Etapas de Uma Obra
Etapas de Uma Obra
Etapas de Uma Obra
A primeira etapa desta viagem é justamente transpor para o papel tudo aquilo que você
sonha e precisa para morara bem. Ouvindo as necessidades da família, o arquiteto esboça o
chamado ante-projeto, levando em consideração um estudo preliminar. Nesse momento, o
profissional já deve contar com um levantamento topográfico e com a sondagem do solo, uma
espécie de radiografia do terreno. Para definir a implantação da casa no lote, o arquiteto também
precisa avaliar a forma como o sol incide sobre o local, de modo que o projeto favoreça ao
máximo a entrada de luminosidade natural na casa. Somente quando esse desenho inicial
conseguir captar da melhor maneira possível às necessidades dos moradores, ele transforma-se
em projeto final, uma espécie de bússola que irá orientar a futura obra. Quanto mais detalhado,
mais fácil será o planejamento e menor o risco de gastos excessivos. Devemos ficar mais atentos
aos documentos necessários antes de iniciar a construção.
1 – PROJETOS E APROVAÇÕES
- contrato:
Quem vai encomendar ao arquiteto ou engenheiro o projeto e o gerenciamento de uma
construção deve se proteger com um contrato detalhado. Não é preciso advogado para redigi-lo,
mas é necessário certificar-se de que ele contém alguns itens fundamentais:
• Nome, endereço, RG e CIC do profissional e do cliente;
• O objeto do contrato, ou seja, elaboração de projeto, gerenciamento da obra e
contratação de mão de obra;
• Prazos estabelecidos para execução dos serviços contratados;
• Preço e forma de pagamento, com prazos especificados;
• Determinação das responsabilidades civil, penal e trabalhista do encarregado pelo
gerenciamento e pela contratação da mão de obra;
• Estipulação de multas para ambos no caso de não cumprimento de cláusulas do
contrato;
• Indicação do fórum para uma possível discussão legal do contrato;
• Assinatura das duas partes e de duas testemunhas, todas com firmas reconhecidas;
• Qualquer acidente ocorrido na obra tem como responsabilidade solidária o proprietário.
- alvará
Licença, expedida pela prefeitura, que autoriza a construção de um imóvel. O poder
municipal fica obrigado a liberar a permissão sempre que um pedido for feito, desde que respeite
todas as regras e especificações regidas pelo código de obras e a lei de zoneamento do município
e a apresente todos os documentos requeridos:
• Cópia autenticada da escritura do terreno;
• Carne de imposto predial e territorial urbano em dia;
• Cópia da inscrição no município e registro no CREA do profissional responsável pela
obra – engenheiro ou arquiteto;
• Se houver alguma mudança no decorrer da obra, ela precisa ser notificada ao poder
municipal, a menos que seja uma das diferenças (entre o projeto aprovado e o
executado) toleradas. Para poupar tempo e evitar multas, vale a pena informar-se na
própria prefeitura à respeitos das modificações autorizadas.
- habite-se
Expedido pela prefeitura, é a licença que libera o imóvel construído ou reformado para a
moradia ou para a permanência e circulação de pessoas (como cinemas, teatros e escritórios).
Essa autorização só é concedida após a entrega de todos os documentos referentes à obra, como
o alvará e o memorial descritivo, além dos comprovantes de pagamento dos impostos (INSS e
ISS) e uma vistoria na obra. Se houver qualquer divergência, um fiscal vai até a construção: ele
pode multar o construtor e impedir que pessoas entre no edifício até que as correções sejam
feitas.
1
- demarcação terreno
Para evitar futuros problemas com limites de áreas, é bom proceder à demarcação do
terreno. As prefeituras só aprovam plantas de lotes com as divisões devidamente definidas.
Assim, o proprietário tem assegurados a área e os limites de seu imóvel: uma garantia para o
caso de algum visinho invadir o espaço. Quem não tem esse documento pode solicitar uma cópia
na administração municipal. Nos casos em que a planta não tenha sido aprovada (loteamentos
clandestinos, por exemplo) o proprietário deve contratar um topógrafo para fazer as medições e
definir onde termina o terreno. Depois disso, é necessário levá-la para a aprovação na prefeitura,
regularizando a situação.
- contratação de operários
Quando o contrato é feito diretamente com os operários, todas as obrigações trabalhistas
são de responsabilidades do proprietário da obra, ainda que se trate de um serviço rápido. No
caso de haver um empreiteiro, é ele o responsável por efetuar esses pagamentos. Certifique-se
de que eles estão realmente sendo recolhidos exigindo a apresentação de todos os
comprovantes. É uma forma de evitar futuros problemas com reclamações trabalhistas. É sempre
bom lembrar que qualquer acidente ocorrido na obra tem como responsável solidário o
proprietário.
- recibos de pagamento
Devem ser mensalmente assinados pelos funcionários alocados na construção.
- guias do FGTS
Não se esqueça das vias mensais de recolhimento do fundo de garantia por termo de
serviço (FGTS) dos funcionários.
2 – SERVIÇOS PRELIMINARES
È a hora de preparar o terreno. Uma maneira de evitar surpresas durante a etapa seguinte
– a da fundação – é contratar uma empresa para fazer a sondagem, necessária para identificar as
camadas do solo e sua resistência. Outro procedimento a ser executado nessa fase é o
levantamento topográfico, que vai determinar a necessidade ou não de contratar serviços de
terraplenagem. A essa altura, a montagem do barracão e o pedido de ligações provisórias de água
e energia elétrica, necessários para o andamento da obra, também precisam ser providenciados.
Contar com um mestre de obras ou um engenheiro contratados para acompanhar o dia-a-dia da
construção é sempre bom. São eles que supervisionam todos os profissionais envolvidos na
empreitada.
- sondagem
Espécie de radiografia do terreno que identifica as camadas de solo e sua resistência,
além de detectar a presença do lençol freático (água). Com base no relatório fornecido pela
empresa, o engenheiro calculista indica a fundação ideal para o terreno – nem maior nem menor
que o necessário. A sondagem faz no mínimo 3 furos em pontos diferentes do lote para conhecer
suas características e resistência – em outras palavras a capacidade que o solo tem de suportar o
peso de paredes, vigas e pilares.
2
- camadas do solo
Basicamente, existem 3 tipos de solo: argilas, areias e siltes, que podem formar “híbridos”,
como silte arenoso. Independentemente do tipo, a qualidade essencial para a construção é a
resistência. As areias são classificadas de fofas a compactas; e as argilas, de muito moles a rijas.
A argila rija e a areia compactas são excelentes. Mesmo sobre medianamente compacta, ou argila
média, dá para erguer uma casa com segurança. Ao contrário do que muitos pensam, esses solos
bons nem sempre surgem em terrenos planos. Nas praias, pode-se encontrar areia pouco
compacta; em várzeas de rios, costuma aparecer a argila orgânica, muito mole.
- levantamento topográfico
É uma análise do terreno, feita por um topógrafo. Resulta em plantas com curvas de nível
que representam a superfície de uma área, com todos os seus acidentes, como árvores e pedras,
além de fornecer as características de nivelamento do lote. Quanto à topografia, um terreno pode
ser plano, em aclive, ou em declive.
- terraplenagem
Quase todo terreno pede terraplenagem. Ela pode ser executada de 2 formas, dependendo
das condições da área e do projeto arquitetônico. Pela chamada compensação de corte e de
aterro, movimenta-se a terra apenas para acertar o nível. Em situações mais complicadas, é
preciso depositar (aterro) ou retirar (corte) quantidades de solo da área, o que muitas vezes exige
o emprego de equipamentos de porte. Os cortes e aterros trazem também a necessidade de
construção de muros ou paredes de contenção que podem encarecer a obra. Quando possível,
deve-se deixar o próprio solo fazer esse papel de contenção através de taludes naturais, de forma
que o próprio solo se auto-sustente.
- montagem do barracão
A principal função do barracão é armazenar com segurança – e manter longe das
intempéries – os materiais que serão usados no decorrer da obra. A construção pode ser de
alvenaria ou de madeira. Na cobertura, geralmente empregam-se telhas de fibrocimento. Além do
espaço destinado a guarda de materiais, o barracão também costuma abrigar instalações para os
que trabalham na obra. As dimensões mínimas dos ambientes e de suas aberturas, destinados a
dormitórios, banheiros, cozinha, área de serviço, refeitório dependem do número de funcionário
previstos para a obra e estão NR-18. a organização do canteiro é importante para se obter
rapidez, segurança e economia na obra. O barracão de ser erguido numa área onde possa
permanecer até o final da obra sem atrapalhar a movimentação no canteiro.
- profissionais
• Arquiteto; • Servente;
• Engenheiro calculista; • Eletricista;
• Engenheiro elétrico e hidráulico; • Auxiliar de eletricista;
• Engenheiro executor; • Encanador;
• Mestre de obras; • Auxiliar de encanador;
• Encarregado; • Pintor;
• Pedreiro; • Gesseiro;
• Carpinteiro; • Vidraceiro.
• Serralheiro;
3 – FUNDAÇÕES
A solidez da futura casa depende de uma fundação bem dimensionada e executada. De
posse dos resultados da sondagem e do levantamento topográfico, o engenheiro calculista,
profissional contratado para projetar uma fundação adequada, conseguirá encontrar a alternativa
mais eficiente. As fundações podem ser diretas, no caso de terrenos firmes, e indiretas ou
profundas, quando incluem estacas e exigem a perfuração do solo. Normalmente não se usam
3
fundações diferentes na mesma obra, mas dependendo das condições do terreno, o engenheiro
pode recorrer a uma solução mista.
- FUNDAÇÕES DIRETAS
As fundações de uma casa devem alcançar uma camada de solo de resistência média. Se
essa camada surgir em pequena quantidade (em geral, até 1,5m abaixo do nível do solo), dá para
fazer uma fundação rasa: sapata isolada, sapata corrida ou laje radier.
- Sapata isolada
Tipo de fundação direta, própria para terreno firmes. Formada por elementos de concreto,
as sapatas isoladas são construídas apenas nos pontos que recebem, individualmente, a carga
das colunas da casa. A viga baldrame percorre a distância entre dois pilares (colunas de
sustentação) e sustenta as paredes de fechamento. Esse tipo de fundação direta é recomendado
para casa com qualquer número de pavimentos, pois suporta o peso concentrado de pilares.
- Sapata corrida
Apóia-se diretamente no solo a fim de distribuir sua carga por uma área maior. Da sapata
sai a viga baldrame, e daí sobem as paredes de alvenaria. É indicada pra solos resistentes e
construções com paredes portante, ou seja, aquelas que dispensam pilares e vigas. Dessa forma,
o peso das lajes se distribui por igual ao longo das paredes. Se a parede não for portante, o
engenheiro pode recorrer a alargamentos das sapatas nos pontos de maior carga (mas só se o
solo for resistente).
- Laje Radier
Radier é um elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra.
Assemelha-se a uma laje de concreto armado e é executado sobre a superfície do terreno
nivelado. A espessura do radier varia de acordo com as cargas da obras e as características de
resistência do solo. O uso requer uma camada de solo superficial de resistência compatível com o
porte da construção.
- FUNDAÇÕES INDIRETAS
As fundações de uma casa devem alcançar uma camada de solo de resistência média.
Quando ela aparece a mais de 3 metros, recorre-se a fundação profunda: as estacas ou os
tubulões, que transmitem as cargas ao terreno pela base (estrato de apoio firme no solo) e pela
sua superfície lateral.
- Estacas
Elementos de fundação profunda, montado inteiramente por equipamentos ou ferramentas,
sem a descida de operários. Existem as pré-moldadas, inseridas no terreno por meio de golpes de
um martelo de cravação, e as executadas no local, como a strauss e a broca.
• Estaca strauss
Quando a perfuração é feita com um aparelho chamado strauss – vem daí o nome da estaca.
É recomendada nos casos em que a fundação deve ser profunda, entre 4 e 10 m. Para executa-la
instala-se um tripé com um tubo metálico que perfura o solo até a profundidade definida pelo
engenheiro. O furo é, então, preenchido de concreto. Esse tipo de estaca é mais indicado para
terrenos secos. Caso haja lençol freático, só poderá ser empregado se, abaixo dele, o solo for
consistente.
• Estaca broca
É feita com o auxílio de uma ferramenta chamada trado, que escava um furo na terra até
encontrar solo firme. O trado manual só alcança 4 metros, mas o mecanizado não tem limite.
Depois o furo é preenchido de concreto. Não se indica a broca quando há lençol de água.
- Tubulões
Trata-se de uma peça de concreto armado, cilíndrica e com base alargada. É o tipo de
fundação profunda particularmente indicado para terrenos sem pedras. Isso porque, durante a
4
execução, os operários cavam a terra e as preenchem com concreto. Ao descerem nas
escavações, conseguem remover eventuais matacões encontrados. Pouco usados em casa, são
feitos cavando-se um poço que é, a seguir, concretado.
- Impermeabilização das fundações
• Impermeabilização de sapatas
Como dreno, coloca-se uma camada de brita sobre o solo no local previsto para a execução
da sapata. Sobre ela vem o lastro (camada de concreto simples sem armadura), reforçado com
hidrofugante.
O isolamento pode ser feito de 2 formas:
a) argamassa com hidrofugante + tinta betuminosa
b) cimento cristalizado + cimento polimérico
Tanto a argamassa com hidrofugante quanto o cimento cristalizante são rígidos. Por isso, é
importante o uso da tinta betuminosa ou do cimento polimérico, produtos semiflexíveis que
evitarão trincas em face da movimentação natural do terreno.
4 – ESTRUTURA
Há 2 sistemas de construção de casas. No mais tradicional, pilares e vigas de concreto
estruturam a moradia e tijolos fecham as paredes. No segundo, racionalizado, pré-moldados de
aço, madeira ou concreto formam um arcabouço que recebe painéis (de gesso ou concreto) ou
blocos (cerâmicos, silico-calcários etc) de fechamentos industrializados.
Ainda não há uma conclusão sobre qual método prima pela economia. A alvenaria pede
mais tempo e gera mais desperdício que a obra racionalizada. Mas os materiais pré-moldados
ainda são caros no Brasil. A alvenaria estrutural despensa pilares e vigas: são as paredes de
blocos estruturais que sustentam as lajes e o telhado. Qualquer tipo de fundação pode ser
adequado à alvenaria estrutural – se o solo for firme, pode-se empregar uma fundação rasa e
barata. Se o solo for íngreme e pouco consistente, o que dificulta o acesso e o trabalho no
canteiro de obras, talvez compense em investir em estruturas pré-moldadas. De qualquer forma, é
muito provável que seja necessária uma fundação profunda (e cara) para atingir o solo firme.
- estrutura de madeira
Toras aplainadas ou roliças formam a armação, conhecida como paliteiro. No Brasil,
usam-se principalmente espécies amazônicas (jatobá, cumaru, itaúba, entre outras) e de
reflorestamento (como o eucalipto, tratado contra a umidade e insetos). Para que não deformem
ou rachem, é fundamental que, antes da montagem, tenham a secagem controlada por
especialistas. Há empresas que operam em escala industrial, adaptando o projeto a peças de
tamanhos predeterminados e encaixes padronizados. Os componentes chegam prontos ao
canteiro, onde são armados. O mais comum, porém, é o trabalho artesanal, feito no local por
construtoras tradicionais e carpinteiros. Alguns mecanismos ajudam a evitar ou disfarçar fissuras
no encontro de paredes e madeira, como os frisos e as amarrações com pregos e ferros.
- estrutura de aço
5
O aço é um metal formado de aço e carbono. No Brasil, as principais siderúrgicas fabricam
o material em chapas. Outras empresas compram essas chapas e as transformas em vigas e
pilares, que são utilizados nas estruturas.
Consulte os fabricantes de estrutura metálica. As Siderúrgicas e a Associação Brasileira da
Construção Metálica (Abcem) podem indicar algumas empresas. Muitas delas se encarregam do
projeto estrutural.
- estrutura de concreto
Estima-se que 90% das construções no Brasil tenham estrutura de concreto (mistura de
cimento, brita, areia e água) armado com ferragens, que passam por dentro de pilares e vigas.
Essa estrutura pode ficar embutida ou aparente. Nesse último caso, dá até pra usar concreto
colorido, uma novidade que custa 20% a mais.
Cabe ao arquiteto e engenheiro definir como erguer a estrutura: com concreto preparado
por empresas, feito na obra ou pré-moldado. O concreto dosado em central (cdc) chega ao
canteiro em caminhões do tipo betoneira. A proporção entre os componentes é previamente
especificada para que ele tenha a resistência e consistência necessárias.
Entre o preparo e a aplicação, existe um prazo máximo de 3 horas e meia, porque, depois
disso, o material endurece (embora existem aditivos que retardem esse processo). Quando se
necessita de pouco concreto ou o acesso de caminhões é complicado, os pedreiros misturam o
material no canteiro. Raramente, os arquitetos optam por pré-moldados pra casas. O motivo está
no alto custo de transporte das peças, que são grandes e pesadas. O sistema é mais indicado
para construções de maior porte, pois a produção de peças viabiliza custos.
- Casa Gerassi
Famosa que só ela, a Casa Gerassi é paulistana, mas já passeou mundo afora nas
páginas de revistas de arquitetura. Montada com peças pré-fabricadas de concreto, ficou pronta
em poucos meses, entrou no roteiro de estudantes e profissionais renomados que vêm de longe
para conhecê-la.
Para o autor, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, representa a realização de um sonho.
Grandes peças de concreto foram descarregadas no terreno, em São Paulo, e, como num jogo de
montar comandado pelas máquinas, articularam-se umas sobre as outras até compor um
esqueleto.
Em 4 dias surgiu prontinha a estrutura da casa, faltando apenas o enchimento das
paredes, outra etapa realizada rapidamente, em poucos dias, com blocos pré-fabricados de
concreto.
• Montagem
Você faz um contato com a empresa, examina o elenco de peças de linha e monta o kit.
Eles entregam a estrutura montada. É uma realização extremamente atraente ver a construção
surgir. Depois, mais um mês ou dois para instalar os caixilhos e acabamentos. Usa-se muito esse
sistema para erguer pavilhões industriais – só em São Paulo, existem umas 20 usinas de pré-
fabricados.
• Padrão de qualidade
Essa construção mostra o padrão das peças que saem de uma usina, onde tudo é
controlado – dosagem do concreto, resistência etc. Casas feitas à mão não têm padrão técnico
nenhum, não se pode garantir nada.
• Liberdade criativa
A idéia de pré-fabricação não é absolutamente restritiva à imaginação, esse é outro
raciocínio tolo. É comum dizer que a técnica constrange a imaginação. Ao contrário, você só pode
imaginar com técnica. Ninguém imagina algo e então sai correndo atrás de técnica para fazer
6
acontecer. A rigor, você raciocina com a técnica, como se fossem pedra adequadamente talhadas
para fazer uma catedral. Com os pré-fabricados pode-se fazer qualquer coisa.
• Construção convencional
Uma casa suspensa, como essa, foge da idéia de ter um jardinzinho na frente e um quintal
no fundo. O terreno fica liberado, seja pra guardar automóvel, seja pra fazer uma piscina. Tudo
isso é muito divertido. E divertido é o êxito da operação: em dois, três dias a casa está lá. Você
imaginou esse pessoal que fica um ano esperando a casa ficar pronta?
7
• Em terreno do tipo pirambeira, pois
com guindastes é possível levar o • Em casas com menos
aço nos locais mais difíceis. de 200m², pois em
• Quando é preciso construir em pequena escala o aço
pouco tempo. sai caro.
• Quando há ambientes amplos e
AÇO
• Se o dinheiro para a
sem colunas.
• Para ter uma obra limpa e sem construção inteira não
estiver disponível,
desperdícios.
porque não adianta
• Para baratear os alicerces, já que a
pagar por uma estrutura
estrutura de aço não sobrecarrega rápida para depois parar
as fundações. a obra.
5 – ALVENARIA
A definição para essa etapa é o conjunto de pedras, de tijolos ou de blocos – com
argamassa ou não -, que forma paredes, muros e alicerces. Quando esse conjunto sustenta a
casa ele é chamado de alvenaria estrutural.
É nesse momento que os donos começam a se familiarizar com os contornos da casa – o
que pode levar a tentação de mudar detalhes do projeto. Às vezes, é necessário. Mas tenha em
mente que pensar em “deslocar a parede um pouquinho pra lá” pode ser uma armadilha para o
cronograma da obra e também para o orçamento.. Uma novidade é a chamada obra seca,
alternativa à tradicional dupla tijolo e cimento.
- alvenaria estruturas
• Construindo com blocos de cerâmica
Mais baratos e com desempenho térmico melhor do que o dos rivais de concreto, eles ocupam
quase a metade do mercado de construção. Existem os blocos normatizados, com dimensões
perfeitas, e os que são produzidos sem controle de qualidade (irregulares e mais baratos).
Cuidado: as peças irregulares exigirão maior consumo de revestimento (emboço). O apelo está na
leveza: facilita o transporte na obra.
- obra seca
Construção montada com estrutura de aço e paredes de gesso, dispensando a tradicional
dupla tijolo e cimento. É um método construtivo rápido, sem desperdícios e que não gera entulho.
Usa os seguintes materiais: estrutura de aço, paredes de painéis de gesso acartonado ou
cimento, tubulação flexível semelhante a uma mangueira para instalação hidráulica, telhas de
massa asfáltica em placas (shingles), que são pregados sobre base específica na cobertura. Os
acabamentos podem ser escolhidos à vontade.
8
incêndio. Os fabricantes indicam mão-de-obra, dão assistência técnica e orientam projetos de
clientes.
- tijolos de barro
Feitos artesanalmente, são mais caros que os blocos industrializados de concreto e de
cerâmica. O preço alto nem sempre significa qualidade – há muitas fábricas cujos fornos
trabalham a temperaturas inferiores às necessárias e com menor tempo de queima.
No caso de tijolos para paredes (pois existem também os de revestimento), o consumidor
deve exigir os testes de dimensões e de resistência à compressão, pois esse tipo de peça segue
as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Ao comprar, prefira produtos que tragam impresso o nome da olaria – uma garantia da
procedência.
9
6 – COBERTURA
O telhado protege de sol, chuva e vento, mas não só. Funciona como uma espécie de
moldura, tendo o poder de completar ou até definir o estilo da casa. Exagero? Então pense num
chalé. A cobertura é patê do projeto arquitetônico de uma moradia. Por isso, cabe ao arquiteto
desenha-la. Com o croqui em mãos, o engenheiro faz os cálculos para dimensionar a estrutura.
Nessa conta entram vários fatores, como a existência ou não de caixas-d’água apoiadas nas
tesoura e a ação dos ventos, que variam conforme a região onde se construirá. Conheça todos os
detalhes da cobertura passo-a-passo: projeto, estrutura, inclinação e tipos de telha, além de
acessórios como calhas e rufos.
- projeto
Basta consultar dados sobre construção para descobrir que o telhado é um item caro, que
consome de 8% a 12% do total da obra. Portanto, o projeto estrutural e a execução devem ser
entregues a quem entende do assunto – um engenheiro ou uma empresa especializada. Na
melhor das hipóteses, a falta de um projeto resulta em um superdimensionamento da estrutura, o
que, além do desperdício de material, também acaba sobrecarregando as fundações.
Um bom projeto contém as seguintes informações:
• A quantidade exata de cada componente ou material;
• As dimensões das peças, calculadas em função da resistência da madeira escolhida;
• Os locais onde ficarão apoiadas as tesouras;
• A existência de lajes e forros. Se houver laje, o peso da cobertura será apoiado nela. Mas
se for dispensada e em seu lugar houver um forro, ele ficará “pendurado” na estrutura e
terá que entrar na conta do dimensionamento das vigas;
• Os valores das cargas descarregadas pelo telhado na casa. Esses números serão úteis
nos cálculos da estrutura e das fundações.
- estrutura
A mais usada em casa é a de madeira, que pode ser feita com três tipos de matéria-prima.
Veja também quando usar a estrutura metálica.
• Estrutura de madeira
A matéria-prima pode ser nativa, reflorestada ou laminada colada. A primeira é, de longe, a
mais utilizada, A segunda começa a ganhar terreno, apesar de ainda cara. A terceira, comum em
países como a Alemanha e França, ainda é pouco conhecida no Brasil.
• Madeira nativa
Pode ser empregada em estruturas, tem de atender a dois requisitos fundamentais: ter boa
capacidade de carga, ou seja, suportar o peso da cobertura, e ser resistente ao ataque de fungos
e cupins.
É grande a variedade de espécies brasileiras com essas características. Angelim-pedra,
angico-preto, canafístula, cumaru, garapeira, itaúba, jatobá, maçaranduba, muiracatiara, peroba-
rosa, sucupira, e tatajuba estão entre elas. Mas isso não quer dizer que todas estão disponíveis
no mercado. Na prática, uma ou duas são exploradas até praticamente esgotar. Passa-se então
para outras, num ciclo que se repete mais ou menos a cada dois anos. Hoje as vítimas são a
garapeira e o jatobá.
• Madeira reflorestada
É como são chamados o pínus e o eucalipto, espécies cultivadas que crescem cerca de cinco
vezes mais depressa que as nativas. Têm boa resistência mecânica, ou seja, suportam o peso da
estrutura, desde que corretamente dimensionadas, mas são suscetíveis a fungos e cupins. Por
isso, antes de ir para o telhado, devem passar por um tratamento químico sob pressão em
autoclave.
• Estrutura Metálica
Mais caro e ainda pouco aceito na cultura brasileira, esse tipo de estrutura aparece mais em
construções com vãos superiores a 25 metros, o que dificilmente ocorre numa casa. No entanto,
com escassez das madeiras, o aço vem ganhando competitividade. Apesar de ser parceiro a das
telhas metálicas, nada impede que receba coberturas cerâmicas ou de concreto. Seu ponto forte
está na rapidez de montagem, já que a estrutura não é feita na obra, ou seja, as peças são
fornecidas prontas por empresas especializadas.
- inclinação
O estilo da casa tem tudo a ver com a inclinação do telhado, por isso ela deve ser definida já no
projeto. Expressa em porcentagem, é calculada por meio da seguinte fórmula:
i = h x 100/ b. Quando a altura do telhado é igual ao comprimento da base, a inclinação é de
100%. Se ultrapassá-lo será maior do que 100%, caso dos chalés. Quanto mais alto o telhado da
cobertura, mais inclinadas serão suas águas. De tão importante, a inclinação do telhado
determina o tipo de telha. É fácil entender porque. Para que proteja eficientemente a casa da água
das chuvas, é preciso que as telhas – de qualquer modelo e material – sejam instaladas de
acordo com a inclinação mínima indicada pelo fabricante. Caso contrário podem surgir
vazamentos. A única alternativa para desobedecer a essa regra é acrescentar uma proteção extra,
a subcobertura. Em outras palavras: toda vez que o caimento do telhado for menor do que o
exigido para o modelo de telha escolhido, deve-se lançar mão dessa barreira impermeável que
impede infiltrações caso a água não escoe bem.
- tipos de telhas
- calhas e rufos
A chuva cai sobre o telhado, escorre pelas telhas, e recolhida pelas calhas e chega ao solo por
meio de condutores. Apesar de muito comuns, as duas últimas etapas desse percurso não são
obrigatórios, ou seja, nada impede que uma casa abra mão desse sistema de captação. Mas há
inconvenientes nisso: a água que pinga direto das telhas pode estragar o jardim e espirrar nas
paredes. Que adere às calhas, no entanto, se vê obrigado a limpá-las periodicamente. Caso
contrário o telhado ficará sujeito a entupimentos e grandes transtornos com infiltrações.
7 – INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
O que é o bom projeto de hidráulica?
É aquele que atende às necessidades da família, que integra ao plano arquitetônico tanto
do ponto de vista da forma quanto do custo e que facilita futuros reparos. Um projeto de hidráulica
custa quase o mesmo que o estrutural. E a melhor maneira de garantir instalações hidráulicas
adequadas é encomendar um projeto específico.
- a pressão da água
Uma das primeiras preocupações para quem vai construir deve ser a pressão da água na
rua. Quando a pressão é baixa, encher a caixa d’água pode levar muito tempo se ela é alta
demais, prejudica o bom funcionamento de alguns aparelhos, exemplo aquecedor de acumulação.
O mercado oferece dispositivos que elevam ou reduzem a pressão da água.
- tubos e conexões
A primeira dúvida costuma ser que material usar. Antes de comprar tubos é também
conveniente prestar atenção nas medidas.
Material: o PVC encabeça o ranque dos mais conhecidos, mas o mercado oferece ainda
outras famílias de produtos: o cobre, sobretudo no transporte de água aquecida, o CPVC (um tipo
de PVC para água quente), o aço galvanizado e até novidades como o polietileno reticulado, que
já equipa alguns edifícios brasileiros.
Medidas: elas são dadas em milímetros (as peças soldáveis) e polegadas (as
rosqueáveis). Quando os dois tipos estão presentes na mesma peça, ela trará as duas medidas:
milímetros de um lado e polegadas, que correspondem a 2,54cm, do outro. Como os itens
12
rosqueáveis tem espessura de parede diferente dos soldáveis, siga a tabela, que traz a conversão
das medidas levando em conta essa diferente. Tome cuidado, ainda, com a conversão de cobre
para PVC/ CPVC: as medidas também serão diferentes, já que o cobre é mais resistente e,
portanto, tem paredes mais finas. Na hora de trocar um material por outro, fique atento.
- os registros de gaveta
Eles controlam o fluxo de água em sessões da casa. Na cozinha e na lavanderia, não há
necessidade de muitos deles: 1 para água quente e outro para água fria dão conta do recado. No
banheiro poder útil destinar um registro exclusivo para a válvula de descarga: se ela precisar de
conserto o resto do banheiro não fica sem água.
8 – INSTALAÇÃO ELÉTRICA
Um projeto bem dimensionado, alicerçardo em materiais de qualidade, evita muito mais
que disjuntores desarmando – ele nos poupa de incêndios e choques elétricos, que podem causar
queimaduras e até matar. Esse é o momento de elaborar o projeto, determinando quantas
tomadas cada cômodo deve ter, onde elas estarão, quantos pontos de luz serão necessários – e
qual a capacidade de carga de cada um. Todos os sonhos (um homer theater, uma estação de
micro computadores) devem constar da sua planta, ou será difícil concretizá-los sem ter, mais
tarde, de quebrar as paredes e de redimensionar as potências.
- fios e cabos
Só há uma diferença entre eles: a flexibilidade.
Os fios – constituídos de um único e espesso filamento – são rígidos. Já os cabos são
formados por vários filamentos finos, o que lhes dá maleabilidade e facilita sua colocação nos
trechos onde há curvas. O material de que são feitos – o condutor de eletricidade – é o mesmo, o
cobre. Faça sua pesquisa de preços, mas não leve um produto só porque é mais barato. Isso
pode significar matéria prima inferior – quanto mais puro o cobre, melhor será a condução da
energia. Muita atenção também quanto ao revestimento, que deve ser antechamas. Na hora da
compra, pergunte sobre a qualidade do produto e verifique as suas especificações. A cada 50cm
13
de rolo, os cabos trazem impressas informações como bitola (ou sessão nominal) em milímetro ao
quadrado, nome do fabricante, tensão e a marca do INMETRO.
- aterramento do sistema
Por ser um grande depósito de energia, a terra pode fornecer ou receber elétrons,
neutralizando uma carga negativa ou positiva. Aterrar o sistema é exatamente isso: estabelecer
essa ligação com a terra, estabilizando a tensão em caso de sobrecarga. Assim você evita um
curto circuito nos aparelhos.
O procedimento é o seguinte: próximo ao medidor, uma barra de cobre vendida nas casas
especializadas, é cravada no solo. Dela sai um cabo terra para todas as tomadas da casas. Quem
deve determinar a especificação da barra de cobre é o projetista de elétrica, pois o diâmetro e o
comprimento dependem do tipo de aplicação. Uma barra mal dimensionada torna o procedimento
ineficaz.
9 – IMPERMEABILIZAÇÃO
Existem soluções arquitetônicas, que incluídas no projeto, ajudam a manter a casa seca.
Outras contribuem para melhorar o isolamento térmico.
14
- recursos para manter a casa seca
• Beirais largos, que livram as paredes das chuvas;
Peitoris, pingadeiras e dentes (saliências), que protegem as janelas e a fachada da casa;
• Pé-direitos altos e aberturas generosas, que melhoram a circulação de ar;
• Drenos no interior das paredes que tenham contato direto com o solo;
• Impermeabilização de áreas mais sujeitas à umidade, como subsolos, fundações e pisos;
• Nas lajes de cobertura, aplique as mantas (as mais usadas são as asfálticas, mais baratas
e mais eficientes). O material é emendado, formando uma capa. Outra solução comum é a
membrana asfáltica (película formada pela aplicação de várias camadas de tinta). Nos dois
casos, faça o caimento para o ralo e a calha, estenda a impermeabilização ao interior dos
ralos, suba o revestimento no mínimo 30 cm nas paredes e cubra a impermeabilização
com argamassa para só então assentar o piso;
• Telhas amarradas, que não se desloquem com os ventos, provocando vazamentos.
PROBLEMA: manchas, bolhas e superfície fria ou molhada na face interna de uma parede
da fachada
Causa: Revestimento externo da casa poroso, provocado pela argamassa do emboço com traço
inadequado.
15
Solução: Se o revestimento tiver poroso ou fraco, com certeza o traço (volume de cimento, cal e
areia) não foi adequado. A melhor solução é a remoção da argamassa fraca, verificando se
existem trincas na alvenaria, e refazer o emboço com traço adequado.
Causa: Problemas com captação da chuva – ralos mal vedados ou problemas no chumbamento
de buzinotes.
Solução: Inspecionar as junções da impermeabilização com os ralos e os buzinotes.
Causa: Problemas na captação da chuva. Os mais comuns são rufos e calhas corroídas, mal
soldadas, entupidas ou mal dimensionadas.
Solução: Verificar o estado das calhas e rufos. Dependendo do material usado, ele poderá ser
remendado, resoldado ou substituído. No caso de materiais suscetíveis a ferrugem, providenciar
pintura interna impermeável.
16
PROBLEMA: Superfície úmida, esfarelada ou manchas na parte de baixo das paredes do
andar térreo.
Causa: A umidade do solo sobe pelas fundações por falta ou deterioração da impermeabilização
das fundações.
Solução: Se a alvenaria for de tijolos de barro maciço, cristaliza-los injetando resina na base da
parede. No caso de blocos vazados, refazer a impermeabilização sobre a alvenaria de
embasamento (nivelamento sobre os baldrames), descascar o reboco pelos dois lados da parede
e aplicar cimento polimérico ou argamassa com impermeabilizante até 50 cm acima do piso.
- Isolamento Térmico
A preocupação com isolamento térmico deve estar presente desde a elaboração do
projeto. Para isso, o arquiteto precisa conhecer a posição do sol no local onde será construída a
casa e leva-la em consideração na hora de definir a implantação. É a maneira mais simples e
eficiente de tirar partido da ventilação e da iluminação natural.
A escolha de materiais adequados ao clima da região é outro ponto importante. As mais
significativas trocas de calor entre a casa e o ambiente acontecem por meio do telhado e das
paredes. Por isso, esses elementos devem ser alvos de uma atenção especial.
Veja algumas formas de melhorar o conforto térmico dentro de casa.
• Subcoberturas de alumínio
As subcoberturas de alumínio também conhecidas como foils, são uma mão na roda para
garantir um telhado sequinho. Além disso, reduzem a entrada de calor que entra na casa pelo alto.
Existem basicamente duas espécies de manta, ambas de polietileno: as que têm lâmina de
alumínio em apenas um dos lados e as duplamente metalizadas. O manual da boa instalação
17
manda que elas sejam fixadas entre caibros e contracaibros, impedindo que a água de eventuais
vazamentos acumule-se nas ripas. Dessa maneira também se formam colchões de ar,
necessários ao seu bom desempenho térmico.
Outro ponto importante: quando a camada metálica revestir apenas um dos lados da
manta, ela deve ficar voltada para baixo, tirando partido da propriedade do alumínio de emitir
pouco calor.
• Isolamento térmico
De maneira geral, no clima brasileiro, as casas erguidas com tijolos maciços não precisam
de nenhum tipo de isolante térmico nas paredes. Porém, quando o fechamento for feito com
materiais mais leves, como painéis de cimento (usados com estruturas metálicas), é preciso ficar
atento. Um recurso muito usado nesses casos são as paredes duplas. No espaço deixado entre a
placa cimentícia externa e o painel de gesso interno forma-se um colchão de ar, que funciona
como isolante térmico. Outra opção é empregar materiais isolantes como lã de vidro ou lã de
rocha. Atenção: eles podem ser colocados apenas nas paredes expostas ao exterior da casa,
nunca nas internas.
10 – ESQUADRIAS
Chama-se de esquadria qualquer tipo de caixilho usado na obra. São as futuras portas,
janelas, venezianas etc. Pode ser alumínio, PVC ou madeira. As esquadrias anti-ruído são uma
alternativa para locais muito barulhentos.
- Alumínio
Os tipos com tamanho padronizado já vêm com grapas ou chumbadores para fixação e
uma proteção que deve ser retirada somente depois do acabamento final das paredes. Isso evita
o contato com cimento e tinta, difíceis de remover. Já as esquadrias feitas sob medida são
colocadas pelos próprios fabricantes. Eles põem um contramarco (moldura que delimita e protege
a área da janela) e só depois do acabamento das paredes instalam a esquadria.
Na fabricação as peças podem receber dois tratamentos, que além de proteção lhes dão
cor. Durante a anodização, os perfis ganham tons de bronze e preto. Importante: verifique na
embalagem a camada de proteção da janela. Casas na cidade e no campo exigem anodização A
13. As litorâneas A18. Esses números indicam a resistência do alumínio à agressividade do ar da
região. Outro tratamento é a pintura eletrostática a pó, que traz um leque de cores e resiste mais a
intempéries.
- PVC
As janelas de PVC (policloreto de vinila, um tipo de plástico) levam vantagem sobre o
alumino no desempenho termoacústico. Em parceria com vidro duplo, elas economizam energia
porque reduzem a troca de calor entre os ambientes externo e interno, segundo os fabricantes.
Assim, dispensa-se o ar–condicionado.
A maioria da empresas trabalha sob encomenda. Não há restrições quanto ao uso no
litoral. Tanto esses produtos quanto os de alumínio pedem um cuidado na compra: pergunte ao
vendedor se a janela foi aprovada pela ABNT, que testa a resistência à chuva e ao vento.
- Madeira
O primeiro ponto a verificar nas esquadrias é se o material tem resistência mecânica
adequada aos esforços a que as peças serão submetidas. Janelas e portas externas têm de ser
maciças para que suportem bem as intempéries e, no caso das janelas, agüentem a estrutura.
Painéis como MDF e aglomerado revestidos de lâminas decorativas de 1mm são
permitidos em portas internas – nas quais a madeira maciça é colada apenas nas áreas mais
exigidas, como a região da fechadura.
Batentes: madeiras densas, pesadas e de maior resistência, como peroba-rosa, jatobá, itaúba,
garapa, e angelim-pedra.
- Esquadrias Anti-ruído
Recebem esse nome as esquadrias que reduzem pelo menos 30 decibéis do barulho
externo. Essa é uma classificação usada pelos fabricantes, pois a janela anti-ruído não está na
lista de produtos com certificação obrigatória. Trazem vidros duplos ou triplos, selados, com um
espaçador dentro. O mercado oferece duas alternativas. A primeira é comprar uma janela de alto
padrão, encomendada com base no catálogo de modelos do fabricante. Outra é adquirir peças
conhecidas como kits anti-ruído, ou seja, janelas produzidas especialmente para esse fim e de
acordo com a necessidade do cliente.
Os materiais mais comuns são o alumínio e o PVC. Os perfis de alumínio precisam de
borrachas interna que impeçam a transmissão do ruído; o de PVC não, pois são soldados e
absorvem bem o som.
11 – REVESTIMENTOS/ACABAMENTOS
Os revestimentos para piso e parede dão, em grande parte, a cara da casa. Respondem
também por uma soma respeitável do custo da obra representam, junto aos demais acabamentos,
quase 30% do total.
Inevitável, portanto, que os futuros moradores mergulhem nesse mundo. Um bom começo
é definir a lista de compras logo no projeto. Isso permite uma previsão mais extra do orçamento.
Se não for possível, tente pelo menos pensar em todos os itens de uma vez – assim fica mais fácil
coordena-los, compondo a casa como um todo. Veja as opções de acabamentos para piso e
parede a prenda a calcular a quantidade de cerâmica necessária.
• Paginação – esse jargão usado pelos arquitetos para a disposição da cerâmica no piso e
nas paredes tem um papel importante. Ela visa zerar os corte, encaixando um número
inteiro de peças não ambiente. Quanto mais recortes, maior a possibilidade de quebras.
19
muita perda, pois é preciso encaixar os desenhos na hora do assentamento. Neste caso,
os 10% são válidos.
• Não ignore o rejunte – Considere este exemplo: num banheiro de 1,40 x 2,60 m revestido
de cerâmica 20 x 20 cm, o rejunte de 2 mm no piso ocuparia uma área equivalente a 1m²
de revestimento, exatamente aquela caixa para guardar.
12 – VIDROS
Nessa seara há de tudo:de vidros curvos a modelos reflexivos que retêm ou reduzem o
calor em 80%. Existe até vidro antichama e autolimpante, que repele a água e a sujeira. Certos
modelos vêm combinados a películas coloridas; outros são trabalhos artesanalmente ou
impressos com texturas. Além dos fabricantes (que são poucos no mercado), também trabalham
nessa área as empresas transformadoras – produzem as versões laminadas, temperadas,
esmaltadas ou curvas. Você pode encomendar o que deseja aos revendedores ou as lojas de
vidro que operam também com importados de outros revendedores.
20
fragmentos, pouco cortantes. Dispensa caixilhos na instalação. Pode ser laminado.
Usado em portas e janelas, divisórias, fachadas, guarda-corpos e boxes.
13 – PINTURAS
Gosto não se discute. Aspectos culturais também não. Escolher as cores que vão salpicar
os ambientes da casa é uma decisão absolutamente pessoal. Mas os estudos de cor não estão ai
por acaso. Convém levar em conta a sensação que as diferentes matizes causam sobre os
ânimos, os efeitos das cores modificando os ambientes e as parcerias mais harmônicas do
espectro cromático. Veja também algumas dicas para não errar na hora da compra.
- as cores e as sensações
- as cores e os ambientes
Mais que se cercar de tons agradáveis, é preciso ter em mente que a cor pode atenuar
alguns problemas, como uma área muito comprida ou um pé-direito excessivamente baixo. Veja
como conseguir esses efeitos especiais.
• Para ampliar ambientes pequenos, as clores claras são sempre indicadas. Mas prefira
as frias. Os azuis e os verdes, por exemplo, parecem expandir o espaço, enquanto os
tons quentes o aproximam.
• Para corrigir um corredor comprido e estreito, pinte as paredes largas com uma cor
clara e luminosa. Nas duas extremidades – escolha um tom mais escuro – um
vermelho, por exemplo.
• Antes de pintar as portas e os batentes, pense no efeito desejado: para camuflá-los,
use a mesma cor das paredes. Para dar destaque, escolha um tom contrastante.
- pintura de alvenaria
É a pintura que se faz sobre reboco, massa, concreto ou gesso. Todas as tintas para a
alvenaria são solúveis em água. Na prática, significa que o produto deve ser diluído apenas em
água antes da aplicação – a quantidade certa você confere na embalagem. A limpeza dos pincéis
e acessórios também é fácil, pois não requer o uso de solvente. Portanto, atente apenas para a
família a qual a tinta pertence – são duas, de acordo com a resina empregada na fórmula. Ela
define o tipo de acabamento, a durabilidade e o preço. Veja quando usar tinta acrílica, látex ou
vinil-acrílica e como preparar a superfície para receber a pintura.
Acrílica: feita à base de resina acrílica, que garante mais resistência, essa tinta é indicada
para ambientes internos e também para áreas externas, onde a durabilidade chega a 10 anos.
Uma das qualidades é a lavabilidade. A palavra não existe na maioria dos dicionários, mas,
trocando em miúdos, significa que paredes pintadas com esse tipo de tintas pode ser facilmente
limpas com esponja macia, água e sabão neutro. Oferece 3 tipos de acabamento – semibrilho,
acetinado e fosco. O preço é o mais salgado da prateleira: chega a custar 40% mais que a tinta
21
látex. E, quanto mais brilhante a tinta, mais cara. Dentro dessa família, há tintas específicas. As
elásticas acompanham a dilatação e a retração da argamassa – em outras palavras, a película é
capaz de resistir às fissuras das paredes sem rachar. São indicadas para fachadas e qualquer
parede sujeita às intempéries. Ainda há as tintas antimofo, com maior concentração de fungicida
e algicida, o que as torna mais resistentes à maresia e à umidade excessiva – podem ser usadas,
inclusive, em banheiros.
Látex: até o aparecimento das tintas acrílicas, há cerca de 20 anos, ela reinava sozinha no
mercado brasileiro. A base é o acetato de polivinila, conhecido como PVA, resina menos resistente
do que a acrílica. Em áreas sujeitas a chuva e sol, por exemplo, os produtos de primeira linha
prometem uma durabilidade média de três anos. Disponível somente na versão fosca, tem baixa
lavabilidade: é difícil retirar riscos sem deixar manchas na pintura.
Vinil-acrílica: entre a látex e a acrílica encontra-se uma terceira opção: a tinta vinil-acrílica,
que mistura os dois tipos de resina acima e, em geral, garantem durabilidade e preços
intermediários.
Madeira: portas, janelas, portões, forros e corrimãos novos devem ser lixados e limpos
com pano umedecido em aguarrás. A etapa seguinte é a aplicação de uma demão de seladora
para madeira, diluída em solvente específico para o produto (verifique a proporção recomendada
na embalagem) – esse procedimento garante uma pintura mais uniforme. Espere 24 horas para
que seque totalmente, lixe novamente e retire o excesso com um pano umedecido em aguarrás.
Pronto: está na hora de pintar. Se a peça de madeira vai ser repintada, a tarefa é mais simples.
Elimine o brilho da tinta antiga, assim como qualquer partícula solta, com uma lixa. Limpe com
pano umedecido com aguarrás, espere secar e pinte novamente. Caso precise nivelar a superfície
para corrigir pequenos defeitos, o produto adequado é a massa para madeira, aplicada com
espátula ou desempenadeira. Após a secagem, que leva 24 horas, lixe e aplique uma demão de
fundo sintético para madeira.
22
Metal ferroso: peças novas de ferro e de aço, como portões e grade para janelas, devem
ser protegidas com zarcão, um fundo anticorrosivo laranja ou vermelho que protege o metal da
ferrugem. Espere secar por 24 horas e pinte em seguida. No caso de grades e portões antigos,
basta usar a lixa para remover o brilho da tinta velha, assim como todos os pontos de ferrugem.
Alumínio: esquadrias de alumínio e peças de aço galvanizado também podem ser pintadas
– já existem, inclusive, fundos e esmaltes específicos para esse fundo. A forma de prepará-las, no
entanto, não difere da dos metais ferroso.
Azulejo: boa parte dos esmaltes para azulejos é feita à base de resina acrílica. Eles
proporcionam um acabamento fosco ou acetinado e podem ser aplicados em superfícies lisas ou
decoradas, mas somente em áreas secas – não servem para boxes ou banheiras, por exemplo.
Basta misturar o produto a um diluente especial, que dá aderência à superfície esmaltada – a
bisnaguinha está incluída no preço. Há ainda os esmaltes à base de epóxi. Segundo os
fabricantes, essa família encara a água sem problemas, mas a única opção de acabamento é o
alto brilho. . antes do uso, ele deve ser misturado a um catalisador, também incluído no preço. A
partir desse momento, o produto tem vida útil de apenas 4 horas. A preparação dos azulejos
começa pela eliminação da gordura, uma vez que costumam usar em cozinhas e banheiros. É
preciso lavá-los com água morna e um produto de limpeza do tipo multiuso. Em seguida, passe
apenas um pano com álcool e uma demão de fundo fosfatizante – ele garante a adesão da tinta à
superfície lisa.
Quando a tinta é aplicada diretamente sobre os azulejos, as depressões dos rejuntes ficam
mais evidentes. Se preferir disfarçá-las, passe o fundo fosfatizante e, sobre ele, três demãos de
massa crílica, tendo o cuidado de lixar cada uma delas. Pinte assim que secar.
- texturas
As texturas começaram a aparecer na década de 70, nas construções populares. Não
havia jeito mais barato – e eficiente – de disfarçar pequenos defeitos nas paredes. De lá para cá,
elas conquistaram status e se transformaram na menina dos . as novas fórmulas já incluem
hidrorrepelente, ingrediente que impede o acúmulo de umidade e oferece durabilidade de até
cinco anos em áreas sujeitas a sol e chuva.
Tipos:
Com base nestes dois tipos de textura, é possível criar inúmeros efeitos decorativos – é a
ferramenta que vai determinar o resultado.
Rústicas: mais ásperas porque contém pedrinhas de quartzo na mistura, são indicadas
para áreas externas. São aplicadas com espátulas, desempenadeiras, escovas e o que mais a
imaginação permitir.
Lisas: sem quartzo, mais suaves ao toque, podem revestir inclusive ambientes internos.
Com elas, usam-se rolos de espuma rígida, encontrados em diversos padrões a sua escolha.
Aplicação:
A aplicação de textura não tem mistério. Para começar, dispensa até o uso de massa fina
– basta que a parede esteja totalmente livre de umidade. O segredo está nas mãos de quem faz o
23
serviço. A primeira demão de textura lisa deve ser diluída (a proporção é indicada na embalagem)
e aplicada com um rolo comum, como se fosse uma tinta. Somente na segunda demão entram em
cena rolos e ferramentas especiais. Com a textura rústica é diferente. Por ser bem mais espessa,
a primeira camada é aplicada com desempenadeira de aço e, a seguir, desempenadeiras
especiais com ou sem dentes, espátulas, vassouras ou escovas conferem o efeito que você
escolher. Os fabricantes recomendam cuidado redobrado com as emendas, que costumam ficar
visíveis. Para evitar o problema, o ideal é que o aplicador faça o serviço aos poucos, dividindo a
parede em pequenos painéis, de no máximo, 2m². melhor ainda que o trabalho seja feito por duas
pessoas ao mesmo tempo. Assim, a dupla terá tempo de igualar as emendas antes que a textura
seque.
- problemas e prováveis causas
Eflorescência: manchas esbranquiçadas que surgem nas paredes quando o produto foi
aplicado sobre uma superfície úmida ou antes do tempo exigido para a cura do reboco.
Fissuras: essas rachaduras finas, que afetam apenas o reboco, aparece quando não se
aguarda o tempo de cura ou quando a camada de massa fina é espessa demais.
Enrugamento: ocorre se a camada de tinta está muito espessa ou o intervalo entre as
demão não foi suficiente. Outro fator que propicia o surgimento do problema é o uso de tíner como
solvente, quando o certo é empregar o aguarrás.
Crateras: indicam a presença de óleo, graxa ou água na superfície. Também aparecem
quando a tinta é diluída em materiais não recomendados, como gasolina ou querosene.
Saponificação: a alcalinidade da cal e do cimento resultam em manchas que fazem o látex
descascar e impedem a secagem dos esmaltes ou das tintas à óleo. A causa: tinta aplicada antes
da cura do reboco.
Manchas em madeira: são resultado dos resíduos de soda cáustica (ou similar) usada para
retirar a camada de tinta anterior.
Bolhas em alvenaria: emparedes externas, geralmente revelam o uso de massa
inadequada. Dentro de casa, a tinta pode ter sido aplicada sem que a poeira do lixamento tenha
sido totalmente removida.
Descascamento em alvenaria: significa que a tinta não aderiu. Acontece quando o produto
é aplicado sobre cal ou uma superfície empoeirada.
Escorrimento: ocorre quando a tinta é diluída em excesso ou em solvente errado.
Desagregamento: a pintura descasca juntamente com o reboco, que esfarela. A razão,
mais uma vez, é a pressa: reboco pintado antes da cura.
14 – SEVIÇOS COMPLEMENTARES
Terminada a obra é hora de providenciar a limpeza da casa. O erro estar em achar que
essa é uma faxina comum, realizável por uma faxineira ou por você, dono da casa. A limpeza de
obra deve retirar sobras de rejunte, manchas de cimento e respingos de tinta. Esse tipo de sujeira
geralmente pede produtos de uso profissional – fortes tóxicos – e mão-de-obra treinada, que evite
acidentes e danos nos materiais a serem limpos. Não se esqueça de contratar a limpeza antes de
fazer a jardinagem, pois os produtos prejudicam as plantas.
- limpeza da obra
24
Produtos contra-indicados para cada material
• Porcelanato, mármore, granito e pedras naturais. Evite alvejantes.
• Ladrilhos hidráulicos. Corra dos limpadores à base de amoníaco.
• Vinílicos. Nada de solventes em cima deles.
• Cerâmicas. Aquelas com PEI (índice de resistência à abrasão) 1,2 e 3 são sensíveis
aos ácidos. Já as de PEI 4 e 5 aceitam uma solução de uma parte de ácido muriático
para 20 partes de água. Fabricantes de cerâmica vendem detergentes para clarear
cerâmicas.
• Pastilhas de vidro. Saponáceos, escovas e buchas costumam riscá-las.
• Mosaico português. Agüenta tudo – exceto ácido, que pode descolori-lo.
• Madeiras envernizadas (com sinteco, por exemplo) e esquadrias de alumínio. Deixe-as
longe dos solventes.
• Pintura látex. Cuidado com álcool, inclusive com respingos.
• Tijolos à vista. Jatos de água dirigidos desgastam o material.
• Vidros e peças de aço escovado. Palhas de aço e saponáceos riscam a superfície.
• Cubas de aço inox. Saponáceos e buchas abrasivos estão proibidos. Confie nos
produtos de uso domésticos para limpar inox.
• Louças sanitárias. Alvejantes, saponáceos e palhas de aço danificam a vitrificação.
• Torneiras e outros metais. Nem pensem em abrasivos, palhas de aço e saponáceos.
- jardinagem
Planejar o jardim não é uma tarefa simples, como pode parecer à primeira vista. Um bom
projeto paisagístico contempla, além dos tipos de plantas mais adequadas ao local, os sistemas
de irrigação, drenagem e iluminação. Por isso, também nessa fase, o ideal é encomendar um
projeto a um profissional especializado, no caso o arquiteto paisagista.
25