Treinamento Aerobio
Treinamento Aerobio
Treinamento Aerobio
TREINAMENTO AERÓBIO
Aquecimento
O aquecimento é definido como um grupo de exercícios realizados imediatamente
antes de uma atividade que proporcionam ao corpo um período de adaptação do descanso ao
exercício. O aquecimento pode assumir duas formas:
1. Passivo. Utilização de um agente de aquecimento para aumentara temperatura corporal
(p. ex., banhos quentes, luz infravermelha, ultrassom ou sauna).
2. Ativo. Composto de movimentos corporais para aumentar a frequência cardíaca e a
temperatura corporal de maneira moderada; pode incluir exercícios calistênicos leves,
jogging, ciclismo estacionário ou exercícios que simulem um desempenho real.
A extensão do aquecimento depende das necessidades individuais, das roupas, da
temperatura ambiente e da intensidade do exercício que será realizado, mas, em geral, ele
deve ser intenso o bastante para aumentar a temperatura do corpo e causar algum suor. No
entanto, o aquecimento não deve ser intenso a ponto de causar fadiga ou reduzir as reservas de
glicogênio muscular. De modo geral, deve levar de 5 a 15 minutos, dependendo do esporte e
das condições ambientais.
Não há ainda um consenso a respeito da inclusão de exercícios de flexibilidade (i. e.,
exercícios que são utilizados para aumentar a amplitude de movimento articular) em uma
rotina de aquecimento. Alguns especialistas em condicionamento preconizam o uso de
exercícios de flexibilidade de baixa intensidade ou tensão muscular antes de atividades leves
de aquecimento aeróbio, ao passo que outros recomendam que esses exercícios sejam
realizados somente após a temperatura do corpo ter sido elevada. Por exemplo, o livro
Science of Flexibility afirma que "exercícios de flexibilidade devem ser sempre precedidos
por uma série de exercícios leves de aquecimento, pois aumento da temperatura tecidual
produzido pelo exercício de aquecimento tornará o alongamento mais seguro e produtivo". O
ACSM recomenda que “um aquecimento ativo preceda exercícios de alongamento vigorosos
(máximas amplitudes articulares e máxima intensidade ou tensão)".
Manter posições de flexibilidade estática antes de aquecer os músculos pode ser
potencialmente prejudicial. Um plano adequado para atletas é exercitar-se de forma moderada
por 5 a 10 minutos, em seguida alongar-se de forma submáxima (com exercícios de menores
amplitudes e tensão muscular), competir, resfriar o corpo e, então, alongar-se novamente.
Por exemplo, um corredor começaria sua sessão de exercícios caminhando por 1 ou 2
minutos, para então correr em um ritmo lento por mais 2 ou 4 minutos e, em seguida,
finalmente acrescentar velocidade para elevar o pulso a uma intensidade de treinamento. Após
o resfriamento, que é feito correndo ou andando por alguns minutos (para reverter o
aquecimento), exercícios de flexibilidade podem ser realizados por ao menos cinco minutos,
enfatizando a região posterior das pernas, a coluna vertebral e a parte superior do peitoral
(músculos que são solicitados durante a corrida e nas atividades da vida diária). O mesmo
valeria para nadadores ou ciclistas, exceto pelo fato de que os exercícios de flexibilidade
seriam voltados mais para as regiões dos ombros e das coxas, respectivamente.
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Frequência
A frequência do exercício refere-se ao número de sessões por semana em um
programa de treinamento. Para melhorar a resistência cardiorrespiratória e manter a gordura
corporal em níveis ideais, a maioria dos examinadores concluiu que é necessário praticar
exercícios pelo menos três rezes por semana com um intervalo de no máximo dois dias entre
as sessões. Alguns estudos demonstraram uma melhor condição cardiorrespiratória com uma
frequência de exercício inferior a três dias por semana, mas tais melhorias são mínimas e de
pouca significância, e resultam em pouca ou nenhuma perda de gordura corporal.
Quando uma pessoa está iniciando um programa de exercícios aeróbios, recomenda-se
o condicionamento em dias alternados. Isto é especialmente válido para programas de corrida
com indivíduos não condicionados e que antes eram sedentários. Para essas pessoas, o sistema
musculoesquelético não é capaz de se adaptar rapidamente ao exercício diário intenso, o que
ocasionará dores musculares, fadiga e lesões. Se aqueles que estão iniciando um programa de
corridas desejarem se exercitar em uma frequência superior a três dias por semana, os dias de
corrida devem ser alternados com dias de caminhada, ciclismo ou natação, atividades que
oferecem menor dificuldade ao sistema musculoesquelético.
Intensidade
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a seguinte fórmula simples: FCM = 220 – idade. Entretanto, há críticas severas a utilização
desta fórmula, pois não há evidencias de pesquisa que definiram essa fórmula. Além disso, o
problema em utilizar essa fórmula é que ela se baseia em médias populacionais e tem um
desvio padrão de ± 12 bpm. Em outras palavras, há uma variabilidade grande. Por exemplo,
um indivíduo de 20 anos teria sua FCM estimada em 200 bpm, mas dois terços das pessoas
nesta faixa etária poderiam na verdade apresentar FCMs variando entre 188 e 212 bpm.
Quando a frequência cardíaca de treinamento é baseada na frequência máxima estimada, ela
não deve ser usada como uma medida exata e, portanto, deve ser reajustada caso o
participante se queixe de que o esforço percebido (utilizando a escala de Borg) esteja "muito
intenso" ou ainda mais do que isso.
Esta discussão evidencia que as abordagens simplistas, como a da FCM estimada
através da fórmula 220-idade, para prescrever a intensidade do exercício são inadequadas. Em
três indivíduos com 40 anos de idade, utilizando a equação 220 - idade para prever a FCM a
um nível de 75% da FC do treinamento, resultará em uma freqüência cardíaca do treinamento
de 135 batimentos por minuto. Isso pode ser excessiva para um indivíduo muito idoso de 85
anos, excessivamente baixa para um indivíduo apto com experiência na realização do
exercício. Portanto, uma abordagem flexível e refletida para determinar e prescrever a
intensidade do exercício proporciona a conduta mais provável para o sucesso.
Existem na literatura outras Fórmulas recomendadas para calcular frequência cardíaca
máxima, dentre elas a de Inbar et al., (1994): Geral – 205 - (0,605 * idade).
E as fórmulas de Shargal et al., (2015):
•Geral – 208,852 – (0,741 * idade)
• Homens – 208,609 – (0,716 * idade)
• Mulheres – 209,273 – (0,804 * idade).
tolerado depende de diversos fatores, como, por exemplo, idade, experiência, estado de
condicionamento, saúde e motivação.
Em resumo, a PSE possui diversas vantagens:
• É simples de usar, leva apenas alguns segundos e custa pouco; Possui uma boa
correlação com as mensurações do lactato sanguíneo e do consumo de oxigênio; Para
pessoas que estão tomando determinados tipos de medicamentos, é melhor do que a
frequência cardíaca para determinar a zona adequada de treinamento com exercício;
Ensina as pessoas a "ouvir" seus corpos durante o exercício.
No entanto, há alguns problemas no uso do método da PSE:
• Pessoas em estado de depressão, neurose ou ansiedade tendem a apontar números altos
de PSE, ao passo que pessoas extrovertidas tendem a fornecer números baixos. Desse
modo, fatores psicológicos e o estado de espírito podem afetar as respostas da PSE;
Sensações nas pernas e no peito influenciam a PSE, porém, dependendo da
intensidade e da modalidade do exercício, a sensação mais forte é a que determina
qual o número na PSE é fornecido. Portanto, diferentes tipos de exercícios (p. ex.,
corrida e ciclismo) podem resultar em diferentes respostas à PSE, ainda que com
níveis semelhantes de percentual de VO2máx; No calor, as pessoas tendem a dar
números de PSE excessivamente altos para o esforço realizado; Durante longas
sessões de exercícios (p. ex., com mais de uma hora), a PSE tende a aumentar mesmo
que não haja alterações no percentual de VO2máx.
Como há vantagens e desvantagens tanto no método de frequência cardíaca de
treinamento como no de PSE, a maior parte das autoridades no assunto recomenda que os
praticantes utilizem os dois métodos. Isto porque: As dores e a tensão que sentimos podem ser
indicadores muito importantes do real grau de tensão, considerando-se todos os fatores
psicológicos e fisiológicos em conjunto. Não é recomendável se ater á uma determinada
frequência cardíaca de forma rígida, como, por exemplo, 130 ou 150 batimentos/minuto. Em
uma ocasião, esse pode ser um nível de intensidade adequado. Em outra, quando o indivíduo
estiver com uma infecção leve, vier exercendo uma atividade intensa por vários dias ou vier
passando por um estresse físico e emocional muito grande, a prática do exercício em uma
intensidade de 150 batimentos / minuto pode parecer muito difícil e penosa. A tensão
adicional que o indivíduo sente nesse caso, comparada à sensação habitual, é provavelmente
um sintoma importante e um bom motivo para que a intensidade seja reduzida.
Tempo - Duração
O tempo de exercício refere-se ao período em minutos durante o qual deve ser mantida
uma intensidade adequada para que se desenvolva o VO2máx. Os iniciantes devem começar
com 10 a 20 minutos de atividade aeróbia, aqueles com condicionamento mediano devem
optar por 20 a 30 minutos e pessoas com um alto grau de condicionamento podem praticar
exercícios por 30 a 60 minutos.
Em 1998, o ACSM defendeu que: a duração depende da intensidade da atividade;
portanto, uma atividade de menor intensidade deve ser realizada ao longo de um período mais
longo de tempo (30 minutos ou mais) e, no caso oposto, atividades em níveis mais elevados
de intensidade devem ser realizadas por cerca de 20 minutos. Como o condicionamento total é
muito importante e é mais facilmente alcançado com sessões de exercícios de maior duração e
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Tipo de exercício
Se frequência, intensidade e duração do treinamento são semelhantes, e um mínimo de
150 a 400 Calorias são gastas durante cada sessão, o resultado do treinamento parece não
depender do tipo da atividade aeróbica. As atividades aeróbias utilizam grandes grupos
musculares, podendo ser mantida de maneira contínua e seja, por natureza, cardiorrespiratória
e rítmica. Exemplos comuns incluem corrida / jogging, caminhada, natação, patinação,
ciclismo, remo, esqui, cross-country, pular corda, danças e ginásticas aeróbicas, step, jump e
diversos esportes de resistência aeróbica.
O relatório do Surgeon General de 1996 sobre atividade física, recomenda que as
pessoas acumulassem pelo menos 30 minutos de atividades físicas em uma frequência quase
diária. Como a quantidade de atividade é uma função da duração, da intensidade e da
frequência, a mesma quantidade de atividade pode ser obtida em sessões de maior duração,
em uma intensidade moderada (como caminhada em ritmo rápido) ou em sessões de menor
duração de atividades mais extenuantes (como a corrida)".
Caminhada em ritmo rápido. Como acentuado no relatório do Surgeon General,
atividades de intensidade moderada e maior duração são mais aceitáveis pela população, o
que aumenta a probabilidade de uma mudança definitiva no comportamento sedentário. Além
disso, o risco musculoesquelético é menor e, segundo estudos demonstraram, os benefícios à
saúde são mantidos, especialmente quando o gasto energético total atinge uma média de 1.000
calorias por semana.
A caminhada é uma modalidade popular de atividade, de modo que quase 40% dos
adultos relatam praticá-la como forma de exercício. Do ponto de vista da saúde pública, a
caminhada em ritmo rápido é provavelmente o melhor exercício geral para a maioria dos
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Taxa de progressão
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Relaxamento (resfriamento)
O objetivo do relaxamento (resfriamento) é diminuir de forma gradual a frequência
dos batimentos cardíacos e baixar a temperatura do corpo, ambas as quais foram elevadas
durante a fase aeróbia. Isso é obtido de modo eficaz e seguro mantendo-se os pés e as pernas
em movimento, como, por exemplo, caminhando, praticando um jogging leve, nadando ou
pedalando lentamente. Em outras palavras, o relaxamento é o inverso do aquecimento.
Há pelo menos três importantes razões fisiológicas que o justificam:
1. Ao movimentar-se durante a recuperação por cerca de 5 a 10 minutos (mais ou menos,
dependendo do estado de condicionamento e fadiga e de fatores ambientais), lactato
no sangue e nos músculos é reduzido mais rapidamente do que se o praticante
descansasse por completo. Em outras palavras, a movimentação durante o relaxamento
promove uma recuperação mais rápida da fadiga.
2. Atividades leves depois de um trabalho aeróbio intenso mantêm a circulação nos
músculos da perna e, assim, evita que o sangue fique estagnado nessa região. Os
músculos da perna facilitam o retorno venoso por meio de uma ação de "sucção" do
ciclo de contração e relaxamento. Evitar a estagnação do sangue reduz a possibilidade
de uma rigidez muscular tardia, além de minimizar qualquer tendência relacionada a
desmaios ou tonturas. A maioria das irregularidades cardíacas graves que podem
apresentar perigo aparentemente ocorre após, e não durante, o exercício. Embora estas
irregularidades do coração relacionadas ao exercício sejam relativamente raras,
recomenda-se que indivíduos com alto risco façam um relaxamento cuidadoso.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS