Banco de Recursos RUMOS 5 HIST

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B a n c o

de
Re c u rsos

• Guias de exploração
– Recursos multimédia
– Linha do Tempo
– Filmes (VER+)
– Livros (LER+)
• Outro recursos*
– Documentos escritos; dramatizações;
entrevistas a personalidades históricas
• Rumos do Património*
• Sugestões de utilização e propostas
de soluções do jogo Vamos começar...
Descobre o teu Manual!
• Grelha de pontuação do Jogo dos Quês*

*Materiais disponíveis, em versão projetável, em


1
Guias de Exploração
Recursos multimédia, 3
Linha do Tempo, 12
Filmes (VER+), 14
Livros (LER+), 18

2 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Recursos Multimédia GUIA DE
EXPLORAÇÃO
1. Tipologia de Recursos Multimédia
O é uma ferramenta inovadora que possibilita, em sala de aula, a fácil exploração do projeto
Rumos 5 através das novas tecnologias. Deste modo, dá acesso a todos os conteúdos multimédia associados
ao Manual.

Este documento apresenta a listagem de todos os recursos, ordenados por tipologia, que estarão dis-
poníveis com o projeto no . Apresenta, igualmente, uma proposta de exploração dos conteúdos
multimédia presentes na versão de demonstração (com indicação das respetivas Metas e Descritores).

LISTAGEM GERAL DOS RECURSOS MULTIMÉDIA DO RUMOS 5

Tipologia de Recurso Títulos

Animações Domínio A
Recursos multimédia que apresentam, • A Península Ibérica: relevo e rios
de forma precisa e sintética, conteúdos • A Península Ibérica: clima e vegetação natural
de cada subdomínio das Metas Curriculares. Subdomínio B1
São constituídos por grande diversidade • As comunidades recoletoras
de fontes, nomeadamente ilustrações, mapas e • As comunidades agropastoris
imagens. A existência, em todas as animações, • Os povos comerciantes do Mediterrâneo (3D)
de um menu simples e acessível permite Subdomínio B2
navegar facilmente dentro do próprio recurso.
• A cidade romana de Ammaia (3D)
As animações finalizam sempre com a
• A romanização
apresentação de uma síntese dos conteúdos
abordados e com uma atividade de consolidação • O cristianismo
de conhecimentos. Em suma, um recurso • As invasões bárbaras
que permite ao professor estruturar a aula Subdomínio B3
em conformidade com os conteúdos do Manual • A expansão muçulmana
Rumos 5. Subdomínio B4
• D. Afonso Henriques e a luta pela independência

Total de animações disponíveis no projeto: 19 • A afirmação do reino de Portugal


(4 na versão de demonstração) Subdomínio C1
• Viagem a um senhorio medieval (3D)
• A vida num mosteiro no século XIII
• O povo no século XIII
• A resistência à invasão castelhana
Subdomínio C2
• A expansão portuguesa: de Ceuta ao cabo da Boa Esperança
• O Império Português no século XVI
Subdomínio C3
• A morte de D. Sebastião e a sucessão ao trono

Apresentações temáticas (PowerPoint®) Subdomínio B1


Apresentações em PowerPoint® dos conteúdos • Os povos castrejos e os seus contactos com os povos
mediterrânicos
essenciais de cada subdomínio das Metas
Curriculares. Subdomínio B2
• A romanização

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LISTAGEM GERAL DOS RECURSOS MULTIMÉDIA DO RUMOS 5

Tipologia de Recurso Títulos

Total de apresentações PowerPoint® no projeto: Subdomínio B3


7 (1 na versão de demonstração) • A herança muçulmana
Subdomínio B4
• A formação do reino de Portugal
Subdomínio C1
• A sociedade do século XIII
Subdomínio C2
• Rumo à Índia e ao Brasil
Subdomínio C3
• A Restauração da independência

Vídeos Domínio A
Recursos em formato de vídeo documental, • A Península Ibérica: Quadro Natural
elaborados com o duplo objetivo de sintetizar Subdomínio B1
conteúdos relevantes de aprendizagem e de • Visita ao Parque Arqueológico do Vale do Coa
servir de agente/meio de motivação para os • A citânia de Briteiros (Guimarães)
alunos. O professor pode, ainda, sugerir aos Subdomínio B2
alunos que visionem o vídeo em casa para, • A presença romana em Portugal
posteriormente, ser analisado na sala de aula Subdomínio B3
(esta estratégia pedagógica permitirá ao
• A herança muçulmana
professor lecionar os conteúdos com mais
Subdomínio B4
profundidade e em menos tempo).
• O castelo de Guimarães
Subdomínio C1
Total de vídeos disponíveis no projeto: 11 • O estilo românico
(2 na versão de demonstração) • O estilo gótico
Subdomínio C2
• Visita à nau quinhentista de Vila do Conde
• O estilo manuelino
Subdomínio C3
• A guerra da Restauração

Vídeos Motivacionais Domínio A


Conjunto alargado de excertos de • Vídeos motivacionais A/1-7
documentários, filmes e reportagens que Subdomínio B1
constituem instrumentos privilegiados para • Vídeos motivacionais B1/1-4
motivação de aula. Subdomínio B2
No projeto Rumos 5, apresenta-se um vídeo • Vídeos motivacionais B2/1-4
motivacional para cada aula. Subdomínio B3
• Vídeos motivacionais B3/1-4
Subdomínio B4
Total de vídeos disponíveis no projeto: 54
• Vídeos motivacionais B4/1-4
(12 na versão de demonstração)
Subdomínio C1
• Vídeos motivacionais C1/1-12
Subdomínio C2
• Vídeos motivacionais C2/1-15
Subdomínio C3
• Vídeos motivacionais C3/1-4

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LISTAGEM GERAL DOS RECURSOS MULTIMÉDIA DO RUMOS 5

Tipologia de Recurso Títulos

Atividades Domínio A
Atividades de construção de puzzles que • Puzzle 1
permitem aos alunos conhecer e trabalhar, Subdomínio B1
de forma lúdica, imagens significativas • Puzzle 2
dos conteúdos abordados. Subdomínio B2
• Puzzle 3
Total de atividades disponíveis no projeto: Subdomínio B3
10 (1 na versão de demonstração) • Puzzle 4
Subdomínio B4
• Puzzle 5
Subdomínio C1
• Puzzle 6 e 7
Subdomínio C2
• Puzzle 8 e 9
Subdomínio C3
• Puzzle 10

Jogos Domínio A
Jogos no modelo “quiz” (um por domínio), • Rumos do Saber (Tema A)
que permitem aos alunos testar, de forma lúdica, Domínio B
os seus conhecimentos e reforçar a competência • Rumos do Saber (Tema B)
de trabalho em equipa. Domínio C
Total de jogos disponíveis no projeto: • Rumos do Saber (Tema C)
3 (1 na versão de demonstração)

Áudios Subdomínio B1
Conjunto alargado de excertos de recriações • Música do Paleolítico (recriação)
musicais de época que, para além de permitirem • Música grega (recriação)
momentos lúdicos na aula, são um recurso-fonte • Música fenícia (recriação)
de motivação dos alunos. Subdomínio B2
• Música romana (1) (recriação)
• Música romana (2) (recriação)
Total de áudios disponíveis no projeto: 14
(4 na versão de demonstração) • Música visigoda (recriação)
Subdomínio B3
• Música muçulmana medieval (recriação)
• Música muçulmana medieval da Andaluzia (recriação)
Subdomínio C1
• Música da corte do rei D. Dinis (recriação)
• Cantigas de Santa Maria do rei Afonso X (recriação)
• Canto gregoriano (1) (recriação)
• Canto gregoriano (2) (recriação)
Subdomínio C2
• Música portuguesa do século XVI (recriação)
Subdomínio C3
• Música portuguesa do século XVII (recriação)

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LISTAGEM GERAL DOS RECURSOS MULTIMÉDIA DO RUMOS 5

Tipologia de Recurso Títulos

Testes Domínio A
Testes compostos por oito questões, que • A Península Ibérica: Localização e Quadro Natural
(aluno e professor)
permitem a revisão dos conteúdos de cada
subdomínio. São disponibilizados em duas Subdomínio B1
versões: para aluno e para professor. • As Primeiras Comunidades Humanas da Península Ibérica
(aluno e professor)
Subdomínio B2
Total de testes disponíveis no projeto: • Os Romanos na Península Ibérica (aluno e professor)
16 (8 para aluno + 8 para professor) Subdomínio B3
(2 na versão de demonstração)
• Os Muçulmanos na Península Ibérica (aluno e professor)
Subdomínio B4
• A Formação do Reino de Portugal (aluno e professor)
Subdomínio C1
• Portugal nos séculos XIII e XIV (aluno e professor)
Subdomínio C2
• Portugal nos séculos XV e XVI (aluno e professor)
Subdomínio C3
• Portugal da União Ibérica à Restauração da Independência
(aluno e professor)

Suportes multimédia de aula Domínio A


Apresentações em PowerPoint®, aula a aula, • Suporte multimédia de aula A-7
com palavras-chave organizadoras, questões Subdomínio B1
orientadoras e respetivos suportes de texto/ • Suporte multimédia de aula B1-4
imagens e, a fechar, atividades. São um Subdomínio B2
importante instrumento pedagógico, ao serviço • Suporte multimédia de aula B2-4
de estratégias motivadoras para todas as aulas Subdomínio B3
do 5.o ano. • Suporte multimédia de aula B3-4
Subdomínio B4
Total de suportes multimédia disponíveis • Suporte multimédia de aula B4-4
no projeto: 54 (1 por aula) Subdomínio C1
(12 na versão de demonstração) • Suporte multimédia de aula C1-12
Subdomínio C2
• Suporte multimédia de aula C2-15
Subdomínio C3
• Suporte multimédia de aula C3-4

Soluções
Soluções projetáveis de todos os exercícios
do Manual e do Caderno de Atividades.

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2. Proposta de exploração dos conteúdos multimédia da versão de demonstração
Em seguida, apresenta-se uma exemplificação referente ao subdomínio C1 – Portugal nos séculos XIII e XIV.
Os restantes subdomínios estarão disponíveis, em setembro de 2016, em .

Recurso Metas Sugestões de exploração

Animação Portugal nos séculos XIII Momento pré-exploração do recurso


A vida num mosteiro e XIV Apresentar aos alunos um excerto de canto
no século XIII 2. Conhecer e compreender gregoriano para os sensibilizar ou envolver
aspetos da sociedade e da no ambiente da época em estudo.
cultura medievais portuguesas e/ou
dos séculos XIII e XIV
Visionar excerto do filme O Nome da Rosa
que retrata um scriptorium medieval.
2.5 Caracterizar domínios Exploração do recurso
senhoriais nobiliárquicos e
eclesiásticos, tomando como • Informar previamente os alunos que, à
Animação que descreve a vida medida que visionam a animação, devem
num mosteiro do século XIII, exemplo o domínio de um
mosteiro ou de um domínio registar no caderno os termos que
combinando pormenores considerem ser mais relevantes.
de ilustração com imagens laico.
da época e canto gregoriano. • Identificar as partes principais de um
O recurso termina com mosteiro.
uma síntese da matéria e um • Enumerar as principais atividades
exercício de consolidação realizadas pelos monges/monjas.
de conhecimentos. • Explicar o papel dos mosteiros enquanto
centros de cultura e de assistência
Páginas 113 e 120, Manual às populações.
• Realizar a atividade final do recurso
de modo a consolidar os conhecimentos
adquiridos.
Momento pós-exploração do recurso
• Propor aos alunos que, em trabalho de
pares, assumam o papel de monge/monja,
e descrevam o seu dia a dia.

Animação Portugal nos séculos Momento pré-exploração


O povo no século XIII XIII e XIV do recurso
2. Conhecer e compreender • Realizar, com os conhecimentos prévios
aspetos da sociedade e da dos alunos, uma lista de ocupações
cultura medievais portuguesas desempenhadas por pessoas do povo
dos séculos XIII e XIV. na época medieval.
2.1 Identificar os grupos e/ou
sociais medievais, • Apresentar um excerto de uma cantiga de
destacando os privilegiados escárnio e maldizer para inteirar os alunos
e os não privilegiados. dos valores, ideais e/ou críticas sociais da
2.4 Referir a dificuldade em época.
ascender socialmente na
Idade Média.

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Recurso Metas Sugestões de exploração

Animação que apresenta 2.8 Relacionar o crescimento Exploração do recurso


o povo do século XIII económico dos séculos XII e • Informar previamente os alunos que, à
(ocupações deveres, XIII com o fortalecimento da medida que visionam a animação, devem
habitação, vestuário, cultura), burguesia nas cidades. registar no caderno os termos que
combinando pormenores de 2.10 Referir aspetos da considerem ser mais relevantes.
ilustração com imagens da cultura popular e da cultura
época. O recurso termina com • Identificar as ocupações/atividades dos
cortesã deste período. membros do povo.
uma síntese da matéria e um
exercício de consolidação de • Explicar o aparecimento de um novo grupo
conhecimentos. social no século XIII: a burguesia.
• Descrever as condições de vida do povo.
Página 115, Manual • Caracterizar a habitação e o vestuário dos
camponeses.
• Caracterizar a cultura popular.
• Realizar a atividade final do recurso
de modo a consolidar os conhecimentos
adquiridos.
Momento pós-exploração
do recurso
• Propor, para trabalho de pares, a redação
de um texto (cerca de seis linhas) que inclua
as seguintes palavras: povo, camponeses,
serviços, rendas, peregrinações.

Animação Portugal nos séculos XIII Momento pré-exploração


Viagem a um senhorio e XIV do recurso
medieval (3D) 2. Conhecer e compreender • Apresentar aos alunos uma imagem
aspetos da sociedade e da de trabalho rural na época medieval e
cultura medievais portuguesas pedir-lhes para escolherem três palavras
dos séculos XIII e XIV. para a descrever.
2.3 Indicar os privilégios Exploração do recurso
do clero e da nobreza e as • Informar previamente os alunos que,
obrigações dos camponeses, à medida que visionam a animação,
especialmente nos domínios devem registar no caderno os termos
Animação que simula uma senhoriais.
viagem por um senhorio que considerem ser mais relevantes.
medieval (recriado num 2.5 Caracterizar domínios • Distinguir as duas partes que formam
modelo tridimensional). senhoriais nobiliárquicos e um senhorio.
eclesiásticos, tomando como
Termina com uma síntese exemplo o domínio de um • Identificar os principais edifícios existentes
dos conteúdos abordados mosteiro ou de um domínio num senhorio.
e com uma atividade de laico. • Referir as obrigações a que os
consolidação de camponeses e servos estavam sujeitos
conhecimentos. nas terras do senhor.
• Descrever as condições de vida dos servos
Páginas 116 e 117, Manual e camponeses.
• Realizar a atividade final do recurso
de modo a consolidar os conhecimentos
adquiridos.

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Recurso Metas Sugestões de exploração

Momento pós-exploração do recurso


• Propor, para trabalho de pares, a redação
de um texto (cerca de seis linhas) em que
os alunos assumam o papel de um
camponês de um senhorio medieval.

Vídeo Portugal nos séculos XIII Momento pré-exploração do recurso


O estilo românico e XIV • Apresentar aos alunos uma imagem
2. Conhecer e compreender da igreja de São Pedro de Rates para,
aspetos da sociedade e da em trabalho de pares, indicarem o aspeto/
cultura medievais portuguesas característica que consideram mais
dos séculos XIII e XIV. significativo.
2.9 Identificar algumas Exploração do recurso
características da arte • Informar previamente os alunos que, à
românica e da arte gótica, medida que visionam o vídeo, devem
em edifícios localizados em registar no caderno os termos que
Vídeo que apresenta as território nacional. considerem ser mais relevantes.
principais características do
• Identificar as principais características da
estilo românico, com base na
igreja de São Pedro de Rates arquitetura românica, relacionando-as com
(Póvoa de Varzim). a insegurança da época da Reconquista.
• Caracterizar os elementos essenciais da
escultura românica.
Página 126, Manual
• Realizar a atividade final do recurso
de modo a consolidar os conhecimentos
adquiridos.
Momento pós-exploração do recurso
• Propor aos alunos que construam
um quadro-síntese com as principais
características da arquitetura românica.
e/ou
• Propor aos alunos que desenhem uma
igreja românica.

Vídeo Portugal nos séculos XIII Momento pré-exploração do recurso


O estilo gótico e XIV • Apresentar aos alunos uma imagem
2. Conhecer e compreender da igreja de São Pedro de Rates e uma
aspetos da sociedade e da imagem do Mosteiro da Batalha,
cultura medievais portuguesas propondo-lhes que identifiquem três
dos séculos XIII e XIV. diferenças.
2.9 Identificar algumas Exploração do recurso
características da arte • Informar previamente os alunos que,
românica e da arte gótica, à medida que visionam o vídeo, devem
Vídeo que apresenta as em edifícios localizados em registar no caderno os termos que
principais características território nacional. considerem ser mais relevantes.
do estilo gótico com base
• Identificar as principais
no Mosteiro da Batalha.
características da arquitetura gótica.
• Caracterizar os elementos essenciais
Página 127, Manual
da escultura gótica.

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Recurso Metas Sugestões de exploração

• Realizar a atividade final do recurso


de modo a consolidar os conhecimentos
adquiridos.
Momento pós-exploração do recurso
• Propor aos alunos que construam um
quadro síntese com as principais
características da arquitetura gótica.
e/ou
• Propor aos alunos que desenhem
a fachada de uma igreja gótica.

Animação Portugal nos séculos XIII Momento pré-exploração do recurso


A resistência à invasão e XIV • Apresentar aos alunos a iluminura
castelhana 4. Conhecer as causas e de Jean de Wavrin sobre a batalha de
consequências do problema Aljubarrota (presente no recurso),
pedindo-lhes que identifiquem a batalha
sucessório português de
e os acontecimentos que estiveram
1383-1385. na sua origem.
4.2 Descrever sucintamente e/ou
o problema de sucessão • Colocar a questão: Após a morte
ao trono após a morte do rei D. Fernando, em 1383, Portugal
de D. Fernando. viveu um grave problema de sucessão
4.3 Reconhecer a divisão dos ao trono. Porquê?
Animação que apresenta, Portugueses relativamente Exploração do recurso
a partir de fontes aos candidatos ao trono.
diversas (imagens, mapas • Informar previamente os alunos que,
e ilustrações), os principais à medida que visionam a animação,
acontecimentos políticos e devem registar no caderno os termos
militares ocorridos entre a que considerem ser mais relevantes.
morte de D. Fernando e a • Identificar os candidatos ao trono
vitória portuguesa na batalha português, após a morte de D. Fernando,
de Aljubarrota. e os seus apoiantes.
O recurso termina com uma
síntese dos conteúdos e um
exercício de consolidação de
conhecimentos.

Páginas 134 a 136, Manual

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Recurso Metas Sugestões de exploração

4.4 Descrever sucintamente • Referir as principais batalhas ocorridas


os acontecimentos da crise durante as invasões castelhanas.
de 1383-1385 desde a • Explicar a importância das Cortes de
primeira invasão castelhana Coimbra.
até à aclamação de D. João I
nas Cortes de Coimbra. • Explicar a importância da batalha
de Aljubarrota para a consolidação
5. Conhecer e compreender a da independência nacional.
consolidação da
independência portuguesa. • Realizar a atividade final do recurso
de modo a consolidar os conhecimentos
5.2 Sublinhar a importância adquiridos.
da batalha de Aljubarrota na
afirmação da independência Momento pós-exploração
nacional. do recurso
• Dividir a turma em dois grupos e
propor um debate: um dos grupos assumirá
a defesa do direito de D. Beatriz a assumir
o trono português; o outro evidenciará
os riscos dessa opção e defenderá
a candidatura do Mestre de Avis.

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GUIA DE
EXPLORAÇÃO
Linha do Tempo
1. O que é?
É um friso mudo, que permite representar graficamente os factos históricos no tempo. A Linha do Tempo é
constituída por dois painéis, sendo cada um deles dividido em cinco espaços iguais (dez no total), assinalados com
uma “bola vermelha”; cada espaço corresponde a uma unidade do tempo – ano, década, século.
Assim, o friso ou Linha do Tempo vai permitir que o Professor registe os acontecimentos que considere essen-
ciais, acompanhados por uma série de ilustrações (20 autocolantes reposiocionáveis).

2. Como utilizar?
O material utilizado na Linha do Tempo é plastificado e o que nele se escreve pode ser apagado. Deste modo,
ele permite a intervenção de sucessivos alunos (trabalho individual ou de pares) ao longo da aula.

Tarefas iniciais
Para o aluno: solicitar que, em trabalho de casa, registem no caderno diário várias datas como a do seu nasci-
mento, dos seus irmãos, pais, avós e séculos respetivos. Aplicar estes dados na Linha do Tempo.
Para a turma: solicitar aos alunos que registem no caderno diário o século em que se iniciou a tarefa anterior,
o tipo de numeração utilizada para indicar os séculos, o acontecimento histórico/ano que considerarem mais im-
portante.

Propostas de tarefas/atividades
Registo na Linha do Tempo das datas que, a seguir, se propõem para cada subdomínio.

LINHA DO TEMPO

Subdomínio Tarefas/Atividades Propostas Figuras

B2 1. Registar: – Jesus Cristo


Os Romanos • o nascimento de Cristo/Início da Era Cristã – Guerreiro
na Península • os séculos – I a. C., II a. C., III a.C., I d. C., II d. C., III d. C., IV d. C. lusitano
Ibérica e V d. C.
– Legionário
2. Solicitar aos alunos que:
2.1. Indiquem o século a que correspondem cada uma das datas:
• 218 a. C. – Entrada das tropas romanas na Península Ibérica;
• 19 a. C. - Domínio total da Península Ibérica pelos Romanos;
• 409 d. C. – Invasão da Península Ibérica por povos bárbaros.
2.2. Coloquem, no local adequado, as três ilustrações.
2.3. Refiram o número de anos que os Romanos
permaneceram na Península Ibérica.

12 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


LINHA DO TEMPO

Subdomínio Tarefas/Atividades Propostas Figuras

B3 1. Colocar, de forma aleatória, no quadro os seguintes – Guerreiro


Os Muçulmanos acontecimentos: invasão da Península Ibérica pelos muçulmanos/ muçulmano
Início da pregação do islamismo/Início da Reconquista Cristã.
na Península
Ibérica 2. Pesquisar no manual as datas correspondentes a cada um dos
acontecimentos e ordená-los por ordem cronológica.
3. Registar as datas/acontecimentos na Linha do Tempo.
4. Colocar, no local adequado, a ilustração.
5. Explicar o conceito de Reconquista Cristã.

B4 1. Registar na Linha do tempo, os seguintes acontecimentos: – D. Afonso


A Formação a) 1096 – O conde D. Henrique recebe o Condado Portucalense; Henriques
b) 1128 – Batalha de S. Mamede; c) 1143 – Tratado de Zamora;
do Reino de – Cruzado
d) 1179 – Bula Manifestis Probatum; e) 1249 – D. Afonso III
Portugal termina a conquista do Algarve. – Guerreiro
2. Indicar o século correspondente a cada uma das datas muçulmano
assinaladas.
3. Colocar, no local adequado, as ilustrações.
4. Referir o acontecimento que assinala o início do governo
de D. Afonso Henriques.
5. Identificar o acordo que consagra D. Afonso Henriques como rei
de Portugal.
6. Explicar a importância do ano de 1179 para a História de Portugal.

C1 1. Apresentar os seguintes acontecimentos: a) Cortes – Clero


Portugal de Leiria; b) Entrada da Peste Negra em Portugal; c) Batalha
– Nobreza
de Aljubarrota;
nos Séculos
2. Registar os acontecimentos no friso e colocar as respetivas – Povo
XIII e XIV
figuras. – Médico da Peste
3. Selecionar da cronologia o acontecimento de caráter: a) militar;
– D. João, Mestre
b) social; c) político.
de Avis

C2 1. Indicar as datas dos seguintes acontecimentos: a) Descoberta – Nau


Portugal das Antilhas (América); b) Chegada dos Portugueses a Calecute
– Padrão dos
(Índia); c) Descoberta do Brasil.
nos Séculos Descobrimentos
XV e XVI 2. Colocar os acontecimentos no friso e a figura do respetivo
descobridor. – Cristóvão
3. Colocar a ilustração da nau e do padrão dos Descobrimentos Colombo
em locais adequados. – Vasco da Gama
4. Que obra escreveu Luís de Camões? Que viagem serve de ação – Pedro Álvares
central à sua narrativa?
Cabral
5. Colocar no local adequado, a ilustração respeitante
a Luís de Camões. – Luís de Camões

C3 1. Colocar no friso os seguintes acontecimentos: a) Batalha – D. Sebastião


Portugal: de Alcácer Quibir; b) Aclamação de Filipe II de Espanha,
– Filipe II
nas Cortes de Tomar; c) Restauração da Independência.
Da União de Espanha
Ibérica à 2. Responder às seguintes questões:
2.1. A qual desses acontecimentos está diretamente ligado – D. João IV
Restauração da
D. Sebastião?
Independência
2.2. Quantos anos durou o domínio filipino em Portugal?
2.3. Que monarca restaurou a independência nacional?
2.4. Que nova dinastia foi, então, inaugurada?
3. Colocar, nos locais adequados, as ilustrações das figuras
em destaque.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 13


VER+

Título:

Home
Ano: 2009
Tempo: 120 minutos
Realização: Yann Arthus-Bertrand
Género: Documentário

SINOPSE
Este documentário leva-nos a uma viagem por várias regiões da Terra, obrigando-nos a refletir sobre a
relação entre o Homem e o planeta. Ao longo de duas horas, são-nos apresentadas as belezas da Terra e, ao
mesmo tempo, as marcas negativas da ação humana. Tudo isto com uma finalidade: tornar-nos conscientes
da atual destruição da Terra e encorajar-nos a proteger o nosso planeta.

GUIÃO DE VISIONAMENTO

1. Refere dois problemas ambientais que são mencio- 3. Refere duas funções desempenhadas pela floresta.
nados ao longo do documentário.

4. Apresenta uma medida que, em tua opinião, pode vir a


2. Segundo o vídeo, qual é o país que, se não tomar promover a harmonia entre o Homem e a Natureza.
medidas, tem mais probabilidade de sofrer com a
escassez de água?

5. Fala com o teu professor e organiza um debate


sobre as alterações no meio ambiente provocadas
pela atividade humana.

14 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


VER+
Título:

Astérix
nos Jogos Olímpicos
Ano: 2008
Tempo: 116 minutos
Realização: Thomas Langmann, Frédéric Forestier
Elenco: Clovis Cornillac, Gérard Depardieu,
Benoît Poelvoorde, Alain Delon, Vanessa Hessler,
Franck Dubosc, José Garcia, Stéphane Rousseau,
Jean-Pierre Cassel
Género: Comédia/Aventura

SINOPSE
Astérix e Obélix decidem participar nos Jogos Olímpicos da Grécia com o objetivo de ajudar Apaixonadix a
conseguir a mão da bela princesa grega Irina. Mas, para isso, Apaixondix tem de vencer Brutus, filho de César,
interessado, também, em casar-se com a princesa. Tudo se decide numa corrida de quadrigas: o vencedor
será considerado digno de se casar com a bela Irina.

GUIÃO DE VISIONAMENTO

1. Localiza a ação: 4. Descreve o estádio olímpico.


1.1. no tempo: séc. V a. C. séc. I a. C.
1.2. no espaço: Esparta Olímpia
2. Identifica o imperador romano dessa época.

5. Refere três provas realizadas nos Jogos Olímpicos.


3. Refere duas características do exército romano.

6. Agora, põe a tua imaginação à prova e cria um diá-


logo entre dois legionários sobre o seu dia a dia.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 15


VER+
Título:

Robin Hood
Ano: 2010
Tempo: 140 minutos
Realização: Ridley Scott
Elenco: Russell Crowe, Cate Blanchett,
Matthew Macfadyen
Género: Aventura/Épico

SINOPSE
O filme narra a história de Robin Hood, um arqueiro do exército do rei inglês, Ricardo I. Após ter participado
numa grande cruzada, regressou a Inglaterra, onde se deparou com a opressão em que vivia o povo. Indig-
nado, formou um grupo de salteadores para combater os mais ricos e dar aos mais pobres.
A ação do filme passa-se nos finais do século XII. Então, em Inglaterra, o rei João “Sem Terra” (1199-1216),
irmão do falecido Ricardo I, “Coração de Leão”, entrou em guerra com a Coroa francesa. Derrotado, enfrentou
uma rebelião da nobreza inglesa, vindo a falecer pouco depois.

GUIÃO DE VISIONAMENTO

1. Localiza a ação no: 4. Descreve:

1.1. tempo: 4.1. as roupas do rei e da rainha:

1.2. espaço:

2. Quem é a personagem principal? 4.2. as roupas dos camponeses:

4.3. o palácio real:


3. Faz o seu retrato psicológico.

5. As condições de vida do povo eram duras e difíceis.


Porquê?

16 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


VER+
Título:

Caravelas
e Naus
Um Choque Tecnológico
no Século XVI

Ano: 2007
Tempo: 47 minutos
Realização: António José Almeida
Género: Documentário

SINOPSE
Documentário português sobre a época dos Descobrimentos. Durante cerca de 47 minutos, participamos
numa aventura que nos desvenda a supremacia tecnológica que permitiu aos Portugueses antecipar-se aos
demais povos na descoberta de novas terras. Um trabalho de excelência que já foi transmitido por cadeias
de televisão de todo o mundo.

GUIÃO DE VISIONAMENTO

1. Qual é o tema do documentário? 4. Qual o nome do navegador que conseguiu passar


pela primeira vez o cabo da Boa Esperança?

5. Que instrumentos de navegação eram utilizados


pelos marinheiros no alto-mar?
2. Que dificuldades tiveram de enfrentar os marinhei-
ros para avançar ao longo da costa africana.

6. Destaca um aspeto do documentário de que tenhas


3. Com que barcos se realizaram as primeiras viagens? gostado mais. Justifica a tua escolha.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 17


LER+
Observa, atentamente, a capa do livro.
1. Preenche o esquema.
Título:
Autor:
Editora:
Ilustrador:
Descreve a capa:

Achas que a ilustração está de acordo com o tí-


tulo do livro? Porquê?

Lê, agora, o resumo do livro.


2. Completa a minificha de leitura.

Personagens principais:
Lydia, Lucas e Baltazar constituem a tripulação da
nave Ítaca-3000. Numa fase em que o ciclo de vida natu-
ral está alterado, é preciso pôr em marcha uma missão
de salvamento do planeta Terra. Por isso, a Ítaca-3000
Nome da nave espacial:
parte do deserto do Sara com um único objetivo: desco-
brir água no planeta Orizon S-3. Durante dois meses de
viagem, tudo decorre com normalidade. Os astronautas
Continente onde foi lançada:
dedicam-se apenas a missões de rotina e consolidam a
amizade que os une. Mas, quando entram no Terceiro
Sistema Solar, descobrem um planeta habitado por uns
Objetivo da viagem:
seres muito especiais. O Planeta Branco é uma história
que aborda questões, como a poluição atmosférica, a
destruição das florestas ou as alterações do clima.
Sinopse da editora Oficina do Livro

18 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Lê o excerto do livro O Planeta Branco.

No primeiro dia da viagem, logo ao princípio, eles tinham deixado o para trás
a Terra e, enquanto observavam o seu planeta, Lydia chamou-lhes a atenção
para um espetáculo triste e preocupante, que dali se via perfeitamente
e bem. Lá
em baixo, sobre a Terra, longas colunas de fumo cor de chumbo elevavam-se
avam-se
para o céu, ocultando o verde que estava por debaixo delas: eram ass “quei-
madas”, os terríveis incêndios sobre as florestas, que os homens ateavam
eavam
propositadamente e que, aos poucos, iam tornando mais pobre o planetaaneta
e mais raro o oxigénio de que todos precisavam para viver (…). De ano
para ano, os cientistas vinham notando que o buraco na camada de ozono,
ono,
provocado pela poluição e pelos incêndios, tornava a Terra mais quente
nte
e mais indefesa: chovia menos nas zonas temperadas, os rios secavam m
e as culturas morriam; o deserto avançava para áreas até aí férteis e
secava tudo à roda; os gelos eternos das mais altas montanhas e oss
icebergues dos polos derretiam aos poucos, engrossando o volume e
das águas do mar, que engoliam as povoações costeiras, obrigando o
as populações a recuar para o interior. O clima mudava e os homenss
mais inteligentes da Terra não tinham respostas para o problema nem os seus avisos tinham força para
convencer os dirigentes e os gananciosos. Por isso, a Organização Mundial do Espaço procurava agora
uma solução que pudesse vir de outro planeta e de outro sistema solar.

3. Da nave, Lydia observa a Terra. O que lhe chama a atenção?

4. Completa o quadro sobre os efeitos causados pelas queimadas.

Efeitos Expressões do texto


Ar “ ”

Camada de ozono “ ”

Cima “ ”

5. Assinala com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.


O Homem foi apanhado desprevenido com a degradação do planeta.

Os dirigentes políticos e as empresas desinteressaram-se dos problemas ambientais.

A tripulação da Ítaca trabalhava para a Organização Mundial do Ambiente.

A solução para os problemas da Terra teria de ser encontrado noutro sistema solar.
6. Sugere duas medidas que, em tua opinião, podem ajudar a preservar os recursos existentes na Terra.

7. Explica o significado da frase que fecha o livro: “Há muito mais coisas no universo do que os vivos imaginam.”

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 19


LER+
Observa, atentamente, a capa do livro.
1. Preenche a ficha de leitura.
Título:
Autora:
Editora:
Descreve a imagem representada na capa:

A capa do livro permite-te imaginar como será a


história? Porquê?

Lê, agora, o resumo do livro.


2. Resolve, a partir do texto, o crucigrama.
2. 5.

Três irmãos (Fernando, Mafalda e 4. 3.


Vasco) passeiam pelo Castelo de São
Jorge, em Lisboa, até que, quando des- A F O N S O H E N R I Q U E S
cobrem uma moeda antiga de coleção,
são transportados no tempo e vão parar 1.
à época em que D. Afonso Henriques vivia 7.
a proeza de ser o primeiro rei de Portugal.
Nesta viagem pela História, os três jo-
vens vão perceber como é a vida na corte 6.
e conhecer o feitio, nem sempre muito
amistoso, do monarca conhecido por
“O Conquistador”. Alice Vieira, a autora, 1. Cidade onde se inicia a aventura.
revela um profundo conhecimento das 2. Século para onde viajaram os irmãos.
origens do país e constrói um conto fan- 3. Objeto que provocou a viagem no tempo.
tástico, cuja ação decorre há mais de oito 4. Nome de um dos irmãos.
séculos. 5. Cognome do 1.o rei de Portugal.
Sinopse da editora Caminho (adaptado) 6. Símbolo da sua força e poder.
7. Regime político cujo chefe de Estado é um rei.

20 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Observa a ilustração e lê um excerto do livro.

D. Afonso Henriques:
- Eu cá, que sou homem de poucas palavras, vos
digo: sou rei de Portugal, e se alguém vos disser o
contrário mente com quantos dentes tem na boca!
Meu pai era o conde D. Henrique e, por sua morte,
herdei este condado que meus braços, minha cora-
gem, minha gente e esta espada têm alargado para
bem de todos. Minha mãe, D. Teresa, quando se viu
viúva, ainda quis fazer valer os seus direitos, catrâm-
bias! Mas andava lá perdida de amores com o galego
Fernando de Trava, a quem já fizera conde do Porto
e de Coimbra, e eu, francamente, tenho pouco jeito e
nenhuma paciência para aturar estrangeiros ou seja
quem for que me queira pôr a pata em cima…

3. Faz a descrição da ilustração.

4. Completa o texto com as palavras abaixo.


• Guimarães • Teresa • mouros • clero • independente • galego

Após a morte do conde D. Henrique, D. passou a governar o Condado Portucalense.


Mas, “como andava perdida de amores pelo . Fernando de Trava”, acabou por favorecer
os nobres da Galiza. Então, alguns elementos da nobreza e do portucalense apoiaram
seu filho, Afonso Henriques, na luta pelo governo do condado.

No ano de 1128, no campo de S. Mamede, perto do castelo de defrontaram-se os


dois exércitos. D. Afonso Henriques venceu a batalha e passou a governar o Condado Portucalense.
Procurou então tornar o condado do reino de Leão e Castela e alargar o território,
conquistando terras aos .
5. Transcreve do texto expressões que demonstrem a força política e militar de D. Afonso Henriques.

6. Indica dois adjetivos que caracterizem a personalidade do primeiro rei de Portugal. Justifica a tua escolha.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 21


LER+
Observa, atentamente, a capa do livro.
1. Preenche o esquema.
Título:
Autoras:
Editora:
Coleção:
Ilustrador:
Descreve a ilustração da capa:

Que problema afetava a população europeia


dessa época?

Lê, agora, o resumo do livro.


2. Assinala a opção correta para cada situação.

2.1. A história do livro decorre no século…


Impulsivo como sempre, João carrega nuns botões
marcando sem querer uma data fatídica: 1348. Não foi pre- ... XIII. ... XIV.
ciso mais nada para a máquina do tempo disparar para esse 2.2. A ação principal passa-se na cidade…
ano, o ano em que a tremenda peste negra varreu a Europa,
... de Lisboa. ... do Porto.
matando milhões de pessoas. Claro que Orlando quis voltar
para trás, só que a máquina avariou. Então, o cientista e os 2.3. A cidade estava deserta por causa…
dois irmãos não tiveram outro remédio senão percorrer as
... da Peste Negra.
ruas de Lisboa, quase deserta, em busca de um ferreiro que
lhes fabricasse uma peça especial. As voltas e reviravoltas ... das invasões francesas.
levaram-nos a um palacete onde tinha sobrevivido apenas
2.4. Nesta época, o nosso país enfren-
um menino de seis anos com fama de ter poderes sobrena-
tava uma crise…
turais para curar certas doenças. Fazem amizade.
... demográfica. ... política.
Sinopse da editora Caminho (adaptado)

22 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Atenta, agora, na figura e lê os excertos do livro.

(…) Na cidade (Lisboa), algo lhes fez


ter a certeza que estavam no ano fatídico
de 1348. Os sinos da Sé espalhavam pelos
campos em redor uma espécie de lamento,
muito, muito triste, como se chorassem (…)
Dentro de uma casa, o cheiro a vinagre
era tão intenso que, de início, todos os sen-
tidos se resumiram a um: o olfato. Aquele
homem, sem ter consciência do que fazia,
estava a combater a verdadeira causa da
peste: a pulga (…).
O abastecimento em tempos de peste
não era fácil. Os alimentos começaram a
escassear, pois muitos camponeses tinham 3. Seleciona as expressões usadas pelas autoras para
morrido, outros fugiram deixando os cam- caracterizarem a terrível doença do século XIV.
pos ao abandono (…).
Uns achavam que era melhor ir para o Olfativas
campo (…). Ninguém sabia ao certo o que
provocava aquele flagelo, mas já se genera-
lizara a ideia de contágio. Outros, como o rei
D. Afonso IV, defendiam exatamente o con- Auditivas
trário. A peste era enviada por Deus. Fugir
da peste era fugir à vontade de Deus!

4. O que provocou a Peste Negra?

5. O que pensava o rei sobre esse assunto?

6. Refere, a partir da figura, os sintomas da doença.

7. Indica duas consequências da Peste Negra.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 23


SUGESTÕES (VER+ – História e Geografia)
Domínio A – A Península Ibérica: Localização e Quadro Natural
Home – o mundo é a nossa casa, Yann Arthus Bertrand, 2009*

Marcha dos Pinguins, Luc Jacquet, 2005

O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida, Chris Renaud e Kyle Balda, 2012

A Era do Gelo 4, Steve Martino e Michael Thurmeler, 2012**

Domínio B – A Península Ibérica: dos Primeiros Povos à Formação de Portugal (Século XII)
A Gruta dos Sonhos Perdidos, Werner Herzog, 2012

Astérix e o Domínio dos Deuses, Alexandre Astier e Louis Clichy, 2014**

Astérix nos Jogos Olímpicos, Frédéric Forestier e Thomas Langmann, Zon Lusomundo, 2008*

Rei Artur, Antoine Fuqua, 2004

Maomé, o Mensageiro de Deus, Moustapha Akkad, 1977

El Cid, Anthonny Mann, 1961**

Domínio C – Portugal do Século XIII ao Século XVII


Robin Hood, Ridley Scott, 2010*

Cristóvão Colombo, Ridley Scott, Lusomundo, 1992

Non ou Vã Glória de Mandar, Manoel de Oliveira, 1990**

SUGESTÕES (LER+ – História e Geografia)


Domínio A – A Península Ibérica: Localização e Quadro Natural
O Clube das Chaves Mergulha nos Oceanos, Maria Rosário Pedreira e Maria Teresa Maia Gonzalez, Editorial Verbo

O Silêncio da Água, José Saramago, Editorial Caminho

O Planeta Branco, Miguel Sousa Tavares, Oficina do Livro*

O Planeta Azul, Luísa Ducla Soares, Porto Editora

Domínio B – A Península Ibérica: dos Primeiros Povos à Formação de Portugal (Século XII)
Júlio César – O Grande Ditador de Roma, Richard Platt, Civilização Editora

Os Celtas Safados, Terry Deary, Publicações Europa-América

O Tesouro do Califa, Nuno Matos Valente, Edições Escafandro

A Espada do Rei Afonso, Alice Vieira, Editorial Caminho*

A Pátria Lusitânia, Carmo Reis, Edições ASA

Domínio C – Portugal do Século XIII ao Século XVII


Uma Visita à Corte do Rei D. Dinis, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Editorial Caminho

Uma Aventura na Quinta das Lágrimas, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Editorial Caminho

O Ano da Peste Negra, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Editorial Caminho*

Este Rei Que Eu Escolhi, Alice Vieira, Editorial Caminho

O Bojador, Sophia de Mello Breyner Andresen, Editorial Caminho

A Restauração da Independência (BD), Carmo Reis, Edições ASA

*Guião de exploração do filme e do livro nas páginas anteriores.

**Excerto do filme em e guião de visionamento no Anexo/Manual.

24 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


2
Outros Recursos
A | Documentos Escritos 26 C1 | Documentos Escritos 46
B1 | Documentos Escritos 28 Dramatizações 48
Dramatizações 30 Entrevista a... 54
B2 | Documentos Escritos 34 C2 | Documentos Escritos 56
Dramatização 36 Dramatização 60
B3 | Documentos Escritos 38 C3 | Documentos Escritos 62
Dramatização 40 Dramatização 64
B4 | Documentos Escritos 42
Entrevista a... 44

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 25


DOCUMENTOS A – A Península Ibérica – Localização e Quadro Natural
ESCRITOS
A Península Ibérica
A pureza do ar e a doce influência do vento do oeste são, com efeito, características próprias da Ibéria
que, totalmente inclinada para ocidente, possui um clima verdadeiramente temperado. Situada nos
confins do mundo habitado (…), quase toda coberta de montes, bosques e planuras, ora de solo fértil,
ora pobre (…), com uma longa costa abrigada, a Ibéria foi visitada por vários povos.
Estrabão, Geografia

A posição geográfica de Portugal A vegetação natural


Portugal situa-se no extremo ocidental do con- A vegetação natural do norte de Portugal é
tinente europeu, virado para o oceano Atlântico dominado por florestas de árvores de folha
(…). A maior parcela do território ocupa a quase caduca, que são formadas principalmente
totalidade de uma faixa; tem 112 km a 218 km por carvalhais de carvalho-alvarinho e de
de largura e estende-se de norte para sul numa carvalho-negral e por vidoais. Destas ma-
extensão máxima de 561 km. (…) Apresenta a tas, podemos encontrar alguns retalhos,
configuração muito nítida de um retângulo. preservados nos parques naturais da Pene-
O território português compreende ainda os ar- da-Gerês, Alvão, Montezinho, Estrela, São
quipélagos atlânticos da Madeira e dos Açores, Mamede e Sintra. (…)
sensivelmente afastados da área continental. As florestas do centro e sul do país são
A área de Portugal continental é de 88 944 km2, constituídas por árvores que perdem a fo-
equivalente a pouco mais de 15% da do conjunto lhagem durante um curto período de tempo,
da Península Ibérica e a 96,6% da do território cuja espécie mais importante é o carvalho-
português. -cerquinho. (…)
Os Açores, com 2333 km2 (ou seja, 2,5% da No sul do país, existem quatro tipos de flo-
área do país), ficam a uma distância da ordem restas com características tipicamente me-
de grandeza de 1500 km para ocidente, a maior diterrânicas: sobreirais, azinhais, zambujais
ilha é a de São Miguel com 747 km2, e a menor, e alfarrobeirais. São dominadas por espé-
a do Corvo, com 17 km2 apenas. O arquipélago cies sempre-verdes, as árvores são baixas,
da Madeira fica mais próximo do território con- atarracadas, com o tronco retorcido, casca
tinental, a pouco mais 900 km para sudoeste de espessa, como é o caso da cortiça, e têm
Lisboa. A sua área é de 793 km2. grande longevidade.
Carlos Alberto Medeiros, Geografia de Portugal – Maria Eugénia Moreira e Carlos Silva Neto, Geografia
O Ambiente Físico, vol. 1 (adaptado) de Portugal – O Ambiente Físico, vol. 1 (adaptado)

O litoral das ilhas atlânticas dos Açores e da Madeira


Nas ilhas da Madeira e dos Açores, a arriba é a forma de relevo litoral que domina em todas as ilhas. (…)
São arribas altas, que frequentemente atingem mais de 100 metros de altura, especialmente na parte
norte das ilhas.
No arquipélago dos Açores a praia arenosa é rara como forma de litoral. As praias arenosas mais exten-
sas situam-se na ilha de São Miguel (Ribeira Seca, Pópulo, Água de Alto). (…)
No arquipélago da Madeira, na costa sul da ilha de Porto Santo, encontra-se a praia arenosa insular
mais extensa e mais larga, com 9 km de comprimento e cerca de 300 metros de largura máxima, em
beira-mar de águas vivas equinociais. É uma praia de areia branca e fina.
António de Brum Ferreira, Geografia de Portugal – O Ambiente Físico, vol. 1 (adaptado)

26 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


MAPA DE
PORTUGAL
VIANA DO
CASTELO Bragança

Viana do
Castelo
Braga
BRAGA BRAGANÇA
VILA REAL

PORTO Vila Real


Porto

VISEU
AVEIRO GUARDA

Aveiro Viseu
Guarda

Coimbra
COIMBRA
Oceano CASTELO BRANCO

Atlântico LEIRIA
Castelo Branco
Leiria

SANTARÉM

Portalegre
Santarém

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES PORTALEGRE

Corvo
Flores Graciosa
LISBOA
São
Jorge
Terceira Lisboa ÉVORA
Faial São Miguel
Pico
Setúbal
Évora
Santa
0 20 km Maria

SETÚBAL
Beja

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA


BEJA

Porto
Madeira Santo

0 50 km
Desertas
FARO
0 20 km Selvagens
Faro

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 27


DOCUMENTOS B1 – As Primeiras Comunidades Humanas da Península Ibérica
ESCRITOS
O início da aventura humana A importância do fogo
É difícil precisar as origens do Homem. De O fogo foi uma fonte de calor, de alegria, de
um modo geral, aceita-se que os nossos an- segurança. Serviu para assustar os preda-
tepassados começaram a distinguir-se dos dores e garantiu, por consequência, a tran-
macacos, seus primos, há cerca de 3,3 milhões quilidade das mulheres, das crianças e dos
de anos. É então que o nosso longínquo avô velhos que ficavam no acampamento, en-
deu os seus primeiros passos. Isolado no leste quanto os caçadores os esperavam. O fogo foi
de África, vivendo na savana, teve de se adap- também um elemento de organização social.
tar a um novo meio ambiente e alterar o seu O lar tornou-se o lugar privilegiado de re-
estilo de vida. Graças a alterações na anatomia união, o lugar onde as pessoas se encontram,
das ancas e dos pés, passou, então, a manter falam, cantam e informam. O fogo, enfim, vai
uma postura vertical e a caminhar ereto. proporcionar a criação da culinária.
Jacques Marseille (dir.), História do Mundo, vol. 1 Robert Clarke , O Nascimento do Homem
(adaptado) (adaptado)

A arte rupestre no Vale do Coa O início da economia de produção


O vale do rio Coa é um local único no mundo Enquanto os grupos da Europa, de África e
por apresentar o maior conjunto de figuras da Ásia continental viviam da caça, da pesca,
paleolíticas de ar livre até hoje conhecidas. da apanha e de colheitas itinerantes, outros
Os seus núcleos estão distribuídos ao longo grupos de pessoas que viviam no Próximo Ori-
de mais de uma dezena de quilómetros nas ente passaram a colher cereais selvagens e a
margens do rio Coa e apresentam gravuras de domesticar a cabra e o carneiro.
animais datáveis do Paleolítico, uma figura hu- Ora, como é que tudo começou? As comu-
mana da mesma época e pinturas de animais e nidades habituadas a colher e a guardar os
seres humanos do Neolítico. cereais viram os grãos germinar e, logo, pas-
As gravuras têm como suporte superfícies de saram a imitar a Natureza, semeando a terra.
xisto, expostas a nascente, com uma dimensão Quanto aos animais, o contacto regular com
entre 15 a 180 cm. Os traços são largos, em- os caçadores afeiçoou-os a quem lhes dava
bora sejam acompanhados também por traços alimento (o caso do porco e do carneiro).
finos. Os animais mais representados são as G. Lafforgue,
cabras-montesas, cavalos, veados e auroques A Alta Antiguidade
(touros selvagens), aparecendo ora isolados
ora em conjunto.
Autores de Rumos 5

As antas
Os gigantescos túmulos de pedra erguidos na costa atlântica são monumentos cheios de enigmas.
Porque foram construídos? Eram locais onde se recolhiam os mortos ou simbolizavam uma vida nova
no futuro? As pessoas que poderiam dar resposta a estas perguntas há muito que desapareceram. Ao
certo, sabemos que as antas tinham caráter religioso e funerário.
G. Burenhult, Da Pedra ao Bronze (adaptado)

28 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


O castro de São Lourenço (Esposende)
O castro de São Lourenço é a maior povoação castreja do concelho de Esposende. Foi construído numa
arriba, com vertentes escarpadas e pedregosas voltadas a sul e ao mar. Esta aldeia terá nascido entre
o século VII e o VI a. C.
Mas, foi algures pelo século II a. C. que foram construídas casas redondas, cobertas com palha, com
uma porta e uma janela ou postigo. As suas ruas estreitas só serviam para a circulação de pessoas
e animais de pequeno porte. Os espaços de circulação eram empedrados e com canais para o es-
coamento das águas pluviais. O sistema defensivo é composto por três ordens de muralhas, fossos e
um torreão de vigilância.
Os habitantes do castro viviam da recoleção de frutos silvestres, do pastoreio e da agricultura. Cul-
tivavam cereais, favas, ervilhas, linho. Faziam, ainda, a extração do sal. Dedicavam-se também ao
artesanato, sendo pedreiros, ferreiros, cesteiros, oleiros, tecelões, tamanqueiros.
Brochado de Almeida, Castro de São Lourenço (adaptado)

A Lusitânia e os Lusitanos
Ao norte do Tejo dilata-se a Lusitânia, habitada pela mais poderosa das nações ibéricas.
Os Lusitanos, segundo contam, são excelentes para armar emboscadas e descobrir pistas; são
ágeis, rápidos, dextros. O escudo de que se servem é pequeno, só com dois pés de diâmetro, a parte
anterior é côncava; trazem-no suspenso ao pescoço por correias, não se vê um só com braçadeiras
ou fivelas.
Armam-se com um punhal ou grande faca; a maioria tem couraça de linho, outros, mas em pequeno
número, usam cota de malha e o capacete de tripla cimeira; em geral os capacetes são de couro. Os
peões… levam muitos dardos compridos na mão, alguns servem-se de lanças com ponta de bronze.
Todos estes montanheses são sóbrios; bebem só água, deitam-se no chão; têm cabelos compridos e
flutuantes, à maneira das mulheres, mas para combater, cingem a fronte com uma liga dura. O seu
principal alimento é a carne de cabra. Celebram jogos, nos quais se exercitam no pugilato e na cor-
rida, e simulam escaramuças e batalhas campais. Nas três quartas partes do ano o único alimento
na montanha são as glandes de carvalho, que secas, quebradas e pisadas servem para fazer pão.
Uma espécie de cerveja feita com cevada é bebida vulgar, enquanto o vinho é raro, e pouco se fabri-
ca, sendo em breve consumido nos grandes banquetes de família tão frequentes entre estes povos.
Em vez de azeite servem-se de manteiga. Comem sentados – para isto há bancos de pedra, dispos-
tos em roda das paredes e em que os convivas tomam lugar segundo a idade e a posição. A comida
circula de mão em mão. Mesmo bebendo, os homens põem-se a dançar, ora formando coros ao som
da flauta ou da trombeta, ora saltando cada um por si, a ver que mais alto salta e mais graciosa-
mente cai de joelhos (…) Todos os homens vestem de preto e não deixam os seus saios, servindo-se
deles como cobertores nos seus leitos de palha seca; estes mantos são feitos de lã grosseira ou de
pelo de cabra. As mulheres só usam mantas e vestidos de cor feitos de fio cruzado.
Nas terras interiores só se conhece pela carência de moedas o comércio de troca, ou então cortam-
-se lâminas de prata em bocadinhos que se dão em pagamento do que se compra.
Os doentes são expostos nas ruas, para provocar os conselhos dos que padecem das mesmas mo-
léstias.
Estrabão, Geografia, século I (adaptado)

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 29


B1 – As Primeiras Comunidades Humanas da Península Ibérica
DRAMATIZAÇÃO
Viagem ao tempo das mais antigas comunidades da Península Ibérica

Cena: (Um caçador-recoletor olha admirado para um cenário que não compreende)

Caçador-recoletor Uhm! O que é isto? Homens a mexer na terra? É perigoso!... Têm animais por perto!
(aproxima-se do grupo). Ó amigo, não percebo o que estão a fazer!

Agricultor Mas, quem és tu? Pareces meio estranho… usas umas roupas tão esquisitas!...
Estás perdido?

Caçador-recoletor …

Agricultor Pois, estás muito espantado, não é? Não admira. Tu és de uma época muito atrasada
em relação à minha. Tu és do tempo antigo, do Paleolítico, eu sou um homem desta nova
época, do Neolítico. Ora diz-me, como vives tu e os teus companheiros?
Caçador-recoletor Nós fazemos grandes caçadas. Aproveitamos a carne dos animais para a nossa
alimentação, a pele para o vestuário, os dentes, chifres e ossos para os instrumentos…

Agricultor Pois, mas sabes, nós vivemos de maneira muito diferente! Aprendemos a domesticar
os animais e a tirar da terra muitos dos produtos de que necessitamos – trigo, centeio,
milho-miúdo…
Caçador-recoletor Quer dizer que vocês não têm de andar à procura de comida. Vivem sempre no mesmo
sítio?

Agricultor Sim, claro! Nós somos produtores, quer dizer, produzimos tudo o que precisamos.
Vocês, se bem percebi, recolhem produtos da Natureza e dedicam-se à caça e à pesca
são, pois, caçadores-recoletores. Agora diz-me outra coisa. Se andam sempre a mudar
de sítio, como são as vossas casas?

30 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Caçador-recoletor Nas épocas de muito frio, abrigamo-nos nas grutas
e aquecemo-nos com as peles dos animais e com o
fogo. Também construímos tendas com madeira e
ossos, cobertas com peles de animais…

Agricultor Como vês as nossas são muito diferentes!


Nós usamos o colmo, a madeira, a pedra, o barro
em casas permanentes. E vivemos todos juntos,
em aldeias.

Caçador-recoletor Parece-me uma vida muito boa e menos perigosa


do que a nossa.

Agricultor Sim, é! Mas sabes que exige muito esforço e


trabalho – é preciso abrir sulcos na terra com a
enxada, semear, temos de tratar das culturas e,
depois, cortar os cereais com a foice, triturar
os grãos com a mó até obter farinha para o pão.
Caçador-recoletor Desculpa, vocês têm tantas coisas novas – enxada,
foice, mó…

Agricultor Ah! Pois, não entendes! Às vezes, esqueço-me


que és de outro tempo! Nós criamos instrumentos
para nos ajudar nos trabalhos dos campos e para
aproveitarmos os produtos cultivados. Mas,
também, inventamos uma nova forma de trabalhar
a pedra.
Caçador-recoletor Estou a ver! As vossas pedras são bem mais
lisinhas… Parece-me que, com todas estas novidades, vocês têm sempre muitos alimen-
tos. Não passam fome!

Agricultor Quando o ano corre bem, temos produtos de sobra. Então, guardamo-los em recipientes
de barro, vime e até de pano. Por isso, inventamos a cerâmica, a cestaria, a tecelagem.
Caçador-recoletor Como vocês são tão adiantados! Estou admirado, nem quero acreditar.
(Mendes Moreira)

Tarefa – Preenche o quadro.

Comunidades de caçadores-recoletores Comunidades agropastoris

Alimentação

Atividades económicas

Habitação

Instrumentos

Progressos técnicos

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 31


B1 – As Primeiras Comunidades Humanas da Península Ibérica
DRAMATIZAÇÃO
Os Fenícios nas terras do atual Algarve

Barco fenício a descarregar num porto do sul da Península Ibérica (reconstituição).

Há quase três mil anos, os Fenícios começaram a fazer grandes viagens de negócios no mar Mediterrâneo. Aqui e além,
onde os povos se mostravam pacíficos, criavam colónias.
Cerca do ano 800 a. C., instalaram-se em Gadir (atual Cádis, no sul de Espanha). A partir daí, expandiram-se por várias
zonas costeiras do sul da Península Ibérica. No sítio de Balsa (no atual concelho de Tavira), trava-se este curioso diálogo
entre o jovem Mastanos e o mercador fenício Asdrúbal.

Mastanos Estou admirado com o que vejo no teu barco. Donde vens?

Asdrúbal Venho de Tiro, uma bela e rica cidade na Fenícia, lá para o outro lado do mar Mediterrâneo.
Mastanos Então vens de longe e de uma grande cidade!

Asdrúbal Olha, meu jovem! Chamam a Tiro a “cidade cujas riquezas enriquece os reis da Terra”.
Mastanos Fantástico. Diz-me, então, que riquezas são essas que encantam tanta gente importante.

Asdrúbal Como podes ver, o meu navio está cheio de mercadorias. Algumas são da Fenícia e outras são de
outros povos do Mediterrâneo.
Mastanos Como? Não percebo.

32 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Asdrúbal Sim, durante a minha viagem, vendi mercadorias fenícias em vários
lugares e obtive, em troca, estas que estás a ver aqui.
Mastanos Ah! Compreendo. E, quais são as da tua cidade?

Asdrúbal Nós fazemos produtos de luxo. Olha, aqui, estas peças de


marfim e de ouro, estes panos coloridos, aqueles móveis
de madeira de cedro.
Mastanos Tanta coisa! Mas, então, em troca de tudo isso o que
vens buscar aqui a Tavira, a minha terra?

Asdrúbal Preciso de sal, em que esta região pa-


rece ser rica.
Mastanos É verdade. Já agora, diz-me uma
coisa. Como é que te entendes com
tanta gente, de tantos lugares e de
línguas diferentes?

Asdrúbal É fácil. Nós criamos um sistema de


escrita muito simples. Só tem 22 si-
nais e não centenas como os outros
que existem por esse mundo fora.
Assim é fácil de aprender e de escre-
ver. Chama-se escrita alfabética ou
alfabeto.
Mastanos Formidável. Eu, também, quero
saber escrevê-la. Ensinas-me?

Asdrúbal Bem, pareces-me bom rapaz.


Vamos a isso.
(Mendes Moreira)

Tarefa – Preenche o quadro.

Cidades referidas

Atividades económicas

Produtos transacionados

Grande inovação técnica

Importância da escrita alfabética

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 33


DOCUMENTOS B2 – Os Romanos na Península Ibérica
ESCRITOS
A formação do Império Romano
Roma, pouco depois da sua fundação, começou a dominar os povos vizinhos, que eram muito aguerridos
e terríveis. Estendeu cada vez mais os seus domínios, subjugando todos os que lhe resistiam. Após a
conquista de Itália, Roma ambicionou dominar toda a Terra: expulsou do mar Mediterrâneo os Carta-
gineses, cujas forças marítimas eram consideráveis; conquistou a Macedónia que era, nessa altura, o
mais florescente e rico dos reinos existentes; e, em seguida, nenhum povo lhe conseguiu resistir. Hoje,
não existe ninguém, no mundo civilizado, que não conheça Roma como a senhora do Universo e que
recuse obedecer-lhe.
Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, século I a. C.

O exército romano
O exército romano, nos dias áureos do Império, era uma máquina de guerra devastadora e tremenda-
mente bem sucedida. A unidade principal era a legião, com cerca de 6000 homens, quase todos tropa
de infantaria. Podia incluir 100 a 200 homens a cavalo, utilizados como batedores, porta-estandartes e
enviados em perseguição de inimigos em fuga. O legionário tinha de ser cidadão romano, e os recrutas
tinham de submeter-se a um rigoroso programa de seleção antes de serem aceites nas fileiras. Deviam
medir pelo menos 1, 70 m e ser aprovados num exame médico para garantir que se encontravam em
boa condição física e tinham boa visão. Depois, alistavam-se por 20 anos.
O equipamento foi evoluindo ao longo dos anos, mas no século I d. C., um legionário usava um elmo
de ferro, uma armadura peitoral ou aduelas de ferro, um escudo de madeira, dois grandes dardos, um
punhal, uma espada curta, o chamado gládio, e sandálias robustas de couro.
Para além da armadura e das armas, os soldados levavam ainda um cesto, uma picareta, um machado,
uma serra, uma panela, duas estacas para a paliçada de defesa do acampamento e cereal suficiente
para uns 15 dias, num total de 40 kg.
Também, nos cercos, os Romanos eram impressionantes. Para derrubarem as portas das cidades, uni-
dades de 27 legionários agrupavam-se em formações “em tartaruga”, juntando-se uns aos outros com
os escudos sobre as cabeças, o que constituía uma “carapaça” que os protegia dos projéteis inimigos.
Também na guerra de cerco usavam torres móveis, rampas, escadas e catapultas gigantes para lançar
sobre o inimigo pedras e setas em chamas.
As vitórias eram celebradas com toda a pompa. Em Roma, era costume realizarem-se “triunfos”, ou
seja, celebrações públicas para dar as boas-vindas aos comandantes e tropas vitoriosas, com brilhan-
tes cortejos de carros alegóricos.
Autores de Rumos 5

A chegada dos Romanos à Península Ibérica


Convencidos os Romanos de que a guerra contra os Cartagineses decorreria na Ibéria e em África,
enviaram Tibério Semprónio Longo para África e Públio Cornélio Cipião para a Ibéria. Este levou ses-
senta barcos com dez mil soldados de infantaria e setecentos cavaleiros, e com ele o seu irmão Cneio
Cornélio Cipião, como legado.
Apiano, Ibéria, século II d. C. (adaptado)

34 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Os Romanos e as tribos O chefe lusitano Viriato
do ocidente Peninsular
Este Viriato era, pois, originário dos Lusitanos que ha-
São cerca de 30 as tribos que se bitam junto do Oceano. Sendo pastor desde criança,
repartem entre o Tago (Tejo) e os estava habituado à vida na montanha; vivendo constan-
Ártabros (norte da atual Galiza). temente em armas e em combates contra feras e sal-
Mas, apesar de a região ser prós- teadores, tornou-se famoso entre as populações e foi
pera, pelos seus frutos, pastos e por elas escolhido para chefe. Rapidamente reuniu um
abundância de ouro, prata e outros bando de salteadores à sua volta. Pelos seus êxitos nas
metais, a maioria deles passava a batalhas ganhou também reputação pela capacidade ex-
vida apartada da terra, em pirataria cecional de liderança. Era também justo na divisão dos
e em contínuas guerras entre si e despojos de acordo com os méritos de cada um. Com o
com os vizinhos da outra margem decorrer do tempo, proclamou-se não já salteador, mas
do Tago até que os Romanos os pa- chefe; combateu os Romanos e foi vencedor de muitas
cificaram. batalhas.
Estrabão, Geografia, livro III, século I Diodoro Siculo, Biblioteca Histórica, XXXIII, 1, , século I a. C.(adaptado)

A romanização dos povos ibéricos O cristianismo – religião oficial do Estado


Os Turdetanos (povos do sul da Península Ibé- Queremos que todos os povos a nós sujeitos
rica), principalmente os das margens do Bétis, sigam a religião que o apóstolo Pedro ensinou
adotaram completamente os costumes roma- aos Romanos (…) isto é, que, segundo a dis-
nos, esquecendo até a própria língua e, muitos, ciplina apostólica e doutrina evangélica, se
tornados latinos, receberam entre si colonos acredite na única divindade do Pai, do Filho
de Roma, faltando pouco para inteiramente e do Espírito Santo em três pessoas iguais.
serem Romanos. As cidades ultimamente edi- Quem seguir esta norma será chamado cris-
ficadas, como Pax Julia (Beja), Emerita Augus- tão católico, os outros, ao contrário, serão
ta (Mérida), Caesaraugusta (Saragoça) e várias heréticos e as suas reuniões não poderão
outras colónias provam essas mudanças. considerar-se como verdadeiras igrejas.
Estrabão, Geografia, livro III, século I Edito de Teodósio (ano 380)

A chegada dos bárbaros à Península Ibérica


Na era de 408, os Vândalos, os Alanos e os Suevos ocuparam a Espanha, mataram e destruíram muitos
nas suas sangrentas incursões, incendiaram cidades e saquearam as propriedades assaltadas.
Na era de 411, depois da terrível devastação das pragas pela qual a Espanha foi destruída, os bárbaros,
decididos finalmente a fazer a paz, sortearam as províncias para as ocupar. Os Vândalos e os Suevos
ocuparam a Galécia; os Alanos, a província da Lusitânia e a Cartaginense; porém os Vândalos, cogno-
minados “Silingos”, abandonaram a Galécia e ocuparam a Bética.
Na era de 429 Genserico (rei vândalo), tendo abandonado a Espanha, atravessou com todos os Vânda-
los e as suas famílias, o litoral da província da Bética e avançou até à Mauritânia e África.
Santo Isidoro, História das Coisas dos Godos, Vândalos e Suevos, século VII (adaptado)

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 35


B2 – Os Romanos na Península Ibérica
DRAMATIZAÇÃO
Os Romanos e os Lusitanos
CENA 1 Ticianus (Romano) Pois, ali, naquela colina vamos cons-
truir um templo para prestarmos culto aos
Narrador Nos finais do século III a. C., os Romanos
nossos deuses e ao Imperador de Roma.
chegaram à Península Ibérica. Depois, no
ano 194 a. C., iniciaram a conquista da Lu- Titus (Romano) E, onde vamos construir as termas?
sitânia, território que correspondia a parte Ali, em baixo, há umas fontes onde a água
da atual área de Portugal. brota quente. Temos de as aproveitar.
As lutas entre os guerreiros lusitanos e as CENA 3
legiões romanas duraram muito tempo. Só
cerca do ano 40 a. C., os Romanos conse- Narrador Mal os Romanos se estabeleceram nas ter-
guiram uma vitória definitiva nas terras da ras férteis das planícies, os povos castrejos
Lusitânia. das proximidades começaram a mostrar
muita curiosidade pelos seus trajos, cos-
Tântalo (Lusitano) Temos de estar atentos. Acho que os
tumes e maneira de viver. De facto, os Ro-
Romanos andam atrás de nós!
manos tinham casas confortáveis e viviam
Púnico (Lusitano) Atrás de nós?! Eu não vou deixar- rodeados de um certo luxo, ao contrário do
-me apanhar pelos Romanos! que acontecia com os Lusitanos.
(...) Titus Vamos fazer as pazes. Vocês vão ver que a
Claudius (Romano) Temos de ter cuidado! Já ouvi dizer vida lhes vai correr melhor.
que estes tipos dos castros são perigosos! Tântalo É. Acho que tens razão! De facto, já esta-
Horácius (Romano) Pois é. Como vivem no alto dos mos fartos de estar isolados aqui em cima!
montes, atacam-nos de surpresa e, depois, Agora, os tempos são outros. Nós só temos
fogem. de aprender a aproveitar as coisas boas que
vocês têm, como as vossas roupas, ador-
(...) nos, as comodidades das vossas casas, as
Tântalo Desapareçam seus soldadinhos de espa- termas,…
nador na cabeça! Saiam das nossas terras!
Titus Então, pronto! Vamos escrever um pacto
Aqui vamos nós.
que estabeleça a paz entre nós.
Púnico Força! Tomem lá mais uma pedrada. Vão
Tântalo Sim, é bom para todos… e, daqui a pouco,
embora da nossa terra. Voltem para Roma.
os nossos rapazes até podem vir a casar-se
CENA 2 com as vossas filhas.
Titus Titus – Vamos lá escrever esse pacto!
Narrador Entretanto, continuavam a chegar à Penín-
sula Ibérica mais soldados romanos, que EU, TITUS CILUS, REPRESENTANTE DA
iam ocupando as terras férteis das planí- COMUNIDADE DE COLONOS ROMANOS
cies. Estas áreas começaram, então, a ser ESTABELECIDOS NAS TERRAS BAIXAS
povoadas por colonos vindos de Itália. JUNTO AO RIO DOURO, FAÇO UM PACTO
DE HOSPITALIDADE COM TÂNTALO, CHEFE
Octávius (Romano) Olha, vamo-nos estabelecer neste
DO CASTRO DO MONTE MÓZINHO*.
vale. É verdejante e muito soalheiro. Tem
(Mendes Moreira)
árvores de fruta e aqui, bem perto, passa
um riacho. *No concelho de Penafiel, na estrada para Entre-os-Rios

36 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Tarefa – Preenche, com base no texto dramático, os espaços em branco nos balões da BD.

Oh teimosos!... Por ordem do ou am lá, se vierem para a planície


comandante Caio Júlio César, vão conhecer as nossas cidades.
des am desses esconderijos! Lá, a vida é muito melhor que aí!

Agora, estamos aqui


Acho que o romano todos sastifeitos porque
tem razão! O que é que
vocês acham?!

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 37


DOCUMENTOS B3 – Os Muçulmanos na Península Ibérica
ESCRITOS
Maomé, o enviado de Alá A chegada dos muçulmanos
à Península
– Não há divindade se não Deus e Maomé é o en-
viado de Deus (…). Musa Nusayr (governador de Marrocos)
– Crentes, antes de orar, lavai o vosso rosto, as nomeou Tárique (governador de Tânger)
mãos e os antebraços (…) para vos purificardes. comandante das tropas. Ordenou-lhe que
– Ó vós que acreditais, o jejum é-vos prescrito fosse a Espanha com 7000 muçulmanos,
como foi prescrito àqueles que vos precederam. É na sua maior parte berberes e libertos,
no mês do Ramadão, no qual o Corão foi enviado pois havia pouquíssimos Árabes.
como um guia para os homens (…). Podeis comer O rei dos Visigodos, D. Rodrigo, ao saber da
e beber até que possais distinguir, ao amanhecer, correria de Tárique, considerou o assunto
um fio branco de um fio negro. A partir desse mo- como coisa grave. Estava ausente da cor-
mento observai estritamente o jejum até à noite. te, combatendo em Pamplona, e dali se
– Não acrediteis que aqueles que sucumbiram no dirigiu para sul, quando já Tárique havia
caminho de Deus estejam mortos (…). Na verdade, entrado por Gibraltar.
Alá comprou aos fiéis as suas pessoas e os seus Encontraram-se Rodrigo e Tárique, que
bens, com a condição de dar o Paraíso em troca havia permanecido em Algeciras, num
(…). Eles devem combater, matar e morrer porque lugar chamado Lago, e pelejaram encar-
ele fez uma promessa no Corão, e quem é mais niçadamente; por fim, Rodrigo foi derrota-
fiel do que Alá aos seus compromissos? do e os muçulmanos fizeram uma grande
Alcorão, I (adaptado) matança nos inimigos.
Crónica anónima do século XI (adaptado)

A vida dos cristãos no Al-Andalus, em meados do século IX


Caluniam-nos e perseguem-nos sem cessar, atormentam-nos continuamente por causa da nossa reli-
gião e ainda vos atreveis a assegurar que gozamos de liberdade religiosa e que não devemos contar en-
tre os verdadeiros mártires aqueles que, sem se verem obrigados a renegar, buscaram voluntariamente
a morte, desafiando a justiça muçulmana?
Mas em verdade vos digo, é forçoso confessar que há crime em ocultar-se, quando a confissão da nossa
fé exige a pregação e pede o testemunho; quando só desta maneira pode brilhar aos olhos dos Infiéis e
dos incrédulos a luz e a glória da nossa crença.
Eulógio de Córdova, Memorial dos Santos, século IX

A herança muçulmana
Os muçulmanos introduziram ou difundiram plantas: a alfarrobeira, o limoeiro, a laranjeira azeda e
talvez o arroz; plantaram grandes pomares, sendo afamados os do Algarve e dos arredores de Évora
(…); e sobretudo, desenvolveram a técnica do regadio (…) com as suas noras e canais de rega.
Esta influência sobreviveu ainda em muitas palavras da língua comum, relativas à vida do campo.
Orlando Ribeiro, Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico (adaptado)

38 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Palavras de origem árabe (alguns exemplos)
Alambique – aparelho para destilação Alfavaca – planta
Alazão – cavalo Alfazema
Albacora – atum Alfeixe – cerca de gado
Albarda – sela grosseira para animais de carga Alfena – planta
Albornoz – capote Alfinete
Albufeira – represa de água Alfobre – viveiro onde se semeiam plantas
Alcaçaria – oficina de curtumes; arruamento de Alforge – saco de viagem
tendas numa feira Algarismo
Alcácel – cevada ou aveia verde Algaz – planta
Alcaiata – ferro dos fundidores
Algerife – rede de pesca
Alcala – fio de coser as redes
Algeroz – cano das águas pluviais
Alcântara – ponte de pedra
Algibe – cisterna
Alcaria – casa para guardar as alfaias agrícolas
Algibebe – negociante de roupa
Alcatifa
Algibeira – saco preso à cinta para o dinheiro
Alcatrão
Algodão
Alcatruz – cada um dos copos que elevam a água
Alguidar
nas noras
Alheta – peça de barco; debrum do gibão
Alface
Aliazar – lezírias
Alfafa – pastagem
Alicate
Alfageme – barbeiro que afiava armas brancas
Almece – soro do queijo
Alicerce
Almoeda – leilão
Alifafe – colcha de cama
Almofaça – escova de ferro
Aljaraz – chocalho do gado
Aljuba – colete Almofada

Almadia – barco Almofariz – vaso onde, com a ajuda de um pilão,


se trituram alimentos ou outras substâncias
Almadraque – enxergão
Almofreixe – mala grande de viagem
Almadrava – pesca
Almude – antiga medida de capacidade
Almagre – tinta
Almuinha – horta murada
Almanxar – eira de secar figos
Alqueire – antiga medida de capacidade
Almarge – pastagem
Alqueive – terra em pousio
Almocrafe – sacho de minas
Alquilé – aluguer
Almocela – manta
Alvanel – pedreiro de alvenaria, aqueduto nas
Almocreve – vendedor ambulante minas
Alfaiate Alverca – terreno pantanoso, viveiro de peixes,
Alfândega tanque de nora
Alfarge – pedra de moinho de azeite Alvergue – tanque do lagar
Alfarroba Alvitana – rede

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 39


B3 – Os Muçulmanos na Península Ibérica
DRAMATIZAÇÃO
Cristãos e muçulmanos em tempos de paz

Cristãos e muçulmanos viveram, como sabes, tem-


pos de guerra mas também tempos de paz. Ora, nos
muitos momentos de relações pacíficas, os dois gru-
pos conviviam, negociavam e divertiam-se. Vamos,
então, imaginar uma conversa entre dois rapazes
amigos que, cerca do ano 1000, viviam na cidade
muçulmana de Myrtilis Julia (atual Mértola).

Almedin Bom dia! (faz um salamaleque, tradicional Rodrigo E, então, os teus antepassados resolveram
saudação muçulmana que, em árabe, signi- ficar por cá!
fica “a paz esteja contigo”).
Almedin Sabes que os meus antepassados habitua-
Rodrigo (divertido) Bom dia, também, para ti! Vejo que ram-se a viver aqui, no sul de Portugal, e
continuas a respeitar a tradição, apesar de sentiam-se bem...
já terem passado muitos anos desde a che-
Rodrigo Sim, nós também nos habituamos a convi-
gada dos mais antigos muçulmanos à…
ver com o teu povo.
Almedin É verdade. Tal aconteceu em 711, quando
Almedin É verdade. Apesar de vivermos nos nos-
os Muçulmanos entraram na Península Ibé-
sos bairros, nas mourarias, separados de
rica, vindos do Norte de África.
vocês...
Rodrigo Ao que me contaram a ocupação da Penín-
Rodrigo Não gostas de viver assim... separado?
sula foi fácil e rápida…
Almedin Gosto... claro que sim! Desde que nos dei-
Almedin Bem, os meus antepassados foram bem re-
xem manter os nossos costumes e tradi-
cebidos por quase toda a população. Mas,
ções e respeitem a nossa fé em Alá. Na
houve alguns nobres visigodos que fugiram
mouraria, todos nós, mouros, nos conhece-
para as terras montanhosas do Norte. Lá
mos. Somos uma grande família.
para as Astúrias, onde organizaram a resis-
tência. Rodrigo As nossas diferenças são muitas, é ver-
dade… Nós não andamos com essas rou-
Rodrigo E depois, que se seguiu?
pas esquisitas, não seguimos o vosso deus
Almedin Tudo se complicou quando os combatentes Alá, nem rezamos virados para Meca…
cristãos das Astúrias começaram a recon-
Almedin (sorriso)
quistar o território. Deram-se muitas bata-
lhas… Depois, desentendemo-nos e os reis Rodrigo … mas, o que interessa é que aprendemos
cristãos ibéricos passaram a ter mais sorte muito com o teu povo… e acho engraçado
na guerra. Olha, ao fim de alguns séculos, que tu também já faças muitas coisas
formou-se Portugal. como nós!!

40 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Almedin Tens razão, amigo! Vamos aprendendo uns com os outros! Sabes que foram os
meus antepassados que trouxeram a laranjeira e o pessegueiro para aqui?
Rodrigo Sei. O meu pai, velho camponês, disse-me que foram os teus antepassa-
dos que trouxeram a nora, que permite regar os campos muito mais de-
pressa…
Almedin … e os pomares no Algarve, os figos e as uvas no Alentejo, as maçãs
em Sintra…
Rodrigo Tudo isso?
Almedin E muito mais. Sabes que no nosso antigo Império viviam muitos povos.
Uns eram avançados na matemática, outros sabiam muito de astrono-
mia, outros tinham desenvolvido a medicina e…
Rodrigo Estou a perceber. Vocês copiaram tudo desses povos.
Almedin Nada disso. Pelo contrário, graças à inteligência dos meus antepassados,
nós adaptamos, melhorámos e aperfeiçoamos os inventos e as descober-
tas dos outros povos. E, claro, criamos coisas novas, também, estás a per-
ceber?
Rodrigo Sim, portanto vocês ensinaram-nos o que aprenderam com outros povos.
Almedin … e o que nós aperfeiçoamos e criamos, não te esqueças. Aliás, tu,
Rodrigo, usas no teu dia a dia muitas palavras que são de origem árabe.
Rodrigo Eu sei. É o caso, por exemplo, do nome da nossa região – o Algarve.
Almedin Sim, que quer dizer “o Ocidente”. Mas, há mais, muito mais…
Rodrigo Está bem, amigo. Mas, agora, tenho de ir à minha vida.
Almedin Já te vais? Eu queria, ainda, falar-te da nossa música, da arte, dos barcos, das casas…
Rodrigo Por hoje, chega! Tenho de ir à minha vida.
(Mendes Moreira)

Tarefa – Preenche o quadro.

Personagens

Diferenças entre
as personagens

Influências muçulmanas
em Portugal

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 41


DOCUMENTOS B4 – A Formação do Reino de Portugal
ESCRITOS
Concessão do Condado Portucalense
E era este D. Henrique muito discreto e esforçado cavaleiro. (…) E andando sempre na guerra dos Mou-
ros com El-Rei D. Afonso, fez muitas cavalarias, por ordem del-Rei. E tendo el-Rei assim dele grandes
feitos e trabalhos, que em sua companhia passaram na guerra contra os infiéis, determinou de casar as
suas filhas com eles. E a outra chamada D. Tareja, deu por mulher a D. Henrique, dando-lhe com ela em
casamento Coimbra, e com toda a terra até o castelo de Lobeira, que é uma légua além de Pontevedra
em Galiza, e com toda a terra de Viseu e Lamego. E tudo o que assim lhe deu, fez Condado de Portugal,
em tal condição que o conde D. Henrique servisse, e fosse a suas Cortes e chamados. Mas, o conde
D. Henrique, embora fosse um varão honrado, começou a hostilizar um tanto a vassalagem. Repeliu
das fronteiras do condado os mouros, o mais que possível lhe foi, reivindicando para si uma soberania
especial.
Crónica dos Sete Primeiros Reis de Portugal, século XV

O conde D. Henrique
D. Henrique travou muitas lutas com Leoneses e ganhou deles muita terra até chegar a Astorga a qual
tendo metida a seu senhorio, dali os guerreou fazendo muitas cavalgadas pela terra, estragando-lhes
pães (campos de cereal) e vinhas. Veio o conde a adoecer e conheceu não haver nele vida, pelo que
chamou seu filho D. Afonso Henriques dizendo:
- Filho, more sempre em teu coração justiça, dá a cada um o que é seu direito assim grandes como pe-
quenos, e nunca por pedidos nem cobiça deixes de fazer justiça (…). De toda esta terra que te deixo, não
percas dela um palmo que eu a ganhei com grande fadiga e trabalho. E manda-me a enterrar a Santa
Maria de Braga, que eu povoei.
Duarte Galvão, Crónica de El-Rei D. Afonso Henriques, 1505

A batalha de São Mamede


(Em 1128), no mês de junho, na festa de São João Batista, o infante D. Afonso, filho do conde D. Henri-
que e da rainha D. Teresa, tomou na sua mão o reino de Portugal. Porquanto, morto o seu pai o conde
D. Henrique, como ele ainda fosse criança de dois ou três anos, alguns estrangeiros usurparam o gover-
no de Portugal, com o consentimento de sua mãe, a rainha D. Teresa, querendo ela própria governar no
lugar do marido, afastando o filho dos negócios do reino. Valente como era, convocou os seus amigos e
os mais nobres de Portugal, que preferiam o governo dele ao da mãe e dos indignos estrangeiros, travou
com aqueles batalha no campo de São Mamede, que fica próximo do castelo de Guimarães. Ocupou ele
o governo e a monarquia do reino de Portugal.
Crónica dos Godos, século XII

42 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Sobre a conquista de Lisboa
Em cerca de cento e sessenta e quatro navios reuniram-se, no porto de Dartmouth, homens de diversas
nacionalidades, costumes e línguas. (…). Entre estes povos de tão diferentes línguas fizeram-se pro-
messas firmíssimas de concórdia e amizade. (…). Ora como tivéssemos chegado ao Porto, o bispo com
seus clérigos veio ao nosso encontro. O rei achava-se então ausente com o seu exército, lutando contra
os mouros. Feitas a todos as saudações conforme o costume da sua gente, disse-nos o bispo que já
sabia que nós havíamos de chegar, e na véspera recebera do rei uma carta, em que dizia isto:
“Afonso, rei de Portugal, a Pedro, bispo do Porto, saúde. Se porventura arribarem aí os navios dos Fran-
cos, recebei-os diligentemente com toda a benignidade e doçura e, conforme o pacto que com eles
fizerdes de ficarem contigo, vós e quantos o quiserem fazer, como garantia de combinação feita, vinde
em sua companhia a ter comigo, junto de Lisboa. Adeus”.
Ao norte do rio está a cidade de Lisboa. (…). Os seus terrenos, bem como os campos adjacentes, po-
dem comparar-se aos melhores, pela abundância do solo fértil, quer se atenda à produtividade das
árvores quer à das vinhas. E abundante de todas as mercadorias; tem ouro e prata. Não fabricam o sal:
escavam-no. É de tal modo abundante de figos que nós a custo pudemos consumir uma parte deles. Os
seus ares são saudáveis e há na cidade banhos quentes.
Carta de Osberno (cruzado), século XII

Rendição dos mouros de Silves


Constrangidos pela necessidade da sede, saiu o alcaide da cidade e outros dois dos maiores do lugar. E
vieram-se a el-rei e falaram com ele; dizendo que lhe dariam a cidade, e que os deixassem ir com todas
as suas coisas. E el-rei chamou os Flamengos, sem os quais não podia fazer nenhum acordo. E eles
disseram que não consentiam nisso, mais que não era bem ficar nenhum vivo. E el-rei, então, havendo
piedade dos mouros, houve de fazer com os Flamengos que os deixassem a vida sem outra nenhuma
coisa que levassem. E eles disseram a el-rei que pois lhe a ele aprazia assim, que saíssem com as mais
vis vesteduras que tivessem.
Rui de Pina, Crónica de D. Sancho I, século XVI

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 43


B4 – A Formação do Reino de Portugal
ENTREVISTA A...

D. Afonso III (1248-1279)


um grande monarca medieval
Segundo filho de D. Afonso II, foi educado em França. Por
incapacidade de D. Sancho II, seu irmão, regressou a Por-
tugal e, pouco depois, assumiu a coroa (1248). O seu rei-
nado tem vários acontecimentos marcantes: a conquista
definitiva do Algarve (1249), a primeira reunião das Cortes
com a presença dos procuradores dos concelhos (1254) e
a ascensão da cidade de Lisboa a capital do reino (1255).

Entrevistador Eis el-rei D. Afonso III, o primeiro rei de de “Visitador, Curador e Defensor”. Orgu-
Portugal e do Algarve. lhoso por tal convite, regressei ao meu
país.
D. Afonso III É verdade. Uma grande honra pessoal.
Entrev. Não me diga que se deu um golpe de Es-
Entrev. Para mim, é também uma honra poder
tado?!
conversar com Vossa Senhoria. Permita-
-me uma curiosidade: a que se deve o D. Afonso III Bem, o reino viveu uma situação de
seu cognome “O Bolonhês”? É um pouco guerra civil e, dois anos mais tarde, com
invulgar. a morte de b) , eu as-
sumi a coroa.
D. Afonso III É muito simples. Como era o segundo
filho de D. Afonso II e não se previsse vir Entrev. E, a guerra civil acabou?
a ser rei, saí do país e fui para junto da D. Afonso III Com efeito, não. Por isso, tive de criar
minha tia D. Branca, que vivia na corte um plano que unisse todos os fidalgos e
francesa. Lá conheci D. Matilde, con- os levasse a pôr fim aos combates entre
dessa de Bolonha, com quem casei. Daí eles.
veio o cognome de “O Bolonhês”.
Entrev. Bem pensado. O que é que propôs?
Entrev. Muito bem. E, já agora, o que o fez re- D. Afonso III A conquista do c) para
gressar a Portugal? expulsar os mouros do território no sul
D. Afonso III Olhe, com franqueza, eu troquei as rique- do reino. Todos aceitaram, com entu-
zas do condado de a) , siasmo.
em França, pela realeza de Portugal por- Entrev. Foi uma ideia brilhante. A luta contra os
que sempre desejei ser rei. mouros foi difícil?
Entrev. !!!... Mas, como é que tudo aconteceu? D. Afonso III Tudo correu bem, sem dificuldade, e para
D. Afonso III A oportunidade surgiu quando o meu contentar a nobreza e pôr fim às suas di-
irmão, o rei D. Sancho II, se mostrou inca- visões, dei a todos grandes recompensas
paz de impor a ordem no reino. Por isso, e bons cargos.
alguns nobres e clérigos convidaram-me Entrev. E, quanto a Castela? O rei reconheceu a
para governar o reino, dando-me o título conquista portuguesa do Algarve?

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D. Afonso III Isso é outra história! Como o rei caste- D. Afonso III Como sabe não se pode agradar a toda a
lhano pretendia o Algarve, eu tive de gente…e, desta vez, era a Igreja que que-
criar um plano para lhe agradar: pedi a ria ter mais privilégios e honras. Até se
sua filha D. Beatriz em casamento… queixaram de mim ao Papa.
Entrev. Como?! Mas, Vossa Senhoria já era ca- Entrev. Parece impossível. E, agora, qual foi o
sado!!! seu plano para resolver a situação?
D. Afonso III … é verdade… D. Afonso III Olhe, mandava delegações da
minha corte a Roma para agradar ao
Entrev. Então, o que aconteceu?
e) , fazia muitas pro-
D. Afonso III Bem, eu não fui um bom marido para messas... Até prometi organizar uma
D. Matilde. Ela veio a Portugal e… recu- cruzada à Terra Santa.
sei-a. Por isso, o Papa ameaçou-me com
Entrev. E fez?!
o Inferno, ordenou vários castigos mas
nada me meteu medo. O que eu queria D. Afonso III Bem, em abono da verdade… Mas, sabe,
era assegurar para Portugal a posse do ao fim de dez anos de falsas promes-
Algarve. sas, comecei a sentir-me velho, sempre
adoentado, e acabei por dar aos bispos
Entrev. E depois?!... Casou com a princesa de
as regalias que eles exigiam.
Castela?
Entrev. Pois é… teve medo do Inferno.
D. Afonso III Claro… Eu gostava da filha de Afonso X,
rei de Castela e Leão, e precisava de me D. Afonso III Sabe, eu sentia o fim da minha vida. De
entender com o meu sogro. Mas, não foi vez em quando, tinha sonhos
fácil. Só quase dez anos depois do casa- terríveis. Parece que estava
mento é que Castela reconheceu a posse num caldeirão a arder e…
do Algarve por Portugal. não acha que é melhor pre-
venir que remediar?
Entrev. Então não foi fácil!
Entrev. Pois, pois. Como eu o
D. Afonso III Não. Mesmo assim Afonso X impôs a
compreendo!
condição de o território ser administrado
(Mendes Moreira)
pelo seu neto e meu filho, o jovem prín-
cipe d) .
Entrev. Enfim, tudo acabou em bem. Imagino,
que passou a ter uma vida calma em
Lisboa, dedicada aos seus negócios nas
lojas e armazéns à beira rio e aos saraus
de música e poesia no seu palácio, o
Paço da Alcáçova.
D. Afonso III Bem, isso é só uma parte da verdade. Os
tempos que se seguiram não foram só de
festa.
Entrev. Não me diga que o reino continuou a viver
tempos agitados!?
Tarefa – Preenche os espaços em branco no texto.

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DOCUMENTOS C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV
ESCRITOS
O povoamento do território
Eu Conde D. Henrique e minha mulher e ilustre rainha D. Teresa, filha do grande rei D. Afonso (…) faze-
mos carta de doação e duração perpétua a vós Alberto e Roberto Tibaldi e ainda a todos franceses que
atualmente moram na vila de Guimarães. Damos pois a vós o terreno livre (…) e o concedemos para que
o tenhais e possuais livre e em paz vós e todos os vossos descendentes para sempre pelo muito bom
serviço que vós fizestes e fazeis (…) e porque escolhestes morar connosco na nossa terra.
Texto in Vimaranensis Monumenta Historiae

Carta de feira de Santarém


Dom Dinis, pela graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve. A quantos esta carta virem faço saber que
eu mando fazer feira na minha vila de Santarém e que a comecem a fazer no primeiro dia de abril. E dure
até primeiro dia de junho e assim em cada ano. E todos aqueles que a essa feira vierem sejam seguros de
ida e de vinda e de estada, e mando que não sejam penhorados por nenhuma dívida, naqueles quinze dias
antes deste tempo que vierem a essa feira, nem nos ditos dois meses que a feira durar, nem nos outros
quinze dias depois da feira a que possam ir em salvo, senão por dívida que for feita na feira. (…) Mando
que todos aqueles que a essa feira vierem com suas mercadorias que não paguem a mim, na dita feira
de Santarém, portagem nem costumagem nenhuma.
Carta de feira de Santarém, 1317

Fundação do Estudo Geral em Lisboa


Ora, desejando Nós enriquecer nossos reinos com este precioso tesouro, houvemos por bem ordenar;
na real cidade de Lisboa um estudo Geral, que não só munimos com cópia de doutores em todas as
artes mas também confirmamos com muitos privilégios.
Prometemos, com a presente carta, plena segurança a todos os que nele estudam ou queiram de futuro
estudar; e não permitiremos que lhes seja cometida ofensa por algum ou alguns de maior dignidade que
sejam, antes, com a permissão de Deus, curaremos de os defender de injúrias e violências. Além disso,
quantos a eles vierem nos acharão em suas necessidades de tal modo generosos que podem e devem
fundamentalmente confiar nos múltiplos favores da Alteza Real.
In Chancelaria de D. Dinis, 1290

A fome de 1333
O ano de 1333 foi tão mau por todo o Portugal que andou o alqueire de trigo a 21 ceitis(1) e faltaram todos
os outros frutos de que a população se mantinha. Nesse ano morreram muitas pessoas de fome, sendo
tantos os mortos que não cabiam nos adros das igrejas e os enterravam fora dos adros e deitavam nas
covas aos quatro e aos seis.
Livro da Noa de Santa Cruz de Coimbra, século XIV (adaptado)
(1)
Ou seja, cerca de seis vezes mais caro do que em anos normais

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A Peste Negra
No início da epidemia, produziam-se inchações nas virilhas ou nos sovacos: algumas tornavam-se
grandes como maçãs, outras como um ovo. Davam-lhes o nome de bubões. Os bubões não tardavam
a crescer em qualquer parte do corpo, anunciando a morte. Depois, o mal passava a apresentar-se sob
o aspeto das manchas negras, que apareciam em qualquer parte do corpo. Quanto ao tratamento, não
havia prescrição médica ou receita eficaz que curasse ou produzisse qualquer alívio ao doente.
Boccacio, Decameron, 1351 (adaptado)

Motins populares após a morte de D. Fernando


Quando por falecimento de el-rei em cidades e vilas se mandou alçar voz por D. Beatriz, rainha de Cas-
tela: – Arraial, arraial, pela rainha D. Beatriz de Portugal, nossa senhora – o povo miúdo amotinou-se.
Em Elvas, mal o alcaide mandou lançar pregão por D. Beatriz, a multidão apoderou-se do castelo.
Em Beja, pouco depois, o povo, conduzido por um a que chamavam Gonçalo Ovelheiro, cercou o castelo,
pôs fogo à porta e entrou nele, enquanto o alcaide, partidário da rainha, se escapava por outra banda.
Em Portalegre, a arraia-miúda atacou o castelo pela manhã com tamanho ardor, que ao meio-dia já o
tinha em seu poder.
Em Estremoz e em Évora e em outras partes, o povo prendeu e amarrou as mulheres e os filhos dos que
eram pelo rei de Castela, e ameaçou de os queimar à vista dos seus parentes, pelo que eles preferiram
entregar os castelos.
E até em frente de Lisboa, Almada se entregou, mais por boas razões que pela força.
In Crónica do Condestável de Portugal, século XV (adaptado)

As Cortes de Coimbra
Juntos em Coimbra esses prelados e fidalgos que entendiam defender Portugal, e alguns procura-
dores de certas vilas e cidades do reino, começaram a falar do governo da terra e de quem a devia
governar.
Nisto, chegou-se o dia em que haviam de abrir as Cortes.
– Ora, senhores – disse aquele doutor [João das Regras] –, pois que já está esclarecido aquilo em
que tanto duvidáveis, este reino está de todo vago e posto à nossa disposição para elegermos quem
o defenda e governe. De forma que, pelas coisas que até agora vimos, este D. João, Mestre de Avis,
que tanto trabalhou e trabalha por honra e defesa deste reino, é apto e idóneo e merece esta honra e
estado de rei.
E por acordo unânime de todos os grandes e comum povo responderam que promovessem o Mestre
[de Avis] à alta dignidade e estado de rei.
Fernão Lopes, Crónica de D. João I, 1443 (adaptado)

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C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV
DRAMATIZAÇÃO
A vida num senhorio medieval

Camponês 1 Temos por aqui uma cara nova! Deixa-me ir conhecê-lo. (…) Como passa? Então o que o trouxe para
estas bandas?!
Camponês 2 Olá. Obrigado. Sou um antigo servo. Comprei a minha liberdade e… vim para uma propriedade nova.
Vamos ver como tudo vai correr, agora.
Camponês 1 Ai, amigo,… Isto este ano vai mal, mesmo mal… Nem sabes o que te espera…
Camponês 2 O que me espera? Olha que o nosso senhor é muito generoso. Concedeu-me um casal para explorar
e garantiu-me proteção e segurança.
Camponês 1 Sim, ele dá-nos proteção, claro, mas em troca temos uma série de obrigações a cumprir… . Olha,
por exemplo, as rendas que és obrigado a pagar.
Camponês 2 Rendas?
Camponês 1 Sim! Para além de termos de trabalhar, como hoje, na reserva do senhor, ainda temos de lhe dar
uma parte do que colhemos no casal… e é isso que me está a preocupar…
Camponês 2 E, então, porquê?
Camponês 1 Com o clima seco deste ano, as colheitas vão ser muito fracas… Teremos de entregar quase tudo
ao senhor… Como vou alimentar a minha família?
Camponês 2 Então… alguma coisa há de sobrar… Poderás moer os cereais e fazer pão para todos. Já vi que este
senhorio até tem um moinho e um forno.
Camponês 1 Nem me fales nisso! Para o fazer tens de dar ao senhor uma parte do que lá fores moer e cozer…
Camponês 2 Estou a ver que não é fácil só que doutra forma também não podíamos sobreviver. Aqui estamos
em segurança… Não temos de temer os assaltos.

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Camponês 1 Sim, tens razão. Apesar de vivermos mal, temos a nossa vida mais segura…
(Entretanto, o senhor, a cavalo, aproxima-se, acompanhado pelo capataz, a pé, que lhe vai explicando os trabalhos)
Senhor Estou a ver que as plantações este ano não estão a correr bem…
Capataz Sabe, senhor, o tempo tem estado muito seco… não chove há muito… não podemos fazer nada!
Senhor Bem, nada pode faltar no castelo. Assegura-te disso. Não te esqueças que temos de preparar, em
breve, o grande banquete em honra do senhor conde que nos vem visitar.
Capataz Sim, meu senhor!
Senhor Como sabes, esta propriedade foi-me dada pelo conde de Beires, em troca do apoio militar que lhe
prestei aquando dos ataques dos Vikings.
Capataz Sei muito bem. Graças à sua valentia e coragem, conseguiu defender esta região dos ataques dos
piratas do Norte da Europa… mas foi bem recompensado.
Senhor É verdade, graças a este senhorio disponho de boas rendas… Mas vamos ao que interessa. Como está
o meu gado? Os porcos, os carneiros e as vacas estão gordos para a
matança?
Capataz O senhor sabe… as pastagens estão secas… sem erva não há en-
gorda…
Senhor Faz o que tiver de ser feito. Aumenta as rendas, se for necessário (dá
uma volta para sair e os camponeses ficam novamente sozinhos).
Camponês 2 Que Deus nos acuda! Tinhas mesma razão… como vai ser a nossa
vida?
Camponês 1 Não sei… não sei… (ouve-se ainda a voz do capataz, a ir embora).
Capataz E vocês dois aí… parem de conversar e trabalhem… depois, não se
queixem!!...
(Mendes Moreira)

Tarefa – Preenche o quadro.

Local onde decorre a ação

Personagens

Preocupações dos
intervenientes

Deveres dos camponeses


para com o senhor

Dever do senhor para com


os camponeses

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C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV
DRAMATIZAÇÃO
A caminho de um feira do século XIII
Ao longo de um caminho de terra batida, rodeado por extensos pinhais, dois mercadores dirigem-se, nos finais do
século XIII, para a feira de Guimarães. Vão bem dispostos e as suas mulas carregam muitas mercadorias pois confiam
no sucesso dos seus negócios.

1.o Mercador Este foi um ano de fartura. As colheitas 1.o Mercador Não te aflijas. Não são malfeitores. São
foram boas. Há para comer e vender. camponeses.
2.o Mercador É verdade. O que é que levas para a feira 2.o Mercador Boas tardes. O Senhor vos acompanhe.
de Guimarães? Donde vindes?
1.o Mercador Olha, levo cereais, tigelas de barro, ar- 1.o Camponês Vimos das terras de Braga.
reios para cavalgadura, panos de lã e de
2.o Mercador E que levais?
linho e, até, uns potes de azeite.
2.o Camponês Coisas da terra, como alhos, nabos, ce-
2.o Mercador Eu não levo azeite. Esse é um produto
bolas. Levamos, também, galinhas e
caro. Mas, tenho aqui comigo algumas
suínos. Ali o meu compadre tem umas
novidades.
ferramentas e sapatos, que fez nas horas
1.o Mercador Ah, sim!? Então, que levas? vagas.
2.o Mercador Umas mercadorias de terras de muito 1.o Mercador Estamos quase a chegar. Cada vez se vê
longe. Estou a ver que estás curioso. mais gente… Lavradores, frades, nobres
Bem, eu digo-te. As minhas mulas levam acompanhados pelos seus homens de
tecidos de França, armas de Castela e, armas, …
até, especiarias que vieram do Oriente.
2.o Mercador … e guardas de feira. É bom vê-los pois
o
1. Mercador Olha se te assaltam, estás bem arran- assim há mais segurança e estamos
jado. Tudo isso é caro. Ficas na miséria. mais protegidos.
2.o Mercador Eu sei, estes caminhos são perigosos…
Quem são aqueles?

Feira do século XIII.


in A Pátria Lustiana, Edições ASA

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1.o Mercador Concordo contigo. Só é pena termos de
pagar impostos pelas mercadorias que le-
vamos para a feira.
2.o Mercador Tem paciência. É assim que consta na carta
de feira do nosso antigo rei D. Afonso III.
1.o Mercador Bem, onde nos vamos instalar?
2.o Mercador Eu vou já montar os meus toldos aqui, junto
à porta do castelo. Amigo, boa sorte!

in A Pátria Lustiana, Edições ASA


1.o Mercador Obrigado. Diz-me só mais uma coisa. Tu
vais vender só a dinheiro?
2.o Mercador Não. Como sabes as moedas não abundam
muito, em especial entre a gente do povo.
Por isso, vou aceitar que eles me paguem
em géneros, como mel, cera, lã, …
1.o Mercador Concordo. Agora vou à minha vida. Estou a
ver ali um bom espaço no meio do terreiro.
2.o Mercador Vai com Deus. Mais logo, ao pôr-do-sol, en-
contramo-nos na taberna. Depois, vamos
ver os jograis, os saltimbancos e as bailari-
nas. Quero cantar e bailar. Até trouxe uma
flauta.
1.o Mercador Eu, também, quero jogar os dados e dançar
com as raparigas. Esta feira de setembro
dá tempo para tudo. Dura quatro dias e… a
vida não é só para trabalhar.
(Mendes Moreira)
Diversão na feira.

Tarefa – Preenche, com base no


texto dramatizado, os espaços em
branco nos balões das ilustrações.
in A Pátria Lustiana, Edições ASA

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C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV
DRAMATIZAÇÃO
No cais do rio Tejo, em finais do século XIII

(Cidade de Lisboa, junto ao Tejo, um cais. Veem-se barcos, homens a descarregar mercadorias e muita agitação. Uma
das personagens é de Lisboa e a outra chegou recentemente do interior do reino).

Pero (arfando do esforço do trabalho, grita para o trabalham na agricultura. O meu pai ouviu
lado) Então, Fernão, anda cá dar uma mão! O dizer que aqui, em Lisboa, se vive melhor por
que fazes aí especado a olhar? causa das feiras e mercados. Então, mandou-
-me para casa de um tio…
Fernão (espantado) Ai, valha-me Deus! Até estou
meio tonto com tanta confusão! Pero Ah! Percebo…
Pero (com voz jocosa) Pois… coitadinho! Não me Fernão Foi ele que me trouxe cá, hoje de manhã!
digas que vais desistir, logo, no teu primeiro Arranjou-me trabalho aqui a descarregar…
dia na “grande cidade”. Mas é tudo tão confuso… Tanta gente, tantos
barcos, tantas cordas, tantos sacos…
Fernão Vem donde?
Pero Não te preocupes. Eu explico-te. Estes barcos
Pero De Génova. (admirado) Mas, afinal, se tu não
maiores são de grandes comerciantes euro-
sabes nada disto… O que estás aqui a fazer?
peus, que compram produtos numas cidades
Fernão Eu…eu…bom, sou de uma aldeia do Alen- e, depois, os vão vender para outras terras.
tejo. Sou de uma família grande, onde todos Estás a perceber?

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Fernão Então, de onde vêm e para onde vão exata- Pero (rindo-se) Ah!! Deves ter ouvido algum ge-
mente? novês ou maiorquino ou catalão ou outro
qualquer estrangeiro a falar! É que aqui em
Pero Pois…isso depende, mas olha… este que
Lisboa vivem muitas pessoas de várias par-
chega hoje, e que nós vamos ajudar a des-
tes da Europa… Ficam a tratar dos negócios…
carregar, traz produtos que os italianos foram
buscar ao Oriente… Fernão Ai sim?
Fernão Onde? Pero Mas também é verdade que os barcos,
quando saem daqui, levam produtos para
Pero Ao Oriente… lá longe, onde o sol nasce… Bem,
vender noutras paragens!
eles trazem de lá produtos raros – especia-
rias, joias, tecidos… - e, depois, vão vendê-los Fernão (impressionado) Sério? Lisboa é assim tão
às cidades do Norte da Europa. importante?!!
Fernão Ah! E Lisboa também faz parte dessa Eu- Pero Nós temos alguns produtos que se vendem
ropa? bem para o estrangeiro, como sal, vinho,
azeite, couros, peles.
Pero (a gozar) Ai que este rapaz não sabe nada!
Sim, Fernão, Portugal é um reino da Europa! Fernão Muito interessante. Vou gostar de viver em
E digo-te que a nossa cidade está muito bem Lisboa.
localizada, junto ao mar…
Pero Estou a ver. Mas,
Fernão E é bonita, assim, cheia de gente… agora, despacha-
-te. O barco
Pero Sabes, como é a meio caminho entre o Sul e o
está a acos-
Norte da Europa, todos os barcos gostam de
tar. Vem daí!!
cá parar…E fazem grande negócio também!
(Mendes Moreira)
Fernão Isso vê-se… tantos comerciantes aqui à es-
pera deste barco… (admirado). Olha lá, esta
gente não fala como nós. Não entendo o que
eles dizem.

Tarefa – Preenche o quadro.

Local onde decorre a ação

Personagens

Locais de comércio
referidos no texto

Produtos referidos no texto


(importados e exportados)

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C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV
ENTREVISTA A...

D. João I (1385-1433)
o fundador da dinastia de Avis
Filho ilegítimo de D. Pedro I, tornou-se Mestre de Avis aos
6 anos. Em 1383, à morte de D. Fernando, seu meio-irmão,
D. João encabeçou a revolta popular em Lisboa, recebendo o
título de «Defensor e Regedor do Reino». Em 1385, nas Cortes
de Coimbra, foi aclamado rei de Portugal, e, na batalha de
Aljubarrota, alcançou uma vitória decisiva sobre as tropas
de Castela. Em 1415, comandou a expedição a Ceuta, dando
início à expansão ultramarina portuguesa.

Entrevistador Hoje, connosco, Sua Alteza D. João I, acompanhado por gente boa de Lisboa,
“O da Boa Memória”. subi aos Paços da Rainha e, rapidamente,
D. João I Como disse?! demos cabo dele.

Entrev. Então, não sabe que o seu cognome é “O Entrev. Então, isso foi uma conspiração! E depois?
da Boa Memória”?! Foi muito bem posto, D. João I Depois, tudo se complicou. A rainha-
pois o seu reinado deixou muito boas re- -viúva foi para Santarém e chamou o
cordações. Para além de tudo, salvou a rei de Castela para vir a Portugal tomar
independência de Portugal após a morte posse do trono.
de a) .
Entrev. Um problema grave.
D. João I Ah! Compreendo, agora. Estou total-
mente de acordo, pois nessa altura o D. João I Sim, tivemos logo de nos preparar para
reino correu grande perigo. a invasão castelhana. Os burgueses de
Lisboa deram dinheiro para as despesas
Entrev. Como é que tudo começou?
da guerra e nomeei d) ,
D. João I Olhe, a rainha-viúva D. Leonor tinha um dos poucos nobres que me apoiavam,
grande simpatia por Castela e a sua como comandante- geral das tropas.
filha, b) es-
tava prometida em casamento ao rei de Entrev. E, quando se deram os combates? O que
c) . aconteceu a Lisboa?

Entrev. Sim, e ainda havia um tal Conde de An- D. João I Bem, D. Nuno levou um pequeno exér-
deiro. cito para Atoleiros, perto da vila de
Fronteira, no Alentejo. Aí tudo correu
D. João I Era um forte partidário de Castela e,
bem. O pior foi em Lisboa, onde du-
ainda por cima, diz-se que era amante
rante vários meses sofremos um grande
de D. Leonor.
e) . Conseguimos re-
Entrev. Enfim, só problemas! sistir aos ataques castelhanos, mas foi a
D. João I Bem, quanto ao Conde de Andeiro, o pro- peste que nos salvou. Eles, assustados,
blema resolveu-se num instante. Um dia, levantaram o cerco à cidade.

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Entrev. Então, os castelhanos não mais voltaram. Entrev. Hoje chamado Mosteiro da h)
. Enfim, as lutas terminaram
D. João I Voltaram, pois. Quando eu fui aclamado
para Sua Alteza!
rei nas Cortes de f) ,
em abril de 1385, o rei de Castela lançou D. João I Não, ainda houve alguns combates com
um grande ataque a Portugal. Eles eram Castela. Mas, depois, voltei-me para o
mais de 30 mil soldados e, até, vinham Norte de África para combater os Muçul-
apoiados por tropas francesas. manos e tomar-lhes algumas cidades.
Entrev. E nós, como nos defendemos? Entrev. Bem, essa já é outra história.
D. João I Tudo se decidiu em g) , D. João I É verdade. São histórias de grandes
ali bem perto da Batalha.
lha. D. Nuno Álva- aventuras em terras e no mar, de valen-
res Pereira organizou um grande plano tes cavaleiros e audazes marinheiros que
para enfrentar o inimigo.
migo. Em primeiro levaram o bom nome de Portugal a cor-
lugar, minou o terreno
no com as “covas rer todo o mundo.
de lobo”, uns buracos no chão com paus
(Mendes Moreira)
afiados voltados para cima. Depois, pre-
parou as nossas tropasas para atacarem
«em tenaz» os cavaleiros
eiros castelhanos;
por fim, colocou os arqueiros
rqueiros ingleses,
sabiamente, no terreno.
o.
Entrev. Então, tiveram a ajuda da Inglaterra!…
D. João I Sim, se a França apoiava
va Castela, nós pe-
dimos à Inglaterra para
a nos apoiar.
Entrev. Bem feito. Quem ganhou,
hou, afinal, a bata-
lha de Aljubarrota?
D. João I Quem havia de ser? Claro
aro que fomos nós.
Mas, como eu estava um pouco receoso,
prometi a Nossa Senhora,
hora, em plena ba-
rande mosteiro, o
talha, construir um grande
ria da Vitória.
Mosteiro de Santa Maria

Tarefa – Preenche os espaços em branco no texto.

Estátua equestre de
D. João I, em Lisboa.

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DOCUMENTOS C2 – Portugal nos Séculos XV e XVI
ESCRITOS
Medos dos navegadores nos inícios do século XV
Nos inícios do século XV, acreditava-se que a seguir ao cabo Bojador (localizado no que é hoje o Sara
Ocidental) começava o Mar Tenebroso, onde a água fumegaria sob o Sol, imensas serpentes comeriam
os desgraçados que caíssem ao mar, o ar estaria envenenado, os brancos ficariam negros, haveria co-
bras com rostos humanos, gigantes, dragões e canibais com a cabeça embutida no ventre.
Por outro lado, o estrondo das ondas nos penhascos da costa, as correntes fortíssimas e as névoas de
areia provocariam o pânico nos pilotos.
Maurice Crouzet, História Geral da Civilização

Saberes e interesses dos Portugueses A (re)descoberta da Madeira


Ele [o infante D. Henrique] tinha vontade de Chama-se ilha da Madeira que quer dizer ilha
conhecer a terra que ia além do cabo Bojador da lenha, porque quando foi descoberta pelos
(…) porque considerou que se poderiam trazer navios do senhor infante [infante D. Henrique]
muitas mercadorias para estes reinos (…) por estava cheia de árvores. É muitíssimo fértil. O
curiosidade de se conhecer o poderio dos mou- dito infante mandou pôr nestas ilhas muitas
ros (…) por querer saber se se achariam em canas-de-açúcar que deram muito boa prova.
aquelas partes alguns príncipes cristãos que Entre as videiras mandou pôr malvasias [tipo
o quisessem ajudar contra os inimigos da Fé de videira] que mandou vir de fora e se deram
(…) e para trazer a Nosso Senhor Jesus Cristo muito bem.
todas as almas que se quisessem salvar. Luís Cadamosto, Primeira Navegação,
Gomes Eanes de Zurara, Crónica do Descobrimento e século XV (adaptado)
Conquista da Guiné, 1453

A (re)descoberta dos Açores


Viram terras a ocidente, além do cabo Finisterra umas trezentas léguas, que eram ilhas; entraram na
primeira desabitada e acharam muitos açores e muitas aves; e foram à segunda que era chamada de
ilha de São Miguel, também despovoada e com muitas aves e açores, onde além disto encontraram
águas quentes naturais de enxofre. Daí viram outra ilha chamada Terceira, cheia de arvoredo e muitos
açores. E descobriram ali perto outra ilha, agora chamada Faial. E imediatamente outra a duas léguas
da ilha do Faial, agora chamada ilha do Pico. Os navios voltaram a Portugal, anunciando a notícia ao
senhor D. Henrique que se alegrou muito.
Diogo Gomes, Relação dos Descobrimentos da Guiné e das Ilhas, século XV (adaptado)

O difícil cabo Bojador


Nunca ninguém tinha ousado passar aquele cabo do Bojador como o infante [D. Henrique] desejava.
– Como passaremos? – diziam eles. Depois deste cabo não há gente nem povoação alguma; a terra é
arenosa como os desertos onde não há água, nem árvore nem erva verde; e o mar é tão baixo que a
uma légua de terra não tem fundo mais do que uma braça. As correntes são tamanhas que navio que lá
passe nunca mais poderá voltar (…).
Gomes Eanes de Zurara, Crónica da Guiné, 1453 (adaptado)

56 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


A argúcia e o engenho de D. João II
Logo que começa a reinar, D. João II começou a pensar no grande proveito que lucrariam ele e o seu reino, se
naquela parte da Mina pudessem ter uma fortaleza onde se fizesse comércio, através do qual se conseguiria
muito ouro que ali se vinha resgatar. Assim, determinou fazer, em São Jorge da Mina, uma fortaleza.
E como em todo o oceano não havia latinos, senão as caravelas em Portugal, o rei, para que ninguém ten-
tasse ir àquelas partes, fez crer a todos que da Mina não podiam tornar navios redondos por causa das
correntes. Para isso, pedra, cal, lenha, madeira, ferramentas e mantimentos, foram mandados em urcas
velhas, para lá se desfazerem e disseram que, por causa das grandes correntes, não tinham podido tornar.
Garcia de Resende, Crónica de El-Rei D. João II

A chegada a Calecute (1498)


E depois, que assim estivemos ancorados, vieram de terra a nós quatro barcos, os quais vinham saber
que gentes éramos e nos disseram e mostraram Calecute.
E ao outro dia, isso mesmo vieram estes barcos aos nossos navios, e o capitão-mor mandou um dos
degredados(1) a Calecute; e aqueles que com ele iam levaram-no onde estavam dois mouros de Tunes,
que sabiam falar castelhano e genovês.
E perguntaram-lhe o que vínhamos buscar tão longe.
E ele responde:
- Vimos buscar cristãos e especiarias.
Álvaro Velho, Relação da Primeira Viagem à Índia pela Armada Chefiada por Vasco da Gama
(1)
Os navios dos Descobrimentos levavam a bordo condenados a penas pesadas,
que eram utilizados para as missões mais perigosas nas viagens para o Oriente.

A chegada à Terra de Vera Cruz (1500) A colonização da Madeira


Pela Páscoa, topámos alguns sinais de terra. E, Não muito tempo depois um cavaleiro, fami-
quarta-feira, vimos terra. Primeiramente dum liar e criado do senhor infante, de nome João
grande monte, muito alto e redondo; e doutras Gonçalves Zarco, não muito abastado, pediu a
terras mais baixas ao sul dele e de terra chã, capitania daquela ilha ao senhor infante, dizen-
com grandes arvoredos: ao monte mais alto o do que iria para ali com sua mulher e família,
capitão [Pedro Álvares Cabral] pôs o nome – o e a povoaria. O infante imediatamente para ali
Monte Pascoal e à terra – a Terra de Vera Cruz. mandou navios com vitualhas e animais, ho-
E dali houvemos vista de homens. E um deles mens e mulheres para a povoarem.
trazia um arco e seis ou sete setas. E na praia Esses começaram a semear trigo e aveia, e era
andavam muitos outros com seus arcos e se- tão fértil o solo que uma medida dava cinquen-
tas. A feição deles é serem pardos, maneira de ta e mais, e assim dos outros frutos da terra
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, que semeavam. E tinham ali tanto trigo que os
bem-feitos. Andam nus. Traziam ambos os bei- navios de Portugal, que por todos os anos ali
ços furados com um osso branco. iam, quási por nada o compravam.
E esta terra, Senhor, me parece tamanha. Nela Pouco tempo depois um cavaleiro de nome
não pudemos saber que haja ouro, nem prata. Tristão requereu ao senhor infante que lhe des-
A terra é boa, com muita água e dar-se-á nela se outra parte da ilha da Madeira, também óti-
tudo o que se quiser. ma terra para povoar, agora chamada Machico.
Carta de Pêro Vaz de Caminha a D. Manuel I sobre a Diogo Gomes, A Relação dos Descobrimentos
descoberta do Brasil, 1 de maio de 1500 (adaptado) da Guiné e das Ilhas, século XV (adaptado)

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 57


DOCUMENTOS C2 – Portugal nos Séculos XV e XVI
ESCRITOS
O comércio de Arguim, em meados do século XV
E o dito senhor infante fez desta ilha de Arguim um contrato por dez anos, nos termos seguintes: que
ninguém pudesse entrar neste golfo para traficar com os Árabes, salvo aqueles que entram no contrato,
os quais têm habitação na dita ilha, e têm feitores, que compram e vendem aos ditos Árabes, que vêm
às marinhas, fazendo mercancia de diversas coisas, como são panos, telas e prata e aliquicés, isto é,
túnicas, tapetes e sobretudo trigo, porque estão sempre famintos; e recebem em troca Negros (…); de
modo que este sr. Infante faz atualmente edificar um castelo na dita ilha, para conservar este comércio
para sempre; e por esta razão todo o ano vão e vêm caravelas de Portugal à dita ilha.
Luís de Cadamosto, Primeira Navegação

Os negócios da Casa da Índia


Ali se tratam os negócios da Índia e, por isso, lhe dão o nome de Casa da Índia.
Contudo, a mim me parece que se deve chamar o empório dos aromas, pérolas, rubis, esmeraldas e de
outras pedras preciosas que, de ano em ano, nos são trazidas da Índia; talvez, com maior verdade, se lhe
pudesse chamar o armazém da prata e do ouro, quer em barra quer trabalhada.
Ali estão patentes, para quem os quiser admirar, inúmeros compartimentos, distribuídos com ordem
e arte, tão chegados com aquelas preciosidades todas que – palavra – mal se poderia acreditar, se os
olhos não vissem tais maravilhas e as mãos não lhes tocassem.
Damião de Góis, Descrição de Lisboa, 1554

A colonização do Brasil
Lucas Giraldes, donatário, fica obrigado a enviar, nas armadas de 1547 a 1548, até 100 pessoas, armas
e munições, a montar engenhos de açúcar, a instalar serrações de madeira, engenhos de algodão e
moinhos de pão.(1)
A riqueza desta terra é principalmente em açúcares. Há no Brasil, em cento e cinquenta léguas de
costa, de Pernambuco até para lá da Baía, perto de 400 engenhos. Aqui os escravos de África são muito
procurados porque os do Brasil não são tão fortes mas gente branda e frouxa.(2)
Nesta aldeia, 130 índios de ambos os sexos foram chamados para o catecismo e 36 para o batismo,
os quais são todos os dias instruídos na doutrina, repetindo orações em português e na língua deles.
Aprendem todos os ofícios que podem ser úteis neste desterro do mundo.(3)
(1)
Texto in Virgínia Rau, Estudos de História
(2)
Francisco P. Laval, Diário de Viagem (século XVII)
(3)
Texto do padre José de Anchieta (século XVI), cit. in António Baião e outros, História da Expansão Portuguesa no Mundo

58 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Os Portugueses na Guiné
(…) Vieram os naturais da terra nas suas embarcações e trouxeram-nos as suas mercadorias, a saber
(…) dentes de elefante e uma porção de malagueta em grão (…). No outro dia vimos gentes (…) e chegá-
mos até próximo e fizemos paz com eles (…) E aí recebi um certa quantidade de ouro, em troca das
nossas mercadorias: panos, pulseiras de cobre, sal.
Diogo Gomes, Relação dos Descobrimentos da Guiné e das Ilhas, século XV (adaptado)

Os Portugueses no Congo
Os Portugueses foram levados ante el-rei (do Congo), que os estava esperando em um grande terreiro
dos seus paços, tão coberto de povo que com grande trabalho a gente dos capitães podia fazer lugar
para que os nossos chegassem a el-rei. Este estava assentado em uma cadeira de marfim e vestia um
pano de damasco, que lhe dera Diogo Cão, e na cabeça um barrete alto feito de pano de algodão.
João de Barros, Décadas da Ásia (adaptado)

Os Portugueses em Goa
Há cerca de cem anos que os Portugueses conquistaram esta cidade de Goa e muitas vezes me es-
pantei de como, em tão poucos anos, os Portugueses têm podido levantar tantos e tão soberbos edifí-
cios de igrejas, palácios, fortalezas e outros, fabricados à maneira da Europa; (…) bem como o poder que
aí têm adquirido, pois tudo ali está organizado como se fora na própria Lisboa.
Esta cidade é a metrópole de todo o Estado dos Portugueses na Índia que lhes dá tanto poder, riquezas
e celebridade. Tem nela o vice-rei a sua residência e é tratado com uma corte como se fora o próprio rei.
(…) Quanto à multidão de povo é maravilhoso o grande número de gente que aí vai e vem todos os dias
por mar e por terra a tratar de todos os tipos de negócios (…).
Francisco P. Laval, Diário de Viagem, século XVII (adaptado)

Os Portugueses no Japão
Estes homens, bárbaros do Sudoeste, são comerciantes (..). Não sei se existem entre eles regras de
etiqueta: bebem um copo sem o oferecerem aos outros; comem com os dedos e não com pauzinhos
como nós; mostram os seus sentimentos sem nenhuma vergonha. Não compreendem o significado da
nossa escrita (…). Mas, no fundo, são gente que não faz mal.
Nampo Bunshi, Crónica Japonesa, 1606 (adaptado)

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C2 – Portugal nos Séculos XV e XVI
DRAMATIZAÇÃO
A vida a bordo dos barcos da Carreira da Índia

Esquadra portuguesa no Índico.

Todos os anos, entre a segunda quinzena de março As refeições eram feitas num fogão localizado na
e a segunda quinzena de abril, partia uma armada primeira coberta – uma caixa da madeira com areia.
para a Índia. Esta era a melhor altura para fazer a via- Nela colocavam-se as panelas, às vezes quase uma
gem pois, então, os ventos do Atlântico e a monção do centena.
Índico estavam de feição. As naus levavam biscoito, carne salgada, azeite,
Cada nau tinha uma tripulação à volta de 130 pes- cebolas, peixe, água, vinho, animais vivos (galinhas,
soas, a que se juntavam cerca de 250 soldados, que porcos, cabras). Nas escalas, quando era possível,
iam prestar serviço no Oriente, para além de passa- faziam-se aguadas.
geiros, homens, mulheres (poucas) e crianças. Algu- As mudanças de temperatura – calor no equador,
mas naus chegavam a levar 800 pessoas. frio no sul de África – provocavam doenças pulmona-
O capitão de cada nau era um nobre que, grande res; a falta de frutos e de vegetais causava o escor-
parte das vezes, pouco sabia das coisas do mar. Com- buto. O barbeiro, que era ao mesmo tempo o cirurgião,
petia-lhe tomar decisões em momentos oportunos. via os dentes. O capelão ocupava-se dos moribundos.
Os problemas náuticos estavam a cargo do piloto; Os que morriam, por vezes em elevado número, eram
o mestre e o contramestre mandavam executar as lançados ao mar. As dificuldades aumentavam com
manobras aos marinheiros. as intempéries, o racionamento de géneros e as más
Muito dos que partiam inscreviam-se na Casa da condições higiénicas a bordo.
Índia, outros eram recrutados à força. Os tripulantes Nos dias passados no mar, os passageiros procu-
eram pagos com soldo, mas tinham direito a certo ravam divertir-se com representações teatrais feitas
espaço na nau para transportar mercadorias que, de- por atores de ocasião, com simulacros de touradas
pois, podiam vender livremente. e com jogos de cartas, em regra proibidos. As ceri-
A armada da Índia rumava à Madeira, seguia para mónias religiosas, entre as quais as procissões, eram
Cabo Verde e depois em direção à costa brasileira, também frequentes.
desviando-se em seguida para o sul de África. Dia a Ao fim de cinco a sete meses, chegava-se final-
dia, tinham lugar as operações rotineiras – subia-se mente à Índia. No regresso, esperava-os outros tantos
aos mastros, maneava-se o leme, faziam-se quartos trabalhos.
de vigia. Por falta de vento, os barcos, por vezes, pa-
ravam. Era preciso esperar.

60 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Tarefa – Preenche, a partir do texto, os balões das quatro pranchas de banda desenhada.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 61


DOCUMENTOS C3 – Portugal: da União Ibérica à Restauração da Independência
ESCRITOS
Promessas de Filipe II nas Cortes D. António Prior do Crato, aclamado
de Tomar (1581) rei, pelo povo, em Santarém (1580)
Sua Majestade fará juramento de manter todos os Logo que Filipe II recebeu a notícia da mor-
direitos, usos, costumes, privilégios e liberdades te de el-rei D. Henrique, juntou um exército
concedidos ao reino de Portugal (…). Que havendo composto de 18 000 homens de infantaria e
de se pôr neste reino vice-rei ou outra pessoa que 1500 de cavalaria. Enretanto, o Prior do Cra-
o haja de governar, seja Português. Que todos os to seguiu outro caminho. Dispôs em Santa-
cargos superiores e inferiores, assim da justiça rém dos ânimos dos que o acompanhavam,
como da fazenda e do governo dos lugares, sejam os quais o aclamaram rei com poucas ceri-
para Portugueses e não para estrangeiros. Que os mónias e menos prudência.
negócios da Índia e da Guiné e de outras partes Com esse título passou D. António a Lisboa
pertencentes ao reino de Portugal não se tirem e logo se preparou para defender a cidade
dele nem haja qualquer mudança. Que o ouro e a com maior confiança que força, porque não
prata que se cunharem em moeda neste reino se pôde juntar mais que 4000 homens.
cunhem apenas com as armas de Portugal. D. Luís de Menezes, História de Portugal Restaurado,
Lopes Praça, Coleção de Leis e Subsídios 1643-1656 (adaptado)

Corsários ingleses atacam a Península Ibérica


Chegaram notícias de Cádis (em 1587) relatando como o pirata inglês Francis Drake fez um desem-
barque-surpresa com 48 navios. Pilhou e desarmou 14 navios carregados de todos os tipos de merca-
dorias que se encontravam na baía. Em seguida, mandou queimar ou afundar todos os navios que não
podia levar. A 15 de maio aproximou-se de Lagos, onde desembarcou com perto de 2000 homens. A
população refugiou-se a toda a pressa na fortaleza e o governador fez uma surtida com 300 cavaleiros.
Drake retirou-se então lentamente. No dia seguinte, desembarcou com alguns homens e tomou, depois
de dois assaltos, a fortaleza de Sagres. Pôs fogo à fortaleza, ao mosteiro, aos altares e às imagens da
igreja. Queimou e arrasou dois castelos das redondezas e depois levou para os navios todos os canhões,
armaduras e armas, assim como toda a madeira que aí encontrou.
Cartas dos correspondentes dos Fugger, século XVI

Os males da dominação filipina


Pôs-nos mal Castela com todas as nações, com que se diminuiu no trato (comércio). As rendas das
alfândegas faltaram, as mercadorias encareceram. Os estrangeiros, não podendo vir aos nossos portos
buscar as nossas especiarias, iam buscá-las a nossas conquistas (territórios), expulsando-nos delas,
porque não tínhamos forças para lhes resistir. Diminuíram-se as naus da Índia. As nossas fortalezas
andavam tão mal defendidas que as tomavam os inimigos, como se viu na Baía, Pernambuco, Mina,
Ormuz.
E jurando Castela de nos guardar todos os privilégios antigos, nos pôs novos e intoleráveis impostos.
Os juízes castelhanos julgavam e sentenciavam os Portugueses que se achavam em Castela, e eles
tinham em Portugal juízes castelhanos. Puseram-nos por vice-rei a duquesa de Mântua, estrangeira. E
puseram-lhe conselheiros castelhanos que não tinham pena de nós.
Padre Manuel da Costa, Arte de Furtar, 1652 (adaptado)

62 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


Nas vésperas da Restauração
Os conspiradores estavam resolvidos a iniciar a revolta nos meses de agosto ou setembro de 1640 e a
restituir o reino, que Castela usurpara, à Casa de Bragança, para impedir as novas medidas que, segun-
do se dizia, estavam preparadas. E se Deus Nosso Senhor não nos acudisse, hoje estariam executadas.
Essas medidas eram: unir as duas Coroas; nomear ministros castelhanos para o governo de Portugal;
aumentar as prisões; retirar privilégios; recrutar os homens aptos para as guerras de Castela; introduzir
o papel selado e outros muitos impostos.
Padre Nicolau da Maia, Extrato da Relação de tudo o que se passou
na feliz aclamação de El-Rei Dom João IV, 1641 (adaptado)

Revolução de 1 de dezembro de 1640


O dia 1 de dezembro amanheceu alegre. Tinham combinado os conspiradores juntar-se às nove horas
da manhã, no Terreiro do Paço. Meia hora antes já todos ocupavam os seus postos. Chegavam tão
tranquilos que perguntando uns dos da sua companhia a João Pinto Ribeiro “Onde iam?” respondeu-
-lhe sorrindo: “Não se altere. Chegamos ali abaixo à sala real e é um instante enquanto tiramos um rei
e pomos outro.”
Bateram, finalmente, as 9 horas. De súbito abrem-se as portinholas dos coches; saltam por elas os
fidalgos e sobem as escadas do paço. Muitos nobres e populares aguardam impacientes que um tiro
de pistola, disparado do palácio, lhe dê sinal de travarem também a luta. Os conspiradores, entretanto,
investem na sala da guarda, apanhando os soldados atónitos. D. Miguel de Almeida, assomando-se
às varandas do palácio, bradou com voz sufocada de comoção: “Liberdade, Portugueses! Viva El-Rei
D. João IV! O Duque de Bragança é o nosso legítimo rei!”
Da praça, onde a multidão se agitava em ondas, respondeu-lhe um trovão de vozes.
Chegaram finalmente os conspiradores à porta dos aposentos de Miguel de Vasconcelos. Bateram
os fidalgos e, vendo que a porta não se abria, começaram a despedaçá-la com machados. Miguel de
Vasconcelos, sentindo a morte próxima, escondeu-se dentro de um armário de papéis. Descoberto, no
mesmo instante atravessaram-no com as espadas. Uns criados, mal o viram caído no chão, segurando
nos braços do corpo, arremessaram-no por uma janela. Era o infeliz tão detestado que ninguém se
comoveu.
Rebelo da Silva, História de Portugal nos Séculos XVII e XVIII

Instrução de D. João IV aos embaixadores portugueses


A nobreza e o povo reconheceram o direito e a justiça que eu tinha à Coroa, como neto legítimo e herdei-
ro da sereníssima Senhora D. Catarina, minha avó, imediatamente sucessora e herdeira do senhor Rei
D. Henrique, meu tio, que faleceu sem deixar sucessão, à qual El-rei D. Filipe II de Castela violentamente
e por força de armas usurpou este reino.
Estes meus vassalos sofreram tiranias e injustiças dos ditos reis intrusos e seus ministros castelhanos:
não lhes guardando suas leis e privilégios, gastando e consumindo o património da Coroa e as fazendas
dos particulares para as despesas supérfluas e guerras escusadas, quebrando os tratados de amizade
e comércio que os Reis meus predecessores sempre tiveram com os Príncipes e nações da Europa.
Carta com instruções do rei D. João IV aos embaixadores, 1641 (adaptado)

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 63


C3 – Portugal: da União Ibérica à Restauração da Independência
DRAMATIZAÇÃO
A Restauração da Independência (1640)
A duquesa de Mântua era prima de Fi-
lipe III, que a colocou em Portugal, em
1634 como vice-rainha. No dia 1 de de-
zembro de 1640, os conspiradores tra-
taram-na com cortesia, mas exigiram
que assinasse as ordens que proibiam
qualquer resistência das guarnições
espanholas aquarteladas em Lisboa.
Este facto foi decisivo para o triunfo da
revolução.

Duquesa de Mântua Que é isto nobres cavaleiros? D. Carlos de Noronha (saindo-lhe ao encontro) – Vossa
Alteza permite-me uma observação?
D. Antão de Almada Procuramos Vossa Alteza.
Duquesa de Mântua Algum novo ultraje?
Duquesa de Mântua Assim?! Arrombando as minhas
portas?! D. Carlos de Noronha Não, minha senhora duquesa. Só
cuidados, justos cuidados… Vossa Alteza
D. Antão de Almada As portas deste Paço, que é dos
dirige-se às varandas? Não seria prudente.
nossos reis, nunca nossos pais quiseram
Eu, no caso de Vossa Alteza, recolhia-me…
entrá-las a pedir justiça, que lhes não fos-
sem abertas de par em par. Chegámos a Duquesa de Mântua Quereis dizer que mo impedireis?!
elas, e achámo-las fechadas; batemos a
D. Carlos de Noronha Não o quero dizer: estou-o di-
elas, e achámo-las mudas.
zendo.
Duquesa de Mântua Basta! Não passeis adiante, que
Duquesa de Mântua A uma dama?!
faltais à fidelidade. Ofereço-vos o perdão
de Sua Majestade, contanto que tudo se D. Carlos de Noronha Com muita mágoa.
aquiete, guardando a devida fé ao vosso rei. Duquesa de Mântua Veremos se me impedireis!
D. Antão de Almada Desculpai-me Vossa Alteza a te- D. Carlos de Noronha Não queira Vossa Alteza ver, nem
meridade de interrogá-la: Que rei? se exponha…
Duquesa de Mântua Aqui não pode haver senão um Duquesa de Mântua A quê?
rei; e essa pergunta ofende a majestade do
D. Carlos de Noronha … a faltarem-lhe ao respeito!
meu e vosso senhor, Dom Filipe…
Duquesa de Mântua Faltarem-me ao respeito?! A
D. Antão de Almada Engana-se Vossa Alteza: esse rei é
mim?! E como?
de Castela, não é de Portugal!
D. Carlos de Noronha Obrigando Vossa Alteza a sair por
Desenganada, por este modo, a duquesa, de que nada
aquela janela, se não quiser entrar por esta
conseguiria dos fidalgos, quis recorrer ao último expe-
porta!
diente, apresentando-se ao povo; e para isso encami-
nhava-se à varanda… Mendes Leal, Os Dois Renegados, 1839

64 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


3
Rumos do Património
B1, p. 66
B2, p. 70
B3, p. 75
B4, p. 79
C1, p. 83
C2, p. 87
C3, p. 92
RUMOS DO B1 – As Primeiras Comunidades Humanas da Península Ibérica
PATRIMÓNIO
Valença
LEGENDA do Minho
N101
PARQUE NATURAL
Aeroporto DE MONTESINHO
PARQUE N103
Bragança
Autoestrada N13 NACIONAL
Estrada principal DA PENEDA Chaves
GERÊS DO N213 N122(E82)
Estrada secundária Viana do RA
SERRROSO N218
Castelo A3(E1) BA Valpaços N218
1 2 IP4(E37)
0 50 km Esposende A11 A26
Braga Celorico
Mirandela Miranda
A7 A7 de Basto do Douro
N2
Guimarães
3 DO
RA Mogadouro N221
A3(E1)
A11 SER LVÃO
A
Amarante
A4
Torre de
Vila Real Moncorvo
Porto 4 N222 Freixo de
Lamego Espada
5 à Cinta
Espinho N226 N102(E82)
Santa Maria N211
da Feira
A1(E1) A28 Trancoso
A25
Almeida

Viseu A25
Aveiro

LA
Mangualde

RE
A17 Tondela

ST
Gouveia Guarda

AE
IP3

AD
RR
Buçaco Belmonte

SE
N109 I23 Sabugal
IC7 Covilhã Sortelha
A14
Coimbra
Figueira Montemor-
da Foz -o-Velho A23(E802)
Monsanto
Conímbriga
N109 N112

A1(E1) IC8 Castelo N240


Leiria Branco

Batalha
Nazaré A8

Alcobaça Castelo
Caldas da Rainha de Vide
Golegã
Peniche Óbidos Portalegre
A15 Crato
SE M

Santarém
RR AM

IC2
A ED

IP2
DE E

A8 N215 (N802)

O

A1(E1)
Oceano Mafra
A13 A6(E90)
Atlântico Sintra IC10
N251
Estremoz
N4 Elvas
N10
Queluz Vila Viçosa
Cascais LISBOA N4
Palmela A6(E90) Montemor-
Setúbal 6 -o-Novo Évora
N256 Monsaraz
Portinho
da Arrábida
Alcácer do Sal
IC1
IP2
A2(E1) (E802)
Grândola Moura

IP8
Beja
DISTÂNCIA QUILOMÉTRICA
Lisboa Sines Serpa
IP8
252 Aveiro IC1 N122
Vila Nova A2(E1)
186 371 Beja de Milfontes
N263 IP2
366 127 500 Braga (E802)
Mértola
503 330 545 230 Bragança
201 60 333 174 174 Coimbra N120 N2
150 306 78 422 467 255 Évora N124
UE
NC DE
HIQ

IC1 A2(E1)
MO RRA

297 514 175 628 705 463 238 Faro


Aljezur
SE

312 74 432 53 249 120 367 574 Porto


383 143 504 49 279 191 398 645 71 Viana do 7 Silves Loulé IP1(E1) Vila Real de
Castelo S. António
Portimão Tavira RAL
293 85 512 185 219 94 351 556 127 196 Viseu ATU SA
Lagos Albufeira E N MO
Cabo de Sagres A R QU FOR
P AR I A
São Vicente D
Faro

66 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


1 Castro de São Lourenço
Situa-se em Vila Chã, Esposende

• Povoado fortificado, constituído por cinco


casas reconstruídas datadas de cerca do
século II a. C.
• Dá acesso, através de um trilho a pé, aos
dólmenes da Portelagem, do Rápido e da
Cruzinha.

2 Citânia de Briteiros
Situa-se em São Salvador de Briteiros,
Guimarães

• Povoado castrejo de grande dimensão e bem


conservado, com casas redondas, de pedra
solta, arruamentos, edifícios de banhos e uma
casa circular com bancos de pedra à volta,
onde se reuniam as pessoas influentes locais.
• Sistema defensivo formado por três linhas de
muralhas.

3 Citânia de Sanfins
Situa-se na rua da Citânia, Sanfins de Ferreira,
Paços de Ferreira

• Grande povoação castreja que, entre


os séculos II e I a. C., chegou a ter cerca
de três mil habitantes.
• O seu sistema de defesa é constituído
por três linhas de muralhas.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 67


RUMOS DO B1 – As Primeiras Comunidades Humanas da Península Ibérica
PATRIMÓNIO
4 Conjunto Megalítico da Serra
da Aboboreira
Situa-se nos concelhos de Amarante,
Baião e Marco de Canaveses

• Entre vários dólmenes, destaca-se a Anta


da Chã de Parada, datada da primeira metade
do III milénio a. C.
• Grande parte dos achados nas escavações
arqueológicas encontram-se no Museu
Municipal de Baião.

5 Parque Arqueológico do Vale do Coa


Situa-se em Vila Nova de Foz Coa

• O mais importante conjunto de gravuras


(cerca de cinco mil), do Paleolítico e da Idade
do Ferro, ao ar livre, encontrado até aos
nossos dias.
• As gravuras rupestres representam
animais, como bovídeos (auroques), cavalos,
cabras, que se distribuem por três locais
fundamentais: Canada do Inferno, Penascosa
e Ribeira de Piscos.

6 Gruta do Escoural
Situa-se em Montemor-o-Novo

• Caverna com gravuras e pinturas rupestres


que datam entre 35 000 e 8000 a. C.
• Serviu como abrigo de caça de comunidades
de caçadores-recoletores e, mais tarde,
como necrópole.

68 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


7 Sítio Megalítico de Alcalar
Situa-se em Mexilhoeira Grande, Portimão

• Grande aldeia pré-histórica (3º milénio


a. C), com restos de muros, casas
e túmulos megalíticos.
• A mais impressionante das sepulturas é
a que está identificada como monumento
número sete.
• Vários achados desta necrópole
encontram-se no Museu de Portimão.

Museu de Arqueologia
D. Diogo Sousa
Rua dos Bombeiros Voluntários, 4700-025,
Braga
Tel.:253 273 706/253 615 844
mdds.imc-ip.pt
[email protected]

Importante coleção de peças arqueológicas,


em particular da região de Braga – marcos
miliários, moedas romanas, para além de
diversas peças da Pré-História. Merece
destaque, entre outros espaços expositivos,
o “Bracara Augusta – vias, morte e religião”
(sala 4).

Museu Arqueológico
da Citânia de Sanfins
Sanfins de Ferreira, Casa da Igreja
Tel.: 255 862 029
geral@citaniadesanfins.com
www.citaniadesanfins.com

O Museu Arqueológico de Sanfins (localizado


no Solar dos Brandões) é constituído por
fragmentos de cerâmica, fragmentos de vidro,
mós manuais rotativas, moedas, utensílios
metálicos e peças de joalharia em ouro e prata.
Pode-se, ainda, ver duas aras e uma notável
escultura de um guerreiro castrejo.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 69


RUMOS DO B2 – Os Romanos na Península Ibérica
PATRIMÓNIO
Valença
LEGENDA do Minho
N101
PARQUE NATURAL
Aeroporto DE MONTESINHO
PARQUE Bragança
Autoestrada N13 N103
NACIONAL 2
Estrada principal DA PENEDA Chaves
GERÊS DO N213 N122(E82)
Estrada secundária Viana do RA
SERRROSO N218
Castelo A3(E1) BA Valpaços N218
IP4(E37)
0 50 km Esposende A11 A26
Braga Celorico
Mirandela Miranda
A7 A7 de Basto do Douro
N2
Guimarães
DO
RA Mogadouro N221
A3(E1)
A11 SER LVÃO
A
Amarante
A4
Torre de
1 Vila Real Moncorvo
Porto N222 Freixo de
Lamego Espada
à Cinta
Espinho N226 N102(E82)
Santa Maria N211
da Feira
A1(E1) A28 Trancoso
A25
Almeida

Viseu A25
Aveiro

LA
Mangualde

RE
A17 Tondela

ST
Gouveia Guarda

AE
IP3

AD
RR
Buçaco Belmonte

SE
N109 I23 Sabugal
IC7 Covilhã Sortelha
A14
Coimbra
Figueira Montemor-
da Foz -o-Velho A23(E802)
Monsanto
Conímbriga 4
N109 3 N112

A1(E1) IC8 Castelo N240


Leiria Branco

Batalha
Nazaré A8

Alcobaça Castelo
Caldas da Rainha de Vide
Golegã 8
Peniche Óbidos Portalegre
A15 Crato
SE M

Santarém 5
RR AM

IC2
A ED

IP2
DE E

A8 N215 (N802)

O

A1(E1)
Oceano Mafra
A13 A6(E90)
Atlântico Sintra IC10
N251
Estremoz
N4 Elvas
N10
Queluz Vila Viçosa
Cascais LISBOA N4
Palmela A6(E90) Montemor-
-o-Novo
Setúbal 10 6 Évora
N256 Monsaraz
Portinho
da Arrábida
Alcácer do Sal
IC1 11
IP2
A2(E1) (E802)
Grândola Moura

9 IP8
Beja
DISTÂNCIA QUILOMÉTRICA
Lisboa Sines Serpa
IP8
252 Aveiro IC1 N122
Vila Nova A2(E1)
186 371 Beja de Milfontes
N263 IP2
366 127 500 Braga (E802)
Mértola
503 330 545 230 Bragança
201 60 333 174 174 Coimbra N120 N2
150 306 78 422 467 255 Évora N124
UE
NC DE
HIQ

IC1 A2(E1)
MO RRA

297 514 175 628 705 463 238 Faro


Aljezur
SE

312 74 43253 249 120 367 574 Porto


IP1(E1) Vila Real de
383 143 504 49 279 191 398 645 71 Viana do
Castelo
Silves Loulé S. António
Portimão 12 Tavira AL
293 85 512 185 219 94 351 556 127 196 Viseu 7 TUR A
Albufeira NA OS
Lagos
Q UE FORM
Sagres R
PA A RIA
Cabo de Faro D
São Vicente

70 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


1 Ruínas de Tongóbriga
Situa-se na freguesia do Freixo, Marco
de Canaveses
• Cidade romana, edificada entre finais
do século I/inícios do século II.
• A descoberto, encontram-se vestígios
do fórum, balneário, bairro residencial
e necrópoles.

2 Ponte de Trajano
Situa-se em Chaves
• Construída na passagem do século I para
o século II.
• Apresenta duas grandes colunas dedicadas
a imperadores romanos – uma a Trajano
e outra a Augusto.

3 Ruínas de Conímbriga
Situam-se em Condeixa-a-Velha
• A mais bem conservada cidade romana
em Portugal.
• Apenas a décima parte da antiga cidade
se encontra a descoberto, com destaque para
fóruns, termas, domus (entre as quais a Casa
dos Repuxos)

4 Villa Romana do Rabaçal


Situa-se em Penela
• Espaço arqueológico constituído pelos
vestígios da villa (residência senhorial, casas
de lavoura, balneário, etc.) e por um museu
(sala de exposições dos achados, sala de
documentação e tratamento de materiais).

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 71


RUMOS DO B2 – Os Romanos na Península Ibérica
PATRIMÓNIO
5 Ponte de Vila Formosa
Situa-se na freguesia de Seda, Alter do Chão
• Fazia parte da estrada romana que ligava
Emerita Augusta (Mérida) a Olisipo (Lisboa).
• Tem cerca de 116 metros de comprimento
e seis arcos de abóbada perfeita.

6 Templo de Évora
Situa-se no Largo do Conde de Vila Flor,
em Évora
• Famoso monumento, erradamente conhecido
por “Templo de Diana”.
• Edifício religioso pagão, construído no século
I, provavelmente dedicado ao imperador
romano Augusto, venerado como um deus.

7 Villa de Milreu
Situa-se em Estói, Faro
• Principal núcleo de ruínas romanas
do Algarve.
• Habitada entre os finais do século I e X,
os vestígios da ocupação romana são
particularmente significativos nos mosaicos,
colunas, termas e lagares.

8 Cidade de Ammaia
Situa-se na freguesia de São Salvador
da Aramenha, Marvão
• Fundado, provavelmente, no tempo
do imperador Augusto.
• Só uma pequena área desta antiga cidade
romana foi objeto de escavação.
• É possível identificar estruturas de casas, da
praça pública, de uma das portas da cidade,
de bancadas de um recinto público, muralhas.

72 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


9 Ruínas de Miróbriga
Situa-se em Santiago do Cacém
• Antiga cidade romana, em que se destaca um
fórum, dois templos, termas e um hipódromo.
• O hipódromo é um exemplo único em
território nacional. Aí decorriam corridas de
carros de duas rodas puxados por cavalos.

10 Ruínas de Tróia
Situa-se na península de Tróia
• Importante centro romano de conserva
de peixe.
• Nos 160 tanques, até agora descobertos,
produzia-se o garum, um molho feito com
peixe macerado com tripas, colocado nos
tanques com sal, às camadas, até o peixe se
liquefazer. Este condimento era exportado
para todo o mundo romano.

11 Villa de São Cucufate


Situa-se na Vidigueira
• Construída no século I e reconstruída
nos séculos II e IV, apresenta uma fachada
de grandes dimensões com torreões.
• É considerada a mais monumental das villas
conhecidas em território português, com
salas abobadadas que devem ter servido
como celeiros, adegas e variado tipo de
alojamentos.

12 Ruínas do Cerro da Vila


Situa-se em Vilamoura
• Trata-se, provavelmente, de uma villa grande
e rica, com tanques onde se salgava o peixe e
se fazia o garum, balneários públicos, termas
e, até, um porto marítimo.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 73


RUMOS DO B2 – Os Romanos na Península Ibérica
PATRIMÓNIO
Museu Monográfico de Conímbriga
Condeixa-a-Velha
Tel.: 239 941 177
[email protected]
www.conimbriga.pt

O Museu Monográfico de Conimbriga tutela as


ruínas da cidade romana e é exclusivamente
dedicado ao sítio arqueológico em que está
inserido.
A sua exposição permanente apresenta objetos
de uso quotidiano, evoca o fórum, a riqueza das
domus, para além de uma grande coleção de
mosaicos.

Museu da Cidade Romana


de Ammaia
S. Salvador da Aramenha, Marvão
Quinta do Deão, Estrada da Calçadinha, n.o 4
Telefone: 245 919 089
[email protected]
www.ammaia.pt

No museu, encontra-se exposta uma parte do


espólio recolhido nos trabalhos de escavação
arqueológica realizados na área da cidade
de Ammaia. A exposição permanente abrange
diversos temas: Epigrafia, Atividades
Económicas, Arquitetura, entre outros.

Museu de Lisboa
Núcleo: Teatro Romano
Rua de São Mamede, n.o 3 A, Lisboa
Tel.: 21 882 0320
[email protected]

O Teatro Romano foi construído,


possivelmente, na época do imperador
Augusto. Foi descoberto em 1798, mas só
na segunda metade do século XX foi objeto
de escavações.
O Museu do Teatro Romano apresenta no seu
percurso uma área de exposição, um campo
arqueológico e as ruínas do teatro.

74 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


B3 – Os Muçulmanos na Península Ibérica RUMOS DO
PATRIMÓNIO
Valença
LEGENDA do Minho
N101
PARQUE NATURAL
Aeroporto DE MONTESINHO
PARQUE Bragança
Autoestrada N13 NACIONAL
N103
Estrada principal DA PENEDA Chaves
GERÊS DO N213 N122(E82)
Estrada secundária Viana do RA
SERRROSO N218
Castelo A3(E1) BA Valpaços N218
IP4(E37)
0 50 km Esposende A11 A26
Braga Celorico
Mirandela Miranda
A7 A7 de Basto do Douro
N2
Guimarães
DO
RA Mogadouro N221
A3(E1)
A11 SER LVÃO
A
Amarante
A4
Torre de
Vila Real Moncorvo
Porto N222 Freixo de
Lamego Espada
à Cinta
Espinho N226 N102(E82)
Santa Maria N211
da Feira
A1(E1) A28 Trancoso
A25
Almeida

Viseu A25
Aveiro

LA
Mangualde

RE
A17 Tondela

ST
Gouveia Guarda

AE
IP3

AD
RR
Buçaco Belmonte

SE
N109 I23 Sabugal
IC7 Covilhã Sortelha
A14
Coimbra
Figueira Montemor-
da Foz -o-Velho A23(E802)
Monsanto
Conímbriga
N109 N112

A1(E1) IC8 Castelo N240


Leiria Branco

Batalha
Nazaré A8

Alcobaça Castelo
Caldas da Rainha de Vide
Golegã
Peniche Óbidos Portalegre
A15 Crato
SE M

Santarém
RR AM

IC2
A ED

IP2
DE E

A8 N215 (N802)

O

A1(E1)
Oceano Mafra
A13 A6(E90)
Atlântico Sintra 1 IC10
N251
Estremoz
N4 Elvas
N10
Queluz Vila Viçosa
Cascais LISBOA N4
Palmela A6(E90) Montemor-
-o-Novo
Setúbal Évora
N256 Monsaraz
Portinho
da Arrábida
Alcácer do Sal
IC1
IP2
A2(E1) (E802)
Grândola Moura

IP8
Beja
DISTÂNCIA QUILOMÉTRICA
Lisboa Sines Serpa
IP8
252 Aveiro IC1 N122
Vila Nova A2(E1)
186 371 Beja de Milfontes
N263 IP2 5 6
366 127 500 Braga (E802)
Mértola
503 330 545 230 Bragança
201 60 333 174 174 Coimbra N120 N2
150 306 78 422 467 255 Évora N124
UE
NC DE
HIQ

IC1 A2(E1) 2
MO RRA

297 514 175 628 705 463 238 Faro


Aljezur
SE

312 74 43253 249 120 367 574 Porto


3
383 143 504 49 279 191 398 645 71 Viana do Loulé IP1(E1) 7 Vila Real de
Castelo Silves 4 S. António
Portimão Tavira AL
293 85 512 185 219 94 351 556 127 196 Viseu TUR A
Albufeira NA OS
Lagos
Q UE FORM
Sagres R
PA A RIA
Cabo de Faro D
São Vicente

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 75


RUMOS DO B3 – Os Muçulmanos na Península Ibérica
PATRIMÓNIO
1 Castelo dos Mouros, Sintra
Situa-se na Estrada da Pena, Sintra
• Erguido nos séculos VIII e IX, as suas muralhas
alongam-se sobre o cume da serra.
• No interior das muralhas, há uma antiga
cisterna moura, para além das ruínas das
casas do bairro medieval islâmico e de
túmulos.
• Há um centro de interpretação na antiga igreja
de São Pedro de Penaferrim.

2 Castelo Velho de Alcoutim


Situa-se em Alcoutim
• Construção militar mourisca.
• Edificado entre os séculos VIII e IX, foi
abandonado no século XI.
• Muralhas de largura considerável (cerca de
dois metros), com uma área habitacional e
uma cisterna no interior.
• Vale a pena ver uma exposição de jogos
islâmicos no antigo paiol do castelo.

3 Castelo de Silves
Situa-se na rua do Castelo, em Silves
• Este magnífico castelo foi edificado pelos
muçulmanos entre os séculos VIII e XIII.
• Tem a forma de um polígono irregular, com
uma porta principal ladeada por duas torres
defensivas e três torreões.
• É uma das principais fortalezas de origem
islâmica em Portugal.

4 Castelo Islâmico de Salir


Situa-se no Largo Pedro Dias, Salir, Loulé
• Construído, provavelmente, no século XII.
• Atualmente, restam pequenas partes da
muralha.
• Junto às ruínas, fica o Polo Museológico
de Salir, pequeno mas interessante.

76 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


5 Castelo de Mértola
Situa-se no Largo da Igreja, Mértola
• Data do século IX, tendo sido remodelado nos
séculos seguintes.
• Na alcáçova (zona mais protegida, quer servia
de residência às autoridades da povoação)
fica o núcleo islâmico. Aí pode ver-se uma
réplica de uma casa muçulmana, com latrina,
cozinha, pátio, salão, despensa e quarto.
• No Núcleo Islâmico podemos, ainda ver, uma
das melhores coleções portuguesas de arte
muçulmana.

6 Igreja Matriz de Mértola


Situa-se na rua da Igreja, Mértola
• Construída na segunda metade do século XII.
• Era a mesquita maior de Mértola, tendo sido
convertida em igreja após a Reconquista
Cristã.
• Na zona do altar, há vestígios de um mihrab
muçulmano, isto é, o nicho que aponta a
direção da cidade de Meca.
• Dentro da igreja, há portas com arco
em ferradura.

7 Castelo de Tavira
Situa-se no Largo Abu-Otmane, Tavira
• Construído na primeira metade do século XII,
foi tomado em 1239 pelas forças militares
de D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem
de Santiago.
• As obras de reforço das defesas do castelo
e a construção da Torre de Menagem datam,
já, do tempo de D. Dinis.
• Perto, fica o núcleo museológico islâmico da
antiga At-Tabira.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 77


RUMOS DO B3 – Os Muçulmanos na Península Ibérica

PATRIMÓNIO
Museu de Mértola
Núcleo Museológico Arte Islâmica
Rua António José de Almeida, n.o 2, Mértola
Tel.: 286 612 443
[email protected]

Abriga, ao longo de dois pisos, a mais


importante coleção de arte islâmica do nosso
país. O destaque vai para o espólio cerâmico
e um conjunto de artefactos decorados com
vidrado em “corda seca”.

Museu Municipal de Tavira


Praça da República, Tavira
Tel.: 281 320 568
[email protected]

Está estruturado em várias unidades, em que


se destaca o Núcleo Museológico Islâmico.
Este é constituído por diverso espólio
arqueológico, com realce para o Vaso de
Tavira (ex-libris do museu), um capitel, pias
de abluções e uma muralha islâmica em taipa.
O museu apresenta ainda uma coleção de
objetos utilitários em vidro da época romana.

Museu Municipal de Arqueologia


de Silves
Rua da Porta de Loulé, Silves
Tel.: 282 444 832/14
[email protected]
http://www.cm-silves.pt

O Museu Municipal de Arqueologia de Silves


foi construído em torno do poço-cisterna
almóada dos séculos XII-XIII.
O acervo do Museu, proveniente das
escavações decorridas no concelho, reúne
um conjunto de peças da época medieval,
em particular dos séculos VIII a XIII. Integra,
também, a antiga muralha da cidade.

78 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


B4 – A Formação do Reino de Portugal RUMOS DO
PATRIMÓNIO
Valença
LEGENDA do Minho
N101
PARQUE NATURAL
Aeroporto DE MONTESINHO
PARQUE N103
Bragança
Autoestrada N13 NACIONAL
Estrada principal DA PENEDA Chaves
GERÊS DO N213 N122(E82)
Estrada secundária Viana do RA
SERRROSO N218
Castelo A3(E1) BA Valpaços N218
IP4(E37)
0 50 km Esposende A11 A26
Braga 1 Celorico
Mirandela Miranda
A7 A7 de Basto do Douro
N2
Guimarães
DO
RA Mogadouro N221
A3(E1)
A11 SER LVÃO
A
Amarante
A4
Torre de
Vila Real Moncorvo
Porto 2 N222 Freixo de
Lamego Espada
à Cinta
Espinho N226 N102(E82) 3
Santa Maria 7 N211
da Feira
A1(E1) A28 Trancoso
A25
Almeida

Viseu A25
Aveiro

LA
Mangualde

RE
A17 Tondela

ST
Gouveia Guarda

AE
IP3

AD
RR
Buçaco Belmonte
6

SE
N109 I23 Sabugal
IC7 Covilhã Sortelha
A14
Coimbra
Figueira
da Foz
Montemor- 4
-o-Velho A23(E802)
Monsanto
Conímbriga
N109 N112

5 A1(E1) IC8 Castelo N240


Leiria Branco

Batalha
Nazaré A8 8
Alcobaça Castelo
Caldas da Rainha de Vide
Golegã
Peniche Óbidos Portalegre
A15 Crato
SE M

Santarém
RR AM

IC2
A ED

IP2
DE E

A8 N215 (N802)

O

A1(E1)
Oceano Mafra
A13 A6(E90)
Atlântico Sintra IC10
N251
Estremoz
N4 Elvas
N10
Queluz Vila Viçosa
Cascais LISBOA N4
Palmela A6(E90) Montemor-
-o-Novo
Setúbal Évora
N256 Monsaraz
Portinho
da Arrábida
Alcácer do Sal
IC1
IP2
A2(E1) (E802)
Grândola Moura

IP8
Beja
DISTÂNCIA QUILOMÉTRICA
Lisboa Sines Serpa
IP8
252 Aveiro IC1 N122
Vila Nova A2(E1)
186 371 Beja de Milfontes
N263 IP2
366 127 500 Braga (E802)
Mértola
503 330 545 230 Bragança
201 60 333 174 174 Coimbra N120 N2
150 306 78 422 467 255 Évora N124
UE
NC DE
HIQ

IC1 A2(E1)
MO RRA

297 514 175 628 705 463 238 Faro


Aljezur
SE

312 74 43253 249 120 367 574 Porto


IP1(E1) Vila Real de
383 143 504 49 279 191 398 645 71 Viana do
Castelo
Silves Loulé S. António
Portimão Tavira AL
293 85 512 185 219 94 351 556 127 196 Viseu TUR A
Albufeira NA OS
Lagos
Q UE FORM
Sagres R
PA A RIA
Cabo de Faro D
São Vicente

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 79


RUMOS DO B4 – A Formação do Reino de Portugal
PATRIMÓNIO
1 Castelo de Guimarães
Situa-se na rua Conde D. Henrique, Guimarães

• Erguido primitivamente, em meados do


século X, a sua fundadora foi Mumadona Dias,
bisneta de Vímara Peres, o conquistador do
Porto.
• Construído para defender a região
das investidas vikings e dos mouros.
• Apelidado de “Berço da Nacionalidade”, foi,
segundo a tradição, o local de nascimento de
D. Afonso Henriques (ou Viseu ou Coimbra,
segundo outros).

2 Mosteiro de Paço de Sousa


Situa-se no Largo do Mosteiro, em Paço
de Sousa, Penafiel

• Fundado no ano de 960, sofreu alterações


nos séculos XI e XIII.
• Realce, na igreja, do portal de cinco
arquivoltas assentes em dez colunas
de capitéis esculpidos.
• Aqui está sepultado Egas Moniz (afamado
aio de D. Afonso Henriques).

3 ALDEIAS HISTÓRICAS DA ÉPOCA


DA FUNDAÇÃO DA NACIONALIDADE

• Criadas em terras fronteiriças, em locais


de lutas frequentes entre cristãos e
muçulmanos, datam, em regra, dos
séculos XI e XII.
• Entre essas aldeias medievais, destacam-se
as de Castelo Bom e Castelo Mendo (em
Almeida), Linhares da Beira (Celorico da Beira),
Castelo Novo (Fundão), Sortelha (Sabugal),
e Monsanto (Idanha-a-Nova) e, na imagem,
Marialva (Mêda).

80 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


4 Sé Velha de Coimbra
Situa-se no Largo da Sé Velha, Coimbra

• Construída no século XII, por iniciativa


de D. Afonso Henriques, quando Coimbra
era a sede principal do reino.
• Tem aspeto de fortaleza, com ameias e
merlões, pois situava-se, então, na região
de fronteira entre as terras cristãs e
muçulmanas.
• Uma das mais antigas sés do país, sendo
mesmo a única catedral românica da época
da Reconquista que se manteve, mais ou
menos, intacta até à atualidade.

5 Castelo de Leiria
Situa-se no Largo de São Pedro, Leiria

• Mandado construir por D. Afonso Henriques


para defender a fronteira sul dos ataques
mouros, numa época em que Lisboa era,
ainda, cidade muçulmana.
• A grande galeria de arcadas ogivais (que é a
sua imagem de marca) foi mandada erguer
por D. Dinis, cerca de 1300.

6 Igreja de São Pedro de Lourosa


Situa-se em Lourosa, Oliveira do Hospital

• Datada do século X, é uma das mais antigas


igrejas de Portugal, representando um
importante testemunho da arquitetura
moçárabe.
• O interior tem três naves, separadas por
arcaria de arcos de ferradura.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 81


RUMOS DO B4 – A Formação do Reino de Portugal
PATRIMÓNIO
7 Castelo de Santa Maria da Feira
Situa-se na Alameda Roberto Vaz de Oliveira,
Santa Maria da Feira

• Um dos mais importantes exemplares de


arquitetura militar medieval em Portugal.
• Fortaleza do século XI, era, juntamente com
o castelo de Guimarães, um dos principais
centros administrativos e militares do
Condado Portucalense, entregue por Afonso
VI, rei de Leão e Castela, ao conde D. Henrique.
• Foi ampliado no século XV e reconstruído
no século XX.

8 Castelo Templário de Tomar


Situa-se na freguesia de São João Batista,
em Tomar

• Construção iniciada em 1160, em terras


cedidas pela Coroa à Ordem dos Templários.
• Fazia parte da linha do Tejo (com os
castelos de Almourol, Zêzere, entre outros),
para defesa e proteção das terras cristãs
face às investidas muçulmanas.
• Edificado segundo a mais avançada
arquitetura militar da época – torres
rodeadas por muralhas exteriores (duas
cintas de muralhas e torres redondas).

Museu do Castelo de São Jorge


Rua de Santa Cruz do Castelo, Lisboa
Tel.: 218 800 620
[email protected]

O museu está instalado na área do antigo


paço real medieval (o Paço Real de Alcáçova).
Apresenta uma série de objetos encontrados
na área arqueológica (o Sítio Arqueológico),
em particular dos séculos XI e XII.
É de registar que o Sítio Arqueológico abrange
vestígios de várias épocas da história de
Lisboa, com realce para a da construção do
castelo, em meados do século XI.

82 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV RUMOS DO
PATRIMÓNIO
Valença
LEGENDA do Minho
N101
PARQUE NATURAL
Aeroporto DE MONTESINHO
PARQUE N103
Bragança
Autoestrada N13 NACIONAL
Estrada principal DA PENEDA Chaves
GERÊS DO N213 N122(E82)
Estrada secundária Viana do RA
SERRROSO N218
Castelo A3(E1) BA Valpaços N218
1 IP4(E37)
0 50 km Esposende A11 A26
Braga Celorico
2 A7 de Basto Mirandela Miranda
A7 N2 do Douro
5 Guimarães
DO
RA Mogadouro N221
A3(E1)
A11 SER LVÃO
A
Amarante
Torre de
4 A4 Vila Real Moncorvo
Porto 3 N222 Freixo de
Lamego Espada
à Cinta
Espinho N226 N102(E82)
Santa Maria N211
da Feira
A1(E1) A28 Trancoso
A25
Almeida

Viseu A25
Aveiro

LA
Mangualde

RE
A17 Tondela

ST
Gouveia Guarda

AE
IP3

AD
RR
Buçaco Belmonte

SE
N109 I23 Sabugal
IC7 Covilhã Sortelha
A14
Coimbra
Figueira
da Foz
Montemor- 8
-o-Velho A23(E802)
Monsanto
Conímbriga
N109 N112

A1(E1) IC8 Castelo N240


Leiria Branco
7
Batalha
Nazaré A8

Alcobaça Castelo
Caldas da Rainha de Vide
6
Golegã
Peniche Óbidos Portalegre
A15 9 Crato
SE M

Santarém
RR AM

IC2
A ED

IP2
DE E

A8 N215 (N802)

O

A1(E1)
Oceano Mafra
A13 A6(E90)
Atlântico Sintra IC10
N251
Estremoz
N4 Elvas
N10
Queluz Vila Viçosa
Cascais LISBOA N4
Palmela A6(E90) Montemor-
-o-Novo
Setúbal Évora
N256 Monsaraz
Portinho
da Arrábida
Alcácer do Sal
IC1
IP2
A2(E1) (E802)
Grândola Moura

IP8
Beja
DISTÂNCIA QUILOMÉTRICA
Lisboa Sines Serpa
IP8
252 Aveiro IC1 N122
Vila Nova A2(E1)
186 371 Beja de Milfontes
N263 IP2
366 127 500 Braga (E802)
Mértola
503 330 545 230 Bragança
201 60 333 174 174 Coimbra N120 N2
150 306 78 422 467 255 Évora N124
UE
NC DE
HIQ

IC1 A2(E1)
MO RRA

297 514 175 628 705 463 238 Faro


Aljezur
SE

312 74 43253 249 120 367 574 Porto


IP1(E1) Vila Real de
383 143 504 49 279 191 398 645 71 Viana do
Castelo
Silves Loulé S. António
Portimão Tavira AL
293 85 512 185 219 94 351 556 127 196 Viseu TUR A
Albufeira NA OS
Lagos
Q UE FORM
Sagres R
PA A RIA
Cabo de Faro D
São Vicente

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 83


RUMOS DO C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV
PATRIMÓNIO
1 Centro Histórico de Braga
• Da cidade medieval, destaca-se a Torre de
Menagem, junto à porta do Souto (uma das
mais importantes ligações da cidade), o Arco
da Porta Nova, a Torre de Santiago (por onde
entravam as pessoas vindas do Porto), a Sé
Catedral, o Paço dos Arcebispos e a Praça
Velha.

2 Centro Histórico de Guimarães


• O núcleo central da cidade é considerado
Património da Humanidade pela UNESCO.
• Para além do Castelo, símbolo do “berço
da nacionalidade”, o ambiente medieval da
cidade passa pela Igreja de Nossa Senhora
da Oliveira, Paço dos Duques de Bragança e,
claro, pelas praças da Oliveira e do Toural
e ruas envolventes.

3 Centro Histórico do Porto


• Está classificado Património da Humanidade
pela UNESCO.
• O Porto medieval estende-se pelos arrua-
mentos que correm as colinas da Sé e da
Vitória, com destaque para a Sé/Catedral, as
Muralhas Fernandinas, a Ribeira e a Casa do
Infante D. Henrique (onde funcionou a antiga
Alfândega medieval e onde hoje está
instalado o Arquivo Histórico Municipal).

4 Mosteiro de Leça do Balio


Situa-se na rua de Santos Lessa, Matosinhos
• Igreja fortificada, cuja construção se iniciou
cerca de 1330.
• Foi provavelmente a primeira sede da Ordem
dos Hospitalários em Portugal.
• Destaque para a igreja e a sua torre ameada.
• Aqui casou o rei D. Fernando com Leonor
Teles, em 1372.

84 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


5 Igreja de São Pedro de Rates
Situa-se em Rates, Póvoa de Varzim
• Importante monumento românico, construído
nos séculos XII e XIII.
• Destaque para os portais, em particular o
que apresenta graciosas estátuas de santos
e animais míticos, entre outros motivos;
o portal pricipal é sobrepujado por uma
rosácea.

6 Mosteiro de Alcobaça
Situa-se na Praça 25 de Abril, em Alcobaça
• Primeiro templo inteiramente gótico
construído em Portugal.
• Um dos mais importantes mosteiros
da Ordem de Cister, iniciado nos finais do
século XII (contudo, a sua fachada sofreu
várias obras no século XVIII).
• Na igreja, situam-se os famosos túmulos
de Inês de Castro e D. Pedro I.

7 Mosteiro da Batalha
Situa-se no Largo do Infante D. Henrique,
Batalha
• Um dos mais famosos edifícios históricos
de Portugal, sendo uma das mais belas obras
de arte gótica portuguesa.
• Mandado construir por D. João I para
comemorar a vitória na batalha de
Aljubarrota (as obras prolongaram-se
até inícios do século XVI).

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 85


RUMOS DO C1 – Portugal nos Séculos XIII e XIV
PATRIMÓNIO
8 Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Situa-se na freguesia de Santa Clara, Coimbra

• Fundado em finais do século XIII e depois


encerrado, foi construído sob o patrocínio
da Rainha Santa Isabel, mulher de D. Dinis.
• Igreja gótica, sem transepto (originalidade),
tinha um dos maiores claustros do país.
• Situado na margem esquerda do rio
Mondego, tem sofrido sucessivas inundações
ao longo do tempo.

9 Núcleo de Arte Gótica em Santarém

• Entre os edifícios religiosos, destacam-se


as igrejas do convento de São Francisco,
na imagem (o mais antigo testemunho),
de Santa Clara (o maior templo gótico da
cidade), de Santo Estevão ou do Santíssimo
Milagre (o mais primoroso), de Almoster
e a igreja da Graça (o mais representativo
monumento gótico de Santarém, onde se
encontra o túmulo de Pedro Álvares Cabral,
o descobridor do Brasil).
• Na arquitetura gótica civil, o destaque vai
para a Fonte das Figueiras ou Fonte Mourisca.

Centro de Interpretação da Batalha


de Aljubarrota
Av. D. Nuno Álvares Pereira, Batalha
Tel.: 244 480 060
[email protected]

O Centro de Interpretação tem o enfoque


no campo da batalha de Aljubarrota e
nos seus principais espaços – a localização
do exército anglo-português e do exército
franco-castelhano; o local onde se posicionou
Nuno Álvares Pereira, D. João I, os arqueiros
ingleses e a “Ala dos Namorados”; a posição
dos trons (bombardas) utilizados pelo exército
castelhano, etc.

86 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


C2 – Portugal nos Séculos XV e XVI RUMOS DO
PATRIMÓNIO
Valença
LEGENDA do Minho
N101
PARQUE NATURAL
Aeroporto DE MONTESINHO
PARQUE N103
Bragança
Autoestrada N13 NACIONAL
Estrada principal DA PENEDA Chaves
GERÊS DO N213 N122(E82)
Estrada secundária Viana do RA
SERRROSO N218
Castelo A3(E1) BA Valpaços N218
IP4(E37)
0 50 km Esposende A11 A26
Braga Celorico
Mirandela Miranda
A7 A7 de Basto do Douro
N2
Guimarães
DO
RA Mogadouro N221
2 A3(E1)
A11 SER LVÃO
A
Amarante
A4
Torre de
AÇORES Vila Real Moncorvo
Porto N222 Freixo de
Lamego Espada
à Cinta
Espinho N226 N102(E82)
10 Santa Maria N211
Ponta da Feira
Delgada A1(E1) A28 Trancoso
A25
Almeida

Viseu A25
Aveiro

LA
Mangualde 1

RE
0 20 km
A17 Tondela

ST
Gouveia Guarda

AE
IP3

AD
RR
Buçaco Belmonte

SE
MADEIRA N109 I23 Sabugal
IC7 Covilhã Sortelha
A14
Coimbra
Figueira
da Foz
Montemor- 3
-o-Velho A23(E802)
Monsanto
Conímbriga
N109 N112
11
Funchal A1(E1) IC8 Castelo N240
Leiria Branco
0 20 km
Batalha
Nazaré A8 4
Alcobaça Castelo
Caldas da Rainha 5 de Vide
Golegã
Peniche Óbidos Portalegre
A15 Crato
SE M

Santarém
RR AM

IC2
A ED

IP2
DE E

A8 N215 (N802)

O

A1(E1)
Oceano Mafra
A13 A6(E90)
Atlântico Sintra
8
IC10
N251
Estremoz
N4 Elvas
6 7 N10
Queluz Vila Viçosa
Cascais LISBOA N4
Palmela A6(E90) Montemor- 9
-o-Novo
Setúbal Évora
N256 Monsaraz
Portinho
da Arrábida
Alcácer do Sal
IC1
IP2
A2(E1) (E802)
Grândola Moura

IP8
Beja
DISTÂNCIA QUILOMÉTRICA
Lisboa Sines Serpa
IP8
252 Aveiro IC1 N122
Vila Nova A2(E1)
186 371 Beja de Milfontes
N263 IP2
366 127 500 Braga (E802)
Mértola
503 330 545 230 Bragança
201 60 333 174 174 Coimbra N120 N2
150 306 78 422 467 255 Évora N124
UE
NC DE
HIQ

IC1 A2(E1)
MO RRA

297 514 175 628 705 463 238 Faro


Aljezur
SE

312 53 249 120 367 574 Porto


74 432
IP1(E1) Vila Real de
383 143 504 49 279 191 398 645 71 Viana do
Castelo
Silves Loulé S. António
Portimão Tavira AL
293 85 512 185 219 94 351 556 127 196 Viseu TUR A
Albufeira NA OS
Lagos
Q UE FORM
Sagres R
PA A RIA
Cabo de Faro D
São Vicente

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 87


RUMOS DO C2 – Portugal nos Séculos XV e XVI
PATRIMÓNIO
1 Sé da Guarda
Situa-se na Praça Luís de Camões, Guarda
• Mandada construir por D. João I, só ficou
concluída no século XVI, no tempo
de D. João III.
• Edifício de estrutura gótica com elementos
decorativos manuelinos.
• O exterior é de aspeto fortificado.

2 Igreja Matriz de Vila do Conde


Situa-se na rua da Igreja, Vila do Conde
• Um dos monumentos mais significativos
da arte manuelina, apresentando elementos
da arquitetura gótica e renascentista.
• Construção financiada por D. Manuel I e pela
comunidade de mareantes de Vila do Conde.
• Iniciada nos finais do século XV, as obras
de embelezamento e melhoramento
prolongaram-se durante séculos.

3 Capela de São Miguel, Universidade


de Coimbra
Situa-se no Pátio das Escolas
• Faz parte do conjunto arquitetónico do Paço
das Escolas (núcleo histórico da Universidade
de Coimbra).
• Data do século XVI, tendo sido patrocinada
por D. Manuel I.
• O estilo manuelino está patente no portal
lateral, janelão e arco de cruzeiro.

4 Convento de Cristo
Situa-se na Colina do Castelo, Tomar
• Espetacular monumento nacional, ligado à
Ordem de Cristo e, por isso, às descobertas
marítimas portuguesas.
• No reinado de D. Manuel, foi ampliado com
novos espaços, como a nave manuelina, o
Coro Alto e a Sala do Capítulo (onde se situa
a famosa Janela da Sala do Capítulo, símbolo
da expansão marítima portuguesa).

88 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


5 Igreja Matriz da Golegã
Situa-se no Largo da Imaculada Conceição,
Golegã
• Construção custeada, em parte, por
D. Manuel, cujos símbolos pessoais
(escudo real e esfera armilar) surgem
em vários pontos do edifício.
• Destaque para o magnífico portal manuelino.

6 Mosteiro dos Jerónimos


Situa-se na Praça do Império, Lisboa
• Mandado construir nos inícios do século XVI
por D. Manuel, as obras foram custeadas com
as receitas do comércio oriental.
• Edifício impressionante pela sua dimensão,
altura e variedade de esculturas decorativas,
é uma obra-prima do estilo manuelino.
• O conjunto monumental é constituído pela
igreja, pelo mosteiro e o seu respetivo
claustro, tendo como principais destaques
os pórticos, a abóbada da igreja e a riqueza
escultórica do claustro.

7 Torre de Belém
Situa-se na Avenida de Brasília, Lisboa
• O mais original monumento de Lisboa,
testemunho exemplar do estilo manuelino e
símbolo da expansão marítima portuguesa.
• Construída nos inícios do século XVI,
designada de Baluarte de São Vicente
ou Baluarte do Restelo, tinha por função
defender a entrada do rio Tejo da ameaça
de navios inimigos.
• Reproduzindo uma antiga nau e de grande
beleza arquitetónica, está cheia de elementos
decorativos manuelinos.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 89


RUMOS DO C2 – Portugal nos Séculos XV e XVI
PATRIMÓNIO
8 Palácio Real de Sintra
Situa-se no Largo da Rainha D. Amélia, Sintra

• Obra com características de vários estilos


artísticos, com destaque para o gótico e o
manuelino.
• Constituído por vários espaços ou núcleos,
como a Sala dos Brasões, Sala Moura, Sala
das Pegas e a Sala da Audiência.
• Todos os seus vários corpos ou núcleos
surgem interligados por corredores, galerias,
pátios e escadarias.

9 Centro Histórico Manuelino de Évora

• Os traços do estilo manuelino encontram-se


patentes um pouco por todo o centro
histórico da cidade: Janela de Garcia de
Resende, Portas de Moura, Mirante da Casa
Cordovil, Janela do Palácio dos Duques de
Cadaval, Igreja de São Francisco, Galeria das
Damas (Palácio de D. Manuel), Ermida de São
Brás e o Palácio de Sepúlveda, entre outros.

10 Igreja Matriz de Ponta Delgada


Situa-se no Largo da Matriz, Ponta Delgada

• Uma das mais antigas igrejas da ilha


de São Miguel.
• O atual templo foi construído em meados
do século XVI, com apoio dos reis D. João III
e D. Sebastião.
• Construída inicialmente em estilo gótico
e manuelino, sofreu grandes remodelações
no século XVIII.

90 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


11 Sé do Funchal
Situa-se na rua do Aljube, Funchal

• O primeiro templo cristão construído pelos


Portugueses em terras alcançadas pela
expansão marítima.
• Edifício de estilo manuelino, foi erigido nos
finais do século XV pela Ordem de Cristo.
• Destaque para os assentos da capela-mor
e para a cruz processional oferecida por
D. Manuel I.

Casa do Infante – Museu


Rua da Alfândega, Porto
Tel.: 222 060 435
[email protected]

A Casa do Infante abrange, hoje, vários


antigos edifícios da Coroa no Porto: Alfândega,
Casa da Moeda e a Contadoria da Fazenda.
A sua história remonta a 1325, ao tempo
de D. Afonso IV; segundo a tradição, o infante
D. Henrique, terá aqui nascido a 4 de março
de 1394.O Museu e o Centro de Interpretação
do Infante D. Henrique são importantes
espaços de visita.

World of Discoveries
Rua de Miragaia, 106, Porto
Tel.: 220 439 770
worldofdiscoveries.com

Em 5000 metros quadrados, pode-se ver


réplicas de caravelas, ir ao encontro de
momentos-chave da época da expansão,
como a conquista de Ceuta, a passagem
do Bojador, a chegada à Índia e ao Brasil.
Trata-se de um excelente parque temático
muito informativo e divertido.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 91


RUMOS DO C3 – Portugal: da União Ibérica à Restauração da Independência
PATRIMÓNIO
Valença
LEGENDA do Minho
N101
PARQUE NATURAL
Aeroporto DE MONTESINHO
PARQUE Bragança
Autoestrada N13 NACIONAL
N103
Estrada principal DA PENEDA Chaves
GERÊS DO N213 N122(E82)
Estrada secundária Viana do RA
SERRROSO N218
Castelo A3(E1) BA Valpaços N218
IP4(E37)
0 50 km Esposende A11 A26
Braga Celorico
Mirandela Miranda
A7 A7 de Basto do Douro
N2
Guimarães
DO
RA Mogadouro N221
A3(E1)
A11 SER LVÃO
A
Amarante
A4
Torre de
AÇORES 5 Vila Real Moncorvo
Porto N222 Freixo de
Lamego Espada
à Cinta
1 2 Espinho N226 N102(E82)

Angra do Santa Maria N211


Heroísmo da Feira
A1(E1) A28 Trancoso
A25
Almeida

Viseu A25
Aveiro

LA
Mangualde

RE
0 20 km
A17 Tondela

ST
Gouveia Guarda

AE
IP3

AD
RR
Buçaco Belmonte

SE
N109 I23 Sabugal
IC7 Covilhã Sortelha
A14
Coimbra
Figueira Montemor-
da Foz -o-Velho A23(E802)
Monsanto
Conímbriga
N109 N112

A1(E1) IC8 Castelo N240


Leiria Branco

Batalha
Nazaré A8

Alcobaça Castelo
Caldas da Rainha de Vide
Golegã
Peniche Óbidos Portalegre
A15 Crato
SE M

Santarém
RR AM

IC2
A ED

IP2
DE E

A8 N215 (N802)

O

A1(E1)
Oceano Mafra
A13 A6(E90)
Atlântico N251
Estremoz
6 Elvas 4
Sintra IC10 N4
N10 7
Queluz Vila Viçosa
Cascais LISBOA N4

3 Palmela A6(E90) Montemor-


-o-Novo
Setúbal Évora
N256 Monsaraz
Portinho
da Arrábida
Alcácer do Sal
IC1
IP2
A2(E1) (E802)
Grândola Moura

IP8
Beja
DISTÂNCIA QUILOMÉTRICA
Lisboa Sines Serpa
IP8
252 Aveiro IC1 N122
Vila Nova A2(E1)
186 371 Beja de Milfontes
N263 IP2
366 127 500 Braga (E802)
Mértola
503 330 545 230 Bragança
201 60 333 174 174 Coimbra N120 N2
150 306 78 422 467 255 Évora N124
UE
NC DE
HIQ

IC1 A2(E1)
MO RRA

297 514 175 628 705 463 238 Faro


Aljezur
SE

312 53 249 120 367 574 Porto


74 432
IP1(E1) Vila Real de
383 143 504 49 279 191 398 645 71 Viana do
Castelo
Silves Loulé S. António
Portimão Tavira AL
293 85 512 185 219 94 351 556 127 196 Viseu TUR A
Albufeira NA OS
Lagos
Q UE FORM
Sagres R
PA A RIA
Cabo de Faro D
São Vicente

92 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


1 Forte de São Sebastião
Situa-se na rua do Castelinho,
Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores

• Mandado construir por D. Sebastião, as obras


prolongaram-se até finais do século XVI.
• Importante meio de defesa de Angra do
Heroísmo contra a pirataria que atacava os
barcos da “Carreira da Índia” e do Brasil que
aí aportavam, no regresso a Portugal.
• Classificado, juntamente com o Centro
Histórico de Angra do Heroísmo, como
Património da Humanidade em 1983.

2 Fortaleza de São João Batista


Situa-se em Angra do Heroísmo, ilha Terceira,
Açores

• Faz parte de um complexo defensivo, iniciado


durante a dinastia filipina (1580-1640), para
proteção das frotas de prata americana e das
rotas de comércio da Índia e do Brasil.
• Após a sua tomada pelos Portugueses na
década de 1640, construiu-se, na Praça de
Armas, a Igreja de São João Batista,
a primeira após a Restauração
da Independência.
• Edifício militar considerado Património da
Humanidade, desde 1983.

3 Fortaleza de São Filipe


Situa-se na Estrada do Castelo de São Filipe,
Setúbal

• Construída no início da ocupação filipina, no


reinado de Filipe I, a fim de reforçar a defesa
de Setúbal face aos ataques da pirataria.
• Ampliada no reinado de D. João IV a fim de
aumentar o poder de fogo da artilharia.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 93


RUMOS DO C3 – Portugal: da União Ibérica à Restauração da Independência
PATRIMÓNIO
4 Praça-Forte de Elvas
Situa-se na freguesia de Alcáçovas, Elvas

• Poderoso sistema defensivo que, no século


XVII, tinha uma tripla cintura de muralhas,
vinte e duas torres e onze portas.
• É constituída por: Forte da Graça (a mais
poderosa fortaleza), Forte de Santa Luzia e
por quatro fortins.
• É Património da Humanidade desde 2012.

5 Fortalezas da Guerra
da Restauração

• Para além dos fortes e fortins de Elvas,


merecem destaque várias praças construídas
ou remodeladas durante a Guerra da
Restauração (1640-1668), como as de
Valença do Minho, Almeida, Salvaterra do
Extremo (Idanha-a-Nova), praças raianas
de Trás-os-Montes (Miranda do Douro,
Bragança, Chaves) e os fortes de São João
Batista e São Francisco Xavier (Castelo
do Queijo, na imagem), no Porto.

6 Aqueduto das Amoreiras


Situa-se na freguesia de São Brás e São
Lourenço, Elvas

• Iniciado no reinado de D. João III, a sua


construção só se efetivou entre 1570 e 1620.
• Construído para abastecer de água a
praça-forte de Elvas, tem cerca de 1360 m
de galerias subterrâneas, mais de 5500 m
à superfície, 843 arcos e elevadas torres.
• É o maior aqueduto da Península Ibérica,
considerado Património da Humanidade
desde 2012.

94 © RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA


7 Paço dos Duques de Bragança
Situa-se no Terreiro do Paço, Vila Viçosa

• Residência dos Duques de Bragança, desde


o século XVI até à queda da monarquia, em
1910.
• Destaque para a ala principal (1.o piso), com
várias salas com tetos pintados do século
XVII, como a Sala dos Duques.

Palácio da Independência
Largo São Domingos, Lisboa
Tel.: 21 324 1470

Foi nesta casa que D. Antão de Almada e os


40 conjurados planearam a revolta que deu
origem à Restauração da Independência de
Portugal, no dia 1 de dezembro de 1640.
A visita deve incidir nas janelas manuelinas,
no jardim junto à Cerca Fernandina e os painéis
de azulejos alusivos à Restauração.

Museu-Biblioteca da Casa
de Bragança
Terreiro do Paço, Vila Viçosa
Tel.: 268980659
[email protected]

O Museu da Casa de Bragança foi mandada


instalar, por testamento, por D. Manuel II. Dele
constam a Armaria, o Tesouro e o Museu das
Carruagens, entre outros espaços. As coleções
de Arqueologia e de Caça encontram-se no
Castelo, construído cerca de 1530.

© RUMOS 5, Dossiê do Professor, Edições ASA 95


Sugestões de utilização do jogo Vamos começar... Descobre o teu Manual!
O jogo Vamos começar… Descobre o teu Manual! permite que os alunos descubram o Manual Rumos 5 de uma
forma simples, lúdica e eficaz! A exploração, individual ou em grupo, das principais secções e rubricas permite a
rápida familiarização dos alunos com o Manual e promove a autonomia na sua utilização.

Conteúdo do jogo:
• 30 cartões com questões relativas ao Manual + 2 cartões em branco (que permitem ao Professor formular
questões a seu gosto, para além das 30 questões propostas).

Desenvolvimento do jogo:
• Baralham-se os cartões com questões e distribui-se um cartão por cada aluno (ou um ou mais cartões por
cada grupo de alunos).
• Cada aluno/grupo de alunos lê a questão do cartão e tenta descobrir a resposta, através da consulta do Ma-
nual (durante o intervalo de tempo estipulado pelo Professor).
• O Professor corrige a resposta e indica o aluno/grupo de alunos que deve jogar de seguida.

Propostas de soluções das questões dos cartões:


1. Rumos 5. 2. Nau. 3. Os Descobrimentos Portugueses. 4. 200. 5. Páginas 2 e 3. 6. Três (Temas A, B e C).
7. Dois (A1 e A2). 8. Quatro (B1 a B4). 9. Três (C1 a C3). 10. Páginas 8 e 9. 11. Página 17, por exemplo. 12. Pá-
gina 36, por exemplo. 13. Página 41, por exemplo. 14. Página 34, por exemplo. 15. Do lado esquerdo. Do lado
direito. 16. “Ponto de Partida” (p. 12, por exemplo). 17. “Sabias que…” (p. 19, por exemplo). 18. “Património”
(p. 39, por exemplo). 19. “Quem foi?” (p. 55, por exemplo). 20. “Agora, responde”. 21. “Não te esqueças”. 22. “Em
Foco”. 23. “Flash – naquele tempo também aconteceu…”. 24. “Em Poucas Palavras”. 25. “Verifica se sabes…”.
26. “Prova o que sabes”. 27. Um glossário de verbos de instrução. 28. Quatro guiões de visionamento de filmes
e quatro páginas com dias comemorativos. 29. No capítulo C1 – “Mosteiros, Castelos e Casas dos Campos e
das Cidades”; no capítulo C2 – “Nas Ondas do Atlântico e do Índico”. 30. No verso da capa e na primeira página.

Grelha de pontuação do Jogo dos Quês*


Questões
Grupos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 TOTAL
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Grupo 6
*Grelha de pontuação disponível, em formato projetável e editável em ,
de forma a ser adaptada pelo Professor ao grupo/turma.

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EIGAL N.o 404 590/16 9788888906195 2016 / 1.a Edição / 1.a Tir. / 4000 Ex.

978-888-89-0619-5

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