Glossario 10 Ano Completo

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Glossário

1. O que é filosofia?
A priori: Conhecimento das causas, independente da experiência.
A posteriori: Conhecimento dos efeitos, dependente dos limites da experiência.
Argumentos: Razões ou fundamentos que sustentam a tese.
Atitude acrítica: Atitude passiva (senso comum/atitude dogmática).
Atitude critica: Atitude antidogmática.
Axioma: Proposição evidente, irrefutável.
Ciências empíricas: São as ciências que se baseiam na observação + experimentação.
Ciências formais: São as ciências que estudam fenômenos a partir da abstração e com o
objetivo de generalizar leis ou teorias, como por exemplo a Matemática e a Lógica.
Conceito: Representação mental de algo.
Contra-argumentos: Objeção a um argumento.
Corte epistemológico:  Designa e explica as rupturas ou as mudanças súbitas que acontecem
ao longo do processo de evolução do conhecimento científico na busca de uma crescente
objetividade, em que o racional, que é construído, se vai sobrepondo num esforço
constante ao consciencial, que é meramente subjetivo.
Crenças acríticas: Ideias impostas pela autoridade (artigos intelectuais em 2ª mão) que
consideramos verdadeiros sem refletirmos sobre a ideia em questão.
Crenças: Ideias em que acreditamos e consideramos verdadeiros.
Crenças fundamentais/básicas: Ideias que cada pessoa acredita.
Critica: Exame cuidadoso e imparcial de uma teoria, opinião ou argumento.
Dogma: Verdade indiscutível. Um dogma é igualável a um preconceito.
Empirismo: Todo o conhecimento deriva da experiência.
Epistemologia: Filosofia do conhecimento
Filosofia: A palavra Filosofia deriva dos termos philos (philia), que significa amor/amizade, e
sophia, que significa sabedoria. A Filosofia caracteriza-se pela busca incessante de
conhecimento e a defesa fundamental de pontos de vista. É uma atividade crítica e
conceptual e promove o pensamento crítico e autónomo.
Objeto abstrato: Mundo inteligível (ideias).
Objeto concreto: Mundo sensível
Problemas filosóficos: São de natureza conceptual e não empírica. São a priori, dizendo
respeito às crenças básicas e fundamentais.
Racionalismo: Conhecimento deriva da razão.
Senso comum: Conhecimento vulgar.
Tese: Respostas que os filósofos dão ao problema que estudam.

2. O que é argumentar?
Antecedente- É condição suficiente do consequente.
Argumento- Razões e fundamentos que sustentam a ideia ou o conjunto de ideias que se
pretende provar.
Conclusão- Preposição que está a ser defendida ou justificada.
Condição necessária- Não implica que seja verdade, proposição consequente.
Condição suficiente- Implica que seja verdade, proposição antecedente.
Consequente- Condição necessária (não basta) do antecedente.
Contraexemplos- Casos que provam exceções à proposição que queremos questionar.
Entimemas- Argumentos que omitem proposições relevantes para a compreensão da sua
estrutura.
Forma-padrão- É a apresentação linha a linha das premissas e da sua conclusão.
Indicadores de conclusão- São palavras que ajudam a identificar a conclusão dentro de um
argumento. À frente destas palavras surgem sempre proposições que podemos identificar
como conclusão. Essas palavras são: Daí, portanto, logo, consequentemente, por isso, de
qualquer modo, etc…
Indicadores de premissa- São palavras que ajudam a identificar as premissas dentro de um
argumento. À frente destas palavras surgem sempre proposições que podemos identificar
como premissas. Essas palavras são: Porque, já que, dado que, pois, sendo que, visto que,
etc…
Lógica- Disciplina filosófica que tem como objeto de estudo a coerência do raciocínio e
pensamento. Tem como principal objeto de estudo os argumentos.
Logos- Razão, discurso (argumentos).
Premissa omitida- preposição que se supõem verdadeira e que não é apresentada
explicitamente.
Premissa- Preposição que tem como função justificar outra preposição.
Proposição categórica- Afirma ou nega algo sem nenhuma condição, ou seja, de forma
absoluta. Existem quatro tipos de proposição (A, E, I, O), e classificam-se pela quantidade
(sujeito) e qualidade (relação entre o sujeito e predicado).
Proposição condicional- As condições são proposições complexas que afirmam uma relação
especial entre as proposições que a constituem (Constituída pelo antecedente e a
consequente) - Se a antecedente é verdadeira, a consequente também, mas não basta a
consequente ser verdadeira para a antecedente também a ser.
Proposição- Ideia contida numa frase declarativa com sentido e valor de verdade.
Quadrado de oposição- É um gráfico que nos permite visualizar as relações entre as
proposições categóricas.
Ruído- Informações não essenciais que se encontram num argumento.
Refutar argumentos- Negar argumentos, opor-se a pensamentos contrários.

3. Como avaliar argumentos? -Lógica proposicional


Âmbito de uma conectiva- É a abrangência e a área de ação de uma conectiva.
Argumento cogente- Um argumento forte com premissas verdadeiras e onde a conclusão é
provavelmente verdadeira é um argumento cogente.
Argumento dedutivo valido- O argumento dedutivamente válido são aqueles em que a
verdade das premissas garante a verdade da conclusão.
Argumento não dedutivos forte- Um argumento não dedutivo forte são aqueles em que a
verdade das premissas torna muito provável a verdade da conclusão.
Argumento sólido- Um argumento válido com premissas verdadeiras e onde a conclusão é
necessariamente verdadeira é um argumento sólido.
Conectivas proposicionais- São símbolos que estabelecem a relação entre proposições
simples para se constituírem proposições complexas. Os conectores são: negação,
conjunção, disjunção inclusiva, disjunção exclusiva, condicional e bicondicional.
Contingência- São preposições que podem ser verdadeiras numas circunstâncias e falsas
noutras
Contradição- São preposições que são necessariamente falsas, pois as suas tabelas de
verdade não revelam nenhuma possibilidade de serem verdadeiras.
Contraposição- A contraposição tem como premissa uma condicional. Dela podemos inferir
validamente a inversão das suas proposições simples desde que as neguemos.
Falácia da afirmação da consequente (modus ponens) - A afirmação do consequente é uma
https://filosofianaescola.com/falacias/falacias-formais/ Falacia formal que ocorre quando a
segunda premissa de um silogismo afirma o consequente de uma premissa condicional.
Falácia da negação do antecedente (modus tollens) - A negação do antecedente é uma falácia
formal que ocorre quando a segunda premissa de um silogismo nega o antecedente de
uma premissa condicional.
Falácia formal- Uma falácia formal é um argumento que aparenta ser válido, mas que contém
algum erro que nos impede de aceitarmos a sua conclusão como verdadeira.
Forma lógica- A forma lógica de um argumento é a sua estrutura, representada através de
gramática formal e simbologia, fazendo uma conversão da expressão escrita em português
para a linguagem da lógica.
Formalizar- Formalizar um argumento é traduzi-lo da linguagem natural para a linguagem da
lógica proposicional.
Inferência- Inferência é um processo pelo qual, através de determinados dados, chega-se a
alguma conclusão. Outros sinônimos de inferência são conclusão, implicação e
consequência
Inspetor de circunstância- Um inspetor de circunstância é um método que, por meio de uma
tabela, permite testar a validade de argumentos a partir do valor de verdade das
proposições que formam o argumento (das premissas e da conclusão).
Leis de Morgan (1º lei de Morgan): negação da disjunção- A primeira lei de Morgan diz que,
partindo da negação de uma disjunção entre duas proposições, podemos concluir uma
conjunção entre a negação de cada uma dessas proposições.
Leis de Morgan (2º lei de Morgan): negação da conjunção entre proposições- A segunda lei de
Morgan diz-nos que, partindo de uma negação de uma conjunção entre duas proposições,
podemos concluir uma disjunção entre a negação de cada uma dessas proposições.
Modus ponens- O modus ponens caracteriza-se por afirmar na segunda premissa o
antecedente da condicional que está na primeira premissa. A sua conclusão é a afirmação
do consequente dessa condicional.
Modus tollens- O modus tollens caracteriza-se por negar na segunda premissa a consequente
da condicional que está na primeira premissa. A sua conclusão é a negação do antecedente
da condicional.
Negação dupla- A premissa desta inferência é a dupla negação de uma preposição, e a sua
conclusão é a afirmação dessa preposição.
Proposição complexa- São formadas pela combinação de várias afirmações simples, ligadas
por conectivas, avaliadas através de tabelas de verdade.
Silogismo disjuntivo- O silogismo disjuntivo tem como primeira premissa uma proposição
disjuntiva e como segunda a negação de uma das proposições simples que compõem a
primeira premissa. A conclusão é uma proposição simples que não foi negada na segunda
premissa.
Silogismo hipotético- O silogismo hipotético é um argumento composto por duas premissas
condicionais e cuja conclusão também é uma condicional, onde a consequente da primeira
premissa é a antecedente da segunda. Conclui-se que a antecedente da primeira implica a
ocorrência do consequente da segunda.
Tabela de verdade- Uma tabela de verdade é um dispositivo gráfico que elenca, na coluna da
esquerda, as combinações possíveis de valores de verdade das proposições simples que a
compõem. Depois, à direita, apresenta o valor de verdade da proposição complexa em
cada uma dessas possibilidades (de acordo com a regra do conector).
Tautologia- São proposições que são verdadeiras em todas as situações possíveis.
Validade- Avalia a forma dos argumentos (válido ou inválido).
Verdade- Avalia o conteúdo das proposições (verdadeiro ou falso).

4. Como avaliar argumentos? -Lógica informal


Amostra- Uma amostra é uma porção da realidade, é uma parcela de um universo de estudo
maior.
Amostra não representativa- Amostra insuficiente, ou seja, uma amostra demasiado pequena
e que não representa uma grande diversidade da população (universo) em causa.
Argumento de autoridade- Num argumento de autoridade, as premissas incluem uma
referência a uma entidade ou pessoa reconhecida consensualmente como especialista no
assunto que o argumento aborda, ou seja, as autoridades invocadas têm de ser
especialistas na área em questão no argumento (sem nenhum interesse particular
enviesado) e deve existir um entendimento consensual entre autoridades acerca dessa
questão. A autoridade X afirma que a proposição Y é verdadeira. Logo, a proposição Y é
verdadeira.
Argumento indutivo por generalização- A indução por generalização é um argumento que
parte do conhecimento que temos sobre uma amostra de um universo para afirmar na
conclusão algo acerca desse universo todo. Desde que uma amostra nos revele alguma
característica comum, concluímos a presença desse elemento em todo o universo em
causa.
Argumento indutivo por previsão- A indução por previsão é um argumento que parte do
conhecimento que temos do passado e/ou do presente para justificar uma conclusão
acerca de um facto ainda não observado (seja passado, presente ou futuro).
Argumento por analogia- Os argumentos por analogia têm como premissas comparações
entre dois ou mais elementos. A é muito similar a B. A tem a características Y. Logo, B tem
a característica Y.
Falácia ad hominem- Esta falácia consiste em rejeitar uma afirmação ou argumento com base
em algum facto irrelevante sobre o autor ou a pessoa que apresenta essa afirmação ou
argumento. Apontar esse fato é um ataque ao homem. O que torna esse ataque uma
estratégia falaciosa é que o caráter, o contexto ou o comportamento de uma pessoa não
têm, geralmente, influência sobre a verdade ou falsidade da afirmação feita ou sobre a
qualidade do argumento apresentado.
Falácia ad populum- A falácia do apelo ao povo ocorre sempre que nas premissas se apela
aquilo que faz, pensa ou sente a maioria das pessoas, ou um grupo significativo de pessoas,
e com esse apelo se pretende justificar uma conclusão
Falácia da circularidade ou petição de princípio- É uma falácia em que as premissas já contêm
a conclusão ou presumem que a conclusão é verdadeira, ou seja, esta falácia acontece
quando um argumento usa como uma de suas premissas a conclusão que pretende
justificar.
Falácia da derrapagem ou bola de neve- A falácia da derrapagem ocorre quando se baseia a
conclusão de um argumento numa suposta sequência causal sem que haja razão suficiente
para pensar que tal cadeia causal realmente ocorrerá.
Falácia da falsa analogia- A falácia da falsa analogia é cometida quando a comparação
realizada nas premissas não é suficientemente forte para sustentar a conclusão que delas
se retira. Pelo facto de duas coisas serem semelhantes em alguns aspetos, não podemos
automaticamente concluir que provavelmente o serão noutros aspetos.
Falácia da falsa relação causal- Esta falácia acontece quando se conclui precipitadamente que
como o evento B ocorreu após o evento A, este evento A causou o evento B.
Falácia da generalização precipitada e amostra não representativa- A generalização
precipitada consiste em extrair uma conclusão (por generalização) a partir de alguns casos.
Este raciocínio é precipitado se se basear numa amostra não representativa para justificar
a conclusão. O mesmo motivo pode causar uma previsão precipitada.
Falácia do apelo à ignorância- Esta falácia consiste em afirmar a veracidade (ou falsidade) de
uma preposição apenas porque não há evidência ou prova em contrário. Pode defender-se
que, uma vez que uma proposição não foi refutada, ela deve ser verdadeira; ou pode
defender-se que, e uma vez que uma proposição não foi provada, ela é falsa.
Falácia do apelo ilegítimo à autoridade- A falácia do apelo ilegítimo à autoridade é o recurso
incorreto ao argumento de autoridade. Isso acontece quando: a autoridade a que
recorremos nas premissas de um argumento para validar a nossa conclusão não é
especialista no assunto em questão ou tem algum interesse particular enviesado ou
tendencioso; ou existe desacordo entre os vários especialistas, portanto não há uma
posição consensual sobre a tese que é defendida pelo argumento.
Falácia do espantalho ou boneco de palha- A falácia do boneco de palha é cometida quando
se distorce o argumento de alguém com o objetivo de o atacar mais facilmente. Em
seguida ataca-se o argumento distorcido e, por fim, conclui-se que o argumento real do
oponente foi derrotado.
Falácia do falso dilema- Esta falácia ocorre sempre que nas premissas é apresentado um
número reduzido de opções, esquecendo (propositadamente ou não) outras
possibilidades.
Falácia informal- As falácias informais são argumentos que aparentam ser fortes ou
aceitáveis, mas que não o são, pois não justificam adequadamente as suas conclusões. A
sua falha não reside na sua forma lógica.
Gradação progressiva ou hierarquia de força- Nos argumentos não dedutivos fortes existe
uma gradação progressiva, consoante a força da relação de justificação entre pessoas e
conclusão. Dois argumentos fortes podem, ainda assim, ser dispostos numa hierarquia de
força.

5. Temos livre-arbítrio?
Argumentos a favor do determinismo moderado- Argumento de Frankfurt e Argumento das
razões e orientação, que dizem que o livre-arbítrio não exige que o agente tenha reais
alternativas de escolha, mas apenas que tenha o controlo sobre a sua decisão e que o
livre-arbítrio consiste em ser capaz de responder pela orientação que damos às nossas
ações, apesar de serem determinadas, respetivamente.
Argumentos a favor do determinismo radical- Argumento da ciência e Argumento da ilusão,
que dizem que as descobertas científicas e o seu sucesso explicativo aumentam a confiança
na crença de que todos os acontecimentos possuem causas determinadas e que o livre-
arbítrio é uma ilusão criada pela mente para dar sentido às nossas ações, porque não é
capaz de as explicar de outra forma, respectivamente.
Argumentos a favor do libertismo- Argumento da experiência e argumento da causalidade do
agente, que dizem que experienciamos o livre-arbítrio em cada ação que realizamos e que
o agente pode iniciar cadeias causais sem ser ele próprio causado.
Ação- É um acontecimento realizado de forma consciente, voluntária e intencional por um
agente.
Acontecimento- É um evento que ocorre num determinado lugar durante um determinado
período. Exemplos de acontecimentos podem ser fenômenos naturais, como os sismos ou
a chuva.
Agente- Agente é aquele que age, que opera ou atua, é o que pratica a ação.
Cadeia causal- A sequência de acontecimentos conduz a um certo efeito final, onde cada
membro da sequência causa a ocorrência do membro seguinte. Embora a noção se aplique
a casos identificáveis (o empurrão causa a queda, que causa a fratura, que causa a ida ao
hospital), não é claro que a causalidade, em geral, possa ser analisada através de cadeias
lineares de acontecimentos distintos.
Determinismo- Determinismo é a ideia de que todos os acontecimentos são determinados
por causas. Ou seja, combinando a massa de um astronauta e a atração gravitacional da
Terra, teremos necessariamente o efeito de queda. E sempre que essa combinação
ocorrer, teremos esse mesmo efeito. O determinismo está associado à ideia de constância,
necessidade e previsibilidade. Não importa quantas vezes façamos o teste, o astronauta e
qualquer objeto com massa semelhante irá ficar preso ao solo na Terra e flutuará na Lua. 
Determinismo moderado- O determinismo moderado defende que o livre-arbítrio e o
determinismo são compatíveis. Esta teoria é compatibilista, por isso não nos obriga a
escolher entre os dois. Eles podem coexistir, se analisarmos melhor o conteúdo de cada
conceito. Os nossos processos de decisão estão enraizados no nosso cérebro, e na sua
estrutura, por isso, não podem escapar à causalidade e ao determinismo. Mas, desde que
sejam decisões nossas, estão sob o nosso controle.
Determinismo radical- O determinismo radical é a teoria que defende o determinismo e a não
existência do livre-arbítrio. As ações humanas, sendo acontecimentos, estão inseridas nas
cadeias causais que explicam todos os fenómenos da Natureza. Assim, o livre-arbítrio é
apenas uma ilusão.
Incompatibilismo- O termo incompatibilismo designa todas as teorias que defendem que
o determinismo e o livre-arbítrio são incompatíveis, isto é, são inconciliáveis, não podem
coexistir. Neste sentido, quer o libertismo, quer o determinismo radical são teorias
incompatibilistas.
Libertismo- O libertismo é a teoria que defende a existência do livre-arbítrio e a falsidade do
determinismo. Não defende que nenhum acontecimento é determinado, apenas que
existem alguns acontecimentos que não são explicados pelo determinismo- as ações.
Livre-arbítrio- É a capacidade da vontade humana de controlar a escolha entre duas ou mais
opções de ação. Um agente possui livre-arbítrio se, e só se, possui reais alternativas de
escolha e esta escolha só depende de ti.
Objeção aos argumentos do determinismo moderado- A objeção ao argumento da rejeição
das alternativas possíveis diz que os casos imaginados por Frankfurt são sequências causais
determinadas, pelo que não provam nada acerca da definição do livre-arbítrio. A objeção
ao argumento das razões e orientação diz que os deterministas moderados fogem ao
problema quando alteram a definição de livre-arbítrio para conter apenas o princípio do
controle.
Objeção aos argumentos do determinismo radical- A objeção ao argumento da ciência diz que
a física quântica, o estudo das partículas mais pequenas da matéria, mostrou que existem
eventos com causa indeterminada. A objeção ao argumento da ilusão diz que ser livre
implica apenas controlar as nossas ações e esse controle, quando existe, não é ilusório, é
real.
Objeção aos argumentos do libertismo- A objeção ao argumento da experiência diz que
experienciar algo não prova a sua existência. A objeção ao argumento da causalidade do
agente diz que não existem provas científicas de eventos mentais sem causas. Além disso,
duplicamos o problema: agora temos que explicar como funciona este novo tipo de
causalidade.
Perspetiva causalista- Alguns filósofos têm uma perspetiva causalista da ação. Donald
Davidson, por exemplo, considera que a ação envolve sempre acontecimentos mentais e
acontecimentos físicos causados por esses fenômenos mentais. Ter uma intenção implica
ter pelo menos um par crença-desejo. As intenções causam ações.
Perspetiva volicionista- Outros filósofos têm uma perspetiva diferente de ação. Na perspetiva
volicionista, alguns filósofos dizem que podem existir ações sem acontecimentos exteriores
à mente do agente. Hugh McCann, por exemplo, defende que, entre os processos mentais
envolvidos na produção de um acontecimento, existe um que é a essência do agir humano:
a volição. A volição é a atividade mental do “quer”, do “ter vontade de” realizar algo. A
ação humana envolve acontecimentos mentais, mas entre estes e o acontecimento físico
existe a volição do agente.
Princípio das alternativas possíveis- Um agente possui reais alternativas de escolha.
Princípio do controlo- Um agente tem controle sobre as suas decisões.
Problema do livre-arbítrio- O problema do livre-arbítrio consiste em saber se algumas das
nossas ações são livres ou se todas as ações são causalmente determinadas (por causas
conhecidas ou desconhecidas).

6. Os juízos morais são objetivos?


Argumentos a favor do objetivismo moral- Argumento da coincidência de valores e
Argumento da tolerância. Este primeiro diz que as verdades morais são objetivas e há um
acordo generalizado relativamente ao respeito pelos direitos humanos. Além disso, o
aperfeiçoamento/progresso moral é possível. O segundo argumento diz que a tolerância é
um valor objetivo, não podemos tolerar sociedades intolerantes e a tolerância deve ser
limitada pelos direitos humanos fundamentais e pela dignidade humana.
Argumentos a favor do relativismo moral- Argumento da diversidade cultural e Argumento da
tolerância. O primeiro argumento diz que não há verdade moral objetiva: certo e errado
dependem das perspectivas culturais e todas as práticas culturais estão corretas. O
segundo argumento diz que o relativismo cultural promove a tolerância entre culturas e o
relativismo cultural impede o etnocentrismo.
Argumentos a favor do subjetivismo moral- Argumento do desacordo e Argumento do
respeito pela liberdade moral. Este primeiro diz que se houvesse verdades morais objetivas
não existiria um desacordo tão forte sobre os valores morais, mas este desacordo existe.
Logo, não há verdades morais objetivas. O segundo argumento diz que se o subjetivismo
promove o respeito entre pessoas com convicções morais diferentes.
Cultura- Cultura é uma rede de significados que dá sentido ao mundo que cerca um indivíduo,
ou seja, a sociedade.
Etnocentrismo- Deriva das palavras gregas etnos (lugar de origem) e ketntron (centro) e
representa a atitude daqueles que consideram que a sua altura é superior às demais e
deveria servir de modelo.
Juízo de facto- Proposições que pretendem descrever a realidade, remete para o que é, são
objetivos, neutros e imparciais (não dependem das preferências e apreciações das
preferências e apreciações de um sujeito) e têm valor de verdade: são verdadeiros ou
falsos.
Juízo de valor- Proposições que pretendem avaliar a realidade, são juízos normativos:
remetem para o deve ser, por um lado, para os subjetivistas, exprimem as preferências e
opiniões dos sujeitos/sociedade, por outro lado, para os objetivistas, “alguns” deles são
objetivos, neutros e imparciais. É discutível que “alguns” juízos de valor sejam objetivos e
que tenham valor de verdade.
Juízo objetivo- Juízo cujo valor de verdade é independente de qualquer perspetiva. Juízo
imparcial.
Juízo subjetivo- Juízo cujo valor de verdade é relativo à perspetiva do sujeito.
Objeção aos argumentos do objetivismo moral- A objeção ao primeiro argumento diz que não
existem verdades morais objetivas, mas apenas padrões morais diferentes e a ideia de
progresso moral é errado: cada sociedade orienta-se apenas pelos padrões morais do seu
tempo. A objeção do segundo argumento diz que a tolerância é um valor relativo às
sociedades, não ser tolerante é um sinal de incompreensão relativamente a outras
culturas. Além disso, corremos o risco de cair no etnocentrismo.
Objeção aos argumentos do relativismo moral- A objeção do primeiro argumento diz que há
juízos morais partilhados por todas as sociedades, algumas sociedades podem estar
enganadas nas suas avaliações morais e o relativismo cultural impede o progresso e
diálogo cultural. A objeção ao segundo argumento diz que não podemos tolerar sociedades
intolerantes. Além disso, as sociedades precisam de aperfeiçoamento moral.
Objeção aos argumentos do subjetivismo moral- A objeção ao primeiro argumento diz que há
um forte consenso em torno de direitos fundamentais e se os juízos morais são todos
subjetivos, como explicar estes consensos? A objeção ao segundo argumento diz que o
subjetivismo ignora o papel da razão, tornando a ética um domínio de completa
arbitrariedade. Além disso, o subjetivismo coloca em questão direitos considerados
fundamentais.
Objetivismo moral- O objetivismo moral defende que os juízos morais são objetivos, que o
seu valor de verdade é independente de qualquer perspetiva, e que há algumas regras
morais que todas as sociedades têm em comum. Além disso, quando uma sociedade ou
indivíduo aceita ou condena determinadas práticas pode estar enganada.
Paradoxo da tolerância- A tolerância ilimitada leva necessariamente ao desaparecimento da
tolerância. Se entendermos uma tolerância ilimitada até mesmo para aqueles que são
intolerantes, se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra a
investida dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos.
Paradoxo- Um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma
contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples,
um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade". A identificação de um
paradoxo baseado em conceitos aparentemente simples e racionais tem, por vezes,
auxiliado significativamente o progresso da ciência, filosofia e matemática.
Problema dos juízos morais- O problema dos juízos morais baseia-se na pergunta: Os juízos
morais são objetivos ou dependem do ponto de vista de cada sociedade ou indivíduo?
Relativismo moral- O relativismo moral defende que o que é moralmente certo ou errado
depende da perspetiva de cada sociedade ou cultura, estando associado aos seus hábitos
ou modos de pensar, sejam estes quais forem, ou seja, os juízos morais são relativos à
cultura/sociedade, o que significa que não há um padrão objetivo e universal do que é
certo e errado e não há juízos morais objetivamente verdadeiros ou falsos. Em suma, a
moral é uma construção social: diferentes sociedades têm códigos morais diferentes. É o
código moral de uma sociedade que vai determinar o que é certo dentro daquela
sociedade.
Sociedade- Sociedade, para a sociologia, é, basicamente, um conjunto de seres humanos que
dividem determinado território e compartilham regras, ideologias e tradições que para eles
são perfeitamente aceitáveis e que os fazem conviver de forma organizada.
Subjetivismo moral- O subjetivismo moral defende que, a respeito dos juízos morais, não há
uma verdade objetiva, uma vez que o desacordo quanto aos valores nada mais é do que
uma diferença de gosto. Neste sentido, não há quaisquer argumentos que nos provem que
os juízos morais têm um valor de verdade objetivo, isto é, que são objetivamente
verdadeiros, ou seja, os juízos morais são subjetivos: exprimem preferências pessoais,
sentimentos de aprovação ou desaprovação dos sujeitos. Como tal, quando uma pessoa
profere um juízo moral, não pode ser enganada. Trata-se de uma questão de gosto.
Tolerância- Tolerância é um termo que vem do latim tolerare que
significa "suportar" ou "aceitar". A tolerância é o ato de agir com condescendência e
aceitação perante algo que não se quer ou que não se pode impedir. É a capacidade de
aceitação de diversos modos de vida como complementares ou, ao menos, como
diferentes versões da mesma humanidade.

7- O que torna uma ação moralmente correta?


Ação contra o dever- Ações imorais/ilegais
Ação em conformidade com o dever- Ações legais (não são ações morais)
Ação por dever- Ações morais (cumprimento do dever pelo dever)
Autonomia da vontade- A moralidade é a relação das ações com a autonomia da vontade, isto
é, com a legislação universal possível por meio do imperativo categórico e dos seus
princípios morais. A vontade autônoma é uma vontade que se autodetermina por
princípios que universalmente aceita e que não estão relacionados com sentimentos,
impulsos e inclinações.
Boa vontade- O conceito de dever contém em si o de boa vontade – vontade autônoma –,
que efetivamente quer aquilo que deve querer. A boa vontade é a única coisa que tem
valor intrínseco e incondicional. Os talentos do espírito, as qualidades do temperamento e
a felicidade e outros dons da fortuna são coisas boas e desejáveis, no entanto, também se
podem tornar muito más e prejudiciais sem os princípios de uma boa vontade, que é boa
sem limitações.
Consequência- Trata-se de uma relação entre um conjunto de sentenças e uma sentença, na
qual o primeiro acarreta o segundo.
Dever- É a necessidade de uma ação por respeito à lei. E uma ação por dever elimina todas as
inclinações (todo o objeto da vontade), e, portanto, só resta à vontade obedecer à lei
prática (baseada na máxima universal), pois trata-se de um princípio que está ligado à
vontade
Ética formal- .A ética formal preocupa-se com o motivo da ação e não com o resultado da
conduta. Ou seja, diferentemente da ética empírica e da ética dos bens, a ética formal não
se prende a resultados. A ética formal é também conhecida como ética Kantiana, por ter
como seu precursor Immanuel Kant.
Fórmula da lei universal- A fórmula da lei universal diz para agirmos apenas segundo uma
máxima tal que possamos ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. A ideia é
que só devemos agir segundo máximas que possamos querer universalizar. Se não
podemos querer que todos ajam segundo uma certa máxima, então ela não é
universalizável e, por isso, devemos rejeitá-la.
Fórmula da humanidade- Também conhecida como fórmula em si mesmo, a fórmula da
humanidade diz para agirmos de tal maneira que uses a tua humanidade, tanto na tua
pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca
simplesmente como meio. Kant afirma que é sempre errado instrumentalizar as pessoas,
ou seja, usá-las como simples meios para atingir os nossos fins. As pessoas são agentes
racionais, são seres dotados de autonomia, capazes de escolher livremente os seus
objetivos. Para respeitar as pessoas, devemos tratá-las sempre como seres autônomos
(como fins em si), e não como meros instrumentos que estejam ao serviço dos nossos
planos.
Hedonismo- Derivado da palavra grega hedonê, que significa prazer e vontade, o Hedonismo
é uma filosofia que coloca o prazer como bem supremo da vida humana
Heteronomia moral- Heteronomia (do grego heteros, "diversos" + nomos, "regras") é um
conceito criado por Kant para denominar a sujeição do indivíduo à vontade de terceiros ou
de uma coletividade. Se opõe assim ao conceito de autonomia onde o ente possui arbítrio
e pode expressar sua vontade livremente.
Imperativo categórico- O imperativo categórico é uma ordem ou obrigação absoluta e
incondicional, imposta pela razão e que representa o nosso dever (indica-nos qual é o
nosso dever). Exemplo: estudo porque é o meu dever enquanto estudante.
Imperativo hipotético- O imperativo hipotético é um mandamento condicional do tipo “se…
então” e exprime a necessidade de fazer algo como condição para atingir um determinado
objetivo. Exemplo: estudo para ter sucesso.
Imparcialidade- É a atitude de quem considera, objetivamente, sem paixões ou preconceitos,
um determinado fato na totalidade de seus aspectos. Quem é imparcial não sacrifica a
verdade e a justiça à própria conveniência ou à conveniência de outros, para tirar proveito
pessoal, nem faz pesar no julgamento fatos anteriores ou informações que possam
prejudicá-lo ou favorecê-lo individualmente. A imparcialidade não permite favoritismo,
mas deve levar em conta o grau de responsabilidade individual quando se trata de
punições
Inclinações- Chama-se inclinação a dependência em que a faculdade de desejar está em face
das sensações. Quando o objeto (o efeito que se espera da ação) é que fornece, em função
da inclinação, o princípio do querer, a razão pela qual eu faço o que faço é derivada
(sempre) do objeto.
Intenção- Motivo das ações do Agente
Lei Moral- segundo Immanuel Kant, é uma lei que manda agir de acordo com o que a vontade
quer que se torne uma lei válida para todos.
Máxima-é o princípio subjetivo do querer, isso é, um princípio cujo escopo contempla um
agente (e por isso é dito subjetivo) e motiva sua ação, de forma que ela seja, então, uma lei
representada; o princípio objetivo (isto é, o que serviria também subjetivamente de princípio
prático a todos os seres racionais, se a razão fosse inteiramente senhora da faculdade de
desejar) é a lei prática.
Prazeres Inferiores- Qualidade dos prazeres: Corporais, físicas e sensoriais.
Prazeres Superiores- Qualidade dos prazeres: Espirituais, intelectuais, estéticos e morais
Princípio da maior felicidade- a ação moralmente certa é aquela que maximiza a felicidade
para o maior número. E deve fazê-lo de uma forma imparcial: a tua felicidade não conta
mais do que a felicidade de qualquer outra pessoa. Não há ações boas ou más em si
mesmas, só as consequências as tornam boas ou más.
Problema do critério ético da moralidade de uma ação- O que determina se uma ação é
moralmente certa ou errada
Teoria consequencialista- Uma ação é correta ou incorreta dependendo exclusivamente dos
seus resultados ou consequências.
Teoria deontológica- Autonomia da razão e que os seres são plenamente capazes de agir
racionalmente, motivados pelo dever, ou seja, sabem racionalmente o que devem fazer.
Teoria Intencionalista- O critério central na determinação das ações moralmente corretas
depende da intenção do agente, isto é, na análise de se essa intenção é genuinamente boa
Teoria utilitarista- Uma ação é moralmente correta se as consequências que dela decorrem
promoverem a felicidade geral.

8- Como organizar uma sociedade justa?


Bem comum- Aquilo em nome do qual se avaliam as preferências individuais.
Comunitarismo- Conceito político, moral e social, centrado na ideia de comunidade e bem
comum.
Contrato social- Corresponde, nas teorias contratualistas, à ideia de que os princípios que
regem uma sociedade resultam de um contrato ou acordo estabelecido (real ou hipotético)
entre as partes interessadas.
Equidade- Ideia segundo a qual na adoção dos princípios de justiça todas as partes
contratantes se encontram em igualdade de circunstâncias.
Estado- Forma de organização política. Cabe ao Estado o exercício do poder político; tem o
poder de fazer as leis e de as aplicar
Estado Mínimo- é o nome dado à ideia de que o papel do estado dentro da sociedade deve
ser o menor possível, deixando o mesmo a cargo apenas das atividades consideradas
“essenciais” e de primeira ordem, como polícia, exército e tribunais.
Imparcialidade- Na teoria de Rawls, significa a isenção no acordo entre todos quanto aos
princípios da justiça.
Justiça- É a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os
cidadãos, por exemplo. Etimológicamente, este é um termo que vem do latim justitia. É o
princípio básico que mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua
forma legal.
Liberalismo Igualitário- Posição normativa segundo a qual uma sociedade democrática justa
se compromete com a garantia de direitos básicos iguais e uma parcela equitativa dos
recursos sociais escassos, tais como a riqueza e oportunidades educacionais e
ocupacionais, aos seus cidadãos.
Libertarismo- Corrente filosófica que entende a liberdade individual como principal valor
político e moral.
Lotaria Natural- talentos/aptidões naturais de cada um.
Lotaria Social- condições sociais de nascimento.
Política- Deriva do termo grego politiké e significa "arte de governar a cidade”.
Posição original- Situação de equidade, puramente hipotética, na qual os agentes nacionais
escolhem os princípios da justiça enquanto se encontram cobertos por um véu de
ignorância que visa garantir a imparcialidade.
Princípio da diferença-as desigualdades econômicas e sociais são aceitáveis apenas se
resultarem em vantagens compensadoras para todos e, em particular, para os membros
mais desfavorecidos da sociedade.
Princípio da igualdade de oportunidades- o Estado deve interferir para garantir que todos
tenham as mesmas oportunidades no acesso à saúde, à educação, à cultura, etc...
Princípio da liberdade- Igualdade na atribuição dos direitos e deveres básicos, bem como a
máxima liberdade para cada indivíduo que não ponha em causa uma liberdade igual para
todos.
Regra maximim- maximização do mínimo de bens sociais primários que cada indivíduo pode
obter.
Véu de ignorância- Situação imaginária em que as partes do contrato social desconhecem
várias coisas acerca de si próprias: desconhecem a sua situação económica, a classe social,
o estatuto social, sexo, etnia, etc...

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