1) O documento discute a legalidade de explorar unidades residenciais de um condomínio através do Airbnb e plataformas similares.
2) É citada uma decisão do STJ que entende que esta prática configura uso comercial das unidades e contraria a convenção do condomínio que prevê uso residencial.
3) Dessa forma, a exploração comercial das unidades através do Airbnb pode e deve ser proibida pela administração do condomínio.
1) O documento discute a legalidade de explorar unidades residenciais de um condomínio através do Airbnb e plataformas similares.
2) É citada uma decisão do STJ que entende que esta prática configura uso comercial das unidades e contraria a convenção do condomínio que prevê uso residencial.
3) Dessa forma, a exploração comercial das unidades através do Airbnb pode e deve ser proibida pela administração do condomínio.
1) O documento discute a legalidade de explorar unidades residenciais de um condomínio através do Airbnb e plataformas similares.
2) É citada uma decisão do STJ que entende que esta prática configura uso comercial das unidades e contraria a convenção do condomínio que prevê uso residencial.
3) Dessa forma, a exploração comercial das unidades através do Airbnb pode e deve ser proibida pela administração do condomínio.
1) O documento discute a legalidade de explorar unidades residenciais de um condomínio através do Airbnb e plataformas similares.
2) É citada uma decisão do STJ que entende que esta prática configura uso comercial das unidades e contraria a convenção do condomínio que prevê uso residencial.
3) Dessa forma, a exploração comercial das unidades através do Airbnb pode e deve ser proibida pela administração do condomínio.
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CIRCULAR / PARECER JURÍDICO
MUDANÇA DA DESTINAÇÃO RESIDENCIAL DAS UNIDADES
EXPLORAÇÃO COMERCIAL ATRAVÉS DA PLATAFORMA AIRBNB E ASSEMELHADAS
Prezados Srs. e Sras. CONDÔMINOS(AS) do MUNDI CONDOMÍNIO RESORT, em
atenção a pedido de parecer jurídico feito pelo síndico em exercício, acerca da possibilidade/legalidade de exploração das unidades autônomas (apartamentos) que compõem o condomínio através do sistema AIRBNB e assemelhados, esclarecemos o seguinte: 1. A utilização dos imóveis que compõem o Mundi Condomínio Resort tem como principal norma de regência sua Convenção de Condomínio, criada com fundamento – e autorização - nos arts. 1.332, 1.333 e 1.334 da Lei 10.406/2002 (Código Civil). Do referido art. 1.332 da Lei 10.406/2002 consta norma expressa acerca da obrigatoriedade da Convenção prever o fim a que as unidades se destinam e, assim sendo, o art. 1º da Convenção de Condomínio, abaixo transcrito, prevê que:
“Art. 1º - O “RESIDENCIAL MUNDI CONDOMÍNIO RESORT” situado na Rua
Gentil Portugal do Brasil, nº 55, lotes 01 a 19 – quarteirão 131, no Bairro Camargos, Belo Horizonte-MG, num total de 1.220 unidades residenciais, constitui-se de um conjunto de prédios edificados conforme o projeto aprovado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, tendo como finalidade a destinação de suas unidades autônomas para o uso de natureza residencial e a ela vinculada, conforme regulado pelas disposições dos artigos 1.331 e seguintes do Código Civil Brasileiro, assim como por toda a legislação complementar aplicável e, especialmente, pelas disposições da Lei 4.591, de 16 de dezembro de 1964, que não foram derrogadas pelo novo Código Civil.”(Destaque nosso)
2. Não obstante inexistir previsão expressa que indique se
sistemas/plataformas como AIRBNB e assemelhados e/ou qualquer outra forma de locação de alta rotatividade configurem a exploração comercial da unidade autônoma (apartamento), o que se justifica principalmente por serem estes, de certa forma, inéditos, temos que o Superior Tribunal de Justiça – STJ, no julgamento do RECURSO ESPECIAL nº 1819075/RS, firmou o seguinte entendimento: “DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONDOMÍNIO EDILÍCIO RESIDENCIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. LOCAÇÃO FRACIONADA DE IMÓVEL PARA PESSOAS SEM VÍNCULO ENTRE SI, POR CURTOS PERÍODOS. CONTRATAÇÕES CONCOMITANTES, INDEPENDENTES E INFORMAIS, POR PRAZOS VARIADOS. OFERTA POR MEIO DE PLATAFORMAS DIGITAIS ESPECIALIZADAS DIVERSAS. HOSPEDAGEM ATÍPICA. USO NÃO RESIDENCIAL DA UNIDADE CONDOMINIAL. ALTA ROTATIVIDADE, COM POTENCIAL AMEAÇA À SEGURANÇA, AO SOSSEGO E À SAÚDE DOS CONDÔMINOS. CONTRARIEDADE À CONVENÇÃO DE CONDOMÍNIO QUE PREVÊ DESTINAÇÃO RESIDENCIAL. RECURSO IMPROVIDO. 1. Os conceitos de domicílio e residência (CC/2002, arts. 70 a 78), centrados na ideia de permanência e habitualidade, não se coadunam com as características de transitoriedade, eventualidade e temporariedade efêmera, presentes na hospedagem, particularmente naqueles moldes anunciados por meio de plataformas digitais de hospedagem. (...) 4. Embora aparentemente lícita, essa peculiar recente forma de hospedagem não encontra, ainda, clara definição doutrinária, nem tem legislação reguladora no Brasil, e, registre-se, não se confunde com aquelas espécies tradicionais de locação, regidas pela Lei 8.245/91, nem mesmo com aquela menos antiga, genericamente denominada de aluguel por temporada (art. 48 da Lei de Locações). (...) 8. O Código Civil, em seus arts. 1.333 e 1.334, concede autonomia e força normativa à convenção de condomínio regularmente aprovada e registrada no Cartório de Registro de Imóveis competente. Portanto, existindo na Convenção de Condomínio regra impondo destinação residencial, mostra-se indevido o uso de unidades particulares que, por sua natureza, implique o desvirtuamento daquela finalidade (CC/2002, arts. 1.332, III, e 1.336, IV). (...) (REsp 1819075/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 20/04/2021, DJe 27/05/2021)
3. Ou seja, em linhas gerais, temos que o entendimento recentemente
firmado pelo STJ caminha para a conclusão de que a exploração das unidades autônomas por aplicativos como AIRBNB e assemelhados afronta a proibição de uso comercial das unidades.
4. Não obstante a decisão acima transcrita não ser vinculante, ou
seja, não poder ser imediatamente imposta a todos os condomínios do Brasil, temos que na ausência de previsão legal e/ou convencional acerca do tema, é ela, neste momento, o principal indicativo de que a exploração das unidades através do AIRBNB e assemelhados configura uso comercial dos apartamentos e, portanto, hão de ser proibidas por força da previsão constante do art. 1º da Convenção de Condomínio do Mundi Condomínio Resort.
5. E mais, assim como também consta da decisão acima transcrita, temos
que, diante da alta rotatividade de hóspedes, a exploração das unidades por meio do AIRBNB e assemelhados não configura locação nos ditames da Lei 8.245/1991 (Lei do Inquilinato ou Lei de Locações), forma de exploração que, de fato, não altera a destinação residencial do imóvel.
6. Por todo o exposto, a conclusão que se pode alcançar é que a
exploração comercial das unidades autônomas (apartamentos) através do AIRBNB e sistemas assemelhados afronta o art. 1º da Convenção de Condomínio do Mundi Condomínio Resort, expõe a coletividade condominial a evidente insegurança e, portanto, pode e deve ser proibida pelo síndico/administração em exercício, isso, até que venha a ser editada previsão legal expressa.
Sendo o que havia para o momento, renovamos nossos protestos de estima
e consideração com os senhores condôminos.
Belo Horizonte, 18 de abril de 2022
Assinado de forma digital por
ALISSON FERNANDES DE ALISSON FERNANDES DE RAMOS:09639248690 RAMOS:09639248690 Dados: 2022.04.18 10:43:46 -03'00'