Fascículo de Estatística 2 Ano Agronomia 2023
Fascículo de Estatística 2 Ano Agronomia 2023
Fascículo de Estatística 2 Ano Agronomia 2023
Introdução à Estatística
Amostra
É um subconjunto não vazio ou parte da população. Duas considerações devem ser feitas sobre
o estudo amostral dos fenômenos. Uma diz respeito aos cuidados que se deve tomar para
assegurar que a amostra seja representativa da população. Para atender a essa exigência, deve-se
selecionar os elementos de forma aleatória, de modo que todo e qualquer elemento da população
tenha a mesma chance de participar da amostra, a outra diz respeito à precisão dos dados
coletados, buscando minimizar os erros que poderiam induzir a conclusões equivocadas. O
número de elementos de uma amostra é chamado o tamanho da amostra, e denotado por n.
Definição : Parâmetro
Uma característica numérica estabelecida para toda uma população é denominada parâmetro.
São valores, geralmente desconhecidos (e que portanto têm de ser estimados), que representam
certas características da população.
Definição : Estimador
É uma característica baseada em observações amostrais e usada para indicar o valor de um
parâmetro populacional desconhecido.
Definição : Estimativa
O valor numérico assumido pelo estimador numa determinada amostra é denominada
estimativa.
Exemplo :
No fenômeno coletivo eleição para reitor da UFPB, a população é o conjunto de todos os
eleitores habilitados na Universidade. Um parâmetro é a proporção de votos do candidato A.
Uma amostra pode ser um grupo de 300 eleitores selecionados em toda a UFPB. Um estimador
é a proporção de votos do candidato A obtida na amostra. O valor resultante do estimador, a
proporção amostral, é a estimativa.
Processos Estatísticos de Abordagem
Quando solicitados a estudar um fenômeno coletivo podemos optar entre os seguintes processos
estatísticos:
a) CENSO - avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os componentes da
população. Entre as principais características de um Censo, podemos destacar: admite erro
processual zero e tem confiabilidade 100%, caro, lento e quase sempre desatualizado. Nem
sempre é viável.
b) AMOSTRAGEM (INFERÊNCIA) - avaliação indireta de um parâmetro, com base em um
estimador através do cálculo das probabilidades. Entre as principais características, podemos
destacar: admite erro processual positivo e tem confiabilidade menor que 100%, é barata, rápida
e atualizada. É sempre viável.
Conceitos Fundamentais
O conceito de população é intuitivo; trata-se do conjunto de indivíduos ou objetos que
apresentam em comum determinadas características definidas para o estudo.
• Amostra - é um subconjunto da população.
• Amostragem - são procedimentos para extração de amostras que representem bem a
população.
• Riscos - é a margem de erro motivado pelo fato de investigarmos parcialmente (amostras) o
universo (população).
• População-alvo - é a população sobre a qual vamos fazer inferências baseadas na amostra.
Para que possamos fazer inferências válidas sobre a população a partir de uma amostra, é
preciso que essa seja representativa. Uma das formas de se conseguir representatividade é fazer
com que o processo de escolha da amostra seja, de alguma forma, aleatório. Além disso, a
aleatoriedade permite o cálculo de estimativas dos erros envolvidos no processo de inferência.
Quanto à extração dos elementos, as amostras podem ser:
• Com reposição - quando um elemento sorteado puder ser sorteado novamente;
• Sem reposição - quando o elemento sorteado só puder figurar uma única vez na amostra.
Basicamente, existem dois métodos para composição da amostra: probabilístico e não
probabilístico (intencional).
• O método de amostragem probabilística exige que cada elemento da população possua
determinada probabilidade de ser selecionado. Normalmente, possuem a mesma probabilidade.
Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de cada elemento será 1/N. Somente
com base em amostragens probabilísticas pode-se realizar inferências sobre a população, a partir
dos parâmetros estudados na amostra. São elas:
• Amostragem Aleatória Simples;
• Amostragem Aleatória Estratificada;
• Amostragem Sistemática;
• Amostragem por Conglomerado.
Por serem as principais técnicas estudadas, serão mais detalhadamente exploradas no.
• Os métodos não probabilísticos são amostragens em que há uma escolha deliberada dos
elementos que compõem a amostra. Não se pode generalizar os resultados das pesquisas para a
população, uma vez que as amostras não probabilísticas não garantem a representatividade da
população. São elas:
• Amostragem Acidental;
• Amostragem Intencional;
• Amostragem por Quotas.
Amostragem Acidental - É formada por elementos que vão aparecendo, que são possíveis de se
obter até completar o número de elementos da amostra.
Ex: Pesquisa de opinião, em que os entrevistados são acidentalmente escolhidos.
Amostragem Intencional - É formada por elementos escolhidos por determinado critério, ou
seja, escolhe-se intencionalmente um grupo de elementos que irão compor a amostra.
Exemplo:
Vamos obter uma amostra representativa de 8 itens para a pesquisa da estatura de noventa
alunos de uma escola. Utilize a TNA (3ª linha e 8ª Coluna).
Resolução:
• Numeramos os alunos de 01 a 90;
• Iniciamos o processo de sorteio dos itens da amostra na TNA considerando as colunas 8ª e 9ª,
pois 90 são dois dígitos;
• A amostra será os alunos correspondentes aos números: 46, 58, 16, 51, 88, 09, 89, 14.
• Proporcional.
No primeiro tipo, sorteia-se igual número de elementos em cada estrato. Esse processo é
utilizado quando o número de elementos por estrato for aproximadamente o mesmo.
No outro caso, utiliza-se a amostragem estratificada proporcional, cujo processo de
𝑁𝑎 𝑛𝑎 𝑛
calcular o número de amostras por estrato é: 𝑁
= 𝑛
→ 𝑛𝑎 = 𝑁 . 𝑁𝑎
N → Nº de unidades da população
n → Nº de unidades das amostras
Na → Nº de unidades do estrato A
na → Nº de amostras de A
Ex: Calcule o número de amostras por estrato sabendo que a população é de 300habitantes
numa unidade das amostras de 90 (10,20,30,40,50,60,10,150,200,300)
𝑁𝑎 𝑛𝑎
R: Dados 𝑛𝑎 = =
𝑁 𝑛
𝑛
N=300 pac 𝑛𝑎 = 𝑁 . 𝑁𝑎
90
n= 90 pac 𝑛𝑎 = 300 . 10
900
𝑁𝑎 = 10 𝑢 𝑛𝑎 = 300 = 3
Calcule o número de unidade das amostras sabendo que a população é de 100 pacientes num
número de amostras de estrato A de 10 pacientes em unidades de estrato de 20 pacientes por
salas
𝑁 . 𝑛𝑎
N=100 pac 𝑛= 𝑁𝑎
100.10
n= 𝑛𝑎 =
20
1000
𝑁𝑎 = 20 𝑢 𝑛𝑎 = 20
= 50𝑢
Exemplo:
Supondo, no exemplo anterior, que, dos noventa alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam meninas,
vamos obter uma amostra proporcional estratificada de 10%.
Resolução:
• São, portanto, dois estratos (sexo masculino e feminino) e queremos uma amostra de 10% da
população;
• Calcula-se o número de amostras de cada estrato.
M 54 5,4 5
F 36 3,6 4
Total 90 9,0 9
Exemplo:
Em um levantamento da população de uma cidade, podemos dispor do mapa indicando cada
quarteirão e não dispor de uma relação atualizada dos seus moradores. Pode-se, então, colher
uma amostra dos quarteirões e fazer a contagem completa de todos os que residem naqueles
quarteirões sorteados.
Amostragem Sistemática
Quando os elementos da população já se encontram ordenados, não há necessidade de se
construir o sistema de referência. Nesses casos, a seleção dos elementos que constituirão a
amostra pode ser por um sistema imposto pelo pesquisador.
Em geral, para se obter uma amostra sistemática de n elementos de uma população de tamanho
N, K deve ser menor ou igual a N/n. Não é possível determinar K, precisamente, quando o
tamanho da população é desconhecido, mas pode-se supor um valor de k de tal modo que seja
possível obter uma amostra de tamanho n. Em vez da amostragem aleatória simples, pode-se
empregar a amostragem sistemática pelas seguintes razões:
• a amostragem sistemática é mais fácil de se executar e, por isso, está menos sujeita a erros do
entrevistador do que aqueles que acontecem na aleatória simples;
• a amostragem sistemática freqüentemente proporciona mais informações por custo unitário do
que a aleatória simples.
Diretrizes para calcular as amostras:
1º - Estabelecer o intervalo de amostragem K:
K =N/n
OBS: Para valores de K=N/n , arredondar para o valor inteiro menor.
Dados Estatísticos
Normalmente, no trabalho estatístico, o pesquisador se vê obrigado a lidar com grande
quantidade de valores numéricos resultantes de um censo ou de uma amostragem. Estes valores
numéricos são chamados dados estatísticos.
No sentido da disciplina, a Estatística ensina métodos racionais para a obtenção de informações
a respeito de um fenômeno coletivo, além de obter conclusões válidas para o fenômeno e
também permitir tomada de decisões, através dos dados estatísticos observados. Desta forma, a
estatística pode ser dividida em duas áreas: Estatística Descritiva e Estatística Inferencial.
Estatística Descritiva
É a parte da Estatística que tem por objetivo descrever os dados observados. A Estatística
Descritiva, na sua função de descrição dos dados, tem as seguintes atribuições:
• A obtenção dos dados estatísticos;
• A organização dos dados;
• A redução dos dados;
• A representação dos dados;
• A obtenção de algumas informações que auxiliam a descrição do fenômeno observado.
Planejamento
É o trabalho inicial de coordenação no qual define-se a população a ser estudada
estatisticamente, formulando-se o trabalho de pesquisa através da elaboração de questionário,
entrevistas, etc.
A organização do plano geral implica em obter respostas para uma série tradicional de
perguntas, antes mesmo do exame das informações disponíveis sobre o assunto, perguntas que
procuram justificar a necessidade efetiva da pesquisa, a saber:
- "quem", "o que", "sempre", "por que", "para que", "para quando".
Imaginemos, por exemplo, que o Governo do Estado tenha necessidade de obter informações
acerca do desempenho em Matemática dos estudantes matriculados na rede pública de ensino.
O primeiro trabalho da equipe encarregada da pesquisa, será evidentemente, o de obter respostas
para aquelas perguntas. Seriam então:
- Quem deseja as informações?
- O que devemos perguntar no questionário?
- A pesquisa será periódica ou ocasional? Será executada sempre?
- Por que desejam as informações?
- Quando deverá estar concluída a pesquisa?
- Qual a época oportuna para a aplicação dos questionários?
- Para que desejam as informações?
Ainda na fase do planejamento, temos:
• O exame das informações disponíveis: trabalho inicial de coleta de trabalhos ou publicações
sobre o assunto, obtendo-se relatórios sobre atividades semelhantes ou correlatas;
• A Definição do Universo, isto é, saber qual o conjunto a ser pesquisado, distribuindo,
classificando ou agrupando os elementos desse conjunto em subpopulações, para permitir
um trabalho mais fácil, mais lógico, mais racional;
• O tipo de levantamento, Censo ou Amostragem, deverá ser decidido com a devida
antecedência e a necessária análise das vantagens e desvantagens de um e de outro, em virtude
do custo financeiro e do prazo determinado para a conclusão do trabalho.
Coleta de Dados
Após cuidadoso planejamento e a devida determinação das características mensuráveis do
fenômeno coletivamente típico que se quer pesquisar, damos início à coleta dos dados
numéricos necessários à sua descrição.
A coleta dos dados poderá ser feita de diversas formas. A ideal é aquela que maximiza os
recursos disponíveis, dados os objetivos e a precisão previamente estipulados. No seu
planejamento, deve-se considerar o tipo de dado a ser coletado, o local onde este se manifestará,
a frequência de sua ocorrência, e outras particularidades julgadas importantes.
Quando os dados se referirem ou estiverem em poder de pessoas, sua coleta poderá ser realizada
mediante respostas a questionários previamente elaborados. Esses questionários podem ser
enviados aos entrevistados para devolução posterior ou podem ser aplicados pelos próprios
pesquisadores ou por entrevistadores externos ou contratados.
Os dados ou informações representativas dos fenômenos ou problema em estudo podem ser
obtidos de duas formas: por via direta ou por via indireta.
1. Por via direta - quando feita sobre elementos informativos de registro obrigatório (p. ex.:
fichas no serviço de ambulatório, nascimentos, casamentos, óbitos, matrículas de alunos etc.)
ou, ainda, quando os dados são coletados pelo próprio pesquisador através de entrevistas ou
questionários. A coleta direta de dados, com relação ao fator tempo, pode ser classificada em:
1.1. Contínua - também denominada registro, é feita continuamente, tal como a de nascimentos
e óbitos, etc. Também são do tipo contínuo o registro de certas doenças, como câncer,
hanseníase, tuberculose e também algumas doenças infecciosas agudas com finalidade de
controle.
1.2. Periódica - quando feita em intervalos constantes de tempo, como os censos(de 10 em 10
anos), os balanços de uma farmácia, etc.;
1.3. Ocasional - quando feita extemporaneamente, a fim de atender a uma conjuntura ou a uma
emergência, como no caso de epidemias que assolam ou dizimam seres humanos.
2. Por via indireta - quando é inferida de elementos conhecidos (coleta direta) e/ou
conhecimento de outros fenômenos relacionados com o fenômeno estudado. Como exemplo,
podemos citar a pesquisa sobre a mortalidade infantil, que é feita através de dados colhidos via
coleta direta.
Crítica dos Dados
Os dados colhidos por qualquer via ou forma e não previamente organizados são chamados de
dados brutos. Esses dados brutos, antes de serem submetidos ao processamento estatístico
propriamente dito, devem ser "criticados", visando eliminar valores impróprios e erros
grosseiros que possam interferir nos resultados finais do estudo.
A crítica é externa quando visa às causas dos erros por parte do informante, por distração ou má
interpretação das perguntas que lhe foram feitas; é interna quando se observa o material
constituído pelos dados coletados. É o caso, por exemplo, da verificação de somas de valores
anotados.
Apuração ou Processamento dos Dados
Uma vez assegurado que os dados brutos são consistentes, devemos submetê-los ao
processamento adequado aos fins pretendidos. A apuração ou processamento dos dados pode ser
manual, eletromecânica ou eletrônica. Os processos e métodos estatísticos a que um conjunto de
dados pode ser submetido serão nosso objeto de estudo nas seções seguintes.
Exposição ou Apresentação dos Dados
Por mais diversa que seja a finalidade que se tenha em vista, os dados devem ser apresentados
sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando mais fácil o exame daquilo que está sendo
objeto de tratamento estatístico.
No caso particular da estatística descritiva, o objetivo do estudo se limita, na maioria dos casos,
à simples apresentação dos dados, assim entendida a exposição organizada e resumida das
informações coletadas através de tabelas ou quadros, bem como dos gráficos resultantes.
Análise dos Resultados
Como já dissemos, o objetivo último da Estatística é tirar conclusões sobre o todo (população) a
partir de informações fornecidas por parte representativa do todo (amostra). Assim, realizadas as
fases anteriores (Estatística Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através dos
métodos da Estatística Inferencial, que tem por base a indução ou inferência, e tiramos desses
resultados conclusões e previsões.
Estatística Descritiva
A Estatística Descritiva é a parte da estatística que se ocupa com a coleta, crítica, ordenação e
apresentação das informações fundamentais à caracterização e descrição do fenômeno que se
deseja estudar e interpretar. Aqui se trabalhará com alguma característica notável do objeto de
estudo, a qual terá de ser coletada de alguma forma e em algum lugar. Na coleta das
informações deve-se considerar, preferencialmente, toda a população; caso a obtenção de dados
sobre toda a população (censo) seja difícil ou até mesmo impossível (dado o grande número de
elementos ou a sua dispersão no tempo ou no espaço), o estudo poderá ser feito com base numa
amostra representativa.
Distribuições de Frequência
Os dados numéricos, após coletados, são colocados em série e apresentados em tabelas ou
quadros. Quando se estuda uma variável (qualitativa ou quantitativa), o maior interesse do
pesquisador é conhecer a distribuição dessa variável através das possíveis realizações (valores)
da mesma. Iremos, pois, ver uma maneira de se dispor um conjunto de valores, de modo a se ter
uma boa ideia global sobre esses valores, ou seja, de sua distribuição.
Uma distribuição de frequências pode ser apresentada nas seguintes maneiras:
• Distribuição de Frequências por Valores (variável qualitativa ou quantitativa discreta): É
Informações sobre sexo, curso, idade (anos), procedência, renda familiar, número de disciplinas
matriculado(a), peso (kg) e altura (cm) de 46 alunos matriculados nas disciplinas de Matemática
e Física.
CÁLCULO DAS PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA (CPE) - período 97.1 – turma 01
IDAD
RENDA Nº. ALTUR
SEX E PROCEDÊNCI PESO
ID CURSO FAMILI DISCIP. A
O (Anos A (kg)
AR MATRIC. (cm)
)
Nº Estudantes Percentual ( fi %)
PROCEDÊNCIA
( Fi )
Capital 20 43,5
Interior 16 34,8
Outra Região 10 21,7
Total 46 100,0
Nº Estudantes Percentual ( fi %)
PROCEDÊNCIA
( Fi )
Capital 20 43,5
Interior 16 34,8
Outra Região 10 21,7
Total ou ∑ 46 100,0
Regras Básicas para Elaboração de uma Distribuição de Frequências por Classes ou Intervalos
(Dados Agrupados em Intervalos)
1. Colete n dados referentes à variável cuja distribuição será analisada. É aconselhável que n
seja superior a 50 para que possa ser obtido um padrão representativo da distribuição.
2. Efetua-se um ROL ESTATÍSTICO (ordenação crescente ou decrescente de grandeza) nos
Dados Brutos (aqueles ainda não organizados numericamente).
3. Identifique o menor valor (X min ) e o maior valor (X max ) da amostra.
4. Calcule a AMPLITUDE TOTAL dos dados (AT ):
𝐴𝑇 = 𝑋 max − 𝑋 min
𝐴𝑇
6. Calcule o comprimento de cada classe dos dados (h): ℎ =
𝐾
É aconselhável construir classes de mesma amplitude.
1ͣ Classe:
2ͣ Classe:
i-ésima Classe:
Continue estes cálculos até que seja obtido um intervalo que contenha o maior valor da amostra
(X max ) entre seus limites.
8. Construa a tabela de distribuição de frequências.
Uma tabela de distribuição de frequências (por classes ou valores), deverá conter as seguintes
colunas:
• Número de ordem de cada classe (i) ou valor;
• Limites de cada classe (no caso da distribuição de frequências por classes)
As classes são fechadas à esquerda e abertas à direita.
As observações iguais ao limite superior da classe i-1, o qual é igual ao limite inferior da
classe i, pertencem à classe i. NOTAÇÃO: |------.
• Ponto Médio
LIi +LSi
𝑝𝑚𝑖 da i-ésima classe é denotado por: pmi = 2
• Tabulação: contagem dos dados pertencentes a cada classe ou a quantidade de vezes que o
valor se repete.
• Frequência simples ou absoluta (Fi ) da i-ésima classe ou do i-ésimo valor
Fi = número de observações da i-ésima classe (ou do i-ésimo valor)
Observe que: ∑ki=1 Fi = n
• Frequência Relativa ( f i ) da i-ésima classe (ou do i-ésimo valor)
f i = número de observações da i-ésima classe (ou do i-ésimo valor) dividido pelo
𝐹𝑖
tamanho da amostra, isto é, 𝑓𝑖 = 𝑛
Observe que a soma de todos os valores de f i deve ser igual a 1, ou seja, ∑ki=1 Fi = 1.
Multiplicando cada f i por 100 obtém-se o percentual da classe (ou valor) correspondente, isto é,
f i % = f i ×100 .
• Existem outros tipos de frequências que também podem ser calculadas:
• Frequência Simples Acumulada (do tipo “abaixo de”): frequência simples acumulada da i-
ésima classe ou valor
𝐹𝑎𝑐𝑖 = 𝐹1 + 𝐹2 + 𝐿 + 𝐹𝑖
• Frequência Relativa Acumulada: frequência relativa acumulada da i-ésima classe ou valor.
𝑓𝑎𝑐𝑖 = 𝑓1 + 𝑓 2 + 𝐿 + 𝑓 𝑖 .
Nº Estudantes Percentual ( fi %)
ALTURA (Xi)
( Fi )
Total ou ∑ 46 100,0
Solução:
Passo 1: Estabelecer o número de classes: k = √𝑛 → 𝑘 = √33 =5,7 ≅ 6
Passo 2: Amplitude Total: 𝐴𝑇 = 𝑋 max − 𝑋 min →AT = 36 - 20 = 16
𝐴𝑇 16
Passo 3: Amplitude das Classes: : ℎ = = = 2,66 ≅ 2,7
𝐾 6
Passo 4: Construção da Tabela de Distribuição de Frequências
Tabela 04 - Distribuição de Frequências das IDADES de 33 Estudantes de CPE.
IDADE (Xi) Fi
Total ou ∑ 33
𝐹𝑎𝑐1 , resolve-se apartir da Fi, somando desde o primeiro número até o último
𝑓𝑎𝑐1 , resolve-se apartir da 𝐹𝑎𝑐1 , somando desde o primeiro número até o último
LIi +LSi
pmi = 2
, calcula-se somando a cada linha dos limites inferior e superior, dividindo por 2.
Freq. Abs Freq. Relativa Freq. Perc Freq. Absol. Freq. Relat Ponto
ALTURA (Xi) ( Fi ) fi ( fi %) Acumulada Acumalda Médio
0
Capital Interior Outra Região
Outras
Regiões
22% Capital
Interior 43%
35%
Variáveis Quantitativas
• Discretas:para representarmos as variáveis quantitativas discretas graficamente usamos
gráficos em Barras ou Colunas;
• Contínuas: para representarmos as variáveis quantitativas contínuas graficamente usamos o
Histograma ou o Polígono de Frequências.
Histograma:
É a representação gráfica de uma distribuição de frequências de variável quantitativa contínua
(dados agrupados em intervalos) por meio de retângulos justapostos, centrados nos pontos
médios das classes e cujas áreas são proporcionais às frequências das classes.
Exemplo : Construindo um Histograma
12
10
4
2
0
155.15 159.45 163.75 168.05 172.35 176.65 180.95
Altura (cm)
Polígono de Frequência
É a representação gráfica de uma distribuição de frequências de variável quantitativa contínua
(dados agrupados em intervalos) por meio de uma linha poligonal fechada ou polígono, cuja
área total é igual à do histograma.
12
10
8
6
4
2
0
150.85 155.15 159.45 163.75 168.05 172.35 176.65 180.95 185.25
Altura (cm)
onde:
xi é o i-ésimo valor da variável de interesse;
Fi é a frequência absoluta do i-ésimo valor;
n é o tamanho da amostra.
xi Fi xi × Fi
2 8 16
3 2 6
5 4 20
8 6 48
∑ 20 90
4
∑ki=1 Xi . Fi ∑4i=1 90 90
̅
X= ̅
=X= 4 = = 4,5 e n = ∑ Fi = 20
∑ki=1 Fi ∑i=1 20 20
i=1
∑ k ∑k
pmi . Fi i=1 pmi . Fi
̅
X = i=1 ou, simplesmente, ̅
X=
∑k i=1 Fi n
onde:
pmi é o ponto médio da i-ésima classe;
Fi é a frequência absoluta da i-ésima classe;
n é o tamanho da amostra
Vantagens e Desvantagens da Média
É uma medida de tendência central que, por uniformizar os valores de um conjunto de dados,
não representa bem os conjuntos que revelam tendências extremas. Ou seja, é grandemente
influenciada pelos valores extremos (grandes) do conjunto. Além disso, não pode ser calculada
para distribuições de frequências com limites indeterminados (indefinidos).
Propriedades:
1. A soma dos desvios tomados em relação à média é nula, isto é, ∑ni=1(Xi − ̅ X ) = 0.
2. Somando-se ou subtraindo-se uma constante “c” a todos os valores de uma variável, a média
do conjunto fica aumentada ou diminuída dessa constante, isto é, 𝑌𝑖 = 𝑋𝑖 ± 𝑐 ⇒ 𝑌̅ = 𝑋̅ ± 𝑐 .
3. Multiplicando-se ou dividindo-se todos os valores de uma variável por uma constante “c”, a
média do conjunto fica multiplicada ou dividida por essa constante, isto é, 𝑌𝑖 = 𝑋𝑖 . 𝑐 ⇒ 𝑌̅ =
𝑋𝑖 𝑋 ̅
𝑋̅. 𝑐 ou 𝑌𝑖 = ⇒𝑌̅ = , para c ≠ 0 .
𝑐 𝑐
Exemplo : Utilizando os dados apresentados na Tabela 5, determine a ALTURA MÉDIA dos 33
estudantes de Estatística Vital .
Total ou ∑ 46 - 7747,50
∑k
i=1 pmi . Fi 7747,50
̅=
Então: X = = 168,42cm
∑k
i=1 Fi 46
Moda
Notação: Mo
Dado um conjunto ordenado de valores. A moda é (são) o(s) valor(es) que ocorre(m) com maior
frequência no conjunto de dados, ou seja é(são) o(s) valor(es) mais frequente(s) do conjunto de
dados.
Exemplo : Determine a moda dos seguintes conjuntos de dados abaixo
a) 2, 2, 3, 3, 5, 5, 8, 8 ⇒ Não existe moda (ou amodal)
b) 2, 2, 3, 5, 5, 5, 8, 8 ⇒ Mo = 5
c) 2, 2, 2, 3, 3, 5, 5, 5, 8 ⇒ Mo = 2 e Mo = 5
Observação:
i) A moda de um conjunto de dados pode não existir (figura 1 (a) )
ii) A moda de um conjunto de dados pode não ser única (figura 1 (c) )
Figura 1: Caracterização de Dados quanto à moda
a) b) c)
f f f
∆2
∆1
Mo clas
∆1
𝑀𝑜 = 𝐿𝑚𝑜 + ( ) . ℎ𝑚𝑜 , onde: 𝐿𝑚𝑜 : limite inferior da classe modal,
∆1+∆2
∆1 = 𝐹𝑚𝑜𝑑𝑎𝑙 − 𝐹𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
∆2 = 𝐹𝑚𝑜𝑑𝑎𝑙 − 𝐹𝑝𝑜𝑠𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
A Classe modal será o intervalo com maior frequencia absoluta (Fi). Neste caso a classe modal
(4a) será
165,9 |----- 170,2, Lmo = 165 9, hmo = 3,4 , ∆1 = Fmodal - Fanterior = 10 - 7 = 3 e
∆2 = Fmodal - Fposterior = 10-3 =7 .
∆1 3
Daí, 𝑀𝑜 = 𝐿𝑚𝑜 + (∆1+∆2) . ℎ𝑚𝑜 → 𝑀𝑜 = 165,9 + (3+7) . 4,3 = 167,19𝑐𝑚.
50% 50%
ou n/2 ou n/2
Md
n
−Facam
2
onde: Me = LIme + ( Fme
) . hme
n 46
−Facam −19
2 2
Então: Me = LIme + ( ) . hme = 165,9 + ( ) . 4,3 = 165,9 + 1,72 = 167,62cm
Fme 10
Medidas de Dispersão
No item anterior, aprendemos a calcular e entender convenientemente as medidas de posição
representativas de um determinado conjunto de dados, onde destacamos a média, a moda e a
mediana.
Sejam quatro conjuntos A, B, C e D com os seguintes valores:
Conjunto A ====> 7, 7, 7, 7, 7
Conjunto B ====> 5, 6, 7, 8, 9
Conjunto C ====> 4, 5, 7, 9, 10
Conjunto D ====> 0, 5, 10, 10, 10
Para representarmos cada conjunto, podemos calcular a sua respectiva média aritmética,
encontrando ̅̅̅
𝑋𝐴 = ̅̅̅̅
𝑋𝐵 = ̅𝑋̅̅𝐶̅ = ̅̅̅̅
𝑋𝐷 = 7 .
Vemos assim que, apesar de constituídos de valores diferentes, os grupos revelam uma mesma
média aritmética. Observando-os mais detalhadamente, notamos que em cada grupo, isto é,
conjunto de dados, os valores se distribuem diferentemente em relação à média. Necessitamos
assim de uma medida estatística complementar para melhor caracterizar cada conjunto
apresentado.
As medidas estatísticas responsáveis pela variação ou dispersão dos valores de um conjunto de
dados são as medidas de dispersão ou de variabilidade, onde se destacam a amplitude total, a
variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação. Em princípio, diremos que entre dois ou
mais conjuntos de dados, o mais disperso (ou menos homogêneo ) é aquele que tem a maior
medida de dispersão.
Amplitude Total
Notação: AT
Medida já apresentada na elaboração de uma distribuição de frequências com dados agrupados
em classes, definida por:
AT = X max - X min ,
onde:
Xmax é o maior valor do conjunto de dados e Xmin é o menor valor do conjunto de dados.
Variância
Notação: S² é a variância da amostra ou variância amostral
σ² é a variância da população ou variância populacional
A variância de um conjunto de dados (amostra ou população ) mede a variabilidade do conjunto
em termos de desvios quadrados em relação à média aritmética. É uma quantidade sempre não
negativa e expressa em unidades quadradas do conjunto de dados, sendo de difícil interpretação.
Distribuição de Frequências por valor
Sejam x1, x2,.., xk as medidas da variável de interesse, realizadas para uma amostra de tamanho
n extraída da população considerada. Definimos a variância da amostra (S² ) como:
∑𝑘𝑖=1(𝑝𝑚𝑖 − 𝑋̅)² . 𝐹𝑖
𝑆2 =
𝑛−1
onde:
xi é o i-ésimo valor da variável de interesse;
Fi é a frequência absoluta do i-ésimo valor;
̅ é a média da amostra;
X
n é o tamanho da amostra.
Observação: A equação acima é utilizada quando nosso interesse não se restringe à descrição
dos dados mas, partindo da amostra, visamos tirar inferências válidas para uma respectiva
população.
Distribuição de Frequências por Classes
Sejam pm1, pm2 ,..., pmk os pontos médios das classes, ocorrendo com frequências F1, F2 ,...,
Fk de
modo que ∑𝑘𝑖=1 𝐹𝑖 = 𝑛 . A variância da amostra (S² ) é definida por como:
pmi2 × Fipmi é o ponto médio da i-ésima classe;
Fi é a frequência absoluta da i-ésima classe;
̅
X é a média da amostra;
n é o tamanho da amostra.
Desvio-Padrão
Notação: S é o desvio-padrão da amostra ou desvio-padrão amostral
σ é o desvio-padrão da população ou desvio-padrão populacional
É uma outra medida de dispersão mais comumente empregada do que a variância, por ser
expressa na mesma unidade do conjunto de dados. Mede a "DISPERSÃO ABSOLUTA" de um
conjunto de valores e é obtida a partir da variância.
Desvio Padrão = √Variância (Raiz quadrada da Variância ).
Assim,
S = √S²
Coeficiente de Variação
A expressão:
(∑𝑘
𝑖=1 𝑝𝑚𝑖 𝐹𝑖)²
∑𝑘 ̅ ∑𝑘
𝑖=1 𝑝𝑚𝑖 ²𝐹𝑖 −
𝑖=1(𝑝𝑚𝑖 −𝑋 )².𝐹𝑖
𝑆2 = = 𝑛
.
𝑛−1 𝑛−1
Logo,
𝑆 8,44
𝑆 = √𝑆² → 𝑆 = √71,35𝑐𝑚² = 8,44𝑐𝑚 𝑒 𝐶𝑉 = . 100% → 𝐶𝑉 = . 100 = 5,01%
𝑋̅ 168,42𝑐𝑚
Exemplo : Uma fábrica classifica operários de acordo com os graus obtidos em testes de
aptidão. Os dados são apresentados na distribuição de frequência abaixo:
Notas Teste
Aptidão Fi Faci pmi pmi - 𝑥̅ (pmi - 𝑥̅ )² (pmi - 𝑥̅ )².Fi
(Xi)
Solução:
5
̅ = ∑𝑖=1 𝑝𝑚𝑖 .𝐹𝑖 = 300 = 5,172414
a) O grau médio é dado por: 𝑋
𝑛 58
b) A variância para os dados agrupados é dada pela fórmula:
∑5𝑖=1(𝑝𝑚𝑖 −𝑋̅ )².𝐹𝑖 306,276
𝑆2 = = = 5,373.
𝑛−1 57
Logo o desvio padrão S = 2,318,
Desta forma 𝑋̅ + 2𝑆= 9,808, portanto qualquer operário com nota maior que 9,808 receberá o
premio.
c) A nota acima da qual estão 50% dos operários é chamada nota mediana, a qual é calculada
para dados agrupados em intervalos por:
𝑛 58
(2 − 𝐹𝑎𝑐𝑎𝑛𝑡 ) ( 2 − 16) 26
𝑀𝑑 = 𝐿𝑚𝑑 + . ℎ𝑚𝑑 → 𝑀𝑑 = 4 + .2 = 4 + = 4 + 1,13 = 5,13
𝐹𝑚𝑑 23 23
Assimetria
Estas medidas referem-se à forma da curva de uma distribuição de freqüência, mais
especificamente do polígono de freqüência ou do histograma.
Denomina-se assimetria o grau de afastamento de uma distribuição da unidade de simetria.
• Em uma distribuição simétrica, tem-se igualdade dos valores da média, mediana e moda.
Simetria
𝑋̅ = Mo = Md
Toda distribuição deformada é sempre assimétrica. Entretanto, a assimetria pode dar-se na
cauda esquerda ou na direita da curva de freqüências.
• Em uma distribuição assimétrica positiva, ou assimetria à direita, tem-se:
Assimetria à direita (ou positiva)
Mo < Md < 𝑋̅
• Em uma distribuição assimétrica negativa, ou assimetria à esquerda, predominam valores
inferiores à Moda.
Assimetria à esquerda (ou negativa)
𝑋̅ < Md < Mo
Existem várias fórmulas para o cálculo do coeficiente de assimetria. As mais utilizadas são:
𝑋̅−𝑀𝑜𝑑
• 1º Coeficiente de Pearson: 𝐴𝑆 =
𝑆
Mo: valor modal (moda)
S : Desvio padrão
𝑋̅ : Média
𝑄1+𝑄2−2𝑀𝑜𝑑
• 2º coeficiente de Pearson: 𝐴𝑆 = 𝑄3−𝑄1
Q1 : valor do 1º Quartil
Q3 : valor do 3º Quartil
Mod : valor da Mediana
Quando
AS = 0, diz-se que a distribuição é simétrica.
AS > 0, diz-se que a distribuição é assimétrica positiva (à direita)
AS > 0, diz-se que a distribuição é assimétrica positiva (à direita)
Curtose
Curtose é o grau de achatamento (ou afilamento) de uma distribuição em comparação com
uma distribuição padrão (chamada curva normal). De acordo com o grau de curtose,
Exercícios de aplicação
1-Considerando a rol abaixo na tabela,calcule:Xi, Fi, Faci, pmi, pmi-x̅, (pmi-x̅)², (pmi-x̅)².Fi, o
grau médio, e variança.
0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2
2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4
4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 6
2-Considere ps dados ordenados em ordem crescente, por colunas, calcule o Xi, Fi, pmi, pmi.Fi,
pmi².Fi, e S.
150 154 155 157 160 161 162 164 166 169
151 155 156 158 160 161 162 164 167 170
152 155 156 158 160 161 163 164 168 172
153 155 156 160 160 161 163 165 168 173
33 35 35 39 41 41 42 45 47 48
50 52 53 54 55 55 57 59 60 60
61 64 65 65 65 66 66 66 67 68
69 71 73 73 74 74 76 77 77 78
80 81 84 85 85 88 89 91 94 97
Estaturas 120|--- 128 128|---136 136|--- 144 144|--- 152 152|--- 160
frequencia 6 12 16 13 7
Probabilidade
1. Situando a Temática
A teoria das probabilidades é o fundamento para a inferência estatística. O objetivo desta parte é
que o aluno compreenda os conceitos mais importantes da probabilidade.
O conceito de probabilidade faz parte do dia-a-dia dos trabalhadores das área das ciências
exatas, ciências biológicas, engenharia, etc., uma vez que seu conceito é frequentemente usado
na comunicação diária. Por exemplo, podemos dizer que um aluno tem chance de 70% de ser
aprovado em uma determinada disciplina. Um professor está 90% seguro de que um novo
método de ensino proporcione uma melhor compreensão pelos alunos. Um engenheiro de
produção afirma que uma nova máquina reduz em 20% o tempo de produção de um bem. Tal
como mostram os exemplos, as pessoas expressam a probabilidade em porcentagem.
Trabalhando com a probabilidade matemática é mais conveniente expressá-la como fração (as
porcentagens resultam da multiplicação das frações por 100).
2. Problematizando a Temática
O conceito de probabilidade é fundamental para o estudo de situações onde os resultados são
variáveis, mesmo quando mantidas inalteradas as condições de sua realização. Por exemplo,
jogando-se um dado, temos seis resultados possíveis de cada vez; a observação do sexo dos
candidatos inscritos num concurso público conduz a dois resultados possíveis - masculino ou
feminino. Em ambos os casos, embora não sejamos capazes de afirmar de antemão que
resultado particular ocorrerá, temos condições de descrever o conjunto de todos os resultados
possíveis do experimento. A sua repetição continuada mostra uma certa regularidade nos
resultados, o que nos permite estudar o experimento, apesar da incerteza nele presente.
Conhecendo a Temática
Espaços Amostrais e Eventos
Antes de passarmos à definição de probabilidade é necessário fixarmos os conceitos de:
experimento aleatório, espaço amostral e evento.
Experimento Aleatório
É o processo da coleta dos dados relativo a um fenômeno que acusa variabilidade em seus
resultados.
Um experimento caracteriza-se como aleatório, em função de poder ser repetido
indefinidamente sob condições, essencialmente inalteradas, e embora não sejamos capazes de
afirmar que resultado ″particular″ ocorrerá, seremos sempre capazes de descrever o conjunto de
todos os possíveis resultados do mesmo.
Espaço Amostral ( Notação: S ou Ω (ômega) )
É o conjunto formado por todos os possíveis resultados de um experimento aleatório.
Eventos ( Notação: A, B. C, ... )
É qualquer subconjunto do espaço amostral.
Operações entre Eventos
Combinações de Eventos
Sejam A e B eventos em um mesmo espaço amostral. Temos as definidas as seguintes
operações entre conjuntos:
• Evento União A ∪ B (lê-se: A união B): o evento união de A e B equivale à ocorrência de A ou
de B ou de ambos. Contém os elementos do espaço amostral que estão em A ou em B ou em
ambos.
• Evento Interseção A ∩ B (lê-se: A interseção B): o evento interseção de A e B equivale à
ocorrência de A e de B, simultaneamente. Contém os elementos do espaço amostral que estão
em A e em B.
• Evento Complementar 𝐴̅ (lê-se: 𝐴̅ evento complementar de A): o evento complementar de A
equivale à não ocorrência do evento A. Contém os elementos do espaço amostral que não estão
em A.
• Eventos Disjuntos ou Mutuamente Exclusivos: dois eventos A e B dizem-se mutuamente
exclusivos ou mutuamente excludentes quando a ocorrência de um deles impossibilita a
ocorrência do outro. Os dois eventos não têm nenhum elemento em comum. Exprime-se isto
escrevendo: A ∩ B = ∅
UNIÃO INTERSEÇÃO
A B
A B
O Conceito de Probabilidade
Definição : Uma função P : Ω→R é dita uma “probabilidade” se satisfaz os seguintes axiomas:
i) P(Ω) = 1;
ii) 0 1 ≤ P A ( ) ≤ ;
iii) Sejam A e B eventos em um mesmo espaço amostral. Se A e B forem mutuamente
exclusivos,
então P (A U B) = P(A ) + P(B ) .
Por enquanto, ainda não sabemos calcular a probabilidade de ocorrência de um evento A
“P(A)”. No entanto, vamos enunciar algumas propriedades relacionadas a P(A) que decorrem
das condições acima e que não dependem da maneira pela qual calculamos P(A).
Propriedade de Probabilidade
Sejam A e B eventos em um mesmo espaço amostral:
1. Se ∅ é o evento impossível, então P(∅) = 0 ;
2. Se 𝐴𝑐 é o evento complementar de A, então P(𝐴𝑐 ) = 1- P(A) .
3. Se A e B são dois eventos quaisquer, então P(A ∪ B) = P(A)+ P(B) - P(A ∩ B) ;
4. Se o evento A ⊆ B, então P(A ) ≤ P(B ) .
Exemplo : Em uma seleção para uma vaga de engenheiro mecânico de uma grande empresa
verificou-se que dos 100 candidatos 40 tinham experiência anterior e 30 possuíam curso de
especialização. Vinte dos candidatos possuíam tanto experiência profissional como também
algum curso de especialização.
Escolhendo um candidato ao acaso, qual a probabilidade de que:
a) Ele tenha experiência ou algum curso de especialização?
b) Ele não tenha experiência anterior nem curso de especialização?
Solução
Vamos definir os seguintes eventos:
A = {O candidato possui experiência anterior}
B = {O candidato possui especialização}
Dados: p(A) = 0,4, p(B) = 0,3 p(A∩B) = 0,2 pede-se as seguintes probabilidades:
a) Ele tenha experiência ou algum curso de especialização
p(A∪B) = p(A) + p(B) – p(A∩B) = 0,4 + 0,3 – 0,2 = 0,5
b) Ele não tenha experiência anterior nem curso de especialização?
P(𝐴𝑐 ∩𝐵𝑐 ) = P((A ∪ B)𝑐 ) = 1- P(A∪B) = 1- [P(A) + P(B) – P(A∩B)] =
= 1 – [0,4 + 0,3 – 0,2] = 1 - 0,5 = 0,5.
Com marca 64 16 80
(Bs), ou um vendedor de marca determinada e que presta bons serviços dentro da garantia
(M∩Bs) são:
80 106 64
P(M) = 200 = 0,40 P(Bs) = 200 = 0,53 e P (M ∩ Bs) = 200 = 0,32 .
Todas essas probabilidades foram calculadas por meio da definição clássica de probabilidade.
Como a segunda dessas probabilidades P(Bs) é próxima a 0,50 (50%), vejamos o que acontece
se limitamos a escolha a vendedores de uma marca determinada. Isto reduz o espaço amostral às
80 escolhas, correspondentes à 1ª linha da tabela. Temos então, que a probabilidade de se
escolher um vendedor que presta bons serviços (Bs), sabendo (ou dado) que a marca de pneu
64
vendido pelo mesmo é determinada e será de P(Bs | M ) = 80 = 0,80 , tendo-se uma melhora em
relação a P(Bs) = 0,53 . Note que a probabilidade condicional que obtivemos aqui,
P(Bs | M ) = 80,0 pode escrever-se como:
64
𝐵𝑠 200 𝑃(𝑀∩𝐵𝑠)
𝑃( ) = 80 =
𝑀 𝑃(𝑀)
200
Generalizando, formulamos a seguinte definição de probabilidade condicional, que se aplica a
dois eventos quaisquer A e B pertencentes a um dado espaço amostral Ω:
Probabilidade Condicional
Se P(B) é diferente de zero, então a probabilidade condicional de A relativa a B, isto é, a
probabilidade de A dado que B ocorreu é denotada por:
𝐴 𝑃(𝐴∩𝐵)
𝑃( ) = , desde que P(B) >0 .
𝐵 𝑃(𝐵)
Teorema da Multiplicação
O resultado a seguir, obtido a partir da definição de probabilidade condicional, fornece a
probabilidade da ocorrência conjunta de dois eventos A e B, isto é, a probabilidade P(A∩B):
P(A∩ B) = P(A) ⋅ P(B| A) ou P(A∩ B) = P(B) ⋅ P(A| B)
dependendo da ordem de ocorrência dos eventos.
Independência de Eventos
Dizemos que dois eventos A e B são independentes, se as probabilidades condicionais P(A | B)
=P(A) e P(B | A) = P(B). Isto equivale, a partir da regra da multiplicação, escrevermos a
ocorrência simultânea de A e B como sendo:
P(A ∩ B) = P(A) ⋅ P(B) .
Exemplo: Uma caixa contém 4 lâmpadas boas e 2 queimadas. Retiram-se, ao acaso, 3 lâmpadas
sem reposição. Calcule a probabilidade dessas 3 lâmpadas serem boas.
Solução: Seja Ai a i-ésima lâmpada é boa, então:
4 3 2 1
P(A1 ∩ A2 ∩ A3) = P (A1) × P(A2 | A1) × P(A3 | A1 ∩ A2) = 6 . 5 . 4 = 4
Exemplo : Sejam A e B dois eventos tais que P(A) = 0,4 e P(A∪B) = 0,7. Seja P(B) = p. Para
que valor de p, A e B serão mutuamente exclusivos? Para que valor de p A e B serão
independentes?
Solução:
A e B são mutuamente exclusivos se A ∩ B = ∅. Logo P(A ∩ B) = 0 , com isso
P(A ∪ B) = P(A) + P(B) ⇒ 0,7 = 0,4 + p ⇒ p = 0,7 – 0,4 = 0,3.
Se A e B são independentes P(A ∩ B) = P(A) × P(B) = 4,0 p . Como
P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B) temos que: 0,7 = 0,4 + p – 0,4p. Logo, p = 0,5.
Situando a Temática
Na unidade anterior estudamos alguns fenômenos probabilísticos por meio de espaços amostrais
mais simples. No entanto, em situações práticas mais gerais, é necessário ampliar esses
conceitos para que tenhamos modelos probabilísticos que atendam as necessidades do
problema. A definição do conceito de variável aleatória possibilitará uma maior flexibilidade e
aplicabilidade dos conceitos de probabilidade em problemas diversos.
Problematizando a Temática
Ao estudarmos fenômenos aleatórios tais como, a renda de uma população, o desempenho
escolar de um grupo de alunos, o impacto de uma dieta no peso de animais, etc., desejamos
saber como controlar esses experimentos e tentar extrair conclusões sobre as respostas obtidas.
Neste caso, usaremos uma ferramenta valiosa que são as variáveis aleatórias.
Conhecendo a Temática
Quando na prática desejamos investigar algum fenômeno, estamos na realidade interessados em
estudar a distribuição de uma ou mais variáveis relacionadas a este. Assim, por exemplo,
podemos estar interessados em estudar a distribuição das notas de estudantes em uma
determinada disciplina, do grau de instrução, da altura, etc.
O que pretendemos, nesta unidade, é apresentar alguns modelos teóricos de distribuição de
probabilidade, aos quais um experimento aleatório estudado possa ser adaptado, o que permitirá
a solução de um grande número de problemas práticos.
O Conceito de Variável Aleatória e Variáveis Aleatórias Discretas
Definição : Seja E um experimento e Ω um espaço amostral associado a E. Um função X, que
associe a cada elemento ω ∈ Ω um número real, X(ω), é denominada variável aleatória.
Ω Rx
ω1 X X(ω1)
ω2 X(ω2)
ωn X(ωn)
Observação:
1. Cada elemento ω de Ω corresponderá a exatamente um valor;
2. Diferentes valores ω ∈ Ω, podem levar a um mesmo valor de X;
3. Nenhum elemento ω ∈ Ω poderá ficar sem valor de X.
Definição : Seja E um experimento e Ω seu espaço amostral. Seja X uma variável aleatória
definida em Ω e seja Rx seu contradomínio. Seja B um evento definido em relação a Rx, isto é,
B ⊂ Rx. Então, define-se o evento A como
A = {ω ∈ Ω | X (ω) ∈ B} = 𝑋 −1 (B) .
Assim, o evento A será constituído por todos os resultados em Ω para os quais X(ω) ∈ B.
Exemplo : Suponha 2 moedas lançadas e observada a sequência de caras e coroas obtidas.
Considere o espaço amostral associado a este experimento:
Ω = {(Ca,Co), (Ca,Ca), (Co,Ca), (Co,Co)}
Agora, defina uma variável aleatória X = número de caras obtidas no lançamento de 2 moedas.
Assim, temos que X = {0, 1, 2}, visto que X(Co,Co) = 0; X(Ca,Co) = X(Co,Ca) = 1 e X(Ca,Ca)
= 2.
Variáveis Aleatórias Discretas
Denomina-se X uma variável aleatória discreta se o número de valores possíveis de X for um
conjunto de pontos finito ou infinito enumerável. Digamos RX = {x1, x2, . . . , xn , . . . }.
Definição : (Função de Probabilidade) - Seja X uma variável aleatória discreta. A cada possível
xi 0 1 2
xi 0 1 2
Exemplo : Um par de dados é lançado. Seja X a variável aleatória que associa a cada ponto (d1,
d2) de Ω a soma desses números, isto é, X(d1, d2) = d1 + d2. Determine a função de
probabilidade de X.
Solução:
O espaço amostral Ω é formado de 36 pares ordenados, representando as possibilidades no
lançamentos de dois dados Ω = {(1,1), (1,2), ..., (5,6), (6,6)}.
Então, a variável aleatória X = d1 + d2 assume os seguintes valores X = {2, 3, 4, ..., 12}. Por
conseguinte, a função de probabilidade de X obtida, calculando-se:
P (X = 2) = P(d1=1,d2=1) = 1/6 × 1/6 = 1/36
P (X = 3) = P(d1=1,d2=2) + P(d1=2,d2=1) = 1/36 + 1/36 = 2/36
P (X = 12) = P(d1=6,d2=6) = 1/36
Logo, a função de probabilidade de X será representada por
xi 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
P(X = xi) 1/36 2/36 3/36 4/36 5/36 6/36 5/36 4/36 3/36 2/36 1/36
1. f (x) ≥ ,0 ∀x ∈ R x ;
+∞
2. ∫−∞ 𝑓 (x)dx = 1;
3. Sejam “a” e “b” quaisquer no intervalo - ∞ < a < b < +∞ , temos que P (a ≤ X ≤ ) =
𝑏
∫𝑎 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥 .
Observações
• P(a ≤ X ≤ b) representa a área sob a curva da função densidade de probabilidade f(x).
𝑥0
• Para qualquer valor específico de X, digamos x0, P(X = x0) = 0, pois P( X = x) = ∫𝑥0 𝑓 (x) dx
= 0.
• Como a probabilidade de X assumir valores em pontos isolados é nula, temos que
P(a ≤ X ≤ b) = P(a ≤ X < b) = P(a < X ≤ b) = P(a < X < b) .
Definição : A definição de função de distribuição para o caso contínuo é dada por
−𝑥
F(x) = P(X ≤ x) = ∫∞ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 .
Observação: Seja F(x) a função de distribuição acumulada de uma variável aleatória contínua X,
𝑑𝐹(𝑥)
com fdp f(x). Então, 𝑓(𝑥) = 𝑑𝑥
=F '(x) , para todo x no qual F(x) seja derivável.
Exemplo : Suponha que X é uma variável aleatória contínua com a seguinte fdp:
2𝑥, 0 < 𝑥 < 1
𝑓(𝑥) = {
0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑟𝑖𝑜
a) Mostre que f(x) é uma fdp;
b) Calcule P(X ≤ ½);
c) Calcule P(X ≤ ½ | 1/3 ≤ X ≤ 2/3)
Solução:
+∞ 1 1 𝑥²
a) Para que f(x) seja uma fdp basta verificar que ∫−∞ 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥 = ∫0 2𝑥𝑑𝑥 → 2 ∫0 2
+ 𝑐 = 𝑥2 +
𝑐 → 12 = 1
1 1/2 1/2 1/2 𝑥 2 1 2 1
b) 𝑃 (𝑋 ≤ 2) = ∫−∞ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 → ∫0 2𝑥𝑑𝑥 = 2 ∫0 2
+ 𝑐 = 𝑥² + 𝑐 = (2) = 4
c) Aplicando diretamente o conceito de probabilidade condicional, teremos
1
2 1 1 1/2 1 2 1 2
2𝑥𝑑𝑥 ( ) − (
𝑃 𝑋≤ 1 ≤𝑋≤
2
= 3
𝑃( ≤ 𝑋 ≤ ) ∫
2 = 1/3 =
𝑥²
= 2 3) = 5
3 3 1 2 2/3 2 2 12
𝑃(3 ≤ 𝑋 ≤ 3) ∫1/3 2𝑥𝑑𝑥 𝑥² (2) − (1)
3 3
( )
Exemplo : Seja a variável aleatória X com f(x) definida no exemplo a cima, calcule sua função
de distribuição acumulada.
Solução:
0, 𝑥 < 0
𝑥 𝑥
𝐹(𝑥) = ∫ 𝑓 (𝑠)𝑑𝑠 = {∫ 𝑓 (𝑠)𝑑𝑠 = 𝑥 2 , 0 ≤ 𝑥 < 1
−∞ −∞
1, 𝑥≥1
Valor Esperado e Variância de uma Variável Aleatória
Nos modelos probabilísticos que temos considerado, parâmetros podem ser empregados para
xi 0 1
Verifica-se facilmente que E(X) = p e V(X) = p(1 – p), que são as principais características da
v.a.X.
Experimentos Binomiais
Um experimento binomial apresenta quatro propriedades:
1. O experimento consiste em uma sequência de n ensaios idênticos e independentes;
2. Dois resultados são possíveis em cada ensaio. Um é denominado de sucesso e o outro de
fracasso;
3. A probabilidade de um sucesso é denotada por p, e não se modifica de ensaio para ensaio. (O
mesmo se aplica à probabilidade de fracasso q = 1 – p );
4. Os ensaios são independentes;
5. Defina uma variável aleatória Y como sendo o número de sucessos nos n ensaios.
Definição : Dizemos que uma variável aleatória discreta Y = X1 + X2 + ... + Xn, onde cada Xi é
um ensaio de Bernoulli, apresenta distribuição binomial com n provas (ensaios ou tentativas) e
probabilidade p de sucesso, sendo sua função de probabilidade definida por:
𝑃(𝑋 = 𝑘) = (𝑛𝑘)𝑝𝑘 (1 − 𝑝)𝑛−𝑘 , 𝑘 = 0,1, … 𝑛, , pois, para X = k teremos observado k sucessos,
cada um com probabilidade p e consequentemente (n-k) fracassos, cada um com probabilidade
q = 1 – p.
Notação: X ~ B(n, p), equivalente a dizer que X tem distribuição Binomial com parâmetros n e
p.
Propriedades
• E(X) = np
• V(X) = npq
Exemplo : Dois times de futebol, A e B, jogam entre si 6 vezes. Suponha que as probabilidades
de A ganhar, perder ou empatar sejam as mesmas e permaneçam constantes durante as 6
partidas. Encontre a probabilidade do time A ganhar 4 vezes e calcule a esperança e a variância.
Solução
Seja X = {número de vezes que o time A ganha}
Note que p = 1/3 (vencer) e que q = 2/3 (perder ou empatar). Além disso, n = 6.
1 4 1 4 2 2 20
Logo, 𝑃(𝑋 = 4) = (64) ( ) (1 − 1/3)6−4 = 15. ( ) . ( ) = = 0,08.
3 3 3 243
Temos também que a esperança (média) de vitórias será E(X ) = np = 6 × 1/2=2 e a
6.1 2 4
variância 𝑉(𝑋) = 𝑛𝑝𝑞 = .
3 3
= 3.
Distribuição Normal
A distribuição normal é a mais importante das distribuições contínuas de probabilidade.
Conhecida por alguns leitores como “a curva em forma de sino”, tem sua origem associada aos
erros de mensuração. É sabido que, quando se efetuam repetidas mensurações de determinada
grandeza com um aparelho equilibrado, não se chega ao resultado todas as vezes. Obtém-se, ao
contrário, um conjunto de valores que oscilam, de modo aproximadamente simétrico, em torno
𝑋−𝜇 𝑉(𝑋) − 0 𝜎²
V(Z) = V ( )= = =1
σ σ² σ²
A curva normal padrão conserva as mesmas propriedades listadas anteriormente. Mediante tal
transformação, basta construirmos uma única tabela, a da normal reduzida e, através dela,
obtermos as probabilidades associadas a todas as distribuições N (µ, σ).
A utilidade notável da tabulação pela variável normal padronizada é devida ao fato de que, se X
tiver qualquer distribuição normal N(µ, σ), a tabela da distribuição N(0; 1) pode ser empregada
para calcular probabilidades associadas a X, simplesmente aplicando a transformada para a
Exercícios
3.1- Cinco por cento dos motoristas de ônibus da cidade HH são mulheres. Suponha que 20
motoristas de ônibus são selecionados aleatoriamente para serem entrevistados sobre as
condições de trabalho. Qual a probabilidade de que nenhum motorista selecionado seja mulher?
Qual a probabilidade de que pelo menos 3 motoristas selecionados sejam mulheres?
3.2- O departamento de Recursos Humanos da empresa FF recebe 25 currículos para diversos
cargos, e espera que a probabilidade de não ocorrer candidatos experientes no grupo seja de
80%. Determine a probabilidade de no máximo 8 currículos recebidos apresentarem candidatos
experientes.
3.3- Uma confecção de roupa masculina suspeita que 35% de sua produção apresenta algum
defeito. Se tal suspeita é correta, determine a probabilidade de que, numa amostra de seis peças,
sejam encontradas: duas peças defeituosas; no mínimo três peças defeituosas; menos que três
peças defeituosas.
3.4- A probabilidade de um atirador acertar o alvo é 2/3. Se ele atirar 5 vezes, qual a
probabilidade de acertar exatamente 2 tiros ?
3.5- Suponhamos que a pressão sangüínea sistólica normal de indivíduos com idade entre 15 e
25 anos é uma variável aleatória com distribuição normal de média 120mmHg e desvio padrão
8mmHg. Nestas condições, calcule a probabilidade de um indivíduo dessa faixa etária, com
pressão sangüínea sistólica normal apresentar pressão:
a) Inferior a 120mmHg; (R: 0,5)
b) Entre 100 e 110mmHg; (R: 0,0994)
c) Acima de 106mmHg; (R: 0,9599)
d) Abaixo de 136mmHg; (R: 0,9772)
e) Para os 20% dos indivíduos que têm as maiores pressões sangüíneas sistólicas, determinar a
menor pressão sangüínea sistólica. (R: 126,72 mmHg)
f) Para os 18% dos indivíduos que têm as menores pressão sangüíneas sistólicas, determinar a
maior pressão sangüínea sistólica. (R: 112,64 mmHg)
3.6- Acredita-se que as vendas aproximadas do creme dental MM sejam normalmente
distribuídas, com uma média de 20.000 tubos por semana e um desvio padrão de 3.000 tubos
por semana. Calcule a probabilidade de que mais de 22.000 tubos sejam vendidos em qualquer
dada semana;
3.7- Os mergulhadores que são membros do Sindicato dos Mergulhadores Profissionais ganham
xi 1 3 5
Observe que a distribuição acima tem média (valor esperado) e variância dados por:
1+3+5 (1 − 3)² + (3 − 3)² + (5 − 3)² 8
𝐸(𝑋) = µ = = 3 𝑒 𝑉(𝑋) = 𝜎 2 = =
3 3 3
Se retirarmos todas as amostras aleatórias de tamanho n = 2, com reposição, dessa população
obtemos um total de Nn = 32 = 9 amostras com os seguintes resultados:
(1,1) (1,3) (1,5) (3,1) (3,3) (3,5) (5,1) (5,3) (5,5).
Considerando essas 9 possibilidades igualmente prováveis, podemos construir a distribuição
amostral da média para uma amostra de tamanho 2. Para tanto, basta calcular a média de cada
uma dessas amostras obtendo os seguintes valores xi : 1, 2, 3, 2, 3, 4, 3, 4, 5, respectivamente.
Note que, a partir das médias amostrais obtidas nas 9 amostras possíveis, é possível obtermos a
seguinte distribuição amostral para X :
xi 1 2 3 4 5
grande,
𝑛
1
𝑋̅ = ∑ 𝑋𝑖
𝑛
𝑖=1
𝜎²
apresenta, aproximadamente, uma distribuição normal com média µ e variância 𝑛
, Logo,
𝜎2 𝑋̅−μ
𝑋̅ ≈ 𝑁 (𝜇. )𝑒 𝑍 = 𝜎 ≈ 𝑁(0,1).
𝑛
√𝑛
A distribuição da variável padronizada Z é conhecida por Distribuição Normal Padrão.
Observações
𝜎
1) O desvio padrão de 𝑋̅ , denotado por 𝜎𝑥̅ = 𝑛, é chamado erro padrão da média e descreve a
√
variabilidade das médias amostrais em torno da verdadeira média populacional µ. Assim,
quanto maior o erro padrão da média, maior será a diferença entre parâmetro µ e sua estimativa
𝜎²
𝑋̅ , calculada a partir da amostra . Quando n é grande 𝑛 decresce, significando que a média
amostral fornecerá uma estimativa mais segura para µ em grandes amostras.
2) Para amostras sem reposição, de população finita, temos a média 𝜇𝑥̅ = E(𝑋̅ ) = µ e
𝜎² 𝑁−𝑛
variância 𝜎²𝑥̅ = 𝑉(𝑋̅ ) = .
𝑛 𝑁−1
, onde N é o total de elementos da população.
3) Para valores grandes de n ( n ≥ 30) a aproximação da distribuição amostral da média X pela
distribuição Normal é considerada satisfatória.
Exemplo 4.1 - Os registros de uma agência de turismo mostram que um turista gastou, durante o
último ano, em média µ = US$800,00, sendo o desvio padrão dos gastos igual a σ = US$80,00.
Ache a probabilidade de que uma amostra de 64 turistas apresente um gasto médio entre
US$770,00 e US$825,00.
Solução: Considere a variável X = gastos (em US$). Embora a distribuição de X não seja
conhecida, como o
tamanho da amostra n = 64 é bastante grande, podemos admitir que a média amostral de X
segue a distribuição Normal com parâmetros
𝜎 80
𝜇𝑥̅ = 𝜇 = 𝜇𝑥̅ = 800 𝑒 𝜎𝑥̅ = = = 10 .
√𝑛 √64
Assim temos que
770−800 𝑋̅−𝜇 825−800
𝑃(770 ≤ 𝑋̅ ≤ 825) = 𝑃 ( 10
≤ 𝜎 ≤ 10
) = 𝑃(−3,0 ≤ 𝑍 ≤ 2,5) = 𝑃(𝑍 ≤ 3,0) −
√𝑛
𝑝(𝑍 ≤ 2,5) = 0,9938 − 0,9925.
Se considerarmos um grande número de amostras, cada uma com 64 turistas, em
aproximadamente 99,25% delas o gasto médio estaria entre US$770,00 e US$825,00.
3.2.2 Distribuição Amostral da Proporção
Se o parâmetro de interesse p representa uma proporção (ou percentagem) de elementos com
certa característica (atributo) na população, então chamamos a estatística correspondente na
amostra de proporção amostral, denotando-a por:
𝑥
𝑃̂ = , onde x = número de elementos da amostra que possuem a característica de interesse.
𝑛
Pode-se mostrar que, sob certas condições, e se n é suficientemente grande, a distribuição da
proporção amostral p ˆ é aproximadamente Normal, com média E( p ˆ ) = p e variância
q
𝑉( 𝑃̂ ) = p . n , onde
q = 1 – p. Dessa forma, temos que
𝑞 𝑃̂−𝑃
𝑃̂ ≈ 𝑁 (𝑃, 𝑝. 𝑛) 𝑒 𝑍 = 𝑞
≈ 𝑁(0,1).
√𝑝.𝑛
No caso de uma população finita de tamanho N e uma amostra sem reposição, recomenda-se o
uso do fator de correção populacional no cálculo da variância de p ˆ , sendo expressa por:
𝑝.𝑞 𝑁−𝑛
𝑉(𝑃̂)= .
𝑛 𝑁−1
Exemplo 4.2 Suponha que de um grande lote de produção, 10% dos itens produzidos
apresentam algum tipo de defeito. Em uma amostra aleatória de tamanho 60, obtida do lote para
inspeção de qualidade, calcule a probabilidade de ter mais de 15% dos itens defeituosos.
Solução:
̂
𝑃−𝑝 0,15−0,10
𝑃(𝑃̂ > 0,15) = 𝑃 ( 𝑞 > 0,1.0,9 ) = 𝑃(𝑍 > 1,29) = 1 − 0,9015 = 0,0985.
√𝑝.𝑛 √
60
distribuidor. Antes de aceitar os lotes remetidos, a empresa faz testes para verificar a sua
qualidade. Se uma certa remessa apresentar 5% de canetas defeituosas, a remessa será devolvida
ao fabricante. Calcule a probabilidade de que em uma amostra aleatória de 50 canetas, mais do
que 7% apresentem defeitos? R.: 0,2578
Referências Bibliográficas
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