Glossario 10 Ano Completo
Glossario 10 Ano Completo
Glossario 10 Ano Completo
1. O que é filosofia?
A priori: Conhecimento das causas, independente da experiência.
A posteriori: Conhecimento dos efeitos, dependente dos limites da experiência.
Argumentos: Razões ou fundamentos que sustentam a tese.
Atitude acrítica: Atitude passiva (senso comum/atitude dogmática).
Atitude critica: Atitude antidogmática.
Axioma: Proposição evidente, irrefutável.
Ciências empíricas: São as ciências que se baseiam na observação + experimentação.
Ciências formais: São as ciências que estudam fenômenos a partir da abstração e com o
objetivo de generalizar leis ou teorias, como por exemplo a Matemática e a Lógica.
Conceito: Representação mental de algo.
Contra-argumentos: Objeção a um argumento.
Corte epistemológico: Designa e explica as rupturas ou as mudanças súbitas que acontecem
ao longo do processo de evolução do conhecimento científico na busca de uma crescente
objetividade, em que o racional, que é construído, se vai sobrepondo num esforço
constante ao consciencial, que é meramente subjetivo.
Crenças acríticas: Ideias impostas pela autoridade (artigos intelectuais em 2ª mão) que
consideramos verdadeiros sem refletirmos sobre a ideia em questão.
Crenças: Ideias em que acreditamos e consideramos verdadeiros.
Crenças fundamentais/básicas: Ideias que cada pessoa acredita.
Critica: Exame cuidadoso e imparcial de uma teoria, opinião ou argumento.
Dogma: Verdade indiscutível. Um dogma é igualável a um preconceito.
Empirismo: Todo o conhecimento deriva da experiência.
Epistemologia: Filosofia do conhecimento
Filosofia: A palavra Filosofia deriva dos termos philos (philia), que significa amor/amizade, e
sophia, que significa sabedoria. A Filosofia caracteriza-se pela busca incessante de
conhecimento e a defesa fundamental de pontos de vista. É uma atividade crítica e
conceptual e promove o pensamento crítico e autónomo.
Objeto abstrato: Mundo inteligível (ideias).
Objeto concreto: Mundo sensível
Problemas filosóficos: São de natureza conceptual e não empírica. São a priori, dizendo
respeito às crenças básicas e fundamentais.
Racionalismo: Conhecimento deriva da razão.
Senso comum: Conhecimento vulgar.
Tese: Respostas que os filósofos dão ao problema que estudam.
2. O que é argumentar?
Antecedente- É condição suficiente do consequente.
Argumento- Razões e fundamentos que sustentam a ideia ou o conjunto de ideias que se
pretende provar.
Conclusão- Preposição que está a ser defendida ou justificada.
Condição necessária- Não implica que seja verdade, proposição consequente.
Condição suficiente- Implica que seja verdade, proposição antecedente.
Consequente- Condição necessária (não basta) do antecedente.
Contraexemplos- Casos que provam exceções à proposição que queremos questionar.
Entimemas- Argumentos que omitem proposições relevantes para a compreensão da sua
estrutura.
Forma-padrão- É a apresentação linha a linha das premissas e da sua conclusão.
Indicadores de conclusão- São palavras que ajudam a identificar a conclusão dentro de um
argumento. À frente destas palavras surgem sempre proposições que podemos identificar
como conclusão. Essas palavras são: Daí, portanto, logo, consequentemente, por isso, de
qualquer modo, etc…
Indicadores de premissa- São palavras que ajudam a identificar as premissas dentro de um
argumento. À frente destas palavras surgem sempre proposições que podemos identificar
como premissas. Essas palavras são: Porque, já que, dado que, pois, sendo que, visto que,
etc…
Lógica- Disciplina filosófica que tem como objeto de estudo a coerência do raciocínio e
pensamento. Tem como principal objeto de estudo os argumentos.
Logos- Razão, discurso (argumentos).
Premissa omitida- preposição que se supõem verdadeira e que não é apresentada
explicitamente.
Premissa- Preposição que tem como função justificar outra preposição.
Proposição categórica- Afirma ou nega algo sem nenhuma condição, ou seja, de forma
absoluta. Existem quatro tipos de proposição (A, E, I, O), e classificam-se pela quantidade
(sujeito) e qualidade (relação entre o sujeito e predicado).
Proposição condicional- As condições são proposições complexas que afirmam uma relação
especial entre as proposições que a constituem (Constituída pelo antecedente e a
consequente) - Se a antecedente é verdadeira, a consequente também, mas não basta a
consequente ser verdadeira para a antecedente também a ser.
Proposição- Ideia contida numa frase declarativa com sentido e valor de verdade.
Quadrado de oposição- É um gráfico que nos permite visualizar as relações entre as
proposições categóricas.
Ruído- Informações não essenciais que se encontram num argumento.
Refutar argumentos- Negar argumentos, opor-se a pensamentos contrários.
5. Temos livre-arbítrio?
Argumentos a favor do determinismo moderado- Argumento de Frankfurt e Argumento das
razões e orientação, que dizem que o livre-arbítrio não exige que o agente tenha reais
alternativas de escolha, mas apenas que tenha o controlo sobre a sua decisão e que o
livre-arbítrio consiste em ser capaz de responder pela orientação que damos às nossas
ações, apesar de serem determinadas, respetivamente.
Argumentos a favor do determinismo radical- Argumento da ciência e Argumento da ilusão,
que dizem que as descobertas científicas e o seu sucesso explicativo aumentam a confiança
na crença de que todos os acontecimentos possuem causas determinadas e que o livre-
arbítrio é uma ilusão criada pela mente para dar sentido às nossas ações, porque não é
capaz de as explicar de outra forma, respectivamente.
Argumentos a favor do libertismo- Argumento da experiência e argumento da causalidade do
agente, que dizem que experienciamos o livre-arbítrio em cada ação que realizamos e que
o agente pode iniciar cadeias causais sem ser ele próprio causado.
Ação- É um acontecimento realizado de forma consciente, voluntária e intencional por um
agente.
Acontecimento- É um evento que ocorre num determinado lugar durante um determinado
período. Exemplos de acontecimentos podem ser fenômenos naturais, como os sismos ou
a chuva.
Agente- Agente é aquele que age, que opera ou atua, é o que pratica a ação.
Cadeia causal- A sequência de acontecimentos conduz a um certo efeito final, onde cada
membro da sequência causa a ocorrência do membro seguinte. Embora a noção se aplique
a casos identificáveis (o empurrão causa a queda, que causa a fratura, que causa a ida ao
hospital), não é claro que a causalidade, em geral, possa ser analisada através de cadeias
lineares de acontecimentos distintos.
Determinismo- Determinismo é a ideia de que todos os acontecimentos são determinados
por causas. Ou seja, combinando a massa de um astronauta e a atração gravitacional da
Terra, teremos necessariamente o efeito de queda. E sempre que essa combinação
ocorrer, teremos esse mesmo efeito. O determinismo está associado à ideia de constância,
necessidade e previsibilidade. Não importa quantas vezes façamos o teste, o astronauta e
qualquer objeto com massa semelhante irá ficar preso ao solo na Terra e flutuará na Lua.
Determinismo moderado- O determinismo moderado defende que o livre-arbítrio e o
determinismo são compatíveis. Esta teoria é compatibilista, por isso não nos obriga a
escolher entre os dois. Eles podem coexistir, se analisarmos melhor o conteúdo de cada
conceito. Os nossos processos de decisão estão enraizados no nosso cérebro, e na sua
estrutura, por isso, não podem escapar à causalidade e ao determinismo. Mas, desde que
sejam decisões nossas, estão sob o nosso controle.
Determinismo radical- O determinismo radical é a teoria que defende o determinismo e a não
existência do livre-arbítrio. As ações humanas, sendo acontecimentos, estão inseridas nas
cadeias causais que explicam todos os fenómenos da Natureza. Assim, o livre-arbítrio é
apenas uma ilusão.
Incompatibilismo- O termo incompatibilismo designa todas as teorias que defendem que
o determinismo e o livre-arbítrio são incompatíveis, isto é, são inconciliáveis, não podem
coexistir. Neste sentido, quer o libertismo, quer o determinismo radical são teorias
incompatibilistas.
Libertismo- O libertismo é a teoria que defende a existência do livre-arbítrio e a falsidade do
determinismo. Não defende que nenhum acontecimento é determinado, apenas que
existem alguns acontecimentos que não são explicados pelo determinismo- as ações.
Livre-arbítrio- É a capacidade da vontade humana de controlar a escolha entre duas ou mais
opções de ação. Um agente possui livre-arbítrio se, e só se, possui reais alternativas de
escolha e esta escolha só depende de ti.
Objeção aos argumentos do determinismo moderado- A objeção ao argumento da rejeição
das alternativas possíveis diz que os casos imaginados por Frankfurt são sequências causais
determinadas, pelo que não provam nada acerca da definição do livre-arbítrio. A objeção
ao argumento das razões e orientação diz que os deterministas moderados fogem ao
problema quando alteram a definição de livre-arbítrio para conter apenas o princípio do
controle.
Objeção aos argumentos do determinismo radical- A objeção ao argumento da ciência diz que
a física quântica, o estudo das partículas mais pequenas da matéria, mostrou que existem
eventos com causa indeterminada. A objeção ao argumento da ilusão diz que ser livre
implica apenas controlar as nossas ações e esse controle, quando existe, não é ilusório, é
real.
Objeção aos argumentos do libertismo- A objeção ao argumento da experiência diz que
experienciar algo não prova a sua existência. A objeção ao argumento da causalidade do
agente diz que não existem provas científicas de eventos mentais sem causas. Além disso,
duplicamos o problema: agora temos que explicar como funciona este novo tipo de
causalidade.
Perspetiva causalista- Alguns filósofos têm uma perspetiva causalista da ação. Donald
Davidson, por exemplo, considera que a ação envolve sempre acontecimentos mentais e
acontecimentos físicos causados por esses fenômenos mentais. Ter uma intenção implica
ter pelo menos um par crença-desejo. As intenções causam ações.
Perspetiva volicionista- Outros filósofos têm uma perspetiva diferente de ação. Na perspetiva
volicionista, alguns filósofos dizem que podem existir ações sem acontecimentos exteriores
à mente do agente. Hugh McCann, por exemplo, defende que, entre os processos mentais
envolvidos na produção de um acontecimento, existe um que é a essência do agir humano:
a volição. A volição é a atividade mental do “quer”, do “ter vontade de” realizar algo. A
ação humana envolve acontecimentos mentais, mas entre estes e o acontecimento físico
existe a volição do agente.
Princípio das alternativas possíveis- Um agente possui reais alternativas de escolha.
Princípio do controlo- Um agente tem controle sobre as suas decisões.
Problema do livre-arbítrio- O problema do livre-arbítrio consiste em saber se algumas das
nossas ações são livres ou se todas as ações são causalmente determinadas (por causas
conhecidas ou desconhecidas).