Resp 115.0356

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RESP 1150356

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. ARROLAMENTO
SUMÁRIO POST MORTEM . RECONHECIMENTO JUDICIAL DA
ISENÇAO DO ITCMD. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 179, DO CTN.
1. O juízo do inventário, na modalidade de arrolamento sumário,
não detém competência para apreciar pedido de reconhecimento
da isenção do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa
Mortis e Doação de quaisquer Bens ou Direitos), à luz do disposto
no caput do artigo 179, do CTN, verbis :
"Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é
efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa,
em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento
das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou
contrato para concessão.
(...)"
2. Como cediço, a abertura da sucessão (morte do autor da
herança) reclama a observância do procedimento especial de
jurisdição contenciosa denominado "inventário e partilha", o qual
apresenta dois ritos distintos: "um completo, que é o inventário
propriamente dito (arts. 982 a 1.030) e outro, sumário ou simplificado,
que é o arrolamento (arts. 1.031 a 1.038)" (Humberto Theodoro
Júnior, in "Curso de Direito Processual Civil: Procedimentos
Especiais", Vol. III, 36ª Ed., Ed. Forense, pág. 240).
3. O artigo 1.013, do CPC, rege o procedimento para avaliação
e cálculo do imposto de transmissão causa mortis no âmbito
do inventário propriamente dito  , assim dispondo:
"Art. 1.013. Feito o cálculo, sobre ele serão ouvidas todas as partes no
prazo comum de 5 (cinco) dias, que correrá em cartório e, em seguida, a
Fazenda Pública.
1 o Se houver impugnação julgada procedente, ordenará o juiz
novamente a remessa dos autos ao contador, determinando
as alterações que devam ser feitas no cálculo.
2 o Cumprido o despacho, o juiz julgará o cálculo do imposto."
4. Conseqüentemente, em sede de inventário propriamente
dito (procedimento mais complexo que o destinado ao
arrolamento), compete ao Juiz apreciar o pedido de isenção do Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis , a despeito da competência
administrativa atribuída à autoridade fiscal pelo artigo 179,
do CTN (Precedentes do STJ: REsp 138.843/RJ , Rel. Ministro Castro
Meira, Segunda Turma, julgado em 08.03.2005, DJ 13.06.2005; REsp
173.505/RJ , Rel. Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, julgado
em 19.03.2002, DJ 23.09.2002; REsp 143.542/RJ , Rel. Ministro
Milton Luiz Pereira, Primeira Turma, julgado em 15.02.2001, DJ
28.05.2001; REsp 238.161/SP , Rel. Ministra Eliana Calmon,
Segunda Turma, julgado em 12.09.2000, DJ 09.10.2000; e REsp
114.461/RJ , Rel. Ministro Ruy Rosado de Aguiar, Quarta Turma,
julgado em 09.06.1997, DJ 18.08.1997).
5. É que a prévia oitiva da Fazenda Pública, no
inventário propriamente dito, torna despiciendo o procedimento
administrativo, máxime tendo em vista o teor do artigo 984,
do CPC, verbis :
"Art. 984. O juiz decidirá todas as questões de direito e também as
questões de fato, quando este se achar provado por documento, só
remetendo para os meios ordinários as que demandarem alta
indagação ou dependerem de outras provas."
6. Por seu turno, os artigos 1.031 e seguintes, do CPC, estabelecem
o procedimento a ser observado no âmbito do arrolamento sumário ,
cujo rito é mais simplificado que o do arrolamento comum previsto
no artigo 1.038 e o do inventário propriamente dito, não abrangendo
o cálculo judicial do imposto de transmissão  causa mortis .
7. Deveras, o caput (com a redação dada pela Lei 7.019/82) e o
1º (renumerado pela Lei 9.280/96) do artig1.03131, dCPCPC,
preceituam que a partilha amigável  (celebrada entre partes capazes) e
o pedido de adjudicação (formulado por herdeiro único) serão
homologados de plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos
tributos relativos  aos bens do espólio e às suas rendas  .
8. Entrementes, o artigo 1.034, do CPC (com a redação dada pela
Lei 7.019/82), determina que, "no arrolamento, não serão conhecidas
ou apreciadas questões relativas ao lançamento, ao pagamento ou
à quitação de taxas judiciárias e de tributos incidentes sobre
a transmissão da propriedade dos bens do espólio  " ( caput ), bem
como que "o imposto de transmissão será objeto de
lançamento administrativo, conforme dispuser a legislação tributária,
não ficando as autoridades fazendárias adstritas aos valores dos bens
do espólio atribuídos pelos herdeiros  " ( 2º).
9. Outrossim, é certo que, antes do trânsito em julgado da sentença
de homologação da partilha ou adjudicação  (proferida no
procedimento de arrolamento sumário), inexiste intervenção da
Fazenda Pública  , a qual, contudo, condiciona a expedição dos
respectivos formais, à luz do disposto no 2º, do artigo 1.031,
do CPC, verbis :
"Art. 1.031. (...)
2 o Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou
adjudicação, o respectivo formal, bem como os alvarás referentes aos
bens por ele abrangidos, só serão expedidos e entregues às partes
após a comprovação, verificada pela Fazenda Pública, do pagamento
de todos os tributos. (Incluído pela Lei nº 9.280, de 30.5.1996)"
8. Consectariamente, nos inventários processados sob a modalidade
de arrolamento sumário (nos quais não cabe o conhecimento ou
a apreciação de questões relativas ao lançamento, pagamento
ou quitação do tributo de transmissão causa mortis , bem como tendo
em vista a ausência de intervenção da Fazenda até a prolação da
sentença de homologação da partilha ou da adjudicação), revela-
se incompetente o Juízo do inventário para reconhecer a isenção
do ITCMD , por força do disposto no artigo 179, do CTN, que confere,
à autoridade administrativa, a atribuição para aferir o direito
do contribuinte à isenção não concedida em caráter geral.
9. Ademais, prevalece o comando inserto no artigo 192,
do CTN, segundo o qual "nenhuma sentença de julgamento de partilha
ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos
os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas" ,
impondo-se o sobrestamento do feito de arrolamento sumário até a
prolação do despacho administrativo reconhecendo a isenção do
ITCMD.
10. Assim, falecendo competência ao juízo do inventário
(na modalidade de arrolamento sumário), para apreciar pedido
de reconhecimento de isenção do ITCMD, impõe-se o sobrestamento
do feito até a resolução da quaestio na seara administrativa, o
que viabilizará à adjudicatária a futura juntada da certidão de isenção
aos autos.
12. Recurso especial fazendário provido, anulando-se a
decisão proferida pelo Juízo do inventário que reconheceu a isenção
do ITCMD. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e
da Resolução STJ 08/2008.
ACÓRDAO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA
SEÇAO do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade
dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar
provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Castro Meira, Arnaldo Esteves Lima,
Humberto Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques e
Benedito Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido e
Eliana Calmon.
Brasília (DF), 09 de agosto de 2010 (Data do Julgamento)
MINISTRO LUIZ FUX
Relator
RECURSO ESPECIAL Nº 1.150.356 - SP (2009/0142439-2)
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX (Relator): Trata-se de
recurso especial interposto pela FAZENDA DO ESTADO DE SÃO
PAULO, com fulcro na alínea a, do permissivo constitucional, no
intuito de ver reformado acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do
Estadual, cuja ementa restou assim vazada:
"ARROLAMENTO POST MORTEM - ITCMD - ISENÇAO - Pretensão
da Fazenda Pública de apreciação da matéria na esfera administrativa
- Desnecessidade - Possibilidade de reconhecimento judicial -
Precedentes do Superior Tribunal de Justiça - Recurso desprovido."
Noticiam os autos que MARIA MARCÁCIO RODRIGUES, com fulcro
no artigo 1.031, 1º, do CPC, formulou pedido de adjudicação do bem
imóvel pertencente a BENEDITO VITOR RODRIGUES, falecido em
16.05.2002, com o qual era casada em regime de comunhão universal
de bens.
Sobreveio sentença que julgou procedente o pedido de adjudicação do
bem imóvel deixado pelo falecido, reconhecendo a isenção do
pagamento do ITCMD (valor do monte mor inferior ao fixado em lei
para isenção) pela viúva. Na oportunidade, o Juízo Singular consignou
que:
"As pessoas que pedirem isenção do pagamento do imposto"causa
mortis"ou sobre doação não serão compelidas por este Juízo a
comparecerem ao Posto Fiscal a fim de requererem administrativamente
tal isenção, uma vez que a lei é clara com relação ao valor dos bens do
espólio que isenta o recolhimento.
O procedimento administrativo, pela quantidade de documentos a
serem apresentados é moroso, além do que o arrolamento não pode
ficar à espera do procedimento administrativo para prosseguir.
Neste caso, é óbvio que o valor do monte mor é inferior ao atribuído em
lei para isenção, ou seja, procedimentos procrastinatórios em nada
alterariam o direito da isenção."
Em sede de apelação manejada pela Fazenda Pública Estadual, o
Tribunal de origem negou provimento ao recurso, nos termos da
ementa anteriormente reproduzida. No voto-condutor, restou assente
que:
"Desnecessária a providência administrativa, que não pode entravar
o curso do processo. Ou seja, inexigível procedimento administrativo
prévio, só se conferindo à apelante vista (ou ciência) para verificação
do pagamento de tributos. É do que se infere, sobretudo, do
art. 1.034 do Código de Processo Civil (CPC). Assim, inda que, por
hipótese, inexistente fato gerador de isenção, pago o imposto, segundo
valor atribuído pelos herdeiros - ao qual não adstrita a Fazenda - , a
esta se dá lance valor considerado adequado, cobrando-se o faltante
(caso, de fato, algo falte) - ( 2º, artigo citado). A questão da expedição
de formal de partilha, condicionada àquilo realmente devido (vide art.
1.031, 2º, desse Código), aí sim, na hipótese de nada se haver decidido
judicialmente, seria relevante;
mas, aqui, sequer cabe considerá-la.
De fato, pois, a intenção da apelante fere o princípio constitucional
da inafastabilidade da jurisdição (art. 5o, XXXV, da Constituição
Federal).
Além disso, a questão pode ser resolvida judicialmente. Segundo
o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em hipótese de
inventário de bens, o disposto no art. 179 do Código Tributário
Nacional não exclui a possibilidade de reconhecimento da isenção pelo
juiz do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações de
Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), sem exaurimento da via
administrativa.
No caso, pela leitura e interpretação dos artigos 6º, I, b e d e
9º, "caput"e 1º, da Lei Estadual nº 10.705/2000 (com a redação da Lei
nº 10.992/01), infere-se que a base de cálculo do imposto é o valor
venal do bem ou direito transmitido, considerado à data da abertura da
sucessão - ocorrida em maio de 2002 (fl. 10). Aqui, trata-se de imóvel
único, cujo valor venal - R$18.561,54 (fl. 13) - não ultrapassa 2.500
(duas mil e quinhentas) UFESPs, à época do óbito (UFESP de maio de
2000 = R$10,52 x 2.500 = R$26.300).
De igual forma, o valor bancário, de R$ 2.461,43 (fl. 15), é inferior a
1.000 UFESPs (R$10,52 x 1.000 = R$10.520,00). Assim, abstração feita
à questão do FGTS (ausentes, inclusive, elementos de informação sobre
o valor desse Fundo), há indicativos seguros da indigitada isenção.
Evidentemente, resguardada eventual apuração administrativa que,
repita-se, não tem o condão de obstar se prossiga no processo.
(...)"
Os embargos de declaração opostos pela ora recorrente foram
rejeitados, uma vez não vislumbrados quaisquer dos vícios
enumerados no artigo 535, do CPC.
Nas razões do especial, sustenta a recorrente que o acórdão
hostilizado incorreu em violação dos artigos 1.031, 2º, e 1.034, 2º, c/c
o artigo 1.013, do CPC, e dos artigos 96, 150 e 179, do CTN. De
acordo com a recorrente: (i) "se à luz da norma contida no caput do
artigo1.0344, doCPCC, nos inventários que se processam sob o rito do
arrolamento (artigos 1.031 a 1.034, do CPC), não podem ser conhecidas
ou apreciadas questões relativas ao lançamento e pagamento de
tributos, aludido impedimento não significa que o arrolamento não deva
ser sobrestado até que sejam resolvidas as questões tributárias junto
à esfera administrativa, sede própria para dirimir controvérsias desta
natureza" ; (ii) "não se pode permitir a expedição de carta de
adjudicação e/ou formal de partilha ou ainda qualquer alvará referente
aos bens do espólio, enquanto não se concretizarem o lançamento e a
conseqüente homologação do mesmo por parte do agente fiscalizador,
inclusive quando se tratar de hipótese de não incidência ou isenção" ;
e (iii) "o reconhecimento da isenção de um determinado tributo, a teor
do artigo1799, doCódigo Tributário Nacionall, quando não concedida
em caráter geral, só pode ser efetivada em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado
faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos
requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão" .
O prazo para oferecimento de contra-razões decorreu in albis .
O recurso recebeu crivo positivo de admissibilidade na origem.
Em 10.03.2010, o presente recurso especial foi submetido ao regime
do recurso representativo de controvérsia (artigo 543-C, do CPC),
tendo sido afetado à Primeira Seção desta Sodalício (artigo 2º, 1º, da
Resolução n.º 08, de 07.08.2008, do STJ), por se vislumbrar
multiplicidade de recursos atinentes à competência do juízo do
inventário (arrolamento sumário) para apreciar pedido de
reconhecimento de isenção do ITCMD  (Imposto sobre
Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer Bens ou Direitos), à
luz do disposto no artigo1799, doCTNN.
O Ministério Público Federal opinou pelo provimento do recurso, nos
termos da seguinte ementa:
"TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ITCMD - Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer Bens ou
Direitos. Competência do juízo do inventário, sob o rito de arrolamento
sumário, para apreciar pedido de reconhecimento de isenção do ITCMD,
à luz do disposto no artigo 179, do CTN. Pleito de adjudicação de bem
imóvel pela viúva. Inexistência de herdeiros. Sentença que deferiu o
pedido de adjudicação. Recurso especial contra acórdão que negou
provimento à apelação do recorrente. Aplicação incorreta do direito.
Prequestionamento verificado. Alegada violação aos
artigos 1013, 1031, 2º, e 1034, 2º, do CPC, e
artigos 96, 150 e 179, do CTN. Procedência. Sentença
de adjudicação. Prolação que exige comprovação prévia do pagamento
do tributo ou, no caso de isenção tributária, apresentação da certidão
de isenção. Inteligência do art. 192, do CTN. Recurso que deve ser
conhecido e provido."
É o relatório.
RECURSO ESPECIAL Nº - SP (2009/0142439-2)
EMENTA
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. ARROLAMENTO
SUMÁRIO POST MORTEM . RECONHECIMENTO JUDICIAL DA
ISENÇAO DO ITCMD. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 179, DO CTN.
1. O juízo do inventário, na modalidade de arrolamento sumário,
não detém competência para apreciar pedido de reconhecimento
da isenção do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa
Mortis e Doação de quaisquer Bens ou Direitos), à luz do disposto
no caput do artigo 179, do CTN, verbis :
"Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é
efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa,
em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento
das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou
contrato para concessão.
(...)"
2. Como cediço, a abertura da sucessão (morte do autor da
herança) reclama a observância do procedimento especial de
jurisdição contenciosa denominado "inventário e partilha", o qual
apresenta dois ritos distintos: "um completo, que é o inventário
propriamente dito (arts. 982 a 1.030) e outro, sumário ou simplificado,
que é o arrolamento (arts. 1.031 a 1.038)" (Humberto Theodoro
Júnior, in "Curso de Direito Processual Civil: Procedimentos
Especiais", Vol. III, 36ª Ed., Ed. Forense, pág. 240).
3. O artigo 1.013, do CPC, rege o procedimento para avaliação
e cálculo do imposto de transmissão causa mortis no âmbito
do inventário propriamente dito  , assim dispondo:
"Art. 1.013. Feito o cálculo, sobre ele serão ouvidas todas as partes no
prazo comum de 5 (cinco) dias, que correrá em cartório e, em seguida, a
Fazenda Pública.
1 o Se houver impugnação julgada procedente, ordenará o juiz
novamente a remessa dos autos ao contador, determinando
as alterações que devam ser feitas no cálculo.
2 o Cumprido o despacho, o juiz julgará o cálculo do imposto."
4. Conseqüentemente, em sede de inventário propriamente
dito (procedimento mais complexo que o destinado ao
arrolamento), compete ao Juiz apreciar o pedido de isenção do Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis , a despeito da competência
administrativa atribuída à autoridade fiscal pelo artigo 179,
do CTN (Precedentes do STJ: REsp 138.843/RJ , Rel. Ministro Castro
Meira, Segunda Turma, julgado em 08.03.2005, DJ 13.06.2005; REsp
173.505/RJ , Rel. Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, julgado
em 19.03.2002, DJ 23.09.2002; REsp 143.542/RJ , Rel. Ministro
Milton Luiz Pereira, Primeira Turma, julgado em 15.02.2001, DJ
28.05.2001; REsp 238.161/SP , Rel. Ministra Eliana Calmon,
Segunda Turma, julgado em 12.09.2000, DJ 09.10.2000; e REsp
114.461/RJ , Rel. Ministro Ruy Rosado de Aguiar, Quarta Turma,
julgado em 09.06.1997, DJ 18.08.1997).
5. É que a prévia oitiva da Fazenda Pública, no
inventário propriamente dito, torna despiciendo o procedimento
administrativo, máxime tendo em vista o teor do artigo 984,
do CPC, verbis :
"Art. 984. O juiz decidirá todas as questões de direito e também as
questões de fato, quando este se achar provado por documento, só
remetendo para os meios ordinários as que demandarem alta
indagação ou dependerem de outras provas."
6. Por seu turno, os artigos 1.031 e seguintes, do CPC, estabelecem
o procedimento a ser observado no âmbito do arrolamento sumário ,
cujo rito é mais simplificado que o do arrolamento comum previsto
no artigo 1.038 e o do inventário propriamente dito, não abrangendo
o cálculo judicial do imposto de transmissão  causa mortis .
7. Deveras, o caput (com a redação dada pela Lei 7.019/82) e o
1º (renumerado pela Lei 9.280/96) do artig1.03131, dCPCPC,
preceituam que a partilha amigável  (celebrada entre partes capazes) e
o pedido de adjudicação (formulado por herdeiro único) serão
homologados de plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos
tributos relativos  aos bens do espólio e às suas rendas  .
8. Entrementes, o artigo 1.034, do CPC (com a redação dada pela
Lei 7.019/82), determina que, "no arrolamento, não serão conhecidas
ou apreciadas questões relativas ao lançamento, ao pagamento ou
à quitação de taxas judiciárias e de tributos incidentes sobre
a transmissão da propriedade dos bens do espólio  " ( caput ), bem
como que "o imposto de transmissão será objeto de
lançamento administrativo, conforme dispuser a legislação tributária,
não ficando as autoridades fazendárias adstritas aos valores dos bens
do espólio atribuídos pelos herdeiros  " ( 2º).
9. Outrossim, é certo que, antes do trânsito em julgado da sentença
de homologação da partilha ou adjudicação  (proferida no
procedimento de arrolamento sumário), inexiste intervenção da
Fazenda Pública  , a qual, contudo, condiciona a expedição dos
respectivos formais, à luz do disposto no 2º, do artigo 1.031,
do CPC, verbis :
"Art. 1.031. (...)
2 o Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou
adjudicação, o respectivo formal, bem como os alvarás referentes aos
bens por ele abrangidos, só serão expedidos e entregues às partes
após a comprovação, verificada pela Fazenda Pública, do pagamento
de todos os tributos. (Incluído pela Lei nº 9.280, de 30.5.1996)"
8. Consectariamente, nos inventários processados sob a modalidade
de arrolamento sumário (nos quais não cabe o conhecimento ou
a apreciação de questões relativas ao lançamento, pagamento
ou quitação do tributo de transmissão causa mortis , bem como tendo
em vista a ausência de intervenção da Fazenda até a prolação da
sentença de homologação da partilha ou da adjudicação), revela-
se incompetente o Juízo do inventário para reconhecer a isenção
do ITCMD , por força do disposto no artigo 179, do CTN, que confere,
à autoridade administrativa, a atribuição para aferir o direito
do contribuinte à isenção não concedida em caráter geral.
9. Ademais, prevalece o comando inserto no artigo 192,
do CTN, segundo o qual "nenhuma sentença de julgamento de partilha
ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos
os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas" ,
impondo-se o sobrestamento do feito de arrolamento sumário até a
prolação do despacho administrativo reconhecendo a isenção do
ITCMD.
10. Assim, falecendo competência ao juízo do inventário
(na modalidade de arrolamento sumário), para apreciar pedido
de reconhecimento de isenção do ITCMD, impõe-se o sobrestamento
do feito até a resolução da quaestio na seara administrativa, o
que viabilizará à adjudicatária a futura juntada da certidão de isenção
aos autos.
12. Recurso especial fazendário provido, anulando-se a
decisão proferida pelo Juízo do inventário que reconheceu a isenção
do ITCMD. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e
da Resolução STJ 08/2008.
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX
(Relator): Preliminarmente, revela-se cognoscível a insurgência
especial, uma vez prequestionada a matéria federal ventilada.
Cinge-se a controvérsia a competência do juízo do inventário
(arrolamento sumário) para apreciar pedido de reconhecimento de
isenção do ITCMD  (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação
de quaisquer Bens ou Direitos), à luz do disposto no artigo 179,
do CTN, verbis :
"Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é
efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa,
em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento
das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou
contrato para concessão.
1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o
despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração  de
cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir
do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de
promover a continuidade do reconhecimento da isenção.
2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido,
aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155."
Como cediço, a abertura da sucessão (morte do autor da herança)
reclama a observância do procedimento especial de jurisdição
contenciosa denominado"inventário e partilha", o qual apresenta dois
ritos distintos: "um completo, que é o inventário propriamente dito (arts.
982 a 1.030) e outro, sumário ou simplificado, que é o arrolamento (arts.
1.031 a 1.038)" (Humberto Theodoro Júnior, in "Curso de Direito
Processual Civil: Procedimentos Especiais", Vol. III, 36ª Ed., Ed.
Forense, pág. 240).
O artigo 1.013, do CPC, rege o procedimento para avaliação e cálculo
do imposto de transmissão causa mortis no âmbito do inventário
propriamente dito , assim dispondo:
"Art. 1.013. Feito o cálculo, sobre ele serão ouvidas todas as partes no
prazo comum de 5 (cinco) dias, que correrá em cartório e, em seguida, a
Fazenda Pública.
1 o Se houver impugnação julgada procedente, ordenará o juiz
novamente a remessa dos autos ao contador, determinando
as alterações que devam ser feitas no cálculo.
2 o Cumprido o despacho, o juiz julgará o cálculo do imposto."
Conseqüentemente, é certo que, em sede de inventário propriamente
dito (procedimento mais complexo que o destinado ao
arrolamento), compete ao Juiz apreciar o  pedido de isenção do Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis , a despeito da
competência administrativa atribuída à autoridade fiscal pelo
artigo 179, do CTN, uma vez que a prévia oitiva da Fazenda Pública
torna despiciendo o procedimento administrativo, máxime tendo em
vista o teor do artigo 984, do CPC, verbis :
"Art. 984. O juiz decidirá todas as questões de direito e também as
questões de fato, quando este se achar provado por documento, só
remetendo para os meios ordinários as que demandarem alta
indagação ou dependerem de outras provas."
No mesmo diapasão, confiram-se as ementas dos seguintes julgados
desta Corte:
"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE TRANSMISSAO "
CAUSA MORTIS ". ART. 179 DO CTN. COMPETÊNCIA
PARA DECLARAR ISENÇAO.
1."Cabe ao juiz do inventário à vista da situação dos herdeiros,
miseráveis na forma da lei, por isto ao apanágio da Justiça Gratuita,
declará-los isentos do pagamento do imposto de transmissão causa
mortis"(REsp n. 238.161/SP, Rel. Min. Eliana Calmon). Outros
precedentes.
2. “Não se conhece de recurso especial pela divergência, quando
a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão
recorrida” (Súmula 83/STJ).
3. Recurso não conhecido." ( REsp 138.843/RJ , Rel. Ministro Castro
Meira, Segunda Turma, julgado em 08.03.2005, DJ 13.06.2005)
"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO
ESPECIAL. ARTIGO 105, INCISO III, A , DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. INVENTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSAO CAUSA
MORTIS. ISENÇAO. COMPETÊNCIA DO JUIZ DO INVENTÁRIO.
ARTIGOS 179 DO CTN E 1.013 DO CPC. ALEGADA VIOLAÇAO À
DIREITO LOCAL. APLICAÇAO DA SÚMULA N. 280/STF.
O artigo 179 do Código Tributário Nacional, ao regular a concessão
da isenção pela autoridade administrativa, não ofende a regra inserida
no artigo 1.013 do Código de Processo Civil, aplicável à atividade
jurisdicional no processo de inventário, onde compete ao juiz, depois de
ouvida a Fazenda Pública, julgar o cálculo do imposto de transmissão
causa mortis.
Assim, o juiz do processo de inventário, além de determinar o cálculo
do valor do imposto, é competente para declarar sua isenção, porquanto
a competência da autoridade administrativa fiscal prevista pelo Código
Tributário Nacional não exclui a competência do magistrado.
Precedentes.
A competência deste Sodalício, segundo os preceitos da Constituição
Federal, restringe-se à uniformização da aplicação da legislação
federal infraconstitucional. Incabível a interposição de recurso especial
por ofensa a direito local (Súmula n. 280 do STF).
Recurso especial não conhecido." ( REsp 173.505/RJ , Rel.
Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, julgado em 19.03.2002, DJ
23.09.2002)
"Processual Civil e Tributário. Inventário. Imposto de Transmissão
causa mortis. Isenção Reconhecida na homologação dos Cálculos. CTN,
art. 179. CPC, arts. 984 e 1013 e 2º. Lei Estadual nº 1427/89 (art.
29).
1. Competindo ao Juiz do inventário julgar o cálculo do imposto,
apreciando questões de direito e de fato, permite-se-lhe declarar a
isenção.
2. Precedentes jurisprudenciais.
3. Recurso não provido."( REsp 143.542/RJ , Rel. Ministro Milton
Luiz Pereira, Primeira Turma, julgado em 15.02.2001, DJ 28.05.2001)
"TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE TRANSMISSAO CAUSA MORTIS (ART. 179
DO CTN).
1. Cabe ao juiz do inventário à vista da situação dos herdeiros,
miseráveis na forma da lei, por isto ao apanágio da Justiça Gratuita,
declará-los isentos do pagamento do imposto de transmissão causa
mortis.
2. Providência que independe de burocrático requerimento na
esfera administrativa para o reconhecimento judicial.
3. Recurso especial provido." ( REsp 238.161/SP , Rel. Ministra
Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 12.09.2000, DJ
09.10.2000)
"INVENTÁRIO. TRIBUTO. ISENÇAO. COMPETÊNCIA. CABE AO JUIZ DO
INVENTÁRIO JULGAR O CÁLCULO DO IMPOSTO, PODENDO NESSE
INSTANTE RECONHECER A ISENÇAO.
ART. 179 DO CTN E 1.013 DO CPC. CONCORDANDO A FAZENDA
COM O CALCULO, FALTA AO ESTADO INTERESSE PARA
RECORRER. RECURSO NAO CONHECIDO." ( REsp 114.461/RJ , Rel.
Ministro Ruy Rosado de Aguiar, Quarta Turma, julgado em
09.06.1997, DJ 18.08.1997)
Por seu turno, os artigos1.0311 e seguintes, doCPCC, estabelecem
o procedimento a ser observado no âmbito do arrolamento sumário ,
cujo rito é mais simplificado que o do arrolamento comum previsto no
artigo1.0388 e o do inventário propriamente dito, não abrangendo o
cálculo judicial do imposto de transmissão  causa mortis .
Deveras, o caput (com a redação dada pela Lei 7.019/82) e o
1º (renumerado pela Lei 9.280/96) do artig1.03131, dCPCPC,
preceituam que a partilha amigável  (celebrada entre partes capazes) e
o pedido de adjudicação  (formulado por herdeiro
único) serão homologados de plano pelo juiz, mediante a prova da
quitação dos tributos relativos aos bens  do espólio e às suas rendas  .
Entrementes, o artigo 1.034, do CPC (com a redação dada pela Lei
7.019/82), determina que, "no arrolamento, não serão conhecidas ou
apreciadas questões relativas ao  lançamento, ao pagamento ou à
quitação de taxas judiciárias e de tributos incidentes sobre
a transmissão da propriedade dos bens do espólio  " ( caput ), bem
como que "o imposto de transmissão será objeto de lançamento
administrativo, conforme dispuser a legislação  tributária, não ficando
as autoridades fazendárias adstritas aos valores dos bens do
espólio atribuídos pelos herdeiros  " ( 2º).
Outrossim, é certo que, antes do trânsito em julgado da sentença
de homologação da partilha ou adjudicação  (proferida no procedimento
de arrolamento sumário), inexiste intervenção da Fazenda Pública  , a
qual, contudo, condiciona a expedição dos respectivos formais, à luz
do disposto no 2º, do artigo 1.031, do CPC, verbis :
"Art. 1.031. (...)
2 o Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou
adjudicação, o respectivo formal, bem como os alvarás referentes aos
bens por ele abrangidos, só serão expedidos e entregues às partes
após a comprovação, verificada pela Fazenda Pública, do pagamento
de todos os tributos. (Incluído pela Lei nº 9.280, de 30.5.1996)"
Consectariamente, nos inventários processados sob a modalidade
de arrolamento sumário (nos quais não cabe o conhecimento ou a
apreciação de questões relativas ao lançamento, pagamento ou
quitação do tributo de transmissão causa mortis , bem como tendo em
vista a ausência de intervenção da Fazenda até a prolação da sentença
de homologação da partilha ou da adjudicação), revela-se
incompetente o Juízo do inventário  para reconhecer a isenção do
ITCMD , por força do disposto no artigo 179, do CTN, que confere, à
autoridade administrativa, a competência para aferição do direito do
contribuinte à isenção não concedida em caráter geral.
Ademais, prevalece o comando inserto no artigo 192, do CTN, segundo
o qual "nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação
será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos
bens do espólio, ou às suas rendas" , impondo-se o sobrestamento do
feito de arrolamento sumário até a prolação do despacho
administrativo reconhecendo a isenção do ITCMD. In casu , restou
assente na origem que:
"Desnecessária a providência administrativa, que não pode entravar o
curso do processo. Ou seja, inexigível procedimento administrativo
prévio, só se conferindo à apelante vista (ou ciência) para verificação do
pagamento de tributos. É do que se infere, sobretudo, do
art. 1.034 do Código de Processo Civil (CPC). Assim, inda que, por
hipótese, inexistente fato gerador de isenção, pago o imposto, segundo
valor atribuído pelos herdeiros - ao qual não adstrita a Fazenda - , a
esta se dá lance valor considerado adequado, cobrando-se o faltante
(caso, de fato, algo falte) - (2º, artigo citado). A questão da expedição de
formal de partilha, condicionada àquilo realmente devido (vide art.
1.031, 2º, desse Código), aí sim, na hipótese de nada se haver decidido
judicialmente, seria relevante; mas, aqui, sequer cabe considerá-la.
De fato, pois, a intenção da apelante fere o princípio constitucional
da inafastabilidade da jurisdição (art. 5o, XXXV, da Constituição
Federal).
Além disso, a questão pode ser resolvida judicialmente. Segundo
o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em hipótese de
inventário de bens, o disposto no art. 179 do Código Tributário
Nacional não exclui a possibilidade de reconhecimento da isenção pelo
juiz do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações de
Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), sem exaurimento da via
administrativa.
No caso, pela leitura e interpretação dos artigos 6º, I, b e d e 9º,"caput"e
1º, da Lei Estadual nº 10.705/2000 (com a redação da Lei
nº 10.992/01), infere-se que a base de cálculo do imposto é o valor
venal do bem ou direito transmitido, considerado à data da abertura da
sucessão - ocorrida em maio de 2002 (fl. 10). Aqui, trata-se de imóvel
único, cujo valor venal - R$18.561,54 (fl. 13) - não ultrapassa 2.500
(duas mil e quinhentas) UFESPs, à época do óbito (UFESP de maio de
2000 = R$10,52 x 2.500 = R$26.300).
De igual forma, o valor bancário, de R$ 2.461,43 (fl. 15), é inferior a
1.000 UFESPs (R$10,52 x 1.000 = R$10.520,00). Assim, abstração feita
à questão do FGTS (ausentes, inclusive, elementos de informação sobre
o valor desse Fundo), há indicativos seguros da indigitada isenção.
Evidentemente, resguardada eventual apuração administrativa que,
repita-se, não tem o condão de obstar se prossiga no processo."
Assim, falecendo competência ao juízo do inventário (na modalidade
de arrolamento sumário), para apreciar pedido de reconhecimento de
isenção do ITCMD, impõe-se o sobrestamento do feito até a resolução
da quaestio na seara administrativa, o que viabilizará à adjudicatária
a futura juntada da certidão de isenção aos autos.
Com essas considerações, DOU PROVIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL FAZENDÁRIO, anulando a decisão proferida pelo Juízo do
inventário que reconheceu a isenção do ITCMD.
Porquanto tratar-se de recurso representativo da controvérsia, sujeito
ao procedimento do artigo 543-C, do CPC, determino, após a
publicação do acórdão, a comunicação à Presidência do STJ, aos
Ministros dessa Colenda Primeira Seção e aos Presidentes dos
Tribunais Regionais Federais, com fins de cumprimento do disposto no
7º, do artigo 543-C, do CPC (artigos 5º, II, e 6º, da Resolução STJ
08/2008).
CERTIDAO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA SEÇAO
Número Registro: REsp / SP
2009/0142439-2 PROCESSO
ELETRÔNICO
Números Origem: 19762002 3019574 3019574801
PAUTA: 09/08/2010 JULGADO: 09/08/2010
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIZ FUX
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MOACIR GUIMARAES MORAES FILHO
Secretária
Bela. Carolina Véras
AUTUAÇAO
RECORRENTE : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROCURADOR: MARIA DE LOURDES SAMPAIO SEABRA E OUTRO (S)
RECORRIDO : MARIA MARCÁCIO RODRIGUES
ADVOGADO : CLAUDIA VALERIA DE MELO
ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - ITCD - Imposto de
Transmissão Causa Mortis
CERTIDAO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇAO, ao apreciar o processo em
epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Seção, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator."
Os Srs. Ministros Castro Meira, Arnaldo Esteves Lima, Humberto
Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques e Benedito
Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido e
Eliana Calmon.
Brasília, 09 de agosto de 2010
Carolina Véras
Secretária

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