Tarefas de Consolidação - Gramática

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1.1. Identifica a frase que contém uma oração subordinada substantiva relativa.

(A) Contaram-me que vais a Portalegre com os teus irmãos amanhã.


(B) Quem já fez esta viagem de comboio para Faro deseja repeti-la.
(C) Os amigos que convidei para viajarem comigo já chegaram?
(D) Quem terá perdido este bilhete de comboio para Bragança?

1.2. Identifica a frase em que a palavra «mal» pertence à classe dos nomes.

(A) Os passageiros tiraram os cintos de segurança mal o avião aterrou na pista.


(B) Os passageiros sentiram-se mal no metro, devido à avaria do ar condicionado.
(C) O comboio mal andava, devido ao excesso de mercadoria que transportava.
(D) Depois de uma viagem com tanta turbulência, atrasarmo-nos é um mal menor.

Lê o texto e presta atenção a cada «que» destacado.


Na cadeia alimentar dos oceanos, os organismos mais pequenos
sã o comidos pelos maiores: tudo começa no fitoplâ ncton, o nome
dado à s plantas microscó picas que (a.) flutuam nos oceanos.
O fitoplâ ncton é a base da cadeia alimentar e serve de alimento a
muitos outros animais. A seguir, está o zooplâ ncton, os animais de
pequeníssimas dimensõ es que (b.) servem de alimento a peixes de
pequena dimensã o. Depois vêm os peixes médios, os gigantes… E
também nó s, os humanos.
Sabemos que algumas algas do fitoplâ ncton aderem aos
microplá sticos que (c.) existem no mar. Ora, se o fitoplâ ncton é a
base da cadeia alimentar, todos os animais que (d.) se alimentam de fitoplâ ncton
vã o comer plá stico também!
Conclusã o: para o planeta estar saudá vel, o fitoplâ ncton dos oceanos também
tem de estar saudá vel.
Ana Pêgo et al., Plasticus maritimus, uma espécie invasora, Carcavelos, Planeta Tangerina, 2018,
pp. 24-25 (com supressõ es)

1. Todos os «que» destacados sã o pronomes relativos. Transcreve o antecedente,


ou seja, o grupo nominal a que se refere cada um deles.
a. ____________________________________. c. ______________________________________.

b. ____________________________________. d. ______________________________________.

1.1 Delimita agora, sublinhando-as, as oraçõ es subordinadas adjetivas relativas


introduzidas por cada pronome relativo destacado.
1.2 Verifica se as oraçõ es subordinadas adjetivas relativas que sublinhaste sã o
explicativas ou restritivas e assinala a alínea correta.

A. ⃝Todas as oraçõ es sã o subordinadas adjetivas relativas restritivas, porque


restringem (limitam) o sentido do antecedente.

B. ⃝ Todas as oraçõ es sã o subordinadas adjetivas relativas explicativas, porque


acrescentam uma explicaçã o sobre o antecedente.

2. Observa agora a oraçã o subordinada substantiva completiva sublinhada na frase


seguinte.
«Sabemos que algumas algas do fitoplâ ncton aderem aos microplá sticos que
existem no mar.»

2.1 Circunda a opçã o que completa a afirmaçã o sobre o «que» aí utilizado.


O «que» é um pronome / uma conjunçã o que introduz uma oraçã o que completa o
sentido do verbo «saber».

3. Completa cada alínea com uma oraçã o subordinada substantiva completiva


baseada no texto.
a.Aprendi
_______________________________________________________________________________________________
.

b.Espero
_______________________________________________________________________________________________
_.

c.Lamento
_______________________________________________________________________________________________
.

4. Indica se cada palavra sublinhada no texto seguinte é um pronome relativo ou


uma conjunçã o subordinativa completiva. Regista cada alínea na coluna respetiva
da tabela.
Na aula de Ciências, o professor explicou (a.) que o fitoplâ ncton é o nome de
plantas microscó picas. Essas plantas do mar, (b.) que flutuam nos oceanos, sã o o
alimento de muitos seres vivos. Infelizmente, algumas algas do fitoplâ ncton
aderem aos microplá sticos (c.) que poluem os oceanos. Assim, para o planeta estar
saudá vel, todos esperamos (d.) que o fitoplâ ncton esteja saudá vel!
Pronome relativo Conjunção subordinativa completiva

4.1 Sublinha e classifica as oraçõ es introduzidas por esses «que».

a.

___________________________________________________________________________________________________.

b. __________________________________________________________________________________________________.

c. ___________________________________________________________________________________________________.

d. __________________________________________________________________________________________________.

Texto 1
Obra completa do grande jesuíta a caminho

O forte investimento oficial e académico nas celebrações de dois centenários


vieirianos ocorridos no espaço de uma década consagraram a figura do Padre António Vieira
(1608-1697) como uma figura das maiores de todos os tempos no âmbito da História das
culturas portuguesa e brasileira. O terceiro centenário da sua morte, ocorrido em 1997, e o
5 quarto centenário do seu nascimento, celebrado em 2008, com direito a homenagens oficiais
na Assembleia da República e em palcos de outros órgãos públicos, repararam a injustiça da
relativa secundarização da sua obra genial na História portuguesa, pelo menos até à primeira
metade do século XX. (…)
Passado o tempo da controvérsia que gerou uma corrente antivieiriana na cultura
10 portuguesa – versão especializada da corrente antijesuítica, tendo por representantes
máximos da crítica a Vieira o marquês de Pombal, que o apelidava de bruxo delirante, e Teófilo
Braga, que desqualificou os seus sermões assemelhando-os a discursos taquigrafados 1 dos
deputados dos parlamentos da monarquia constitucional −, hoje em dia estudiosos e homens
de cultura em geral aplaudem quase unanimemente o génio deste pregador jesuíta e o
15 contributo inovador da sua obra para a língua e para o pensamento português e europeu mais
avançado.
No entanto, ainda resta um trabalho basilar ou preliminar para colocar à disposição dos
investigadores e homens de cultura em geral toda a obra de Vieira: publicar a sua obra
completa e traduzi-la para as grandes línguas de circulação internacional. (…)
20 A situação é gritante no caso da volumosa obra de Vieira dada a importância desta, que
marcou uma etapa decisiva de aperfeiçoamento da língua portuguesa e da sua capacidade de
dizer um pensamento complexo de forma esteticamente brilhante. Não foi por acaso que
Fernando Pessoa proclamou Vieira «Imperador da Língua Portuguesa» na Mensagem,
atribuindo, no Livro do Desassossego, à influência da leitura dos seus sermões a decisão de
25 escolher a língua de Camões para dar cidadania à sua genial criação poética em detrimento da
língua de Shakespeare. (…)
Por isso, a Universidade de Lisboa está agora empenhada em promover e angariar
mecenas para financiar um projeto de preparação, verdadeiramente colossal mas urgente, da
edição anotada da obra do Padre António Vieira em 30 volumes. (…)
30 Esperamos que este grande projeto de edição de um dos mais valiosos tesouros da
literatura portuguesa encontre mecenas que percebam a importância de uma aventura desta
natureza para a promoção da língua e cultura portuguesas em Portugal e no mundo, com
atenção estratégica ao novo centro nevrálgico que constituem hoje as potências do Extremo
Oriente, onde a língua portuguesa está a conhecer um renovado interesse em termos de
aprendizagem.

Andreas Farmhouse, “Obra completa do grande jesuíta a caminho”, Ler, outubro de 2011, pp. 34-35]

Escritos por meio de carateres convencionados, para maior rapidez; estenografados.

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., selecione a opção


correta.
Escreva, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que
identifica a opção escolhida.

1.1. O texto apresenta características específicas do género


A. apreciação crítica.
B. discurso político.
C. artigo de opinião.
D. artigo de divulgação científica.

1.2. O jornalista lamenta


A. a desconsideração da obra do Padre António Vieira.
B. a falta de homenagens ao Padre António Vieira.
C. a genialidade da obra vieiriana.
D. o forte investimento nas celebrações de dois centenários
vieirianos.

1.3. O jornalista aplaude


A. a compilação dos sermões do Padre António Vieira.
B. a promoção da língua portuguesa setecentista no Oriente.
C. as potências emergentes do Oriente.
D. a procura de patronos para a publicação e a tradução da obra
completa vieiriana.

1.4. Os conectores “No entanto” (l.17) e “Por isso” (l.27) contribuem


para
A. a coesão frásica.
B. a coesão interfrásica.
C. a coesão lexical.
D. a coesão referencial.

1.5. O referente do vocábulo sublinhado em “sua genial criação


poética” (l.25) é
A. “Vieira”.
B. “Fernando Pessoa”.
C. “Mensagem”.
D. “Camões”.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.


2.1. Indica a função sintática da oração “que o apelidava de bruxo
delirante” (l.11).
2.2. Na frase “Passado o tempo da controvérsia que gerou uma
corrente antivieiriana na cultura portuguesa” (l.9), identifica a
função sintática do pronome relativo.
2.3. Classifica a oração “onde a língua portuguesa está a conhecer
um renovado interesse em termos de aprendizagem” (ll. 30-31).

Texto 2

Conta-me histórias…
Ler aos filhos desde cedo foi sempre um conselho dos pediatras. Há quem
recomende a leitura desde os seis meses do bebé. Em setembro, a revista norte-americana
Pediatrics publicou um estudo que registou imagens de ressonâncias magnéticas da
atividade cerebral das crianças de três a cinco anos, enquanto ouviam histórias para a sua
5 idade. Percebeu-se que havia diferenças na ativação cerebral entre crianças a quem liam de
vez em quando e as que viviam em casas com muitos livros, em que a leitura era habitual. A
ativação era significativamente maior numa região do hemisfério esquerdo do cérebro,
chamada córtex, de associação parietal temporal-occipital, que está relacionada com a
“integração multissensorial que integra som e estimulação visual”, explica o autor principal
10 do estudo, John S. Hutton, Investigador do Centro Médico Hospitalar Infantil de Cincinatti,
EUA.
Crescer com livros, ler em voz alta para as crianças são atos que ajudam ao
desenvolvimento da linguagem e ao sucesso escolar, está comprovado. Para o psicólogo
clínico Eduardo Sá, este estudo científico não é “completamente surpreendente”. “A grande
15 novidade são as provas imagiológicas da forma como estimulamos o cérebro que se torna
mais versátil e mais capaz de transformar mais imagens em palavras.” Por outro lado,
destaca, “é importante que se perceba que a relação é o grande arquiteto do sistema
nervoso, através do modo como estimula áreas cerebrais. E, em função de uma estimulação
coerente e constante, cria redes sinápticas estáveis que passam a ser o nosso software. Ou
20 seja, o software adquire-se e desenvolve-se e não é um “equipamento de base” da natureza
humana, como, por vezes, tantos dos que têm uma visão estritamente biológica do
desenvolvimento e da vida psíquica são levados a “insinuar”.
Para o psicólogo, “estes dados permitem-nos perceber que, por falta da estimulação
indispensável, muitas crianças acumulam danos, que as limitam vida fora, sem que aqueles
25 que lhes fazem mal sejam severamente punidos. […] “O sistema nervoso funciona como um
músculo que precisa de ser estimulado, sob o risco de, ao não suceder assim, atrofiar”.
Além do mais, porque o acesso à palavra nos permite vestir em palavras aquilo que
sentimos, crianças que melhor verbalizam podem tornar-se mais felizes”. Por fim, as
histórias de embalar. “As histórias juntam imagens e palavras, ajudam a pensar. Crianças
30 que mais precocemente acedem às histórias são mais aptas para a matemática, para a
língua materna, para a representação e para a relação. Mais histórias significa crianças mais
saudáveis e crianças mais inteligentes”, remata.
Katya Delimbeuf, in E – A Revista do Expresso, n.o 2241, 10 de outubro 2015, p. 100

1. Segundo um estudo divulgado pela revista Pedriatics,


(A) a atividade cerebral das crianças, com menos de cinco anos, varia
em função do número de livros que lhes são lidos.
(B) não existe qualquer relação entre a atividade cerebral das crianças
com menos de cinco anos a quem são lidos livros e a quantidade que é lida.
(C) todas as crianças com menos de cinco anos apresentam a mesma
atividade cerebral face à leitura.
(D) a atividade cerebral como reação à leitura tem o seu início pelos
seis meses de vida.

2. Segundo o psicólogo Eduardo Sá, a criação de redes de informação


(A) é inata, mas a leitura ajuda a desenvolvê-la.
(B) não é inata, constrói-se e desenvolve-se através de estímulos.
(C) é uma das faculdades do ser humano, seja ou não este submetido a
estímulos.
(D) não necessita de ser estimulada, uma vez que se trata de uma
faculdade inata.

3. A leitura de histórias à noite, para o psicólogo, deve ter início o quanto


antes, pois
(A) as crianças necessitam de momentos de lazer e de interação com
os adultos.
(B) desenvolve o sentido da audição.
(C) permite o desenvolvimento de competências que melhoram o
desempenho escolar e atitudinal.
(D) facilita o adormecimento e melhora a qualidade do sono.

4. A função sintática de “mais aptas para a matemática” (l. 30) é


(A) predicativo do sujeito.
(B) predicativo do complemento direto.
(C) complemento direto
(D) complemento oblíquo.

5. O segmento “quem recomende a leitura desde os 6 meses do bebé” (ll.


1-2) configura uma oração subordinada
(A) adverbial final.
(C) substantiva relativa.
(B) adverbial temporal.
(D) adverbial consecutiva.

6. No segmento “explica o autor principal do estudo” (ll. 9-10) observam-se


as funções sintáticas
(A) predicado e complemento direto.
(B) predicado, complemento direto e modificador do nome restritivo.
(C) predicado, sujeito, modificador do nome restritivo e complemento do
nome.
(D) predicado, sujeito e complemento do nome.
7. O termo “software” exemplifica o processo irregular de formação de
palavras denominado por
(A) conversão
(C) truncação.
(B) acronímia.
(D) empréstimo.

8. Indique a classe e a subclasse da palavra que introduz a oração “que


ajudam ao desenvolvimento da linguagem e ao sucesso escolar” (ll. 12-13).

9. Justifique a utilização das aspas na expressão “completamente


surpreendente” (l. 14).

10. Classifique a oração introduzida pela conjunção “porque” (l. 28).

Texto 3

Problemas no paraíso: a morte de Avicii


Quando soube da morte do DJ e produtor sueco Tim Bergling, de 28 anos, mais
conhecido por “Avicii”, que tanta comoção gerou entre os adolescentes, estava a ver na RTP1
uma reportagem com laivos de escândalo sobre um festival alternativo da chamada “música de
dança”, que se havia realizado uns dias antes perto da localidade de Fronteira.
5 Segundo a reportagem, terão passado pelo festival cerca de 12 mil pessoas, tendo ido
parar ao hospital 14 pessoas (entre as quais, três ficaram internadas). Ao mesmo tempo, terão
sido efetuadas cinco detenções e terá sido apreendida droga. Tudo isto, segundo a mesma
reportagem, num quadro de tensões entre a legalidade e a ilegalidade. […] Pensava nisso
quando recebi a notícia da morte de Avicii, alguém proveniente da mesma cultura da música
10 de dança que a reportagem televisiva tentava compreender, embora o universo em que se
movimentava constituísse por inteiro a antítese do festival que se realizou em Fronteira.
Dir-se-ia que Avicii foi durante anos a imagem resplandecente do sucesso, do
profissionalismo, da exigência. O seu percurso confunde-se com o crescimento na última
década da chamada “EDM” (electronic dance music), um movimento musical sem sustentação
15 sociocultural, sem uma correlação óbvia entre a vida dos seus agentes e a música praticada.
Como se fosse mera estratégia comercial impulsionada por uma indústria que, de vez em
quando, necessita de produzir heróis e novos negócios milionários. […]. Tudo vivido por Avicii
e outros em velocidade máxima, conduzidos por uma máquina voraz, profissionalizada,
altamente capitalizada, feita de festivais para multidões, digressões e pressões contratuais,
20 com muitos milhões de visualizações na Internet, luxo, competitividade, viagens em jatos
particulares e muito álcool à mistura. Tudo devidamente legalizado, claro. Melhor ainda: tudo
aceite por todos nós como sendo o melhor dos mundos, o paraíso na terra, e incentivado como
sendo a aspiração máxima de cada um. Afinal, quem não desejaria, que o seu filho, aos vinte e
poucos anos, tivesse uma conta milionária, fosse adulado globalmente por milhões de
25 adolescentes e convivesse com Madonna ou Rihanna?
E, no entanto, por vezes o paraíso pode transformar-se em inferno. Os problemas
podem maquilhar-se durante algum tempo, mas não eternamente. No caso de Avicii há o
álcool e as suas complicações. Uma pancreatite aguda. O estado de saúde a deteriorar-se. A
frustração de ter menos êxito a partir de determinada altura. O perceber que a sua música
30 plastificada não perdurará na memória. O ter vivido iludido pelo vil metal. O desistir. O desejo
de se isolar. A morte. E agora as suspeitas de suicídio.
Como em tantos outros casos – de Kurt Cobain a Amy Winehouse –, dir-se-á agora que
aquilo que o matou foi a incapacidade em lidar com o êxito, sendo vitimado por ele. Outros,
mais cínicos, dirão mesmo que são os efeitos colaterais de se viver sempre no máximo, forma
35 de agregar responsabilidades individualizadas, fazendo esquecer as coletivas. Mas a verdade
é que a máquina que matou Avicii somos todos nós que a alimentamos, quando a escolhemos
como modelo sedutor de vida.
O problema é que assumir isso implicava assumir que existem problemas no paraíso. É-
nos mais fácil demonizar acontecimentos que por vezes podem escapar às normas, embora
40 mais não façam do que reproduzir aquilo que são as dinâmicas sociais um pouco por todo o
lado, como o festival de Fronteira, do que imaginar que aquilo que consideramos vulgar,
sistémico, legal, aceite e até incentivado por todos pode ser tão ou mais violento do que aquilo
que não conseguimos enquadrar e foge ao nosso controlo.

Vitor Belanciano in https://www.publico.pt/2018/04/29/opiniao/opiniao/problemas-no-paraiso-amorte-de-avicii-


1815551 (consultado em 29 de abril de 2018.

1. A referência ao festival de música de Fronteira tem a intenção de


(A) divulgar este festival.
(B) dar conta da participação de Avicii neste evento.
(C) ser o ponto de partida para uma reflexão.
(D) criticar este acontecimento.

2. Com a afirmação “num quadro de tensões entre a legalidade e a


ilegalidade.” (l. 8) realça-se:
(A) a insegurança vivida no festival de Fronteira.
(B) a ilegalidade deste tipo de festivais.
(C) a existência de muita vigilância policial nestes eventos.
(D) a permissividade de comportamentos inerente a este tipo de
eventos.

3. Segundo o autor, e tendo em conta o conteúdo do terceiro parágrafo, a


música eletrónica
(A) é uma manifestação cultural cheia de tradição.
(B) reflete o talento dos seus agentes, tanto cantores como produtores.
(C) visa sobretudo o lucro e a espetacularidade.
(D) pretende criar nos jovens uma sensação de euforia.

4. No último parágrafo, o autor


(A) considera os excessos inerentes à música eletrónica perigosos para
os jovens.
(B) realça a falência dos valores morais e sociais.
(C) condena a sociedade por demonizar acontecimentos anómalos.
(D) desresponsabiliza os jovens pela vivência intensa deste tipo de
eventos.

5. Na frase “Quando soube da morte do DJ e produtor sueco Tim Bergling, de


28 anos, […] estava a ver na RTP1 uma reportagem […]” (ll. 1-3), o elemento
sublinhado configura um mecanismo de coesão
(A) lexical por substituição.
(B) gramatical frásica.
(C) gramatical interfrásica.
(D) gramatical referencial.

6. O referente do pronome presente na frase “que tanta comoção gerou entre


os adolescentes” (l. 2) é
(A) “a morte do DJ”.
(B) “a morte do DJ e produtor sueco Tim Bergling”.
(C) “DJ e produtor sueco Tim Bergling”.
(D) “Tim Bergling”.

7. O elemento sublinhado em “embora […] constituísse por inteiro a antítese do


festival que se realizou em Fronteira.” (ll. 10-11) é
(A) uma conjunção subordinativa causal.
(B) uma conjunção subordinativa completiva.
(C) um pronome pessoal.
(D) um pronome relativo.

8. Identifica a função sintática do pronome relativo presente em “que se havia


realizado uns dias antes perto da localidade de Fronteira (l. 4)

9. Classifique a oração subordinada presente no segmento “Dir-se-ia que Avicii


foi durante anos a imagem resplandecente do sucesso, do profissionalismo, da
exigência.” (ll. 12-13).

10. Indique a função sintática desempenhada pelo pronome sublinhado em “É-


nos mais fácil demonizar acontecimentos” (ll. 38-39).

Texto 4

Carta ao aluno que não lê Os Maias


O calhamaço que te obrigam a ler na escola está velho. Foi escrito há 130 anos, é pois,
natural que te pareça demasiado pesado, um cadáver de papel do qual queres livrar-te o mais
rapidamente possível.
Só o facto de te meterem o livro à frente, de o analisarem contigo, pior, de o limitarem
5 àquele tipo de estudo muito vazio que visa o exame, só isso já te estraga a vontade. A mim
também estragou. Mas repara: o Eça não tem culpa de o submeterem à burocracia do ensino,
de o terem posto nessa camisa de forças, e de te obrigarem a ti, que tens mais que fazer, a
acatar ordens.
Talvez por te sentires encurralado, preferes trocar apontamentos nos corredores, pedir os
10 esquemas ao idiota útil que até conseguiu ler a obra toda, ou, mais simples, talvez te decidas
pelos primeiros cinco resultados no Google. Estes falam das características físicas e
psicológicas das personagens, dão-te resumos de cada capítulo, expõem a biografia do Eça –
esse escanzelado de monóculo –, explicam a analepse inicial, sempre gigantesca, mostram
laivos da vida do século XIX, e descrevem o virar do Romantismo para o Realismo. Mas que te
15 interessa a ti como viviam as pessoas daquela época? De facto, concluis tu, só um parvo pode
achar que este livro tem qualquer interesse.
Os bons professores libertam-se dos formalismos do ensino burocrático e são generosos
a ponto de te mostrarem Os Maias a outra luz, apesar de perceberem que tentas ignorá-los.
Querem mostrar-to não como livro-montanha, uma seca difícil de escalar, mas sim como porta
20 para a descoberta.
Se te mantiveres na tua, até podes acabar o ano letivo com uma nota decente no exame
e a consciência tranquila. Mas confessa lá, sê honesto. Apesar dos muitos preconceitos, aposto
que algures entre os teus afazeres já surgiu uma suspeita inquietante.
Por isso levantas-te, resgatas o livro e passas além de “A casa que os Maias vieram
25 habitar em Lisboa no outono de 1875, era conhecida na rua de São Francisco de Paula e em
todo o bairro das janelas verdes, pela casa do Ramalhete ou simplesmente o Ramalhete.”
Quando dás por ti, estás em pleno ritual de passagem, cativado por essa coisa
maravilhosa e produtiva chamada curiosidade; quando chegas a meio, percebes que o medo do
desconhecido, que até então te constrangia, caracteriza quem evita crescer; e ao acabares, até
30 sorris.
Descobriste que a ironia é uma forma de realçar incongruências, que a cultura é
insignificante se não entrarmos a fundo na vida (Carlos da Maia, a quem tudo foi dado, nada
fez), que o humor ilumina os momentos mais tensos (Vilaça a buscar o chapéu em plena
conversa difícil), e que a procura de projeção social sem substância é ridícula (quantos
35 Dâmasos Salcede não existem no Instagram?), entre tantos outros exemplos.
Tal como te avisaram, percebes que ainda hoje muitas das pessoas que ali encontras se
repetem, não porque a nossa sociedade seja igual à do século XIX, mas porque o ser humano
continua o mesmo, e o Eça conseguiu captá-lo na sua universalidade.
Se ainda não estiveres convencido, asseguro que este livro, embora calhamaço, te vai
40 dar simplesmente o prazer único e memorável de uma boa história.
Enquanto tens esse prazer, usas o melhor dos músculos. O mais potente. Exercitas o
cérebro contra a superficialidade, conheces os fios que cosem o dia a dia, enriqueces o
raciocínio – vais ganhando experiência. Na verdade, precisas de muitas vidas para viver a tua
vida, e podes encontrá-las nos livros.
45 A tua obrigação não é para com a escola, os professores, a nota. A tua única obrigação é
para contigo, para com o teu próprio crescimento, e obras como Os Maias e escritores como o
Eça de Queiroz dão-te armas para o futuro.
Se suspeitares disto e mesmo assim decidires não ler, preferindo resumos que
esquecerás logo depois do exame, paciência. Tu é que ficas a perder.
Afonso Reis Cabral, Visão, nº 1342, 22/11/2018 (com supressões)

1. A expressão “camisa de forças” (l. 7), no contexto em que é usada, transmite a


ideia de que o estudo da obra Os Maias, nas escolas, é frequentemente
(A) condicionado e desmotivante.
(B) limitado, mas interessante.
(C) desatualizado e redutor.
(D) rigoroso, mas enriquecedor.

2. Na opinião de Afonso Reis Cabral, a leitura de Os Maias permite


(A) desenvolver o raciocínio e melhorar o vocabulário.
(B) exercitar o cérebro e experienciar vivências enriquecedoras para o futuro.
(C) conhecer uma intriga interessante, o Romantismo e o Realismo.
(D) perceber melhor o mundo atual e ter uma boa nota no exame.

3. No segmento “um cadáver de papel do qual queres livrar-te o mais rapidamente


possível.” (ll. 2-3) está presente
(A) um oxímoro.
(B) uma anástrofe.
(C) uma ironia.
(D) uma metáfora.

4. O elemento sublinhado no segmento textual “apesar de perceberem que tentas


ignorá-
-los.” (l. 18) assegura a coesão
(A) gramatical frásica.
(B) gramatical interfrásica.
(C) lexical por reiteração.
(D) gramatical referencial.

5. Em “percebes que o medo do desconhecido, que até então te constrangia” (ll. 28-
29), os elementos sublinhados correspondem a
(A) dois pronomes relativos.
(B) um pronome relativo e a uma conjunção, respetivamente.
(C) duas conjunções subordinativas.
(D) uma conjunção e a um pronome relativo, respetivamente.

6. Indique a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal nas seguintes


frases:

a) “que até então te constrangia” (l. 29).


b) “escritores como o Eça de Queiroz dão-te armas para o futuro.” (ll. 46-47).

7. Classifique a oração subordinada que integra o segmento “aposto que algures entre
os teus afazeres já surgiu uma suspeita inquietante.” (l. 23).

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