Ensinamentos Noviço

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CAVALEIRo

TEMPLÁRIO
- Grau 1: Noviço
- Grau2:Escudeiro
- Grau3:Sargento
- Grau 4: Oficial

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GRAU UM – TEMPLÁRIO NOVIÇO
Origens dos Cavaleiros Templários
Os peregrinos
Hugo de Payens
Jacques Demolay
Rei Felipe o Belo
Papa Clemente V
Baphome
Janus
Leis e Regulamentos
Ensino Religioso: Pater Noster
Ensino Militar: As Ordens de Cavalaria
A investidura
São Bernardo de Claraval
Ensino Templário: O juramento do Cavaleiro Templário
Ensino Templário: O Noviço
Exercício Espiritual: A semente
Imagens (personagens desta apostila)

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Introdução - *Atenção! Leia, é de grande importância para você.

A intenção é divulgar a doutrina dos Cavaleiros Templários principalmente aos


não-iniciados, possibilitando desta forma, que um grande número de pessoas,
ainda que não ligados diretamente aos templários, possam conhecer um pouco
dos nossos estudos, sem contudo adentrar aos segredos desta Ordem Secular.

Seguindo este raciocínio, A Academia Templária de São Jorge preparou o “Curso


de Cavaleiros Templários”, dividido em quatro graus ou estágios, que
correspondem aos “quatro graus acadêmicos” para o estudo da filosofia
templária.

Ao final de cada uma das lições encontra-se um questionário o qual deverá


ser respondido e enviado para a pagina da Ordem para fins de correção e
nota

Preste atenção durante a leitura do texto pois as frases que foram utilizadas
para formar o questionário estão todas ali. Você pode responder as questões
logo após a lição,

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Introdução
Nesta primeira apostila do curso sobre Cavaleiros Templários o Noviço terá contato
com personagens da história da Idade Média que poderiam ser comparados aos maiores
super- heróis das histórias em quadrinhos ou do cinema, também terá contato com os
maiores vilões da época, pessoas que não mediram esforços para saciar a sede pelo
poder e riqueza, acusando falsamente e criando provas nada concretas contra os
Cavaleiros Templários até conseguirem leva-los a morte na fogueira com a acusação de
heresia (adoração ao demônio, sodomia, avareza, luxuria etc), tendo como seu principal
mártir o Mestre Templário Jacques Demolay (Demolé), considerado o último dos
templários.

Conhecerá a origem dos Cavaleiros Templários e o seu nascimento após a


“Primeira Cruzada”, entenderá a diferença entre “cruzados” e “templários”,
acompanhará a saga de Hugo de Payens e toda a sua trajetória juntamente com mais
oito cavaleiros para a fundação da Ordem dos Cavaleiros de Cristo.

Outro importante personagem da época, o “abade Bernardo de Claraval” sem o qual


os Templários não teriam obtido a Graça do Papa Honório II e autorização para lutarem
em nome da Igreja Católica; abade que preparou as “antigas regras” dos Templários
e seus exercícios espirituais, fortalecendo-os tanto na parte militar quanto religiosa.

A importância do Rei Bauduino II, Rei da Cidade Santa de Jerusalém, que admirado
com a bravura daqueles cavaleiros, permitiu que construíssem a sua primeira fortificação
nas terras onde se supunha ter existido o “Templo de Salomão” e onde, talvez, os
templários tivessem feito suas descobertas sagradas que os tornariam temidos por todos
até pela própria Igreja Católica.

Em toda história onde existem heróis e homens corajosos temos também, como
contrapeso, os arqui-inimigos e os covardes que tentam atacar e destruir os heróis
constantemente e, como a história real nem sempre tem um final feliz, muitas das vezes
esses covardes conseguem, através de suas armadilhas e farsas, atingir os heróis e até
mesmo derrota-los, ainda que momentaneamente. Nessa história dos templários
encontramos duas figuras perversas: Felipe, o Belo (Rei da França) e o Papa Clemente V. – O
Generoso. Certo que não foram apenas esses dois que tramaram contra a Ordem dos
Templários, pois centenas de príncipes e padres nutriam o interesse secreto pelo fim da
ordem; dentro do seio da Ordem

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dos Templários também existiam os traidores, como foi o caso de “Ignacio de Loyola” que
era um dos Mestres Templários e traiu a organização em benefício próprio, uma vez
que queria fundar a sua própria ordem, dano origem aos Jesuítas (Ordem da Companhia
de jesus) dentro da Igreja Católica.

Felipe, assim chamado de “o belo”, Rei da França, estava com o seu reino totalmente
endividado, enfrentado várias batalhas internas para as quais não possuía mais
condições financeiras e nem mesmo exército para apoiar seus súditos; por outro lado
encontrava-se endividado com os Templários, com os quais havia obtido empréstimos
de vultosas quantias em ouro e prata e não tinha meios de quitar a dívida; Por outro
lado, a sua amizade com o Papa Clemente V (e os favores que o Papa lhe devia)
permitiam traçar um plano sórdido para quitar sua dívida e pôr fim aos Cavaleiros
Templários e ainda por cima se apoderar da fortuna dos Templários que era estimada
em toneladas de ouro e prata. Toda essa trama será esmiuçada nessas mais de
oitenta páginas desta apostila.

O leitor terá contato, ainda, com o “antigo código da cavalaria” e compreenderá de


onde herdamos o compromisso em proteger os mais fracos e debilitados, a viúva e os
filhos órfãos, a igreja e o estado.

Conhecerá as “antigas regras dos templários” e perceberá que código perfeito e


totalmente aplicável que aqueles bravos homens decidiram seguir.

Entenderá a proximidade entre os Cavaleiros Templários e os “peregrinos de Santiago


de Compostela” e a necessidade de que todo aquele que deseja realmente se tornar
um templário faça essa peregrinação, que nada mais é do que a “peregrinação dentro
de nós mesmos” em busca de retificarmos a nossa “pedra bruta”.

Verá, com destaque, as imagens referentes aos locais e personagens que são
mencionados neste texto e terá uma perfeita noção de como eram aquelas paisagens e o
perfil de cada um desses personagens e sua fisionomia, pelo menos àquelas que
temos conhecimento nos dias de hoje.

E, como não poderia deixar de faltar, o aluno encontrará, dois exercícios


espirituais maravilhosos, um deles é o Pater Nostro ou o Pai Nosso em Latim; oração
poderosíssima que deveria ser praticada diariamente por todo cristão em busca de forças
e regeneração dos seus votos; outro exercício, esse de cunho místico, que nos dias de
hoje foi adotado por várias correntes de exotéricos, é o chamado “exercício espiritual

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da semente”, uma magnífica experiência personalíssima eu trará para cada um dos
praticantes sensações, emoções e reflexões diversas e profundas. Desejamos a todos
uma boa viagem nessa maravilhosa história sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários.
Origens dos Cavaleiros Templários

No final do século XI, a Europa, enfrentava uma profunda crise econômica e


vivia um momento de estagnação sociocultural. O Cristianismo encontrava-se
tumultuado e dividido; esse clima tenso era propício para guerras e disputas
internas que só colaboravam para o agravamento da situação.

O novo Sumo Pontífice a ocupar o Trono de São Pedro, Urbano II, eleito papa
em 1088, revelou-se, muito além daquelas qualidades e funções cabíveis ao suposto
representante de Deus na terra, um notável político e excelente articulador.

Um dos sonhos da Igreja da época, e de Urbano II, era retomar a cidade de


Jerusalém, cuja posse estava nas mãos dos "infiéis do islã" havia mais de quatro
séculos, desde o ano 638 d.C., quando fora tomada pelo exército muçulmano. Além
da importância histórica para os cristãos da própria cidade em si, os supostos
tesouros ali encerrados, havia também por parte de toda a alta hierarquia do clero,
o desejo de "unificar" cristãos ocidentais e orientais sob o jugo único do pontificado
Papal. Esses eram motivos mais que suficientes para justificar uma empreitada a
terra santa.

A habilidade política do Papa Urbano II conquistou a submissão espiritual de


praticamente todos os cristãos ocidentais, fazendo com que parte da Europa
entendesse que havia uma necessidade premente e divina de se recuperar aquilo
que, por direito, pertencia aos cristãos. E desta forma foi articulada a Primeira
Cruzada, cujo divino objetivo era "devolver a Deus o que era de Deus". Teve início a
Primeira Cruzada, e assim Jerusalém viria a cair sob domínio cristão ocidental.
Estava inaugurada a era das "guerras santas".

As peregrinações, naquela época, eram costumeiras entre os europeus,


principalmente entre os cristãos, sendo uma atividade abençoada e encorajada pela
Igreja e pelo Papa. Um dos caminhos de maior importância, senão o mais
importante, era justamente aquele que conduzia os peregrinos à Terra Santa, ou
seja, Jerusalém. Esse caminho, contudo, não era seguro, deixando os que nele se
aventurassem a toda sorte de bandidismo, assaltos, etc., e mesmo à morte.

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Alguns anos após a queda de Jerusalém, em 1118, nove Cavaleiros então,
liderados por Hughes de Payens, todos veteranos da Primeira Cruzada, se reuniam
para prestar um nobre serviço ao reino cristão e fundaram a Ordem dos Cavaleiros
de Cristo, tomando o tríplice voto de Castidade, Pobreza e Obediência, dedicando
suas vidas, dali até a morte, à proteção dos peregrinos e à garantia do Reino de
Cristo.

O então novo Rei de Jerusalém, Balduíno II, que sucedera seu primo Balduíno
I, logo viu na atitude dos nobres e valorosos cavaleiros algo de grande valor e
importância. A título de reconhecimento e confiança, cedeu-lhes terras e
construções para que lhes servissem de acomodação e base. As terras eram
situadas no local onde supostamente havia sido construído o famoso Templo de
Salomão. Não tardou e os "Pobres Cavaleiros de Jesus Cristo" passaram a se
denominar de "Cavaleiros do Templo de Salomão", ou simplesmente de "Cavaleiros
Templários" e, assim nasceu a "Ordem do Templo", cuja denominação completa
era: "Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão"

Relação com os nomes dos nove fundadores da


Ordem
TEMPLARIOS OS NOVE FUNDADORES

Os Nove Fundadores originais da Ordem

1. Hugues de Payens (ou Payns, um cavaleiro e vassalo de Hugh de


Champagne e um parente por casamento com a família escocesa dos Saint Clair de
Roslin.)

2. Godofredo de Saint-Omer, um filho de Hugh de St. Omer;

3. Godofredo de Bisol ( ou Roral ou Rossal, ou Roland ou Rossel);

4. Payen de Montdidier ( ou Nirval de Montdidier); um parente dos


governantes de Flandres.

5. André de Montbard (tio de S. Bernardo de Clairvaux e outro vassalo do


Conde de Champagne, Hugh de Champagne);

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6. Arcimbaldo de Saint-Amand, ou Archambaud de Saint-Aignan; outro
parente da casa reinante na região de Flandres;

7. Hugo Rigaud

8. Gondemaro, (ou Gondomar, ou Gondemare, ou Gondomar . (N.1090 ? -


?) Templário que se supõe ter sido Português.);

9. Arnaldo ou Arnoldo : Frei Arnaldo, ou Arnoldo, ou ainda segundo Andre


Paraschi: D. Pedro Arnaldo da Rocha que teria sido um dos nove fundadores da
Ordem dos Cavaleiros Templários em Jerusalém, em 1.118.

Os peregrinos
O Império Romano estava em decadência, e por volta de 813-820 foi
descoberto o túmulo do Apóstolo Santiago, mesmo com os muçulmanos
dominando grande parte da Península Ibérica, as peregrinações foram reiniciadas,
havia uma necessidade premente na quebra daquela monotonia reinante na época.
Nesse artigo abordaremos como se deu origem a uma Tradição.

A lenda marra-nos que o bispo Teodomiro de Iria Flavia, após ter


reconhecido o sepulcro de Santiago, imediatamente fez a notícia chegar a Afonso II
(759-842), “o Casto”, rei das Astúrias, que vê na descoberta um sinal promissor para
as suas batalhas contra os mouros, e com o seu séquito acode rapidamente ao
chamado. Parte de Oviedo para visitar o lugar constatando a milagrosa revelação. O
rei “Casto” era na época considerado pelo cristianismo como um elemento
catalisador e unificador contra o Islamismo. O achado das relíquias do Apóstolo
dentro dos limites do seu reino constitui-se num poderoso instrumento político
religioso que fortalecia a Igreja na Galícia frente aos ataques islâmicos e ao
expansionismo carolíngio. O rei Afonso II foi assim o primeiro peregrino deste novo
ciclo do culto a Tiago. O “Libre-don” ganha o nome de “Campus Stellae”.

Com a queda do Império Romano frente aos muçulmanos, produziu-se na


Espanha – como em outros lugares devido a distância da autoridade de Roma – a
queda das instituições sociais e por isso perdeu os seus funcionários a legitimação
de suas funções. A única instancia capaz de assumir a responsabilidade coletiva

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foram os bispos da Igreja Cristã. Na Galícia conseguiram dialogar com os invasores e
até conseguiram a prematura conversão ao catolicismo do príncipe suevo Reckiario,
que ao morrer seu pai Reckila no ano de 448, converteu-se no primeiro rei bárbaro
católico.

Este problema se aguçaria quando, a partir do ano 713, caiu toda a


Espanha em poder dos muçulmanos menos a área situada ao norte da Península
Ibérica. Na Galícia se refugiaram uma infinidade de cristãos e bispos. O bispo de
Dumia se refugia em Mondoñedo. Lugo, Orense, Astorga, Tuí e a metropolitana
Braga ficam sem os seus bispos. Somente continua sem interrupção a sucessão dos
bispos de Iria Flavia. Aqui deve estar a origem, primeira do senhorio temporal dos
bispos sobre a terra de Iria Flavia e depois o dos arcebispos de Santiago, senhorio
esse que aumentou e consolidou-se com os donativos dos reis, tratando com isso a
honrar o Apóstolo Santiago patrono da Espanha.

As lendas como sempre mexeram nas coordenadas habituais: naquele


tempo somente a sanção real dava validade permanente e definitiva a qualquer
ato. A presença de Afonso II e a conformidade do monarca eram a cunha que dava
impulso oficial ao culto local ao Apóstolo Santiago no seu sepulcro recém
descoberto. No presente caso foram duas, e em diferentes planos as autoridades
que deram impulso ao culto apostólico: primeiro o bispo, na sua função de chefe da
Igreja local, e em segundo lugar o soberano, como responsável por todas as
decisões religiosas ou políticas do seu reino.

Esta dupla linha de defensores e promotores do culto Jacobeu deve ter-se


mantido ao longo de muito tempo. É verdade que alguns dos bispos de Iria Flavia se
mostraram despreocupado não só no culto ao Apóstolo, mas também de toda a
administração espiritual da diocese, que (como diz o poema dos anos 883 que
acompanha a crônica de Albelda), brilha pela presença de Santiago, no “lócus
apostolicus” ou “lócus sanctus”.

O Caminho de Santiago de Compostela é uma rota secular de peregrinação


religiosa, que se estende por toda a Península Ibérica até a cidade de Santiago de

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Compostela, localizada no extremo Oeste da Espanha, onde se encontra o túmulo
do apóstolo Tiago.

Tiago foi um pescador que vivia às margens do lago Tiberíades; filho de


Zebedeo e Salomé, e irmão de João O Evangelista. Segundo a tradição, após a
dispersão dos apóstolos pelo mundo, Tiago foi pregar o evangelho na província
romana da Galícia, extremo oeste espanhol. De volta a Jerusalém, o apóstolo foi
perseguido, preso e decapitado a mando de Herodes no ano 44. Seus restos foram
lançados para fora das muralhas da cidade. Os discípulos Teodoro e Atanásio
recolheram seu corpo e levaram-no de volta para o Ocidente, aportando na costa
espanhola, na cidade de Iria Flavia.

O corpo do apóstolo foi sepultado secretamente num bosque chamado


Libredón. Assim, o local permaneceu oculto durante oito séculos. Uma certa noite,
o ermitão Pelayo observou um fenômeno que ocorria neste bosque: uma chuva de
estrelas se derramava sobre um mesmo ponto do Libredón, proporcionando uma
luminosidade intensa. Tomando conhecimento das ocorrências, o bispo de Iria
Flavia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local. Assim, no dia 25
de Julho de (provavelmente) 813, foi encontrada uma arca de mármore com os
restos do apóstolo Tiago Maior.

A notícia se espalhou rapidamente, e o local passou a ser visitado por


andarilhos de toda a Europa a fim de conhecer o sepulcro do Santo. A quantidade
de peregrinos aumentava intensamente a cada ano. Nobres e camponeses dirigiam-
se em caravanas, caminhando ou cavalgando em busca de bênçãos, cura para as
enfermidades, cumprir promessas ou apenas aventuravam-se em terras distantes.

O rei Afonso II ordenou que no local da descoberta fosse erigida uma capela
em honra a São Tiago, proclamando-o guardião e padroeiro de todo o seu reino. Em
pouco tempo, uma cidade foi erguida em torno daquele bosque, e denominada
Compostela. A origem etimológica do nome remete ao latim: Campus Stellae, ou
Campo das Estrelas, e assim a junção final: Compostela.

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No ano de 899, Afonso III construiu uma basílica sobre o rústico templo
erguido por seu antecessor. Porém, oitos anos mais tarde, a basílica foi saqueada
pelo árabe Almanzor, que respeitosamente, preservou as relíquias do apóstolo. Em
1075, iniciou-se a construção da atual catedral, cinco vezes maior que a anterior.

É importante observar que a promoção do culto à sepultura de


Apóstolo Santiago foi realizada em detrimento das Igrejas de Oviedo e de Iria
Flavia. Posteriormente, o bispo Teodomiro visando um futuro promissor com a
descoberta, passou a viver no bosque de “Arcis Marmáris”, aonde veio a falecer em
20 de outubro do ano de 847, local onde se encontra o seu sepulcro situado a
poucos quilômetros de sede de Iria Flavia

Com a descoberta do tumulo, iniciou-se a grande movimentação dos


peregrinos ao culto a Santiago. Tinha-se em conta que os túmulos dos mártires
eram locais de culto onde o cristão recordavam aqueles que tinham permanecido
firmes na fé no meio das perseguições. Não tardou muito para que peregrinos de
toda a Europa começassem a acorrer a Compostela para venerarem as relíquias de
Santiago.

Também foi comunicada a boa nova da descoberta ao Papa Leão III (795-816),
que deu conhecimento ao mundo cristão no escrito “noscat fraternitas vestra” que
“o corpo do bem aventurado Apóstolo Santiago foi transladado inteiro na Espanha,
no território da Galicia”. Segundo consta, o rei Afonso II, comunicaria o fato a Carlos
Magno, imperador, cuja corte estava em Aquisgrán, de onde se origina a lenda do
Imperador e seus heróis Martell e Roldán, que, segundo conta à lenda, foram então
à Espanha para libertar o Caminho que estava em poder dos muçulmanos.

O poeta e filosofo árabe Algazal, de Jaén, descreve em 845: “A sua


kaaba é um ídolo colossal que têm no centro da igreja; juram por ele, e dos locais
mais longínquos, de Roma e de outros países, acodem a ele em peregrinação e
dizem que a tumba que se vê dentro é a de Santiago, um dos doze Apóstolos ...”.

O rei Afonso II impressionado com o achado e aproveitando-se da


ocasião, declara a Santiago protetor de toda a Espanha e manda construir no local

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uma modesta capela de pedras e barro para acolher o mausoléu, coloca um
oratório de tal forma que este acaba convertendo-se no local de celebrações
comunicando-se com a nave por uma pequena porta, ao seu redor se estabeleceu
um cemitério, que esteve em uso até o século XI. A partir desse ponto, o pequeno
local chamado de Tamarisco que contava apenas com trezentos habitantes,
começou a crescer rapidamente, convertendo-se em Compostela nome derivado de
Campus Stellae. Nascia, assim, um dos mais importantes centros de peregrinação
da Cristandade.

Com o novo culto chegam às ordens religiosas, os peregrinos e, sobre o


velho caminho druídico, recria-se uma rota atravessando a península para visitar o
túmulo do Apóstolo, as pessoas partiam de vários pontos da Europa, percorrendo
um longo caminho cheio de perigo, um caminho que ficaria conhecido pelos séculos
futuros como o Caminho de Santiago do Campus Stellae ou Campos das Estrelas,
origem da palavra Compostela, numa referência às luzes vistas por Pelayo e à Via
Láctea, pois, esta rota situa-se diretamente sob a Via Láctea. Sendo uma das poucas
rotas do mundo que não se formou por motivos comerciais. Os peregrinos que
chegam a Santiago de Compostela imaginaram o Santo como sendo o primeiro dos
peregrinos. Isto justifica o fato de em uma de suas representações, incluírem o
chapéu, o bastão, a capa, a mochila, a cabaça..., tudo aquilo necessário a uma
peregrinação pelos caminhos, que no desenrolar da Idade Média vão configurando
essa relativa unidade de cultura europeia que idealizou o românico.

Os Templários e sua relação com os Peregrinos de Santiago

“Em Puente la Reina há uma ponte; em Ponferrada, mais a oeste, também. O


Templo também se estabelece ali. Em outros termos, sem negligenciar os deveres
de abrigo, mas sem se preocupar com a especialização, o Templo privilegiou, nas
estradas de Santiago, bem como em outras, a função de cruzamento, de passagem
e de travessia de cursos d´água”.

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Tais afirmativas nos deixam muito a pensar sobre o referido assunto,
temos conhecimento de que a Ordem possuiu algumas relíquias no caminho francês
das peregrinações a Santiago de Compostela, tais como: a Igreja de Santa Maria de
Eunates; em Ponferrada fica o magnífico castelo que era à base da Ordem na
região. Perto da cidade existe o refúgio de Manjarín, uma casa de pedras vizinha a
Foncebadón, uma vila fantasma que atualmente começa a reviver; em Torres del
Rio a Igreja do Santo Sepulcro e, segundo alguns historiadores a Igreja do
Monastério de Irache.

A Igreja de Santa Maria de Eunates

Apesar de não estar na rota do caminho francês procedente de Saint


Jean de Pied-de-Port e sim no que passa por Samport, nos Pirineus Aragonês, a
mesma abre um amplo leque de especulações as mais fantasiosas possíveis, a Igreja
de Eunates não está imune às mesmas, podemos ler as diversas teorias sobre o
assunto, podendo cada uma apresentar as suas razões.

A Igreja de Eunates encontra-se situada no meio de uma planície entre


campos de lavoura, não existindo nenhuma construção em seus arredores, é sem
dúvida um dos monumentos mais emblemáticos e conhecidos do Caminho, é um
dos maiores mistérios e também um dos mais valiosos.

Trata-se de um pequeno templo românico de planta octogonal não simétrica,


com abside pentagonal rodeado por um corredor porticado a maneira de um
claustro exterior. O seu corpo poligonal de oito lados é coroado com um telhado
piramidal de oito águas. Em especial temos a sua portada ocidental ricamente
ornamentada e carregada de simbolismo.

Não existe nenhuma documentação sobre a sua construção, podendo-se


dizer pertencer a meados do séc. XII. Para alguns esse tipo de edificações estão

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vinculadas à Ordem dos Cavaleiros Templários, que importaram do oriente estas
peculiares plantas octogonal na imitação do Templo do Santo Sepulcro de
Jerusalém por eles defendidos dos muçulmanos durante longos anos. Isso explicaria
também a função como local de sepultamento. Seja como for, não há provas
documentais que certifiquem a vinculação desse templo com a misteriosa Ordem
Militar. Sem embargo, é inolvidável o caráter de capela funerária similar a outras
que encontramos, como a de Vera Cruz de Segóvia, e sem irmos muito longe, em
Torres del Rio a Igreja do Santo Sepulcro.

Se os Templários construíram Eunate, há de se perguntar: com que fins o


fizeram e com aquelas características? Para que usaram? Foi paróquia de um lugar
despovoado, hospital ou cemitério de peregrinos? Porque Eunate “cem portas” se
não existem tantas nem pouco mais ou menos. Longe de tudo, pode-se pensar que
os mesmos praticavam naquele local seus rituais secretos de sua iniciação. Os seus
arcos externos deixam a antever que o local era indicado para se observar à
aproximação de alguém mesmo durante a noite, porque Eunate sugere cerimônias
noturnas à luz da lua penetrando pelos seus óculos situados na sua cúpula.

Seja o que for a sua real história penetra na zona cinzenta das
imaginações, dando lugar a um grande número de livros escritos a seu respeito.

Hugo de Payens
Hugo de Payens (1070-1136), um fidalgo francês da região de Champanhe, foi
o primeiro mestre e fundador da Ordem dos Templários.

Ele era de uma família que, segundo cartas que pertenciam à Abadia de
Molesmes, tinha parentesco com os Montbard (família a qual pertencia São
Bernardo de Claraval e André de Montbard) e era originalmente um vassalo do
conde Hugo de Champanhe. Com ele visitou Jerusalém uma vez e ficou por lá
depois de o conde voltar para a Condado de Champanhe. Foi aí que organizou um

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grupo de nove cavaleiros para proteger os peregrinos que se dirigiam para a Terra
Santa no seguimento das iniciativas propostas pelo Papa Urbano II.

De Payens aproximou-se do rei Balduíno II com oito cavaleiros, dos quais dois
eram irmãos e todos eram seus parentes, de Hugo de Payens, alguns de sangue e
outros de casamento, para formar a Ordem do Templo de Jerusalém.

Os outros cavaleiros eram: Godofredo de Saint-Omer, Arcambaldo de Saint-


Aignan, Payan de Montdidier, Godofredo Bissot, Hugo Rigaldo, e dois homens
registrados apenas com os nomes de Rossal ou possivelmente Rolando e
Gondemaro. O nono cavaleiro permanece desconhecido, apesar de se especular
que ele era o próprio Conde de Champanhe.

Hugo de Payens terá nascido provavelmente em Château Payns, a


aproximadamente 10 km de Troyes, em Champanhe, na França. Ele também foi um
veterano da Primeira Cruzada (em 1099) tendo passado 22 anos de sua vida no leste
da Europa.

É provável que Hugo de Payens tenha servido no exército de Godofredo de


Bulhão durante essa Cruzada. Como grão-mestre, ele liderou a Ordem dos
Templários por quase vinte anos até a sua morte, ajudando a estabelecer a
fundação da Ordem como uma importante e influente instituição internacional
militar e financeira.

Na sua visita a Londres em 1128, ele conseguiu homens e dinheiro para a


Ordem, e também fundou a sua primeira sede lá, iniciando a história dos
Templários na Inglaterra. Ele morreu na Palestina em 1136 tendo sido sucedido,
como mestre, por Roberto de Craon.

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Jacques Demolay
Historiadores modernos acreditam que Jacques DeMolay nasceu em Vitrey,
na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância,
porém, na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros
Templários

A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome


era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão
Mestre. Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes
lordes e príncipes. DeMolay assumiu o cargo numa época em que a situação para a
Cristandade no Oriente estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os
Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre.
Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para
confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de
seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma
nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão
pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido.

Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e GrãBretanha,


com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus
líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia
nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder
da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente,
ocasionou sua queda.

Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso poder que
teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um
titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder,
Felipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer
aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à
Igreja.

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Em 14 de setembro de 1307, Felipe agiu. Ele emitiu regulamentos secretos
para aprisionar todos os Templários.

DeMolay e centenas de outros Templários foram presos e atirados em


calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas
e cruéis para DeMolay e seus cavaleiros. Felipe forçou o Papa Clemente a apoiar a
condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para
outros donos. O Rei forçou DeMolay a trair os outros líderes da Ordem e descobrir
onde todas as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do
cavalete e outras torturas, DeMolay recusou-se.

Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido


nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino de DeMolay e
três de seus Preceptores na Ordem. Entre a evidência que os comissários leram,
encontrava-se uma confissão forjada de Jacques DeMolay há seis anos passados. A
sentença dos juizes para os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos
cavaleiros aceitaram a sentença, mas DeMolay não; ele negou a antiga confissão
forjada, e Guy D'Avergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da
época, isso era uma retratação de confissão e punida por morte. A comissão
suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Felipe não quis adiar nada
e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os prisioneiros fossem
queimados no pelourinho naquela tarde.

Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer do dia 18


de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos no
pelourinho, numa pequena ilha do Rio Sena, destemidos até o fim. Apesar do corpo
de DeMolay ter perecido naquele dia, o espírito e as virtudes desse homem, para
quem a Ordem DeMolay foi denominada, viverão para sempre.

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"Embora o corpo de DeMolay tivesse sucumbido aquela noite, seu espírito e
suas virtudes pairam sobre a Ordem DeMolay, cujo nome em sua homenagem
viverá eternamente."

Jacques DeMolay, com 70 anos, durante sua morte na fogueira intimou aos
seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçoando os
descendentes do Rei da França, Filipe "O belo":

"NEKAN, ADONAI !!! CHOL-BEGOAL!!! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO


GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE: INTIMO-OS A COMPARECER
PERANTE AO TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO PARA RECEBEREM O
JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A
DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS!!!" (Jacques de Molay)

Papa Clemente V – o Generoso


Clemente V (Bertrand de Got) - Papa de 1305 a 1314; nascido em Villandraut
(Gironde), na França, em 1264. Teve a sede de seu papado em Avignon, cidade ao
sul de França, devido as pressões de Filipe, o Belo. A sede do papado manteve-se
em Avignon por 70 anos (1307- 1377), episódio que ficou conhecido como Cativeiro
de Avignon. Morto por ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um
ataque de angústia e sofrimento), que provavelmente cortaram seus intestinos. O
remédio foi receitado por médicos desconhecidos (?), quando o papa retornava a
sua cidade natal.

Guilherme de Nogaret (Guarda-Selos do reino) – Nogaret já havia cometido


ações contra Bonifácio VIII: Bonifácio VIII (Benedetto Caetani) - Papa de 1294 a
1303; nascido em Anagni, entre 1220 e 1230. Dedicou-se ao estudo de Direito,
sendo considerado, quando cardeal, eminente jurista e hábil diplomata. Convenceu
o Papa eremita Celestino V a renunciar, sendo eleito em seu lugar. Entrou em
choque com Filipe, o Belo; quando promulgou a bula Clericis Laicos, proibindo o

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clero de pagar impostos sem autorização papal. Depois de 1300, cresceram as
dificuldades entre Bonifácio VIII e Filipe, o Belo; que falsificou bulas e pôs os
franceses contra o Papa. Guilherme de Nogaret, aliado a dois cardeais da família
Collona, recruta na Itália um exército, e assalta o Palácio Anagni. Lá o Papa em seus
86 anos, dentro de seus aposentos sacerdotais, intimado a renunciar o papado teria
dito: ''Aqui está meu pescoço, aqui está minha cabeça: morrerei, mas morrerei
papa!''. Foi esbofeteado por um dos cardeais Collona e excomungou Guilherme de

Nogaret. Permaneceu prisioneiro por dois dias, até que a população o


socorreu. Regressando à Roma, enlouqueceu devido ao golpe e morreu
blasfemando depois de quatro meses (11 de outubro). Diz-se que morreu
envenenado, fato que se atribui a Nogaret.

Envenenado por uma vela, feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de
Beatriz d'Hirson (dama de companhia de Mafalda d'Artois, mãe de Joana e Branca
de Borgonha e tia de Margarida de Borgonha, esposas de Filipe, Carlos e Luís,
respectivamente, filhos de Filipe, o Belo. Era também tia de Roberto d'Artois, um
dos muitos amantes de Isabel, filha de Filipe, o Belo; cuja De Molay era padrinho de
batismo). O veneno contido na vela era composto de dois pós de cores diferentes:

CINZA: Cinzas da língua de um dos irmãos d'Aunay (que foram queimados por
terem corneado Carlos e Luís com suas respectivas esposas). Elas tinham um
suposto efeito sobrenatural para atrair o demônio.

CRISTAL ESBRANQUIÇADO: "Serpente de Faraó". Provavelmente sulfocianeto


de mercúrio. Gera por combustão: Ácido sulfúrico, vapores de mercúrio e
compostos anídricos; podendo assim, provocar intoxicações tanto cianídrica,
quanto mercurial.

Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome dos que


morreram por suas mãos.

Rei Felipe o Belo

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Filipe IV (o Belo) - (1268 - 1314) Rei da dinastia Capetíngea .Casado com Joana
de Navarra. Foi excomungado por Bonifácio VIII, excomunhão que foi levantada por
Clemente V. Saiu a caçar com seu camareiro, Hugo de Bouville; seu secretário
particular, Maillard e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre
acompanhado de seu cães .Foram em busca de um raro cervo de doze galhos visto
perto ao local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que
livra-se de ser servo. Deu-lhe sua trompa como presente por tê-lo ajudado a
localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe, percebeu uma cruz (dois
galhos que se prenderam nos chifres do cervo) que brilhava ( o verniz do galho que
reluzia ao sol). Começou a passar mal, não consegui chamar ninguém, pois estava
desprovido de sua trompa. Sentiu um estalo na cabeça e caiu do cavalo. Foi achado
por seus companheiros e levado de volta ao palácio, repetindo sempre - "A cruz, a
cruz..."e sempre com muita sede. Pediu como o Papa Clemente em seu leito de
morte, que fosse levado a sua cidade natal; no caso do rei, Fontainebleau. O rei
ficou perdido no seu interior, parecendo um louco, durante uns doze dias. Era dito
aos que perguntavam dele, que tinha caído do cavalo e atacado por um cervo. Filipe
foi levado a fazer um novo testamento e foi instigado por seus irmãos: Carlos de
Valois e Luís d'Evreux, a escrever o que eles queriam. Logo após terminado, sempre
com sede, faleceu.

Diz-se que Irmão Reinaldo, Grande Inquisitor de França, que acompanhou o


rei em seus últimos dias, não conseguiu fechar suas pálpebras, que se abriam
novamente. Foi assim, em seu velório, necessária uma faixa que cobrisse seus
olhos.

Segundo os documentos e relatórios de embaixadores de que se dispõe,


Chega-se a conclusão de Filipe, o Belo, sucumbiu a uma apoplexia cerebral em uma
zona não motora. A afasia do início pode ter sido devido a uma lesão na região da
base do crânio ( região infundíbotuberiana). Teve sua recaída mortal por volta de 26
de novembro.

Frases Atribuídas a Filipe:

"Fizemos canonizar o Rei Luís por Bonifácio, mas seria ele realmente um
santo?" "Não, meu irmão, não estou contente; cometi um erro: Devia ter mandado

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arrancar-lhe a língua antes de queimá-lo"( A Carlos de Valois, referindo-se a Jacques
de Molay)

CONCLUSÃO

Com a morte de Filipe, o Belo; seu filho Luís sucedeu-o. Luís de Navarra;
chamado Luís X (1289- 1316), reinou de 1314 à 1316 quando morreu. Deixou um
filho, que nasceu logo após de sua morte, chamado João I; que foi assassinado por
Mafalda d'Artois.

Assim o reino passou para seu tio, Filipe de Poitiers. Filipe V, o Alto (1294-
1322), reinou de 1317 à 1322. Morreu sem filhos homens.

O reinado passa ao irmão mais novo, Carlos. Carlos IV, o Justo (1295 - 1328),
reinou de 1323 à 1328. Ajudou sua irmã, Isabel a depor seu marido, Eduardo II, do
seu reinado na Inglaterra. Morreu sem herdeiros. O reino assim caiu sobre a casa
dos Valois. Acabando assim a dinastia dos Capeto (987 d.C. - Hugo Capeto até 1328
d.C. - Carlos IV). A maldição de Jacques de Molay cumpriu-se dentro do tempo
estipulado, os três condenados morreram em menos de um ano. Decorreram-se
nove meses desde a morte de Jacques até a morte de Filipe, o Belo.

Baphome

Baphomet ou Bafomé é uma síntese de vários conceitos mágicomísticos, mais


conhecida por sua relação com os Templários e a Maçonaria.

Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de nossa


época, por vezes erroneamente interpretada como uma rebuscada representação
do diabo católico, recebe o nome de Baphomet. Todavia, apesar de muito ter sido
especulado sobre o lendário ídolo dos Templários, pouca informação confiável
existe a respeito desta enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões: o que de
fato esta imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje

21
representa dentro das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente celebrado
cujos fundamentos estejam calcados neste Mistério?

História

Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição imposta pelo
Papa Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e pelo Rei de França Felipe
IV, mais conhecido como Felipe o Belo, contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo,
também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente,
Templários. O processo inquisitorial movido contra os Templários foi encerrado em
12 de setembro de 1314, quando da execução do Grão-Mestre da Ordem do
Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois Cavaleiros, todos
queimados pelas chamas da Inquisição.

No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de


sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia, além de
práticas obscenas e sodomia. O conjunto das acusações

montaria um quadro claro do que foi denominado de desvirtuação dos


princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma heterodoxia
doutrinária de procedência oriental, sobremodo islâmica.

No entanto, dentre as inúmeras acusações movidas contra os Templários,


uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a um tipo de ídolo, algo
diabólico, entendido como um símbolo místico utilizado pelos acusados em seus
supostos nefastos rituais. Na época das acusações, costumava-se dizer que em
cerimônias secretas, os Templários veneravam um desconhecido demônio, que
aparecia sob a forma de um gato, um crânio ou uma cabeça com três rostos. Na

22
acusação, embora seja feita menção a adoração de uma "cabeça", um "crânio", ou
de um "ídolo com três faces", nada é mencionado, especificamente, sobre a
denominação Baphomet.

Origens

De onde, então, teria surgido o termo? Não se sabe com precisão onde surgiu
o termo Baphomet. Uma das possíveis origens, entretanto, é atribuída a pesquisa
do arqueólogo austríaco Barão Joseph Von HammerPürgstall, um não simpatizante
do ideal Templário, que em 1816 escrevera um tratado sobre os alegados mistérios
dos Templários e de Baphomet, sugerindo que a expressão proviria da união de dois
vocábulos gregos, "Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir
desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência
de Rituais de Iniciação, onde haveria a admissão, seja aos mistérios seja aos
segredos cultuados pela Ordem do Templo.

O Simbolismo
Segundo Von Hammer, de acordo com suas descobertas, os ídolos Templários
se tratavam de degenerações de ídolos gnósticos valentinianos, sendo que, de
todos eles, o mais imponente formava uma estranha figura de um homem velho e
barbudo, de solene aspecto faraônico. Um traço bem marcante de todas as figuras
era a forte presença de caracteres de hermafroditismo ou androginia, traços que,
ainda de acordo com a descrição de Von Hammer, endossariam cabalmente as
acusações de perversão movidas pelo clero contra os Templários. Desta descrição
aparece outra referência que muito diz sobre o mistério que cerca o nome
Baphomet: ela aponta para a imagem de um "homem velho", o qual seria adorado
pelos Templários. Este "homem velho" possuía as mesmas características de
Priapus, aquele criado "antes que tudo existisse". Contudo, a mesma imagem, por
vezes aparecendo com armas cruzadas sobre o peito, sugere proximidade com o
Deus egípcio Osíris, havendo até quem afirme ser Osíris o verdadeiro Baphomet dos
Templários.

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Seguindo a mesma lógica e pensamento de que o vocábulo Baphomet teria
vindo da Grécia Antiga, também existe a hipótese de que sua procedência esteja na
conjunção das palavras "Baphe" e "Metros", algo como "Batismo da Mãe". Por sua
vez, a partir deste raciocínio, surge uma outra proposição poucas vezes mencionada
nos estudos sobre Baphomet, a qual aponta ser "Baphe" e "Metros" uma
corruptela de Behemot, um fantástico ser bíblico de origens hebréias. Esta teoria é
importante, visto Behemot ser citado (e por vezes traduzido) como uma grande
fêmea de Hipopótamo que habitava as águas do rio Nilo, sendo uma das
representações da "Grande Mãe", esposa do Deus Seth.

Leis e Regulamentos dos Templários

A Regra Primitiva dos Templários


Trad. Monserrat Robrenyo, Barcelona, 2000. Trad. Mrs. Judith Upton-Ward

Esta tradução do original, ou primitiva, Regra dos Templários está baseada na


edição de 1886 de Henri de Curzon, A Regra do Templo como Manual Militar, ou
Como Desempenhar um Posto de Cavalaria. Representa a Regra dada aos recém
originados Cavaleiros do Templo pelo Concílio de Troyes, 1129, embora "não se
deva esquecer que a Ordem já existia durante vários anos e desenvolvido suas
próprias tradições e costumes antes da aparição de Hugues de Payens no Concílio
de Troyes. Portanto, até certo ponto, a Regra Primitiva é baseada em práticas já
existentes".(Upton-Ward, p.11)

Esta tradução é cópia da "A Regra dos Templários" de Judith Upton-Ward,


Woodbridge: The Boydell Press, 1992, e foi reeditada com sua permissão. A Regra
dos Templários inclui uma introdução de UptonWard; também a Regra dos
Templários Primitiva e seus estatutos hierárquicos, castigos sobre normas de
conduta, vida conventual, capítulos ordinários, admissão na Ordem e um apêndice
por Matthew Bennett, "A Regra do Templo como um Manual Militar, ou Como
desempenhar um Posto de Cavalaria".

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O livro é extremamente recomendável para aqueles interessados nos
Templários ou em qualquer ordem militar. Agora também em formato econômico.

As notas para a Regra Primitiva, facilitada por Mrs. Upton-Ward na Regra dos
Templários, não se incluem neste texto. São de considerável interesse e deveriam
ser consultadas por aqueles que desejam estudar a Regra com mais detalhe.

Nota do tradutor para o Português:

Toda a matéria relativa à Regra Primitiva dos Templários, inclusive a que


antecede a presente Nota, foi extraída do texto original em Espanhol constante do
site www.osmtj.org - Espanha.

A Regra Primitiva

Aqui começa o prólogo à Regra do Templo

1. Dirigimo-nos, em primeiro lugar, a todos aqueles que com discernimento


rechaçam sua própria vontade e desejam de todo o coração servir a seu rei
soberano como cavaleiro; levar com supremo afã, e permanentemente, a mui
nobre armadura da obediência. E, portanto, nós os convidamos a seguir os
escolhidos por Deus entre a massa perdida aos quais propiciou, em virtude de sua
sutil misericórdia, defender a Santa Igreja, e que vós ansiais abraçar para sempre.

2. Sobre todas as coisas, quem quer ser um cavaleiro de Cristo escolhendo


essas sagradas ordens em sua profissão de fé, deve unir simples diligência e firme
perseverança, que é tão valiosa e sagrada e se revela tão nobre, que se se mantém
impoluta para sempre, merecerá acompanhar os mártires que deram suas almas
por Cristo Jesus. Nesta ordem religiosa floresceu e se revitaliza a ordem de
cavalaria. A cavalaria, apesar do amor pela justiça que constitui seu dever, não
cumpriu com seus deveres para com os pobres, viúvas, órfãos e igrejas

25
defendendoos, antes se aparelharam para destruir, despojar e matar. Deus, que
atua conforme para conosco, e nosso salvador Cristo Jesus, enviou seus seguidores,
desde a cidade Santa de Jerusalém aos quartéis da França e Borgonha, para nossa
salvação e exemplo da verdadeira fé, pois não cessam de oferecer suas vidas por
Deus em piedoso sacrifício.

3. Ante isso nós, em deleite e irmanados, por requerimento do Mestre


Hugues de Payens, por quem a mencionada ordem de cavalaria foi fundada com a
graça do Espírito Santo, nos reunimos em Troyes, dentre as províncias mais além
das montanhas, na festa de São Hilário, no ano da encarnação de Cristo Jesus de
1128, no nono ano após a fundação da anteriormente mencionada ordem de
cavalaria. Da conduta nos princípios da Ordem de Cavalaria escutamos em capítulo
comum dos lábios do anteriormente citado Mestre, Irmão Hugues de Payens, e de
acordo com as limitações de nosso entendimento, o que nos pareceu correto e
benéfico elogiamos, e o que nos pareceu errôneo rechaçamos.

4. E tudo o que aconteceu naquele Conselho não pode ser contado nem
recontado e para que não seja tomado por precipitação nossa, senão considerado
com sábia prudência, desejamos a discrição de ambos, nosso honorável padre o
Senhor Honório e do nobre Patriarca de Jerusalém, Esteban, que conhece os
problemas do Leste e dos Pobres Cavaleiros de Cristo; por conselho do concilio
comum o aprovamos unanimemente. Embora um grande número de padres
religiosos reunidos em capítulo aprovou a veracidade de nossas palavras, não
obstante não devemos silenciar os verdadeiros pronunciamentos e juízos que
emitiram.

5. Portanto, eu, Jean Michel, a quem foi encomendado e confiado tão divino
serviço, pela graça de Deus, servi de humilde escriba do presente documento por
ordem do conselho e do venerável padre Bernardo, abade de Clairvaux.

O nome dos Padres que compareceram ao Concílio

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6. Primeiro foi Mateo, bispo de Albano, pela graça de Deus, legado da Santa
Igreja de Roma; R[enaud], arcebispo de Reims; H[enri}, arcebispo de Sens; e seus
clérigos: G[ocelin], bispo de Soissons; o bispo de Paris; o bispo de Troyes; o bispo de
Orlèans; o bispo de Auxerre; o bispo de Meaux; o bispo de Chalons; o bispo de
Laon; o bispo de Beauvais; o abade de Vèzelay, que posteriormente foi arcebispo de
Lyon e legado da Igreja de Roma; o abade Citeaux; o abade de Pontigny; o abade de
Trois-Fontaines; o abade de St. Denis de Reims; o abade de StEtienne de Dijon; o
abade de Molesmes; ao anteriormente mencionado B[ernard], abade de Clairvaux:
cujas palavras o anteriormente citado elogiou abertamente. Também estiveram
presentes o mestre Aubri de Reims; mestre Fulcher e vários outros que seria
tedioso mencionar. E dos outros que não se mencionaram, é importante assentar,
neste assunto, de que são amantes da verdade: eles são o conde Theobald; o conde
de Nevers; Andrè de Baudemant. Estiveram no concílio e atuaram com perfeito e
cuidadoso estudo selecionando o correto e descartando o que não lhes parecia
justo.

7. E também estava presente o Irmão Hugues de Payens, Mestre de Cavalaria,


com alguns dos irmãos que o acompanharam. Estes eram Irmão Roland, Irmão
Godefroy, e Irmão Geoffroi Bisot, Irmão Payens de Montdidier, Irmão Archambaut
de Saint-Amand. O próprio Mestre Hugues com seus seguidores anteriormente
citados, expuseram os costumes e observâncias de seus humildes começos e um
deles disse: 'Ego principium qui est loquor vobis', que significa "Eu que falo a vós
sou o princípio" segundo minha lembrança pessoal.

8. Agradou ao concílio ordinário que as deliberações e o estudo das Sagradas


Escrituras, que se examinaram profundamente com a sabedoria de meu senhor
H[onorius], papa da Santa Igreja de Roma, e do Patriarca de Jerusalém, se fizessem
ali em conformidade com o capítulo. Juntos, e de acordo com os Pobres Cavaleiros
de Cristo do Templo que está em Jerusalém, deve-se pôr por escrito e não
esquecido, zelosamente guardado, de tal forma que para uma vida de observância
possam se referir a seu criador como mais doce que mel e em conformidade com

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Deus, cuja piedade parece óleo e nos permite ir a Ele a quem desejamos servir 'Per
infinita saecula saeculorum.Amen'.

Aqui começa a Regra dos Pobres Cavaleiros do Templo


9. Vós, os que renunciais à vossa vontade, e vós, os outros, os que servis a um
rei soberano com cavalos e armas para salvação de vossas almas e por tempo
estabelecido, atendereis com desejo virtuoso ao ouvir as matinas e ao serviço
completo, segundo a lei canônica e aos costumes dos mestres da Cidade Santa de
Jerusalém. Oh vós, veneráveis irmãos, que Deus esteja convosco, se prometeis
desprezar o mundo por perpétuo amor a Deus, desterrar as tentações de vosso
corpo, sustentado pelos alimentos de Deus, beber e ser instruído nos mandamentos
de Nosso Senhor, ao final do ofício divino nenhum deve temer entrar em batalha
se, por fim, usais a tonsura.

10. Mas se qualquer irmão for enviado para o trabalho da casa e pela
Cristandade no Leste - algo que cremos ocorrerá frequentemente - e não puder
ouvir o divino ofício, deverá dizer em lugar das matinas treze pai-nossos; sete por
hora e nove às vésperas. E todos juntos ordenamos que assim o faça. Mas aqueles
que foram enviados e não puderem voltar para assistir ao divino ofício, se lhes for
possível às horas estabelecidas, que não deverão ser omitidas, render a Deus sua
homenagem.

A Forma em que devem ser recebidos os Irmãos

11. Se qualquer cavaleiro secular, ou qualquer outro homem, deseja deixar a


massa de perdição e abandonar a vida secular escolhendo a vossa comunidade, não
consintais em recebê-lo imediatamente, porque segundo disse meu Senhor São
Paulo: 'Probate spiritus si ex Deo sunt'. Que quer dizer: "Prove-lhe a alma para ver
se vem de Deus". Sem embargo, se a companhia de seus irmãos lhe deve ser

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concedida, deixai que a ele seja lida a Regra, e se deseja explicitamente obedecer os
mandamentos da Regra, e compraz tanto ao Mestre quanto aos irmãos o receber-
lhe, deixai-o revelar seu desejo perante todos os irmãos reunidos em capítulo e
fazer sua solicitação com coração digno. Sobre Cavaleiros excomungados

12. Onde saibais que se concentram cavaleiros excomungados, aí os


obrigamos a ir; e se alguém deseja se unir à ordem de cavalaria proveniente de
regiões distantes, não devereis considerar tanto o valor terrenal como o valor da
eterna salvação de sua alma. Nós ordenamos que seja recebido condicionalmente,
que se apresente perante o bispo da província e o comunique de sua intenção. E,
quando o bispo o houver escutado e absolvido, o enviará ao Mestre e irmãos do
Templo, e se sua vida for honesta e merecedora de sua companhia, se parece justo
ao Mestre e irmãos, deixai que seja piedosamente recebido; e se morrer durante
esse tempo, pela angústia e tormento que sofreu, deixai que se lhe outorguem
todos os favores da irmandade, dados a cada um dos Pobres Cavaleiros do Templo.

13. Sob nenhuma outra circunstância deverão os irmãos do Templo


compartilhar da companhia dos indiscutivelmente excomungados, nem que se
fiquem com seus pertences; e isso deve ser encarecidamente proibido porque seria
terrível que fossem assim mesmo repudiados. Mas, se só lhe foi proibido escutar o
Divino Ofício, é certamente possível permanecer em sua companhia, assim como
ficar com seus pertences, entregando-os à caridade com a permissão de seu
comandante.

Sobre não aceitar meninos

14. Embora a regra dos santos padres permita receber meninos na vida
religiosa, nós o desaconselhamos. Porque aquele que deseje entregar seu filho
eternamente na ordem de cavalaria deverá educá-lo até que seja capaz de usar as
armas com vigor e liberar a terra dos inimigos de Cristo Jesus. Então, que sua mãe e

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pai o levem à casa e que sua petição seja conhecida pelos irmãos; e é muito melhor
que não tome os votos quando menino, senão ao ser maior, pois é conveniente que
não se arrependa disso, do que o faça. E em seguida que seja posto à prova de
acordo com a sabedoria do Mestre e irmãos, conforme a honestidade de sua vida
ao solicitar ser admitido na irmandade.

Sobre os que estão demasiado tempo de pé na Capela

15. Foi-nos feito saber, e o escutamos de testemunhas presenciais, que de


forma imoderada e sem restrição alguma, vós escutais o divino ofício de pé. Nós
não ordenamos que comportais dessa forma, ao contrário o desaprovamos.
Dispomos que, tanto os fortes quanto os debilitados, para evitar desordens, cantem
o salmo chamado Venite com a invitatória e o hino sentados, e digam suas orações
em silêncio, em voz baixa não vociferando, para não perturbar as orações dos
outros irmãos.

16. Mas ao final dos salmos, quando se canta o 'Gloria Patri' em reverência à
Santíssima Trindade, vos poreis de pé e vos inclinareis frente ao altar, enquanto os
debilitados ou enfermos só inclinarão a cabeça. Portanto, mandamos que, quando a
explicação dos Evangelhos seja lida, e se cante o 'Te Deum laudamus', e enquanto
se cantem os louvores, e as matinas terminam, vós estejais de pé. Desta mesma
forma determinamos que permaneceis de pé durante as matinas e em todas as
horas de Nossa Senhora.

Sobre a vestimenta dos Irmãos

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17. Dispomos que todos os hábitos dos irmãos sejam de uma só cor, quer seja
branco, negro ou marrom. E sugerimos que tanto no inverno como no verão, se for
possível, usem capas brancas; e a ninguém que não pertença à mencionada
cavalaria de Cristo lhe será permitido ter uma capa branca para que aqueles que
hajam abandonado a vida em obscuridade se reconheçam uns aos outros como
seres reconciliados com seu criador pelo símbolo de seus hábitos brancos: que
significa pureza e completa castidade. A Castidade é certeza no coração e saúde no
corpo. Porque se um irmão não toma votos de castidade não pode aceder ao eterno
descanso nem ver a Deus, pela promessa do apóstolo que disse: 'sectamini cum
omnibus et castimoniam sine qua nemo Deum videbit'. Que significa: "Luta para
levar a paz a todos, mantem-te casto, sem o qual ninguém pode ver a Deus".

18. Mas essas vestimentas deverão se manter sem riquezas e sem nenhum
símbolo de orgulho. E assim, nós exigimos que nenhum irmão use pele em suas
vestimentas, nem qualquer outra coisa que não pertença ao uso do corpo, nem tão
sequer uma manta que não seja de lã or cordeiro. Concordamos em que todos
tenham o mesmo, de tal forma que possam se vestir e se despir, e por e tirar as
botas com facilidade. E o alfaiate, ou quem faça suas funções, deverá se mostrar
minucioso e cuidar que se mantenha a aprovação de Deus em todas as coisas
mencionadas, para que os olhos dos invejosos e mal intencionados não possam
observar que as vestimentas sejam demasiado compridas ou curtas; deverá
distribuí-las de tal maneira que sejam da medida de quem as há de usar, segundo a
corpulência de cada um.

19. E se algum por orgulho ou arrogância deseja ter para ele um melhor e
mais fino hábito, dai-lhe o pior. E aqueles que recebam vestimentas novas deverão
imediatamente devolver as velhas para que sejam entregues a escudeiros e
sargentos, e com frequência aos pobres, segundo o que considere conveniente o
encarregado desse mister.

Sobre Sapatos pontiagudos e Cadarços

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22. Porque é manifesto e bem sabido que essas coisas abomináveis
pertencem aos pagãos. Também não deverão usar nem o cabelo nem o hábito
demasiado compridos. Porque aqueles que servem ao soberano Criador devem
surgir da necessidade dentro e fora mediante a promessa do próprio Deus que
disse: 'Estote mundi quia ego mundus sum'. Que quer dizer: "Nasça como eu
nasço".

Como devem comer


devereis comer juntos. Porém, se estais necessitado de algo, pois não estais
acostumados aos utilizados pelos religiosos, em voz baixa e em particular devereis
pedir o que necessitais na mesa com toda a humildade e submissão. Porque o
Apóstolo disse: 'Manduca panem tuo cum silentio'. Que significa: "Come teu pão
em silêncio". E o Salmista: 'Posui ore meo custodiam'. Que quer dizer: "Eu reprimi
minha língua". Que significa que "Eu creio que minha língua me trairia" o que vem a
ser "Calei para não falar mal".

Sobre a Leitura da Lição 24. Sempre, durante a refeição e ceia no convento,


que se leiam as Sagradas Escrituras, se isso for possível. Se amamos a Deus, suas
Santas palavras e seus Santos Mandamentos desejaremos escutar atentamente; e o
leitor do texto exigirá silêncio antes de começar a ler.

Sobre Recipientes e Cálices

25. Devido à escassez de recipientes os irmãos comerão aos pares, de tal


forma que um possa observar de mais perto o outro para que nem a austeridade

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nem a abstinência em segredo sejam introduzidas na refeição da comunidade. E nos
parece justo que cada irmão tenha a mesma quantidade de vinho em sua taça.

Sobre comer Carne

26. Deverá ser suficiente comer carne três vezes por semana, exceto no Natal,
Todos os Santos, Assunção e na festividade dos doze apóstolos. Porque se entende
que o costume de comer carne corrompe o corpo. Porém, se num jejum em que se
deve suprimir a carne cair numa terça-feira, no dia seguinte será dada uma grande
porção aos irmãos. E nos Domingos todos os irmãos do Templo, os capelães e
clérigos receberão dois ágapes de carne em honra à santa ressurreição de Cristo
Jesus. E os demais da casa, que inclui os escudeiros e sargentos, deverão se
contentar com uma refeição e ser agradecidos ao Senhor por ela.

Sobre as refeições durante a Semana 27. Sobre os outros dias da semana, que
são segunda-feira, quarta-feira e inclusive Sábados, os irmãos tenham duas ou três
refeições de vegetais ou outros pratos comidos com pão; e nós cremos que seja
suficiente e ordenamos que assim seja, de tal maneira que aquele que não comer
em uma refeição o faça na outra.

Sobre dar Graças

29. Sempre depois de cada refeição ou ceia todos os irmãos deverão dar
graças a Deus na igreja e em silêncio se essa se encontra no lugar onde fazem a
refeição, e se não estiver no mesmo lugar onde hajam tomado a refeição, com
humildade deverão dar graças a Cristo Jesus, que é o Senhor que Provê. Deixai que
os pedaços de pão rompido sejam dados aos pobres, e os que estejam em rodelas
inteiras sejam guardados.

33
Embora a recompensa dos pobres seja o reino dos céus, se oferecerá aos
pobres sem qualquer dúvida, e a fé Cristã os reconhecerá entre os seus; portanto,
concordemos que uma décima parte do pão seja entregue a vosso Esmoleiro.

Sobre se manter em Silêncio

31. Quando os irmãos saírem do capítulo não devem falar abertamente,


exceto em uma emergência. Deixai que cada um vá para sua cama tranquilo e em
silêncio, e se necessita falar a seu escudeiro, deverá dizer em voz baixa. Mas, se por
casualidade, à saída do capítulo, a cavalaria ou a casa tem um sério problema que
deve ser resolvido antes da manhã, entendemos que o Mestre ou o grupo de
irmãos maiores que governam a Ordem pelo Mestre, podem falar
apropriadamente. E por esta razão obrigamos que seja feita desta maneira.

32. Porque está escrito: 'In multiloquio non effugies peccatum'. Que quer
dizer: "O falar em demasia não está livre de pecado". E em algum outro lugar: 'Mors
et vita in manibus lingue'. Que significa: "A vida e a morte estão sob o poder da
língua". E dentro desse entendimento nós conjuntamente proibimos palavras vãs e
ataques estrondosos de riso. E se algo se disse durante essa conversa que não
deveria ter sido dito, ordenamos que ao recostar-vos rezeis um pai-nosso com
bastante humildade e sincera devoção.

Sobre os Irmãos Convalescentes

33. Os irmãos que, devido aos trabalhos da casa, padeçam de enfermidade,


podem se levantar às matinas com o consentimento e permissão do Mestre ou
daqueles que se encarreguem desse mister. Deverão dizer em lugar das matinas
treze pai-nossos, assim fica estabelecido, de tal forma e maneira que suas palavras

34
reflitam seu coração. Assim o disse David: 'Psallite sapienter'. Que significa: "Canta
com sabedoria". E igualmente disse David: 'In conspectu Angelorum psallam tibi'.
Que significa: "Eu cantarei para ti ante os anjos". E deixai que isso seja sempre
assim e à discrição do Mestre ou daqueles encarregados de tal mister.

Sobre a Vida em Comunidade

34. Lemos nas Sagradas Escrituras: 'Dividebatur singulis prout cuique opus
erat'. Que significa: "A cada um lhe será dado segundo sua necessidade". Por essa
razão nós decidimos que nenhum estará acima de vós, senão que todos cuidareis
dos enfermos; e aquele que está menos enfermo dará graças a Deus e não se
preocupará; e permitireis que aquele que estiver pior se humilhe mediante sua
debilidade e não se orgulhe pela piedade. Desse modo todos os membros viverão
em paz. E proibimos a todos que abracem a excessiva abstinência, antes que
firmemente mantenham a vida em comunidade.

Sobre o Mestre

35. O Mestre pode, a quem lhe apraza, entregar o cavalo e a armadura e o


que deseje de outro irmão, e o irmão cuja coisa pertencia não se sentirá vexado
nem aborrecido: por que se se aborrece irá contra Deus.

Sobre dar Conselhos

36. Permitir só àqueles irmãos que o Mestre reconhece que darão sábios e
bons conselhos sejam chamados para a reunião; e assim os ordenamos, e que de
nenhuma outra forma alguém possa ser escolhido. Porque quando ocorrer que se
deseje tratar de matérias serias como a entrega de terra comunal, ou falar dos

35
assuntos da casa, ou receber a um irmão, então, se o Mestre o desejar, ser
apropriado reunir a congregação inteira para escutar o conselho de todo o capítulo;
e o que considere o Mestre melhor e mais benéfico, deixar que assim se faça.

Sobre os Irmãos enviados a Ultramar

37. Os Irmãos que sejam enviados a diversos países do mundo deverão


observar os mandatos da Regra segundo sua habilidade e viver sem desaprovação
no que diz respeito a carne e o vinho, etc, para que recebam elogios de estranhos e
não macular por feitos e palavras os preceitos da Ordem, e para ser um exemplo de
boas obras e sabedoria; acima de tudo, para que aqueles com os quais se associem
e em cuja pousadas repousem, sejam recebidos com honra. E a ser possível, a casa
onde durmam e se hospedem que não fique sem luz durante a noite, para que os
tenebrosos inimigos não os conduzam à maldade, dado que Deus assim o proíbe.

Sobre Manter a Paz

38. Cada irmão deve se assegurar de não incitar outro à ira ou aborrecimento,
porque a soberana piedade de Deus vê o irmão forte de forma igual que a um
debilitado, em nome da Caridade.

Como devem atuar os Irmãos

39. A fim de levar a cabo seus santos deveres, merecer a Glória do Senhor e
escapar do temível fogo do inferno, é concorde que todos os irmãos professos
obedeçam estritamente a seu Mestre. Porque nada é mais agradável a Cristo Jesus
que a obediência. Por esta razão, tão logo seja ordenado pelo Mestre ou em quem
haja delegado sua autoridade, deverá ser obedecido sem dilação como se o Cristo o

36
tivesse imposto. Por isso Cristo Jesus pela boca de David disse e é certo: 'Ob auditu
auris obdevit mihi'. Que quer dizer: "Me obedeceu tão pronto me escutou".

40. Por esta razão rezamos e firmemente damos como ditame aos irmãos
cavaleiros que abandonaram sua ambição pessoal e a todos aqueles que servem
por um período determinado, a não sair por povoados ou cidades sem a permissão
do Mestre ou de quem o haja delegado, exceto pela noite ao Sepulcro e outros
lugares de oração dentro dos muros da cidade de Jerusalém.

41. Lá, os irmãos irão aos pares, e de outra forma não poderão sair nem de
dia nem de noite; e quando se detiverem em uma pousada, nenhum irmão,
escudeiro ou sargento pode acudir aos aposentos de outro para vê-lo ou falar com
ele sem permissão, tal como foi dito. Ordenamos, por unânime consentimento, que
nesta Ordem regida por Deus, nenhum irmão deverá lutar ou descansar segundo
sua vontade, senão seguindo as ordens do Mestre, a quem todos devem se
submeter, para que sigam as indicações de Cristo Jesus, que disse: 'Non veni facere
voluntatem meam, sed ejus qui meset me Patris'. Que significa: "Eu não vim para
fazer minha própria vontade, senão a vontade de meu pai, quem me enviou".

Como devem Possuir e Intercambiar

42. Sem a permissão do Mestre ou de quem em seu lugar ostente o cargo,


que nenhum irmão intercambie coisa alguma com outro, nem mesmo peça, a
menos que seja de escasso valor ou nulo.

Sobre Fechos

37
43. Sem permissão do Mestre ou quem o represente, nenhum irmão terá uma
bolsa ou sacola que possa ser fechada; mas os diretores de casas ou províncias e o
Mestre não observarão isso. Sem o consentimento do Mestre ou seu comandante,
que nenhum irmão tenha carta de seus parentes ou outras pessoas; mas se tem
permissão, e assim o quer o Mestre ou comandante, essas cartas podem ser lidas.

Sobre Presentes de leigos

44. Se algo que não se pode conservar, como a carne, for presenteado em
agradecimento a um irmão por um leigo, este o apresentará ao Mestre ou ao
Comandante de gêneros alimentícios. Porém se ocorre que algum de seus amigos
ou parentes deseje presentear só a ele, que não se aceite sem a permissão do
Mestre ou seu delegado. E mais, se o irmão recebe qualquer outra coisa de seus
parentes, que não o aceite sem permissão do Mestre ou de quem ostenta o cargo.
Especificamos que os comandantes ou mordomos, que estão a cargo desses ofícios,
que não se atenham à citada regra.

Sobre Faltas

45. Se algum irmão, falando ou em tropa indisciplinada, ou de algum outro


modo comete um pecado venial, deverá voluntariamente dize-lo ao Mestre para se
redimir com o coração limpo. Se não costuma a se redimir desse modo, que receba
uma penitência leve, mas se a falta é muito séria, que se alije da companhia de seus
irmãos de tal forma que não coma nem beba na mesa com eles, senão sozinho; e se
submeterá à piedade e juízo do Mestre e irmãos, para que seja salvo do Juízo Final.

Sobre faltas Graves

38
46. Acima de tudo, devemos nos assegurar que nenhum irmão, poderoso ou
não, forte ou debilitado, que deseje promover gradualmente reinvindicações
orgulhosas, que defenda seu próprio crime e permaneça sem castigo. Porém, se não
quiser se submeter por isso, que receba um castigo maior. E se misericordiosas
orações do conselho se rezam por ele a Deus, e ele não quiser se emendar, senão
que se orgulha mais e mais disso, que seja erradicado do rebanho piedoso, segundo
o que o apóstolo disse: 'Auferte malum ex vobis'. Que quer dizer: "Aparta os
malvados dentre os teus". É necessário para vós separar as ovelhas perversas da
companhia dos irmãos piedosos.

47. E mais, o Mestre, que deve levar em suas mãos o báculo - e bastão de
mando que sustenta as debilidades e fortaleza dos demais, deverá se ocupar disso.
Mas também, como meu senhor St. Maxime disse:" Que a misericórdia não seja
maior que a falta, nem que o excessivo castigo conduza o pecador a regressar às
suas más ações".

Sobre a Maledicência

48. Mandamos, por divino conselho, o evitar as pragas da inveja,


maledicência, despeito e calúnia. Portanto, cada um deve guardar zelosamente o
que o apóstolo disse: 'No sis criminator et susurro in populu'. Que significa: "Não
acuses ou prejudique o povo de Deus". Mas quando um irmão saiba com certeza
que seu companheiro pecou, em privado e com fraternal misericórdia, que seja ele
mesmo quem o admoeste secretamente, e, se não quiser escutar, outro irmão
deverá ser chamado, e se os recusa a ambos, deverão dizê-lo publicamente perante
o capítulo. Aqueles que depreciam seus semelhantes sofrem de terrível cegueira e
muitos estão cheios de grande tristeza já que não desarraigam a inveja que sentem

39
dos outros; e por isso, serão arremessados para a imemorável perversidade do
demônio.

Que ninguém se orgulhe de suas faltas

49. As palavras vãs se sabe serem pecaminosas, e as dizem aqueles que se


orgulham de seu próprio pecado frente ao justo juiz Cristo Jesus, o que fica
demonstrado pelas palavras de David: 'Obmutui est silui a bonis'. Que significa:
"Deveria inclusive refrear-se de falar bem e observar o silêncio". Também prevenis
falar mal para evitar a desgraça do pecado. Ordenamos e firmemente proibimos
que um irmão conte a outro irmão, ou a qualquer outro, as ações de valentia que
desempenhou em sua vida secular e os prazeres da carne que manteve com
mulheres imorais. Deverão ser consideradas faltas cometidas durante sua vida
anterior e se sabe que foi expressa por algum outro irmão, deverá silenciá-lo
imediatamente; e se não consegue, abandonará o lugar sem permitir que seu
coração seja maculado por essas palavras.

Que Ninguém Peça

50. A este costume, entre outros, ordenamos que adotais firmemente: que
nenhum irmão explicitamente peça o cavalo ou a armadura de outro. Será feito da
seguinte maneira: se a enfermidade de um irmão ou a fragilidade de seus animais
ou a armadura for conhecida e portanto não puder fazer o trabalho da casa sem
perigo, que vá ao Mestre e exponha a situação a respeito, solicite fé e fraternidade,
e se atenha à disposição do Mestre ou de quem ostente seu cargo.

Sobre animais e escudeiros

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51. Cada irmão pode ter três cavalos e nenhum mais sem a permissão do
Mestre devido a grande pobreza que existe na atualidade na casa de Deus e no
Templo de Salomão. A cada irmão permitimos três cavalos e um escudeiro; e se
este último serve por caridade, o irmão não deveria castigá-lo pelos pecados que
cometa.

Que nenhum Irmão possa ter um bridão ornado

52. Nós proibimos enfaticamente a qualquer irmão que lustre o ouro ou prata
de seus bridões, estribos e esporas. Isso se aplica se forem comprados. Porém, se
forem presenteados por caridade, os arreios de prata e o ouro, que fiquem tão
velhos que não reluzam, que sua beleza não possa ser vista por outros nem ser sinal
de orgulho; então se poderá ficar com eles. Porém, se são presenteados novos, que
seja o Mestre quem disponha deles como creia oportuno.

Sobre aljavas de Lança

53. Que nenhum irmão traga uma aljava nem para sua lança nem para seu
escudo, pois não traz nenhum benefício, ao contrário, pode ser muito prejudicial.

Sobre bolsas de comida

54. Este mandato que estabelecemos é conveniente para todos e por esta
razão exigimos seja observado de agora em diante, e que nenhum irmão possa

41
portar uma bolsa para comida de linho ou lã, ou de qualquer outro material que
não seja de "profinel".

Sobre a Caça

55. Proibimos coletivamente. Que nenhum irmão cace uma ave com outra.
Não é adequado para um religioso sucumbir aos prazeres, senão escutar
voluntariamente os mandamentos de Deus, estar frequentemente orando e
confessar diariamente implorando a Deus em suas orações o perdão dos pecados
que haja cometido. Nenhum irmão pode ter a presunção de ser um homem que
caça uma ave com outra. Ao contrário, é apropriado para um religioso agir de modo
simples e humildemente, sem rir e falar em demasia, com ponderação e sem
levantar a voz. E por esta razão dispomos especialmente a todos os irmãos que não
adentrem os bosques com lanças nem arcos para caçar animais, nem que o façam
em companhia de caçadores, exceto movidos pelo amor de preservá-los dos pagãos
infiéis. Nem devereis ir com cachorros, nem gritar, nem conversar, nem esporear
vosso cavalo só pelo desejo de capturar um animal selvagem.

Sobre o Leão

56. É verdade que haveis entregue vossas almas por vossos irmãos, tal como
o fez Cristo Jesus, e defender a terra dos incrédulos pagãos, inimigos do filho da
Virgem Maria. Esta célebre proibição de caça não inclui de forma alguma o leão.
Dado que vem sorrateiro e envolvente para capturar sua presa com suas garras
contra o homem, ide com vossas mãos contra ele.

Como podem ter propriedades e homens

42
57. Esta bondosa nova ordem a cremos emanar das Sagradas Escrituras e da
divina providência na Sagrada Terra do Leste. O que significa que esta companhia
armada de cavaleiros pode matar os inimigos da cruz sem pecar. Por esta razão
julgamos que deveis ser chamados Cavaleiros do Templo, com o duplo mérito e o
garbo da honestidade; que podeis possuir terras e mantê-las, vilarejos e campos e
os governais com justiça, e imponhais vosso direito tal e como está especificamente
estabelecido.

Sobre os Dízimos
58. Vós haveis abandonado as sedutoras riquezas deste mundo e vos haveis
submetido voluntariamente à pobreza; e por isso resolvemos que vós que viveis em
comunidade possais receber dízimos. Se o bispo da localidade, a quem o dízimo
deveria ser entregue por direito, deseja dá-lo por caridade com o consentimento do
capítulo, pode doar esses dízimos que possui sua igreja. E mais, se um plebeu
guarda os dízimos de seu patrimônio para si, em desfavor da igreja, e deseja cede-
los a vós, o podeis aceitar com a permissão do prelado e seu capítulo.

Sobre fazer juízos

59. Sabemos, já que o vimos, que os perseguidores e amantes de lutas e


dedicados cruelmente a atormentar os fiéis da Sagrada Igreja e seus amigos, são
incontáveis. Pelo claro juízo do conselho, ordenamos que se alguém, nos lugares do
Leste ou em qualquer outro sítio, os solicita parecer, porque crentes e amantes da
verdade, deveis julgar o fato se a outra parte concorda. Este mesmo mandato se
aplicará sempre que algo lhes seja roubado.

Sobre os Irmãos Idosos

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60. Dispomos, por se tratar de um conselho compassivo, que os irmãos idosos
e debilitados sejam honrados com diligência e recebam a atenção de acordo com
sua fragilidade, e cuidados pela autoridade naqueles ofícios necessários para seu
bem-estar físico, e que de forma alguma se sintam aflitos.

Sobre os Irmãos Enfermos

61. Que os irmãos enfermos recebam a consideração e os cuidados e sejam


servidos segundo os ensinamentos do evangelista e de Cristo Jesus: 'Infirmus fui et
visitastis me'. Que significa: "Estive enfermo e visitastes", e que isso não seja
esquecido. Porque aqueles irmãos que estão doentes deverão ser tratados com
doçura e cuidado, porque por tal serviço, levado a cabo sem titubear, ganhareis o
reino dos céus. Portanto, pedimos ao Enfermeiro que sábia e fervorosamente
proveja o necessário aos diversos irmãos enfermos, como carne, legumes, aves e
outros manjares, que o devolvam à saúde, segundo os meios e possibilidades da
casa.

Sobre os Irmãos Falecidos

62. Quando um irmão passar da vida à morte, algo de que ninguém está
excluído, digais missa por sua alma com misericordioso coração, e que o divino
ofício seja executado pelos curas que servem ao rei. Vós que servis a caridade por
um tempo determinado e todos os irmãos que estiverem presentes frente ao
cadáver rezareis cem pai-nossos durante os sete dias seguintes. E todos os irmãos
que estão sob a ordem da casa do irmão falecido, depois de tomarem
conhecimento da morte, rezarão os cem pai-nossos, como se falou anteriormente,
pela misericórdia de Deus. Também pedimos e rogamos, por nossa autoridade
pastoral, que um mendigo seja alimentado com carne e vinho durante quarenta

44
dias em memória do finado irmão, tal como o fizesse se estivesse vivo. Nós
explicitamente proibimos todos os anteriores oferecimentos que costumavam fazer
por vontade própria e sem sensatez os Pobres Cavaleiros do Templo frente a morte
de irmãos na celebração da Páscoa ou outras festas.

63. E mais, deveis professar vossa fé com pureza de coração de dia e de noite
para que possam se comparar, nesse aspecto, com o mais sábio dos profetas, que
disse: 'Calicem salutaris accipiam'. Que quer dizer: "Eu beberei do cálice da
salvação". O que significa: "Vingarei a morte de Cristo com minha morte. Porquê da
mesma maneira que Cristo Jesus deu seu corpo por mim, da mesma forma estou
preparado para da minha alma por meus irmãos". Esta é uma oferenda apropriada,
um sacrifício vivente e do agrado de Deus.

Sobre os Sacerdotes e clérigos que servem a Caridade

64. A totalidade do concílio em conselho os ordena prestar oferendas e todas


as classes de esmola, sem importar o modo que possam ser dadas, aos capelães e
clérigos e aos demais na caridade por um tempo determinado. Seguindo os
mandatos de Deus nosso Senhor, os que servem a Igreja só podem receber roupa e
comida, e não podem ter a presunção de possuir nada, a menos que o Mestre
deseje dar-lhes por caridade.

Sobre os Cavaleiros seculares

65. Aqueles que por piedade servem e permanecem convosco por um tempo
determinado são cavaleiros da casa de Deus e do Templo de Salomão. Portanto,
com piedade rezamos e assim dispomos finalmente que se durante sua
permanência o poder de Deus se manifesta a algum deles, por amor a Deus e

45
próprio da fraternal misericórdia, um mendigo seja alimentado durante sete dias
para a salvação de sua alma, e cada irmão nessa casa deverá rezar trinta pai-nossos.

Sobre os Cavaleiros Seculares que servem por tempo


determinado

66. Ordenamos que todos os cavaleiros seculares que desejem com pureza de
coração servir a Cristo Jesus e à casa do Templo de Salomão por um período
determinado, que adquiram, cumprindo a norma, um cavalo e armas adequadas e
tudo o necessário para a tarefa. E mais, que ambas as partes deem um preço ao
cavalo e que esse preço fique por escrito para não ser esquecido, e deixai que tudo
o que o cavaleiro, seu escudeiro e seu cavalo necessitem provenha da caridade
fraterna segundo os meios da casa. Se durante esse tempo determinado ocorrer
que o cavalo morra a serviço da casa, se a casa o puder custear, o Mestre o
responderá. Se ao final de sua permanência o cavaleiro deseja regressar a seu país,
deverá deixar na casa, por caridade, a metade do preço do cavalo e a outra metade
pode, se o desejar, recebe-la das esmolas da casa.

Sobre a Promessa dos Sargentos

67. Dado que os escudeiros e sargentos que desejam caritativamente servir


na casa do Templo pela salvação de sua alma e por um período determinado
venham de regiões muito diversas, é prudente que suas promessas sejam recebidas
para que o inimigo invejoso não os faça se arrepender e renunciar a suas boas
intenções.

46
Sobre as Capas Brancas

68. Por unânime consenso da totalidade do capítulo, proibimos e ordenamos


a expulsão, por vicioso, a qualquer que sem discrição haja estado na casa de Deus e
dos Cavaleiros do Templo. Também, que os sargentos e escudeiros não tenham
hábitos brancos, dado que esse costume trouxe grande desonra à casa, pois nas
regiões além das montanhas falsos irmãos, homens casados e outros, que fingiam
ser irmãos do Templo, as usaram para jurar sobre elas sobre assuntos mundanos.
Trouxeram tanta vergonha e prejuízo à Ordem de Cavalaria que até seus escudeiros
riram; e por esta razão sugiram muitos escândalos. Portanto, que se lhes entregue
hábitos negros, mas se esses não se pode encontrar, lhes deverá ser dado o que se
encontre nessa província ou que seja mais econômico que o burel Sobre irmãos
Casados

69. Se homens casados pedirem para ser admitidos na fraternidade, prestar


favores e ser devotos da casa, permitimos que os recebais sob as seguintes
condições; ao morrer deverão deixar uma parte de suas propriedades e tudo que
tiverem obtido desde o dia de seu ingresso. Durante sua permanência, deverão
levar uma vida honesta e comprometerem-se a agir em favor de seus irmãos,
porém, não deverão levar hábitos brancos nem mandil. E mais, se o senhor falecer
antes de sua esposa, os irmãos ficarão só com uma parte de seus bens, deixando
para a dama o resto a fim de que possa viver sozinha durante o resto de sua
existência, posto que não é correto perante nós, que ela viva como confrade em
uma casa junto a irmãos que prometeram castidade a Deus.

Sobre Irmãs

70. A companhia das mulheres é assunto perigoso porque por sua culpa o
experimentado diabo desencaminhou a muitos do reto caminho do Paraíso.
Portanto, que as mulheres não sejam admitidas como irmãs na casa do Templo. Por

47
isso, queridos irmãos, que não consideramos apropriado seguir esse costume para
que a flor da castidade permaneça sempre impoluta entre vós.

Que não tenham intimidades com mulheres

71. Cremos imprudente para um religioso olhar muito o rosto de uma mulher.
Por esta razão ninguém deve se atrever a beijar uma mulher, seja viúva, menina,
mãe, irmã, tia ou outro qualquer parentesco, e recomendamos que a cavalaria de
Cristo Jesus evite a todo custo os abraços de mulheres, pelos quais muitos homens
pereceram, para que se mantenham eternamente perante Deus com a consciência
pura e a vida inviolável.

Sobre os Mandatos

73. Todos os mandatos que se mencionaram e escreveram aqui nesta


presente Regra estão sujeitos ao juízo do Mestre.

Estes são os Dias Festivos e de Jejum que todos os


Irmãos devem Celebrar e Observar

74. Que saibam todos os presentes e futuros irmãos que devem jejuar nas
vigílias dos doze apóstolos, que são: São Pedro, São Paulo, Santo André, São Thiago,
São Felipe, São Tomé, São Bartolomeu, São Simão, São Judas Tadeu, São Mateus. A
vigília de São João Batista, a vigília da Ascenção e os dois dias anteriores, os dias de
rogativas, a vigília de Pentecostes, as quatro Têmporas, a vigília de São Lourenço, a
vigília de Nossa Senhora da Ascenção, a vigília de Todos os Santos, a Vigília da
Epifania. E deverão jejuar em tosos os dias citados segundo disposição do Papa
Inocêncio no Concílio da cidade de Pisa. E se alguns dos dias de jejum cai numa

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Segunda-feira, deverão jejuar no Sábado anterior. Se o Natal de Nosso Senhor cai
numa Sexta-feira, os irmãos comerão carne em honra da festa, mas deverão jejuar
no dia de São Marcos devido às Litanias, porque assim foi estabelecido por Roma
para os homens mortais. Não obstante, se cai durante a oitava da Páscoa, não
deverão jejuar.

Estes são os Dias de Jejum que deverão ser


observados na Casa do Templo

75. Natal de Nosso Senhor; a festa de Santo Estevão; São João Evangelista; os
Santos Inocentes; o oitavo dia depois do Natal, que é o dia de Ano Novo; a Epifania;
Santa Maria Candelária; São Matias Apóstolo; a Anunciação de Nossa Senhora em
Março; Páscoa e os três dias seguintes ao dia de São Jorge; os Santos Felipe e
Thiago, dois apóstolos; o encontro da Vera Cruz; a Ascenção do Senhor; Pentecostes
e os seguintes: São João Batista; São Pedro e São Paulo, dois apóstolos; Sant Maria
Madalena; São Thiago Apóstolo; São Lourenço; a Ascenção de Nossa Senhora; a
natividade de Nossa Senhora; a Exaltação da Cruz; São Mateus Apóstolo, São
Miguel; Os Santos Simão e Judas; a festa de Todos os Santos; São Martinho no
inverno; Santa Catarina no inverno; Santo André; São Nicolau no inverno; São Tomé
Apóstolo.

76. Nenhuma das festas menores se deve observar na casa do Templo e


desejamos e aconselhamos que se cumpra estritamente: todos os irmãos do
Templo deverão jejuar desde o Domingo anterior a São Martinho até o Natal de
Nosso Senhor, a menos que a enfermidade o impeça. Se ocorrer que a festa de São
Martinho caia num Domingo, os irmãos não comeram carne no Domingo anterior.

Ensino Religioso: Pater Noster

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PATER NOSTER ou Pai Nosso é a Oração máxima dos Cavaleiros
Templários, utilizada antes e durante as batalhas, dava aos Cavaleiros a coragem
necessária para irem à carga contra o inimigo, que na maioria das vezes, eram
muitos. Esta oração é proferida várias vezes durante o período da investidura dos
noviços. No ensino religioso é a primeira oração feita pelo monge antes do
enfrentamento contra os principados e as potestades. Muito utilizada nas práticas
de exorcismos que eram ensinadas aos Templários e são até os dias de hoje.

Pater Noster quio est in ceali,


santificetur nomen tuum
Adveniat regnun tuum
Fiat volunctas tua sicut in celo e in terra
Pane nostrae quotidianum danobis hodie
e dimite debita nostrae
sicut noi debitamus pecatoribus nostrae
e ne nos inducas in tentazionen
Sed liberta nos a malo.
Amem.
(O noviço deverá praticar o Pater Nostrus em latim ou
Português pelo menos 3 vezes ao dia)

50
Ensino Militar: As Ordens de Cavalaria
A cavalaria medieval foi uma instituição feudal formada por cavaleiros
nobres, sendo reconhecidos por todos os ideais de coragem e imponência
associados a eles, principalmente pela literatura. Dentro da cavalaria haviam os
cavaleiros de fato (os miles), homens que eram obrigados a se recrutarem (os
lanças), os escudeiros, selecionados por ordens religiosas e os cavaleiros da espora
dourada (homens ricos, porém sem títulos de nobreza). Tais cavaleiros eram
regidos pelo Código da Cavalaria, que foi um sistema de moral, onde explicitava que
os cavaleiros deveriam defender aqueles que não tinham capacidade de se
proteger, como viúvas, crianças e idosos. Além disso, todos os cavaleiros deveriam
ser homens aptos a lutarem em guerras, da Idade Média, quando fossem
convocados. Não era necessário apenas serem fortes, mas também, os cavaleiros
deveriam ser extremamente disciplinados, além de lhes ser permitido dizer apenas
a verdade em todas as ocasiões. Além disso, eram jurados de proteger a honra de
todos da Cavalaria e da Igreja, sempre obedecendo a hierarquia de comando, e
jamais podendo recusar o desafio de um semelhante. Essencialmente, um cavaleiro
da Cavalaria era um militar cristão. Especificamente, as regras do Código da
Cavalaria podiam ser resumidas em alguns "mandamentos":

As Regras da Cavalaria
1. Acreditar nos ensinamentos da Igreja e observar todas as direções que a
Igreja mostrar;

2. Defender a Igreja;

3. Respeitar e defender todos os indefesos.

4. Amar o seu país.

5. Não recuar diante de um inimigo: Um covarde, apenas, poderia


desencorajar um exército inteiro.

6. Mesmo se os cavaleiros soubessem que a morte estava próxima, deveriam


morrer lutando do que demonstrar fraqueza.

51
7. Não mostrar misericórdia para com os infiéis, e não hesitar em participar
dos conflitos contra eles.

8. Desempenhar todas as tarefas acordo com as leis de Deus.

9. Nunca mentir ou desdizer uma só palavra. Sinceridade e honra foram duas


das características mais importantes de cavaleiros de cavalaria.

10. Demonstrar generosidade com todos.

11. Sempre, e qualquer lugar, ser certo e bondoso.

O termo da "Cavalaria" foi primeiro usado em 1292, trazido do francês antigo


"chevalerie" (cavaleiro), um substantivo abstrato formado no século 11 com base
no "chevalier" (cavaleiro). Entre os séculos XI e XV, muitos dos escritores medievais
usaram a palavra "Cavalaria", com diversos significados que mudaram ao longo do
tempo, mas, geralmente, associada à sua relação com indivíduos militares que
cavalgavam cavalos de batalha que serviam à moral Cristã, dando origem ao gênero
que se tornaria popular no século XII, do ideal de amor cortês do cavaleiro
medieval. Por volta do século XV, o termo se desvinculou das suas origens militares,
não menos importantes, por causa do estrondoso aumento dos números de
infantaria durante o século XIV, confinando os cavaleiros aos torneios fechados.
Independente dos tantos termos e definições sobre a cavalaria, o cavaleiro
medieval sempre foi um perito na arte da guerra, treinados em combates com
armaduras, cavalos, lanças, espadas e escudos pesados. Também eram incentivados
a mostrar a coragem e a lealdade. A prática heráldica, e todas suas regras
elaboradas na produção de brasões, também sempre estiveram relacionadas à
cavalaria. Quando não estavam em batalha, geralmente, os cavaleiros residiam em
castelos ou fortalezas, onde viviam nas cortes dos reis, duques e outros grandes
senhores. Nos tempos de paz, as habilidades dos cavaleiros eram usadas durantes
os torneios e as grandes caçadas. O Cristianismo teve uma grande influência sobre o
conceito clássico do heroísmo e da virtude, hoje relacionados com as virtudes da
Cavalaria. O movimento conhecido como "A Paz e a Trégua de Deus" é um forte
exemplo disso, quando pôs diversos limites nos cavaleiros, obrigandolhes a
proteger e honrar os membros mais indefesos da sociedade, além de sempre se
mostrarem dispostos a auxiliar a Igreja a manter a paz e a ordem.

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Simultaneamente, a Igreja tornou-se mais tolerante com a guerra em defesa da fé,
defendendo a ideia da "guerra justa". Também foram criadas liturgias que serviam
para abençoar os armamentos de guerra dos cavaleiros, como a espada e
armadura.

São Bernardo de Claraval


Bernardo de Claraval foi um influente abade da Igreja Católica na Idade
Média, considerado o “Patrono Espiritual” dos Cavaleiros Templários.

Nascido em 1090 em Borgonha, Bernardo era proveniente de uma família


nobre e era um dos sete filhos de Tescelin Sorrel com Aleth de Montbard. Iniciou
muito cedo sua vida religiosa. Aos nove anos de idade começou seus estudos na
Escola Canônica de Châtillon-sur-Seine. Pouco tempo depois, optou por ingressar na
Abadia de Cister. Entusiasta da vida religiosa, Bernardo convenceu vários amigos e
parentes a ingressarem também na vida monástica, levando consigo mais 30
candidatos para a Abadia.

Em função da dedicação religiosa de Bernardo, foi designado para um projeto


que seria de grande apreço para o resto de sua vida, a fundação de uma casa
cisterciense em Ville-sur-la-Ferté. A fundação foi chamada de Claraval e Bernardo
foi nomeado como abade. Isso tornou Bernardo conhecido como Bernardo de
Claraval.

Bernardo de Claraval teve anos iniciais difíceis com regras religiosas severas.
Porém era um religioso dedicado e interessado. Sua abadia cresceu
satisfatoriamente, a ponte de, em 1118, outras serem fundadas para não superlotar
Claraval. No ano seguinte, Bernardo de Claraval escreveu suas primeiras obras que
aumentariam sua popularidade. Destacou-se também como defensor do
reformismo do clero.

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No final da década de 1110, foi fundada no Oriente a Ordem dos Cavaleiros
do Templo de Salomão, ou simplesmente Templários. Alguns anos depois, Bernardo
de Claraval tomou conhecimento do objetivo dos monges guerreiros e tornou-se
um defensor do ideal. Bernardo de Claraval foi responsável por fazer chegar ao
papa Honório II a informação sobre o objetivo dos Templários e, com isso, buscar o
reconhecimento e o apoio da Igreja Católica. O encontro com o papa ocorreu no
Concílio de Troyes, em 1128, o qual foi muito influenciado por Bernardo. Este
conseguiu o reconhecimento da Igreja Católica sobre os Templários e ainda ficou
encarregado de escrever o estatuto da Ordem.

Bernardo de Claraval, após o Concílio de Troyes, tornou-se uma


personalidade muito respeitada no mundo católico, com liberdade para intervir em
assuntos políticos e com voz de destaque na defesa dos direitos da Igreja. Com o
falecimento do papa Honório II, criou-se um cisma, mas foi Bernardo que
influenciou pela escolha de Inocêncio II como papa. Mais tarde, em 1145, Bernardo
seria responsável diretamente por outro papa, Eugênio III.

Após longos e influentes anos de vida religiosa, Bernardo de Claraval foi


responsável por fundar 72 mosteiros, havia mais de 500 abadias cistercienses e
mais de 700 monges ligados a Bernardo de Claraval.

Bernardo de Claraval faleceu em 1153. Muitos milagres foram atribuídos a ele


e o papa Alexandre III o canonizou em 1174 e, muitos séculos mais tarde, foi
declarado Doutor da Igreja pelo papa Pio VIII

Ensino Templário: O juramento do Cavaleiro


Templário

A investidura do novo Cavaleiro Templário (noviço)

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É um ato solene, praticado com o auxílio de outros Cavaleiros Templários,
dirigida por um Sacerdote Templário investido com os poderes de Grão Prior do
Templo, preferivelmente realizada em dois dias, sendo o primeiro dedicado a
“peregrinação em Santiago de Compostela” e o segundo dedicado a uma missa em
homenagem aos Cavaleiros Templários e a benção das medalhas. A investidura
divide-se em: a) Peregrinação com a comprovação de ter o candidato atingido
“finins terra”; b) retorno a Igreja do Grão-Priorado onde será paramentado,
juramentado e consagrado e receberá as primeiras instruções reservadas
aprendendo a se identificar como verdadeiros Cavaleiros Templários

JURAMENTO DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS


Este juramento remonta a época medieval dos legítimos Cavaleiros
Templários, a sua fórmula sagrada, direta e simples foi conservada nos dias de hoje
e é aplicada nas verdadeiras iniciações e investiduras dos novos Cavaleiros
Templários. O aluno que pretenda tornar-se um verdadeiro Templário de corpo e
alma deverá esforçar-se para fazer esse juramento. Para ajudá-lo, daremos uma
breve explicação dos preparativos que antecedem o momento do juramento.

Utensílios necessários: Um altar (pode ser uma mesa) com uma toalha
branca; um castiçal ou suporta para vela; uma vela branca; fósforos; um abafador
de velas; um crucifixo; um cálice de vinho tinto ou suco de uva; Um pedaço de pão
de milho ou broa de milho; uma pequena quantidade de azeite extra virgem; uma
espada templária (espada reta, com empunhadura em cruz). Papel com o
juramento escrito. Um crânio imitando o humano, tanto de gesso ou de resina ou
de outro material sólido e com peso. Uma camisa ou camiseta branca.

Preparação dos utensílios: Prefira praticar o juramento dos


Cavaleiros Templários quando estiver sozinho em sua casa. Reserve um aposento
onde fique fora das vistas de parentes e amigos. A mesa servirá como um altar,
deverá ser forrada com uma toalha branca. O crucifixo ficará sobre o altar e por trás
dele deverá ser acessa a vela branca. Ao lado do crucifixo será colocado o crânio. O
azeite, o vinho ou suco de uvas e o pedaço de pão também serão colocados sobre o
altar. Ao final do juramento a chama da vela não poderá ser extinta por sopro, mas
somente pela ação de um abafador. Papel com o juramento para ser lido no
momento da solenidade. O azeite deverá estar em um recipiente de vidro ou

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bronze ou ainda de cobre, mas nunca em plástico, assim também fará com o vinho
ou suco de uvas.

Na hora do juramento: Após ter preparado o aposento como


explicado acima, certifique-se que ninguém o está observando e se possível tranque
a porta do quarto ou da sala para que não seja interrompido pelo chamado de
parentes ou amigos. Desligue o celular, rádio e tv que esteja próximo. Compreenda
que se trata de uma cerimônia ritualística muito antiga, muito séria e que exige
todo o respeito que você puder emprestar no momento para a celebração. Tomado
de um espírito sério e silencioso, dirija-se a frente do altar. A espada templária
deverá estar em sua cinta. Deverá estar trajando a camisa branca. Acenda a Vela.
Beije o crucifixo de forma solene e respeitosa. Tome o crânio com a mão esquerda
colocando a direita no coração e repita: “Oh crânio que a tudo assiste, tu serás a
única testemunha deste meu ato; confio somente em ti e em outro Cavaleiro
Templário.” Deposite o crânio novamente no altar. Ajoelhe-se a moda do
Templários com o joelho direito no chão e o esquerdo levantado. Empunhe a
espada templária de forma que tanto a sua direita quanto a mão esquerda se
apoiem nela (templário em oração). Leia o juramento que deverá ter escrito na
folha de papel (deverá existir luz suficiente no quarto para a leitura):

“Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga
sempre a verdade, mesmo que isso o leve à morte. Proteja os mais fracos e seja correto.
Assim, você estará em paz com Deus e contigo. Seja Leal a Deus, a esta Igreja e ao
seu Grão-mestre. Se está igreja cair e se o seu Grão Mestre Morrer então Seja Leal ao
Povo e a sua consciência
Agora levante-se, recoloque a sua espada na cintura para que tenha as mãos
livres.

A Ceia dos Templários


Após a leitura do juramento, levante-se, pegue a taça com o suco de uvas ou
vinho, apresente-o aos céus e diga “Eis o meu sangue que é derramado por vós,
quem beber desta fonte jamais terá sede”. Tome do cálice até o final. Pegue o

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pedação de pão, apresente-o aos céus e diga: “Eis a minha carne que é apresentada
a vos, quem dela se alimentar jamais terá fome”. Coma do pão até o final.

Fazendo o voto de silêncio e selando os lábios


Agora segure o vidro de azeite e molhe o polegar da mão direita, faça o sinal
da cruz na testa e diga: “Senhor purificai os meus pensamentos”. Faça o sinal da
cruz sobre os lábios e diga: Senhor purificai as minhas palavras. Faça novamente o
sinal da cruz sobe os lábios e agora diga: Que meus lábios mantenham segredo
sobre os ensinamentos dos Cavaleiros Templários. Agora faça o sinal da cruz nas
costas da mão esquerda, em seguida molhe o polegar da mão esquerda e com ele
faça o sinal da cruz nas costas da mão direita, agora diga: Senhor que minhas ações
sejam sempre dignas aos vossos olhos”.

CONSAGRAÇÃO
A consagração de um Cavaleiro Templário somente poderá ser feita por outro
Cavaleiro Templário que tenha o Grau de Grão-Prior, é uma cerimônia revestida de
toda a formalidade e que não poderá ser realizada em si mesmo, portanto, fica
claro que existe o juramento praticado por si mesmo, mas não exista a
“autoconsagração”.

Este é o final do juramento. Doravante passe a comportar-se como um


Cavaleiro Templário, para isso siga algumas regras básicas:

1. Seja sempre gentil e lembre-se de que a gentileza não compromete a


valentia;

2. Seja tolerante com as demais pessoas, escute o que elas têm a dizer,
compreenda os pontos de vistas diferentes dos seus sobre vários assuntos e,
principalmente, não deixe que os outros te irritem, não dê a eles esse poder.

3. Seja um cavalheiro para com as damas, com os senhores e principalmente


com as crianças e idosos.

4. Antes das refeições faça uma breve oração, agradeça a Deus ter Ele
permitido que mais uma vez você se alimentasse.

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5. Procure corrigir antigos vícios;

6. Adquira novos hábitos (saudáveis) tais como praticar um esporte


(caminhada), leitura de bons livros ou jornais, ouvir boa música (clássica, canto
gregoriano etc)

7. Aja de modo que as pessoas ao seu redor percebam que houve uma
mudança no seu comportamento.

O Noviço

Passaremos agora a dar detalhes sobre a vida do Noviço, antes e depois que
ingressava para a Ordem dos Templários.

Quando nos referimos ao “Noviço” em cavalaria, historicamente estamos nos


referindo geralmente a jovens, praticamente crianças, a partir dos seus 8 anos de
idade, uma vez que a vida era muito cura na Europa medieval considerava-se um
homem adulto aquele na faixa dos seus 15 anos de idade, principalmente se tivesse
um físico mais avantajado do que os outros da mesma idade.

Essas crianças eram chamados de “noviços” ou “cavalariços”. Suas funções


junto aos seus senhores era a de cuidar dos estábulos e dos cavalos, dar banho,
alimentar, cuidar do aspecto geral etc. Todo o serviço pesado era realizado por eles.

Na sociedade medieval, profundamente dominada pela religiosidade e


misticismo, era senso comum interpretar o surgimento de doenças e epidemias
como sendo resultados da ira divina pelos pecados humanos.

Mais dramática ainda era a situação das crianças, muitas vezes abandonadas
em estradas, bosques ou mosteiros pelos pais, que não tinham como sustentá-las.
Além disso, havia também grande número de órfãos, devido ao elevado índice de
mortalidade no parto: a falta de higiene provocava a chamada febre puerperal, que
causava a morte da mãe, e a incidência de blenorragia (doença sexualmente
transmissível) muitas vezes contaminava o filho, causando cegueira

Numa população supersticiosa, que interpretava todos os acontecimentos


naturais como expressão da vontade divina, a doença era vista como punição pelos

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pecados. Para se livrar desses pecados, as pessoas faziam então penitências,
compravam indulgências e procuravam viver de acordo com os mandamentos da
Igreja. Mas, como nem sempre conseguiam manter uma vida regrada, casta e
desapegada das coisas e prazeres materiais, homens e mulheres viviam em
constante preocupação com a morte e com o julgamento de Deus.

Sendo praticamente a única referência para a população, em quase todos os


assuntos, já que não havia Estados organizados e normas públicas, a Igreja assumia
a tarefa de controlar e organizar a sociedade. Um exemplo: como não havia registro
público dos nascimentos, o único documento da pessoa era o batistério (link para
dicionário). Devido à elevada taxa de mortalidade infantil as crianças eram
batizadas logo que nasciam, pois os pais queriam garantir para seus filhos um lugar
no Paraíso. Os nomes dos bebês derivavam, em sua maioria, dos nomes de santos,
de personagens da Bíblia ou dos avós ou amigos influentes, e em diversas regiões
não se usava o nome da família.

Também não existia casamento o casamento civil, como hoje, mas apenas um
contrato entre as famílias dos noivos. Em geral, e principalmente entre nobres, o
casamento era negociado pelas famílias de acordo com o seu interesse em
aumentar a posse de terras, a riqueza e o poder, ou para fortalecer alianças
militares. Os noivos não participavam desses acertos e, em muitos casos, só se
conheciam no dia da cerimônia (a mulher, com cerca de 12 anos, e o homem com
mais do dobro da idade dela). O casamento por amor, de verdade, só passou a
existir na Europa por volta do século XVII.

Geralmente, nas famílias nobres, só o filho mais velho se casava, e os outros


se tornavam membros do clero ou cavaleiros errantes, que partiam para as guerras
ou em busca de aventuras e fortuna, já que toda a herança dos pais era reservada
para o filho primogênito. As mulheres que não se casavam iam para conventos ou
se tornavam damas de companhia das casadas.

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O que era a infância?
O mundo medieval certamente teve uma concepção de infância, porém esta
muitas vezes foi definida de forma imprecisa. O estudo da criança medieval tem
sido assim, afastado dos objetivos dos historiadores, repetindo-se que sobre esse
tema as fontes são silenciosas ou escassas, que dão da criança unicamente
representações deformadas, ou ainda que ela fosse considerada um adulto em
miniatura, um ser sem interesse com o qual a civilização medieval pouco ou nada se
preocupara. A ideia de que o "sentimento da infância" e as preocupações
educativas são um fenômeno recente, nascido no decorrer do século XVIII, é outro
princípio vulgarmente aceite.

O fato dos trajes infantis serem iguais aos dos adultos, reforçava essa ideia.
Importante destacar que a criança era considerada um ser ativo na sociedade, já
que era regida por uma legislação própria.

Para Philippe Ariès e Heywood, a ideia de infância estava ligada a ideia de


dependência. Ariès apresenta as crianças medievais inseridas gradualmente no
mundo dos adultos a partir de uma idade precoce, ajudando os pais, trabalhando
na condição de servas ou desenvolvendo o aprendizado de um ofício.

As crianças no Priorado dos Templários


As crianças que chegavam até o Priorado dos Templários para serem
adotadas, geralmente vinham dos orfanatos ou das abadias; em sua maioria eram
crianças que já haviam perdidos os pais, ou rejeitadas por eles e para completar sua
desgraça não eram aceitas nem mesmo pelos padres ou freiras que os julgavam
“endiabradas” e os colocavam para fora dos orfanatos, mosteiros e conventos.

Jogadas à própria sorte, uma ou outra conseguia chegar (levadas por


caravanas) até a Cidade Santa de Jerusalém e lá eram entregues para os Templários
que passavam a cuidar delas.

Não apenas cuidavam, mas ensinavam os ofícios dos estábulos e da Arte da


Cavalaria, bem como a luta com a espada e arqueria (arco e flecha). Aprendiam

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ciência (astrologia e química) religião, culinária e medicina (principalmente sob a
influência dos árabes que estavam em constante contato com os templários.)

As crianças que eram filhos dos nobres (CavaleirosTemplários Oficiais do


Grau 4º.), eram igualmente educados em todos esses ofícios e compartilhavam o
campo de trabalho e estudos com as demais crianças e dividiam até mesmo os
aposentos, pois segundo o método de vida dos templários todos eram tratados em
igualdade de condições.

Com o passar dos anos, noviços tornavam-se escudeiros, daí por diante já
recebiam outras instruções dentro das artes (praticamente as mesmas artes porem
de forma mais aprofundada). A carreira do noviço passava, de grau em grau, além
do escudeiro até o sargento das armas e ao final o grau de Oficial, onde se sagrava
realmente Cavaleiro Templário e era reconhecido como tal pelos seus pares, pela
igreja e pela corte.

Uma vez Cavaleiro Templário, o homem dominava a “arte da guerra e das


religiões”, uns se formavam no modo militar e outros preferiam a parte sagrada do
templarismo. Ambos lutavam contra o mal, uns enfrentavam o mal encarnado e
outros lutavam contra as trevas do mundo espiritual.

É importante lembrar, que devido ao curto espaço de tempo que se


considerava pela longevidade, pois vivia-se em média até os 35 anos (homem) e 25
anos (mulher), um homem dedicado aos estudos era consagrado Cavaleiro
Templário entre 17 e 22 anos. Lógico que existiam as exceções e que alguns homens
viviam entre 55 e 60 anos e eram considerados “extra mente velhos e sábios”.

A educação oferecida para as crianças e jovens em geral pela Ordem dos


Cavaleiros Templários de Jerusalém tornou-se tão famosa que em pouco tempo
tornou-se espantoso e acentuado o número de famílias de toda a Europa que
enviavam seus filhos, ainda crianças (entre 5 e 8 anos de idade) para serem criadas
no Priorado, exigindo que dentre as “antigas regras dos Cavaleiros Templários”
fosse fixada a proibição de se aceitarem crianças para serem educadas pelos
templários e, caso fossem aceitas, que não prestassem seus votos, devido a tenra
idade, falta de conhecimento e até de compreensão sobre os votos que todo
cavaleiro era obrigado a prestar.

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Vejamos a “antiga regra” que passou a proibir a aceitação de meninos dentro
do Priorado:

Sobre não aceitar meninos

“14. Embora a regra dos santos padres permita receber meninos na vida
religiosa, nós o desaconselhamos. Porque aquele que deseje entregar seu filho
eternamente na ordem de cavalaria deverá educá-lo até que seja capaz de usar as
armas com vigor e liberar a terra dos inimigos de Cristo Jesus. Então, que sua mãe e
pai o levem à casa e que sua petição seja conhecida pelos irmãos; e é muito melhor
que não tome os votos quando menino, senão ao ser maior, pois é conveniente que
não se arrependa disso, do que o faça. E em seguida que seja posto à prova de
acordo com a sabedoria do Mestre e irmãos, conforme a honestidade de sua vida
ao solicitar ser admitido na irmandade.”

Vamos relembrar quais eram os votos tomados pelos Cavaleiros Templários e


assim notaremos que uma criança realmente não tinha condições de discernir, por
sua própria vontade, se realmente queria aceitar essas imposições para toda a vida,
vejamos:

“Aqueles que desejam entrar para a Ordem dos Cavaleiros de Cristo tomando o
tríplice voto de (1) Castidade, (2) Pobreza e (3) Obediência, dedicando suas vidas,
dali até a morte, à proteção dos peregrinos e à garantia do Reino de Cristo

Noviços não eram apenas as crianças

A noção de que o noviço era um cargo apenas para crianças não é correto.
Alguns jovens se apresentavam ao Priorado com a intenção de servir ao
Cristianismo na Guerra Santa (Cruzadas) e para isso eram encaminhados aos
Cavaleiros Templários para que se alistasse.

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Jovens com idade variando entre 14 e 18 anos de idade eram aceitos, mesmo
sem conhecimento algum da arte da guerra, porem a primeira instrução que
recebiam era a mesma praticada pelos noviços.

Nenhum homem era consagrado Cavaleiro Templário se não tivesse passado


pelas experiências anteriores. A única forma de não passar por todo o ensino
anterior era ser filho de um nobre da corte europeia e ter um Cavaleiro Templário
que o afiançasse.

Aos noviços era ensinada a prática da meditação, que os Cavaleiros


Templários haviam aprendidos no intercâmbio com os árabes e principalmente com
“o velho da montanha” que era o líder de uma organização, vista por muitos como
uma seita, conhecida pelo nome de “assassinos” os quais dominavam práticas de
luta semelhantes aos samurais, entravam e saiam dos castelos e fortificações
praticamente sem serem notados, eram exímios guerreiros com todas as armas e
invencíveis na luta corporal, não tinham apego algum a própria vida e estavam
dispostos ao sacrifício mortal para alcançar seu objetivo que era geralmente a
morte de um nobre de uma das cortes.

A meditação ensinada aos noviços era o início das práticas esotéricas tão
comuns entre os Cavaleiros Templários. Era conhecida como “a semente”. Abaixo
transcrevemos o ensinamento que deverá ser praticado pelo noviço todos os dias
enquanto se mantiver nesse grau. Procure um local calmo e garanta que não será
interrompido durante a prática deste exercício, você precisa de pelo menos uns 15
minutos.

Exercício Espiritual “A Semente”


“Ajoelhe-se no chão com ambos os joelhos. Depois sente-se nos seus
calcanhares e abaixe o corpo. Estique os braços para trás. Você está numa posição
fetal. Apoie-se para o lado direito e de deixe seu corpo tocar o chão
completamente. Você está deitado mas mantém a posição fetal. Agora relaxe e
esqueça todas as tensões. Respire calma e profundamente. Aos poucos você vai
percebendo que é uma minúscula semente, cercada pelo conforto da terra. Tudo
está quente e gostoso ao seu redor. Você dorme um sono tranquilo. De repente, um

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dedo se move. O broto não quer mais ser semente, ele quer nascer. Lentamente
você começa a mover os braços e depois seu corpo irá se erguendo, se erguendo,
até que você estará sentado nos seus calcanhares. Agora você começa a levantar-
se. e lentamente, lentamente, estará ereto e de joelhos no chão. Durante todo este
tempo você imaginou que é uma semente se transformando em broto e rompendo
pouco a pouco a terra. Chegou o momento de romper a terra por completo. Você
vai se levantando lentamente, colocando um pé no chão, depois o outro, lutando
contra o desequilíbrio como um broto luta para encontrar seu espaço. Até que você
fica em pé imagina o campo ao seu redor, o sol, a agua, o vento e os pássaros. É um
broto que começa a crescer. Levanta, devagar, os braços, em direção ao céu. Depois
vai se esticando cada vez mais, cada vez mais, como se quisesse agarrar o sol
imenso que brilha sobre você e lhe dá forças, e lhe atrai. Seu corpo começa a ficar
cada vez mais rígido, seus músculos retesam-se todos, enquanto você se sente
crescer, crescer, crescer e se tornar imenso. A tensão vai aumentando cada vez
mais, até tornar-se dolorosa, insuportável. Quando você não aguentar mais, de um
grito e abra os olhos. Repita este exercício no grau de noviço todos os dias.”

Imagens e ilustrações referentes ao Grau de Noviço

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Afonso II “o Casto” conforme o Pergaminho A
existente na Catedral de Compostela

lápide sepulcral de Teodomiro, bispo de Iria,


encontrada em 1955 na Catedral de Santiago

A Igreja de Eunates no meio da imensidão dos campos


de lavoura.

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IMAGEM DE JACQUES DEMOLAY (DEMOLÉ) EM
VESTES TEMPLÁRIAS E NA FOGUEIRA

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IMAGEM DA ESPADA TEMPLÁRIA COM O PUNHO EM
CRUZ

Em Oração

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a) Castiçal de 7 velas (menorah)
b) Castiçal solitário de 1 vela
c) Crânio para utilização no altar.

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