Módulo 5 - Fundos de Investimento

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FUNDOS DE INVESTIMENTO

Definições Legais

Os fundos de investimento são considerados, juridicamente, como condomínios de


natureza especial, “comunhão de recursos”, os quais serão constituídos com o objetivo de
promover a aplicação coletiva dos recursos de seus participantes – os cotistas.
Um fundo de investimento é uma forma de aplicação financeira, formada pela união
de vários investidores que se juntam para a realização de um investimento financeiro, não
possuindo personalidade jurídica, e sendo constituído tal qual um condomínio, visando um
determinado objetivo ou retorno esperado, dividindo as receitas geradas e as despesas
necessárias para o empreendimento.
A administração e a gestão do fundo são realizadas por especialistas contratados.
Todo cotista tem o mesmo direito e a mesma obrigação perante o fundo, caracterizando
“tratamento igualitário” entre todos os investidores.
Os fundos de investimento constituem-se, portanto, como um mecanismo organizado
que tem a finalidade de captar e investir recursos no mercado financeiro. Transformando-se
numa forma coletiva de investimento, com vantagens, sobretudo, para o pequeno investidor
individual. Por esta razão, devem ser registrados junto a Comissão de Valores Mobiliários.
Vantagem - Com aplicações muitas vezes de pequeno valor, um investidor pode ter
acesso aos mercados financeiro e de capitais em negociações à vista, em mercados futuros e
de derivativos. Tem um investimento mais diversificado, o que diminui os riscos.
 Cada FI é constituído através de uma pessoa jurídica com CNPJ próprio;
 Devem ser registrados junto a Comissão de Valores Mobiliários;
 São regidos pela Instrução Normativa da CVM 555/14.

Participantes De Um Fundo De Investimento

Administrador - O administrador é uma empresa que cuida do dia a dia do fundo e


controla os prestadores de serviço – tais como gestor, auditor, custodiante -, além de
acompanhar os fluxos de caixa do fundo e principalmente defender os direitos dos cotistas.
“É o responsável pelo funcionamento do fundo”. Pode ser administrador: Bancos de
investimento, corretoras, distribuidoras e bancos múltiplos com carteira de investimento. É o
responsável pela tributação.
Além disso, ele é o responsável pela constituição do fundo e também pelo seu registro
na CVM. É o dono do fundo.
Gestor - O gestor é responsável pela compra e venda dos ativos do fundo, segundo
objetivos e política de investimento estabelecida no regulamento. Isso quer dizer que é ele
quem escolhe em quais ativos aquele fundo vai aplicar, quais os percentuais de alocação do
portfólio e o momento de entrada e saída dos investimentos (também conhecido como
zeragem de posição ou simplesmente stop).
Custodiante – O custodiante é a empresa responsável por guardar os ativos do fundo.
É ela que responde pelos dados e envio de informações dos fundos para os gestores e
administradores. Além de guardar os ativos do fundo de investimento, o serviço de custódia
engloba a liquidação física e financeira dos ativos – quer dizer, a efetivação da compra e a
venda, e também a administração e informações de eventos associados a esses ativos.
Cotista - Apesar de o nome não ser tão comum, cotista é aquele que detém cotas de
um fundo de investimento. De maneira simples e direta, é o próprio investidor.
Existem duas diferentes estruturas de fundos de investimento no mercado:

I. Fundo de Investimento (FI);

O FI é um fundo que aplica seu patrimônio diretamente em ativos disponíveis no


mercado financeiro, como ações, títulos públicos, títulos de empresas, derivativos e opções.
O gestor de um FI adquire ou se desfaz dessas aplicações em nome do fundo, a cada
movimentação de aplicação e resgate dos cotistas que alterem o Patrimônio Líquido (PL)
desse fundo. Por exemplo: se um cotista resgata o dinheiro num FI, o gestor é obrigado a
vender uma parte dos ativos desse fundo para poder repassar o valor financeiro ao cotista.

II. Fundo de Investimento em Cotas (FIC).

Já o FIC compra cotas de um ou mais fundos. Podemos dizer que é o tipo de fundo em
que a maioria dos investidores de varejo aplica seus recursos. O FIC deve ter no mínimo 95%
do seu patrimônio alocado em cotas de outros fundos de investimento de uma mesma classe,
exceto os FIC Multimercado (Os FIMs são fundos que aplicam em classes variadas de ativos,
como os de renda fixa e variável ao mesmo tempo. Eles são mais flexíveis, e os gestores têm
mais liberdade para escolher seus ativos), enquanto um FI negocia diretamente no mercado,
comprando e vendendo ações, títulos e outros tipos de aplicações para atingir seus objetivos.
Apenas uma parcela muito pequena dos recursos do FIC, equivalente a 5% do seu PL,
pode ser investida diretamente no mercado em títulos privados ou públicos, de acordo com o
que o gestor considerar oportuno (desde que adequada à política de investimentos).
Por ter uma operacionalização mais fácil, o FIC oferece ao gestor mais flexibilidade
para movimentar os recursos do fundo, pois as operações se resumem a comprar e vender
cotas de FI, quando um cliente faz uma aplicação ou solicita um resgate.
Além disso, as instituições usam FIC com diferentes taxas de administração a fim de
atender aos diversos tipos de investidores. Fundos com aplicação mínima de altos valores
tendem a ter menores taxas de administração.
Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de
investidores (cotistas) com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de
uma carteira formada por vários tipos de investimentos (conhecidos como ativos).
Os cotistas, ao aplicarem certo valor em um fundo, compram uma quantidade de cotas
e pagam uma taxa de administração ao administrador para que este coordene as tarefas do
fundo, entre elas a de gerir seus recursos no mercado.
Ao comprar cotas de um fundo, o cotista está aceitando suas regras de funcionamento
(aplicação mínima, prazo de resgate, horários, custos, etc., que serão apresentados em breve),
e passa a ter os mesmos direitos dos demais cotistas, independentemente da quantidade de
cotas que cada um possui.

Fundos Abertos e Fundos Fechados

Os fundos de investimento são organizados como condomínios abertos ou fechados.

Fundos abertos - É permitida a entrada de novos cotistas ou o aumento da


participação dos antigos por meio de novos investimentos. De modo análogo, também é
permitida a saída de cotistas, por meio de resgates de cotas a qualquer momento. O Fundo
Aberto não tem uma data de vencimento, portanto o investidor não precisa renovar sua
aplicação. Isso é considerado vantagem dos fundos abertos, pois o cotista pode aplicar e sacar
os recursos a qualquer momento.
Fundos fechado - A entrada e a saída de cotistas é permitida apenas em momentos
previamente determinados. Assim, após o encerramento do período de captação de recursos
pelo fundo, não são admitidos novos cotistas nem novos investimentos pelos antigos cotistas.
Além disso, também não é admitido o resgate de cotas por decisão do cotista; assim, caso
queira sair do fundo antes do vencimento ou de sua liquidação, o investidor deve vender suas
cotas para outro investidor antes do encerramento do fundo.
O fundo fechado pode ter vencimento (ou não) e existe um período determinado para
o resgate de suas cotas. Nesse tipo de fundo o investidor somente poderá reaver os recursos
investidos no caso de liquidação do fundo ou no seu vencimento, caso haja.

Constituição e registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM

A CVM, por meio da Instrução 555, de dezembro de 2014, determina regras para
constituição e funcionamento dos fundos de investimento. Os fundos são registrados por seu
administrador na CVM e todas as suas regras de funcionamento são estabelecidas no
regulamento.
É um regulamento próprio, que só pode ser alterado por decisão dos cotistas ou, nos
casos de necessidade de adequação à legislação vigente, por determinação da CVM. A
ANBIMA, por ser uma entidade autorreguladora, também influencia as normas do setor de
fundos, sendo sua supervisora de mercado.
O regulador exige dos administradores dos fundos uma série de documentos para
registro; eles só podem iniciar a captação após o registro na CVM. As informações mais
importantes exigidas pela CVM para obter o registro do fundo são:
 Regulamento do fundo;
 Declaração do administrador do fundo de que o regulamento é plenamente aderente à
legislação vigente;
 Os dados relativos ao registro do regulamento em cartório de títulos e documentos;
 Nome do auditor independente;
 Inscrição do fundo no CNPJ;
 Lâmina de informações essenciais, no caso de fundo aberto que não seja destinado
exclusivamente a investidores qualificados.

A CVM estabelece que as informações ou os documentos para os quais seja exigido


“comunicação”, “acesso”, “envio”, “divulgação” ou “disponibilização” devem ser
encaminhadas por meio físico aos cotistas. Contudo, desde que expressamente previsto no
regulamento do fundo, as informações ou os documentos podem ser comunicados, enviados,
divulgados ou disponibilizados aos cotistas, ou por eles acessados, de forma online.

Cota

As cotas de um fundo de investimento correspondem a frações ideais de seu


patrimônio, são escriturais, nominativas e conferem iguais direitos e obrigações aos cotistas.
Sendo o fundo um condomínio, onde seus condôminos são os cotistas, uma cota representa
uma fração desse fundo.

Importante - O valor da cota é resultante da divisão do patrimônio líquido do fundo


pelo número de cotas existentes, apurados ambos no encerramento do dia.

O administrador calcula diariamente o valor da cota de um fundo de investimento (e a


variação que ela sofre no período) usando a seguinte fórmula:

Valor dos ativos−Despesas do fundo


Valor da cota=
Número de cotas emitidas pelo fundo

Para o investidor, a quantidade de cotas que ele possui é sempre a mesma, a menos
que:
 Faça um resgate (sua quantidade de cotas diminui);
 Faça uma nova aplicação (uma nova quantidade de cotas está sendo adquirida e
somada à quantidade inicial)
 Ocorra recolhimento do Imposto de Renda (IR) na forma de “come-cotas”. Neste
caso, o valor devido de IR será abatido na quantidade de cotas que o investidor
possui.

O cotista que aplica em um FI passa a acompanhar as variações no seu patrimônio de


acordo com a valorização ou desvalorização dos ativos investidos pelo fundo.
A posse dos ativos de um FI pertence ao próprio fundo (cotistas), que contrata o
administrador/gestor para implementar sua política de investimentos. O patrimônio do fundo
não se mistura com o patrimônio de seus prestadores de serviços.
A cota de um fundo de investimento aberto só pode ser objeto de cessão ou
transferência nos casos de:
 Decisão judicial ou arbitral;
 Operações de cessão fiduciária;
 Execução de garantia;
 Sucessão universal;
 Dissolução de sociedade conjugal ou união estável por via judicial ou escritura
pública que disponha sobre a partilha de bens;
 Transferência de administração ou portabilidade de planos de previdência.

As cotas de um fundo de investimento fechado e seus direitos de subscrição podem


ser transferidos, mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo
cessionário, ou por meio de negociação em mercado organizado em que as cotas do fundo
sejam admitidas à negociação.

Assembleia geral de cotistas

A assembleia geral é a instância máxima das decisões de um fundo de investimento.


Sua convocação deve ser encaminhada a cada cotista e disponibilizada nas páginas dos sites
do administrador e do distribuidor. Ela tem autonomia para deliberar sobre questões fora da
alçada do administrador ou do gestor da carteira.
Alguns exemplos de decisões que podem ser tomadas pela assembleia: alterações na
política de investimento e no regulamento do fundo, aumento ou alteração na forma de
cálculo das taxas de administração, de performance, de entrada e saída, substituição do
administrador, gestor ou custodiante, entre outras.
Compete privativamente à assembleia geral de cotistas deliberar sobre:
 As demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
 A substituição do administrador, gestor ou custodiante do fundo;
 A fusão, incorporação, cisão, transformação ou liquidação do fundo;
 O aumento da taxa de administração, da taxa de performance ou das taxas máximas
de custódia;
 A alteração da política de investimento do fundo;
 A emissão de novas cotas, no fundo fechado;
 A amortização e o resgate compulsório de cotas, caso não previstos no regulamento;
 A alteração do regulamento.

O administrador, o gestor, o custodiante ou o cotista ou grupo de cotistas que detenha,


no mínimo, 5% do total de cotas emitidas podem convocar a qualquer tempo uma assembleia
geral de cotistas para deliberar sobre uma ordem do dia de interesse do fundo ou dos cotistas.

Importante - Para evitar conflitos de interesse, não podem votar nas assembleias
gerais de um fundo de investimento:

I. Seu administrador e seu gestor;


II. Sócios, diretores e funcionários do administrador ou do gestor;
III. Empresas ligadas ao administrador ou ao gestor, seus sócios, diretores,
funcionários;
IV. Prestadores de serviços do fundo, seus sócios, diretores e funcionários.

Direitos e obrigações dos cotistas

É obrigação do administrador fornecer o regulamento e a lâmina de informações


essenciais (se houver, pois alguns fundos são dispensados desse documento) do fundo a todos
os cotistas, antes do primeiro investimento do cotista em um determinado fundo.
Além disso, o administrador envia a todos os cotistas, mensalmente, um extrato de
conta contendo informações relevantes.
É obrigação do cotista, mediante assinatura do Termo de Adesão e Ciência de Risco,
atestar que teve acesso ao inteiro teor dos documentos entregues pelo administrador ou
distribuidor do fundo. Além disso, ele atesta que:
I. Tem ciência dos fatores de risco relativos ao fundo;
II. Sabe que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que
possam ser incorridas pelo fundo;
III. Foi informado de que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não
implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou
de adequação do regulamento do fundo à legislação vigente ou julgamento sobre a
qualidade do fundo ou de seu administrador, gestor e demais prestadores de
serviços;
IV. Tem conhecimento, se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo
podem resultar em perdas superiores ao capital aplicado e a consequente
obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do
fundo.

Divulgação de informações e de resultado

Os administradores de fundos de investimento devem divulgar informações para os


cotistas, a CVM e as entidades do mercado como a ANBIMA. Para os cotistas, as
informações devem ser divulgadas de maneira equitativa e simultânea, por meio eletrônico ou
no site do administrador ou do distribuidor.
Para reforçar a importância da divulgação de informações, o administrador do fundo
está sujeito a multa diária, no valor de R$ 500,00, em virtude do descumprimento dos prazos
previstos pela CVM para entrega de informações periódicas. Pelo Código ANBIMA de
Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros (“Código de
Administração”), os administradores também podem ser multados e penalizados caso não
cumpram as regras definidas.
Todos os administradores têm o dever de fornecer informações diárias e mensais dos
fundos de investimento em periodicidades preestabelecidas.
Diariamente – O valor da cota e do patrimônio líquido deve ser disponibilizado para
os investidores no site do administrador e enviado para a CVM, que o publica em seu site. A
autorregulação da ANBIMA também determina que os administradores enviem essas
informações, que então são processadas, analisadas e divulgadas ao mercado.
Mensalmente - Enviar ao investidor extrato da sua conta, com informações gerais
sobre o fundo e sua rentabilidade, além de remeter à CVM o balancete e a composição da
carteira.
Anualmente - O administrador deve enviar aos cotistas a demonstração de
desempenho do fundo e à CVM as demonstrações contábeis devidamente acompanhadas do
parecer do auditor independente.

Atos ou fatos relevantes


O administrador de um fundo de investimento é obrigado a divulgar, imediatamente a
todos os cotistas, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do
fundo, ou aos ativos financeiros integrantes de sua carteira.
A CVM considera relevante qualquer ato ou fato que possa influir de modo
ponderável no valor das cotas ou na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter
tais cotas. Qualquer ato ou fato relevante divulgado deve ser mantido nos sites do
administrador e do distribuidor do fundo.
Os investidores de um fundo de investimento que emite um fato relevante devem
avaliar se tal fato influencia sua decisão de investir nesse produto.

Vedações e obrigações do administrador e do gestor

O administrador tem poderes para praticar os atos necessários ao funcionamento do


fundo, sendo responsável pela constituição do fundo e pela prestação de informações à CVM.

Importante - O administrador pode contratar, em nome do fundo, terceiros


devidamente habilitados e autorizados a prestarem os seguintes serviços para o fundo:

I. gestão da carteira do fundo;


II. Consultoria de investimentos;
III. Atividades de tesouraria, controle e processamento dos ativos financeiros;
IV. Distribuição de cotas;
V. Escrituração da emissão e do resgate de cotas;
VI. Custódia de ativos financeiros;
VII. Classificação de risco por agência de classificação de risco de crédito;
VIII. Formador de mercado.

A CVM fixa as normas de conduta a serem seguidas pelos administradores e gestores


de fundos de investimento. Assim, ela supervisiona mais atenta e rigidamente o mercado,
punindo os agentes que não agirem com o zelo e a diligência esperados.
O administrador e o gestor devem, conjuntamente, adotar políticas, procedimentos e
controles internos necessários para que a liquidez da carteira do fundo seja compatível com
os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate e o cumprimento
das obrigações do fundo.
Importante!

O administrador e o gestor não são responsáveis por restituir ao fundo eventuais


prejuízos ocorridos em investimentos realizados em ativos que estejam alinhados com o
objetivo e a política de investimento do fundo.

O administrador e o gestor, nas suas respectivas esferas de atuação, estão obrigados a


adotar as seguintes normas de conduta:

 Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo,


empregando o cuidado e a diligência que toda pessoa ativa e proba costuma dispensar
à administração de seus próprios negócios;
 Atuar com lealdade em relação aos interesses dos cotistas e do fundo, evitando
práticas que possam ferir a relação fiduciária com eles mantida, respondendo por
quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua
administração ou gestão;
 Exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do
patrimônio e das atividades do fundo. Empregar, na defesa dos direitos do cotista, a
diligência exigida pelas circunstâncias, praticando todos os atos necessários para
assegurá-los e adotando as medidas judiciais cabíveis.

Em resumo, o administrador e o gestor devem ter conhecimento das regras


estabelecidas pela CVM sobre o exercício da atividade de administração de carteira de
valores mobiliários. Seu papel é zelar pela integridade do fundo, assegurar que as ações
tomadas estejam de acordo com a política de investimento para ele e, acima de tudo, proteger
os interesses dos cotistas.

Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos gestores.


Diariamente um fundo de investimento recebe aplicações e resgates. Sempre que o
valor de aplicação for superior ao valor resgatado no mesmo dia – situação de aplicação
líquida – o gestor terá de comprar ativos para a carteira realizando novos investimentos.
Vale notar que, a partir do momento que recebe uma aplicação, o fundo de
investimento não se converte automaticamente em novas cotas. O valor investido precisa ser
lançado e contabilizado dentro do fundo.
O valor da cota para realizar a conversão dos investimentos a fim de calcular o
número de cotas detidas pelo novo investidor pode ser a cota do dia (também conhecida
como D+0) ou a cota do dia seguinte ao da data de aplicação (conhecida como D+1).
A partir de então, o gestor está apto a realizar a compra de ativos para que o fundo
possa cumprir a estratégia delineada em sua política de investimento.
Quando o investidor investe (compra cotas) ou resgata (vende cotas), o administrador
deve utilizar o valor da cota para processar a operação. Cada fundo de investimento informa o
critério adotado pelo fundo na emissão de cotas: se cota do dia ou do dia seguinte. Sendo a
cota do dia da aplicação, o valor da cota do dia é calculado a partir do patrimônio líquido do
dia anterior, devidamente atualizado por um dia.
Neste caso o cotista conhece, no momento da aquisição de cotas, o valor da cota em
que irá converter seu capital e conhece, portanto, a quantidade de cotas que adquiriu. Sendo
cota do dia seguinte, apenas após o fechamento do mercado o valor da cota é conhecido.

Resgate de recursos e venda de ativos por parte dos gestores

Diariamente um fundo de investimento recebe aplicações e resgates. Sempre que o


valor de resgates for superior ao valor aplicado no mesmo dia – situação de resgate líquido –
o gestor terá de vender ativos da carteira para pagar os resgates. Ainda assim, no momento
em que o cliente resgata seus recursos do fundo, ele pode acabar tendo que esperar mais
tempo para ter o dinheiro em sua conta. Isso pode acontecer devido à diferença de liquidez de
cada ativo.

Importante!

Para entender o valor da cota a ser considerado no resgate de uma aplicação em fundo
de investimento, é preciso compreender alguns conceitos:
 Data do pedido de resgate - Data em que o cotista solicita o resgate;
 Data de conversão de cotas (ou cotização) - Data do cálculo do valor da cota para
efeito de pagamento do resgate;
 Data de pagamento do resgate - Data em que os recursos referentes ao resgate são
efetivamente disponibilizados para o investidor.

O valor a ser recebido na data de pagamento do resgate é referente ao valor da cota na


data de conversão de cotas. Portanto, pode haver diferença entre o dia em que o investidor
solicita o resgate, o dia em que o administrador calcula o valor da cota para pagamento e o
dia do efetivo pagamento.
Existe uma nomenclatura bastante utilizada no mercado financeiro e que também é
usada para indicar, em dias úteis, os prazos para a realização de operações em geral.
Por exemplo, no caso de resgate de fundos, podemos ter um fundo com as seguintes
características indicadas na lâmina de informações:

Data de conversão de cotas - D+0


Data para pagamento do resgate - D+3

Considerando que o dia “D” é o da solicitação do resgate, para este exemplo, o


cálculo do valor das cotas é realizado no mesmo dia da solicitação (conversão em D+0), e o
pagamento do resgate é realizado três dias úteis após a data de solicitação do resgate (D+3).

Importante!

A respeito de resgate, também é importante saber que:

 O pagamento do resgate deve ser realizado no prazo estabelecido no regulamento, que


não pode ser superior a cinco dias úteis após a data de conversão das cotas;
 Caso o prazo estabelecido no regulamento para pagamento do resgate seja
ultrapassado, o administrador do fundo deverá pagar o resgate com acréscimo de
0,5% sobre o valor do resgate, por dia de atraso, salvo nos casos excepcionais de
iliquidez.
Prazo de cotização

Conforme exposto, na aplicação poderá ser adotada a cotização em D+0 ou D+1.


Quando a cota for D+0, significa que a aplicação levará em conta a cota do mesmo dia em
que os recursos são creditados na conta do fundo, enquanto a cota D+1 se refere à cota do dia
seguinte à aplicação.

Prazo de liquidação financeira (pagamento do resgate)

Nem sempre a data da liquidação financeira – data em que o pagamento do resgate é


processado – é igual à data de conversão das cotas. A CVM admite que o prazo de pagamento
do resgate seja processado em até cinco dias úteis a contar da data de conversão de cotas.
No caso dos Fundos de Ações, por exemplo, a conversão de cota é normalmente em
D+1, e o pagamento do resgate em D+3 (dois dias úteis após a conversão ou três dias úteis
após a solicitação).
Isso ocorre porque, no mercado acionário, as aquisições e vendas de ações têm
liquidação financeira em dois dias úteis nas operações realizadas na B3 S.A. (bolsa de
valores).

Prazo de carência para resgate

O fundo de investimento pode estabelecer um prazo de carência para resgate, que


significa um prazo em dias para que o pedido de resgate seja atendido. Por exemplo, carência
de 30 dias corridos para o resgate. Nessa situação, o resgate é efetuado após 30 dias da
solicitação, e o valor resgatado pode ter ou não rendimento nesse período.
Caso o cotista tenha necessidade imediata dos recursos e não esteja disposto a esperar
o prazo de carência, pode existir a possibilidade de pagamento de uma taxa ou da perda da
rentabilidade acumulada no período, desde que prevista no regulamento.

Fechamento dos fundos para resgates e aplicações

O administrador poderá suspender novas aplicações no fundo, desde que isso se


aplique tanto aos novos investidores quanto aos cotistas atuais.
Por que um fundo fecharia o recebimento de novas aplicações?
Porque o administrador pode entender que as possibilidades de investimentos, de
acordo com a política de investimento, se esgotaram ou a liquidez dos mercados em que o
fundo aplica não permite novos investimentos.
Isso ocorre também quando o mercado não consegue admitir a entrada de novos
participantes, ou porque a compra de mais ativos afetaria negativamente os preços, o que
dificultaria o fundo a obter o retorno desejado. O administrador, em casos excepcionais de
falta de liquidez, poderá declarar o fechamento do fundo para realização de resgate.
Nesse caso, ele deverá proceder à imediata divulgação de fato relevante e, caso o
fundo permaneça fechado por período superior a cinco dias consecutivos, convocar
imediatamente assembleia geral extraordinária para deliberar sobre o assunto.

Diferenciais do Produto para o Investidor

 Acessibilidade ao mercado financeiro - Por que investir em um fundo que aplica em


ações ou títulos do governo se posso comprar ações e títulos por conta própria?
Porque é mais fácil, simples e o investidor ainda conta com a gestão profissional dos
seus recursos. Investir diretamente em ações e títulos do governo exige maior
dedicação para entender o comportamento dos preços individuais do mercado e se
relacionar com uma série de intermediários que ajudam a fechar as operações do
mercado, recolher os tributos correspondentes e mensurar a rentabilidade do
patrimônio investido.
No entanto, ao optar por um fundo, esse trabalho fica a cargo do gestor, uma empresa
com profissionais qualificados que tomarão as decisões de investimento em nome do
fundo, seguindo o que foi estabelecido em sua política de investimento.
Diversificação - Diversificar os investimentos é uma das formas de reduzir o risco de
uma carteira de investimentos.
A maior parte dos fundos de investimento aplica esse conceito como maneira de
diminuir o risco para seus investidores, e a CVM determina limites máximos de
concentração por tipo de emissor e de ativo que um fundo de investimento pode ter. A
diversificação nesse caso é obrigatória.

Riscos dos ativos individuais e riscos da carteira


Uma das formas de medir o risco de um ativo é mensurar o desvio padrão do seu
retorno em torno da sua própria média de retornos. Assim, quanto maior for o desvio em
relação à média, maior será o risco, visto que haverá maior incerteza com relação ao seu
retorno.
No entanto, em uma carteira com vários ativos, ao se somar os retornos e se avaliar o
risco, poderá ser obtido um valor para o risco menor do que as somas dos riscos individuais
dos ativos. Isso ocorre porque os ativos têm retornos e desvios com a média diferentes entre
si e, quando colocados numa mesma cesta, parte do risco se anula, reduzindo-o. Assim, o
risco de uma carteira é geralmente menor do que o dos ativos individuais.
Para diminuir os riscos aos cotistas, a CVM limita a exposição a alguns ativos, como
veremos na próxima seção.

Limites de alocação por emissor e por tipo de ativo.

Quanto ao tipo de emissor, os fundos de investimento deverão observar os seguintes


limites:
 Até 100% do patrimônio líquido do fundo pode estar investido em ativos de emissão
da União Federal, como os títulos do Tesouro Nacional, pós e prefixados;
 No máximo 20% do patrimônio líquido do fundo podem ser aplicados em ativos de
emissão de instituições financeiras, como bancos e outras instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil (BACEN);
 No máximo 10% do patrimônio líquido do fundo podem ser aplicados em ativos de
emissão de companhias abertas ou fundos de investimento;
 No máximo 5% do patrimônio líquido do fundo podem ser aplicados em ativos de
emissores privados, assim entendidos como pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado que não sejam nem companhia aberta, nem instituição financeira.

É importante conhecer esses limites, pois indicam a perda máxima que um fundo de
investimento pode ter, caso esteja investindo em um título de emissão de uma empresa ou de
um banco que venha a falir.
Por exemplo, um fundo de investimento que aplica em debêntures de diversas
empresas pode perder no máximo 10% de seu patrimônio caso um dos emissores tenha
problema de crédito.
Importante - A CVM também limita a exposição ao risco de crédito de partes
relacionadas, impondo o percentual máximo de 20% do patrimônio líquido do fundo para a
aplicação em ativos de emissão de seu administrador, gestor ou empresas a eles ligadas.
Além dos limites por tipo de emissor, os fundos também devem observar os seguintes
limites máximos de alocação quanto ao tipo de ativo financeiro:

No máximo 20% do patrimônio líquido do fundo podem ser investidos nos


seguintes ativos (conjuntamente considerados):
 Cotas de FI e FIC-FI registrados na CVM;
 Cotas de FII;
 Cotas de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundo de
Investimento;
 Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIC-FIDC);
 Cotas de Fundos de Índice admitidos à negociação em bolsa de valores ou no mercado
de balcão organizado;
 Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
 Outros ativos financeiros previstos na Instrução CVM 555.

Não há limite de concentração do investimento de um fundo para os seguintes


ativos:

 Títulos públicos federais e operações compromissadas lastreadas nesses títulos;


 Ouro (desde que adquirido no âmbito das bolsas de mercadorias e futuros);
 Títulos de emissão ou coobrigação de instituição financeira;
 Valores mobiliários diversos dos já listados, desde que sejam registrados na CVM e
objeto de oferta pública;
 Notas promissórias, debêntures e ações, desde que tenham sido emitidas por
companhias abertas e sejam objeto de oferta pública;
 Contratos derivativos.

O administrador do fundo responde pela inobservância dos limites de composição e


concentração de carteira. O administrador deve acompanhar o enquadramento aos limites
mencionados, que devem ser cumpridos diariamente, com base no patrimônio líquido do
fundo com no máximo um dia útil de defasagem.

Fundos de Crédito Privado

Sem prejuízo dos limites de concentração de crédito privado (por emissor e tipo de
ativo), a CVM também criou regras específicas para os fundos de investimento (exceto o
Fundo de Ações e o Fundo de Dívida Externa) que tenham mais do que 50% de seu
patrimônio líquido sujeito ao “risco de crédito privado”, ou seja, alocada em ativos de
emissores:
I. Privados, pessoas físicas ou jurídicas, e/ou;
II. Públicos (exceto a União).

Tais fundos deverão claramente informar ao investidor que suas aplicações estão
sujeitas, de forma preponderante, ao “risco de crédito privado”. Para tanto, deverão:
I. Incluir em sua denominação a expressão “Crédito Privado”;
II. Incluir alerta de que estão expostos ao risco privado em seu regulamento e
material publicitário, descrevendo as consequências de tal risco;
III. Colher a assinatura de cada investidor em um termo de ciência de risco, no
momento de seu ingresso no fundo.

Em relação à realização de aplicações no exterior pelos fundos de investimento, a


CVM estipulou os seguintes limites:
 Fundos classificados como “Renda Fixa – Dívida Externa”, fundos destinados
exclusivamente a investidores profissionais e alguns fundos destinados a investidores
qualificados podem investir até 100% de seu patrimônio líquido em ativos negociados
no exterior;
 Fundos destinados ao público em geral podem investir até 20% de seu patrimônio
líquido em ativos negociados no exterior.

Porém, em qualquer caso de investimento no exterior, dois critérios devem ser


observados:
I. O regulamento do fundo deve expressamente prever a possibilidade de
investimento em ativos negociados no exterior;
II. Os ativos nos quais o fundo pretende investir devem ser admitidos à negociação
em bolsas de valores ou bolsas de mercadorias e futuros ou estar registrados em
sistema de registro, custódia e liquidação financeira, devidamente autorizadas a
funcionar em seu país de origem.

Para os investimentos em países que não sejam integrantes do Mercosul, é necessário


que:
I. Haja acordo de cooperação mútua com a CVM para o intercâmbio de
informações;
II. A entidade supervisora do mercado local seja signatária do memorando unilateral
de entendimentos da Organização Internacional das Comissões de Valores (OICV/
Iosco).

Liquidez

Liquidez é a facilidade de vender um ativo a um preço justo. Em fundos de


investimento, é reflexo direto dos prazos de resgate. Quanto maior o prazo de carência para o
pagamento do resgate, menor poderá ser a liquidez dos ativos da carteira do fundo e vice-
versa.
Nos fundos abertos destinados aos investidores de varejo, a maioria dos fundos de
Renda Fixa trabalha com data de cotização em D+0 e pagamento de resgate em D+0, de
forma que a liquidez pode ser vista como diária. O gestor ao montar a carteira de um fundo
deve sempre considerar isso.
O administrador e o gestor devem, conjuntamente, adotar políticas, procedimentos e
controles internos necessários para que a liquidez da carteira dos fundos abertos seja
compatível com:
I. Os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate;
II. O cumprimento das obrigações do fundo.

Política de investimento

A política de investimento de um fundo está definida na lâmina de informações


essenciais e no regulamento do fundo. Ela aponta os ativos nos quais o administrador pode
investir o patrimônio do fundo. Além disso, descreve a estratégia que o gestor adota para
atingir os objetivos do fundo.
A política de investimentos guia o processo de investimento realizado pelo gestor,
ajudando o investidor a entender se ela atende às suas necessidades individuais e se está
adequada ao seu perfil de investidor.

Fundos com gestão ativa e passiva

O gestor de um fundo cuja estratégia de investimento é passiva investe em ativos


buscando replicar um índice de referência (benchmark), visando manter o desempenho do
fundo próximo à variação desse índice.
Um exemplo de fundo com gestão passiva são os Fundos de Ações Ibovespa
Indexado. Neles o trabalho do gestor é fazer o desempenho da carteira acompanhar a variação
do Índice Bovespa.
O gestor compra para a carteira do fundo as mesmas ações que compõem o índice ou
utiliza operações com derivativos, a fim de que o desempenho do fundo seja bem aderente à
variação do Índice Bovespa. Ou seja, o gestor não tem como meta que o fundo tenha
desempenho melhor do que o do índice.
Por sua vez, a estratégia de gestão ativa de um fundo de investimento busca obter
rentabilidade superior ao de determinado índice de referência. Isso significa que o gestor
procura no mercado as melhores alternativas de investimento visando atingir o objetivo desse
fundo, sempre de acordo com a sua política de investimento.

Dificuldades de replicação dos índices de referência (benchmarks) e suas principais


causas

Como vimos, um fundo com administração passiva busca replicar um benchmark.


Porém é muito difícil para os gestores fazerem isso, por existirem causas que dificultam essa
operação.
A taxa de administração incide sobre o patrimônio do fundo. Além dela, outros
encargos de responsabilidade do fundo, como as taxas de corretagem, dificultam a
reaplicação exata da rentabilidade dos benchmarks.
Essas despesas com taxas e comissões pagas na intermediação dos títulos, custódia
dos títulos, custos de registros em cartórios e demais custos são pagas pelos fundos e fazem
com que a performance de um fundo com gestão passiva não consiga replicar exatamente o
desempenho de seu benchmark.
Importante - A rentabilidade divulgada dos fundos é liquida da taxa de administração
e performance, mas bruta de Imposto de Renda, que é cobrado do investidor sempre que o
fundo tiver rentabilidade positiva.

Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e rentabilidade

O regulamento é o documento que contém todas as informações de um fundo de


investimento. A CVM estabelece regras claras para as informações que o regulamento deve,
obrigatoriamente, ter:
 Qualificação do administrador e do gestor da carteira do fundo;
 Qualificação do custodiante;
 Espécie do fundo, se aberto ou fechado;
 Prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
 Política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo;
 Taxa de administração;
 Taxas de performance, de ingresso e de saída, se houver;
 Demais despesas do fundo, desde que devidamente autorizadas;
 Condições para a aplicação e o resgate de cotas;
 Distribuição de resultados;
 Público-alvo;
 Referência ao estabelecimento de intervalo para a atualização do valor da cota,
quando for o caso;
 Exercício social do fundo;
 Política de divulgação de informações a interessados, inclusive as relativas à
composição de carteira;
 Política relativa ao exercício de direito do voto do fundo, pelo administrador ou por
seus representantes legalmente constituídos, em assembleias gerais das companhias
nas quais o fundo detenha participação;
 Informação sobre a tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas;
 Política de administração de risco, com a descrição dos métodos utilizados pelo
administrador para gerenciar os riscos a que o fundo se encontra sujeito.

O administrador de fundo de investimento aberto que não seja destinado


exclusivamente a investidores qualificados deve elaborar também uma lâmina de informações
essenciais, documento que apresenta, de forma simplificada, as principais informações do
fundo.
Devido a sua estrutura, é um documento atualizado mensalmente que permite
compreender e comparar informações importantes sobre os fundos, tais como:
 Público-alvo e restrições de investimento;
 Descrição resumida da política de investimento do fundo, incluindo os limites de
aplicação em ativos no exterior, em crédito privado, o limite de alavancagem, quando
houver, e se o fundo utiliza derivativos apenas para proteção da carteira;
 Informações sobre investimento mínimo, carência, condições de resgate, taxas
cobradas;
 A composição da carteira do fundo, incluindo o patrimônio líquido e as cinco espécies
de ativos em que ele concentra seus investimentos;
 A classificação de risco que o administrador atribui ao fundo, considerando a
estratégia de investimento adotada, que vai de 1, menor risco, a 5, maior risco;
 Histórico de rentabilidade;
 Exemplo comparativo e simulação de despesa;
 Descrição resumida da política de distribuição do fundo;
 Informações sobre o serviço de atendimento ao cotista.

A demonstração de desempenho do fundo é o documento com as informações


periódicas do fundo: a rentabilidade mensal, nos últimos 12 meses, e a anual, nos últimos
cinco anos, além das despesas que são debitadas do patrimônio do fundo e reduzem a sua
rentabilidade.

 Carteira de Investimentos
Principais mercados (juros prefixados e pós-fixados, câmbio, inflação, ações e seus
derivativos)

 Juros prefixados

Os juros prefixados são aqueles que você conhece o rendimento no momento em que
faz a aplicação financeira.
Um exemplo é o Tesouro Prefixado (Letra do Tesouro Nacional), que mostra o
percentual de rentabilidade no momento de sua compra, caso o investidor mantenha o título
até a data de vencimento.
Em geral, os títulos prefixados são indicados para quem acredita em um movimento
de queda da taxa de juros. Caso a taxa básica de juros suba, no entanto, a aplicação prefixada
pode ficar em desvantagem em relação aos investimentos pós-fixados.

Importante - Apesar do nome, “prefixado”, esses títulos podem dar prejuízo em pelo
menos duas condições:
I. Quando a empresa deixa de pagar (risco de crédito) ou;
II. Quando a taxa de juros do mercado sobe.

Como o valor de resgate de um título prefixado é definido no momento de sua


aquisição, o apreçamento (marcação a mercado) desses títulos antes do vencimento faz com
que seu preço caia quando a taxa de juros sobe e que seu preço suba quando a taxa de juros
cai. Quanto maior o prazo até o vencimento, maior o efeito da variação do seu preço em
função da taxa de juros.

 Juros pós-fixados

Ao contrário dos juros prefixados, os juros nominais dos títulos pós-fixados não são
informados na hora da aplicação, e essa rentabilidade costuma estar atrelada a algum índice
de preço ou taxa de juros.
Por exemplo, o Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), que é a
taxa oficial de inflação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
remunera os títulos do Tesouro IPCA (NTN-B).
Existem no mercado papéis indexados à taxa dos Depósitos Interfinanceiros (DI), uma
taxa que acompanha a Selic. Também é o caso de Certificados de Depósito Bancários (CDB)
ou Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), que remuneram o investidor
com um percentual da variação da taxa do DI até o vencimento do título.

Importante - Se a taxa de juros do mercado sobe, os títulos pós-fixados indexados à


taxa DI passam a render mais; se as taxas caem, passam a render menos, mas não têm
variação negativa.

Câmbio e Mercado de Câmbio

Este mercado é importante para os fundos de investimento para que seja possível
investir em ativos no exterior e neutralizar o risco cambial no investimento no exterior,
quando for o caso. O mercado de câmbio é regulamentado e fiscalizado pelo Banco Central e
compreende as operações de compra e venda de moeda estrangeira e as operações com outro
instrumento cambial, realizadas por intermédio das instituições autorizadas a operar no
mercado de câmbio pelo Banco Central.

Inflação

Alguns fundos investem em títulos do governo ou de empresas atrelados ao retorno da


inflação medida pelo IPCA (calculado pelo IBGE) e pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do
Mercado, calculado pela FGV).

Ações

Ações são valores mobiliários, emitidos por sociedades anônimas, representativos de


uma parcela do seu capital social. Em outras palavras, são títulos de propriedade que
conferem a seus detentores (investidores ou acionistas) a participação na sociedade da
empresa.
As ações podem ser de dois tipos, ordinárias ou preferenciais. A principal diferença
entre elas é que as ordinárias dão ao seu detentor direito de voto nas assembleias de acionistas
e as preferenciais permitem o recebimento de dividendos em valor superior ao das ações
ordinárias, bem como permitem a prioridade no recebimento de reembolso do capital.
O primeiro lançamento de ações no mercado é chamado de Oferta Pública Inicial
(também conhecido pela sigla em inglês Initial Public Offer – IPO). Após a abertura de
capital e a oferta inicial, a empresa poderá realizar outras ofertas públicas de suas ações,
conhecidas como “follow on”.
As ofertas públicas de ações (IPO e follow on) podem ser primárias e/ou secundárias.
Nas ofertas primárias, a empresa capta recursos novos para investimento e reestruturação de
passivos, ou seja, ocorre efetivamente um aumento no capital da empresa e os recursos
captados vão para o caixa da empresa.
As ofertas secundárias, por sua vez, proporcionam liquidez aos empreendedores, que
vendem parte de suas ações, num processo em que o capital da empresa permanece o mesmo,
porém a base de sócios aumenta.
A B3 criou segmentos especiais de listagem das companhias: Bovespa Mais, Bovespa
Mais Nível 2, Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1. Todos os segmentos prezam por rígidas
regras de governança corporativa. Essas regras vão além das obrigações que as companhias
têm perante a Lei das Sociedades por Ações e têm como objetivo melhorar a avaliação
daquelas que decidem aderir, voluntariamente, a um desses níveis de listagem.
Além disso, tais regras atraem os investidores. Ao assegurar direitos e garantias
adicionais aos acionistas minoritários, bem como a divulgação de informações mais
completas para controladores, gestores da companhia e participantes do mercado, o risco é
reduzido.

Apreçamento (marcação a mercado)

Apreçamento é o ato de atualizar o valor dos ativos dos fundos para o valor “real”
desses ativos em determinado dia, ou seja, fazer refletir no valor das cotas do fundo os preços
de mercado dos ativos.
Um título de renda fixa emitido por uma empresa pode ter seu preço alterado em
função da variação das taxas de juros do mercado e alteração do risco de crédito do emissor.
Por esse motivo faz-se necessário, periodicamente, atualizar o valor dos títulos das carteiras
dos fundos.
Para os títulos públicos que estão nas carteiras dos fundos, os preços utilizados para o
apreçamento (marcação a mercado) são divulgados pela ANBIMA, que diariamente faz uma
pesquisa com os participantes do mercado para levantamento dos preços de fechamento do
mercado.
No caso das ações, dos mercados futuros e de opções, os preços diários são
divulgados pela B3, e as cotações diárias servem para calcular o valor do patrimônio dos
fundos de investimento.
Do ponto de vista do investidor, o apreçamento (marcação a mercado) faz que ele
pague o preço justo do valor da cota do fundo ao aplicar e receba um valor justo quando
resgatar seus investimentos.
Ele impede também a transferência de riqueza entre os cotistas que aplicam ou
resgatam seus recursos de um fundo, pois o valor da cota reflete o preço de mercado dos
ativos que fazem parte da carteira do fundo.
Importante - Os títulos de renda fixa prefixados desvalorizam quando a taxa de juros
do mercado sobe e se valorizam quando as taxas caem.

Alavancagem

Um fundo é considerado alavancado sempre que existir possibilidade de perda


superior ao do patrimônio do fundo. Os fundos alavancados geralmente utilizam derivativos
para aumentar sua exposição em determinado mercado. Isso significa que eles podem lucrar
mais, mas também podem perder mais (inclusive todo o patrimônio do fundo e até mais do
que isso).
Os mercados utilizados para transacionar esses produtos são os mercados futuros e de
opções, principalmente. Vale lembrar que alguns fundos usam derivativos somente para fazer
hedge (proteção da carteira), não significando que usam instrumentos de derivativos para
alavancar o fundo.
A principal vantagem obtida com a alavancagem é multiplicar os ganhos do fundo,
quando a estratégia é bem-sucedida. Contudo, alavancar aumenta o risco do fundo,
traduzindo-se em aumento de volatilidade e em um fundo alavancado é possível perder todo o
dinheiro investido. Importante é que a perda máxima de um investidor em fundo está limitada
ao valor que ele tem aplicado

Impacto de variações nas taxas de juros, câmbio e inflação sobre os tipos de fundos
Tanto a inflação como os juros afetam as aplicações financeiras. O aumento da taxa
de juros básica da economia, a Selic, torna mais atraente o rendimento dos títulos de renda
fixa pós-fixados que acompanham a variação dessa taxa (tanto os títulos públicos como as
LFTs e também os títulos pós-fixados das dívidas de companhias privadas que remuneram os
investidores na taxa DI).
A inflação pode comprometer os ganhos de qualquer tipo de aplicação financeira. Em
tempos de alta inflacionária, é preciso estar atento ao ganho real na hora de definir o
investimento ou mesmo acompanhar as aplicações. É importante saber qual é a rentabilidade
real da sua carteira de investimentos, que é calculada pela rentabilidade nominal
descontando-se a taxa de inflação.
Em cenários de incerteza econômica, o longo prazo é, geralmente, um ótimo aliado. O
que vale é definir a estratégia para a carteira de investimentos conforme os fundamentos do
cenário econômico e os objetivos pessoais. Depois são feitas revisões periódicas, apenas para
ajustar o que for necessário.
Exemplo 1: Impacto do aumento das taxas juros nos Fundos de Renda Fixa
Em um fundo com patrimônio investido em títulos de renda fixa, o aumento da taxa
de juros resulta em queda no valor de mercado dos títulos prefixados. Por isso, o fundo de
Renda Fixa pode até ter prejuízo, mesmo tendo títulos atrelados a uma taxa prefixada. Por
outro lado, os Fundos de Renda Fixa que investem em títulos de renda fixa pós-fixados
atrelados à taxa DI ou à Selic, com o aumento da taxa de juros, passam a render um pouco
mais.
Exemplo 2: Impacto do câmbio em Fundos Cambiais
Em um fundo com patrimônio investido em ativos atrelados a uma moeda estrangeira,
a desvalorização do real não necessariamente leva a um melhor resultado do fundo. Isso
ocorre porque o fundo investe em títulos atrelados à moeda e também a uma taxa de juros, e é
o efeito conjunto dessas duas variáveis que contribuirá para o resultado do fundo. Por esta
causa, o fundo pode até ter prejuízo, mesmo sendo esperado um resultado positivo, devido à
desvalorização da moeda local.

Taxas de Administração e Outras Taxas

A taxa de administração é quanto o fundo (ou melhor, os cotistas) paga pela prestação
de serviço do gestor, do administrador e das demais instituições presentes na
operacionalização do seu dia a dia. Por consequência, essa taxa influencia a rentabilidade do
fundo e quanto mais reduzida menor o impacto na rentabilidade.
O valor da taxa – que é apresentado em percentual ao ano, mas descontado
diariamente do valor da cota de um fundo – corresponde a um percentual do patrimônio
líquido do fundo.
É importante ressaltar que quando o administrador divulga a rentabilidade de um
fundo a taxa de administração já foi descontada do valor da cota.
A taxa de performance é a taxa cobrada do fundo ou do cotista quando a rentabilidade
superar a de um indicador de referência, conhecido como benchmark. O cotista deve ter
conhecimento sobre essa cobrança antes de fazer a aplicação. A taxa de performance é
cobrada somente sobre a rentabilidade que ultrapassar o benchmark e existe periodicidade
mínima para sua cobrança.
Nem todos os fundos preveem a cobrança de taxa de performance. Sua cobrança deve
atender aos seguintes critérios:
I. Vinculação a um índice de referência verificável, originado por fonte
independente, compatível com a política de investimento do fundo e com os
títulos que efetivamente a componham;
II. Vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 100% do
índice de referência;
III. Cobrança por período, no mínimo, semestral;
IV. Cobrança após a dedução de todas as despesas.

Vale lembrar que quando o administrador divulga a cota e a rentabilidade de um


fundo a taxa de administração e de performance, quando cobrada pelo método do ativo
descrito abaixo, já estão descontadas.
O regulamento do fundo deve especificar se a taxa de performance é cobrada:
I. Com base no resultado do fundo (método do ativo);
II. Com base no resultado de cada aplicação efetuada por cada cotista (método do
passivo);
III. Com base no resultado do fundo, acrescido de ajustes individuais (método do
ajuste) exclusivamente nas aplicações efetuadas posteriormente à data da última
cobrança de taxa de performance, até o primeiro pagamento de taxa de
performance como despesa do fundo, promovendo a correta individualização
dessa despesa entre os cotistas.
Não é muito comum no Brasil, mas um fundo pode cobrar ainda taxas de ingresso (na
aplicação) ou de saída (no resgate), se previsto em seu regulamento. A taxa de ingresso incide
sobre os valores aplicados. Por seu turno, a taxa de saída é cobrada na ocasião do resgate e
incide sobre o valor resgatado. Normalmente ela é cobrada caso o investidor resgate seus
recursos antes de determinado prazo.
Um fundo de investimento também tem outras despesas descontadas de seu
patrimônio líquido. Ou seja, despesas pagas pelos cotistas. Elas são previstas no regulamento
do fundo, tais como:
 Impressão, envio e publicação de relatórios;
 Envio de correspondências como convocações e comunicados aos cotistas;
 Honorários de auditores independentes. custos de corretagem;
 Despesas com registro e cartório.

Diariamente, todos esses gastos são debitados do patrimônio líquido de um fundo.


Portanto, a rentabilidade de um fundo e o valor diário de sua cota é divulgada já com o valor
de todas as despesas descontado.

Classificação CVM

A classificação é uma metodologia criada para auxiliar a decisão de investimento


madura e consciente por parte dos investidores.

Renda Fixa, Ações, Multimercado e Cambial

Fundo de Renda Fixa - Aplicam uma parcela significativa de seu patrimônio


(mínimo 80%) em títulos de renda fixa prefixados ou pós-fixados. Além disso, usam
instrumentos de derivativos com o objetivo de proteção (hedge).

Fundo de Ações - Investem no mínimo 67% de seu patrimônio em ações negociadas


em bolsa de valores; bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações; cotas
de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações; e Brazilian Depositary Receipts
(BDR) classificados como níveis II e III.
Dessa forma, são fundos que estão sujeitos às oscilações de preços das ações que
compõem sua carteira. Alguns fundos desta classe têm como objetivo de investimento
acompanhar a variação de um índice do mercado acionário, tal como o Ibovespa ou o IBrX.
São mais indicados para quem tem objetivos de investimento de longo prazo.

Fundo de Multimercado - Seguem políticas de investimento que envolvem vários


fatores de risco, pois combinam investimentos nos mercados de renda fixa, câmbio, ações,
entre outros. Além disso, utilizam ativamente instrumentos de derivativos para alavancagem
de suas posições ou para proteção de suas carteiras (hedge).
São fundos com flexibilidade de gestão, por isso dependem da estratégia do gestor na
escolha do melhor momento de alocar os recursos (market timing), na seleção dos ativos da
carteira e no percentual do patrimônio que será investido em cada um dos mercados (asset
allocation).

Fundo Cambial - Deve manter no mínimo 80% de seu patrimônio investido em


ativos que sejam relacionados, diretamente ou indiretamente (via derivativos), à variação de
preços de uma moeda estrangeira, ou a uma taxa de juros (chamado cupom cambial).
Nesta classe, o mais conhecido é o Fundo Cambial Dólar, que objetiva seguir a
variação da cotação da moeda norte-americana.

Características das subclassificações

Renda Fixa Curto Prazo

A principal característica dos fundos da classe Renda Fixa – Curto Prazo é o prazo de
vencimento dos títulos que compõem a sua carteira. Obrigatoriamente títulos devem ter prazo
máximo a decorrer de 375 dias até o vencimento do título e prazo médio da carteira inferior a
60 dias.
Estes fundos só podem investir em:
I. Títulos públicos federais ou privados prefixados;
II. Títulos públicos federais ou privados indexados na taxa Selic, ou em outras taxas
de juros ou índices de preços;
III. Títulos privados que sejam considerados de baixo risco de crédito pelo gestor;
IV. Cotas de fundos de índice que apliquem nesses tipos de títulos;
V. Operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.
Em função da composição de sua carteira, são considerados conservadores do ponto
de vista dos riscos de mercado, liquidez e de crédito, compatíveis com objetivos de
investimento de curto prazo; suas cotas são menos sensíveis às oscilações das taxas de juros.
Esses fundos utilizam derivativos somente para proteção da carteira (hedge).

Renda Fixa Referenciados

Os fundos de Renda Fixa – Referenciados objetivam acompanhar a variação de


determinado benchmark. Por esse motivo, devem manter no mínimo 95% de seu patrimônio
investido em ativos que acompanhem o indicador, sendo no mínimo 80% do patrimônio
representado por títulos públicos federais, ativos de renda fixa considerados de baixo risco de
crédito ou cotas de fundos de índice que invistam em ativos com as mesmas características.
Esses fundos devem incluir na sua denominação o índice de referência que seguem e
podem utilizar derivativos apenas para proteção de sua carteira (hedge).

Renda Fixa Simples

O Fundo Renda Fixa Simples foi criado para oferecer uma alternativa de investimento
simples, segura e de baixo custo, a fim de contribuir para a elevação da taxa de poupança do
país, promovendo um primeiro acesso ao mercado de capitais.
Na aplicação em um Fundo de Renda Fixa Simples, o investidor é dispensando da
assinatura do termo de adesão e ciência de risco, e o distribuidor, da verificação da adequação
do investimento no fundo ao perfil do cliente (suitability), se o investidor não possuir outros
investimentos no mercado de capitais.
São fundos de baixíssimo risco de crédito, liquidez e mercado, pois devem manter no
mínimo 95% do seu patrimônio em títulos públicos federais, operações compromissadas
lastreadas nesses títulos, ou títulos de emissão de instituições financeiras de risco de crédito
equivalente ao risco soberano.
O gestor deve ainda adotar estratégia de investimento que proteja o fundo de perdas e
volatilidade, utilizando derivativos exclusivamente para fins de proteção da carteira (hedge).
Não são permitidos investimentos no exterior ou concentração em crédito privado.
Devem ser constituídos exclusivamente como fundos abertos e, para reduzir custos,
todos os seus documentos e informações devem ser disponibilizados preferencialmente por
meio eletrônico.
Renda Fixa Dívida Externa

Fundos deste tipo mantêm no mínimo 80% de seu patrimônio líquido em títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União. Podem realizar operações em
mercados organizados de derivativos, no Brasil ou no exterior, exclusivamente para fins de
proteção (hedge) dos títulos integrantes da sua carteira.

Importante - Os fundos da classe “Renda Fixa” que recebem os sufixos “Curto


Prazo”, “Referenciado”, “Simples” e “Dívida Externa” podem utilizar derivativos somente
para proteção da carteira (hedge).

Ações Mercado de Acesso

O nome deste tipo de fundo tem sua origem no segmento especial de negociação
voltado ao “mercado de acesso”, instituído por bolsa de valores e que assegure,
contratualmente, práticas diferenciadas de governança corporativa.
Esses fundos têm como política de investimento aplicar pelo menos 2/3 do seu
patrimônio em ações de companhias listadas neste segmento e até 1/3 do patrimônio em
títulos ou ações de companhias fechadas, desde que tenham participação na gestão dessas
companhias nos mesmos moldes exigidos dos Fundos de Investimento em Participações
(FIP).
Assim, esses fundos podem acompanhar a evolução de empresas que ainda não
realizaram oferta pública inicial de ações, mas que pretendem ou têm potencial para fazê-lo
no futuro. Podem ser constituídos sob a forma de fundos abertos ou fechados; neste último
caso, com as cotas negociadas em mercado organizado.

Tributação

A tributação em investimentos no Brasil é regulamentada pela Secretaria da Receita


Federal, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, que administra os tributos de
competência da União, inclusive os previdenciários.
Em termos gerais, as aplicações financeiras podem estar sujeitas à cobrança de dois
tributos no Brasil: o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre operações de crédito, câmbio e
seguros, ou relativas a títulos e valores mobiliários (IOF). Ambos são recolhidos sobre o
lucro (rendimento ou ganho de capital) obtido coma aplicação, que é sua base de cálculo.

IR

Fato gerador do IR em fundos de investimento, ocorre quando a aplicação é resgatada


e incide sobre os rendimentos produzidos por aplicações em fundos de investimento e em
fundos de aplicação em cotas de fundos de investimento.
O valor do IR varia de acordo com o tipo de fundo e pode variar também em função
do prazo da aplicação. Quanto mais tempo o cotista ficar com seu recurso aplicado, menor a
sua alíquota (exceto para fundos de ações).
O cotista não precisa se preocupar com o recolhimento, uma vez que a
responsabilidade também é do administrador do fundo.
O cálculo do imposto depende do período que o dinheiro investido for mantido e
também do tipo de fundo.
A Receita Federal classifica os fundos em três tipos para fins de recolhimento de IR.
I. Fundos de Ações - Alíquota do IR é fixa em 15% - Têm no mínimo 67% dos
seus recursos aplicados em ações negociadas em Bolsa de Valores. Esses fundos
contam com alíquota única de IR, independentemente do prazo do investimento.
O imposto será cobrado sobre o rendimento bruto do fundo quando houver resgate
da aplicação pelo cotista, e a base de cálculo é a diferença positiva entre o valor de
resgate e o valor investido inicialmente.

II. Fundos de Curto Prazo – Aplicam em títulos de renda fixa com prazo médio
igual ou inferior a 365 dias.

Prazo para aplicação Alíquota do IR

Até 180 dias 22,5%

Acima de 180 dias 20%


III. Fundos de Longo Prazo – São aqueles cuja carteira de títulos tenha prazo médio
igual ou superior a 365 dias. Alíquotas do IR variam de 22,5% a 15%, em
função do período que o investidor permanecer com a aplicação no fundo.

Prazo para aplicação Alíquota do IR

Até 180 dias 22,5%

De 181 a 360 dias 20%

De 361 a 720 dias 17,5%

Acima de 720 dias 15%

IR – Come-cotas

O come-cotas é o imposto de renda semestral calculado sobre os rendimentos


produzidos pelos fundos de investimento e recolhido no último dia útil dos meses de maio
e novembro, mesmo que não haja resgate do fundo pelo cotista nessas datas.
Para realizar essa cobrança, é usada a menor alíquota de cada tipo de fundo: 20%
para fundos de tributação de curto prazo e 15% para fundos de tributação de longo prazo.
Assim, a cada seis meses, os fundos deduzem esse imposto dos cotistas automaticamente,
em função do rendimento obtido durante o período.
Só estão sujeitos ao come-cotas os fundos classificados como de longo prazo ou
de curto prazo, por exemplo, os fundos de Renda Fixa, os Cambiais e os Multimercados.
Importante - Não há incidência de come-cotas nos fundos de ações.

Compensação de perdas no pagamento de IR

É permitido compensar os prejuízos obtidos numa categoria de fundos, deduzindo-


os do imposto a pagar em outra categoria (exceto para os Fundos de Ações) e em alguns
casos de diferentes administradores.
Fundo de Ações - Se no momento do resgate houver prejuízo, como a tributação é
específica para esse tipo de fundo, a compensação só poderá ser efetuada com outro
Fundo de Ações.
Neles, não há come-cotas: o IR só é pago no resgate, por isso só é possível realizar
a compensação entre os próprios fundos de ações. Nesse caso, é permitida a compensação
descontando de um fundo em que o investidor tiver ganhado o valor perdido em outro.
Fundos de Renda Fixa, Cambial e Multimercado - Se o investidor tiver
prejuízo no momento do resgate, e como o come-cotas já foi cobrado, essa perda poderá
ser compensada no futuro quando fizer um resgate com lucro. É importante frisar que a
compensação só será feita em fundos com mesma classificação tributária (fundo de curto
prazo compensa perda com outro de curto prazo e fundo de longo prazo com outro de
longo prazo).
Nas aplicações em FI, a responsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do IR
devido pelo cotista é, em regra, do administrador, cabendo a este proceder ao controle de
eventuais perdas no resgate de cotas para compensação futura.
Havendo intermediação de recursos nas aplicações em FI, a responsabilidade pela
retenção e recolhimento do IR devido pelo cotista é da instituição intermediária que atua
por conta e ordem do cliente, cabendo a ela proceder ao controle de eventuais perdas no
resgate de cotas para compensação futura.

Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros, ou relativas a títulos e valores


mobiliários - IOF

O IOF incide sobre o rendimento dos fundos nos resgates feitos em período inferior a
30 dias. A alíquota do imposto pode variar de 96% a zero, dependendo do momento em que
ocorreu o resgate após a aplicação. O IOF incide apenas sobre o rendimento.
Nos fundos de investimento com tributação de curto prazo e de longo prazo, a base de
cálculo do imposto é a variação positiva entre o valor resgatado e o valor da aplicação ou o
valor na data da última cobrança do come-cotas.

 Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Administração de


Recursos de Terceiros
Dentre as definições de maior relevância para a compreensão do Código, podemos
destacar:
 Administração de Recursos de Terceiros - São as atividades de Administração
Fiduciária e Gestão de Recursos de Terceiros, conforme definidas no Código de
Administração;
 Administração Fiduciária - É o conjunto de serviços relacionados direta ou
indiretamente ao funcionamento e à manutenção do Fundo, desempenhada por pessoa
jurídica autorizada pela CVM;
 Apreçamento - Prática conhecida como Marcação a Mercado (“MaM”), consiste em
precificar os ativos pertencentes à carteira dos Veículos de Investimento, pelos
respectivos preços negociados no mercado em casos de ativos líquidos ou, quando
este preço não é observável, por uma estimativa adequada de preço que o ativo teria
em uma eventual negociação feita no mercado;
 Conglomerado ou Grupo Econômico - Conjunto de entidades controladoras diretas
ou indiretas, controladas, coligadas ou submetidas a controle comum.
 Conheça seu Cliente - Regras e procedimentos adotados pelas instituições
participantes para conhecer seus investidores;
 Gestão de Recursos de Terceiros - É a gestão profissional dos ativos financeiros
integrantes da carteira dos Veículos de Investimento, desempenhada por pessoa
jurídica autorizada pela CVM;
 Instituições Participantes - São as instituições Associadas à ANBIMA ou
instituições aderentes ao Código de Administração;
 Material Publicitário - Material sobre os Fundos de Investimento ou sobre a
atividade de Administração Fiduciária e/ou Gestão de Recursos de Terceiros
divulgado pelas Instituições Participantes por qualquer meio de comunicação
disponível, que seja destinado a investidores ou potenciais investidores como objetivo
de estratégia comercial e mercadológica, podendo mencionar a rentabilidade;
 Material Técnico - Material sobre Fundos de Investimento divulgado pelas
Instituições Participantes por qualquer meio de comunicação disponível, que seja
destinado a investidores ou potenciais investidores com o objetivo de dar suporte
técnico a uma decisão de investimento;
 Veículo de Investimento - São os Fundos de Investimento e as Carteiras
Administradas constituídos localmente com o objetivo de investir recursos obtidos
junto a um ou mais investidores.

Objetivo

O objetivo declarado do Código é estabelecer parâmetros e regras pelos quais a


atividade de Administração de Recursos de Terceiros deve-se pautar, visando:
 A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a institucionalização de práticas
equitativas no mercado financeiro e de capitais;
 A concorrência leal;
 A padronização de seus procedimentos;
 A maior qualidade e disponibilidade de informações, especialmente por meio do
envio de dados pelas instituições participantes à ANBIMA;
 A elevação dos padrões fiduciários e a promoção das melhores práticas de mercado.

Para tal, o Código vincula as ações de todos que desejarem a ele aderir e aos
associados da ANBIMA que desempenhem o exercício profissional de Administração
Fiduciária e Gestão de Recursos de Terceiros.
Além disso, as regras do Código de Administração de Recursos de Terceiros valem
para todos os integrantes do Conglomerado ou Grupo Econômico das instituições
participantes que estejam autorizados a operar no Brasil nas atividades descritas no parágrafo
anterior.
Contudo, é importante notar que o art. 3º, §4º do Código de Administração de
Recursos de Terceiros prevê a dispensa da observância de suas disposições para:
 Os Clubes de Investimento e para os Fundos de Investimentos em Participação (FIP),
sendo esses últimos autorregulados pelo Código ABVCAP/ANBIMA de Regulação e
Melhores Práticas para o Mercado de FIP e FIEE;
 Os Gestores de Recursos de Terceiros, cuja instituição tenha sido dispensada nos
termos da Deliberação CVM 764;
 Os Gestores de Recursos de Terceiros pessoa física;
 Os Fundos de Investimento cujo patrimônio líquido seja composto, exclusivamente,
por recursos próprios do Gestor de Recursos ou, no caso de instituições financeiras,
de seu Conglomerado ou Grupo Econômico, de acordo com a dispensa concedida
pelo regulador a cada instituição.

Princípios Gerais de Conduta

O que o Código de Administração de Recursos de Terceiros chama de princípios


gerais são, na verdade, declarações de deveres a serem observados pelas instituições
participantes em relação às atividades de Administração Fiduciária e Gestão de Recursos de
Terceiros.
São onze os deveres impostos às instituições participantes pelos princípios gerais do
Código:
I. Exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de sua
atividade, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à
administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou
irregularidades que venham a ser cometidas;
III. Nortear a prestação das atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da
livre concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência
desleal e/ou de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre
negociação;
IV. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e
princípios contidos no Código de Administração de Recursos de Terceiros e na
regulação vigente;
V. Adotar condutas compatíveis com os princípios da idoneidade moral e
profissional;
VI. Evitar práticas que possam vir a prejudicar a Administração de Recursos de
Terceiros, especialmente no que tange aos deveres relacionados às atribuições
específicas de cada uma das instituições participantes estabelecidas em contratos,
regulamentos, no Código de Administração de Recursos de Terceiros e na
regulação vigente;
VII. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenhem
funções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros atuem com
imparcialidade e conheçam o código de ética da instituição participante e as
normas aplicáveis à sua atividade;
VIII. Identificar, administrar e mitigar eventuais conflitos de interesse que possam
afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à
Administração e Recursos de Terceiros;
IX. Evitar práticas que possam ferir a relação fiduciária mantida com os investidores;
X. Desempenhar suas atribuições buscando atender aos objetivos descritos nos
documentos dos Veículos de Investimento e na regulação em vigor, bem
promover a divulgação de informações a eles relacionadas, inclusive no que diz
respeito à remuneração por seus serviços, visando sempre ao fácil e correto
entendimento por parte dos investidores;
XI. Transferir ao Veículo de Investimento qualquer benefício ou vantagem que possa
alcançar em decorrência de sua condição como Administrador Fiduciário e/ou
Gestor de Recursos, observada a exceção prevista na norma específica de Fundos
e/ou as disposições contratuais estabelecidas no contrato de carteira administrada.

Por fim, e seguindo a linha da preservação da lealdade e da transparência, o Código de


Administração de Recursos de Terceiros explicita que nos casos dos Fundos de Investimento
em cotas de Fundos de Investimento que invistam mais de noventa e cinco por cento de seu
patrimônio em um único Fundo, é vedada a utilização de qualquer instituto jurídico ou
estrutura de produto, cuja implicação econômica resulte em desconto, abatimento ou redução
artificial de taxa de administração, performance e/ou qualquer outra taxa que venha a ser
cobrada.
Tal previsão visa impedir que a estrutura de Fundos de Investimento em cotas de
Fundos de Investimento seja utilizada para ocultar a remuneração efetivamente paga pelos
serviços usufruídos.

Regras, Procedimentos e Controles

A fim de cumprir seu propósito, o Código de Administração de Recursos de Terceiros


estabelece, em seu artigo 9º, características obrigatórias para as regras, procedimentos e
controles a serem estabelecidos e implementados pelas instituições participantes, visando a
adequação às exigências da regulação vigente. Em síntese, essas características são:
 Adequação à natureza, porte, estrutura e modelo de negócio das instituições
participantes, bem como à complexidade e perfil de risco das operações realizadas;
 Acessibilidade a todos seus profissionais, permitindo seu conhecimento pelos diversos
níveis da organização;
 Divisão clara das responsabilidades e dos envolvidos nas funções controles internos e
de Compliance;
 Coordenação entre as atividades de controles internos, Compliance e gestão de riscos;
 Indicação de mediadas necessárias para garantir a independência e a adequada
autoridade aos responsáveis pelas funções de controles internos e de Compliance.

Em complemento, o Código de Administração de Recursos de Terceiros também


estabelece exigências para a estruturação de áreas responsáveis por controles internos e
Compliance. Assim, é necessário que essas áreas tenham:
 Estrutura compatível com a natureza, porte e modelo de negócios das instituições
participantes, bem como à complexidade das operações realizadas;
 Independências, com reporte direto ao diretor responsável pelos controles internos e
Compliance;
 Profissionais com qualificação técnica e experiência necessárias para o exercício
dessas atividades;
 Comunicação direta com a diretoria, administradores e conselho de administração, se
houver, para realizar relatos relacionados à atividade de controles internos e
Compliance, incluindo indicação de possíveis irregularidades ou falhas identificadas;
 Acesso regular a capacitação e treinamento;
 Autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações realizadas
pela instituição participante.

Também visando a maior efetividade dessas atividades de controles internos e de


Compliance, o Código de Administração de Recursos de Terceiros permite que elas sejam
desempenhadas tanto dentro de uma mesma estrutura, quanto em unidades específicas, sendo
obrigatório, contudo, a indicação de ao menos um diretor, estatutário ou equivalente,
responsável pelos controles internos e pelo Compliance.

Segregação de Atividades
Tendo em vista a existência de Conglomerados e Grupos Econômicos que atuam
simultaneamente em diversas frentes dos mercados financeiros e de capitais, algumas
cautelas precisam ser tomadas a fim de que uma atividade não prejudique a outra de forma
indevida.
Para tanto, o exercício da Administração de Recursos de Terceiros deve ser segregado
das demais atividades das instituições participantes que possam gerar conflitos de interesse.
Isso deve ser feito por meio da adoção de procedimentos operacionais que objetivem:
 Mitigar a ocorrência de ilícitos legais ou contrários à regulação;
 Promover a segregação funcional das áreas responsáveis pela Administração de
Recursos de Terceiros das demais áreas que possam gerar potenciais conflitos de
interesse, de forma a minimizar adequadamente tais conflitos;
 Garantir a segregação física de instalações entre a área responsável pela
Administração de Recursos de Terceiros e as áreas responsáveis pela intermediação e
distribuição de ativos financeiros;
 Propiciar o bom uso de instalações, equipamentos e informações comuns a mais de
um setor da empresa;
 Preservar informações confidenciais e permitir a identificação das pessoas que tenham
acesso a elas;
 Administrar e monitorar adequadamente as áreas identificadas como de potencial
conflito de interesses.

Tais procedimentos operacionais devem ser corretamente implementados, bem como


mantidos em documentos escritos. Entretanto, uma instituição participante que distribua cotas
de fundos de investimento dos quais seja Administrador Fiduciário ou Gestor de Recursos
não precisa promover segregação física entre essas áreas.

Segurança e Sigilo das Informações

O Código de Administração de Recursos de Terceiros exige algumas providências


especiais relacionadas à segurança e ao sigilo das informações das instituições participantes.
Para tanto, é necessário o estabelecimento de mecanismos que contenham:
 Controle de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas a que tenham
acesso os seus sócios, diretores, administradores, profissionais e terceiros contratados,
incluindo regras de acesso e previsões específicas para mudanças de atividade ou
desligamento dos profissionais;
 Testes periódicos de segurança para os sistemas de informação;
 Treinamentos para sócios, administradores e profissionais que tenham acesso a
informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas.

Além disso, as instituições participantes devem implementar e manter, em documento


escrito, no mínimo:
 Regras de acesso às informações confidenciais;
 Regras específicas para a proteção da base de dados e os procedimentos para tratar
casos de vazamento de informações confidenciais;
 Regras de restrição ao uso de sistemas e acessos remotos a informações confidenciais.

Por fim, as instituições participantes devem exigir que os profissionais ligados à


instituição participante assinem, de forma manual ou eletrônica, documento de
confidencialidade sobre as informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas a que
tenham acesso.
A mesma obrigatoriedade se estende a terceiros contratados, sendo excepcionada
apenas quando o contrato de prestação de serviço possuir cláusula de confidencialidade.

Administração Fiduciária

Nos termos do Código de Administração de Recurso de Terceiros, o Administrador


Fiduciário possui as obrigações específicas listadas a seguir:
 Constituição, administração, funcionamento e divulgação de informações dos fundos
de investimento;
 Elaboração de todos os documentos relacionados aos fundos de investimento,
devendo observar, durante a elaboração, a regulação aplicável a cada tipo de fundo de
investimento, observado para isso os respectivos anexos do Código;
 Supervisão das regras, procedimentos e controles da gestão de risco implementada
pelo Gestor de Recursos;
 Supervisão dos limites de investimento das carteiras dos fundos de investimento;
 Supervisão dos terceiros contratados por si para prestação de serviços aos fundos de
investimento;
 Gestão do risco de liquidez, que deve ser feita em conjunto com o Gestor de
Recursos, nos termos da regulação vigente e conforme o previsto no contrato de
prestação de serviço pactuado entre o Gestor de Recursos e o Administrador
Fiduciário.

Dessa forma, a posição do Administrador Fiduciário é consolidada como a de um


supervisor geral, responsável por diversas incumbências constitutivas e estruturais, mas
afastado da atividade de alocação direta dos recursos financeiros do fundo de investimento.

Gestão de Recursos de Terceiros

A atividade de Gestão de Recursos de Terceiros compreende o conjunto de decisões


que determinam o desempenho do fundo e devem ser executadas com observância dos termos
estabelecidos nos documentos dos Veículos de Investimento, no Código e na regulação
vigente.
Essa atividade deve ser exercida por profissionais que sejam devidamente habilitados
e autorizados pela CVM para o exercício da atividade de Gestão de Recursos de Terceiros,
bem como certificados nos termos do Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas
para o Programa de Certificação Continuada.
Por fim, em atenção às inovações tecnológicas verificadas com maior intensidade nos
últimos anos, o Código de Administração admite a Gestão de Recursos de Terceiros realizada
com a utilização de sistemas automatizados ou algoritmos, desde que observadas as
obrigações e regras previstas no referido código.
De modo geral, o Gestor de Recursos de Terceiros é responsável:
 Pelas decisões de investimento e desinvestimento, segundo a política de investimento
estabelecida para o Veículo de Investimento;
 Pelas respectivas ordens de compra e venda de ativos financeiros e demais
modalidades operacionais;
 Pelo envio das informações relativas aos negócios realizados pelos Veículos de
Investimento ao Administrador Fiduciário ou ao prestador de serviço contratado para
essa atividade;
 Pela negociação, alocação e rateio de ordens nos Veículos de Investimento, quando
aplicável;
 Pelo enquadramento nos limites de investimento e risco da carteira dos Veículos de
Investimento, observado o disposto nos documentos do Veículo de Investimento e na
regulação vigente;
 Pelo processo de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo dos
ativos financeiros adquiridos pelos Veículos de Investimento;
 Pelo controle de risco dos Veículos de Investimento, incluindo, mas não se limitando,
à gestão dos riscos de liquidez, mercado e crédito.
 Por garantir que as operações realizadas pelos Veículos de Investimento tenham
sempre propósitos econômicos compatíveis com seus documentos e estejam em
consonância com os princípios gerais do Código.

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