26 Reharmonizacao
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Técnicas de Reharmonização
Reharmonizar uma música significa inserir novos acordes ou substituir os já existentes por outros
possibilitando novas harmonias e sonoridades. Porém, antes de começarmos a reharmonizar uma
música, é necessário:
Veja como identificar possíveis trechos para substituições de acordes e certos cuidados para isso:
É a técnica mais simples que consiste na substituição dos acordes de mesma função harmônica
dentro do campo harmônico, seja ele maior ou menor. Veja as tabelas abaixo:
Função Acordes
Tônica I7M / I6 / IIIm7 / Vim7
Subdominante IV7M / IV6 / IIm7
Dominante V7 / VIIm7(b5)
Função Acordes
Tônica Im7 / Im(7M) / Im6 / bIII7M / bIII7M(#5) / VIm7(b5)
Subdominante IV7 / IVm7 / IVm6 / IIm7(b5) / bVI7M / bVI6 / bVII7
Dominante V7 / VIIº
Dominante
É o acorde de estrutura dominante encontrado quinta justa acima ou quarta justa abaixo de um
acorde maior ou menor. Temos os dominantes primários, secundários e auxiliares, todos explicados
a seguir.
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Felipe Moreira
Todo acorde pode ser precedido pelo seu dominante, preparando a sua chegada. Observe alguns
exemplos:
Dessa forma, dentro de um campo harmônico maior ou menor, cada grau pode ser preparado pelo
seu dominante.
SubV7
É o acorde dominante encontrado um semitom acima de um acorde, que substitui o V7 por terem
ambos o mesmo trítono e, portanto, a mesma função harmônica.
Assim como acontece com os dominantes, temos o SubV7 primário e os SubV7 secundários. Não
temos SubV7 auxiliares, pois os mesmos são os dominantes secundários da tonalidade.
O intervalo de Trítono é o responsável pelo som dissonante preparatório, ou seja, cria a expectativa
de chegada de um outro acorde. É formado pelo IV e VII graus da escala Maior ou da Menor
Harmônica, dividindo a oitava em duas partes iguais.
Sua resolução consiste no movimento, respectivamente, da terça e sétima do acorde dominante para
a fundamental (semitom) e para a terça de um acorde maior (semitom) ou menor (tom). Dessa
forma, um único trítono possui quatro possíveis resoluções, pois encontramos o mesmo trítono em
duas escalas distintas, considerando a enarmonia entre elas. Veja o exemplo a seguir:
Diminuto
A estrutura deste acorde é composta por dois trítonos. Se um trítono possui quatro possíveis
resoluções, temos portanto, oito possibilidades num único acorde diminuto. Veja a seguir o
exemplo com o acorde de Bº:
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Felipe Moreira
• Diminuto Auxiliar: consiste num acorde diminuto que resolve num outro acorde com o
mesmo baixo
Nunca um acorde diminuto é SubV7 de um outro acorde, entretanto, um acorde diminuto pode
preparar outro diminuto.
Vale lembrar que o acorde suspenso também pode preparar um acorde menor, assim como o acorde
Frígio pode preparar um acorde maior, desde que os choques melódicos sejam evitados.
São os acordes de uma tonalidade menor usados numa tonalidade maior paralela e vice-versa.
Tonalidades paralelas ou homônimas consiste em tonalidades diferentes para a mesma tônica: Dó
Maior e Dó Menor são homônimas, por exemplo.
Raramente encontramos mais de dois AEM seguidos numa música, pois quando isso ocorre,
geralmente é uma modulação. O dominante que prepara um AEM é denominado Dominante
Auxiliar. Porém, os SubV7 auxiliares soam como Dominantes Secundários e são analisados dessa
forma.
Para realizarmos uma cadência harmônica autêntica é necessário a utilização de acordes que
representem cada uma das três funções harmônicas. Por preencher estes requisitos, o II cadencial
(IIm – V7 – I ) tornou-se uma cadência vastamente usada tanto na MPB quanto no Jazz.
IIm7 – V7
IIm7(b5) – V7(b9) Preparam acordes Maiores ou Menores
IIm7 – V7(b9)
IIm7 – SubV7
Preparam acordes Maiores ou Menores
IIm7(b5) – SubV7
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Felipe Moreira
Logo abaixo, por exemplo, temos o II cadencial dentro do campo harmônico de Dó maior:
Repare que os acordes de estrutura maior e dominante foram preparados pelo II cadencial IIm – V7,
pois consideramos o campo harmônico Maior para ambas. Já os acordes de estrutura menor foram
preparados pelo II cadencial IIm7(b5) – V7, pois consideramos o campo harmônico da menor
harmônica neste caso, apesar do Im7 ser da escala Menor Natural ou do Modo Dórico.
Uma reharmonização de grande efeito é possível quando a melodia for a terça do acorde menor com
sétima numa cadência IIm7 – V7: substitua o acorde menor com sétima por um II cadencial um
semitom acima. Veja o exemplo:
São os acordes que possuem a sexta menor da tonalidade (Ab em Cm) em sua estrutura, sendo
substitutos entre eles. Veja a tabela abaixo na tonalidade de Cm:
Todos esses acordes são considerados AEM quando usados na tonalidade homônima maior.
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Felipe Moreira
Se analisarmos a estrutura de um acorde Maior com Sexta, constatamos que ao mudar a ordem das
notas, colocando a Sexta no baixo, temos um acorde Menor com Sétima Menor. Veja:
Se analisarmos a estrutura de um acorde Menor com Sexta, constatamos que ao mudar a ordem das
notas, encontramos um acorde Meio-Diminuto e um Dominante disfarçado (sem o baixo). Observe
o exemplo a seguir:
Dessa forma, todos são acordes substitutos, apesar de terem funções diferentes, pois o F7(9) é
dominante e os demais subdominantes.
Temos também o acorde Menor com Sexta Menor, que pode ser substituto de um acorde Menor
com Sétima Menor e Nona, uma quinta justa abaixo ou uma quarta justa acima. Veja o exemplo:
Substituto do IV7
Um acorde diminuto quando construído no I grau de uma tonalidade seguido ou antecedido pelo I
grau maior ou menor, pode mascarar um acorde IV7(b9), tendo função de subdominante. Observe
os exemplos:
Acorde #IVm7(b5)