Parecer Técnico - Marco Antônio Valadares - Revisado Por Bruna

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DA 5ª VARA FEDERAL CÍVEL DE

VITÓRIA/ES

Processo nº 0003565-02.2006.4.02.5001/ES
Autor/Exequente: Marco Antonio Valadares
Ré/Executada: União - Advocacia Geral da União

Déborah Ribeiro dos Santos CREFITO-15/208439–F, fisioterapeuta


graduada na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória –
EMESCAM e pós-graduada em Acupuntura e Eletroacupuntura pelo Colégio Brasileiro de
Acupuntura e Medicina Chinesa – CBA/ABACO, indicado como Assistente técnico pelo
Autor/Exequente no processo supramencionado, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, apresentar o Parecer Técnico referente ao Laudo Pericial do processo citado.

PARECER TÉCNICO

 OBJETIVO: Analisar o tempo da duração da sessão de fisioterapia e a


frequência de tratamento, bem como os recursos fisioterapêuticos necessários ao
periciado e realizar a avaliação cinético-funcional que demonstra a imprescindibilidade ou a
prescindibilidade do tratamento na modalidade domiciliar.

 IDENTIFICAÇÃO DO PERICIADO: Marco Antônio Valadares, brasileiro,


divorciado, nascido em 21/12/1962 em São de Meriti/RJ (59 anos), músico militar veterano,
portador do RG nº 010559223-2, inscrito no CPF/MF sob nº 773.585.037-91, residente e
domiciliado no endereço Rua Beija-Flor, 127, Lagoa de Carapebus, Serra/ES, CEP:
29.164-528 e endereço eletrônico: [email protected].

 DIAGNÓSTICO CLÍNICO: Distrofia Simpático Reflexa tipo II grave atípica


(Síndrome Dolorosa Complexa Regional/ Causalgia) CID 10 - G 90.8, consequente à
cirurgia para tratamento de Síndrome do Túnel do Carpo (STC) esquerdo, monoplegia em
membro superior esquerdo (MSE) CID 10 - G 83.2 e dor crônica CID 10 - R 52.2.

 HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP): O periciado relata que era


músico militar praticante, saxofonista desde 1984, e iniciou com quadro de dor e perda de
força muscular em punhos e dedos em 1995, sendo seu primeiro diagnóstico clínico, em
08/05/1997, de Cisto de Punho CID 10 - M 71.3. Foi encaminhado ao Ortopedista
especializado em cirurgia de mão em 15/05/1997, com quadro de LER/DORT, recebendo o
diagnóstico de Tendinite dos flexores do punho CID 10 - M 65.8, onde iniciou tratamento
medicamentoso e fisioterapia.

Ao exame de Eletroneuromiografia em 08/05/1998, constata


comprometimento bilateral do nervo mediano na altura do punho de predomínio sensitivo.
Tendo como diagnóstico clínico de Síndrome do Túnel do Carpo Bilateral (STC) CID 10 - G
56.0.

Foi submetido à cirurgia em 03/06/1998, para abertura do túnel do carpo em


barra grega, microneurólise do mediano e tenossinovectomia de tendões flexores do punho
esquerdo, sendo realizado quatro (4) bloqueios de plexo braquial, resultando no
agravamento para Distrofia Simpático Reflexa tipo II (Síndrome Dolorosa Complexa
Regional/ Causalgia) CID 10 - G 90.9 e Monoplegia do membro superior esquerdo (MSE)
CID 10 - G 83.2.

Periciado fez uso de tratamento farmacológico para minimizar os sintomas da


doença e da dor crônica, por certo período, porém, não obteve resultados satisfatórios,
devido efeitos colaterais adversos que o prejudicaram. Após consulta médica com
gastroenterologista em 2006, foi diagnosticado com esofagite edematosa distal e
pangastrite, sendo, portanto, não recomendado a utilização de anti-inflamatórios não
hormonais sob a piora no quadro, inclusive com possibilidade de sangramento que podem,
dependendo da intensidade, ameaçar a vida do periciado (conforme laudo médico do Dr.
Fernando Ribeiro do Val J. CRM-ES 6698).

 HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): O periciado relata que faz


acompanhamento médico com Dr. Vladmir de Almeida CRM-ES 7271 (Ortopedista e
Traumatologista) desde 2004, com diversos neurologistas desde 2005, desde 2018 com o
Dr. Clauder Oliveira Ramalho (Neurocirurgião) CRM-ES 00.8877 e recentemente, início em
junho de 2022, com a Dra. Valquíria G. Dinis (Reumatologista) CRM-ES 13.615. E que já
realizou tratamento psicológico prolongado com posterior alta pelo profissional.

Iniciou o tratamento fisioterápico ambulatorial após cirurgia em 1997, e


desde 2006 realiza sessões diárias, incluindo sábado, domingo e feriados. A partir de 2008
o atendimento passou a ser domiciliar de forma diária e continua no período tarde/noite
com duração de 4 horas (de 17 às 21 horas).
1. DOS FATOS ANALIZADOS PELA ASSISTÊNCIA TÉCNICA

 METODOLOGIA: Foi realizado uma avalição cinético-funcional do periciado


por meio de exame físico (avalição postural, inspeção, goniometria, teste de força muscular
e mapa corporal), instrumentos de avaliação chamados questionários (PainDTECT, Índice
Oswestry 2.0 de Incapacidade), escala visual analógica da dor (EVA) e pela Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF.

 DA AVALIAÇÃO CINÉTICO-FUNCIONAL

Na avaliação respiratória, foi realizada ausculta pulmonar, onde constatou-


se murmúrio vesicular diminuído globalmente sem ruídos adventícios. Apresentando
assimetria de tórax, redução da expansibilidade torácica (respiração curta) (b4402.2), com
padrão respiratório misto, frequência respiratória de 16 incursões respiratórias por minuto
(irpm), hipotrofia das musculaturas acessórias da respiração (b4450.1), tensão muscular
abdominal e diafragmática (b7350.2), dor muscular durante as incursões respiratórias,
desconforto respiratório com frequência (batimento de asa de nariz), dispneia aos mínimos
esforços (b4550.3; b4551.3; b4552.3; b460.2) podendo gerar desestabilização do quadro e
disfunção global grave com risco de morte. Já houve episódios de parada respiratória.

Quanto a avaliação ortopédica, ao avaliar movimentação ativa do Periciado


foi analisada a amplitude de movimento (ADM) por meio da Goniometria (anexo 1). Pode-
se observar ausência de movimento em membro superior esquerdo (MSE) devido à
monoplegia (b7200.4; b7202.4; b7600.4; b7601.4; b7602.4). Também foi constatado
limitação do membro superior direito (MSD), membros inferiores (MMII), tronco e pescoço,
porém houve dificuldade ao realizar e manter o posicionamento para medição, o que
impossibilitou um resultado adequado.
Na avaliação postural do Periciado notou-se alterações posturais como
anteriorização da cabeça (s76000.164), lateralização e rotação da cabeça para direita;
elevação e rotação interna de ombro esquerdo e mão esquerda em garra. Escoliose em
‘’S’’ dorso à direita e lombar à esquerda (s7601.263) com elevação pélvica direita
(s7408.268) e rotação à esquerda.

Apresentando também edema em peitoral esquerdo, MSE (s73002.3272;


s73012.3272; s73028.372), tronco e tornozelos (s75023.273). Com a palpação observou-se
de nódulos de tensão em vários locais do corpo.
Quanto a força muscular, foi realizado teste de força muscular (anexo 2) e
constatado ausência de força muscular (grau 0) em MSE (b7301.4; b7401.4) devido à
monoplegia em MSE (b7351.4). Fraqueza muscular (grau 2) em MSD (b7301.2; b7401.3),
devido à monoparesia em MSD (b7351.2). Fraqueza muscular (grau 3) em MMII (b7303.1;
b7401.2). Força muscular (grau 2) de dorsiflexores bilateral (s75021.263).
Quanto a análise da marcha, apresenta déficit na marcha (b770.2):
dificuldade entre a fase de apoio do calcanhar e impulsão, déficit na tríplice-flexão do
membro inferior esquerdo.
Quanto a avaliação neurológica do Autor/Exequente foi constatada
alterações sensoriais através do teste de sensibilidade e codificado pela CIF como:
sensibilidade alterada à temperatura (b2700.1) e a vibração (b701.2; e255.3); dor
generalizada (b2800.3), hipersensibilidade auditiva (b2308.2); entorpecimento,
hiperestesia, parestesia, alodínia, hiperpatia, disestesia (b265.3; b2702.2 em MSD/MID;
b2702.4 em MSE; b2702.3 em MIE; b2703.2 em MSD, tronco e MMII; b2703.4 em MSE)
em toda extensão corpórea, acentuado em hemicorpo esquerdo. Espasmos musculares em
membros superiores (MMSS), membros inferiores (MMII) e tronco (b7801.2). O periciado
relata náuseas (b5106.2), cefaleia (b28010.3), síncope (b1101.2; b1102.2) e oscilações do
quadro álgico.
Utilizou-se o Questionário PainDTECT (anexo 3) para avaliação da dor
neuropática, que consiste em sete questões que abordam a qualidade dos sintomas da dor
neuropática. Obteve a pontuação de 32 pontos, sugerindo que a dor provavelmente terá
um componente neuropático (> 90%). Confirmando as alterações no sistema
somatossensorial e as manifestações que com tempo da doença, afetam o sistema nervoso
central e periférico de forma acentuada. Para avaliar a intensidade de dor, aplicou-se a
EVA (anexo 4), onde o mesmo relata grau de dor 10 (grau máximo) e de forma
generalizada no corpo.
Todas as alterações relatadas acima desregulam as funções relacionadas ao
sono. Foi analisado deficiência grave das suas funções: qualidade do sono (b1340.3), início
do sono (b1341.2), manutenção do sono (b1342.3), qualidade do sono (b1343.3) e das
funções que envolvem o ciclo do sono (b1344.3).
Por meio do índice Oswestry 2.0 de Incapacidade (anexo 5) foi possível
avaliar a capacidade funcional do Periciado para realização das atividades de vida diária
(AVD´s). O resultado do Autor/Exequente indicou limitações funcionais graves (de 81 a
100% indicando invalidez), ou seja, necessitando de auxílio para suas AVD´s.
A funcionalidade do Periciado também foi qualificada e codificada por meio da
CIF (anexo 6). Com relação aos cuidados pessoais, o Periciado tem limitações graves para
lavar-se (d5100.3; d5101.3; d5102.3), vestir-se (d5400.3; d5401.3; d5402.3; d5403.3),
comer (d550.3) e beber (d560.3).
Nas atividades de mobilidade como: deitar-se (d4100.3), agachar-se
(d4101.3), ajoelhar-se (d4102.3), sentar-se (d4103.3), levantar-se (d4104.3), bem como
transferir a própria posição enquanto sentado (d4200.3) e deitado (d4201.3) foram
classificados como dificuldade grave (50% - 95%). Também foi classificado como
dificuldade grave a deambulação em distâncias curtas (d4500.3) e dificuldade completa
(96% - 100%) para distâncias longas (d4501.4). Para as atividades complementares o
Periciado foi classificado com incapacidade grave no deslocamento em diferentes locais
(d4600.3; d4601.3; d4602.3) e na utilização de transporte motorizado privado (d4701.3;
d4751.3; e255.3) e transporte público (d4702.3).
Tais resultados demonstram a necessidade imperiosa de um tratamento
fisioterapêutico domiciliar e não ambulatorial, pois o Periciado não tem condições
funcionais para deslocar-se diariamente até uma clínica/centro de reabilitação, conforme
constatado acima, pois o deslocamento mesmo no transporte privado acarretará piora do
quadro álgico e sensorial devido a vibração/movimentação do veículo, o que vai contra ao
objetivo do tratamento.

DIAGNÓSTICO CINESIOLÓGICO FUNCIONAL:


Amplitude de movimento (ADM) diminuída em MSD, MMII, tronco e pescoço;
Imobilidade funcional em MSE (b7200.4; b7202.4; b7600.4; b7601.4; b7602.4) e ausência
de força muscular (em MSE (b7301.4; b7401.4) - monoplegia em MSE (b7351.4).
Fraqueza muscular em MSD (b7301.2; b7401.3) - monoparesia em MSD (b7351.2). Déficit
de força em MMII (b7303.1; b7401.2). Déficit de equilíbrio estático e dinâmico (b2350.1;
b2351.1; b2352.1; b260.2); Déficit de marcha (b770.2); Hipomobilidade vertebral (cervical,
torácica, lombar, sacral); Hipomobilidade escapular, acentuado à esquerda (b7200.4);
Hipomobilidade pélvica (b7201.2); Expansibilidade torácica reduzida (b4402.2). Escoliose
em ‘’S’’ dorso à direita e lombar à esquerda (s7601.263).

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: Sugiro que tratamento do


periciado inclua fisioterapia neurológica, ortopédica e respiratória; e que seja realizado em
toda extensão corpórea, isto é cabeça, membros superiores (MMSS), tronco e membros
inferiores (MMII); devido ao quadro clínico atípico, pois além da Distrofia Simpático Reflexa
ter início no membro superior esquerdo (MSE), evoluiu de uma forma grave e atípica com
agravamento da Síndrome de Sensibilização Central com dor Generalizada e alodínia
associada, onde afetou o corpo como o todo, gerando patologias correlatas e oportunistas,
e inclusive afetando a função respiratória. Afetando assim os sistemas neurológico,
musculoesquelético, linfático e respiratório.

 OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO:


melhorar a qualidade de vida e sono do periciado, facilitar a realização das atividades da
vida diária (AVD’S), retardar a progressão do quadro clínico e reduzir quadro álgico.

 RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS SUGERIDOS:


massoterapia (onde recomendo que seja realizado com óleo ou creme, devido a alodínia e
hiperestesia) a cinesioterapia, e termoterapia (quando tolerado pelo periciado com o
Infravermelho).

 QUANTO AO TRATAMENTO DOMICILIAR:


Sugiro que o tratamento fisioterapêutico permaneça domiciliar, pois após o diagnóstico
cinesiológico funcional, resultados obtidos pelas ferramentas avaliativas, uso do raciocínio
e codificados pela CIF, chegou-se à conclusão de que o periciado não tem condições de se
deslocar diariamente até uma clínica/centro de reabilitação devido a gravidade do quadro.
O deslocamento do periciado é inviável, pois acarreta piora do quadro clínico global o que
vai contra ao objetivo do tratamento fisioterapêutico. E para que o mesmo após o
tratamento desfrute de um período maior de alívio do quadro álgico e tenha uma melhor
qualidade do sono.

 QUANTO AS SESSÕES:
Sugiro que as sessões sejam realizadas diariamente, 7 (sete) vezes por semana
(incluindo finais de semana e feriados), devido a gravidade do quadro do periciado e por se
tratar de uma doença crônica que se conduziu de forma atípica.

 QUANTO AO TEMPO DE TRATAMENTO DE CADA


SESSÃO:
Quanto ao tempo de tratamento sugiro que seja realizado por um período no mínimo de 4
horas diária, pois com a estratégia de tratamento proposta é impossível que se realize em
um período menor de 4 horas, preferencialmente no período tarde/noite, devido a
gravidade do quadro do periciado e por se tratar de um quadro clínico atípico, o tratamento
do periciado deve ser realizado de forma atípica, (considerando que cada indivíduo deve
ser avaliado e tratado de forma individualizada conforme sua necessidade), pois o
periciado apresenta um quadro clínico geral instável, ou seja, podendo apresentar-se
“aparentemente bem” e “sem causa aparente” iniciar um quadro de disfunção global grave
e uma debilidade física acentuada aos mínimos esforços, com agravamento no período da
tarde/noite (portanto a importância do tratamento nesse período), podendo ocasionar piora
do quadro álgico, náuseas, vômito, cefaléia, espasmos musculares, padrão flexor, e
agravamento da disfunção respiratória com risco de morte.
Está relatado nas evoluções fisioterapêuticas, enviadas mensalmente ao
FUSEX, nos últimos 4 meses, que o periciado em diversos dias do tratamento, devido ao
quadro álgico exacerbado, tem apresentado espasmos musculares por todo corpo, entrado
em padrão flexor (se dá a flexão dos membros superiores, membros inferiores, tronco e
pescoço), com quadros de parada respiratória. Quadro do qual tem agravado seu quadro
clínico global já deteriorado, aumento da náusea, cefaleia, vômitos, piora do padrão
respiratório e marcha, e necessitando de auxilio total para a realização das atividades da
vida diária (AVD’s).

 ESTRATEGIA DE TRATAMENTO
Sugiro que o plano de tratamento diário do periciado seja realizado de acordo com seus
sintomas. Como há um quadro clínico persistente álgico (dor) global, edema, alodínia e
tensão muscular global e expansibilidade torácica reduzida (respiração curta).

Para o quadro álgico e tensão muscular global sugiro que realize:


 alongamento muscular global de MSD, MMII,
tronco, pescoço; em um período de aproximadamente 60 minutos, sendo um
período de tempo atípico, pois o periciado apresenta resistência muscular
durante o alongamento, tendo que ser realizado de forma cuidadosa,
respeitando o limite do periciado.
 Tração e pompagem lombar e cervical por aproximadamente 20 minutos
para alívio da cervicalgia, lombociatalgia e parestesia de MMII (formigamento
ou dormência dos membros inferiores).
 Dissociação de cinturas por aproximadamente 2 minutos
 Massagem terapêutica e liberações miofasciais
por aproximadamente 60 minutos, em MMSS, MMII, tronco, pescoço e face
com óleo ou creme para facilitar o deslizamento e não agravar a parte
sensorial já prejudicada. Sendo que seja realizado em MSE de forma muito
cuidadosa devido a hiperalgesia e alodínia acentuada nesse membro.
 Cinesioterapia passiva e ativo assistida por
aproximadamente 20 minutos em MSD e MMII. E quando tolerado pelo
periciado sugiro que realize a cinesioterapia passiva no MSE.
 Exercícios metabólicos para prevenção de
distúrbios circulatórios por aproximadamente 2 minutos.
 mobilizações articulares e neurais por
aproximadamente 30 minutos, devido às patologias correlatas e oportunistas
tais como: alterações posturais, lombociatalgia, cervicalgia, dorsalgia, gonalgia,
omalgia, Síndrome do Túnel do Carpo à direita, parestesia de MMII e podalgia.

Para o edema sugiro:


 Drenagem linfática manual deslizante por
aproximadamente 60 minutos em MSD, MMII, tronco e face. E que seja
realizado no MSE com cautela, devido a alodinia exacerbada nessa região.

Para hipersensibilidade tátil sugiro:


 Dessensibilização tátil por aproximadamente 30 minutos, sugiro que
seja realizado manualmente com óleo ou creme, pois o periciado não
tolera texturas (conforme constatado nas avaliações).

Para a disfunção respiratória sugiro:


 Alongamento das musculaturas acessórias da
respiração por aproximadamente 10 minutos.
 Exercícios respiratórios (reexpansão
pulmonar), por aproximadamente 15 minutos.
 Liberação miofascial da musculatura dos
peitorais, diafragma e abdominal e intercostais por aproximadamente 20
minutos com uso de óleo ou creme para facilitar o deslizamento devido as
alterações sensoriais.
 Propriocepção e conscientização diafragmática
por aproximadamente 5 minutos.

Para marcha, sugiro:


 Treino de marcha consciente sem e com obstáculos por
aproximadamente 10 minutos, devido disfunção na marcha.

Para as alterações posturais, sugiro:


 Treino de conscientização corporal em frente ao espelho
 Reeducação postural
 Reorganização do equilíbrio das musculaturas

Para a incoordenação motora, sugiro:


 Exercícios de coordenação motora por aproximadamente 5 minutos.

Para tratamento da dor crônica, sugiro:


 Reeducação em dor.
2. PARECER REFERENTE AO LAUDO PERICIAL

Orientação: Neste tópico o Assistente técnico irá apontar as falhas técnicas e


científicas apresentadas no laudo pericial, justificando com a literatura científica, e as
orientações legais que o procedimento ou ato pericial foi um erro e falha.

3. CONCLUSÃO DO PARECER TÉCNICO JUDICIAL

Conclui-se, portanto, que o periciado possui uma dependência funcional


grave para a realização das atividades da vida diária (AVD’s), conforme avaliação
cinesiológoca funcional, Diagnóstico cinético funcional e Resultado do Indice de Oswestry
2.0 de Incapacidade (anexo 3) foi possível avaliar a capacidade funcional do Periciado
para realização das atividades de vida diária (AVD´s). O resultado do Autor/Exequente
indicou limitações funcionais graves (de 81 a 100% indicando invalidez), ou seja,
necessitando de auxílio para suas AVD´s.
de limitações funcionais graves (de 81 a 100% indicando invalidez)
índice Oswestry 2.0 de Incapacidade (anexo 3) foi possível avaliar a
capacidade funcional do Periciado para realização das atividades de vida diária (AVD´s).
O resultado do Autor/Exequente indicou limitações funcionais graves (de 81 a 100%
indicando invalidez), ou seja, necessitando de auxílio para suas AVD´s.
foi possível avaliar a capacidade funcional do Periciado para realização das
atividades de vida diária (AVD´s). O resultado do Autor/Exequente indicou limitações
funcionais graves (de 81 a 100% indicando invalidez), ou seja, necessitando de auxílio para
suas AVD´s.
Tais resultados demonstram a necessidade imperiosa de um tratamento
fisioterapêutico domiciliar e não ambulatorial, pois o Periciado não tem condições
funcionais para deslocar-se diariamente até uma clínica/centro de reabilitação, conforme
constatado acima, pois o deslocamento mesmo no transporte privado acarretará piora do
quadro álgico e sensorial devido a vibração/movimentação do veículo, o que vai contra ao
objetivo do tratamento.
Conclui-se que o Autor/Exequente possui uma dependência funcional grave,
devido ao declínio da função motora e cardiorrespiratória existente, que acarretam a perda de
mobilidade, capacidade funcional e na manutenção da independência para realização de atividades de
vida diária e as requerem mais trabalho, como por exemplo, deslocamento com curta e longas
distancias.

Conforme constatado nas avaliações e de acordo com quadro clínico


do periciado, o mesmo depende de auxílio parcial e/ou total para a realização das AVD’s,
tal como, se sentar, levantar, deitar, vestir, higienizar, alimentar, entre outras atividades ;
conforme também constatado em Cópia da Ata de Inspeção de Saúde do Ministério da
Defesa do Exército Brasileiro, no Parecer Técnico Nr 103 / 2015. Portanto, tendo em vista o
quadro clínico apresentado, a dificuldade de locomoção e a dependência para realização
das AVD’s é de extrema importância o tratamento fisioterapêutico domiciliar contínuo e
ininterrupto, todos os dias (sete (07) vezes por semana), incluindo finais de semana e
feriados, no período da tarde/noite, em um período de tempo diferenciado de no mínimo 4
horas de tratamento (4 sessões diárias com duração de 60 minutos cada) para ajudar no
controle do quadro álgico, retardar a progressão da patologia (Distrofia Simpático Reflexa),
das patologias correlatas e oportunistas, e possibilitar/facilitar a realização das AVD’s, para
que assim o periciado tenha uma melhor qualidade de sono e melhor qualidade de vida.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ex. Este Parecer Técnico é constituído de x folhas, enviado a Justiça do


Trabalho e materializa como prova técnica produzida, conforme prevê força legal disposto
no Art. 477 do NCPC para o processo XXXX.

Serra/ES, 03 de outubro de 2022.

Déborah Ribeiro dos Santos


CREFITO-15/208439–F

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