Manual CLC 7

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Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto

Manual

Técnico de Assistente Familiar e Apoio à Comunidade

CLC 7-Fundamentos da Cultura, Língua e Comunicação

Maria do Céu Xisto


Julho, 2017

1
Índice:

OBJETIVOS:__________________________________________________________Página 3

DR1_________________________________________________________________Página 5

DR2_________________________________________________________________Página 16

DR3_________________________________________________________________Página 23

DR4_________________________________________________________________Página 28

2
Objetivos gerais:

Unidade de Competência 7: Agir em contextos diversificados conseguindo identificar os


principais factores que afectam quer a mudança social quer a evolução dos percursos
individuais e sendo capaz de mobilizar saberes relativos à ciência e a dinâmicas
institucionais de modo a poder formular opiniões críticas perante variadas questões.

Dr1 - Intervir tendo em conta que os percursos individuais são afectados pela posse de diversos
recursos, incluindo competências ao nível da cultura, da língua e da comunicação.

Critérios de evidência:

-Actuar tendo em conta que os percursos individuais são afectados por condições sociais e que as trajectórias
se (re)constroem a partir da vivência de diversos contextos e da reconfiguração da posse de diferentes
recursos.
-Actuar face aos textos, identificando os seus elementos constituintes e organizativos e garantindo a correcta
utilização do uso da língua portuguesa e/ou língua estrangeira.
-Actuar face aos modelos do processo de comunicação pública, identificando as diferentes intenções do
emissor e os efeitos produzidos no receptor.

Dr 2- Agir em contextos profissionais, com recurso aos saberes em cultura, língua e comunicação.

Critérios de Evidência:

- Actuar em contextos profissionais identificando o que são procedimentos científicos e diferentes métodos de
produção de conhecimento sobre temáticas relacionadas com a cultura.
-Actuar em contextos profissionais diversos, tendo em conta os diferentes tipos de texto e as suas
características (literário/não literário, autobiográfico, argumentativo, expositivo, descritivo, etc.) e a sua
correcta utilização em língua portuguesa e/ou língua estrangeira.
-Actuar no mundo global, compreendendo como os diferentes suportes e meios de comunicação fizeram
evoluir as inserções profissionais e os modos de trabalhar e produzir riqueza.

Dr 3- Formular opiniões críticas mobilizando saberes vários e competências culturais, linguísticas e


comunicacionais.

Critérios de evidência:
-Actuar perante debates públicos reconhecendo a multiplicidade de instituições, agentes e interesses em
presença.
- Actuar individual e/ou colectivamente entendendo a língua e sua utilização – língua portuguesa e/ou língua
estrangeira – como forma de intervenção cívica e social e campo de conhecimento científico.
-Actuar nas sociedades contemporâneas reconhecendo o papel central dos sistemas de comunicação nas
formas de intervenção e construção da opinião pública mundial.

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Dr 4- Identificar os principais factores que influenciam a mudança social, reconhecendo nessa mudança
o papel da cultura, da língua e da comunicação.

Critérios de evidência:

-Actuar reconhecendo que a evolução das sociedades resulta de processos de mudança social e identificando
os principais factores que a influenciam.
-Actuar nas sociedades contemporâneas, tendo em conta que a língua é um elemento constituinte do universo
em que vivemos e compreendendo o seu papel na expressão da evolução do pensamento e das mentalidades
bem como da evolução científica e tecnológica.

- Actuar nas sociedades contemporâneas, identificando as teorias fundamentais dos sistemas de comunicação
(um para um, um para muitos, muitos para muitos, e em rede) e tendo consciência do carácter instrumental
dos media e da eficácia do seu poder.

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Dr1

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BIOGRAFIA…

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1.

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2.

Conto em anexo

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Dr2
Competência  Agir em contextos profissionais, com recurso aos saberes em cultura, língua e comunicação.

No âmbito profissional deparamo-nos todos os dias com novos desafios, novas aprendizagens.

Neste sentido, a todo o momento somos sujeitos a situações que nos permitem desempenhar

melhor as nossas tarefas. Uma das formas de melhorar o nosso desempenho passa pela aferição

do que fazemos bem ou menos bem, ou seja, no fundo como uma diagnose, seja em termos de

método de trabalho, de índices de produtividade, seja de formação, etc. Assim, são

produzidos/aplicados vários instrumentos de trabalho, como inquéritos, entrevistas, sondagens,

observação directa, etc, que permitem apurar por exemplo o grau de satisfação de um participante

num workshop de escrita criativa, ou de um espectador num festival de artes circenses.

Se num primeiro olhar - culturalmente falando - por vezes pareça difícil operacionalizar esta

competência, ela acaba por estar presente, todos os dias, na nossa vida, se não directamente,

indirectamente... Ou seja, nas nossas actividades profissionais, no nosso local de trabalho, somos

avaliados de várias formas, seja através de documentos escritos (de auto e heteroavaliação), seja

através de outros suportes, que podem passar pelo controlo da assiduidade/ pontualidade, é o

caso dos cartões de ponto. Assim, todas estas formas de recolher informação servem para

melhorar o funcionamento de determinadas instituições que operam no campo cultural: cinemas,

centros culturais, livrarias, teatros, associações culturais, escolas, etc. Ao utilizarmos todos estes

suportes, nós estamos sempre em contacto com várias tipologias textuais, literárias ou não; a

própria leitura que fazemos de determinadas obras literárias, onde a componente autobiográfica é

muito grande, pode ser também uma forma de melhorarmos competências profissionais, já que a

experiência dos outros é muitas das vezes a melhor forma de complementar a nossa actividade, as

lacunas que por vezes sentimos. No fundo, é estabelecer a ponte entre a teoria e a prática, ou

seja, com a escola da vida.

1.Cultura: Sou capaz de actuar em contextos profissionais identificando o que são procedimentos

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científicos e diferentes métodos de produção de conhecimento sobre temáticas relacionadas com a

cultura.

Proposta de trabalho: Tendo em conta o que foi dito anteriormente, recorde uma qualquer

situação em que tenha preenchido um inquérito relativo a um espectáculo a que assistiu, sobre um

filme que viu, sobre cultura geral? O que pensa quando os preenche? Ou não o faz? E porquê?

Acha que este tipo de inquéritos é relevante? Pode ajudar a melhorar um serviço ou acha-os

inúteis?

2. Língua: Sou capaz de actuar em contextos profissionais diversos, tendo em conta os diferentes

tipos de texto e as suas características (literário/não literário, autobiográfico, argumentativo,

expositivo, descritivo, etc.) e a sua correcta utilização em língua portuguesa e/ ou

estrangeira. Proposta de Trabalho: Alguma vez lhe aconteceu ler um artigo numa revista ou um

livro que lhe permitiu entender melhor algum aspecto na sua profissão, devido a alguma

semelhança com alguma situação da sua vida profissional. Que tipo de texto era?De uma revista?

Que tipo de livro? Diga porque se identificou com essa realidade.

3. Comunicação: Sou capaz de actuar no mundo global, compreendendo como os diferentes

suportes e meios de comunicação fizeram evoluir as inserções profissionais e os modos de

trabalhar e produzir riqueza.

Proposta de Trabalho: A todo o momento os meios de comunicação social passam programas

em que se abordam temas relativos ao mundo profissional, às necessidades do mundo actual, da

competitividade do meio laboral. Assim, tendo em conta a constante pressão da economia global,

dos problemas de emprego e da muita ou pouca qualificação de muitos, recorde uma situação

veiculada pela televisão, net, rádio, que tenha evidenciado uma situação em que a prática aliada à

teoria foram importantes para melhorar o desempenho profissional de alguém e explique porquê.

Já aconteceu , na sua vida diária, ter que demonstrar como a teoria é importante aliada à prática e

vice-versa? Em que contexto?

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Tipos de texto

Texto narrativo – Representam factos localizados no tempo e no espaço, encadeados de forma lógica,
encaminhando-se para um desenlace. A acção desenvolve-se em três tempos: situação inicial, complicação e
resolução. Os acontecimentos relatados envolvem personagens. A progressão da acção é dinâmica.
EX. Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo,
com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos
importância no mundo era João Teodoro. Nunca fora nada na vida, nem admira a hipótese de vir a ser
alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra
melhor.
Um homem de consciência , Monteiro Lobato

Texto descritivo – Apresentam informações sobre personagens, espaços, fenómenos atmosféricos e objectos.
As descrições correspondem a momentos de pausa – acção estática. As sequências textuais descritivas
aparecem interligadas com sequências narrativas.
EX. O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão lôbrego, nu, lajeado de pedregulhos — agora
resplandecente, com um pavimento quadrilhado de mármores brancos e vermelhos, plantas
decorativas, vasos de Quimper, e dois longos bancos feudais que Carlos trouxera de Espanha,
trabalhados em talha, solenes como coros de catedral.
Os Maias, Eça de Queirós

Texto expositivo-explicativo – Dado o seu objectivo de fazer compreender algo, deve ser claro e organizado.
Nele encontramos exemplificação, explicitação de ideias, ordenação de aspectos, relacionamento entre ideias
( comparação, causa-efeito, origem, finalidade), síntese, conclusão..
Apresenta análises e sínteses informativas, através de exposições ou explicações científicas ou pedagógicas.
EX. Batido de Ananás
Ingredientes: ananás em calda, gelado de baunilha e sumo de ananás 1 ch. de cada)
Preparação:
Escorra bem o ananás da calda e corte cada fatia em pedacinhos. Deite o ananás e o sumo de ananás no
copo misturador e bata bem. Junte o gelado (que pode ser de baunilha ou de nata) e bata ligeiramente.
Despeje para copos altos, coloque uma palhinha e decore com folhinhas de hortelã.

Texto argumentativo- procura-se exprimir uma convicção ou um ponto de vista, baseados na verdade, de
modo a convencer o ouvinte/leitor através da apresentação de uma tese (ponto de vista), cuja veracidade deve
ser demonstrada e provada através de argumentos adequados.
EX. A coisa mais bonita do mundo, mais bonita do que a beleza, é a diferença.
Suponhamos que o leopardo é o animal mais bonito da terra. Mais bonito do que ver cem leopardos
juntos é ver um leopardo rodeado de outros animais, feios ou bonitos. Bonito, bonito é um leopardo ao
pé de um ornitorrinco, um ornitorrinco ao pé de um flamingo, um flamingo ao pé de um crocodilo. É
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por isso que a ideia da Arca de Noé é tão comovente. Noé não escolheu os animais mais bonitos, nem os
mais úteis, nem os mais fortes. Escolheu dois de cada espécie, não porque tivessem alguma qualidade
particular, mas por serem diferentes dos demais.
Ser diferente é uma qualidade só por si. Só por ser diferente tem de ser defendido. Acontece, porém que
vivemos num tempo igualitário, unificador e racionalista em que as diferenças que ainda existem
tendem a ser abolidas.
Miguel Esteves Cardoso «O Sabor Está na Diferença» in Último Volume

Mia Couto – o escritor e a ciência

Uma palavra de conselho e um conselho sem palavras


de Mia Couto

Sou escritor e cientista. Vejo as duas actividades, a escrita e a ciência, como

sendo vizinhas e complementares. A ciência vive da inquietação, do desejo de

conhecer para além dos limites. A escrita é uma falsa quietude, a capacidade de sentir

sem limites. Ambas resultam da recusa das fronteiras, ambas são um passo sonhado

para lá do horizonte. A Biologia para mim não é tanto uma disciplina científica mas

uma história de encantar, a história da mais antiga epopeia que é a Vida. É isso que eu

peço à ciência: que me faça apaixonar. É o mesmo que eu peço à literatura.

Muitas vezes jovens me perguntam como se redige uma peça literária. A

pergunta não deixa de ter sentido. Mas o que deveria ser questionado era como se

mantém uma relação com o mundo que passe pela escrita literária. Como se sente

para que os outros se representem em nós por via de uma história? Na verdade, a

escrita não é uma técnica e não se constrói um poema ou um conto como se faz uma

operação aritmética. A escrita exige sempre a poesia. E a poesia é um outro modo de

pensar que está para além da lógica que a escola e o mundo moderno nos ensinam. É

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uma outra janela no nosso olhar sobre as coisas e as criaturas. Sem a arrogância de as

tentarmos entender. Só a ilusória tentativa de nos tornarmos irmãos do universo.

Não existem fórmulas feitas para imaginar e escrever um conto. O meu segredo

(e que vale só para mim) é deixar-me maravilhar por histórias que escuto, por

personagens com quem cruzo e deixar-me invadir por pequenos detalhes da vida

quotidiana. O segredo do escritor é anterior à escrita. Está na vida, está na forma

como ele está disponível a deixar-se tomar pelos pequenos detalhes do quotidiano.

O conto é feito com pinceladas. É um quadro sem moldura, o início inacabado de

uma história que nunca termina. O conto não segue vidas inteiras. É uma iluminação

súbita sobre essas vidas. Um instante, um relâmpago. O mais importante não é o que

revela mas o sugere, fazendo nascer a curiosidade cúmplice de quem lê. No conto o

que é importante não é tanto o enredo mas o surpreender em flagrante a alma

humana. No conto (como em qualquer género literário) o mais importante não é o seu

conteúdo literário mas a forma como ele nos comove e nos ensina a entender não

através do raciocínio mas do sentimento (será que existem estas categorias, assim

separadas ?).

Na ciência (como em outras actividades) o mais importante não é o que

chamamos científico. É o lado humano. Criou-se uma ideia de que o cientista é isento

de erro, uma espécie de ser privilegiado que apenas trilha pelos atalhos do rigor e da

exactidão. Criou-se a ideia de que o erro é inimigo da ciência. Essa aversão pelo erro é

o mais grave dos erros. É vital errarmos, e devemos afastar o medo de errar.

Devemos manter o gosto por experimentar, mesmo cometendo falhas. A natureza foi

evoluindo graças ao erro básico que é a mutação. Se os genes nunca falhassem na sua

duplicação não haveria a diversidade necessária para a continuidade da Vida. Os

processos vitais exigem, ao mesmo tempo, o rigor e o erro. Não podemos ter medo de

não saber. O que devemos recear é o não termos inquietação para passarmos a saber.
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O meu amigo Quintanilha vos poderá falar da descoberta do primeiro antibiótico

por A. Fleming. Aquele cientista não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo

quando notou que uma mancha estranha surgia nas placas de Petri do seu laboratório.

Ele estava pesquisando num assunto bastante diverso. Foi por acidente que ele

descobriu a penicilina. Foi por acidente que se descobriu um medicamento que salvou

milhões de seres humanos. A dupla de Watson e Crick resolveu o problema da

arquitectura tridimensional do ADN não apenas porque estudou a sua estrutura mas

porque foi capaz de sonhar e deixar-se assaltar por intuições estéticas. Conta-se (não

sei se é ficcionado) que experimentando modelos de plasticina um deles virou-se para

o outro e disse: parece-me que é assim. E o outro perguntou: como é que sabes ? E a

resposta foi: porque é bonito.

Não é a grande descoberta científica que pode ser motivo de um pequeno conto,

não é o facto científico em si mesmo. O que interessa para o conto é o conflito interior

das pessoas, o pequeno detalhe de quem se surpreende e se descobre um outro. O

que pode suscitar uma pequena história é quanto por trás do cientista reside um

homem, com suas ignorâncias, suas incertezas e suas crenças muito pouco científicas.

Imaginemos, por exemplo, que surpreendemos o dia-a-dia de um astrónomo que

passa a vida espreitando a escuridão do Universo, espiando os buracos negros. E que

descobrimos que, à noite, ele tem que dormir de luz acesa e só adormece de mão

dada com a mulher porque tem receio do escuro do seu quarto. Aqui pode estar um

motivo de uma bela história. No fundo, mesmo o mais moderno e consagrado cientista

está ainda em confronto com os nossos mais antigos fantasmas. A ciência é uma

resposta. Não a resposta.

Portanto, o único conselho é este: escutar. Tornarmo-nos atentos a vozes que

fomos encorajados a deixar de ouvir. Tornemos essas vozes visíveis. E mantermos viva

essa capacidade que já tivemos na nossa infância de nos deslumbrarmos. Por coisas
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simples, que se localizam na margem dos grandes feitos. Um contínuo da escola, um

servente que presta apoio às aulas laboratoriais, pode ser mais sugestivo que o mais

prestigiado académico. O que importa do ponto de vista do escritor é capacidade que

essa personagem tem de suscitar histórias e de nos revelar facetas da nossa própria

humanidade.

A terra onde nasci e onde vivo – Moçambique – é um país pobre e apenas um

pequeno grupo tem acesso àquilo que chamamos ciência. Mas existem nas zonas

rurais gente que, sendo analfabeta, é sábia. Eu aprendo muito com esses homens e

mulheres que têm conhecimentos de outra natureza e que são capazes de resolver

problemas usando uma outra lógica para a qual o meu cérebro não foi ensinado. Este

mundo rural, distante dos compêndios científicos, não tem menos sabedoria que o

mundo urbano onde vivemos.

Regresso, por fim, ao universo da escrita literária. Só se escreve com intensidade

se vivemos intensamente. Não se trata apenas de viver sentimentos mas de ser vivido

por sentimentos. A escola muitas vezes nos “aconselha” a olhar o mundo através de

uma só janela. E acreditarmos que só é verdade aquilo que for sujeito ao veredicto da

ciência. Assim fechamos a nossa disponibilidade para outras verdades. Ficamos mais

pobres, mais centrados no nosso isolamento.

Há quem acredite que a ciência é um instrumento para governarmos o mundo,

Mas eu preferia ver no conhecimento científico um meio para alcançarmos não

domínios mas harmonias. Criarmos linguagens de partilha com os outros, incluindo os

seres que acreditamos não terem linguagens. Entendermos e partilharmos a língua das

árvores, os silenciosos códigos das pedras e dos astros.

Conhecermos não para sermos donos. Mas para sermos mais companheiros das

criaturas vivas e não vivas com quem partilharmos este universo. Para escutarmos

histórias que nos são, em todo momento, contadas por essas criaturas.
23
PPT artigo científico em anexo.

Dr 3

24
25
ARGUMENTAÇÃO

Principais tipos de argumentos informais


Quais são os principais argumentos não dedutivos? Existem critérios para estabelecer a sua força?
Principais tipos de argumentos informais

Argumentos indutivos
• Um argumento diz-se indutivo quando algo que está para além do conteúdo das premissas é de alguma
forma apoiado por elas ou é provável em consequência destas.
• As inferências indutivas são sempre extrapolações: a conclusão ultrapassa as premissas, no sentido em que
a verdade conjunta das premissas não garante a verdade da conclusão.
• É sempre logicamente possível, mesmo quando é improvável, que as premissas sejam verdadeiras e a
conclusão falsa.
• Generalização e previsão são dois casos particulares de argumentos indutivos.

Argumentos indutivos
Dois tipos
-Generalização Alguns A são X. Logo, todos os A são X.
- Previsão No passado ocorreu X. Logo, no futuro ocorrerá X.

Principais tipos de argumentos informais


Argumentos indutivos
Exemplos
Generalização Até hoje não foram observados lobos que não fossem carnívoros. Logo, todos os lobos são
carnívoros.
Previsão Até hoje não foram observados lobos que não fossem carnívoros. Logo, o próximo lobo que
observarmos será carnívoro.

Força dos argumentos indutivos


Para garantirmos que os argumentos indutivos são fortes, isto é, para acautelarmos que o vínculo que une
premissas e conclusão está baseado num forte grau de probabilidade:
• A amostra deve ser ampla.
• A amostra deve ser relevante, representativa do universo em questão.
• A amostra não deve omitir informação relevante.

Argumentos por analogia


• A inferência por analogia decorre do estabelecimento de uma relação entre o que se pretende argumentar e
um elemento que se vai procurar a outra dimensão do real.
• Pode ser um tipo de argumento extremamente persuasivo, principalmente quando aquilo que se pretende
estabelecer na conclusão é do domínio do complexo ou invisível.
• Argumentar por analogia é argumentar que, uma vez que A e B são idênticos em alguns aspetos conhecidos,
então sê-lo-ão também noutros. • A é como B em x e y. B inclui z. Então A também inclui z.
26
Exemplo de um argumento por analogia

O cabo que liga a pessoa ao barco no ski aquático é resistente e fiável, conseguindo suportar muito peso
durante bastante tempo. O fio de pesca é como o cabo que liga a pessoa ao barco no ski aquático. Logo, o fio
de pesca é resistente e fiável, conseguindo suportar muito peso durante bastante tempo.

Força dos argumentos por analogia


Argumentar por analogia pode parecer, à primeira vista, uma forma de raciocínio segura, mas para que um
argumento por analogia possa ser considerado forte devemos poder responder afirmativamente às duas
primeiras perguntas do conjunto que se segue e negativamente à terceira.
• As semelhanças apontadas são relevantes para a conclusão? • A comparação tem por base um número
razoável de semelhanças?
• Não haverá diferenças importantes entre o que está a ser comparado?

Argumentos de autoridade

• Uma vez que a vida é demasiado breve e as nossas capacidades intelectuais são limitadas, não nos é
possível investigar e descobrir tudo sozinhos. Somos, por isso, frequentemente levados a argumentar
apoiando-nos no trabalho e opinião de especialistas.
• Sem eles ser-nos-ia impossível reunir toda a informação e conhecimento que temos sobre o nosso mundo.
• X (uma pessoa ou uma organização que tem obrigação de saber) diz A. Logo, A é verdade.

Exemplo de um argumento de autoridade


De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a menos que façamos algo imediatamente, o tigre
estará extinto em 2022 (em 1998 a população de tigres em liberdade rondava os 7600 indivíduos; no início da
década, o número de tigres em liberdade caiu para menos de metade). Logo, é seguramente verdade que, caso
não façamos alguma coisa, o tigre estará extinto no início da próxima década.

Força dos argumentos de autoridade


Para que um argumento de autoridade possa ser considerado forte:
• As fontes devem ser citadas.
• As fontes devem qualificadas para a afirmação.
• As fontes devem ser imparciais.
• Deverá existir acordo relativamente à informação.

27
Dr 4

• Mudança social é toda a transformação observável no tempo


que afecta, de forma não provisória, a estrutura ou o
funcionamento da organização social de uma colectividade e
modifica o curso da sua história.

Mudança social

Noção de Mudança Social:

 O sistema cultural não é um sistema fechado, antes vai crescendo e transformando-se com o
contributo intelectual e artístico dos homens e mulheres de cada tempo e lugar. Sendo um fenómeno
participado, que concretiza a forma de expressão e de realização de um grupo, cada geração irá dar-lhe
o seu contributo ao encontrar novas formas e idealizar outros valores, ao inventar outras formas de
relacionamento e ao criar novas tecnologias.  
A cultura transmitida a cada geração nunca é a cultura que a geração presente herdou mas a que já produziu.
 Mudança Social: Toda a transformação observável no tempo, que afecta, de modo não provisório ou
efémero, a estrutura ou o funcionamento da organização social de uma dada colectividade e modifica o
curso da sua história.
             É a «transformação dos valores, ideais e formas de relacionamento resultantes, nomeadamente, de
processos de modernização que questionam o antigo e do relacionamento mais forte entre os povos dos
diferentes espaços nacionais, em virtude dos processos progressivos de interdependência a nível mundial».

Características da mudança:
 É um fenómeno colectivo – afecta e implica um conjunto substancial de indivíduos que verão, assim,
alterados o seu modo e condições de vida.

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 Corresponde a uma mudança estrutural e não a uma adaptação funcional das estruturas existentes –
torna-se possível observar alterações profundas na forma de organização social passíveis de
comparação com as formas anteriores.
 É identificável no tempo, o que nos permite detectar e descrever as alterações estruturais a partir de
um ponto de referência.

A mudança social surge assim como a diferença observável entre dois estados da realidade social.
 Não é efemero – qualquer evento passageiro, independentemente da sua força de pressão e de
desorganização social, não conduz à mudança social, pois os seus efeitos desaparecem
progressivamente com a adaptação funcional do sistema cultural existente.
Etapas do processo de mudança:
 Descristalização do sistema de ideias vigente;
 Reestruturação de um novo sistema noutras bases;
 Recristalização do novo sistema de ideias.
 A evolução social resulta do processo de mudança.

Factores e Agentes de Mudança


 Não é possível encontrar uma causa ou agente único que se possa considerar exclusivamente
responsável ou determinante pelos acontecimentos sociais.

No domínio do social, existe sempre uma multiplicidade de causas que, interagindo, produzem situações
complexas, implicando, por sua vez, repercussões em diferentes domínios sociais.
É nesta convergência de factores que se deverá procurar não a causa, mas o conjunto das causas que
permitiram o desencadear do processo de mudança.

 Factores Geográficos:
 Em resultado de cataclismos, secas, inundações, pragas, etc, tem-se assistido a grandes êxodos da
população rural dos países do Terceiro Mundo. Esta não se encontrando preparada para o exercício de
actividades profissionais mais exigentes, acaba por constituir uma mão-de-obra desqualificada e mal
paga, sendo obrigada a viver em péssimas condições higiénico-sanitárias e sociais, o que tem
provocado alterações nas estruturas sociais das grandes cidades.
 Este fenómeno é igualmente observável nos países em vias de desenvolvimento onde a agricultura é
uma actividade em declínio afastando as populações para os centros urbanos em ascensão.

 Factores Demográficos:
 Variações nas taxas de crescimento populacional ou grândes êxodos populacionais podem originar
situações de mudança social. (ex: emigração inglesa para a américa)
 Antigamente, os emigrantes provocavam grandes alterações no modo de vida das populações
autóctones. Hoje em dia, os emigrantes, por contacto com as culturas dos países para onde
emigraram, trazem as sementes da mudança para os países de origem.
«Com locais de destino geograficamente muito mais próximos, as relações entre residentes e emigrados
mudaram totalmente. Os contactos entre residentes e emigrados passaram a ser regulares: as visitas aos
parentes emigrados ou as viagens destes constantes às terras de origem, para férias, eram comuns e são
ainda hoje constantes.»

 Factores Políticos e Sociais:


 Factores como a luta de classes ou o conflito político, a acção das elites sociais ou o aparecimento de
movimentos sociais portadores de valores e modelos culturais diferentes constituem exemplos de
forças capazes de despoletar situações de mudança.
 As mudanças decorrentes do 25 de Abril de 1974 são bem representativas da acção decisiva de uma
causa de natureza política.

 Factores Culturais:
o A evolução das ideias: subcultura e contracultura
 Na vida social, os indivíduos relacionam-se dinamicamente. Quer se enquadrem na ordem social
vigente, quer a contestem, os indivíduos, ao relacionarem-se entre si, refazem a cada dia o tecido
social.

Nesta teia de relações que entre eles se estabelece podem residir os embriões da mudança.

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 Ao colocar em contacto comunidades de indivíduos portadores de culturas diferentes, poderão ocorrer
alterações no comportamento de uns e de outros que se concretizam, naturalmente, em futuros
processos de mudança cultural e social.
 Subcultura – conjunto de relações e traços culturais que, simultaneamente, afasta e aproxima certos
grupos da sociedade global, não pondo em causa a cultura dominante.

Quando deparamos com uma subcultura, somos levados a identificar um grupo que, apesar de produzir a sua
cultura, não se afasta, de forma significativa, da cultura dominante, antes dela acolhe e assimila inúmeros
traços, ao mesmo tempo que contribui para a evolução da cultura dominante que assimila, por sua vez, alguns
dos traços das subculturas.
Desta forma, as subculturas podem constituir-se como factores de mudança cultural e social.

 Contracultura – indivíduos e grupos que, não só se afastam dos modelos de comportamento


socialmente aceites, como os rejeitam e contestam radicalmente, ao mesmo tempo que apresentam
uma alternativa cultural à que é dominante.

A contracultura não representará portanto a negação pura e simples da cultura tradicional, antes pressupõe a
existência de uma alternativa cultural.
O fenómeno da contracultura assim considerado exige que os indivíduos conheçam e interpretem a cultura
dominante, para poderem colocar-se «contra» ela e construírem uma outra, assente em valores culturais bem
distintos. 
«É necessário ser-se culto e possuir os meios intelectuais fornecidos pela ideologia oficial, graças à ciência e
à estética, para que uma herança se possa recusar».

Será no seio da classe ou dos grupos dominantes que se produzirão os mais importantes fenómenos
contraculturais. Logicamente, a contracultura exige uma ideologia que justifica a estrutura e a acção do grupo,
pelo que não há contracultura sem contra-ideologia.

Naturalmente que todo o movimento contracultural ao constituir alternativas aos modelos «oficiais», tende a


ser anulado, por processos vários pela cultura dominante.
Para evitar ser recuperada pela sociedade «contra» a qual se edificou e de se tornar, ela própria, um novo pilar
conservador dessa sociedade, a contracultura tem de se organizar em contra-instituições fortes e fechadas à
investida da cultura dominante.

o A Religião
 A religião, como elemento integrante da cultura dos povos, é também um factor condicionante da
mudança.

o O contacto entre culturas


 O contacto entre realidades culturais diferentes poderá provocar práticas sociais diferentes
nomeadamente através do fenómeno da assimilação.

 Factores Tecnológicos
- As descobertas científicas, quando postas em prática, isto é, quando transformadas em novas tecnologias,
tornam-se factores de mudança.

 Factores Psicossociológicos
 Estão relacionados com a receptividade que diferentes populações manifestam em relação ao «novo».
 O grau de instrução, a cultura geral e a informação são factores que contribuem para uma maior
abertura à mudança, enquanto que a ignorância favorece o conservadorismo.
 As sociedades individualistas (exemplo: sociedade americana) mostram-se mais dispostas à evolução
e progresso do que as sociedades mais integradas, onde o indivíduo se subordina ao grupo.

 As necessidades sentidas
 Enquanto as pessoas não tiverem consciência de que se encontram num estado de carência,
desejando alterar a sua situação, pouco ou nada farão para a mudar.

Não será suficiente a percepção do estado de carência; é preciso que os indivíduos consigam resolver o
problema existente. Esta última parte relaciona-se proximamente com a base cultural da população e a sua
alfabetização.

30
 A mundialização

 O factor mundialização é frequentemente salientado como elemento facilitador do processo de


mudança, pela aproximação que suscita entre indivíduos, nações ou Estados.
 A mundialização é manifesta nomeadamente ao nível:
 da interdependência económica e da criação dos grandes espaços supranacionais,
como a UE
 da expansão das tecnologias de informação;
 da globalização das comunicações;
 da globalização dos padrões de comportamento;
 da internacionalização dos conflitos mundiais;
 da visão ecológica global.

Agentes de Mudança

 A influência de que os indivíduos estão revestidos e que lhes é reconhecida pela generalidade da
população, quer essa influência provenha de situações institucionais ou carismáticas, pode ser
decisiva na aceitação de novas situações por parte das populações em geral.

                       Elites: pessoas ou grupos que, graças ao poder que detém ou à influência que exercem,
contribuem para a acção histórica da colectividade seja pelas decisões tomadas, seja pelas ideias,
sentimentos ou emoções que experimentam ou simbolizam.

 Grupos com capacidade de influenciar a vida social através, nomeadamente, da opinião pública, pela
importância social ou status que ocupam na hierarquia social.
 As elites, ao constituírem um elemento importante de mudança, assumem um papel dinâmico
nas alterações sociais ao nível:
 da exemplaridade
 da definição de novas situações culturais
 da tomada de decisões.

Movimentos Sociais  - organizações de alguma forma estruturadas com vista à defesa e promoção de certos
objectivos e agindo, por vezes, como grupos de pressão junto dos órgãos de poder.

 Pela massa humana que mobilizam e pela força reivindicativa de que dispõem, constituem-se como
importantes elementos a ter em conta nas sociedades actuais, desempenhando um papel relevante no
processo de mudança social e no dia-a-dia de uma sociedade.
 Os movimentos sociais não surgem «do nada», antes resultam de condições sociais facilitadoras para
as quais muito contribui o descontentamento dos cidadãos, relativamente à ordem social ou a alguns
aspectos dessa ordem.
 Pré-condições para o aparecimento de movimentos sociais e que favorecem a adesão aos mesmos:
1. Descontentamento social decorrente:
 da provação de uns grupos relativamente a outros
 da percepção de injustiça dos grupos desfavorecidos
 da incoerência dos status que a mesma pessoa ou grupo tem na sociedade.
2. Existência de um bloqueio estrutural na sociedade que impede a eliminação das causas do
descontentamento.
3. Interacção dos descontentes no sentido de passarem à acção.
4. Expectativa de que a acção concertada entre as partes tenha eficácia.
5. Ideologia partilhada por todos os descontentes que não só justifica a sua acção como a
sustenta.
 Os movimentos sociais são altamente dinâmicos e, apesar da estruturação que apresentam, são
de duração incerta.
 Tipos de movimentos sociais:
 Movimentos Migratórios (ex: judeus antes da constituição do estado de Israel)
 Movimentos Expressivos – movimentos sociais de grupos que, não conseguindo alterar
a realidade, alteram as suas reacções face a essa realidade (ex: seitas).
 Movimentos Utópicos – pretendem criar uma sociedade ideal para os seus seguidores
(ex: movimento hippie)
 Movimentos Reformistas – pretendem introduzir ajustamentos aos modelos sociais
vigentes, como os movimentos de defesa dos direitos das minorias (movimento gay).

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 Movimentos Revolucionários – são movimentos tendentes a mudanças profundas na
sociedade (ex: P. Comunista e Berloque)
 Movimentos de Resistência – são movimentos tendentes a travar a mudança operada na
sociedade (ex: movimento anti-aborto)

A Extensão e o Ritmo da Mudança/Resistência e Aceitação
 As alterações conhecidas por uma cultura têm sempre de enfrentar a resistência dessa mesma
cultura, condicionando, assim, a profundidade, rapidez e extensão da mudança.
 Mudanças evolutivas – mudanças visíveis a longo prazo que ocorrem naturalmente pois correspondem
a certos domínios da acção social que foram evoluindo gradualmente no tempo, por adaptação
progressiva a novas situações, originando novos valores e novos modelos de comportamento.
 Mudanças Impostas – transformações bruscas e rápidas que acarretam a transformação do próprio
sistema.
 Decorre ao mesmo tempo que a evolução, ocorrendo rapidamente e sendo os
seus efeitos visíveis a longo prazo.
 Impõem-se ao sistema que é obrigado a modificar-se, aceitando-as, independentemente
das resistências que a ela o sistema contrapõem.
 Operam verdadeiras rupturas no tecido sociocultural e resultam da incapacidade de
adaptação evolutiva do mesmo, em tempo útil,às pressões de mudança a que é
submetido.
 Por norma, as mudanças sociais evolutivas, lentas e progressivas, são aceites mais facilmente, por
não introduzirem incertezas, angústias ou anomia; pelo contrário, as mudanças sociais impostas, por
serem bruscas, causam uma forte resistência.
 Contrariamente ao que parece ser norma, mudanças há que acontecem a um ritmo rápido e sem que
encontrem fortes resistências. - Tudo depende do tipo de mudança e das consequências que ela pode
acarretar.
 Se a mudança vier a responder a algumas das carências sentidas pela colectividade, ela far-se-
à rapidamente e sem grandes resistências. Pelo contrário, mudanças que questionam a própria ordem
e estrutura socialdeparam com fortes obstáculos.
 A aceitação da mudança dependerá do facto de pôr em perigo os direitos adquiridos. Os custos sociais
são, pois, factor condicionante da aceitação da mudança.

 Consequências da Mudança

1. Consequências Culturais: a aculturação

Aculturação – processo de mutação cultural, concretizado pela aquisição de elementos materiais e espirituais
de uma cultura por outra, resultante do contacto entre os povos.
o Resulta de processos de intercâmbio comercial, científico, técnico e artístico.
o O processo de aculturação nem sempre se faz de forma pacífica, pois que do contacto entre os
povos nem sempre resultou o estabelecimento de relações amigáveis.
o Aculturação por assimilação – verifica-se entre os povos que estão em contacto permanente,
sem que qualquer cultura exerça sobre a outra um processo de dominação.
 Cada cultura apreende livremente os traços materiais e espirituais da outra.
 Factores determinantes: actividade comercial e desenvolvimento dos meios de
comunicação e informação.
o Aculturação por destruição – a aculturação não é um processo livremente aceite pelas duas
culturas, antes funciona de forma quase unilateral: a cultura do povo conquistador impõe-se à
cultura do povo dominado, que se vê, assim, despojado dos elementos culturais que a sua vida
social forjou.
 Resulta do encontro de culturas em consequência de uma conquista militar ou de
dominação política.
 Mesmo neste processo de aculturação acontece mistura cultural, isto é, a própria
cultura dominante irá assimilar, ainda que mais lentamente, elementos da cultura do
povo dominado.

2. Consequências económico-sociais
o Novas tecnologias são sempre factores de desestabilização. Geralmente associadas à criação
de mão-de-obra excedentária, as novas tecnologias são, usualmente, mal recebidas, sobretudo
pela população trabalhadora. - A adaptação à nova situação, até se atingir o novo ponto de
equilíbrio, é sempre dolorosa.

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o A desadaptação aos modelos vigentes pode, inclusive, levar os indivíduos ao suicídio, por não
encontrarem neles modelos de referência.
o Benefícios sociais da modernização:
 aumentos de produtividade e de produção
 possibilidade de libertar o trabalhador de tarefas rotineiras e enfadonhas que qualquer
máquina pode fazer
 aumento dos tempos livres
 realização profissional e pessoal do indivíduo
 aparecimento de novos papéis e estatutos sociais
 mobilidade social
 aumentos de rendimentos, resultantes do acréscimo da produção
 participação dos indivíduos em actividades mais ligadas aos seus interesses
o O sucesso da mudança está largamente dependente das estratégias sociais utilizadas para a
sua aceitação.

3. Outras Consequências Sociais


As mudanças ocorridas nas sociedades actuais, dado o acesso democratizado aos mass media, tendem a
produzir comportamentos padronizados veiculados pelos modelos transmitidos a que todos têm acesso.
 Há, todavia, quem argumente que os mass media, pela diversidade que apresentam, permitem, pelo contrário,
a desmassificação cultural.

Os mass media contribuem para a diversificação de modelos culturais ou para a massificação das


sociedades?

PPT em anexo

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