Odonto Clinico Geral
Odonto Clinico Geral
Odonto Clinico Geral
QOS / 2006
ODONTOLIGIA – CLÍNICO GERAL
LÍNGUA PORTUGUESA, DIREITOS HUMANOS
E CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
NOME:___________________________________________________________
LOCAL DE PROVA: ______________________________________________
SALA: __________
1
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
LÍNGUA PORTUGUESA
A GRANDE TOSSE DOS POBRES
Um sintoma é sempre conseqüência - e não causa - da doença, embora possa vir a tornar-
se causa de novos efeitos, ou de novos sintomas. Nesta medida, o exclusivo combate ao
sintoma não garante, de forma alguma, a remoção ou erradicação das causas da doença.
Muito ao contrário: o encobrimento ou abafamento de um sintoma pode gerar a perigosa
ilusão de que a moléstia tenha sido derrotada. Ou ainda: lutar apenas contra o sintoma
pode dar origem a uma enganosa - e também perigosa - convicção de que se está a
combater a raiz da doença, quando, em verdade, estamos a favorecê-la e a permitir seu
agravamento e expansão.
A propósito, contou-me um amigo uma história exemplar, que teria ocorrido na cidade
mineira de Nova Lima, por volta dos anos 30. Existe em Nova Lima uma importante mina de
ouro - a mina de Morro Velho - que, àquela época, vivia o seu fastígio, e era propriedade
de uma companhia inglesa. Os operários, nas entranhas da terra, perfuravam a rocha com
suas brocas e picaretas e, desta forma, respiravam durante anos, nas galerias fundas, a
poeira de pedra que o trabalho levantava.
Sem nenhuma proteção, os mineiros, ao fim de algum tempo, e na sua quase totalidade,
contraíam a silicose, causada pelo depósito do pó de pedra em seus pulmões
desprotegidos. A silicose, além de encurtar a vida e a capacidade de trabalho, provoca
também uma tosse crônica, oca e ressoante, capaz de denunciar - à distância - a moléstia
que lhe dá origem.
Nas noites de Nova Lima, quando buscava repouso, a cidade era sacudida e inquietada por
uma trovoada surda e cava que, nascendo dos casebres operários, rolava em ondas
recorrentes até as fraldas das montanhas em torno. Era a grande tosse dos pobres,
sintoma e denúncia da silicose que os roía. Os ingleses, perturbados em seu sono e em
sua boa consciência, ao invés de adotarem medidas hábeis para que a silicose cessasse,
resolveram enfrentar o problema pelo exclusivo ataque ao sintoma. Montaram em Nova
Lima, com banda de música e foguetes, uma fábrica de xarope contra tosse que, ao mesmo
tempo, produzia para consumo dos colonizadores matéria prima de refrigerantes não
encontrados no país.
A fábrica andou de vento em popa, produzindo tonéis e tonéis de xarope, vendido a preço
módico, mas não tão modesto que impedisse uma pequena margem de lucro por unidade
adquirida. Os ingleses, dessa forma, uniram o útil ao agradável. O abrandamento da grande
trovoada brônquica foi transformado em fonte de renda- e de sossego -, permitindo aos
súditos de Sua Majestade Britânica a boa consciência e a possibilidade de um sono
reparador. A silicose, intocada, trabalhava em silêncio. Esse modelo tragicômico pode ser
aplicado, com estrita literalidade, a qualquer pretensão de combater o crime epidêmico sem
levar em conta a sua condição de sintoma, desenraizado, portanto, das causas sociais que
o produzem e alimentam.
Criminalidade é efeito, é forma perversa de protesto, gerada por uma patologia social que a
antecede e que é, também ela, perversa. A criminalidade está para a patologia social assim
como a tosse convulsiva está para a silicose. Sem os filtros despoluidores da justiça social
e da decência política, toda e qualquer medida contra o crime, por violenta e repressiva que
seja, constituirá mero recurso paliativo.
É claro que a criminalidade, enquanto sintoma, tem que ser adequadamente combatida por
medidas policiais enérgicas, tanto quanto é imperativo minorar, com remédio apropriado, a
sofrida tosse do silicótico. Mas que não se fique nisto, já que o puro e simples combate ao
efeito não remove - nem resolve - a causa que o produz. Ao contrário: a luta isolada contra
2
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
o efeito pode tornar-se danosa e perversa, uma vez que, destruindo sua função alertadora e
denunciadora, provoca uma cegueira perigosa, que aprofunda a raiz do mal.
A tentativa de erradicação da criminalidade, descontextualizada das gravíssimas causas
sociais que a produzem, é procedimento ideológico destinado a encobrir o privilégio
delinqüente e a culpa das classes dominantes, cujo desprezo pelo povo é capaz de lançá-lo
no protesto perverso e na violência sem limite.
PELLEGRINO, Hélio. A burrice do demônio. Rio de Janeiro: Rocco, 1988. p. 102-104.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
1ª QUESTÃO - Ao afirmar que “A silicose, intocada, trabalhava em silêncio.”, o autor ratifica
que:
A. ( ) a criminalidade pode vir a tornar-se causa de novos efeitos, assim como a tosse.
B. ( ) a criminalidade gera a patologia social, assim como a silicose gera a tosse
convulsiva.
C. ( ) a criminalidade deve ser combatida, assim como a tosse convulsiva deve ser
tratada.
D. ( ) a criminalidade é um sintoma da patologia social, assim como a tosse convulsiva
é sintoma da silicose.
3ª QUESTÃO - “A propósito, contou-me um amigo uma história exemplar, que teria
ocorrido na cidade mineira de Nova Lima, por volta dos anos 30.”
O emprego da forma verbal sublinhada indica, de modo particular, que:
A. ( ) a história foi vivenciada pelo amigo do narrador.
B. ( ) a história ocorreu em um passado distante.
C. ( ) o narrador não pode atestar a veracidade dos fatos.
D. ( ) o narrador não vivenciou os fatos mas assevera que realmente ocorreram.
3
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
GRAMÁTICA
5ª QUESTÃO - Em: “Um sintoma é sempre conseqüência – e não causa – da doença,
embora possa vir a tornar-se causa de novos efeitos, ou de novos sintomas.”, ocorrerá
substancialmente alteração do sentido do enunciado com a troca do conectivo assinalado
para:
A. ( ) se puder vir a tornar-se causa de novos efeitos, ou de novos sintomas.
B. ( ) apesar de poder vir a tornar-se causa de novos efeitos, ou de novos sintomas.
C. ( ) conquanto possa vir a tornar-se causa de novos efeitos, ou de novos sintomas.
D. ( ) mesmo que possa vir a tornar-se causa de novos efeitos, ou de novos sintomas.
9ª QUESTÃO - Em, “...provoca também uma tosse crônica, oca e ressoante, capaz de
denunciar - à distância - a moléstia que lhe dá origem.”, a palavra grifada é:
A. ( ) objeto indireto.
B. ( ) objeto direto.
C. ( ) predicativo do sujeito.
D. ( ) complemento nominal.
4
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
DIREITOS HUMANOS
10ª QUESTÃO – No que diz respeito à Declaração Universal dos Direitos Humanos é
correto afirmar que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família
humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da:
11ª QUESTÃO – “Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes
recurso efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.”- Artigo 8º da Declaração Universal dos Direitos
Humanos. No que se refere aos recursos previstos na Constituição da República, relacione
a 1ª coluna com a 2ª coluna. A seguir marque a seqüênciaCORRETA:
12ª QUESTÃO – João e Juan são amigos. Eles são jovens adolescentes que conversam
sobre tudo, inclusive política. A respeito das eleições de 1º de outubro, ambos se
interessaram em votar. Contudo pairou sobre eles uma dúvida: Em que caso, dentre os
descritos abaixo, o voto é facultativo? Responda a alternativa CORRETA:
5
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
13ª QUESTÃO – Nas afirmativas abaixo, assinale (V) para as que forem verdadeiras e (F)
para as que forem falsas e, a seguir, assinale a alternativa que corresponda à sequência
CORRETA:
A. ( ) V,F,V, F.
B. ( ) V,V,V,F.
C. ( ) F,F,V,V.
D. ( ) V,V,F,F.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL
14ª QUESTÃO – A respeito das contra indicações locais para exodontia assinale (V)
quando a afirmativa for verdadeira e (F) quando for falsa. Em seguida marque a seqüência
CORRETA:
A. ( ) as bactérias que causam infecção odontogênica, na maioria das vezes, não são
habitantes comuns da microbiota bucal.
B. ( ) a infecção odontogênica geralmente é de natureza polimicrobiana e causada por
flora mista (aeróbia e anaeróbia).
C. ( ) a maioria das infecções odontogênicas são causadas apenas por bactérias
anaeróbicas.
D. ( ) a fase de celulite, que é rara nas infecções do complexo maxilo-facial é
constituída predominantemente de bactérias anaeróbias estritas.
18ª QUESTÃO - Em relação aos princípios cirúrgicos para a realização de biópsia marque a
alternativa CORRETA:
A. ( ) sempre que necessário a biópsia excisional é preferencial à incisional,
independente da natureza clínica da lesão.
B. ( ) o material coletado deve ser totalmente imerso em formol a 10% com volume 20
vezes maior ao da peça anatômica.
C. ( ) a utilização de bisturi elétrico é indicada para os procedimentos de biópsia
incisional de tecido mole, principalmente naqueles com alterações inflamatórias
ou vasculares.
D. ( ) o material coletado jamais deve ser fixado imediatamente em formol a 10%. É
necessário que ocorra uma cristalização protéica celular inicial.
19ª QUESTÃO – O tratamento odontológico geralmente produz um quadro de ansiedade e
apreensão nos pacientes. Algumas vezes é indicado o uso terapêutico de um
benzodiazepínico como coadjuvante nas intervenções clínicas. Em relação à utilização
desses fármacos assinale (V) quando a afirmativa for verdadeira e (F) quando for falsa. Em
seguida marque a seqüência CORRETA:
( ) Em pacientes hipertensos ou diabéticos, ajudam a manter a pressão arterial ou a
glicemia, respectivamente, em níveis aceitáveis.
( ) Por diminuírem o metabolismo basal, retardam a absorção dos anestésicos locais,
permitindo o uso desses em menor quantidade .
( ) Reduzem o fluxo salivar e o reflexo do vômito.
( ) A margem de segurança dos benzodiazepínicos é baixa sendo a dose efetiva próxima
da dose tóxica.
A. ( ) V, F, V, F.
B. ( ) F, V, V, V.
C. ( ) V, V, V, F.
D. ( ) F, V, F, V.
20ª QUESTÃO - Assinale a opção que contenha um vasoconstritor que não age sobre
receptores alfa-adrenérgico, e outro que seja uma amina simpatomimética não-
catecolamina RESPECTIVAMENTE:
A. ( ) Octapressin, Fenilefrina.
B. ( ) Hormônio antidiurético, Epinefrina.
C. ( ) Felipressin, Levonordefrina.
D. ( ) Fenilefrina, Norepinefrina.
7
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
21ª QUESTÃO - Em 1998, o Ministério da Saúde implantou a Norma Operacional Básica do
SUS 01/96. Qual mudança passou a ser instituída a partir desta lei? Assinale a alternativa
CORRETA:
8
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
25ª QUESTÃO - O que é o Processo de Maturação de Ostwald?
26ª QUESTÃO – Na comparação entre as metas propostas pela OMS/FDI para o ano 2000
com relação à cárie dentária e os resultados do Projeto SB Brasil. Qual das informações
abaixo está correta?
A. ( ) O Brasil atingiu as metas da OMS para o ano 2000 na idade de 12 anos devido
ao índice encontrado nas crianças da Regiões Sul e Centro-Oeste.
B. ( ) Foi apontada a existência de uma proporção significativa de crianças de 12 anos
com valores muito elevados de ataque à cárie.
C. ( ) A meta da OMS proposta para a população idosa foi a presença de pelo menos
15 dentes na boca em 80% desta população.
D. ( ) A meta da OMS proposta para a população jovem foi a presença de 20% da
população livres de cárie.
27ª QUESTÃO - Em populações de baixo risco para a cárie dental, qual é o tempo médio
para a progressão das lesões de cárie interproximal da porção interna do esmalte até a
porção superficial da dentina?
A. ( ) 6 anos.
B. ( ) 7 anos.
C. ( ) 8 anos.
D. ( ) 9 anos.
9
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
A. ( ) Pulpite
A aguda serosa Fenômeno vascular, que pode involuir após
remoção da causa
B. ( ) Pulpite
B aguda purulenta Estágio inicial da pulpite, com dor aguda e
intermitente.
C. ( ) Pulpite
C crônica ulcerativa Inflamação exsudativa caracterizada pela
formação de áreas de abscesso na polpa dental.
D. ( ) Pulpite
D crônica hiperplástica Intensa proliferação de tecido crônicamente
inflamado em polpa exposta dotada de alta
resistência.
10
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
32ª QUESTÃO - Todo cirurgião-dentista, no exercício de suas atividades profissionais, tem
risco elevado de adquirir doenças infecciosas que podem ser veiculadas no ambiente do
consultório. O profissional deve estar atento para as características da região e da
população a ser atendida, pois diferentes vacinas podem estar indicadas. Uma das vacinas
necessárias e recomendadas é a contra o agente da Hepatite B.
A. ( ) deve ser feita em três doses, em períodos de zero, um e seis meses de intervalo
e uma dose de reforço a cada cinco anos.
B. ( ) deve ser feita em três doses, em períodos de zero, um e seis meses de
intervalo, com avaliação posterior da imunidade por meio de testes sorológicos e
uma dose de reforço a cada cinco anos.
C. ( ) deve ser feita em três doses, em períodos de zero, um e seis meses de
intervalo, com avaliação posterior da imunidade por meio de testes sorológicos e
uma dose de reforço a cada dez anos.
D. ( ) deve ser feita em três doses, em períodos de zero, um e seis meses de
intervalo, com avaliação posterior da imunidade por meio de testes sorológicos.
33ª QUESTÃO - Assinale abaixo a manobra que objetiva minimizar o RISCO MECÂNICO
dentro da atividade odontológica:
11
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
Nas questões 36 a 39 identifique as opções verdadeiras e falsas e assinale a alternativa
CORRETA:
12
PROVA DO CONCURSO AO QOS – 2006 (ODONTOLOGIA CLÍNICO GERAL)
13