Este documento apresenta uma contextualização histórico-literária da obra Os Maias de Eça de Queirós. Aborda o século em que o autor viveu, os momentos marcantes da Geração de 70 da qual fez parte e as características do realismo e naturalismo. Explora ainda a representação de espaços sociais e crítica de costumes na obra, além dos recursos expressivos utilizados como a comparação, ironia e metáfora.
Este documento apresenta uma contextualização histórico-literária da obra Os Maias de Eça de Queirós. Aborda o século em que o autor viveu, os momentos marcantes da Geração de 70 da qual fez parte e as características do realismo e naturalismo. Explora ainda a representação de espaços sociais e crítica de costumes na obra, além dos recursos expressivos utilizados como a comparação, ironia e metáfora.
Este documento apresenta uma contextualização histórico-literária da obra Os Maias de Eça de Queirós. Aborda o século em que o autor viveu, os momentos marcantes da Geração de 70 da qual fez parte e as características do realismo e naturalismo. Explora ainda a representação de espaços sociais e crítica de costumes na obra, além dos recursos expressivos utilizados como a comparação, ironia e metáfora.
Este documento apresenta uma contextualização histórico-literária da obra Os Maias de Eça de Queirós. Aborda o século em que o autor viveu, os momentos marcantes da Geração de 70 da qual fez parte e as características do realismo e naturalismo. Explora ainda a representação de espaços sociais e crítica de costumes na obra, além dos recursos expressivos utilizados como a comparação, ironia e metáfora.
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Eça de Queirós, Os Maias:
contextualização histórico- literária 1. Em que século viveu Eça de Queirós?
Eça de Queirós viveu no século XIX e
pertenceu à designada Geração de 70. 2. Quais foram os momentos mais marcantes do percurso dos jovens que integraram a Geração de 70? Os jovens que integraram a Geração de 70 e que tinham como objetivo difundir em Portugal os novos ideais que circulavam na Europa viveram a Questão Coimbrã, juntaram-se no Cenáculo e organizaram as Conferências do Casino Lisbonense. 3. Que aspetos distinguem o realismo do naturalismo? Estes dois movimentos literários escolheram como género privilegiado o romance. O realismo caracteriza-se pela observação pormenorizada do real e aborda a vida urbana, as diferenças sociais, os vícios sociais. O naturalismo aprofunda o estudo realista, analisa o percurso biográfico da personagem, a influência da educação e da hereditariedade e investiga as causas do adultério, do alcoolismo, da opressão social. A representação de espaços sociais e a crítica de costumes; espaços e seu valor simbólico e emotivo; a descrição do real e o papel das sensações 1. De que modo se articula no romance o espaço físico e o espaço social? O espaço físico em Os Maias é principalmente o espaço urbano de Lisboa, com ocasionais referências aos então arredores: Benfica, Olivais e Sintra. No entanto, há episódios passados em ambiente rural: Santa Olávia e outros em Coimbra. São feitas referências elogiosas a Paris e Londres. Verifica-se o predomínio dos espaços interiores: casas, quartos, espaços de convívio, consultório e laboratório de Carlos. 1. De que modo se articula no romance o espaço físico e o espaço social? (cont.) Podemos, contudo, considerar que predomina, neste romance, o espaço social ao serviço da crónica de costumes, onde circulam personagens-tipo. Assim, o espaço social da alta burguesia lisboeta, o da diplomacia, da política, dos banqueiros, dos jornalistas é analisado ironicamente. 2. Por que razão o romance realista privilegia os espaços sociais?
O romance realista privilegia os espaços
sociais para melhor analisar e retratar o real. 3. Que espaços sociais conheces a partir da leitura de Os Maias?
São vários os espaços sociais que
conhecemos a partir da leitura da obra. O espaço mais importante é Lisboa que por sua vez é sinédoque de Portugal, no entanto, há outros espaços que são descritos e analisados: os jantares, as corridas, os saraus, o espaço público. 4. Há na obra espaços com valor simbólico e emotivo?
É possível encontrar na obra vários
espaços com valor simbólico e emotivo: o Ramalhete e o seu jardim, a Toca, a Avenida. Representações do sentimento e da paixão: diversificação da intriga amorosa (Pedro da Maia, Carlos da Maia e Ega) 1. Por que razão poderemos dizer que a intriga amorosa na obra é diversificada? N’Os Maias, encontramos vários pares amorosos que apresentam diferentes representações do sentimento e da paixão. Pedro da Maia ama Maria Monforte, mas esta mantém uma relação adúltera com o napolitano. Ega tem também uma relação de adultério com Raquel Cohen à semelhança da que Carlos mantém com a condessa Gouvarinho. Por sua vez, Carlos ama Maria Eduarda, no entanto, a sua relação será incestuosa. Características trágicas dos protagonistas (Afonso da Maia, Carlos da Maia e Maria Eduarda) 1. Quais são as personagens trágicas da obra?
Afonso, Carlos e Maria Eduarda são as
personagens trágicas da obra. Cumpre-se, assim, o requisito da tragédia clássica de que as personagens devem ser nobres e em número reduzido. 2. Que elementos da tragédia clássica encontramos na obra?
Na obra encontramos vários elementos
trágicos: o desafio de Pedro e de Carlos, o sofrimento, os presságios, a tensão crescente até ao clímax, o reconhecimento, a catástrofe. Linguagem, estilo e estrutura: o romance: pluralidade de ações, complexidade do tempo, do espaço e dos protagonistas, extensão; visão global da obra e estruturação: título e subtítulo. 1. Como se distingue um romance de um conto?
O conto é uma narrativa breve com forte
concentração temporal e espacial que se lê de um fôlego, enquanto o romance apresenta uma pluralidade de ações que se cruzam, num tempo alargado e num espaço descrito pormenorizadamente. O romance possibilita o acompanhamento do percurso biográfico das personagens e o conto localiza-as num flash momentâneo. 2. Em que medida é que o título − Os Maias − e o subtítulo – “Episódios da vida romântica” − nos permitem perspetivar a estrutura global da obra? O título e o subtítulo do romance apontam para níveis diferentes da obra. Enquanto o título perspetiva a história de uma família, o subtítulo estabelece uma visão mais alargada da sociedade portuguesa do Portugal da Regeneração. 3. De que modo se estrutura a ação do romance? O romance encerra duas intrigas: a principal e a secundária. A principal é protagonizada por Carlos e Maria Eduarda, uma história de amores trágicos e incestuosos. A ação secundária, que condiciona a ação central, tem como personagens principais Pedro da Maia, que se suicida, e Maria Monforte, que foge com um amante, levando uma filha e deixando um filho aos cuidados do marido traído. 4. A ação do romance é narrada linearmente? A ação do romance não é narrada linearmente. A ação começa em 1875, mas, de imediato, se faz uma analepse até ao ano de 1820. Em ritmo rápido (em cerca de 85 páginas), são percorridos 55 anos, através de uma criteriosa seleção de pequenas cenas e episódios significativos e da supressão de outros, através de elipses e resumos. No capítulo IV, retoma-se a ação central e o percurso de Carlos em Lisboa até ao penúltimo capítulo da obra. 4. A ação do romance é narrada linearmente? (cont.) O ritmo narrativo torna-se lento (dois anos em cerca de 590 páginas) com inúmeras descrições e cenas dialogadas e com duas breves analepses: aquando da confissão de Maria Eduarda a Carlos sobre o seu passado e aquando da leitura da carta de Maria Monforte. No último capítulo, encontramos Carlos e Ega em Lisboa, 10 anos passados. 5. Que episódios da obra integram a crónica social da Lisboa do final do século XIX? São vários os episódios da obra que integram a crónica social, abordando aspetos políticos, culturais e sociais da Lisboa do final do século XIX: o episódio do Hotel Central, o episódio da Corrida de Cavalos, o episódio do Sarau do Teatro da Trindade e o episódio do Passeio Final. 6. Que tipos sociais conheceste nesta obra?
São vários os tipos sociais que surgem
retratados na obra: Alencar, o poeta ultrarromântico; Gouvarinho, o político incompetente; Jacob Cohen, o banqueiro; Rufino, o deputado retrógrado; Palma Cavalão, o jornalista corrupto; Raquel Cohen, a mulher adúltera,… Recursos expressivos: a comparação, a ironia, a metáfora, a personificação, a sinestesia e o uso expressivo do adjetivo e do advérbio; reprodução do discurso no discurso 1. Qual é o recurso expressivo presente em “cabelos magnificamente negros”? Nesta expressão, está presente o uso expressivo do advérbio. 2. Qual é o recurso expressivo presente em “O venerável gato gostava de lamber com o seu vagar estúpido”?
Nesta expressão, está presente o uso
expressivo do adjetivo. 3. Qual é o recurso expressivo presente em “luz macia”?
Nesta expressão, está presente a
sinestesia. 4. Qual é o recurso expressivo presente em “o morgadinho, o Eusebiozinho, uma maravilha muito falada naqueles sítios”?
Nesta expressão, está presente a ironia.
5. Qual é o recurso expressivo presente em “sim, coitado, coitadinho, coitadíssimo!”?
Nesta expressão, está presente a
gradação. 6. Qual é o recurso expressivo presente em “o conchego quente e um pouco sombrio dos estofos escarlates e pretos era alegrado pelas cores cantantes de velhas faianças holandesas”?
Nesta expressão, está presente a
sinestesia. 7. Qual é o recurso expressivo presente em “E à distância, sem cessar, o estalar alegre de foguetes morria no ar quente”?
Nesta expressão, está presente a
metáfora. 8. Qual é o recurso expressivo presente em “Em 1858 Monsenhor Buccarini, Núncio de S. Santidade, visitara-o com ideia de instalar lá a Nunciatura, seduzido pela gravidade clerical do edifício e pela paz dormente do bairro”?
Nesta expressão, utilizam-se os adjetivos
expressivamente. 9. Qual é o recurso expressivo presente em “mas nunca ele aprovara que Afonso se desfizesse de Benfica – só pela razão daqueles muros terem visto tantos desgostos domésticos.”?
Nesta expressão, está presente a
personificação. 10. Qual é o recurso expressivo presente na expressão sublinhada: “passou-lhe para os braços uma deliciosa cadelinha escocesa, de pelos esguedelhados, finos como seda e cor de prata”?
Nesta expressão, está presente a comparação.
11. Qual é a forma de relato de discurso utilizada na frase: “Dâmaso…conhecera a rapariga, a que dera as facadas, quando ela era amante do visconde da Ermidinha… Se era bonita? Muito bonita. Umas mãos de duquesa… E como aquilo cantava o fado!”?