Aulá Enfermagem

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AULA 2

SAÚDE MENTAL NO TRABALHO

Profª Hellem Luciana Damrat Tchaikovskli


INTRODUÇÃO

Esta etapa traz uma breve abordagem sobre a psiquiatria com o objetivo
de sensibilizar o leitor sobre a temática. Traz algumas condições clínicas com
repercussão no comportamento do indivíduo para fundamentação de exclusão
diagnóstica. A seguir, sugere alguns pontos a serem avaliados pelo enfermeiro
durante a consulta de enfermagem.
Para melhor embasamento, serão abordados temas que envolvem
diretamente a saúde mental e sua avaliação específica, como enfrentamento de
crise, funções mentais básicas e a discussão de alterações comuns, finalizando
com alguns transtornos que podem ocorrer dentro de ambiente de trabalho, como
a depressão, o suicídio e os transtornos alimentares, que são temas mais
extensos e serão abordados à parte, na sequência.

TEMA 1 – INTRODUÇÃO À PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL

Em suas rotinas de trabalho, os profissionais de enfermagem encontram-


se mergulhados em verificações, exatidões numéricas e concretas de aparelhos,
como esfigmomanômetro, glicosímetro, oxímetro digital, estetoscópio, exames
laboratoriais e de imagem, entre outros, porém, a mente não tem um aparelho que
identifique numericamente o sofrimento psíquico, o comportamento humano e
suas reações podem ser inesperadas ou bizarras; longe da lógica vivida no
convívio social esperado.
A Saúde Mental engloba atividades como linguagem, pensamento,
lembranças, emoções, sentidos, criatividade, planejamento e execução de
tarefas, metas e autonomia de vida.
Aprendemos que os doentes mentais, historicamente, ora eram
segregados, ora excomungados, ora escondidos em porões ou trancafiados em
instituições de caráter asilar. A reforma psiquiátrica no Brasil deu liberdade a quem
vivia há muitos anos privado de direitos sociais.
Direito de ir e vir, de ir a um shopping, de tomar sorvete, usar garfo e faca
ou prato de vidro; enfim, anos que indisponibilizaram habilidades que nos são
automáticas, como operar um celular, pegar um ônibus, táxi ou transporte por
aplicativo; atravessar em faixa de pedestres etc. Essas pessoas receberam de
volta seus direitos sociais, mas com inúmeras barreiras ao exercício destes. A
comunidade demonstra não ter preparo para entender e acolher alguns sintomas.

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As pessoas em sofrimento psíquico, quando buscam atendimento nos
serviços de saúde, não devem ser absorvidas pelo “carimbo da loucura”, pois
podem ter infecções, ser ou se tornarem hipertensos, diabéticos, ter função renal
ou hepática alteradas, da mesma forma e risco (ou até mais) que os indivíduos
atendidos rotineiramente dentro de outros programas de saúde.
O ambiente de trabalho deve estar preparado para identificar e acolher a
pessoa que sofre, pois a história explicou como o conceito da loucura foi
construído, na maioria das vezes, segregatório e carregado de preconceitos. A
preocupação em ser julgado como insano, taxado de incapaz ou até de ser
reconhecido como profissional que “inventa para não trabalhar” dificulta o
processo de atendimento dentro de instituições e empresas.
Estamos em um momento de transição histórica, de sensibilização e
ampliação de conhecimentos. E, sendo a enfermagem a maior força operacional
na maioria dos serviços de saúde, naturalmente disseminadora de
conhecimentos, esperamos que essa realidade mude. Desta forma, destacamos
que, mesmo na evidência de um sintoma ou doença mental, o profissional de
enfermagem não deve excluir seus conhecimentos e instrumentos de investigação
de outras condições clínicas durante seu atendimento.
Algumas alterações psíquicas podem apresentar-se sem necessariamente
estarem associadas a uma doença mental instalada. Na presença da informação
de que uma pessoa apresenta a primeira crise: acenda os faróis, ligue as sirenes
do conhecimento e investigue a possibilidade da vigência de um quadro clínico.
São inúmeras as condições que levam o indivíduo a apresentar uma crise
com alteração de comportamento sem ter como causa uma doença mental. As
que ocorrem com maior frequência são as intoxicações exógenas (mercúrio,
chumbo, manganês, arsênico, cloro, brometo); as deficiências nutricionais (nia-
cina, tiamina, cobalamina); os distúrbios endócrinos (tireoide, paratireoide, adre-
nais, hipófise); as doenças metabólicas (cetoacidose diabética, encefalopatias);
as doenças infecciosas (encefalite por herpes simples, neurossífilis, doença de
Lyme); as doenças desmielinizantes (esclerose múltipla, esclerose lateral amio-
trófica); os tumores ou traumas cerebrais e as infecções (Kaplan, 2007).
É importante considerar, em uma avaliação de enfermagem, o tipo de labor
do indivíduo, o contato com substâncias químicas, uso adequado de Equipamento
de Proteção Individual (EPI) e até se a atividade permite adequada qualidade do

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sono, pois a privação ou qualidade de sono prejudicada pode levar ao desenvol-
vimento de quadros psiquiátricos. Exemplo disto são o fumicultores.
Mais de 150 mil famílias estiveram envolvidas com a safra de fumo nos
estados do sul do Brasil entre 2014 e 2015, sendo colhidas aproximadamente
874.000 toneladas de folhas. No estado do Paraná, dos 399 municípios, 143 plan-
tam o fumo. Esse estado está entre os três maiores consumidores de agrotóxicos
do Brasil e, das 80 variedades de agrotóxicos que podem ser utilizadas nas plan-
tações para o cultivo do fumo, 56% delas são reconhecidas como extremamente
ou altamente tóxicas (Murakami et al, 2017).
A prática de atendimento em pontos de atenção em saúde mental/psiquia-
tria demonstra que, além da exposição aos agrotóxicos usados, as cargas pró-
prias relacionadas ao cultivo, como a secagem (que é lenta e ocorre nas 24 horas
do dia com manipulação constante) e a manipulação para seleção das folhas de
fumo, podem causar, além de sintomas clínicos, confusão mental e tremores.
O enfermeiro também deve considerar o uso de medicações e seus efeitos
colaterais, a porta de entrada da psiquiatria é a clínica.

TEMA 2 – AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM

Alguns tópicos devem ser considerados em um instrumento de avaliação


de enfermagem, podendo ser adaptados à realidade de trabalho do enfermeiro.
Algumas sugestões a seguir continuam como possibilidades de inclusão em um
instrumento avaliativo, destacadas a partir do aprendizado acadêmico, do exercí-
cio prático e da interpretação de Towmsend (2017).

• Informações gerais: dados cadastrais, pessoa para contato, grau de esco-


laridade, sexo, cor, estado civil, queixa principal, alergias, apresentação/ali-
nhamento, condições de higiene.
• Fatores predisponentes: A) influências genéticas, dinâmica familiar, história
clínica/psiquiátrica do cliente e sua família, outras influências genéticas que
afetam a adaptação social (vitiligo, polidactilia, albinismo etc.). B) experiên-
cias passadas: história cultural e social – fatores ambientais (arranjos fami-
liares, condições especiais de trabalho); crenças e práticas relacionadas
com a saúde (responsabilidade pessoal pela saúde, práticas de promoção
da saúde); crenças e práticas religiosas (avaliar atividade ou pensamento
exagerado); formação educacional; perdas/alterações significativas (incluir
datas ou períodos); relacionamento com pares/amigos (verificar se há
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identificação de amizades positivas e tóxicas); história ocupacional; padrão
prévio de lidar com o stress; outros fatores de estilo de vida que podem
contribuir para a adaptação atual. C) condições existentes: sistema de
apoio; segurança econômica; condição de produtividade atual (labor, cargo
em comissão, estabilidade, carga horária extra, cognição, queda de produ-
tividade, acidentes no trabalho, relação com os demais).
• Evento precipitante: perguntas que podem auxiliar: Pode me contar quando
surgiu este problema? O que acontecia em tua vida neste período? Como
resolveu esta questão à época? No acolhimento pode ser que esse tema
não seja abordado mais profundamente, podendo ser melhor explorado em
atendimentos futuros, quando o nível de estresse estiver menor e o vínculo
terapêutico esteja fortalecido.
• Observação geral do comportamento: contato visual; deambulação; autoe-
stima; nível de ansiedade observada e relatada; comportamento (eufórico,
calmo, ansioso, irritadiço, colaborativo, hostil, apático, agitado,); atenção,
concentração, memória; movimentos repetitivos com membros, mãos ou
face; queixas somáticas; processos lógicos de raciocínio presentes, preju-
dicados ou sem possibilidade de avaliação; padrão de comunicação (tom
de voz, articulação das palavras, discurso acelerado, lentificado, coerente,
neologismos, não consegue concluir a fala, afásico, discurso empobrecido,
orientação (de tempo, de local, sobre si e sua situação na comunidade);
avaliação de risco para suicídio (classificar risco).
• Uso de medicações ou substâncias psicoativas (SPA), grau de dependên-
cia.
• Desmotivação para realização de atividades de vida diária, autoestima: coi-
sas que gosta em si; coisas que gostaria de mudar em si.
• Descrição de padrão de sono; atividades de lazer (praticadas ou não, se
resposta for não, perguntar o motivo).
• Hábitos alimentares e função gastrointestinal.
• SSVV, dados antropométricos, anamnese clínica, exames físico e labora-
torial (padronizados pelo serviço).

Identificar algumas funções psíquicas e suas alterações possibilitará ao


profissional o desenvolvimento de verdadeira empatia, ampliação de vínculo,
segurança em sua prática e, principalmente, identificar precocemente o sofrimento

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psíquico, podendo interferir positivamente na manutenção da autonomia e
capacidade de labor dos indivíduos.

TEMA 3 – CRISE

A crise é um acontecimento repentino, um evento identificável na vida de


uma pessoa, que perturba seu equilíbrio físico e emocional e os mecanismos de
enfrentamento não são suficientes para resolução do problema, não se sentem
capazes de mudança. Os níveis de ansiedade podem elevar-se de tal maneira
que o indivíduo perde suas capacidades funcionais e toda sua energia é destinada
para aliviar essa ansiedade, acreditando não possuir habilidades para lidar com o
estressor precipitante (Botega, 2015).
A experiência de uma crise não significa o desenvolvimento de uma
doença, pois o que é considerado como crise por um indivíduo pode não ser para
outro. O surgimento de uma situação de crise pode ter duas formas de resolução:
o indivíduo supera a crise e a sobrepõe mais fortalecido (por exemplo: a mãe de
uma jovem falece e ela decide, após a fase de luto, realizar um curso que há muito
tempo a mãe a estimulava a realizar) ou desenvolve um sintoma/doença como
forma de resolução (um exemplo disto são os ouvidores de vozes e depressivos,
geralmente o surgimento das vozes ou depressão coincidiram com o
enfrentamento de uma crise, como morte de um ente querido ou sofrimento de
situação de violência). Portanto, a crise é resolvida de um jeito ou de outro, em
curto intervalo de tempo (Backer, 2019).
A descoberta do evento ocorrido que promoveu o desenvolvimento de um
sintoma ou doença é importante, mas o manejo terapêutico dessa situação cabe
ao profissional da área de saúde mental, portanto, as áreas de conhecimento e
pontos de atenção devem estar interligadas.
Há crises esperadas do desenvolvimento, que ocorrem à medida que
envelhecemos, sendo previstas de alguma forma, pois são inerentes ao
desenvolvimento humano; e também crises circunstanciais, que são
acontecimentos não esperados, que o indivíduo não tem como controlar seu
surgimento.
Algumas fases ou transições no ciclo da vida e eventos pessoais não
esperados comumente estão relacionados como fatores desencadeantes de crise,
tais como:

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• Começar frequência na escola
• Graduação ou pós-graduação
• Nascimento de irmãos
• Puberdade
• Casamento
• Gestação ou chegada de um filho, aborto
• Traição, divórcio
• Morte de um filho, outro familiar ou pessoa próxima
• Acidentes ou crimes violentos
• Perda de emprego ou problemas relacionados ao trabalho, dívidas
• Dificuldades sexuais
• Necessidade de importante decisão relacionada ao futuro etc.

Pessoas em situação de crise podem responder com atitudes agressivas,


entretanto, há que se pontuar que nem toda pessoa portadora de transtorno
mental é agressiva, assim como nem toda pessoa agressiva é portadora de
transtorno mental.
O atendimento a um indivíduo com potencial para agressividade nunca
deve ser realizado sozinho, uma rota de fuga deve ser planejada e todo
procedimento realizado deve ser previamente informado. Normalmente, o
indivíduo portador de sofrimento mental que se torna agressivo experimenta
sofrimento psíquico intenso ou não dispõe de recursos para argumentar seus
conflitos.
Esse indivíduo pode passar algum tempo até demonstrar sinais de que está
sofrendo, por exemplo, dentro de uma empresa, devido receio de sanções ou
perdas. Absenteísmo, agressividade, negligência podem ser o ápice de uma
história de sofrimento psíquico, desta forma, identificar situações de sofrimento
psíquico e promover o espaço de acolhimento e suporte é fundamental para a
prevenção de perdas.
Ressaltando que todos os indivíduos enfrentam situações de crise,
esperadas ou não, resultando em sintoma ou fortalecimento, podemos supor que
todos os colaboradores de um serviço devem estar no radar/rastreio da saúde
ocupacional. A discussão com colaboradores e entre os níveis hierárquicos de
gestão sobre fatores de crise comuns entre servidores podem resultar em positivo
impacto na saúde mental do trabalhador.

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TEMA 4 – PRINCIPAIS FUNÇÕES MENTAIS E ALTERAÇÕES MAIS COMUNS

As funções psíquicas serão discutidas separadamente, porém são


interligadas, podendo o indivíduo apresentar várias alterações simultaneamente,
em momento de crise.
Kaplan (2007) descreve as funções psíquicas: consciência, atenção,
orientação, senso de percepção, pensamento, afetividade, psicomotricidade,
linguagem e expressão, inteligência, memória e julgamento. E, considerando o
autor e a experiência no trabalho, segue a apresentação de algumas funções
mentais básicas, suas possibilidades de alterações e exemplos práticos para
fixação do conhecimento:

• Consciência: capacidade do indivíduo de entrar em contato com a


realidade, perceber e reconhecer o que está à sua volta. Condição de
encontrar-se alerta, vigilante e acordado; podendo ou não estar orientado
sobre suas ações. Indivíduos sob efeito de medicações sedativas,
intoxicados ou com quadros orgânicos podem ter alteração no estado de
consciência, implicando em riscos de obstrução de vias aéreas por queda
da língua, broncoaspiração ou engasgo.

O indivíduo pode encontrar-se alerta ou em turvação, sonolência, estupor,


letargia ou coma. É muito comum ouvir “ele estava consciente do quê fez!”, porém
é difícil exercer uma ação estando com rebaixamento de nível de consciência, que
pode ser medida em escalas, como a de Glasgow. A avaliação mais adequada
seria a respeito de orientação, crítica e julgamento sobre a ação por parte do
indivíduo.

• Orientação: capacidade do indivíduo em se localizar em tempo, em espaço


e em relação a si mesmo. Sabendo identificar data e horário corretos,
descrever sobre o local em que se encontra e falar corretamente sobre si e
sua vida. É corriqueiro em prontuários a anotação LOTE (lúcido e orientado
em tempo e espaço), mas o termo não descreve a orientação sobre si
mesmo, inserção no mundo, convivências e experiências de vida. Devemos
atentar também a algumas condições que alteram a orientação
tempo/espacial, tais como senilidade, delirium, privação de sono
(considerar turno de trabalho e escala), a desorientação também pode ser
consequência de traumatismos cranianos, hipoglicemia, hipóxia, tumores e
até infecções.
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• Atenção: pode ser entendida como o estado de concentração da atividade
mental sobre determinada circunstância, conteúdo ou ação. É por meio
dela que somos capazes de filtrar, selecionar e organizar informações.
Pode ser afetada por muitas razões, tais como transtorno cognitivo,
ansiedade, depressão, intoxicação exógena, privação do sono e estímulos
internos, como alucinações auditivas ou delírios persecutórios.

Indivíduos com déficit de atenção necessitam intervenções breves e


objetivas. Podem estar acelerados ou em hipervigilância, podendo acarretar
ações inesperadas.

• Memória: função pela qual as informações armazenadas no cérebro são


trazidas à consciência posteriormente. Os transtornos de memória mais
comuns incluem: (1) a amnésia, que é a falta de capacidade (parcial ou
total) de recordar experiências passadas, podendo ser de origem orgânica
ou emocional. A amnésia anterógrada ocorre após determinado momento,
e a amnésia retrógrada ocorre antes de determinado momento, ambas
podem estar relacionadas a acidentes, devendo ser investigadas se a
causa é orgânica ou emocional para uma intervenção mais assertiva. (2) A
paramnésia, que é a distorção da recordação e consequente falsificação
da memória. Exemplos são a (2.1) confabulação, que é o preenchimento
inconsciente de espaços vazios na memória, por experiências imaginárias
ou falsas em que a pessoa acredita, mas que não se baseiam em fatos;
(2.2) dejà vu, que é o falso pensamento de que uma nova situação visual é
considerada incorretamente, como repetição de uma experiência anterior.
(3) Memória seletiva, trata-se da memória conscientemente tolerável que
encobre memória dolorosa. (4) apagamento, experimentada por
alcoolistas, que é amnésia experimentada durante a intoxicação,
normalmente indica lesão cerebral reversível na experimentação aguda e
em grande quantidade; o uso crônico do álcool pode levar a caso instalado
de confabulação. Essa situação é associada ao quadro de Psicose de
Korsakoff.
• Senso de percepção: a sensação relaciona-se aos diferentes estímulos
que agem sobre os cinco sentidos, estimulando os diversos receptores e
produzindo sensações. A percepção, por sua vez, está relacionada à orien-
tação e consciência da pessoa em relação ao estímulo recebido. As altera-
ções, desta forma, estão relacionadas à percepção de um estímulo
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sensorial não recebido de fato. Chamamos de alucinações, e as mais co-
muns são as auditivas e visuais, contudo, podem ser experimentadas alu-
cinações táteis, olfativas e gustativas. Na identificação de uma dessas três
últimas, atentar para possibilidade de quadro orgânico ou neurológico.

Mais que reconhecer que um indivíduo ouve vozes ou vê coisas, devemos


nos atentar ao conteúdo a que se referem as vozes, imagens ou sensações, pois
podem expressar intenso sofrimento. As vozes ou imagens podem se referir a
memórias ou experiências agradáveis ou ter conteúdos de homicídio, suicídio,
gosto de carne podre, fezes ou sangue na boca, como também podem estar
dificultando ou impedindo o sono e repouso da pessoa há muito tempo.
Ao identificar uma pessoa que tem alucinações, o próximo passo é
averiguar o conteúdo delas e o quanto afetam ou podem afetar a autonomia e a
capacidade para o labor do indivíduo. As vozes podem ter conteúdo de comando
suicida, homicida, de agressividade, ou simplesmente ser de um ente querido
falecido. Falar sobre as vozes é um divisor de águas no acolhimento e nos
atendimentos subsequentes, pois elas podem ter sido uma forma de resolução de
uma crise no passado, mas essa intervenção cabe ao especialista.
Ouvidores de vozes existem em toda parte, em número expressivo. Ouvir
vozes pode não ser um sinônimo de incapacidade, pois esse sintoma torna-se um
problema quando interfere no cotidiano do ouvidor de vozes, quando torna-se um
sofrimento, quando a pessoa acredita ou segue as “vozes”. As alucinações devem
receber atenção e tratamento especializado.

• Pensamento: são ideias organizadas, lógicas e sequenciais, observadas


por meio da fala ou do comportamento, com curso, velocidade e conteúdo
adequados. Desta forma, podem ser observadas alterações no curso, ve-
locidade e conteúdo de pensamento.

O curso do pensamento alterado não é lógico e sequencial, não atende ao


assunto em pauta com pertinência, não desenvolve relação entre começo, meio e
fim de uma ideia ou resposta a um questionamento ou uma demanda.
Alterações relacionadas à velocidade do pensamento incluem lentificação
e aceleração. No primeiro caso, podem estar relacionadas a situações de desmo-
tivação, tristeza ou depressão; a aceleração pode estar relacionada a estados de
euforia ou uso de substâncias estimulantes.

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Os transtornos do conteúdo do pensamento incluem delírios, preocupações
(que podem envolver a doença), obsessões, compulsões, fobias, planos e inten-
ções.
A alteração de conteúdo do pensamento é chamada delírio, que trata de
crenças fixas e falsas, em desacordo com a base cultural do indivíduo. Portanto,
o indivíduo não “acha” algo, tem “certeza”, podendo ou não causar sofrimento psí-
quico intenso. Os delírios mais comuns são: de grandeza, de ruína, de ciúmes,
místicos/religiosos, eróticos, de culpa, de perseguição.
Desta forma, colocando-se no lugar da pessoa delirante, a “certeza” de
acreditar que se é uma pessoa com poderes mágicos, ou que detenha todo o
dinheiro do mundo pode causar problemas de convivência social, mas talvez não
causem sofrimento. Entretanto, se essa pessoa tem a “certeza” que estão vindo
matá-lo, que em seu cérebro tem um cartão de memória que pode ser rastreado
por aqueles que querem torturar seus filhos antes de matá-los, obviamente, o so-
frimento é intenso, e essa pessoa pode agir de forma agressiva como forma de
defesa.
No ambiente de trabalho, pode ser difícil a abordagem com um colaborador
que descreva perseguição porque pode envolver questões de assédio ou agres-
sões psicológicas, pois podem ser sensações percebidas, que envolvem questões
de entendimento e análise situacional, ou ações reais, que envolvem questões
para fora do campo da saúde.

• Afeto: é a expressão observada de uma emoção, identificada a partir da


expressão facial do indivíduo.
• Humor: é a emoção interna, individual e sustentada que a pessoa experi-
menta e relata de modo subjetivo.

É importante notar se que o afeto está congruente ou incongruente com o


humor, por exemplo, quando um indivíduo ri em vez de chorar quando lhe contam
uma notícia triste. Estados de euforia normalmente estão relacionados a agitação
ou até agressividade, já o embotamento pode estar relacionado ao humor depres-
sivo.
Por vezes, a entrevista com um indivíduo com humor exaltado vai necessi-
tar de fechamentos parciais, combinados prévios (por exemplo, tempo de atendi-
mento) e estabelecimento de metas curtas e possíveis de atingir, geralmente, a
fala está acelerada e a interlocução torna-se difícil.

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• Julgamento: é a capacidade de avaliar corretamente uma situação e de
agir de forma adequada em relação a ela. Pode ser um (1) julgamento crí-
tico: capacidade de perceber, analisar e escolher entre várias opções em
uma determinada situação; (2) julgamento automático: ação realizada
como um reflexo e (3) julgamento limitado: capacidade reduzida de enten-
der corretamente uma situação e de agir de forma adequada.

Um trabalhador que apresente julgamento limitado pode estar demons-


trando por meio dessa resposta um sofrimento experimentado por longo tempo.
Abordar precocemente situações que necessitem de julgamento podem fortalecer
o indivíduo em situações reais do cotidiano, assim como permitir que se fale de
possíveis frustrações pessoais, realizar abordagens motivacionais, fortalecer po-
tencialidades individuais e apoio no estabelecimento de metas.

TEMA 5 – TRANSTORNOS MENTAIS COMUMENTE OBSERVADOS

Considerando o grande número de transtornos mentais descritos no Código


Internacional de Doenças (CID-10), segue a apresentação das condições que
podem ser mais frequentes nos ambientes de trabalho.

5.1 Transtorno de ansiedade

A ansiedade diferencia-se do medo, que é uma resposta a uma ameaça


real, concreta e exterior, a ansiedade, por sua vez, é uma resposta a uma ameaça
não conhecida, interna, imaginada e potencializada. Os sinais e sintomas podem
ser de comportamento e/ou sintoma orgânico, tais como: irritabilidade,
inquietação, dor muscular, falta de ar, sensação de asfixia, lipotímia, tontura,
taquicardia, tremores, sudorese, náuseas, desconforto abdominal, desconforto
gástrico, hipertensão, parestesias nos membros e até dor precordial (Kaplan,
2007).
O profissional deve ter uma postura empática, acolhedora, segura e estar
atento para a possível evolução do quadro clínico e para atitudes inesperadas. A
ansiedade pode ser tão intensa que a pessoa não consiga manter seu controle e
apresente ações de risco, como saltar de grande altura.

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5.2 Transtorno somatoforme

Fazem parte um amplo grupo de doenças que têm como principais


componentes sintomas e sinais corporais ou físicos. Existe uma procura rotineira
de assistência médica, apesar de não haver justificativa de sintoma por
constatação de normalidade orgânica.
Estão divididos em 5 tipos específicos. 1. Transtorno de somatização:
caracterizado por várias queixas físicas; 2. Transtorno conversivo: caracterizado
pela descrição ou falsa interpretação de sintomas neurológicos; 3. Hipocondria:
caracterizada pela crença na existência de uma doença específica; 4. Transtorno
dimórfico corporal: caracterizado pela distorção ou exagero na percepção da
imagem corporal e; 5. Transtorno doloroso: caracterizado por sintomas de dor que
são, ou exclusivamente, ou exacerbados de forma significativa por fatores
psicológicos (Brasil, 2013).
Podem estar relacionados com quadros de depressão maior e transtornos
de personalidade. Essas pessoas devem receber uma abordagem mais
aprofundada pela equipe técnica para verificação da base do transtorno e devido
tratamento.

5.3 Transtorno Obsessivo Compulsivo

São obsessões ou compulsões que se inserem no cotidiano do indivíduo,


são capazes de causar sofrimento intenso. Esgotam o tempo e modificam de
modo significativo a rotina normal do indivíduo, em seu desempenho laboral, nas
atividades de vida diária e relacionamentos.
A obsessão é um pensamento de rota convergente, sentimento intenso e
persistente, ideia ou sensação recorrente que impede outros pensamentos. A
compulsão é um comportamento concreto, que mantém um padrão, persistente.
O indivíduo realiza a mesma ação inúmeras vezes ao dia e sofre intensamente se
de alguma forma é impedido de realizá-la. Conhecido como TOC, o Transtorno
Obsessivo Compulsivo não apresenta cura e o seu tratamento tende a se estender
para o resto da vida do usuário. Tentar impedir o ato compulsivo ou menosprezar
a obsessão gera aumento de sofrimento e quebra vínculos (Kaplan, 2007)

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5.4 Transtorno de estresse pós-traumático

É uma resposta quando o indivíduo presencia, tem notícia ou é envolvido


por um fator estressor agudo e intenso. Reage a essa experiência com medo e
impotência, revive de forma persistente o acontecimento e tenta, mas não
consegue, evitar lembrar dele.
Os sintomas duram por mais de quatro semanas após o fato e afetam de
modo significativo áreas importantes da vida, como relacionamentos familiares,
sociais e de trabalho. Podem ser originários de experiências na guerra, tortura,
acidentes, catástrofes naturais, assaltos ou violência sexual. Desenvolvem
sintomas de ansiedade, depressão e déficit de atenção (Kaplan, 2007).
A abordagem do fato que desencadeou a crise e assuntos correlatos deve
ser realizada por profissional especializado, assim como a orientação a familiares.
Porém, sintomas como insônia, disfunção gástrica e alimentar, níveis de
ansiedade e repercussão social podem ser abordados durante o atendimento.

5.5 Doença mental puerperal

Está associada ao puerpério e aparece durante as seis primeiras semanas


após o parto quando descartadas outras doenças. Podem estar relacionadas a
transtorno de humor ou psicose. Alguns sinais e sintomas comuns incluem
confusão mental com início agudo, fadiga, inquietação, agitação psicomotora,
episódios de choro, instabilidade emocional, persecutoriedade, afirmações
irracionais e preocupações obsessivas com a saúde e bem-estar do bebê,
sentimento de que não o ama e, em alguns casos graves, desejo ou ação de feri-
lo ou de ferir a si mesma, ou a ambos (Garcia, 2018).
A gestante pode experimentar conflitos entre os papéis de ser mulher e de
ser mãe. Durante a gestação, ela guarda consigo e protege um bebê, que pode
ou não ser imensamente aguardado. O nascimento normalmente promove um
deslocamento da atenção familiar, e até conjugal, exaustão física por parte da
mulher e possível ansiedade em não conseguir dar conta dessa nova função.
A atenção em saúde mental, neste caso, pode ser abordada já no pré-natal,
realizando pesquisa de antecedentes de doença mental na família e na gestante;
histórico de outras gestações; apoio familiar; suporte social; presença e/ou apoio
do pai da criança durante os exames, consultas ou participação na organização

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dos elementos que envolvem a chegada do bebê, desejo e planejamento da
gestação.
Abordar essa temática em ambiente de trabalho pode ser muito produtivo
não somente em ambientes predominantemente femininos, mas também
masculinos; considerando que o homem deva também ser responsável por
questões de planejamento familiar, avaliado no seu desejo de pai e ter orientações
sobre as possíveis mudanças e desejos da mulher em relação à
gestação/maternidade.
O retorno ao trabalho após licença maternidade traz vários sentimentos e cargas
que podem interferir diretamente no rendimento da trabalhadora, tais como
sentimento de angústia, medo, insegurança e tristeza. Ela pode se sentir culpada
por deixar seu bebê aos cuidados de terceiros, por chegar em casa cansada e
não dar conta da atenção que acredita necessária ao filho/marido/casa, pode
sofrer por ser a única responsável pelos cuidados com a criança e casa, sendo o
homem a figura somente de apoio que é acionada quando necessário.
Desta forma, para proporcionar a saúde emocional de mulheres e suas
famílias, todos os agentes sociais envolvidos, como empresas e família, devem
considerar que o momento de retorno ao trabalho exige adaptação, a fim de
possibilitar recursos que permitam à mulher trabalhadora vivenciar esse momento
da maneira mais funcional possível.

5.6 Transtorno afetivo bipolar

O transtorno depressivo maior ocorre sem a existência de episódios


maníacos, mistos ou hipomaníacos. Cada episódio deve durar no mínimo duas
semanas e apresentar ao menos quatro sintomas de uma lista, entre estes:
mudanças no apetite e no peso, alterações no sono, diminuição no nível de
atividades, falta de energia, sentimentos de culpa, dificuldade para pensar e tomar
decisões, perda da libido, pensamentos recorrentes de morte e suicídio.
Já o episódio maníaco é caracterizado por humor persistentemente elevado
ou irritável, durando ao menos uma semana ou menos sem necessitar de
internação. O episódio hipomaníaco dura ao menos quatro dias e é similar ao
episódio maníaco, exceto por não ser grave o suficiente para causar
comprometimento no desempenho social e ocupacional. Ambos estão associados
a aumento da autoestima, redução da necessidade de sono, distratibilidade,
grande atividade física e mental (porém inicia sem concluir inúmeras atividades),
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envolvimento excessivo em comportamento prazeroso, aumento da libido
(podendo interferir na capacidade de avaliar riscos biológicos, físicos e/ou sociais)
aceleração do pensamento e fala (com dificuldade em aceitar críticas ou
orientações), sentimentos de grandeza, descontrole financeiro e até
agressividade. O episódio maníaco é que caracteriza o transtorno bipolar e, se
com sintomas psicóticos, pode apresentar delírios e alucinações (Kaplan,2007).
Abordar o trabalhador em qualquer uma das duas fases pode ser difícil, já
que na fase depressiva pode não querer atendimento e na fase maníaca pode ter
certeza de que dele não necessite. Dizer que percebe que o indivíduo está sem
energia ou acelerado demais, perguntar sobre como se sente, se tem desejo de
sumir ou de morte (tópico discutido em capítulo à parte) refletir com o indivíduo
sobre atividades iniciadas e não concluídas pode fortalecer o reconhecimento da
necessidade de intervenção especializada dentro da própria empresa, se houver
esse suporte, ou dentro de algum ponto de atenção em saúde mental, em alguns
casos, a família deve ser imediatamente solicitada, conforme avaliação de risco.

5.7 Esquizofrenias

A esquizofrenia é uma enfermidade caracterizada como psicose, com


algumas diferenciações para classificação diagnóstica, mas basicamente
caracterizadas por um conjunto de sintomas, que incluem distorções do
pensamento, da percepção de si e da realidade concreta. É uma síndrome de
longa duração e pode ser de início precoce, associada a uma série de sintomas e
sinais, sendo dividida em vários subtipos, tais como esquizofrenia simples,
catatônica, residual, desorganizada, paranoide (Silva, 2016).
Previamente descrita como demência precoce, a esquizofrenia é uma
condição mental de importante impacto social, em que há uma desorganização
importante das funções mentais e da personalidade do indivíduo, há uma
desvinculação com a realidade, ou ela pode estar distorcida.
Porém, algumas pessoas portadoras desse transtorno desenvolvem
mecanismos de defesa pessoal e adaptação social, tais como reconhecer
comportamento bizarro e exacerbá-lo somente em ambiente protegido, “negociar”
ou “fazer acordos” com alucinações. Exemplo: um indivíduo ouvia muitas vozes
falando ao mesmo tempo em sua cabeça e, por meio de intervenção terapêutica,
trouxe ao terapeuta que acordou a organização de uma “assembleia de vozes”,

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em que cada voz pode se pronunciar, mas uma de cada vez e com tempo de
ocorrência e intervalo “entre as sessões”.
Seus sinais e sintomas surgem, em geral, durante a transição da
adolescência para a fase adulta. A crise pode apresentar-se com sintomas
positivos: normalmente, observam-se alucinações, delírios e desorganização do
pensamento, ou sintomas negativos, tais como: dificuldade de expressão das
emoções, apatia, isolamento social e um sentimento profundo de desesperança.
O portador de esquizofrenia, dependendo do período de início dos sintomas
e de tratamento, pode apresentar ainda problemas cognitivos, tais como
dificuldade de abstração, déficit de memória, comprometimento da linguagem e
falhas no aprendizado. A combinação desses sintomas afeta diretamente as
relações familiares, a vida profissional e demais relações sociais que o indivíduo
estabeleceu ou poderia estabelecer ao longo da vida.
Quanto mais tarde ocorra o surgimento dos sintomas melhor o prognóstico,
porque o indivíduo já pode ter desenvolvido uma rede social de apoio, como
família, laços de amizade e desenvolvimento de carreira. A apresentação de
sintomas precocemente, aliada ao estigma da doença, pode condenar o doente à
convivência restrita ao seio familiar e pessoas relacionadas aos pontos de atenção
em saúde mental.
Por mais que seja uma doença deteriorante, o enfermeiro deve motivar,
orientar, supervisionar, organizar e avaliar atividades que possam ser
desempenhadas por um portador de esquizofrenia ou outra doença incapacitante.
Desde cuidados básicos de vida até atividades laborais. Muitas pessoas
desenvolvem sintomas psicóticos e nem por isto deixam de trabalhar.
A aparência da pessoa com esquizofrenia pode variar desde
completamente desleixada, aos gritos e agitada até alguém obsessivamente
arrumado, silencioso e imóvel. Entre esses dois extremos, podem ser falantes ou
exibir posturas bizarras. Seu comportamento pode tornar-se agitado ou violento
sem motivo aparente, mas isso costuma ocorrer em resposta a uma alucinação.
Lembre-se em pesquisar o conteúdo das alucinações.
Na abordagem inicial, é muito importante a apresentação: dizer nome,
função e o que se pretende. Lembre-se que a pessoa pode estar se sentindo
perseguida ou estar vendo pessoas que o ameaçam e a identificação pelo
profissional pode proporcionar vínculo de confiança. Descreva o que a pessoa
informa e o quê você observa, separando o subjetivo do objetivo.

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Pensando no cuidado preventivo, o profissional de saúde habilitado pode
identificar fatores de risco para o transtorno mental, tais como qualidade do sono
insatisfatória, dificuldade de enfrentamento de crises, muitos fatores de crise
concomitantes, rede sociofamiliar inconsistente, família desestruturada, doença
mental na família, história pessoal de abuso, falta de energia, entre outros;
intervindo de maneira acolhedora, com escuta qualificada e realizando nos
devidos encaminhamentos para profissionais especializados e realizando o
acompanhamento. Testes e escalas podem ser utilizados para embasar
estratégias de intervenção.

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REFERÊNCIAS

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vozes. Tradução de Raimundo da Costa Moura. 1. ed. Belém:
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