TCC Larissa Maria Do Nascimento Da Silva
TCC Larissa Maria Do Nascimento Da Silva
TCC Larissa Maria Do Nascimento Da Silva
JOÃO PESSOA PB
2020
LARISSA MARIA DO NASCIMENTO DA SILVA
JOÃO PESSOA PB
2020
LARISSA MARIA DO NASCIMENTO DA SILVA
Aprovado em _____/___________/_______.
Banca Examinadora
_______________________________________________
ProfªDrª Luciana Batista de oliveira Cantalice
Universidade Federal da Paraíba - UFPB | Orientadora
________________________________________________
Mª. Terlúcia Maria da Silva
Universidade Federal da Paraíba | Examinadora Externa
________________________________________________
Esp. Kíssia Wendy Silva de Sousa
Universidade Federal da Paraíba | Examinadora Externa
JOÃO PESSOA - PB
2020
Dedico este trabalho à minha avó Marlene
(in memoriam); à minha mãe Valdete e à
minha tia Neuza. Três mulheres negras
que me ensinaram em suas vivências
diárias a lutar, reerguer-se e sempre amar.
AGRADECIMENTOS
Gráfico 03. Taxa de alfabetização entre negros/as e brancos/as aos 16 anos no Brasil
em 1976......................................................................................................................45
Introdução................................................................................................................ 12
Capítulo 01 Formação social do Brasil e o sistema escravocrata: o escravismo
como base estruturante das relações sociais no país...........................................19
1.1 O processo de colonização do Brasil e os traços estruturantes da economia
brasileira.....................................................................................................................20
1.2 A escravização no Brasil e o sentido da abolição
....................................................................................................................................23
1.3 O racismo estrutural como mediação das relações sociais do Brasil após a
abolição da escravatura..............................................................................................37
Considerações Finais...............................................................................................84
Referências...............................................................................................................87
INTRODUÇÃO
Ressalta-se que atualmente a noção de abolição é questionada no Brasil, pois embora tenha sido
generalizado o trabalho livre, ainda se verifica o exercício de atividades consideradas análogas ao
trabalho escravo.
momento em que a massa de cativos/as se tornou custo e não mais lucro. (MARTA,
MEDEIROS, 2018, p. 221).
zação no Brasil que se deu por interesses
econômicos emergiu uma nova configuração das relações de trabalho: o trabalho
livre por meio do assalariamento, que exigia força de trabalho qualificada para a
indústria nascente. Nesse contexto europeus foram os mais
convocados a fazer parte da população trabalhadora. Enquanto aos/as negros/as que
haviam recebido o status
lhes foram conferidos/as nenhuma medida indenizatória nem recrutados ao mercado
de trabalho.
Com isso, lhes restaram tarefas degradantes e mal retribuídas:
2 Ideologia propagada pela burguesia que detém os meios de produção numa sociedade de classes;
pois a classe dominante, além da produção material, também possui mecanismos de produção
ideológica a fim de legitimar seus interesses.
estrutural como traço reiterativo nesse país e sua 3 enquanto expressão
4
da questão social mediante o discurso da .
Para isso, foram utilizadas como questões norteadoras da pesquisa: a)
; b)
sócio históricas e ídeopolíticas existentes entre as relações sociais de produção e a
; c)
realidade para que o racismo até hoje seja desqualificado em sua concretude na
) Se é o mérito o que rege as relações sociais no país, por
que a população negra se insere na massa populacional da pobreza, analfabetismo,
.
Quanto aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa toma por direção
o materialismo histórico dialético. Consiste em uma pesquisa exploratória e descritiva
baseada em pesquisa bibliográfica e documental com a utilização de livros, artigos
científicos, dissertações e censos demográficos sob uma leitura crítico-reflexiva
acerca do objeto de estudo. As abordagens são de caráter qualitativa e quantitativa,
onde, além dos indicadores utilizou-se a análise dos dados secundários.
A revisão bibliográfica foi planejada durante os meses de junho e julho,
como critério dessa revisão, optou-se por autores que discutem a questão racial no
Brasil numa perspectiva crítica, bem como autores marxistas que trazem em suas
produções uma análise materialista acerca das particularidades da sociedade
brasileira. Os principais autores utilizados foram ALMEIDA, 2018; COUTINHO, 2000;
FERNANDES, 2008; FURTADO, 2007; IAMAMOTO, 2001; IANNI, 1972; MAZZEO,
2015; MOURA, 1977; NETTO, 2006 e SANTOS, 2008.
As obras principais versam sobre as discussões da formação social do
Brasil, o racismo no Brasil, os/as negros/
da escravização e a questão social e capitalismo. Os dados secundários apresentados
são provenientes de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2018, 2019a, 2019b), Atlas da Violência (IPEA,2019) e do Ministério da Justiça
engendrada no desenvolvimento do modo de produção capitalista. Dessa forma, não nega sua
existência, mas responsabiliza o próprio indivíduo por sua condição social e econômica.
4 Este termo aparece aspeado no corpo do texto, pois parte-se da análise de que esta ideologia não
corresponde à realidade concreta da sociedade brasileira, mas atua como mecanismo de manutenção
da ordem vigente mediante seu objetivo de algumas expressões da questão social presentes
em nossa sociedade.
(BRASIL, 2017). Os dados coletados estão organizados em apresentar a diferença de
renda entre pessoas negras e brancas; taxa de analfabetismo; taxas de homicídio e o
perfil da população encarcerada no Brasil.
A análise dos dados se deu a partir da aproximação sucessiva à literatura
que trata o tema. Nesse sentido, foram identificadas as categorias centrais que
estruturam a elucidação da problemática: racismo, produção e reprodução do capital,
totalidade histórica e desigualdade racial, relacionadas aos dados aferidos acerca da
realidade da população negra do Brasil.
Considerando a exposição dos resultados da pesquisa o trabalho está
estruturado em três capítulos, onde o primeiro ormação social do Brasil e
o sistema escravocrata: o escravismo como base estruturante das relações sociais no
; o segundo é O Trabalho livre, a questão social e a
particularidade da questão racial no Brasil , o terceiro e último capítulo tem como título
O traço reiterativo do racismo estrutural no Brasil frente ao mito da democracia racial
e da .
O primeiro capítulo trata do processo de colonização do Brasil por Portugal
que circunscreve a economia brasileira numa dependência ao mercado externo,
concentração de renda e terra e o processo da escravização que se constituem como
marca da nossa economia. Será enfatizado o sistema escravocrata inicialmente com
os povos originários e depois com negros/as advindos do continente africano que
originou o racismo no Brasil e os/as submeteu a condições degradantes de
sobrevivência com a finalidade de explorar intensiva e desumanamente a força de
trabalho dos/as escravizados/as.
Também será apresentado o racismo estrutural como reflexo do período
supracita atura em 1888 a imagem
negativamente estereotipada do/a negro/a permaneceu devido sua forma de inserção
outros.
A reiteração de características econômicas e sociais do colonialismo se deu
numa articulação entre o moderno e o arcaico o que não permitiu uma transformação
das antigas bases da economia brasileira e manteve os traços da concentração de
renda e exploração da força de trabalho. Todos esses aspectos refletiram diretamente
nas condições de vida da população negra, configurando a inserção desta população
nos mais baixos indicadores de bem-estar social.
O segundo capítulo está centrado na discussão que situa o período após a
atura, com novas relações de produção social: agora, por meio
da generalização do trabalho livre. Nesse contexto, serão abordados aspectos sociais
trabalho e, consequentemente, às
condições necessárias à sua reprodução social.
Essa conjuntura socioeconômico-político-cultural demarca o surgimento da
questão social no Brasil, que é produto das relações sociais capitalistas decorrente da
principal contradição desse modo de produção: produção da riqueza pela massa da
população e sua apropriação pela burguesia detentores dos meios de produção o
que produz a desigual distribuição dessa riqueza. Um dos aspectos dessa
contradição, verifica-se na desigualdade racial no país que possui traço reiterativo,
permanece até os dias atuais.
Dessa forma, a questão racial no Brasil é concebida enquanto expressão
da questão social, visto que sobretudo a população negra brasileira passa a sofrer os
efeitos que o modo de produção capitalista engendra em seu processo de
acumulação. atura não se consubstanciou na concessão
de fato da cidadania: receberam o título de homens e mulheres livres
nenhuma proteção social. Isso os/as lançou à ocupação dos lugares mais
subalternizados e marginalizados da sociedade brasileira.
Portanto, a inserção da população negra ao processo de generalização do
trabalho livre no Brasil se concretizou sob um processo de preferência pela força de
trabalho europeia em detrimento da força de trabalho dos/as ex-escravizados/as.
Fator que se configurou como a emersão de uma nova expressão da questão social,
o racismo estrutural, mediante o afastamento da população negra no novo processo
de produção, tendo rejeitado s como fonte de superação de suas
precárias condições materiais de vida e trabalho.
Por fim, o terceiro capítulo aponta a existência e a reiteração do racismo
estrutural enquanto fenômeno presente nas relações sociais do Brasil. Para isso serão
apontados dados referentes a renda, educação, violência e sistema prisional,
indicando que nessas esferas a população negra brasileira se insere em índices que
vez que buscam eximir o modo de produção capitalista das mazelas sociais
formuladas por sua dinâmica e disseminam a concepção de que os indivíduos são
responsáveis pela condição material de vida e trabalho que se encontram.
Enquanto o mito da democracia racial tentou incutir a ideia de que no Brasil
não existe e nunca existiu a desigualdade socioeconômica entre pessoas brancas e
sujeitos pela condição que estão inseridos/as. Contudo, busca-se, por meio dos dados
da realidade concreta, demonstrar que a desigualdade racial no Brasil não ocorre por
soa negra, mas pela forma como nossa sociedade
se estrutura: numa perspectiva de dominação branca e pela subalternização da
população negra.
Seguem ainda, como partes constitutivas do presente trabalho,
considerações finais e referências.
CAPÍTULO 01 - Formação social do Brasil e o sistema escravocrata:
o escravismo como base estruturante das relações sociais no país
Cabe aqui sinalizar que, conforme aponta Prado Junior (1994), o colono
europeu não diz respeito a um simples sujeito povoad
nvolvimento
da propriedade monocultural que o trabalho escravo dos povos originários e africanos
se estabeleceu no Brasil como base da economia colonial.
Como aponta Coutinho (2000), a colonização buscou extrair ao máximo do
que era produzido pelos povos que foram colonizados. No caso do Brasil, inicialmente
os povos originários e, posteriormente, negros/as do continente africano. O sistema
colonial seguia a lógica de utilizar-se da força de trabalho dos colonizados a fim de
produzir mercadorias a serem negociadas junto ao mercado externo, como forma de
ampliação econômica para a Coroa portuguesa.
A transição para uma força de trabalho africana foi efetuada nas primeiras
duas décadas do século XVII, época em que a indústria açucareira
experimentava rápida expansão e considerável desenvolvimento interno
devido aos altos preços internacionais do açúcar. [...].
6 Diário de Bordo da belonave britânica Fawn. In: Conrad, Robert. OsTumbeiros. São Paulo,
Brasiliense, 1985. p. 55.
capital também se apropriou dos conceitos racistas para atingir seus propósitos por
meio da escravização.
Exposto isso, dá-se continuidade à dinâmica do escravismo. Considerando
os objetivos econômicos das colônias, a atividade do comércio de negros/as
africanos/as tornou-se a prática mais rentável da época para a coroa.
[...] instalado entre a língua e a mandíbula e fixado por detrás da cabeça por
duas cordas, uma em torno do queixo e a outra em torno do nariz e da testa.
Oficialmente, a máscara era usada pelos senhores brancos para evitar que
africanos/as escravizados/ as comessem cana-de-açúcar ou cacau enquanto
trabalhavam nas plantações, mas sua principal função era implementar um
senso de mudez e de medo [...]. (KILOMBA, 2010, p. 172).
Tudo isso compunha um conjunto de muita dor e humilhação a fim de torná-
los/as mansos e obedientes. Pois, meios cruéis de
dominação que representavam o grande desprezo dos senhores a
de Desse modo, seu cotidiano era receber dos senhores a negação da
dignidade humana, indiferença ao seu sofrimento, castigos bárbaros, exagerados e
muitas vezes injustos. Com isso, lhes restava o ódio, o desejo e a arquitetura de
vingança. Não podia ser diferente. Nestas circunstâncias não tinha como não se
rebelar, era quase impossível ser passivo nessas duras e diárias experiências.
Mas a vida dos escravos em nosso país não se resumia à mera condição de
força de trabalho, de instrumento passivo dos grupos dominantes,
supostamente os únicos agentes da história. Se deviam submeter-se às
condições impostas por uma sociedade exploradora e violenta, coube
também aos negros escravos criar uma estratégia de sobrevivência e, até
mesmo, uma nova identidade, que lhes permitisse viver o seu dia-a-dia.
(BIBLIOTECA NACIONAL, 1988, p. 11).
7 Esta discussão traz a formação dos quilombos de modo mais detalhado dada sua forma de
organização e desenvolvimento. Contudo, destaca-se que o quilombo não era a única prática de
resistência do povo negro escravizado.
mais complexa
se dava sua organização.
O medo das fugas e rebeliões dos africanos recém chegados era uma
constante. Uma grande estrutura de controle, vigilância e repressão sobre a
vida dos cativos foi criada e a própria administração colonial respaldava a
prática de castigos severos, chegando até mesmo a aplicação da pena de
morte para os escravos mais indisciplinados. (ALMEIDA, PAULA, 2006, p.
265).
Assim, organizavam um sistema de vigilância contra os/as negros/as
escravizados/as como forma de dominação e repressão. Além das estratégias de
resistência mencionadas, a literatura traz as negociações entre escravo/a e seu
senhor como outro tipo de resistência. Esta se caracterizav
ganhos e concessões de
degradantes condições a que tinham de submeter-se diariamente.
Visto o paralelo entre as condições de vida dos/as negros/as
escravizados/as e suas formas de resistências, cabe aqui sintetizar como a
escravização passou a ser gradativamente abolida formalmente no Brasil, cujo
processo foi tardio e condicionado das degradantes situações a que estes grupos
estavam submetidos, como também têm uma ligação direta nas atuais relações
sociais do país8. A busca pelo fim desse sistema, não se concretizou por uma questão
de reconhecimento à dignidade dessa população a iniciar pelo término do tráfico
negreiro mas por jogo de interesses econômicos.
Para tratar do processo que culminou na abolição da escravatura, cabe
sinalizar o movimento abolicionista. Uma organização coletiva que emergiu no século
XIX, composta por sujeitos de diferentes classes sociais e que lutaram em comum
pelo fim da escravatura no Brasil, realizando diversas campanhas nesse sentido,
como também arrecadando finanças a serem usadas para alforrias.
No início do movimento, os abolicionistas encontraram grande resistência
es ideia
da abolição realizara durante dois séculos e meio progressos extremamente
(FREITAS, 1983, p. 148). Ao mesmo tempo em que o sistema escravocrata se
enfraquecia, por questões expostas mais adiante, o movimento abolicionista avançava
gradualmente.
O objetivo principal do movimento consistia em promover a abolição
mediante indenização dos proprietários (FREITAS, 1983). A pauta abolicionista
conseguiu se inserir no âmbito da política do Brasil, sempre na perspectiva de
organização coletiva em busca do fim da escravização. Buscava-se, inclusive,
Visto que a forma de inserção social dos/as negros/as ex-escravizados/as, após a promulgação da
Lei Áurea que determinou a abolição da escravidão se deu numa perspectiva de desamparo social,
o que os/as direcionaram ao pauperismo. Com isso, passaram a ocupar posições subalternizadas na
sociedade, realidade alimentada pelo racismo e que perdura até os dias atuais.
mobilizar a população escravizada a fomentar as estratégias de fugas como forma de
pressionar o sistema escravocrata.
O referido movimento encontrou uma conjuntura social de enfraquecimento
do sistema colonial mediante o desenvolvimento da industrialização. Com o advento
da revolução industrial, em 1807 a Inglaterra extinguiu o tráfico de negros/as
africanos/as, visto que, nesse momento, a acumulação de capital passou a se
concentrar principalmente nas indústrias, o que paulatinamente passou a tornar
inviável a manutenção do sistema escravocrata necessitava-se generalizar o
trabalho livre para se garantir a realização da mais-valia.
No início do século XIX o Brasil passou a ser pressionado pela Inglaterra,
que por sua vez o fez por interesses econômicos, para extinguir as práticas do tráfico
negreiro. Gradativamente o país foi se comprometendo ao fim de tal prática, pois
necessitava, nesse momento, do reconhecimento de sua independência pela nação
inglesa, bem como pretendia vender seus produtos ao mercado externo e manter suas
taxas de lucro. Contudo, só com a Lei Eusébio de Queirós nº 581 em 1850 a proibição
de fato se efetivou. No ano de 1815 o Brasil aceitava a proibição do tráfico ao Norte
da Linha do Equador. E, finalmente em 4 de setembro de 1850 foi sancionada a lei
que impedia o tráfico de negros/as escravizados/as para o Brasil (BIBLIOTECA
NACIONAL, 1988).
A Lei Eusébio de Queirós, que recebeu esse nome pelo seu autor o
Ministro da Justiça na época foi a responsável pela abolição do referido tráfico. A
referida Lei foi resultado de um projeto que atravessou embates, pois a aceitação da
abolição desse tráfico não se deu unanimemente, muitos políticos eram contrários à
essa medida e encaravam o tráfico de negros/as como fonte de crescimento
econômico ao país.
des
1976, p. 110), sendo a Inglaterra uma potência mundial e de grande influência para a
economia do Brasil, pois muito se lucrava no comércio entre os países. A França e a
Europa estavam cada vez mais sensíveis às propagandas abolicionistas e
abolicionistas ingleses e franceses avançaram na difusão de suas ideias (MALHEIRO,
1976).
No mais, diante das novas necessidades do capital frente ao processo
nascente da industrialização, iniciado na segunda metade do século XIX, a
manutenção do escravismo passou a ser inviabilizada. A industrialização exigiu a
ampliação do subconsumo das massas para a obtenção da mais-valia, diante disso o
capital requisitou a generalização do trabalho livre como meio de ampliação de suas
taxas lucrativas. Daí o trabalho escravo tornou-se insuficiente para atender às novas
demandas do capital, o que favoreceu a abolição da escravatura em 1888 (IANNI,
1972).
1.3 O racismo estrutural como mediação das relações sociais do Brasil após a
9 Que ainda é uma realidade na sociedade brasileira e acomete em maior frequência trabalhadores/as
rurais que não possuem suas próprias terras.
Após a concessão dess
condição de pobreza e a intensa discriminação enfrentada. A população negra
recebeu o status de cidadania, mas sem alguma medida protetiva ou indenizatória
para viver socialmente de forma digna e inserir-se na sociedade sem sofrer algum tipo
de discriminação (IANNI, 1972). Nessa perspectiva, continuaram sem meios de
transformar sua condição de vida subalternizada e inserir-se formal e dignamente no
mercado de trabalho para obter melhores condições habitacionais, ultrapassar a
pobreza que os/as acometia, além de ter acesso à educação e erradicar o racismo,
fatores que ainda persistem até os dias atuais.
Esta realidade se constitui enquanto expressão da questão social que
deriva da contradição entre capital e trabalho na lei geral de acumulação, cuja
finalidade é o crescimento das taxas de lucratividade, desconsiderando a precarização
de vida dos sujeitos que não detém os meios de produção, mas que vendem sua força
de trabalho para garantir os meios materiais de sobrevivência.
Desse modo, vê-se que os reflexos do sistema escravocrata ainda
persistem e faz com que a população negra continue a vivenciar os duros resultados
deste período, haja vista que as bases fundamentais do sistema econômico posterior
não romperam com o racismo oriundo da escravização, mas o desdobrou. Os traços
reiterativos do período de escravização possibilitam a manutenção das diferenças
entre brancos/as e negros/as, que se repetem cotidianamente nas relações sociais.
Segundo Maringoni (
ão da população negra no
Brasil procedeu em razão da modernização conservadora que não alterou o sistema
latifundiário no país, estruturando assim o racismo como forma de discriminação: uma
mazela social que até hoje persiste. Com o avanço do sistema assalariado houve o
crescente fluxo de trabalhadores imigrantes, principalmente europeus, e passaram a
ocupar amplamente os espaços de trabalho que poderiam vir a ser dos recém
Gráfico 03 Taxa de alfabetização entre negros/as e brancos/as aos 16 anos no Brasil em 1976
uição
J. M. Camargo Júnior, A Abolição e suas causas in Estudos Afrobrasileiros, Rio de Janeiro, 1935
apud Moura, 1977, p. 31.
São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro o quantitativo
de trabalhadores livres era de 1.433.170 (um milhão, quatrocentos e trinta e três mil e
cento e setenta), ao passo que o número de desocupados correspondia a 2.822.583
(dois milhões, oitocentos e vinte e dois mil e quinhentos e oitenta e três).
O alto número de desemprego que atingia a população negra nesse
período revelava uma expressão da questão social, a qual é definida por Iamamoto
(2001,
engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do
Dessa forma, a generalização do trabalho livre, ligada à necessidade do
capitalismo em expandir suas produções de modo a obter lucros crescentes, criou
condições que destituíram as pessoas negras no Brasil das condições básicas para
sua reprodução social.
A predominância do imigrante como trabalhador assalariado surgiu
também como uma forma de discriminação contra a população negra cabe destacar
que os próprios italianos vinham da Itália carregando a concepção de inferioridade de
negros/as. Além disso, essa imigração era encarada como um progresso econômico
para o país, pois se apresentavam funcionais ao desenvolvimento industrial. Tudo isso
gerou uma visão de competência ao trabalho aos imigrantes e de incompetência à
população ex-escravizada, o que reforçou os preconceitos já generalizados no
período da escravização. Centralizou-se no imigrante europeu a imagem do
trabalhador ideal (SANTOS, 1997).
Isso deslocou os/as negros/as para a periferia do novo modo de produção,
marginalizando-os/as economicamente14 -se, em consequência, uma grande
massa marginalizada que, ao sair das senzalas, não tinha condições para ingressar
no processo de produç
(MOURA, 1977, p. 30), pois as atividades que antes realizavam nas lavouras não os
haviam especializado para o trabalho industrial, tampouco possuía bens que os
permitissem ser absorvidos pelo mercado da nova organização econômica.
Essa nova forma de organização, mediante a absorção da força de trabalho
imigrante em detrimento da negra se relacionou ao processo de formação,
NACIONALIDADE QUANTIDADE
Italianos 44.854
Portugueses 14.209
Espanhóis 4.727
Alemães 2.320
Franceses 1.107
Austríacos 948
p.135).
imigrantes ocuparam espaços no artesanato e comercialização de miudezas que
antes eram ocupados pela população negra que havia sido escravizada.
Fato esse que aprofundou a precarização a que estavam submetidos/as,
pois não possuíam recursos para preservar suas posições de trabalho pela ausência
de elementos materiais para uma mobilidade social. O que lhes restou foi lutar em
espaços periféricos por posições subalternas, reiterando as condições precárias de
sobrevivência (FERNANDES, 2008). Esse traço de subalternidade que atingiu
negros/as no Brasil permaneceu ao passar dos séculos. Ainda hoje se verifica a
maioria da população negra ocupando posições de pobreza, desemprego, falta de
acesso à educação e serviços básicos, conforme discussão do capítulo posterior.
Nessa perspectiva vale destacar também que as particularidades regionais
de desenvolvimento econômico no Brasil repercutiram na maneira como o/a negro/a
se inseriram socialmente. Nas regiões periféricas do país, onde havia baixos índices
de crescimento, a população negra já não era tão numerosa, pois antes da abolição
muitos/as haviam sido vendidos/as como escravos/as para senhores do Sudeste.
Diferente de regiões mais desenvolvidas, como São Paulo, em que o número era
muito superior, a economia evoluiu de forma acelerada, requisitando mais força de
trabalho, frente ao intenso fluxo de imigrantes que dispensou a população ex-
escravizada. Portanto, de acordo com a região em que viviam, o processo de
pauperização dessa população foi mais ou menos acentuado (MOURA, 1977).
Dessa forma, o processo transitório para o trabalho livre no Brasil não se
conformou por uma transformação na forma de organização social e econômica, mas
resguardou o histórico de desigualdades no país. Todo esse complexo social tendeu
a formar um processo cíclico de pauperismo decorrente dessa desigualdade
socioeconômica.
A tendência foi ter cada vez menos meios de superação da condição
subalternizada em que se encontravam, visto que não houve mecanismos que lhes
disponibilizassem as condições necessárias para sua sobrevivência e reprodução
enquanto força de trabalho. Essa massa populacional passou, mais uma vez, a viver
em condições subumanas, agregando os índices de suicídio, mendicância, alcoolismo
e criminalidade (MOURA, 1977).
Na medida em que não eram absorvidos pelo mercado de trabalho,
aumentava a condição de pobreza da população negra no país. Nessa dinâmica se
deslocaram para a condição de pauperismo, categoria que se refere à acentuação e
generalização da pobreza sem nenhuma forma de proteção social. Além disso,
sofreram e ainda sofrem fortemente o processo da criminalização por suas
condições.
Todas essas condições propiciaram o aumento da discriminação que já
sofriam. Passaram a ser estigmatizados/as como problemáticos/as, pois havia, no
pensamento geral, uma subtração da relação entre o meio social e o indivíduo. Foram
fortemente culpabilizados por suas precárias condições de vida e trabalho. Havia a
concepção de que suas realidades eram consequências da falta de interesse ao
trabalho e preferência pela vadiagem e violência. Por isso, a partir da nova
organização econômica os/as negros/as sofreram (e ainda sofrem) sistematicamente
um processo de inferiorização na estrutura social mediante suas condições precárias
e subalternizadas de vida e trabalho.
Iamamoto (2001) levanta um a
enfrentadas. Cuja análise se faz a partir de seu afastamento aos processos sociais
que incidem sobre a realidade do indivíduo.
Deriv
indivíduo isolado, perdendo-se a dimensão coletiva e isentando a sociedade
de classes da responsabilidade na produção das desigualdades sociais. Por
uma artimanha ideológica, elimina-se, no nível da análise, a dimensão
coletiva da questão social, reduzindo-a a uma dificuldade do indivíduo.
(IAMAMOTO, 2001, p. 18, grifos da autora).
19Estatísticas sobre aspectos de uma sociedade, usadas como formas de conhecer determinados
aspectos sociais.
necessário demonstrar que o mito da democracia racial e a xpressam
significados que se distanciam da realidade concreta, onde, o primeiro é reproduzido
no plano das ideias, mas sem que haja um referente correspondente ao real.
Além disso, se caracterizam como um obstáculo para o combate ao
racismo e à discriminação racial, visto que, embora negros/as ocupem as maiores
taxas em analfabetismo, desemprego, baixo salário e sejam os maiores alvos de
violência, a meritocracia atribui à população negra a responsabilidade pela realidade
que vivem e as possibilidades de alteração dela.
Nesse sentido se propaga a falsa ideia de que a mobilidade social é
resultado não
possui as condições necessárias para sua subsistência isso ocorre pela sua
insuficiente capacidade, empenho ou estratégia de prosperar independente das
relações de produção e reprodução social vigentes.
Ainda nesse sentido, o mito da democracia racial serviu para buscar
atender aos interesses sociais da classe dominante mediante a ideia que a população
negra não passava por nenhum tipo de desvantagem social e que os problemas que
os/as acometiam eram de ordem natural ou provisório e, com isso, sua integração na
sociedade dependia de seu esforço individual. Além disso ocorreu a conservação da
lógica da antiga ordem, onde brancos/as ocupavam lugar de privilégio, enquanto a
população negra se encontrava em condição socialmente inferior.
Entretanto, frente a essas falsas referências, o Brasil apresenta uma
realidade onde grande parte da sua população negra está inserida nos indicadores
vinculados à pobreza ou baixa renda. Sendo assim, a desigualdade racial no Brasil,
advinda do racismo estrutural, é ratificada por meio de pesquisas e censos existentes.
Esta se firma enquanto uma expressão da questão social, resultante do conjunto de
contradições das relações sociais capitalistas e não situação individual, fruto de uma
incompetência ou preguiça , conforme será explicitado.
Como já debatido anteriormente, o racismo se firma enquanto parte
constitutiva e constituinte das relações sociais no Brasil dada sua base escravista,
fenômeno denominado racismo estrutural. E que se manifesta por meio dos
indicadores sociais que demonstram sua reiteração sócio histórica no país, pois, o
Brasil ainda é mediado pela desigualdade nas condições de vida e trabalho entre
negros/as e brancos/as.
Mesmo o Brasil sendo um país regido pela democracia20 e que tem como
horizonte a igualdade entre os/as cidadãos/ãs, o racismo estrutural se manifesta como
expressão da desigualdade racial no país que afeta as condições objetivas de vida e
trabalho da população negra. Nessa perspectiva, a democracia constitui-se de um
sistema político que voltado para a expansão de direitos conforme a necessidade da
população de modo que se crie uma sociedade aberta às transformações
necessárias.
Todavia, Chauí (2008, p.69) aponta que nas sociedades de classe, como
no a
sociedade mediante o voto eleitoral
ideologia dominante busca a manutenção da ordem
vigente. Nesse sentido, tem-se uma sociedade hierarquizada, onde a distinção de
classe que tem recorte étnico-racial rege as relações sociais do país por meio de
privilégios às pessoas brancas e desvantagens a negros/as. Desse modo, as
desigualdades presentes no Brasil ainda o apontam como um país hierárquico e
autoritário, que contém assimetrias no que concerne às condições de reprodução
social entre pessoas negras e brancas.
A promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de
198821, após a ditadura militar, expressou um marco de redemocratização no Brasil,
pois buscou incorporar direitos sociais, políticos e culturais22 que haviam sido
duramente reprimidos no período ditatorial e que também já eram demandas
apresentadas pela população brasileira nos atos reivindicatórios. Portanto, a
elaboração da Constituição Cidadã expressou uma conquista democrática para o
país.
Contudo, no plano formal o Brasil se constitui como um país democrático,
mas sua materialização se dá de forma oblíqua. Esta assertiva se verifica na
20 Dizemos, então, que uma sociedade [...] é democrática quando, além de eleições, partidos políticos,
divisão dos três poderes da república, respeito à vontade da maioria e das minorias, institui algo mais
profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando institui direitos e que essa
instituição é uma criação social, de tal maneira que a atividade democrática social realiza-se como uma
contra-poder social que determina, dirige, controla e modifica a ação estatal e o poder dos governantes.
(CHAUÍ, 2008, p. 69).
21 Faz-se imprescindível destacar que o alcance da Constituição Federal de 1988 no Brasil se deu como
resultado de muitas lutas políticas e um amplo debate junto à população contra os abusos de poder
expresso em várias formas de violência, como a tortura cometidos durante o período do regime militar
(1964-1985).
Onde, inclusive, estabelece no Art. 215, § 1º, o reconhecimento e proteção às manifestações
populares das culturas indígenas e afro-brasileiras pelo Estado brasileiro (BRASIL, 1988).
reiteração de expressões da questão social como desigualdade, extrema pobreza,
racismo, LGTBfobia, do patriarcado, conservadorismo das elites e das opressões
realizadas pelo próprio Estado brasileiro que, ao invés de garantir a proteção social
das camadas mais vulnerabilizadas da sociedade, acaba por conservar estas
diferenças sociais para manutenção da organização econômica vigente.
Segundo o IPEA (2019), em 2017 houve 1720 denúncias pelo Disque 100
de violência contra pessoas LGBTI, dentre estas 423 se referiam à lesão corporal e
193 homicídios. Este é um dado alarmante que nos faz refletir que além das
notificações, existem os casos que não são notificados por medo, vergonha, falta de
conhecimento dos órgãos responsáveis pela denúncia e outros fatores envolvidos.
Desse modo, não se deve sobrestimar a Lei suprema, tampouco depreciá-
la, pois todas as conquistas nela expressas foram resultado de lutas árduas. Não
obstante, a partir da abertura social, política e cultural alcançadas na Constituição de
1988 sobretudo com a aprovação das eleições diretas que possibilitou maior
participação popular nas decisões políticas, avanços no campo da previdência social,
inferimos que este foi um momento onde o país expandiu a sua frágil democracia.
A Constituição Federal do Brasil declara, em seu Art. 3º, como objetivos
fundamentais:
23 Valor utilizado como o limite pelo Banco Mundial para classificar as pessoas na pobreza (IBGE,
2019b)
24 A PPC é utilizada para comparar o poder de compra entre diferentes países, ou moedas, e é utilizada
como alternativa à taxa de câmbio, que, em geral varia com mudanças nos índices de preços e mesmo
a volatilidade do mercado de capitais e especulação (IBGE, 2019b, p. 57).
Gráfico 04 Dados quantitativos sobre o percentual de pessoas ocupadas em 2018 no Brasil com
rendimento domiciliar per capta inferior a US$ 5,50 PPC por dia
26Esse número advém das 1.507 unidades prisionais que são cadastradas no INFOPEN.
27Ao somar a população parda e preta que equivale à negra segundo critério utilizado pelo IBGE
tem-se 63,5% de pessoas negras inseridas no sistema penitenciário brasileiro.
Nessa discussão, faz-se necessário considerar alguns aspectos a respeito
do sistema penitenciário brasileiro. O sistema penitenciário do Brasil é norteado pela
legislação, como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Execução Penal n°
7.210/1984, que contém deliberações como forma de preservar os Direitos Humanos.
Dentre as quais está a inclusão da população encarcerada brasileira ao acesso à
saúde. Todavia nem todas as unidades prisionais apresentam as estruturas
necessárias para realizar tal serviço, sendo necessário o deslocamento aos
equipamentos de saúde pública (BRASIL, 2017).
Além desse aspecto, são registrados casos de violência nas unidades
prisionais que podem levar muitos/as detentos/as à morte. Para cada 10 mil pessoas
privadas de liberdade no primeiro semestre de 2017, se constatou que o segundo tipo
mais frequente dos óbitos é por causas criminais, com taxa de 4,8. Enquanto a taxa
por causas naturais foi de 8,4. Com isto, percebe-se que o contexto socioeconômico
em que a maioria da população negra brasileira se encontra traduz alta
vulnerabilidade social (BRASIL, 2017).
Até aqui fica evidente o quanto homens negros e mulheres negras do país
convivem cotidianamente com o difícil acesso aos direitos básicos: alto índice de
mortalidade, baixa remuneração e precário acesso à educação; além de carregarem
numa sociedade racista e
conduzida pelo princí .
Portanto, a sociedade brasileira vive constantemente num meio social que
ndições
sociais e históricas da formação do Brasil que sistematicamente produziu
desigualdade. Concomitante a isto, na formação social brasileira também encontra-se
a desigualdade étnico-racial, onde promoveu a precária e subalterna inserção da
população negra na sociedade e que até o momento não dá bases de ruptura da
concessão de privilégios a pessoas brancas e desvantagens ao/a negro/a.
Não há credibilidade numa ideologia em que acredita que qualquer pessoa
pode chegar onde quiser mediante seu empenho individual, onde a dinâmica social e
histórica dessa sociedade agiu e age de forma discriminatória com grupos específicos,
como o caso de negros/as. Conforme os indicadores apresentados nessa discussão,
pôde-se compreender que numa estrutura social permeada pelo desigual acesso à
educação, diferenciação na ocupação de cargos que consequentemente reflete nas
condições materiais de reprodução social o esforço particular não se constitui como
forma de superação dessa condição material.
Diante disso, compreende-se que os privilégios sociais e econômicos,
historicamente, foram direcionados às pessoas brancas e servem de manutenção da
discriminação racial contra negros/as apoiados na meritocracia. O contexto das
relações raciais no Brasil perpassa as formas de discriminação contra negros/as que
servem como meios de manutenção dos privilégios da classe dominante. Dessa
maneira, o racismo estrutural no Brasil se apresenta como elemento mediador da
estrutura de produção que interdita a mobilidade social da população negra brasileira
e alimenta o ciclo da pobreza desse grupo e sua criminalização.
Para o alcance da sociedade justa e igualitária, como concebida na
legislação brasileira faz-se necessário superar a organização de produção vigente e
estruturar novas bases de sociabilidade, relações que não sejam mediadas pela
desigualdade ou que deslegitimem práticas racistas enquanto tal. Além disso, também
se apresenta como imprescindível o rompimento com a dependência econômica
exterior, cuja realidade é histórica e contribui no processo de acumulação das
economias centrais, o que gera propensão a crises e acentua as desigualdades.
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