aplica-se ao PPA, no que Vamos avançar com os demais dispositivos do art. conta de algum benefício que estima conceder, você inovação referente à possibilidade de conter previ-
não contrariar o disposto 165: deve apresentar os efeitos que esse benefício trará no sões de despesas para exercícios seguintes, espe-
Art. 166, § 7º
nessa seção, as demais nor- orçamento”. cificando os investimentos plurianuais e aqueles em
mas do processo legislativo § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: O § 7º trata dos orçamentos fiscal e de investimen- andamento.
Nenhum investimento cuja I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da to da LOA, que em conjunto com o PPA possuem o
execução ultrapasse um União, seus fundos, órgãos e entidades da adminis- papel de reduzir as desigualdades inter-regionais. Por
ESTRUTURA PROGRAMÁTICA
exercício financeiro poderá tração direta e indireta, inclusive fundações insti- fim, o § 8º apresenta uma importante vedação cons-
tuídas e mantidas pelo Poder Público; titucional, relacionado ao princípio orçamentário da
ser iniciado sem prévia in- Todas as ações do orçamento são organizadas em
Art. 167, § 1º II - o orçamento de investimento das empresas Exclusividade. O dispositivo impede que o legislador
clusão no Plano Plurianual, em que a União, direta ou indiretamente, detenha a programas. Mas o que é um programa? Segundo a
inclua na lei orçamentária matérias não relacionadas
o sem lei que autorize a in- maioria do capital social com direito a voto; Portaria MOG nº 42, de 1999, art. 2º, alínea “a”):
ao tema orçamentário, mais especificamente disposi-
clusão, sob pena de crime III - o orçamento da seguridade social, abran- tivos que não sejam relativos à previsão da receita e
de responsabilidade gendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, Art. 2º Para os efeitos da presente Portaria, enten-
fixação de despesas. Trata-se de uma previsão impor-
da administração direta ou indireta, bem como tante, para evitar as “caudas orçamentárias”, temas dem-se por:
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CONSTITUIÇÃO alheios à matéria da LOA que pegariam “carona” na a) Programa, o instrumento de organização da
Poder Público.
FEDERAL E ORÇAMENTO ANUAL NA tramitação célere da LOA. Veja que a vedação não é ação governamental visando à concretização dos
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompa-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL nhado de demonstrativo regionalizado do absoluta: o próprio § 8º prevê que a autorização para objetivos pretendidos, sendo mensurado por indi-
efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente abertura de créditos suplementares e contratação cadores estabelecidos no plano plurianual;
PPA – Plano Plurianual e a LDO – Lei de Diretrizes de isenções, anistias, remissões, subsídios e de operações de crédito, ainda que por antecipa-
Orçamentárias benefícios de natureza financeira, tributária ção de receita podem ser incluídas na LOA. É uma Ou seja, trata-se do instrumento de organização da
e creditícia. exceção ao princípio da exclusividade. ação governamental, em linha com o nível estratégico
Inicialmente, destaca-se que o PPA e a LDO são § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste arti- Os dispositivos que trataremos a seguir merecem da gestão. Veja como o programa está alocado no mapa
inovações trazidas pela Carta de 1988, em substituição go, compatibilizados com o plano plurianual, atenção, pois foram introduzidos recentemente pela estratégico do PPA (plano plurianual 2020-2023):
aos antigos orçamentos plurianuais de investimen- terão entre suas funções a de reduzir desigualdades Emenda Constitucional nº 102/19.
tos. A PPA, LDO e LOA são leis de iniciativa do Poder inter-regionais, segundo critério populacional.
Executivo. Ou seja, na União a responsabilidade é do § 8º A lei orçamentária anual não conterá § 10. A administração tem o dever de executar as
dispositivo estranho à previsão da receita e à programações orçamentárias, adotando os meios e
Presidente da República e é indelegável (nos estados e
fixação da despesa, não se incluindo na proibição as medidas necessários, com o propósito de garan-
municípios a responsabilidade será respectivamente
a autorização para abertura de créditos suplemen- tir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade.
dos governadores e prefeitos). tares e contratação de operações de crédito, ainda § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da
Concernente à definição de PPA e LDO, costu- que por antecipação de receita, nos termos da lei. lei de diretrizes orçamentárias:
ma ser cobrado de forma literal nos certames. Vale I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos
compreendermos bem esse ponto. O PPA e a LDO se constitucionais e legais que estabeleçam metas fis-
Estes parágrafos tratam do conteúdo da Lei Orça-
diferenciam pela função que desempenham no ciclo cais ou limites de despesas e não impede o cancela-
mentária – LOA, algumas regras e restrições que a
orçamentário. Podemos dizer que o PPA é um instru- LOA deve observar. Não se assustem, pois o texto só mento necessário à abertura de créditos adicionais;
mento de médio prazo, pois estabelece o planejamen- parece difícil. Primeiramente, veja que a LOA é com- II - não se aplica nos casos de impedimentos de
to da administração em um horizonte de quatro anos. posta por três orçamentos: o fiscal, de investimento
ordem técnica devidamente justificados;
Já a LDO fará a “ponte” entre o planejamento de médio III - aplica-se exclusivamente às despesas primá-
e da seguridade social: rias discricionárias.
prazo da administração e a Lei Orçamentária – LOA.
(orientará a elaboração da lei orçamentária anual). § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentá-
rias, para o exercício a que se refere e, pelo menos,

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


Enquanto o PPA estabelecerá as Diretrizes, Obje-
tivos e Metas (DOM) a LDO compreenderá as Metas para os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com
Orçamento
previsão de agregados fiscais e a proporção dos
e Prioridades da administração. Então: Fiscal
recursos para investimentos que serão alocados na
lei orçamentária anual para a continuidade daque- Mapa estratégico.
PPA → DOM Orçamento da les em andamento.
Orçamento de
LDO → MP Seguridade § 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, Fonte: PPA 2020-2023
Investimento
Social 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos
Notar também que: programas de duração con- orçamentos fiscal e da seguridade social da União. Observe que o programa, situado na dimensão
§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter tática do mapa, tem a função de articular um conjun-
tinuada constam no PPA (pois o PPA tratará de um
previsões de despesas para exercícios seguintes,
plano com duração de quatro anos) e alterações na to de ações suficientes para atender as diretrizes do
LOA
com a especificação dos investimentos plurianuais
legislação tributária e a política de aplicação das e daqueles em andamento. PPA. Segundo o Manual Técnico de Orçamento (2020),
agências financeiras oficiais de fomento constam § 15. A União organizará e manterá registro cen- os programas são Temáticos (quando envolve ações
na LDO. Ainda sobre a relação entre PPA, LDO e LOA, tralizado de projetos de investimento contendo, por governamentais para entrega de bens e serviços à
podemos dizer que o PPA estabelece as ações de gover- Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises de sociedade) e de Gestão, Manutenção e Serviços ao
no no nível estratégico e a LOA responde colocando-as viabilidade, estimativas de custos e informações Estado (quando envolve as ações destinadas ao apoio,
em prática no nível operacional anualmente. O fato de a LOA ser composta por três orçamen- sobre a execução física e financeira. à gestão e à manutenção da atuação governamental).
O § 3º dispõe sobre a obrigatoriedade do Poder tos distintos não confronta o princípio da unidade,
Cabe, ainda, diferenciar programas de ações e de loca-
Executivo em divulgar o RREO - relatório resumido de o qual determina que o orçamento deve ser uno, ou Incialmente, observe que temos disposições aplicá- lizadores de gastos:
execução orçamentária 30 dias após o encerramento seja, representado por uma única peça orçamentária. veis à LDO e à LOA. No que tange à LDO, o § 12 prevê a
de cada bimestre, consagrando novamente o princí- Na realidade, a divisão entre esses três orçamentos inclusão do anexo com previsão de agregados fiscais e
está em consonância com o princípio, servindo ape- „ Programas: articula um conjunto de ações que
pio da transparência e publicidade, além de reforçar proporção dos recursos para investimentos. Ademais,
a etapa de monitoramento e avaliação do orçamento nas como uma referência para classificação do gasto concorrem para a concretização de um objeti-
a redação do § 10 reforça o dever da administração
dentro do ciclo orçamentário. na administração pública. pública para execução das programações orçamen- vo comum.
Fechamos esta parte com o § 4º onde destacamos O § 6º dispõe que caso o orçamento tenha previs- tárias, mas ratificando a observância aos limites de „ Ação: operações das quais resultam produtos
que a apreciação será feita pelo Congresso Nacional to algum tipo de “redução” do potencial de receita por despesas e metas fiscais determinados em lei, não se (bens e serviços) que contribuem para atender
nos termos da Constituição. Atenção, pois não se trata conta de isenções fiscais, benefícios concedidos, remis- aplicando nos casos de impedimento de ordem técni- o objetivo do programa.
do Senado Federal ou da Câmara de Deputados, mas sões, entre outros, deverá acompanhar um demonstra- ca justificados e aplicado exclusivamente às despe- „ Localizador de Gasto: indicação da localiza-
do Congresso Nacional. tivo dos efeitos nas despesas e receitas do ente. 313 314 sas primárias discricionárias. ção física das ações.
A diferenciação conceitual acima será representa- z Créditos Especiais: São despesas para as quais Descentralização Financeira
da na estrutura programática da União composta de não haja dotação orçamentária específica; PROGRAMAÇÃO E EXECUÇÃO
12 dígitos, em três partes iguais: z Créditos Extraordinários: São os destinados a ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA Trata-se de conceito distinto da descentralização
despesas urgentes e imprevistas, em caso de guer- orçamentária apresentada anteriormente. Na descen-
XXXX XXXX XXXX ra, comoção interna ou calamidade pública. tralização financeira temos o processo de “liberação”
Alguns assuntos relacionados a este tópico mere-
dos recursos do Tesouro às Unidades Gestoras (UGs). A
Programa Ação Localizador de Gasto cem destaque, pois são recorrentes nos exames. Trata-
Para abertura dos créditos suplementares e espe- STN – Secretaria do Tesouro Nacional é a responsável
remos da descentralização orçamentária e financeira
ciais, os arts. 42 e 43, da Lei nº 4.320, de 1964, especi- por administrar a Conta Única do Tesouro Nacional e
e o acompanhamento da execução.
ficaram que serão autorizados por lei e abertos por elaborar a programação financeira dos órgãos. Há a
Cabe agora compreendermos a classificação e
decreto executivo. Além disso, depende da existência liberação da cota.
codificação das Ações. Como vimos, as ações são ope- DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E
de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será O processo é bem simples e intuitivo. Os créditos são
rações que resultam em bens ou serviços, que contri- FINANCEIRA
precedida da exposição de justificativa. solicitados pelas UGs aos órgãos setoriais, que servem
buem para atender ao objetivo de um programa. São como intermediadoras do processo, pois enviam essas
três os tipos de ações: Consideram-se recursos disponíveis para fins de
Descentralização de Créditos solicitações ao STN. Após aprovação da solicitação pelo
abertura de créditos suplementares e especiais, con-
forme disposto no § 1º, do art. 43, da Lei nº 4.320, de STN, são os órgãos setoriais que procedem com a libe-
„ Atividade: conjunto de operações que se reali- Descentralização de crédito (ou orçamentária) diz ração dos recursos aprovados pelo STN às UG’s. Mas
1964:
zam de modo contínuo e permanente (processo respeito à transferência de uma unidade orçamentá- como ocorrem as liberações de recursos? O art. 19 do
de operação de um hospital). ria (UO) a outra unidade orçamentária, a possibilida- já citado Decreto nº 825, de 1993, determina o seguinte:
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste
„ Projeto: conjunto de operações limitadas no de utilização de créditos orçamentários ou créditos
artigo, desde que não comprometidos:
tempo (ex.: a construção de um hospital). adicionais que lhes sejam atribuídos. Trata-se das Art. 19 A liberação de recursos se dará por meio de:
I - o superávit financeiro apurado em balanço
„ Operação especial: despesas que não contri- patrimonial do exercício anterior; movimentações de créditos entre entidades. Há a libe- I - liberação de cotas do órgão central para o seto-
buem para manutenção, expansão ou aper- II - os provenientes de excesso de arrecadação; ração da dotação. A descentralização orçamentária é rial de programação financeira;
feiçoamento das ações do governo. Não há III - os resultantes de anulação parcial ou total regulamentada pelo Decreto nº 825, de 1993. Diz o art. II - repasse:
geração de produto direto e não há contrapres- de dotações orçamentárias ou de créditos adi- 2º do referido Decreto: a) do órgão setorial de programação financeira
tação direta na forma de bens ou serviços. cionais, autorizados em Lei; para entidades da Administração indireta, e entre
IV - o produto de operações de credito autori- estas;
Art. 2° A execução orçamentária poderá processar-
Em relação à classificação, as ações são identifica- zadas, em forma que juridicamente possibilite ao b) da entidade da Administração indireta para
-se mediante a descentralização de créditos entre
poder executivo realiza-las. órgão da Administração direta, ou entre estes, se
das seguindo a lógica abaixo: unidades gestoras de um mesmo órgão/ministério
de outro órgão ou Ministério;
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a dife- ou entidade integrantes dos orçamentos fiscal e da
III - sub-repasse dos órgãos setoriais de programa-
1º 2º 3° 4º 5º 6º 7º rença positiva entre o ativo financeiro e o pas- seguridade social, designando-se este procedimen-
ção financeira para as unidades gestoras de sua
Numérico Alfanuméricos Numéricos sivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos to de descentralização interna. jurisdição e entre as unidades gestoras de um mes-
dos créditos adicionais transferidos e as operações Parágrafo único. A descentralização entre unida-
AÇÃO SUBTÍTULO mo ministério, órgão ou entidade.
de credito a eles vinculadas. des gestoras de órgão/ministério ou entidade de
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para estruturas diferentes, designar-se-á descentraliza-
Codificação das Ações Orçamentárias. Fonte: MTO (2020)
os fins deste artigo, o saldo positivo das diferen- Muito bem. Temos aqui dois conceitos importan-
ção externa.
ças acumuladas mês a mês entre a arrecadação tes que costumam aparecer nas provas: o repasse e o
Sendo que o primeiro dígito da ação determinará prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a sub-repasse. Sub-repasse é a movimentação interna
se corresponde a um projeto, atividade ou operação Ou seja, a execução orçamentária (já vista ante- (entre os órgãos setoriais e as unidades de gestão a ela
tendência do exercício riormente) poderá ser processada pela descentraliza-
especial: § 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, vinculadas). Já o repasse é a movimentação externa
ção de crédito entre unidades gestoras de um mesmo de recursos (entre órgãos setoriais e outras unidades
provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-
órgão. O conceito mais importante para memorizar- gestoras da administração). As transferências são pro-
1º DIGITO TIPO DE AÇÃO -se-a a importância dos créditos extraordinários
mos (e mais frequente nas provas), trata das diferen- cessadas por meio da Nota de Programação Financeira.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


abertos no exercício.
1, 3, 5 ou 7 Projeto tes classificações de descentralizações orçamentárias. Para consolidarmos este assunto, veja e memori-
Destaca-se também o § 8º, do art. 166, da CF, de A descentralização orçamentária poderá ser interna ze o esquema abaixo. Ele irá ajudá-los a diferenciar
2, 4, 6 ou 8 Atividade 1988, que estabelece que os recursos objeto de veto, (chamada de provisão) ou externa (denominada des- a descentralização orçamentária da financeira e asso-
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária taque). Veja a seguir: ciará os principais termos que abordamos até aqui:
0 Operação Especial
que ficarem sem destinação podem ser utilizados
Codificação da Ação. como fonte hábil para abertura de créditos especiais Provisão (interna):
e suplementares, mediante autorização legislativa. A
z Entre unidades gestoras de um mesmo órgão.
Fonte: MTO (2020) reserva de contingência destinada ao atendimento de
Exemplos:
RECEITA PÚBLICA
passivos contingentes e outros riscos, bem como even-
CRÉDITOS ORDINÁRIOS E ADICIONAIS tos fiscais imprevistos, poderá ser utilizada para aber- CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A
tura de créditos adicionais, visto que não há execução „ Transferência de créditos entre unidades de
NATUREZA
O sistema orçamentário brasileiro estabelece a direta da reserva. saúde subordinadas ao Ministério da Saúde.
obrigatoriedade do orçamento anual conforme o O período de vigência dos créditos adicionais Conceito
princípio da anualidade concebido pela Lei 4.320, de (especiais e extraordinários) ocorre durante o exercí- Destaque (externa):
1964. A LOA é a autorização legislativa para os chefes cio financeiro em que foram autorizados, salvo se o Quando pensamos nos serviços que o Estado deve
dos poderes realizarem as despesa públicas por meio ato de autorização for promulgado nos últimos qua- z Unidades gestoras de órgãos ou estruturas diferen- prover à população, pensamos em saúde, educação,
de créditos orçamentários. tro meses referentes a tal exercício. Nesse último caso, tes. Exemplo: transporte, justiça etc. Porém, para que esses servi-
Os créditos são classificados como iniciais e adicio- os referidos créditos serão reabertos nos limites de ços sejam providenciados, certamente existe um cus-
nais. O primeiro é aquele contido desde a aprovação seus saldos e incorporados ao orçamento do exercício „ Transferência de crédito entre o Ministério da to envolvido a ser sustentado por toda a sociedade,
da LOA. Já o segundo, são aqueles que alteram os cré- financeiro subsequente. Saúde e o Ministério da Defesa. uma vez que tais serviços são públicos. Não é mera
ditos aprovados ou incluem novos créditos. De acordo Por fim, a 8ª edição do MCASP destaca que, na coincidência que a Constituição Federal, ao estabele-
com o art. 41, da Lei nº 4.320, de 1964, os créditos adi- União, as alterações dos atributos do crédito orça- As transferências são processadas por meio da cer diversos deveres de atuação estatal, também pre-
cionais são classificados em: mentário, constantes da LOA, tais como modalidade Notas de Movimentação de Crédito, sendo obrigató- veja os meios disponíveis para cumpri-los. Existem
de aplicação, identificador de resultado primário (RP), ria a aplicação do crédito no cumprimento do obje- diversas maneiras de o Estado gerar recursos para
z Créditos Suplementares: São aqueles incorpora- identificador de uso (IU) e fonte de recursos (FR) não tivo previsto pelo programa de trabalho, devendo sustentar suas atividades, como a exploração do seu
dos ao orçamento, adicionando-se à dotação orça- são caracterizados como créditos adicionais por não ser mantida a classificação funcional e estrutura próprio patrimônio e, principalmente, a instituição de
mentária que deva reforçar; alterarem o valor das dotações. 315 316 programática. tributos.
Os recursos que entram nas contas do Estado são Receitas públicas são apenas os ingressos orça- z Receitas Públicas Originárias: são aquelas arre- Apesar de aparentemente complicado, essa codifi-
chamados genericamente de “ingressos” ou “entra- mentários, ou seja, aqueles que não têm caráter cadadas por meio da exploração de atividades eco- cação está relacionada com a classificação menciona-
das”, uma vez que nem todos os recursos podem ser devolutivo, e que custearão despesas públicas. nômicas pelo Estado, principalmente, de rendas da anteriormente, do § 4º, art. 11, da Lei nº 4.320, de
chamados de receitas públicas. O Estado, em sua ati- A receita orçamentária é a fonte de recursos uti- do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado 1964. Tomando como exemplo, o imposto de renda de
vidade financeira recebe valores que apenas circulam lizada pelo Estado em ações e programas, com fina- (receita de aluguel), de preços públicos, de presta- pessoa física, quando recolhido, é alocado segundo o
transitoriamente por suas contas, sem se agregar ao lidade de atender às necessidades e demandas da ção de serviços comerciais e de venda de produtos código “1.1.1.3.01.1.1”, que significa:
seu patrimônio, como, por exemplo, um depósito rece- sociedade. Essas receitas integram o patrimônio do industriais ou agropecuários;
bido em garantia para contratação em uma licitação. Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, por z Receitas Públicas Derivadas: são aquelas obtidas Categoria Econômica

Se o licitante cumprir devidamente o contrato, o Esta- força princípio da universalidade, estão previstas na por meio da soberania estatal. Decorrem de norma
Origem
do é obrigado a devolver o valor depositado, porém, Lei Orçamentária Anual (LOA). constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de
caso não cumpra, haverá aplicação penalidade, cujo forma impositiva, como, por exemplo, as receitas Espécie
valor será descontado do depósito. Classificação tributárias e as de contribuições especiais.
A Lei nº 4.320, de 1964, regulamenta os ingressos Desdobramento
para identificação de
de disponibilidades de todos os entes da federação Para fins contábeis, as receitas orçamentárias Bom, vamos iniciar o estudo da classificação da peculiaridades
classificando-os em dois grupos: orçamentários e podem ser classificadas quanto ao impacto no Patri- Receita Orçamentária, tópico muito cobrado em pro- Categoria Econômica
extraorçamentários. mônio Líquido do ente federativo como Receita vas de concursos públicos.
Orçamentária Efetiva ou Receita Orçamentária Não 1 1 1 3,01.1 1
Efetiva. Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada Classificação por Natureza De Receita
Ingressos ao Setor Público (2019, p. 31):
extraorçamentários A classificação por natureza de receita é determi- Principal
z Receita Orçamentária Efetiva: é aquela em que nada no § 4º, art. 11, da Lei nº 4.320, de 1964, segundo Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF

os ingressos de disponibilidade de recursos não o qual deve ser obedecido o seguinte esquema: Imposto
foram precedidos de registro de reconhecimento Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria
INGRESSO DE VALORES do direito e não constituem obrigações corres- z Receitas Correntes Receita Corrente
AOS COFRES PÚBLICOS pondentes. Desta forma, a Receita Orçamentária „ Receita Tributária.
Efetiva altera positivamente o Patrimônio Líqui- „ Impostos. Para um concurso, não há necessidade de saber,
do do ente estatal quando a receita é reconheci- por exemplo, que o código 3.01.1 do Desdobramen-
„ Taxas.
da, tratando-se de um fato contábil modificativo to para Identificação de Peculiaridades se refere ao
Ingressos „ Contribuições de Melhoria.
aumentativo. As Receitas Orçamentárias Efetivas Imposto de Renda de Pessoa Física, até porque, mes-
orçamentários „ Receita de Contribuições.
correspondem às receitas correntes e às transfe- mo que cobrado, valeria mais a pena ao candidato
(Receitas Públicas) „ Receita Patrimonial.
rências de capital; concentrar seus esforços em outras questões do que
„ Receita Agropecuária. investir seu precioso tempo em uma que cobra sim-
z Receita Orçamentária Não Efetiva: é aquela em
„ Receita Industrial. ples memorização de uma tabela de códigos.
Os ingressos extraorçamentários são aqueles que os ingressos de disponibilidades de recursos
„ Receita de Serviços. No entanto, é importante conhecer as outras classifi-
que, apesar de pertencerem a terceiros, são arreca- foram precedidos de registro do reconhecimento
„ Transferências Correntes. cações decorrentes da classificação da receita pública por
dados pelo ente público exclusivamente para fazer do direito ou constituem obrigações corresponden-
„ Outras Receitas Correntes. sua natureza, conforme passamos a apresentar a seguir.
face às exigências contratuais pactuadas para poste- tes, como é o caso das operações de crédito. Assim,
rior devolução. Esses recursos financeiros apresen- a Receita Orçamentária Não Efetiva não altera o
z Receitas de Capital Categoria Econômica
tam caráter temporário e não integram o orçamento Patrimônio Líquido do ente estatal, uma vez que
público, uma vez que o Estado é seu mero depositário há uma simples troca de elementos patrimoniais, „ Operações de Crédito.
tratando-se de simples fato contábil permutati- „ Alienação de Bens. Segundo o art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, a Receita
desses valores, que constituem passivos exigíveis e
„ Amortização de Empréstimos. Pública se classifica nas seguintes categorias econômicas:

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


cujas restituições não se sujeitam à autorização legis- vo. Elas correspondem às receitas de capital e às
lativa. Citamos como exemplos: depósitos em cau- transferências de capital. „ Transferências de Capital.
„ Outras Receitas de Capital. z Receitas Correntes: são aquelas arrecadadas dentro
ção, fianças, Operações de Crédito por Antecipação
do exercício, aumentam as disponibilidades finan-
de Receita Orçamentária (ARO), emissão de moeda Não confunda Ingresso Extraorçamentário com
Baseado no esquema acima a Secretaria de Orça- ceiras do ente federativo, geralmente com efeito
e outras entradas compensatórias no ativo e passivo Receita Orçamentária Não Efetiva.Apesar de os dois positivo sobre o Patrimônio Líquido e são utilizadas
financeiros. conceitos não provocarem alteração no Patrimônio mento Federal (SOF) padronizou, por meio da Portaria
para financiar os objetivos definidos nos programas
Líquido, o primeiro, conforme explicado acima, não Interministerial nº 5, de 2015, a classificação da recei-
e ações correspondentes às políticas públicas. Segun-
se trata de receita pública. ta, a ser utilizada por todos os entes da Federação. do o § 1º, art. 11, da Lei nº 4.320, de 1964, classificam-
Importante! Podemos dizer que nem todo ingresso de recur- Esta classificação tem o objetivo de identificar a -se em tributárias; de contribuições; da exploração
sos aos cofres públicos pode ser chamado de receita origem do recurso segundo seu fato gerador, ou do patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração
As Operações de Crédito por Antecipação de Re- pública, mas apenas aqueles ingressos que se incorpo- seja, o acontecimento real que ocasionou o ingresso de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial
ceita Orçamentária (ARO) são ingressos extraor- ram no patrimônio público do ente estatal. da receita nos cofres públicos. Segundo essa Portaria, e de Serviços); de recursos financeiros recebidos de
çamentários. A classificação da receita orçamentária é defini- a Receita deve ser classificada segundo uma sequência outras pessoas de direito público ou privado, quan-
da no Manual de Técnico de Orçamento (2020, p. 10) de 8 dígitos, em que cada dígito tem um significado: do destinadas a atender despesas classificáveis em
segundo os seguintes critérios: Despesas Correntes (Transferências Correntes); e
Os ingressos orçamentários são aqueles perten- demais receitas que não se enquadram nos itens
centes ao ente público arrecadados exclusivamente DÍGITO: SIGNIFICADO
z Natureza de receita; anteriores (Outras Receitas Correntes);
para aplicação em programas e ações governamentais. z Receitas de Capital: são aquelas que aumentam as
Estes ingressos são denominados Receita Pública. z Indicador de resultado primário; 1º Categoria Econômica disponibilidades financeiras do Estado, entretanto,
De acordo com a definição constante no Manual de z Fonte/destinação de recursos;
diferentemente das Receitas Correntes, as Receitas
Procedimentos das Receitas Públicas (2004, p. 14): z Esfera orçamentária.
2º Origem de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio
Líquido. Conforme o § 2º, art. 11, da Lei nº 4.320,
“Receitas Públicas são todos os ingressos de cará- Antes de começarmos a explicar cada umas des- de 1964, as Receitas de Capital são provenientes
3º Espécie
ter não devolutivo auferidas pelo poder público, sas classificações, é necessário conhecer uma outra da realização de recursos financeiros oriundos da
em qualquer esfera governamental, para alocação classificação que foi criada pela doutrina. A doutrina Desdobramento para identificação de constituição de dívidas; conversão, em espécie, de
e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, pode ser definida como ideias e ensinamentos de estu- 4º ao 7º bens e direitos; recebimento de recursos de outras
peculiaridades da recita
todo o ingresso orçamentário constitui uma receita diosos do Direito que influenciam e fundamentam as pessoas de direito público ou privado, quando des-
pública, pois tem como finalidade atender às despe- decisões judiciais. 8º Tipo tinados a atender Despesas de Capital; e, superávit
sas públicas.” (grifo nosso) Assim, a doutrina classifica a Receita Pública em: 317 318 do Orçamento Corrente.
É importante saber que existe uma denominação ETAPAS E ESTÁGIOS A arrecadação ocorre somente uma vez, sendo Art. 35 Pertencem ao exercício financeiro:
que é cobrada nas provas que são as Receitas de Ope- seguida pelo recolhimento. Quando um ente arre- I - as receitas nêle arrecadadas;
rações Intraorçamentárias. Trata-se de operações Estágios da receita pública são as etapas da receita cada para outro ente, cumpre-lhe apenas entregar- II - as despesas nêle legalmente empenhadas.
realizadas entre órgãos e demais entidades perten- orçamentária que podem ser resumidas em: previsão, -lhe os recursos pela transferência dos recursos,
centes à mesma esfera de governo e ao mesmo orça- lançamento, arrecadação e recolhimento. não sendo considerada arrecadação, quando do Portanto, despesa orçamentária é toda transa-
mento de um ente federativo. Vamos às explicações de cada etapa: recebimento pelo ente beneficiário. ção que depende de autorização legislativa, na forma
Não representam novas entradas de recursos nos z Recolhimento: é a transferência dos valores arre- de consignação de dotação orçamentária, para ser
cofres públicos do ente, mas apenas remanejamen- z Previsão: a arrecadação da receita deve ser esti- cadados à conta específica do Tesouro, responsá- efetivada.
to de receitas entre seus órgãos para evitar a dupla mada na Lei Orçamentária Anual (LOA), com- vel pela administração e controle da arrecadação Dispêndio extraorçamentário é aquele que não
contagem na consolidação das contas governamen- preendendo duas fases distintas: e programação financeira, observando o Princípio consta na lei orçamentária anual, compreendendo
tais. Ao instituir tais dispositivos, a legislação não „ A primeira fase compreende a previsão de da Unidade de Caixa representado pelo controle determinadas saídas de numerários decorrentes de
criou novas categorias econômicas, e nem poderia, já arrecadação da receita orçamentária constante centralizado dos recursos arrecadados em cada depósitos, pagamentos de restos a pagar, resgate de
que se trata de matéria fixada na Lei nº 4.320, de 1964, da Lei Orçamentária Anual (LOA), resultante ente, conforme previsto no art. 56 da Lei nº 4.320, operações de crédito por antecipação de receita e
mas apenas criou maior especificação das Receitas das metodologias de projeção usualmente ado- de 1964: recursos transitórios.
Correntes e Receitas de Capital. tadas, observadas as disposições constantes na Além do conceito acima, é necessário saber que,
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), principal- Art. 56 O recolhimento de todas as receitas far-se- para fins contábeis, a despesa orçamentária pode ser
Origem ou Fontes mente o art. 12: -á em estrita observância ao princípio de unidade classificada quanto ao impacto na situação patrimo-
de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para nial líquida em:
A fonte é o detalhamento das categorias econô- Art. 12 As previsões de receita observarão as nor- criação de caixas especiais.
mas técnicas e legais, considerarão os efeitos das z Despesa Orçamentária Efetiva: é aquela que, no
micas de Receitas Correntes e de Receitas de Capital,
alterações na legislação, da variação do índice de Os estágios da receita pública estão dispostos con- momento de sua realização, reduz a situação líqui-
com o objetivo de identificar a procedência (origem) preços, do crescimento econômico ou de qualquer
das receitas no momento que ingressam nos cofres forme a ordem cronológica em que ocorrem os fenô- da patrimonial da entidade. Constitui fato contábil
outro fator relevante e serão acompanhadas de
públicos. demonstrativo de sua evolução nos últimos três
menos econômicos. Esses estágios são estabelecidos modificativo diminutivo. A despesa corrente, geral-
anos, da projeção para os dois seguintes àquele a levando-se em consideração o modelo do orçamento mente, é uma despesa orçamentária efetiva, como,
Espécie que se referirem, e da metodologia de cálculo e pre- brasileiro. Assim, a ordem inicia com a previsão e ter- por exemplo, pagamento de salários de funcionários
missas utilizadas. mina com o recolhimento. públicos. Entretanto, é necessário tomar cuidado,
A espécie representa um nível de classificação sub- pois existem casos de despesas correntes não efeti-
sequente e vinculado à classificação da origem, per- A previsão de receitas é a etapa que antecede à vas, como, por exemplo, a despesa com a aquisição
mite extrair maiores detalhes acerca do fato gerador fixação das despesas que constarão na LOA, além de de materiais para estoque e a despesa com adianta-
ser base para se estimar as necessidades de financia- mentos, que representam fatos permutativos;
das receitas.
mento do governo.
DESPESA PÚBLICA z Despesa Orçamentária Não Efetiva: é aquela
Por exemplo, dentro da origem “Contribuições”,
identificam-se as espécies “Contribuições Sociais”, que, no momento da sua realização, não reduz a
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A
“Contribuições Econômicas” e “Contribuições para „ A segunda fase consiste no lançamento. Segun- situação líquida patrimonial da entidade. Cons-
do o art. 53 da Lei nº 4.320, de 1964, lançamento NATUREZA
Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação titui fato contábil permutativo. Geralmente, as
“é ato da repartição competente, que verifica a despesas de capital se enquadram como despesa
Profissional”. Conceito
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe orçamentária não efetiva, entretanto, há despesas
é devedora e inscreve o débito desta”. Por outro de capital que são efetivas como, por exemplo, as
Desdobramento para Identificação de Peculiaridades Como já vimos, a atividade estatal está vinculada
lado, nos termos do art. 142 do Código Tribu- transferências de capital, que causam variação
tário Nacional, lançamento é o “procedimento ao dispêndio de recursos com o objetivo de satisfazer patrimonial diminutiva e, por isso, classificam-se
Foram reservados 4 dígitos para desdobramentos administrativo tendente a verificar a ocorrên- as necessidades sociais, sendo que esses dispêndios
com a finalidade de identificar peculiaridades de cada como despesa efetiva.
cia do fato gerador da obrigação corresponden- devem obedecer às decisões deliberadas e estabeleci-

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


receita, caso seja necessário. Desse modo, esses dígitos te, determinar a matéria tributável, calcular o das no âmbito do Poder Legislativo, por meio da Lei
podem ou não ser utilizados conforme a necessidade Classificação da Despesa Pública
montante do tributo devido, identificar o sujei- Orçamentária Anual (LOA).
de especificação do recurso. to passivo e, sendo caso, propor a aplicação da Assim, o orçamento, que é um instrumento de pla-
Como já dissemos no tópico anterior, a saúde
penalidade cabível”. nejamento de qualquer entidade, seja pública ou pri-
Tipo Assim, pode ser dito que o lançamento refe- financeira do ente federativo está intimamente ligada
vada, uma vez que representa o fluxo de ingressos e
re-se à atividade estatal de escrituração dos ao controle da despesa pública, assim é natural que
aplicação de recursos em determinado período, para
O tipo correspondente ao último dígito na nature- futuros débitos dos contribuintes de impostos ela seja analisada de várias formas. Nesse sentido, o
o setor público, passa a ser de vital importância, pois é
za de receita e tem a finalidade de identificar o tipo de diretos, cotas ou contribuições prefixadas ou instrumento legal que orienta a classificação da des-
a LOA que fixa a despesa pública autorizada para um
arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo: decorrentes de outras fontes de recursos, efe- pesa pública é o Manual Técnico de Orçamento (MTO),
exercício financeiro.
tuados pelos órgãos competentes que verificam editado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF),
A despesa orçamentária pública é o conjunto de
a procedência do crédito a natureza da pessoa juntamente com o Manual de Despesa Nacional e o
z “0”, quando se tratar de natureza de receita não dispêndios realizados pelos entes públicos para o fun-
do contribuinte quer seja física, quer seja jurí- Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
valorizável ou agregadora; cionamento e manutenção dos serviços públicos pres-
dica e o valor correspondente à respectiva esti- Infelizmente, caro concurseiro, existem diversas
z “1”, quando se tratar da arrecadação Principal da tados à sociedade.
mativa. Enfim, o lançamento é a legalização da classificações que você precisa conhecer, pois este
receita; Em termos de importância, a despesa pública
receita pela sua instituição e a respectiva inclu- assunto é bastante cobrado nos concursos públicos.
z “2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da demanda mais atenção da sociedade, uma vez que o
são no orçamento. Tentaremos facilitar e esquematizar as classificações
respectiva receita; gasto desordenado pode implicar desequilíbrio orça-
para que você possa entender melhor e, mais impor-
z “3”, quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva mentário e afetar a saúde financeira do Estado por
z Arrecadação: corresponde à entrega, realiza- tante, acertar as questões. Vamos lá?
receita; muitos anos. Além disso, em um país como o Bra-
da pelos contribuintes ou devedores, aos agentes Segundo o Manual Técnico de Orçamento (2020, p. 23):
z “4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da sil, com tanta desigualdade social, é natural que as
arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente,
Dívida Ativa da respectiva receita. demandas por ações do governo superem os recursos
dos recursos devidos ao Tesouro. Assim, quando o A compreensão do orçamento exige o conhecimento
contribuinte vai ao banco pagar o boleto do IPTU, disponíveis. Ou seja, políticas populistas que procu- de sua estrutura e sua organização, implementadas
Assim, todo código de natureza de receita será por exemplo, ocorre a arrecadação. rem atender todas as demandas da sociedade podem por meio de um sistema de classificação estrutu-
finalizado com um dos dígitos mencionados, e as arre- Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei nº não ser factíveis, uma vez que a realidade das receitas rado. Esse sistema tem o propósito de atender às
cadações de cada recurso – sejam elas da receita pro- 4.320, de 1964, pertencem ao exercício financei- públicas limita as despesas públicas. exigências de informação demandadas por todos
priamente dita, sejam elas de seus acréscimos legais ro as receitas nele arrecadadas, o que represen- Os dispêndios, assim como os ingressos, são tipifi- os interessados nas questões de finanças públicas,
– ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo ta a adoção do regime de caixa para o ingresso das cados em orçamentários e extraorçamentários. como os poderes públicos, as organizações públicas
diferenciadas apenas no último dígito. receitas públicas. 319 320 Nos termos do art. 35, da Lei nº 4.320, de 1964: e privadas e a sociedade em geral.
Complicado? A definição acima quer dizer que a Veja que a nossa Constituição, no §5º, art.165, Para o seu exame, lembre-se que a função é o Na descentralização, as dotações serão emprega-
classificação da despesa leva em conta a estrutura da determina que: maior nível de agregação das diversas áreas de atua- das obrigatória e integralmente na consecução do
organização onde ela será aplicada, classificando-a ção do setor público e reflete a própria competên- objetivo previsto pelo programa de trabalho perti-
tanto no aspecto organizacional quanto no aspecto § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: cia institucional do órgão. A subfunção é o nível de nente, respeitada fielmente a classificação funcio-
orçamentário/financeiro. Segundo o Manual Técnico I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da agregação imediatamente inferior à função. Veja um nal e a estrutura programática. Portanto, a única
de Orçamento (2020, p.23), “o orçamento público está União, seus fundos, órgãos e entidades da admi- exemplo: diferença é que a execução da despesa orçamentá-
organizado em programas de trabalho, que contêm nistração direta e indireta, inclusive fundações ins- ria será realizada por outro órgão ou entidade;
informações qualitativas e quantitativas, sejam físicas tituídas e mantidas pelo Poder Público; 10 - FUNÇÃO SAÚDE z Programação orçamentária e financeira: consis-
ou financeiras”. II - o orçamento de investimento das empresas em 301 – subfunção – Atenção Básica
que a União, direta ou indiretamente, detenha a
te na compatibilização do fluxo dos pagamentos
Vamos primeiro analisar as informações qualitati- 304 – subfunção – Vigilância Sanitária com o fluxo dos recebimentos, visando o ajuste da
maioria do capital social com direito a voto;
vas, quais sejam: classificação por esfera orçamentá- despesa fixada às novas projeções de resultados e
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo
ria, classificação institucional, classificação funcional Subfunções podem ser combinadas de forma da arrecadação. Se houver frustração da receita
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
e classificação programática. E, em seguida, passare- administração direta ou indireta, bem como os fundos matricial com outras funções, desde que realmen- estimada no orçamento, deverá ser estabelecida
mos a analisar as informações quantitativas: IDOC, e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. te relacionadas. Por exemplo, a subfunção “131 – limitação de empenho e movimentação financeira,
IDUSO, Fonte de Recursos, Natureza da Despesa e Comunicação Social” poderá ser combinada com as com objetivo de atingir os resultados previstos na
Identificador de Resultado Primário. Ou seja, a Lei Orçamentária compreenderá os funções “20- Agricultura” ou “25 – Energia” ou ainda LDO e impedir a assunção de compromissos sem
orçamentos fiscais, de investimento e da seguridade com quaisquer funções que tenham em seu escopo a respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca
„ Classificação Qualitativa social. A classificação por esfera orçamentária irá Comunicação Social.
de socorro no mercado financeiro, situação que
identificar se a despesa pertence ao Orçamento Fiscal Mas atenção à função Encargos Especiais (função
implica em encargos elevados;
A classificação qualitativa está ligada ao tipo de (F), da Seguridade Social (S) ou de Investimento das 28). Trata-se de um caso específico, no qual poderão
z Processo de licitação: compreende um conjunto
orçamento praticado no Brasil, que é o Orçamento Empresas Estatais (I). ser englobadas somente as suas funções típicas:
de procedimentos administrativos que objetivam
Programa, o qual está relacionado ao planejamento e
adquirir materiais, contratar obras e serviços,
expressa o compromisso das ações do governo com a „ Classificação Institucional 841 – Refinanciamento da Dívida
alienar ou ceder bens a terceiros, bem como fazer
sociedade. Segundo o Manual Técnico de Orçamento Interna
concessões de serviços públicos com as melhores
(2020, p. 23) Na classificação institucional, busca-se identificar o 842 – Refinanciamento da Dívida
condições para o Estado, observando os princípios
órgão e unidade orçamentária responsáveis pela execu- Externa
O programa de trabalho, que define qualitativamen- 28 – Encargos 843 – Serviço da Dívida Interna da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
ção da despesa. Compreende dois níveis hierárquicos, da igualdade, da publicidade, da probidade admi-
te a programação orçamentária, deve responder, quais sejam, órgão orçamentário e unidade orçamentá- Especiais 844 – Serviço da Dívida Externa
de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas 845 – Outras Transferências nistrativa, da vinculação ao instrumento convoca-
ria. O código da classificação institucional compõe-se de tório, do julgamento objetivo e de outros que lhe
que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de 846 – Outros Encargos Especiais
cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à iden-
vista operacional, composto dos seguintes blocos 847 – Transferências para a Educação são correlatos;
tificação do órgão orçamentário e os demais à UO:
de informação: classificação por esfera, classifica- Básica z Execução: Durante esta etapa, a despesa é execu-
ção institucional, classificação funcional, estrutura tada conforme os seguintes estágios: empenho,
programática e principais informações do Progra- 1º 2º 3 4º 5º Função 28 – encargos especiais e subfunções. liquidação e pagamento.
ma e da Ação.
Órgão Unidade Orçamentária Fonte: MTO (2020)
Orçamentário Caro concurseiro, preste bastante atenção nesta
BLOCOS DA ITEM DA PERGUNTA A SER parte da matéria, pois é muito cobrada nos concursos.
ESTRUTURA ESTRUTURA RESPONDIDAS Codificação da classificação institucional. Fonte: MTO (2020)
ETAPAS E ESTÁGIOS
Classificação Esfera
Em qual Orçamento? Durante o processo orçamentário, a despesa passa
por Esfera Orçamentária Importante ressaltarmos que um órgão orçamen-
por três etapas (estágios): planejamento, execução e
Importante!
tário ou unidade orçamentária (UO) não correspon-

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


Órgão
Classificação Quem é o responsável de necessariamente a uma estrutura administrativa controle e avaliação. A execução da despesa é separada em estágios,
Institucional Unidade por fazer? enquanto, no processo orçamentário, a despesa
Orçamentária
(ex.: fundos especiais, transferências aos Estados e
Municípios, reservas de contingência etc.). passa por etapas.
Função Em que áreas de As dotações orçamentárias, especificadas por cate-
Classificação despesas a ação go-
goria de programação em seu menor nível, são con- Controle
Funcional Subfunção vernamental será z Empenho: segundo o art. 58, da Lei nº 4.320, de
signadas às UOs, que são aquelas responsáveis pela Planejamento Execução e
realizada?
concretização das ações. Avaliação 1964, trata-se do ato de autoridade competente
O que se pretente al- que cria para o ente a obrigação de pagamento,
Estrutura cançar com a imple- que consiste na reserva de dotação orçamentária
Programática
Programa
mentação da Política „ Classificação Funcional da Despesa
Pública?
para um fim específico.
A classificação funcional leva em consideração fun- O empenho é formalizado mediante a emissão de
Ação z Planejamento: A etapa do planejamento é a etapa
ções e subfunções, buscando responder ao seguinte um documento denominado “Nota de Empenho”,
em que se fixa da despesa orçamentária, se des-
Descrição questionamento: em que áreas da despesa a ação será no qual deve constar o nome do credor (contrata-
centraliza/movimenta os créditos, se realiza a pro-
Forma de realizada? Essa classificação foi instituída pela Portaria nº gramação orçamentária e financeira e o processo da), a especificação do credor e a valor da despesa,
Informações Impementação 42, de 1999 do então Ministério do Orçamento e Gestão. bem como os demais dados necessários ao contro-
Principais da de licitação;
Produto Esta classificação funcional é independente da z Fixação da despesa: refere-se ao processo de pla- le da execução orçamentária.
Ação
classificação programática, de aplicação comum e nejamento orçamentário adequado e compatível Segundo o art. 60 da Lei nº 4.320, de 1964, é proibi-
Unidade de obrigatória a todos os entes da federação, é formada com a LDO e o PPA. O processo da fixação da des- da a realização da despesa sem prévio empenho.
Medida
por cinco dígitos. Os dois primeiros correspondentes à pesa orçamentária é concluído com a autorização Quando o valor empenhado for insuficiente para
Subtítulo função e os três últimos à subfunção: atender à despesa a ser realizada, o empenho
dada pelo Poder Legislativo por meio da Lei Orça-
mentária Anual; poderá ser reforçado. Caso o valor do empenho
„ Classificação da despesa por Esfera Orçamen- 1º 2º 3 4º 5º z Descentralizações de créditos orçamentários: exceda o montante da despesa realizada, o empe-
tária ocorrem quando for efetuada movimentação de nho deverá ser anulado parcialmente. Será anu-
Função Subfunção lado totalmente quando o objeto do contrato não
parte do orçamento, mantidas as classificações ins-
A classificação por esfera orçamentária tem como Codificação da funcional institucional. titucional, funcional, programática e econômica, tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido
objetivo a evidenciação do “local” onde está inserida para que outras unidades administrativas possam emitido incorretamente.
a despesa. Mas qual seria esse “local”? Fonte: MTO (2020) 321 322 executar a despesa orçamentária; Os empenhos podem ser classificados em:
„ Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para Considerando que a LOA tem vigência de apenas Assim, considera-se que a despesa que for empe- Restos a Pagar Processados
as despesas de valor fixo e previamente deter- um ano, o que acontece com aquela despesa, por exem- nhada com base nesse crédito orçamentário também
minado, cujo pagamento deve ocorrer de uma plo, uma compra de computadores para um órgão, deverá pertencer ao mesmo exercício. Portanto, o cri- São chamados de Restos a Pagar Processados
só vez; que foi empenhada e a contratada entregou devida- tério de definição do exercício financeiro para alocar aquelas despesas liquidadas e não pagas no exer-
„ Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para mente os equipamentos, em 30 de dezembro daquele a despesa orçamentária não é seu pagamento, mas o cício financeiro, ou seja, aquelas em que o serviço, a
as despesas cujo montante não se pode deter- mesmo ano? Pelo prazo, ficaria complicado ao órgão empenho. obra ou o material contratado tenha sido prestado ou
verificar a documentação para fazer a liquidação ain- Um ponto importante a se atentar é o parágrafo entregue e aceito pelo contratante.
minar previamente, tais como serviços de for-
da no mesmo exercício. E mesmo que liquidasse no único do art. 103 da Lei nº 4.320, de 1964:
necimento de água e energia elétrica, aquisição No caso das despesas orçamentárias inscritas em
exercício, será que conseguiria realizar o pagamento?
de combustíveis e lubrificantes e outros; restos a pagar processados, percebe-se que houve o
A contratada ficaria sem recebimento? Prevendo essa Art. 103 [...]
„ Global: é o tipo de empenho utilizado para cumprimento dos estágios de empenho e liquidação,
situação, a legislação orçamentária traz a figura dos Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercí-
despesas contratuais ou outras de valor deter- “restos a pagar”. restando pendente apenas o pagamento. Os Restos a
cio serão computados na receita extraorçamen- Pagar Processados, em geral, não podem ser cance-
minado, sujeitas a parcelamento, como, por A Lei nº 4.320, de 1964, define Restos a Pagar como tária para compensar sua inclusão na despesa
exemplo, os compromissos decorrentes de aquelas despesas regularmente empenhadas que não lados, tendo em vista que o fornecedor de bens ou
orçamentária.
aluguéis. puderam ser pagas ou foram canceladas até 31 de serviços cumpriu sua obrigação contratual. Assim,
dezembro do exercício financeiro vigente, mas cuja a Administração não pode se furtar ao pagamento,
Assim, Restos a Pagar devem ser considerados
z Liquidação: conforme dispõe o art. 63 da Lei nº execução ocorrerá no próximo exercício. Podem ser exceto em casos previstos na legislação, sob pena de
despesas orçamentárias quando inscritos uma vez
4.320, de 1964, a liquidação consiste na verificação de dois tipos: os restos a pagar processados (despe- estar deixando de cumprir o Princípio da Moralidade,
que se trata de despesa empenhada no mesmo exer-
do direito adquirido pelo credor tendo por base os sas já liquidadas); e os restos a pagar não processa- previsto no art. 37 da CF, que rege a Administração
cício em que estava fixada no orçamento. Em contra-
dos (despesas a liquidar ou em liquidação). Segundo o Pública. O cancelamento caracteriza, inclusive, for-
títulos e documentos comprobatórios do respecti- partida, no Balanço Financeiro do exercício em que
disposto no seu art. 36: ma de enriquecimento ilícito, conforme Parecer nº
vo crédito e tem por objetivo apurar: a despesa for inscrita em restos a pagar, deve haver
um lançamento de receita extraorçamentária para 401/2000 da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
„ A origem e o objeto do que se deve pagar; Art. 36 Consideram-se Restos a Pagar as despe-
„ A importância exata a pagar; sas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de que não se verifique uma diminuição do patrimônio
do ente público. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
„ A quem se deve pagar a importância para dezembro distinguindo-se as processadas das não
processadas. Adicionalmente, é preciso atentar para o seguinte
extinguir a obrigação. São chamadas Despesas de Exercícios Anteriores
ponto: conforme explicado no parágrafo anterior, no
Tendo em vista que a continuidade dos estágios de momento da inscrição do empenho, Restos a Pagar (DEA) aquelas despesas fixadas no orçamento vigente
z Pagamento: consiste na entrega de numerário ao decorrentes de compromissos assumidos em exercí-
execução dessas despesas ocorrerá no próximo exer- se torna despesa orçamentária, porém, no momento
credor por meio de cheque nominativo, ordens de cios anteriores ao exercício em que ocorre o pagamen-
cício, devem ser controlados em contas de natureza do efetivo pagamento da despesa inscrita, trata-se de
pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efe- de informação orçamentária específicas. despesa extraorçamentária, pois se trata de despesa to. Não se confundem com restos a pagar, tendo em
tuado após a liquidação da despesa. Segundo o art. de exercício anterior. vista que sequer foram empenhadas ou, se foram,
64 da Lei nº 4.320, de 1964, a ordem de pagamento Inscrição dos Restos a Pagar tiveram seus empenhos anulados ou cancelados.
é o despacho emitido por autoridade competente, Restos a Pagar Não Processados (RPNP) O art. 37, da Lei nº 4.320, de 1964 dispõe que:
determinando que a despesa liquidada seja paga. No fim do exercício, as despesas orçamentárias
empenhadas e não pagas podem ser inscritas em res- Restos a Pagar Não Processados são aquelas des- Art. 37 As despesas de exercícios encerrados, para
Controle e Avaliação tos a pagar. A inscrição de restos a pagar deve obser- pesas empenhadas, mas não liquidadas até o final as quais o orçamento respectivo consignava crédito
var as disponibilidades financeiras e condições da do exercício. Podem ocorrer nas seguintes condições: próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que
Esta etapa refere-se à fiscalização realizada pelos legislação pertinente, de modo a prevenir riscos e cor- não se tenham processado na época própria, bem
órgãos de controle e pela sociedade, para avaliação rigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas z O serviço ou material contratado tenha sido pres- como os Restos a Pagar com prescrição interrom-
da ação governamental, da gestão dos administrado- públicas, conforme estabelecido na Lei de Responsa- pida e os compromissos reconhecidos após o encer-
tado ou entregue e que se encontre, em 31 de
bilidade Fiscal (LRF). Embora a LRF não defina o que ramento do exercício correspondente poderão ser

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


res públicos e da aplicação de recursos públicos, por dezembro de cada exercício financeiro em fase de
pode ou não ser inscrito em restos a pagar, há vedação pagos à conta de dotação específica consignada no
intermédio da fiscalização contábil, financeira, orça- liquidação;
expressa ao ente público de contrair obrigações no orçamento, discriminada por elementos, obedeci-
mentária, operacional e patrimonial, com finalidade z O prazo para cumprimento da obrigação assumida
último ano do mandato do governante sem que exista da, sempre que possível, a ordem cronológica.
de: pelo credor estiver vigente (despesa a liquidar).
a respectiva cobertura financeira, evitando que um
governante contrate, por exemplo, obras vultosas em Para fins de identificação como despesas de exercí-
z Avaliar o cumprimento das metas previstas no seu último ano de mandato e deixe a conta para ser A inscrição de despesa em restos a pagar não pro-
cios anteriores, considera-se:
Plano Plurianual, a execução dos programas de paga por seu sucessor, como era comum no passado. cessados é realizada após verificar quais despesas
governo e dos orçamentos; Conforme disposto no seu art. 42: devem ser inscritas em restos a pagar, e anulando-se
as demais. Em seguida, inscreve-se os restos a pagar z Despesas que não tenham sido processadas na
z Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, época própria, como aquelas cujo empenho tenha
quanto à eficácia e à eficiência da gestão orça- Art. 42 É vedado ao titular de Poder ou órgão refe- não processados do exercício.
As despesas empenhadas a liquidar são aquelas sido considerado insubsistente e anulado no
mentária, financeira e patrimonial nos órgãos e rido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do
seu mandato, contrair obrigação de despesa que cujo prazo para cumprimento da obrigação, assumida encerramento do exercício correspondente, mas
entidades da Administração Pública, bem como da que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha
não possa ser cumprida integralmente dentro dele, pelo credor (contratado), encontra-se vigente, ou seja,
aplicação de recursos públicos por entidades de cumprido sua obrigação;
ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício a entrega do material ou do serviço adquirido ainda
direito privado. seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de z Restos a pagar com prescrição interrompida, a des-
estão pendentes.
caixa para este efeito. As despesas empenhadas em liquidação são aque- pesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido
Por controle social entende-se a participação da Parágrafo único. Na determinação da disponibi- cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
las em que o contratado realizou a entrega do mate-
sociedade no planejamento, na implementação, no lidade de caixa serão considerados os encargos e z Compromissos reconhecidos após o encerramento
despesas compromissadas a pagar até o final do rial ou do serviço, mas a verificação do seu direito ao
acompanhamento e verificação das políticas públicas, pagamento ainda não foi finalizada, ou seja, ainda do exercício, a obrigação de pagamento criada em
exercício.
avaliando objetivos, processos e resultados. não se deu a devida liquidação. virtude de lei, mas somente reconhecido o direito
O cancelamento das despesas empenhadas em do reclamante após o encerramento do exercício
Portanto, a norma estabelece que, no encerramen-
RESTOS A PAGAR liquidação deve ser criterioso, tendo em vista que o correspondente.
to do exercício, a parcela da despesa orçamentária
que se encontrar empenhada, mas ainda não paga, fornecedor de bens/serviços cumpriu com sua parte
Restos a Pagar estão intimamente ligados ao prin- poderá ser inscrita em restos a pagar. O raciocínio é da obrigação e a Administração está em fase de ava- O reconhecimento da obrigação de pagamento das
cípio da anualidade orçamentária. Relembrando, a de que, de forma geral, a receita orçamentária a ser liação da prestação do serviço ou entrega do material. despesas com exercícios anteriores, pela autoridade
Lei Orçamentária Anual (LOA) tem vigência de um utilizada para pagamento da despesa orçamentária já Esse cancelamento pode gerar a devolução do mate- competente, deverá ocorrer em procedimento admi-
ano. E como você deve se lembrar, na LOA estão pre- deve ter sido arrecadada no exercício, anteriormente rial recebido, indenização, ou não, dos serviços já rea- nistrativo específico, sendo necessário, no mínimo,
vistas as receitas e fixadas as despesas. à realização dessa despesa. 323 324 lizados, observada a legislação pertinente. os seguintes elementos:
z Identificação do credor/favorecido; Segundo Paludo (2020, p. 390), a LRF foi um divisor Objetivos Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
z Descrição do bem, material ou serviço adquirido/ na história das finanças públicas no Brasil, tornando-
contratado; -se uma espécie de código a orientar a conduta dos Feitos esses apontamentos, cumpre esclarecer os A LDO é uma lei que estabelece uma ligação entre
z Data de vencimento do compromisso; administradores públicos, impondo-lhes, de um lado, objetivos da Lei Complementar nº. 101, de 2000, que o PPA e a LDO.
z Importância exata a pagar; regras e limites e exigindo prestação de contas da estabelece normas de finanças públicas voltadas para Segundo Pascoal (2019, p. 46), a LRF trouxe uma
z Documentos fiscais comprobatórios; utilização dos recursos públicos, e, de outro, abrindo a responsabilidade na gestão fiscal, além de outras série de inovações em relação à LDO, uma vez que
z Certificação do cumprimento da obrigação pelo espaço para a responsabilização e aplicação de san- providências. Conforme se extrai do art. 1º da referida aumenta o seu conteúdo e a transforma no principal
credor/favorecido; ções pessoais. lei, o objetivo geral dessa norma é a disciplina jurídica instrumento de planejamento para uma administra-
z Motivação pelo qual a despesa não foi empenhada A LRF estabeleceu a responsabilidade na gestão fis- da atividade financeira do Estado. Vejamos: ção equilibrada.
ou paga na época própria. cal, a qual pressupõe a ação planejada e transparente, O conteúdo do § 2º, art. 165, da CF e do inciso I, art.
em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas 4º, da LRF são muito cobrados pelas bancas examina-
de finanças públicas voltadas para a responsabili- doras. Vale a pena decorá-los:
O reconhecimento da obrigação de pagamento das de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
dade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do
despesas com exercícios anteriores cabe à autoridade cumprimento de metas de resultados entre receitas e Título VI da Constituição. Art. 165 [...]
competente para empenhar a despesa. despesas e a obediência a limites e condições no que
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreende-
tange a renúncia de receita, geração de despesas com Consoante se observa do aludido dispositivo, a Lei rá as metas e prioridades da administração públi-
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas conso- de Responsabilidade Fiscal (LFR), como é conhecida, ca federal, incluindo as despesas de capital para o
lidadas e mobiliárias, operações de crédito, inclusive estabelece normas relacionadas à gestão do Estado, exercício financeiro subsequente, orientará a elabo-
por antecipação de receita, concessão de garantia e
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL especialmente quanto à responsabilização por trans- ração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
inscrição em Restos a Pagar. gressões fiscais. Assim, pode-se estabelecer que o obje- alterações na legislação tributária e estabelecerá a
Desta forma, é possível afirmar que a LRF alme- tivo específico da LFR consiste na instituição de um política de aplicação das agências financeiras ofi-
CONCEITOS E OBJETIVOS
ja implantar um modelo de gestão do setor público regime de administração responsável dos recursos ciais de fomento.
com vistas a fortalecer o controle centralizado das financeiros do Estado. Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o
Conceitos Gerais disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
dotações orçamentárias, uma vez que se estabelecem
I - disporá também sobre:
limites totais de gasto e limites específicos para algu- PLANEJAMENTO
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi editada a) equilíbrio entre receitas e despesas;
mas despesas. Ademais, a LRF vincula o PPA, a LDO e
em um contexto em que o Brasil passava por uma gra- b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser
a LOA, de forma que haja um mecanismo de planeja- O planejamento orçamentário é um processo con- efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
ve crise econômica e fiscal.
mento integrado de longo, médio e curto prazo obje- tínuo e dinâmico, fundamental para o Estado, nas três inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do §
Essa crise foi ocasionada por vários fatores, dentre
tivando garantir que a fase da execução não se desvie esferas governamentais, gerir de uma maneira racio- 1° do art. 31;
os quais podemos citar uma escassez de crédito mun- nal e inteligente seus recursos.
do planejamento inicial. Por fim, a LRF procura forta- c) (VETADO)
dial, decorrente de graves crises econômicas em paí- O § 1º, art. 1º, da LRF, ao afirmar que “a responsa-
lecer os instrumentos de avaliação e controle da ação d) (VETADO)
ses e regiões emergentes, como as crises econômicas bilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e) normas relativas ao controle de custos e à avalia-
governamental.
do México (1995), da Ásia (1997) e da Rússia (1998); e transparente”, explicita a importância do planeja- ção dos resultados dos programas financiados com
Em suma, a LRF se apoia em quatro pilares: plane-
uma crise monetária, a qual obrigou o Governo FHC a mento para uma gestão fiscal eficiente e responsável, recursos dos orçamentos;
jamento, transparência, controle e responsabilização.
mudar sua política cambial (1999), adotando o câmbio uma vez que, com o planejamento, é possível prever f) demais condições e exigências para transferên-
flutuante e abandonando sua principal bandeira na riscos e planejar as contramedidas a serem tomadas, cias de recursos a entidades públicas e privadas;
implantação do Plano Real, qual seja, a paridade fixa, caso os riscos se concretizem, aumentando a probabi-
em que um real equivalia a um dólar; e, principal- lidade de alcançar os objetivos planejados. Uma das principais inovações da LRF foi a previ-
mente, uma dívida interna crescente e descontrolada, A CF, em seu art. 165, determina que o Poder Exe- são de dois anexos a integrar a LDO: o Anexo de Metas
decorrente de gastos exagerados sem as necessárias cutivo, por meio de leis ordinárias de sua iniciativa, Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


contrapartidas de financiamento desses gastos. Além estabeleça as três ferramentas de planejamento e con- O Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fis-
LRF
disso, nesse período ocorreram graves crises políti- trole orçamentário público: o Plano Plurianual (PPA), cais compõem a LDO, e não a LOA.
cas, como o escândalo dos anões do orçamento (1993) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orça- O Anexo de Metas Fiscais estabelece metas anuais,
mentária Anual (LOA). em valores correntes e constantes, relativas a receitas,
Responsabilização

e escândalo dos títulos precatórios (1997), que leva-


Transparência

despesas, resultados nominal e primário e montante


Planejamento

ram a sociedade a exigir maior transparência de seus É recorrente as bancas examinadoras pergunta-
da dívida pública, para o exercício a que se referi-
Controle

governantes no trato do dinheiro público. rem qual o tipo de lei que a LOA, LDO e o PPA são.
Essas três leis orçamentárias são leis ordinárias, rem e para os dois seguintes. O anexo contém, ainda,
Embora o art. 163 da CF previsse uma lei com-
enquanto a LRF é uma lei complementar. uma avaliação do cumprimento das metas relativas
plementar, estabelecendo normas gerais acerca de
O PPA tem vigência de quatro anos e tem como ao ano anterior; um demonstrativo das metas anuais,
finanças públicas, dívida pública externa e inter-
objetivo definir o plano de ação do governo, por esta- instruído com memória e metodologia de cálculo que
na, concessão de garantias pelas entidades públicas, justifiquem os resultados pretendidos, comparando-
belecido por meio de programas. Podemos exempli-
emissão e resgate de títulos da dívida pública, fisca- ficar alguns programas do governo federal, como o -as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evi-
lização financeira da administração pública direta e Programa Bolsa Família, o Programa Minha Casa, denciando a consistência delas com as premissas e os
indireta, operações de câmbio realizadas por órgãos Suas disposições abrangem a União, os Estados,
Minha Vida ou o Programa de Erradicação do Traba- objetivos da política econômica nacional; a evolução
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal o Distrito Federal e os Municípios, compreendendo
lho Infantil – PETI​, dentre outros. do patrimônio líquido, também nos últimos três exer-
e dos Municípios; compatibilização das funções das o Executivo, o Legislativo, neste abrangidos os Tri-
Segundo Paludo (2020, p. 394), a LRF deu ênfase cícios, destacando a origem e a aplicação dos recur-
instituições oficiais de crédito – apenas em 4 de maio bunais de Contas, o Judiciário e o Ministério Públi- sos obtidos com a alienação de ativos; uma avaliação
e tornou mais clara a obrigatoriedade de elaboração
de 2000, com a edição da LRF, o Brasil passou a contar co, bem como as respectivas administrações diretas do PPA por todos os entes da Federação, incluindo da situação financeira e atuarial dos regimes geral de
com um verdadeiro instrumento de controle na ges- e indiretas, sejam fundos, autarquias, fundações ou também os pequenos municípios, quando estabeleceu previdência social e próprio dos servidores públicos
tão dos recursos públicos. empresas estatais dependentes. que a LOA e a realização de despesas deveriam ter e do Fundo de Amparo ao Trabalhador e dos demais
Embora o § 4º, art. 31, da CF vede a criação de Tri- compatibilidade com o PPA. fundos públicos e programas estatais de natureza
bunais de Contas Municipais, os municípios de São Por outro lado, a LDO e a LOA têm vigência de um atuarial; um demonstrativo da estimativa e compen-
Importante! Paulo e do Rio de Janeiro já possuíam seus tribunais ano e definem os planos de aplicação em estrita corre- sação da renúncia de receita e da margem de expan-
de contas na época da promulgação da CF, e por isso lação com o PPA. são das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Embora a LRF estabeleça normas gerais sobre foram mantidos. O processo legislativo para a aprovação dessas Por outro lado, no Anexo de Riscos Fiscais são ava-
finanças públicas, ela não revogou a Lei nº 4.320, Os demais municípios contam com Tribunais peças orçamentárias é determinado pela CF e será liados os passivos contingentes e outros riscos capazes
de 1964, a qual continua vigente e estudaremos de Contas dos Municípios, órgãos vinculados aos explicado na Seção “Administração Financeira e Orça- de afetar as contas públicas, informando as providên-
mais à frente. estados. 325 326 mentária e a Constituição Federal de 1988”. cias a serem tomadas, caso se concretizem.
Lei Orçamentária Anual (LOA) Ela é apurada somando-se as receitas arrecadadas O ciclo orçamentário, período de tempo em que se
no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas HORA DE PRATICAR! processam as atividades típicas do orçamento públi-
A LOA deve ser elaborada de forma compatível as duplicidades. Além disso, a receita corrente líquida co, é constituído das seguintes fases: planejamento,
com o PPA e com a LDO e pode ser considerada um deve ser deduzida dos seguintes itens: 1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) O orçamento público, elaboração e aprovação.
verdadeiro plano de aplicação do governo, uma vez um instrumento fundamental de governo, constitui o
que é por meio da LOA que o governo determina a z Na União: dos valores transferidos aos Estados e principal documento de políticas públicas. A respeito ( ) CERTO  ( ) ERRADO
gestão dos recursos públicos. Municípios por determinação constitucional ou desse assunto, julgue o seguinte item.
Segundo Paludo (2020, p. 85), a LOA é um instru- legal, das contribuições do empregador, do tra- Com base no orçamento público, os governantes 8. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando os princí-
mento de planejamento que operacionaliza no curto balhador e dos demais segurados da previdência selecionam as prioridades e decidem como empregar pios e a execução orçamentários, bem como a com-
prazo os programas contidos no PPA. A LOA contem- social, e das contribuições do PIS/PASEP; os recursos extraídos da sociedade e como distribuí- posição orçamentária do DF, julgue o item a seguir.
pla, conforme selecionado pela LDO, as prioridades z Nos Estados: as parcelas entregues aos Municípios -los entre diferentes grupos sociais, conforme o peso Situação hipotética: Um ente, ao final do exercício,
contidas no PPA e as metas que deverão ser atingi- por determinação constitucional; ou a força política desses grupos. apresenta a seguinte situação financeira:
das no exercício financeiro. A LOA disciplina todas as z Na União, nos Estados e nos Municípios: a contri-
ações do governo e é com base em suas autorizações buição dos servidores para o custeio do seu siste- z Insuficiência de arrecadação (saldo negativo das
( ) CERTO  ( ) ERRADO
que as despesas do exercício são executadas. ma de previdência e assistência social e as receitas diferenças acumuladas, ao longo do exercício, entre a
As bancas examinadoras costumam cobrar a pre- provenientes da compensação financeira devida receita prevista e a realizada): R$ 55.000;
entre as receitas de contribuição referentes aos 2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito das técnicas,
visão do conteúdo da LOA previsto na CF e na LRF. z Créditos extraordinários autorizados em agosto e não
militares e as receitas de contribuição aos demais dos princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item
Segundo o § 5º, art. 165, da CF, a LOA deve con- utilizados durante o exercício: R$ 40.000;
regimes. a seguir.
ter o orçamento fiscal, o orçamento de investimento z Déficit financeiro no balanço patrimonial do exercício
A ideia central do orçamento por resultados é que os
das empresas em que a União (e qualquer outro ente anterior: R$ 25.000.
Execução Orçamentária e do Cumprimento das cidadãos devem explicitar quais os resultados que
federativo), direta ou indiretamente, detenha a maio-
Metas querem em contrapartida aos recursos repassados
ria do capital social com direito a voto e o orçamento Assertiva: Nessa situação, o ente deverá reabrir o cré-
ao setor público.
da seguridade social, abrangendo todas as entidades dito extraordinário até o valor de R$ 40.000.
e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou Após a aprovação da LOA, o orçamento precisa ser
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos colocado em execução. Assim, o Poder Executivo deve ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO
e mantidos pelo Poder Público. estabelecer a programação financeira e o cronograma
Por outro lado, segundo o art. 5º da LRF, a LOA de execução mensal de desembolso em até 30 (trinta) 3. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando os princí- 9. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da receita
deve conter: dias após sua publicação. pios e a execução orçamentários, bem como a com- pública, julgue o item a seguir.
Porém, ao final de um bimestre, se verificarem posição orçamentária do DF, julgue o item a seguir. Os recursos obtidos por meio do pedágio cobrado
z Demonstrativo da compatibilidade da programa- que a realização da receita poderá não comportar Em consonância com o princípio orçamentário da dis- pela utilização de rodovias são classificados como
ção dos orçamentos com os objetivos e metas cons- o cumprimento das metas de resultado primário ou criminação, a lei de diretrizes orçamentárias da União receita derivada.
tante no Anexo de Metas Fiscais da LDO; nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da de 2020 veda a execução orçamentária de programa-
z Demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as LDO, os Poderes e o Ministério Público promoverão, ção que empregue a designação “a definir” bem como ( ) CERTO  ( ) ERRADO
receitas e despesas, decorrente de isenções, anis- por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 designações que não permitam sua identificação
tias, remissões, subsídios e benefícios de natureza dias subsequentes, limitação de empenho e movimen- precisa. 10. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da receita
financeira, tributária e creditícia, bem como das tação financeira, segundo os critérios fixados pela
pública, julgue o item a seguir.
medidas de compensação a renúncias de receita LDO. ( ) CERTO  ( ) ERRADO A classificação orçamentária por natureza da recei-
Apesar da previsão de limitação de empenho,
e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter ta é utilizada por todos os entes da federação e tem
algumas despesas não poderão sofrer limitações: as
continuado; 4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Com relação ao processo como objetivo identificar a origem do recurso confor-
despesas que constituam obrigações constitucionais
z Previsão de reserva de contingência, cuja forma de orçamentário brasileiro, julgue o item subsequente. me o fato gerador.
e legais, inclusive aquelas destinadas ao pagamento
utilização e montante, definido com base na recei- As diretrizes, os objetivos e as metas da administra-
do serviço da dívida, e aquelas ressalvadas pela LDO.
ta corrente líquida, serão estabelecidos na LDO, ( ) CERTO  ( ) ERRADO

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


O Resultado Primário indica se o nível dos gas- ção pública federal para as despesas relativas aos
destinada ao atendimento de passivos contingen- programas de duração continuada serão fixados no
tos orçamentários do ente federativo está compatí-
tes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos; plano plurianual. 11. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Com relação a orçamen-
vel com sua arrecadação. De acordo com o inciso II,
z Todas as despesas relativas à dívida pública, mobi- to público, julgue o próximo item.
art. 2º, da Lei nº 9.496, de 1997, esse indicador pela
liária ou contratual, e as receitas que as atenderão; ( ) CERTO  ( ) ERRADO Os recursos obtidos com a venda de bens imóveis de
diferença entre as Receitas Primárias e as Despesas
z O refinanciamento da dívida pública constará Primárias. Quando seu valor for positivo, ou seja, as propriedade da União pertencem à categoria econô-
separadamente na LOA e nas de crédito adicional; receitas superaram o valor das despesas, dizemos que 5. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Com relação ao processo mica das receitas correntes.
z A atualização monetária do principal da dívida houve um Superávit Primário, e, caso contrário, hou- orçamentário brasileiro, julgue o item subsequente.
mobiliária refinanciada não poderá superar a ve um Déficit Primário. A lei de diretrizes orçamentárias é o instrumento que ( ) CERTO  ( ) ERRADO
variação do índice de preços previsto na LOA, ou Receitas Primárias ou Não Financeiras decorrem regula a elaboração da lei orçamentária anual e dis-
em legislação específica; da atividade fiscal do governo, como, por exemplo, as 12. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A respeito da receita
põe sobre as prioridades da administração pública.
z É vedado consignar na LOA crédito com finalidade receitas tributárias e de transferências recebidas de pública, julgue o item a seguir.
imprecisa ou com dotação ilimitada; outros entes públicos. A doação em espécie recebida por um ente público
( ) CERTO  ( ) ERRADO
z A LOA não pode consignar dotação para investi- Despesas Primárias ou Não Financeiras são gas- passa pelas seguintes etapas da receita: lançamento,
mento com duração superior a um exercício finan- tos necessários para promover os serviços públicos à arrecadação e recolhimento.
ceiro que não esteja previsto no plano plurianual 6. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito de orçamento
sociedade, desconsiderando o pagamento de emprés- público, julgue o próximo item.
ou em lei que autorize a sua inclusão; timos e financiamentos. São exemplos as despesas ( ) CERTO  ( ) ERRADO
z Integrarão as despesas da União, e serão incluídas Se uma empresa pública custear com recursos próprios
com pessoal, encargos sociais, transferências para
na LOA, as do Banco Central do Brasil relativas a suas despesas com pessoal, encargos sociais e
outros entes públicos e investimentos. 13. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Em sentido amplo, recei-
pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, manutenção em geral, ela poderá excluir esses recur-
O Resultado Nominal representa a variação da ta pública consiste no recolhimento de bens aos
inclusive os destinados a benefícios e assistência sos do orçamento fiscal.
dívida fiscal líquida em determinado período, ou seja, cofres públicos. No que se refere à receita pública,
aos servidores, e a investimentos. esse indicador representa a evolução da dívida. julgue o item subsecutivo.
Adicionalmente, até o final dos meses de maio, ( ) CERTO  ( ) ERRADO O pagamento pelo contribuinte do imposto sobre a
“Receita corrente líquida” é um termo recorrente setembro e fevereiro, o Poder Executivo deverá propriedade de veículos automotores (IPVA) corres-
em matéria orçamentária, cuja definição, conforme o demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fis- 7. (CEBRASPE-CESPE — 2019) O orçamento público, ponde ao estágio de lançamento da receita orçamen-
inciso IV, art. 2º, da LRF, é o somatório das receitas tri- cais de cada quadrimestre, em audiência pública na um instrumento fundamental de governo, constitui o tária classificada na espécie receita tributária.
butárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, Comissão Mista permanente de Deputados e Senado- principal documento de políticas públicas. A respeito
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e res ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e desse assunto, julgue o seguinte item. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
outras receitas também correntes. municipais. 327 328
14. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No que se refere às des- A Lei de Responsabilidade Fiscal só trata de metas de
pesas públicas, julgue o item. resultados para as despesas públicas, uma vez que
Denomina-se despesa orçamentária a despesa que as receitas públicas estão fora do controle dos órgãos
tenha sido realizada com o sacrifício de receitas orça- públicos.
mentárias, ainda que não tenha sido objeto de dota-
ção orçamentária. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

( ) CERTO  ( ) ERRADO 9 GABARITO


15.
(CEBRASPE-CESPE — 2021) Acerca da despesa
pública, julgue o item que se segue. 1 CERTO
A classificação institucional da despesa orçamen-
tária corresponde à alocação de créditos vinculados 2 CERTO
a unidades orçamentárias representativas de uma 3 CERTO
estrutura administrativa.
4 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
5 CERTO
16. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Despesa pública é o 6 CERTO
conjunto de dispêndios realizados pelos entes públi-
cos para custear os serviços públicos prestados à 7 ERRADO
sociedade ou para a realização de investimentos. A
8 ERRADO
respeito de despesa pública, julgue o item.
Segundo a categoria econômica, as despesas públi- 9 ERRADO
cas são classificadas em despesas correntes e des-
pesas de capital. 10 CERTO

11 ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
12 ERRADO
17. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Para limitar os gastos
do governo, um dos mecanismos utilizados é a publi- 13 ERRADO
cação de decreto que disponha sobre a programação
14 ERRADO
orçamentária e financeira bem como o cronograma
mensal de desembolso. Acerca desse assunto, julgue 15 ERRADO
o item subsequente.
O ato pelo qual determinada unidade orçamentária ou 16 CERTO
administrativa transfere a outras unidades orçamen-
17 CERTO
tárias ou administrativas o poder de utilizar créditos
que lhes tenham sido dotados caracteriza o que se 18 ERRADO
denomina descentralização de créditos.
19 ERRADO

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA


( ) CERTO  ( ) ERRADO
20 ERRADO
18. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Com relação à progra-
mação e à execução orçamentária e financeira e ao
acompanhamento da execução, julgue o item que se
segue. Define-se destaque como transferência de ANOTAÇÕES
créditos entre unidades gestoras de um mesmo órgão
ou entidade.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

19. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito dos instru-


mentos de planejamento da gestão pública, julgue o
item a seguir.
Se alguma das casas do Poder Legislativo ultrapas-
sar o limite máximo de execução de despesas fixado
na programação financeira, o Poder Executivo ficará
dispensado de apresentar o cumprimento das metas
fiscais do quadrimestre seguinte na comissão mista
de orçamentos.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

20. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Acerca da receita e da


despesa públicas, bem como de dispositivos da Lei de
Responsabilidade Fiscal, julgue o item que se segue.
329 330
A Era da Industrialização Clássica compreende contribuiu para a expansão da competição entre as
o período após a Revolução Industrial (meados de organizações. A estrutura organizacional burocrática
1840) até 1950. Chiavenato aponta que as principais da Era da Industrialização Clássica deixou de ser sufi-
características dessa era são a intensificação da indus- ciente para acompanhar as mudanças externas. Para

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS trialização a nível mundial e o advento dos países
desenvolvidos. Nesse contexto, as organizações ado-
esse contexto, a estrutura matricial, exibida na figura
a seguir, foi adotada.

ORGANIZAÇÕES
tavam a estrutura organizacional burocrática, confor-
me figura a seguir.

CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, RELAÇÃO COM OS OUTROS SISTEMAS DA


ORGANIZAÇÃO
CONCEITO

As organizações estão em constante crescimento e desenvolvimento. Quanto maior o número de produtos/ser-


viços oferecidos e abrangência de mercado, maior a necessidade de ter pessoas qualificadas e competentes para
manter e aumentar a competitividade organizacional. Sendo assim, toda organização necessita de pessoas para a
sua sobrevivência e sucesso, ainda que em menor escala. E é justamente porque as organizações dependem das
pessoas que existe a necessidade de gerenciar e orientar o comportamento desses indivíduos no ambiente de tra- A divisão, nesse tipo de estrutura, deixa de ser ape-
balho. Isso significa que o comportamento dos trabalhadores deve ser coerente com os objetivos e valores da orga- nas funcional e passa a ser funcional e de produto/
A estrutura burocrática possui um formato pira-
nização. A área/departamento que atua sobre o comportamento das pessoas é chamada de Gestão de Pessoas (GP). serviço. A estrutura matricial é caracterizada pela
midal e centralizador, ou seja, poucas pessoas detém o
Hoje, a GP é responsável por diversas funções, tais como recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, possibilidade de dupla interação, isto é, os trabalhado-
poder e a possibilidade de tomada de decisões na orga-
oferta de benefícios e serviços sociais, implementação de programas de incentivos, remuneração, avaliação do desem- res podem se reportar a dois gerentes: o de projeto e
nização. Essas pessoas estão no topo da hierarquia. A
penho, atenção a questões de saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho, entre outros. Mas nem sempre foi divisão de departamentos era feita de acordo com a o de produto. Com a coordenação um pouco mais des-
assim. Fischer (2002) aponta para quatro correntes que correspondem a períodos históricos diferentes na GP. Uma funções, tais como produção, contabilidade, recursos centralizada, cresce a capacidade de mudanças, ino-
síntese das características dessas correntes é apresentada no quadro a seguir. humanos, entre outros. Esse tipo de estrutura “funciona- vações e processamento de informações, além disso,
va” para aquela época, pois tratava-se de um ambiente as atividades dos cargos tornam-se mais complexas.
DEPARTAMENTO PESSOAL GESTÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO estável, em que as mudanças externas eram previsíveis. As diferenças com a era anterior também incluem,
Assim, as organizações se preocupavam mais com seus conforme Chiavenato, a forma de visualizar os traba-
Período: 1890 - 1930 Período: 1930 - 1970
problemas internos de produção – em busca sempre da lhadores. Esses passam a ser considerados recursos
Surgimento da Escola de Relações Humanas¹. O homem maior eficiência – do que com as situações externas. A vivos e dotados de inteligência, ao mesmo tempo em
Trabalhadores vistos como fatores de produção. Os custos
passa a ser visto como ser social e não mais como ho- eficiência seria alcançada por meio da padronização e
desses devem ser administrados de forma racional e lógica que o setor de GP ganha notoriedade nas organiza-
mem econômico simplificação das tarefas, bem como pela especialização ções. Apesar disso, as pessoas ainda eram tratadas de
da mão de obra. A execução de tarefas extremamen- forma padronizada, como se todas tivessem as mes-
O departamento de pessoal lida com as questões buro- A Psicologia é utilizada para entender e interferir nas te simples, repetitivas e monótonas, permitia grandes mas motivações e necessidades.
cráticas associadas aos trabalhadores, basicamente con- organizações escalas de produção a um custo menor. Por último, a Era da Informação teve início na
tratação e desligamento Ainda, de acordo com Chiavenato (2014), na Era da década de 1990 e se estende aos dias atuais. A princi-
Industrialização Clássica os trabalhadores eram vistos pal característica ressaltada por Chiavenato (2014) é

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES


O departamento de gestão de pessoas lida com treina- como meros recursos produtivos, tais como as máqui-
O gerente de pessoal tem a função principal de selecionar a imprevisibilidade das mudanças, visto que a tecno-
mento, relações interpessoais, avaliação de desempenho, nas e os equipamentos industriais. Portanto, aqueles
os candidatos mais eficientes, ou seja, aqueles que são logia da informação possibilitou uma globalização da
entre outras funções com vistas a obter trabalhadores que não se adequavam às atividades ou não eram sufi-
capazes de produzir mais a um custo baixo economia. As transações econômicas são realizadas a
satisfeitos e motivados cientemente rápidos na execução de suas tarefas, deve-
nível mundial e as informações chegam até as pessoas
riam ser “substituídos” por outros mais eficientes.
GESTÃO ESTRATÉGICA VANTAGEM COMPETITIVA em um período surpreendentemente curto, contri-
Por fim, não havia nenhuma possibilidade de
Período: 1970 - 1980 Período: a partir de 1980 buindo para a grande competitividade entre as orga-
mudanças e inovações nas fábricas, especialmente em
razão da cultura organizacional, que era bastante con- nizações. A estrutura organizacional que se adequa a
Os trabalhadores devem estar alinhados à estratégia da
servadora e prezava pela manutenção do status quo. tais características é a estrutura em rede, demonstra-
empresa. Abandono do modelo comportamental. O fato O aumento da competitividade exige das organiza-
da na figura a seguir.
de os trabalhadores estarem felizes e satisfeitos, não ções um modelo de gestão de pessoas com base em
necessariamente indica que estão contribuindo para os competências Dica
objetivos organizacionais
A expressão “status quo” é latina e significa “o esta-
As funções de gestão de pessoas não são genéricas para Necessidade de desenvolver competências humanas para do das coisas”. Manter o status quo em uma orga-
todos os tipos de organizações, mas associadas às dire- que, consequentemente, as competências organizacio- nização significa, portanto, manter as atividades
trizes estratégicas de cada uma nais sejam asseguradas funcionando exatamente como elas estão. Logo,
Temáticas predominantes: estratégia competitiva, reestru- não há possibilidade de adaptar ou substituir os pro-
Forte vinculação entre gestão de pessoas e estratégias
turação, competências essenciais, reengenharia, reinven- cessos por outros, ainda que sejam mais viáveis. A
organizacionais
ção do setor ideia é: se deu certo no passado, por que mudar?

Fonte: adaptado de Fischer (2002). A Era da Industrialização Neoclássica compreende


o período entre 1950 e 1990. De acordo com Chiavena-
Ainda no que diz respeito à evolução da GP, cabe destacar a visão de Chiavenato (2014). O autor destaca que a to (2014), nessa época as mudanças começaram a ocor-
partir da Revolução Industrial surgiu o conceito atual de trabalho e que, ao longo do século XX, algumas mudan- rer de forma progressiva. Além disso, as transações
ças ocorreram, podendo ser divididas em três eras organizacionais: Era da Industrialização Clássica, Era da Indus- comerciais, que antes aconteciam apenas no âmbito
trialização Neoclássica e Era da Informação. 331 332 local, passaram a ser regionais e internacionais, o que
Nesse tipo de estrutura, há uma grande interação semana. Imagine a quantidade de horas por ano. As z Aplicar pessoas: os processos de aplicar pessoas z Ajudar a organização a alcançar seus objetivos por
e interdependência entre as diversas equipes. É notó- pessoas vivem grande parte de suas vidas no traba- envolvem as atividades de definição das tarefas meio do desenvolvimento da implementação dos
ria também a ênfase no conhecimento e nas possibi- lho e, por isso, a importância de que esse último não atribuídas a cada cargo, orientação dos trabalha- processos de GP;
lidades de inovação. A responsabilidade dos gerentes, seja um “fardo” ou um grande “aborrecimento” para dores sobre as tarefas do cargo e avaliação do z Auxiliar a organização na construção de uma cul-
como afirma Chiavenato (2014), é fazer com que o os trabalhadores. Por outro lado, conforme discutido desempenho; tura organizacional focada na alta performance;
conhecimento seja útil e produtivo para as organi- anteriormente, as organizações precisam das pessoas z Recompensar pessoas: os processos de recompen- z Assegurar, por meio dos processos de recrutamen-
zações. A cultura organizacional deixa de conside- para conduzir suas atividades e obter sucesso. Por sar pessoas abrangem todas as formas utilizadas to, seleção, treinamento e desenvolvimento, que
rar apenas os aspectos internos e passa a focar no isso, “as organizações jamais existiriam sem as pessoas para remunerar o tempo e a dedicação do traba- a organização tenha profissionais qualificados
ambiente externo e nas oportunidades de mudança. que lhes dão vida, dinâmica, energia, inteligência, cria- lhador às atividades organizacionais. A remunera-
Diferentemente das duas eras anteriores, o capi- e motivados na execução das atividades de seus
tividade e racionalidade” (CHIAVENATO, 2014, p. 6). ção inclui não apenas o salário (que normalmente
tal intelectual ganha destaque e as pessoas tornam-se cargos;
é fixo e mensal), mas também os benefícios e servi-
parceiras da organização. A inteligência, habilidades z Fomentar uma relação saudável entre líderes e
RELAÇÃO COM OUTROS SISTEMAS DE ços sociais e os incentivos;
e personalidade dos trabalhadores são os recursos ORGANIZAÇÃO subordinados, de forma que haja uma confiança e
z Desenvolver pessoas: os processos de desenvol-
mais importantes da organização, pois é por meio responsabilidade entre as partes;
ver pessoas dizem respeito às atividades de treina-
deles que é possível enfrentar e superar os desafios Para finalizar, é importante destacar que o setor de z Contribuir para que as atividades de traba-
mento (foco no curto e médio prazo e nas tarefas
organizacionais. Gestão de Pessoas se relaciona com os demais sistemas lho sejam éticas e coerentes com os valores da
do cargo atual) e desenvolvimento (foco no longo
Essas três eras apresentam diferentes abordagens da organização. Não apenas esse setor, mas toda a orga- organização.
prazo e no desenvolvimento de habilidades e com-
sobre como lidar com os trabalhadores, podendo ser nização está interligada. Isso significa que é a soma de petências para o bom desempenho de atividades
caracterizadas da seguinte maneira: (i) Relações Indus- todas as partes organizacionais que possibilita o bom POLÍTICAS E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
triais na Era da Industrialização Clássica; (ii) Recursos de cargos futuros), gestão do conhecimento, ges-
desempenho e sucesso. Vamos pensar em um exem- tão de competências, aprendizagem corporativa, GERENCIAIS
Humanos na Era da Industrialização Neoclássica; e
plo. O departamento de produção é importante, mas comunicação, entre outras;
(iii) Gestão de Pessoas na Era da Informação.
se houver apenas ele, quem desempenhará as vendas? z Manter pessoas: os processos de manter pessoas Em uma organização, constantemente decisões
Apresentado o contexto histórico da gestão de pes-
Quem cuidará da logística e da distribuição do que for buscam criar ambientes organizacionais saudá- são tomadas. Enquanto os gestores do topo lidam com
soas, vamos tratar sobre seu conceito. A forma como
produzido? Quem avaliará o desempenho e a produti- veis para os trabalhadores a fim de mantê-los na decisões estratégicas e de longo prazo, os administra-
as organizações administram os seus recursos huma-
vidade dos trabalhadores? Quem será responsável por organização e reduzir a rotatividade. A fim de criar dores do nível tático tomam decisões de médio prazo e
nos vem mudando ao longo dos anos. Tais mudanças
gerenciar as remunerações dos trabalhadores? Portan- ambientes fisicamente e psicologicamente satisfa- associadas aos departamentos ou setores específicos.
são refletidas nas nomenclaturas dadas à área, tais
to, é fundamental que todas as áreas da organização tórios, a GP se preocupa com questões como cul- Os gestores do nível operacional, por sua vez, tratam
como administração de recursos humanos, departa-
realizem as suas atividades com sinergia. tura organizacional, clima organizacional, higiene, de questões de curto prazo, geralmente associadas a
mento de pessoal, administração de pessoal, gestão do
capital humano, entre outros. Neste material, utiliza- Em uma situação mais específica, vamos imaginar saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho; uma tarefa. Nesses diferentes níveis organizacionais
remos sempre o termo “Gestão de Pessoas”. que uma das vendedoras da Empresa Alfa está grávida z Monitorar pessoas: os processos de monitorar uma grande quantidade de informações deve ser ana-
De acordo com Fischer (2002, p. 12), “entende-se e ficará ausente por um tempo devido à licença mater- pessoas tem o objetivo de conduzir e gerenciar lisada e gerenciada. Para que seja possível a tomada
por modelo de gestão de pessoas a maneira pela qual nidade. O supervisor de vendas deve encaminhar para os trabalhadores em suas atividades, bem como de decisões eficiente e eficaz, é necessário um sistema
uma empresa se organiza para gerenciar e orientar a administração da empresa a necessidade de contra- visualizar os resultados de tais atividades. Os ban-
tação temporária de outro profissional. Logo que a que integre tais informações. Esse sistema é chamado
o comportamento humano no trabalho. Para isso, a cos de dados e os sistemas de informações geren- de sistema de informações gerenciais.
empresa se estrutura definindo princípios, estratégias, administração concordar com a contratação, o setor de ciais são fundamentais para esses processos.
GP deve ser informado, a fim de iniciar os processos Os níveis organizacionais podem ser caracteriza-
políticas e práticas ou processos de gestão”.
de recrutamento, seleção e treinamento (se necessá- dos conforme a figura a seguir.
Complementarmente, de acordo com Chiavenato Os seis processos de GP são igualmente importan-
(2014), a GP pode assumir três significados diferentes: rio). No processo de recrutamento, o departamento de
tes e relacionados entre si, no entanto, em algumas
função ou departamento, conjunto de práticas e profissão. marketing pode ser envolvido para tornar a vaga mais
situações um ou mais processos podem ser priori-
atrativa aos possíveis candidatos. Os recursos financei- Nível estratégico
tários. Vamos pensar em uma situação prática. Nos Administradores de topo
z A GP como departamento é área da organização res- ros também devem ser gerenciados, já que pelo menos
casos em que o mercado de trabalho se encontra na Atuação estratégica, abrange toda a

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES


ponsável por funções como recrutamento, seleção, durante os 120 dias da licença maternidade a empre- organização
situação de oferta, isto é, existe um grande número
treinamento, desenvolvimento, oferta de benefícios sa terá que pagar um funcionário “a mais”. Caso esses Longo prazo
de oportunidades de emprego e poucos trabalhadores Foco nos ambientes externo e interno
e serviços sociais, implementação de programas de departamentos não trabalhem em sincronia e em prol
qualificados, a organização pode focar nos processos
incentivos, remuneração, avaliação do desempe- de um objetivo comum – a contratação de um novo Nível tático
de manter pessoas. Isso porque nesse caso a orga- Gerentes
nho, atenção a questões de saúde, segurança e qua- profissional – a equipe de vendas pode ficar defasada,
nização precisará fazer grandes investimentos no Atuação tática, abrange um departamento
lidade de vida no trabalho, entre outros; podendo gerar, inclusive, insatisfação dos clientes da ou setor
processo de recrutamento para atrair bons profissio-
z A GP como conjunto de práticas indica como a Empresa Alfa. Por isso, é fundamental pensar na orga- Médio prazo
nais. Além disso, os trabalhadores atuais da empresa Foco no ambiente interno
organização realiza as atividades associadas a nização como um todo e em como as atividades de cada
podem ser atraídos pelas vagas de outras organiza-
recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvi- um dos departamentos são essenciais. Nível estratégico
ções, ou até mesmo diminuírem a produtividade no
mento, benefícios e serviços sociais, programas de Supervisores de linha
incentivos, remuneração, avaliação do desempe- trabalho quando perceberem que existem diversas Atuação operacionas, abrange uma tarefa

nho, saúde, segurança e qualidade de vida no tra- oportunidades no mercado. Curto prazo
Foco no ambiente interno
balho, entre outros; É fundamental, nessa situação, que a organização
z A GP como profissão inclui aqueles indivíduos que
FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE focalize seus esforços em melhorar o clima organiza-
atuam em profissões estritamente associadas aos PESSOAS cional, bem como propiciar que o ambiente de traba-
Chiavenato (2014) aborda que antigamente as
recursos humanos, tais como os recrutadores, sele- lho seja saudável em termos físicos (temperatura e
iluminação agradáveis e bons equipamentos de traba- informações sobre os recursos humanos da organiza-
cionadores, treinadores, gestores de remuneração, ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E OBJETIVOS
lho como cadeiras específicas e mouse pads, por exem- ção eram disponíveis apenas ao setor de GP. Posterior-
profissionais de segurança do trabalho, entre outros.
De acordo com Chiavenato (2014) a área de gestão plo) e psicológicos (eliminação de fontes de estresse, mente, tais informações passaram a ser divulgadas
IMPORTÂNCIA de pessoas tem seis processos básicos: tais como evitar o envio de um grande número de também para os gestores de cada área ou equipe, para
e-mails e proporcionar atividades agradáveis, como que eles pudessem contribuir na tomada de decisão
A importância da GP é evidenciada pela relação z Agregar pessoas: os processos de agregar pes- um café da tarde com todos do setor, por exemplo). sobre o time que coordena. Hoje, os sistemas de infor-
entre indivíduos e organizações. Pense sobre quanto soas incluem as funções de recrutamento, seleção Quando os processos de Gestão de Pessoas são bem mações gerenciais têm sido compartilhados também
tempo as pessoas despendem, por dia, no ambiente e integração. Ou seja, esse processo tem foco na desempenhados, os objetivos da área são atingidos. com os próprios colaboradores, no intuito de que pos-
organizacional ou em atividades de trabalho. 6 horas? forma como a GP integra novos trabalhadores na De acordo com Bruna Guimarães, da Gupy (startup de sam visualizar informações sobre seu desempenho e
8 horas? Agora multiplique por cinco (ou seis) dias na organização; 333 334 recrutamento e seleção), os objetivos da GP são: até mesmo se autoavaliar.
Para que seja possível armazenar as informações, z Capacidade de adiar recompensas: a recompen- TIPO DE LÍDER CARACTERÍSTICAS
é necessário um banco de dados. Nos bancos de dados, COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL sa pode surgir a longo prazo. Portanto, é importan- Por meio da motivação, procura retirar o
os dados são codificados e organizados de forma a te que o indivíduo seja capaz de adiar recompensas melhor de cada pessoa;
facilitar o acesso futuro e a obtenção de informações De acordo com Robbins (2005, p. 6) “o comporta- e até mesmo trabalhar de forma rotineira, em
mento organizacional é um campo de estudos que A liderança é menos um atributo/fun-
para a tomada de decisão. alguns casos; ção e mais uma relação entre líderes e
investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estru- z Permanente desejo de realização: é o que assegura Transformador colaboradores;
Dados ≠ Informações tura têm sobre o comportamento dentro das organi- o acesso a posições mais elevadas na carreira.
zações com o propósito de utilizar este conhecimento Enxerga o potencial das pessoas e tem
prazer no seu crescimento;
Dados: são conteúdos quantificáveis, tais como para melhorar a eficácia organizacional”. Resumida- LIDERANÇA
números, valores e medições. Sozinhos, os dados não mente, os estudos sobre comportamento organizacio- É um bom treinador e ajuda os outros a
nal se preocupam com o comportamento das pessoas se tornarem líderes.
são fonte de conhecimento. Isso significa que um A liderança, conforme apresentada por Robbins
dado, isoladamente, não contribui para a tomada de no ambiente de trabalho e como esse comportamento (2005), indica traçar metas, comunicar e engajar os Fonte: Hitt (1990 apud MATTAR, 2010).
decisão gerencial. Exemplo: No mês de janeiro de 2020 impacta no desempenho das empresas. trabalhadores de forma que os objetivos sejam alcan-
a Empresa Delta vendeu 200 aparelhos de TV. Perceba MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO
çados. Os líderes inspiram os empregados e os auxi-
que simplesmente saber a quantidade de produtos RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO liam na superação dos obstáculos e dificuldades. Posto
vendidos não tem significância. de uma forma bastante direta, a liderança é a capaci- A motivação é o “[...] processo responsável pela
Informações: são dados tratados. Quando os dados Como já discutido anteriormente, as pessoas pas- dade de um indivíduo influenciar um grupo no alcan- intensidade, direção e persistência dos esforços de
são classificados, armazenados, ordenados e relaciona- sam a maior parte de suas vidas no trabalho. Por essa ce de objetivos pré-estabelecidos. uma pessoa para o alcance de uma determinada
dos, se tornam informações. As informações possuem razão, é importante que as relações entre indivíduo e A liderança pode ser formal ou informal (ROB- meta” (ROBBINS, 2005, p. 132). A intensidade diz res-
significado, são capazes de transmitir uma mensagem. BINS, 2005). Na liderança formal, a influência sobre peito ao esforço empregado por uma pessoa na rea-
organização não sejam fonte de estresse, de tensão ou
Exemplo: No mês de janeiro de 2020 a Empresa Delta um grupo é exercida por alguém que tem um cargo lização de um objetivo. A direção indica “para onde
de doença. Pensando em uma união “perfeita”, indi-
vendeu 200 aparelhos de TV. No mês seguinte, a empre- mais alto na hierarquia da organização. Visto que car- vamos”. Não adianta o trabalhador empregar esforço
víduos e organizações teriam os mesmos objetivos e
sa concretizou a venda de 250 produtos, mesmo tendo gos mais elevados indicam certo grau de autoridade, se não souber em que direção deve caminhar. Por últi-
valores. Por exemplo, a empresa Magazine Luiza pos-
um funcionário afastado durante 15 dias. Nesse caso, o líder consegue a adesão dos subordinados devido mo, a persistência indica quanto tempo um indivíduo
sui a missão de “ser uma empresa competitiva, inova-
os dados foram relacionados e, por isso, tornaram-se ao cargo que ocupa. Alguns exemplos de liderança consegue manter seu esforço, isto é, por quanto tempo
dora e ousada que visa sempre o bem-estar comum”. consegue ficar motivado. A motivação e o desempe-
informações. A partir dessas informações, a empresa Seus valores incluem: respeito, desenvolvimento e formal incluem: gestor de projetos, administrador de
pode criar metas de vendas, por exemplo. recursos humanos, gerente de compras etc. Por outro nho estão intimamente relacionados, pois um pro-
reconhecimento; ética; simplicidade e liberdade de fissional motivado tende a ter melhores resultados e
expressão; inovação e ousadia. Provavelmente, nos lado, a liderança informal, conforme vimos na Escola
Fonte: UNILAB. Entenda a diferença entre dados e informação. de Relações Humanas, surge na organização informal. bom desempenho em suas tarefas.
2019. Disponível em: <https://www.unilab.com.br/materiais- processos de recrutamento e seleção a empresa bus- Apesar de muitos líderes buscarem formas de moti-
ca por profissionais que tenham, ainda que não todas, Robbins afirma que a liderança não sancionada, isto
educativos/artigos/gestao/diferenca-entre-dados-e-informacao/>.
é, que surge fora da organização formal, é tão ou até var os trabalhadores por meio de palestras e treinamen-
Acesso em: 10 nov. 2020. algumas dessas características. Isso porque a gestão tos, por exemplo, a motivação é intrínseca, ou seja, está no
dos recursos humanos pode se tornar uma tarefa mais importante que a liderança formal.
Independentemente do tipo de liderança (formal interior dos indivíduos. É impossível, portanto, que um
O sistema de informação de GP, portanto, “é baseado menos árdua quando as pessoas caminham em dire- gestor ou líder seja capaz de motivar os colaboradores.
em um banco de dados (incluindo um banco de talentos ou informal), é importante destacar que os indiví-
ção aos mesmos objetivos da organização. A teoria mais conhecida sobre motivação é Teoria
ou banco de competências) para disponibilizar, em tempo duos não devem exercer seus papéis de líderes sem
Uma teoria administrativa que abrange esse da Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow.
real, informações sobre pessoas, capital humano e capital considerar os aspectos éticos. Enquanto líderes éticos
aspecto da relação entre indivíduo e organização é De acordo com o autor, as necessidades dos indivíduos
intelectual da empresa” (CHIAVENATO, 2014, p. 438). incentivam os trabalhadores e cobram resultados,
a Teoria Estruturalista. De acordo com Chiavenato estão dispostas como que em uma pirâmide, de forma
As informações inseridas no banco de dados podem líderes antiéticos podem praticar agressões verbais/
(2004), essa teoria ganha destaque a partir da déca- morais com os subordinados. William Hitt (1990 apud que, em um primeiro momento busca-se atender aos
incluir: cadastro dos trabalhadores (como nome, RG, da de 1950 e surge da necessidade de perceber que a objetivos da base da pirâmide e, em seguida, as neces-
CPF e endereço), cadastro de remuneração (progressão MATTAR, 2010) identifica quatro estilos de liderança,
organização é um sistema complexo com interação de que corresponderiam a quatro sistemas éticos distin- sidades vão aumentando. A figura abaixo demonstra
dos salários, além dos benefícios e incentivos recebi- grupos sociais. Esses grupos podem possuir objetivos as necessidades propostas por Maslow.
tos, conforme apresentado no quadro a seguir.
dos), cadastro de treinamento (treinamentos realiza-

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES


similares ou distintos dos objetivos da organização.
dos pelo trabalhador, independentemente de ter sido Nessa teoria, o indivíduo não é considerado homem
oferecido pela própria organização), entre outras. econômico (abordagem clássica), nem homem social TIPO DE LÍDER CARACTERÍSTICAS
Autorrrealização
A figura a seguir apresenta um exemplo de sistema (teoria das relações humanas), mas sim um homem Os meios justificam os fins; Crescimento, auto controle
de informação gerencial de GP que pode ser acessado organizacional, que desempenha diferentes papéis Preocupa-se meramente com os
pelo gerente. em várias organizações (na empresa, na família, nos resultados; Auto estima
grupos sociais, na instituição religiosa que participa, Manipulador Respeito dos autores, confiança, conquista
Sistema de informação gerencial A autoridade está baseada no poder;
entre outros). Chiavenato (2004) discorre que para
Seus subordinados devem ser passivos,
obter sucesso, isto é, para ter um bom desempenho Social
dependentes e submissos.
Qual a remuneração do funcionário? nas organizações, o homem organizacional deve ter Família, amizade, amor
Quando foi admitido na organização?
algumas características de personalidade: flexibili- Principal função: comunicar e fazer
Quando deve ter férias? cumprir regras;
dade, tolerância às frustrações, capacidade de adiar Segurança
Qual cargo o funcionário ocupa? recompensas e permanente desejo de realização. Preocupação com a eficiência; Emprego, saúde, propriedade
Qual é a sua experiência profissional?
Quais suas habilidades e conhecimentos? As características de personalidade do homem organiza- Administrador Racionalização das funções de liderança e
Acesso
do
Saída de cional indicadas por Chiavenato (2004) são assim definidas: burocrático da administração (Max Weber); Fisiológica
Quais os objetivos o funcionário deve informação
gerente As regras são a autoridade, e não os lí- Respirar, comer, dormir
alcançar? z Flexibilidade: o indivíduo deve ser flexível visto
O que já foi realizado? deres → estabilidade para a organização
que desempenha diferentes papéis em um ambien- independentemente do líder.
O que falta para alcançar 100% da meta?
te dinâmico e instável; De acordo com Maslow, o ser humano tem a carac-
z Tolerância às frustrações: é necessário ser tole- Procura conseguir que as coisas sejam terística de sempre desejar algo. Por isso, à medida que
Quais são as tarefas já executadas pelo feitas com o propósito de atingir os
funcionário? rante já que os seus diversos papéis podem ser satisfaz uma necessidade, outra passa a ser priorida-
Quais tarefas pode desenvolver no
objetivos organizacionais;
conflituosos em algum momento. Administrador de. Uma observação importante é que uma necessida-
futuro? Seu papel é: planejar, organizar, comuni-
Qual o potencial de desenvolvimento? profissional de de nível mais alto só surge quando as necessidades
car, motivar e mensurar os resultados;
Por exemplo, um indivíduo que é pai e empregado, dos níveis inferiores são atingidas. Portanto, um indi-
pode ter um desgaste emocional porque estava no tra- Enxerga seu trabalho como uma carreira víduo não possui necessidade de autorrealização se
e profissão. não se tem o que comer, por exemplo.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014, p. 440). balho e não conseguiu assistir à peça de teatro da filha. 335 336
Dica objetivo de tornar a organização um local mais huma- surdez, síndrome de burnout e síndrome do pânico. do trabalhador da empresa com ruídos de britadeiras,
nizado. No entanto, antes de definir as melhores prá- As organizações podem prevenir essas doenças quan- se ele for viciado em trabalho, isto é, se tiver o hábito
Outras teorias de motivação também receberam
ticas de QVT, é preciso considerar os processos de GP, do implementam o Programa de Controle Médico e de trabalhar por longas jornadas, o estresse também
destaque ao longo dos anos e ainda hoje são
a cultura da organização, seus objetivos, entre outros Saúde Ocupacional (PCMSO) que, segundo a Portaria pode aumentar, pois terá que ouvir o barulho das
estudadas, tais como: teoria dos dois fatores nº 24, de 1994, é um programa obrigatório. Assim, as
aspectos organizacionais. Esses programas podem máquinas por mais tempo.
de Frederick Herzberg, teoria da determinação organizações podem agir preventivamente ao reali-
estar associados, por exemplo, à redução da rotativi-
de metas de Edwin Locke, teoria da equidade de dade e do absenteísmo, ou melhoria na saúde e segu- zar exame médico pré-admissional, exames médicos POLÍTICAS DE INCLUSÃO
Stacy Adams, e teoria X e teoria Y de Douglas rança dos trabalhadores. periódicos, palestras etc. São responsabilidades das
McGregor. Dentre os programas/modelos de QVT, destacam-se organizações, de acordo com a Portaria: Muito se fala sobre diversidade nas organizações:
os propostos por Walton (1973), Hackman e Oldham diversidade de gênero, de raça, de idade, de origem,
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (1975) e Nadler e Lawler (1983). Neste material é des- z Garantir a elaboração e efetiva implementação do deficiência física etc. No entanto, ainda que esses gru-
crito o modelo de Walton, composto por oito fatores, PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; pos minoritários tenham alcançado, nos últimos anos,
De acordo com Limongi-França (2004), a qualidade mas os demais modelos podem ser visualizados no z Custear, sem ônus para o empregado, todos os pro- maior representatividade nos ambientes de trabalho,
de vida no trabalho (QVT) surge a partir das mudan- livro de Chiavenato (2014). cedimentos relacionados ao PCMSO; a exclusão deles nos grupos de maior influência ainda
ças ocorridas nas relações de trabalho. O termo surgiu z Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especiali- pode ser considerado um obstáculo a vencer.
por volta de 1970 e indica um cuidado com o bem-es- zados em Engenharia de Segurança e Medicina do
FATORES DE QVT DIMENSÕES A inclusão, de acordo com Mor Barak (2015) reme-
tar dos trabalhadores, o que não havia, por exem- Trabalho (SESMT), da empresa, um coordenador
plo, na época do surgimento das teorias de Taylor e te ao sentimento de pertença do indivíduo no sistema
Remuneração adequada responsável pela execução do PCMSO;
Fayol. O desenvolvimento da QVT pode ser apresen- 1. Compensação justa e organizacional tanto nos processos formais (acesso à
ao salário z No caso de a empresa estar desobrigada de manter
tado por duas perspectivas. De um lado, temos uma adequada informação, por exemplo) quanto nos processos infor-
Equidade interna e externa médico do trabalho, de acordo com a NR-4, deverá
maior reivindicação dos trabalhadores em busca de mais (como um happy hour após o trabalho).
o empregador indicar médico do trabalho, empre-
boas condições e saúde no trabalho. Do outro lado, Jornada de trabalho Para que um indivíduo se sinta incluído em um
gado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;
2. Condições de trabalho grupo de trabalho, duas necessidades devem ser aten-
há interesses por parte da organização que os traba- Ambiente físico seguro e z Inexistindo médico do trabalho na localidade, o
seguras e saudáveis didas: pertencimento e singularidade. Isto significa
lhadores tenham maior qualidade de vida e, assim, saudável empregador poderá contratar médico de outra
aumentem a produtividade e qualidade das tarefas especialidade para coordenar o PCMSO. que o trabalhador deve não apenar sentir-se parte do
desempenhadas. 3. Oportunidades ime- Autonomia grupo, mas também perceber que suas características
Albuquerque e Limongi-França (1998, p. 42) defi- diatas para desenvolver Significado da tarefa e particularidades são valorizadas. Sendo assim, tra-
e usar as capacidades O acidente no trabalho, conforme art. 2º da Lei nº
nem a qualidade de vida no trabalho como o “[...] 6.367, de 1976 “é aquele que ocorrer pelo exercício do tar de políticas de inclusão indica criar ações para que
humanas Variedade de habilidades os grupos minoritários sejam incluídos nas organiza-
conjunto de ações de uma empresa que envolve trabalho a serviço da empresa, provocando lesão cor-
diagnóstico e implantação de melhorias e inovações Possibilidade de carreira poral ou perturbação funcional que cause a morte, ou ções formais e informais.
4. Oportunidades futuras
gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do para o crescimento contínuo Crescimento profissional perda, ou redução, permanente ou temporária, da capa-
ambiente de trabalho, visando propiciar condições e a garantia de emprego cidade para o trabalho”. Os acidentes podem ocorrer
plenas de desenvolvimento humano para e durante a Segurança no emprego
em consequência de agressão física, sabotagem ou ter-
realização do trabalho”. Relacionamentos interpes- rorismo; ofensa física intencional; ato de imprudência, HORA DE PRATICAR!
Chiavenato (2014) destaca que falar em QVT signi- 5. Integração social na soais e intergrupais negligência ou imperícia; desabamento, inundação
fica falar em respeito com os trabalhadores. Para que organização
Senso comunitário e incêndio; no trajeto da residência para o trabalho e
as organizações obtenham produtividade e qualidade vice-versa. 1. (CESPE-CEBRASPE — 2014) No que se refere ao com-
em suas atividades, é preciso que os trabalhadores Respeito às leis e direitos
Os acidentes de trabalho podem ocorrer, de acor- portamento organizacional, julgue o item subsecutivo.
estejam satisfeitos e motivados em seus cargos. Por trabalhistas
do com Chiavenato (2014), em função de condições O apoio técnico, social e psicológico provido pelas
isso, a competitividade das organizações necessaria- 6. Constitucionalismo na Privacidade pessoal inseguras ou atos inseguros. lideranças e pelos colegas de trabalho é tanto ou mais
mente depende da QVT. organização Condições inseguras incluem, por exemplo, equi-
Liberdade de expressão importante para o desempenho individual que inter-
A QVT é um conceito complexo e compreende pamentos defeituosos, ventilação imprópria e tempe- venções nas competências dos empregados.

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES


diversos fatores, conforme destacado por Chiavenato Normas e rotinas claras na ratura elevada no ambiente de trabalho.
(2014): organização Atos inseguros envolvem, por exemplo, subir as esca- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
7. Trabalho e espaço total Equilíbrio entre trabalho e das sem apoiar-se no corrimão, carregar caixas pesadas
z Satisfação com as atividades realizadas no cargo. na vida do indivíduo vida pessoal de forma inadequada e não usar procedimentos seguros. 2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Acerca da cultura organi-
z Possibilidade de crescer e se desenvolver na Por último, o estresse “é um conjunto de reações
Imagem da empresa zacional, julgue o item seguinte.
organização. 8. Relevância social do físicas, químicas e mentais de uma pessoa decorrente
Responsabilidade social da Artefatos, tecnologia, símbolos e valores são compo-
z Ser reconhecido pelo trabalho realizado e as metas trabalho de estímulos ou estressores que existem no ambiente”
atingidas. instituição nentes da cultura organizacional.
(CHIAVENATO, 2014, p. 405). São duas as fontes princi-
z Receber remuneração (incluindo salário, benefí- pais de estresse: ambientais e pessoais.
cios e incentivos) adequada às atividades do cargo Fonte: adaptado de Chiavenato (2014, p. 421-422). ( ) CERTO  ( ) ERRADO
As causas ambientais de estresse estão fora do
e ao desempenho obtido. controle do indivíduo. Por exemplo, se um indivíduo
z Ter bons relacionamentos com as chefias e os cole- PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR trabalha em uma empresa que realiza atividades de 3. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Acerca de gestão de pes-
gas de trabalho. demolição de materiais resistentes com britadeiras, soas, julgue o item seguinte.
z Trabalhar em ambientes agradáveis fisicamente e As organizações devem se preocupar, além da QVT, o ruído dessas máquinas podem gerar estresse. Um A satisfação no trabalho é fator determinante do
psicologicamente. com a saúde dos trabalhadores. Um trabalhador sau- outro exemplo de causa ambiental de estresse é o sucesso organizacional.
z Ter liberdade na execução das atividades do dável é aquele que não possui doenças, sejam elas físi- cliente. O vendedor não tem controle sobre um cliente
trabalho. cas ou psicológicas. Ações preventivas para promover que acordou em um mal dia porque teve uma discus- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
z Poder engajar-se nas atividades do trabalho e par- a saúde dos empregados garantem que os trabalhado- são com a esposa e não conseguiu descansar durante
ticipar ativamente nas decisões. res tenham um bom estado físico, mental e social. De a noite e, ao acordar foi fazer compras. 4. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Com relação à gestão de
acordo com Chiavenato (2014), a saúde do trabalha- As causas pessoais, por outro lado, são característi- processos, julgue o item que se segue.
PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO dor pode ser prejudicada por doenças, acidentes ou cas individuais do trabalhador, como pessoas viciadas As equipes responsáveis por um processo são mul-
TRABALHO estresse emocional. em trabalho, falta de paciência e condições precárias tidisciplinares, formadas por membros com diversas
As doenças que podem ser desenvolvidas em de saúde. Considerando o exemplo do cliente mal-hu- origens organizacionais e com múltiplas formações
No intuito de oferecer maior bem-estar e satisfa- função do trabalho incluem, entre outras: câncer morado, ainda que o vendedor não tenha controle educacionais.
ção aos trabalhadores, as organizações podem ado- por radiação, lesão por esforço repetitivo, distúrbios sobre o estado de espírito do cliente, se o vendedor
tar alguns programas de QVT. Esses programas têm o osteomusculares, dermatite, reumatismo, intoxicação, 337 338 não tem paciência, o estresse tende a piorar. No caso ( ) CERTO  ( ) ERRADO
5. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Com referência à ges-
tão de pessoas em uma organização, julgue o item
Em uma organização, as pessoas participam da vida
organizacional em diferentes níveis hierárquicos e são
Na descrição do cargo, ocorrem os processos de cole-
ta de informação e de determinação dos elementos do
ANOTAÇÕES
seguinte. consideradas o único ativo vivo e dinâmico, uma vez cargo, por meio de observação e estudo e de apresen-
A necessidade do aumento da produtividade nas que apenas os recursos humanos têm a capacidade tação dos resultados por escrito.
organizações tornou o trabalho mais flexível, o que de aprender e mobilizar os demais recursos organiza-
rompeu com as identidades e os papéis profissionais cionais em prol do alcance dos objetivos estratégicos. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
definidos.
( ) CERTO  ( ) ERRADO 18. (CESPE-CEBRASPE — 2018) A respeito de gestão de
( ) CERTO  ( ) ERRADO pessoas nas organizações, julgue o item a seguir.
12. (CESPE-CEBRASPE — 2016) Acerca da conceituação Ao combinar várias fontes de informação, a avaliação
6. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Acerca de gestão de pes- e das funções dos setores de recursos humanos (RH) de desempenho 360 graus permite maior precisão na
soas, julgue o item seguinte. de organizações, julgue o item subsequente. avaliação de empregados, mas tem custo elevado, vis-
No âmbito da gestão de pessoas, os empregados As funções de gestão de pessoas podem ser agrupadas to que a sistemática envolvida é complexa.
das organizações são considerados recursos huma- em razão do foco de intervenção: seleção e treinamen-
nos objetificados como parte do patrimônio físico da to visam ao aperfeiçoamento de capacidades; gestão ( ) CERTO  ( ) ERRADO
organização. do desempenho e planejamento de carreira objetivam o
aumento da motivação; e equipes e desenhos flexíveis 19. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Julgue o item seguinte, a
( ) CERTO  ( ) ERRADO de trabalho almejam a ampliação da participação dos respeito de gestão de pessoas.
trabalhadores nos processos decisórios. A administração de pessoal no serviço público brasi-
7. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Com relação a equilíbrio leiro passou a ser tratada como um sistema de ativida-
organizacional, liderança, motivação e objetivos da ( ) CERTO  ( ) ERRADO des com a aprovação da Lei n.º 8.112/1990.
gestão de pessoas, julgue o seguinte item.
A partir do início do século XXI, o propósito da gestão 13. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item a seguir, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
de pessoas nas organizações tem sido centrado em referente à gestão de pessoas no setor público e aos
administrar as pessoas como recursos organizacio- múltiplos aspectos a ela relacionados. 20. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Julgue o item que se segue,
nais sujeitos a regras e regulamentos. referente a educação, treinamento e desenvolvimento.
O recrutamento externo privilegia os atuais funcio-
A cultura de uma organização pode ser responsável
nários de uma organização que pretendem mudar de
( ) CERTO  ( ) ERRADO pelo baixo impacto de treinamentos dos servidores.
área de trabalho ou ocupação, processo que geral-
mente ocorre quando um funcionário da sede opta por
8. (CESPE-CEBRASPE — 2020) A respeito de aspectos ( ) CERTO  ( ) ERRADO
trabalhar em uma organização subsidiária.
da gestão de pessoas, julgue o item seguinte.
Para favorecer o alcance de resultados em um siste- 9 GABARITO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
ma organizacional, é necessário que o conjunto de
recursos organizacionais, o capital humano e o capital
14. (CESPE-CEBRASPE — 2018) A respeito de gestão de 1 Certo
social sejam capazes de satisfazer as demandas habi-
pessoas nas organizações, julgue o item a seguir.
tuais e as expectativas das pessoas.
O índice de seleção de pessoal informa a quantidade 2 CERTO
de candidatos aprovados em relação ao total de vagas
( ) CERTO  ( ) ERRADO 3 CERTO
disponíveis em uma organização.
9. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Com relação à adminis- 4 CERTO
tração de recursos humanos (RH) nas organizações, ( ) CERTO  ( ) ERRADO
5 CERTO

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES


julgue o item que se segue.
No planejamento de RH nas organizações, deve-se 15. (CESPE-CEBRASPE — 2016) Julgue o item a seguir, 6 ERRADO
considerar como principal fonte o contexto interno da relativo a benefícios sociais, recrutamento e sele-
ção de pessoas, treinamento e desenvolvimento de 7 ERRADO
estrutura organizacional, haja vista que o fornecimen-
to de pessoal qualificado é o resultado de maior valor pessoas.
8 CERTO
para o setor de RH. Provas de capacidade, testes psicológicos e simula-
ções constituem técnicas de seleção apropriadas para 9 ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO se avaliar e medir os candidatos, respectivamente, nos
seguintes aspectos: habilidades para o desempenho 10 ERRADO

10. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Com relação à adminis- de certas tarefas; aptidões para certas formas de tra- 11 CERTO
tração de recursos humanos (RH) nas organizações, balho; comportamentos interpessoais.
12 CERTO
julgue o item que se segue.
Para que a atuação estratégica do administrador de ( ) CERTO  ( ) ERRADO 13 ERRADO
RH seja realizada em totalidade e gere resultados de
alto valor para a organização, é necessário que ele 16. (CESPE-CEBRASPE — 2018) A respeito de gestão de 14 ERRADO
tenha conhecimentos normativos ou legalísticos, além pessoas nas organizações, julgue o item a seguir.
15 CERTO
de realizar as funções convencionais de administra- O enriquecimento de cargos com o acréscimo de
ção de RH, tais como, treinamento e desenvolvimento tarefas que tornem o trabalho mais significativo é um 16 CERTO
e avaliação de desempenho. método de redesenho de cargos.
17 ERRADO
( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO 18 CERTO

11. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Com relação à adminis- 17. (CESPE-CEBRASPE — 2014) A respeito da gestão e 19 ERRADO
tração de recursos humanos (RH) nas organizações, do comportamento das pessoas nas organizações,
20 CERTO
julgue o item que se segue. julgue o item subsequente. 339 340
A vida de todos os seres depende, direta ou indire- consumidores carnívoros. Herbívoros são aqueles O importante, aqui, é entender que, a cada nível
tamente, da ocorrência de fotossíntese, processo reali- que se alimentam, diretamente, dos produtores e, trófico, a quantidade de energia obtida no alimento
zado por organismos autotróficos (capazes de produzir por esse motivo, são chamados de consumidores é menor que no nível anterior e maior do que o nível
seu próprio alimento), como as plantas, por exemplo. primários. Carnívoros são aqueles que se alimen- posterior. Para facilitar o entendimento sobre a trans-
ferência de energia de um nível para o outro, vamos
MEIO AMBIENTE
Esses organismos utilizam a energia captada da luz tam de outros consumidores. Eles serão conside-
solar (energia luminosa) e a transformam em energia rados consumidores secundários sempre que se supor que, a cada nível, ocorra uma perda de 90% da
química, armazenada nas moléculas de glicose. energia obtida. Você pode observar os resultados dis-
alimentarem de um consumidor primário; consu-
so na figura a seguir:
midores terciários sempre que se alimentarem
de um consumidor secundário; consumidores 1ºnível trófico 2ºnível trófico 3ºnível trófico 4ºnível trófico 5ºnível trófico
NOÇÕES DE ECOLOGIA E quaternários, sempre que se alimentarem de um
Produtor Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor
ECOSSISTEMAS BRASILEIROS Luz Solar consumidor terciário e assim por diante;
100%
primário
10%
secundário
1%
terciário
0,1%
quaternário
0,01%
Energia Luminosa z Os decompositores são seres heterotróficos capa-
Ecologia é a área da biologia que estuda as rela- zes de realizar a ciclagem dos nutrientes. São
ções entre os seres vivos e o ambiente. Os níveis de Glicose representados pelos fungos e pelas bactérias. Eles
organização estudados em ecologia são: população, Energia química utilizam energia de qualquer organismo da cadeia Por este motivo, que é muito difícil encontrar
comunidade, ecossistema e biosfera. alimentar que esteja em processo de decomposi- cadeias alimentares que apresentam organismos ocu-
População: conjunto de indivíduos de uma mes- ção. Dessa forma, eles retornam para o ambiente pando posições acima do 4º nível trófico. A energia
Fotossíntese GLICOSE
ma espécie que vive em um mesmo local, dentro de obtida é muito pequena e não compensa o gasto ener-
diversos elementos químicos que estavam presen-
um mesmo período de tempo. OH H OH OH OH gético para a obtenção do alimento. A figura a seguir
Comunidade: conjunto de indivíduos de diferen- tes nos restos desses seres vivos.



H–C– C – C – C – C–H representa um exemplo de cadeia alimentar:
tes populações que vive em um mesmo local e dentro






H OH H H H
de um mesmo período de tempo. Podemos dizer que o fluxo de energia se inicia com
C6H12O6
Ecossistema: formado pelos fatores bióticos a captação da energia luminosa pelos produtores e
(vivos) e abióticos (não vivos), além das interações termina na ação dos decompositores, podendo passar,
entre eles. Autótrofos também, pelos consumidores neste caminho.
Biosfera: formada pelo conjunto de todos os ecos- A cada transferência ocorrida de um organismo Produtor Consumidor Consumidor Decompositor
sistemas do planeta. Primário Secundário Consumidor
para outro, ocorrem perdas de energia na forma de
Terciário
Se você está pensando: “mas não são apenas plan- calor. Isso acontece, pois, a cada nível trófico, parte da
FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS tas que fazem fotossíntese?”. É importante lembrar energia contida nas moléculas orgânicas é utilizada 1º Nível trófico
que também existem algas e bactérias capazes de rea- para a realização de trabalho, como a manutenção do 2º Nível trófico
O ecossistema é mantido em constante equilíbrio lizar esse processo. 3º Nível trófico
devido às relações que ocorrem entre fatores biótico metabolismo por exemplo. 4º Nível trófico
A vida de todos os seres depende direta ou indi- Nível trófico pode ser entendido como a posição
e abióticos. retamente da ocorrência de fotossíntese, processo
Os fatores bióticos são a parte viva do ecossiste- ocupada por um organismo dentro da cadeia alimen- TEIA ALIMENTAR
realizado por organismos autotróficos (capazes de
ma, podemos citar as bactérias, os fungos, as algas, tar. Organismos que ocupam um mesmo nível trófico
produzir seu próprio alimento), como as plantas, por
as plantas e os animais. E os fatores abióticos são os possuem hábitos alimentares semelhantes. A teia alimentar nada mais é do que um conjunto
componentes não vivos, representados por elementos exemplo. Esses organismos utilizam a energia capta-
Consumidores ocupam o 1º nível trófico, consumi- de cadeias alimentares que ocorrem dentro de um
físicos, químicos e geológicos. Temos como exemplos: da da luz solar (energia luminosa), e a transformam
dores primários ocupam o 2º nível trófico, consumi- ecossistema. Neste caso, o fluxo de energia e nutrien-
vento, água, solo, ar, temperatura, pH etc. em energia química, armazenada nas moléculas de
dores secundários ocupam o 3º nível trófico e assim tes ocorre de forma multidirecional. O nome dado é
glicose.
por diante. decorrência do emaranhado de cadeias formado, que
HABITAT E NICHO ECOLÓGICO Agora podemos nos perguntar como essa energia
Atenção para não confundir, por exemplo, con- lembra uma teia. A figura a seguir ilustra bem o assunto
produzida pelos seres fotossintetizantes é aproveita-
sumidor primário com 1º nível trófico. O mesmo se A planta sempre será o produtor (1º nível trófico).
Todos os seres vivos possuem um habitat e um da pelos outros organismos? Isso é fácil, ela é transfe-
aplica aos outros níveis dentro da cadeia alimentar. Embora, nessa teia, encontremos apenas uma planta,
nicho ecológico que definem informações importan- rida de um organismo para outro, de maneira linear,
em teias alimentares, é possível encontrar mais de um
tes sobre eles. ao longo das cadeias alimentares. Caso você ainda As plantas são as produtoras de energia e, conse-
organismo produtor. O importante, aqui, é compreen-
Habitat: é o “endereço” do organismo, o local não tenha aprendido o que são cadeias alimentares, quentemente, possuem 100% da energia originalmen-
der que os organismos podem ocupar mais de um
onde ele vive. Exemplo: o habitat da preguiça-de-co- ou apenas precise relembrar o assunto, não se preocu- te produzida. Então, elas gastam cerca de 15% dessa nível trófico e que a definição desse nível depende-
leira (Bradypus torquatus) é a mata atlântica. pe, é só acompanhar atentamente os tópicos a seguir. energia em processos associados ao metabolismo, rá do alimento escolhido por ele. Por exemplo, se um
Nicho ecológico: é a “rotina” do organismo, define Você está pronto? durante a respiração celular. Logo, os organismos que pássaro se alimentar diretamente da planta, ele será
tudo o que ele faz no dia a dia. Que horas ele dorme, consomem essas plantas conseguem obter um máxi- um consumidor primário, ocupando o 2º nível trófico.
do que se alimenta, se mora no solo ou no topo das CADEIA ALIMENTAR mo de 85% da energia que elas produziram. Caso ele escolha se alimentar de um dos insetos dis-
árvores, se ele caça, que horas ele caça etc. Exemplo:
Os herbívoros, entretanto, conseguem aproveitar poníveis, será um consumidor secundário, ocupando
preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) apresenta A cadeia alimentar consiste em um modelo didá-
hábito arborícola, alimenta-se de folhas, apresentam apenas 10% desses 85% consumidos, sendo o restan- o 3º nível trófico, visto que os insetos se alimentam
tico que tem, como objetivo, organizar e exemplificar te eliminado com as fezes. Cerca de 15% a 20% dessa diretamente da planta. Já uma cobra pode se compor-
baixa metabolismo lento, é solitária, etc.
o percurso da energia e da matéria orgânica dentro energia efetivamente aproveitada é utilizada para a tar ora como consumidor secundário, ora terciário e
de um ecossistema, visando as relações existentes ora quaternário. Para treinar, veja se você consegue
MANUTENÇÃO DA VIDA, FLUXO DA ENERGIA E DA realização de processos metabólicos e apenas o res-
entre os organismos que ali vivem. Nessas cadeias, a encontrar todas essas possibilidades na teia apresen-
MATÉRIA tante é armazenado em substâncias específicas asso-
transferência de energia é sempre unidirecional, tada. E, caso não consiga, releia a explicação para
MEIO AMBIENTE

ciadas aos tecidos corporais.


ou seja, passa de um organismo a outro sem chance consolidar melhor a matéria estudada. Então, tente
Fluxo é definido como movimentação contínua. No caso dos carnívoros, a quantidade de energia
de retorno. novamente encontrar as possíveis cadeias dentro des-
Já energia está associada à produção de ação e/ou de obtida na alimentação é, também, pequena. Ele apro-
movimentos. Por fim, entende-se por matéria tudo Dentro das cadeias alimentares, os organismos são sa teia.
classificados em 3 tipos: produtores, consumidores e veita 50% da energia obtida através da alimentação,
aquilo que ocupa lugar no espaço e apresenta uma Uma forma de evitar erros ao estudar uma teia é
decompositores. eliminando o restante com as fezes. Além disso, cerca escrever cada cadeia separadamente. Então, se você
massa definida.
de 15 a 20% da quantia aproveitada é utilizada para a tem dificuldades em analisar em conjunto as possíveis
Sendo assim, estudar o fluxo da energia e da maté-
ria significa conhecer o caminho percorrido por z Os produtores são sempre seres autotróficos realização dos processos metabólicos essenciais para a cadeias, não tenha vergonha de separá-las. O impor-
essas duas grandezas ao longo dos ecossistemas. Os fotossintetizantes; sobrevivência. E isso se repete nos níveis posteriores. tante não é o caminho que você levará para chegar ao
dois processos são fundamentais para o funcionamen- z Os consumidores são seres heterotróficos. Podem Resumindo, a energia solar captada vai se dissi- resultado e, sim, conseguir alcançar a resposta corre-
to e, também, para a manutenção dos ecossistemas. ser subdivididos em consumidores herbívoros e 341 342 pando na forma de calor ao longo da cadeia alimentar. ta em um exercício.
Seguem alguns exemplos de cadeia alimentar pre- DINÂMICA DE POPULAÇÕES Interespecíficas Exemplo de comensalismo: rêmora e tubarão.
sente na teia alimentar apresentada anteriormente: Exemplo de inquilinismo: bromélias.
Planta  pássaro  cobra; Toda população apresenta uma taxa de densidade
Planta  pássaro  gavião  cobra; populacional, que é definida pelo número de habi- Predação X Parasitismo
Planta  besouro  pássaro  gavião  cobra. tantes dividido pela área/volume ocupada por eles. Harmônicas Desarmônicas
E assim por diante. Sendo o número de indivíduos é medido através de Ambas ocorrem entre indivíduos de diferentes
uma fórmula que relaciona natalidade (n), imigração espécies e apresentam um organismo que se beneficia
Mutualismo Predação
(i), mortes (m) e emigração (e). e outro que é prejudicado. Na predação um organis-
BIODIVERSIDADE Se n+i > m+e, então a população está crescendo. Protocooperação Amensalismo mo mata o outro para se alimentar dele. No parasi-
Se n+i = m+e, tem-se uma população estável. Comensalismo Parasitismo tismo um organismo se alimenta às custas de um
Também conhecida como diversidade biológica, é E se n+i < m+e, então a população está diminuindo. outro, porém gera prejuízo, mas não tem a intenção
Inquilinismo Competição
a variabilidade de genes que compõem os seres vivos, Além disso, a curva de crescimento populacional de matar, pois se matar o hospedeiro ele morre junto.
Interespecífica
a riqueza de espécies e de ecossistemas que forma o indica o quanto uma população pode crescer. Nela Exemplo de predação: Leão ao se alimentar de
meio ambiente. Problemas que ocasionem a diminui- existem fatores denominados capacidade suporte, uma zebra.
Relações intraespecíficas são aquelas que ocor- Exemplos de parasitismo: vermes com hospedeiro
ção da biodiversidade podem resultar em extinção de potencial biótico, resistência do meio e crescimento
rem entre indivíduos de uma mesma espécie. E Rela- humano, carrapatos, piolhos, etc.
espécies, visto que nenhum organismo vive totalmen- real, como mostra a figura seguir.
ções interespecíficas ocorrem entre indivíduos de
te isolado dos outros. espécies diferentes. Amensalismo
Crescimento populacional Relações do tipo harmônica são aquelas que

Nº de individuos da população
SUCESSÃO ECOLÓGICA beneficiam pelo menos um dos organismos envolvi- Relação entre organismos de diferentes espécies
curva do dos, sendo benéfica ou nula para o outro organismo. em que um deles produz uma substância capaz de
Sucessão ecológica é o processo de mudanças a potencial Relações desarmônicas prejudicam pelo menos um impedir o crescimento do outro.
capacidade resistência
nível estrutural e de variação dos componentes que biótico dos organismos envolvidos. Exemplos: eucalipto, fungo que mata bactéria
de suporte do meio
formam uma comunidade. O ambiente sofre mudan- (caso da penicilina, um antibiótico).
ças graduais desde o surgimento do primeiro organis- Sociedade x Colônia
mo até o momento em que a comunidade entra em BIOGEOGRAFIA: ECOSSISTEMAS E BIOMAS
curva do
fase clímax. Em ambas ocorre divisão de trabalho e todos os BRASILEIROS
crescimento
O processo pode ser classificado como sucessão real organismos envolvidos se beneficiam. A diferença
primária ou como sucessão secundária. A sucessão entre elas é que na sociedade os organismos são fisica- Quando falamos de ecossistemas, biogeografia e
Tempo mente separados e na colônia são fisicamente unidos. biomas estamos envolvendo áreas como a biologia,
primária ocorre em ambientes onde nunca houve
Exemplos de sociedade: formigas e abelhas. Exem- geografia e a ecologia.
vida antes, em ambientes como rochas, areia, lava. Já
a sucessão secundária ocorre em ambientes onde já plo de colônia: corais.
Disponícel em : https://pir2.forumeiros.com/t128046-uesb- Ecossistemas
existiu vida, porém tudo desapareceu e nasceu nova- dinamica-de-populações. Acesso em; 03 mar.2021 Canibalismo
mente. Normalmente a sucessão secundária ocorre É o conjunto formado pela interação fatores abióti-
após um desastre ambiental por exemplo, após uma O potencial biótico indica que toda população sob cos e comunidades bióticas, havendo transferência de
Um organismo mata outro da mesma espécie e
queimada, em áreas desmatadas ou abandonadas. condições favoráveis tende ao crescimento infinito. No matéria e de energia entre eles.
se alimenta dele. Exemplos: baratas e viúva negra.
A sucessão, tanto primária quanto secundária, é entanto, sempre existirá algum fator limitante que impe- Como exemplos de biomas brasileiros, temos:
É uma relação que ocorre também em alguns rituais Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatin-
dividida em três fases: ecese (ou comunidade pionei- dirá o crescimento em excesso, mantendo o equilíbrio. humanos específicos.
ra), sere (ou comunidade intermediária) e clímax, Esse fator limitante é denominado resistência do meio. ga, Campos, Restingas e Manguezais.
indo da fase mais simples para a mais complexa. Na A capacidade suporte indica o quanto a população Competição Intraespecífica X Competição
pode crescer sob a ação da resistência do meio e, com Biomas Brasileiros
ecese surge a comunidade pioneira, composta por Interespecífica
líquens, gramíneas e insetos. Após, surge a comuni- todos esses fatores, temos a indicação do crescimento
real que a população pode alcançar em um ambiente. São grandes áreas geográficas que apresentam
dade intermediária, chamada de sere, que é composta A competição intraespecífica envolve organismos características ambientais específicas, diversidade de
É importante destacar que o equilíbrio não é
por plantas e animais de pequeno porte. E na última de uma mesma espécie que disputam por espaço, ali- vegetação, interação entre fatores como vegetação,
representado por uma reta constante, sempre existirá
etapa, na comunidade clímax, existe um aumento na mento ou pela fêmea (sexual). Na competição interes- solo, clima, relevo, hidrografia e fauna. Porém, ape-
um equilíbrio dinâmico dentro das populações, ou
biodiversidade (número de espécies) e na biomas- pecífica ocorre disputa entre indivíduos de espécies sar de ser uma região uniforme, é difícil definir seus
seja, ela cresce até o momento que algo impede o seu
sa. As plantas e animais tem um porte maior. É nes- diferentes, por alimento e por espaço, mas nunca pela limites naturais.
crescimento e aí ela diminui até o momento que con-
sa fase que a comunidade se mantém em equilíbrio fêmea (sexual). Como exemplos de biomas brasileiros, temos:
siga aumentar novamente.
com o meio. As teias alimentares apresentam maior Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatin-
Mutualismo X Protocooperação ga, Mata dos cocais, Mata dos pinhais e Vegetação cos-
complexidade e a taxa de fotossíntese é igual a taxa INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS teira (Mangue).
de respiração.
A imagem abaixo ilustra o desenvolvimento da Ambas são relações entre organismos de diferen-
Os seres vivos interagem entre si e, em ecologia,
tes espécies, porém, no mutualismo a relação é obri- Dica
população durante a sucessão ecológica, do início ao essas interações são denominadas relações ecológi-
cas. Elas podem ser resumidas da seguinte forma: gatória para a sobrevivência de ambos, enquanto que O bioma abrange uma classificação mais ampla do
fim do processo.
na protocooperação não existe obrigatoriedade. que o ecossistema, que é mais específico. Um bio-
Exemplo de mutualismo: líquens. ma pode ser formado por mais de um ecossistema.
Como elas podem ser classificadas ?
Exemplo de protocooperação: jacaré e pássaro palito.
MEIO AMBIENTE

Etapas de uma Sucessão Ecológica Intra-específicas CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS E


Comensalismo X Inquilinismo BIOMAS BRASILEIROS

Ambas ocorrem entre indivíduos de diferentes Amazônia


espécies e apresentam um organismo que se beneficia
Harmônicas Desarmônicas
Comunidade <<Comunidades intermediárias>> Comunidade através do outro, mas sem causar prejuízos. A relação Ambiente que representa a maior bacia hidrográ-
pioneira clímax é do tipo nula para o outro organismo, nem benefi- fica e a maior biodiversidade do mundo. Apresenta
Sociedade Canibalismo
cia nem causa danos. No comensalismo o organismo folhas perenes/latifoliadas, solo pobre e arenoso, alta
Disponível em: https:/app.estuda.com/questoes/?id-142526. Colônia Competição come às custas do outro e no inquilinismo um mora às pluviosidade (muita chuva). É considerado um depó-
Acesso em: 03 mar 2021 intra-específicas 343 344 custas do outro. sito de serrapilheira.
Mata Atlântica As florestas costumam ser degradadas devido a Os organismos vivos são constituídos por matéria
um alto consumo de madeira, alimento e água, por orgânica formada por combinações entre esses áto-
A mata atlântica é o ambiente que com maiores parte do ser humano. E os recursos degradados são a mos. Quando ocorre a morte de um organismo, esses precipitação
problemas relacionados à preservação do ambiente. flora, a fauna, a água e o solo. átomos retornam ao ambiente não vivo até que sejam,
Também sofre muito com o desmatamento, em conse- Mas quais são as atividades realizadas nestes novamente, incorporados por outros seres vivos ou condensação
quência do processo de urbanização. Representa uma locais que resultam na degradação da área? aproveitados pelos componentes abióticos (ar, água
Floresta tropical perene no nordeste do Brasil e Flo- transpiração
resta tropical decidual no sul do país. Altamente rica e solo). Esse fenômeno de circulação dos elementos das plantas
z Construção de rodovias e ferrovias; entre as partes vivas e não vivas do planeta é deno- evaporação
em bromélias e epífitas. Além disso, espécies extrema- evaporação
z Construção de empresas: represas e hidrelétricas, nos oceanos
mente ameaçadas pertencem a esse ambiente. minado ciclo biogeoquímico. Caso não houvesse esse
por exemplo;
reaproveitamento da matéria, os elementos logo se
Pantanal tornariam escassos, o que impossibilitaria a existên-
„ Prática de atividades agropecuárias;
cia de vida. infiltração na terra
Caracterizado como planície alagadiça. Também
„ Mineração;
„ Exploração florestal; Você se lembra de quem são os responsáveis pela
era considerado uma região de transição entre a Ama- ciclagem de nutrientes? São os decompositores, repre-
zônia e o cerrado e conquistou a nomeação de bioma „ Caça e pesca;
„ Construção civil; sentados pelos fungos e pelas bactérias. Caso já tenha
por conta de suas planícies alagadiças (Bacia do Rio Fonte:suportegeografico77.blogspot.com.br
Paraguai). Apresenta grande diversidade animal. „ Urbanização; esquecido, volte lá, rapidinho, para relembrar como
„ Queima de combustíveis; eles interagem dentro de um ecossistema. Apenas
O ciclo da água é dividido em duas etapas: 1) ciclo
Cerrado depois de ter esse conceito consolidado, dê continui-
curto da água e 2) ciclo longo da água. Vejamos:
Sendo assim, para recuperar o ecossistema é neces- dade na matéria a seguir, ok? Isso é muito importante
É considerado a savana brasileira. É um ambiente sário inserir uma certa quantidade de biodiversidade para entender a Ecologia. z Ciclo curto da água: não apresenta participação
que sofre com queimadas em estações secas. Conhe- nele, pode ser um número mínimo de espécies, levan- Os decompositores são responsáveis por promover de seres vivos.
cido como o 2º maior bioma brasileiro. As árvores do em conta a variabilidade estrutural e funcional dos a degradação da matéria orgânica e formar molécu- Tudo começa com a evaporação da água presen-
crescem de forma espalhada. As plantas no geral pos- processos ecológicos que ali ocorrem. las mais simples que possam ser reaproveitadas por te nos mares, rios, lagos e geleiras, fenômeno que
suem casca grossa, folhas coriáceas, gemas pilosas e ocorre como consequência da radiação solar que ele-
outros organismos durante a síntese de substâncias
raiz profunda. O solo é rico em alumínio e por isso é CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE va a temperatura ambiental. A água, agora em seu
orgânicas.
considerado tóxico. estado gasoso, forma as nuvens.
Os ciclos biogeoquímicos podem ser classifica-
Biodiversidade é o termo utilizado para se referir Então, o vapor de água se condensa e precipita e
Caatinga dos em 2 tipos: gasosos e sedimentares. Ciclos gaso- ela é devolvida para a superfície na forma de chu-
a riqueza de espécies que existem em um local. Então,
sos utilizam a atmosfera como reservatório principal, va (podendo ser, também, em formato de neve ou gra-
quando dizemos que uma região apresenta gran-
Região conhecida como semiárido brasileiro. Menor enquanto que, nos ciclos sedimentares, o reservató- nizo), momento em que ocorre a infiltração no solo,
de biodiversidade queremos dizer que existe muita
índice pluviométrico (pouquíssima chuva). O solo é fér- rio principal é a crosta terrestre. enchendo os lençóis freáticos (ou pode, também, acu-
variedade de espécies ali, e uma região com baixa
til e apresenta muitos cactos se desenvolvendo. Geralmente, os ciclos gasosos são mais rápidos que mular-se novamente em mares, rios, lagos e geleiras).
biodiversidade apresenta pouca variedade de espé- Mas, nós bebemos água, não é? Então, de onde
cies. Atualmente é considerada também a diversidade os sedimentares. Alguns fatores podem influenciar
Mata dos cocais vem e para onde vai essa água? É neste momento que
genética que os organismos apresentam. a velocidade dos ciclos biogeoquímicos, dentre eles,
nós precisamos falar da outra etapa do ciclo da água.
Cada uma das espécies que habita o planeta tem temos: (1) a natureza do elemento químico do ciclo; (2)
Antigamente era considerado em ecótono, porém
um papel fundamental dentro do ecossistema e é por as taxas de crescimento e de decomposição dos seres z Ciclo longo da água: ocorre com a participação de
conquistou a nomeação de bioma. Presença de pal-
meiras: buriti, babaçu e carnaúba. Plantas econo- isso que quando uma espécie é extinta todos os orga- vivos envolvidos no ciclo e (3) a ação do homem sobre seres vivos.
micamente importantes pela ampla utilização em nismos do local são afetados. Nas cadeias alimentares, os elementos do ciclo (poluição, extração de minerais Após chegar na superfície do planeta, a água pode,
produção de materiais. por exemplo, temos os produtores, os consumidores e utilização para a produção de energia). também, ser absorvida pelas raízes das plantas ou
e os decompositores, e todos eles são importantes Estudaremos, agora, os ciclos que envolvem qua- ingerida pelos animais (diretamente ou através dos
Mata dos Pinhais para a manutenção do equilíbrio entre as populações tro dos elementos essenciais: ciclo da água, ciclo do alimentos). Os vegetais devolvem água para o ambiente
existentes. através da transpiração que ocorre em suas folhas. Já
carbono, ciclo do oxigênio e ciclo do nitrogênio.
Região com chuvas bem distribuídas ao longo do O desmatamento, a poluição e o consumo exagera- os animais, além da transpiração, devolvem água atra-
ano. Apresenta característica mista: elementos de ori- do de recursos disponíveis no ambiente resultam na vés da respiração, da urina e das fezes. Mas, e aquela
Ciclo da Água água acumulada nos tecidos dos seres vivos? Bem, essa
gem tropical + araucárias. destruição do ambiente. E, para que a biodiversidade
água é devolvida ao ambiente através da participação
seja mantida é necessário que o homem repense essas Você deve lembrar que a água é o composto mais dos decompositores após a morte dos organismos.
Vegetação Costeira (Mangue) atitudes, ou os danos poderão ser irreparáveis. abundante no planeta (3/4 da superfície, sendo 97% Tudo o que aconteceu na descrição do ciclo curto
água salgada e 3% água de rios, lagos, geleiras e solos), da água acontece no ciclo longo também e, conside-
Plantas que não crescem muito e vivem em rando que nessa 2ª etapa ocorre tanto a evaporação
ambiente de água salobra, com estruturas especiais além de ser, também, o composto presente em maior
quantidade nos organismos vivos. Ela desempenha da água quanto a transpiração, esses dois processos
para a eliminação de sal. Também, as raízes são pro-
fundas em consequência ao solo lodoso. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS diversas funções fundamentais para a manutenção
são unidos e recebem o nome de evapotranspiração.
Viu só como esse ciclo é bem simples de entender?
da vida: solvente universal, controle da temperatura, Podemos deduzir que, se a participação dos animais
Campos Sulinos (Pampa) Os ciclos biogeoquímicos representam o caminho
transporte de nutrientes, entre outras. foi citada, então a referência é feita ao ciclo longo e,
percorrido por elementos químicos essenciais à vida
Falado tudo isso, chegou o momento de você recor- quando não for citada, ao ciclo curto, embora os dois
MEIO AMBIENTE

Vegetação rasteira composta principalmente por em determinado ambiente. Então, eu te pergunto:


dar os três estados físicos que a água pode apresentar: ciclos sejam necessários e o ciclo curto ocorra, tam-
gramíneas. quais são os elementos químicos considerados essen- bém, dentro do ciclo longo.
sólido, líquido e gasoso. Também, é importante que
ciais para a vida? Agora podemos ir para o próximo elemento
Você deve ter isso na ponta da língua! Eles são relembre os nomes das transformações que ocorrem
CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE essencial?
representados de forma didática e em ordem de entre esses estados: evaporação, sublimação, conden-
ECOSSISTEMAS
importância pelos seus átomos: C, H, O, N, P e S. sação, fusão e solidificação. Isso, porque essas trans-
Ciclo do Oxigênio
Ecossistemas que não tem mais capacidade de Temos o carbono, o hidrogênio, o oxigênio, o nitrogê- formações ocorrem o tempo todo no ciclo da água.
recuperação natural são considerados ambientes nio, o fósforo e o enxofre. Agora que já recordamos Agora, observe a imagem a seguir enquanto acom- O oxigênio é o elemento que permitiu a presença de
degradados. Considera-se, neste caso, que eles perdem quais são eles, podemos aprofundar nossos conheci- panha o restante do texto. Assim, seu entendimento vida no planeta. Ele é formado durante o processo de fotos-
a capacidade de adaptação às mudanças ocorridas. mentos no assunto. 345 346 será ainda mais aproveitado. síntese, realizado pelas plantas, e liberado no ambiente.
Ao inspirar, os seres vivos absorvem esse gás para a Observando a figura, podemos perceber que o car-
realização do metabolismo energético (respiração celular). bono é incorporado à matéria animal através da ali- NOÇÕES DE METEOROLOGIA E
Na atmosfera, as moléculas de O2 podem encon-
trar oxigênios livres e formar O3 (ozônio), composto
mentação, representada, no esquema, como nutrição, CLIMATOLOGIA
importante para a camada de ozônio. e que ele retorna à atmosfera através de processos de
respiração, decomposição e combustão. CLIMA: PRESSÃO ATMOSFÉRICA

O2 Definida como a mistura de vários gases que exer-


Ciclo do Nitrogênio

Altitude (km)
Atmosfera cem força sobre uma superfície, a atmosfera terrestre
O3 Monte Everest 8,85 km (29,035 ft)
O nitrogênio gasoso (N2) é o composto mais encon- é uma mistura de gases – nitrogênio (78%), oxigênio 250 mmHg (PO2 53 mmHg)

O2 CO2 (21%) e outros gases em menores quantidades –, água,


trado na atmosfera. Apesar disso, não conseguimos
poeira, cinza etc. Conhecida, também, como a capa
absorvê-lo na forma gasosa. Por isso, precisamos da
Fotossíntese Respiração CO2 que protege o nosso planeta do choque com corpos
ajuda de bactérias fixadoras (encontradas no solo Pressão atmosférica ao nível do
celestes, a atmosfera filtra os raios solares e retém mar 760 mmHg (PO2 160mmHg)
CO2 O2 ou em raízes de plantas leguminosas), para conse-
Respiração parte do calor absorvido pela Terra. Esse fenômeno
guirmos fixá-lo. É aí que entram as famosas bactérias proporciona temperaturas ideais sobre a superfície
O2 Rhizobium. Esse processo resulta na formação da terrestre, criando, assim, as condições necessárias
amônia (NH3). para o desenvolvimento da vida.
A amônia formada sofrerá nitrificação, por ação Desta forma, pode-se dizer que a pressão do ar
Pressão atmosférica (mmHg)
Litosfera Hidrosfera de bactérias nitrificantes, podendo seguir por dois atmosférico ou pressão atmosférica (PA) é o peso que
Figura 1: Quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica
caminhos existentes nesse processo: a nitrosação ou uma coluna de ar exerce sobre a superfície terrestre.
Fonte: PrePara ENEM, 2021. Disponível: <https://www.preparaenem.
Nesse caso, o peso é o produto da relação entre a mas-
a nitratação — transformação da amônia em nitrito e com/quimica/a-pressao-atmosferica.htm>. Acesso em: 09 de maio
sa da atmosfera e a força gravitacional do planeta, de 2021.
Além disso, o oxigênio também pode ser usado na do nitrito em nitrato respectivamente.
pois todo objeto composto de massa está sujeito à for-
queima de combustíveis, com o consumo voltado para O nitrato formado será absorvido pelas raízes das
ça gravitacional. Como exemplo, destaca-se o Monte Everest, cuja
a produção de energia.
plantas. E, após todos esses processos, torna-se possí- Quanto ao ar atmosférico, esse foi o primeiro “gás” altitude é igual a 8.850 metros e a pressão atmosférica
Agora, olhe, novamente, a imagem referente ao
ciclo do oxigênio. Será que nós falamos de tudo o que vel a absorção do nitrogênio pelos animais também, a ter a sua pressão medida. O ar, por ser um fluido, é igual a 240 mmHg, bem menor que a pressão atmos-
é mostrado lá? que obtém o composto ao se alimentarem dos vegetais. tende, sempre, a movimentar-se em direção às áreas férica ao nível do mar (760 mmHg) (FOGAÇA, 2021).
Você deve ter percebido que, apesar de estarmos de menor pressão. Cabe ressaltar que, para expressar a pressão
Será que o ciclo pode parar por aí? Certamente,
falando do ciclo do oxigênio, tem um outro composto atmosférica, são utilizadas várias unidades de medi-
não, pois ainda não vimos o nitrogênio voltando para das. Entre as mais usuais, estão o mmHg (milímetros
que aparece bastante na imagem: o CO2!!! Isso acontece,
porque os ciclos estão interligados. Então, se você enten- a atmosfera, então o ciclo não foi fechado. Olhando Dica de mercúrio) e o mb (milibar). O mb foi substituído
deu um, entenderá o outro facilmente. Preparado? para a imagem representativa desse ciclo, vemos eta- Fluido é toda substância que possui capacidade pelo hPa (hectopascal). Assim, ao nível do mar, a pres-
pas que ainda não foram citadas até aqui, como os pro- são equivale, em média, a 1013,25 mb (ou 1013, 25
de fluir ou escoar e que não possui estrutura cris-
Ciclo do Carbono hPa) ou a 760 mmHg, para uma temperatura de 15 °C
cessos de desnitrificação e decomposição, excreção ou talina. Por exemplo, os líquidos e os gases são ou, aproximadamente, 1,033 kg/cm² (JARDIM, 2011).
Ao contrário do oxigênio, que é liberado para o fixação biológica. Sendo assim, precisamos continuar! definidos como fluidos. A pressão atmosférica é influenciada pela altitu-
ambiente durante a fotossíntese, o carbono é absor- de, latitude e temperatura. Ela, por sua vez, interfere,
vido pela planta durante esse processo. Ele é utilizado Para entender melhor sobre a pressão atmosféri- diretamente, no clima e em algumas condições meteo-
N2
para a formação da molécula de glicose e passa a ser atmosférico ca, é necessário relatar a sua descoberta. Tal fato ocor- rológicas, tais como ventos, temperaturas e precipita-
denominado “carbono orgânico”. reu em 1643, quando o físico e matemático italiano, ções (Figura 2).
Após a morte dos animais, passados muitos e muitos
Evangelista Torricelli (1608-1647), criou o tubo de Tor-
anos, a matéria pode dar origem a combustíveis fósseis
(o petróleo é um exemplo), produto que terá ampla utili- Fixação ricelli, hoje conhecido como barômetro de mercúrio.
atmosférico Alimentação Esse estudioso utilizou um tubo de vidro com 1 metro
zação em carros e indústrias. A queima de combustíveis Fixação
resulta na liberação de gás carbônico para a atmosfera, atmosférico de comprimento, encheu-o de mercúrio (Hg) e virou-o
Desnitrificação
o que acarreta o aumento do efeito estufa e, por conse- Decomposição dentro de um recipiente que também continha mer-
quência, o aquecimento global. Por esse motivo, é impor- excreção ou
fixação biológica cúrio. Assim, observou que o líquido começou a des-
tante evitar ou reduzir o consumo desses compostos.
cer, mas parou na altura de 76 cm.
Levando-se em conta que essa experiência foi rea-
Fotossíntese
lizada ao nível do mar, o estudioso concluiu que uma
CO2 NO3 NH3 coluna de mercúrio de 76 cm (ou 760 mm) equivale à
pressão atmosférica. Assim, hoje, diz-se que, ao nível
Respiração Nódulos nas do mar, a pressão atmosférica é igual a 760 mmHg.
raízes
Além disso, Torricelli também verificou que, ao
MEIO AMBIENTE

Nutrição realizar essa experiência no alto das montanhas, a


Produtores Consumidores
altura do mercúrio, no interior do tubo, ficava menor, Figura 2: Barômetro
As excretas nitrogenadas e a matéria em decom-
ou seja, a pressão atmosférica era menor em lugares Fonte: PrePara ENEM, 2021. Disponível em: <https://www.
posição liberam amônia no solo através do proces- preparaenem.com/quimica/a-pressao-atmosferica.htm>. Acesso
Decomposição mais altos. Assim, concluiu-se que, como o ar é um
Decompositores so de amonificação. Agora, o nitrogênio pode ser em: 09 de maio de 2021.
fluido, ele tende a se movimentar em direção às áreas
encontrado no solo novamente, na forma de amônia e de menor pressão. A pressão atmosférica, neste senti- A pressão atmosférica não é igual em todos os
Combustão retornará à atmosfera quando o nitrato for desnitrifi- do, é menor em pontos mais altos e vai ficando cada lugares. Ela varia de um local para outro ao longo do
Combustíveis Fósseis cado por bactérias desnitrificantes. Ufa! Agora, sim, vez maior à medida que se aproxima do nível do mar, tempo. Isso se deve às constantes mudanças na massa
fechamos o ciclo. 347 348 já que é a maior pressão possível (vide Figura 1). específica do ar nas camadas da atmosfera.
Tais mudanças são causadas pelo aumento e/ou Desta forma, o vento desloca-se das zonas de alta Alta Pressão
diminuição da temperatura no conteúdo de vapor pressão (chamadas de anticiclones) para as zonas de
d’água. Dessa forma, a pressão atmosférica varia com baixa pressão (chamadas de ciclones) (Figura 4). A PA
a altitude, porque a camada mais baixa é, natural- influencia diretamente a circulação do ar, fazendo
mente, mais densa que a superior (ALMEIDA, 2016). com que o ar mais frio (com maior pressão) desça e
Assim, pode-se afirmar que a coluna de ar locali- o ar mais quente da superfície (com menor pressão)
zada acima de um observador está sempre em pro- suba, formando os ventos.
cesso de renovação, devido ao vento, uma vez que, o Os ventos, constituídos de massas de ar, são carac-
ar substituinte apresenta massa específica diferente terizados, conforme os lugares de onde vêm. Esses, por
da que ali permanecia. Com o peso diferente, ocorrerá sua vez, podem ser quentes, frios, úmidos ou secos.
uma contribuição aditiva ou subtrativa para a pres- Desta forma, os ventos podem ser classificados Figura 6: Ventos Planetários
quanto à abrangência e quanto ao tempo. Fonte: Slideplayer, 2018. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/
são, do contrário, as variações são compensadas e o slide/12794437/>. Acesso em: 10 de maio de 2021. Baixa Pressão
valor da PA permanece o mesmo.
z Quanto à abrangência, podem ser:
Segundo Almeida (2016), a temperatura é a prin- Quanto aos Periódicos ou Brisa, ventos caracterís-
cipal causa da variação da PA, sendo a sua influência ticos dos litorais, são muito importantes na pesca e na
„ Planetários: alísios – tropicais e polares, con-
sentida num mesmo lugar, conforme a hora do dia ou modificação climática dos mesmos.
tra-alísios e ventos de oeste (Figura 5);
época do ano.
„ Regionais: Monções, Mistral, Simium (Figura
6).
A Pressão Atmosférica e a Dinâmica Climática
z Quanto ao tempo, podem ser:
A Pressão Atmosférica interfere em algumas con-
dições climáticas básicas, como vento, temperatura e „ Constantes: Alísios – tropicais e polares, con-
precipitação. A ocorrência da pressão atmosférica e a tra-alísios e ventos de oeste;
variação de seus valores entre as diferentes áreas da „ Periódicos: Monções e Brisas.
superfície terrestre influenciam diretamente na dinâ- Figura 9: Influência da pressão atmosférica sobre a precipitação.
mica climática. Altas pressões
Fonte: Slideplayer, 2021. Disponível em: < https://slideplayer.com.
polares br/slide/5761105/>. Acesso em: 10 de maio de 2021.
Baixas pressões
Influência Sobre a Temperatura subpolares
Deste modo, pode-se afirmar que a PA afeta direta-
A temperatura do ar apresenta valor inversamen- Altas pressões mente a precipitação, a qual surge quando o ar atmos-
subtropicais
te proporcional ao da pressão atmosférica. Logo, nas férico está saturado de vapor de água e já não consegue
regiões onde as temperaturas são mais baixas, a pres- Baixas pressões absorver mais vapor. Ela pode ocorrer na forma de
equatoriais
são atmosférica é maior, pois as moléculas de ar estão chuva, neve, granizo, névoa, orvalho e geada.
mais concentradas. No entanto, nas regiões mais ele- Em ambientes com baixa PA e calor, o ar é aque-
Altas pressões
vadas em que se constatam menores temperaturas, subtropicais Figura 7: Mecanismos das Brisas cido e evapora. Ao evaporar, alcança as maiores alti-
também há menor concentração de moléculas de Fonte: Slideplayer, 2021. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/
tudes, condensando-se e, em seguida, formando as
Baixas pressões
ar, o qual fica mais rarefeito e, portanto, tem menor subpolares slide/12794437/>. Acesso em: 10 de maio de 2021. nuvens. Já nos ambientes com maior pressão, o ar frio
Ar convergente e ascendente
que se encontra no alto tende a descer, impedindo a
pressão. Altas pressões Ar descendente e divergente
polares Já os ventos Periódicos Mecanismos das Monções formação de nuvens pela elevação da umidade, pro-
Tal fato pode ser explicado da seguinte forma: sob Ventos Alísios
Ventos de Oeste sopram do Sudeste ao Sul do Continente Asiático. porcionando, assim, um ambiente sem chuvas.
baixas temperaturas, o ar fica mais pesado e compri- Ventos de Leste
Esses são os mais importantes ventos periódicos, pois Assim, pode-se dizer que os centros de baixa pres-
me o ar que está por baixo, elevando, assim, a pressão
Figura 5: Os ventos e as massas de ar regulam a economia da região (Figura 8). são criam um movimento de ar convergente para o
atmosférica. Por outro lado, quando faz calor, o ar se
Fonte: Slideplayer, 2018. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/ seu centro, o que favorece a concentração de umi-
expande e, em consequência, pesa menos (Figura 3) slide/12794437/>. Acesso em: 10 de maio de 2021. dade e de calor, facilitando, por sua vez, a formação
(MENDONÇA, 2021).
e o crescimento das nuvens. Já os centros de alta PA
Os ventos Alísios são ventos permanentes que geram movimentos de ar divergentes, para fora do
sopram sobre grandes áreas em direção às regiões centro, e subsidente, de cima para baixo, fazendo com
equatoriais. Por serem ventos úmidos, a Zona Equato- que o ar fique mais seco, além de diminuir a nebulosi-
rial é a mais úmida da Terra (DELGADO, 2018). Devido dade e as condições para chuva (Figura 10).
ao movimento de rotação do planeta, os ventos aca-
bam sofrendo desvios de direções, ocasionando os Alí-
sios de Nordeste do Hemisfério Norte e os Alísios de
Sudeste do Hemisfério Sul. Esses desvios são conhe-
cidos como Desvios de Coriolis ou Efeito de Coriolis. Figura 8: Mecanismos das Monções
Fonte: Slideplayer, 2021. Disponível em: < https://slideplayer.com.
Dica br/slide/12794437/>. Acesso em: 10 de maio de 2021.
MEIO AMBIENTE

Figura 3: Deslocamento do ar das zonas de alta pressão (fria) para a


zona de baixa pressão (quente) Ao se lançar uma bola, pode-se comprovar que Influência sobre as Chuvas
Fonte: Slideplayer, 2021. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/ o movimento dela nunca vai ser uma linha reta,
slide/12794437/>. Acesso em: 09 de maio de 2021. pois realizará um ligeiro desvio para o lado. Esse A PA é um dos fatores que determinam as condi-
curioso efeito tem uma explicação científica e é ções do tempo. Assim, na atmosfera, a baixa pressão
Influência Sobre os Ventos chamado de efeito Coriolis ou força Coriolis. do ar origina a formação de muitas nuvens, ocasio-
nando as chuvas e, em tempo severo, as tempestades.
O vento é o ar em movimento, ou seja, é o resultado Já os ventos Contra-Alísios são secos e, geralmente, Já a alta pressão é identificada em áreas que apresen- Figura 10: Movimento do ar convergente e divergente
do deslocamento das massas de ar entre duas regiões ocorrem ao longo dos trópicos. Os maiores desertos do tam céu limpo ou com poucas nuvens, menor umida- Fonte: CLICRBS, 2008. Disponível em: <https://www.clicrbs.com.br/
distintas sob o efeito das diferenças de pressão. planeta estão situados nessas zonas tropicais. 349 350 de no ar, tempo seco e sem chuva (Figura 9). blog/fotos/7336_foto.JPG>. Acesso em: 20 de maio de 2021.
Para saber os locais onde predominam altas e bai- A umidade relativa do ar pode variar de 0% frequente variação de temperatura em um mesmo dia. Para se ter ideia, a temperatura, durante o dia, pode atin-
xas pressões, é necessário observar a nebulosidade (ausência de vapor de água no ar) a 100% (quantida- gir 50 graus e, à noite, 0 graus. Essa variação ocorre por conta dos níveis baixos de umidade, fazendo com que o
em imagens de satélite. As áreas sob a influência de de máxima de vapor de água que o ar pode dissolver, ar não retenha o calor recebido pelos raios solares durante o dia.
alta pressão apresentam pouca ou nenhuma nebu- indicando a sua saturação). Neste sentido, nas regiões Nos desertos, o vapor d’água em suspensão na atmosfera funciona como uma espécie de garrafa térmica, acu-
losidade. Já as regiões de baixa pressão apresentam onde a umidade relativa do ar se mantém baixa por mulando calor para a noite. O ar, nesses locais, é muito seco, o que propicia que a energia térmica se perca após o
muita nebulosidade. longos períodos, impera a escassez de chuva, caracte- pôr-do-sol. Além disso, apenas uma camada fina de areia é capaz de absorver calor, então o solo se resfria em bem
Para a medição da precipitação são utilizados o plu- rizando-as como regiões de clima seco. pouco tempo. Assim, ao cair da noite, sem nenhuma reserva de calor, a temperatura pode desabar de tórridos 40
viômetro e o pluviógrafo. A unidade de medida mais Brasília-DF e Manaus-AM são exemplos de regiões graus para siberianos 10 negativos.
utilizada para a chuva é o milímetro (mm), sendo que em que é possível perceber, nitidamente, as característi-
1 milímetro de chuva corresponde a um litro de água Por outro lado, em regiões muito úmidas, como a Floresta Amazônica, por estar localizada próxima à linha
cas climáticas resultantes da umidade relativa do ar. De do Equador, apresenta clima equatorial. Essa região é marcada por elevadas temperaturas que oscilam entre 22
precipitada por metro quadrado de área do solo. clima tropical, a cidade que abriga a sede administrativa e 28 °C e umidade do ar que pode ultrapassar os 80%. Em geral, as estações do ano, na região Amazônica, distin-
do governo brasileiro apresenta clima seco no verão em guem-se por dois períodos: o seco e o chuvoso.
UMIDADE DO AR OU UMIDADE ATMOSFÉRICA decorrência da baixa umidade do ar. Em contrapartida, A quantidade de umidade do ar pode variar de modo acentuado, tanto no espaço quanto no tempo. Desse
a capital amazonense apresenta clima chuvoso durante
A umidade do ar, também chamada de umidade modo, em determinados locais, a variação temporal para modificar a temperatura vai depender de fenômenos,
quase todo o ano devido aos altos níveis de umidade.
atmosférica, corresponde à quantidade de vapor de como a circulação da atmosfera, a localização relativa das fontes e sumidouros de vapor de água, do suprimento
Conforme citado, o teor de vapor d’água na atmos-
água presente na atmosfera. Neste sentido, pode-se de energia solar, dentre outros elementos.
fera exerce influências, ainda, na saúde humana.
dizer que, quando há alta quantidade de vapor de Não se deve esquecer da dependência da umidade relativa do ar em relação à temperatura. Um aumento ou
Quando o ar está saturado, quase não há perda de
água na atmosfera, a ocorrência de chuvas é maior. uma diminuição na umidade relativa não significa, necessariamente, acréscimo ou redução na concentração de
Já quando a umidade do ar está baixa, é difícil que líquido pela pele (suor), o que faz com que a tempera-
tura corporal se eleve com facilidade. vapor d’água no ar, mas, sim, uma diminuição ou um aumento na temperatura (Gráfico 1).
ocorra chuva, conforme veremos mais à frente. Além
disso, esse fenômeno exerce influência nas tempera- Ao contrário, quando a umidade do ar está baixa, o
turas, na saúde da população e na sensação térmica (a corpo perde muito líquido, causando o ressecamento
temperatura que realmente sentimos). das mucosas. Tal consequência pode acarretar outras,
Diversos fatores, como a maritimidade, a conti- como sangramentos no nariz, alergias, dores de cabe- Umidade Relativa

Umidade Relativa
a
ur

Temperatura (ºC)
ça, cálculos renais etc. t
nentalidade, as massas de ar, o tipo de vegetação, ra
pe
entre outros, podem alterar a umidade do ar. Assim, Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS m
Te
em locais próximos ao mar ou aos rios, por exemplo, –, valores de umidade abaixo de 20% oferecem risco à
a evaporação da água tende a ser maior, fazendo com saúde, sendo recomendável a suspensão de atividades
que a umidade do ar seja mais elevada do que em físicas, principalmente das 10 às15 horas. A agência
locais afastados das correntes de água. estabelece os seguintes índices de Umidade Relativa:
Pode-se classificar a umidade do ar de duas for- ideal (entre 50 e 80%), de atenção (20 a 30%), alerta
mas, quais sejam: (12 a 20%) e de alerta máxima (menor que 12%). Há,
porém, os extremos desses valores (Figura 11). AM PM
z Umidade absoluta do ar: quantidade total de vapor
de água existente no ar em um dado momento. Fonte: Universidade Federal do Paraná-UFPR, 2021
Disponível em: < https://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap5/cap5-3-3.html>. Acesso em: 10 de maio de 2021.
A título de conhecimento, a umidade absoluta
do ar máxima é de 4%. A partir desse percentual, as O gráfico exemplifica a variação média horária da umidade relativa do ar versus temperatura. As curvas indi-
gotículas de água entram em ponto de orvalho e pas- cam uma relação inversa entre a umidade relativa e a temperatura.
sam ao estado líquido em virtude de sua saturação.
Conforme Pena (2020), com 4% de umidade absoluta, TEMPERATURA
temos 100% de umidade relativa. Consequentemente,
se falamos que a umidade relativa do ar está em 25%, A temperatura provavelmente é o elemento mais discutido do tempo atmosférico. Mas, afinal, o que é tempe-
significa que a umidade absoluta está em 1%. ratura? Essa é uma pergunta que, às vezes, nos confunde.
Temperatura pode ser definida com base no movimento de moléculas, de modo que quanto mais rápido o
z Umidade relativa do ar: quantidade de água pre-
deslocamento dessas moléculas mais elevada será a temperatura. Para simplificar, pode-se dizer que tempera-
sente no ar em relação ao seu ponto de saturação.
tura é a condição que determina o fluxo de calor que passa de uma substância para outra. Essa transferência e/
ou deslocamento de calor ocorre sempre de um corpo que possui uma temperatura mais elevada para outro com
Alcançando-se 100% de umidade relativa, o ar
atinge o seu ponto de saturação, isto é, atinge a sua uma temperatura mais baixa.
quantidade máxima de vapor de água, ocasionando, Neste sentido, pode-se concluir que a temperatura do ar está relacionada aos efeitos da radiação solar, uma
assim, a precipitação (chuva). Diante disso, pode-se vez que o aquecimento da superfície terrestre ocorre, principalmente, pelo transporte de calor advindo dos raios
dizer que a precipitação ocorre em consequência do solares.
Figura 11: Extremos de Umidade Relativa do Ar Para sabermos o quanto o ar de um local está aquecido ou resfriado pela energia solar e pela superfície, é
excesso de água contido no ar atmosférico.
É importante ter em mente que, para medir a umi- Fonte: Ângela Ruiz, 2020. Disponível em: <https://www.climatempo. necessário medir a sua temperatura através do aparelho chamado termômetro. No Brasil, a unidade de medida
com.br/noticia/2020/06/09/ar-seco-predomina-no-interior-do-
dade relativa do ar, deve-se levar em conta a presença da temperatura é o Celsius (°C), no entanto, há outras escalas, como a Fahrenheit (°F), que é utilizada nos Estados
brasil-4010 >. Acesso em: 10 de maio de 2021.
de vapor d’água na atmosfera. Almeida (2016) salien- Unidos e em alguns países da Europa, e a Kelvin (K).
ta que a quantificação do vapor d’água existente na O aumento da temperatura, isto é, o aquecimento ocorre mediante o processo de condução molecular, o qual
A umidade do ar interfere diretamente no clima de
MEIO AMBIENTE

atmosfera não pode ser feita mediante a extração e ocorre de modo lento a partir da troca de calor sensível pelo contato direto entre as moléculas.
pesagem, como no caso da água nos estados líquido e determinada região/local, bem como modifica a ampli-
tude térmica, por meio de uma relação contrária. Assim, No entanto, o aumento da temperatura pode ocorrer, também, por difusão turbulenta, que é um processo mais
sólido (ALMEIDA, 2016).
à medida que a umidade do ar aumenta, a amplitude rápido de troca de energia, no qual as parcelas de ar aquecidas na superfície se agitam de forma convectiva e
A neblina é o efeito mais visível da umidade do ar
térmica diminui, por isso quanto maior for a umida- conduzem o calor, vapor d’água, partículas de poeira e outras propriedades para as camadas superiores (SENTE-
(Figura 10).
Quando chove, a umidade do ar tende a aumentar, de de um local, em dias chuvosos, por exemplo, menor LHAS, ANGELOCCI, 2012; ALMEIDA, 2016).
por conta da evaporação da água, o que facilita o apa- será a variação da temperatura. A diferença entre a Conforme vimos, a temperatura do ar varia de acordo com o lugar e com o decorrer do tempo em uma deter-
recimento de neblina. Trata-se, portanto, de um fenô- maior e a menor temperatura atingida em determina- minada localidade, sendo que vários fatores podem influenciar a distribuição dessa temperatura sobre a superfí-
meno que emerge através da condensação da umidade do período é chamada de Amplitude Térmica. cie da Terra ou parte dela. A quantia de insolação recebida, a natureza da superfície, a distância a partir dos copos
excessiva do ar em forma de vapor, sendo mais comum Tomemos, como exemplo, os desertos, locais de hídricos, o relevo, a natureza dos ventos predominantes e as correntes marítimas são exemplos desses fatores, os
durante a madrugada e o período da manhã. clima árido, umidade do ar relativamente baixa e 351 352 quais se relacionam a três escalas de fenômenos atmosféricos (vide Quadro 1).
FATORES MACROCLIMÁTICOS FATORES TOPOCLIMÁTICOS FATORES MICROCLIMÁTICOS
Latitude, altitude, correntes oceânicas,
Relacionado à configuração e à expo- Relacionado à cobertura do terreno e
continentalidade/oceanidade, massas
sição do terreno à natureza da superfície
de ar e frentes (frias ou quentes)
Em superfícies claras, como o gelo, os
No Brasil, as regiões sujeitas às gea- Nas Serras, a temperatura nas baixa- raios solares refletem a maior parte da
das compreendem os estados com das é menor que aquela observada no energia solar – ou seja, menos radia-
latitudes maiores que 18° – SE, no topo ou nas meias encostas ção será absorvida pela superfície para
Sudeste, e RS, SC, PR, no Sul. No caso No Hemisfério Sul, os terrenos com a elevação da temperatura – diferente-
desse último (PR), a maior altitude face voltada para o Sul são menos ex- mente de uma superfície mais escura,
também influencia na ocorrência de postos à radiação solar durante o inver- como a cidade, que retém mais calor e,
geadas no e mais propensos à geada de vento consequentemente, será mais quente Figura 14: Posição média do Equador Térmico durante o ano
que as superfícies brancas Fonte: TORRES; MACHADO, 2008. Disponível em: <https://www.
researchgate.net/figure/Figura-34-Posicao-media-do-equador-
Quadro 1: Escala dos Fenômenos atmosféricos termico-durante-o-ano-Adaptado-de-Varejao-Silva_fig2_269222933>.
Acesso em: 11 de maio de 2021.
Fonte: os autores (2021). Figura 13: A variação da temperatura do solo ao longo do dia
(temporal) e da profundidade (espacial)
A distância entre o Equador Térmico e o Geográ-
Variação Temporal e Espacial da Temperatura Fonte: ESALQ/USP – 2012. Disponível em: <http://www.leb.esalq. fico é, normalmente, maior sobre os continentes que
usp.br/leb/aulas/lce306/Aula6_2012.pdf>. Acesso em: 10 de maio
sobre os oceanos. Isso acontece, porque, nos conti-
de 2021.
A variação temporal da temperatura do ar pode ser diária ou anual. Na variação diária, a temperatura do ar nentes, a temperatura amplia-se bastante, principal-
varia conforme a disponibilidade da radiação solar na superfície terrestre, sendo que o seu valor máximo, nor- mente em certas áreas e épocas do ano. Observa-se,
A variação da temperatura do solo ao longo do dia
na Figura 14, que essa oscilação de temperatura chega
malmente, ocorre entre 2 e 3h após o pico de energia radiante e a temperatura mínima, de madrugada, alguns (temporal) e da profundidade (espacial) é estudada a a ultrapassar os trópicos de Câncer e Capricórnio nos
instantes antes do nascer do sol. A variação anual também segue a disponibilidade de energia na superfície, com partir da elaboração dos perfis de variação da tempe- períodos mais quentes do ano.
valores máximos no verão e mínimos no inverno. ratura denominados de Tautócronas. Para fins meteo- Tal fato ajuda a produzir o efeito de continentali-
rológicos e climatológicos, existe uma padronização dade, isto é, quando a superfície continental se aque-
As variações temporal e espacial da temperatura do ar estão relacionadas ao balanço de energia na superfície
para a medição da temperatura do ar, isso permite a ce e se resfria mais rapidamente do que a superfície
e ao aquecimento do solo. A temperatura do ar é medida a uma altura entre 1,5 e 2 m acima do solo, porém há comparação entre locais diferentes. hídrica (oceanos). Geralmente, a água absorve cinco
uma diferença de cerca de duas horas entre a temperatura que ocorre no solo e a essa altura (PEREIRA, 2016, As condições padrão do local em que será feita a vezes mais calor, aumentando a sua temperatura em
SENTELHAS, ANGELOCCI, 2012; ALMEIDA, 2016). medição da temperatura do compreendem área plana quantidade igual à do aumento do solo (continente).
(topoclima) e gramada (microclima). Assim, o valor da Em algumas áreas, o Equador Térmico permanece,
Conforme vimos, a latitude, a altitude, a continentalidade, as correntes oceânicas, as massas de ar etc. são
temperatura local terá, como consequência, apenas o durante todo o ano, ao norte do Equador Geográfico, por
fatores determinantes para a variabilidade espacial (horizontal) (Figura 12). influência de correntes marítimas, cuja posição média
macroclima. A altura da medição é padronizada entre
1,5 e 2 m acima da superfície do solo e os termômetros é observada, por exemplo, no Atlântico Tropical. Assim,
são instalados dentro de um abrigo meteorológico, a temperatura do ar oferece um ambiente propício aos
para, assim, permitir a livre passagem do ar e impe- animais, às plantas e ao próprio homem, onde o cresci-
Thermometer mento e o desenvolvimento ocorrem normalmente.
dir a incidência direta da irradiação solar (ALMEIDA,
Ademais, no hemisfério Norte, os verões são mais
Shelter 2016).
quentes e os invernos mais frios do que no hemisfério
A temperatura média do ar (tmed) não é medida
Sul, conforme mostra a tabela a seguir.
ou registrada e, sim, calculada. O cálculo da tmed será
mais preciso quando houver um número elevado de
Altitude

HEMISFÉRIO HEMISFÉRIO
Air temperature observações no período considerado. A análise da NORTE SUL
oscilação anual da temperatura do ar é feita através
Verão 22, 4 °C 17, 1 °C
das médias mensais das temperaturas máxima, míni-
Inverno 8, 1 °C 9,7 °C
ma e médias. Em geral, as maiores médias de tempe-
ratura do ar acontecem no verão e as menores, no Tabela 1: Temperaturas médias dos hemisférios Norte e Sul
inverno. Fonte: Ayoade, 1996.
Temperature É importante destacar a influência que os fatores
geográficos, como a latitude, a altitude e a continen- FATORES E ELEMENTOS METEOROLÓGICOS E/OU
talidade exercem sobre a amplitude mensal e anual CLIMÁTICOS
Figura 12: Variação Espacial da Temperatura do Ar da temperatura média. Em ambos os hemisférios, a
amplitude da temperatura média do ar à superfície Os elementos meteorológicos são grandezas que
Fonte: ESALQ/USP – 2012. Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula6_2012.pdf>. Acesso em: 10 de maio de 2021. descrevem as condições meteorológicas da atmosfera,
(mensais ou anuais) aumenta do Equador em direção
isto é, a pressão atmosférica, a umidade do ar, a presen-
aos polos. O gradiente horizontal é maior quanto mais
MEIO AMBIENTE

A temperatura do ar também varia espacialmente na vertical. Tanto o aquecimento, quanto o resfriamento do ça nuvens, a precipitação, vento, radiação solar, tempe-
próximo dos polos for o local considerado. Ademais,
ar ocorrem na superfície durante o dia. Assim, a tendência da temperatura do ar é ser maior próximo à superfície ratura, dentre outros. Esses elementos variam no tempo
a temperatura do ar revela uma forte influência do e no espaço e são influenciados pelos fatores geográficos.
e menor com o aumento da altura. Já na madrugada, essa condição é invertida, sendo a temperatura menor pró- movimento aparente do sol. Já os fatores climáticos são elementos naturais (ou
ximo à superfície e maior com o aumento da altura. Neste sentido, a linha que une os pontos corres- não) que exercem influência sobre o clima de uma
pondentes às temperaturas médias mais elevadas é determinada região. São agentes causais, os quais con-
Por outro lado, a temperatura do solo é determinada pelo aquecimento da superfície a partir da radiação solar
denominada Equador Térmico. Fisicamente, essa linha dicionam os próprios elementos, tais como a radiação
e pela condução de calor sensível para seu interior. Durante o dia, a superfície é aquecida, gerando um fluxo de
representa o meio da faixa mais aquecida e sua posi- solar, a latitude, a altitude, a continentalidade e/ou
calor para o interior; à noite, seu resfriamento pela emissão de radiação terrestre (ondas longas) inverte o sentido ção oscila em torno do Equador Geográfico ao longo oceanidade, o tipo de corrente oceânica, a vegetação,
do fluxo, que, agora, passa a ser do interior do solo para a superfície (Figura 13). 353 354 do ano (Figura 14). a urbanização etc.
Como exemplo, pode-se citar a pressão atmosférica, a qual diminui com a altitude e a radiação. No caso dessa Esses efeitos influenciam a constituição de tipos variados de climas no Brasil, sendo, pelo menos, 11 (onze) tipos
última, depende da latitude, da altitude e da época do ano (Figura 15). (Figura 17), conforme o IBGE. A vegetação ajuda a regular a umidade e a temperatura, sendo assim as áreas vegeta-
das apresentam temperaturas mais amenas que os campos. As cidades localizadas nos arredores da floresta Amazô-
nica, por exemplo, costumam ser úmidas pela umidade que é lançada na atmosfera devido à presença de vegetação.
PN
Zona fria
do Norte

Zona temperada
do Norte

Zona
quente ou
intertropical

Zona temperada
do Sul
PS Zona fria
do Sul

Figura 15: Relação entre latitude e o clima


Fonte: Slideshare, 2021. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/ElienaiGonalves2/fatores-e-elementos-climticos-67128794>. Acesso em: 11
de maio de 2021.

A quantidade de energia que chega do Sol em diferentes pontos da Terra é a mesma. No entanto, a radiação em
cada local vai variar em função da área sobre a qual essa energia vai se distribuir, fato que depende da inclinação
dos raios solares naquele lugar, a qual varia com a latitude e com a época do ano. Neste sentido, pode-se dizer que,
se apenas existisse o fator latitude, o clima de todos os locais com a mesma latitude seria igual.
Perceba que, quanto menor forem as latitudes (próximas à linha do Equador), maior serão as temperaturas e, ao
contrário, quanto maior forem as latitudes (distantes da linha do Equador), menor serão as temperaturas. São, portan-
to, variáveis e inversamente proporcionais. Nota-se, na figura, que a maior parte do Brasil está situada entre a linha Figura 17: Tipos de clima no Brasil
do Equador e o Trópico de Capricórnio (hemisfério Sul), por isso tem posição favorável para receber irradiação solar. Fonte: Só Geografia, 2021. Disponível em: <https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Clima//>. Acesso em: 12 de maio de 2021.
Na região Sul do país, a latitude é mais alta, ou seja, fica mais distante da linha do Equador e, com isso, apre-
senta clima mais frio que as demais regiões do país (embora latitudes mais altas tenham mais horas de luz do dia A influência da vegetação sobre o clima é determinada por diversos fenômenos, como o albedo (quantidade de radiação
durante os meses de verão). solar refletida em uma superfície), a umidade do ar, as variações de temperatura, a incidência de chuvas, dentre outros. Isso
Sendo assim, cabe concluir que a escala maior de variação das condições do tempo é a anual, devido ao movi- significa que o desmatamento de grandes áreas de florestas provoca alterações climáticas significativas tanto em âmbito
mento de translação da Terra, responsável pelas estações do ano, cujas diferenças sazonais (anuais) são mais local, quanto em outras partes do planeta.
intensas à medida que se afasta da linha do Equador. Para se ter ideia, uma árvore de 10 metros da Floresta Amazônica é capaz de “bombear” para o ar mais de 300 litros de
água por dia. Esse bioma é responsável pelas chuvas não apenas na região Norte do Brasil, mas em várias partes do país,
visto que, durante parte do ano, as massas de ar (transportando vapor de água) deslocam essa umidade rumo às regiões do
Importante! Centro-Oeste, Sudeste e Sul, além de países vizinhos. Esses “cursos de água atmosféricos” são os chamados “rios voadores”.
Outro fator que influencia diretamente o clima de uma região é a urbanização. Nos grandes centros urbanos, existem
Não confunda irradiância solar com irradiação solar. Irradiância solar é a densidade/quantidade de energia muitas construções, grande concentração de asfalto (ruas, avenidas) e concreto (prédios, casas e outras construções), ele-
solar que incide em uma superfície, por unidade de tempo. É, normalmente, medida em Watt/m2. Já irradia- mentos que aumentam a retenção do calor. Para piorar, as áreas verdes costumam ser em pouca quantidade, em função
ção solar é a irradiância acumulada ao longo do tempo. do adensamento urbano.
Ademais, a grande quantidade de veículos automotores torna a poluição do ar elevada, favorecendo a formação de ilhas
de calor e alterando o clima das grandes cidades.
A vegetação também é um dos fatores que determinam e/ou influenciam no clima. No Brasil, há, pelo menos,
Ilhas de calor é um fenômeno climático que ocorre, principalmente, nas cidades com elevado grau de urbanização. A
11 (onze) tipos de vegetação (Figura 16). As florestas, principalmente as densas, costumam reter muita umidade,
formação e a presença de ilhas de calor, no mundo, são negativas para o meio ambiente, pois favorecem a intensificação do
além de possuírem capacidade de impedir a incidência dos raios solares.
fenômeno do aquecimento global (Figura 18).

Mata Atlântica
Floresta Amazônica
Matas Intermediárias
Manguezais e Restinga
Mata de Araucárias
MEIO AMBIENTE

Mata de Cocais
Caatinga
Campos
Cerrado
Complexo do Pantanal
Pampas

Figura 17: Tipos de Vegetação no Brasil Figura 18: Ilhas de calor


Fonte: Só Geografia, 2021. Disponível em: <https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Vegetacao/content2.php>. Acesso Fonte: Tempo.com, 2019. Disponível em: <https://www.tempo.com/noticias/ciencia/ilha-de-calor-urbana-o-efeito-das-cidades-no-clima.html >.
em: 11 de maio de 2021. 355 356 Acesso em: 12 de maio de 2021.
Deste modo, cidades com grandes índices de urbanização tendem a concentrar mais calor, fazendo com que
a temperatura fique acima da média e, automaticamente, que a umidade relativa do ar seja baixa nessas áreas. CICLO HIDROLÓGICO
Destaca-se, ainda, o clima de regiões próximas ao litoral, que recebe influência dos oceanos (maritimidade).
As cidades litorâneas, geralmente, são muito úmidas e têm alto índice pluviométrico (chuvas). Essa umidade é
originária da evaporação da água dos oceanos, que atinge as áreas litorâneas com mais intensidade que nas áreas
localizadas no interior do continente (Figura 19).

Fonte: https://suportegeografico77.blogspot.com/2017/09/ciclo-da-agua-para-colorir.html

O Ciclo Hidrológico é composto de processos físicos que formam o movimento contínuo da água. Vale ressaltar
que, ao percorrer esse Ciclo, a água sofre alterações na qualidade.
Os processos que compõem parte do Ciclo Hidrológico são:

z Precipitação;
z Evaporação;
z Infiltração.

A água é precipitada sobre o solo e o oceano e, depois, retorna à atmosfera através da evaporação. Uma parte
da água que atinge o solo se transforma em escoamento superficial, outra é armazenada e o restante infiltra-
-se no solo. Sobre o subsolo, age a evaporação. Já a água retirada pelas plantas retorna à atmosfera através da
transpiração.
Figura 19: Região litorânea de Santa Catarina Após encontrar a superfície terrestre, a água proveniente da chuva percorrerá os seguintes caminhos:
Fonte: Sua pesquisa.com, 2020. Disponível em: <https://br.images.search.yahoo.com/>. Acesso em: 12 de maio de 2021.
z Infiltração: é o nome dado ao processo pelo qual a água penetra no solo pela superfície. A infiltração deter-
mina o balanço de água na zona das raízes e, por isso, o conhecimento do processo e suas relações com as
Por ser uma cidade litorânea, o clima de Santa Catarina é muito influenciado pela maritimidade, assim como
propriedades do solo é de fundamental importância para o eficiente manejo do solo e da água.
todo o litoral brasileiro da região Nordeste, Sudeste, Sul e uma pequena porção do território do Norte, nos Estados
do Pará e Amapá, que correspondem a regiões próximas a grandes massas de água (oceanos e mares). „ Sub-superficial;
Já nas áreas mais distantes dos oceanos, geralmente, o clima é mais seco que o das áreas litorâneas, por conta „ Alimentação dos aquíferos;
do efeito da continentalidade. Isso ocorre, porque essas regiões sofrem pouca ou nenhuma influência das massas „ Capacidade de infiltração;
de ar úmidas originárias nos oceanos (ex.: as cidades de Santos, litoral paulista, e Brasília-DF). Assim, pode-se „ Velocidade de infiltração;
„ Infiltração acumulada.
dizer que quanto maior a influência da continentalidade, menor será a umidade do ar de uma região.
Cabe destacar que, em regiões de interior e, portanto, distantes dos oceanos, ocorre maior variação de tempe-
z Evaporação: é a passagem da água em estado líquido para o estado gasoso ante o calor de evaporação de 2450
ratura no decorrer do dia. Algumas capitais brasileiras que se encontram inteiramente no continente, como Rio kJ/kg a 20 ºC. Na Hidrologia, incluem-se dois processos distintos: a evaporação do solo, barragens, canais, entre
Branco (AC), Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) sofrem grandes variações de temperatura entre o inverno e o verão. outros, e a transpiração por meio dos estômatos dos vegetais.

„ Solo;
„ Superfície livre;
NOÇÕES DE HIDROLOGIA „ Evapotranspiração.
MEIO AMBIENTE

Hidrologia é a ciência que estuda o comportamento da água na Terra. São analisadas a sua ocorrência, circulação
e distribuição, suas propriedades físicas e químicas, bem como suas relações com o meio ambiente e com a vida. Importante!
A evaporação controla a funcionalidade do ecossistema, porque a transpiração é ligada à atividade fotos-
CICLO HIDROLÓGICO sintética da vegetação. A Floresta Amazônica, pela quantidade de água que possui, alimenta todo um ciclo
de evapotranspiração, o qual devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água. Desta
Denomina-se Ciclo Hidrológico o processo natural de evaporação, condensação, precipitação, detenção e forma, o ar é sempre recarregado com mais umidade, que continua sendo transportada rumo ao oeste para
escoamento superficial, infiltração, percolação da água no solo e nos aquíferos, escoamentos fluviais e interações cair novamente como chuva.
entre esses componentes. Veja a ilustração a seguir: 357 358
z Escoamento escoado superficialmente, considerando-se como per- Para iniciar um estudo pedológico, que analisa o perfil do solo em seu meio natural, é preciso realizar aber-
das intermediárias os volumes de água evapotranspi- turas de trincheiras para que seja possível descrever completamente o solo, levando em consideração algumas
„ Superficial (riachos e rios); rados e os perdidos por percolação profunda. características como cor, textura, espessura dos horizontes, entre outras, que sejam capazes de definir o tipo de
„ Sub-superficial (subsolo); solo presente naquele local.
„ Descarga base (aquíferos). IMPACTOS SOBRE O CICLO HIDROLÓGICO Devem ser observadas tanto características internas (do solo em si), quanto características da paisagem, rele-
vo, presença de morros, o tipo de vegetação e como ela está distribuída, presença de pedras ou matacões etc.
O escoamento superficial é a fase do Ciclo Hidro- O ser humano vem modificando o meio em que Ao expor o perfil do solo, será possível observar a presença de diferentes horizontes que se diferenciam entre
lógico que trata do conjunto das águas que, por efeito vive, de modo a “adequá-lo” às suas necessidades, o que si pela cor, deposição de matéria orgânica etc. Após a coleta, os solos são agrupados de acordo com suas caracte-
da gravidade, se desloca na superfície da Terra. Possui repercute em sensíveis alterações do Ciclo Hidrológico. rísticas e categorizados seguindo os critérios estabelecidos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
grande importância para a Engenharia, pois a maioria Como exemplos podem-se citar o barramento de rios, A figura a seguir mostra a diferenciação de horizontes em um perfil de solo e como a deposição de matéria
dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamen- que modifica o regime de escoamento, aumenta a eva- orgânica influencia na diferenciação dos horizontes.
to da água superficial e à proteção contra os fenôme- poração e eleva o nível das águas subterrâneas (lençol
nos provocados pelo seu deslocamento. freático), além de outras consequências sobre a biota
aquática; a impermeabilização do solo devido à urba-
„ Vazão; nização, que diminui a parcela infiltrada e aumenta o
„ Nível d’água. escoamento superficial, causando alagamentos; o des-
matamento, prática que diminui a interceptação, dei-
PRECIPITAÇÃO PLUVIAL xando os solos expostos à ação das gotas de chuva e do
escoamento superficial, o quais erodem o solo e car-
A precipitação é entendida como o conjunto de reiam nutrientes e sedimentos para rios e lagos.
águas originadas do vapor d’água atmosférico que Em suma, a impermeabilização do solo, a retirada da
atinge a superfície terrestre. O conceito engloba a chu- vegetação para a urbanização, o aumento no escoamen-
va, a neblina, a saraiva, o orvalho, a geada e a neve.
to superficial, a redução da infiltração da água no solo e
A chuva ou precipitação pluvial é o fenômeno mais
a redução na evapotranspiração constituem efeitos do
importante para a Hidrologia, devido a sua capacida-
desenvolvimento urbano sobre o Ciclo Hidrológico.
de de produzir escoamento superficial (contribuindo
para a vazão dos rios), por ser facilmente medida e
REFERÊNCIAS
por ser mais comum nas condições brasileiras. Os
principais tipos de chuva são: Fonte: Santos, 2014
CUNHA, M. A. C. Curso de Hidrometria. Agência
z Chuva frontal ou ciclônica; Nacional de Águas, 2011.
A pedologia pode se dividir em:
z Chuva orográfica; NETTO, A. O. A. Noções de Hidrologia. Universi-
z Chuva convectiva. dade Federal de Sergipe, 2011.
z Pedologia descritiva: inicia-se com as observações em campo e nas medições em laboratório. São realizadas
PAZ, A. R. Hidrologia Aplicada. UERGS - Caxias
análises acerca das propriedades físicas e químicas que compõem os solos. Faz parte ainda da pedologia des-
Para calcular a precipitação média numa superfí- do Sul (RS): 2004. critiva: a descrição de agentes atmosféricos e biosféricos do ambiente. É importante para caracterizar o tipo
cie qualquer, faz-se necessário utilizar as observações de solo e sua distribuição;
dentro dessa superfície e nas suas vizinhanças. Acei- z Pedologia dinâmica: busca explicar processos responsáveis pela formação e evolução dos solos.
ta-se a precipitação média como sendo uma lâmina de NOÇÕES DE GEOLOGIA E SOLOS
água de altura uniforme sobre toda a área considera-
GÊNESE E MORFOLOGIA DOS SOLOS
da, associada a um período de tempo dado. O cálculo
A Pedologia é responsável pelo estudo das carac-
pode ser realizado pelo método da Média Aritmética;
terísticas do solo, e possui aplicação em diversas áreas Solo é definido como uma coleção de corpos naturais, constituídos por parte sólida, líquida e gasosa, tridimen-
Método de Thiessen; Método das Isoietas.
como: Agronomia, Geografia, Engenharia, entre outras. sionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial
Além de entender fatores como formação e distribuição das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza, onde ocor-
ELEMENTOS DE HIDROLOGIA
do solo, a pedologia é responsável também por explicar rem. Ocasionalmente podem ter sido modificados por atividades humanas (EMBRAPA, 1999)
suas implicações socioambientais, traçando paralelos A pedogênese, ou seja, o processo de formação do solo é o resultado da ação integrada de fatores como: clima e
As vazões médias diárias em uma seção transver-
que expliquem como o solo é um fator determinante organismos que atuam sobre a rocha de origem, que está distribuída em determinada paisagem em um período.
sal de um rio podem ser determinadas por meio de
para o estabelecimento de atividades econômicas e cul- Os fatores de formação do solo atuam de maneira conjunta no processo de pedogênese.
curvas-chaves, que relacionam o nível do rio com a
turais para uma população.
vazão. Para a medição de vazão em rios com seções
transversais pequenas, é indicado o uso de micromoli- O solo é um recurso natural tão importante quanto a Fatores de Formação do Solo
netes, pois a velocidade de escoamento muda confor- água e o ar, sendo fundamental para o estabelecimento
me a profundidade. Já para representar o escoamento das formas de vida.
em rios e canais, são utilizadas as variáveis: vazão, O solo é responsável por filtrar e armazenar a água Rocha Clima Organismo
velocidade e profundidade de escoamento. que consumimos; é por meio dele que os vegetais con-
seguem adquirir os minerais necessários para se desen-
BACIA HIDROGRÁFICA volverem e, também, é onde se fixam para filtrar o ar e
produzir o oxigênio que respiramos. Para que possamos Tempo Relevo
A expressão “bacia hidrográfica” é usada para deno- assegurar que estes serviços não venham a ser compro-
MEIO AMBIENTE

tar a área de captação natural da água de precipitação metidos, é necessário um estudo criterioso sobre o solo
que faz convergir os escoamentos para um único ponto e seus componentes que, inclusive, podem variar muito O processo de formação envolve perdas, transformações, transportes e adições. São estes processos que irão
de saída, que é chamado de exutório. A bacia é constituí- de acordo com o relevo, rocha, vegetação e o clima. determinar a transformação da rocha original em solo, formando diferentes horizontes em uma sucessão verti-
da por um conjunto de superfícies vertentes — terreno Os estudos pedológicos são de fundamental impor- cal, que são possíveis de serem diferenciados por cor, espessura, granulometria, deposição de matéria orgânica
sobre o qual escoa a água precipitada — e de uma rede tância, pois a partir deles é possível identificar solos e nutrientes. Desta maneira se explica a formação dos diferentes tipos de solos existentes, já que estes processos
de drenagem formada por cursos d’água que confluem apropriados para determinadas culturas e tornar a pro- atuam de diferentes maneiras a depender das condições as quais estarão expostos.
até resultar um leito único no exutório. dução agrícola mais eficaz e otimizada, principalmente A partir dos estudos de Dokuchaev, Jenny (1941) propôs em seu livro Factors of Soil Formation, a equação de
As bacias hidrográficas são áreas definidas e fecha- se forem aplicadas técnicas de melhoramento do solo formação do solo:
das topograficamente cuja principal entrada de água como: neutralizar acidez e/ou melhorar fertilidade natu-
é a precipitação pluvial e a saída é o volume de água ral do solo monitorando teores de matéria orgânica. 359 360 S = f (cl, o, r, p, t...)
Em que: complexas, no quesito evolutivo, do que solos que se desenvolvem em regiões mais frias, visto que a temperatura
é um fator que altera a velocidade das reações, quanto mais altas as temperaturas, mais rápidas são as reações.
S: solo; Esse cenário favorece as reações de intemperismo da rocha e do solo, fazendo com que os solos sofram esses
cl: clima; processos muito mais rápido do que aqueles que estão sob climas mais secos ou mais frios, onde os solos tendem
o: organismos; a ser mais jovens e sofrer menos com intemperismos. Em áreas em que a taxa de evaporação é maior do que as
r: relevo; de precipitação pluviométrica, a formação de solos salinos é favorecida.
p: material parental; Nem sempre o clima no solo corresponde ao clima atmosférico, por isso, é denominado “pedoclima” o conjun-
t: tempo. to hídrico (armazenamento e condutividade de água) e térmico (composição mineralógica, cor etc.) do solo. Tais
características variam de acordo com a atuação dos outros fatores de formação com conjunto e não apenas pela
Por meio desta equação, é possível trabalhar de maneira isolada a influência de cada um desses fatores, enten- ação do clima.
dendo qual deles está sendo o principal no processo de formação do solo. O relevo influencia diretamente nos processos de erosão e infiltração do solo. Vejamos no esquema a seguir:

z Os fatores de formação do solo estão interrelacionados entre si. Por exemplo, o relevo é capaz de ter sua tem-
peratura alterada, seja por meio da alteração das chuvas ou da própria temperatura; ÁREAS
z Quando um fator é considerado constante, é possível avaliar seus efeitos, fazendo com que este seja o principal ÁREAS COM
responsável pelos diferentes tipos de solos do ambiente. Se este fator for o relevo, o estudo é em topossequên- PLANAS DECLIVE
cia; se for a rocha de origem, teremos um estudo em litosequência e assim por diante. Maior Erosão
infiltração maior que a
Vamos entender como funciona cada um desses fatores no processo de pedogênese, infiltração
Pouco
Material de Origem escoamento Pouco água
= Solos para intem-
É o material do qual o solo se forma, pode ser de origem mineral ou orgânica. profundos perismo
Remoção do
z Material de origem orgânica: conhecidos como solos orgânicos, são compostos por matéria orgânica, ori- solo
ginando-se pela decomposição de organismos vivos de animais, vegetais e microrganismos. Formam-se por
meio da adição em uma superfície em que o material menos transformado está mais próximo o mais trans- = Solos
formado está em profundidade. Os solos orgânicos possuem uma função ecológica, podendo originar húmus rasos
ou turfa, que se diferenciam pela presença do oxigênio. O húmus é um material escuro depositado no solo na
presença de oxigênio a partir dos animais, já a turfa é depositada no solo por meio de processos que ocorrem
na ausência de oxigênio por microrganismos. As plantas possuem um bom desenvolvimento em solos com Importante!
presença de matéria orgânica, sendo assim, mais propícios para desenvolvimento da agricultura, além de que
desempenham um importante papel no processo de regulação do ciclo hidrológico e disponibilidade de água; Quanto maior a pluviosidade, maior a lixiviação, alteração dos minerais, atividade biológica e a taxa de acidi-
z Material de origem inorgânica: o solo inorgânico é formado por minerais formados pelas rochas ou mate- ficação dos solos.
riais retrabalhados. Os minerais podem ser formados a partir de materiais herdados pela rocha de origem ou
pela formação de minerais secundários formados por meio da ação do vento, da chuva, ou de mudanças na
temperatura. As características da rocha de origem influenciam na intensidade e no tipo de intemperismo, A água da chuva tem papel fundamental no processo de formação do solo, pois, por meio das reações de
como: composição mineralógica, organização e quantidade dos minerais, dureza, entre outros. Dependem hidrólise é possível modificar o material de origem e remover os solutos por meio da lixiviação. A água atua na
também do tipo de intemperismo, sendo temperatura e umidade os mais importantes. Não são solos reco- translocação, adição ou remoção de materiais no perfil do solo. A temperatura tem efeito indireto, atuando na
mendados para plantio, pois os vegetais não obtêm matéria orgânica suficiente para se desenvolverem, mas velocidade das reações químicas e intemperismo.
podem, juntamente com solos orgânicos, auxiliar na composição de um solo fértil e equilibrado com a presen-
ça de compostos inorgânicos. São solos mais utilizados no setor agropecuário. Organismos

Dica Os ciclos biogeoquímicos que garantem a ciclagem de elementos químicos só são possíveis graças à interven-
ção de organismos vivos que modificam propriedades desses materiais com o intuito de garantir a disponibili-
As principais características das rochas que influenciam nos atributos do solo são: composição química e dade desses elementos na natureza, o que é imprescindível para a manutenção da vida terrestres. A ação destes
mineralogia, cor e textura (Brady e Weil, 2013). organismos ocorre assim que a rocha é exposta à superfície; os líquens são um exemplo claro dessa interação:
estes microrganismos auxiliam na formação do solo participando da degradação das rochas e estabelecendo
Relevo condições para que outros seres vivos possam se fixar no local. As colônias que se estabelecem nas rochas estão
em busca de suporte e elementos químicos para seu desenvolvimento, especialmente as bactérias litotróficas que
O relevo afeta a formação do solo, pois é responsável na determinação do clima, em grandes escalas, e redistri-
utilizam substratos inorgânicos para seu desenvolvimento e são capazes de oxidar elementos químicos, desestabi-
buição de água, em escalas menores. Controlando a lixiviação e atuando em processos erosivos e definindo áreas
lizando-os e influenciando sua alteração. O produto dessas reações é utilizado para formação dos solos, na forma
de drenagem, o relevo redistribui a energia advinda da radiação solar e da água para o solo. Os pontos que estão
de ácidos orgânicos.
mais altos na paisagem e associados à baixas declividades possuem boas condições de drenagem pela distância
À medida que essas colônias vão se estabelecendo, elas começam a criar condições propicias para que outros
maior do lençol freático, já os pontos com maiores declives sofrem uma maior ação do escoamento superficial da
organismos mais complexos possam se instalar no local, obedecendo um estágio de sucessão de acordo com a
água do que de infiltração, aumentando a atividade de erosão no local. Os pontos mais baixos estão mais próxi-
mos do lençol freático e apresentam uma menor taxa de drenagem. complexidade do organismo. Mesmo quando o solo já está formado é importante a ação dos organismos vivos,
MEIO AMBIENTE

assim como a presença da cobertura vegetal, para proteger a superfície do solo, além de ser fonte de matéria
Clima orgânica para o solo, entre outros fatores.
A matéria orgânica depositada no solo pelos vegetais participa de processos como: a agregação de partículas,
O clima atua no processo de formação do solo em: fatores relacionados à precipitação pluviométrica, taxas de alteração de cor do horizonte, infiltração da água, alteração da erosão e retenção de nutrientes para desenvolvi-
evaporação e temperatura, relacionando esses efeitos à influência destes fatores no processo de intemperismo mento das plantas.
e evolução dos solos (Kämpf e Curi, 2012). As reações químicas responsáveis pela decomposição de rochas e for- A mesofauna do solo, ou mesofauna edáfica, é composta por organismos de tamanho intermediário (cupins,
mação de novos minerais são influenciadas por temperatura e presença de água (que representa um meio para formigas, minhocas) que desempenham um papel no desenvolvimento de características do solo por meio da
ocorrência de reações químicas). ciclagem de nutrientes e fluxo de energia.
As variáveis climáticas mais importantes são a temperatura, a precipitação e a evapotranspiração. Os solos que A distribuição tanto da fauna quanto da flora no solo vai depender do clima e das condições ambientais a que
se desenvolvem em climas tropicais com altas temperaturas e alta pluviosidade apresentam características mais 361 362 estarão submetidos, considerando a adaptabilidade de cada um deles a determinado ambiente.
Tempo quimicamente. Possuem uma boa retenção de água, resistem a erosão e são bem estruturados. O perfil do solo é
profundo e homogêneo, são solos fisicamente bons.
Quando falamos em tempo relacionado à formação do solo, estamos falando ao período no qual o clima e
o organismo atuaram sobre o material de origem. Um solo é considerado jovem quando sofreu pouca ação do z Podzolização e lessivagem: a lessivagem é um processo caracterizado pela transferência vertical de colóides inor-
intemperismo, e um solo considerado velho é aquele que já está intemperizado e a pedogênese mais acelerada. gânicos, em sua maioria, e sua deposição em horizontes subsuperficiais. O processo ocorre em três fases: dispersão,
Quanto mais velho o solo, menos características do material de origem ele tem, isso porque já sofreu com as trans- transporte e deposição. O horizonte em que existe perda de material é chamado de eluvial, enquanto no que há
formações causadas pelo intemperismo. ganho de material é chamado iluvial; os solos formados por esse processo podem pertencer a várias classes.
Em ambientes com clima mais seco, que tem uma baixa precipitação pluviométrica, o material de origem ten-
de a sofrer menos com os processos de intemperismo, resultando na formação de solos jovens. Podemos concluir Características de solos onde ocorrem esse processo são: material de origem capaz de formar argila, clima chu-
que as características do solo e sua distribuição estarão relacionados com as condições ambientais a que estes voso e altas temperaturas, relevo ondulado, presença de organismos vivos anaeróbios e ação do intemperismo de
estão expostos. médio a longo prazo. O solo é quimicamente variável, já que os solos em que esse processo ocorre tem mineralo-
gia variada. Possui horizontes superficiais mais arenosos, sendo um solo fisicamente mais frágil.
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO

Os processos pedogenéticos permitem identificar o solo e entender de que maneira ocorreu a sua formação. z Gleização: comum em solos que estão ocorrendo redução e onde há uma saturação por água na maior parte
São esses processos que conferem diferentes feições aos solos em um determinado perfil e descrevem sua morfo- do tempo. Quando há uma situação de excesso de água, as populações de microrganismos aeróbios são substi-
logia. Eles podem ser divididos de duas maneiras: processos básicos de formação do solo e modelos específicos, tuídas por populações anaeróbias, pois há uma baixa disponibilidade de oxigênio. Os organismos anaeróbicos
que considera a atuação de mecanismos específicos para formação das características dos diferentes tipos de solo. tem uma menor eficiência na decomposição de materiais orgânicos, o que gera um aumento da concentração
desses materiais no solo e uma redução de nitrogênio. Esses agentes são pigmentadores do solo, assim, os
Processos Básicos de Formação do Solo solos que sofrem esse processo costumam possuir uma coloração acinzentada. Os solos típicos dessa classe são
Gleissolos e Plintossolos.
z Adição: refere-se a todo processo de inclusão de material externo do perfil ou horizonte do solo. Podem ser:
matéria orgânica, água da chuva, sedimentos ou material de origem antropogênica (adubos, resíduos) que
Vejamos uma tabela que apresenta de forma resumida as características dos diferentes processos pedogené-
tenham sido depositados na superfície do solo em formação;
z Remoção: todo material que for removido do perfil, seja por processos naturais (lixiviação, erosão, fluxo late- ticos específicos.
ral e percolação) ou por meio de ação antrópica, acelerando estes processos (erosão acelerada, queima, colhei-
ta, nivelamento do solo). PROCESSOS PEDOGENÉTICOS PROCESSOS DESCRIÇÃO RESUMIDA DO EXEMPLO DE
z Transformação: quando o material modifica sua natureza química ou mineralógica; ESPECÍFICOS MÚLTIPLOS PROCESSO OCORRÊNCIA
z Translocação: quando há transferência de materiais entre horizontes, mas permanece no mesmo perfil.
Remoção, trans-
Remoção de sílica e concentração Latossolos, Nitossolos,
Ferralitização formação e
de óxidos de Fe e Al caráter ácrico
translocação

Migração e acúmulo de sílica ci-


Transformação Latossolos e Argisso-
Silificação mentando estruturas ou a matriz
e translocação los Amarelos coesos
do solo
Adições:
Redução e translocação de Fe
Material mineral e orgânico, Transformação e oxidação e precipitação origi-
energia (radiação solar), Plintitização e laterização Plintossolos
água e íons dissolvidos (pre- Translocações: e translocação nando mosqueados, plintita e
cipitações), gases atmosféri- petroplintita
cos, poeira Transporte de água e ilu-
viação de argila e matéria Argissolos, Luvissolos,
Lessivagem ou argiluviação Translocação Migração vertical de argila no solo
orgânica e íons, ciclagem horizontes E, lamelas
de nutrientes
Migração de complexos de Fe, Al
Transformação e matéria orgânica no solo com
Podzolização Espodossolos, Ortstein
Remoções: e translocação acúmulo em horizonte iluvial, com
Material orgânico e mine- ou sem sílica
ral, energia, água (evepotranspiração,
Transformações: escoamento e percolação), Redução de Fe em condições
íons (gases e nutrientes) Remoção, trans-
anaeróbias e translocação forman- Gleissolos,
Intemperismo e atividade biológica Gleização formação e
do horizontes acinzentados com Planossolos
translocação
ou sem mosqueados

Acumulação de CaCO3 com nódu- Luvissolos, Chernosso-


Calcificação ou cabonatação Translocação
los ou horizonte endurecido los Rêndzicos

Fonte: EMBRAPA Remoção, trans-


Destruição de argila com forma- Planossolos,
Ferrólise formação e
ção de horizonte B textural Argissolos
Processos Específicos de Formação do Solo translocação
MEIO AMBIENTE

São responsáveis por formar solos com características distintas. Os processos podem ocorrer de maneira conjunta. Acumulação de sair por evapora-
Salinização Translocação ção no horizonte superficial ou na Gleissolos sálicos
z Latolização: caracterizada pelo intemperismo químico e lixiviação que ocorreram de maneira intensa ou que superfície do solo
duraram muito tempo, sendo capaz de gerar dessilicação, com formação de um horizonte latossólico.

Para formação de um latossolo, os principais fatores de formação são: material de origem com potencial para Acidificação do solo causada
Transformação
Sulfurização ou tiomorfismo pela oxidação de compostos de Gleissolos Tiomórficos
formação de argila, altas pluviosidades e temperaturas mais altas, relevo plano, atuação de organismos vivos e translocação
enxofre
anaeróbios e longo tempo de intemperismo.
Esses solos são ricos em caulintia e/ou óxidos de ferro e de alumínio e pobres em sílica e base, refletindo um
baixo pH, alto teor de Al trocável, baixa saturação e baixa capacidade de troca de cátions, ou seja, um solo pobre 363 364 Fonte: EMBRAPA, adaptado de Kämpf & Curi (2012).
Fatores e Processos de Formação dos Principais Solos Brasileiros

No Brasil, os Latossolos e Argissolos ocupam aproximadamente 56% do território nacional (Santos et al., 2018).
No caso dos latossolos, o relevo, clima e tempo são os que mais influenciam para sua formação, caracterizados
pela intensa intemperização e elevada profundidade. Ocorrem nos pontos mais altos da paisagem com menor O - Horizonte com predominância de restos orgânicos.
declividade, sendo favorecidos pelo relevo, que leva a uma boa drenagem e maior infiltração da água. A - Horizonte mineral escurecido pela acumulação
de matéria orgânica.
As altas taxas de pluviosidade favorecem as reações de hidrólise, responsável pela transformação dos mine-
rais. Com as altas taxas de drenagem e infiltração, são favorecidos também a lixiviação e a intemperização, levan- E - Horizonte de cores claras, de onde as argilas e
do à formação de solos mais evoluídos. outras partículas finas foram lixiviadas pelas águas
percolantes.
O processo de ferralitização ocorre com a combinação dos fatores relevo, clima e tempo, principal responsável
na formação dos latossolos (Kämpf e Curi, 2012). B - Horizonte de acumulação de materiais provenientes
dos horizontes superiores, nomeadamente argilas.
Para os argissolos, os principais fatores são o relevo e o clima. Sua característica principal é o aumento do con- Pode apresentar cores avermelhadas, devido á pre-
teúdo de argila, ocorrem predominantes em localidades onde há relevos de declive suave e boa drenagem com sença de óxidos e hidróxidos de ferro.
maior infiltração de água que favorece o processo de translocação de partículas de argila dispersas dos horizontes
superficiais para horizontes mais profundos, o que aumenta a quantidade de argila em profundidade. Em pontos
onde a declividade é maior, o escoamento superficial da água é intensificado e há perda das partículas de argila C - Horizonte constituído por material não consolidado.

nos horizontes superficiais por erosão, aumentando o teor de argila em profundidade.

MORFOLOGIA DO SOLO

Morfologia do solo diz respeito à descrição das características visíveis do solo, de suas partes internas e exter- R - Rocha consolidada.
nas em ambiente natural. Para tanto, é realizada empregando uma metodologia padronizada seguindo o Sistema
Brasileiro de Classificação dos Solos. Normalmente, as características são descritas baseadas para um perfil de solo.

Perfil Fonte: Press e Siever, 1998

O perfil do solo é uma seção vertical, iniciada na superfície do solo e finalizada na rocha. Pode ser constituído
por um ou mais horizontes (Lima e Melo, 2007). Quando analisamos um perfil, devemos observar se nenhum de Importante!
seus horizontes foi cortado ou perdido por alguma modificação antrópica. Não é obrigatório um solo conter todos os horizontes: isso vai depender do tipo e grau de desenvolvimento
do solo. Cada solo pode ter uma sequência de horizontes própria.
Horizontes

Cor do Solo
O perfil do solo é dividido em horizontes. São camadas distribuídas paralelamente à superfície, com caracte-
rísticas que se diferenciam entre si. Os principais horizontes são: O, A, E, B, C. As distinções entre os horizontes A variação na coloração do solo vai depender não só do material de origem, mas de influências climáticas,
podem não ser claras, havendo pouca diferenciação entre os horizontes com características intermediárias de quantidade de matéria orgânica e mineralogia, estando relacionados aos processos de drenagem, salinização,
cada horizonte, quando isso ocorre, podemos dizer que temos horizontes de transição (miscigenados) ou horizon- eluviação e iluviação.
tes intermediários (mesclados). Normalmente, quanto maior a quantidade de material orgânico, mais escuro o solo será, associado a uma
maior fertilidade e atividade microbiana. No entanto, taxas muito elevadas matérias orgânicas, podem ser atri-
buídas ao retardo da decomposição desse material, por motivos de baixas temperaturas, baixa disponibilidade de
z Horizonte O: é um horizonte orgânico e superficial, formado pelo acúmulo de resíduos vegetais e animais em
nutrientes ou falta de oxigênio. Solos muito escuros tem uma fertilidade baixa. Quando o solo apresenta coloração
estado de decomposição. No Brasil, por conta de as reações de decomposição serem mais aceleradas devido ao mais avermelhada ou amarelada, frequentemente estão relacionadas a óxidos de ferro.
clima, raramente o horizonte O é espesso, exceto em regiões de serra. O horizonte O é muito importante para Os solos com elevada quantidade de quartzo são frequentemente claros. Solos mal drenados podem apresen-
o solo, pois contribui para a redução da erosão, também auxilia na manutenção da umidade. Alguns agricul- tar cor acinzentada, indicando que o ferro foi perdido devido às condições de redução (ausência de oxigênio).
tores utilizam táticas para não destruir o horizonte O, reduzindo a erosão; No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, a cor é considerada para distinção de classes.
z Horizonte A: composto de material mineral, está presente na região superficial do solo e tende a ser mais Ex: Latossolo Vermelho e Argissolo Bruno- acinzentado
A classificação da cor dos solos segue a padronização descrita no Sistema Munsell de Cores.
escuro devido à presença de matéria orgânica neste horizonte. Em regiões mais frias tende a ser mais escuro
e espesso do que nas regiões quentes, onde sua coloração é mais fraca, dificultando a diferenciação com os Consistência do Solo
outros horizontes;
z Horizonte E: é um horizonte mineral, mas diferentemente do horizonte A, ele encontra-se subsuperficial, É perceptível a partir de fatores como: dureza, friabilidade, pegajosidade e plasticidade do solo.
apresenta cores muito claras devido à presença de quartzo, não é muito comum de ser encontrado; Quando um solo está seco, tende a ser mais duro, o que dificulta a penetração das raízes das plantas ou para
processos de construção civil.
MEIO AMBIENTE

z Horizonte B: é um horizonte mineral e subsuperficial. Pode possuir presença de matéria orgânica, no entanto,
A plasticidade pode ser percebida quando há uma facilidade de manipulação e modelação do solo, a plastici-
muito menos do que encontrada no horizonte A, o que confere a este horizonte cores mais claras e homogê- dade pode ser empregada no artesanato para confecção de esculturas.
neas, variando do amarelo e vermelho ao marrom. Em solos mais intemperizados (mais velhos), este horizon- A pegajosidade refere-se à aderência do solo. Um solo pegajoso é difícil de ser manipulado.
te pode alcançar alguns metros de espessura;
z Horizonte C: é um horizonte mineral, considerado o mais jovem dos horizontes do solo. É uma transição entre COMPOSIÇÃO DO SOLO
a rocha principal e o solo propriamente dito (formado pelos horizontes A e B). É comum encontrar cores mis-
O solo é constituído pelas fases líquida, gasosa e sólida. De acordo com o esquema a seguir, temos as seguintes
turadas, resultantes dos minerais primários e secundários; proporções para exemplificar a composição de um solo qualquer: 25% de água, 25% de gases, 45% de material
z Camada R: é a rocha principal que sofreu pouca ou quase nenhuma ação de intemperismo. Não é considerado mineral e 5% de material orgânico, conforme a imagem a seguir. O conteúdo de água e ar dos poros é variável, de
um horizonte, pois ainda não se transformou em solo. 365 366 acordo com a quantidade de poros que estejam sendo ocupados pela água.
MATERIAIS Os nutrientes que entram no solo, produtos do intemperismo e da decomposição de resíduos orgânicos, são
ORGÂNICOS equivalentes às perdas ocasionadas da lixiviação das bases, da assimilação pelas plantas e da mineralização da
matéria orgânica (Folster & Khanna, 1997).
5% A ciclagem de nutrientes ocorre quando as plantas absorvem os nutrientes do solo, os utilizam para seu desen-
MATERIAL volvimento e depositam os resíduos, fazendo com que esses nutrientes voltem ao solo e sejam absorvidos nova-
ÁGUA
MINERAL mente por novas plantas. Se houver desequilíbrio na ciclagem de nutrientes, isso acarretará uma diminuição
na agregação do solo. As principais consequências podem ser: aumento do processo de erosão, diminuição da
25% infiltração e retenção da água, redução da aeração e aumento da temperatura na superfície do solo, causando
uma diminuição na fertilidade do solo. A ciclagem de nutrientes é importante para manutenção das florestas e,
45% na Floresta Amazônica, por exemplo, os solos são pobres em nutrientes e o que permite a manutenção da exube-
rância florestal é justamente o processo de ciclagem de nutrientes.

Matéria Mineral

25% Constituída por fragmentos de rochas e minerais de diferentes tamanhos, o esqueleto do solo é constituído
por partículas maiores que 2mm responsáveis por conferir pedregosidade e rochosidade ao solo. Formado por:
AR z Cascalhos: 2 mm a 2 cm;
Fonte: LEPSCH, 2011 (Adaptado) z Calhaus: 2 a 20 cm;
z Matacão: > 20 cm.
Essas proporções podem variar de acordo com as condições climáticas e o tipo de solo que está sendo anali-
As partículas menores que 2mm compõe a terra fina, a fração mais importante do solo e é formada por:
sado. Em um ambiente no qual o período chuvoso seja mais extenso pode ocorrer um maior acúmulo de água na
forma líquida em detrimento da fase gasosa. Em regiões mais frias, a quantidade de matéria orgânica pode ser z Areia: 2 a 0,05 mm
maior pois as reações de decomposição serão mais lentas. z Silte: 0,05 a 0,002 mm
z Argila: < 0,002mm
POROS DO SOLO
Essa divisão é de acordo com o tamanho da partícula e não com a composição mineral. Em todo solo estarão
A porosidade do solo representa a porção do solo que não está ocupado por partículas sólidas. São classificados presentes as três frações de terra fina, no entanto, cada tipo de solo apresenta uma concentração diferente.
em dois tipos:

z Macroporos: poros com diâmetro maior que 0,05mm; Matação Calhaus Cascalho Areia Silte Argila
z Microporos: poros com diâmetro menor que 0,05m.

A água ocupa os microporos e o ar ocupa os macroporos. Contudo, após uma intensa chuva, a água pode
ocupar tanto macro quanto microporos. Depois de algum tempo, a água armazenada nos macroporos pode ser
drenada até chegar no lençol freático por conta da gravidade. Já a água presente nos microporos não consegue 20 cm 2 cm 2 mm 0,00 mm 0,002 mm
ser levada pela ação da gravidade e fica no solo disponível para plantas e outros organismos, que utilizarão a água
no seu metabolismo para seu desenvolvimento e, após isso, essa água pode ser eliminada por meio do processo Fonte: MELO; LIMA, 2007.
de evaporação.
Esse ciclo faz com que os microporos percam água e sejam preenchidos por ar até que a água ocupe novamen- Areia e Silte
te essa posição, advindo principalmente da chuva.
A água que está presente no solo vem principalmente da chuva, mas a composição da água da chuva é bem Formados por minerais primários advindos das rochas que ao sofrerem intemperismo e começam a dar ori-
diferente da água do solo, isso porque a água que está no solo na fase líquida é chamada de solução do solo, pois gem ao solo. Os minerais primários sofrem apenas intemperismo físico (mudança no tamanho). Nestes minerais
na água estão dissolvidos muitos íons resultantes de diversas reações que ocorreram no solo, principalmente na pode ser encontrada alguma reserva de nutrientes, que podem ser utilizados para as plantas, como: cálcio (Ca),
fase sólida. Dessa forma, esta solução passa por trocas com outros componentes do solo. potássio (K), magnésio (Mg), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), zinco (Zn), entre outros. Estes minerais estão
O ar ocupa os macroporos e sua composição é semelhante ao ar atmosférico, diferenciando apenas a concen- presentes na composição dos minerais, que quando sofrem intemperismo os liberam para o solo.
tração dos gases que o formam. Essa diferença se deve ao fato que, no processo de respiração das plantas, estas O mineral primário mais comum em solos brasileiros é o quartzo, formado por silício e oxigênio, porém, não
consomem oxigênio (O2) e liberam gás carbônico (CO2). Outro fator que influencia nessa diferença de composição possui reserva de nutrientes. A presença do quartzo faz com que as nossas areias tenham uma cor clara, lembran-
é que os poros não são contínuos, o que dificulta a difusão do ar, demorando mais tempo para que ela ocorra por do que essa cor pode ser alterada de acordo com a predominância do mineral que a compõe.
completo. É importante que haja uma boa aeração do solo para que o crescimento das plantas não seja compro-
metido por essa dificuldade da passagem do ar. Argila

FASE SÓLIDA DO SOLO: MATÉRIA ORGÂNICA E MINERAL Formada por minerais secundários resultantes dos processos de intemperismo dos minerais primários, que
podem se recombinar dando origem aos minerais secundários. Os minerais secundários sofrem intemperismo
químico. Apesar de não possuir reservar de nutrientes, a argila possui cargas em sua superfície que são respon-
As partes sólidas do solo podem ser divididas em: sólidos orgânicos (matéria orgânica) e sólidos inorgânicos
sáveis pela capacidade de troca de cátions (CTC) do solo.
(matéria inorgânica).
As cargas são capazes de reter nutrientes por atração eletrostática, retirando-os da solução do solo, evitando
MEIO AMBIENTE

que estes nutrientes sejam lixiviados. Quando esses nutrientes são retirados pelas plantas e organismos, é libera-
Matéria Orgânica do um H+ para a superfície e a superfície libera o nutriente para ela. A CTC é determinada pela presença de cargas
negativas no solo, sendo a maioria dos nutrientes essenciais para as plantas que apresentam cargas positivas.
A matéria orgânica no solo é representada por restos de vegetais e animais que sofrem o processo de decom- Dessa forma, quanto maior a quantidade de cargas negativas na argila e no solo, maior será a retenção de matéria
posição pela ação de organismos. A matéria orgânica é fonte de nutrientes tanto para novos vegetais em desen- orgânica e nutrientes necessários para o desenvolvimento dos seres vivos.
volvimento quanto para organismos. A parte da matéria orgânica que é humificada pelos organismos formam Os minerais mais comuns encontrados na argila são os silicatos e os oxihidróxidos de ferro (Fe) e alumínio (Al).
o húmus, uma estrutura amorfa que é capaz de afetar a densidade do solo e aumentar a retenção de umidade e A presença de determinado mineral vai depender do grau de intemperismo do solo. Em solos mais jovens (rasos)
nutrientes, composto por moléculas orgânicas grandes e complexas. há predominância de minerais como a vermiculita e esmectita na fração argila, possuem uma alta CTC. Já em
A matéria orgânica está concentrada nas primeiras camadas porque são depositadas na superfície do solo. À solos mais velhos (profundos), há predominância dos minerais secundários caulinita, que tem baixa CTC, e óxi-
medida que a profundidade do solo aumenta a concentração de matéria orgânica diminui. O processo de minera- dos de ferro e hidróxido de alumínio que tem uma boa taxa de capacidade de troca de ânions (CTA), pelo grande
lização transforma as moléculas orgânicas em inorgânicas. 367 368 número de cargas positivas. No Brasil, devido ao clima tropical, os solos são mais intemperizados.
POLUIÇÃO DO SOLO A maior diversidade é detectada nas camadas mais z Perfil de solo: formado por horizontes que variam
baixas da atmosfera. em sua composição física, química e biológica;
O solo tem potencial de controlar transporte de contaminantes. Como já vimos, estão presentes na água diversos Na troposfera, os microrganismos são parte de popula- z O número de microrganismos é geralmente supe-
íons que podem infiltrar o solo, sendo alguns benéficos e fornecedores de nutrientes para as plantas, enquanto que ções alóctones (populações que vêm de fora, ou seja, de um rior ao encontrado em ambientes aquáticos;
outros podem ser tóxicos para o ambiente, como chumbo (Pb), cádmio (Cd), arsênio (As), agrotóxicos, entre outros. ambiente terrestre ou aquático), que chegam por ação do z Concentração de matéria orgânica no solo é geral-
Em processo de lixiviação, a solução contaminada pode chegar até ao lençol freático e alcançar os cursos vento associado a partículas de solo, folhas e várias partí- mente elevada, favorecendo o crescimento de
d’água, espalhando os contaminantes de maneira indiscriminada. O solo pode auxiliar na contenção destes culas que estão suspensas no ar. A composição de micror- microrganismos heterotróficos;
poluentes, visto que possuiu cargas que funcionam como uma barreira contra o deslocamento de determinados ganismos na atmosfera sobre o oceano é diferente. z O componente mineral (fonte de micronutrien-
poluentes, retendo-os. Observe a relação entre carga dos solos e cargas dos poluentes: A Aeromicrobiologia é de interesse de estudo, pois é tes) e a matéria orgânica são fatores que afetam
através do ar que existe a possibilidade de identificar os a abundância, a distribuição e a atividade dos
agentes infecciosos. Portanto, grande parte dos estudos microrganismos no solo;
microbiológicos são para identificar microrganismos z Bactérias: encontradas em maior número e com
patogênicos presentes no ar. maior biodiversidade. A abundância de bactérias
anaeróbicas aumenta em profundidade para cada
Cargas positivas Cargas negativas MICROBIOLOGIA DA ÁGUA
zona de solo;
retêm poluentes retêm poluentes z 70% da superfície terrestre são habitats aquáticos, z Fungos (com exceção das leveduras): são aeróbios
de carga negativa de carga positiva sendo 97% marinhos (2 a 3 ºC e sem luz, dos quais 62% e abundantes na maioria dos solos de superfície.
(CTA) (CTC) existem sob pressões elevadas: > 100 atm.); Contribuem, em geral, com uma maior proporção
z Rede alimentar complexa: em extensão superficial e para o total de biomassa microbiana do solo;
profundidade (importância da Alça Microbiana); z Algas fotoautotróficas: predominam nas zonas
PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DO SOLO
z Zonas costeiras: alerta de efeitos da poluição (presen- superficiais do solo, nas quais a luz solar penetra
O solo é constituído por três fases: sólida, líquida e gasosa. ça de contaminantes de origem doméstica e industrial até cerca de 10 cm de profundidade. São pioneiras
na água); de áreas vulcânicas (nuas), de solos de desertos e
z Fase sólida: rocha de origem, material orgânico; z Plâncton: são as formas vivas que se encontram na de superfícies rochosas. Os três principais grupos
z Fase líquida: solução do solo (água mais elementos em solução); coluna d’água, podendo flutuar e ser transportados de algas encontrados em solos são algas verdes,
z Fase gasosa: variável de acordo com as trocas gasosas realizadas por plantas e animais. pela correnteza das águas; algas vermelhas e cianobactérias;
z Fitoplâncton (autótrofos); z Protozoários: são células eucariontes e unicelu-
As propriedades do solo são determinadas pelo relevo, condições climáticas, origem dos minerais, organismos z Bacterioplâncton (bactérias heterotróficas); lares, cujo comprimento pode atingir 5,5 mm. A
vivos e os processos geológicos aos quais foi submetido. O solo pode exibir diferentes frações de seus componen- z Zooplâncton (população de protozoários); maior parte dos protozoários do solo é hetero-
tes e tamanho relativo de grãos a depender dos processos de intemperismo que sofreu. Proporções de areias, siltes z Bentos: englobam a zona do fundo do ambiente aquá- trófica, alimentando-se de bactérias, leveduras,
ou argilas podem sofrer alterações, influenciando na granulometria. tico, acumulam sedimentos vindos da coluna d’água fungos e algas. São considerados o elo da cadeia
São propriedade físicas do solo: textura, estrutura, densidade, porosidade, permeabilidade, fluxo de água, ar e calor. e do ambiente terrestre adjacente (matéria orgânica, alimentar do solo. Os protozoários encontram-se
O tipo de material constituinte e sua granulometria influenciam no transporte de poluentes. Veja na imagem mineral e água); 15 a 20 cm superficiais do solo e concentram-se, de
a seguir o triângulo textural que representa as classes texturais do solo, utilizando os percentuais de areia, argila z Zona de grande aumento de biomassa microbiana; modo geral, em torno das raízes das plantas, onde
e silte encontrados na porção do solo. z Zona com uma comunidade de microrganismos o seu alimento se encontra concentrado. Presentes
aquáticos de grande diversidade fisiológica; nas formas de amebas, ciliados e flagelados, são
z Tapetes microbianos: nos habitats bentônicos, a inter- encontrados no solo, sendo as formas de amebas
face sedimento-plâncton forma um microambiente no as mais numerosas. Microbial Loop - processo de
qual a combinação de atividades aeróbias e anaeróbias reciclagem de nitrogênio pelos protozoários.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA AMBIENTAL
sustenta a existência de uma diversidade de popula-
ções microbianas;
Microbiologia é a ciência que estuda os organismos microscópicos e suas atividades biológicas, isto é, analisa
as diversas formas, estruturas, reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos e seu relacionamento entre si e com
z Rede complexa de inter-relações fisiológicas, dinâmi- Importante!
cas, num espaço temporal e físico reduzido;
o hospedeiro, podendo ser benéficos e prejudiciais. Trata-se de uma investigação sobre os organismos microscó- Os microrganismos têm importante papel no
z Biofilmes: são comunidades biológicas com um eleva-
picos unicelulares, em que todos os processos vitais são realizados numa única célula. solo na formação do solo: na formação do
do grau de organização, nas quais as bactérias formam
comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. húmus, na formação e estabilização de agrega-
MICROBIOLOGIA AMBIENTAL Tais comunidades biológicas se encontram embebidas dos do solo e na estrutura do solo (hifas de fun-
em matrizes poliméricas produzidas por elas próprias; gos interconectam partículas de solo).
A Microbiologia Ambiental surgiu na década de 1960 em um processo de consciência ecológica.
z Desenvolvem-se em superfícies submersas ou úmi-
z Ecologia microbiana: ciência que estuda as inter-relações entre os microrganismos e entre os microrganis- das, adesão e proliferação de bactérias na superfície.
BIORREMEDIAÇÃO
mos e o seu meio envolvente (biótico e abiótico);
z Microbiologia ambiental: ciência que estuda os efeitos dos microrganismos aplicados ao ambiente, às ativi- Dica
Qualquer processo que utiliza microrganismos,
dades humanas, à saúde e ao bem-estar. Você sabia que existe uma grande vantagem na plantas verdes ou suas enzimas, para degradar subs-
formação de biofilmes para as bactérias, pois tâncias poluentes indevidamente presentes no meio
HABITAT MICROBIANO ambiente.
elas podem se tornar ainda mais resistentes a
antibióticos e a desinfetantes, elas podem se ali- Para fazer biorremediação é necessário:
Os habitats naturais microbianos são extremamente diversos.
mentar melhor da matéria orgânica e, além disso,
z Sobrevivência: condições físicas e químicas e recursos nutritivos definem o nicho; z Avaliar o ambiente contaminado;
os biofilmes são considerados filtros biológicos
MEIO AMBIENTE

z Microambientes: em uma partícula de solo de 3 mm de diâmetro em média, diferentes ambientes podem ser z Caracterizar a natureza da contaminação;
(usados no tratamento de água e efluentes). z Fazer planejamento do tipo de biorremediação;
encontrados com características físicas e químicas distintas para um microrganismo.
z Usar microrganismos ou plantas;
MICROBIOLOGIA DO SOLO z Selecionar técnicas e/ou combinar técnicas.
MICROBIOLOGIA DO AR (AEROMICROBIOLOGIA)

z Habitat atmosférico: z O solo constitui o principal habitat terrestre de REFERÊNCIAS


microrganismos;
„ Intensidade luminosa elevada; z Solo: meio poroso com fase sólida, líquida e gasosa, NICOLAU, P. B. Microrganismo e ambiente: ar e
„ Variações de temperatura extremas; de composições distintas; água, solo e extremos. Universidade Aberta. 2016.
„ Concentrações baixas de matéria orgânica; z Tipos de solos possuem características variáveis: NICOLAU, P. B. Microrganismos e crescimento
„ Escassez de água. 369 370 rocha-mãe, topografia, clima, tempo, biosfera; microbiano. Universidade Aberta. 2014.
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO viável todo o transporte ser realizado até a estação de transbordo e seguir em caminhões de maiores dimensões
ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS para as unidades finais;
O sistema de esgotamento sanitário constitui um
DO SANEAMENTO conjunto de unidades que tem como objetivo coletar z Tratamento dos resíduos: tem como objetivo incluir mais uma barreira de redução da quantidade de resí-
os esgotos gerados, transportá-los até uma estação de duos a serem dispostos. A disposição final consiste na adequada disposição dos resíduos no meio ambiente
CONCEITO DE SANEAMENTO BÁSICO tratamento e lançar os esgotos tratados de volta ao
meio ambiente, ou reutilizá-los para outra finalidade. sendo o aterro sanitário a forma mais utilizada no nosso país.
Quando se fala em saneamento, torna-se oportuno São unidades componentes de um sistema de esgo-
mencionar a Funasa, que representa uma importan- tamento sanitário: DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS
te instituição do nosso país no tocante à evolução das
teorias e das práticas desse serviço, principalmente no z Redes coletoras: são tubulações responsáveis por O sistema pode ser dividido em microdrenagem e macrodrenagem. A microdrenagem consiste nos disposi-
meio rural. Segundo a Organização Mundial de Saúde receber os esgotos das residências, transportando-os ao
longo das vias até as tubulações de maiores dimensões; tivos e atividades de captação dos escoamentos de superfície por meio de uma infraestrutura que abrange toda
(OMS), pode-se entender saneamento como o contro-
le de todos os fatores do meio físico do ser humano z Coletores tronco: recebem as contribuições das a malha viária de uma cidade. Já a macrodrenagem constitui um conjunto de canais naturais (ou construídos)
os quais exercem ou podem exercer efeitos nocivos redes coletoras e transporta os esgotos até os inter-
e galerias por onde escoam os cursos d’água, bem como os equipamentos urbanos para regularização de cheia.
sobre seu bem-estar físico, social ou mental. ceptores ou emissários;
z Interceptores: recebem as redes coletoras e cole- Os principais componentes da micro e da macrodrenagem são:
Cumpre destacar que, em 2007, foi promulgada a
tores e são responsáveis por interceptar os esgotos,
Lei nº 11.445, que define as diretrizes nacionais para
evitando que eles sejam lançados nos corpos d’água z Sarjeta: pequeno canal longitudinal situado entre a guia do passeio e a pista de rolamento da via públi-
o saneamento básico como um conjunto de serviços,
em diversos sistemas. Quando não é mais possível
infraestrutura e instalações operacionais de abasteci- ca; tem como finalidade coletar e conduzir as águas de escoamento superficial até os pontos de coleta;
serem escoados por gravidade, torna-se necessá-
mento de água potável, esgotamento sanitário, limpe- z Bocas de Lobo: também denominadas de bocas coletoras, são estruturas hidráulicas construídas com a
ria sua elevação por meio de bombeamento. Essas
za urbana e manejo dos resíduos sólidos, drenagem e unidades são denominadas de estações elevatórias,
manejo das águas pluviais urbanas (alíneas “a”, “b”, finalidade de coletar as águas superficiais conduzidas pelas sarjetas e lançá-las nas galerias; normalmen-
que bombeiam os esgotos através das linhas de
“c” e “d”, inciso I, do art. 3º). Adiante, estudaremos recalque até os emissários. Depois, os esgotos são te, estão situadas sobre o passeio ou sobre a sarjeta;
sobre cada uma dessas operações. transportados até as Estações de Tratamento de z Galeria: pode ser de pequeno ou médio porte; é constituída de tubulações instaladas sob a via de rola-
Esgotos, comumente denominadas de ETE;
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA z Estações de Tratamento de Esgotos: são unida- mento e tem como objetivo coletar as águas superficiais conduzidas pelas Bocas de Lobo e transportá-las
des construídas que têm como objetivo tratar os até o ponto de lançamento final. Os canais ou galerias de grandes dimensões são estruturas construídas
Um sistema de abastecimento de água consiste no esgotos de forma a atender às normas ambientais
conjunto de unidades que tem como objetivo captar a ou aproveitadas do leito natural do curso d’água e tem como objetivo receber toda a água superficial
vigentes. Por fim, o esgoto tratado é lançado no
água do meio ambiente, tratá-la, conforme os padrões corpo receptor através do emissário final. coletada e transportada pelo sistema de microdrenagem;
de potabilidade, e distribuí-la para a população.
z Bacias de Detenção ou Retenção: são tanques ou depressões, naturais ou construídos, cujo objetivo é
Esses sistemas começam com o tipo de manancial LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS
a ser utilizado, ou seja, de onde a água será extraída. SÓLIDOS reduzir o volume das enxurradas, ou seja, amortecer as vazões de cheia.
Existem os mananciais subterrâneos, como os poços, e
existem os mananciais superficiais, como os rios, açu- A Lei nº 11.445 define Limpeza Urbana e Manejo
des e reservatórios. de Resíduos Sólidos como o conjunto de atividades,
Logo, vêm as seguintes unidades: infraestruturas e instalações operacionais de coleta, NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DO AR, POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, CONTROLE DE
transporte, transbordo, tratamento e destino final dos
z Captação: responsável pela retirada de água do resíduos domésticos e originários da varrição e limpe- EMISSÕES
manancial. A forma de captação a ser utilizada za de logradouros e vias públicas.
dependerá do tipo de manancial disponível; São componentes de um sistema de limpeza urba-
z Adutora de Água Bruta: a água bruta é aquela que CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS
na e manejo de resíduos sólidos:
acabou de ser captada no manancial e necessita de
tratamento. A adutora, por sua vez, é uma tubula- z Coleta: tem como finalidade reunir os resíduos Poluição Atmosférica
ção que tem como objetivo transportar essa água sólidos previamente acondicionados pela popula-
bruta até a estação de tratamento. Ao longo do per- ção para o seu posterior transporte. Normalmente, Segundo a definição da CETESB, poluente atmosférico é toda forma de matéria ou energia com intensidade e
curso da adutora, pode ser que sejam necessárias é realizada a partir de um sistema convencional
as estações elevatórias, que são unidades respon- em quantidade, concentração, tempo, ou características, em desacordo com os níveis estabelecidos em legislação,
de coleta, ou por coleta seletiva, ou através de uma
sáveis pelo bombeamento da água, para vencer coleta realizada pelo próprio produtor, como, por e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público,
desníveis geométricos — em pequenos sistemas de exemplo, os entulhos de construção; danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades
abastecimento de água, a utilização dessas unida- z Varrição: compreende as atividades realizadas para
des não é comum, porém, em sistemas de grande normais da comunidade.
reunir, acondicionar e remover as folhas de árvores
porte, são necessárias várias estações elevatórias;
e demais resíduos nas vias e logradouros públicos;
z Estação de Tratamento de Água (ETA): tem como POLUIÇÃO POR FONTES PONTUAIS OU DIFUSAS
z Desobstrução de Bocas de Lobo: normalmente, é
objetivo compatibilizar a qualidade de água bruta aos
realizada em conjunto com a varrição e tem a fina-
padrões de potabilidade e proteger a saúde da popu-
lação. A água a ser utilizada para o abastecimento lidade de garantir o escoamento das águas pluviais; Fontes Pontuais
público deve ter a sua qualidade ajustada, de forma a z Capina e Roçagem: são atividades de cortes da
MEIO AMBIENTE

atender aos padrões de qualidade exigidos pela Porta- vegetação com o objetivo de limpeza das vias
São locais específicos, como fábricas, aterros e estações de tratamento de esgoto que descartam os poluentes.
ria do Ministério da Saúde nº 2.914, de 2011. públicas e margens de canais e cursos d’água;
z Transporte: é a atividade realizada entre a coleta São bem localizadas, fáceis de encontrar e monitorar.
Posteriormente, a água tratada é transportada dos resíduos sólidos até as estações de transbordo Ex.: Descargas de efluentes a partir de indústrias e de estações de tratamento de esgoto.
pela Adutora de Água Tratada e armazenada nos ou unidades de tratamento ou de disposição final;
reservatórios, os quais têm a finalidade de atender às z Estações de Transbordo: são utilizadas em sistemas Fontes Difusas (Não Pontuais)
variações de consumo da população às demandas de de grande porte, nos quais as unidades de tratamen-
emergência, bem como manter a pressão nas redes de to de disposição final dos resíduos estão localizadas,
distribuição. Por fim, as redes de distribuição condu- a uma distância muito elevada do centro urbano. Espalham-se por toda cidade, difíceis de identificar e tratar.
zem a água para o consumidor final. Deste modo, passa a ser economicamente mais 371 372 Ex.: Escoamento superficial urbano, escoamento superficial de áreas agrícolas e deposição atmosférica.
Óxidos de Nitrogênio (NOx)
Fontes Difusas Centros Urbanos
São formados durante a combustão. Os veículos são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de
nitrogênio. O NO, sob a ação de luz solar, transforma-se em NO2 e tem papel importante na formação de oxidantes
Casas Rurais
fotoquímicos como o ozônio. Pode ocasionar problemas de saúde a depender da sua concentração.

Partículas Totais em Suspensão (PTS)


Agricultura
Partículas cujo diâmetro aerodinâmico é menor ou igual a 50 µm. Uma parte destas partículas é inalável e
Pecuária pode causar problemas à saúde, outra parte pode afetar desfavoravelmente a qualidade de vida da população,
interferindo nas condições estéticas do ambiente e prejudicando as atividades normais da comunidade.

Zonas Residenciais Fumaça (FMC)

Está associada ao material particulado suspenso na atmosfera proveniente dos processos de combustão.

Estação de tratamento Partículas Inaláveis (MP10)


de águas residuais
Partículas cujo diâmetro aerodinâmico é menor ou igual a 10 µm. Dependendo da distribuição de tamanho na
Indústrias faixa de 0 a 10 µm, podem ficar retidas na parte superior do sistema respiratório ou penetrar mais profundamen-
te, alcançando os alvéolos pulmonares.
Fontes Pontuais
Partículas Inaláveis Finas (MP2,5)
Classificação dos Poluentes do Ar
Partículas cujo diâmetro aerodinâmico é menor ou igual a 2,5 µm. Tem potencial para penetrar profundamen-
Poluentes primários: te no sistema respiratório, podendo atingir os alvéolos pulmonares.
A resolução Conama nº 3, de 28/06/1990, estabelece os padrões nacionais de qualidade do ar e o método para
z Lançados diretamente da fonte de emissão; amostragem:
z São responsáveis por mais de 98% da poluição do ar dos principais centros urbanos do mundo.
TEMPO DE PADRÃO PRI- PADRÃO SECUNDÁ- MÉTODO DE
Ex: Monóxido de carbono (CO), óxidos de enxofre (SOx), hidrocarbonetos (HC), material particulado (MP), e POLUENTE
AMOSTRAGEM MÁRIO (ΜG/M3) RIO (ΜG/M3) MEDIÇÃO
óxidos de nitrogênio (NOx).
Poluentes secundários: Partículas totais
24horas* 240 150 Amostrador de gran-
em suspensão
z Formados na atmosfera pela reação química entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera. MGA 80 60 des volumes
– PTS

Ex.: Ozônio (presente em baixas altitudes, troposférico); Ácido sulfúrico (H2, SO4); Nitratos de peroxiacila 24 horas* 150 100
Fumaça Refletância
(PAN). MMA 60 40

PROBLEMA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM ESCALA GLOBAL Partículas 24 horas* 150 150 Separação inercial/
Inaláveis MMA 50 50 filtração
z Mudanças climáticas em escalas de décadas;
Dióxido de 24 horas* 365 100
z Aceleração do aquecimento global; Pararosanilina
Enxofre MMA 80 40
z Intrusão estratosférica de partículas de erupções vulcânicas;
z Emissões antropogênicas de queimadas na África, na América do Sul. Monóxido de 1 hora* 40.000 (35ppm) 40.000 (35ppm) Infravermelho não
Carbono 8 horas* 10.000 (9ppm) 10.000 (9 ppm) dispersivo
POLUENTES ATMOSFÉRICOS MAIS COMUNS1
Ozônio 1 hora* 160 160 Quimiluminscência
Dióxido de Enxofre (SO2)
Dióxido de 1 hora 320 190
Quimiluminscência
Resulta principalmente da queima de combustíveis que contêm enxofre, como óleo diesel, óleo combustível Nitrogênio MMA 100 100
industrial e gasolina. É um dos principais formadores da chuva ácida. O dióxido de enxofre pode reagir com
outras substâncias presentes no ar, formando partículas de sulfato que são responsáveis pela redução da visibi- * Não deve ser excedido mais de uma vez por ano.
lidade na atmosfera. MGA — média geométrica anual.
MMA — média aritmética anual.
Monóxido de Carbono (CO)
PROTOCOLO DE KYOTO
É um gás incolor e inodoro que resulta da queima incompleta de combustíveis de origem orgânica (combustí-
MEIO AMBIENTE

veis fósseis, biomassa etc.). Em geral é encontrado em maiores concentrações nas cidades, emitido principalmente O Protocolo de Kyoto (ou Quioto) é um acordo assinado por diversos países na Convenção das Nações Unidas
por veículos automotores. Altas concentrações de CO são encontradas em áreas de intensa circulação de veículos. sobre Mudanças Climáticas, realizada em Kyoto, Japão, em 1997. Esse foi o primeiro tratado internacional refe-
rente ao controle da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Seus principais objetivos eram diminuir a
Oxidantes Fotoquímicos, como o Ozônio (O3)
emissão de gases de efeito estufa, assim como a criação e aplicação de alternativas de desenvolvimento sustentá-
“Oxidantes fotoquímicos” são a mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os óxidos de vel para preservar o meio ambiente.
nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar, sendo estes últimos liberados na queima Apesar de ser assinado por diversos países, em inúmeras ocasiões, o Protocolo de Kyoto enfrentou muita difi-
incompleta e evaporação de combustíveis e solventes. O principal resultante desta reação é o ozônio. Esse impor- culdade, uma vez que os Estados Unidos e a China, dois dos países que mais emitem gases poluentes no mundo,
estão isentos das responsabilidades legais aplicadas aos demais países, por razões distintas. Importa mencionar
tante grupo foi aprofundado na sessão “smog fotoquímico”.
que cada país tinha a sua meta diferenciada de níveis de redução dos gases de efeito estufa, levando em conside-
1 Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/ar/poluentes/>. Acesso em: 25 nov. 2021. 373 374 ração fatores como o nível de desenvolvimento econômico.
vi. O estímulo a reformas adequadas em seto- A fim de cumprir os compromissos assumidos, O art. 3º da Lei 12.187, de 2009, traz algumas ações
Importante! res relevantes, visando a promoção de políticas e qualquer país signatário do Protocolo de Kyoto pode relacionadas à Política Nacional sobre Mudança do Clima
medidas que limitem ou reduzam emissões de gases transferir ou adquirir, de qualquer outro, unidades de e cita alguns princípios que o norteiam:
Os EUA abandonaram o Protocolo de Kyoto em de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de
2001, alegando que cumprir as metas previstas redução de emissões resultantes de projetos. Em regra,
Montreal; Art. 3º A PNMC e as ações dela decorrentes, executadas
impediria seu crescimento econômico. A China, esse comércio ocorre entre países desenvolvidos que
vii. Medidas para limitar e/ou reduzir as emissões sob a responsabilidade dos entes políticos e dos órgãos
na época considerada país emergente, não tinha não conseguiram atingir sua meta de reduzir suas emis-
de gases de efeito estufa não controlados pelo Pro- da administração pública, observarão os princípios da
obrigações tão rígidas quanto outros países sões de gases de efeito estufa e em países em desenvol- precaução, da prevenção, da participação cidadã, do
tocolo de Montreal no setor de transportes;
desenvolvidos, que emitiam infinitamente menor viii. A limitação e/ou redução de emissões de meta-
vimento que não possuem essa obrigatoriedade. desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades
quantidade de gases nocivos na atmosfera. no por meio de sua recuperação e utilização no Em 2015, 192 países assinaram o Acordo de Paris comuns, porém diferenciadas, este último no âmbito
tratamento de resíduos, bem como na produção, no propondo mudanças na economia global, principal- internacional, e, quanto às medidas a serem adotadas
transporte e na distribuição de energia; mente no setor energético, apostando em um aumen- na sua execução, será considerado o seguinte:
Por que precisamos nos preocupar tanto com a (b) Cooperar com outras Partes incluídas no to do uso de energias limpas, principalmente as de I - todos têm o dever de atuar, em benefício das
emissão dos gases de efeito estufa na atmosfera? A Anexo I no aumento da eficácia individual e combi- baixo carbono. É uma forma de compensar todas as presentes e futuras gerações, para a redução dos
superfície terrestre emite radiação infravermelha, e impactos decorrentes das interferências antrópicas
nada de suas políticas e medidas adotadas segundo toneladas de carbono emitidas na atmosfera nas últi-
esse fenômeno, em termos simples, é importante pois sobre o sistema climático;
este Artigo, conforme o Artigo 4, parágrafo 2(e)(i), mas décadas. Suas metas estão previstas até 2030.
evita com que a Terra perca calor em excesso, man- II - serão tomadas medidas para prever, evitar ou
da Convenção. Para esse fim, essas Partes devem
tendo-a, dessa forma, aquecida e preservando a vida. minimizar as causas identificadas da mudança
adotar medidas para compartilhar experiências e POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO
Ocorre que, os gases de efeito estufa absorvem parte climática com origem antrópica no território nacio-
trocar informações sobre tais políticas e medidas, CLIMA (PNMC)
dessa radiação infravermelha, se mantendo na atmos- nal, sobre as quais haja razoável consenso por parte
fera, potencializando o aquecimento global e provo- inclusive desenvolvendo formas de melhorar sua
comparabilidade, transparência e eficácia. A Confe- dos meios científicos e técnicos ocupados no estudo
cando alterações climáticas. A Lei 12.187, de 2009, instituiu a Política Nacional dos fenômenos envolvidos;
rência das Partes na qualidade de reunião das Par-
tes deste Protocolo deve, em sua primeira sessão ou sobre Mudança do Clima, estabelecendo princípios, III - as medidas tomadas devem levar em consideração
z Os principais gases responsáveis pelo efeito objetivos, diretrizes e instrumentos a serem seguidos os diferentes contextos socioeconômicos de sua apli-
tão logo seja praticável a partir de então, conside-
estufa adicional são: em todo Território Nacional. O art. 2º dessa lei traz algu- cação, distribuir os ônus e encargos decorrentes entre
rar maneiras de facilitar tal cooperação, levando
em conta toda a informação relevante. mas definições importantes para os estudos da matéria: os setores econômicos e as populações e comunidades
„ Dióxido de Carbono (CO2); interessadas de modo equitativo e equilibrado e sope-
„ Metano (CH4); sar as responsabilidades individuais quanto à origem
Essa determinação decorre do princípio da coope- Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
„ Óxido Nitroso (N2O); das fontes emissoras e dos efeitos ocasionados sobre
ração entre os povos, uma vez que o dano ambiental I - Adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vul-
„ Cleroflurorcabonos (CFCs); o clima;
„ Ozônio (O3). não encontra barreiras políticas, necessitando, para nerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente
aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima; IV - o desenvolvimento sustentável é a condição
a sua eficácia, da colaboração de todos os países que para enfrentar as alterações climáticas e conciliar o
DECRETO 5.445/2005 assinaram o referido tratado internacional. II - efeitos adversos da mudança do clima: mudanças
no meio físico ou biota resultantes da mudança do cli- atendimento às necessidades comuns e particulares
ma que tenham efeitos deletérios significativos sobre a das populações e comunidades que vivem no território
O Congresso Nacional aprovou o texto do Protoco- 3. As Partes incluídas no Anexo I devem empe- nacional;
lo de Kyoto à Convenção-Quadro das Nações Unidas nhar-se em implementar políticas e medidas a que composição, resiliência ou produtividade de ecossiste-
V - as ações de âmbito nacional para o enfrentamen-
sobre Mudança do Clima, por meio do Decreto Legis- se refere este Artigo de forma a minimizar efeitos mas naturais e manejados, sobre o funcionamento de
to das alterações climáticas, atuais, presentes e
lativo nº 144, de 20 de junho de 2002. O protocolo de adversos, incluindo os efeitos adversos da mudan- sistemas socioeconômicos ou sobre a saúde e o bem-
futuras, devem considerar e integrar as ações promo-
Kyoto entrou em vigor internacional em 16 de feverei- ça do clima, os efeitos sobre o comércio internacio- -estar humanos;
vidas no âmbito estadual e municipal por entidades
ro de 2005, e em 12 de maio de 2005 o Brasil o promul- nal e os impactos sociais, ambientais e econômicos III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou
públicas e privadas;
gou através do Decreto 5.445. sobre outras Partes, especialmente as Partes países seus precursores na atmosfera numa área específica e
O Protocolo de Kyoto define: em desenvolvimento e em particular as identifica- num período determinado; O caput do art. 3º traz alguns princípios importantes
das no Artigo 4, parágrafos 8 e 9, da Convenção, IV - fonte: processo ou atividade que libere na atmos- para a execução da PNMC. Há o princípio da precaução:
Art. 2º levando em conta o Artigo 3 da Convenção. A Con- fera gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás em situações em que verificamos dúvidas, incerteza cien-
1. Cada Parte incluída no Anexo I, ao cumprir seus ferência das Partes na qualidade de reunião das de efeito estufa; tífica sobre uma determinada atividade em relação ao
compromissos quantificados de limitação e redu- Partes deste Protocolo pode realizar ações adicio- V - gases de efeito estufa: constituintes gasosos, natu-
ção de emissões assumidos sob o Artigo 3, a fim de bem-estar do meio ambiente, devemos proferir decisões
nais, conforme o caso, para promover a implemen- rais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e ree- favoráveis ao meio ambiente. Não havendo conhecimen-
promover o desenvolvimento sustentável, deve: mitem radiação infravermelha;
tação das disposições deste parágrafo. to suficiente sobre os danos que serão causados pela ati-
(a) Implementar e/ou aprimorar políticas e medi-
VI - impacto: os efeitos da mudança do clima nos siste-
das de acordo com suas circunstâncias nacionais, vidade, é ideal não a exercer.
tais como: As políticas e medidas às quais se refere o trata- mas humanos e naturais;
O princípio da prevenção impõe que sejam sempre
i. O aumento da eficiência energética em setores do internacional têm o objetivo de minimizar efeitos VII - mitigação: mudanças e substituições tecnológi-
privilegiadas medidas que evitem o dano ambiental,
relevantes da economia nacional; adversos da emissão de gases, que contribuem para o cas que reduzam o uso de recursos e as emissões por
muito antes de pretender repará-lo, de pensar em com-
ii. A proteção e o aumento de sumidouros e reser- aumento do efeito estufa, causando mudanças climáti- unidade de produção, bem como a implementação de
vatórios de gases de efeito estufa não controlados pensá-lo ou em indenizá-lo, pois muitas vezes esses danos
cas e também trazendo efeitos sobre o comércio inter- medidas que reduzam as emissões de gases de efeito
pelo Protocolo de Montreal, levando em conta seus são tecnicamente irreparáveis. Neste caso, já se tem base
estufa e aumentem os sumidouros;
compromissos assumidos em acordos internacio- nacional e impactos sociais, ambientais e econômicos cientifica para prever os danos ambientais decorrentes
VIII - mudança do clima: mudança de clima que pos-
nais relevantes sobre o meio ambiente, a promoção sobre outros países, aqueles em desenvolvimento. de determinada atividade lesiva ao meio ambiente.
sa ser direta ou indiretamente atribuída à atividade
de práticas sustentáveis de manejo florestal, flores- No princípio da participação cidadã, os cidadãos par-
humana que altere a composição da atmosfera mun-
tamento e reflorestamento; CRÉDITOS DE CARBONO ticiparão de forma ativa nas decisões políticas relaciona-
iii. A promoção de formas sustentáveis de agri- dial e que se some àquela provocada pela variabilida-
de climática natural observada ao longo de períodos das ao meio ambiente. Já o princípio do desenvolvimento
cultura à luz das considerações sobre a mudança
O protocolo de Kyoto prevê um Mecanismo de comparáveis; sustentável harmoniza a dicotomia “desenvolvimento
MEIO AMBIENTE

do clima;
iv. A pesquisa, a promoção, o desenvolvimento Desenvolvimento Limpo (MDL), por meio do qual é IX - sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que econômico e meio ambiente”. O crescimento deve ocor-
e o aumento do uso de formas novas e renováveis possível a comercialização entre países signatários remova da atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou rer de tal forma que não se comprometa as necessidades
de energia, de tecnologias de seqüestro de dióxi- do tratado internacional de Créditos de Carbono, precursor de gás de efeito estufa; e presentes, como também a possibilidade de que as gera-
do de carbono e de tecnologias ambientalmente também chamado de Redução Certificada de Emissão X - vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e incapa- ções futuras também possam dispor do meio ambiente
seguras, que sejam avançadas e inovadoras; (RCE), que corresponde a uma unidade de redução cidade de um sistema, em função de sua sensibilidade, equilibrado e sadio.
v. A redução gradual ou eliminação de imperfei- dos gases de efeito estufa equivalente a uma tonela- Finalmente, há o princípio das responsabilidades
capacidade de adaptação, e do caráter, magnitude
ções de mercado, de incentivos fiscais, de isenções
tributárias e tarifárias e de subsídios para todos
da de dióxido de carbono, um dos principais gases do e taxa de mudança e variação do clima a que está comuns, porém diferenciadas, postulando que todos os
os setores emissores de gases de efeito estufa que efeito estufa (GGE). Cada tonelada de CO2 não emitida exposto, de lidar com os efeitos adversos da mudança países têm as mesmas responsabilidades perante o meio
sejam contrários ao objetivo da Convenção e apli- à atmosfera ou reduzida gera um crédito de carbono. do clima, entre os quais a variabilidade climática e os ambiente, porém os países desenvolvidos devem arcar
cação de instrumentos de mercado; Esse crédito é comercializável no mercado. 375 376 eventos extremos. com os custos maiores para o desenvolvimento sustentável.
Art. 4º A Política Nacional sobre Mudança do Cli- b) reduzir as incertezas nas projeções nacionais e São recursos do FNMC: PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE
ma - PNMC visará: regionais futuras da mudança do clima; POLUIÇÃO DO AR
I - à compatibilização do desenvolvimento econô- c) identificar vulnerabilidades e adotar medidas de Art. 6º [...]
mico-social com a proteção do sistema climático; adaptação adequadas; I - até sessenta por cento dos recursos de que trata A poluição atmosférica não é um problema atual,
II - à redução das emissões antrópicas de gases de VII - a utilização de instrumentos financeiros e eco- o inciso II do § 2º do art. 50 da Lei nº 9.478/97; sendo enfrentada há muito tempo, principalmente
efeito estufa em relação às suas diferentes fontes; nômicos para promover ações de mitigação e adap- II - dotações orçamentárias consignadas ao Fundo
III - (VETADO); devido ao acelerado, progressivo e decorrente cresci-
tação à mudança do clima, observado o disposto na Lei Orçamentária Anual da União e em seus cré-
IV - ao fortalecimento das remoções antrópicas por mento urbano e industrial e da frota de veículos auto-
no art. 6°; ditos adicionais;
sumidouros de gases de efeito estufa no território motores, principalmente nas regiões metropolitanas.
VIII - a identificação, e sua articulação com a Polí- III - recursos decorrentes de acordos, ajustes, con-
nacional; Seus reflexos negativos sobre a sociedade, a economia
tica prevista nesta Lei, de instrumentos de ação tratos, convênios, termos de parceria ou outros ins-
V - à implementação de medidas para promover a e o meio ambiente, e as perspectivas de continuida-
governamental já estabelecidos aptos a contribuir trumentos congêneres previstos em lei, celebrados
adaptação à mudança do clima pelas 3 (três) esfe- de dessas condições trouxeram uma necessidade de
para proteger o sistema climático; com órgãos e entidades da administração pública
ras da Federação, com a participação e a colabora- se estabelecer estratégias para controle, preservação
ção dos agentes econômicos e sociais interessados IX - o apoio e o fomento às atividades que efetiva- federal, estadual, distrital ou municipal;
mente reduzam as emissões ou promovam as remo- IV - doações realizadas por entidades nacionais e
e recuperação da qualidade do ar, válidas para todo o
ou beneficiários, em particular aqueles especial-
mente vulneráveis aos seus efeitos adversos; ções por sumidouros de gases de efeito estufa; internacionais, públicas ou privadas; Território Nacional.
VI - à preservação, à conservação e à recuperação X - a promoção da cooperação internacional no V - empréstimos de instituições financeiras nacio- A Resolução CONAMA 05, de 1989, criou o Progra-
dos recursos ambientais, com particular atenção âmbito bilateral, regional e multilateral para o nais e internacionais; ma Nacional de Controle de Qualidade do Ar (PRO-
aos grandes biomas naturais tidos como Patrimô- financiamento, a capacitação, o desenvolvimento, VI - reversão dos saldos anuais não aplicados; e NAR) como um dos instrumentos básicos da gestão
nio Nacional; a transferência e a difusão de tecnologias e proces- VII - recursos oriundos de juros e amortizações de ambiental para proteção da saúde e bem-estar das
VII - à consolidação e à expansão das áreas legal- sos para a implementação de ações de mitigação e financiamentos; populações e melhoria da qualidade de vida. Seu obje-
mente protegidas e ao incentivo aos reflorestamen- adaptação, incluindo a pesquisa científica, a obser- VIII - rendimentos auferidos com a aplicação dos tivo é permitir o desenvolvimento econômico e social
tos e à recomposição da cobertura vegetal em áreas vação sistemática e o intercâmbio de informações; recursos do Fundo Clima; e do país de forma ambientalmente segura, pela limita-
degradadas; XI - o aperfeiçoamento da observação sistemática e IX - recursos de outras fontes. ção dos níveis de emissão de poluentes por fontes de
VIII - ao estímulo ao desenvolvimento do Mercado precisa do clima e suas manifestações no território
Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE. poluição atmosférica.
nacional e nas áreas oceânicas contíguas; Os recursos do FNMC poderão ser destinados às
Parágrafo único. Os objetivos da Política Nacional XII - a promoção da disseminação de informações,
sobre Mudança do Clima deverão estar em conso- seguintes atividades:
a educação, a capacitação e a conscientização
nância com o desenvolvimento sustentável a fim de Melhoria na
pública sobre mudança do clima;
buscar o crescimento econômico, a erradicação da Art. 7º [...] qualidade do ar
XIII - o estímulo e o apoio à manutenção e à pro-
pobreza e a redução das desigualdades sociais. I - educação, capacitação, treinamento e mobiliza-
moção:
ção na área de mudanças climáticas;
a) de práticas, atividades e tecnologias de baixas
As emissões antrópicas são aquelas resultantes da II - ciência do clima, análise de impactos e Objetivos do
emissões de gases de efeito estufa; Atendimento aos
ação humana, lançando grandes quantidades de CO2 vulnerabilidade; Programa Nacional
b) de padrões sustentáveis de produção e consumo de Controle da Polui- padrões estabelecidos
na atmosfera. Os sumidouros de gases são os depósi- III - adaptação da sociedade e dos ecossistemas aos
tos naturais, como as florestas, que absorvem boa par- impactos das mudanças climáticas; ção do Ar
MERCADO BRASILEIRO DE REDUÇÃO DE
te desse CO2, evitando que uma grande quantidade IV - projetos de redução de Emissões de Gases de
EMISSÕES Não comprometi-
fique na atmosfera. O problema é que o desmatamen- Efeito Estufa - GEE;
to causa o efeito reverso. V - projetos de redução de emissões de carbono mento da qualidade
São diretrizes da Política Nacional sobre Mudan- O Mercado Brasileiro de Redução de Emissões pelo desmatamento e pela degradação florestal, do ar em áreas
ça do Clima: (MBRE) será operacionalizado em bolsas de mercado- com prioridade para áreas naturais ameaçadas de consideradas não
rias e futuros, bolsas de valores e entidades de bal- degradadas
destruição e relevantes para estratégias de conser-
Art. 5 [...] cão organizado, autorizadas pela Comissão de Valores vação da biodiversidade;
I - os compromissos assumidos pelo Brasil na Con- Mobiliários (CVM), onde se dará a negociação de títu- VI - desenvolvimento e difusão de tecnologia para Para atingir esses objetivos, viu-se necessário esta-
venção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudan- los mobiliários representativos de emissões de gases mitigação de emissões de GEE; belecer primeiramente padrões de qualidade do ar e
ça do Clima, no Protocolo de Quioto e nos demais de efeito estufa evitadas certificadas, conforme o art. VII - formulação de políticas públicas para solução de emissão na fonte, que deveriam ser buscados em
documentos sobre mudança do clima dos quais vier 9º da Lei 12.187, de 2009. dos problemas relacionados com emissão e mitiga-
a ser signatário; todo território nacional, a implementação da rede
Ele é composto por instituições, regulamentações, ção de emissões de GEE;
II - as ações de mitigação da mudança do clima nacional de monitoramento do ar, que seria a base
sistemas de registro de projetos e centro de negocia- VIII - pesquisa e criação de sistemas e metodologias
em consonância com o desenvolvimento sustentá- para a fiscalização da efetividade e aplicação das polí-
ção, operado no Brasil pela BM&FBOVESPA/BVRJ, de projeto e inventários que contribuam para redu-
vel, que sejam, sempre que possível, mensuráveis ticas de prevenção de deterioração da qualidade do
em convênio com o Ministério do Desenvolvimento, ção das emissões líquidas de gases de efeito estufa
para sua adequada quantificação e verificação a ar, e o desenvolvimento de inventários de fontes e
Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O intuito desse e para redução das emissões de desmatamento e
posteriori; poluentes atmosféricos prioritários.
mercado é estimular o desenvolvimento de projetos alteração de uso do solo;
III - as medidas de adaptação para reduzir os efei- A estratégia básica do PRONAR é limitar a emissão
tos adversos da mudança do clima e a vulnerabili- de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O IX - desenvolvimento de produtos e serviços que
contribuam para a dinâmica de conservação de poluentes permitidos na atmosfera, a nível nacio-
dade dos sistemas ambiental, social e econômico; intuito é organizar de formar transparente o mercado
IV - as estratégias integradas de mitigação e adap- ambiental e de estabilização da concentração de nal, classificando tipos de fontes e poluentes prioritá-
de créditos de carbono no mercado ambiental.
tação à mudança do clima nos âmbitos local, regio- gases de efeito estufa; rios. Os limites máximos de emissão, definidos através
nal e nacional; X - apoio às cadeias produtivas sustentáveis; de Resoluções específicas do CONAMA, serão diferen-
FUNDO NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA
V - o estímulo e o apoio à participação dos governos XI - pagamentos por serviços ambientais às comu- ciados em função da classificação de usos pretendidos
(FNMC)
federal, estadual, distrital e municipal, assim como nidades e aos indivíduos cujas atividades com- para as diversas áreas e serão mais rígidos para as
MEIO AMBIENTE

do setor produtivo, do meio acadêmico e da socie- provadamente contribuam para a estocagem de fontes novas de poluição.
dade civil organizada, no desenvolvimento e na O Decreto 9.578, de 2018, dentre outras providên- carbono, atrelada a outros serviços ambientais;
execução de políticas, planos, programas e ações cias, regulamentou o Fundo Nacional sobre Mudança XII - sistemas agroflorestais que contribuam para
relacionados à mudança do clima; Climática, de natureza contábil, instituído pela Lei nº
VI - a promoção e o desenvolvimento de pesquisas
redução de desmatamento e absorção de carbono Importante!
12.114, de 9 de dezembro de 2009, vinculado ao Minis- por sumidouros e para geração de renda; e
científico-tecnológicas, e a difusão de tecnologias, tério do Meio Ambiente, com o objetivo de assegurar Fontes novas de poluição são aqueles empreen-
XIII - recuperação de áreas degradadas e restau-
processos e práticas orientados a:
recursos para apoiar projetos ou estudos e financiar ração florestal, entre as quais terão prioridade as dimentos que não tenham obtido a licença prévia
a) mitigar a mudança do clima por meio da redu-
ção de emissões antrópicas por fontes e do fortale- empreendimentos que visem à mitigação da mudança áreas de reserva legal, as áreas de preservação per- do órgão ambiental licenciador na data de publi-
cimento das remoções antrópicas por sumidouros do clima e à adaptação à mudança do clima e aos seus manente e as áreas prioritárias para a geração e a cação desta Resolução.
de gases de efeito estufa; efeitos, conforme previsão do seu art. 4º. 377 378 garantia da qualidade dos serviços ambientais.
PADRÕES DE QUALIDADE DO AR PROGRAMAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR Cumpre destacar que as ETAs têm papel funda- Na fase de captação, ocorre a primeira retirada de
POR VEÍCULOS AUTOMOTORES mental no Sistema de Abastecimento, uma vez que impurezas da água por meio de grades e telas para a
realizam a transformação da água bruta (in natura), retirada de materiais grosseiros.
PADRÕES Os veículos automotores são os principais emis-
PADRÕES PRIMÁRIOS que é captada dos mananciais, em água própria para
SECUNDÁRIOS sores de gases poluentes nocivos à saúde e ao meio Adução
o consumo humano. As unidades de tratamento de
São padrões primários de São padrões secundá- ambiente, sendo fontes relevantes de emissão de água são constituídas por sistemas unitários que fun-
monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de Consiste no transporte da água bruta do manan-
qualidade do ar as con- rios de qualidade do ar cionam de modo organizado e eficiente. Além disso,
nitrogênio, fuligem e aldeídos. A emissão de poluentes cial até a estação de tratamento de água; são as tubu-
centrações de poluentes as concentrações de o conjunto de instalações e equipamentos são dimen-
por veículos automotores contribui de forma contínua lações de grande diâmetro as quais a água percorre
que, ultrapassadas, po- poluentes atmosféricos sionados e implementados de modo harmônico e con-
para a deterioração da qualidade do ar, especialmente até a ETA.
derão afetar a saúde da abaixo das quais se pre- trolado, para satisfazer a demanda operacional de
nos centros urbanos. A condução da água bruta pode ser realizada por
população, podendo ser vê o mínimo efeito adver- produção de água potável (água que atenda ao padrão
entendidos como níveis so sobre o bem-estar da O Programa de Controle de Poluição do Ar por recalque (sistema de bombeamento através de um
Veículos Automotores (PROCONVE) foi criado através de potabilidade estabelecido na Portaria GM/MS nº conjunto motor-bomba), gravidade (transporte de um
máximos toleráveis de população, assim como 888 e que não ofereça riscos à saúde), visando ao abas-
concentração de poluen- o mínimo dano à fauna da Resolução CONAMA 18, de 1986, com o objetivo ponto mais alto para um ponto mais baixo) ou mista
de minimizar os efeitos negativos do lançamento de tecimento populacional em pequena, média e grande (uma parte do percurso é feito por recalque e o outro,
tes atmosféricos, cons- e flora aos materiais e
gases poluentes, com a utilização de tecnologias ade- escalas. Ainda, os projetos de engenharia são desen- por gravidade). Neste ponto, cumpre destacar que
tituindo-se em metas de meio ambiente em geral,
curto e médio prazo podendo ser entendidos quadas, de uso comprovado, permitindo atender as volvidos e implementados com o objetivo de atender Estações Elevatórias de Água Bruta (EEAB) são as uni-
como níveis desejados de necessidades de controle da poluição, bem como de a realidade local, levando em consideração o tipo de dades implantadas para fazer a adução da água por
concentração de poluen- economia de combustível. água a ser tratada, isto é, a classe do manancial, de recalque.
tes, constituindo-se em acordo com a classificação apresentada pela Resolu-
meta de longo prazo Objetivos do Programa de Controle da Poluição do Ar ção do CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, além Tratamento
por Veículos Automotores de aspectos econômicos, sociais, entre outros.
Conjunto de instalações e infraestrutura capaz
Resolução CONAMA 05/89 Há, pois, vários tipos de unidades de tratamento,
z Reduzir os níveis de emissão de poluentes por de transformar a matéria-prima água bruta (água
os quais são empregados em todo o mundo. Neste
veículos automotores visando o atendimento aos imprópria para o consumo humano) em água trata-
2.5 GERENCIAMENTO DO LICENCIAMENTO DE tópico, daremos ênfase aos modelos mais utilizados
Padrões de Qualidade do Ar, especialmente nos da própria para o consumo humano, considerando os
FONTES DE POLUIÇÃO DO AR dentro da realidade do país, principalmente os que
centros urbanos; aspectos físicos, químicos e biológicos da água, bem
Considerando que o crescimento industrial e urba- são comumente cobrados em provas de concursos
z Promover o desenvolvimento tecnológico nacio- como seus parâmetros de qualidade.
no, não devidamente planejado, agrava as ques- públicos.
nal, tanto na engenharia automobilística, como
tões de poluição do ar, é estratégico estabelecer
também em métodos e equipamentos para ensaios Reservação
um sistema de disciplinamento da ocupação do FASES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO
e medições da emissão de poluentes;
solo baseado no licenciamento prévio das fontes de
z Criar programas de inspeção e manutenção para Consiste no armazenamento da água pós-tratada,
poluição. Por este mecanismo o impacto de ativi-
veículos automotores em uso; O sistema de abastecimento de água é composto tendo em vista o armazenamento de uma certa quan-
dades poluidoras poderá ser analisado previamen-
z Promover a conscientização da população com por cinco fases, quais sejam: manancial, captação, tidade para fazer análises físico-químicas e bacterio-
te, prevenindo uma deterioração descontrolada da
qualidade do ar.
relação à questão da poluição do ar por veículos adução, tratamento, reservação e distribuição, con- lógicas de rotina, manutenção da pressão mínima na
automotores; forme a ilustração a seguir. rede de distribuição, entre outras finalidades.
z Estabelecer condições de avaliação dos resultados
Para que o Programa Nacional de Controle da
alcançados; Rede de Distribuição
Poluição do Ar (PRONAR) possa surtir efeitos positivos,
z Promover a melhoria das características técnicas 3. Adução
é necessário que haja, juntamente com sua implanta- dos combustíveis líquidos, postos à disposição da Sistema de transporte, por meio de adutoras, tubu-
ção, a capacitação técnica dos órgãos ambientais e o frota nacional de veículos automotores, visando a lações e encanamentos, de água tratada dos reserva-
desenvolvimento tecnológico na área de poluição do redução de emissões poluidoras à atmosfera; tórios para a população. Essa água é direcionada para
ar. Portanto, é importante que haja uma estrutura- 2. Captação 4. ETA
zonas específicas da cidade — para partes baixas por
ção de recursos humanos e laboratoriais a fim de se
gravidade e para partes média alta e alta por recal-
desenvolverem programas regionais que viabilizarão
que, usando conjuntos motor-bomba.
o atendimento dos objetivos estabelecidos, assim como
desenvolvimento científico e tecnológico em questões NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DA ÁGUA, Conforme já mencionado, as Estações Elevatórios
relacionadas à poluição atmosférica envolvendo órgãos POLUIÇÃO HÍDRICA E TECNOLOGIAS de Água Tratada (EEAT) são as unidades implantadas
para fazer a adução da água tratada por recalque.
ambientais, universidades, setor produtivo e demais DE TRATAMENTO DE ÁGUAS E 5. Reservação Além disso, são instalados registros ao longo da rede
instituições afetas à questão; isso deverá ser propicia- 1. Manancial
do pelo PRONAR como forma de criar novas evidências
EFLUENTES PARA DESCARTE E (OU) de distribuição, para efetuarem manobras relaciona-
científicas que possam ser úteis ao Programa. REÚSO das ao direcionamento da água para determinados
bairros, zonas e localidades. Registros de descar-
6. Distribuição ga também são instalados para auxiliar na limpeza
DISPOSIÇÕES GERAIS DA RESOLUÇÃO 05/89 UNIDADES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
periódica das tubulações.
Fonte: Nova Concursos.
4 DISPOSIÇÕES GERAIS O Sistema de Abastecimento de Água para o con-
sumo humano (SAA) é definido pela Portaria GM/MS Manancial ETAPAS DO TRATAMENTO DE ÁGUA
I Compete ao IBAMA o gerenciamento do PRONAR.
II Compete ao IBAMA o apoio na formulação dos nº 888, de 4 de maio de 2021, como sendo uma insta-
Consiste na fonte da qual a água bruta é retirada. O Segundo Di Bernardo (1999), o sistema de trata-
lação composta por um conjunto de obras civis, mate-
MEIO AMBIENTE

programas de controle, avaliação e inventário que


manancial pode ser superficial (ex.: rio, lago, represa) mento de água de ciclo completo (convencional), para
instrumentalizam o PRONAR. riais e equipamentos, desde a zona de captação até as
ligações prediais, destinada à produção e ao forneci- ou, ainda, subterrânea (ex.: aquífero, poço artesiano). fins de abastecimento doméstico, é composto de várias
III Compete aos estados o estabelecimento e imple-
mento coletivo de água potável, por meio de rede de etapas, seguindo esta sequência: pré-oxidação, coagu-
mentação dos Programas Estaduais de Controle da
Poluição do Ar, em conformidade com o estabeleci- distribuição. Dentro desse Sistema, a Estação de Tra- Captação lação, floculação, decantação, filtração, desinfecção,
do no PRONAR. tamento de Água (ETA) apresenta-se como um conjun- fluoretação e correção do pH. O fluxograma a seguir
IV Sempre que necessário, os limites máximos de to de instalações e equipamentos destinados a obter A captação é o ponto de retirada da água bruta do apresenta essa sequência e algumas informações adi-
emissão poderão ter valores mais rígidos, fixados água para o consumo humano, em conformidade com manancial. Trata-se de um sistema composto por ins- cionais. Os tópicos subsequentes apresentam as prin-
a nível estadual. os parâmetros de potabilidade estabelecidos por meio talações eletromecânicas, constituído por conjuntos cipais características de cada etapa do tratamento de
V Sempre que necessário, poderão ser adotadas de legislação específica. No Brasil, essa normatização motor-bomba ou, até mesmo, gravimétrico (ponto de água e os aspectos relevantes dos compartimentos
ações de controle complementares. é realizada, atualmente, pela referida Portaria. 379 380 retirada mais alto do que a ETA). que constituem as partes da ETA.
Tratamento de Água Convencional Tal processo tem início através da adição de um pro- motores elétricos, permitindo uma maior flexibiliza- No fundo do decantador, é formado um lodo
duto químico coagulante na água bruta em uma zona ção na operação, como o ajuste na velocidade e inten- oriundo dos processos físico-químicos anteriores.
de turbulência denominada de mistura rápida. O mistu- sidade do choque entre as partículas. No entanto, Periodicamente, esse lodo é removido por meio de
rador pode ser tanto hidráulico (geralmente, por meio esse modelo gera maiores custos operacionais, como descarga de fundo manual ou mecânica, além de des-
Água Alcalinizante e ajuste de pH de calha Parshall) ou mecânico (por meio de palhetas manutenção e consumo de energia elétrica. carga seguida por lavagem, incluindo jateamento das
Bruta
que são acionadas pelo sistema eletromecânico). paredes dos decantadores, módulos tubulares e exces-
A seguir, são apresentados os principais coagulan- so de lodo não sedimentado — nesse caso, o tanque
tes empregados nas estações de tratamento, conforme Importante! de decantação é esvaziado. Na limpeza mecanizada,
Oxidante Di Bernardo (2011). raspadores mecânicos retiram o lodo acumulado no
Pré-Oxidação � Coagulação: mistura rápida (em média, 20 fundo do tanque.
segundos). Ocorre a desestabilização das partí- O processo de decantação, quando ocorre de for-
culas que conferem cor e turbidez à água bruta; ma eficiente, possibilita uma redução bastante sig-
Coagulação Desestabilização das partículas
Sulfato de Alumí- Cloreto Férrico � Floculação: mistura lenta (em média, 20 minu- nificativa da cor e turbidez em relação à água bruta
(mistura rápida) coloidais
nio Al2(SO4)3 FeCl3 tos). Ocorre a aglutinação das partículas, for- do início do tratamento. Observa-se uma clarificação
mando flocos. considerável na água decantada (água pós-decanta-
Floculação ção). Contudo, ainda há partículas em suspensão a
Aglutinação das partículas serem removidas, ficando a cargo da próxima etapa
(mistura lenta)
Decantação efetuar a remoção.
Sulfato Férrico Orgânico
Sedimentação dos flocos Fe2(SO4)3 Tanfloc SG Decantação é a sedimentação, por via física, dos flo- Filtração
Decantação
cos formados durante a realização das etapas anteriores.
Os arranjos, contendo as impurezas, geralmente, De acordo com Libânio (2010), filtração é o pro-
Remoção de partículas e eliminação A coagulação mediante mecanismos de desestabi- são mais densos do que água fração aquosa. Com isso, cesso físico-químico de remoção de impurezas rema-
Filtração considerável de microrganismos nescentes das etapas anteriores, não sedimentáveis e
lização, conforme mencionado, desorganiza o sistema há uma separação sólido-líquido, a qual ocorre gradati-
(antes estável) o qual mantém as partículas que confe- vamente nas diferentes zonas de decantação. Enquan- que conferem uma fração de cor e turbidez à água,
Eliminação ou inativação de rem cor e turbidez à água afastadas umas das outras. to essas partículas se sedimentam, a água decanta. além de uma parcela significativa de microrganismos
Desinfecção microrganismos patogênicos Durante esse processo, os coagulantes, os quais apre- A unidade operacional dentro da ETA que realiza patogênicos. Essa fase tem por finalidade possibilitar
através de agente Químico sentam carga positiva, são atraídos pelas partículas o polimento final de clarificação e preparar para a
esse procedimento é o decantador. Os decantadores
coloidais, que possuem carga elétrica negativa na sua desinfecção. A remoção ocorre mediante a passagem
podem ser de fluxo horizontal ou vertical.
estrutura. A coagulação por desestabilização é, por- da água a ser filtrada por um meio poroso.
Fluoretação Prevenção de cárie dentária Ainda, existem, basicamente, quatro zonas de A filtração também pode ocorrer por processos
tanto, um fenômeno químico. decantação. São elas: zona de turbilhonamento, decan-
Após a desestabilização, ocorre a coagulação por aras- físico-químicos e biológicos nos denominados filtros
tação, repouso e ascensão. Vejamos as figuras a seguir: lentos.
te mediante mecanismos físicos de ligação, devido à atra-
Correção do Controle da acidez e proteção Existem algumas classificações para os tipos de fil-
ção de coloides remanescentes que se unem à estrutura Decantador de Fluxo Horizontal
pH das tubulações formada na desestabilização. Essa estrutura se constitui tração, como, por exemplo, quanto à quantidade de
por uma malha composta pelo coagulante e coloides que camadas, meio filtrante, tipo de tratamento, sentido do
foram atraídos por via química (Di Bernardo, 2011). Saída p/ escoamento. De modo geral, os filtros utilizados no trata-
Água Segundo Libânio (2010), vários fatores podem
o filtro mento convencional são compostos por camadas de sei-
Tratada interferir na eficiência da coagulação, quais sejam: xos e areia (camada simples) ou por camadas de seixos,

turbilhonamento
Entrada areia e antracito, isto é, meio filtrante granular. Ambos
são classificados como filtros rápidos de fluxo descen-

Zona de
z Natureza do coagulante; de água
Fonte: Nova Concursos.
floculada
Zona de dente — a água decantada entra pela parte superior e
z Forma de aplicação desse produto químico; Zona de
decantação ascensão sai pela parte inferior após passar pelo meio poroso.
z Características das partículas que conferem cor e
Pré-Oxidação As figuras a seguir mostram as duas possibilidades
turbidez à água bruta; Zona de
mais usadas em ETAs que operam em ciclo completo.
z Alcalinidade, temperatura e potencial hidrogeniô- repouso
A fase de pré-oxidação consiste na adição de um Vejamos:
nico (pH) associados à água a ser tratada.
agente oxidante forte, capaz de oxidar a matéria orgâ-
Descarga de lodo
nica natural dissolvida de espécies inorgânicas, como Filtro Rápido Descendente em Camada Simples e
Floculação
ferro e manganês; remover sabor e odor pela oxidação Fonte: ARAGÃO, Alexander. Tratamento de água: etapas do sistema Fluxo Descendente
convencional. Disponível em <https://canteirodeengenharia.com.
química; melhorar a eficiência da coagulação e filtração;
Floculação é a aglutinação das partículas que br/2020/07/08/tratamento-de-agua/>. Acesso em: 30 set. 2021.
prevenir o crescimento de algas em decantadores e fil- foram desestabilizadas na etapa de coagulação. A
tros. Os três principais produtos não clorados utilizados unidade de tratamento denominada de floculador Decantador de Fluxo Vertical
para essa finalidade são: peróxido de hidrogênio (H2O2), promove, de forma lenta e gradual, o choque entre
permanganato de potássio (KMnO4) e o gás ozônio (O3). as partículas — à medida que elas vão, lentamente, Areia
Cumpre ressaltar que, quando a pré-oxidação é se chocando, os flocos vão sendo formados. A flocu- Camada Simples
empregada com produtos clorados, é denominada de Seixos
lação consiste, portanto, na composição de estruturas Água floculada
pré-cloração, podendo ser usados o cloro gás, o dióxi- suficientemente densas, capazes de sedimentar, por Entrada de à
do de cloro, o dicloroisocianurato de sódio, hipoclori- Res Fonte: Nova Concursos.
serem mais densas do que a massa líquida. Módulos Tubulares
to de cálcio, entre outros. Esse processo pode ocorrer de duas formas:
Filtro Rápido Descendente em Dupla Camada
MEIO AMBIENTE

hidráulica ou mecânica.
Coagulação Os floculadores hidráulicos são formados por chi- Manto de lodo (flocos)
canas, isto é, barreiras e compartimentos, responsáveis
Coagulação, segundo Howe (2016), é a desestabili- por promover o fluxo e o choque gradual das partículas
zação das forças repulsivas presentes nas partículas formadas a partir da coagulação. A velocidade (gradien- Lodo Antracito
dissolvidas, coloidais e em suspensão, que compõem Lodo
tes de velocidade) e o tempo em que a floculação come- Camada Dupla
as impurezas da água bruta. As forças de repulsão ça e termina são previamente estabelecidos por meio de Areia
Descarga
mantêm essas partículas afastadas uma das outras, projetos de engenharia, sendo determinantes na eficiên- Descarga
então a coagulação, ao desorganizar esse sistema, pos- cia dessa etapa do tratamento. Seixos
Fonte: ARAGÃO, Alexander. Tratamento de água: etapas do sistema
sibilita a posterior aglutinação das partículas a serem Por sua vez, os floculadores mecânicos funcionam convencional. Disponível em <https://canteirodeengenharia.com.
removidas da água in natura. a partir de turbinas verticais que giram através de 381 382 br/2020/07/08/tratamento-de-agua/>. Acesso em: 30 set. 2021. Fonte: Nova Concursos.
Diversas configurações são possíveis e aplicadas Ao adicionar cloro no meio aquoso, há formação Fluoretação Quimicamente, a acidez pode ser neutralizada, uti-
nos fluxogramas das unidades de tratamento, tais de, no mínimo, três espécies químicas que são consti- lizando uma base, como o Ca(OH)2 (hidróxido de cál-
como filtração por membranas (consegue reter micro- tuídas por frações, quais sejam: ácido clorídrico (HCl), A fluoretação, ou fluoração, é o processo de adição cio) e o NaOH (hidróxido de sódio), um sal de caráter
partículas, por apresentarem poros ainda menores); ácido hipocloroso (HClO) e íon hipoclorito (ClO-). Em de flúor na água. O mineral é adicionado por meio de básico, como o Na2CO3 (carbonato de sódio anidro) e o
filtração rápida de fluxo ascendente — no sentido opos- pH fortemente ácido, há predominância da fração produtos químicos, os quais formam o íon fluoreto ao Na2CO3.10H2O (carbonato de sódio hidratado) ou um
to ao da gravidade, como é o caso do tratamento usan- HCl; em pH levemente ácido, há maior formação do ser adicionado em água. Essa etapa tem como objetivo óxido básico, como o CaO (óxido de cálcio). Essas espé-
do filtro Russo (filtração em linha), no qual a floculação HClO; em pH básico, maior constituição do ClO-. fornecer baixas concentrações de flúor na água, auxi- cies químicas reagem de forma diferente, todavia,
ocorre na camada de seixos rolados na parte inferior O ácido hipocloroso apresenta-se mais eficiente liando na prevenção de cárie dentária, uma medida fornecem íons de caráter básico os quais neutralizam
dos filtros e a água filtrada obtida, na parte superior; na desinfecção. Isso ocorre, porque ele possui uma de saúde pública, prevista na Portaria do Ministério excessos de íons H+.
filtração lenta, que é utilizada para água com baixa cor estrutura química capaz de penetrar a estrutura celu- da Saúde, que traz os parâmetros de potabilidade da As análises físico-químicas são fundamentais para
e turbidez, e baixa vazão (pequenas demandas popu- lar dos microrganismos, eliminando ou inativando o água. o monitoramento do pH nas diversas etapas do tra-
lacionais); filtração direta, que dispensa a etapa de patógeno. É necessário o monitoramento da concentração tamento, possibilitando o controle da dosagem do
decantação — a massa líquida passa pelas etapas de O monitoramento da concentração de cloro resi- alcalinizante em função das necessidades relaciona-
de flúor na água tratada, uma vez que concentrações
coagulação e floculação, e segue para a filtração. dual livre e cloro combinado é fundamental no contro- das ao controle operacional da ETA e atendimento aos
elevadas são prejudiciais à saúde, tendo em vista o
le operacional do tratamento de água. A Portaria GM/ padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação
MS nº 888, de 2021, traz expresso o intervalo mínimo e potencial de causar a fluorose dentária, patologia que
Desinfecção vigente. Os nomes cal hidratada, barrilha e cal virgem
o VMP (Valor Máximo Permitido) para esse parâmetro amarela e enfraquece os dentes. Diante disso, a legis-
fazem parte da nomenclatura comercial dos produtos
em toda a extensão do sistema de distribuição (reserva- lação vigente estabelece um valor máximo permitido
Os processos físico-químicos abordados até aqui, químicos mencionados anteriormente.
tório e rede) e nos pontos de consumo. Vejamos: de 1,5 mg/L de F- (fluoreto).
apesar de eliminarem grande parte de microrganismos
Os principais produtos empregados são: ácido
patogênicos, não garantem a eliminação total desses
CONCENTRAÇÃO DE CLORO (MG/L) fluossilícico (H2SIF6), fluorsilicato de sódio (Na2SiF6)
agentes causadores de doenças de veiculação hídrica,
sobretudo a partir da ingestão da água. Nesta perspec-
e fluoreto de sódio (NaF), os quais podem ser comer- Importante!
Mínimo de cloro residual livre 0,2 cializados na forma sólida ou líquida. Quando comer-
tiva, a desinfecção constitui um processo químico fun- Os principais alcalinizantes usados no ajuste do
damental na destruição ou inativação de patógenos, cializados em formato sólido, são dissolvidos em água
Mínimo de dióxido de cloro 0,2 pH para a remoção de acidez são:
tais como bactérias, protozoários, vírus e vermes. em concentrações previamente estabelecidas.
� Base forte: Ca(OH)2 = hidróxido de cálcio = cal
No tratamento de água, a desinfecção ocorre após Mínimo de cloro combinado 2,0 O ácido fluossilícico tem sido bastante empregado
hidratada = cal apagada
a filtração, utilizando agentes químicos. Estes são nos processos de tratamento de água, sendo comercia-
Mínimo de cloro residual livre em carro-pipa 0,5 � Sal básico: Na2CO3 = carbonato de sódio =
denominados de desinfetantes, os quais podem ser lizado em bombonas líquidas de 60 kg, as quais arma-
barrilha
clorados e não clorados. Máximo permitido (VMP) 5,0 zenam a solução líquida do produto, geralmente na
� Oxido básico: CaO = óxido de cálcio = cal vir-
Quando a desinfecção é realizada por um produto concentração de 20% (m/m).
Fonte: Portaria GM/MS nº 888, de 2021. gem = cal viva
químico clorado, é denominada de cloração. Ao empre-
gar cloro na etapa inicial do tratamento, geralmente Correção do pH
antes da adição do coagulante, denomina-se de pré- Subprodutos da cloração, como trihalometanos
(THMs) e ácidos haloacéticos (HAAs), podem ser for- A correção do pH consiste em adicionar um alcali-
-cloração — é bastante comum a adição de cloro tanto
nessa etapa quanto na desinfecção (pós-filtração). mados, principalmente na pré-cloração. Esses sub- nizante fornecedor de íons OH-, para neutralizar íons
produtos, em concentrações acima do permitido pela H provenientes da hidrólise dos sais inorgânicos de
+
NOÇÕES SOBRE QUALIDADE DO SOLO
Portaria GM/MS nº 888, podem ser prejudiciais à saú- caráter ácido usados como coagulantes. Trata-se de E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
AGENTES DA DESINFECÇÃO COMUNS de, tendo em vista seu potencial carcinogênico. O tri- um processo fundamental no controle de qualidade da
Cloro gás, hipoclorito de sódio, hipo- clorometano é um dos THMs possível de constituir um água. Conceito de Solo
Clorados clorito de cálcio, dicloroisocianurato subproduto nocivo à saúde humana. O VMP para os A equação a seguir ilustra, de forma simplificada, a
de sódio, dióxido de cloro THMs total é 0,1 mg/L e 0,08 mg/L para os HAAs total. reação de neutralização dos íons que conferem acidez O solo é um recurso fundamental para a agricultu-
Outros agentes desinfetantes são previstos na e basicidade ao meio aquoso. Vejamos:
Não clorados Ozônio, radiação UV ra e o ambiente. Este é constituído pelas fases sólida,
legislação brasileira e também são globalmente uti-
líquida e gasosa. A fase sólida é formada por material
lizados, tais como a desinfecção por ozônio (O3) e H+(aq) + OH-(aq)  H2O(l) mineral e orgânico, sendo a proporção de cada um
radiação ultravioleta (UV). O ozônio possui elevado
Alguns fatores são determinantes para a eficiência desses componentes, variável de solo para solo.
potencial de oxidação e capacidade para penetrar a Em muitos sistemas de tratamento, o alcalinizante
da desinfecção. São eles: Um solo ideal para o desenvolvimento das plantas
parede celular da bactéria, caracterizando-se como é aplicado após a pré-oxidação e antes da coagulação,
um dos mais eficientes oxidantes. Apresenta como seria aquele que apresentasse: profundidade ade-
tendo como objetivo ajustar o pH para condições óti- quada ao armazenamento de água e ao crescimento
z Espécie e concentração do organismo a ser destruído; vantagem a não formação de subprodutos indesejá-
z Concentração do desinfetante; mas de floculação. Ainda, é adicionado na etapa final das raízes; ser composto por 45% de parte mineral,
veis, porém, como desvantagem, o fato de não deixar do tratamento, possibilitando a correção do pH, que
z Tempo de contato; residual, para reagir ao longo da rede de distribui- 5% de parte orgânica, 25% de parte gasosa e 25% de
z Características químicas e físicas da água, tais evita a distribuição de água fortemente ácida para a parte líquida; ter suprimento adequado de nutrientes,
ção, resultando um alto custo de implantação quando
como pH e temperatura; população e previne a corrosão de tubulações metáli- sem excesso de elementos tóxicos; textura média, boa
comparado à utilização do cloro.
z Grau de dispersão do desinfetante na água. cas presentes na rede de distribuição. estrutura para fácil movimento de ar, água e raízes, e
A Portaria GM/MS nº 888 prevê que, no caso da
ozonização (uso de ozônio) ou aplicação de radiação A seguir, são apresentados os principais alcalini- boa atividade biológica; friabilidade e boa drenagem.
De modo geral, o pH levemente ácido de 5 a 6,5 em UV, é necessário adição de uma certa quantidade de zantes utilizados nas estações de tratamento, confor-
temperatura de 25 ºC possui eficiência considerável cloro ou dióxido de cloro, com o fim de garantir o resi- me Di Bernardo (2011). Manejo do Solo
no processo de desinfecção. dual mínimo de cloro previsto.
MEIO AMBIENTE

A Portaria GM/MS nº 888, de 2021, na sua tabela A desinfecção via radiação UV possui como princi- O manejo, a proteção e uso do solo devem-se
do anexo 3, estabelece que, para uma concentração de pais vantagens: absorção da radiação UV incidente, não Cal hidratada Barrilha basear, primeiramente, no seu potencial produtivo.
cloro residual livre de 2,0 mg/L com pH da água em 6,0 sofre influência do pH, não deixa residual no sistema, Ca(OH)2 Na2CO3 Sendo que para um manejo adequado do solo é neces-
a 25 ºC, é necessário um tempo mínimo de contato de não formação de subprodutos indesejados, penetração sário considerar suas propriedades físicas (aeração,
5 (cinco) minutos, a fim de que ocorra a desinfecção. por toda lâmina d’água. Ela tem sido bastante aplica- retenção de água, compactação, estruturação), quí-
Por outro lado, com pH em 9,0 nas mesmas condições, da em sistemas de tratamento de esgotos domésticos e micas (reação do solo, disponibilidade de nutrientes,
é necessário um tempo mínimo de contato de 14 (qua- lagoas de maturação, as quais possuem baixa profun- interações entre estes) e biológicas (teor de matéria
torze) minutos. O aumento da temperatura eleva a efi- Cal virgem Hidróxido de sódio orgânica, respiração, biomassa de carbono, biomas-
didade, o que possibilita a penetração dos raios solares
CaO NaOH
ciência e, por consequência, diminui o tempo mínimo (luz ultravioleta) na lâmina d’agua e, consequentemen- sa de nitrogênio, taxa de colonização e espécies de
de contato necessário para desinfecção. te, a desinfecção do efluente em tratamento. 383 384 microrganismos).
Um bom manejo do solo é aquele que propicia boa z Porosidade do subsolo: a presença de argila no
produtividade no tempo presente e que, também, pos- solo diminui sua permeabilidade, não permitindo NOÇÕES DE GERENCIAMENTO E Importante!
sibilita a manutenção de sua fertilidade, garantindo a uma grande infiltração;
TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Logística reversa é o instrumento de desenvolvi-
produção agrícola no futuro. z Cobertura vegetal: um solo coberto por vegetação
Entre os fatores a considerar na escolha do sistema é mais permeável do que um solo desmatado; E DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS mento econômico e social caracterizado por um
z Inclinação do terreno: em declividades acentua- conjunto de ações, procedimentos e meios des-
de manejo do solo em um vinhedo estão a conservação
das a água corre mais rapidamente, diminuindo a No Brasil, o inciso XVI, do art. 3°, da Lei 12.305, de tinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
ou o aumento do teor e qualidade da matéria orgâni-
possibilidade de infiltração; 2010, define resíduos sólidos como: material, substân- resíduos sólidos ao setor empresarial para rea-
ca, a proteção do solo contra o impacto das gotas de
z Tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapida- cia, objeto ou bem descartado resultante de atividades proveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
chuva e a economia da água armazenada. humanas em sociedade, cuja destinação final se pro-
mente o solo, ao passo que chuvas finas e demora- produtivos, ou outra destinação final ambiental-
A matéria orgânica ou húmus do solo, desempenha cede, se propõe proceder ou está obrigado a proceder,
das têm mais tempo para se infiltrarem. mente adequada.
papel fundamental para as plantas e para o solo: atua nos estados sólido ou semissólido, bem como gases
como um cimento que faz a união entre as partículas Qualidade das Águas Subterrâneas contidos em recipientes e líquidos cujas particularida-
de solo, formando os agregados. Estes são importan- des tornem inviável o seu lançamento na rede pública MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
tes porque tornam o solo mais poroso, melhorando Durante o percurso no qual a água percola entre de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso
e aumentando a infiltração da água da chuva e da os poros do subsolo e das rochas, ocorre a depuração soluções técnicas ou economicamente inviáveis em O manejo de resíduos sólidos é um conjunto de
irrigação no perfil, e consequentemente, reduzindo a da mesma através de uma série de processos físi- face da melhor tecnologia disponível; ou seja, resíduo atividades relativas aos resíduos que fazem parte do
quantidade da água que vai com a enxurrada. co-químicos (troca iônica, decaimento radioativo, sólido é todo e qualquer rejeito de consumo e ativida- próprio gerenciamento. No Brasil é sempre encontra-
Os agregados estáveis também aumentam a resistên- remoção de sólidos em suspensão, neutralização de de humana. Em geral, estes resíduos são materiais de da junto aos serviços de limpeza urbana, como pode-
cia do solo ao impacto das gotas de chuva. Como resul- pH em meio poroso, entre outros) e bacteriológicos composições químicas diversas e a maior parte deles mos observar ainda na Lei 12.305:
tado, ele estará mais resistente aos processos erosivos. A (eliminação de microrganismos devido à ausência de são passíveis de reciclagem. Porém, se descartados de
forma incorreta, acabam em lixões e aterros sanitá- Art. 18 A elaboração de plano municipal de gestão
matéria orgânica é importante, também, para aumentar nutrientes e oxigênio que os viabilizem), que agindo
rios, gerando problemas. integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos
a capacidade de troca catiônica (CTC), que é a capacida- sobre a água, modificam as suas características adqui-
por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os
de que o solo tem de armazenar nutrientes para as plan- ridas anteriormente, tornando-a particularmente
Municípios terem acesso a recursos da União, ou por
tas, tais como: cálcio, potássio e magnésio. Além disso, a mais adequada ao consumo humano. GERENCIAMENTO RESÍDUOS SÓLIDOS
ela controlados, destinados a empreendimentos e
matéria orgânica é capaz de fornecer nitrogênio, fósforo Sendo assim, a composição química da água sub- serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo
terrânea é o resultado combinado da composição O gerenciamento de resíduos sólidos é um conjun- de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
e enxofre para a nutrição das plantas.
da água que adentra o solo e da evolução química to de procedimentos de planejamento, implementa- incentivos ou financiamentos de entidades federais de
O uso e a conservação de solos de maneira racional
influenciada diretamente pelas litologias atravessa- ção e gestão para reduzir a produção de resíduos e crédito ou fomento para tal finalidade.
são de fundamental importância para a manutenção
das, sendo que o teor de substâncias dissolvidas nas proporcionar coleta, armazenamento, tratamento,
da longevidade do sistema de produção agropecuário águas subterrâneas vai aumentando à medida que transporte e destino final adequado aos resíduos gera- O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é
e para a preservação do meio ambiente. Com relação prossegue no seu movimento. dos com o objetivo de criar soluções para os impactos um documento que lista e descreve as ações do mane-
ao uso e à conservação adequada dos solos do Brasil, o As águas subterrâneas apresentam algumas pro- ambientais. É por meio do plano de gerenciamen- jo dos resíduos sólidos, levando em conta suas carac-
sistema de plantio direto representa uma alternativa priedades que tornam o seu uso mais vantajoso em to que o lixo pode ser transformado em empregos e terísticas e riscos. Baseado na Política Nacional de
de manejo conservacionista, resultando no controle relação ao das águas dos rios: lucro. Essas soluções integram metodologia e tecno- Resíduos Sólidos, que trata da prevenção e da redu-
da erosão hídrica e na melhoria da qualidade do solo logia para atender as exigências legais para a dispo- ção na geração de resíduos com incentivo de consu-
e da água e, por não revolver o solo, favorece a manu- z São filtradas e purificadas naturalmente através sição final ambientalmente adequada dos resíduos. mo sustentável e um conjunto de instrumentos para
tenção e até o acúmulo da matéria orgânica do solo. da percolação, determinando excelente qualidade Estas exigências legais podem variar de acordo com fomentar o aumento de reutilização e reciclagem dos
e dispensando tratamentos prévios; as necessidades de cada município, estado ou país. resíduos sólidos e a destinação adequada dos rejei-
z Não ocupam espaço em superfície; Assim, é necessário fazer o levantamento gravimétri- tos quando não pode ser reciclado para fomentar o
Importante! z Sofrem menor influência nas variações climáticas; co, estudo que aponta a quantidade, gênero e quali- aumento de reutilização e reciclagem dos resíduos
z São passíveis de extração perto do local de uso; dade dos resíduos produzidos em cada localidade. A sólidos e a destinação adequada dos rejeitos quan-
A Resolução Conama n° 420, de 2009, estabelece z Possuem temperatura constante; partir desses dados, o profissional especializado vai do não pode ser reciclado ou reutilizado, garantin-
classes de qualidade de solos conforme a con- z Têm maior quantidade de reservas; desenhar o projeto com as soluções viáveis e neces- do a preservação do meio ambiente e da saúde da
centração de substâncias químicas. A classe 1 z Necessitam de custos menores como fonte de água; sárias. Estas soluções vão desde tratamento de efluen- população.
se refere a solos que apresentam concentrações z As suas reservas e captações não ocupam área tes líquidos até a reintrodução dos resíduos no ciclo
de substâncias químicas menores ou iguais ao superficial; produtivo. GERENCIAMENTO ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Valor de Referência de Qualidade (VRQ). O VRQ z Apresentam grande proteção contra agentes A gestão integrada de resíduos e gerenciamento
poluidores; de resíduos se complementam na lei brasileira. Dessa A água subterrânea é um componente importan-
representa a concentração de determinada subs-
z O uso do recurso aumenta a reserva e melhora a forma, torna eficaz o processo para redução de impac- te no abastecimento público e privado nas cidades
tância, que define a qualidade natural do solo. qualidade; tos ambientais promovendo equilíbrio econômico brasileiras, além de ser parte fundamental do ciclo
z Possibilitam a implantação de projetos de abaste- e social. Vejamos alguns importantes trechos da Lei hidrológico e, por essas razões, deveria ser sempre
cimento à medida da necessidade. 12.305, de 2010: considerada no manejo territorial e nos investimen-
Águas Subterrâneas
tos em infraestrutura.
Água subterrânea é toda a água que ocorre abai- Dica Art. 3° [...] Em todo o mundo as águas subterrâneas estão se
X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de tornando cada vez mais importantes, sendo fonte de
xo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou Você sabia que os principais contribuintes para ações exercidas, direta ou indiretamente, nas eta- abastecimento seguro para o uso doméstico, indus-
vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou o comprometimento da qualidade das águas pas de coleta, transporte, transbordo, tratamento trial e agrícola. No Brasil mais de 50% do abasteci-
as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e superficiais e subterrâneas incluem os efluentes e destinação final ambientalmente adequada dos mento público é feito por água subterrânea.
MEIO AMBIENTE

que sendo submetida à duas forças (de adesão e de domésticos, rurais e industriais. resíduos sólidos e disposição final ambientalmente Dentre as inúmeras vantagens desse recurso, des-
gravidade) desempenha um papel essencial na manu- adequada dos rejeitos, de acordo com plano muni-
taca-se: é uma fonte segura de água em períodos de
tenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e REFERÊNCIAS cipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou
seca, quando as águas superficiais ficam escassas; é
brejos. As águas subterrâneas cumprem uma fase do com plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
exigidos na forma desta Lei; menos vulnerável à contaminação; sua água é de
ciclo hidrológico, uma vez que constituem uma parce- Associação Brasileira de Águas Subterrâneas. excelente qualidade e na maioria dos casos dispensa
XI - gestão integrada de resíduos sólidos: con-
la da água precipitada. <https://www.abas.org/aguas-subterraneas-o-que- qualquer tipo de tratamento; e apresenta uma gigan-
junto de ações voltadas para a busca de soluções
Após a precipitação, parte das águas que atinge o -sao/>. Acesso em 07 dez. 21. para os resíduos sólidos, de forma a considerar as tesca capacidade de armazenamento.
solo se infiltra e percola no interior do subsolo, duran- Embrapa. <http://www.cpatsa.embrapa.br:8080/ dimensões política, econômica, ambiental, cultural Entretanto, a grande importância do recurso
te períodos de tempo extremamente variáveis, decor- sistema_producao/spuva/manejo.html>. Acesso e social, com controle social e sob a premissa do subterrâneo para o desenvolvimento social e econô-
rentes de muitos fatores: em 07 dez. 21. 385 386 desenvolvimento sustentável; mico da população contrasta com a deficiência no
conhecimento do potencial e o estágio de explotação subterrâneas e meteóricas, observadas as seguin- z Mineração; Características das espécies a serem plantadas:
dos aquíferos no país, o que nos coloca diante de gran- tes diretrizes: (...) z Uso intensivo do solo para fins agropecuários (her-
des desafios para a adequada gestão da água. III - Nas outorgas de direito de uso de águas subter- bicidas, salinização do solo, superpastejo etc.); „ Devem ser de fácil propagação;
De outra parte, o gerenciamento efetivo dos recur- râneas deverão ser considerados critérios que asse- z Queimadas consecutivas; „ Facilidade de se obter sementes;
sos hídricos subterrâneos pode ser comprometido gurem a gestão integrada das águas, visando evitar z Desmatamento. „ Facilidade de se propagar a semente;
com a crescente ilegalidade dos poços de captação de o comprometimento qualitativo e quantitativo dos „ Deve possuir crescimento rápido e fornecer
água. Essa ilegalidade implica em problemas associa- aquíferos e dos corpos de água superficiais a eles CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DEGRADADA cobertura ao solo.
dos à falta de sustentabilidade (ou superexplotação) interligados;
„ Deve ser uma boa fornecedora de matéria
das extrações de água subterrânea (sobretudo para Art. 4° No caso de aquíferos subjacentes a duas ou A área degradada apresenta algumas característi- orgânica para o solo.
uso no abastecimento público urbano); aos conflitos mais bacias hidrográficas, o SINGREH e os Siste- cas, como:
entre usuários, causando a perda do recurso e aumen- mas de Gerenciamento de Recursos Hídricos dos
Essas espécies podem ser plantadas através de
to dos custos de explotação; e à contaminação de aquí- Estados ou do Distrito Federal deverão promover a z Menor diversidade de espécies;
uniformização de diretrizes e critérios para coleta mudas ou plantadas por sementes diretamente no
feros pela degradação induzida pelo bombeamento z Ausência de estrutura vegetal;
dos dados e elaboração dos estudos hidrogeológi- campo. É interessante possui um viveiro onde possam
não planejado. z Ausência de solo;
cos necessários à identificação e caracterização da ser produzidas as mudas das espécies secundárias e
A gestão trata de princípios como a equidade e z Baixíssima ou ausente capacidade de regeneração
eficiência na alocação dos recursos hídricos, nos seus bacia hidrogeológica. natural. clímax, já que o ambiente degradado pode trazer difi-
serviços e na sua distribuição. Ela também prevê a Parágrafo único. Os Comitês de Bacia Hidrográfica culdades no estabelecimento das sementes.
administração da água com base em bacias hidrográ- envolvidos deverão buscar o intercâmbio e a siste- RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
ficas e a necessidade de abordagens de gestão integra- matização dos dados gerados para a perfeita carac-
da, suscitando, assim, a necessidade de equilibrar o terização da bacia hidrogeológica. Conforme o Ministério do Meio Ambiente, a recu-
uso da água entre as atividades socioeconômicas e o Art. 5° No caso dos aquíferos transfronteiriços ou peração de áreas degradadas está intimamente liga- NOÇÕES DE MONITORAMENTO
meio ambiente. subjacentes a duas ou mais Unidades da Federação, da à ciência da restauração ecológica. Restauração
Além disso, a gestão da água trata da formulação, o SINGREH promoverá a integração dos diversos ecológica é o processo de auxílio ao restabelecimento
DE AMBIENTES AQUÁTICOS E
estabelecimento e implementação de políticas de órgãos dos governos federal, estaduais e do Distrito de um ecossistema que foi degradado, danificado ou TERRESTRES
recursos hídricos, com base na legislação e nas insti- Federal, que têm competências no gerenciamento destruído.
tuições vigentes. O gerenciamento da água subterrânea de águas subterrâneas. Um ecossistema é considerado recuperado e res- CONCEITO
se distingue em vários aspectos daqueles observados § 2° Nos aquíferos transfronteiriços a aplicação taurado quando contém recursos bióticos e abióticos
para a água superficial. O grande problema que gesto- dos instrumentos da Política Nacional de Recursos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem Segundo a Agência Embrapa de Informação Tecno-
res públicos têm se deparado é que a água subterrânea, Hídricos dar-se-á em conformidade com as dispo- auxílio ou subsídios adicionais. lógica, o monitoramento ambiental é um processo de
devido a sua facilidade de acesso e uso com reduzidos sições constantes nos acordos celebrados entre a
coleta de dados, estudo e acompanhamento contínuo
investimentos iniciais e de operação, faz com que a União e os países vizinhos.
e sistemático das variáveis ambientais, com o objetivo
participação do usuário privado seja muito maior que Importante! de identificar e avaliar — qualitativa e quantitativa-
aquele observado nas águas superficiais. REFERÊNCIAS
A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, em seu mente — as condições dos recursos naturais em um
O controle, feito a partir de licenças de exploração, determinado momento, assim como as tendências ao
tem sido o modelo utilizado na Europa e na América AmbScience. <https://ambscience.com/o-que-e-ge- art. 2º, distingue, para seus fins, um ecossiste-
ma “recuperado” de um “restaurado” da seguinte longo do tempo. As variáveis sociais, econômicas e ins-
do Norte para o disciplinamento do uso do recurso. renciamento-de-residuos-solidos/>. Acesso em 09
dez. 21. forma: titucionais também são incluídas nesse tipo de estudo,
Assim, o sucesso do manejo está associado à capaci-
ANA. (Agência Nacional das Águas). Conjuntura Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, enten- já que exercem influências sobre o meio ambiente.
dade dos órgãos estatais, ao comprometimento da
dos recursos hídricos no Brasil. Informe 2012. de-se por: Com base nesses levantamentos, o monitoramen-
sociedade civil e do setor privado. Nesses países, é
ANA. Brasília. [...] to ambiental fornece informações sobre os fatores
clara a tradição e respeito pelo órgão fiscalizador e a
CONICELLI, P. B. e HIRATA, R. Novos paradigmas XIII - recuperação: restituição de um ecossis- que influem o estado de conservação, preservação,
presença do Estado não é meramente formal. Já em
países em desenvolvimento, os órgãos estatais estão na gestão das águas subterrâneas. XIX Congresso tema ou de uma população silvestre degradada degradação e recuperação ambiental da região estu-
se estruturando e a imposição por lei de mecanismos Brasileiro de Águas Subterrâneas. a uma condição não degradada, que pode ser dada. Além disso, subsidia medidas de planejamento,
de controle tradicional não tem surtido efeito, o que Virapuru Training Center. <https://virapuru.com/ diferente de sua condição original; controle, recuperação, preservação e conservação do
explica o grande número de poços ilegais. gerenciamento-de-residuos-solidos/>. Acesso em XIV - restauração: restituição de um ecossiste- ambiente em estudo, além de auxiliar na definição de
Experiências recentes na gestão das águas subter- 09 dez. 21. ma ou de uma população silvestre degradada o políticas ambientais.
râneas têm indicado que o gerenciamento desse recur- mais próximo possível da sua condição original. O monitoramento ambiental permite, ainda, com-
so terá mais sucesso quanto maior for a participação preender melhor a relação das ações do ser humano
do usuário. Somado a isso, outro importante aspecto é com o meio ambiente, bem como o resultado da atuação
que esse usuário tenha também acesso à informações NOÇÕES DE CARACTERIZAÇÃO Neste ponto, cabe elencarmos as observações das instituições por meio de planos, programas, proje-
adequadas dirigidas a ele para ser inserido no ciclo necessárias para se iniciar um projeto de recuperação tos, instrumentos legais e financeiros, capazes de man-
de gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos, E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS de áreas degradadas: ter as condições ideais dos recursos naturais (equilíbrio
uma vez que o conhecimento se transforma em cons- DEGRADADAS ecológico) ou recuperar áreas e sistemas específicos.
ciência e a conscientização por sua vez traz a ação que z Estudo dos remanescentes florestais dos locais a
gera conhecimento. Área degradada é aquela que, após um distúrbio, serem reflorestados (espécies nativas); IMPLANTAÇÃO
teve eliminados, juntamente com a vegetação, os seus z Levantamento das condições ambientais e as pos-
RESOLUÇÃO Nº 15, DE 11 DE JANEIRO DE 2001 - meios de regeneração bióticos e apresenta baixa capaci- síveis causas da degradação (uso de defensivos A Agência Embrapa de Informação Tecnológica
CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS dade de voltar ao seu estado anterior. É, portanto, uma agrícolas, queimadas, passagem de gado etc.);
expõe as formas de implantação de atividades de moni-
z Escolha do modelo de recuperação, de acordo com
MEIO AMBIENTE

área que perdeu toda ou boa parte da sua capacidade toramento ambiental e ressalta a necessidade de uma
Vejamos pontos importantes dessa Resolução: os objetivos e características locais: plantio em
produtiva, reduzindo a quantidade e a qualidade da seleção prévia de indicadores que expressem as condi-
linhas, alternado, sistemas agroflorestais;
capacidade atual e futura do solo para produção vegetal. ções qualitativas ou quantitativas do que será medido e
Art. 2° Na formulação de diretrizes para a imple- z Escolha das espécies a serem plantadas, tendo
Após sofrer distúrbios intensos, a área degradada como base as características da vegetação origi- avaliado. Esses parâmetros devem descrever, de forma
mentação da Política Nacional de Recursos Hídri-
não possui meios de regeneração natural. Isso indica nal, no modelo de reflorestamento escolhido e nas compreensível e significativa, os seguintes aspectos:
cos deverá ser considerada a interdependência das
que as ações do ser humano modificaram o ecossiste- características locais do ambiente (se é mata ciliar
águas superficiais, subterrâneas e meteóricas.
Art. 3° Na implementação dos instrumentos da ma de tal maneira, que os mecanismos naturais são ou não, se a área é sujeita a alagamentos etc.). Num z O estado e as tendências dos recursos ambientais;
Política Nacional de Recursos Hídricos deverão perdidos e, por isso, há necessidade de nova interven- primeiro momento, as espécies devem possuir z A situação socioeconômica da área em estudo;
ser incorporadas medidas que assegurem a pro- ção humana para a reversão do quadro. resistência ao ambiente degradado, além de serem z O desempenho de instituições para o cumprimen-
moção da gestão integrada das águas superficiais, A degradação pode ser fruto de: 387 388 adaptadas ao clima da região. to de suas atribuições.
A escolha dos indicadores depende dos seguintes melhoria e recuperação da qualidade ambiental, asse- Como consequência desses processos, podemos áreas dispersas. De acordo com a Lei nº 9.985, de 18
fatores: gurando um desenvolvimento sustentável ao país. observar os mais diversos efeitos: a erosão que atinge de julho de 2020, os corredores ecológicos podem ser
Segundo a PNMA, entende-se por meio ambiente o as áreas de rios, córregos, lagos e outros reservatórios definidos como:
z Objetivos do monitoramento; conjunto de condições, leis, influências e interações de de água, sejam eles superficiais ou subterrâneos; a
z O que será monitorado; ordem física, química e biológica, que permite, abriga prática da agricultura e da pecuária de forma intensi- “Porções de ecossistemas naturais ou seminaturais,
z Informações que se pretende obter. e rege a vida em todas as suas formas. Ainda, enten- va. Essas atividades têm como consequências a perda ligando unidades de conservação, que possibilitam
de-se por degradação da qualidade ambiental a alte- de recursos hídricos ou até mesmo alterações climáti- entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota,
MONITORAMENTO AMBIENTAL DOS BIOMAS ração adversa das características do meio ambiente. cas provocadas pela perda de áreas naturais ou pela facilitando a dispersão de espécies e a recoloniza-
Desta forma, o monitoramento ambiental é uma grande quantidade de poluentes emitidos e lançados ção de áreas degradadas, bem como a manutenção
BRASILEIROS
das ferramentas mais importantes para a gestão e na atmosfera. Dessa forma, fica evidente o impacto da de populações que demandam para sua sobrevivên-
acompanhamento da qualidade ambiental, dada a natureza sobre a sociedade. cia áreas com extensão maior do que aquela das
O monitoramento da cobertura florestal é uma fer- Como forma de combater os impactos provocados
importância em avaliar os impactos das ações huma- unidades individuais.”
ramenta indispensável aos países que adotam políticas no meio natural por ações antrópicas (do homem),
públicas para a conservação e preservação de suas flo- nas ou, até mesmo, as transformações naturais sobre
surgem vários movimentos sociais e ativistas. No Os seres humanos são causadores de grandes
restas. Desde 1988, a cobertura florestal na Amazônia o meio ambiente.
atual momento do sistema capitalista, os efeitos estão danos ao ambiente natural, por exemplo, a fragmen-
brasileira vem sendo monitorada pelo Instituto Nacio- mais intensos, o que promove preocupações com a
nal de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao tação de habitats anteriores contínuos. Essa fragmen-
problemática ambiental, dentre as quais podemos
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). tação isola plantas e animais nesses ecossistemas,
citar o agravamento do efeito estufa, o aquecimento
podendo até causar a morte de espécies locais. É para
O monitoramento ambiental nos demais biomas NOÇÕES DE ECONOMIA AMBIENTAL global, a poluição e os problemas ambientais urbanos,
esses casos que surge o corredor ecológico, conectan-
começou a ser realizado por meio de projetos, tendo entre outros tipos de impactos ambientais.
sido iniciado em 2002 com o levantamento da cober- Dessa forma, a humanidade precisa desenvolver do duas áreas dispersas e permitindo que animais e
BENEFÍCIOS DA POLÍTICA AMBIENTAL E sementes de plantas possam ter livre circulação.
tura vegetal e uso do solo pelo Projeto de Conserva- AVALIAÇÃO DE USO DE RECURSOS NATURAIS técnicas sustentáveis para um melhor aproveitamento
ção e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica desses recursos naturais, ao invés de extrair todos os Os corredores ecológicos são uma forma de com-
Brasileira. Em 2008, o Ministério do Meio Ambiente recursos de forma indiscriminada, provocando o agra- pensar o impacto negativo do homem sobre o meio
A humanidade, desde a pré-história, realiza a trans- ambiente, garantindo a interligação de áreas disper-
(MMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e vamento da questão ambiental. Cada vez mais é neces-
formação do meio natural em que vive. Nos primórdios, sas. Plantas e animais são diretamente afetados pela
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) firmaram sário discutir ações sustentáveis; só assim será possível
os povos do mundo eram nômades e deslocavam-se cons- fragmentação ambiental. Os animais são impedidos
acordo de cooperação para a realização do Projeto de garantir a preservação e a utilização dos recursos natu-
tantemente de um local para outro na busca de alimen- de se moverem livremente sobre uma grande área,
Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasi- rais para as próximas gerações, e esse é o maior desafio
tos e de locais seguros para a moradia e sobrevivência. para os indivíduos do mundo contemporâneo.
leiros por Satélite (PMDBBS), que contou com o apoio sendo necessário percorrer um ambiente sem seu
Com o desenvolvimento de técnicas para cultivo de A proteção do solo e dos recursos naturais pode ser
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi- habitat natural para chegar a outro fragmento.
vegetais e frutos, além do processo de domesticação, definida como uma série de atividades com múltiplos
mento (PNUD). Esse programa teve como objetivo o As plantas também são danificadas porque sua
confinamento e criação de animais, a agricultura e a significados. Trata-se de uma relação entre as pessoas
monitoramento sistemático da cobertura vegetal do reprodução é danificada. Por exemplo, a polinização
pecuária desenvolveram-se, o que permitiu a sedenta- e o meio ambiente, com o objetivo de reduzir o impac-
Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, e a dispersão de sementes podem não ocorrer, o que
rização dos grupos humanos; ou seja, os homens pude- to ambiental causado pela ocupação e uso do solo.
a fim de quantificar desmatamentos de áreas com torna difícil para a espécie se espalhar para outras
ram se fixar em determinados locais, dando início ao As unidades de conservação (UCs) são áreas naturais
vegetação nativa, para embasar ações e políticas de áreas. Além disso, com o tempo, a fragmentação pode
processo de formação das primeiras civilizações. criadas e protegidas por autoridades públicas, munici-
prevenção e controle de desmatamentos ilegais nes- levar ao surgimento de subgrupos.
Com o passar dos séculos, houve o desenvolvimen- pais, estaduais e federais. São regulamentados pela Lei
ses biomas, além de subsidiar políticas públicas de O desmatamento pode levar à fragmentação
to de técnicas cada vez mais avançadas que não só nº 9.985, de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de
conservação da biodiversidade e de mitigação da ambiental, fazendo com que ambientes anteriormen-
garantiram as necessidades de suas populações, mas Unidades Protegidas (SNUC). De acordo com a definição
mudança do clima. te contínuos apareçam em manchas. Ao conectar essas
também que os seres humanos pudessem exercer do SNUC, uma reserva natural refere-se ao espaço ter-
Entendendo a importância do monitoramento ritorial e aos recursos ambientais com características áreas dispersas, os corredores permitem a transferên-
poder e domínio sobre outros territórios. As técnicas
sistemático da cobertura florestal para as ações de tornaram-se cada vez mais complexas, mas sem dei- naturais estipuladas pelo governo por lei, incluindo as cia de sementes, animais e plantas. Essa transferên-
combate e prevenção do desmatamento, o Ministério xarem de lado o ponto principal desde o surgimento águas jurisdicionais com características naturais rele- cia é essencial para fornecer o fluxo gênico entre as
do Meio Ambiente instituiu o Programa de Monito- dos primeiros aglomerados humanos: a capacidade vantes. Devem ser aplicados os objetivos de proteção e espécies (o movimento dos genes de uma população
ramento Ambiental dos Biomas Brasileiros (PMABB), de utilizar e transformar a natureza. o âmbito limitado das medidas de proteção. para outra). Além disso, corredores ecológicos podem
por meio da Portaria nº 365, de 27 de novembro de Assim, podemos afirmar que o espaço geográfico Existem várias UCs e são permitidos em suas ajudar a recolonizar áreas degradadas.
2015. – resultado das ações e das atividades humanas – está regiões diferentes nomes, diretrizes, finalidades e A zona ecoeconômica (ZEE), também conhecida como
sempre sendo produzido e transformado pela socie- tipos de atividades. De acordo com suas característi- zona ambiental, visa alcançar o desenvolvimento susten-
dade em diferentes momentos da História. Existe um cas e finalidades, são divididas em dois tipos: unida- tável, adaptando o desenvolvimento social e econômico à
Importante! vínculo entre natureza e ação humana, ou seja, entre des de proteção geral e unidades de uso sustentável. proteção ambiental. Esse mecanismo de gestão ambien-
O primeiro tem padrões mais rígidos e se concentra tal inclui a delimitação de áreas ambientais e a atribuição
o espaço natural e o espaço geográfico.
O Projeto de Monitoramento da Floresta Amazô- mais na pesquisa e proteção da biodiversidade. Entre de usos e atividades compatíveis com base nas caracte-
Podemos citar como exemplos dessas ações o pro-
nica Brasileira por Satélite (Prodes) foi o primeiro eles, exceto em certas circunstâncias estipuladas por rísticas (potencialidades e limitações) de cada área. Seu
cesso de extração de matérias-primas do meio ambien-
sistema a ser implantado e foi responsável pela lei, apenas o uso indireto de seus recursos naturais é objetivo é o uso sustentável dos recursos naturais e o
te ou a retirada de matas e florestas para o cultivo de
produção da série histórica da taxa de desma- permitido. A Unidade de Utilização Sustentável está equilíbrio dos ecossistemas existentes. Portanto, a zona
alimentos ou matérias-primas que serão posteriormen- mais voltada para visitas e atividades educacionais e
tamento na Amazônia Legal. A qualidade dos te utilizadas na produção de mercadorias diversas. econômica exclusiva deve ser baseada em uma análise
o uso sustentável de recursos. Seu objetivo é adaptar
dados apresentados pelo Prodes possibilitou a O processo de extração mineral é considerado um detalhada e abrangente da área, levando em considera-
a proteção da natureza ao uso sustentável de alguns
elaboração de um nível de referência de emis- exemplo das diferentes maneiras pelas quais os seres ção o impacto do comportamento humano e a capacida-
recursos naturais.
sões de gases de efeito estufa pelo setor flores- humanos transformam e modificam o ambiente em Corredores ecológicos fazem parte do ecossistema, de de suporte ao meio ambiente.
tal brasileiro, o que possibilitou a captação de que vivem, o processo de apropriação da natureza Com base nessa análise, propõe-se orientações
MEIO AMBIENTE

podem promover conexões entre áreas espalhadas e são


recursos financeiros por desmatamento. pelos seres humanos essenciais para garantir a atividade dos animais e a disse- específicas para cada unidade territorial (região)
Essa relação entre a natureza e os seres humanos minação de sementes entre essas áreas. Esses corredores identificada, incluindo a formulação de medidas des-
dá-se sempre de maneira harmoniosa? A resposta é são importantes para reduzir o impacto do homem nes- tinadas a mitigar ou corrigir os impactos ambientais
POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (PNMA) não. Os seres humanos estão cada vez mais exploran- ses locais, pois a fragmentação dos habitats pode ter gra- nocivos potencialmente identificados.
do a natureza de forma predatória, além do limite que ves consequências para a flora e fauna locais, podendo Considerando que cada região terá diferentes
O monitoramento ambiental está previsto na Políti- ela pode suportar, provocando alterações considera- até ser responsável pela extinção de espécies. características ambientais, sociais, econômicas e
ca Nacional de Meio Ambiente (PNMA), regulamenta- das desastrosas sobre o meio natural. Os impactos das Portanto, os corredores ecológicos desempenham culturais, vulnerabilidades e potencialidades, seus
da pela Lei Federal nº 6.938, de 1981, que, apoiando-se ações predatórias dos seres humanos podem ser vis- o papel de melhorar a capacidade dos organismos padrões de desenvolvimento não são uniformes. A
no princípio do Acompanhamento do Estado da Qua- tos quando há o desmatamento de florestas ou quan- de se moverem no meio ambiente, reduzindo o iso- zona econômica exclusiva atribui importância a essas
lidade Ambiental, tem como objetivo a preservação, do as reservas hídricas estão altamente poluídas. 389 390 lamento da população e promovendo conexões entre peculiaridades, o que se traduz no estabelecimento de
alternativas de uso e manejo, proporcionando assim Apareceu, pela primeira vez, o conceito de desen- A exploração de recursos minerais é uma ativida- significados sobre o mundo. Vamos pensar em um
uma vantagem competitiva para a região. volvimento sustentável, que é a base para um deba- de com grande potencial, e o Brasil está ciente de gran- exemplo prático? Quando uma criança pequena
Assim, o zoneamento econômico ecológico forne- te maduro, seguido pela ECO 92 em 1997 e suas 21 des poderes a este respeito, como a Rússia, a China e começa a andar os cuidadores dessa criança come-
ce informações para a proteção e desenvolvimento de os Estados Unidos. Nosso principal mineral é o fer- çam com orientações sobre o espaço que a cerca. “Não
propostas, a saber, “Agenda 21” ou “Conferência de ro, com cerca de 90% das exportações brasileiras de
diversas ações no país e na região, tais como: Plano de pode colocar a mão na tomada por que machuca.”.
Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Kyoto”. Mas não é apenas a Organização das Nações mineração para troca. É usado como matéria-prima Só nessa frase a criança já pode aprender diferentes
Queimadas existentes no Rio Amazonas Legal e Cer- Unidas que é palco para esse debate: nas universi- para criar aço. A extração brasileira de metais repre- informações a partir da linguagem, para saber o que
rado; Políticas de Defesa Nacional (PND); Programa dades, ONGs e cidades, as discussões sobre diversas senta um grande percentual das produções globais. é cada coisa (mão, tomada), o que é se machucar etc.
Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC); Programa áreas estão em constante evolução. Outro mineral bastante explorado no país é o man-
Território Cidadão; Programa de Desenvolvimento ganês, presente principalmente na região norte. O
O problema a ser resolvido está na atitude de Brasil também tem uma das maiores reservas de bau- Importante!
Regional (Marajó, BR-163 e Programa do Xingu); Leis e
Regulamentos da Amazônia (Terra Legal); Lei de Ges- grandes empresários e governos, bem como em nos- xita, mineral mais difícil de encontrar e é usado para
Ou seja, desde o início da vida vamos aprenden-
tão de Florestas Públicas (Lei Federal nº 11.284/2006); sas escolhas do dia a dia. É um conceito relacionado a produção de alumínio.
Plano de Manejo de Florestas Comunitárias e Familia- As regiões que têm mais recursos minerais no Bra-
do sobre o mundo a partir da linguagem e dos
todas as áreas da vida, ou seja, é sistemático. A adoção
res (Decreto Federal 6.874/2009) e o Plano de Desen- sil são Minas Gerais, no Quadrilátero Ferrífero em, na significados que atribuímos a partir de símbolos.
de novas abordagens porá em perigo a continuidade
volvimento Regional da Amazônia (PRDA). província mineral de Carajás no estado do Pará e no
A zona econômica exclusiva também afeta a locali- da sociedade humana, das atividades econômicas, da
estado de Mato Grosso.
cultura e da sociedade, e do meio ambiente natural. Diferença entre Ciências Humanas x Ciências
zação das reservas estatutárias, a redução ou amplia- A extração em abundância desses recursos, que são
Naturais
ção (art. 13 da Lei nº 12.651 / 12) e o uso sustentável Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sus- aliados do agravamento de problemas ambientais como
de apicuns e salgados (art. 11-A da Lei nº 12.651/12). tentável parece propor uma nova forma de vida. É queimadas, desmatamento e poluição, podem influen- É importante pensarmos também na diferença
O ZEE é instrumento da Política Nacional de Meio uma nova forma de organizar a vida humana e bus- ciar os nossos ecossistemas de formas direta e indireta, entre as ciências humanas (essas que se dedicam a
Ambiente, conforme o inciso II do artigo 9º da Lei n.º podendo levar nossos recursos naturais a exaustão. É estudar os indivíduos e suas relações) e as ciências
6.938, de 1981, e regulamentado pelo Decreto Federal car uma sociedade que atenda às suas necessidades
importante estar ciente do uso abundante de recursos naturais. Enquanto as ciências humanas estão lidan-
Nº 4.297, de 2002. e expresse seu potencial. O conceito de sustentabili- não renováveis, como petróleo, usado como fonte de do com algo em constante mudança e que é tão diver-
O zoneamento ecológico-econômico é uma com- dade precisa ser testado quanto à consistência lógica energia e combustão para carros, por exemplo. Como so – o indivíduo e a sociedade –, as ciências naturais
petência compartilhada da União, dos estados e dos nas aplicações práticas para transformar o discurso esse recurso pode terminar, é importante investir mais estão preocupadas com fenômenos universais. Isso
municípios. A Lei complementar nº 140, de 2011, fixa em realidade objetiva. em energias alternativas, e nesse contexto, o Brasil tem quer dizer que, enquanto há uma só explicação que
normas para a cooperação entre esses entes no exercí- um enorme potencial. Precisamos aumentar a conscien- aprendemos para explicar um átomo na aula de quí-
cio da competência comum relativa ao meio ambiente Construir uma sociedade sustentável não é tarefa
tização e abolir algumas práticas para evitar a extinção mica (ciência natural), nas ciências humanas existem
(art. 23 da Constituição Federal). fácil; é preciso conscientizar, mudar a forma de aqui- de animais e o desaparecimento de muitos recursos diversas produções teóricas para discutir como se dá
Ela também constitui ação administrativa da União sição de informação e educação ambiental, usar os limitados, agindo de forma sustentável não só com o o aprendizado infantil, quais são suas etapas e pro-
a elaboração do ZEE de âmbito nacional e regional, recursos planetários de forma mais eficaz e responsá- país, mas com o planeta todo. cessos. Essas explicações teóricas podem coexistir nas
dos Estados elaborar o ZEE de âmbito estadual, e dos vel, de forma a garantir o desenvolvimento econômi- ciências humanas.
Municípios a elaboração do plano diretor, observando
os ZEEs existentes nas demais esferas. co básico e adotar novos paradigmas de preservação
A Sociologia como Instrumento para Pensar a
Seguindo a abordagem unificada estabelecida da dignidade humana como valor intransferível.
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE Sociedade e os Processos Sociais
no Código Federal, a nova Lei Florestal (Lei Federal A transição para esse novo modelo sustentável não
12.651/2012) prevê um prazo de cinco anos para todos os acontecerá repentinamente. Como já vimos, são muitos Aqui, utilizaremos uma categoria do sociólogo
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA E DE ANTROPOLOGIA
países elaborarem e aprovarem o ZEE (§2º do artigo 13). os anos que formaram o sistema atual, produzindo maus Wright Mills: a imaginação sociológica. Mas ao invés
Essa cooperação é realizada através da Comissão A sociologia é conhecida como “a ciência da socie- de pensarmos nela como uma imaginação, algo não
Nacional de Coordenação do Zoneamento Ecoeconô- hábitos profundamente enraizados em nossa sociedade.
dade”. Mas o que seria exatamente uma ciência da palpável, quero propor que pensemos nela como um
mico Territorial (CCZEE) (Decreto nº 28/2001), que é o No entanto, a adaptação incremental já está em óculo. Isso mesmo. Talvez você não use óculos, mas
sociedade? Alguns autores e autoras se empenharam
órgão político responsável pelo planejamento, acom- andamento. O funcionamento da sociedade de con- em responder a importância da sociologia em discutir muito provavelmente você conhece alguém que usa
panhamento, pela coordenação e avaliação da execu- sumo deve travar o funcionamento predatório e a coisas do nosso cotidiano, da criação de regras e de ou ao menos sabe para que serve. Quando aprender-
ção do projeto de ZEE. necessidade de operar sob os novos parâmetros do como as nossas relações sociais são construídas. Esse mos sobre o trabalho de algum autor ou autora da
O apoio técnico vem da Aliança Brasileira ZEE é um dos princípios básicos para entendermos juntos sociologia, pensaremos no que o trabalho apresen-
(art. 6º do Decreto nº 28/2001), que é composta por consumo sustentável, o que exige sobretudo mudan-
qual é o objeto de estudo da sociologia. ta como um óculo para olharmos para determinado
15 órgãos públicos (como ANA, CPRM-Agência Geo- ças de comportamento que não podem ignorar as con- fenômeno da sociedade. Isso porque esse mesmo
Nas ciências humanas um dos consensos é que os
lógica Brasileira, Embrapa, Ibama e IBGE), prestando sequências de cada escolha que fazemos. indivíduos são seres sociais. Mas o que essa afirmação autor, Wright Mills, ainda nesse mesmo texto, nos
assessoria ao CCZEE e aos estados da Federação para quer dizer? Trata do fato de que, até onde a ciência pôde explica que a sociologia é a ciência que nos auxilia
realizar trabalhos, desenvolver métodos e orientar a O Aproveitamento Econômico dos Recursos Naturais perceber, diferente dos outros animais, os comporta- na compreensão de como o mundo se organiza e
elaboração da terminologia de referência do ZEE. mentos humanos não são derivados de uma “natureza” como os indivíduos se localizam nela ao analisar-
O Brasil se destaca pelo elevado nível de apro- que existe nos indivíduos, mas sim do que eles apren- mos os contextos sociais. Os contextos sociais seriam
Origem e Evolução do Conceito de Sustentabilidade dem a partir dos ambientes onde estão inseridos. o entorno dos indivíduos e o modo como somos afe-
veitamento dos recursos naturais, o país possui uma
Tratando sobre isso, a socióloga Cristina Costa expli- tados por ele. As instituições, o emprego, a família, o
A primeira Conferência Mundial das Nações Uni- diversidade de reservas e possibilidades de produção ca que os outros animais, quando crescem isolados dos lugar onde cresceu e estudou, o gênero: tudo isso afeta
das sobre o Homem e o Meio Ambiente foi organizada diversas, a questão estrutural impede um maior apro- iguais a sua espécie, acabam por desenvolver os mes- no modo como vamos nos comportar. É por isso que
em Estocolmo, Suécia, em 1972. Nessa conferência, veitamento dos recursos presentes no nosso território. mos comportamentos. Já no caso dos seres humanos, a frase “Carolina era alguém a frente do seu tempo”
foram discutidas questões ambientais e possíveis O Brasil é um país muito rico em recursos natu- ao contrário, a maioria dos seus comportamentos só se pode nos dar uma impressão errada. Se pararmos
soluções para elas, como por exemplo a proposta de
MEIO AMBIENTE

desenvolve a partir da troca social, do convívio, do que para pensar sociologicamente, Carolina pode ter um
crescimento econômico zero, segundo a qual todas rais, possui terra com boa qualidade para a agricultu-
costumamos chamar de “socialização”. comportamento diferenciado e por isso despertar a
as nações do mundo deveriam pausar seus modelos ra, dando força ao agronegócio, tanto para o consumo Agora é importante pensarmos que não tratamos sensação de ruptura com o velho para o novo, mas as
produtivos com o objetivo de amenizar os efeitos das nacional quanto internacional. A água é uma das então de uma “socialização” apenas, mas várias for- sociedades vão mudando tempo todo e cada mudança
ações antrópicas sobre o meio ambiente. principais, e o Brasil tem 12% das águas superficiais mas de socializações. Isso explica por que existe tanta é fruto de um processo social, sendo esse o alvo das
Essa proposta foi recusada tanto pelas nações disponíveis no planeta. Além disso, 90% do território diversidade cultural, por que a formação do compor- perguntas sociológicas.
pobres quanto pelas ricas. A discussão ambiental tamento dos indivíduos está fortemente ligada às Outro autor muito conhecido na disciplina, Pier-
recebe regularmente chuvas e temos uma das maio-
avança na década seguinte em especial após a minis- experiências sociais que temos. re Bourdieu, também nos ajuda a pensar a tarefa da
tra norueguesa Gro Harlem Brundtland organizar o res reservas de água doce do mundo. As florestas bra- Cristina Costa nos explica também que a cultu- sociologia. Bourdieu afirma que a sociologia tem como
relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente sileiras também têm uma grande biodiversidade em ra humana se dá pela capacidade dos indivíduos de tarefa “revelar o que está escondido”. Ou seja, a socio-
e Desenvolvimento (1987). muitas partes do território. 391 392 organizar, comunicar e compartilhar para o grupo, logia como uma ciência da sociedade não tem como
objetivo discutir obviedades, mas em analisar as rela- samba”. Muitas pessoas de fora se dizem surpreen- que ocorre o que é chamado na sociologia de “sociali- exercem uma função importante ao prepararem os
ções sociais como processos que envolvem questões didas quando percebem que nem todo mundo que é zação primária”. É ali que este bebê vai receber os pri- indivíduos para conviverem em sociedade.
econômicas, políticas e culturais. Isso vai desde discutir brasileiro gosta de samba ou sabe sambar. meiros aprendizados sobre a vida, falados ou por ele
as políticas econômicas entre os países até quais são os Ao contrário do senso comum, a sociologia anali- observado. O modo como as pessoas se vestem, como Conceitualização de Cultura e Contexto
alimentos que encontramos tipicamente nas cafeterias sa as relações sociais detalhadamente para responder chamam as coisas, quem cozinha, horários, o que
brasileiras. Isso quer dizer que a pergunta sociológica questões e não generaliza o comportamento para toda se come, como ele é chamado e como se chamam as Há uma grande confusão quando se debate o que
não está apenas em descrever algum aspecto do coti- a sociedade. Desse modo, o que mostramos aqui nes- outras pessoas. É na experiência do dia a dia que essa seja cultura, o que tende a levar a questionamentos
diano, mas compreender como ele se dá e quais são as te primeiro tópico da apostila não é que nossos com- criança vai aprendendo sobre o mundo, os valores e sobre quem tem cultura ou não, ou mesmo sobre
normas e valores sociais que aprendemos que tornam portamentos são pré-determinados e que agiremos regras, ela vai internalizando tudo isso e elaborando quem possui mais ou menos cultura ou qual cultura
possível que esse fenômeno aconteça. suas emoções e comportamentos. Aspectos como ren-
de forma igual. O que a sociologia faz, na verdade, é é a melhor. Essas discussões, em torno de noções do
O quadrinho abaixo nos ajuda na atividade de ima- da da família, composição familiar, valores religiosos
elaborar questões sobre as relações sociais e, a partir senso comum, buscam retratar a ideia do que seja cul-
ginar o que iremos estudar aqui nessa apostila como ou não, estrutura do ambiente etc. Tudo isso compõe
de uma observação detalhada tanto da relação quan- tura como educação escolar, como diplomas univer-
um óculo que possui lentes que nos possibilitam olhar o “contexto social” que irá influenciar na socialização
o mundo de outras formas. Pensar nessas teorias nos to suas trajetórias históricas e social, elaborar teorias sitários ou mesmo como aquilo que é valorizado em
(ou novas lentes) para olharmos esses fenômenos. primária. Essa primeira experiência é formada, por- dada sociedade. Para se desvencilhar dessa confusão
ajuda deste modo nos ajuda a compreender melhor a tanto, pelos indivíduos que cercam essa criança e o
tarefa da sociologia em nos possibilitar olhar as rela- e compreender melhor o que é cultura será necessário
A Socialização dos Indivíduos: a Internalização das contexto social deles e esse é o único mundo que exis- resgatar a primeira definição do conceito e seu con-
ções que temos com o nosso entorno como algo cons-
Regras Sociais e a Reprodução te, então não há muita divergência. texto histórico.  E posteriormente pensar outras defi-
truído desde que nascemos até o final da vida. Mas
A segunda fase desse processo é a chamada “socia- nições mais recentes.
também possibilita que pensemos como o pensamen-
lização secundária”, que seria o contado do indivíduo A primeira definição de cultura data do século
to social vem mudando e como essas “lentes” dos ócu- Como vimos no primeiro capítulo, um dos consen-
com outras possibilidades de mundo, outras visões XIX e foi formulada pelo Inglês Edward Burnett Tylor
los também mudam, o que faz com que possamos ver sos nas ciências humanas é que o comportamento dos
uma determinada coisa sobre outros pontos de vistas. que podem divergir do mundo apresentado a ele na
indivíduos é social e não natural. Ou seja, aprendemos (1832-1917), em uma tentativa de classificar as diver-
socialização primária. Nela ele irá perceber outros
a viver em sociedade de acordo com a experiência que sas sociedades em que os povos europeus haviam
tipos de relação, outros tipos de família, outros modos
vamos vivenciando desde o nascimento. Esse apren- estabelecido contato, sobretudo, nos empreendimen-
de se comportar, modos de falar que são distintos do
dizado é o que chamamos na sociologia (e em outras tos coloniais que se seguiam desde o século XV. O
que ele aprendeu em um primeiro momento.
ciências também) de “socialização”. conceito formulado por Tylor definiu Cultura como:
Para pensarmos nesse processo social, vamos ima- “todo complexo que inclui conhecimentos, cren-
Indivíduos e Instituições Sociais
ginar uma pessoa que vive no Brasil e que não con- ças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras
some muito conteúdo sobre cultura internacional capacidades e hábitos adquiridos como membro
Voltando para questão chave desse capítulo “O que
e, de repente, decide ir para Hong Kong. Apesar de da sociedade” (LARAIA, 2006, p. 25). Nessa definição,
permite o indivíduo viver em sociedade?”, foi possível
vivermos em um mundo globalizado onde o compar- a cultura passa a ser compreendida como esse conjun-
perceber que a socialização é um fator fundamental
tilhamento de cultura entre os países é muito rápido to que representa uma totalidade da vida humana em
para a existência em sociedade. É a partir da sociali-
(tecnologias, alimentação, produtos de higiene) de sociedade, sendo adquirida no processo de aprendi-
zação que os indivíduos vão aprendendo comporta-
modo que encontremos bastante coisas em comum, há zado. A definição de Tylor realiza um afastamento do
mentos, cultura, perspectivas de vida etc. Além disso,
singularidades nos lugares. Uma delas, e que tem local conceito de cultura e o de natureza.
ela é contínua. Ou seja, ela se inicia quando o indiví-
de destacada importância, é a linguagem. Habilidade Ao afastar a ideia de cultura da natureza, a defi-
duo nasce e só acaba quando ele morre. Desse modo, a
essa que vamos aprendendo desde que nascemos e nição de cultura elaborada por Tylor também esta-
socialização acontece em todos os ambientes aos quais
que usamos sempre que queremos nos comunicar temos acesso como a família, a escola, o trabalho etc. beleceu o objeto de conhecimento e estudos da
com outro alguém. Esses espaços de socialização aos quais o indivíduo Antropologia, uma ciência que surge por conta da
Neste caso, ele teria que anteriormente aprender a pertence simultaneamente chamamos de “instituições busca por compreender aquilo que seria comum ao
linguagem para que conseguisse participar de forma sociais” e são essas instituições que irão estabelecer homem. Esse primeiro conceito poderia ser pensado
ativa das trocas culturais do novo país, compartilhan- regras que buscam colocar limites nos comportamen- com um marco para os estudos das culturas em sua
do assim dos significados que aqueles indivíduos atri- tos que são ou não aceitáveis. Se pensarmos, por exem- diversidade. No entanto, ao pensar a cultura, os pri-
buem às relações do cotidiano e aos objetos. plo, na criança que tem na família o seu primeiro local meiros antropólogos, influenciados pelo Darwinismo
Esse processo de “socialização” foi investigado por de socialização, a “instituição familiar” será respon- e pelas perspectivas coloniais da época, classificaram
diversos autores/autoras dentro da sociologia e aqui sável por introduzir algumas regras sociais, compor- as distintas sociedades em etapas evolutivas, naquilo
iremos destacar alguns para que possamos compreen- tamentos que são julgados como adequados ou não. que ficou conhecido como evolucionismo cultural.  
der como ele se dá. Essa delimitação de regras vai variar de ambiente para Segundo essa corrente de pensamento, todas as
A primeira questão, que já vimos no primeiro tópi- ambiente, dependendo do contexto social que essa sociedades percorriam um caminho unilinear, ou
co da apostila, é que a realidade é construída social- família pertence. Por exemplo: o ato de falar alto pode seja, um único caminho. Sendo assim, o que dife-
mente pelos indivíduos, que vão incorporando seus ser completamente recriminado em uma casa, enquan- renciava as sociedades outras (não-europeias) das
significados e gerando novos a partir da experiência to em outra é algo habitual entre os familiares. sociedades europeias era a etapa evolutiva. Essa con-
social. Ora, como vimos no exemplo acima, precisa- Desse modo, as instituições sociais têm a função de cepção evolucionista surgiu na superação do determi-
Diferença entre a Sociologia e o Senso Comum mos de trocas com outros indivíduos para que com- criar uma “margem” que irá delimitar e buscar con- nismo biológico, que compreendia que as diferenças
partilhemos e formemos sentidos sobre o mundo trolar quais são os comportamentos aceitos e quais culturais eram resultado de determinações biológicas
Você deve estar se perguntando: se é para pensar em que estamos inseridos, nossas reflexões sobre o são considerados errados. Apesar dessa busca por e geográficas. Em outras palavras, o evolucionismo
outros pontos de vistas, é só conversar com outras pes- mundo, nossos comportamento, nosso modo de ves- controle ou da tentativa de limitar os comportamen- representou a superação das ideias que os comporta-
soas e pronto. Porém, a sociologia é mais complexa que tir, tudo isso é formado a partir da nossa troca com tos, isso não quer dizer que as ações dos indivíduos mentos e práticas humanos eram atos determinados
outras pessoas. Pensando nisso podemos pensar tam- sejam pré-determinadas e que não haja escolha por pela natureza, pelas caraterísticas físicas e pelo clima.
MEIO AMBIENTE

só apresentar outras realidades ou outras visões sobre


a mesma realidade. A disciplina de sociologia segue bém na importância da família, da escola, dos grupos parte destes. Todavia, ainda que superada as concepções do
todo um rigor metodológico para analisar as relações religiosos, do bairro, da classe econômica – enfim – de determinismo biológico, ainda assim a perpetuação
sociais em que estamos envolvidos. É importante então todos os grupos que vamos pertencendo desde que Dica da espoliação e dominação dos territórios e povos
pensarmos aqui que a sociologia é bem diferente do nascemos para a formação do modo de agir e pensar não-europeus foi legitimada pela produção da ideia
que costumamos chamar de “senso comum”. dos indivíduos. O papel das instituições sociais consiste, então, dos “Outros” como aqueles não evoluídos, que não
O senso comum seriam noções que vamos crian- Pensemos então no exemplo de um bebê que acaba em buscar estabelecer normas sociais e exercer haviam atingido o progresso da civilização europeia
do a partir da nossa experiência cotidiana e do que de nascer e que tem indivíduos adultos no seu entor- controle sobre a ação dos indivíduos. e, por isso, sobre eles deveria ser imposta a cultura
aprendemos com os grupos onde estamos inseridos. no responsáveis pelo seu cuidado, sejam eles seus das sociedades da Europa para civiliza-los.
Uma expressão clássica do senso comum que vemos pais, avós, cuidadores de alguma instituição (creche, Para Emile Durkheim, que está pensando em O conjunto de ideias sobre a sociedade europeia
por aí é a seguinte: “todo/a brasileiro/a gosta de orfanato). Nesses ambientes (seja qual formato for) 393 394 termos de reprodução social, as instituições sociais como o modelo e padrão de sociedade humana a ser
alcançado pelas outras sociedades foi conceituado Da Matta pensa a cultura como aquilo que orienta Se a cultura é o todo que constitui a vida humana, Todo o episódio aconteceu quando o garoto foi
como eurocentrismo. Dessa forma, os antropólogos e dá unidade a um grupo, em suas formas de pensar, a negação da diversidade cultural nas mais distintas procurar os pais e se aproximou.
europeus consideraram as suas sociedades como um perceber e modificar o mundo e a si mesmos. Isso formas de discriminação se caracteriza também como “Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar
ponto de chegada da evolução humana, como o resul- quer dizer que a cultura é um feito coletivo, não se instrumento de desumanização do outro. O reconhe- para você. Saia da loja”, teria dito o gerente da conces-
tado da desvinculação total dos seres humanos da produz e nem se caracteriza em uma só pessoa, não cimento da diversidade cultural também perpassa sionária, segundo relato do casal na página do Face-
é uma realização individual, embora tenha desdobra- pelo reconhecimento do outro em sua humanidade, bok Preconceito racial não é mal-entendido, criada
natureza. Enquanto os outros povos foram considera-
mentos sobre os indivíduos. Para a antropóloga Ruth uma vez que a cultura é aquilo que dá sentido a sua no último sábado e cujo número de seguidores tem
dos primitivos e selvagens. aumentado exponencialmente desde então.
Benedict “A cultura é como uma lente através da qual vida, que o humaniza e cria laços de pertencimento
Já no século XX, essa corrente evolucionista foi Segundo Priscilla, ambos ficaram alguns minutos
o homem vê o mundo” (BENEDICT, 1972).  A cultura para se viver em sociedade.
superada pela própria Antropologia, com grande para Benedict condiciona a percepção humana, dan- sem reação até que o marido interpelou o gerente do
contribuição do Antropólogo americano Franz Boas do um sentido particular a forma como cada grupo de Marcadores Sociais da Diferença porquê de o garoto não poder ficar.
(1858-1942), que imbuído do relativismo, adotou a indivíduos percebe a realidade. “Porque eles pedem dinheiro, incomodam os
compreensão que os valores de cada sociedade só Dada a amplitude das definições de Cultura, é Iremos neste módulo imergir em uma discussão clientes. Tem que tirar esses meninos da loja”, disse o
podem ser compreendidos em seu contexto e, portan- possível pensar a cultura como aquilo que constitui sobre os “marcadores sociais da diferença”. O que homem, segundo o relato dos dois.
to, as sociedades não poderiam ser comparadas em e sedimenta as formas de pensar particulares dos Ao saber que se tratava do filho do casal, o geren-
seria isso? Como já vimos diversas vezes ao longo des-
grupos, cristalizando certas práticas e formas de ver te teria ficado completamente sem ação, “gaguejando
etapas evolutivas. ta apostila e que é algo comum nas ciências sociais
o mundo que são transmitidas por gerações a partir desculpas atrás de nós enquanto saíamos indignados
Das ideias de Franz Boas decorreu a elaboração sempre lembrar que, como disse Bertold Brecht,
da concessionária”, lembra Priscilla.”
do que ficou conhecido como relativismo cultural, dos processos de aprendizagem, uma vez que cultura “nada deve parecer natural”. Sendo assim, como fala-
enquanto compreensão de que cada cultura é singular se aprende, não se herda. mos em termos de diferença estamos sempre falan- Fonte:https://exame.com/brasil/crianca-negra-e-expulsa-de-
e deve ser pensada com referência em sua particula- Por sua vez, é no cotidiano que a cultura se expres- do de aspectos ou características (sejam físicas ou concessionaria-bmw-segundo-casal/
sa e ganha materialidade, seja nos símbolos, nos hábi- de qualquer outra ordem) que aparecem como dife-
ridade.  O relativismo cultural representou o inverso
tos etc. rentes porque, socialmente, estabelecemos algo que A matéria em questão ilustra de modo bastante
dos etnocentrismos, sobretudo daquele que foi deno-
Embora pareça superada a ideia de cultura que consideramos como o normal e essa característica específico o que Luiz Fernandes de Oliveira (2019) nos
minado eurocentrismo. Em suma, o etnocentrismo buscava classificar os diferentes grupos entre superio- foge a ordem do “normal”. Ou seja, estamos fazendo explica sobre a raça: uma produção social da diferen-
é a tendência de perceber e julgar o próprio grupo res e inferiores ainda é muito presente no cotidiano em característica que socialmente foram produzidas ça que está diretamente relacionada a relações sociais
como modelo e padrão de cultura a ser seguido. brasileiro práticas discriminatórias contra diferentes como diferentes. diferentes. O menino, por se tratar de uma criança
No entanto, mesmo permeada por equívocos ao povos e grupos. negra, foi tratado de modo distinto dos seus pais que
comparar as distintas sociedades, a primeira defi- Raça/Etnias eram brancos.
nição de cultura constitui um divisor de águas para Diferenças Culturais e Desigualdades Um autor importante para pensarmos a raça no
pensar o que seria cultura, uma vez que os costumes, Iniciaremos esse capítulo discutindo a raça como Brasil hoje é Kabengele Munanga. O autor vai tratar
crenças e tudo aquilo que povoava o universo huma- Embora se tenha elaborado a ideia de uma cultu- um dos marcadores sociais da diferença que atua na do uso da “raça” pela raciologia (corrente teórica que
no foi percebido desvinculado das determinações da ra nacional, como forma de preservar a unidade do realidade social fazendo com que indivíduos sejam teria surgido após o iluminismo) como uma hierarqui-
natureza. A cultura, assim, se torna objeto da antro- Estado-Nação, as sociedades nacionais e as sociedades tratados de modos distintos a partir de fenótipos e zação das diferenças. Ele afirma que, ao contrário de
em geral se caracterizam por serem multiculturais. características físicas. A categoria de “raça” é utili- explicar a diversidade humana, a categoria “raça” era
pologia quando definida enquanto criação do homem
Quando o debate da cultura ou das culturas se torna zada nas ciências humanas e sociais para discutir usada como um modo de justificar ideologicamente a
em seu domínio sobre a natureza.
central para pensar a realidade, seja ela nacional ou a produção da diferença a partir da racialização de dominação racial. Um ponto importante para refletir-
Além de transformar a natureza e com isso cons- mos aqui é: Há muito que a categoria raça foi desle-
local, portanto, também é necessário se atentar às indivíduos, separando-os e hierarquizando a partir
tituir suas sociedades, os homens também atribuem gitimada como uma forma de explicar diferenças ou
diversidades e diferenças nos modos de pensar, de se de características físicas. Sendo assim, é importante
significados a essa realidade social, dando sentido ao organizar, nas crenças, costumes e línguas presentes hierarquias biológicas. Ou seja, faz muito tempo em
termos em mente que, ao contrário do que já foi pen-
seu universo cultural. Uma das formas de atribuir sig- nessas sociedades. E como o contato constante entre sado e propagado até mesmo pela ciência ao longo que se sabe na ciência que a separação e hierarqui-
nificados a esses universos culturais é por meio dos diferentes culturas, seja nas relações de tolerância ou da história (como exemplo os estudos eugenistas), a zação a partir de raças são sociais e que o uso de raça
símbolos. Símbolo segundo Geertz é “qualquer obje- conflito, pensar uma sociedade multicultural é com- raça não tem nada de natural e nem biológico para na ciência está ligado a uma crítica a essa construção
to, ato, acontecimento, qualidade ou relação que serve preender que esses contatos entre culturas produzem fundamentar a separação dos indivíduos a partir des- social.
como vínculo a uma concepção”. (GEERTZ, 2008, p. seus desdobramentos. sa categoria. O que tem, na realidade, é a elaboração Porém, esse conceito continua a ser usado no sen-
Se, por um lado, a coexistência de uma enorme so comum como algo que nos diferencia. Kabengele
67-68). Assim, símbolo pode ser compreendido como abstrata dessa separação, que ocasiona em práticas
mostra então que essa compreensão de raça no senso
aquilo que representa uma ideia ou um conceito. O diversidade de grupos e povos dentro de uma mes- sociais diferenciadas. Vejamos como exemplo para
comum desemboca no racismo, onde as característi-
luto, por exemplo, enquanto ideia, pode ser simboli- ma sociedade implica uma pluralidade de formas de ilustrar o que estamos discutindo o trecho de uma
cas físicas seriam expressões de outras características
zado a partir da cor preta, em funerais nas sociedades ver, perceber e se relacionar com o mundo de manei- matéria que fora publicada no site “exame” em janei-
psicológicas e de capacidades intelectuais desiguais.
ocidentais. Nesse sentido, cultura também pode ser ras mais diversas e complexas pode ser um grande ro de 2013.
Kabengele também explica o conceito de etnia que
desafio.  “Filho adotivo é expulso de concessionária
compreendida como um sistema simbólico.   teria surgido para contrapor esse o uso indevido de
Todavia, essa relação entre diferentes culturas BMW, afirmam pais “raça”.
nem sempre é de tolerância e respeito, tendo como Casal do Rio de Janeiro alega que filho adotivo, Etnia seria, desde modo, grupos de indivíduos que
Dica desdobramentos relações intolerantes e discriminató- negro, foi expulso de uma concessionária da BMW compartilham uma história em comum, uma cultura
rias, a partir de marcadores como gênero, sexualida- confundido com um pedinte e teriam os mesmos ancestrais.
Uma outra definição de cultura foi elaborada
de, raça e etnia, assim como também em diferenças São Paulo – Por meio de uma denúncia feita no Outro conceito importante para compreender as
pelo o antropólogo brasileiro Roberto da Matta,
regionais e a discriminação à pessoas com deficiência. Facebook, um casal do Rio de Janeiro tem chamado relações raciais é o de “racismo estrutural”. A respeito
segundo ele Cultura é: O que até então representa a diversidade humana, a atenção na internet para o que afirma ter sido um desse fenômeno social o pesquisador Silvio Almeida
“Um mapa, um receituário, um código através a partir das diferenças étnico-culturais e raciais, se caso de preconceito racial em uma concessionária da
MEIO AMBIENTE

diz que, além de compreender a raça e o racismo como


do qual as pessoas de um dado grupo pensam, converte em formas de classificar e discriminar. Essas BMW na Barra da Tijuca. algo que foi produzido socialmente, devemos enten-
classificam, estudam e modificam o mundo e a diferenças são classificadas por grupos política, eco- Ronald Munk e Priscilla Celeste, pais de um meni- der essa categoria como produtora do comportamen-
si mesmas. É justamente porque compartilham nomicamente e/ou culturalmente dominantes. Nesse no de 7 anos, negro e adotado, afirmam que no dia to dos indivíduos também. O que ele quer dizer com
de parcelas importantes deste código (a cultura) sentido, a produção da ideia culturalmente dominan- 12 de janeiro, sábado, foram todos à concessionária isso? É que a categoria de raça e o modo como ela é
te de normalidade também proporciona uma classifi- Autokraft para olhar um automóvel. ainda propagada na sociedade vai interferir em todos
que um conjunto de indivíduos com interesses
cação de anormalidade para os grupos culturalmente Chegando lá, segundo o relato dos dois, o garoto os aspectos da vida social, seja na polícia, no judiciá-
e capacidades distintas e até mesmo opostas, diversos. As diferenças sociais, portanto, se conver- ficou em um espaço separado assistindo a um dese- rio, na economia e, claro, no modo como os indivíduos
transformam-se num grupo e podem viver juntos tem em instrumento de produção e reprodução de nho animado na televisão, enquanto eles foram enca- atuam nesses ambientes. Silvio Almeida defende, por
sentindo-se parte de uma mesma totalidade.” desigualdades sociais pelos grupos dominantes que minhados pela recepcionista ao gerente de vendas da isso, que o racismo só pode ser combatido a partir de
(DA MATTA, 1981 p. 02) definem o que é social e culturalmente aceitável. 395 396 loja. políticas sociais.
Classes No início dos estudos de gênero, eles se debruça- Uma das maiores contribuições dos estudos de
ram em contrapor as teorias científicas que diziam gênero na atualidade, além da busca constante pela
Outro marcador social da diferença para pensarmos é o econômico. Aqui, veremos dois exemplos de aborda- haver uma inferioridade das mulheres em relação desconstrução desses papéis socialmente atribuídos,
gens distintas. O primeiro e o mais usado correntemente é o de classes sociais. Esse conceito, elaborado por Karl aos homens a partir de diferenças biológicas. Nesse diz respeito a uma problematização do trabalho exe-
Marx, diz respeito à separação social dos indivíduos em duas classes: proletários e burgueses. Para entendermos sentido, algumas teóricas indicam que o que havia, na cutado majoritariamente por mulheres no cuidado
melhor essa separação iremos retomar algumas questões importantes descritas por Marx. verdade, era uma separação no imaginário social que
com os filhos/familiares e na manutenção do espaço
Para o autor, a transformação da natureza pelo trabalho humano é a base da formação desse indivíduo. Ou variava de cultura para cultura entre características
doméstico de forma gratuita.
seja: quando o indivíduo trabalha (cozinhando um alimento, costurando uma roupa, plantando etc.) ele está que seriam “naturais” e “culturais” (já vimos um pou-
co sobre isso no primeiro capítulo da apostila). Esses A partir do conceito de Divisão Sexual do Traba-
produzindo um modo de ver o mundo. Nesse sentido, ele trabalha modificando o entorno e a si mesmo. Veremos lho (trabalho por Danièle Kergoat e Helena Hirata)
isso em outro capítulo mais profundamente, mas essa ideia é importante para compreendermos a separação da seriam, então, compreendidos como dois polos opos-
tos, sendo que a “cultura” seria superior ao polo da há a problematização de duas questões: a separação
sociedade em classes sociais.
“natureza”, pois representaria a capacidade humana de trabalhos que são propagados como feminino ou
Tendo o trabalho como elemento fundamental para compreender a sociedade, Marx define esse como sendo
o “óculos” pelo qual deve-se analisar o comportamento dos indivíduos e afirma que a trajetória da sociedade é de dominar os fenômenos da “natureza” de forma a masculino e a hierarquização destes trabalhos, sen-
marcada por uma transversalidade que é a existência de dominantes e dominados. No cenário capitalista, Karl modificá-los e dominá-los. do o masculino sempre considerado como superior
Você deve estar pensando: mas o que isso tem a ao feminino. Aqui podemos usar como exemplo prá-
Marx afirma que o que divide a sociedade nesses moldes é a propriedade privada. De um lado, existem os bur-
ver com o gênero? Acontece que algumas teóricas de tico na nossa sociedade uma rápida reflexão: quantos
gueses que detém a propriedade privada e os meios de produção. De outro, os proletários que detém apenas a
gênero (aqui estamos utilizando as pesquisas de Sher- homens você conhece que são professores de esco-
possibilidade de venda da própria força de trabalho. Diante da venda da força de trabalho feita pelo proletário,
ry Ortner) vão indicar que a noção social de subal- las primárias? Quantas mulheres vemos assumindo
o pagamento parcial desta venda é feito através do que é chamado de “salário” e o restante que não foi pago ao
ternização da mulher em relação ao homem estaria
trabalho é o que Marx chama de “mais-valia”, que seria o lucro do patrão. cargos políticos importantes? É claro que esse cená-
relacionada a uma ligação da mulher com a natureza
a partir da reprodução humana (gestação, parto, pós- rio tem mudado gradativamente ao longo dos anos e
Que Quanto -parto, lactação, menstruação e funções fisiológicas) e vemos com mais facilidade o que antes não era muito
O que disse a 20 reais
trabalhasse lhe paga ?
por dia... do homem com a cultura, já que este seria posto como comum, já que esses são clássicos exemplos de profis-
este homem ? mais de
pressa o provedor, que sai e caça. As autoras afirmam que sões que são atreladas a gêneros específicos.
essa associação das mulheres como mais próximas da
natureza faz com que seus movimentos dentro das Geração
relações sociais fiquem limitados também as esferas
sociais que são associadas à natureza. Em uma entrevista sob o título de “A ‘juventude’ é
Desse modo, uma das primeiras empreitadas em apenas uma palavra”, Pierre Bourdieu, grande soció-
Aonde vai buscar o Vendo a mer-
E quem faz a ELE! torno dos estudos de gênero e que acontece até hoje logo francês, ao ser questionado sobre como os soció-
dinheiro pra pagar ? cadoria ! é a busca por desnaturalizar a associação que se faz
mercadoria ? logos devem trabalhar sobre as problemáticas que
da mulher com a natureza. Além disso, as teorias de
envolvem os jovens, inicia sua reflexão fazendo uma
gênero se esforçam em primeiro demarcar o que o
gênero é: uma construção social a partir de aspectos problematização sobre a própria noção de ser jovem,
físicos que, aliado a essa separação entre natureza e já que, segundo ele, a divisão de idades entre os indiví-
cultura, acaba por criar um imaginário social onde duos não é um consenso nas sociedades, sendo alvo de
as mulheres têm um papel social secundário. Outro disputas e construções sociais contínuas. O que Bour-
E quanta merca- Num valor de Então não é você que esforço nesse sentido é, por exemplo, o de Joan Scott dieu nos ensina com essa reflexão? Que as definições
doria faz ele 240 reais Hum!
lhe paga, mas ele que em que a autora busca discutir o papel dos elemen- de “jovem” e “velhos” – por exemplo – são diferentes
por dia ? lhe paga 220 reais por tos simbólicos associados às mulheres como algo que se olharmos para mais de uma cultura e que elas vão
dia para que lhe diga
trabalhe mais depressa! irá reproduzir essa noção de papéis que são secundá- variando de acordo com aspectos culturais destas.
rios socialmente e que seriam “naturais” as mulheres. Outro fato importante que é trazido por Pierre Bour-
Vejamos e pensemos a partir da ilustração a seguir: dieu é que, para além da idade biológica, tem outros
elementos que vão marcar mais as diferenças sociais
E como conseguiu Vendi entre os indivíduos. Ele dá o exemplo de um adoles-
Mas sou eu o
proprietário das essas máquinas ? mercadoria cente que trabalha e outro que não trabalha. Enquan-
e comprei
máquinas
as
to o primeiro tende a ter mais autonomia de decisões
máquinas e proximidade com uma “maturidade” que envolve a
responsabilidade de trabalhar, o outro demoraria a
desenvolver a mesma coisa. Por isso, por terem expe-
riências sociais diferentes, seria provável que pouco
pareceriam entre si se fossem comparados em seus
E quem fez a mer-
CUIDADO ! comportamentos.
cadoria ?
Eles podem
ouvir! Sendo assim, as diferenças geracionais acabam
que ficam muito restritas ao compartilhamento do
Ilustração: Dika Araújo Fonte: https://emais.estadao.com.br/blogs/ mesmo tempo histórico e social, mas não a mesma rea-
nana-soares/um-terror-chamado-loja-de-brinquedos/ lidade. Se pararmos para pensar nos outros marcado-
res sociais que vimos acima, podemos ter um exemplo
Como por exemplo, podemos pensar no tratamento mais fácil de visualizar como a diferença geracional
MEIO AMBIENTE

que meninas e meninos recebem a partir do momen- atua. Pensemos em uma criança cuja família tem uma
to em que nascem, lá na socialização primária que renda baixa e vive na baixada fluminense e, em con-
vimos aqui no início da apostila. É muito comum que trapartida, uma criança que vive no centro de São
Fonte: http://contextoshistoricos.blogspot.com/2012/04/saiba-mais-sobre-karl-marx.html
nas lojas de brinquedos haja uma separação entre o
Paulo com uma família de renda alta e que atua como
setor de brinquedos para meninas e outro para meni-
Gênero atriz em uma novela. Apesar de viverem no mesmo
nos. Nessa separação, como na ilustração acima, os
produtos voltados para o público feminino geralmen- contexto histórico a situação papável, o que veem, o
Como terceiro elemento para pensarmos os marcadores sociais da diferença elencamos aqui o gênero. Assim te são relacionados ao cuidado (culinária, bebês) ou que comem, o tipo de escola que frequentam e cultu-
como nos outros marcadores sociais da diferença, o gênero é uma categoria construída que interfere diretamente até mesmo para o embelezamento, enquanto os pro- ra que tem acesso provavelmente são muito distintos,
no modo como as relações sociais são constituídas. Abordaremos aqui, então, alguns teóricos e teóricas que se dutos voltados para o público masculino geralmente fazendo com que a experiência de vida seja também
dedicaram a estudar como as noções de gênero interferem nas dinâmicas sociais. 397 398 estão relacionados a esportes, aventuras, lutas etc. muito diferente.
O estrangeiro do ponto de vista sociológico Assim, há grupos que optam por abdicar de suas Willems (id) definiu como marginalidade cultural Dica
sociedades e comunidades de origem e passam a viver a falta de pertencimento completo a um sistema cultu-
O sociólogo Alemão Georg Simmel (1983), analisou em lugares e com pessoas que até então eram tidos ral, algo que decorre de uma assimilação incompleta. O longa-metragem Central do Brasil (1998),
sob uma perspectiva sociológica um tipo de interação como estranhos, e isso não precisa ser necessariamen- Segundo o antropólogo, a assimilação parcial de uma dirigido por Walter Salles retrata a vida de uma
social específica que foi denominada de estrangeiro. te uma migração de Estado-nação, podendo acontecer nova cultura e a preservação também parcial da cul- professora que ganha a vida escrevendo cartas
O estrangeiro é um tipo de interação, sobre a qual o a partir de uma migração interna, na qual os indiví- tura de origem cria conflitos na constituição da per- para pessoas analfabetas às suas famílias, sem
distanciamento e a proximidade se organizam nas duos migram de municípios, estados ou regiões. sonalidade do indivíduo. As formas de pensar e agir mesmo enviar as cartas. Até que um dia um filho
relações do indivíduo com o grupo. E embora os motivos dessas mudanças sejam os de sua cliente fica sozinho depois que a mãe é
preservam traços de ambas as culturas, que por sua
De tal modo, estrangeiro não assume o sentido mais diversos, há como questão proeminente nesses morta em um atropelamento. Depois de relutar
vez podem ser contraditórios e gerar conflitos de per-
de um inimigo e não tem qualquer valoração nega- deslocamentos o desenraizamento da realidade cultu- para ficar com o menino, ela então compra uma
tiva, caracterizando como um modelo para pensar sonalidade, produzindo uma falta de pertencimento
ral de origem, seja nos casos das migrações forçadas completo a qualquer uma das duas culturas. passagem para levá-lo para procurar o pai no
as relações de distanciamento e proximidade. Essas ou mesmo naqueles em que a mudança é uma opção. Nordeste. Como pano de fundo, o filme aborda
características não são vistas como individualizas, Enquanto a assimilação é compreendida enquanto
Com isso, pensar o tema da diversidade permeado incorporação de um novo sistema cultural a persona- o fluxo de pessoas da região nordeste em bus-
mas como parte de uma forma de ser que é genérica.
pelas migrações é ter em vista que migrar não pode
lidade dos indivíduos, se constituindo enquanto uma ca de oportunidades na região sudeste mais
Sendo assim, qualquer um pode assumir ou assume o
papel de estrangeiro, uma vez que ser o estrangeiro é
ser percebido como um passeio pelo bairro vizinho.
questão subjetiva de incorporação de novos padrões urbanizada, colocando em evidência diversidade
fazer parte de um grupo tendo sua posição definida O desenraizamento do sistema cultural do indivíduo regional e nacional e a desigualdade de oportu-
culturais, já a aculturação é compreendia enquanto
em uma forma genérica e não pessoalizada. O estran- que migra e os choques culturais que decorrem dessas nidades no país.
uma mudança na configuração cultural por meio do
geiro, assim, é concebido como aquele que: novas relações entre grupos, muitas vezes se reflete
contato contínuo e frequente entre duas ou mais cul-
em sofrimento psíquico, na falta de pertencimento e Conceitualizando a Cidadania
turas. A aculturação é um processo de mudança cultu-
Fixou-se em um grupo espacial particular, ou em na sensação de um não-lugar cultural.
O fenômeno das migrações não é novo, mas os ral em termos do mundo objetivo, sendo a assimilação
um grupo cujos limites são semelhantes aos limites O sociólogo inglês Thomas Humphrey Marshall
espaciais. Mas sua posição no grupo é determina- termos que definem os processos migratórios estão um processo complementar e subjetivo.
(1893-1981), será um dos principais autores a se
da, essencialmente, pelo fato de não ter pertencido delimitados em contornos históricos. Etimologica- Em síntese, as mudanças decorrentes do contato debruçarem sobre o conceito de cidadania. Marshall
a ele desde o começo, pelo fato de ter introduzido mente, a palavra imigrar decorre da junção de Migra- entre grupos e indivíduos de diferentes culturas se divide o conceito em três partes ou elementos, sendo:
qualidades que não se originaram nem poderiam se re (enquanto mudar de residência/condição) + in dão de forma expressiva na personalidade dos indi- civil, político e social.
originar no próprio grupo. (SIMMEL, 1983) (para dentro). Nesse sentido, imigrante é aquele que víduos, que ao assimilarem os valores de uma nova O primeiro elemento é constituído pelos direitos
adentra em um território e nele permanece. Emigrar, cultura modificam suas atitudes para se adequar às necessários às liberdades individuais, que consistem
O estrangeiro se caracteriza a partir daquilo que por sua vez, é a realização do movimento oposto, de novas expectativas de comportamentos. Por outro no direito à propriedade, liberdade de imprensa,
é geral, sem preservar necessariamente laços orgâni- saída de determinado território. Essas definições de lado, a aculturação está ligada à materialização das liberdade de ir e vir, pensamento e fé e o direito à jus-
cos. Ele é um intruso, na condição de distante, e ao modificações culturais e por isso é pensada como uma tiça. As instituições relacionadas com os direitos civis
imigração e emigração tem o sentido diretamente
mesmo tempo faz parte do grupo, estabelecendo cer- são principalmente os tribunais de justiça. Um marco
relacionado à ideia de Estado-Nação e a delimitação mudança em termos objetivos.
ta proximidade. A relação estabelecida na forma de importante da história que irá influenciar a conquista
de fronteiras nacionais.
estrangeiro é objetiva, pois há um distanciamento. No
Por sua vez, migrante passa a caracterizar todo A diversidade Nacional e Regional desses direitos será o advento das ideias iluministas,
entanto, esse tipo de interação não deixa de pressupor
aquele que se desloca e movimenta, a partir de fron- que preconiza o homem e reconhece este como porta-
um envolvimento do indivíduo com o grupo.
teiras nacionais, mas também internamente nos ter- A diversidade na sociedade brasileira sempre dor de direitos.
ritórios nacionais. Trata-se de uma reconfiguração suscinta considerar as diferenças étnico-raciais e os O segundo elemento diz respeito aos direitos políti-
A Formação da Diversidade: Migração, Emigração e
da ideia de migração, que busca compreender os processos históricos sobre os quais se desdobram a cos, entendido como o direito a participar e exercer o
Imigração
deslocamentos como fenômenos comuns do universo poder político, seja na condição de eleitor para a esco-
composição dessa mesma sociedade nos dias de hoje.
humano. Uma vez que imigrantes e emigrantes são lha de representantes do povo ou de se candidatar a
Toda pessoa passa por um processo de aprendiza- Ao longo da história, a sociedade brasileira foi atraves-
categorias constituídas a partir da ideia moderna de cargos públicos e exercer o direito à manifestação.
do, a partir dos sistemas culturais do qual faz parte. sada por intensos fluxos migratórios, destacando-se
Estado-Nação, a palavra migrante passa a ser reivin- Esses direitos estão associados às lutas políticas pro-
Esse processo de enculturação, ou socialização, em aquele que é proveniente de um sistema escravista.
dicada e assumir um novo sentido, caracterizando tagonizadas por trabalhadores no final do século XIX,
alguma medida constitui o fornecimento do substra- Estima-se que apenas o sistema escravista/colonial foi
os mais diversos fluxos migratórios e incorporando que exigiam melhores condições de trabalho e que se
to das personalidades humanas, os códigos, a lingua- responsável pelo deslocamento forçado de cerca de 5
as categorias anteriores. Os movimentos migratórios organizavam em organismos como partidos políticos
gem, crenças e tudo mais que é necessário para se a 10 milhões de africanos para o Brasil. e sindicatos para reivindicação de direitos trabalhis-
viver segundo cada cultura particular. evidenciam também os tipos de interação específicos A composição étnica-racial se constituiu também tas. As instituições associadas a esse elemento são o
O processo de socialização/enculturação se dá por de estrangeiros, uma vez que o migrante é aquele que pelos estímulos à emigração Europeia, orientado pela parlamento e os conselhos do governo.
meio dos sistemas e grupos culturais diversos, que não tem um laço orgânico com os grupos e socieda-
ideologia de branqueamento da população brasileira O terceiro elemento está associado aos direitos
podem ser demarcados no Nacionalismo, na ideia des que passa a interagir ao se estabelecer em novos
de culturais nacionais, nos regionalismos, que carac- e na tentativa de promover a assimilação dos valores sociais, compreendidos como o direito ao mínimo
territórios.
terizam os modos de viver das distintas regiões de culturais europeus, com objetivo de formar uma iden- bem-estar econômico e a segurança, direito de parti-
um país, e a partir dos grupos étnico-raciais, dentre tidade nacional a partir de uma concepção eurocên- cipar da herança social e de se viver de acordo com
Assimilação e Aculturação os padrões de vida civilizada operantes na sociedade,
outros, que produzem uma identificação com deter- trica e racista.
minados valores. Neste sentido, os termos assimilação e acultura- como o de se ter educação, moradia e lazer. As ins-
Para o Antropólogo, Emílio Willems (1946), assi- tituições que correspondem a esses elementos são o
As culturas, geralmente, se situam em tempos e ção, se não compreendidos à luz das singularidades
milação é o processo de reajustamento das persona- sistema educacional e os serviços sociais.
espaços determinados por meio das próprias formas históricas, podem escamotear os processos históricos
lidades a novos sistemas culturais. É a substituição do Assim, para Marshall, mesmo que a cidadania não
de significar o tempo e o espaço, experienciados de violentos que se deram com as tentativas de anulação,
conjunto de valores-atitudes socializados na cultura tenha contribuído para a redução da desigualdade
formas distintas pelos mais diversos grupos culturais. apagamento e extinção das culturas e povos afro-bra-
de origem por um novo conjunto de valores-atitudes. social, ela foi fundamental para o desenvolvimento
MEIO AMBIENTE

Em grande parte, grupos e indivíduos se relacionam sileiros e indígenas.


com os sistemas culturais a partir dos fluxos e des- Trata-se, portanto, das mudanças necessárias que o do caminho e progresso para as políticas igualitárias
indivíduo passa para se adequar a vida cultural de um No bojo da compreensão dos processos migrató-
locamentos espaciais curtos, com exceção dos povos do século XX. A cidadania, pois, exige um sentimento
novo grupo ou sociedade. rios que são definidores da diversidade brasileira, direto de participação e compreende a ideia de pes-
nômades, e a cultura tende a ser percebida a partir de
Uma vez que toda cultura, enquanto sistema de ainda cabe destacar os fluxos regionais, sobretudo o soas livres, portadoras de direitos e protegidos por
uma relação mais ou menos fixa com seus territórios.
No entanto, em alguma medida, há aqueles que valores, estabelece expectativa comportamentais êxodo rural. Esses muitos movimentos se desdobram uma lei comum a todos e todas. O conceito de cida-
decidem se deslocar para regiões distantes ou distin- sobre os indivíduos, o processo de assimilação é com- na paisagem socioespacial e na diversidade étnico-ra- dania, mais uma vez, não é fixo e está em constan-
tas das quais se encontram territorialmente seus gru- preendido justamente como a mudança necessária cial e cultural presentes hoje na realidade brasileira. E te mudança ao longo do tempo. Tanto a luta para a
pos culturais, por forças de necessidade ou escolha, para correspondência dessas expectativas. No entan- também apontam para um processo de estratificação ampliação dos direitos já conquistados e a luta por
ou engendrados em processos sociopolíticos, como as to, esse processo pode durar anos e décadas, perpas- social decorrente dos caminhos históricos pelos qual o mais direitos ainda a serem alcançados, contribuem
guerras, regimes como o escravismo e tantos outros. sando diversas gerações. 399 400 Brasil se formou enquanto estado nacional. para o desenvolvimento da cidadania.
Ao longo da história, outros autores elaboram e Espectro Eletromagnético
ampliam o conceito de cidadania de acordo com a rea-
lidade social e histórica de cada país. Espectro magnético é o conjunto de comprimentos de onda que compõem o REM, medidos por meio de uma
escala crescente de comprimentos de onda e decrescente de frequência. Pode-se dizer que as diversas faixas do
Conceitualizando os Direitos: o que são? espectro eletromagnético são diferenciadas, no vácuo, apenas por suas frequências (ou comprimentos de onda).
Um tipo de onda eletromagnética com a qual estamos muito acostumados é a luz visível, que, como sabemos,
Em toda sociedade existem padrões e estruturas não é composta apenas por um comprimento de onda, mas por comprimentos de onda que estão numa faixa
estabelecidas, os indivíduos precisam estar em con- entre 400 e 730 nanômetros (nm) aproximadamente. As cores são geradas a partir da percepção fisiológica dife-
dições mínimas de estarem inseridos nesses padrões rente dada a cada comprimento de onda na região do visível. Por exemplo, a luz de 400 nm é violeta, enquanto a
e de terem o mínimo da vida civilizada, que esteja luz de 730 nm é vermelha.
dentro do parâmetro da sociedade. Os direitos estão Em meios materiais, as ondas eletromagnéticas passam a se diferenciar também por sua velocidade de pro-
associados diretamente ao cumprimento de deveres pagação e, consequentemente, pelos desvios sofridos por refração ao passar de um meio para outro como, por
por cada cidadão, que precisa estar ciente de suas res- exemplo, do ar para o vidro, ou quando refletido internamente e refratado por gotas de chuva, gerando o arco-í-
ponsabilidades para com o estado, o coletivo e o país Trabalho análogo à escravidão em uma carvoaria. ris. Vejamos melhor o espectro eletromagnético:
como um todo, realizando pagamento de impostos e Fonte: Agência Brasil
demais obrigações que visam promover o bem-estar
da comunidade. Os direitos humanos, portanto, são
universais, inalienáveis e inegociáveis.
Os principais marcos históricos no que diz respei-
to ao reconhecimento e estabelecimento dos direitos GEOPROCESSAMENTO
humanos são: a declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão em 1789, e a Declaração Universal dos O geoprocessamento pode ser definido como um
Direitos Humanos pela ONU em 1948. conjunto de tecnologias voltado à coleta e ao tratamen-
to de informações especiais para um objetivo específico.
Desumanização e Coisificação do Outro Assim, as atividades que envolvem o geoprocessamen-
to são executadas por sistemas específicos para cada
A desumanização do outro nada mais é do que aplicação. Esses sistemas são mais comumente trata-
retirar as capacidades de ordem cognitiva e racional dos como Sistemas de Informação Geográfica (SIG).
do outro, sua criatividade e individualidade, em últi-
ma instância, retirar a essência da outra pessoa, não a PRINCÍPIOS FÍSICOS E ELEMENTOS DE
considerando humana. INTERPRETAÇÃO
A coisificação do outro significa tornarmos e Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Espectro-eletromagnetico-Fonte-Ref-10_fig1_262651351
enxergarmos uma pessoa como uma coisa material, a Radiação Eletromagnética
ser usada ao belo prazer de interesses de outros que Outros tipos de onda eletromagnética apresentados na imagem não podem ser vistos diretamente pelo olho
a consideram apenas como um objeto para cumprir A radiação eletromagnética propaga-se no vácuo
humano, mas podem ser detectados com dispositivos apropriados. A radiação infravermelha é um exemplo de
determinada utilidade. com a velocidade da luz, podendo interagir com o
radiação invisível ao olho humano, que é caracterizada por comprimentos de onda entre 730 e 1.000.000 nm.
Podemos trazer aqui alguns fatos históricos que meio físico por meio dos modelos quântico e ondula-
Na imagem, objetos são associados a cada tipo de onda eletromagnética. Por exemplo, um rádio para ondas de
exemplificam a desumanização e a coisificação do tório. O elemento fundamental das técnicas de senso-
rádio, o Sol para a luz visível e para a radiação ultravioleta, um aquecedor para a radiação no infravermelho, uma
outro, como o próprio processo de escravização indí- riamento remoto é a REM, que no vácuo propaga-se
radiografia para os raios X, o símbolo da radioatividade para os raios gama etc. Essa representação indica que os
gena e negra pelos portugueses. A própria relação na velocidade da luz e sua interação com o meio físico
diferentes tipos de onda eletromagnética estão relacionados a efeitos e aplicações distintos. Por exemplo, raios
entre colonizador e colonizado, pressupunha, neces- pode ser explicada por meio de dois modelos: o mode-
X servem para a obtenção de imagem dos ossos, demais tecidos e órgãos de uma pessoa sem ter que dissecá-la,
sariamente, a desumanização e coisificação do outro lo corpuscular (ou quântico) e o ondulatório.
enquanto o aparelho micro-ondas serve para aquecer alimentos ou fazer pipocas.
para que o seu domínio fosse justificado segundo as Sob uma perspectiva quântica, a REM é concebida
A partir da imagem ainda é possível inferir que raios X possuem frequências mais altas do que micro-ondas, e
crenças e a moral do colonizador, que não enxerga- como o resultado da emissão de pequenos pulsos de
vam negros e indígenas como seres humanos, mas isso nos fornece uma pista a respeito dos diferentes efeitos causados pelos dois tipos de onda. Uma resposta mais
energia, enquanto que sob uma perspectiva ondulató-
como coisas que cumpriam apenas o trabalho para a detalhada, todavia, deve levar em conta como cada tipo de onda é produzida e como cada tipo de onda eletromag-
ria, a REM se propaga na forma de ondas formadas pela
extração de riqueza para os colonizadores. nética interage com a matéria. Algumas características importantes a serem consideradas:
oscilação dos campos elétrico e magnético. No modelo
Também na nossa realidade atual, podemos elen- ondulatório a REM é caracterizada em comprimentos de z A faixa de comprimentos de onda ou frequências em que se pode encontrar a radiação eletromagnética é
car alguns casos que exemplificam a ideia de desu- onda que representam a distância entre dois pontos de ilimitada;
manização e coisificação do outro, como o trabalho igual intensidade dos campos elétrico e magnético.
infantil análogo à escravidão, tráfico de pessoas, a z Ondas de rádio: baixas frequências e grandes comprimentos de onda. São utilizadas para comunicação a
Vejamos o esquema da representação dos campos longa distância;
exploração sexual de crianças e adolescentes.
elétrico e magnético e suas oscilações: z Micro-ondas: faixa de 1mm a 30cm ou 3x1011 a 3x109 Hz. Pode gerar feixes de radiação eletromagnética alta-
mente concentrados, chamados radares. Por serem pouco atenuados pela atmosfera, ou por nuvens, permitem
Campo
magnético o uso de sensores de micro-ondas em qualquer condição de tempo;
z Infravermelho: grande importância para o Sensoriamento Remoto. Engloba radiação com comprimentos
de onda de 0,75um a 1,0mm. A radiação I.V. é facilmente absorvida pela maioria das substâncias (efeito de
aquecimento);
z Visível: radiação capaz de produzir a sensação de visão para o olho humano normal. Pequena variação de
comprimento de onda (380 a 750nm). Importante para o Sensoriamento Remoto, pois imagens obtidas nesta
MEIO AMBIENTE

faixa, geralmente, apresentam excelente correlação com a experiência visual do intérprete;


z Ultravioleta: extensa faixa do espectro (10nm a 400nm). Películas fotográficas são mais sensíveis à radiação
ultravioleta do que a luz visível. Uso para detecção de minerais por luminescência e poluição marinha. Forte
Direcção de atenuação atmosférica nesta faixa, se apresenta como um grande obstáculo na sua utilização;
propagação
da onda
z Raios X: faixa de 1Ao a 10nm (1Ao = 10-10m). São gerados, predominantemente, pela parada, ou freamento, de
elétrons de alta energia. Por se constituir de fótons de alta energia, os raios-X são altamente penetrantes, sendo
uma poderosa ferramenta em pesquisa sobre a estrutura da matéria;
Campo z Raios-GAMA: são os raios mais penetrantes das emissões de substâncias radioativas. Não existe, em princípio,
elétrico
Negros escravizados e presos por correntes. limite superior para a frequência das radiações gama, embora ainda seja encontrada uma faixa superior de
Fonte: Jornal Opção. Fonte: https://www.fq.pt/luz/radiacao-eletromagnetica 401 402 frequência para a radiação conhecida como raios cósmicos.
Interferências Atmosféricas Em ciência, sensoriamento remoto significa obser- z Detector: capta a energia coletada de uma determinada faixa do espectro;
var o nosso planeta usando sensores de observação z Processador: processa o sinal registrado (revelador, amplificação etc.) e permite obtenção do produto;
A atmosfera tem as suas propriedades de refle- muito acima do solo. Esses sensores podem ser câme- z Produto: contém a informação necessária ao usuário.
xão, absorção e transmissão REM, o que faz com que ras que “enxergam” não somente a luz visível, mas
somente a parte transmitida atinja a superfície. A também a radiação em outros comprimentos de onda Podem ser classificados em função da fonte de energia ou em função do tipo de produto que produz.
atmosfera age como um filtro solar (aparentemente como o infravermelho e as micro-ondas, por exemplo. Em função da fonte de energia:
insuficiente) e sem tal filtro, toda vida na Terra seria O sensoriamento remoto é regido pela interação
impossível. De fato, a maior parte do espectro eletro- entre a radiação eletromagnética (REM) e o alvo. Para z Passivos: não possuem fonte própria de radiação. Mede radiação solar refletida ou radiação emitida pelos
magnético é inutilizável para o sensoriamento remoto gerar informação relevante, o processo é composto alvos. Ex.: Sistemas fotográficos.
simplesmente porque a atmosfera o bloqueia (refle- por sete elementos fundamentais: z Ativos: possuem sua própria fonte de radiação eletromagnética, trabalhando em faixas restritas do espectro.
te), absorve ou difunde. É o caso da luz azul que, ape- Ex.: Radares.
sar de atingir a superfície, chega difundida e aparece z Fonte de energia e iluminação;
para nós como luz ambiente. Portanto, a luz azul não z Radiação eletromagnética e atmosfera; Em função do tipo de produto:
permite uma boa distinção dos objetos. As “janelas” z Interação com o alvo;
atmosféricas são aquelas porções que deixam a maior z Registro da energia pelo sensor; z Não-imageadores: não geram imagem da superfície sensoriada. Ex.: Espectrorradiômetros (assinatura espec-
parte da energia eletromagnética chegar à superfície. z Transmissão, recepção e processamento dos dados; tral) e radiômetros (saída em dígitos ou gráficos). Essenciais para aquisição de informações precisas sobre o
Toda energia disponível na superfície terrestre é z Interpretação e análise; comportamento espectral dos objetos.
empregada de alguma forma; uma parte serve para z Aplicações. z Imageadores: obtém-se uma imagem da superfície observada como resultado. Fornecem informações sobre
a variação espacial da resposta espectral da superfície observada.
aquecer o solo por condução; uma parte é usada para
evaporação da água; uma parte serve à modificação As variações da energia eletromagnética de uma
área podem ser captadas por meio de sistemas sen- Os sistemas imageadores podem ser divididos em:
da atmosfera (convecção); e uma parte é usada pelos
organismos em processos fotoquímicos (assimilação sores imageadores ou não-imageadores, sendo que os
sistemas imageadores são caracterizados por fornece- z Sistema de quadro (“framing system”): adquirem a imagem da cena em sua totalidade num mesmo instante.
da clorofila).
rem uma imagem como produto da área imaginada, e Ex.: RBV.
os não-imageadores por fornecerem um produto ape- z Sistema de varredura (“scanning systems”). Ex.: TM, MSS, HRV.
Comportamento Espectral Dos Objetos (Alvo)
nas em forma de dígitos ou gráficos. z Sistema fotográfico: fácil de operar, porém, apresenta limitada capacidade de captar a resposta espectral
Segundo a onda da fonte eletromagnética, os sen- (filmes cobrem somente o espectro entre ultravioleta próximo ao infravermelho distante). Limita-se às horas
O comportamento espectral de um objeto é função de sobrevoo e, por vezes, devido a fenômenos atmosféricos, não permite observar o solo a grandes altitudes.
da sua capacidade de absorver, refletir e transmitir sores também podem ser classificados como ativos ou
a radiação eletromagnética de acordo com as várias passivos, sendo que os sensores ativos são aqueles que
A tabela abaixo apresenta uma análise comparativa dos sensores fotográficos e imageamentos por varredura.
partes do espectro. possuem fontes de energia eletromagnética artificiais
e os passivos são aqueles que necessitam de energia
eletromagnética emitida pelo Sol para gerarem regis- IMAGEAMENTO POR SENSORES IMAGEAMENTO POR SENSORES
FOTOGRÁFICOS DE VARREDURA
Importante! tro das imagens. Portanto, a classificação dos sensores
remotos são: RESOLUÇÃO GEOMÉTRICA Alta Média
A radiação eletromagnética é distribuída e carac- RESOLUÇÃO ESPECTRAL Média Alta
terizada de acordo com o comprimento de suas Quanto ao produto obtido:
ondas (ou frequência) da qual os nossos olhos REPETITIVIDADE Baixa Alta
percebem apenas uma pequena parte. Os diversos z Sensores imageadores; VISÃO SINÓPTICA Baixa Alta
objetos têm a capacidade de absorver, refletir e z Sensores não-imageadores. BASE DE DADOS Analógica Digital
transmitir essa radiação de maneira diferenciada.
Quanto a fonte de REM:
Os sistemas sensores orbitais exploram as características de uma plataforma embarcada em uma órbita que
A absorção, reflexão e transmissão da energia inci- deve ser:
z Sensores ativos;
dente pode ser total ou parcial, sempre resguardando z Sensores passivos.
o princípio da conservação de energia: a energia não z Circular, para garantir que as imagens tomadas em diferentes regiões da Terra tivessem a mesma resolução
pode ser simplesmente dissipada, apenas transforma- e escala;
Para que um sensor possa captar e registrar a
z Permitir o imageamento cíclico da superfície, para garantir a observação periódica e repetitiva dos mesmos
da. A capacidade que um objeto tem de absorver, refle- energia refletida ou emitida por um objeto, com qua-
lugares;
tir e transmitir a energia eletromagnética recebem o lidade, é essencial que o mesmo esteja instalado em z Ser síncrona com o Sol (heliossíncrono), para que as condições de iluminação da superfície terrestre se man-
nome de absortância, reflectância e transmitância, res- uma plataforma estável, que pode ser um avião ou tivessem constantes;
pectivamente, e seus valores variam de 0 a 1. balão, no caso de plataforma situada no solo, ou até z Horário da passagem do satélite deve atender às solicitações de diferentes áreas de aplicação (geologia, geo-
mesmo satélites, no caso de plataformas que circun- morfologia, agricultura etc.).
SISTEMAS DE SENSORIAMENTO REMOTO dam a Terra.
A tabela abaixo apresenta as características dos satélites Landsat, SPOT e ERS-1.
O sensoriamento remoto é a tecnologia capaz de SENSORES E PRODUTOS
obter imagens e outros tipos de dados por meio do
LANDSAT 4 E 5 SPOT 1 E 2 ERS-1
monitoramento da superfície terrestre a partir da Componentes do sistema sensor
MEIO AMBIENTE

captação e do registro da energia eletromagnética ÓRBITA Circular 98,2 graus Heliossíncrono Circular 98,7 graus Heliossíncrono Circular 98,5 graus Heliossíncrono
refletida ou emitida da superfície. Existem vários pro-
gramas que executam atividades de processamento PERÍODO 99 minutos 97 minutos 100,467 minutos
digital de imagens, entre eles o Sistema de Processa- ALTITUDE 705 km 832 km 785 km
mento de Informações Georreferenciadas (SPRING) Energia Processador
Coletor
desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Detector 10:30 horas
CRUZAMENTO 9:45 horas 10:39 horas
Espaciais (INPE) e também outro produto que é Produto (desc.)
amplamente utilizado, devido à facilidade de acesso,
é o Google Earth, que permite sobrevoar o planeta uti- z Coletor: recebe a energia através de uma lente, CICLO 16 dias 26 dias 35 dias (SAR)
lizando-se das imagens de satélite. espelho, antenas etc.; 403 404
FOTOINTERPRETAÇÃO E FOTOGRAMETRIA TOMADA, TRANSMISSÃO, ARMAZENAMENTO,
LANDSAT 4 E 5 SPOT 1 E 2 ERS-1
PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
ÓRBITA Fotointerpretação
172 km 108 km 100 km Sistemas de Informações Geográficas (SIG) é um
ADJ.
A fotointerpretação é a técnica de examinar as conjunto de ferramentas para coleta, armazenamen-
ÓRBITA imagens dos objetos na fotografia e deduzir seu signi- to, recuperação, transformação e exibição de dados
2.750 km 2.700 km -
SUC. ficado. A técnica é fundamental para a elaboração de espaciais do mundo real para um conjunto particular
mapas temáticos, por exemplo, geomorfologia, vege- de propósitos voltado à aquisição, análise, armazena-
INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS tação, uso do solo etc. mento, manipulação e apresentação de informações
Elementos básicos de leitura de uma fotografia: referenciadas espacialmente.
Uma imagem digital pode ser definida por uma função bidimensional, da intensidade de luz refletida ou emi- Os SIGs são sistemas cujas principais característi-
z Tonalidade e cor; cas são: integrar, numa única base de dados, informa-
tida por uma cena, na forma I (x,y), em que os valores de I representam, a cada coordenada espacial (x,y), a
z Forma e tamanho; ções espaciais provenientes de dados cartográficos,
intensidade da imagem nesse ponto. Essa intensidade é representada por um valor inteiro, não-negativo e finito.
z Padrão; dados de censo e de cadastro urbano e rural, imagens
A cada ponto imageado pelos sensores, corresponde a uma área mínima denominada “pixel” (picture cell), que z Textura;
deve estar geograficamente identificado, e para o qual são registrados valores digitais relacionados à intensidade de satélite, redes, dados e modelos numéricos de ter-
z Associação; renos; combinar as várias informações, por meio de
de energia refletida em faixas (bandas) bem definidas do espectro eletromagnético. z Sombra.
O processo de digitalização de uma imagem não-digital (“imagem contínua”), corresponde a uma discretização algoritmos de manipulação, para gerar mapeamentos
(ou amostragem) da cena em observação por meio da superposição de uma malha hipotética, e uma atribuição de derivados; consultar, recuperar, visualizar e imprimir
Fotogrametria
valores inteiros (os níveis de cinza) a cada ponto dessa malha (processo chamado de quantização). o conteúdo da base de dados geocodificados.
Em satélites como o Landsat e SPOT, o sinal elétrico detectado em cada um de seus canais é convertido ainda a A fotogrametria é a ciência ou a arte da obten- A utilização da tecnologia de Geoprocessamen-
ção de medições fidedignas por meio da fotografia. É to vem evoluindo de forma significativa nos últimos
bordo do satélite, por um sistema analógico/digital, e a saída enviada para as estações de recepção via telemetria.
uma técnica indispensável para muitos trabalhos da anos, abrangendo diferentes organizações nas áreas
As imagens destes satélites são amostradas com um número grande de pontos (as imagens do sensor “Thematic
Geomática. Para as áreas técnicas, em especial para de administração municipal, de infraestrutura, de ges-
Mapper” do satélite Landsat têm mais de 6000 amostras por linha). Além disso, tais imagens têm a característica
a Engenharia Civil, ela oferece um suporte inestimá- tão ambiental, da educação, dentre outras. Esta evolu-
de serem multiespectrais, no sentido de constituírem uma coleção de imagens de uma mesma cena, num mesmo
vel, reduzindo custos e tempo de trabalho. O principal ção foi certamente favorecida pela evolução paralela
instante, obtida por vários sensores com respostas espectrais diferentes.
obstáculo ao seu uso extensivo ocorre devido ao alto de tecnologias de coleta da Informação Espacial, ou
A formação da imagem envolve três aspecto fundamentais:
custo dos equipamentos e a necessidade da presença das denominadas geotecnologias, tais como:
de técnicos bem treinados para operar os equipamen-
z Aspectos geométricos: as características geométricas das imagens se referem à relação entre a posição dos tos necessários à obtenção de dados e para o trata- z Sensoriamento Remoto, com as imagens de alta
objetos no mundo real e sua respectiva posição no espaço imagem. Considerando que as técnicas de aquisição mento posterior. resolução e a confecção de ortoimagens;
de imagens são reprojeções de um espaço tridimensional para um bidimensional, observa-se uma perda de As imagens aéreas são realizadas a partir do uso de z Sistemas de Posicionamento Global (Global Posi-
informações relativa à coordenada Z. Em relação ao Cadastro Territorial Multifinalitário, este aspecto é impor- câmeras aéreas fotogramétricas especiais colocadas tioning Systems - GPS) que permitem determinar
tante, considerando que em áreas urbanas que apresentam grandes edifícios a perda desta coordenada é sig- adequadamente no interior de um avião. Em seguida, o correto posicionamento de objetos na superfície
nificativa pois vários registros de imóveis (apartamentos, lojas comerciais, consultórios, entre outros) estarão os dispositivos são digitalizados em scanners de alta da terrestre;
registrados com o mesmo par de coordenadas X e Y. precisão e resolução, a partir dos quais se obtêm as z Aerofotogrametria que permite a transformação
z Aspectos radiométricos: aspecto associado à maneira como o brilho ou a energia proveniente de um objeto imagens digitais a serem usadas nos equipamentos de de fotografias aéreas verticais em mapas digitais.
ou superfície é registrado e a fidedignidade de sua representação. Para cada posição no plano da imagem, um restituição digital.
Em função da evolução tecnológica ocorrida na
valor de “brilho” ou “intensidade” é registrado. Este valor dependerá do comprimento de onda da energia A fotogrametria funciona retratando as dimensões
última década, o dado georreferenciado está mais
incidente e da natureza constituinte do objeto que refletirá essa radiação e será definido em função de sua e posições do objeto ou terreno no espaço em que está
acessível ao usuário, o que permite que custos
posição na imagem. localizado. Essas medidas são obtidas por meio da
intersecção de fotografias tiradas por meio da repre- de coleta e processamento da informação espa-
sentação tridimensional. cial fiquem mais compatíveis com os orçamentos
Deve-se notar que cada imagem tem um número finito de bits para representar a radiância da cena para cada públicos dos países em desenvolvimento.
“pixel” Fotointerpretação x Fotogrametria
Radiância é o fluxo radiante que provém de uma fonte, numa determinada direção, por unidade de área. A Existem outros sistemas que também manipu-
quantificação da radiância contínua de uma cena é representada pelos níveis de cinza discretos na imagem digital A fotointerpretação difere na fotogrametria no que lam dados espaciais, como por exemplo os Sistemas
e é dada por um número de bits por “pixel” para produzir um intervalo de radiância. se refere ao tratamento do dado. A fotogrametria está de CAD. Porém, o SIG se caracteriza por permitir ao
Os sensores da nova geração obtêm, normalmente, imagens em 8 ou 10 bits (equivalente a 256 ou 1024 níveis relacionada com a acurácia posicional e geométrica usuário a realização de complexas operações de aná-
digitais). O nível de cinza é representado pela radiância média de uma área relativamente pequena em uma cena. dos objetos, aspecto quantitativo, enquanto a fotoin-
lise sobre os dados espaciais.
Esta área é determinada pela altitude do sistema sensor a bordo do satélite e outros parâmetros como o IFOV terpretação está relacionada com a significância do
Para um melhor entendimento do sistema pode-se
objeto, aspecto qualitativo.
(Instantaneous Field Of View), que é o ângulo formado pela projeção geométrica de um único elemento detetor dividir o SIG nos seguintes elementos:
sobre a superfície da Terra. RESTITUIÇÃO
No caso das imagens multiespectrais, a representação digital é mais complexa, porque para cada coordenada z Dados-Informação;
(x,y), haverá um conjunto de valores de nível de cinza. Representa-se então cada “pixel” por um vetor, com tantas A restituição é o procedimento que pretende obter z Hardware/Software;
dimensões quantas forem as bandas espectrais, que são o intervalo entre dois comprimentos de onda, no espectro de fotografias aéreas ou terrestres as feições planimé- z Recursos Humanos;
eletromagnético. tricas e/ou altimétricas de uma determinada localida- z Procedimentos e Metodologia de Aplicativos.
Resolução é uma medida da habilidade que um sistema sensor apresenta de distinguir entre respostas que são de expressa na projeção ortogonal após restabelecer a
semelhantes espectralmente ou próximas espacialmente. A resolução pode ser classificada em espacial, espectral equivalência geométrica entre a fotografia e o filme. Dado Geográfico e Informação: o Mapa
MEIO AMBIENTE

e radiométrica. Para a edição de cartas topográficas de precisão é


necessário reconstruir a posição exata de cada foto-
Dentre as componentes de um SIG, os dados apa-
grafia no momento da exposição. Este procedimento,
z Resolução espacial: mede a menor separação angular ou linear entre dois objetos. Por exemplo, uma resolu- recem como uma restrição a sua implementação. Em
é conhecido como orientação interior do modelo este-
ção de 20 metros implica que objetos distanciados entre si a menos que 20 metros, em geral não serão discri- reoscópico. Na câmara métrica há uma relação pre- geral, a carência de dados faz com que sua aquisição
minados pelo sistema. cisa entre o filme e a lente. A orientação relativa é a seja dispendiosa em relação a outros componentes.
z Resolução espectral: é uma medida da largura das faixas espectrais do sistema sensor. Por exemplo, um sen- reconstrução da posição de uma fotografia em relação Com a evolução da informática o usuário tem acesso
sor que opera na faixa de 0.4 a 0.45 m tem uma resolução espectral menor do que o sensor que opera na faixa a outra, que é obtido tomando os pares de imagens de mais facilitado a hardware e software em qualquer
de 0.4 a 0.5 um. um mesmo objeto em ambas as fotografias consecuti- parte do mundo, porém o dado é de acesso mais difí-
z Resolução radiométrica: está associada à sensibilidade do sistema sensor em distinguir dois níveis de intensi- vas. A orientação absoluta é a localização de ambas as cil, devendo ser coletado e avaliado para tornar-se
dade do sinal de retorno. Por exemplo, uma resolução de 10 bits (1024 níveis digitais) é melhor que uma de 8 bits. 405 406 fotografias em relação ao terreno. informação consistente.
Os dados georreferenciados são em geral oriundos Estruturas de Dados Medir distância e conectividade implica em ope- APLICAÇÃO DO SENSORIAMENTO REMOTO
das geotecnologias hoje disponíveis ao usuário. No rações de medidas de distância cartográficas e resulta NO MONITORAMENTO E CONTROLE DE
final da década de 90 houve uma grande evolução tec- A estrutura dos dados corresponde à base carto- na criação de um novo mapa no qual a distância ou DESMATAMENTO E INCÊNDIOS FLORESTAIS
nológica, principalmente no que se refere às imagens gráfica. Os dados gráficos podem ser Vetoriais ou Ras- rota entre estes pontos pode ser expressa com uma
ter. São dados georreferenciados relacionados a cada simples distância euclidiana ou como função de limi- Incêndios florestais são uma das principais fontes
(Sensoriamento Remoto) e às técnicas cartográficas.
posição geográfica, nos quais identificamos a posição tes absolutos ou relativos. A concepção de um modelo de danos aos ecossistemas florestais e têm importân-
O Dado Geográfico possui coordenadas (latitude e por meio de uma referência espacial relacionada a é uma representação simplificada da realidade com cia ecológica fundamental devida a sua influência
longitude) e atributos, como por exemplo, um poste um sistema de coordenadas. suas feições significantes e relações na forma genera-
está numa determinada posição (x,y) e possui deter- sobre a poluição atmosférica e mudanças climáticas,
lizada. É uma aproximação seletiva da realidade. Os que por consequência têm impactos diretos e indire-
minado atributo, luz de mercúrio ou incandescente. Banco de Dados Geográficos modelos devem ser definidos de acordo com os obje-
tos sobre os habitats e os ecossistemas. De acordo com
O dado para um SIG sempre deve ser acompanhado tivos descritivos ou de simulação. Os modelos descri-
Andreae e Merlet (2001), em uma escala global, cerca
de suas coordenadas, pois a base gráfica de um SIG é São conhecidos como atributos descritivos ou tivos do mundo real podem ser representados por
de 90% das queimadas são de origem antrópica, com
o mapa. O Mapa pode ser entendido como uma repre- dados sem referência geográfica relativos aos dados mapas. Os modelos de simulação estão relacionados
gráficos. A função dos atributos é fornecer uma infor- com o que pode ocorrer, de acordo com determinada os 10% restantes relacionados aos acidentes ou causas
sentação, ou abstração, da realidade geográfica: um naturais, como raios.
mação descritiva, qualitativa e/ou quantitativa, das condição.
meio para apresentar a informação geográfica nas Um incêndio florestal pode promover diversos
características de um objeto gráfico. Exemplo: rio, O SIG pode ser usado como uma associação de
formas visual, digital ou tátil. atributos: nome, classe. prejuízos ambientais, dentre os quais se destacam:
processos de modelagem espacial. Um bom exemplo
O projeto da base de dados geográficos de um SIG é a previsão de risco de incêndio, usando parâmetros redução dos estoques genéticos, destruição de habi-
passa, em geral, por três fases principais: tais como inclinações de encostas, elevações (a partir tats, extinção de nascentes, destruição de reservas e
Importante! do modelo digital do terreno), vegetação, biomassa e áreas de preservação, infertilidade e desertificação do
z Identificação de feições geográficas e atributos; dados meteorológicos. Todas estas informações reuni- solo, aparecimento de processos erosivos e extinção
A cartografia digital, ou em meio computacional,
z Organização das camadas (layers) de informação das formarão um mapa temático onde estão indicadas de espécies da fauna e flora (GUIMARÃES et al., 2014).
é a base do SIG, por isso, o usuário deverá com- geográfica; as zonas mais sujeitas a incêndio em reflorestamentos. Visto os impactos que podem ser ocasionados pelos
preender os seguintes elementos que compõem z Definição do armazenamento. Muitas operações em SIG produzem novos objetos incêndios florestais, vê-se a importância da rapidez e
um mapa: espaciais a partir de outros objetos. Os objetos criados eficiência na detecção e monitoramento de focos de
Escala: fator de redução; O banco de dados deve refletir os objetivos do possuem os atributos dos objetos que os formaram. calor a fim de evitar que incêndios florestais se ini-
Modelo matemático: elipse ou esfera; usuário na utilização do sistema. É importante dedi- Existirá, então, uma sucessão de novos objetos refe- ciem e se alastrem com maior frequência, além de
car algum tempo nas fases iniciais do projeto do ban- renciados espacialmente que permitirão as análises viabilizar um combate estratégico que busca minimi-
Sistema de Representação: projeção co de dados antes de automatizá-lo, pois, desta forma, espaciais. Muitos tipos de análise são desenvolvidos zar os efeitos da queima. São, portanto, os métodos de
cartográfica. assegura-se a real necessidade de certa gama de dados por meio da manipulação de redes (network), prin- detecção e monitoramento de incêndios fundamen-
para a geração de análises espaciais compatíveis com cipalmente nas áreas de transportes, transmissão de
o objetivo do sistema. tais para o planejamento, controle e dimensionamen-
energia, navegação, dentre outras.
A informação Georreferenciada Um banco de dados bem projetado proporcionará to dos efeitos produzidos pelo fogo no local atingido.
As capacidades de análise de redes permitem deter-
o contínuo reaproveitamento das informações para Santos (2011) afirma que as geotecnologias surgem
minar o caminho mais curto entre dois pontos numa
Quando o mapa está georrefenciado com coorde- outras análises que se fizerem necessárias. À medida como um importante recurso de subsídio na identi-
malha de ruas com direção de tráfego, ou determinar a
nadas e as formas (ponto, linhas e polígonos) editados, que o volume e os tipos de dados armazenados aumen- demanda de determinada região em função de algum ficação das queimadas, permitindo localizar, quan-
se diz que existe uma base cartográfica, referenciada tam, é necessária a utilização de softwares específicos tipo de serviço. Muitos softwares de geoprocessamento tificar e fazer estudos de análises espaço-temporais
ao modelo matemático da terra. Esta base é o primei- para gerenciamento de dados. Os Sistemas de Geren- possuem o módulo de redes para análises espaciais. das áreas onde ocorrem incêndios e, dentro dessas
ciamento de Banco de Dados (SGBDs) objetivam dis- geotecnologias, uma ferramenta importante é o Sen-
ro passo para construção de um SIG.
ponibilizar a diferentes usuários acesso ao banco de soriamento Remoto, que permite cruzar informações
GEORREFERENCIAMENTO
dados além de manter a integridade dos mesmos. georreferenciadas e saber a quantidade e a localiza-
Geotecnologias
Georreferenciamento é um instrumento adotado ção dos focos de calor. Segundo Gontijo (2011) focos
Análise Espacial e Aplicativos de calor se caracterizam por serem pontos geográficos
O dado georreferenciado é coletado de acordo pelo INCRA como uma forma de padronizar a iden-
tificação de imóvel rural. Ele é feito por meio de um captados por sensores espaciais na superfície da Ter-
com a necessidade do usuário, ou seja, da caracterís- A característica mais importante de um Sistema de ra, quando detectados a uma temperatura acima de
processo de reconhecimento das coordenadas geo-
tica do aplicativo. A base cartográfica para o SIG pode Informação Geográfica é a capacidade de desenvolver 47°C em uma área mínima de 900 m².
gráficas do local a partir da utilização de mapas ou
ser oriunda das geotecnologias citadas ou a partir funções de análise espacial. Nessas funções utilizam-
imagens. O processo é feito por meio do levantamento Os sistemas de monitoramento florestal desenvol-
de dados preexistentes (mapas) obtidos por meio da -se dados espaciais e atributos armazenados no banco
topográfico para definir as características referentes à vidos pelo Governo Federal constituem componente
de dados para responder as questões referentes ao
digitalização. dimensão e localização da propriedade. fundamental para os esforços de REDD+ do País, pois
mundo real.
Pelo processo de georreferenciamento, cada imó- oferecerem informações-chave para o planejamento
A base de dados de um Sistema de Informação
Sistema de Posicionamento por Satélite Geográfica é um modelo segundo a visão do usuário vel tem definido quais são os seus limites, caracterís- de políticas públicas. Os sistemas são baseados em sen-
do mundo real que garante a similaridade a aspectos ticas e confrontações. Essas definições são feitas por soriamento remoto, utilizando informações coletadas
Levantamentos Geodésicos são as observações de da realidade. O objetivo da análise espacial é extrair meio da descrição das coordenadas dos vértices limi- por satélites. O Brasil possui sistemas que permitem
ou questionar informações úteis que satisfaçam as tantes referenciadas no Sistema Geodésico Brasileiro. monitorar a cobertura florestal ao longo do tempo,
campo executadas, em geral, por meio de observa-
exigências dos objetivos do usuário para tomada de O georreferenciamento tem como principal fina- identificar onde o desmatamento vem ocorrendo, ana-
ções de satélites artificiais, com vistas à determina-
decisões técnicas. Uma função importante da análise lidade o levantamento das características do imóvel. lisar a dinâmica de uso da terra, dentre outros.
ção precisa de pontos sobre a superfície terrestre, ou No entanto, para que essa determinação seja feita
espacial é a possibilidade de prever o que irá ocorrer O principal desenvolvedor de sistemas de monito-
seu modelo matemático (elipse). Os principais dados de forma padronizada, adotou-se uma metodologia
em certo ponto, num determinado tempo, ou seja, a ramento do Governo Federal é o Instituto Nacional de
oriundos da geodésia são os pontos georreferencia- criação de cenários. O processo de análise consiste oficial e padrão, exigida para todos os proprietários
Pesquisa Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério da
MEIO AMBIENTE

dos: latitude, longitude e altitude, que são a base de em recuperar, reclassificar, medir, sobrepor, conec- de imóveis rurais. O INCRA determina que qualquer
imóvel rural, seja ele público ou privado, deve ser Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. O INPE
um mapa digital. O Sistema Navstar GPS, que nasceu tar e relacionar os dados gráficos e seus atributos. A
georreferenciado. ainda mantém parcerias para o desenvolvimento de
da junção de dois projetos americanos (Marinha e For- reclassificação envolve operações que reavaliam os
O Decreto n° 4.449, de 2002, que oficializou a Lei n° sistemas com o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
ça Aérea Americanas), é um sistema de navegação por valores temáticos nas categorias do mapa preexisten-
te. Por exemplo, um mapa de solo poderá ser reclas- 5.868, de 1972, acarretou na exigência do georreferen- o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-
sinais de rádio baseado em uma constelação de saté- sos Naturais Renováveis (IBAMA), a Empresa Brasilei-
sificado em um mapa de permeabilidade do solo. A ciamento de imóveis rurais. O mesmo decreto definiu
lites artificiais. O sistema fornece a posição tridimen- ra de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), vinculada
sobreposição (overlay) de dados resulta na criação de que todo imóvel rural deve ser georreferenciado em
sional, dados para navegação e informações sobre o um novo mapa em que os valores referenciados para até dez anos, dependendo do tamanho da proprieda- ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
tempo, atendendo toda a porção do globo terrestre em cada posição são computados com função de valores de. Caso a propriedade não seja georreferenciada, o to (MAPA), e Universidades públicas.
qualquer condição meteorológica, a qualquer horá- independentes, associados com a posição em dois ou proprietário fica impedido de atualizar a sua relação Apresentamos, a seguir, os principais sistemas de
rio, o ano inteiro. mais mapas. 407 408 com o cartório e o cadastro do local. monitoramento em operação:
z PRODES: o projeto PRODES realiza o monitora- SPRING. <http://www.dpi.inpe.br/spring/portu- 5. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item seguinte, no 12. (CESPE-CEBRASPE — 2014) Com relação aos bio-
mento por satélite do desmatamento por corte gues/tutorial/introducao_sen.html>. Acesso em 10 que se refere ao mito e suas relações com a história. mas e fitofisionomias brasileiros, julgue o item
raso na Amazônia Legal e produz as taxas anuais dez. 21. Embora muitos mitos elaborem explicações sobre a subsecutivo.
de desmatamento na região, que oferecem infor- ANTUNES, A. F. B. Iniciando em Geoprocessamen- origem do universo, sobre a origem de determinado A Amazônia é o maior bioma brasileiro, ocupando
mações de grande relevância para a formulação to. <https://docs.ufpr.br/~felipe/sig.pdf>. Acesso em grupo social e sobre fenômenos históricos relevantes grande parte do norte do país. Entre suas fitofisiono-
de políticas públicas brasileiras. O PRODES utili- 10 dez. 21. (como os contatos interétnicos), eles não podem ser mias estão as matas de várzeas, as matas de igapó e
za imagens de satélites da classe Landsat (20 a 30 ROSTIROLLA, E.; MARQUES, G.; ZANON, J.; SOUZA, tomados como fontes para o conhecimento historio- o cerrado amazônico.
metros de resolução espacial), que possibilitam L. de. Descrição detalhada de um projeto de radar gráfico, por se distanciarem da realidade empírica.
mapear polígonos de desmatamento maiores do de abertura sintética. Trabalho final de graduação. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
que 6,25 hectares. Os dados do PRODES, que tem Universidade Federal de Santa Maria. 2019.
série histórica com início em 1988, foram utili- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
LEITE, D. de O.; PRADO, R. J. Espectroscopia no 13. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A respeito de riscos
zados na elaboração das submissões brasileiras infravermelho: uma apresentação para o Ensino
sobre REDD+ para o bioma Amazônia. 6. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item seguinte, no ambientais e de possíveis danos ambientais em
Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física. v. 34, que se refere ao mito e suas relações com a história. decorrência da instalação de empreendimento, julgue
z DETER: este sistema realiza a alteração da cober-
n. 2. 2012. Enquanto, no linguajar mais corriqueiro, a palavra o item.
tura florestal com periodicidade quase que diária
NOVO, E. M. L. de M. Introdução ao sensoriamento mito possa significar simplesmente mentira, para a A geração de resíduos sólidos devido à implantação
na Amazônia Legal. As alterações da cobertura
florestal que o DETER mapeia são o corte raso da remoto. 2001. antropologia, esse termo refere-se a uma narrativa de empreendimento tem grande potencial de afetar a
floresta, a degradação florestal preparativa para FREITAS, V. A. L.; BASSO, L. de O.; FERRI, R. Curso fundamental para um grupo social, que reúne para qualidade da água, mas não a qualidade do solo ou do
o desmatamento (“brocagem”) e cicatrizes de de capacitação para implantação de cadastro terri- essa coletividade valores basilares e maneiras de ar, por serem estes pouco suscetíveis à poluição por
incêndios florestais. Os mapas do DETER podem torial multifinalitário nos municípios do sudoeste
compreender o mundo e a vida social. esse tipo de resíduo.
também incluir áreas com atividades de explora- do Paraná. 2015.
ção madeireira. As informações produzidas são TEMBA, P. Fundamentos da Fotogrametria. Depar-
( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO
fundamentais para a eficácia das ações integradas tamento de Cartografia. Universidade Federal de
de fiscalização que combatem o desmatamento na Minas Gerais. 2000.
7. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A respeito de sucessões 14. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Acerca do transporte de
região, orientando o seu planejamento. Sua série
histórica tem início em 2004. ecológicas, julgue o item subsequente. sedimentos em cursos d’água, julgue o item a seguir.
z DEGRAD: sistema desenvolvido pelo INPE para Espécies vegetais que apresentam crescimento lento, Na parte baixa de uma bacia hidrográfica, ocorre a
rastrear a degradação florestal na Amazônia HORA DE PRATICAR! frutos e sementes grandes e maior longevidade são tendência de maior formação de depósitos de sedi-
Legal. O sistema, que produziu dados para o perío- classificadas como r estrategistas e são típicas de mentos, o que corresponde a uma agradação do leito.
do entre 2007 e 2013, tinha como objetivo mapear 1. (CESPE-CEBRASPE — 2019) No que diz respeito a ambientes clímax.
áreas em processo de desmatamento em que a características dos microrganismos e suas relações ( ) CERTO  ( ) ERRADO
cobertura florestal ainda não havia sido totalmen- ecológicas, julgue o item subsequente. Organismos ( ) CERTO  ( ) ERRADO
te removida. Nos próximos anos, o monitoramento extremófilos são encontrados em hábitats com con- 15. (CESPE-CEBRASPE — 2021) O item que se segue, é
da degradação na Amazônia Legal terá como foco dições extremas de temperatura, pH ou salinidade. 8. (CESPE-CEBRASPE — 2021) A respeito de sucessões apresentada uma situação hipotética seguida de uma
a degradação por fogo, tomando como base as ecológicas, julgue o item subsequente. assertiva a ser julgada acerca de obras rodoviárias.
informações produzidas pelo Programa de Moni- ( ) CERTO  ( ) ERRADO Os chamados distúrbios intermediários afetam a Antônio, engenheiro de obras rodoviárias, sempre que
toramento de Queimadas e Incêndios. dinâmica de sucessão, fazendo estágios finais (clí- possível opta pela utilização de agregado britado a
z Programa de Monitoramento de Queimadas e max) serem atingidos de forma mais acelerada. extração de areia em cava submersa. Com base nes-
Incêndios: o programa monitora a ocorrência de 2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Com relação a procedi-
mentos técnicos necessários para a coleta de amos- sa informação, é correto concluir que o objetivo de
incêndios com a finalidade de fornecer informa-
tras e execução de exames laboratoriais, julgue o item ( ) CERTO  ( ) ERRADO Antônio com essa ação é diminuir o assoreamento do
ções diárias sobre focos de incêndio às instituições
que se segue. rio perto de locais de captação de água.
de proteção ambiental por meio de relatórios, grá-
ficos e estatísticas de focos de incêndio. Com as O pH é um fator relevante para o crescimento de 9. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Com base nas caracte-
informações já disponíveis, o INPE está desenvol- microrganismos. Em pH alcalino, os microrganismos rísticas dos biomas brasileiros, julgue o item a seguir. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
vendo uma metodologia para automatizar o cálcu- são capazes de produzir aminas, responsáveis pelo O pantanal, maior planície inundada do planeta Terra,
lo de estimativas de área queimada. aumento da acidez. apresenta regime de inundações associado à estação 16. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
z TerraClass: levantamento que analisa as áreas chuvosa do bioma.
identificadas como desmatadas para identificar ( ) CERTO  ( ) ERRADO
como elas são ocupadas após a remoção da vegeta- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ção nativa. O projeto já produziu 5 levantamentos 3. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Julgue o próximo item,
sobre a Amazônia Legal (2004, 2008, 2010, 2012 e relativo ao descarte de materiais e substâncias quí- 10. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Com base nas caracte-
2014) e um levantamento sobre o bioma Cerrado micas utilizados em laboratório. rísticas dos biomas brasileiros, julgue o item a seguir.
(2013). O TerraClass produz informações valiosas O descarte de substâncias eutrofizantes deve ser pre- Dada a sua distribuição original, a mata atlântica
para a análise e a formulação de políticas relacio- viamente avaliado por profissionais especializados recebeu as primeiras ações de conservação, na forma
nadas ao uso do solo nas regiões em que atua. em biossegurança e, se aprovado, deverá ser realiza- de criação das primeiras áreas ambientais protegidas
do em frascos apropriados, identificados e recolhidos do Brasil, razão pela qual esse bioma se encontra bem
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS por uma equipe responsável pelo descarte de mate- protegido atualmente, com diversos remanescentes
riais químicos. preservados.
h t t p s : / / w w w. u f s m . b r / a p p / u p l o a d s / Internet: <www.ufrgs.br> (com adaptações).
sites/428/2019/12/DESCRIC%CC%A7A%CC%83O- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
-DETALHADA-DE-UM-PROJETO-DE-RADAR-DE- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
A crosta terrestre é a camada mais externa da Terra e
MEIO AMBIENTE

-ABERTURA-SINTE%CC%81TICA.pdf sofre processos contínuos de intemperismo e depo-


4. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Acerca das consequên- 11. (CESPE-CEBRASPE — 2014) Acerca do desenvolvi-
Ministério do Meio Ambiente. <http://redd.mma. sição de seus materiais constituintes, formando-se
gov.br/pt/monitoramento>. Acesso em 10 dez. 21. cias das ações antrópicas sobre os ecossistemas, jul- mento econômico e conservação da biodiversidade
gue o item subsequente. diferentes tipos de solos e estruturas.
COSTA, G. A.; FIRMINO, C. T.; PIROVANI, D. B. Aná- amazônica, julgue o item seguinte.
A intensificação das queimadas intencionais no Cer- Tendo como referência essas informações e a ima-
lise da aplicação do sensoriamento remoto na A preservação da Amazônia passa pela retirada dos
rado, para a prática agropecuária, aumenta a germi- gem apresentada, julgue o item que segue.
detecção de focos de calor. XXI Encontro Latino madeireiros, seringueiros, castanheiros e ribeirinhos
nação de sementes, o rebrotamento dessa vegetação A estrutura mostrada na fotografia é típica de bacia
Americano de Iniciação Científica. Universidade da região, uma vez que suas atividades prejudicam
do Vale do Paraíba. 2017. e a disponibilidade de alimentos para os animais, sedimentar.
a regeneração da floresta.
Tecnologia no Campo. <https://tecnologianocampo. sendo, portanto, benéfica para o ambiente. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
com.br/georreferenciamento/>. Acesso em 10 dez. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
21. ( ) CERTO  ( ) ERRADO 409 410
17. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A respeito dos geossiste-
mas e seus componentes, julgue o item a seguir. 9 ERRADO
Na abordagem sistêmica, são considerados como 10 ERRADO
sistemas abertos na hidrosfera tanto o ciclo hidroló-
gico global quanto o local. 11 ERRADO

12 CERTO
( ) CERTO  ( ) ERRADO
13 ERRADO
18. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
14 CERTO

15 CERTO

16 CERTO

17 ERRADO

18 ERRADO

19 ERRADO

20 CERTO

Com referência à figura precedente, que mostra cur-


vas de nível de uma área de estudo hipotética, julgue ANOTAÇÕES
o item que se segue.
A altitude do ponto A é de 250 m.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

19. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Julgue o item subsecuti-


vo, a respeito do GPS (global positioning system), que
permite a identificação de coordenadas geográficas
de um ponto qualquer no terreno.
Os dados de GPS estão associados ao sistema de
referência SAD69.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

20. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Com relação à tomada,


à transmissão, ao armazenamento, ao processamen-
to e à interpretação de dados em geoprocessamento,
julgue o item que se segue.
Os modelos geométricos para representação da com-
ponente gráfica no ambiente digital determinam a efi-
ciência na execução das operações de manipulação
e tratamento dos dados em sistemas de informações
geográficas (SIG).

( ) CERTO  ( ) ERRADO

9 GABARITO

1 CERTO

2 ERRADO

3 CERTO
MEIO AMBIENTE

4 ERRADO

5 ERRADO

6 CERTO

7 ERRADO

8 ERRADO

411 412
educação formal/curricular, bem como na educação instituições, igrejas, empresas, órgãos governamen- Os princípios da Educação Ambiental estão calça-
não formal que ocorre fora das salas de aula. Outro tais, associações de bairros, sindicatos etc. dos no diálogo democrático e participativo voltado à
ponto importante é que a educação ambiental tem Uma vez que a Educação Ambiental deve alcançar integração de diferentes grupos sociais e de diferen-
como propósito capacitar a coletividade para preser- tantos segmentos, a Lei nº 9.795, de 1999, distribui a tes concepções. Sendo o meio ambiente único, não é

EDUCAÇÃO AMBIENTAL
var e defender o meio ambiente, uma vez que o direito incumbência de sua implementação à diversos seto- possível afastar qualquer segmento social do debate,
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado — pre- res da sociedade, revelando a intenção do legislador pois todos interferem na qualidade ambiental e na
visto no art. 225, da CF, de 1988 — é um direito-dever, de envolver o conjunto da sociedade na difusão da sua manutenção para as gerações futuras. Além dis-
ou seja, o cidadão deve colaborar com a preservação Educação Ambiental: so, é enfatizado o caráter continuado e permanente
ambiental a fim de que tenha direito/possibilidade de da educação ambiental, a necessidade de respeito às
usufruir deste mesmo meio ambiente. Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, pluralidades e diversidades humanas e culturais, bem
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: como a abordagem articulada de questões ambientais
AMBIENTAL LEI Nº 9.795, DE 1999 I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e em âmbitos locais, regionais, nacionais e globais ten-
225 da Constituição Federal, definir políticas públi- do em vista que as questões ambientais ultrapassam
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 E DECRETO Uma vez estabelecida a importância da Educação cas que incorporem a dimensão ambiental, promo- fronteiras.
N° 4.281, DE 25 DE JUNHO DE 2002 Ambiental e a obrigatoriedade do Poder Público a ver a educação ambiental em todos os níveis de Como um horizonte a se perseguir, o art. 5º da Lei
ensino e o engajamento da sociedade na conserva- nº 9.795, de 1999, ainda estabelece objetivos funda-
promovê-la, restava estabelecer como seria ensina-
A educação é um processo intrinsecamente ligado ção, recuperação e melhoria do meio ambiente;
da a cidadania ambiental na educação formal e não mentais da Educação Ambiental:
à formação de um cidadão para que este se torne apto II - às instituições educativas, promover a edu-
formal. A fim de estabelecer estes parâmetros, foi cação ambiental de maneira integrada aos
a exercer seus direitos e deveres dentro da sociedade. publicada a Lei nº 9.795, de 1999, que dispõe sobre a Art. 5º São objetivos fundamentais da educação
programas educacionais que desenvolvem;
Desta forma, temos a Educação Ambiental como um Educação Ambiental e institui a Política Nacional de ambiental:
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacio-
instrumento que visa preparar o indivíduo para exer- Educação Ambiental — PNEA. I - o desenvolvimento de uma compreensão inte-
nal de Meio Ambiente - Sisnama, promover
cer a sua cidadania ambiental. ações de educação ambiental integradas aos pro-
grada do meio ambiente em suas múltiplas e com-
A Educação Ambiental consiste em práticas edu- Educação Ambiental plexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
gramas de conservação, recuperação e melhoria do
cativas que têm como objetivo a geração da consciên- psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos,
meio ambiente;
cia social sobre as questões ambientais de forma que científicos, culturais e éticos;
Em seu Capítulo I, a Lei estabelece a definição legal IV - aos meios de comunicação de massa, cola-
a sociedade se torne capaz de promover a melhoria II - a garantia de democratização das informações
para o termo Educação Ambiental, sua abrangência borar de maneira ativa e permanente na dissemi-
do meio ambiente e a defesa da qualidade ambiental. ambientais;
incumbências do Poder Público quanto ao tema, além nação de informações e práticas educativas sobre
Portanto, a educação ambiental deve dar condições III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciên-
dos princípios e objetivos da educação ambiental, meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental
cia crítica sobre a problemática ambiental e social;
à participação comunitária com o fim de preservar e construindo assim as bases para a execução da PNEA. em sua programação;
defender o patrimônio ambiental. V - às empresas, entidades de classe, institui-
Esta formação do indivíduo para o exercício da ções públicas e privadas, promover programas Veja que os três primeiros incisos focam na cons-
Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os trução da consciência ambiental aliando no inciso I a
cidadania ambiental é tão relevante que o tema destinados à capacitação dos trabalhadores, visan-
processos por meio dos quais o indivíduo e a cole- compreensão integrada do meio ambiente envolven-
Educação Ambiental foi considerado nos dois diplo- do à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambien-
tividade constroem valores sociais, conheci-
mas legais mais importantes em matéria ambiental, te de trabalho, bem como sobre as repercussões do do aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos,
mentos, habilidades, atitudes e competências
a Constituição Federal e a Política Nacional do Meio processo produtivo no meio ambiente; sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos, no
voltadas para a conservação do meio ambien-
Ambiente — PNMA: VI - à sociedade como um todo, manter atenção inciso II a democratização das informações ambien-
te, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
permanente à formação de valores, atitudes e habi- tais e no inciso III a formação da consciência crítica.
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
lidades que propiciem a atuação individual e cole- Esse conjunto de objetivos se voltam para a Educação
CF/1988
tiva voltada para a prevenção, a identificação e a Ambiental do indivíduo e da comunidade, pois somen-
Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente eco- Temos no conceito de educação ambiental um solução de problemas ambientais. te a partir do momento em que se detém o conheci-
logicamente equilibrado, bem de uso comum do significado que transcende a construção do conhe-
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon- mento sobre o tema meio ambiente, torna-se possível
cimento intelectual do aluno, pois o objetivo dela é A Educação Ambiental se ergue sobre a necessida-
do-se ao poder público e à coletividade o dever de promover o debate crítico sobre o tema.
constituir a cidadania individual que será exercida de de de conscientizar e capacitar a sociedade para par-
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras Em desdobramento do conhecimento, democratiza-
forma coletiva. Para isso a educação ambiental deve ticipar ativamente da defesa do meio ambiente, sendo
gerações. ção de informações e da consciência crítica, apresenta-
transmitir além de conhecimentos e habilidades, valo- assim, esta modalidade de educação deve possuir ali-
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, -se o Princípio da Participação Comunitária, traduzido
res sociais que dotarão o indivíduo com competências cerces que direcionem de forma articulada a socieda-
incumbe ao poder público: pelo objetivo previsto no inciso IV, do art. 5º.
e atitudes voltadas à conservação do meio ambiente. de para o desenvolvimento humano e ambiental. Tais
[...]
VI - promover a educação ambiental em todos Essa educação com viés coletivo é essencial no tema alicerces são princípios básicos que a Lei nº 9.795, de Art. 5º [...]
os níveis de ensino e a conscientização pública ambiental, pois o direito ao meio ambiente ecologi- 1999, estabeleceu em seu art. 4º para orientar a sua IV - o incentivo à participação individual e coletiva,
para a preservação do meio ambiente; camente equilibrado é um direito de natureza difusa, aplicação: permanente e responsável, na preservação do equi-
consequentemente o seu exercício é necessariamente líbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da
coletivo. Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: qualidade ambiental como um valor inseparável do
Lei nº 6.938, de 1981
Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente tem I - o enfoque humanista, holístico, democrático e exercício da cidadania;
Art. 2º A educação ambiental é um componen- participativo;
por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
te essencial e permanente da educação nacional, II - a concepção do meio ambiente em sua totalida-
da qualidade ambiental propícia à vida, visando A Participação Comunitária está fundamentada no
devendo estar presente, de forma articulada, de, considerando a interdependência entre o meio
assegurar, no País, condições ao desenvolvimen- Princípio 10 da Declaração do Rio da ECO-92 quando
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

em todos os níveis e modalidades do processo natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfo-


to sócio-econômico, aos interesses da segurança estabelece que “a melhor maneira de tratar questões
educativo, em caráter formal e não-formal. que da sustentabilidade;
nacional e à proteção da dignidade da vida huma- ambientais é assegurar a participação, no nível apro-
na, atendidos os seguintes princípios: III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, priado, de todos os cidadãos interessados”. A CF, de
[...] A Lei nº 9.795, de 1999, novamente consolida o na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; 1988, também, contempla o princípio no caput do art.
X - educação ambiental a todos os níveis de caráter transcendente da Educação Ambiental ao IV - a vinculação entre a ética, a educação, o traba-
225, quando imputa ao Poder Público e à coletivida-
ensino, inclusive a educação da comunidade, estabelecer que ela deve estar presente de forma arti- lho e as práticas sociais;
de o dever de defender e preservar o meio ambiente
objetivando capacitá-la para participação ati- culada no processo educativo formal e não-formal. Ou V - a garantia de continuidade e permanência do
processo educativo;
para as presentes e futuras gerações.
va na defesa do meio ambiente. seja, a Educação Ambiental ser deve implementada de
VI - a permanente avaliação crítica do processo Portanto, o Princípio da Participação pressupõe
forma a se fazer presente no ensino escolar público
educativo; tomar parte de alguma coisa, agir em conjunto para
Note que tanto a CF, de 1988, quanto a PNMA esta- e privado em todos os graus, mas não se restringe a
VII - a abordagem articulada das questões ambien- algum propósito. Quando aplicado ao Direito Ambien-
belecem que a educação ambiental deve ocorrer em esse ambiente, pois deve ocorrer também como edu-
tais locais, regionais, nacionais e globais; tal o princípio vem como um instrumento que permi-
todos os níveis de ensino e também para a comunida- cação popular em diversos segmentos da sociedade:
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e te que cidadão e a sociedade ajam para a defesa do
de, isso quer dizer que ela deve estar inserida tanto na
413 414 à diversidade inividual e cultural. meio ambiente.
Art. 5º [...] II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e Ambiental deve ser implementada no ensino formal ao cumprimento dos princípios e objetivos da Políti-
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões experimentações; nos termos do art. 9º, da Lei nº 9.795, de 1999: ca Nacional de Educação Ambiental.
do País, em níveis micro e macrorregionais, com vis- III - produção e divulgação de material educativo; Art. 12 A autorização e supervisão do funciona-
tas à construção de uma sociedade ambientalmente IV - acompanhamento e avaliação. Art. 9º Entende-se por educação ambiental na mento de instituições de ensino e de seus cursos,
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, educação escolar a desenvolvida no âmbi- nas redes pública e privada, observarão o cumpri-
igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, Veja como a Lei nº 9.795, de 1999, abre espaço à to dos currículos das instituições de ensino mento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.
responsabilidade e sustentabilidade; capacitação de recursos humanos, a fim de formar os públicas e privadas, englobando:
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com indivíduos para o exercício da cidadania ambiental. I - educação básica: Uma vez que a educação ambiental é uma práti-
a ciência e a tecnologia; Com esse propósito a capacitação de recursos huma- a) educação infantil; ca interdisciplinar, os professores de diferentes dis-
VII - o fortalecimento da cidadania, autodetermina- nos deve ser orientada da seguinte forma: b) ensino fundamental e ciplinas devem ser formados para conjugar o tema à
ção dos povos e solidariedade como fundamentos c) ensino médio; sua área de ensino. Sendo assim, os arts. 11 e 12, da
para o futuro da humanidade. II - educação superior; Lei nº 9.795, de 1999, determinam que o tema meio
Art. 8º [...]
§ 2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á III - educação especial; ambiente deve ser presente na formação curricular e
Nos incisos V, VI e VII, do art. 5º, temos como para: IV - educação profissional; complementar desses profissionais; o atendimento do
objetivo da Educação Ambiental a cooperação inter- I - a incorporação da dimensão ambiental na for- V - educação de jovens e adultos. requisito ainda condiciona o funcionamento das ins-
-regional, fundada em princípios democráticos e na mação, especialização e atualização dos educado- tituições de ensino que somente poderão funcionar
construção de uma sociedade melhor, agregando tec- res de todos os níveis e modalidades de ensino; A Lei nº 9.795, de 1999, atribui a Educação Ambien- com professores capacitados em educação ambiental.
nologia ao longo do processo educacional sem perder II - a incorporação da dimensão ambiental na for- tal como parte do currículo de todos os níveis da edu-
de vista valores humanistas: cidadania, autodetermi- mação, especialização e atualização dos profissio- cação formal. Desta forma, a educação ambiental é
nação dos povos e solidariedade. nais de todas as áreas; tema presente no currículo de qualquer estudante;
Dica
III - a preparação de profissionais orientados para com isso, espera-se formar a coletividade para a defe- Diante da importância da Educação Ambiental as
Política Nacional de Educação Ambiental — PNEA as atividades de gestão ambiental; sa e proteção do meio ambiente, conforme a determi- bancas costumam afirmar, em questões de cer-
IV - a formação, especialização e atualização de nação constitucional prevista no inciso VI, § 1º, art. to ou errado ou ainda de múltipla escolha, que a
Após estabelecer as bases da Educação Ambiental, profissionais na área de meio ambiente; 225, da CF, de 1988.
V - o atendimento da demanda dos diversos seg- Educação Ambiental deve ser implantada como
a Lei nº 9.795, de 1999, institui em seu art. 6º a Políti- disciplina específica. Lembre-se de que isso
mentos da sociedade no que diz respeito à proble- Art. 10 A educação ambiental será desenvolvida
ca Nacional de Educação ambiental e define no art. 7º está errado! A Educação Ambiental não deve ser
mática ambiental. como uma prática educativa integrada, contí-
sua abrangência institucional:
nua e permanente em todos os níveis e modali-
implantada como disciplina específica no currícu-
A Lei nº 9.795, de 1999, também determina como dades do ensino formal. lo de ensino, mas como componente integrado às
Art. 6º É instituída a Política Nacional de Educação
Ambiental. os estudos, pesquisas e experimentações voltados à § 1º A educação ambiental não deve ser implan- disciplinas curriculares do ensino formal.
Art. 7º A Política Nacional de Educação Ambiental Educação Ambiental devem ser desenvolvidos: tada como disciplina específica no currículo
envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e de ensino. Com relação à Educação formal, ainda temos as
entidades integrantes do Sistema Nacional de Art. 8º [...] § 2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas diretrizes estabelecidas pelo Decreto nº 4.281, de 1999,
Meio Ambiente - Sisnama, instituições educa- § 3º As ações de estudos, pesquisas e experimenta- áreas voltadas ao aspecto metodológico da educa- que regulamenta a Lei nº 9.975, de 1999. Nele é res-
cionais públicas e privadas dos sistemas de ensi- ções voltar-se-ão para: ção ambiental, quando se fizer necessário, é facul- saltado que a educação ambiental deve ser integrada
no, os órgãos públicos da União, dos Estados, I - o desenvolvimento de instrumentos e metodolo- tada a criação de disciplina específica. às disciplinas de modo transversal, contínuo e perma-
do Distrito Federal e dos Municípios, e organi- gias, visando à incorporação da dimensão ambien- § 3º Nos cursos de formação e especialização técni- nente, observando os Parâmetros e as Diretrizes Cur-
zações não-governamentais com atuação em tal, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis co-profissional, em todos os níveis, deve ser incor- riculares Nacionais:
educação ambiental. e modalidades de ensino; porado conteúdo que trate da ética ambiental das
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e infor- atividades profissionais a serem desenvolvidas.
Art. 5º Na inclusão da Educação Ambiental em
Portanto, a PNEA deve ser implementada a partir mações sobre a questão ambiental;
todos os níveis e modalidades de ensino, recomen-
III - o desenvolvimento de instrumentos e metodo- O tema de estudo meio ambiente é essencialmen-
da ação dos seguintes entes: da-se como referência os Parâmetros e as Dire-
logias, visando à participação dos interessados na te transdisciplinar; desde a filosofia da antiguidade trizes Curriculares Nacionais, observando-se:
formulação e execução de pesquisas relacionadas à a natureza é estudada de forma integrada e hoje são
z Órgãos e entidades integrantes do Sisnama; I - a integração da educação ambiental às dis-
problemática ambiental; vários os campos da ciência utilizados para decifrar
z Instituições de Ensino Público e Privado; ciplinas de modo transversal, contínuo e per-
IV - a busca de alternativas curriculares e metodo- os fenômenos naturais que regem a vida no planeta.
z Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito manente; e
lógicas de capacitação na área ambiental;
Federal e dos Municípios; Da mesma maneira, a Educação Ambiental deve ser II - a adequação dos programas já vigentes de for-
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regio-
implementada no ensino formal, pois para entender mação continuada de educadores.
z Organizações não-governamentais com atuação nais, incluindo a produção de material educativo;
em educação ambiental. VI - a montagem de uma rede de banco de dados e
o meio ambiente é necessário aprender a respeito
imagens, para apoio às ações enumeradas nos inci- de diferentes áreas do conhecimento. Em razão dis- Educação Ambiental Não-Formal
Percebe-se, então, que a lei apresentou uma ampla sos I a V. to, o art. 10 estabelece que a educação ambiental
gama de participantes, ou seja, não se limitou aos seto- deve ser uma prática educativa integrada, contínua e Embora a educação ambiental esteja presente em
res diretamente envolvidos no ensino formal. A Lei O caráter participativo e interdisciplinar está na permanente. todo o ensino formal, ainda se faz necessário que ela
nº 9.795, de 1999, agregou aos executores da PNEA a essência da PNEA, a começar pelos envolvidos na sua Tendo a educação ambiental papel integrador das atinja de forma permanente toda a sociedade como
Administração Pública como um todo e ainda a socie- execução (art. 7º) e na escolha das suas linhas de ação diversas áreas do conhecimento, o legislador estabe- uma formação continuada para a cidadania. Diante
dade civil organizada. (art. 8º). A capacitação deve ser fornecida de modo leceu que ela não deve ser implantada como discipli- desta necessidade, a Lei nº 9.795, de 1999, define nos
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Tendo a PNEA como referência tanto para o ensino amplo a profissionais de diversos setores, as pesqui- na específica, exceto em cursos de pós-graduação ou termos do art. 13 a educação ambiental não-formal:
formal quanto a educação não formal, os espaços de sas devem tratar do tema meio ambiente de maneira extensão voltados aos seus aspectos metodológicos.
aprendizado para a educação ambiental são amplos interdisciplinar, os materiais educativos devem ser Importante ressaltar que na formação e especia- Art. 13 Entendem-se por educação ambiental
e podem ser desenvolvidos em diferentes linhas de produzidos e difundidos e, por fim, as ações da PNEA lização técnico-profissional, a educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas vol-
deve compor o currículo no que concerne à ética tadas à sensibilização da coletividade sobre
ação interrelacionadas, respeitando os Princípios e os devem ser acompanhadas e avaliadas para promover
profissional. as questões ambientais e à sua organização e
Objetivos fixados na Lei nº 9.795, de 1999, para a Edu- seu constante aperfeiçoamento e atualização.
participação na defesa da qualidade do meio
cação Ambiental (art. 4º e art. 5º). ambiente.
Educação Ambiental no Ensino Formal Art. 11 A dimensão ambiental deve constar
dos currículos de formação de professores, em
Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional
todos os níveis e em todas as disciplinas. Para a concretização da educação ambiental não-
de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na A formação de qualquer cidadão apto a exercer Parágrafo único. Os professores em atividade devem -formal, a Lei nº 9.795, de 1999, estabelece que o Poder
educação em geral e na educação escolar, por meio das direitos e deveres passa também pela educação for- receber formação complementar em suas áreas de Público dos diferentes entes da federação deve atuar
seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: mal. Sendo assim, o exercício da cidadania ambiental atuação, com o propósito de atender adequadamente incentivando as seguintes ações:
I - capacitação de recursos humanos; também começa na escola e por essa razão a Educação 415 416
Art. 13 [...] V - a sensibilização ambiental das populações tradi- Conselho Gestor da Política Nacional de Educação IV - sistematizar e divulgar as diretrizes nacionais
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis fede- cionais ligadas às unidades de conservação; Ambiental definidas, garantindo o processo participativo;
ral, estadual e municipal, incentivará: V - estimular e promover parcerias entre institui-
I - a difusão, por intermédio dos meios de comuni- A permanência de populações tradicionais em O Conselho Gestor foi criado pela Lei nº 9.795, de ções públicas e privadas, com ou sem fins lucra-
cação de massa, em espaços nobres, de programas Unidades de Conservação é admitida nas Reservas 1999, com a finalidade de coordenar a execução da tivos, objetivando o desenvolvimento de práticas
e campanhas educativas, e de informações acerca Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento susten- PNEA. Suas atribuições estão previstas no art. 15 da educativas voltadas à sensibilização da coletivida-
de temas relacionados ao meio ambiente; tável, sendo que o art. 23, da Lei nº 9.985, de 2000, Lei nº 9.795, de 1999: de sobre questões ambientais;
determina que a posse e o uso de Unidades de Con- VI - promover o levantamento de programas e pro-
Aqui se fazem presentes campanhas publicitárias, Art. 15 São atribuições do órgão gestor: jetos desenvolvidos na área de Educação Ambiental
servação por populações tradicionais serão regulados
matérias jornalísticas, documentários, entre outros, I - definição de diretrizes para implementação em e o intercâmbio de informações;
por contrato.
em temas como prevenção de incêndios florestais, âmbito nacional; VII - indicar critérios e metodologias qualitativas e
preservação da fauna, consumo consciente da água, II - articulação, coordenação e supervisão de pla- quantitativas para a avaliação de programas e pro-
Art. 23 A posse e o uso das áreas ocupadas pelas jetos de Educação Ambiental;
gestão de resíduos sólidos etc. populações tradicionais nas Reservas Extrativistas nos, programas e projetos na área de educação
ambiental, em âmbito nacional; VIII - estimular o desenvolvimento de instrumentos
e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão e metodologias visando o acompanhamento e ava-
Art. 13 [...] regulados por contrato, conforme se dispuser no III - participação na negociação de financiamentos
a planos, programas e projetos na área de educa- liação de projetos de Educação Ambiental;
Parágrafo único. [...] regulamento desta Lei.
ção ambiental. IX - levantar, sistematizar e divulgar as fontes de
II - a ampla participação da escola, da universidade
financiamento disponíveis no País e no exterior
e de organizações não-governamentais na formula- Contudo, para possuir e usar uma Unidade de para a realização de programas e projetos de edu-
ção e execução de programas e atividades vincula- Conservação, a população tradicional tem obrigação Quanto à composição do Conselho Gestor, que é
cação ambiental;
das à educação ambiental não-formal; de participar da preservação, recuperação, defesa e o responsável por coordenar a execução da PNEA,
X - definir critérios considerando, inclusive, indicado-
manutenção da unidade, conforme determina o art. o Decreto nº 4.281, de 2002, define que será dirigido res de sustentabilidade, para o apoio institucional e
Tanto a comunidade acadêmica quanto a socie- 23 da Lei nº 9.985, de 2000. Diante da obrigação que pelos órgãos e entidades descritos a seguir, no art. 2º: alocação de recursos a projetos da área não formal;
dade civil organizada são catalisadores de trabalha- essas comunidades assumem, é essencial que elas XI - assegurar que sejam contemplados como obje-
dores e voluntários em ações de educação ambiental sejam formadas e sensibilizadas com vistas à preser- Art. 2º Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do tivos do acompanhamento e avaliação das iniciati-
que podem assumir o formato de seminários, cursos art. 14 da Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, res- vas em Educação Ambiental:
vação do meio que habitam.
de extensão e até de um dia de limpeza em um corpo ponsável pela coordenação da Política Nacional a) a orientação e consolidação de projetos;
d’água. de Educação Ambiental, que será dirigido pelos b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem
Art. 13 [...]
Ministros de Estado do Meio Ambiente e da sucedidos; e,
Parágrafo único. [...]
Art. 13 [...] Educação. c) a compatibilização com os objetivos da Política
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
Parágrafo único. [...] § 1º Aos dirigentes caberá indicar seus respectivos Nacional de Educação Ambiental.
III - a participação de empresas públicas e priva- representantes responsáveis pelas questões de Edu-
Uma propriedade rural atende sua função social cação Ambiental em cada Ministério.
das no desenvolvimento de programas de educação Diante do descrito no art. 3º o Conselho Gestor
quando atende ao bem-estar social e à defesa do meio § 2º As Secretarias-Executivas dos Ministérios do
ambiental em parceria com a escola, a universida- deve estabelecer as linhas gerais para a implementa-
ambiente a partir do cumprimento dos requisitos Meio Ambiente e da Educação proverão o suporte
de e as organizações não-governamentais; ção da PNEA, além de fornecer suporte e consolidar
ambientais para aquela área, contudo, na realidade técnico e administrativo necessários ao desempe-
muitas das obrigações ambientais são ignoradas nas nho das atribuições do Órgão Gestor. informações que sejam relevantes para a implemen-
As empresas, seja pela adoção de políticas de Gover- tação da política.
propriedades rurais, neste sentido é muito importan- § 3º Cabe aos dirigentes a decisão, direção e coorde-
nança Ambiental, Social e Coorporativa (em inglês nação das atividades do Órgão Gestor, consultan- Para assessorar o Conselho Gestor na execução de
te a sensibilização deste público.
ESG — Enviromental, Social and Corporate Gover- do, quando necessário, o Comitê Assessor, na forma suas competências, o Decreto nº 4.281, de 2002, criou
Para isso, é essencial a ação das Entidades de Assis-
nance), seja por obrigações de natureza legal (como a do art. 4º deste Decreto. um Comitê vinculado ao órgão Gestor:
tência Técnica e Extensão Rural — ATER — que fun-
adoção de programas de educação ambiental por con-
cionam em muitos estados como Empresas Públicas
dicionante de processo de Licenciamento Ambiental), O Decreto nº 4.281, de 2002, optou por atribuir a Art. 4º Fica criado Comitê Assessor com o objetivo de
denominadas “Emater”. Essas empresas são o braço
podem adotar programas de educação ambiental de direção da execução da PNEA à alta direção dos Minis- assessorar o Órgão Gestor, integrado por um represen-
executor da Política Nacional de Assistência Técnica
forma conjunta a entidades de ensino, órgãos públi- térios do Meio Ambiente e da Educação, ou seja, os tante dos seguintes órgãos, entidades ou setores:
e Extensão Rural (Pnater) que tem como um de seus
cos e ainda organizações não governamentais. próprios Ministros de Estado são parte do Órgão Ges- I - setor educacional-ambiental, indicado pelas
princípios o “desenvolvimento rural sustentável, com- Comissões Estaduais Interinstitucionais de Educa-
patível com a utilização adequada dos recursos natu- tor o que indica a relevância do assunto Educação
Art. 13 [...] ção Ambiental;
rais e com a preservação do meio ambiente” (inciso I, Ambiental. Ainda que toda a Administração Pública
Parágrafo único. [...] II - setor produtivo patronal, indicado pelas Confe-
art. 3º, da Lei nº 12.188, de 2010). em maior ou menor grau deva ser comprometida com derações Nacionais da Indústria, do Comércio e da
IV - a sensibilização da sociedade para a importân-
ações de educação ambiental, por afinidade ao tema, Agricultura, garantida a alternância;
cia das unidades de conservação;
VII - o ecoturismo. apenas as pastas de Meio Ambiente e Educação com- III - setor produtivo laboral, indicado pelas Cen-
põem o Órgão Gestor na qualidade de dirigentes da trais Sindicais, garantida a alternância;
O estabelecimento de Unidades de Conservação é
O turismo é uma oportunidade de sensibilização política pública. IV - Organizações Não-Governamentais que desen-
essencial para a preservação de espaços naturais. Por
a respeito da fragilidade dos ambientes naturais e de Além da composição do Conselho Gestor, é estabe- volvam ações em Educação Ambiental, indicado
outro lado, a preservação ambiental desses locais está
incentivar o indivíduo a reformular condutas com lecido pelo Decreto nº 4.281, de 2002, o rol de decisões pela Associação Brasileira de Organizações não
condicionada à importância social que se atribuem a
relação à natureza, a refletir a respeito do comporta- que o Conselho deve assumir a partir das competên- Governamentais - ABONG;
eles dentre diferentes conflitos de interesses (agricul-
mento com relação aos resíduos gerados, utilização de cias descritas no art. 3º: V - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
tura, ocupação urbana, infraestrutura etc.). Neste con- Brasil - OAB;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

texto, a educação ambiental é ferramenta essencial veículos automotores etc. Pode ser implementado em
muitos espaços públicos ou privados. Art. 3º Compete ao Órgão Gestor: VI - municípios, indicado pela Associação Nacional
para a formação da consciência social a respeito da I - avaliar e intermediar, se for o caso, programas dos Municípios e Meio Ambiente - ANAMMA;
importância da proteção de ambientes naturais, a fim e projetos da área de educação ambiental, inclusive VII - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciên-
de atender a este propósito o Sistema Nacional de Uni- Execução da Política Nacional de Educação
supervisionando a recepção e emprego dos recur- cia - SBPC;
dades de Conservação (Lei nº 9.985, de 2000) possibili- Ambiental VIII - Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONA-
sos públicos e privados aplicados em atividades
ta a promoção da Educação Ambiental na maioria das dessa área; MA, indicado pela Câmara Técnica de Educação
categorias de Unidades de Conservação ao permitir a Ao tratar da execução da PNEA, a Lei nº 9.795, II - observar as deliberações do Conselho Nacional Ambiental, excluindo-se os já representados neste
visitação pública e incentivar as atividades de educa- de 1999, apresenta-nos o órgão responsável pela sua de Meio Ambiente - CONAMA e do Conselho Nacio- Comitê;
ção e interpretação ambiental. coordenação: o Conselho Gestor. Além disso, a Lei nº nal de Educação - CNE; IX - Conselho Nacional de Educação - CNE;
9.795, de 2000, também define linhas gerais para a III - apoiar o processo de implementação e avalia- X - União dos Dirigentes Municipais de Educação
Art. 13 [...] execução da PNEA que são complementadas em seu ção da Política Nacional de Educação Ambiental - UNDIME;
Parágrafo único. [...] regulamento: o Decreto nº 4.281, de 2002. em todos os níveis, delegando competências quan- XI - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
do necessário; Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
417 418
XII - da Associação Brasileira de Imprensa - ABI; e IV - aos processos de capacitação de profissio- Veja que a Lei nº 9.795, de 1999, atribui responsa- O ProNEA é, acima de tudo, um instrumento de
XIII - da Associação Brasileira de Entidades Esta- nais promovidos por empresas, entidades de bilidade financeira para a execução de ações de edu- participação social que integra segmentos sociais e
duais de Estado de Meio Ambiente - ABEMA. classe, instituições públicas e privadas; cação ambiental para a União, Estados e Municípios. esferas do governo, nos processos de formulação,
§ 1º A participação dos representantes no Comitê V - a projetos financiados com recursos públi- Logo, todos os entes devem alocar recursos para esta execução, monitoramento e avaliação. O incentivo
Assessor não enseja qualquer tipo de remuneração, cos; e finalidade, consoante com a Lei, o Decreto nº 4.281, participação social é uma oportunidade de decidir, de
sendo considerada serviço de relevante interesse VI - ao cumprimento da Agenda 21. de 2002, define em seu art. 6º a seguinte competência forma igualitária, as diretrizes da educação ambiental
público. para o Conselho Gestor: para contribuir na redução das desigualdades socioe-
§ 2º O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria de Note que além da área de educação, os Programas conômicas e fortalecimento das políticas públicas
órgãos, instituições e pessoas de notório saber, na de Educação Ambiental deverão estar presentes nas Art. 6º [...] socioambientais, que se constituem objetivos e princí-
área de sua competência, em assuntos que necessi- atividades ambientais (unidades de conservação, licen- § 2º O Órgão Gestor estimulará os Fundos de Meio pios da Educação Ambiental.
tem de conhecimento específico. ciamento ambiental, gestão de resíduos sólidos etc.), Ambiente e de Educação, nos níveis Federal, Esta- O programa tem como principais objetivos fazer
políticas públicas, setor produtivo, projetos financia- dual e Municipal a alocarem recursos para o desen- com que a educação ambiental seja difundida em
Diante da pluralidade física, cultural e social que dos e também nas ações que envolvem a Agenda 21. volvimento de projetos de Educação Ambiental. todos os espaços formais e informais de educação,
compoem as regiões brasileiras, o legislador deu peso Atualmente o Brasil é adepto da Agenda 2030 assi- integrando projetos multidisciplinares e ações bem-
e representatividade ao Comitê assessor, incluindo nada em 2015 na sede das Nações Unidas onde foram Sendo a Educação Ambiental um componente -sucedidas. O Ministério do Meio Ambiente desen-
amplamente o setor público, o setor privado, organi- decididos os novos Objetivos de Desenvolvimento Sus- essencial e permanente da educação nacional, a Lei volve o projeto Municípios Educativos Sustentáveis a
zações da sociedade civil e entidades de classe. Neste tentável Globais: 1. Erradicação da Pobreza; 2. Fome nº 9.795, de 1999, e o Decreto nº 4.281, de 2002, apre- fim de estimular as organizações civis a participar de
ponto, a participação no Comitê Assessor é um exer- Zero e Agricultura Sustentável; 3. Saúde e Bem-Estar; sentam princípios, objetivos e diretrizes para fazer da decisões em prol da sustentabilidade.
cício cívico, uma vez que não implica em qualquer 4. Educação de Qualidade; 5. Igualdade de Gênero; 6. PNEA um instrumento de longo prazo que visa a for- Os Ministérios do Meio Ambiente e da Educação
remuneração sendo considerado serviço de relevante Água Potável e Saneamento; 7. Energia Limpa e Aces- mação de indivíduos e comunidades capazes de exer- trabalham de forma conjunta para o fortalecimento
interesse público, conforme o § 1º, do art. 4º, do Decre- sível; 8. Trabalho Decente e Crescimento Econômico;
cer sua cidadania ambiental. da educação ambiental, como instrumento da demo-
to nº 4.281, de 2002. 9. Indústria, Inovação e Infraestrutura; 10. Redução cracia e das transformações necessárias.
das Desigualdades; 11. Cidades e Comunidades Sus- A Educação Ambiental aparece como instrumen-
Aspectos Gerais da Execução Política Nacional de tentáveis; 12. Consumo e Produção Responsáveis; 13. to de política pública no Brasil com a Lei nº 6.938, de
Educação Ambiental Ação Contra a Mudança Global do Clima; 14. Vida na 1981, que dispõe do estabelecimento da Política Nacio-
Água; 15. Vida Terrestre; 16. Paz, Justiça e Instituições PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO nal de Meio Ambiente (PNMA), no contexto da Confe-
Tendo em vista o art. 24, da CF, de 1988, a com- Eficazes; e 17. Parcerias e Meios de Implementação. AMBIENTAL rência Intergovernamental de Educação Ambiental
petência legislativa é concorrente tanto para o tema Estabelecidos os temas para os Programas de Edu- de Tbilisi (1977), que trouxe a educação ambiental
ambiental quanto para a educação. Sendo assim, cabe cação ambiental, o § 1º, do art. 6º, do Decreto nº 4.281, A execução do Programa Nacional de Educação como ferramenta integrativa, dinâmica e com poten-
à União editar normas gerais e aos Estados e Municí- de 2002, estabelece que o Poder Público deverá incen- Ambiental — ProNEA — surge com a necessidade de cial transformador para aquisição de conhecimentos
pios complementar tais normas. tivar a aplicação de recursos privados em projetos de refinar a relação do ser humano com o meio ambien- de forma participativa.
Seguindo o preceito constitucional, a Lei nº 9.795, educação ambiental: te, sociedade e economia. Utiliza-se como ferramentas Desde a Constituição Federal de 1988, está assegu-
de 1999, determina que os Estados, Distrito Federal
a sensibilização e conscientização de temas correlatos rado que é direito de todos um meio ambiente ecolo-
e Municípios definirão diretrizes, normas e critérios Art. 6º [...] e a utilização adequada de recursos naturais, median- gicamente equilibrado e caberá ao Estado “promover
para educação ambiental observando para isto os § 1º Cabe ao Poder Público estabelecer mecanis- te o cenário de desenvolvimento sustentável. a educação ambiental em todos os níveis de ensino e
princípios e objetivos da PNEA: mos de incentivo à aplicação de recursos pri-
A educação ambiental pode ser entendida como a conscientização pública para a preservação do meio
vados em projetos de Educação Ambiental.
um processo gradativo, no qual os indivíduos são sen- ambiente” (inciso VI, § 1º, art. 225).
Art. 16 Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
sibilizados e se conscientizam nas dimensões ambien- Na década de 1990, as temáticas de preservação
pios, na esfera de sua competência e nas áreas de Já para o financiamento de Programas de Educa-
tais locais (onde vivem, desenvolvem conhecimentos, ambiental ganharam força e grandes conferências
sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e cri- ção ambiental com recursos públicos, o art. 17, da
térios para a educação ambiental, respeitados os valores e habilidades) e globais (entendendo os prin- para tratar sobre o tema, a exemplo da Rio-92. Esses
Lei nº 9.795, de 1999, estabelece que a sua alocação encontros trouxeram muitos avanços no que diz res-
princípios e objetivos da Política Nacional de Edu- cipais cenários mundiais). Esse desenvolvimento visa
de recursos provenientes dos cofres públicos deverá peito à legislação ambiental, como um conjunto de leis
cação Ambiental. a torná-los cidadãos com melhores entendimentos
respeitar os seguintes critérios: fundamentais à PNMA, a Lei de Crimes Ambientais e
críticos, e idealmente multiplicadores das temáticas.
Em âmbito federal, o Decreto nº 4.281, de 2002, O ProNEA é coordenado pelo órgão gestor da Política de Recursos Hídricos, seguidas pela Política Nacional
Art. 17 A eleição de planos e programas, para fins
estabelece que Programas de Educação Ambiental Nacional de Educação Ambiental, o Ministério do Meio de Educação Ambiental (Lei n° 9.795, de 1999), pos-
de alocação de recursos públicos vinculados à Polí-
integrados devem ser criados, mantidos e implemen- Ambiente. Suas ações objetivam assegurar, através de teriormente regulamentada pelo Decreto n° 4.281, de
tica Nacional de Educação Ambiental, deve ser rea-
tados. Esses programas envolvem tanto a educação medidas educativas, uma integração equilibrada dos 2002, Tratado de Educação Ambiental para Socieda-
lizada levando-se em conta os seguintes critérios:
ambiental formal quanto a não-formal e devem fun- I - conformidade com os princípios, objetivos e dire- diversos setores sociais com a sustentabilidade para o des Sustentáveis e Responsabilidade Global (1992) e a
cionar de maneira integrada aos diversos setores da trizes da Política Nacional de Educação Ambiental; desenvolvimento do país, resultando em uma melhor Carta da Terra (1992).
sociedade: II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e qualidade de vida para toda a população brasileira, com Todas essas iniciativas fizeram com que a educação
do Sistema Nacional de Educação; apoio da sociedade e participação efetiva, para expandir ambiental ganhasse destaque no governo, parlamen-
Art. 6º Para o cumprimento do estabelecido neste III - economicidade, medida pela relação entre a os resultados deste programa a longo prazo. to e sociedade. Isso fez com que a maioria dos Estados
Decreto, deverão ser criados, mantidos e implemen- magnitude dos recursos a alocar e o retorno social Lançada em 1999, a Lei nº 9.795, sancionada pelo instituíssem políticas estaduais, criando a Comissão
tados, sem prejuízo de outras ações, programas propiciado pelo plano ou programa proposto. governo, criou a Política Nacional de Meio Ambiente Estadual Interinstitucional de Educação Ambiental.
de educação ambiental integrados: Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput (PNEA), por meio do Decreto nº 4.281, de 2002, inte-
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

I - a todos os níveis e modalidades de ensino; deste artigo, devem ser contemplados, de forma grado pelo Ministério do Meio Ambiente e Ministério Diretrizes
II - às atividades de conservação da biodiversi- eqüitativa, os planos, programas e projetos das da Educação. Esses ministérios são responsáveis por
dade, de zoneamento ambiental, de licenciamen- diferentes regiões do País. z Transversalidade e Interdisciplinaridade
tomar decisões e desenvolver instrumentos públicos
to e revisão de atividades efetivas ou potencialmente que, coerentes com princípios e práticas pautados na Por meio de espaços de interlocução bilateral e
poluidoras, de gerenciamento de resíduos, de Tendo em vista a necessidade de recursos para a Lei, construam caminhos para a consolidação da edu- múltipla, estimular a educação ambiental no conjun-
gerenciamento costeiro, de gestão de recursos operacionalização da PNEA, a Lei nº 9.795, de 1999, cação ambiental no país. O comitê assessor do PNEA
hídricos, de ordenamento de recursos pesquei- to do governo, nas entidades privadas e no terceiro
ainda prevê que: acompanha e colabora com as decisões do órgão.
ros, de manejo sustentável de recursos ambien- setor; enfim, na sociedade como um todo.
Ficou incumbido ao Órgão gestor a elaboração do Estimular o diálogo interdisciplinar entre as polí-
tais, de ecoturismo e melhoria de qualidade Art. 19 Os programas de assistência técnica e ProNEA. Após sua implementação, foram realizadas
ambiental; ticas setoriais e a participação qualificada nas deci-
financeira relativos a meio ambiente e educação, amplas consultas públicas para definição do progra-
III - às políticas públicas, econômicas, sociais e em níveis federal, estadual e municipal, devem alo- sões sobre investimentos, monitoramento e avaliação
ma que se baseia no Tratado de Educação Ambiental do impacto de tais políticas, para que a atuação do
culturais, de ciência e tecnologia de comunica- car recursos às ações de educação ambiental.
ção, de transporte, de saneamento e de saúde;
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Glo- poder público no campo da educação ambiental possa
419 420 bal, aprovado durante a Rio-92.
viabilizar a articulação entre as iniciativas existentes mecanismos de financiamento que envolvam o poder necessidades locais, atuando de forma transversal e Formação de Educadores e Educadoras Ambientais
no âmbito educativo e as ações voltadas à proteção, público e a sociedade civil. O processo de construção interdisciplinar.
z Devem ocorrer no âmbito formal e não formal
recuperação e melhoria socioambiental. do ProNEA pode e deve dialogar com as mais amplas As ações de educação ambiental devem estar ali-
planos de formação continuada a serem imple-
Propiciar um efeito multiplicador com potencial propostas, campanhas e programas governamentais e nhadas com ações de atenção à saúde e assistência
mentados a partir de parcerias com associações,
de transformação e emancipação para a sociedade — não governamentais em âmbitos nacional, estadual e social, e ações multidisciplinares, envolvendo espe- universidades, escolas, empresas, entre outros.
para isso, faz-se necessária a formulação e implemen- municipal, fortalecendo-os e sendo por eles fortaleci- cialmente: educadores, assistentes sociais e agentes Apoiar a criação de redes de formação de educa-
tação de políticas públicas de educação ambiental que do, agregando a essas reflexões e práticas marcada- de saúde, que desenvolvem oficinas de educação dores e educadoras, com a participação de univer-
fortaleçam essa perspectiva transversal. mente ambientalistas e educacionais. ambiental para demonstrar a relação entre saúde, sidades, empresas, organizações e escola;
A educação ambiental deve se pautar em uma Em conjunto com esses programas, são propos- ambiente e bem-estar social, a serem realizadas em z Produção de material técnico-pedagógico e insti-
abordagem sistêmica, capaz de integrar os múltiplos tas ações educacionais fundadas e voltadas ao ideá- locais acessíveis a comunidade geral. tucional de apoio aos processos formativos, além
aspectos da problemática ambiental contemporâ- rio ambientalista, permitindo a formação de agentes, A educação ambiental deve estar incluída nas ações da realização de seminários anuais sobre o tema
nea. Essa abordagem deve reconhecer o conjunto das editores, comunicadores e educadores ambientais, relacionadas à gestão dos recursos naturais nas bacias Universidade e Meio Ambiente;
interrelações e as múltiplas determinações dinâmi- apoiando e fortalecendo grupos, comitês e núcleos hidrográficas, defesa dos biomas, preservação da bio- z Dar suporte à qualificação de quadros profissionais
cas entre os âmbitos naturais, culturais, históricos, ambientais, em ações locais voltadas à construção de diversidade, unidades de conservação e entorno, ética das gerências, agências e departamentos de educa-
sociais, econômicos e políticos. sociedades sustentáveis. e pluralidade cultural, trabalho e consumo, agricultu- ção ambiental, assim como capacitação tecnológi-
Princípios ra e assentamentos sustentáveis, ciência e tecnologia, ca dos mesmos, através da formação continuada
z Descentralização Espacial e Institucional identidade e patrimônio; áreas fronteiriças e costeiras, de docentes e técnicos, desde a educação pré-esco-
z Concepção de ambiente em sua totalidade, con- entre outras vertentes das políticas públicas. lar ao ensino superior, utilizando tanto metodolo-
Privilegiar o envolvimento democrático dos ato- Deve-se estimular a apoiar a inserção da educa-
siderando a interdependência sistêmica entre o gias presenciais, quanto fazendo uso da educação
res e segmentos institucionais na construção e imple-
meio natural e o construído, o socioeconômico e ção ambiental nas práticas de ecoturismo, visando a a distância para fornecer essa capacitação;
mentação das políticas e programas de educação
o cultural, o físico e o espiritual, sob o enfoque da garantia da sustentabilidade social, ecológica e econô- z Parceria entre escolas públicas e universidades,
ambiental nos diferentes níveis e instâncias de repre-
sustentabilidade; mica das comunidades, possibilitando uma interação facilitando o acesso dos professores de rede públi-
sentatividade social no país.
z Abordagem articulada das questões ambientais dos turistas com os ecossistemas locais. ca do ensino básico aos cursos de pós-graduação
Considerando-se a educação ambiental como um
locais, regionais, nacionais, transfronteiriças e Articulação e mobilização social são instrumentos lato sensu e stricto sensu em educação ambiental,
dos instrumentos fundamentais da gestão ambiental,
globais; de educação ambiental. A realização de eventos sobre incluindo cursos de especialização, mestrado e
o ProNEA desempenha um importante papel na orien-
z Respeito à liberdade e à equidade de gênero; o tema, seminários, festejos populares, com a partici- doutorado.
tação de agentes públicos e privados para a reflexão,
z Reconhecimento da diversidade cultural, étnica, pação de representantes de órgãos públicos, socieda-
a construção e a implementação de políticas públi-
racial, genética, de espécies e de ecossistemas; de civil e especialistas na área fazem com que o tema Comunicação para Educação Ambiental
cas que possibilitem solucionar questões estruturais,
z Enfoque humanista, histórico, crítico, político, atinja grandes proporções e sensibilize a população.
almejando a sustentabilidade socioambiental.
democrático, participativo, inclusivo, dialógico, A cada dois anos ocorre a Conferência Nacional z A comunicação e a tecnologia para educação
cooperativo e emancipatório; de Educação Ambiental; antes dela, ocorrem confe- ambiental devem ser veiculadas em linguagem
z Sustentabilidade Socioambiental
z Compromisso com a cidadania ambiental; rências estaduais ou a inserção da educação ambien- acessível a todos, por intermédio dos meios de
A participação e o controle social destinam-se ao z Vinculação entre as diferentes dimensões do tal nas conferências estaduais e nacional de meio comunicação em geral, estimulando a sensibiliza-
empoderamento dos grupos sociais para intervirem, conhecimento; entre os valores éticos e estéticos; ambiente. Devem ser apoiados e estimulados os Con- ção do público-alvo da comunicação;
de modo qualificado, nos processos decisórios sobre entre a educação, o trabalho, a cultura e as práti- selhos Jovens de Meio Ambiente de ações de educa- z Criar canais de acesso às informações ambientais
o acesso aos recursos ambientais e seu uso. Neste sen- cas sociais; ção ambiental nas escolas públicas, entre outros que que possam ser utilizados na produção de progra-
tido, é necessário que a educação ambiental busque z Democratização na produção e divulgação do mação, veiculação de notícias, debates e outras
atuam de acordo com os objetivos e implementações
superar assimetrias nos planos cognitivos e organiza- conhecimento e fomento à interatividade na formas de comunicação social;
das ações do ProNEA.
tivos, já que a desigualdade e a injustiça social ainda informação; z Divulgação de experiencias bem-sucedidas em
Dentro das ações previstas no programa, está
são características da sociedade. z Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas; educação ambiental, para servirem como modelos
também:
Com isso, a prática da educação ambiental deve z Garantia de continuidade e permanência do pro- para as demais. Inclusive daquelas desenvolvidas
ir além da disponibilização de informações. Essa cesso educativo; z estimular a educação ambiental voltada para com o apoio de instancias governamentais ligadas
perspectiva deve contribuir para a socialização de z Permanente avaliação crítica e construtiva do pro- empreendimentos e projetos do setor produtivo, à educação ambiental;
conhecimentos, inclusive por intermédio do uso de cesso educativo; estimulando ações de educação ambiental para z Socialização de informações por meio das “Salas
tecnologias voltadas, por exemplo, para reciclagem e z Coerência entre o pensar, o falar, o sentir e o fazer; sociedades sustentáveis, especialmente para o Verdes” de secretarias estaduais e municipais de
desenvolvimento de produtos biodegradáveis, desen- z Transparência. meio ambiente.
público alvo das comunidades rurais;
volvidas em universidades, organizações não gover- z colaborar para o desenvolvimento de práticas sus-
namentais e empresas privadas. As linhas de ação para implementação na educa- Inclusão da Educação Ambiental nas Instituições de
tentáveis no campo, como contribuição para a sus-
ção ambiental no país serão traçadas em uma gestão Ensino
tentabilidade da agricultura familiar através da
z Democracia e Participação Social integrada das políticas públicas, programas e projetos
implementação de políticas públicas para o forta-
em articulação com governos estaduais e municipais, z Incentivar a inclusão das temáticas ambientais
Permeiam as estratégias e ações — sob a perspecti- lecimento das instituições de educação e formação
fóruns, comissões e demais segmentos da sociedade, nos projetos políticos pedagógicos das institui-
va da universalização dos direitos e da inclusão social de jovens e adultos no meio rural, a exemplo dos
prezando sempre pelo caráter participativo e descen- ções de ensino, estabelecendo uma reestrutura-
— por intermédio da geração e disponibilização de Centros de Formação de Agricultores em Agroin-
tralizado na divulgação de informações e tomada de ção da educação direcionada a sustentabilidade,
informações que garantam a participação social na dis- dústria (Cefas).
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

decisões, promovendo a transversalidade das ques- adequando a construção de novos currículos nos
cussão, formulação, implementação, fiscalização e ava- tões ambientais. diferentes níveis de ensino, que contemplem a
O ProNEA prevê apoio institucional e financeiro a
liação das políticas ambientais voltadas à construção Cabe aos órgãos gestores estimular e apoiar a cria- temática ambiental estando em sintonia com as
ações de educação ambiental. Destina recursos finan-
de valores culturais comprometidos com a qualidade ção de programas de educação ambiental que sejam propostas do ProNEA e com os Programas de Edu-
ambiental e a justiça social; e de apoio à sociedade na ceiros oriundos de fundos já existentes para a imple-
referência para a elaboração de outros planos e pro- cação Ambiental;
busca de um modelo socioeconômico sustentável. mentação de projetos e ações de educação ambiental,
jetos de políticas públicas; formular e implementar z Incentivar estudos, pesquisas e experimentos
através da criação de linhas de financiamento público
políticas públicas ambientais de âmbito local; incen- em educação ambiental. Fomentar a criação e o
z Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Siste- e privado, específicas para o fomento de programas
tivar a criação e implantação de programas estaduais fortalecimento de núcleos de pesquisa e experi-
mas de Ensino, Meio Ambiente e Outros que e municipais de educação ambiental em consonância e projetos de educação ambiental, desenvolvidos pelo
mentação em educação ambiental, por meio de
Tenham Interface com a Educação Ambiental com as Diretrizes do ProNEA e com a Agenda 21. governo ou sociedade civil junto ao Fundo Nacional
incentivos às instituições de ensino e à implemen-
Devem ser desenvolvidas parcerias locais, com do Meio Ambiente (FNMA). Destina-os, também, aos
É fundamental o apoio à implantação e imple- tação de projetos de extensão universitária com
apoio do governo e sociedade civil para elaborar e fundos estaduais e municipais de educação, de meio
mentação de políticas descentralizadas, no âmbi- enfoque em meio ambiente e educação ambiental;
administrar cursos de capacitação que contemplem ambiente e de recursos hídricos, além de incentivo à
to dos estados e municípios, bem como a criação de 421 422 criação de novos fundos.
z Estímulo e apoio à criação de linhas de pesquisa I - igualdade de condições para o acesso e perma- X - vaga na escola pública de educação infantil z Vaga próxima às residências a partir dos 4 anos
para educação ambiental junto a órgãos de fomen- nência na escola; ou de ensino fundamental mais próxima de sua durante as etapas da educação infantil e ensino
to, como Capes, CNPq, fundações estaduais, entre II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e residência a toda criança a partir do dia em que fundamental (inciso X, art. 4º);
outros. divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; completar 4 (quatro) anos de idade. z Educação aos alunos da educação básica interna-
III - pluralismo de idéias e de concepções Art. 4º-A É assegurado atendimento educacio- dos, a ser realizada no hospital, local congênere ou
pedagógicas; nal, durante o período de internação, ao aluno na residência (art. 4º-A).
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; da educação básica internado para tratamento
V - coexistência de instituições públicas e privadas de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por
Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE de ensino; tempo prolongado, conforme dispuser o Poder
é direito público subjetivo, podendo qualquer
1996 VI - gratuidade do ensino público em estabeleci- Público em regulamento, na esfera de sua compe-
cidadão, grupo de cidadãos, associação comuni-
mentos oficiais; tência federativa.
tária, organização sindical, entidade de classe ou
VII - valorização do profissional da educação
A Lei nº 9.394, de 1996, conhecida como Lei de outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério
escolar; A educação escolar divide-se em:
Diretrizes e Bases (LDB), Lei de Diretrizes e Bases da Público, acionar o poder público para exigi-lo.
VIII - gestão democrática do ensino público, na
Educação Nacional (LDBEN) ou, ainda, como Lei Dar- § 1º O poder público, na esfera de sua competência
forma desta Lei e da legislação dos sistemas de
cy Ribeiro, é uma lei que contém normas gerais que federativa, deverá:
ensino;
disciplinam a educação escolar pública e privada no NÍVEIS ETAPAS I - recensear anualmente as crianças e adolescentes
IX - garantia de padrão de qualidade;
Brasil. em idade escolar, bem como os jovens e adultos que
X - valorização da experiência extra-escolar; Educação infantil: 0 a 5 anos não concluíram a educação básica;
Juntamente com os arts. 205 ao 214, da Consti- XI - vinculação entre a educação escolar, o traba- Divide-se em duas fases: Creche e II - fazer-lhes a chamada pública;
tuição Federal, a LDB é um dos pilares da educação lho e as práticas sociais. Pré-escola III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela fre-
brasileira. XII - consideração com a diversidade
qüência à escola.
étnico-racial.
Educação
Trata-se de uma norma extensa; por isso, vamos Ensino fundamental: anos iniciais e § 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder
XIII - garantia do direito à educação e à aprendiza- básica
nos dedicar aos artigos mais recorrentes em provas. anos finais Público assegurará em primeiro lugar o aces-
Vamos ao estudo! gem ao longo da vida.
so ao ensino obrigatório, nos termos deste arti-
XIV - respeito à diversidade humana, linguística, Ensino médio: Formação Geral
go, contemplando em seguida os demais níveis e
DA EDUCAÇÃO cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-ce- Básica e Itinerários Formativos
modalidades de ensino, conforme as prioridades
gas e com deficiência auditiva.
Educação constitucionais e legais.
Art. 1º A educação abrange os processos formati- superior § 3º Qualquer das partes mencionadas no caput
vos que se desenvolvem na vida familiar, na con- O art. 3º apresenta 14 princípios que se encontram deste artigo tem legitimidade para peticionar no
vivência humana, no trabalho, nas instituições de de acordo com os princípios dispostos no art. 206, da Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e orga- CF. Os arts. 4º e 4º-A apresentam as seguintes garantias: da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito
nizações da sociedade civil e nas manifestações sumário a ação judicial correspondente.
culturais. DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR z A educação infantil (de 0 a 5 anos) é gratuita (inci- § 4º Comprovada a negligência da autoridade
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que so II, art. 4º); competente para garantir o oferecimento do ensino
se desenvolve, predominantemente, por meio do Art. 4º O dever do Estado com educação escolar obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
ensino, em instituições próprias. pública será efetivado mediante a garantia de: responsabilidade.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mun- I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 Dica § 5º Para garantir o cumprimento da obrigato-
do do trabalho e à prática social. (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organiza- riedade de ensino, o Poder Público criará formas
A creche não é obrigatória, mas, quando ofereci-
da da seguinte forma: alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensi-
da pelo Estado, é gratuita. no, independentemente da escolarização anterior.
A LDB trouxe, no caput de seu art. 1º, uma defini- a) pré-escola;
ção de educação em sentido amplo, isto é, a educação b) ensino fundamental;
c) ensino médio; z A educação básica (de 4 a 17 anos) é obrigatória e Caso alguém procure vaga na educação básica da
como um processo abrangente, que inclui a educa-
II - educação infantil gratuita às crianças de até gratuita (inciso I, art. 4º). São obrigatórios e gratui- rede pública e não encontre, o governo do Estado ou
ção que ocorre em diversos espaços sociais, como
5 (cinco) anos de idade; tos, portanto: a pré-escola, o ensino fundamental e do Município pode ser acionado judicialmente.
no âmbito da família, do trabalho, dos movimentos
III - atendimento educacional especializado o ensino médio; Podem acionar o poder público:
sociais e culturais e, também, a educação formal, que
gratuito aos educandos com deficiência, transtor- z Prestação de Atendimento Educacional Especiali-
ocorre nas instituições próprias de ensino e pesquisa.
nos globais do desenvolvimento e altas habilidades zado (AEE) para estudantes com deficiência, estu-
Nos termos do § 1º, do art. 1º, a LDB disciplina
ou superdotação, transversal a todos os níveis, eta- dantes com transtorno global do desenvolvimento
somente a educação escolar, que acontece de forma Cidadão
pas e modalidades, preferencialmente na rede regu- e estudantes super dotados ou com altas habilida-
institucionalizada (em ambiente específico). lar de ensino; des (inciso III, art. 4º);
A educação escolar, por sua vez, deve estar vincu- IV - acesso público e gratuito aos ensinos funda- z Acesso ao ensino público e gratuito aos não con-
lada ao mundo do trabalho e da prática social. mental e médio para todos os que não os concluí- cluintes em idade própria, por meio da Educação
ram na idade própria; de Jovens e Adultos — EJA (inciso IV, art. 4º);
DOS PRINCÍPIOS E DOS FINS DA EDUCAÇÃO V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, Entidade
z Oferta de níveis mais elevados de ensino (gradua-
NACIONAL da pesquisa e da criação artística, segundo a capa-
ção e pós-graduação), de acordo com a capacidade
cidade de cada um;
da pessoa, ou seja, com vagas limitadas, cujo aces- Podem Acionar
Art. 2º A educação, dever da família e do Esta- VI - oferta de ensino noturno regular, adequado
so ocorre mediante processo seletivo (inciso VI,
do, inspirada nos princípios de liberdade e nos às condições do educando;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

VII - oferta de educação escolar regular para jovens art. 4º); Associação
ideais de solidariedade humana, tem por finali-
dade o pleno desenvolvimento do educando, seu e adultos, com características e modalidades ade- z Oferta de ensino regular noturno e educação esco-
preparo para o exercício da cidadania e sua qua- quadas às suas necessidades e disponibilidades, lar regular que atenda às necessidades dos jovens
lificação para o trabalho. garantindo-se aos que forem trabalhadores as e adultos trabalhadores (incisos VI e VII, art. 4º);
condições de acesso e permanência na escola; z Programas suplementares: utilize o mnemônico
Família e Estado têm o dever de proporcionar edu- VIII - atendimento ao educando, em todas as eta- MATA — material escolar, alimentação, transpor- Ministério
cação, dentro dos princípios propostos e visando a pas da educação básica, por meio de programas te e assistência médico-odontológica (inciso VIII, Público
uma tripla finalidade: o desenvolvimento do educan- suplementares de material didático-escolar, art. 4º). Programas suplementares são pagos com
transporte, alimentação e assistência à saúde; recursos da assistência social e não da educação;
do, o seu preparo para o exercício da cidadania e a sua
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, z Padrões mínimos de qualidade, isto é, a garantia Tais ações correm em rito sumário (mais célere) e
qualificação para o trabalho.
definidos como a variedade e quantidade mínimas, do mínimo indispensável ao desenvolvimento do são gratuitas.
por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvol- processo de ensino e aprendizagem (inciso IX, art.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos vimento do processo de ensino-aprendizagem.
seguintes princípios: 4º);
423 424
Caso o poder público não oferte o ensino obrigató- § 4º O disposto neste artigo não se aplica ao ensino instituições de educação superior e os estabele- Cabe, também, aos estados oferecer o ensino fun-
rio ou o faça de forma irregular, por negligência, será militar a que se refere o art. 83 desta Lei. cimentos do seu sistema de ensino. (Vide Lei nº damental em colaboração com os municípios, editar
caracterizado crime de responsabilidade. 10.870, de 2004) normas complementares e prover o transporte estu-
É dever do poder público: O art. 7º-A cuida do exercício do direito de crença. § 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho dantil para a rede estadual.
Caso o aluno não possa participar das atividades esco- Nacional de Educação, com funções normativas e Por fim, cabe aos estados ofertar o ensino funda-
z Fazer chamada dos alunos; lares por motivo religioso, poderá requerer a realiza- de supervisão e atividade permanente, criado por mental e o ensino médio, dando prioridade ao médio.
ção de atividade alternativa. lei.
z Zelar pela frequência junto aos pais ou responsáveis;
§ 2º Para o cumprimento do disposto nos incisos V
z Realizar o recenseamento anual. Art. 11 Os Municípios incumbir-se-ão de:
a IX, a União terá acesso a todos os dados e infor-
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
mações necessários de todos os estabelecimentos e
Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar Importante! órgãos educacionais.
instituições oficiais dos seus sistemas de ensino,
a matrícula das crianças na educação básica a integrando-os às políticas e planos educacionais da
O requerimento para a realização da atividade § 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão
partir dos 4 (quatro) anos de idade. União e dos Estados;
alternativa deve ser prévio. As atividades podem ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal,
II - exercer ação redistributiva em relação às suas
desde que mantenham instituições de educação
Os pais ou responsáveis podem ser responsabiliza- ser uma prova, aula de reposição em horário escolas;
superior.
dos caso não matriculem as crianças e os adolescentes alternativo ou um trabalho escrito. III - baixar normas complementares para o seu sis-
tema de ensino;
entre 4 e 17 anos. A União possui atribuições, descritas no art. 9º, que IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabe-
A possibilidade de atividade alternativa não se não são compartilhadas por outros entes. Basicamen- lecimentos do seu sistema de ensino;
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, te, a União tem papel de coordenação, uma vez que é a
aplica às escolas militares. V - oferecer a educação infantil em creches e pré-
atendidas as seguintes condições: responsável pela Política Nacional de Educação. -escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,
I - cumprimento das normas gerais da educação Além da função de coordenação, à União compete
DA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL permitida a atuação em outros níveis de ensino
nacional e do respectivo sistema de ensino;
a função normativa (estabelecer normas sobre educa- somente quando estiverem atendidas plenamente
II - autorização de funcionamento e avaliação de
ção), redistributiva (por exemplo, fazer o repasse do as necessidades de sua área de competência e com
qualidade pelo Poder Público; Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
salário-educação entre os entes) e supletiva (comple- recursos acima dos percentuais mínimos vincu-
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o Municípios organizarão, em regime de colabora-
mentando as necessidades de estados e municípios). lados pela Constituição Federal à manutenção e
previsto no art. 213 da Constituição Federal. ção, os respectivos sistemas de ensino.
Apesar dessas funções da União, estados e muni- desenvolvimento do ensino.
§ 1º Caberá à União a coordenação da política
cípios têm autonomia para organizar cada sistema de VI - assumir o transporte escolar dos alunos da
O art. 7º dispõe que a iniciativa privada tem liber- nacional de educação, articulando os diferentes
ensino. rede municipal.
dade para ofertar ensino, desde que atenda às normas níveis e sistemas e exercendo função normativa,
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ain-
que regulam a educação e que obtenha autorização redistributiva e supletiva em relação às demais ins- Compete, ainda, à União prestar assistência téc-
da, por se integrar ao sistema estadual de ensino
para tal, devendo ser avaliada em sua qualidade pelo
tâncias educacionais. nica e financeira para estados e municípios, estabe-
ou compor com ele um sistema único de educação
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de orga- lecer as diretrizes curriculares (DCN) em colaboração
poder público. básica.
nização nos termos desta Lei. com os estados e municípios, realizar o cadastro dos
A instituição privada deve, ainda demonstrar Art. 9º A União incumbir-se-á de:
capacidade de autofinanciamento, isto é, capacida- alunos superdotados e com altas habilidades, entre
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em Aos municípios compete a organização, a manu-
de financeira de manter-se funcionando em caso outras atribuições.
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os tenção e o desenvolvimento dos órgãos e instituições
de uma crise inesperada. A prova de capacidade de Municípios; educacionais (como as secretarias municipais de edu-
Art. 10 Os Estados incumbir-se-ão de:
autofinanciamento, nos termos do art. 213, da CF, não II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins- cação, por exemplo), bem como a integração desses
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins-
se aplica a instituições filantrópicas, comunitárias e tituições oficiais do sistema federal de ensino e o órgãos e instituições aos planos federal e estadual.
tituições oficiais dos seus sistemas de ensino;
confessionais. dos Territórios; II - definir, com os Municípios, formas de colabo- Compete, ainda, aos municípios autorizar, reconhe-
III - prestar assistência técnica e financeira aos ração na oferta do ensino fundamental, as quais cer, credenciar e supervisionar as instituições públi-
Art. 7º-A Ao aluno regularmente matriculado em Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para devem assegurar a distribuição proporcional das cas de educação infantil, ensino fundamental e ensino
instituição de ensino pública ou privada, de qual- o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o responsabilidades, de acordo com a população a médio e as privadas de educação infantil dentro do
quer nível, é assegurado, no exercício da liberdade atendimento prioritário à escolaridade obrigató- ser atendida e os recursos financeiros disponíveis âmbito do sistema de ensino municipal.
de consciência e de crença, o direito de, median- ria, exercendo sua função redistributiva e supletiva; em cada uma dessas esferas do Poder Público; Os municípios têm, ainda, a competência de bai-
te prévio e motivado requerimento, ausentar- IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, III - elaborar e executar políticas e planos educa- xar normas complementares, fornecer transporte aos
-se de prova ou de aula marcada para dia em que, o Distrito Federal e os Municípios, competências e cionais, em consonância com as diretrizes e planos alunos da rede municipal e o dever de ofertar educa-
segundo os preceitos de sua religião, seja vedado diretrizes para a educação infantil, o ensino funda- nacionais de educação, integrando e coordenando ção infantil e ensino fundamental, dando prioridade à
o exercício de tais atividades, devendo-se-lhe atri- mental e o ensino médio, que nortearão os currícu- as suas ações e as dos seus Municípios;
los e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar
educação infantil.
buir, a critério da instituição e sem custos para o IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisio-
aluno, uma das seguintes prestações alternativas, formação básica comum; nar e avaliar, respectivamente, os cursos das insti-
nos termos do inciso VIII do caput do art. 5º da IV-A - estabelecer, em colaboração com os Esta- Art. 12 Os estabelecimentos de ensino, respei-
tuições de educação superior e os estabelecimentos tadas as normas comuns e as do seu sistema de
Constituição Federal: dos, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes do seu sistema de ensino;
I - prova ou aula de reposição, conforme o caso, a e procedimentos para identificação, cadastramen- ensino, terão a incumbência de:
V - baixar normas complementares para o seu sis- I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
ser realizada em data alternativa, no turno de estu- to e atendimento, na educação básica e na educa- tema de ensino;
do do aluno ou em outro horário agendado com sua ção superior, de alunos com altas habilidades ou II - administrar seu pessoal e seus recursos mate-
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com riais e financeiros;
anuência expressa; superdotação; prioridade, o ensino médio a todos que o demanda-
II - trabalho escrito ou outra modalidade de ati- V - coletar, analisar e disseminar informações III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e
rem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; horas-aula estabelecidas;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

vidade de pesquisa, com tema, objetivo e data de sobre a educação; VII - assumir o transporte escolar dos alunos da
entrega definidos pela instituição de ensino. VI - assegurar processo nacional de avaliação do IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho
rede estadual. de cada docente;
§ 1º A prestação alternativa deverá observar os rendimento escolar no ensino fundamental, médio Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-
parâmetros curriculares e o plano de aula do dia e superior, em colaboração com os sistemas de V - prover meios para a recuperação dos alunos de
-ão as competências referentes aos Estados e aos menor rendimento;
da ausência do aluno. ensino, objetivando a definição de prioridades e a Municípios.
§ 2º O cumprimento das formas de prestação melhoria da qualidade do ensino; VI - articular-se com as famílias e a comunidade,
alternativa de que trata este artigo substituirá a VII - baixar normas gerais sobre cursos de gradua- criando processos de integração da sociedade com
ção e pós-graduação;
Aos estados compete, resumidamente, elaborar a escola;
obrigação original para todos os efeitos, inclusive
VIII - assegurar processo nacional de avaliação políticas públicas e planos educacionais estaduais, VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com
regularização do registro de frequência
§ 3º As instituições de ensino implementarão pro- das instituições de educação superior, com a coo- sempre de acordo com o Plano Nacional. Compete seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais,
gressivamente, no prazo de 2 (dois) anos, as pro- peração dos sistemas que tiverem responsabilidade aos entes estaduais, ainda, autorizar, reconhecer e sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem
vidências e adaptações necessárias à adequação sobre este nível de ensino; credenciar instituições públicas estaduais, públi- como sobre a execução da proposta pedagógica da
de seu funcionamento às medidas previstas neste IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervi- cas municipais e privadas de ensino fundamental e escola;
artigo sionar e avaliar, respectivamente, os cursos das médio.
425 426
VIII - notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima Art. 16 O sistema federal de ensino compreende:
de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei; I - as instituições de ensino mantidas pela União;
IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a II - as instituições de educação superior mantidas pela iniciativa privada;
intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; III - os órgãos federais de educação.
X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. Art. 17 Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:
XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
de drogas. II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
Art. 13 Os docentes incumbir-se-ão de: III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela iniciati-
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; va privada, integram seu sistema de ensino.
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; Art. 18 Os sistemas municipais de ensino compreendem:
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. III - os órgãos municipais de educação.

Os arts. 12 e 13, respectivamente, cuidam das incumbências das escolas e dos docentes. Resumidamente, as Esquematicamente, as composições de cada sistema de ensino são:
incumbências de ambos são:
SISTEMA FEDERAL SISTEMA ESTADUAL SISTEMA MUNICIPAL
(ART. 16) (ART. 17) (ART. 18)
INCUMBÊNCIA ESCOLAS DOCENTES
Instituições de educação básica
Proposta pedagógica Elaborar e executar Participar na elaboração Instituições mantidas com recursos Instituições criadas e mantidas com
criadas e mantidas com recursos
da União recursos estaduais/distritais (DF)
municipais
Plano de trabalho Zelar pelo cumprimento Elaborar e cumprir
Instituições privadas de ensino Instituições de ensino superior criadas e Instituições privadas de educa-
Recuperação Prover meios Definir estratégias
superior mantidas com recursos municipais ção infantil
Articulação com as famílias e com a Colaborar com as atividades de
Criar atividades de integração Órgãos federais de educação (Minis-
comunidade integração Instituições privadas de ensino funda- Órgãos municipais de ensino (Se-
tério da Educação e Conselho Nacio-
mental e ensino médio cretaria Municipal de Ensino)
nal de Educação)
Especificamente em relação às incumbências da escola, cabe destacar:
Órgãos estaduais/distritais de educação
z A eliminação da violência, em especial do bullying; (Secretaria Estadual de Educação; Dele-
z A promoção de cultura de paz; gacia Regional de Educação etc.)
z A manutenção de um ambiente seguro e a prevenção do uso de drogas.
Categorias Administrativas das Instituições de Ensino
Gestão Democrática
Art. 19 As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas:
Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público;
básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; III - comunitárias, na forma da lei.
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. § 1º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo podem qualificar-se como con-
fessionais, atendidas a orientação confessional e a ideologia específicas.
§ 2º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo podem ser certificadas como
Importante! filantrópicas, na forma da lei.
Art. 20 (Revogado pela Lei nº 13.868, de 2019)
A LDB estabelece que cada sistema de ensino deve criar suas próprias normas, atendendo aos princípios
estabelecidos no art. 14.
Para fins administrativos, as escolas dividem-se em:

Art. 15 Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram pro-
gressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de Públicas
direito financeiro público.
Confessionais
Às escolas de educação básica devem ser garantidos progressivos graus de autonomia: Privadas
ESCOLAS
Filantrópicas
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Autonomia
Educação Básica
Confessionais
Comunitárias
Gestão
Pedagógica Administrativa Filantrópicas
Financeira

Elementos dos Sistemas de Ensino Dica


Os arts. 16, 17 e 18 cuidam da composição dos sistemas de ensino de cada ente federativo. Escolas confessionais são aquelas que baseiam seus princípios em alguma religião e estão vinculadas ou
pertencem à uma igreja ou confissão religiosa. Escolas filantrópicas são instituições sem fins lucrativos,
427 428 devidamente reconhecidas em lei.
NÍVEIS DA EDUCAÇÃO e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, III - que estiver prestando serviço militar inicial
em estudos posteriores. com as especificações cabíveis. ou que, em situação similar, estiver obrigado à prá-
Art. 21 A educação escolar compõe-se de: Art. 23 A educação básica poderá organizar-se § 1º A carga horária mínima anual de que trata o tica da educação física
I - educação básica, formada pela educação infan- em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alter- inciso I do caput deverá ser ampliada de forma pro- IV - amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de
til, ensino fundamental e ensino médio; nância regular de períodos de estudos, grupos não- gressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas outubro de 1969;
II - educação superior. -seriados, com base na idade, na competência e em horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, no V - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de
outros critérios, ou por forma diversa de organiza- prazo máximo de cinco anos, pelo menos mil horas 1º.12.2003)
A educação escolar no Brasil é dividida em dois ção, sempre que o interesse do processo de aprendi- anuais de carga horária, a partir de 2 de março de VI - que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793,
níveis: educação básica e educação superior. zagem assim o recomendar. 2017. de 1º.12.2003)
Por sua vez, a educação básica divide-se em três § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclu- § 2º Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta § 4º O ensino da História do Brasil levará em conta
etapas: educação infantil (creche e pré-escola), ensi- sive quando se tratar de transferências entre esta- de educação de jovens e adultos e de ensino notur- as contribuições das diferentes culturas e etnias
no fundamental (anos iniciais e anos finais) e ensino belecimentos situados no País e no exterior, tendo no regular, adequado às condições do educando, para a formação do povo brasileiro, especialmente
médio. como base as normas curriculares gerais. conforme o inciso VI do art. 4º. das matrizes indígena, africana e européia.
Já a educação superior divide-se em cursos ou § 2º O calendário escolar deverá adequar-se às Art. 25 Será objetivo permanente das autoridades § 5º No currículo do ensino fundamental, a partir
peculiaridades locais, inclusive climáticas e econô- responsáveis alcançar relação adequada entre o do sexto ano, será ofertada a língua inglesa.
programas (sequenciais, graduação, pós-graduação e
micas, a critério do respectivo sistema de ensino, número de alunos e o professor, a carga horária e § 6º As artes visuais, a dança, a música e o teatro
extensão).
sem com isso reduzir o número de horas letivas as condições materiais do estabelecimento. são as linguagens que constituirão o componente
Assim, esquematicamente, temos: previsto nesta Lei. Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de curricular de que trata o § 2º deste artigo.
Art. 24 A educação básica, nos níveis fundamen- ensino, à vista das condições disponíveis e das § 7º A integralização curricular poderá incluir, a
tal e médio, será organizada de acordo com as características regionais e locais, estabelecer parâ- critério dos sistemas de ensino, projetos e pesqui-
Ensino Infantil
seguintes regras comuns: metro para atendimento do disposto neste artigo. sas envolvendo os temas transversais de que tra-
(Creche/ Pré-escola)
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas ta o caput.
horas para o ensino fundamental e para o ensino Resumidamente, as informações mais relevantes § 8º A exibição de filmes de produção nacional
Ensino Fundamen- médio, distribuídas por um mínimo de duzentos que costam nos arts. 22 ao 25 são: constituirá componente curricular complementar
Educação tal dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo integrado à proposta pedagógica da escola, sendo
Básica (Anos iniciais e reservado aos exames finais, quando houver; a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas)
finais) z As finalidades da educação básica, que consis-
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exce- horas mensais.
tem em desenvolver o educando, assegurando a
to a primeira do ensino fundamental, pode ser feita: § 9º Conteúdos relativos aos direitos humanos e à
formação indispensável para o exercício da cida-
EDUCAÇÃO a) por promoção, para alunos que cursaram, com prevenção de todas as formas de violência contra a
ESCOLAR
Ensino Médio dania e provendo meios para que possa progredir
aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria criança, o adolescente e a mulher serão incluídos,
escola; no trabalho e nos estudos; como temas transversais, nos currículos de que
b) por transferência, para candidatos procedentes z A educação básica pode ser organizar de diversas trata o caput deste artigo, observadas as diretrizes
de outras escolas; formas: períodos semestrais; em alternância regu- da legislação correspondente e a produção e distri-
Educação Cursos/ programas c) independentemente de escolarização anterior, lar de períodos de estudo; em séries anuais, que é a buição de material didático adequado a cada nível
Superior (Sequenciais, Gra- forma mais comum, e em ciclos ou outras formas;
mediante avaliação feita pela escola, que defina o de ensino.
duação, Pós-Gradua-
ção e Extensão) grau de desenvolvimento e experiência do candida- z O calendário escolar deve atender peculiarida- § 9º-A A educação alimentar e nutricional será
to e permita sua inscrição na série ou etapa ade- des locais, como de clima e econômicas (épocas de incluída entre os temas transversais de que trata
quada, conforme regulamentação do respectivo safras no campo, por exemplo), dentro do limite de o caput.
Entre os arts. 22 e 60, a LDB dispõe sobre os dois sistema de ensino; horas letivas previstas; § 10 A inclusão de novos componentes curricula-
níveis e suas divisões. Nos mesmos artigos menciona- III - nos estabelecimentos que adotam a progressão z O controle de frequência é obrigatório por força res de caráter obrigatório na Base Nacional Comum
dos, a Lei dispõe ainda, sobre sete modalidades de regular por série, o regimento escolar pode admitir de lei e necessário tendo em vista os fins pedagó- Curricular dependerá de aprovação do Conselho
formas de progressão parcial, desde que preserva- gicos. É de responsabilidade da escola e deve estar Nacional de Educação e de homologação pelo
ensino, conforme apresentado a seguir:
da a seqüência do currículo, observadas as normas disciplinado no regimento escolar e obedecer às Ministro de Estado da Educação.
do respectivo sistema de ensino; normas de cada sistema de ensino. Art. 26-A Nos estabelecimentos de ensino fun-
Ensino de IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com damental e de ensino médio, públicos e privados,
Jovens e alunos de séries distintas, com níveis equivalentes torna-se obrigatório o estudo da história e cultura
de adiantamento na matéria, para o ensino de lín-
Conteúdos Curriculares afro-brasileira e indígena.
Adultos
guas estrangeiras, artes, ou outros componentes § 1º O conteúdo programático a que se refere este
curriculares; Art. 26 Os currículos da educação infantil, do artigo incluirá diversos aspectos da história e da
Educação a Educação ensino fundamental e do ensino médio devem
V - a verificação do rendimento escolar observará cultura que caracterizam a formação da população
distância profissional ter base nacional comum, a ser complementada, em
os seguintes critérios: brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho cada sistema de ensino e em cada estabelecimento como o estudo da história da África e dos africanos,
Modalidades do aluno, com prevalência dos aspectos qualitati- escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil,
vos sobre os quantitativos e dos resultados ao lon- características regionais e locais da sociedade, da a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o
go do período sobre os de eventuais provas finais; cultura, da economia e dos educandos. índio na formação da sociedade nacional, resgatan-
Educação Educação
b) possibilidade de aceleração de estudos para alu- § 1º Os currículos a que se refere o caput devem do as suas contribuições nas áreas social, econômi-
quilombola especial abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua
nos com atraso escolar; ca e política, pertinentes à história do Brasil.
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries portuguesa e da matemática, o conhecimento § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura
do mundo físico e natural e da realidade social
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Educação Educação do mediante verificação do aprendizado; afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e política, especialmente do Brasil. serão ministrados no âmbito de todo o currículo
indígena campo § 2º O ensino da arte, especialmente em suas
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de escolar, em especial nas áreas de educação artística
preferência paralelos ao período letivo, para os expressões regionais, constituirá componente e de literatura e história brasileiras.
Das sete modalidades mencionadas no texto legal, casos de baixo rendimento escolar, a serem dis- curricular obrigatório da educação básica. Art. 27 Os conteúdos curriculares da educação
ciplinados pelas instituições de ensino em seus § 3º A educação física, integrada à proposta peda- básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
a LDB descreveu somente a educação de jovens e adul-
regimentos; gógica da escola, é componente curricular obri- I - a difusão de valores fundamentais ao interesse
tos, a educação profissional e a educação especial.
VI - o controle de freqüência fica a cargo da esco- gatório da educação básica, sendo sua prática social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de res-
la, conforme o disposto no seu regimento e nas facultativa ao aluno: peito ao bem comum e à ordem democrática;
EDUCAÇÃO BÁSICA I - que cumpra jornada de trabalho igual ou supe-
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a II - consideração das condições de escolaridade dos
freqüência mínima de setenta e cinco por cento do rior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de alunos em cada estabelecimento;
Art. 22 A educação básica tem por finalidades 1º.12.2003)
total de horas letivas para aprovação; III - orientação para o trabalho;
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação II - maior de trinta anos de idade;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir his- IV - promoção do desporto educacional e apoio às
comum indispensável para o exercício da cidadania
tóricos escolares, declarações de conclusão de série 429 430 práticas desportivas não-formais.
Art. 28 Na oferta de educação básica para a popu- z aprovadas pelo CNE; § 3º O ensino fundamental regular será ministrado I - a consolidação e o aprofundamento dos
lação rural, os sistemas de ensino promoverão z homologadas pelo MEC. em língua portuguesa, assegurada às comunida- conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,
as adaptações necessárias à sua adequação às des indígenas a utilização de suas línguas mater- possibilitando o prosseguimento de estudos;
peculiaridades da vida rural e de cada região, Da Educação Infantil nas e processos próprios de aprendizagem. II - a preparação básica para o trabalho e a
especialmente: § 4º O ensino fundamental será presencial, sen- cidadania do educando, para continuar apren-
I - conteúdos curriculares e metodologias apropria- Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da do o ensino a distância utilizado como com- dendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
das às reais necessidades e interesses dos alunos educação básica, tem como finalidade o desen- plementação da aprendizagem ou em situações flexibilidade a novas condições de ocupação ou
da zona rural; volvimento integral da criança de até 5 (cinco) emergenciais. aperfeiçoamento posteriores;
II - organização escolar própria, incluindo adequa- anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelec- § 5º O currículo do ensino fundamental incluirá, III - o aprimoramento do educando como pessoa
ção do calendário escolar às fases do ciclo agrícola tual e social, complementando a ação da família e obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direi- humana, incluindo a formação ética e o desenvolvi-
e às condições climáticas; da comunidade. tos das crianças e dos adolescentes, tendo como mento da autonomia intelectual e do pensamento
III - adequação à natureza do trabalho na zona Art. 30 A educação infantil será oferecida em: diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que crítico;
rural. I - creches, ou entidades equivalentes, para crian- institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, IV - a compreensão dos fundamentos científico-
Parágrafo único. O fechamento de escolas do ças de até três anos de idade; observada a produção e distribuição de material -tecnológicos dos processos produtivos, relacio-
campo, indígenas e quilombolas será prece- II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 didático adequado. nando a teoria com a prática, no ensino de cada
dido de manifestação do órgão normativo do (cinco) anos de idade. § 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será disciplina.
respectivo sistema de ensino, que considerará a Art. 31 A educação infantil será organizada de incluído como tema transversal nos currículos do Art. 35-A A Base Nacional Comum Curricular defi-
justificativa apresentada pela Secretaria de Educa- acordo com as seguintes regras comuns: ensino fundamental. nirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino
ção, a análise do diagnóstico do impacto da ação e I - avaliação mediante acompanhamento e regis- médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional
a manifestação da comunidade escolar. tro do desenvolvimento das crianças, sem o obje- O ensino fundamental é obrigatório a partir dos 6 de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento:
tivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino anos, tem duração de 9 anos e visa à formação básica I - linguagens e suas tecnologias
Os arts. 26 ao 28 apresentam os seguintes destaques: fundamental; do cidadão. Deve ser oferecido presencialmente, sen- II - matemática e suas tecnologias;
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocen- do o ensino a distância utilizado em duas hipóteses: III - ciências da natureza e suas tecnologias
z Os currículos da educação infantil, da educa- tas) horas, distribuída por um mínimo de 200 IV - ciências humanas e sociais aplicadas.
ção fundamental e do ensino médio possuem (duzentos) dias de trabalho educacional; § 1º A parte diversificada dos currículos de que
z Como forma de complementação;
trata o caput do art. 26, definida em cada sistema
uma base comum e uma parte diversificada. A III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (qua- z Em situações de emergência.
tro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) de ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacio-
parte comum, fixada pelo poder público, consiste
horas para a jornada integral; nal Comum Curricular e ser articulada a partir do
no mínimo ministrado em todo o país; já a parte O ensino fundamental é ministrado em Língua contexto histórico, econômico, social, ambiental e
diversificada é construída por cada instituição, IV - controle de frequência pela instituição de edu- Portuguesa, mas é assegurado aos povos indígenas o
cação pré-escolar, exigida a frequência mínima de cultural
tendo em vista as especificidades existentes; uso de suas línguas maternas e processos próprios de te ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estu-
z Os conteúdos curriculares devem conter obriga- 60% (sessenta por cento) do total de horas;
aprendizagem. dos e práticas de educação física, arte, sociologia e
V - expedição de documentação que permita atestar
toriamente o ensino: da Língua Portuguesa, da filosofia.
os processos de desenvolvimento e aprendizagem
Matemática, do Mundo Físico e Natural e da Reali- Art. 33 O ensino religioso, de matrícula facul- § 3º O ensino da língua portuguesa e da matemáti-
da criança.
dade Social e Política, especialmente a brasileira; tativa, é parte integrante da formação básica do ca será obrigatório nos três anos do ensino médio,
z A disciplina de Artes é obrigatória na educação cidadão e constitui disciplina dos horários nor- assegurada às comunidades indígenas, também, a
A educação infantil visa ao desenvolvimento inte-
básica (compreendendo as linguagens da música, mais das escolas públicas de ensino fundamen- utilização das respectivas línguas maternas
gral da criança até 5 anos. Até os 3 anos, a educa- tal, assegurado o respeito à diversidade cultural § 4º Os currículos do ensino médio incluirão, obri-
do teatro, da dança e das artes visuais);
ção infantil é oferecida em creches; dos 4 aos 5, em religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de gatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão
z A disciplina de Educação Física é obrigatória na
pré-escolas. proselitismo. ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter
educação básica, sendo facultativa para alguns
Na educação infantil, não há promoção (portanto, § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo
grupos (quem trabalha 6 horas ou mais, quem tem
não há reprovação); atingindo os 6 anos, a criança procedimentos para a definição dos conteúdos do com a disponibilidade de oferta, locais e horários
doença grave, que tem filhos, quem se encontra
está apta a cursar o ensino fundamental. ensino religioso e estabelecerão as normas para a definidos pelos sistemas de ensino.
prestando o serviço militar inicial obrigatório);
habilitação e admissão dos professores. § 5º A carga horária destinada ao cumprimento da
z A disciplina História do Brasil deve dar ênfase às
Do Ensino Fundamental § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, Base Nacional Comum Curricular não poderá ser
matrizes étnicas e culturais indígena, africana
constituída pelas diferentes denominações reli- superior a mil e oitocentas horas do total da carga
e europeia; horária do ensino médio, de acordo com a definição
Art. 32 O ensino fundamental obrigatório, com giosas, para a definição dos conteúdos do ensino
z A Língua Inglesa é incluída a partir do 6º ano do religioso. dos sistemas de ensino.
duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola
ensino fundamental e está presente em todos os Art. 34 A jornada escolar no ensino funda- § 6º A União estabelecerá os padrões de desempe-
pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade,
anos do ensino médio (pode haver outra língua, mental incluirá pelo menos quatro horas de nho esperados para o ensino médio, que serão refe-
terá por objetivo a formação básica do cida-
optativa, de preferência o espanhol); dão, mediante: trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres- rência nos processos nacionais de avaliação, a
z Os temas transversais devem estar presentes na I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, sivamente ampliado o período de permanência na partir da Base Nacional Comum Curricular.
base comum curricular; tendo como meios básicos o pleno domínio da leitu- escola. § 7º Os currículos do ensino médio deverão consi-
ra, da escrita e do cálculo; § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e derar a formação integral do aluno, de maneira a
Dica II - a compreensão do ambiente natural e social, do das formas alternativas de organização autoriza- adotar um trabalho voltado para a construção de
sistema político, da tecnologia, das artes e dos valo- das nesta Lei. seu projeto de vida e para sua formação nos aspec-
Temas transversais são pertinentes para o apren- res em que se fundamenta a sociedade; § 2º O ensino fundamental será ministrado progres- tos físicos, cognitivos e socioemocionais
dizado de diferentes áreas e contribuem para a III - o desenvolvimento da capacidade de aprendi- sivamente em tempo integral, a critério dos siste- § 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

formação integral dos alunos. São exemplos de zagem, tendo em vista a aquisição de conhecimen- mas de ensino. avaliação processual e formativa serão organiza-
temas transversais: meio ambiente, ética, plura- tos e habilidades e a formação de atitudes e valores; dos nas redes de ensino por meio de atividades teó-
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos ricas e práticas, provas orais e escritas, seminários,
lidade, saúde e cultura, entre outros.
laços de solidariedade humana e de tolerância recí- Importante! projetos e atividades on-line, de tal forma que ao
proca em que se assenta a vida social. final do ensino médio o educando demonstre:
z Deve haver, no mínimo, duas horas mensais de O ensino religioso deve ser obrigatorimente ofe- I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o
exibição de filmes nacionais; recido, mas a matrícula é facultativa. que presidem a produção moderna;
ensino fundamental em ciclos.
z São previstos temas de direitos humanos e de § 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão II - conhecimento das formas contemporâneas de
educação alimentar e nutricional. regular por série podem adotar no ensino funda- linguagem.
mental o regime de progressão continuada, sem Do Ensino Médio Art. 36 O currículo do ensino médio será composto
É importante notar que, nos termos do § 10, art. prejuízo da avaliação do processo de ensino-apren- pela Base Nacional Comum Curricular e por itine-
26, novas disciplinas somente poderão fazer parte da dizagem, observadas as normas do respectivo sis- Art. 35 O ensino médio, etapa final da educação rários formativos, que deverão ser organizados por
base curricular se: tema de ensino. básica, com duração mínima de três anos, terá meio da oferta de diferentes arranjos curriculares,
431 432 como finalidades:
conforme a relevância para o contexto local e a III - atividades de educação técnica oferecidas em matrículas distintas para cada curso, e podendo As Salas Verdes localizam-se, em sua maioria, em
possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: outras instituições de ensino credenciadas; ocorrer: Prefeituras Municipais, Secretarias de Meio Ambiente,
I - linguagens e suas tecnologias; IV - cursos oferecidos por centros ou programas a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se Secretarias de Educação, Institutos Federais e Univer-
II - matemática e suas tecnologias ocupacionais; as oportunidades educacionais disponíveis; sidades, mas também em Unidades de Conservação
III - ciências da natureza e suas tecnologias V - estudos realizados em instituições de ensino b) em instituições de ensino distintas, aproveitan- (UCs) e Organizações Não Governamentais.
IV - ciências humanas e sociais aplicadas nacionais ou estrangeiras; do-se as oportunidades educacionais disponíveis; A gestão do Projeto é capilarizada: ao MMA cabe
V - formação técnica e profissional. VI - cursos realizados por meio de educação a c) em instituições de ensino distintas, mediante direcionar e coordenar as ações em todo o país e a
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput distância ou educação presencial mediada por convênios de intercomplementaridade, visando
implementação e o acompanhamento é feito pelos
e das respectivas competências e habilidades será tecnologias. ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto
órgãos seccionais e locais do Sistema Nacional do
feita de acordo com critérios estabelecidos em cada § 12 As escolas deverão orientar os alunos no pro- pedagógico unificado.
sistema de ensino. cesso de escolha das áreas de conhecimento ou de Art. 36-D Os diplomas de cursos de educação
Meio Ambiete (SISNAMA). Nesse sentido, os principais
I - (revogado); atuação profissional previstas no caput. profissional técnica de nível médio, quando regis- atores envolvidos no Projeto Salas Verdes, são o MMA,
II - (revogado); trados, terão validade nacional e habilitarão ao a instituição responsável pela Sala Verde e a Secreta-
III - (revogado). A duração do ensino médio é de, no mínimo 3 prosseguimento de estudos na educação superior. ria de Estado de Meio Ambiente.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) anos. Suas finalidades são: Parágrafo único. Os cursos de educação profissio- De acordo com a Estratégia de Implementação do
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser com- nal técnica de nível médio, nas formas articulada Projeto Salas Verdes, ao MMA, dentre outras ações,
posto itinerário formativo integrado, que se traduz concomitante e subseqüente, quando estruturados cabe:
z A consolidação e o aprofundamento dos conheci-
na composição de componentes curriculares da Base e organizados em etapas com terminalidade, possi-
mentos do ensino fundamental;
Nacional Comum Curricular - BNCC e dos itinerários bilitarão a obtenção de certificados de qualificação z Coordenar o Projeto Salas Verdes em âmbito
z A preparação do educando para o trabalho e para
formativos, considerando os incisos I a V do caput. para o trabalho após a conclusão, com aproveita- nacional;
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
a cidadania; mento, de cada etapa que caracterize uma qualifi-
z O aprimoramento do educando como pessoa z Enviar material promocional (banner) para identi-
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilida- cação para o trabalho. ficação do Projeto no próprio espaço físico da sala
de de vagas na rede, possibilitarão ao aluno con- humana;
z A compreensão dos fundamentos científicos e ou em eventos, tais como oficinas, seminários e
cluinte do ensino médio cursar mais um itinerário A educação profissional técnica visa à preparação palestras;
formativo de que trata o caput. tecnológicos. do educando para o exercício de profissões técnicas e z Dar visibilidade e promover a integração das ati-
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta é ofertada de duas formas: vidades desenvolvidas pelas Salas Verdes, pro-
de formação com ênfase técnica e profissional As disciplinas estão estruturadas em áreas do
porcionando o amplo acesso e compartilhamento
considerará: conhecimento e o currículo é divido em formação z Articulada: quando é realizada de forma inte-
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no de informações que possam servir de referência
geral básica (formada pela Base Nacional Comum grada (uma só escola, uma matrícula, um diplo-
setor produtivo ou em ambientes de simulação, para outras iniciativas, especialmente por meio da
Curricular e por uma parte diversificada) e itinerários ma e uma proposta pedagógica) ou concomitante
estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando Internet;
formativos. (podendo cursar na mesma escola ou em outra,
aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legis- z Promover a integração das Salas Verdes com os
O padrão de desempenho dos estudantes do ensino com duas matrículas diferentes, dois diplomas,
lação sobre aprendizagem profissional; demais Programas e Projetos do Departamento,
médio é medido por avalições em larga escala (atual- com uma ou duas propostas pedagógicas) com o
II - a possibilidade de concessão de certificados bem como ações de secretarias e departamentos
mente, é medido pelo ENEM). ensino médio;
intermediários de qualificação para o trabalho, do MMA, suas Vinculadas e de outros Ministérios
quando a formação for estruturada e organizada z Subsequente: quando é realizada depois do ensi- com trabalhos afins;
em etapas com terminalidade.
Educação Profissional Técnica de Nível Médio no médio. z Atualizar e disponibilizar, periodicamente, no Por-
§ 7º A oferta de formações experimentais relaciona- tal do Projeto, a relação das Salas Verdes em fun-
das ao inciso V do caput, em áreas que não constem Art. 36-A Sem prejuízo do disposto na Seção IV des-
A educação profissional deve observar as Diretri- cionamento no país;
do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, depen- te Capítulo, o ensino médio, atendida a formação
zes Curriculares Nacionais da Educação Profissional z Dialogar com potenciais parceiros com o intuito
derá, para sua continuidade, do reconhecimento geral do educando, poderá prepará-lo para o exer-
e Técnica de Nivel Médio, tendo suas regras definidas de articular iniciativas e potencializar as ações
pelo respectivo Conselho Estadual de Educação, no cício de profissões técnicas.
Parágrafo único. A preparação geral para o traba- por cada sistema de ensino e por cada instituição. das Salas Verdes. (Ministério do Meio Ambiente,
prazo de três anos, e da inserção no Catálogo Nacio-
lho e, facultativamente, a habilitação profissional 2021)
nal dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos,
contados da data de oferta inicial da formação poderão ser desenvolvidas nos próprios estabeleci-
§ 8º A oferta de formação técnica e profissional mentos de ensino médio ou em cooperação com ins- Ao governo estadual, resumidamente, cabe geren-
a que se refere o inciso V do caput, realizada na tituições especializadas em educação profissional. CIDADANIA AMBIENTAL ciar o processo de implementação e acompanhamen-
própria instituição ou em parceria com outras ins- Art. 36-B A educação profissional técnica de nível to das Salas no âmbito estadual ou distrital.
tituições, deverá ser aprovada previamente pelo médio será desenvolvida nas seguintes formas: Já à instituição responsável pela Sala Verde cabe,
O tema Cidadania Ambiental objetiva sensibili-
Conselho Estadual de Educação, homologada pelo I - articulada com o ensino médio; entre outras funções, a de elaborar, implementar,
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já
zar e conscientizar todas as pessoas sobre as questões
Secretário Estadual de Educação e certificada pelos relacionadas ao meio ambiente. acompanhar, avaliar e revisar o Projeto Pedagógico
sistemas de ensino. tenha concluído o ensino médio. da Sala; a disponibilização do espaço; a disposição e
Parágrafo único. A educação profissional técnica Para alcançar tal objetivo, o Ministério do Meio
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado
Ambiente (MMA) tem dois projetos, o Projeto Salas manutenção dos equipamentos; a gestão, manutenção
com validade nacional, que habilitará o concluinte de nível médio deverá observar:
Verdes e o Circuito Tela Verde. e limpeza dos espaços etc.
do ensino médio ao prosseguimento dos estudos em I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes
Vamos conhecer, logo abaixo, os dois projetos. Não existe um padrão ou formato pré-definido
nível superior ou em outros cursos ou formações curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho
para a Sala Verde, podendo a instituição responsável
para os quais a conclusão do ensino médio seja eta- Nacional de Educação;
II - as normas complementares dos respectivos sis- PROJETO SALAS VERDES organizá-la conforme a identidade institucional e o
pa obrigatória. público-alvo.
temas de ensino;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

§ 10 Além das formas de organização previstas no


art. 23, o ensino médio poderá ser organizado em III - as exigências de cada instituição de ensino, nos O Projeto Salas Verdes é uma iniciativa do MMA
termos de seu projeto pedagógico. que tem como objetivo incentivar a criação de espa- CIRCUITO TELA VERDE
módulos e adotar o sistema de créditos com termi-
nalidade específica. Art. 36-C A educação profissional técnica de nível ços para servir como centros de informação e for-
§ 11 Para efeito de cumprimento das exigências médio articulada, prevista no inciso I do caput do mação ambiental. O Circuito Tela Verde (CTV) é um projeto que
curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma: tem como objetivo divulgar e estimular atividada-
Inicialmente, as Salas Verdes foram planejadas
poderão reconhecer competências e firmar convê- I - integrada, oferecida somente a quem já tenha des de educação ambiental por meio de recursos
como bibliotecas com acervos socioambientais (biblio-
nios com instituições de educação a distância com concluído o ensino fundamental, sendo o curso audiovisuais.
planejado de modo a conduzir o aluno à habilita-
tecas verdes); com a evolução do Projeto, os espaços já
notório reconhecimento, mediante as seguintes for- existentes se transformaram em locais onde podem O CVT é estruturado em dois eixos:
mas de comprovação: ção profissional técnica de nível médio, na mesma
instituição de ensino, efetuando-se matrícula única ser desenvolvidas variadas atividades de educação
I - demonstração prática; ambiental, tais como palestras, cursos, eventos, reu- z Seleção de materiais audiovisuais de produção
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra para cada aluno
niões, campanhas etc. independende que tenham conteúdo relacionado
experiência adquirida fora do ambiente escolar; II - concomitante, oferecida a quem ingresse no
à temática socioambiental;
ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-se
433 434
z Fornecimento de material audiovisual para espa- produtos que gerem impactos socioambientais negati- DISPOSIÇÕES GERAIS XIV-- incentivar às ações coletivas e às decisões
ços exibidores que tenham interesse em promover vos significativos), a A3P divide-se em 6 eixos temáti- democráticas; e
atividades com os vídeos. cos, conforme consta no art. 2º e incisos da Portaria: O Capítulo I, do Anexo, composto pelo art. 1º, do XV - promover a produção e o consumo sustentáveis.
Anexo, apresenta algumas disposições gerais sobre
Art. 2º O Programa A3P tem a finalidade de promo- o Programa A3P: de quem é a responsabilidade, seu Observe que os objetivos, dispostos na forma de
Os vídeos (que podem ser de variadas formas e pro-
ver a responsabilidade socioambiental, a adoção caráter voluntário e a quem se destina. verbos, têm sempre o sentido de estimular formas de
duzidos com os mais diferentes recursos) são selecio-
de procedimentos de sustentabilidade e critérios alcançar as finalidades do Programa A3P, que cons-
nados regularmente por meio de chamadas públicas;
socioambientais nas atividades do setor público e, Art. 1º A Agenda Ambiental na Administração tam do art. 2º, da Portaria.
do mesmo modo se realizam chamadas públicas para
o cadastramento de espaços exibidores interessados. deve se basear, no mínimo, nos seguintes eixos Pública - A3P é um programa de governo, cria-
temáticos: do, desenvolvido e mantido pelo Ministério do PRINCÍPIOS
As instituições cadastradas recebem do MMA os
I - uso racional dos recursos naturais e bens Meio Ambiente.
DVDs com os vídeos selecionados além de um guia O Capítulo III, por sua vez, composto pelo art. 3º,
públicos: utilizar energia, água, madeira, papel, § 1º O Programa A3P, de caráter voluntário, é
com orientações sobre exibição. do Anexo, dispõe sobre os princípios que norteam a
copos e materiais de expediente, entre outros, de destinado às instituições públicas, não caben-
forma racional, para que haja economia dos recur- do sanções legais por parte do Ministério do Meio A3P:
sos financeiros, menor desperdício e menor impacto Ambiente para a sua implantação
AGENDA AMBIENTAL NA ambiental negativo; § 2º O Programa A3P é disponibilizado para os Art. 3º A Agenda Ambiental na Administração
II - gestão adequada dos resíduos gerados: ado- órgãos públicos dos três poderes da República - Pública - A3P atenderá aos seguintes princípios:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P) tar a política dos 5R’s - Repensar, Reduzir, Reutilizar, Legislativo, Executivo e Judiciário -, e para as três I - transparência no serviço público;
Reciclar e Recusar - e, com base na Lei nº 12.305/10, instâncias - federal, estadual e municipal. II - supremacia do interesse público sobre os
A Agenda Ambiental na Administração Pública que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sóli- interesses individuais;
(A3P), também chamada simplesmente de Programa dos - PNRS, implantar o gerenciamento de resíduos A A3P é programa do MMA de adesão voluntária, III - reconhecimento e respeito às diferenças de
A3P, é um programa criado pelo Ministério do Meio sólidos; isto é, os órgãos públicos não são obrigados a ade- raça, etnia, cor, sexo, opinião política, língua,
Ambiente (MMA) que tem como objetivo estimular os III - qualidade de vida no ambiente de trabalho: rir ao programa e não existe sanção para quem não religião;
órgãos da administração pública a adotarem e imple- criar meios para que todas as pessoas que circulam segue suas diretrizes. No entanto, os órgãos são esti- IV - valorização do servidor público;
mentarem práticas de sustentabilidade em suas ativi- no ambiente se sintam bem e, conforme cada caso, mulados a aderir ao programa, uma vez que, ao fir- V - respeito ao meio ambiente;
dades internas e externas. adotar procedimentos e instalar equipamentos que marem parceria, podem promover a preservação do VI - respeito aos valores éticos da pessoa
A adesão dá-se por meio de assinatura de um Ter- contribuam para a melhor qualidade de vida; meio ambiente, ao mesmo tempo que otimizam a uti- humana;
mo de Adesão entre o órgão parceiro e o Ministério do IV - sensibilização e capacitação dos servidores: lização dos recursos públicos. VII - respeito à liberdade e apreço à tolerância; e
Meio Ambiente que vale por cinco anos; durante esse criar e consolidar nos servidores a consciência cida- O Programa destina-se às instituções: VIII - legalidade, impessoalidade, moralidade,
período, o MMA acompanha as ações realizadas pelo dã quanto à responsabilidade socioambiental, com a publicidade e eficiência.
órgão e presta assessoria técnica necessária para que adoção de práticas que promovam a sustentabilidade z das três esferas (federal, estadual e municipal); EIXOS TEMÁTICOS
se alcance os objetivos que constam no planejamento. e o respeito à vida; z dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). O Capítulo IV, constituído pelos arts. 4º e 5º, apre-
V - contratações públicas sustentáveis: adquirir e senta os eixos temáticos.
O Programa A3P encontra-se regulamentado pela
contratar com critérios de sustentabilidade, e consi- OBJETIVOS Art. 4º A A3P está estruturada sobre focos de ati-
Portaria nº 326, de 23 de julho de 2020, do Ministério
derar a relação custo/benefício no médio e longo pra- vidades, ou Eixos Temáticos, que orientam suas
do Meio Ambiente. Vamos ao seu estudo. zos, e não somente o critério de menor preço; e O Capitulo II, composto pelo art. 2º, do Anexo, enu- ações.
VI - construções sustentáveis: construir e/ou refor- mera os objetivos do Programa A3P:
FINALIDADE DO PROGRAMA A3P mar considerando critérios que atendam o conforto Os eixos temáticos é que vão orientar as ações
térmico e acústico, fazendo uso da luz solar, ener- Art. 2º Constituem objetivos da A3P: da A3P. O art. 5º, do Anexo, enumera novamente os
A finalidade do Programa A3P encontra-se previs- gia dos ventos e água da chuva, utilizar materiais e I - apoiar os órgãos públicos na criação e implemen-
5 eixos temáticos da A3P, já elencados nos incisos do
ta no art. 2º, da Portaria nº 326, de 2020, do Ministério equipamentos que impliquem em maior economia de tação de ações de responsabilidade socioambiental;
art. 2º, da Portaria.
do Meio Ambiente: energia, entre outros, e produzam pouco ou nenhum II - sensibilizar os servidores para a necessidade de
impacto ambiental; garantir a acessibilidade às pes- preservação dos bens naturais;
III - estimular a construção de uma cultura ins- Art. 5º São Eixos temáticos da A3P:
Art. 2º O Programa A3P tem a finalidade de pro- soas portadoras de deficiência ou com mobilidade
titucional que agregue valores, atitudes e com- I - uso racional dos recursos naturais e bens
mover a responsabilidade socioambiental, a reduzida.
portamentos consoantes com a responsabilidade públicos: utilizar energia, água, madeira, papel,
adoção de procedimentos de sustentabilida- copos e materiais de expediente, entre outros, de
de e critérios socioambientais nas atividades socioambiental;
Dica IV - incentivar os órgãos públicos a adotarem medi- forma racional, para que haja economia dos recur-
do setor público e deve se basear, no mínimo, nos sos financeiros, menor desperdício e menor impac-
seguintes eixos temáticos: Eixo temático é um conjunto de temas que fun- das que visem à redução de impactos socioambien-
tais negativos decorrentes de suas atividades; to ambiental negativo.
ciona como uma espécie de guia para orientar o
São, portanto, três as finalidades do Programa A3P: planejamento de determinado trabalho. V - aumentar a eficiência da gestão, promoven-
do a economia de recursos naturais e de gastos Um exemplo de promoção do uso racional da ener-
institucionais; gia é a geração de energia elétrica próxima do local
Veja que o caput do art. 2º dispõe que esses são os de consumo ou no próprio estabelecimento do órgão
Responsabilidade VI - promover a atualização sistemática do conhe-
eixos temáticos mínimos, podendo-se criar outros. cimento e a modernização de conceitos, instru- consumidor, prática que é denominada geração distri-
ambiental Vamos estudar cada um desses eixos mais à frente. mentos, tecnologias e metodologias, referentes ao buída. Utilizando-se de processos tais como o aprovei-
As diretrizes do Programa A3P encontram-se dis- campo da sustentabilidade; tamento solar para geração de eletricidade e calor, o
postas no Anexo da Portaria, Anexo que, por sua vez, VII - promover a transparência no serviço público; órgão proporciona uma série de benefícios, tais como
Promover nas Adoção de
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

encontra-se dividido em seis capítulos, que cuidam, VIII - garantir a acessibilidade nos órgãos públicos o baixo impacto ambiental, a redução no carregamen-
Atividades do Setor procedimento de respectivamente, do seguinte: às pessoas portadoras de deficiência ou com mobi- to das redes, a minimização das perdas com a trans-
Público sustentabilidade lidade reduzida; missão e a diversificação da matriz energética.
z Capítulo I — Disposições Gerais; IX - estimular e apoiar ações de defesa do meio
z Capítulo II — Objetivos da A3P; ambiente; II - gestão adequada dos resíduos gerados:
z Capítulo III — Dos Princípios; X - facilitar o acesso das instituições públicas ao adotar a política dos 5R’s - Repensar, Reduzir, Reu-
Critérios
z Capítulo IV — Dos Eixos Temáticos; Programa A3P; tilizar, Reciclar e Recusar - e, com base na Lei nº
sociambientais
z Capítulo V — Dos Instrumentos; XI - estimular ações de cooperativismo, solidarie- 12.305/10, que estabelece a Política Nacional de
z Capítulo VI — Da Disseminação e Capacitação em dade, respeito, compromisso profissional e ético; Resíduos Sólidos - PNRS, implantar o gerenciamen-
XII - capacitar e sensibilizar os gestores públicos
Dentro da ideia da Agenda de criar uma cultura A3P. to de resíduos sólidos;
quanto à responsabilidade socioambiental;
de responsabilidade socioambiental na administração XIII - colaborar para a melhoria da qualidade de
pública, fundamentada na política dos 5 Rs (Repensar, Vamos, pois, estudar o Anexo da Portaria nº 326, vida dos servidores;
Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e Recusar o consumo de de 2020, do MMA.
435 436
A Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Parágrafo único. Os méritos dos seis Eixos temáti- III - elabore Programa de gestão socioambiental; Rede A3P
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevê a pre- cos constituem um padrão a ser adotado em todas IV - elabore Plano de sensibilização dos servidores
venção e a redução na geração de resíduos, com a as iniciativas e publicações da A3P. para a implantação da A3P; e Art. 11 A Rede A3P é a plataforma na inter-
proposta de propiciar o aumento da reciclagem e a V - monitore e avalie periodicamente a implantação net criada e mantida pelo Ministério do Meio
reutilização de resíduos sólidos. Por “construção sustentável”, compreende-se o do Programa A3P no órgão. Ambiente, sob a coordenação do Programa A3P,
conjunto de medidas adotadas durante as etapas da § 1º A Comissão Gestora da A3P tem por objetivo com o objetivo de promover a troca de expe-
obra de uma edificação que buscam minimizar os coordenar a implantação e a realização de ativida- riências e informações sobre sustentabilida-
Dica des do Programa no órgão. de, entre pessoas físicas e jurídicas, dos setores
impactos negativos sobre o meio ambiente e, ao mes-
§ 2º O diagnóstico socioambiental deve identifi- público e privado.
Por resíduos sólidos, entende-se os resíduos que mo tempo, economizar recursos naturais e melhorar
car pontos críticos, como possíveis desperdícios Art. 12 A participação na Rede é franqueada às pes-
têm valor econômico e que podem ser recicla- a vida dos seus ocupantes. soas físicas integrantes de órgão público e do setor
em relação ao consumo de água e energia, uso do
dos ou reaproveitados. Uma obra sustentável é aquela que leva em consi- privado.
material de expediente e de produtos descartáveis,
deração a sustentabilidade desde o pré-projeto, pas- entre outros. Parágrafo único. A Rede irá divulgar eventos cuja
Um exemplo de gestão adequada dos resíduos gera- sando pela construção até a manutenção da edificação. § 3º O Programa de gestão socioambiental deve temática seja a sustentabilidade, as boas práticas
dos é o Projeto “Coleta Seletiva Solidária”, instituído Dentre as medidas englobadas em uma construção estabelecer objetivos e metas a serem alcançados. desenvolvidas neste campo, notícias e informes.
pelo Decreto Federal nº 5.940, de 2006, que determina sustentável, estão a adoção de um sistema de reapro- § 4º A mobilização e sensibilização dos servidores
a separação na fonte dos resíduos recicláveis que são veitameto e reuso de águas; um sistema de iluminação deve ser permanente e estar associada a cursos, O Programa A3P prevê um sítio na internet, sob
descartados pelos órgãos da administração pública eficiente; o uso de materiais que possuam certificação campanhas e outras ações, envolvendo todos os a denominação Rede A3P, com a finalidade de pro-
federal direta e indireta e os destina a associações e de uma cadeia limpa de produção; e o uso de energia que atuam no ambiente, incluindo os servidores de mover a troca de experiências e informações sobre
cooperativas de catadores de materiais recicláveis. solar, entre outras iniciativas. todas as escalas de atividade, dirigentes, equipes sustentabilidade. Esse intercâmbio de informações
técnicas, pessoal da copa e limpeza, brigadistas, é o mais amplo possível, pois envolve tanto pessoas
III - qualidade de vida no ambiente de trabalho: técnicos e vigilantes, entre outros. físicas quanto jurídicas, dos setores público e privado.
criar meios para que todas as pessoas que circulam Importante! Art. 9º O processo burocrático para formalizar o Ter-
no ambiente se sintam bem e, conforme cada caso, mo de Adesão requer o envio ao Ministério do Meio
Conforme dispõe o art. 2º, da Portaria nº 326, Certificado de Sustentabilidade e do Selo A3P
adotar procedimentos e instalar equipamentos que Ambiente de documentos do órgão e de seu represen-
contribuam para a melhor qualidade de vida; de 2020, a lista de eixos temáticos é meramente tante, como estabelecido pelo Programa A3P.
Art. 13 Quando da assinatura do Termo de
exemplificativa, podendo outros serem incluídos
Adesão, o Programa A3P concederá à instituição o
Parte do pressuposto de que os servidores são mais além dos seis que constam na norma. Os arts. 7º ao 9º cuidam do Termo de Adesão ao
Certificado de Sustentabilidade na Administração
produtivos quando mais satisfeitos e, com base nisso, A3P, que é o documento que formaliza a parceria com Pública.
visa a permanentemente proporcionar as condições o MMA. Como visto anteriormente, a adesão é volun- Parágrafo único. O Certificado terá prazo de vali-
ambientais, a promoção da saúde e da segurança e a DOS INSTRUMENTOS tária e a sua não realização não implica em qualquer dade igual ao do Termo de Adesão.
integração social no ambiente de trabalho da adminis- sanção ao órgão. Art. 14 Anualmente o Programa A3P atribuirá o
tração pública. O Capítulo V, que vai do art. 6º ao art. 28, do Ane- Uma vez firmado, o Termo tem vigência de 5 anos, Selo A3P, com validade para o período de 1º de
xo, cuida de enumerar os instrumentos da Agenda prorrogáveis, desde que haja pedido. janeiro a 31 de dezembro.
A3P: Parágrafo único. Fará jus ao Selo A3P a instituição
IV - sensibilização e capacitação dos servido-
Art. 6º São instrumentos da Agenda Ambiental na Parcerias Institucionais pública que:
res: criar e consolidar nos servidores a consciência
Administração Pública: I - possua o Termo de Adesão vigente;
cidadã quanto à responsabilidade socioambiental,
I - Termo de Adesão; II - preencha e encaminhe os dados do RESSOA
com a adoção de práticas que promovam a susten- Art. 10 O Programa A3P pode formar parcerias
II - Parcerias institucionais; até 31 de março do ano subsequente.
tabilidade e o respeito à vida; com instituições públicas e privadas com os
III - Rede A3P;
seguintes objetivos:
IV - Certificado de Sustentabilidade e Selo A3P;
O processo de sensibilização de servidores busca a I - realização de seminários, palestras, workshops e Os arts. 13 e 14 cuidam, respectivamente, do Certi-
V - Prêmio A3P - Melhores Práticas de Sustentabilidade;
construção de uma nova cultura de gerenciamento de outros eventos, de interesse do Programa A3P; ficado de Sustentabilidade na Administração Pública
VI - Fórum A3P;
recursos públicos baseada na sustentabilidade; por sua II - realização de cursos, capacitação e sensibiliza- e do Selo A3P. Ambos nada mais são do que formas
VII -Publicações ou outros meios de divulgação; e
vez, o processo de capacitação visa à democratização ção em A3P ou de questão associada a um dos seus de reconhecer o empenho das entidades públicas na
VIII - Sistema de Responsabilidade Socioambiental
do acesso às informações relativas à gestão socioam- Eixos Temáticos; implementação do Programa A3P. Note as diferenças
- RESSOA.
III - promoção, mobilização e difusão do Programa quanto aos requisitos e ao prazo de validade:
biental no âmbito da administração pública, permitin-
A3P;
do, com isso, que os servidores possam desempenhar Termo de Adesão IV - produção de livros, livretos, cartilhas, boletins,
suas atividades de forma mais sustentável. jornais, manuais, adesivos, folders e cartazes, em CERTIFICADO DE
SELO A3P
Art. 7º Termo de Adesão é o documento que for- meio impresso ou digital; SUSTENTABILIDADE
V - contratações públicas sustentáveis: adqui- maliza a parceria estabelecida entre o Ministé- V - produção e manutenção de sites e mídias em
rir e contratar com critérios de sustentabilidade, e rio do Meio Ambiente e o órgão público e será Requisitos: possuir
redes sociais; e
considerar a relação custo/benefício no médio assinado por representante do Ministério do Requisito: assinatura do Termo vigente; e
VI - obtenção de recursos visando à promoção de
e longo prazos, e não somente o critério de Meio Ambiente e do órgão que firma a parceria. atividades relacionadas à A3P. Termo de Adesão preencher e encaminhar
menor preço; e § 1º O Termo de Adesão seguirá modelo disponibi- Parágrafo único. Serão considerados parceiros da dados do RESSOA
lizado pelo Programa A3P incluindo, necessaria- A3P os órgãos públicos que formalizaram com o
Veja que a compra sustentável se baseia não mente, um Plano de Trabalho que institui ações Validade: igual à do Validade: de 1º de
Ministério do Meio Ambiente o Termo de Adesão
somente no menor preço, mas em outros critérios e prazos para sua implementação. Termo janeiro a 31 de dezembro
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ao Programa A3P ou outro tipo de instrumento de


relacionados ao custo/benefício, tais como custos § 2º O Termo de Adesão terá prazo de vigência de parceria.
de utilização, manutenção e descarte, eficiência e 5 (cinco) anos.
O RESSOA, mencionado no art. 14, é o Sistema de
menor impacto socioambiental, entre outros. § 3º Expirada a vigência do Termo de Adesão cabe
O art. 10 trata das parcerias, que podem ser feitas Responsabilidade Socioambiental, previsto no art. 27
ao órgão interessado dar entrada no pedido de
tanto com instituições públicas quanto com institui- e que se será estudado mais adiante.
renovação.
VI - construções sustentáveis: construir e/ou ções privadas. O artigo cuida, ainda, de estabelecer os
Art. 8º Após a formalização do Termo de Adesão, é
reformar considerando critérios que atendam o objetivos para os quais essas parcerias são feitas. Veja Prêmio A3P de Melhores Práticas de
necessário que o órgão ou entidade adote os seguin-
conforto térmico e acústico, fazendo uso da luz que não se trata de firmar Termo de Adesão, mas sim Sustentabilidade
tes procedimentos, conforme cronograma previsto
solar, energia dos ventos e água da chuva, utilizar de parceria de outra espécie, com os fins específicos
no Plano de Trabalho:
materiais e equipamentos que impliquem em maior previstos no art. 10, resumidamente, no sentido de
I - crie Comissão Gestora da A3P, com o objetivo de Art. 15 O Prêmio A3P de Melhores Práticas de Sus-
economia de energia, entre outros, e produzam promover o Programa A3P.
implantar o Programa A3P no órgão; tentabilidade tem como finalidades:
pouco ou nenhum impacto ambiental; garantir a
II - realize diagnóstico socioambiental do órgão, I - reconhecer o mérito das iniciativas das instituições
acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência
para definição das ações a serem adotadas; do setor público na promoção e na prática da A3P;
ou com mobilidade reduzida. 437 438
II - estimular a implementação de iniciativas sustentá- Art. 24 O Fórum tem os seguintes objetivos específicos: Parágrafo único. O sistema RESSOA irá assegurar A Agenda Nacional apresenta seis eixos de ação
veis e inovadoras de gestão socioambiental que contri- I - dar visibilidade às ações socioambientais imple- ao usuário o livre acesso aos seus dados, em qual- estabelecidos pelo governo federal com base em uma
buam para a melhoria da qualidade de vida do servidor, mentadas pelas instituições públicas; quer tempo, permitindo fazer as alterações que série de diagnósticos e que constituem ações concre-
do ambiente organizacional e do meio ambiente; II - estimular a implementação de iniciativas inovado- considere necessárias. tas no sentido de melhorar a qualidade de vida nos
III - compartilhar informações que sirvam de inspi- ras de gestão ambiental que contribuam para a melho- centros urbanos.
ração ou referência para iniciativas de outras ins- ria do ambiente organizacional e do meio ambiente; O RESSOA consiste em um sistema virtual, admi- Os seis eixos prioritários da Agenda Ambiental
tituições; e III - encorajar os esforços das instituições públicas nistrado, mantido e atualizado pelo MMA, que tem Urbana são:
IV - encorajar e recompensar as instituições que pos- que possuem compromisso com a implementação a finalidade de realizar o monitoramento de gestão
suem compromisso com a implementação da A3P. de ações e projetos de sustentabilidade; socioambiental. É um sistema online que permite ao
Parágrafo único. A Premiação da A3P será rea- IV - sensibilizar os gestores públicos para as ques- Combate ao Lixo no Mar
órgão acompanhar as metas e consolidar informações
lizada a cada dois anos, sempre em anos pares, tões socioambientais, estimulando-os a incorporar
previstas no Termo de Adesão.
podendo a coordenação do Programa A3P adaptar princípios e critérios de gestão socioambiental;
Vale notar que, visando à economia e sustentabili- Resíduos Sólidos
o calendário por motivo de força maior. V - promover a inserção da responsabilidade
Art. 16 O Prêmio A3P será estabelecido por catego- socioambiental no setor público; e
dade, não se utilizam meios físicos, como a impressão
rias associadas aos eixos temáticos da Agenda A3P, VI - promover o debate e a troca de experiências de relatórios.
Áreas Verdes Urbanas
definidas em Regulamento próprio. entre as instituições públicas.
Art. 17 Somente podem concorrer ao Prêmio A3P, Art. 25 O Fórum da A3P será realizado a cada dois, DISSEMINAÇÃO E CAPACITAÇÃO EM A3P Eixos Prioritários da
órgãos, entidades e instituições públicas que pos- concomitante ao Prêmio A3P. Agenda
Gestão de Áreas
suam, vigente, o Termo de Adesão. Art. 29 Para divulgar, capacitar e promover a Contaminadas
Parágrafo único. Uma das categorias será reserva- O Fórum A3P, realizado a cada dois anos, busca implementação da A3P serão usados os seguintes
da aos órgãos públicos que ainda não têm o Termo promover o debate e a troca de experiências entre meios:
Qualidade do Ar
de Adesão ao Programa, desde que estejam cadas- órgãos de todas as esferas sobre políticas públicas de I - produção de material de divulgação;
trados na Rede A3P. II - divulgação nas mídias disponíveis, incluindo as
gestão ambiental no âmbito da administração pública.
Art. 18 A coordenação do Programa A3P divulga- redes sociais; Qualidade das Águas e
rá, da forma mais ampla possível, o período de ins- III - divulgação na Rede A3P; Saneamento
Publicações e Outros Meios de Divulgação IV - mobilização de municípios, estados e institui-
crição para o Prêmio.
Art. 19 A cada edição, a A3P produzirá o Regula- ções para conhecimento e formalização de parce- Vamos analisar cada um dos eixos prioritários da
mento do Prêmio e lhe dará a máxima visibilidade. Art. 26 O Programa A3P produzirá, com recursos rias com o Programa; e
próprios ou de parceiros, folders, folhetos, car- Agenda Ambiental Urbana.
Art. 20 Para julgar as iniciativas concorrentes ao V - promoção ou participação em cursos, capacita-
Prêmio, a coordenação do Programa A3P institui- tilhas, manuais, livros, boletins, artigos, adesivos, ções, palestras, treinamentos, seminários, debates e
material didático para cursos presenciais e à distân- COMBATE AO LIXO NO MAR
rá Comissão Julgadora, formada por especialistas, demais eventos que promovam a sustentabilidade.
técnicos ou estudiosos, com total autonomia para cia, informações para a Internet e para a Rede A3P, Art. 30 O Programa A3P poderá oferecer supor-
selecionar e indicar os premiados. na forma de impresso ou digitalizado, ou por outros te técnico ao órgão que formalizar sua adesão ao A Declaração de Manila (2012), adotada por 65 paí-
Art. 21 À Comissão Julgadora cabe: meios de divulgação que se façam necessários. Programa, na forma de consultoria, via internet, ses, dentre eles o Brasil, dispõe que:
I - avaliar e julgar as iniciativas inscritas; e § 1º O Programa A3P constituirá uma biblioteca por telefone ou presencial, por curso de capacita-
II - selecionar as finalistas. básica que servirá de referência bibliográfica, com ção, palestra e distribuição de material didático. [...] o lixo no mar é um problema, que é global em
Art. 22 A Comissão Julgadora deve avaliar as ini- foco nos Eixos Temáticos, disponibilizada para o Art. 31 O Programa A3P promoverá cursos, escala e subestimado no impacto e que ameaça
ciativas concorrentes ao Prêmio de acordo com os público interno e externo ao Ministério do Meio treinamentos e capacitações, presenciais ou à dis- diretamente habitats e espécies costeiras e mari-
seguintes critérios: Ambiente. tância, para orientar e qualificar a realização do nhas, crescimento econômico, saúde e segurança
I - impactos ambientais da iniciativa: os benefícios § 2º O Programa A3P produzirá apostilas de cará- diagnóstico socioambiental do órgão, a definição humana e valores sociais e que uma porção signi-
ambientais gerados com a implantação da iniciati- ter didático para serem utilizadas nos cursos de das ações prioritárias, a elaboração do programa ficativa de lixo no mar é originária de atividades
va, em termos qualitativos e quantitativos; capacitação. de gestão socioambiental, a elaboração do plano terrestres; que o movimento de lixo e detritos, agra-
II - caráter social: benefícios sociais gerados, direta § 3º Todo material de divulgação produzido pela de sensibilização, o monitoramento e avaliação da vados por tempestades, tem impactos significativos
ou indiretamente, para a instituição e para a socie- A3P, estará, obrigatoriamente, disponível no por- implantação do Programa A3P, a difusão do conhe- sobre o ambiente marinho, assim como as ativi-
tal da A3P (a3p.mma.gov.br), sendo de livre acesso cimento relativo aos eixos temáticos da A3P. dades baseadas em navios. (ORGANIZAÇÃO DAS
dade, com a implantação da iniciativa;
à sociedade. Parágrafo único. A Coordenação do Programa A3P NAÇÕES UNIDAS, 2012).1
III - caráter econômico: benefícios econômicos
gerados para a instituição e para a sociedade; § 4º É livre a cópia e impressão das publicações da capacitará preferencialmente gestores de órgãos
IV - inovação: iniciativas inovadoras que promo- A3P, desde que citada a fonte. públicos e servidores públicos. Por “lixo no mar”, entende-se qualquer resíduo
vam a modernização da gestão e gerem benefícios sólido de origem antrópica (resultante da ação do
para a instituição e para a sociedade, signifiquem O art. 26 cuida das publicações e de outros meios Os arts. 29 ao 31 trazem disposições sobre divulga- homem) que, não importando sua origem (seja de ati-
redução dos impactos ambientais negativos, de divulgação do Programa A3P. Tais materiais serão ção, capacitação e promoção do Programa A3P. vidades realizadas em terra, como a gestão inadequa-
ganhos econômicos e/ou sociais; produzidos com recursos do próprio Programa ou de Veja que a capacitação, de variadas formas, será da de resíduos sólidos da indústria ou turismo, por
V - relevância: benefícios gerados em termos de entidades parceiras e ficarão obrigatoriamente dispo- feita preferencialmente com os gestores de órgãos exemplo, ou de atividades realizadas no mar, como
saúde, proteção do meio ambiente, economia dos níveis no Portal A3P, na internet. públicos e servidores. Ela é realizada desde a fase de pesca, transporte e plataformas marítimas), é intro-
recursos públicos; formalização da adesão ao Programa (art. 30) e segue duzido no ambiente marinho.
VI - institucionalização: inserção da iniciativa à Sistema de Responsabilidade Socioambiental O Brasil possui 8.500 km de costa e 274 municípios
durante a continuidade do Termo (art. 31).
cultura institucional; e — RESSOA que estão de frente para o mar, que são responsáveis
VII - integração: incorporação servidores, envolve por gerar toneladas de materiais, tais como plásticos,
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

outras áreas da instituição com a implantação da Art. 27 O RESSOA, Sistema de Responsabilidade borrachas, metais, vidros, têxteis e papéis, que acabam
iniciativa. Socioambiental, é um sistema de monitoramen- nos oceanos, causando grande impacto ambiental.
to online disponibilizado pelo Ministério do Meio AGENDA AMBIENTAL URBANA Visando a alterar tal cenário, foi adotado, por meio
O Prêmio de Sustentabilidade A3P, promovido pelo Ambiente para os órgãos que fizerem a adesão ao da Portaria do MMA nº 209, de 2019, o Plano Nacio-
MMA, tem a finalidade de reconhecer o mérito das ins- Programa A3P. A Agenda Nacional de Qualidade Ambiental nal de Combate ao Lixo no Mar (PNCLM), que tem os
tituições federais, estaduais e municipais na promo- § 1º O acesso e uso do RESSOA é exclusivo para Urbana consiste em uma atividade estratégica do seguintes objetivos:
ção de ações sustentáveis na administração pública. quem tem o Termo de Adesão à A3P. Ministério do Meio Ambiente (MMA) voltada para a
§ 2º É vetado o envio de relatórios de monitora- população residente nas cidades e tem o objetivo de z Reduzir a quantidade e os impactos do lixo no mar,
Fórum A3P mento impressos para a A3P. melhorar a qualidade ambiental no ambiente urbano,
originado de fontes terrestres;
Art. 28 O Ministério do Meio Ambiente é respon- que concentra cerca de 85% da população do Brasil.
Art. 23 O Fórum da A3P é evento destinado a pro- sável pela administração, manutenção e atua-
mover o debate sobre temas que tratem da gestão lização do sistema RESSOA.
socioambiental na Administração Pública. 1  Disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/centrais-de-conteudo/plano-nacional-de-combate-ao-lixo-no-mar-pdf#:~:text=A%20
439 440 Declaração%20de%20Manila%20(2012,no%20mar%20é%20originária%20de>. Acesso em: 06 dez. 2021.
z Reduzir a quantidade e os impactos de resíduos O eixo 2, que cuida da gestão de resíduos sólidos, O Programa Nacional Lixão Zero está estruturado z Estabelecer diretrizes, indicadores, categorias e
de fontes marítimas, incluindo resíduos sólidos, por sua vez, está ligado à implementação da Política em quatro partes: tipologias para o planejamento, implantação e
cargas perdidas, artefatos de pesca abandona- Nacional de Resíduos Sólidos, visando à diminuição monitoramento de áreas verdes urbanas;
dos, perdidos ou descartados, e embarcações do lixo que chega ao mar. Um exemplo da implemen- z Melhorar a qualidade de vida nas cidades, valori-
abandonadas; tação deste segundo eixo é o fortalecimento da coleta Diagnóstico zando a prestação de serviços ecossistêmicos des-
z Diminuir a quantidade e os impactos de resíduos seletiva por cooperativas de catadores e o fortaleci- sas áreas.
sólidos acumulados na costa e em águas costeiras mento do sistema de logística reversa, isto é, o retorno
e oceânicas; do produto pós-consumo para a indústria. Situação GESTÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
z Impulsionar pesquisas, desenvolvimento de tecno- Já o terceiro eixo, referente à pesquisa e inovação, Plano de ação LIXÃO ZERO
desejada
logias e metodologias para combater o lixo no mar; objetiva a realização de um amplo diagnóstico sobre De acordo com a Lei nº 12.305, de 2010, que ins-
z Realizar atividades de educação ambiental, enga- o problema do lixo no mar, capaz de gerar dados e tituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, áreas
jamento da sociedade e comunicação sobre os informações para o combate dessa questão. Inclui, Indicadores contaminadas são locais ou regiões com concentração
impactos do lixo no mar, e sobre a necessidade da ainda, o fomento ao desenvolvimento de novas tecno- de qualidade de substâncias químicas ou resíduos, introduzidos
melhor gestão de resíduos sólidos. logias de combate ao lixo no mar. ambiental
pelo homem, de forma acidental ou natural, e que
O eixo 4, que cuida de instrumentos de incentivo causem ou possam causar danos à saúde humana, ao
Os cinco objetivos propostos buscam, resumida- e pactos setoriais, visa à articulação com o setor pri- A primeira parte do Programa Lixão Zero consiste meio ambiente ou a outros bens protegidos.
mente, diminuir ao máximo os impactos do lixo no vado e com outos setores da sociedade no sentido de no diagnóstico do problema do lixo no Brasil, isto é, no É importante notar que a contaminação de áreas
mar nos ecossistemas marinhos e costeiros, assim reduzir o lixo que chega ao mar e, também, incentivar levantamento e na consolidação de informações rela- no Brasil dá-se basicamente por três grupos de
como melhorar a qualidade de vida do cidadão iniciativas que visem à reutilização e reciclagem de tivas à gestão dos resíduos sólidos no país. substâncias:
brasileiro. resíduos sólidos. A segunda parte, por sua vez, compreende a situa-
O Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar está O eixo 5, que se refere à normatização e diretrizes, ção desejada no que diz respeito à gestão dos resíduos z Poluentes Orgânicos Persistente (POPs): subs-
intimamente ligado ao Plano Nacional de Resíduos prevê a revisão e elaboração de normas sobre o lixo sólidos urbanos (ou seja, qual seria a situação ideal). tâncias que permanecem no ambiente por longo
Sólidos (PNRS), instituído pela Lei nº 12.305, de 2010, no mar que possam contribuir para a diminuição da Já a terceira parte do Programa apresenta um con- período de tempo, bioacumulando-se nos organis-
que, por sua vez, integra a Política Nacional do Meio quantidade de resíduos e de seus impactos. junto de indicadores de qualidade ambiental que pos- mos vivos. Os POPs têm alta estabilidade e baixa
Ambiente (PNMA) e articula-se com a Política Nacio- Por fim, o eixo 6, que dispõe sobre educação e suem a finalidade de ajudar no monitoramento dos capacidade de degradação química, física ou bio-
nal de Educação Ambiental (PNEA), estabelecida pela comunicação, prevê a conscientização da população avanços da implementação da Política Nacional de lógica. São exemplos de POPs as bifenilas poli-
Lei nº 9.795, de 1999. e do poder público sobre a questão do lixo no mar, Resíduos Sólidos. cloradas (PCBs), o hexaclorociclohexano (HCH) e
De acordo com o PNRS, para que se alcancem medi- realizada por meio da educação ambiental e de um Por fim, a última parte do Programa Lixão Zero diclorodifeniltricloroetano (DDT);
das efetivas em relação ao lixo no mar, é importante trabalho de comunicação. Com tal conscientização, abrange o plano de ação no qual constam as medidas z Mercúrio: substância de grande nocividade à saú-
que se estimule a iniciativa de municípios e estados, espera-se uma mudança nos padrões de consumo e de prioritárias para o enfrentamento da problemática de humana, com alto potencial de gerar danos
além da parceria com o setor privado e do engajamen- produção no Brasil, reduzindo-se, com isso, o volume dos resíduos sólidos urbanos no Brasil. neurológicos;
to da sociedade. de resíduos que se acumula no mar. z Outros contaminantes químicos, tais como com-
O combate ao lixo no mar é, portanto, nos termos ÁREAS VERDES URBANAS bustíveis, petróleo, benzeno etc.
do PNCLM, uma articulação entre diversos atores: RESÍDUOS SÓLIDOS
Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Desen- A Lei nº 12.651, de 2012 (Código Florestal), traz, Nos termos do art. 23, da Constituição Federal, é
volvimento Regional, estados, municípios, iniciati- Os resíduos sólidos urbanos (RSU) são um dos no inciso XX, do art. 3º, a definição de áreas verdes competência comum da União, dos Estados e Municí-
va privada, instituições acadêmicas e de pesquisa e grandes problemas ambientais das cidades brasilei- urbanas: pios o combate à poluição em todas as suas formas. As
sociedade. ras e, por isso, consistem no segundo eixo da Agenda competências das três esferas de governo encontram-
O Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar está Nacional de Qualidade Ambiental Urbana do MMA. Art. 3º [...] -se pormenorizadas na Lei Complementar nº 140, de
organizado em seis eixos estruturantes que resumem A quantidade de RSU gerada diariamente é enor- XX - área verde urbana: espaços, públicos ou pri- 2011.
os objetivos do Plano: me e somente uma pequena parcela desse montante vados, com predomínio de vegetação, preferencial- A Resolução CONAMA nº 420, de 2009, por sua
recebe destino ambiental adequado. A maior parte mente nativa, natural ou recuperada, previstos no vez, disciplina que a gestão de áreas contaminadas é
dos RSU, no Brasil, acaba em lixões. Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e descentralizada e ligada às diferentes atribuições de
Uso do Solo do Município, indisponíveis para cons- cada esfera de governo. Nesse sentido, existem órgãos
Resposta trução de moradias, destinados aos propósitos de
imediata Dica recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental
ambientais competentes para identificar e gerir as
áreas contaminadas nas esferas municipal, estadual
Os lixões são os locais onde se despejam de urbana, proteção dos recursos hídricos, manuten-
e federal.
Gestão de forma indiscriminada os resíduos no solo. São ção ou melhoria paisagística, proteção de bens e
Educação e manifestações culturais.
Dentro de tal contexto, e objetivando a melhoria
resíduos
comunicação locais marcados por não existirem ou serem da qualidade de vida da população brasileira que vive
solídos
poucas as medidas de controle e de proteção ao nas cidades, o Ministério do Meio Ambiente lançou,
A falta ou a degradação de áreas verdes urbanas
meio ambiente. no âmbito da Agenda Nacional de Qualidade Ambien-
representa um grande desafio para os municípios bra-
PNCLM tal Urbana, o Programa Nacional de Recuperação de
sileiros. A maioria das cidades do país apresenta um
Dentro de tal contexto, a Política Nacional de Resí- Áreas Contaminadas, integrado ao Programa Nacio-
cenário de degradação dessas áreas, o que gera uma
duos Sólidos (PNRS) estabeleceu como meta o fim dos nal Lixão Zero.
série de consequências negativas sobre a qualidade
Pesquisa lixões em todos os municípios brasileiros até 2014. No O objetivo geral do Programa é a melhoria da ges-
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Normatização e inovação de vida da população.


entanto, fechar um lixão requer uma série de medidas, tão das áreas contaminadas no país.
e diretrizes tecnológica Visando a aumentar a quantidade e a qualidade de
tais como adequado planejamento, capacidade insti- O Programa Nacional de Recuperação de Áreas
áreas verdes urbanas no país, o Ministério do Meio
Incentivos tucional e administrativa, recursos financeiros, além Contaminadas baseia-se em três eixos: pessoas, pro-
Ambiente criou o Programa Cidades+Verdes, com a
e pactos de apoio da sociedade e vontade do poder público. cessos e tecnologias.
finalidade de expandir a quantidade e qualidade das
setoriais Buscando resolver o problema dos lixões, o Minis- O eixo pessoas visa ao aumento da capacitação dos
áreas verdes urbanas no país.
tério do Meio Ambiente lançou o Programa Nacional orgãos ambientais sobre o tema “áreas contamina-
Especificamente, o Programa tem como objetivos:
Lixão Zero, com o objetivo de eliminar os lixões exis- das”. O eixo processos, por sua vez, refere-se às ações
tentes nos municípios brasileiros, fortalecendo a ges- necessárias, dentre as quais a atualização das normas
O eixo 1, que estabelece a resposta imediata, signi- z Criar, ampliar, recuperar e integrar áreas verdes
tão integrada dos resíduos sólidos urbanos, a coleta sobre áreas contaminadas. Por fim, o eixo tecnologia
fica que o PNCLM foca na execução imediata de ações urbanas;
seletiva, a logística reversa, a recuperação energética refere-se aos métodos de remediação e recuperação
para reduzir a quantidade de resíduos que chegam ao z Aprimorar a gestão ambiental urbana por meio
e a disposição adequada dos rejeitos de acordo com as combinados com o desenvolvimento de soluções
mar, tais como a realização de mutirões de limpeza de de ferramentas de mapeamento e monitoramento
normas ambientais. tecnológicas.
praias e ações de limpeza em áreas marinhas. das áreas verdes urbanas;
441 442
QUALIDADE DO AR ( ) CERTO  ( ) ERRADO de disciplina específica de EA apenas nos cursos de 13. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Considerando a Política
pós-graduação, de extensão e nas áreas voltadas ao Nacional de Educação Ambiental (PNEA), julgue o pró-
O monitoramento do ar é essencial no sentido de 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de educação aspecto metodológico da educação ambiental. ximo item.
prevenir doenças respiratórias, combater chuvas áci- ambiental, julgue o item subsecutivo. A educação ambiental formal é um componente da
das, entre outros problemas. Uma das diretrizes do CONAMA a respeito de campa- ( ) CERTO  ( ) ERRADO educação nacional e deve estar presente no currículo
Visando ao cuidado com a qualidade do ar nas nhas, projetos e ações de educação ambiental defen- do ensino médio das escolas públicas, sendo faculta-
cidades, o Ministério do Meio Ambiente implementou de uma abordagem que contextualize as questões 8. (CESPE-CEBRASPE – 2017) A respeito da educação tiva às escolas privadas.
a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do socioambientais em suas dimensões histórica, eco- ambiental (EA) proposta na Lei Nacional de Política
Ar, com a instalação de estações de alta tecnologia nos nômica, cultural, política e ecológica e nas diferentes Ambiental (Lei n.º 9.795/1999), julgue o item seguinte. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
17 estados que ainda não possuiam tal estrutura. escalas individual e coletiva. A transversalidade da EA como uma prática educativa
A Rede Nacional de Monitoramento encontra-se foi proposta originalmente pela Lei Nacional de Políti- 14.
(CESPE-CEBRASPE – 2013) Acerca de educação
prevista na Resolução Conama nº 5, de 1989, que dis- ( ) CERTO  ( ) ERRADO ca Ambiental. ambiental, Política Nacional do Meio Ambiente, pro-
põe sobre Programa Nacional de Controle da Poluição tocolo de Quioto e convenção de Estocolmo, julgue o
do Ar (Pronar). 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) João possui uma empre- ( ) CERTO  ( ) ERRADO seguinte item.
sa que revende telefones celulares. Para dar destina- O órgão gestor possui, entre outras competências, a
QUALIDADE DAS ÁGUAS E SANEAMENTO ção às baterias descartadas dos telefones celulares, 9. (CESPE-CEBRASPE – 2017) A respeito da educação de avaliar e intermediar programas e projetos na área
de modo a evitar possíveis danos ao meio ambiente, ambiental (EA) proposta na Lei Nacional de Política de educação ambiental, incluindo a supervisão da
O último eixo da Agenda Nacional de Qualidade a empresa de João aderiu voluntariamente ao plano Ambiental (Lei n.º 9.795/1999), julgue o item seguinte. recepção e do emprego de recursos públicos e priva-
Ambiental Urbana, incluído em 2019, é o que diz res- de gerenciamento de resíduos sólidos da fabricante A Lei Nacional de Política Ambiental estabelece que dos aplicados em atividades dessa área.
peito ao saneamento e à qualidade das águas. que representa, a qual é uma companhia multinacio- a EA deve ser desenvolvida como disciplina específi-
Cuidar do saneamento básico, no Brasil, onde mais nal. Além disso, realiza a coleta seletiva dos resíduos ca integrada na matriz curricular em todos os níveis e ( ) CERTO  ( ) ERRADO
de 100 milhões de habitantes não têm acesso à rede sólidos e mantém, aos sábados, serviço voluntário de modalidades da educação básica.
coletora de esgotos, significa despoluir rios, proteger a educação ambiental em escolas particulares. 15. (CESPE-CEBRASPE – 2013) A respeito da Política
biodiversidade e reduzir a mortalidade infantil, entre A respeito dessa situação hipotética e dos aspectos ( ) CERTO  ( ) ERRADO Nacional de Resíduos Sólidos, de educação ambiental
outros benefícios. legais a ela relacionados, julgue o item subsequente. e da gestão, proteção e controle da qualidade ambien-
O destaque neste eixo é a Lei nº 14.026, de 2020, A empresa de João não pode desenvolver atividades 10. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Foi concedido a uma tal, julgue o item seguinte.
que atualizou o marco legal do saneamento básico, de educação ambiental, uma vez que essa atividade é empresa privada o direito de explorar energia hidráuli- A educação ambiental não deve ser implantada como
modificando significativamente a Lei nº 11.445, de monopólio estatal. ca em determinada área no estado do Pará. A empresa disciplina específica nos currículos escolares, mas a
2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o apresentou o devido estudo de impacto ambiental para dimensão ambiental deve constar dos currículos de
saneamento básico, além de alterar outras normas. ( ) CERTO  ( ) ERRADO obter a licença prévia do empreendimento. A área de formação de professores, em todos os níveis e em
O novo marco legal tem como objetivos principais utilização, discriminada no projeto, inclui propriedades todas as disciplinas.
a melhoria da qualidade da prestação dos serviços 4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Além da conservação privadas, terras indígenas devidamente demarcadas e
públicos de saneamento básico e a proposta de garan- de coleções vivas, o SRBM exerce ainda um importan- áreas habitadas por remanescentes de comunidades ( ) CERTO  ( ) ERRADO
tir, até 31 de dezembro de 2023, o atendimento de 99% te papel social ao oferecer à comunidade atividades quilombolas que já obtiveram a certificação de seus
da população com água potável e de 90% com coleta e educativas voltadas à conservação do meio ambiente direitos emitida pela Fundação Cultural Palmares, mas 16. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Tendo em vista as dis-
tratamento de esgotos (a chamada “universalização” e do patrimônio cultural. Com relação à importância ainda não obtiveram resposta quanto ao pedido de posições constitucionais e legais acerca de meio
do serviço). da educação ambiental e patrimonial e aos diferentes titularidade coletiva da terra feito ao INCRA. ambiente e política de sustentabilidade, julgue o item
aspectos relacionados a essa temática, julgue o item. Considerando a situação hipotética acima, julgue o subsequente.
REFERÊNCIAS Na educação ambiental, o indivíduo e a coletividade item a seguir a respeito dos direitos envolvidos e das A Agenda Ambiental da Administração Pública esti-
constroem valores sociais, conhecimentos, habilida- normas aplicáveis a essa situação. mula a promoção de ações pessoais que envolvam a
MINISTÉRIO do Meio Ambiente; SECRETARIA des, atitudes e competências voltadas para a conser- A empresa exploradora do potencial de energia hidráu- identificação e a melhoria do local de trabalho do ser-
de Qualidade Ambiental; DEPARTAMENTO de vação do meio ambiente. lica deverá participar no desenvolvimento de progra- vidor, mas veda a adoção de práticas e atitudes que
Gestão Ambiental Territorial. Agenda Nacional mas de educação ambiental para populações que imprimam características pessoais na decoração do
de Qualidade Ambiental Urbana: Plano de ( ) CERTO  ( ) ERRADO habitam a região. ambiente profissional.
Combate ao Lixo no Mar. Brasília: MMA, 2019.
Disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/ 5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à edu- ( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO
centrais-de-conteudo/plano-nacional-de-combate- cação ambiental, julgue o item subsequente.
ao-lixo-no-mar-pdf#:~:text=A%20Declaração%20 A educação ambiental, ao assumir função transfor- 11. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Considerando a Política 17. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito da Política
de%20Manila%20(2012,no%20mar%20é%20 madora na sociedade, responsabiliza o sistema social Nacional de Educação Ambiental (PNEA), julgue o pró- Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC); da Polí-
originária%20de>. Acesso em: 06 dez. 2021. pela modificação ambiental no mundo atual, porém, ao ximo item. tica Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei
GOVERNO FEDERAL. Ministério do Meio Ambiente. mesmo tempo, exclui os indivíduos nesse processo. A educação ambiental não formal consiste em ações n.º 12.305/2010; e da Agenda Ambiental da Adminis-
Agenda Ambiental Urbana, 2021. Disponível em: e práticas educativas promovidas por indivíduos e(ou) tração Pública (A3P), julgue o seguinte item.
<https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/agend ( ) CERTO  ( ) ERRADO instituições privadas preocupadas com a defesa da A A3P é um programa que congrega princípios de sus-
aambientalurbana>. Acesso em: 06 dez. 2021. qualidade do meio ambiente. tentabilidade e tem natureza cogente, pois obriga os
6. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à edu- órgãos e entidades públicas a promover o uso racional
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

cação ambiental, julgue o item subsequente. ( ) CERTO  ( ) ERRADO dos recursos naturais e a gestão adequada dos resí-
A educação ambiental é um componente essencial e duos gerados e a adotar outras práticas de mitigação
HORA DE PRATICAR! permanente da educação nacional e deve estar pre- 12. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Considerando a Política dos impactos antrópicos sobre o meio ambiente.
sente e articulada em todos os níveis e modalidades Nacional de Educação Ambiental (PNEA), julgue o pró-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de educação do processo educativo formal e não formal. ximo item. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ambiental, julgue o item subsecutivo. A PNEA deve ser executada exclusivamente pelos
A Política Nacional de Educação Ambiental deve ser ( ) CERTO  ( ) ERRADO órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional 18.
(CESPE-CEBRASPE – 2015) Acerca da Agenda
executada pelos órgãos e entidades integrantes do de Meio Ambiente (SISNAMA). Ambiental na Administração Pública (A3P) e do Plano
Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), 7. (CESPE-CEBRASPE – 2017) A respeito da educação de Logística Sustentável no âmbito do Poder Judiciá-
sendo necessária sua articulação com entidades ambiental (EA) proposta na Lei Nacional de Política ( ) CERTO  ( ) ERRADO rio (PLS-PJ), julgue o item que se segue.
não governamentais, entidades de classe e meios de Ambiental (Lei n.º 9.795/1999), julgue o item seguinte. A A3P preconiza a adoção da política dos três erres
comunicação. Quanto ao processo de formação de professores, a (reduzir, reutilizar e reciclar) e o foco na reciclagem
Lei Nacional de Política Ambiental faculta a inserção 443 444 dos materiais consumidos nos mais diversos órgãos e
instituições da administração pública. Nessa política,
o primeiro erre (reduzir) refere-se à máxima redução
ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES
possível do resíduo produzido, de modo a facilitar seu
manuseio pelos coletores e o seu transporte para usi-
nas de reciclagem.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

19.
(CESPE-CEBRASPE – 2015) Acerca da Agenda
Ambiental na Administração Pública (A3P) e do Plano
de Logística Sustentável no âmbito do Poder Judiciá-
rio (PLS-PJ), julgue o item que se segue.
A agenda em questão constitui uma ação voluntária
que visa promover a responsabilidade socioambiental
como política governamental, contribuindo para a inte-
gração da agenda do crescimento econômico à agen-
da do desenvolvimento sustentável.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

20. (CESPE-CEBRASPE – 2013) Com relação à respon-


sabilidade socioambiental e à Agenda Ambiental na
Administração Pública (A3P), julgue o item que se
segue. O governo brasileiro desenvolveu a A3P para
ser implementada apenas na administração pública.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

9 GABARITO

1 CERTO

2 CERTO

3 ERRADO

4 CERTO

5 ERRADO

6 CERTO

7 CERTO

8 ERRADO

9 ERRADO

10 CERTO

11 ERRADO

12 ERRADO

13 ERRADO

14 CERTO

15 CERTO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

16 ERRADO

17 ERRADO

18 ERRADO

19 CERTO

20 ERRADO

445 446

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