Almanaque Do Curso Expedito Operações Pantanal - 07set
Almanaque Do Curso Expedito Operações Pantanal - 07set
Almanaque Do Curso Expedito Operações Pantanal - 07set
1ª. EDIÇÃO
2020
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos no 3º Batalhão de Operações Ribeirinhas
1ª.Edição
2020
APROVAÇÃO
da história de um dos cursos operativos mais respeitados no Brasil, reconhecimento este, fruto das
dificuldade do terreno aqui encontrado, pela estrutura oferecida pelo Batalhão e pela qualidade da equipe
de instrutores. O Curso completa 31 anos e em tributo à esta longevidade, reunimos nesta publicação
todos os Operações Pantanal desde o primeiro turno, que teve início em 08 de Novembro de 1989, até o
último. Também aqui são abordados assuntos históricos e curiosidades relacionados ao C-Exp-OPant
Depois da invasão da cidade de Corumbá, ficou patente que a zona de atrição do Baixo
Paraguai não podia ser defendida pelo Arsenal de Marinha da Província de Mato Grosso em
Cuiabá, em face da difícil navegabilidade do Rio Leverger e da obsolescência de suas
instalações. Portanto, em 1862, o Ministro da Marinha, Joaquim Raimundo de Lamare,
determinou a instalação de um novo Arsenal à jusante do canal do Tamengo e, em 14 de março
de 1873, o Capitão-de-Fragata Manoel Ricardo da Cunha Couto lançou a pedra fundamental do
Arsenal de Marinha do Ladário, tendo concluído sua instalação no final de 1874 (o Arsenal de
Marinha de Ladário manteve esta denominação até 18 de outubro de 1955, onde pelo Decreto
n.º 38.101, de 18 de outubro de 1955, passou a denominar-se Base Fluvial de Ladário).
um prédio em precárias condições. Com o exaustivo trabalho dos Fuzileiros Navais, o local foi
tropa.
esperança da família Cáqui, deixando, ao partir para as fronteiras, o exemplo e o justo orgulho
de nossa expansão.
Primeira Companhia, tendo sido ampliados o seu efetivo e a sua estrutura organizacional,
Serviços. Em 2002, a OM passou por nova reestruturação, recendo então sua 2ª Companhia de
Fuzileiros Navais.
desempenharem tarefas operativas que lhes forem atribuídas pelo Comando do 6º Distrito
Até o ano de 1988, ainda não existia no Brasil, nenhum Adestramento voltado a habilitar
militares a atuarem na maior Planície Alagável do Planeta, que ocupa 150.355km2 do território
Nacional e possui um dos terrenos mais hostis. Somente em 1989, a Movimentação para
Mato-Grossense.
(BtlOpEspFuzNav).
do 6º Distrito Naval, sendo então tratado desta forma de 1993 a 1997. Buscou-se adequá-lo as
anteriores.
proposta para criação do Curso Expedito de Operações Pantanal, com duração de quatro
semanas, a qual foi aprovada e regulamentada como sendo de pré-comissão. O curso existiu no
com a Portaria 159, da Diretoria de Ensino da Marinha passou a denominar-se Curso Expedito
Guerreiros, portanto, em alusão ao êxito dos primeiros Operações Pantanal, nesta data é
POLÍCIA MILITAR 02 12 - 14
POLÍCIA CIVIL - - 01 01
BOMBEIRO 01 - - 01
BOLÍVIA 13 03 - 16
PARAGUAI 02 02 - 04
URUGUAI 01 - - 01
Rio Paraguai
Rio Paraguai
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SÍMBOLOS
Operações no Pantanal:
Ostentado no peito com orgulho por todos Operações Pantanal, como símbolo de uma
símbolo está na mitologia comum a ambas as culturas. Segundo ela, o Deus Apolo teria se
apaixonado pela linda ninfa Dafne, mas ela não nutria o mesmo sentimento por ele e fugiu
para as montanhas, tentando escapar da sua perseguição. Dafne acabou pedindo proteção a
seu pai, o deus Peneio, que optou por transformá-la num loureiro: foi assim que a ninfa
venceu Apolo. A cora era oferecida aos generais que voltavam vitoriosos das batalhas e
também era o prêmio dado aos atletas vencedores das Olimpíadas O símbolo indicava a
• Âncora: maciça, pesada e de alta resistência, durante a navegação em curso, quando ocorre
a necessidade de parar, seja para dar uma pausa no trajeto ou manter a estabilidade da
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embarcação, em momentos de turbulência, a âncora é lançada n’água para mantê-la firme.
bacia Amazônica, mas corre principalmente no Pantanal, sendo um dos seus símbolos. Sua
dieta é principalmente composta de peixes, caramujos e insetos. Tem sua morada nas águas,
com incrível força muscular e muita agilidade. É quando subjuga qualquer presa, com o
aval de uma mandíbula sem igual, cauda serrilhada e pés com garras poderosas, podendo
2. GORRO MARROM:
O uso desta simples peça de uniforme motiva e diferenciam os militares que demonstraram
Pantanal (C-Exp-OPant), merecendo o devido destaque entre os demais militares. Além disso, cria
uma motivação para que outros tentem trilhar o caminho do aprimoramento profissional.
A cor marrom é a simbolização da cor das águas do Rio Paraguai, o qual é a espinha dorsal
Marinha do Brasil, durante a Guerra do Paraguai, que foi travada a Batalha Naval do Riachuelo,
batalha decisiva neste que foi o mais importante evento bélico da História do Brasil. Desta forma,
o gorro marrom se constitui, também, uma justa homenagem dos “Operações no Pantanal”, também
conhecidos como “Jacarezinhos”, aos feitos heroicos daqueles homens que lutaram na Batalha
Naval do Riachuelo, reconhecendo-os como exemplos e lembrando seus atos em prol de nossa
liberdade.
3. MOEDA DE 30 ANOS
Em comemoração aos 30 anos de Curso de Operações Pantanal, que ocorreram quase que
de forma ininterrupta, com exceção da edição de 90, totalizando assim 30 turnos formados, foi
confeccionada a Moeda Comemorativa de 30, um presente aos Operações Pantanal que serviam no
Por muitos séculos, as melhores tropas do mundo, estão associados a facas e facões que os
identificam como as facas de trincheira utilizadas no combate corpo a corpo na Primeira Guerra
Mundial. Durante a Segunda Guerra Mundial, outras similares também foram produzidas, para uso
dos Comandos e de outras tropas de Elite, sendo a mais conhecida a faca de luta Fairbairn Sykes.
O Facão Operações Pantanal, com o brevê estampado em sua guarda e em seu pomo, foi
As enchentes
E o segredo das águas.
Mas senhor, só vós sois Deus
A última luz do universo.
Transformai as forças da natureza,
No poder, do seu próprio defensor:
Fazei explodir a coragem.
Pantanal
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O CURSO
prolongada;
• Orientar e Navegar;
Instrução de Comunicações
• Transpor todos tipos de obstáculos impostos pelo ambiente e terreno;
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• Conhecer os equipamentos especiais militares;
Hope e Rappel;
margens hostis.
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AS FORJAS DOS OPERAÇÕES PANTANAL
O curso explora uma boa parte dos tipos de terrenos encontrados no Pantanal, ocorrendo
Pantanal, conhecer um pouco da diferença das sub regiões encontradas neste ambiente
operacional.
HISTÓRIA: Saladeiros, assim eram chamadas as fazendas que salgavam carne para
fazer o charque. Às margens do Rio Paraguai há muitas fazendas que faziam isso, e que hoje se
tornaram pousadas, pontos de parada e até mesmo unidade militar que contam sua história para
quem navega no Rio Paraguai. A indústria saladeril na Região de Corumbá tem início nos idos
em 1917, com a fundação da Fazenda Firme pelo Dr. José de Barros Maciel. Com a chegada de
seu cunhado e seus irmãos, abriram saladeiros e atuaram no comércio de compra e venda de
gado. A partir de 1920, criaram a Firma Barros & Cia Ltda. em seguida arrendaram a Saladeiro
associado ao capital da Barros & Cia Ltda, funda com um grupo de fazendeiros a firma Paulino
Gomes Cia Ltda. e abre a Charqueada Barrinhos num lugar chamado Rabicho. As charqueadas
eram fundadas à beira do Rio Paraguai, facilitando o embarque do produto para Montevidéu,
por via fluvial. O charque corumbaense era vendido aos comerciantes exportadores que o
enviavam para Cuba, por ser de superior qualidade e mais bem preparado, enquanto o charque
proveniente do Uruguai seguia para o Rio Grande do Sul. Quando veio a grande crise mundial
dessas e de outras crises que se sucederam no Brasil. Após esses acontecimentos o material
produzido pelas charqueadas não mais era vendido ao Rio Grande do Sul por exportadores
Uruguaios, por decisão do então Presidente Getúlio Vargas que proibia a entrada de produtos
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importados na região. Os Saladeiros de Corumbá passaram então a negociar diretamente com
o mercado do Estado do Rio de Janeiro, enviando o material para Santos, via férrea utilizando
a NOB. A partir de 1942, os produtos foram direcionados para novos mercados, que foram
endereçados para o Nordeste, via Porto de Santos (PROENÇA, 1997). O período de 1938 a
1952 foi considerado muito bom para a agroindústria corumbaense. A partir de 1952, o negócio
começou a cair até atingir sua decadência total em 1954, quando da chegada dos novos e
promissores frigoríficos, abertos no Estado de São Paulo, que ficaram liberados para fabricar a
charque da parte dianteira do boi. Com essa forte concorrência, os Saladeiros de Corumbá
fecharam as portas. Com o fechamento dos Saladeiros a pecuária da região voltou a ficar
somente atrelada aos invernistas de São Paulo e aos intermediários desses invernistas, que
vinham comprar o boi magro, em pé, especulando e pagando preços que lhes eram
convenientes. Os Saladeiros vendiam, além do charque, todas as outras partes do gado tais
como: couro, chifre, crina, ossos, sebo coado, língua defumada, etc. (PROENÇA, Augusto
Indústria do Charque
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O RABICHO E A GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA: A Região conhecida como
Rabicho, às margens do Rio Paraguai, teve um importante papel na Guerra da Tríplice Aliança,
quando da Retomada de Corumbá, ocupada por tropas de Solano Lopes de janeiro de 1865 a
Rio Paraguai, de sua foz até a foz do Rio São Lourenço. Neste período sua população foi
povoados. Há duas passagens da história onde são mencionadas a localidade Rabicho nos
trechos do Livro O Homem e a Terra da escritora Lélia Rita E. Figueiredo Ribeiro (1993), por
ocasião do episódio da Retomada de Corumbá, onde a fala de Lécio Gomes de Souza (Lécio
“... daí, por ter-se extraviado um dos oficiais, com o seu pelotão, teve a
se rumo a Corumbá...”
Este episódio diz respeito ao deslocamento das tropas do Ten. Cel. Antônio Maria
Coelho que recebeu o comando da operação de combate com 400 homens, embarcados em
igarités2 (conforme figura abaixo), comboiados pelos vapores: Antônio João, Corumbá, Jauru,
Cuiabazinho e Alfa. Esta força deslocou-se de Cuiabá até o Rio Paraguai e posteriormente até
chegar em um dos afluentes conhecido como Paraguai-Mirim, que desemboca suas águas no
Rio Paraguai nas proximidades do Rabicho que fica a jusante de Ladário, onde as tropas
“... Na vila, havia um surto de varíola e cólera, que muito fazia sofrer a
tempo no local, pois a maior parte dos homens não era vacinada, e corria
comercial no século XX, situado às margens do Rio Paraguai tinha como principal atividade o
abate de reses para a fabricação de charque e outros produtos de exportação, seu último
proprietário foi o Senhor Flavio Páscoa Teles Menezes, advogado e pecuarista. Hoje as ruínas,
de boa parte sede, contam um pouco da história de dias gloriosos de uma fazenda.
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A Fazenda Rabicho foi adquirida pela Marinha do Brasil em 16 de janeiro de 1995, na
O valor da aquisição foi da ordem de R$ 1.170.000,00 (um milhão e cento e setenta mil
reais), divididos em doze prestações de R$ 90.000,00, com uma entrada de mesmo valor.
O que existe hoje do antigo saladeiro a Marinha do Brasil procura restaurar e preservar
com o intuito de manter viva a sua história. São barracões, casas, maquinário antigo e até mesmo
uma escola que era utilizada pelos filhos dos trabalhadores da fazenda. A Área de Adestramento
do Rabicho possui uma área de 20.377,50 hectares, o que equivale em torno de 203 km², e um
Memoriam)
como boa parcela do curso. A área conta com alojamento para os militares, pista de obstáculos,
acesso ao Rio Paraguai, onde são efetuados exercícios como Helocasting, Pista de tiro de
orientação, pista de reação e uma recém reformada pista de sobrevivência, com armadilhas de
Pantanal, ocupando 19,48% de seu território. Delimitado ao norte pelo Rio Taquari, ao sul pelo
Rio Negro e à leste pelo planalto adjacente da Serra de Maracaju. Geometricamente a área em
questão, está associada a um triângulo isósceles com um lado de 300 km e dois lados com 212
km cada um e possui quase a área atual do Estado do Sergipe. Ficou conhecida como o
bovina, sendo terras planas, de modo geral de baixa fertilidade e arenosas; precipitações
concentradas nos meses de outubro a março com índices que variam, em média, de 1.000 a
3.000 mm anuais e a enchente de rios não tem influência sobre a pecuária, enchente apenas nas
de Nheco, um dos pioneiros desbravadores da região dos pantanais, funda a fazenda Firme, com
176.853ha (8% do território total da Nhecolândia) e seu descendente Augusto César Proença
relata no livro Pantanal, gente, tradição e história: "O local era uma tapera suja de bamburros
e caraguatás. Tinha alguns esteios fincados, cobertos por ervas daninhas, cruzes espalhadas
dentro do capão, cacos de telhas, ossos de animais, pedaços de potes de barros. Tinha também
uma figueira copada no meio do lago macegoso e alagado, ao lado da qual Nheco e os
camaradas fizeram um poço, muito mais tarde durante um período de seca. A história dessa
fazenda começa aqui. Não é história de luta armada para conquista de uma terra. Não é a
história de ambições desmedidas, de mando, de poder, de extermínio. Será mais uma história
Será a história de uma gente simples nos seus dizeres e fazeres. Otimista para enfrentar um
ambiente tão rude e inóspito, distante dos centros civilizados. Será o reencontro com o passado
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de um povo que soube lutar por uma causa, construir e persistir numa região. A região que se
Pantanal.
locais de mata fechada, subidas e descidas, clareiras, árvores caídas e trilha semi-limpa. Era
utilizada por fazendeiros da região e atualmente é itinerário certo dos alunos do Curso Expedito
Operações Pantanal. A passagem pela trilha ocorre nos momentos finais do curso e é sagrado
uma foto do turno na área do mangueiral em seu interior. A origem do nome refere-se às
TRILHA DA CAVEIRA
a. GptFNLa:
b. 3ºBtlOpRib:
Poucos tiveram a sorte e a felicidade pessoal de servir neste Batalhão, passar pela forja do Curso
Expedito Operações Pantanal e posteriormente voltar para comandar esta Organização Militar, uma das
mais operativas do País e com os militares mais bem adaptados e capacitados à operar em seu ambiente
TURNO 89/1
2ºTEN (C-QC-FN) BENJAMIN DA SILVA KUKLINSKI (In Memoriam) Op. Pant. 001
“O sol da liberdade que brilhou no céu da Pátria, queremos vê-lo sempre a iluminar os teus lindos
campos, os teus bosques, os teus rios, o teu Pantanal. Por isso nos dispomos a preparar-nos,
técnica, física, profissional e moralmente, para que se a clava forte da Justiça se erguer contra a
mão gentil possamos defende-la e honrá-la aqui, ao teu lado, belo e rico – O PANTANAL.
Pantanal. A tua flora e fauna passamos a conhecer, ao teu clima nos sujeitamos, aos teus rios e
corixos navegamos, o teu povo nós amamos e respeitamos. A você PANTANAL, juramos amar e
defender.”
“ADSUMUS PANTANAL”
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Turno 96/1
Turno 01/1
Turno 02/1
TURNO 19/1
1ºTEN (QC-FN) DAVI FERNANDES DINIZ Op. Pant. 787