UNINOVE - Manual de Elaboração de Documentos Psicológicos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 41

Profª Chinaira Raiazac

LEITURA BÁSICA:

Resolução CFP N.º 007/2003 N° 06/2019

2
▪ Ao psicólogo (À Psicóloga) é solicitado apresentar informações
documentais com objetivos diversos.

▪ Subsidiar a produção qualificada de documentos escritos


decorrentes de avaliação psicológica.

▪ Há uma consideração de frequentes queixas com implicações


éticas para a qualidade dos documentos produzidos.
3
4
Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os
condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade
de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas
na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da
demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica.

O presente Manual tem como objetivos orientar o profissional psicólogo na


confecção de documentos decorrentes das avaliações psicológicas e fornecer
os subsídios éticos e técnicos necessários para a elaboração qualificada da
comunicação escrita.
5
1. Declaração *

2. Atestado psicológico

3. Relatório / laudo psicológico

4. Parecer psicológico *

6
7
1. Declaração *

2. Atestado psicológico

3. Relatório / laudo psicológico

4. Parecer psicológico *

A Declaração e o Parecer psicológico não são documentos decorrentes da avaliação

Psicológica, embora muitas vezes apareçam desta forma. Por isso consideramos

importante constarem deste manual afim de que sejam diferenciados.


8
1.1. Conceito e finalidade da declaração

É um documento que visa a informar a ocorrência de fatos ou situações


objetivas relacionados ao atendimento psicológico, com a finalidade de
declarar:

a) Comparecimentos do atendido e/ou do seu acompanhante, quando


necessário;
b) Acompanhamento psicológico do atendido;
c) Informações sobre as condições do atendimento (tempo de acompanhamento,
dias ou horários).
Neste documento não deve ser feito o registro de sintomas, situações ou
estados psicológicos.
9
a) Ser emitida em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo, em que
conste nome e sobrenome do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional (“Nome do
psicólogo / N.º da inscrição”).

b) A declaração deve expor: - Registro do nome e sobrenome do solicitante; - Finalidade do


documento (por exemplo, para fins de comprovação); - Registro de informações solicitadas em
relação ao atendimento (por exemplo: se faz acompanhamento psicológico, em quais dias, qual
horário); - Registro do local e data da expedição da declaração; - Registro do nome completo do
psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações.

c) Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. 10


11
12
2.1. Conceito e finalidade do atestado

É um documento expedido pelo (a) psicólogo (a) que certifica uma determinada situação ou
estado psicológico, tendo como finalidade afirmar sobre as condições psicológicas de quem, por
requerimento, o solicita, com fins de:

a) Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante;


b) Justificar estar apto ou não para atividades específicas, após realização de um processo de
avaliação psicológica, dentro do rigor técnico e ético que subscreve esta Resolução;
c) Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na afirmação atestada do fato,
em acordo com o disposto na Resolução CFP nº 015/96.

Veja mais:

http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1996/12/resolucao1996_15.pdf
13
A formulação do atestado deve restringir-se à informação solicitada
pelo requerente, contendo expressamente o fato constatado. Embora
seja um documento simples, deve cumprir algumas formalidades:

a) Ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do


documento o carimbo, em que conste o nome e sobrenome do
psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional (“Nome do
psicólogo / N.º da inscrição”). 14
O atestado deve expor:
- Registro do nome e sobrenome do cliente;
- Finalidade do documento;
- Registro da informação do sintoma, situação ou condições psicológicas que
justifiquem o atendimento, afastamento ou falta – podendo ser registrado sob o
indicativo do código da Classificação Internacional de Doenças em vigor; - Registro
do local e data da expedição do atestado;
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo com
as mesmas informações;
- Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. 15
16
Os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, separados
apenas pela pontuação, sem parágrafos, evitando, com isso, riscos de
adulterações.
No caso em que seja necessária a utilização de parágrafos, o psicólogo
deverá preencher esses espaços com traços.
O atestado emitido com a finalidade expressa no item 2.1, alínea b, deverá
guardar relatório correspondente ao processo de avaliação psicológica
realizado, nos arquivos profissionais do psicólogo, pelo prazo estipulado nesta
resolução, item V. 17
18
O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca
de situações e/ou condições psicológicas e suas determinações
históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de
avaliação psicológica. Como todo DOCUMENTO, deve ser subsidiado
em dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico
(entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame
psíquico, intervenção verbal), consubstanciado em referencial
técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo. 19
A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os
procedimentos e conclusões gerados pelo processo da avaliação
psicológica, relatando sobre o encaminhamento, as intervenções, o
diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso, orientação e
sugestão de projeto terapêutico, bem como, caso necessário,
solicitação de acompanhamento psicológico, limitando-se a
fornecer somente as informações necessárias relacionadas à
demanda, solicitação ou petição. 20
O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos,
devendo conter narrativa detalhada e didática, com clareza,
precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao
destinatário. Os termos técnicos devem, portanto, estar
acompanhados das explicações e/ou conceituação retiradas dos
fundamentos teórico-filosóficos que os sustentam.
21
O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens
divididos em identificação, descrição da demanda, procedimento,
análise e conclusão.
Exemplo: 1. Identificação
2. Descrição da demanda
3. Procedimento
4. Análise
5. Conclusão 22
É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de
identificar: O (A) autor(a) /relator (a) – quem elabora; O (a) interessado (a) –
quem solicita; O assunto/finalidade – qual a razão/finalidade.

No identificador AUTOR (A) / RELATOR (A), deverá ser colocado o(s) nome(s) da
(o) (as) (os) psicólogo (a)(s) que realizará(ão) a avaliação, com a(s) respectiva(s)
inscrição(ões) no Conselho Regional. No identificador INTERESSADO (A), o (a)
psicólogo (a) indicará o nome do (a) autor (a) do pedido (se a solicitação foi da
Justiça, se foi de empresas, entidades ou do cliente). No identificador ASSUNTO, o
(a) psicólogo (a) indicará a razão, o motivo do pedido (se para acompanhamento
psicológico, prorrogação de prazo para acompanhamento ou outras razões
pertinentes a uma avaliação psicológica). 23
Esta parte é destinada à narração das informações
referentes à problemática apresentada e dos motivos,
razões e expectativas que produziram o pedido do
documento. Nesta parte, deve-se apresentar a análise
que se faz da demanda de forma a justificar o
procedimento adotado. 24
A descrição do procedimento apresentará os recursos e
instrumentos técnicos utilizados para coletar as
informações (número de encontros, pessoas ouvidas etc)
à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa. O
procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar a
complexidade do que está sendo demandado. 25
É a parte do documento na qual o (a) psicólogo (a) faz uma exposição
descritiva de forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das
situações vividas relacionados à demanda em sua complexidade. Como
apresentado nos princípios técnicos, “O processo de avaliação psicológica
deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de ordem
psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e políticas,
sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação.
26
O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não
cristalizada do seu objeto de estudo”. Nessa exposição, deve-se respeitar a
fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como
princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser
relatado o que for necessário para o esclarecimento do encaminhamento, como
disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo. O (a) psicólogo (a), ainda
nesta parte, não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos e/ou teorias,
devendo ter linguagem precisa, especialmente quando se referir a dados de
natureza subjetiva, expressando-se de maneira clara e exata. 27
Na conclusão do documento, o (a) psicólogo (a) vai expor o resultado e/ou
considerações a respeito de sua investigação a partir das referências que
subsidiaram o trabalho. As considerações geradas pelo processo de avaliação
psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua
complexidade e do processo de avaliação psicológica como um todo. Vale
ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que contemplem a
complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo. Após a
narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local, data de
28
emissão, assinatura e número de inscrição no CRP.
29
30
Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do
campo psicológico cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo. O parecer
tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do
conhecimento psicológico, através de uma avaliação especializada, de uma
“questãoproblema”, visando a dirimir dúvidas que estão interferindo na decisão,
sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem responde
competência no assunto.

31
32
O (a) psicólogo (a) parecerista deve fazer a análise do problema apresentado,
destacando os aspectos relevantes e opinar a respeito, considerando os quesitos
apontados e com fundamento em referencial teórico-científico. Havendo
quesitos, o (a) psicólogo (a) deve respondê-los de forma sintética e convincente,
não deixando nenhum quesito sem resposta. Quando não houver dados para a
resposta ou quando o (a) psicólogo (a) não puder ser categórico (a), deve-se
utilizar a expressão “sem elementos de convicção”. Se o quesito estiver mal
formulado, pode-se afirmar “prejudicado”, “sem elementos” ou “aguarda
33
evolução”.
O parecer é composto de 4 (quatro) itens:

1. Identificação
2. Exposição de motivos
3. Análise
4. Conclusão

34
O parecer é composto de 5 (cinco) itens:

1. Identificação
2. Descrição de Demandas
3. Análise
4. Conclusão
5. Referências
35
O prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos, decorrentes das
avaliações psicológicas, deverá considerar a legislação vigente nos casos já
definidos. Não havendo definição legal, o (a) psicólogo (a), onde for possível,
indicará o prazo de validade do conteúdo emitido no documento em função das
características avaliadas, das informações obtidas e dos objetivos da avaliação.
Ao definir o prazo, o psicólogo deve dispor dos fundamentos para a indicação,
devendo apresentá-los sempre que solicitado.
36
Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica, bem como todo o
material que os fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5
anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto do (a) psicólogo (a)
quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica. Esse prazo poderá
ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em
casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior
tempo. Em caso de extinção de serviço psicológico, o destino dos documentos
deverá seguir as orientações definidas no Código de Ética do Psicólogo.
37
38
39
40
!
Profª
Chinaira Raiazac
E-mail: [email protected]
LinkedIn / Lattes

41

Você também pode gostar