Exposição Ao Benzeno e Consequências A Saúde
Exposição Ao Benzeno e Consequências A Saúde
Exposição Ao Benzeno e Consequências A Saúde
O benzeno está entre os dez maiores problemas químicos para a saúde pública global, demandando medidas de prevenção à exposição a esse agente
químico. O benzeno é uma das substâncias mais produzidas industrialmente e utilizadas em muitos setores produtivos. De acordo com o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (UNEP, 2013), o benzeno é o quinto produto orgânico mais usado em todo o mundo e um dos sete mais utilizados como matéria-
prima para a produção de milhares de outros produtos.
É altamente inflamável, volátil, pouco solúvel em água e miscível na maior parte dos solventes orgânicos, o que pode facilmente provocar contaminação
atmosférica. Por ser uma substância altamente tóxica e cancerígena, exige maior controle e precaução, admitindo-se que não há limite seguro de exposi-ção
(IARC, 2012; WHO, 2010).
Segundo a OMS, o benzeno é altamente perigosos e pode afetar negativamente a saúde da população e o meio ambiente, quando exposta a esse agente.
A OMS o classifica entre os dez maiores problemas químicos para a saúde. Seu uso está restrito a indústrias e laboratórios que o produzam, bem como
constituinte de combustíveis derivados de petróleo e nas análises laboratoriais nas quais não haja outra substância que o substitua.
Vias de exposição
As principais vias de exposição ao benzeno para a po-pulação em geral são as vias respiratória e oral. Para os trabalhadores, a absorção pela pele é uma
via importante de contaminação. Em termos de saúde pública, a via de contaminação mais importante é a respiratória. Por essa via, a quantidade de benzeno
absorvida rapidamente chega à corrente sanguínea, distribuindo-se pelos tecidos.
No Brasil, o conjunto de sinais, sintomas e complicações, decorrentes da exposição ao benzeno, é chamado de benzenismo. As complicações podem ser
agudas, quando ocorre exposição a altas concentrações em um curto período, ou crônicas, quando a exposição se dá por um longo período a baixas
concentrações.
Efeitos agudos:
Aceleração dos batimentos cardíacos, dificuldade respiratória, tremores, convulsão, irritação das mucosas oculares e respiratória, podendo causar edema
(inchaço) pulmonar. Também pode ocasionar efeitos tóxicos para o sistema nervoso central, causando narcose (diminuição das atividades neuronais) e
excitação, seguida de sonolência, tonturas, cefaleia, náuseas, taquicardia, dificuldade respiratória, perda da consciência e morte.
Efeitos crônicos:
Anemia, sangramento excessivo (no nariz, por exemplo) e queda do sistema imunológico, aumentando as chances de infecções e de desenvolvimento de
cânceres sanguíneos de vários tipos, como as leucemias, além da suspeita de associação a outros tumores.
As alterações do estado de consciência e excitação seguida de sonolência, tem relação com a quantidade absorvida. Sintomas como alterações da atenção,
percepção, memória, habilidade motora, função cognitiva, raciocínio lógico, linguagem, aprendizagem e humor também são observados durante os efeitos
crônicos da exposição ao benzeno. Alterações dermatológicas como eritema e dermatite irritativa também são relatados. Alguns estudos indicam ainda abortos
espontâneos e problemas menstruais.
De acordo com a NR 09
Item 9.4.2 A avaliação quantitativa das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, quando necessária, deverá ser realizada para: a)
comprovar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados; b) dimensionar a exposição ocupacional dos grupos de trabalhadores; c) subsidiar
o equacionamento das medidas de prevenção.
De acordo coma a NR 15
- Levantamento de todas as situações onde possam ocorrer concentrações elevadas de benzeno, com dados qualitativos e quantitativos que contribuam para
a avaliação ocupacional dos trabalhadores;
- Procedimentos para proteção coletiva e individual dos trabalhadores, do risco de exposição ao benzeno nas situações críticas verificadas no item anterior,
através de medidas tais como: organização do trabalho, sinalização apropriada, isolamento de área, treinamento específico, ventilação apropriada, proteção
respiratória adequada e proteção para evitar contato com a pele;
- Descrição dos procedimentos usuais nas operações de drenagem, lavagem, purga de equipamentos, operação manual de válvulas, transferências, limpezas,
controle de vazamentos, partidas e paradas de unidades que requeiram procedimentos rigorosos de controle de emanação de vapores e prevenção de contato
direto do trabalhador com o benzeno;
- Descrição dos procedimentos e recursos necessários para o controle da situação de emergência, até o retorno à normalidade;
- Cronograma detalhado das mudanças que deverão ser realizadas na empresa para a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno e a adequação ao
Valor de Referência Tecnológico;
- Exigências contratuais pertinentes, que visem adequar as atividades de empresas contratadas à observância do Programa de contratante;
- Procedimentos específicos de proteção para o trabalho do menor de 18 (dezoito) anos, mulheres grávidas ou em período de amamentação
. PRIMEIROS SOCORROS Recomendação geral Consultar um médico. Mostrar ficha de segurança ao médico de serviço. Se for inalado se for respirado, levar
a pessoa para o ar fresco. Se não respirar, aplicar a respiração artificial. Consultar um médico. No caso do contato com a pele lavar com sabão e muita água.
Transportar imediatamente paciente para um Hospital. Consultar um médico. No caso dum contacto com os olhos lavar cuidadosamente com muita água,
durante pelo menos quinze minutos, e consultar o médico. Sigma-Aldrich - 154628 Página 3 de 7 Se for engolido NÃO provocar vómitos. Nunca dar nada pela
boca a uma pessoa inconsciente. Enxaguar a boca com água. Consultar um médico
De acordo coma a NR 07
Momento Valor do
Substância Número CAS Indicador(es) da Coleta IBE/EE Observações
Ácido s- FJ
45 µg/g
Benzeno 71-43-2 fenilmercaptúrico (S- EPNE, NF
creat.
PMA) na urina ou
FJ 750 µg/g
creat.
*São indicadores de exposição excessiva (EE) aqueles que não têm caráter diagnóstico ou significado clínico. Avaliam a absorção dos agentes por todas as
vias de exposição e indicam, quando alterados, após descartadas outras causas não ocupacionais que justifiquem o achado, a possibilidade de exposição
acima dos limites de exposição ocupacional. As amostras devem ser colhidas nas jornadas de trabalho em que o trabalhador efetivamente estiver exposto ao
agente a ser monitorado.
Abreviaturas
IBE/EE - Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva
IBE/SC - Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico µg/g creat. - Microgramas por grama de creatinina µg/L - Microgramas por litro
AJ - Antes da Jornada
AJ-FJ - Diferença pré e pós-jornada
AJ48 - Antes da jornada com no mínimo 48 horas sem exposição
AJFS - Início da última jornada de trabalho da semana
EPNE - Encontrado em populações não expostas ocupacional mente
FJ - Final de jornada de trabalho
FJFS - Final do último dia de jornada da semana
FS - Após 4 ou 5 jornadas de trabalho consecutivas
H - Método analítico exige hidrólise para este IBE/EE
SH - O método analítico deve ser realizado sem hidrólise para este IBE/EE mg/L - Miligramas por litro
NC - Não crítica (pode ser colhido a qualquer momento desde que o trabalhador esteja trabalhando nas últimas semanas)
NE - Não específico (pode ser encontrado por exposições a outras substâncias)
NF - Valores para não fumantes (fumantes apresentam valores basais elevados deste indicador que inviabilizam a interpretação)
Proteção respiratória: Nos casos em que a avaliação de risco mostrar que os respiradores purificadores do ar são
apropriados, use um respirador de cobertura facial total com cartuchos de combinação multiobjectivos (E.U.A.) ou
do tipo ABEK (EN 14387) como apoio a controlos de engenharia. Se o respirador for o único meio de proteção, usa
um respirador de ar de cobertura facial total. Use respiradores e componentes testados e aprovados por normas
governamentais apropriadas, tais como as NIOSH (E.U.A.) ou CEN (UE).
Proteção das mãos: As luvas de proteção selecionadas devem satisfazer as especificações da Directiva da UE
89/689/CEE e derivadas dela. Manusear com luvas.
Medidas de higiene: Evitar o contacto com a pele, olhos e vestuário. Lavar as mãos antes de interrupções do
trabalho, e imediatamente a seguir ao manuseamento do produto.