Aula 8 - Lei N° 8.112-1990 - Servidores Públicos
Aula 8 - Lei N° 8.112-1990 - Servidores Públicos
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DE DIREITO
ADMINISTRATIVO
Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos
Diogo Surdi
Apresentação..................................................................................................................4
Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos.. .........................................................................5
1. Abrangência e Linha do Tempo.....................................................................................5
1.1. Concurso Público.......................................................................................................6
1.2. Provimento...............................................................................................................8
1.3. Posse...................................................................................................................... 16
1.4. Exercício................................................................................................................. 18
1.5. Estágio Probatório................................................................................................. 20
1.6. Estabilidade............................................................................................................22
1.7. Vacância..................................................................................................................23
2. Remoção, Redistribuição e Substituição....................................................................26
2.1. Remoção.................................................................................................................26
2.2. Redistribuição....................................................................................................... 30
2.3. Substituição...........................................................................................................32
3. Direitos e Vantagens.................................................................................................33
3.1. Vencimento e Remuneração....................................................................................34
3.2. Indenizações. ..........................................................................................................36
3.3. Gratificações e Adicionais....................................................................................... 41
3.4. Férias.....................................................................................................................46
3.5. Licenças................................................................................................................. 47
3.6. Afastamentos........................................................................................................53
3.7. Concessões............................................................................................................54
3.8. Direito de Petição. ..................................................................................................55
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4. Regime Disciplinar.....................................................................................................56
4.1. Deveres.................................................................................................................. 57
4.2. Proibições............................................................................................................. 58
4.3. Acumulação de Cargos...........................................................................................62
4.4. Responsabilidades. .................................................................................................64
4.5. Penalidades. ...........................................................................................................67
5. Processo Administrativo Disciplinar...........................................................................71
6. Seguridade Social do Servidor...................................................................................78
6.1. Beneficiários...........................................................................................................78
6.2. Benefícios..............................................................................................................79
Resumo.........................................................................................................................93
Mapas Mentais............................................................................................................. 101
Questões de Concurso................................................................................................. 104
Gabarito....................................................................................................................... 115
Gabarito Comentado. .................................................................................................... 116
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Apresentação
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A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais. É por
meio das disposições da mencionada lei, desta forma, que os servidores federais estatutários
encontram todos os direitos e garantias a eles conferidos, bem como os requisitos para o seu
exercício.
No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os agentes pú-
blicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que implica em dizer que os
empregados públicos federais, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo
de atuação do estatuto federal.
Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutários dos demais
entes federativos, tal como os Estados e os Municípios. Ainda que estes servidores sejam
regidos por um estatuto, caberá ao respectivo ente federativo, por meio de lei, a sua edição.
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Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri-
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que
será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com
prazo de validade não expirado.
Percebam que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, mas nunca,
para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, poderá ser exclusivamente de títulos.
Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorrogação, que
poderá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente previsto para a va-
lidade do certame.
Exemplo: poderá a administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de
1 ano, estabelecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
Assim, vencido o prazo do concurso, pode a administração (trata-se de uma faculdade) pror-
rogar a validade do mesmo por mais 1 ano ou realizar um novo concurso.
E poderá a administração publicar edital de concurso com o prazo de validade de 2 anos,
improrrogáveis?
Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que a adminis-
tração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de prorrogação.
E se fosse publicado um edital com prazo de 1 ano, estabelecendo a possibilidade de prorro-
gação por 3 vezes e estando, por isso mesmo, com prazo total inferior a 4 anos, seria válido?
Ainda que o prazo total de 4 anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desrespeitada a regra
de uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo neste aspecto.
E se tivemos um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como prazo de validade
2 anos, com a possibilidade de prorrogação por 1 ano. Estaria a administração, nesta situa-
ção, respeitando a Lei n. 8.112/1990?
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Aqui, temos uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total respeitado.
No entanto, além destas regras, não podemos nos esquecer que a prorrogação, em todos os
casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2
anos, 6 meses + 6 meses.
1.2. Provimento
Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos aprovados.
Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem ser estabelecidas pela
respectiva administração.
Desta forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade com-
petente de cada Poder, que deverá observar, conforme as regras estabelecidas no edital, um
limite mínimo de provimentos para as pessoas portadoras de deficiência.
Tal limite, atualmente, é de até 20% das vagas oferecidas no concurso.
Situação interessante ocorre com a possibilidade de os estrangeiros ocuparem cargos
públicos. Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 19, o artigo 37, I, da Constituição
Federal passou a vigorar da seguinte forma:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requi-
sitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Claramente se percebe que o objetivo da norma federal foi incentivar a pesquisa e o de-
senvolvimento tecnológico nacional, possibilitando que profissionais qualificados de outros
países venham incrementar o desenvolvimento nacional em determinadas áreas.
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A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma
carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o pro-
vimento no cargo de classe mais alta.
Como resultado, ocorre simultaneamente uma vacância e um provimento, não gerando
saldo a ser reposto pela administração.
Vejamos o seguinte exemplo: No âmbito do Poder Judiciário, os cargos são estruturados
em três classes, sendo elas denominadas de A, B e C. Cada uma destas classes é subdi-
Promoção vidida em padrões, de forma que o servidor, ao entrar em exercício, ocupa a classe inicial
A e o padrão inicial 1.
Após o período de 1 ano de efeito exercício, o servidor passa para o padrão subsequente,
permanecendo, contudo, na mesma classe.
No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último padrão da classe a
que pertence, no entanto, temos a passagem de uma classe para outra da carreira, opor-
tunidade em que ocorre a promoção.
Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar a classe B.
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A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua capacidade física ou
mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de aposentadoria.
Como exemplo, podemos citar um acidente no qual o servidor ficou impossibilitado de
digitar. Se anteriormente tal servidor era responsável pela confecção das intimações e
citações no órgão em que atuava, não há, com a limitação ocorrida, a possibilidade de o
servidor continuar exercendo tais atividades.
Mas percebam que o servidor não está impossibilitado para o serviço público, podendo
perfeitamente exercer atividades que não exijam o esforço repetitivo de digitação.
Readaptação Nesta situação, a administração coloca o servidor em um cargo compatível com a limi-
tação sofrida. No entanto, para que isso seja possível, devem ser observadas algumas
características, conforme estabelece o artigo 24, § 2º, da Lei n. 8.112/1990:
“A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação
exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de ine-
xistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga.”
Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá a aposentado-
ria do respectivo agente público.
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Se sofrer um acidente que o leve à incapacidade física, o servidor público federal poderá ser
readaptado em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as suas limita-
ções, ficando em disponibilidade até a vacância do cargo adequado.
Errado.
Inicialmente, vejamos as disposições do artigo 24 da Lei n. 8.112/1990, que apresenta a regra
acerca da readaptação.
Logo, em caso de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como exce-
dente, não ficando em disponibilidade, conforme erroneamente afirmado pela questão.
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O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela administração pública,
para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades.
Tal forma de provimento encontra previsão no artigo 30 da Lei n. 8.112/1990, que assim
dispõe:
Aproveitamento “O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
ocupado.”
Não entrando em exercício no prazo legal, a disponibilidade será cassada e o respectivo
aproveitamento será tornado sem efeito.
Ressalta-se que a possibilidade de recondução não é um direito extensível, por analogia, aos
servidores estatutários das demais esferas federativas. Desta forma, para que a recondução seja
possível, deverão os entes estabelecer tal previsão nos respectivos estatutos funcionais de seus
servidores, conforme entendeu o STJ no julgamento do RMS 46.438, realizado em 2015:
Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art. 29,
I, da Lei n. 8.112/1990/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordena-
mento jurídico do estado for omisso acerca desse direito. Isso porque a analogia das
legislações estaduais e municipais com a Lei n. 8.112/1990/1990 somente é possível
se houver omissão no tocante a direito de cunho constitucional autoaplicável que seria
necessário para suprir a omissão da legislação estadual, bem como que a situação não
dê azo ao aumento de gastos.
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Errado.
O provimento não implica o início da função para o qual a pessoa eventualmente foi nomeada.
Isso na medida em que a nomeação se trata de uma mera convocação do particular aprovado
em concurso público.
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Após o provimento, deverá ocorrer a posse (quando o particular passa à condição de agente
público) e o exercício (quando efetivamente tem início o desempenho das atribuições referen-
tes ao cargo público).
1.3. Posse
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o nomeado tem
o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação
será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor
público, fato que apenas ocorre com a posse.
Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados e anterior-
mente nomeados têm o primeiro contato com a administração pública, passando, a partir de
então, a serem servidores públicos e estando legalmente investidos em cargo público.
Neste sentido, merece destaque os conceitos de cargo e de servidor público apresentados
pela Lei n. 8.112/1990, conforme se observa da leitura dos artigos 2º e 3º da norma:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura orga-
nizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente aprovada em con-
curso público, nomeada (ato de provimento) e que dentro do prazo legal (30 dias) tomou pos-
se perante a autoridade competente.
Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que é o conjunto
de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora agente público terá na sua
carreira profissional.
Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo exercício, po-
dem também ser utilizados para provimento em comissão.
O provimento em comissão é utilizado pela administração pública para as funções de
direção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas designadas poderão ou
não já ser integrantes do serviço público.
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A Lei n. 8.112/1990 apresenta, ainda, regras procedimentais sobre a forma como ocorrerá
a posse dos servidores públicos. Neste sentido é o teor dos artigos 13 e 14 da norma federal:
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribui-
ções, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para
o exercício do cargo.
A Lei n. 8.112/1990, em seu artigo 5º, relaciona os requisitos que devem obrigato-
riamente ser exigidos para que possa ocorrer a investidura em cargo público. Tais re-
quisitos devem ser comprovados no momento da posse, sendo inconstitucional norma
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que estabeleça outro momento para a sua exigência, tal como a inscrição ou a data da
realização das provas.
Nos termos da lei, são os seguintes os requisitos exigidos na data da posse: I – a naciona-
lidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação com as obrigações militares
e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V – a idade mínima
de dezoito anos; VI – aptidão física e mental.
Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em virtude das
atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a comprovação de ex-
periência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso de formação.
Errado.
De acordo com o artigo 7º da Lei n. 8.112/1990, “a investidura em cargo público ocorrerá com
a posse”.
1.4. Exercício
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais
da administração pública federal. E como forma do servidor conhecer o local da repartição
para onde foi nomeado e se organizar-se melhor com relação a mudanças, hospedagem e
demais procedimentos, a Lei n. 8.112/1990 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados
da posse, para a entrada em exercício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal,
teremos, ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor, uma
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A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo
efetivo, o estágio probatório, período de avaliação onde diversos fatores são levados em con-
ta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público.
O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da eficiência, sendo
um dos momentos em que a administração pode verificar se o servidor atende às condições
por ela exigidas.
Tais condições, de acordo com a Lei n. 8.112/1990, são as seguintes: a) assiduidade; b)
disciplina; c) capacidade de iniciativa; d) produtividade; e) responsabilidade.
Ainda que o texto da Lei n. 8.112/1990 afirme que o período de estágio probatório é de 24
meses, deve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 19, ocorrida
em 1998, o período para aquisição da estabilidade passou a ser de 3 anos.
Assim, ainda que a Constituição Federal nada mencione acerca do período necessário
para a aquisição de estabilidade, o entendimento esposado por toda a doutrina majoritária é
de que o período de estágio probatório deve ser de 3 anos, sendo este o prazo utilizado, atu-
almente, no âmbito do serviço público federal.
Durante o estágio probatório, o servidor faz jus a uma grande quantidade de direitos, tais
como as licenças e os afastamentos. As exceções, como não poderia ser diferente, são muito
exigidas pelas bancas organizadoras. Para facilitar a assimilação, relaciona-se a seguir as
licenças e os afastamentos que podem ou não ser usufruídos pelos servidores públicos fede-
rais que se encontrem em estágio probatório.
Licenças e afastamentos passíveis de utilização no Licenças e afastamentos que não podem ser utiliza-
estágio probatório dos no estágio probatório
Licença por motivo de doença em pessoa da família. Licença para capacitação.
Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou Licença para tratar de interesses particulares.
companheiro.
Licença para o serviço militar. Licença para desempenho de mandato classista.
Licença para atividade política.
Afastamento para exercício de mandato eletivo.
Afastamento para estudo ou missão no exterior.
Afastamento para servir em organismo internacional
de que o Brasil participe ou com o qual coopere.
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Uma forma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas é por meio das
licenças e afastamentos que não podem ser concedidas ao servidor, que, em conjunto, for-
mam o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, mandato classista, tratamento de interesses par-
ticulares e capacitação.
A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódica e de
acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. Quatro meses antes
de findo o período do estágio, a avaliação de desempenho do servidor, que será realizada
por comissão constituída para esta finalidade, será submetida à homologação da autoridade
competente.
Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a estabilidade, que,
ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas para o cargo público que o servidor
eventualmente ocupa.
Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois:
• caso o servidor já seja estável, terá ele direito de ser reconduzido ao cargo anteriormen-
te ocupado. Nesta hipótese, caso o cargo anteriormente ocupado já esteja preenchido
por outra pessoa, o servidor inabilitado será aproveitado em outro, a critério da admi-
nistração;
• caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório acarreta a exone-
ração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com o Poder Público é rompido.
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1.6. Estabilidade
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos esta-
tutários. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atri-
buições sem a coação das autoridades superiores, que, não fosse a estabilidade, pode-
riam condicionar determinados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo
público.
Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e
não do cargo em que o servidor se encontra investigo. Neste sentido, merece destaque o en-
tendimento de José dos Santos Carvalho Filho:
A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana daí que, se
o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, não precisará de novo
estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos patamares são alcançados nor-
malmente pelo sistema de promoções.
Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem
direitos e garantias com esta qualidade.
Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do serviço
público, com a possibilidade surreal de termos servidores praticando faltas graves contra a
administração sem a possibilidade de demissão.
Para que isso não ocorra, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, em seu artigo 22, as hipóteses
em que o servidor público federal estável poderá perder o cargo:
Além delas, temos duas outras possibilidades extraídas do texto da Constituição Federal,
sendo elas o procedimento de avaliação periódica e a redução de despesas quando os entes
federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal.
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1.7. Vacância
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo
público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de caráter definitivo, oportunidade
em que o agente estatal rompe o seu vínculo com o Poder Público, ou então tratar-se de hipó-
teses em que ocorre a simples troca dos cargos ocupados pelo servidor.
Vejamos, tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de vacância pre-
vistas no estatuto federal, que podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela adiante:
A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, mas sim do
rompimento do vínculo mantido entre o servidor e a administração pública federal. Tal
forma de vacância pode ocorrer de maneira voluntária ou involuntária.
É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-se de exo-
neração de ofício, de iniciativa do Poder Público, estaremos diante da exoneração
involuntária.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, apenas em duas situações teremos a exoneração
Exoneração involuntária (de ofício) do servidor público ocupante de cargo efetivo:
a) Quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
b) Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabe-
lecido, que é de 15 dias.
Quando se tratar de cargo em comissão, tendo em vista que estes são de livre nomea-
ção e exoneração e possuem a característica da transitoriedade, a exoneração poderá
ocorrer, a qualquer tempo, à pedido do servidor (voluntária) ou de ofício, no interesse
da administração (involuntária).
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Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a publicação no
Falecimento
diário oficial, objeto de preenchimento por novo servidor público.
Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção o servidor é alçado a uma
nova classe na carreira, de forma que o cargo anteriormente ocupado fica vago.
Promoção
Por isso mesmo, esta é uma das hipóteses em que ocorre, simultaneamente, um pro-
vimento e uma vacância.
Da mesma forma como ocorre com a promoção, a readaptação é uma forma tanto de
provimento quanto de vacância.
Vejamos: Se o servidor sofreu uma limitação (física ou mental) e tem que ser aprovei-
tado em um cargo compatível com a limitação sofrida, é certo que o cargo anterior-
Readaptação
mente ocupado pelo servidor ficará vago.
Dessa forma, a administração coloca o servidor em um cargo compatível com a limita-
ção sofrida (provimento), ao passo que o cargo anteriormente ocupado fica vago para
ser ocupado por outra pessoa (vacância).
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Das hipóteses apresentadas pela Lei n. 8.112/1990 como situações de vacância, duas
delas constituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, sendo elas a readaptação
e a promoção.
2.1. Remoção
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício,
no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”, conforme determina o artigo 36
da Lei n. 8.112/1990.
Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provimento em cargo
público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quanto por iniciativa do Poder Público.
Neste mesmo sentido, poderá a remoção dar-se com ou sem a mudança da sede onde o ser-
vidor desempenha suas atribuições.
Na remoção de ofício, é o interesse da administração que é levado em conta, sem margem
de opção para a análise da vontade do servidor.
Na remoção a pedido, em sentido oposto, é a vontade do servidor que é levada em conta,
tratando-se de um ato, via de regra, discricionário do Poder Público. Por isso mesmo, a admi-
nistração deve levar em conta a conveniência e a oportunidade para deferir ou não o pedido
de remoção.
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Exemplo: na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que tenha
sido removido no interesse da administração, objetiva-se assegurar a manutenção do núcleo
familiar, evitando-se que uma remoção de iniciativa do Poder Público torne inviável a relação
até então existente.
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No caso, estávamos diante de uma funcionária da Caixa Econômica Federal (empresa pú-
blica) que fora removida de ofício. Ainda que tal funcionária não seja regida pelas disposições
da Lei n. 8.112/1990, mas sim pelas regras previstas na CLT, o seu cônjuge, que é servidor do
TCU (regido pelo estatuto federal) tem direito à remoção de ofício.
Tal hipótese de remoção, no entanto, não deve ser confundida com as hipóteses em
que um dos cônjuges ou companheiros é aprovado em concurso público para outro órgão
ou entidade.
Nestes casos, como a quebra do vínculo familiar não se deu em função de uma ação do
Poder Público, mas sim como decorrência da vontade de um dos membros do casal, não há
que se falar em direito à remoção para acompanhar cônjuge, conforme entendimento do STJ
(REsp 616.831):
Por fim, ainda no âmbito da remoção para acompanhar cônjuge, o STJ possui entendi-
mento de que não há direito à remoção quando o casal não morava, inicialmente, na mes-
ma localidade. Neste sentido, destaca-se a pedagógica decisão proferida no âmbito do REsp
1.209.391:
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Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção
para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro
órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar
a esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João
Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus
à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade
antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de prote-
ger a unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e
diário de um dos seus integrantes.
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Certo.
Assim como informa a questão, o texto da Lei n. 8.112/1990 elenca três situações em que o
servidor público federal poderá pedir remoção para outra localidade independente do interes-
se da Administração Pública.
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no in-
teresse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas
e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for
superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em
que aqueles estejam lotados.
2.2. Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocu-
pado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou entidade, mas sempre no
âmbito do mesmo Poder.
Exemplo: determinado servidor foi aprovado em um concurso público da esfera federal, sendo
lotado em uma repartição onde o número de servidores que ocupavam o mesmo quadro que
ele totalizava 15 pessoas.
Neste órgão, as lotações são definidas com base no total de atendimentos realizados por
semestre. Assim, se a sua repartição não tiver atendido, no semestre atual, um número supe-
rior de pessoas que no semestre anterior, perderá alguns dos cargos da lotação padrão.
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Nesta hipótese, teremos a redistribuição de cargos, fazendo com que certo número de
cargos pertencentes à repartição do servidor seja redistribuído para outra repartição,
integrante do mesmo Poder, que tenha realizado um maior número de atendimentos no
semestre.
Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns requisitos sejam
atendidos, sendo eles:
• interesse da administração;
• equivalência de vencimentos;
• manutenção da essência das atribuições do cargo;
• vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
• mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
• compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão
ou entidade.
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Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de provimento. Não se trata de uma forma de provimento.
Não altera o contingente funcional. Não altera o contingente funcional.
Trata-se do deslocamento de servidor. Trata-se do deslocamento de cargo.
Destina-se a assegurar a preservação de valores Trata-se de uma forma de organização da adminis-
como a saúde do servidor e o núcleo familiar. tração pública.
Quando ocorrer a mudança de Município, deve ser Quando ocorrer a mudança de Município, deve ser
conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada
em exercício. em exercício.
2.3. Substituição
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3. Direitos e Vantagens
Os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990 possuem uma série de prerrogativas
para as mais diversas situações que podem ocorrem na sua vida profissional. Basicamente,
são as seguintes as classes de direitos e vantagens que o servidor público civil federal
poderá ter direito:
• vencimento e remuneração;
• indenizações;
• gratificações e adicionais;
• férias;
• licenças;
• concessões;
• direito de petição.
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De acordo com o artigo 41, § 5º, da Lei n. 8.112/1990, temos a previsão de que “nenhum
servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo”.
No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra geral ao estabe-
lecer que:
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Outra importante garantia assegurada às verbas recebidas pelos servidores é a que es-
tabelece a impossibilidade de termos, em regra, o arresto, o sequestro e a penhora do ven-
cimento, da remuneração e dos proventos recebidos pelos servidores públicos federais. Tais
institutos, oriundos do Direito Civil, apenas poderão ser utilizados nas hipóteses de prestação
de alimentos, e ainda assim quando decorrerem de decisão judicial.
Neste sentido é o teor do artigo 48 da Lei n. 8.112/1990:
O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, ex-
ceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
Como vimos, as parcelas recebidas pelo servidor, de caráter pecuniário, objetivam conferir
a este uma retribuição pelos serviços prestados ao Estado. Tal remuneração, entretanto, não
poderá exceder aos valores recebidos pelos detentores de Poder, em plena consonância com
a disposição constitucional que estabelece a obrigatoriedade de observância, por toda a ad-
ministração pública, do teto remuneratório.
Assim, estabelece o artigo 42 do estatuto federal a seguinte regra geral:
Inicialmente, deve-se observar que o teto remuneratório estabelecido pela Lei n. 8.112/1990
não é o mesmo daquele estabelecido pela Constituição Federal. Da mesma forma, ainda que
os tetos sejam diferentes, o limite da Lei n. 8.112/1990 não é inconstitucional, haja vista que
apresenta uma regra mais restrita do que a estabelecida pela constituição.
É correto afirmar, com isso, que temos três limites remuneratórios a serem observados
pelos servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, sendo que cada um deles toma como base
um cargo de cada um dos Poderes da República.
O motivo para tal é que as disposições da mencionada norma se aplicam, indistintamen-
te, a todo o funcionalismo público civil federal, independente de estarmos diante de carreiras
pertencentes ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo ou ao Poder Judiciário.
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Desta forma, caso o servidor ocupe um cargo público pertencente à estrutura do Poder
Executivo, não poderá receber, a título de remuneração, importância superior aos subsídios
recebidos pelos respectivos Ministros de Estado. Caso ocupe um cargo do Poder Legislativo,
o limite remuneratório será o subsídio recebido pelos membros do Congresso Nacional (De-
putados e Senadores). Caso pertença à estrutura do Poder Judiciário, o limite utilizado como
teto será o subsídio dos Ministros do STF.
3.2. Indenizações
Duas são as principais peculiaridades das parcelas de caráter indenizatório:
• A não incidência de imposto de renda e de contribuição previdenciária sobre os valores
recebidos, de forma que o total líquido recebido a título de indenização é idêntico ao
valor estabelecido em lei ou regulamento;
• O fato destas verbas não se incorporarem ao vencimento ou ao provento do servidor,
sendo que o recebimento é cessado tão logo as causas que ensejaram o recebimento
desapareçam.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
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II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e con-
dições indicados em lei.
Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos II e III do pa-
rágrafo único do art. 36.
Ambas as possibilidades são casos de remoção a pedido do servidor público federal, con-
solidando o entendimento de que a ajuda de custo, no âmbito da remoção, apenas será devida
quando ocorrer de ofício, no interesse da administração.
A ajuda de custo é calculada com base na remuneração do servidor, não podendo exceder
a importância correspondente a três meses de remuneração.
Caso o servidor tenha sido eleito para um cargo eletivo e, com o término do mandato, re-
torne para o cargo público anteriormente ocupado, não terá direito ao recebimento de ajuda
de custo, uma vez que o retorno decorreu exclusivamente da vontade do agente, e não por
interesse do Poder Público.
Situação oposta ocorre com o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão,
que, ainda que não integre a carreira da administração pública antes da sua nomeação, passa,
com a realização do ato, a exercer uma função pública.
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Em tal situação, não há como negar que houve um “convite” por parte do Poder Público
para que o particular passasse a exercer o cargo em comissão, manifestação esta da vontade
da administração e ensejadora do direito ao recebimento da ajuda de custo.
Caso o servidor receba a ajuda de custo e não se apresente na nova sede no prazo de 30
dias, deverá devolver a quantia anteriormente recebida.
Estabelece a Lei n. 8.112/1990, ainda, que “à família do servidor que falecer na nova sede
são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de
1 (um) ano, contado do óbito”(art. 53,§2º).
3.2.2. Diárias
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro
ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar
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3.3.3. Transporte
A concessão de transporte tem como objetivo ressarcir as despesas que o servidor teve,
no desempenho de suas atividades, com a utilização de meio próprio de locomoção. Nos
termos do estatuto federal, apenas um artigo faz menção a tal parcela indenizatória (art. 60):
3.2.4. Auxílio-Moradia
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De acordo com o artigo 60-B da Lei n. 8.112/1990, temos os seguintes requisitos a serem
atendidos para que o servidor público federal faça jus ao recebimento de auxílio-moradia:
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Errado.
Uma das condições para o recebimento do auxílio-moradia é que nenhuma pessoa que resida
com o servidor esteja recebendo a mencionada indenização.
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Salienta-se, contudo, que o servidor que exerce tais funções pode ser livremente dis-
pensado pela autoridade competência, não havendo obrigação de motivação para a prá-
tica do ato.
Nestas hipóteses, caso estejamos diante de um servidor de carreira, este voltará a desem-
penhar as atividades relativas ao seu cargo. Caso o ocupante do cargo em comissão não seja
servidor público, a dispensa da função de confiança fará com que o seu vínculo com o Poder
Público seja cessado.
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Logo, o período que deverá ser levado em consideração, para efeitos de pagamento da grati-
ficação natalina, é o de 7 meses.
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Nos termos da Lei 8112, só é admitido o exercício de, no máximo, 2 horas extras por jor-
nada de trabalho.
Exemplo: Rodrigo trabalha em um órgão público federal, sendo que a sua jornada normal de
trabalho é das 15 às 22 horas, ou seja, sem o direito à adicional noturno.
Por motivos de força maior, Rodrigo teve que trabalhar, durante alguns dias, no período das 15
às 23, dando ensejo ao recebimento tanto de horas extras quanto do adicional noturno.
Neste caso, deve a administração aplicar, inicialmente, o percentual de 50%, a título de horas
extras, sobre o valor da hora trabalhada que exceder à jornada de trabalho.
Após a aplicação do referido percentual, procede-se à aplicação do adicional noturno, que,
desta forma, incide sobre o valor da hora normal de trabalho já acrescida do percentual das
horas extraordinárias.
O adicional de férias decorre de uma previsão constitucional, podendo ser entendido como
um percentual que será aplicado sobre a remuneração do servidor público sempre que este
desejar gozar das suas férias.
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Tal percentual, de acordo com as disposições da Lei n. 8.112/1990, é de 1/3 sobre o total
da remuneração devida ao servidor. Caso o servidor exerça função de confiança ou cargo em
comissão, o valor recebido pelo exercício das funções de direção, chefia ou assessoramento
será levado em conta para efeitos de cálculo do adicional.
A gratificação por encargo de curso ou concurso trata-se da última das gratificações ins-
tituídas para os servidores públicos federais.
Por meio dela, os servidores que se envolverem com atividades relacionadas com o inte-
resse público farão jus a uma gratificação, que incidirá, a depender da atividade, na proporção
de 1,2% ou 2,2% sobre o maior vencimento básico da administração pública federal.
Os percentuais serão calculados com base nas horas despendidas pelo servidor para o
desempenho das atividades, não podendo, como regra, exceder ao número de 120 horas por
ano. Em casos excepcionais, a autoridade máxima do órgão ou entidade poderá autorizar o
exercício de mais 120 horas.
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3.4. Férias
O direito ao gozo de férias trata-se de uma regra que não é exclusiva dos servidores pú-
blicos, devendo ser exercida por todos os trabalhadores da iniciativa privada.
Decorre o direito de férias, desta forma, de uma previsão constitucional, conforme estabe-
lece o artigo 7º, XVII, da Constituição Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Tratam-se as férias de um direito social que, ainda que inicialmente previsto para os
trabalhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de todos os
entes federados.
Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias, um adicio-
nal de 1/3 sobre o total da remuneração.
As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiaridades
com relação ao direito conferido aos demais trabalhadores. Assim, as férias dos servi-
dores podem ser parceladas em até 3 etapas, desde que requeridas pelo servidor e no
interesse da administração.
Caso ocorra o parcelamento, os valores relativos às férias serão creditados quando da
utilização da primeira etapa, devendo ser observada a antecedência mínima de 2 dias.
Por se tratar de direito social garantido constitucionalmente aos servidores públicos, a
regra é a de que as férias não podem ser interrompidas.
Os poucos casos em que é possível a interrupção são situações de extrema importância para
a continuidade do serviço público, conforme estabelece a Lei n. 8.112/1990 em seu artigo 80.
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna,
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela
autoridade máxima do órgão ou entidade.
Ocorrendo a interrupção, o restante do período deve ser gozado de uma só vez (parágrafo
único do art. 80).
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Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos
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No âmbito do serviço público, tal como ocorre para as demais classes de trabalhadores,
é exigido um tempo mínimo de 12 meses de exercício para que o servidor adquira o direito ao
primeiro período de férias. Os demais períodos, no entanto, serão contados por exercício, não
havendo a necessidade de ser completado um ano de trabalho para a sua fruição.
Outro ponto bastante importante é sobre as férias dos servidores que operam constante-
mente com raio x ou outras substâncias radioativas. Para estes, há a expressa determinação
de que deverão gozar do período de 20 dias de férias a cada semestre de atividade profissio-
nal, sendo vedada a sua acumulação.
3.5. Licenças
Estabelece a Lei n. 8.112/1990 doze diferentes tipos de licenças passíveis de utilização
pelo servidor público federal, sendo elas:
• Licença por motivo de doença em pessoa da família;
• Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
• Licença para o serviço militar;
• Licença para atividade política;
• Licença para capacitação;
• Licença para tratar de interesses particulares;
• Licença para desempenho de mandato classista;
• Licença para tratamento de saúde;
• Licença à gestante, à adotante e paternidade;
• Licença por acidente em serviço.
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Ressalta-se que a licença concedida dentro de 60 dias do término de outra da mesma es-
pécie será considerada como prorrogação, conforme previsão do artigo 82.
Trata-se de licença para aqueles servidores que tiverem que auxiliar algum de seus fami-
liares nos casos de doença, desde que tal atividade não seja possível de ser executada con-
comitantemente com as atividades da repartição.
Estabelece o artigo 83, §2º, do estatuto federal, o prazo máximo que tal licença poderá ser
concedida, com ou sem remuneração:
A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de
doze meses nas seguintes condições:
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
Trata-se de licença de caráter discricionário, ou seja, que pode ou não ser concedida pela
administração pública. O fundamento para a sua concessão está no deslocamento de cônju-
ge ou companheiro para outro ponto do território nacional.
Nestas situações, a licença, se concedida, será por prazo indeterminado e sem
remuneração.
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor públi-
co, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal
direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o
seu cargo (art. 84, §2º).
A informação imprescindível sobre tal licença é que, uma vez concedida, terá o servidor,
após concluir a obrigação, um prazo de 30 dias, sem remuneração, para reassumir o exercício
do cargo público.
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A licença para o serviço militar terá todas as suas condições estabelecidas em legislação
específica.
Com a finalidade de não influenciar no pleito democrático, o servidor que estiver con-
correndo a algum cargo eletivo terá direito a esta licença, sem remuneração, a partir da sua
escolha em convenção partidária e até a véspera do registro da candidatura.
Com o registro, o servidor passa a ter direito, novamente, à licença, que irá durar do regis-
tro da candidatura até 10 dias após as eleições. Nesta hipótese, o servidor receberá a remu-
neração do cargo em que atua pelo prazo de 3 meses.
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Os servidores públicos, tal como diversas categorias da iniciativa privada, possuem sin-
dicatos que lutam em prol dos interesses de todos os filiados e da categoria como um todo.
Dessa forma, os servidores podem ser eleitos como representantes sindicais, possuindo
mandato por prazo certo, nas seguintes condições:
• Entidades com até 5 mil associados: 2 servidores;
• Entidades com 5001 a 30 mil associados: 4 servidores;
• Entidades com mais de 30 mil servidores: 8 servidores;
Salienta-se que somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de
direção ou de representação nas referidas entidades, bem como que o prazo de duração da
licença será o mesmo de duração do mandato, podendo ser renovado em caso de reeleição.
Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com
base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Como regra, a licença para tratamento de saúde apenas poderá ser concedida mediante
inspeção realizada por perícia médica oficial. Quando a licença exceder o prazo de 120 dias
no período de 12 meses, deverá ser analisada por uma junta médica oficial.
Em caráter de exceção, a licença concedida por prazo inferior a 15 dias, dentro do prazo
de 1 ano, poderá ser dispensada da perícia oficial, desde que haja previsão neste sentido em
regulamento editado pelo Poder Público.
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Muito se contestava, contudo, com relação à diferença de prazo entre a licença à servidora
gestante (de 120 dias) e a licença à adotante (de 30 ou 90 dias).
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DICA!
Assim, o texto da Lei n. 8.112/1990 encontra-se, no que se
refere à licença à adotante, tacitamente revogado, sendo que
dois entendimentos devem ser levados para a prova:
a) O prazo das licenças à gestante e adotante deve ser o mesmo;
b) Como o prazo atual de licença à gestante é de 120 dias, este
é o prazo que as servidoras adotantes têm direito para fins de
licença.
No que se refere à licença paternidade, esta, inicialmente, possuía o prazo de 5 dias con-
secutivos, sendo estes contados a partir da data do nascimento ou da adoção do filho do
servidor.
Em 2016, no entanto, tivemos a edição da Lei 13.257, que estendeu o prazo da licença
paternidade em mais 15 dias para as empresas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã.
Com isso, o prazo da licença paternidade, para os trabalhadores da iniciativa privada, passou
a ser, para as empresas que aderiram ao programa, de 20 dias.
Regulamentando a norma, foi editado, em 2016, o Decreto 8.737. Com isso, todos os ser-
vidores públicos federais regidos pelas disposições da Lei n. 8.112/1990 passam a fazer jus
a 20 dias de licença paternidade.
O acidente em serviço pode ser conceituado como o dano físico ou mental sofrido pelo
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
De acordo com as disposições da Lei n. 8.112/1990, duas situações se equiparam ao aci-
dente em serviço, sendo elas os danos (art. 212, parágrafo único, I e II):
• decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;
• sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.
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Em todas estas hipóteses, o servidor será licenciado com a remuneração integral, sendo
que a prova da ocorrência do acidente deverá ser feita no prazo de 10 dias, prorrogável quan-
do as circunstâncias assim o exigirem.
3.6. Afastamentos
A doutrina não identifica uma diferença precisa entre os afastamentos e as licenças
passíveis de concessão ao servidor público federal. Em ambos os casos, estamos diante
de um direito, possibilitando que o servidor se ausente sem que, geralmente, ocorra a
perda da respectiva remuneração ou a cessação da contagem do tempo de afastamento
como de efetivo exercício.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, podemos identificar os seguintes afastamentos:
Nesta hipótese, o servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro
órgão ou entidade, desde que para o desempenho de alguma das seguintes
atribuições:
Afastamento para servir em
I – para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou, no caso
outro órgão ou entidade
de serviço social autônomo, para o exercício de cargo de direção ou de
gerência;
II – em casos previstos em leis específicas.
Caso o servidor público seja eleito para o desempenho de mandato eletivo,
aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado
do cargo;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe
Afastamento para o exercício
facultado optar pela sua remuneração;
de mandato eletivo
III – investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu
cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-
-lhe facultado optar pela sua remuneração.
O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial,
sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do
Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo,
Afastamento para estudo ou
somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.
missão no exterior
O servidor que for beneficiado com o afastamento em questão não poderá
ser exonerado a pedido ou ter o deferimento de licença para tratar de inte-
resses particulares antes do prazo de concessão do afastamento, salvo se
ressarcir o Poder Público das despesas incorridas com o seu afastamento.
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Afastamento de servidor para Em tal hipótese de afastamento, o servidor perderá a remuneração total
servir em organismo interna- durante o respectivo período de concessão.
cional de que o Brasil participe
ou com o qual coopere
O servidor poderá afastar-se para participar de programa de pós-gradua-
ção stricto sensu no país sempre que não for possível a concessão com o
desempenho das atividades do cargo ou com a compensação de horários.
Afastamento para participar de Enquadram-se no conceito de pós-graduação stricto sensu os programas
programa de pós-graduação de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
no país Após o término da concessão, o servidor deve permanecer em exercício
por um tempo mínimo igual ao do afastamento concedido. Caso seja exo-
nerado ou aposentado antes deste prazo, deve ressarcir os cofres públicos
das despesas incorridas quando do afastamento.
3.7. Concessões
Nos termos da Lei n. 8.112/1990, o servidor público federal poderá se ausentar do serviço,
sem desconto na sua remuneração, nos seguintes casos (art. 97):
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4. Regime Disciplinar
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De acordo com a doutrina, é por meio do poder disciplinar que a administração púbica
pode punir tanto os seus agentes internos quanto os particulares que estejam ligados a ela
por algum vínculo específico.
Dessa forma, existe poder disciplinar quando a administração pública aplica a penalida-
de de advertência a um determinado servidor que se encontra a ela subordinado. Do mesmo
modo, temos uma manifestação do poder disciplinar quando um órgão público, verificando
que um licitante não cumpriu com as obrigações estipuladas em um contrato administrativo,
aplica a sanção de suspensão.
Em ambos os casos, tivemos uma penalidade sendo aplicada. No entanto, em apenas um
desses casos a pessoa punida estava subordinada à administração.
E é justamente tal característica (subordinação) a base de outro importante poder: o hie-
rárquico. Por meio dele, a administração possui as prerrogativas de delegar, avocar, fiscalizar
e aplicar sanções.
Assim, chegamos a uma importante constatação:
• quando a administração pune internamente os seus servidores pelas infrações por eles
cometidas, estamos diante do poder disciplinar exclusivamente interno. Esse poder,
justamente por ser apenas interno, deriva do poder hierárquico;
• quando a administração pune o particular que mantém algum tipo de vínculo específi-
co com o Poder Público (como uma empresa privada que tenha celebrado um contrato
administrativo) também estamos diante do poder disciplinar, só que agora, ao contrário
do exemplo anterior, o mesmo aplica-se a terceiros e, por isso mesmo, não deriva do
poder hierárquico.
Tudo isso nos permite afirmar que o regime disciplinar da administração pública é decor-
rência direta do poder disciplinar e indireta do poder hierárquico.
Nos termos da Lei n. 8.112/1990, o regime disciplinar dos servidores está construído em
cinco capítulos: deveres, proibições, acumulação, responsabilidades e penalidades.
4.1. Deveres
De acordo com o estatuto federal, temos uma série de deveres para os servidores públicos
regidos pela norma. Salienta-se que a lista de deveres apresentada não é taxativa, mas sim
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meramente exemplificativa, de forma que o servidor não pode alegar que deixou de cumprir
com alguma obrigação por ela não estar prevista expressamente no texto da norma que rege
a sua categoria funcional.
De acordo com o artigo 116 da Lei n. 8.112/1990, são os seguintes os deveres do servidor
público federal:
4.2. Proibições
No tocante às proibições, temos que identificar, além da lista de possibilidades estipula-
das pela Lei n. 8.112/1990, qual a penalidade cabível quando do seu descumprimento.
Desta forma, duas informações são essenciais para compreendermos a relação proibição
x penalidade.
A reincidência da conduta anteriormente penalizada com advertência implica na pena de
suspensão.
Exemplo: podemos citar o servidor público que deixou de cumprir algum dever funcional e foi
inicialmente penalizado com advertência. Caso o servidor volte a cometer a mesma infração
(ainda que a penalidade inicial seja advertência), a pena, agora, será a de suspensão.
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Para efeito das proibições que serão elencadas daqui por diante, três penas são possíveis
de serem aplicadas: advertência, suspensão e demissão.
Tais penalidades obedecem a uma gradação estabelecida pelo legislador, de forma que
as infrações mais leves recebem advertência, as de nível intermediário (ou reincidências de
advertência) recebem suspensão e as de maior gravidade são punidas com demissão.
Obs.: destaca-se que um cuidado maior deve ser dado a esta conduta, uma vez que ela
vai contra o nível hierárquico das punições se compararmos com uma das condu-
tas ensejadoras de suspensão, que é o cometimento, a outro servidor, de atribuições
estranhas ao cargo que ocupa. Em um primeiro momento, pode parecer que cometer
uma atividade estranha a um servidor é bem menor grave do que cometer uma atri-
buição a uma pessoa estranha ao serviço público. No entanto, não foi esta a opção
adotada pelo legislador, sendo que devemos considerar, para efeitos de prova, as
seguintes penalidades:
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Importante sabermos que a suspensão não pode ser aplicada por prazo superior a 90 dias,
bem como que, a critério da autoridade competente, dentro das situações em que for conve-
niente para o serviço público, a pena de suspensão poderá ser substituída por multa de 50%
por dia trabalhado.
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Exemplo: imaginemos a situação onde um servidor foi punido com suspensão. No entanto,
como a repartição em questão possui poucos servidores, seria mais danoso para o serviço
público se o servidor penalizado permanecesse sem trabalhar durante o prazo de cumpri-
mento da penalidade.
Ainda que a administração tenha o dever de punir, esta punição não poderá resultar em um
prejuízo maior à sociedade, haja vista ser esta a titular do interesse público. Assim, como
meio de penalizar o servidor e não prejudicar a população, a administração poderá converter
a pena de suspensão em uma multa, situação em que o servidor permanecerá trabalhando e
receberá apenas 50% do que ganharia por dia normal de trabalho.
Vejamos as condutas que são tipificadas com a mais grave das penalidades administra-
tivas: a demissão.
• Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da digni-
dade da função pública;
• Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou
não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
• Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e
de cônjuge ou companheiro;
• Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de
suas atribuições;
• Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
• Praticar usura sob qualquer de suas formas. A usura pode ser entendida como a práti-
ca de emprestar dinheiro a alguém e cobrar juros excessivos por tal. É a popularmente
conhecida agiotagem;
• Proceder de forma desidiosa;
• Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
• Crime contra a administração pública;
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• Improbidade administrativa;
• Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição. A incontinência está re-
lacionada com toda prática sexual no recinto da repartição, tal como o acesso a sites
eróticos e as práticas de assédio;
• Insubordinação grave em serviço;
• Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou
de outrem;
• Aplicação irregular de dinheiros públicos;
• Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
• Corrupção;
• Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas.
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O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atual-
mente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da
interinidade.
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4.4. Responsabilidades
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Exemplo: podemos citar o servidor público que utiliza materiais da repartição em atividades
particulares e que, para evitar que o fato chegue ao conhecimento de terceiros, faz uso da
extorsão e da chantagem.
Neste caso, além de ser responsabilizado administrativamente pelo ato de improbidade admi-
nistrativa e civilmente caso tenha lesado o erário, responderá o servidor, da mesma forma, na
esfera penal, pois praticou o crime de extorsão em conexão com as demais práticas ilícitas.
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A regra da acumulação de esferas, no entanto, apresenta duas exceções, que são as si-
tuações em que a absolvição na esfera penal acarreta a absolvição na esfera administrativa.
Para que isso ocorra, não basta a simples absolvição penal, mas sim que esta expressa-
mente negue a existência do fato ou de sua autoria. No primeiro caso, prova-se que o fato
imputado ao servidor não ocorreu. No segundo, ainda que o fato tenha ocorrido, a autoria da
infração comprovadamente não é do servidor.
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As três esferas de responsabilização podem ser mais bem visualizadas por meio do grá-
fico a seguir:
4.5. Penalidades
De acordo com as normas da Lei n. 8.112/1990 (art. 127) são as seguintes as penalidades
passíveis de aplicação aos servidores públicos federais:
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
São apenas estas as penalidades que passíveis de aplicação, ou seja, trata-se de uma
lista taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma modalidade de
penalidade para ser aplicada ao servidor.
Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade deve ser garantido o
contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.
No que se refere às sanções de advertência e suspensão, temos que estas, depois de de-
corrido certo lapso de tempo, terão seus registros cancelados dos assentamentos funcionais
do servidor que houver sofrido a penalidade, sem que tal providência gere qualquer espécie de
direito retroativo. Neste sentido, estabelece o artigo 131 da norma federal:
Exemplo: caso um servidor tenha sido penalizado com suspensão e esta, por conveniência do
serviço público, tenha sido convertida em multa de 50% por dia de trabalho, deverá o servi-
dor, neste período, continuar no exercício de suas atividades, oportunidade em que receberá,
durante o período da punição, apenas metade da sua remuneração.
Decorrido o prazo de 5 anos, caso o servidor não tenha incorrido em uma nova infração dis-
ciplinar, os registros da penalidade de suspensão serão cancelados dos registros do servidor.
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Neste caso, não poderá ele requerer o recebimento da remuneração que deixou de ganhar
quando da aplicação da penalidade, uma vez que o cancelamento desta não gera direitos
retroativos.
Quanto à demissão, não existe a possibilidade desta ser excluída dos assentamentos fun-
cionais dos servidores. Trata-se a demissão de um ato vinculado, de forma que, quando da
sua ocorrência, não terá a administração a discricionariedade de optar pela aplicação de ou-
tra penalidade, conforme se observa de importante entendimento do STJ (MS 12217):
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4.5.1. Prescrição
Ainda que a administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver co-
nhecimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso
de tempo a partir da data em que o fato se tornou conhecido. E isso em plena consonância
com o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é admitida, em nosso ordenamento, a
possibilidade de haver punições imprescritíveis.
Em outras palavras, isso implica em afirmar que, mesmo que um servidor tenha cometido
uma infração e esta seja do conhecimento da administração, caso a repartição competente
não tome as medidas legais (aplicação da penalidade) dentro de um determinado período,
não mais poderá o fazer, uma vez que a ação disciplinar estará prescrita.
Os prazos prescricionais diferem a depender da penalidade cabível. Neste sentido, o ar-
tigo 142 da Lei n. 8.112/1990 estabelece o prazo de prescrição para cada uma das penas
passíveis de aplicação no estatuto federal:
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A depender da penalidade que está sendo aplicada, teremos diferentes autoridades com-
petentes para a sua aplicação. Nota-se, da relação apresentada pela Lei n. 8.112/1990, que
as autoridades estão escalonadas de acordo com a gravidade da penalidade que está sendo
aplicada:
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Um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do
Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infra-
ções de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria
da prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal pertinente.
No mesmo sentido, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, em seu artigo 148, que “o processo
disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração pra-
ticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
que se encontre investido”.
Importante frisar que a autoridade competente, tendo conhecimento de alguma irregulari-
dade cometida no âmbito do serviço público, tem o dever de apurar as faltas cometidas.
Caso o conhecimento da autoridade tenha ocorrido por meio de denúncia, esta deverá
conter a identificação e o endereço do denunciante, além de ser formulada por escrito e
confirmada a autenticidade. Quando a denúncia não configurar infração administrativa
ou ilícito penal, será arquivada pela autoridade competente, uma vez que, neste caso,
haverá falta de objeto.
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Trata-se a apuração das irregularidades, dessa forma, de uma medida vinculada do Po-
der Público, podendo desenvolver-se por meio de sindicância ou de processo administrativo
disciplinar.
Salienta-se que a apuração não precisa, necessariamente, ser feita pela autoridade que
estiver sendo lesada com a irregularidade cometida pelo servidor. Neste sentido, a Lei n.
8.112/1990 estabelece a possibilidade de delegação, para órgãos ou entidades diversos da-
queles em que a infração tenha ocorrido, das atividades de apuração.
Para que isso seja possível, a delegação deve ser feita pelas autoridades máximas dos
respectivos Poderes da República. No âmbito do Poder Executivo, caberá ao Presidente da
República; no Legislativo, aos Presidentes das respectivas Casas (Senado Federal e Câmara
de Deputados); no Judiciário, aos Presidentes dos Tribunais Federais; no âmbito do Ministério
Público da União, ao Procurador-Geral da República.
A possibilidade de delegação, contudo, não alcança todas as fases do processo admi-
nistrativo ou da sindicância, mas sim apenas as etapas destinadas à apuração das irregu-
laridades. O julgamento do processo, que é a etapa posterior à apuração, continua sendo de
competência da autoridade legalmente prevista, sem possibilidade de delegação.
Dessa forma, ainda que estejamos estudando o PAD, temos que conhecer as disposições
acerca da sindicância, que pode ser entendida como uma investigação preliminar e mais cé-
lere com o objetivo de averiguar a ocorrência dos fatos.
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A sindicância pode ser dividida em duas modalidades, sendo elas a preparatória e a punitiva.
Teremos a sindicância preparatória quando a estrita finalidade da sua instauração for a de
servir como base para o processo administrativo disciplinar. A sindicância punitiva, por sua
vez, ocorre quando o procedimento, por si só, enseja a aplicação de alguma das penalidades
previstas em lei.
Nota-se, assim, que o fato que distingue as duas modalidades é um só: a punição que será
aplicada.
Exemplo: a sindicância representa o início das investigações. Por meio dela, a autoridade
administrativa cumpre uma série de diligências com o objetivo de coletar provas que compro-
vem se realmente houve uma infração funcional disciplinar.
Caso a sindicância, por si só, verificar que houve uma infração punível com a penalidade de
advertência ou de suspensão até 30 dias, será ela classificada como punitiva, uma vez que
não haverá necessidade de instauração de procedimento administrativo disciplinar.
Caso, em sentido oposto, a sindicância constate que houve o cometimento de uma penalida-
de mais grave que a de suspensão por 30 dias, deverá ser instaurado o PAD, classificando-se
a sindicância como preparatória.
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defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo e minucioso, onde irá resumir todas as
peças produzidas nos autos e apresentar todas as provas por meio das quais fundamen-
tou sua conclusão.
3º – Julgamento: o relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo quanto à
inocência ou responsabilidade do servidor. Os autos do processo, juntamente com o relatório,
serão remetidos para a autoridade competente, que terá o prazo de 20 dias para julgar.
As fases do processo administrativo disciplinar podem ser visualizadas por meio do qua-
dro adiante:
Tendo em vista que a constituição da comissão de apuração do PAD é feita por meio de
Portaria, o STJ tem entendimento de que, no ato de publicação da mesma, não há a necessi-
dade expressa da descrição detalhada dos fatos:
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O prazo para conclusão do PAD é de 60 dias, podendo ser prorrogado, no caso de neces-
sidade, por mais 60 dias.
O relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo quanto à inocência ou respon-
sabilidade do servidor.
Outros entendimentos importantes acerca do PAD:
• caso entenda ser necessário, a autoridade instauradora do processo poderá solicitar o
afastamento preventivo do servidor, cujo prazo será de 60 dias, prorrogados por mais
60 em caso de necessidade. Considerando que o afastamento é medida cautelar, tem-
-se que o servidor continua recebendo sua remuneração normalmente durante o perí-
odo de afastamento;
• caso a autoridade competente não consiga julgar o PAD dentro do prazo previsto (20
dias), não significa que todo o processo esteja anulado.
• da mesma forma, o STJ já reconheceu que o excesso de prazo para concluir o PAD, por si
só, não acarreta a nulidade do processo, desde que não tenha havido prejuízo ao acusado.
Como vimos, temos três importantes institutos com prazos previstos diretamente na Lei
n. 8.112/1990. Vamos esquematizar os mesmos para não confundirmos na hora da prova:
Um último ponto que merece destaque refere-se à revisão do processo. Assim, o processo
disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fa-
tos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação
da penalidade aplicada.
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No caso da revisão, as mesmas regras concernentes ao PAD serão obedecidas, com for-
mação de comissão, coleta de provas e conclusão quanto à inocência ou não do servidor.
Uma vez que o PAD inicial já está julgado, a simples alegação de injustiça, por parte dos
interessados, não é motivo suficiente para instaurar um procedimento de revisão. Para que
isso ocorra, é necessário que fatos novos tenham surgido, fatos estes que, se fossem do
conhecimento da comissão, à época do julgamento do PAD, implicariam em outro resultado.
E justamente para impedir que qualquer motivo gere a possibilidade de revisar, a Lei n.
8.112/1990 afirma que o pedido será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalen-
te, que, se autorizar a revisão do processo, encaminhará o mesmo ao dirigente do órgão ou
entidade onde o processo originalmente tramitou.
O prazo para a conclusão da revisão é de 60 dias (a Lei n. 8.112/1990 NÃO menciona a
possibilidade de prorrogação). Concluído o relatório, a Comissão encaminhará o mesmo à
autoridade competente para julgar, que terá o prazo de 20 dias para tal.
Agora, a informação mais importante no que se refere à revisão: A impossibilidade da re-
formatio in pejus, que é estabelecida no parágrafo único do artigo 182 da Lei n. 8.112/1990:
Trata-se de característica bastante importante, uma vez que apenas a revisão (e não os
recursos) é que gozam da prerrogativa de não serem reformados para pior.
Exemplo: Paulo foi sancionado com a pena de advertência, pela autoridade administrativa,
sob o fundamento de ter cometido a pessoa estranha à repartição o desempenho de atribui-
ções que era de sua responsabilidade.
Inconformado, Paulo apresentou recurso no prazo da lei. Uma vez apreciados, a autoridade
responsável verificou que Paulo, na verdade, cometeu as suas atribuições a outro servidor, e
não a um terceiro alheio ao serviço público.
Nesta situação, a penalidade de Paulo será agravada, passando de advertência para
suspensão.
Caso, no entanto, Paulo conseguir provar, por intermédio de fatos novos não conhecidos no
momento da aplicação da penalidade, que o motivo de ter cometido a outro servidor as atri-
buições de seu cargo estava relacionado com uma situação de urgência, poderá ele solicitar
a revisão do processo.
E desta revisão não poderá a autoridade agravar a penalidade do servidor.
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6.1. Beneficiários
Como regra, todos os servidores públicos federais abrangidos pela Lei n. 8.112/1990 fa-
zem jus a todos os benefícios disciplinados pela norma.
O servidor que apenas ocupe Cargo em Comissão (e que não seja originário de cargo
efetivo da Administração Pública Federal) NÃO fará jus aos benefícios concedidos pela Lei n.
8.112/1990, mas sim apenas à assistência à saúde, que compreende, para o servidor e sua
família:
Assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica
o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Siste-
ma Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do
valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos
ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.
No primeiro caso, o servidor público (justamente por ser regido por todas as disposições
da Lei n. 8.112/1990) possui direito a todos os benefícios da seguridade social contemplados
pela norma.
No segundo caso, considerando que o servidor apenas possui cargo em comissão, não
terá ele direito aos benefícios a seguir elencados, com exceção da assistência à saúde (que
ele tem direito).
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E o que acontece com o servidor público que, estando regido pela Lei 8112, licencia-se do
cargo sem remuneração, professor?
Nesta hipótese, temos que o servidor, mesmo contribuindo com outro regime de previdên-
cia, terá suspenso o seu vínculo com o regime da Lei n. 8.112/1990. Esta é a regra!
No entanto, caso seja interesse do servidor licenciado continuar fazendo jus aos benefí-
cios do estatuto federal, deverá ele contribuir, da mesma forma que os servidores em exercí-
cio, e com as mesmas alíquotas que incidiam quando estava em exercício.
Assim dispõe a Lei 8112:
6.2. Benefícios
Os benefícios da Lei n. 8.112/1990 podem ser divididos entre aqueles que são compreen-
didos ao servidor e aqueles que são compreendidos aos respectivos dependentes:
I – quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;
II – quanto ao dependente:
a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral;
c) auxílio-reclusão;
d) assistência à saúde
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6.2.1. Aposentadoria
Com relação à aposentadoria dos servidores federais, as regras que devem ser observa-
das em provas de concurso público são as que constam no texto da Constituição Federal.
E de acordo com a Constituição, já de acordo com as alterações promovidas pela Reforma
da Previdência (EC 103/2019) três são as formas distintas com que o servidor público esta-
tutário poderá se aposentar:
• por incapacidade permanente para o trabalho;
• compulsoriamente;
• voluntariamente.
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio finan-
ceiro e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:
I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insus-
cetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo;
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo.
A aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho veio para substituir a an-
tiga aposentadoria por invalidez. Agora, de acordo com as novas regras, observa-se que a
ideia do legislador foi a de aproximar o máximo possível o procedimento adotado na iniciativa
privada para os servidores públicos.
Desta forma, o servidor apenas será aposentado por incapacidade permanente para o
trabalho quando a limitação ocorrida não puder dar ensejo a qualquer tipo de readaptação.
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Art. 37, § 13 O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de
cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a
habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do
cargo de origem.
Aposentadoria Compulsória
A aposentadoria compulsória ocorre quando o servidor público atinge a idade limite para
permanecer em exercício no serviço público.
Antes da entrada da Emenda Constitucional n. 88, ocorrida em 2015, a idade em que a
aposentadoria compulsória ocorria era aos 70 anos de idade. Com a mencionada emenda,
passamos a contar com a possibilidade de lei complementar estabelecer o prazo de 75 anos
para a aposentadoria compulsória.
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Regulamentando a emenda constitucional, foi editada a Lei Complementar 152, que, por
trata-se de uma norma nacional, é de observância obrigatória por todos os entes federativos.
Por intermédio de tal lei, os servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios serão aposentados compulsoriamente aos 75 anos de idade.
Aposentadoria Voluntária
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Os proventos decorrentes da aposentadoria dos servidores públicos não poderão ser in-
feriores ao valor do salário mínimo, nem superiores ao limite máximo estabelecido para o
Regime Geral de Previdência Social. Esta, inclusive, foi uma das mudanças mais substanciais
da reforma, haja vista que, até então, os servidores públicos que estavam no regime próprio
podiam se aposentar com valores superiores máximo estabelecido para a iniciativa privada
(RGPS).
Os proventos de aposentadoria dos servidores não podem ser inferiores a 1 salário míni-
mo ou superiores ao teto do Regime Geral da Previdência Social.
Como regra geral, é vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para conces-
são de benefícios em regime próprio de previdência social. No entanto, a Constituição Federal
estabelece situações excepcionais, hipóteses em que os servidores poderão ser aposentados
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de acordo com critérios diferenciados de concessão. Basicamente, podemos dividir estas si-
tuações excepcionais em três diferentes hipóteses.
Servidores professores: os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima para a
aposentadoria reduzida em 5 anos, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
complementar do respectivo ente federativo.
Tomando como base a regra geral da idade mínima, é correto afirmar que o servidor que
desempenhe as atividades de professor irá se aposentar, sendo homem, com a idade mínima
de 60 anos. No caso de servidoras professoras, a idade mínima é de 57 anos.
Além da idade, como não poderia ser diferente, os demais requisitos devem ser observa-
dos, sendo eles:
• vinte e cinco anos de contribuição;
• tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
• tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria;
Art. 40, § 4º-B Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peni-
tenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do
art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.
Logo, devemos identificar as classes de agentes que estão contempladas com esta pos-
sibilidade, sendo elas:
• agentes penitenciários;
• agentes socioeducativos;
• policial legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
• policiais federais;
• policiais rodoviários federais;
• policiais ferroviários federais;
• policiais civis do Distrito Federal.
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Os servidores destas categorias, para poderem se aposentar, deverão atender aos seguin-
tes requisitos: 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de efetivo exercício
em cargo dessas carreiras, regras estas que são aplicadas para os servidores de ambos os
sexos.
Servidores que desempenham atividades especiais: Poderão ser estabelecidos, desde que
por meio de lei complementar do respectivo ente federativo, idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação des-
ses agentes, sendo vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Sendo servidor público federal, deverá o agente atender aos seguintes requisitos para
concessão da aposentadoria:
• idade mínima de 60 anos;
• vinte e cinco anos de efetiva exposição e contribuição;
• dez anos de efetivo exercício de serviço público;
• cinco anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria.
Aqui, é importante destacar que as regras diferenciadas não serão aplicadas por catego-
ria profissional ou ocupação, mas sim por servidor. Assim, por exemplo, se estivermos diante
de um servidor cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos
prejudiciais à saúde, isso, por si só, não implica em afirmar que todos os demais servidores da
categoria terão direito às regras diferenciadas. Em outros termos, apenas os servidores que
efetivamente tenham contato, em suas atividades, com as mencionadas substâncias quími-
cas é que terão direito a tal diferenciação.
Servidores portadores de deficiência: de acordo com o texto da Constituição Federal, po-
derão ser estabelecidos, desde que por meio de lei complementar do respectivo ente fede-
rativo, idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com
deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi-
profissional e interdisciplinar.
Até que a lei discipline a forma como ocorrerá a aposentadoria da pessoa com deficiência,
deverão ser observados os critérios utilizados na Lei Complementar 142/2013.
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Não há necessidade de adentrarmos no estudo desta lei. Para fins de prova, devemos
memorizar que os servidores com deficiência poderão ser aposentados, desde que atendidos
os demais requisitos legais, caso tenha sido atendido o tempo mínimo de 10 anos de efetivo
exercício no serviço público e de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposenta-
doria.
Para termos uma visão geral das novas regras de aposentadoria dos servidores públicos,
iremos fazer uso do seguinte quadro:
Categoria Requisitos
Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço
Regra Geral (Servidores Públicos Federais)
público;
Tempo mínimo de 5 anos de efetivo exercício no cargo em que
for concedida a aposentadoria.
Idade mínima de 60 anos, se homem, e de 57 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço
Professores
público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for conce-
dida a aposentadoria.
Idade mínima de 55 anos;
Tempo mínimo de 30 anos de contribuição;
Servidores da segurança pública
Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício em cargo dessas
carreiras.
Idade mínima de 60 anos;
Tempo mínimo de 25 anos de efetiva exposição e contribuição;
Servidores que desempenham atividades Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício de serviço
especiais público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for conce-
dida a aposentadoria.
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço
público;
Servidores portadores de deficiência Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for conce-
dida a aposentadoria.
Demais regras serão estabelecidas em lei.
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6.2.3. Salário-Família
I – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade
ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
II – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às
expensas do servidor, ou do inativo;
III – a mãe e o pai sem economia própria.
6.2.4. Pensão
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Em seu artigo 217, a norma elenca as pessoas que podem ser beneficiários das pensões:
Tais beneficiários podem ser mais bem visualizados por meio do gráfico a seguir:
Caso seja concedida pensão ao cônjuge, ao companheiro ou aos filhos que atendam aos
requisitos legais, a concessão não poderá ocorrer para os pais ou para os irmãos do servidor.
Da mesma forma, a concessão da pensão aos pais do servidor exclui a possibilidade de
concessão simultânea aos irmãos do agente público.
Para efeitos de pensão, o enteado e o menor tutelado equiparam-se ao filho do servidor,
desde que comprovada a dependência econômica e que tenha ocorrido a declaração do ser-
vidor público.
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Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes
iguais entre os beneficiários habilitados.
Ressalta-se que a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar de diversas datas, conforme previsão do artigo 219:
Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não, a contar da data:
I – do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias) após o óbito, para os filhos meno-
res de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes;
II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I do caput deste artigo; ou
III – da decisão judicial, na hipótese de morte presumida.
§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro pos-
sível dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só
produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão ao dependente
habilitado.
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá re-
querer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de
rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito
em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário.
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão da pensão por morte,
este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de
rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o paga-
mento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de
decisão judicial em contrário.
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste artigo, o valor retido será corrigido
pelos índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão por morte a cobrança
dos valores indevidamente pagos em função de nova habilitação.
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Contudo, caso o servidor reapareça no curso dos 5 anos, o benefício deverá ser imedia-
tamente cancelado. Ressalvada a comprovação de má fé, os valores recebidos por meio da
pensão por morte presumida não precisarão ser devolvidos quando do aparecimento do ser-
vidor público.
Vejamos quais as possibilidades que acarretam a concessão da pensão por morte presumida:
• declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;
• desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado
como em serviço;
• desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.
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Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por deter-
minação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-compa-
nheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não
incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.
Por fim, ressalta-se que o exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de
microempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da cota da pensão
de dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave.
6.2.5. Auxílio-Funeral
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No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo
de maior remuneração.
O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de procedimento
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Caso o funeral tenha sido
custeado por terceiro, este será indenizado no prazo em questão.
Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no ex-
terior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia
ou fundação pública.
6.2.6. Auxílio-Reclusão
I – dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva,
determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
Nesta hipótese, caso o servidor venha a ser absolvido, terá direito a integralização da re-
muneração que deixou de ser paga.
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RESUMO
A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais.
Trata-se a Lei n. 8.112/1990, por isso mesmo, de uma lei federal, e não nacional, uma vez
que destinada, apenas, aos servidores públicos federais.
No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os agentes pú-
blicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que implica em dizer que os
empregados públicos federais, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo
de atuação do estatuto federal.
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A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma
carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o provi-
mento no cargo de classe mais alta.
A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua capacidade física ou
mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de aposentadoria. Caso o servidor seja
considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá a aposentadoria do respectivo agente
público.
Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, desde que aten-
didas as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que o servidor não tenha atingido
a idade de 70 anos.
A reversão poderá ocorrer de duas formas: a) Por invalidez, quando junta médica oficial
declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; b) No interesse da administração, des-
de que, neste caso, o servidor obedeça a uma série de regras.
O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela administração pública,
para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades.
Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servidor ao cargo ante-
riormente ocupado. Duas são as hipóteses de recondução previstas para os servidores públi-
cos federais: a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; b) reintegração do
anterior ocupante.
A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao cargo anterior-
mente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas
as vantagens. Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa ou
judicial.
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o nomeado tem
o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação
será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor
público, fato que apenas ocorre com a posse.
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais
da administração pública federal. E como forma do servidor conhecer o local da repartição
para onde foi nomeado e se organizar-se melhor com relação a mudanças, hospedagem e
demais procedimentos, a Lei n. 8.112/1990 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados
da posse, para a entrada em exercício.
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Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal, teremos,
ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor, uma vez que, confor-
me anteriormente mencionado, a posse é o momento em que o particular passa a constar nos
assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, servidor
público.
A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de car-
go efetivo, o estágio probatório, período de avaliação onde diversos fatores são levados em
conta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público. O prazo do estágio
probatório é de 36 meses.
Após três anos de serviço público, o servidor adquire a estabilidade. Sendo estável, ape-
nas poderá perder o cargo em quatro situações: a) em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado; b) mediante processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada
ampla defesa; c) o procedimento de avaliação periódica; d) redução de despesas quando os
entes federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal.
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo
público anteriormente ocupado.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, temos as seguintes hipóteses de vacância: exonera-
ção, demissão, aposentadoria, posse em cargo inacumulável, promoção e readaptação.
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício,
no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”.
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocu-
pado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou entidade, mas sempre no
âmbito do mesmo Poder.
Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de provimento. Não se trata de uma forma de provimento.
Não altera o contingente funcional. Não altera o contingente funcional.
Trata-se do deslocamento de servidor. Trata-se do deslocamento de cargo.
Destina-se a assegurar a preservação de valores Trata-se de uma forma de organização da adminis-
como a saúde do servidor e o núcleo familiar. tração pública.
Quando ocorrer a mudança de Município, deve ser Quando ocorrer a mudança de Município, deve ser
conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada em conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada em
exercício. exercício
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O servidor que apenas ocupe cargo em comissão (e que não seja originário de cargo efe-
tivo da Administração Pública Federal) não fará jus aos benefícios concedidos pela Lei 8112,
mas sim apenas a assistência à saúde.
Três são as formas distintas com que o servidor público estatutário poderá se aposentar:
a) por incapacidade permanente para o trabalho; b) compulsoriamente; c) voluntariamente;
Uma vez diagnosticada a incapacidade permanente, deverá o servidor, em um primeiro
momento, ser readaptado. Caso a readaptação não seja possível, teremos a aposentadoria na
presente modalidade. Neste caso, e de forma completamente diferente ao que ocorria até en-
tão, na aposentadoria por invalidez, deverá o servidor, obrigatoriamente, participar de avalia-
ções periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão
da aposentadoria.
A aposentadoria compulsória ocorre quando o servidor público atinge a idade limite para
permanecer em exercício no serviço público. Atualmente, a idade limite é aos 75 anos.
Com relação à aposentadoria voluntária, as regras gerais de concessão, bem como as
respectivas exceções, podem ser mais bem visualizadas da seguinte forma:
Categoria Requisitos
Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço
Regra Geral (Servidores Públicos Federais)
público;
Tempo mínimo de 5 anos de efetivo exercício no cargo em que
for concedida a aposentadoria.
Idade mínima de 60 anos, se homem, e de 57 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço
Professores
público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for conce-
dida a aposentadoria.
Idade mínima de 55 anos;
Tempo mínimo de 30 anos de contribuição;
Servidores da segurança pública
Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício em cargo dessas
carreiras.
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MAPAS MENTAIS
Para cargo isolado de provimento
Em caráter efetivo
Única forma de provimento efetivo ou de carreira
originário, podendo ocorrer
Inclusive na condição de interino,
Em comissão
Nomeação para cargos de confiança vagos
Após a nomeação, o aprovado tem o prazo de 30 dias Após a posse, deve o servidor entrar em exercício no
para tomar posse prazo de 15 dias
Equivalência de vencimentos
Processo Deve ser utilizado quando a infração ensejar a aplicação das sanções de sus-
disciplinar pensão por mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou de dispo-
nibilidade e destituição de cargo em comissão
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CEBRASPE/CESPE/AAP/PGE-PE/CALCULISTA/2019) Com base nas disposi-
ções constitucionais relativas a cargos, empregos e funções públicas e nas disposições do
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco, julgue o item seguinte.
Reintegração corresponde ao reingresso de servidor aposentado no serviço público, se insub-
sistentes os motivos da aposentadoria ou se houver interesse e requisição da administração,
respeitada a opção do servidor.
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sequelas que o levaram à aposentadoria por invalidez. Três anos depois, a administração
pública, por meio da junta médica oficial, constatou que João teria se reabilitado e que suas
sequelas haviam sido extintas, fatos que ocasionaram a declaração de insubsistência dos
motivos da sua aposentadoria.
Nessa situação hipotética, a determinação do retorno ao cargo anteriormente ocupado por
João configura o(a)
a) reintegração.
b) recondução.
c) reversão.
d) reaproveitamento.
e) readaptação.
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Pedro, em dezembro de 2014. Nessa situação, o cargo deve passar a ser novamente ocupado
por Gilson, e Pedro deve ser redistribuído.
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Questão 33 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
O cargo público, definido como o conjunto de atribuições e responsabilidades incumbidas ao
servidor, é criado por lei para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Questão 34 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
Situação hipotética: Cláudio, servidor público federal, foi demitido após ter respondido a pro-
cesso administrativo pela suposta prática de ato de improbidade administrativa. Inconforma-
do, Cláudio ingressou com ação judicial e conseguiu anular a demissão, tendo sido reinves-
tido no cargo.
Assertiva: Nesse caso, a reinvestidura de Cláudio no cargo público se dará por meio da reversão.
Questão 35 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
Situação hipotética: Giorgio, de quarenta anos de idade, é cidadão italiano e não tem naciona-
lidade brasileira. Foi aprovado, dentro do número de vagas, em concurso público para prover
cargo do professor de ensino superior de determinada universidade federal, tem o nível de
escolaridade exigido para o cargo e aptidão física e mental.
Assertiva: Nessa situação, por não ter a nacionalidade brasileira, Giorgio não poderá tomar
posse no referido cargo.
Questão 36 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
Ascensão e reintegração são formas de provimento de cargo público.
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Questão 43 (CESPE/AG ADM/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990,
que trata do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus
ao recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois
adicionais.
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GABARITO
1. E 29. E
2. b 30. C
3. E 31. E
4. E 32. C
5. c 33. C
6. b 34. E
7. b 35. E
8. C 36. E
9. E 37. C
10. C 38. C
11. d 39. C
12. E 40. a
13. C 41. C
14. C 42. c
15. E 43. C
16. E 44. E
17. E 45. C
18. E 46. C
19. C 47. C
20. E 48. C
21. C
22. E
23. E
24. C
25. C
26. E
27. C
28. E
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CEBRASPE/CESPE/AAP/PGE-PE/CALCULISTA/2019) Com base nas dispo-
sições constitucionais relativas a cargos, empregos e funções públicas e nas disposi-
ções do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco, julgue o
item seguinte.
Reintegração corresponde ao reingresso de servidor aposentado no serviço público, se insub-
sistentes os motivos da aposentadoria ou se houver interesse e requisição da administração,
respeitada a opção do servidor.
Errado.
Ao contrário do que informa a questão, a reintegração, de acordo com o artigo 28 da Lei n.
8.112/1990, é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no car-
go resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Letra b.
Neste caso, estaremos diante do aproveitamento, cuja previsão é o artigo 30 do estatuto federal:
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Errado.
A definição apresentada é a de reintegração, e não de reversão, conforme afirmado pela ques-
tão. Além disso, após a reintegração, o servidor terá direito ao recebimento e todas as vanta-
gens que deixou de receber.
Errado.
Ao contrário do que afirmado pela questão, a promoção é sim uma forma de provimento em
cargo público.
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Letra c.
Neste caso, estamos diante de uma das situações ensejadoras da reversão do servidor públi-
co, conforme previsão do artigo 25:
Letra b.
Em conformidade com o que afirmado no artigo 7º, “a investidura em cargo público ocorrerá
com a posse”.
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a) recondução.
b) reintegração.
c) redistribuição.
d) readaptação.
e) reversão.
Letra b.
Neste caso, teremos a reintegração do servidor público estável, cuja previsão consta no artigo
28 da norma federal.
Certo.
Conforme afirma, poderão ser pagas aos servidores públicos federais, além do vencimento,
indenizações, gratificações e adicionais.
Ao passo que as indenizações não se incorporam ao vencimento, as gratificações e os adicio-
nais se incorporam, nos casos e condições previstos em lei, ao vencimento do servidor.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e con-
dições indicados em lei.
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Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos
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Errado.
Uma das condições para o recebimento do auxílio-moradia é que nenhuma pessoa que resida
com o servidor esteja recebendo a mencionada indenização.
Certo.
A questão está correta, nos termos do artigo 60-E da Lei n. 8.112/1990:
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do ser-
vidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.
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c) auxílio-moradia.
d) ajuda de custo.
Letra d.
Considerando que a remoção ocorreu por interesse do serviço, possuindo, de igual forma, ca-
ráter de definitividade, deverá a servidora receber a indenização denominada ajuda de custo.
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no
interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge
ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
Errado.
O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere está previsto no artigo 96 da Lei n. 8.112/1990:
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe
ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
De acordo com a norma, tal afastamento consta dentre aqueles que podem ser concedidos ao
servidor que se encontra em estágio probatório.
Art. 20, § 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para par-
ticipar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Adminis-
tração Pública Federal.
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De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, é dever do servidor atender o público em geral com pres-
teza, fornecendo as informações requeridas, salvo aquelas protegidas por sigilo.
Certo.
Temos aqui um dos deveres elencados para os servidores públicos federais.
Certo.
Como regra geral, as três esferas de responsabilização são independentes entre si. No en-
tanto, em duas situações, a absolvição no âmbito penal repercute na esfera administrativa,
sendo elas:
• absolvição negando a existência do fato;
• absolvição negando a autoria.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição crimi-
nal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Errado.
De acordo com o §1º do artigo 130, “será punido com suspensão de até 15 (quinze)
dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica
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Errado.
Ainda que o servidor deva respeitar a hierarquia, é um dever de ele representar contra a ilega-
lidade, omissão ou abuso de poder.
Errado.
Nestas situações, o início do prazo para a posse, que é de 30 dias, será contado da data do
término do impedimento, conforme previsão no artigo 13, §2º:
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribui-
ções, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
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Errado.
Neste caso, deverá ser utilizada a forma de provimento chamada aproveitamento, conforme
previsão do artigo 30:
Certo.
A promoção e a readaptação são duas das formas de provimento em cargo público, conforme
previsão do artigo 8º da Lei n. 8.112/1990:
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Considere que determinado servidor público tenha sido investido em novo cargo, compatível
com as suas limitações decorrentes de acidente de trânsito. Nessa situação, é correto afirmar
que o referido servidor está em provimento originário.
Errado.
A única forma de provimento originário é a nomeação. Todas as demais são consideradas
formas derivadas, uma vez que decorrem da investidura anterior em cargo público. No caso
da questão, estamos diante da readaptação.
Certo.
De acordo com o artigo 27 da Lei n. 8.112/1990, “não poderá reverter o aposentado que já
tiver completado 70 (setenta) anos de idade”.
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Errado.
No caso, Gilson foi reintegrado ao cargo anteriormente ocupado. Com isso, Pedro, que estava ocu-
pando o seu cargo, deve ser reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou apro-
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade, conforme previsão do artigo 28, §2º.
Errado.
De acordo com o artigo 36, a remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Nota-se, assim, que a questão está
incompleta, uma vez que a remoção também poderá dar-se de ofício.
Certo.
O estágio probatório de todos os servidores regidos pelas disposições da Lei n. 8.112/1990
é de 3 anos. Neste período, serão avaliados diversos fatores, após o qual o servidor aprovado
adquirirá a estabilidade no serviço público.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, são fatores que serão avaliados no período do estágio
probatório (art. 20): I – assiduidade; II – disciplina; III – capacidade de iniciativa; IV – produ-
tividade; V– responsabilidade.
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Certo.
Trata-se de questão que exige a literalidade do artigo 135 da Lei n. 8.112/1990:
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Errado.
Nos termos do artigo 135 da Lei n. 8.112/1990, temos que a situação narrada pela questão
enseja a aplicação da penalidade de destituição de cargo em comissão, e não de exoneração,
conforme expresso na questão.
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
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Certo.
Trata-se de questão que exige a literalidade do artigo 135 da Lei n. 8.112/1990:
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Errado.
Nos termos do artigo 135 da Lei n. 8.112/1990, temos que a situação narrada pela questão
enseja a aplicação da penalidade de destituição de cargo em comissão, e não de exoneração,
conforme expresso na questão.
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Errado.
O processo administrativo disciplinar apenas será instaurado se as denúncias contiverem
atos ou fatos considerados ilícitos, em plena sintonia com o artigo 144 da Lei n. 8.112/1990:
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a iden-
tificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
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Certo.
Ainda que o PAD tenha sido instaurado, nada impede que as irregularidades cometidas sejam
objeto de investigação, também, na esfera penal, uma vez que a responsabilidade do servidor
público pode dar-se em três diferentes esferas: administrativa, civil e penal.
Errado.
De acordo com o artigo 152, “O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá
60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admiti-
da a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem”.
Certo.
Trata-se de regra prevista no artigo 144 da Lei n. 8.112/1990:
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a iden-
tificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
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Questão 33 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
O cargo público, definido como o conjunto de atribuições e responsabilidades incumbidas ao
servidor, é criado por lei para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Certo.
Trata-se de previsão do artigo 3º da Lei n. 8.112/1990, de seguinte teor:
Questão 34 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
Situação hipotética: Cláudio, servidor público federal, foi demitido após ter respondido a pro-
cesso administrativo pela suposta prática de ato de improbidade administrativa. Inconforma-
do, Cláudio ingressou com ação judicial e conseguiu anular a demissão, tendo sido reinves-
tido no cargo.
Assertiva: Nesse caso, a reinvestidura de Cláudio no cargo público se dará por meio da reversão.
Errado.
Na situação narrada, Cláudio deverá fazer uso do instituto da reintegração, e não da reversão.
Questão 35 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
Situação hipotética: Giorgio, de quarenta anos de idade, é cidadão italiano e não tem naciona-
lidade brasileira. Foi aprovado, dentro do número de vagas, em concurso público para prover
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Errado.
Ainda que a regra geral seja a de que os cargos públicos apenas possam ser providos por
brasileiros, a Lei n. 8.112/1990 apresenta, como exceção, as hipóteses das universidades e
institutos de pesquisa. Nestes casos, poderão ser nomeados professores, técnicos e cientis-
tas estrangeiros.
Questão 36 (CESPE/ATA/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, jul-
gue o seguinte item.
Ascensão e reintegração são formas de provimento de cargo público.
Errado.
A ascensão não é mais considerada uma forma de provimento de cargos públicos.
Certo.
A questão elenca os fatores que serão objeto de avaliação do servidor público durante o pe-
ríodo do estágio probatório.
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Importante salientar que o prazo de duração do estágio probatório é de 3 anos, ainda que o
texto da Lei n. 8.112/1990 faça menção ao período de 24 meses.
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito
a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e ca-
pacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.
Certo.
Trata-se de regra prevista no parágrafo único do artigo 9º da norma federal, de seguinte teor:
Art. 9º, Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial po-
derá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o período da interinidade.
Certo.
A readaptação deve ser utilizada nas situações em que o servidor sofreu uma limitação em
sua capacidade física ou mental. No caso, o agente passa a desempenhar suas atribuições
em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido.
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Letra a.
Caso o servidor já seja estável em um cargo público federal e, em momento posterior, seja
aprovado em novo concurso público para outro cargo efetivo, terá ele direito, em caso de não
aprovação no estágio probatório relativo ao segundo cargo, de ser reconduzido ao cargo onde
adquiriu a estabilidade.
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
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Certo.
A questão apresenta corretamente o conceito de readaptação, que pode ser entendida como
a investidura do agente público em cargo compatível com as limitações (físicas ou mentais)
que tenha sofrido.
Letra c.
A questão apresenta o conceito de redistribuição, conforme análise do artigo 37 da Lei n.
8.112/1990:
Questão 43 (CESPE/AG ADM/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990,
que trata do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus
ao recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois
adicionais.
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Certo.
No caso, Carlos deverá optar pelo recebimento do adicional de insalubridade ou de periculo-
sidade, sendo vedado o recebimento acumulado dos dois adicionais.
Art. 68, § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá
optar por um deles.
Errado.
Para estudo ou missão oficial, o servidor poderá ausentar-se do país pelo prazo máximo de
4 anos.
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização
do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo
Tribunal Federal.
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido
igual período, será permitida nova ausência.
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Certo.
A reintegração trata-se da reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado,
ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Certo.
O enunciado apresenta uma das situações em que a remoção poderá ser concedida. No caso,
independente dos cônjuges pertencerem a diferentes Poderes da União, a remoção poderia
perfeitamente ser realizada.
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:
III – aa pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no in-
teresse da Administração;
Certo.
De acordo com o artigo 13, §3º, da norma federal, “a posse poderá dar-se mediante procura-
ção específica”. Logo, poderá Alice constituir procurador para o ato da posse.
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Certo.
Com a posse, o particular passa a ter vínculo com o Poder Público, passando a ser conside-
rado, para o cargo em que foi empossado, servidor público.
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e
MPU.
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