Teoria Da Aprendizagem de Bruner
Teoria Da Aprendizagem de Bruner
Teoria Da Aprendizagem de Bruner
Segundo Silva, o autor propõe quatro caraterísticas de base que constituem uma teoria de
ensino:
Digamos que Bruner define a aprendizagem como um processo pessoal ativo de descoberta e,
neste sentido o pensamento e o raciocínio aumentam o seu grau de complexidade ao longo do
tempo.
Segundo Bruner, qualquer tipo de conhecimento pode ser resumido para ser compreendido
por qualquer estudante. Para isso determina que o conhecimento pode ser estruturado em
três variáveis ou estádios, diretamente relacionados com a habilidade do estudante dominar a
matéria, tendo igualmente a idade e o seu currículo em conta: a representação ativa, que
abrange um conjunto de ações para obter determinado resultado; a representação icônica,
que apresenta um conjunto de imagens ou gráficos, que simbolizam um conceito sem uma
definição pré-feita; e a representação simbólica, que apresenta um conjunto de preposições
lógicas ou simbólicas, com regras para formar ou transformar proposições
(Silva&Gomes,2017). Em relação a isso, Bruner acrescenta que as crianças podem agir dentro
deste tipo de representações de forma não sequencial (Mesquita, 2014).
Como referido no artigo Pedagogia da Infância: Aprendendo com Bruner, para que isto
efetivamente se concretize é necessário traçar um perfil do educador. Este deve ser capaz de
levar o aluno a descobrir por si próprio, tendo clara noção que durante uma tarefa, apenas
pode deixar por resolver ações que estão ao alcance da criança, e que para isso terá que ter
clara noção daquilo que a criança reconhece e daquilo que ainda não consegue resolver; deve
também incidir sobre uma aprendizagem conjunta, atenção conjunta, realização de tarefas
conjuntas, relação social entre aluno e tutor, criar mundos possíveis em que determinadas
proposições possam ser verdadeiras, apropriadas e oportunas” (Mesquita,2014).
Durante o artigo de Cristina Mesquita, são abordados cinco aspetos a ter em conta na
aplicação da pedagogia infantil apoiada na perspetiva de Bruner, que permitem conceber o
processo desta forma de aprender e ensinar ativa, centrada na aquisição do conhecimento
como significado.
● O Espaço e os materiais:
o O espaço Bruneriano representa um espaço social em que é valorizada a
oportunidade para agir, pensar, comunicar. Objetiva fomentar o sentido de
participação numa comunidade habilitadora e a construção de conhecimento,
sentimentos e emoções através da interação ativa com a realidade do aluno.
o A aprendizagem pela ação obriga à manipulação de objetos, de forma
intencional, não imitativa.
o A aprendizagem deve envolver a manipulação de instrumentos culturais,
simbólicos e materiais, olhando para as suas especificidades;
o O educador deve selecionar intencionalmente os instrumentos para
aprendizagem, que podem ser brinquedos, jogos, canções, histórias, etc.
● O tempo:
o Deve existir uma rotina estável, com repetições cíclicas;
o A organização de tempo deve permitir a ação da criança com os materiais,
possibilitando a experimentação das suas possibilidades e o diálogo sobre as
suas observações.
o A sequência temporal deve construir-se como a estrutura de uma narrativa,
sendo uma sequência de eventos que possibilita a criação de significados, tem
como elementos: o inesperado, a questão e a descoberta por soluções.
o A organização do tempo, é algo comprometida com o ritmo e formas de
aprendizagem individual.
● As interações:
o A aprendizagem, sobre a perspetiva de Bruner, consiste na “construção de nós
mesmo como agentes animados por intenções autogeradas”
(Mesquita,2014,p.) dentro de comunidades, através da partilha e negociação.
o Deve ensinar-se que “consciência de si” está intrinsecamente ligada à
conceção do outro como um si mesmo.
o Deve existir um diálogo entre a criança e o tutor que lhe permita ir
aumentando gradualmente o seu grau de complexidade de pensamento.
o O apoio deve ter como principal foco a autonomia da criança para criar
significados por ela própria.
o Criação de espaços escolares para trabalhos coletivos, de forma a que cada
aluno se possa construir a partir de referentes da construção em grupo. O
educador deve focar-se em cultivar um ambiente de convivência social
saudável, de intercâmbio e negociação.
● As atividades e projetos:
o Devem ter em conta a ação, a reflexão, a colaboração e a cultura.
o
Requerem a utilização de estratégias que conduzam e regulem a ação para
obter uma meta específica. Como regulação da ação deve usar-se termos de
comparação entre o que está feito e o que se idealiza fazer, utilizando a
diferença no ato de correção.
o Utilização de estratégias para ajudar a descobrir, refletir, colaborar e contatar
com a cultura: o jogo e a narrativa.
▪ O jogo permite ensaiar várias combinações num ambiente seguro.
Permite à criança desenvolver a sua capacidade de observação e
reflexão sobre as suas ações, assim como lhe permite aprender as
convenções sociais.
▪ A narrativa permite à criança criar significados através da cultura.
Bruner sugere a utilização das histórias, que proporcionam várias
leituras do mundo; a criação de oportunidades para que as crianças
façam as suas próprias histórias e exprimam os seus sentimentos; o
recurso a canções, dramatizações e teatro para a construção dessas
narrativas; a utilização de diferentes tipos de texto, para que
desenvolvam a sua linguagem.
● Observação, planificação e avaliação:
o O educador deve observar a criança e refletir sobre a sua interação com a
mesma. Além disso, o autor sugere que o educador grave momentos da sua
interação com a criança, de modo que consiga perceber as potencialidades e
fraquezas dessa interação.
o Observar a ação da criança para compreender os processos que ela própria
utiliza para realizar os seus projetos.
o Deve focar-se na observação centrada nos pormenores da interação entre as
crianças.
o A planificação deve ter em consideração os dados obtidos através da
observação e da escuta. Como processo intencional, deve refletir sobre o
campo das possibilidades para criar espaços de oportunidade para a criança.
Deve ser construído pelo grupo em modo de cooperação, que objetiva
desenvolver projetos que conduzam à descoberta de resolução de problemas.
Bibliografia:
Silva, A.H; Gomes, L.C. (2017). A Teoria da Aprendizagem de Bruner e o Ensino de Ciências.
Arquivos do MUDI,v21, nº 3, p.23-25. Acedido a 2 de junho de 2019, em
https://www.google.com/search?rlz=1C1SQJL_pt-
PTPT817PT817&ei=qWL0XJjEEZKcaaDTjaAF&q=bruner+teoria+da+aprendizagem&oq=bruner+t
eoria+da+a&gs_l=psy-
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wiz.......0i203j0i10i203.bHaMU8RHJb4
Mesquita, Cristina (2014). Pedagogia da Infância: Aprendendo Com Bruner. INFAD Revista de
Psicologia,vol3, nº1,pp.51-66. Acedido a 2 de junho de 2019, em
https://ipcb-my.sharepoint.com/personal/clotilde_agost_ipcb_pt/_layouts/15/onedrive.aspx?
id=%2Fpersonal%2Fclotilde_agost_ipcb_pt%2FDocuments%2FAnexos%2Fperspetiva%20de
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