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SUMÁRIO
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Gestão e Planejamento
A organização do SUS
O Decreto n. 7.508, publicado em 2011, regulamenta alguns aspectos da Lei n.
8.080/1990, entre eles: a organização do SUS, o planejamento da saúde, a
assistência à saúde e a articulação interfederativa. É o dispositivo legal que está sendo
observado pelos gestores na organização do SUS, em um processo que dá
continuidade ao que foi conquistado em termos de organização, com a implantação
do Pacto pela Saúde editado em 2006.
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acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será ordenado pela
atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e
coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas para
pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente.
Para cumprir esse papel, a atenção primária à saúde deve ser o nível
fundamental de um sistema de atenção à saúde, pois constitui o primeiro contato de
indivíduos, famílias e comunidades com o sistema, trazendo os serviços de saúde o
mais próximo possível dos lugares de vida e trabalho das pessoas, e significa o
primeiro elemento de um processo contínuo de atenção. Dessa forma, cabe à atenção
primária integrar verticalmente os serviços que normalmente são ofertados, de forma
fragmentada, pelo sistema de saúde convencional.
O acesso às ações e aos serviços de saúde deve ser universal, igualitário e
ordenado e para assegurá-lo caberão as seguintes atribuições aos Entes federativos:
1. garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às
ações e aos serviços de saúde;
2. orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde;
3. monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e
4. ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.
O §1º do artigo 35 do Decreto n. 7.508/2011 menciona que o Ministério da
Saúde definirá indicadores nacionais de garantia de acesso às ações e aos serviços
de saúde no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional
de Saúde.
O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de garantia de acesso
servirá como parâmetro para avaliação do desempenho da prestação das ações e dos
serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em todas as
Regiões de Saúde.
A Lei n. 8.080/1990 estabelece que o SUS deve executar ações de assistência
terapêutica integral, até mesmo farmacêutica, e na regulamentação da lei foi dado
destaque ao acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica, que pressupõe,
cumulativamente:
1. estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
2. ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício
regular de suas funções no SUS;
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Plano de Saúde
O Plano de Saúde norteia a elaboração do orçamento do governo no tocante à
saúde. Este entendimento vale tanto para os Planos de Saúde quanto para as
Programações Anuais de Saúde, pois conforme o §2º do art. 36 da LC n. 141/2012,
antes da data de encaminhamento da lei de diretrizes orçamentárias do exercício
correspondente, os Entes da federação deverão encaminhar a Programação Anual do
Plano de Saúde ao respectivo Conselho de Saúde para aprovação. Isso significa que
o orçamento deriva do processo de planejamento da gestão.
O Plano de Saúde, instrumento central de planejamento para definição e
implementação de todas as iniciativas no âmbito da saúde de cada esfera da gestão
do SUS para o período de quatro anos, explicita os compromissos do governo para o
setor saúde e reflete, a partir da análise situacional, as necessidades de saúde da
população e as peculiaridades próprias de cada esfera. Configura-se como base para
a execução, o acompanhamento e a avaliação da gestão do sistema de saúde e
contempla todas as áreas da atenção à saúde, a fim de garantir a integralidade desta
atenção e é elaborado observando os prazos do PPA conforme definido nas Leis
Orgânicas dos Entes.
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Relatório de Gestão
O Relatório de Gestão é o instrumento de gestão com elaboração anual que
permite ao gestor apresentar os resultados alcançados com a execução da PAS e
orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários no Plano de Saúde.
A estrutura do Relatório de Gestão deve conter:
1. diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde;
2. metas da PAS previstas e executadas;
3. análise da execução orçamentária;
4. recomendações necessárias, incluindo eventuais redirecionamentos do
Plano de Saúde;
5. os Entes que assinarem o Coap deverão inserir seção específica relativa
aos compromissos assumidos no contrato.
Os resultados das metas da PAS previstas e executadas que devem constar
do Relatório de Gestão serão monitorados e acompanhados a cada quadrimestre no
Relatório Detalhado do Quadrimestre (RDQ) anterior, documento introduzido pela LC
n. 141/2012, como instrumento de prestação de contas, monitoramento e
acompanhamento da execução da Programação Anual de Saúde e deve ser
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apresentado pelo gestor do SUS, até o fim dos meses de maio, setembro e fevereiro,
em audiência pública na Casa Legislativa do respectivo Ente da Federação. As
informações acumuladas quadrimestralmente nesse relatório ajudarão na elaboração
do Relatório de Gestão no fim do exercício.
A elaboração do RDQ está baseada nos seguintes pressupostos:
a. A estrutura do Relatório Detalhado do Quadrimestre deve guardar
similaridade com a do Relatório de Gestão, visto que o conteúdo dos itens I, II e III do
art. 36 está presente na estrutura atual do RAG.
b. O conteúdo do item I – montante e fonte dos recursos aplicados no
período: informações oriundas dos relatórios gerenciais do Siops, que versam sobre
o tema.
c. O conteúdo do item II – auditorias realizadas ou em fase de execução
no período e suas recomendações e determinações expressas e informações sobre:
UF / Município / Demandante / Órgão responsável pela auditoria / N. auditoria /
Finalidade / Unidade auditada / Encaminhamentos (recomendações e
determinações).
d. O conteúdo do item III referente à oferta e à produção de serviços
públicos na rede assistencial própria, contratada e conveniada observa:
• dados de oferta de serviços oriundos do SCNES, evidenciando
quantitativo, tipo de estabelecimento na esfera administrativa;
• dados de produção de serviços, oriundos do SIA e do SIH/SUS,
contemplando aspectos relativos à Atenção Básica, Urgência e Emergência, Atenção
Psicossocial, Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar, Assistência
Farmacêutica e Vigilância em Saúde;
• o conteúdo do item III, referente aos indicadores de saúde da população,
considera indicadores de oferta, cobertura, produção de serviços e de saúde,
passíveis de apuração quadrimestral, que possibilitem o monitoramento das ações da
Programação Anual de Saúde.
O RDQ está estruturado em quatro itens: 1 – Introdução; 2 – Demonstrativo do
montante e fonte dos recursos aplicados no período; 3 – Informações sobre auditorias;
4 – Rede física de serviços públicos de saúde – próprios e privados contratados – e
indicadores de saúde.
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FARMÁCIA 1 0 1
HOSPITAL ESPECIALIZADO 4 4 0
HOSPITAL GERAL 5 5 0
LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA (LACEN) 1 0 1
POLICLÍNICA 12 12 0
PRONTO ATENDIMENTO 9 9 0
SECRETARIA DE SAÚDE 3 1 2
UNIDADE DE APOIO DIAGNOSE E TERAPIA (SADT ISOLADO) 25 24 1
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Tipo de Gestão
Estadual 4,76%
Municipal 95,24%
Dupla 0,00%
Esfera Administrativa
Pública 70,75%
Privada 29,25%
Indicador:
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A articulação interfederativa
O capítulo V do Decreto n. 7.508/2011 trata da articulação interfederativa e
define o que são as Comissões Intergestores no âmbito da União, do estado e da
região.
Essas Comissões foram criadas no contexto do gerenciamento do processo de
descentralização no SUS, por meio da Norma Operacional Básica (NOB) SUS/1993,
atendendo a alguns pressupostos: redistribuição de poder, redefinição de papéis e
estabelecimento de novas relações entre as três esferas de governo, reorganização
institucional e reformulação de práticas e processos de trabalho.
Em 1993, a CIT foi criada para assistir o Ministério da Saúde na elaboração de
propostas para a implantação e a operacionalização do SUS, submetendo-se ao
poder deliberativo e fiscalizador do Conselho Nacional de Saúde; e a CIB foi criada
para ser a instância privilegiada de negociação e decisão quanto aos aspectos
operacionais do SUS.
Conforme a NOB-SUS/1993:
O pacto e a integração das programações constituem, fundamentalmente, a
consequência prática da relação entre os gestores do SUS. Aqueles referentes a
matérias de competência dos Conselhos de Saúde, definidas por força da Lei
Orgânica, desta NOB ou de resolução específica dos respectivos Conselhos são
submetidas previamente a estes para aprovação.
Alguns anos depois a NOB-SUS/1996 estabelecia que:
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novo nome a ser adotado, portanto, pelos Colegiados de Gestão Regionais instituídos
no Pacto pela Saúde passa a ser CIR.
No decreto foi reafirmada a representação dos gestores públicos nas
Comissões Intergestores pelo CONASS, pelo Conasems e pelo Cosems.
São estabelecidos, também, os temas que serão objeto de pactuação nas
Comissões Intergestores e é dada ênfase: às questões que dizem respeito à gestão
compartilhada do SUS, às diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde e aos aspectos
vinculados à integração das ações e dos serviços de saúde entre os Entes federativos;
às diretrizes a respeito da organização das Redes de Atenção à Saúde; às
responsabilidades dos Entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, estabelecendo
as responsabilidades individuais e as solidárias; e às referências das regiões
intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde para o atendimento da
integralidade da assistência.
São de competência exclusiva da CIT a pactuação das diretrizes gerais para a
composição da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (Renases); os
critérios para o planejamento integrado das ações e dos serviços de saúde da Região
de Saúde; as diretrizes nacionais, do financiamento e das questões operacionais das
Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países.
A Resolução/CIT n. 1 de 29 de setembro de 2011 estabelece as seguintes
competências para as CIR:
1. pactuar sobre:
• rol de ações e serviços que serão ofertados na respectiva Região de
Saúde, com base na Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (Renases);
• elenco de medicamentos que serão ofertados na respectiva Região de
Saúde, com base na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename);
• critérios de acessibilidade e escala para a conformação dos serviços;
• planejamento regional de acordo com a definição da política de saúde
de cada Ente federativo, consubstanciada em seus Planos de Saúde, aprovados pelos
respectivos Conselhos de Saúde;
• diretrizes regionais a respeito da organização das Redes de Atenção à
Saúde, de acordo com a Portaria GM/MS n. 4.279 de 30 de dezembro de 2010,
principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das ações e dos
serviços dos Entes federativos na Região de Saúde;
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deve ser pactuada primeiramente nos fóruns dos gestores – CIB e CIT, para depois
ser aprovada nos Conselhos – CNS e CES. Esse mesmo fluxo, que sempre foi
defendido pelo CONASS, também é repetido no §1º do art. 19 e no parágrafo único
do art. 21.
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estabelecido outro prazo, com a finalidade de adequação aos prazos dos planos de
saúde dos Entes federados contratantes.
Nos casos em que houver dissenso a respeito da elaboração do Coap, a
mediação, a análise e a decisão dos recursos de estados e municípios caberão à CIB
e à CIT. Em Região de Saúde interestadual, eventuais dissensos deverão ser
dirimidos pelas CIB respectivas, em reunião conjunta.
A gestão do Coap será realizada pelos entes signatários competentes, cabendo
à CIT, à CIB e à CIR, no âmbito de suas competências, pactuarem o acompanhamento
e a operacionalização das ações e dos serviços compartilhados. Os Conselhos de
Saúde acompanharão a execução do Coap por meio do relatório de gestão e o MS
disponibilizará informações no portal de transparência da saúde e, por outros meios e
instrumentos, com a finalidade de garantir a participação da comunidade no SUS, no
exercício do controle social.
O Coap deve consubstanciar os consensos dos Entes federativos na CIT, CIB
e CIR e ser o resultado da integração dos planos de saúde dos entes signatários,
aprovados pelos respectivos Conselhos de Saúde, em consonância com o
planejamento integrado. A Programação Geral das Ações e dos Serviços de Saúde
do Coap será estruturada a partir dos planos de saúde e abrangerá todas as
programações atuais, incluindo os planos de ação regionais das redes prioritárias,
com exceção da Programação Anual de Saúde.
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a) Fase de Configuração
Consiste na compatibilização dos conteúdos dos planos de saúde e
planejamento integrado com a programação e acontece na CIR, CIB e CIT. No âmbito
da CIT, são definidas as prioridades elencadas no Plano Nacional de Saúde, bem
como as Redes de Atenção à Saúde prioritárias e respectivos parâmetros.
Nas Comissões Intergestores Bipartite, a partir de prioridades elencadas nos
Planos Estaduais de Saúde, são definidas redes de atenção, e respectivos
parâmetros, a serem incorporadas à programação, além daquelas já definidas de
forma tripartite. Nessa instância também são construídas as aberturas programáticas
para as ações não vinculadas formalmente às redes de atenção. Uma vez construídas
as aberturas programáticas, serão identificadas aquelas que possuem caráter
estratégico para o alcance nas metas elencadas nos planos de saúde e seus
parâmetros. As redes definidas nas instâncias federal e estadual serão utilizadas em
todas as Regiões de Saúde da UF, bem como as aberturas programáticas para ações
e serviços não vinculados formalmente às redes de atenção. Nessa fase também são
definidos os níveis de pactuação para as distintas ações e serviços (p. ex.: patologia
clínica no nível regional, oncologia no nível macrorregional e cirurgia cardiológica
pediátrica no nível estadual).
As Comissões Intergestores Regionais definem as possíveis redes a serem
agregadas na região e respectivos parâmetros, em razão das prioridades regionais
definidas no planejamento integrado.
Para subsidiar a inclusão de redes, consideradas estratégicas pelos gestores
no âmbito estadual e regional, serão disponibilizados parâmetros de cobertura e
concentração para ações assistenciais vinculadas às prioridades elencadas no Plano
Nacional de Saúde. Trata-se de parâmetros sugestivos a serem adequados de acordo
com as realidades locais.
b) Fase de Programação e Pactuação Regional na CIR
Esta fase acontece no nível regional com o apoio do Mapa de Saúde e
corresponde à quantificação das ações e dos serviços de saúde a partir da aplicação
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Fonte: SGEP/MS-novembro/2014.
CE Região de Saúde de Iguatu Biênio A análise técnica pelo MS foi finalizada em março
Região de Saúde de 2014-2015 de 2014.
Fortaleza Aguardando assinatura do Ministro da Saúde.
Minuta encaminhada ao MS em 30/9/2014.
Fonte: SGEP/MS-novembro/2014.
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10. outras atribuições que caberão aos Entes federativos, além das
estabelecidas no Decreto e que sejam necessárias para assegurar ao usuário a
continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde do SUS na respectiva área
de atuação (art. 12);
11. referenciamento do usuário na rede regional e interestadual para garantir
a integralidade da assistência à saúde na Rede de Atenção à Saúde (art. 20);
12. as responsabilidades da União, estados e municípios em relação ao rol
de ações e serviços constantes da Renases (art. 23);
13. a adoção de relações específicas e complementares de ações e serviços
de saúde, em consonância com a Renases, que serão adotadas pelos estados,
municípios e pelo Distrito Federal (art. 24);
14. a adoção de relações específicas e complementares de medicamentos,
em consonância com a Rename, que serão adotadas por estados, municípios e pelo
Distrito Federal (art. 27).
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Financiamento
Panorama do financiamento setorial
No Brasil, saúde tem se mantido nos últimos anos como primeiro problema
mais importante enfrentado no cotidiano pela população, sendo o subfinanciamento
do setor público de saúde bem conhecido pelos diferentes atores sociais e grupos de
interesse direta ou indiretamente envolvidos no processo de construção do SUS,
como fator impeditivo do cumprimento dos preceitos constitucionais de acesso
universal e atendimento integral.
Muitas foram as crises do financiamento da saúde e a busca de novas fontes.
A vinculação de recursos para o SUS já constava da proposta da Comissão Nacional
da Reforma Sanitária (CNRS) e pretendia vincular a saúde recursos equivalentes a
10% do PIB. A vinculação não veio com a Constituição, mas somente 12 anos depois
de muita luta a Emenda Constitucional (EC) n. 29/2000 foi promulgada e estabeleceu
a vinculação constitucional de receitas da União, dos estados, dos municípios e do
Distrito Federal. Mais 12 anos se passaram até a sua regulamentação pela LC n.
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PAÍS %
Cuba 94,7
Suécia 81,6
Itália 77,8
França 76,8
Alemanha 76,5
Espanha 73,0
Canadá 70,4
Argentina 66,5
Portugal 65,0
México 50,3
Chile 48,4
Brasil 45,7
Fonte: World Health Statistics/WHO (2014).
Dos dados apresentados pode-se concluir que o Brasil tem gasto sanitário
baixo, apresenta gasto público em Saúde muito pequeno. Com esse volume e essa
composição de gastos em Saúde não se poderá implantar um sistema público
universal. Em consequência, é necessário expandir o gasto público em Saúde.
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A Constituição de 1988 definiu, por meio de seus artigos 165 a 169 da seção II
do capítulo II do título VI a elaboração do Orçamento Público no Brasil. Esse processo
de iniciativa do Poder Executivo estabelece os três instrumentos de planejamento do
gasto público, a saber:
• Plano Plurianual (PPA): lei que estabelece as diretrizes, os objetivos e
as metas do Governo pelo período de quatro anos, sendo revisada anualmente.
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): é anterior à lei orçamentária,
define as prioridades e metas da administração pública para o exercício financeiro
seguinte e orienta a elaboração da lei orçamentária anual.
• Lei Orçamentária Anual (LOA): estima as receitas e autoriza as
despesas do Governo para o exercício financeiro seguinte, de acordo com a previsão
de arrecadação.
As três leis citadas e os créditos adicionais são analisados pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, na forma do regimento comum e a Comissão Mista
de Orçamento (CMO) examina e emite parecer sobre os projetos referidos.
A LOA ou Orçamento Geral da União (OGU) tem início no Poder Executivo por
meio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que coordena,
consolida e supervisiona a elaboração da Proposta Orçamentária da União.
Encaminha o Projeto de Lei ao Poder Legislativo até o dia 31 de agosto de cada ano.
Os deputados e senadores discutem, na Comissão Mista de Orçamentos, a proposta
e fazem as modificações que julgam necessárias por meio das emendas e votam o
projeto. A Constituição determina que o Orçamento deve ser votado e aprovado até o
final de cada legislatura. Depois de aprovado, o projeto é sancionado pelo Presidente
da República e se transforma em Lei.
O OGU é composto pelos seguintes orçamentos:
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• orçamento fiscal;
• orçamento da seguridade social; e
• orçamento de investimento das empresas estatais federais.
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social (art. 194 da CF).
O Orçamento do Ministério da Saúde ou, como está na Constituição, o SUS
será financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de outras fontes, (§1º do art. 198).
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transferidos a cada estado, ao Distrito Federal e a cada município para custeio das
ações e dos serviços públicos de saúde.
Os recursos destinados a investimentos terão sua programação realizada
anualmente e, em sua alocação, serão considerados prioritariamente critérios que
visem a reduzir as desigualdades na oferta de ações e serviços públicos de saúde e
garantir a integralidade da atenção à saúde.
O Poder Executivo manterá os Conselhos de Saúde e os Tribunais de Contas
de cada Ente da Federação informados sobre o montante de recursos previsto para
transferência da União para estados, Distrito Federal e municípios com base no Plano
Nacional de Saúde, no termo de compromisso de gestão firmado entre União, estados
e municípios.
Os recursos do Fundo Nacional de Saúde, destinados a despesas com as
ações e serviços públicos de saúde, de custeio e capital, a serem executados pelos
estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, serão transferidos diretamente aos
respectivos fundos de saúde, de forma regular e automática, dispensada a celebração
de convênio ou outros instrumentos jurídicos.
Em situações específicas, os recursos federais poderão ser transferidos aos
Fundos de Saúde por meio de transferência voluntária realizada entre a União e os
demais Entes da Federação, adotados quaisquer dos meios formais previstos no
inciso VI do art. 71 da Constituição Federal, observadas as normas de financiamento.
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Prestação de contas
A prestação de contas conterá demonstrativo das despesas com saúde
integrante do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), a fim de
subsidiar a emissão do parecer prévio de que trata o art. 56 da LC n. 101 de 4 de maio
de 2000.
As receitas correntes e as despesas com ações e serviços públicos de saúde
serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Executivo, assim como em
demonstrativo próprio que acompanhará o relatório de que trata o §3o do art. 165 da
Constituição Federal.
O gestor do SUS em cada Ente da Federação elaborará Relatório detalhado
referente ao quadrimestre anterior, o qual conterá, no mínimo, as seguintes
informações:
I – montante e fonte dos recursos aplicados no período;
II – auditorias realizadas ou em fase de execução no período e suas
recomendações e determinações;
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de cada Ente da Federação, fiscalizará o cumprimento das normas desta LC, com
ênfase no que diz respeito:
1. à elaboração e à execução do Plano de Saúde Plurianual;
2. ao cumprimento das metas para a saúde estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias;
3. à aplicação dos recursos mínimos em ações e serviços públicos de
saúde, observadas as regras previstas nesta LC;
4. às transferências dos recursos aos Fundos de Saúde;
5. à aplicação dos recursos vinculados ao SUS;
6. à destinação dos recursos obtidos com a alienação de ativos adquiridos
com recursos vinculados à saúde.
Sem prejuízo das atribuições próprias do Poder Legislativo e do Tribunal de
Contas de cada Ente da Federação, o Ministério da Saúde manterá sistema de registro
eletrônico centralizado das informações de saúde referentes aos orçamentos públicos
da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, incluída sua execução,
garantido o acesso público às informações.
O Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde (Siops), ou outro
sistema que venha a substituí-lo, será desenvolvido com observância dos seguintes
requisitos mínimos, além de outros estabelecidos pelo Ministério da Saúde mediante
regulamento.
1. obrigatoriedade de registro e atualização permanente dos dados pela
União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios;
2. processos informatizados de declaração, armazenamento e exportação
dos dados;
3. disponibilização do programa de declaração aos gestores do SUS no
âmbito de cada Ente da Federação, preferencialmente em meio eletrônico de acesso
público;
4. realização de cálculo automático dos recursos mínimos aplicados em
ações e serviços públicos de saúde previstos na LC, que deve constituir fonte de
informação para elaboração dos demonstrativos contábeis e extracontábeis;
5. previsão de módulo específico de controle externo, para registro, por
parte do Tribunal de Contas com jurisdição no território de cada Ente da Federação,
das informações sobre a aplicação dos recursos em ações e serviços públicos de
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saúde consideradas para fins de emissão do parecer prévio divulgado nos termos dos
arts. 48 e 56 da LC n. 101, de 4 de maio de 2000, sem prejuízo das informações
declaradas e homologadas pelos gestores do SUS;
6. integração, mediante processamento automático, das informações do
Siops ao sistema eletrônico centralizado de controle das transferências da União aos
demais entes da Federação mantido pelo Ministério da Fazenda, para fins de controle
das disposições do inciso II do parágrafo único do art. 160 da Constituição Federal e
do art. 25 da LC n. 101, de 4 de maio de 2000.
Atribui-se ao gestor de saúde declarante dos dados contidos no sistema a
responsabilidade pelo registro dos dados no Siops nos prazos definidos, assim como
pela fidedignidade dos dados homologados, aos quais se conferirá fé pública para
todos os fins previstos na LC n. 141/2012 e na legislação concernente.
O Ministério da Saúde estabeleceu, por meio da Portaria GM/MS n. 53 de 16
de janeiro de 2012, as diretrizes para o funcionamento do Sistema de Informações
sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops) e fixou prazos para registro e
homologação de informações, em observância ao art. 39 da LC n. 141, de 13 de
janeiro de 2012, e ao capítulo I do Decreto n. 7.827, de 16 de outubro de 2012.
O Ministério da Saúde, sempre que verificar o descumprimento das disposições
previstas na LC n. 141/2012, dará ciência à direção local do SUS e ao respectivo
Conselho de Saúde, bem como aos órgãos de auditoria do SUS, ao Ministério Público
e aos órgãos de controle interno e externo do respectivo Ente da Federação,
observada a origem do recurso para a adoção das medidas cabíveis.
O descumprimento implicará a suspensão das transferências voluntárias entre
os entes da Federação, observadas as normas estatuídas no art. 25 da LC n. 101, de
4 de maio de 2000.
Os Poderes Executivos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios disponibilizarão, aos respectivos Tribunais de Contas, informações sobre
o cumprimento desta LC, com a finalidade de subsidiar as ações de controle e
fiscalização.
Constatadas divergências entre os dados disponibilizados pelo Poder
Executivo e os obtidos pelos Tribunais de Contas em seus procedimentos de
fiscalização, será dada ciência ao Poder Executivo e à direção local do SUS, para que
sejam adotadas as medidas cabíveis, sem prejuízo das sanções previstas em lei. Os
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Prazo: 30 de janeiro + 30 dias de notificação automática
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Considerações finais
Ao analisar-se a implantação da LC n. 141/2012, pode-se ressalvar que a
metodologia de rateio dos recursos da União vinculados a ações e serviços públicos
de saúde e repassados a estados, Distrito Federal e municípios, referida no artigo 17,
ainda não foi pactuada entre os gestores do SUS.
A lei estabeleceu que dos recursos de transferências para a saúde observará
as necessidades de saúde da população, as dimensões epidemiológica, demográfica,
socioeconômica, espacial e de capacidade de oferta de ações e de serviços de saúde
e, ainda, o disposto no art. 35 da Lei n. 8.080 de 19 de setembro de 1990, a fim de
atender aos objetivos do inciso II do §3o do art. 198 da Constituição Federal.
A CIT, em reunião no dia de 5 de dezembro de 2012, resolveu pela criação de
Subgrupo de Trabalho, no âmbito do Grupo de Trabalho de Gestão da CIT, destinado
a elaborar proposta de definição da metodologia dos critérios de rateio de recursos
destinados ao financiamento do SUS, conforme Resolução n. 3 de 28 de fevereiro de
2013.
O Subgrupo de Trabalho foi composto por representantes do Ministério da
Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional
de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
O Subgrupo de Trabalho Tripartite teria duração de 180 dias, prorrogáveis, se
necessário, por 90 dias, contados da data de publicação da Resolução e deveria
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REFERÊNCIAS
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