Conectivos

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Conectivos

Conectivas são palavras ou expressões que interligam as frases, períodos, orações, parágrafos,
permitindo a sequência de ideias.

Esse papel é desempenhado, sobretudo, pelas conjunções, palavras invariáveis usadas para
ligar os termos e orações em um período. Além disso, alguns advérbios e pronomes também
podem exercer essa função.

Os conectivos são elementos essenciais no desenvolvimento dos textos, uma vez que estão
relacionados com a coesão textual.

Assim, se forem mal empregados, reduzem a capacidade de compreensão da mensagem e


comprometem o texto.

Lista de Conectivos

Conectivos

Os conectivos são essenciais para ligar as ideias no texto colaborando com a coesão textual

A aplicação da conjunção ou mesmo da locução conjuntiva como elementos conectores,


depende do tipo de relação que é estabelecida entre as duas orações. Elas são classificadas em
coordenativas ou subordinadas.

As conjunções coordenativas são aquelas utilizadas para ligar os termos que exercem a mesma
função sintática. Ligam, também, as orações independentes.

Já as conjunções subordinativas são usadas para ligar orações que são dependentes
sintaticamente.

Confira abaixo os tipos de conectivos, acompanhados de exemplos:


1. Prioridade e relevância

Esses conectores são muito usados no início das frases para apresentar uma ideia. Eles
também podem oferecer relevância ao que está sendo apresentado.

Em primeiro lugar; antes de mais nada; antes de tudo; em princípio; primeiramente; acima de
tudo; principalmente; primordialmente; sobretudo; a priori; a posteriori; precipuamente.

Exemplo: Primeiramente devemos atentar ao conceito de pluralidade cultural.

2. Tempo, frequência, duração, ordem ou sucessão

Esses conectivos situam o leitor na sucessão dos acontecimentos ou das ideias. Por esse
motivo, são muito explorados em textos narrativos.

Então; enfim; logo; logo depois; imediatamente; logo após; a princípio; no momento em que;
pouco antes; pouco depois; anteriormente; posteriormente; em seguida; afinal; por fim;
finalmente; agora; atualmente; hoje; frequentemente; constantemente; às vezes;
eventualmente; por vezes; ocasionalmente; sempre; raramente; não raro; ao mesmo tempo;
simultaneamente; nesse ínterim; nesse meio tempo; nesse hiato; enquanto, quando; antes
que; depois que; logo que; sempre que; assim que; desde que; todas as vezes que; cada vez
que; apenas; já; mal; nem bem.

Exemplo: Logo após sair da aula, Bianca teve um encontro com Arthur.

3. Semelhança, comparação ou conformidade

Para estabelecer uma relação com uma ideia ou um conceito que já foi apresentado
anteriormente no texto, utilizamos esse tipo de conectivos. Além disso, podem ser utilizados
para apontar ideias de outro texto (intertextualidade).

Igualmente; da mesma forma; assim também; do mesmo modo; similarmente;


semelhantemente; analogamente; por analogia; de maneira idêntica; de conformidade com;
de acordo com; segundo; conforme; sob o mesmo ponto de vista; tal qual; tanto quanto;
como; assim como; como se; bem como.
Exemplo: De acordo com as ideias de Darcy Ribeiro, o povo brasileiro é muito diverso.

4. Condição ou hipótese

Esses termos são utilizados em situações circunstanciais que podem oferecer hipóteses para
uma situação futura.

Se; caso; eventualmente.

Exemplo: Caso chova essa tarde, não iremos na academia.

5. Continuação ou adição

Para acrescentar algo ao texto, e que esteja relacionado com o que anteriormente foi
apresentado, usamos os conectivos de continuação ou adição.

Além disso; demais; ademais; outrossim; ainda mais; por outro lado; também; e; nem; não só;
como também; não apenas; bem como.

Exemplo: Suzana foi professora na Universidade de Minas Gerais no período da Ditadura


Militar. Além disso, foi coordenadora do Departamento de Artes vinculado à Secretaria de
Cultura do município de Belo Horizonte.

6. Dúvida

Para inserir no texto uma dúvida ou probabilidade utilizamos esses conectivos.

Talvez; provavelmente; possivelmente; quiçá; quem sabe; é provável; não certo; se é que.

Exemplo: É provável que Tomás não venha trabalhar hoje.

7. Certeza ou ênfase
Quando queremos ressaltar algo que temos certeza ou mesmo para enfatizar uma ideia no
texto, utilizamos esses elementos de coesão.

Por certo; certamente; indubitavelmente; inquestionavelmente; sem dúvida; inegavelmente;


com certeza.

Exemplo: Certamente Cecília esteve envolvida no caso de roubo.

8. Surpresa ou imprevistos

Esses elementos enfatizam uma surpresa ou mesmo algo que não estava previsto acontecer.
São muito utilizados em textos descritivos e narrativos.

Inesperadamente; de súbito; subitamente; de repente; imprevistamente;


surpreendentemente.

Exemplo: De repente vimos o dono da empresa nas galerias de arte.

9. Ilustração ou esclarecimento

Como forma de esclarecer algum conceito ou ideia apresentados no texto, utilizamos esses
conectivos.

Por exemplo; isto é; ou seja; aliás.

Exemplo: Os estudantes poderão utilizar diversos locais da faculdade durante o evento, ou


seja, o anfiteatro, a biblioteca, o refeitório e o pátio.

10. Propósito, intenção ou finalidade

Nesse caso, o produtor do texto tem um propósito ou uma finalidade definida. Ou seja, ele
quer apresentar o objetivo relacionado com o que almeja alcançar.
Com o fim de; a fim de; como propósito de; com a finalidade de; com o intuito de; para que; a
fim de que; para; ao propósito.

Exemplo: Com o intuito de ganhar mais votos para as eleições, Joaquim divulgou muito seu
trabalho.

11. Lugar, proximidade ou distância

Advérbios de lugar e pronomes demostrativos são algumas classes gramaticais que envolvem
esses conectivos. Eles são utilizados para indicarem a distância entre algo.

Perto de; próximo a ou de; justo a ou de; dentro; fora; mais adiante; aqui; além; acolá; lá; ali;
este; esta; isto; esse; essa; isso; aquele; aquela; aquilo; ante, a.

Exemplo: Eles viveram muitos anos próximos da Catedral, no centro da cidade.

12. Conclusão ou resumo

Muito comum serem utilizados na conclusão de um parágrafo ou mesmo de uma redação,


para resumir as ideias que foram apontadas no texto.

Em suma; em síntese; enfim; em resumo; portanto; assim; dessa forma; dessa maneira; desse
modo; logo; pois; assim sendo; nesse sentido.

Exemplo: Em resumo, podemos notar o aumento das taxas alfandegárias durante o período
apresentado.

13. Causa, consequência e explicação

Esses elementos conectivos servem para explicar as causas e consequências de uma ação, um
fenômeno, etc.
Por consequência; por conseguinte; como resultado; por isso; por causa de; em virtude de;
assim; de fato; com efeito; tão; tanto; tamanho; que; porque; porquanto; pois; já que; uma vez
que; visto que; como (no sentido de porquê); portanto; que; de tal forma que; haja vista.

Exemplo: O aquecimento global tem afetado diretamente o ser humano e os animais. Como
resultado, temos a extinção de muitas espécies.

14. Contraste, oposição, restrição, ressalva

Os conectivos de oposição, como o próprio nome indica, servem para opor ideias ou conceitos
num período.

Pelo contrário; em contraste com; salvo; exceto; menos; mas; contudo; todavia; entretanto; no
entanto; embora; apesar de; ainda que; mesmo que; posto que; ao passo que; em
contrapartida.

Exemplo: Embora o Brasil seja um país diverso, podemos encontrar singularidades em muitas
regiões do país.

VEJA TAMBÉM: Conjunções Adversativas

15. Ideias alternativas

Nesse caso, usamos os conectivos quando queremos citar mais de uma opção.

Ou...ou; quer...quer; ora...ora.

Exemplo: Ou enfrentamos o problema, ou não poderemos mais trabalhar juntos.

Caiu no Enem!

Questão 133 do Enem 2015

Da Timidez
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser
notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante
timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de tímido, talvez estivesse se
enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado.
Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito
superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que
se sentir inferior é doença.

[...] O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é
vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se
vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos membros da plateia como indivíduos.
Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias,
portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar
um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O
tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame
ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.

VERÍSSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de


elementos conectores. Os elementos que evidenciam noções semelhantes estão destacados
em:

a) "Se ficou notório por ser tímido" e "[...] então tem que se explicar."

b) "Então tem que se explicar" e "[...] quando as estrelas virarem pó."

c) [...] ficou notório apesar de ser tímido [...] e "[...] mas isto não é vantagem [...]."

d) [...] um estratagema para ser notado [...] e "Tão secreto que ele nem sabe".

e) [...] como num paradoxo psicanalítico [...] e "[...] porque só ele acha [...]."

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