Santana
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o bairro
de santana
maria celestina teixeira mendes torres
prefeitura municipal - secretaria de educacao e cultura
departamento de cultura
o BAIRRO
DE SANTANA
esereveu
SERlE
HIST6 R IA DOS
BAIRROS
DE SAO PAULO - VI
Segu ndo premio do II Concurso
Municip al de Hlstaria dos Bai rr os
de Sao Paulo, promovido pete De-
pa rt amento de Cultura da Secr etaria
de Ed u ca ~ a o e Cultura da Prefeitura
do Municipio de Sao Pa ulo, e cuter-
gado pela Comiss ao Ju fgadora assim
constit uida : Prof. Dr. E rnesto Leme ,
Dr . Jose Ped ro Leite Cordeiro e
Jorna lista Fe rna ndo Goes .
IND IC E
Introito , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 9
Santana no Seculo XX 83
Conclusac 147
Bibliograf ia 153
Anexos 163
INTROITO
o BAIR HO DE S A ~ T A;'IJ A II
de bondes ou qualquer outra forma de transporte, perm i-
tindo sua integracao na ddadc.
Uma outra zona distingue-se da urbana, pcla maior
distancia que a separa do "centro" - zona suburbana,
com maiores espar;os vazlos. com certos traces de zona
rural , bairros aos q uais, muitas vezes, faltam os mais ele-
mentares mclhoram cntos que transformam a cidadc em
meta dos q ue vivem no campo, melhora mentos que signi-
ficam, em prin cipl e - enquanto a Cidade nfic se torna
desumana, asfixiantc e cruel - mais confOrto, mais
saudc e bern cstar. Na zona suburbana a Insratacao dos
mo radorcs precede, gcralmcnte, os mclhorarncntos ur-
banos, ao cont nlrio do que se da normalmente nos lotea-
mentes urbanos em que services de agua, luz c esgotos, e
ate pavimcntacfio, antecedent os moradorcs, que pagam,
por isso, altos prccos pclos terrenos. E 0 caso, por exem-
pia, dos Ioteamcn tos que dcram origem a ccr tos bairros
dcnominados "Jardins", em oposicao a bairros pcrife-
ricost ") .
12 o B:\IRRO DE S:\~T:\~:\
E ntretan to, dos ba irros do norte de Sao Paulo nao
sc podera dizcr que foram ocupados tar dtarncnte pelos
antigos moradores da vlla jcsuitica, do vclho Sao Paulo
do Campo, pcis 0 bairro da Luz, antigo bairro de Noss a
Senhora da Luz, do G uare ou do Guarepe, ja era babltado
no seculo XV I, c a He ja sc refer ira 0 padre Anchicta.f" )
em cart a dirigida ao padre Manuel de Paiva. T ambem
da tam do ultimo quartel do XVI algu mas conccsszes de
terrae como as de Joiio Maciel, Henr iqu e da Cunha, Do-
mingos Pires, Joao Gaga e Man uel Godinho (3) .
Ban hada pelo rio T iete, cujas cnchcn tcs inundavam
pcriodicamentc as varzcas vtzlnhas , era a rcgiao frequen-
tadn pclos que, em toscas embarcac ocs, ao longo do T a-
manduatef, chegavam ate as pro ximidades da Ponte
Grande, ou pclo rio Tiete, a montante au a jusan tc, atin-
giam as novas fazendas que, de cer to modo , abasteciam a
vila incipicntc. ( 4 )
De aco rdo com os dizcrcs da "Ccrtldao de meia le-
gua" da Cidade de Sao Paulo, datada de 1769 , a scsmaria
de meta legua, fazend o piao no centro da cldade, teria
seus marcos num raio de mcia legua, na dtrccao da Pcuha,
Pinheiros. Ioiranca e Santana. e.
(6) AI/ Silbe r, A2iL Xad h - "0 Sitio Urb ano de S. Paulo", in
A Ctdedc de Sfio Paulo, vol. 1, p. 220.
(7 ) Silveira :\Iendcs, Hcna to - "Os Bnirros da Zona No rte" ,
in A Ctdadc de Sao Paulo. vol. III.
(8) Santana, Xuto - "Silo Paulo I1istorico" , vol. I. P- 24.
16 o BAIRRO DE S A~ TANA
das colinas , so podcriam scr atlngidos por ingrcmcs la-
dclras .
Santana e 0 principal bai rro da ver tentc direi ta do
rio Ticte, situado no divisor das agu as des ribcirocs Man-
daqui c Trcmcmbe, c cujo limite sctcntnonal e a Serra
da Cantarcira.
Segundo Amerlco de Moura .tv) os primciros po-
voadorcs dcssa rcgiao scriam: Pedro Dias, portuguss,
casado com Ma ria da Gril, filha de Tibirica, mora dor em
Santo Andre em 1558, c que tinha, assim como scus fi-
lbos c genres, "u ma fazcnda da banda da Ponte Grande" .
Entre scus Iilhos cstu Antonio Dias Arenso, com fazcnd a
ai, cm 1583 e 1584. Domingos Fernandes, fcrrc iro c ango-
lciro, com Iazcnda na Ponte Grande (1578). Crtstovao
Goncalves, que se obrigara, junto a Camara Municipal, a
fabricar telbas (1580). Ant/into Preto, com scsma rla em
Carapicuiba c Iazcnd a na Ponte Grande, falccido antes de
1608. loanicncs Sobrinho (1590). Alcm desscs, 0 por-
tugues Joao Maciel "tcve chaos no Guarcpc e no Ma-
naq ui'', em fins do seculo XVI.
Santana e 0 mais antigo nuclco de povoamcnto si·
tuado na pcrifcria, na zona nor te da Capital. Como tal,
tern sua origem com a doacao de uma scsma rta do Co-
legio da Companhia de Jesus, em 1673. Con hecida du-
rante muito tempo como Fazcnda do Ticte ou Fazcndn
de Santana, foi uma das muitas propricdadcs que os
padres da Compa nhia de Jesus possuiam no Brasil, na
cpoca colo nial, formando vasto c rico pat nmonlo. Obtidas
umas como scsmarlas, outras por doacao de Iicis at raves
de testamcntos, pud eram os jesuttas cstabclcccr em Sao
Paulo e em outras capitanias, magnificas fazcndas, com
pcrfcita organizncfio.
A fazcuda de Santana foi doad a aos jcsuftas pelos
herdclros de Ines Monteiro, a "M atrona'', em 1673. Dots
an os dcpois, 0 padre Lourenco Crave iro, rcitor do Cole-
o BAIRHO D E SAi\'TAl'\"A 17
gio de Sao Paulo, pede "um as tet ras alagadicas. junto as
qu e tern do lade de Ij do Anan:bi ou T icte". Rcquc r a
justificacao da posse do sttlo Ma naqui. no caminho de
T remcmbe. junto a Iazcnda dc Santana "0 qual sltio houve
o dito Colegio, de Matcus Pacheco de Lima. que 0 tcve
por doa cao de D, Francisco Rendon dc Quevedo". As
terras deste, segundo sua propria decla racao. no ribclrao
Manaqul, Ioram-lhc "dadas cm do te de casamemo pelo
senhor Amador Bueno que Deus haja". A doccao dc
Rendon tras a data de 1670 ,
Em 172 1, na prcsenca do padre Reiter Rafael Ma-
chado, e lavrada a "outorga que Maria Gaga faz para que
seu marido Marcus Pacheco, pud cssc trocar urn sulo com
outro, de Bento Pires R ibeiro, que c a utuul Santana.
segundo aflrma 0 pad re Scrufim L citc.t !" )
Nessc mcsmo ano. 0 padre Reit er adqul rc urn sltio
qu e foi do Capitiio Jose de Camargo, passando 0 mcsmo
dcntro dos vulos da fazcnda Sant'A na, a qual sc intcgrara .
Aos poucos. pois. os jcsui res. ao mesmo tempo que
aumenta m suas propriedades. organizam a Iazcnda San-
tana. que sera. em mcados do seculo XVI II, a mais im-
port ante do Colcglo de Sao Paulo.
Possulndo. em meados do XVIII , 300 cabecas de
gado bovine e 10 cavalos. a fazcnd a Santana podia (or-
necc r lcite a Cid adc. alcm de mandioca. legumes e frutas .
Da Iavoura cuida varn as scus 140 servos - note-so que
o pc. Serafim Leite n50 sc refere a cscravos. mas a
"servos" - que viviarn em casas separadas. Em 177 1
ha via 47 casas, on dc viviam 176 pcssoas. segundo a re-
1:1<;50 dos " Bens conficcados ao s Jesuitns em Sao Paulo.
177 1-178 2". conscrvada no Arquivo Nacio na' do R io de
Jan eiro . E sta retacno traz " nornes c scus rcspcctivos
apelidos" . (11 )
(l0) Leite. pc. S('rafi 1ll - "Historin da Compauhtn 11,.. J" ~I1 S IW
Brasil". vn], \ '1. p. :Me;.
(I I) Sl'g11lu!o Scrnfuu [,pih', ob. ctt., sao o~ Sl'~llillt,..S; Oljvetea,
..\ l varl's. Hod ril!;!l"'s, T avares, C am po s. Sardinha, N unes, Mas-
r-arc nhns, Co m-t a, Ma tos. Queirnz, n a rhosa. Lc fio. Cruz,
Lim a, M('ndl'S. ~ f ari ns , D uart e, Alm('id a, Anjos, Santos,
Machado, Souza, Mad oira, Cotia, Casttlho.
18 o HAIRIIO D E S :\ ~T."" ~ :\
o
Em 1727, como a Igrcja de Santa An a csttvcssc pra -
ticamentc em minas. a rei tor Jose Viveiros, dcpois de con-
cluidas algumas obras do Cole gio de Sao Pa ulo, dccidira
rcstaura-la, cons tr uindo uma casa uncxa para rcsid cncia
dos Padres qu e. aos do mlngos e dias sa ntos, ai cclcbra-
yam missa. T inha a casa oito cubk ulos. dols corrcdo res
e uma vera nda Iorrada. urn sobrado cobc rto de tclha s,
com lojas, cozin ha c rcfcitcrio. Na Ircntc, uma Icrrarla.
Ao todo, cram 12 portals e 13 [a nclas. A par tir de 1735,
qua ndo ficou conclulda. tornou- se a rcsidencia pcrtna-
nentc de dais rctig iosos, cujo superior, em 1757, era 0 pc.
Man uel Pimentel.
Com a pol ltica do ma rques de Pombal, cxpulsando
as jcsuitas de tc rras po n uguesas, a Fazc nda de Santa na
passou ii Coroa. Os lnvcntarios, cntfio rcaliz ados , assl-
nalam :
(I,')) J{elxert,\ri,) dt' Sp"m a ri'ls (172 1- 18:2 1), Livro uP 21. f. 9 1.
(W) Carlas lk D at as de T.. rr us ( WOj.](j,'jOj, p. ·0\.1 .
(17) Vusconcclos. Simau de - " Cronil':l 1!.J Comp:!,,"ia d e ]l'''W
Ill) Estaclo dll Brasil", 2.11 cd., I. p. 87 .
(18) Leite, Aun-linno - "Pequcna I1ishlria du Cusa Yl'rd c" , p,
36 e 50.
(19) J-1oren(.'(', Amador - C uriosi da(lc do ccnso p;U1Ii"tano til'
1765 , in Ik\'i_ta do An plim ~I lln idpal , LXXIX, p. 13::.
(2lll A popll bdi n d,' Sa;) Paul" dividi a-sc Ib s"gn in!e mma-im:
Frcgucsia ,b Cidudr- - :192 fo~o s, (l.1!) !lO OW ll S. RA7 nut-
lh cres. Pa ri - 13 fogos. 2!) homen s, 4 1 mulhf"rf's. Embun-
cava - ,5 fogos. 2.'3 ' ho mcns, 18 mulhe rr-c, Plracotara - 9
fogos. 2 1 lmme-ns, 29 mllllwrPS. Pin hl'im<; - lO fo!::,.,., 22
bomene, 24 mulheres . Xoesa Scnhora 110 6 - 58 fogos,
14.5 hOllll'ns. 3E>O mul herr-s. Sant'Ann - &1 Iocos. 168 110-
mens. 188 111ulht>res. Tl'('ml'1111~ - 12 fogos, ' 3 1 lmrnens,
30 mulhr-rr-•. Jaragu;'i _ i ll fogos. 2R homens. 29 mnlherr-s.
Caglla\'u k i,\allc) '- 72 fol.(o": 150 hom-us. \;i9 mulherr-s.
T utuap...-, - S2 fogo <. I ">fi hom"ns, 2(Jl) 111llll,,· rl's. \ krel-s -
12 f,,).!;os. 23 1" '111t> ns, 2,1 mnllu-res. S;l o Cadanu - 11
fogos. 17 houu-ns, 20 mulhcrcs. Silo \ ligm·l - (1.1 f'\ g<ls,
121 1""'1<'11,. "f! mullwn-s. CUl.(ua~'u - 2.1 forros, 0:) lHl-
men s•.')(i J11111ht>r('s . 1'l'nlm -' 37 fogos, H-I '!lom t>J1s, R2
m ulhcrcs. (d. T a uo ;\\', :\. - " Ilis\(iri;; ,tl Cldado de Sao
Pau lo no s['{'u ln xvnt". \'HI. II (I 7fl.'i-IROj) . p. IOR).
Silva Bruno. E. - "Ili,t,',ria e Tradi ~..x"S dol Cldade de Siiu
Pa ulu", I. p. 19-1.
24 o IJAIHHO DE SAXT AX A
um casal com um filho, tres agrcgado s c 11 cscra vos, q ue
tambem sc dcdica a lavoura, te ndo colhido, ncssc a no, 30
alqucircs de mandioca, 30 a rrobas de algodjic, 10 alq uci-
res de milho, 5 de fcijao, possui ndo ainda, 30 cabecas de
gada . Ao lado de alguns sapatelros, um to mciro. va nes
ca rpintciros, um olcl ro e pcdrclro s, lu i 'linda as que vivcm
de vend er lcitc e lcnha, da pcsca, ou .. . da vadlagcm.
A lguns slmptcsrncntc dccla ram-sc "pobrcs", mas de urna
mulh cr e cinco cscravos sc diz que "vivcm de vadiacao
par falta de cconomlu da Scnbo ra''; uma outra e scus tres
filho s "vivern de passar pelas casas dos viainhos pa ra
comer alguma coisa'', cinco out ras pcssoas "vivcm a va-
dlaca o''. D uas rnufhcrcs com duis e quatro filhos pcdc m
csmolas. Asslm, eonstam 61 pcssoas ncssas con dlcoes _
pob rcs, vadios a u parasitas.
A paisagcm c rcstica e pobrc, niio obstante a rica
mata que Ihe serve de fundo, ncm a agradavel vista q ue,
do alto da colinn sc dcscorti na alem -Ti cts, isla C, do lade
do Col egio de Sao Pa ulo. Pobre, embo ra haja alg umas
famflias de ma iores r ccursos, com regular numcro de
cscravos, coruo C 0 caso do s oficials da Cornpanhla de
O rdcnancas - 0 capitao Antonio Manuel Pires, por
cxcmplo, que "vivc de mandar buscar tropas de animals
ao Contincntc do Rio Grande do SuI", colhendo 150 al-
quclrcs de milh o, 30 alq . de arroz, 40 alq . de fcijao, tude
para a consumo", tern 28 cscravos em 1798. Com alguns
moradores a ir de casa em casa em busca de comida, niio
tern a bairro aind a um nr de prospcrldadc ...
Entretanto, par ordcm de S. Majcstadc, a Camara
dcvc proibir a vadiacfio. J ti em 1768, a Camara Muni-
cipal tornara mcdidas rclativ as a urn dcsocupado, urn ccrto
Matias Lcmc, que vivia com scus dois filhos "no bai rro
de T rcmcm bc", em casa cobcrta de palha, scm lavou ra
a u situacao pcrmanentc, por cuja causa vern a cntra r no
numc ro de sftios vola ntcs que S. M. munda proibir." A
Cam ara decide q ue "no termo de 15 dius sc vao arran-
o BAIHIlO D E SA:\TA;'I;A
cha r em qual qucr Ingar dcsta capitania em que tcnha de
50 vizinhos para Jll a i s" . ( ~:l )
Nao obstan te, hoi semprc os que vivcrn de csmolas,
nuo apcnas pobrcs viuvas, mas tambern casais , com alguns
agrcgados. Cube aqu i, tod avia, lcmbrar que os agrcga dos
nem scmpre sao cstranhos a familia, ligados a esta por
tacos de t rabalho ou razocs cconomicas, mas, gcralmcntc,
purcntcs - irmfios. sobrinbos, noms. avos. nctos.
26 () IHIlm(} DE SAl\TA XA
2. A LGUNS ASPECTOS DE SANTANA NO StCULO X IX
o BAIHI\O D E SAXTAXA 27
com as indicacocs rclativas a Companhia de Ordenancas
e as MiHcias, C continuada pclos nome s de s mor adorcs de
Gua pira - 0 primciro nome c do mor ado r de urna casa
nova ao pc du Ponte G rande c pclos de T rcmcrnbc, cu]o
morudo r mais prospcro c Man ucl F erraz de A raujo, com
36 cscravos, lavoura de milho, fcijao, cana, algodao, amen-
doim, alent de criacao de gada cavala r, rnuar c vacum.
Em T rcmcmbc ha duas casas novas. Fi nalmente, cstao
rclacionados os habl tantcs do "bairro de Santana" num
total de 27 Iogos.
A leitur a deste documcnto rcvcla a dificuldadc para
sc estudar urn bnirro pcrfeitamcnt e individualizado, po-
dcndo-se concluir que algu ns rcccnseamcntos antcriorcs
incluiam, sob a rubrica "Bairro de Santa na", as mora-
dorcs de Tr emcmbc e G unpira, scparados, com novas sub-
titulos, na Lista de 18 18. Dcssa maneira, a area abran-
gida por Santana scria muito superio r ao que corrcspondc,
110 documento, cspeclficamcntc, a Santana, abra ngendo
terra s que formam atun lmentc uma gran de parte da zona
norte da cap ital pa ulistn. t ") c que pcrtcnccm a varies sub-
o HAIH HO D E S A:'\T A~ A
dislritos. Asslm, Santana scria, de Iato. ap cnas 0 que
co rrespondia as tcrras em tome da antiga Iazcnda dos
jcsu itas.
o rccen seam cntc de 1818 referc-sc tambem a dua s
novas casas em Santana. Infclizmente, nao traz outras
informacoes sobre clas, quer scbre 0 material utilizado,
quer sobrc sua area c numc ro de portas c jnnclas. Uma
delas e de urn prcto que "vivc de andar com a caixinha
de Nossa Scnhora do Rosario ", q ue nada mals dcclara
sobre sua profissao; para urn homem de 26 anos nao pa-
rcee que seja esse urn tra balho muito pcsado. Sua casa
" nova" dcvc scr bastantc rnodcsta. A out ra case pcrtcncc
a urn tropc iro de 30 nnos que declara tcr planmdo milho
c fcijao. Dcntrc os 27 chcfcs de familias rcsidcntcs no
"bairro de Santana", 11 cxcrccm ntividadcs tlplcamcntc
rurai s, plan tando milho. Icijao, algodt to. arr oz, cnando al-
gumas cabecas de gado. Apc nas Damaslc Antonio da
Silva, Melchior Rod rigues da Costa c Francisco Baruel
possuem cngcnho pa ra fab ricacao de ag ua rdc ntc, mas niio
ha referencia a pfuntacno propr ia dc cana. Das atividadcs
declaradas, d uas parccc m tipicamentc femininas - qua-
o BAIRR O DE SA:\'T,%X\ 29
tro m ulhcrcs vivcm tic fia r algodao, um a tic sua s q ui.
tand as.
Urn dos mars lnrcressa ntcs to mbarncntos c o de la-
vrad ores da Cap ltania de Sao Pa ulo, cujos mapas sc en-
co ntra m no Depa rtam ento do A rquivo do Estadc de Sao
Paulo. mas. at ualmcntc. na o a dispos ic ao do publico, de
modo qu e. no me mento. so pudernos utiliza r 0 resume pu-
blica do na Rcvista do Arquivo M unicip al, em 1935. scm
os detalh es que scrlam muito uteis pa ra uma visao rnais
completa do balrro de Santana.t w)
Soh a ctiquc ta tic "B cns Rusticos", 0 rcccnscam cnto,
q ue abr an gc Sao Pa ulo, Par an a c Santa Cata rina. rcali-
zado po r ordcm tic D. J oiio VI , segundo Aviso Regie de
21 de o ut ubro de 18 17, cstcvc a ca rgo das Cornpan hias
de Ordcna ncas. scnd o complete na s suas infor macoes
sobrc a maioria dos munlc fpios, de accrdo co m as cxi-
gcncias. Embor a 11 50 sc cncor urcm os ma pas das Ire-
gucsias do Bras. Santa E flgenia. Ipir an ga c Pa rn a iba.
podc-sc tcr uma boa iddia da cconomia agricola da co-
ma rca de Sao Pa ulo durante 0 pcriodo q ue untc ccdc u a
Indcpcndccia.
Em Sa ntana fo ram a rrolados, pclo capitao Fran c isco
de Pa ula Bar bosa. 12 lavra dorcs, com urn to tal de 69
cscravos. Tab lavrad orc s distr ibu iam-sc da scg uin tc ma -
nc rra:
Barro Branco ( 2 ) ; Cachoci ra (2 ); Engorda-
dor ( 2 ) : Mo rrinho ( I); Serra de Trcmcm-
be ( 5 ).
30 o B.-\IRRO D E S:\\"T:\\".-\
membe ) , 5; Francisco Xavier de O liveira ( T rcmcmbc).
4. Niio hri refcrencia a cngcnhos, ncm a agregados.
O s ma pas de populacno da mcsma cpoca rcfercr n-sc,
como vim os, a num cro mu ito superio r de agricutto rcs.
mas como em gcral dccla ram plantar pa ra a consume, C
pro vavcl que 0 faca m em terrenos rclativamcnte pcq ucnos,
nao propriamcntc fazcndas ou sltios, c, pe r isso, nao arro-
lades como p roprictririos r urais , num tor nbamcnto cu jo
titulo e "B cns Rusticos". Notc-sc, ainda, que cm bor a
nestc rcccnsca mcnto 1150 constc, entre os J 2 lavrad ores,
ncn hurn propr icuirto de cngcn ho, a lista de populacao de
18 18 rcglstra so no pcq ucno bai rro de Santa na , tres cngc-
nhos, pertcnccndo ur n delcs a Baru cl. Tambcm , nem scm-
pre coincide 0 numcro de cscravos - 0 cap. Ferraz de
A ra ujo consta, numa rclacfio, com 22 cscruvos, noutra,
com 35 - 0 que nos leva a admitir que, provavclmcntc.
o nurnero de cscrav os arrolados no Tombamcnto de 1S 17
pcrtcncu exclus jvatncntc a zona rural, vlvcndo as out ros
no povoado, ou simplcsmcntc cntrcgucs a outras ativi-
dadcs 11aO cspcclficarncntc rurais.
Um rcccnsca mcnto rea lizado em 1823 (1820·18 23 ),
inclui, sob 0 titulo gcral de "Bairro de Santana" , Ca-
choeira, Trcmcmb c c Santana .t') E m primciro lugar, os
nomcs dos que pertencem a Campanhia de Ordcnancas
- cap itao, alfcrcs, tres sargcntos, quat ro cabo s c rcs pcc-
tlvas farmlias, cscravos c ocupacocs. A n50 scr o sar gcnto
Jo se Pires de Assuncso. que c carpintci ro c ma rccnciro,
tod os as outros dcclararam-sc agricultorcs. O s morndo rcs
de Cac hocir a c de T rcrn cmbe sao rcccnscados em scguida .
cstando, par ultimo, as de Santana, em 30 casas. Neste
a na, lui ta mbcm uma casa nova em Santana .
Par a tod o a Bairro a Lista acus a 136 ragas, com
8S9 mora dcres - 397 bra ncos, 241 prctos c 251 mula -
tos. E xistc, pa is, no Bair ro. urna rninoria de brancos. no-
(4) Lista dos habttuntcs que exls tem nil Cia . de O rdcllalU; as
,In Bairro de San tana. T;~ rnlO dc-sta Imp,' rial Cidad,· de
S,io Paulo, do ann de 1820 ate 0 de 1823. (I'npu l,l\'iio da
Cal'it<ll. 18 1K-I H27, D. A. E.)
32 o BAIHHO DE SA ~T A~A
E cvidcntc que nao sc pede julgar mediante dado s
relatives apcnas ao pcriodo citado , mas a silua, ao e mais
ou menos a mesma quanto aos outros a nos. pcsq uisas
rcalizadas por nos sab re economic agniria em ou tros mu-
nicipio de Sao Paulo ncssa r ncsma cpoca. em que utiliza-
mas dadcs rnuito mais completes de Tombcamcnto de
1817-18 18 e "maces de pop ulacao" de muitos anos, alcm
de numcrosos lnvcntarlos c cscrituras de comprn c vcnda
de pro pricd ad cs ru rais, pcnuitcm que adm ita scr a mesma
situac flo fraeo rcnd imcnto da mao de obru cscrava - nn
municipio de Sao Pa ulo. Alcm da mnncirn rudimcntar de
se lavra r a terra, com pouco usc do arado, dcvc-sc lcvar
em coma , ainda. contribuindo para a pcqucna producao,
entre outros fatores, 0 fato de nao serem todas as terras
apropriadas pa ra a lavoura.
Em 1825. do Mapa Geral des Habitantcs do Bair ro
de Santana. com 154 casas , consra 0 scgui ntc q uadro :
II
" II
" II
"
llr'IIW(ls ........ .. 113 110 42 41 8 18 339
Pretos hvn-s
Prctos cafivos .....
Mulatos ltvrcs ... .
21
II ·I
99
.-
17
oo
I.'](]
I'
13
35
16
13
·to 2
-1
·1
13
78
H>9
31.
\ Iula lns cativos .. . ~1 II -1 I 3 I ·18
o B.-\IIUm D E S:\:\"T:\:\":\ 33
Nao se tra ta, po rem, de habitacocs r urais, pois no
caso de Santa na, por cxcmpto, lui refcrencia , entre os fogos
rcccnscados, isto c, entre as 44 casas, apcnas a 5 sttlos,
cujo s prop rictarl os rcsld cm na Cldadc, d cixando dois dclcs.
de com pletar cm as dccla racocs porque "se allstaram na
Clda dc". Isto quer dlzcr que mui tos mora dorcs do ba irro
tern tambem sua casa na Cidadc, dividindo scu tempo
entre suas ocupacocs rurals c ccrtas at ividades urba nas,
cxcrccndo cargos publicos, c assistlndo a festus rctigiosa s
c cfvicas . T ats d ccla racocs dificulram, cntrctnnto, urn
estudo mals aprofundado da paisagcm do bairro, nfio ha-
vcndo, pois, po sslbllldadc de sc vcrif icar, cxatamcntc, den-
tro do bairro, qual scr ia a parte mals rural, cmbora, a
ncsso vcr, durante toda a primeira r nctadc do scculo X IX,
Sa nta na, com poucas casas, csparsas aqui c ali, todas clas
com sua s pequenas roca s, com uma pcqucna criac ao de
gad o, nada ma ts seri a do que um modesto bairro ru ra l,
cuja pop ulacao cxcrccria atividadcs proprius de pcqucnas
comunida des agni rias - carrciros. fiandciras, q uit and ci-
ras, etc. Alias, a urbun lzacao de Santan a so ira sc rea-
lizar, de fat e, ra rdta r ncnte, a partir do fim do scculo.
As Compa nhlas de Ordcna ncas, cspcclc de tcrcci ra
linha milita r, continuam. ainda no Imperio, vcrdadciros
agcntcs da ad minlstrac ao , como 0 foram na epoc a colo-
nial, mals lm por.antcs como agcntcs fiscals c auxiliarcs
adm inistrativos, do que no sere r r nilitar. O s oficiais das
Com pa nhlas de Ordcnancas sao em gcral de r nuita impor-
ta ncia social e cconcmtc a, grandcs proprietarie s c senhorcs
de cscrev os, cnca rrc gados de d tvcrsa s atlvtd adcs ligadas a
ad minisrrac ao local, co mo coleta de co la de rccur sos para
as obras da ponte a u envian do cah os pa ra fiscaliza r a
cxcc ucao das mesmas r ") c ate sugcrindo a ncccssidadc de
dcterrninados sc rvlcos.
o B.\lIUIO DE S .\ ~T .\~.\
A Ponte Gran de do rio G uard ( Ticte) e objcto de
frcqucntcs dccisocs municipuis. Ai nda no scculo XVI II,
a prccaricdadc de sua construcao con tribui para isolar a
populacno do bair ro de Santa na do centro da cldadc. Umn
cnchcn tc do Ta mand uatcf carrcgara a Ponte Pcq ucna do
Atcrrado de Santana, em 1830. obrignndo os transc untcs
a sc uti lizarcm de lima pingucla que 0 vcrcudor Francisco
Mariano da Cunha c Francisco Barucl mandaram Inzer.
Francisco da Cun ha dcmmcia, cnttto, o estado prec ario da
Ponte Grande, sugc rindo que sc proiba 0 transite por cla,
dccidindo, asslm. a Camara mandar fazer os conscrtos nc-
ccssanos. Todaviu. a proibicao da passage m de carros pre-
judice os ca rrciros de Santana. a ponto de rccorrcrcm
estes ao Impcrador, em I S32.(8) Urn mandate darado de
17-3- 1732 intima os moradorcs a pagarc m 0 conserto da
"Ponte gran de do Ttcte, que foi conscrtad a por Manuel
de Gois Ca rdoso em prcco de 5S760 rs" .e ) Dois anos
dcpois, dcz morad orcs do ba irro de San tana sao intimados
a pagar "0 cm que foru m lancad os para a fatur a da ponte
grand e do Gua rc. contra os quais tinha havldo sentence
na ouvid or ia gcra l dcsta Cld adcv.tw)
E vidcntcmcn tc. a cstado prccari o da Ponte niio preo-
cupa ape nas a Camara c alguns moradorcs de San tana,
mas tambcm. os pad res da Compan hia de Jesus, q ue pos-
sucm. no bairro, a prospcra fuzcnda de Santa Ana. Por
isso, 0 padre Fabiano Bulhocs, reitor do Cologie . dcpois
de rcallzar ncste importantcs ohms autor iza 0 pa dre Jose
de Moura a cons trulr pa ra a Cam ara a ponte de Nessa
Scnho ra do G uard, no rio Tiete, media nte a subvcncao
de 300S000 pa ra as dcspcsas e salaries. ( 11 ) De fato, a
25-9-1 734, 0 pa dre 1 0 5 0 de Moura Gaviao , como pro-
curador de scu irmao, o padre Jose de Mour a, da Com-
panhia de Jes us, propoc it Cam ara, em nome destc, "man-
(8) Tn unav. A. <II' - "Historin da Ctdado Ill' Siill 1' :11110 soh 0
Imptrro" (1822-1&11), p . 4(;6.
(9) Atns <In C,lma ra (la C ida<ll' de S,io Paulo, X, p. 17(-,.
(JO) Atas, X. p. 37H.
(Ill Leite, S... rafim - "JIi,;t(lria da Cmnpnnhia d e ]l'SIlS no Bra -
sil", VI, p. 4 Il .
o U:\IRHO DE SA:\TA~A
dar fabricar de novo a ponte de Nessa Scnhora no rio
Ticte, toda de madeira de lei. com ranchocs de cancla
prcta." A Ca ma ra autoriza a construcao da po nte, que
dcvcria tcr, no minima, scis palmos de largu ra, c, no fim
do uno, co nc1uida a obra, cxanunada pctos louvados, sera
considcrada superior ao combinado, "fortissirnu, com boas
c adminivcis madciras. com gros sura mui capaz de resis-
fir ao tempo, tanto po r scrcm ta nchocs de uba mirim,
como ta mbcm as travessas delcs scrcm todas do mcsmc
pau, c que os tabalocs cra m todos de cancla prcta . .
segundo consta do tarmo luvrado entao.( l:!)
o padre J ose de Moura era 0 superior da aldcia de
Mboi, c, na construcao da ponte utitlzara, como m ao de
obru, os indios que cstavam sob a di rcciio du Compnnhia
de Jesus. Segundo os pcriros, a obra valia mats do que
o cstlpulado no contrato. Taunay ad mite a possibitidadc
de uno rcccbcrcm. os indios, joru ul algum pclo trab alho.
mas Scraflm Leite afinua q ue "rcccbiam os mcsmos saki-
rios que os indios des moradorcs c gcralmcntc mais''. De
q ualq ucr manciru, a obra, por baixo prc<;o, rcprcscnto u
1\'50 obstante, no com C,\,o de 1740, "a po nte do Ticte,
import ante mclhoramcnto publico.
ca minho de Santana", cstara a mcac ada de ca ir "roberta
de madciras c ra mal hadas traz idas pcla cn ch cn rcv.r '")
Situacno q ue pcrmancccra por muito tempo. pols cn tra-sc
no scculo X IX com 0 m csmo problema - as Atas da Ctl-
mara M unicip a l ira o consignar, Ircqtlcntcmcntc, dcspcsas
com a ponte c com 0 atcrrado de Santana, tanto para (l
material ncccssario (tabuas c prcgos} , c scu transportc,
como para pagamento de ca rapina. ( I I) Paga-sc an cap.
Manuel da Cu nha "de conscrtar a ponte de Santa Ana c
a ponte pcqucna. em pregar urnas tabuas, 58 pregos, cai-
bra r c alugucl de U111 jomalciro . ISNOO; c do con-
(1.'5) l'ap{'i'; Avulsos (Hl06 ), dec . XXIV - Lisla <los j!;asto s COlli
os cunscrtos dus pontes do Hosvio da Ctdadc, in H.. A. :\1.,
XII. p. 18,'5. O utms docuuu-ntos rcfcrcm-sc a outms des -
1)(,>i1~ rclanvas a<) concer to lias pontes c do utorrudo de
Snntu nu.
( 10) I'apcis AVll!sOS (HmO), do c. XIV, in H. A. :\1., XII. p. H r,.
(17) H (" gi~tn Cr-rnl da Cdma rn de Silo Pnulo (1I)OJ- I80S), vol.
XIII, p. lJO.
(I R) l\ (" gisto G\'r al do Clmma de Si,o Pa ul" (1803- 1808), p. 234 :
"Cada carro que puxsnr pclu po nte ('arrq~ado, sc]u qual
f'lr a (";Irg,l, pagan', CH lla vcz , 40 rs. "Dcscarrcgado, pagnr{l
20 rs. " 0 ga do vat-urn ljlW pussar, sendo per via do comer-
•••
Na chamada "e strada da Luz'', que vai para Santana,
mui tas datas de terras scrao conccdidas na primclra rnc-
tad e do seculo XIX, de tamanhos variavcis, scndo dlscuti-
des pcla Cama ra tambcm alguns pcdidos dc scsma nas,
antes que, com a indcpc ndencla do Brasil, se altcrcm as
Iormas de concess ao de tcrras.f -")
Como se trata de bairro rural, cortado pe r caminhos
de tropas, sao com uns as qucstocs surgidas par cau sa de
"tcrras de scr vidao publica".
E m 1833, a Cam ara M unicipal e ati ngida por uma
dcssas qucs tocs, quando moradorcs de Sant a Efigenia e
de San tana, em rcquerimento assinado pa r Anton io F ran-
cisco Barucl c out ros, aprcscntam qucixa contra F loriano
Anto nio Rodrigues, que "fccha ra uma porcao de campos
40 o HAIHHO DE SA:'IJTA:'IJA
de scrv ida o publica, impedindn a passagem de tro pcir os,
q uando fica rui m a passagc m na Ag ua Fria." T ra ta-se de
um terrene na "cncruzilhada da cst rada vclha que vai para
a Cantarclra, segui ndo a Est rada da Ca nchocira a le a
cabccci ra do ribcirfio chamado Agua Friu, c pclo ribcirfi o
aba ixo ate cncontrar com a dit a cstrada vclha", ncsga de
terra irregular, forma ndn urn Sngulo , com cspaco sun-
clcn tc para a cstrada.
Flor iano A. Rodrigues aprcscnta tftulos data dos de
1806 c 18 15, pclos q uais 0 primciro proprictario, Fran -
cisco Xavier de A ragao Sarmen to, vendcu as tcrras a F lo-
riano J ose Freire.
o J uiz de Paz foi favoravcl a F lorian o Rod rigues,
mas 0 proc urador da Ca ma ra rccor rcu, alcg and o nao
scrcm validos os tftulos aprescntados, pots 0 papel de
venda passado em 1806 tra z a assinatura de Joa na Cor-
reia. falecida em 180 I . Propoc, pais, urna w;50 de em-
bargo para sc rcivi ndica r a terrene, a rim de sc lmpcdtr
q ue scja fcchado .
Co nt inuando 0 proccsso, a dccisao final, 'li nda do
Trib una l do Rio de J aneiro , a 18 de mar co de 1838,
julga improccdcn tc a aca o movida pclo proc urador da
Camara M unicip al de S. Pa ulo, consid crando 0 recorr idc
como "legitime scnhor c possuidor do rcferido tcrrcno,
havid o j a po r out ros particula t es scus antcpossuidorcs, q ue
por muitos a nos 0 poss ufram rnansa c pacltlcam cn tcv.t w)
Aos poucos n a tcr rado de Santana muda de aspecto,
com novas casas, mas algumas s50 feilas na prop ria
estrada, diminu indo-Ihe a largura, 0 q ue leva a Ca mara
Munici pal a cm ba rgur as o bras iniciadus. cxig indo que as
construcocs scjam fcitas no min ima "duns bracas a rre-
dadas do atcrrado't.t v")
Oliwira, Jo s,·. ~ la'"I<·1 d.. Ol ivpira .. F ra nd ' l'" .\ 1aria tto ,Ie
Oli veira solk-itum d ata, til' u-rrus no lallo din 'ito 11a ,..-trudn
de San tana. ;\;0 tlI",lllo ano , Jo,e Ant,' nio " J II;I O Alvr- d..
Altll"i da p. ·,il' ''1 cartu tI" data WI ('aillin ho ,11' Suntana
(C. D. T., IS:17, 1I'1·tl , p. 109, 11 9).
(25) C . D, T . (l1.;:3!i-l !iIfi), vel .\ 1\ '. p. 1'12. l' ,lrt'r:t'r lIa ('Ollli"iio
COITl\>m ta p OT Ant. jnio H. \ ' i!.lw " Fr ancisco 'I.uiallo dn
CUll ,,, c F r;md 'l"O .-\llltlnio Baru{' (d . a nrt o~raf ia do
documcnto],
(.10) C. D. T. (1860), vol. XIX, p. 73, 74, 164, 166, 170, 171,
172.
(,,11) C. D. T. (1860), vol. XIX, p. 95 c sg. doc. c i.v (26-7. 1860).
Os tenn os do parecer do fiscal sao os Sl>guinll's: "Com
quanto scja exacto existi r 0 terrene e ntre a casa d e corrccao
e 0 te n. eel. Prates dcvoluto, julgo-m e Impossfbilttado a
julgar justa a pn'll' n~-iio do suppe. pro (lue 0 cspa.-'<W exis-
rente que se pede, esta e m hannonia ao csp."L~so superior ao
lado do jardun , c Iaze ndo-se qualquer proprfed ade , embora
fique uma run en tre a casa de correcao c a prup ried adc ,
ja vern ficar l~se umco cdfficio, d os (PIe POSSUiIllOS, scm
cssn simetr ta de este r com duas pra<;as em scus lad es.
Acressc alnda qu e niin cxistindo por esse lade , ter renos
devolutos, e Sl' for p. 0 futuro, ncccssdrio nugmcntar-se
esse ed ificiu, terfi n de o fnzer para 0 lad o de sima, tapando,
pr to. lima TIIa ( jill' t CI1l sc~u im cnto do Iundo do [nrdim , e
amda mais, (11Il'm snlx-, Sf' a IIIma. C;lmara niln kra m T C S-
sidadc dessse ter n-no p- qunlqucr miste r, ran cho Oil anua zcm,
com a nlx-rturn da cstrudn de ferro qlll', constn, tc-r do pri n-
cipiur-s c a fad lll",l dd b agora CIII mco. it vista des tas nmles,
subnu-t to a illnstnula consldcrnego de V.V.Sas. c que deff i-
rira o como ucbun-m mais [usto. D s. Cdc. a Y. Y, Sus. S.
Pa ulo, 16 de fevcr cim de 1860. Rufino Mariano lie Bar ros,
fiscal" (Atas, 1866, p. 6:2, 92, 95. Alas, 1867, p. 53).
o RAm nO D E SAXTAXA
merca do paulistano. T ransformada a scdc em Scmina rio
de Bducandos pelo pr imeiro prcsidentc da Provincia de
Sao Paulo, L ucas Antonio Mo nteiro de Barr os, depots
ba rfio e viscondc de Congonbas do Ca mpo, em 1825, fo ra
di rlglda, a princip ia, per Joaquim Fra ncisco do Llvra-
mcnto.
o Scminario de Ed ucandos fora muitas vezcs vi-
sitado pcla Comissao de visitas a Estabclecim cntos de
Caridadc e Prisocs, q ue cnvia va, em scgutd a, scus Rcla-
torios a Ca mara Municipal de Sao Paulo.I'")
Dos R clatorios de 1829 a 1841 ncm scm prc Ioram
favoravcis rcsscmin do-sc 0 Scrnlna rio, or a de fulta de dire-
~ao, ora de falta de confort o. Segundo 0 de 1829, em -
bora 0 cdi ficio Jesse bom, comedo c arcjado, c as me-
ninos sc aprc scntassern hem dtspo stos c limpos, no mo-
menta da visita a dirccao cstava confiada a um mcn ino
de 12 ou 13 anos, que era mo nitor. Mas 0 que dc ixu a
Comissao sinccra mcntc cstarrccida, C 0 Livro de Oracccs
par cia cncontrado no Scmlnarlo - "Livre de Oracao
ondc fanatls mo c supcrsticno sc csmcram em fazer pin-
turas atcr radoras do Inferno" .
Em maio de 183 1, porcm , jJ cstara a cas a chela de
gotclras: um ruio dcstr ufra, sets mcscs antes, uma porcgo
do tclhado de uma sala c danificara-lhc tambcm uma
parc dc. "Na cozinha sc ve 0 famine am eaca ndo rufna,
c 0 tclhado da Capc1a se acha tao bern prectsando repa-
racao em grande pa rte do Indo csqucrdo''. A Co m issao,
em vista dis so, sugcrc a tra nsfcrencia do Scmin a rlo pa ra
a Cidadc, pois possui somcntc um cscravo - urn o utro
Iuglra - q ue dcve Javar rou pas, cozinhar c fazer corn-
pras na Ckladc distantc. Terti tres cscravos em 1833 ,
ma s hJ muita probrcza no Seminario, com cam as cstra-
gadas, ro upas e cotch ocs rotus, cozinha c tclhado q uasc
a cair. Alc m disso, nao lui sacc rdotc, ncm cir urgjao, de-
Iiciencia s que eria m problemas de dificil soluc ao.
(&t) Santana, Xuto - Doeuincnt.irin lI islb rieo , II, p. 72., 78, 82,
\1.5, 100, 120.
o UAIHHO DE S A:\TA~A
As tetras da tazcnda cstao pr eticam cnte abandona-
das. Nao hri horta, nem jardim. Nenhuma plant acao nas
tcrras cuja fertilidade Iora clogiada pclos proprios jcsufras
em outra s epocas, quan do a fazenda contribuia para 0
abastccimento da cidadc colonial.
Em 1839, 0 Scmtnario abr iga 26 mcnlnos, tendo sido
a Casa rccdificada e substit ufdos os lcltos qucbra dos, mas,
embora a Ca pcla possua todo 0 ncccssario para os oficios
rcligiosos, 0 Seminuria njio tern capelno.
Todavia. as reforma s do cdificio seriam muito suma-
rias, pois em 1845 estaria nova mcntc (o u ainda?) em
ruinas, sempre com falta de pessoal para 0 service. pois
quando ia 0 cscravo a Cidadc para fazcr compras, os me-
ninos tinham que provid cnciu r sua propria cornid a.
o dlretor do Seminarlo de Santana , no apr cscntar
scu Rclatorio ern 31- 12-1R59 quclxa-sc principalmentc du
dificuldadc de mcios de transportc, nilo apcnas para a
compra de mantimcntos na Cidadc, mas para a transpo rte
de doentes para a Santa Casa. utllizand o-sc, para isso, de
sua propr ia rede e de escravos de vlainhos. 0 unic o
animal de que dispunham morrera de vclho, c 0 vice-pre-
sldcntc da Provincia mandara. cm substitulcno. urn outro,
no mesmo cstado - "niio serve ncm para pastar''. Os
pastos ja nfio rcndcm nada, as tropciros ja nne os alugam,
pols. em virtudc da seca, 6 fticil fazer pastar os a nimals
nas varzcas, scm pagar alugucl.t'")
Terras abandonadas, incultas, cscrav os a furtar a di-
rccao nas compras que faziam na Cidade. antigas bcnfci-
torias da F ezcnda ca indo em ruinas, por falta de cuida dos
- cis 0 que se tornou a prospera fazenda do Ti ers.
Os Relatc rios dos Pr csid cnt es da Pr ovincia de Sao
Paulo a Asscrnbleia Provincial ou a scus sucess orcs no
Govemo estao chclos de rcfcrencias ao Semina rio de
Santana, que scda urn des tres intcnintos de lnstrucjto
70 o BAlHII O D E SA:\'Tr\:\'A
corpo pcrmancntc, csta riam tra balbando a con tcnt o.
Ent rctan to, a disciplina nac era pcrfcita c 0 padre quci-
xava-sc de na o conscguir a arcncao de alguns alunos a
suas advcrtencias.r'")
Um regulamento datado de 25 -6-18 64 dri ao Semi-
mirio de Santana um a organizacao cujo plano e a sistema
do trab alho ma nual. de acordo com a idcla de Dr. Pires
da Mota, contida no art. 3.0, § 1 da lei n .v 16, de
12-4- 1863. Alias. ja em 185 1,0 Govsmo Prov incial, pro-
curando favorece r a forma cao profisstonal dos mcninos
ali internados. conccdera urn cmprestimo de 6 contos de
r cis a fundic fic de Guilhcrmc Emblige r, com a condicao
de manter elc, como aprcndizcs, 8 mcni nos maio rcs de 12
ancs, do Scm ina rio de Santa na. A uxiliando a "Iabrica
de Iundlceo e galvanis mo" de Em bligcr, pretc ndia 0 Go -
vcmo nan apcnas formar pcq ucnos oficiais, mas incen-
tivar uma industr ia "t ao nova como uti l a Pr ovincia", diz
o prcsidcntc Nabuc o de Araujo, ern seu Rcla tor to de
1852. ( ~ !l)
o BAmnO D E SA:\"TA:\"A 71
mente ed ucative. pois scrviria a urn tempo de "obrigacao
c rccrciov. I w)
Entreta nto . a verdadc c quc 0 Scmlnano dc Sant ana.
como Escola Protlssiona l nao Ioi urn succsso. Por isso. 0
prcsidc ntc da Provincia, J oaquim Salda nha Mar inho, nu
lie di rigir a A sscmblcia. em 1868, pro pora a sua cxtin-
t;aO.( DI )
" Basta ate ndc r a
historin destc Esta bclcci-
mente, acompanh and o todas as a uto nzacocs
havidas, dcsdc a sua cnacno ale a prcscntc.
para conheccr q ue ncm plano, ncm combine-
t;aO, nom sistema hou ve, ncm tern havido a ta l
rcspcito . .. " Scm d uvidu a vontadc do Legis-
lador C constit ulr ali uma Escola de A rtcs e
Orlcios. ad mit indo e man tcndo ncla mO\os
pob rcs ate ccr ta idade, pa ra qu e se pre-
pare m com oc upacfio provcitosa e poss am tor-
nar-sc urcis a si e ao pais ... "
o n.uuno DE S.\~TA~ .\ 73
A ntigos moradorcs de Santana lcm bram-sc aind a de
umn mag nifica arv o rc - uns rcfcrcrn- sc a uma painci ra,
outros a uma figueira - c ujo tronco "dcz homcns juntos
nao abracavam'', e it sombra da qual, segundo tcriam
ouvido de seus pais, D. Pedro II , em visita uo vclho
casarno, costu mava dcscansar. Um "Htstc rico'' do Ouar-
te l. publica do na R cvista do CPOR de Silo Paulo (1 965)
refere-se a uma cnormc ftgucira que tcriu dado origem il
denominacao de Bairro da F igueira pa ra 0 local.
A csqucrda do antigo cdiffcio. numa area rcta ngular ,
crguia-sc a capclinha, segundo Nuto Santana. sucessora da
prirncira crmida que tinha San'Ana poc orago.tw) Se-
gundo 0 que nos contaram an tigos moradorcs do bai rro
- entre eles, 0 Sr. Luiz Al piovezz, euja fa milia possuia
o terrene ondc csta atu alrnc nte sua casa, na rua Alfredo
P ujol - a image m de San t'Ana, que se cncom ra a tual-
mente no nieho cxtcm o da Matriz de Santana, feita de
terra cora, Ioi encon trada na capela do Scmimirio de
Santa na. O uando, no vclho casarno, sc instala ra m os rni-
litares, a imagem foi ret irada c guard ada na casa de Glo -
vannc Ch emin, de origem t troleza, rcslde ntc em Vila
Maria, sendo dar transferida para a Capcla de Santa
Cruz, const ruida na rua Volun tar ies da Patria, e que foi
a ruatriz provisoria de Santa na .
•••
Urn outro Colcgio sera lnstalado em Santana, em
1894, perteneen te ~IS irmas da Congrcgacao de Suo Jose.
E stes tinham fundado urn Cole gio par a meninas, sob a
dcn ominaca o de "Sagrado Coracao de Mar ia", come-
cando a funcionar com 50 pcnsionistas c nove orfiis,
na avcnida A ngelica, no bai rro das Palmcir as, em
18- 12- 1892. Como aumcntassc scmpre 0 numcro de
alunas, a Cotcgio Sagrado Co racao de Maria foi transfc -
ride pa ra a colina de San t'A na sob a di rccao da irma
Mar ia V irginia Faraldi. Nos prirnciros tempos do colegio
(98) Toledo Piza, dr. Ant<'mio \1" R.·lat' lriO a Dr. c" z.lr io
Mota , Jr., de. Alfrl"l o Pujol (' dr. Dmo IlU('Ih).
76 o H:\ m HO D E SAX T A X A
forma, c cxplicad o par haver no bairro uma Colon ia de
imigra ntcs instal ada pclo Govsrno Provincial.
Os Rcla torios do Dr. Toledo P izn sallcntarn 'linda
um dctalhc que mcrcccria urn cstudo mais pro funda, na
bus ca das bases socials e cconomicas da cvoluciio da ca-
pital pauflsta - a prescn~a de certa porccntagcm de filhos
ilcgftimos, maior no distrito Sui da SC c Santana, entre as
bai rros jli considcrados u rba nos . Nos suburbios de Sao
Pa ulo c malor a porccnragcm de filhos ilcgttimos do que
nus urb anos. Trat a-sc de elementos para uma boa pes-
quisa sabre a formacao c origem das famllias paullstanas
em mcios sociais c cconomicos divcrsos , ondc niio S{l
varia a pad rfio financeiro, mas tambcm a formacao cul-
tural c moral, dcvcn do-sc lcvar cm cont a ainda a tradi-
r;ao fam iliar do Sao Paulo quasc quat roccnts o, cuja pre-
scnca e bas tantc scnsivct em boa parte do distrito de
Santa Efigenia .
An afisa ndo a porccntagcm de obitos na "grande c
rica frcgucsin de Santa Brigenia", Dr. Piza salicnta que
foram reglst rados, em 1894, 536 obltos de criancas. nu-
mcro cxcc sslvamcntc alto - 65% do obituarlo to tal da
frcgucsia - cham 'Indo a atcncao des podercs pub licus
para 0 sane amento do Bor n Retire c da Ponte Grande,
q ue "sao os balrros umidos c monos salubrcs dcsta pros-
pera frcgu esia", Terrenos de va rzca, inundados pcriodi-
camcntc, nelcs vivo uma grande masse de po pulacao
rucnos Ia vorccida pcla fort una , atraidn pclos prccos mais
balxos de terrenos mal situados, scm r ccursos pa ra um
minima de conforto, ou r ncsmo Instalada em mfscras
chops em terrenos dcvolutos, em oposlcao aos bclos c
ricos sobrados rcsidcnciais cons trufdos pclos fazcndciros
cnrlquccidos pela cspantosa expansao da lavou ra do cafe.
Neste fim de scculo. a marcha pa ra a indus trializacao
de Silo Pau lo c cada vez mais acclcrada . como se veri-
fica ao cstudar, os bairros que se dcscnvolvcram as mar-
gens das cstradas de ferr o, Mas Santana nao pcrtcncc
ainda a esse numc ro, embora ja possua a "sua" cst rada
de ferro. A cstatfstica industrial rcvcla a cxisrencia de 45
•••
Certos fatorcs negatives dificultariio 0 descnvolvi-
mento mat s rapido do hairro de Santa na , niio obsta nte sua
ma gnifica locallzacao, em altitude clcvada, gozando de
cxcctcntc clima.
A_ princip io, alcm do problema perma nente de tra ns-
partes por cam inhos q uasc lnt ra nsitdvcis, a instalacao do
Hospital c do Ccmit crio para vitima s da vari ola. dcpols ,
a de um hospit al do s Lazaros, no G ua pir a. no comeco
do sec ulo x x( nn) - cxplicavcls nurn a cpo ca em qu e tats
terr enos cram consi dcrad os basta nte afastados da Cid adc.
ldcais , porran to. pclo "is ola mcnto", - nao cria ria m co n-
78 o BAIR HO D E SA;.;n ,X A
d i~Ocs favora vcis a iustalacao de noves mo radorcs no
bairro. Alem disso, 0 proprio O uart el. abr igando tropas
"cstranhas, vind as de outros Estados do Brasil, con stltuida
urn ccrto impccilho, segundo a oplniao de moradorcs an-
tigos do bairro , ao prcgrcsso do bairro.
Entretanto. esta C uma op iniao de uma ou tra gcra-
~ao, referindo-se aos pnmciros tempos da Republica.
epoca ainda de dcsaju stam entos e de choque de opiniocs,
q uando 0 Exerciro, apoiando os republicanos, a tod o 0
momento ida cntrar em contato com adeptos da rncnar-
quia . E mais ainda - c precise lembrar que tudo fal-
tava no bairro de Santana. pe ls os pos tes de llumlnacao
pu blica nao tinham atln gidc 'linda a rua Alf redo Pujol,
como se pode verificar pot urn abaixo assiuado do s
moradorcs do ba irro dirigido a Camara Mu nicipal em
1901.(100)
Atualmcnte, cncontram-sc alojados no O uar tcl, os
mOl;OS do CPOR de S50 Paulo, rap aziada bem cducada,
com a q ual tivcmos oportunldadc de convc rsar varies
vezcs, quando, em busca de documentos, nndamos pcIo
ba irro. Entrevlstamos mu itos dclcs, ate urn tcncntc em
sua propria casa, obtcndo destc alguns dados importantcs
sob re a histcri a do Ouartel de San tana . A opiniao a res-
pcito deles e bas ta ntc favoravel. mesmo entre os vclho s ...
X"ao obstante tals fatores negatives. Santana rcccbcni
novo impu lso Iavoravcl a sua integracao ma is rapida na
Cidade de Sao Paulo, com 0 estabelccimento do Tramway
da Cantarcira e de uma linha de bondcs puxados a
burros, e, ainda com 0 aum ento legal da s terms que for-
mam 0 patrim6nio da C idade .
80 o uxmuo DE SAXTA~A
Tra nsformado em dislr ito de paz dcsde 1889 , 0
bai rro de Santana receb cra ainda pcqucnc cor uin oen te da
Policia ao scr criado 0 distnto policial q ue ira auxiliar a
Intendencia a prom ovcr as mclhcramc ntos que farao. dele,
no futu ro. uma cspcclc de capital da zona Norte, scrvid o
pe r um variado sistema de comunicacocs c transportc.
dos quais trntarcmos com ruais dc talhc s q uando nos rcfc-
rirmos a Santana no scculo XX.
•••
Os mapas publ icados pcla Com issao do IV Ccnrc-
ruirio da Cidade de Sao Pau lo. em 195~ , rnostra m a
cvolucao da Cidadc, e. dcn tro dcla. a situac ao do bairro
de Santana. tt'< )
Os rnapas mais anttgos da Cidade nada trazcm a
rcspcito de Santana. que so apa rcccni nus ultimas dccadus
do scculo XIX,
A planta da Cidadc de Sao Pa ulo lcvant ad a pcla
Companhia Canta reira c Esgotcs. assinada pclo cngc-
nhciro c c hcfc Henr y B. Joyner. podc da r uma idcia do
q ue scria a zona norte de Sno Paulo em 188 1. Passando
a r ua Joao T cod oro, a Casa de Corr ccao c a Convcntc
da Luz sao os unlcos cdiffcios de ceria impor tancia c qu e
constam du "R cfcrcncin dos Edifici os Publicos. Um
corrcr de casas ao longo do chamado Campo da LUI . ate
() Largo do Comcrclo da Luz c da Ponte Pcq ucna. sob r.. .
o Tumanduatcf. Entre csta e a Ponte Gr a ndc. sobrc 0
rio T lcte. 0 atc rrado de Santan a, quase scm casas, con-
tinuando pa ra 0 norte como cstrada de Braganca.
81
Em 1890, J ules Marlin public a a "Plante da Capital
do Estado de Sao Paulo c scus arrabaldcs", e dcsta nao
constarao casas no Iongo do Campo da Luz e do atcrrado.
Entre 0 Convcnto da Luz e a Ponte Pcqucna. apcnas 0
Largo do Comercio da Luz. E, para 0 no rte. entre a
Ponte Peq uena c a Ponte Grande, urn At crrado de San -
ta na a bsoluta mcntc desc rto.
Entretanto, a "Plante Geral da Ca pita l de Sao
Paulo", organi zada sob a dirccao do Dr. Gomes Ca rdim,
Intendente de Ob ras em 1897, escala de I :2000(r'. nao
so e mais com plcta. como revela a Cld ade ava nca ndo
sabre 0 suburblo , as vespcr as do seculo Xx. Ruas abcr tas
nao so entr e a Ponte Pcqucna e a Ponte Gr ande , mas des
dois lades do antigo At er rado de Santana. ago ra com a
denomlnacao de rua Volu ntaries da Pat rie. continuando
°
com no me de rua de San tana, rnais ou mcncs pa ralc la
a nova via de tra nspor tc, 0 T ramway da Ca nta rclra .r t'" )
A dircita da r ua Voluntaries da Pat ria. a parti r do
Carandini. as travcssas Leite de Moracs. Ga briel Piza.
D uar te de Azevedo , Tome de Souza , Con selhciru Saraiva
c a r ua Anehieta. A csquc rda, 0 Caminh o para 0 Cemt-
terio e a r ua Alfr edo Puj ol. E, no comeco da rua de
Santana, a Santa Cr uz c 0 Colegio de San tan a.
(2) P(,rei ra. Evcranlo Vulun - "A Palllin'·ia I", fiO nnos", in
It A. \I .. exT. ))..'5 1.
(:3) Ata s. 1,<;7'5. p. I'll. Ik la l<'lrio (10 Prcvidcuh- du I'rovlnota, D r.
Joan T ('{lllm o Xnvir-r ,I l\'iS!'m hlt ia Provincial. 1'<;7.1 : a (" ("oln
p{,hli('a ma'culi n:l (1,' Sa ntana Ioi ('rLl{l a a L'5 -6- 1HWl. ll'ndo
stdo entiio llouu'a,l" S,'ll nrof" 'snr l",i n Alves (1, · Siqw'ira.
(4) L('i" ' . Aun-liuno _ " 0 B rig,ul.. iro· Conto (J.. \laga lhii,'s".
p. 1.3.'3.
(5) " Almana" Lm-mnu-rt", S:ln P'm ln. rmr n Hlfl.1· 1flll-l. Els a
lista dos prof",s'ln's (I" 3..10): Ancilh Invcruivvi. Glliillnar
o BAIR RO D E SA~T:\~:\
ainda sc incluiarn, sob a dcnominacao de Santana, loca-
Iidadcs qu e atua lmentc constitucm bairros novos, algu ns
delc s pcrtcnc cntcs a ou tros sub-distritos q ue 1150 Santana.
A rua Voluntarie s da Patna c a m als impo rta ntc
arteria de Sa ntana . Conj ugada com a avcnida T iradcn-
tes, do Indo da Luz, tiga a cidadc de S50 Pa ulo ;1 Can -
tarcira. Scu nome, oficializado por uma lei de 19 14 c
urn ato de 1916 da Prcfeitura de S50 Pau lo, foi dado em
homenagcm ao 7.0 Batalh ao de votuntarlos da Patrie,
ineorporado ao 35. 0 do Corpo Geral, que parttu de Sao
Pa ulo em julho de 1865, pa ra combatc r contra as forcas
paraguaias . Rcgressan do a Sao Pa ulo, ao tcrmlnar a
guerra , a 25-5-1870, a Cidadc engalanar a-sc para rc-
ccbd-lo, rcalizando-sc um ba nq uete de 500 talhcrcs no
J a rdim da Luz, segundo Pa ulo Cu rslno de Moura, em
"Sao Pa ulo de O utror a'' (p. 226).
Co mo ar teria de maim circulactto, at cstarao , na pr i-
moira dccada do scculo, alcm do Cartorio de Pa z,( ") das
q uat ro cscol as prima rlas cstaduats, du Igreja Santa Cru z
c do Cologie Santana. as poucas casas comcrcials do
bairro - lojas de ferragens c trcns de cozi nha , ferreiros c
scrralhciros , fcrradores, deposi tos de forragcus , funilcir os.
arm azcns de secos e molhados. Mais alent, na rua da Can -
tarcira, urn de posito de lcnha . 0 proprio tlpo des esta-
bclccirncntos scrviri a para dcfinir al nda a principal aspecto
do bai rro , nos primclros anos do scculo XX .
(i) Segundo ;) "Alm<lnak L ,lt'lllll lt'r t " , ern 1904 servtram como
dwks de c,ta(;iio do T ramway da ClTltarcira; Joiio Urmll'O
de Oliveira, na Estw;iio de Snntuna: Arualclo Silva, na do
Xlandnqui, Joaquim Silveira, na dc T w rne ml,.,', ; Antonio des
Santos, ua da Cuntarctra.
86 o BAm RO D E SANTANA
esta, absolutamen re. isoleda. pais tais linhas ligam 0 Norte
ao SuI, servindo tod as, de fa ro, a Cidadc.
Estuda ndo a Cidadc de Sao Paulo, Mo rse.I ") assi-
nala os inconvcn icntcs da "rucntalid adc de praca centra l",
prcjudica ndo 0 plancjam cnto da s cidadcs, valor izan do 0
nuclco urbano como unidad e tradicional para adminis-
tr acilo politica. Assim. luz, dgua, csgoto, cscolas. buncos.
etc. - em preju izo da zona rural ou mais distan te do
ndclco urbane. Ora. San ta na, bairrc semi-rural, nao
goza ni logo de mclhoramentos urbanos csscnclais de
modo que muit os terrenos, principalmente na parte alt a
do bai rro, scnio vcndtdos rclativamc ntc baratos, 0 que
pcrmiti ra a pcsso us scm multos rcc ursos a co nst rucao de
casas mod cstas. scm mu ita belcza c cc nforto. Scm melos
para construcocs mais confo rtavcis c de mclhor aspcc to,
scm rcc ursos pa ra embelczamcnto de scus lotes, os com-
pradorcs de tais terrenos acaba m se amon toa ndo em rua s
mal planejada s, scm pra cas ou a reas arbor izada s.
Entretant o, lcntnmcntc , antigas cluicuras scrfio rc-
con strufdas, sob uma nova mcntalidadc, em cstilos rnais
mod cmos. e, gracas as vamagcns do clima nas proximi-
dadcs da scrra. com sua mata cxubcrant c, nao so sc orga-
nizariic apraz lvcls rcstaura ntcs ca mpcstres, como, poste-
riormcntc, mod emcs hospitais. Santan a deixani de ser
bai rro agricola, para ser tambcm residencial c de rccreio,
para sc torna r, em mcados do scculo atual, uma cspecic
de sub -centro como outros bair ros pcrifcn cos, como Pi-
nhci ros c Penha.t ")
No inicio do sec ulo XX, Santa na ainda csta prati-
camcntc cxcluida da pa rte urbanizad a da Cidadc , como
se pcrccbe pelos pontos finais da s linhas de bond cs ele-
o B:\lRnO D E S:\ X T A X A 87
trices, em 1901 - do tado norte, 0 ponte final, de aco rdo
com 0 contruro, sera a Av cnida Tt radc ntcs, cuja abcrtura
sc dcvc ao prcfeito Dr. Antonio da Silva Prado - "bor-
dcjada em toda sua cxtcnsao, po r habl tacocs clcgantcs c
por jardins'', segundo Gaff rc. P" ) Em 1904 a Iinha de
bon dcs clct rtcos chcgara ate a Ponte Grande. Pa ra alcm
dcsta c de Santana, os bo nd inhos puxados por animals,
c que , no scc ulo passado, scrviam para distin guir as capi-
tais das cidadcs do interior, cor uinuarao a trafega r ain da
J:o r alguns a nos.
Os bondcs clcrricos so cbcgarfio a Santana em 190R,
fezcnda parade. a principio, na csquina da rua Duarte de
Azevedo. Postcriormcnt c, as irmas de Sao J ose, do Co-
Icglo Santana. conscgutr nc 0 prolongamcnro da linha ate
o out ciro. 0 que foi corncm orado corn gra ndcs Icstas. A te
entao, 0 q ue serv ia mcsm o 0 bairro cram os "bondcs de
burros".
Tais bondcs pcrtcncia m a uma cmpresa particula r c
cram puxados Pe r dois anirnais, c, durante algu m tempo,
tiveram tni tcgo mu tuo com os da Vlacao Paultsta, fazcn-
do-se, assim , 0 percurso de Santana at e 0 largo do Ro-
sari o, hojc Praca Antonio Prado . Como houvcssc urn
dcscntcn dimc nto entre os proprlcta rios das duas linha s,
os usuaries passaram a fazcr baldc acao ob ngatoriamcn tc,
na Ponte Grande.
Segundo Nutc Santana, Lim des historiadorcs muis
hem inform ados du Ctdadc de Sao Pa ulo, em scu exec-
lcntc livro "Sao Pau lo H istbr ico",( ll ) j,i em 1,)()3, de
acordo corn a inform acao do fiscal da Prc fcitura , as difi-
culdadcs para a manutcncao da empresa agravum-sc
dia a dia. em vir-tude dn concorrencin q ue lhc fazia a Es -
tr ada de Ferro Cantarcira. Todavla. 0 fiscal achava que a
E mp ress dcvia scr man tida. mcs mo com ralhas, "arcndcn-
do-se as con vcntenclas dos moradorcs do ba irro de San -
( 10) G aff re, L. A., dl" do por Pasq ual Pet rone. "A Ctdndc de
Sao Pau lo no s('eu lo XX" , in E vo hl(,;IO Urh;ma da Ctdodo
tic Sao Paulo, V cadcmo (]a Ikvi , ta de ll ist-uia.
(11) Sant ana, Xuto - "Sao Palll" Historico", III, p. 2H7.
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tana que s6 tinham tal mcio de transportc, do extreme
da linha ate a Ponte Grande" .
De fate, numa sessao da Camara Mun icipal, a
4-7-19 03. disc ure-sc urn req uerimento do conccsslona rlo
da linha Ponte Grande-Santan a. An ton io 1. Fon tes Jr.,
solicitando iscncno de imposto s. As disc ussocs sao acalo-
rada s, puis. enqu anto uns sao a favor da Empresa. out ros,
como Ba ruel, sao contra. alcgan do que os bondes co rrem
de q uarenta em q uarcnta minutos, scm obscrvar 0 ho-
rario . Afinal. dccidc-sc conceder a iscncao. dcsdc que 0
co ~ccssio n ario sc rcsponsabilize pelas dcspesas com me-
Ihoramentos na rua voluntaries da p a tr i a . ( ' ~ )
o ser vice de tra fcgo era feito com dois carros em
ma u estado de conscrvacao. dois cond utorc s c dois co-
chci ros, c 18 animals. Cobrava-sc 5200 pcla pnssagcm,
c, em vcz de uma buslna, usava 0 eondulor um a pito
como os de soldado. Mas piorava dia a diu. jogando os
carros sobrc as dorm entes mal colocados nas ruas csbu-
racadas ondc se altcm avam lama e pocira. Num percurso
de 3 Kms. mals ou mcnos, os bondcs saltavam dos trllhos
umas vinic ou trint a vezcs.
Nessa epoca. a run v oluntaries da Parria tinha rnais
o aspecto de uma cstrada do que de uma rua. pcrcorrida
ainda por tropas e carros de bois. com predios baixos. de
pau a pique, e lrncnsos quintals com cercas dc bambu ou
de car aguata, com uns poucos lamp iocs.
A Empr esa pcssufa urn deposito no local onde esta
a Igrcja Matriz, onde gua rdave. a noitc, os seus bcndes: a
eocheira ficava a rua Co nsclhciro Saralva, pcrto da rua
Dr. Zuquim . Depots. 0 deposito c a cochcira Coram ins-
talados na rua Volun ta rie s da Patr ia. ond c cstcve insta-
lado mais tarde 0 Deposito da Cia. Ant a rtica . Mas, urn
dia, os pnssagclros. cansados des services dclic tcutcs da
E mpresa , rcsolvcram incendiar os bondc s. Nn rcalidade.
houvc dols assaltos, urn em outubro, outro em dezcmbro
de 1906. Num dotes, mascarados , alguns ind ividuos assal-
90 o BAIRRO DE S.":'\T:\:'\'\
tararn 0 deposito inutilizando 0 material rodantc; no outro,
amo tinados, os pass agciros desatrelaram os ani mals, in-
ccndlaram 0 bondc, impclin do-o trilhos abaixo, na d ire-
o;;:ao do T icte.
No comcco de 1907 ainda nfio cstani regularizado
o trafego da linha de bonde de Sant ana, mas em 190 8 os
bo ndcs clct rlcos ligarao Santa na ~l Cidadc, num hor:irio
que coincidia com 0 do Colcgio San tana .
•••
Sera 0 rio T icte urn dos fat6res do dcscnvolvimcnto
do ba irro de San tana, quando, as suas margc ns. sc loca-
lizarem os primclros clubcs de rcgatas - a csqucrda da
ponte, 0 C luhe de Rcgatas Sao Paulo (1 905 ) , c a sua
fren te, 0 Cluhe Espcria.( J:l ) E, junto a Ponte G rande,
irfio se cstabclcccr os vcndcdorcs de pctisquciras, popu-
lares com suas "iscas portuguesas'', prcparad as em foga-
rciros, diante do freg ues.( 14 )
Segundo 0 Album de J ules Martin, a Chacara F lo-
resta, da boemia do fim do X IX torna ra-sc, em 1905,
sede do Clubc de R egatas de Sao Pau lo "ondc a mocldadc
ia buscar vigor nas remad as fort es T icre acima ", em frente
ao Clube Esperia, lnstala do em 1899 . E em 19 12 ja
havcra referenda, ta mbem, ao Clube T iete, de natacao
e rcgatas, na Ponte Grandc. r" )
Tambem 0 Corpo de Bombeiros alarga scu campo
de a0;;;:50 para 0 lado no rte da Clda dc, apc rfcicoando 0
scu material. ln staladas novas caixas aut omatlcas, alem
de service tclcgrafico - 160 calxes tipo Oamwcll subs-
tituem, em 1911 , 0 material fabricado na Alc manha , ins-
taladu em 1895 - a are a urba na abran gida por sells scr-
vlcos teni par Iimitcs as bairros de Vila Pr udente, Pcnha,
Santa na, Lapa, Pinhciros, Vila Maria c Ipiranga. t w)
(171 Sil v~ Th,, " n F.. - " I>. " it.. TIT. " . T:1M). c-itando Arol( lo Azc -
,,,",In . Sllh,',rhios O ri" ntnis (],. Sitll Pa ulo.
( I8) San tana, Xuto - " Sao Pall]" Il is«lri("o". V. p- ] --fO,
•••
Sant ana, como distrito de paz, so apa recera no ultimo
ano do Imperio, a 4 de ab ril de 1889, as vespc ras, portanto,
niio apenas de uma mudanca no regime politico naclo-
nal, mas de uma futura redeflnicao de funcoes do muni-
cipio, quando, de acordo com a Constltuicao Republ i-
cana , 0 municipio sera declarado autonomo e indepen-
den te em tudo q uan to sc refere a sua vida cconomica e
administrativa, evldentemcnte respeitadas as leis federais
e os direitos de outros rnunicfpios.
Ent retanto, cmbora gozando da faculdade de arre-
eadar, em sell beneficio, impostos provenientes de "te rras
adjaeentes a povoacoes de mais de mil almas, no raio do
cireulo de 6 Kms., a partir da prac a eentral",(23) falta m
ainda as autoridades municipals, oncntacl to e plancjaruen-
to no campo do urbanismo, tanto no que diz rcspeito ao
94 o BAIR RO ne S.o\XTA:'olA
confOrto da populacao, como no que se liga it cstetica e
it paisagem urbana, salvo uma ou outra tcntativa.
Fora do centro propriamentc urbano, cstfio os nuclcos
suburbanos. na pcrlfcria, todos eles antigos povoados que
Aroldo Azevedo inclui em tres categorias - industrials,
residenciais e de recrcio. e ag ricolas. Santana, no tim do
seculo XIX, ainda sc mantern nesta ultima catcgoria. Em-
bora 0 solo paulistano nao sc]a de fato dos mals rertcts, nos
arrcdores da Cidade sempre 5C plantou alguma coisa.
A colonia agricola de Santana continuou, em certo sen-
tide, a tradicao da antiga fazenda jcsuirica. vcndcndo
certos produtos, mas nfio os mesmos ncm na mcsrna pro-
porcao de outrar a, agora q ue a Cidadc grande c pc pulosa.
com maiores cxigencias. pas~a r a a absorver tude 0 q ue
rccebc, insaciavcl, a cxigir cada vez mais. No secuto XX,
Santana, antes de sc trunsformar no bairro de multiples
aspectos de ho]c, terti os caractcrfstlcos da scgunda catc-
gorla, isto C, rcsidcncial c de rccreio, com scus " rccrcios"
e "recantos", c, ainda, com urn aspccto muito scu e
curioso, com as vcndas, ao longo da cstrada para a Can-
tarcira, de Frangos, milho verde cozldo, mel e parnonhas.
•••
A 4 de abriI de 1889, pcla lei n.v 99, e criado 0 dis-
trlto de paz de Santana, sendo estabclecidas as scguintes
divisas: F"')
o BAlRRO OE S:\:'\TA:'\A 95
divisas as fazcndas do Bispo c a de Pedro
Doler."
96 o BAnmO DE S,\ ~T AX A
Cachocira, desce pOl' sste ate 0 corr ego de It a-
guacu, e, por estc abaixo, ate 0 ribciri io Ca-
bucu de Baixo, pelo qual dcscc ate a cstrada
do I mirim.
98 o DAIHUO DE SANTANA
muitas vezcs ab rangc ter ras que pertcnccm a mais de uma
frcgucsia ou de um dislrito, ou mais modcrna mcntc, a
mais de um sub-distrito .
o bair ro de Santana, da epo ca colonial, ou mesmo
do comeco do Imperio, nao e 0 bairro de San tana de
hojc, diminufdo na sua area , com a individualizacao de
110V OS nucleus, q ue acabaram dele sc dcsmemb rando, nada
se pa rcccndo com 0 "Balrro de Santana" cu]a po pulacao
o capitao das ordcnancas conhccia, e rclacionava , pclo
nome, idadc, cor, cstado civil, numcro de filhos e cscravos,
e ate pclos havercs, Segundo Nut o Santana. tv") 0 antigo
bairrc de Santa na dcsdob rou-sc em : Trcmcmbc, Canta-
rcira, G uapira, Carandiru, Are al, Vila G uilhcrmc, Vila
Maria, Parada I nglese, Jardim Sao Paulo, Vila Mazzei,
l mirim, Chora Mc nlno, Santa Terczinha. alcm de varios
outros de menor Irnportancla. Algu ns destcs pcrtcnccm
atualmente a outros sub-dlst ntos, cnquanto alguns per-
tencem ao sub-dtst rtto de Santan a.
T odavia, Santana de hojc e, de fate, 0 ant igo nucleo
que florcsccu em tom e da capcla construtda nas tcrras
doa das aos jcsuftas, c que sc cxpandini, posterlormcntc,
alent des lotes da Colo nia ali instalada, primciro em
turno do Colcgio Santana c da Capcla de Santa Cruz,
dcp ois junto a nova Ma triz. E como peque nos satelitcs.
os novas J ardine, as Vilas, au ccrtas reallzacocs oficiuix,
como Pcnlrcnciar la, Acropo rto, etc.
Dccrctos do seculo XX. cstabclcccndo novos distri -
tos au sub- distritos, dfio uma ideia des dcsmcmbramen-
tos a que nos rcfcrimos. 0 distrito de Tuc uruvi foi criado
pcla lei cstadu al 11 .° 210 4 de 29·12·1 925. tendo sido des-
mcmbrado de Santana. Pclo decreta n.v 86 37, de
30-8-1934 , foi esta bclccido 0 sub-distrito do Pari com
tetras desmcrnbra das do Bras c de Santana. A 41." zona
distrltal de Vila Maria, crlada pelo dec reta 9859, de
23-2- 19 38, foi Iormada par tetras dcsmcmbr ada s de San-
lana q ue, pclo mesmo decreta, se tra nsforma em 8. a
~
~ . 'IlL It"T£ C, : \
p ,) 0 1::~!9
'''!M.~
ta ndo em Roma a arccbispo D. Jose G aspa r de Afo nscca
e Silva, cmpcnhado em .desdo bra r paroqulas da arqui-
diocese, cscolheu a lgrcjinha de Ness a Scnhora da Gloria
para scdc da nova frcgucsia de Sao Pedro de Alca ntara,
ofcrcccndo-a ao Mostciro de Sao Bento. Seu primciro
vlgarlo fol D. Ama ro von Emden, com provisao de
11. 12· 1939, c posse a 3-3· 1940, substitufdo, dc pois, por
D. Polica rpo A mstal den, cmpossado a 8-9-1940.
o novo vigari o, que era Reite r da Faculdade de
Filosofia de Sao Bento, mandou construtr a rcsklencla
pa roquial c fund ou as primciras assoclacocs pa roquiats,
dcscnvolvcndo ainda a Escola Paroquial.
A imagc m de Nessa Senhora da Glo ria, que mcdc
1,60 ms., C uma rccordacao da antiga Igrcja de Sao Bento,
~l qual Fcrniio Dtas Pacs tcrla feito doacao. B uma ima-
gem esculpida em madeira c que, cncontrada " no mcio
de outras vclharias'', como diz D. Potlcarpo, avarl ada c
abandonada, foi resta urada pclo trade carpint ciro, rcabi-
litando-a para 0 culto pub lico.
Postcrior mcnrc a Igreja passou para os missionaries
de Nossa Scnbora Consolata, 'lOS quais as bcnc ditinos
cedera m, para rcside ncla, 0 antigo Observutorio de D.
Miguel Kruse, const rufdo na Chacara, e que j,i nfio cstaria
funcionando em 1946 .
Q uando os bcncditin os dccidirum lotcar a Ch acar a,
os missio naries proe uraram alargar scu campo, esta belc-
condo uma paroquia no lmirim, e, dep ots, uma outra no
Chora- Menino - ambas, pols, s50 filhns da pa roquia de
S50 Pedro de Alcanta ra. Com fina nciamento da Caix u
Econurnica. construfram, mais ou rncnos em 1954, 0 Ins-
tituto dos Missionarie s da Consolata.
Do lotcamcmo lias tet ras do Mos tciro de S50 Bento.
que pcr tcnciaru, a prindpio, ao dist rito de San tana. fni
cncarrcgada a firma Camargo Correia, que mandou asfal-
ta r as ruas, valorfzando bastantc as lotes , fazendo do
"Jardim S50 Bento", urn novo bairro rcsidcncia l ... ate
o dia em que foram cons tru fdas ali algumas fa bricas.
Tais te rrenos pcrtcncem at ualmcnte a Casa Verde e a
. . * '"
Em 19 18, ao uprcscn tar scu Rcla to rio (I Camara
Municipal Washington Luiz, q ue m ra prc rcito da Cidadc
de Silo Pa ulo nos a nos dlffccis de 19 14 a 19 1R, dcpois de
cxpiicar, em lin ha s gerais, as mat or es dificu ldads com q ue
lutnra , lam cnta ndo nao tcr pod ido realize r "obras q ue
marcam tem pos c consagra rn pcnodos admlnlstrat lvos",
rcfere-se aos bcns imovcis patrimoniais do M unicipio.
lcmb rando que tais bcns rcprescn ta m ainda a doacdo feita
por Marti m Afonso de Souza, confinnada po r ca rta de
scsmaria de 25-3-1724 cxpcd lda pclo Capitno - general
D . Rodri go Ceza r de Mcnczcs. I ' ")
Ent re outras, pcrtcncem ao patrimonlo do m unicip io,
a" tcrr as junto a Ponte Pcq ucna, a ma rgem csquc rda do
ca na l do Tamand uat cl. na cpcca ocupadas com dcpcn-
(29) Anllad o E~t atl~t ko (19 16). Eiv al~"U lls mun eros que mcstmm
o dcsenvolvlmento do buirr o: a Comp;lIlhia da Centan-t ra
t ran-portou. em 1912. 461.888 pessoas: ('11\ 1914, 1.3-13.41 9;
e lll 1915, 1.·152.99 2.
(32) Decrcto n.o 734, de 5-1· J900. que (11-1\ regulnmcnto para a
excl'u\'iin <las leis 11.0 323, de 22-6-189.'>, 11.° 5·15, de 2-S-1I;gS,
e n.o 0.'55, de 23-8- ISmJ (d. P. de Souza, oil. cit., vel.
II, p. 5.16.
(33) A Lei de Terms de 1850, f('glllammiada e-m 1854, estabc-
Jeceu 0 registro obrigatorin des terrenos. Atual mcntc, lai_
regislros, eonservados no Departamento do Arqllivo do Es-
tado d.. Sao Paulo, nao C!>tao 11 disposil,',io do pIlhliro pa ru
ronsultas, sO sendo alelldidns cs ped idos de c1·rtid{x.'S, feitcs
de nc drdo com a norma legal.
lOG o HAIH n O DE SAXTA:'oiA
Verificou-se que, na s divcrsas epocas em que foram
feitas transfcrenclas dos shies da Varga e das vellosas. as
divisas entre esscs dois sftios se corrcspondcm perfeita -
mente. Alern dissc, a propnc da de de Vcloso, Filho &
Cia. c parte de tcr ras qu e pcrt cncerar u outrora a Miguel
Menton, com ancxacao de pcqucna parte do sftio da
Varga, situa do entre as valos daquelas terms e a linha
do "B ura co do lnga". a s documento s cxa minados coin-
cidcm com os dizcrcs de invcntarios cn tcrlorcs.
Tambem ficou reco nhccida a posse em favo r de Lino
Pires Tavares q uant a a ilha formad a pete Tiere e pclo
Ticteq ucra, no bai rro da Corea. de acordo com carta de
scmcnca passada em 1892 aprcsenta da pclo tntcrcssado.
que rccon hccla a prcscrkao uq uisittva por ocupacao de
mais de trint n anos, 0 q ue csni de acordo com as oxigen-
clas do dccrcto n.v 734, qu e rcconhcc c como de domlnio
as posses antcrio rcs a 2 de agosto de 186 8.
Apes algumas duvidas suscltadas por uma cscritura
publica datada de 6-5-1873 , que satisfazcndo embora as
exigencies do decre ta, aprcscntava divisas obscuras na
parte correspondcntc aos Iundos, considcmda a Ircnte pclo
atcrrado de Santa na, arualmcntc dcnominado rua Volun -
tarlos da Pat ria, foi rcconh ccida a posse de Klabin , Irr nao
& Cia. a terren os qu e ante s pcrtcnccra m a Francisco
A ntonio de O liveira Ca mpos. Tais terrenos fazem fundo
com a cluicara dos herdcl ros de Jose Bonifacio de Toledo,
de acordo com escritura datnda de 1873.
Assim, de acordo com a sentence publicad a no Dia-
rio Of icial de 19-5-19 18. assinada po r Ca rlos Decou rt,
foi homologada a disc riminacno do pcrfmctro que abrangc
as terrenos situados nos bnir ros de Santana. Carandi ru c
Coroa, no distr ito de paz de Santa na , mun icipio c eo-
rnnrca de Sao Paulo, pa r cuja scntcuca foi considcrada de
clom fnlo privado a totaltdndc dos terrenos comprcc ndldos
dcntro do rcfcrldo perfmctr o.
Fcita a discrlminacao, pudcram, livrcmcntc, 0 :'. pro-
prtcnlrios de tais te rrenos. fuzcrcm lotcam cntos e neles rca-
lizar algu ns mclhoramentos. havc ndo, pa is, um pequeno
E ~ lrad ;l ~
Vcic. a
Aul " m oveis T UlaJ
Ir a !.'. lIlIim.
o HAlRRO DE SAXTAXA II I
como sallcut a Petrone. Mais Ior tcmcntc. os de ord cm
cconomlca - suhstituicfio da monoeultura ca rcctra pcla
policult ura, cxpansao cia redo de estradas de rodagcm,
pondo a Ctdadc em contacto com Minas Gerais, Goies,
Pa ra na, indust rializacao em rttmo acclc rad o. 'Iuis fatorcs,
aliados ;\ imig rucao cs trangct ra, Iazcrn de San Pa ulo tim
centro de convcrgencia tam bcm de brasitciros de outros
Estados, cont ribumdo para 0 aumcnto da po pulacgo
urbana, e. natu rahnente para agravar as problemas da
cidadc que crcscc rapidamcntc, a exigir, com urgencia ,
novos pianos de urbanlzacao.
112 () BAIHno D E SA XT A ~ A
E m vanas opor tunidadcs cogitou-sc da reforma da
cstrada, ao longo da qual, m uitos pro prietaries de terras
abriram portocs para a faixa tranviaria, tra nsformando-a
em rua. Tais reformas poderiam transforma r 0 T ramway
da Cantarcira em radial metropolita na, ou, em pcrfcita
cstrada para unibus, ou, ainda em longa c con for tav cl
estrada de ferro ... S )e
Em 1925, estudos sa bre a construcao do Mctropo-
litano rcaltzados pela Light nfio eonsideraram de urgencia
uma linha metropolitana pa ra 0 Norte, visto scrcm, cntao,
satisfatorios os services do T ramway da Cantarcira. N u-
quela epoca, pois, uma linha do Metropolitano naq uela
dirccao, niio ser ia, de forma alguma, pnorttaria.t >")
Mas, ao fazer um cstudo (1928) para refor ma da
Ca ntareira, a pedido do Govem o do Bstado, 0 prof. An-
to nio Carlos Ca rdoso aprcscntou urn plano que consistia
na tran sfor macn o da Canta rcira numa cspcclc de linha
mctropolita na c1etrificada. A linhn tronco scna clevada ,
dupla, pa rte na A vcnida Cr uzeiro do Sui c vrirzca, pa rte
sobrc 0 canal do Tam anduatci, Iazcndo-sc a comumcacao
com 0 Centro pela coordcnac ao com a redc da Light, me-
dian te transbc rdo no Mercado.
A ideia de sc cons truir uma linha mctropofita na per-
sistiu ainda quando se fez 0 "plano de avcnidas", quando
era prcfcito Dr. Pires do R io (1 929 ). No plano, "0 scto r
No rte scria servido por uma linha clcvada Ta r uanduutci-
Cr uzeiro do SuL com possfvcls csgalha mcnt os supcrficiais
ao longo do T icte", e "urn segmento do a ncl cent ral eons-
titui rin a ligacao final entre as linhas No rte (Santana c
Cantareira) c Sui ( Santo Amaro ), que complctarlarn uma
import ante c Iogica dia mctralv.t-v)
Para Prestes Maia, em seu Rclatorio como prcstdcntc
da Co missao do Mct ro polita no, 0 pcrfodo de 1938-1945
rena stdo. na Prcfcltura, urn pcriodo mais de realizacocs
(38) Pr estos ~ I a m , F c outros - Antc-proj cto de um sistema de
transporte rapid o, P 194.
(39) Pr es tos Mala , F. C o utros - ob cit., p. 37.
(40) Prcstes Xlaln, F. C outros - ob. dt., ps. 46 C 47.
(43) Prestos ~ I a ia, F . (' outros ob. cit., p'. .'57 c- sq:;s.
(4-1 ) Prestos .\!ai'l, F . e outros - ob. ctt., p- 101.
(41 ) Prestos .\\aia, F . I' outros - oh. cit., Q uad ro n.v 1 - Crcs-
oimcnto dn l'opllb~'a,) 1I0S ])i'trilos c Sub-distritos da Capital
Ccnsos de HJ.10 c }fno.
(·W) P rc-ste-s \l ai.l, F. ,. olllr,,~ _ 0 1>. c-it. - Lmlm \'orh' " " Cl1l-
tan-ira, I". 2 IH·2."O.
(-1 7) Harm, . :\ ,It'mnr d, · - 1'L.ru·j'llIw nt" (I!J . ,7- H)(JI), p. !fi7.
(-IS) Barros. .\ d,·rnar d.· - oh. cit.. p. 17:!.
! !~ 0 B.\IRRO D E SY \ T \ ".\
nido ... A lei n.? 4979, de 14-5-56 aprovarn plano da
Cldade Nautica em Vila Gu ilhcrmc. com lago com pista
oHmpica, avcnida de contomo. cspaco para clubcs cspor-
tivos, area para auromovels e areas verdes. Os cstudos e
a claboracao do projcto defini tive para a construcao da
Cldade Nau tica foram atrlbuidos a Comissao de Mclho-
ramcntos do Tle te e Tamanduatei, devendo a co nst rucao
scr fcita na area situada na Varzca da Pon te Grande, entre
Vila Ma ria e a rua Votunnirlos da Patrie. a rua Caran-
diru e a avo Marginal do Canal do Ti cta (decreta n.v
1270. de 2-4-1952 ) . Entrctanto. a 29 de junho de 1969,
a Gaze ta da Zona No rte publlcara 0 oficio da Associacno
Comereial ( Distrital de Santa na ) ao Sf. Prcfcito Paulo
Maluf c, entre outras rclvln dica cocs, cstd - "curn pri-
mente da Lei da Cidadc Na utlca ( Prestos Maia) , de
gran de alcancc soh aspccto sanita ria e viario, para a Vila
Guilh crmc, Santana c Carandi ru."
A proposiro da Cida dc Nautlca podcmos aimlu lcm-
brar que, em maio de 1963, a "Comissao Especial para
Estudo das Enchcntcs do Rio Tic te e scus aflucntcs '', rcu-
nida em scssac especial da Camara Municipal de Sao
Paulo, ouvini 0 prof. Lysandro Pereira da Silva afirmae
que(tll)
"Ja no nosos tempo de chcfc da Comis-
sao do Ticte, era grande cmpcnhc construir a
Cidadc Nautica. c as cnte ndimcn tos cstavam
bern adiantados. Nao Iossc a Pecfeito Janie
O uudros tee, praticamente, suspe nse todas as
dema rches, quando ja se tin ha conscgu ido
80% da area da Cidade Na utica, c scriu pos-
sfvcl sc tcr rculizado aqucla obra , com 0 au xi-
lio e coopcraceo do Go vem o Federal , porquc
ja havlu cntcndimcntos com 0 Diretor do De-
partamento de Sanc amcnto, q ue conco rdara
•••
Durant e muitos anos a rua Voluntanos da Patna foi
a unica arteria que, da Ponte Grande, lcvava no Alto de
San tana, alcm da via fcrrca. Par isso rncsmo. de trflnslto
•••
132 o acauo DE S A~ TA ~A
A lei estadua l n.v 2456, de 30 de dezembro de 1953,
divide 0 municipio de S50 Pau lo em sctc distritos, c 0 dis-
trit e sede que c Sao Paulo, subdivide -se em 40 sub-
dtstr itos, divisfio csta utilizada particularrncntc em fun-
~5.o da Justica de Paz. T al sub-divisiio inclui, como as
antcrlo res, sob a rubrica de "s ub-distr ito", pcquenos ccn-
tros de povoamcnto, que corrcsp ondcm, em geral, a dcno-
minacao generica de "bat rros''. Postcriormcnte, pclo de-
creta n.? 3270, de 20-9- 1956, para cfeitos cdministra-
tivos, 0 municipio foi dividido em 19 sub-prcfelturas,
alent da de Santo Amaro. Uma dclas seria a de Santana,
com area aproximada de 4 2 16 hectares e populacao cal-
culada ern 180 .000 habitantc s. "Comeca no canal do rio
T iete, no ponto em que termina uma rua projetada , cuja
dcscrlcao consta do paragrato refcrente ~l Nossa Senho ra
do 0; segue par elc ate encontrar as divisas das terras
do Bstado, na Can tcrcira; segue por essa dlvisa ate 0 li -
mite entr e os sub-d lstntos de Santa na c Tucuruvi pelo qual
segue ate a estrad a da Cantarcira; continua par esta, pela
rua do Imperador e seu prolongamento, ate 0 lcito do
antigo Tramway da Can tarcira, pelo qual segue ate a avo
Cruzeiro do Sui e pa r csta e pelo canal do rio T lete, ate
o ponto final do perfmctro.t w) Tal sub-prcfc itura sera
subdividida, pelo decrcto n.v 3329, de 8-1 1-1956, nas
sub-prefeituras de Casa Ve rde e Santana, a primeira com
area de 1281 hectares e 65 000 habitantes, a scgunda com
2935 hectares e 115000 babitantcs. As divlsas de San-
tana comecarlam "no canal do rio T icte, no ponto ondc
tcrmina 0 Ccrrcgo do Observatorlo Astronomico, scgulndo
por estc, rua Tenente da Rocha, rua Maria Cu rupaiti,
estra da do I mirim, e pelo limite entre os sub-distritos do
o e de Santa na, e ate a divisa das terras do Es tado na
Cantarcira . Segue por csta divisa ate 0 limite entre as sub-
distrltos de Santana c T ucuruvi, pelo qual segue ate a
cstrada da Cantarcira. Continua pa r esta estrada, pela rua
do Imp crudor c scu prolongamento, ate 0 leito do antigo
(6,1) Delorenzo Neto, Anttmio - (lb. eLI, ps. 219 I' 2:20.
((5) Hecen seumento Ce ral d e 19(jO, IBGE , Hto.
(66) AsJX't:IOS do ~l u n icl p io de Sao Paulo (1966), Fund. IBGE -
IBC , Iospctorta Hegional de Estatistica de Siio Paulo, S. E. C.,
5~o de Cadastro e Controle. Araujo Filho , ",\ popula~;io
paultstaua", in A Cidade de 5iio Paulo, vol. II.
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/
CONCLUSAO
Julho de / 969
(75) "0 Estuclo de Silo Paulo" de 26-6-1969 .
\Idlo, Handol fo II. de _ "A 'Igua e-m Sao Paulo", ill n. A. \1. ,
X\ ', 1935.
x toora. .Amertco d.. - "0.- po voudores do C ampo de I'iw tininga",
R. A. :'II., XX\'.
l'es tuna, Paulo Ha ng. 'l - A E~p'lllsao Eco n,)m i,'a do i':,!:III" de
Sao l"llll" nom ,.:culll - I S22- 1!l22, Serv l~" li" l'"h! k,'~'''''' S
dn S"('re lar ia tI., Ag rit'ult m;l , Sao Pau lo, 1\12:l.
n
I'ctrom-, 1'. - "Sao l'nnlo no " ''('111" XX in E \'n I U~'iiu Urbana
,
de Sao 1"lUlo, C,,!. Ht'vi'hl cit, 1I1' t<'" ia, S. Pa ulo, llJ.";."; .
Santana. Xuto - Sao Pau lo lI i,torieo , 6 tomos, I"'p . II.· Cuh ura
d a PIl.'£. ~ 1"n id p'11 tit· San Pa ulo. 19.T7- W4·1 .
Saraiva. Amnd ...u d" Ibrros - ~ As recentcs I·ri:l~...-,.·s ur l"l oas ....m
Sao Paulo". in ..\ rt!uilt'l ura no Bra sil. \",,1. v, n.v 29, Rio.
Sil\"a Bnmo. E mun l - lI islt, ria I' Tradi~s d u C ida tll' de Sao
Paul o, Co m. t1.n 1\ ' C...·nlo·narin da Ctdade d. · Sa,) Paulo, 1954.
Sslv a, Ha ul .\ mlrad t, t' - "San Paulo nos T t·mpos Co loni ais", in
A Eidedc til' Sao Paule Ivcr Azc \'t'llo, A. tit')'
Silva, Schastiana O livia - L' Il1 '1 Alm a til' Fe _ ~ I(\(lrl' ~ I:l ri;l T e o-
dora \'uim n, Iundadoru da Provincia Bra sik ira de Situ .Ins~ de
Cha mhe ry (18 :t "i-l!J2.'; ), Ed. Avc \L1 ria Lt ., HJ.lH, Siio Pa ul o.
Sous a, Everurdo Valim l't·n ·ira tit' - "A l',m lid 'ia h:l (in nnos".
in R. A, \ 1., vol. XVI , p. fi3.
Sou sa, E ve ra rd o " "lim P...n ·ira de _ " !km in i"·t~ll ..ias AI'atlt' m iea, "
in R. :\. \ 1., vol. .'\C Il I, p. Il l.
Taunav, Afo nso d'E - Sao Paul ... no s£'tOul.. X," I (lI i, t" ria da " ita
pjrati nin~a n a l, E . Arrault & C.it·, T il1 lTs, 1921.
Ala s da Calmlra lia Yil", tie Sao Paulo - l' lI hl ka~-.io oficinl dn
Arquivo I'llhlieo \ Iu nieipal (I" Sao Pa ulo,
Alas da C~\mara tI:l Ctdade til' Siio Pa ul" - Ik l' .trt,llIw utn do
C lIltura (D ivi, ;\() de J) (}elllnput a~'ao lI ist,'rio'" " Social], l'n--
fr-iturn do \ hlll il'ipill .1" Sau P'lllio.
Almanach tI~1 Provincia til'S , I'aulu - eel. pUr j " r).:c S{'('\.;I.'r, S,
l' a" lo, 1&>:;, HiS6, HiSS,
Almanad, da l' n l\ lnei a de Sao I'nulo para I!>' :J - O r~aui zado por
,\ uhl nio l"" ~ Ittplisla d t' L U lU" ( , Paul o Ddfim da Fons(''l'a ,
Sa,) Pa ulo, IS' 3.
Alma nad, 1..;I.'TIInlcrt d e Sao Paulo para )90:J-I!HJ--I.
Anu.irins [ stul ht i.'us - Dt' p:trlalllt'utu de Esta t islka do Est ndo (1c-
Sa" I'a nh., ( W I(;, Hl2/1, 1!J2' , W.'59 ).
A,pectos do \Iunidpio de San I'uulo, 19fiG ,. 196. - Fu nd:t~1in
IUGE-IUE. lnspetoria Hl'l~iona l dl' [ , tal i, ll('a de San Pa ul" .
Curlu s de I)at a~ de Terms - l 'u bliC"a~-ao do D q ,a rt 'ln Wnln de
Cultura Itt I'rcfeilura \l lIllid pal de S,i o Pa ulo.
Documcntus Iuteressuntes pa ra a lI istoria l' Cnst lllllCS de SaO
Paulo - Departamento li n Arquivo do Est,"lil de Siio Pa ulo .
I n n'n l~\ r iu ,c Te 'lam,'nllrl - Departamento (1n Ar'lUIVO do Estado
lle S,i o Pa ulo.
l urn ai"
" A C 'l1.d Ol", 2.1- I - IOC).'j.
' "1"olha do' S,io Paulo". ~mus 1965 e 1.0 st'nll'sl re de 1969 .
M.\ Gazd a (10 Xortc". ",ulleros d in 'rsos (II)6/) , 19f191.
" 0 E, IOld" d. , SaO 1" 1111,,", antis 1967, wns " 1.0 St' !U, de 1909.
''Trilm na 1' ,,,,li, I,,", n'llllt'm , uin'T'<tlS (H)6.I, 1965, 196\1\.
" 0 SJ n Pa ulo" , tlr.l!:ao &1 Fll nd'I~'a,) \ Idwflulit a na l' anl b t,l,
maio " illllllO (k H.I69.
I A' i, e De ('reln~ tlo Estadu rlc Siio PUllIn,
Hl'!:Il1!rio dus Ocorrc n"; llS 110 Se m imirio dos Educa nrlos d o ulti mo
d e o utubro de 185 9 no ultimo de Ol1lu{,ro lie 1860 - Pd o
Revlsta d.. Anluin . :\Iunid llal ,Ie Sii" Paulo - \ 'ols. I a CLXX\',
uucs 1934 a 1968, p u )liea~',io d o Dep.ut unu-nto tI,- Cultura.
Di\'isao do Arqutvc IIhll',rk ,), Pn-feitura :\hmidpal d e Sao
Paul o.
He\ i' la do Instttu to lI ish' riC'O e Gen~r:ifiC'O de Siio Paulo - ..Anos
d ivc rsos .
Sao Pecl o Antigo e Siio Paul n :\Iod...m o - Alhulll ou::anizado por
jules .\Ia rl in. :\.'r(·u nan ~d Pes tana c I leunquc \ ' allonl"n,
Siio Paulo, 100'5.
Siio Paulo de Onl('(II, de lI oje (. de Am a nhii - Bolctim do
p nrt unu-ntc Estad ual (I,· Imp rcnsa e I'rop'l~amb , depots
p artuun-nto Estudeul de I n fnnlla~'a(), San Paulo.
Sino !,,,, E,tatistil'a do .\l unid l'i n de Sii" Paulo - IIIGI':, IIi" , W.'50.
Sao Paule Alltigu - l'hm lns 11" C i<l",le - I' llhl i c a~'iio du C om i, siiu
do IV Cpn tpn,i ri" dn Cidadl' de Sao 1';\(110, HJ-'H .
E,,,I~1.
Ens . Prinn i rio . 109 Radiodifusan lUdi ott'\evisao .
N ,' { Eos. ~ I edj (l . J.I Emp. Period tca , .
Ens. S uperio r •........... .... . E mp. Edito ras c Impressorns . I
Ens . l'rilll:'lr io . . ......•• . 388
1'\.0 d e Profcssorcs
{ Ells. ~Ii'd i o .. ,
E ns. S upertor
,
.
3R3
Cinema s Te atro s e Cine-Tcntros
Muscus
Bibliotecas
.
. 3
3
Obsen'll~Oe s:
1\".0 Estal x-l. . 7
A" , Hospitnlar { 1\".0 !citos .. ,., . 1.215 (*) 28 F trmas Paralizadus,
(** ) Mat ricul a Intcial em 1I)(j7.
Ass. P/ l l ospitnlar 2 (* * *) D ndos refcrcu tcs n lH65 .
FUX DAC,:\O m c E - m E - I.R. <II' San Paulo
S.E.C. - Sct;"ao 11,' Cndnsteo c Contrele
:-':.0 Loftos
9
........ r.zte
~Illlll'ro de Estabc lecimentos . ·139 Ass . 1'/ Hos pitalar . 5
\ 'alor Iia Produeao C'\ Cr$) . 135 .8.')9 ..'i 19 S,,\". Ofi d ais Sat'...I.. l' llhlil',\ . 6
Valor II,· vcndns (:'\Cr$) . I 32.07f1.1 72 A ss i slt~lIda a J) e w alillos ( l!l(ifl) , . 12
i'o:IIllWfO do O pcninns . D.20·1
ASI' ECT O S SOCI AlS Culto Catblil'o . II
C,,!t o Protestanto Evallj.(,'·Iil'o . . . . . . . . • , . 12
Estatl. 77
E ns. Pr im .
{ Pari.
Stun .
20
,
4
CI11to Espiritu ,
I\ ss"d a~'ii o Bl'n('fil"t~nd.. Mutuurin
:'\IUlWfO II.. \ 1(~1i,,<lS ( H)(~'i) ..
. 21
97
Esta,1.
~ .o E stnh. Ells. ~ lt',(l.
{ l'a rt.
~ l lln .
I I
X {lIIWW (\,. D cntis tus ( HJ( 3)
X {lI1 Wrtl (\" Far m,ld as ( 1\)(,5) • • . .
:'\ t'um 'ro II.. Fa nml<".~utk(ls ( 1005)
. 132
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63
Estml. .
I
X.O E stabe- :\.0 O pera-
Ramos de Alh 'ida. le
lcd m.·nlos rim
C asa Verde
Li ma,"}
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