Sua Alteza Real: Danielle Steel
Sua Alteza Real: Danielle Steel
Sua Alteza Real: Danielle Steel
Tradução de
Maria da Graça Pinhão
Lisboa 2017
CAPÍTULO 1
talvez queira ler antes de falar com ele. E o nosso embaixador nas
Nações Unidas estará aqui para falar consigo às três e meia.
Christianna sabia que o pai estaria ocupado até ao jantar e que
era provável que a sua presença fosse necessária nalgum evento
oficial. Quando a convidava, ia com ele. Caso contrário, ficava
em casa ou aparecia em alguns eventos. Em Vaduz não havia se-
rões descontraídos com amigos, como em Berkeley. Agora eram
só deveres, responsabilidades e trabalho.
— Obrigado, Wilhelm, desço dentro de poucos minutos —
disse o pai em voz baixa.
O secretário fez a ambos uma vénia discreta e saiu silencio-
samente da sala, enquanto Christianna olhava para ele com o
queixo apoiado nas mãos. Parecia mais nova que nunca e um
pouco perturbada, pensou o pai, olhando para ela a sorrir. Era
muito bonita e boa menina… Sabia que sentia o peso dos de-
veres oficiais desde que regressara, tal como ele temera que su-
cedesse. As responsabilidades e a pressão que a envolviam não
eram fáceis para uma jovem de vinte e três anos. As inevitáveis
restrições com que tinha de viver não deixariam de a desgas-
tar, tal como lhe sucedera a ele quando tinha a mesma idade.
Também Freddy sentiria o seu peso quando regressasse na pri-
mavera, embora fosse muito mais hábil a escapar às responsa-
bilidades que o pai e a irmã. O divertimento era agora o único
emprego de Freddy, uma carreira a tempo inteiro. Desde que
saíra de Harvard, entregara-se de corpo e alma a satisfazer os
seus apetites. Era tudo o que fazia e não tinha o menor desejo de
crescer ou mudar.
— Não se cansa do que faz, pai? Eu fico exausta só de o ver
cumprir a agenda sempre apertada.
O horário dele parecia interminável, embora nunca se quei-
xasse. O sentido de dever fazia parte da sua natureza.
— Eu gosto do que faço — disse com honestidade —, mas
na tua idade não gostava. Ao princípio odiava o meu trabalho.
Disse ao meu pai que me sentia um prisioneiro, o que o deixou