Decisao Mercado Livre Pago Pix Responsabilidade

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2022.0000949219

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1129922-39.2021.8.26.0100 e código 1CEE8C0D.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1129922-39.2021.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante
MERCADOPAGO.COM REPRESENTAÇÕES LTDA, é apelado 99 ÓCULOS
COMÉRCIO DE ÓCULOS EIRELI.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 24ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Rejeitada a
matéria preliminar, negaram provimento ao recurso. V.U., de conformidade com

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA, liberado nos autos em 21/11/2022 às 16:07 .
o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores JONIZE SACCHI


DE OLIVEIRA (Presidente), CLÁUDIO MARQUES E RODOLFO PELLIZARI.

São Paulo, 21 de novembro de 2022.

JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA


Relator(a)
Assinatura Eletrônica
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1129922-39.2021.8.26.0100 e código 1CEE8C0D.
APELAÇÃO N. 1129922-39.2021.8.26.0100
COMARCA DE SÃO PAULO
APELANTE: MERCADOPAGO.COM REPRESENTAÇÕES LTDA.
APELADA: 99 ÓCULOS COMÉRCIO DE ÓCULOS EIRELI

VOTO N. 16.379

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA, liberado nos autos em 21/11/2022 às 16:07 .
APELAÇÃO Ação de restituição de valores c.c.
indenização por danos morais Pretensão inicial calcada
em transferências fraudulentas, via PIX, da quantia de R$
35.000,00, em prol de terceiro estranho à lide, e protestos
indevidos Sentença de procedência Apelo do réu.
PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA
Descabimento Narrativa inicial que atribui falha à
prestação dos serviços oferecidos pela instituição
demandada Pertinência subjetiva do requerido para figurar
no polo passivo da demanda configurada Teoria da
asserção Jurisprudência do STJ Preliminar rejeitada.
MÉRITO Incidência das normas consumeristas à espécie
Hipossuficiência técnica da parte vulnerável Adoção da
teoria finalista mitigada, pacificada pela jurisprudência do
STJ Responsabilidade objetiva do fornecedor por fato do
serviço, com a inversão legal do ônus da prova em favor do
consumidor Incidência do art. 14 do CDC Defesa
apresentada nos autos que se revela deveras genérica,
calcada na regularidade do serviço prestado e na excludente
de nexo causal (fato de terceiro) Descabimento Fortuito
interno Dever de reparar o prejuízo material suportado
pela autora bem reconhecido em Primeiro grau Aplicação
da súmula n. 479 do STJ Precedentes do TJSP Protestos
indevidos Danos morais in re ipsa Quantum arbitrado
no patamar de R$ 10.000,00 (dez mil reais) que
consubstancia o referencial adotado por esta Colenda
Câmara em situações parelhas, sendo capaz de desempenhar
a sua tríplice função (punitiva-compensatória-preventiva),
sem implicar enriquecimento ilícito da vítima.
CONCLUSÃO Sentença mantida PRELIMINAR
RECHAÇADA RECURSO DESPROVIDO NO
MÉRITO.

Trata-se de ação de restituição de valores c.c. indenização por


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danos morais, precedida de tutela antecipada requerida em caráter antecedente,

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ajuizada por 99 ÓCULOS COMÉRCIO DE ÓCULOS EIRELI em face de
MERCADOPAGO.COM REPRESENTAÇÕES LTDA., calcada na realização de
transferências fraudulentas, mediante PIX, em 15.11.2021, da quantia total de R$
35.000,00, em favor de terceiro estranho à lide (Elionai Castelo de Oliveira), assim
como na impossibilidade de honrar parte dos seus compromissos financeiros,
consubstanciada em protestos de títulos.

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Sobreveio, então, a r. sentença de fls. 143/145, que julgou a
demanda procedente, nos seguintes termos:

“Do exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão inicial


deduzida por 99 ÓCULOS COMÉRCIO DE ÓCULOS EIRELI
em face de MERCADOPAGO.COM REPRESENTAÇÕES
LTDA., para o fim de condenar o réu ao ressarcimento dos
danos materiais no valor de R$ 35.000,00, atualizado pela
Tabela Prática deste E. Tribunal a contar de 15.11.2021,
acrescido de juros de mora da citação, bem assim a
ressarcir os danos morais infligidos à autora, no
equivalente a R$ 10.000,00, atualizado monetariamente a
contar desta decisão, e com juros de mora a contar da
citação.
Sucumbente, arcará o réu com as custas e despesas
processuais despendidas, a par dos honorários
advocatícios do d. patrono da autora, os quais restam
fixados em 10% do valor total da condenação.”

Irresignado, apela o réu às fls. 270/284. Preliminarmente, suscita a


sua ilegitimidade ad causam, tendo em vista que o prejuízo reclamado na exordial
foi causado por terceiro. No mérito, sustenta, em síntese, que: (i) a relação entre as
partes não está sujeita às normas consumeristas; (ii) “não há de se falar em

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responsabilização do MERCADO PAGO pelos fatos narrados na demanda ante a

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evidente ausência de falha na segurança da plataforma e por culpa exclusiva de
terceiro”. Subsidiariamente, pugna pela redução do quantum arbitrado a título de
reparação moral na origem.

Contrarrazões às fls. 306/310.

É o relatório.

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O recurso não é provido.

I. DA MATÉRIA PRELIMINAR

A arguição preliminar de ilegitimidade do demandado para figurar


no polo passivo do feito não vinga.

Com efeito, “A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é


firme no sentido de que as condições da ação devem ser averiguadas de acordo com
a teoria da asserção, portanto, a partir de um exame puramente abstrato da
narrativa desenvolvida na petição inicial” (AgInt no AREsp 1640944/SP, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/02/2022, DJe
23/02/2022).

Logo, considerando-se que a demandante atribui à parte contrária


a responsabilidade pelo evento danoso discutido, por entender que “só ocorreu por
falha dos sistemas de segurança da Ré” (fls. 84), resulta inarredável, à luz da teoria
da asserção, a pertinência subjetiva do requerido para responder à demanda.

Superada a preliminar em apreço, vai-se ao cerne recursal.

II. DO MÉRITO

Melhor sorte não assiste ao insurgente no tocante ao mérito.

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Com efeito, a relação jurídica sub judice, de fato, é regida pelo

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diploma consumerista, à luz do seu art. 2º, que define consumidor como “toda pessoa
física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.

A propósito, o Tribunal da Cidadania consolidou o entendimento


no sentido de que, malgrado a pessoa física ou jurídica não seja destinatária final do
produto ou serviço, pode se ter por configurada relação de consumo, desde que
constatada situação de vulnerabilidade da parte perante o fornecedor, o que se
convencionou chamar “teoria finalista mitigada”. Confira-se:

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“A pessoa jurídica adquirente de um produto ou
serviço pode ser equiparada à condição de
consumidora (art. 29 do CDC), por ostentar, frente ao
fornecedor, alguma vulnerabilidade que, frise-se, é o
princípio-motor da política nacional das relações de
consumo (art. 4º, I, do CDC). Aplicação temperada da
teoria finalista frente às pessoas jurídicas, processo
denominando pela doutrina como finalismo
aprofundado. (...) Consignada no acórdão a
hipossuficiência e a desproporção de forças entre as
partes, fica evidenciada a existência de relação de
consumo” (AgRg no AREsp 735.249/SC, Rel. Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 04/02/2016).

Logo, mesmo que a autora seja empresa que utilize os serviços do


réu para a operacionalização de sua atividade empresarial, ela, ainda assim, pode ser
qualificada como consumidora, pois que constatada a sua hipossuficiência técnica
frente ao fornecedor, sobretudo no caso de negativa de realização de transações
financeiras.

Na mesma toada, eis precedente desta Turma Julgadora:

APELAÇÃO Ação indenizatória por danos materiais

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e morais Fraude bancária Realização de

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transação desconhecida Parcial procedência
Apelo do réu Incidência do Código de Defesa do
Consumidor Aplicação da teoria finalista mitigada
Hipossuficiência técnica e informacional da
tomadora do serviço bancário Inversão do ônus da
prova com fulcro no art. 6º, VIII, do CDC Réu que
não comprovou a tese defensiva quanto a culpa

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exclusiva da vítima Fortuito interno configurado
Nexo de causalidade advindo do risco da atividade
Incidência do art. 6º, VI, e 14 do CDC Súmula 479
do Superior Tribunal de justiça Obrigação de
restituir o prejuízo suportado pela consumidora
Danos morais Pleito indenizatório fundado na
suposta humilhação do representante legal da autora
Polo ativo integrado exclusivamente pela pessoa
jurídica, que não figura como titular do bem jurídico
lesado Indenização por danos morais descabida
Sentença reformada em parte Recurso parcialmente
provido. (TJSP; Apelação Cível
1108837-36.2017.8.26.0100; Relator (a): Jonize Sacchi
de Oliveira; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito
Privado; Foro Central Cível - 42ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 28/05/2020; Data de Registro: 28/05/2020
g.n.).

Avançando, sobreleva notar que o art. 14 do diploma


consumerista preceitua a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos
causados ao consumidor em decorrência de defeitos relativos à prestação de
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.

Essa responsabilidade, consoante parágrafo terceiro do mesmo


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dispositivo, não se materializa caso o fornecedor demonstre a inexistência de

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defeito ou a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.

O dispositivo é claro e objetivo em relação à atribuição do ônus


probatório ao fornecedor. Trata-se de situação particular em que a lei, para os
casos de fato do produto ou do serviço, expressamente elege a parte incumbida de
provar as excludentes de responsabilização, não havendo margem para a inversão
ou aplicação diversa.

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Ainda que assim não fosse, dada a verossimilhança da narrativa
ofertada pela autora (art. 6º, VIII, do CDC), aliada ao fato de que a ela não se pode
atribuir o encargo de evidenciar fato negativo (não realização das transferências),
por ser tal prova de difícil ou impossível realização (“prova diabólica”), o ônus
probatório, no que tange à higidez das operações questionadas, competia ao
requerido, que, contudo, não se desincumbiu desse mister.

Ora, no caso vertente, o réu sustenta, de modo genérico, a


inexistência de falha na prestação dos seus serviços, a pretexto de que “não foi
verificada nenhuma falha de segurança da plataforma, que atuou diligentemente
em suas atribuições a fim de verificar eventual fraude” (fls. 278).

Todavia, não houve a comprovação de que foram adotadas


medidas eficientes de segurança e de cuidado, legitimamente esperadas dos seus
clientes, aptas a obstar a ação de fraudadores (fortuito interno), circunstância capaz
de elidir a tese de fato de terceiro.

Aliás, a celeuma tratada na presente demanda ajusta-se


perfeitamente ao entendimento já proferido pelo Tribunal da Cidadania, em sede
de julgamento de recurso repetitivo, no sentido de que:

“Para efeitos do art. 543-C do CPC: As instituições


bancárias respondem objetivamente pelos danos
causados por fraudes ou delitos praticados por
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terceiros - como, por exemplo, abertura de conta

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corrente ou recebimento de empréstimos mediante
fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto
tal responsabilidade decorre do risco do
empreendimento, caracterizando-se como fortuito
interno” (Resp n. 1.199.782-PR, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, j. em 24/08/2011).

Sobre o tema, o STJ editou a súmula n. 479: “As instituições

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financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias”.

Por oportuno, confira-se o correto racicíonio engendrado pelo


julgador monocrátivo, in verbis:

“(...) Sob este enfoque, bem de ver que nada fez por
comprovar o réu, como seria de se lhe exigir, no
concernente à regularidade efetiva das operações
questionadas, limitando-se a invocar suposta
infalibilidade do sistema, cuja utilização tem por
pressuposto lançamento de senhas de conhecimento
exclusivo da autora. Realmente, se é certo que a
regularidade das operações em questão pressupõe, a
princípio, a utilização de senhas, não menos certo é
que não se pode ignorar a ação de vigaristas de
plantão que sabidamente revelam-se experts em burlar
com êxito tal sistemática, nisso residindo,
precisamente, a deficiência do serviço bancário, por
frustrar as legítimas expectativas dos consumidores, na
segurança notoriamente propalada, não por menos
expressamente afirmada nos autos. (...) Daí a

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caracterização de ato ilícito a deflagrar a

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responsabilidade objetiva de que se cogita na
espécie, não comportando cabida, em absoluto, a
invocação da excludente de responsabilidade por
culpa exclusiva de terceiro, ou culpa concorrente da
autora, em detrimento do risco inerente à atividade
empresarial do réu. No particular, abre-se um
parêntese a fim de esclarecer que a ausência de

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comunicação imediata à plataforma ré, até mesmo
porque o autor, desprovido de celular, poderia ter
encontrado dificuldade de fazê-lo dada a
circunstância de tratar-se o réu de instituição
eminentemente digital, não é suficiente a
caracterizar sua culpa exclusiva pelo ocorrido, nos
termos do artigo 14, § 3º, II do Código de Defesa do
Consumidor, a afastar a responsabilidade pelas
transferências indevidas. (...) Tendo em conta o
caráter inexoravelmente consumerista da relação
jurídica em disputa, a deflagrar a responsabilidade
objetiva do réu, cumpria-lhe demonstrar, das duas
uma: (i) que não ocorreu defeito na prestação do
serviço; ou (ii) que houve culpa exclusiva da vítima ou
de terceiro (artigo 14, § 3º, incisos I e II, do CDC), o
que, conforme dito, não restou demonstrado.
Evidentemente, a autora não poderia ser obrigada a
fazer prova de fatos negativos, de sorte que somente o
réu teria condições de comprovar a regularidade das
operações questionadas (CPC, art. 333, inciso II), ônus
este do qual nem de longe logrou se desincumbir,
circunstância a determinar a inafastável procedência

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do pedido de reparação dos prejuízos materiais

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experimentados, mercê do incontroverso contexto
sugestivo de falha na prestação do serviço, sob o
enfoque da segurança que dele legitimamente se
poderia esperar, dada a realização de três
transferências em curto espaço de três minutos,
quando já ultrapassado o horário comercial. (...) Salta
aos olhos que as inovações tecnológicas decorrentes

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da implantação do sistema “pix”, com todas as
facilidades e agilidade que proporciona, estariam a
exigir, como contrapartida das instituições
financeiras, o aprimoramento dos meios de
contenção de fraudes, tanto mais considerada a
escalada da violência no cenário atual. (...) Neste
cenário, de rigor a condenação do banco réu à
reparação do prejuízo material experimentado pela
autora, no valor de R$ 35.000,00 a ser atualizado a
partir da indevida transferência, acrescido de juros de
mora da citação.” (fls. 255/259).

Tal cenário conduz à conclusão de que compete à parte ré, na


qualidade de fornecedora, ressarcir o prejuízo material suportado pela
demandante, na condição de consumidora, uma vez que as transferências
impugnadas, fruto de atividade fraudulenta, perpetrada por terceiros, em razão de
falha no dever de segurança, não são atribuíveis à autora.

No mesmo sentido, eis a jurisprudência desta Corte Bandeirante:

APELAÇÃO CÍVEL. Ação Indenizatória Contrato


Bancário Transferência de valores via "Pix" -
Sentença de parcial procedência Insurgência do

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Banco Réu que não prospera Fraude e "modus

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operandi" dos fraudadores que restou incontroverso
Estelionatários que se valeram de dados pessoais
sigilosos da Autora, e do Banco Réu, para induzirem a
consumidora a erro Transações que destoam do
perfil da Requerente Falha na segurança verificada
Dever de indenizar consubstanciado no artigo 14,
"caput", do CDC, e Súmula nº 479, do E. STJ Danos

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materiais comprovados Juros moratórios fixados
dentro dos parâmetros legais Correção monetária
que se aplica da data da privação do patrimônio, como
critério de atualização e manutenção do valor
econômico do capital indevidamente expropriado
Sentença mantida Ratificação, nos termos do artigo
252, do Regimento Interno. RECURSO NÃO PROVIDO.
(TJSP; Apelação Cível 1004965-95.2021.8.26.0445;
Relator (a): Penna Machado; Órgão Julgador: 14ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Pindamonhangaba -
3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 28/09/2022; Data
de Registro: 28/09/2022);

Preliminar. Legitimidade passiva ad causam. Álbum


probatório que descarta a participação do banco réu
na relação jurídica negocial que embasa os pedidos
formulados na exordial. Preliminar afastada. CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Inaplicabilidade.
Relação de consumo. Não configuração. Contrato cujo
objeto é a consecução da atividade profissional e
empresarial das partes. Inaplicabilidade do CDC em
função da adoção da teoria finalista. AÇÃO
INDENIZATÓRIA. Autora vítima de fraude. Realização
Apelação Cível nº 1129922-39.2021.8.26.0100 -Voto nº 16.379 11
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de transferência bancária via PIX de sua conta

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vinculada ao Mercadopago, em favor de terceiro
desconhecido. Culpa exclusiva da autora ou de terceiro
não demonstrada. Falha operacional ou de segurança
caracterizada. Fortuito interno (Súmula 479 do STJ).
Falha na prestação de serviço evidenciada. Indenização
pelos danos materiais devida. Sentença mantida.
Recurso desprovido. (TJSP; Apelação Cível

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1028917-77.2021.8.26.0001; Relator (a): Rômolo
Russo; Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito Privado;
Foro Regional I - Santana - 8ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 31/08/2022; Data de Registro:
31/08/2022);

BANCÁRIOS Ação de indenização por dano material e


moral - Alegação de roubo de celular e consequente
fraude praticada por terceiros, consistente em
transferências, via Pix, de valores depositados na conta
do autor - Improcedência Operações realizadas em
valor e horário fora daquele do perfil do autor - Falha
no dever de segurança da instituição financeira na
prestação dos serviços - Responsabilidade objetiva por
fortuito interno decorrente de fraude - Súmula 479 do
STJ Dano material comprovado Restituição devida
- Dano moral configurado - Indenização arbitrada (R$
10.000,00) que se mostra adequada ao caso concreto e
atende aos critérios de razoabilidade e
proporcionalidade Ação procedente - Sentença
modificada - Recurso parcialmente provido. (TJSP;
Apelação Cível 1005001-56.2021.8.26.0278; Relator
(a): Flávio Cunha da Silva; Órgão Julgador: 38ª Câmara
Apelação Cível nº 1129922-39.2021.8.26.0100 -Voto nº 16.379 12
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de Direito Privado; Foro de Itaquaquecetuba - 3ª Vara

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Cível; Data do Julgamento: 21/06/2022; Data de
Registro: 21/06/2022).

Relativamente ao dano moral, uma vez configurada a


incontroversa e abusiva exposição depreciativa de dados, decorrente da
impossibilidade de a demandante honrar parte de seus compromissos financeiros
(fls. 220/222, 238/245 e 259), cabível a justa reparação.

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Ora, é evidente que o protesto indevido acarreta dano
extrapatrimonial, porquanto veicula informações desabonadoras que afetam a
credibilidade da sociedade empresarial. Tais informações são nocivas, pois
repercutem negativamente nas transações comerciais travadas com fornecedores,
prestadores de serviço, credores e clientes.

O dano imaterial, por essa razão, se qualifica como in re ipsa. O


Superior Tribunal de Justiça, na mesma esteira de raciocínio, entende que “Nos
casos de protesto indevido de título ou inscrição irregular em cadastros de
inadimplentes, o dano moral se configura presumido (in re ipsa), isto é, prescinde de
prova, ainda que a prejudicada seja pessoa jurídica” (AgInt no REsp n. 1.970.716/SP,
relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 8/8/2022, DJe de
10/8/2022).

Constatado o ato ilícito (art. 186 do CC), assim como o dano dele
resultante, configura-se o dever de indenizar (art. 927 do CC).

Afora isso, forçoso registrar que as pessoas jurídicas também


estão sujeitas a abalo extrapatrimonial, conforme entendimento pacificado na
súmula n. 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

Em relação ao quantum indenizatório, a justa reparação deve


abranger três vertentes: a primeira, de caráter punitivo, objetivando penalizar o

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causador da lesão pela ofensa que praticou; a segunda, de caráter compensatório,

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que proporciona ao ofendido algum bem em contrapartida ao mal sofrido, e a
terceira, de caráter dissuasório ou preventivo, que busca dissuadir o responsável
pelo dano a cometer novamente a mesma modalidade de violação e prevenir que
outra pessoa pratique ilícito semelhante.

Sobre o valor da indenização, Maria Helena Diniz ensina que:

"A fixação do quantum' competirá ao prudente arbítrio

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do magistrado de acordo com o estabelecido em lei, e
nos casos de dano moral não contemplado legalmente,
a reparação correspondente será fixada por
arbitramento (CC, art. 1553, RTJ 69/276, 67/277).
Arbitramento é o exame pericial tendo em vista
determinar o valor do bem, ou da obrigação, a ele
ligado, muito comum na indenização dos danos. É de
competência jurisdicional o estabelecimento do modo
como o lesante deve reparar o dano moral, baseado
em critérios subjetivos (posição social ou política do
ofendido, intensidade do ânimo de ofender: culpa ou
dolo) ou objetivos (situação econômica do ofensor,
risco criado, gravidade e repercussão da ofensa). Na
avaliação do dano moral o órgão judicante deverá
estabelecer uma reparação equitativa, baseada na
culpa do agente, na extensão do prejuízo causado e na
capacidade econômica do responsável. Na reparação
do dano moral, o juiz determina, por equidade, levando
em conta as circunstâncias de cada caso, o quanto da
indenização devida, que deverá corresponder à lesão e
não ser equivalente, por ser impossível tal
equivalência" (Maria Helena Diniz in Curso de Direito

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Civil Brasileiro, São Paulo, Saraiva, 1990, vol. 7,

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"Responsabilidade Civil", 5ª edição, p. 78/79).

Em outros termos, deve-se levar em conta o bem jurídico lesado,


a extensão do dano, as condições da vítima, o perfil do ofensor, o seu grau de culpa
e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Há que prevalecer, em meio à
análise de todos esses elementos, o prudente arbítrio do julgador, a quem cabe
evitar que a condenação, por um lado, represente enriquecimento ilícito e, por

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outro, perca a sua tríplice função (punitiva-compensatória-preventiva).

Logo, frente às peculiaridades do caso em tela, entende-se que a


indenização, fixada em Primeiro grau no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais),
está em consonância com o referencial adotado por esta Colenda 24ª Câmara de
Direito Privado em situações análogas e também se afigura capaz de compensar o
abalo suportado pela autora, incutindo na parte contrária maior cautela na prestação
dos seus serviços.

Eis alguns precedentes:

AÇÃO DECLARATÓRIA E INDENIZATÓRIA. Demanda


fundada em cheque sustado, que foi protestado pelo
credor originário. Sentença de improcedência.
Irresignação da parte autora. Cabimento parcial.
Sustação do cheque em virtude de alegado desacordo
comercial. Parte ré que foi revel. Ausência de
impugnação dos fatos descritos na inicial, os quais
tornaram-se incontroversos em vista
da revelia decretada. Aplicação do art.344 do CPC.
Título que deve ser declarado inexigível 'in casu'.
Indenização por danos materiais incabível, visto que o
cheque não chegou a ser pago. Protesto indevido.

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Dano 'in re ipsa'. 'Quantum' indenizatório a título de

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danos morais fixado em R$10.000,00, em consonância
com os valores arbitrados por esta C. Câmara em casos
análogos. Correção monetária devida a partir do
presente julgamento (Súmula nº 362 do STJ) e juros
moratórios a partir da citação, diante da
responsabilidade contratual. Ação julgada procedente
em parte. Parte ré deve arcar com os ônus

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sucumbenciais em virtude do decaimento mínimo da
parte autora. Recurso provido em parte. (TJSP;
Apelação Cível 1001691-51.2021.8.26.0566; Relator
(a): Walter Barone; Órgão Julgador: 24ª Câmara de
Direito Privado; Foro de São Carlos - 2ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 25/10/2022; Data de Registro:
25/10/2022);

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO PROTESTADO C/C
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SERVIÇOS DE
REPARO EM VEÍCULO COM TRASNFERÊNCIA DE
REGISTRO PENDENTE. ALEGAÇÃO DE PROTESTO
INDEVIDO. Sentença que julgou parcialmente
procedentes os pedidos deduzidos na ação principal e
improcedente o pleito reconvencional. Inconformismo
de ambas as partes. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DE
DEFESA. Inocorrência. Réu que deixou de incluir o
solicitante dos serviços no rol de testemunhas
apresentado na fase de especificação de provas.
Preclusão. MÉRITO. Pretensão do réu de reconhecer a
exigibilidade da dívida. Descabimento. Ausência de

Apelação Cível nº 1129922-39.2021.8.26.0100 -Voto nº 16.379 16


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comprovação de que os serviços foram realizados a

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pedido da requerente. Requerido que admite que foi
procurado por quem se identificou como preposto da
ré, mas não apresentou o instrumento de mandato
correspondente. Ausência de vínculo empregatício ou
societário demonstrado. Circunstâncias que denotam
que os serviços foram solicitados pelo novo adquirente
do veículo, com transferência de registro ainda

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pendente perante o órgão competente. Réu que
assumiu o risco da incúria de liberar o veículo mediante
comprovante de transferência bancária supostamente
efetuada por pessoa estranha ao solicitante e sem
relação com a autora. INEXIGIBILIDADE DO DÉBITO
PROTESTADO. RECONVENÇÃO IMPROCEDENTE.
Sentença neste ponto mantida. INDENIZAÇÃO.
CABIMENTO. Danos morais que são consequência do
próprio fato da violação ("in re ipsa"). Arbitramento da
indenização em R$ 10.000,00 (dez mil reais),
observando as peculiaridades do caso concreto e a
jurisprudência da Câmara para casos análogos.
PEDIDOS AUTORAIS QUE DEVEM SER JULGADOS
PROCEDENTES. Sentença neste ponto reformada.
RECURSO PRINCIPAL DESPROVIDO. RECURSO ADESIVO
PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível
1011172-49.2019.8.26.0100; Relator (a): Rodolfo
Pellizari; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito
Privado; Foro Central Cível - 37ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 23/08/2022; Data de Registro:
23/08/2022).

III. DA CONCLUSÃO

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À vista dessas considerações, inexistem razões para reformar o

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que está corretamente decidido, impondo-se a incolumidade da r. sentença
prolatada.

Vencido o apelante em Segundo Grau, responderá pela majoração


da verba honorária devida ao patrono da apelada, de 10% para 15% sobre o valor
da condenação, com fulcro no art. 85, § 11, do CPC, o que se faz para remunerar o
trabalho adicional do advogado em grau recursal.

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Para fins de prequestionamento, enfatiza-se que toda a matéria
devolvida no apelo se encontra prequestionada, com a ressalva de que o juiz não
está obrigado a mencionar expressamente todos os pontos suscitados pelas partes,
tampouco a citar as normas aventadas, bastando que o recurso tenha sido
fundamentadamente apreciado.

Ante o exposto, afastada a preliminar, no mérito nega-se


provimento ao recurso.

Jonize Sacchi de Oliveira

Relatora

Apelação Cível nº 1129922-39.2021.8.26.0100 -Voto nº 16.379 18

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