ECCLESIASTES

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 5

INTRODUÇÃO A ECLESIASTES

I. NOME DO LIVRO

A. O nome hebraico era a frase "As palavras do Qoheleth, o filho de Davi, rei em Jerusalém" de 1.1.
Sua designação curta era Qoheleth, que foi usada de Salomão em I Rs 8.1. É um particípio feminino
do hebraico Qahal, "congregação" ou "assembléia".

B. O livro foi chamado "Eclesiastes" que é uma forma latinizada da LXX. Este é o termo grego para "o
que reúne", da raiz "chamar".

C. O termo Qoheleth pode significar:


1. o que se reúne um audiência, portanto, um mestre, um pregador, debatedor, etc.
2. possivelmente metafórico para alguém que reúne a verdade, um filósofo ou sábio.

II. CANONIZAÇÃO

A. Eclesiastes é um exemplo de um tipo literatura de sabedoria. É um tratamento prolongado de um


assunto, como Jó.

B. É parte da terceira divisão do cânon hebraico chamada "os Escritos".

C. É também parte de um grupo especial de cinco pequenos livros o Megilloth ou "Cinco Rolos". Cada
um destes era lido num dia de festa anual. Eclesiastes era lido na festa das Cabanas ou
Tabernáculos.

D. Por causa da natureza deste livro, ele foi rejeitado pela escola rabínica conservadora de Shamai, mas
foi defendido pela escola rabínica liberal de Hillel. Esta discussão continuou mesmo até o tempo de
Jâmnia depois da queda de Jerusalém (70-90 AD).

E. Vários dos livros canônicos do AT tiveram dificuldade de serem aceitos:


1. Eclesiastes - amargo, negativo, espírito não-tradicional
2. Cantares - afirmação de amor físico
3. Ester - nenhuma menção de Deus ou Templo ou lugares judaicos
4. Ezequiel - seu templo diferente do de Moisés
5. e a alguma extensão, Daniel - profecias apocalípticas dos capítulos 7-12

F. Eclesiastes foi finalmente aceito porque:


1. foi atribuído a Salomão,
2. tem uma conclusão tradicional
3. parece verdadeiro para experiência humana e revela a confusão da comunidade judaica pós-
exílica

III. GÊNERO

A. Eclesiastes como Jó dever interpretado como um todo. É um sarcasmo mantido até o cap. 12.

179
B. É um olhar sarcástico irônico na vida sem Deus. A frase-chave é "debaixo do sol", 1.3, 9, 14; 2.11,
17, 18, 19, 20, 22; 3.16; 4.1, 3, 7, 15; 5.13, 18; 6.1, 5, 12; 7.11; 8.9, 15, 17; 9.3, 6, 9, 11, 13; 10.5;
11.7; 12.2 (31 vezes).

IV. AUTORIA

A. O livro é anônimo.

B. Tradição judaica disse que era um dos três livros escritos por Salomão: (Misdrash Shir Hashirim
Rabba I, 1, seção. 10)
1. Cantares quando ele era jovem,
2. Provérbios quando ela estava de meia-idade,
3. Eclesiastes quando estava idoso e amargo.

C. Salomão é seguramente o realce literário dos capítulos 1-2, por causa de sua sabedoria, riqueza e
posição. Mas há indícios que ele não é o verdadeiro autor:
1. em 1.12, "eu fui rei de Israel em Jerusalém". (NVI) - tempo passado
2. em 1.16, "ultrapassei em sabedoria todos os que governaram Jerusalém antes de mim" (NVI) -
somente Davi foi antes de Salomão
3. em 4.1-3, 5.8 e 8.9 abuso governamental é discutido mas como inútil.
4. O nome Salomão não ocorre no livro.

D. Para um argumento erudito para autoria de Salomão (cf. Introduction to the Old Testament
[Introdução ao Antigo Testamento] de C. F. Keil, vol. 1, pp. 516-529).

E. Baba Bathra 15a disse que os homens de Ezequias escreveram Provérbios, Eclesiastes e Cantares,
mas isto obviamente quis dizer que eles editaram ou compilaram os livros de sabedoria.

F. O termo Qoheleth pode ser um nome próprio ou um título. Parece um título porque:
1. tem o artigo definido em 7.27 e 12.8,
2. tem uma forma feminina que implica um ofício mas usa vermos masculinos,
3. tem um termo raro encontrado sete vezes, somente neste livro.

G. A única seção do livro que revela um autor ou editor tardio é 12.9-14. Ele é obviamente um sábio,
um mestre de sabedoria.

H. Os paradoxos ou contradições aparentes têm sido explicados como:


1. sarcasmo, vida sem Deus ("debaixo do sol")
2. sabedoria tradicional judaica e desafios a ela (citada para ser refutada)
3. um mestre de sabedoria e seu aluno jovem entusiasmado e um narrador (diálogo)
4. o conflito dentro do homem caído (um diário de vida)
5. editores tardios, exemplo, 12.9-12 (positivo para com Qoheleth) e 12.13, 14 (negativo para com
Qoheleth).

V. DATA

180
A. Há duas questões relacionadas com a data de Eclesiastes:
1. quando o livro foi composto,
2. quando foi colocado em sua forma canônica final.

B. O cenário histórico deve ser depois da época de Salomão. Ele é usado como um realce nos capítulos
1-2.
1. forma estilística do hebraico é pós-exílica mas antes de 400-300 a.C.
a. palavras e expressões aramaicas
b. a forma do hebraico
2. há paralelos literários na literatura de sabedoria fenícia de aproximadamente 600-400 a.C.
3. alusões a Eclesiastes aparecem no escrito de Ben Siraque, Eclesiástico, que foi escrito
aproximadamente 180 a.C.
4. Há várias partes pequenas de Eclesiastes encontradas nos Rolos do Mar Morto (4Q). Estes têm
sido datados no final do segundo século a.C.

VI. UNIDADES LITERÁRIAS

A. Este livro é difícil de esboçar. É mais como um diário de vida do que uma obra literária estruturada.
É similar ao ensino rabínico chamado "pérolas em uma corda". Contudo, há motivos unificadores,
se não um tema unificador.

B. É possível que tenha havido adições editoriais:


1. A abertura, 1.1
2. inclusive 1.2 e 12.8 implica que 1.1 e 12.9-14 são adições
3. dois epílogos acrescentados:
a. 12.9-12 (na terceira pessoa)
b. 12.13, 14 (teologia tradicional)

C. É óbvio que os capítulos 1-2 usam Salomão como um realce literário.

D. Capítulo 3 é um poema maravilhoso sobre as experiências comuns da vida humana.

E. O restante não se esboça facilmente!

VII. QUESTÕES TEOLÓGICAS

A. O fato exato da presença deste livro no Cânon parece implicar que Deus não rejeita o inquiridor
sincero, duvidoso.

B. A indagação de questões fundamentais não é desencorajada.

C. Eclesiastes supõe a existência de Deus e é escrito dentro do fluxo da fé do AT.

D. O mal é resultado do homem, não Deus (cf. 7.29; 9.3).

E. Os caminhos de Deus não podem ser conhecidos. O homem deve luta pelo significado na vida!

181
F. Dúvida das visões ortodoxas no depois-vida e dúvida sobre a habilidade do homem para conhecer
plenamente a Deus, mas ainda Deus é gracioso.

G. O mundo, como é, é injusto e cruel, deve haver algo mais!

H. Estar contente com a vida - é de Deus. Desfrute-o quando e onde você puder. (2.24)

I. Respostas simplistas que não enquadram experiências de vida "não" são respostas. Nós devemos
enfrentar a realidade sem sentido da vida se não há Deus.

VIII. VERDADES PRINCIPAIS

A. Seu propósito principal era mostrar a futilidade da existência humana separada de Deus. É um trato
para converter materialistas ou intelectuais auto-suficientes. B. H. Carroll disse que nos dias sua
infidelidade, Eclesiastes e Jó exerceram um poder sobrenatural sobre ele, expressando o vazio da
vida e apontando para Deus.

B. Felicidade e contentamento são encontrados em (2.24; 3.12, 13, 22; 5.18-20; 8.15; 9.7-9; 12.13, 14:
1. fé e obediência para com Deus,
2. prazeres do lar e família,
3. trabalho de alguém.
C. Este livro é um agnóstico sobre Deus e o depois da vida. Não responde as questões da realidade
fundamental, mas faz as perguntas da realidade atual:
1. Para os judeus, mostrava o erro de exageros simplistas feitos pelos teólogos tradicionais ("os dois
caminhos").
2. Para os pagãos, mostra a falência da vida terrena sem Deus.
3. Respostas fáceis para questões da vida são geralmente erradas. Há mistério mesmo para fé!
Revelação não revela tudo!

D. Este autor está usando revelação natural, não revelação especial, para investigar a vida. O nome do
pacto para Deus, YHWH, não aparece no livro. Como toda literatura de sabedoria o nome geral para
Deu, Elohim, é usado.

E. Este livro forma um equilíbrio para as máximas organizadas de Provérbios que oferecem sucesso na
vida. Há mistério não vida, na natureza, no homem, em Deus. A chave é encontrada na fé, não no
conhecimento; na família não nas posses e em Deus não no homem. Os prazeres simples da vida:
família, trabalho, amigos, comida provêem felicidade na vida. A vida seguinte está encoberta, mas
Deus está lá!

IX. TERMOS E/OU FRASES E PESSOAS PARA DEFINIR SUCINTAMENTE

A. Termos/Frases
1. "vaidade de vaidades" 1.2 (NVI, "que grande inutilidade!")
2. "debaixo do sol" 1.3 (NVI)
3. "na muita sabedoria, há muito enfado" 1.18 (NVI, "quanto maior a sabedoria, maior o
sofrimento")

182
4. "percebi que ambos têm o mesmo destino" 2.14 (NVI)
5. "pôs no coração do homem o anseio pela eternidade" 3.11 (NVI)
6. "Deus prova os homens" 3.18 (NVI)
7. "porém mais que uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu" 4.2, 3 (NVI, "melhor
do que ambos é aquele que ainda não nasceu")
8. "teme a Deus" 5.7 (NVI, "tenha temor de Deus")
9. "quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente" 5.10 (NVI)
10. "não seja excessivamente justo nem demasiadamente sábio" 7.16 (NVI)
11. "quem cava um poço cairá nele" 10.8 (NVI)
12. "atire o seu pão sobre as águas, e depois de muitos dias você tornará a encontrá-lo" 11.1 (NVI)

B. Pessoas
1. Qoheleth 1.1
2. o vigia 12.3, 4 (NVI, "os guardas da casa")
3. único Pastor 12.11
4. meu filho 12.12

X. LOCALIZAÇÕES DO MAPA - nenhuma

XI. QUESTÕES DE CONTEÚDO DO ESTUDANTE

1. Qual é o propósito geral deste livro?

2. Por que Salomão é o realce literário dos capítulos 1-2?

3. Como o homem é parecido e diferente dos animais? 3.12-22

4. Como nós conhecemos a Deus?

5. Onde a felicidade é encontrada?

6. Para quem este livro foi escrito e por quê?

183

Você também pode gostar