Conema 06-2011-23-42
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TERMO DE REFERÊNCIA
ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO DE PASSIVO AMBIENTAL PARA
POSTOS E SISTEMAS RETALHISTAS DE COMBUSTÍVEIS
I. DIRETRIZES GERAIS
O roteiro para elaboração deste estudo foi desenvolvido com base nos Procedimentos para
Identificação de Passivos Ambientais em Estabelecimentos com Sistemas de Armazenamento
Subterrâneo de Combustíveis (SASC), adotados pela Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, aprovados em 26.01.2006.
O método proposto neste documento contempla várias ações apresentadas de forma detalhada
no item II, a seguir. A última dessas ações consiste na emissão de um relatório, que deverá ser
entregue ao Órgão ambiental competente, em 02 (duas) cópias: uma em meio impresso e
outra em meio digital.
Esses dados devem ser coletados por meio de entrevistas com pessoas que conheçam a
área, tais como o proprietário do empreendimento e/ou do terreno, antigos e atuais
empregados do empreendimento, funcionários de concessionárias de serviços públicos
(água e esgoto, principalmente), vizinhos, entre outros. O objetivo desse levantamento é
obter as seguintes informações:
Em estabelecimentos com área total igual ou inferior a 1.000 m2, os pontos de sondagem
devem se situar em áreas desobstruídas e a jusante dos equipamentos, considerando-se o
provável sentido de escoamento da água subterrânea, conforme a seguinte seqüência de
priorização:
Caso as sondagens não possam ser realizadas nos pontos indicados, especificar e justificar
no Relatório Técnico o fato que determinou essa impossibilidade, deslocando a sondagem
o mínimo necessário para um ponto sem restrição.
Nos estabelecimentos com área total superior a 1.000 m2 (mil metros quadrados) a
locação dos pontos de sondagem deve ser precedida pela avaliação de gases no solo, a ser
realizada de acordo com o procedimento indicado no Anexo II deste documento.
O número de amostras a serem coletadas deve ser definido em função da área total do
estabelecimento (ver notas inseridas nas tabelas 1 e 2 do Anexo I), do número total de
tanques, incluindo-se os tanques de armazenamento de óleo usado ou contaminado, e da
profundidade do nível d'água subterrânea, como indicado no Anexo I. Para identificar a
tabela desse Anexo a ser adotada, deve ser realizada uma primeira sondagem até que seja
atingido o nível d’água subterrânea ou até 15 metros de profundidade, o que ocorrer
primeiro, conforme descrito no item 5, a seguir
Se atingido o nível d’água, deve-se adotar a tabela 1 do Anexo acima referido, sendo o
número de sondagens igual ao número de amostras de solo e de água subterrânea a serem
coletadas. Caso o nível d’água subterrânea não seja atingido até a profundidade de 15
(quinze) metros, a tabela 2 deve ser adotada para os casos de estabelecimentos com
reforma completa de suas instalações ou a desmobilização de seus SASCs. Caso a reforma
completa não seja efetuada, devem ser realizadas três sondagens para cada tanque de
armazenamento de combustível, exceto os de armazenamento de álcool; três sondagens
para cada tanque de armazenamento de óleo usado ou contaminado; uma sondagem para
cada unidade de abastecimento (exceto as de abastecimento de álcool); uma sondagem
para cada filtro de diesel; uma sondagem para cada caixa separadora de água e óleo; uma
sondagem para cada sumidouro (efluentes oleosos) e uma sondagem para a área de
lavagem de veículos, troca de óleo e lubrificação.
Nos casos de adoção da tabela 1, para cada sondagem realizada deve ser enviada uma
amostra de solo para análise química, a qual deve ser coletada conforme procedimento
descrito no item 5, a seguir, e instalados poços de monitoramento, nos quais se deve
coletar uma amostra de água subterrânea para análise química em cada poço instalado,
conforme estabelecido no item 5 e no Anexo III deste documento.
Nos casos em que a sondagem atingir a profundidade de 15 (quinze) metros, deve ser
instalado um poço de inspeção, conforme procedimento de instalação de poços de
monitoramento descrito no item 5. As demais sondagens devem ser locadas a uma
distância não superior a 1 (um) metro dos equipamentos e ficam restritas às seguintes
profundidades:
Nesses casos, em cada sondagem deve ser coletada uma amostra de solo, inclusive
naquela onde houver sido instalado o poço de inspeção, de acordo com o procedimento
descrito no item a seguir.
Iniciada a sondagem, a cada metro perfurado deve ser coletada uma amostra de solo, por
meio da cravação de amostrador tubular com liner, de modo a se evitar perdas de
compostos por volatilização.
A amostra coletada deve ser dividida em duas alíquotas. Uma das alíquotas deve ser
acondicionada em saco plástico impermeável auto-selante (preferencialmente de
polietileno), com um litro de capacidade. Essa alíquota deve ser composta pelas amostras
contidas nas extremidades do liner. A outra alíquota, correspondente à parte central do
liner, deve ser nele mantida, sob refrigeração (temperatura inferior a 4 oC). O liner deve
estar totalmente preenchido pela amostra, evitando-se a existência de espaços vazios. As
duas alíquotas devem ser identificadas, anotando-se o número da sondagem e a
profundidade correspondente.
Na primeira alíquota deve ser realizada a medição de gases em campo, de acordo com o
seguinte procedimento:
Nunca enviar para o laboratório a amostra na qual foram realizadas as medições de gases
em campo.
A amostragem de solo no interior das cavas dos tanques deve ser realizada no momento
da sua remoção, conforme “Análise de fundo de cava”.
O poço de inspeção, a ser instalado nos locais em que a primeira sondagem não atingir o
nível d’água, deve possuir 3 (três) metros de filtro e ser construído de acordo com a
ABNT NBR 13895, podendo, porém, ser revestido por tubo edutor geomecânico de no
mínimo 1 ¼ ” de diâmetro.
Devem ser produzidas amostras para controle de qualidade, a saber: branco de campo,
branco de lavagem de equipamento e amostra para controle da temperatura da caixa
utilizada para o transporte das amostras.
6. Emissão do relatório
Deverá ser emitido relatório conciso, objetivo e conclusivo, contendo o nome legível, o
número do registro no respectivo conselho de classe e a assinatura de toda a equipe
técnica responsável por sua elaboração, bem como a indicação de qual parte do relatório
esteve sob a responsabilidade direta de cada técnico. Sugere-se, ainda, ao coordenador da
equipe rubricar todas as páginas do documento. O Relatório, a ser apresentado ao Órgão
ambiental competente em uma cópia impressa e uma em meio digital, deverá estar
acompanhado da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
INTRODUÇÃO
a) Identificação do Empreendimento;
- Razão Social;
- Endereço completo;
- CNPJ e Inscrição Estadual.
(*) Planta de localização da área, com poligonal definidora dos limites do empreendimento
georreferenciada e coordenadas dos vértices no sistema de projeção UTM ou Geográfica. Em
ambos os casos, utilizar “datum” horizontal SAD-69. Os vértices da poligonal devem ser
determinados com precisão mínima de 10 metros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
Caso a pluma dissolvida não tenha sido delimitada e/ou ultrapasse o limite da área do
empreendimento, considerando para o fechamento da pluma os valores orientadores de
intervenção (1) e os valores de NABR para ingestão de água subterrânea em ambiente
residencial, fixados nas tabelas do ACBR (2), para os parâmetros que não possuam valores
orientadores de intervenção, deve ser realizada a investigação detalhada.
Nos casos em que seja constatada a presença de fase livre sobrenadante, deve ser efetuada
a recuperação do produto e, concomitantemente, realizada a investigação detalhada da
área, com a delimitação das plumas de fase livre, dissolvida e retida no solo.
Caso as concentrações de contaminantes no solo sejam inferiores aos valores orientadores
de investigação estabelecidos pela Resolução CONAMA N.º 420/2009 (1), a área pode ser
considerada livre de contaminação, não se constituindo empecilho ao licenciamento. Para
os parâmetros que não possuam valores de intervenção estabelecidos, devem ser
utilizados os valores de NABR, estabelecidos no ACBR (2) como parâmetros de
referência, especificamente aqueles definidos para o cenário de exposição via inalação em
ambientes fechados residenciais.
Os valores de TPH devem ser comparados com os valores de intervenção para solo e
água, fixados em 1.000 mg/kg e 600 µg/L respectivamente.
TABELA 1
A1 A2 A3 A4
T1 3 4 5 6
T2 4 5 6 7
T3 5 6 7 8
(*) A área a ser considerada deve ser a área total do terreno do empreendimento.
(**) Inclusive o(s) tanque(s) para armazenamento de óleo lubrificante usado ou contaminado
TABELA 2
A1 A2 A3 A4
T1 4 6 8 10
T2 6 8 10 12
T3 8 10 12 14
(*) A área a ser considerada deve ser a área total do terreno do empreendimento.
(**) Inclusive o(s) tanque(s) para armazenamento de óleo lubrificante usado ou contaminado
AÇÕES NECESSÁRIAS
Nessas áreas os pontos de medição de gases devem ser dispostos conforme uma malha
regular, quando possível, com espaçamento de no máximo 5 metros. Circunscrevendo essa
malha, deve ser implantada uma malha adicional com espaçamento de 10 metros, visando a
delimitação da pluma de gases. Sempre que forem observadas anomalias, a malha deve ser
adensada para melhor caracterização da pluma de gases.
Deve-se atentar para os riscos inerentes à realização de perfurações nessas áreas, sendo
desaconselhada a sua execução quando não se tiver certeza de que tubulações ou
equipamentos enterrados não serão atingidos.
Os pontos de medição devem ser locados a 1 metro de qualquer utilidade identificada durante
o reconhecimento da área, de forma a permitir uma perfuração segura, dada à incerteza
inerente ao processo de reconhecimento e à variabilidade das instalações.
A perfuração deve ser realizada por meio de métodos seguros e compatíveis com as condições
da área.
A medição dos gases no solo deve ser realizada por meio de um dos seguintes procedimentos:
Os gases do solo podem ser uma mistura dos compostos orgânicos contidos no sistema de
armazenamento subterrâneo de combustíveis com outros compostos de fontes não
relacionadas a combustíveis. O sulfeto de hidrogênio e o metano (oriundos de esgotos das
proximidades) são exemplos de compostos usualmente encontrados em trabalhos realizados
em áreas urbanas. A presença desses compostos pode determinar anomalias falso-positivas de
gases no solo.
Ao final de cada medição de gases, os furos devem ser preenchidos com uma calda de
cimento ou bentonita umedecida, evitando-se que os produtos que eventualmente sejam
derramados atinjam o subsolo por meio desses furos.
ANEXO III
1. Método Convencional
Purgar 3 volumes da água existente no interior do poço, com a finalidade de assegurar que
toda a água que porventura esteja estagnada no poço seja removida, possibilitando a coleta de
uma amostra representativa de água.
Esta purga deve ser realizada de forma uniforme e em vazões compatíveis com a capacidade
do poço em repor água. O objetivo é que este trabalho seja realizado sem causar grande
rebaixamento do nível de água no interior do poço, evitando o efeito cascata que pode ocorrer
na seção filtrante nesta situação e, conseqüentemente, a aeração das amostras e perda de
compostos orgânicos voláteis. Esta purga também deve ser feita de forma a evitar a criação de
fluxo turbulento na área de recarga do poço (pré-filtro), evitando o arraste de sedimento para
o seu interior. Dessa forma, equipamentos como bailer (coletor de amostras) e válvulas de pé
devem ser evitados nesse procedimento.
Desde que utilizado com o cuidado necessário, o bailer pode ser empregado na coleta de
amostras, devendo ser empregado um bailer distinto daquele eventualmente utilizado na
purga. As válvulas de pé não devem ser empregadas na amostragem.
Neste método procede-se uma purga controlada do poço, utilizando-se baixas vazões de
bombeamento, ligeiramente inferiores à capacidade de produção do poço, causando o mínimo
de rebaixamento possível. Durante esse procedimento, diversos parâmetros químicos
indicadores devem ser monitorados, com a finalidade de definir o momento da coleta da água
(água representativa da formação). Nesse procedimento deve ser utilizada necessariamente
uma célula de fluxo.
O rebaixamento da coluna d’água no poço durante a purga não deve ser limitado a um valor
arbitrário. O rebaixamento deve ser observado e registrado para cada poço da rede de poços
de monitoramento, sendo importante se alcançar a estabilização do nível d’água durante a
purga.
3. Purga mínima
Tal fato leva a um aumento significativo do gradiente hidráulico em volta do poço, alterando
o fluxo natural da água na formação e no pré-filtro, que passa a ser turbulento na região
imediatamente adjacente ao poço, podendo arrastar sedimentos para o interior do poço.
Durante a extração, contaminantes ligados à matriz sólida serão somados àqueles em fase
dissolvida, uma vez que as amostras não podem ser filtradas.
Os procedimentos recomendados para a amostragem de poços deste tipo variam muito, mas,
na a maioria dos casos, recomenda-se que seja feita a remoção de toda a água do poço durante
a purga, e então proceda-se à amostragem tão logo haja volume de água suficiente no poço,
uma vez que a purga de vários volumes nesses poços não pode ser efetuada em tempo
razoável devido à baixa recarga.
A secagem dos poços pode causar uma série de problemas na qualidade das amostras:
O esgotamento do poço pode causar um efeito de cascata na água que está adentrando no
poço, resultando na perda de gases dissolvidos, na mudança do estado de oxidação e na
alteração da concentração das substâncias de interesse, decorrente da oxidação de metais
dissolvidos e da perda de compostos orgânicos voláteis;
A drenagem da água do pré-filtro localizado ao redor da seção filtrante pode resultar no
aprisionamento de ar nos espaços porosos, que poderia causar um ligeiro aumento na
concentração de oxigênio dissolvido e no estado de oxidação;
Dependendo de onde é a entrada de água no aparelho utilizado na purga, ele pode não ser
capaz de remover toda a água do poço, resultando em uma mistura do volume
remanescente de água com a aquele que está entrando no poço durante a recuperação.
A purga do poço até o seu esgotamento pode resultar em uma alteração química significativa
da água que entra no poço durante a sua recuperação e que será coletada em seguida.
Desta forma, ainda que os procedimentos estabeleçam que deve ser efetuada a total remoção
de água nestes poços, os resultados obtidos com este procedimento são incertos. Algumas
agências reguladoras americanas sugerem que tal procedimento seja evitado devido aos
efeitos que podem causar na qualidade das amostras coletadas para a determinação de
parâmetros sensíveis.
Nos casos em que mesmo utilizando-se uma purga com vazões baixas possa ocorrer o
secamento do poço, a água já existente na região da seção filtrante do poço representa a
melhor alternativa para se coletar uma amostra de água subterrânea representativa da
formação local. Nessas situações, o método de amostragem de purga mínima é a melhor
forma de coletar uma amostra desses poços sem causar distúrbios significativos na coluna de
água e sem causar um rebaixamento que possa alterar a característica das amostras coletadas.
O método de amostragem por purga mínima, consiste na coleta de água existente somente na
seção filtrante, e deve evitar o esgotamento total do poço.